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ALGARVE INFORMATIVO Revista semanal - 24 de agosto, 2019
DANCENEMA APRESENTA AQUALUDIS | ASSOCIAÇÃO SOUL | FESTIVAL SOU QUARTEIRA 1 ALGARVE INFORMATIVO #216 BONNIE TYLER LEVOU ALBUFEIRA AO RUBRO | XUTOS & PONTAPÉS EM GRANDE FORMA
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CONTEÚDOS #216 24 DE AGOSTO, 2019 52
HISTÓRIAS 14 - «Um Pingo de Consciência» 24 - FATACIL de Lagoa 40 - Blaya 52 - Associação SOUL 64 - Festival Sou Quarteira 82 - Festas em Honra de Nossa Senhora dos Mártires 92 - Xutos & Pontapés 106 - Bonnie Tyler em Albufeira 114 - Dancenema apresenta «Aqualudis» em Portimão 134 - Dia do Município de Albufeira 144 - Antevisão da VII Feira da Dieta Mediterrânica de Tavira
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OPINIÃO 124 - Ana Isabel Soares 126 - Adília César 128 - Carla Serol 130 - David Martins ALGARVE INFORMATIVO #216
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“UM PINGO DE CONSCIÊNCIA FAZ UM OCEANO DE DIFERENÇA”, SENSIBILIZA A «ÁGUAS DO ALGARVE» Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina
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oi para o terreno, mais concretamente para 14 praias do Algarve, no dia 23 de agosto, a nova campanha de sensibilização da «Águas do Algarve», «Água com um Pingo de Consciência», porque há que continuar a valorizar um bem fundamental à vida humana, ainda mais numa altura em que as disponibilidades hídricas estão muito abaixo do que seria desejável. Por isso, conforme explica Teresa Fernandes, responsável pela Comunicação e Educação Ambiental da empresa, “existe um trabalho diário, quer em termos técnicos como humanos, para garantir que a água que chega a casa dos consumidores é de excelente qualidade”. “Temos a enorme responsabilidade de fornecer água, em qualidade e quantidade, ao longo de todo o ano, não só à população residente (cerca de 490 mil habitantes), mas também à população flutuante. Isso leva-nos a apostar fortemente na educação ambiental, porque a água é o nosso maior bem”, enfatiza. Com Portugal a viver um período de seca, esta consciencialização torna-se ainda mais premente, mesmo que a água continue a correr sem percalços nas torneiras dos portugueses. “Contudo, há que preservar e usar corretamente a água, pelo que o nosso grande desafio é fazer com que o simples ato de abrir uma torneira seja valorizado, que o consumidor tenha consciência do valor da água e da importância de abandonar hábitos de desperdício”, indica Teresa Fernandes, reportando-se a pequenos gestos do dia-a-dia que podem, efetivamente, fazer toda a diferença. “Há ALGARVE INFORMATIVO #216
pessoas que possuem redutores de caudais nas torneiras, mas a maior parte delas não tem noção do que realmente se gasta nos duches, na lavagem dos dentes e da louça, até nos autoclismos, que normalmente já têm dois botões de descarga. Inclusivamente, em serviços de uso público, por exemplo vê-se tanto desperdício nas casas-de-banho por falta de uma manutenção mais adequada dos equipamentos. Parece que não é nada, mas, ao final do mês, a quantidade de água que se desperdiça é tremenda”, avisa. “Há quem tenha o hábito, por exemplo, de lavar a louça antes de a colocar na máquina, quando basta ter o cuidado de raspar bem os pratos com uma esponja húmida. Não é necessário gastar água a dobrar, e tantas vezes de torneira aberta”, acrescenta. A intenção da «Águas do Algarve» é demonstrar que as pessoas podem continuar a realizar as suas normais tarefas diárias, mas de uma forma mais consciente e sustentável, regando, por exemplo, os seus jardins à noite, altura em que as plantas até absorvem mais facilmente a água por esta não estar sujeita à evaporação gerada pelo calor do sol. Mas estes hábitos mais consumistas vão acontecendo porque, na hora da verdade, a água que sai da torneira dos portugueses até nem é assim tão cara como se possa pensar. “A questão é que, associada à fatura da água, existem outras despesas que tornam a conta final mais elevada, mas mesmo assim não existe essa sensibilidade para a redução do consumo. Continuamos a ouvir as 16
pessoas dizerem que não sabem o que podem fazer para atenuar esta situação, pelo que estas campanhas são fundamentais. Porque, se a água faltar, o que é que vamos fazer? Neste momento há água a correr na torneira, 24 horas por dia, sem quaisquer problemas, mas, se este cenário de seca se prolongar, conseguimos imaginar sequer um dia sem água?”, questiona Teresa Fernandes, preocupada. Faltar água que era uma realidade sentida no Algarve, nomeadamente durante o Verão, ainda no final do século 17
passado, confirma a entrevistada. “Tivemos as Águas do Sotavento e do Barlavento Algarvio, criadas em 1994 e 1995, e depois a «Águas do Algarve», em 2000, que veio regularizar o fornecimento da água na região. O abastecimento era feito, até então, a partir das captações subterrâneas e a falta de água de qualidade e em quantidade era fator limitativo para o próprio desenvolvimento do Algarve”, lembra Teresa Fernandes. O problema foi ultrapassado, mas não totalmente eliminado, como se verificou aquando da grande seca verificada em 2004 e ALGARVE INFORMATIVO #216
2005. “Foi com muita dificuldade que conseguimos manter o abastecimento de água à população, em qualidade e quantidade, e ganhámos inclusivamente um prémio nacional devido ao trabalho desenvolvido na época. Nessa altura avançou-se para o investimento da construção da Barragem de Odelouca, uma das principais origens de captação de água no Algarve e que nos permite garantir, com maior tranquilidade, o abastecimento à população”.
REUTILIZAR, DIMINUIR PERDAS E ESTUDAR ALTERNATIVAS Os níveis nas Barragens de Odelouca e Odeleite/Beliche estão abaixo do desejável, o que até pode parecer natural por estarmos no Verão. O problema é que não é garantido que o Outono e Inverno tragam consigo a tão necessária chuva para restabelecer a normalidade, porque o normal ciclo das estações do ano deixou de ALGARVE INFORMATIVO #216
fazer sentido no mundo em que vivemos. “Seja por causa das alterações climáticas ou não – porque há muitas pessoas que continuam a achar que isso são fake news – os dados demonstram, sem margem para dúvidas, que a pluviosidade tem vindo a diminuir nos últimos anos e surge até em alturas em que não é esperada. A realidade é que a Barragem de Odeleite/Beliche está, neste momento, com cerca de 40 por cento da sua disponibilidade total e a Barragem de Odelouca está com um volume útil abaixo dos 30 por cento. Claro que temos ainda as captações subterrâneas, sendo que a «Águas do Algarve» efetua uma gestão muito criteriosa de todas as origens de forma a dar maior resiliência a todo o processo de abastecimento, contudo, esta variabilidade preocupa-nos”, admite Teresa Fernandes. Compreende-se, deste modo, o forte investimento realizado todos os anos, e 18
de forma contínua, pela «Águas do Algarve» na educação ambiental, para a necessidade de se poupar água, porque, se não chover, a situação pode tornar-se muito mais séria, uma vez que não existem grandes fontes alternativas que possam ser aplicadas no curto prazo. “A «Águas do Algarve», em conjunto com a «Águas de Portugal» e o Ministério do Ambiente, tem vindo a desenvolver estudos na área da reutilização da água
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proveniente das ETAR, para rega em campos de golfes ou outros espaços públicos. A dessalinização é outra linha de investigação em que estamos a investir para atestar da sua viabilidade, sendo que não se tratam apenas dos custos financeiros. Há que perceber, por exemplo, o que se vai depois fazer ao sal que se vai retirar da água, é um resíduo que terá os seus impactos ambientais”, esclarece Teresa Fernandes. Minimizar as perdas de água é outro caminho que é imperativo trilhar, uma vez que existem municípios onde elas são avultadas, não apenas no Algarve, mas em todo o país e mesmo a nível internacional. “Há grandes quantidades de água que não são utilizadas e que, caso não fossem desperdiçadas, nos permitiriam
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manter reservas adequadas essencialmente em períodos de seca”, alerta a entrevistada. “Sabemos que isso implica grandes investimentos financeiros, mas têm que ser feitos, porque sem água não podemos viver. E a prova disso é o facto desta campanha contar com um vasto leque de parceiros, desde a AMAL e CCDR Algarve à Universidade do Algarve, da Administração Regional de Saúde do Algarve à DECO, da Região de Turismo do Algarve ao Instituto Português do Desporto e Juventude, da Associação Bandeira Azul à Associação de Hoteleiros de Vilamoura e Quarteira, e muitos outros”. O objetivo é chegar ao maior número de pessoas num esforço concertado, contemplando igualmente uma ação de sensibilização que vai percorrer 14 praias do Algarve com um conjunto de atividades lúdicas. “Nas praias encontramos
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pessoas de todas as idades e provenientes de vários pontos do país com as quais se gera uma interação muito interessante e positiva. Vão existir espaços onde os veraneantes se podem servir de água da torneira fresquinha; uma Roda da Sorte com perguntas alusivas ao tema, com música e distribuição de prémios; medições do grau de hidratação; zonas de karaoke e de selfies onde se incentiva o uso da água com um pingo de consciência e também se sensibiliza para a problemática do plástico”, adianta Teresa Fernandes. “A necessidade de se poupar deve estar na nossa mente 365 dias por ano, independentemente de haver ou não seca. Se a água é fundamental à vida e se o ser humano é suposto ser inteligente, porque razão é que a estamos a usar mal? É algo que não se entende”, desabafa a entrevistada em final de conversa .
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À 40.ª EDIÇÃO, A FATACIL COMPROVA QUE CONTINUA CHEIA DE FORÇA E DINAMISMO Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina ALGARVE ALGARVE INFORMATIVO INFORMATIVO #216 #216
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abertura da 40.ª FATACIL, em Lagoa, no dia 16 de agosto, teve como convidado especial o Ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Luís Capoulas Santos, e foi perante o governante que o Presidente da Câmara Municipal de Lagoa, Luís Encarnação, afirmou que o certame atravessava um dos seus momentos de maior fulgor. “Agradeço a todos aqueles que desde junho de 1980 nos ajudaram a chegar até aqui. Um agradecimento aos muitos lagoenses, que direta ou indiretamente ao longo destas 40 edições contribuíram para que a feira abrisse sempre a tempo, em especial aos trabalhadores da Câmara Municipal de Lagoa, que desde ALGARVE INFORMATIVO #216
que autarquia assumiu a organização da FATACIL dão o melhor de si, vestem literalmente a camisola da FATACIL, para que ano após ano seja possível alcançar o desígnio que nos orienta, o de fazer a cada ano a melhor FATACIL de sempre”, enfatizou na ocasião o edil. O Ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural demonstrou grande honra em regressar à FATACIL num contexto institucional, garantindo que tem acompanhado com atenção este acontecimento regional, mas que merece sempre destaque por todo o país. “É uma mostra que representa o dinamismo de um concelho e de uma região, onde se concentram diversas atividades económicas, e onde a agricultura, que esteve na sua génese, 26
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continua a ter um papel importante. Este é um certame que se afirma cada vez mais, que tem mais expositores, que tem uma mostra mais diversificada e que atrai mais visitantes, num clima de confiança”, salientou Capoulas Santos. Considerada a «rainha» do Artesanato, Turismo, Agricultura, Comércio e Indústria, já que o seu efeito disseminador vai além das fronteiras de Lagoa ou do Algarve, a 40.ª edição da FATACIL confirmou a aposta de reinvenção permanente, em busca de novos públicos para que continue a contar com um futuro de sucesso, sem esquecer as suas origens e tradições. E foi com um recinto cheio e ao som dos Xutos e Pontapés, que também completam o seu 40.º aniversário, que arrancou o primeiro de dez concertos do certame que terminava a 25 de agosto. Seguiram-se os Calema e os Wet Bed Gang, grupo composto por quatro cantores e rappers portugueses – Kroa, ALGARVE INFORMATIVO #216
Zara G, Gson e Zizzy Jr. – cujo repertório mistura o hip-hop tuga e que bateu todos os recordes de assistência até à altura, com cerca de 25 mil espetadores. Virado o fim-de-semana, pelo palco principal da FATACIL passaram ainda João Pedro Pais, Matias Damásio, Quim Barreiros, Blaya, Jorge Palma, Mariza com a Orquestra Clássica do Sul e Richie Campbell. Mas também o setor equestre esteve em grande destaque, com particular realce para o espetáculo «Paco Martos Horse Show», com estreia absoluta em Portugal, no dia 21, e a Noite Ibérica, a 22 de agosto. De resto, não faltou animação permanente no recinto e no espaço «Amar a Terra», bem como muitos e muitos artesãos a trabalharem ao vivo e a demonstrarem que as suas artes e saberes respiram vitalidade e seduzem os visitantes, nacionais e estrangeiros . 28
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BLAYA LEVOU LAGOA À LOUCURA Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina
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inguém para, de facto, Blaya, e se dúvidas existissem, ficaram todas dissipadas no extraordinário concerto que a cantora e MC luso-brasileira deu, no dia 22 de agosto, na FATACIL de Lagoa. Um mar de gente encheu o relvado do recinto, não apenas adolescentes, como se poderia imaginar, mas fãs de todas as idades, pais ALGARVE INFORMATIVO #216
e filhos a cantar e a dançar de braços no ar, ou, às vezes, com os pais de mãos nos ouvidos dos rebentos para eles não escutarem as palavras mais «adultas» que disparava Blaya. Mas a cantora, de sorriso nos lábios, lá deixava escapar: “No meu concerto não há problema em dizer, fora daqui não!”. E, por muito que os mais púdicos reclamem, a verdade é que este género de música não seria o mesmo sem um ou outro palavrão. 42
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Blaya segue, sem dúvida, de vento em popa, mas a verdade é que iniciou a sua atividade musical em 2001. Foi, contudo, em 2008, que começou a dar mais nas vistas, quando se juntou aos Buraka Som Sistema, uma parceria de sucesso que durou até 2016, ano em que o grupo decidiu fazer uma pausa. Pausas que vão sendo frequentes em várias bandas, seja em Portugal ou por esse mundo fora, quando um ou outro elemento assume um protagonismo tal que quase que é «obrigado» a investir numa carreira a solo. E assim aconteceu com Blaya, que já tinha lançado o seu primeiro EP em 2013, com seis temas originais e dois remixes. E «Superfresh», cujo videoclipe conta com a participação de Agir, DJ Cruzfader e V 45
Unik, deixou logo antever o que estaria para vir. Confirmada a pausa dos Buraka Som Sistema, Blaya avançou com um canal no YouTube, «Late Night Blaya», e em março de 2018 lançou o single «Faz Gostoso». Foi um sucesso instantâneo, com a música a ficar cinco semanas no top nacional de singles, ao passo que o videoclipe somava milhões atrás de milhões de visualizações no You Tube. E Blaya continuou a reforçar esta vertente de «conselheira sexual», editando, em julho do ano passado, um livro de contos eróticos dirigido ao público feminino, com o nome de «Mulheres, Sexo e Manias». ALGARVE INFORMATIVO #216
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A artista multifacetada não abrandou o ritmo, em setembro de 2018 manda para o mercado os singles «Má Vida» e «Vem na Vibe», bem como os respetivos videoclipes, sempre sedutores e cheios de chama, o que lhe valeu a nomeação para o prémio «Best Portuguese Act» de 2018, que seria vencido por Diogo Piçarra. Novo EP vê a luz do dia em novembro de 2018, «Eu Avisei», com o videoclip a tornar-se viral num instante. Um registo discográfico onde se incluem igualmente os sucessos «Dilema», «Primeira Batida» e «Sabes». E 47
a verdade é que realmente toda a gente «sabe» as letras das canções de Blaya, como se constatou no espetáculo da FATACIL. Um concerto tremendamente rico em termos visuais, com elementos pirotécnicos, muito fumo, um jogo de luzes alucinante, os confetes a dispararem regularmente para delírio da multidão. Uma multidão aos pulos, miúdos e graúdos, ninguém arredou pé até finalizar a atuação de Blaya, que saiu de Lagoa de coração cheio perante tal receção . ALGARVE INFORMATIVO #216
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“A SOUL É MUITO MAIS DO QUE UMA ESCOLA DE DANÇA, É UMA VERDADEIRA FAMÍLIA”, GARANTE MARINA DUARTE Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina
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Município de Albufeira reconheceu recentemente a importância e o mérito da Associação SOUL, uma academia de dança de temáticas urbanas que chegou ao pódio do concurso «Vive tu Sueno», em Itália, competindo contra mais de 700 jovens. E mais seis elementos têm já lugar garantido no «Arte sem Fronteiras» em solos e duos, a disputar-se em Praga, em novembro. E tudo começou, há cerca de 16 anos, pelas mãos de Marina Duarte, apenas para realizar uma performance por ocasião das Festas da Nossa Senhora da Orada, conforme nos contou a empresária hoteleira à conversa no Pavilhão Municipal de Albufeira. “De repente tínhamos 300 jovens, nem sabíamos bem o que fazer, sugeriram-nos criar uma associação e nunca mais conseguimos parar. Tem sido uma caminhada bastante gratificante, como é óbvio, mas também houve momentos complicados. Felizmente que seguimos em frente e nunca perdemos o espírito com o qual começamos”, declara. A matéria-prima da SOUL chega sobretudo de Albufeira, mas também há jovens provenientes de outros pontos do concelho e da região, meninos e meninas dos seis aos 27 anos, os mais velhos «sobreviventes» dos primeiros tempos da associação. Sobreviventes porque Albufeira continua a padecer de um sério problema para quem sonha seguir uma carreira nas artes, admite a entrevistada. “Aos 18 anos os jovens têm de ir para as universidades, o que os obriga a sair do concelho. Mas muitos deles regressam ALGARVE INFORMATIVO #216
depois de concluírem os seus estudos, aliás, todos os nossos professores são antigos alunos da SOUL”, indica, adiantando que, neste momento, a escola possui quatro professores a tempo inteiro, mais dois alunos que estão a preparar-se para dar o salto, a que se juntam depois os formadores externos. Quanto a alunos, são oito grupos que totalizam mais de 100 dançarinos de hip-hop, que é constituído por 11 estilos bem diferentes, tendências que nascem e proliferam a partir das ruas, desde o old school à new school, do popping, locking e b-boy ao house, afro, street jazz, dance hall. E depressa o espetador atento se apercebe de quem realmente ama, respira e sente o hip-hop, ou quem simplesmente é bom a executar os movimentos e as coreografias, mas não 54
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Fotografia: SOUL é apaixonado pelo hip-hop. “Temos situações de pais que querem ir passear no fim-de-semana, fazer alguma coisa em família, mas os filhos não querem faltar aos ensaios, atuações ou concursos. Para estas crianças, o hip-hop está em primeiro lugar, a par da escola, e os pais são «arrastados». Há uns tempos uma rapariga que faz parte de um grupo de competição partiu o braço, fartou-se de chorar porque tinha uma prova, e pediu à mãe para tirar o gesso um dia antes para poder participar no campeonato”, relata Marina Duarte, de sorriso nos lábios. Mais do que uma atividade extracurricular, o hip-hop é uma autêntica paixão para estes jovens e, ao contrário do que se possa pensar, até tem claros benefícios para a vertente académica, assegura a líder da SOUL. “São crianças muito compenetradas, atentas à parte ALGARVE INFORMATIVO #216
física e emocional, bastante «grandes» na componente mental e responsáveis. Não faltam porque sabem que isso vai prejudicar o grupo, porque as posições e as deslocações estão feitas a pensar no coletivo. E nem é uma tecla em que tenhamos que bater com insistência, porque os mais novos apercebem-se de todas estas dinâmicas ao observar os mais crescidos. Nas classes iniciais há miúdos totalmente indisciplinados quando para aqui entram, mas num instante criam os seus ídolos e compreendem o que têm que fazer para atingir o mesmo nível”, sublinha Marina Duarte. “Há crianças que vêm apenas por uma questão lúdica, pela vertente física, porque se sentem bem a dançar. Há outras que realmente querem muito mais do que isso, que têm outras aspirações”. 56
Depois, há alunos que nasceram para a dança e que evoluem depressa, outros têm que se esforçar mais para atingir o mesmo patamar, confirma Marina Duarte, acrescentando que são vários os fatores que contribuem para o sucesso de um grupo de competição. “É preciso trabalhar-se dentro e fora dos ensaios, ser-se disciplinado, preocupar-se com os colegas. Podem dançar muito bem, mas, se faltarem as outras componentes, não conseguem acompanhar o grupo. Somos bastante seletos e exigimos uma determinada postura para se ir às competições e, quem deseja verdadeiramente isso, segue esse caminho com naturalidade”, salienta. E, conforme se observa, a idade não é o mais importante para se pertencer a um grupo de competição. “Há provas onde existem escalões etários, mas podem entrar nos grupos elementos com idades inferiores. E não hesitamos em fazer isso quando 57
são uma mais-valia para o coletivo”, aponta Marina.
UMA PASSAGEM ÚNICA, UMA EXPERIÊNCIA INESQUECÍVEL Há 16 anos a ver crescer a SOUL e os seus bailarinos, Marina Duarte garante ser muito engraçado acompanhar a vivência e dinâmica de jovens de idades diferentes, cada um com os seus gostos e preferências, desde os «grandes» aos «pequenos». “As grandes estão connosco há sete ou oito anos e nem precisamos falar com elas. Dominam as coreografias e, quando há elementos que precisam de mais ajuda, dão-lhes um enorme apoio, o que faz com que os pequenos se sintam em casa. Este ano entendemos que havia um grupo de kids que estava à altura dos avançados e juntamos os ALGARVE INFORMATIVO #216
dois. A dada altura, durante as aulas técnicas, achamos que os pequeninos se tinham «perdido» um pouco e perguntamos-lhes se queriam ter formação à parte. Eles sentiam-se abafados, mas estavam felizes por pertencerem ao grupo dos grandes, e passaram a ter aulas dos kids, dos avançados e da parte técnica, vinham todos os dias às aulas”, relata a diretora do SOUL. Estamos, assim, perante uma família com imensos irmãos mais velhos e irmãos mais novos, onde uns puxam pelos outros, a bem do coletivo. E nem os pais dos alunos ficam indiferentes à magia desta família, tantos são os dias e noites que passam no seio da SOUL. “Rendem-se às evidências e entram no espírito da coisa, porque veem que os filhos estão felizes, que a dança lhes dá um enorme prazer”, justifica a entrevistada, não escondendo a ALGARVE INFORMATIVO #216
satisfação por ver jovens da associação a singrar na dança em termos profissionais. “Há quem vá para escolas superiores de dança; há quem tire uma licenciatura noutra área qualquer, sem nunca deixarem de dançar; há quem faça uma pausa durante a universidade e depois regresse à dança. Há situações de técnicos de alto calibre, antigos alunos da escola que partiram para outros destinos por motivos profissionais e, quando voltam a Albufeira de férias, perguntam logo se precisamos de ajuda para alguma coisa, de apoio nos espetáculos. Penso que isso acontece porque a SOUL nunca se afastou da sua base espiritual, de ordem, alegria, amor, música e dança. Não impomos nada, queremos que esta seja uma passagem única para os nossos alunos, uma experiência inesquecível. Fiz parte de um grupo de jovens e nunca 58
mais me esqueci do que me aconteceu nessa fase da minha vida. A SOUL não é apenas a dança, é uma vivência que fica nas nossas almas”, acredita Marina Duarte. Mais de década e meia de existência, alunos que entram na escola miúdos e dela saem como adultos, crescem, têm filhos e metem-nos na SOUL, de tudo isto fala a diretora de olhos a brilhar. “É incrível ver a evolução deles como pessoas e seres humanos e perceber que foi fundamental terem passado por esta escola. O que me importa mais são os valores com que saem da SOUL, tudo o resto vem por acréscimo”, salienta, defendendo que uma associação não deve render-se aos interesses económicos, nem contrariar o seu ADN. “Só alguém que tenha sido SOUL é que pode dar continuidade a este projeto quando eu decidir retirar-me. Temos sido muito bem recebidos por toda a gente, enchemos sempre as salas,
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até estrangeiros que não sabemos quem são. A população conhece a SOUL e o trabalho que fazemos, temos dificuldades como todas as associações, mas todo o dinheiro que angariamos nos espetáculos é para os miúdos e para gratificar os professores. Conseguimos que os alunos fossem à competição de Roma sem encargos adicionais para os pais e estamos a tentar fazer o mesmo na ida a Praga. E há famílias que não têm possibilidade de pagar as mensalidades e oferecemos bolsas às crianças”, destaca Marina Duarte, deixando ainda um alerta: “Estamos a lidar com crianças e jovens e tudo o que fizermos de errado vai acompanhá-los para o resto das vidas. Todos somos seres humanos com coisas boas e más, mas quando uma associação se torna num negócio, perde a sua essência e deixa de funcionar” .
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Fotografia: SOUL
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PASSEIO DAS DUNAS ESTEVE AO RUBRO COM O FESTIVAL «SOU QUARTEIRA» Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina e Irina Kuptsova
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epois do ano zero em 2018, o Movimento Sou Quarteira voltou a trazer música a esta cidade costeira do concelho de Loulé, mais concretamente ao requalificado Passeio das Dunas, nos dias 16 e 17 de agosto, com artistas de renome nacional e internacional como Allen Halloween, Branko, Eva Rap Diva, Jimmy P, Kojey Radical, M.D.A & Maskarilha, Mayra Andrade, Mina & Bryte, Mishlawi, Mundo Segundo & Sam The Kid, PEDRO, Perigo Público & Sickonce, Plutónio, Sacik Brow & Fragas, Dj Adamm, Dj Big, Dj Kwan e Progressivu a tomarem conta do palco. Do hip-hop ao afro, a música urbana reinou em Quarteira e o recinto esteve muito bem composto nas duas noites, com um público de diferentes faixas etárias que teve oportunidade de ALGARVE INFORMATIVO #216
conhecer novos talentos, mas também de reencontrar artistas de renome e créditos firmados. Milhares de pessoas participaram, deste modo, neste momento de consagração, convívio e confraternização do Movimento Sou Quarteira, que não se resume apenas à música. De facto, no dia 11 de agosto já tinha sido inaugurada a exposição «Heróis», patente nas ruas da cidade de Quarteira. Na ocasião foi igualmente lançado um livro sobre esta iniciativa e, no dia 14, foi a vez de se assistir à estreia, no Calçadão de Quarteira, de um documentário sobre os quarteirenses. Um movimento que une quatro jovens locais – Dino D’Santiago, Inês Oliveira, Miguel Jacinto e Naomi Guerreiro – que pretendem mostrar o que de melhor Quarteira tem para 66
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oferecer, para além da praia e da gastronomia. “É um movimento de desenvolvimento social e cultural para a cidade que tem vários objetivos, logo a começar por revelar a verdadeira identidade de Quarteira. É uma terra que sofreu muitas transformações ao longo dos anos, após o 25 de Abril, com o fenómeno da construção civil, as comunidades estrangeiras que chegaram à cidade e a exploração turística”, referira Miguel Jacinto dias antes do Festival. Miguel Jacinto recordou que nos anos 90 se desenvolveu um movimento importante do punk/rock em Quarteira, depois foi o hip-hop, pelo que a música sempre esteve muito presente na vida da freguesia. “É esta dimensão cultural e social bastante interessante que a maior parte das pessoas desconhece e que queremos valorizar e aproveitar para criar projetos
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com real impacto social sobre as novas gerações”, explicou Miguel Jacinto, avisando, porém, que os objetivos do «Sou Quarteira» não se alcançam num ano ou dois. “Há um sentimento de pertença que se está a emancipar e a crescer, um sentimento de orgulho que se está a acentuar, mas o impacto real, social, cultural, sobre as novas gerações, é algo que demora tempo. A transformação social, cultural e económica de uma cidade não é imediata, é uma batalha para se ir travando com garra, ano após ano”, concretiza um dos membros fundadores do Movimento «Sou Quarteira». Um movimento que saiu ainda mais reforçado após o êxito do festival dos dias 16 e 17 de agosto, em duas noites onde imperou música de qualidade da chancela de artistas locais, nacionais e internacionais .
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FESTAS EM HONRA DE NOSSA SENHORA DOS MÁRTIRES TIVERAM CASA CHEIA
Texto: Daniel Pina Fotografia: João Conceição e Município de Castro Marim
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m dos mais emblemáticos e significativos momentos para os castro-marinenses, as celebrações das Festas em Honra de Nossa Senhora dos Mártires, tiveram o seu apogeu, no dia 15 de agosto, com a Procissão em Honra da padroeira. Foram centenas de pessoas que acompanharam a imagem pelas ruas da vila raiana e que depois assistiram ao grande concerto dos «Quinta do Bill», que encerrou a edição deste ano do evento. As celebrações começaram dias antes, com a Prova de Mar «Vila de Castro Marim», no dia 11 de agosto, na Praia da ALGARVE INFORMATIVO #216
Alagoa, em Altura, organizada pelo Leões do Sul Futebol Clube. O acontecimento de natação mais importante que se realiza no concelho de Castro Marim está integrado no XXVII Circuito de Natação de Mar do Algarve. A animação continuou, no dia 13, com a 3.ª Festa da Juventude, que assinala o Dia Internacional da Juventude, com 350 jovens juntos num divertido programa que contou com laser tag, uma color run e uma festa da espuma animada pelo DJ Karussa. Nos dias 14 e 15 de agosto, foi a Praça 1.º de Maio que acolheu o artesanato e etnografia do concelho, numa mostra viva do património que o saber das mãos conserva. O grupo de dança Arutla 84
subiu ao palco principal destas Festas na noite de 14 de agosto, mostrando mais uma vez o fruto do empenho e dedicação que entregam à dança, e no dia 15 foi a vez da popular banda portuguesa «Quinta do Bill», que conta já com 32 anos de carreira, com êxitos que unem gerações. O dia foi também marcado pela terceira edição do torneio anual de futsal «Nelson Solá», numa homenagem póstuma do Castromarinense ao antigo jogador. As Festas em Honra de Nossa Senhora dos Mártires tiveram a organização da Câmara Municipal de Castro Marim e da Paróquia de São Tiago e o apoio dos clubes, associações locais e da Santa Casa da Misericórdia de Castro Marim.
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XUTOS & PONTAPÉS COMEMORARAM 40 ANOS DE CARREIRA NA FATACIL
Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina
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o ano em que se realizou a 40.ª edição da FATACIL em Lagoa, o principal atrativo do cartaz musical foram os Xutos & Pontapés, também eles, curiosamente, a festejar os 40 anos de carreira. Quatro décadas que os colocam como um dos principais nomes de sempre do rock português, com múltiplos êxitos que ficarão para os compêndios da história e que continuam a seduzir as novas gerações. E isso mesmo se constatou, no primeiro dia da FATACIL, 16 de agosto, com o relvado do Estádio Capitão Josino da Costa completamente cheio de fãs de todas as idades, num ambiente familiar com adultos, adolescentes e crianças em êxtase. A promover o seu mais recente disco, «Duro», os Xutos regressaram a um palco que já pisaram por diversas vezes e a uma região que sempre os acarinhou. Aliás, a 7 de setembro estão de novo no Algarve, para mais um concerto que promete ser fenomenal, na Praia da Mareta, em Sagres. E com eles trazem o seu rock característico, sem grandes invenções, com as guitarradas de João Cabeleira, o baixo envolvente de Tim, a bateria intempestiva de Kalú e as programações e saxofone de Gui. Falta, obviamente, Zé Pedro, esse Zé Pedro que para muitos era a alma da banda. Mas Zé Pedro já não está connosco e, felizmente, ao contrário ALGARVE INFORMATIVO #216
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do que muitos temiam, o grupo não baixou os braços, decidiu seguir em frente, continua na estrada, numa perpétua homenagem ao carismático e irreverente guitarrista que partiu em novembro de 2017. E muito bem fizeram os Xutos em não tentar substituir o que era insubstituível. Por isso, dos cinco guerreiros do rock português restam quatro e assim estão muito bem, a compor e gravar em estúdio e, acima de tudo, a tocar como tão bem o sabem fazer. Porque o caminho da banda, sem Zé Pedro, é «duro», mas não é o «fim do mundo», dois temas que não faltaram no alinhamento do concerto de Lagoa, entre outros do novo disco. E a estes juntaramse tantos outros que permanecem na ponta da língua de portugueses dos oito ALGARVE INFORMATIVO #216
aos 80, os tais êxitos incontornáveis de 40 anos de carreira. Rijos como o aço, Tim, João Cabeleira, Kalú e Gui deram um show à moda antiga, rock, rock, rock e mais rock, canções de mensagens simples, sem grandes floridos, os tais solos de guitarra, o baixo e a bateria a marcarem o ritmo, o saxofone a emprestar um colorido diferente… e assim brilharam mais forte as estrelas no céu na noite de 16 de agosto. Para quem não teve oportunidade de assistir ao espetáculo de Lagoa, já sabe, 7 de setembro, mais alguns quilómetros pelo barlavento adentro, rumo à Finisterra, Sagres. Eu lá estarei, claro, porque os Xutos são os Xutos … há 40 anos, hoje, e esperemos nós que por mais uns bons e belos anos . 96
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BONNIE TYLER LEVOU ALBUFEIRA AO RUBRO… E NEM FALTOU UM DUETO COM SIR CLIFF RICHARD Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina
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lbufeira assinalou, a 20 de agosto, o seu Dia do Município e um dos momentos mais aguardados do programa festivo era, sem dúvida, o espetáculo da cantora galesa Bonnie Tyler agendado para a Praia dos Pescadores. E, apesar dos 68 anos de idade, a artista que há várias décadas tem residência na capital do turismo algarvio, deu um concerto de arromba, levando ao delírio os muitos milhares de algarvios e turistas, portugueses e estrangeiros, que acorreram ao local. Uma verdadeira multidão de gente preencheu quase por completo o areal da conhecida praia de Albufeira, a mesma onde todos os anos se realizam os festejos ALGARVE INFORMATIVO #216
do réveillon, desejosa de escutar os sucessos da longa carreira de Bonnie Tyler, canções eternas como «Total Eclipse of the Heart», «It's a Heartache», «Making Love», «Holding Out For a Hero» e «Lost in France». E as expetativas não ficaram defraudadas, com a britânica a exibir uma frescura e pujança físicas de fazer inveja a muitas artistas bem mais novas, numa constante interação com o público, umas vezes em inglês, outras em português, não fosse Albufeira quase como que uma segunda casa para ela. E a cereja no topo do bolo foi um dueto inesperado, e recebido com uma sonora ovação pela assistência, com o também britânico Sir Cliff Richard, outro dos «filhos adotivos» de Albufeira. Uma noite, sem dúvida, para não esquecer . 108
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«AQUALUDIS» RECORDA INDÚSTRIA CONSERVEIRA E VIAJA PELOS DESPORTOS NÁUTICOS DE PORTIMÃO Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina
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streou, na noite de 21 de agosto, no espaço exterior em frente ao Museu Municipal de Portimão, a mais recente criação da chancela da Associação Cultural Dancenema, mais concretamente «Aqualudis, um mergulho a estibordo». Com coreografia de Thora Nadeshka e Nilsen Jorge, o espetáculo de dança inspira-se nos desportos náuticos praticados em Portimão e é composto por momentos de rara beleza, ainda mais realçados pela envolvente natural da zona ribeirinha de Portimão, com o céu estrelado e as luzes da cidade a refletiremse nas águas do Rio Arade. ALGARVE INFORMATIVO #216
«Aqualudis» começa junto a um típico barco de pesca, recordando o período da segunda metade do século XX em que a atividade pesqueira e a indústria conserveira constituíam uma fonte de riqueza e trabalho para os portimonenses. Depois do declínio do setor, os desportos náuticos passaram a ser palco de fruição e lazer nesta cidade e é essa viagem no tempo e história que é protagonizada por Beatriz Bernardo, Cristina Cláudio, Leonor Faria, Thora Nadeshka e Vicky Flatt. O espetáculo vai novamente a cena no dia 28 de agosto e nos dias 1 e 4 de setembro . 116
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Do Reboliço #52 Ana Isabel Soares (Professora) Moinho Grande terá para cima de século e meio. Não se sabe bem, mas quando, ainda nos anos de 1990, um dos netos lhe perguntou – era por maio, no tempo das tosquias, talvez fosse o vizinho António sentado ao lado do avô Xico, um dos animais entre as pernas, a tratar-lhe do pelo – “Quantos anos tem este moinho?”, respondeu o avô: “Quantos anos? Olhe, você faça aí a conta, que tem a caneta na mão”. O neto, diligente, preparou o papel, intrigado, apesar de tudo, porque conhecia o gosto do velho por cálculos. “O meu avô”, continuou ele, “o meu avô morreu tinha eu quatro anos de casado, o meu mais velho, o teu tio Luís, tem 62, tinha 60 (como é que é?...)”, perguntava-se o avô daquele neto, pai do filho Luís e de outros quatro, moleiro naquela altura já com 87 anos, cabeça cheia de contas. “É assim que eu sei os anos que o moinho tem. O meu avô morreu tinha 84 anos, vá, aponte lá aí a idade: 84 anos. 50… 50…, ora ele morreu tinha 84 anos. 60… O meu Luís tem 62. 58 com 4 são 62 – há 58 anos que ele morreu. Morreu com 84 anos e morreu há 58”. O neto, pobre neto, ia ficando com o cérebro aos nozinhos, a tentar seguir-lhe o raciocínio. “E escute, escute agora: quando veio fazer a Inspeção a Beja, tinha 20 anos, que ele era de Almodôvar, andavam eles pondo as madeiras em cima além daquele moinho”. O velho moleiro apontava um dos dois que já naquele fim de século estavam em ruína, moinhos menores agrupados poucas centenas de metros a Noroeste do Moinho Grande. “Agora desconte os 20 anos, para aí 130 e qualquer coisa de anos! Dá quantos?”, e olhava, interrogativo, à espera que no papel ainda em branco, da ALGARVE INFORMATIVO #216
caneta suspensa na mão do neto, aparecessem por qualquer mágica os algarismos. Ali perto ouviu-se a esquilinha do Reboliço, insistida num coçar de orelha; mais distante, um ladrar, que não era dele (o Reboliço não é de muito ladrar): sinais da confusão de contas, dos mistérios que nem só o raciocínio resolve, nem só registos, mas a memória das pessoas, com alumbramentos, apagamentos, iluminações. Vendo os olhos muito abertos do moço, e neles a incompreensão e o encravar da calculadora, o avô Xico continuava a explicação, contas simples de fazer: “Ó filho da minha alma, aqui esta casa era a primitiva do moinho. Tinha essas duas casinhas onde era o galinheiro das galinhas. E a gente morava na cidade – está vendo? Quando o meu pai saiu ali daquele moinho, quando eu vim ali para aquele moinho, com o meu pai, eu tinha três anos, quando vim ali para aquele moinho. Estive ali sete anos. Aos dez anos, fui – saí dali fui morar para a cidade. Estive um ano na cidade. Um ou dois – dois. E depois, o meu avô comprou este moinho, quando vim para aqui tinha feito 12 anos em março, que é quando eu faço os anos, e vim para aqui no dia de S. Pedro, em junho. Agora tenho 87, vê lá os anos há que eu tenho estado aqui, e vê lá os anos que eu habito neste cerro, vim ali para aquele monte era... tinha três anos. São duas vidas, são duas vidas modernas, que eles agora, essa gente nova agora não morrem de velhos…”. Ampliava-se e não se reduzia a interrogação do neto. Mas o Reboliço 124
Foto: Vasco Célio
sempre viu naquele moleiro como era amigo de aumentar as perguntas, como o insatisfaziam as respostas curtas. Não poderia, portanto, ele reduzir conversas. “Quantos anos tem o Moinho Grande, avô?” “Tem 132, meu neto”. E ficariam o resto do dia em silêncio – maneira de dizer que tudo o mais teria ficado por contar, os filhos, as casas, as idas e vindas da cidade, a Inspeção, as paredes e os tombos dos pequenos com três anos, o fim da escola, o exame da quarta classe o começar, aos 12 anos, a 125
moer, e o deixar de o fazer quase aos 80 – param as pernas, pendem os braços, mas a massa cinzenta continua a fazer ouvir as roldaninhas, as alavancas, as rodas dentadas infinitas. “Bom, vá, deixemos lá essa conversa. Lá à outra: o que é que é preciso?” .
*Reboliço é o nome de um cão que o meu avô Xico teve, no Moinho Grande. É a partir do seu olhar que aqui escrevo. ALGARVE INFORMATIVO #216
OPINIÃO
Bestsellers e asteriscos Adília César (Poeta) “Aquilo que passa por sabedoria muitas vezes não é mais do que as ideias disparatadas do nosso tempo”. James M. Russell uando estou de férias, tenho mais tempo para dedicar à leitura e chego a ser uma compradora compulsiva de livros e, nesse sentido, visito regularmente livrarias e alfarrabistas. No entanto, leio para conhecer e não propriamente para me distrair. Assim, acredito que devo ter todo o cuidado em relação aos livros pelos quais me interesso: será que aquele livro em particular que tenho entre mãos vale o meu dinheiro e o meu tempo? Há poucos dias visitei o espaço Fnac da minha cidade. À entrada, o escaparate dos livros top de vendas da semana chamou por mim, estranhamente, o que não é comum; de um modo geral, as escolhas que faço têm a ver com outro tipo de critérios, mais pessoais, críticos, e até desconfiados em relação às sugestões «da moda». No 1.º lugar deste podium literário, há mais de 500 dias e com cerca de 90 mil exemplares vendidos, está o bestseller do escritor americano Mark Manson e o primeiro livro deste autor a ser editado em Portugal – «A arte subtil de dizer que se f*da» – o qual parece ter inaugurado, no panorama literário internacional, uma moda de livros mais ou menos de auto-ajuda, com invocações histórico-sociológicas e apelos filosóficos: os que têm a palavra f no título e um número estonteante de palavrões espalhados pelo texto. Ao longo de quatro capítulos recheados de humor, experiências de vida e palavrões em todas as páginas, através de ALGARVE INFORMATIVO #216
um “estilo brutalmente honesto” (segundo uma nota do editor), o autor pretende ajudar o leitor a lidar com a adversidade, a conhecer os seus limites e a reconhecer receios, falhas e incertezas, para começar a enfrentar as verdades dolorosas e focar-se no que realmente é importante. O livro apresenta “uma abordagem contraintuitiva para viver uma vida melhor”. Afinal, no dialecto de Mark Manson, «Que se fod*» quer apenas dizer «Ignorar o que não interessa na vida». E dá as suas instruções bem focadas num discurso sem desperdícios linguísticos de estilo ou de estética, carregado de lugares comuns, através de «palpites»: “não tente”, porque “a felicidade é um problema” e “você não é especial”, aprenda comigo “o valor do sofrimento” de uma vez por todas; por outro lado “estamos sempre a escolher”, tendo em conta que “você está errado acerca de tudo” e “o fracasso é o caminho para a frente”, não esquecendo “a importância de dizer não”, porque “…e depois morremos”. Pronto. Mark Manson aponta problemas do cidadão comum e quer ensinar-nos a viver, através de uma narrativa popularucha que se assemelha a uma filosofia quotidiana de consolo. Mas as suas directrizes consolam quem? Diz-nos o mesmo autor: “Vivemos numa época estranha. Apesar de termos mais liberdade, saúde e riqueza do que em qualquer outra época da história, tudo à nossa volta parece terrivelmente f*dido: aquecimento global, queda de governos, economias em colapso e todos permanentemente ofendidos 126
nas redes sociais. Temos acesso a tecnologia, a educação e a formas de comunicar que os nossos antepassados nem sequer imaginavam, mas ainda assim sentimos uma esmagadora desesperança. Afinal, o que é que se passa connosco?”. Esta é a grande questão patente no segundo livro de Mark Manson editado em Portugal, «Está tudo f*dido», que já se posiciona no quinto lugar do mesmo top de vendas. Aqui, a abordagem é “contraintuitiva à esperança”, chegando mesmo o editor a sugerir que é “um livro de leitura obrigatória que nem todos merecemos, mas de que todos precisamos”! Realmente, nem todos merecemos. Sim, vivemos numa época estranha. Temos tanto conhecimento relevante nos livros ao nosso dispor, mas é a espuma da literatura que atrai as moscas. Como se não nos bastasse estas duas subtilezas, ainda temos no escaparate, em nono lugar, um livro escrito pelo coach de desenvolvimento pessoal Gary John Bishop, outro bestseller mundial e nacional: o «Não te f*das» trata o leitor por «tu», apresenta-se como “um verdadeiro manifesto para uma mudança real e significativa, e avisa que “se és do tipo que se ofende facilmente, é melhor não continuares a ler: este livro não é para ti”. As sinopses dos livros de filosofia de asterisco estão tão bem escritas, que são como sinais vermelhos de disfunção emocional, e ainda bem: esta filosofia quotidiana não me serve de consolo e o estilo demasiado coloquial com palavrões à mistura também não! Agora 127
vou ler Friedrich Nietzsche, Santo Agostinho, David Hume, Ludwig Wittgenstein, São Tomás de Aquino, Georg Hegel, René Descartes, Platão, Immanuel Kant e Aristóteles. Apetece-me saber como falava Zaratustra, conhecer a Cidade de Deus, investigar os princípios da moral, a suma teológica, a fenomenologia do espírito, encontrar um discurso do método, mergulhar na apologia, criticar a razão pura e invocar a ética a Nicómaco. Esta sim, é filosofia consoladora para o meu quotidiano e ensina-me a viver melhor sem asteriscos . ALGARVE INFORMATIVO #216
OPINIÃO - Tudo em Particular e Nada em Geral
Virgem Maria Carla Serol (Uma Loira Qualquer) propósito de uma publicidade sobre sessões fotográficas para grávidas, uma amiga desafiou Loira Qualquer a explicar a todo o público em particular e nenhum em geral, como fazer uma sessão para registar em fotos um momento tão bonito e memorável na vida de uma mulher, que é a geração de um filho. Aquando da vinda do seu último rapaz, já no decorrer destas novas tecnologias, e sob o olhar atento das redes sociais, Loira Qualquer fez uma sessão fotográfica no estúdio de um grande fotógrafo e amigo, que há anos ansiava por uma grávida arrojada, no que toca a fotos do estado de graça. E assim foi, Loira Qualquer despiu-se de preconceitos, que por acaso até tem poucos, e deu vida a uma grávida, que para além de o ser, é uma mulher segura da sua sensualidade, da sua feminilidade e principalmente consciente de que, sim, foi abençoada pela graça da maternidade, mas não virou uma santa! Santa só Maria, e mesmo assim, hoje em dia, não teria sido assim tão fácil convencer José de que o menino era fruto de uma luz divina e que foi um anjo que lhe veio anunciar tamanho acontecimento. Nada contra quem se sente beatificada durante a gravidez, de todo, mas aquelas fotos a olhar para o infinito, enquanto cuidadosamente seguram o ventre, ALGARVE INFORMATIVO #216
deixam-me a pensar se estarão mesmo a personificar a imagem de Sua Santidade ou a pedir-lhe piedosamente para que o parto seja tipo espirro e que deixe tudo imaculado como estava, que sejam pouco laceradas, enquanto o menino ou a menina sai das suas entranhas, por forma a fazer pouco estrago, que as hemorroidas recolham ainda durante o internamento para que possam sentar o rabinho no carro e fazer confortavelmente a viagem até casa, sem que isto pareça uma tortura daquelas ao nível medieval, e para que a subida do leite não pareça a subida impossível ali do Enxerim, em que as mamas parecem os picos da Europa arraçados daquelas bombas pretas usadas nos desenhos animados. É que se for para rezar aos céus e todos os Santos para que tudo isto não suceda, ter-me-ia transformado na Santa Loira Qualquer, padroeira de todas as loiras, incluindo as falsas! Não sendo este o pretexto, não compreendo tamanha concentração no olhar para o universo enquanto são fotografadas com o pináculo da bênção na barriga, porque nisto não há santidade nenhuma, só no milagre da vida, até porque se apresentam tamanho ventre é porque não foram assim tão puras quanto querem parecer... Vá, admitam! Algumas, assim como Loira Qualquer, não fazem ideia em qual do ato abençoado foram gerados os três marmanjos que tem lá em casa, outras 128
juram saber o dia e a hora, portanto, sabem bem quantas vezes rezaram o terço, outras contaram os dias para que batesse naquela precisa data e hora, mais coisa menos coisa, portanto, também sabem quantas vezes se confessaram, e até há outras que sabem de que modo se acomodaram para se confessarem, defendendo que é assim a forma mais fiável para uma confissão bem sucedida. Assim sendo, se for em prol destes atos puritanos, poderão então ostentar um 129
rosto de Virgem Maria durante a sessão fotográfica sobre o evento, de outra forma, assumam-se sem preconceitos, como mulheres que são, tão só mulheres, que fizeram filhos e estão radiosas e vaidosas disso mesmo, regozijadas por ter o rei na barriga. Até porque só as mulheres o podem fazer, e desfrutar de tamanho estado de graça, logrando, pois, continuar a ser as comuns mortais, daquelas que falham, que têm medos, mas sempre seguras daquilo que são, não santas, mas mulheres! . ALGARVE INFORMATIVO #216
OPINIÃO
“Roube aos ingleses!” David Martins (Diretor de Marketing e Alojamento) pesar de parecer uma frase sem grande sentido e até com alguma piada, foi desta forma «simpática» que, na passada semana, uma hóspede portuguesa se manifestou junto do chefe de receção de um empreendimento turístico de quatro estrelas perante a necessidade de substituir um pequeno utensílio da sua moradia. Não obstante a discussão que se poderia fazer em torno da necessidade ou não de substituir o referido utensílio, o que me parece mais relevante destacar é o pensamento subjacente a esta exclamação que demonstra um certo preconceito, isto é, que faz crer que os algarvios preferem os turistas estrangeiros aos turistas nacionais… Face a isto pergunto-me: será mesmo que os algarvios de gema e/ou aqueles que aqui escolheram viver e trabalhar tratam de forma diferente os clientes em função da sua nacionalidade, da sua crença religiosa, da sua orientação sexual ou outra? Penso que não. E se, porventura, isso ocorrer nalgum local não será certamente adequado. Como se aprende na escola ou no dia-a-dia profissional, o fim de qualquer negócio turístico é oferecer qualidade; garantir a satisfação; e tudo fazer para que o cliente volte e recomende a empresa aos seus amigos e familiares, e aos desconhecidos por via dos seus comentários prévios, durante e após a visita. É verdade que em diversos momentos as abordagens com os turistas nacionais podem não ter sido as mais corretas, mas não acredito que isso tenha sido feito de forma deliberada ou maldosa. A propósito, ainda me recordo do dia em que estava de serviço num Posto de Informação Turística em ALGARVE INFORMATIVO #216
Albufeira e depois de repetir mil vezes «bom dia», e receber em troca mil vezes «good morning», caí no erro, por descuido e cansaço, dar as boas-vindas ao turista seguinte em inglês, e por azar o mesmo ser português... Como se diz popularmente: se os olhos matassem… Mas serão, também, todos os turistas que visitam a região gente bondosa, educada e tolerante? Infelizmente não. É vulgar e recorrente nesta «silly season» ouvir histórias que não lembram ao diabo e onde a arrogância de certas pessoas envergonha qualquer alma. É a atitude do «quero, posso e mando» levado ao extremo, onde os que estão por detrás de um balcão são tratados abaixo de escravos, sem respeito… Também não está certo. Quem quer ser respeitado tem obrigatoriamente de se dar ao respeito. A este propósito uma boa dica é nunca perder a calma, ouvir as reclamações com atenção – como se o assunto tivesse ocorrido connosco, e tentar, na medida do que é aceitável, fazer tudo para resolver o(s) problema(s) e satisfazer o(s) cliente(s). Nem sempre é possível, mas se tentarmos evitar os mal-entendidos e mantermos a assertividade, tudo terminará da melhor forma possível. Ainda sobre esta matéria de quezílias entre o relacionamento entre turistas com os locais, é comum ver nas redes sociais ou ouvir algumas pessoas criticar os «Agostinhos» que vêm todos no mês de agosto e criam enormes constrangimentos no trabalho, nos serviços públicos, na estrada, nos restaurantes e supermercados, em todo o lado… Para esses a minha sugestão é que critiquem menos e planeiem melhor o seu 130
tempo. Se sabemos que às 11h da manhã, de um qualquer dia, o supermercado vai estar com enormes filas, ou o restaurante onde habitualmente jantámos às 21h não tiver uma mesa livre, por que não organizar melhor a nossa agenda pessoal e evitar esses constrangimentos? Sei que é possível, bastando ter alguma calma e inteligência. Assim ficamos todos a ganhar! 131
Concluo a crónica deste mês com o desejo que todos os turistas, nacionais e estrangeiros, regressem de novo à nossa região brevemente, pois aqui os esperamos com um enorme sorriso e vontade de os servir bem! .
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FUNCIONÁRIOS CAMARÁRIOS ESTIVERAM EM GRANDE DESTAQUE NO DIA DO MUNICÍPIO DE ALBUFEIRA Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina
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s comemorações do Dia do Município de Albufeira, a 20 de agosto, compreenderam este ano uma sessão solene, no Pavilhão Municipal, onde os principais intervenientes foram os funcionários públicos ao serviço da autarquia há 15, 25 e 35 anos, os quais foram galardoados com Medalhas de Grau ALGARVE INFORMATIVO #216
Bronze, Prata e Ouro, respetivamente. A última cerimónia de imposição de insígnias a funcionários tivera lugar em Albufeira em 2009, daí que a proposta de atribuição destas condecorações de reconhecimento público tenha sido aprovada por unanimidade pelo executivo municipal liderado por José Carlos Rolo. “Queremos agradecer e reconhecer o tanto que têm feito por Albufeira, cada qual dentro das suas possibilidades, quem acolhe, projeta e 136
vivo e próspero e, se não houvesse estradas e saneamento, escolas e demais infraestruturas, ninguém aqui investiria. Os trabalhadores desta autarquia desde há muito tempo que servem o bem público e o povo, com lealdade, qualidade e habilidade”, enalteceu José Carlos Rolo, não escondendo o orgulho pelos homens e mulheres que estão ao serviço deste município. “Vocês é que são os verdadeiros responsáveis pelos destinos de Albufeira. Os executivos vêm e vão e vocês estão cá, durante anos e anos, alguns quase uma vida inteira. São gerações e gerações de trabalhadores, que aqui tiveram momentos alegres e outros tristes, aqui avisaram que iriam casar e constituíram família, aqui comunicaram as vossas perdas, aqui começaram a envelhecer e a fazer o balanço de uma vida inteira”, frisou.
constrói, limpa e conserta, ensina e orienta, cura, planeia, paga, compra, organiza, cozinha, controla, protege, um sem número de tarefas que uma Câmara Municipal desempenha no seu dia-a-dia”, destacou o edil. Para o presidente da Câmara Municipal de Albufeira, é graças a estes funcionários que os recentes executivos têm conseguido fazer “mais e melhor por esta terra”. “Hoje, Albufeira é um concelho 137
Professor de profissão, José Carlos Rolo é ele próprio um funcionário público, deu e pretende continuar a dar o seu contributo à sociedade, “porque tenho idade, experiência, métodos de trabalho e um olhar humano por cada um de vocês”. “Nós, autarcas, sofremos de uma forma diferente, por causa desse gigante que é a burocracia. Têm existido reclamações da vossa parte e sei que é necessária mais dignidade para quem passa os seus dias a trabalhar em prol do próximo. Merecem todos muito mais e é da mais elementar justiça que se reveja a situação remuneratória dos funcionários públicos da administração local”, defendeu o responsável autárquico, admitindo que ALGARVE INFORMATIVO #216
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ninguém consegue estar compenetrado no desempenho das suas funções se não tiver meios para pagar as contas da casa ou as propinas dos filhos na universidade. “Acreditem que me sinto muito mal e triste por não ter capacidade para melhorar esta situação. Mas há muitas formas de luta e uma delas é sermos um exemplo de conduta e continuarmos a fazer mais e melhor pela terra onde os nossos filhos e netos crescerão”, afirmou José Carlos Rolo, perante uma plateia de rostos conhecidos. “Esta é a nossa casa, passamos mais tempo na Câmara Municipal do que junto das nossas famílias. Somos uma outra família e não podemos desperdiçar esta riqueza que nos rodeia. Por isso, gostaria que todos olhassem para o
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que temos e não para aquilo que poderíamos ter. Estamos a precisar de mais pessoas e peço-vos que sejam benevolentes para com aqueles que vão entrar nesta casa pela primeira vez, pois eles precisam da vossa experiência e conhecimento”, finalizou o presidente da Câmara Municipal de Albufeira. Seguiu-se uma verdadeira «maratona» de entrega de diplomas e medalhas de reconhecimento aos funcionários com 15, 25 e 35 anos de serviço, mas também aos familiares de funcionários já falecidos, bem como a alguns que já estão aposentados .
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VII FEIRA DA DIETA MEDITERRÂNICA TRAZ PEDRO ABRUNHOSA, SÉRGIO GODINHO, CAMANÉ, MANUELA AZEVEDO, KATIA GUERREIRO E MUITO MAIS A TAVIRA Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina
Pedro Valadas Monteiro, Jorge Botelho, Aquiles Marreiros e Fátima Catarina
VII Feira da Dieta Mediterrânica vai realizar-se de 5 a 9 de setembro, no centro histórico de Tavira, com um amplo programa ALGARVE INFORMATIVO #216
que resulta do trabalho de parceria entre várias instituições nacionais, regionais e locais, das quais se destacam a CCDR Algarve, a Direção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve, a Direção Regional de Cultura do Algarve, a Região de Turismo do Algarve, a 144
Universidade do Algarve e a Associação In Loco. Por isso, ao longo de quatro dias será possível encontrar o habitual mercado de produtores, mostras botânicas e de sementes, ações de prevenção da saúde cardiológica e nutricional, um jardim mediterrânico, a praça da convivialidade e restauração, muitas provas e degustações de azeite, de tomate e outros produtos, petiscos regionais, música mediterrânica em vários palcos, dança e outras artes performativas, exposições e projeções, visitas ao património natural e cultural e muitas novidades. Motivos não faltam para visitar o Museu Municipal de Tavira, onde estarão patentes as exposições «Artur Pastor e os Mundos do Sul» e a reestruturada «Dieta Mediterrânica – Património Cultural Milenar»; o Mercado da Ribeira, onde
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haverá demonstrações culinárias e exposições; ou o Mercado Municipal, que apresentará uma nova edição das «Gentes do Mercado». Para os mais novos há muitas atividades a decorrer no Largo do Brincar e espaços adjacentes, com oficinas de construção, o percurso da lã, jogos, exposições de brinquedos e os espetáculos «O cardume», «O nabo gigante» e «Dança da Chuva», a música dos «Fungaguinhos» e a exposição de trabalhos sobre os cavalos-marinhos da Ria Formosa pelos alunos da Escola D. Manuel I, entre outras surpresas. Qualquer certame de nível nacional que se preze tem que apostar forte na vertente musical e a VII Feira da Dieta Mediterrânica não foge à regra, com os concertos, na Praça da República, de
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Aquiles Marreiros, Fátima Catarina e Rui Parreira
Pedro Abrunhosa (5 de setembro), da espanhola Silvia Perez Cruz (6 de setembro), da fadista Katia Guerreiro (7 de setembro) e do projeto «Nação Valente» com Sérgio Godinho, Camané e Manuela Azevedo (8 de setembro). Outros estilos menos comerciais poderão escutar-se no palco do Castelo, com Monsieur Doumani de Chipre (dia 5), Asmaa Hamzaoui & Bnat Timbouktou de Marrocos (dia 6), Cüneyt Sepetçi & Orchestra Dolapdere da Turquia (dia 7) e os italianos da Banda Adriatica (dia 8). Na Igreja da Misericórdia haverá concertos de Pedro Caldeira Cabral (dia 7) e «Segue-me à Capela» (dia 8) e, no largo da Igreja da Misericórdia, vai-se ouvir o flamenco de «Anamarga» (dia 7). Noutra igreja, desta feita a das Ondas, apresentam-se «Setkedjé – Música Mariana na Idade Média» (dia 5), «Evoéh a magia na voz da mulher sefardita» (dia 6), «Ensemble Andalus» de Tetuán (dia 7) e ALGARVE INFORMATIVO #216
«No mar não há marcos…», trabalho multidisciplinar baseado na obra de Raul Brandão, «Os pescadores» (dia 8). Realce igualmente para a participação da Banda Musical de Tavira na sessão de abertura do evento, o regresso dos «Marenostrum» (dia 8), oficinas de danças tradicionais mediterrânicas e a programação do «Fado com História», no Largo da Capela de Nossa Senhora da Piedade. Participam ainda na Feira o Grupo Coral Cantadores do Desassossego de Beja, «As Ceifeiras de Pias», «As Canteiras do Vale do Neiva» e o projeto de itinerância das «Nove Musas» da mitologia. Haverá também atuações de ranchos folclóricos e música popular portuguesa na Praça da Convivialidade, situada no Parque do Palácio da Galeria, precisamente o local onde a gastronomia mediterrânica 146
estará disponível em quatro restaurantes e duas tasquinhas. Mas dezenas de restaurantes do concelho disponibilizam, também, menus relacionados com a dieta mediterrânica a preços especiais. Nota ainda para a realização, no dia 5 de setembro, no Convento da Graça, da «Internacional Conference on Sustainable Food Tourism» e experiência gastronómica sustentável, integrada no MEDFEST. O segundo fim-de-semana de setembro promete ser, assim, mais um marco na promoção e divulgação e no aprofundamento do conhecimento sobre este Património Cultural Imaterial da Humanidade reconhecido pela UNESCO em 2013. “Não somos propriamente um festival de música, embora também tenhamos nomes sonantes nessa
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vertente, mas sim um evento que contribui para o desenvolvimento e atratividade do Algarve, com base num património nosso que é genético e natural”, distinguiu Jorge Botelho, no seu último ato público enquanto Presidente da Câmara Municipal de Tavira. “Praticamente toda a zona ribeirinha e o centro histórico terão uma oferta alargada durante a Feira da Dieta Mediterrânica e este ano ganhamos mais um espaço, onde se encontrava anteriormente a Docapesca”. O edil tavirense destacou a colaboração desde a primeira hora da Associação In Loco na organização da Feira da Dieta Mediterrânica, uma temática onde tem desenvolvido, ao longo dos anos, diversas ações de relevo, assim como a Direção Regional de Agricultura e Pescas, Ministério onde
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Custódio Moreno, Artur Filipe Gregório e Ana de Freitas
está sedeado o Centro de Competências para a Dieta Mediterrânica. Jorge Botelho enalteceu o extenso programa preparado para estes quatro dias e garantiu que haverá sempre qualquer coisa interessante para fazer. “O mais difícil será mesmo escolher entre tanta oferta, dos concertos às experiências gastronómicas, aos workshops e às visitas a diversos locais icónicos da cidade de Tavira”, admitiu, antes de passar a palavra a Aquiles Marreiros, da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve. “Estamos a preparar neste momento o próximo período de programação de fundos comunitários e encaramos a Dieta Mediterrânica como um desafio societal para alavancar a nossa estratégia regional e de especialização inteligente. Vamos congregar na Dieta ALGARVE INFORMATIVO #216
Mediterrânica, de forma transversal, todos os domínios que até agora estavam mobilizados no âmbito da RIS3 Algarve. O agroalimentar, o turismo, o mar, a saúde, as TIC e as energias serão enquadradas sob uma plataforma de Dieta Mediterrânica que está identificada num conjunto de desafios societais”, revelou. “Queremos que haja um reforço dos apoios financeiros, quer para as entidades públicas como privadas, para alavancar este estilo de vida, este modo de estar e ser. Esta Feira é um marco muito visível de todo o trabalho que tem vindo a ser realizado na região em prol de um desenvolvimento sustentável que se quer competitivo”, reforçou Aquiles Marreiros.
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UMA PONTE ENTRE O PASSADO E O FUTURO Para Pedro Valadas Monteiro, Diretor Regional da Agricultura e Pescas do Algarve, a importância da Feira da Dieta Mediterrânica é incontestável, porquanto este estilo de vida e a história, cultura e tradição que lhe estão subjacentes pode trazer muito para uma região turística como o Algarve. “Cada vez mais os turistas procuram algo diferente e distinto, algo para além do sol, praia, mar e golfe, e todo este conjunto de maneiras de ser, filosofias de vida, modos de estar e de interagir foi reconhecido pelo próprio Ministério da Agricultura, ao criar o Centro de Competências da Dieta Mediterrânica”, lembrou, augurando um sucesso igual ou maior ao das anteriores edições. “A Dieta aborda algo que vem detrás, ancestral, mas temos que a saber renovar e inovar. Esta feira faz muito bem essa ponte entre o passado e o futuro, entre aquilo que não queremos perder, a memória coletiva deste território e povo, e o que são os tempos modernos”. E porque se falava de turismo, Fátima Catarina, vice-presidente da Região de Turismo do Algarve, reconheceu que estes eventos são bastante importantes para a captação de mais visitantes. “São mais de 600 mil pessoas por ano que procuram o Algarve também por causa da nossa gastronomia e vinhos”, sublinhou. Já Rui Parreira considera que a Feira da Dieta Mediterrânica é a parte mais visível de “um trabalho que é prolongadamente e com afinco levado a cabo pelo Município de Tavira”. “Não se trata de mais um 149
foguetório de Verão, mas o culminar de um trabalho desenvolvido numa plataforma entre tradição e inovação que projeta o Algarve e a Dieta Mediterrânica e que a afirma como um estilo de vida de interesse a nível nacional e com futuro. Esta imaterialidade que representa a Dieta Mediterrânica tem um suporte físico, a paisagem cultural do Algarve, que importa sobremaneira salvaguardar e não deixar descaracterizar. Não é num mundo globalizado, com produtos importados que mais ou menos nos vão permitindo ir ao supermercado e ter durante todo o ano a Dieta Mediterrânica, que queremos ter um Algarve mais sustentável”, defendeu o Diretor de Serviços de Património da Direção Regional de Cultura do Algarve. Em nome da Universidade do Algarve falou a vice-reitora Ana de Freitas, adiantando que a presença da academia no certame será bastante pautada pelas questões da sustentabilidade, da monitorização dos microplásticos marinhos e das espécies invasoras, por via de vários dos seus centros de investigação. “Para sermos sustentáveis, temos que preservar e saber inovar com cuidado”, realçou, lembrando ainda a criação, em maio, da Rede das Instituições de Ensino Superior para a Salvaguarda da Dieta Mediterrânica. “É uma feira diferente, com conteúdo, não é daqueles eventos «incha e desincha» em que se paga ao artista e não fica nada. Os jovens são irreverentes, não são irresponsáveis, mas precisam de alguns sinais de orientação e aqui as pessoas divertem-se, mas também ALGARVE INFORMATIVO #216
aprendem”, declarou, por sua vez, Custódio Moreno, Diretor Regional do Algarve do Instituto Português do Desporto e Juventude. “E esta feira é a prova de que os algarvios conseguem fazer coisas em conjunto. Quando nos juntamos à volta de elementos federadores e aglutinadores, os resultados são magníficos. Este evento é algo genuíno, original, motivador, que nos aproxima”, enalteceu igualmente Artur Filipe Gregório, presidente da Associação In Loco. “Estivemos demasiado tempo fascinados pelo modelo anglo-saxónico, pelo capitalismo comercial, agora começamos a olhar para os nossos valores e identidade, para os nossos recursos locais, para a nossa cultura, o que é particularmente importante para a afirmação da região,
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do destino turístico e do país”, acrescentou o antropólogo. Ainda de acordo com Artur Filipe Gregório, a procura de artesãos e produtores pela Feira da Dieta Mediterrânica tem sido cada vez maior, por ser “um evento em que claramente faturam bem por venderem produtos genuínos e autênticos”, justificou, indicando ainda que as degustações gastronómicas que fazem parte do programa são verdadeiras “aulas de cultura através das quais se transmitem os conceitos da produção local e sazonal”. Resta então marcar na agenda, de 5 a 8 de setembro, em Tavira, a VII Feira da Dieta Mediterrânica, com motivos de interesse para todos os gostos, idades e nacionalidades .
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