ANO II NÚMERO 14 RIO GRANDE DO SUL OUTUBRO | NOVEMBRO | 2016 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA INFORMAÇÃO COM PROPRIEDADE
ROTAÇÃO DE CULTURAS
GARANTE SUSTENTABILIDADE AGRÍCOLA NEMATÓIDES Trigo pode ajudar no controle
AGROTÓXICOS Produtores atentos ao comércio de defensivos ilegais
GESTÃO Coaching no agronegócio
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ROTAÇÃO DE CULTURAS
ÍNDICE
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GARANTE
SUSTENTABILIDADE AGRÍCOLA
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MIlho: clima preocupa, mas mercado agrada
agrotóxicos: comércio de defensivos ilegais
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nematóides: trigo pode ajudar no controle
GESTÃO: COACHING NO AGRONEGÓCIO
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DESTAQUE EMPRESA: TRATAMENTO DE SEMENTES Outubro e Novembro - 2016 | Rio Grande do Sul | Ano II | nº14
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CIRCULAÇÃO
EDITORIAL
Desafio da produtividade
O
s resultados apresentados pelo Comitê Estratégico Soja Brasil (CESB), em 2015, demonstraram produtividades de soja acima de 140 sacas/ha, este é o teto produtivo que sabemos ser possível alcançar hoje. Quando a soja é semeada na terra o potencial de colheita é superior a 8.000 kg/ha, isso é o que o produtor pode colher. No meio do caminho, entre a semeadura e a colheita é que começa a se perder produtividade, o manejo das doenças, das pragas, a escolha da cultivar, o clima e outros tantos fatores influenciam na perda ou na manutenção da produtividade. Todos os dias, produtores, pesquisadores e empresas buscam o desenvolvimento de insumos, máquinas, técnicas e manejos adequados que propiciem o máximo em produtividade e rentabilidade ao produtor rural. Conhecer a realidade do produtor que vem alcançando resultados acima da média, buscar informações com pesquisadores e transformar isso em informação para o maior número de produtores possível é o propósito da Revista Destaque Rural desde sua criação. Superando as cem sacas é o tema principal da 12ª Edição. Fomos até Santa Bárbara do Sul conversar com dois irmãos produtores que obtiveram picos de produtividade em algumas áreas, superiores a cem sacas, alcançando uma média de oitenta. Números bem acima da média do Rio Grande do Sul, que está em torno de cinquenta sacas. Esperamos que as informações contidas nas próximas páginas, com a experiência desses produtores e pesquisadores auxiliem os leitores da Destaque Rural a melhorarem seus resultados na produção de soja.
#edição 14 #Ano II #Outubro e Novembro Editora Riograndense CNPJ 17.965.942/0001-07 Inscrição Municipal 66829 Endereço Rua Cacilda Becker, 30 Boqueirão Cep 99010-010 Diretor Leonardo Wink Jornalista Responsável Ângela Prestes (MTB/RS 17.776)
Boa leitura! Leonardo Wink
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Jornalistas Priscila Dalzotto Ângela Prestes Projeto Gráfico Cássia Paula Colla
Diagramação Maiara Camini Colunistas Elmar Luis Floss Fernanda Falcão Comercial Leonardo Wink Impressão Gráfica Sul Oeste Contatos leonardowink@destaquerural.com.br redacao@destaquerural.com.br
(54) 9947- 9287 Tiragem 8 mil exemplares
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O campo
avança
Fernanda Falção
tecnico@sementesfalcao.agr.br
Engenheiro Agrônoma e Gerente Técnica da Sementes Falção
A importância da Tecnologia de Aplicação
U
m dos equipamentos mais utilizados durante o ano todo nas áreas de produção agrícola é o pulverizador. Em média um pulverizador entra na lavoura 15-20 vezes no ano, seja para aplicação de herbicidas, inseticidas, fungicidas, micronutrientes e outros insumos em diversas culturas. Quanto passa de dinheiro em cada bico do pulverizador? Por isso torna-se fundamental que a aplicação seja planejada, de forma a buscar uma aplicação eficaz, com o tratamento adequado para o alvo biológico a ser controlado na quantidade recomendada e necessária, evitando ao máximo as perdas, assim como o treinamento e capacitação dos operadores. A interação de fatores como o alvo a ser atingido, o pulverizador, as características do produto usado, as condições ambientais e o momento da aplicação são responsáveis diretos pela eficácia da aplicação. Alguns pontos são fundamentais:
Preparo da calda: é fundamental conhecer a compatibilidade dos produtos a serem utilizados. Em resumo recomenda-se a seguinte seqüência no tanque: Colocar água no tanque, ligar agitação, colocar adjuvantes condicionadores de calda, surfatantes e emulsionantes; colocar substân8 |
cias altamente solúveis em água; colocar líquidos concentrados; colocar micronutrientes e outros adjuvantes; colocar produtos de base oleosa. A agitação da calda é extremamente importante, pois a deficiência na agitação pode interferir na eficácia dos produtos, principalmente em função da sua formulação. Uso de filtros corretos nos bicos: cada filtro deve ser dimensionado de acordo com a ponta selecionada, para que haja compatibilidade entre a malha do filtro e o tamanho do orifício da ponta. Pontas de pulverização: hoje existem no mercado uma infinidade de pontas de pulverização, que são classificadas em função da energia utilizada para formação das gotas. As pontas tem a função de determinar a vazão, o formato do jato e o tamanho das gotas. Para cada tipo de trabalho a ser realizado existe uma ponta adequada. Por isso é fundamental verificar com o fabricante qual o tipo de pulverização gerado pelas pontas, nas diferentes pressões recomendadas. A escolha da ponta dependerá do alvo a ser atingido., da massa verde da cultura, do volume de calda, do espectro de gotas, da densidade de gotas e do risco de deriva. É necessário observar a velocidade de trabalho e espaçamento entre pontas da barra
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de pulverização, em razão dos diferente ângulos. Volume de pulverização: o volume de pulverização não é algo pré -estabelecido, depende de diversos fatores. O mais importante é atingir o alvo de forma desejável, com o mínimo de desperdício. Tamanho de gota: de acordo com as normas técnicas internacionais, as gotas produzidas por uma ponta são classificadas como muito finas, finas, medias, grossas e muito grossas. Gotas menores tem melhor capacidade de cobertura, mas também mais sensíveis a evaporação e deriva. Mais utilizadas em inseticidas e fungicidas. Gotas maiores geralmente são utilizadas de herbicidas de ação sistêmica. Condições climáticas: nem sempre conseguimos ter as condições ideais de aplicação, como temperatura abaixo de 300 C, velocidade do vento entre 3 a 10 km/h e umidade relativa mínima de 50%. Por isso para cada condição é fundamental buscar a melhor tecnologia. A inspeção dos pulverizadores deve ser periódica e avaliar o coeficiente de variação de distribuição da barra do pulverizador, verificando a uniformidade de vazão das pontas e sobreposição correta dos jatos é indispensável para termos sucesso no controle dos alvos. Outubro e Novembro - 2016 | Rio Grande do Sul | Ano II | nº14
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MILHO MANEJO
Clima preocupa, mas mercado agrada Destaque Rural
A
s condições meteorológicas do último período, de clima seco com umidade do solo abaixo da ideal para a germinação da cultura, estão atrasando a conclusão do plantio, que segundo estimativas da Emater aproximaram-se aos 60% em todo o Estado. Já no norte do Rio Grande do Sul, de acordo com o engenheiro agrônomo da Emater, Claudio Dóro, este índice já chegou a 98%, porém, assim como os demais produtores gaúchos, agora eles aguardam a chuva para a retomada do plantio. Segundo Dóro, as áreas semeadas, porém, já estão apresentando sintomas de déficit hídrico nas plantas devido à baixa umidade. “Este milho encontra-se em fase de germinação e desenvolvimento vegetativo e está sofrendo com estiagem porque enfrentamos um período de carência de chuva desde o dia 07 de setembro que coincidiu exatamente com o período de plantio. O agricultor plantou o milho na terra seca e aquele que germinou vem apresentando sintomas de deficiência nutricional porque faltou chuva, não conseguindo absorver o adubo do solo. Hoje o desenvolvimento está aquém do normal inclusive com amarelamento das folhas o que são características de uma planta estressada e com falta de umidade”, ressalta. O longo período sem chuvas pode comprometer a cultura, já que produtores encontram dificuldades na aplicação de herbicidas e adubação nitrogenada em cobertura. O adiamento dessas operações pode diminuir ainda mais o potencial da cultura. Hoje o milho nos 40 municípios da região norte do Estado ocupa uma área de aproximadamente 55 mil hectares. Apesar de o clima estar preocupando os 10 |
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Claudio Dóro Engenheiro Agrônomo da Emater/RS-Ascar
produtores, o preço deve permanecer em patamares altos no próximo ano. Há pouco mais de um ano o valor da saca paga ao produtor era de pouco mais de R$ 20, enquanto hoje está acima dos R$ 40. Entre os fatores que contribuíram para a valorização, está a escassez na oferta do grão — motivada pela redução da safrinha no país e aumento das exportações. De acordo com o consultor de SAFRAS & Mercado, Paulo Molinari, a previsão para o mercado o produto que ainda está sendo plantado será de um primeiro semestre ainda ajustado em termos de oferta e demanda devido a diferença entre o tamanho da safra de verão e o consumo interno no período. Mas tudo ainda dependerá das condições climáticas sobre esta safra de verão em ano de La Nina. Segundo ele, a previsão é que os preços deverão ser positivos, mas possivelmente não tão elevados quanto em 2016, situação em que o país passou por um quadro forte de escassez. “A preocupação maior esta com a safrinha 2017, devido à combinação de preços externos baixos e câmbio valorizado”, salienta. Muitos pro-
dutores já estão fechando contratos para garantir o preço maior e de acordo com Molinari, é o mais indicado, já que em sua visão, preços acima dos custos de produção e acima da paridade de exportação devem ser aproveitados. Crise na oferta do milho gaúcho O equilíbrio entre oferta e demanda de milho ainda não será resolvida nesta safra. Segundo Dóro apesar do mercado estar aquecido a grande dificuldade para o aumento da produção do cereal continua sendo a condição climática. O Rio Grande do Sul deverá continuar importando milho, já que há o consumo crescente do cereal em outras atividades agregadas enquanto que a produção interna não atende à necessidade, situação esta que se repete por todo o país. Uma das alternativas para resolver este impasse é a utilização dos sistemas de irrigação. Isso porque o cultivo de milho é considerado mais arriscado. Exigente em umidade, o grão é bem mais sensível do que a soja, por exemplo, quando o assunto é a escassez de chuva, e como nos últimos
É muito importante que o agricultor invista na irrigação, principalmente para a cultura do milho”.
anos, o Estado foi prejudicado com ela a indicação é o investimento em sistemas de irrigação. “É muito importante que o agricultor invista na irrigação, principalmente para a cultura do milho. Hoje já existem diversas linhas de crédito dos governos Estadual e Federal e ain ressalta Cláudio Dóro. Ele lembra que o Estado inclusive já te previsão de estiagem para os meses de janeiro e março, o que demonstra que aqueles que tiverem se preparado poderão enfrentar o clima de forma a diminuir as perdas. Segundo ele, este ano a área de planta do milho na região cresceu 9% em relação ao ano passado e poderia ter crescido mais, porém, o produtor ficou com receio do clima, e por isso, recuou. “No ano passado a lavoura do milho teve resultado financeiro positivo e, por isso, incentivou o agricultor, ao mesmo tempo em que a previsão de La Ninã, desestimulou. Então aquele que tiver um sistema de irrigação, certamente terá resultados ainda mais positivos”, destaca. Aumentando a produção haverá consequentemente um
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MÁQUINAS MANEJO
equilíbrio entre oferta e demanda. Cultura de grande importância Dóro lembra que o milho é a segunda cultura de maior importância econômica e em área de plantio na região e, além disso, possui uma função social muito grande, ao agregar valor aos produtos. Este cereal gera empregos, contribui para reduzir o êxodo rural e está presente em todas as propriedades, sendo o grande combustível da pequena propriedade. “Normalmente o milho é utilizado amplamente na pequena propriedade porque ali se tem produção ovina, suína e bovina, e o milho faz parte de 70% da composição da ração, e isso oportuniza mais emprego para todos que estão na propriedade ou a seu redor”, diz. Safra no país A safra brasileira de milho deverá totalizar de 82,346 e 83,809 milhões de toneladas na temporada 2016/17, avançando entre 23,5% e 25,7% sobre a produção da temporada anterior, de 66,694 milhões de toneladas. A previsão faz parte do primeiro levantamento para a safra brasileira de grãos 2016/17, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A área total cultivada está estimada entre 15,854 e 16,146 milhões de hectares, com recuo de 0,4% a avanço de 1,4% sobre o ano anterior, de 15,922 milhões de hectares. A Conab trabalha com produtividade média de 5.192 quilos por hectare, com ganho de 24,0% sobre a temporada anterior, de 4.189 quilos por hectare. A primeira safra brasileira tem projeção de 26,270 a 27,733 milhões de toneladas, com avanço de 1,6% a 7,3% sobre as 25,854 milhões de toneladas produzidas no ano passado. A Conab estima área entre 5,319 e 5,611 milhões de hectares, queda de 1,3% sobre as 5,388 milhões de hectares deste ano. A produtividade deverá subir 3,0%, passando de 4.799 quilos por hectare para 4.941 quilos por hectare. A segunda safra deverá totalizar 56,076 milhões de toneladas, com ganho de 37,3% sobre a temporada anterior, de 40,84 milhões de toneladas. A área deve repetir os 10,534 milhões de hectares cultivados neste 12 |
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Você sabia? O milho está na história do Brasil desde os primórdios do descobrimento, sendo cultivado por tribos indígenas das regiões Centro-Oeste e possui tradição na culinária brasileira com pratos como a pamonha, o curau, o mingau e a pipoca, dentre outros. No início de seu cultivo, o milho era utilizado basicamente para a subsistência humana. Com o decorrer do tempo foi ganhando importância e transformou-se no principal insumo para a produção de aves e suínos, além de sua importância estratégica para a segurança alimentar do brasileiro ao longo das últimas décadas. De acordo com a Sociedade Nacional da Agricultura, o Brasil já é o segundo maior exportador mundial de milho, superado apenas pelos Estados Unidos. O produto é reconhecido por sua boa qualidade e por garantir o abastecimento em vários países exatamente no período da entressafra dos EUA. Os principais países importadores do milho aqui produzido são o Vietnã, Irá, Coréia do Sul, Japão, Taiwan, Egito e Malásia. Até o amo 2000, as regiões Sul, Sudeste e o estado de Goiás respondiam por aproximadamente 70% da oferta nacional do grão, entretanto, a partir de 2001, a dinâmica da produção do cereal começou a tomar novos rumos e se expandido para todo o país, sendo que na safra 2015/2016 o total da produção destes estados caiu para menos de 45% da colheita no País.
Perspectiva para 2017 é de
retomada no crescimento
Ângela Prestes
Soluções e inovações tecnológicas na indústria de máquinas agrícolas torna o setor competitivo e ajuda na recuperação das vendas. Previsão de retomada na economia para o próximo ano deve fazer com que o produtor ganhe mais confiança e volte a investir
ano. Já a produtividade deve avançar 37,3%, de 3.877 quilos para 5.323 quilos por hectare. De acordo com o consultor de SAFRAS & Mercado, Paulo Molinari, o Brasil já importou 1,4 milhão de toneladas oriundos do Paraguai e Argentina, e certamente, ainda deverá haver mais entradas até janeiro para o Nordeste e Sul do Brasil. Com relação às exportações, Molinari afirma que estas continuarão ocorrendo dentro do ambiente possível. Já foram embarcados 12 milhões de toneladas neste ano comercial e o alvo é 16 milhões de toneladas.
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Tecnologia e investimentos que fazem a diferença Além da crença na retomada da economia, o trabalho das indústrias de máquinas, voltados sempre na criação de solução e inovações tecnologias, ajuda a criar essa perspectiva positiva. “Isso torna o nosso setor competitivo e em muitos mercados mundiais, referência. Também pelo o que estamos visualizando nos últimos dois meses, principalmente, o mercado começou a dar sinais de reação, o que nos leva a acreditar que 2017 o setor voltará a crescer”, afirma Claudio. Para ele, o fato de o Rio Grande do Sul deter a maior parcela da produção das máquinas do país é o reflexo do investimento constante das indústrias em pesquisas, lançando mais eficiência e tecnologia. “Nas plantadeiras, por exemplo, o agricultor consegue ver a semente cair na terra, já as colheitadeiras apresentam um sistema automatizado que propõe o acompanhamento de todo o processo da colheita em tempo real, os pulverizadores, fabricados pelas nossas indústrias, detém a melhor tecnologia disponível no mercado. Em razão dessas melhorias, os agricultores conseguem agregar mais produtividade nas suas lavouras. E é isso que nos diferencia e nos coloca como referência na produção das máquinas e implementos agrícolas”. Conforme Claudio, o Simers está trabalhando constantemente para conseguir respostas positivas junto ao Governo Federal, quanto a concretização dos recursos que foram anunciados no Plano Safra vigente. “Estamos trabalhando nisso para que efetivamente as nossas indústrias voltem a vender mais máquinas e automaticamente retomem a contratação de funcionários. Afinal, a indústria gaúcha não é só referência em tecnologia, mas também na geração de um grande volume de empregos, o que impacta diretamente a sociedade”, avalia. Recuperação da confiança O produtor rural, assim como os clientes e consumidores de outros segmentos, sentiu os
FOTOS: DIVULGAÇÃO
O
próximo ano traz a perspectiva de foram muito preocupantes, pois o mercado um cenário positivo para o setor não apresentava nenhuma reação e as nossas de vendas de máquinas agrícolas. indústrias sofriam os impactos do baixo A aposta da indústria é a de que o volume de vendas para se manterem”. Não produtor deve ganhar mais confiança e voltar a há um dado preciso sobre as demissões do investir em 2017. Em todo o Brasil, as vendas setor no Estado, mas o Simers avalia que o internas no atacado fecharam o ano de 2015 com maior pico foi no segundo semestre de 2015. um total de 44.944 unidades comercializadas, Neste ano, de um modo geral, as indústrias 34,5% a menos que em 2014. Os dados são conseguiram manter o quadro de funcionários, da Associação Nacional de Fabricantes de já que haviam realizado os ajustes necessários Veículos Automotores (Anfavea) e refletem para atravessar a crise que perdurava no ano o cenário de baixas e desemprego enfrentado anterior. pelo setor. Em 2016, os dados até O Simers não possui uma série setembro mostram uma realidade histórica com dados de vendas um pouco melhor, mas ainda específicos do Rio Grande do Sul, preocupante. As vendas no segmento Estado que detém 65% da produção agrícola e rodoviário cresceram de máquinas e implementos Hoje é preciso 6,1% em setembro: foram 4,8 mil agrícolas do país. Entretanto, a restabelecer a unidades contra 4,5 mil em agosto partir do segundo semestre, o e aumentaram 22,2% ante as 3,9 confiança do agricultor setor começou a observar uma mil unidades vendidas em setembro melhora. “Ainda lenta, mas que no andamento da do ano passado. As vendas no economia para que já começa a trazer um gás e a acumulado registraram redução de perspectiva de iniciarmos 2017 assim ele visualize 17,4% quando comparadas às 30,4 com números bem diferentes de um cenário mais mil unidades deste ano com as 36,8 como iniciamos 2016, números favorável e volte a positivos”, analisa. mil do ano passado. A produção de máquinas autopropulsadas em investir em máquinas No cenário econômico geral setembro foi de 5,1 mil unidades, o brasileiro, a previsão se repete. e equipamentos, o que representa baixa de 13,6% frente que pelo que estamos O Fundo Monetário Internacional as 5,9 mil unidades de agosto e de (FMI) manteve a previsão de acompanhando já está expansão de 0,9% se comparado com retração da economia brasileira as 5 mil de setembro do ano passado. acontecendo, de forma este ano, mas com recuperação Até o mês de setembro a produção em 2017. A estimativa de queda lenta ainda, mas o chegou a 35,8 mil unidades, o que mercado já sinaliza uma do Produto Interno Bruto (PIB), a significa recuo de 21,7% contra o soma de todos os bens e serviços reação”. ano passado com 45,7 mil. Nestes produzidos no país, este ano, ficou nove meses do ano 7 mil unidades foram em 3,3%, a mesma anunciada em julho. Para negociadas com outros países, número inferior 2017, a previsão de crescimento foi mantida em 8,6% contra as 7,7 mil do ano passado. em 0,5%. Na avaliação do FMI, a economia do Brasil Cenário de mudança permanece em recessão, mas a atividade parece Para o presidente do Sindicato das Indústrias estar perto de melhorar, à medida em que os de Máquinas e Implementos Agrícolas do Rio efeitos dos choques passados - o declínio nos Grande do Sul (Simers), Claudio Affonso preços das commodities (produtos primários Amoretti Bier, o ano de 2016 começou com com cotação internacional), os ajustes dos muitas incertezas e uma crise generalizada. preços administrados de 2015 e a incerteza “Os primeiros seis meses, em especial, política - se dissipam.
Claudio Affonso Amoretti Bier
Presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas do Rio Grande do Sul (Simers)
impactos da insegurança político-econômica que perdurou no país nos últimos meses. Para a AGCO, fabricante e distribuidora mundial de equipamentos agrícolas, depois de um período de incertezas políticas e econômicas, os produtores estão retomando a confiança para investir em novos equipamentos. “Vimos os primeiros sinais de recuperação do mercado durante a Agrishow e a Expointer. Nossas perspectivas de longo prazo para a indústria continuam promissoras na América do Sul e também de forma global”, afirmou Martin Richenhagen, CEO da AGCO Global, durante coletiva de imprensa em Foz do Iguaçu (PR), no início de outubro. A AGCO está presente na América do Sul há mais de 60 anos por meio das marcas Massey Ferguson, Valtra, Challenger, GSI e AGCO Power, com mais de 700 pontos de vendas. AGCO produz equipamentos agrícolas em sete fábricas no Brasil e uma na Argentina. Para o presidente do Simers o mercado já caminha para essa realidade de melhora. “Hoje é preciso restabelecer a confiança do agricultor no andamento da economia para que assim ele visualize um cenário mais favorável e volte a investir em máquinas e equipamentos, o que pelo que estamos acompanhando já está acontecendo, de forma lenta ainda, mas o mercado já sinaliza uma reação”, finaliza.
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ESPECIAL
Rotação de Culturas garante sustentabilidade agrícola Daniela de Oliveira
A
crescente demanda mundial por alimentos tem por consequência pressionado a agricultura moderna para sistemas de produção que garantam a elevação da produtividade das culturas e que reduzam os impactos negativos sobre os recursos naturais, garantindo assim, a sustentabilidade da agricultura. Existe um consenso entre os pesquisadores de que, o plantio sucessivo de uma mesma espécie de planta numa mesma área, a monocultura, ocasiona o empobrecimento do solo com diminuição gradativa da produtividade das mesmas, em virtude da perda contínua de matéria orgânica do solo, causada por tal prática. A saída para esse impasse, passa por um planejamento criterioso das atividades da produção de grãos que tem na rotação de culturas um importante aliado para vencer os problemas oriundos do uso inadequado das áreas de plantio. Na Fazenda Santo Amaro, de propriedade da família Basso, em Muitos Capões, nos Campos de Cima da Serra, a rotação de culturas já vem
sendo realizada há muitos anos. Na década de 80, Raul Basso, filho de Mário José Basso, recém-formado em Engenharia Agronômica, incorporou-se a produção da fazenda, dedicando-se ao plantio direto, ação esta pioneira na região. Ao longo dos anos, Raul aprimorou cada vez mais o método de rotação de culturas, fazendo durante o cultivo de verão 50% gramíneas e 50% leguminosas, alcançando alta produtividade e estabilidade na produção. Assim nasceu na fazenda a empresa Sementes com Vigor que hoje atende os estados de Goiás, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A rotação de culturas continua sendo a aposta da Fazenda o sistema vem sendo defendido pelo pai e pelo filho, ambos engenheiros agrônomos, e que enxergaram neste sistema a sustentabilidade da produção agrícola. Na fazenda atualmente são plantadas no decorrer do inverno, as culturas de trigo, aveia branca, aveia preta, cevada, canola, ervilha e linhaça; enquanto que no verão são produzidos soja, feijão preto, feijão carioca, milho e milho pipoca.
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FOTOS: LEONARDO GOBBI
Pedro Basso, Engenheiro Agrônomo
Melhoria do solo O engenheiro agrônomo, Pedro Basso, explica que são inúmeras as vantagens do Sistema de Rotação de Culturas. O principal deles é a melhoria da qualidade física, química e biológica do solo. Isso porque este sistema está baseado no plantio direto, o qual consiste em manter o solo sempre coberto, deixando-se restos da última cultura sobre o solo, exercendo efeitos positivos sobre a comunidade microbiana resultando em maiores valores de Carbono e Nitrogênio. “Hoje o milho é uma das culturas que mais adiciona palhada, fazendo com que o carbono seja incorporado ao longo do solo, aumentando a matéria orgânica e aumentando gradativamente a produtividade”, salientou Basso. Outro beneficio é o auxílio na descompactação do solo, já que cada tipo de cultura possui um sistema de raízes específico que atuará de diferentes formas sobre o solo, melhorando suas características físicas, as quais são determinantes para o aumento da produtividade, porque influenciam diretamente sobre o crescimento 18 |
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e desenvolvimento das plantas. A compactação do solo limita o crescimento das raízes das plantas, diminuído também a disponibilidade de água e oxigênio, reduzindo consequentemente a produtividade especialmente quando há excesso ou falta de água no solo. Ainda segundo Basso, com a presença da palhada sobre a terra é possível diminuir a erosão e a lixiviação de nutrientes, eliminando primeiro, a desagregação do solo pelo impacto da gota direta e, segundo, reduzindo o escorrimento superficial, ou seja, aumentando a infiltração de água no solo ao diminuir que ela escorra e leve os nutrientes e ou defensivos agrícolas para outros locais. Controle de plantas daninhas, doenças e pragas Ao empregar o sistema de rotação de culturas também é possível realizar o controle de plantas daninhas, doenças e pragas, isso porque automaticamente se elimina ou suprime o substrato para o inseto ou patógeno, já que a ausência da planta
em anos subsequentes naquela gleba leva a redução populacional ou erradicação do inseto, principalmente, quando se trata de pragas que se alimentam ou infectam exclusivamente uma única espécie de planta. “Existe agricultor que fica sete anos plantando somente uma cultura e fica tentando resolver o problema de plantas daninhas com defensivos, sendo que, em muitos casos, só com a manutenção da palhada de milho é possível ter impacto mais positivo. Se ele utilizar esta estratégia, terá uma estabilidade produtiva, diminuindo o uso de defensivos e aumentando a produtividade”, destacou. Além disso, Basso ainda explicou que dependendo da cultura, a espécie da ferrugem, por exemplo, é diferente, então uma gleba não infecta a outra, apesar de estarem muito próximas. Assim, é possível quebrar o ciclo das doenças. Produção e renda diversificada A utilização de diferentes espécies vegetais para produção de grãos e/ ou forragem permite também a diversificação da renda da propriedade, reduzindo os riscos de mercado e de clima inerente à atividade agrícola, e, ainda, garantindo as receitas durante todo o ano. “Por exemplo, quando o produtor planta milho cedo, colhe e recebe em fevereiro; soja colherá em março/abril e poderá receber ainda em abril. Quem consegue plantar feijão em algumas regiões ainda tem receita em fevereiro e março; trigo em dezembro e janeiro; cevada em outubro. Isso significa ter uma estabilidade nas receitas durante todo o ano”, diz Basso. Ainda esta diversificação permite que se faça uma racionalização no uso de máquinas e equipamentos, sendo utilizadas mais vezes por ano.
aumentar a estabilidade da produção das culturas face às variações climáticas, não só pela melhoria na qualidade do solo e pela produção de cobertura, mas também por proporcionar a diversificação de cultivares e o escalonamento da época de semeadura. “Ao longo do tempo, quando se implanta a rotação de culturas complexa e faz todo o sistema funcionar, somando todos os benefícios elencados, dará uma estabilidade de produtividade, porque um solo que tem mais matéria orgânica, mais retenção de nutrientes e de água, naturalmente em anos com estiagem ou estresse hídrico, terá estabilidade produtiva maior e conseguirá em anos problemáticos produzir mais do que produziria”, afirma. Particularidades regionais Mas para que a rotação de culturas seja efetiva é preciso que o esquema tenha flexibilidade e atenda às particularidades regionais e às perspectivas de comercialização dos produtos. Por exemplo, na região de Muitos Capões onde Basso mantém a propriedade da família e onde está a sede da empresa, diversos cultivares
Rotação de Culturas:
consiste em alternar, anualmente, espécies vegetais numa mesma área agrícola.
Estabilidade produtiva Ainda de acordo com o engenheiro agrônomo, a rotação de culturas tem se revelado uma prática essencial para FOTOS: LEONARDO GOBBI
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foram utilizados durante todos estes anos, analisando quais se adaptavam melhor e até mesmo o período de duração. “Aqui, já tivemos rotação com ciclos de oito anos, ou seja, demorava oito anos para aquela cultura voltar para a gleba, e sempre trabalhamos baseados em 50% do plantio em milho. Nós últimos anos em função da demanda de sementes de outras culturas e tendo assim, que aumentar a sua área, estamos fazendo um esquema de rotação de culturas de cinco anos. No primeiro ano, temos uma cobertura com aveia preta ou pastagens, e milho; no segundo ano utilizamos cevada e soja; no terceiro, canola e milho; no quarto, aveia branca e soja; e por ultimo, trigo e feijão” explicou. Neste planejamento todo o ano, 40 a 45% da propriedade e não acontecendo a repetição das culturas. O engenheiro agrônomo explicou que com o sistema que vem sendo realizado já foi possível reduzir ou praticamente eliminar a Esclerotínia - também conhecida como Mofo Branco, um fundo que causa podridão da região do caule da planta, apresentando, amarelecimento e seca na parte externa das folhas - devido à variação das gramíneas. Além disso, como a região dos Campos de Cima da Serra é privilegiada para produção
Com bom manejo e adubação equilibrada temos conseguido médias bem altas de produtividades principalmente no trigo, cevada, soja e milho”. Pedro Basso Engenheiro Agrônomo
de sementes devido ao clima mais ameno e com noites mais frias, foi possível perceber a sanidade da semente. “Temos realizado análises de fungos em sementes do trigo, por exemplo, e aquela produzida em novas lavouras possuem menos fungos do que outras, o que oportuniza utilizarmos o fungicida correto no tratamento de sementes e sendo aquela uma área com rotação de culturas não haverá fungos na palha, o que levou aquela a ser uma semente mais sadia, e, assim, demorando mais com a entrada de fungicida. Desta forma é possível fazer um plantio mais sustentável com melhor qualidade e ainda com economia de produtos agrícolas”, afirmou.
Entenda: Rotação de Culturas: é o cultivo alternado de diferentes espécies vegetais no mesmo local e na mesma estação do ano, seguindo-se um plano predefinido. Sucessão de culturas: é o estabelecimento de duas ou mais espécies em sequência, na mesma área, em um período igual ou inferior a 12 meses, sem levar em consideração a família botânica das espécies. Monocultura: é o uso continuado de uma mesma cultura, numa mesma estação de crescimento e numa mesma área. Todos os anos a mesma ou as mesmas espécies são semeadas no mesmo local. Caso a adubação não seja adequada, pode ocorrer o esgotamento do solo em determinado nutriente ou mesmo excesso em função do não aproveitamento do mesmo. Em consequência, pode ocorrer o desequilíbrio nutricional do solo, favorecendo as doenças e prejudicando a qualidade das hortaliças. 20 |
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Uso de tecnologias disponíveis Nesse planejamento também é preciso levar em conta que não basta apenas estabelecer e conduzir a melhor sequência de culturas, dispondo-as nas diferentes glebas da propriedade, mas é necessário, de acordo com Basso, que o produtor utilize todas as demais tecnologias à sua disposição como manejo do solo, controle de erosão, adubação, qualidade e tratamento de sementes, época de semeadura e controle de plantas daninhas, pragas e doenças. Sementes e produtos seguros e de procedência também são importantes. Canola: Uma opção ideal de rotação O cultivo da canola vem aumentando em todo o Rio Grande do Sul e também tem ganhado espaço na Fazenda Santo Amaro desde 2000 quando se tornou substituta do nabo forrageiro. Apesar de ser tradicionalmente cultivada na primavera/verão em outros países, no Brasil ela se tornou cultura de inverno e tem preço baseado em soja, o que garante rentabilidade maior na propriedade. A cultura apresenta
baixo custo de produção e alto rendimento em óleo e é ainda melhor porque o produtor pode agregar valor à produção, diluindo seu custo com maquinário, além dos fixos e variáveis. Basso explica que apesar da rentabilidade e dos valores altos a canola precisa de alguns cuidados, principalmente por estar sendo adaptada no Brasil. “Hoje ela é uma cultura de risco devido às geadas de nosso estado durante o período de produção, mesmo já possuindo seguro agrícola. Hoje temos uma porcentagem de área pequena de canola, mas com boa produtividade e ela vem com papel importante escalonando o plantio de milho. Nós conseguimos ir plantando toda a área de milho, colhe a canola e já planta milho, conseguindo desta forma, fazer uma reciclagem de nutrientes principalmente de enxofre e potássio, já que esta é uma das funções importantes da planta. O milho se beneficia muito disso”, ressalta.
FOTOS: LEONARDO GOBBI
Curiosidades da Canola: - A canola recicla o dobro de nutrientes que a
aveia; - O preço da saca de canola é indexado ao preço de balcão da soja; - Possui baixo custo de produção; - Possui mecanismos de autopolinização, mas a presença de insetos polinizadores pode aumentar o percentual de flores fecundadas e o rendimento de grãos da cultura. - Hoje o óleo é largamente utilizado para alimentação, sendo que a planta tem alto teor oleico. (aproximadamente 38%). E o seu farelo é uma excelente fonte de proteína, utilizado na fabricação de rações. - Ela também é utilizada para a produção de biocombustíveis
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AGROTÓXICOS
Produtores atentos ao comércio de defensivos ilegais Destaque Rural
FOTO: DIVULGAÇÃO
U
ma prática muito presente em todo mundo é a venda e o consequente uso de produtos falsificados e contrabandeados, porém, na agricultura essas práticas afetam a segurança dos agricultores e do meio ambiente. Assim como nos mercados de sementes e fertilizantes, o segmento de agroquímicos também é visado pelos criminosos e tem sido alvo frequente de investigações e prisões pelo Ministério Público e Polícia Civil. Segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg), mais de 500 toneladas de produtos ilegais foram apreendidas nos últimos quinze anos em todo o País. Os dados do Sindiveg revelam que já foram autuados por autoridades brasileiras tanto pequenos e médios quanto grandes produtores fazendo uso do produto. A ilegalidade no mercado é um grande problema para o Brasil, não somente pelas questões econômicas e sociais impactadas pela atividade irregular, mas, sobretudo, pela questão de segurança alimentar e do meio ambiente. Produtos ilegais, contrabandeados ou falsificados, não são submetidos às avaliações toxicológicas e eco toxicológicas das agencias reguladoras durante o processo de registro de agroquímicos. Além disso, aquele que fabrica agroquímicos ilegais não aplica medidas de segurança e controle nos processos de produção semelhante às implementadas pela indústria formal, nem tão pouco realiza programas de educação e conscientização sobre o uso dos produtos. A 22 |
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ilegalidade também aumenta a criminalidade no campo e inibe a geração de novos postos de trabalho na indústria, que perde para o tráfico, além de contribuir para a sonegação fiscal. Esta falta de controle de resíduos segundo os representantes do Sindicato pode colocar em risco não somente o potencial de expansão das exportações brasileiras, mas toda estratégia do Brasil de acesso ao mercado internacional, que inclui acordos bilaterais e multilaterais, especialmente diante do aumento das exigências de boas práticas agropecuárias, aplicadas não somente na esfera governamental, mas também no ambiente privado, com os chamados “padrões secundários”. O preço, muitas vezes mais atrativo, costuma ser decisivo para o produtor que opta por esse tipo de compra. Porém, na maior parte das vezes, o desempenho do produto não é o
prometido e, o que parecia mais barato, acaba saindo muito caro. “O agricultor deve ficar atento ao adquirir um defensivo agrícola, pois utilizando um produto ilegal ele poderá perder toda a sua lavoura”, alerta Silvia de Toledo Fagnani, diretora executiva do Sindiveg. Os produtos falsificados não são eficientes no combate às pragas e doenças na lavoura, pois não se pode afirmar se há ingredientes ativos na sua composição, portanto, o risco de perda da lavoura é alto. Além disso, é importante garantir a coleta e reciclagem de embalagens que só é possível mediante o uso de produtos legais. O uso do defensivo legal O consumo de defensivos agrícolas no Brasil é demandado pelo fato de sua agricultura estar sob o clima tropical, o que exige emprego sistemático de tecnologias para controle de pragas e doenças. Além de contar com até três safras anuais, a produtividade no Brasil cresce de maneira muito mais acelerada do que a área plantada, aumentando a disponibilidade de alimentos preservando o meio ambiente. Os agricultores – pequenos, médios e grandes produtores – têm a convicção do papel de tecnologias, como os defensivos, para a sua produção no campo. O uso da tecnologia protege os cultivos, aumentando a produtividade. O sindicato acredita que são insumos necessários para preservação da produtividade das lavouras e consequente abastecimento dos alimentos para a população a custos sociais aceitáveis. Registro de produtos No setor de defensivos agrícolas no Brasil, três órgãos do governo têm o papel fundamental de analisar, sob os aspectos agronômicos, ambiental e toxicológico, os pleitos de registro de novos ingredientes ativos. São eles: Ministério da Agricultura (MAPA); Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), vinculado ao Ministério do Meio Ambiente; e Agência Nacional da Vigilância Sanitária (Anvisa), do
Ministério da Saúde. Esse setor apresenta o grau de regulamentação mais rígido do mundo – fato plenamente apoiado pelas indústrias que pesquisam e desenvolvem os produtos. Durante o período de aprovação pelos três órgãos mencionados, esses são submetidos a numerosos procedimentos exigidos pela da legislação; sua regulamentação científica inclui comprovações de eficiência e segurança. O desenvolvimento de cada novo ingrediente ativo demanda investimentos em torno de US$ 300 milhões pela indústria. Acordos internacionais, tratados e convenções são firmados visando regular e apoiar o manejo responsável de agroquímicos. Além da análise e autorização do uso pelo Governo Federal, os produtos ainda se submetem ao cadastro nos diversos Estados. Compra e venda destes produtos é crime Os delitos de produção, transporte, compra, venda e utilização de agroquímico contrabandeado ou pirateado são considerados crimes de sonegação, contrabando e descaminho e também enquadrados na Lei dos Crimes Ambientais (Lei nº 9605, de 12 de fevereiro de 1988); contrabando ou descaminho (art. 334 do Código Penal) e na Lei dos Agrotóxicos (Lei 7.802/89). Disque-denúncia Desde 2001, o SINDIVEG, em parceria da ANDAV e apoio da ANDEF, realiza a Campanha contra Defensivos Agrícolas Ilegais, com o objetivo de conscientizar sobre os riscos de ter esses produtos ilegais no campo e suas consequências para o agronegócio. A campanha mantém um serviço DisqueDenúncia (DD), criado para dar suporte à ação das autoridades. O número é 0800-940-7030 e a ligação gratuita. As denúncias são repassadas diretamente às autoridades policiais. O DD não utiliza identificadores de chamada ou “binas” e não solicita ao denunciante que se identifique – a denúncia é anônima.
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Os mais falsificados Atualmente todas as classes de produto são impactadas pelo mercado ilegal. Desde 2014, aumentou muito o contrabando do inseticida Benzoato de Emamectina para combate da lagarta helicoverpa armígera. Apreensões feitas pelas autoridades brasileiras nos últimos anos (vide tabela) evitaram que aproximadamente seis milhões de hectares fossem “tratados” com produtos ilegais, mas essa realidade requer mais ações imediatas e severas das autoridades policiais e fiscalizatórias brasileiras e esforços junto às autoridades do Paraguai e Uruguai, para prevenir a ilegalidade nesse setor. Dados Apreensões Suspeitos detidos Incinerações Condenações
Total 2001/2015 549,4 t 1068 pessoas 513,7 t 53 pessoas
Como identificar os produtos falsos? A recomendação do Sindiveg para os agricultores é de que adquiram os defensivos agrícolas somente das indústrias produtoras, de revendedores, cooperativas e canais de distribuição credenciados pelas indústrias, sempre acompanhados dos documentos exigidos pela Lei, a nota fiscal e a receita agronômica, para evitarem o uso de produtos ilegais em suas lavouras. É importante ter atenção para: - Embalagens em outra língua que não o português - Produtos sem bula e rótulo - Local de compra não credenciado - Preços menores que os praticados pelo mercado regional 24 |
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NEMATÓIDES
Trigo pode ajudar no controle de nematóides FOTO: DIVULGAÇÃO
Destaque Rural
N
o Brasil os nematoides parasitas de plantas cultivadas têm atingido diversas culturas como algodão, batata, café, cana-de-açúcar, feijão, milho, soja, tomate, cenoura, entre muitas outras. Segundo especialistas, quatro espécies são responsáveis por aproximadamente 95% dos prejuízos causados à agricultura mundial: Meloidogyne incognita, Meloidogyne javanica, Meloidogyne arenaria e Meloidogyne hapla. Porém, a resistência genética e a rotação de culturas são as formas mais práticas e economicamente viáveis para o controle destes fitonematóides e, por isso, pesquisadores da Embrapa descobriram que o trigo pode ajudar no controle destes parasitas. De acordo com a
pesquisadora da Embrapa Trigo, Edina Moresco, de Uberaba/MG, uma pesquisa desenvolvida pela instituição buscou avaliar se o trigo multiplica os nematóides de maior importância agrícola no Brasil como M. incognita e M. javanica (nematoides causadores de galhas). O estudo inicial foi realizado no Laboratório de Nematologia da Universidade Federal de Uberlândia, com a condução do trabalho pela professora Maria Amélia dos Santos, no qual consistia em confirmar se o trigo era resistente às espécies de nematoides estudados, como apontava a revisão da literatura. De acordo a pesquisadora a metodologia a ser empregada foi determinada pela Prof. Maria Amélia. “Cada espécie de nematoide necessita de uma metodologia própria para ser multiplicado, inoculado na planta de trigo e avaliado, porém, de forma geral, os nematóides foram mantidos em culturas isca, como o tomate, de onde foram extraídos e inoculados nas plântulas de trigo que foram plantadas em vasos em casas de vegetação. Em média, em torno de 90 dias após a inoculação, o solo destes vasos e as raízes do trigo inoculado passaram por um processamento para extração dos nematoides e então se efetuou a contagem através de lupa binocular”. Através da contagem dos indivíduos foi calculado o Fator de Reprodução (FR). A cultivar é considerada resistente, quando o Fator de Reprodução (FR) Este fator é um índice obtido pelo produto da fórmula: População Final do nematoide (Pf
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População Inicial(Pi) (número de ovos utilizados nas inoculações do nematoide)
Da esquerda para a direita: Márcio Só e Silva (Pesquisador - Embrapa Trigo), Prof. Braz (UNIRV - Parceiro de pesquisa em Rio VerdeGO), Edina Moresc (Pesquisadora Embrapa Trigo) e Giovani Faé (Transferência de Tecnologias - Embrapa Trigo)
FR for menor que um e suscetível quando o FR for maior que um. De acordo com a pesquisadora Moresco, os resultados iniciais demonstraram que para M. incognita e M. javanica o fator de reprodução obtido foi menor que um para todas as cultivares de trigo testadas (BR 18, BRS 254, BRS 264, BRS 394 e BRS 404). Ela explica que estes resultados indicam que é necessário repensar a forma de introduzir resistência aos nematóides em cultivos alvo. Em sua opinião, o que ocorre é que a fonte de resistência pode não existir na espécie alvo, mas pode estar “pronta” na espécie não-alvo, que pode ser uma cultura a ser inserida no sistema justamente para o controle deste nematoide, ou seja, utilizar uma cultura que não é hospedeira daquele nematoide para o controle deste parasita em outras culturas. “O melhoramento de trigo para nematoides é um caso impensado até o momento, porque este não é um problema na cultura do trigo. Entretanto, é mais fácil e barato introduzir a resistência
no trigo, do que, por exemplo, introduzir a mesma resistência na batata, cenoura, soja, algodão, entre outros. Neste contexto, inserir a cultura do trigo no sistema, traz o benefício do controle, mas também permite a que os programas de melhoramento destas culturas foquem em outros problemas, ou em aumento da eficiência e produtividade”, enfatiza Moresco. De acordo com Márcio Só e Silva, pesquisador da Embrapa Trigo Passo Fundo (RS) que também participou da pesquisa, estes resultados indicam que todos os genótipos testados são resistentes aos nematóides M. incognita e M. javanica, sendo promissores para o uso em programas de rotação ou sucessão de culturas visando o controle destes fitonematóides. Assim, para os produtores significa dizer que o trigo tropical se apresenta como uma excelente alternativa no sistema produtivo da região de cerrado brasileiro, pois pode ser cultivado em dois sistemas, sem irrigação ou sequeiro (safrinha) e com irrigação em pivô central. Outubro e Novembro - 2016 | Rio Grande do Sul | Ano II | nº14
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O que são nematóides? Esses resultados de pesquisa reforçam a cultura do trigo como supressora não só de nematóides, mas também como cultura redutora de ervas daninhas pelo efeito alelopático de sua palhada, diminuindo custos na dessecação das culturas em sucessão com trigo e na redução de doenças transmitidas através restos culturais de soja e feijão deixados no solo, como o mofo branco causado pela esclerotinia. Em sua opinião, no sistema de cultivo irrigado o trigo rotacionado com hortaliças, acelera a dinâmica produtiva do pivô central, pois suprimindo a população de nematóides permite que as hortaliças, como batata, cenoura, cebola, alho e beterraba, retornem mais rápido ao sistema produtivo irrigado deixando mais renda ao produtor. “No caso do sistema irrigado seria interessante o produtor optar pelas cultivares de trigo que apresentem taxas de multiplicação zero da espécie de nematóide de galha e, portanto, estaria simplesmente suprimindo aquela população de nematóide do solo. O trigo seria mais vantajoso do que a braquiária e crotalária, pois deixa mais renda ao sistema. Concluindo, é necessário se ter um bom controle de tigueras de culturas multiplicadoras de nematóides como milho, soja e feijão nas áreas de trigo (foto 3380 anexa), pois estas plantas seriam pequenos pontos de escape para manter as populações de fitonematóides nas áreas tanto de sequeiro quanto irrigadas”, concluiu. No próximo ano novos resultados desta pesquisa serão gerados e já se sabe que a caracterização do trigo para os nematoides fará parte do novo projeto de melhoramento de trigo da Embrapa Trigo. Também será submetido um novo projeto de validação de uso desta tecnologia no campo. Juntos, estes dois projetos de pesquisa, terão como objetivo solidificar as informações preliminares e dar suporte à adoção da inovação no campo.
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Os nematóides são vermes que possuem o corpo em formato cilíndrico, geralmente alongado e com as extremidades afiladas. O tamanho dos nematóides é bastante variável, mas os parasitas de plantas medem de 0,3 a três milímetros de comprimento. Por serem seres de tamanho diminuto geralmente microscópicos, os nematóides nem sempre estão em evidência, no entanto são seres de grande diversidade estando presentes nos mais diferentes hábitats. Algumas espécies podem causar danos às plantas cultivadas, atacando caules, folhas e flores, porém, do ponto de vista econômico, as espécies de nematóides mais relevantes parasitam o sistema radicular, bulbos e tubérculos. Cana-de-açúcar, café, soja, laranja, milho, batata, hortaliças e muitas outras culturas são prejudicadas por nematóides desse tipo, tendo suas produtividades grandemente reduzidas por eles.
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as pessoas atingem o seu objetivo entre a 6ª e a 7ª. As demais são somente para reforço com relação ao novo resultado que se construiu até então. “O coaching deve ter uma meta, um objetivo, um prazo e um indicador que mostre o resultado deste objetivo alcançado. O processo procura trazer hoje um resultado que muitas vezes poderia levar um tempo maior se trilhado por um caminho diferente. O processo normalmente dura em torno de 10 sessões semanais ou quinzenais, mas eu já tive casos que em 6 sessões já foi atingido o resultado esperado”, conta Helio.
GESTÃO
Coaching no agronegócio: processo que gera resultado Na busca por mais produtividade, é preciso voltar os olhos também para o responsável pela gestão da propriedade. Liderança, comunicação e simplificação de processos podem fazer a diferença no momento da colheita Ângela Prestes
A
profissionalização das empresas rurais é um processo que se revela cada vez mais indispensável para o produtor que deseja alcançar melhores resultados. Ferramentas tecnológicas, controle financeiro e mensuração de dados já são realidade em muitas propriedades pelo Brasil. Entretanto, melhorar a performance de quem lidera o negócio pode ser a peça chave dentre tantas ações que estão à disposição. É aí que entra o coaching. Cada vez mais disseminado no meio empresarial, o processo busca provocar uma mudança comportamental a fim de conquistar melhores resultados. De acordo com o Master Coach e Trainer e diretor da unidade de Passo Fundo/RS do Instituto Brasileiro de Coaching (IBC), Helio Bernardon Junior, no coaching, por meio de ferramentas e perguntas poderosas, a 30 |
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pessoa é compelida a fazer tarefas e atividades que provoquem esta mudança. “Isso faz com que a pessoa alcance resultados que em sua mente poderiam levar meses ou anos, mas que podem ser atingidos muito mais rápido. Se pudesse resumir o processo de coaching em uma palavra seria resultado”, explica. Conforme Helio, o coaching está fase de conciliação no Brasil. Somente no IBC, as formações aumentaram mais de 100% em apenas um ano. “Pessoas e profissionais perceberam que precisam de um apoio que os façam ter resultados, provocando-os a sair da sua zona de conforto e fazer acontecer”, avalia. Como funciona O coaching não é vendido individualmente por sessão, como na terapia. É por processo. Ele é dividido em dez sessões e na maioria dos casos
exemplo é um empresário que acredita que é um bom comunicador, porém em sua empresa os processos não andam como deveriam. Ele se pergunta: ‘Eu passo as informações e eles não entendem. Por que não fazem o que eu peço?’ Através do coaching a pergunta deveria ser: ‘O meu estilo de comunicar é o estilo mais fácil para eles entenderem? Como eles gostariam que eu me comunicasse? Qual o melhor método para comunicar?’ O óbvio, por mais simples que seja, não é tão óbvio para todos”.
Se pudesse resumir o processo de coaching em uma palavra seria resultado”.
Profissionalização e resultado A profissionalização no agronegócio auxilia na diminuição de conflitos, no alinhamento de estratégias, na definição de papéis da família, nos resultados que são esperados e na perpetuação do negócio para as próximas gerações. “Dentro do assunto sucessão rural, o coaching pode ajudar definindo o papel das novas gerações, preparando-as para assumirem o negócio”. Helio lembra que é importante também definir quem realmente tem o perfil para tocar o negócio, pois o processo de coaching clarifica objetivos que às vezes para as famílias não estão tão claros, facilitando, e muito, a transição do negócio da família.
Aplicação O coaching pode ser aplicado em praticamente todas as pessoas e áreas, independentemente do segmento. “Empresas e organizações são a soma de pessoas e processos e o agronegócio também busca resultados”. Helio cita um caso que atendeu de um proprietário rural que desejava melhorar o relacionamento com a família e funcionários da propriedade e por ser muito fechado não conseguia ter uma comunicação clara, concisa e assertiva. “Após o processo ele percebeu a melhora e os resultados em mudar alguns hábitos que impediam a sua comunicação. Isto que é o maior resultado da pessoa, quando percebe a transformação e a mudança que suas ações causam para melhor”, relata. Liderança De acordo com ele, um bom gestor/líder deve ser comunicador, aberto, ter visão sistêmica característica que o produtor rural normalmente já possui -, dar feedbacks constantes, empoderar os funcionários, ter planejamento e gostar de lidar com pessoas. “Cuidar de uma propriedade é algo tão complexo quanto qualquer empresa”. O comportamento do gestor influencia em todos os resultados que ele obtém. “Um
O que é coaching?
Helio Bernardon Junior
Segundo Helio Bernardon Junior, coaching nada mais é do que um processo que busca provocar uma mudança comportamental, fazendo com que a pessoa conquiste resultados que muitas vezes acredita que não são possíveis. Por meio de ferramentas e “perguntas poderosas” a pessoa é compelida a fazer tarefas e atividades que provoquem essa mudança fazendo com que alcance resultados que poderiam levar meses ou anos de maneira muito mais rápida.
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OPINIÃO
Elmar Luiz Floss
elmar@incia.com.br
Engenheiro-agrônomo e consultor Instituto de ciências agronômicas - Incia
Nutrição adequada aumenta a sanidade da soja
A
soja tornou-se a principal cultura brasileira produtora de grãos alimentícios. De 1976 a 2016, a área cultivada de soja aumentou de 7,7 para 34 milhões de ha (+341%) e a produção, cresceu de 11 para 97 milhões de t (+ 781%). Ou seja, o aumento da produção é pelo maior aumento do rendimento da cultura (produção vertical) do que pelo aumento de área cultivada. Além de atender ao crescente mercado interno, de óleos, farelo e biodiesel, o Brasil bate recordes, a cada ano que passa, na exportação de grãos e derivados de soja. Atualmente, a soja lidera a pauta de exportação brasileira, cujo saldo positivo na balança de pagamentos é da ordem de 25 a 32 bilhões de dólares por ano. Estamos vivendo o grande “ciclo econômico da soja”, a exemplo do que foi no passado o café, o açúcar, o charque/couro, as pedras preciosas e ouro e, o pau-brasil. Mas, nenhum ciclo econômico anterior teve essa magnitude no valor das divisas. Para exemplificar, a maior transação do Agronegócio mundial, ocorreu recentemente, quando a Bayer adquiriu a Monsanto, por 66 bilhões de dólares (aproximadamente, 200 bilhões de reais). Pois, o Brasil, tem um saldo na balança comercial da soja e seus derivados, a cada ano, equivalente à metade do valor comercial da Monsanto. De outro lado, é graças ao aumento da produção brasileira de soja que nos tornamos um dos maiores produtores e exportadores de carne suína e de aves. O farelo de soja (fonte de proteína), combinado com o milho (soja e milho representam 88% da produção nacional de grãos), são os principais alimentos para criação desses animais. 32 |
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No período 2000 a 2015, a produção brasileira de carne de frango aumentou 40%, sendo o Brasil o terceiro maior produtor mundial e o primeiro exportador. No mesmo período, o crescimento da produção carne suína no Brasil foi 17% (quarto maior produtor e exportador mundial dessa carne), enquanto a produção brasileira de carne bovina aumentou apenas 1% (segundo maior produtor mundial e primeiro em exportação). Também no mercado interno, o consumo que mais cresce é de carne de frango e suína. Em 1995, o consumo de carne de frango no Brasil estava em terceiro lugar e atualmente é a carne mais consumida. No mundo, a carne mais consumida é a suína. Isso por que, é mais barato produzir carne de frango ou suína, a partir de soja e milho, do que a produção de carne bovina. Esse fato, mudou a dieta mundial nos últimos anos, cuja tendência é irreversível. A exportação de carne de frango, suína e bovina, é o terceiro principal produto de exportação pelo Brasil atrás da soja e derivados e dos minérios de ferro. Em 2016, o saldo positivo na balança comercial das carnes foi superior a 18 bilhões de dólares. Portanto, a soja, além de ser o carro chefe da economia brasileira, pelo valor da produção, valor agregado e geração de divisas, promove o crescimento do Agronegócio, e também promove o desenvolvimento das comunidades. Literalmente, plantamos cada vez mais soja e exportação cada vez mais carne!
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Tratamento de sementes, uma área em constante
FOTO: MAIARA CAMINI
DESTAQUE EMPRESAS
crescimento no mercado agrícola Maiara Camini
C
om o crescimento da agricultura brasileira nos anos 90, o tratamento de sementes que inicialmente era associado a usos de fungicidas e predominava no tratamento dos cultivos de cereais e trigo, ganhou força e se expandiu para outros cultivares como, o algodão, o milho e a soja. Diante da necessidade de proteger as sementes e garantir um maior potencial produtivo. O tratamento de sementes tem ganhado força anos após ano, pois o procedimento tem um papel fundamental no início do desenvolvimento das culturas, protegendo a semente de doenças e pragas que podem comprometer a emergência das plântulas e seu desenvolvimento inicial. Tão importante quanto à escolha das sementes, é a escolha de um equipamento de ótima qualidade. A Grazmec é uma das pioneiras no setor de máquinas para tratamento de sementes, com sede na ciadade de Não-MeToque, no norte gaúcho, a empresa de cunho familiar vem crescendo e consolidando o seu espaço no mercado. Grazmec, 30 anos no mercado Em 1986, o senhor Antonio Alberi de Mattos e sua esposa Cristina de Mattos, no porão de
sua residência, abriram a primeira sede da Grazmec. Inicialmente era realizada apenas manutenção e reforma em máquinas agrícolas. “Em 1988 conseguimos nos organizar e mudar a empresa para um terreno ao lado da nossa casa, mas foi só em 1993 que nós fabricamos o primeiro protótipo para o tratamento de sementes”, declarou Antonio. Enquanto o marido se dedicava a empresa, Cristina trabalhava em turno integral na contabilidade de empresa privada, e durante a noite auxiliava na administração da pequena empresa, “nos primeiros anos eu era a segurança financeira da família e isso nunca abalou a nossa relação, pois a confiança mutua é essencial em uma relação, no nosso caso tanto profissional quanto afetiva”, pontuou. Um ano após a confecção do primeiro protótipo, o senhor Antonio fechou uma parceria com uma multinacional do ramo, onde a demanda aumentou consideravelmente e a Grazmec entrou forte no segmento de máquinas para tratamento de sementes. Atualmente os quatro membros da família de Mattos trabalham na empresa, os fundadores Antonio e Cristina e seus filhos, Graziela e Emerson. Cristina e Graziela atuam na área administrativa e jurídica da empresa.
Da esquerda para a direita: Graziela de Mattos, Antonio Alberi de Mattos, Cristina de Mattos e Emerson de Mattos.
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“eles se conhecem muito bem e conseguem separar o lado afetivo do lado profissional. Uma das grandes virtudes dessa família é sempre ter o pé no chão, nunca desistir e acreditar no potencial de cada funcionário que trabalha nesta indústria”. Cristina afirma que é preciso planejar e acreditar que o investimento vai dar certo, “antes de abrir a empresa nós conversamos muito e planejamos como iríamos fazer para dar certo, pois criar e consolidar a Grazmec era o nosso maior sonho e desafio”, declara. Já Antonio complementa que a maior virtude na hora de abrir o próprio negócio é sempre acreditar, “nunca desistir, todo caminho tem as suas dificuldades, basta você acreditar e seguir adiante. Um conselho que eu sempre falo para os meus filhos, é de sempre analisar os investimentos, e não meter os pés pela cabeça” finalizou Antonio. Há 30 anos no mercado, a Grazmec possui mais de 300 pontos de revendas em todo o território nacional e atende mais de 27 países, e conta com mais de 40.000 máquinas comercializadas a nível nacional e mundial. A empresa possui três linhas de produtos, que respectivamente são: a Grazmec On Farm,
a confiança mutua é essencial em uma relação, no nosso caso tanto profissional quanto afetiva”.
FOTO: DIVULGAÇÃO
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Para Cristina, um dos maiores desafios em administrar uma empresa, é se adequar a parte fiscal e tributaria, “os valores dos impostos são alterados com grande frequência, então você precisa estar revisando sempre essa questão. A Graziela cuida da parte jurídica da empresa, ela tem formação em Direito, o que auxilia e muito aqui na empresa. Mas essa constante mudança de taxas é o que atrapalha”. Emerson, o filho mais novo do casal, é o responsável pelo setor de marketing e auxilia nas vendas da empresa. Porém, antes de conquistarem postos de liderança na empresa, os irmãos passaram por diversos setores da indústria, “nós não tivemos regalias, entramos na empresa como funcionários normais, passamos por praticamente todos os setores e tivemos que conquistar o nosso espaço”, frisou.
Administrando o negócio Atualmente a gestão da empresa é realizada pelos membros da família de Mattos, com o auxilio do consultor, Mario Bandeira Filho, que é o gestor comercial da Grazmec. Mario destaca que a gestão é relativamente simples,
Grazmec Industrial e Grazmec Agricola. Outubro e Novembro - 2016 | Rio Grande do Sul | Ano II | nº14
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GRAZMEC MTS Primeira máquina fabricada pela Grazmec, em 1993, conhecida por MTS (máquina tratadora de sementes). A máquina foi encomendada por um proprietário rural da região, e realizava o tratamento somente com produtos líquidos, operando através do sistema de “copinhos” no qual ainda está presente hoje em alguns modelos. Sua capacidade de tratamento era de 40 a 60 sacos horas, e seu funcionamento era somente elétrico.
Atual linha de produção: FOTO: MAIARA CAMINI
A linha de produtos On Farm é o carro chefe da empresa. A Grazmec foi uma das primeiras indústrias a levar o tratamento de sementes pra dentro da fazenda, o destaque desta linha fica por conta da MTS Spray System. A máquina para o tratamento de sementes - MTS 120 Spray System representa um novo conceito no tratamento de sementes, ela é dotada de um exclusivo sistema de tratamento de disco impulsor (patente requerida) que proporciona ótima cobertura com baixa de dosagem de produtos. MTS 120 Spray System Alongada Celebration
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GV 500i Spray System
A linha Industrial esta disponível no mercado a menos de quatro anos, mas já vem conquistando o seu espaço. A GV 500i Spray System é a solução ideal para o tratamento industrial de sementes, pois proporciona um tratamento com excelente cobertura sobre o grão, com alta produtividade, utilizando dosagens precisas sem desperdícios, através do já conceituado sistema Spray System Grazmec Possui um inovador sistema de câmara de homogeneização, câmara de tratamento e demais componentes de contato com sementes, tratamento fabricados em aço inoxidável, sistema de dosagem eletrônica e equipamento ideal para UBS (Unidade de Beneficiamento de Sementes). FOTO: DIVULGAÇÃO
A Grazmec ainda conta com uma linha completa de implementos agrícolas. Como por exemplo, o Guincho Traseiro 1,2 Ton, desenvolvido para facilitar a movimentação de cargas e big-bags nas propriedades. 36 |
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Guincho Traseiro 1,2 Ton
Para mais informações acesse: www.grazmec.com.br
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