A VIDA DE AGASSI
A História do ténista que ódiava ténis
PEP GUARDIOLA
As Táticas de Barcelona a Munich
LINGUAGEM CORPORAL
A Linguagem escondida
TREINO VS TALENTO
Qual dos 2 é mais importante
Desporto&Esport Revista Digital de Estratégia e Gestão Desportiva
Desporto Profissionalismo e Lesões
No desporto profissional as lesões são cada vez mais frequentes. Nesta edição, mostramos os tratamentos mais recentes na medicina atual. Especial
DOPING:
LEGALIZAÇÃO? OU PROIBIÇÃO? OS PRÓS E OS CONTRAS
A NÃO PERDER!
AS DIFERENTES ANÁLISES E PERSPETIVAS
REAL MADRID - 4-4-2 2014/2015
EDITORIAL O doping, entendível como a utilização de substâncias ilícitas para aumentar a performance desportiva, existe desde os primórdios do desporto, e tem-no acompanhado desde sempre. E foi inclusive, mais ou menos assumido, parte integrante da política desportiva de muitos países, como forma de confronto com nações rivais, usando o desporto para vitórias “bélicas” e poiticas. Hoje, isso é cada vez menos uma prática, mas segundo as autoridades competentes, nunca o uso do doping foi tão alto. Os diversos estudos apontam para valores acima dos 10% sendo que apenas menos de 1% desses atletas acaba por acusar positivo. Para muitos, estes valores podem surpreender, mas para aqueles que olham mais de perto o fenómeno desportivo, facilmente afirma que estes
Director geral e Editor
valores, nada mais são que uma consequência natural dos requisitos e do des-
Diogo Sampaio d_sampaio@desportoeesport.com
gaste, para além do aumento de lesões graves, que a atividade desportiva de topo carrega no desporto atual, onde os limites humanos são constantemente exigidos. Deste modo, temos que nos questionar e trazer para o debate publico um debate serio sobre o doping, e se o uso de substancias deve continuar a ser totalmente banida do desperto, ou se, por contrário, de devemos adotar uma abordagem menos fundamentalista e mais permissiva, adotada a cada modalidade e as suas características. Mas não só de doping, vive esta segunda edição da Desporto&Esport. Temos um especial, com um conjunto de artigos, sobre lesões, os novos tratamentos, totalmente futuristas para os leigos, e o impacto emocional e de psicológico que provoca nos atletas. Falamos igual, de como, a linguagem corporal e uma boa analise da mesma, pode ser a diferença entre a vitória ou derrota dentro
Colunistas Pedro M. Silva, Vitor E. Santos, Diogo Sampaio, Thiago Y. Jacomelly, Ricardo Reis, Tiago Dinis
Colunistas Convidados Rodolfo Resende Pires, Alexandre Monteiro, Olívia Santos, Alexandre Cardoso, Ana Matos
de um campo de futebol. Olhamos para o Brasil e o voleibol e das razões que
Contatos
fazem deste desporto um sucesso em terras de vera cruz. Andre Agassi, um
contato@desportoeesport.com
tenista que odiou o ténis por toda a sua vida, é a figura desportiva desta edição; um caso paradigmático de onde o sucesso e a felicidade não andam de mãos dadas.
Website www.desportoeesport.com
Por fim, agradecendo a todos os colunistas convidados a sua participação, congratulamo-nos, por cada vez mais sermos uma revista por toda a comunidade e países de língua portuguesa, com colunistas de diferentes nacionalidades e leitores um pouco por todo o mundo.
Diogo Sampaio, Director
CAPA:
DOPING 06 Doping: Proibição? Legalização? 08 Doping: Definição 09 Razões para o uso do doping 17 Principais metódos e substâncias dopantes 18 Doping e saúde: o caso da Alemanha oriental
ESPECIAL LESÕES 24 O impacto psicologico das lesões 28 Holografia: lesões e Basebol 32 Celulas estaminais, lesões e recuperação fisica 34 NFL e o risco de doenças degenerativas
19 Doping: uma questão legal ou ética? 52
Doping: legalização!
53
Doping: Proibição!
65
Doping: conclusões finais
FIGURA 36 Agassi: O tenista que odiava tenis
DESPORTO&ESPORT 10 Real Madrid: 4-4-2 12 Segredos da Linguagem corporal 15 O segredo do sucesso do voleibol brasileiro de quadra: qual a receita? 20
GPS e arbitragens
23 A importancia da análise de video 30 Videojogos: devem ser considerados desporto? 40
Tecnologia MuscleSound
44
Estádios Intelegentes
48
Redes sociais, marcas e desporto
59 Pep Guardiola: as taticas de barcelona a munich 63
Treino Vs. Talento
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MAIS DESPORTO&ESPORT 26 Squash 29 O respeito dentro do Balneario 33 NHL e as imagens POV 45 Menos carbiodratos para os maratonistas 46 Ciclismo e Tecnologia 50 NBA: a origem dos craques 51 Sérvia-Albânia: a origem da violencia 56 Hidratação no desporto profissional 58 Triatletas: três erros comuns 62 Fotografia do mês 68 Filme: Um homem fora de serie 70 Livro: o treino da tomada de decisão 71 Número do mês 72 Software: ZenPlanner 73 Aplicativo Web: OneFootball
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DOPING:
LEGALIZAÇÃO OU PROIBIÇÃO? Nos anos 70, muitas atletas femininas engravidavam propositadamente semanas antes das grandes competições, isto porque nos primeiros meses de gestação as mulheres ficam mais fortes e aumentam a capacidade aeróbica. Na Grécia antiga, de cordo com os escritos deixados pelo filósofo Philostratus, os atletas da primeira era olímpica, aproximadamente 776 a.C, consumiam chás compostos por diversas ervas e comiam cogumelos para mel-
Proibição? Legalização? Como decidir no meio de questões legais, éticas, desportivas, saúde, entre tantas outras? 6 • Desporto&Esport • www.desportoeesport.com
horaram as suas marcas. Atualmente, a química e a tecnologia produzem um conjunto de drogas e fármacos sintéticos que aumentam fortemente as performances do corpo humano e permite bater recordes totalmente inimagináveis e impossíveis num “corpo limpo”. A procura de meios, metodologias e substâncias para o aumento de performance desportiva, como facilmente percebemos, foi uma constante por toda a história humana. Atualmente a problemática do doping, ou em português propriamente dito – dopagem, assume contornos ainda mais proeminentes.
O canadense e ex-atleta Richard William
orientação: devemos manter a intransigên-
ser praticados por humanos, onde alca-
Pound, membro do Comitê Olímpico
cia quanto à utilização de substancia que
nçar o limite não leva necessariamente à
Internacional (COI) e presidente na
aumentam o rendimento? Ou, por outro
destruição.
Agência Mundial Antidoping de 1999 a
lado, devemos manter uma noção mais
Se a isto somarmos, um conjunto de
2007, afirmou, à pouco mais de dois anos,
abrangente sobre o tema, e abrir lenta-
metodologias e maquinaria cientifica, nor-
que os diversos estudos indicam categori-
mente o desporto, ou pelo menos algumas
malmente ausente do debate do doping,
camente que mais de 10% dos desportistas
modalidades, a essas mesmas substâncias,
mas que criam, mesmo que legalmente,
de alto rendimento se dopam, mas os
e aceita-las como parte integrante da ativi-
claras diferenças artificias entre atletas,
testes e os controlos anti-doping não apan-
dade desportiva profissional e de topo?
beneficiando aqueles que têm um maior
ham mais que 1 ou 2%.
Este tema e este debate torna-se ainda mais
poder financeiro ou que estão inseridos
A tecnologia e os avanços científicos tam-
preponderante quando olhamos para o
em clubes ou instituições mais poderosas.
bém chegaram ao desporto e ao doping e a
desporto atual e facilmente entendemos o
Assim, iniciar um debate serio e claro
realidade é que não sabemos com exatidão
nível de esforço requerido, ou o número de
sobre o uso do doping no desporto pro-
a sua proporção, nem em que desportos
jogos e partidas e o pouco tempo temporal
fissional é mais necessário que nunca,
se desenvolvem em maior número; sim,
em que acontecem, ou o número de lesões,
sem termos como é obvio, a pretensão de
porque acreditar que o doping é uma
em muitos casos, anormalmente altas
chegar a uma resposta definitiva. Neste
coisa unicamente do ciclismo é uma total
e muito definitivas para muitos atletas.
conjunto de artigos, para além de definir-
ingenuidade.
Muitas substâncias, até agora proibidas,
mos com exatidão o conceito de doping,
No entanto, o pressuposto deste artigo, e
poderiam em muitos casos minimizar o
iremos apresentar a perspetiva de diversos
dos artigos que acompanham o tema do
desgaste excessivo e prevenir lesões, e tor-
autores e da diversa literatura, defendendo
doping na 2 edição da Desporto&Esport,
nar o desporto, à falta de melhor palavra,
quer o uso do doping, que a sua total
debruça-se e leva o debate para um outra
de novo a índices humanos e possíveis de
proibição. Desporto&Esport • www.desportoeesport.com • 7
Doping ou “Dopagem é o uso de qualquer medicamento ou produto que contenha substâncias indicadas na lista de substâncias proibidas” Definir universalmente o significado de doping é uma tarefa difícil e até certo ponto inexequível, dada a falta de consenso, nomeadamente no mundo académico. Ainda assim é possível alcançar alguns acordos e ideias partilhadas pela maior parte dos especialistas. A palavra “doping” é um anglicanismo que terá surgido pela primeira vez em 1889 nos Estados Unidos da América em 1889 em contexto bélico, no qual referia: “ mistura de ópio e narcóticos administrada aos cavalos”, que significava “estimulação ilícita para os cavalos durante a corrida”. O termo doping como descrito acima não “nasceu” interligada com o desporto, isso aconteceu apenas, pelo menos a nível internacional, em 1933, e a sua definição passava por “ o uso de determinados fármacos para aumentar o rendimento físico”. Apenas duas décadas, em 1949, a definição de doping haveria de sofrer uma ligeira remodelação: “todo o uso de substâncias ou de práticas estimulantes que exageram momentaneamente o rendimento de um individuo”. Ao longo dos anos, outras pequenas alterações foram feitas, sendo que hoje, a definição usualmente mais aceite e adotada pela convenção europeia contra a
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dopagem no desporto e presente na legislação portuguesa é: Doping ou “Dopagem é o uso de qualquer medicamento ou produto que contenha substâncias indicadas na lista de substâncias proibidas”. Para os mais curiosos, etimologicamente a palavra doping tem três grandes teorias. A primeira, e seguida por muitos autores anglo-saxónicos, afirmam que a palavra doping advém da língua inglesa “dope”, que significa “ pasta, líquido espesso ou gordo, utilizado como um lubrificante ou óleo alimentar”. Outros contrariam fortemente esta primeira teoria e afirmam que a palavra doping deriva diretamente do dialecto Kafir, que era falado por indígenas do sudeste de África que atribuía à palavra “dop” o significado de: “licor forte, que era bebido como estimulante durante os cultos ou cerimónias religiosas segundo a aprovação de Kafa”. Recentemente surgiu a ideia de relacionar o termo doping com DOPA (dihidroxifenilalamina), que é um aminoácido monoaminocarboxílico, formado pela oxidação da tiosina em reacção catalizada pela tirosinasa.
RAZÕES PARA O USO DO DOPING
O
objetivo, como é claro para todos, para uso de substâncias ilegais, é aumentar a performance desportiva e alcançar vitórias e records. Mas, esta é uma das situações em que é necessário olhar mais afundo para a questão, até porque quando olhamos para alguns dos fármacos utilizados para melhorar artificialmente o desempenho, entendemos os seus malefícios. Por exemplo o uso de esteroides pode provocar delírios, episódios de paranoia e quebras psicológicas graves, podendo inclusive afetar o comportamento motor. Pior ainda, o uso prolongado pode originar problemas crônicos como doenças cardíacas,
enfermidades no fígado, disfunções sexuais e uma diminuição acentuada da espectativa de vida e nos casos mais graves a morte. Em alguns casos deram-se ainda modificações corporais extremas, principalmente em atletas do sexo feminino. Assim é imperativo perceber quais as razões que levam os atletas a correram tão altos riscos para o aumento artificial. No geral existem duas teorias: Durkheim e Merton.
Teoria de Durkheim
Teoria de Merton
A teoria de Durkheim refere o uso do doping por parte dos atle-
A teoria de Merton aponta as razões do uso do doping como o
tas como “um reflexo discrepantes das normas na sociedade”. Do
“resultado de grandes exigências, motivações e recompensas nos
ponto de vista prático, este autor aponta a sociedade e as subcul-
atletas de elite que testariam os limites da performance e isso sug-
turas como o principal meio para que o atleta se permita o uso
eria o uso de meios ilegais”. Este ponto é facilmente identificável
do doping; um pouco da mesma forma como a cultura potencia
e para isso basta ligarmos as nossas televisões ou ligar os nossos
ou reprime o crime. Quanto mais a sociedade for permissiva ao
computadores ou smartphone para entendermos os inúmeros
uso de substâncias ilegais mais fácil será para o atleta dar o passo
estímulos que os grandes atletas estão sujeitos: fama, dinheiro ou
decisivo para o uso de dopagem.
reconhecimento mediático, são apenas alguns dos mais notórios. Os atletas vivem vidas de aparente sonho, para chegar a elas ou para lá se manter o doping pode ser um mal menor.
A problemática dos efeitos psicológicos e da dependência Para além dos motivos já destacadas, existe também a problemática dos efeitos psicológicos nos atletas que se doparam e o muito comum efeito de dependência que lhes provoca e não lhe permite, mesmo quando o desejam, de deixarem de utilizar substâncias proibidas. Muitas das substâncias usadas no doping alteram dramaticamente o sistema límbico do cérebro, que controla o comportamento instintivo, as emoções, e muito importante, a motivação. A maiorias das drogas utilizadas, como referido, alteram significativamente o metabolismo, nomeadamente neurotransmissores como a adrenalina, noradrenalina, dopamina e serotonina estão envolvidos no controlo de muitos estados emocionais e mentais, e criando em muitos casos dependência, tanto física como emocional. Aliás, como é sabido, todas as drogas criam, nem que seja artificialmente, uma dependência, e aumentam a quantidade de dopamina no sistema de recompensa, e a procura de prazer, euforia e em muitos casos uma sensação falsa de felicidade. Por exemplo, uma das substâncias mais usadas as anfetaminas criam uma elevada dependência emocional e psicológica. Assim sendo, é absolutamente termos em mente esta problemática, em casos onde existe a reincidência de atletas no doping, ou por outro lado o uso continuado de substancia dopantes, assim como as entidades reguladoras, que têm necessariamente de olhar para estes atletas como seres humanos e sujeitos a todas as fragilidades a isso inerentes, e devem como tal, focar-se primeiro no tratamento e só depois na penalização. Evitando igualmente, a excessiva exposição mediática dos atletas, que em termos humanos pode ser extremamente contra producente.
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James Rodríguez, Toni Kroos e Luka Modric (no fundo em imagens, na sequencia apresentada) compõem o novo, e diga-se vibrante, meio-campo merengue, pertencendo quase no exclusivo a estes três homens a titularidade no atual sistema tático (4-4-2) criado por Ancelotti para o Real Madrid versão 2014/2015. Este trio altamente técnico, foi construído tendo por base três números 10, o que é uma total novidade no mundo do futebol, mas que ao contrário de muitas catastróficas previsões tem resultado em pleno, aliando ainda uma beleza estética que esteve ausente da maior equipa da capital espanhola desde há vários anos. O passe passou a ser o lema do Real Madrid desta presente época, em diferentes estilos, combinando a velocidade e a rapidez dos passes longos com períodos de desaceleração e até a própria inércia quebrando o habitual e permanente jogo de contra-ataque dos últimos anos. Permitindo, desta forma, que o jogo merengue possuía várias mudanças e diferentes abordagens, e possa, como é norma dizer na linguagem futebolista, especular com o jogo e com o que a equipa adversária oferece.
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Isco e James, apesar de terem uma maior responsabilidade de passes de rutura, apostam igualmente na segurança e na eficiência, no oposto da época anterior onde o passe de rutura e de risco era a norma e o mais procurado. A versatilidade de Kroos é fundamental para a consistência da equipa, sendo ele, o principal motor com a sua qualidade de passe, consciência posicional e capacidade para aproveitar as oportunidades de remates para golo. Além disso, a sua capacidade para as bolas paradas é crucial para criar desequilíbrios, num futebol atual extremamente fechado. Assim, como a qualidade de último passe de James na Zona 14 (consulte o nosso Website para saber mais sobre a zona 14 www. desportoeesport.com). Outo ponto crucial, é o povoamento do campo, mais fechado ao cento e com um maior número de jogadores no miolo do terreno, melhorando em grande medida o jogo interior e o passe entre linhas, aproveitando e potenciando ao máximo as superiores qualidades técnicas dos jogadores. observando o posicionamento em campo mais frequente dos jogadores do Real Madrid torna-se muito claro e prevalencia para o centro em detrimento das alas.
O encanto do “novo” Real Madrid passa sobretudo pelo que o meio-campo e o futuro na Liga será o que James, Modric e Kroos forem capazes de fazer. Resta-nos esperar se a qualidade de jogo e de consistência consegue durante toda a época. Com as saídas do onze de Kedira e Xavi Alonso, e as menores capacidades defensivas de Kroos e Modric, não existia outra solução que não mudar e criar uma almofada tática que eliminasse ao máximo a perda de compostura, desorganização ou desequilíbrios. A simplicidade passou a ser o maior imperativo. Simplicidade com eficiência. Tomando como exemplo o jogo do Real contra o Liverpool – 3-0 vitória para a equipa espanhola, Kroos completou 88 dos seus 90 passes, com Modric 89 de 95, apostando num tipo de passe onde a segurança é a base, um pouco à imagem do que o Barcelona tem feito na última meia década.
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SEGREDOS DA LINGUAGEM CORPORAL
N
o desporto existe uma “lin-
de uma penalidade, para onde irá ser
guagem
atirada a bola, perceber qual o golpe do
escondida”
que
os jogadores, treinadores e
adversário, …).
maior parte dos intervenien-
A linguagem corporal é uma linguagem
tes no jogo usam, a Linguagem Corporal.
simples e mais verdadeira que todos nós já
Normalmente durante um jogo, o jogador
conhecemos e “ falamos”, o meu objetivo é
não pergunta ou indica as suas intenções
relembrar os seus significados e criar uma
de uma forma verbal “ Posso passar-te a
consciência sobre os sinais, movimentos
bola? Desmarca-te! Vou lançar a bola para
e expressões em prol de melhores resul-
a direita! Vou fintar! Vou dar um murro
tados.
no lado direito!”, Maior parte da lingua-
A linguagem corporal influencia o com-
gem no desporto faz-se de uma forma
portamento do jogador antes e durante
não-verbal.
jogo, se o jogador optar por uma pos-
Os melhores atletas são muito bons a ler
tura de confiança, peito para fora, ombros
linguagem corporal, são muito intuitivos
levantados, cabeça levantada, irá elevar os
a emitir sinais não-verbais e ainda a cap-
níveis de testosterona logo melhorar o seu
tar e entender as pistas não-verbais dos
desempenho e rendimento durante o jogo.
adversários e treinadores.
Sabia que a confiança de um Guarda-
Os atletas excelentes dominam esta lin-
redes durante a marcação de uma penali-
guagem e usam-na para dissimular a sua
dade sobe aumentando a possibilidade de
estratégia (Fintas, dissimular golpes, dis-
defesa, se o jogador que marca a penali-
simular passes…), ou antecipar a estra-
dade exibir uma postura submissa (Cabeça
tégia do adversário (“cortar” a bola ao
Baixa, peito encolhido, ombros descaídos).
adversário, adivinhar o lado de marcação
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Dominar a Linguagem Corporal significa aumentar rendimento desportivo. Quanto melhor um atleta dominar esta linguagem e de uma forma consciente, maior o seu poder de antecipação logo melhor o seu rendimento e eficácia.
“Saber ler Linguagem Corporal é como aproximar-se de uma leitura de pensamentos dos seus adversários.”
Existem sinais não-verbais muito simples de observar que nos ajudam a Conhecer, Relacionar e Otimizar a forma como interagimos com os companheiros de equipa ou adversários, antes e durante um jogo. Quando um jogador levanta as sobrancelhas pelo menos duas vezes em direção a um companheiro/a de equipa é o mesmo que dizer ”Prepara-te!“ e como adversário devemos perceber que alguma coisa vai acontecer e assim antecipar. Quando o adversário levanta o queixo é
sinal de alerta, devemos ter atenção ao local para onde o seu queixo aponta. O ângulo do tronco ajuda a adivinhar para onde o jogador irá passar ou atirar a bola, antes de passar ou atirar a bola o jogador inclina o tronco para o local onde irá passar ou atirar a bola, tanto que os bons jogadores usam um movimento “truque” para enganar o seu adversário, apontando a cara um lado e passam para outro, mas o tronco não engana.
Elementos da mesma equipa que dão mais toques de incentivo entre eles, demonstram maior união de grupo.
O treinador cobre a cara quando sente frustração ou desagrado pelo que está a acontecer
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Ao analisar a fotografia o que podemos perceber? Poderoso - Braços abertos, Peito para fora, pés afastados, queixo levantado (Cristiano Ronaldo). Para saber qual o jogador mais “poderoso”, repare no jogador que coloca o peito para fora, o que fizer de forma mais evidente é o que se sente mais poderoso em relação à equipa, Entre dois adversários, o que mais evidenciar o peito para fora, é o favorito à vitória.
Líder “Silencioso”- Queixo levantado, mãos na cintura, peito para fora (Pepe). Peito para fora e, queixo levantado revela confiança. Mãos na cintura encontra-se pronto para o desafio.
Lutador- Punhos Fechados e um pé com avanço (Raúl Meireles). Punhos fechados revela agressividade. Pé avançado, homem de ação.
O treinador ou espectador pode de uma forma simples olhar para um jogo através de uma outra dimensão, verificar e prever onde bola irá estar, quem é o atleta mais poderoso, quem é o líder “Silencioso”, qual o estado de união da equipa e muito mais, para isso basta observar simples sinais da linguagem corporal dos jogadores. A linguagem corporal é tão importante
que é responsável por influenciar o comportamento do jogador antes e durante jogo, se o jogador optar por uma postura de confiança, peito para fora, ombros levantados, cabeça levantada, irá elevar os níveis de testosterona logo melhorar o seu desempenho e rendimento. A leitura da linguagem corporal está acessível a todos, podendo com a prática tornar-se mais natural. Tal como nas artes
marciais não precisa de saber 1000 técnicas para ser bom, basta sim saber 10 técnicas e treiná-las 1000 vezes, também na linguagem corporal não precisa de saber ler 1000 gestos, posições e expressões para captar as mensagens mais importantes, aprendendo a ler os simples gestos e posições nas diversas situações do seu dia-a-dia, ganha logo esta vantagem.
Alexandre Monteiro. Especialista em comportamento humano www.pessoab.pt www.segredosdaLinguagemCoporal.blogspot.com
14 • Desporto&Esport • www.desportoeesport.com
C
om certeza, muitas pessoas no mundo afora ficam
firma-se definitivamente no cenário mundial como uma potência
se perguntando qual a receita de tanto sucesso das
no esporte após conseguir uma medalha de prata no Campeonato
seleções masculina e feminina brasileira de voleibol
Mundial Feminino de 1994, disputado no Brasil no estádio
e quando isso começou a se tornar realidade? Para
Ibirapuera localizado no estado de São Paulo. A partir desses
essas e mais perguntas, o artigo a seguir enumera
resultados, a CBV passou a profissionalizar o voleibol, oferecendo
todo o esforço da Confederação Brasileira de Voleibol (CBV)
recursos de fontes privadas e públicas para que o esporte pudesse
visando os resultados recentes.
crescer e se fortalecer como uma potência nacional e internacional.
Para isso seria interessante entendermos como funciona toda
Todos esses títulos iniciais e os incentivos estabelecidos pelos
dinâmica estratégica e também os fatores responsáveis de tal
inúmeros presidentes que regiram a CBV ao longo desses anos
sucesso. E uma verdade universal que todos os esportes somente
notaram a necessidade de se criar um centro de treinamento de
conseguem algum apoio e visibilidade a partir de resultados e
excelência, onde pudessem concentrar todos os atletas a fim de
projetos de marketing. A seleção masculina teve seu primeiro prê-
disponibilizar um ambiente propício a prática da modalidade,
mio importante em 1982 no Campeonato Mundial disputado em
objetivando assim sua excelência. Em 25 de agosto de 2003,
Buenos Aires, onde obteve a segunda colocação levando a medalha
a CBV inaugura o Complexo de Treinamento Saquarema na
de prata. Em 1984, novamente a seleção masculina consegue outra
cidade Saquarema, localizada no estado do Rio de Janeiro. Além
medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Los Angeles. Em 1990
das seleções principais, o complexo tinha como objetivo treinar
a embalada seleção ganha uma medalha de bronze na 1º Liga
atletas de diferentes categorias de base que se colocassem a dis-
Mundial disputada em Osaka, Japão após vencer um jogo contra
posição da seleção mediante as seletivas estaduais estabelecidas
a extinta URSS. Porém o ápice do voleibol masculino foi a con-
pelas Federações de Voleibol dos 26 estados nacionais e o Distrito
quista inédita da medalha de ouro em 1992 nos Jogos Olímpicos
Federal. O complexo possui cerca de 108 mil metros quadrados,
de Barcelona. Mediante aos resultados apresentado pela seleção
com instalações e equipamentos de ultima geração disponíveis
masculina, o voleibol feminino teve suas conquistas um pouco
a comissão técnica e aos atletas para que todo esse sucesso que
mais tarde.
vemos hoje pudesse se tornar real. O centro de treinamento levou a CBV ser reconhecida como a primeira entidade esportiva do
Tudo começou em 1993, quando conseguiu um histórico 4º lugar
mundo a ganhar um certificação ISO 9001:2000.
no Grand Prix de Voleibol e que em 1994 vinha a ganhar o ouro
A CBV recebe apoio de diferentes setores, seja ele privado ou estat-
em cima da fortíssima seleção de Cuba, que era a atual Campeã
al. Tem como seu principal patrocinador o Banco do Brasil, que
Olímpica. A partir dessa data, a seleção canarinho feminina
financia recursos dirigidos aos principais campeonatos nacionais
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“Anos após ano, a Superliga se fortaleceu tornando um dos principais torneios esportivos do mundo, vitrine para formação de jogadores de alto nível e até intercambio de vários atletas. ” existentes, sendo mais importante a
A Superliga 2014/2015 está a todo vapor.
de vitorias, set average, pontos average,
Superliga Masculina e Feminina. A com-
A Superliga Masculina conta com a par-
confronto direto e sorteio.
petição que outrora era chamada de Liga
ticipação de 12 times de quatro estados
•
Nacional teve seu nome adotado como
nacionais sendo: 5 times de São Paulo,
colocados mediante a pontuação conquis-
Superliga em 1994, mediante a necessi-
4 times de Minas Gerais, 2 times do Rio
tada, disputam em um cruzamento sim-
dade de popularizar e disseminar a prática
Grande do Sul e 1 time do Paraná. Já a
ples de 1ºx8º, 2ºx7º, 3ºx6º e 4ºx5º lugares.
esportiva nos inúmeros clubes espalha-
Superliga Feminina conta com 13 times
São disputados melhor de 3 jogos playoffs.
dos por todo o Brasil. Anos após ano, a
de 6 estados nacionais sendo: 7 times de
•
Superliga se fortaleceu tornando um dos
São Paulo, 2 times de Minas Gerais, 1 time
das em jogos onde o vencedor do 1ºx8º
principais torneios esportivos do mundo,
do Rio de Janeiro, 1 time do Maranhão, 1
pega o vencedor do 4ºx5º e o vencedor do
vitrine para formação de jogadores de alto
time do Distrito Federal e 1 time de Santa
2ºx7º pega o vencedor do 3ºx6º.
nível e até intercambio de vários atletas.
Catarina.
•
Dentre as varias nacionalidades que já
O sistema de disputa desse torneio é longo,
único jogo dos vencedores da 3º fase.
participaram ou participam da Superliga
geralmente entre o período das principais
podemos citar jogadores cubanos, rome-
competições internacionais objetivando a
so do voleibol depende de muitos fatores
nos, italianos, sérvios, tchecos, america-
continuidade do trabalho. Tem duração de
que foram sendo construídos ao longo
nos, entre outros.
aproximadamente 6 meses entre os meses
das conquistas tanto do vôlei masculino
Hoje a Superliga conseguiu superar em
de Novembro a Abril. E disputada em
como do feminino. E importante frisar
relação de visibilidade e mercado as prin-
quatro fases:
a dedicação e o empenho de cada atleta,
cipais ligas do mundo, como a Liga Italiana
•
1º fase: Na primeira fase todos os
comissão técnica e responsáveis que jun-
que advento da crise que se instalou na
times se enfrentam em turno e returno e
tos conseguem um resultado expressivo
Europa, acabou por exportar seus princi-
são contabilizados pontos de acordo com o
reconhecido mundialmente. Então qual é a
pais atletas nacionais e estrangeiros. Além
utilizado no sistema internacional. Vitoria
receita ? Não existe uma receita, é somente
do Brasil, outras ligas se fortaleceram
por 3x0 ou 3x1 o time consegue 3 pontos
fruto de muito trabalho e entrega de todos
como a Liga Turca e a Liga Russa, absor-
e vitória por 3x2 o time consegue 2 pontos
os apaixonados pelo esporte.
vendo atletas e comissão técnica de alto
e o adversário leva 1 ponto. Os critérios de
desempenho no esporte.
desempate são respectivamente: numero
2º fase: Os oito times mais bem
3º fase: as semifinais são disputa-
4º fase: Final. Disputa em um Portando, é notório que o suces-
Thiago Yavorkes Jacomelly, graduando em Física Médica e apaixonado por voleibol thiagofmedica@gmail.com
16 • Desporto&Esport • www.desportoeesport.com
Doping: Proibição? Legalização?
PRINCIPAIS MÉTODOS E SUBSTÂNCIAS DOPANTES
A
s substâncias proibidas e tidas como dopantes dividem-se me cinco grupos farmacológicos distintos.
Temos num primeiro plano os estimulantes, que tal como é indicado pelo nome, exitam o organismo alterando drasticamente o metabolismo. De entre os principais estimulantes destacam-se as anfetaminas, a cafeína, a cocaína e seus derivados como o crack, a efedrina, a estriquinina e a terbutalina. Assim, valores superiores a 500 ng/mL de salbutamol na urina, por exemplo, são passivos de punições. Algumas substâncias proibidas são permitidas em tratamentos específicos, como a adrenalina e o imidazol que podem ser usados como anestésicos locais. Temos também os agentes anabolizantes que se dividem em dois subgrupos: os esteroides anabolizantes androgenizantes como a testosterona e seus derivados, a bolasterona, a androstenediona, a noratandrolona, entre outros agentes. Caso o exame evidencie uma relação superior a 6 partes de testosterona para uma de epitestosterona, será considerado positivo. Contudo, um estudo endocrinológico deverá ser realizado para saber se o distúrbio é natural, que ainda que raro, acontece em muitas situações. Os Narcótico-analgésicos são substâncias narcóticas, ou seja, têm como principal objetivo relaxar ou diminuir a dor dos atletas, destacam-se deste grupo de substâncias a morfina, a heroína, a hidrocodona entre outros compostos correlatos. Os Diuréticos como a bumetanida, a espronolactona, a diclof-
enamida e o manitol são igualmente proibidos pelo menos quando injetados diretamente no corpo. Por fim, entre as substâncias temos as Hormonas peptídicas e substâncias análogas, das quais se destacam as hormonas de crescimento (HGH), a gonadotrofina coriônica humana (HCG), unicamente para o sexo masculino, que eleva a produção de esteróides androgênicos, aumentando a produção de hormônios masculinos, resultando, entre outras coisas, no aumento da massa muscular. E a insulina, hormona criada pelo pâncreas, com importante função no metabolismo dos açúcares pelo organismo. A sua utilização aumenta a queima dos açúcares o combustível do corpo humano. Com isso, há maior produção energética, resultando em ganhos consideráveis no desempenho. Algumas das metodologias ilegais utilizadas são por exemplo as transfusões de sangue ou a aplicação de analgésicos locais. Existe ainda um conjunto de técnicas de despiste de testes de doping, como manipulação química e farmacológica da urina ou a administração de transportadores artificiais de oxigénio e substitutos de plasma. Por fim, existe atualmente um conjunto de máquinas (físicas) tecnológicas, que não entrando na definição de doping, podem entrar muito ser tidas como um aumento artificial da performance, dado que permite treinos com mais intensidade mas menor esforço e uma melhor recuperação.
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DOPING E SAÚDE
O CASO DA ALEMANHA ORIENTAL
O
s efeitos nefastos para a saúde é sem dúvida um dos principais problemas para os apologistas da liberalização do doping e o exemplo da Alemanha oriental é paradigmático. aniversário dos vinte e cinco anos da queda do muro de Berlim serviu como um excelente pretexto para a ex-atleta da Alemanha oriental Ines Geipel, de 54 anos, levantar de novo as sequelas na saúde deixadas pelo uso do doping durante quase 45 anos, 19451989. Segundo Geipel, apenas no ultimo ano 700 pessoas procuraram a ajuda da associação que dirige “Ajuda às Vítimas de Doping” (sigla DOH, em alemão). Uma problemática que novamente segundo Geipel recebe pouco ou nenhum apoio por parte das autoridades. E, este é um problema que afetará incontáveis ex-atletas dado que se estima que entre os anos 60 e 80, cerca de 10 mil atletas tenham participado de um programa sistemático de uso de substâncias proibidas com suporte do governo – Alemanha oriental. Um programa que muitos dos muitos dos ex-atletas envolvidos
18 • Desporto&Esport • www.desportoeesport.com
não tinham sequer conhecimento da sua participam, dado que as “vitaminas” que recebiam de seus treinadores na verdade eram drogas, na maioria esteroide anabólico e testosterona, que deixa sequelas como problemas de coração, rins, fígado e ginecológicos, abortos e má formação de fetos e recém-nascidos. Um dos casos mais famosos é o da lançadora de peso Heidi Krieger, que também usou doping sistematicamente a partir dos 16 anos. As mudanças em seu corpo foram drásticas e, no fim dos anos 90, ela decidiu passar por uma cirurgia de mudança de sexo e alterou seu nome para Andreas. Durante cerca de vinte anos a Alemanha oriental ostentou um curriculum invejável de vitórias desportivas que muito bem soube capitalizar politicamente, mostrando que a problemática do doping não é exclusivamente da responsabilidade dos atletas mas em muitos mais casos do que sequer imaginamos, a responsabilidade recai em organizações fortes, e mesmos em países ou concessões políticas.
DOPING: UMA QUESTÃO LEGAL OU ÉTICA? O CASO DA LANCE ARMSTRONG
O
badalado caso de doping de Lance Armstrong voltou, de certo modo, a recentrar a questão do doping como essencialmente uma questão moral ao invés do há muito estabelecido como essencialmente uma problemática legal. Isto é especialmente demonstrativo no caso do ciclista americano dado que o seu julgamento mediático foi acima de tudo moral apesar da generalidade do público facilmente admitir que o doping era uma prática comum no ciclismo aquando das vitórias do americano. Deixando em grande medida as questões legais fora do debate. O caso do ciclista americano é especialmente demonstrativo de como o julgamento popular e inclusive o julgamento das entidades competentes se deu essencialmente a nível ético A sua própria vida pessoal, um símbolo de superação pessoal, vinda da sua vitória contra a doença do cancro e alguma “fanfarronice” num homem Símbolo um ícone ilustrativo em palestras de auto ajuda promovidas no mundo todo. aumentou ainda mais o ruido das suas condenações. Os ataques que Armstrong sofreu foram sobretudo morais e
as suas explicações também o foram: “Na época não me sentia errado, e isso é assustador. Não me sentia um batoteiro. É mais assustador ainda. Não era traição, mas sim ter vantagem sobre o adversário. Eu estava a igualar as condições. Falar hoje é fácil. Eu não compreendia a magnitude da adoração das pessoas. O mais importante é que estou a começar a entender. Vejo raiva nas pessoas. E traição. Pessoas que me apoiaram e acreditaram em mim. Vou passar o resto da minha vida a tentar recuperar a confiança e pedindo desculpas a elas”. Talvez o caso do ciclista americano nos faça de facto olhar o problema do doping de onde ele magoa e mais fere os adeptos, no sentimento e na ideia de adorar uma fralde, e isso torna o doping uma questão essencialmente moral e como consequência ética. A mentira para os adeptos é questão central que está por trás do doping, inclusive superior ao aumento da performance por meios artificiais. O doping e a ética desportiva levar-nos-ia para outro debate que não é de todo a intensão desta edição, como tal, trataremos desse ponto, numa outra edição da Desporto&Esport, e genericamente nos artigos que se seguem.
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GPS - FUTEBOL E RUGBY E ARBITRAGEM
A
introdução da tecnolo-
que primeiro eliminem a subjetividade
gia de linha de golo no
na análise e sejam não intrusivos, ou seja,
Mundial de 2014 no Brasil
não obriguem à criação de novas regras.
veio aumentar a perceção
E deixar, pelo menos para já, o debate do
geral que a introdução de mais e novas tec-
vídeo-árbitro para o futuro e encontrar
nologias na arbitragem no futebol é apenas
caminhos que vão de encontro aos dois
uma questão de tempo. Apesar de existir
axiomas acima.
ainda uma rejeição por parte da FIFA
Uma boa opção aparece pelas mãos da
e da UEFA, que pretendem continuar a
empresa pela GPSports e pretende utilizar
aumentar o “número de olhos” nas equipas
a tecnologia de GPS (Global Positioning
de arbitragens. Mas o movimento pró-tec-
System) para a lei do fora-de-jogo ou no
nológico nas arbitragens está vivo, talvez
Brasil a lei do impedimento. No futebol,
como nunca, e uma mudança, sente-se,
a tecnologia de posição por satélite não é
poderá estar para breve. O debate deverá
sequer uma novidade, e há muito que é
então concentrar-se em que tecnologias se
utilizada pelos clubes e equipas técnicas
devem escolher e qual o impacto que isso
para recolher dados e informações sobre
terá no jogo.
os seus atletas. Nem é de espantar que
O vídeo-árbitro, genericamente a análise
assim seja. A tecnologia GPS mostra-se
dos lances do jogo através da repetições
uma solução portátil, não invasiva, de
das imagens, tem sido cabeça de cartaz
medição continua, de acesso livre e fácil
mas tem contra si inúmeros argumentos.
a satélites e de fácil armazenamento para
Desde logo, não ser 100% fiável e depender
posterior análise.
da análise e interpretação humana, nome-
O sistema de fora-de-jogo que a GPSports
adamente de um novo árbitro ou equipa
esta atualmente a desenvolver funciona
de arbitragem. Tem ainda a dificuldade de
como um sistema de alerta que envia um
“mexer” com a dinâmica do jogo, obrig-
sinal sonoro por fone ao ouvido do árbi-
ando pelo menos a novas paragens, sendo
tro que o alerta – um quarto de segundo
o que vulgarmente se apelida de uma
depois, quando acontece um passe para
tecnologia intrusiva. Acredito então, que
lá das regras dos legais. O espaço de erro
se deva optar, tal como a tecnologia da
deste sistema é de 1cm, bem acima da
linha de golo, por modelos tecnológicos
margem de erro humano.
FUTEBOL RUGBY NFL ENTRE OUTROS
No futebol desenvolve-se um sistema que deteta jogadas em fora de jogo/impedimento. No Rugby o sistema deteta passes para a frente.
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“A introdução de tecnologia como auxílio das equipas de arbitragens deve passar preferencialmente por soluções com níveis de êxito próximas dos 100% e deve retirar o máximo possível a subjetividade da análise humana. O sistema em desenvolvimento pela GPSports consegue ambas”.
O porta-voz GPSports Sistema Damien
tumados com esta modalidade, os passes
ma homónimo no futebol. Hawes rela-
Hawes afirma: “Eu posso confirmar que
tem de ser sempre efetuados para trás. Um
tivamente ao Rugby disse: “Vai dizer (as
vamos ter um sistema de posicionamento
sistema semelhante ao fora-de-jogo para
equipas de arbitragem) exatamente o que
para o futebol que vai descer a um centí-
o futebol, desenvolvido igualmente pela
ângulo em que a bola deixa as mãos de um
metro ade precisão e confiabilidade de
GPSports, esta a ser desenvolvido e pode
jogador dentro de um quarto de segundo”
onde a bola se move no campo.”
entrar no jogo em muito breve tempo.
A tecnologia tem muito a oferecer às
O Rugby, ao contrário do futebol, tem
O sistema funciona de forma muito sim-
equipas técnicas e à verdade desportiva do
uma ligação mais estreita e pacifica com a
ples, um microship e bateria do tamanho
jogo, quer no Rugby, mas principalmente
tecnologia na arbitragem, e o vídeo-árbitro
da uma unha do dedo mindinho está
no futebol, onde a sua implementação está
faz já parte desta modalidade há vários
incluído na estratificação das bolas de
bem mais atrasada. Escolher corretamente
anos. E tem sido utilizado para retirar
Rugby. Os sinais são enviados e tratados
que tecnologias apostar é fundamental
diversas dúvidas durante o jogo como as
via satélite e computador – vídeo-árbitro,
para que estas novas soluções possam
faltas ou o jogo sujo, falhando no entanto,
e quando se dá alguma irregularidade
fazer o seu caminho de forma natural e
na observação para os casos onde a bola é
no passe, um sinal sonoro dispara no
que não mexa com as leis do jogo e as suas
passada para a frente. Para os menos acos-
ouvido do árbitro, à semelhança do siste-
dinâmicas.
Pedro M. Silva, colunista Desporto&Esport contato@desportoeesport.com 22 • Desporto&Esport • www.desportoeesport.com
IMPORTÂNCIA DA ANÁLISE DE VÍDEO
A
análise de vídeo e de des-
de tornar as equipas o mais profission-
referidos ganhos na utilização da analise
empenho, ainda que recen-
ais e eliminado tudo o que é redutor,
de vídeo e de performance.
tes, ocupam um enorme
abriu o caminho para a democratização
Desde logo, avaliar o desempenho indi-
espaço dentro dos pro-
da análise por meios digitais e por vídeo.
vidualizado por jogador. Identificar os
cessos de observação e de
É de assinalar igualmente o papel decisivo
pontos fortes e fracos de cada atleta, pre-
preparação de jogos e de treino dentro
que as televisões e as transmissões des-
parando de seguida treinos e áreas de trab-
das equipas técnicas um pouco por todas
portivas por streaming desempenharam
alho para potenciar uma evolução positiva.
as modalidades desportivas. Tendo no
em todo este processo, nomeadamente, e
Gerar conhecimento no atleta através do
entanto, ainda uma maior preponderân-
como é facilmente entendível, na recolha
visionamento de vídeos com momentos
cia nos jogos coletivos, dada a sua maior
e disponibilização de imagens e vídeos.
chaves do jogo ou com boas jogadas para
dificuldade de análise e na dispersão da
Juntando-se ainda, a massificação de dis-
motivá-los. Produzir vídeos dos adversári-
atenção em vários atletas por parte dos
positivos de gravação de vídeo, como tab-
os diretos, para que o atleta possa estudar
analistas. Neste seguimento, um recente
lets, smartfhones ou mesmo câmaras de
e melhor compreender o meio em que se
estudo demostra categoricamente, que a
gravação digital, que facilmente elemina
vai mover durante o jogo. Identificar os
capacidade do ser humano apenas permite
as lacunas deixadas nos jogos que não são
jogadores certos e os próximos talentos.
memorar entre 30-50% dos momentos-
televisionados.
Avaliar os erros da própria equipa, iden-
chave de um jogo, deitando “fora” mais de
Todo o equipamento tecnológico ganhou
tificando os pontos fracos da dinâmica de
metade das situações mais importantes,
igualmente uma inclusiva intuitividade,
jogo coletiva – sendo que uma atempada
para além de inúmeros outros pormenores
permitindo que qualquer membro da equi-
identificação de erros, permite corrigi-los
que tidos como menos cruciais podem
pa técnica, com poucos mais que alguns
mais rapidamente. O mesmo conceito é
fazer a diferença.
conhecimentos informáticos na ótica do
valido para a equipa adversária. Podendo
A evolução tecnológica associada à
utilizador, possa facilmente manobrar e
a isto somar-se, a identificação de padrões
diminuição de custos na aquisição de hard-
gerar mais-valias desta referida tecnologia.
de jogo, detetar e identificar os jogadores
ware e software especializado a que ainda é necessário somar a crescente necessidade
chaves e a sua dinâmica no conjunto da Comecemos então por exemplificar os
equipa. E mapear as zonas de maior uti-
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Observar as melhores e mais preparadas
gem corporal e expressões do atleta e em
do, assume para si vantagens que tornam a
equipas é igualmente de indiscutível uti-
caso de necessidade intervir com especial-
sua utilização indispensável.
lidade. Identificar novos padrões de jogo
istas que possam melhorar-lhe a confiança
Sair vencedor numa atividade tão com-
e novas estratégias ou mesmo abordagem
e a autoestima.
petitiva como é o desporto atualmente só
ao jogo é origina nos técnicos mais con-
está ao alcance dos que mais trabalham,
hecimento e maior capacidade para fazer
Nas exigências do desporto moderno não
dos que executam as tarefas o mais profis-
evoluir as próprias equipas.
permitem mãos analises subjetivas e assen-
sionalmente possível e daqueles que usam
Por fim, a análise de vídeo e de perfor-
tes no instinto. Analisar dados concretos
todas as ferramentas disponíveis. Quem
mance pode ser igualmente utilizada para
e retirar daí informações verdadeiras é
não o fizer ficará para trás e perderá o seu
analisar as razões porque um atleta sofre
crucial para criar um caminho que leve ao
lugar para os mais preparados. No deporto
recorrentemente lesões ou as mesmo tipo
êxito. A análise de vídeo e de performance
como em tudo na vida.
de lesão. Assim, como entender a lingua-
através deste meio, como ficou demostra-
Alexandre Cardoso, especialista em desporto contato@desportoeesport.com
O IMPACTO PSICOLÓGICO DAS LESÕES
A
boa saúde mental dos atletas de alta competição e a
não só normais como comum e transversais a atletas de todas as
sua importância para o seu rendimento é, erronea-
modalidades. O Dr. Michael Cervais, diretor de High Performance
mente, banalizada pelos adeptos e pelos comentado-
Psicologia DISC, em entrevista à Bleacher Report, salienta: “
res desportivos, e inclusive e mais grave por muitos
existem muitos tipos variados de respostas a uma lesão. Alguns
clubes e treinadores. A atual perceção dualista da mente/cérebro
atletas enfrentam a lesão de frente com a intenção focada. Outros,
e corpo prejudica fortemente, em muitos casos, uma intervenção
por seu lado, tornam-se completamente sobrecarregados com a
atempada e especializada quando surge nos atletas uma diminu-
ideia de que todos seus objetivos e sonhos vão escorregar pelas
ição da sua saúde mental, esperando-se que a força de vontade
suas mãos, perdendo progressivamente o ânimo e a esperança”.
destes seja suficiente para ultrapassar todas as dificuldades. A ver-
De forma, bastante simplificada as consequências psicológicas de
dade é que não existe diferença entre saúde mental e física e quer
uma lesão de um atleta dividem-se em três respostas: cognitivas,
uma quer a outra desempenham um papel chave na performance
emocionais e comportamentais.
desportiva. A debilidade causada, por exemplo por uma depressão,
As consequências cognitivas assumem-se da forma como o
é tao relevante quanto uma qualquer lesão física e que pode inclu-
atleta analisa e interpreta a sua situação e a lesão que sofreu, onde
sive deixar cicatrizes mais profundas e mais duradouras quando
diversos pensamentos passam pela sua mente. Desde, a simples
em comparação. O impacto psicológico que pode advir de uma
aceitação ao frequente “o que me está a acontecer?” Obviamente
lesão e de uma paragem prolongada da competição é igualmente
que a resposta cognitiva vai definir em grande medida como o
importante e será este ponto que iremos abordar neste artigo.
atleta vai reagir emocionalmente, que pode até passar por diversas
Anderson Silva foi um dos muitos atletas que reconheceu ter
fases e sentimentos durante o período da recuperação da lesão e
recorrido a ajuda psicológica especializada após a sua fratura da
do regresso à competição ativa. Sentimentos de ansiedade, raiva ou
tíbia e fíbula da perna esquerda; uma lesão que o deixou muito
depressão são frequentes, sendo que quanto mais rápido o atleta
tempo parado e com alguma normal insegurança. As suas pala-
assumir uma predisposição positiva de “confronto ativo com a
vras são bem demostrativas disso: “ Quando tive a lesão, várias
lesão” mais fácil será a sua recuperação. O comportamento do
coisas passaram pela minha cabeça. Primeiro que já estou na fase
atleta definir-se-á consoante a sua resposta aos dois pontos acima
“duzenta”. Fiquei apreensivo, achei que não voltaria a lutar mais”.
mencionados.
Os obstáculos mentais após uma lesão de grande gravidade são 24 • Desporto&Esport • www.desportoeesport.com
Anderson Silva assumiu publicamente ter recorrido a ajuda psicológica após a sua grave lesão.
Depois, existem muitas variáveis que desempenham um papel fundamental na forma como o atleta irá responder à adversidade de uma lesão. Afinal, como afirmou Becker, “as mudanças na vida diária do desportista, após lesão, são drásticas e englobam todos os aspetos da sua vida: desportivo, físico, psicológico e psicossocial”. Por exemplo, a percentagem com que a auto identificação e a identidade do atleta estiver relacionada com a atividade desportiva que desenvolve terá um papel decisivo para a recuperação, seja ele positivo ou negativo. Neste sentido, o Dr. Gervais salienta: “quando um atleta se vê unicamente como um atleta, ele tende a ter mais dificuldade em ultrapassar o período da lesão. Quando uma pessoa não é mais capaz de fazer o que o define, corre mais rapidamente para uma crise, de dimensões imprevisíveis. Se por outro lado, o atleta se vê como um ser multidimensional, é mais fácil que ele se mova positivamente pelas várias fases da lesão. As principais técnicas utilizadas no processo de reabilitação são a formulação de objetivos, o Auto diálogo ou auto-instruções, o relaxamento e a visualização mental. A formulação de objetivos é particularmente útil em todo o processo já que permite ter o atleta focado e determinado nesses pequenos ganhos diários e distrai-o de pensamentos negativos. A visualização é igualmente crucial para criar um impacto positivo no interior do atleta, dando-lhe a oportunidade de se imaginar recuperado e sem mazelas num futuro próximo; um sentimento de esperança permanente desempenha um papel tão importante como o melhor dos medicamentos. Habilitar psicologicamente o atleta para saber lidar com a dor física para que ele a associe a algo de positivo é também parte integrante no processo de apoio. A transformação da dor em algo desagradável para algo que é inclusive desejado como um bem para a recuperação é um dos pontos mais difíceis de conseguir, mas também um dos mais importantes. Por fim, deixar apenas
A lesão nas costas em pleno Mundial, há-de ter sido um forte revés num jogador tão novo quanto Neymar. O apoio dos familiares e amigos foi fundamental
a ideia da necessidade de uma maior sensibilização de todos os agentes desportivos para a indispensabilidade de uma boa saúde
Ricardo Reis, especialista em desporto contato@desportoeesport.com Desporto&Esport • www.desportoeesport.com • 25
SQUASH
Conheça esta modalidade que apesar dos muitos “adeptos”, é ainda desconhecida para uma grande maioria dos amantes do desporto.
O
squash, um desporto originário do seculo xix, é
se usando uma raquete e uma bola de borracha preta, disputada
ainda em grande medida totalmente desconhecido
por dois ou quatro jogadores, num recinto fechado por quatro
para a grande maioria do público ou tido muitas
paredes, sendo a parede de trás de vidro resistente ou pelo menos
vezes como um desporto de elite ou simplesmente
transparente.
como um desporto de ginásio ou academia. No entanto, esta é uma
O nome deste desporto deve-se ao facto da bola ser literalmente
ideia muito errada e desfasada da realidade. Este é um desporto
esmagada - squashed em linfua inglesa - quando é lançada contra
federado, com regras próprias e com atletas de alto nível que com-
a parede.
petem em torneios cada vez mais concorridos e televisionados.
As raquetes são atualmente feitas de grafite e fibra de carbono.
Desde 1995, para dar um exemplo do crescimento da importância
As bolas, de borracha dura, têm 40 milímetros de diâmetro. Deve
deste desporto, que o squash está incluído no programa dos jogos
usar-se igualmente óculos de proteção, nomeadamente, para segu-
Pan-Americanos.
rança dos olhos, evitando o contato dessa zona com a bola de bor-
Este desporto nasceu em Londres na escola de Harrow e pratica-
racha que viaja muitas vezes em grandes velocidades.
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Regras do Squash Num jogo a dois, os jogadores devem alternar as jogadas ao lançar a bola contra a parede frontal; A primeira linha do campo, chamada de primeira linha de marcação, corresponde à rede que é usada no ténis e deve estar situada a 48 centímetros do chão. Ao acertar com a bola abaixo desta linha significa que o jogador perde um ponto; A linha de serviço fica a 1,783 metros do chão e também funciona como a rede que está presente no ténis. Neste caso, ao acertar com a bola abaixo desta linha, o jogador também perde um ponto; A terceira linha está situada a 4,5 metros do chão e limita a altura máxima da zona de jogo. Ao acertar acima desta linha, é considerada bola fora; Depois da bola bater na parede frontal, ela poderá bater nas paredes laterais ou na parede de fundo. No entanto, só poderá bater uma vez no chão antes de ser rebatida pelo jogador contrário; Os quadrados que se encontram no fundo do campo delimitam o espaço que deve ser tocado com pelo menos um dos pés quando o jogador serve a bola; No serviço, a bola deverá atingir a parede frontal entre a linha do meio e a linha superior e, de seguida, atingir o chão do quadrante onde se situa o adversário que está autorizado a rebater a bola antes que ela atinja o chão; O primeiro jogador a servir deverá ser definido por sorteio. Quando o jogador ganha um ponto, os jogadores deverão trocar de lado;
Pontuação no Squash Tal como acontece no ténis, um jogo de squash é decidido à melhor de 3 ou de 5 jogos, existindo dois sistemas de pontuação. O primeiro, o sistema standard vai até 9 pontos, o jogador ganha um ponto sempre que ganhar a jogada em que foi ele a servir. Caso o jogo termine empatado a 8 pontos, o jogador que recebe o serviço poderá escolher se acaba aos 9 pontos ou se acaba aos 10 pontos. O segundo sistema é o Sistema Pars: que à semelhança do que acontece no ténis de mesa vai até aos 11 pontos. O jogador ganha um ponto sempre que ganhar uma jogada. Caso haja empate a 10 pontos, o jogador que abrir uma vantagem de 2 pontos será o vencedor do jogo.
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HOLOGRAFIA
LESÕES E BASEBOL A medicina desportiva aposta na Holografia para entender e minimizar as lesões tão frequentes dos pitchers.
C
Dentro do basebol os joga-
Diamondbacks).
réplica de uma imagem em três dimensões
dores que jogam na posição
Num dos desportos mais seguidos e que
(3D) criada a partir de uma compilação de
de pitchers, em português
maiores receitas gera, as sistemáticas lesões
laser, iluminação de dados e intensidade
arremessador,
sempre
dos seus melhores e mais famosos atletas
luz. Estas imagens em três dimensões são
foram mais suscetíveis a lesões e tal sempre
grita por uma solução para este problema.
extremamente precisas e tem permitido
foi tido como “normal” e um subproduto
E. essa solução parece estar na Tecnologia
aos médicos entender as especificidades
do desgaste e das exigências desta posição
holográfica Digital aplicada à medicina.
das lesões nos pitchers.
no jogo. No entanto, durante apenas o
Se em eventos musicais o holograma não
O processo desenvolve-se fazendo um
decorrer desta época da MLB já se regista-
é uma novidade, na medicina está a dar
holograma dos membros saudáveis dos
ram 65 lesões unicamente em pitchers, e já
os primeiros passos, mas os primeiros
arremessadores, por norma do cotovelo
se começa a usar a palavra “catástrofe” para
resultados mostram-se bastante promis-
– a zona mais sensível e mais propensa
descrever a situação. Até porque entre os
sores, e com implicações relevantes, alguns
a lesões e após ferimento fazer um novo
lesionados estão nomes bem conhecidos
usam afirmam mesmo revolucionário, no
holograma e depois comparar os dois
da modalidade como Masahiro Tanaka
tratamento de lesões de atletas de alta
hologramas em conjunto.
(New York Yankee), Matt Harvey (New
competição.
Deste modo é possível acompanhar na
York Mets) ou Patrick Corbin (Arizona
Simplisticamente, um holograma é uma
perfeição o movimento dos ossos, mús-
28 • Desporto&Esport • www.desportoeesport.com
e cartilagens. Oferecendo aos médicos uma maior compreensão
desporto.
das especificidades destas lesões e do porque da sua alta frequên-
Modalidade técnicas como o atletismo, ténis ou mesmo o futebol,
cia.
que são propensas a pequenas lesões nos músculos e cartilagens
Por fim, é importante referir que esta nova tecnologia que tem
podem ter muito a ganhar com a holografia aplicada à medicina
apresentado resultados bem animadores no basebol, não se esgota
desportiva.
nesta modalidade, e pode como deve ser aproveitada para todo o
Tiago Dinis, colunista Desporto&Esport contato@desportoeesport.com
O RESPEITO DENTRO DO BALNEÁRIO Uma análise às duras palavras do presidente do Sporting após a derrota com o Vitória de Guimarães a contar para o campeonato.
A
pós as recentes críticas do presidente Bruno de
Assim, desenvolver e proteger uma boa comunicação é uma peça
Carvalho no facebook à equipa sportinguista depois
fundamental para garantir uma boa dinâmica de funcionamento
da derrota frente à equipa do Vitória de Guimarães
individual e de grupo, reforçando o bom ambiente e as possibili-
onde acusa a equipa de falta de empenho e até de
dades de êxito desportivo.
dignidade, fica uma inquietante pergunta no ar: qual a importância do respeito dentro de um balneário de uma equipa profissional?
É dentro deste paradigma que as palavras de Bruno de Carvalho merecem ser alvo de duras críticas. A utilização de palavras
Gerir relações humanas e criar um ambiente saudável entre os
extremamente duras que podem muito bem ser ofensivas e humil-
atletas e dos atletas com todos os diversos agentes que orbitam no
hantes para muitos dos jogadores verde e branco quebram um
clube, é hoje, num desporto altamente mediatizado, uma das tare-
laço de respeito vital para o bom funcionamento interpessoal. Que
fas mais difíceis de alcançar. O respeito, como afirma Lee Addison,
pode muito bem ter influência dentro do campo, e como tal, nos
é a base para o conseguir.
resultados desportivos.
Focando-se no papel de um treinado, mas que pode ser facilmente
Terminamos com uma pequena parte do texto de Ricardo Reis na
transportado para qualquer agente desportivo, Addison afirma:
primeira edição da Desporto&Esport: “Um ponto fundamental,
“Se um treinador não respeitar os seus jogadores, eles não vão
mas que muitas vezes é esquecido pelos clubes, é a necessidade das pessoas/atletas se sentirem uteis e uma das formas mais eficazes para as motivar é simplesmente reconhece-las, assim como a sua importância dentro da equipa, e o papel determinante que desempenha para o êxito do projeto. Este ponto deve ser encarado como uma necessidade básica, mal comparando, como a água necessária para o bom funcionamento do corpo humano. O reconhecimento individual dado a cada atleta não necessita de benefícios tangíveis visíveis (como prémio monetários), ou formalidades; não se trata de um benefício que tenha como objetivo alterar o desempenho do atleta, mas identificar a importância do individuo dentro da organização, o que pode ser verdadeiramente gratificante para este”.
respeitá-lo, e a relação vai-se tornar simplesmente impraticável. Isso não significa que o treinado precisa ser o melhor amigo de seus jogadores desde o início, só deve tratá-los com respeito e, no mínimo, de uma forma profissional. Desta forma, até mesmo treinadores e jogadores com personalidades muito diferentes podem estabelecer boas relações”. Olhando por exemplo para o futebol, é sem esforço visível quanto a dinâmico jogador vs. Clubes/agentes do clube está a mudar e quanto as forças de um em relação ao outro estão balanceadas. Principalmente se focarmos esta análise em Portugal e no Brasil e nos seus jogadores mais importantes das suas Ligas e por conseguinte mais valiosos e quão importante é potenciar as suas performances para as janelas de transferências, fulcrais para manter um bom balanço financeiro nas SADs dos clubes.
Vitor E. Santos, colunista Desporto&Esport contato@desportoeesport.com
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VIDEOJOGOS DEVEM SER CONSIDERADOS COMO DESPORTO? Rodolfo Resende Pires, especialista em desporto contato@desportoeesport.com
O mercado dos videojogos é imenso. A sua popularidade é ainda maior. Existem adeptos por todo o mundo. Torneios como Major League Gaming, World Cyber Games ou o Cyberathlete Professional League fazem as delícias dos fãs e dos jogadores e criam os meios para o profissionalismo. Mas, poderão ser os jogadores (profissionais) de videojogos considerados atletas? De igual modo como um jogador de futebol, NFL ou ténis? De forma mais clara: podem os videojogos ser considerado um desporto? Ou não são mais que um entretenimento que devido à popularidade se tornou uma atividade rentável para muitos dos seus jogadores? Simplisticamente, desporto, pelo dicionário de Oxford, é definido como uma atividade física ou mental sujeita a determinados regulamentos e que geralmente visa a competição entre praticantes. Para ser considerado desporto tem de haver envolvimento de habilidades, capacidades motoras e competitividade entre opostos; regras instituídas por uma organização ou federação regente. Algumas modalidades desportivas não requerem esforço físico, sendo aí mais importante a destreza e a concentração do que o exercício físico. Do ponto de vista apenas da definição os videojogos ajustam-se em algumas das específicas de uma atividade tida como desporto mas vão em total desacordo com outros pressupostos. Diversas atividades, que facilmente podem ser comparadas com os videojogos, como o xadrez ou o poker, já se definem e são reconhecidas como um desporto, sendo
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no entanto enquadradas no que é usualmente definido como desporto da mente. Os vídeo jogos devem seguir este mesmo caminho; até porque não sendo uma atividade fisicamente agressiva ou exigente necessita de uma treino duro e prolongado para se chegar ao topo. O multiplayer online possuem inclusive um nível de competitividade entre os jogadores muito mais democráticos e muito mais intenso que a maioria dos desportos que passam nas nossas televisões em que o vencedor é facilmente reconhecível e encontrado tendo por base o orçamento anual das diferentes equipas. Olhando ainda para os primórdios do desporto, onde a prática desportiva era uma preparação para a guerra, também nos videojogos encontramos o lado estratega das batalhas bélicas. Do ponto de vista estritamente funcional encontramos igualmente o lado mais tradicional, como jogadores estrela, patrocínios, campeonatos e milhões de seguidores dispostos a acompanhar todas as competições tanto pela televisão ou por streaming como ao vivo e dispostos a pagar para o fazer. Existe ainda quem argumente que os videojogos não são mais que uma evolução dos tempos em que o digital criou uma nova realidade e fazemos a mesma evolução que os jogos tradicionais fizeram nos seus primórdios. Por fim, existe uma clara perceção que independentemente da opinião que se tenha a força do videojogo e das suas competições são demasiado abrangentes
para que seja unicamente olhado como um simples hobby. E que o seu crescimento é exponencial e rapidamente será necessário integra-lo numa prática bem definida e socialmente facilmente reconhecível. Do lado das vozes contra o videojogo enquanto desporto está Michael Cohen, um dos mais reputados jornalistas e críticos de jogos de computador. Segundo as suas palavras: “porque o jogo muda. A mecânica do núcleo do jogo impulsiona as melhorarias, e a mudança acontece… Esses fatores ajudam a manter o jogo fresco, novo e divertido. Ele exibe possibilidades ilimitadas que superam a dos desportos com uma mecânica e regras básicas e quase inalteráveis.” Esta é sem dúvida uma das mais importantes diferenças entre o mundo
do desporto e o mundo dos videojogos e aquela que colide mais frontalmente com a definição de desporto. As constantes alterações, inclusive tecnológicas, modificam constantemente a dinâmica do jogo e as suas regras. Olhemos por exemplo para o futebol em praticamente 100 anos de história muito pouco se alterou e quando a mudança aconteceu foi apenas pontual e pouco significativa. Em um ano, um jogo de computador e toda a tecnologia que o envolve pode sofrer alterações drásticas e a forma como ele é jogado dar uma curva de 180 graus. A necessidade de regras bem instituídas é o calcanhar de Aquiles para se assumir desde já o videojogo como um desporto.
bermos entender os sinais talvez ai possamos afirmar que em menos de uma década o videojogo será de facto assumido como um desporto. Existe um movimento forte a potenciar esta alteração e o lobby que os torneios e principalmente as marcas de videojogos é poderoso e dará frutos os seus frutos. Para os milhões de adeptos a mudança de estatuto dos videojogos pouco interessará, para eles, apenas o espetáculo importa e ele parece apenas melhorar de ano para ano, Assim como a competição que aumenta de interesse e intensidade a cada novo torneio e a cada nova competição.
Se olhar-mos para o futuro e sou-
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CÉLULAS ESTAMINAIS, LESÕES E RECUPERAÇÃO FÍSICA Rafael Nadal é um dos desportistas que recorreu ao tratamento de células estaminais para o auxiliar na recuperação física após lesão.
C
élulas estaminais, no brasil células-tronco, são células
explica Hélder Cruz, diretor da ECBio, empresa que desenvolveu
que possuem a capacidade de se dividirem dando
o método de isolamento de células estaminais do tecido do cordão
origem a células semelhante ou podem igualmente
umbilical utilizado pela Cytother.
transformar-se, num processo conhecido como dife-
E, é interessante pensar que neste processo os filhos dos atletas
renciação celular, em outros tecidos do corpo como
podem desempenhar um papel chave, como explica Hélder Cruz
ossos, nervos, músculos ou sangue. Esta característica singular tem
em comunicado: “Estas células estaminais adultas podem ser
feito das células estaminais uma estrela para aplicação terapêutica
retiradas da medula óssea, do sangue periférico ou da gordura
e chegou agora ao desporto. Muitos atletas já recorreram a este
do próprio paciente mas o processo de colheita é muito invasivo,
método para melhorarem o tempo de recuperação após lesão.
doloroso e possui um elevado risco de infeção para o dador. Como
Rafael Nadal é um excelente exemplo. Peyton Manning, Pau Gasol
tal, a criopreservação das células estaminais provenientes do tecido
ou Bartolo são também atletas do mais alto nível que recorrendo
do cordão umbilical dos filhos - um processo completamente não
a este tratamento também alcançaram resultados positivos. Di
invasivo, indolor e sem qualquer risco para a mãe e para o recém-
Maria usou igualmente este tratamento para tentar jogar a final
nascido - começa a ser cada vez mais pensado pelos pais, não só
do campeonato do Mundo de futebol, infelizmente no seu caso, o
pela prevenção da saúde das suas crianças mas também da família,
tratamento não fez efeito em tempo útil.
uma vez que as células estaminais mesenquimais indiferenciadas
Este tratamento tem dois objetivos aliviar a dor e acelerar a regen-
do bebé são 100% compatíveis com familiares diretos”.
eração da cartilagem. E os resultados têm sido animadores.
As potencialidades destes tratamentos são quase ilimitadas e num
“A eficácia da aplicação de células estaminais no tratamento das
futuro bem próximo serão utilizadas genericamente, inclusive para
contusões desportivas mais comuns, como a lesão no menisco,
a população em geral, e não teremos de ver os nossos atletas prefe-
tem vindo a ser comprovada com sucesso ao longo dos anos”,
ridos sacrificados dos grande jogos por causa de lesões “chatas”.
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NHL E AS IMAGENS DE VÍDEO POV
A
s televisões e serviços de streaming de desporto em
of View ou em português Ponto de vista). Brian Jennings, CMO
direto têm insistentemente procurado fornecer ser-
da NHL, e um entusiasta desta iniciativa afirma: “a tecnologia
viços adicionais e diferenciativos de modo a reter e a
desmistifica o nosso jogo e realmente mostra a habilidade que os
captar novos utilizadores. As televisões e serviços de
nossos jogadores têm”.
streaming de desporto em direto têm insistentemente procurado
A expansão de imagens POV em outras modalidades está em ação
fornecer serviços adicionais e diferenciativos de modo a reter e a
pela própria empresa GoPro, e centra-se no Surf e o NFL. Veremos
captar novos utilizadores. A cadeia de televisão NBC em parceria
até onde poderá chegar esta nova forma de imagem mais realista e
com a GoPro apresenta uma grande novidade para a atual época
que impacto terá nas transmissões desportivas em direto.
da NHL para as campanhas promocionais, imagens POV (Point
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NFL E O RISCO DE DOENÇAS DEGENERATIVAS ESTUDOS DEMOSNTRAM MAIORES RISCOS
NA DOENÇA DE ALZHEIMER E ALS Rodolfo Resende Pires, especialista em desporto contato@desportoeesport.com
U
m estudo, datado de à pouco mais de um ano da National Institute for Occupational Safety and Health, descobriu uma estreita ligação entre os jogadores profissionais de NFL (National Football
League) com doenças degenerativas. De acordo com o estudo mencionado, os atletas profissionais de futebol americano são quatro vezes mais propensos a morrer de uma doença cerebral neuro degenerativas, como a doença de Alzheimer ou ALS esclerose lateral amiotrófica. Apontando também uma maior propensão, cerca de três vezes mais, para a doença de Parkinson. As conclusões partiram da análise dos atestados de óbito de 3439 ex-jogadores da NFL, que jogaram pelo menos cinco temporadas, entre 1959 e 1988. Em 2007, cerca de 10%, ou 334 dos participantes, havia morrido (em uma idade média de 57), e os investigadores olharam para as mortes causadas pela doença de Alzheimer, Parkinson e ELA. Os resultados são os acima indicados. Olhando para os números temos que 334 ex-atletas que falecerem durante o período do estudo, 7 morreram em consequência da doença de Alzheimer e o mesmo número com doenças de ALS, taxas significativamente mais altas do que as encontradas na população em geral. As mortes registadas por Parkinson foram apenas três, ainda assim, um número elevado. Apesar dos próprios autores do estudo reconhecerem que o tamanho da amostra era pequeno, afirmam, no entanto, categoricamente que os jogadores de NFL correm um maior risco de desenvolver uma doença neuro
Matt Reeve quarterbacks na NFL
degenerativa, assim como desordens neurológicas, como pequenos problemas de memória, encefalopatia traumática crônica (CTE), entre outras. É importante reafirmar que o estudo é transversal a todas as posições, mas demostrou que atletas que atuem como quarterbacks, running backs, receptores e linebackers são três vezes mais propensos que as restantes posições, que diga-se, não
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Os resultados apresentados são consis-
A liga rebate essas acusações, e pelo seu o
tentes com outros recentes estudos que
porta-voz Brian McCarthy, e em comuni-
sugerem igualmente um risco aumentado
cado, afiança: “Bem antes deste estudo foi
de doenças neuro-degenerativas entre
lançado, a NFL tomou medidas impor-
jogadores de futebol americanos. E, as con-
tantes para enfrentar lesões na cabeça
clusões deste estudo apontam ainda para
no futebol, fornecer assistência médica e
indícios mais preocupantes. Pela voz de
financeira aos nossos jogadores aposenta-
um dos autores, o Dr. Everett J. Lehman, “
dos, e aumentar a conscientização sobre as
embora o nosso estudo analisasse as causas
formas mais eficazes para prevenir, con-
de morte por doença e ALS de Alzheimer,
trolar e tratar contusões”.
como mostrado nas declarações de óbito, a pesquisa sugere agora que a encefalopatia
Novos estudos são precisos e estão em
traumática crônica (CTE) pode ter sido o
marcha. Investigar todos os fatores em
verdadeiro fator primário ou secundário
pormenor que possam potenciar doenças
em algumas dessas mortes. A autópsia ao
degenerativas dentro da prática do futebol
cérebro é necessário para diagnosticar com
americano são fundamentais para desen-
exatidão a doença CTE e distingui-lo de
volver metodologias que possam diminuir
Alzheimer ou ALS. Enquanto CTE é um
esses riscos. Steve Marshall, um epide-
diagnóstico separado, os sintomas muitas
miologista da Universidade da Carolina
vezes são semelhantes aos encontrados na
do Norte, assume ainda uma posição
doença de Alzheimer, Parkinson e escle-
mais alarmista quando afirma: O jogo
rose lateral amiotrófica, e pode ocorrer
mudou muito desde então (1959 a 1988),
como resultado de múltiplas concussões”.
de maneiras que são potencialmente mais gravosas para a saúde dos jogadores”.
A principal liga de futebol americano enfrenta atualmente processos de mais de
Quanto mais e melhor vamos entendendo
3400 ex-atletas ou das suas famílias, apon-
o corpo humano, maior é a obrigação
tando responsabilidades à NFL e à sua
das entidades organizadoras de prote-
minimização e deturpação dos riscos que
gerem os seus atletas tanto no presente,
o desporto que tutela comporta, nome-
como assegurar um envelhecimento digno
adamente os ferimentos e concussões na
daqueles que elevam o seu desporto a
cabeça. Muitos desses atletas queixam-se
arte. Desportos de contato e potencial-
de depressão, perdas de memória e outros
mente mais duros, como o Boxe, MMA,
problemas neurológicos.
Hóquei, entre muitos outros, potenciam
Os atletas profissionais de futebol americano são quatro vezes mais propensos a morrer de uma doença cerebral neuro degenerativa, como a doença de Alzheimer ou ALS esclerose lateral amiotrófica. E três vezes mais da doença de Parkinson.
lesões cerebrais e traumáticas com consequências de longo prazo duradouras e incapacitantes. Idealizar medidas é crucial. Desporto&Esport • www.desportoeesport.com • 35
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AGASSI: O TENISTA QUE ODIAVA TÉNIS Doping, amor e ódio na vida de um dos atletas mais amados de sempre
Em 2009, após publicada a sua autobiografia - Open, André Agassi ficou na mira da imprensa e do público depois de ter confessado que havia consumido metanfetamina, que perdeu propositadamente alguns dos seus jogos e que não gostava de muitos dos seus rivais contemporâneos como Pete Sampras ou Michael Chang. E que odiava ténis.
As suas palavras são claras aos
sentimentos que a sua autobiografia lhe geraram: “Diria que viver este livro - vivêlo - foi catártico; lê-lo foi catártico. Mas escrevê-lo foi algo diferente. Senti como se estivesse a lutar com minha vida no campo de certo modo, a tentar atingir uma meta muito diferente que é comunicar lições de vida que acredito que poderem verdadeiramente impactar milhões de pessoas que nunca conheci.” A vida de Agassi é de estremos, sempre contraditória, em uma das mais amadas figuras da década de 90, onde o imenso talento pelo ténis, construído desde criança pelo seu pai, o levou ao pícaros do mundo, mas esse mesmo sucesso criou nele uma imensa tristeza e até depressões. Agassi é também o mais perfeito exemplo de até onde a necessidade mediática de construir heróis, leva os homens comuns, a percorrer o caminho da vilania.
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Andre Kirk Agassi nasceu em 1970 em Las Vegas nos Estados Unidas da América e um dos apenas sete tenistas que venceram todos os quatro Grand Slam conquistados na era moderna, vencendo ainda uma medalha olímpica, o que o torna em um dos melhores tenistas de sempre. No seu auge, Agassi elevou a sua popularidade a uma estrela de Hollywood, algum incomum à altura, o que levou a BBC, na altura em que este se retirou a apelida-lo: de “talvez a maior estela mundial da história do desporto”. Mas toda a sua fama, popularidade e milhões ganhos escondiam o seu lado depressivo e de profundo odio ao ténis que vinha desde bem novo, quando o pai de Agassi o abrigava a bater diariamente centenas de bolas em vez de o deixar brincar com os seus amigos – o seu verdadeiro desejo em criança. O seu conflito entre o talento que tinha para jogar ténis e o ressentimento que tinha por este desporto fora sempre uma constante em toda a sua vida desportiva. Num dos momentos mais marcantes contados na sua autobiografia, Agassi conta o pânico que sentia ainda pequeno quando treinava obsessivamente sobre o olhar atento do seu pai violento. E a solidão e o medo que sentiu quando foi para
Em cima, a biografia de Agassi: “Open”. Ao lado, Ag Stefanie Graf. Em baixo, Agassi levantando o seu pri de Grand Slam: wimbledon.
“Digo a mim mesmo: Lembra-te disto. Segura-te a isto. Esta é a única perfeição que existe, a perfeição de ajudar os outros. Esta é a única coisa que podemos fazer que tem algum valor ou significado duradouro. É por isso que estamos aqui. Para fazer o outros se sentirem seguros.” Andre Agassi na sua autobiografia sobre a sua autobiografia. que mais parecia um campo de concentração. A sua infância
O facto de ter usado substâncias dopantes para melhorar o seu
difícil teve sem dúvidas um papel fundamental no estilo rebelde
desempenho é ainda mais estranho que na sua autobiografia, Open
que adotou nos primeiros anos da sua vida adulta, estilo esse, que
– Aberto em português, tenha admitido perder propositadamente
levou para dentro dos cortes de ténis, num desporto ainda hoje
jogos, nomeadamente a meia-final do Austrália Open.
conservador, e o transformaram num ícone no final dos anos 80,
Agassi também sentia uma enorme animosidade contra os seus
início dos anos 90. Cabelo longo e tingido, orelhas furadas e ar de
adversários. De Pete Sampras afirma que “é mais robótico que um
rock-punk foi durantes largos anos a sua imagem de marca.
papagaio”, a Boris Becker apelida-o de “maldito alemão” e admite
O seu natural talento para a modalidade, ainda hoje, é considerado
que ficou “com vontade de vomitar” quando o também americano
o melhor jogador de sempre a devolver os serviços dos oponentes
Michael Chang venceu o torneio de Roland Garros (França), em
depressa o fizeram subir no ranking, numa das alturas mais com-
1989, e este agradeceu a Deus a vitória. “Ele dava graças à Deus
petitivas do ténis mundial. Depois de três finas de Grand Slam
e atribuía suas vitórias a Deus, e isso irritava-me muito. Por que
perdidas, a sua primeira grande vitória apareceu onde menos se
Deus se importaria com uma partida de tênis? E, por que ele se
esperava – Wimbledon (1992), um torneio que o próprio sempre
colocaria contra mim e a favor do Chang? Isso é ridículo. Quando
desprezara por não se sentir capaz de vencer.
ele venceu Roland Garros em 1989, fiquei com vontade de vomi-
Mas, o parente êxito escondia o sofrimento que sentia e que se
tar. E perguntei-me: por que logo o Chang, entre tantos outros,
tornaria bem visível nos anos seguintes a essa vitória. As drogas
logo ele, foi vencer um Grand Slam antes de mim?”.
passaram a fazer parte da sua vida. Nem sempre com o intuito de
Apesar de tudo Agassi deixou a sua marca e apesar da contesta-
melhorar o desempenho como; é disso bom exemplo o facto de ter
ção dos seus títulos por muitos ex-tenistas e até tenistas atuais, a
tomado crystal uma droga que não ajuda a ganhar. Mas também
realidade é que o seu palmares é invejável. Em 20 anos conquistou
tomou drogas dopantes como anfetaminas. Chegou inclusive a dar
60 títulos ATP, uma medalha olímpica em 1996 e venceu todos os
positivo num controlo anti doping, mas fingiu inocência, disse que
4 grandes Grand Slam (Wimbledon, Roland Garros, US Open e
tomou a droga por engano, num refrigerante.
Aberto da Austrália).
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gassi e a mulher, imeiro titulo,
Por entre as luzes das vitórias e as depressões que o levaram a sair dos 100 melhores do mundo aos 27 anos, altura que deveria ser o seu auge desportivo, a vida privada de Agassi não foi menos conturbada. Um breve relacionamento com Barbra Streisand e um casamento fracassado, e largamente discutido nas revistas cor-de-rosa, com Brooke Shields, depressões, quebras de confiança e erros irrefletidos puseramlhe em muitas situações a carreira desportiva em risco. Mas, como apenas no desporto acontece, a reviravolta aconteceu e em 1999, Agassi tornou-se à altura o mais velho tenista a ocupar o lugar número 1 do ranking. O equilíbrio surgiu, já nos trinta anos, fruto da sua relação com Stefanie Graf, a primeira pessoa, segundo o próprio Agassi, com quem pode ser ele como de facto é, sem mascaras ou mentiras. Esta relação fortaleceu-o e juntamente com o seu treinador, o seu irmão, de caracter gentil e sensato, conseguiu ganhar a harmonia para os seus últimos anos de tenista profissional. Assim como nos anos seguintes, onde a filantropia passou a ocupar a maioria das horas dos seus dias. Agassi é o exemplo perfeito de um homem que foi engolido pelos desejos dos país, que olham para os filhos como extensão das vidas dos próprios e imputam uma vida e pressões desmedidas e que ultrapassam em grande medida dos limites da capacidade que uma criança consegue lidar. Assim como o preço da fama e da influência da comunicação social e do público em geral, e quão devastadora essa pressão se pode tornar. Relembra-nos que os nossos heróis mediáticos são tão humanos quanto nós e erram tanto ou mais como o mais simples dos mortais. Por fim, deixamos uma das suas mais contundentes frases que facilmente muitos de nós se identificarão:” Eu odeio tênis, odei-o com uma escura e secreta paixão, e ainda assim eu continuo a jogar, porque eu não tenho escolha. E esse abismo, a contradição entre o que eu faço e
Diogo Sampaio, diretor e colunista Desporto&Esport d_sampaio@desportoeesport.com Desporto&Esport • www.desportoeesport.com • 39
TECNOLOGIA MUSCLESOUND
Análise científica da performance e capacidades físicas dos atletas
N
o desporto atual, profis-
de analisar os níveis de glicose derivada
sional e de milhões, as
dos carboidratos no corpo. A glicose, e o
analises empíricas, nome-
armazenamento que cada atleta tem no
adamente ao que diz res-
seu organismo – varia entre as 450 e as 500
peito ao treino, estão a tornar-se obsoletas,
gramas, é a principal e mais eficiente fonte
e pior que isso, atletas e treinadores que
de energia, mas que se esgota com alguma
insistam em desprezar os meios tecnológi-
rapidez em treinos intensos e durante
cos partem em considerável desvantagem
a competição. Uma análise periódica, e
e autoeliminam-se da luta pela vitória.
inclusive durante os treinos e após com-
A necessidade de um treino adequado,
petição, dos níveis de glicose é crucial para
nutrição e definir com exatidão os tempos
que os atletas produzam novos planos de
de repouso e recuperação levam os atletas,
treino e novas dietas energéticas, com o
treinadores e equipas desportivas e procu-
objetivo de manterem os seus níveis ener-
rar métodos tecnológicos avançados que
géticos otimizados.
possam incrementar uma perfeita analise
Ao contrário da perceção generalizada e
da performance e do corpo/organismo
menos especializada, muito treino não
dos atletas.
equivale necessariamente a melhores
Muitas têm sido as inovações nesta última
resultados. Este mito, muitas vezes criado
década de modo a corresponder às exigên-
por alguns atletas mas principalmente a
cias e demandas das novas necessidades
comunicação social, deixa de lado as novas
do treino desportivo, mas tem existo algu-
conclusões cientificas.
mas que se destacam, como á o caso
principais, o consumo exagerado de pro-
da tecnologia MuscleSound criada pela
teínas e aminoácidos para oxidar a glicose,
SportTechie. Este novo sistema permite
resultando num decréscimo de glicogénio
um monitoramento instantâneo dos níveis
no fígado e no músculo, potenciando quer
de energia e a partir desses dados uma
o desgaste mas pior aumentando o risco
dieta energética adaptada às necessidades
de lesões. O treino excessivo é transver-
imediatas e futuras do atleta que potencie
salmente comum a todos os atletas mas, e
a sua performance.
na medida que os anos avançam, a chave
Um avanço fundamental proporcionado
para muitas lesões musculares cronicas e
por esta nova tecnologia é a possibilidade
até alguns abandonos prematuros de mui-
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Sendo uma das
A possibilidade de analisar os niveis de glicose dereivados dos carbiodratos no corpo, energia armazenada, de forma simples e eficaz é preciosos para o treino de qualquer atleta.
do músculo armazenar energia.
requisitos cirúrgicos e todos os potenciais
e pós-treino e após competição para aux-
A tecnologia MuscleSound permite de
problemas que a isso se associam.
iliar na recuperação e na prevenção de
forma não intrusiva, rápida e simples uma
A simplicidade e a facilidade são de facto
lesões. MuscleSound fornece dados pré-
análise eficiente. É preciso destacar que as
as grandes mais-valias desta nova tecnolo-
desempenho permitindo recomendações
outras técnicas para obter a mesma analise
gia em apenas 60 segundos verifica vários
nutricionais e baseados no desempenho
passa por processos altamente intrusivos
indicadores dos músculos, aprovisionando
personalizados. O sistema MuscleSound
como a ressonância magnética ou uma
no imediato um relatório energético com-
também identifica os primeiros sinais de
biópsia muscular; ambos estes processos
pleto do atleta.
fadiga muscular, lesão muscular e níveis
exigem que os profissionais médicos e
Como afirma o chefe operacional da
de eficácia do treino a partir de dados,
uma variedade de equipamentos caros,
SportTechie em entrevista à sporttechie:
permitindo decisões pró-ativas e person-
para além de uma deslocação a um centro
“Nós encorajamos a equipe de treino de
alizadas para ajudar na recuperação e pre-
hospital. E, aumentam o risco de infeções
a usar o nosso sistema, tanto quanto pos-
venção de lesões a longo prazo”.
e outras complicações de saúde, dado os
sível, mas particularmente no pré-treino
Ricardo Reis, colunista Desporto&Esport contato@desportoeesport.com
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ESTÁDIOS INTELIGENTES: O CONCEITO DE FUTURO QUE JÁ EXISTE NO PRESENTE - AS RAZÕES DA MUDANÇA
O
conceito de cidade inteli-
de um clique em qualquer dispositivo
gente – smart cities tem
móvel disparar no ecrã todas as repetições
apreciado de uma media-
dos lances mais importantes e dos golos,
tização ampliada na última
em todos os ângulos e câmaras disponíveis.
década de tal forma que hoje só é uma
Ou algo tão simples como pedir direções
novidade para os mais distraídos. Apesar
à casa-de-banho/banheiro mais próximo.
deste conceito agrupar três dimensões,
Ou ainda, simplesmente não perder pitada
criatividade/inteligência individual e a
do jogo e encomendar uma sandwich e
inteligência coletiva, é na terceira dimen-
um sumo pelo smartphone. Nada disto é
são, a inteligência artificial, que gera mais
futurismo e já existe em inúmeros estádios
espectativas e que pode de fato fazer avan-
um pouco por todo o mundo e será uma
çar esta ideia de futuro mas que já se faz
realidade “corriqueira” a breve trecho em
notar no presente. A tecnologia digital ali-
todos as grandes arenas desportivas.
ada ao espaço físico da cidade em conjunto
A implementação de “inteligência artifi-
com todas as múltiplas infraestruturas de
cial” nos estádios surge da necessidade dos
comunicação tem criado uma forte cade-
clubes adaptarem os seus recintos à nova
ia de informação que permite de forma
realidade dos seus adeptos e aquilo que é
rápida e ao segundo arranjar soluções para
o aparecimento de adeptos de uma faixa
problemas de toda uma população, como é
demográfica mais nova e mais adaptada
exemplo a gestão do transito, ou soluções
e exigente dos serviços proporcionados
individuais, como apresentar, mesmo sem
pela tecnologia digital, à necessidade de
pedido, os hotéis mais próximos quando
competir com os ecrãs de televisão e de
visitamos uma cidade pela primeira vez e
straming e a carência de procura de novas
precisamos de uma cama para dormir. Um
fontes de rendimento.
outro conceito, que entronca diretamente
Um relatório da Cisco revelou que para u
no conceção de smart city – a ideia de
em cada três estudantes universitários a
edifícios inteligentes e mais concretamente
internet é tão vital quanto a água, o ar ou
de estádios inteligentes.
a comida. Nos Estados-Unidos acontece
Imaginarmo-nos dentro do estádio a
um fenómeno bem curioso. Nos jogos uni-
assistir a nossa equipa num jogo impor-
versitários os fãs costumavam abandonar
tante ou mesmo num clássico, e à distância
os jogos ao intervalo caso não possam
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A implementação de “inteligência artificial” nos estádios surge da necessidade dos clubes adaptarem os seus recintos à nova realidade dos seus adeptos e aquilo que é o aparecimento de adeptos de uma faixa demográfica mais nova e mais adaptada e exigente dos serviços proporcionados pela tecnologia digital.
“A nova geração de fãs, têm de estar conectados com o Twitter ou Facebook ou seu e-mail ou mensagens instantâneas ou o que seja, tudo isso é de vital importância para a sua vida. Faz sentido apoiarmo-nos que o melhor que podemos fazer para que eles não sintam como se estivem num buraco negro de conectividade, onde a internet não existe (quando estão num estádio desportivo)” Joe Inzerillo, vice-presidente executivo e CTO da MLBA (Basebol)
conectar-se à internet e fazer o upload e
assistir um jogo em casa.
rem a apostar tão firmemente em estádios
partilhas de ficheiros como fotos e vídeos
A conectividade e o digital, e os aplicati-
inteligentes é o aumento de receitas através
relacionados com o evento que estão a
vos e serviços a ele agregados têm como
da aquisição de serviços adicionais e da
presenciar. Não é então de estranhar que
objetivo proporcionar uma experiência
compra de bens como comida ou bebida.
seja na natural mudança demográfica dos
vastamente melhorado ao fã dentro do
As novas oportunidade de receita são
adeptos que se encontre o principal moti-
estádio e trazer as pessoas de para longe
quase ilimitadas e totalmente inexplora-
vo impulsionador na implementação de
dos seus sofás mesmo para aqueles que
das, nomeadamente em Portugal e no
tecnologia digital nos novos estádios e
têm excelentes serviços de transmissão de
Brasil. Ativar e potenciar serviços nos
arenas desportivas.
jogos em direto.
estádios através de dispositivos com acesso
A qualidade dos pacotes desportivos dis-
Com recurso aos serviços adicionais dis-
à internet é fundamental para gerar mais-
poníveis pelos serviços de televisão e cada
ponibilizados pelo meio WI-FI, o adepto
valias para o adepto e inclusive para o mel-
vez mais também pelos serviços de stream-
que se desloca ao estádio pode obter todas
hor compreensão dos gostos e interesses
ing é elevadíssima, mais baratos, mais
as experiências que obteriam em casa
das pessoas que se dirigem aos estádios
práticos e mais fácies que ir a um estádio e
somando ainda a vivência de ver o seu
e fazem gosto em apoiar as suas equipas
comprar um bilhete. Neste sentido, nova-
atleta preferido ao vivo a fazer a jogada da
ao vivo com todos os transtornos que isso
mente um recente estudo apresentado pela
sua vida.
representa.
Cisco mostra que 57% dos adeptos prefere
Outro grande motivo pelas equipas esta-
Diogo Sampaio, diretor e colunista Desporto&Esport d_sampaio@desportoeesport.com Desporto&Esport • www.desportoeesport.com • 43
PUBLIQUE CONOSCO As páginas das nossas revistas e da nossa plataforma on-line estão abertas para publicação de artigos e matérias por parte dos nossos leitores. Neste momento aceitamos artigos de opinião, matérias informativas, cartoons, contos literários, Banda desenhada (ficção) e artigos científicos. Antes de enviar algum documento devera consultar os Termos e Condições, na nossa plataforma on-line. Para Mais informações visite: www.desportoeesport.com/publique-conosco/
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MENOS CARBOIDRATOS PARA OS TREINOS DOS MARATONISTAS
O
s benefícios dos carboidratos, biomoléculas consti-
deste método é a extrema exigência mental e física exigida aos
tuídas principalmente por carbono, hidrogênio e
atletas para que resulte em pleno. No entanto, vários treinadores
oxigénio, nos desportos de resistência são bastante
e especialistas negam essas dificuldades, afirmando simplesmente
conhecidos. Vários estudos nos últimos 50 anos
que a maratona é uma especialidade desportiva exigente, assim
sugerem a relevância destas biomoléculas para a performance em
como o seu treino, e a nova dieta podem facilmente ser inserida
modalidades em que é exigido uma conduta física de longa dura-
no conjunto de boas praticas dos atletas.
ção, como a corrida e mais precisamente a maratona. Os atletas e treinadores bem conhecedores desta realidade preparam uma
Existem dois métodos de treino baseados nesta nova dieta: double
dieta rica em alimentos e suplementos alimentares ricos em car-
workouts e fasted workouts. O primeiro método processa-se com
boidratos, tanto para as competições quer para os treinos.
um treino duro pela manhã seguido de um almoço com baixo teor de carboidratos, e, em seguida, um segundo treino, mais fácil,
No entanto, recentemente vem aparecendo e ganhando força uma
algumas horas depois. O primeiro treino esvazia os músculos de
nova abordagem à dieta dos maratonistas durante o treino que os
carboidratos para que a segunda sessão obrigue o organismo do
priva de enjerir carboidratos. Este novo processo parte da ideia,
atleta a adaptar-se a funcionar sem essa biomoléculas. O segundo
que ensinando o corpo a exercitar-se sem carboidratos, ganhará
método passa por longas sessões de treino sem que exista anteri-
uma maior eficiência nos dias de prova, altura em que o organismo
ormente sejam consumidos carboidratos, impedindo o acesso fácil
será “inundado” de dessas biomoléculas. Steve Magness, autor
a “combustível” na corrente sanguínea.
de A Ciência da duração e docente e treinador na Universidade de Houston replica: “No treino, parte do que estamos fazemos,
Os resultados práticos da mudança já se fazem sentir, apesar de
é obrigar o nosso corpo a consumir o combustível até aos níveis
existir ainda alguma controvérsia no mundo académico e cien-
máximos, para ser mais eficiente quando o corpo estiver de facto
tifico onde as conclusões ainda não são satisfatórias. Em pouco
cheio de combustível”.
tempo, será entendível qual a melhor dieta para os maratonistas para o treino e qual a melhor abordagem.
A grande desvantagem e principal dificuldade na implementação
Ana Matos, especialista em nutrição contato@desportoeesport.com Desporto&Esport • www.desportoeesport.com • 45
1
2
3 4
CICLISMO E TECNOLOGIA
As inovações para 2015
1- R. BLACK LABEL WHEELS 2- SMITH OVERTAKE HELMET 3- MEIAS TECNOLÓGICAS 4- BKOOL CONNECT
1.
Reynolds Black Label Wheels. A empresa detentora da patente para clinchers de fibra renovou a linha de rodas para o mountain-bike aprimorando o desempenho e diminuindo o preço. As rodas Black Label juntam jantes de montanha já existentes
nas marcas Reynolds com o acostumado preto sobre preto cubos DT240S para os rodados. As rodas Black Label já estão disponíveis em quatro modelos: 29 XC (1.440 gramas), 29 TR (1.500 gramas), 27,5 XC (1.435 gramas), e 27,5 AM (1.530 gramas). A todas as rodas são fornecidos com adaptadores “end-cap” para a conversão para qualquer formato de hub.
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Smith Overtake Helmet. A empresa Smith
2.
sediada em Idaho, Sun Valley, desenvolveu um novo modelo de capacete para ciclistas amadores e profissionais, principalmente para o mountain-bike, que promete uma maior proteção em comparação com out-
ros modelos do género, graças à utilização de um material designado de Kroroyd. Este material, absorve mais 30% do impacto energético do que a espuma EPS, o material utilizado com mais frequências nos capacetes para ciclistas. Acrescentando ao mesmo tempo ventilação. Este modelo de capacete aposta num design apelativo, fornecendo igualmente um armazenamento estável para os óculos de sul. Com peso um pouco acima dos 250 gramas já está a ser comercializado no mercado norte-americano e em breve irá expandir-se a marca para novas localizações.
3.
Meias tecnológicas. A empresa Shimano desenvolveu umas meias tecnológicas para ciclismo que promete melhorar a experiencia em cima da bicicleta do ciclista. Feita de um material rijo, anti-abrasão pata o
dedo grande o pé e do calcanhar, respirável com inúmeras seções de ventilação, trabalham em conjunto com os sapatos da mesma marca aumentando ainda a experiencia de conforto. A meia tecnológica permite igualmente minimizar no topo do pé e melhorar a experiencia de transpiração do pé, em muito devido, à ventilação que proporciona – característica que já foi mencionada acima.
4.
Bkool Connect Trainer. Esta nova bicicleta promete revolucionar o treino indoor. Por pouco mais de 650 dólares americanos é possível adquirir esta maquinaria que possibilita o treino eua experiencia mais real de ciclismo de estrada sem sair de casa.
Com um sistema de fácil acesso Web e capaz de recolher informações via Iphone ou GPS, e executando o aplicativo Bkool, que trabalha com os dados acima referidos, acompanhando o treino, fazendo inclusive o upload de um vídeo ou de um mapa. Por os amantes mais acérrimos do ciclismo de estrada, a Bkool está a incorporar na sua oferta de vídeo cenas de corridas dos eventos Pro Tour, Esta é uma escolha perfeita para quem adora ciclismo e estar em cima da bicicleta mas não quer sair do conforto do lar.
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NO FACEBOOK 6 EM CADA 10 POSTS DAS GRANDES MARCAS ENENVOLVEM O DESPORTO OU EVENTOS DESPORTIVOS
O
desporto, para o marketing e publicidade, são para
o jogo por mais 88 milhões de utilizadores desta rede social. No
o seculo xxi o mesmo que o sexo foi para o seculo
Twitter, foram mais de 35,6 milhões neste mesmo jogo, E, no jogo
xx, e a presença das grandes marcas no digital e nas
entre Alemanha e Brasil da meia-final chegou-se ao recorde de
redes sociais associadas a grandes atletas e eventos
tweets por minuto com 618.725.
desportivos não para de crescer. Por exemplo, no facebook 6 em
As grandes empresas e marcas olham com muita atenção para
cada 10 posts das grandes marcas associam-se de alguma forma
estes números e associam-se através do patrocínio desportivo para
ao desporto. Nas outras redes socias os valores não se distanciam
divulgação e impulsionar as vendas através dessas parcerias e apos-
significativamente destes valores.
tam depois nas redes sociais como principal meio de divulgação.
Estes números apenas podem ser uma surpresa para os mais dis-
Outra vantagem da aposta nas redes socias pelas marcas, é a
traídos. E os motivos são evidentes. Temos, em primeiro lugar, a
imediata perceção dos resultados das campanhas, entendendo ao
generalização e a massificação global do uso da internet e as altas
minuto a abrangência e impacto gerado por cada nova publica-
taxas de envolvimento e compromisso dos utilizadores com o
ção. Outra vantagem da aposta nas redes socias pelas marcas, é a
digital e as redes sociais em particular. Depois, com a chegada da
imediata perceção dos resultados das campanhas, entendendo ao
televisão por cabo e o streaming de vídeo, a atenção das pessoas
minuto a abrangência e impacto gerado por cada nova publicação.
dispersou-se, e o desporto foi-se tornando na principal atividade
Assim, como o perfil de utilizador a que as campanhas chegam e
agregadora e transversal a toda a sociedade. Por fim, temos a
interagem. Neste sentido, as marcas, adquirindo pacotes de serviço
paixão dos fãs pela sua equipa e pelo seu desporto favorito e a
oferecidos pelas redes sociais, podem focar as suas campanhas a
maior propensão destes de comentar, gostar e acima de tudo par-
um determinado perfil de público, vulgarmente designado como
tilhar posts com os quais se identifica.
nicho, de modo a tirar o maior partido dos recursos investidos.
Para termos um pouco a ideia dos números envolvidos, olhemos
Por fim, esta tendência das marcam bem na continuada perceção
para o campeonato do Mundo de Futebol no Brasil que se consa-
que os meios mais tradicionais, como publicidade em média tradi-
grou como o evento desportivo mais falado de sempre nas redes
cionais ou placares outdoors, estão a perder força e a tornarem-se
sociais. Apenas na noite da final e apenas no facebook, registaram-
me nos efetivos, e ao bem mais “estáticos” em comparação com as
se mais de mais de 280 milhões de interações relacionados com
redes sociais.
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Olivia Santos, especialista em marketing e redes sociais contato@desportoeesport.com
Marcas de roupa desportiva, com a Nike na foto, são as que mais apostam nas redes sociais. Assim como marcas de cerveja, abaixo. Ou mesmo empresas tecnológicas.
Na final da copa do mundo e apenas no facebook, registaramse mais de mais de 280 milhões de interações relacionados com jogo. No Twitter, foram mais de 35,6 milhões.
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MAPA ORIGEM DOS JOGADORES PROFISSIONAIS DE NBA PER CAPITA 1980-2014 FONTE: THATNBALOTTERYPICK.COM
NBA: A ORIGEM DOS CRAQUES
N
uma análise rápida ao mapa acima, rapidam-
esmagadoramente afrodescendentes, e a NBA é largamente domi-
ente identificamos, e sem surpresa, as áreas de
nada por atletas negros. Neste seguimento, não igualmente de
Mississippi, New York City, Los Angeles, Chicago,
estranhar que Mississippi apareça no segundo lugar desta lista com
Washington e Filadélfia, como aquelas onde se
cerca de 50 atletas profissionais. 50% da população desse estado é
originam o maior número de atletas na NBA. Seguidas de perto
de descendência africana.
por Atlanta, Dallas, Houston, Indianapolis, Detroit, New Orleans
Outros estados que à partida teriam indícios menos propícios para
e Seattle. A não surpresa destes dados advém destes estados
o aparecimento de atletas para a NBA como Indiana e Kentucky,
serem também os maiores centros populacionais do país norte-
que ocupam lugares cimeiros no mapa acima, sugerem que a cul-
americano, e como tal, esperado que ai apareçam mais atletas de
tura local desempenha um papel fundamental para potenciar o
nível profissional.
aparecimento de jogadores com qualidade para o profissionalismo.
O basquetebol é sobretudo um desporto urbano e deste modo
O facto de alguns estados como Vermont, Ilhas marianas do Norte
não é de estranhar que Washington, capital norte-americano,
ou o Alasca apenas esporadicamente originaram atletas para a
tem o maior histórico de “produção” de jogadores da NBA, com
NBA também não é uma surpresa, seja pelos baixos índices popu-
68 atletas atualmente a atuar na NBA nascidos neste estado.
lacionais, pelo clima menos propício a este desporto ou pela falta
Relembramos que Washington é unicamente urbana. Outro dado
de engajamento das populações locais ao basquetebol em prefer-
a ser adicionado é o facto dos habitantes de Washington serem
ência do futebol americano ou do hóquei em gelo.
Ricardo Reis, colunista Desporto&Esport contato@desportoeesport.com
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O
momento de pura violência
conflito entre a Rússia e a Turquia.
Durante todo o conturbado seculo xx
e agressões entre jogadores
Após a derrota do Imperio Otomano, os
europeu, principalmente durante a pri-
e equipas técnicas no ainda
povos cristãos dos Balcãs ganharam mais
meira centena de anos, o conflito agravou-
recente jogo entre Albânia e
território, originando a deslocação de mais
se, com constantes conflitos bélicos, numa
a Servia apanhou todos de
de 80 mil muçulmanos, para a zona que é
região altamente martirizada com guerras
surpresa, até porque, aparentemente tudo
hoje conhecida como o Kosovo, agravando
e invasões militares e constantes novas
se iniciou por um simples drone que trans-
as tensões religiosas e provocando graves
definições de fronteiras. O último con-
portava uma bandeira albanesa. Mas, isto
efeitos demográficos.
flito deu-se em 1999 e 2001 ainda que em
apenas pode ter surpreendido os mais dis-
Este acontecimento é tido visto como o
menor escala.
traídos e menos conhecedores da história
ponto de partida para o “conflito sérvio-
Com este historial, não deveria obrigar
europeu e dos seus “conflitos internos”. O
albanês, desde que foi o primeiro ato de
as organizações do futebol, neste caso a
conflito sérvio-albanês, como muitas vezes
violência organizado em grande escala
UEFA, pensar com mais cuidado a forma
é apelidado, é um conflito étnico entre
pelo Estado no conflito e pelo menos uma
como se dão os sorteios e se não devem
este dos povos que dura há vários seculos,
parte (os sérvios) tinham desenvolvido em
existir restrições prévias? Dado que clara-
mas que teve o seu auge no século xx, com
uma nação plenamente funcional e exibida
mente, ao contrário do que muitas vezes é
a primeira guerra balcânica, a segunda
de uma consciência nacional da Sérvia
propagandeado, o “fair-play” desportivo
grande guerra e a guerra do Kosovo, tendo
(enquanto o nacionalismo albanês ainda
não ultrapassa todos os conflitos.
tido no entanto início, no século xix após o
estava em seus estágios infantis)”.
Vitor E. Santos, colunista Desporto&Esport contato@desportoeesport.com Desporto&Esport • www.desportoeesport.com • 51
DOPING: LEGALIZAÇÃO!
As razões que podem levar o desporto profissional a adotar politicas mais favoráveis ao doping!
Uma cultura pró-doping, para muitos, é inevitável no futuro do desporto. E um futuro que não estará tão longe quanto se julga, dado que a muito breve trecho estaremos a atingir os limites de performance do corpo humano. Ora vejamos, mesmo com todo os novos métodos de treino, de nutrição e equipamentos, os tempos e os recordes dos nossos melhores atletas acontecem cada vez mais desfasados no tempo e as melhorias acontecem progressivamente mais lentamente. Estima-se, por exemplo, que o limite do tempo para os 100 metros é de 9,48 segundos. Quando esse tempo for atingido e não existir mais a espectativa de ser quebrado, continuaram os adeptos do atletismo a seguir esta modalidade tao afincadamente como o têm feito até agora? Ultrapassar e melhorar a história é um dos pilares do desporto moderno, quando isso deixar de ser possível, os fãs estarão dispostos a deixar cair este tão fundamental axioma? A resposta, ainda que futurista e unicamente baseada na historia passada do desporto, terá que ser um redondo NÂO. Dentro deste paradigma, temos ainda a questão dos desportos onde a exigência é superior ao suportado pelo corpo humano, o ciclismo é paradigmático. O doping faz e sempre fez parte deste
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desporto, não vale a pena enganarmo-nos; não é por acaso que os maiores escândalos de uso de substâncias ilícitas são ciclistas. Este desporto, por muito que doa a muitos, exige demasiado dos atletas, e diminuindo drasticamente o potencial de performance dos seus corpos; a ajuda química vem muitas vezes permitir unicamente uma melhor recuperação de etapa a etapa. E, as entidades deste desporto continuam a olhar para o lado, como se nada fosse, e nada mudam nas regras ou no paradigma da modalidade para se adaptar à “condição humana” dos ciclistas. Continua a fazer sentido existir etapas de mais de 200 km em voltas com mais de vinte etapas? Faz sentido passar por três, quatro e as vezes mais contagens de montanha numa única etapa? Estar em cima da bicicleta por 5, 6 ou mais horas? Somando a isso os diminutos tempos de descanso, com as indispensáveis viagens, insuficientes para segundo as estatísticas, faz a cada duas etapas o esforço físico de uma maratona? A questão central: é que é essa a vontade dos adeptos. Eles querem ver cinco e seis horas de ciclismo. Ele não querem menos, querem mais. Superar o passado é a frase e um sinonimo que sem o qual o desporto profissional não sobrevive.
Doping: Proibição? Legalização?
“A própria saúde dos atletas pode em caso de uma politica mais pró-doping sair revigorada, dado que os atletas não necessitariam de recorrer a substâncias comprovadamente perigosas ou drogas experimentais com a potencialidade de escapar a controlos de antidoping, e poderiam usar substancias não nocivas que teriam o mesmo efeito.”
Outro ponto fundamental é as lesões. Nunca como no desporto atual as lesões, e muitas delas graves, aconteceram com tanta frequência e tão repetidamente. Os casos da NBA, discutidos da edição anterior, ou a dos pitchers no basebol (nesta edição) são apenas um exemplo. O mundial de futebol de seleções deste ano de 2014, onde os melhores jogadores chegaram ou esgotados, jogaram lesionados como Cristiano Ronaldo ou simplesmente como Ribéry nem sequer pode ser convocado. E o número altíssimo de lesões que não deixou nenhuma das 32 seleções sem pelo menos um dos seus melhores jogadores. Isto reflete nada mais que o excesso de competição dos calendários desportivos da maioria dos desportos e modalidades, onde o descanso e o repouso são insuficientes. E, a competitividade aumenta de ano para ano, onde equipas e atletas mesmo de menor gabarito obtém metodologias de treino semelhantes e como tal o espa-
ço que antes existia entre os melhores e os menos bons, diminuiu significativamente na última década. É preciso assumir igualmente que existe atualmente uma revolução tecnológica e química e que pode, e para muitos deve, auxiliar o desporto e os seus atletas. Simplesmente, assumir que a tecnologia e a química não existem, não é uma opção e de uma forma paulatina mas progressiva, muitas das novas substancias que são artificialmente sintetizadas e produzidas em laboratórios, logram a possibilidade de eliminar muitos dos problemas acima mencionados. E levam igualmente o desporto para um outro patamar. Algo que todos os adeptos desejam. A própria saúde dos atletas pode em caso de uma politica mais pró-doping sair revigorada, dado que os atletas não necessitariam de recorrer a substâncias comprovadamente perigosas ou drogas
experimentais com a potencialidade de escapar a controlos de antidoping, e poderiam usar substancias não nocivas que teriam o mesmo efeito. Um outro ponto que deve ser mencionado, é diferenciar as substâncias e metodologias que têm como principal intuito auxiliar e diminuir o tempo de recuperação e aquelas que procuram de facto criar vantagem competitivas e de aumento de performance. As primeiras devem ter uma abordagem mediática e legal mais positiva. Por fim, o doping faz parte do desporto desde os seus primórdios. Convivemos com eles desde sempre e sempre assim será. A legalização ou uma maior abertura a medidas pró-doping beneficiará a todos, principalmente aqueles que se dopam de forma ilegal, e que podem desta forma encontrar um caminho mais limpo e mais saudável.
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DOPING: PROIBIÇÃO!
As principais razões que levam a dizer NÂO ao doping
Saúde. Sem dúvida que o bem-estar dos atletas, tanto no presente como no futuro, é um dos mais fortes entraves à legalização do doping ou de uma cultura mais pó-doping no desporto. Como anteriormente sublinhamos, muitas das substâncias são altamente danosas para a saúde dos próprios e dos seus futuros filhos – os casos de má formação de fetos ou de nascença com deficiência de filhos de ex-atletas que usaram doping são imensos. Neste sentido o professor Andy Miah bioeticista da Universidade do Oeste da Escócia argumenta que é necessario ter um “ProDoping Agency World” para complementar a Agência Mundial Anti-Doping. “No momento os atletas olham e procuram substâncias perigosas e com riscos significativos para a saúde, mas com o quadro de escolham corretas, os atletas podem con-
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hecer os riscos envolvidos”. E acrescenta: “Faz sentido para se certificar de que os atletas sabem o que estão a ingerir, em oposição ao atual “liberdade”, que pode levar a efeitos colaterais terríveis para si. Os esteroides anabólicos, por exemplo, têm efeitos secundários adversos que variam de acne, infertilidade e impotência, a hipertensão, a psicose e doenças cardiovasculares. Um órgão regulador que permite que os atletas sabem o que estão ingerindo iria melhorar a saúde de uma forma global”. O fair-play é entendido em um plano mais geral como uma atitude de prática desportiva moralmente boa. E apesar do termo “fair-play” se ter revelado um campo amplo o suficiente para interpretações diversas de seu significado. Uma iniciativa bastante comum é traduzi-lo como ‘jogo limpo ou qualifica-lo como ‘espírito desportivo’.
“Os esteroides anabólicos, por exemplo, têm efeitos secundários adversos que variam de acne, infertilidade e impotência, a hipertensão, a psicose e doenças cardiovasculares. Para além disso: a possibilidade de liberação de uso do doping é claramente entendida como a possibilidade de utilização de todo o potencial tecnológico ao alcance dos países ricos sem as peias de ordem ética e legal, o que tornaria ainda maiores a diferença nas condições de preparação entre atletas de países desiguais”.
Assim o conceito de fair-play obedece a um conjunto de regras e conceitos e quebra-los é uma violação grave às regras do jogo e por consequência uma violação das regras e valores desportivos. Um outro argumento de natureza ética contra o doping é aquele que afirma que o processo de desenvolvimento de substâncias dopantes transforma a competição desportiva em uma verdadeira competição entre laboratórios de farmacologia, de tal maneira deslocando-a do seu lugar natural, as arenas e a capacidade inata e aprendida dos atletas. Octávio Tavares, no seu trabalho “doping: argumentos em discussão”, afirma: “A possibilidade de liberação de uso do doping é claramente entendida como a possibilidade de utilização de todo o potencial tecnológico ao alcance dos países ricos sem as peias de ordem ética e legal, o que tornaria ainda maiores a diferença nas condições de preparação entre atletas de países desiguais”. Outro ponto importante na argumentação é que a liberalização do doping forcará todos os atletas a recorrer a substâncias dopantes. Este raciocínio leva-nos a uma posição onde atletas, mesmo que não desejem recorrer ao doping, serão forçados
ao uso do doping, por coação externa, como treinadores ou empresas parceiras, ou pela necessidade de níveis de performance mais avançadas e pela possibilidade de luta pela vitória. A realidade é que muitos atletas podem efetivamente sentir-se tentados ou forçados à transgressão, inclusive baseados em motivos bastante racionais. Temos ainda, que alterar as leis do doping, farão necessariamente ondas de choque no passado do desporto, fazendo existir, um desporto antes do doping e depois do doping. E, a consciência de que muitas novas marcas apenas serão atingidas graças a substâncias sintetizadas no laboratório. Como reagirá o adepto. Iremos ser capazes de olhar para esses futuros atletas da mesma forma que olhamos para os atletas do presente e do passado? Ou não serão olhados acima de qualquer coisa como um resultado de uma laboratório e de experiencias científicas. E, até que ponto, não diremos simplesmente, este atleta não é melhor que os outros, simplesmente tem melhores cientistas e laboratórios a trabalhar para si. Por fim, ao alterar tão drasticamente as leis do desporto não corremos um risco serio de alterar o que faz dele o que ele é? E, esse risco, não pode ser a sua morte?
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HIDRATAÇÃO NO DESPORTO PROFISSIONAL A prática de exercício físico, independentemente do desporto e das condições em que a atividade é desenvolvida, leva inevitavelmente uma significativa perda de água e eletrólito (sódio e cloreto) do organismo que terá consequências para o atleta no caso de esses líquidos não serem progressivamente repostos. Atualmente estima-se que 70% da energia gerada durantes os processos fisiológicos recorrentes da atividade física não é convertida em trabalho útil, mas sim convertida em grande medida em calor, que por sua vez leva à transpiração e à perda de líquidos, o que num caso extremo, pode levar à desidratações traumáticas que facilmente criam lesões e efeitos de longo prazo. Isto é de tal modo verdadeiro, que pequenas perdas de quantidade de água, perdas de água equivalentes a
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2% da massa corporal reduzem fortemente a resistência e a performance dos atletas, independentemente do clima e da altitude. Piorando quando o exercício físico se mantem por um período de tempo superior a 90 minutos. Existem ainda estudos que comprovam que um descanso de vinte minutos com a reposição de líquidos de pelo menos de 50% são capazes de restaurar significativamente a capacidade física de um atleta, permitindo-lhe retomar a atividade física. Para além das elevadas perdas de desempenho e de resistência física, a desidratação eleva igualmente os riscos de cefaleias (dores de cabeça), sensação exagerada de fadiga, náuseas e as já faladas lesões como cãibras.
Perdas de água equivalentes a 2% da massa corporal, no exercício físico perante, reduzem fortemente a resistência e a performance dos atletas, independentemente do clima e da altitude. Piorando quando o exercício físico se mantem por um período de tempo superior a 90 minutos. Perdas de líquidos superiores podem criar uma sensação de fadiga extrema, náuseas, cefaleias e até aumentar seriamente o risco de lesões. Olhemos alguns dados. Uma redução de
2% da massa corporal, e que esses níveis
níveis de eletrólitos.
massa corporal por perda de líquidos de
devem incluir as taxas de perdas de sódio,
O processo de hidratação do atleta deve
4% tem como consequência imediata uma
expelidos igualmente pelo suor. As perdas
ser contínuo, ou pelo menos, ser iniciado
perda de forças de pelo menos de 2% a 3%
não devem ser superiores a 3 ou 4 gramas
uma semana antes no início da competição
e perdas de resistência de 10%, somando-
de sódio sem que a performance e mesmo
ou de um treino de alta intensidade.
se ainda, as alterações a alguns músculos
a saúde seja prejudicada.
É importante ressalvar que uma hidrata-
específicos onde as perdas são ainda maio-
A ligação entre perdas de água e lesões,
ção excessiva é tão prejudicial quanto a
res. Se a isto ainda adicionarmos temper-
a mais frequentes as cãibras muscula-
falta de líquidos, provocando nos atletas
aturas superiores a 30 graus centígrados
res, acontecem principalmente de forma
uma sensação de enfartamento, e pior,
as perdas do atleta são severamente supe-
indireta, ou seja, pela perda de sódio e
aumentando as taxas de suor expelidas, o
riores.
cloreto através do suor, assim para além
que provoca maiores perdas de eletrólitos.
Hoje existe um consenso alargado entre
da hidratação e da ingestão de água, os
Por fim, as áreas geográficas, como a alti-
os especialistas suportados inclusive pelo
atletas devem ter em conta a necessidade
tude, e o clima, calor ou humidade, devem
comité olimpo que os níveis de desidrata-
de ingerirem outros alimentos ou suple-
ser tidas em contas quando se esboça o
ção dos atletas não devem ultrapassar os
mentos que possam repor os seus habituais
plano de hidratação do atleta.
Diogo Sampaio, diretor e colunista Desporto&Esport d_sampaio@desportoeesport.com Desporto&Esport • www.desportoeesport.com • 57
TRIATLETAS: TRÊS ERROS COMUNS
N
o desporto atual altamente competitivo todos os
Apostar numa dieta calórica e energética inadequada ou simples-
detalhes no treino fazem a diferença e no triatlo
mente suspendem a sua dieta, tendo como principal propósito
não é diferente. Existe um conjunto de práticas e
perder uns quilos, ou o que também acontece diversas vezes por
cuidados na preparação para as competições que
quebra de resistência mental. Por norma, a dieta dos triatletas é
não devem ser descuidados quem o faz comete
altamente exigente, com o consumo de carboidratos periódicos ao
erros estratégicos graves. Nas próximas linhas iremos identificar
longo do dia e obrigando a um constante “auto-supervisionamen-
três dos mais frequentes.
to” difícil de perpetuar ao longo do tempo. Acontece igualmente que a dieta calórica indo de encontro às necessidades competitivas
Testes periódicos de taxas de suor durante o esforço. Como anali-
pode ainda assim causar uma sensação de fome ao atleta e este
sado no artigo acima a “ importância da hidratação no desporto
efetuar novas alimentações desadequadas.
profissional” basta uma perda de água em 2% da massa corporal para um abaixamento considerável na performance e capacidade
Procurar nos suplementos deficiências ou erros na preparação do
física do atleta. Assim é fundamental que exames e medições, o
treino, como se esses mesmos suplementos funcionassem como
quanto mais precisas melhor, da taxa de perdas de liquido durante
um atalho que tudo resolve. Um erro monumental. Os suple-
os exercícios para que aquando da competição o atleta saiba com
mentos servem acima de tudo para responder e corrigir algumas
exatidão a quantidade de líquidos que necessita ingerir e não se fie
deficiências nutricionais como vitaminas ou cálcio, entre muitos
apenas na sede que sente.
outros.
Ana Matos, especialista em nutrição contato@desportoeesport.com
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PEP GUARDIOLA:
AS TÁTICAS – DE BARCELONA A MUNIQUE
G
uardiola venceu e vence mais que os outros porque eleva táticamente as suas equipas a patamares superiores. Neste artigo vamos analisar um pouco mais todos os detalhes tecnicos das duas equipas que treinou ao mais alto nivel – Barcelona e Bayern de Munich. Comecemos, no entanto, por desenhar um breve perfil da sua carreira e da sua filosofia de jogo e das origens desta. Pep Guardiola é um raro exem-
plo de alguém que ousou inovar, modernizando os valores e táticas dominantes no futebol e com isso mudou o jogo. Mudou-o vencendo e criando aquela que foi para muitos a melhor equipa de sempre – o Barcelona de 2008 a 2012. As equipas que treinou não só obtiveram sucesso nos respetivos campeonatos nacionais como nas provas europeias, como serviram de base para as duas últimas seleções campeãs do mundo. Guardiola, que tem apenas 42 anos e menos de uma
década enquanto treinador, ganhou uma aura mística como possivelmente nunca nenhum outro treinador o conseguiu na história do futebol. Neste sentido Virendra Karunakar escreve: “O nome de Guardiola não representa simplesmente mais um homem; ele tem vindo a representar uma fé, uma crença, uma filosofia; uma filosofia que alcança o sucesso de forma consistente e ao mais alto nível”.
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Guardiola chegou a treinador principal do Barcelona em 2008 e
No principio havia o 4-3-3 (Barcelona)
assumia para si a responsabilidade de reconstruir uma equipa que apenas dois anos antes tinha ganho tudo o que havia para ganhar
Na primeira temporada no Barcelona, Guardiola operou a sua
mas que num espaço de um ano parecia que tinha desaprendido
equipa pronominalmente no 4-3-3, seguro na posse da bole, mov-
de jogar. A única saída era a revolução. Saíram jogadores. Entre
endo a bola constantemente do centro para as laterais e vice-versa,
eles, aquele que era considerado o melhor do mundo na altura –
na constante procura do desequilíbrio da equipa adversaria, com
Ronaldinho Gaúcho. E fez entrar uns tantos novos, a maioria vinda
uma rapidez de execução acima da média, com dois ataques no
da formação ou da equipa B. A construção do jogo do “renovado”
pico da forma, Thierry Henry e Samuel Eto’o, e o génio de Lionel
Barcelona passou essencialmente por uma filosofia de harmonia,
Messi a despoletar. Atrás Sergio Busquets, promovido da equipe
ritmo de trabalho, alta intensidade todo o jogo, paciência, circula-
B ou Toure, como médios mais defensivos, e no centro do terreno
ção de bola, jogo zonal, jogo posicional e, finalmente dinamismo.
Andres Iniesta e Xavi, uma dupla que era o motor da equipa.
A filosofia de passe era tão determinante neste novo Barcelona de
Com a saída de Eto’o e com a experiencia falhada de Zlatan
Guardiola, que levou a alcunha de Tiki Taka. Esta forma de jogar,
Ibrahimovic como homem golo, Messi foi convertido a atacante
como o próprio Guardiola já o afirmou, foi inspirada no futebol
centro. Uma decisão acertada já que os números na concretização
praticado pela seleção brasileira dos anos 70 e 80 que apesar de
de Messi dispararam – 2008-09 foi a última vez que Messi marcou
poucos títulos encantaram o mundo. Não joguei no Brasil. “ O que
menos de 49 golos em todas as competições. Este modelo tático
tentamos fazer foi passarmos a bola o mais rápido possível. É o que
abdicou do que vulgarmente é chamado de número 9 e de uma
o Brasil fez a sua vida inteira”, afirmou Guardiola em conferência
referência fixa na grande área, viveu sobretudo da mobilidade e do
de imprensa após a vitória do Barcelona sobre o Santos (4-0) na
entendimento dos três homens da frente.
final do Mundial de Clubes em Yokohama, em 2011.
No ano seguinte, um novo ano de glória para a equipa do
Depois de quatro anos de muito sucesso Guardiola abandona a
Barcelona, deu-se aquilo que se convencionou-se chamar-se troca
equipa de Barcelona. Passa um ano sabático, e depois aceita o
por troca, David Villa ocuparia o papel de Henry fora de largura
desafio de se sentar no banco de suplentes do Bayern de Munich,
à esquerda após a partida do francês e Pedro iria assumir o cargo
que havia ganho tudo o que havia para ganhar na época anterior.
de largura direita – sendo que este ultimo ocupava um lugar muito
Depois de muitas dúvidas sobre o que podia acrescentar aquela
intermitente no onze titular.
que era já para muitos a melhor equipa do mundo, as primeiras respostas surgiram logo nos primeiros jogos, e novamente com a cultura de posse e vários passes na base do jogo. Mas ao contrário do que acontece com muitas equipas, que circulam a bola à espera do erro, as equipas de Guardiola, apostam num paradigma diferente: “provocar e soltar a bola”. Com isto o adversário não fica só à espera, tem que reagir constantemente 60 • Desporto&Esport • www.desportoeesport.com
Depois apareceu o 4-4-2 que se desdobrava no 4-1-3-2 (Barcelona) Na última época de Guardiola à frente do Barcelona, apareceu um jogador que haveria de “obrigar” a mudar a conceção tática da equipa – Cesc Fabregas. Uma mudança para o 4-4-2 e a introdução do conceito de falso 9 e com a substituição de Pedro por Alexis Sanchez. Com a mobilidade dos homens da frente o modelo tático muitas vezes alterava-se para um 4-1-3-2 com Messi e Sanchez na frente. Alves na lateral e Abidal ao centro eram duas peças fundamentais para manter a fluidez de jogo e Busquets assumia para si um papel chave na manutenção dos equilíbrios. Do tempo de Guardiola no Barcelona haveria de ficar também a perceção que o jogo ofensivo deve começar nos defesas e a boa qualidade destes com a bola nos pés é elementar para a equipa. Fica igualmente a qualidade das desmarcações e do jogo sem bola de todos os jogadores, na constante procura de oferecer linhas de passe. Por fim, salienta-se também a qualidade na recuperação de bola onde os jogadores funcionavam como um bloco coeso no desarme do jogador adversário portador da bola. Abaixo a explicação do tiki taka.
Novo desafio, Novo esquema tático: 4-1-4-1 (Bayern de Munich) Guardiola apostou numa formação 4-1-4-1. A tática imposta por Guardiola teve como objetivo explorar a profundidade do Bayern no meio-campo, especialmente em torno da capacidade de Toni Kroos para distribuir, circular em todo o meio do campo e igualmente assumir o papel de organizador de jogo. Enquanto no Barça, Guardiola tinha jogadores de baixa estatura à sua disposição, que eram muito bons na posse; no Bayern tinha jogadores mais diretas e verticais como Thomas Müller, Arjen Robben e Franck Ribery o que permitia uma maior variação de passe curto com passe longo, tornando sempre imprevisível o que a equipa ia fazer num determinado momento. Philip Lahm, o melhor lateral-direito do mundo, foi “re-programado” para jogar como medio defensivo e passou a fazer dupla com Bastian Schweinsteiger. Esta mudança mostrou-se fundamental para criar o tipo de jogo que Guardiola tanto gosta e passa pela manutenção da bola o maior tempo possível e foi igualmente importante para a variação passes – entre curto e longo – bem como transportar o esférico em que Lahm é especialista. Rafinha, que ocupou a vaga deixada vaga por Lahm na direita também se mostrou um enorme trunfo para o ataque dado que passou a ocupar por diversas vezes os espaços deixados vagos por Ribery que passou habitar zonas mais centrais no campo.
2014-2015: 3-4-3? (Bayern de Munich)
Após a meia-final perdida para o Real-Madrid na época passada, o Bayer passou a utilizar algumas vezes o modelo 3-4-3, inclusive contra o Borussia Dortmund na final da DFB (taça da Alemanha). E mesmo nesta presente época Guardiola tem apostado consistentemente nesta nova forma de jogar. Ainda é cedo para perceber se esta mudança é ou não definitiva e em próximos artigos iremos analisar este modelo tático com mais pormenor.
Diogo Sampaio, diretor e colunista Desporto&Esport d_sampaio@desportoeesport.com
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FOTOGRAFIA DO M MANUEL NEUER O “
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MÊS: “LIBERO” ALEMÃO!
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TREINO VS. TALENTO
T
reino e pratica continuada ou a genética e talento
desempenha o papel mais relevante para que o atleta suba ao pata-
inato: qual dos dois tem mais impacto na formação
mar do profissionalismo e da excelência.
dos génios do desporto? Durante anos, esta foi uma
Olhemos por exemplo para os seguintes dados. Num recente
das principais questões do desporto e discutidas
estudo, os resultados apresentados mostram claramente o papel
por dirigentes, treinadores e adeptos um pouco por
da genética, demonstrando que apenas apenas 28% da variação no
todo o mundo. E, como a discussão do ovo e da galinha, até agora,
desempenho poderia ser explicado por 15 anos (as muito faladas
não se havia chegado a nenhum consenso. No entanto, os avanços
10.000 horas de treino) de tempo de prática.
tecnológico, principalmente da genética, mas não só, também os
Em estudos realizados com um considerável conjunto, cerca de
avanços das metodologias de treino e de análise do progresso dos
300 a 400 indivíduos (já praticantes de desporto), sujeitos a um
atletas tem desbravado caminho virgem e chegou a pelo menos a
treino intenso durante períodos compreendidos entre os 4 e os 6
algumas conclusões. Ainda que complexas e com variadas inter-
meses, concluiu que apenas menos de 5% dos testados apresentou
pretações.
melhoras significativas e relevantes.
Logo num primeiro ponto, até agora, e apesar dos inúmeros
Estes testes foram realizados por diversos países e em diversos
esforços dos cientistas, não se encontrou qualquer “gene de des-
continentes e os resultados não poucas ou nenhumas variações
empenho”, e como tal, pelo menos para já, é de supor que ele não
tiveram com os acima apresentados. Apenas, um estudo similar
existe. Sendo que é ainda suportado por muitos especialistas, que
realizado pelo Quénia apresentaram ligeiras diferenças, subindo
os “genes do desempenho” são uma realidade, e a única razão para
para 7% o número de atletas que aumentaram significativamente
não os ainda termos descobertos é o facto de eles serem numero-
a sua performance.
sos, com pequena influência individual, e demasiado complexo
Outro mito que a ciência tem vindo a desmentir é as 10.000 horas.
para os meios tecnológicos atuais.
Com origem em 1993 pela Ericsson, estudando a capacidade dos
O treino e o esforço são uma parte fundamental para o êxito do
violinistas, e mostrou que a performance foi determinada pelas
atleta, assim como centenas de outros pequenos fatores incontro-
horas acumuladas de treinamento até a idade de 20. Ou seja, o
láveis, mas existe cada vez mais a perceção, suportada por estudos
melhor especialistas havia acumulado o número mágico de 10
validos e aceites pela comunidade científica, que é a genética que
mil horas, enquanto que os classificados como apenas “bom” ou
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A questão do ACTN3:
ou “menos consumado” foram encontrados para ter feito apenas 8.000 ou 5.000 horas de prática, respetivamente. Mas os estudos mais recentes demostram claramente que para esses “mesmo bons”, bastam 3.000 horas de trabalho para chegar ao seu índice de performance mais elevada. Obviamente que estes dados não eliminam a importância do treino e dos métodos de treino para potenciarem a performance dos atletas, mas indicam claramente que a genética e o talento inato são o fator mais preponderante para o êxito desportivo.
Diogo Sampaio e Vitor E.Santos d_sampaio@desportoeesport.com
O ACTN3 resulta da síntese de uma forma truncada e não-funcional de alfa-actinina-3. Os cientistas expuseram que os indivíduos com a variante em de cópias do seu gene ACTN3 pode ter uma pré-disposição natural para a resistência (eventos relacionados com cagas de energia aeróbica), tais como corrida de longa distância, natação distância ou esqui. Esses atletas com uma cópia da variante no seu gene ACTN3. Pode ser igualmente adequado para tanto resistência e Sprint / potência desportiva como o futebol ou andar de bicicleta. Atletas que não possuem nenhuma cópia da variante na sua ACTN3 gene podem ter uma predisposição natural para a velocidade desportes ou potência como eventos de futebol, levantamento de peso e de sprint. A presença deste gene nas populações jamaicanas é tido como um dos fatores responsável pela performance dos sprinters deste país. No entanto, este é inclusive um polimorfismo de DNA relativamente comum. Esta presente em cerca de 18% a 25% da população geral, com ligeiras diferenças dependendo da região geográfica. O facto de este gene ser relativamente comum, como os dados acima tão bem demostram, saem do foco da pergunta que faz titulo deste artigo, uma vez que se procura fatores que possam fazer a diferença entre indivíduos e não entre população. Poderá obter mais dados deste gene na primeira edição da Desporto&Esport.
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Desporto&Esport www.DesportoeEsport.com Visite-nos e dê-nos a sua Opinião 66 • Desporto&Esport • www.desportoeesport.com
Doping: Proibição? Legalização?
DOPING: CONCLUSÕES FINAIS Concorda com a introdução de substâncias e suplementos dopantes no deporto de alto nível?
Resultado do inquérito feito aos leitores da Desporto&Esport feito por quiz na plataforma online em Outubro de 2014
O
Doping no desporto é uma questão polemica,
tendemos assumir uma posição sobre a legalização ou proibição
fraturante, e ainda, tabu. Apoiar o uso de substân-
do doping. Assumimos unicamente a necessidade e a premência
cias que artificialmente aumentam a performance
de iniciar um debate sobre o tema. Um debate sem tabus. Onde
ou diminuam o tempo de repouso são, tanto na
atletas, treinadores, dirigentes e adeptos sejam chamados a opinar
opinião especializada e na opinião pública, fortemente criticadas
e se criem consensos pelo diálogo ou invés da pré-condenação, o
e condenadas. Muitas vezes, no entanto, as opiniões emitidas
sistema atual para quem levanta a voz a defender unicamente o
desconhecem os fatos ou estão desfasadas da realidade e dos avan-
debate.
ços tecnológicos e na química que o desporto tende a rejeitar com
Julgo que foi conseguido, ainda que genericamente, dar voz aos
veemência.
principais argumentos, dificuldades e condicionantes do tema que
Acontece que em muito breve trecho seremos obrigados a redefinir
nos propusemos debater e cabe ao leitor definir a opinião; uma
o desporto espetáculo de alto nível e de muitos milhões, e colo-
opinião que teríamos muito gosto que partilha-se connosco, tanto
cando de forma o mais simples possível: optar pela introdução de
no contato direto como pela nossa plataforma online.
substâncias e métodos tidos até agora como dopantes ou iniciar
Por fim, os resultados do nosso QUIZ aos leitores é bem dem-
uma inflexão competitiva. O número de lesões e o desgaste assim
ostrativo da divisão de opiniões que este tema produz mas que
o vão obrigar; já é possível vermos estes sinais. Com estes artigos
encaramos como algo extremamente positivo e que levará a um
e o tema que chamamos para capa desta segunda edição não pre-
debate mais rico e aprofundado.
Diogo Sampaio, diretor e colunista Desporto&Esport d_sampaio@desportoeesport.com
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FILME
UM HOMEM FORA DE SERIE: UM SONHO DE MENINO PARTILHADO POR TODOS OS ADULTOS
68 • Desporto&Esport • www.desportoeesport.com
Q
uem nunca sonhou em pequeno jogar profissional-
acham-no uma farsa. A imprensa desportiva têm-no como uma
mente o seu desporto preferido? E, quem em adulto,
anedota. E, é neste clima de desconfiança, que o talento de Roy
não fantasia sonhos impossíveis, onde num passe de
imerge, e os risos que lhe eram constantemente lançados deram
mágica, o corpo se move para o centro do terreno,
lugar a expressões de admiração e gaudio, principalmente dos fãs.
no mais barulhento dos estádios, a meio de uma
Transformando uma equipa que somava derrotas atras de derro-
final? Muito poucos. Arrisco-me a dizer quase nenhuns. O sonho e
tas, numa equipa vencedora, capaz de ir à grande final.
a fantasia faz parte do ADN do desporto e o grande feitiço é fazer-
Este é também um filme de vilões e de múltiplas tentações, e de
nos sonhar com o impossível, com os desejos irrealizáveis e com a
amores antigos – a antiga namorada de Roy, Iris, bem cedo entra
nossa própria transcendência. O filme The Natural, em português
na história, dando uma nova oportunidade a um amor que tinha
Um homem fora de serie, leva-nos por entre a grande tela branca
sido precocemente abandonado. Roy consegue manter-se sempre
dos cinemas, para um mundo, onde o homem adulto conquista
fiel ao desporto que tanto glorifica e torna real o seu maior desejo:
o sonho de menino. O “wonderboy”, Roy Hobbs, é representado
“ser o melhor jogador de sempre”.
por Robert Redford, um prodígio desde a infância para a prática
Um homem fora de serie é um filme americano de 1984 dirigido
do basebol, cria inclusive o seu próprio taco com madeira de uma
por Barry Levinson, e para além de Robert Redford, conta tam-
árvore atingida por um raio, que devido às circunstâncias da vida
bém com Glenn Close, Robert Duvall, kim Basinger ou Wilford
é obrigado a abandonar no final da adolescência o desporto pro-
Brimley. Adaptado de um romance com o mesmo nome de
fissional, depois de ter conseguido uma indicação para jogar pelos
Bernard Malamud, editado pela primeira vez em 1952, este é
Chicago Cubs. Mas, dezasseis anos depois, em 1939, quando Roy
um filme bem representado, bem dirigido e com uma fotografia
vive já na segunda metade dos seus trinta anos, aparece uma nova
excecional. Este é um filme feito por quem entende o jogo e ama
oportunidade, e ele ingressa no New York Knights, uma equipa da
o jogo, e olha para o desporto como a possibilidade da conquista
primeira divisão mas que ganha muito pouco.
do sublime.
Aparecendo como um total desconhecido e numa idade em que a
Este não é com certeza um filme para aqueles que procuram no
maioria dos jogadores já pensa na reforma, sentimos ao longo de
cinema a total transposição da realidade das nossas vidas. Nem
toda a primeira metade do filme, todos os entraves à sua presença
para os mais cínicos. Este é um dos raros filmes que pede a homens
e é visível em quase todos uma desconfiança total às suas capacid-
adultos que sonhem como crianças. Que acreditem no impos-
ades. O treinador principal acha-o demasiado velho e está sempre
sível. E desejem o inalcançável. No fundo, pede o mesmo que o
reticente em dar-lhe uma oportunidade. Os seus companheiros
desporto.
Diogo Sampaio, diretor e colunista Desporto&Esport d_sampaio@desportoeesport.com Desporto&Esport • www.desportoeesport.com • 69
LIVRO
O TREINO DA TOMADA DE DECISÃO (ARBITRAGEM)
T
alvez em nenhum país, como em Portugal, a arbitragem no futebol ocupe tanto espaço na opinião publicada e televisiva. Todos os lances suscetíveis de alguma dúvida são analisados e reanalisados ao pormenor até à exaustão. Quase nunca o consenso é alcançado. E ainda mais raramente
a arbitragem é debatida nos pontos em que verdadeiramente interessa e lhe agregue algo de positivo para o futuro. Um dos raros exemplos contrários é “ O treino da tomada de decisão” de Pedro Henriques e Duarte Araújo. Ainda que datado de 2012, este livro continua atual e decisivo para melhor entender os árbitros e as suas tarefas dentro do campo de jogo. Transcrevendo parte da sinopse: “Esta investigação estudou o treino da tomada de decisão do árbitro de futebol. A análise começou pela identificação e organização sistemática das situações críticas para a intervenção do árbitro que ocorrem num jogo de futebol, de modo a que os elementos identificativos referentes a cada situação estivessem discriminados o mais detalhadamente possível. Esta análise tomou a forma de uma tabela que foi sujeita a uma validação efetuada por cinco peritos em ciências do desporto, futebol e arbitragem. Seguidamente procurou-se identificar a frequência de ocorrência, bem como a importância para o resultado do jogo, das situações críticas validadas em 30 jogos do campeonato nacional da 1.ª Liga Portuguesa. Posto isto, passou-se à conceção de exercícios de treino que pudessem intervir nas situações críticas levantadas, em concordância com os princípios teóricos que explicam a tomada de decisão do árbitro. Um dos aspetos metodológicos que caracterizou esta conceção foi a representatividade dos exercícios, para o comportamento em jogo. Neste sentido, foi elaborada uma bateria de exercícios para treino da tomada de decisão no terreno de jogo, de modo a que os árbitros e árbitros assistentes fossem colocados perante as mesmas condições que ocorrem no jogo. Os exercícios elaborados foram posteriormente ministrados no Centro de Treino de Lisboa da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) aos árbitros e árbitros assistentes da 1.ª categoria nacional, sendo depois submetidos a uma apreciação por parte desses árbitros através de um questionário.”
Ricardo Reis, colunista Desporto&Esport contato@desportoeesport.com
70 • Desporto&Esport • www.desportoeesport.com
O NÚMERO DO MÊS:
253
O NÚMERO QUE FAZ DE MESSI O MELHOR MARCADOR DA HISTÓRIA DA LIGA ESPANHOLA
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SOFTWARE
ZENPLANNER:
SOFTWARE DE GESTÃO DESPORTIVA PARA COMUNIDADES OU GINÁSIO DE FITNESS E MUSCULAÇÃO
A
gestão desportiva, como a gestão de uma qualquer
são exemplo: o processamento integrado de pagamento, agenda-
empresa ou organização, não sobrevive sem o apoio
mento, gestão de adesão, e-mail e modelos de site, entre muitos
de software especializado. Isto acontece e será cada
outros. Possibilitando desta forma uma gestão centralizada num
vez mais uma realidade muito em graças não só à
único pacote de software eliminando a mais que certa confusão e
“digitalização do Mundo” mas sobretudo à necessidade de rapidez
trabalho de compatibilizar várias aplicações, cada uma com a sua
e eficiência em organizações que estão cada vez mais segmenta-
funcionalidade distinta e os seus requisitos específicos.
das e criam exponencialmente informação a cada novo ano. Os
Com funcionalidades de faturação e de finanças, é também de
gestores e as áreas de gestão apoiam-se, e bem, no software para
grande ajuda para desenvolver e se manter a par das sessões de
gerir o dia-a-dia das suas empresas e os clubes e organizações
treino dos utilizadores das instalações.
desportivas não são uma exceção. Nesta edição apresentamos o
Com ajuda integrada e “instrutores” da aplicação sempre dis-
Zenplanner.
poníveis, assim como uma comunidade forte e sempre disponível,
Zenplanner é um pacote de software especialmente pensado
esta é uma solução perfeita para quem pretende ter num único
para ginásios ou comunidade ligadas ao fitness e permite gerir
pacote de software todas as funcionalidades básicas para gerir o
um sem número de áreas de uma forma fácil e intuitiva como
seu negócio.
Pedro M. Silva colunista Desporto&Esport contato@desportoeesport.com
72 • Desporto&Esport • www.desportoeesport.com
APLICATIVO WEB
ONEFOOTBALL:
RESULTADOS DE FUTEBOL EM DIRETO
E
sta aplicação Web, tal como o nome indica para
seus favoritos.
amentes do desporto rei, disponibiliza em tempo
Em comparação com aplicativos similares, é o sistema de relatório
real os resultados dos jogos de futebol de todos
em direto por texto escrito por diversos jornalistas de renome, que
os campeonatos mais importantes e decisivos.
asseguram a veracidade e a coerência dos textos.
Fundamental para se saber um resultado, ver uma tabela clas-
Um dos pontos que podem fazer alguns torcer o nariz ou a feli-
sificativa, verificar o agendamento dos jogos ou procurar dados
cidade de outros é o interface da aplicação que é algo complexo,
estatísticos sobre as equipas em campo, de forma rápida, simples
apresentando bastantes opções de customização. Por último, a
e intuitiva. Tem ainda um sistema de atualização em runtime que
opção para receber notificações também esta presente nesta apli-
permite ao utilizador estar atualizado aos resultados dos jogos que
cação.
pretende acompanhar. Permite ainda parametrizar os clubes e ligas preferidas para que o utilizador tenha acesso imediato aos
Tiago Dinis, colunista Desporto&Esport contato@desportoeesport.com
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Desporto&Esport WWW. DESPORTOEESPORT.COM