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ALGARVE INFORMATIVO Revista semanal - 7 de dezembro, 2019

DUEL OPUS3 20 ANOS DE TUALLE VILA DO BISPO MUNICÍPIO DO ANO DAVID PÉREZ E SU CUADRO FLAMENCO PIROUETTE ESPETÁCULO GÍMNICO PRESÉPIOS DE CASTRO MARIM & VILA REAL DE SANTO ANTÓNIO GEOPARQUE ALGARVENSIS BOMBEIROS DE PORTIMÃO

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62 - Vila do Bispo Município do Ano

90 - Duel Opus3 no Teatro Municipal de Portimão

104 - «Encanecer» no Cine-Teatro Louletano

16 - Pirouette Espetáculo Gímnico no Portimão Arena ALGARVE INFORMATIVO #229

74 - David Pérez e Su Cuadro Flamenco em Olhão 8


34 - Presépios de Vila Real de Santo António e Castro Marim

146 - Geoparque Algarvensis 120 - 20 anos de TUALLE OPINIÃO 134 - Paulo Cunha 136 - Ana Isabel Soares 138 - Fábio Jesuíno 140 - Carla Serol 142 - Fernando Esteves Pinto 9

156 - 93.º Aniversário dos Bombeiros Voluntários de Portimão ALGARVE INFORMATIVO #229


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FEDERAÇÃO DE GINÁSTICA DE PORTUGAL ESTREOU

«PIROUETTE» NO PORTIMÃO ARENA Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina

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grande estreia do espetáculo itinerante «Pirouette», da Federação de Ginástica de Portugal, aconteceu no dia 1 de dezembro, no Portimão Arena, no âmbito da Cidade Europeia do Desporto 2019. Com direção artística de Bruno Oliveira, treinador de «Ginástica para Todos», o espetáculo - que resulta de uma parceira com o Comité Olímpico de Portugal – foi protagonizado ALGARVE INFORMATIVO #229

por ginastas da elite nacional, de todas as disciplinas, que refletiram no recinto valores como a excelência, a amizade e o respeito, valores que devem imperar tanto no desporto, como na vida. O espetáculo gímnico procura transmitir a beleza do movimento, associado aos valores olímpicos que nos definem enquanto pessoas e enquanto vida. «Pirouette» contou com a participação de uma centena de ginastas de topo, de todas as disciplinas, em representação dos seguintes clubes: 18


Academia Cantanhede Gym; Ginásio Clube Português; Clube Parque das Nações; Sporting Clube de Portugal; Gimnofrielas; Lisboa Ginásio Clube; Clube de Ginástica de Almada; Sport Lisboa e Benfica; Clube Naval Setubalense; e Colégio São João de Brito. Também estiveram presentes ginastas de dois clubes locais, o Clube de Instrução e Recreio Mexilhoeirense e o Multidesportos Clube de Portimão, que têm desempenhado um relevante papel na divulgação da modalidade no concelho.

«Pirouette» é “uma caligrafia de corpos, uma aguarela em movimento, uma reinvenção da plasticidade e da beleza no desporto, ginástica em todas as suas expressões e espelho dos valores primordiais do Olimpismo”. Também constitui “uma energia em estado puro capaz de nos fazer voar, pois é um espírito que nos une, um modo de estar em harmonia com a vida e com os outros, um imaginário forjado sonho-a-sonho por cada ginasta” .

Segundo os responsáveis do evento, 19

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PRESÉPIO GIGANTE DE VILA REAL DE SANTO ANTÓNIO É O MAIOR DE PORTUGAL Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina

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maior presépio do país regressa a Vila Real de Santo António e, como não podia deixar de ser, volta a bater mais um recorde, ao atingir a fasquia das 5.500 figuras. Para dar vida a este presépio, que já caminha para a 17.ª edição, foram necessários mais de 40 dias e 2.500 horas de trabalho, embora os preparativos já tenham começado há vários meses. Impressionantes são também as quantidades de materiais utilizados na sua construção, que incorpora mais de 20 toneladas de areia, quatro toneladas de pó de pedra, três mil quilos de cortiça e centenas de adereços. ALGARVE INFORMATIVO #229

Todos estes esforços permitiram que o Presépio Gigante pudesse continuar a crescer e chegar, este ano, à meta dos 230 metros quadrados, ocupando toda a área expositiva do Centro Cultural António Aleixo. No campo das novidades, a estrutura volta a apresentar algumas peças evocativas de elementos da região, nomeadamente as antigas cabanas da praia de Monte Gordo, as tradicionais noras da região do Algarve, assim como outros monumentos locais. O destaque vai também para as mais de 80 peças animadas e motorizadas, para os quatro lagos e para a complexa base de suporte onde estão instalados os vários quilómetros de cabos que permitem dar 36


vida a esta obra de arte e garantem, por exemplo, a circulação da água, a iluminação das casas e os efeitos cénicos. Estas são algumas das razões do sucesso do Presépio Gigante de Vila Real de Santo António que, somadas à sua dimensão, e à reconstituição de muitos episódios cristãos e pagãos associados à quadra natalícia, o distinguem de todos os outros existentes no país. Em 2018 foram registados mais de 35 mil visitantes, mas o número deverá voltar a ser ultrapassado em 2019. A vertente ecológica também não foi esquecida, já que a maior parte dos materiais são naturais ou foram reaproveitados, com destaque para a cortiça e musgo. Por outro lado, foram implementados, em muitas das peças, sistemas de iluminação led. O Presépio Gigante de Vila Real de Santo António tem a assinatura de Augusto Rosa e Teresa Marques, dois funcionários autárquicos que contaram com a colaboração de Joaquim Soares e António Bartolomeu. Pode ser visitado no Centro Cultural António Aleixo até dia 6 de janeiro de 2020, estando diariamente aberto, das 10h às 13h e das 14h30 às 19h. A entrada tem o valor de 0,50 euros .

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CASA DO SAL DE CASTRO MARIM VOLTA A ACOLHER PRESÉPIO COM «O MELHOR SAL DO MUNDO» Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina

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stá patente até 6 de janeiro, na Casa do Sal, em Castro Marim, o Presépio de Sal, uma das maiores atrações do Natal deste concelho do sotavento algarvio. O presépio é composto por mais de 10 toneladas do «melhor sal do mundo», promovendo e reforçando este grande motor económico, social e cultural de Castro Marim. Na inauguração estiveram presentes os principais rostos desta iniciativa, desenvolvida pela Junta de Freguesia de Castro Marim com o apoio da Câmara Municipal de Castro Marim e da empresa «Mascarenhas & Mascarenhas, Lda.», que cede todo o sal necessário à construção do presépio. A vice-presidente da autarquia, Filomena Sintra, elogiou o esforço e ALGARVE INFORMATIVO #229

entrega de todos os que contribuem para o sucesso desta iniciativa, em particular do presidente da Junta de Freguesia de Castro Marim, Vítor Esteves, e do mentor da ideia, Andrelino Pena. O Presépio de Sal ocupa uma área de 110 metros quadrados, onde estão distribuídas mais de 4.500 figuras, alusivas à história do nascimento de Jesus, mas também à cultura local deste território, havendo espaço para destacar o trabalho dos artesãos tão intrinsecamente ligado à identidade castro-marinense. Aproveitando o trabalho de promoção e valorização que o Município de Castro Marim tem desenvolvido em torno das artes e ofícios do concelho, a vice-presidente sugeriu a criação de catálogo, numa estratégia conjunta de divulgação deste 50


património castro-marinense de sabores e saberes. O Presépio de Sal pode ser visitado todos

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os dias, entre as 10h e as 13h e das 14h às 18h, com exceção dos dias 25 de dezembro e 1 de janeiro, que funcionará entre as 14h e as 18h .

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“OS JOVENS DE VILA DO BISPO VÃO DEIXAR, CERTAMENTE, UMA «PEGADA» MUITO POSITIVA PARA AS FUTURAS GERAÇÕES”, GARANTE ADELINO SOARES Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina ALGARVE INFORMATIVO #229

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ila do Bispo venceu o Prémio Município do Ano 2019 na categoria «Algarve» com o projeto educativo «Conhecimento do Património Local», que assenta no enriquecimento das crianças com uma série de conteúdos relativos ao meio onde vivem e estudam. Integrada numa estratégia de educação e de sensibilização patrimonial dirigida à comunidade, esta disciplina inédita assumiu, como objetivo essencial, dar a conhecer a História, o Património Local, Natural e Cultural, Material e Imaterial disponível no território de Vila do Bispo, contribuindo ativamente para a sua conservação e para a consciencialização, para a informação e desenvolvimento das crianças e respetivas famílias, e para a sua formação enquanto futuros gestores de uma riquíssima herança coletiva. Esta foi a terceira ocasião que o Município de Vila do Bispo foi premiado neste concurso organizado pela Universidade do Minho, depois de ter sido vencedor nacional, em 2015, com o Festival de Observação de Aves & Atividades de Natureza e de, em 2017, ter sido o galardoado, a nível regional, com o projeto «Evocação das Operações do U35 em Sagres». “É uma iniciativa de uma universidade muito conceituada, em termos nacionais e internacionais, que pretende valorizar o que de bom se faz no poder local em Portugal, somos o Município – a par do Fundão – que mais vezes venceu categorias regionais, ambos já ganhamos também a nível nacional, portanto, temos que estar ALGARVE INFORMATIVO #229

orgulhosos com este reconhecimento. São três projetos diferenciados, mas que acabam por estar interligados, porque Vila do Bispo tenta a todo o custo, em conjunto com as universidades, investigar e divulgar o nosso património, para deixarmos um legado rico para as gerações vindouras”, afirma Adelino Soares, presidente da Câmara Municipal de Vila do Bispo. 64


Um prémio conceituado em que o concelho do barlavento e costa vicentina tem feito frente a grandes metrópoles, o que lhe valeu, inclusive, uma vitória no cômputo nacional, prova de que, na opinião do entrevistado, a distância dos centros de decisão ou dos pontos mais mediáticos não é um impeditivo para se fazer um bom trabalho. “Há muitos aspetos em que o Município de Vila do 65

Bispo apostou na última década, seja no plano do nosso funcionamento interno, como na promoção externa, e que nos tem valido várias distinções. Nós trabalhamos de uma maneira diferente de outras autarquias, não reagimos a fatores mediáticos, nem andamos atrás de modas. Neste caso concreto, o que temos vindo a fazer ao longo dos anos é algo evidente para nós, a preservação do património ALGARVE INFORMATIVO #229


natural e cultural. E é impossível que os locais ou os visitantes valorizem algo que não conhecem”, assume Adelino Soares. “Hoje, as crianças lidam facilmente com as novas tecnologias e com as redes sociais e, por vezes, não conhecem a sua realidade local. Mas estas gerações mais novas serão os guardiões dos valores naturais e culturais do nosso território”, reforça o edil vila-bispense. Ser um município mais pequeno e periférico retira, de facto, alguma visibilidade ao que é feito em Vila do Bispo, mas Adelino Soares não está demasiado preocupado com essa realidade. “Temos é todos que conhecer a nossa história e realidade, sejam os mais novos como os menos novos, caso contrário, estamos a viver no vazio. Claro que não podemos desvalorizar as novas tecnologias ou a inteligência artificial, é com isso que os nossos jovens vão trabalhar no futuro, mas temos de os motivar para conhecerem também o seu passado e as suas raízes. E aquilo que aqui estamos a transmitir é de um interesse tão grande, talvez por ser diferente do que é habitual, que eles acabam por se empenhar e participar mais. Não conseguimos isso com todos os jovens, nem sabemos se eles amanhã vão ter a mesma atitude, mas estamos a fazer aquilo que é nossa obrigação e a deixar uma semente para o futuro”, julga Adelino Soares, confiante de que este trabalho, no seu todo, irá surtir efeito. “Os locais vão saber melhor o que é o seu território e quem nos visita terá a possibilidade de conhecer a realidade de um concelho que é riquíssimo, não só do ponto de vista natural e cultural, mas de toda uma história local, nacional e ALGARVE INFORMATIVO #229

mundial. Não nos esqueçamos que muita da história da humanidade se iniciou no concelho de Vila do Bispo, nomeadamente em Sagres”. Esta estratégia municipal traduz-se, depois, numa série de iniciativas e ações no terreno que até não serão muito diferentes do que existem noutros pontos da região e do país, simplesmente, elas têm referências concretas e reais neste concelho, aponta 66


Adelino Soares. “Uma criança pode fazer um trabalho sobre um rei, uma espécie de flora ou ave em qualquer ponto de Portugal, a diferença é que, em Vila do Bispo, ela tem consciência de que aquela personalidade passou por cá ou que aquela ave segue uma rota migratória que atravessa o nosso concelho. Mas a mais-valia deste projeto prende-se com a preocupação de todos com a preservação”, frisa o autarca. “Enquanto que, noutros tempos, se pisava ou 67

arrancava uma determinada espécie de flora ou se vandalizava um certo monumento, agora, temos os jovens bastante empenhados na conservação daquilo que os rodeia. Em primeiro lugar, não estragam. Depois, evitam que outros estraguem, transmitindo esses valores a quem possa estar a agir de forma errada. Nas várias iniciativas que dinamizamos, é brutal o nível de conhecimento que os mais novos evidenciam”, enaltece. ALGARVE INFORMATIVO #229


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Um maior conhecimento que não tem a ver com maior ou menor inteligência, esclarece Adelino Soares, mas porque tiveram uma aprendizagem diferente. “Os caçadores e pescadores, por exemplo, estão muito mais conscientes da importância de se preservarem os recursos existentes e de que é imperativo coabitarmos saudavelmente com a natureza. E isso é uma vantagem para todos nós, sobretudo quando se aposta forte num turismo de natureza que nos permite combater a sazonalidade. Já conseguimos sensibilizar também alguns empresários para não encerrar a sua atividade durante a época baixa e o retorno é termos cada vez mais turistas nesta altura do ano”, observa o entrevistado.

COLHER OS FRUTOS DO TRABALHO DE 10 ANOS Uma comunidade mais conhecedora e, para enorme satisfação de Adelino Soares, mais numerosa, uma vez que se inverteu a tendência de decréscimo populacional. Porque o concelho de Vila do Bispo está a tornar-se cada vez mais atrativo em virtude da muita informação que a autarquia vai vinculando para o exterior. “Nós conhecemos melhor do que ninguém a nossa realidade e sabemos que, em determinados sítios, faz sentido o que está implementado, e que, noutros, isso não tem qualquer lógica. O homem e a natureza têm que, obrigatoriamente, coabitar e, quando isso não é permitido sem qualquer fundamento, muitas vezes as coisas não são respeitadas ou preservadas. Nós temos a certeza de que vamos deixar uma pegada positiva e que os nossos jovens, não sendo nenhumas «Gretas», já fizeram imenso pela sustentabilidade do seu território”, dispara o presidente da Câmara Municipal de Vila do Bispo. “É óbvio que os prémios são importantes, porque 69

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atestam o trabalho que desenvolvemos, mas a nossa principal preocupação é criar gerações que nos dão garantias de que toda a nossa riqueza patrimonial irá perdurar durante muitos anos”. Resultados de invejar para os quais contribui, naturalmente, o empenho de toda a comunidade escolar, reconhece Adelino Soares. “Os professores são parceiros extraordinários nesta caminhada que iniciámos em 2010. A cultura, a natureza, a história, tudo isso está bem expresso no logotipo de Vila do Bispo que apresentamos há quase uma década, porque não trabalhamos de forma isolada”, sublinha, dando o exemplo concreto do apoio à atleta Joana Schenker, campeã do mundo de bodyboard em 2017 e várias vezes campeã da Europa e de Portugal dessa modalidade. “Ela promove o nosso território em qualquer sítio onde vai e é uma mulher com evidentes preocupações ambientais, tendo participado em imensas campanhas de sensibilização. Ora, qualquer jovem que a tenha como referência, claro que vai comungar desses valores, também vai ser um guardião da natureza. Não criamos estratégias isoladas pensadas apenas para aparecer no Facebook, tudo o que fazemos é com cabeça, tronco e membros. É certo que, assim, pode demorar mais alguns anos para os resultados surgirem, mas estamos a colher os frutos do que plantamos numa década à frente desta câmara municipal”.

cada vez mais conhecida pelos bons motivos, com Adelino Soares a voltar a dizer que não é preciso estar-se num grande centro populacional para se trabalhar bem. “Acreditamos que aquilo que temos vindo a fazer nos vai tornar uma referência em muitos aspetos. Às vezes esquecemo-nos da real missão dos governantes. Olha-se demasiado para as redes sociais, cria-se uma página muito dinâmica e com imensos seguidores, mas vão-se acumulando dívidas e a população sente-se à margem do poder local. Em Vila do Bispo preocupamo-nos mais com os benefícios práticos para a nossa comunidade e só depois com a divulgação e a visibilidade. E o que se faz a pensar apenas no curto prazo, raramente tem efeitos no médio e longo prazo”, alerta o edil, não terminando sem aguçar o apetite para o Celeiro da História, que deverá ver a luz do dia em 2020. “Vai ser um projeto de referência a nível nacional e internacional. Primeiro analisámos o que éramos e aquilo de que necessitávamos e metemos mãos à obra. Produzimos investigação científica, estamos a transmiti-la aos mais novos e vamos construir um espaço físico para dar a conhecer a história local, mas também mundial. Mas já estamos também a projetar a inteligência artificial que acompanhará os turistas nos percursos que possam fazer no nosso território. Temos geologia, paleontologia, arqueologia, história, etnografia, imensas coisas que é raro estarem todas presentes no mesmo local”, finaliza Adelino Soares.

Longe do mediatismo, mas não no esquecimento, Vila do Bispo vai sendo ALGARVE INFORMATIVO #229

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DAVID PÉREZ LEVOU ESPETÁCULO DE DANÇA FLAMENCA AO AUDITÓRIO MUNICIPAL DE OLHÃO Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina

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bailaor sevilhano David Pérez pisou o palco do Auditório Municipal de Olhão na noite de 22 de novembro, com «David Pérez y Su Cuadro Flamenco», um espetáculo que mistura as raízes do flamenco antigo com o mais contemporâneo. David Pérez apresentou-se na maior sala de espetáculos de Olhão ao lado de Maria José León (dança), Miguel Pérez (voz e palmas) e Javier Rivera (guitarra flamenca). O bailaor sevilhano, que com apenas 22 anos obteve o Prémio El Desplante no mais prestigiado e antigo festival de flamenco de Espanha - o Festival Internacional Flamenco de La Unión, criou um espetáculo que mistura de forma magistral os vários «palos» (géneros) flamencos. O artista já ensinou a sua arte em mais de duas dezenas de países, um pouco por todo o Mundo, onde tem deixado o seu legado. Nesta noite mágica e escaldante, David Pérez demonstrou no Algarve a sua técnica e mestria, ao lado de outros grandes nomes da interpretação da dança flamenca . ALGARVE INFORMATIVO #229

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DUELO MUSICAL FRANCÊS ENCANTOU TEATRO MUNICIPAL DE PORTIMÃO Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina

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o dia 27 de novembro, o TEMPO – Teatro Municipal de Portimão recebeu a incrível e bemhumorada dupla Nathalie Miravette e Laurent Cirade, na apresentação de um duelo musical inigualável. Reconhecidos internacionalmente pelo seu talento, com atuações em mais de 39 países, a dupla de músicos-humoristas protagonizou uma cena doméstica musical, envolvendo a ALGARVE INFORMATIVO #229

plateia, maioritariamente constituída por cidadãos franceses, num momento de boa disposição. A peça retrata o encontro entre uma «pequena» pianista com dedos de fada Nathalie Miravette, que conhece o «colosso» do violoncelo, Laurent Cirade. O duelo acontece num encontro musical entre a feminilidade bruta de um e a masculinidade travessa do outro, tornando esta partitura deliciosa. No palco portimonense assistiu-se a uma 92


verdadeira batalha de notas e acordes onde o clássico, o jazz e o rock se «revoltam» nas cordas, destacando-se, por exemplo, os intensos duelos improvisados ao sabor de temas imemoráveis de Michael Jackson, The Beetles e Rolling Stones. E, quando tudo parecia ter terminado, e por insistência do público que encheu por completo o TEMPO, o duo transformou-se num trio, com um 93

violinista a dar o seu contributo através de um filme projetado na tela. Fantástico. O musical Duel Opus3 chegou a Portugal pelas mãos da Associação UFE Algarve, sendo o segundo espetáculo do Festival de Teatro Francês 2019/20 na região algarvia, que conta com o apoio da Câmara Municipal de Portimão . ALGARVE INFORMATIVO #229


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MÁKINA DE CENA E FOLHA DE MEDRONHO JUNTARAM-SE PARA FALAR DE ENVELHECIMENTO ATIVO EM «ENCANECER» Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina

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ncanecer ou a (in)capacidade para elaborar um mapa para o dia D» subiu ao palco do esgotado Cine-Teatro Louletano, a 29 de novembro, para dar a conhecer a mais recente produção de teatro da Mákina de Cena, em coprodução com a Folha de Medronho – Artes Performativas, no âmbito da Bolsa de ALGARVE INFORMATIVO #229

Apoio ao Teatro 2019 atribuída pela Câmara Municipal de Loulé/Cine-Teatro Louletano. A peça foi concebida e dirigida por Carolina Santos que, depois de ter perdido dois entes muito queridos no último ano, desenvolveu “uma vontade irreprimível de falar sobre a passagem do tempo, a nossa, enquanto seres humanos – o crescimento, o 106


da «aposentação». Quero falar de adultos maduros, cuidadores de si e dos que os rodeiam, cheio de história(s), e que ainda têm toda uma vida por viver, sem saber como. Quero agradecer-lhes, dar-lhes voz e tornálos motivo de conversa. Um dia seremos nós", explica Carolina Santos, da Mákina de Cena.

amadurecimento, o envelhecimento; sobre escolhas e sobre a derradeira partida”. “Em encanecer, quero falar das gerações invisíveis, dessas pessoas que são pais, filhos e até avós, que ainda se sentem responsáveis pelas escolhas que outros fazem ou fizeram. Quero falar de pessoas que, quase-reformadas ou recém-reformadas, não sabem o que fazer à vida. Dos que, em pré-reforma, anseiam (ou deprimem) com a chegada 107

De acordo com a diretora artística, com este projeto pretendeu-se, então, explorar os limites de uma realidade que dificilmente será notícia, mas que é sintomática do lugar para onde a nossa sociedade se desloca. “Como viver depois de quase cumprido o nosso dever? Quando a rotina se transforma em silêncio e já só existe a memória de uma vida dedicada aos outros, quando se veem apenas as raízes secas de projetos que nunca passaram disso? Como encanecer?”, questiona. “Escolhemos mergulhar na vida dessas pessoas, com quem partilhamos uma certa nostalgia. Uma mãe ou um pai, uma tia, o vizinho do lado, ou a mulher de meia idade com que nos cruzamos semanalmente no supermercado, que também um dia foi jovem e olhou de lado para o futuro. Queremos contar a vida de uma pessoa que (ainda) não somos, como se de nós mesmos se tratasse”, descreve Carolina Santos. «Encanecer» é a primeira encenação assumida de Carolina Santos, rodeada de artistas altamente qualificados e polivalentes. Pela sua formação em teatro visual e físico, e um percurso também ele multidisciplinar enquanto criadora, deu origem a um trabalho extraordinário baseado na observação ALGARVE INFORMATIVO #229


do outro e transformado em movimento poético, oscilando entre o real, o mistério e o absurdo. Uma peça impactante, que nos faz pensar, em que partilha o palco com a protagonista principal, Alexandra Diogo, e que foi inspirada em textos de Mickaël de Oliveira, Clarice Lispector, Valter Hugo Mãe, entre outros. “Vamos mergulhar nas sombras da normalidade e na beleza das transições e entre fases da existência. O objetivo primordial passa por levar a cena temas que normalmente não são objeto de reflexão artística, numa linguagem eclética e inclusiva, que possa ALGARVE INFORMATIVO #229

ser apresentada em vários formatos e/ou espaços e para vários tipos de público”, declara Carolina Santos. “Como objetivos paralelos assume-se, em primeiro lugar, a vontade de estabelecer e fomentar a criação das artes performativas no concelho de Loulé, praticamente inexistente a nível profissional; e, em segundo lugar, a sua consequente itinerância regional e nacional, dando visibilidade ao(s) objeto(s) artísticos que se produzem em terra algarvias”, reforça. 108


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Direção artística e espaço cénico: Carolina Santos / Interpretação: Alexandra Diogo, Carolina Santos / Sonoplastia, música original e músico em palco: Marco Martins / Desenho de luz: Jorge Ribeiro / Figurinos: Carina Inês / Assistência de direção: Mariana Teiga / Aconselhamento artístico: João de Mello Alvim / Coprodução: Mákina de Cena – Associação Cultural, Folha de Medronho – Associação de Artes Performativas de Loulé / Apoios: Câmara Municipal de Loulé, Cine-Teatro Louletano, Fundação GDA / Parceiros: Casa da Cultura de Loulé, First Round International Creative Platform

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TUALLE CELEBROU 20 ANOS NO CINE-TEATRO LOULETANO NUM ESPETÁCULO MUITO ESPECIAL Texto: Daniel Pina | Fotografia: Jorge Gomes

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Tuna Universitária Afonsina de Loulé (TUALLE) comemora este ano o seu vigésimo aniversário e, para assinalar a data, apresentou um espetáculo no Cine-Teatro Louletano, no dia 30 de novembro, numa “noite mágica e cheia de surpresas”, como tinha sido promotido pela organização. Um espetáculo que contou com as presenças da Banda da Sociedade Filarmónica Artistas de Minerva de Loulé, de Buba Espinho e da dupla de músicos João Tiago e Miguel Brito, que compõem a banda «Nome». A TUALLE nasceu no extinto Instituto ALGARVE INFORMATIVO #229

Superior Dom Afonso III, em Loulé, no qual estudaram os seus elementos. É uma Tuna onde os elementos pertencentes são exclusivamente do sexo masculino, respeitando assim a velha tradição do trovadorismo estudantil. Contando com a preciosa ajuda do amigo Jorge Semião, no dia 19 de março de 2000, a TUALLE teve a sua primeira atuação oficial em Vilamoura. Desde aí, a Tuna tem tido várias atuações pelas mais diversas regiões de Portugal, desde o Algarve passando pelo Alentejo, Estremadura, Beiras, Açores e Madeira. Com o seu espírito académico e através da música leva a todos os recantos a alegria e a boa disposição algarvia, elevando bem alto o nome da cidade de Loulé . 122


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OPINIÃO

A atração pelo poder Paulo Cunha (Professor) comum atribui ao poder a origem de quase todos os males do mundo, tal a forma como, quando indevidamente usado, condiciona a vida de tantos. Há quem ache que quando alguém chega ao poder, com o decorrer dos anos começa a tornar o seu umbigo o centro do mundo, privilegiando assim, através de atitudes impensadas e erráticas, comportamentos sobranceiros, despóticos, tirânicos, egoístas, arrogantes e maldosos. É, por isso, comum ouvir dizer que o poder altera o comportamento de quem o detém. Talvez possa contribuir, mas não acho que seja o facto de ter a possibilidade de mandar, chefiar, dirigir ou influenciar os outros que altera o comportamento de quem o faz.

É

Tenho um amigo que diz que, desde que o cargo não seja vitalício, é no segundo mandato que qualquer presidente, diretor ou chefe se revela tal como efetivamente é. Concordo! Para o bem ou para o mal, ninguém se transforma noutra pessoa apenas por deter o poder, ficando assim atreito a tudo de mau que, habitualmente, os seus subordinados ou comandados lhe atribuem. Há quem também tente explicar certos comportamentos mais inesperados, com as costumeiras frases “O poder subiu-lhe à cabeça!” e “O poder corrompe!”, claros sintomas da húbris (orgulho ou autoconfiança excessiva, arrogância e insolência). O poder pode subir, de facto, literalmente à cabeça. Certas evidências científicas sugerem que, quando exercido ALGARVE INFORMATIVO #229

durante períodos longos e sem vigilância, avaliação nem contraditório, o poder traduz-se em alterações cerebrais que conduzem à soberba e a perdas de discernimento. Qualquer observador mais atento já reparou, por certo, que basta sair de casa, consultar qualquer órgão de comunicação social ou navegar numa qualquer rede social para se confrontar com notícias de mau e indevido uso do poder, proporcionado pelos tão ambicionados lugares de liderança, de chefia ou de representatividade. A toda a hora nos deparamos com gente que rapidamente se esquece das lições que a história nos ensinou. Dédalo e Ícaro tentaram escapar da prisão construindo asas com penas de pássaro, mas tal não lhes serviu de nada, pois, deslumbrado com a sua capacidade de voar cada vez mais alto, Ícaro ignorou os avisos do pai para que não se aproximasse do sol, tendo as suas asas de cera derretido e acabado assim por encontrar a morte no mar. É quase sempre este o final para quem se deixa inebriar com o poder! A todos os que almejam alcançar o poder, seja ele de que tipo for, aqui deixo algumas sugestões que comprovei funcionarem (comigo): sem ser autoritário, mostre a sua autoridade desde o início; seja franco, leal e honesto; adapte o estilo da sua gestão às necessidades da sua equipa de trabalho; estimule e potencie novas iniciativas, ideias criativas e aprendizagem constante; crie um ambiente aberto, de partilha e de convívio; fomente o espírito de equipa; acredite, apoie, incentive e aprecie o 134


trabalho da sua equipa. Quanto ao que não devem fazer quando atingirem o poder, não vos vou maçar com conselhos desnecessários, pois basta pensarem em tudo o que não gostam em quem, seja a que nível for, vos condiciona e destina o vosso presente, e quem sabe, também o futuro!? 135

A todos os que o perseguem, nesta Guerra das Estrelas em que muitas vidas se transformam, desejo felicidades, bom desempenho e que “A força (poder) esteja convosco!”. E, já agora, que o poder vos faça bom proveito! .

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OPINIÃO

Do Reboliço #65 Ana Isabel Soares (Professora) bancada da cozinha é um mundo em ruínas, pensa o Reboliço: desde o chão, ou da pouco maior altura que é a sua (o Reboliço não é bicho de se pôr em pé nas patas traseiras, como já viu outros fazerem, mais palhaceiros, ou por alguma, estranha, necessidade), apercebe-se do horizonte desenhado da bancada, como se olhasse para a silhueta de uma metrópole ao entardecer. Do mármore sobe o bojo escurecido de uma botelha e vê-se, baixa, a linha que limita o que sobejou. De um lado dela, nasce a grelha férrea do fogão; do outro, sulca-se a pia que a torneira encima. (“Toda a gente que tem as mãos frias / Deve metê-las dentro das pias”. – As patinhas do Reboliço, almofadadas, vivem quentes; não são de ir aonde vai a louça de comer). Pinga a gota de água e corre no ápice da queda o mini-arco-íris que o sol ali fez. Da véspera vieram os pratos com restos, destroços: disso sente o bicho curiosidade: o gesto do focinho a levantar é o que diz; como não vê, procura saber o que houve. Descobre sobras de queijos, uma ou outra semente de cominhos, milimétricos pedaços das côdeas de pão, a película só ténue do azeite que o molhou na porcelana em que os cabos de talheres se fazem centro de brasões ou escudo de armas. (É azeite ou mel, Reboliço?) Estão invisíveis, mas lembram ao bicho as marcas dos dedos de quem comeu, de quem levou e trouxe, entre o polegar e a palma da mão, o guardanapo ALGARVE INFORMATIVO #229

de linho a pender preso no dedo, maculado do convívio de comer. Ao vaivém assiste, e descansa no chão ao lado do lume, a cauda em paz, as patas da frente uma sobre a outra a sustentar a cabeça que pouco gira a acompanhar o carrossel de tilintares e os sustos. Umas horas antes, vira sair da cozinha a taça meio funda: forrada a vidrado verde, era como a relva lisa de um campo no começo da Primavera e levava dentro uma romã. Tardia, amadurecida, pedindo a quem a comesse o carinho das dentadas, a coroa mirrava perante a ideia de desaparecer, mas ansiava pela morte. Viera da romãzeira em frente à casa (a perdurável romãzeira em frente à casa – a que, teimosa, dava à moleira sombra sobre o tanque de lavar e impedia o moleiro de observar no sossego da refeição o quadro da cidade), sobrevivera na cesta da fruta às invasões todas de insetos e à vizinhança de mais velozmente marcescíveis frutos. Amarelecia devagar. Chegara-lhe a hora. Fora levada na bandeja de prata que era a louçal taça de verde e no meio dela se distinguia, se recuperava a nobreza dos seus anos de vermelho, da época de flor, da força da sua juventude. À mesa, tinham-na aberto a meio, duas meiaslaranjas de romã a ensanguentar as mãos, e uma elegante colher, também de prata, percutira a carcaça de cada uma das metades: entre os dedos que a seguravam na hora da chacina descia um grão, outro e outro, e esvaziava-se aquele 136


Foto: Vasco Célio

côncavo de fibras esbranquiçadas a repetir cada vez mais perfeitamente a forma da tigela esvaziada. Por cada grão, gota vermelha – o corpo e o sangue. Eram tacinhas de vidro transparente que se enchiam, irmãmente divididos os filhotes do fruto, para dali se erguerem às bocas. No final, taças subidas, descia o líquido sumo da romã. Agora, o que o Reboliço via sobre o branco pétreo da 137

bancada parecia-se com a rija pele curtida, já tão velha, de um animal manso, que acabavam de matar: pedaços, retalhos, ruínas da que tivera a mais régia das florais vidas . *Reboliço é o nome de um cão que o meu avô Xico teve, no Moinho Grande. É a partir do seu olhar que aqui escrevo.

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OPINIÃO

As tendências do Marketing Digital para 2020 Fábio Jesuíno (Empresário) Marketing Digital é fundamental nas estratégias de comunicação das empresas e organizações, contribuindo ativamente para os seus sucessos. O Marketing Digital tem evoluído muito nos últimos anos alargando a sua utilização. Estar informado das suas tendências é fundamental para uma definição clara e objetiva das estratégias de comunicação. Como é hábito, decidi novamente escolher e analisar as principais tendências de marketing digital para o próximo ano: Pesquisa por voz: A pesquisa por voz já representa globalmente mais de 20 por cento das pesquisas, é uma tendência em pleno crescimento devido à sua simplicidade, facilidade e rapidez com que um utilizador obtém qualquer tipo de informação. Com o crescimento dos assistentes virtuais, como o Google Assistant, Siri da Apple e o Alexa da Amazon, que estão a implementar inovações permanentemente, tornando cada vez mais intuitivo a sua utilização nos hábitos diários de qualquer utilizador, apresentando uma forte componente de interligação com vários dispositivos, seja em casa ou no trabalho. ALGARVE INFORMATIVO #229

Vários dados apontam para um crescente interesse por estratégias de SEO para pesquisas de voz, onde o papel da inteligência artificial ganha também grande destaque, conseguindo perceber a intenção e o contexto de determinado utilizador, apresentando resultados mais certos e personalizados. Micro influenciadores digitais: A tendência da utilização dos micro influenciadores digitais é cada vez mais forte nas estratégias de marketing digital das empresas, tonando-se quase obrigatória devido aos resultados gerados. Os micro influenciadores digitais vão ser dos grandes impulsionadores das marcas do futuro. Os micro influenciadores digitais são pessoas aparentemente comuns que têm uma boa reputação num nicho específico. Possuem, em média, entre cinco a dez mil seguidores nas redes sociais e geram normalmente mais identificações e, consequentemente, mais atenção e engagement. Normalmente partilham conteúdos que gostam e de uma forma natural e atraem pessoas com os mesmos interesses. A maioria torna-se especialista numa determinada temática muito específica, atraindo dessa forma as marcas do mesmo segmento de mercado. Com menos seguidores comparativamente às grandes influências 138


digitais, mesmo assim, os micro influenciadores digitais conseguem bons desempenhos. Um estudo realizado recentemente por Johan Berger, professor da Wharton School e pela agência Keller Fay Group, mostra que os micro influenciadores têm muito mais poder de persuasão do que as celebridades digitais. O estudo, que contou com a participação de 6 mil micro influenciadores americanos, concluiu que os utilizadores se identificam mais com os micro influenciadores e aponta que 82 por cento dos entrevistados estão mais propensos a seguir uma recomendação sua, do que um grande influenciador. Inteligência Artificial: Continua a ser uma das principais tendências, muito abrangente nos mais diversos sectores, o seu funcionamento é baseado em algoritmos, que permitem às máquinas aprenderem sem serem explicitamente programadas para esse fim. A inteligência artificial é hoje em dia utilizada nas mais diversas formas, desde a experiência do cliente com base no seu comportamento de compra, atividade na internet ou redes sociais, destacando-se a 139

utilização de bots que servem para automatizar tarefas que seguem um padrão, como a utilização por parte das empresas para responder aos pedidos dos clientes simulando interação com um humano. Estas são as três tendências principais que, na minha opinião, vão fazer a diferença no próximo ano na área do marketing digital e impulsionar em grande escala os resultados das empresas e organizações .

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OPINIÃO - Tudo em Particular e Nada em Geral

Mais Snus e menos Gretas Carla Serol (Uma Loira Qualquer) ssinalou-se esta semana o trigésimo nono aniversário da morte de Snu Abecassis, essa linda e elegante dinamarquesa, que um dia chegou a Portugal e arrebatou o coração do então promissor Primeiro Ministro, Francisco Sá Carneiro, com quem tragicamente viria a perder a vida num até hoje inexplicável acidente de avião. Mas não foi só o coração de Francisco que Snu arrebatou. Snu arrebatou toda uma sociedade portuguesa ainda fechada sob as cortinas ditatoriais do Estado Novo, com a sua forma elegante de estar, com a sua beleza e inteligência, mas sobretudo pela forma corajosa com que enfrentou o escândalo de uma separação em prol do seu amante, um charmoso e apaixonado Sá Carneiro. Snu levou à frente todos os tabus e barreiras singulares do enquadramento social que Portugal vivia à época, para viver a grande paixão da sua vida, deixando para trás um leque de críticas quanto à sua relação extraconjugal, que mais tarde assumiria como pública e marital, ainda que de facto.

de amor, até porque Greta é só uma miúda que deveria estar na escola a se desunhar com os testes de matemática e afins, e anda enfiada num veleiro «semiecológico», dizem os entendidos, a espalhar pelos quatro cantos do mundo a palavra da salvação do planeta. Estou aqui ansiosa pela sua visita à Coreia do Norte! Greta é uma miúda de ideias fixas, e ideais incomuns para a sua idade, com um profundo e obsessivo interesse pela defesa do ambiente e as alterações climáticas resultantes da poluição humana, algo que é manifestamente positivo, dada a pertinência do tema, mas como tudo na vida, até uma certa medida. Pois o que não é nada positivo, na minha ótica de loira, são os bastidores por detrás de Greta. Já para não falar que me preocupa o facto da miúda não ir à escola, pois se fosse aqui em Portugal estava tudo porreiro, pois até ao nono ano a malta não chumba, mas parece que aquilo lá para os países escandinavos, o sistema educativo é estranho e nada adequado, e anda anda, a miúda chumba por faltas, e lá vai ter que repetir o ano por culpa de toda uma humanidade.

Na mesma data, trinta e nove anos depois, chega a Portugal mais uma nórdica, desta feita vinda da Suécia, de seu nome Greta Thunberg. Mas Greta não arrebata Portugal pelo seu espetacular charme, e muito menos por ser protagonista de uma trágica história

Depois de enaltecer a fugaz vida de Snu Abecassis, e de aludir a curta, mas já tão brilhante vida de Greta Thunberg, questiono: Que Portugal temos hoje, trinta e nove anos depois uma mulher e um homem terem enfrentado um escândalo para viver uma paixão, contra

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o politicamente correto exigido por uma igreja católica aliada ao que restava do Estado Novo, e a breve passagem durante a volta ao mundo, de uma miúda vítima dos tempos modernos, obcecada pela bolha onde vive e manipulada por gigantes desconhecidos e escondidos por detrás da sua pequena e frágil imagem de menina zangada com tudo? Temos hoje um Portugal preso aos ideais extremistas do politicamente correto, preso ao que devemos pensar, dizer e fazer de acordo com a nova norma que teima em ser imposta. Portugal é hoje pois, não mais que uma espécie de «Maria vai com as outras», de, se as outras foram eu também vou. E se é bem apoiar a Greta 141

sem saber quem, e o que a move, aí então, me chama que eu vou! Sou por isso, por um Portugal com mais Snus e menos Gretas. Snus que excedem barreiras, senhoras das suas firmezas, que ditam e marcam a história, contra tudo aquilo que se espera ser o correto. Não gosto de Gretas manipuladas, gosto de Snus autênticas. Deixem então a Greta crescer genuína, quem sabe ela não se torna um dia numa Snu, dona das suas próprias vontades, defensora das suas próprias verdades, e sem cordas presas aos braços .

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OPINIÃO

Caos e Poesia Fernando Esteves Pinto (Escritor) Seja em que poesia for, o caos deve transparecer sob o véu cerrado da ordem. Friedrich Novalis

screver sem destruir a linguagem não é poesia. Angustiam-me certos poemas, a comovente sensibilidade de manter a forma limpa, admirável na sua facilidade de representar as coisas comuns. O leitor não tem lugar na criação, não se sente inflamado nem chega a ter consciência do impossível que um poema muitas vezes provoca. Não há espaço para a interpretação. Há poemas que não põem os leitores em contacto com a poesia. Tudo brota; tudo jorra; tudo é fonte de evidências, quadros domésticos, sentidos embalsamados; tudo é um círculo interior de observações insaciáveis. Linguagem que adormece o leitor de poesia. A instabilidade e a tragédia de escrever um poema é uma longa história do estado de alma e da linguagem, que em duelo fazem eco de um conflito. A forma poética é o campo de batalha. O poema é a voz louca e torturada; a sensação de triunfo, o alívio autêntico por ter chegado a uma conclusão; e o mundo ganha linguagem tão estranha que chega a ser bela. Mesmo assim, amam-se os poetas, não se amam os poemas. Toda a arte íntima tem as suas infidelidades. A identidade provoca sentimentos de histeria; sensações patéticas e ainda estados de insensatez e repulsa. Devia ler-se o poema e ignorar o seu autor. Há poetas que são seres maçudos, escrevem mais por fora do que por dentro; estão sempre suspensos de um ALGARVE INFORMATIVO #229

verso, intoleravelmente enevoados; a escrita corrige-lhes a própria vida. Teóricos prodigiosos. Nas apresentações das suas obras – a cantiga do costume – sentem-se iluminados numa profunda admiração própria. Nunca se esgotam na explicação de um determinado poema; o discurso pretende justificar o que o poema não diz. É a morte horrível da poesia às mãos do poeta. Mas quem merece uma vida mais longa? O poema ou o poeta? Há quem escreva poesia para aperfeiçoar a vida. Mas é inútil o poema que torna tudo tão belo, inequívoco, excitante. Às vezes é preciso implorar por um verso livre, inteiro e absoluto: eis a coisa bela de escrever para manter o grau exacto de aperfeiçoamento. O poema procura a beleza ética, mesmo nas coisas mais terríficas e puramente depressivas, agrilhoadas no desconhecido. Porque os dias são de infinita solidão, o poeta constrói sobre as ruínas o seu palácio. A linguagem das coisas belas só por si não revela a excelência da sua natureza. É preciso corrigir o que é belo e perfeito; insistir numa escrita de sensações e contrastes. E eis que surge o caos. É possível, talvez, que a poesia seja uma companhia infatigável da treva e do caos: daí a veemência de uma escrita tacteando à procura de alguma coisa autêntica e determinada a sarar as feridas do mundo. Tolerável doença – escrever à mercê destas fraquezas. Frio e escuro é o princípio de um 142


poema que dá abrigo ao poeta. Os versos serpenteiam, dissipam-se; brilham mas à porta fechada: ordenam o caos. O poeta vê as coisas boas em tão pequeno espaço de tempo. Uma cena frágil de escrever poesia: a luta permanente com a vida. E talvez 143

procure assim ligar-se também às imperfeições que o designam. Uma voz cantava onde um poema ceifava o tempo. As bizarrias da escrita de poesia: pôr a mente do poeta fora de ordem . ALGARVE INFORMATIVO #229


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Paulo Águas, Rosa Palma, Vítor Aleixo, José Carlos Rolo e Maria João Bebiano

LOULÉ, SILVES, ALBUFEIRA E UNIVERSIDADE DO ALGARVE JUNTARAM-SE PARA TENTAR CRIAR UM GEOPARQUE MUNDIAL DA UNESCO Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina e Municípios de Loulé e Albufeira s Municípios de Loulé, Silves e Albufeira e a Universidade do Algarve/Centro de Investigação Marinha e Ambiental estão juntos no processo de ALGARVE INFORMATIVO #229

candidatura a Geoparque Mundial da UNESCO do aspirante Geoparque Algarvensis Loulé-Silves-Albufeira, tendo assinado para tal, no dia 2 de dezembro, um protocolo de colaboração, numa sessão que se realizou, na Câmara Municipal de Loulé, com a presença dos autarcas Vítor 146


Aleixo, Rosa Palma e José Carlos Rolo e do Reitor da Universidade do Algarve, Paulo Águas. O aspirante Geoparque Algarvensis Loulé-Silves-Albufeira conta, através das rochas que se encontram no seu território, uma história que começa há quase 360 milhões de anos atrás. Promover o desenvolvimento sustentável do território a partir das comunidades e da sua qualidade e modo de vida, assim como da riqueza geológica, tornando a área dos três concelhos num destino sustentável e com potencial turístico de interesse mundial, por via do seu património geológico, é o principal objetivo desta candidatura a Geoparque Mundial da UNESCO, identidade que combina a proteção e promoção do património geológico com o desenvolvimento local sustentável, possuindo um conjunto de geossítios ou geomonumentos que 147

testemunham a evolução do planeta Terra. No Geoparque Algarvensis destacam-se locais de interesse geológico como a Rocha da Pena, a grés de Silves ou o vale à volta do Castelo de Paderne e, através de uma maior consciencialização da importância do património geológico da região na história e na sociedade, um Geoparque Mundial da UNESCO concede aos seus habitantes um sentimento de orgulho e fortalece a sua identificação com o território. A criação de iniciativas inovadoras locais, de novos postos de trabalho e de cursos de formação de alta qualidade é estimulada, enquanto que novas fontes de receita são geradas através do geoturismo e os recursos geológicos são protegidos. E este processo começou quando se descobriu, em 2010 e 2011, ALGARVE INFORMATIVO #229


na aldeia da Penina, no concelho de Loulé, o Metoposaurus Algarvensis, um anfíbio pré-histórico, semelhante a uma salamandra gigante, que terá existido no período Triásico e que foi identificado como uma nova espécie em 2015. “Foi o professor Octávio Mateus que me lançou este desafio e imediatamente me apercebi que estava perante uma oportunidade única que não poderia deixar de agarrar com todo o meu ânimo e sentido de responsabilidade das funções que desempenho. É um projeto que está testado em vários pontos do Mundo e constitui uma excelente oportunidade para contrariar o clima de declínio demográfico, natural e económico do interior do Algarve”, afirmou Vítor Aleixo. Seguiram-se dois anos de trabalho em que os presidentes das juntas de freguesia ALGARVE INFORMATIVO #229

foram atores fundamentais e Vítor Aleixo não duvida de que eles vão desempenhar, no futuro, um papel determinante para o sucesso deste projeto. “Só terá êxito com a colaboração das pessoas, dos habitantes do território, porque assenta numa forte matriz identitária”, enfatizou o edil louletano, não poupando também elogios aos técnicos municipais de várias áreas envolvidos no projeto, sejam os de Loulé, como de Albufeira e Silves. “Depois, uma palavra muito especial para os cientistas da Universidade do Algarve. Nós temos o território, está lá tudo o que é necessário, mas é preciso contar uma história e uma filosofia específicas e não seriamos capazes de estruturar um projeto robusto e capaz de, dentro de dois ou três anos, apresentar uma candidatura à 148


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UNESCO com sucesso, sem o apoio científico da Universidade do Algarve”, assegurou o autarca, antes de voltar novamente a atenção para os habitantes dos concelhos de Loulé, Albufeira e Silves. “Não basta que meia dúzia de responsáveis políticos e cientistas tenham uma ideia, é preciso que as pessoas vivam este projeto, que entendam o que está a acontecer, caso contrário, o Geoparque Algarvensis não terá condições para se levantar. Elas estão ávidas de políticas para se desenvolverem e para encararem o futuro com esperança e tenho a certeza de que vão receber bem este projeto”, declarou. Mas Vítor Aleixo não quis terminar sem destacar o facto de estarmos perante um projeto intermunicipal numa região que continua a estar muito autocentrada. ALGARVE INFORMATIVO #229

“Precisamos que os autarcas e os atores políticos com relevância desta região possam ter a capacidade e experimentar cada vez a arte da colaboração. Só assim poderemos transcender-nos e sermos maiores do que aquilo que cada um per si é. O Algarve necessita de projetos capazes de agregar os atores políticos para além das suas diferenças políticas e ideológicas, que são absolutamente naturais e saudáveis numa democracia como a portuguesa”, entende o presidente da Câmara Municipal de Loulé. “Vivemos numa economia muito competitiva, que se concentra onde as oportunidades de lucro são maiores, onde os investimentos têm retorno mais rapidamente, e isso gera desequilíbrios territoriais e discrepâncias que, mais tarde, nos vão custar muito caro. É para contrariar 150


esta lógica de descontinuidade territorial e social que estes projetos aparecem. Começamos agora uma viagem longa, o conceito é novo, holístico, abarca todas as áreas de intervenção humana e todos vamos aprender uns com os outros para resolver os problemas das pessoas e do nosso ambiente”, concluiu Vítor Aleixo.

UM PROJETO PARA COMBATER A DESERTIFICAÇÃO DO INTERIOR Rosa Palma, presidente da Câmara Municipal de Silves, recordou o momento em que Vítor Aleixo lhe falou do potencial enorme que constituía o geoparque, da riqueza das formações geológicas que precedem a presença do homem neste território. “Foi o homem que definiu os limites geográficos entre estes três concelhos, mas o território fala a uma só voz. Muitas vezes vamos visitar outros 151

locais que parecem ter mais interesse do que aquele em que vivemos, quando temos aqui tanto potencial. E é por causa disso que estas três câmaras municipais, por acaso todas de forças políticas distintas, se uniram”, explicou a edil silvense. “Queremos que as pessoas sejam contagiadas pela palavra «algarvensis», que reconheçam o seu território, que tenham este sentimento de pertença. E isto não se consegue sozinho, é necessária uma fundamentação científica, o empenho dos nossos técnicos e, fundamentalmente, o envolvimento dos habitantes deste geoparque”, realçou a autarca. Albufeira foi o terceiro concelho a integrar o aspirante a Geoparque Mundial da UNESCO, porque há que contar a história do povo deste território ALGARVE INFORMATIVO #229


através dos seus aspetos geológicos, mas também evitar o gradual declínio desta zona do Algarve. “Temos um interior desertificado, sem qualquer esperança, depauperado, toda a gente ruma ao litoral, e um dos objetivos deste geoparque é fomentar a componente económica, social e demográfica do interior. Fala-se muito em diminuir a sazonalidade e o geoparque também poderá dar um grande contributo para combater uma situação que, não sendo tão grave como há 10 anos, ainda persiste”, acredita José Carlos Rolo, presidente da Câmara Municipal de Albufeira. “E é importante que os nossos ALGARVE INFORMATIVO #229

jovens entendam e interpretem corretamente o território em que vivem. Penso que estão reunidas todas as condições para ajudarmos à sustentabilidade do interior destes três concelhos, mas trata-se de um processo moroso, não é imediatista, e temos que dar passos com os pés bem assentes no chão e todos os dias praticar a sustentabilidade”. Parceiro importante neste aspirante a Geoparque é o Centro de Investigação Marinha e Ambiental da Universidade do Algarve, de onde vem a diretora científica do projeto, Cristina Veiga 152


Pires. “O nosso objetivo desde sempre é passar dos muros da universidade para fora, transmitir para o exterior o nosso conhecimento, porque somos um centro extremamente dinâmico, composto por 100 elementos”, referiu Maria João Bebiano, Diretora do CIMA. “Já conseguimos definir os limites, com base geológica, do futuro geoparque e penso que é uma iniciativa bastante pertinente e que trará um grande desenvolvimento para este território”. Já o Reitor da Universidade do Algarve considera ser “extremamente importante que o selo UNESCO chegue a este território”. “É um processo difícil, mas estou confiante na 153

energia e saber da Cristina Veiga Pires e em todo o conhecimento acumulado no CIMA, para além da força deste comprometimento das três autarquias e das suas equipas técnicas multidisciplinares. Temos que compreender e estudar melhor este território e este projeto tem tudo para dar certo. Não desenvolvemos geoparques como fazemos com os campos de golfe ou marinas, eles foram criados há muitos milhões de euros. Vamos, no fundo, cuidar deste território para ele ser mais coeso e criar melhores condições de vida aos seus habitantes” . ALGARVE INFORMATIVO #229


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Álvaro Bila, Isilda Gomes e Richard Marques

OBRAS DE AMPLIAÇÃO DO QUARTEL DOS BOMBEIROS DE PORTIMÃO FORAM INAUGURADAS EM DIA DE ANIVERSÁRIO Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina o dia em que assinalou os 93 anos de existência, a Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Portimão recebeu a visita, a 1 de dezembro, da Secretária de Estado da Administração Interna, Patrícia Gaspar, para assistir à inauguração oficial das obras ALGARVE INFORMATIVO #229

de ampliação do Quartel-Sede dos Bombeiros de Portimão. A cerimónia contou ainda com a entrega de meios e recursos, pelo executivo portimonense liderado por Isilda Gomes, aos Bombeiros de Portimão, bem como de equipamentos de proteção individual aos «soldados da paz», para além da inauguração de meios de intervenção aquática, designadamente de um semirrígido e três botes. 156


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Isilda Gomes viajou diretamente de Vila Real de Trás-os-Montes, onde decorreu o Congresso da Associação Nacional de Municípios Portugueses, para endereçar os parabéns a todos os bombeiros portimonenses, reiterando que este era o seu dia e agradecendo “a abnegação e dedicação destes homens e mulheres, aos quais todos estamos todos os dias gratos”. Lembrou ainda que a inauguração das obras de ampliação do quartel representou um investimento de 625 mil euros, 85 por cento dos quais provenientes do Fundo de Coesão e os restantes 15 por cento a serem da responsabilidade do Município de Portimão. A este valor somaram-se 70 mil euros resultantes da nova embarcação de socorro, no seguimento da prioridade que tem dado à Proteção Civil desde que tomou posse. “Em 2014, quando cheguei, não existia no Município de Portimão qualquer ALGARVE INFORMATIVO #229

garantia de financiamento da atividade dos Bombeiros e demais estruturas de Proteção Civil e os equipamentos e restantes meios operacionais estavam obsoletos. Desde então, o paradigma mudou, o Município de Portimão criou um orçamento municipal dedicado à Proteção Civil, que permitiu materializar um plano de investimento para reequipar as suas estruturas, assim como celebrar anualmente um contrato programa com os bombeiros de Portimão, permitindo financiar as atividades das estruturas, garantir meios adequados e qualificar e formar os operacionais com a melhor formação disponível”, destacou Isilda Gomes. A edil sublinhou que, em 2019, o orçamento municipal executado na área da Proteção Civil, segurança e defesa da 158


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floresta irá ultrapassar os dois milhões de euros, com a estrutura operacional dos Bombeiros a serem alvo de um investimento, este ano, a rondar o milhão de euros. São disso exemplo 665 mil euros afetos ao funcionamento nas diferentes áreas de intervenção operacional (dispositivo municipal de resposta no âmbito da proteção e socorro), 59 mil euros destinados a equipamentos de proteção individual, 73 mil euros para equipamentos técnicos, 97 mil euros para veículos e 27 mil euros aplicados na formação. Mas muito mais tem sido feito desde que Isilda Gomes assumiu a presidência da Câmara Municipal de Portimão, desde aquisição de Veículos Florestais de Combate a Incêndio, assinatura de Contratos Programas e aquisição de Equipamentos de Proteção Individual Florestal para todos os Bombeiros, estando para breve a entrega ALGARVE INFORMATIVO #229

de um Veículo de Apoio Logístico Especial, no valor de 200 mil euros, um veículo com um tanque de 14 mil litros que permitirá dar resposta a constrangimentos no âmbito da situação de seca em que a região se encontra. Já para não falar da criação de uma Equipa de Combate a Incêndios Florestais (ECIN) dedicada aos incêndios rurais e operacional todo o ano, que implica um investimento camarário de 150 mil euros. A presidente anunciou ainda que o Município de Portimão está a ultimar a definição dos novos benefícios socias de nível municipal para os bombeiros, “os quais já mereceram decisão política favorável e encontrando-se neste momento em implementação, de forma a salvaguardar todas as questões legais”. “A minha maior 160


preocupação é dar condições a estes homens e mulheres, em primeiro lugar, para que possam proteger os nossos concidadãos com todas as condições de segurança, sendo por isso que hoje não existe um bombeiro sem proteção individual adequada para cada missão que lhe está confiada. Cada bombeiro, profissional ou voluntário, dispõe de equipamentos de proteção individual no valor de oito mil euros, assim como a melhor formação disponível a nível nacional”, garantiu. Aproveitando a presença da representante do Governo, Isilda Gomes afirmou que é preciso uma clarificação sobre o edifício da Proteção Civil, admitindo que o patamar municipal é a base da resiliência do sistema, mas que o mesmo não pode depender 161

exclusivamente deste patamar, nomeadamente em matérias como o financiamento. “Em Portimão fazemos tudo o que está ao nosso alcance nesta matéria, sendo a segurança e proteção de pessoas e bens uma área absolutamente prioritária, mas o investimento na qualificação e capacitação das estruturas de proteção civil e, em particular, dos bombeiros, não pode depender exclusivamente da arbitrariedade, visão ou capacidade dos autarcas”, defendeu, recordando a necessidade do poder central apoiar o Município de Portimão na aquisição de uma nova autoescada, “uma necessidade que configura não uma urgência mas sim uma emergência e que não pode ser suportado unicamente através do orçamento municipal, visto que se ALGARVE INFORMATIVO #229


trata de um investimento avultado que poderá ascender a 1,2 milhões de euros”. A encerrar a sua intervenção, Isilda Gomes felicitou a Direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Portimão, na pessoa do seu Presidente Álvaro Bila, enaltecendo “a sua enorme dedicação e disponibilidade enquanto fatores de sucesso dos destinos da associação”, assim como o Coordenador Municipal de Proteção Civil, o Comandante Richard ALGARVE INFORMATIVO #229

Marques, reiterando a “confiança inabalável que detêm na forma como exerce a suas funções de comando operacional em todas as suas vertentes” . 162


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