Livro TCC 2015

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CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO PUC-RIO

TRABALHOS DE CONCLUSÃO DE CURSO DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

RIO DE JANEIRO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

2018

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Organizadores Silvio Dias - Prof. DAU/PUC-Rio Gabriela de Freitas - aluna DAD/PUC-Rio Maria Beatriz Saade - aluna DAU/PUC-Rio

Design Gráfico Silvio Dias - Prof. DAU/PUC-Rio Gabriela de Freitas - aluna DAD/PUC-Rio

Departamento de Arquitetura e Urbanismo Rua Marquês de São Vicente, 255 - Gávea, Rio de Janeiro, RJ Secretaria: Edifício Cardeal Leme, sala 327 Tel: (21) 3527-1828 Email: gradarq@puc-rio.br

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Quem é o profissional?

Nas grandes cidades, a demanda por profissionais capazes de melhorar o espaço urbano é nítida: gente demais, moradia de menos, transporte caótico, pouco verde, baixa qualidade de vida. Nesse cenário, o papel do arquiteto é cada vez mais importante. Mais do que qualquer outro profissional, é ele o principal responsável pelo bem-estar de todos que moram na cidade. Compreender e traduzir as necessidades de indivíduos e de comunidades, criando soluções viáveis e criativas para os problemas apresentados, é a função do arquiteto e urbanista, cujo campo de trabalho está em qualquer lugar ocupado pelo homem. No Brasil, o exercício profissional do arquiteto e urbanista é regulamentado desde 1933. A habilitação é única e a lei que rege a profissão atribui a ela o exercício de atividades referentes a edificações, conjuntos arquitetônicos, monumentos, arquitetura paisagística e de interiores, urbanismo, planejamento físico, urbano e regional. Nessas áreas, o arquiteto e urbanista pode exercer as atividades de elaboração, coordenação, supervisão, orientação técnica e especificação de projetos, planejamento e acompanhamento de obras, assessoria, consultoria, execução de perícias e de avaliações. Iluminação, comunicação visual e design também são campos de atuação do arquiteto. Não são raros, além disso, os arquitetos que atuam nas áreas de história e crítica da arquitetura, e das artes plásticas.

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O que é o curso?

O Departamento de Arquitetura e Urbanismo da PUC-Rio tem como objetivo formar o aluno para trabalhar como profissional de projeto em arquitetura e urbanismo, em construção civil e em paisagismo. Também prepara o estudante para atuar na área da preservação do patrimônio artístico e cultural. Concebido de maneira a fornecer instrumentos projetuais e técnicos, assim como desenvolver o pensamento crítico necessário para a inserção do novo profissional no mercado de trabalho, o curso fundamenta-se em uma proposta de ensino integrado. Essa concepção se reflete na estrutura curricular, com grande destaque para as disciplinas de projeto de arquitetura. A participação de professores de diversas áreas, compartilhando conteúdos e desenvolvendo novas competências, busca a integração efetiva entre a teoria e a prática, a criatividade e o pensamento crítico. Já o programa de estágio possibilita ao aluno exercitar o dia a dia da profissão no Escritório Modelo, participando de projetos de cunho social ou trabalhando em escritórios de arquitetura e urbanismo. O currículo inclui, ainda, disciplinas eletivas livres, oferecidas no âmbito do Departamento de Arquitetura e Urbanismo, e por outros departamentos da PUC-Rio. Outra marca da graduação em Arquitetura e Urbanismo são as chamadas atividades extracurriculares, com destaque para viagens nacionais e internacionais, organizadas por professores e alunos. Os convênios com universidades estrangeiras também oferecem aos estudantes a possibilidade de realizar viagens de intercâmbio internacional.

Trabalhos Selecionados

Amanda Lopes Anna Muniz Bruna De Biase Bruno Magalhães Carolina Piccolo Gustavo Felizardo Juliana Queiroz Luisa Borges Miguel Palminha Patrícia Parada Juliana Ferro André Passos Carolina Sant’Anna

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Sumário

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Revitalização da Antiga Fábrica São Pedro de Alcântara: Habitação e Centro Gastronômico Amanda Lopes Orientador: Ernani Freire

Ilha da Trindade: um pedaço da Amazônia Azul Anna Muniz Orientadora:Vera Hazan

Big Eight

Bruna De Biase Orientador: Pierre Martin

Revisitando as lonas culturais Bruno Magalhães Orientadora:Vera Hazan

Parque Arqueológico Bangu Carolina Piccolo Orientador: Otavio Leonídio

Parque Habitacional Baronesa do Engenho Novo Gustavo Felizardo Orientadora:Vera Hazan

Vagas para estudantes devolvendo espaços para a cidade

Juliana Queiroz Orientadora: Mariana Vieira


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Arquitetura prisional: a prisão como estratégia de ocupação Luisa Borges Orientador: Otavio Leonídio

Arquitetura Efêmera de resposta a um acontecimento e seu egado na cidade Miguel Palminha Orientadora: Cláudia Escarlate

Parque Municipal em Itaipava Patrícia Parada Orientador: Rodrigo Rinaldi

Nova Iguaçu: reterritorialização do vazio infraestrutural Juliana Ferro Orientador: Marcos Favero

Endosmoseurbana, uma possibilidade de reflexão sobre os limites entre arte, arquitetura e cidade André Passos Orientador: Ana Paula Polizzo

Hospital Parque

Carolina Sant’Anna Orientador: Henrique Houayek 9


Revitalização da Antiga Fábrica São Pedro de Alcântara: Habitação e Centro Gastronômico Amanda Lopes Orientador: Ernani Freire Co-orientador: Silvio Dias

O projeto consiste na revitalização e reutilização do prédio da antiga Fábrica de Tecidos São Pedro de Alcântara na cidade de Petrópolis. Para que a edificação fosse novamente habitada e revivida, adota-se um caminho literal e se inserem três programas principais: habitação permanente, habitação temporária e polo gastronômico. O prédio permeia o Rio Quitandinha e como possui um aspecto monumental e imponente, assemelha-se a um grande muro, o que não permite e nem facilita o acesso ao local, bem como não favorece o contato com seu entorno. O conceito de vila foi adotado para resolver a habitação permanente, tendo sido retirado o telhado central para promover a relação com o céu e o conforto ambiental.

Projetado X Existente

Para o hotel, um novo acesso demarcado pela chaminé e uma passarela interligando-o à rua, também um novo volume surge comportando as 104 unidades habitacionais, as quais têm três diferentes tipologias, sempre inseridas na malha estrutural existente. Também criou-se, como serviço do hotel, um centro de convenções com duas salas, sendo elas reversíveis, além de área de SPA, hidromassagem e academia. Uma garagem que tem acesso à rua lateral foi criada, comportando todos os visitantes do hotel. Finalmente, o polo gastronômico tem acesso pelo frontão, antiga entrada do prédio principal da fábrica. Foi criada uma segunda passarela que também demarca essa entrada. O polo comporta 13 stands com duas tipologias, uma área para food trucks e eventos, banheiros e vestiários.

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Mapa de fluxos

Soluções antes e depois

Gráficos volumé


étricos de demolição e construção

Diagrama de programa principal

Diagrama de programa geral

Habitação permanente

Habitação permanente interna

Habitação temporária Tipologia dos apartamentos

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Revitalização da Antiga Fábrica São Pedro de Alcântara

Tipologia dos quartos da habitação temporária

Centro de convenções

Polo gastronômico Entrada do hotel

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Tipologia dos stands do Polo Gastronômico

Área do café da manhã

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ILHA DA TRINDADE: UM PEDAÇO DA AMAZÔNIA AZUL Anna Muniz Orientadora:Vera Hazan Co-orientador: Luciano Alvares

No início de 2014, tive a oportunidade de participar de uma expedição científica e conhecer a Ilha da Trindade com o objetivo de avaliar as instalações da estação científica em atividade. Esta visita técnica abriu novas perspectivas para um estudo sobre a atual ocupação militar em ilhas oceânicas no Brasil, avaliando a forma de ocupação, a inserção da arquitetura na paisagem e os problemas de logística. Após uma convenção da ONU em 1994, o Brasil conquistou um marco em sua história: a Amazônia Azul, uma Zona Econômica Exclusiva cujo território marítimo é limitado a 200 milhas náuticas da costa brasileira, proporcionando um adicional de 3,6 milhões de metros quadrados de área. Em virtude disso, ele se mostra de extrema importância para o país, tanto para sua economia quanto sua segurança. O petróleo e a pesca são produtos de interesse internacional e com isso, as águas brasileiras se tornam alvo fácil para exploração ilegal desses produtos. E com isso, as ilhas oceânicas brasileiras se tornam os locais mais favoráveis para a fiscalização de embarcações. Dentre as ilhas oceânicas brasileiras, a Ilha da Trindade é a mais distante do continente – cerca de 1.463 km – e com a maior capacidade de abrigar pessoas – 32 militares e oito pesquisadores. Descoberta em 1501, a ilha já foi ocupada por ingleses, holandeses, portugueses, piratas e comerciantes de escravos e, em 1882, passou a ser território brasileiro, sendo usada como base naval durante as duas guerras mundiais e serviu como presídio político entre 1924 e 1928. Somente em 1957, Trindade tornou-se o Posto Oceanográfico da Ilha da Trindade (POIT) operado pela Marinha do Brasil, que faz o abastecimento e apoio logístico da ilha.

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Sem se preocupar com a fauna e flora em recuperação, a ocupação atual foi feita de forma improvisada e sem planejamento. Suas edificações estão ultrapassadas e saturadas, com exceção das estações científica e a meteorológica que foram construídas em 2012. A implantação delas foram feitas paralelas à costa, sem levar em consideração a incidência solar, os ventos predominantes e a topografia, tornando-as em ambientes desconfortáveis e quentes. Mesmo as duas novas edificações tornaram-se desconfortáveis por causa da escolha do material de preenchimento e da falta de beiral para proteção solar.


Para uma nova estratégia de ocupação é preciso considerar todos os pontos importantes, desde logística até bem-estar do usuário, sem que a arquitetura perca sua função e harmonia como conjunto. Além disso, o projeto precisa ser adaptável à qualquer terreno, ter flexibilidade para possíveis mudanças de programa e precisa ter fácil reprodutibilidade e expansibilidade. Assim foi criado o Programa Modular de Habitação e Pesquisa, uma arquitetura modular que valoriza o usuário e o ambiente em que se encontra, mantendo o mínimo de impacto na fauna e flora.

Os componentes construtivos foram pensados para minimizar o tempo de construção, o desperdício de material e o uso de mão-de-obra especializada. Com isso, eles são materiais modulares e pré-montados: madeira laminada colada para a estrutura, piso de madeira laminada, painel termo acústica e telhas curvas. Para trazer um melhor conforto ambiental nos espaços, a estrutura elevada e telha curva criam um colchão de ar permitindo que tenha uma renovação de ar quente pro frio sempre. O núcleo central da ocupação é o Espaço Convívio e Rancho, pois como a Ilha da Trindade é tão isolada, é importante valorizar o convívio entre os militares e pesquisadores para troca de experiências e informações. Ao redor, ficam as Habitações separados pela hierarquia militar – oficias, praças e pesquisadores – e os Espaços de Trabalho, conforme cada função. Numa ilha, é importante separar cada função – trabalho x lazer – para que eles não se misturem e atrapalhem no trabalho necessário.

Vista frontal da ilha

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Ilha da Trindade: um pedaço da Amazônia Azul

Diagrama de ocupação no ano 0

Diagrama da Amazônia Azul

Diagrama de ocupação no ano 10

Diagrama de ocupação no ano 20

Diagrama das instalações Vista EMIT

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Perspectiva

Diagrama do programa

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BIG EIGHT

Bruna De Biase Orientador: Pierre Martin O objetivo deste trabalho é projetar um parque urbano com foco em pesquisa e lazer, no espaço onde hoje funciona a CTR-Rio Santa Rosa, mais conhecida como aterro sanitário de Seropédica. A motivação inicial é de trabalhar com espaços capazes de se tornarem residuais ou subutilizados após o encerramento de suas atividades. A lógica dos espaços urbanos do Rio de Janeiro, indica que atividades como aterros sanitários, pedreiras, etc, após anos de exploração acabam, porfim, tornando-se espaços sem uso, prevendo somente uma manutenção das atividades.

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REVISITANDO AS LONAS CULTURAIS Bruno Magalhães Orientadora:Vera Hazan 1/4’

A lona cultural nasceu como um centro de inclusão cultural e produção artística que visa atender a população do subúrbio da cidade do Rio de Janeiro. O projeto foi bem recebido e posteriormente foi criada uma rede, com 10 instalações na cidade, nas zonas norte e oeste, atendendo pessoas de todas as faixas etárias e recebendo artistas iniciantes e consagrados, através de workshops e shows nos finais de semana. O atual sistema tem sido replicado sem levar em consideração as particularidades do terreno, as condições climáticas da cidade, e a ampliação do programa de necessidades, resultando em arquiteturas sem qualquer unidade formal. A proposta visa a substituição das lonas culturais por uma nova tipologia, seguindo os preceitos da arquitetura replicável, que permita flexibilidade, versatibilidade e adaptabilidade do programa em cada terreno, além de novas apropriações do espaço e integração do espaço da edificação às praças, resgatando a relação com o espaço público. O sistema construtivo é composto somente de elementos pré-fabricados. Ele é aplicado em 3 terrenos da rede, cada um com suas particularidades. Todos os espaços, inclusive o cênico, podem ser reconfigurados para atender diversos tipos de atividades.

Esquadrias e brises metálicos Laje de concreto com teto verde h=30cm Painéis internos de dry-wall L=1,2m Painéis sanduíche cimentícios com tratamento acústico L=1,2m Painéis de brise metálico L=1,2m Painéis retráteis de correr com tratamento acústico

Per

Painel masterboard com revestimento vinílico Componentes do sistema produtivo ZONA OESTE ZONA NORTE ZONA SUL CENTRO

GUADALUPE COCOTÁ

PECHINCHA

Localizações

Per

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rspectiva aĂŠrea de Guadalupe

rspectiva de Guadalupe

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Planta baix

Revisitando as lonas culturais

N

Perspectiva aérea de Pechincha

01

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Planta baix

Perspectiva Perspectiva de Pechincha

Situação atual da lona cultural Renato Russo - Cocota, Ilha do Governador

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Situação atual da lona cultural Renato Russo - Cocota, Ilha do Gove


xa do terreno principal - corte AA’

2

ACESSO

ACESSO

1

2

4

3

ACESSO

ACESSO ACESSO

7 A 9

4

8

2

6

5

A’

8

1 - Restaurante 2 - Sanitários 3 - Sala de música 4 - Biblioteca 7 - Camarins 8 - Administração 6 - Sala de aula/reunião

5 - Sala de artes 9 - Espaço Cênico

xa do terreno principal

a do terreno principal

ernador

Perspectiva aérea do terreno principal

Ventilação e iluminação

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PARQUE ARQUEOLÓGICO BANGU

Carolina Piccolo Orientadora: Otávio Leonídio

Este trabalho de conclusão de curso é um produto e testemunho da nossa formação em que podemos sintetizar sobre o nosso aprendizado ao longo do percurso acadêmico e, principalmente, levantar reflexões consistentes sobre as dinâmicas do mundo contemporâneo. O questionamento proposto debate a forma estabelecida, até então, sobre a nossa percepção da realidade, como é constituída e conformada. Entende-se que essa realidade é a representação simbólica de um real, algo inacessível, que ultrapassa o dizível e o visível. Compartilhamos imaginária e simbolicamente nossa compreensão sobre o mundo, porém não somos capazes de saber de fato como cada individuo o interpreta. A linguagem estrutura nossa comunicação e guia nossa forma de percepção. Ora, se nosso acesso à realidade se dá no campo imaginário e simbólico através da linguagem, em que ponto essa realidade deixaria de ser considerada ficção? Quando interpretamos a realidade como representação simbólica, rompemos diretamente com essa lógica. Dessa forma, qualquer discurso ou expressão de linguagem poderia ser uma ficção, uma vez que a linguagem não pode alcançar o real em sua totalidade. No campo da arquitetura e urbanismo, especificamente, é proposto desnaturalizar a maneira de intervir no espaço, como forma de debater o discurso que antecede e estrutura sua formalização. Pretende-se criar uma própria lógica espacial em que realidade e ficção se confundam. A proposta nasce do reflexo vindo da relação entre linguagem, poder/governo, lugar e arquitetura. É pertinente tratar da associação entre o controle do saber e as dinâmicas espaciais da cidade, no ordenamento que existe na definição dos lugares.

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Essa ideia é guiada pela fluidez, instabilidade, imprevisibilidade, como algo que confronte os limites previsíveis de percepção, causando um estranhamento na conformação espacial. A procura por algo que pudesse representar a síntese dos conceitos estudados ao longo da pesquisa se deu através de alguns pontos escolhidos para debate: explorar as fragilidades da cidade como meio de abordar as transformações que surgem com o tempo; a crítica da arte contemporânea à arquitetura pela constante busca da perenidade de suas construções; a matéria como objeto em constante mutação. O objeto de estudo escolhido foram as pedreiras (especificamente a Pedreira Bangu, situada na Zona Oeste do Rio de Janeiro) que podem ser entendidas como paisagens residuais de uma infraestrutura efêmera. A matéria é o ponto fundamental, pois representa o transitório, é gasta, consumida e rejeitada quando assim o for necessário. São objetos esculpidos pelo homem e suas máquinas. Em sua definição semântica, as pedreiras são lugares de extração mineral, no caso, as rochas. A lógica de sua existência dialoga com a lógica das cidades, pois, ao servirem de alimento para a construção civil, consequentemente destroem a matéria finita constituída há bilhões de anos. O desenvolvimento das cidades acontece a partir dessa perspectiva, ao mesmo tempo em que se tem um cuidado com patrimônios, em locais de restauro e revitalização, também há o oposto, que dita a destruição como pré-requisito do novo. O projeto é a criação de um sítio arqueológico, dentro da Pedreira Bangu, a partir de entulhos de obras em geral e das próprias remoções ocorridas no Rio de Janeiro. O resultado esperado é gerar uma paisagem em constante mutação a partir de uma movimentação de terra.


A criação de um lugar ausente de sentido comum permite diferentes sensações de estranhamento. A lógica apresentada através do sítio arqueológico surge como forma de ordenar a abstração proposta. O intuito é gerar imaginação, confrontar a realidade óbvia, ficcionalizar e ressignificar o lugar.

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PARQUE HABITACIONAL BARONESA DO ENGENHO NOVO Gustavo Felizardo Orientadora:Vera Hazan

O projeto em questão se propõe discutir o sistema habitacional atual, em particular conjuntos multifamiliares populares. A escolha do terreno da empresa Oi no bairro do Engenho Novo, ocupado na madrugada de 31 de março de 2014 por cerca de 5.000 pessoas, possibilitou pensar em uma proposta com foco na mediação entre a comunidade e a cidade, através de um parque habitacional aberto à população, em especial aos moradores da área.

Como a proposta é de um parque habitacional, aberto à cidade, e não de um condomínio particular, investiu-se em espaços coletivos de lazer e esportes, onde se encontram quadras, praças, pista de skate, salão de festas, hortas e pomares com árvores frutíferas para a população em geral. A construção de lojas para a oferta de comércio e serviços no térreo visa ampliar a vivacidade do parque, e assegurar a segurança de seus moradores nos mais diversos momentos.

Considerando o déficit habitacional da cidade do Rio de Janeiro e as iniciativas públicas com um grande volume de recursos a serem investidos com propósito de redução do referido déficit, a proposta tem como objetivo a criação de ambientes que estimulem a convivência entre os moradores e fortaleça o conceito de comunidade, em contrapartida a projetos que tratam da habitação popular somente sob o viés técnico ou econômico.

O foco do projeto é o pedestre, e por isso o tráfego de veículos só é permitido na via periférica. Com acesso por três vias, o parque é, além de um espaço coletivo de múltiplas ofertas de permanência, uma via pedonal regular, arborizada e cheia de vida, que permite o cruzamento de áreas do bairro de forma mais acessível e segura que as calçadas da região.

O terreno, atualmente, é objeto de discussão nas esferas do governo. Com 6,1 hectares, farta infraestrutura urbana, uma grande área livre e boa parte das edificações em situação de abandono, acredita-se que o projeto de um parque habitacional possa dinamizar a área, como um equipamento urbano, elemento de construção e revitalização da cidade, e importante meio de desenvolvimento humano e inclusão social. Com a premissa da criação de ambientes propícios ao convívio entre moradores do conjunto e vizinhos, propõe-se um uso do solo misto, com habitação, comércio e serviços, grandes áreas verdes, locais para a prática de esportes e equipamentos culturais, com 579 unidades habitacionais de sala e quarto, dois e três quartos, simples e duplex, que podem atender a diferentes perfis familiares.

Entrada FAETEC

ÁREA DO A SER RE

LIMITE DO TERRENO

CIRCULAÇÃO HORIZONTAL VARANDAS COLETIVAS

RESERV. SUPERIORES ÁGUA POTÁVEL

DEPENDÊNCIA

DUPLEX - 2QTOS

1 QTO

1 QTO

2QTOS

PNE - 2QTOS

Corte transversal

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CIRCULAÇÃO HORIZONTAL VARANDAS COLETIVAS

PAINEL DE AQUECIMENTO SOLAR

RESERV. INFERIOR DE ÁGUA POTÁVEL RESERV. INFERIOR DE ÁGUAS PLUVIAIS

LIMITE DO TERRENO

PRAÇAS INTERNAS COM ÁRVORES FRUTÍFERAS E CANTEIROS PARA POSSÌVEL AGRICULTURA URBANA COLETIVA


Entrada Rua Local

PE - 3 (FASE POSTERIOR) COMÉRCIO E SERVIÇOS PE - 2 (FASE POSTERIOR) CRECHE E HABITAÇÃO EDIFÍCIO 5 COMÉRCIO E HABITAÇÃO

Entrada Prezunic

O PROJETO COM ARQUITETURA PRÉ EXISTENTE EVITALIZADA COM PROPOSTA DE NOVOS USOS (FASE POSTERIOR)

ACESSO PEDESTRES E EDIFÍCIO 6 VEÍCULOS HABITAÇÃO BICICLETÁRIO ESTACIONAMENTO

CANTEIRO DE HORTA COLETIVO

EDIFÍCIO 4 COMÉRCIO E HABITAÇÃO

BICICLETÁRIO

PE - 4 (FASE POSTERIOR) EQUIPAMENTO CULTURAL PE - 1 (FASE POSTERIOR) COMÉRCIO E HABITAÇÃO

CANTEIRO DE HORTA COLETIVO

EDIFÍCIO 3 COMÉRCIO E HABITAÇÃO EDIFÍCIO 2 COMÉRCIO E HABITAÇÃO

LIMITE DO TERRENO 1/5000

EDIFÍCIO 1 COMÉRCIO E HABITAÇÃO

CANTEIRO DE HORTA COLETIVO

CANTEIRO DE HORTA COLETIVO BICICLETÁRIO

BICICLETÁRIO

ACADEMIA DA 3ª IDADE PLAYGROUND ÁREA DE FESTAS COM BANHEIROS E FRALDÁRIOS

BICICLETÁRIO

VIA INTERNA

ESTACIONAMENTO

VIA INTERNA

BICICLETÁRIO ACESSO PEDESTRES VIA PREZUNIC ESCALA 1/500

BICICLETÁRIO

RUA DOIS DE MAIO LIMITE DO TERRENO

VIA INTERNA

Programa Geral

EDIFÍCIO 8 HABITAÇÃO

BICICLETÁRIO

EDIFÍCIO 7 COMÉRCIO E HABITAÇÃO

ACESSO PEDESTRES E VEÍCULOS

PISTA DE SKATE BICICLETÁRIO

QUADRAS POLIESPORTIVAS

PE - 5 MANUTENÇÃO DO USO EDIFÍCIO CORPORATIVO OI

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Parque Habitacional Baronesa do Engenho Novo

Parte de trás Parte de trás

SISTEMA ESTRUTURAL METÁLICO MODULAR DE 6,5 x 7,5m

LAJE STEEL DECK 12 cm FACHADA LESTE

CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA: OBRA LIMPA; MENOR DESPERDÍCIO DE MATERIAIS; MENOS TRABALHO NO CANTEIRO DE OBRA; MAIOR RAPIDEZ NA EXECUÇÃO DA OBRA; SISTEMA COM LINHA DE MONTAGEM , FACHADAS E PAREDES PRÉ FABRICADAS; MAIOR CONFORTO TÉRMICO E ACÙSTICO; MANUTENÇÃO FACILITADA; RELAÇÂO CUSTO BENEFÍCIO MAIOR SE COMPARADA AOS MÉTODOS CONSTRUTIVOS CONVENCIONAIS.

PLACA CIMENTÍCIA 10mm FORRO DE CHAPA DE PISO DE CONCRETO COMPENSADO DE MADEIRA

ESTR. LIGHT STEEL FRAME PAINEL DE OSB 20mm

FA

PLACA CIMENTÍCIA 10mm BRISE MÓVEL DE ALUMÍNIO

PERFIL METÁLICO H 25x25cm LAJE STEEL DECK 12 cm

ESTR. LIGHT STEEL FRAME PAINEL DE OSB 20mm

PLACA CIMENTÍCIA 10mm FORRO DE CHAPA DE COMPENSADO DE MADEIRA

PLACA CIMENTÍCIA 10mm BRISE MÓVEL DE ALUMÍNIO

Sistema construtivo Geral

PLACA CIMENTÍCIA 10mm ESTRUTURA PAREDES LIGHT STEEL FRAME PAINEL OSB 20mm PLACA CIMENTÍCIA 10mm

PAINEL SANDUÍCHE C/ POLIESTIRENO PLACA CIMENTÍCIA 10mm

JANELAS PRÉ FAB. BRISES PRÉ FAB.

PLACA CIMENTÍCIA 10mm PAINEL DE OSB 20mm ESTR. LIGHT STEEL FRAME

CAMADA DE LÃ DE ROCHA 40mm ESTRUTURA DE LIGHT STEEL FRAME ESTRUTURA DE LIGHT STEEL FRAME PLACA CIMENTÍCIA 10mm

FACHADA LESTE

PLACA CIMENTÍCIA 10mm PLACA CIMENTÍCIA 10mm PAINEL DE OSB 20mm ESTR. LIGHT STEEL FRAME

COMPARATIVO DE TRANSMITÂNCIA TÉRMICA COM MÉTODOS CONSTRUTI

PAREDE DE ALVENARIA COM BLOCO DE CONCRETO - U = 2,70w/m²K PAREDE DE ALVENARIA COM CERÂMICO - U = 2,46w/m²K PAREDE COM ESTRUTURA DE LSF E PLACA CIMENTÍCIA - U = 1,26w/m²K PAREDE COM ESTRUTURA DE LSF E PAINEL SANDUÍCHE COM POLIESTIREN

FACHADA OESTE

PAREDES DIVISÓRIAS DAS UNIDADES

Sistema construtivo de fachadas PAREDES INTERNAS

Sistema construtivo das fachadas

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Vista aérea

LAJE STEEL DECK 12 cm ACHADA OESTE PLACA CIMENTÍCIA 10mm FORRO DE CHAPA DE PISO DE CONCRETO COMPENSADO DE MADEIRA

ESTR. LIGHT STEEL FRAME PLACA CIMENTÍCIA 10mm PAINEL NERVURADO COM ISOLAMENTO TÉRMICO EM POLIESTIRENO BRISE MÓVEL DE ALUMÍNIO

PERFIL METÁLICO H 25x25cm LAJE STEEL DECK 12 cm

PLACA CIMENTÍCIA 10mm FORRO DE CHAPA DE COMPENSADO DE MADEIRA

ESTR. LIGHT STEEL FRAME PLACA CIMENTÍCIA 10mm PAINEL NERVURADO COM ISOLAMENTO TÉRMICO EM POLIESTIRENO

LAJE TIPO STEEL DECK

BRISE MÓVEL DE ALUMÍNIO

PAREDES PRÉ FABRICADAS

PLACA CIMENTÍCIA 10mm

PLACA CIMENTÍCIA 10mm PAINEL NERVURADO COM ISOLAMENTO TÉRMICO EM POLIESTIRENO ESTR. LIGHT STEEL FRAME

PLACA CIMENTÍCIA 10mm

PLACA CIMENTÍCIA 10mm PAINEL NERVURADO COM ISOLAMENTO TÉRMICO EM POLIESTIRENO

IVOS CONVENCIONAIS:

ESTRUTURA METÁLICA

NO 40mm - U = 0,52w/m²K

JANELAS PRÉ FABRICADAS

Sistema Construtivo Geral

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VAGAS PARA ESTUDANTES DEVOLVENDO ESPAÇOS PARA A CIDADE Juliana Queiroz Orientadora: Mariana Vieira

O projeto tem como objetivo integrar os espaços livres do centro da cidade do Rio de Janeiro, usados como estacionamentos, à malha urbana da cidade através da construção de habitações universitárias. A ideia do projeto surgiu de duas grandes questões:

Uma habitação universitária é um ótimo jeito de devolver um terreno para a cidade. A vivência e integração que um aluno universitário tem com as ruas é algo muito natural. Além disso, a arquitetura da universidade influencia essa interação, afinal, é ela que irá propiciar os espaços de encontro e convívio.

1. A falta de infraestrutura da cidade do Rio de Janeiro para receber alunos universitários que vem para a cidade em busca de ensino superior. 2. Terrenos essenciais para o centro da cidade sendo utilizados como estacionamentos gerando incentivo para as pessoas continuarem utilizando o carro como principal meio de transporte. A realidade atual do centro e do Rio de Janeiro como um todo é a falta de infraestrutura adequada que dê vazão à população da cidade e, principalmente, aos estudantes. Pois não adianta facultar a vaga na universidade e não investir em infraestrutura.

Praça

Dessa forma, muitas pessoas que trabalham e estudam no centro preferem utilizar o carro como meio principal de transporte. Assim, o estacionamento acabou virando uma relíquia para quem depende dele todos os dias e assim, cada vez mais terrenos estão sendo transformados em estacionamentos. Com base nesse estudo, o projeto propõe ocupar esses terrenos de estacionamentos com habitações para estudantes. E criar módulo habitacionais é a maneira mais prática para atingir esse objetivo, tanto para o benefício do morador quanto para a estrutura do edifício.

Fachada

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Terraço à noite

Praça

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Vagas para estudantes devolvendo espaรงos para a cidade

Planta tipo

Planta duplex

Planta duplo

Planta duplex

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RIO DE JANEIRO

CENTRO

1.197,463 km²

RIO DE JANEIRO

5,8 km²

CENTRO

83 UNIVERSIDADES

CENTRO

12 UNIVERSIDADES

CENTRO

aproximadamente

aproximadamente

41.142 PASSANTES

35.000 ESTUDANTES

Planta tipo humanizada

Rio de Janeiro X Centro

Rio de Janeiro

5,8 km² CENTRO RIO DE JANEIRO

Planta cadeirante

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ARQUITETURA PRISIONAL: A PRISÃO COMO ESTRATÉGIA DE OCUPAÇÃO Luiza Borges Orientador: Otávio Leonídio O objetivo desse projeto é trabalhar o espaço prisional como um sistema arquitetônico flexível, replicável e temporal. E também a sua inserção no meio urbano de forma infraestrutural gerando novos fluxos e pontos de interesse. É proposto um novo sistema de edificação para a casa de albergado. Um sistema replicável, flexível e adaptável a vários contextos. É elaborada uma estratégia de ocupação e proliferação em um terreno no centro do Rio de Janeiro. A sobreposição desses dois sistemas – estruturalmente complementares – gera uma infraestrutura que conecta diferentes fluxos de pessoas neste terreno, criando um novo espaço urbano de interesse. O projeto segue três lógicas: Impermanência: por se tratar de um espaço de transição entre a vida prisional e a volta a sociedade. Assim como o fluxo de presos também se modifica. Flexibilidade: para se adaptar aos diferentes usos e necessidades da população que ali estiver. E ir se modificando caso essas necessidades também mudem. Visibilidade: para deixar essa instituição à mostra e localizá-la em um dos lugares mais movimentados da cidade, para que a população acompanhe suas transformações e delas participe também.

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ARQUITETURA EFÉMERA DE RESPOSTA A UM ACONTECIMENTO E SEU LEGADO NA CIDADE Miguel Palminha Orientadora: Cláudia Escarlate Projeto integrado em 2 fases. Começou-se por identificar de que forma a Arquitetura poderá contribuir para a melhoria das condições de vida na cidade do Rio de Janeiro como resposta a um acontecimento ao nível dos Jogos Olímpicos de 2016. Desenvolveu-se uma estrutura hoteleira modular e temporária (juntamente com um embasamento de carácter permanente e integrado no parque do Aterro do Flamengo) para corresponder à escassez de equipamentos hoteleiros numa época de acolhimento dos J.O. Numa segunda fase e após o tempo definido para a permanência da estrutura modular procedese à desmontagem e re-locação dos módulos para servirem outras demandas ao longo da cidade (habitação social, comércio, apoio turístico, etc.). Esses módulos (de dois tamanhos diferentes) serão conjugados em pares, dispostos de maneira a melhor satisfazerem as necessidades dos seus utilizadores. Simultaneamente, no local onde foram retirados os módulos, o embasamento da estrutura permanece como legado, sendo desta vez o espaço destinado a usos variados, desde auditórios, uma galeria de exposições, espaços de lazer, um café, biblioteca, etc. A configuração do projeto em causa tem como finalidade o cumprimento de vários objetivos ao longo do tempo e das suas várias fases. Numa primeira instância, com a criação da estrutura hoteleira modular, são dispostos para acolhimento 72 módulos habitacionais permitindo a estadia de até 248 pessoas simultaneamente. Para além desse decréscimo no déficit da capacidade de acolhimento da cidade do Rio de Janeiro o projeto representa a adopção de um novo conjunto de estratégias arquitectónicas, construtivas e de planejamento

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urbano que se enquadram nos panoramas de planeamento sustentável das cidades contemporâneas como meio de desenvolvimento consequente da recepção aos J.O de 2016. Numa fase de legado e após o investimento inicial, os módulos são re-organizados e distribuídos pela cidade melhorando a qualidade de vida da população, sendo o seu uso personalizado à medida das necessidades. Ao mesmo tempo o embasamento da anterior estrutura hoteleira será conjugado da melhor forma na paisagem existente (Aterro do Flamengo). O antigo parque de estacionamento público dá assim lugar a um novo elemento arquitectónico de referência na cidade.


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Arquitetura efémera

Alçado poente

38


Planta do piso tĂŠrreo

39


PARQUE MUNICIPAL EM ITAIPAVA

Patrícia Parada Orientador: Rodrigo Rinaldi

Com o crescimento populacional de Itaipava em 4,5% ao ano, foi observado um adensamento populacional no eixo comercial, na via União Indústria, trazendo maior vitalidade para a área. Na última década o eixo da União Indústria passou a ser ocupado por um maior número de residências, adensando o eixo. Com esse adensamento, aumenta a demanda de alternativas de mobilidade, como por exemplo, ciclovias e promenades. A linearidade do tecido urbano se deve as caracerísticas físicas e ambientais, que limitam a área de ocupação e a via União Indústria. O Parque Municipal possui área de 150000m², possuindo atualmente um programa extenso que conta com: subprefeitura, sala de leitura, central de informações, quadras de esporte, horta, parque infantil, área para exposições de cavalos, ciclovia, equipamentos para atividades físicas. No entanto, os espaços são de pouca qualidade e se encontram em condições precárias. O projeto prevê uma maior integração das atividades, propondo espaços de convívio e contemplação, além de integrar o Rio Piabanha a paisagem do Parque, requalificando o canal existente.

40


41


Área mais baixa da topografia

Parque Municipal em Itaipava

Acúmulo de água Criação de nova frente urbana com comércio e residencial.

Pontos de transporte público

42


RIO DE JANEIRO

TRÊS RIOS

Criação de lagos como reservatórios.

Área de eventos que possa alagar.

POSSE PARAÍBA DO SUL PEDRO DO RIO

ITAIPAVA

CORREAS

TERESÓPOLIS

CASCATINHA

DUQUE DE CAXIAS

Criação de praças como área de transição entre tecido urbano e parque.

Programa organizado a partir da estrutura

PETRÓPOLIS

criada por eixos.

Cortes

Mapa de análise

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NOVA IGUAÇU: RETERRITORIALIZAÇÃO DO VAZIO INFRAESTRUTURAL Juliana Ferro Orientador: Marcos Favero Em Nova Iguaçu , o corredor infraestrutural construído anteriormente à cidade , preserva um dos últimos vazios do tecido urbano, entretanto possui forte carga social e simbólica de resíduo e improdutividade. O tema do projeto surge em resposta a essa atual configuração, onde se percebe nitidamente uma desterritorialização do vazio infraestrutural que atravessa a cidade , com o objetivo de resignificá-lo e consequentemente ‘reterritorializá-lo’ através de um projeto de intervenção de ordem especulativa . Ou seja, lida com questões e problemáticas concretas, operando em um cenário não impossível e sim improvável.

44


45


46

Nova Iguaçu: reterritorialização do vazio infraestrutural


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ENDOSMOSE URBANA, UMA POSSIBILIDADE DE REFLEXÃO SOBRE OS LIMITES ENTRE ARTE, ARQUITETURA E CIDADE André Passos Orientadora: Ana Paula Polizzo O estudo apresentado nesse TCC se dispôs a investigar a tentativa de imposição de limites rígidos entre arte, arquitetura e cidade e suas implicações na paisagem urbana tendo como ponto de partida para tal discussão os museus do centro do Rio de Janeiro. Tal pesquisa teve com resultado final três especulações em três das referidas instituições (no caso, o MAM, o Paço Imperial e o MAR). Tais reflexões objetivam a criação de cenários de cunho fictício que possibilitem uma reflexão sobre o papel da arte no espaço público e seu enfraquecimento quando em uma instituição, tendo como principal objetivo a identificação de um campo operatório para criação de possibilidades sem se preocupar necessariamente com um produto final. A pesquisa foi baseada na assimilação de um paradoxo que envolve o museu contemporâneo. Em resposta à complexidade do projeto de um espaço de arte contemporâneo, a lógica institucional naturalmente procura categorizar e homogeneizar as práticas artísticas. O programa do museu interpreta a arte como um objeto e reduz a sua percepção ao imagético. Além disso, a lógica do espaço privado e apaziguado restringe o poder crítico e político da arte contemporânea. Interpretando, portanto, a arte no espaço público como ferramenta de politização e o museu como o espaço apaziguado e despolitizado, cria-se um campo operatório conceitual que tem como denominador comum o termo “intervir” para criar uma superfície de disputa entre museu e cidade. Tal campo operatório apresenta um repertório de soluções pertencentes à arquitetura como violar, romper, partir, inverter, expandir, acoplar, interconectar, prolongar, contrapor, combinar, relacionar, coincidir, sobrepor , tensionar, superar, etc. É estabelecida uma superfície de disputa e negociação. Promove-se um choque espacial e epistemológico, o isolamento de museu é rompido

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sem criar uma funcionalidade, é apenas uma possibilidade de crítica. No momento em que o elemento invade o museu, afronta-se a lógica neutra do cubo branco, o espaço é corrompido, violado, subvertido. Não é uma operação formalista, mas o espaço muda. Se o convencional era o vazio definir a rua e o cheio dos prédios definir os limites, agora o vazio passa a ser o museu e a rua o cheio – o público invadiu o privado, e assim se cria a subversão do espaço, criou-se um contramolde. Por fim, cria-se uma categoria híbrida entre arte e arquitetura. As possibilidades problematizam o célebre diagrama de Rosalind Krauss, o eixo no qual poderia ser inserido o estudo em questão não está mapeado lá. Cria-se o eixo arquitetura-arquitetura por formar um elemento que pode ser entendido como arquitetônico e intervém como arte. É assumido um modo de ação artístico, de intervenção, rompendo limites entre arte e arquitetura.


49


HOSPITAL PARQUE

Carolina Sant’Anna Orientador: Henrique Houayek

+4.00m

3.80

Acesso principal

3.80

A intenção desse projeto é desafogar o fluxo das outras unidades do INCA enquanto desafia a tipologia clássica do hospital como espaço rígido e impessoal. Trazendo uma nova unidade para a Barra da Tijuca, fora das regiões que essas outras unidades já se inserem, pretendo estabelecer uma nova visão para esse tipo de arquitetura, através da inserção de um elemento que visa fazer com que o tratamento não seja “somente” médico, mas onde a paisagem e o contato com o ambiente externo natural e a cidade sejam parte da cura. Proponho não um hospital como objeto isolado da cidade, e sim um ambiente de assistência ao paciente de câncer que o integra a outras atividades e pessoas. Além do espaço de tratamento formal, são inseridos um parque e jardins de convivência e autocura pela natureza, para que a população e os usuários possam interagir e participar de terapias alternativas.

+4.00m

+2.00m

+4.00m

+2.00m 0.00m

Área de destaque

3.80

D

+4.00m

+2.00m

Relações com o exterior 3.57

3

3

3

0.00m

3

4

4

-2.40m

3

4

4

4

2.66

área técnica

2.52

-2.40m

3

4 3

3

4.50

3.80

0.00m -2.40m

2.52

3.69

3.57

3

+4.00m

+2.00m

Relações com o exterior

3

4 3

3.69

3.80

S

3 4

4 5

5 5

5

5 6

6

5 6

6

Terapia infantil

6 7

7

Lavanderia

7

0 8

Exames

6

10

50

Corredor

100

8

7

8

7 7

50

100

8

200

8 8

5

5

10

5

0

100

200

0

10

50

100

200

3.80

50

+4.00m

+4.00m

3.56

3.56

+2.00m 3.71

+2.00m 0.00m -2.40m

3.71

10

3.80

0

0.00m -2.40m

4.57

estacionamento

+2.00m

+2.00m -0.61m

-0.61m

estacionamento

0

50

10

50

100

0

10

50

100


Perspectiva geral

laminado de alta pressão com superfície não porosa

telhado-jardim para evapotranspiração

Área de destaque

horta medicinal

piso vinílico em manta com tratamento bacteriostático e fungistatico

3.80

+4.00m

+4.00m

3.80

parede estrutural

vidro temperado e insulado

+4.00m

+2.00m

+4.00m

+4.00m

+2.00m

0.00m

0.00m

0.00m

Detalhes da área de destaque

3.80

D

+4.00m

3

3

-2.40m

3

3 3

3

3

3

4

4

4

4

5

área técnica

4

3

4

4

0.00m -2.40m

3

4

4.50

3.57

3 3

3.80

Relações com o exterior

4.50

3.80 2.66

área técnica

2.52

-2.40m

2.52

3.69

3.57

4.50

3.80

2.52

2.66

2.52

0.00m -2.40m

4

3

3

4

D

+4.00m

+2.00m

Relações com o exterior

3 3

4

2.52

+2.00m

área técnica

2.66

D

-2.40m

3

3.69

3.80

Área de destaque

2.52

Área de destaque

4

4

5 5

5

5

5 6

6

5

5

5

6

res ao necrotério 7

6

UTI infantil

6 7

0

10

50

6

Exames

Corredores ao necrotério

6

7

Cirurgia

Consultórios

6

6 7

100

0

10

50

7

100

0

10

50

100

8 8

8

7

Exames

8

UTI adulto

7

7

8 8

5

5

5

8

50

100

8

+4.00m

3.56

0.00m -2.40m

4.57

estacionamento

+2.00m

+2.00m -0.61m

-0.61m

estacionamento

estacionamento

10

estacionamento

4.57

3.56

0.00m -2.40m

estacionamento

4.57

+4.00m

+2.00m 3.71

+2.00m

m

0

Internação adulto

200

3.80

10

3.80

0

Internação adulto

5

Terapias adulto

3.71

7

50

100

estacionamento

0

10

50

100

51


Área de intervenção

Circulações

Distribuição dos principais hospitais no Rio de Janeiro

+

Rotas e Terminais do BRT

Term. De

Term. Campo Grande Santa Cruz

Term. Transolímpica

Pontões da Barra T

Hospitais Privados Hospitais Públicos Unidades do INCA Legenda

Hospitais Privados Hospitais Públicos Unidades do INCA

Relações com o exterior

Relações com oÁrea exterior de intervenção

Circulações

Visão para o Jardim do Equilíbrio

Visão para o Jardim Conector

Legenda

Hospital Parque

Circulação Principal Circuito “processo” Circulação Staff

Relações com o exterior: visão para o jardim do equilíbrio

Setorização

D

Setorização

Relações com o exterior: visão para o jardim Conector

UTI adulto UTI pós operatória adulto

3

4

3

3 3

4

4

Consultórios

5

3

Farmácia e nutrição

D 5

C

6

Lavanderia

1

2

Terapias adulto

Internação infantil

Central de material esterilizado

4

4

Internação adulto

Necrotério

B

Lixo

A

6

7

0

10

50

UTI pós operatória infantil

100

UTI infantil

8 Legenda

7

Recepções Consultórios UTI pós operatório UTI

Internação Terapias Apoio

C.M.E. Lavanderia Lixo

A UTI pós operatória infantil - 4 leitos B UTI geral infantil - 34 leitos C Internação infantil - 32 leitos D Terapia infantil - 66 leitos

1 2 3 4

UTI pós operatória adulto - 8 leitos UTI geral adulto - 51 leitos Internação adulto - 84 leitos Terapia adulto - 132 leitos

8

Setorização

52

Setorização

Terapias infantil


Implantação

Term. Aeroporto Internacional

Creche

Residências

Restaurantes

Hospital-Parque

eodoro

3

4

3

3 3 4

4

5

5 6

Term. Alvorada

Term. Jardim Oceânico 6 7

8 7

0km

5km

10km 5

8

Relações com o exterior 0

10

50

100

200

Visão para a Passagem do Descanso

Relações com o exterior: visão para a Passagem do Descanso

Setorização

Setorização Farmácia e nutrição (preparos)

3

4

Cirurgia (13 salas)

3

3 3

4

4

4

4

5

3

5

D

6

C 2

1

B

6

A

7

8

Exames

2º Pavimento

Legenda

7

Exames Apoio Cirurgia (13 leitos cirúrgicos) 8

Setorização

5

Setorização

0

10

50

100

200

53


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