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Introdução

Filmes de terror são feitos dentro de determinada prática social e cultural com a capacidade de representar questões inerentes ao seu contexto histórico (ROGER CHARTIER, 1990). Os filmes de terror, nesse sentido, buscam se apropriar do sentimento do medo que sempre esteve presente na história da humanidade. Filmes de terror, por tanto, possuem uma carga histórica muito grande e rica para análise do comportamento humano ao longo de sua trajetória no tempo. Livros considerados sagrados como o Corão, a Bíblia e textos antigos da Ásia possuem muitos elementos com tema de terror e que descreve uma atmosfera do grotesco. O inconsciente humano, as mitologias que transcendem os séculos e as representações do cinema de terror possuem aspectos semelhantes. O medo como sentimento principal do gênero, habita na mente humana e reproduz monstros que se aproximam de criaturas criadas na mitologia (ELIADE, 1991). O cinema de terror, no entanto, replica estes monstros e evoca os medos mais primordiais do ser-humano. O gênero terror sempre foi usado como forma de entretenimento para o público de todas as idades, classes sociais e culturas, muitas vezes acompanhando o pensamento e a linguagem do ser-humano, com isso, o terror se apresenta em diversas formas de arte - o artista recria a partir de sua realidade usando recursos externos a ela de modo a decodificar uma significação mais ampla e social - as limitações, neste sentido, dão características estéticas específicas ao seu gênero. Os pôsteres da vanguarda Russa dos anos 1920 deixavam as estrelas do filme em segundo plano e o seu valor estava no conteúdo gráfico. Os artistas eram selecionados por instituições estatais como a Reklam Film para a produção de cartazes cinematográficos que possuíam soluções inovadoras, resultando em um estilo único para cada pôster e artista, chamando a atenção e motivando a imaginação do espectador. Durante o regime comunista na Polônia, muitos pôsteres foram produzidos com uma alteração de quase 100% dos originais de filmes estrangeiros e os artistas usavam os meios disponíveis (serigrafia, xilogravura, colagem e tipos móveis) naquele cenário para a elaboração desses cartazes. O resultado disso foi uma estética peculiar para cada filme, trazendo elementos surrealistas, minimalistas que se ligavam a metáforas do conceito do filme. Foi um movimento orgânico que se tornou referência no mundo todo posteriormente. Depois da queda do regime comunista, os pôsteres originais dos filmes, normalmente americanos, dominaram os cinemas novamente e os pôsteres produzidos na estética polonesa se transformaram em obras de arte. Cuba também influenciou o movimento de releituras de pôsteres estrangeiros. Os artistas produziam os cartazes dentro do ICAIC (Instituto Cubano del Arte e Industria Cinematográficos).

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