WWW.DECNEWS.COM.BR • ANO 11 • Nº 59 • MAR/ABR 2018
NOVIDADES
À VISTA
2018 chegou com ótimas perspectivas para o setor de Higiene & Beleza, e o ano deve ser marcado pela inovação e retomada dos investimentos da indústria e do varejo. Acompanhe onde devem ficar as principais apostas
GESTÃO Quer aumentar as compras por impulso? Aposte na área do checkout, espaço nobre do varejo que finaliza a jornada de compras do consumidor COMPORTAMENTO Cheirar um xampu, provar um batom... Permitir a interação dos consumidores com os produtos no ponto de venda é estratégia essencial para uma experiência diferenciada
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EDITORIAL
OPORTUNIDADES PARA O SETOR
ANO 11 Nº 59 MAR/ABR 2018 DIRETORIA Gustavo Godoy, Marcial Guimarães e Vinícius Dall’Ovo
cenário de otimismo que permeia o se-
EDITORA-CHEFE Lígia Favoretto (ligia@contento.com.br)
tor, suas forças e também as oportuni-
EDITORA-ASSISTENTE Kathlen Ramos
dades de crescimento. A reportagem in-
ASSISTENTE DE REDAÇÃO Laura Martins
dica, ainda, as tendências e apostas das
EDITOR DE ARTE Junior B. Santos
indústrias do segmento, mostrando ca-
ASSISTENTE DE ARTE Giulliana Pimentel
minhos certeiros para onde os varejistas
DEPARTAMENTO COMERCIAL EXECUTIVA DE CONTA Daniela Jardim (dani@contento.com.br)
podem focar suas estratégias.
ASSISTENTE COMERCIAL Daniel Tavares MARKETING E PROJETOS Luciana Bandeira COORDENADOR DE CIRCULAÇÃO Cláudio Ricieri COLABORADORES DA EDIÇÃO Textos Adriana Bruno, Flávia Corbó, Kathlen Ramos e Laura Martins Colunista Luiz Marins Revisora Maria Elisa Guedes Imagem de capa Shutterstock IMPRESSÃO Abril Gráfica TIRAGEM 105 mil exemplares Contento – Rua Leonardo Nunes, 198, Vila Clementino, São Paulo (SP), CEP 04039-010. Tel.: (11) 5082 2200 E-mail: contento@contento.com.br
A
E se a ideia é crescer no segmento de H&B, esta edição está repleta de oporno eleitoral, geralmente, é
tunidades. A seção Ponto de Venda, por
aquele em que os políticos
exemplo, mostra como melhorar a ex-
gostam de mostrar a que
periência de compras do shopper (com-
vieram em busca de votos
prador) para essas categorias.
e esta atitude também se
Já a seção Gestão leva a uma reflexão
reflete no desempenho da
sobre a importância da área do checkout
economia. Além disso, indicadores, co-
na loja, e também indica caminhos para
mo inflação, juros e emprego passaram a
aumentar as vendas por impulso de H&B.
mostrar números que começam a agra-
Os leitores podem acompanhar, ainda,
dar a investidores e consumidores.
www.decnews.com.br EXPEDIENTE DEC (Distribuidor Especializado em Cosméticos) ASSOCIAÇÃO DEC BRASIL Rua Baronesa de Bela Vista, 675 – 7º andar – Cj. 71 Aeroporto – São Paulo (SP) CEP 04612-002. Tel.: (11) 5081 5183 Francisco Muto muto@decbr.com.br
todo o universo de mães e bebês na se-
No setor de Higiene & Beleza (H&B), não
ção Categoria, que apresenta os mode-
é diferente. As projeções da Associação
los de execução dessas linhas de produ-
Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal,
tos nas gôndolas e adianta as novidades
Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), de fa-
na indústria; e também poderão conhe-
bricantes e outras entidades da área são
cer os avanços e benefícios na catego-
de que o setor cresça entre 5% e 6%, al-
ria de xampus a seco, que têm atraído
ta significativa quando comparada com
mulheres que precisam de praticidade
as projeções do Produto Interno Bruto
na hora de arrumar os fios.
(PIB), que deve ficar em 2,5% e 3,0%. A matéria de capa desta edição da revista Decnews mostra, justamente, esse
Boa leitura! Lígia Favoretto Editora-Chefe
Tiragem auditada pela BDO Auditores Independentes. O relatório com o resultado do trabalho encontra-se em poder da Administração.
LÍGIA FAVORETTO Editora-chefe Imagens Shutterstock/Divulgação
• 3
CAPA
SUMÁRIO
INDÚSTRIA DA BELEZA DRIBLA CRISE E PROJETA CRESCIMENTO Por Kathlen Ramos
18 CAPA Apesar da crise, os brasileiros não deixaram de se cuidar. Pelo contrário, eles passaram a buscar produtos para dentro de casa, como cuidados com as unhas e com os cabelos. Nesse cenário, itens de beleza são sinônimo de oportunidade
24 GESTÃO O caixa é o único local da loja onde 100% dos consumidores passarão. Exatamente por isso, é essencial trabalhá-lo da maneira correta para aumentar o tíquete médio e estimular as compras por impulso
28 PONTO DE VENDA Gerenciamento por Categorias (GC) consiste em trazer soluções de compras dentro de cada categoria e gerenciá-las como se fossem unidades de negócios, para melhorar as vendas e a experiência de compra. Saber trabalhar a ferramenta com em itens de beleza é um diferencial
32 FINANCEIRO É natural que pequenas empresas queiram investir, mas estejam sem dinheiro em caixa. Para solucionar esse problema, existem linhas de crédito específicas que podem ajudar os varejistas
E MAIS: 06 Mercado 10 Lançamentos 12 A voz do DEC 34 Recursos Humanos
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36 Comportamento
Colunistas
42 Categoria
14 Opinião – Luiz Marins
48 Estudo de Caso
16 Consultoria Imagens Shutterstock
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MERCADO
OTIMISMO PERMANECE
Por Kathlen Ramos
Ainda não se sabe o ritmo da retomada do País, mas o fato é que ela já está acontecendo e que os brasileiros conseguem visualizar a nova temporada com prosperidade
CONFIANÇA ENTRE CONSUMIDORES
A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), apurada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), alcançou 83,6 pontos em janeiro de 2018, um aumento de 9,7% em relação ao mesmo período do ano passado e de 2,3% em relação a dezembro de 2016. No entanto, o resultado abaixo dos 100 pontos ainda indica uma recuperação lenta do otimismo das famílias. “Os consumidores seguem melhorando suas avaliações sobre a economia, mas o nível de endividamento das famílias, principalmente o daquelas com menor poder aquisitivo, leva à cautela nos gastos”, analisa a assessora econômica da CNC, Juliana Serapio.
ww.cnc.org.br
ESPERANÇA ENTRE EMPRESÁRIOS
A 58ª rodada do Indicador de Atividade da Micro e Pequena Indústria de São Paulo, encomendado pelo Sindicato da Micro e Pequena Indústria (Simpi) ao Datafolha, revelou que empresários da categoria estão mais otimistas para 2018. Ao todo, 67% preveem que obterão resultados positivos neste ano, atingindo o maior nível de otimismo desde 2014. O estudo também identificou que 48% dos micro e pequenos industriais acreditam na melhora da demanda dos clientes no ano que se inicia.
www.simpi.com.br
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Imagens Shutterstock
CONTEÚDO COM CREDIBILIDADE
Muitas marcas se apoiam nas mídias sociais para alcançar consumidores rapidamente, mas uma pesquisa mostra que há cada vez mais desconfiança sobre o conteúdo desses canais, como notícias falsas, segundo dados do estudo global Connected Life, da Kantar TNS. A pesquisa aponta que 37% dos consumidores do Brasil declaram que o conteúdo publicado nas redes sociais não é relevante para eles e 52% acreditam que as informações nesses canais não são confiáveis contra uma média global de 35%. “A transparência deve ser uma preocupação para as empresas. O consumidor não quer se sentir mais um; procura por um atendimento personalizado. Ele quer que as marcas entendam seus reais problemas e necessidades”, relata a Head de Media&Digital da Kantar, Maura Coracini.
br.kantar.com
ESTACIONAMENTO: ONDE TUDO COMEÇA
Sair de casa e não ter onde estacionar o carro é um problema que incomoda boa parte dos consumidores brasileiros motorizados, ao ponto de fazê-los desistir de uma compra. Uma pesquisa inédita sobre os impactos da mobilidade urbana no varejo realizada em todas as capitais pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) Brasil e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) revela que mais da metade das pessoas (52%) que possuem veículos no Brasil já deixou de comprar algo por não conseguir estacionar o carro ou a moto próximo ao comércio. Segundo o levantamento, sete em cada dez (69%) pessoas motorizadas disseram que dão preferência a centros comerciais que oferecem estacionamento próprio ou nas imediações (76%).
METAS PARA 2018
Para este ano, o principal desejo dos brasileiros é aumentar a renda (74%), de acordo com estudo produzido anualmente pela Kantar TNS, que analisou o comportamento de consumidores on-line em todo o Brasil durante o período. Poupar dinheiro (67%) e melhorar as condições profissionais (48%) aparecem em segundo e terceiro lugar, respectivamente. O estudo também mostra um cidadão mais preocupado com a saúde. Exercitar-se mais, incorporar uma dieta balanceada e parar de fumar são desafios que cresceram desde o último levantamento.
br.kantar.com
www.cndl.org.br
PERCENTUAL DE CHEQUES DEVOLVIDOS EM QUEDA
A economia brasileira deu mais um sinal de retomada. O número de cheques devolvidos (segunda devolução por falta de fundos) como proporção do total de cheques movimentados foi de 1,96% em 2017, registrando considerável redução em relação ao ano anterior (-0,34 p.p.), segundo dados da Boa Vista SCPC.
www.boavistaservicos.com.br
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MERCADO
ATENÇÃO ÀS DATAS DO eSOCIAL
O Comitê Diretivo do eSocial publicou a Resolução nº 3, de 2017, que definiu o cronograma de implantação em fases do eSocial. Desde janeiro último, as empresas de grande porte, com faturamento superior a R$ 78 milhões em 2016, precisaram passar a utilizar o sistema. Já as Micro e Pequenas Empresas (MPEs), com faturamento de até R$ 3,6 milhões em 2016, assim como os demais negócios que faturaram menos que R$ 78 milhões, precisam passar a utilizar o eSocial de forma obrigatória a partir de julho próximo. “É importante que o empresário de pequenos negócios antecipe a utilização do sistema para ir se adaptando e esclarecendo dúvidas”, orientou o presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Guilherme Afif Domingos.
portal.esocial.gov.br
OPORTUNIDADES DA INTERNET
A internet é usada por apenas 34,2% das Micro e Pequenas Empresas (MPEs) para divulgar seus produtos e serviços, segundo pesquisa realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, de São Paulo (Sebrae-SP) sobre o relacionamento dos empreendedores com os clientes. O dado mostra que ainda há um grande terreno na web a ser explorado por esses empreendimentos. Quanto aos meios pelos quais a internet é utilizada, de acordo com o levantamento, as redes sociais, como Facebook e WhatsApp, por exemplo, são usadas por 21,9% das MPEs; o site da empresa é a opção de 14,4% delas; e outros sites são a escolha de 8,8% das MPEs.
www.sebraesp.com.br
RESERVAS NO LIMITE
Apesar da necessidade de fotoproteção ser assunto constante na mídia, o número de brasileiros que não aplicam o produto diariamente aumentou desde 2014 e já chega a quase 3/4 da população, segundo pesquisa liderada pelo consultor e pesquisador em Cosmetologia e farmacêutico e diretor científico do Instituto de Cosmetologia e Ciências da Pele, Lucas Portilho. De acordo com o estudo, 72,5% da população não aplica o fotoprotetor diariamente – em 2016, esse percentual era de 65%; em 2015, de 53%; e em 2014, de 57%. Apesar disso, a pesquisa revelou que cresceu a conscientização dos consumidores com relação à importância da proteção contra os raios ultravioleta do tipo A (UVA), que podem levar ao envelhecimento precoce e deixar a pele mais suscetível a doenças, como o câncer. “O número de pessoas que ignora a proteção UVA ao comprar um filtro vem diminuindo ano a ano de acordo com a pesquisa: representava 71%, em 2016, e 50% em 2017”, constatou Portilho.
Guardar dinheiro todos os meses não é um costume que faz parte da disciplina do consumidor brasileiro. Nem mesmo entre aqueles que possuem renda maior. Dados do Indicador Mensal de Reserva Financeira apurado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) Brasil e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) revelam que em cada dez brasileiros com renda superior a cinco salários mínimos, apenas três (30%) conseguiram encerrar o último mês de novembro com sobras de dinheiro. No total, 66% das pessoas que fazem parte das classes A e B não foram capazes de guardar nenhuma parte de seus rendimentos. Considerando toda a população e, não apenas os brasileiros das classes A e B, a proporção dos que conseguem guardar dinheiro é ainda menor. Somente 20% conseguiram fechar novembro com sobras.
www.lucasportilho.com
www.cndl.org.br
USO DE FILTROS SOLARES NO BRASIL
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LANÇAMENTOS
O VERÃO CHAMA Por Laura Martins
Os dias mais quentes trazem à tona a preocupação com a pele e a exposição solar. Para suprir a demanda, a indústria lança produtos inovadores
Contra o sol Cenoura & Bronze tem um novo produto em seu portfólio de protetores solares. O protetor solar aerossol oferece absorção rápida, facilitando a aplicação. Além de proteger contra os raios ultravioleta (UV), possui tecnologia que preserva o colágeno e minimiza os danos mais profundos na pele causados pelo sol. O produto está disponível nas versões Fator de Proteção Solar (FPS) 30 e 50 e pode ser aplicado na pele seca ou molhada. www.cenouraebronze.com.br
Proteção dupla Uma dúvida que paira sobre a cabeça de muitas pessoas é: protetor solar ou repelente? Para acabar com a discussão, L’Oréal Paris lança o Solar Expertise Repelente, um fotoprotetor que também protege contra os mosquitos. Unindo as propriedades do DEET repelente e Meroxyl X4, a fórmula é eficiente contra os insetos, protege dos raios ultravioleta (UV) e tem ação antioxidante. Com toque aveludado e rápida absorção, Solar Expertise Repelente também proporciona oito horas de hidratação com fragrância agradável. www.loreal-paris.com.br
10 • ABR/MAR 2018
Imagens Shutterstock/Divulgação
Especialmente para os pequenos Pampers acaba de apresentar uma linha completa de fraldas desenvolvida para bebês prematuros, a Pampers Prematura. A menor fralda descartável do mundo foi desenvolvida considerando características do bebê, como tamanho e pele delicada, para que eles possam se desenvolver no hospital da maneira mais saudável possível. As fraldas são feitas com materiais, como o algodão, com camadas respiráveis e têm um centro mais estreito que as fraldas comuns. www.pampers.com.br
Bem-estar diário Com foco no conforto feminino, Intimus® lança uma nova linha em seu portfólio: Intimus® Sport, voltado à prática esportiva. No total, são três produtos: protetor diário (ultrafino e flexível, com ajuste ao corpo em movimentos intensos); absorvente externo (ultrafino e com a exclusiva tecno-
Refrescância que protege
logia flexfit – que garante ajuste perfeito do absorvente ao corpo. Tem
Atenta às necessidades de seus
cobertura suave e de rápida absorção e respirável); e absorvente interno
consumidores brasileiros, Rexona®
com aplicador (possui um apoio antideslizante, para uma inserção mais
lança duas variantes desenvolvi-
cômoda. Sua ponta é suave e arredondada, deixando-o mais confortável).
das para os consumidores que bus-
www.intimus.com.br
cam fragrâncias mais refrescantes: Rexona® Erva Doce e Rexona® Men Impacto. Os produtos foram pensados no público nordestino da marca. Enquanto o Rexona® Erva Doce possui fragrância aromática floral, com notas de erva-doce que contribuem com seu frescor natural, o Rexona® Men Impacto possui notas cítricas e de hortelã. A versão feminina está disponível nas versões aerossol e roll-on. Já a versão masculina somente como aerossol. www.rexona.com.br
Escovação completa Colgate® está ampliando sua linha carro-chefe com o enxaguante bucal Colgate® Total 12 – que tem forte ação antibacteriana e proporciona mais saúde bucal, quando associado à escovação básica. O produto é formulado sem álcool e não provoca ardência e chega para completar a linha Total 12 que, agora, está aliada a todos os benefícios da escovação. www.colgate.com.br
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A VOZ DO
É HORA DE OUSAR Para empreendedores que têm a vontade de fazer com que seu negócio trilhe um amplo crescimento em 2018, é chegado o momento de aproveitar todas as oportunidades que a retomada do País trouxe ao varejo
P
assado o carnaval, entramos
ras, o que indica que o dinheiro não irá
(Distribuidor Especializado em Cosméti-
na rota de realização do ano-
desaparecer do mercado.
cos) que o atende e, juntos, encontra-
-novo. E um ano bastante pro-
Assim, temos de estar preparados e
rem as oportunidades, tanto de espaço,
missor pelas razões já expos-
ousar um pouco mais no nosso negócio.
quanto do mix da categoria de HPC, de
tas em edições anteriores e
É a hora em que os consumidores po-
forma a garantir que esteja na vanguarda dos acontecimentos.
com um diferencial: trata-se
derão estar mais dispostos a novamen-
de um ano em que teremos a eleição
te migrar para produtos de maior valor,
Trabalhe na organização da gôndola e
presidencial e de governadores e ainda
especialmente no mercado de Higiene
na maior visibilidade do espaço destinado
a Copa do Mundo.
Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (HPC),
à categoria, uma vez que os resultados
Com isso, além da movimentação ge-
como forma de aumentar sua autoes-
aqui obtidos ajudarão muito a aumentar
rada por um dos maiores eventos espor-
tima, além da aptidão de comprar um
o tíquete médio e a margem de sua loja.
tivos do planeta, e da retomada do cres-
pouco mais desta categoria.
Não perca tempo! Você nunca se arre-
cimento econômico que estamos tendo,
E para que sua loja esteja preparada
penderá de investir na categoria que mais
será um ano em que pouco pode se es-
para esta retomada, você deve conver-
cresceu ao longo dos últimos 20 anos.
perar de restrições e medidas mais du-
sar e se orientar com o consultor do DEC
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Bons negócios!
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OPINIÃO
A FESTA ACABOU!
P LUIZ MARINS Antropólogo, escritor e consultor www.marins.com.br
ois é! As festas acabaram! Já se foram o Natal e as co-
tante para o ser humano. As festas são
memorações da passagem
instituições milenares da nossa socieda-
de ano e agora o carnaval.
de. Elas existem para que nos confrater-
Bem-vindo a 2018! E agora?
nizemos, para que paremos com o dia
Só sobrou a dura realidade!
a dia, até para celebrar tudo o que te-
Sobrou a realidade de que te-
mos: família, amigos, trabalho, nature-
mos de voltar a trabalhar, construir o hoje
za, a colheita e os bens que conquista-
para que o amanhã possa existir. Sobra-
mos pelo trabalho.
ram também as contas para pagar, é claro!
Mas lembre-se de que a festa só é festa
A grande verdade é que não adian-
porque trabalhamos, produzimos, temos
ta chorar, nem reclamar, nem fingir que
saúde. A festa é sempre uma gratidão
a festa ainda não acabou. Não adianta
por estarmos vivos, podendo celebrar.
já ficar pensando nos feriados de 2018.
Coloque em prática as ideias novas
Temos de trabalhar! Afinal, trabalha-
que teve. Crie, inove. Não deixe que a
mos as oito melhores horas de cada dia,
rotina tome conta de você e trabalhe
(para a maioria dos trabalhadores – das
muito para ter dinheiro e saúde e poder
8 às 18 horas) vezes os 35 melhores anos
comemorar todas as festas de sua vida.
de nossa vida (no mínimo!). Assim, trans-
PENSE NISSO:
formar as oito melhores horas nas pio-
• Festejar é uma das mais fortes ca-
res horas e os 35 melhores anos nos pio-
racterísticas humanas, desde o homem
res anos é, no mínimo, uma insanidade.
primitivo. As festas existem para agrade-
Os estudos modernos mostram que
cer, celebrar, unir pessoas, confraternizar;
nós é que construímos em nosso cérebro
• Portanto, é preciso curtir as festas e
os sentimentos de felicidade ou infelicida-
celebrar nossas conquistas, agradecer e
de. Pode reparar que, em duas situações
comemorar por termos chegado até aqui;
reais idênticas, algumas pessoas poderão
• A maior tristeza para um ser huma-
ver lados opostos: negativo e positivo.
Em vez de reclamar pelo fim das festas, é hora de procurar ver o lado positivo de ter o trabalho de volta 1 4 • M A R /A B R 2 0 1 8
Festejar é muito bom e muito impor-
no é a falta de trabalho, o desempre-
Afinal, se temos de voltar a trabalhar é
go, a ociosidade. Pessoas nessas condi-
porque temos um emprego, um trabalho.
ções têm dificuldade em festejar. Mas
E se temos um trabalho, é porque somos
conheço muitas delas que conseguem
necessários, úteis para alguém ou para
celebrar para agradecer o fato de esta-
alguma coisa.
rem vivas, por terem saúde e uma famí-
Pense em quantas pessoas desempre-
lia que as ampara;
gadas existem e que dariam tudo para
• E você? Você é uma pessoa que es-
voltar a trabalhar e fazer exatamente o
tá disposta e preparada para celebrar
que estamos agora reclamando de ter-
o seu trabalho, sendo grata por tudo?
mos de fazer.
Sucesso. Imagem FotoDivulgação Divulgação
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CONSULTORIA
PELO FIM IMEDIATO DA OLEOSIDADE Os xampus a seco também têm se renovado no mercado, no sentido de oferecer versões que podem atender aos mais diversos desejos
D
esde que chegaram ao mercado com a promes-
beterraba, que promovem o aumen-
sa de eliminar o aspecto
to da elasticidade e fortalecimento
pesado e oleoso dos ca-
da fibra capilar.
belos, sem a necessida-
Os produtos também têm se reno-
de de água, os xampus
vado no mercado, no sentido de ofe-
a seco conquistaram boa parte das
recer versões que podem atender aos
consumidoras brasileiras.
mais diversos desejos. Além das apre-
A praticidade de resgatar o aspec-
sentações tradicionais, indicadas para
to limpo dos fios sem precisar lavá-los
todos os tipos de fios, também estão
tem um segredo: esses produtos pos-
disponíveis fórmulas dirigidas a aumen-
suem substâncias capazes de absor-
tar o volume e outras voltadas a quem
ver a oleosidade aparente e também
tem cabelos quimicamente tratados.
de melhorar o odor, sem deixar resí-
A aplicação é bem simples. Oriente
duos de pó, características que os tor-
os consumidores a agitar bem antes de
nam um elemento-chave no nécessaire
usar e manter uma distância de apro-
das mulheres. Afinal, quem nunca te-
ximadamente 15 cm, vaporizar o pro-
ve um compromisso de última hora e
duto, sempre nos cabelos secos, apli-
não conseguiu deixar as madeixas em
cando desde a raiz até o comprimento
ordem a tempo, sem perder o horário?
dos fios que apresentam oleosidade.
Hoje, o mercado disponibiliza, in-
Depois da aplicação, deve-se massa-
clusive, diversas versões desses xam-
gear a região da raiz, com movimen-
pus, oferecidos em formato de spray.
tos, passando os dedos sobre as me-
Agora, além do objetivo principal, que
chas, até a umidade ser suavizada. Para
é o de eliminar a gordura, eles tam-
finalizar, basta pentear ou escovar os
bém trazem ativos capazes de tratar
cabelos para um acabamento perfeito.
os fios, trazendo, na composição, por
Abasteça sua loja com essa cate-
exemplo, filtros ultravioleta (UV), que
goria e mostre as facilidades que os
protegem contra agressões externas
xampus a seco podem trazer para a
e prolongam a luminosidade da cor;
mulher moderna, que não tem tem-
nutrientes, como a vitamina E, que
po a perder.
possui propriedades antioxidantes; e 1 6 • M A R /A B R 2 0 1 8
extratos provenientes do milho e da
*Informações concedidas pela Charming
Dica da editora! Imagem Shutterstock Foto Divulgação
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CAPA
INDÚSTRIA DA BELEZA DRIBLA CRISE E PROJETA CRESCIMENTO Por Kathlen Ramos
Setor deve avançar entre 5% e 6% em 2018, o dobro do esperado para o Produto Interno Bruto (PIB) do País. Retomada brasileira também será responsável por trazer mais inovação ao segmento
1 8 M A R /A B R 2 0 1 8
Imagens Shutterstock
H
á quem pense que os ar-
rículos iguais em mãos, tende a es-
tigos de Higiene Pessoal,
colher o profissional que tem a me-
Perfumaria e Cosméticos
lhor aparência”, argumenta o execu-
(HPC) são supérfluos e dis-
tivo da Abihpec.
pensáveis na lista de com-
O diretor superintendente da Beauty
pras dos brasileiros, espe-
Fair, Cesar Tsukuda, também acredita
cialmente num período em que mui-
na essencialidade do setor, capaz de
tos estão com o bolso mais apertado.
fazê-lo ser um dos últimos segmen-
Entretanto, a prática mostra o con-
tos a sentir a crise e um dos primei-
trário. Prova disso é o desempenho
ros a sair dela.
dessa indústria que, mesmo atingida
“No Brasil, não só as mulheres, co-
pela instabilidade do País, não dei-
mo também os homens, enxergam o
xou de faturar.
setor de beleza como uma das priori-
Para o presidente da Associação Bra-
dades de consumo dentro da sua lis-
sileira da Indústria de Higiene Pessoal,
ta. Assim, eventualmente, reduzem o
Perfumaria e Cosméticos (Abihpec),
tíquete médio, deixam de ir aos sa-
João Carlos Basilio, a justificativa pa-
lões, fazem procedimentos em casa,
ra essa força está no fato de que, no
compram produtos de valor agrega-
País, esses produtos são essenciais.
do menor, mas não deixam de se cui-
“É um hábito das brasileiras, por
dar e consumir”, justifica.
exemplo, manter os cabelos compri-
É justamente nesse cenário que se
dos, o que exige mais desembolso.
encontra uma grande oportunidade
Entretanto, elas não abrem mão des-
para indústria e varejo conquistarem
ses cuidados, pois os consideram uma
novos consumidores. “As mulheres
necessidade”, diz.
que pararam de ir ao salão estão com-
O mesmo acontece com a pele.
prando tratamento para o cabelo pa-
“A longevidade já é uma realidade
ra cuidar da saúde dos fios em casa.
e temos pessoas vivendo 100 anos
O mesmo vale para os cuidados com
ou mais. Portanto, os cuidados com
a pele e as unhas”, aposta a gerente
a pele também passam a ser essen-
de comunicação das marcas de bele-
ciais entre aqueles que querem retar-
za P&G, Livia Canepari.
dar o envelhecimento”, exemplifica
Outro fator que traz força ao setor
Basilio, acrescentando que a impor-
em qualquer cenário é o fato de que
tância dos produtos se estende ao
são muitos os que o consideram co-
mercado de trabalho.
mo indulgência. “A tendência Efeito
“A aparência é fundamental no am-
Batom explica o bom desempenho da
biente corporativo. De modo geral,
categoria. Nesse conceito, explica-se
quando o empregador tem dois cur-
que a população acaba gastando com
POTENCIALIZE AS VENDAS DE 2018 EVITE RUPTURAS E ACERTE NO MIX: quando a consumidora chega à loja, é importante que o sortimento correto esteja disponível. Na categoria cabelos, por exemplo, vale seguir o seguinte racional: 45% do volume em xampus e 55% em pós-xampus (divididos em 35% de condicionadores e 20% de tratamentos). ESTEJA ATENTO À EXPOSIÇÃO: fique atento ao posicionamento dos produtos e das marcas na loja e número de frentes adequado. Ações como essa ajudam a atender à necessidade do shopper (comprador) sem gerar ruptura e nem aumentar os dias de estoque. Essas orientações visam também aumentar a rentabilidade da gôndola por meio do tradeup (estímulo a compra de um produto de maior valor) e trade across (indução para a compra de produtos fora da lista, como itens de tratamento para o cabelo, por exemplo, aumentando o tíquete médio da categoria). DISPONIBILIZE OS LANÇAMENTOS: uma rápida introdução de inovações trará fidelidade do shopper à loja. Pontos extras da categoria também são importantes, já que em vários segmentos as compras acontecem por impulso (indulgência).
Fontes: gerente de Gerenciamento de Categorias da Divisão de Produtos de Grande Público da L’Oréal, Elaine Rocha; e gerente de comunicação das marcas de beleza P&G, Livia Canepari
• 19
CAPA
TENDÊNCIAS E OPORTUNIDADES DO SETOR • PREVENÇÃO À QUEDA DOS CABELOS E OUTROS TRATAMENTOS: de acordo com a pesquisa Mintel Cuidados
com o Cabelo, de abril de 2017, 32% dos brasileiros dizem sofrer com queda de cabelo, realidade que tem se acentuado especialmente entre as mulheres. Dessa forma, produtos capilares com posicionamento antiqueda poderão se beneficiar da tendência dos hairceuticals – fusão das palavras hair (cabelo) e pharmaceutical (farmacêutico). Com ingredientes naturais e medicinais, esses produtos prometem combinar tecnologia de ponta e resultados de alta performance para combater problemas capilares, como queda, afinamento e ressecamento dos fios. Outros produtos focados no tratamento dos fios, como óleos e leave-ins, considerados incrementais à cesta de beleza do shopper (comprador), também devem seguir em alta. • PRATICIDADE E RESULTADOS IMEDIATOS: com a correria do dia a dia, os consumidores têm buscado linhas que forneçam resultados imediatos, como as ampolas de tratamento com ação em três minutos, que proporcionam tratamento intenso, mas com rápido resultado. Além disso, o shopper também tem buscado por ingredientes naturais para manter um cabelo saudável. Ainda pensando no dia a dia atribulado das mulheres, ganham destaque produtos multifuncionais. São exemplos, as lâminas para depilação 2 em 1, que possuem barras de gel, que trazem praticidade para a depilação, dispensando o uso de cremes depilatórios. • LIMPEZA DA PELE: ainda há muita oportunidade de expansão e desenvolvimento do segmento limpeza, a exemplo de produtos, como água micelar e máscaras de argila. • PRODUTOS ANTIPOLUIÇÃO: assim como tem acontecido com cosméticos para a pele, produtos para cuidados com o cabelo contendo ingredientes que protejam os fios das impurezas do dia a dia têm grandes chances de atrair os consumidores brasileiros. Aliás, de acordo com a pesquisa Mintel Cuidados com o Cabelo, de abril de 2017, 21% dos brasileiros têm interesse em usar xampus antipoluição para os fios. Outra pesquisa da Mintel, dirigida para a pele do rosto, e realizada em novembro do ano passado, também indica que 20% dos brasileiros têm interesse em usar produtos faciais com benefício antipoluição. • PROTEÇÃO CONTRA A ILUMINAÇÃO ARTIFICIAL: graças ao alto uso da internet e de dispositivos móveis por parte dos brasileiros, a indústria cosmética começou a refletir sobre os riscos que a luz visível azul (emitida por aparelhos eletrônicos com telas, como celulares e computadores) pode causar à pele da população. Sabe-se que esse tipo de luz tem potencial de produzir radicais livres na derme, agredindo e danificando as estruturas da pele. • ARTIGOS PERSONALIZADOS: produtos de nicho poderão fazer com que o mercado se aqueça. Cosméticos naturais, orgânicos, veganos ou que sejam desenvolvidos especificamente para certos grupos demográficos (por exemplo, para idosos) poderão se destacar e ganhar espaço. Além disso, o mercado masculino continuará crescendo, com produtos específicos para cada etapa da rotina de beleza. Cosméticos destinados a pessoas que praticam esportes (resistentes ao suor, que não manchem a pele do rosto e do corpo, que possuam tecnologias que se adequem a temperaturas extremas de calor ou de frio) também poderão ganhar mais clientes, já que muitos brasileiros têm buscado se exercitar. Fontes: especialista sênior de Beleza e Cuidados Pessoais da Mintel, Juliana Martins; gerente de gerenciamento de categorias da Divisão de Produtos de Grande Público da L’Oréal, Elaine Rocha; e gerente de comunicação das marcas de beleza P&G, Livia Canepari
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produtos de cuidados pessoais em pe-
“A brasileira tem um alto envolvi-
ríodos de contração econômica, já que
mento com as categorias de beleza
Projeções e oportunidades para 2018
são itens que fazem bem à autoesti-
e, mesmo num momento de crise, es-
Segundo informou a Abihpec, ain-
ma e que podem ser encontrados a
ta cesta é a última a ser afetada. Ela
da com dados preliminares, até o fe-
preços acessíveis”, comenta a espe-
chega a trocar a marca de itens, mas
chamento desta reportagem, em 2017,
cialista sênior de Beleza e Cuidados
não reduz o número de artigos. Isto
o setor de HPC deve ter atingido um
Pessoais da Mintel, Juliana Martins.
acontece porque a beleza está asso-
crescimento real acima de 2%, o dobro
A gerente de gerenciamento de cate-
ciada à autoconfiança: é o momen-
do que o resultado do Produto Interno
gorias da Divisão de Produtos de Gran-
to dela esquecer as mazelas do dia a
Bruto (PIB) do País, que deve sinalizar
de Público da L’Oréal, Elaine Rocha,
dia”, conclui.
um crescimento da economia de 1%.
acredita, igualmente, que o consumo não deixa de acontecer.
Para este ano, a entidade projeta que a tendência de alta deve continuar. “Estimamos que o PIB alcance 2,5% em 2018 e, para o setor de HPC, esperamos que a alta alcance 5%, aproximadamente. O Brasil é, hoje, o quarto maior mercado do mundo nesse segmento, mas com a estabilidade, logo voltaremos a ser o terceiro”, analisa Basilio. As mesmas projeções são esperadas por Tsukuda. “Entendo que se o País pretende crescer perto de 3%, o mercado de beleza deve alcançar alta entre 5% e 6% e até um pouco acima disto”, projeta. Boa parte desses resultados, na visão do presidente da Abihpec, se dará pela inovação. “Sabemos que a inovação provoca a curiosidade de conhecer o produto e sua performance, e isto motiva a compra. Entretanto, a crise trouxe certo acomodamento nos últimos dois anos nesse sentido, porque a sociedade estava mais concentrada em produtos de maior valor agregado, fazendo com que a apresentação de itens inovadores ficasse estável, algo que com a retomada deve mudar”, projeta o executivo. • 21
CAPA
Elaine também acredita que o crescimento das categorias de beleza tem
essenciais para que as marcas atinjam as mais diversas localidades.
Já o canal farma é reconhecido por ser altamente especializado, não só em
acontecido por trás de inovações, al-
“Os pequenos e médios varejos têm
medicamentos, mas também em perfu-
go que o varejo também deve enxer-
sido fundamentais na distribuição dos
maria. “É o canal que recebe os lança-
gar como uma oportunidade.
nossos produtos, fazendo com que
mentos e as marcas mais premiums no
“As lojas devem fazer uma rápida
possamos assegurar de que cheguem
mercado e, por isso, é também consi-
introdução das categorias e dar visi-
a todos os shoppers em todos os pon-
derado um canal de ‘vitrine’”, comenta
bilidade por meio de excelente espa-
tos de venda (PDVs), alcançando nosso
a especialista da P&G, salientando que
ço em gôndola e uso de pontos ex-
objetivo de democratização da bele-
a tendência é de que a representativi-
tras. Um exemplo é a água micelar,
za. Aproximadamente 50% das nos-
dade do canal aumente, pois a consu-
que trouxe uma nova dinâmica ao
sas vendas acontecem no pequeno va-
midora brasileira, cada dia mais, bus-
mercado de cuidados com a pele; e
rejo, e nossos resultados não seriam
ca comprar seus produtos de beleza
o segmento de tratamentos, na cate-
tão expressivos se esta parceria não
em locais e ambientes especializados.
goria de capilar”, indica.
fosse tão consolidada”, avalia Elaine.
Para o presidente da Abihpec, as
Canais estratégicos
A comodidade para as compras tam-
farmácias têm concorrido fortemente
bém é outro atributo positivo dessas
com o setor de supermercados e es-
Para seguir em crescimento, a in-
lojas. “Cada vez mais as pessoas estão
tão ganhando essa “briga”. “A oferta
dústria também aposta na parceria
buscando conveniência e praticidade,
e variedade nas farmácias são maio-
com o varejo e, neste sentido, alguns
por isso precisamos estar preparados
res e já percebemos um crescimento
canais tornam-se estratégicos. Entre
para atender a essa demanda, estan-
muito forte de tendências de produ-
eles, estão os mercados de vizinhan-
do presentes nas lojas de bairro e com
tos que começam a ser comprados
ça que, num País de dimensões con-
o portfólio correto para as mesmas”,
em farmácias, como os desodoran-
tinentais como o Brasil, passam a ser
ressalta Livia.
tes”, comenta.
2 2 M A R /A B R 2 0 1 8
ESPAÇO PUBLICITÁRIO
GESTÃO
ESPAÇO NOBRE
NO VAREJO Por Kathlen Ramos
A área do checkout é o arremate final de toda a cadeia de abastecimento e ponto essencial para trazer oportunidades de compras por impulso. Veja como explorar esse ambiente
C
ada vez mais, os varejistas
Mas é preciso um olhar mais dire-
Sobre a frente do caixa, sabe-se que
têm estudado suas lojas além
cionado para cada um desses seto-
estes espaços se constituem, sem dú-
do ponto natural, a fim de
res, pois eles têm funções diferen-
vidas, em áreas nobres no ponto de
entender o papel e o poten-
tes. “Uma ponta de gôndola impacta
venda (PDV), afinal, se consolidam
cial dos demais pontos de
o shopper de uma maneira diferente
como o último ponto de contato do
contato do shopper (com-
do balcão farmacêutico, que por sua
shopper com a loja. Além disso, ao
prador) no estabelecimento e, com
vez difere do checkout e, assim, su-
esperar na fila para pagar suas com-
isto, garantir mais visibilidade e giro
cessivamente”, explica a diretora da
pras, uma parte significativa dos clien-
de produtos.
Mind Shopper, Alessandra Lima.
tes fica prestando atenção ao redor.
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Imagens Shutterstock
CHECKOUT: UMA OPÇÃO PARA O CONFINAMENTO DE PRODUTOS? São muitas as lojas que, por receio de furtos, confinam alguns produtos na loja, tirando-os do acesso direto do consumidor. Entretanto, essa estratégia, que a princípio parece ser uma alternativa eficaz para evitar prejuízos, é considerada por muitos especialistas como um verdadeiro “tiro no pé”, ao passo que se tiram essas mercadorias da visão do consumidor e, portanto, deixa-se de vendê-las. Seria, então, a área do checkout , que está “na mira” dos colaboradores, a mais adequada para colocar esse tipo de mercadoria? Segundo analisa a diretora de conteúdo da Academia de Varejo e diretora vogal do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar), Patricia Cotti, depende do produto. “Do ponto de vista operacional, esse tipo de confinamento resolve pela proximidade do atendente. Entretanto, isso pode gerar ao consumidor a ideia de que o produto não está disponível. O consumidor não está disposto a procurar este ou aquele item pela loja e esperar que ele lhe seja entregue”, alerta, acrescentando que, no fim, é uma conta que deve ser feita com relação à venda em áreas comuns e perda obtida versus a venda em área confinada, para ver qual delas dá mais resultado.
Devido a essa análise mais focada,
rada? Segundo Alessandra, antes de
A diretora da Mind Shopper enfati-
são muitos aqueles que interagem com
tudo, é fundamental ter em mente
za que o shopper não pode ter muitas
os produtos expostos a sua volta e,
que esse ambiente pode servir pa-
variáveis para avaliar antes da toma-
portanto, quando o varejista traba-
ra aumentar o tíquete médio e o gi-
da de decisão. “O checkout, quando
lha a área estrategicamente, muitas
ro, além de apresentar lançamentos
tem como função aumento de tíque-
compras por impulso podem ocorrer.
e novidades de produtos.
te/giro, tem de converter compras do
“É na frente do caixa que toda a ex-
Quando a ideia é aumentar o tíque-
periência de marca deve ser destacada,
te médio/giro, a especialista da Aca-
Entretanto, se a ideia com a fren-
onde as compras por impulso são mais
demia do Varejo ensina que é impor-
te do caixa for a de que ela cumpra
estimuladas e a ampliação de cesta se
tante expor produtos que tenham va-
o papel de apresentar lançamentos,
torna mais possível pelo simples ofere-
lores menores ou que estejam atrela-
a comunicação sobrepõe as orienta-
cimento de um produto complementar
dos às compras mais comuns.
ções anteriores. “Não necessariamen-
tipo ‘pega e leva’”, aconselha.
e que faça sentido diante da dinâmica
“Podem-se explorar desde os produ-
te, precisamos apresentar um único
de compra e do perfil daquele consu-
tos de indulgência e compra por impul-
SKU (a sigla que representa o termo
midor”, reforça a diretora de conteú-
so pessoal (o exemplo mais claro são
Stock Keeping Unit, em português,
do da Academia de Varejo e diretora
as embalagens menores, como balas,
Unidade de Manutenção de Estoque,
vogal do Instituto Brasileiro de Execu-
por exemplo) até aqueles itens que fa-
é definida como um identificador úni-
tivos de Varejo e Mercado de Consu-
çam sentido diante da cesta de com-
co de um produto e é utilizada pa-
mo (Ibevar), Patricia Cotti.
pra. Por exemplo: se a pessoa compra
ra manutenção de estoque) ou uma
Diante de tal importância dessa área
um sabonete, também pode fazer sen-
marca que já esteja consolidada. O
para o estabelecimento, de que for-
tido comprar um pote para o sabone-
principal desafio é gerar atrativida-
ma a frente do caixa pode ser explo-
te e coisas a ele relacionadas”, mostra.
de (nos casos anteriores, era garantir • 25
GESTÃO
HPC NA FRENTE DO CAIXA
a conversão). Para isto, além de uma
é a que fica”. “Filas, espera, demora
exposição atraente, a comunicação é
e mau atendimento, nesse momento,
fundamental para chamar a atenção
podem influenciar, em muito, não só a
de quem passa pelo checkout”, con-
compra momentânea, mas a volta ou
clui Alessandra.
não do cliente à loja”, alerta Patricia. Nesse sentido, é importante garan-
Cuidados no atendimento
tir um bom atendimento aos consumi-
As categorias mais tradicionais que costumam ser vendidas em checkouts são as guloseimas (balas, chicletes, chocolates...) e artigos conhecidos por “on to go”, que são aqueles que vêm com embalagens preparadas para o consumo rápido. Em farmácias, também são comuns o abastecimento desses espaços com Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs) ou vitaminas. Entretanto, a frente do caixa também pode ser abastecida com itens de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (HPC). Entre eles, incluem-se os kits de viagem ou embalagens diferenciadas de higiene oral, skincare facial ou cuidados com cabelos; protetor solar facial; hidratantes para áreas específicas (como mãos, pés, lábios...); cutelaria (acessórios e esmaltes); intimidade (preservativos e lubrificantes); maquiagens; e lâminas de barbear.
A área de frente do caixa não deve
dores nessa etapa. “Os funcionários
ser vista, apenas, como alavanca para
devem estar bem preparados, serem
as compras por impulso, embora essa
atenciosos e entenderem as diretrizes
meta seja bastante importante. O es-
de compra do consumidor. Isso envolve
paço é o fim da jornada do shopper
linguagem técnica, rapidez, empatia,
pela loja e, portanto, todo o encanta-
entre outros aspectos. Cada consumi-
mento do atendimento e sua opinião
dor tem um perfil”, comenta Patricia.
atuar ativamente nas vendas desses
sobre ambientação de loja estão pres-
Com o devido treinamento e com o
produtos. “É recomendável que o fun-
tes a ser concluídos. Neste caso, vale
cuidado de não serem invasivos, os co-
cionário seja orientado para essa ta-
a máxima de que “a última impressão
laboradores do caixa também podem
refa e que seja remunerado, variavel-
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Fonte: diretora da Mind Shopper, Alessandra Lima
mente, no caso de vendas extras dos
Cuidados no mix e na exposição
de uma exposição mais clean e foca-
produtos na frente do caixa”, sugere
Independentemente do objetivo com
da”, adverte a especialista da Acade-
o professor do Núcleo de Varejo Retail
o espaço de vendas da frente do caixa,
Lab ESPM e professor especialista em
a organização na exposição é mandató-
Assim como os excessos, a falta
varejo, Roberto Nascimento Oliveira.
ria para quaisquer estratégias funciona-
de produtos também é um ponto de
mia de Varejo.
Também é essencial alocar, nesses
rem. E aqui se tem um grande desafio:
atenção. “Como é uma área com es-
espaços, itens que geram interesse e
o checkout tem uma área pequena de
paço restrito, não se podem colocar
envolvimento para quem está na fila.
exposição, o que torna mais desafiador
muitos produtos, mas o abastecimen-
“Isso faz com que o tempo de espe-
definir mix e exposição. Em relação ao
to precisa ser rápido, afinal, não se po-
ra – em geral, visto de forma nega-
mix, vale a regra do “menos é mais”.
de deixar um espaço tão nobre com
tiva – torne-se imperceptível. Quan-
“O sortimento está correlacionado
rupturas. Além disso, é importante
to maior interação os produtos gera-
com a exposição – que deve ser ób-
que o preço do produto no ponto na-
rem, mais rápido o tempo passa e, his-
via, clara e fácil de ser assimilada pelo
tural seja igual ao praticado na frente
toricamente, independentemente do
shopper”, indica Alessandra. Patricia
do caixa”, alerta o prof. Oliveira, sa-
ponto de contato, quanto mais intera-
reforça que muitos varejistas pecam
lientando que é igualmente importan-
ção o shopper tem com uma catego-
pelo excesso de exposição. “Quem ex-
te ter expositores adequados para o
ria, maiores são suas chances de con-
põe tudo, não expõe nada, e os resul-
espaço, algo que pode ser conseguido
versão”, sinaliza Alessandra.
tados acabam sendo piores do que os
em parceria com os fornecedores. • 27
PONTO DE VENDA
ORGANIZAR PARA Por Flávia Corbó
VENDER MAIS
O sortimento e a exposição dos produtos nas gôndolas devem ser baseados no perfil dos clientes e na estratégia comercial da loja
T
er uma loja organizada é pon-
É necessário traçar estratégias de exe-
tegorias (GC), é presença constante. No
to fundamental para conse-
cução de categorias, ou seja, definir a
entanto, ainda são poucos os gestores
guir atrair o olhar do consu-
distribuição e apresentação dos produ-
que adotaram a prática como parte da
midor, facilitar a jornada de
tos na loja, seguindo conceitos baseados
rotina da loja. E é por isso que os cases
compras e efetuar a venda.
no comportamento do consumidor e no
de sucesso ainda são escassos.
No entanto, para que esse
perfil do ponto de venda (PDV).
É necessário conhecimento e dedica-
resultado seja alcançado com máximo
Em qualquer evento, palestra ou publi-
ção para que os conceitos gerem retor-
de excelência, é preciso ir muito além de
cação voltada aos profissionais de varejo,
nos práticos. “Existem abordagens pou-
uma simples arrumação das prateleiras
o tema execução de categorias, também
cos fundamentadas, com interpretações
e das gôndolas.
conhecido como Gerenciamento por Ca-
equivocadas, de visão de curto prazo,
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Imagens Shutterstock
COMO EXECUTAR As estratégias de execução de categoria variam muito de acordo com o perfil da loja e do público-alvo. No entanto, há alguns conceitos básicos que podem ser aplicados nas categorias mais relevantes do sortimento de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (HPC). Confira:
PELE Inicialmente, a seção deve ser separada entre produtos faciais e para o corpo. Dentro de cada uma dessas macrocategorias, orienta-se que os produtos sejam agrupados por tipo de uso, como hidratação, antissinais, limpeza, antiacne, demaquilantes e outros itens mais específicos, como o BB Cream. “Em cada bloco desses, expomos todas as opções de marcas, dando destaque para aqueles de maior valor agregado e se atentando ao espaço daqueles que possuem um maior giro”, aconselha o gerente de projetos da Mind Shopper, Cristiano Samara. Na área de produtos corporais, o direcionamento é semelhante. Primeiro, devem-se separar os subgrupos, como loções corporais, óleos e itens para partes específicas do corpo – mãos e cotovelos, por exemplo. Novamente, em cada bloco, os itens e marcas de maior valor agregado devem ganhar destaque. “Tenha maior atenção ao espaço dos produtos que têm um maior giro para evitar rupturas”, lembra.
CABELOS O shopper dessa categoria costuma comprar os produtos em conjuntos (xampu e condicionador de uma mesma marca ou linha, por exemplo). Portanto, segundo o especialista da Mind Shopper, a exposição deve ser organizada por blocos de marca, destacando a solução completa para cada linha. Ou seja, xampu, condicionador, creme de tratamento e para pentear de uma mesma marca devem ser agrupados juntos. Também deve-se dar destaque para os itens de maior valor agregado e evitar rupturas no espaço dedicado aos produtos de maior giro.
HIGIENE PESSOAL Dentro desse universo, há uma gama diversa de categorias, cada uma com direcionamentos completamente diferentes, como sabonetes, absorventes, desodorantes e higiene oral. De acordo com Samara, a orientação geral é que o varejista procure entender como é o comportamento do shopper na compra de cada uma das categorias para poder tomar as decisões. Vale buscar, junto aos fornecedores, qual a estratégia adequada para cada um desses grupos. O DEC (Distribuidor Especializado em Cosméticos) pode ajudar nesse processo, por meio de uma equipe especializada em layoutização, capaz de organizar toda a gôndola de perfumaria da loja, tornando-a mais atrativa e com fácil localização dos produtos, contemplando o mix ideal. Esse arranjo traz, como consequência, o aumento do tíquete médio de toda a categoria.
• 29
PONTO DE VENDA
que consideram o GC como um pro-
tegorias é definir o sortimento da loja.
Por isso, nenhuma execução de cate-
jeto, sendo que ele precisa ser enca-
Tarefa cada vez mais difícil visto o vo-
goria pode ser implementada sem que
rado como um processo”, alerta a di-
lume crescente de lançamentos da in-
a loja conte com um cadastro de clien-
retora da Connect Shopper e consul-
dústria de Higiene Pessoal, Perfumaria
tes adequado e um sistema que permi-
tora de varejo e shopper marketing,
e Cosméticos (HPC) – em média, qua-
ta acessar, processar e analisar de ma-
Fátima Merlin.
se 15 mil novos itens chegam ao mer-
neira prática as informações de vendas,
cado anualmente.
margem, giro, estoque, entre outros.
E como todo o processo, não existe começo, meio e fim. A execução de ca-
Na outra ponta, o cliente está cada
Tendo essas informações em mãos, é
tegorias envolve a construção de pilares
vez mais exigente, conectado e muni-
possível buscar fornecedores parceiros
básicos, baseados no estudo do perfil
do de um arsenal de informações. Em
que sejam capazes de entregar o sor-
do shopper (comprador), na constan-
busca do melhor preço, sortimento e
timento desejado por aquele consumi-
te alimentação e atualização do cadas-
serviço. Hoje em dia, os consumido-
dor e que possam compartilhar dados
tro de clientes e no engajamento das
res chegam a frequentar de três a mais
da árvore de decisão de cada categoria.
áreas e das equipes.
canais para abastecer o lar, compran-
O DEC (Distribuidor Especializado em
do, em média, produtos de três dife-
Cosméticos), por exemplo, pode ajudar
rentes fabricantes.
os varejistas nessa empreitada. O consul-
Já as estratégias traçadas estão em constante mudança, pois devem seguir e se adequar às mudanças de mercado.
Diante desse cenário, cresce a neces-
tor que atende à loja dispõe de todas as
“Estamos falando de situações, como,
sidade de criar ações cada vez mais as-
informações da categoria de HPC e, pelo
por exemplo, a entrada de lançamen-
sertivas para estimular o cliente a es-
perfil do estabelecimento, fará as orien-
tos na categoria, saída de produtos ou
colher o seu estabelecimento em meio
tações necessárias para indicar o melhor
fornecedores, mudanças da percepção
a tanta concorrência.
mix a ser trabalhado e o posicionamen-
do shopper, entre outros casos”, co-
Com esse objetivo, a execução de ca-
to ideal deste sortimento nas gôndolas.
menta o gerente de projetos da Mind
tegorias deve ter como norte facilitar e
Essa parceria é fundamental. Afinal, a
Shopper, Cristiano Samara.
agilizar o processo de compra e deci-
execução de categorias é um processo co-
Caso o varejista não esteja dispos-
são do cliente. “A intenção é permitir
laborativo. “O varejo não consegue tocar
to a arregaçar as mangas e colocar a
que encontre facilmente o que deseja,
sozinho, muito menos, a indústria. O es-
mão na massa, o investimento será em
engajá-lo de maneira positiva e ofere-
tabelecimento necessita das informações
vão. Em publicações internacionais, o
cer a ele a certeza de uma melhor com-
e da expertise de indústria/fornecedores
professor e doutor da Universidade do
pra e com uma experiência positiva, es-
e estes necessitam da área de exposição
Sul da Califórnia, Dr. Brian Harris, afir-
timulando-o a voltar”, define Fátima.
do varejo para conseguir colocar em prá-
ma que a ausência dos pilares essen-
Para essas metas serem atingidas, é
ciais à execução de categorias e a bus-
imprescindível que o varejista tenha de-
A relação de parceria deve ser 100%
ca por simplificações e automatizações
finido com clareza qual a estratégia e
transparente e todas as decisões estra-
são as razões pela qual a técnica ainda
o perfil da loja, o público-alvo e hábi-
tégicas devem ser tomadas em conjun-
não se firmou de vez por aqui e fazem
to de compra dos clientes.
to. De acordo com a relevância de ca-
com que muitos projetos acabem sem antes mesmo de nascerem.
Como planejar O desafio inicial de todo varejista que deseja implementar a execução de ca3 0 • M A R /A B R 2 0 1 8
tica suas estratégias”, ressalta Samara.
“Saber quem você é, suas limitações
da categoria para o perfil de consumi-
e potencialidades, saber para quem vo-
dor da loja é que deve ser definida a
cê vende, quais as necessidades que
estratégia do sortimento em todos os
seu cliente quer atendidas em sua lo-
aspectos: variedade, profundidade, am-
ja, ajudará em todo o processo”, des-
plitude e número de cada um dos itens
taca Fátima.
oferecidos pelo PDV.
ESPAÇO PUBLICITÁRIO
FINANCEIRO
ONDE ESTÁ O DINHEIRO? Por Adriana Bruno
Oferta de crédito para micro e pequenas empresas ainda está restrita, mas existem diversas alternativas aos empresários para este ano. Veja os principais passos para tomar um empréstimo de forma consciente
A
crise econômica afetou as
da Fundação Instituto de Administração
de caixa ou na realização de investimen-
Micro e Pequenas Empre-
(FIA), prof. Marcos Piellusch, conta que,
tos para o seu próprio desenvolvimento.
sas (MPEs) de várias manei-
de forma geral, os bancos, no período de
Entretanto, é importante destacar que tal
ras. Com a queda no consu-
crise, ficam mais cuidadosos em conce-
restrição se deve a diversos fatores, co-
mo, o aumento dos preços
der crédito. Então, dependendo da situa-
mo a situação atual do País, o aumento
de matéria-prima, de servi-
ção financeira da companhia, essa con-
do desemprego e, consequentemente, a
ços, de produtos e de fornecedores, mui-
cessão se dará de forma mais lenta. “Em
inadimplência em todos os setores, seja
tas dessas empresas passaram a figu-
2018, esse processo deve evoluir confor-
como pessoa física ou jurídica”, destaca
rar na lista dos inadimplentes e, com is-
me o cenário futuro, como, por exem-
o diretor executivo de desenvolvimento
to, aos poucos, o crédito ofertado pelos
plo, o resultado das eleições”, comenta.
no Sicoob UniMais, Sandro Roque.
bancos, sumiu.
A retenção de crédito para as MPEs se
Atualmente, o Banco Nacional de De-
O pesquisador do Instituto Brasileiro de
deve, na maioria das vezes, à falta de ga-
senvolvimento (BNDES) tem sido a porta
Executivos de Varejo e Mercado de Con-
rantias suficientes para aquisição de re-
de salvação para as MPEs que precisam
sumo (Ibevar) e professor de Finanças do
cursos. “Essas companhias enfrentam vá-
de crédito. O superintendente de Opera-
Laboratório de Finanças do Programa de
rias dificuldades na obtenção de recursos
ções Indiretas do BNDES, Marcelo Porteiro
Administração de Varejo (Labfin/Provar)
para trabalhar diariamente no seu fluxo
Cardoso, conta que as MPEs seguem co-
3 2 • M A R /A B R 2 0 1 8
Imagens Shutterstock
mo segmento prioritário para oferta de crédito da instituição em 2018. “Estamos investindo em parcerias e ferramentas que nos permitirão uma abordagem mais inclusiva das MPEs. Como exemplo, pode ser citado o Acordo de Cooperação firmado com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), que visa à criação de um plano de trabalho para melhorar o acesso das MPEs ao crédito”, diz. Segundo Cardoso, em 2017, 74.954 empresas MPEs foram financiadas em operações indiretas automáticas.
Crédito consciente Antes de procurar uma instituição finan-
CINCO DICAS PARA UMA TOMADA DE CRÉDITO CONSCIENTE 1 – Planeje o que fará com o dinheiro – um planejamento adequado e consciente é fundamental para a redução dos riscos. 2 – Separe as contas pessoais e da empresa. Retire apenas o pró-labore e o lucro e não faça retiradas do caixa para despesas pessoais. 3 – Escolha a forma de financiamento mais adequada ao seu investimento, considerando prazo, taxas, garantias, entre outros. 4 – Verifique se as entradas de caixa serão suficientes para pagar as parcelas do empréstimo. 5 – Monitore sempre os resultados, verificando o crescimento da empresa e evolução dos indicadores. Não espere o problema chegar para tomar ações corretivas. Fonte: pesquisador do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar) e professor de Finanças do Laboratório de Finanças do Programa de Administração de Varejo (Labfin/Provar) da Fundação Instituto de Administração (FIA), prof. Marcos Piellusch
ceira em busca de crédito, cabe ao empresário considerar uma série de fatores. De uma forma geral, a estratégia de in-
Segundo ele, se a empresa usar o di-
Outro critério a ser considerado é o pra-
vestimento deve levar em consideração o
nheiro obtido para fazer investimentos, o
zo e a necessidade do capital. Para ne-
retorno de determinado projeto ao lon-
negócio poderá crescer e, assim, gerar os
cessidade de curto prazo, um capital de
go do tempo e a sua exposição ao risco.
recursos necessários para pagar o banco.
curto prazo. Para uma necessidade de
“No caso de MPEs, é essencial que se-
“O maior risco que as empresas têm
longo prazo, um capital de longo prazo.
ja feito um planejamento correto das de-
quando contraem crédito é não poder pa-
“Devem-se levar em conta as taxas de
cisões financeiras e também uma pesqui-
gar as parcelas, tendo de recorrer a outro
juros e prazos e checar se a parcela ca-
sa sobre as fontes de financiamento dis-
banco para honrar os empréstimos. Nes-
berá no orçamento”, comenta o CEO da
poníveis no mercado para que o projeto
se momento, elas começam a se endivi-
Blue Numbers, Márcio Iavelberg.
se viabilize”, recomenda Cardoso.
dar demais e a perder o controle”, alerta.
Aliás, avaliar a capacidade de paga-
De maneira geral, a obtenção de crédi-
É importante ressaltar que, quando a
mento da dívida contraída é importan-
to é feita de forma mais saudável quan-
empresa obtém crédito, é necessário um
te para que a empresa não perca cre-
do o dinheiro é usado para fazer inves-
cuidado adicional: a disciplina financeira.
dibilidade junto ao mercado e aos ban-
timentos. “Não é recomendado tomar
É muito comum os empresários unirem as
cos. “Nesse caso, ao entrar numa lista
crédito para pagar despesas correntes,
contas pessoais com as da empresa, fa-
de mau pagador, os limites de crédito
como folha de pagamento ou fornece-
zendo retiradas diárias do caixa para pa-
podem ser reduzidos, com taxas maio-
dores. Isso porque, não necessariamen-
gamento de despesas pessoais.
res, comprovação de mais garantias e a
te, tais pagamentos não irão trazer cres-
“Essa prática é muito mais arriscada
grande chance de perder gradativamente
cimento ao negócio. E a tomada de cré-
e se torna ainda maior com o endivida-
o espaço no mercado, além do risco de
dito só vai prorrogar o problema com o
mento, pois a empresa tem um com-
assumir pessoalmente a responsabilida-
agravante de acarretar despesas com ju-
promisso a mais a cumprir: as parcelas
de caso a empresa não consiga honrar
ros”, diz o prof. Piellusch.
da dívida”, reforça.
seus compromissos”, comenta Roque. • 33
RECURSOS HUMANOS
CONFLITO DE GERAÇÕES Por Flávia Corbó
Com o advento da tecnologia, é cada vez mais comum que jovens ganhem posições de destaque dentro das empresas; a convivência com profissionais de gerações anteriores pode causar atritos se não for bem administrada
P
or melhor que esteja o clima
ferença de idade. Entra em cena, en-
ração Y – nascida entre os anos 1980
organizacional de uma em-
tão, o conflito de gerações.
e início da década de 1990 – chega às
presa, é natural que surjam al-
Esse tipo de atrito sempre existiu,
empresas com o poder de saber ma-
guns conflitos dentro da equi-
principalmente dentro de casa, entre
nejar tecnologias e os códigos cultu-
pe. Pessoas com referências,
pais e filhos, mas com a chegada da
rais de um mundo em transformação.
valores e costumes diferen-
internet, o choque de idades alcançou
“Essa dinâmica põe em xeque a ideia
tes, mas que convivem diariamente em
o ambiente corporativo.
de que um lugar de prestígio e poder
um mesmo ambiente, podem, às ve-
Antes, os jovens chegavam ao traba-
está garantido em função da experiên-
zes, ter problemas de relacionamento.
lho com o desejo de conquistar o po-
cia acumulada. Sendo assim, no mo-
Esse cenário se agrava quando os co-
der que estava nas mãos da geração
mento da tomada de decisão, a con-
laboradores possuem uma grande di-
anterior. Hoje em dia, a chamada Ge-
tribuição de trainees ou estagiários po-
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de contar tanto quanto a de executivos
que líderes jovens enfrentam maior re-
experientes. Lidar com isso é um desa-
sistência quando administram pessoas
fio”, explica o sócio e diretor de Arqui-
com diferentes pensamentos e idades.
tetura de Aprendizagem da Tamboro,
De acordo com Nogueira, a melhor
André Couto.
forma de comandar uma equipe, mes-
As características conflitantes são mui-
mo sendo jovem, é ter a consciência
tas. Enquanto os jovens, em geral, são
de que, apesar dos excelentes conhe-
impetuosos, querem mudanças bruscas
cimentos técnicos, ninguém sabe tu-
e rápidas, as gerações anteriores gostam
do. E o que falta pode estar disponível
de regras, normas e processos.
entre os membros da equipe liderada.
Por ter melhor domínio da tecnolo-
“Todo mundo sente prazer em per-
gia, os membros da Geração Y tam-
ceber que está contribuindo de for-
bém têm certa resistência a aceitar a
ma relevante para alguma coisa. Um
visão de profissionais mais experien-
líder precisa deixar os canais abertos”,
tes. “Não ouvir a famosa ‘voz da ex-
aconselha Couto.
Pratique empatia
periência’ é quase um lema para con-
Outra dica importante é evitar pre-
quistar o seu espaço”, destaca Couto.
julgamento pela idade e liderar focado
O mundo dos negócios está cada
Por outro lado, nascidos logo após
apenas em fatos e não com o perfil do
vez mais complexo e as empresas não
a Segunda Guerra Mundial, geração
colaborador em questão.“Dessa ma-
podem se dar ao luxo de desperdi-
chamada de baby boomers, têm mui-
neira, as chances do gestor ter suces-
çar conhecimento. Em momentos de
ta dificuldade de trabalhar em grupo.
so são maiores. O respeito será mais
transição e acomodação tecnológica,
Isso acaba por ajudar a criar aquelas
facilmente conquistado”, garante a só-
o convívio entre os saberes de diferen-
“panelinhas” no ambiente de traba-
cia e palestrante da AlleaoLado, em-
tes gerações é muito positivo e deve
lho. Já a geração jovem tende a ser
presa focada em palestras, treinamen-
ser valorizado.
mais colaborativa.
tos e consultoria, Alessandra Canuto.
Segundo Alessandra, o segredo para
“O desafio de um gestor é justa-
Já para os profissionais mais expe-
diminuir o atrito é ter empatia e coe-
mente administrar isso de forma que
rientes que sentem dificuldade em ser
rência. As decisões e orientações do lí-
toda sua equipe trabalhe em conjun-
liderados por alguém mais novo, o con-
der, independentemente da idade, pre-
to”, afirma o diretor de Auditoria da
selho é colocar-se no lugar do outro e
cisam ser coerentes aos fatos.
Crowe Horwath, Daniel Nogueira.
lembrar-se de quando era jovem.
“Não adianta agir de um jeito para
Líder jovem
“Provavelmente, embaixo da coura-
uma pessoa e de outro jeito com ou-
ça de um líder mais novo está alguém
tra por questão de afinidade de ideias
Devido à importância que a tecnolo-
inseguro tentando mostrar o seu valor.
e proximidade na idade. Usar dois pe-
gia ganhou dentro dos processos das
Além disso, é importante não desqua-
sos e duas medidas faz o líder perder a
empresas hoje em dia, tornou-se co-
lificar um profissional por conta da ju-
credibilidade”, garante. “O líder preci-
mum que jovens talentosos assumam
ventude. Por fim, saber demonstrar o
sa ser exemplo. Ter coerência na con-
postos importantes nas organizações.
seu valor com a delicadeza e pertinên-
vivência com a equipe faz com que ele
Nesse cenário, os conflitos de gera-
cia que só profissionais muito experien-
seja previsível e isto gera a confiança
ções tendem a ser maiores, uma vez
tes sabem como fazer”, orienta Couto.
dos liderados.” • 35
COMPORTAMENTO
CONSUMO INTERATIVO
Por Flávia Corbó
Permitir que o cliente faça uma experimentação do produto dentro do ponto de venda é uma das estratégias que devem ser adotadas entre varejistas interessados em oferecer uma experiência de compra diferenciada
D
iscussões sobre o futuro das
so promover mudanças nas experiên-
trabalhando só o olhar, investindo na
lojas físicas são constantes
cias de compra.
atração pelo design. Agora, é a ho-
em palestras e debates sobre
“A nova geração que está chegan-
ra de nos voltarmos para outras ques-
varejo. Especialistas da área
do ao mercado de consumo quer mo-
tões”, aponta a pesquisadora do Mes-
garantem que esses pontos
vimento, inovação, mas ainda conti-
trado Profissional em Comportamento
de venda (PDVs) irão resistir
nuamos oferecendo o mesmo forma-
do Consumidor (MPCC-ESPM) da ESPM,
ao crescimento acelerado das platafor-
to há décadas. Esse novo consumidor
Luciana Florêncio.
mas de comércio eletrônico, no entan-
quer ser atraído de outra maneira, por
Esse novo caminho envolve explorar
to, são unânimes em dizer que é preci-
outros sentidos. Ficamos muitos anos
o grande trunfo das lojas físicas: a pos-
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sibilidade de interação com o produto.
Junto a um aliado, as possibilidades
“Outros canais não conseguem ofere-
são muitas: criar um ponto extra es-
cer essa experiência. Tocar o produ-
pecial, que atraia o consumidor a tes-
to o torna real e alguns consumido-
tar o produto, trazer um representan-
res se sentem mais confiantes desta
te que possa fazer uma demonstração
forma. Todo o espaço comercial bus-
nas clientes ou promover uma campa-
ca o aumento das vendas, e os cin-
nha on-line, convidando à experimen-
co sentidos devem ser trabalhados a
tação presencial.
fim de conquistar tal objetivo”, afirma a presidente da Academia de Varejo, Andrea Securato.
Pontos de atenção Por mais que as parcerias sejam o
Quando se trata de produtos de Hi-
meio mais indicado para promover
giene Pessoal, Perfumaria e Cosméti-
ações diferenciadas, que estimulem
cos (HPC), as possibilidades de promo-
o cliente à experimentação, é preci-
ver experimentações são diversas. Nos
so ter parcimônia. O varejista deve
produtos para o cabelo e dermocos-
escolher produtos-chave, que sejam
méticos, por exemplo, é possível sen-
de interesse do consumidor da loja.
tir o cheiro, a textura e a absorção na
“Se ele fizer ações com todas as mar-
pele. Os produtos de maquiagem de-
cas ou produtos, vai cair na banaliza-
mandam ainda mais a necessidade de
ção. Por isso, insisto na ideia da par-
experimentação, uma vez que cada ti-
ceria. Não fazemos alianças com qual-
po e tonalidade de pele exige um pro-
quer um. É preciso ter uma relação de
duto específico.
confiança, onde há ganhos mútuos e
Algumas lojas já investem em atendentes treinadas para explicar os be-
TRAÇANDO ESTRATÉGIAS Na hora de planejar uma ação de experimentação no ponto de venda (PDV), o varejista pode utilizar o conceito de marketing chamado “4Ps”: 1.Produto: com quais itens o consumidor da loja teria mais interesse em interagir? 2.Preço: o produto escolhido será vendido a um valor especial? 3.Promoção: de que maneira vou divulgar a ação aos clientes? 4.Praça: a ação será limitada à loja física ou os clientes que comprarem o mesmo item pelo canal on-line terão condições diferenciadas ou benefícios? Fonte: pesquisadora do Mestrado Profissional em Comportamento do Consumidor (MPCC-ESPM) da ESPM, Luciana Florêncio
que exista relevância para a clientela”, reforça Luciana.
co. É comum que varejistas se envol-
nefícios dos produtos expostos, a fim
Para definir onde concentrar os es-
vam com marcas que apresentam uma
de auxiliar a escolha do consumidor.
forços, é preciso ter um registro e mo-
proposta interessante de demonstra-
No entanto, quando se trata de pro-
nitoramento dos clientes. Hoje em dia,
ção do produto, mas o item em des-
mover uma nova experiência de com-
a maioria das lojas possui softwares
taque nada tem a ver com o público
pra, é possível ir além. Para tal, o va-
de vendas que armazenam informa-
da loja. Aí, o varejista acaba gastan-
rejista deve unir força com fornecedo-
ções de perfil do consumidor. O nível
do tempo e energia e será uma ação
res qualificados, por exemplo, que são
de detalhamento dos dados depende
ruim para os dois lados”, alerta a es-
capazes de realizar ações especiais ou
da sofisticação do software, mas, ge-
pecialista da ESPM.
transmitir as novidades do mercado.
ralmente, apenas pela consulta do Ca-
Outra dica é ter mente aberta quan-
“Fazer por si é complicado. O va-
dastro de Pessoa Física (CPF), já é pos-
to à escolha dos produtos a ser colo-
rejista não domina o produto e, caso
sível identificar a frequência e o tipo
cados para experimentação. Quando
seja questionado pelo cliente, pode
de compra.
se trata de itens de cuidado pessoal e
não saber responder. Aí é que entra a
“Definir as ações de experimenta-
beleza, o natural é que o público fe-
questão de parceria”, defende Luciana.
ção a partir desses dados é estratégi-
minino seja o alvo principal. No entan-
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to, está mais do que na hora das lojas abrirem espaço para os cosméticos voltados ao público masculino. “Homens das classes C e D são consumidores com muito potencial. Quando você pergunta se eles têm intenção de comprar produtos de beleza masculinos, apresentam uma disposição de gastar um valor maior do que o dito pelas classes A e B”, destaca Luciana, lembrando que a vontade de consumir tende a aumentar uma vez que esse público seja convidado a interagir com os produtos expostos na gôndola. Independente do público-alvo da ação, é imprescindível que o atendente ou representante da indústria esteja muito preparado para os possíveis questionamentos dos clientes. O consumidor está cada vez mais indepen-
mosfera que torne o ambiente da lo-
tratégia da loja e do perfil do seu clien-
dente, sabe muito bem o que quer e
ja mais agradável. Isso faz parte da
te”, lembra Andrea. “Em Nova York, há
pesquisa bastante os produtos e os
estratégia de marketing.
um supermercado voltado para a clas-
“Uma iluminação adequada, por
se C que possui uma música ambiente
“Muitas vezes, eles já chegam à loja
exemplo, faz com que o seu consu-
composta por artistas populares, além
com mais informação sobre o produ-
midor se sinta mais confortável no
de apresentar o som mais alto e a ilu-
to do que o próprio vendedor. E, para
ambiente, fazendo com que ele ca-
minação bem clara”, exemplifica.
casos de ações de experimentação, é
minhe com mais tranquilidade para
As estratégias a ser seguidas devem
fundamental que os atendentes este-
aproveitar aquele momento de ex-
ser estudadas e definidas a partir das
jam devidamente treinados e bem in-
perimentação. Ele pode não enten-
peculiaridades do público do PDV. O
formados”, orienta Andrea.
der que o fator iluminação é o res-
mais importante é que elas sejam pen-
concorrentes antes de comprá-los.
“É importante trazer o consumidor
ponsável pela sensação de conforto
sadas com o intuito de deixar o clien-
para perto daquela experiência. Nor-
dentro da loja, mas vai lembrar que
te satisfeito e fazer com que ele volte.
malmente, isso é feito pelos promoto-
o espaço é um ambiente agradável”,
“Promover a experimentação de
res de venda, que, muitas vezes, não
argumenta Andrea.
produtos e uma experiência de com-
entendem a importância do seu pa-
Outro recurso simples de ser ado-
pra diferenciada é uma oportunida-
pel e são pouco treinados”, acrescenta.
tado é a música. Ela ativa a memória,
de de criar vínculos. Quando o consu-
traz boas lembranças e faz com que
midor entende que o seu estabeleci-
o cliente passe mais tempo no espa-
mento não é simplesmente um canal
Ambientação da loja A experimentação dos produtos po-
ço. Trabalhar as emoções do consu-
de compra, mas, sim, um lugar onde
de ser apenas uma parte de uma ex-
midor ajuda a envolvê-lo na experi-
ele pode ter uma jornada diferencia-
periência de compra. Uma loja que
mentação do produto.
da, ele se propõe a deixar o conforto
deseja se conectar com o consumi-
“Claro que a forma como esses recur-
dor deve pensar além e criar uma at-
sos são utilizados depende muito da es-
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do lar e a praticidade da internet para visitá-lo”, garante Luciana.
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CARINHO QUE SE REFLETE NAS COMPRAS Por Kathlen Ramos
Preocupadas em proporcionar o que há de melhor para seus pequenos, mães não abrem mão de qualidade e segurança nos produtos usados em seus filhos
“N
o mercado de cuidados in-
mais com os gastos e tendem a apostar
tretenimento, mas mantêm itens de con-
fantis, as mães estão bus-
na compra dos produtos que eles conhe-
sumo essenciais, como fraldas e produ-
cando, cada vez mais, pro-
cem e sabem que entregam uma boa
tos próprios para o organismo mais deli-
dutos com qualidade supe-
qualidade”, diz.
cado da criança”, pontua.
rior. Inclusive, aumentaram
Esse fato pode ser comprovado por
A compra desses produtos é feita, as-
os gastos com esses itens,
números. De acordo com o gerente de
sim, de forma mais inteligente, levando
procurando um equilíbrio com os be-
marketing & trade da Phisalia, Ricardo
em conta não apenas o preço dos pro-
nefícios que a compra pode trazer, pois
Iha, nos últimos cinco anos, o consumo
dutos, mas a segurança e qualidade, bem
entendem que não devem arriscar com
de produtos de Higiene Pessoal, Perfu-
como a conveniência e a facilidade em
a saúde e os cuidados de seus bebês,
maria e Cosméticos (HPC) infantis no País
torno da aquisição.
segundo afirma a diretora da categoria
cresceu 45,6%, obtendo bons resulta-
“O consumidor opta por artigos que fa-
de Cuidados Infantis da Kimberly-Clark,
dos mesmo em meio à crise econômica.
zem parte da rotina do bebê, como toa-
“Em épocas de crise, as famílias raciona-
lhas umedecidas, creme preventivo de
“Num cenário de recessão econômica,
lizam, adiam ou cortam despesas supér-
assaduras e fraldas – em um único pon-
os consumidores passam a se preocupar
fluas, como troca do carro, viagens e en-
to de venda (PDV), que ofereça a me-
Patricia Macedo.
4 2 • M A R /A B R 2 0 1 8
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CATEGORIA
lhor equalização com essa transação”, sinaliza Patricia.
DICAS DE EXPOSIÇÃO DA CATEGORIA
Nesse sentido, ganham destaque canais, como farmácias e mercados de vi-
1. Antes de iniciar a exposição, lembre-se de que um
zinhança. “O canal farma é considerado
gerenciamento eficaz da categoria de cuidados infantis inclui a
conveniente para compra desses produ-
criação de um ambiente que reflita a ternura do bebê. Portanto,
tos, sobretudo as fraldas, que fazem par-
a sugestão fica para a montagem de uma seção específica que
te de uma categoria considerada desti-
proporcione mais interação do shopper (comprador) com os
no, ou seja, o consumidor se desloca até
produtos; uma oferta de solução completa de compra; e o uso de
a loja especialmente para adquiri-los, fa-
elementos visuais para ajudar o cliente a localizar a categoria de
zendo com que as vendas das demais ca-
cuidados infantis.
tegorias de higiene infantil alavanquem
2. A ordem de exposição dos produtos deve estimular uma cesta
em função delas”, comenta a especialis-
de compras completa. Assim, além dos artigos de necessidade
ta da Kimberly-Clark.
básica, que representam maior volume de venda (fraldas, por
Já nos mercados de vizinhança, as lojas têm como característica essencial oferecer um mix reduzido de marcas e produtos, mas adequado ao perfil da região em que estão instaladas. Entretanto, para Iha, o ideal é que esses canais ofereçam não apenas alguns dos produtos que fazem parte desse mix, mas um sortimento que faça o cliente criar, no canal, a referência de onde encontrar produtos infantis de qualidade, que nem sempre são encontrados em mercados. “Por terem um perfil de atendimento mais próximo, os mercados de vizinhança também podem se diferenciar executando um bom trabalho de demonstração e
exemplo), a gôndola deve dar visibilidade aos produtos de maior valor agregado, como itens da linha pós-banho; e ter opções para todos os segmentos, como xampu, condicionador, sabonetes, óleo, creme hidratante, lenços umedecidos, etc. 3. Outro passo importante é o de dividir os produtos nas gôndolas por rotina (banho, pós-banho e troca de fralda) e, dentro de cada uma delas, separar os produtos por faixa etária. Dentro de cada faixa etária, separar por marcas. 4. A forma mais estratégica de posicionar os produtos de acordo com as rotinas é: • No começo da gôndola, colocar os produtos de menor penetração e maior valor agregado; no fim, os geradores de tráfego, como sabonetes, cuidados com o cabelo, lenços umedecidos e fraldas. • Produtos de pós-banho devem ficar na parte superior da gôndola, para estimular a compra. • Na parte central, posicionar os produtos para banho, em cima
orientação de produtos, além de explo-
de hair care.
rar a venda de kits presenteáveis, espe-
• No rodapé, a parte mais inferior da gôndola, devem ser
cialmente para chás de bebê ou mater-
expostos os sabonetes em barra e, acima, os sabonetes líquidos,
nidade”, sugere.
para desenvolver esse segmento.
Critérios com produtos Na categoria de cuidados com os bebês, é importante que os responsáveis
5. No início da gôndola, devem estar os produtos para crianças a partir de dois anos de idade. Em seguida, os produtos para bebês de zero a dois anos de idade, com os de troca, para que estejam próximos das fraldas, que ficam no fim.
pelo atendimento da loja esclareçam sobre a importância do uso de itens específicos para este público. 4 4 • M A R /A B R 2 0 1 8
Fonte: Johnson & Johnson
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“Nas crianças, a pele representa 13% do peso corporal. Ela é 30% mais fina e perde duas vezes mais líquidos quando comparada a de um adulto. Essas são características que precisam ser consideradas no desenvolvimento de produtos para esse público”, segundo explica a pediatra e gerente Scientific Engagement da Johnson & Johnson, Dra. Sabrina Battistella. Nesse contexto, diz a diretora técnica da Phisalia, Luciana Amiralian, no
clusiva camada que deixa a fralda até
e culex. “Eles podem ser usados por
desenvolvimento de produtos infantis,
três vezes mais seca. Neste ano, a mar-
crianças a partir de dois anos e prote-
a indústria seleciona, criteriosamente,
ca também apresentou One & Done,
gem por até quatro horas”, explica Iha.
os insumos utilizados.
linha de toalhas umedecidas que po-
Outro exemplo é a busca por pro-
dem ser usadas em todo o corpo e não
dutos específicos para fios cacheados,
apenas na hora da troca.
assim como acontece no mercado de
“Os ingredientes devem ser apropriados e seguros para a finalidade de uso proposta, avaliando, inclusive, o
Já a P&G lançou no mercado brasi-
cuidados com os cabelos femininos.
risco em casos de ingestão acidental
leiro uma linha completa de fraldas es-
A Unilever, com Baby Dove, trouxe,
do produto. Se a formulação incluir
pecialmente desenvolvida para bebês
recentemente, novos produtos para
fragrâncias, conservantes ou corantes,
prematuros, a Pampers Prematuro. A
compor a linha Hidratação Enrique-
estes deverão estar de acordo com a
menor fralda descartável do mundo
cida, com variantes específicas para
legislação pertinente, que contem-
foi desenvolvida considerando pecu-
cabelos cacheados e claros, além do
pla uma lista de substâncias permi-
liaridades destes bebês, como tama-
creme de pentear, indicado para to-
tidas para produtos de HPC”, conta.
nho e pele delicada.
dos os tipos de cabelo.
Nascem, assim, linhas cada vez mais
“A nova linha de xampus e condi-
específicas para atender às necessida-
Destaques no mercado
cionadores Baby Dove repõe a hidra-
des dos pequenos. “Os produtos são
A tendência do mercado adulto tam-
tação necessária para essa fase, man-
pensados e preparados para a pele de-
bém chega rápido ao segmento infan-
tendo a maciez dos fios e do couro ca-
licada dos bebês e das crianças, e os
til. O aumento da demanda por repe-
beludo sem agredir”, comenta a ge-
pais buscam essa proteção diferencia-
lentes para prevenir contra doenças
rente de Pesquisa e Desenvolvimen-
da para seus filhos”, aponta Patricia.
que têm alarmado o País, por exem-
to da marca, Sueli Cagliari.
Entre as fraldas, Huggies trouxe, re-
plo, fez com que a indústria se movi-
A JOHNSON’S também apostou em
centemente, as linhas Soft Touch – com
mentasse e atualizasse o portfólio di-
reforçar o portfólio de cuidados com
cobertura extrassuave e respirável, que
rigido às crianças.
os cabelos com a linha Força Vitami-
garante a máxima proteção para a pe-
Na Phisalia, uns dos destaques são
nada, exclusivamente desenvolvida
le sensível do bebê –, e a renovação
os Repelentes Trá Lá Lá Kids, eficazes
para realçar a força natural dos fios
de Supreme Care – agora igual para
contra os mosquitos da dengue, zica,
das crianças, além de trazer proteção
meninos e meninas, com a nova e ex-
chikungunya, febre amarela, malária
contra a queda.
4 6 • M A R /A B R 2 0 1 8
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EST
E DE SUCES
SO
CAS
U D O DE C ASO
EXCELÊNCIA ALIADA À INOVAÇÃO Por Kathlen Ramos
Antecipando as demandas dos clientes e crescendo com muito planejamento, Supermercado São José conseguiu crescer 20% em 2017 e já tem uma nova loja com abertura prevista para este ano
O
Supermercado São José sur-
as pessoas, bem como com os profissio-
manter o funcionamento, são 120 profis-
giu em 1992, com o propósi-
nais da loja e nossos fornecedores. As-
sionais contratados, que administram um
to de atender à demanda do
sim, gradativamente, conseguimos am-
portfólio aproximado de 12 mil produtos.
município São José da Coroa
pliar a estrutura física na proporção que
“Aumentamos, significativamente, a
Grande, localizado no litoral
fidelizamos clientes e aumentamos a va-
rede de fornecedores e ultrapassamos
sul de Pernambuco.
riedade de produtos”, relembra Anne.
metas (crescemos 20% em 2017). Por
A loja nasceu como um pequeno fri-
Outro grande trunfo do negócio, de
mérito, abriremos o novo Supermerca-
gorífico, mas o jovem casal de empreen-
acordo com os sócios, foi a possibilidade
do São José, em Barreiros (PE), ainda no
dedores – Edivaldo Vasconcelos da Silva
de poderem contar com a força de uma
primeiro semestre deste ano”, comemo-
e Anne Kelly Cristina da Silva Vasconcelos
empresa familiar. Além do casal, seus fi-
ra Anne, acrescentando que o sucesso
– já projetava um futuro próspero para o
lhos, sobrinhos e primos estão inseridos
dos empreendedores já é reconhecido
negócio. E, já naquela época, a estratégia
na gestão do supermercado, garantin-
no mercado.
estava focada no que há de mais atual en-
do um compromisso com o crescimen-
tre os varejistas do mercado: atendimen-
to de longo prazo.
Prova disso é o Prêmio Carrinho de
Ouro, na categoria Supermercado Des-
Foi com esse conceito e estrutura que
taque em 2017, pela Associação Per-
o Supermercado São José chegou em
nambucana de Supermercados (APES).
“Nossa atenção sempre esteve focada
2018 com uma trajetória de sucesso pa-
“O Supermercado São José tem, hoje,
na relação que temos com os clientes. As-
2
ra comemorar. Hoje, a loja com 1.800 m
vários concorrentes, porém tem o dife-
sim, buscamos o primor na tratativa com
e 16 checkouts é a maior da região. Para
rencial de sempre estar à frente, com ino-
to personalizado para superar as expectativas dos consumidores.
4 8 • M A R /A B R 2 0 1 8
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HORA DA BELEZA Representando 10% do faturamento total, está a categoria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (HPC), considerada estratégica dentro do Supermercado São José. Para administrar esses itens, a loja conta com a parceria do DEC Cadan, que já dura três anos. “O DEC (Distribuidor Especializado em Cosméticos) nos informa, em tempo hábil, as novas tendências de mercado; traz programas de capacitação com a parceria dos fornecedores para a loja; e acompanha as demandas do consumidor final, avaliando a aceitação de marcas e produtos”, destaca a sócia proprietária da loja, Anne Kelly Cristina da Silva Vasconcelos. A organização das gôndolas é outro trabalho com que o DEC Cadan contribui, conforme lembra a consultora de vendas, Rafaela Siqueira. “Trabalhamos com uma grande ferramenta que é a layoutização de lojas, fidelizando, assim, nossos clientes e parceiros”, diz. Para alavancar as vendas da categoria, algumas ações de marketing são contempladas. Em 2017, a loja realizou o Encontro das Cacheadas, com salão de beleza e realização de alguns serviços na hora, como testes de produtos e escova. Além disso, o atendimento personalizado no setor é uma constante. “Temos uma repositora/vendedora capacitada para atender os clientes e tirar suas dúvidas”, finaliza Anne.
vações e ações únicas e exclusivamente direcionadas aos seus clientes”, analisa a consultora de vendas do DEC Cadan, Rafaela Siqueira.
Foco no cliente O ano passado foi um período marcado pela dificuldade que os varejistas de diversos setores atravessaram pelo País, pois junto com a instabilidade econômica, muitos tiveram de se reinventar para fazer a conta fechar no fim do mês. Para Anne, o foco nos consumidores, algo que foi crucial desde o início dos negócios, continua sendo a principal chave para os bons resultados do mercado. “Fazemos tudo pensando no conforto do nosso cliente. Com isso, temos
Graziela Cristina Vasconcelos da Silva Lyra, Edivaldo Vasconcelos da Silva e Anne Kelly Cristina da Silva Vasconcelos
Ações promocionais
alguns pontos diferenciais, como canti-
Além das ações realizadas no calendá-
nho da criança (área de lazer), fraldário,
rio tradicional do varejo, rotineiramente,
Wi-Fi grátis, dois caixas presenciais com
a loja desenvolve promoções especiais,
assentos, cadeira de rodas à disposição,
como a “Terça da carne”, “Quarta-fria”,
campanhas sociais para idosos e crianças,
“Quinta na horta” e o “Super Sábado”,
patrocínio e incentivo ao esporte, come-
que pode contemplar quaisquer catego-
morações de datas especiais com partici-
rias de produtos.
pação dos clientes e incentivo à educação”, enumera a empreendedora.
“Utilizamos o Facebook e o Instagram como meios de comunicação para divul-
Como toda empresa que tem o foco no
gação de promoções, eventos e datas
cliente, o atendimento é um pilar primor-
especiais e, principalmente, pela possi-
dial. Dessa forma, programas de capaci-
bilidade de interação com o público. A
tação seguem um cronograma de acordo
nossa rede social é desenvolvida por uma
com o planejamento estratégico.
agência e acompanhada pela diretora de
“Desenvolvemos esses programas para
marketing, além de rádio interna, carro
a otimização das ações técnicas e também
de som e contrato com as principais rá-
comportamentais. Manuseio de alimen-
dios da região”, conta Anne.
tos, saúde e segurança do trabalho, técnicas em vendas, liderança, trabalho em equipe, resiliência, otimização do tempo, renovação dos propósitos preestabelecidos no planejamento estratégico da nossa
Supermercado São José Av. João Francisco de Melo, 237, São José da Coroa Grande (PE) Tel.: (81) 3688 1358
empresa, entre outros temas”, conta Anne. • 49