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A igreja da
jim jones
sumário
prólogo 1978:
Guiana, 18 e 19 de novembro
parte i — indiana
01 | Lynetta e Jim .021 02 | Lynn .028 03 | Jimmy .035 04 | Juventude .042 05 | Richmond .054 06 | Marceline .058 07 | Jim e Marceline .062 08 | Primeiros passos .071 09 | A igreja da recompensa imediata .077 10 | Templo Popular .084 11 | Conquistando influência .092 12 | Pai Divino .097 13 | “Todas as raças unidas” .103 14 | Um homem de respeito .111 15 | Colapso .117 16 | Brasil .126 17 | Rumo ao Oeste .133
parte ii — califórnia
18 | O Vale dos Jecas .147 19 | Sem saída .154 20 | Ressurreição .166 21 | Carolyn .176 22 | Exemplo socialista .185 23 | Dinheiro .194 24 | Abelhas operárias .200 25 | Na estrada .209 26 | Fracassos .216 27 | Drogas .224 28 | Sexo .233 29 | Família .241 30 | Comissão de Planejamento .249 31 | Los Angeles .255 32 | San Francisco .261 33 | Deslizes .266 34 | Novos laços .277 35 | A Turma dos Oito .285 36 | Aqui se faz, aqui se paga .291 37 | A Terra Prometida .301 38 | Kimo .312 39 | Política municipal .325 40 | Mais dinheiro .331 41 | Dissidências .335 42 | “O ano da nossa ascensão” .342 43 | New West .351
parte iii — guiana
44 | Jonestown .367 45 | Parentes Preocupados e a primeira “noite branca” .381 46 | A morte será indolor .390 47 | Traições .403 48 | Fechando o cerco .423 49 | Últimos dias .434 50 | “Um lugar sem esperança” .441 51 | O que aconteceu? .464 52 | Desdobramentos .474
Fotos .485 Notas .504 Lista de entrevistados .523 Bibliografia .524 Índice remissivo .527 Sobre o autor .543
1978
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PRÓLOGO Guiana, 18 e 19 de novembro
No fim da tarde de 18 de novembro de 1978, um sábado, mensagens desconexas começaram a chegar por rádio a Georgetown, capital da Guiana, na costa atlântica da América do Sul. Eram relatos apavorados de um suposto acidente de avião na mata fechada que se estendia do entorno da cidade até a fronteira com a Venezuela, a noroeste. Os operadores do Aeroporto de Ogle, em Georgetown, transmitiam as mensagens ao Quartel-General da Força de Defesa da Guiana (gdf, na sigla em inglês), que reunia as esparsas e mal equipadas tropas militares do país. Não havia voos militares programados; portanto, se alguma aeronave tinha caído, não pertencia à gdf.
Por volta das 18h, um Cessna pousou em Ogle, um campo de aviação secundário, de uso quase sempre militar. Além do piloto, havia dois passageiros: o piloto de um outro avião, que foi abandonado, e uma mulher chamada Monica Bagby, que estava ferida. Pessoalmente, os dois pilotos se mostravam tão desorientados quanto sugeriam suas mensagens de rádio anteriores. Tratava-se, na realidade, não de um acidente de avião, mas de um ataque em uma pista de pouso em um local remoto. Naquela mesma tarde, o Cessna e outra aeronave — um bimotor Otter operado pela Guyana Airways — haviam partido rumo à cidadezinha de Porto Kaituma para buscar um grupo numeroso de passageiros, formado por um parlamentar norte-americano, sua comitiva e mais alguns acompanhantes. Ao
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todo, 33 pessoas aguardavam na estreita pista aberta no meio da selva — muito mais gente do que cabia nos aviões, que juntos tinham capacidade para 24 passageiros. Enquanto decidiam quem embarcaria primeiro, foram atacados por homens armados com fuzis e espingardas. Foi um massacre. O Otter foi metralhado e teve os pneus arriados e um dos motores destruído. Sem ter como reagir aos tiros, e no ímpeto de salvar a própria vida, o piloto do Cessna taxiou pela pista para desviar da carnificina e decolou, levando com ele o piloto do Otter e uma mulher ferida no tiroteio quando embarcava no avião.
Depois de aterrissar em Ogle, os três descreveram a cena grotesca que tinham presenciado em Porto Kaituma. Sabia-se que o parlamentar estava entre os mortos, e também alguns repórteres que o acompanhavam. Havia vítimas em estado grave. As que sofreram ferimentos leves ou pareciam ilesas fugiram para a mata. As testemunhas que chegaram a Georgetown não sabiam se o ataque já tinha terminado. Havia muitos homens armados, corpos no chão e poças de sangue.
O relato foi imediatamente encaminhado ao gabinete do primeiro-ministro da Guiana, Forbes Burnham. Embora os detalhes dos relatos fossem imprecisos, já era possível identificar onde ocorrera a chacina: Jonestown.
Cerca de quatro anos antes, membros de um grupo religioso norte-americano chamado “Templo Popular” fundaram uma comunidade agrícola de pouco mais de mil hectares no coração de uma floresta quase impenetrável, a cerca de 10 km de Porto Kaituma. O assentamento fora batizado em homenagem a seu líder, Jim Jones. De início, os forasteiros foram bem recebidos pelo governo da Guiana. Uma colônia de norte-americanos no Distrito Noroeste da Guiana era uma barreira bastante conveniente às investidas da Venezuela, que reivindicava boa parte da região e por vezes já fizera ameaças de invasão. Mas Jones e seus seguidores logo se tornaram uma dor de cabeça. Abriram escolas e até uma clínica médica sem respeitar a legislação do novo país em que residiam, e se recusavam a colaborar com as autoridades guianenses. Jones tinha problemas com a justiça dos Estados Unidos, e já estava começando a se complicar com a da Guiana. Para piorar, familiares de moradores de Jonestown afirmavam que aquelas pessoas estavam sendo retidas por lá contra sua vontade. Leo Ryan, congressista norte-americano eleito pela região da baía de San Francisco, na Califórnia, importunava as autoridades guianenses com sua insistência em visitar Jonestown para apurar o caso. Alguns dias antes, Ryan aterrissara na Guiana com uma equipe de televisão e repórteres da imprensa escrita, além de alguns integrantes do grupo que alimentava as denúncias, os autointitulados “Parentes Preocupados”. A visita foi desastrosa desde
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o início. Jones avisou que não deixaria Ryan, nem a imprensa, nem os Parentes Preocupados entrarem em Jonestown. O parlamentar deixou claro que faria a viagem mesmo assim e que exigiria que o deixassem entrar. A cena registrada pelos jornalistas correria o mundo, retratando a Guiana como um país medíocre e atrasado. Depois de muita negociação, Jones, contrariado, permitiu que Ryan e mais algumas pessoas entrassem. Haviam saído de avião de Georgetown em 17 de novembro, uma sexta-feira, acompanhados de um funcionário da embaixada norte-americana, que informou estar tudo bem naquela noite. E pouco depois acontecia aquilo.
A comunicação direta via rádio entre Georgetown e Porto Kaituma era difícil. Com exceção do relato quase incongruente dos três sobreviventes do ataque, não havia mais informações disponíveis em Georgetown. Era possível apenas tentar deduzir o que ocorrera. Mas uma coisa era certa: o governo dos Estados Unidos ficaria furioso.
A Guiana era um país socialista com orgulho, apesar da penúria econômica. Contudo, a proximidade geográfica e o reconhecimento pragmático e relutante da hegemonia norte-americana significavam que era necessário manter boas relações com os Estados Unidos. A morte de um congressista norte-americano em território nacional poderia provocar uma intervenção militar, e o governo guianense não queria arriscar tamanha violação de sua soberania. Seria um vexame internacional. Por volta das 19h de sábado, o primeiro-ministro Burnham convocou uma reunião de gabinete com o embaixador dos Estados Unidos, John Burke. Também foram convocados ministros da cúpula do governo e militares da gdf e do Serviço Nacional, que treinava jovens soldados em um acampamento no meio da selva, a cerca de 65 km de Jonestown.
Burnham contou a Burke o pouco que sabia. O primeiro-ministro disse que não havia muito o que fazer de imediato. Era quase impossível aterrissar em Porto Kaituma depois que escurecia: a estreita pista de pouso desaparecia em meio à mata fechada, e não havia luzes de sinalização. Também não se sabia quantos homens armados participaram do ataque, ou se tinham outras intenções além de assassinar o deputado Ryan e os demais integrantes de sua comitiva, que parecia incluir alguns desertores de Jonestown.
Fazia alguns meses que Desmond Roberts, um dos militares guianenses presentes à reunião, vinha advertindo o primeiro-ministro e seu gabinete da possibilidade de o Templo Popular estar contrabandeando armas para Jonestown, mas Burnham se recusou a abrir uma investigação. Durante as conversas naquela noite, Roberts observou que os seguidores de Jones deviam ter acumulado um arsenal considerável. Quantos atiradores
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poderiam estar guardando a pista de Porto Kaituma, ou atocaiados na floresta que margeava Jonestown, à espera dos próximos alvos? Talvez fosse mais que uma simples emboscada. Podia ser uma grande insurreição. A devoção dos moradores de Jonestown a Jim Jones parecia beirar o fanatismo. Se Jones instigasse uma revolta, certamente seria atendido.
Todos aqueles anos, as autoridades de imigração da Guiana vinham registrando a entrada de cidadãos norte-americanos que chegavam para se juntar ao Templo Popular. Estudando a lista de moradores de Jonestown, estimaram que, entre as cerca de novecentas pessoas que viviam na colônia, cem eram homens com idade para se tornar combatentes. Muitos poderiam ser veteranos da Guerra do Vietnã, com preparo para enfrentamentos armados na selva. A gdf não podia brincar em serviço. Era preciso agir com cautela.
O embaixador exigiu que a gdf fizesse de tudo para entrar no local o mais rápido possível. Sua maior preocupação eram os feridos em Porto Kaituma. Aquelas pessoas precisavam de proteção e atendimento médico imediatos. Burke também fez questão de deixar claro que o governo guianense deveria prender e levar a julgamento os responsáveis pela atrocidade. Era o mínimo que os Estados Unidos exigiriam.
Burnham prometeu que faria o que pudesse. Tropas da gdf seriam transferidas de pronto para uma pista de aviação em Matthews Ridge, uma comunidade de 25 mil habitantes a cerca de 50 km da pequena Porto Kaituma. De lá, fariam parte do caminho de trem, depois andariam pela mata madrugada adentro. Chegariam a Porto Kaituma ao raiar do dia. Em seguida, avaliariam a situação e tomariam as devidas providências. Burnham pediu ao embaixador que transmitisse ao governo norte-americano suas profundas condolências pelo incidente. O primeiro-ministro pediu para que fosse ressaltado que o governo da Guiana havia feito todo o possível para viabilizar a visita do deputado Ryan. E assim a reunião foi encerrada. Eram quase 21h. Se restavam sobreviventes em Porto Kaituma, fazia pelo menos quatro horas que estavam desassistidos.
Roberts reuniu uma tropa. Não era grande; uns cem soldados, talvez. Foram levados de avião a Matthews Ridge. Ao desembarcar, pegaram um trem e viajaram pela noite em direção a Porto Kaituma. Desembarcaram no meio do caminho. Para seu grande desgosto, Roberts recebera ordens de parar no acampamento do Serviço Nacional e arregimentar alguns jovens para a tropa. Para ele, era uma péssima ideia: a batalha que tinham pela frente era uma incógnita, e a presença de adolescentes armados apenas acrescentava riscos desnecessários à missão. Mesmo assim, obedeceu aos superiores. Àquela altura, o grupo já contava com cerca de 120 pessoas.
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Seguiram a pé. Precisariam tomar cuidado para não chamar atenção, já que os rebeldes armados de Jonestown poderiam estar em qualquer lugar. Se andar pela selva já era difícil durante o dia, à noite era quase impossível. A floresta na região noroeste da Guiana é uma das mais densas do mundo, infestada de cobras venenosas e insetos agressivos. Na tarde anterior, caíra um temporal na região, e a cada passo os soldados afundavam as botas na lama espessa e pegajosa. Era uma caminhada difícil, mas eles continuaram avançando e chegaram a Porto Kaituma perto do amanhecer. Não encontraram sinais de resistência, armada ou não. Alguns soldados ficaram para vigiar a pista de pouso e avisar à equipe de Georgetown, via rádio, que podiam mandar aviões para evacuar os feridos e retirar os corpos. Foi confirmado que Ryan estava entre os cinco mortos. Havia muitos feridos, vários em estado grave, precisando de atendimento médico urgente. A maioria dos soldados prosseguiu com cautela pela estrada de terra vermelha que saía de Porto Kaituma e enveredava pela mata. Depois de caminhar por uns 6 km, chegaram até a trilha estreita que levava a Jonestown. A colônia do Templo Popular ficava a pouco mais de 3 km dali. Os soldados não tinham muita experiência em combate. Avançaram devagar, certos do conflito iminente. Podiam ser alvejados a qualquer momento. Mas não houve ataque.
Com o nascer do sol, o ar ficou abafado. Quando inspirado, queimava as narinas e os pulmões. A mata ainda estava encharcada do temporal do dia anterior. Já perto de Jonestown, nuvens de vapor se elevavam do chão, turvando a visão dos soldados. Ao redor, a mata se enchia de sons: o grasnar das aves, o guincho dos macacos, o ruído de animais invisíveis rastejando nos arbustos. Dentro do perímetro do assentamento, tudo estava calmo de um jeito estranho. A situação se assemelhava à de uma emboscada, com um provável esquadrão bem armado de milicianos de Jonestown que, escondidos na mata, aguardavam em silêncio o momento certo para atacar os invasores. Em razão da névoa espessa, mal se enxergava um metro à frente. Alguns soldados não viam sequer os próprios pés; estavam com as botas encobertas pela cerração da manhã.
Aos sussurros, os oficiais ordenaram que os soldados se espalhassem e cercassem a área central do assentamento. Pelas outras visitas de militares e autoridades do governo guianense, sabia-se que havia um grande pavilhão no local. Parecia um bom ponto de convergência para a tropa.
O cerco se fechou. Os soldados aguardavam os inevitáveis tiros que marcariam o início do confronto com os rebeldes armados de Jonestown. Mas não houve nenhum barulho. A tensão aumentou. Os militares começaram
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a tropeçar em alguma coisa, talvez toras de madeira colocadas pelos adversários para barrar o caminho. Quando olharam para baixo e afastaram a névoa rente ao chão, alguns gritaram, outros correram urrando para a floresta. Os oficiais se aproximaram, viram o que havia no chão e também sentiram vontade de gritar. Embora trêmulos de pavor, mantiveram a compostura e fizeram o possível para reagrupar a tropa. O pavilhão era visível um pouco adiante, e eles queriam chegar lá, mas o caminho estava bloqueado em todas as direções. Quando o nevoeiro levantou e a visibilidade melhorou, acionaram o rádio e informaram a Georgetown que uma coisa terrível havia acontecido em Jonestown — pior que uma revolta armada ou o ataque em Porto Kaituma. Era difícil encontrar palavras. O que encontraram em Jonestown naquela manhã era indescritível, quase inimaginável.
Havia corpos por todos os lados, mais do que podiam contar, pilhas e mais pilhas de cadáveres.
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PARTE I INDIANA
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