6 Cores do Videoclipe (volume teórico)

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PROJETO EXPOGRÁFICO

RICARDO DA SILVA SOUZA



PROJETO EXPOGRÁFICO

Elaborada pelo sistema de geração automática de ficha catalográfica do Centro Universitário Senac São Paulo com dados fornecidos pelo autor(a). Souza, Ricardo da Silva 6 Cores do Videoclipe / Ricardo da Silva Souza - São Paulo (SP), 2020. 80 f.: il. color. Orientador(a): Jair Alves da Silva Junior, Marcos de Almeida Prado Pecci

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro Universitário Senac, como exigência parcial para obtenção do grau de bacharel em Design com linha de formação específica em Design Gráfico. Orientador: Prof. Jair Alves da Silva Junior Prof. Marcos de Almeida Prado Pecci

Ricardo da Silva Souza

Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Design com linha de formação específica em Design Gráfico) - Centro Universitário Senac, São Paulo, 2020. 1. Design Gráfico 2. Expografia 3. LGBTQ+ 4. Representatividade 5. Videoclipe I. Junior, Jair Alves da Silva (Orient.) II. Pecci, Marcos de Almeida Prado (Orient.) III. Título

2020 São Paulo


Jair, obrigado por aceitar e acreditar nesse projeto, pela orientação, e por cada comentário, sua maneira de transmitir conhecimento e tranquilidade mesmo em momentos difíceis fez toda a diferença. Pecci, obrigado por me dar uma base teórica incrível e uma direção sobre o tema. Minha querida família por sempre me incentivarem e torcerem por mim. Minha mãe, que mesmo tendo demorado para aceitar, sempre me deu apoio e acreditou em mim. Meus irmãos que são meus melhores amigos e me apoiam em todos os momentos. Aos meus amigos que me ajudaram de todas as formas, contribuindo desde o início do projeto até o desenvolvimento e revisão, e me dando apoio ao longo desse processo. Um agradecimento especial para Bárbara Góes, Deise Oliveira, Kelly Lima, Nicholas Requena, Pedro Henrique, Priscila Midori e Vanderson Silva, que tiveram que aturar as minhas mensagens de socorro durante todo o desenvolvimento do projeto. Minha trajetória acadêmica foi uma caminhada longa com altos e baixos mas no fim, todos os momentos me trouxeram para onde estou e eu não poderia estar mais feliz.


O objetivo do projeto é criar uma exposição sobre representatividade LGBTQ+ em videoclipes, mostrando como se deu essa evolução do discurso acerca da comunidade nos audiovisuais e apontando a importância de representatividade. No estudo foi utilizado leitura de livros e artigos de diversos autores sobre o movimento LGBTQ+ e videoclipes, além de análises de clipes a fim de compreender a visibilidade e representatividade presente nestes. Levando em conta a evolução tecnológica, dos meios de produção de videoclipes e a democratização do acesso e criação destes audiovisuais, observa-se que com essa evolução se tornou mais fácil para artistas da comunidade LGBTQ+ produzirem e divulgarem seus trabalhos sem a necessidade de um intermediário, como no caso de uma gravadora ou canal televisivo.

PALAVRAS-CHAVE Design Gráfico Expografia LGBTQ+ Representatividade Videoclipe


OBJETIVOS

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DOCUMENTAÇÃO

JUSTIFICATIVA

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MEMORIAL DESCRITIVO

120

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

140

FUNDAMENTOS TEÓRICOS

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REFERÊNCIAS

142

PROJETO EXPOGRÁFICO

50

LISTA DE IMAGENS

144

APÊNDICE

152

ANEXOS

158

RESULTADOS DA PESQUISA

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REQUISITOS DO PROJETO

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ESTUDOS DE CONCEPÇÃO

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1.1 OBJETIVOS GERAIS Entender a visibilidade e representatividade LGBTQ+ em videoclipes para a produção de uma exposição.

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Entender o que é LGBTQ+; Pesquisar sobre representatividade e visibilidade; Entender o que é videoclipe; Analisar a comunidade LGBTQ+ na história do videoclipe; Desenvolver um conceito e função para a exposição; Entender a importância da representatividade na mídia; Pesquisar sobre os precursores desse movimento; Desenvolver uma projeto expográfico com intuito de demonstrar como se deu essa representatividade nesse audiovisual.


A visibilidade e representatividade da comunidade LGBTQ+ acontece de forma muito mais ampla do que ocorria antigamente, essa visibilidade resultou no aumento do debate sobre o assunto. O videoclipe é um dos produtos mais importantes para a divulgação de um artista musical, sendo um material que atinge diversos públicos. Considerando esse material audiovisual uma ferramenta essencial para que o artista se expresse, este tem a possibilidade de desenvolver um produto que cause impacto de diversos modos e em diversas camadas da sociedade. O momento atual do videoclipe está na fase mais democrática de sua história, hoje devido às novas ferramentas digitais como redes sociais e youtube, é possível artistas serem visibilizados sem a necessidade de um intermediário, como era o caso dos canais televisivos e gravadoras, seu trabalho vai diretamente de encontro com seu público. Considerando essas ferramentas digitais importantes para que a representatividade LGBTQ+ seja grande e alcance o maior público possível, se faz relevante demonstrar como se deu o início essa inserção desse grupo nesse audiovisual, apontando seus precursores e mostrando como se encontra o cenário atual utilizando uma exposição.


Para o projeto em questão, a parte teórica é composta por conceitos de Judith Butler (2002) sobre a teoria queer, artigos científicos e livros como o de João Silvério Trevisan (2018) sobre o movimento LGBTQ+ e livro de Ariane Diniz Holzbach (2016) sobre a invenção do videoclipe. Foram realizadas análises e pesquisas de videoclipes para melhor compreender como se deu a visibilidade e representatividade de figuras LGBTQs nos audiovisuais. Para o desenvolvimento deste trabalho foi realizada entrevista com Duda Leite, curador da maior premiação de videoclipes no Brasil, o Music Video Festival, para entender melhor o cenário atual do videoclipe no Brasil. Foi sucedida uma pesquisa quantitativa utilizando um questionário sobre consumo de videoclipes para entender melhor o público desse audiovisual. Também foi desenvolvida uma pesquisa de referências conceituais e visuais para o projeto, como identidade visual, tipografia, cores, design de informação, meios de comunicação, ou seja, todo processo necessário para o desenvolvimento de um projeto expográfico. Além disso, foi feita uma pesquisa sobre diversos tipos de exposição buscando analisar o espaço, público, organização, etc.


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MOVIMENTO LGBTQ+

O termo homossexualidade e sujeito homossexual surgiu no século XIX, anteriormente essa prática sexual entre indivíduos do mesmo sexo eram consideradas sodomia (uma atividade indesejável e pecaminosa), o que mudou na metade daquele século. O fato de possuir uma nomenclatura não mudou o fato de homens e mulheres homossexuais deixarem de ser um indivíduo perseguido e alvo de repulsa pela sociedade. Surgiu então a figura clínica do homossexual, termo lançado pela primeira vez em 1869, na Alemanha, pelo médico austro-húngaro Karl Maria Kertbeny, e desde então amplamente utilizado pela ciência, inclusive no Brasil. (TREVISAN, 2018, l. 3049)

O Dia Internacional do Orgulho LGBTQ+ é comemorado no dia 28 de junho. Esse dia foi escolhido porque em 28 de junho de 1969 em um bar chamado Stonewall Inn, na cidade de New York Estados Unidos, houve uma rebelião da comunidade LGBT, que frequentava esse bar, enfrentando os policiais americanos que rotineiramente promoviam batidas e revistas humilhantes em bares frequentado por homossexuais. O confronto durou alguns dias e é considerado um marco na história do movimento LGBTQ+. Diversos grupo de ativismo gay e lésbico foram fundados e a discussão sobre as pautas da comunidade tornaram-se mais recorrentes. Em 1970, foi realizada a primeira marcha do orgulho gay nos Estados Unidos, ato que passou a acontecer no mundo inteiro com o intuito de trazer a atenção para os direitos da comunidade LGBTQ+.

02: Manifestantes protestam no sul de Manhattan, no verão de 1969.

03: Primeira Parada do Orgulho LGBTQ+ em Nova York

Segundo Louro (2001, p.3), o debate do movimento aparece mais evidente no início dos anos 70, os grupo de ativismo ainda não se mostravam em grande número, e seus encontros e reuniões eram feitos de forma discreta. 01 Fachada do bar Stonewall Inn No vidro de Stonewall Inn, “Nós homossexuais pedido ao nosso povo que ajude a manter uma conduta pacífica e sossegada nas ruas da Vila” Mattachine“

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Pouco a pouco constrói-se a ideia de uma comunidade homossexual. Conforme Spargo,4 ao final dos anos 70, a política gay e lésbica abandonava o modelo que pretendia a libertação através da transformação do sistema e se encaminhava para um modelo que poderia ser chamado de ‘étnico’. Gays e lésbicas eram representados como “um grupo minoritário, igual mas diferente”; um grupo que buscava alcançar igualdade de direitos no interior da ordem social existente. Afirmava-se, discursiva e praticamente, uma identidade homossexual. (LOURO, 2001, p.3)

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MOVIMENTO LGBTQ+

O termo GLS (gays, lésbicas e simpatizantes) utilizada desde o começo dos anos 90, foi o primeiro a nomear esse grupo aqui no Brasil, porém o termo é excludente, não envolvendo outras orientações sexuais presentes na luta do movimento e por colocar o protagonismo nos gays, além disso, ignora as identidades de gênero não cisgênero (indivíduo que se identifica com o sexo de nascimento). Sendo assim, desde 2008 o Brasil alterou o uso da sigla GLS para LGBT, para se alinhar com a utilização do termo mundialmente. O pedido para a L fosse aplicada no começo da sigla foi feita por lésbicas feministas, como forma de destacar a desigualdade de gênero também presente nesta comunidade. A sigla LGBTQ+, passou por diversas atualizações e até hoje é discutido qual seu uso correto, recentemente o uso ideal varia entre LGBT, LGBTQ e LGBTQI+, sendo estes, termos que abordam grande parte dos indivíduos que fazem parte dessa comunidade. Lésbica: Mulher que sente atração sexual por outra mulher Gay: Homem que sente atração sexual por outro homem. Bissexual: Indivíduo que sente atração sexual pelos dois sexos. Transsexual: Indivíduo que não se identifica com o sexo de nascimento. Queer: Indivíduo que não se conforma com o padrão heteronormativo. Interssexual: Indivíduo que nasce com uma anatomia reprodutiva ou sexual que não se encaixa na definição típica de sexo feminino ou masculino. Assexual: Indivíduo que não possui atração sexual por qualquer pessoa. O + é utilizado para representar os demais integrantes da comunidade, como assexuais e pansexuais.

MOVIMENTO LGBTQ+

Segundo a filósofa Judith Butler (2002), “Queer adquire todo o seu poder precisamente através da invocação reiterada que o relaciona com acusações, patologias e insultos”. É importante ter em mente que um dos contextos definidores para a teoria queer nos anos 1980 e 1990 foi o vírus da Aids e as reações de muitos defensores da “cultura hétero” contra os gays, em resposta ao que era (e ainda é) geralmente visto como uma “praga gay”. (SALIH, 2016, n.p)

Butler amplia o conceito de Simone de Beauvoir sobre as identidades “generificadas” serem performativas “ninguém nasce mulher: torna-se mulher” (1980, v.2, p.9) retificando que ser mulher faz parte de uma construção social e que não necessariamente é definido biologicamente. Sugerindo que ser “mulher” é algo que “fazemos”, mais do que algo que “somos”. É importante frisar que Butler não está sugerindo que a identidade de gênero é uma performance, pois pressuporia a existência de um sujeito ou um ator que está fazendo tal performance. Butler rejeita essa noção ao afirmar que a performance preexiste ao performer, e esse argumento contra intuitivo, aparentemente impossível, levou muitas leitoras e leitores a confundir performatividade com performance. (SALIH, 2016, n.p)

A autora admite que quando formulou inicialmente essa ideia não fez distinção clara de performatividade e representação teatral propriamente dita. É importante ressaltar que, performatividade é um conceito que se desenvolve gradualmente ao longo de seus livros. Isso torna difícil defini-lo com alguma precisão. Tanto Beauvoir quanto Butler afirmam que o gênero é um processo que não tem origem nem fim, de modo que é algo que “fazemos”, e não algo que “somos”. Em seu artigo anterior, “Sex and Gender in Simone de Beauvoir’s Second Sex” (1986), Butler afirma, antes de mais nada, que “todo gênero é, por definição, não natural”, para então começar a desfazer a conexão entre sexo e gênero que muitos acreditam ser inevitável (SG, p. 35). Butler se distancia da suposição comum de que sexo, gênero e sexualidade estão inevitavelmente ligados, de modo que se um indivíduo biologicamente macho, apresentará necessariamente um comportamento “masculino” e sentirá atração sexual pelo sexo oposto, seguindo o padrão heteronormativo imposto pela sociedade. Em vez disso, Butler afirma que não há correlação entre o corpo do indivíduo e seu gênero. Sendo assim possível existir uma desconstrução dessa heteronormatividade enraizada na sociedade, podendo assim, existir um corpo designado como “fêmea” apresentando traços “masculinos”, bem como, um macho apresentando traços “femininos”.

A letra Q, adicionada na sigla LGBTQ+ em 1996 nos Estados Unidos, refere-se ao termo queer que não possui tradução exata para a Língua Portuguesa. Portando, o termo é entendido como algo estranho, raro, extraordinário e excêntrico, em outras palavras, o queer não está preocupado com definição, fixidez ou estabilidade, mas é transitivo, múltiplo e avesso à assimilação. Enquanto estudos gays e lésbicos enquadram os indivíduos em “sujeito masculino” e “sujeito feminino”, a teoria queer busca desconstruir essa ideia, afirmando a indeterminação e a instabilidade de todas as identidades sexuadas e “generificadas”. 04: Ilustração de personagens queer

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MOVIMENTO LGBTQ+

MOVIMENTO LGBTQ+

Preconceito Alguns grupos na sociedade, como grupos religiosos, pessoas em pró a “família” e que seguem valores descritos pela escritura sagrada, a bíblia, costumam considerar o indivíduo LGBTQ+ como um ser pecaminoso, abominável e anormal, causando efeitos irreversíveis em alguns membros dessa comunidade, fazendo assim com que estes sejam violentados verbalmente, psicologicamente e fisicamente. Durante muito tempo se estudou a origem da homossexulidade, o assunto intrigou diversos cientistas e psicólogos a ponto de desenvolverem inúmeras pesquisas sobre. Nas palavras do eminente médico-legista Leonídio Ribeiro, a tendência homossexual “passou então a ser estudada à luz da ciência, verificando-se que se tratava de uma anomalia caracterizada por uma preferência, do ponto de vista sexual, […] que um indivíduo manifesta de modo ativo, passivo ou misto, por outro indivíduo do mesmo sexo, quer seja homem ou mulher” (TREVISAN, 2018, l. 3056)

Dentre as diversas pesquisas desenvolvidas por cientistas, muitos desses passaram a acreditar que homossexuais possuíam pêlos pubianos, bacia e cintura predominantemente femininos, desenvolvimento exagerado das nádegas e pênis e ausência de pêlos no tórax, de acordo com uma análise de 184 homossexuais. Em 1990, cientistas “descobriram” que homossexuais apresentam 30% a mais de estria na mão esquerda em comparação com heterossexuais. Quando perguntado sobre, o escritor Jean Genet respondeu que buscar a origem da homossexualidade lhe parecia tão irrelevante quanto tentar saber por que seus olhos eram verdes. (GENET, p.92, 1978). De acordo com Trevisan (2018, l.401) tanta energia investida em pesquisas que apresentaram resultados tão irrelevantes, só poderia ser fruto de um preconceito secularmente enraizado nos cientistas, sendo assim, considerando passível de um exame, legitima a ideia de um desvio da normalidade ao questionar a origem da homossexualidade.

06: Protestos contra a “cura gay”

Na esfera da política a homofobia mostrava-se num tom mais grave. Num programa de rádio local, o vereador (1993) Renildo dos Santos, do vilarejo de Coqueiro Seco, de Alagoas, se assumiu bissexual. Após a afirmação, o vereador foi afastado por “quebra de decoro”, e mesmo pedindo proteção à justiça, nada foi feito, Renildo foi brutalmente assassinado, tendo seus órgãos genitais mutilados, pernas quebradas, dedos e unhas da mão arrancados, sua cabeça foi encontrada num rio próximo ao local sem os olhos, língua e orelhas, além de dois tiros num ouvido. Em 2011, foi apresentado um projeto de decreto legislativo PDC 234/ 11, nomeado de “cura gay”, pelo pastor deputado João Campos (PSDB) então presidente da Frente Parlamentar Evangélica. O objetivo desse projeto era chamar atenção para o Conselho Federal de Psicologia (CFP) reconsiderar a homossexualidade como patologia, fazendo-se necessário a busca de uma cura. A tentativa da aprovação dessa lei causou uma avalanche de protestos de diversos modos e em toda parte do país, era organizada manifestações, “beijaços” e grande parte da internet mostrava apoio utilizando a frase “não há cura para o que não é doença”. Os casos de cura homossexual iniciaram nos Estados Unidos e se espalharam pelo mundo, sendo fundamentado pela igreja, essa cura possuía diversos nomes com falso rigor científico: Terapia de Reorientação Sexual, Terapia de Conversão ou Terapia Reparativa. Dentre esses métodos de “cura”, também era feito um exorcismo ritual na pessoa LGBTQ+ para libertar o demônio que os religiosos acreditavam que habitava no indivíduo.

05: Manifestação contra “cura gay”

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Em 2016, voltou a ser apresentada o projeto de “cura gay” pela bancada evangélica, visando a permissão do tratamento por parte de psicólogos sem serem punidos. O projeto foi apresentado pelo deputado Ezequiel Teixeira, pastor evangélico da Associação Missionária Vida Nova. Seu subtítulo explicitava: “Dispõe sobre o direito à modificação da orientação sexual em atenção a Dignidade Humana” [sic]. Já no artigo 1º, o texto propunha: 25


MOVIMENTO LGBTQ+

MOVIMENTO LGBTQ+

Fica facultado ao profissional de saúde mental, atender e aplicar terapias e tratamentos científicos ao paciente diagnosticado com os transtornos psicológicos da orientação sexual egodistônica, transtorno da maturação sexual, transtorno do relacionamento sexual e transtorno do desenvolvimento sexual, visando auxiliar a mudança da orientação sexual, deixando o paciente de ser homossexual para ser heterossexual, desde que corresponda ao seu desejo. (TREVISAN, 2018, l. 3222 a 8229)

Por anos a insistência da chamada “cura gay” vem se tornando prioridade para diversos grupos conservadores, ressalto aqui a igreja cristã, que por muito tempo vem atribuindo a moral e bons costumes cristãos como principal motivo de suas tentativas frustradas de curar a orientação sexual de um indivíduo. A culpa era a principal forma de convencer o paciente de que ele precisa ser curado seguindo os ensinamentos divinos, causando assim, diversos danos físicos e psicológicos em inúmeras pessoas, torturando, matando ou causando a mortes destes, em nome de Deus. Depois se propuseram a curar doentes que seus dogmas causaram. Teixeira afirmava que “a homossexualidade causa diversos transtornos psicológicos” e dizia que a “mudança de orientação sexual encontra-se cientificamente comprovada” mesmo não apresentando nenhum caso em que a conversão se mostrou bem sucedida. Segundo Trevisan (2018, l.7963), a instalação da direita maliciosa no congresso, se deu no começo do século XXI com a bancada evangélica ganhando força e espaço, a “nova” direita começou a emergir, bastou a bancada religiosa, a bancada ruralista e o núcleo militarista-fascista centrado em Jair Bolsonaro se unirem. Bolsonaro era capitão da reserva do exército, defensor da ditadura militar, admirador de torturadores, racista, inimigo declarado do feminismo, crítico dos direitos humanos e homofóbico com orgulho, já tendo recebido inúmeras multas e sendo campeão de denúncias na Câmara. Sendo autor dos seguintes comentários: “O filho começa a ficar assim, meio gayzinho, leva um couro e muda o comportamento dele. A gente precisa agir” e “Não vou combater nem discriminar, mas se eu vir dois homens se beijando na rua, vou bater”. A onda conservadora que vem acontecendo no mundo, destacando o caso do Brasil e Estados Unidos elegendo presidentes explicitamente preconceituosos, se utiliza de meios baixos como fake news para manipular a população, demonstrando a falta de empatia desses eleitores pelas minoria ofendidas por esses políticos de extrema direita.

Visibilidade A visibilidade de um grupo, ocorre quando este, deixa o campo da invisibilidade social e se torna algo notável e aparente na sociedade. No Brasil, essa visibilidade de minorias se faz importante considerando o fato de ser um país com uma grande diversidade de pessoas, não é coerente notarmos somente um tipo de indivíduo preenchendo todos os espaços, como é o caso de homens brancos héteros cisgênero. Uma grande ferramenta de visibilidade atualmente, se dá pelas Paradas do Orgulho LGBTQ+ que acontecem em todo o Brasil, levantando a bandeira do movimento reivindicando o direito à livre expressão da sexualidade como Direito Humano. As Paradas do Orgulho LGBT constituem talvez o fenômeno social e político mais inovador do Brasil urbano, unindo protesto e celebração e retomando, desse modo, as bandeiras de respeito e solidariedade levantadas pelos movimentos que reivindicam o direito à livre expressão da sexualidade como Direito Humano. (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2011, p.3)

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07: Integrantes da ABGLT

A década de 70 foi um momento de início para os movimentos LGBTQ+, feminista e negro se juntarem para propor transformações sociais no sentido de repressão e desigualdade. Nesse período surgiu o grupo Somos de Afirmação Homossexual, de São Paulo, e o jornal Lampião da Esquina, editado no Rio de Janeiro, gerando espaço e visibilidade para a comunidade. Na década de 80, surgiram os grupos Triângulo Rosa e Atobá, do Rio de Janeiro, e o Grupo Gay da Bahia, estes grupos tinham como objetivo criar atividades comunitárias e promover uma mudança sociais e em diferentes níveis do governo. O Grupo Gay da Bahia coordenou o pedido de retirada da homossexualidade do Código de Classificação de Doenças do Inamps. Em 1995, foi criada a Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Travestis (ABGLT), através da celebração anual de encontros de organizações ativistas, com intuito de promover ações que garantam cidadania e direitos humanos para a população LGBTQ+, contribuindo para a construção de uma sociedade democrática em que nenhum indivíduo sofra repressão por orientação sexual ou identidade de gênero. Hoje a ABGLT é uma rede consolidada com mais de 300 entidades LGBTQ+ e congêneres afiliadas em todos os estados do país. Em 1995, na sua formação havia menos de 40 grupos de ativismo LGBTQ+ no Brasil, não tendo uma visibilidade expressiva na época, hoje com diversos grupos militantes espalhados pelo país inteiro, sendo possível a realização de mais de 250 Paradas e mais de 500 ações anuais de visibilidade, além disso, temos políticas públicas para indivíduos LGBTQ+ em diversas esferas de governo e direitos reconhecidos e garantidos pela justiça. Nota-se um grande avanço, porém, há muito mais a ser conquistado e diversos lugares ainda a serem ocupados pela comunidade.

Representatividade A representatividade está ligada à ideia de representar um grupo, concretizando-se através de ações e participações de indivíduos pertencentes à classe representada. Dando voz e sendo uma figura com aspectos históricos, físicos e culturais que podem ter impacto em seus semelhantes, almejando a auto-aceitação e auto-conhecimento destes. A representatividade aplicada em diversos cenários da sociedade se faz de grande importância por ser possível atingir um número enorme de pessoas, como na música, sendo uma ferramenta livre para o artista passar sua vivência e ser uma voz para determinados grupos. 27


VIDEOCLIPE

O termo “música pop” utilizado para classificar músicas, artistas, gêneros, produtos, etc., refere-se a um objeto que popular, ligado à massa. Como abreviação de “popular” (“pop”), a palavra circunscreve de maneira um tanto quanto clara, as expressões aos quais, de alguma forma, nomeia: são produtos populares, no sentido de orientados para o que podemos chamar vagamente de massa, “grande público”, e que são produzidos dentro de premissas das indústrias da cultura (televisão, cinema, música, etc.). (SÁ; CARREIRO; FERRARAZ, 2015, p.19)

A música pop carrega, nesse mesmo sentido, a ideia de ser um produto “mainstream” – ou seja “a produção de bens culturais criados sob a égide do capitalismo tardio e cognitivo que ocupa lugar de destaque dentro dos circuitos de consumo midiático”. (MARTEL, 2012, p. 11) Os produtos da cultura pop são vistos como algo direcionado para o lazer e entretenimento, que muita vezes pode conter uma mensagem ou um ponto de vista político no meio de sua arte, fazendo assim com que seu público reflita e debata sobre determinado assunto. Trata-se de “uma nova sensibilidade, um novo raciocínio, mais estético, mais visual e sonoro, que implicam uma nova forma de percepção do mundo, característica da era audiovisual”. (GOMES, 2008, p. 110) Cabe pensarmos em problematizar as inclinações analíticas que insistem em cristalizar a ideia de que estamos diante de fenômenos de baixa qualidade estética, dotados de fórmulas, excessivamente clichês.(SÁ; CARREIRO; FERRARAZ, 2015, p.23)

O surgimento do videoclipe tornou possível para os artistas musicais divulgarem suas músicas utilizando essa nova ferramenta audiovisual. Produzindo um material com roteiro, efeitos especiais e edição que criam uma experiência a quem assiste, constituindo uma ponte entre cultura musical e audiovisual.

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Alguns autores como Joan Lynch (1984), Margareth Morse (1986) e Leslie Savan (1993), veem o videoclipe como uma mercadoria que controla os gostos da audiência e visa unicamente ao lucro.

09: Scopitone

Os autores afirmam que uma das grandes características do gênero é oferecer da melhor maneira o seu produto, nesse caso, a música e o artista. Margareth Morse diz que os vídeos não são apenas vendedores de músicas, são vendedores de um conceito. Segundo a autora os videoclipes não fazem publicidade apenas de suas músicas, mas do estilo de vestir do músico, seus gestos, performances e produtos relacionados a ele, como os álbuns: “rock videos, como a publicidade, servem para controlar as forças do mercado bem como promover outras mercadorias (HOLZBACH, 2016, n.p).

Algumas experiências estéticas surgiram a partir de 1950, como o filme dos Beatles, desde então era feito diversas videoartes que inspiraram o videoclipe que conhecemos hoje.

História do videoclipe

Um dos primeiros veículos a demonstrarem um formato similar ao videoclipe que conhecemos hoje foi a Soundies, uma jukebox que transmitia pequenos clipes, criada em 1940 pela empresa Mills Novelty Company em Chicago. As máquinas eram dispostas em restaurantes, clubes noturnos e entradas de teatros pelo Canadá e Estados Unidos. Os vídeos em preto e branco tinham duração de 3 minutos com trilhas sonoras opcionais e eram projetados em uma pequena tela (OSCARS, 2011).

Baseada na tecnologia da Soundies, a Scopitone era uma jukebox originária na França na década de 1960, que transmitia vídeos filmados por uma câmera de 16mm acompanhados de uma música. A primeira Scopitone foi feita na França em 1960 e se espalhou pela Europa em pouco tempo antes de cruzar o Atlântico para os Estados Unidos em 1964.

Para Matt Hanson (2006), a obra Motion Painting No.1 de Oskar Fischinger de 1949, é o primeiro protótipo de videoclipe. Já o filme dos Beatles, A Hard Day’s Night de 1964, de Richard Lester, é considerado por ele um referencial nas experiências estéticas que se aproximam a esse gênero colaborando para a definição de sua gramática visual. Em concordância com Hanson, Carvalho (2006) contempla essa produção como um demarcador da linguagem do clipe, pois apresenta elementos como “movimentos de câmera, efeitos de transição de imagens, iluminação especial, takes rápidos e o corte na batida” (p.12) (CALDAS, 2013, p.2).

Esse produto audiovisual surgiu na mídia em uma parte do século XX porém só se tornou um produto relevante com a estreia da MTV em 1981. Artistas como Michael Jackson e Madonna foram ícone importantes para a consolidação do videoclipe como produto da cultura do entretenimento. Como forma de posicionamento de um artista no mercado da música, o videoclipe se impõe como uma extensão de um tempo de lazer do indivíduo e modela, com isso, apontamentos e pontos de vista dentro de uma vivência na cultura pop. (SÁ; CARREIRO; FERRARAZ, 2015, p.29)

08: Soundies

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MTV

A MTV foi ao ar pela primeira vez nos EUA em 1º de agosto de 1981, e fez história ao se figurar como o primeiro canal dedicado exclusivamente à música, utilizando VJ (video-jóqueis) para apresentar os diversos videoclipes durante a programação. Sua primeira vinheta exibida mostrava um astronauta cravando uma bandeira com o logo da MTV na lua, o símbolo se consagrou como referência para o canal (TEIXEIRA, 2006). “I want my MTV” foi o slogan publicitário adotado para divulgar o canal, sendo responsável pela criação de diversas peças promocionais para difundir a emissora entre seu público-alvo. Algumas vinhetas foram desenvolvidas com o mesmo objetivo e contavam com a participação de ídolos da música pop, como Michael Jackson e Madonna, que repetiam ao final de cada vinheta a célebre frase “I want my MTV”. (TEIXEIRA, 2006, p.19)

mais frequente, com isso ficou mais fácil de tentar reproduzir looks da Madonna e coreografias do Michael Jackson (TEIXEIRA, 2006). Iniciou uma revolução no modo de se vestir do público da emissora, fãs do mundo todo se espelhavam no seus ídolos e reproduziam roupas, maquiagens e coreografias, o que se chamou posteriormente de “geração MTV” (TEIXEIRA, 2006). Muitos artistas se aproveitavam dessa superexposição para criar videoclipes muito mais elaborados e às vezes polêmicos, com a intenção de ficarem repercutirem na MTV, fazendo com que a música se alavanque junto com o audiovisual, Michael Jackson e Madonna são exemplos clássicos desse método (TEIXEIRA, 2006).

10: Astronauta cravando bandeira na lua.

O slogan não se limitava-se apenas para o meio televisivo, o canal utilizava deste para estampar camisetas e comercializar para o público-alvo do canal, jovens de 12 a 34 anos, que usavam as camisetas com certo orgulho. A banda britânica Dire Straits faz uma crítica à suposta banalização da música e do artista feita pela MTV através do videoclipe de Money for Nothing, onde criticavam os artistas e a emissora alegando que seu conteúdo não vale nada. No videoclipe da música mostra uma animação de dois trabalhadores fazendo mudança no interior de uma casa com a televisão ligada na MTV, o clipe foi escolhido para ser o primeiro a ser exibido na MTV Europa, o que reforçou a imagem de descolada que a emissora carrega até hoje (HOLZBACH, 2016). O espaço dado para artistas na televisão antes da MTV, era limitado a entrevistas para talk shows onde o artista conversava com o apresentador por alguns minutos e cantava uma música. Com o surgimento da MTV, a aproximação do artista com o fã se tornou 30

13: Madonna no início da carreira

11: Slogan “I want my MTV”

12: Cena do clipe Money for Nothing

O primeiro grande sucesso da MTV aconteceu com o videoclipe de Thriller, de Michael Jackson, que ironicamente quase não foi autorizado ser exibido pela emissora por possuir 14 minutos. O sucesso do videoclipe quebrou barreiras e movimentou a economia do entretenimento, pessoas do mundo todo reproduziam a coreografia e compravam a jaqueta utilizada por Michael no vídeo, além de transformar a MTV em uma grande potência entre jovens de diversas classes, o vídeo forçou a emissora a abrir espaço para mais artistas negros (TEIXEIRA, 2006).

14: Michael Jackson em Thriller

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MTV

Sendo considerado um dos maiores marcos da história da música, o sexto álbum de estúdio de Michael Jackson, Thriller, revolucionou a indústria, quebrou barreiras raciais e é o mais vendido de todos os tempos até os dias de hoje com 104 milhões de cópias vendidas e 14 milhões de VHS vendidos do clipe de Thriller (TEIXEIRA, 2006). Nelson George (2004, p. 24), autor, crítico musical e jornalista, escreveu: “É difícil ouvir as músicas de Thriller e esquecer de seus vídeos. Para a maioria de nós, as imagens definem as músicas. Na verdade, pode-se argumentar que Michael é o primeiro artista da era da MTV a ter um álbum inteiro intimamente ligado à imaginação do público com à sua própria.” Holzbach (2016) afirma que um mês após o lançamento desse videoclipe no canal musical, muitas reportagens começaram a reforçar o papel que o videotape de ‘Thriller’ estava começando a representar para todo o mercado do vídeo doméstico. Em 1984, a revista “Variety” afirmou que o videotape de “Thriller” foi a causa do aumento de 20% dos revendedores que disponibilizaram videocassetes para venda. Com o aumento da produção e profissionalização dos videoclipes, foi criada uma premiação para celebrá-los. O VMA, Video Music Awards, criado pela MTV em 1984, reunia artistas de diversos gêneros para premiar seus videoclipes e conceder um espaço para apresentarem suas músicas. A premiação foi palco para diversos momentos icônicos na cultura pop como, Madonna beijando Britney Spears e Christina Aguilera, Britney Spears se apresentando com uma cobra píton no pescoço, Lady Gaga usando um vestido de carne durante a premiação e Kanye West interrompendo o discurso de Taylor Swift. O prêmio Michael Jackson Video Vanguard Award, reconhece o trabalho videográfico de artistas e diretores, por ser um prêmio especial, o troféu entregue é dourado, diferente dos prateados que são entregues nas categorias regulares. O prêmio vanguarda foi renomeado em 1991 para honrar a carreira de Michael Jackson. Diversos artistas que causaram grande impacto com seus videoclipes já receberam o prêmio como o próprio Michael Jackson, David Bowie, Madonna, Britney Spears, Beyoncé e P!nk. 32

15: Madonna beijando Britney no VMA

O Fantástico (1973, Rede Globo), foi um dos primeiro programas de televisão a transmitirem videoclipes em sua programação nos anos 80, todo domingo era exibido clipes ou shows acústicos de artistas nacionais ou internacionais. O programa Clip Clip, também da rede Globo, transmitia em primeira mão os últimos lançamentos de videoclipes, sendo televisionado de 1984 a 1987. O programa utilizava bonecos com a intenção de explorar uma nova linguagem e criar uma interação entre os personagens e o videoclipe que era projetado em um chroma key (recurso eletrônico pelo qual uma imagem pode ser inserida sobre outra, criando a impressão de primeiro plano e fundo) (MEMÓRIA GLOBO, 2015). No início dos anos 80, a TV Gazeta começou a transmitir videoclipes em sua programação devido à popularização desse audiovisual. Em 1985, surgiu o programa diário Realce, comandado pelo DJ argentino Mister Sam, que descobriu vários artistas no meio musical. A emissora também criou outros formatos de programa para exibição de videoclipes, o Realce Baby, que possuía duração menor, e o Night Clip, que era transmitido durante a madrugada (FRANCFORT, 2010). Quase dez anos depois do início da transmissão nos Estados Unidos, a emissora estreou suas atividades no Brasil.

16: Lady Gaga usando um vestido de carne

18: Clip Clip

19: O argentino Mister Sam

A MTV Brasil, no começo dos anos 90, adotava na sua linguagem visual o estilo grunge, nascido na cidade de Seattle, nos Estados Unidos. As vinhetas eram constituídas por tipografia desconstruída, colagens, xerox, imagens distorcidas e “mal reveladas”, representando de forma gráfica o despojamento e a rebeldia que predominavam em bandas grunge, como Nirvana, Alice in Chains e Soundgarden. (TEIXEIRA, 2006, p.33)

20: RockGol 17: Kanye West interrompendo Taylor Swift

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VIDEOCLIPE BRASIL

No início da MTV Brasil, poucos videoclipes de artistas nacionais eram transmitidos, devido a baixa produção desse audiovisual no país, assim, a transmissão era praticamente toda importada, desde videoclipes, programas e vinhetas. Porém, logo no início da década de 90, o canal passou a investir em produções de videoclipes de alguns artistas nacionais, como Pólvora, dos Paralamas do Sucesso e Falar a verdade, do Cidade Negra.

VIDEOCLIPE BRASIL

Os álbuns de Gilberto Gil e dos Titãs foram os mais bem-sucedidos, vendendo 1 milhão e 1,8 milhões de cópias respectivamente (TEIXEIRA, 2006). Em 1998, a emissora sofreu mudanças bruscas na sua programação devido a troca do diretor geral André Vaisman por André Mantovani, correndo o risco de encerrar suas atividades por não apresentar lucro significativo para seus “patrões”.

21: Pé na Estrada

Com o passar do tempo, a MTV Brasil se tornou a mais regional entre as filiais da emissora devido a produção de programas voltados para o público brasileiro, como RockGol, que debatia sobre futebol, Pé na Estrada que mostrava o cotidiano de bandas em turnê e Mochilão que visitava diversas cidades.

Para começar a gerar lucro para a emissora, Mantovani decidiu popularizar a programação incluindo programas de humor e entretenimento no horário nobre, aumentando o espaço dedicado à músicas brasileiras, incluindo gêneros que não direito a qualquer tipo de espaço como sertanejo, axé e o pagode, causando um grande aumento na produção de videoclipes nacionais por produtoras de vídeo locais. O espaço dado pelo canal alavancou a carreira de diversos artistas novos que tiveram a oportunidade de mostrar seu trabalho através de videoclipes como é o caso da banda Charlie Brown Jr. e Skank, ambas conseguiram grande projeção nacional devido à MTV, antes mesmo de gravarem seus álbuns de estreia (TEIXEIRA, 2006).

22: Mochilão

Além desses programas, a MTV Brasil era a única filial que produzia uma versão nacional do VMA, o VMB era produzido desde 1995 e reunia vários artistas brasileiros anualmente para receber prêmios e se apresentarem. Além disso a MTV Brasil desenvolveu um formato nacional do Unplugged MTV, o Acústico MTV, programa que convidava artistas para tocarem versões acústicas de suas músicas, sendo comercializada em parceria com alguma gravadora.

23: Capa do álbum de Gilberto Gil

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25: Capa do álbum dos Titãs

26 Skank

24: Capa do álbum dos Titãs

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ÁLBUNS VISUAIS

De maneira geral, o álbum visual é uma interseção entre a indústria fonográfica e cinematográfica, que culmina no consumo da indústria do entretenimento apontando uma nova forma de consumo audiovisual (VECCHIA, 2017). A convergência da música com imagens já se consolidou no que conhecemos como o campo do videoclipe (BARRETO, 2005), mas hoje se reencontra com uma perspectiva oriunda de experimentações em torno do que se chamou álbum visual, lá pelas décadas de 60, 70 e 80. Tal perspectiva, diferentemente do videoclipe, engloba não apenas uma música promocional, mas o álbum fonográfico inteiro, permitindo que o consumo de um disco de aproximadamente 12 faixas sonoras se constitua numa experiência imersiva e expansiva audiovisualmente. (VECCHIA, 2017, p.1)

O álbum visual, A Hard Day’s Night (1964) da banda The Beatles, dirigido por Richard Lester, é considerado o primeiro álbum visual de sucesso da história, o filme veio dar forma ao que Durá-Grimalt chamou de “um antecedente próximo do videoclipe”. Alguns elementos identificáveis na estrutura dos videoclipes como articulação da montagem da imagem com a canção, o sistema de fotomontagem, a mescla de elementos ficcionais com documentais, fragmentação e dinamismo, são marcas estéticas de A Hard Day’s Night (SOARES, 2012, p. 23).

O final dos anos 60 foi marcado pelo início da disseminação do sistema portátil de captação de imagem e do uso, cada vez mais frequente, do vídeo-tape pelas emissoras de televisão. De acordo com Juan Anselmo Leguizamón, a vídeoexperimentação serviu para que, enfim, o vídeo pudesse traçar uma trajetória que o distanciasse da gramática visual do cinema. O vídeo foi utilizado como campo de investigação formal e expressiva, assumindo um forte caráter reflexivo, problematizando o conceito de interação entre planos e rompendo com a pretensa unicidade de uma narrativa audiovisual. Leguizamón defende, ainda, que tais experimentações foram relevantes para a formação de um novo hábito perceptual no campo do audiovisual, criando novos paradigmas para se falar numa poética do audiovisual.

Em 1971, Serge Gainsbourg lançou um dos primeiros álbuns visuais tal como o conhecemos hoje. Mesmo tendo 30 minutos de duração, Histoire de Melody Nelson de Gainsbourg é cheio de sobreposições imagéticas e grafismo feitos com chroma key, o trabalho abriu portas para um formato inovador e arriscado, fazendo com que o número de projetos como esse aumentasse com o decorrer dos anos (VECCHIA, 2017). Em 1982, foi lançado o filme The Wall, da banda britânica de rock Pink Floyd, dirigido por Alan Parker e escrito pelo vocalista e baixista da banda Roger Waters, o “filme” possui poucos diálogos e é movido essencialmente pelas músicas de fundo que acompanham a narrativa. O filme - bastante conceitual - narra a história de ascensão e derrocada do roqueiro Pink através de momentos importantes e decisivos em sua vida, nos quais o personagem é confrontado por questões morais, éticas, psicológicas e emocionais a fim de ascender ao estrelato do rock. Pink Floyd assume o papel de vanguarda visionária ao se arriscar com um formato ainda não consolidado, onde o videoclipe estava começando a ganhar força na indústria, quebrando barreiras e ressignificando suas músicas através do formato inovador que não demoraria a inserir-se na indústria do entretenimento pós-moderno (VECCHIA, 2017). Outro trabalho importante na história do álbum visual é Purple Rain, do cantor norte-americano Prince, apesar de se aproximar mais da estrutura de um filme musical narrativo, porém as características específicas possibilita pensarmos uma aproximação conceitual à ideia do álbum visual, tendo em vista que o filme fora concebido como uma expansão estética do álbum fonográfico produzido concomitantemente (VECCHIA, 2017).

27: The Beatle em A Hard Day’s Night

A Hard Day’s Night apresenta uma linguagem difícil de categorizar pois mescla diversas características, como (1) elementos da indústria fonográfica - com o álbum de músicas de estúdio sendo o amálgama principal das cenas, personagens e situações vividas pelos Beatles no filme; (2) elementos da indústria cinematográfica, pois - apresenta uma narrativa cuja estrutura é coerente com o conceito musical do álbum e se aproxima de aspectos da narrativa fílmica; (3) elementos da linguagem videoclíptica, como planos modernos, montagem fragmentada, personagens no limiar da realidade versus ficção e certa artificialidade mercadológica essencialmente pop. A estratégia de marketing dos Beatles causou grande impacto na indústria audiovisual, fazendo com que a indústria musical, cinematográfica e televisiva se unissem, redefinindo o modo que era consumido música e vídeo naquela época (VECCHIA, 2017). SOARES (2012, p. 24) salienta que, 36

No decorrer da década de 80, o consumo de videoclipe aumenta exponencialmente e é consolidado como um produto importante para a promoção de músicas e álbuns de diversos artistas, cuja imagem muitas vezes também era comercializável. A MTV possui grande parte desse crédito, sendo uma emissora voltada essencialmente para música (VECCHIA, 2017). Com a popularização da internet e das redes sociais, mudou-se o modo de consumo e circulação desse produto para o público. O álbum visual assume um caráter de possibilidade de experimentação, de conexão entre o artista e o seu público; uma forma de levar a experiência de um álbum a outros níveis de exploração artística, articulando formas estético-narrativas próprias. De diversas maneiras e em formatos um tanto quanto variados, os álbuns visuais estabelecem-se como extensões de um universo em expansão, criado pelos próprios artistas e compartilhado através da internet como forma de vínculo profundo entre artista e público. O álbum visual se torna um conceito complementar à experiência musical: o que antes era captado através de uma experiência unidimensional (através do som), agora estimula a captação dos conceitos auditivos imaginados pelo artista e reinterpretados através de símbolos imagéticos, de modo que a experiência sinestésica dos sons e imagens oferece uma experiência bidimensional (VECCHIA, 2017, p.10).

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ÁLBUNS VISUAIS

Em 2016, o MTV Video Music Awards estreou a categoria “Breakthrough Long Form Video” (Inovador Vídeo em Longo Formato, em tradução livre), que premiava álbuns visuais. A inserção dessa categoria em uma premiação de videoclipes de maior influência mundial, consagra e consolida o formato do álbum visual. Importante ressaltar o impacto que o primeiro vencedor da categoria, o álbum visual Lemonade de Beyoncé, teve na decisão de incluí-la na premiação.

O Music Video Festival, é um festival que reúne artistas, diretores, entusiastas de videoclipes para apresentar novos trabalhos, discutir sobre a área, premiar clipes, etc. A programação do MVF envolve exposições, instalações interativas, shows, bate-papos com artistas e diretores nacionais e internacionais, exibições e produção de conteúdos audiovisuais ligados a música.

O sexto álbum de estúdio de Beyoncé, intitulado Lemonade, narra - através de atos - as fases de um relacionamento em declínio causado por uma traição. A era Lemonade é considerado o momento em que Beyoncé se consagrou como uma das maiores artistas da história da música, quebrando diversos recordes, levantando discussões sobre valorização da cultura negra, o tratamento da polícia americana com a população negra, sobre empoderamento feminino, de forma impecável com uma fusão de diversos gêneros musicais, transformando em uma obra constituída para o consumo em sua integralidade (e não em partes), característica essencial do álbum visual (VECCHIA, 2017).

30: Exibição de um trabalho no Music Video Festival

31: Curador do mvf e artistas discutindo sobre videoclipe

O festival realizado no Museu de Imagem e Som (MIS) de São Paulo, existe há seis anos e se iniciou ao perceber o vácuo deixado pela MTV Brasil, até então era a única que realizava uma premiação de videoclipes nacionais. O principal objetivo do MVF é divulgar o universo do videoclipe nacional e internacional, levando em conta não apenas o lado comercial mas também o lado artístico. Em entrevista para este trabalho, Duda Leite fala sobre as dificuldades de executar um festival como esse no Brasil,

28: Capa do álbum Lemonade.

29: Cena do filme Lemonade

Assim sendo, ainda é demasiado complexo definir se o álbum visual possui, de fato, um campo autônomo na esfera da indústria cultural. O formato carrega marcas próprias de constituição, produção e estruturas mais ou menos consolidadas em algumas instâncias de reconhecimento e legitimação, bem como traços estilísticos e estéticos próprios que os diferenciam de outras obras. (VECCHIA, 2017, p.13)

Sendo assim, o álbum visual é um campo que está em constante transformação, estando em sua plena ascensão no cenário pop atual, ainda tendo suas estruturas delineadas (VECCHIA, 2017).

Os desafios são enormes, principalmente no atual momento de desmanche da cultura pelo governo federal. Mas, além disso, o videoclipe, apesar de ser um celeiro criativo de novas ideias, linguagens e tecnologias, até hoje ainda não teve o devido reconhecimento, mesmo no meio do audiovisual. Talvez por sua forte ligação com a música, seja visto como um produto híbrido, que fica em algum lugar no meio do universo da música e do cinema. No entanto, tivemos desde o início do projeto do Music Video Festival o importante apoio do MIS (Museu da Imagem e do Som) de São Paulo, que nos recebeu desde a primeira edição. Além de diversos parceiros, como produtoras de publicidade e de conteúdo, além claro do apoio dos diretores e artistas (Entrevista concedida no dia 24 de outubro de 2019).

Além da exposição de videoclipes, shows e conversas com artistas e diretores, o festival oferece uma experiência em VR (realidade virtual). O festival está sempre buscando conteúdos relevantes em VR, que é uma tecnologia inovadora que permite inúmeras experiências. 32: Experiência em realidade virtual

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MUSIC VIDEO FESTIVAL

Sobre a presença de pessoas LGBTQ+ envolvidas no festival, tanto na frente das câmeras quanto atrás, Duda Leite responde: Sempre buscamos ter uma gama bastante diversificada nos clipes selecionados pelo MVF. Não apenas nos videoclipes, mas também na equipe do Festival. Já tivemos a participação de vários músicos que fazem parte da comunidade LGBTQ. Em 2016, produzimos um clipe em 360º da cantora Liniker & Os Caramelows. Em 2018 produzimos um clipe do Jaloo. Já produzimos antes clipes da Banda Uó e apoiamos o primeiro clipe da cantora trans Linn da Quebrada. Ou seja: sim, temos uma aproximação muito forte com os artistas da cena LGBTQ. Também é importante lembrar que para os AWARDS, que são nossa competição dos Melhores Videoclipes do ano, também recebemos vários videoclipes da cena LGBTQ. É uma cena bastante vibrante. Desde 2016, com o sucesso de Pabllo Vittar, surgiram várias cantoras drag-queens por exemplo, que todos os anos inscrevem seus clipes. Nos orgulhamos disso. Isso faz parte da história do MVF. (Entrevista concedida no dia 24 de outubro de 2019) 33: Cantora Urias no Music Video Festival

O final da década de 90 e início dos anos 2000, foi marcada pelo crescimento da internet, o que possibilitou o acesso à músicas e videoclipes de maneira mais fácil, mudando assim o modo de consumo desses produtos, o que levou diversas gravadoras apresentarem quedas gigantescas em seus rendimentos. Em contraponto a isso, a discussão sobre videoclipe se amplia devido às possibilidades de produção audiovisual para internet e mídias digitais (CALDAS, 2013, p.4). Giselle Beiguelman (2013) destaca que são despejados quaquilhões de bytes por segundo de vídeos na internet sendo que por mês “o YouTube recebe mais vídeos do que as três principais emissoras de tevê dos EUA produziram em 60 anos”. Para ela, a produção audiovisual transcende as noções tradicionais de que a imagem nos permitia perceber com clareza os limites entre a fotografia, o vídeo e o cinema, afetando toda uma cadeia de produção, aumentando sensivelmente a capacidade de capturar imagens. (CALDAS, 2013, p.11).

Hoje a distribuição de videoclipes é feita sem um intermediário, como acontecia antigamente onde os artistas cediam seus trabalhos para canais televisivos e dependiam destes para incluir seus videoclipes na grade de programação da emissora. O videoclipe se adaptou com as mudanças das mídias, sendo comercializado em VHS, DVD, CD com formato multimídia, até chegar no seu momento mais democrático com a internet, onde qualquer indivíduo por criar e acessar esse conteúdo (PALMA, 2012). Diversos artistas aproveitaram para propagar seus videoclipes em diversos canais na internet, como seus sites oficiais, redes sociais e plataformas como Youtube e Daily Motion. Com o crescimento da internet, a audiência das emissoras de TV apresentaram quedas significativas, diversas pesquisas apontaram a mudança de hábito do brasileiro de assistir algo pela televisão por assistir em um computador ou celular. Segundo Palma (2012), a chamada “Estética Videoclipe” é caracterizada por uma montagem fragmentada, acelerada e de narrativa não linear; imagens curtas, justapostas e misturadas, com forte carga emocional; variedade visual; e utilização de referências culturais, obtendo um produto final de impacto e de fácil absorção. A mudança na disponibilidade e acesso a esse material audiovisual causou mudanças na estética deste, ainda que elas sejam sutis. Nílbio Thé, profissional da área audiovisual, enumera esses os tipos explorados por músicos e realizadores: Existe aquele [videoclipe] que se preocupa unicamente em mostrar o artista tocando para a tela não ficar preta na televisão na hora em que a música tocar. Existe o clipe superprodução, que quer parecer filme. Existe o experimental, que é mais “artístico” e, normalmente, vai na contramão dos critérios clássicos de um clipe, sendo um anticlipe, flertando com o cinema alternativo e a videoarte. Existe o clipe independente, etc. Existem alguns até em que os nomes dos músicos aparecem em segundo plano, depois do nome do diretor, como se a música é que ilustrasse e/ou acompanhasse as imagens. E, claro, existem aqueles clipes iguais a outros clipes (FREIRE, 2009).

Holzbach (2016) destaca, por exemplo, a consolidação de outros dois tipos de videoclipe depois da era da internet: aqueles feitos por fãs e o formato ao vivo. Também podemos ressaltar uma terceira categoria, ainda mais específica da era da internet: o webclipe. Em 2005, dois funcionários de uma empresa de tecnologia notaram a necessidade de uma plataforma que possibilitasse o envio e acesso a vídeos, criando assim o Youtube. O sucesso foi tão grande que chamou a atenção do Google, que comprou a plataforma por 1,65 bilhão de dólares, 20 meses depois de sua criação. Em 2009, foi lançado o Vevo, um site de vídeos musicais que, além de sua página oficial, tem um canal no YouTube. Esta plataforma foi criada a partir de uma iniciativa das gravadoras Sony/BMG Enterteiment e Universal Music e da investidora Abu Dhabi Media Company. Em parceria também com a EMI e com a Disney Music, o Vevo domina mais da metade dos conglomerados multinacionais que tomam conta do mercado fonográfico atualmente. Ficou de fora a Warner Music, que foi convidada a hospedar seu conteúdo no VEVO, mas acabou fazendo uma parceria com a rival, MTV Networks (PALMA, 2012, p.32).

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LGBTQs EM VIDEOCLIPES

Visibilidade e representatividade em videoclipes Considerando a importância de inserir indivíduos LGBTQs em diversas mídias, muitos artistas veem a oportunidade de tornar seu produto audiovisual em um palco para visibilidade de membros dessa comunidade. A representatividade LGBTQ+ em videoclipes, por meio de figuras que fazem parte da comunidade, colocam em pauta diversos debates sobre as questões deste movimento, além de gerar um processo de identificação com os seus semelhantes, possuindo um aspecto importante na inclusão destes indivíduos nesse meio audiovisual. ANOS 70 Secos & Molhados O grupo Secos & Molhados, formado por João Ricardo (vocais, violão e harmônica), Ney Matogrosso (vocais) e Gérson Conrad (vocais e violão), chamou a atenção do público por usarem maquiagens extravagantes e por suas performances incomuns, Ney performava de forma excêntrica e afeminado nos programas de televisão, durante a ditadura militar que eram exibida em TV aberta.

Culture Club A banda inglesa Culture Club formada em 1981 composta por Boy George (vocalista), Roy Hay (guitarra elétrica e teclados), Mikey Craig (baixo) e Jon Moss (bateria e percussão). Considerada uma das bandas mais representativas da época, tiveram vários hits internacionais. Boy George, vocalista do grupo chamava a atenção do público por sua personalidade queer, aparecendo sempre de maquiagem e com roupas extravagantes. 42

37: Queen no clipe de I Want to Break Free

A paródia foi aclamada no Reino Unido, porém considerada controversa nos EUA e banida pela MTV e outras emissoras, devido à cultura conservadora do país (ABREU, 2015). “Perdemos o contato com os Estados Unidos. Nosso vídeo de I Want To Break Free foi mal interpretado, por estarmos vestidos como mulheres. Eles não acharam isso engraçado, mas hoje o Foo Fighters faz isso, como no clipe de Learn To Fly, e todos morrem de rir. Na época, o vídeo foi um sucesso na Europa e na Austrália, mas na América foi a nossa ruína”, afirmou Brian May. 34: Grupo Secos & Molhados

Sylvester Sylvester foi um dos poucos artistas abertamente gay dos anos 70, começando a cantar em corais gospel e estrelando musicais, Sylvester chamou atenção de uma gravadora que o assinou. A música You Make Me Feel (Mighty Real) e Dance (Disco Heat) foram os maiores hits da carreira de Sylvester, tocando em diversas rádios do mundo inteiro. ANOS 80

Queen - I Want to Break Free A imagem de Freddie de vestido e bigode está na memória da maioria das pessoas que cresceram vendo MTV. I Want to Break Free é amplamente conhecida por seu videoclipe, no qual os integrantes da banda estão vestidos e caracterizados como mulheres, uma ideia proposta pelo baterista da banda, Roger Taylor, como forma de parodiar o seriado Coronation Street.

35: Sylvester no videoclipe de You Make Me Feel

ANOS 90 Madonna A cantora foi uma das principais figuras que deu visibilidade para a comunidade LGBTQ+ em videoclipes que atingiam grande parte da sociedade, além de não ter medo de estar do lado dos homossexuais numa época em que esse grupo mais sofria repressão devido à epidemia da Aids. Madonna se mostrava uma grande aliada à comunidade, incluindo gays, lésbicas, pessoas trans, drag queens e drag kings em seus vídeos, além de adicionar uma mensagem sobre a prevenção do HIV no encarte de seu álbum, numa época em que as famílias e escolas não falavam sobre o assunto e a mídia tratava como a doença dos gays.

36: Integrantes da banda Culture Club

Em seu clipe de Vogue, Madonna além de dar visibilidade à comunidade LGBTQ+, traz a cultura vogue para o cenário mainstream,

38: Madonna em Vogue

39: Cena do videoclipe de Vogue

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LGBTQs EM VIDEOCLIPES

LGBTQs EM VIDEOCLIPES

inspirado nos bailes que aconteciam em Nova York por membros da comunidade, principalmente negros e latinos. A música e videoclipe foram sucesso no mundo todo, fazendo essa cultura ser notada por um público imenso.

ANOS 2000

No clipe de Justify My Love, Madonna protagoniza cenas sensuais com seu namorado na época e inclui cenas que insinuam sexo homoafetivo, gays, lésbicas e drag queens fazem parte do vídeo. O videoclipe foi censurado pela MTV dos Estados Unidos, com isso Madonna colocou Justify My Love à venda como home video.

Christina Aguilera - Beautiful Em sua música Beautiful, escrita por Linda Perry, ex-vocalista do 4 Non Blonde assumidamente lésbica, Christina Aguilera canta sobre insegurança e auto aceitação, sendo por si só algo que membros da comunidade LGBTQ+ conseguiriam se identificar.

No começo do ano 2000, já era possível notar um aumento na visibilidade LGBTQ+ em videoclipes, artistas se posicionavam a favor da comunidade e incluiam membros deste grupo em seus trabalhos com mais frequência do que artistas faziam na década anterior.

40: Cena do videoclipe de Justify My Love

No videoclipe da música, Christina inclui um casal gay se beijando em local público enquanto recebe olhares de estranhamento pelas pessoas que passam pelo casal. Também é retratada a figura de uma drag queen se montando.

RuPaul No início da década 90 a drag queen RuPaul ficou conhecida por suas participações em programas de televisão norte-americano, filmes e álbuns musicais. Em 1993, a drag queen lançou Supermodel (You Better Work), a música que foi sucesso no mundo todo, trouxe visibilidade para a arte drag e principalmente para a comunidade LGBTQ+. RuPaul é conhecida com a drag mais famosa do mundo pelo seu impacto nos anos 90 que se estende até os dias de hoje em seu reality show RuPaul’s Drag Race, considerado um grande fenômeno cultural, o reality mostra drag queens competindo em diversos desafios para a conquista da tão desejada coroa. O programa é uma plataforma que lança essas artistas para o olhar do público que acaba consumindo essas após o reality, muitas começam uma carreira musical e obtém sucesso com grande público, como é o caso de Adore Delano, a drag lançou dois álbuns bem sucedidos entre os fãs do programa e com isso viajou o mundo inteiro apresentando suas músicas.

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41: RuPaul no clipe de Supermodel

42: Adore Delano em RuPaul’s Drag Race

43: Casal gay em Beautiful

Em ambas histórias, os personagens envolvidos finalizam suas cenas sorrindo, como uma mensagem otimista para o público. O vídeo chegou a ser censurado pela MTV na época em que foi lançado. 44: Drag Queen em Beautiful

t.A.T.u - All The Things She Said No clipe “All The Things She Said” alunas de um colégio cantam na chuva e acabam se beijando atrás de uma cerca com um público do lado de fora as observando. É suposto passar a ideia de que o público está observando lésbicas se beijando em uma espécie de jaula. O vídeo acaba com as garotas indo para trás do edifício com a chuva parando à medida que elas se afastam, revelando que na verdade os observadores, o povo que estava vendo as garotas são os verdadeiros prisioneiros.

45: Dupla t.A.T.u no clipe de All The Things She Said

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LGBTQs EM VIDEOCLIPES

LGBTQs EM VIDEOCLIPES

ANOS 2010 Na década 2010, é possível perceber um crescimento exponencial na inserção de figuras LGBTQs em videoclipes, considerando o aumento do debate sobre o movimento devido à internet. P!nk - Raise Your Glass A cantora norte americana P!nk, sempre se mostrou engajada em diversas causas sociais e levantando a voz contra injustiça de maneira ampla, sendo uma grande aliada da comunidade LGBTQ+, discursando em diversos momentos a favor da comunidade, inserindo pessoas que fazem parte desse grupo em seus trabalhos, como é o caso do casal gay que aparece se beijando no clipe para Raise Your Glass. Katy Perry - Firework No videoclipe de Firework, Katy Perry canta sobre auto aceitação, a música é uma das mais importantes da década para a comunidade LGBTQ+, além de mostrar no clipe um casal gay se beijando, Katy inclui diversos personagens que estão inseguros com si mesmos, trazendo essas pessoas para um momento em que sentem confortáveis com sigo mesmas e não sentirem reprimidas de alguma forma. Lady Gaga - Born This Way A canção é um hino à autoaceitação e uma afirmação da identidade independente da raça, do gênero e da sexualidade. Ele inicia com o “Manifesto da Mother Monster”, em que Gaga fala sobre uma nova espécie que nesta sociedade é orientada pela igualdade e pela celebração de todos os indivíduos, orientações, credos e etc. A cantora foi intitulada como um ícone LGBTQ+ por seu posicionamento a favor da comunidade desde o começo de sua carreira, desafiando governo de países com leis anti-LGBTQ, pressionando políticos a aprovarem leis para a comunidade, ajudando jovens expulsos de casa por serem LGBTQs e os incluindo em seus trabalhos. 46

46: Casal gay no clipe de Raise Your Glass

47: Casal gay em Firework

Hozier - Take Me To Church Em 2014, é lançado o clipe “Take Me To Church”, que alavancou a popularização da música lançada em 2013. Gravado em uma escala de preto e branco, o vídeo denuncia o preconceito e a repressão da sexualidade praticada em nome da religião, recorrente até os dias atuais. Isto posto, no cenário do Brasil e dos EUA, países com forte ideologia cristã, ser homossexual é equivalente a viver no pecado para pessoas crentes, isto é explicitamente abordado quando um casal de homens é perseguido por fanáticos religiosos. Pabllo Vittar A drag queen nordestina, Pabllo Vittar chamou atenção do público no final de 2015 com sua versão da música Lean On do grupo Major Lazer intitulada Open Bar, desde então Vittar veio ganhando espaço no cenário LGBTQ+, em 2017 lançou a música K.O., segundo single do seu álbum de estreia Vai Passar Mal, a música foi um dos maiores hits do ano no país inteiro, sendo conhecido fora da comunidade LGBTQ+ e causando grande impacto representativo para os membro desta.

49: Casal em Take Me to Church

50: Pabllo Vittar em K.O.

Além da expressiva saída do armário de cantoras do mainstream, uma nova geração surpreendente emergiu na onda queer da ambiguidade de gênero. Praticantes do que se poderia chamar de “estilística desmunhecada” ou “estética viada”, muitas vezes sua inclinação deslavadamente trans fez deles/as fenômenos midiáticos, como no caso da cantora-homem Pabllo Vittar, um ícone performático. (TREVISAN, 2018, l. 10010)

Ao ser questionada sobre não incluir um discurso ativista em suas músicas, Pabllo responde: “Ser um homem gay de peruca ocupando diversos espaços, quebrando barreiras e levando nossa bandeira para lugares diversos, isso já é um ato político”. O cenário musical LGBTQ+ se mostrou em uma curva exponencial, artistas pertencentes à comunidade ganhavam cada vez mais espaço em diversas esfera da mídia.

48: Lady Gaga em Born This Way

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LGBTQs EM VIDEOCLIPES

Emicida - AmarElo Em Junho de 2019, o rapper Emicida reuniu a cantora não-binária Majur e a drag queen nordestina Pabllo Vittar para uma parceria na música AmarElo, na qual cantam sobre superação de suas dores enquanto pessoas negras e LGBTQs, levantando também assuntos mais delicados como depressão e cantando sobre como transpuseram essa doença. 51: Majur, Pabllo Vittar e Emicida em AmarElo

Em entrevista, Emicida conta como chegou na ideia de juntar as duas artistas nessa faixa: Eu não acho que a gente tá juntando as bandeiras, o que eu acho que a gente tá fazendo é tirando essa coisa nublada que faz com que as pessoas nos entendam como lutas separadas, não tem como você lutar por liberdade pela metade, a partir do momento que você mergulha numa reflexão sobre gênero, classe e raça, tem duas maneiras que você tem de conduzir isso, uma é hipócrita e egoísta que pensa só em você, a outra é, se a gente quer isso pra nós a gente quer isso pra todo mundo, e todo mundo precisa ser todo mundo, não todo mundo parecido comigo. (EMICIDA, 2019)

Johnny Hooker - Flutua Em 2017, Johnny Hooker lançou Flutua com participação de Liniker e ganhou um clipe com ar de curta-metragem no final do mesmo ano. No vídeo, que possui pouco mais de sete minutos, os personagens principais se apaixonam em uma festa e ao saírem um deles é cruelmente agredido por dois homens por beijar o outro personagem (que possui deficiência auditiva). Embora a agressão tenha ocorrido eles permanecem juntos e felizes como a música diz “Eles não vão vencer [...] Ninguém vai poder querer nos dizer como amar”. Kesha - I Need a Woman to Love A cantora lançou em 2018 uma regravação do sucesso de Janis Joplin “I Need a Man to Love” para o EP “Universal Love – Wedding Songs Reimagined” disco feito em prol da diversidade e do casamento igualitário. O vídeo mostra Kesha sendo a mestre de cerimônia do casamento de duas mulheres, durante o clipe há vários momentos em que podemos ouvir a cantora e as noivas falando sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo. 48

52: Casal em Flutua

53: Cena do clipe de I Need A Woman to Love

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PROJETO EXPOGRÁFICO

A seguir estão relacionados conceitos e informações relevantes para o desenvolvimento do projeto expográfico. Estes itens são guias para o desenvolvimento do projeto de forma clara e adequada.

PROJETO EXPOGRÁFICO

A disposição do conteúdo no espaço pode acontecer de diversas maneiras, criando percursos a serem feitos pelo indivíduo, que irá receber a narrativa da maneira que foi disposta em seu caminho. Esses percursos são exemplificados por Hughes na imagem a seguir:

Historicamente, o que hoje conhecemos como Museu iniciou-se como um lugar para a reunião onde se organizava uma multiplicidade de objetos e espécies raras (animal, vegetal e mineral) trazidas das grandes explorações ocorridas no século XVI e XVII. Séculos mais tarde, tais coleções começaram a ganhar força e antigos palácios transformaram suas circulações em extensas e contínuas galerias. Posteriormente, no século XIX, o surgimento de pavilhões dedicados essencialmente à exposição de artefatos trouxe proximidade à ideia mais próxima do que hoje são os museus.

2.

1.

O designer alemão Herbert Bayer, em seu artigo “Aspects of Design of Exhibitions and Museums”, compara uma exposição ao ato de ler um livro na medida em que é necessário o movimento das páginas para passar pelo olhar do leitor, o esforço físico exigido em uma exposição é maior, tendo em vista a necessidade de se locomover pelo espaço. Exposições são geralmente manifestações de design em determinado espaço. Assim, os elementos arquitetônicos definem os principais espaços e atendem aos requisitos estruturais. Os elementos de comunicação e exibição devem ser incorporados e integrados a um esquema que esteja em conformidade com a sequência desejada de impressões e com as habilidades de percepção do visitante. A organização da planta baixa deve garantir um fluxo ininterrupto de tráfego e permitir e induzir o visitante a ver todas as exposições. (BAYER, 1961. p. 257. Tradução do autor)

De acordo com Bayer (1961), o design de exposição evoluiu como uma nova disciplina, como um ápice de todos os meios de comunicação, poderes de comunicação e de esforços e efeitos coletivos. Os meios combinados de comunicação visual constituem uma complexidade notável: a linguagem como impressão visível ou como som, imagens como símbolos, pinturas e fotografias, mídias esculturais, materiais e superfícies, cores, luz, movimento (da tela e do visitante), filmes, diagramas e gráficos. A aplicação total de todos os meios plásticos e psicológicos (mais do que qualquer outra coisa) faz do design de exposições uma linguagem intensificada e nova. Torna-se uso integrado de gráficos com estrutura arquitetônica, de psicologia publicitária com conceitos espaciais, de luz e cor com movimento e som. Trabalhar com sucesso com este instrumento moderno de possibilidades é tarefa do designer da exposição. Baseando-se no livro “Exhibition Design”(2010 apud MIDORI, 2019, p. 85 e 86) de Philip Hughes, sobre o estudo de percuso e espaço, o sistema de comunicação é a forma que o conteúdo da exposição irá entrar em contato com o visitante. Dividindo esse sistema de comunicação em três fatores, Hughes aponta que a primeira camada consiste na função de identificação, onde o objeto se apresenta ao público. A segunda se trata da orientação do indivíduo no espaço, utilizando-se de mapas, sinalizações, tipografias e ícones. E a terceira sendo a camada de advertência, ditando as regras de condução e utilização do espaço. A escolha do local para a realização de uma exposição pode ser diverso, entre públicos e privados, abertos ou fechados, esses espaços precisam fazer sentido com o tema a ser abordado pela exposição, já que isso interfere na percepção do indivíduo.

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4.

3.

6.

5.

7.

54: Exemplos de percurso por Hughes

(1) Caminho único, sem desvio do percurso; (2) Caminho múltiplos, há flexibilidade do fluxo; (3) Caminho radial, no qual se atravessam camadas de informações até chegar ao centro; (4) Estrela, com a organização de núcleos de informações e circulação em torno deles; (5) Áreas de afinidade, promovendo conexões visuais; (6) Padrão do fã, dá autonomia ao espectador escolher; (7) Orientação por mapa, sendo orientado por um mapa no local.

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RESULTADOS DA PESQUISA

RESULTADOS DA PESQUISA

A seguir estão relacionados partes importantes para o desenvolvimento das etapas do projeto. Neste capítulo se encontra algumas referências que serviram como guia para o projeto expográfico. Além de constar o conceito de curadoria. Exposições sobre videoclipe no Brasil e no mundo Em 2015 chegou ao Brasil a exposição de videoclipes Spectacle: The Music Video, exposta no Museu de Imagem e Som (MIS) de São Paulo. Utilizando-se de telas de TV e projeções, eram exibidos 350 videoclipes, além de objetos de cena utilizados nos mesmos, como uma das miniaturas de Lego do vídeoclipe de Fell in Love with a Girl, da banda The White Stripes, dirigido por Michel Gondry. Em uma parte da exposição, foi recriado uma cena do videoclipe de Walkie Talkie Man da banda Steriogram. Incluindo uma seção chamada “REMIX” de videoclipes feitos por fãs, como as imitações da coreografia de Single Ladies de Beyoncé, incluindo um do vocalista do Radiohead. Mostrando a evolução e novas tecnologias do videoclipe desde a era pré MTV até o momento atual da internet, a exposição Spectacle: The Music Video, dispõe os videoclipes em uma tela acoplada na parede acompanhada de 2 headphones, onde é transmitida a playlist de clipes selecionados pela curadoria da exposição no loop.; A última seção é somente para adultos, com conteúdo violento, sexual ou repulsivo, visto através de um olho mágico.

57: Seção Agent Provocateur

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55: Lego utilizado no clipe de Fell in Love with a Girl, da banda The White Stripes

56: Parte da exposição Spectacle

58: Troféu do VMA de 1986 exibido na exposição

BJÖRK A exposição sobre a islandesa Björk, mostra o universo excêntrico da artista misturando música, videoclipe e realidade virtual. Logo na entrada, um texto de Björk dá boas vindas e explica seu processo criativo e a importância tanto da ordem das faixas, quanto do formato em realidade aumentada para Vulnicura. É o primeiro álbum meu que insistiu para que as músicas seguissem uma ordem cronológica. Depois que elas foram escritas, ficou claro que eu involuntariamente tinha esbarrado na narrativa de uma tragédia grega. A realidade virtual não é apenas uma continuidade natural do videoclipe, mas tem um potencial dramatúrgico ainda mais íntimo, ideal para esta jornada. (BJORK. In: ROSSY, 2019)

Nas experiências com realidade virtual, os visitantes entram em salas e usam óculos de realidade virtual para assistir ao clipes. No segundo andar, a mostra segue interativa com o projeto educativo que acompanhou o álbum Biophilia, lançado há 5 anos. Tablets posicionados em uma mesa comprida trazem o aplicativo criado pela artista explorar as canções. As músicas flutuam em uma constelação criada para elas. Escolhendo cada uma é possível ver a letra, os créditos, cada tom e sílaba usadas, além de brincar em diferentes jogos relacionados com cada faixa (RASSY, 2019). A exposição traz ainda uma sala de cinema com vários pufes, onde é exibido dezenas de videoclipes da cantora.

62: Parte interativa da exposição Björk Digital

59: Parte da exposição Björk Digital

60: Seção de realidade virtual na exposição Björk Digital

61: Björk no clipe de Stonemilker

63: Sala de cinema da exposição Björk Digital

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REQUISITOS DO PROJETO

Para a criação do projeto foi definida que seria abordada dois grandes temas, comunidade LGBTQ+ e videoclipe. Tendo como objetivo desenvolver uma exposição atrativa trazendo tópicos informativos sobre a história do videoclipe e sobre a comunidade LGBTQ+, foi feita uma pesquisa sobre esses assuntos para melhor organizar e desenvolver a ideia. Ao decurso da pesquisa os conhecimentos adquiridos ajudaram na construção de uma narrativa para a exposição. Buscou-se desenvolver um ambiente atrativo ao público, com interações tanto sonoras quantos visuais, dispondo o conteúdo no espaço da melhor forma utilizando-se do design gráfico para criar a identidade visual, fluxo, materiais de divulgação entre outros elementos presentes no projeto expográfico. Outro requisito essencial foi a seleção do conteúdo e disposição no espaço, com intuito de encontrar as melhores soluções que possam vir a se adequar no projeto. Sendo assim, um dos objetivos principais do projeto é mostrar a importância de pessoas LGBTQs serem representadas e visibilizadas, principalmente artistas da comunidade.

REQUISITOS DO PROJETO

Personas Para desenvolver o projeto da melhor maneira possível, atendendo as funções adequadas, foram criadas personas, personagens que teriam interesse pela exposição. Maria Aparecida - 50 anos Mãe de Larissa, uma mulher trans, editora de uma grande revista de moda, Maria sempre esteve ao lado de sua filha nas fases de descoberta e transição, se mostrando presente como mãe e amiga, ambas compartilham seus gostos musicais. Assim, Larissa conheceu diversos ídolos de sua mãe dos anos 80 e 90, e Maria foi apresentada à novos artistas como Letrux, Pabllo Vittar e Liniker.

Fernando Souza - 18 anos Fernando é um garoto gay, estudante do ensino médio e fã de música pop. Adora passar horas vendo videoclipes e performances de seus artistas favoritos para comentar com seus amigos nas redes sociais.

Gabriela Góes - 23 anos Entusiasta de videoclipe e estudante de audiovisual, tem como objetivo profissional ser diretora de videoclipe um dia, Gabriela não possui relação direta com a comunidade LGBTQ+.

Roberto Oliveira - 40 anos Roberto é um homem que gosta da presença dos amigos seja em qualquer passeio, mesmo não conhecendo sobre videoclipe ou sobre a comunidade LGBTQ+, ele aceitou visitar o museu a pedido de seus amigos.

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ESTUDOS DE CONCEPÇÃO

ESTUDOS DE CONCEPÇÃO

ESPAÇO

DATA E DURAÇÃO

O Museu da Imagem e do Som de São Paulo foi escolhido para ser o cenário do projeto expográfico, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo, é um dos mais movimentados centros culturais da cidade de São Paulo. Além das exposições, o MIS oferece uma grande variedade de programas culturais, com eventos em todas as áreas e para todos os públicos: cinema, dança, música, vídeo e fotografia, tendo relação inerente com o tema a ser exposto. Cada horário contempla grupos de até 40 pessoas.

A exposição tem início no dia 02 de Junho e seu término no dia 06 de Setembro. O motivo da escolha de iniciar a exposição no começo de Junho se deu pela celebração do orgulho LGBTQ+ que acontece neste mês, além de São Paulo ser o cenário da maior parada LGBTQ+ do mundo. Foi estabelecida uma duração semelhante às exposições que acontecem no MIS, num período de 3 meses, e seguindo o horário de funcionamento, será de terças a domingos, inclusive feriados, das 10h às 20h30.

O MIS do Jardim Europa, instalado em um prédio da década de 1970, possui 5 mil metros quadrados e sua divisão é feita por dois pisos superiores e térreo. O 1º Andar foi escolhido para ser cenário da exposição, sendo um local com um espaço adequado para as seções propostas do projeto.

64: Planta do primeiro andar do MIS

PÚBLICO A classificação do público da exposição foi definido a partir de 16 anos, considerando os videoclipes mais explícitos que estão inclusos no conteúdo. Outras características como gênero e classe social não foram não possuem restrições. O público pode ser classificado entre: • Entusiastas de videoclipes: indivíduos que admiram ou trabalham com videoclipe; • Membros da comunidade LGBTQ+: membros que normalmente tendem a apoiar conteúdos voltados à comunidade; • Curiosos: grupo que não necessariamente se interessam pelo tema abordado porém realizam a visita por curiosidade ou sendo companhia de alguém interessado. 64

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ESTUDOS DE CONCEPÇÃO

ESTUDOS DE CONCEPÇÃO

O primeiro passo foi decidir qual unidade do Museu de Imagem e Som seria mais adequado para o projeto. Após definir a unidade do Jardim Europa como local para a exposição, foi preciso ter acesso à planta do local, definindo assim, que seria utilizado apenas o primeiro andar do MIS. As divisões da exposição foi definida de acordo com a narrativa proposta, que se propôs a apresentar a história do videoclipe e do movimento LGBTQ+, para depois mesclar esses dois temas e apresentar artistas que retratam essa comunidade em seus trabalhos audiovisuais.

65 Estudo de planejamento sobre o espaço

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ESTUDOS DE CONCEPÇÃO

ESTUDOS DE CONCEPÇÃO

Após estabelecer a narrativa da exposição, a próxima etapa foi definir o conteúdo disposto no espaço. Por diversas vezes foi repensado e alterado a disposição, conteúdo e fluxo, pensando em criar uma linguagem coesa em todo o projeto.

66 Planejamento de conteúdo

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ESTUDOS DE CONCEPÇÃO

ESTUDOS DE CONCEPÇÃO

As imagens ao lado usadas de referência para o projeto, tiveram papel importante para ajudar na definição da linguagem visual da exposição. Utilizando-se das cores da bandeira LGBTQ+ como cores predominantes sobrepondo o preto, fazendo uma alusão à visibilidade e representatividade da comunidade sendo evidenciada pelo videoclipe.

67 Imagens que serviram de referência para o projeto

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DOCUMENTAÇÃO

DOCUMENTAÇÃO

NOME Para o projeto expográfico foi pensado num nome que inclua os dois universos envolvidos, do videoclipe e da comunidade LGBTQ+. As 6 cores do videoclipe abrange ambos os temas relacionados, sendo que “6 cores” faz referência às cores da bandeira LGBTQ+. CONCEITO O conceito foi definido pensando situar o espectador sobre os dois grandes assuntos da exposição, sendo estes, o videoclipe e a comunidade LGBTQ+, e o aproximar desses temas gerando empatia e uma noção de pertencimento utilizando-se de diversos elementos presentes na exposição. FLUXO O fluxo de circulação da exposição foi definido de maneira que o visitante se situe sobre os temas principais da exposição, sendo esses o videoclipe e a comunidade LGBTQ+, e então pudesse adentrar as próximas seções que mesclam esses dois temas. Sendo assim, após passar pelas seções contendo a história do videoclipe e sobre a comunidade LGBTQ+, o visitante pode escolher o espaço que deseja visitar a seguir.

68: Fluxo da exposição 69 Fachada do MIS

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DOCUMENTAÇÃO

DOCUMENTAÇÃO

LINHA DO TEMPO A exposição se inicia com uma linha do tempo sobre a história do videoclipe, desde sua origem até o momento atual, demonstrando como funcionava as primeiras máquinas que transmitiam os clipes musicais, apontando a MTV como grande responsável da popularização e crescimento exponencial desse audiovisual na indústria.

3

2

1

1 - Início da narrativa sobre videoclipe: Linha do tempo sobre a história do videoclipe no mundo. 2 - Bancada expositiva: Bancada destinada à apresentar a evolução do videoclipe no Brasil. 3 - Final da linha do tempo: Chegando nos dias de hoje, é apontado a importância da internet para o videoclipe, principalmente do Youtube, sendo a principal plataforma usada por artistas para divulgação de seus trabalhos audiovisuais.

70 Entrada da exposição

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DOCUMENTAÇÃO

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LINHA DO TEMPO Corredor da primeira seção da exposição.

71 Corredor com a linha do tempo sobre o videoclipe

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DOCUMENTAÇÃO

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LINHA DO TEMPO Início da linha do tempo sobre a história do videoclipe.

72 Início da linha do tempo

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DOCUMENTAÇÃO

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LINHA DO TEMPO Bancada destinada à apresentar a evolução do videoclipe no Brasil.

73 Bancada expositiva

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DOCUMENTAÇÃO

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LINHA DO TEMPO Telão apresentando o momento atual do videoclipe.

74 Final da linha do tempo

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DOCUMENTAÇÃO

DOCUMENTAÇÃO

SEÇÃO COMUNIDADE LGBTQ+ A segunda seção da exposição é dedicada à comunidade LGBTQ+, apresentando o início do movimento em busca de direitos no Brasil e no mundo, um informativo sobre o significado da sigla LGBTQ+ e um pequeno espaço contendo realidade virtual da parada ao redor do mundo.

5 4

6 3

1

2

1 - Sinalização 2 - Stonewall: Breve texto sobre stonewall com fotos da época. 3 - Movimento LGBTQ+ no Brasil: Apresentando de forma objetiva o surgimento do movimento LGBTQ+ no Brasil com o jornal Lampião de Esquina, utilizando-se de um vídeo com os criadores falando sobre o jornal e o ativismo por trás dele. 4 - Projeção: Cenas de revoluções, marchas e rebeliões de membros da comunidade em busca de avanço e liberdade. 5 - Sigla LGBTQ+: Espaço dedicado à informar sobre o significado da sigla LGBTQ+ de maneira didática. 6 - VR Parada LGBTQ+: Mesa com óculos de realidade virtual apresentando vídeo da parada LGBTQ+ no mundo inteiro com o intuito de fazer o visitante se sentir participante dessa marcha.

75 Sinalização

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DOCUMENTAÇÃO

DOCUMENTAÇÃO

SEÇÃO COMUNIDADE LGBTQ+ Espaço dedicado à apresentação da história do movimento LGBTQ+ no Brasil e no mundo.

76 Parede com informações breves sobre a comunidade LGBTQ+

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DOCUMENTAÇÃO

DOCUMENTAÇÃO

SEÇÃO COMUNIDADE LGBTQ+ Projeção contendo imagens de revoluções por parte de membros da comunidade ao redor do mundo.

77 Projetor com vídeos de revolções

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DOCUMENTAÇÃO

DOCUMENTAÇÃO

SEÇÃO COMUNIDADE LGBTQ+ Espaço contendo um breve informativo sobre a sigla LGBTQ+.

78 Parede com explicativo sobre a sigla LGBTQ+

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DOCUMENTAÇÃO

DOCUMENTAÇÃO

SEÇÃO COMUNIDADE LGBTQ+ Realidade Virtual de diversas Paradas LGBTQ+ ao redor do mundo.

79 Mesa com óculos de realidade virtual

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DOCUMENTAÇÃO

DOCUMENTAÇÃO

PHOTOZONE Espaço dedicado para o visitante fotografar diante de diversas cenas retiradas de videoclipes importantes para a comunidade LGBTQ+. Contendo um QR Code ao lado que é direcionado à uma playlist no YouTube com esses videoclipes para o visitante salvar.

80 Espaço para fotografar

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DOCUMENTAÇÃO

DOCUMENTAÇÃO

SEÇÃO FIGURINOS E CAMARIM Essa seção apresenta figurinos marcantes de artistas importantes para a comunidade LGBTQ+, como Madonna, Pabllo Vittar e Lady Gaga, acompanhados do videoclipe ou performance onde o figurinos foi utilizado e um descritivo sobre o figurino.

2

3

1

4

1 - Figurino de Madonna em Vogue 2 - Figurino de Pabllo Vittar em K.O. 3 - Figurino de Lady Gaga em Stupid Love 4 - Camarim

81 Entrada da seção de figurinos

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DOCUMENTAÇÃO

DOCUMENTAÇÃO

FIGURINO MADONNA Esse espaço contém uma réplica do figurino que Madonna usou na performance de Vogue no MTV Video Music Awards de 1990, acompanhado de um descritivo sobre o figurino e um monitor transmitindo a performance com fones de ouvido.

82 Figurino de Madonna em Vogue

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DOCUMENTAÇÃO

DOCUMENTAÇÃO

FIGURINO PABLLO VITTAR Figurino utilizado por Pabllo Vittar no videoclipe de K.O. acompanhado de um descritivo sobre o figurino e um monitor transmitindo o videoclipe com fones de ouvido.

83 Figurino de Pabllo Vittar em K.O.

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DOCUMENTAÇÃO

DOCUMENTAÇÃO

FIGURINO LADY GAGA Figurino utilizado por Lady Gaga nas divulgações de seu single Stupid Love, faixa do seu álbum Chromatica, acompanhado de um descritivo sobre o figurino e um monitor transmitindo o videoclipe com fones de ouvido.

84 Figurino de Lady Gaga em Stupid Love

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DOCUMENTAÇÃO

DOCUMENTAÇÃO

CAMARIM Pequeno espaço representando um camarim contendo perucas e maquiagens para que o visitante simule a ideia de estar se preparando para um videoclipe.

85 Camarim

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DOCUMENTAÇÃO

DOCUMENTAÇÃO

ENTRADA SALA ÍCONES LGBTQ+ Foi disposto fotos de alguns ícones LGBTQ+ na entrada da sala junto a um espelho para o visitante se sentir pertencente ao grupo de ícones que lutam por igualdade e liberdade para membros da comunidade.

86 Entrada da seção “Ícones LGBTQs”

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DOCUMENTAÇÃO

DOCUMENTAÇÃO

SALA ÍCONES LGBTQ+ Nessa sala o visitante entenderá um pouco mais sobre o motivo de grandes artistas se tornarem ícones LGBTQ+, com videoclipes, entrevistas, performances desses cantores falando sobre a comunidade e como se posicionaram como aliados ou representantes desse movimento. A sala possui alguns puffs e carpete em todo ambiente tornando confortável para o visitante sentar no chão para assistir aos vídeos. A segunda foto é mostra a visão do visitante que estaria sentado em um dos puffs.

87 Seção “Ícones LGBTQs”

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DOCUMENTAÇÃO

DOCUMENTAÇÃO

SEÇÃO ARTISTAS LGBTQS

1 - Pabllo Vittar - Parabéns

Essa seção possui 10 televisões onde são apresentadas videoclipes e entrevistas apenas de artistas LGBTQs falando sobre seu trabalho e de sua vivência enquanto membro da comunidade. Além disso, a sala ainda possui tótens de alguns artistas.

2 - Urias - Diaba 3 - Majur - 20ver 4 - Johnny Hooker (part. Liniker) - Flutua 5 - Potyguara Bardo - Oasis 6 - Hayley Kiyoko (feat. Kehlani) - What I Need

10 9

1

8

2 7

6

5

4

7 - Gloria Groove - Sedanapo 8 - Letrux - Ninguém Perguntou Por Você 9 - Linn da Quebrada - Oração 10 - Quebrada Queer - Quebrada Quer

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Gloria Groove Ludmilla Rico Dalasam Letrux Pabllo Vittar Linn da Quebrada

88 Entrada da seção “Artistas LGBTQs”

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DOCUMENTAÇÃO

DOCUMENTAÇÃO

SALA ARTISTAS LGBTQ+ Nesse espaço há trabalhos audiovisuais de diversos artistas que fazem parte da comunidade LGBTQ+, além de entrevistas dos mesmos falando sobre a vivência enquanto indivíduo LGBTQ+. Contendo na entrada, frases ditas por alguns artistas sobre ser membro da comunidade. Ao lado de todos os monitores há um Spotify Code, facilitando o acesso do visitante ao trabalho do artista apresentado.

89 Início da seção “Artistas LGBTQs”

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DOCUMENTAÇÃO

DOCUMENTAÇÃO

SALA ARTISTAS LGBTQ+ Os tótens dispostos nessa sala possuem 1,70m, sendo um elemento atrativo para o visitante se fotografar ao lado.

90 Tótens e monitores na seção “Artistas LGBTQs”

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DOCUMENTAÇÃO

DOCUMENTAÇÃO

SALA ARTISTAS LGBTQ+ Vista aérea e panorâmica da sala.

91 Vista mais ampla da seção “Artistas LGBTQs”

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MEMORIAL DESCRITIVO

MEMORIAL DESCRITIVO

MARCA

ÁREA DE SEGURANÇA

O logo foi criado utilizando-se das cores da bandeira LGBTQ+ no circulo envolvendo a tipografia. A marca preferencial é utilizada com um fundo escuro. O logo da exposição foi criada com base nas tipografias Gobold High Bold e Ostrich Sans Heavy.

x/2

x

PADRÃO CROMÁTICO Seguindo o conceito descrito anteriormente, as cores presentes no logo são as seis cores que compõe a bandeira LGBTQ+ sobrepostas no preto ou branco.

C0 M0 Y0 K0 R255 G255 B255 Hexa FFFFFF

C1 M96 Y91 K0 R255 G0 B0 Hexa FF0000

C0 M0 Y0 K100 R0 G0 B0 Hexa 000000

C2 M49 Y92 K0 R255 G128 B0 Hexa FF8000

Gradiente

Versão Negativa

C3 M9 Y91 K0 R255 G230 B16 Hexa FFE610 C86 M10 Y96 K2 R39 G138 B42 Hexa 278A2A C96 M92 Y2 K0 R17 G17 B131 Hexa 111183

Versão Positiva

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C60 M90 Y4 K1 R107 G22 B135 Hexa 6B1687 123


MEMORIAL DESCRITIVO

MEMORIAL DESCRITIVO

TIPOGRAFIA

GRAFISMO

As famílias tipográficas foram escolhidas pensando no conforto visual tanto para a exposição quanto para os materiais promocionais.

Foi desenvolvido um grafismo para complementar a identidade visual do projeto.

Nunito Light ABCDEFGHIJKLMNOPQR STUVWXYZ 0123456789

Nunito Bold ABCDEFGHIJKLMNOPQR STUVWXYZ 0123456789

92: Grafismos

Nunito Black ABCDEFGHIJKLMNOPQR STUVWXYZ 0123456789

A tipografia Queer as Font foi um projeto de trabalho de conclusão de curso desenvolvido pelo designer João Victor Pereira Thomaz e cedida para a elaboração do presente projeto.

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MEMORIAL DESCRITIVO

MEMORIAL DESCRITIVO

FOLDER Material promocional distribuído gratuitamente no MIS, contendo informações sobre a exposição e com mini pôsteres destacáveis para o visitantes.

10cm

12cm

50cm

10cm

10cm

10cm

10cm

10cm

93: Formato do folder 94: Folder da exposição

Possui três dobras destacáveis, tornando assim as artes do verso em mini pôsteres.

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MEMORIAL DESCRITIVO

MEMORIAL DESCRITIVO

TÓTEN Os tótens dispostos na sala “Artistas LGBTQs” são fabricados em MDF com corte especial.

1,70m

95: Representação do tótem

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96 Tótens dos artistas

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MEMORIAL DESCRITIVO

MEMORIAL DESCRITIVO

BANCADA EXPOSITIVA Seção: História do videoclipe

LINHA DO TEMPO Seção: História do videoclipe

Vista da lateral

Títulos Tipografia: Queer as Font Tamanho: 120pt Texto Tipografia: Nunito Medium e Bold Tamanho: 50pt Entrelinha: 55pt

1,00m

0,86m

0,7m Vista do topo 0,68m

3,705m TELÃO Seção: História do videoclipe

1,70m

2,905m

97: Demonstração da dimensão do adesivo ao lado de figura humana

1,84m 130

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MEMORIAL DESCRITIVO

MEMORIAL DESCRITIVO

TELEVISÕES

CAMARIM

Todas as televisões dispostas por todo espaço da exposição possuem 24 polegadas.

Vista superior

1,00m

1,75m

1,40m Vista frontal

1,48m

MESA REDONDA Seção: Comunidade LGBTQ+ PAINEL INFORMATIVO Seção: Figurinos

Vista superior

0,4m

0,6m 1,20m de diâmetro

1,30m Vista da lateral

1,00m Vista frontal

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Vista lateral

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A ideia inicial para o projeto visava abordar somente algo relacionado ao ativismo LGBTQ+, porém foi optado por envolver outro universo de bastante interesse do autor, o da cultura pop. Ao realizar recortes e seleções sobre os dois temas, chegou-se à conclusão de desenvolver o projeto sobre representatividade LGBTQ+ em videoclipes. O projeto propõe uma reflexão acerca da representatividade e visibilidade LGBTQ+ em videoclipes, bem como apontar os artistas que foram precursores desse movimento dentro dessa indústria abrindo assim espaço para novos artistas LGBTQs. Com o aumento do debate e a evolução da mentalidade da sociedade, nota-se a presença de pessoas LGBTQs em diversas áreas da mídia com mais facilidade do que era de costume observar antigamente. Esse espaço precisa ser maior O desenvolvimento desse projeto permitiu que o autor amplia-se seu conhecimento sobre a expografia e principalmente modelagem 3D, tornando-se um desafio por utilizar métodos até então não muito explorados. O projeto foi um dos maiores desafios enfrentados, com diversos momentos de desespero e dificuldades nos quais foram superados e me fizeram evoluir como pessoa e profissional.

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REFERÊNCIAS

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LISTA DE IMAGENS

Figura 01: Fachada do bar Stonewall Inn Disponível em: https://bit.ly/35xWww8 Acesso em: 15 ago. 2019

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Figura 13: Madonna no início da carreira Disponível em: https://bit.ly/3dodJuO Acesso em: 30 set. 2019

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Figura 02: Manifestantes protestam no sul de Manhattan, no verão de 1969 Disponível em: https://bit.ly/35xWww8 Acesso em: 15 ago. 2019

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Figura 14: Michael Jackson em Thriller Disponível em: https://bit.ly/35zmu2l Acesso em: 02 out. 2019

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Figura 03: Primeira Parada do Orgulho LGBTQ+ em Nova York Disponível em: https://bit.ly/3fmDo8N Acesso em: 21 ago. 2019

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Figura 15: Madonna beijando Britney Spears durante performance no VMA Disponível em: https://bit.ly/2W96HnL Acesso em: 09 out. 2019

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Figura 04: Ilustração de personagens queer Disponível em: https://bityli.com/Sq94C Acesso em: 29 ago. 2019

22

Figura 16: Lady Gaga usando um vestido de carne Disponível em: https://bit.ly/3c8tANJ Acesso em: 09 out. 2019

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Figura 05: Manifestação contra “cura gay” Disponível em: https://bit.ly/3b2KkEI Acesso em: 04 set. 2019

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Figura 17: Kanye West interrompendo Taylor Swift Disponível em: https://glo.bo/3b6NSpz Acesso em: 09 out. 2019

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Figura 06: Protestos contra a “cura gay” Disponível em: https://bit.ly/3dodXCa Acesso em: 04 set. 2019

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Figura 18: Clip Clip Disponível em: https://glo.bo/3b7pWSX Acesso em: 10 out. 2019

33

Figura 07: Integrantes da ABGLT Disponível em: https://bit.ly/3b8wvoi Acesso em: 05 set. 2019

27

Figura 19: O argentino Mister Sam Disponível em: https://bit.ly/3dfYiEA Acesso em: 24 out. 2019

33

Figura 08: Soundies Disponível em: https://bit.ly/3cezCfW Acesso em: 01 nov. 2019

28

Figura 20: RockGol Disponível em: https://bit.ly/3fnN02Z Acesso em: 10 out. 2019

33

Figura 09: Scopitone Disponível em: https://bit.ly/3b2Vqtf Acesso em: 31 out. 2019

29

Figura 21: Pé na Estrada Disponível em: https://bit.ly/2YzyDCZ Acesso em: 10 out. 2019

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Figura 10: Astronauta cravando bandeira na lua. Disponível em: https://bit.ly/2L7yZZi Acesso em: 29 set. 2019

30

Figura 22: Mochilão Disponível em: https://bit.ly/2W96hxH Acesso em: 10 out. 2019

34

Figura 11: Slogan “I want my MTV” Disponível em: https://bit.ly/2zgS1d3 Acesso em: 29 set. 2019

30

Figura 23: Capa do álbum de Gilberto Gil Disponível em: https://bit.ly/2L5PqFO Acesso em: 10 out. 2019

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Figura 12: Cena do clipe Money for Nothing do Dire Straits Disponível em: https://bit.ly/2A0VYDb Acesso em: 29 set. 2019

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Figura 24: Capa do álbum dos Titãs Disponível em: https://bit.ly/2W4zNVk Acesso em: 10 out. 2019

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LISTA DE IMAGENS

LISTA DE IMAGENS

Figura 25: Charlie Brown Jr. Disponível em: https://bit.ly/3b6OknL Acesso em: 10 out. 2019

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Figura 37: Queen no clipe de I Want to Break Free Disponível em: https://imdb.to/2L0edLo Acesso em: 15 nov. 2019

43

Figura 26: Skank Disponível em: https://bit.ly/2SEmusE Acesso em: 10 out. 2019

35

Figura 38: Madonna em Vogue Disponível em: https://bit.ly/2SHp4Ot Acesso: 09 nov. 2019

43

Figura 27: The Beatle em A Hard Day’s Night Disponível em: https://bit.ly/2WwFEBJ Acesso em: 22 out. 2019

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Figura 39: Cena do videoclipe de Vogue Disponível em: https://bit.ly/2WBXYcW Acesso em: 09 nov. 2019

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Figura 28: Capa do álbum Lemonade Disponível em: https://bit.ly/2yyYkc1 Acesso em: 24 out. 2019

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Figura 40: Cena do videoclipe de Justify My Love Disponível em: https://bit.ly/2W6ZFQt Acesso em: 09 nov. 2019

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Figura 29: Cena do filme Lemonade Disponível em: https://bit.ly/2zdXnGh Acesso em: 24 out. 2019

38

Figura 41: RuPaul no clipe de Supermodel. Disponível em: https://bit.ly/2xGMZX6 Acesso em: 16 ago. 2019

44

Figura 30: Exibição de um trabalho no Music Video Festival Disponível em: https://bit.ly/3fooE9C Acesso em: 17 out. 2019

39

Figura 42: Adore Delano em RuPauls Drag Race Disponível em: https://bit.ly/2YDUhWL Acesso em: 16 ago. 2019

44

Figura 31: Curador do mvf e artistas discutindo sobre videoclipe Disponível em: https://bit.ly/2yzMgHF Acesso em: 03 nov. 2019

39

Figura 43: Casal gay em Beautiful Disponível em: https://bzfd.it/2WzeJp1 Acesso em: 19 ago. 2019

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Figura 32: Experiência em realidade virtual Disponível em: https://bit.ly/3c3woeZ Acesso em: 03 nov. 2019

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Figura 44: Drag Queen em Beautiful Disponível em: https://bit.ly/3dmtemU Acesso em: 19 ago. 2019

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Figura 33: Cantora Urias no Music Video Festival Disponível em: https://bityli.com/DxSDo Acesso em:06 jun. 2020

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Figura 45: Dupla t.A.T.u no clipe de All The Things She Said Disponível em: https://bit.ly/2zXOReI Acesso em: 15 nov. 2019

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Figura 34: Grupo Secos & Molhados Disponível em: https://bit.ly/3dlNq8p Acesso em: 16 ago. 2019

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Figura 46: Casal gay no clipe de Raise Your Glass Disponível em: https://bit.ly/2YF3bD5 Acesso em: 19 ago. 2019

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Figura 35: Sylvester no videoclipe de You Make Me Feel Disponível em: https://bit.ly/2ymZnMo Acesso em: 16 ago. 2019

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Figura 47: Casal gay em Firework Disponível em: https://bit.ly/3fo4AE2 Acesso em: 19 ago. 2019

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Figura 36: Integrantes da banda Culture Club. Disponível em: https://bit.ly/35znh3j Acesso em: 16 ago. 2019

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Figura 48: Lady Gaga em Born This Way Disponível em: https://bit.ly/3b9RAyw Acesso em: 15 nov. 2019

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LISTA DE IMAGENS

LISTA DE IMAGENS

Figura 49: Casal em Take Me to Church Disponível em: https://bit.ly/2L5iJbm Acesso em: 09 nov. 2019

47

Figura 60: Seção de realidade virtual na exposição Björk Digital Disponível em: https://bit.ly/2W75Zav Acesso em: 03 nov. 2019

57

Figura 50: Pabllo Vittar em K.O. Disponível em: https://bit.ly/2Wx9Lc9 Acesso em: 19 ago. 2019

47

Figura 61: Björk no clipe de Stonemilker Disponível em: https://bit.ly/3dwVtPZ Acesso em: 03 nov. 2019

57

Figura 51: Majur, Pabllo Vittar e Emicida no clipe de AmarElo Disponível em: https://bit.ly/2YBboIE Acesso em: 09 nov. 2019

48

Figura 62: Parte interativa da exposição Björk Digital Disponível em: https://bit.ly/3c3xjfr Acesso em: 03 nov. 2019

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Figura 52: Casal em Flutua Disponível em: https://bit.ly/2YFLHGO Acesso em: 15 nov. 2019

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Figura 63: Sala de cinema da exposição Björk Digital Disponível em: https://bit.ly/2W6hxL4 Acesso em: 03 nov. 2019

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Figura 53: Cena do clipe de I Need A Woman to Love Disponível em: https://bit.ly/3dlO4Tn Acesso em: 15 nov. 2019

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Figura 64: Planta do primeiro andar do MIS

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Figura 65: Estudo de planejamento sobre o espaço

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Figura 54: Exemplos de percurso por Hughes Disponível em: HUGHES, Philip. Exhibition Design. London: Laurence King, 2010. Acesso em: 30 mar. 2020

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Figura 66: Planejamento de conteúdo

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Figura 67: Imagens que serviram de referência para o projeto

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Figura 55: Lego utilizado no clipe de Fell in Love with a Girl, da banda The White Stripes Disponível em: https://bit.ly/2SDoKjI Acesso em: 30 out. 2019

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Figura 68: Fluxo da exposição

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Figura 69: Fachada do MIS

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Figura 70: Entrada da exposição

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Figura 56: Parte da exposição Spectacle Disponível em: https://bit.ly/2YDUBEX Acesso em: 03 nov. 2019

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Figura 71: Corredor com a linha do tempo sobre o videoclipe

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Figura 72: Início da linha do tempo

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Figura 57: Seção Agent Provocateur Disponível em: https://bit.ly/2zc3hHN Acesso em: 03 nov. 2019

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Figura 73: Bancada expositiva

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Figura 74: Final da linha do tempo

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Figura 58: Troféu do VMA de 1986 exibido na exposição Disponível em: https://bit.ly/3foNZ31 Acesso em: 03 nov. 2019

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Figura 75: Sinalização

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Figura 76: Parede com informações breves sobre a comunidade LGBTQ+

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Figura 77: Projetor com vídeos de revoluções

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Figura 78: Parede com explicativo sobre a sigla LGBTQ+

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Figura 79: Mesa com óculos de realidade virtual

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Figura 59: Parte da exposição Björk Digital Disponível em: https://bit.ly/2L5QBos Acesso em: 03 nov. 2019

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LISTA DE IMAGENS

Figura 80: Espaço para fotografar

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Figura 81: Entrada da seção de figurinos

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Figura 82: Figurino de Madonna em Vogue

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Figura 83: Figurino de Pabllo Vittar em K.O.

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Figura 84: Figurino de Lady Gaga em Stupid Love

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Figura 85: Camarim

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Figura 86: Entrada da seção “Ícones LGBTQs”

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Figura 87: Seção “Ícones LGBTQs”

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Figura 88: Entrada da seção “Artistas LGBTQs”

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Figura 89: Início da seção “Artistas LGBTQs”

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Figura 90: Tótens e monitores na seção “Artistas LGBTQs”

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Figura 91: Vista mais ampla da seção “Artistas LGBTQs”

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Figura 92: Grafismos

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Figura 93: Formato do folder

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Figura 94: Folder da exposição

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Figura 95: Representação do tótem

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Figura 96: Tótens dos artistas

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Figura 97: Demonstração da dimensão do adesivo ao lado de figura humana

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CURADORIA

Onde você prefere assistir aos videoclipes?

O exercício de curadoria consiste em gerenciar, viabilizar a obra, o local e o público, além de selecionar as obras que serão incluídas dentro do recorte proposto. A curadoria também se responsabiliza por supervisionar a montagem da exposição, a manutenção das obras, a elaboração de textos de apresentação e divulgação, a fim de proporcionar maior visibilidade e proximidade entre as obras e o público. Foi realizado uma pesquisa quantitativa com 52 pessoas, utilizando um questionário sobre consumo de videoclipes, exposições e artistas LGBTQs para entender melhor o público. Você faz parte da comunidade LGBTQ+? Qual sua idade?

Acompanha o trabalho de artistas LGBTQs?

Qual a frequência que você assiste videoclipes?

Simpatiza pelo movimento LGBTQ+?

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APÊNDICE

Você costuma frequentar exposições?

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tanto nacionais, quanto internacionais. No Music Video Festival, nós levamos em consideração o lado artístico de cada clipe e não apenas seu lado comercial. 2. sil?

O quanto você se interessaria por uma exposição sobre representatividade LGBTQ em videoclipes?

Qual o principal desafio para montar um festival voltado para o videoclipe no Bra-

Os desafios são enormes, principalmente no atual momento de desmanche da cultura pelo governo federal. Mas, além disso, o videoclipe, apesar de ser um celeiro criativo de novas ideias, linguagens e tecnologias, até hoje ainda não teve o devido reconhecimento, mesmo no meio do audiovisual. Talvez por sua forte ligação com a música, seja visto como um produto híbrido, que fica em algum lugar no meio do universo da música e do cinema. No entanto, tivemos desde o início do projeto do Music Video Festival o importante apoio do MIS (Museu da Imagem e do Som) de São Paulo, que nos recebeu desde a primeira edição. Além de diversos parceiros, como produtoras de publicidade e de conteúdo, além claro do apoio dos diretores e artistas. 3.

Qual o perfil e a faixa etária do público do festival?

O perfil do festival são pessoas, na maioria jovens, que se interessam por novas tendências tanto musicais quanto audiovisuais. A faixa etária do MVF é bastante ampla, vai de 18 a 50 anos, mas o maior foco é na faixa etária de pessoas entre 20 e 35 anos. 4. O público do festival busca focar seu interesse em um gênero que mais o agrada ou se atenta ao audiovisual independente do gênero? ENTREVISTA Foi realizada uma entrevista com Duda Leite, jornalista, cineasta e curador, formado em Cinema pela Faculdade Armando Álvares Penteado, em São Paulo. Seu trabalho sempre acontece nas proximidades do audiovisual e da cultura pop. Estreou em 1994 com o curta-metragem Serial Cluber Killer, com o qual ganhou o prêmio do Festival Mix Brasil de Melhor Curta-Metragem. No ano seguinte realizou Selma & Denise, paródia lésbica do filme Telma & Louise, também exibido no Festival Mix Brasil e além disso, foi produtor executivo dos canais a cabo Eurochannel, HBO e VH1. Duda atualmente é curador do Music Video Festival, citado neste trabalho, em sua entrevista ele conta sobre como faz a curadoria do festival, a exposição dos trabalhos, o público e a presença da comunidade LGBTQ+ nele. 1.

O que é o Music Video Festival e qual seu principal objetivo?

O Music Video Festival surgiu em 2013, quando sentimos que havia um vácuo deixado pela MTV Brasil que, naquela época, havia parado de exibir videoclipes na sua programação e havia extinguido o VMB, até então a principal premiação para os videoclipes nacionais. O principal objetivo do Music Video Festival é divulgar o universo dos videoclipes, 154

O público do MVF é bastante aberto aos diferentes gêneros musicais. No audiovisual existem alguns estilos musicais que se adequam mais ao perfil dos clipes que nos interessam. Por exemplo, a produção recente de Rap, Hip Hop e Pop nos trouxe alguns dos videoclipes mais interessantes produzidos recentemente. Mas é importante frisar que não selecionamos os clipes por causa de um ou outro estilo musical, e sim pela relevância artística do trabalho de cada diretor ou filmmaker. Estamos abertos a todos os gêneros musicais. 5.

Como é a experiência com a realidade virtual que acontece no festival?

Desde 2014 trazemos todos os anos uma experiência diferente em VR (realidade virtual). Já trouxemos por exemplo, os clipes em VR da Björk, anos antes da exposição Björk Digital. Em 2018, trouxemos a experiência Battlescar, criada pela designer argentina Mercedes Arturo. Estamos sempre buscando conteúdos relevantes em VR, que é uma tecnologia inovadora que permite inúmeras experiências.

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APÊNDICE

6.

A procura por trabalhos com temática LGBTQ+ é grande?

Sempre buscamos ter uma gama bastante diversificada nos clipes selecionados pelo MVF. Não apenas nos videoclipes, mas também na equipe do Festival. Já tivemos a participação de vários músicos que fazem parte da comunidade LGBTQ. Em 2016, produzimos um clipe em 360º da cantora Liniker & Os Caramelows. Em 2018 produzimos um clipe do Jaloo. Já produzimos antes clipes da Banda Uó e apoiamos o primeiro clipe da cantora trans Linn da Quebrada. Ou seja: sim, temos uma aproximação muito forte com os artistas da cena LGBTQ. Também é importante lembrar que para os AWARDS, que são nossa competição dos Melhores Videoclipes do ano, também recebemos vários videoclipes da cena LGBTQ. É uma cena bastante vibrante. Desde 2016, com o sucesso de Pabllo Vittar, surgiram várias cantoras drag-queens por exemplo, que todos os anos inscrevem seus clipes. Nos orgulhamos disso. Isso faz parte da história do MVF. 7.

APÊNDICE

uma dimensão bem maior e mais impactante, do que, digamos, ver um clipe na tela de um celular. Isso faz toda a diferença para nós. Também disponibilizamos os clipes pelas nossas redes sociais, onde inclusive o público pode votar nos seus clipes favoritos de cada ano. Para votar, basta acessar nosso site: www.musicvideofestival.com.br

Existe um grande número de pessoas LGBTQs envolvidas nos trabalhos?

Sim, a diversidade que levamos para as telas do MVF, não está apenas na frente das câmeras, mas também atrás. Temos uma equipe reduzida, quando não está acontecendo o Festival. Mas temos pessoas LGBTQ envolvidas o ano todo na produção e na curadoria do festival. 8.

Qual o papel do curador num festival como esse?

O papel do curador é justamente selecionar os clipes que estarão entre os finalistas dos AWARDS, além de selecionar os artistas que se apresentarão no festival. Este ano criamos um comitê de seleção, para nos ajudar com a escolha dos finalistas. Tivemos mais de 400 clipes inscritos. Abrimos novas categorias para os videoclipes que serão premiados. Entre elas estão categorias técnicas como Melhor Fotografia, Melhor Edição, Melhor Direção de Arte, etc. O comitê nos ajudará a selecionar os finalistas, que em seguida serão julgados por um júri especializado. Neste caso, meu papel como curador foi definir quem fará parte deste comitê. 9.

Quais os critérios de seleção dos vídeos participantes do festival?

Seguimos alguns critérios básicos: escolhemos os videoclipes baseados na sua originalidade, criatividade, inovação, na sua capacidade técnica, e principalmente na harmonia entre a música e a imagem, que no final das contas, é o que define um bom videoclipe. 10.

De que maneira os videoclipes são exibidos na exposição?

Gostamos de exibir os videoclipes com a melhor qualidade técnica possível. Por isso, exibimos os clipes no auditório do MIS, que tem uma qualidade excelente. O mais interessante dessa experiência é ver os videoclipes numa tela grande, onde a experiência ganha 156

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Anexo 1 Planta 1ยบ andar

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Centro Universitรกrio Senac 2020 160


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