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ALGARVE INFORMATIVO Revista semanal - 10 de agosto, 2019
«ARTISTAS NA RUA» | AFRO NATION | FESTIVAL INTERNACIONAL DE JAZZ DE LOULÉ 1 ALGARVE INFORMATIVO #214 «COMÉRCIO NAS 7 QUINTAS» | A FESTA DA SUPERTAÇA | MIXED MARTIAL ARTS EM LAGOA
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CONTEÚDOS #214 10 DE AGOSTO, 2019 44
HISTÓRIAS 16 - A Festa da Supertaça 28 - Piscinas Descobertas de São Brás de Alportel 36 - Inaugurações em Loulé 44 - Sou Quarteira 54 - Afro Nation 74 - «Comércio nas 7 Quintas» 84 - Festival Pirata de Olhão 96 - Descarga de Sardinha à moda antiga em Portimão 108 - «Artistas na Rua» 120 - Mixed Martial Arts em Lagoa 132 - Festival Internacional de Jazz de Loulé 140 - Albufeira recordou sismo de 1969 156 - Atualidade
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OPINIÃO 148 - Ana Isabel Soares 150 - Adília César 152 - Carla Serol ALGARVE INFORMATIVO #214
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ESTÁDIO DO ALGARVE VIVEU A FESTA DA SUPERTAÇA Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina
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Foto: Jorge Gomes
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oite grande a de 4 de agosto, com o Estádio Algarve a esgotar por completo para a disputa da Supertaça Cândido de Oliveira Vodafone. Nada que não fosse expectável, não estivessem frente-a-frente Benfica e Sporting e não estivesse o Algarve no pico do Verão, a abarrotar de portugueses de férias. Por isso, os bilhetes voaram num instante, mas lá para os lados da capital porque, pelos vistos, nenhuns foram colocados à venda em terras algarvias, apesar do jogo se realizar, pasme-se, em terras algarvias. Portanto, os sportinguistas e benfiquistas algarvios, ou foram a Lisboa comprar os bilhetes, ou assistiram ao jogo em casa ou nos vários ecrãs gigantes espalhados pela região. 19
Pequena curiosidade à parte, o Parque das Cidades, onde se localiza o Estádio Algarve, ali encravado entre os concelhos de Faro e Loulé, cedo começou a viver a tradicional agitação dos derbies da segunda circular, com as habituais bancas para venda de camisolas e cachecóis – oficiais ou nem por isso – bem como as costumeiras roulottes com os comes e bebes. Porque ir para a bola de barriga vazia e garganta seca não é aconselhável. Forças de segurança em peso, apesar de não ser considerado um jogo de alto risco, se calhar por estar tudo em «modo férias». Equipas televisivas também em peso, com especial preponderância para o novo canal desportivo que parece querer entrar de rompante pelas casas dos portugueses adentro. E, claro, muitos jornalistas e fotógrafos, todos a ALGARVE INFORMATIVO #214
aguardar pacientemente a hora de entrada para assumirem as suas posições, os primeiros na tribuna destinada aos media, os segundos no relvado, atrás dos placares de publicidade. Abrem-se as portas, entram as claques organizadas, os adeptos «normais», muitos grupos de amigos, famílias, casais, muitos com preferências futebolísticas cruzadas, verde e branco e vermelho de mãos dadas, é a tal festa da taça, neste caso da supertaça. Claro que, no fim, só os benfiquistas fizeram a festa, mas, antes do apito inicial soar, toda a gente estava empolgada e confiante na vitória da sua equipa. E eu, como sportinguista que sou, apesar de não daqueles ALGARVE INFORMATIVO #214
ferronhos que roem as unhas e sofrem intensamente pelo seu clube, também estava empolgado. E desejoso de fotografar o Bruno Fernandes a festejar um golo. Porque até era previsível que fosse o seu último jogo de leão ao peito. À data que escrevo a peça, o Bruno acabou por não rumar a Inglaterra e ainda traja de verde e branco, mas o sentimento generalizado era, de facto, que estávamos perante a despedida do «nosso» capitão. Por isso, queríamos que fosse uma despedida em beleza. E eu, apesar de tentar manter a isenção que se espera de um jornalista e fotógrafo, desconfio que nem sempre o consegui fazer durante 20
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os 90 minutos da partida. Aliás, mal verifiquei que fiquei «estacionado» junto à bancada das claques benfiquistas, roguei logo uma praga. E quando o Benfica começou a aquecer na minha parte do campo, lancei outra praga. Os outros fotógrafos perguntavam-me porque não estava a tirar fotos. E eu respondia, em jeito de brincadeira, que, a vermelhos, só tirava fotos às cheerleaders. Belas cheerleaders, sim senhor… Era uma noite para rogar pragas porque, quando recebi a ficha de jogo e vi três centrais no onze inicial, adivinhei logo o que estava no horizonte. Começa a partida, o Sporting a atacar para o meu lado, do mal o menos, assistir aos craques do meu clube ali a poucos metros, quase bastava estender o braço para lhes tocar. ALGARVE INFORMATIVO #214
E por isso dei os meus saltos quando as oportunidades de golo se sucediam para o Sporting. É engraçado como funciona a comunicação social quando não é isenta. Odysseas Vlachodimos fez três defesas cruciais durante a primeira parte, enquanto o jogo ainda estava em branco. Uma a corte infeliz do Ferro, outras duas a remates perigosos de Bruno Fernandes. Mas todos os resumos apenas ilustram o quase autogolo do defesa central benfiquista, como se o único sinal de perigo do Sporting fosse originado por um benfiquista. Não estou com isto a dizer que o resultado seja injusto. Quando uma equipa vence por 5-0, é porque o mereceu. Resta saber como seria a história se o guardião benfiquista não tivesse feito aquelas três defesas 22
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enormes. Antes do Rafa ter acordado e, quase a chegar-se ao intervalo, ter feito o primeiro golo do Benfica. Depois, foi a história que se sabe. À conversa com adeptos antes das portas do estádio abrirem, já tinha dito que ia ser um jogo onde os erros iriam marcar a diferença. E até comentei que esse perigo poderia surgir de alguma «invenção» dos centrais leoninos. E assim aconteceu o segundo golo do Benfica. Do mesmo modo, mal o Grimaldo pegou na bola para apontar aquele livro direto, adivinhei o terceiro. Realmente, para quem é treinador de bancada, até parece fácil antecipar os acontecimentos. Ninguém retira o mérito ao Benfica pela vitória. Tiveram um guarda-redes intransponível nos momentos decisivos, aproveitaram bem os erros do Sporting para faturar e até podiam ter marcado mais golos. E Bruno Lage percebeu isso, porque não quis entrar em demasiadas euforias após este resultado histórico. 25
Porque as taças são uma coisa, o campeonato é outra completamente diferente. Espero eu, como sportinguista, eu e os outros todos. Em jeito de balanço final, foi uma bela festa para se assistir, com atuação dos Expensive Soul antes do tiro de partida; Marcelo Rebelo de Sousa e muitos políticos na bancada vip; no relvado, junto aos bancos, imensos antigos jogadores de futebol, agora transformados em comentadores de televisão ou treinadores, bem como treinadores no desemprego a fazer uns biscates como comentadores de televisão; uma energia contagiante nas bancadas, sem confusão que tenha reparado. E nem a confusão normal para se conseguir sair depois dos parques de estacionamento beliscou a grande experiência que foi assistir, ao vivo, no relvado, a um Benfica-Sporting. Mesmo que o Sporting tenha levado uma valente tareia . ALGARVE INFORMATIVO #214
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PISCINAS MUNICIPAIS DESCOBERTAS SÃO MAIS UM ELEMENTO DINAMIZADOR DO CENTRO HISTÓRICO DE SÃO BRÁS DE ALPORTEL Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina
a continuidade do Plano de Ação e Regeneração Urbana de São Brás de Alportel, foi inaugurada formalmente, no dia ALGARVE INFORMATIVO #214
3 de agosto, a obra de requalificação do Complexo de Piscinas Municipais Descobertas, integrado no espaço de lazer e animação do Jardim da Verbena. A intervenção é considerada de extrema importância e de grande significado para a comunidade são-brasense, tendo 28
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implicado um investimento na ordem dos 260 mil euros. “Há 30 anos houve alguma discórdia em relação a este equipamento, por não se considerar que a localização era a melhor, mas felizmente que os autarcas da época ALGARVE INFORMATIVO #214
pensaram de maneira diferente. Agradeço, por isso, ao então presidente António José Bica por ter tido a visão de insistir e conseguir construir esta piscina, que hoje toda a gente concorda ser mais uma forma de trazer mais 30
alvo, registando uma média anual de 30 mil visitantes. Foi agora altura de um investimento mais significativo ao nível dos tanques de água, instalações de reciclagem, circulação de água e acessibilidades, entre outras melhorias nos espaços verdes envolventes, como parte do Jardim da Verbena. “Temos, neste momento, umas piscinas modernas, com tudo aquilo que consideramos que é importante para os dias atuais e para as bandeiras que defendemos neste concelho. A questão da acessibilidade é fundamental e todos os cidadãos, independentemente das suas limitações de mobilidade, têm acesso às piscinas através de uma rampa que construímos para o tanque principal”, sublinhou o presidente da Câmara Municipal de São Brás de Alportel.
pessoas para o nosso Centro Histórico”, frisou o edil são-brasense Vítor Guerreiro. A infraestrutura nunca esteve fechado ao longo de três décadas, apesar das intervenções pontuais de que foi sendo 31
A candidatura a fundos comunitários granjeou um apoio de 65 por cento e veio de encontro aos objetivos da autarquia para o equipamento, no que toca a mais acessibilidade para todos, mais modernidade e inovação, melhores condições de higiene e segurança, tudo isso confluindo para uma vida mais intensa no Centro Histórico. “E, para muito orgulho nosso, foi uma obra executada por uma empresa de São Brás de Alportel. Não conseguimos abrir quando gostaríamos, por questões relacionadas com o fornecimento de alguns materiais, mas a intervenção foi bem ALGARVE INFORMATIVO #214
executada e ainda temos muito Verão para podermos usufruir do espaço”, afirmou Vítor Guerreiro, antes do descerrar da placa que assinalou o momento. O equipamento, conforme referido, está integrado na estratégia de valorização do Centro Histórico de São Brás de Alportel que tem sido prosseguida pelo executivo camarário liderado por Vítor Guerreiro nos últimos anos, e no qual se incluem, por exemplo, as requalificações do Largo de São Sebastião e da Rua Gago Coutinho. “Melhorar o Jardim da Verbena e as Piscinas Municipais Descobertas era algo que fazia todo o sentido, para conferir melhor qualidade de vida à nossa população e para captar mais visitantes, algo importante para toda a economia local. É um espaço extraordinário e numa excelente localização”, concluiu o autarca . ALGARVE INFORMATIVO #214
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MUNICÍPIO DE LOULÉ INAUGUROU OBRAS DE REQUALIFICAÇÃO E DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTOS Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina e Jorge Gomes
o passado dia 1 de agosto, a Câmara Municipal de Loulé inaugurou dois importantes investimentos realizados recentemente no concelho, designadamente as redes de água e de ALGARVE INFORMATIVO #214
águas residuais domésticas de Santa Luzia e uma rotunda e arranjo rodoviário em Vale Judeu. O novo equipamento de saneamento básico vai beneficiar a população residente numa zona junto ao Parque Municipal – 172 pessoas (43 moradias) no presente, prevendo-se 320 (80 36
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moradias) no futuro. Sendo uma área residencial dispersa, a rede de água foi executada numa extensão de 5.096 metros, enquanto que a rede de águas residuais domésticas conta com uma extensão de 4 mil e 600 metros. Procedeuse também a uma pavimentação das faixas de rodagem, numa obra que teve um custo a rondar o milhão de euros. Em Vale Judeu, freguesia de S. Sebastião, a intervenção consistiu na implantação de uma rotunda no entroncamento da Rua de Vale Judeu (CM 1295) com a VNC 331 («Estrada da Cimpor»). A obra contemplou igualmente a reformulação do cruzamento, bem como a implementação de passeios pedonais em toda a extensão da intervenção, reforço e 39
substituição da iluminação pública existente, execução de rede de drenagem de águas pluviais e arranjo paisagístico da envolvente da rotunda. A empreitada rondou os 160 mil euros. No dia seguinte, foi a vez do presidente da Câmara Municipal de Loulé, Vítor Aleixo, inaugurar a obra de requalificação da Rua Manuel Maria Campina e da Praceta Joaquim António Pires, em Loulé. A empreitada surgiu no âmbito do projeto de intervenção para a reabilitação urbana «Uma praça no meu bairro» e consistiu na valorização do quarteirão na envolvente da Rua Manuel Maria Campina e da Praceta Joaquim António Pires, com reordenamento da estrutura viária existente, redefinição do ALGARVE INFORMATIVO #214
estacionamento, reforço da rede de iluminação pública, criação de espaço verde com infraestruturas direcionadas para a prática desportiva e a brincadeira infantil. Esta requalificação, no valor de 331 mil euros, teve como objetivo constituir um espaço público de proximidade e de promoção dos valores do convívio, da comunicação entre vizinhos e do estar simplesmente. A sensibilização para a sustentabilidade ambiental com a criação de espaços verdes, de zonas de sombra e parqueamento de bicicletas, é também um dos propósitos desta intervenção numa das zonas mais densamente habitadas da cidade de Loulé. A autarquia louletana prossegue, desta forma, o significativo trabalho que tem sido desenvolvido ao longo dos últimos anos em termos de requalificação das infraestruturas em todo a sua área territorial, tendo em vista a qualidade de vida das populações . ALGARVE INFORMATIVO #214
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SOU QUARTEIRA: UM MOVIMENTO PARA DAR AOS PUTOS A POSSIBILIDADE DE SONHAR Texto: Daniel Pina
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Movimento Sou Quarteira volta a trazer música a esta cidade costeira do concelho de Loulé, num festival que acontece nos dias 16 e 17 de agosto, no Passeio das Dunas, e em que passarão pelos dois palcos artistas como Allen Halloween, Branko, Eva Rap Diva, Jimmy P, Kojey Radical, M.D.A & Maskarilha, Mayra Andrade, Mina & Bryte, Mishlawi, Mundo Segundo & Sam The Kid, PEDRO, Perigo Público & Sickonce, Plutónio, Sacik Brow & Fragas, Dj Adamm, Dj Big, Dj ALGARVE INFORMATIVO #214
Kwan eProgressivu. Com estilos musicais desde o hip-hop ao afro, a música urbana vai reinar em Quarteira, convidando todas as faixas etárias a conhecerem novos talentos, mas também artistas nacionais e internacionais de renome. Só que o movimento não se resume apenas à música e no dia 11 de agosto é inaugurada, pelas 19h30, a exposição «Heróis», que estará patente ao público nas ruas da cidade de Quarteira. Um momento que incluirá, igualmente, o lançamento de um livro sobre esta iniciativa, numa sessão que decorrerá na Junta de Freguesia. 46
Mais do que um festival, «Sou Quarteira» é, de facto, um movimento que une quatro jovens locais – Dino D’Santiago, Inês Oliveira, Miguel Jacinto e Naomi Guerreiro – que pretendem mostrar o que de melhor Quarteira tem para oferecer, para além da praia e da gastronomia. “É um movimento de desenvolvimento social e cultural para a cidade que tem vários objetivos, logo a começar por revelar a verdadeira identidade de Quarteira. É uma terra que sofreu muitas transformações ao longo dos anos, após o 25 de Abril, com o fenómeno da construção civil, as comunidades 47
estrangeiras que chegaram à cidade e a exploração turística. Quarteira tornou-se o sítio onde os locais vão dormir para depois se distribuírem por outros polos turísticos como Vilamoura, Albufeira, Quinta do Lago ou Vale do Lobo”, observa Miguel Jacinto, à conversa telefónica a partir de Londres, onde trabalha como consultor. Neste cenário, as novas gerações vão crescendo nas ruas, num mix que engloba as comunidades angolanas, cabo-verdianas, guineenses, brasileiras e dos países locais, para além, claro, dos nativos, dos quarteirenses originais. ALGARVE INFORMATIVO #214
“Nos anos 90 desenvolveu-se um movimento importante do punk/rock, depois foi o hip-hop, a música sempre esteve muito presente na vida de Quarteira. É esta dimensão cultural e social bastante interessante que a maior parte das pessoas desconhece e que queremos valorizar e aproveitar para criar projetos com real impacto social sobre as novas gerações”, explica Miguel Jacinto, acrescentando que as atividades «desenhadas» pelo Movimento têm que ser conduzidas em colaboração estreita com as associações locais que existem em redor do desporto e cultura. “Queremos levar os jovens para além do que é expectável, de que vão acabar por trabalhar num bar, restaurante ou hotel”, afirma. Exemplos de quarteirenses de sucesso não faltam, garante o entrevistado, como ALGARVE INFORMATIVO #214
Mike Ghost, um fotógrafo internacional, “que teve que enfrentar os mesmos desafios que os outros jovens, mas que teve o mindset correto, focou-se nas coisas certas para alcançar os seus objetivos”. Mike «Ghost» Correia que é precisamente o responsável pela exposição «Heróis», uma mostra transversal a qualquer cargo, etnia e crença religiosa, juntando 15 personalidades de Quarteira que marcaram gerações de pessoas que hoje se encontram espalhadas um pouco por todo o mundo, mas que nunca esqueceram aqueles que lhes ensinaram o que era empatia, coragem, educação, seriedade e persistência. Neste projeto, a celebração dos valores mais positivos é personificada por um grupo de notáveis que nunca baixou os braços e que soube olhar para 48
rapazes e raparigas com a compreensão e dedicação que mereciam. “O Movimento não é uma coisa que começa e acaba, porque estamos a falar de um problema que não se resolve com um estalar dos dedos. É algo que se tem que ir resolvendo, pelo que só um Movimento é que tem a durabilidade necessário para o fazer”, salienta Miguel Jacinto, lembrando que este projeto nasceu da simples vontade de quatro jovens retribuírem o que Quarteira tinha feito por eles. “Eu cresci com o Dino, gravamos a primeira música dele juntos, e ele agora está no pico da carreira. Eu trabalho para uma consultora em Londres a ajudar a criar empresas, produtos, serviços e modelos de negócios. A Naomi está mais ligada à produção de eventos. A Inês não é de Quarteira, mas é quarteirense de adoção, trata de toda a imagem e estratégia de comunicação. Somos 49
quatro pessoas com competências e backgrounds muito diferentes, mas complementares, e as coisas aconteceram com naturalidade. Queremos dar aos putos a possibilidade de sonharem em ser o que quiserem”, sintetiza. Claro que tudo se torna mais fácil porque o poder local, neste caso a Câmara Municipal de Loulé e a Junta de Freguesia de Quarteira, depressa abraçaram o Movimento, o que levou as coisas a acontecerem a uma velocidade estonteante depois do ano zero, 2018, em que se organizou apenas o Festival Sou Quarteira. “Foi um género de apresentação aos locais, do que queríamos fazer, uma noite mais intimista em que trouxemos o Carlão, a representar a cultura urbana de Almada, e o Branko, uma bandeira da ALGARVE INFORMATIVO #214
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Amadora, e o Sacik Brown, um jovem de Quarteira. Este ano estamos a demonstrar que o projeto existe, que tem impacto, que tem futuro”, destaca Miguel Jacinto. Por isso, o Festival Sou Quarteira, nos dias 16 e 17 de agosto, promete ser um momento de celebração que juntará milhares de pessoas no Passeio das Dunas, e que acontece depois do momento de afetos que será a inauguração da exposição «Heróis». “Pedimos a pessoas da minha geração, dos anos 80 e 90, para escolherem personalidades que os marcaram e o resultado foi o porteiro da escola, o professor de história, a senhora que vende os cachorros. Vamos espalhar as fotografias pela cidade, criar um 51
percurso para os visitantes conhecerem Quarteira com outros olhos. O povo elegeu o povo, num projeto que estará também em livro. Em outubro vai passar na televisão nacional um documentár io, que terá antestreia a 14 de agosto, na Marginal de Quarteira, que conta a história de vários quarteirenses de sucesso, para apontar o caminho às novas gerações, mostrar-lhes que atitude devem ter para singrarem, para vencerem”, adianta ainda Miguel Jacinto, avisando, porém, que os objetivos do «Sou Quarteira» não se alcançam num ano ou dois. “Há um sentimento de pertença que se está a emancipar e a crescer, um sentimento de orgulho que se está a acentuar, mas o impacto real, social, cultural, sobre as novas gerações, é algo que demora tempo. A transformação social, cultural e económica de uma cidade não é imediata, é uma batalha para se ir travando com garra, ano após ano”, concretiza um dos membros fundadores do Movimento «Sou Quarteira» . ALGARVE INFORMATIVO #214
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Afro Nation: O festival que aqueceu ainda mais a Praia da Rocha Texto: Ricardo Coelho/Som Direto Fotografia: MAI - Samuel Martins, Diogo Pereira e AndrĂŠ Machado
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maior festival de urban music da Europa realizou-se pela primeira vez este ano em Portugal, com o Afro Nation a rumar à Praia da Rocha, no concelho de ALGARVE INFORMATIVO #214
Portimão, entre 1 e 4 de agosto. Os festivaleiros «invadiram» a cidade e arredores, com Portimão a vestir-se com as cores do evento que tinha sucesso garantido. E, de facto, foram cerca de 22 mil as pessoas que participaram no maior evento de música urbana na praia do Velho Continente. 56
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Do afrobeat ao reggae, do dancehall ao hip-hop, foram quatro dias de pura diversão num ambiente único como o local escolhido pode proporcionar e recheado do melhor que se faz na atual música negra e suas derivações. “Afrobeats, Reggae e Dancehall são feitos de sol. Por isso, o Afro Nation encontrou o seu espaço nas praias de Portugal”, afirmou Obi Asika, fundador do festival. Munido de um excelente cartaz e um público simpático, divertido e pronto para a festa, os espetáculos foram repartidos entre o palco principal instalado no Blanco Beach Club, e o secundário no NoSoloÁgua, e não faltaram as beach parties, after parties e boat parties. No primeiro dia do festival, os grandes destaques foram para o nigeriano Burna ALGARVE INFORMATIVO #214
Boy, que este ano editou o seu quarto álbum de afro-fusion, «African Giant», e Buju Banton, que com o reggae e dancehall se tornou num dos mais aclamados músicos jamaicanos. No segundo dia, realce para o cantor nigeriano (e figura da TV) D'Banj, que apresentou o seu afropop; Yemi Alade, que ganhou destaque depois de vencer o «Peak Talent Show» em 2009 e é mais conhecida pelo seu hit «Johnny»; e MoStack, rapper britânico de Hornsey, no norte de Londres. Davido foi a grande estrela da terceira noite. O cantor recentemente lançou «Blow My Mind» com Chris Brown e entrou arrebatador em palco acompanhado pelos seus sidekicks e bailarinas, convidando ainda membros femininos do público para dançarem 58
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junto a ele em palco. O artista conseguiu a maior enchente do recinto, com toda a gente a cantar e a dançar ao som das suas músicas. Destaque ainda para Busy Signal e a sua banda, com um concerto extasiante, onde músicas como o clássico «Sweet Love» ou «Stay So» se puderam ouvir e fizeram vibrar os festivaleiros. O ALGARVE INFORMATIVO #214
quarto e último dia do festival Afro Nation contou com as presenças de Wizkid, Stefflon Don, Yxng Bane, Femi Cuti, Rayvanny, B Young, Dj Ike, Hardy Caprio, Dj Spinall e Kenny Allstar, que fizeram as cerimónias a partir do palco principal da Praia da Rocha. 60
Em paralelo aos concertos, nas imediações do recinto realizaram-se as beach parties com Kwan, Dj Teeshow, Dj Edott, Kenny Allstar e Snoochie Shy. A after-party esteve a cargo de DJ Mighty, Dj Spinall e Dj Sneh. Portimão está, por isso, 61
de parabéns, bem como a organização, os músicos participantes e o público, que soube comportar-se à altura e que ajudou a fazer desta primeira edição do Afro Nation um sucesso. O festival regressa em 2020 . ALGARVE INFORMATIVO #214
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7 QUINTAS AGITA COMÉRCIO LOCAL DE LOULÉ
Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina
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dia 1 de agosto foi marcado por mais uma iniciativa do «Comércio nas 7 Quintas», com ofertas para todos os gostos na cidade de Loulé, do teatro, à música e animação de rua, das coleções às exposições, para além da primeira edição do Mercado 100% Local, dinamizado pela Associação In Loco. O grande destaque do segundo capítulo deste programa conjunto da Câmara Municipal de Loulé, da ACRAL – Associação do Comércio e Serviços da Região do Algarve e dos empresários do ALGARVE INFORMATIVO #214
comércio local foi, de facto, o mercado a céu aberto realizado mesmo em frente aos Paços do Concelho, com venda de produtos agroalimentares, showcooking pelo «Prato Certo» e animação/sensibilização a cargo do Grupo de Teatro da Casa da Cultura de Loulé. Outro dos momentos altos da noite foi a inauguração da exposição «A minha Escola», uma iniciativa do Museu Municipal de Loulé em que o espetador é convidado a entrar numa das lojas da Rua 5 de Outubro, pedir uma caneta e identificar os seus amigos de infância na fotografia. A editora «Sul, Sal e Sol» também marcou presença no «Comércio nas 7 76
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Quintas» com «A Travessa dos Livros», que contou com uma exposição de fotografia, venda de livros e a performance de Drama & Bass «Sophia», por Carolina Santos e Marco Martins, a propósito da comemoração, em 2019, do centenário do nascimento da poetisa Sophia de Mello Breyner Andresen. Foi uma viagem por entre diferentes tons e dinâmicas que fazem jus à sua palavra, sempre dentro do espectro Drama & Bass – minimal e, de algum modo, romântico, pela nova companhia de teatro Mákina de Cena. ALGARVE INFORMATIVO #214
A Loja Skulk propôs um penteado à «7 Quintas», com a colaboração da HAIR Lab – Makeup, enquanto que, na Rua das Lojas, o público pode assistir ao concerto de Catarina Cavaco, na guitarra e na voz. Na cerca do Convento de Espírito Santo levou-se a cena «A Farsa do Mestre Patalão», a mais recente peça do Grupo Ao Luar Teatro, e não faltou animação de rua, insufláveis e trampolins para entreter miúdos e graúdos . 78
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FESTIVAL PIRATA
ANIMOU PRIMEIRAS NOITES DE AGOSTO EM OLHÃO Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina
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quinta edição do Festival Pirata de Olhão realizou-se de 1 a 4 de agosto e animou sobremaneira a zona ribeirinha da cidade cubista, este ano com a novidade de se estender também à Fuseta, com muitas personagens de época que ocupam um lugar especial no imaginário do público. O Município de Olhão apostou, para tal, num acontecimento diferenciado, com vários momentos de animação, uma recriação histórica fidedigna, artes performativas, rábulas, histórias e artes circenses. O mercado onde tudo acontece regressou este ano ao local onde começou – o Jardim Patrão Joaquim Lopes – que recebeu todas as condições necessárias para proporcionar quatro noites inesquecíveis, nomeadamente a colocação ALGARVE INFORMATIVO #214
de um palco de 150 metros quadrados onde as performances principais aconteceram. Também o número de mercadores aumentou este ano, de 30 para 50, bem como o número de horas de funcionamento, sobretudo no sábado e domingo, em que esteve aberto ao longo de todo o dia. A Companhia de Teatro Viv’arte trouxe a Olhão as personagens típicas da época, como leiteiras, peixeiras, lavadeiras, aguadeiras, pescadores, marinheiros ou burgueses, que protagonizaram divertidos momentos a residentes e visitantes, sempre com muitas artes circenses, música e dança. E, claro, os piratas foram os atores principais nestas quatro noites quentes de agosto, demonstrando bem a dinâmica cultural que a capital da Ria Formosa vive, não só durante o Verão, mas em todo o ano . 86
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PORTIMÃO RECRIOU DESCARGA DE SARDINHA NA ZONA RIBEIRINHA Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina
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o dia 6 de agosto, véspera da abertura oficial do 25.º Festival da Sardinha, assistiuse a uma recriação da descarga de sardinha, no Cais Gil Eanes, localizado em frente ao Jardim Visconde Bívar, em plena zona ribeirinha de Portimão. Na ocasião, a chegada da traineira «Arrifana», carregada de sardinhas, foi denunciada pelo toque da sirene situada na antiga Lota de Portimão, desencadeando um conjunto de atividades ligadas à faina dos homens do mar, comuns há algumas décadas, deste a separação do «peixe da campanha», destinado aos pescadores que o capturaram, até à «venda em boca» aos compradores, que previamente avaliavam a qualidade do pescado, com destaque para a descarga das canastras cheias de ALGARVE INFORMATIVO #214
sardinhas que «voavam» da embarcação para o cais de desembarque. A recriação antecedeu o arranque do Festival da Sardinha e ficou também marcada pelos trajes, dizeres e meios de transporte de antigamente, culminando com uma mega sardinhada popular no recinto do Festival, constando todo este programa de uma emissão especial da RTP1, transmitida em direto de Portimão. Para além da animação musical e diversas intervenções de clubes e entidades, foi dada especial ênfase à sardinha, a principal convidada desta emissão dirigida aos quatro cantos do mundo, levando ainda à antena artesãos tradicionais e contadores de histórias locais, as novas experiências e negócios turísticos, assim como propostas de lazer para este Verão . 98
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«ARTISTAS» DERAM MÚSICA NO JARDIM MANUEL BÍVAR Texto: Daniel Pina| Fotografia: Irina Kuptsova
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RTISTAS NA RUA foi o primeiro de uma série de eventos ao ar livre promovidos pela centenária Sociedade Recreativa Artística Farense, que levou vários artistas a atuar no Jardim Manuel Bivar, em Faro, nos dias 1, 2 e 3 de agosto. Fora de portas, houve lugar a teatro e música, logo a começar com os sons mais clássicos do Quarteto Cordas de Sol, seguindo-se os blues de Fast Eddie Nelson e o garage rock dos
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Sunflowers. Na vertente da representação, o «TeAtrito» animou as hostes antes dos concertos propriamente ditos, com o serão a terminar ao ritmo dos ecléticos DJ's convidados. O evento integrou-se num ciclo de atividades que a SRAF pretende prosseguir ao longo dos próximos meses, em diversos locais da cidade até ao término das obras que decorrem no emblemático edifício onde funcionava a sua sede, na rua do Montepio (com duração prevista de dois anos) .
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LAGOA RECEBEU GALA INTERNACIONAL DE MIXED MARTIAL ARTS Texto: João Pelica | Fotografia: João Pelica
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ealizou-se em Lagoa, no dia 3 de agosto, no Centro de Congressos do Arade, uma gala internacional de MMA – Mixed Martial Arts, a PFC6, promovida pelo mestre Sori Djalo, da Porto Fight Team. Ao todo disputaram-se nove combates, seis profissionais e três amadores, todos com um nível muito elevado e que levaram o público ao êxtase pela sua excelência e qualidade. Nos primeiros três embates, amadores, o resultado foi o seguinte: Combate 1 (MMA, 68kg) Hugo Costa venceu aos pontos sobre Marcelo Santos; Combate 2 (MMA, 66kg) Domingos Gomes triunfou por TKO, no 3.º assalto, a Daniel Santos; Combate 3 (MMA, 66kg) Cláudio Moreira levou a melhor aos pontos sobre Guilherme Andrade. Nos duelos profissionais, o resultado foi: Combate 5 (Grappling, 77kg) Igor Braniste ALGARVE INFORMATIVO #214
venceu Eric Ramillien por submissão (chave de braço), no primeiro assalto; Combate 6 (MMA, 66kg) Bruno Estrela infligiu a Deivid Souza um TKO (joelho à cabeça), durante o segundo assalto; Combate 7 (MMA, 61kg), Elini Mytilinaki bateu Sílvia Leonora Nascimento, de Lagoa, por TKO (mata leão) no primeiro assalto; Combate 8 (MMA, 66kg) Alan Almeida ganhou a Lucas Tenório de Araújo por Submissão (chave no pé), no decorrer do primeiro assalto; Combate 9 (MMA, 66kg) Thomas Bauer bateu Wanderson Silva, de Faro, por TKO (pontapé alto na cabeça) logo aos 10 segundos do primeiro assalto, tornandose assim o duelo mais rápido da noite; Combate 10 (MMA, 66kg) Rafael Xavier triunfou sobre Julien Quentin Arola por TKO (pontapé alto na cabeça), no primeiro assalto. Acabaram por não se disputar dois combates profissionais, por motivos clínicos, nomeadamente o quarto (MMA, 80kg) entre Edmilsson Quintal e 122
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Kamel Adel Anouar Ghaddou, e o 11 (MMA, 77 kg), que era precisamente o mais aguardado da noite, entre Maurício Reis Sousa e Grzegorz Bialas. De referir ainda que toda a organização, promotor, oficiais (árbitros, juízes, cutmans e equipa médica) se apresentaram num nível bastante elevado, com critérios rigorosos, o que contribuiu para elevar o espetáculo para um patamar superior, pese os atrasos verificados. Globalmente, foi mais uma demonstração da força das atividades de combate de competição no Algarve, neste caso em particular o MMA, com um público que não arredou pé até ao fim do último combate para apoiar os atletas. Destacar o alto nível técnico e competitivo dos atletas, portugueses e estrangeiros, que contribuíram para o sucesso do evento . ALGARVE INFORMATIVO #214
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FESTIVAL INTERNACIONAL DE JAZZ DE LOULÉ COMEMOROU AS BODAS DE PRATA Texto: Daniel Pina | Fotografia: Jorge Gomes
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Festival Internacional de Jazz de Loulé cumpriu, em 2019, a sua 25.ª edição, somando um quarto de século durante o qual tem atraído à cidade de Loulé alguns dos maiores nomes do jazz internacional e nacional. Nas bodas de prata, o evento regressou à Cerca do Convento Espírito Santo, nos dias 25, 26, 27 e 28 de julho, numa organização da Casa da Cultura de Loulé que contou com a parceria e alto patrocínio do Município de Loulé. Mais uma vez sob a direção artística de Mário Laginha, o Festival apresentou talvez o programa mais americano de sempre, com músicos/bandas provenientes da América do Sul e também da América do Norte. O cartaz ambicioso ALGARVE INFORMATIVO #214
conjugou sons e músicos com percursos bastante distintos, tendo começado com a atuação da Ben Wendel Seasons Band, liderada pelo saxofonista, baixista, pianista e compositor canadiano, Ben Wendel. Seguiu-se, no dia 26, uma participação vinda de Buenos Aires, Diego Schissi Quinteto, que trouxe uma fusão de tango e jazz, enquanto que, também originário da Argentina, o Trio Leo Genovese subiu ao palco no dia 27, com o poder hipnótico deste virtuoso pianista. A ele juntou-se, na mesma noite, a cantora e contrabaixista norte-americana Esperanza Spalding. No encerramento da 25.ª edição do Festival Internacional de Jazz de Loulé, a união luso-brasileira fez-se através de um espetáculo conjunto do Trio de Jazz de Loulé e da cantora brasileira Mônica Salmaso .
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EXPOSIÇÃO SOBRE SISMO DE 1969 MOTIVOU ENCONTRO DE MEMÓRIAS E DE FORÇAS DA PROTEÇÃO CIVIL EM ALBUFEIRA Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina 141
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8 DE FEVEREIRO DE 1969: MEMÓRIAS DO SISMO, é o título da exposição inaugurada, no dia 1 de agosto, no Museu Municipal de Arqueologia de Albufeira, que motivou a presença de testemunhos locais, nomeadamente de Victor de Sousa, Arménio Aleluia Martins e Marcos Bila, os dois primeiros na altura correspondentes do Diário de Lisboa e do Diário de Notícias, respetivamente. “Não tenhamos dúvidas, ele vai acontecer”, afirmou, por sua vez, Luís Matias, membro do CERU – Centro Europeu de Riscos Urbanos e professor da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa – Instituto Dom Luiz. A exposição é constituída por 10 painéis com as notícias que saíram na imprensa na ALGARVE INFORMATIVO #214
época e que relatam sobretudo as memórias do sismo, sendo dois desses painéis dedicados ao próprio sismo e à sismicidade de Portugal Continental. Por parte do Museu Municipal de Arqueologia de Albufeira, Idalina Nobre fez uma breve enumeração dos sismos ocorridos no Algarve desde o período romano, salientando nomeadamente uma das ilhas que existia a leste da costa vicentina e que desapareceu. Victor de Sousa lembrou que os maiores danos aconteceram na zona do barlavento, nomeadamente em Fontes dos Louzeiros, pertencente a Silves e em Lagos e Vila dos Bispo. Arménio Aleluia Martins, que na época trabalhava na Faceal – Fábrica de Cerâmica do Algarve, Lda., contou que foram doados pela empresa seis camiões de tijolos para a reconstrução 142
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de edifícios em Vila do Bispo. “Em Albufeira tivemos fissuras nas casas, árvores caídas, alguma destruição na via pública, mas sem registos de gravidade maior. E tivemos muito medo”, recordou Arménio Aleluia Martins, acrescentando que, ao longo de vários dias subsequentes, houve diversas réplicas, de menor magnitude, em toda a região. Marcos Bila, na altura com 14 anos, estudava em Faro e partilhava um quarto com mais dois conterrâneos. Disse recordar-se dessa noite de “gritos, a senhoria da casa estava em pânico, muitas pessoas cheias de medo na rua e todas as pessoas corriam para o exterior”. “Enquanto corriam, eu andava preocupado com os sapatos debaixo da cama”, indicou. A abertura da cerimónia coube ao Presidente da Câmara Municipal de Albufeira, José Carlos Rolo, que se mostrou preocupado face à probabilidade de acontecer novamente um sismo de grande magnitude. “Não podemos pensar que só acontece aos outros. Temos uma Proteção Civil em Albufeira ativa e muito preocupada com a formação que é necessário dar a todos os cidadãos. Estamos em alerta permanente e as pessoas também têm que ter consciência de que, a qualquer altura, imprevisivelmente, um sismo pode acontecer”. Luís Matias, apontando o sismo de 28 de fevereiro de 1969 como o mais grave desde 1900, salientou que a importância desta exposição reside na memória, para ALGARVE INFORMATIVO #214
que não se esqueça e para que promova a sensibilização. Frisando o papel da educação dos cidadãos para esta matéria, o académico apontou ser necessário, e com urgência, aprovar-se o Regulamento de Construção Antissísmica, matéria de que se fala há cerca de uma década. Destaque ainda para a presença do Comandante Abel Gomes, da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, que adiantou que “a resposta operacional está prevista e é atualmente a nossa 144
linha condutora das principais ações, estando previsto quem faz o quê, como e quando”. Referiu haver sismos no Algarve todos os dias e que “um dia, sabemos, temos que agir”. No final das intervenções, a Proteção Civil de Albufeira apresentou um vídeo que tem vindo a divulgar sobre comportamentos a adotar em caso de risco. “Embora não consigamos prever o sismo, podemos minimizar os seus efeitos, identificando antecipadamente as zonas de maior risco, construindo estruturas e edifícios mais resistentes, promovendo a educação para o risco e ações de sensibilização entre a população, elaborar planos de emergência e treinar os comportamentos a adotar antes, durante e depois de um sismo”, referiu Leonor Teixeira, técnica desta estrutura municipal. 145
A exposição já esteve patente em vários concelhos do país e fica agora até 17 de agosto em Albufeira, no Museu Municipal de Arqueologia de Albufeira. Regressará a Albufeira, de 11 a 30 dezembro, para ficar na Biblioteca Municipal Lídia Jorge e na altura serão feitas diversas ações com a comunidade escolar. É da autoria de Luís Matias, membro do CERU e professor da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa – Instituto Dom Luiz, contando com a colaboração de várias pessoas e diversas instituições portuguesas. A iniciativa nasceu no âmbito das atividades desenvolvidas na evocação do sismo de 28 de fevereiro de 1969, por ação do Centro Estudos Riscos Urbanos organizou em colaboração com a Sociedade Portuguesa de Engenharia Sísmica . ALGARVE INFORMATIVO #214
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Do Reboliço #50 Ana Isabel Soares (Professora) ai na rua, focinho rente ao chão, o Reboliço, funga, funga, funga, e, se de baixo não vêm cheiros novos, levanta a cabeça, alteia a ponta negro-borracha do nariz, fareja o ar, e aproveita para ver. Quando o focinho o atrai à terra, tem o passo mais lento e errante: anda aos esses, curva sem esperar, por pouco não esbarra com alguém que passa; se é o ar que o chama, pelo contrário, o passeio fica-lhe direito, mais lesto. Das coisas de que o Reboliço mais gosta, das muitas coisas na vida de que gosta, é ver estendais de roupa a secar ao vento. Abanando, os recém-limpos tecidos atiram ao ar o cheiro a lavado – hoje são perfumes a que ouve chamar exóticos, abaunilhados, a flores desconhecidas, tudo muito apelativo e sintético. Mas já foi o cheiro do sabão azul e branco, ou das barras de Clarim, que se vendiam na mercearia, “Avie-me lá metade de meio quilo, Nita”, e a tia usava uma faca grande, de lâmina alta, que no Verão fendia a barra como se fosse manteiga fora do frio e no Inverno deixava atrás, da força de a enterrar naquele paralelepípedo castanho claro, raspazinhas, pétalas de chocolate debruadas a branco, o cheiro menos mole, quase insuportável de estonteante. A roupa estendida, mesmo quando só a vê, traz ao Reboliço cheiros e lugares como a mercearia do Largo dos Bairros Alegres. Ou o pátio de trás de uma igreja: uma corda esticada entre duas estacas altas, uma terceira, a meio, para evitar que o peso da roupa a faça arrojar no ALGARVE INFORMATIVO #214
chão de terra batida – e o vento a transformar a batina num lençol branco, todo o odor da missa encerrada a libertar-se e a espalhar, pois ali, algum verbo divino. No outro dia reviu a cena em miniatura: passava perto de uma das creches da cidade, lugar de infantário, e viu um extenso estendal, comprido como vira poucos, mas baixinho: ele, que era cão baixote, pondo-se nas patas traseiras teria chegado a tocar no cabo estirado. Estranhou, que os que conhecia eram estendais para pôr a secar grandes lençóis ou toalhas de mesa, cobertores compridos a arejar, ou assim pesadas peças – teriam de ter altura. Ali, não: a corda, que ocupava a largura toda do pátio da creche, estava ao alcance de uma criança pequena. Então, o Reboliço reparou, apesar de não ver ninguém, miúdo nem graúdo: a roupa ainda pingava, acabara de ser disposta. Cada peça estava presa com duas molazinhas, desencontradas de cores: as molas de plástico, que só por si faziam um arco-íris, prendiam musicalmente, para não voarem, uma blusa encarnada ao lado de uma fronha amarelo vivo, dois pares de meias às riscas, um vestido todo ele flores, calças com botões redondos, um casaco de xadrez, saia de retalhos garridos, camisa branquinha, do conjunto de uns calções, uma touca cor de rosa, tudo na fiada alegre de quem, por uma vez, saiu da caixa – roupa de pequenos palhaços, de sabe-se lá quantas bonecas . *Reboliço é o nome de um cão que o meu avô Xico teve, no Moinho Grande. É a partir do seu olhar que aqui escrevo. 148
Foto: Vasco Célio 149
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OPINIÃO
Pronto-a-Despir Adília César (Poeta) Um tipo atípico e, no entanto, cheio de arquétipos. Um sonho das superfícies. Moldável. Serve de moldura. Aproximem-se. O vosso photomaton também cabe aqui. Golgona Anghel
inda o mês de agosto do meu descontentamento. Ano após ano, agosto volta e traz com ele os exageros estilísticos. Claro, o mês dourado da estação veranil serve para os dois lados: o que tem de bom tem de mau, mas não é essa dicotomia que pretendo discutir aqui. E não nos debrucemos sobre legislação em vigor relativamente ao decoro do traje, pois essa matéria é, pela certa, areia movediça… No Algarve, o sol arrebatador implica roupas leves e frescas, adereços coloridos, óculos escuros, chapéus de palha e os clássicos chinelos de enfiar nos pés. Não podemos esquecer os decotes e as transparências para completar a grande onda algarvia da moda. Neste sentido, a moda equilibra-se no fio da bainha e cada pessoa sai à rua exibindo um-estilo-que-nãoé-bem-um-estilo. Observando com atenção, todos podemos ser, afinal, estilistas inovadores, de acordo com as conjugações possíveis ou impossíveis entre peças, imbuídos do espírito crítico de que somos capazes no exercício do direito à liberdade de expressão. No campo traiçoeiro da moda, os homens, de um modo geral, são mais discretos: t-shirt, calção, óculos escuros, chinelos, boné; às vezes descalços, outras de tronco nu. Já as mulheres, seres complexos e de extremo bom ou mau gosto, dependendo do ponto de vista do apreciador com quem se cruzam, são capazes de assumir uma predisposição intrínseca para o ALGARVE INFORMATIVO #214
inusitado, o provocador, o exagerado: a calça branca transparente com a cueca opaca de dimensão reduzida, o vestido tipo lingerie, o short que destapa as nádegas… e muitos outros casos flagrantes com os quais tropeçamos todos os dias, não esquecendo, como é evidente, a indumentária das figuras mais andrógenas; também ao referir o homem e a mulher enquanto sexos diferenciados, não estou a excluir a construção histórico-cultural dos diferentes géneros existentes (o heterossexual masculino e feminino, o homossexual masculino e feminino e o bissexual) e as respetivas correlações com as roupas que envergam… No entanto, o que me interessa agora realçar é que os exageros da arte do vestuário, independentemente dos sujeitos em questão, parecem tão naturais que já ninguém liga: não aquecem nem arrefecem, apesar das temperaturas altas que se fazem sentir. Na praia, dá-se continuidade a este processo descontínuo de estilismo, é o destapa-se-quem-puder: vale tudo, mostra-se todos os possíveis centímetros de pele, para os besuntar de bronzeador e usufruir de um belo escaldão; frequentam-se os cafés e os restaurantes despidos da mesma forma. Outro exemplo caricato é a atitude estilista assumida nas viagens de mota, ao que chamo o-esperar-que-corra-tudo-bem-e-nãose-tenha-um-acidente: usa-se capacete como medida de segurança, mas eles conduzem frequentemente de manga curta, calção e chinelos e elas de vestidinho ou páreo, short 150
e chinelos, o que provavelmente dificultará a protecção dos corpos em caso de queda... Ainda há quem ainda se vista a rigor, tendo em conta peças de vestuário e de calçado cuidadosamente escolhidos para cada ocasião, o que é tão válido como o seu contrário. Por aquilo que tenho observado, há um número considerável de pessoas que não perde tempo a pensar sobre a vestimenta, pois parece que muitos homens e mulheres saem à rua envergando o que estava à mão, o que às vezes é quase nada… Esta atitude, tão frequente nas regiões mais quentes e costeiras como a bela região algarvia, resulta em imagens risíveis que ilustram bem a tese que pretendo defender: o Algarve é um enorme Pronto-a-Despir. E como ponto de partida para a reflexão deixo um exemplo extremo e real, com o qual um amigo se deparou há uns dias, enviando-me a fotografia que captou de um casal em férias no Algarve: um homem descalço e uma mulher de bikini tipo fio dental faziam compras numa grande superfície comercial que se situa ainda longe da praia. Descontracção? Abuso? Anedota? Cada um veste o que quer vestir e ninguém tem nada que ver com isso, ou seja, a crítica alheia não deve ser a bitola do nosso estilo de moda: as necessidades e o gosto pessoais, sim. Além disso, as roupas que cobrem ou descobrem a nudez do corpo são tecidas, em primeiro lugar, com preconceitos e pudores; e também com seda, linho, lã, algodão. As roupas e restantes adereços são um vestuário emocional que nos protege das intempéries meteorológicas e sociais, mas que também 151
nos expõe perante os outros, o que quer dizer que podemos despir as roupas, mas nunca ficamos completamente nus. A nudez é sempre interior. A pele é apenas o contorno do corpo que nos pertence, nu ou vestido, sobre o qual deveríamos ter domínio absoluto, com o devido respeito por nós e pelos outros. Provavelmente, o-estilo-que-não-é-bemum-estilo não é um problema sério para reflexão. O tempo de férias também é o tempo para descontrair: é só sair à rua e soltam-se umas boas gargalhadas à custa das indumentárias alheias! E de mim riem os outros . ALGARVE INFORMATIVO #214
OPINIÃO - Tudo em Particular e Nada em Geral
Na faça case, qué’case consige Carla Serol (Uma Loira Qualquer)
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e há coisa que Loira Qualquer gosta, é de expressões populares que dizem mais que muitas dissertações filosóficas, acerca do comportamento humano perante as mais variadas situações e adversidades. Há uma em particular que eu uso muito, que me foi incutida pela minha mãe, a propósito de uma história que sempre nos contava acerca do enterro do entrudo na sua querida aldeia, que sempre guardou no coração, Ferragudo. É do conhecimento geral que as pessoas de Ferragudo têm um feitiozinho muito caraterístico! Vejamos o nosso Special One, Zé Mário Mourinho, que, à semelhança de Loira Qualquer, detém cinquenta por cento da sua graça hereditária, vinda de Ferragudo! E não tenham dúvidas, que é essa graça genética que o torna naquela pessoa irrascível e de humor quase dissimulado mas tremendamente perspicaz! Não é certamente à base de choco frito! Ora, contava a minha mãe, que por altura do entrudo, na chamada noite do enterro, havia uma senhora que personificava a viúva. Esta caminhava chorosa ao lado do entrudo já defunto, chorando inconsolável com a sua perda. Mas, a seu lado, caminhava um sujeito, oportunista por sinal, que por entre dentes sussurrava à desgraçada: “Na faça case, qué’case consigue! Na faça case, qué’caseconsigue!”, seguindo ao lado da viúva, completamente disposto a ocupar imediatamente o lugar do
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entrudo, acabadinho de se finar, e por quem a desolada viúva tanto chorava! Ora, toda esta história ferragundense reporta-me a outra popular expressão, que retrata o tradicional «Deixa-me cá ser esperto e aproveitar a situação» e que igualmente demonstra domínio sobre o conhecimento do comportamento humano em determinadas ocasiões, e aqui nisto, Skinner, já foste! «Rei morto, Rei posto» é, sem sombra de dúvidas, uma expressão que em apenas quatro palavrinhas diz tanto! E muito… e não é pouco… bastante até! Mas esta expressão não deriva dali da terrinha mais linda do coração, esta vem de lá da Grécia, quando o ambicioso Teseu, nome bonito, consegue derrotar Minos, o grande Rei de Creta. Pronto, também mete água e uma aldeia de casinhas brancas, mas as semelhanças não ficam por aí, pois também como a história da viúva, que mal teve tempo para chorar o seu defunto, e logo um oportunista implacável, decidido a tomar o lugar do outro, sem qualquer tipo de consideração ou respeito, também aqui se revelou! Estas duas histórias têm em comum, para além do ridículo da vontade de construir o que quer que seja sobre as ruínas de outrem, também a descrição da ambição desenfreada para tomar um lugar que não é seu por direito, sem que, em algum momento, tenham sequer tentado colocarse na posição do destronado! 152
Ora, Loira Qualquer fica impertinente perante pessoas que não sabem o seu lugar e muito menos respeitam o dos outros. Teria ficado bem ao sujeito que sussurrava ao ouvido da viúva, em pleno enterro do seu entrudo, respeitar os dias de alegria que este proporcionou à viúva, e a todos na pequena aldeia. Oferecer-se fez parecer que estava em saldo e mais ninguém lhe pegava… provavelmente ninguém pegaria! Igualmente teria sido uma atitude nobre se 153
Teseu, o da história grega, tivesse respeitado o destronado, com classe e apreço, por todo o império que Minos lhe deixou. Mas isto são só divagações de uma Loira, que qualquer dia ainda terá que vos falar de bruxas, inquisição, fogueiras e outras normas tão importantes a respeitar, se não quiserem que um dia, vos sussurrem ao ouvido: Não faças caso, eu fico no teu lugar!. ALGARVE INFORMATIVO #214
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ORÇAMENTO PARTICIPATIVO 2020 DE ALBUFEIRA TEM 250 MIL EUROS PARA DISTRIBUIR PELAS QUATRO FREGUESIAS ão já conhecidos os projetos vencedores da edição de 2020 do Orçamento Participativo (OP) do Município de Albufeira, com uma verba prevista de 250 mil euros, distribuída equitativamente pelas quatro freguesias. Os projetos mais votados foram: Instalação de fontes públicas para pessoas e animais (Freguesia de Albufeira e Olhos de Água (proponente: Lucélia Monteiro | valor: 62 mi e 500 euros | obteve 35 por cento da votação total); requalificação da zona envolvente ao Polidesportivo do FC Ferreiras (Freguesia de Ferreiras proponente: António Colaço | valor: 62 mil e 500 euros | obteve 32 por cento da votação total); requalificação da zona de
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Merendas e Fonte da Guia (Freguesia da Guia - proponente: Cidália Gonçalves | valor: 62 mil e 500 euros | obteve 16 por cento da votação total); e criação de zona de lazer em Paderne (Freguesia de Paderne -proponente: Maria de Jesus Vieira e Jorge Leal | valor: 62 mil e 500 euros | obteve 16 por cento da votação total). O anúncio destes projetos vencedores, cuja votação decorreu entre 1 e 30 de junho deste ano, foi feito pela vicepresidente do Município de Albufeira e responsável pelo Orçamento Participativo, Ana Pífaro, após a inauguração de quatro projetos alusivos aos Orçamentos Participativos de 2016
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e 2017, nomeadamente, o Parque Lúdico da Falésia e Vale Navio, um deles na Falésia e outro em Vale Navio, propostos por Isabel Carvalho, ambos com um orçamento de 53 mil euros. De seguida, foi inaugurada a Requalificação da Estrada dos Salgados, proposta por António Antunes, no valor de 57 mil euros. Por último, e ainda na freguesia da Guia, foi inaugurada a obra de Requalificação do Polidesportivo da Guia (1.ª fase), proposta por Ana Maria Rosa, no valor de 54 mil e 500 mil euros. Já no Salão Nobre e depois da apresentação da evolução da participação dos munícipes nesta iniciativa, José Carlos Rolo começou por salientar que “a participação dos cidadãos na vida pública não se esgota no Orçamento Participativo e nem nas eleições; porém, desde já agradeço a quem tem participado, pois desta forma expressam ativamente o poder democrático, definindo, apresentando e cativando 157
para o Município projetos que são úteis para todos os cidadãos”. O presidente da Câmara Municipal de Albufeira lembrou que, para além das obras agora inauguradas, outras se encontram em curso no âmbito de OP’s anteriores, nomeadamente, o Parque de Estacionamento do Estádio da Nora, em Ferreiras e o Parque Infantil sob a temática da música, na Guia. Para a vereadora responsável pelo OP, “os novos projetos valorizam em muito a vida das pessoas e dão resposta a necessidades concretas quanto à valorização do espaço que é de todos”. Visivelmente satisfeito, o presidente da Assembleia Municipal, Paulo Freitas, deu os parabéns aos albufeirenses e à Câmara Municipal, pois “é uma forma louvável e democrática de defender os projetos necessários ao nosso concelho, de forma livre e transparente” . ALGARVE INFORMATIVO #214
IAGO BEBIANO FOI 6.º NO CAMPEONATO DO MUNDO DE JUNIORES DE CANOAGEM DE VELOCIDADE ago Bebiano, do Kayak Clube Castores do Arade, alcançou, no dia 3 de agosto, o 6.º lugar na final A de K1 200 metros do Campeonato do Mundo de Juniores de Canoagem de Velocidade. Numa final alucinante, onde os oito primeiros classificados ficaram separados por 970 milésimos de segundo, o jovem algarvio registou o tempo de 37,145 segundos, ficando a apenas três décimas da medalha de Ouro e a 238 milésimos de segundo de uma ida ao pódio. Daniel Atkins, da Grã-Bretanha, somou o título mundial ao europeu, que tinha alcançado há três semanas em Racice, na República Checa, numa final onde Iago Bebiano foi medalha de Bronze. O tempo de 36,835 segundos garantiu o Ouro para o britânico à frente do atleta da Alemanha, Tom Maasen, pela margem mínima de 62 milésimos de segundo. O terceiro classificado foi o representante de Espanha, Gabriel Martinez, que registou o tempo de 36,907. Iago Bebiano é o terceiro atleta dos Castores do Arade a alcançar uma final A na distância Olímpica de K1 200 metros em Campeonato do Mundo de Juniores, depois de Diogo Lopes (vice-campeão do mundo em 2013) e Tomás Santos (9.º classificado em 2018), sinónimo do ALGARVE INFORMATIVO #214
excelente trabalho que tem sido feito no Algarve e em particular pelos Castores do Arade, no concelho de Lagoa. A participação do algarvio prossegue nos Mundiais que decorrem em Pitesti, na Roménia, desta feita em tripulação de K4 500 metros, também distância Olímpica, com os seus colegas de equipa Bruno Macedo, Francisco Santos e Tiago Henriques, onde vão tentar o apuramento para a final A, depois de terem alcançado o 8.º lugar no Campeonato da Europa . 158
FOI APROVADO O LANÇAMENTO DO CONCURSO PÚBLICO PARA A CONCEÇÃO DO EDIFÍCIO DE SERVIÇOS DE SAÚDE DE LOULÉ Câmara Municipal de Loulé aprovou por unanimidade, em reunião camarária, o lançamento do concurso público de conceção e posterior ajuste direto do Edifício de Serviços de Saúde da cidade de Loulé. Recorde-se que, de 13 a 27 de junho, decorreu o período de apresentação e votação pública das propostas concorrentes para a conceção do edifício. Foram duas as propostas apresentadas para votação, tendo os cidadãos tido a oportunidade de escolher o projeto da sua preferência através de boletim de voto, sendo esta uma das etapas do processo de escolha da proposta vencedora que teve um peso de 5 por cento na seleção final. Após a aplicação de todos os critérios de seleção, o júri designado para o efeito classificou o concorrente «Bruno André & Francisco Ré, Lda.» em primeiro lugar,
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candidato a quem se propõe a abertura do procedimento de ajuste direto para adjudicação. Projetado num terreno cedido pelo município, junto às atuais instalações do Centro de Saúde de Loulé, este Edifício de Serviços de Saúde será criado de raiz, no âmbito de uma parceria entre a administração central e local. Esta nova unidade irá integrar o agrupamento de Centros de Saúde Central – ACES Central, Unidade de Saúde Familiar Lauroé, Unidade de Cuidados de Saúde na Comunidade - Gentes de Loulé e Centro de Saúde Universitário. A obra representa um investimento na ordem dos três milhões e 700 mil euros, dos quais 65 por cento serão suportados pela Câmara e os outros 35 por cento ficarão a cargo da Administração Regional de Saúde .
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NOITE BRANCA ALGARVE ESTÁ DE REGRESSO A LOULÉ PARA TERMINAR O VERÃO EM BELEZA assados dois anos, a Noite Branca - Algarve está de regresso a Loulé para aquela que é a festa mais aguardada do Verão algarvio. Assim, no dia 31 de agosto, último sábado do mês, a cidade vai pintar-se de branco, com milhares de visitantes esperados e uma animação surpreendente e empolgante como é apanágio deste evento. Quando os relógios marcarem as 20h03, hora do pôr-do-sol, arranca a Noite Branca - Algarve, evento que pretende proporcionar aos visitantes um programa cultural e de animação único e inesquecível, repleto de glamour, mas, acima de tudo, momentos de puro prazer e descontração. O branco é obrigatório e transversal às várias manifestações que ali terão um palco privilegiado, da música à animação de rua, da moda à pintura, do novo circo às artes plásticas, da dança ao teatro.
coletivo ao Verão, ao calor e à boa disposição. Alguns nomes de referência do panorama musical nacional e internacional estarão entre os artistas deste variado programa, mas só no próprio dia serão revelados, porque o fator surpresa é uma das chaves do sucesso da Noite Branca – Algarve. Pelas ruas o ritmo é imparável. Centenas de artistas de rua dão alma e cor aos milhares de visitantes. A decoração das ruas revela-se com o espírito do branco e, neste dia, a imagem da cidade transforma-se por completo: a tradicional e histórica urbe do barrocal algarvio torna-se num palco mágico. E porque este evento tem também um cunho importante em termos de dinamização do comércio, as lojas estão abertas pela noite dentro e engalanadas de branco, com montras decoradas a rigor e os assistentes vestidos a preceito .
O centro da cidade ganha uma nova vida, vestidas de branco e com uma surpresa a cada esquina, apresentando performances em que, por vezes, os visitantes são também protagonistas. A música Chill Out acompanha toda a filosofia do evento e por todos os cantos deste centro urbano ecoam os sons de DJs, bandas e músicos que contribuem para este brinde ALGARVE INFORMATIVO #214
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ALGARVE NATURE FEST PROMOVE TURISMO DE NATUREZA COM ATIVIDADES GRATUITAS aminhadas, passeios de barco, birdwatching, batismo de mergulho e vela, stand up paddle e BTT são algumas das atividades que fazem parte do Algarve Nature Fest, um festival inteiramente dedicado ao turismo de natureza, promovido pela Região de Turismo do Algarve, em parceria com o município de Olhão, que acontece, nos dias 21 e 22 de setembro, no Passeio Ribeirinho de Olhão. «Trata a natureza por tu» é a assinatura deste evento que conta com dezenas de experiências no mar, na ria ou em terra para adultos e crianças, todas gratuitas, algumas com inscrição prévia obrigatória. Além do programa principal, há ainda um conjunto de atividades complementares para todos os que passarem pela área de animação e exposição implantada no Passeio Ribeirinho de Olhão. O Algarve Nature Fest pretende promover os encantos naturais da região, mas também sensibilizar os participantes para a importância da proteção e conservação da diversidade biológica e paisagística da região algarvia. Por isso mesmo, no dia 21 de manhã haverá uma iniciativa no mercadinho de produtores do Mercado Municipal de Olhão, que apelará à redução do uso do plástico através da oferta de sacos de compras reutilizáveis aos visitantes. 161
O evento, que é uma evolução do conceito da Algarve Nature Week, apresenta-se nesta edição com embaixadores muito especiais: Nuno Markl, Vasco Palmeirim e Joana Schenker, que protagonizam o filme promocional que leva a dupla de apresentadores e a campeã mundial de bodyboard numa aventura humorística pela natureza do Algarve. “O Algarve Nature Fest insere-se num conjunto de projetos que a RTA tem vindo a organizar e apoiar nos últimos anos, de forma a afirmar a região noutras áreas de interesse, a alterar perfis de consumo e a distribuir a procura ao longo do ano e do território. Trata-se de uma aposta clara no produto de turismo de natureza para quem quer desfrutar tranquilamente do contacto com o mundo natural algarvio”, afirma o presidente da RTA, João Fernandes . ALGARVE INFORMATIVO #214
JARDIM DO LARGO DA REPÚBLICA, EM SILVES, ESTÁ A SER REQUALIFICADO
empreitada de requalificação do Jardim do Largo da República, na cidade de Silves, decorre desde o início de maio do corrente, sendo de 14 meses o prazo previsto de execução. O investimento ascende a um milhão, 873 mil e 990,05 euros, beneficiando de apoio financeiro da União Europeia através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) no montante de 557 mil e 795,25 euros. A empreitada de obras públicas consiste na promoção da requalificação paisagística e funcional do Jardim da República, contemplando espaços verdes, pavimento, remodelação integral das infraestruturas das redes de abastecimento de água, saneamento e águas pluviais (dimensionadas para a escala da cidade), iluminação pública, telecomunicações, mobiliário urbano (abrigo de paragem, bancos e mesas de piquenique, estacionamento de bicicletas, papeleiras, bebedouros, ilha ecológica), criação de elemento de água com nebulizadores, ALGARVE INFORMATIVO #214
construção de edifício com cafetaria, sanitários de uso público e esplanada com sombreamento. Nas soluções técnicas adotadas optou-se por uma abordagem contemporânea, de promoção do recreio e lazer, funcionalmente acolhedora e acessível a todos, em simultâneo com a manutenção da memória do jardim através da preservação de elementos caraterizadores (presença de água, árvores de grande porte, variedade florística) e da estrutura base do jardim (eixos longitudinais, simetrias e alinhamentos arbóreos). As luminárias existentes no interior do Jardim, porque constituem elementos marcantes da imagem e história do espaço, serão recuperadas e relocalizadas na zona poente, assim como o bebedouro existente que será também relocalizado. O espaço do jardim permanecerá estruturado em três zonas distintas: Alameda das Árvores - lado poente (espaço mais aberto); Praça Central (receção de eventos, concertos, feiras, exposições); e Jardim do Fresco - lado nascente (área com carácter mais intimista e romântico). Manter-se-ão os alinhamentos arbóreos existentes por constituírem um dos elementos estruturais e caraterizadores do atual espaço. A plantação de árvores, arbustos e herbáceas em número considerável assegurará a componente fundamental dos espaços verdes . 162
CÂMARA DE VILA DO BISPO MELHORA CONDIÇÕES DE TRABALHO DOS PESCADORES DA SALEMA om o intuito de substituir os antigos e já degradados módulos pré-fabricados de apoio aos pescadores da Salema, a Câmara Municipal de Vila do Bispo procedeu à aquisição de dez novos módulos e dez contentores pelo valor total de 99 mil e 433,20 euros. Os módulos e os contentores destinam-se à arrecadação de artefactos de pesca e contribuirão para melhorar as condições de trabalho dos profissionais daquele setor. Depois da assinatura dos respetivos contratos de cedência para a utilização dos
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módulos pré-fabricados e dos contentores, no dia 25 de julho, os nove pescadores da Salema receberam as chaves dos mesmos, das mãos do presidente da Câmara Municipal, Adelino Soares. A medida visa promover e apoiar o desenvolvimento de atividades económicas existentes no concelho, reconhecendo assim o interesse público no apoio às atividades ligadas à pesca profissional, à promoção dos produtos de pesca e à sua divulgação, bem como melhorar a imagem da zona urbana daquela localidade .
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DIRETOR: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina (danielpina@sapo.pt) CPJ 3924 Telefone: 919 266 930 EDITOR: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina Rua Estrada de Faro, Vivenda Tomizé, N.º 12P, 8135-157 Almancil SEDE DA REDAÇÃO: Rua Estrada de Faro, Vivenda Tomizé, N.º 12P, 8135-157 Almancil Email: algarveinformativo@sapo.pt Web: www.algarveinformativo.blogspot.pt PROPRIETÁRIO: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina Contribuinte N.º 211192279 Registado na Entidade Reguladora para a Comunicação Social com o nº 126782 PERIODICIDADE: Semanal CONCEÇÃO GRÁFICA E PAGINAÇÃO: Daniel Pina FOTO DE CAPA: Daniel Pina A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista regional generalista, pluralista, independente e vocacionada para a divulgação das boas práticas e histórias positivas que têm lugar na região do Algarve. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista independente de quaisquer poderes políticos, económicos, sociais, religiosos ou culturais, defendendo esse espírito de independência também em relação aos seus próprios anunciantes e colaboradores. A ALGARVE INFORMATIVO promove o acesso livre dos seus leitores à informação e defende ativamente a liberdade de expressão. A ALGARVE INFORMATIVO defende igualmente as causas da cidadania, das liberdades fundamentais e da democracia, de um ambiente saudável e sustentável, da língua portuguesa, do incitamento à participação da sociedade civil na resolução dos problemas da comunidade, concedendo voz a todas as correntes, nunca perdendo nem renunciando à capacidade de crítica. A ALGARVE INFORMATIVO rege-se pelos princípios da deontologia dos jornalistas e da ética profissional, pelo que afirma que quaisquer leis limitadoras da liberdade de expressão terão sempre a firme oposição desta revista e dos seus profissionais. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista feita por jornalistas profissionais e não um simples recetáculo de notas de imprensa e informações oficiais, optando preferencialmente por entrevistas e reportagens da sua própria responsabilidade, mesmo que, para tal, incorra em custos acrescidos de produção dos seus conteúdos. A ALGARVE INFORMATIVO rege-se pelo princípio da objetividade e da independência no que diz respeito aos seus conteúdos noticiosos em todos os suportes. As suas notícias narram, relacionam e analisam os factos, para cujo apuramento serão ouvidas as diversas partes envolvidas. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista tolerante e aberta a todas as opiniões, embora se reserve o direito de não publicar opiniões que considere ofensivas. A opinião publicada será sempre assinada por quem a produz, sejam jornalistas da Algarve Informativo ou colunistas externos. ALGARVE INFORMATIVO #214
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