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Jornal do empreendedor
Suplemento Especial
São Paulo, terça-feira, 6 de novembro de 2012
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ESPECIAL
Responsabilidade ambiental Empresas buscam ajustar crescimento econômico com ações de proteção ao meio ambiente
Sinal verde para profissionais da área A necessidade de adequação à legislação cada vez mais rigorosa tem obrigado as empresas a contratar especialistas de nível técnico e superior
MARLEINE COHEN
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ados referentes ao crescimento populacional urbano divulgados pela ONU dão conta de que pelo menos 70% da população mundial deverá viver em centros urbanos até 2050. No Brasil, a projeção é de que 93,6% da população, estimada em 254 milhões de pessoas, residirá em cidades. Segundo a Agência Nacional das Águas, 55% dos municípios brasileiros devem apresentar problemas de fornecimento de água até 2015. Para o professor José Roberto Paolillo Gomes, coordenador dos cursos de Engenharia Ambiental e Tecnologia em Gestão Ambiental da Universidade São Francisco, estes dados mostram como o mercado é promissor e está aquecido. "Isso significa que haverá necessidade de uma reorganização com relação à ocupação urbana, ao transporte, à destinação de resíduos e tecnologias, que poderão ser empregadas na construção civil ou no controle de pragas, para garantir uma produção de alimentos suficiente", constata. Profissão do presente Segundo Gomes, "falar em sustentabilidade, hoje, não é mais modismo. Tramita no Congresso um projeto de lei que determina que toda empresa com potencial poluidor tenha em seu quadro de funcionários um engenheiro ambiental. Por tudo isso, a Engenharia Ambiental não é só uma profissão para os próximos 20 anos; já é a de hoje".
Os números não negam: na Universidade São Francisco, "pelo menos 87% dos alunos que fizeram o curso estão atuando na área", calcula Gomes. No Centro Universitário Senac, onde o curso é oferecido em cinco anos, "muitas empresas que precisam se adequar à legislação ambiental brasileira, bastante avançada, vêm buscar profissionais na porta da faculdade", explica Rubens Koloski Chagas, coordenador do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária. Curso técnico ou superior?
lo MEC. Segundo Koloski, cabe ao tecnólogo avaliar a viabilidade financeira e responder pela gestão de um projeto ambiental. Na prática, ele se torna apto a mensurar riscos químicos e biológicos decorrentes de atividades organizacionais; adequar tecnologias de gestão, controle e tratamento de resíduos; implantar sistemas de gestão ambiental e coordenar equipes de qualidade ambiental nas empresas. Nem um, nem outro, porém, tem conhecimento ou autonomia para propor soluções ou técnicas diante de um problema ambiental. Esta tarefa está restrita ao engenheiro ambiental. A este profissional cabe zelar pelo desenvolvimento econô-
mico sustentável, respeitando os limites de exploração dos recursos naturais, desenvolvendo e aplicando tecnologias que protejam o ambiente dos danos causados pela ação antrópica. Suas funções consistem em preservar a qualidade da água, do ar e do solo. Ele tanto pode planejar, coordenar e administrar redes de distribuição de água, como supervisionar a coleta e o descarte do lixo, avaliar o impacto de grandes obras, propor soluções para prevenir a poluição de mananciais, rios e represas; elaborar projetos para a recuperação de áreas degradadas; e monitorar o ambiente marinho e costeiro, atuando na prevenção e no controle de erosões em praias. As contratações se dão tan-
to na iniciativa privada como em órgãos públicos e no Terceiro Setor. Segundo Koloski, a maior demanda do mercado, hoje, vem do setor industrial, seguido pelo de serviços. O mercado para consultoria também tem boa oferta de vagas. "Até mesmo as instituições bancárias e as seguradoras estão contratando engenheiros ambientais para que possam avaliar os riscos de desastres naturais antes de oferecer seus prêmios", afirma, explicando ser este "um nicho promissor em função das mudanças climáticas".
Rubens Koloski explica que Oportunidades existe uma diferença entre o De seu lado, o poder público técnico ambiental, o tecnólovem aumentando os investigo em gestão ambiental e o mentos em e n g e n h e i r o Marcelo Justo/Folhapress obras de saambiental. neamento, e Enquanto o as empresas primeiro curc on tr at ad as so, de nível b u s c a m f etécnico, corbrilmente perespo ndente lo profissioao Ensino Ménal da área. dio, habilita Indústrias de em dois anos base, como o futuro proas de papel e fissional a celulose, miidentificar neração ou problemas p e t r oq u í m iambientais – ca; usinas poluição do t e r m e l é t r iar, contamicas e grandes nação da o b r a s d e i nágua ou do f r ae s t r u tu r a solo, entre (rodovias, outros –, o seportos e fergundo, tamrovias) também em dois bém depenanos, é de nídem do engevel superior e A maior demanda do mercado, hoje, vem do setor industrial, seguido pelo de serviços n h e i r o a maprovado pe-
biental para controle da poluição, enquanto o especialista em tratamento de efluentes industriais conta igualmente com boas chances de colocação. Ainda no setor público, as vagas estão em órgãos do Meio Ambiente e em empresas estatais associadas ao tratamento de esgoto, conservação e recuperação de áreas degradadas, por exemplo. No setor privado, as oportunidades estão nas grandes indústrias com potencial poluidor e nas empresas de consultoria e auditoria ambiental. Segundo Gomes, da Universidade São Francisco, a demanda por este tipo de profissional é maior no Sul e no Sudeste, mas o Nordeste desponta como mercado promissor, em especial Natal e Fortaleza, por conta do seu parque eólico. Para seguir na profissão, diz ele, "é preciso gostar de desafios, ser empreendedor e sensível aos problemas das comunidades". Mas a paixão pela causa ecológica não basta. A carreira exige uso do raciocínio lógico e graduar-se supõe enfrentar uma carga pesada de matérias exatas. "Em termos acadêmicos, é preciso gostar de matemática, física, química e biologia", avisa. Também é importante gostar de trabalhar no computador, para desenvolver projetos e aplicar o conhecimento técnico e conceitual adquirido. O salário, porém, pode ser tentador: nunca menos de R$ 2.500 para quem acabou de se formar.
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Soluções tecnológicas para gestão ambiental FIMAI reúne mais de 400 expositores, que irão mostrar as últimas inovações em sustentabilidade Divulgação
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omeça hoje no Expo Center Norte a XIV Feira Internacional de Meio Ambiente Industrial e Sustentabilidade (FIMAI), encontro anual voltado para o setor de tecnologia ambiental, que termina no dia 8. Reunindo mais de 400 expositores nacionais e internacionais, o evento vem se consolidando como uma grande vitrine das inovações tecnológicas, práticas ambientais bemsucedidas, novas tendências, produtos e serviços socioambientais existentes em todo o mundo. Paralelamente, ocorrem o SIMAI (Seminário Internacional de Meio Ambiente Industrial e Sustentabilidade) e o Recicle Cempre (Compromisso Empresarial para a Reciclagem). Segundo Julio Tocalino Neto, diretor-executivo da FIMAI, o evento busca reunir o que de mais moderno existe em termos de equipamentos e serviços nas áreas de tratamento de efluentes industriais e de resíduos sólidos, recuperação de lençóis freáticos, descontaminação de áreas degradadas, ruído, odor, sistema de gestão ambiental na indústria e educação ambiental. Na opinião do executivo, as perspectivas de negócios são excelentes, graças ao impulso
que o setor ganhou em decorrência do avanço da legislação ambiental no Brasil, o que "torna o mercado nacional particularmente atrativo às empresas estrangeiras que trazem sistemas prontos". Recente estudo do International Business Report – IBR 2012, da Grant Thornton Internacional – comprova que o segmento de inovação ambiental prevê crescimento em torno de 62%, sendo que mais de 60% dos executivos consultados, em todo o mundo, pretendem investir em tecnologias limpas nos próximos 12 meses para aumentar suas receitas. Ainda segundo o levantamento da Grant Thornton, como a crise provocou o adiamento ou o cancelamento de vários projetos em empresas dos mercados maduros, seus líderes passaram a investir no crescimento do negócio a longo prazo: 52% dos entrevistados declararam que pretendem gastar mais em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) e outros 51% adiantaram que planejam investir em máquinas e equipamentos. No Brasil, em particular, explicou Tocalino, o que deu novo fôlego às empresas especializadas em tecnologia ambiental foi a aprovação da Lei
Tetra Pak: reciclar é o verbo
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ma das atrações da FIMAI (Feira Internacional de Meio Ambiente Industrial e Sustentabilidade) é a apresentação que a Tetra Pak fará ao vivo do processo de reciclagem de embalagens longa vida. No estande da empresa, montado com placas, telhas e pisos obtidos a partir do reaproveitamento das embalagens, o público poderá acompanhar como é feita a separação do papel das outras matérias-primas que as compõem – plástico e alumínio – e descobrir que tipo de produto pode resultar do material reciclado. Os visitantes também poderão acessar as plataformas digitais Rota da Reciclagem (www.rotadareciclagem.com.br) e o Portal Cultura Ambiental nas Escolas ( h tt p : // w w w. c u lt u r aa mb i e n t a l n a s e s c olas.com.br), mantidos pela Tetra Pak. Os visitantes terão, ainda, a oportunidade de conhecer a trajetória da empresa na direção da sustentabilidade, um percurso que hoje confere à embalagem Tetra Pak um grau de reciclagem de 100% e que se originou do compromisso assumido em 1996, de incorporar uma dimensão socioambiental ao negócio e dar uma destinação correta às embalagens descartadas pelos consumidores. Naquela época, a subsidiária brasileira da multinacional sueca passou a incentivar a coleta seletiva e a investir na reciclagem das suas próprias embalagens. Pouco mais de uma década depois, ela se tornou referência na área e passou a exportar o conhecimento acumulado a outras filiais.
No ano de 2005, sempre fiel à sua proposta ambiental, a Tetra Pak construiu em Piracicaba, no interior de São Paulo, a primeira fábrica de reciclagem de embalagens longa vida do mundo a utilizar um forno de plasma. A usina permitiu que fosse feita, a partir de então, a total separação do alumínio e do plástico que constituem a embalagem, viabilizando o aproveitamento do papel, que representa 75% da composição total. Desenvolvida em parceria com a Klabin, a Alcoa e a TSL Ambiental, a tecnologia também permite extrair o plástico (20%) e o alumínio (5%), com baixo consumo de energia, e já foi transferida para outras operações da companhia, como Argentina, Guatemala e África do Sul. Tampa ecológica Em 2007, a coleta seletiva ganhou mais impulso na companhia. Para garantir o escoamento sustentável das embalagens longa vida e dirigi-las para reciclagem, a Tetra Pak orquestrou uma série de ações voltadas, tanto para o fomento da cadeia de coleta seletiva e reciclagem, como para a educação ambiental. Uma das ferramentas usadas para atingir este objetivo foi o Portal Rota da Reciclagem, que hoje recebe cerca de 16 mil visitas por mês. Além de disponibilizar conhecimento online, a plataforma permite a localização e o contato de mais de 3.400 cooperativas, bem como Pontos de Entrega Voluntária de materiais recicláveis e comércios ligados à cadeia de reciclagem de embalagens pós-consumo em todo o País. (M.C.)
de Resíduos Sólidos (12.035/2010), que dispõe sobre as condições de armazenamento do lixo, com o objetivo de frear a contaminação do solo por despejos irregulares. "Aumentou enormemente o interesse, não só das empresas privadas, como das prefeituras de todo o País, em se adequar à lei", justificou o empresário, informando que participam da feira companhias de diversos países, que propõem soluções aprovadas no exterior, tanto para a disposição final dos dejetos, como para o seu transporte e armazenamento. Soluções estrangeiras
Julio Tocalino Neto: as empresas estrangeiras estão de olho no mercado brasileiro.
A Alemanha apresenta equipamentos para medição da concentração de substâncias orgânicas em sistemas de controle de água potável, água de superfície e águas residuais; a França traz o seu catálogo de centrífugas e filtros com soluções para a separação de fluidos complexos industriais; a Suécia leva ao seu estande sistemas completos de compostagem para várias capacidades. Itália, Espanha, Estados Unidos, Portugal, República Tcheca e Argentina são outros países presentes. Várias delegações interes-
sadas em selar negócios e fechar representações no setor de tecnologia ambiental também se fazem representar no evento, com destaque especial para a primeira participação da Coreia do Sul, mercado em expansão, que busca parcerias para atender à grande demanda por equipamentos e serviços na Ásia. Câmaras de Comércio, ONGs, ambientalistas, políticos com atuação voltada para as questões de meio ambiente e associações sem fins lucrativos que trabalham com a temática da sustentabilidade, participam igualmente da FIMAI, que, entre outras atrações, montou uma planta de reciclagem operada pela Tetra Pak e pela Cooperativa de Catadores de Lixo de São Paulo, para mostrar aos visitantes como se dá o processo de separação de resíduos. (M.C.) SERVIÇO Evento: XIV FIMAI - Feira Internacional de Meio Ambiente Industrial e Sustentabilidade Data: 6 a 8 de novembro de 2012 Horário: 14h às 21h Local: Expo Center Norte (Pavilhão Azul) Endereço: Rua José Pinto, 333 Vila Guilherme - SP Entrada franca
Especialistas discutem as melhores práticas Newton Santos/Hype
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m dos destaques da FIMAI é o VIII Seminário de Resíduos Recicle CEMPRE, que acontece paralelamente à feira. Promovido pelo Compromisso Empresarial para Reciclagem – entidade sem fins lucrativos dedicada à promoção da reciclagem dentro do conceito de gerenciamento integrado do lixo e constituída de cerca de 40 empresas, entre elas o Walmart, Suzano Papel e Celulose, Philips e Coca-Cola –, o evento foca, este ano, os desdobramentos da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), aprovada em 2010. A programação tem início com o painel "Política Nacional de Resíduos Sólidos: a lei na prática", que coloca lado a lado a secretária de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental, Samyra Crespo, representando a ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira; Victor Bicca, presidente do CEMPRE; o deputado federal Arnaldo Jardim, relator da PNRS, e Roberto Laureano, presidente do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis. No período da tarde, em outro painel, "Ações empresariais em conformidade com a PNRS e responsabilidade compartilhada", executivos de grandes empresas, como Ricardo Rolim, diretor de Relações Socioambientais da Ambev, e Fernando von Zuben, diretor de Meio Ambiente da Tetra Pak, terão a oportunidade de relatar ações corporativas de sustentabilidade. Amanhã, o seminário abre espaço para que os municípios discutam suas experiências no painel "Implantação da PNRS: ações e parcerias bemsucedidas entre prefeituras, empresas, cidadãos e catadores". Na oportunidade, Lucas Scaramussa, secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Prefeitura Municipal de Linhares (ES), expõe as características do Projeto Criar – Centro de Reciclagem, Inovação, Aprendizagem e Renovação, instituído na cidade capi-
Reciclagem em pauta: paralelamente à FIMAI, ocorre o VIII Seminário de Resíduos Recicle CEMPRE. xaba em 2009 mediante parceria entre o governo, empresas privadas e o Terceiro Setor. O projeto, que colocou em operação um sistema inovador de coleta, acoplado a uma esteira mecanizada que controla o tempo de passagem dos resíduos, alçou Linhares ao seleto grupo de 766 municípios brasileiros (14%) que realizam algum tipo de projeto de gestão de resíduos voltada à reciclagem, segundo dados do CEMPRE. Outra experiência a ser relatada é a da Cooperlagos (Cooperativa de Coleta Seletiva), de São José do Rio Preto. Helena Maria Carvalho, presidente da entidade, explicará como o Programa de Coleta Seletiva em domicílio, realizado em vários bairros da cidade paulista, permite recolher e fazer a triagem de produtos recicláveis. Em seguida, este material é prensado e comercializado para as indústrias locais. No último dia do encontro, o painel "Reciclagem de embalagens pós-consumo: tendências e oportunidades", dá a palavra a entidades como a Abiplast (Associação Brasileira de Plástico), a Abipet (Associação Brasileira da Indústria de
PET) e Abeaço (Associação Brasileira de Embalagem do Aço) para que abordem a dinâmica da triagem de resíduos em plástico, PET ou aço. Seminário internacional Também entre os dias 6 e 8 tem lugar o XIV SIMAI - Seminário Internacional de Meio Ambiente Industrial e Sustentabilidade, dirigido a empresários, fabricantes, engenheiros e técnicos ambientais, professores, estudantes e representantes de organismos públicos e privados. A programação tem início com o painel "Tendências mundiais para a sustentabilidade aliadas ao desenvolvimento da inovação ambiental,
economia verde, energias renováveis e práticas de gestão nos setores de resíduos, ar, solo e água". Destaque para o tema "Sustentabilidade corporativa no século XXI", a ser desenvolvido pelo professor Jesse Thé, da Universidade de Waterloo, Canadá. Thé é o principal autor do arcabouço técnico de normas ambientais regulamentadoras do Canadá. Outra apresentação bastante aguardada para o mesmo dia é a da Lipor - Serviço Intermunicipalizado de Gestão de Resíduos do Grande Porto, Portugal, durante a qual seu diretor, Alexandre Ventura, falará sobre a experiência portuguesa de implantar um sistema integrado de gestão de resíduos urbanos. (M.C.)
Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme R. Ferreira
Diagramação Lino Fernandes
Edição Carlos Ossamu
Gerente Executiva de Publicidade Sonia Oliveira
Reportagem Marleine Cohen
Telefone: 3180-3029 soliveira@acsp.com.br
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Água e energia: foco da Petrobras
Comperj: maquete mostra como será o maior projeto de reúso de água do mundo. A vazão total prevista para o empreendimento será de 1.500 litros por segundo, o que equivale a 47,3 bilhões de litros por ano.
Está em construção em Itaboraí (RJ) o maior projeto de reúso de água do mundo
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ão festejado quanto o início da operação no pré-sal é o desempenho da Petrobras no campo da eficiência energética, gerenciamento de emissões, reúso de água e biodiversidade. Acompanhado de investimentos em proteção ambiental e despesas operacionais da ordem de R$ 2,7 bilhões, o que representa um acréscimo de 12% em relação ao ano anterior, o marco atingido pela empresa vem lhe conferindo cada vez mais visibilidade no campo da sustentabilidade. Ano passado, por exemplo, ela entrou no ranking das cem empresas mais sustentáveis do mundo, segundo o Global 100, elaborado pela revista canadense Corporate Knights, especializada em responsabilidade social e desenvolvimento sustentável. Em 2010, recebeu autorização para participar, pelo quinto ano consecutivo, da composição do mais importante índice de sustentabilidade do
mundo, o Dow Jones de Sustentabilidade (DJSI). Reúso de água Num amplo espectro de ações em defesa do meio ambiente, destaca-se, nos últimos doze meses, uma maior atenção para com a água e a energia. Fruto da política de gestão dos recursos hídricos implantada ano passado pela empresa, a Petrobras cravou uma economia de 21,5 bilhões de litros de água sobre 2010. Baseada principalmente em projetos de reúso, a iniciativa representa um incremento de quase 20% em relação ao período anterior, quando foram reutilizados 17,6 bilhões de litros. Este volume bastaria para abastecer uma cidade de 500 mil habitantes durante um ano. Entre os projetos alinhados com este objetivo e implantados em 2012, cita-se o novo sistema de reúso de água do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes), no Rio de Janei-
ro. Ele evitará o descarte anual de 600 milhões de litros de água e permitirá recuperar a água de chuva, oferecendo autonomia de consumo de quatro dias, sem necessidade de recorrer ao abastecimento público. Estima-se que o projeto possa gerar uma economia anual da ordem de R$ 12 milhões. Ano passado, foi a vez de a Refinaria Henrique Lage (Revap), localizada em São José dos Campos (SP), receber uma nova estação de tratamento de despejos industriais com capacidade máxima de depuração de 300 mil litros de efluentes por hora. Pioneiro no uso da tecnologia de biorreatores a membranas (MBR) para tratamento biológico de efluentes oleosos de refinarias, o projeto vai permitir o reúso de água para fins industriais, gerando uma economia anual de 2,6 bilhões de litros. Outro destaque é o sistema de tratamento de água e efluentes implantado na Refinaria de Capuava (Recap), em
São Paulo. Graças a ele, a usina se tornou a primeira da América Latina com descarte zero de efluentes, uma vez que eles são reaproveitados para fins industriais por outras empresas do Polo Petroquímico do Grande ABC assim que são tratados. O sistema evita que se capte 1 bilhão de litros de água por ano e que sejam lançados 700 milhões de litros anuais de efluentes industriais no rio Tamanduateí, que corta o município onde a planta da refinaria está instalada. Maior do mundo Porém, o grande destaque da Petrobrás na área de responsabilidade ambiental é o sistema de reúso de águas que será implantado no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), maior empreendimento da história da Petrobras, que está sendo construído em Itaboraí (RJ). A companhia optou por uma solução inovadora, que aproveitará o efluente tratado da Compa-
Em defesa dos recursos hídricos
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nhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae) para uso como água industrial. Será o maior projeto de reúso de água do mundo. A vazão total prevista para o empreendimento será de 1.500 litros por segundo, o que equivale a 47,3 bilhões de litros por ano, suficiente para o consumo de uma cidade de 750 mil habitantes. Caberá à Cedae o investimento na implantação do projeto e à Petrobras o pagamento de tarifa. Optando pela utilização de água proveniente de esgoto tratado, a Petrobras deixa de captar água em fontes naturais. A água fornecida servirá para processos de resfriamento e geração de vapor. TI verde A redução do consumo de energia elétrica na área de Tecnologia da Informação e Telecomunicações foi outro desafio posto pela Petrobras. Para vencê-lo, a companhia
adotou novos critérios de eficiência para a compra de equipamentos, trocou máquinas antigas por outras mais modernas e instalou sensores, que variam a velocidade de refrigeração do ambiente, entre outras medidas. O resultado foi uma economia de R$ 15 milhões, em um ano, e redução de 2.667.466 KW/h ao mês. Desenvolvido por funcionários da própria área de TI e Telecom da Petrobras, o projeto foi implantado no novo Centro Integrado de Processamento de Dados da Petrobras, na Ilha do Fundão (RJ). Paralelamente, a compra de novos servidores e equipamentos de armazenamento de dados significou redução mensal de mais de 240 mil KW/h por mês. Outra medida foi incentivar o compartilhamento de servidores, o que propiciou economia de 678 mil KW/h por mês de energia, ou 85% a menos no consumo de energia elétrica necessária até então para este tipo de equipamento. (M.C.) INFORME PUBLICITÁRIO
Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental
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ma parceria envo é engajar a sociedatre a Ambev e a de, para que todos perWWF-Brasil cebam que podem vem investindo na contribuir para o uso conscientização e enracional dos recursos gajamento da sociedahídricos. Por meio de de no que diz respeito à uma parceria com a Sarecuperação, conserbesp, concessionária vação e gestão de nasde água do Estado de centes do cerrado nas São Paulo, o CODAU bacias do rio Corumbá (Centro de Desenvolvie Paranoá, no Distrito mento e Saneamento Federal. A iniciativa, de Uberaba) e o CEDAE resultante de uma (Companhia Estadual aproximação entre o de Águas e Esgotos), Movimento Cyan (criana baixada fluminendo pela Ambevl) e o se, o Banco Cyan pasprograma Nascentes sou a incentivar o do Brasil (da WWF), foi acompanhamento do desenhada para proconsumo de água resimover o desenvolvid e n c i a l d e 2 6 , 7 m imento econômico, solhões de pessoas de cial e ambiental das co365 municípios paulismunidades que vivem tas, 120 mil residênno entorno destas unicias da cidade de UbeAmbev e WWF: investindo na conscientização. dades. raba e cerca de 10 miO movimento, que lhões de casas em 65 está no seu segundo ano de vi- veste de grande importância, municípios fluminenses, de da, tem como meta mobilizar uma vez que o cerrado, onde maneira a recompensar aqueos ribeirinhos em defesa dos se localiza o Distrito Federal, é les que conseguem reduzir a recursos hídricos, em especial considerado berço das águas sua demanda por água. O moa água de nascentes e áreas de três das maiores bacias hi- rador pode monitorar a sua de cabeceiras, incentivando- drográficas do País. conta e, à medida que reduz o Mas se a adoção da bacia do consumo, acumula pontos, os a adotá-las e monitorá-las com apoio do governo e da ini- rio Corumbá investe essen- que podem ser trocados por cialmente em educação am- descontos em sites de comciativa privada. A associação entre a AmBev biental, existem outras inicia- pras online. e a WWF-Brasil inclui a capaci- tivas do Movimento Cyan onMetas de redução tação e treinamento de mora- de o estímulo à correta utilizadores da bacia, bem como a di- ção da água é financeiro. A A preocupação com a escasfusão de informações, de mo- criação do Banco Cyan, em do a habilitá-los a intervirem 2011, atendeu a este objetivo, sez de água levou igualmente a ao longo do rio e participarem ao estender à população urba- empresa a adotar iniciativas indo Comitê de Bacia Hidrográfi- na a preocupação com os re- ternas. Ano passado, por exemcursos hídricos. plo ela reduziu o seu consumo ca do Rio Paranoá. Funcionando com um pro- de água para produção de bebiAlém de um viveiro com mudas de espécies endêmicas grama de milhagem às aves- da em 6,4%, o equivalente a 3,2 para reflorestar as áreas de- sas, a ação do Banco Cyan pre- milhões de m³ de água, o megradadas, o movimento pa- mia o não consumo. A propos- lhor resultado histórico da Amtrocina encontros mensais de ta, que atualmente se concen- bev. Essa quantidade seria sufivoluntários que monitoram a t r a e m S ã o P a u l o , R i o d e ciente para abastecer uma ciqualidade da água de seis cór- Janeiro e Uberlândia, é um dade de 585 mil habitantes duregos do Distrito Federal e em desdobramento do "Movi- rante um mês. Para o ano de seguida participam de ofici- mento Cyan - Quem vê água, 2012, a meta é de chegar a 3,5 litros de água para cada litro de nas com lideranças locais. Se- enxerga seu valor". Segundo a Ambev, o objeti- bebida produzido. (M.C.) gundo a Ambev, a ação se re-
ABES-SP participa da XIV Fimai e fortalece discussões no saneamento ambiental Desafios à universalização da oferta de serviços e o ingresso de novos profissionais serão destaque Como um fórum que direciona e acompanha discussões sobre saneamento e meio ambiente, a Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABESSP), organização cujo principal objetivo é contribuir através do conhecimento dos seus associados para a melhoria da qualidade de vida da sociedade brasileira, estará presente na XIV Feira Internacional de Meio Ambiente Industrial e Sustentabilidade (Fimai), entre os dias 06, 07 e 08 de novembro, juntamente com a Associação dos Engenheiros da Cetesb (ASEC). AABES-SP participará do evento como expositora, com uma ampla gama de livros técnicos e conceituais, além de ser representada, no dia 08 de novembro, a partir das 08h00, com um painel especial no Seminário Internacional de Meio Ambiente Industrial e Sustentabilidade (Simai), evento paralelo à feira, com os temas: - O setor de saneamento: desafio para os jovens profissionais e panorama do saneamento no mundo e no Brasil. - AABES: seu papel e responsabilidades - Jovens Profissionais do Saneamento (JPS): programa e afiliação – benefícios e vantagens. Além disso, o painel “Tendências Mundiais para a Sustentabilidade” contará, também, com a palestra “Os desafios da universalização do saneamento no Brasil”, por Dante Ragazzi Pauli, presidente da ABES Nacional, no dia 06. Desafios Para Alceu Guérios Bittencourt, presidente da ABES-SP, a tradição de desenvolvimento técnico e tecnológico da entidade faz com que encontros como a FIMAI sejam inerentes à sua essência. “Apoiar e participar desses eventos faz parte de nossa tradição”, afirma. De acordo com ele, a renovação do mercado do setor de saneamento é uma necessidade. “Nas últimas décadas, o ingresso de profissionais do setor foi inferior à demanda. AABES-SP tem buscado conferir visibilidade e capacitação aos jovens profissionais para contribuir com o equacionamento deste problema”, destaca. Segundo Bittencourt, duas questões rondam o setor: a necessidade de incorporar novas tecnologias e a dificuldade em reproduzir o nível técnico já existente. Quanto ao grande desafio da universalização do saneamento, o presidente diz que São Paulo tem uma meta prevista e estruturada de implementação até o fim da década. “No estado, começamos a enxergar esse horizonte; para o país em geral, será necessário um pouco mais de tempo. A capacidade de investir na ampliação do sistemas ainda é um grande desafio, mas a capacidade de operar os sistemas com qualidade é um desafio ainda maior”, considera. A estimativa de público para esta edição da Fimai é de 35 mil pessoas. Um dos maiores indicadores do crescimento da feira é a área internacional, que este ano conta com empresas de países como Alemanha, Estados Unidos, Polônia, Canadá, França, Itália, Coréia do Sul, bem como República Tcheca, China, Japão, Espanha, Argentina, Reino Unido e Suíça.
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O bom mercado dos produtos ecológicos Na FIMAI, os visitantes poderão conhecer diversos produtos desenvolvidos com materiais reciclados Divulgação
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abides à base de fibra de coco ou casca de arroz, material de escritório fabricado a partir da reciclagem de embalagens longa vida, móveis de papelão premium. Estes são alguns dos produtos ecologicamente corretos que estão expostos na XIV FIMAI. Dirigidos a uma fatia da população adepta do consumo sustentável, são versáteis, curiosos, economicamente competitivos e a maior prova de que este é um mercado em plena ascensão, onde não há limites para a criatividade do empreendedor brasileiro. A Andú Brindes, que trabalha no ramo de produtos injetados em plástico desde a década de 1990, traz este ano à feira uma linha de brindes ecológicos – esferográficas, réguas, porta-clipes, blocos de notas, esquadros e estojos de caneta – produzidos a partir da reciclagem do plástico polietileno de baixa densidade usado nas embalagens longa vida e do poliéster das garrafas PET. Segundo Thomas Schneider, gerente industrial da empresa, a meta é expor os produtos, dando-lhes visibilidade, e conscientizar a população para a existência desta tecnologia no Brasil, uma vez que a concorrência, em especial por parte da China, que produz canetas de papelão a preços arrasadores, tem sido muito agressiva. "Embora tenhamos uma parceria com a Tetra Pak, que nos entrega a matéria-prima e em seguida compra, ela mesma, o produto manufaturado em ações promocionais, nós não temos o mesmo tempo de resposta dos chineses", lamenta. Fibras naturais Trabalhando com matériaprima tipicamente brasileira – fibras extraídas da cana-deaçúcar e do coco, mas também da casca de arroz, bambu e sisal e resíduos de plástico pós-indústria –, a ADX Fibras Sustentáveis apresenta ao público da FIMAI suas pastilhas e cabides ecológicos. Segundo Douglas Hernandez Villar, gerente de marketing da empresa, trata-se de uma inovação tecnológica, uma vez que o plástico foi substituído por fibras naturais, o que torna
Cartone: empresa mostra linha de cadeiras, bancos e mesas ecológicos, produzidos com um papelão de altíssima gramatura. o produto sustentável. Com uma produção média atual de 5 mil cabides por dia, a empresa, que surgiu há um ano com o propósito de desenvolver produtos ecológicos, encontrou, segundo Hernandez Villar, "grande aceitação por parte do público paulista e também de outros Estados, como Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e o Nordeste". De olho no mercado exterior, a Andú agora planeja participar de feiras internacionais e já iniciou negociações com empresas espanholas. Móveis ecológicos Fabricante de móveis em papelão, a Cartone - Design em Papelão, por sua vez, leva à feira sua linha de cadeiras, bancos e mesas ecológicos, produzidos com um papelão de altíssima gramatura. Desmontáveis, práticos, confortáveis e duráveis, os móveis de papelão "já são uma tendência consolidada na Europa e nos Estados Unidos, onde o mercado sustentável é enorme", relata Bruno Pellegatti, um dos sócios da Cartone e responsável pela criação e desenho das peças. Para agregar valor, diz o executivo, bancos e cadeiras têm design exclusivo, resistência, funcionalidade e são ergonômicos. Segundo Pellegatti, o papelão é um material de alta resistência: "Lembremos que uma caixa de papelão embala geladeiras, por exemplo". (M.C.)
Lixo eletrônico, o que fazer com ele?
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parelhos eletrônicos empregam metais pesados, como mercúrio, cádmio, fósforo ou chumbo. Ingeridos ou absorvidos, causam câncer, mutações genéticas, males ao fígado e ao sistema respiratório, entre outros. São chamado de e-lixo. Liberados em aterros, podem contaminar o lençol freático; queimados, poluem o ar. O que fazer com eles? Este é um problema que preocupa gestores e políticos que lidam com programas municipais de coleta seletiva e reciclagem de resíduos sólidos. Para mostrar como se dá a logística reversa e reciclagem de eletroeletrônicos, em especial de resíduos de informática, a Eletrolixo Logística Reversa montou um estande na Fimai. Com sede em Bauru (SP) e licenciada pela prefeitura municipal local e pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) para receber e processar resíduos eletrônicos, a Eletrolixo trabalha com a descaracterização e reciclagem de qualquer aparelho eletroe-
Ruben Sprich/Reuters
E-lixo: aparelhos eletrônicos empregam metais pesados. letrônico, com exceção dos da linha branca (fogão, geladeira, micro-ondas). Além de computadores e sucata de informática (monitores, teclados, mouse, CPU, estabilizadores, impressoras), a empresa incorporou, no ano passado, o serviço de coleta de lâmpadas fluorescentes. Ciclo saudável Cadastrada no Ibama, a empresa tem como proposta colocar em prática o ciclo saudável dos resíduos eletroeletrônicos, através da participação de todos os en-
volvidos na cadeia produtiva destes materiais: empresas, sociedade civil e gestores municipais. Para tanto, desenvolveu uma logística completa de gestão de resíduos tecnológicos, desde o transporte até a destinação final, passando pela reciclagem e educação ambiental, e concede à empresa ou instituição contratante o Certificado de Destinação Correta de Resíduos eletrônicos (CDC), que atesta o manejo ambiental correto do e-lixo. Segundo os dirigentes da Eletrolixo, o refugo eletrônico que é encaminhado à em-
presa passa por um processo de desmanufatura e é separado em grupos – placas, plásticos, fios e metais. Em seguida, passa por um processo de catalogação: materiais caracterizados como Classe I - Resíduos Perigosos, contendo substâncias ou componentes tóxicos, são encaminhados para descontaminação em cabine apropriada. Os demais são enviados para empresas certificadas, que os destinam em aterro apropriado. A correta destinação do elixo é fundamental não só em atendimento à Política Nacional de Resíduos Sólidos, recém-aprovada e em vigor, mas também para evitar que os resíduos acabem em lixões ou nas mãos de sucateiros e empresas não licenciadas, que praticam um descarte inadequado, contaminando a água, o solo e o ar. Por outro lado, vale lembrar que, pela PNRS (Lei n° 12.305/2010), cabe às empresas fabricantes promover o processo de logística reversa dos resíduos sólidos, destinando corretamente o lixo eletrônico. (M.C.)
Agora ficou mais fácil pedalar pela cidade
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mais robusta, mas não perde o estilo de uma city bike. Segundo Caio Ribeiro, gerente comercial da marca, é ideal para quem procura um produto com visual moderno. O modelo Brezze (S-200E), por sua vez, pode ser encontrado na cor branco pérola e mistura o charme das tradicionais bicicletas europeias e a alta tecnologia. Voltada para quem busca versatilidade, a Mini (S300E) é, segundo Ribeiro, o único modelo dobrável, que oferece a praticidade de poder ser acomodado em qualquer lugar. Pode ser encontrada na cor branca. Um dos grandes diferen-
ciais da marca, segundo o gerente comercial, são os quadros construídos em alumínio, que dão leveza e resistência ao produto. "Todos os modelos possuem o câmbio Shimano Nexus 3, onde a troca de marchas se dá dentro do cubo; e, uma vez regulado, ele dispensa manutenção", explica Ribeiro. As baterias são de lítio e o tempo de recarga é de cerca de 6 horas e a bicicleta tem autonomia entre 18 e 35 Km. Magrelas italianas Outro destaque em exposição na FIMAI são as bicicletas elétricas com bateria de lítio,
importadas e trazidas ao Brasil pela General Wings. Fundada em 2009, a empresa nacional tem como fornecedoras a Currie Technologies USA Inc. (presente no mercado norte-americano há mais de 14 anos), a Italwin e a Ducati, estas duas últimas, de origem italiana. Segundo Ricardo De Féo, proprietário da General Wings, a Ducati, marca sinônimo de design arrojado e tecnologia em motos, manteve o mesmo DNA na confecção de suas bicicletas e trouxe ao Brasil o conceito de pedelec (pedal elétrico ou pedalada assistida), seguindo o boom
do mercado europeu. "Acompanhando esta tendência, as bicicletas com conceito de pedal elétrico já são responsáveis por 1,5 milhão de unidades vendidas em toda a Europa e detêm 90% do mercado", explica ele. Diferentes das e-bikes – bicicletas acionadas com acelerador no guidão, produzidas em maior quantidade na China –, a empresa distribui dois modelos: a City Queen, uma versão feminina, e a City King, masculina. São equipadas com dois sistemas: uma, mais sofisticada, high end, fabricada com o chamado iTorq, sensor de torque no pedal que aciona o mo-
tor de assistência elétrica conforme a pressão da pedalada, e dotada de transmissão dentro do cubo traseiro do tipo Nexus da Shimano. E outra, mais simples, com sensor de velocidade, que aciona o motor de acordo com o movimento do pedal, e câmbio externo tradicional. O quadro é construído em liga leve e a suspensão é clássica. Outra marca que a General Wings distribui é a Italwin. O Prestige Smart, modelo comercializado nas cores branca e verde ou prata e azul, tem garantia de dois anos. Com autonomia de 40 km no pedal assistido, tem bateria de lítio e motor de 250W/36. (M.C.)
Divulgação
ntre os destaques da FIMAI deste ano estão as bicicletas elétricas, meio de locomoção que começa a chamar a atenção da população e dos gestores municipais, por conta da situação catastrófica a que chegou o transporte nas grandes cidades brasileiras. Aliando design europeu e tecnologia taiwanesa, a mineira Sense Bike comercializa três modelos de bike elétrica, cada qual com um estilo próprio, visando atender a públicos diferentes. A Wind (S-100E), disponível apenas na cor preta, assemelha-se a uma mountain bike, é
As bicicletas elétricas, movidas à bateria, estão conquistando o público e se tornando uma boa alternativa de locomoção urbana. O pequeno motor ajuda muito nas pedaladas.