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ALGARVE INFORMATIVO Revista semanal - 30 de novembro, 2019
«A MENINA DO MAR» | FESTIVAL JUVENIL DE ACORDEONISTAS | JOEL RICARDO SANTOS JACK BROADBENT E VÍTOR BACALHAU |LUM |FERNANDO ESTEVES PINTO TEM NOVO LIVRO 1 ALGARVE INFORMATIVO #228 FESTIVAL DA COMIDA ESQUECIDA | TIAGO BETTENCOURT | «CAVALOS DE GUERRA»
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16 - XXXV Festival Juvenil de Acordeonistas de S. Brás de Alportel
88 - Jack Broadbent e Vítor Bacalhau em Loulé
98 - Tiago Bettencourt em Olhão
68 - Danças de Salão em Portimão ALGARVE INFORMATIVO #228
44 - Fernando Esteves Pinto 8
118 - Lum no Choque Frontal ao Vivo
52 - Festival da Comida Esquecida
32 - «A Menina do Mar» em Loulé
146 - «Cavalos de Guerra» 108 - Joel Ricardo Santos em Albufeira OPINIÃO 130 - Paulo Cunha 132 - Mirian Tavares 136 - Ana Isabel Soares 138 - Adília César 140 - Vera Casaca 158 - TVI Running Wonders em Portimão 9
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JOVENS ACORDEONISTAS MOSTRARAM O SEU TALENTO EM SÃO BRÁS DE ALPORTEL Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina
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Cineteatro São Brás, em São Brás de Alportel, recebeu, no dia 24 de novembro, o 35.º Festival Juvenil de Acordeonistas, uma edição especial que contou com a participação de três alunos, e do seu professor, provenientes do Centro Musical Municipal de Roche La Moliére, aldeia francesa com que o concelho algarvio está geminado. Numa tarde repleta de juventude e talento, passaram pelo palco algumas dezenas de acordeonistas, uns a dar os primeiros passos, outros já com bastante experiência nestas andanças, inclusive alguns com títulos nacionais e mundiais. Pupilos dos ALGARVE INFORMATIVO #228
mestres Nelson Conceição, Hermenegildo Guerreiro, Anabela Silva, Jorge Alves e João Pereira que demonstraram a enorme qualidade existente em terras algarvias neste instrumento tão tipicamente português. Na primeira parte do espetáculo subiram ao palco 22 acordeonistas muito jovens, designadamente Marta Gonçalves, Carolina Veloso, Catarina Viegas, Mateus Solá, Carolina Romeira, Carolina Palma, Catarina Raposo, Sara Coelho, Gonçalo Brito, Madalena Sousa, José Gonçalves, Pedro Fernandes, Afonso Coelho, Catarina Barradas, Marisa Gonçalves, Gonçalo Barradas, Catarina Viegas, David Gonçalves, Matilde Ramos, Gonçalo Bicho, Andreia 18
Martins e Cristiano Teixeira. A segunda parte contou então com a participação de Sarah Cabrita, Julien Peinado, Perline Serre e do professor Jérome Maury, bem como de um ensemble juvenil luso-francês criado na véspera a que se juntaram os algarvios Raquel Gago, Eduardo Martins, Filipa Nascimento, Inês Sousa, André Pereira, Miguel Zeferino, João Custódio, David Mendonça, Sílvia Guerreiro, Olga Gago, Marta Brás, Iva Froita e Beatriz Pereira, para interpretar dois temas. Após a troca de palavras de amizade e de lembranças entre o executivo são-brasense liderado por Vítor Guerreiro e os elementos da comitiva francesa, seguiu-se a última parte do festival, em que atuaram Ana Luísa de Águeda, Tiago Coelho, Tiago Mendes, Miguel Coelho, Tiago Conceição, Lara Coelho, Matilde Sousa, Hugo Madeira, Pedro Ramos, Tomás Alexandre, Carina Duarte, Inês Faria, Mateus Marrachinho, Rodrigo Veloso e David Mendes. Resumindo, mais de quatro horas de deleite para os apaixonados do acordeão e da boa música .
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«A MENINA DO MAR» DE SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN FOI A CENA NO CINE-TEATRO LOULETANO Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina
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o âmbito das Comemorações do Centenário de Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2019) e do programa elaborado conjuntamente pelos Municípios de Lagos e Loulé, o Cine-Teatro Louletano recebeu, nos dias 17 e 18 de novembro, uma adaptação do conto «A Menina do Mar» para teatro e música, onde cinco atores e nove músicos percorrem a história de amizade entre um rapaz que vive em terra ALGARVE INFORMATIVO #228
e uma menina que vive no mar, e a curiosidade que ambos têm sobre o mundo do outro. «A Menina do Mar» é o primeiro conto de Sophia de Mello Breyner Andresen para a infância e também uma das suas obras mais lidas. É um dos títulos mais amados de Sophia que se transforma em conto musical, com atores e músicos a darem corpo a uma história que envolve, então, uma menina que habita no oceano e se mostra bastante curiosa pela vida em terra firme, assim como um menino que reside em terra, mas 34
do 1.º ciclo, para quem este conto faz parte do Plano Nacional de Leitura, «A Menina do Mar» é a segunda incursão do Teatro do Eléctrico e do encenador Ricardo Neves-Neves (depois de «Alice no País das Maravilhas») no teatro «para todos». Concebido para comemorar o centenário da autora, o espetáculo conta com a direção musical de Martim Sousa Tavares (neto de Sophia de Mello Breyner Andresen) e música de Edward Luiz Ayres d’Abreu, numa coprodução do LU.CA – Teatro Luís de Camões, Câmara Municipal de Lagos, Câmara Municipal de Loulé, Câmara Municipal de Guimarães, Teatro Municipal de Ovar, Galeria da Biodiversidade e Teatro Municipal do Porto .
está fascinado pela vida no mar, e do enredo que se segue ao encontro improvável entre estes dois mundos. Não faltam nesta fantasia um simpático peixe clarinetista, um desconfiado caranguejo saxofonista, um misterioso polvo fagotista e tantos outros seres fantásticos, reunidos sob o olhar grave do contrabaixista, o Rei do Mar. Levantase a questão: será possível chegar a um acordo para que seja possível viver em harmonia? Pensada para o público infantojuvenil, especialmente crianças em idade escolar 35
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FERNANDO ESTEVES PINTO LANÇOU SEGUNDO LIVRO DE UMA TRILOGIA SOBRE O SER HUMANO Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina 45
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RTE HUMANA é o novo livro de Fernando Esteves Pinto, o segundo tomo de uma trilogia poética dedicada à Humanidade, uma obra séria, daquelas que faz pensar, não feita de versos fáceis e diretos como aqueles que abundam na literatura portuguesa do novo milénio. Um cenário complicado para os escritores com «E», mas motivação nunca faltou ao entrevistado, daí a enorme quantidade de livros que foi produzindo ao longo dos anos. “Comecei pela poesia, depois dediquei-me mais aos romances, o último concluído em 2017 e ainda por publicar. Entretanto, regressei à poesia com esta trilogia, dos quais já saíram o «Humanidade» e o «Arte Humana»”, refere Fernando Esteves Pinto, à conversa no Club Farense, acrescentando que, quando embarca em projetos desta natureza, não fica satisfeito apenas com um livro.
A emoção é, todavia, mais fácil de vender, disso não há dúvidas, ainda mais num tempo em que os leitores, aqueles que ainda compram livros, têm pouco tempo para dedicar às palavras, preferindo, por isso, textos de interpretação rápida e direta. “Quando não há um projeto, o que se escreve é insubstancial. São poemas avulsos, sem consequência nenhuma no mundo, não questionam o que acontece, o ser humano, a linguagem. E isso acaba por afastar alguns leitores”, considera. “Todas as manhãs escrevo e só paro quando tenho o trabalho concluído, sei bem o que quero e como lá chegar. Não estou à espera da inspiração, isso não dá em nada, nem sei o que isso é”, reforça Fernando Esteves Pinto.
O terceiro capítulo deste ciclo orientado para o Ser Humano também já está finalizado, mais inéditos existem, e Fernando Esteves Pinto pretende, acima de tudo, fixar o conceito de purismo na sua poesia. “Escrevo no sentido de que o poema esteja vinculado a um exame ou deliberação da linguagem que serve de base à razão, isto é, o poema é orientado no sentido racional e nunca emocional. No purismo poético não há linguagem de emocionar. Pelo contrário, há uma tentativa de valorizar a purificação do poema”, distingue, justificando deste modo a desilusão que sente em relação a alguns poetas da movida literária
Três livros para refletir sobre um tema que o apaixona desde pequeno, sempre observou com muita atenção o ser humano, e o purismo que utiliza na sua poesia também não é um conceito novo, esclarece. “Este movimento já existia, mas atribuído à pintura, fundado pelo pintor e escritor Amédée Ozenfant, e por Charles Edouard Jeanneret, em 1918. Escrevo sobre o existencialismo, a psicologia, a dança contemporânea, aqui representada pelo movimento, pela expressão corporal, a filosofia, a humanidade. Tudo isto vigiado, ou apoiado, por dois subtemas importantíssimos: a linguagem e a
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portuguesa. “Escrevem todos da mesma maneira, não têm um projeto de raiz e são todos bastante emocionais. Para mim, o poema não é emoção, é razão”, enfatiza.
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escrita. Elas são o arame, o suporte, de toda a minha escrita, o resto é a roupagem”, sublinha Compreende-se, então, que a poesia de Fernando Esteves Pinto não é facilmente digerível, de consumo fácil. “O leitor «normal» não vai muito com os meus livros”, confessa, com um sorriso. “Mas os leitores que tenho, no romance e na poesia, são bons. O problema é que não escrevo para esta época, desconfio que os meus leitores ainda não nasceram. Imaginemos que a mente humana é uma tômbola e lá dentro existe um turbilhão de imagens, ideias, indícios de linguagem, versos em mutação constante e quase impossíveis de conter na sua velocidade. O pensamento faz movimentar a tômbola e cabe ao poeta captar o que para ele é mais importante: ver a luz. O que faço é apanhar um verso em suspenso, que não é ainda o sentido do poema, mas que está na sua origem”, afirma. O primeiro livro de poesia de Fernando Esteves Pinto, «Na Escrita e no Rosto», foi feito na década de 80 e publicado em 1993, e ali viveu a tal experiência do purismo na criação de alguns poemas. Retoma agora esta tendência num projeto em que está a trabalhar desde 2018 e que já originou seis livros de poesia, entre os quais este «Arte Humana», agora lançado pela editora Urutau. E nesta abundante produção literária, a companheira Adília César é a primeira leitora e crítica. Depois, com um acerto aqui ou ali, tudo fica pronto, numa série de livros que, na hora da verdade, é uma única obra de poesia que não sabe se ficará pelos seis tomos. “Meti o romance de parte enquanto não publico o que já 49
FERNANDO ESTEVES PINTO: “A INSPIRAÇÃO VEM DO MÉTODO DE TRABALHO, PORQUE UM VERSO PEDE OUTRO E MAIS OUTRO E OUTRO. NUNCA CULTIVEI O POEMA AVULSO. ESCREVER POEMAS COMO QUEM JUNTA MOEDINHAS NUM MEALHEIRO FAZ-ME IMPRESSÃO. ESTE PROCESSO NÃO DEFINE UM PROJETO DE POESIA. A MIM AGRADA-ME O POEMA CONTÍNUO, A IDEIA DE UM POEMA LEVAR O TESTEMUNHO A OUTRO POEMA E OCUPAR A SUA POSIÇÃO, SEM FALHAR A LIGAÇÃO ATÉ À ÚLTIMA PÁGINA”. está feito, um romance filosófico e psicológico, um estilo que também não agrada muito aos editores e ao leitor muito menos. Por agora, é à poesia que dedico todos os meus dias e atenções. A inspiração vem do método de trabalho, porque um verso pede outro e mais outro e outro. Nunca cultivei o poema avulso. Escrever poemas como quem junta moedinhas num mealheiro faz-me impressão. Este processo não define ALGARVE INFORMATIVO #228
um projeto de poesia. A mim agrada-me o poema contínuo, a ideia de um poema levar o testemunho a outro poema e ocupar a sua posição, sem falhar a ligação até à última página”, adianta. A poesia é, para Fernando Esteves Pinto, um arame inquebrável que o poeta molda incessantemente e que não se compadece, de facto, com palavras jogadas displicentemente ao vento, ou largadas nas redes sociais. “Mas muito fazemno e intitulam-se logo poetas, parece que as pessoas gostam bastante de ser poetas. Eu sou escritor, não só de poesia, mas também de romance e pequenos ensaios, nem me considero poeta”, diz sem hesitações, garantindo ainda que não vai alterar o seu estilo por fins comerciais. “Se pegar nestes seis livros e os juntar, obtenho uma obra poética coesa, com um fio condutor, que está inserida nesse conceito de purismo. A estrutura do poema resulta de um estudo, porque o poema em si, tudo aquilo que possa transmitir ao leitor, é da ordem do purismo. Da ordem da existência real”, explica. “Levo um dia-adia descansado que dá para pensar e repousar entre a escrita e o resto da vida. Depois, eu e a Adília participamos em eventos culturais, mas também existem poucos em Faro. Há muita gente a escrever, mas não aparecem nos ALGARVE INFORMATIVO #228
acontecimentos, só vão aos lançamentos das suas próprias obras”, observa, com ironia, confessando que também não faz parte do seu estilo andar em tournée a promover os livros que escreve. “Não sou vendedor de livros, porque não é o escritor que tem que procurar o leitor. Se ele lê o poema de um autor e gosta, acredito que vá procurar a sua obra. Tenho mais dois livros de poesia para sair e o romance também está na gaveta, e está lá muito bem, porque exige um investimento maior da parte dos editores” . 50
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MOMENTUM PROPORCIONOU UMA EXPERIÊNCIA SENSORIAL DA FLORESTA NO PRATO Texto: Daniel Pina| Fotografia: © Festival da Comida Esquecida/ Forgotten Food Festival / Vítor Pina
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o dia 8 de novembro teve lugar, no Convent’Bio – Convento do Carmo, em Lagoa, mais um evento do Festival da Comida Esquecida, desta vez uma experiência gastronómica desenvolvida pelos alunos da sexta edição do Mestrado em Inovação em Artes Culinárias (MIAC) da Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril (ESHTE). O projeto inicial surgiu de um desafio da Associação Plantar Uma Árvore com o objetivo de valorizar a floresta autóctone e os atributos da gastronomia portuguesa. Nesse sentido, o menu criado foi inspirado e alinhado com os princípios da associação: a recuperação da biodiversidade e o fortalecimento dos ecossistemas. Como tal, a ementa refletiu o ciclo de produção, o respeito pela identidade dos territórios, a proximidade dos produtos à origem e o modo como estes são tratados nas cozinhas. De acordo com a organização, os pratos acompanham o ciclo de vida da árvore e demonstram a preocupação em cuidar da sustentabilidade ambiental e alimentar, valorizando as nossas florestas. Alguns dos momentos foram acompanhados por uma performance de personagens ligadas ao imaginário da floresta, procurando aliar a atividade teatral ao despertar da consciência dos convidados para a temática em causa que, no dia-a-dia, passa pela ação individual e coletiva. O jantar iniciou-se com o fogo, que simboliza a destruição e uma consciencialização para as questões ALGARVE INFORMATIVO #228
florestais, passando pela semente, rebento, folha (verde, seca), flor e fruto. Cada um dos momentos foi servido num suporte especificamente pensado para esta experiência e o conceito do menu refletiu também a preocupação na utilização de matérias-primas locais e incomuns, como cevada, rebentos de plantas, o mel de rosmaninho e o javali. Ao longo do jantar foi contada uma narrativa com sons, cheiros e imagens 54
de pequenos filmes que foram desenvolvidos pelos alunos da Escola Superior de Comunicação Social do Instituto Politécnico de Lisboa. O Festival da Comida Esquecida integra a nova temporada do programa cultural «365 Algarve», uma iniciativa cofinanciada pelas Secretarias de Estado da Cultura e do Turismo, com apoio do Turismo de Portugal e execução da Região 55
de Turismo do Algarve. O Festival decorre até maio, contemplando vários eventos, desde piqueniques de charme aos jantares «Momentum» e ao «Colher para Cozinhar», culminando numa festa final «Na Casa da D. Glória». A responsabilidade do festival é da Cooperativa QRER, uma organização dedicada ao desenvolvimento dos territórios de baixa densidade . ALGARVE INFORMATIVO #228
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PORTIMÃO ARENA VIBROU COM O GLAMOUR E O CALOR DAS DANÇAS DE SALÃO Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina
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em pares em representação de dez países participaram no 2.º Portimão International Dance Festival, que se realizou, a 23 de novembro, no Portimão Arena, no âmbito da Cidade Europeia do Desporto 2019. As duas centenas de dançarinos, com idades compreendidas entre os 5 e os 63 anos, vieram de Portugal, Holanda, França, Suíça, Grécia, Rússia, Estados Unidos da América, Áustria, Suécia e Alemanha, e constituíam a elite internacional das danças de salão, sendo de destacar a participação de um par campeão mundial no escalão júnior e de alguns semifinalistas em campeonatos do mundo. ALGARVE INFORMATIVO #228
As eliminatórias decorreram ao longo de toda a tarde, ao passo que as finais aconteceram à noite, estando em competição os estilos de dança de salão latino-americano (cha-cha-cha, samba, rumba, passodoble e jive) e standard (valsa inglesa, tango, valsa vienense, slow foxtrot e quickstep). O Festival teve organização nacional da Associação Portuguesa dos Professores de Dança de Salão Internacional, sob a égide do World Dance Council, enquanto que a organização local esteve a cargo da Academia Dança Mais, sendo parceira institucional a Câmara Municipal de Portimão .
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JACK BROADBENT E VÍTOR BACALHAU LEVARAM MAGIA DOS BLUES AO CINE-TEATRO LOULETANO Texto: Daniel Pina| Fotografia: Jorge Gomes
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o dia 23 de novembro, Jack Broadbent, uma das figuras internacionais mais proeminentes do Blues, apresentou-se no Cine-Teatro Louletano, numa absoluta estreia a sul do país, com o reconhecido músico algarvio Vítor Bacalhau a ser responsável pela primeira parte do concerto, numa parceria com a Blues a Sul – Associação de Blues do Algarve. O talentoso cantor e compositor inglês, que tem deixado públicos fascinados com os seus espetáculos ao vivo e com o seu estilo inigualável de tocar slide guitar, regressou a Portugal depois da sua aclamada estreia em Lisboa, em 2016, no CCB. Nascido na Inglaterra rural numa família onde a música era uma presença constante, Jack Broadbent aponta as suas influências para John Lee Hooker, Peter ALGARVE INFORMATIVO #228
Green, Jimi Hendrix, Robert Johnson e Crosby, Stills, Nash & Young. Com raízes firmemente plantadas nos blues mais puros, Broadbent está a gerar uma onda de entusiasmo global como um bluesman moderno e, porventura, o mais entusiasmante do nosso tempo. No âmbito da parceria do Cine-Teatro Louletano com a Blues a Sul – Associação de Blues do Algarve, a primeira parte do concerto esteve a cargo do virtuoso Vítor Bacalhau, sem dúvida um dos nomes sonantes no Blues/Rock em Portugal. Conta já com três discos editados, aclamados pela crítica especializada e pelos seus pares, e centenas de concertos em clubes e festivais em Portugal e no estrangeiro. Com o lançamento do EP «I Am Leaving», Bacalhau explora sonoridades acústicas mais associadas às raízes dos blues, que acabam por se traduzir de forma inequívoca no formato intimista de um concerto a solo . 90
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TIAGO BETTENCOURT ENCHEU AUDITÓRIO MUNICIPAL DE OLHÃO Texto: Daniel Pina | Fotografia: Município de Olhão/Adílson Vicente
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cantor e compositor Tiago Bettencourt protagonizou um fantástico concerto no Auditório Municipal de Olhão, no dia 16 de novembro, perante uma plateia repleta de fãs dos êxitos inesquecíveis dos Toranja, mas sobretudo das canções de uma muito bem-sucedida carreira a solo. Autor de várias composições de referência da nova música portuguesa, foi há mais de uma década que Tiago Bettencourt embarcou na sua primeira aventura em estúdio, com os Toranja, banda que veio a marcar para sempre o panorama musical lusitano. Porque a riqueza da simplicidade dos seus poemas e melodias depressa captou a atenção do público, um público que recebeu com tristeza a notícia, em 2006, de que os Toranja iria fazer uma pausa prolongada e que se mantém até à data. Mas Tiago Bettencourt, claro, não ficou parado, ALGARVE INFORMATIVO #228
rumou ao Canadá e, tendo como banda de apoio os «Mantha», gravou o álbum «Jardim», com produção de Howard Billarman (produtor de «Funeral» dos Arcade Fire). Editado em 2007, do disco fazem parte êxitos como «Canção Simples», «O Jogo», «O Lugar» e «O Jardim» e num instante se perspetivou um futuro sorridente para o artista. Tal vaticínio foi confirmado quando, em 2010, surge «Em Fuga», também com produção de Howard Bilerman, com o single «Só Mais Uma Volta» e canções como «Chocámos Tu e Eu» ou «Caminho de Voltar». No final de 2011 novo álbum, «Tiago na Toca e os Poetas», desta feita acompanhado por um livro, no qual Tiago musica poemas de autores portugueses como Florbela Espanca e José Carlos Ary dos Santos, junto dos amigos Carminho, Camané ou Pedro Gonçalves (Dead Combo), entre outros. Seguiram-se «Acústico» em 2012 e «Do Princípio» em 2014, em que surge renovado e com canções surpreendentes como «Aquilo Que Eu 100
Não Fiz», «Morena» e «Maria». Finalmente, em 2017, aparece «A Procura», o sexto disco de uma carreira que não engana ninguém, estamos na 101
presença de um puro talento, que agora convida o público para uma viagem que junta a acústica trovadoresca, a pop e as eletrónicas discretas . ALGARVE INFORMATIVO #228
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TOURNÉE NACIONAL DO «ESTAVA LÁ E VI» DE JOEL RICARDO SANTOS PASSOU POR ALBUFEIRA Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina ALGARVE INFORMATIVO #228
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omo em tanta coisa na vida, a fama nem sempre corresponde ao mérito ou, neste caso concreto, o menor mediatismo não é sinónimo de menor talento. Por isso, mea culpa, admito que não conhecia Joel Ricardo Santos, mas num instante fiquei rendido ao espetáculo de stand-up comedy que o nortenho apresentou, na noite de 15 de novembro, no Auditório Municipal de Albufeira. «Estava Lá e Vi!» é um espetáculo de comédia que guia o público pelos mais únicos e inusitados pontos de vista, sem fazer uso de um humor negro e corrosivo, ALGARVE INFORMATIVO #228
ou, no extremo oposto, brejeiro e bacoco. É, na hora da verdade, uma performance bastante simples que aborda situações perfeitamente banais do dia-a-dia, ou aqueles casos parvos que por vezes nos deixam a pensar, ou mesmo aquelas memórias da nossa adolescência e entrada na idade adulta, agora vistas a alguns anos de distância. Com uma forte componente de humor de observação, «Estava Lá e Vi!» é uma viagem pelas paixões e incompreensões de Joel Ricardo Santos, que se sente a viver num mundo à parte, não percebendo, como tantos de nós, o que se passa na cabeça desse belo ser 110
humano que é a mulher; ou o estranho fenómeno social, de um passado recentes que muitos ainda se lembram, que era dar toques de telemóvel aos amigos; ou a fantástica aventura em que se pode transformar uma simples ida ao supermercado para comprar um pacote de arroz. Perante tais dilemas, o humorista sente-se na obrigação de subir ao palco e alertar o mundo para a estupidez que nos rodeia. Mas também falou do que é viver sozinho, recordou as peripécias da sua primeira vez, do erro tremendo que cometeu quando criou um perfil de Facebook para o pai. Ou seja, não estamos perante matéria-prima demasiado intelectual ou que pretenda iniciar uma revolução de mentalidades, e, provavelmente por isso mesmo, a reação
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do público de Albufeira foi genuína, imediata, estridente nas risadas e nos aplausos. E como Joel Ricardo Santos é músico desde os seis anos, também fez uso do teclado que permaneceu abandonado durante boa parte do espetáculo, parodiando temas bem conhecidos. Assim como encetou uma séria e preocupada dissertação sobre a calamidade que é alguma música popular brasileira, letras sem qualquer sentido, aliadas a uma batida mexida que mete as pessoas a dançar, sem saberem muito bem o que estão a ouvir. Foi, sem dúvida, uma excelente noite de stand-up comedy no Auditório Municipal de Albufeira .
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ENQUANTO ESTE TEMPO DURAR, VAMOS SABOREAR COMO SE NÃO HOUVESSE AMANHÃ! Texto: Júlio Ferreira | Fotografia: Vera Lisa
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magine uma criança que, antes de chegar aos 10 anos, já desenvolveu um talento natural para a música, tanto ao piano, como na guitarra, mais tarde no baixo e bateria. Não precisava de imaginar se, no passado dia 21 de novembro, estivesse entre os muitos que assistiram a mais um «Choque Frontal ao Vivo». Um brilhante programa, compacto de uma hora e pouco, para um público que progressivamente se entregou até à rendição. LUM subiu ao palco com alguns minutos de atraso em relação ao horário habitual, devido ao perfecionismo que coloca em tudo o que faz, atento, minucioso e exigente, como só ele. Aquele «sopro» vindo da mesa de mistura não tinha sido convidado e não era bem-vindo. Tudo tinha de estar perfeito para aquela noite. ALGARVE INFORMATIVO #228
Sabíamos que o João é um bom conversador, mas o LUM(e) foi crescendo, iluminando e aquecendo todos aqueles que trocaram o conforto de sua casa para partilhar muitas histórias de uma vida ainda curta, de quem tenta a todo o custo viver e sobreviver no Mundo da música. Sequências musicais combinadas na perfeição, criando momentos de energia seguidos de momentos de contenção e emoção, implacável no rigor e na capacidade de agarrar o público. Cada palavra, cada gargalhada, cada tema valeu por si, «Dejá Vú», «Mesmo quando puderes», «Chama de mil cores», «Perfeita», «Primeiro Amor», «Não voltes mais». Cada canção foi em si um concerto, um episódio completo do seu percurso. Com muito humor, ironia, ou apenas sabedoria, falou da influência de 120
seu pai, da sua primeira banda «Alta Tensão» e, em curtas passagens, definiu a parceria e amizade com Nuno Soares como o princípio e o fim dos seus três álbuns editados, em 2013, «Mil cores», 2015 «Atmosfera» e 2019 «Zero». Entre ele e os músicos Davis Sousa e Marco Cardoso, e entre eles e nós, houve mais do que empatia. Comunhão pareceme a palavra justa. Ele estava feliz e emocionado, humildemente agradecido por ser agora reconhecido como antes merecia e não foi. Sem falhas, mas também sem que lhe faltasse sentimento, entregue à sua paixão, deu o melhor que tinha. Deu tudo. A cada momento parecia que explodia de alegria. Uma criança num palco pequeno demais para todo o seu talento. Mas a noite de quinta-feira, dia 21 de novembro de 2019, também ficou 121
marcada por estreias. De Lagoa veio João Raposo e o seu «Dona Niza», para apresentar o mais recente vinho branco do concelho vizinho. Mas termino este texto, como começou a noite. Com a música composta exclusivamente para esta «coisa» a que temos a ousadia de chamar de programa de rádio gravado ao vivo. No ano passado já tínhamos sido surpreendidos com a mestria na guitarra portuguesa do Ricardo Martins e a produção do DJ Sickonce por gastarem o seu precioso tempo para fazer um tema original e exclusivo para estes dois «marmanjos». Este ano, o sacrificado foi Fernando Leal, mas, para nossa surpresa e sem hesitar, aceitou o desafio e com a mestria do nosso amigo Luís Rocha, participação de Davis Sousa e Luís Henrique, fez letra e música de mais um tema «Choque Frontal ao Vivo». ALGARVE INFORMATIVO #228
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Devem imaginar o nosso orgulho e o nosso eterno agradecimento! Mas o melhor e mais importante disto tudo é sabermos que amigos, músicos e técnicos de som, existem e pensam em nós como nós pensamos neles. Um dia vamos chorar porque queríamos mais, e mais tempo, e o TEMPO não chegou. Mas enquanto este TEMPO durar, vamos saborear como se não houvesse amanhã e continuar a agradecer aos que nos ajudam, aos que ainda sabem quem somos e do que somos capazes. Aos que nos recordam quem fomos. Aqueles em quem nos revemos, nem que seja por instantes, nem que seja por conta de um instante que já passou. Aqueles cuja palavra é exata, um «sim» quer dizer mesmo «sim», um «não» é a perfeita negação, a recusa, a rejeição . 123
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OPINIÃO
Menos Estado-Social, mais Estado-Assistencialista? Paulo Cunha (Professor) ido mal com as desigualdades sociais provocadas por causas e condicionalismos imputados à tirania, à avareza, ao egoísmo, à discriminação, à falsidade, à hipocrisia, à incompetência, à indiferença, à intolerância, à maldade, ao preconceito, à tirania, à traição e à xenofobia. São estes múltiplos fatores que me fazem sentir uma mistura de sensações desagradáveis sempre que saio do meu confortável «casulo» e me deparo com pessoas, em tudo iguais a mim, que, sem abrigo, pernoitam ao relento com o frio gélido como companhia e uma parede de papelão como resguardo, com filas envergonhadas de seres que mendigam uma refeição quente, com pedintes de tez cabisbaixa que nos olhos marejam lágrimas de revolta pela triste sina de viverem de mão estendida. Confesso a minha impotência, amargura e tristeza perante tantas situações que me fazem, cada vez mais, perder a esperança em quem não consegue ver nos outros uma extensão de si mesmo. As tendências universalistas da proteção social têm vindo a ser substituídas progressivamente por princípios de seletividade social. Os cortes na despesa social para reduzir ou evitar os défices das contas públicas saldam-se, quase sempre, em perdas de direitos para alguns, com o argumento de ALGARVE INFORMATIVO #228
que estes devem ser garantidos apenas a quem deles precisa. Os beneficiários das políticas sociais são obrigados a um regime apertado de contrapartidas, cujo escrutínio rigoroso leva facilmente à perda de direitos ou à marginalização social de quem, devido às desigualdades sociais, não teve acesso às oportunidades de vida pretendidas e merecidas. Enquanto a caridade se utiliza para evocar o auxílio que se presta aos mais necessitados e desfavorecidos, o assistencialismo é uma perspetiva de intervenção social que prioriza a organização de respostas para os casos de necessidade extrema, em vez de garantir padrões mínimos de bem-estar para todos. A teoria assistencialista tem vindo a ganhar apoios em governos conservadores e até social socialdemocratas (Estado-Providência de tipo liberal), influenciando e condicionando as reformas levadas a cabo por muitos deles nos últimos tempos. A assistência social surgiu, essencialmente, como uma iniciativa privada ligada a instituições filantrópicas, grupos informais de entreajuda e organizações religiosas. Hoje, cada vez mais privatizada, a assistência social está a afastar-se dos padrões de solidariedade e universalismo baseados na cidadania social que as sociedades democráticas incrementaram e os seus Estados, em 130
determinadas alturas, respeitaram. Advogo que a qualidade da democracia pode ser avaliada pela capacidade do Estado proporcionar aos cidadãos o acesso a bens, equipamentos e serviços públicos de qualidade, por isso sou da opinião que quando um Governo destrói o Estado-Social, coloca em causa o regime democrático que o elegeu. O Estado-Assistencialista torna a pobreza menos severa, mas não contribui para libertar, autonomizar e emancipar os pobres da sua condição de exclusão social, discriminação e dependência. Não me lembro de alguma vez ter visto grande parte dos portugueses a não viver nos «mínimos»: salário mínimo, subsídio de desemprego de valor mínimo, rendimentos mínimos, pensões mínimas e abonos de família mínimos. Não foram os pobres que hipotecaram o país, nem foram os que sempre receberam salários de miséria em empregos precários que viveram acima das suas possibilidades. São esses, os muito pobres e indigentes, que quando chega o período natalício são lembrados como os necessitados da caridadezinha alheia. A caridade que, periodicamente, vai permitindo a subsistência de todos que ficaram fora do apregoado assistencialismo, mas não lhes garante a dignidade enquanto seres humanos.
uma morte anunciada em Portugal? Penso que a solução para que tal não aconteça possa passar por um maior investimento no combate eficaz à fuga e evasão das contribuições à Segurança Social, na cobrança célere das enormes dívidas que muitas empresas lucrativas têm à Segurança Social e na alteração da forma e do modelo de contribuição para a Segurança Social. Valerá a pena deixar morrer o Estado-Social em nome do pagamento de dívidas pelas quais não fomos nem somos responsáveis, deixando-nos enredar num sistema onde a caridade e o assistencialismo continuará a humilhar, e não a libertar, os mais desfavorecidos? .
Estará o Estado-Social condenado a 131
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OPINIÃO
Capital Europeia da Cultura: pode a arte salvar o mundo? Mirian Tavares (Professora) m 1993, Antuérpia foi a capital europeia da cultura e escolheu, como mote, a seguinte questão: “pode a arte salvar o mundo?”. Não houve uma resposta definitiva, se é que há alguma. Mas este mote fez com que o ano de Antuérpia, como centro das atenções culturais do mundo europeu, fosse bastante produtivo e instigante. Uma cidade com grande tradição no comércio, com um dos maiores portos da Europa, decidiu abrir-se efetivamente às artes, permitindo o desenvolvimento de diversos espetáculos e mostras, dando aos criadores um grande espaço para desenvolver projetos ousados, sem impor um limite economicista para a criação artística. Se este projeto não salvou o mundo, deu alento ao mundo das artes, cujas produções ali realizadas aportaram em outras paragens nos anos que se seguiram. O conceito de capital da cultura surge ainda nos anos 80 pelas mãos da então ministra grega Melina Mercouri. O Relatório Palmer, de 2004, faz uma extensa avaliação sobre as capitais da cultura, de 1995 a 2004, onde não só descreve os casos estudados, como apresenta uma série de recomendações. A ideia do relatório era estudar o impacto económico e cultural, bem como o possível impacto social resultante da escolha de determinada cidade assumir, por um ano, o papel de centro cultural da ALGARVE INFORMATIVO #228
Europa. Mesmo que a finalidade do relatório seja a de orientar os organizadores das futuras capitais da cultura, é um documento bastante interessante para que se analise a pertinência económica, cultural e social de um evento como este. Uma das conclusões do relatório é a de que, se não houver um entrelaçamento entre os objectivos sociais, culturais e económicos, e não houver qualquer mudança das políticas, públicas ou privadas, no que diz respeito ao investimento no setor cultural, o que fica, além das boas lembranças, são apenas dívidas. O filósofo francês Étienne Souriau, nos anos 70, propõe uma leitura muito interessante sobre o papel das artes na sociedade de consumo. Na sua obra, ele analisa o PIB francês e destaca a importância das artes neste contexto. Chegou à conclusão de que uma significativa fasquia dos dividendos na França provinha do consumo de arte, em forma de compras de obras, de antiguidades, da frequência regular de espaços como teatros, cinemas, salas de concertos, bem como a aquisição de livros de arte e idas a museus. Para Souriau, a arte não era um sonho, era o contrário do sonho, porque é um gesto criador que implica uma ação. No campo da Estética, a sua posição é bastante provocadora e, ao mesmo tempo, avança em algumas décadas a reflexão sobre o papel das artes na economia de um país. 132
Nos anos 80, no Reino Unido, o Greater London Council começou a utilizar o termo Indústria Cultural para falar de atividades culturais que geravam riquezas e empregos e que não estavam integradas no sistema de financiamento público. O termo aqui não assume o aspeto negativo que lhe foi dado à nascença, mas serve para ilustrar a ligação entre arte e economia, sendo a primeira, como já havia dito Souriau, uma importante fonte de 133
riqueza e trabalho. Nos anos 90, na Austrália, aparece o termo Indústrias Criativas, que incorporava áreas de produção que envolvessem a criatividade, competência e o talento individual, como potenciais geradores de trabalho e riqueza, sobretudo através da exploração da propriedade intelectual. O conceito, no caso da Inglaterra, encontrou terreno fértil para se desenvolver e não ficou submetido ao ALGARVE INFORMATIVO #228
sabor de políticas culturais efémeras, mas esteve na base da criação de novas políticas e de uma postura diferente, dentro do Estado, em relação à produção artística e cultural. Percebeu-se que as artes e a cultura não eram atividades marginais, mas, pelo contrário, estavam plenamente inseridas na lógica de produção e geravam riqueza e trabalho, bens essenciais para qualquer nação. Fala-se hoje de sociedades pósindustriais e, mais ainda, de sociedades pós-materialistas. Não podemos deixar para trás um pensamento fundamental para os filósofos da Escola de Frankfurt: a ideia da diluição da cultura na civilização, que deveria ser um benefício, mas que foi desviada do seu fim reificando o universo à sua volta. A tão falada Sociedade do Conhecimento, que refletiria a mudança de paradigma económico e social, é uma realidade. Mas não é uma realidade (com)partilhada. A sua existência está vinculada a uma série de princípios de produção e circulação de bens que está longe de ser uniforme na nossa sociedade global. Talvez o nome tenha sido alterado, mas a ideologia permanece: os bens culturais são uma promessa de paraíso possível. Só que este paraíso está, definitivamente, vetado a muitas pessoas. A criação do conceito de Capital Europeia da Cultura está vinculada à criação de um espírito europeu, ou europeizante, capaz de gerar um sentimento de pertença a um continente que agrega diversas nações: através da Cultura, e das Artes, unem-se os povos, traduzem-se sentimentos e princípios. Pretende ainda reforçar o conceito de indústrias criativas e culturais, transformado os bens simbólicos em valores económicos. Teóricos como ALGARVE INFORMATIVO #228
Castells, Florida ou Inglehart, que refletiram e refletem sobre o conceito de indústria criativa, têm como assente que estas indústrias se instalam naturalmente em sociedades onde “o capital tem base inteletual, fundamentando-se no indivíduo, em seus recursos intelectuais, na capacidade de formação de redes sociais e na troca de conhecimentos” o que, convenhamos, não é a realidade de muitos países, dentre eles, Portugal. A ideia é fascinante: fomentar a criação de indústrias cuja produção seja baseada na criatividade e no talento. A verdade é que o grosso da produção das indústrias chamadas criativas está voltado para as telecomunicações e novas tecnologias o que inviabiliza, à partida, a distribuição democrática das mesmas num país centralista como o que temos. A arte pode não salvar o mundo. Mas deveria continuar a tentar. Acredito que devemos olhar para aquilo que já foi feito, e pensado, e pararmos um pouco para refletir. Até que ponto uma Capital Europeia da Cultura pode florescer em cidades com economias fragilizadas? Até que ponto o discurso construído à volta do tema não passa de retórica, bem elaborada, incitando mudanças de paradigmas e rutura, quando, no fundo, o que defendem, é apenas a primazia da civilização sobre a cultura? As artes poderão salvar o mundo se servirem para fomentar uma discussão mais vasta e profunda sobre a criatividade, a criação e o conhecimento. E, para isto, precisa de readquirir a sua independência. O problema é saber se os artistas e agentes culturais estão dispostos a trabalhar na periferia, a partir das margens. E, de uma maneira criativa, levar as margens para o centro . 134
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OPINIÃO
Do Reboliço #64 Ana Isabel Soares (Professora)
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oje têm umas sopas de peixe”, conclui o Reboliço. Se gosta do cheiro das coisas, este bicho... (Mas não há meio de o fazerem rir da piada que pergunta quantos cães têm faro, é assim). Entra na cozinha, volta da cozinha, a esquila aos tilintos, a curta cauda em limpa para-brisas, velocidade máxima – são as horas antes do almoço. A avó moleira anda num virote, mas sem se lhe ouvir o remexer: os sapatos são de dentro, pantufais confortos; a saia perde-se debaixo do avental com os bolsos grandes, e a blusa. As mãos é o que mais se lhe agita, sempre a tentar carregar na mesma volta o maior número possível de instrumentos: colheres de pau, facas de cortar, facas de picar, facas de provar, tabuleiros de barro, tachos de alumínio, panelas de ferro, pratos para pôr na mesa, os outros talheres. Como faz para, sem se dar por ela, encostar o pulso à testa e recolher para dentro do lenço o lindo cabelo de cinza? E não há conversas: se entram na cozinha nestes momentos e alguma pergunta ouve, responde com aceno, uma sílaba perdida, mas é no afazer que está, em mais lugar nenhum. Sopas de peixe. “Já me migaste as sopas?”. É quem entra, pode ser qualquer um: toca de encostar ao peito o pão inteiro, o mais velho dos pães, “Onde é que está a minha faca?”, que cada qual tem a sua própria, a madeira feita à concha da mão de cada um – e retalhar em sopas ou migas, o pão migado são ALGARVE INFORMATIVO #228
fatias desiguais, mas sempre na mesma forma, sem poderem ser mais gradas nem mais miúdas, mais estreitas nem mais largas que o habitual, ou não serão sopas, “O que é lá isso?!”, e deita-se a enjeitadinha ao prato do cão, não tem serventia para sopas. O fumo sobe do tacho, grosso, enovelado, em rosca vertical, e é daí que caem, com certeza, é daí, pensa o Reboliço, alongando o pescoço desde as costas do cachaço, muito esticado para subir o focinho e apanhar as gotas microscópicas da cebola, do alho, do tomate, do pimento, agregadas no azeite e na água pouca que ainda se lhes deitou, ah, Reboliço, quem tas dera estas sopinhas... “Se cheira bem...”. “Põe-me mas é a mesa, não tarda nada estão na tigela”, e o canito lança agora o olho ao peixe ainda cru sobre a bancada: o brilho puro do peixe, qualquer coisa de laranja, qualquer coisa de prata cinza a jogar com o cabelo escapadiço da moleira, um cantaril do mais lindo, dá vontade é de cantar enquanto passa para a água onde ferveram os preparos e outras ervas, de salsa muita, e das largas bolhas do azeite: é um nada, quase sai assim que entra, o peixinho, as sopas migadas aguardam, dispostas em camadinhas dentro da tigela, que sobre elas caia a água (e do fumo dela sorve mais feliz o ar o Reboliço), a travessa espera o cantaril, fora da casa esperam a voz da moleira, “Venham já almoçar!”. O ar continua, adensa-se em ser névoa 136
Foto: Vasco Célio
saborosa: mais ainda se na rua venta, como pertence ventar aos lugares de moinhos de vento. Se na rua esfria, no espaço de cozinhar sobe a nuvem das panelas em fuso direito ao caniçal do teto. “Fechem-me essa porta!” – grita a moleira, quando entram para comer, impaciente de lhe arrefecerem a cozinha. Qual laboratório de revelação fotográfica! O altar é de arte perecível, 137
obras-primas do efémero tão consoladoramente repetido. Canta o cantaril nos pratos. Enrolado aos pés do moleiro, feliz se sobrar para ele uma côdea, o Reboliço dormita ao som satisfeito dos talheres que descobrem a louça . *Reboliço é o nome de um cão que o meu avô Xico teve, no Moinho Grande. É a partir do seu olhar que aqui escrevo. ALGARVE INFORMATIVO #228
OPINIÃO
Da língua portuguesa como pátria universal Adília César (Escritora) “Não tenho sentimento nenhum politico ou social. Tenho, porém, num sentido, um alto sentimento patriotico. Minha patria é a lingua portuguesa. Nada me pesaria que invadissem ou tomassem Portugal, desde que não me incommodassem pessoalmente. Mas odeio, com odio verdadeiro, com o unico odio que sinto, não quem escreve mal portuguez, não quem não sabe syntaxe, não quem escreve em orthographia simplificada, mas a pagina mal escripta, como pessoa própria, a syntaxe errada, como gente em que se bata, a orthographia sem ípsilon, como escarro directo que me enoja independentemente de quem o cuspisse. Sim, porque a orthographia também é gente. A palavra é completa vista e ouvida. E a gala da transliteração greco-romana veste-m'a do seu vero manto régio, pelo qual é senhora e rainha.” Livro de Desassossego, por Bernardo Soares (Fernando Pessoa), ed. de Jacinto do Prado Coelho, Lisboa, Ática, 1982 vol. I, págs. 16-17 (ortografia original)
ortugal e a Europa, Portugal e o Mundo. Actualmente, já não estamos isolados e mais do que nunca, é urgente pensar e agir globalmente, fomentar trocas humanísticas, culturais e económicas, embora ressalvando a identidade portuguesa. Em Portugal somos cerca de dez milhões de cidadãos a falar português, mas, para além das nossas fronteiras que já não constituem meros limites de entrada ou de saída, estão mais duzentos e cinquenta e cinco milhões de pessoas que têm o português como língua oficial, correspondendo a nove países e a quatro continentes; o português é também a quinta língua mais utilizada no espaço da internet. A UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) com sede em Paris, ratificou no dia 25 de Novembro de 2019, na sua conferência geral, a celebração do Dia Mundial da Língua Portuguesa a 5 de Maio, tornando oficial a proposta apresentada pelos países lusófonos. O dia 5 de Maio já estava designado como Dia da Língua e Cultura ALGARVE INFORMATIVO #228
Portuguesa na CPLP, desde 2009, mas as Nações Unidas sempre encorajaram a celebração de um dia nacional para cada uma das línguas oficiais da organização, o que veio finalmente a acontecer. É importante realçar alguns excertos do texto desta proposta, aprovada por unanimidade, os quais constam de diferentes notas de imprensa emitidas recentemente e vindas a público: (…) “o português é a linguagem de nove estados-membros da UNESCO, que é a língua oficial em três organizações continentais e da Conferência Geral da UNESCO e é falada por mais de 265 milhões de pessoas, sendo uma das mais faladas no hemisfério norte”; (…) “é necessário implementar uma cooperação mais abrangente entre os povos através do multilateralismo, aproximação cultural e diálogo entre civilizações, em linha com o que está estipulado na Constituição” desta organização”. Ao entrar nos calendários internacionais, a medida ganhará, decerto, uma projecção global, com consequências positivas na 138
onde se fale e estude o português, universidades ou instituições da sociedade civil de países não-lusófonos têm um papel muito importante a desempenhar, porque permitem, nos círculos de emigração e para além deles, que a nossa língua (nossa de todos os falantes, independentemente da sua nacionalidade) continue viva e em expansão. Constitui um elo central de ligação entre o território físico de Portugal e a dimensão multinacional da nossa Diáspora”.
promoção da língua e cultura portuguesas. Segundo declarações de Marcelo Rebelo de Sousa, o facto de a UNESCO, que é uma organização mundial, reconhecer o papel da língua portuguesa “deve-se à diplomacia portuguesa em geral, deve-se ao valor da língua portuguesa, mas deve-se muito ao contributo do senhor embaixador António Sampaio da Nóvoa”. Assim, espera-se uma relevante acção por parte das “organizações internacionais, os Estados 139
Fernando Pessoa (1888-1935) sabia de toda a argumentação necessária para se chegar a este momento de grande relevância, registada na sua vasta e diversificada obra e nos seus frequentes apelos em torno da importância da nossa língua. Muito antes dele, Camões (1524-1580) também glorificou a língua portuguesa como o retrato dourado da lusofonia, nos Lusíadas e outros escritos. Não teria sido por acaso que ambos se tornaram pessoas notáveis como Poetas, porque a Poesia é a voz da palavra rigorosa numa consentida poexistência: a literatura elevada ao nível da excelência . ALGARVE INFORMATIVO #228
OPINIÃO
Imersa em Película Nipónica Vera Casaca (Argumentista e Realizadora de Cinema) filme Matrix. Tóquio é fácil de entranhar. Uma cidade viva, colorida, com os seus edifícios modernos, os seus templos históricos, varrida pela sua chocante organização e limpeza. Agora, por estas bandas, sou obviamente compelida a retroceder no tempo e falar de cinema japonês. O primeiro filme que vi que estava relacionado com o Japão foi «Hiroshima meu amor», de Alain Resnais da Nouvelle Vague. Uma coprodução franco-japonesa em que seguimos uma narrativa não linear de um romance entre uma francesa e um arquiteto japonês. Uma paixão condenada, tal como o destino das vítimas da bomba de Hiroshima. Lembro que fiquei triste com o filme. Algumas imagens horríveis e personagens angustiadas.
stou curvada numa cápsula de dormir enquanto teclo estas palavras. Estou em Shinjuku, uma área de Tóquio, hospedada num hotel cápsula futurista que mais parece a zona de cultivo de seres humanos do ALGARVE INFORMATIVO #228
O segundo filme que vi foi do famoso e prolífico realizador japonês Yasujiro Ozu, «Bom dia», de 1989. Lembro-me da simplicidade artística pontuada com momentos cómicos retratados pelas personagens dos miúdos que decidem fazer uma greve de silêncio em protesto contra os seus pais que não lhes compram uma televisão. A seguir a esse, conheci o super aclamado e vencedor de vários prémios «Spirited Away», um filme criado pela 140
mente e mãos do rei da animação japonesa, Miyazaki – autor, escritor, ilustrador, realizador – um artista muito completo e reconhecido. É um lindo filme de fantasia e de descoberta, onde seguimos uma jovem que cai no «mundo dos Kami» (espíritos). Cheio de metáforas, com uma banda sonora comovente, e com as suas duas horas e cinco minutos, marcou-me muito. É um mergulho profundo no Japão místico. A razão por que consigo enumerar estes filmes e qual a sua ordem é que, para minha vergonha, vi poucos filmes japoneses e reconheço-me como uma leiga, afinal, nem os «Sete Samurais» de Kurosawa ainda vi. Agora nos anos mais recentes, descobri aleatoriamente Hirokazu Kore-eda. Era Inverno e estava na sala da casa dos meus pais quando vi que havia um videoclube grátis na televisão. Havia uma secção de cinema internacional. O filme chamavase «Tal Pai, Tal Filho» – um drama maravilhoso, longe dos clichés «hollywoodanos». Uma história que deixa qualquer pessoa a pensar: duas famílias japonesas de classes económicas distintas, descobrem que os seus 141
respetivos filhos, agora com seis anos, foram trocados à nascença. E navegamos com eles, entre a confusão, o amor criado, o desejo biológico, e o ressentimento. Fiquei tão fascinada com o tempo e ritmo do filme que de imediato procurei ALGARVE INFORMATIVO #228
mais filmes do realizador. Surgiu outro: «A boneca insuflável». Trata-se de um filme com contornos de realidade mágica em que uma boneca insuflável, condenada a ser usada a bel-prazer dos outros, se torna semirreal, e tenta integrar-se no mundo dos humanos. Coincidência ou não, um ano depois estava em NY quando um amigo meu me convidou para vermos um filme chamado ALGARVE INFORMATIVO #228
«Shoplifters». Fomos à pressa, chovia, nem vi quem era o realizador. Mas durante o filme, pensei – “parece que já vi este estilo de realização – e este ator… Conheço-o de algum lado”. Pois claro, quando rolaram os créditos lá estava – «Directed by Kore-eda» e entrava um dos atores do filme «Tal pai tal filho». Assumo agora que sou sua fã. 142
Já em Portugal, passou na RTP2 o filme da realizadora Naomi Kawase – «A pastelaria de Tóquio». Kawase é uma realizadora experiente e bem-sucedida. Depois de ver este esplêndido filme, decidi incluí-la no livro acerca de realizadoras internacionais.
ainda não sabia que cá estaria, a escrever este artigo, aqui no Japão e a apaixonarme além da ideia que criamos em antecipação. Agora mais determinada em conhecer o resto deste país, desafiome e a vós também, a conhecer um pouco mais sobre a magia que o seu cinema traz. Procurem, conheçam, explorem. Afinal, o Japão é mágico .
O bonito de isto tudo é que nesta altura 143
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«É AGORA OU NUNCA!», AVISA JOÃO RODRIGUES, SOBRE O PERIGO DE EXTINÇÃO DOS CAVALOSMARINHOS DA RIA FORMOSA Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina e Chimera Visuals streou, no dia 23 de novembro, no Auditório Municipal de Olhão o filme «Cavalos de Guerra», produzido pela Chimera Visuals by João Rodrigues. A exibição serviu para assinalar o Dia Nacional do ALGARVE INFORMATIVO #228
Mar, mas o documentário tem um propósito muito maior, o de sensibilizar a população para o sério risco de desaparecimento que afeta aquela que já foi a maior comunidade de cavalosmarinhos do mundo. Para esse efeito, uma equipa de mergulhadores, fotógrafos e cientistas embarcou numa 146
missão pelas águas labirínticas da Ria Formosa, com o objetivo de salvar um dos tesouros mais valiosos de Portugal, o enigmático cavalo dos mares, num projeto que contou com o financiamento do Município de Olhão. O projeto foi o culminar de vários esforços para preservar e evitar a extinção dos cavalos-marinhos da Ria Formosa, porque, no entender de João Rodrigues, nunca foi tão urgente abraçar esta causa de salvar uma espécie icónica e representativa de uma das Sete Maravilhas de Portugal. “É todo um ecossistema que está em causa e nunca estivemos tão mal como agora, conforme relatam os próprios cientistas. Em apenas 14/15 anos, esta população passou de dois milhões de indivíduos para 100 mil, é um declínio drástico. No entanto, ainda há esperança, este filme vem mostrar às
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pessoas que ainda é possível salvar o cavalo-marinho da Ria Formosa, mas que isso depende de todos nós”, enfatiza o responsável pelo projeto. O filme serve, então, de chamada de atenção, de guia de como qualquer cidadão pode agir em prol deste património natural. E há, de facto, gestos simples, sendo que o principal, se calhar, é mesmo o de passar a palavra. “É preciso que haja esta partilha efetiva de informação, porque há pessoas que vivem nestas comunidades ribeirinhas e que não têm, na sua memória, que há cavalosmarinhos na Ria Formosa. Se divulgarmos aos nossos filhos, vizinhos, colegas e amigos aquilo que se está aqui a passar, já estamos a agir fervorosamente para a conservação deste ecossistema”, entende João
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João Fernandes, Elsa Parreira, António Miguel Pina, João Catarino e João Rodrigues
Rodrigues, antes de virar a sua atenção para algumas práticas de civismo que passaram a estar na moda. “Nunca se falou tanto como agora da necessidade de preservarmos o ambiente, a nossa única «casa», através de pequenas escolhas. Encontrámos uma imensa quantidade de plásticos no fundo marinho da Ria Formosa durante as filmagens, mas também podemos escolher aquilo que comemos, ler os rótulos do peixe que consumimos, saber de onde vem o peixe fresco que compramos, se é de aquacultura ou foi pescado através de uma arte autossustentável”, explica o biólogo marinho e fotojornalista. A ação humana é, sem dúvida, a principal causa para o dramático declínio da comunidade de cavalos-marinhos da Ria Formosa, com particular ênfase para a ALGARVE INFORMATIVO #228
pesca ilegal para exportação para a medicina tradicional chinesa, revela João Rodrigues. “É uma pesca que vai direta ao animal para o capturar, é como dar um tiro no interior de uma capoeira. O cavalo-marinho é um animal bastante sedentário, não se move, portanto, com uma garrafa de mergulho às costas e uma máscara, qualquer pessoa vai lá abaixo e tira tudo o que tem para tirar”, acusa o entrevistado, não esquecendo, igualmente, a arte de pesca por «arrasto de vara». “Lavra tudo o que está no fundo marinho, nomeadamente as pradarias marinhas, e, ao destruir este habitat essencial para muitas espécies, está-se a destruir, consequentemente, o cavalo-marinho”, salienta. Saber as causas não é sinónimo, contudo, de facilidade de as combater, 148
reconhece João Rodrigues, por se estar a tratar de uma área de jurisdição imensa. “São atividades ilegais desempenhadas em regime noturno e a Polícia Marítima 149
faz o impossível dentro do possível. Assim que entramos na Ria Formosa à noite percebemos logo a imensidão daquele espaço e, quando falamos de ALGARVE INFORMATIVO #228
João Catarino, Secretário de Estado do Ordenamento, Proteção da Natureza e das Florestas
centenas de embarcações pesqueiras em atividade, é extremamente complicado saber distinguir quem é que está a atuar ilegalmente ou dentro dos conformes”, justifica, falando ainda de um autêntico sistema de olheiros que comunicam quando é que a Polícia Marítima está a sair para a Ria Formosa. “Ora, se nem sequer o «peixe-miúdo» se consegue apanhar, quanto mais descobrir para quem os cavalos-marinhos são vendidos”, desabafa. “Se nada for feito pelo ser humano para preservar este ecossistema, o cavalo-marinho tem mesma a tendência de desaparecer. Em 2020 vão ser criadas duas reservas marinhas para se conservar o cavalomarinho, uma «Arca de Noé» que vai ajudar a preservar também espécies como o pepino do mar, o choco ou o ALGARVE INFORMATIVO #228
polvo, porque não existem barreiras físicas dentro do mar. Vão todos ter tempo para crescer, reproduzir e voltar a povoar a Ria Formosa, mas, se não agirmos já, vamos perder um dos patrimónios naturais mais ricos de Portugal”, garante.
CHEGA DE FALAR, É PRECISO AGIR O Auditório Municipal de Olhão esgotou para assistir a «Cavalos de Guerra», num “dia importante e emblemático para Olhão”, conforme descreveu o edil António Miguel Pina. “Estamos focados num turismo sustentável e as pessoas cada vez mais valorizam os locais onde a natureza é 150
bem cuidada. Olhão quer agarrar o cavalo-marinho até como simbologia da cidade e vamos construir um bem grande numa rotunda junto ao Porto de Abrigo. Importa, contudo, que todos estejamos
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conscientes para o papel que desempenhamos para salvaguardar o meio-ambiente”, alertou. “A autarquia na melhoria da qualidade das águas residuais; os pescadores e
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mariscadores, na proteção das zonas onde vive o cavalo-marinho; os operadores turísticos, no aproveitamento e potenciamento desta mais-valia, mas sem a estragar; e as forças de autoridade, que travam uma luta desigual nesta matéria. Por isso, temos que ser todos polícias marítimos, ser fiscais uns dos outros, é uma missão que cabe a todos nós”, defendeu António Miguel Pina. De olhar radiante subiu ao palco João Rodrigues, fotojornalista da National Geographic cuja missão de vida “é dar voz àqueles que não têm voz, aos habitantes marinhos dos nossos oceanos”. Depois de ter mergulhado com orcas na Noruega, de andar atrás de tubarões-touro e tartarugas-gigantes no México, de raias na Indonésia e de baleias gigantes ao largo dos Açores, é na Ria Formosa que João ALGARVE INFORMATIVO #228
Rodrigues se sente em casa, dai preocupar-se imenso com a pressão devastadora que existe sobre todo este ecossistema. “Chegamos a um ponto em que temos que deixar de falar e em que precisamos agir. É moda fazermos discursos sobre conservação, no entanto, são poucas as medidas práticas que são tomadas”, critica, antes de deixar um profundo agradecimento a todos os intervenientes, nomeadamente à equipa de «pesos-pesados» que o acompanhou, durante seis meses, na realização de «Cavalos de Guerra», constituída por João Costa, José Branco, Wilson Gaspar e Francisco Alvarez. 152
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Diretamente de Castelo Branco veio João Catarino, Secretário de Estado do Ordenamento, Proteção da Natureza e das Florestas, que deu os parabéns a uma nova geração de autarcas que se mostra bastante preocupado com o meio-ambiente, a biodiversidade, a natureza, mas também a João Rodrigues, por ter realizado uma excelente ferramenta de comunicação para alertar para o declínio dos cavalos-marinhos da Ria Formosa. “É uma forma de chegar a muitas pessoas e de um modo claro e moderno. Obviamente que as grandes ameaças existentes neste território são a poluição e a pesca ilegal e ambas são combatidas com maior presença do Estado. É isso que temos procurado fazer, com mais 10 vigilantes da natureza no Algarve e com uma maior concertação entre o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas, a PSP, a GNR ou a Polícia Marítima”, apontou o governante. “E o trabalho que tem sido feito entre o ICNF e o CCMAR da Universidade do Algarve está a dar frutos e é para reforçar, porque também é necessário conhecimento nestas matérias para se preservar os ecossistemas”. Em «casa» estava o Secretário de Estado das Pescas, José Apolinário, que lembrou que a biodiversidade é um conceito relativamente recente, mas cuja defesa está, efetivamente, no léxico de todos os atores políticos. “No fundo, estamos a falar de defender a pluralidade dos ecossistemas dos diferentes seres-vivos. ALGARVE INFORMATIVO #228
José Apolinário, Secretário de Estado das Pescas
Temos vários desafios pela frente e um dos maiores é a defesa de um oceano mais limpo e saudável, porque, se não fizermos nada, em 2050 haverá mais plástico no mar do que biomassa de peixe. E 2050 não está muito distante”, avisou o olhanense. “Este filme é um projeto de literacia do mar, mas também para defender, hoje, a biodiversidade e o nosso futuro” .
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TVI RUNNING WONDERS ACONTECE EM PORTIMÃO SOB O MOTE DA DIETA MEDITERRÂNICA Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina manhã do dia 8 de dezembro será marcada pela primeira edição da TVI Running Wonders – Corrida da Dieta ALGARVE INFORMATIVO #228
Mediterrânica, com transmissão televisiva pela TVI24 e inserida no «Portimão – Cidade Europeia do Desporto 2019». Será também a última meia-maratona do ano deste circuito de corrida e turismo ativo organizado pela Globalsport – GSX Portugal, 158
curiosamente a primeira junto ao Oceano Atlântico, conforme revelou Paulo Costa durante a apresentação à comunicação social que teve lugar, no Teatro Municipal de Portimão, no dia 25 de novembro. O promotor elogiou “as condições fantásticas de Portimão, uma terra lindíssima e cheia de vitalidade, com tudo para que esta se torne a grande festa de encerramento do circuito, no qual até ao momento já participaram cerca de 67 mil pessoas”. Paulo Costa estima que a etapa de Portimão atraia mais de cinco mil participantes de todas as faixas etárias, 159
das crianças aos seniores, e lembrou que é através do desporto que um concelho que tem algumas das melhores praias do mundo e que vive sobretudo do turismo tem estado em maior evidência no presente ano. “Mas este é mais do que um simples circuito de corridas, é um projeto que valoriza, dinamiza e promove os territórios. Nos últimos anos, este é o projeto com mais horas de transmissão televisiva em direto, exceção feita aos jogos dos três grandes clubes de futebol. É extraordinário verificar que corridas patrimoniais conseguem ter mais horas de televisão do que tudo o resta ALGARVE INFORMATIVO #228
que se passa, fruto de uma parceria notável, desde 2015, com a TVI”, destacou. Nem tudo é perfeito, claro, e Paulo Costa recordou que Portugal é o país europeu com menor taxa de prática desportiva, o que desemboca em graves problemas de saúde pública, nomeadamente de obesidade infantil. “É preciso tomar medidas drásticas para combater esta realidade, contudo, cada vez que se fecha uma cidade para permitir a filhos, pais e avós praticarem desporto nas ruas, metade da população quase nos mata por se cortar o trânsito”, desabafa o organizador da TVI Running Wonders. “Portimão, apesar de não ser Património Mundial da Humanidade, possui um património gigantesco, quer cultural, como ambiental e histórico, daí ter todas as condições para proporcionar uma ALGARVE INFORMATIVO #228
experiência inesquecível aos seus visitantes. E, hoje, 41 por cento do turismo mundial é cultural e gastronómico. Já não se viaja para ir ver um quadro a uma sala fechada num museu qualquer”, avisa Paulo Costa. “Aquilo que hoje define as regiões, os países e os continentes é a identidade, mas não há identidade sem preservação dos nossos hábitos culturais, daquilo que em mais lado nenhum do planeta se encontra. São as pessoas que nos fazem sonhar com o futuro e sentir que o presente é demasiadamente valioso para não o preservarmos”. Presente no lançamento da TVI Running Wonders esteve a antiga maratonista e tricampeã mundial de estrada Aurora Cunha, embaixadora do projeto, que endereçou “um convite 160
especial aos idosos para tomarem parte numa manhã diferente e muito animada, contrariando a solidão e pugnando pela sua qualidade de vida”. Já a presidente da Câmara Municipal de Portimão, Isilda Gomes, começou por realçar o valor da Dieta Mediterrânica, Património Imaterial da Humanidade, para a saúde dos cidadãos. “Estou em Portimão há quase 40 anos e, naquela época, não se conseguia encontrar as comidas típicas do Algarve. Felizmente que esse cenário se inverteu e para isso contribuiu o meu colega de Tavira, Jorge Botelho, que desenvolveu este projeto da Dieta Mediterrânica, e os restantes autarcas obviamente que se uniram todos em volta desta missão. E, em Portimão, foi a Rota do Petisco que começou a recuperar estes pratos antigos”. 161
Depois de Portimão sido eleita a Melhor Cidade Europeia do Desporto de 2019, Isilda Gomes está certa de que a TVI Running Wonders irá fechar com chave de ouro um ano notável, “durante o qual suplantámos os anteriores indicadores das cidades que até agora participaram e batemos todos os recordes, que serão muito difíceis de ultrapassar no futuro”. “Para quem começou a trabalhar neste projeto com pouca esperança, com poucas expetativas, é difícil descrever o orgulho que sinto por tudo aquilo que alcançamos, graças ao grupo fantástico de pessoas que tenho ao meu redor, mas também de todas pessoas de Portimão, que revelaram uma capacidade extraordinária de organizar e mexer, muito por conta do ALGARVE INFORMATIVO #228
empenho do movimento associativo local”, frisou a presidente da Câmara Municipal de Portimão. “Há algo que nos distingue, a nossa história, a nossa memória, as nossas pessoas. Podemos ter tudo de bom, contudo, se não tivermos excelentes pessoas, não valemos nada. E, mesmo quando a autarquia não tinha dinheiro, o movimento associativo nunca parou, continuaram a desenvolver projetos. E esse movimento é feito por pessoas vão trabalhar à noite para os seus clubes, associações e coletividades sem receber nada em troca”, elogiou, antes de recordar a vertente humanitária da TVI Running Wonders, uma vez que 50 por cento da receita apurada reverterá a favor do Refeitório Social da Quinta do Amparo. Com partida e chegada sensivelmente a meio da zona ribeirinha de Portimão, a
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Corrida da Dieta Mediterrânica do dia 8 de dezembro engloba uma meia maratona na distância de 21 quilómetros, uma minimaratona com 10 quilómetros e uma caminhada solidária de 5 quilómetros. Integrada na programação vai ter também lugar, a partir das 10h do dia 6 de dezembro, a «Running Kids», para a qual são convidadas todas as crianças que frequentam o 1.º Ciclo nos diversos agrupamentos escolares do concelho e que decorrerá na zona ribeirinha de Portimão, espaço onde, no dia seguinte, se realiza, pelas 10h, uma aula aberta de fitness destinada aos seniores. Ainda na mesma data e local, o movimento associativo de Portimão terá oportunidade de divulgar o seu trabalho, através de uma pequena feira de atividades .
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