Destinada a seduzir a rendiçao

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LUCY BERHENDS _________________________ __________________________

DESTINADA A SEDUZIR A RENDIÇÃO


Copyright © Berhends, Lucy Todos os direitos são reservados à autora, sendo esta uma produção independente. É uma obra de ficção e qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência. 1ª Edição. Formato digital Julho de 2015 Capa: Magic Capas Revisão: Lucy Berhends

luberhends@bol.com.br https://www.facebook.com/autoralucyberhends


Agradecimentos

A série Destinados surgiu da necessidade que eu tinha de colocar para fora um turbilhão de estórias e personagens que precisavam ganhar vida. Sempre fui leitora assídua e me perguntava como funcionava esse processo de escrever. Posso garantir a cada leitor que nós, escritores, viajamos na estória assim como quem lê. Eu ri, eu chorei, me emocionei diversas vezes com os conflitos vividos por meus personagens. O sonho de cada escritor é poder transmitir um pouco dessa emoção que ele sente no decorrer da narrativa. Me sinto realizada lendo e me sinto também escrevendo. Obrigada a todos que apreciaram as leituras dos livros anteriores e por tantas mensagens carinhosas que tenho recebido. Este livro tem um diferencial que é uma playlist sugerida por capítulo. Se possível, leia ouvindo a canção. Espero que sorriam, chorem e se emocionem com mais essa estória escrita com muito amor.

Boa leitura!

Lucy Berhends


SINOPSE

Frio. Zeus Melino é o cantor de uma banda de rock em ascensão e não tem interesse em se prender a uma só mulher agora. Para que ter uma se eu posso ter todas? É o que ele pensa. Fria. É como Jéssica Katherine se tornou depois de presenciar sua mãe morrendo por amor e de flagrar o homem de sua vida com outra. Seu lema agora é nada de relacionamento, namoro, muito menos amor. A mudança em suas vidas acontece a partir do momento que seus olhos se cruzam, dominados por um forte sentimento que pode levá-los a questionarem suas próprias convicções. Eles poderiam aprender a amar? Seria o amor mais importante que seus medos e anseios? Descubra e renda-se a mais uma estória que vai além do sexo, drogas e rock´n roll.


PLAYLIST Prólogo: Enquanto houver sol – Titãs 1. Primeiros erros – Kiko Zambianchi 2. Quem tá solteiro nunca fica só – Thiago Silva / Sergio Jr. / Bruno Cardoso 3. Toda forma de amor – Lulu Santos 4. Coleção – Cassiano 5. Anjo bem – Saulo Fernandes 6. Nocaute – André Vox 7. Jéssica – Bebeto 8. Sei – Nando Reis 9. Só por uma noite – Charlie Brown Jr. 10. Fixação – Leoni / Beni / Paula Toller 11. Mármore – Bruno Caliman 12. Eduardo e Mônica – Renato Russo 13. Cartório – Tierry Coringa / Magno Sant'Anna 14. Amo até o céu – Gabriel Gava 15. Gostava tanto de você – Tim Maia 16. Eu nunca disse adeus – Dinho Ouro Preto 17. Diz pra mim – Bruno Boncini 18. Aí já era – Jorge Alves Barcelos 19. The only exception – Hayley Williams, Josh Farro 20. Pedindo perdão – Lucas Silveira


21. Amor pra recomeçar – Frejat / Mauricio Barros / Mauro Sta. Cecília 22. It will rain – The Smeezingtons 23. Cê topa? – Luan Santana, Douglas Cezar, Caco Nogueira, Dudu Borges Epílogo: A Thousand Years – Christina Perri


Prólogo

Ela

Música do capítulo: Enquanto houver sol – interpretada pelos Titãs

Seis anos antes...

Felicidade. Se alguém me pedisse para definir esta palavra, eu diria que Jéssica Katherine Rios seria a melhor definição. Eu era o protótipo do sentimento mais buscado pela humanidade. Minha vida não poderia estar mais perfeita. No alto dos meus dezoito anos, tenho um namorado que amo e que corresponde ao que sinto com muita intensidade. Gabriel. Meu Gabi. Nosso namoro já dura dois anos e ele é o homem que qualquer garota gostaria de ter ao lado. Lindo, sexy e apaixonado. Vejo como todas babam quando saio com ele. Sinto que já encontrei o homem com quem passarei o resto da minha vida. Estou no segundo semestre de administração e estou realizada com o curso. Os meus planos são de montar um ateliê de moda e fazê-lo prosperar através de um diferencial que ainda preciso descobrir. E irei descobrir. Além de lidar com números, gosto de desenhar, principalmente looks completos. Não consigo visualizar em minha mente uma determinada roupa sem completar com o sapato perfeito. Gosto de tudo por inteiro.


Além de estar realizada em vários sentidos da minha vida, tenho também um grande irmão com quem posso contar. Maurício é quatro anos mais velho do que eu e a pessoa mais importante que tenho no mundo. A única coisa que me entristece é a nossa mãe. O meu pai faleceu quando eu tinha quatorze anos e ela até agora não se conforma com a perda. Ele era das Forças Armadas e precisou chefiar uma missão da ONU no Haiti. Alguns morreram e o meu pai foi um deles. Eu havia lhe implorado para que não fosse, mas ele sempre dizia que nunca desistia de uma missão. Ele foi e nunca mais voltou. Cada pessoa aprende a lidar com a dor de seu jeito. Eu busco estudar para dar orgulho à memória dele, como sempre me pediu quando estava vivo. A minha mãe não soube reverter a sua dor para algo tão positivo. Ela recebe uma pensão vitalícia, o que lhe permite ficar sem trabalhar, e simplesmente resolveu gastar quase todo o dinheiro com bebidas, jogos e, ultimamente, homens. Homens, não, perdedores. De vez em quando a pego com um deles em casa, ambos bêbados e sempre o coloco para fora. Ela nunca discute comigo ou com Maurício e os caras acabam indo quando veem sua submissão aos filhos. Ela chora depois que eles se vão e eu sei que não é pela perda de mais um traste. Ela chora porque não consegue anestesiar a dor da saudade, dos momentos vividos com meu pai, das lembranças felizes em família. Eu também choro às vezes no meu cantinho, mas desde a morte dele, sempre soube que teria que ser forte por mim e por ela, então sempre tento lhe consolar e passar ânimo. Atualmente, apenas uma coisa está arranhando a minha redoma de mundinho perfeito: as dívidas de jogos de dona Hortência. A grana tem entrado cada vez menos em casa e meu irmão tem trabalhado muito para ajudar.


Eu já estou pensando em procurar algum trabalho de meio período para dar uma força também. Do jeito que as coisas estão indo, provavelmente teremos que interditá-la ou nem mesmo teremos dinheiro para comer. A pensão daria mais que suficiente para ter uma boa vida, porém evapora antes mesmo de entrar na conta. Naquele dia, estava saindo da faculdade com minha amiga Clara Jensen. Nos tornamos mais que colegas de turma e de vez em quando ela me dava uma carona para casa. Seus pais são donos de uma grande empresa e ela seria a sucessora natural da família. Já estava no sangue. Ela com certeza se tornaria uma grande administradora. Meus planos eram de almoçar e depois passar a tarde na casa de Gabi. Ele já está com vinte e quatro anos, é publicitário e já tem seu próprio apartamento. Me disse que talvez ficasse trabalhando em casa hoje e decidi lhe fazer uma surpresa. Espero que esteja em casa. – Jel, por que não passa o dia comigo lá em casa? Nós poderíamos almoçar e depois pegarmos um cineminha. O que acha? – Clara me perguntou. – Hoje não vai dar, Clarinha. Tenho outros planos para esta tarde e tenho que terminar a pesquisa de Teoria Geral. Fica para a próxima. – Está certo. Sei que tem um namorado delicioso e provavelmente está me dispensando para ficar com ele. Eu faria o mesmo, mas ache um tempinho para as amigas, ok? Às vezes me sinto tão só. Vamos esticar por aí qualquer dia. – Claro, vamos sim. Paisagens bastante conhecidas passavam pela janela ao lado do carona. Eu já estava chegando ao meu destino. Clara parou em frente à minha casa e se despediu de mim com um beijo no rosto. – Obrigada, Clara. Fico te devendo mais essa. Ela sorriu e piscou um olho.


– Você sabe como pagar. Até amanhã. Seu carro foi se afastando da minha frente e eu fiquei de pé olhando até que ele sumisse. Sorri comigo mesma com a ideia de uma garota tão rica e bonita se sentir sozinha como ela afirmava. Sei que não é bem assim, pois ela tem uma amiga muito próxima chamada Brisa. Clara sempre foi um pouco dramática. Suspirei em saber que logo, logo estaria nos braços do homem que tanto amava e que fazia com que me sentisse a mulher mais amada do mundo. Meu. Aquele homem lindo é todo meu. Me senti orgulhosa por essa conquista com um sorriso que não queria abandonar o meu rosto. Caminhei em direção à minha casa. Geralmente a minha mãe estava dormindo quando eu chegava, pois o seu estilo de vida fazia com que dormisse de madrugada todos os dias. Às vezes, ia para a faculdade e ela estava chegando da farra. Eu ou Maurício sempre fazíamos o almoço no dia anterior e já deixava pronto para quando eu voltasse. Se não fizesse isso, não encontraria nada para comer. Nem ela. Me aproximei da porta e ouvi o som do rádio tocando como acontecia todos os dias. Ela gostava de dormir com o rádio ligado. ‘Com certeza ainda dorme, não é, dona Hortência?’- Falei comigo mesma. Abri a porta da sala e olhei para os lados na esperança de vê-la acordada. Eu preferia que estivesse, pois a forçaria a se alimentar. Porém, não havia qualquer sinal dela e apenas o som de uma música sertaneja enchia o ambiente. Dei dois passos para dentro e joguei a minha bolsa no sofá. Fui até a cozinha e enchi um copo com água, entornado todo o conteúdo goela abaixo de uma vez só.


– Mãe? – Chamei esperando que já estivesse acordada na cama. Ela não respondeu e resolvi ir até lá para conferir. À medida que caminhava, ouvia pequenos sussurros como se os interlocutores não quisessem que lhes escutassem. Será que a minha mãe já tinha chegado ao ponto de falar sozinha? Resolvi conferir com meus próprios olhos. As vozes foram tomando corpo a cada passo que eu dava e percebi que havia um homem no quarto. Ah, que saco! Mais um que eu teria que botar pra fora de casa. Alcancei a porta e parei, tentando ouvir sobre o que conversavam. Só consegui escutar palavras soltas que não davam para formar uma ideia do que estava acontecendo ali. Empurrei um pouco a porta e vi a minha mãe nua, ajoelhada na cama, com o rosto afogado em lágrimas. Seus olhos ficaram arregalados quando ela viu que eu havia chegado e começou a balançar a cabeça para os lados. – Não, porra, saia daqui agora. Por que você tem que ser tão pontual? Corra, Jéssica. – Ela gritava. Não iria fazer o que me pedia. Eu precisava saber o que a deixava tão assustada. Dei mais um passo para dentro do quarto e naquele momento acabei me deparando com a imagem que mais temia na vida. Havia um homem de meia idade, barbudo e de aparência suja com uma arma apontada para a minha mãe. Ele olhou para mim, a princípio assustado por ter sido flagrado, mas logo abriu um sorriso cheio de dentes podres. – Então, a princesinha da mamãe chegou, hein? Você está com o dinheiro? Dei dois passos para trás e me bati contra a parede. – Dinheiro? Eu não sei do que está falando. Não tenho qualquer dinheiro. Ele esticou a mão que estava com a arma com mais firmeza em direção a ela.


– Eu quero a porra do dinheiro que essa puta me deve. Eu te disse que só aceitaria até hoje. Comecei a chorar e a suplicar. – Por favor, não faça nada. Nos dê mais um tempo, prometo que vou conseguir. Ele deu uma gargalhada alta, fazendo com que o fedor de álcool e nicotina misturados tomassem todo o quarto. – Você não deve saber nada sobre a vida que sua mãe leva. Nesse mundo, princesinha, as dívidas são pagas no prazo. O pagamento pode ser em espécie ou com a própria vida. – Não, por favor. – Implorei. Ele me olhou de cima a baixo e parou fixando os meus olhos. Baixei a vista, pois não queria memorizar aquele rosto em minha mente. Queria esquecer tudo o que estava vendo naquele momento. – Às vezes, há outra forma de pagar dívidas. Me senti esperançosa e caí na besteira de lhe fazer a pergunta cuja resposta eu não queria ouvir. – O que posso fazer? Me diga e eu farei. Eu preciso que nos dê mais tempo. A minha mãe gritou na hora: – Não! Não ouse tocar na minha menina. O desgraçado sorriu e voltou sua atenção para mim. – Tire a roupa. Se quer um prazo, eu posso te dar, mas você terá que ser muito boazinha para me convencer. Vou te foder agora na frente de sua mãe e se eu gostar, te dou um prazo pra arrumar a grana. Então, esse era o preço? Oh, meu Deus, eu não teria coragem de fazer isso.


Senti a dúvida tomar a minha mente, comecei a pensar em meu namorado e nos planos que fazíamos para o futuro. Olhei para aquela mulher acabada e nua em cima da cama e percebi que ela estava horrorizada, sacudindo a cabeça o tempo todo em sinal de negação. Mirei uma lágrima após a outra descendo de seu rosto e juntei coragem para dar o próximo passo. Comecei a baixar uma alça da blusa e minha mãe se aproximou ainda mais da arma, sacudindo a mão que a segurava. – Não! Me mate. Pode me matar. Ela não vai ser sua, seu verme. Ela é melhor do que todos nós juntos e vai se tornar uma grande mulher como o seu pai queria. Deixe-a em paz! Fechei os olhos, buscando valentia no íntimo do meu ser para continuar me despindo para aquele homem. Decidi fazer o que fosse necessário para livrar a minha mãe daquela arma apontada para sua cabeça. Desci a outra alça da blusa, expondo a ponta do meu sutiã rendado. Respirei fundo e comecei a baixar a roupa quando ouvi um estrondo tão alto que me fez pular. Abri os olhos e vi diante de mim a cena que mais temia ter que presenciar algum dia em minha vida. A minha mãe... a minha mãezinha, estava jogada na cama, com a cabeça pendurada, jorrando sangue no chão do quarto. Olhei para o assassino e ele parecia também assustado. Eu não podia acreditar que ela havia tomado a arma e atirado em si mesma. Minha pequena e frágil mãezinha. Eu não queria perder mais uma pessoa que amo. Não, aquilo não estava acontecendo comigo. Olhei para o traste com todo ódio e saí correndo do quarto, pegando a minha bolsa em cima do sofá. Para minha sorte, estava passando um táxi naquele exato momento, acenei e ele parou, me tirando do inferno onde estava. – Para onde, senhorita?


Eu soluçava, tentando controlar o bolo preso em minha garganta, buscando pronunciar uma palavra ao menos. – Senhorita, para onde gostaria de ir? – Bairro de Ondina, por favor. Dei-lhe o endereço e tentei encher meus pulmões de ar para buscar as forças que já se esgotavam dentro de mim. Eu tinha que fazer alguns telefonemas e não poderia deixar para depois. Liguei para o SAMU e expliquei toda a situação, omitindo algumas informações. Eu lhes disse que havia encontrado a minha mãe sangrando sobre a cama e, por medo, saí de casa. Disseram que estariam lá o mais rápido possível, porém levariam a polícia com eles. Eu concordei e lhes passei o endereço. Olhei para o meu celular por alguns segundos e tomei coragem pra ligar para o meu irmão. Eu nunca conseguia mentir para ele, pois me conhecia melhor que ninguém. No segundo toque, ele atendeu. – Jess? – Oi, Mau. Onde você está? – Estou indo para casa. Tem comida pronta? Se não tiver, levo alguma coisa. Minhas emoções falaram mais alto e comecei a soluçar ao telefone. Se minha mãe não sobrevivesse, Maurício seria a minha única família. Ele e uma tia que tenho pouco contato. – Jess, o que está acontecendo? Jéssica, fale comigo. – Meu irmão implorava. – Não vá para casa, Mau, por favor, apenas confie em mim. Não vá até lá.


– Por que, querida? Me diga onde está agora, vou te encontrar e você me explica pessoalmente porque não devo ir para lá, irmãzinha. Não chore, o problema é com mamãe? – Estou indo para o apartamento de Gabriel. Me encontre lá. Prometa que vai me ouvir, Mau, você não vai para a nossa casa. – Prometo, meu amorzinho. Estou indo ao seu encontro. Logo estarei chegando. Me senti mais confortada em saber que tinha meu irmão para me segurar nesse momento. Não sei o que seria de mim se eu não o tivesse ao meu lado. O táxi chegou ao destino, paguei a corrida e me identifiquei na recepção. O porteiro já me conhecia e nem conferiu a minha autorização para entrar no prédio. Ele percebeu as lágrimas em meu rosto e gentilmente ofereceu um copo com água e me convidou a sentar. Tomei o líquido, mas recusei a segunda oferta. Eu precisava desabar nos braços do meu namorado o mais rápido possível. – Você sabe dizer se Gabriel está em casa, Sr. Silva? – Ele chegou há pouco, querida. Não percebi se saiu novamente. – Obrigada pela água. Vou ver se está lá. Caminhei em direção ao elevador que já estava sendo esperado por mais duas pessoas. Entrei, apertei o botão do décimo segundo andar e me encostei no canto, torcendo para que o equipamento andasse mais rápido hoje do que em outros dias. A senhora ficou olhando para o meu rosto e reconheci o sentimento de pena nos olhos dela. Lhe ofereci um pequeno sorriso e baixei a cabeça novamente, não me importando que me observasse. Não abriria o meu coração para um desconhecido. Essa dor não podia ser compartilhada com qualquer um, apenas com dois homens que estariam próximos a mim logo, logo.


Cheguei ao meu andar e quando estava saindo, a senhora agarrou o meu braço, me fazendo parar. Ela olhou para mim e abriu um sorriso afetuoso nos lábios. – O que seja que esteja vivendo agora, vai passar, querida. Quando estiver com problemas, olhe para o mar. As ondas vão e vem, levando tudo o que estiver à sua frente para outros oceanos. Nunca de volta para o mesmo lugar. Às vezes, deixam marcas quando batem muito forte nas pedras, mas depois abrandam, deixando-as ainda inteiras. Assim será com você. Acredite. Engoli em seco, martelando suas palavras em minha mente. Senti que não eram apenas frases prontas. Aquela mulher foi tocada pelo desejo de me falar aquilo. – Obrigada. – Falei. Ela assentiu, folgando sua mão do meu braço. Caminhei pelo corredor, passando por várias portas de apartamento e contando seus números como se eu estivesse perdida. Parei diante do 1204 e bati, mas ninguém atendeu. Será que ele tinha saído sem ser visto? Mexi na maçaneta e ela estava aberta. Estranho, Gabi nunca deixava a porta destrancada. Entrei e dei uma olhada pela sala e na cozinha. Não havia ninguém à vista. Droga, logo agora que eu precisava tanto dele? Já andava em direção à porta para deixar o apartamento, quando ouvi um gemido. Claro, ele deve estar no quarto – pensei. Andei em direção ao quarto que estava com a porta escancarada. Dei dois passos para a frente e, pela segunda vez no mesmo dia, fui surpreendida. E não era uma boa surpresa. Havia uma calcinha vermelha no chão. Meu mundo caiu. Meu castelo de conto de fadas estava desabando sobre a minha própria cabeça e não havia nada que eu pudesse fazer.


Peguei a calcinha na mão tentando me convencer de que não era minha e sua imagem logo ficou borrada, pois minha visão ficou nublada de lágrimas. Não, Gabi. Você, não. Olhei para a cama que estava desforrada e todas as evidências caminhavam para comprovar que meus olhos não estavam enganados. Eu estava sendo traída. Ouvi um barulho de chuveiro ligado e, com o coração em tempo de sair pela boca, obriguei minhas pernas a dar passos em direção ao banheiro. Entrei no lavabo e parei, tentando engolir o bolo formado em minha garganta. Se era para o mundo desabar em minha cabeça, que fosse de vez. Não me pouparia mais essa dor. Olhei para o chão do banheiro e havia pelo menos dois preservativos usados. Ali estava a prova e eu não precisaria de mais para constatar que o ato havia sido consumado, contudo eu iria até o fim. Se estava na chuva era para me molhar. Ouvi gemidos de prazer e senti vontade de vomitar, porém a frase que ouvi em seguida foi o que me deixou em transe. – Abre as pernas, putinha. Hoje eu vou te foder toda. Tapei minha boca assustada e, nesse momento, as lágrimas já rolavam livremente pelo meu rosto. Andei com determinação até o box, aflorando o meu lado masoquista, pois sabia que formaria mais um registro que não fazia questão nenhuma de guardar em minha mente. Abri com tudo e flagrei o meu namorado com o pau todo enfiado por trás em uma loira peituda. Ele se assustou, arregalando os olhos e saiu de dentro dela, caminhando em minha direção. Eu não saí do lugar, permanecendo parada, olhando para a mulher que tinha meu namorado dentro dela agora há pouco.


– Jess, amor, calma. Não faça nenhuma besteira, eu posso explicar. – Ele falou, agarrando o meu braço. Olhei para ele como se estivesse num filme em câmera lenta. – Você pode explicar. – Repeti sua última frase entre soluços. – Sim, eu posso. Samanta já está de saída, me escute, por favor. A garota passou por mim rebolando, parecendo indiferente ao que estava acontecendo ali. – Minha bonequinha... – Ele implorou. Me chamar pelo apelido que sempre usou de forma carinhosa foi a gota d´água. Puxei o meu braço com força de sua mão e dei um passo longo em direção à porta. Parei antes de sair, olhei para trás e li seus lábios quando sussurrou baixinho: – Me desculpe. Não lhe dei qualquer resposta e deixei o apartamento no qual já fui tão feliz, mas que havia se tornado mais um lugar que iria enterrar bem longe da minha vida. Aos prantos saí sem saber que destino tomaria. Lembrei da senhora que falou sobre as ondas do mar e foi para onde decidi ir. Parei um táxi na rua e pedi para que me conduzisse para o Porto da Barra. Meu celular começou a tocar e quando olhei o visor, vi que era Gabriel. Rejeitei a chamada e guardei o aparelho no fundo da minha bolsa. Cheguei ao Porto da Barra e sentei no quebra-mar para fazer o que a senhora me aconselhou. Queria admirar as ondas e chorar. Precisava botar pra fora toda aquela vontade de morrer, de mandar tudo e todos irem para o inferno. Doía mais do que eu poderia suportar. A minha mãe poderia estar morta naquele momento e meu namorado estava me corneando pelas costas enquanto fazia mil juras de amor.


Comecei a

jogar

pedras

na

água,

ouvindo

o

meu

celular tocar

desesperadamente. De repente ouvi um toque diferente, que era exclusivo para as ligações de Maurício. Atendi, pois sabia que estava preocupado. – Jess, querida, onde você está? – Falou em alta voz, confirmando que estava nervoso. – Estou no Porto da Barra, naquele lugar que gostamos de vir de vez em quando. Por favor, não conte a ninguém que estou aqui. Não quero ver mais ninguém além de você. – Gabriel está preocupado, querida. Não quer ver seu namorado? – Não, Mau, apenas você. Quando chegar, vai entender tudo. – Está bem, estou chegando, minha pequena. Tente se acalmar um pouco. – Ok. Continuei jogando pedras no mar e, em pouco tempo, meu irmão chegou e sentou-se ao meu lado. Olhei para ele com a cara inchada e dei um pequeno sorriso que não foi retribuído. Encostou minha cabeça em seu ombro e a torneira em meus olhos se abriu novamente. Ele respeitou o meu tempo e ajudou a me acalmar. Contei tudo o que tinha acontecido em nossa casa e sua primeira reação foi de levantar para ir até lá, mas o segurei e convenci que o melhor a fazer naquela hora era esperar. No calor da emoção, o seu desejo era de ir atrás do filho da puta que apontava uma arma para a nossa mãe, porém precisava lembrá-lo de que se tratava de gente muito perigosa. Decidimos que o certo seria deixar por conta da polícia. Maurício sentou novamente e eu pedi para que me escutasse, pois precisava desabafar tudo o que estava preso dentro de mim. Contei-lhe sobre a cena que tinha presenciado no apartamento de Gabriel e ele deu um soco na pedra, ferindo sua pele.


– Eu mato aquele desgraçado. Estava comigo agora há pouco e se fez de namorado preocupado. Vou fazer pedacinhos dele. – Meu irmão bradou. Fiquei calada por um tempo, mas depois soltei a pergunta que estava me corroendo. – Você acha que eu não mereço ser amada, Mau? Por que todas as pessoas que amo acabam saindo da minha vida? Tenho tanto medo de perder você também. Ele me abraçou apertado. – É claro que você merece ser amada, querida. Nunca duvide disso, e eu não vou a lugar algum. – Não faça promessas que você não pode cumprir, meu irmão. A vida tem seus próprios planos. Meu pai dizia que me amava e se foi. O amor que minha mãe tinha por mim não foi suficiente para superar a perda de papai e ela pode estar morta agora. Quanto ao meu namorado? Dizia me amar, mas me traiu na primeira oportunidade que teve. O amor não é para mim, Mau. Eu nunca mais quero dar meu coração a alguém. Amar dói demais. – Oh, minha pequena, deixe de falar besteiras. Um dia você encontrará alguém que te valorize como merece. Assenti e permaneci em silêncio jogando pedrinhas no mar e Maurício passou a fazer o mesmo. No final da tarde, decidimos voltar para casa e conferir o que havia acontecido. Estava rezando para que a minha mãe tivesse sobrevivido. Entrei no carro do meu irmão e partimos em silêncio. Chegamos à casa que já não chamaria mais de lar e havia alguns carros de polícia em frente e bastantes vizinhos ao redor sussurrando quando nos viu chegar. – Fique aqui, Jess. Vou tomar informações. – Maurício pediu. Fiquei parada olhando atentamente cada gesto dele, buscando qualquer coisa que pudesse me dar esperanças de que minha mãe estava viva. Ele balançou a cabeça em concordância com o policial e voltou em minha direção de cabeça baixa. Naquele momento eu já sabia.


Minha mãe estava morta. Caí de joelhos sobre a grama e baixei a cabeça para chorar. Dessa vez solucei alto como se pudesse expulsar a dor que estava sentindo. Maurício encurtou a distância e me abraçou soluçando. Meu irmão, que também era de carne e osso, não tentou ser forte. Ele desabou em meus braços. – Por que, Jess? Por que ela fez isso? – Ela estava sofrendo, Mau. Vamos pensar que ela está em um bom lugar agora, ao lado de papai como ela sempre quis. – Eles disseram que ela já estava morta quando chegaram. Não podemos ficar aqui esta noite, pois a casa está interditada para a perícia. Vamos para um hotel e amanhã viremos pegar umas roupas para passar uns dias na casa de tia Graça. – Vamos. Eu acho que nunca mais vou querer voltar a esse lugar. Ele me levantou e começamos a caminhar em direção ao carro quando fui parada por uma mão forte. Era o traíra do Gabriel. – Jess, fiquei sabendo o que aconteceu. Quero que saiba que estou muito sentido por vocês. Se tiver algo que eu possa fazer para ajudar... Ele não viu o que estava chegando. Maurício deu um murro cheio em seu rosto e só não conseguiu cumprir a promessa que havia feito de que acabaria com ele, porque foi agarrado por dois policiais. – Fique longe dela, filho da puta. Você acha pouco o que já fez? – Meu irmão gritava, entre lágrimas. – Sim, Maurício está certo, Gabriel. Tudo o que você pode fazer por mim agora é manter toda a distância possível. Eu não quero mais te ver. Nunca mais. – Emendei. Ele baixou a cabeça e só levantou para dizer uma última frase antes de sair:


– Vou respeitar esse momento, Jess, mas ainda precisamos conversar. Vou esperar o seu tempo. Virei o rosto e deixei que as lágrimas se derramassem ainda com mais força. Os policiais soltaram o meu irmão e nos dirigimos para o carro. Aquele dia estava marcado como um divisor de águas na minha vida. Amor. Essa palavra estava definitivamente fora do meu dicionário a partir de agora. Eu desaprenderia a amar.


Capítulo 1

Ele

Música do capítulo: Primeiros erros – interpretada por Capital Inicial

Dias atuais...

– Zeus Melino! Zeus Melino! Zeus Melino! Eu estava no camarim de mais um show prestes a pisar no palco e toda adrenalina que precisava para dar o melhor de mim era essa. Ouvir o meu nome sendo gritado, sentir a expectativa do público era tudo o que me impulsionava a entrar em cena a todo vapor. A banda de abertura tinha acabado de sair e os caras do staff estavam terminando de arrumar os instrumentos e testar. Só entrávamos quando tudo estava perfeito, pois o nosso público merecia ouvir um som de qualidade. Entornei uma dose de uísque cowboy e senti a bebida queimar a minha garganta. Todos estavam na correria para fazer os últimos ajustes, mas eu não. Apenas tentava relaxar, economizando todas as energias para serem gastas no palco. Ou quase todas. Tinha que guardar um pouco para mais tarde. – Dez minutos, entendeu, Zeus? – Ben, nosso produtor e meu grande amigo, passou por mim alertando. Como sempre, não lhe respondi. Na verdade, era eu quem precisava de respostas.


– Já liberou a entrada das meninas para o final do show, Benito? Você sabe de que forma gosto de liberar adrenalina depois do palco. Espero que as vadias já estejam aqui quando eu retornar. – Vá se foder com suas ordens, Zeus. Se as putinhas não estiverem aqui te esperando, basta escolher uma ou duas nos bastidores que elas virão correndo. Sempre foi assim, não? – É, pode ser. Esse sou eu. Apesar de ser muito amigo de Ben, sou completamente o seu oposto. Ele se apaixona muito fácil e tem planos de ser um cara fiel, casar e todas essas coisas. Eu não. Apesar de já estar com vinte e sete anos, não quero essa coisa para mim. Sou filho de pais que viveram juntos por conveniência durante muitos anos, apenas para manterem as aparências e cuidar dos filhos. Na primeira oportunidade que tinha, meu pai traia minha mãe e ela sempre acabava descobrindo e sofrendo. Eu só não entendia porque não acabavam com aquela palhaçada de uma vez. Não havia amor entre eles e eu e meu irmão não éramos bobos, sabíamos disso. Acho que ela seria mais feliz se tivesse ficado sozinha. Quando saímos de casa, eles finalmente se separaram, mas meu pai teve um câncer de próstata e acabou voltando para os cuidados da minha mãe. Ele morreu já faz cinco anos. Ela tem apenas dois que se foi. Nunca quis esse tipo de relação para mim e, como a vida tem sido generosa, aproveito e curto as mulheres. Para quê ter apenas uma quando se pode ter várias? Dizem que sou um cara frio. Talvez isso seja verdade, mas até agora não tenho do que me queixar. Loira, morena, ruiva, não tenho preferências. Dou um pouco de mim a cada uma delas e, muitas vezes, para mais de uma.


Gosto de dar prazer e gosto de sentir prazer. Sem amarras, sem amanhã, sem planos futuros. Elas já entram no camarim sabendo de tudo isso e lhes dou o que estão procurando: uma noite com um cara famoso. – Cinco minutos, Zeus! – Mais uma vez Ben gritou. Sim, já estava preparado para ouvir a convocação do publico e arrasar naquele palco. Nenhum show era igual a outro e a minha expectativa só aumentava a cada cidade que passávamos. – Rick! Rick! Rick! Os caras já estavam começando a se posicionar e era incrível ver como a galera sabia os nomes de cada componente da banda. Aquilo me deixava arrepiado. À medida que cada integrante entrava, o público explodia, gritando seus nomes. – Bob! Bob! – Led! Led! E por último, antes da minha entrada: – Shy! Shy! O nosso guitarrista sempre arrasava no solo, aquecendo o público, deixando margem para que a minha entrada fosse triunfal. – Está na hora, Zeus, se posicione. Entornei a última dose de uísque antes de começar a cantar e passei a me mover. Enquanto caminhava, ouvi o apresentador anunciar: ‘com vocês, a banda No Return’. Uma chuva de aplausos e gritos tomou a casa de show e me senti privilegiado por saber que faríamos mais uma apresentação com casa lotada.


Respirei fundo e entrei no palco, saudando a todos. As mulheres foram ao delírio, algumas tentando driblar os seguranças e chegar até mim, mas as tentativas sempre falhavam. Comecei cantando o nosso maior sucesso ‘Nunca mais serei o mesmo’ e um coral me acompanhou. Vez ou outra, eu estendia o microfone para o público e eles cantavam com ainda mais empolgação. “Você se foi, nem disse adeus Aqui estou sem saber o que aconteceu Até pensei que éramos um Hoje eu sei que nunca me pertenceu Nunca mais serei o mesmo Depois de te conhecer, Nunca mais serei o mesmo...”

Que artista não se sentiria realizado? Cantei outras canções da banda e outras de artistas renomados. A plateia estava embalada no ritmo das músicas e cheguei até a ver garotas desmaiando de emoção. Zeus, um poderoso deus da Mitologia Grega, era como estava me sentindo. Eu sempre tinha um momento de interação com a plateia e escolhi uma garota para subir ao palco e cantar uma música comigo. A menina esperneava e gritava de tanta emoção. Coloquei-a sentada em um banco elevado e comecei uma canção menos ritmada, andando de forma sensual em volta dela. Lágrimas desciam em seu rosto e seus olhos não saiam de mim. Era um momento que eu gostava muito, pois podia sentir de perto todo o carinho que os fãs dedicavam à No Return. Ela cantou o refrão comigo, interrompendo às vezes para soluçar e quando a musica terminou, entreguei uma rosa, dando-lhe um abraço.


As fãs ficaram loucas, pois cada uma queria ter essa oportunidade, mas infelizmente eu não poderia atender a todas. O show durou cerca de duas horas e logo nos despedimos de mais uma cidade, lhes presenteando com o bis de ‘Nunca mais serei o mesmo’ para encerrar. Joguei minha camisa para o público e saí correndo do palco, esperando que ninguém tenha se machucado. Fui para os bastidores e entre uma dose de uísque e outra dei autógrafos, entrevistas e tirei fotos. Caminhei em direção ao camarim e entrei me deparando com duas mulheres lindas, uma loira e a outra ruiva. Passei por elas sem oferecer um segundo olhar e fui direto para o banheiro. Precisava tomar um banho. Saí de lá apenas enrolado em uma toalha e enchi um copo com uísque. Prendi meus cabelos que batem na altura da orelha e entornei o conteúdo do copo de uma só vez. Elas pareciam decepcionadas com a minha falta de atenção. – Oi, meninas. – tentei quebrar o gelo – Querem uma bebida? A loira se aproximou primeiro. –Sim eu aceito. Enchi dois copos e ofereci às duas que beberam me olhando. Enchi outro para mim. – Como são os nomes de vocês? Mais uma vez, a loira foi a primeira a se pronunciar. – Eu sou Beatriz, mas pode me chamar de Bia. Encostei meus lábios nos dela e roubei um beijo rápido. – Hum, Bia, você é deliciosa. E o seu, linda, como é? – Perguntei olhando para a outra. A ruiva parecia que era um pouco mais tímida.


– Eu sou Fernanda e queria que soubesse que estou realizando um sonho em estar aqui ao seu lado. Porra, eu não tinha problemas em foder fãs, mas sempre detestei esse tipo meloso que acha que vai conquistar o coração do ídolo. – Então, Fernanda, que tal se esse sonho ficar ainda mais quente? Você sabe o que veio fazer aqui não é, docinho? – Sei, Zeus, eu quero tanto você. – E me terá. Só por hoje eu sou todo de vocês. Agora, lindas, tem alguém que está precisando muito de atenção. Abri a toalha e a deixei cair, exibindo o meu corpo tatuado e meu pau grande e ereto. A loira lambeu os lábios e olhou para a ruiva com um convite nos olhos. Ela respondeu com um sorriso safado e ambas baixaram para me chupar. Dois lábios quentes disputavam um espaço em minha ereção, meu saco e, de vez em quando, as duas bocas se encontravam raspando a língua uma na outra. Porra, não havia nada mais sensual do que duas mulheres lindas se dando prazer, embora eu também gostasse de compartilhar uma mulher com outro homem. – Beijem-se, putinhas. Quero que brinquem um pouco enquanto observo. Elas sorriram uma para a outra e, com empolgação, passaram a se beijar lentamente, trançando suas línguas, formando uma cena muito quente. Meu pau já latejava e uma pequena lágrima saiu da minha fenda. A loira, ainda beijando sua parceira, avistou o brilho na cabeça do meu pau e soltou os lábios da ruiva. Se aproximou com os lábios sedentos e lambeu a ponta da minha ereção, retirando dali o fluido que anunciava o meu desejo. Lambeu um pouco mais, deixando a glande limpa e, sem engolir, levou o meu mel para a boca da outra.


Se beijaram com fervor, e depois de um tempo, a loira começou a passear seus lábios desde a base do pescoço até a orelha da ruiva, mordiscando, chupando e lambendo. – Porra, Bia, se continuar fazendo isso, eu vou gozar só de olhar. Tirem a blusa, quero ver seus seios. Ambas obedeceram prontamente, deixando quatro mamilos durinhos e redondos à minha disposição. – Segurem seus seios. Vou dar um pouco de atenção a eles. Chupei primeiro o da ruiva, que gemia e arqueava seu corpo pedindo por mais. Enquanto chupava um, apertava o bico do outro, dando-lhe um pouco de dor. – Está doendo, linda? – Perguntei. – Um pouco, mas eu gosto. – Respondeu com voz engasgada. – Isso, querida. Aprenda a transformar dor em prazer. Vou aumentar a intensidade e você vai adorar. Confie em mim. Continuei lambendo, enquanto apertava ainda mais o outro seio e ela começou a implorar. Reversei, fazendo o mesmo com o outro e percebi que a loira se abaixava para chupar o grelo dela. – Céus, eu não foi suportar mais. Zeeeeeeeeus! Não demorou muito. Fernanda gritou o meu nome, endurecendo o corpo e liberando o seu prazer. Ainda ofegante, tomei seus lábios em um beijo longo e demorado enquanto já começava a apertar os mamilos da loira. – Você não acha que Bia também precisa de um pouco de atenção, Fe? Ela balançou a cabeça, tentando ainda regular sua respiração. Coloquei um peito em minha boca e ofereci o outro a Fernanda que passou a sugar com muito entusiasmo.


Desci uma mão para brincar com o grelinho dela e comecei a massagear seu macio clitóris. Enfiei dois dedos em sua boceta, encharcando-os em seus fluidos e voltei a mexer em seu pequeno órgão. Com a voz engasgada, ela falou: – Porra, Zeus, pare de me massacrar e meta logo esse pau grosso em minha boceta. Sorri com sua ansiedade. – Calma, linda, quanto mais você tiver que esperar, mais gostoso será. Conduzi Beatriz para que sentasse em uma cadeira e escancarei suas pernas. Deixei que Fernanda continuasse brincando com seus seios enquanto me afastava para observar a boceta rosada da loira. – Sua boceta é linda, Bia. Estou vendo que tem a medida certa do meu pau. Ela se contorceu e implorou. – Então venha, Zeus. Enfie seu pau em minha entrada. – Falou, abrindo sua fenda com as mãos, me dando a visão que eu mais amo no mundo. Dei-lhe um sorriso provocante, pois ainda não seria agora que iria lhe comer. Me aproximei dela e enfiei dois dedos em sua boceta. – É aqui que você quer que o meu pau entre, é? Rebolando em meus dedos, respondeu: – sim, por favor. – Ainda não, linda. Puxei os lábios de Fernanda para um beijo, enquanto metia os dedos sem dó na entrada de Beatriz. Deixei os lábios da ruiva e direcionei-a a continuar dando atenção aos seios da loira. – Eu vou te chupar, querida, e você vai gozar em minha boca. Depois eu vou comer gostoso a boceta e o cuzinho das duas. – Aaaaaahhhh. – Elas gemeram em antecipação.


Mordisquei o pequeno clitóris de Beatriz e circulei minha língua em volta dele. Isso sempre deixava as mulheres loucas e com ela não estava sendo diferente. Passei

minutos

e

minutos,

incansavelmente,

lambendo,

chupando,

mordiscando e passeando com a minha língua desde sua virilha até o seu pequeno cuzinho. Sempre adorei sexo oral e não me cansava de sentir uma boceta quente em minha boca. Eu sentia tanto prazer quanto elas. Dei um pouco de atenção à boceta de Fernanda também, que já estava pingando de tanto tesão. Elas gemiam e gritavam. Eu adorava saber que era eu quem estava provocando essa reação. Continuei me deliciando com aquela doce bocetinha e logo senti que o corpo de Beatriz se retesava. Ela gozou gostoso em minha boca, xingando alto e chamando o meu nome. Sabia que, embora estivesse em um camarim, não seria interrompido. O staff já estava acostumado e estava ciente que qualquer intromissão resultaria em demissão imediata. Os caras também deviam estar se divertindo, com exceção de Ben que estava sofrendo com o fim do namoro com uma garota chamada Brisa, que terminou antes de mesmo de começar. Eu precisava fazer alguma coisa para tirá-lo dessa fossa. – Eu preciso foder vocês, lindas. Eu quero as duas sentadas na poltrona agora de pernas abertas. Elas assim fizeram, bastante obedientes como eu gostava. Beatriz ousou: – Deixe-nos te retribuir um pouco do prazer que nos deu, querido. Como negaria um pedido desses? Me aproximei agarrando os cabelos das duas enquanto elas voltavam a disputar espaço no meu pau. Essas garotas eram umas das mais gulosas que já comi.


Elas me engoliam com fome, com vontade, levando o meu pau para o fundo de suas gargantas. Continuaram sua tortura até que eu não aguentava mais e precisava de liberação. – Meninas, abram a boca. Elas abriram olhando para mim e me toquei, pronto para gozar. Logo um jorro quente saiu da minha fenda em direção a boca de uma delas e continuei me liberando, enchendo as duas boquinhas com o meu leite. – Engulam. Elas obedeceram, abrindo a boca em seguida para me mostrar que haviam engolido tudo. Sorriram uma para a outra como duas meninas sapecas. – Boas garotas. Agora abram as pernas que eu vou comer a bocetinha de vocês. Coloquei um preservativo e penetrei primeiro na boceta de Fernanda. Ela era apertada, quente e meu pau invadia sua abertura tentando encontrar espaço em suas paredes apertadas. Ela estava muito molhada o que me permitiu ter melhor acesso e consegui penetrá-la até o fundo da vagina. Esperei um tempo para que se acostumasse e comecei a aumentar os movimentos, acelerando cada vez mais. Enquanto a comia, bombeava meus dedos na abertura de Beatriz e ela gemia, tomando os lábios de Fernanda em um beijo pra lá de sensual. Adoro transar com uma garota só, mas ménage sempre foi o meu estilo favorito de fazer sexo. Agora eu já penetrava a boceta de Fernanda sem pena, sentindo que o meu pau alcançava o colo do seu útero. Levei minutos me perdendo naquele buraco quente e delicioso, masturbando-a enquanto era penetrada. Senti que suas paredes se fechavam e sabia que estava perto. Acelerei um pouco mais e enfiei um dedo em seu apertado cuzinho, sabendo que não resistiria. Dito e certo. – Aaaaaaiiiiiiiii.


Ela se desmanchou em um gozo alucinante, latejando ao redor do meu pau. Esperei um pouco para que sua respiração se normalizasse e lhe dei um beijo rápido ao mesmo tempo que continuava a estimular a loira. – Está bem, docinho? Ela me deu um lindo sorriso de dentes perfeitos. – É sério que você está me perguntando isso? Eu estou melhor do que jamais estive em minha vida. Porra, Zeus, nunca tive um gozo tão potente. Voltei a lhe beijar e a convidei para compartilhar o corpo de Bia comigo. É claro que não se fez de rogada. Tomei conta dos lábios da loira, estimulando seu clitóris enquanto Fernanda se encarregava de dar atenção aos seios. Ela não era tão sensível quanto a ruiva e implorou para que fosse logo penetrada. Eu sabia ler cada mulher e esta gostava de ser fodida da forma mais selvagem possível. Eu estava pronto para lhe dar o que queria. Troquei o preservativo, penetrei-a sem dó e ela sorriu, demonstrando que era assim que gostava. Retirei meu pau devagar e novamente a bombeei com toda força. Permaneci lhe dando prazer desse jeito por um tempo, ouvindo um grito cada vez que meu pau alcançava o seu útero. Ela me deu um sorriso lascivo e abriu sua bunda, me dando livre acesso ao seu cuzinho. Retribuí seu sorriso e tirei o meu pau de sua boceta, direcionando ao seu pequeno ânus. Lubrifiquei a entrada de seu buraco apertado e penetrei pouco a pouco até que meu pau estivesse todo enfiado. Mais uma vez não tive pena. Comi seu delicioso cuzinho sem dó, dando estocadas cada vez mais fundas. Fernanda encostou-se na poltrona e pediu para ser fodida também. Permaneci reversando entre o pequeno buraco de uma e de outra e depois de bastante tempo fodendo como loucos, chegamos a um êxtase profundo e alucinante.


Me joguei na poltrona junto com elas, aguardando que os batimentos cardíacos do meu coração diminuíssem. Quando já estava estabilizado, me levantei, dando um beijo em cada uma e fui para o banheiro. Antes de entrar, me despedi delas. – Meninas, espero que tenham gostado, pois eu apreciei muito. Vocês são putinhas de primeira. Peguem suas roupas e podem ir. Um carro está lá fora as aguardando para levá-las onde quiserem. – Disse, já satisfeito, querendo que fossem e me deixassem sozinho. Já estava acostumado a lidar com as groupies e sabia que se tratasse bem demais depois da foda, elas iriam grudar. – Me deixe tomar um banho com você. – Pediu a ruiva. Puta que pariu! – Não. Você já teve o que queria e eu também tive, portanto ninguém pode sair daqui reclamando, não é? Acho que deixei tudo claro desde o começo. Uma lágrima desceu de seu rosto e ela limpou, tentando disfarçar. Porra, eu precisava conversar com os caras e explicar melhor o tipo de vadias que eu queria em meu camarim após o show. Não tenho paciência para esses dramas. A loira começou a rir da outra e olhei para ela confuso. – Você pensou que ele ia te pedir em casamento quando terminasse de te foder, bebê? Deixe de ser ingênua, garota. Isso aqui é só diversão. Amanhã ele vai estar enfiado em outra boceta e nem vai lembrar que você existe. Era desse tipo que eu gostava: garotas experientes que sabiam como a porra toda funcionava. A ruiva não respondeu e começou a catar suas roupas e vesti-las. Me aproximei dela, pegando em seu queixo. – Ei, não fique triste. Foi muito bom ficar com você, mas merece alguém melhor do que eu. Não estou procurando relacionamentos, apenas diversão. Você


está procurando mais, então tenha um pouco de paciência que encontrará a pessoa certa. Tenha certeza que não sou eu. Tomei sua boca e a beijei lentamente, tentando ser carinhoso com ela. Peguei sua mão e a levei até a porta, sendo seguido por Bia que já estava vestida. Me despedi de cada uma com um beijo e antes que me virasse de volta, Fernanda puxou meu pescoço para sussurrar em meu ouvido: ‘obrigada’. Eu sabia que ela não estava me agradecendo por tê-la fodido sem sentido. Ela estava agradecida pelo carinho com que tratei seus sentimentos. Eu senti o desejo de tratá-la diferente, mas não estava mais disposto a ter que lidar com essas merdas todos os dias. Fechei a porta atrás de mim e fui me banhar. Precisava voltar para o hotel e descansar, pois no outro dia teríamos mais um show do caralho com ingressos já esgotados. Tinha que juntar todas as energias para que Zeus Melino, o maior astro do rock pop atual, arrebentasse naquele palco como sempre. A música era a minha vida e sempre daria o melhor que eu tivesse pra dar.


Capítulo 2

Ela

Música do capítulo: Quem tá solteiro nunca fica só – por Sorriso Maroto

Férias. Eu daria um beijo na boca de quem a inventou. Amo o meu trabalho como administradora e figurinista no ateliê de moda Your Style, mas a vida de correria às vezes me cansa. Estava precisando de um descanso. Já faz cinco dias que estou no Rio de Janeiro com minha amiga Clara. Decidimos ficar em quartos separados no mesmo hotel, pois tínhamos planos malignos em nossa estadia. Quer dizer, nem tão malignos assim. Eu estava ficando com um cara antes de viajar, mas ele acabou dizendo a palavrinha mágica e ploft! Tive que fazê-lo evaporar. Relacionamento. Esta é a palavra que tenho mais pavor de ouvir há alguns anos. Isso não quer dizer que saio com um homem todos os dias. Geralmente fico um tempo com um cara, nos encontramos algumas vezes, saímos, nos divertimos, mas parece que tenho um imã. Todos querem partir para algo mais sério. Eu devo ser a única mulher no universo que não quer isso. Sim, pode dizer que sou fria, leviana e blá, blá, blá, mas eu diria que não é assim que me vejo. Eu simplesmente não atraio bons fluidos.


Todos que diziam me amar saíram da minha vida de alguma forma, restando apenas meu irmão e minha tia. Não é que eu não acredite no tal sentimento chamado amor. Eu só não o quero mais para mim. – Clarinha, olha só o que achei aqui na internet. Estão dizendo que é uma boate super badalada e que só frequentam os top. Vamos lá esta noite? – Eu não sei, Jel. Desde que chegamos não paramos no hotel. Acho que devemos descansar um pouco hoje. – Está falando sério? Você vai deixar sua solitária amiga sair sozinha na noite carioca correndo, sabe-se lá, algum tipo de perigo? Preciso de você para me proteger. Clara caiu na gargalhada. – Você tem o quê, cinco anos? Eu não quero bancar a chata, sei que viemos aqui para nos divertir, mas gostaria de frear um pouco apenas hoje. Cruzei meus dedos nos lábios. – Eu juro, por santa Rita Festeira, que se você sair comigo esta noite eu me comportarei como um anjinho amanhã. Vamos, Clara, só hoje. Ela ficou pensando por um tempo e depois abriu um largo sorriso. – Está bem, eu vou com você. Eu a agarrei, enchendo-a de beijos. – Você é a amiga mais linda... maravilhosa... e obediente de todas. Ela sorria alto com as minhas loucuras, se bem que era um pouco parecida comigo neste sentido. – Obediente, hein? Não, queridinha, não tenho uma veia submissa em meu corpo. Por falar em submissão, você já teve interesse em conhecer casas de fetiches, Jel?


– Nunca passou por minha cabeça, mas não descarto a possibilidade. Por quê? Está pensando em conhecer uma aqui no Rio? – Talvez. Sempre tive curiosidade e imagino que seja muito prazeroso, principalmente as trocas de casais. Tenho vontade de experimentar. – Cuidado, Clarinha, você está em um lugar desconhecido com pessoas desconhecidas. Não é melhor deixar para visitar uma casa dessas em Salvador? – É, acho que você tem razão. Vamos aproveitar para conhecer outros lugares lindos no Rio. – Hum... Você falando em trocas de casais e lembrei que até outro dia era arreada pelo ex de Brisa, como é o nome dele mesmo? Ah, Benito. Já esqueceu, foi? Ela respirou fundo, antes de responder. – De que adianta ficar alimentando sentimentos por um cara que não te vê com outros olhos? Eu sempre fui invisível para ele, então decidi que ia tentar me divertir e esquecê-lo. Eu e Brisa conhecemos Ben quando estávamos juntas, mas ele só conseguiu enxergá-la. Fazer o quê, a fila tem que andar, não é mesmo? – Mas já tem um tempo que eles terminaram, não? Ela já vai até casar. – Sim, tem um tempinho, mas não quero ficar falando mais nisso, Jel. Quero esquecer. Ele é produtor da banda No Return e não para em nenhuma cidade. Já deve estar com outras tantas garotas por aí. – Produtor da banda No Return? Porra, sou louca pelas músicas deles. O vocalista, Zeus Melino, é fodidamente gostoso. Daria tudo para ter aquele homem em minha cama. – Você e a torcida do Flamengo. O cara além de ser lindo, é talentoso. Todas as garotas solteiras gostariam de tirar uma lasquinha dele. – Se brincar, as casadas também. Sorrimos uma com a outra e continuamos a conversa descontraída por mais um tempo. A noite já estava chegando e logo tínhamos que nos arrumar.


Escolhi um vestido justo no estilo foda-me para Clara na cor vermelha, acompanhado de saltos altíssimos pretos. Minha amiga amou o look. Ela já era linda e ficaria ainda mais perfeita naquela roupa. Para mim, escolhi uma calça de couro preta acompanhada de um bustiê preto, coberto por uma blusa transparente na cor branca. Emendei com uma botina preta de saltos altos que alongava ainda mais minha silhueta. Fui para a minha suíte descansar um pouco e quando o relógio marcava vinte e duas horas, eu já estava pronta para sair. Bati na porta do quarto de Clara e ela abriu, tentando colocar um brinco com a outra mão. Ajudei-a a terminar a maquiagem e saímos. Embora estivéssemos com um carro alugado, pretendíamos beber, então decidimos pegar uma taxi para a casa de show chamada ‘Tonight’. Pediram nossas identidades na entrada, embora não houvesse dúvidas de que não éramos adolescentes. Provavelmente é um tipo de controle da casa. Entramos e fiquei chocada em ver um lugar tão bonito e moderno. Claro que já tinha ido a outras boates em Salvador, mas nenhuma era sequer parecida. Havia uma parede enorme toda traçada com luz neon em cores tipo dégradé. Encostado nela, havia um grande sofá ondulado com uma pequena e charmosa mesa em cada onda. O lilás e azul eram as cores que predominavam, dando um ar futurista ao local. Como trabalho com arte, não poderia deixar de observar esses detalhes. No meio da boate, havia um bar com formato circular, rodeado de vários bancos elevados. Os garçons pegavam as bebidas em uma espécie de freezer vertical com uma luz neon rosa choque circulando no meio. O palco era lindo com dois pequenos palcos atrás, onde mulheres faziam performances. Era tudo muito bonito. – Gostou do lugar, Clara? – Adorei, Jel. Bonito demais. Acho que vamos nos divertir muito.


Olhei para as pessoas ao redor e percebi como os frequentadores eram selecionados. Pessoas muito bem vestidas e mulheres de beleza exótica enchiam o ambiente. Quanto aos homens? Nossa, acho que morri e fui para o paraíso. Nunca vi tanto homem lindo em um só lugar. Negro, loiro, moreno, grisalho. Havia para todos os gostos. – Ah sim, Clara. E como iremos nos divertir. – Respondi à minha amiga. – Vamos tomar uma bebida? Hoje estou a fim de encher a cara. Estou achando que vou ter que agradecer pela sua insistência em me tirar do hotel. – Ela me convidou. – Hum... se é assim, então vamos fazer valer a pena. Pedimos uma dose de cuba libre para cada, que é uma mistura de rum com refrigerante à base de cola. Contamos de um até três e entornamos a bebida em apenas um gole. – A primeira dose foi para abrir os trabalhos. Vamos à segunda. Continuamos bebendo, porém agora mais lentamente. Não tínhamos pressa para ficar bêbadas, pois geralmente a diversão acabava para uma de nós quando chegávamos a esse estágio. Após o quarto drink, eu já me sentia mais leve e estava disposta a dançar até o dia amanhecer. – Vamos para a pista de dança. – Convidei. Clara respondeu puxando minha mão para caminhar entre casais e solteiros que já dançavam animadamente. A música ‘Nunca mais serei o mesmo’ da banda No Return começou a tocar e todos gritaram em reconhecimento. A canção já era conhecida por todos, que cantavam e dançavam com ainda mais empolgação. Eu também me identificava muito com essa música. Lembrava muito o meu passado.


“Você se foi, nem disse adeus Aqui estou sem saber o que aconteceu Até pensei que éramos um Hoje eu sei que nunca me pertenceu Nunca mais serei o mesmo...”

Fechei os olhos para dançar e não sei se a bebida já estava fazendo efeito em minha mente, mas a canção me conduziu a outro mundo. Enquanto cantava a letra, fui remetida a outro lugar do passado que jamais gostaria de voltar. Uma mão na minha cintura me tirou do transe. Continuei dançando de olhos fechados e quando a música terminou, virei para ver quem se atrevia a me tocar sem autorização. Era um homem lindo, cerca de trinta centímetros mais alto que eu, loiro de cabelos desgrenhados, vestido em uma calça jeans e uma blusa gola V cavada, coberta por uma jaqueta de couro preta. Pela blusa, dava para perceber que era o protótipo da gostosura em forma de homem. Magro, com músculos na medida certa e tatuado. Ele me deu um sorriso safado, pois sabia que o havia avaliado da cabeça aos pés. – Está sozinha esta noite, gata? – Ele perguntou ao pé do ouvido. – Talvez. Eu não estava mentindo. Estava acompanhada por Clara. – Posso saber seu nome? – Eu sou Jéssica. E você, quem é? – Perguntei som um sorriso mais que convidativo no rosto. Eu sabia que não podia deixar um homem daqueles escapar. Desde que cheguei ao Rio não havia ficado com ninguém, então já era hora de sentir um gosto carioca, não?


– Meu nome é Rodrigo. – Ele virou para trás e deu um sinal para outro cara, que se aproximou. – Este é André, meu amigo. André, esta é Jéssica. Seu amigo estendeu a mão para me cumprimentar e percebi que ele já estava pra lá de Marrakesh, como diria Caetano Veloso. Seu olhar saiu de cima de mim e foi direto para Clara, que já estava bem animadinha por conta da bebida e, prontamente, se posicionou ao meu lado, querendo conhecer os caras. – André e Rodrigo, esta é Clara, minha namorada. – Apresentei. Os rapazes arregalaram os olhos e percebi tristeza no olhar de Rodrigo. Clara me deu um beliscão no braço e é lógico que não deixaria que a brincadeira fosse muito longe. – Brincadeirinha, rapazes. Não gostamos da mesma fruta que vocês. Gostamos de homens com H maiúsculo. Conhecem algum? Rodrigo deu uma linda gargalhada que mostrava todos os seus dentes brancos e perfeitamente enfileirados. Que sorriso! – Ah, se conheço, Jéssica. Sabia que adoro mulheres com senso de humor? – Fico feliz por isso ou a nossa conversa teria que acabar aqui mesmo. Então, o que faz da vida? – Sou médico pediatra. E você? A essa altura, Clara também já conversava paralelamente com André. Ele falava algo e, vez ou outra, minha amiga caia na gargalhada. Ela também contava suas estórias e ele não poupava nos risos. Pareciam se combinar. Voltei minha atenção para o médico lindo à minha frente. – Sou administradora e figurinista em um ateliê de Salvador. – Hum... é baiana?


– Sim, estou apenas aproveitando as férias aqui no Rio. Logo estarei de volta ao meu lar. – Sei. Aceita uma bebida, linda? – Claro, por que não? Ele chamou seu amigo e fomos os quatro para o bar. Depois de muita conversa, risos, doses e mais doses de bebidas, decidimos voltar para a pista de dança. Rodrigo dançava animadamente comigo, lançando olhares de flerte, mas o tal do André estava quase comendo Clara ali mesmo na pista. Ela estava tão bêbada que não se dava conta. Me aproximei e a puxei para falar em seu ouvido. – Clara, esse rapaz está visivelmente bêbado. Não é melhor eu pedir que Rodrigo o leve daqui? Ela gargalhou, apontando um dedo torto para mim, e com voz oscilante, respondeu: – Nem pense em afastá-lo. Você não queria que eu esquecesse o traste do Benito? Então é isso que estou fazendo. Vou esquecer aquele merdinha. Sabia que a nossa festa acabaria quando uma das duas ficasse bêbada. – Clara, por favor, não saia daqui. Eu vou buscar um copo com água para você. Fique onde está. Puxei a mão de Rodrigo e o levei comigo até o bar. Enquanto o garçom pegava a água, ouvi murmúrios e algumas pessoas se afastando. Não entendia como um ambiente tão seletivo poderia ter alguma briga. Só esperava que Clara estivesse bem distante dos briguentos. Voltei com o copo na mão tentando me equilibrar entre as pessoas dançando. Cheguei ao local onde estava e não havia qualquer sinal de minha amiga. Droga, eu devia ter levado ela comigo.


– Onde será que ela se enfiou, Rodrigo? E seu amigo, onde está? Ele olhou para os lados como se estivesse procurando e devia ter reconhecido alguém, pois me puxou para acompanhá-lo. O seu amigo bêbado estava encostado em uma parede com a mão tapando um dos olhos e xingando. – André, o que aconteceu? – Rodrigo perguntou. – Aquela vadia... ai, porra, está doendo... um filho da puta me deu um murro e a tomou dos meus braços. Não sei para onde ela foi. Fui tomada pelo desespero. Clara sozinha e bêbada em uma cidade enorme como o Rio de Janeiro? Liguei para o seu celular, mas chamou, chamou e ninguém atendeu. Que porra eu faria agora? – Rodrigo, eu preciso ir. Tenho que saber se Clara foi para o hotel. Comecei a me movimentar para sair, mas ele me segurou. Virei para ver o que queria e vi a resposta em seu olhar. – Posso ir com você, Jéssica? Dei-lhe um curto sorriso. – Claro, vamos. Pegamos um táxi e logo chegamos ao hotel. Desci rapidamente, deixando que o meu acompanhante acertasse a corrida. Tinha pressa em saber o paradeiro de Clara. Cheguei à recepção e perguntei se ela havia chegado, informando o número de seu quarto. A recepcionista conferiu os registros e, para meu sossego, confirmou. – A Srta. Jensen chegou agora há pouco acompanhada de um homem, Srta. Rios. Posso te garantir que ela se encontra em sua suíte.


Soltei o ar que estava preso em meus pulmões e que eu sequer havia percebido que segurava. Rodrigo logo veio ao meu encontro e suas feições ficaram mais relaxadas quando disse que Clara estava em segurança. Quem será o cara que está com ela no quarto? Isso é algo que não vou descobrir hoje. Neste momento, o único interesse que tenho é de descobrir quantas tatuagens meu lindo médico tem no corpo. Registrei a entrada de Rodrigo no hotel e fomos para a minha suíte. O cara que estava contido até agora se transformou em um leão quando ficou a sós comigo dentro de quatro paredes. Tomei um susto quando me carregou em seu colo e foi em busca da cama, me jogando sobre ela. Sempre gostei de caras com pegada. Esse tinha. Subiu em mim e tomou meus lábios em um beijo sôfrego e necessitado. Levou minutos me beijando, enquanto sua mão já fazia o caminho para encontrar os meus seios. Facilitei, abrindo os botões da minha blusa e o feixe do bustiê, deixando meus peitos à mostra. Ele soltou meus lábios e parou para admirar, voltando a me beijar em seguida, ao mesmo tempo que seus dedos brincavam com eles. Eu já estava morrendo de tesão e a coisa que mais queria naquela hora era seu pau duro e grosso enfiado em minha boceta inchada. Ele deve ter percebido a minha necessidade, pois levantou-se, tirou as minhas botinas e puxou a minha calça, retirando-a de uma vez só. Fiquei apenas com uma calcinha de renda preta, enquanto ele estava completamente vestido. – Acho que você está com roupas demais, não? Pense num cara com pressa. Pensou pouco. Em questão de segundos suas roupas já haviam voado de seu corpo e diante de mim, estava a mais bela visão do paraíso. Ele era lindo da cabeça aos pés.


Comecei o escrutínio desde os seus pés e subi minha visão, terminando em seus olhos. Sorri para ele, transmitindo uma mensagem subliminar e ele sorriu de volta, entendendo a mensagem. Não houve muitas preliminares. Precisávamos daquilo com urgência e fiquei o observando enquanto vestia um preservativo em seu lindo pau. Oh, céus, aquilo é que era homem. Naquela noite, transamos duas vezes, sendo a segunda com tudo que tínhamos direito, sem pressa, lentamente. Tomamos banho juntos e nos jogamos na cama cansados e ofegantes. Sexo com Rodrigo é muito bom e, se ele quiser, podemos ficar juntos durante a minha estadia no Rio. Sei que terei boas lembranças desta cidade.

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– Que porra, Clara. Por que saiu da boate sem falar comigo? – Perguntei à minha amiga. – Calma, Jel, adivinha quem me raptou ontem. Vou dar uma dica: começa com Be e termina com nito. Estou tão feliz, minha amiga. – Jura? Você finalmente ficou com o produtor mais gostoso e badalado da atualidade? Como conseguiu encontrá-lo em uma cidade desse tamanho? Você não ligou para ele, não é? – Não. Claro que não, foi pura coincidência. Eu não lembro de muita coisa, mas me contou tudo depois. Ele disse que tinha um cara tentando me atacar. Aliás, onde você estava que não o viu chegar? – Você estava quase caindo de bêbada e eu fui buscar um copo com água. Fiquei tão preocupada quando não a vi. Ela me deu um abraço apertado.


– Oh, minha amiga, imagino o susto, mas o fato é que passei o dia inteirinho com o homem dos meus sonhos. Se eu morrer hoje, morro feliz. Dei três batidas em uma peça de madeira. – Vira essa boca pra lá. Você tem que ficar muito viva, pois só te perdoo quando cumprir uma missão: eu quero conhecer o vocalista deus grego da No Return. Providencie isso. Quero ficar frente a frente com o delicioso Zeus Melino. – Porra, você não acha que está sonhando demais? – Parece que estamos na safra dos sonhos realizados, querida. Então tente conseguir isso pra mim. Ben não é o produtor da banda? Então, para ele é fácil. – Eu não sei, Jel. Não quero dar uma de fã neurótica. Deixe rolar. De repente ele me convida para ir a um show e eu a levo comigo. – Tudo bem, mas deixe eu te contar... Falei sobre Rodrigo e tudo o que tinha acontecido entre nós durante a noite. Quer dizer, quase tudo. Disse que ele pediu para me ver outras vezes e que marcamos de ficar juntos novamente no outro dia. Minha amiga ficou super animada por mim e disse que gostaria de conhecêlo. Fiquei de lhe apresentar quando tivesse oportunidade. Dias e dias se passaram e meu contato com Clara estava se tornando cada vez mais raro. Ela saia muito com seu Ben 10, como o apelidei, e eu com Rodrigo. Mauricio, meu irmão, me ligou algumas vezes, dizendo que eu sou uma irmã desnaturada. Adorava ouvir sua voz e já estava com saudades. Eu apresentei Rodrigo novamente a Clara, pois ela não tinha muita lembrança do dia da boate. Passei pelo Rio com ele, que me apresentou lugares fantásticos da cidade. Salvador é muito bonita, mas a cidade maravilhosa não fica atrás. Sempre que meu médico gostoso estava de folga, nos encontrávamos e íamos à praia, cinema, Jardim Botânico e a baladas.


Enlouqueci quando Clara me disse que iriamos a um show da banda. E fiquei mais enlouquecida ainda quando chegamos à casa de shows e descobri que ficaríamos na área VIP. Eu parecia pinto no lixo. Pulei, gritei, dancei e cantei como uma fã neurótica. Adorei o show e prometi para mim mesma que assistiria novamente quando fossem a Salvador. Hoje é o meu último dia no Rio. As férias estavam terminando e eu já estava com saudades do ateliê. Sinto que tenho mais que um trabalho, aquele lugar é onde coloco minhas ideias em prática, onde desenvolvo minha criatividade. Sou apaixonada pelo que faço. Rodrigo me levou para um jantar e, de lá, iriamos nos despedir em um lugar mais íntimo. Gostei muito de conhecê-lo e de ficar com ele esses dias. Estávamos saboreando a deliciosa comida, quando resolvi lhe agradecer por compartilhar comigo grandes momentos. – Rodrigo, obrigada por ter dedicado tanto tempo a mim. Você me apresentou lugares lindos e deixarei a cidade já com saudades. Graças a você, essas férias serão inesquecíveis. Ele limpou a garganta e ficou me olhando com seriedade. Ai, ai, ai, já não estava gostando daquilo. – Jéssica, não precisa me agradecer e muito menos sentir saudades. É... eu tenho uma proposta para te fazer. Pensei na possibilidade de iniciarmos uma relação, sei lá, partir para algo mais sério. Quando desse, você viria para cá e quando eu pudesse, iria te encontrar. Ah, céus, palavrinha mágica não. Relacionamento. – Não dá, lindo. Moramos muito distante e uma relação desse tipo nunca dá certo. Percebi que ele estava disposto a me convencer.


– Nós podemos fazer dar certo. Estamos a distância de um voo, é tão rápido hoje em dia. Inspirei fundo. Não enrolaria mais o rapaz. Teria que ser direta. – Rodrigo, querido, é o seguinte: eu não entro em relacionamentos. Eu não namoro, não faço amor e muito menos me apaixono por ninguém. O problema não é com você, é comigo. Já tive decepções demais e não estou mais aberta para esse tipo de coisas. Ele me encarou, com olhos lacrimejantes. – Do que tem medo, Jéssica? Eu poderia prová-la que nem todos os caras são canalhas. Passei a mão em seu rosto e lhe dei um sorriso terno. – Não tenho dúvidas de que você é um cara diferente e quantas mulheres não gostariam de ter a sorte de encontrá-lo? Você não vai conseguir mudar a minha opinião, simplesmente porque eu não quero mudar. Não tente. Eu sou assim, querido, e serei sempre. Ele parecia que não acreditava nas palavras que saiam de minha boca. Esse momento era sempre difícil para mim, pois vinha acompanhado de todo o drama de um fim de relacionamento. Me levantei da mesa e lhe dei um beijo rápido. – Eu preciso ir, Rodrigo. Obrigada por tudo. Peguei a minha bolsa e saí. Respirei aliviada por estar de volta para a vida onde meu coração sempre estaria seguro.


Capítulo 3

Ele

Música do capítulo: Toda forma de amor – interpretada por Lulu Santos

Clara. Esse é o nome da garota com quem meu amigo Ben saiu nos últimos dias. Finalmente largou aquela fossa que estava passando por causa da última. Ela já estava até para se casar. A menina é linda e, a princípio, ele afirmou que era amiga. Quem, em sua sã consciência, seria amigo de uma mulher daquelas? Eu, com certeza, não. Depois admitiu que estava rolando um lance entre eles, mas parece que não durou muito tempo. Ben ainda não estava preparado para algo mais e parece que a garota ficou bastante chateada. Continuamos a turnê e percebi que ele estava inquieto. Enquanto eu e os caras fodíamos as groupies como coelhos, meu amigo voltou a ser o cara pacato de antes, que dispensava milhares de garotas que se jogavam aos seus pés. Acho que ele está com uma nova fossa, mas desta vez por causa da tal amiga com benefícios. Era por isso que eu não me abria para ninguém. Não conseguia me ver assim, sofrendo pelos cantos como se só existisse uma mulher no mundo. Estávamos em Minas Gerais e o show ia começar em poucos minutos. Era um festival e outras bandas reconhecidas nacionalmente iriam tocar depois de nós. Já havia três garotas certas para me esperar no camarim e iria compartilhá-las com Rick, o baterista da banda.


Dei autógrafos, posei para fotos e procurei por Ben para ver os últimos ajustes. Ele não me viu chegar e o flagrei com uma morena sentada no colo. Sorri comigo mesmo e me afastei, antes que me vissem. É, acho que meu amigo finalmente estava de volta como nos velhos tempos. Às vezes, compartilhávamos as mulheres ou fazíamos trocas de casais. Ultimamente, ele estava fora do páreo. Talvez a gente volte a fazer isso juntos. Como sempre, o show foi espetacular. O público de Minas era muito fervoroso e lotaram um estádio inteiro. Me senti amado e reconhecido dentre tantos artistas renomados. Não havia dúvidas. A No Return era a banda da vez. De Minas fomos para Salvador. Eu sou carioca, enquanto Ben é baiano. Nos conhecemos no mundo da música e nos tornamos amigos. A partir daí surgiu a ideia de montar a banda. Eu sentia como se a Bahia fosse a minha segunda casa, pois meu irmão Mateus mora em Salvador e, depois do Rio, era o estado que melhor conhecia. – Estou pensando em visitar uma casa noturna, o que acha de irmos, Zeus? – Meu amigo perguntou. – Hum... é bom vê-lo de volta à ativa, mas vou ter que declinar o convite. Faz um bom tempo que não vejo Mateus e preciso ir lá. Garanti que ficaria em sua casa quando o show fosse na Bahia. – Porra, o grande Zeus recusando uma noitada de sexo para ficar com o irmãozinho? – Não enche, Ben. Mateus e meu cunhado estão me esperando para jantar. – Ele ainda está com o tal de Felipe ou já tem outro cara? – Você sabe como o meu irmão não é nada parecido comigo. Ele é romântico, fiel e todas essas coisas mais. Pelo menos não seguiu o modelo dos nossos pais em questão de relacionamento. Eles se amam e, sim, estão juntos até hoje. Até pensam em adotar um bebê.


– Uau! Então, em breve, você se tornará tio Zeus. – Ele sorriu. – Sim. Espero que muito em breve. Uma noite após o show de Salvador, todos da banda foram para uma boate no bairro boêmio do Rio Vermelho. Adivinha com quem meu amigo estava? Desta vez, tenho certeza que Benito está encoleirado e estou torcendo muito por ele e Clara, pois percebo que se dão muito bem. – É, Ben, estou vendo que você reencontrou sua amiguinha. Nunca vi você cultivar amizades femininas por tanto tempo. – O provoquei. – Ela não é apenas minha amiga. É minha namorada e que fique avisado não só a você, mas aos caras também. Todos ouviram a declaração dele e não deixaram barato. Uns assoviaram, outros aplaudiram e eu fui saudar a garota que finalmente conseguiu acalmar o coração desse cara. Logo depois, voltei para o lado da morena que estava em meu camarim e eu havia levado para a balada. Já a conhecia de algum lugar, mas não lembrava de onde. A minha memória reacendeu quando ela provocou Ben na frente de Clara. – É uma pena que não esteja mais disponível no mercado. Teria muito prazer em ser fodida por você novamente. Dessa vez, quem sabe, ser compartilhada por você e Zeus. Porra, isso ia dar merda. Benito ficou verde de raiva e quando ia soltar os cachorros na garota, Clara interviu: – Oh, queridinha, deve ser uma pena mesmo, porque agora ele já não está mais disponível para você e mais nenhuma putinha da sua laia. Ele agora é meu e não pretendo mudar isso. Minha companheira dessa noite ainda queria mostrar suas garras e tentou revidar: – Olha aqui, sua... – A interrompi, sorrindo.


– Meninas, essa conversa está muito excitante, mas isso não é hora nem lugar para discussão. Se você insistir em aborrecer meu amigo, eu vou ter que colocar outra em seu lugar e te botar para fora da festa. – Falei incisivamente para a vadia. – Não, querido. Não será necessário. Eu prometo me comportar. Sorri para mim mesmo, pois já sabia que reagiria desse modo. As groupies sempre fazem o que mandamos ou sabem que estão fora do jogo. No decorrer do evento, Clara se mostrou uma grata surpresa, pois era muito divertida e engraçada. Conseguiu envolver a todos com suas histórias e toda a atenção dos caras estava voltada para ela. Confesso que senti uma pontinha de inveja do meu amigo naquela hora. Repentinamente, senti um pequeno desejo de me apaixonar, de admirar uma garota e tê-la só para mim. A morena se encostou, roçando seus seios siliconados e o desejo que sentia agora há pouco rapidamente passou. O tesão tomou o seu lugar. Levei a putinha até um canto escuro e levantei seu justo vestido. Ela me provocou por um bom tempo e eu não queria mais esperar. Vesti um preservativo em meu pau e o enfiei sem dó nem piedade em sua boceta molhada. A fodi de todas as formas possíveis, dentro dos limites daquele ambiente e ela logo gozou, me levando a acompanhá-la em um clímax forte e profundo. Naquela noite, dormimos em um hotel e não poupei o seu corpo. Sabia que no outro dia estaria dolorida, mas era assim que elas sempre gostavam. Voltamos para o Rio no início da semana e não havia shows marcados por alguns dias. Só no final de semana. Decidi que passaria o dia no apartamento que havia comprado recentemente. Com a grana entrando, vendi o que tinha e comprei outro muito melhor. Liguei a televisão e fiquei assistindo a um programa de comédias como não fazia há tempos. Preparei um sanduiche, enchi um copo com suco de uva e me dediquei a passar horas e horas apenas assistindo TV.


Depois de algum tempo, meu celular tocou e olhei a tela para identificar quem poderia ser. Era Ben. Porra, esperava que ele não quisesse falar de trabalho, pois embora ame o que faço, precisava de um espaço para mim. – Diga, Ben – Atendi. Ele atendeu com uma conversa estranha. – Cara, você sabe o quanto confio em você, não é? – Como não saberia? Somos amigos. – Claro. É justamente por isso que me sinto a vontade para te fazer um pedido. – Cara, você já está me deixando preocupado. O que há de tão importante? – Bem, não vou fazer rodeios. Eu levei Clara uma noite dessas em uma casa de swing e ela gostou muito, porém agora estamos namorando e não quero nos expor, você sabe como a mídia pode ser implacável. Então, gostaria de te convidar a compartilhá-la comigo. Fiquei em silêncio por um tempo, pois fui tomado pela surpresa. Eu não tenho experiência com relacionamentos, mas não sei se teria peito para dividir alguém que eu considerasse tão importante. Eu não estou o recriminando, pelo contrário, estou enaltecendo sua coragem. É preciso ser muito seguro de si para tomar uma decisão dessas. – Tem certeza do que está me pedindo, Ben? – Você é o único que confio para compartilhar a minha mulher, mas se não quiser, vou entender. Sorri. Clara é linda e é lógico que nenhum homem recusaria essa proposta. Além disso, eu entendo o meu amigo. Ele não pode expor sua namorada para qualquer um. – Certo. Vou fazer esse sacrifício por você. Ele gargalhou alto do outro lado da linha telefônica.


– Ah, filho da puta! Sacrifício, hein? Lembre-se que ela é só minha e só a tocará com minha autorização. – Não preciso ser lembrado dessas regras. Você sabe que eu sempre vou respeitar o que é seu. Nunca ultrapassei os limites. – Sei disso. Conversamos um pouco mais e marcamos de nos encontrar em seu apartamento ainda esta semana. Dias e dias se passaram, a noite marcada com Ben aconteceu e foi maravilhosa. Consegui entender melhor porque meu amigo resolveu se prender a apenas uma mulher: Clara era completa dentro e fora da cama. Como poucas que se pode ver por aí. Ela nos acompanhou em turnê e, de vez em quando, Ben a compartilhava comigo. Era tudo muito seguro, consensual e discreto. Eu a respeitava muito e os limites que Ben impunha. Encontrei nela a irmã que nunca tive e uma amiga que pretendia levar para a vida toda, independente de sua relação com meu amigo dar certo ou não. Era uma grande confidente e sabia escutar como ninguém, embora eu não tivesse lá tantos segredos para confidenciar. Chegamos à Brasília para fazer mais dois shows que estavam programados em nossa turnê. Essa cidade era especial, pois o público que curte rock é muito grande e a nossa chegada era muito esperada. Estava me preparando para iniciar o ensaio, quando Clara entrou no camarim. – Zeus, como está a expectativa para o show aqui? Está sabendo que todos os ingressos foram vendidos e que eles pleitearam até um espaço na agenda para mais um show? – Porra, mega ansioso. Vou dar tudo de mim hoje naquele palco e quero ver a No Return em todos os noticiários amanhã. Aguarde!


– Parabéns! – ela sorriu e me abraçou. – Mas tem uma galera que não está nada feliz, pois não conseguiu comprar ingresso. Benito está vendo o que pode fazer para encaixar vocês em um show futuro. – Por isso que temos tanto sucesso: temos o melhor produtor de todos. Ela virou para sair, porém parece que lembrou de algo e voltou: – Ah, deixa eu te falar. Uma amiga minha vem passar o fim de semana conosco e ela é simplesmente apaixonada pela banda. Ben a convidou, tem algum problema? – Claro que não. Então, ela é apaixonada só pela banda? Ela não teria preferência por um músico em particular? Clara gargalhou. – Safado e convencido! É claro que ela arrasta um bonde por você, Zeus. Já me pediu uma centena de vezes para te conhecer. Finalmente irei apresentá-lo. – Tudo bem. Se é sua amiga, é minha também, mas me diga uma coisa: é gostosa? Clara me deu um tapa no braço e se virou para sair. Antes de alcançar a porta, virou seu rosto para responder: – Sim, ela é muito bonita. Você vai gostar dela. Sacudi a cabeça com um sorriso nos lábios e voltei a dar uma olhada no repertório desta noite. Eu teria que ter muito cuidado com essas fãs alucinadas, especialmente se tratando da amiga de Clara. Ela podia achar que eu teria o mesmo interesse que Ben teve por sua amiga e confundir as coisas. Eu deixaria tudo claro para que não houvesse malentendidos. Zeus Melino não se envolve em relacionamentos. Apenas oferece o que pode e aceita o que lhe dão. Sexo. É o meu único interesse.


Capítulo 4

Ela

Música deste capítulo: Coleção interpretada por Ivete Sangalo

Ansiedade. Era a palavra que martelava em minha mente, pois hoje, finalmente, estaria conhecendo o astro de rock fodidamente lindo Zeus Melino. Era um sonho que estava prestes a ser realizado. Clara me ligou na semana passada, dizendo que seu namorado havia me convidado. Fiz todos os ajustes no ateliê para que neste fim de semana estivesse livre. Quero assistir aos shows, conhecer a cidade e, claro, colocar as conversas em dia com minha amiga. Maurício ficou louco quando soube que eu iria conhecer o pessoal da banda. Ele também curte muito o som deles. A única coisa que me deixou triste foi ter que ficar longe do meu lindo gatinho Plutão. Ele é um vira-lata preto que encontrei há um mês com a patinha quebrada e resolvi cuidar. Escolhi esse nome em homenagem a um conto que amo de Allan Poe. Levei ao veterinário, tratei da doença e hoje está lindo e vistoso. Se tornou meu mais novo companheiro. Cheguei ao aeroporto e avistei um cara segurando uma placa com o meu nome. Eu sinalizei e ele veio pegar minhas malas, me conduzindo para um táxi. Clara havia mandado alguém me buscar.


O hotel, onde estavam hospedados, era ultra luxuoso e, antes de entrar, parei para admirar a fachada. Tenho certeza que esse era o melhor da cidade e isso mostrava o quanto a banda estava em ascensão. Me identifiquei na recepção e fui conduzida ao quarto onde Clara estava. Dei duas batidas na porta e, rapidamente, minha amiga atendeu, me recebendo com um afetuoso abraço. – Jel, que bom que veio. Estava precisando de ares femininos à minha volta. Vivo rodeada de machos. Eu acho que não reclamaria se estivesse no lugar dela. – Você não pode se queixar. Está rodeada dos homens mais gostosos desse país e por falar neles, onde estão? Ela balançou a cabeça, dando a entender que eu não tinha jeito mesmo. – Hoje só os veremos à noite no show. Cumprimentei seu namorado, que me olhou de forma bem-humorada. – Estou sabendo do apelido que ganhei, Jéssica. Ben 10, hein? Caí na gargalhada, dando um tapa no braço de minha amiga por ter contado a ele. – Você tinha que abrir a boca, não é, Clara? Ela acompanhou meus risos: – Não me contive. Olhava para Ben e lembrava do seu apelido. Ele insistiu para saber do que eu achava tanta graça e acabei contando. Benito passou por mim com um sorriso nos lábios e sussurrou em meu ouvido: – Não espalhe o meu segredo para mais ninguém. Estou sem tempo para salvar o mundo. A banda está sugando muito de mim.


Me joguei em uma poltrona, com a barriga doendo de tanto gargalhar e Ben deu as costas, nos deixando a sós. Decidimos sair e ter um dia de garota. Fizemos umas comprinhas no shopping e Clara aproveitou para explorar os meus serviços. – Vou aproveitar que está aqui para escolher alguns looks pra mim. Como você é figurinista, sei que vai arrasar na escolha das peças. Ela me mostrou alguns dos quais mais gostou e percebi que não era só eu quem entendia do assunto. Ela também tinha muito bom gosto para roupas. Circulando pelas araras, escolhemos alguns looks para que ela pudesse experimentar. Resolvi me dar ao Luxo de escolher alguns para mim também naquele dia. Eu recebia parte da pensão vitalícia deixada pelo meu pai e sempre guardava no banco, usando quase nada do dinheiro, pois o que recebia no ateliê era mais que suficiente para as minhas despesas. Decidi gastar um pouco. Fiquei tão apaixonada pelas roupas daquele lugar que pensava em voltar a essa loja em outro momento, pois as peças eram muito selecionadas. – Que tal se a gente passar a tarde no spa Jéssica? O que você acha? – Adoraria. Era tudo que eu estava precisando ultimamente. Aproveitamos para colocar os assuntos em dia, enquanto éramos massageadas. Ela me contou sobre uma noite dos sonhos que teve no Rio com Ben, quando visitaram uma casa de swing. – A experiência foi fantástica, Jel. Já repetimos algumas vezes e é muito quente. – Porra, Clara, por que não me contou quando estávamos lá? – Quase nãos tivemos oportunidade de conversar. Você ficava o dia todo enfiado com aquele cara no quarto e eu com meu produtor gostoso, então esperei outra oportunidade para te contar.


– Acho que se um dia eu tiver uma boa companhia que se proponha a fazer isso, vou topar na hora. Também tenho muita curiosidade de conhecer como é ser disputada por dois homens. – Jéssica, você não sabe o que está perdendo. É realmente muito bom. – E Zeus? Me conta, ele sabe que eu estaria vindo para cá? – Comentei que uma amiga gostosa viria e ele ficou super animado. – Ai, meu Deus! Sério? Vou caprichar nesse spa. Ele tem que conhecer a minha versão linda e maravilhosa. Preciso estar perfeita para esta noite. Minha amiga sorriu. – Como se precisasse, você já é linda. Assenti, me levantando, pois a massagem havia acabado. Ainda faria um serviço completo no salão e essas coisas são demoradas. Tinha que começar o quanto antes. Enquanto caminhávamos, perguntei: – Como está aquele rolo com Shy? Ele parou de te perseguir? Suas feições entristeceram. – Parece que se conformou. Às vezes percebo olhares em minha direção, mas não passa disso. – E Ben? Esse namoro está sério, hein? Eu vi a declaração que ele fez na TV. – Porra, eu não sou sortuda? Eu o amo também e a relação não poderia estar melhor. Sim, embora eu não estivesse em busca de algo parecido, queria ver a minha amiga feliz. Ela realmente era muito sortuda por poder amar e ser amada. Eu não teria a mesma sorte, portanto nem ao menos arriscava.


Saímos do spa no início da noite prontas para arrasar. Benito não parava de ligar e, de hora em hora, ela tinha que dar um relatório do que estava fazendo. De vez em quando, tirava o telefone do ouvido e ficava fazendo caretas como se ele pudesse vê-la. Só me restava rir desses dois. O momento do show chegou e, mais uma vez, ficamos na área reservada aos mais próximos da banda. Além de nós, havia alguns integrantes do staff e algumas poucas garotas, provavelmente as refeições dos rapazes. Não sou boba e sei que esses caras fodem com fãs depois dos shows. Eles não seriam os primeiros nem os últimos a fazer isso. Eu mesma seria uma delas, se Zeus me desse bola. Só não me submeteria a ser uma rapidinha dentro de um camarim. Teria que ser em um outro lugar com cama e tudo o mais como pede o figurino. E só teria algo exclusivamente com ele. Embora os demais sejam lindos, Zeus é o único do grupo que chama a minha atenção. Pare de sonhar, Jéssica. – Disse para mim mesma. Esta noite, o show teve algo de especial. Não sei se por conta do público, que parecia alucinado pela banda, cantando música após música com toda empolgação, ou se a banda estava mais madura, devido ao sucesso e experiência que vinha adquirindo. Eles foram incríveis esta noite. Clara me levou para os bastidores e o meu coração parecia que ia sair pela boca. Zeus. Eu o conheceria a qualquer momento. Havia uma grande sala, onde alguns integrantes estavam dando entrevista e tirando fotos. Olhei para os lados e não avistei o meu deus grego.


Onde ele estaria? Clara me apresentou aos caras e todos ficaram entusiasmados para me conhecer melhor. Ela mentiu para eles, dizendo que eu não estava disponível e alguns fizeram biquinho, demonstrando decepção. Gostei muito deles. Deve ser legal conviver com rapazes tão divertidos. Ela me puxou pela mão e me levou para um lugar que identifiquei como um camarim. Deu três batidas na porta e já foi entrando, pois estava aberta. Entrei logo depois dela e a visão que tinha diante de mim era melhor do que havia imaginado. O homem estava sem camisa, mostrando suas tatuagens e músculos formados na medida certa e completamente proporcionais ao seu corpo. Havia uma mulher em seu colo e, quando me viu, tirou-a de lá e veio em minha direção. – Zeus, quero te apresentar Jéssica, minha amiga. Fiquei estatalada no lugar, perdendo o controle da minha mente e do meu corpo. Parecia uma criança assustada depois de ter aprontado. Eu sabia que aquele era o momento para dizer alguma coisa, mas não estava conseguindo. Perfeito. Era a única palavra que piscava em luz neon na minha mente. Clara me deu uma leve cotovelada e apontou para ele. – Jel, você não queria conhecê-lo? Tentei formar uma frase coerente, mas nem uma palavra sequer saiu da minha boca. – Porra, Clara, por que você não me disse que tinha uma amiga gostosa assim? Venha cá, docinho, eu só mordo de vez em quando. Ele me puxou pelo braço e me aproximou dele, dando um beijo no canto de minha boca. Suas palavras e seu gesto fizeram com que meu corpo reagisse e consegui tomar o controle da minha mente de novo.


Correspondi ao abraço com outro ainda mais apertado e dei alguns pulinhos como uma fã neurótica. – Sério que eu estou abraçando o fodidamente gostoso astro do rock Zeus Melino? Tem certeza que não morri e estou no céu? Percebi que Clara soltou a respiração que estava presa, pois havia se preocupado com a minha reação. Repentinamente, o meu deus grego fez o que eu tanto desejava, mas nunca esperava que fosse de uma hora para outra. Me soltou de seus braços e agarrou a minha mão, me conduzindo à saída do camarim. A garota que estava com ele resmungou, mas não recebeu qualquer atenção de volta. Clara ficou boquiaberta. Ben chegou e viu o que estava acontecendo. – Zeus, tem um monte de fãs querendo um pouco de atenção lá fora. Para onde você vai? – Seu produtor perguntou. Ainda caminhando para a saída, ele deu um sorriso e respondeu: – É exatamente o que estou fazendo. Preciso dar atenção a uma fã em especial. Clara e seu namorado ficaram lá parados, apenas observando, sem poder fazer mais nada. Naquele momento, eu era a criatura viva mais feliz da terra. Teria uma noite dos sonhos com o meu superstar para guardar na memória. Eu faria de tudo para que ele também recordasse dessa noite.

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Zeus me levou para o hotel onde estávamos todos hospedados. No caminho, ficamos nos pegamos e quase transamos no carro mesmo, mas acabei o freando.


Não que eu tivesse algo contra transar no carro, mas eu queria que nossa primeira vez fosse de tremer o universo e não daria para ser ali naquele minúsculo espaço. Passamos pela recepção direto e ninguém nos parou, pois logo o reconheceram. Fomos para o elevador e ele parecia ter pressa. Tive que correr um pouco para acompanhar seus passos. As portas se fecharam e, sem pensar duas vezes, Zeus me jogou contra a parede formada por espelhos. Tomou meus lábios em um beijo longo e ardente, enquanto suas mãos serpentavam em minhas pernas. Senti uma mão quente escorregando em minha virilha e dedos experientes já tentavam afastar minha lingerie para o lado. Meu corpo ardia, pedindo por mais e ele deve ter lido a minha reação, pois me deu o que eu queria. Enfiou primeiro um dedo em minha boceta molhada, reconhecendo o território nunca antes navegado e, quando estava familiarizado, enfiou outro dedo iniciando uma doce tortura em minha abertura inchada. Aprofundei ainda mais o beijo e resolvi dar uma função às minhas mãos que até o momento estavam sem vida. Passei-as espalmadas pelo seu peitoral e senti como era duro e másculo. Minhas mãos desceram ainda mais até alcançar o cós de sua calça. Provoquei-o parando ali e ele gemeu, querendo que eu prosseguisse. Decidi continuar a minha caminhada rumo ao paraíso quando alcancei algo duro e saliente. Agarrei seu pau ainda dentro da calça com as duas mãos e apertei com vontade, mas sem impor muita força. – Jéssica! Ele pronunciou meu nome como se estivesse entoando uma canção. Continuei lhe provocando, massageando a sua ereção e ele reagia intensificado o beijo e investindo em minha boceta encharcada.


O elevador abriu e, abruptamente, ele parou tudo o que estava fazendo, puxando minha mão para acompanhá-lo até a suíte. Quando entrei, fiquei assustada com o que vi. Eu nunca fui uma mulher vislumbrada com riqueza e essas coisas, mas me assustava ver tanto luxo em um só lugar. A cor que prevalecia era o dourado, dando um aspecto de realeza ao ambiente. Eu tinha certeza de que era a principal suíte do hotel. Claro, um deus grego tinha que ter o melhor, não? Zeus parou diante de mim e levou segundos apenas me olhando. Eu consegui ver confusão em seus olhos, mas seus traços logo suavizaram quando começou a caminhar. – Aceita alguma bebida, Jéssica? Só naquela hora me dei conta de que estava com sede. Sede em todos os sentidos. – Aceito um copo com água, por favor. – Claro. Colocou uma dose de uísque cowboy para ele e pegou uma garrafa mineral no frigobar, me oferecendo. Tomou sua bebida em um só gole e colocou um pouco mais no copo. – Onde você estava escondida esse tempo todo, linda? Falou, inspecionando o meu corpo de cima a baixo. Dei um gole em minha água e dois passos em sua direção, sentindo sua respiração muito próxima. – Mais perto do que você imaginava. – Falei, sussurrando em seu ouvido. Dei alguns passos para trás, comecei a andar pelo ambiente e continuei falando: – Eu estava no show do Rio de Janeiro. Sabe aquele que você conheceu Clara? Então, estávamos de férias lá. Eu só estou aqui porque praticamente


implorei à minha amiga e ela me garantiu que esse dia ia chegar e chegou, não é mesmo? Falei a última frase olhando em seus olhos. – Está aqui por minha causa, Jéssica? Tomou mais um gole de uísque e continuou me observando. – Também. Eu queria rever a minha amiga e já que eu podia juntar o útil ao agradável, vim no primeiro voo. A propósito, o show foi incrível. – Incrível... – ele repetiu. – Incrível era eu não saber da sua existência até hoje mais cedo. Clara me contou que viria, mas não deu detalhes. Tomei mais um gole da minha água e depositei a garrafa sobre uma banquinha. – O fato é que estou aqui, mas acho que não viemos para conversar, não é? Que tal continuarmos de onde paramos? – Convidei. Dessa vez, ele é quem foi pego de surpresa. Segurei a bainha do meu vestido e, de uma só vez, passei sobre a minha cabeça. Sacudi os cabelos loiro escuros para que se ajeitassem e fiquei parada em sua frente apenas de lingerie rosa e saltos vermelhos. Ele engoliu em seco como um adolescente que iria transar pela primeira vez e passou a caminhar em minha direção. Me beijou fervorosamente, movimentando suas mãos tal qual um polvo cheio de tentáculos. Apertei sua bunda e rocei sua ereção em meu ventre. Ele desceu seus lábios em rumo aos meus seios e começou a dar-lhes atenção chupando, lambendo e mordendo. – Que delícia! – Gemi. Permaneceu o que fazia por minutos e minutos, levando sua mão para um lugar que já havia explorado antes. Aproveitei sua ousadia e fiz o mesmo, mas dessa vez não queria nada que pudesse atrapalhar o contato com a pele.


Abri o botão de sua calça e o zíper, baixando a única peça de roupa que ele vestia. Não usava cueca, estava completamente nu. Segurei seu pau duro e grosso em minha mão que não conseguia fechar tamanha era a espessura. Comecei a friccionar, levando seu prepúcio para trás até sua base e para a frente, em um delicioso ritmo de vai e vem. Passei o polegar sobre sua pequena fenda e tirei dali uma gota de présemem. Levei o dedo até minha boca e lambi o doce fluido que havia retirado. Seus olhos pareciam fogo, me fitando como se eu fosse sua caça. Havia desejo neles. Havia luxúria. Segurei suas bolas enquanto continuava a fricção. Ele gemia, intensificando a brincadeira em meus seios e em minha entrada. Me afastei, deixando uma rajada de vento passar entre nós, e fui em busca da cama. Eu não suportaria esperar mais e precisava ser fodida. Caminhei rebolando em meus saltos e lingerie. Olhei para trás e vi que fitava a minha bunda. Lambeu os lábios e passou a me seguir, me alcançando e me jogando de frente na cama. – O que você quer? Diga! – Ele perguntou. – Quero que me foda. – Falei com voz espremida pelo tesão que estava sentindo. – Repita! – deu um tapa em minha bunda. – O que você quer, sua putinha? Rebolei, roçando a minha bunda em seu pau. – Eu quero você. Aqui. Dentro. De. Mim. – Respondi, pausadamente. Ele deu uma risada curta e se abaixou, puxando a minha calcinha no caminho. Abriu minhas pernas, tendo uma visão do meu cuzinho e boceta ao mesmo tempo. – Primeiro vou te chupar, depois dou o que precisa.


Encaixou sua boca no meio das minhas pernas e passou a me lamber com vontade, saboreando o meu doce, limpando todo o mel que já me encharcava. Senti que meu grelo estava um pouco maior e duro de tanto desejo, e percebi que já estava ficando sensível. Eu não demoraria a gozar. Depois de minutos de tortura, com o clímax já se aproximando, resolvi mudar a posição. Por que não sentirmos prazer juntos? O empurrei levemente e tomei sua mão para conduzi-lo. Acho que não estava acostumado a perder o comando no sexo, pois percebi confusão em seu rosto. Tomei os seus lábios, sentindo o meu sabor neles e lambi todos os fluidos que melavam o seu rosto. – Eu quero te chupar também, delícia, então achei que seria mais justo compartilharmos um do outro, não acha? Propus a posição de ‘meia nove’ em que ambos poderiam se deliciar no sexo oral. Seu rosto, que antes estava confuso, voltou a demonstrar desejo. Seus lindos olhos castanhos penetravam nos meus cor-de-mel, tentando me dominar. E conseguiram. Ele se deitou sobre a cama com seu pau eretamente estendido em um delicioso convite. – Coloque sua boceta em minha boca. – Ordenou. Sentei sobre sua barriga e ajustei meu corpo para trás, de modo que encaixasse meu clitóris na altura de seus lábios. Senti uma língua quente me invadir e, naquele momento, não conseguia me lembrar de algo que fosse mais gostoso no mundo. Enchi minha boca com o seu delicioso pau e o suguei, lambendo e alternando com suas bolas. Compartilhamos o maior dos prazeres um com o outro por bastante tempo, xingando e sussurrando palavras sujas.


Sua língua era mágica e, por mais que tentasse me segurar, o gozo já batia na porta. Rebolei sobre sua boca e quando ele alcançou a entrada do meu cuzinho, não resisti. – Zeeeeeeeeus! Fui tomada por um nirvana tão profundo, que não havia palavras no dicionário que o descrevesse. Meu coração palpitava aceleradamente e não encontrei forças sequer para continuar respirando. O maior clímax que já tive na vida. E foi com Zeus. Voltei a lhe dar prazer no sexo oral, mas ele me levantou apressadamente e foi em busca de um preservativo. – Não vou gozar em sua boca, linda. Não dessa vez. Quero gozar em sua bocetinha primeiro. Meu deus grego me comeu em quase todas as posições possíveis e imagináveis como se estivesse adorando o meu corpo. Eu me dei a ele em uma entrega completa, sem pudores, sem limitações, dando e recebendo tudo o que tínhamos a oferecer. Alcancei o clímax mais uma vez antes que ele me acompanhasse e se perdesse dentro de mim. O segundo foi tão intenso quanto o primeiro e, por uma fração de segundo, fiquei com medo de me viciar. Não pertencíamos um ao outro. E nunca pertenceríamos. Jogados de costas sobre a cama e com respiração ofegante, ficamos em silêncio por um bom tempo. Pela primeira vez, não sabia o que falar depois do sexo com um cara. Timidez e vergonha nunca foram marcas do meu caráter, então não conseguia entender porque as palavras haviam fugido da minha mente. Ele quebrou o gelo.


– Quantos dias pretende ficar com Clara, Jéssica? Ainda olhando para o teto, respondi: – O combinado foi de que ficaria durante o final de semana. Por quê? O silêncio voltou a dominar o ambiente. Tempos depois, ele falou. – Eu a quero em minha cama durante esses dias. Fiquei surpresa por sua resposta. A fama dele era de que logo enjoava das mulheres e que não ficava mais de uma vez com elas. Por que comigo seria diferente? – Olha, Zeus, não se sinta obrigado a me dar atenção apenas porque sou amiga de Clara. Eu entendo seu estilo de vida e não estou aqui hoje alimentando esperanças de que sejamos um casal. Muito pelo contrário, pode acreditar. Ele virou para me fitar com os olhos arregalados, como se estivesse nascendo chifres em minha cabeça. Fiquei confusa por sua reação. Sentou na cama e prosseguiu a conversa. – Entenda uma coisa, querida. Eu nunca me sinto obrigado a nada. Se eu te pedi para que passasse esses dias comigo era porque eu realmente queria que passasse esses dias comigo. Quanto a sermos um casal, eu quero deixar isso bem claro, eu não... O interrompi. – Não precisa continuar. Eu sou como você. Também não namoro, não entro em relacionamentos e nem me iludo com essa coisa de amor. Se é diversão que quer, então, sim, eu aceito passar esse final de semana com você. Para minha surpresa, seu rosto permaneceu sério. Eu esperava que se sentisse aliviado, porém não era o que demonstrava. Parecia chateado. – Você já teve um relacionamento ruim? Não é normal as mulheres pensarem assim. – Ele arguiu.


Virei meu rosto para o lado. Não gostaria que tentasse ler os meus olhos. – Não quero e não vim aqui para falar do meu passado. Não importam os motivos que me fizeram ser quem sou. O fato é que essa sou eu. – Você está certa, não vou insistir. O mais importante é que nesse fim de semana você é minha. Minha apenas por um fim de semana. – Sua apenas por um fim de semana. – Repeti. Sim, durante esses dias eu seria dele, porém depois tomaria o controle da minha vida novamente. Quem sabe não ganharia um amigo deus do rock no percurso? Eu só ofereceria o que eu era capaz, então agradeci intimamente por estar com alguém na mesma página que eu. Tínhamos o mesmo objetivo e amor não estava incluso no pacote.


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