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o design

clĂĄudio ferlauto

sob um ponto de vista crĂ­tico


Arquiteto pela Faculdade de Arquitetura da UFRGS, com pósgraduação em desenho industrial pela FAU/USP. Vive em São Paulo. É crítico da revista Abigraf onde escreve sobre design na coluna “Olhar Gráfico”. Professor na FAAP, na Anhembi Morumbi e na Belas Artes em cursos de pós graduação e de graduação. Junto com Cristina Burger dirige o escritório QU4TRO Arquitetos SP. Tem portfólios publicados no Brasil e no exterior - Idea/ Japão, Novum/Alemanha e trabalhos nas revistas Print e na Communication Arts dos Estados Unidos e em livros no Brasil, Japão e Singapura. Colaborador regular da revista Tupigrafia.

Design é projeto “Desenhar ou fazer design é imaginar e projetar. Não há, ou não deveria haver, distinções entre design gráfico, de produto ou design para meios digitais, porque o ato de projetar é coisa mental e não tecnológica. As ferramentas mudam com a tecnologia, mas o limite do universo, já dizia Einstein, é o limite da imaginação do homem. O problema dos designers continua sendo o de organizar as formas e as informações tendo como objetivo e medida do homem e o seu bem estar.”

Cláudio Ferlauto começou sua carreira entre pequenos escritórios de arquitetura com os grupos de faculdade, comunicação visual e curso pré-vestibular, onde davam aulas preparatórias paras as provas específicas de desenho, história da arte e cultura geral, juntamente com seus sócios do escritório. Em 1972, os três sócios mudaram-se para São Paulo com o mesmo escritório e lá também trabalhavam com áudio visual e slide. Produziam shows, desfiles de moda, espetáculos multimídia e o festival de cinema de Gramado.

Com o fim desse primeiro escritório, em 1975, 6 anos depois Cláudio se juntou a mais 3 arquitetos e abriram o QU4TRO, um ambiente de trabalho onde todo mundo fazia tudo e sabia o que estava acontecendo. Hoje a nova equipe do escritório trabalha com projeto de design gráfico, com design de produto (quando tem) com design editorial e ilustração. Fazem de tudo menos digital (não fazem sites).


Na minha vida profissional, a academia permite que eu consiga pensar, produzir além do que o mercado precisa. Então alguns projetos, grandes projetos que eu fiz foi por que eu tive idéias além do que o mercado estava pedindo, de organização, de sistematização, não só da criação. De criação o mercado esta super bem . Super bem! Têm excelentes designers. Agora, quem tem uma visão cultural muito mais ampla não são muitos, não são todos. Mas o escritório do Chico (Homem de Mello) é um, o da Flavia é outro, mas não tem gente que tem esta dedicação de inventar história, de inventar coisas, de produzir idéias novas e de desenvolver idéias novas, ou em curadoria, ou em exposição, ou em mesa de associação de profissionais. Eu acho que as associações são um mal necessário, assim, no sentido de que elas nunca são representativas. Elas são um grupo e isso não é só aqui, é em maior parte dos lugares do mundo, é assim, mas as associações aqui são muito hermeticamente fechadas, então isso é um problema de fluxo de informação. Se você pegar a associação Italiana, a DEIR, associação de designers da Itália, ela aceita todos os profissionais envolvidos com a profissão, não só designers, economistas, jornalistas, sociólogos, todo mundo que estiver envolvido pode ser sócio. Já na ADG você tem que provar, tem que pegar três depoimentos de designers, de outros profissionais de que você é um bom profissional, para ser aceito, o que é uma besteira retumbante porque é uma profissão que não é regulamentada. Quem regulamenta a profissão é o mercado, então é uma besteira, virou um clubinho onde entra quem interessa ou quem tem muito interesse. Eu acho que isso é um problema complicado. O maior problema do designer no Brasil é circular informação, quer dizer, debater, discutir, questionar as coisas que são feitas, discutir as coisas que são feitas, o que acontece raramente, raramente! Quando acontece a discussão, eles acham que é bate-boca, quando acontece o ‘oba!’ eles acham que é discussão. Então é uma coisa que não avança e hoje o designer esta pulverizado em cinco associações, o que é um absurdo, designers de embalagens, os designers de web, os designers gráficos, os designer de produtos e os designer de escritórios. E só!

O editor de livro é um pouco diferente do editor de design. Editar é você escolher coisas que existem, não existe autores de design, na verdade você tem que criar o autor, tem que convencer o profissional, que tem alguma produção escrita, a publicar.

Há poucos escritórios voltados à produção cultural de design, existem escritórios, grandes escritórios (...) que fazem essas coisas, mas é mais essa coisa de montagem de espaço (...) E no Brasil, acho isso muito pouco organizado, muita chacrinha, muita jogada pessoal.


Publicações O Livro da Gráfica é uma introdução aos temas centrais da gráfica, como as cores,a tipografia, as imagens e suas técnicas de reprodução. Contem um pouco de história, informação, curiosidades. O trabalho introduz o leitor ao universo do livro - falando de suas origens, de autores e personagens, de romance e de poesia, de palavras adultas e infantis ajudando-o a compreender o mundo da imprensa e da leitura. Terceira Edição. 96 páginas Ilustrado, capa dura ISBN 8588343-01-0

O Tipo da gráfica . Os textos aqui reunidos formam um painel sobre a produção, os acontecimentos e as idéias que permearam o design brasileiro, especialmente na área gráfica, nos últimos anos. O autor escreve fácil, fluente e situa os acontecimentos do design no seu contexto social, econômico, político, tecnológico. A segunda edição de O tipo da Gráfica inclui textos recentes do autor publicados em 2000 e 2001. 136 páginas Ilustrado, capa dura ISBN 85-88343-02-9 http://www.qu4tro.com.br/

Andrezza Pereira do Nascimento | Thiago Gaboardi Schmitz Design Gráfico | UFSC | 2009


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