CURSO: DINÂMICAS DA TERRA E REFLEXÕES AMBIENTAIS | RELATOS DE EXPERIÊNCIAS

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1a Edição São Paulo 2021


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Prefeito de São Paulo Ricardo Nunes Secretário do Verde e do Meio Ambiente Eduardo de Castro Realização UMAPAZ Coordenação da UMAPAZ Meire Aparecida Fonseca de Abreu Organização Carlos Francisco Gerencsez Geraldino Giovana Barbosa de Souza Pedro Cardoso Smith Revisão de texto e ortográfica Nadime Boueri Netto Costa Equipe de Comunicação da UMAPAZ Bruno Rossi Plínio Damin Diagramação Bruno Rossi Ilustrações Thiago Iaqeb Ahmose


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De onde nem tempo, nem espaço Que a força mãe dê coragem Pra gente te dar carinho Durante toda a viagem Que realizas do nada Através do qual carregas O nome da tua carne

(Terra, Caetano Veloso)


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Sumário Apresentação.....................................................................................................................13 Cronograma.........................................................................................................................17 Participantes......................................................................................................................23 Adriana Santos Nogueira......................................................................................23 Ágata Carvalho Morais............................................................................................28 Alex Augusto da Silva.................................................................................................31 Breno Aurélio Ribeiro..................................................................................................33 Bruno Eduardo Castelo de Souza..................................................................36 Carina Reis Suzuki.........................................................................................................38 Carolina Correa Dutra...............................................................................................42 Cristiane Wagner.............................................................................................................45 Darah Pontes.......................................................................................................................48 Gislene Luiz Teles.............................................................................................................51 Júlia Victoretti Piragino............................................................................................53 Juliana Freitas de Amorim.....................................................................................57 Juliana Furlanetto Pereira.......................................................................................61 Juliana Oliveira de Souza Silva........................................................................63 Katia Cristina Feitoza.................................................................................................66 Lailton José Santos de Araújo...........................................................................70 Lucca de Felipe Rebocho Monteiro...............................................................74 Luciana Nascimento.....................................................................................................78 Luzia de Cassia Barbosa Soares.....................................................................82 Marcelo de Oliveira Soares..................................................................................87 Maria Isabel Veiga Bueno......................................................................................89


Maria José da Silva.......................................................................................................92 Nathali Ingrid de Castro.........................................................................................95 Nilton Herculiani.............................................................................................................99 Patrícia da Silva Costa...........................................................................................104 Paulo Henrique de Oliveira Santos...........................................................108 Rejane Freitas.....................................................................................................................111 Roberta Soares.................................................................................................................114 Registros de Momentos Finais do Curso........................................120



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Apresentação

Temos aqui a exposição dos artigos - textos reflexivos - dos participantes do curso Dinâmicas da Terra e Reflexões Ambientais, ocorrido ao longo do 2º Semestre de 2019, uma primeira (de muitas!) parceria entre o Instituto Federal de São Paulo (IFSP) e a Universidade Aberta do Meio Ambiente e Cultura de Paz (UMAPAZ), vinculada à Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente de São Paulo. Com estes textos, que misturam olhares pessoais, reflexões, conhecimentos trocados e vivências intensas a partir do curso oferecido, buscamos apreender e reter um pouco do que cada pessoa trouxe como mais significativo a ela nesse processo. para ela deste processo. São escritos livres, alguns carregados de conteúdos de conhecimento científico adquirido; outros filosóficos, repletos de poesias e indagações; outros ainda, que rememoram a infância na roça, resgatada por parte das aulas que trataram do campo, da agrofloresta, de tantos temas dos


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quais, na prática, deveriam ser entendidos como partes de uma única identidade: a vida em comum na Terra. Foi desta percepção de integração e integridade que se buscou, inclusive, dividir o nosso percurso em três principais eixos cronológicos, de maneira geral: Terra, vista como a origem, formação, o início; Sociedade,, no que tange ao entendimento da consolidação da constituição da Terra, associada aos seus aspectos antrópicos de interferência; e, por fim, as Ações, focando-se em propostas e possibilidades de atuações que busquem a integração, respeito, tolerância e diversidade com as práticas vinculadas ao Meio Ambiente. Para finalizar, agradecemos demais às pessoas envolvidas neste processo, nesta construção coletiva, que acabou com um lindo sarau tão aglutinador e transformador, e que nos enche de esperança e força para seguirmos na luta por algo que deveria ser tão mais simples, né?! Mas não é! Vamos em frente! Valeu! Foi um enorme prazer este convívio! Pedro Smith e Carlos Geraldino O curso: “CURSO DE EXTENSÃO DINÂMICAS DA TERRA E REFLEXÕES AMBIENTAIS”, ocorrido ao longo do segundo semestre de 2019, é a soma dos esforços de duas organizações públicas que visam oferecer um fortalecimento da educação ambiental pública no território do município de São Paulo. Este trabalho releva a potência da parceria entre o IFSP, Instituto Federal de São Paulo, - Departamento de Geografia; e UMAPAZ, Universidade Aberta do Meio Ambiente e Cultura de Paz, vinculada à Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente de São Paulo. Os cursos de extensão servem para desenvolver diversas habilidades especificas, ampliar o aprofundamento em determinado tema, e promover uma integração com uma network diferenciada que contribui para a ampliação de visão


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de mundo do estudante entre outros pontos. Esta parceria reafirma o compromisso da UMAPAZ e do o IFSP, Instituto Federal de São Paulo, - Departamento de Geografia em ofertar uma educação ambiental de qualidade para os munícipes da cidade de São Paulo. Para a UMAPAZ - foi uma honra poder vivenciar esta experiência, que poôde ofertar ao munícipe , um curso de extensão universitária com o recorte no aprofundamento específico do entendimento das questões relativas ao planeta Terra e sua origem, nossa grande casa, considerando os processos de seu entendimento e as dimensões socioambientais de forma práatica e vivencial. A UMAPAZ possui uma metodologia de trabalho chamada de Livre Percurso de Aprendizado, isto é, a possibilidade de cada pessoa poder trilhar seu próprio caminho, iniciando o percurso a partir de seus interesses e sendo acompanhada e estimulada a inserir-se num processo articulado de capacitação. Esta publicação compartilha com o público a rica experiência vivenciada, neste percurso de aprendizagens e as marcas vivas de cada participante no processo de elaboração deste aprendizado. Meire Aparecida Fonsceca de Abreu e Giovana Barbosa de Souza.


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Cronograma DIA 1 | SÁBADO, 24/08 | 9H ÀS 12H Impactos cósmicos, formação de crateras de impacto e riscos associados. Facilitador: Prof. André Henrique Bezerra dos Santos / IFSP.

DIA 2 | SÁBADO, 31/08 | 9H ÀS 12H Do Equador à Tundra: uma viagem pelos biomas da Terra. Facilitador: Prof. Carlos Francisco Gerencsez Geraldino / IFSP.

DIA 3 | SÁBADO, 14/09 | 9H ÀS 12H O relevo da Terra: formas, materiais, processos e impactos antrópicos. Facilitador: Prof. André Henrique Bezerra dos Santos / IFSP.


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DIA 4 | SÁBADO, 21/09 | 9H ÀS 12H A concepção de natureza em Charles Darwin Facilitador: Prof. Carlos Francisco Gerencsez Geraldino / IFSP.

DIA 5 | SÁBADO, 28/09 | 9H ÀS 12H Cultura política, cidadania e educação socioambiental: como “educar o interesse” para a construção de uma agenda socialmente justa, politicamente democrática e ambientalmente sustentável? Facilitador: Prof. Gabriel Henrique Burnatelli de Antonio/ IFSP.

DIA 6 | SÁBADO, 05/10 | 9H ÀS 12H Agriculturas urbanas: territorialidades, conceitos e experiências na metrópole de São Paulo Facilitador: Prof. André Eduardo Ribeiro da Silva/ IFSP.

DIA 7 | SÁBADO, 19/10 | 9H ÀS 12H Águas da Metrópole: do ecossistema de várzea à revitalização de córregos, rios e reservatórios. Facilitadora: Profa. Miriam H. B. Falótico / SVMA-UMAPAZ.

DIA 8 | SÁBADO, 14/09 | 9H ÀS 12H Agroecologias: territorialidades, princípios e orientações conceituais. Facilitador: Prof. André Eduardo Ribeiro da Silva / IFSP.


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DIA 9 | SÁBADO, 23/11 | 9H ÀS 12H Política Nacional de Resíduos Sólidos no Brasil: aspectos gerais, diagnósticos e desafios ao financiamento e gestão de programas e ações para resíduos sólidos urbanos. Facilitador: Prof. Gabriel Henrique Burnatelli de Antonio / IFSP.

DIA 10 | SÁBADO, 07/12 | 9H ÀS 12H Áreas Protegidas: Unidades de Conservação Municipais Facilitador: Prof. Luccas Longo / SVMA-Unidades de Conservação.

DIA 11 | SÁBADO, 30/11 | 9H ÀS 12H Plano Diretor de São Paulo e os instrumentos de acesso à cidade: uma breve leitura dos seus aspectos urbanísticos e ambientais. Facilitadores: Profs. Christina Otani e Pedro Cardoso Smith / SVMA-UMAPAZ.

DIA 12 | SÁBADO, 14/12 | 9H ÁS 17 (INTEGRAL) BioMapa: cartografia ambiental e urbana, reflexões e elaboração coletiva. Fechamento do curso (piquenique, reflexões e sarau). Facilitadores: Profs. Andréa Bossi e Pedro Cardoso Smith / SVMA-UMAPAZ.


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Participantes “Tentamos proteger a árvore, esquecidos de que é ela que nos protege”. ANDRADE, Carlos Drummond. O Avesso das Coisas: aforismos. São Paulo, Editora Record, 2007.


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Adriana Santos Nogueira SOMOS OS QUE PODEMOS E QUERÍAMOS SER! A ideia foi tendenciosa e racionalizada. Pensada linearmente. Eu sugeriria que o curso começou no Alfa e tencionou no Ômega. Questionou o início, o fim, aparentemente aos que sistematizaram as ideias propostas durante o curso. O Big Bang, o Cósmico, o encontro dos elementos químicos, a formação da diversidade botânica e da fauna, junto às espécies animais; o biológico, a vida humana. Onde tudo teria começado? Onde estamos? Para onde vamos? Se a reflexão foi comum de que a Terra teria surgido de um “conglomerado de massa formada a partir de poeira cósmica expelida de um sopro“- sopro esse que poderia ser frequência sonora da voz do criador?” - Não!! Um átomo, hidrogênio e o gás nobre “hélio” super aquecido, poeira, explodiu e fez ecoar a matéria que teria formado o Universo e depois os planetas a partir de movimentos “centripados” e “centrifagos” (centrifugados), depois a água e o resfriamento das bolas de fogo, até o surgimento das galáxias e estrelas, satélites e asteroides, corpos celestes. Eis que Hera se assustara com Hércules, e assim teria surgido a Via Láctea, nosso endereço próximo. Passamos do cósmico para o químico. Surgiu o biológico, do encontro dos elementos químicos que nos compõem, a presença da vida nos ecossistemas que se formaram no planeta que habitamos, há milhões de anos: a Terra, a interconexão planetária, o relevo e suas nuances, a silhueta da face rochosa que uma vez ou outra se põe a tremer nas extremidades das placas tectônicas que sustentam a forma


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“ageoídada” que o planeta tem. Antropoides, antro, antropizamos quase tudo, psicotrópicos no planeta, nós. O balé celestial, entre a rota aparente que a Terra cursa em volta do sol, translação e rotação... Os problemas decorrentes das relações humanas com o meio. A super exploração dos recursos energéticos em prol do sistema econômico majoritário e preponderante nas relações estabelecidas entre o homem e o meio, nos continentes habitados. Habitat!! Que no início fora formado por um átomo de hidrogênio e dois de oxigênio, chamando-os de intempéries, exógenos, água que escorre e esculpe a rocha da litosfera, outra vez, agora o vento, as raízes das plantas, a chuva, o sol, o granizo, todos eles, agentes externos. Seguimos como mico (Eduardo Galeano, Veias Abertas da América Latina). A força econômica, autoritária mente ou autoritariamente que reproduz e manda. Canalizamos os rios de nossas cidades, pulando etapas. Dessa vez, esquecemos as lições de nossos colonizadores, que primeiro usaram os rios e depois criaram as ferrovias. Nós apenas favorecemos o mercado econômico, as relações exteriores, a indústria que queima diesel e vai em forma de fumaça (CO², para a atmosfera, aparentemente azul que tanto contemplamos). Ocupamos as várzeas, lugar das águas que descansam em suas cheias. Pensamos os lugares ocupados e tentamos compensar com parques lineares. As enchentes reclamam seu lugar. Em contrapartida, lidamos com as contradições. A cidade que cresceu favorecendo os ricos, exclui os pobres para as margens, periferias, marginalizados, ficam nos morros, nos cortiços, nas ocupações “irregulares”. Existem alguns homens e mulheres que pensam em meio a tudo isso, ou acham que pensam e planejam propostas de consumo criativo, sustentável e solidário que atenda a todos e inclua indiscriminadamente, através do mapeamento das áreas que sofrem algum tipo de risco, seja ele ambiental, seja antrópico. Socorrem a alguns poucos, e acredito que até faça efeito. Quando unidos, forçam as autoridades políticas


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de nosso país, criando leis que protejam o meio ambiente do consumo predatório. Reservam o pouco que resta dos ecossistemas habitáveis para as populações ribeirinhas e quilombolas, até as sementes crioulas que sofrem com a força da indústria científica, que propõe a alteração genética das sementes (transgênicos), com fins apenas lucrativos. O terceiro setor, juntamente ajuda e arrebanha o restante que sobra, a fim de amparar a natureza em seus ecossistemas. Precisamos pensar que o dinheiro não se come, e tampouco nos dá água que se bebe. Que a vida anda escassa em nosso planeta, apesar de sua natureza compensatória e auto regenerativa. O equilíbrio ambiental depende de homens que compõem o habitat, uma vez que as catástrofes ambientais são temporais e locais. Ainda que não controláveis, podem ser pensados modos e maneiras de controle e prevenção dos riscos e das consequências que elas causam a todos. Políticas ambientais, propaganda, consciência de classe e ambiental. Educação de qualidade para todos, tem em sua proposta a formação de um cidadão que pense sua via profissional, pessoal, familiar, ou seja, um cidadão que seja capaz de construir e administrar de maneira sustentável os recursos que chegam em suas mãos, seja o dinheiro, sejam os recursos elementares à reprodução da vida: a manutenção da casa, do meio, dos que estão à sua volta, compondo o grupo social ao qual pertence. A comunidade que sonhamos para todos, que seja inclusiva e equilibrada.

APARTO Doce ventre que gera o feto que tarda há meses à espera do parto, agora previsto. Cresce ausente do mundo irrequieto, não afetuoso com o que protuberas em cerne no corpo ao recordar o ancestral que agora o observa.


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Vibra no ventre o filho prometido que aparecerá agraciado por Deus e pelos anjos suspensos, que soerguem a manjedoura, baluarte no ar. Serás em uma manhã solene prevista pelo sol aparente em rota celeste, variando as estações que passam e anunciam a sua chegada. Aguardo o coração que pulsa valente, ao lado do seio que alimentará o infante que deveras nascerá. Serás semente humilde como toda a gente, pronta e solidária que adora e ama e paciente espera e aguarda. Entre o lusco-fusco do parto; socos; pontapés; pancadas que ecoam ao revés ressoando no feto a dor que outrora passaras. A mãe escurecida do sol e entardecida na vida teme a hora bendita e prevista que está perto e comunica o medo de quem o retarda. O bolso seminu, a prateleira vazia, a barriga ronca, me fez recordar algum infante faminto que ecoa gritos na madrugada, a mãe que o acolhe em seus braços e lhe dá a mama que não é “deira”, nem leiteira, uma mãe acostumada a ser espera, a não ter leite e a se calar. Não se esqueça de recordar, mãe farta, que no banco ao lado há uma preta mãe necessitada, que aguarda o filho prometido que estás a gerar.

CUBO MÁGICO

A esses que me parecem humanos, um brinde! E se eles se comunicam e se deixam aproximar e se permitem o toque e o gesto, ainda que seja em um único pisco de olhar. Brandos, até se associam a indigentes, assim como Mosé, ou Moisés que parece do povo, que olha e percebe, enxerga e sente. Que não há nas riquezas felicidade que no meio de


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nós sobeje, a qual a vida não nos deixa de forma alguma tocar, talvez por mistério divino, por força maior, poder que aos homens pobres não se pode revelar. Um Belchior das palavras, o Saramago dos pensamentos. Quanto não nos dá em troca de afeto, sementes que postumamente usarei a semear em algum jardim farto de ser e infrutífero, de acreditar. Se angustia em demonstrar expressão, embotando de gotas os olhos transmissores aligeirados de veemente paixão. Para alguns indigestos e a outra paz, que nos acomete tardiamente de certa incerteza que quiçá, um dia, se transmute a nos regenerar. Angustia-se com que lhe pareça injusto, ainda que seja no simples ato fazer. Seus olhos são gotas d’água, candeias de vossa alma, mares a nos enternecer. Parece-me ser quente e periclitante esse tempo que subjaz e embora já a vós não preocupe, que um dia deverás encontrar ainda que tardio, em tempo pela vida doada por aquele, o qual não ousou crer e nem mesmo tocar. O oceano que ecoa seu nome, posso ouvi-lo de onde estou, a me dizer: - E agora o que enfim deverás fazer? Maria é fria e tu, quente! Maria rima e tu, ausente! Maria abelha rainha, e fria e tu cálida mulher clemente! Minhas rimas não são como as tuas, mas divago e cirando em sonoridades de palavras que colho da imensidão que és, do jardim de tua mocidade. Casa de passageiros, onde andam aligeirados, quase sempre quando apareces enternecidamente em atos de amor e solidariedade. Eu amo Maria, mas lhe falta amor, afeto e saudade 💝


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Ágata Carvalho Morais O curso “Dinâmicas da Terra e reflexões ambientais” foi realizado em 12 encontros, sendo um deles no IFSP e o restante na UMAPAZ. A cada encontro era abordado um assunto diferente, todos relacionados com meio ambiente e sociedade. Portanto, o objetivo deste texto é refletir sobre o curso e os conhecimentos aprendidos no decorrer dos encontros. O primeiro encontro teve como tema os impactos cósmicos, formação de crateras, impactos e riscos associados; nesse, foram abordadas questões históricas e físico-químicas do sistema solar, a origem do sistema solar e do planeta Terra. A forma como o assunto foi tratado foi muito interessante. Além disso, foi possível estabelecer a relação da formação de crateras e a história da Terra, assunto que muitas vezes não é abordado durante o período escolar. O segundo encontro abordou os biomas do Equador à tundra, de forma que foram retratadas as diferentes características de cada bioma; além disso foi muito interessante o fato do professor trazer uma referência, como filmes, pinturas e músicas, para cada um dos tópicos. O relevo da Terra: formas, materiais, processos e impactos antrópicos foi o assunto do terceiro encontro; foram abordadas as características de relevo no Brasil e no mundo, placas tectônicas, entre outros. Esse encontro foi importante para consolidar os conhecimentos relacionados à formação da Terra e suas características. O quarto encontro abordou a concepção de natureza por Charles Darwin, a história, pessoas importantes para a formação das ideias de Darwin e a sua influência para a ciência, uma vez que após a publicação das suas teorias, o mundo passou a enxergar a natureza a partir da concepção darwiniana.


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Com uma visão mais voltada para a sociedade, o quinto encontro teve como tema a cultura política, cidadania e educação socioambiental, sendo que sobre esse último tema, o enfoque foi a respeito de sustentabilidade e sua história, um assunto muito importante para ser refletido e discutido. Agricultura urbana foi assunto do sexto encontro, que trouxe reflexões interessantes sobre a relação do desenvolvimento do ser humano ao longo da história e a dispersão de sementes, sobre os métodos de cultivo atual, as alternativas para a agricultura com o resgate das sabedorias tradicionais e do papel da mulher no campo. O sétimo encontro abordou a questão da água na metrópole, falando um pouco sobre a história e políticas adotadas na transformação dos cursos d’água em São Paulo e soterramento de rios. Por ser um assunto importante e pouco conhecido pelos munícipes, consideramos ser necessário promover mais discussões sobre essa temática, para que a população compreenda a importância do resgate e proteção de nascentes na cidade de São Paulo. O oitavo encontro teve como tema a agroecologia e agricultura alternativa, uma tendência de método de cultivo que atualmente tem ganhado apoio da população, por adotar um pensamento mais responsável e ecológico. Foi debatida também a possibilidade de implantação de hortas comunitárias e escolares na cidade de São Paulo, o que é muito importante para a reaproximação do homem com a natureza. A Política Nacional de Resíduos Sólidos no Brasil foi tema do encontro realizado no IFSP e nele conversamos sobre as políticas brasileiras voltadas para essa temática. Os resíduos sólidos são gerados, muitas vezes, por um desenvolvimento pautado na obsolescência programada e padrões de consumo excessivos, e os governos, por sua vez, não possuem projetos ou não os colocam em prática. Faz-se necessário, portanto, adotar medidas de educação ambiental e metas para a redução de resíduos no país.


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O décimo encontro foi sobre o Plano Diretor em São Paulo. Falou-se sobre a construção da cidade, políticas adotadas durante diferentes governos até o desenvolvimento do Plano Diretor. O encontro foi muito interessante em todos os aspectos, pois eu não sabia da importância do Plano Diretor, permitindo que eu tenha um novo olhar sobre a cidade, bem como que entenda melhor com ela funciona. O décimo primeiro encontro teve como tema as Unidades de Conservação Municipais e houve um debate muito profícuo sobre a importância dos munícipes, especialmente daqueles que moram próximos às áreas de conservação, na preservação e proteção das mesmas, sendo muito importante sempre incentivarmos a população a se sentir pertencente a esses espaços. Para o fechamento do curso elaboramos um BioMapa sobre o lago do Ibirapuera e o córrego do Sapateiro, o que me fez ter uma visão diferente e mais crítica sobre o Parque, o impacto das pessoas sobre ele, a necessidade da adoção de medidas para a recuperação da mata ciliar e do solo, conscientização dos visitantes do Parque, entre outras medidas. O curso me proporcionou um novo olhar sobre a cidade de São Paulo. Acredito que todos os temas tenham sido muito relevantes e de grande importância para a minha formação profissional e, como pessoa, gostei muito e já espero a sua continuação.


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Alex Augusto da Silva Conheci o curso através dos informes do grupo de professores da escola onde trabalho, e já me interessei pelo fato de se tratar do meio ambiente, assunto esse que se tornou muito recorrente nos últimos tempos. A reflexão sobre este tema deve ser de interesse de todos, já que os problemas ambientais vêm se tornando mais intensos pela própria ação humana. O cronograma do curso, partindo da complexidade do que é o Universo, que mostrou nosso pequeno espaço habitável, nos fez refletir sobre nossa existência. A interação entre os seres vivos de forma interespecífica depende do espaço em que vivemos. O curso mostrou as áreas de preservação da cidade de São Paulo que poucas pessoas conhecem e que quase não são divulgadas à população. Dentro deste contexto cabe uma crítica à própria SME, sobre essas áreas não serem divulgadas nas escolas municipais. É algo a ser tratado desde a Educação Infantil até os anos finais do Ensino Fundamental. Dialogamos sobre a preservação do meio ambiente nas escolas falando de biomas em geral e não mostramos na prática a riqueza ambiental à nossa volta. Um outro tema muito bem abordado foi a diversidade que existe na agricultura do nosso país e os impactos causados pela sua intensa atividade. Durante essas aulas houve uma discussão positiva sobre os pontos favoráveis e as dificuldades de recuperação do solo de forma sustentável. Muitos alunos trouxeram relatos de experiências vividas em muitas regiões do Brasil, de como a agricultura é realizada por diversos povos, em diferentes regiões. O espaço aberto aos alunos para exporem suas opini-


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ões de forma democrática foi algo extremamente agradável, a troca de experiências em um ambiente de formação é o maior exemplo do que falta no Brasil. A generosidade, humildade e experiência dos professores foi o grande diferencial do curso, o tratamento e o bom ambiente com toda certeza, trouxe um enriquecimento cultural a cada um.


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Breno Aurélio Ribeiro Ao longo do curso, consegui fundamentar reflexões que possuía desde criança. Pois a curiosidade que nos move desde pequenos, juntamente com a capacidade questionadora, nos leva às diversas perguntas, e buscamos respostas por toda a vida: o que é esse mundo que nos rodeia? De onde vem toda a paisagem dita natural? O que é uma floresta? Por que precisamos de água? E esses questionamentos continuam ao longo de nossa trajetória. Sendo assim, percebemos que o mundo é muito mais complexo do que pensamos e precisamos de alguma forma compreendê-lo; a partir daí é que estruturamos a forma como vemos o Planeta Terra e qual a importância da nossa relação com ele. Todo um arcabouço científico que permitiu uma conexão entre os temas foi proporcionado pelo curso, trazendo à tona as diversas formas de vermos o Planeta Terra e os seus estudos, a partir de uma escala macro a algo mais micro ou regional. Dessa forma, aprendi sobre o contexto cósmico da Terra: ela se formou a partir de impactos no espaço que foram se agregando aos poucos; partindo desse ponto, foram desenvolvidas todas as características denominadas “físicas” da Terra: O que é rocha? Por quais razões existem terremotos? O planeta Terra ainda pode ser atingido por meteoritos, tendo em vista que ele possui diversas crateras distribuídas ao longo do globo? Como são estruturadas as camadas que compõem as estruturas físicas da Terra? Todas as respostas para essas perguntas – entre outras não citadas – foram proporcionadas. Além disso, sabendo de todos esses aspectos físicos terrestres, foram caracterizadas todas as formas vegetais e climáticas que existem ao longo do globo, conseguindo determinar os motivos dessas características. No


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entanto, mesmo aprendendo todo esse conhecimento sobre a Terra que foi desenvolvido ao longo de séculos, um desejo de descobrir a resposta a respeito de duas perguntas essenciais acabou por alimentar a minha pessoa: elas vão além das dinâmicas da natureza, pode-se dizer que vão além de saber meramente “o que é isso?”; digamos que seja algo mais existencial e relacionado com essas dinâmicas naturais. É uma busca de resposta sobre algo que estamos constantemente buscando e seriam estas: “Qual o meu papel nesse Planeta Terra? Qual a importância de toda essa dinâmica natural?”. A partir desses dois questionamentos consegui fazer uma unificação de todo o aprendizado que o curso proporcionou, entrando nesse aspecto as “Reflexões Ambientais”. Quando partimos da análise da origem do ser humano, é necessário saber que somos, também, um processo da natureza; não surgimos simplesmente “do nada”, advimos dos processos evolutivos da natureza, já comprovados por Charles Darwin; aliás, fazemos parte dela compartilhando ancestrais em comum com outros animais (por exemplo, bonobo e chimpanzé). Sabendo-se disso, é preciso ter em mente um questionamento que foi exposto por um professor durante o curso: “O ser humano não possui uma essência natural”. Pode-se concluir que não somos tão diferentes dos outros animais; precisamos dos mesmos recursos naturais para sobreviver e não podemos nos distanciar da natureza. Para complementar esse pensamento, houve uma aula especificamente com a temática “Áreas Protegidas: Unidades de Conservação Municipais”, havendo uma exposição do quanto o ser humano necessita dessas Unidades de Conservação, por exemplo, para obter um dos principais recursos para a manutenção da vida: a água. Soma-se a isso, algo já comprovado cientificamente, que é o quanto esses locais servem como ponto de socialização pública, estudo científico, qualidade do ar e, curiosamente, influem na saúde pública dos habitantes de um determinado local.


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Portanto, temos um papel muito importante de nos compreendermos enquanto seres humanos integrados à natureza. Somos parte dela e de seu processo; mesmo que de alguma forma racionalizamos o estudo sobre as dinâmicas da natureza, é necessário saber que somos parte dela e que, principalmente, só haverá a continuidade da vida de nossa espécie se aprendermos utilizar de forma correta todo esse aprendizado sobre as dinâmicas da natureza; por isso a necessidade das reflexões ambientais. “Todos os que se iniciam no conhecimento das ciências da natureza – mais cedo ou mais tarde, por um caminho ou por outro – atingem a ideia de que a paisagem é sempre uma herança. Na verdade, ela é uma herança em todo o sentido da palavra: herança de processos fisiográficos e biológicos, e patrimônio coletivo dos povos que historicamente as herdaram como território de atuação de suas comunidades.” (AB’SÁBER, 2012, p. 09)

Referência Bibliográfica AB’SÁBER, Aziz. Os Domínios de Natureza no Brasil: Potencialidades Paisagísticas. 7ª Edição. São Paulo: Ateliê Editorial, 2012.


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Bruno Eduardo Castelo de Souza Quando realizei a inscrição no curso de Dinâmicas da Terra, achei que seria um curso mais técnico, um curso que trataria muito sobre Geologia e tudo mais. No começo até foi, mas com o passar das aulas, foram chegando temas que me surpreenderam de maneira positiva. Ao final do primeiro módulo, vieram os temas que interagiram mais com a sociedade, mais sobre a atual situação, não só política do nosso país, mas sobre a nossa sociedade mesmo. Eles nos trouxeram diversas reflexões sobre tudo e todos e nos mostraram muito mais sobre a importância da natureza e também sobre não só realizar críticas, mas pensar no que o próximo pensa, olhar por todos os ângulos e tentarmos nos colocar no lugar de outras pessoas. Acredito que todos nós da turma aprendemos muito, pessoas de diversos lugares, idades, pessoas completamente diferentes. Com o passar do tempo fomos nos entendendo, formamos amizades e aprendemos a conviver melhor com a diversidade. Até mesmo as iniciativas de passear pelo Parque, a aula diferenciada no Instituto Federal, os cafés, nos quais todos nos ajudávamos: quando um não podia trazer, ninguém reclamava ou ficava de cara feia. As atividades em grupo, principalmente a do último dia, foram espetaculares, desenvolver projetos, etc. Outro ponto muito importante que eu gostaria de ressaltar é sobre a própria UMAPAZ. A ideia de realizar um curso assim é muito positiva, principalmente por dois fatores. Um é que, quando você está fazendo um curso mais extensivo, você acaba, além de conhecer muito mais as pessoas, aprendendo cada vez mais a lidar com a diversidade de ideias, e isso nos dias atuais é extremamente importante, ao


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contrário de um curso de um dia, no que você vai, assiste e já vai embora. Muito provavelmente você não vai lembrar nem o nome do professor em uma semana. Outro ponto foi a parceria com o IFSP. Têm pessoas, e falo por mim, que não o conheciam, e ter contato com professores excelentes como os que lá estão, foi muito interessante. Em relação a mim, posso dizer que as reflexões passadas pelos professores e pelos meus colegas foram muito importantes. Como eu havia dito, eu tinha em mente que o curso inteiro seria sobre assuntos ligados à Geologia, e quando começaram os temas “sociais”, logo pensei: “nossa, agora vai ser ruim” e ainda faltavam dois terços do curso, mas mesmo assim eu continuei indo. E olha, ainda bem que continuei, pois essas reflexões foram muito importantes para mim como ser humano. Bom, isso pode dizer muito sobre a minha caminhada no decorrer no curso. Posso dizer que depois dessa experiência, a UMAPAZ é o lugar onde vou fazer cursos com bastante frequência e a ideia que o lugar passa para as pessoas é muito importante, ainda mais porque não é qualquer instituição que passa isso para nós. Agradeço à UMAPAZ por nos proporcionar essas experiências, já que foi a primeira vez que a instituição realizou um curso de longa duração como esse, em parceria com o IFSP. Espero que outro como este venha, com temas mais variados, mas sempre plantando essa sementinha para nos tornarmos mais reflexivos, tolerantes e que possamos construir uma sociedade cada vez melhor.


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Carina Reis Suzuki O Curso Dinâmicas da Terra e Reflexões Ambientais: Geografia IFSP e UMAPAZ, veio de uma parceria firmada entre o Instituto Federal de São Paulo e a Universidade Aberta do Meio Ambiente e Cultura de Paz, ministrado aos sábados no segundo semestre de 2019 com carga horária de 40 horas. Procurou-se realizar um breve relato sobre as impressões e descobertas de outras possibilidades descortinadas por meio das aulas, que foram relevantes para a formação continuada de docentes e alunos de graduação, como também para o despertar de uma consciência ambiental e práticas pedagógicas posteriores. No decorrer do curso as palestras ministradas se propuseram a realizar um resgate teórico das áreas de ciências biológicas e ciências humanas, no que diz respeito à formação do Universo e do planeta Terra, bem como do surgimento da vida em seu sentido amplo (desde microrganismos às maiores espécies de animais e plantas) e sua evolução, aliado às formações vegetais e ao relevo e como os seres humanos se apropriaram destes espaços se adaptando às condições climáticas, mas também modificando e impactando o ambiente à sua volta. Em um segundo momento as palestras trataram de temas importantes para discutir um modelo de cidade sustentável e democrática tais como: educação ambiental, as agriculturas urbanas, o Plano Diretor de São Paulo, programas e ações para resíduos sólidos, as águas da metrópole e áreas de conservação e preservação ambiental. Temas importantes a serem discutidos não só no meio acadêmico, mas que a população também, por meio da UMAPAZ, pôde se apropriar.


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Foi de grande valia para mim, sobretudo, as aulas de Agroecologias: territorialidades, princípios e orientações conceituais e Agriculturas urbanas: territorialidades, conceitos e experiências na metrópole de São Paulo ministradas pelo Professor Dr. André Ribeiro da Silva, nas quais pretendo me aprofundar e multiplicar esse conhecimento em minhas aulas, pois a alimentação de qualidade, sem o uso de agrotóxicos é fundamental para uma sociedade sadia. Saber de onde vem o alimento e como ele é produzido é um assunto urgente a ser discutido com os alunos como forma de trabalhar a educação alimentar, a educação ambiental e a valorizar o trabalho dos pequenos produtores rurais, buscando cobrar das autoridades o veto ao uso de agrotóxicos nos alimentos e o reconhecimento dos trabalhadores do campo que resistem à violência no campo, ao modelo agroexportador que utiliza agrotóxicos nas lavouras contaminando solo, lençol freático e a saúde de animais e da população. Enfim, alimentar-se com alimentos sem veneno é um ato político e de resistência frente ao capitalismo e políticas neoliberais. Agradeço à UMAPAZ e ao IFSP pela parceria e pela escolha dos temas. Espero voltar mais vezes a este espaço.

Síntese histórica Agricultura é a arte De produzir alimento, E manejando a terra Tirar dela o sustento. Diz a sociologia: O fator de agregação Do homem em sociedade Foi compartilhar o pão. Daí a civilidade Nasceu da agricultura: Produzir com a Natureza E congregar na fartura.


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Aprender com a terra Foi a grande lição. Assim, o essencial Era a observação. O arado, a peiteira E a tração animal Fizeram revolução No sistema artesanal. Com fartura de alimento A população cresceu, As cidades vicejaram, O progresso aconteceu. Agronomia foi a fusão, Pela etimologia, Da velha agricultura Com a nova economia. Afastado mais da terra O homem, com capital, Implanta na agricultura O modelo industrial. Natureza é combatida, Produção é dinheiro, Praga é inimiga, O lucro é o parceiro. O arsenal da guerra Invade a agricultura, “Revolução verde” É urdida tessitura. Monocultura, veneno, Desequilíbrio, poluição, Degradação e êxodo, Pobreza e erosão. Contrapor esse cenário Era postura ativa, Nasce a agricultura


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Chamada alternativa. Ecologia é trazida Para a Agronomia, Fundando nova ciência: A Agroecologia, Que propõe alicerçar, De modo inadiável, A construção da nobre Agricultura Sustentável.

(Poema extraído da Série Pedagógica da Rima Agroecologia em rimas/Sérgio Ricardo Matos Almeida. Cruz das Almas, BA/ Universidade Federal do Recôncavo Baiano. 2012 p. 15).


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Carolina Correa Dutra O curso teve como objetivo interligar os cinco elementos que compõem a formação do universo e qual o papel do homem dentro desse contexto. Tentar fazer com que a reflexão partisse do pressuposto de como somos coadjuvantes diante do processo evolutivo, em que o Universo e o planeta Terra vêm sofrendo. Os cinco elementos que foram a base para a reflexão das dinâmicas da Terra estudadas durante o curso são: o cósmico, o químico, o biológico, o humano e o planetário. Todos estes assuntos, a partir de suas escalas diferentes, interferem nas experiências humanas e a partir disso é que construímos as reflexões que nos levaram a nos aproximar das relações pessoais de cada integrante. Como aluna do curso de Licenciatura em Geografia do Instituto Federal de São Paulo e como graduada Bacharel em Turismo pela Universidade Federal de São Carlos, a maioria dos assuntos e dos professores que ministraram o curso já eram, para mim, familiares. Mas a ideia de um curso de aproximadamente seis meses em que fossem resumidos tais assuntos, com uma maior reflexão a partir de como isso é, de fato, interligado com as minhas experiências pessoais, deixou-me muito entusiasmada. No início do curso o assunto foi sobre a formação do universo e da atmosfera terrestre, dado pelo professor André Santos. Para mim, o assunto mais interessante do curso todo e que me fascina, foi a respeito da dimensão da formação do planeta Terra e como isso é possível de verificar em sondagens do solo ou a partir de análises de meteoritos. Conseguir ter uma noção da origem do nosso planeta pelas imagens de satélites, ser capaz de verificar a evolução das estrelas a


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partir dos elementos químicos, que são formas bem simples de entender como o ser humano é tão pequeno e insignificante diante da dimensão do universo. A parte biológica foi apresentada pelo professor Carlos Geraldino, pesquisador de Charles Darwin. Após compreendermos como foi a formação geológica, vimos o processo evolutivo da flora e depois da fauna. Como estes se interligam e criaram as condições para o surgimento do ser humano. Todas as etapas evolutivas que proporcionaram a criação das condições atmosféricas para que os seres humanos conseguissem sobreviver e como estas singularidades interferiram nos processos de seleção natural. Já com o professor André Eduardo vimos as relações do homem com o meio ambiente, principalmente relacionados à agricultura, hortas, alimentação e as inter-relações econômicas atuais. Neste momento é que o homem é colocado de fato no contexto evolutivo mais atual e como as relações com o meio natural estão sendo administradas, para que tanto o homem como o meio ambiente não sejam prejudicados. Começamos e questionar como as nossas experiências pessoais estavam sendo mais reflexivas com os assuntos do curso. Quando falamos de hortas, rurais e urbanas, questionamos bastante sobre os meios de produção alimentícios e como é a relação com a comida atualmente. Como estamos nos perdendo no meio dos agrotóxicos e como isso é prejudicial para a saúde, pois a preocupação passou a ser financeira e não mais a relação natural com o alimento. As trocas de experiências e os passeios feitos pelo Parque fizeram com que as reflexões teóricas fossem colocadas em prática para, principalmente, tentar entender o funcionamento, tanto sistêmico quanto econômico, que estão ao nosso redor. Outros assuntos como legislação e questões ambientais foram apresentados pelo Lucas Longo, diretor de uma Unidade de Conservação, que falou sobre os Parques Natu-


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rais Municipais de São Paulo. Relatou os problemas enfrentados para efetivação de algumas medidas de preservação que, devido à burocracia, impedem que órgãos ambientais possam efetivar algumas medidas para preservar o meio ambiente. Também falamos da importância das águas e como isso é importante para a sobrevivência dos seres vivos. No contexto geral, todos os assuntos foram sendo interligados e proporcionaram uma reflexão bem significativa. Acho muito importante que estes assuntos sejam questionados e que realmente possam comover as percepções de cada um, para que a consciência ambiental seja realmente vista com um olhar de maior importância.


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Cristiane Wagner Reflexões, “Dia desses comecei a fotografar borboletas no Manequinho Lopes, passatempo... Um passatempo que virou um vício. O vício e a patologia da insatisfação eterna. Somos assim, eternos insatisfeitos. Borboletas, uma infinidade de espécies. Hoje quero achar uma azul, amanhã uma amarela, aquela transparente que parece uma fada, uma que tem olhos de coruja, outra que é cintilante, a que tem números nas asas, uma preta! Só que não para por aí, algumas tem suas flores preferidas, então, seria ótimo que a foto fosse naquela tal flor. E porque não saber o nome de cada uma delas (da borboleta e da flor)? E as lagartas, como são? Cara, as crisálidas também são muito loucas! Aí tem a família, subfamília e claro, os nomes científicos são todos “muito simples mesmo”. É, acho que não à toa, na psicanálise moderna a borboleta é considerada também um símbolo de ligeireza e de inconstância. Somos assim”. Cris Wagner. Escrevi essa pequena reflexão acima porque penso que um dia ainda vou escrever um livro, mas enquanto isso não acontece precisava ir ao encontro de um curso que me fizesse reconectar ainda mais com a natureza, já que sou de uma área que não tem nada a ver com as questões ambientais (eu não paro quieta mesmo). Creio que mudanças radicais requerem ousadia, começar do zero... Bingo! Foi quando escolhi “Dinâmicas da Terra e Reflexões Ambientais”, um curso que me fez voltar à sala de aula, que me fez refletir que nunca é tarde pra recomeçar, uma frase que parece “clichê”, mas verdadeira. Um curso que não apenas trata de questões ambien-


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tais importantíssimas do mundo em que vivemos, mas que também nos faz refletir que não precisamos necessariamente viajar o ano todo para reservas ecológicas para estar em contato com a natureza, mas sim, que podemos também ter um olhar para essa mesma natureza em nosso cotidiano dentro do urbano, que na minha opinião, foi o ponto mais legal que o curso trouxe. O curso aguça nossos sentidos... O de ver, ouvir e sentir natureza em nossa cidade, que não precisa ser somente caótica, basta mudar essa perspectiva. Além de todas essas coisas que descrevi, o curso me proporcionou outros conhecimentos, nos quais eu era absolutamente leiga e aí entra o que foi dito no início da minha reflexão: somos inconstantes, necessitamos mudar, descobrir e explorar novos caminhos. Placas tectônicas, Darwin, agricultura, arquitetura, consciência, sustentabilidade, rios, asteroides, crateras... E pensar que tudo isso aí influencia no modo como enxergamos o mundo e como podemos escolher viver... Eu escolhi a inconstância, assim como a nossa terra, que ó, não é plana tá? Meus sinceros agradecimentos à UMAPAZ, aos ótimos colaboradores e por fim, aos meus novos e queridos amigos do grupo! Um ótimo ano a todos, Cris Wagner


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Darah Pontes Na minha área de atuação é sempre importante ficar atenta e atualizada no que diz respeito a cursos e capacitações, principalmente aqueles que possuem visão social, ambiental, econômica e política, e a UMAPAZ é um dos poucos lugares que possui esses valores e os apresenta para a comunidade de forma dinâmica e cultural, cobrando nada em troca. Conheci a UMAPAZ por indicação de colegas que já haviam desenvolvido atividades anteriores no local. Me apaixonei desde o primeiro momento em que coloquei os meus pés dentro do local. Pessoas educadas, um clima de calmaria e paz, tudo muito organizado e cultural, é isso que você encontra num primeiro contato. Já participei de alguns de cursos e palestras e resolvi me aventurar num curso de extensão, com duração de 6 meses. “A priori” pensei que o curso DINÂMICAS DA TERRA E REFLEXÕES AMBIENTAIS fosse algo voltado totalmente para as áreas de biologia, geologia, geografia e afins. Entretanto deparei-me com um curso multidisciplinar maravilhoso. A proposta era que fossem abordados todos os valores que a UMAPAZ defende; entretanto, gerando a capacitação do aluno. Foram 4 módulos, que podemos dividir em: abordagens científicas, sociais, ambientais e socioambientais. Fiquei curiosa porque pensei que o curso seria totalmente teórico e abordaria conteúdo tipo universitário. Achei muito estranho e fiquei até desgostosa sabendo que trataria também de questões sociais, já que não curto muito esse tipo de assunto, mas por insistência dos meus amigos, resolvi continuar. As primeiras aulas foram exatamente aquilo que eu imaginei, conteúdo “beeem” científico e fundamentado, apre-


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sentado por professores excelentes vindos do Instituto Federal. As aulas eram muito boas, havia a utilização de recursos didáticos, audiovisuais (nos quais a UMAPAZ é bem estruturada), aulas práticas e dinâmicas, tudo para facilitar e tornar mais agradável as aulas e a convivência; afinal, ficaríamos ali convivendo uns com os outros em todo o decorrer do curso e isso é quase que um ponto chave. Ao adentrar nos módulos sociais e ambientais acabei ficando meio desanimada, porque quando não dominamos ou não gostamos de algo, fica mais difícil aprender sobre. Mas do mesmo modo continuei as aulas e acabei gostando, porque os professores agregavam e relacionavam os conteúdos científicos e ambientais com valores sociais, mas sem pesar tanto. Para ser sincera, eu realmente não gosto de abordar conteúdos sociais. Mesmo após a finalização do curso, mas durante a minha capacitação, vi que era necessário relacionar os dois assuntos e seus conteúdos, pois não adianta abordar sobre a natureza e não agregar quem mais se utiliza dela, no caso o homem. Ademais, esses conteúdos eram apresentados utilizando dinâmicas e bate-papos, o que tornava tudo mais fácil de aprender. Quando estávamos na reta final começamos a desenvolver conteúdos multidisciplinares, que eram quase uma salada de informações, juntando todos aqueles valores. Foi bem legal, acho que as minhas aulas favoritas foram essas. Além disso tivemos a oportunidade de fazer saídas práticas pelo Parque e no território da UMAPAZ. Nessas saídas estávamos ali como observadores, eu e meus amigos, tentando ter uma visão menos científica e mais social e, utilizando essas dinâmicas de ensino conseguimos, realmente, observar alguns temas levantados em aula que não havíamos entendido. Acredito que os melhores momentos e as melhores aulas foram aqueles nos quais conseguimos observar e entender o que os professores estavam abordando, como quando fomos


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para o IF, ou nos passeios pelo Ibirapuera, ou pelo Viveiro da UMAPAZ. Foi tudo extremamente mágico (para quem está acostumada a salas de aula com paredes de concreto). Outra coisa que o curso proporcionou foi conhecer pessoas, sendo elas alunos, profissionais de outras áreas, os próprios professores, funcionários ou prestadores públicos, fizemos o networking em vários momentos. Havia as conversas pré-aula, pós-aula, por redes sociais e nos nossos amados cafés. Conheci pessoas muito legais, interessantes, inerentes. Pessoas com as quais jamais imaginaria estar numa mesma sala ou com quem pudesse ter algum tipo de contato. Talvez tenha sido este o ponto mais surpreendente na UMAPAZ: aprender sobre o convívio com o outro e consigo. Por fim, expresso a minha satisfação pelo curso maravilhoso e pelos profissionais envolvidos para realizar o mesmo. Pelas pessoas que conheci, pelo que vivi, pelo que aprendi e pelo que passei. Recomendo e continuarei frequentando a UMAPAZ e seu espaço.


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Gislene Luiz Teles Minhas impressões quanto ao curso não poderiam ser melhores. Desde o início, quando o tema abordado foi referente à formação do Universo, o que são planetas, asteroides, estrelas, etc. já me deixaram muito empolgada e curiosa para saber mais. Quando na infância, já gostava desse assunto, mas não sabia detalhes, então foi enriquecedor conhecer um pouco mais sobre o possível início de tudo. Além disso, aprender sobre as formações geológicas também me despertaram muito interesse. Comecei a refletir muito sobre o meu papel, em cuidar mais do planeta e o que posso fazer para ajudar a cuidar do Meio Ambiente. Deveríamos ter políticas públicas mais preocupadas, mas infelizmente o que vemos é o contrário. Mas não devemos esperar. Se cada um fizer sua parte não jogando lixo na rua, evitando o uso de descartáveis, ou até mesmo um percurso que a gente possa fazer de bicicleta para reduzir o uso de combustíveis fósseis, já é uma boa contribuição. Uma das provocações feitas pelo professor Geraldino, sobre o que somos, que não somos “seres humanos”, e sim, apenas humanos, senão teria que haver um “ser girafa”, um “ser ornitorrinco”, me fez refletir e reforçar o que já pensava: que somos parte de um todo. A diferença é apenas física e, no geral, cada um tem sua característica e maneira de viver. Então por que não cuidar melhor de tudo que habita o planeta? Há uma urgência em tomarmos consciência da nossa responsabilidade quanto ao que estamos fazendo, tanto nas questões bióticas como abióticas. Outro assunto que gostei foi sobre a agricultura sin-


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trópica. Podemos ter alternativas de agricultura sem o uso de agrotóxicos ou fertilizantes químicos. Os dois são prejudiciais para a saúde e para o ambiente. Esta é uma luta difícil, pois há o interesse em aumentar a produção cada vez mais e de forma rápida, para obter lucros. É uma reflexão que sempre faço e não consigo ver uma saída, a ganância em lucrar sem se importar com a saúde e o ambiente parece não ter fim. Cada vez mais os agrotóxicos são liberados e são altamente prejudiciais à nossa saúde; igualmente o uso dos fertilizantes que, em excesso, acabam poluindo nossas fontes de água. Portanto é bom ver essas iniciativas, em plantar com consciência. Já tinha ouvido falar sobre o Ernst Götsch, mas não conhecia muito seu trabalho e suas pesquisas. No geral, todo o curso foi muito enriquecedor. Comecei a reparar mais na cidade: como é a realidade nas regiões centrais e nobres e como é na periferia. Há lugares que não possuem nem saneamento básico, como rede de esgotos. E esse esgoto vai para os córregos, que terminam nos rios. A cidade cresceu em termos populacionais e não oferece as mesmas condições para todos. Agora falando sobre o curso em si, foi uma convivência muito valiosa, conheci pessoas de diferentes formações, que estavam ali buscando outras possibilidades ou para aprimorar os próprios conhecimentos. O nosso passeio no Parque do Ibirapuera com outro olhar, conversando e trocando ideias, as paradas para as explicações, ficará em minha memória, achei bem legal. Os professores foram maravilhosos, alguns eu já conhecia do IFSP. A receptividade de todos os envolvidos na organização foi muito boa, sempre muito atenciosos e prestativos. Enfim, este curso me fez conhecer pessoas, aprender sobre assuntos diversos, gostar e respeitar cada vez mais o ambiente em que vivo.


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Júlia Victoretti Piragino Meu nome é Julia Victoretti Piragino, tenho 20 anos e me formei em gestão ambiental. Atualmente trabalho na área de consultoria ambiental em uma empresa que trata de manejo de áreas contaminadas. Encontrei o curso pelo Pedro. Sempre tive interesse nesses cursos da UMAPAZ, mas como me formei recentemente (primeiro semestre de 2019) eu não tinha tempo, já que trabalhava de dia e ia para a faculdade à noite e, havendo esse curso no sábado, coube na agenda de forma perfeita! Levei comigo meu namorado, para incentivá-lo a acordar cedo no sábado e estudar; ele, que é um grande estudioso, seria uma ótima companhia ao meu lado, já que começou esse ano o curso de biologia na USP, ou seja, uma temática que abrangeria os temas tratados no curso. Então começamos! Apesar de já frequentar o Parque do Ibirapuera, ainda não conhecia essa parte do parque; no máximo passei perto. Também não havia entrado no Viveiro Manequinho Lopes e óbvio, me encantei com o local. Um refúgio de toda a loucura da cidade de São Paulo, na qual vivemos. Aquela casa com piso de madeira no meio das árvores, com desenhos pelas paredes, exposições à mostra nos corredores, para mim, era a calmaria no caos. E não é que toda a ambientação do local se comunicava com o curso? O dia em que fomos ao IF (Instituto Federal), configurou mais o curso como um todo, pois, pelo menos na minha vivência, dificilmente eu visitaria aquele local por uma questão geográfica mesmo, pois é longe da minha casa. Mas foi mais uma das coisas que refletiu o curso: sair da zona de conforto, ver outras vivências e pontos de vista. Refletir, acho que essa é a palavra que mais definiu o curso em toda sua trajetória. Aprender e ter um conteúdo impor-


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tante para poder refletir, tirar suas conclusões, dissertar sobre os assuntos e até conhecer vivências diferentes da minha. Pois quando você vai pensar que a forma como a crosta terrestre se formou teria a ver com a forma que nós habitamos o planeta? Simples, no processo de resfriamento do magma para a formação da crosta se formaram relevos, dobramento, fissuras e afins, e por conta delas os locais se tornariam mais frios ou quentes; a forma organizacional do humano dependeria disso e até dependendo do relevo, pode colocar em risco a vida humana que habita naquele local. E aí refletimos sobre aquilo que tentamos esquecer à noite, para podermos dormir melhor: mas por que tem gente morando em locais que são um risco para a vida? Morando em morros, sem estrutura para tal, com muita erosão... Seria a falta de espaço? Não, seria apenas a falta de espaço para certo grupo social - mesmo que eu ache esse termo inadequado - pois coloca essas pessoas mais às margens da sociedade, não apenas de forma física, mas social. Ou até pessoas habitando uma cratera muito antiga, numa área com uma geomorfologia única, área que deveria ser preservada pela sua peculiaridade, além de colocar em risco a vida dos que lá habitam, por ser uma área de várzea. Mas como explicar isso a uma população que vive lá há anos? Todo tipo de discussão está dentro disso, do meio físico para o social e como cada um interage de forma benéfica e muitas vezes maléfica. Como conciliar isso? O ser humano se distanciou da natureza, isso não é novidade para ninguém; basta olhar qualquer vizinhança onde alguém tem uma árvore frutífera ou até que dá flores e elas são desagradáveis para a maioria, pois “sujam”. Desde esse pequeno detalhe de considerar folhas e flores “sujeira” até queimadas na Amazônia, são exemplos da desconexão com a natureza. Digo isso por pelo menos uma parcela da população da cidade de São Paulo.


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Mas como recuperar essa aproximação que foi perdida no processo de urbanização? Locais como o próprio Parque do Ibirapuera, entre outros, servem para essa reaproximação com a natureza, assim como a importância da educação ambiental nesses espaços. Entrando nesse mérito, lembro-me de quando eu defendia uma abordagem mais preservacionista e menos conservacionista, acreditava que a interação homem/natureza era prejudicial para o meio ambiente, de forma que a natureza devesse ser afastada do ser humano para ele não a prejudicar mais do que já prejudicou. Nas discussões trazidas em aula percebi que essa forma era inadequada em certas situações, pois é por conta dessa segregação: o que é natureza ali e o que é concreto aqui, que ninguém mais tem conexão com a natureza, pois é sabido que aquilo que não conhecemos, nós não valorizamos e até agredimos. Então essa interação homem/natureza é muito importante para a própria preservação, mas claro, algo regulado e com assessoria para educação ambiental. Em uma análise geral, todos os temas abordados, comentados e discutidos têm um viés importante para os âmbitos biológicos, geográficos e sociais - que abrangem o tema do meio-ambiente - e abrem o olhar para novas perspectivas. Os conteúdos aplicados no curso foram importantes para abrirmos esse olhar, de forma que, ao entendermos o conceito, entendemos o que há por trás dos problemas. O olhar muda, a relação homem/natureza muda, mas o que fazer para se reconectar? O próprio local criou essa metalinguagem, pois une quem está lá para se reconectar, em um ambiente que traz justamente isso. Em suma, todos os aprendizados se conectaram. A conexão sempre esteve presente entre os aprendizados, conexão essa igual à do último dia, quando fizemos uma ciranda, após uma boa caminhada pelo Parque analisando a fauna,


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flora e qualidade da água em uma grande troca de conhecimentos, para a criação de biomapas, outra coisa que conectou todos os conhecimentos que tivemos ao andar do curso, já que é uma forma de criar mapas de fácil entendimento a todos e pode abranger todos os assuntos tratados.


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Juliana Freitas de Amorim Ter participado do curso “Dinâmicas da Terra e Meio Ambiente” promovido pela UMAPAZ e seus convidados, e por professores da geografia do IFSP-SPO (Instituto Federal de São Paulo), foi de extrema importância para meu posicionamento crítico em relação ao atual cenário global e as ações do meu cotidiano. O curso foi de grande valia para minha graduação em licenciatura em Ciências Biológicas no próprio campus do IFSP, pois reforçou conceitos que já havia trabalhado na faculdade e trouxe muitas novidades, como as diversas áreas de conservação em São Paulo, que podem ser visitadas pelo grande público, as diferenças entre o que está programado para a gestão de resíduos sólidos urbanos e o que de fato acontece, como por exemplo, o enorme problema do descarte nas cidades vizinhas à grande São Paulo. Tivemos contato sempre com questões que relacionam o Meio Ambiente e as mudanças climáticas. Essas discussões promovem muito mais que o conhecimento de nós alunos/cidadãos. Vão além e nos causa o impacto de relacionar o que discutimos em sala e vivenciamos nas aulas, com as ações que tomamos, que acabam a todo tempo auxiliando ou piorando esse cenário. Uma das aulas que mais me marcou foi a reposição da aula 6, quando discutimos os resíduos sólidos urbanos intitulada: “Política Nacional de Resíduos Sólidos no Brasil: Um estudo de caso do Município de São Paulo” onde temas como consumo capitalista, sustentabilidade, resíduos sólidos urbanos e educação ambiental foram o foco. E são justamente momentos como esse que tornam a difusão desses dados, que deviam ser de conhecimento geral, facilitado. A população tem um consumo exacerbado e não há atu-


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almente coleta seletiva, reciclagem e nem compostagem suficientemente capazes de reduzir os milhares de toneladas que são descartadas nos aterros, todos os dias, nas grandes cidades. Todas as aulas oferecidas ao longo do curso foram muito completas e acessíveis, de modo que a nossa participação fosse possível através de perguntas, de retomadas no raciocínio e através de comentários pertinentes ao tema discutido. Dessa maneira, o acesso a tudo que foi abordado era muito mais simples, além do fato das apresentações de slides ficarem disponíveis em um link compartilhado para todos os alunos, possibilitando o acesso à qualquer hora, para retomar a aula dada. Todas as experiências e trocas ao longo de todo o percurso desde o início do curso foram muito ricas, mas o último dia de aula teve um destaque especial, pois permitiu uma enorme aproximação entre todos os alunos, estagiários e funcionários da UMAPAZ que estavam presentes. Tivemos a aula teórica sobre biomapas; fizemos uma análise em grupo nas margens do lago artificial - Córrego do Sapateiro, dentro do próprio Parque, e conseguimos visualizar diversos problemas existentes, como as raízes expostas das árvores em determinado trecho do lago, a presença de espuma no lago – característica de descarte de esgoto – diferentes tipos de peixes, aves e insetos que ficavam por toda a extensão analisada. Conseguimos até visualizar um ninho de patos. Com a análise realizada, foi possível a execução do biomapa e a criação de uma ideia de ação que impedisse todas as causas apontadas pelo grupo. Meu grupo ficou responsável pelo manejo dos recursos hídricos e fizemos uma apresentação ao restante dos participantes explicitando nossos resultados e apresentando nosso biomapa. Os dois outros grupos abordaram os temas “Manejo do solo” e “Animais domésticos que moram dentro do Parque” e também fizeram apresentações. Com o fim das aulas que estavam programadas, al-


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guns alunos quiseram expor algumas coisas em uma espécie de sarau, e foi um momento de união tão incrível! Uma aluna que gosta de registar borboletas e diversos insetos, nos mostrou fotos incríveis feitas no próprio espaço da UMAPAZ; outra mostrou as reflexões feitas ao longo do curso em seu olhar sobre a cidade, houve uma apresentação musical de um aluno músico que nos reuniu pela música e, no encerramento, uma aluna nos mostrou seus poemas cheios de carga emocional/política/contemporaneidade. Foi muito cheia de significado essa troca, pois mostrou o quão diferente são as nossas vivências e perspectivas dentro de um mesmo curso. Gostaria de deixar como sugestão para as próximas turmas, que esse momento aconteça mais vezes ao longo do curso e que encontros de manhã e à tarde também aconteçam mais vezes, pois foi isso que permitiu o piquenique da turma, que reuniu todos na horta da UMAPAZ e nos permitiu momentos de conversas e contemplação/ocupação do espaço da horta. E que tal um curso extenso assim sobre Educação Ambiental? Seria muito procurado, pois é um tema bastante importante. A UMAPAZ se tornou um espaço super especial para mim, que não a conhecia antes do curso; pretendo continuar a frequentar (já tenho inscrição feita em mais dois cursos) e a levar muitas pessoas lá, pois locais assim precisam de muita divulgação e ocupação. Fotos tiradas no último dia do curso:


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Juliana Furlanetto Pereira Propriedade, cidade e território. A função social como articuladora espacial. Ao compreender a estrutura e a dinâmica da Terra, compreendo as escalas territoriais. As mesmas são definidas inicialmente de duas maneiras: verticalmente, através das suas linhas longitudinais e horizontalmente, pelas linhas latitudinais. Estas linhas, na área da cartografia, são lidas como coordenadas geográficas. As coordenadas definem o espaço geográfico, um espaço formado por sistemas que criam elementos através das ações humanas que irão manejar instrumentos capazes de modificar, transformar o meio, agindo através de limites territoriais. O que não fica muito explícito é como de fato estes limites territoriais reverberam na vida social e cultural dos seres que habitam em determinado terreno. Um olhar contemporâneo mostra como essas camadas ambientais, urbanas, rurais estão inteiramente ligadas ao Meio Ambiente, à Economia, à Cultura e à Política. Os moldes de urbanização que seguimos tão friamente são mesmo capazes de solucionar as variáveis das dinâmicas territoriais? Cobrimos nossos rios em troca de avenidas. O crescimento urbano vem explorando horizontes e vendendo ares, modificando por inteiro o meio, nos mostrando a olho nu, uma paisagem fragmentada, escassa e insalubre, que necessita incansavelmente de novas redes, logísticas, de pensamentos despolarizadores, de lazer, de fugas ambientais conectadas. Até quando a metropolização será o padrão? O Crescimento Urbano – expansão física, área construída – de uma metrópole, possui como o território urbano um alto nível de influência, comparado ao território ambiental, rural. Uma Região Metropolitana é formada pela cidade-metrópole e pelas cidades satélites, cidades que vivem or-


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bitando a área de influência, crescendo cada vez mais para sustentar a metrópole, vivendo às marginais, às beiras de tudo, sem acesso a nada, vivendo à beira das estradas, movimentadas, que ligam um território ao outro, trazendo à tona um fenômeno chamado Conurbação - quando não se sabe o limite onde começa e termina uma cidade - territórios condensados, unificados, porém, extrínsecos. Segregados socialmente, com dificuldade de acesso aos serviços e infraestruturas urbanas. Ao transporte precário, saneamento deficiente, drenagem inexistente, dificuldade de abastecimento, difícil acesso aos serviços de saúde, educação e creches, maior exposição à ocorrência de enchentes e desmoronamentos, somam-se menos oportunidades de empregos formais, menos oportunidades de profissionalização, discriminação racial, discriminação contra mulheres e crianças, difícil acesso à justiça oficial, difícil acesso ao lazer, meio ambiente contaminado. A lista é interminável...


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Juliana Oliveira de Souza Silva Vou ao começo de tudo para trazer alguma reflexão sobre meu percurso dos últimos meses no Curso Dinâmicas da Terra e Reflexões Ambientais, oferecido pela UMAPAZ em parceria com o Departamento de Geografia do Instituto Federal. Busquei esse curso porque estou mudando para a área de gestão ambiental na empresa onde trabalho e gostaria de me qualificar melhor. Gostei da abrangência e da diversidade dos temas propostos no programa. Por formação, sou arquiteta e urbanista e gostei também da oportunidade de aprender sobre temas de outras áreas, como relevo, clima, vegetação... Há algum tempo, fiz um curso de direito ambiental na UMAPAZ e no segundo semestre de 2019, paralelamente, fiz um curso de licenciamento ambiental na Escola de Contas do TCM (ah, os cursos gratuitos...). Foram temas mais “burocráticos” da área de gestão ambiental e achei que um curso mais voltado para o meio ambiente em si seria uma complementação interessante. Foram muitos temas ao longo de um tempo que pareceu longo, mas que também passou tão rápido... As primeiras aulas tiveram gostinho de descoberta, de novidade. Me senti de novo indo à escola. Aprendemos sobre a formação da terra, suas modificações, as formações dos tipos de relevo, os biomas, a formação da lua, movimentos das placas tectônicas e como isso configurou – e continua reconfigurando, sempre em movimento – os continentes e ilhas. Eu saía das aulas flutuando, maravilhada com a complexidade e com a imensidão de tudo. As aulas seguintes trouxeram aspectos locais das reflexões ambientais, o que me possibilitou conhecer melhor a cidade de São Paulo e sua região metropolitana. Além de ser um conhecimento importante para minha vida profissional,


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pois o território do município é onde meu trabalho se desenvolve, também pude perceber outras formas de atuação como cidadã. Eu já não saía das aulas flutuando, mas pensativa sobre como poderia contribuir melhor, dentro do meu alcance. Ter conhecimento da logística em torno da disposição de resíduos sólidos me fez repensar hábitos de consumo individuais. Também trouxe a necessidade urgente de integrar a prática do reuso de resíduos dentro da cadeia produtiva das obras públicas, visando o uso mais eficiente dos materiais e reduzindo o volume que deverá ser transportado e descartado. As aulas sobre agricultura urbana e agroecologia foram uma surpresa. Vi como as hortas urbanas são ferramentas muito úteis de integração comunitária, educação, produção de alimentos e ervas medicinais acessíveis a todos. Também tivemos a oportunidade de aprender sobre as experiências sistematizadas no Programa Ligue-os-Pontos, que fortalece as iniciativas agrícolas orgânicas nas regiões leste e sul do município. Além da produção agrícola, conhecemos melhor as Unidades de Conservação e Áreas de Preservação na região sul da cidade de São Paulo, que concentra ricas reservas de vegetação nativa da mata atlântica e do cerrado. Tivemos contato com uma proposta que reforça a relevância de aproximar a população, principalmente as comunidades vizinhas das unidades de conservação, da natureza, explorando o potencial da fruição como ferramenta de estabelecimento de vínculo com o território. Na aula sobre o Plano Diretor Estratégico de São Paulo, vimos a importância da estruturação do crescimento e do desenvolvimento urbano para que a cidade não continue avançando sobre os mananciais e as áreas de preservação e interesse ambiental. Para isso, o melhor aproveitamento das regiões da cidade já dotadas de infraestrutura, serviços e equipamentos urbanos é imprescindível.


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Por último, mas não menos importante, conhecemos os Biomapas como ferramenta gráfica de leitura coletiva do território, possibilitando a sistematização de percepções, impressões, questões e propostas. O que inicialmente veio como uma busca por mais capacitação e qualificação profissional se revelou como uma surpresa muito bem-vinda, que me trouxe um olhar renovado e ampliado sobre as possibilidades de atuação no mundo tanto profissionalmente quanto como ser humano, como parte da comunidade onde vivo e desse nosso planeta que compartilhamos.


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Katia Cristina Feitoza Uma promissora parceria entre instituições possibilitou a criação do curso Dinâmicas da Terra e Reflexões Ambientais: Geografia IFSP e UMAPAZ. O curso, iniciado em agosto, estendeu-se até dezembro de 2019, e como proposta norteadora para nossas reflexões, foram delineados 3 eixos: 1- Planeta Terra, 2- Sociedade e 3- Ações e Práticas. Tais reflexões apoiadas, não apenas, em pesquisas científicas e conhecimentos técnicos, mas sobretudo, em olhares multifocais e humanistas que, certamente, tocaram os participantes promovendo mudanças, repercutindo em ações no entorno de cada um. Os encontros apresentaram como proposta discussões amplas e abrangentes permeadas pela Geografia, promovendo debates que nos levaram a repensar o papel de ser humano em sua plenitude, e por consequência, os desafios que esse papel apresenta. Pensar global com olhar local aproximou as discussões do nosso cotidiano alavancando novas práticas, refletidas num olhar de respeito e consciência pela natureza e pelo espaço, ambos fundamentais para existência não apenas da nossa espécie, mas de todo o sistema que compõe o planeta. Como inspiração inicial, cinco frentes há muito debatidas por Leonardo Boff fomentaram a ética do humano e a ideia de saber cuidar e exercitar a compaixão pelo Planeta Terra; ideia que abarca a expansão do Universo na sua dimensão cósmica, perpassando pelas dimensões química, biológica, humana e planetária, compreendendo um ciclo que vai do macro ao micro onde o homem, sob o olhar antrópico, não será mais o epicentro sobrepondo-se a outras espécies e criaturas, e sim parte integrada dessa maravilhosa criação.


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Cada professor palestrante contribuiu para ampliar meu conhecimento sobre os temas tratados, de forma a impactar e modificar minha prática docente, como professora de geografia, na rede pública municipal. Os assuntos abordados apresentaram ampla oportunidade de rever e reafirmar temas já estudados que, devido à velocidade das conexões, são rediscutidos e recalculados pelos acadêmicos em novas apresentações, dificultando muitas vezes, que o docente mantenha-se atualizado, exigindo novas pesquisas, o que nem sempre é possível por causa da jornada estrangulada do professor, que felizmente, durante nossos encontros foram facilitadas, promovendo esclarecimentos e revisões, além de agregar novas informações. No primeiro encontro, o Professor André iniciou sua aula contando sobre a formação do Universo, do sistema solar, e a criação do planeta partindo dos planetesimais, oportunizando conteúdos que muitas vezes não são abordados, além de apresentar parte da sua pesquisa sobre a Cratera de Colônia, um estudo de caso que possibilitou alargar conexões e conhecimentos sobre a origem e transformação do Planeta a partir de impactos de corpos extraterrestres. O professor Geraldino deu continuidade, redefinindo o que consideramos como ser vivo e dinamicamente nos conduziu para uma viagem percorrendo o Planeta Terra em seus diferentes biomas, entre regiões densamente povoadas, a regiões inóspitas e desabitadas. Observamos como o espaço influencia a diversidade dos seres vivos e os impactos causados por essas interações. Tal viagem possibilitou a discussão de uma gama de conteúdos perpassando da ecologia do fogo à importância de biomas preservados para os serviços ecológicos, assuntos controversos para o momento que vivemos. O relevo da Terra e composição de materiais foram debatidos durante a palestra do professor André Santos de forma detalhada e abrangente. Para encerrar esse primeiro módulo, uma envolvente discussão com Professor Geraldino


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sobre a influência de Charles Darwin em nossa cosmovisão, propondo uma análise sobre a Teoria da Evolução e como ela influenciou o entendimento de quem somos, oportunidade para um debate filosófico que foi muito além das discussões rasas e distorcidas sobre a Teoria da Evolução. Iniciando o segundo eixo do curso, tivemos temas envolvendo políticas públicas, educação e sustentabilidade. Um levantamento cronológico apresentou a criação de filosofias e políticas envolvendo sustentabilidade e preservação de recursos, a partir dos impactos e das necessidades vividas por gerações pregressas e contemporâneas, revalidando ou derrubando crenças e hábitos que serão revistos e repensados na direção de ações holísticas e integrativas, buscando soluções para as necessidades de uma sociedade que deverá contribuir de forma ativa para a difusão de tais ações, envolvendo o maior número de indivíduos, “já que a verdade não está em mim, e sim entre nós!”. Outro tema discutido em um de nossos encontros foi a presença de corpos de água na cidade, na busca de um resgate da memória afetiva, acompanhados da reflexão de como nossos rios, riachos e córregos são invisíveis aos olhos e sentidos, desprezados em sua maioria, engolidos pela impermeabilização do asfalto, agredidos em seu traçado natural modificado/ retificado e/ou tamponados, desde o período de expansão da cidade. Ainda hoje vistos como áreas de despejo de lixo e esgoto, sofrendo pela voraz invasão e especulação imobiliária, indo além da preservação que envolve políticas públicas, pobreza, falta de moradia e igualdade social, desrespeitando o seu papel de provedoras de serviços ambientais. A preservação dos corpos de água foi um dos assuntos mais contundentes apresentados. Para ilustrar esse encontro, visitamos a nascente do Córrego do Sapateiro situado na área do Parque do Ibirapuera, uma vivência que possibilitou exercitar nossos sentidos indo muito além da observação passiva.


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Ainda foram abordados temas como agricultura sustentável, agricultura na metrópole, entre outros, uma discussão ampla e clara dos diferentes termos e nomenclaturas utilizadas para as muitas possibilidades de cultivo sustentável nas cidades. Com maestria nos foi apresentado o tema sobre Unidades de Conservação do Município e possibilidades de atuação e práticas nessas áreas preservadas, salientando a importância da educação ambiental e da participação da comunidade para que tais áreas possam existir e serem efetivamente protegidas, respeitadas e utilizadas de forma sustentável pela vizinhança. E caminhando para o final de nossos encontros, abordamos o último eixo, voltado para Ações e Práticas. Nesse eixo discutimos a importância do território e seu bom uso, de forma a agregar e construir um espaço harmônico, partindo de um plano ‘dito’ diretor, onde a cidade mapeada e planejada coletivamente possibilite uma boa e saudável convivência entre seus habitantes. Fechando o ciclo como exercício final, nos foi proposta a prática e construção de um Biomapa, técnica de observação e levantamento de soluções para problemas pontuais que possam ser minimizados a partir de ações locais. Um exercício excelente para reconectar as discussões e conceitos desenvolvidos durante nossos encontros. Meus sinceros agradecimentos aos organizadores e idealizadores do Curso, que promoveram um amplo e profundo debate capaz de operar em mim mudanças atitudinais que seguramente serão refletidas em minha prática docente e cidadã, articulando modificações no meu entorno, e em minha vida. Um forte abraço e até breve!


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Lailton José Santos de Araújo 01. O CONTEÚDO DO CURSO Jogar confete fora da época carnavalesca soa como algo que destoa do contexto? Penso que posso cometer tal pecado em relação à língua pátria e na área do conhecimento científico: “confetear – sem plagiar o Caetanear” é o mínimo que devo fazer, fisicamente, para elogiar todo o conjunto do trabalho didático do curso: “Dinâmicas da Terra e Reflexões Ambientais”.

02. A DINÂMICA E INTERATIVIDADE Nas “Dinâmicas da Terra”, a interdisciplinaridade e contextualização dos vários assuntos expostos nos encontros semanais, enriqueceram a minha formação de estudante e futuro professor de Ciências e Biologia. Informo aos responsáveis pelo evento educacional: terminei o curso de Ciências Biológicas (Licenciatura) em 19/12/2019, na Universidade Cruzeiro do Sul, UNICSUL, modo EAD. Polo Paulista, São Paulo - SP. As aulas teóricas e práticas - ministradas ao vivo na UMAPAZ - preencheram parte de meu currículo universitário, carente de aulas presenciais.

03. OS DOCENTES E DISCENTES

Formaram um só corpo e alma nas “Reflexões Ambientais”. A filosofia, presente em algumas aulas, aliaram-se à sociologia de outras. O PowerPoint, criticado por diversas


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metodologias de ensino, foi usado de forma sábia como recurso de apoio. O debate presencial por assunto - com a mediação do “doutor / mestre / professor” do dia - enriqueceu cada encontro. Posso afirmar: questionei cada tema apresentado e obtive as respostas com o acolhimento necessário e explicação competente.

04. AULAS NO AUDITÓRIO/EM CAMPO Gosto da “natureza das coisas”! Como comparar o aprendizado na sala de aula e em campo? Percebi que as mesmas se complementam. A primeira é o cérebro. A segunda: o restante do corpo! Comparações - de um aprendiz de filosofia - podem ser comprovadas através de experiências nos laboratórios da vida? As Reflexões Ambientais são necessárias...

05. O CAFÉ E LANCHE COLABORATIVO Foi o divã do sábado. Senti-me gratificado por ouvir e ser ouvido, nas rodas de amigos e amigas, com vários ramos profissionais e amplos conhecimentos pessoais. Aprendi que tenho que continuar aberto ao novo, sem desprezar o antigo, observando o Brasil e mundo com bastante cuidado, nestes tempos estranhos e sombrios.

06. DIA 14/12 - ENCERRAMENTO DO CURSO E SARAU Minha postagem no grupo interno utilizando o WhatsApp - “Curso Dinâmicas da Terra”, corrobora a admiração que tenho pelos docentes, colegas discentes e equipe técnica


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da UMAPAZ e IFSP... “O curso foi de “primeira”... Senti falta do sorvete de morango, no último dia. Brincadeiras: “a mesa do piquenique “tava” boa demais”! (rsrs) Já estou sentindo falta de todos...Nos próximos dias, editarei três vídeos com aquilo que consegui registrar de mais interessante nos encontros semanais. Publicarei no YouTube e remeterei os links para todos. Deixo abaixo alguns links, para que conheçam meu trabalho musical solo, de minha banda e empresa de produção artística, desejando a todos um próximo “Ano Novo”, com muita cultura, educação, liberdade, acolhimento e preservação do meio ambiente. A união dos povos sempre fará um mundo mais seguro e fraterno, com visão social sempre do bem. Precisamos construir pontes e derrubar todos os muros da intolerância...” (Lailton Araújo).

07. UM OLHAR CRÍTICO E ARTÍSTICO -FOTOGRAFIA E TEXTO

PROGRESSO, CIDADE, CIDADÃO (Lailton Araújo)


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O novo edifício cobrindo a paisagem Fará da rotina a mais fria especulação Som de bate-estacas perfura o coração Da periferia, tão amiga e humanizada Tratores removem toda a terra e você O retoque de um gueto passou na TV

É É É É

O que desprezo é o que ele sempre vê Com os olhos de “coronel do grotão” Na primeira visão não observa a ação Viaja no futuro esquecendo o passado O jeito é de cão, na cidade ou no mato Comete um engano quem usa seu faro

É É É É

Postais, muambas, bancas e os camelôs Olheiros avisam que o “rapa” vai chegar Moto e automóvel disputando seu lugar Na rua e calçada; é a mobilidade urbana Tablets na cara, aposentando os orelhões Hoje tem espetáculo, vitrine, promoções

É É É É

cidade cidade cidade cidade

cidade cidade cidade cidade

cidade cidade cidade cidade

crescendo e o povo vivendo cantando: cidadão burguês sofrendo e o povo morrendo brigando no perfume francês

crescendo e o povo vivendo no tempo de cidadão acuado sofrendo e o povo morrendo correndo, mundo globalizado

crescendo e o povo vivendo vendendo: alguns comprando sofrendo e o povo morrendo perdendo e muitos lucrando


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Lucca de Felipe Rebocho Monteiro Devo imaginar que, em se tratando de cursos das chamadas Ciências da Terra, a questão ambiental – nos termos de preocupações com sustentabilidade a nível ambiental e social – deveria ser um tema onipresente e especialmente, seminal, estruturante em termos epistemológicos. Entretanto, ocorre que, ao observar a grade curricular de alguns cursos do ramo das Ciências Biológicas, área com a qual tenho maior familiaridade até mesmo por ser um biólogo ainda em formação, noto a abordagem de assuntos associados ao tema como, por exemplo, a importância da identificação, catalogação e preservação da biodiversidade ou a preservação do patrimônio genético, como sendo feita de forma pontual, apenas em certas aulas ou disciplinas dedicadas – e não ao longo da graduação, de forma íntegra, processual. Observo que certas disciplinas cursadas poderiam abrir mais espaço para assuntos do ramo da sustentabilidade, debatidos a partir do paradigma que rege tal disciplina. O assunto é curricularmente relegado, muitas vezes, a ramos da graduação extrínsecos ao núcleo básico – disciplinas optativas, pós-graduação, etc. – e palestras. Até é dada notável importância ao assunto, especialmente no curso de Ciências Biológicas (tanto em termos acadêmicos quanto em termos do cotidiano), até mesmo afetiva relação construída entre um aspirante a biólogo e a natureza, ao longo da experiência da graduação. Tenho o privilégio de estudar em um Instituto rodeado por mata preservada, no qual são avistados tucanos em plena cidade de São Paulo, mas não há constância, homogeneidade na conscientização. Assim, dado também o atual cenário de crise ambiental em escala global (climática e biológica, com consequências sociais cada vez mais evidentes e alarmantes), vejo


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que há a necessidade de reformulação curricular em certos cursos no ramo das Ciências da Natureza nos termos da busca por um novo paradigma no que se refere à orientação conteudística e epistemológica do que é ensinado – ao menos no ciclo básico da graduação. Penso que seria interessante formar profissionais desde o início da graduação com maior consciência e pró-atividade na causa ambiental, mesmo que tais profissionais não sigam carreiras ligadas ao trabalho com sustentabilidade futuramente, por exemplo. (O pesquisador ou educador é munido do conhecimento científico, pode usá-lo para divulgar e defender a preservação do meio ambiente, não necessariamente trabalhando com isso). A extensão universitária, por meio de coletivos, e até a própria instituição, nos termos de suas comissões ambientais, têm investido no referido estímulo a uma visão mais atenta quanto ao meio ambiente. A estrutura disciplinar poderia ser construída de tal forma que a sustentabilidade em nível ambiental e social fosse trabalhada de maneira mais homogênea e ativa ao longo do curso. A argumentação que construí previamente foi, em boa parte, calcada em minha experiência no curso ministrado na UMAPAZ/ IF. Posso dizer que o parágrafo anterior serviu de introdução ao comentário acerca da minha experiência ao longo dos últimos meses. É claro que decidi abordar um nicho ao falar sobre minhas vivências, o olhar de uma determinada área do conhecimento: a Biologia, na perspectiva de um estudante da graduação. Observo que o curso em si abordou suficientemente as Dinâmicas da Terra sem deixar de lado ou fazer soar inconstante a abordagem de pautas no seio da cultura de sustentabilidade. Até mesmo aulas mais “conteudísticas”, do âmbito da geografia física ou sobre evolucionismo, por exemplo, abordaram claramente – sob a visão e nos termos do conteúdo da aula – as referidas pautas. A meu ver, os comentários acerca da cratera de Colônia (SP) feitos na aula


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de impactos cósmicos (junto à aula sobre darwinismo, uma das minhas aulas favoritas) se destacaram como exemplo de não apenas uma abordagem prática do tema de aula, próxima do cotidiano de quem frequenta o curso, como também uniram divulgação científica, importante no combate ao cenário atual de desconhecimento e desvalorização da pesquisa científica, à problematização de questões ambientais, no caso, especialmente quanto à ocupação humana nos arredores da cratera e a importância da manutenção da integridade dos recursos hídricos locais (até mesmo por poderem ser/conter evidências que subsidiem estudos sobre a cratera). Paralelamente, aulas mais associadas à geografia humana também conseguiram conciliar aspectos da sustentabilidade em âmbito social com aspectos ambientais, situação vista com clareza durante a aula sobre agroecologia. Assim, a abordagem homogênea da cultura de sustentabilidade ao longo do curso forneceu uma base comparativa para a tese desenvolvida no primeiro parágrafo, com a experiência podendo servir estruturalmente de modelo para novas abordagens da questão ambiental, na graduação em ciências biológicas. Encerro minhas impressões com uma questão sobre saúde e reconexão, menos técnica. Um curso matinal em pleno sábado exige dedicação; aprendi a premiá-la após as aulas, aproveitando o Ibirapuera logo ao lado para andar de bicicleta. É uma experiência conveniente e definitivamente mais saudável para alguém que mora longe da capital paulista – longe ao menos em termos do demorado acesso por transporte público; ao mesmo tempo distante da capital em termos da falta de parques e áreas de lazer como o Ibirapuera – poder acessar o parque mais frequentemente, após as aulas. No dado caso, o ciclismo pós-aula, estimulado pela proximidade do parque, certamente teve outro papel, paralelo à questão de atividade física e saúde, papel também desempenhado pelas visitas ao parque durante as aulas: o estímulo à socia-


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bilidade. Em minha experiência, notei que o despretensioso andar pelo parque, sem grandes preocupações, progressivamente suspendia as ansiedades, deixando o terreno da mente limpo para ouvir melhor o que o outro tinha a dizer, um interlocutor que, por vezes, dei por perceber que era o próprio autor deste texto. A meu ver, a supressão momentânea das dores do cotidiano urbano deu espaço à reconexão com o outro pelo reparo de conversas interrompidas ou indigestas, à reconstrução de laços de diálogo desatados por um dia-a-dia que cada vez mais deveria ser reconectado à natureza.


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Luciana Nascimento “Saber e não fazer é o mesmo que não saber” Hoje, ter acesso a dados sobre qualquer coisa que se queira fazer e saber, já não representa mais um grande problema para o ser humano, que tem acesso à internet e às tecnologias. Você pode ter curiosidade sobre como um prédio é construído, sobre como surgiram os automóveis, sobre como funcionam os vulcões, sobre o que faz com que a Amazônia exista, pode até querer saber quem foi o Prefeito da sua cidade em 1910 e também se existem novas metodologias de produção de asfalto para recapeamento das vias públicas... E em apenas alguns cliques, lá está, bem em frente aos seus olhos, a mágica resposta sobre tudo isso. E não só sobre como tudo isso é produzido na sua cidade, para aqueles que vivem em grandes metrópoles, como também sobre como funciona o mesmo processo em vários lugares do mundo. Textos produzidos não só por uma única pessoa, mas por diversos jornalistas, pesquisadores, historiadores e por muitas, mas muitas pessoas comuns, assim, como nós mesmos, inundam as Redes Sociais. Na tela, pipoca uma série de números, às vezes gráficos, estatísticas complexas sobre estes assuntos, ou mesmo histórias que são contadas com diferentes pontos de vista. Mas qual delas será a mais correta? Qual delas trará o melhor conteúdo? Qual delas apresenta o compilado de dados mais perfeito? Sabemos que a realização de pesquisas e o acesso ao conhecimento se transformaram nos últimos anos. Para aqueles que viveram os anos 1980, 1990, bem pouco tempo atrás, a pesquisa e a realização de diagnósticos e estudos


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tinham outra forma de ser. Era necessário pesquisar horas a fio em bibliotecas públicas, às vezes, até viajar para outras cidades em busca de materiais que não podiam ser encontrados em qualquer lugar. Eram volumes únicos, publicações raras de baixa tiragem e quando víamos, já estávamos até mesmo diante de um pesquisador, entrevistando-o, na perspectiva de entender melhor o processo de desenvolvimento de algo, a construção de um raciocínio registrado em um texto. E lá íamos nós, viajar para participar de congressos e seminários, tirar cópias e mais cópias de páginas de livros e teses. E assim, datilografando tudo em uma máquina de escrever, construíamos nosso próprio processo e nosso conhecimento. Nosso próprio ponto de vista. E juntos, sentávamos, partilhávamos, escrevíamos e fazíamos nossos próprios seminários de troca de conhecimento. Todo este processo de aprendizagem, hoje transformado em algo muito mais veloz e por vezes mais complexo, embora menos trabalhoso, levava, às vezes, anos e anos. Um trabalho escolar atravessava meses. Não havia possibilidade de utilizar as duas expressões mais famosas e aplicadas dos computadores: CTRL+C – CTRL+V. Então, será que isso significa que todos os assuntos estão esgotados? Significa que sabemos, por exemplo, de qual tribo indígena descendemos? Bom, no Brasil, grande parte de nós tem entre nossos ancestrais, indígenas e africanos. Conhecemos nossa própria história? A partir de que história fomos formados? Ao que é orientado nosso conhecimento? Quais são as pesquisas mais realizadas? Sobre o que temos mais dados disponíveis? Como escolhemos o que ensinamos às nossas crianças e adolescentes? Que tipo de conhecimento valorizamos? Será que sabemos muito como humanidade? Se compararmos a difusão de conhecimento atual com a difusão nos anos 1920, sem dúvida avançamos bastante. Neste um século, avançamos no compartilhamento de


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dados. Ampliamos um tanto mais a quantidade de pessoas que têm acesso à educação. Mas, será que democratizamos e universalizamos o conhecimento? E de posse deste conhecimento, será que estamos realmente transformando nossa forma de agir nas mesmas escalas em que estamos dando acesso à informação? Saber e não fazer é o mesmo que não saber. E ainda não sabemos um bocado. Nosso conhecimento, orientado aos interesses dos nossos colonizadores, à negação da nossa ancestralidade, às histórias de opressão e medo, fizeram com que muitos de nós mesmos ficassem perdidos ao longo do caminho, ainda é uma sombra. O resgate e o olhar para nós mesmos, como país, como povo, como região, como cidade, são fundamentais para que a compreensão e a transformação real possam ocorrer. Para que possamos conhecer mais sobre nós mesmos é necessário sim, também o olhar para o todo, seguindo o mote: pensar global, agir local. Sim, somos uma humanidade. Partilhamos dos mesmos sentimentos e necessidades. Todos precisamos de alimento, água, abrigo, liberdade, tranquilidade, respeito... Partilhamos muito. Precisamos cuidar da nossa própria sobrevivência como espécie na Terra. Dentro deste partilhar, temos nossas particularidades, nossa realidade local. E é sobre ela que precisamos também aprender, compreender e nos debruçarmos cada vez mais, coletivamente, construindo e compartilhando um conhecimento que, de alguma forma, possa ser transformador e possa empoderar as pessoas para esta transformação. Estudar as Dinâmicas da Terra a partir de uma jornada que nos leva a compreender os mecanismos locais de regulação de uma cidade, a nossa própria cidade, debatendo e revisando coletivamente quais os caminhos possíveis para a construção de políticas adequadas, visitando e aguçando o olhar para práticas coletivas mais equilibradas e sustentáveis, promovendo a integração entre pessoas de diferentes


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origens, faixas etárias e realidades, faz com que esse empoderamento seja criado, fortalecido, elevado a uma condição de real transformação entre o saber e não fazer, para o agir. De que serve o conhecimento acumulado, os registros de dados na nuvem, as estatísticas, as metodologias, se não podem ser aplicadas? Se não podem promover a transformação da transitoriedade em que vivemos para algo melhor do que está hoje posto? A UMAPAZ, nesse sentido, tem um papel fundamental, uma vez que suplanta o simples propagar de conhecimento para chegar a um lugar de ação, de prática, de sensibilização para a mudança comportamental do indivíduo e do coletivo. Do indivíduo, pois, pela sua forma de difundir o conhecimento, com o uso de Metodologias Integrativas, oferta e promove a aproximação entre os participantes, o rompimento de barreiras e coloca lado a lado gerações diferentes para aprenderem juntas. Impossível não nos questionarmos e não nos transformarmos como indivíduos ao sermos tocados pelas artes, pela troca, pela vivência, pelo que há de comum entre nós. E quanta forma ganha a transformação do coletivo, pois promove a formação e o fortalecimento de redes entre pessoas de diversos locais, criando grandes teias de ação que têm, de fato, o poder de transformar o lugar. Um lugar em que o saber se mistura com o fazer a todo tempo. Fazer o hoje e o amanhã. Assim, na UMAPAZ, conhecer as Dinâmicas da Terra não se trata apenas da difusão do conhecimento, mas de conhecer a si mesmo e de conhecer nossas próprias dinâmicas de vida e de ação. Pois tudo que aqui está vivo, é Natureza. Somos Natureza. E o que está fora, também está dentro de nós. Somos Terra. Nós somos a própria Terra.


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Luzia de Cassia Barbosa Soares Me inscrevi no curso para poder assistir mais algumas aulas dos meus professores do curso de Geografia do IFSP. Quando os professores são bons, sempre queremos mais. Sempre começo um curso com expectativa alta do que cada curso pode acrescentar na minha prática docente. Às vezes me frustro, mas não foi o que aconteceu. Os assuntos tratados se complementavam e a cada novo encontro tudo fazia muito sentido. Iniciamos aprendendo (ou revendo) como aconteceu a formação da Terra. Depois compreendemos como e porque estamos aqui. Fomos colocados a par da nossa mísera relevância nesse imenso planeta, e mesmo assim, como nossas ações são danosas a ele e por consequência, a nós mesmos. Nós, seres humanos, temos na Terra a mesma importância que um inseto, uma planta, uma bactéria. Assim, verificamos que o mundo não gira em torno do nosso umbigo e já está na hora de percebermos nossa irrelevância em toda essa estrutura. Não somos nós que a sustentamos, somos somente um meio, como várias outras espécies, mantendo o sistema tal qual conhecemos. Após esse banho de água fria em nossos egos, fomos instigados a pensar em como “educar nosso interesse” para ações que nos mantenham em segurança. Contratos sociais e instituições não dão conta de garantir e proporcionar o controle dos riscos que almejamos. Faz-se necessário que toda a sociedade participe e construa uma nova agenda social, que seja mais justa, que abarque a todos, com um olhar especial para os que vivem à margem dessa sociedade. Essa nova educação de interesse deve seguir os ritos democráticos e respeitar o meio ambiente. Como vemos, não é nada fácil a


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construção de um mundo menos desigual, ambientalmente sustentável e economicamente viável. Mas podemos começar com um compromisso individual em compreender o lugar, cuidar do que está próximo, afinar a forma como enxergamos nossa cidade, nosso bairro, nossa casa. No começo essa ação pode ser individual e ir integrando novos personagens que tenham o mesmo amor que o nosso pela cidade, pelo nosso bairro. Daí por diante, as chances dessas boas ações se expandirem são bem maiores do que somente a ação individual de cada um. Bons exemplos não faltam. Carolina Maria de Jesus e seu trabalho de coleta de recicláveis pode servir de inspiração. A autora fazia disso sua profissão e com ela alimentava de maneira precária a si e a seus filhos. Nós podemos fazer o mesmo trabalho com o propósito de cuidar do nosso planeta. Repensar nossa forma de consumir, produzir menos lixo, consumir menos recursos naturais, entender que desenvolvimento é fruto do capitalismo e que o modo como um produto é fabricado diz muito de quem fabrica e também de quem consome. Por mais que tentemos nos enganar, cada um de nós é, de alguma forma, responsável pela cidade que vive, pelo ar que respira, pelo lixo que produz e pela enorme quantidade de recursos que retira da natureza. Olhar o mapa de coleta do lixo de São Paulo me fez refletir sobre o quanto de mão-de-obra, de combustível fóssil e de contaminação do solo, são necessários para manter fora dos nossos olhos todo o lixo que produzimos. A ideia que se tem é que o lixo desaparece após a coleta, mas não, ele está lá. Nunca podemos nos esquecer disso e assim fazer escolhas mais inteligentes, repensar se necessitamos ou se desejamos uma mercadoria. Romper com esse fetiche da mercadoria seria um primeiro passo para redução do lixo que geramos. Uma consciência maior a respeito do consumo que, por vezes, está diretamente ligado a um processo de produção que resulta na precariedade do trabalhador, com


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uma concorrência desleal e empobrecimento dos trabalhadores. O processo é ainda mais acirrado e doloroso para os países mais pobres. Mas também tivemos um fôlego para a esperança de um futuro melhor. Tivemos a oportunidade de circular pelo Parque do Ibirapuera e, para mim em particular, foi a redescoberta de um parque com características que até então não conhecia. Mesmo discutindo seus problemas, e não são poucos, pudemos conhecer características que só com a presença de quem conhece bem o Parque e possui conhecimento técnico poderia nos colocar a par de tal beleza. Caminhar pelo Parque com pessoas que conhecem o cotidiano desse refúgio no meio do concreto da cidade, me fez ter esperança e vontade de cuidar, de conhecer e de me apropriar de outros parques da cidade. Verificamos ainda que não são apenas nos parques que temos guardiões do verde. A cidade, apesar de estar cercada de concreto e asfalto, ainda possui refúgios que são mantidos por pessoas que acreditam que podemos e devemos nos apropriar das áreas verdes que a cidade ainda dispõe. Exemplos como dos hortelãos urbanos, das hortas comunitárias que aproximam consumidor e produtor, de pessoas que praticam a agroecologia, que lutam pela igualdade de reconhecimento entre o rural e o urbano, seja na manutenção de hortas e praças, seja cuidando de alguns córregos. Ações simples, mas que rompem com o imaginário de campo e cidade separados, quando, na verdade, essa separação foi construída politicamente no passado, para que a cidade seja reconhecida como exemplo de avanço e o campo, o retrato do atraso. A luta desses produtores em reinventar o campo no imaginário da população começa a ganhar força, principalmente entre os frequentadores de feiras orgânicas. Devemos apoiar essas iniciativas e fortalecer a batalha para que o verde invada o concreto e a natureza volte a seu estado natural, mesmo que


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confinada em poucos espaços. Já é uma esperança. Nesse curso ainda nos deparamos com o desenvolvimento criativo que há em cada um de nós. Tivemos a possibilidade de orientar nosso olhar para refletir como vemos nossa cidade, nosso bairro. E nesse processo, analisar como eu me vejo e qual o pertencimento que construí com o local onde vivo. A construção do biomapa foi o momento de interagirmos com nossos colegas, colocar nossa criatividade em prática, produzir um material coletivo e explanar como cada um de nós resolveria os problemas verificados no parque. Esse momento foi enriquecedor entre todos os participantes. Aliás, a diversidade encontrada nesse curso foi um diferencial. Quantas pessoas distintas, quantas diferenças de idade, de formação, de interesses, de vida! Toda essa diversidade fez o curso ainda mais interessante. A sintonia no último encontro foi emocionante. Como fotos de borboletas podem encantar tanto? Como uma revoada de papagaios pode aguçar nosso olhar? Como poemas falam tanto ao coração? Um violão, várias vozes e mãos dadas aquecem o coração, rompem barreiras e nos fazem acreditar que realmente somos fortes quando nos unimos. Saio desse curso com um olhar mais cuidadoso, mais doce, mais carinhoso com esta cidade. Que, mesmo construída com a dureza do concreto, ferro e asfalto, pode nos alegrar com uma planta que cobre um muro, pode alegrar nosso dia com um ninho de passarinho com vários ovinhos, nos dando esperança que a natureza reaja. Basta que a gente não atrapalhe. Anexo a esse relato encaminho um texto, cujo autor para mim é desconhecido. Como vários participantes eram professores, ou estudantes de cursos de Licenciatura, achei pertinente seu conteúdo, além do que, me fez lembrar do porquê ter iniciado o curso.


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Muito obrigada a todos por tudo. Luzia C.B.Soares

Texto que recebi de autor desconhecido: “Sala vazia, carteiras vazias, lembranças... Lentamente o cenário vai sendo desmontado. Livros, mapas e cartazes... Silêncio, solidão e saudades. Por onde andam? O que levam? Onde hão de chegar? ... Deixam um pouco de si e carregam tanto de nós. Os que nos encontram no ônibus, no mercado, na rua, na chuva, na fazenda... Nos perguntam se estamos cansados. Cansados? Estamos despedaçados... Emocionalmente esquartejados... E com a sensação de que queríamos ter feito mais. As cortinas se fecham, mas o espetáculo continua. Nas coxias, nos camarins, na vida... O show tem que continuar. Saem da escola como espectadores, figurantes, coadjuvantes, mas entram na vida como protagonistas. E nós vamos ficando por aqui. Que venham as férias e que possamos juntar nossos cacos, restaurar nossos pedaços, nos refazer... reinventar. Para que no próximo ano estejamos inteiros novamente, de pé, sorrindo e de braços abertos, no centro do palco para recebermos o novo elenco com o qual iremos contracenar. Bravo, colegas... Bravo... Bravíssimo!”


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Marcelo de Oliveira Soares O segundo semestre de 2019 marcou uma profunda mudança nos rumos do meu cotidiano. Além de retomar os estudos, após longos anos, mudei completamente o perfil da minha área de atuação. Quase que simultaneamente à entrada no curso de Licenciatura em Geografia, no IFSP, surgiu essa possibilidade de extensão no curso da UMAPAZ. Seria então uma grande oportunidade de agregar conteúdo e aprofundar conhecimento, complementando a grade da minha graduação. As primeiras aulas do curso me deixaram absolutamente contente, primeiro por constatar que o conteúdo era realmente enriquecedor e compatível com minha escolha na graduação; segundo, porque eram professores do IFSP com ótima didática e acervo teórico. Diante de tantas novidades adotei uma postura mais discreta em sala, tentando absorver o máximo possível do conteúdo, fazendo algumas anotações e referências passadas pelos professores e prestando atenção na intervenção dos colegas. A participação efetiva dos alunos nas aulas foi algo que acrescentou exponencialmente minha experiência na UMAPAZ. A experiência de alguns colegas em órgãos ambientais e outros com atuação em sala de aula como professores, abrilhantaram as aulas e engrandeceram por demais os debates ocorridos em sala. Particularmente, foi um dos pontos altos do curso, essa troca de informações e vivências acerca da educação ambiental, que, tanto no ambiente escolar, quanto em nossa sociedade, fomentaram minha curiosidade e vontade de aprofundamento no assunto. Além de aguçar a busca por conhecimento, a interação com pessoas de diversas formações e diferentes visões


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sobre os assuntos abordados no curso, foi extremamente importante para uma reflexão mais questionadora dos temas. Os diálogos com geógrafas e professoras de geografia trouxeram ponderações interessantes sobre autores clássicos da disciplina, um olhar mais aguçado sobre o ambiente escolar e como os professores se veem. Ótima experiência para um discente do primeiro semestre de uma Licenciatura, com diálogos pertinentes, enriquecedores e construtivos. Nossas saídas ao Viveiro Manequinho Lopes, Parque do Ibirapuera e ao Campus do IFSP, também mereceram destaque durante minha vivência no curso. A base teórica transmitida na primeira parte da aula, combinada com a experiência sensorial e visual, obtidas nos lugares visitados, criaram um ambiente mais prazeroso no âmbito da aprendizagem, também propiciando maior contato, troca de experiências e informações entre os participantes do curso. Sem dúvida foi um curso com cabedal teórico riquíssimo, atualizado, com boa docência e que chegou a seu ápice na última aula. Finalizei minha trajetória com um acervo de informações novas e relevantes que, certamente, serão lembradas e utilizadas no meu processo de licenciatura como estagiário e professor, dentro e fora do ambiente escolar. Concluo enaltecendo a união UMAPAZ/IFSP, desejando que essa parceria evolua, siga transmitindo conhecimento e beneficiando a população da nossa cidade, tão carente de formação nesses temas.


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Maria Isabel Veiga Bueno Resolvi fazer o curso “Dinâmicas da Terra” porque sou aluna do curso de Licenciatura em Geografia do Instituto Federal e gostaria de complementar meus estudos na área. Também iniciei um estágio na UMAPAZ no mesmo período; poder ter aula e estar mais próxima dos profissionais da casa foi um prazer e uma satisfação muito grandes. Meu exercício durante o percurso do curso foi pensar no meu papel como futura professora de Geografia na cidade de São Paulo. E, durante as aulas, meu interesse por esta metrópole só aumentou. Com as aulas pude correlacionar o conhecimento da área física da cidade, que inclui saber o clima, relevo, vegetação e hidrografia, com a questão social da cidade; como se dão as relações humanas num lugar tão grande, de que forma o planejamento da cidade, as leis e as representações locais de bairro e da comunidade interferem na dinâmica social e no convívio urbano. Entendi que sustentabilidade é conectar o homem à natureza, que estamos todos interligados com o meio ambiente. É pensar que vivemos em comunidade e, para isso, devemos sempre prezar pela manutenção e preservação de um ambiente saudável, que degrade o menos possível e que possa favorecer a todos. Aprendi que para defendermos um ecossistema, é necessário estarmos em contato com ele, que o conhecimento não está limitado ao livro e à sala de aula. Que é possível aprender a partir da realidade em que vivemos, para assim podermos ser agentes transformadores, que enxergam possiblidade de mudanças, em uma escala menor, porém com chances de ação e mobilização coletiva. Conhecer melhor o habitat no qual vivemos a partir


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de trabalho de campo, vivências práticas e estudo dos assuntos que o permeiam, desde sua história até sua formação e dinâmica atual, contribui para termos consciência dos desafios e potencialidades que a cidade de São Paulo comporta. Por isso, considero este curso muito importante para qualquer pessoa, independente da carreira escolhida, uma vez que aprender sobre o meio ambiente e o local onde vivemos é o primeiro passo para entendermos nosso papel como cidadãos e também como agentes de mudança, que possuem autonomia para construir uma realidade mais justa, democrática e sustentável. Em 2017 participei de um Congresso de educação em Brasília chamado “CONANE”. Lá escutei uma frase que faz muito sentido para mim. A frase é: “Você só dá o que tem”. Uma frase simples mas que significa, na minha interpretação, um convite para olhar para si, questionar qual educação queremos, que tipo de educador gostaríamos de ser, qual vida em sociedade buscamos. Só poderemos ofertar algo para alguém ou para a cidade, se soubermos o que queremos, o que é importante para nós. E a partir do que acreditamos e de muito estudo e conhecimento, poderemos ser capazes de agir e buscar respostas e soluções que sejam coerentes com o que nos propusemos desde o início. Este curso enfatizou estes questionamentos: qual olhar temos para a cidade de São Paulo, o que seria uma cidade mais equitativa, como tornar o sentimento de pertencimento com este local mais vivo dentro de nós, como nos aproximarmos da natureza da cidade e das pessoas que estão ao nosso redor. Durante os quatro meses de aula, passamos por um processo atento de conhecer melhor nosso habitat e entender que é possível ser atuante no local que moramos, em prol de uma vida com mais qualidade e saudável para todos. Foi um período muito rico de trocas e aprendizados.


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Agradeço a todos os envolvidos pela oportunidade de fazer parte deste curso. Tenho a certeza de que todos os participantes serão agentes transformadores e multiplicadores de um saber que coloca as pessoas e o meio ambiente em primeiro lugar.


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Maria José da Silva O meu primeiro contato com a terra e a natureza foi na infância, desde que nasci. Vivemos na zona rural até os meus quatorze anos de idade, momento em que minha família mudou-se para uma cidade pequena, chamada Juruaia (no Estado de Minas Gerais). Naquela época (e penso que não difere muito de hoje), a justificativa para se mudar para a cidade era a escassez de recursos no local. Quando adolescente eu via esta mudança como algo interessante, que traria a mim e à minha família boas oportunidades; entretanto, não sabia defini-las. Desde a infância eu tinha uma utopia de que o desenvolvimento estava na cidade e que eu deveria estar lá. Outra utopia era que, com a força do meu trabalho, eu mudaria de classe social e daria uma vida melhor para a minha família. Não me dava conta que tínhamos um pedaço de terra (quase suficiente para o nosso consumo); próximo a um rio limpo que banhava a terra de pessoas conhecidas, que também oferecia alimento. Minha sabedoria e conhecimento limitados davam-me a ilusão de que a terra não oferecia subsídios suficientes para a nossa sobrevivência e que a solução era distanciar-me dali. Na vida urbana fui vendo meu pai continuar plantando (agora como meeiro - na terra de outros), minha mãe trabalhando como costureira e eu como empregada doméstica, numa relação de trabalho exploradora. Embora tenha havido essa mudança de ambiente, sempre tive contato com a natureza e essa vivência foi e continua sendo bastante terapêutica e revigorante. Quando soube do curso “Dinâmicas da Terra e Refle-


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xões Ambientais” fui atraída pelo título, achei apaixonante! Logo eu pensei: “Será fundamental conhecer mais deste assunto, serei uma pessoa melhor, uma habitante mais consciente e respeitosa neste Universo”. No primeiro dia do encontro, Luciene - uma das coordenadoras - disse que “começássemos a treinar o nosso olhar para o belo”. Isso é lindo… Porém, este olhar é subtraído pela rotina frenética. Passei a “treinar esse olhar” e a observar pessoas que enxergam o mundo assim. Meu amigo Sidney envia diariamente uma foto contendo uma planta (florida ou não), ou uma paisagem, para a sua rede de amigos. Recentemente li uma matéria sobre uma pessoa que se dedicou a tirar uma foto (diariamente, durante um ano) que contivesse beleza e chegou à conclusão que essa atitude fez-lhe muito bem. Durante meu curso de Especialização, a professora - bastante expert por sinal - disse inúmeras vezes que necessitamos “distorcer um pouquinho a realidade”, que às vezes é muito dura, “para não nos deprimirmos”. É uma teoria que faz muito sentido ao concluirmos que a realidade é única; entretanto, há várias formas de interpretá-la e esta interpretação gera emoções, pensamentos e comportamentos positivos ou negativos. Ter o conhecimento é, portanto, a consciência de que sou um ser insignificante perante o Universo. Faz-me ter mais admiração, respeito e cuidado na relação com o outro e com o meio. Desse intimismo surge uma atitude ativa em benefício do bem comum e influencia quem está à volta. Retornando ao curso, possui um conteúdo amplo e administrado por professores muito bem qualificados. Embora não seja (diretamente) ligado à minha área de estudo, consegui ter aprendizado satisfatório, além do contato com outros alunos que possuem interesses afins com os meus. Posso dizer também que me senti bastante acolhida pelos professores e por todos os alunos, tendo em vista a atual conjuntura política.


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Encontrar pessoas que pensam como eu ajuda-me a me ajustar neste mundo, a concluir que não estou só, que podemos - sem exagero - adotar amigos que poderão se tornar família por afinidade. Com tudo isso, o ambiente acadêmico construído ao longo do curso revelou esperança e otimismo em doses essenciais para seguirmos nesta conexão que resulta no cuidado nas relações. Para concluir, preciso dizer que atualmente moro numa casa de onde vê a mata da sala, do quarto e da cozinha. Tem sido um privilégio! E após o início do curso construímos uma horta no terreno e já começou a colheita. Gratidão! Maria José da Silva


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Nathali Ingrid de Castro Durante toda a sua existência, a humanidade tem se dedicado a conhecer e a explorar o mundo a seu redor. Nosso maior trunfo é passar, de geração após geração, o nosso legado de conhecimento, acrescentando cores e detalhes próprios da intrincada teia de saberes da vida humana. A maior parte da população humana vive hoje em cidades e foi esse o palco em que se delineou um conjunto de conteúdos e vivências do curso de extensão “Dinâmicas da Terra” que, por um lado, nos levou a alinhavar as bases teóricas para conhecer e viver o território urbano, abraçando sua complexidade, conflitos e potencialidades. As contribuições do curso permitiram o delineamento de um projeto que foi iniciado em agosto e concluído em novembro, que propôs aumentar a biodiversidade no ambiente escolar, introduzindo-se espécies ornamentais e atrativas de fauna e ao mesmo tempo transformar o ambiente do refeitório escolar tornando-o um ambiente mais agradável e receptivo para as relações humanas.


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Dado o limite de espaço com solo exposto para a construção, optou-se por construir um jardim vertical usando-se paletes de madeira que seriam descartados e que foram doados por uma indústria de papel da região. Foram também coletados vasos, que seriam descartados pela comunidade, para reduzir custos de implantação, aumentar a presença de verde no ambiente escolar, reduzir o volume de resíduos sólidos gerados pela comunidade do entorno escolar. Resgatar práticas de inserção da comunidade local em todas as etapas, da identificação de fragilidades no território a propor medidas para mudar a realidade sentida, proporcionando a construção coletiva de uma realidade que materializasse sonhos ao mesmo tempo que transformasse a cidade em um local onde pudesse haver maior interação humana e com o meio ambiente, foi significativo, pois possibilitou maior protagonismo dos alunos a pensar sobre a realidade e buscar caminhos para modificá-la. Outra etapa importante foi a de pesquisar e conhecer a biologia das plantas, aquelas que melhor se adequassem à oferta de luz e disponibilidade de água, cultivando uma postura de curiosidade científica e respeito às plantas, que tivessem suas necessidades atendidas, para que houvesse equilíbrio no ecossistema criado, refletindo sobre a interdependências dos diversos sistemas naturais (organismos, meio físico, dimensão ética e estética do pensamento humano). Questões levantadas sobre o espaço escolar e o entorno foram a inexistência de locais permeáveis para infiltração de água, além do afastamento provocado pela construção do meio natural. Junto ao projeto, foi também colocada para o Conselho de Escola, a proposta de se quebrar áreas cobertas por concreto, para a implantação de jardins e, assim, aumentar a permeabilidade do solo. Outras contribuições teóricas e reflexões realizadas na formação, foram possíveis alinhamentos com projetos já existentes de outros professores, nos quais se adotou o princípio


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(Figura 2. Jardim vertical já instalado. Seguem medidas de cuidado, manutenção e observação do comportamento e saúde das plantas.)

da permanência, utilizando-se recursos já existentes na escola, como toras de madeira para circundar novos canteiros da horta, empregando-se práticas de recuperação do solo e plantas sem a utilização de insumos industrializados. Foram usados, para tanto, compostos de dolomita para a correção do solo, biofertilizante produzido por meio da compostagem do minhocário da escola e a proteção do solo com folhas secas e serragem, garantindo a melhoria das condições do solo para se iniciar o plantio com plantas pouco exigentes e que colaboraram para a recuperação da estrutura do solo, originalmente compactado e fortemente marcado pela presença de entulho, que foi removido mecanicamente. Em síntese, o curso “Dinâmicas da Terra” permitiu uma reflexão constante sobre o papel da educação na formação cidadã para a sustentabilidade, possibilitou rever problemas e pensar em soluções que considerassem as potencialidades locais, a superação do falso dualismo homem/natureza e propor práticas que modificassem o espaço de vida imediato, vencendo a sensação de que nada pode ser feito e de que as coisas são como são. Compreender o território que se ocupa


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e se apropriar dele, nos enche de potência transformadora, nos investe do sentimento de coletividade que, com muitas mãos, podem tecer uma realidade melhor, mais significativa, permeada de vida e presença.

“Romper as cercas da ignorância Que produz a intolerância Terra é de quem plantar À terra, terra”

(Pedro Munhoz, Canção da Terra).


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Nilton Herculiani Primeiramente agradeço à UMAPAZ - Universidade Aberta do Meio Ambiente e Cultura de Paz - por ter ministrado, entre tantos excelentes cursos, mais este instrumental de conhecimento ambiental e na formação de interlocutores para uma cidadania atuante, sustentável e comprometida com a transformação de hábitos e práticas, ora superadas, que precipitam a manutenção da vida em nosso planeta. Agradecimento pelo apoio desta salutar instituição o IFSP - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo, que colaborou com os ilustres mestres aos quais carinhosamente merecem agradecimentos especiais. São eles: André H. Bezerra dos Santos, Carlos F. Gerencsez Geraldino, Gabriel H. Burnatelli de Antonio, André E. Ribeiro da Silva, Miriam H. B. Falótico. Ao mestre Lucas G. R. Longo da APA Capivari Monos, muito obrigado. Gratíssimo aos anjos da UMAPAZ, Luciene L. Lacerda, Andréa Bossi e Christina Otani. E o curso não teria seguido seu rumo sem a graça, simpatia, solicitude e responsabilidade de Pedro Smith. Valeu Mano! E minha eterna gratidão a todos participantes que, de jornada em jornada, tornaram-nos irmãos. Viva! A seguir abaixo, a enumeração das aulas: -1ª. Aula – Impactos cósmicos, formação de crateras de impacto e riscos associados. (André Santos); - 2ª. Aula - Do Equador à Tundra: Uma viagem pelos biomas da Terra. (Carlos Geraldino); - 3ª. Aula – O relevo da Terra – formas materiais, processos e impactos antrópicos. (André Santos); - 4ª. Aula – A concepção e a natureza de Charles Darwin. (Carlos Geraldino); - 5ª. Aula – Cultura Política, cidadania e educação


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socioambiental: como “educar o interesse” para a construção de uma agenda socialmente justa, politicamente democrática e ambientalmente sustentável? (Gabriel Burnatelli); - 6ª. Aula – Agriculturas urbanas, territorialidades, conceitos e experiências na metrópole de São Paulo. (André Silva); - 7ª. Aula - Águas da Metrópole: do ecossistema de várzea à revitalização de córregos, rios e reservatórios. (André Silva); - 8ª. Aula - Agroecologias: territorialidades, princípios e orientações conceituais. (André Silva); - 9ª. Aula - Política Nacional de Resíduos Sólidos no Brasil: aspectos gerais, diagnósticos e desafios ao financiamento e gestão de programas e ações para resíduos sólidos urbanos. (Gabriel Burnatelli); - 10ª. Aula -11ª. Plano Diretor de São Paulo e os instrumentos de acesso à cidade: uma breve leitura dos seus aspectos urbanísticos e ambientais. (Christina Otani e Pedro C. Smith); - 12ª. Aula A – Áreas especialmente protegidas: aspectos legais, importância ecológica e reflexões sociais. (Luciene L. Lacerda), foi substituída pela aula do prof. Luccas Longo - 12ª. Aula B - BioMapa: cartografia ambiental e urbana, reflexões e elaboração coletiva (Andréa Bossi) Por cobiça, nosso planeta, surgido há 4,54 bilhões de anos, está na iminência da destruição. As forças capitais dominam o sistema de produção e distribuição de bens. Retroalimentam-se como um moto perpétuo. A Terra, atualmente, gera três vezes mais riquezas frente à sua capacidade de recomposição. Até que ponto terá resiliência para suportar uma precipitação para o seu fim? Em face de problemas que colocam em risco a sobrevivência, torna-se urgente a defesa deste Patrimônio Universal. Os campos de defesa são muitos, pacíficos e podem também ser exercidos individualmente. Acredito que o ponto de partida é o consumo cons-


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ciente. Não apenas deixar de consumir mais que o necessário. Mas, sobretudo, evitar todos os gêneros de produtos que têm a origem na produção em massa. E substituir por aqueles que são produzidos localmente e isentos da cadeia da grande indústria que não só utiliza toda sorte de implementos tóxicos para gerar maior produção, como tampouco se importa se o resultado é saudável ou não. Para esse sistema de produção o que importa é o lucro imediato. A prática dos 5 R é um caminho para esta formulação: - 1 R – Repensar e avaliar a necessidade e comprar apenas o indispensável. - 2 R – Recusar materiais que geram grande impacto na produção ou no descarte. - 3 R – Reduzir consumo e desperdício. - 4 R – Reutilizar materiais usados em outras funções ou atividades. - 5 R – Reciclar os resíduos gerados retornando à produção. As ideais ambientalmente sustentáveis principiam em casa, com a família. Estende-se no ambiente de trabalho, como também devem ocorrer na vida comunitária. Através do diálogo externando pensamentos, sonhos ou mesmo insatisfações, é possível gerar relações de confiança, solidariedade e ideais de transformação. A Cultura de Paz demonstra como podemos mediar situações tratando o conflito como algo que deve ser resolvido através da não-violência, com respeito à liberdade, à democracia e à instauração da justiça. O conflito pode ser o elo de união entre as pessoas para resolução do mesmo. As melhores soluções para os problemas provêm do debate entre os envolvidos. Nílton Herculiani, do fim do inverno, pela primavera e começo do verão de 2019. Beto Guedes, O Sal da Terra Anda!


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Quero te dizer nenhum segredo Falo nesse chão, da nossa casa Vem que tá na hora de arrumar...

Tempo! Quero viver mais duzentos anos Quero não ferir meu semelhante Nem por isso quero me ferir

Vamos precisar de todo mundo Prá banir do mundo a opressão Para construir a vida nova Vamos precisar de muito amor A felicidade mora ao lado E quem não é tolo pode ver...

A paz na Terra, amor O pé na terra A paz na Terra, amor O sal da... Terra! És o mais bonito dos planetas Tão te maltratando por dinheiro Tu que és a nave nossa irmã Canta! Leva tua vida em harmonia E nos alimenta com seus frutos Tu que és do homem, a maçã...

Vamos precisar de todo mundo Um mais um é sempre mais que dois Prá melhor juntar as nossas forças É só repartir melhor o pão Recriar o paraíso agora


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Para merecer quem vem depois...

Deixa nascer, o amor Deixa fluir, o amor Deixa crescer, o amor Deixa viver, o amor O sal da terra


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Patrícia da Silva Costa O motivo inicial que explica minha inscrição no curso foi suscitado, em parte, em função da participação em disciplinas correlatas à geografia física, a exemplo de Climatologia, Pedologia, Hidrografia, Biogeografia, dentre outras. A par disto, estabeleci correspondência entre a observação de informações produzidas por canais midiáticos (Youtube, TV, Internet), com enfoque em aspectos do meio ambiente. Finalmente, na intersecção desses elementos com produções literárias e cinematográficas que tangenciam a mesma temática. Em perspectiva, a participação nesse curso exibiu a fundamental importância de conhecimentos basilares e caros às ciências naturais em relação ao objeto de estudo da Geografia (física e humana) e História. Aspectos elementares da geografia física foram sonegados em minha formação escolar básica. Constatar isso não me esquiva da responsabilidade pessoal que cada um tem acerca da constituição do percurso de formação ao longo da própria experiência de vida, independente da aproximação ou distanciamento de determinado arcabouço constituinte de um conhecimento. A leitura de gêneros literários variados tem motivado o interesse e a lógica para a compreensão de muitos fenômenos acerca das “dinâmicas da Terra”, as quais, no passado, permaneceram incólumes. Nas primeiras semanas do curso, um dos professores mencionou a possibilidade de abordagem do trabalho final versar sobre aspectos biogeográficos aludidos em produções cinematográficas. Compreendi ali a eventual oportunidade em tratar, não de filmes, mas de literatura. Melhor, do enternecimento que /nota da revisora: seria compaixão?/ a leitura de Vozes De Tchernóbil - A História Oral Do Desastre Nu-


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clear /nota da revisora: falta a palavra da conclusão: seria “causa”?/. O livro – classificado como gênero não ficção, narrativa pessoal – de autoria da jornalista bielo-russa Svetlana Alexijevich, resulta de uma série de entrevistas, memórias, história oral narrada ao longo de anos e realizadas com moradores, funcionários e outros agentes implicados no desastre nuclear de Chernobyl ocorrido em 1986 durante o regime soviético, em contexto de Guerra Fria. A Série, em cinco episódios, dirigida por Johan Renck, produzida pelas emissoras HBO e Sky Atlantic, teve inspiração em alguns dos relatos apresentados na obra de Alexijevich. A narrativa é densa, comovente, constrangedora. À época da leitura, cursava a disciplina Pedologia. A intersecção do conteúdo da obra com a disciplina me suscitou um constrangimento elementar, pois constatei que, se não demonstrarmos amor e respeito pelas diversas formas de manifestação de vida, tendemos a sermos ‘domesticados’, ‘condicionados’ em estruturar nosso pensamento de maneira utilitarista, segundo o qual, a forma humana é a razão e a finalidade de toda a natureza. A autora ‘deu voz’ ao depoimento daqueles sensibilizados pela ordem de execução dos animais domésticos; a ordem de evacuação de moradores habitantes da cidade Pripyat, como se estes fossem os únicos dignos a viverem; o acometimento (?) /nota da revisora: seria comprometimento?/grave e incalculável do ar, do solo naquela região, expresso de modo contundente, ao relatar o desaparecimento prévio das abelhas (cerca de quatro dias antes ao acidente e/ou ao comunicado oficial, porém sonegado da gravidade real) e dos insetos (a exemplo da minhoca, besouro) que revolvem o solo (processo de aeração). Ao longo do curso estabeleci relação entre tais aspectos e o cinismo, ingerência, incompetência e vilania que, na minha compreensão, regem as ações e a ausência de ações efetivas do governo brasileiro, em todas as esferas e pelos representantes dos três poderes.


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Em nossa realidade brasileira, a disputa de narrativas suplanta a tragédia imediata e subsequente ao desastre Nuclear de Chernobyl, pois ali havia um segmento específico, com agentes diretamente implicados, subordinados a um regime político cuja essência almejava demonstrar poder, austeridade e eficiência, sobretudo quando comparado ao seu oponente sob regime capitalista. No Brasil ‘pós verdade’ somos afligidos, diuturnamente, com narrativas estapafúrdias, irresponsáveis, cínicas, ineptas. É constrangedor constatar ações, desculpas, mentiras, e outras formas de agenciamento empreendidas pelo desgoverno do Poder Executivo, com o endosso de agentes públicos dos Poderes Legislativo e Judiciário. A experiência de participar deste curso me convenceu de que não há um problema agudo, mas crônico no Brasil no que concerne ao cuidado com o solo, as águas, as fontes energéticas, as políticas agrárias, a urbanização, a hidrografia. Todos esses aspectos estão permeados pelo agenciamento de entes políticos e a captação e emprego de recursos financeiros de grupos, sejam eles representantes de capital estrangeiro de empresas ou nações. Para mim, o relato de uma professora de educação básica ilustra de modo contundente a incongruência e o caráter ético e moral das ações empreendidas pelos adultos, representados em variadas funções nesses episódios. Ela mencionou entrevista mantida com a mãe de um de seus alunos, matriculado nas séries iniciais do ensino fundamental. Naquela oportunidade, a mãe demonstrou angústia e preocupação com seu filho, pois ele apresentava episódios de choro e dificuldade para dormir, com indagações acerca das queimadas na Amazônia, a morte de animais daquela região; relatava a explicação dada por sua professora acerca da importância da natureza, da água (rios; poluição), das chuvas (regime de chuvas que favorecem a região sudeste do Brasil; “o dia que virou noite”, dos animais mortos em função das queimadas). A aula da qual a criança participou


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sintetizou a lógica e a incoerência em que estamos a viver, em diferentes gradações, em nosso presente. Que importância há no ser humano? Que importância há na vida? Como permanecer imune ao sofrimento que o ser humano causa ao meio ambiente e a si?


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Paulo Henrique de Oliveira Santos No decorrer dos cinco meses do curso “Dinâmicas da Terra e Reflexões Ambientais”, proporcionado pela parceria UMAPAZ e Instituto Federal, tive a oportunidade e o privilégio de ampliar meus horizontes de conhecimentos, bem como os das experiências. O curso foi estruturado de forma que os conteúdos e discussões partissem sempre de um espectro mais geral e amplo, para um recorte mais particular e restrito, de forma que fosse possível construir relações com o cotidiano vivido. Da primeira à terceira aula, fomos apresentados à toda estrutura física do planeta Terra: seus oceanos e continentes, a atmosfera, o Universo circundante, explicitando a relação sistêmica entre eles, o que, particularmente, considero de estrita importância para a vida comum e para o decorrer do curso. A partir da quarta aula, as temáticas abordadas passaram a ser mais particularizadas, possibilitando que fossem inseridas no campo da ação e que não ficassem restritas ao campo reflexivo. Assim como a física do planeta, a biota também funciona de forma sistêmica. Contudo, a ação antrópica pode ser decisiva para a manutenção, ou para o desequilíbrio total de todo esse sistema planetário. Quando falo sobre o campo da ação, me refiro à possibilidade da intervenção humana sobre a dimensão dos impactos gerados na relação homem-meio, e é sob essa perspectiva que quero salientar as temáticas que, para mim, foram mais significativas, justamente pela possibilidade de aplicar o conhecimento adquirido no meu dia a dia. Essa, acredito eu, é a grande contribuição que esses cinco meses de curso me proporcionaram. O primeiro tema que gostaria de apontar como um


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grande agregador foi o das “Águas da Metrópole”, em dois sentidos. O primeiro sentido é o da ocupação das várzeas dos rios da cidade de SP, que é a causa de inúmeros problemas no cotidiano dos cidadãos, mas especialmente, é provavelmente a ação antrópica de maior impacto no grande sistema que estamos inseridos. As discussões geradas a partir desse tema foram inúmeras, passando pela gestão de lixo e de esgoto, pela ocupação e uso do solo. E, num segundo sentido, que considero o mais importante, a gestão da água, especialmente nas situações de estresse hídrico como o de 2014. A “Política Nacional de Resíduos Sólidos” foi o segundo tema que mais me gerou interesse, e o que mais pude “aplicar” às minhas práticas diárias, uma vez que gerar lixo é algo praticamente inerente à vida humana. Apesar da existência de uma política nacional, é claro para toda a sociedade a inexistência de uma “prática” nacional para a gestão dos resíduos. A aula possibilitou que se visse para além da coleta seletiva e da ineficiência do Estado na execução da gestão. As discussões abriram caminho para práticas de redução da produção de lixo, de reciclagem, bem como as de conscientização e educação da sociedade. Por fim, a “Agricultura Urbana” foi a temática que me despertou o maior interesse e que mais frutificou minhas reflexões. Já tive a oportunidade de conhecer a Horta das Corujas, em São Paulo, e desde então, enxergo as áreas verdes da cidade sob uma perspectiva diferente do simples paisagismo, ou do lazer. As hortas urbanas ou intraurbanas podem ser uma prática realmente significativa na vida cotidiana dentro das grandes cidades. Penso que podem ser elas o ponto de virada nas relações home-meio que, nas cidades, se dão de maneira imperceptíveis. Seriam elas, na minha opinião, que dariam ao homem da grande cidade a percepção e o entendimento do planeta Terra como um grande sistema interdependente. Porém, perceber e entender não é o suficiente sem que isso seja democratizado. As experiências das hortas, no


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caso de SP, ainda são restritas a determinados locais, a determinados grupos sociais. São todas experiências bem particulares, apesar de sua importância e significado. Assim, acredito que todas as temáticas expostas e discutidas tiveram, e esse deve ser sempre o objetivo do conhecimento, reflexos significativos na minha prática cotidiana, como na produção de lixo, ou como lido com o consumo; mas além disso, nas minhas práticas como futuro docente de Geografia em sala de aula. As hortas urbanas, se democratizadas, são, no meu entendimento, a prática que mais pode aproximar o homem ao meio com o qual ele se relaciona de forma quase imperceptível nos grandes centros. Acredito que as escolas públicas e suas áreas verdes subutilizadas, ou até mesmo apenas cercadas, são a porta de entrada para as hortas, para a conscientização, para educação e para a percepção das pessoas comuns acerca da constituição sistêmica do planeta Terra, onde a ação humana pode ser determinante tanto para o equilíbrio, quanto para o desequilíbrio.


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Rejane Freitas Começo esta reflexão pensando no que me motivou a fazer este curso. Inicialmente, diria que: 1- curiosidade, pois sempre tive apreço pelas matérias socioambientais. 2- desejo de me conectar com pessoas com interesses comuns. 3- adquirir conhecimentos. 4- deslumbrar uma possível área para executar uma ação, considerando certa disponibilidade de tempo, pois consegui minha aposentadoria no início deste ano, após 30 anos de efetivo exercício como assistente social na PMSP. Nas primeiras aulas, onde os professores passaram rapidamente por conteúdos mais específicos da geografia, como a formação Terra e dos seres, até chegarmos à formação atual, senti um despertar para o desejo de ler, estudar e conhecer de forma mais profunda a evolução deste sistema do qual somos parte. A partir da quinta aula “Cultura política, cidadania e educação socioambiental: como “educar o interesse” para a construção de uma agenda socialmente justa, politicamente democrática e ambientalmente sustentável”, comecei a me questionar como atuar de forma a fazer a diferença neste planeta tão avassalado por interesses econômicos tão mesquinhos e egoístas. Olhando para os fatos, constatamos que muitas vezes, senão na maioria, provocados pela arrogância e poder do homem, presenciamos desastres que devastaram e continuam devastando a natureza, sistemas vivos complexos e o futuro do próprio ser humano. Não vejo no poder estabelecido, nas diversas nações, atitudes de mudanças para transformar essa realidade. Pelo contrário, basta acompanhar o trágico noticiário do nosso país. Tudo muito angustiante e


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deprimente. E o que posso fazer? As aulas seguiram, com ênfase no universo da cidade. A questão hídrica; a legislação e problemática de como lidar com os resíduos sólidos, agricultura urbana, agroecologia ou agriculturas alternativas; as áreas protegidas, onde conhecemos um pouco das Unidades de Conservação do Município, os pontos importantes do Plano Diretor de São Paulo. Recebemos e trocamos conhecimento sobre muitos conteúdos. A cada encontro senti que minha angústia, que havia aflorado, foi se apaziguando. Considero um momento marcante a “vivência da experiência da agricultura sintrópica no canteiro da UMAPAZ”. O relato do conhecimento adquirido e constatado através da observação da natureza, a disposição do facilitador de dividir esse aprendizado conduzindo uma prática, quando os participantes puderam vivenciar o conhecimento, me ajudaram a mudar o foco das reflexões. Lembrei-me de minha atuação em parceria com outros profissionais, na Secretaria de Assistência Social, na década de 90, onde realizávamos várias discussões/treinamentos com os trabalhadores que atuavam com crianças e adolescentes em “Centros de Juventude” (atendimento no contra fluxo escolar) onde o tema era “Agenda 21”: a construção de um planejamento participativo pensando globalmente e propondo ações focadas nos problemas locais... Muito trabalho com pequenos resultados. Nem por isso desistir. O relato da experiência do envolvimento e participação da comunidade local para a manutenção das Unidades de Conservação também me trouxe alento, pois sempre acreditei que as pessoas só se envolvem e se comprometem com o que faz sentido para a sua vida. Voltando ao início da reflexão “o que me motivou...”, comecei a vislumbrar, a partir das aulas do professor André, o desejo de atuar com hortas urbanas, inicialmente conhe-


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cendo mais profundamente as que existem na cidade, para depois, talvez, pensar um projeto. Quero destacar aqui que o grupo, na sua diversidade, considerando as histórias de vida, idade dos participantes, área de atuação, também foi um grande alento às minhas angústias. Fiquei muito feliz e surpresa por estar com educadores da rede pública que, particularmente, considero guerreiros fundamentais para a possibilidade de mudança nas estruturas da sociedade. E por fim, quero dizer que depois da aula do BIOMAPA, sempre terei um olhar diferente ao visitar um parque. Foi uma vivência muito prazerosa, que aguçou a reflexão. Pudemos enxergar os problemas e pensar objetivamente em encaminhamentos para buscar soluções. Gostei muito da dinâmica simples, sem ser simplista, podendo ser aplicada em várias situações. Muita gratidão à UMAPAZ, instituição pública que propicia tantas reflexões; aos professores do Instituto Federal, aos facilitadores, estagiários, colaboradores e a cada participante deste grupo diverso, com dom artístico, alegre e com muita garra e desejo de contribuir para uma vida plena para todos os seres. Gratidão especial ao Pedro, por sua democrática insistência em motivar, informar e fazer acontecer. Rejane P.N.Freitas


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Roberta Soares Foram cinco meses de muito aprendizado, tempo de reforçar alguns conceitos e de descobrir coisas totalmente novas. Como não sou da área de Geografia e não tenho nenhuma formação ambiental, aproveitei o curso para esclarecer curiosidades pessoais e ampliar meu olhar sobre os assuntos abordados. Na virada de 2015/2016 me candidatei como voluntária para trabalhar, em troca de hospedagem, em um sítio em Santa Catarina. Meu interesse pela terra e pela história do casal, que tinha acabado de voltar de uma viagem de dois anos de bicicleta por toda a América do Sul, propiciaram uma breve imersão em conhecimentos práticos sobre sustentabilidade, bioconstrução, agrofloresta, PANC, etc. Muitos deles tratados nesse curso. Logo na primeira aula, tive a real impressão do meu insignificante tamanho perante a imensidão do Universo, apesar de ter aprendido sobre planetas e sistema solar na quinta série (quase trinta anos atrás). Fui surpreendida quando o professor falou que a Lua foi produzida por um grande impacto na Terra. As composições químicas semelhantes e a inclinação da Terra fizeram todo sentido, apesar dessa informação ser totalmente nova para mim. Então, só por isso, o curso já valeu a pena. Mas quanta informação ainda estaria por vir, ao saber que a posição de 30º faz com que o Brasil esteja na linha dos grandes desertos e que só não viramos deserto ainda graças à temperatura dos mares, o relevo, e aos rios voadores. Isso é impressionante. Infelizmente muitos, assim como eu, não conhecem essa parte da História (ou melhor, da Geografia) e não sabem da sorte que temos e o quanto precisamos cuidar desse lugar tão especial.


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Na aula sobre o relevo na Terra, obtive mais uma notícia surpreendente: a de que a África está começando a separação continental. Quando estudamos a pangeia percebemos que realmente houve uma separação dos continentes, pois as partes se encaixam. Agora, estar vivendo em um momento em que um país sofre com essa separação, me fez sentir parte da história e com que os dinossauros até pareçam nossos companheiros dessa jornada. E por falar em jornada, a aula que discorreu sobre a saga de Darwin, que, ao embarcar no HMS Beagle para ser acompanhante e conversar com o capitão do navio e acabou levando a fama por publicar a origem das espécies, foi incrível. O que a história não havia me contado é que ele era um cara rico, ou seja, não precisava trabalhar, e que nunca teve aquele momento “Eureka” sobre a origem das espécies, já que ele não separava e nem classificava os exemplares que recolhia. Estou folheando meu caderno de anotações do curso e recordando quanta informação foi passada, além do material fornecido, dicas de livros, filmes e os comentários pessoais dos professores, que enriqueceram ainda mais os nossos sábados (deixo as dicas no final do texto). Na aula sobre “Águas da Metrópole”, fizemos um passeio pelo Parque do Ibirapuera que me revelou que um dia existiram duas pontes e um pavilhão sobre o lago e também conhecemos o Córrego do Sapateiro e a origem do seu nome. Fiquei triste nessa aula, por saber que escondemos nossos rios e não cuidamos deles como eles merecem, em saber que nossas represas estão contaminadas por cianobactérias; justo a água, um bem tão precioso. Para aliviar um pouco a tristeza, a aula sobre agrofloresta foi riquíssima. Tivemos a oportunidade de conhecer quem trabalhou de perto com Ernst Gotsch, ouvir suas histórias e entender sobre a sabedoria da natureza, que, se estiver em equilíbrio, não há necessidade de utilizar produtos


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químicos nem defensivos, a natureza é perfeita. Conhecemos o projeto da horta da UMAPAZ e lá eu experimentei a planta capuchinha. Foi uma aula deliciosa.

A oportunidade de conhecer o IF na aula sobre Política Nacional de Resíduos Sólidos foi única, um assunto que bate à nossa porta todos os dias. Somos corresponsáveis por todo o problema gerado pelos resíduos. Lá conheci a história da Carolina de Jesus, catadora de papéis que escreveu o livro “Quarto de Despejo”, quando o professor nos disse que o prédio do Instituto está exatamente onde era favela do Canindé em que morava Carolina; achei que essa coincidência valorizou ainda mais o tema da nossa aula. Nesse dia tivemos a oportunidade de fazer uma visita pelo prédio do Instituto Federal e conhecer vários cantinhos escondidos, como a sala de Tecnologia de Construção. Me senti nas construções romanas.


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Na aula em que foram apresentados os parques e áreas de preservação, confesso que nunca ouvira falar sobre Parques Naturais, APAS e muito menos sabia a diferença entre Área de Preservação e Conservação. Fiquei muito entusiasmada com a oportunidade de um dia conseguir conhecer algum desses parques com o grupo que formamos nesse curso. Bem, essas foram minhas reflexões sobre as aulas que, sinceramente, adorei. Foram muito enriquecedoras e despertaram ainda mais meu interesse pela Terra e suas questões ambientais. O curso me proporcionou mais conhecimento, contatos e ferramentas para agir e ajudar. Como um professor citou em aula “Nada na Biologia faz sentido exceto à luz da evolução”, sinto que com esse curso, evoluí um pouquinho mais. Obrigada, Roberta Soares


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Dicas de Livros / Filmes: Filme = Atacama, o Deserto Florido. Filme = Dersu Uzala Filme = Entre Rios Filme = Free Solo Filme = Happy People, a year in the Taiga Filme = Koyaanisqatsi: Life Out of Balance Filme = Mediterrâneo, com Irene Graziole Filme = Terra Vermelha Livro = A Elite do Atraso Livro = A Fabulosa História dos Legumes Livro = A Ideia Perigosa de Darwin Livro = A Náusea Livro = Decifrando a Terra Livro = O Direito à Cidade Livro = Piquenique na Estrada Livro = Quarto de Despejo Livro = The Doors of Perception Música = Reconvexo


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Registros de Momentos Finais do Curso


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Créditos das imagens: participantes do curso.


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