Diário do Comércio

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Ano 86 - Nº 23.242

Conclusão: 23h50

www.dcomercio.com.br

Jornal do empreendedor

R$ 1,40

São Paulo, sábado, domingo e segunda-feira, 6, 7 e 8 de novembro de 2010

Começa a mobilização nacional contra a nova CPMF, um estelionato eleitoral.

Paulo Zilberman

O Leão arrecadou duas CPMFs a mais desde a queda da CPMF. Para quê mais uma, a 3ª? Dilma Rousseff nada falou a seus 55 milhões de eleitores sobre recriar a CPMF. Mas a saúde de Lula, abalada desde a perda dos R$ 40 bi/ano, requer transfusão extra dos contribuintes. Xô, CPMF! Págs. 18 e 19.

Bruno Domingos/Reuters

Ladrões de SP, mais rápidos do que a Fórmula 1. Carro de Button, assaltado perto de Interlagos. Logo depois, reprise com uma van da Sauber... Pág.10 Patrícia Cruz/LUZ

Daniel Augusto Jr./Fotoarena

Garra do Timão na briga pela taça. Está quase lá. Elias fez o 1º dos 2 a 0 contra São Paulo, mantendo o Corinthians colado no líder Flu. Brasileirão pega fogo, com o Cruzeiro também no páreo. Esporte

HOJE Sol com pancadas de chuva Máxima 31 C. Mínima 15º C.

AMANHÃ Sol com pancadas de chuva Máxima 33º C. Mínima 20º C.

ISSN 1679-2688

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9 771679 268008

Cercando a pirataria: 20 milhões de provas. Galpão em SP guarda CDs e DVDs apreendidos pela polícia. Página 9


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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sábado, domingo e segunda-feira, 6, 7 e 8 de novembro de 2010

A criação e a expansão de empresas estatais são questões de poder. Cada uma delas precisa procurar mais espaço. Delfim Netto

pinião

Patrícia Santos/AE

PAULO SAAB

SUSTENTABILIDADE E VORACIDADE FISCAL

D

Inchada, a Infraero é um dos casos de estatais ineficientes e quem sofre com isso são os usuários dos aeroportos

ESTADO E INFRAESTRUTURA

O

s problemas da aceler a ç ã o d o s i n v e s t imentos na infraestrutura de transportes (rodovias, ferrovias, portos e aquavias) e de energia (hidrelétrica, eólica, solar) ocuparão um espaço prioritário na agenda do próximo governo da República e das novas administrações estaduais a partir de janeiro. Certamente este foi um dos poucos temas sérios a aflorar durante a campanha eleitoral. Praticamente não há discordância sobre a necessidade de desobstruir os gargalos que oneram a circulação da produção em todo o território nacional e que respondem por uma boa parcela do chamado "Custo Brasil". Não houve divergências também sobre o fato de que caberá à iniciativa privada a tarefa de realizar as obras, dispensando-se a ideia de criação de organismos estatais para conduzi-las diretamente – o que não elimina o papel do Estado, que permanecerá como o indutor dos investimentos e coordenador dos programas de estímulo ao crescimento. Esta já foi uma questão ideológica, hoje superada pelo pragmatismo dos diversos governos que aprenderam com a História. Em certas circunstâncias, como foi o caso do Brasil nos anos 1930/80, a falta de musculatura do setor privado exigiu uma ação direta de empresas estatais nos setores críticos

DELFIM NETTO da economia (energia, transporte, portos etc.) inclusive com a criação de "poupança forçada" (depois devolvida), como as debêntures da Eletrobras, por exemplo.

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or maiores e bem fundadas que tenham sido algumas das críticas feitas às apressadas privatizações – de fato estimuladas pelas crises do balanço em conta corrente como consequência de uma política cambial desastrosa – é inegável o aumento da eficiência das empresas privatizadas e de sua subsequente con-

tribuição para a aceleração do desenvolvimento social e econômico do Brasil.

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criação e a expansão de empresas estatais são questões de poder. Cada uma delas precisa procurar mais espaço – tão naturalmente como qualquer manifestação da vida, não importa onde esta surja. Todas têm a necessidade (ínsita no seu DNA), de crescer e de multiplicar-se. Isso não tem nada a ver com a competência dos administradores públicos. Muitas de nossas velhas

A União tem hoje mais de 100 empresas estatais. É hora de estudar a necessidade de cada uma, tornando eficientes as que têm de continuar públicas e privatizar as demais.

estatais (a Telebras, por exemplo) ganharam prêmios internacionais. Posteriormente, elas forneceram mão de obra qualificada, competente e honesta para as empresas que as adquiriram. O problema com as empresas estatais é o mesmo com as do setor privado: ou crescem ou entram em estagnação. A diferença é que as estatais não morrem e não vão à falência. A União tem hoje mais de 100 empresas estatais. É hora de estudar a necessidade de cada uma delas, dando eficiência às que, em função do seu próprio objetivo, têm de continuar públicas, e dispor das demais, privatizando-as.

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ale a pena relembrar aqui o caso do setor aeroportuário, que hoje atazana os usuários e que se tornou uma das maiores dores de cabeça da administração pública. A Infraero foi criada em 1972 para funcionar com 600 funcionários. Atualmente, porém, acolhe cerca de 28.000 servidores. O que teríamos hoje em matéria de eficiência e conforto no transporte aéreo se, em lugar de criar a estatal, tivéssemos iniciado a privatização dos aeroportos nos anos 70 do século passado? ANTÔNIO DELFIM NETTO É PROFESSOR EMÉRITO DA FEA-USP, EX-MINISTRO DA FAZENDA, DA

AGRICULTURA E DO PLANEJAMENTO

VOLTA DA CPMF É "INACEITÁVEL" E PROVOCA INDIGNAÇÃO Compreensível a gula de Lula/Dilma em refazer o caixa arrombado por meio de uma nova CPMF. Eles pretendem repor, com o dinheiro suado do povo, toda aquela grana esbanjada em programas que não passaram de investimento político para a campanha da

candidata. É compreensível mas inaceitável. Essa fatura não vai ser descontada em nossos bolsos. É do Lula essa herança maldita, ele que pague. Mas será bom estocar uma boa quantidade de chás calmantes. Vamos precisar, para aguentar o que vem aí! Mara M. Assaf - S. Paulo

G Nos últimos meses a farra do governo com o dinheiro público para eleger a sucessora de Lula passou do limite. Agora, falam em nova CPMF. Está na hora do povo ir às ruas e fazer valer sua opinião. Não suportamos mais impostos. Se Dilma tivesse mostrado a CPMF em

sua proposta de governo, com certeza o povo teria dito "não" a ela nas urnas. Que tal enxugar as contas públicas, presidente Dilma, e mostrar que é excelente gestora , como foi divulgado na sua propaganda política? Beatriz Campos - S. Paulo

iante da realização do Terceiro Encontro de Responsabilidade Social no Ensino Superior, do Estado do Ceará, com o tema central "A transformação do conhecimento em atitude para um futuro sustentável", em que tive a oportunidade de fazer a palestra de abertura, me debrucei sobre o assunto e cheguei à conclusão que falar em sustentabilidade é ainda algo difuso para a maioria da população brasileira e até mesmo para as camadas mais dotadas de informação. Isso, a começar de um ponto essencial e que é a base da possibilidade de futuro sustentável, ou seja, o conhecimento. Há ainda uma longa caminhada para se chegar a um momento da vida nacional em que o nível de transformação de conhecimento se reflita em atitude para esse futuro sustentável. O tema, tratado em um ambiente de nível universitário, na presença de especialistas (não é o meu caso, sou apenas um curioso) é quase uma provocação para este contingente – porque são eles que detêm os instrumentos capazes de dizer como fazer e liderar essa caminhada para a difusão do conhecimento nas camadas diversas da sociedade brasileira.

s exemplos, palpáveis e recentes, mostram como ainda precisamos acelerar essa marcha para alcançar um estágio de sustentação para o nosso planeta e qualidade de vida para todos os seus habitantes, tanto racionais como irracionais. O Brasil acabou de eleger seu novo presidente da República – no caso, presidenta – e durante a campanha eleitoral, não fosse a senadora Marina Silva, o assunto não teria tido a repercussão que alcançou. Ela se identifica (muito mais pelo histórico pessoal do que pela vinculação partidária) com a causa da preservação ambiental – um dos meios da sustentabilidade – e por essa razão pudemos ver uma discussão de caráter nacional a respeito. Como no Brasil tudo é exponencial, cerca de 20% do eleitorado sensibilizouse com a causa ambiental – repita-se, a face mais visível da sustentabilidade – o que rendeu expressiva votação a Marina. Todavia, diante da grandeza do País e do volume de sua população,

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O jogo de cena entre os governadores, o presidente atual e a própria eleita, preparando o terreno para voltar com a famigerada CPMF, é um retrocesso

o número que eleitoralmente permitiu a realização de segundo turno na disputa presidencial é restrito, se aplicado à urgência com que o Brasil deveria e poderia estar encarando essa questão. Parte expressiva de nossa população não sabe o que é sustentabilidade. Para chegarmos ao estágio de poder transmitir conhecimento para torná-la efetiva, necessitamos ainda investir na educação de base – tanto na alfabetização como na evolução do conhecimento – para que cada brasileiro possa ser um agente dessa sustentabilidade, dando massa e escala na possibilidade de arraigar, mais do que o conceito, a prática dessa sustentabilidade em todas as suas faces . E por falar em sustentabilidade, a presidente eleita Dilma Roussef, em seu primeiro pronunciamento, agradou de modo geral e assumiu alguns compromissos – inclusive o de não elevar a carga tributária. Parece que não se sustentou dois dias. O jogo de cena entre governadores, o presidente atual e a própria eleita, preparando o terreno para voltar com a famigerada CPMF, é um retrocesso que tira a credibilidade, de cara, dos compromissos assumidos publicamente. sociedade brasileira não pode permitir que retorne esse verdadeiro achaque de sustentação – "sustentabilidade" dos vorazes gastos do poder público – e das polpudas verbas manipuláveis. O governo, em todos os níveis, precisa cortar despesas, isso sim, e não atacar de novo o bolso do desgastado consumidor, já que esse imposto alcança mais os pobres, por ser regressivo.

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PAULO SAAB É JORNALISTA E ESCRITOR

Fundado em 1º de julho de 1924 Presidente Alencar Burti Vice-Presidentes Alfredo Cotait Neto, Antonio Carlos Pela, Arab Chafic Zakka, Carlos Roberto Pinto Monteiro, Claudio Vaz, Edy Luiz Kogut, Gilberto Kassab, Guilherme Afif Domingos, João de Almeida Sampaio Filho, João de Favari, José Maria Chapina Alcazar, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Moacir Roberto Boscolo, Nelson F. Kheirallah, Roberto Macedo, Roberto Mateus Ordine, Rogério Pinto Coelho Amato, Sérgio Antonio Reze

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

sábado, domingo e segunda-feira, 6, 7 e 8 de novembro de 2010

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CAMPANHA CONVENCIONAL E CANDIDATO INSOSSO AJUDARAM PETISTAS A GANHAR ELEIÇÃO

pinião

Profissionais e amadores C

onclusões óbvias da eleição presidencial de domingo passado:

1) Somados aos sete por cento de votos brancos e nulos, os 22 por cento de abstenções, mais que significativos num País onde o voto é obrigatório, sugerem fortemente que quase a terça parte do eleitorado não leva a sério a democracia vigente, no que aliás dá prova de um realismo impecável.

OLAVO DE CARVALHO

2) Sugerem também que uma parcela enorme do eleitorado antipetista fez as contas e achou que não valia a pena perder a diversão do feriado só para votar em José Serra, candidato apetitoso como papinha de alface. Sem sal e light, é claro. 3) Dos votos concedidos a Serra, um terço, pelo menos, ele deveu ao movimento antiabortista – a única militância conservadora deste País, providencialmente desligada de qualquer partido, que a teria castrado ao primeiro sinal de vida. 4) Outro terço ele deveu, meio a meio, à força de personalidade de seu vice Índio da Costa e à ojeriza antipetista difusa, que votaria num bacalhau empalhado para não ter de votar em Dilma – e que só votou em Serra porque não encontrou um bacalhau empalhado na lista do TSE. 5) Um terço, se tanto, ele deveu à sapiência dos marqueteiros que o aconselharam a caprichar no bommocismo, a derramar-se em louvores à figura sacrossanta do presidente Lula, a explorar o inexistente capital politico dos seus tempos de militante estudantil e a nada oferecer como alternativa à ferocidade de Dilma Rousseff senão uma imagem ideologicamente neutra e inodora de "bom administrador", de mistura com afetações de esquerdismo asséptico que, como não poderia deixar de ser, irritaram a direita e não seduziram a esquerda. Idiotas presunçosos, amadores, incultos e

despreparados, muitos deles mais interessados em salvar o esquerdismo do que em derrotar o petismo, esses sujeitos arrasariam a mais promissora das candidaturas que a eles se confiasse. Como poderia sobreviver a seus conselhos o anêmico José Serra? 6) Descontadas as abstenções, os votos nulos e brancos e os votos dados a José Serra, Dilma Rousseff elegeu-se com o apoio de não mais de 41 por cento do eleitorado total. Os tucanos não deixaram de registrar esse fato, buscando nele um consolo que não posso deixar de considerar postiço no mais alto grau. Que votação relativamente minguada tenha bastado para eleger um presidente, ou presidenta, não prova a fraqueza eleitoral do PT, mas a força da sua estratégia. Desde o início, a tônica da campanha petista consistiu menos em

enaltecer as virtudes de Dilma – esforço inglório de multiplicar por zero – do que em inibir, pela virulência dos ataques e pelo cinismo estupefaciente das alegações, qualquer veleidade serrista de empreender uma campanha mais agressiva. Quando veio a simples e arquiprovada revelação do compromisso abortista de Dilma, a esquerda nacional em peso respondeu com esgares de in-

dignação moral fingida, imputando falsamente a prática de crime de calúnia e difamação a milhares de pessoas – a maioria sem compromissos partidários – que nada mais tinham feito senão dar provas cabais do que diziam. Que poderia o campo serrista fazer diante de tão descarado histrionismo? A única reação à altura teria sido despejar sobre os farsantes petistas uma tempestade de processos crimi-

Que esperança de vitória pode ter um partido que dá ao inimigo o direito de acusá-lo de crimes que não cometeu, e se inibe de usar a arma justa que lhe foi entregue pelo papa?

nais, mostrando que com fatos comprovados não se brinca, que ninguém tem o direito de tentar sufocar a verdade mediante caretas e micagens. Temendo ultrapassar as fronteiras do debate pacífico, a oposição preferiu permanecer no campo da troca de palavras, nivelando, aos olhos da multidão, os direitos da verdade e os da mentira. Mais ainda, abdicando do dever de punir o crime verdadeiro, encorajou o PT a perseguir crimes imaginários. Acobertando seus inimigos culpados, facilitou a perseguição de seus amigos inocentes. Tão fundo foi aí a obsessão de amortecer confrontos, que até mesmo o reforço vindo do papa Bento 16 à campanha nacional antiaborto pareceu a alguns próceres tucanos, como o governador Alber to Goldmann, uma provocação temerária. Que esperança de vitória pode ter

um partido que concede ao inimigo o direito de acusá-lo de crimes que ele não cometeu, e ao mesmo tempo se inibe de usar no combate a arma justa e devida que lhe foi entregue em mãos pelo próprio papa? Tudo isso se enquadra tão bem na tipificação da "espiral do silêncio", que me parece impossível fugir à conclusão de que, ao longo de toda a campanha, o PT manteve eficiente controle sobre a conduta de seus concorrentes, operação levada às suas últimas consequências no truque sujo do feriado improvisado, que dissuadiu de votar em Serra muita gente que já estava decidida a não votar em Dilma.

S

e a campanha serrista se ateve fielmente ao emprego dos instrumentos eleitorais mais convencionais e batidos, o lado petista combateu num front muito mais amplo e por meios muito mais inventivos, apelando mesmo a ardis de engenharia psicossocial que o outro lado não tinha nem competência nem disposição para enfrentar. Neste País, só os revolucionários e criminosos são profissionais. A oposição democrática, com toda a sua afetação de elegância, é de um amadorismo patético. OLAVO DE CARVALHO É ENSAÍSTA, JORNALISTA E PROFESSOR DE FILOSOFIA

O MISTERIOSO ALMOÇO CHINÊS Q

uem era o misterioso acompanhante no almoço em que ele foi visto recentemente por um jornalista? E por que estavam comendo em um restaurante chinês? O que planejávamos nós, os chamados membros da "elite liberal"? Aparentemente, essas são as perguntas candentes que os leitores de jornais precisam ver respondidas. Para esclarecer: encontrei há pouco tempo uma pequena matéria, que saiu no Il Giornale em julho, e que é um curso rápido sobre como criar suspeitas e apagar a linha entre mexerico e notícia. "O professor gosta da 'cuisine de fusion', escreve o repórter anônimo. E continua: "Umberto Eco, o ponto de referência do pensamento esquerdista, foi visto sábado passado com um acompanhante desconhecido em um restaurante de especialidades asiáticas na Via San Giovanni sul Muro, em Milão. Um local discreto, mas com certeza não exclusivo. O cardápio oferecia esses 'clássicos' ao autor de O Nome da Rosa: arroz cantonês, espaguete de soja ao curry e frango com vegetais e broto de bambu, além de receitas mais experimentais. Mexer com os pauzinhos deve ser uma paixão comum entre a elite liberal. De fato, o mesmo restaurante também acolheu recentemente outro cliente de grande importância: Guido Rossi, conhecido jurista, ex-senador, ex-presidente da Telecom Italia e comissário extraordinário durante o escândalo dos resultados arranjados de partidas de futebol em 2006. A China está chegando. Tudo o que temos de fazer é pôr mais

um lugar à mesa". Nada há de extraordinário na reportagem. Além do mais, muitos jornalistas no mundo todo ganham a vida narrando histórias desimportantes. E como duvido que esse redator passe todos os dias escondido em um restaurante chinês – não exclusivo – vigiando à espera de uma reportagem, só posso supor que o aspirante ao Prêmio Pulitzer vá ali como cliente. Afinal, é um local bemiluminado, limpo e ao alcance dos recursos financeiros daqueles que estão nos níveis mais baixos da hierarquia jornalística. Cansado de comer rolinhos primavera pela enésima vez, o jornalista anônimo deve ter quase caído da cadeira imaginando um furo extraordinário que mudaria o rumo de sua carreira. ara mim, entretanto, não há nada mais normal do que comer em um restaurante chinês, e nada há de excepcional em Guido Rossi fazer o mesmo. Não sabia que frequentávamos o mesmo restaurante chinês, mas não se trata de uma grande surpresa – pois o local está a uns cem metros de nossas respectivas casas e suponho que não interessa a Rossi pagar várias centenas de euros por uma orquídea com ouriços-do-mar em algum restaurante italiano mais elegante de nosso bairro. Sendo assim, por que alguém se importaria em publicar uma nota com tão pouco interesse? Permitam-me adivinhar. Em primeiro lugar, trata-se de uma prática comum – mas desonesta – criar suspeitas, mesmo que sejam vagas, sobre quem não compartilha com suas ideias.

P

Não faz muito tempo, uma das redes italianas de TV do primeiro-ministro Silvio Berlusconi seguiu um juiz, Raimondo Mesiano, que tinha dado uma decisão contra ele em um caso de suborno. A rede filmou secretamente o juiz enquanto ele passeava, fumava alguns cigarros, ia ao barbeiro e finalmente se sentava em um banco de um parque, revelando aos espectadores que usava meias compridas azuis-turquesas. Um comentário acompanhava as imagens, descrevendo essas ações como "estranhas" e "excêntricas" e uma prova de que o juiz não estaria no uso da razão. rede de TV difamou tecnicamente o juiz? De forma alguma. Mas por que alguém se daria ao trabalho de relatar as atividades e as roupas dele, como se estivessem nos enviando uma mensagem secreta? Essa é uma técnica jornalística – não de Prêmio Pulitzer, mas que pode ter um impacto diferente. Lá no Il Giornale, os editores interessados em saber onde eu almoçava provavelmente estavam pensando em como influenciar os eleitores de uma certa idade – os que só podem comer um pouco de espaguete sem molho, acompanhado por vegetais cozidos – e que ficariam horrorizados com a notícia de que um de seus compatriotas havia optado por comer como os chineses, com o infame gosto deles por macacos e cachorros. Ou talvez tivessem em mente aqueles que vivem em alguma aldeia remota, onde nunca se viu um restaurante

UMBERTO ECO

A

chinês; ou os que desconfiam de qualquer coisa que tenha algo a ver com o que consideram um grupo étnico invasivo; ou aqueles que acham que o uso de pauzinhos é uma paixão comum entre a "elite liberal", enquanto as pessoas decentes utilizam garfo e faca; ou até aqueles que pensam que Mao Tsé-tung ainda governa a China e que comer comida chinesa significa proclamar, (como o título de um filme de 1967) que "a China está perto". A verdade é que a China está

se aproximando, como sugere o artigo do Il Giornale, mas por motivos que têm a ver mais com a direita de Berlusconi do que com a "elite liberal" esquerdista. sobre o fato de eu ter almoçado com um "acompanhante desconhecido"? Eu deveria ter levantado uma placa com o nome dele caso alguma mente inquisidora desejasse anotar? Por que se reuniu comigo e teve um encontro parecido com Guido Rossi um mês

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antes? E por que num restaurante chinês, como se estivéssemos num romance policial de Dashiell Hammet, e não num autêntico restaurante italiano? Esses são o tipo de práticas misteriosas da "elite oculta". Que bom que a imprensa mantém seus olhos em nós. UMBERTO ECO É AUTOR DO ROMANCE "A MISTERIOSA CHAMA DA RAINHA LOANA", ALÉM DE "BAUDOLINO", "O NOME DA ROSA" E "O PÊNDULO DE FOUCAULT". TRADUÇÃO: RODRIGO GARCIA


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.GERAL

Giba Um

3 Ainda deputado e esperando 3 a Justica (Ficha Limpa), Paulo Maluf comprava um hidratante numa farmácia, em São Paulo, há dias.

gibaum@gibaum.com.br

sábado, domingo e segunda-feira, 6, 7 e 8 de novembro de 2010

MAIS: estava acompanhado de nada menos do que três seguranças. E pagou em dinheiro vivo, como é de seu hábito: R$ 49,40.

8 de Novembro

asceu em Soissons, na França (1066). Ordenado sacerdote aos 25 anos no Convento de São Quintino, logo se destacou por sua sabedoria, fidelidade às regras monásticas e caridade com pobres e os monges o designaram abade em Nogent. Morreu como Bispo de Amiens, em 1115. do São Godofre

k Se ela tirar um de vocês não venham me encher o saco, porque não De olho no BB LULA // prevenindo os amigos que participam do governo, embora esteja batalhando pela permanência de muitos.

Fotos: Paula Lima

É o SapaBonde Sete jovens lésbicas de Brasília estão em alta, depois do sucesso no YouTube de um vídeo onde aparecem num churrasco, batucando em tampa de lata de lixo, disputando cerveja na caixa de isopor e cantando funk dedicados às minas bonitas: as MCs do SapaBonde (é uma inversão de bonde das sapatas) gostam do som baixo, pesado e proibidão. Um de seus hits chama-se Não se esconde: “Os decotes são bem-vindos/ eu não minto pra você/ então, tira logo a blusa/ preu melhor te conhecer”. Elas ainda não têm empresário, nem agenda de shows. Detalhe: elas são vidradas em Ana Paula Arósio, Ana Paula Padrão e Kristen (Crepúsculo) Stewart. 333

COMIGO, NÃO 333 Enquanto Lula avisa que irá

se dedicar, pessoalmente, no ano que vem, à reforma política, a presidente eleita Dilma Rousseff não quer colocar o peso do governo para aprová-la no Congresso. Mudar a legislação eleitoral e partidária deverá ser, no seu entender, tarefa dos partidos governistas, que terão maioria na Câmara e no Senado. Os governistas, a propósito, já estão conversando sobre a abertura de uma janela para a troca de partidos, que poderá significar a canibalização da oposição.

MISTURA FINA LULA desistiu de comandar, pessoalmente, a organização de um bloco partidário de esquerda na Câmara Federal, do qual ele seria mentor e transferiu a tarefa para líderes do PT. Eles estão estimulando PSB (34 deputados), PDT (28) e PCdoB (15) a se organizarem: juntos, seriam 77 deputados, dois a menos que o PMDB.

333

O CANDIDATO derrotado ao governo paulista, Celso Russomano, que tem imunidade parlamentar até o final do ano, deverá responder na justiça comum novo processo aberto pelo engenheiro Paulo Vieira de Sousa, ex-Dersa, defendido pelo advogado José Luis Oliveira Lima, o Juca . Russomano afirmou às revistas que, no episódio Gucci, Paulo carregava dinheiro na meia. Ele usará como testemunhas até o pessoal da delegacia: usava, naquele dia, sapatos sem meias. 333

Quem diria: o ator Paulo Vilhena, namorado de Thayla Ayala, transformou-se num rockstar travesti, com direito a muita purpurina e lantejoulas, para protagonizar o musical Hedwig e o centímetro enfurecido, em cartaz no Rio e acabou indo parar na capa e no recheio da revista gay Junior. Acima de qualquer suspeita (afinal, foi namorado de Sandy e outras famosas), Vilhena estava no elenco de A Vida Alheia e estará em Insensato Coração, futura novela de Gilberto Braga.

Purpurina e lantejoulas

333

Entalada 333 Está entalada na garganta de Lula a classificação (16ª colocada e sem tomar posse) de Dilma Rousseff no novo ranking das pessoas mais influentes do mundo da revista Forbes. E entalou duplamente: afinal, o chefe do Governo não teve seu nome incluído na tradicional lista da publicação: “E olha que eu ainda fico mais dois meses!”. E Lula lembrou história sempre contada por José Sarney sobre sua última semana no Planalto: ele dizia que, depois das cinco da tarde, até o copeiro que servia cafezinho no gabinete evaporava.

h

A presidente eleita Dilma Rousseff recebeu como herança dos tempos de José Dirceu na Casa Civil o labrador Nego, ao qual se afeiçoou e vai levá-lo para o Alvorada. Ela tem também uma cadelinha chamada Fafá que, igualmente, já tem sua casinha reservada lá – e bem distante de Nego. No primeiro mandato de Lula, ganhou popularidade a cadela Michele , que foi do ABC para Brasília e chegou a ser transportada (sozinha) até em viatura oficial. Depois, o casal presidencial ganhou um labrador chamado Galego . Michele morreu e foi enterrada na Granja do Torto e Galego irá pra São Bernardo do Campo. 333

A São Carlos, empresa imobiliária de Marcel Telles, Jorge Paulo Lemann e Beto Sicupira, acaba de comprar da Petros, fundo de pensão dos funcionários da Petrobras, o edifício de escritórios Barros Loureiro, na avenida Nove de Julho, em São Paulo. Pagou R$ 39 milhões e vai investir outros R$ 25 milhões na reforma, para abrigar apenas escritórios de alto luxo. Com essa compra, a São Carlos passa a ter 38 imóveis num valor de mercado de R$ 1,8 bilhão.

333

h IN

Panetone clásssico (frutas).

OUT

Variantes até salgadas.

Novojatinho O empresário Toninho Abdalla, ainda namorando a estilista Cris Barros, acaba de entrar para um clube que inclui Steven Spielberg, Oprah Winfrey, Celine Dion e outros quase 300 poderosos do planeta: comprou um jato Global Express XRS, fabricado pela Bombardier e avaliado em US$ 54 milhões (cerca de R$ 95 milhões). Tem autonomia de vôo de 8 mil quilômetros sem escala (São Paulo-Moscou direto). A cabine tem três ambientes, TV por assinatura, telefone por satélite, forno, frigobar e pode carregar até 16 passageiros. Todo o interior foi decorado por Cris Barros. Toninho, que hoje importa carros Bentley, ficou milionário depois de vender para o governo de São Paulo toda a área (herança) do parque Villa-Lobos (732 mil quadrados, metade do Ibirapuera), hoje avaliada em R$ 1,3 bilhão. 333

TAMBÉM no domingo das eleições, Serra enfiou-se na casa de outro amigo, acompanhando a apuração, sem que ninguém soubesse onde estava, incluindo o marqueteiro Luis Gonzáles. O que não é novidade: na campanha de 2002 contra o mesmo Lula, no dia final, Serra igualmente evaporou, para desespero dos marqueteiros Nizan Guanaes e Nelson Biondi. Daquela vez, estava na casa de outro amigo, sozinho e dando uma espiada em outros vídeos para relaxar.

Solução

S I R I O

CACHORRADA

333 Apesar da presidente eleita insistir na expressão pacto e não partilha, o PMDB, agora mais guloso com Michel Temer eleito para a vice-presidência, já está correndo atrás do seu quinhão. De cara, até aceita rifar Wagner Rossi (indicado pessoalmente pelo próprio Temer) do Ministério da Agricultura, batendo o pé nas chamadas jóias da coroa (devido às obras da Copa de 2014), os Ministérios das Cidades e dos Transportes. A fonte de inspiração é a generosidade das grandes empreiteiras nacionais, quase todas envolvidas nos preparativos da Copa, nas doações da campanha presidencial (com maior volume para PT e PMDB). Para se ter melhor idéia: Camargo Correa, Queiróz Galvão, Andrade Guitierrez, OAS e Odebrecht juntas despejaram R$ 230 milhões nas campanhas. Ou seja: é muito dinheiro sobrando.

Jóias da coroa

BIG BUSINESS

E L O

333 Numa mesa do restaurante Parigi, nos Jardins, na semana passada, José Serra, fazia um desabafo, sem entrar (e os outros faziam a mesma coisa) nos motivos que o levaram à segunda derrota na disputa da Presidência: “Eu sou desse jeito, quem trabalha comigo sabe e não vou mudar. Como é que eu vou mudar aos 68 anos de idade?”. E está estremecido com Aécio Neves, desentendeu-se com Luis Gonzáles (que cobra R$ 10 milhões desta campanha e mais R$ da campanha passada), não tem nada decidido para o ano que vem e tem lá suas manias. No primeiro turno, ficou na casa de Andrea Matarazzo, escondido, esperando o resultado e assistindo uma pilha de vídeos.

333 Luis Fernando Carvalho, diretor e Michel Melamed, ator, co-autor e responsável por parte da trilha da nova série da Globo (estréia esta semana) Afinal, o que querem as mulheres?, promoveram um happening numa galeria de arte do Rio, em meio a obras de Leda Catunda e do alemão Olef Hajek, envolvendo integrantes do elenco e convidados especiais. A tônica da noite era a troca de mesma pergunta do título do seriado entre as poderosas presentes. Da esquerda para a direita: Maria Fernanda Cândido (está em Ligações Perigosas, em São Paulo) e Paola Oliveira; Lavinia Vlasak e a veterana (e em forma) Vera Fischer; a modelo e estreante Bruna Lenzmeier; e a grávida Letícia Spiller.

O que querem as mulheres

I S C A

Retrato de Serra

Lula quer que o presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, permaneça no posto “por mais uns seis meses”. E mesmo que Dilma tenha outro nome para o lugar, Bendine pode ir para o Banco Votorantim, do qual o BB tem 50%. O Banco do Brasil, a propósito, não pode fazer quaisquer doações para campanhas, mas o Ministério Público está averiguando se o dinheiro saiu via Votorantim: afinal, o nome do grupo aparece entre os grandes doadores. Mais: o BB também desmente que quaisquer diretores tenham atuado na arrecadação de doações para Dilma, o que faz lembrar a ação de Sérgio Rosa, quando na presidência da Previ, na campanha de 2002.

333

J P A J A B O R A N D R S I S E P MI NI OD E I R MA A L D C R E E M A O P Q U E S MC C L O U E L A A R I N O C E N T E E T A R E J ART D A MO A D D O I C MO F O AS T

«

vou brigar.

N

333

DILMA Rousseff terá muito trabalho para encontrar um cargo para Fernando Pimentel, o Oscar companheiro de seus tempos de guerrilha: ele está isolado e vem sendo hostilizado pelo PT, além de perder o respeito de Lula devido à sua briga com Patrus Ananias, candidato a vice na chapa de Helio Costa. No hotel Naoum, tentou ficar ao lado de Dilma e logo preferiu se afastar, debaixo dos gritos de “traidor”. É que em sua campanha para o Senado, associou-se a Aécio Neves e Antonio Anastasia, criando o comitê Pimentécio.

Por: José Nassif Neto Proj.arquitetônico de plantas ornamentais.

(?) graduação; curso de especialização.

Planta usada em xampu. Suporta.

7ª. nota musical.

Ter existência real.

Época. Menor.

'Os', em francês.

Prato baiano. Expressão usada ao telefone. Centena.

Título concedido às freiras.

Argola de corrente.

Tem fé.

Diz-se da camada de tinta.

'Gata', em inglês.

'Qual coisa?'

333

Colaboração: Paula Rodrigues,Alexandre Favero

Natural do país cuja capital é Damasco.

Repetição Desejar de sons com veena poesia. mência.

Traçado sem curva.

Vagaroso. Ponto principal do interesse.

'O', em espanhol.

Anel; argola.

Atrai peixe. O que não tem culpa. Produzir eco.

A roupa habitual.

Indica aumento.

Variação do pronome tu.

Verbo dar na 1ª pess. do presente. (pl.) 'Estragar'. (espanhol)

Sílaba de mecânica.

Sentimento de pena.

Bolor. Espécie de uma camada social.

(401) 2-dó; el; 3-les; elo; crê; pós; cat; 4-clou; irmã; 5-sírio; demão; 7-moqueca.

Grito de dor.


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sábado, domingo e segunda-feira, 6, 7 e 8 de novembro de 2010

5 DUREZA Dilma vai enfrentar discussões com centrais sobre salário mínimo

Alan Marques/Folhapress -10/08/2010

olítica

Rei morto, rei posto. A equipe de Dilma será imagem e semelhança dela. Presidente Lula

Acho absolutamente natural que o governador Serra continue participando do processo político. Sempre haverá espaço para uma figura de sua dimensão. Aécio Neves (PSDB), exgovernador de Minas Gerais e senador eleito

Há sempre a necessidade de um financiamento para a saúde. Antonio Anastasia (PSDB), governador reeleito de Minas Gerais, favorável a tributo que seja 100% investido na saúde pública

Tenho preocupação com criação de imposto. Preferia outro mecanismo. Mas vejo uma mobilização dos governadores. Dilma Rousseff, presidente eleita Evaristo Sá/AFP-14/10/2010

Dilma vai fazer tudo para que o salário mínimo tenha um aumento substancial. Mas, evidentemente, precisamos fazer as contas de maneira a obter o equilíbrio fiscal. José Sarney, presidente do Senado Renato Araujo/ABr-22/06/2010

Não será à custa da sociedade que vamos resolver o problema [CPMF]. O Estado precisa diminuir o tamanho, é necessário que os investimentos sejam feitos com retorno para a sociedade. Ophir Cavalcante, presidente nacional da OAB

MOLEZA Mas sindicalistas confiam no coração dela, mais voltado para o crescimento

Reajuste do mínimo, o teste fiscal de Dilma Presidente eleita encara discussão com centrais sindicais em seu primeiro embate no governo de transição

O

primeiro teste sobre a disposição da presidente eleita, Dilma Rousseff, de promover o ajuste fiscal defendido por integrantes do governo e da equipe de transição ocorrerá nesta semana: a reunião com as centrais sindicais sobre o reajuste do salário mínimo e das aposentadorias acima do mínimo. Esses são os dois itens que mais pesam nos gastos do governo federal, sem contar os juros da dívida pública. O assunto será discutido pelos representantes dos trabalhadores, do atual governo e da equipe de transição. Se quiser mesmo segurar o crescimento dos gastos, ela terá de conter o ímpeto dos sindicalistas. Para cada R$ 1 a mais que for concedido ao salário mínimo, as despesas do governo federal com o pagamento de benefícios previdenciários e assistenciais vinculados ao piso nacional aumentarão em R$ 286,4 milhões, segundo cálculos do Ministério do Planejamento. Se fosse implementada a promessa do candidato do PSDB, José Serra, de elevar o mínimo a R$ 600, o gasto adicional seria de R$ 17,7 bilhões – o suficiente para pagar 15 meses do Bolsa Família. Confiança – As centrais, porém, têm um argumento que cala fundo no coração desenvolvimentista de Dilma: foi a política de dar ganhos reais ao mínimo que impulsionou o consumo nos últimos anos e permitiu ao Brasil escapar dos efeitos mais negativos da crise econômica de 2008 e 2009. "A Dilma já disse duas ou três coisas que indicam que a política de valorização do salário mínimo vai continuar", disse o presidente da Central Única dos Trabalhadores, Artur Henrique da Silva Santos. "Ela disse que é preciso fortalecer o

Wilson Dias/ABr - 03.11.10

Dilma Rousseff: centrais confiam em sua índole desenvolvimentista

mercado interno e reforçou a governo, o relator do Orçaimportância do salário míni- mento de 2011 no Congresso, mo nesse processo". Além dis- senador Gim Argello (PTBso, a própria presidente já de- DF), disse aos sindicalistas que marcou as linhas de um even- poderá dar um reajuste mais tual aperto nas g e n e ro s o a o contas públimínimo em cas. "Recusa2011, mas ele mos as visões será descontaA Dilma já disse de ajustes que do do aumenrecaem sobre to já prograduas ou três coisas os programas mado para que indicam que sociais, os ser2012. a política de v i ç o s e s s e nEx pli ca-s e: valorização do ciais à populapor uma regra salário mínimo ção e os necesacertada entre sários investigoverno e cenvai continuar. mentos", trais, ainda ARTUR HENRIQUE SANTOS afirmou ela, não convertino discurso da em lei, o míapós o resultado das eleições. nimo é corrigido pela inflação Apesar do discurso favorá- e o crescimento do Produto Invel a aumentos generosos para terno Bruto (PIB) de dois anos o salário mínimo, manobras atrás. Por esse mecanismo, o nos bastidores procuram con- valor para 2011 seria R$ 538,15, trolar maiores danos nas con- que é o piso atual (R$ 510) cortas públicas. Por orientação do rigido pela inflação, mas sem o

acréscimo do PIB, já que em 2009 a economia encolheu 0,2%. Em 2012, porém, o mínimo já tem garantido um aumento da ordem de 7,5% acima da inflação, pois essa deve ser a taxa de crescimento do PIB em 2010. O que Gim propôs foi pagar em 2011 parte do que será dado em 2012. As centrais, porém, são contra. Elas querem um aumento real para o mínimo agora, mas não abrem mão do reajuste grande de 2012. 'Loucura' – "Essa história de parcelar parece coisa de Casas Bahia", brincou o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva. "É loucura, porque o reajuste de 2012 vai refletir o bom momento de 2010", disse Artur Henrique. Diante da resistência, Gim Argello não sabe se vai insistir na ideia. "Não sei, vou conversar com o presidente Lula e com a presidente Dilma", ponderou. "Mas a orientação partiu do Executivo". Ele acha, porém, que não pode acomodar um aumento assim nas despesas. A análise dos números da proposta de Orçamento para 2011 mostrou que a arrecadação pode ficar R$ 17,7 bilhões acima do previsto. Porém, a lista de gastos não contemplados já passa dos R$ 30 bilhões. Argello acha que, com algum esforço, dá para elevar o mínimo para R$ 550. Para o presidente da Força Sindical, que é deputado pelo PDT de São Paulo, é questão de decidir como serão gastos os R$ 17,7 bilhões: com o mínimo ou outras coisas. Pelo sim, pelo não, ele já tem elaboradas algumas emendas ao Orçamento. Se as negociações com o governo chegarem a bom termo, ótimo. Do contrário, ele proporá um mínimo maior, de R$ 580, e caberá a deputados e senadores decidir o novo valor no voto. (AE)

PT vai concentrar esforço em SP Partido vai reformular a tática de conquista do eleitor do Estado de São Paulo para desbancar a supremacia tucana

José Cruz/ABr-20/11/2007

A liderança dos Democratas na Câmara dos Deputados repudia veementemente a possibilidade de recriação da CPMF, o famigerado Imposto do Cheque. CPMF nunca mais! Nota de Paulo Bornhausen, líder do DEM na Câmara (SC), sobre proposta de recriação da CPMF Foi uma redução de R$ 120 bilhões que seriam importantes investimentos. A CPMF era um imposto que não sacrificava o povo brasileiro. Tião Viana (PT), governador eleito do Acre, favorável à cobrança da CPMF

Nocho Doce/Reuters-03/10/2010

Não quero, não posso e não devo [participar do novo governo]. Antes, tenho que responder perante a Justiça, até em respeito àqueles que me apoiaram em todo o Brasil. José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil acusado de ser o chefe da quadrilha do mensalão

Para os que nos imaginam derrotados: apenas estamos começando uma luta de verdade. José Serra, candidato tucano, após anúncio da vitória de Dilma Rousseff (PT) à Presidência

S

ão Paulo tem se mostrado como uma espécie de escudo eleitoral que o PT não consegue transpor. O diagnóstico, feito a partir do resultado das eleições deste ano e de pleitos passados, deixa dirigentes do partido em estado de alerta e exige uma reformulação de estratégias para disputas futuras. O PT progressivamente aumenta sua penetração entre segmentos populares e de baixa renda, mas seu discurso não tem comovido o eleitor paulista de classes médias mais conservadoras, mais escolarizado e de maior renda nas últimas eleições. As crises de 2005 e 2006 do PT, o mensalão e o dossiê dos aloprados, explicam essa resistência eleitoral, segundo os próprios petistas. Ainda que José Serra (PSDB) tenha vencido Dilma Rousseff (PT) no Estado por 54,05% a 45,95%, e os petistas tenham considerado o resultado "não catastrófico", ficou evidenciada a dificuldade de captar os eleitores de Marina Silva (PV) no 1º turno do pleito. Na capital, o tucano superou a petista por 53,64% a 46,36% dos votos válidos. O mapa de votação na capital paulista em 2008 e 2010, respectivamente nas eleições municipal e presidencial, é um exemplo do bom desempenho do partido nas periferias e da resistência que

Elza Fiuza/ ABr - 03.11.10

José Eduardo Dutra, presidente nacional do PT: "Não temos conseguido atrair o voto da maioria paulista"

enfrenta em regiões de renda mais elevada. "O fato é que o PT ainda não conseguiu estabelecer um diálogo com os eleitores paulistas no sentido de ter a maioria dos votos, embora nesta eleição (a governador) quase tenha tido segundo turno em São Paulo", admite o presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra. Aloizio Mercadante (PT) não conseguiu ir para o 2º turno com Geraldo Alckmin (PSDB) por 72.571 votos. O petista teve, porém, o melhor de-

sempenho eleitoral (35,23% dos votos válidos) do partido se consideradas as eleições a governador desde 1998, quando Marta Suplicy , derrotada por Mário Covas, obteve apenas 22,18% dos votos. "Ganhamos prefeituras importantes no Estado, mas não temos conseguido atrair o voto da maioria do povo paulista. É um desafio não só para o PT de São Paulo, mas para o PT do Brasil", acrescenta Dutra. Segundo ele, o PT já se consolidou como um partido nacio-

nal, mas a importância de São Paulo, berço do partido, não pode ser desconsiderada para a sobrevivência política. O presidente do PT no Estado, Edinho Silva, já levou o problema à Executiva partidária na última semana e preparou um cronograma de seminários pelo Estado ao longo do ano de 2011 para tentar reaproximar o PT de setores da juventude e acadêmicos. Para ele, essa é uma agenda urgente para o partido que não pode ser adiada. (AE)


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sábado, domingo e segunda-feira, 6, 7 e 8 de novembro de 2010

Os evangélicos legislam mais em causa própria porque dependem dos meios de comunicação. Denis Rosenfield

olítica

Amarga herança na Câmara Próxima legislatura terá de enfrentar projetos polêmicos referentes ao meio ambiente, reforma agrária e legislação trabalhista, entre outros que atravancam a pauta Sergio Kapustan

A

próxima legislatura da Câmara dos Deputados herdará da atual – que encerra os trabalhos em 31 de dezembro, a passos de tartaruga – projetos polêmicos e de muita discussão. As matérias dizem respeito, principalmente, ao meio ambiente, à reforma agrária e à legislação trabalhista (veja a tabela). Três fatos se colocam à frente dessas questões: o recesso branco do Congresso no período eleitoral, que atrasou a pauta de votação; as prioridades do atual governo (leia matéria abaixo) e a necessidade de acordos para aprovar projetos de interesse de corporações. No que se refere ao terceiro item, diversas entidades de classe, como empresários, sindicalistas e ruralistas elegeram bancadas para aumentar o poder de fogo no parlamento. Segundo levantamento do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), que acompanha os trabalhos do Congresso, o governo Dilma terá maioria absoluta na Câmara (de 351 a 401 deputados contra 112 de oposição) e no Senado (de 53 a 60 senadores contra 21 de oposição). Interesses difusos, no entanto, atrapalham as votações. Resultado: como ninguém tem maioria, os grupos são obrigados a negociar projeto por pro-

jeto. "Há uma agenda de longo prazo no Congresso que será retomada em 2011. E os líderes de bancada terão papel fundamental na aprovação dessas propostas porque não há consenso sobre elas", explica o diretor do Diap, Antônio Queiroz Filho. O primeiro item polêmico diz respeito ao Código Florestal. Ele foi aprovado por uma comissão especial em setembro, com a possibilidade de ir

Os líderes de bancada terão papel fundamental na aprovação dessas propostas porque não há consenso sobre elas. ANTÔNIO QUEIROZ FILHO ao plenário após as eleições – o que está hoje praticamente descartado. O texto apresentado pelo relator e aliado do governo Aldo Rebelo (PCdoB) agradou os ruralistas e desagradou os ambientalistas. Entre os pontos em discussão, está a anistia das multas para quem desmatou ou não preservou área de preservação legal. A bancada ruralista trava outra batalha com o MST. O movimento quer a limitação no tamanho da propriedade

em 500 hectares e a revisão nos índices de produtividade para fins de reforma agrária. Levantamento preliminar da Frente Parlamentar da Agropecuária, que reúne 268 parlamentares no Congresso, mostrou que ela elegeu 200 novos deputados. Um deles é Irajá Abreu (DEM-TO), filho da presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), senadora Kátia Abreu (DEM-TO). A bancada da agricultura familiar elegeu cerca de 60 deputados, três deles representantes da Contag. A Frente Parlamentar Ambientalista tem mais de 200 parlamentares, entre eles, os deputados Sarney Filho (PV-MA) e Ivan Valente (PSol-SP). Ambos defendem a atual legislação ambiental. Trabalho – A situação é também complicada na área trabalhista. Está pronta para ser votada no plenário da Câmara a emenda constitucional que reduz a carga de trabalho de 44 horas para 40 horas. Entidades que representam empresários são contra a redução. A Associação Comercial de São Paulo (ACSP), a Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI) se manifestaram contra. Outra matéria complicada é a Convenção 158, que impede as empresas de demitirem seus funcionários sem justa causa, para reduzir a rotatividade no

Alan Marques/Folha Imagem - 06.05.08

Marcelo Soares/Hype - 25.07.07

Vicentinho: "Muitos deputados que representam sindicatos não assumiram a causa dos trabalhadores"

mercado de trabalho. Segundo o Diap, a bancada de empresários terá 169 congressistas contra 120 eleitos em 2006. Entre os novatos, destacam-se o produtor de arroz Paulo Cezar Quartiero (DEM-RR) e o ex-jogador Romário (PSB-RJ). Quartiero foi o líder das manifestações contra a demarcação contínua das terras indígenas da reserva Raposa Serra do Sol. A bancada sindicalista tem 68 congressistas – 62 deputados e seis senadores. A atual bancada sindical é formada por 61 congressistas – 54 deputados e sete senadores. Na Câmara foram reeleitos o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva (PDTSP) e o ex-presidente da CUT Vicente Paulo da Silva (PT-SP), o Vicentinho. Os dois têm posições diferentes sobre a articu-

lação sindical. Embora reconheça a força numérica, Vicentinho afirma que na atual legislatura foi difícil manter a base unida. A tendência é a de que o problema se repita na próxima. "Muitos deputados que representam sindicatos não assumiram a causa dos trabalhadores". E dá um exemplo: o projeto que trata a Convenção 158 só teve um voto favorável na Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio. Paulinho é mais otimista. Para ele, se a bancada sindicalista negociar o apoio dos aliados, os projetos serão aprovados. "Com certeza, haverá embates porque vamos discutir questões complicadas", prevê. Previdência – O líder da Força Sindical cita outro item da pauta de interesse de sindica-

listas e aposentados: o fim fator previdenciário, criado em 1999 como alternativa de controle de gastos da Previdência Social. O cálculo leva em conta não só o tempo de contribuição do trabalhador, mas o tempo em que receberá sua aposentadoria, ou seja, sua expectativa de sobrevida. Com a aplicação do fator, quem se aposenta mais cedo acaba recebendo bem menos do que quem se aposenta mais tarde.

Paulinho, da Força Sindical: "Com certeza, haverá embates porque vamos discutir questões complicadas"

Evangélicos e parentes, em bancadas próprias Grupos têm seu espaço e grande influência nas decisões do Congresso

L

onge dos holofotes, duas bancadas que acabam de se eleger terão espaço próprio no Congresso Nacional – cada uma com suas características –, mas com poder de influência: os evangélicos e os parentes de políticos. Levantamento do Diap mostra que a bancada evangélica elegeu nada menos que 63 deputados e três senadores (veja acima, à direita, o quadro com as principais bancadas). Dos 63 deputados federais, 11 são filiados ao PSC (Partido Social Cristão). Entre os deputados eleitos, destacam-se Ratinho Junior (PSC-PR), filho do apresentador Ratinho, o cantor gospel Marcelo Aguiar (PSC-SP) e o ex-governador do rio, Anthony Garotinho (PRRJ). No Senado, os reeleitos são os cantores gospel Magno Malta (PR-ES) e Marcelo Crivella (PRB-RJ). Dois temas da campanha presidencial – a legalização do aborto e o projeto de lei de criminalização da homofobia – mobilizam a atenção dos evangélicos e permanecerão como temas que ainda devem gerar muita polêmica nas duas casas legislativas.

Causa própria – Segundo o filósofo e professor Denis Rosenfield (UFRGS), a bancada trabalhará de acordo com os seus interesses. Ele cita como exemplo a concessão de emissoras de televisão e de rádio para atrair fiéis. As concessões são aprovadas e renovadas pelos congressistas. "Como são religiões midiáticas, o rádio e a televisão são fundamentais para eles. Os evangélicos legislam mais em causa própria porque dependem dos meios de comunicação para divulgar as suas mensagens", avalia o filósofo.

Herdeiros – O Diap mapeou 81 deputados federais com vínculos familiares, de prefeitos, governos e lideranças do Congresso. É o caso de Renan Filho (PMDB), filho do senador Renan Calheiros, que exercerá o primeiro mandato. É o caso também de Nelson Marquezan Junior (PSDB-RS), que retoma o espaço do pai, o ex-presidente da Câmara, Nelson Marquezan, que morreu em 2002. Em São Paulo, Ricardo Izar Junior elegeu-se pelo PV. Ele é filho do deputado federal Ricardo Izar, que morreu em 2008.

Leonardo Rodrigues/e-SIM - 10.06.08

Denis Rosenfield: "O rádio e a televisão são fundamentais para eles"

E a cena se repete: pauta trancada por MPs e plenário vazio Recesso branco, feriados e medidas provisórias interrompem os trabalhos

C

om o fim do processo eleitoral, um velho problema se repete no Congresso de quatro em quatro anos: a escassez de tempo para votar projetos importantes no final do ano. Resultado: pauta cheia e plenário vazio. Sem expectativa de votação nesta semana, na Câmara, duas Medidas Provisórias (MPs) perdem a validade. A MP 491, que criou o programa Cinema Perto de Você, por exemplo, perdeu a eficácia na quarta-feira e a MP 492, que trata de parcelamento de dívidas de contribuições previdenciárias de municípios ficou para hoje. Depois de quatro meses sem votação na Casa, a pauta do plenário está trancada por 11 medidas provisórias e outras oito estão na lista de votação. A causa é o chamado recesso branco – de agosto a outubro – em que os parlamentares deixam Brasília praticamente às

Marcello Casal Jr/ABr - 01.10.10

Vaccarezza: prioridades são o pré-sal, as MPs e o Orçamento

moscas. Eles permanecem em seu redutos trabalhando em campanhas eleitorais deles próprios e de aliados (presidente da República, senador, governador e deputado estadual). O 2º turno destas eleições teve ainda um outro complicador: coincidiu com o feriado de terça-feira – Finados – , o que levou os congressistas a esticarem o recesso até a primeira semana de novembro.

Segundo estimativa do líder do governo, Cândido Vacarezza (PT-SP), até o final do ano, menos de dois meses, serão 11 sessões deliberativas. Além do Orçamento de 2011, o primeiro da gestão Dilma Rousseff, estão na pauta do governo projetos sobre o présal e 11 MPs, que estão trancando a pauta. "As prioridades do governo são o pré-sal, as medidas provisórias e o orçamento", confirma o líder de Lula .


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Grandes partidos se renovaram e sobreviveram porque compreenderam suas crises e atuaram contra. Carlos Mello, sociólogo

olítica

Andre Dusek/AE - 04.10.10

Charles Silva/AE - 04.10.10

Para analistas, Serra foi "vítima da própria arrogância" ao acreditar previamente na vitória

Aécio: "Vou sugerir um grupo de três notáveis para coordenar essa refundação [do partido]"

PSDB já estuda a própria reciclagem Na defesa dessa linha, o senador eleito Aécio Neves propõe a refundação da legenda e a preparação de um novo programa partidário até maio do ano que vem Mário Tonocchi Sergio Kapustan

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Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) tem que se renovar, oxigenar suas propostas, atrair novos quadros, marcar posição como líder do bloco oposicionista e apostar em novos nomes para as futuras disputas eleitorais. A opinião é dividida tanto por especialistas em política partidária como por membros do próprio PSDB que opinam com declarações abertas ou não. Coube ao ex-governador de Minas Gerais e senador eleito Aécio Neves cravar sua marca nessa discussão. Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, na última sexta-feira, ele defendeu publicamente a refundação da legenda para recompor a sua identidade e a preparação de um novo programa partidário até maio de 2011. "Vou sugerir um grupo de três notáveis para coordenar essa refundação", antecipou Aécio. "Este é o momento da renovação, mas não deve haver personalização", aponta o cientista político e professor de sociologia e política do instituto de ensino Insper, Carlos

Mello. Segundo ele, também já está na hora de José Serra, candidato derrotado duas vezes na corrida eleitoral à Presidência da República, abrir caminho para gente nova. Aécio Neves é a nova aposta do partido. Governador de Minas por dois mandatos e agora senador eleito por Minas Gerais em votação recorde, ele é a aposta da nova via para quebrar a hegemonia de São Paulo– que lança candidatos à Presidência desde 1994 com Fernando Henrique Cardoso, Geraldo Alckmin e Serra. Para Mello, nesta última campanha eleitoral, Serra foi vítima de "própria arrogância" por acreditar que estava com muita vantagem nas pesquisas de intenção de voto (que lhe davam mais de 50% antes do início das campanhas). "Não foi uma derrota pequen a c o m o q u e r a c re d i t a r o PSDB. Foi uma derrota que culminou após uma série de equívocos do partido e da campanha tucana que colocou a legenda em uma crise que o PSDB não quer reconhecer. E isso é um grande problema. Só que existem saídas. Grandes partidos no mundo se renovaram e sobreviveram porque compreenderam suas crises e atuaram contra ela", afirma.

O deputado federal Arnaldo Madeira (PSDB) concorda que não é o momento de pensar em nomes para comandar a legenda e alimentar disputas internas. "Agora precisamos ajustar nossa postura, nossa orientação para dirigir a oposição ao governo estabelecido". De acordo com o deputado, a expressiva votação a José Serra na disputa eleitoral para a Presidência (44% dos votos válidos) mostra que o eleitor brasileiro conferiu ao partido sua condição de oposição e de fiscalização do governo federal. Madeira reconhece que o partido precisa se reorganizar para enfrentar os próximos quatro anos de governo petista na esfera federal. E que as lideranças estão colocadas na mesa. "Serra teve uma grande votação. Aécio ganhou a eleição em Minas Gerais. Geraldo Alckmin é outra grande liderança que venceu em São Paulo e ainda temos Beto Richa no Paraná e Simão Jatene no Pará. Temos oito governadores eleitos este ano", observou Madeira. "Nós recebemos a incumbência do povo de sermos a alternativa ao governo e temos que lutar por isso", completou o deputado federal. Café com leite – Enquanto José Serra diz até logo para

Mineiro mantém carreira solo

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écio Neves defendeu a re a l i z a ç ã o d e u m a prévia no PSDB para a indicação do candidato à Presidência da República nas eleições deste ano. Em 2009, ele colocou seu nome à disposição, mas não obteve o apoio dos tucanos, entre eles, do próprio José Serra. "Eu tenho insistido para que o PSDB, diferentemente do

que ocorreu em outras eleições, não tome suas decisões na sua cúpula por duas ou três figuras porque isso pode nos levar aos últimos resultados que não foram favoráveis", afirmou na época, ao defender a prévia. Sem apoio partidário, ele retirou a pré-candidatura em dezembro e se lançou candidato a senador e se elegeu, conse-

guindo eleger também seu sucessor no governo de Minas Gerais, Antonio Anastasia, e, de quebra, o segundo senador do Estado, o ex-presidente Itamar Franco (PPS). Apesar da vitória consagradora, ele não transferiu votos para Serra no 2º turno. Em discurso de agradecimento aos partidários, Serra não citou Aécio. (SK)

Aécio nega articulação para fazer frente ao PT-PMDB

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ob o argumento de que sempre respeitou a proporcionalidade na distribuição do poder no Parlamento, o senador eleito Aécio Neves (PSDB-MG) disse ontem que em momento algum articulou com partidos aliados e até da base governista apoio à sua candidatura à presidência do Congresso. No sábado, o jornal O Estado de S. Paulo revelou que havia sido deflagrada uma ampla articulação política para que Aécio conquistasse o comando do Senado, numa operação bancada pelo PSDB e DEM, com o apoio informal de setores do PSB e do PP. A articulação contaria, inclusive, com a possível adesão do PDT e PCdoB, partidos que ajudaram a eleger Dilma Rousseff presidente da

República. Em troca, o senador apoiaria esses parceiros na briga pelo controle da Câmara dos Deputados. "Não postulo, não articulo, não disputo e não serei presidente do Congresso. É natural que a presidência do Senado caiba às forças majoritárias, o que não é o nosso caso. Quem pensa que estou articulando isto, ou não me conhece, ou não conhece o Congresso. Fui parlamentar por 16 anos e sempre defendi, e continuo defendendo, o respeito à proporcionalidade na ocupação dos espaços no Parlamento", afirmou Aécio. Um dos que já defenderam publicamente o nome do mineiro foi o gover nador do Ceará, Cid Gomes (PSB). A chamada "operação Aécio" garantir ia ao PSDB,

DEM, PSB, PP e ao PDT e PC do B – caso as duas legendas venham a se aliar ao grupo – uma expressiva quantidade de votos na Câmara e no Senado, ameaçando a parceria entre PMDB e PT para controlar as duas casas. Apesar da vantagem que tal aliança proporcionaria, o tucano jura que seu maior objetivo é defender os interesses de Minas, o que o levará a construir "pontes políticas", inclusive com setores do governo, que viabilizem reformas também do interesse do País. A busca dessas pontes, no entanto, não vão impedir, segundo Aécio, que o PSDB faça uma oposição "vigorosa" ao governo Dilma, e não "generosa". "Faremos uma cobrança clara em relação às promessas feitas", diz. (AE)

aliados e adversários políticos, sem indicar qual o rumo que tomará, o senador eleito de Minas Gerais, Aécio Neves, já articula, nos bastidores, de forma discreta, bem ao estilo mineiro, o novo papel na política nacional, dentro e fora do ninho tucano. Especialistas ouvidos pelo Diário do Comércio, dizem que Aécio projetase naturalmente com uma liderança de futuro no Congresso e dentro do PSDB, porém, dependerá de articulações. Os tucanos adiaram para maio do próximo ano a eleição da presidência nacional do partido. Não há candidatura lançada, porém, os nomes de Serra e de Aécio já são citados. "Com certeza haverá uma queda de braço nos bastidores entre os dois, mas há outros atores no jogo", comenta o diretor acadêmico da Escola de Sociologia Política de São Paulo, Aldo Fornazieri. Para ele, o governador eleitor de São Paulo, Geraldo Alckmin, poderá ser o fiel da balança. "Ninguém sabe para onde Alckmin caminhará. Seu apoio é fundamental para quem pretende comandar o partido", reforça. O sociólogo Rudá Ricci acrescenta que uma das características de Aécio – herdada do avô Tancredo Neves e do

pai Aécio Ferreira da Cunha – é a negociação política. Para Rudá, está fora de cogitação ver o ex-governador de Minas se lançando candidato à presidência nacional tucana para uma disputa. "O comando do PSDB não é fundamental para Aécio. Sua articulação ultrapassa o partido", garante. 2014 – Analista da política mineira, Rudá afirma que o verdadeiro projeto de Aécio é a candidatura à Presidência em 2014. O especialista afirma que Aécio já iniciou a aproximação com os partidos da base da presidente Dilma Rousseff. A petista foi eleita com o apoio de 10 partidos, entre eles, o chamado "bloquinho", formado por PSB

(que elegeu seis governadores), PDT e PCdoB. Há uma avaliação no meio político de que a partilha de cargos no governo não contentará as legendas. Com isso, haverá reclamações e isso pode beneficiar Aécio. "A postura de Aécio no Senado será não opor obstáculos a presidente de Dilma, ao contrário do que mostrou Serra em último discurso, e buscar novos aliados", observa o sociólogo. Para Rudá, a estratégia de Aécio é se colocar como líder para debater os temas nacionais, como as reformas tributária e política. "Aécio não será um político de dizer não ao governo. Sua atuação será programática".

Saulo Cruz - 16.12.09

Madeira: "Precisamos ajustar nossa postura, nossa orientação"


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Os caminhos do comércio exterior para pequenas empresas Entrevista: José Cândido Senna

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Diário do Comércio publica hoje a 27ª de uma série de entrevistas com os autores de "Propostas para o Próximo Presidente", que a revista Digesto Econômico, da Associação Comercial de São Paulo, reuniu em seis números mensais para contribuir ao debate pré e pós eleitoral. O sexto número, em circulação, pode também ser visualizado no site www.dcomercio.com.br, de acesso grátis. A escolha dos assuntos e dos pensadores apresentados aqui se baseia nos lemas que a ACSP, em seus 114 anos, sempre defendeu: o trabalho, a livre iniciativa, a união dos setores empresariais e a busca de melhores caminhos para o desenvolvimento brasileiro. As propostas de economistas, professores e outros especialistas têm o objetivo de mostrar caminhos melhores para o País, de torná-lo mais fácil de ser compreendido pelos próprios brasileiros – e, por isso, são revolucionárias.

A Digesto Econômico Digital pode ser lida em dcomercio.com.br

Neste momento, em que o real está valorizado, temos um obstáculo a mais. Temos de valorizar a competitividade e a questão de logística.

(Exporta São Paulo forma competidores) Eliana Haberli

Patrícia Cruz/LUZ

sociados do Interior a participar de eventos como esses. O Exportar para Crescer foi incorporado às diversas atividades da São Paulo Chamber of Commerce, sob os auspícios do projeto Exporta São Paulo. Passou a fazer sentido ter um evento itinerante de incentivo.

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osé Cândido Senna, conselheiro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), trabalha há muitos anos com programas de comércio internacional e de inserção de empresas brasileiras no mercado externo. Coordena o projeto Exporta São Paulo, desenvolvido pela Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp) e pela São Paulo Chamber of Commerce, da ACSP, desde 2004. Escreveu o artigo "Inserção de produtores de pequeno porte em mercados externos" para a revista Digesto Econômico de agosto, em que defende o aumento da competitividade das pequenas empresas com o suporte de trading companies e empresas comerciais importadoras e exportadoras. Senna é engenheiro civil e pós-graduado em Engenharia Industrial pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), graduado em Economia pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e mestre em Administração Pública pela Harvard University (EUA). Foi coordenador de projetos portuários e de marinha mercante para o Ministério do Transportes/GEIPOT.

DC - É grande a vocação das pequenas e médias para exportar? Ou é uma questão de sobrevivência? Senna - Com a consolidação do processo de abertura comercial e, agora, com o crescimento acentuado das importações, o produtor tem de ser suficientemente robusto para sup o r t a r a c o n c o r rê n c i a d o importado, em preço e qualidade. Ao fazer isso, estará se preparando também para ganhar mercado lá fora. Na verdade, ele não tem mais a opção "exportar ou não exportar". O que o Projeto Exporta São Paulo (que já teve trinta eventos Exportar para Crescer, de mobilização e sensibilização, em cidades paulistas) tem chamado a atenção é para a formação de competidores globais. O produtor vai concorrer de qualquer forma. Eu digo "Fique esperto, por mais que seja singelo seu produto – uma vassoura de piaçava, uma mangueira de jardim – pode estar certo que tem produtor lá fora querendo vender aqui." DC - O mercado externo brasileiro ganhou espaço entre os países emergentes, em detrimento dos países desenvolvidos. É assim também para as pequenas e médias empresas? Senna - Historicamente, os principais destinos têm sido Estados Unidos e Argentina, para todos os portes de empresa. Agora, a Argentina está com problemas de crescimento – crescendo modestamente e, para nós, tem restrições. Eu acho que vale a pena continuar focando o mercado americano e, também, o mercado europeu. Neste momento, em que o real está valorizado, temos um obstáculo a mais. Temos de valorizar a competitividade e a ques-

tão de logística. A reposição dos estoques, por exemplo. Na medida em que se encurtem os prazos de reposição, os custos ficam menores e posso ter um preço de venda melhor. A logística assume um papel de extraordinária importância, assim como a inovação. Nos mercados americano e europeu há espaço, principalmente no sistema de entrega porta a porta. DC - Todas essas necessidades demandam administração muito profissional das exportações. As pequenas e médias estão aparelhadas para isso? Senna - O acesso aos mercados do Exterior é inibidor para os produtores de micro, pequeno e médio porte. Ir ao Exterior depende de preparação de material promocional, desenvoltura no idioma estrangeiro, prospecções. Além do mais, cada país tem regulamentação própria. Nós defendemos a importância e a valorização das tradings companies e das comerciais importadoras e exportadoras. Elas têm um papel muito relevante. DC - O senhor defende a formação de grupos de exportadores? Senna - Muitas vezes, o que está em jogo é a escala. Os grandes distribuidores e atacadistas de países desenvolvidos, sobretudo dos Estados Unidos, lidam com unidades básicas de contêineres de 20 pés. São 22 toneladas de mercadorias. Imagine isso em número de camisetas, por exemplo. As comerciais importadoras e exportadoras, entendidas como catalisadoras da competitividade, podem contribuir com o associativismo, as cooperativas, ou estimular os arranjos produtivos. Há ainda a opção do arranjo produtivo virtual. Por exemplo, no Estado de São Paulo há diversos polos de confecções. O produtor brasileiro passa a receber o modelo direto do estilista, com características do tecido e da fabricação. A própria comercial exportadora e importadora pode fornecer o tecido (importado ou nacional)

para todos os produtores - espalhados geograficamente. Essa empresa está atuando na vertente de escala, com contrato de manufatura compartilhado por diversas pequenas empresas. Determinado o mesmo padrão e a mesma embalagem, a comercial exportadora faz o gerenciamento dos lotes e o casamento com o operador logístico, que vai consolidar a carga num ponto convergente – um armazém do porto, por exemplo. Foi formado, assim, um grande lote de 500 mil camisetas, quando um produtor, sozinho, conseguiria vender, no máximo, 50 mil unidades, com preço mais alto. DC - As pequenas e médias são mais vulneráveis à burocracia e à lentidão do porto? Senna - Sim. O "custo Brasil" ou o "custo Santos" atinge mais o pequeno produtor. Um grande exportador hoje, em Santos, chega com 100, 150 contêineres para negociar e encontra um riso muito mais simpático por parte dos operadores. Por essa razão nós temos de bater forte na tecla de racionalização de procedimentos e processos administrativos. E, também, defender que os órgãos anuentes - Receita Federal, Anvisa, Polícia Federal, Ministério da Agricultura (Mapa), entre outros, que fazem a conferência e o desembaraço de mercadorias, facilitem essas ações. Os horários restritos dos órgãos anuentes são criticados, mas não são os únicos. É preciso racionalizar, também, os horários de alguns operadores, como os dos terminais de contêineres vazios, contratados pelos armadores, que encerram seu expediente às 17 horas. DC - Qual é o papel da inovação para o desenvolvimento dos negócios das pequenas empresas? Senna - A questão é importante porque uma novidade ainda não tem a referência, precisa ser conhecida. Os exportadores que, hoje, atentarem para a questão da susten-

tabilidade e do saudável, por exemplo - desde embalagens, rótulos até pallets de material reaproveitado -, terão um potencial fantástico. As empresas que estiverem inovando nessa área terão mais simpatia por parte dos consumidores. A questão do preço, aí, passa a não ser tão relevante. A sustentabilidade, hoje, agrega valor. DC - O senhor participa dos eventos Exportar Para Crescer desde 2001. O que mudou de lá para cá? Senna - No começo, nós falávamos em dobrar as vendas externas, para atingir US$ 100 bilhões de exportação - naquele momento o País exportava US$ 58,3 bi. Hoje, nós já batemos os US$ 200 bilhões (em 2008). Em 2009, por conta da crise, houve um declínio. Neste ano, deveremos ter pouco mais de US$ 190 bilhões. O crescimento é irreversível. Abriram-se perspectivas para novos tipos de produtos e novos destinos desses produtos, mas sempre será necessário muito esforço. Ao longo dos Exportar para Crescer são distribuídos formulários de inscrição no qual o produtor registra se é exportador ou não. É a base do Sistema de Informações de Apoio às Exportações do Estado de São Paulo (SIAEXP), que consolida todos esses perfis. Comparando com a base do Ministério do Desenvolvimento da Indústria e Comércio (MDIC), de 3.300 produtores levantados, 134 haviam se tornado novos exportadores, até 2009. O número é pequeno diante da potencialidade do Estado de São Paulo e do Brasil, mas comparativamente ao esforço de transformação necessário por parte da empresa, é significativo. E as empresas se abrem para essa nova realidade, sendo chamadas para várias atividades como recepção a missões estrangeiras e participação em eventos internacionais. Há missões que nós organizamos para a China e para a África, por exemplo. A Facesp está estimulando seus as-

DC - Diminuiu a desconfiança dos produtores em relação às trading companies? Senna - Sim, acho que a visão de "atravessadora" que as tradings tinham está mudando. Hoje, muitos chegam aos eventos Exportar para Crescer buscando contatos com comerciais exportadoras. Quando a empresa de pequeno porte já exporta, ela quer saber se há mais oportunidades em outros mercados e até nos mercados em que atua. Quer saber se pode usar outras marcas, não necessariamente a sua. Nós procuramos aproximar o produtor da comercial exportadora, lembrando que ele pode apenas usar os serviços de consultoria de exportações ou atuar no comércio externo por meio da comercial exportadora. DC - E esse esforço se integra com o governo federal? Senna - O grande ponto de ligação com o governo federal é o Projeto Tradings da Apex-Brasil, principal agência de fomento às exportações. A Apex usa o nome trading também para as comerciais exportadoras, embora exista diferença entre esses dois tipos de empresas. A agência encontrou sintonia com os nossos projetos, com a São Paulo Chamber of Commerce, que é eclética - tem indústrias, prestadores de serviços, profissionais liberais e até produtores rurais. Esse é um enorme diferencial em relação a entidades puramente industriais ou puramente comerciais. Nós trabalhamos com o estoque de capital humano disponível no setor de exportações para os produtores de pequeno porte. A rede Facesp está presente em 420 municípios paulistas do total de 645 existentes, sem estar debaixo de nenhum sistema S, ganhando verbas orçamentárias. Os eventos do Exporta São Paulo têm o importante apoio das prefeituras municipais, levando para os municípios a cultura de exportação moderna. E queremos criar o Projeto Exporta Brasil, uma ampliação do Exporta São Paulo. DC - O senhor está preocupado com o câmbio? Senna - Sim, mas vejo os instrumentos de racionalização de custos, de inovação e de agregação de valor, do outro lado. E há as estruturas das universidades, os parques tecnológicos disponíveis para o produtor e as EDCs contrabalançando o obstáculo do real valorizado.


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9 Patrícia Cruz/Luz

DIVERSIDADE Galpão funciona como se fosse um "museu" de produtos piratas.

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DESTRUIÇÃO No fim do processo, a Justiça ordena a destruição da mídia pirata armazenada.

Vinte milhões de provas contra a pirataria Na Grande São Paulo, galpão abriga CDs e DVDs piratas apreendidos durante blitze realizadas pela polícia. As mídias podem servir como provas contra falsificadores. Ivan Ventura

Fotos de Patrícia Cruz/Luz

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á faz alguns anos que as apreensões de CDs e, mais recentemente, de D V D s p i r a t e a d o s t r ilham o mesmo caminho. Apreendido nas ruas de São Paulo, o material segue para uma delegacia e será usado como evidência, na tentativa de incriminar alguém pelo crime de pirataria. Feito o B.O., o material fica à disposição da Justiça e aguardará por meses (até anos) em um depósito. No fim desse processo, geralmente, a Justiça ordena a destruição dos discos. Ao contrário da Prefeitura, o Estado não dispõe de um galpão capaz de comportar todo o material apreendido ao longo de anos. Sem esse espaço, o jeito foi recorrer a um enorme galpão da Associação Antipirataria Cinema e Música (APCM), que há quase dez anos recebe uma parte generosa do material apreendido diariamente em endereços como a rua 25 de Março, em cidades do interior de São Paulo e até em outros estados, como é o caso de Santa Catarina e Paraná. O maior – O galpão da APCM não foi escolhido à toa. Acredita-se que ele seja o maior de São Paulo destinado exclusivamente para CDs e DVDs apreendidos pela polícia. A entidade ainda tem outros três galpões (em Minas Gerais, Rio de Janeiro e Brasília), mas nenhum supera o de São Paulo em tamanho nem em quantidade de mídias apreendidas.

Galpão da Associação Antipirataria Cinema e Música (APCM): depósito tem cerca de três mil metros quadrados e guarda mais de 20 milhões de filmes, shows ou músicas pirateadas.

Espaço no galpão diminui a cada dia e daqui a dois anos a capacidade de armazenamento deverá ser atingida. Ao lado, antigas fitas VHS pirateadas.

Material apreendido nas ruas

Segundo a entidade, o depósito tem cerca de três mil metros quadrados e guarda mais de 20 milhões de filmes, shows ou músicas pirateadas. Ninguém pode abrir ou mexer nas mídias guardadas em caixas ou sacos lacrados por ordem de um juiz, única autoridade que pode decidir o destino do material. Mistério – O cuidado com o material apreendido explica o mistério que cerca a localização do galpão. Em nenhuma hipótese ele pode ser divulgado. A medida evita, por exemplo, o furto de peças que um dia servirão de provas em um julgamento pelo crime de pirataria. Outra forma de zelar pelas mídias apreendidas é o uso de dispositivos de segurança no depósito. O espaço é vigiado por 12 câmeras monitoradas por uma empresa de segurança e por uma equipe que acompanha as imagens em tempo real via internet. As portas do galpão são de aço e só podem ser abertas mediante códigos. Museu – No interior do depósito tem-se a impressão de estar numa espécie de museu da pirataria. A maior parte das 20 milhões de cópias pirateadas é formada por CDs e DVDs. Na verdade, as últimas apreensões revelam que, das dez mil mídias que entram diariamente no galpão, cerca de 75% é filme em

DVD. "Há dois anos verifica- dos filmes e das músicas. Para mos que que a pirataria de fil- os piratas não há uma prefemes ultrapassou a da música", rência por este ou aquele ardisse Antonio Borges Filho, di- tista, muito embora haja diversas mídias com as músicas retor executivo da APCM. Em meados da década de de Roberto Carlos. Falta espaço - Atualmente, a 1980, as fitas cassete foram abandonadas pela indústria APCM enfrenta um problema: fonográfica. Mas, nos anos se- o espaço no galpão diminui a guintes, a pirataria persistiu cada dia e estima-se que em dois anos denas fitinhas. verá atingir No galpão há sua capacidacaixas e caixas de máxima. de fitas casse"Recentementes pirateadas, te compramos datadas do estruturas meano 2001. Pertálicas que percorrendo os lomitem a colotados corredocação de pilhas re s , e n t re a s de paletes. Pedezenas de padimos ainda letes (estrado maior rapidez de madeira nos processos usado na mode destruição vimentação de das mídias", carga) há aindisse Borges da algumas raFilho. ridades: quaOs números tro aparelhos Material chega de várias cidades da entidade para produzir mostram um crescimento escópias de cassetes. O galpão ainda reúne as pantoso na venda de filmes em "mães" dos DVDs piratas: fi- formato DVD. Em 2009, de jatas em VHS (também piratea- neiro a outubro, foram vendidas), nos mais variados gêne- das mais de 11 milhões de córos e títulos. O curioso é que pias. Neste ano, no mesmo pemuitos desses filmes foram ríodo, foram vendidas 17 miapreendidos em videoloca- lhões de cópias. Já a venda de doras. Há ainda no galpão di- CDs está em queda. De janeiro a versas placas matrizes em outubro, foram cerca de 3,7 mimetal, utilizadas na fabrica- lhões em 2009 contra 3,2 mição de capas das embalagens lhões neste ano.

DVDs respondem por cerca de 75% do material diário

Este aparelho era usado para copiar fitas cassete

Discos armazenam todo tipo de material falsificado

DVD falsificado da Walt Disney recolhido das ruas


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Eu vi um homem com uma arma e disse: aquilo não é uma arma? Jenson Button, que escapou de uma tentativa de assalto no sábado

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Nem a Fórmula 1 escapa da violência Veículo de Jenson Button sofre tentativa de assalto perto do Autódromo de Interlagos, no sábado à noite. Pouco depois, equipe da Sauber foi assaltada. Sergio Moraes/Reuters

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ois incidentes provocados pela falta de segurança na cidade de São Paulo ofuscaram o brilho do Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1, realizado ontem, no Autódromo de Interlagos. O atual campeão de Fórmula 1, Jenson Button, escapou ileso de uma tentativa de assalto armado enquanto deixava o autódromo, no sábado, de acordo com ele e sua equipe, a McLaren. O britânico estava deixando o circuito esportivo quando um grupo de homens armados se aproximou de seu carro. "Estávamos voltando do circuito numa região de favela e andando lentamente por causa do movimento da rua", disse Button. "Eu vi um homem com uma arma e disse: aquilo não é uma arma? e quando eu disse isso o motorista arrancou...Foi quando eu vi seis homens, todos com armas,"

acrescentou o piloto. Em nota, a McLaren disse que Button escapou do incidente com a ajuda do motorista, um policial treinado com técnicas de evasão. A Polícia Militar de São Paulo informou ontem que não foi procurada pelo piloto. O prefeito Gilberto Kassab, que esteve ontem no GP, afirmou que o episódio seria apurado. O pai de Button, John, seu agente Richard Goddard e o fisioterapista Mike Collier também estavam no carro. Goddard disse à Reuters que eles deixaram o circuito por volta das 19h e estavam parados em um congestionamento quando viram um grupo de homens saindo de um prédio. "Um rapaz tirou a arma e outro mostrou uma maior ainda e eles vinham em direção ao carro. Dissemos ao motorista vá, vá", contou. Goddard disse ain-

Button (à esquerda) sofreu tentativa de roubo perto de Interlagos, no sábado.

da que eles bateram em vários carros enquanto forçavam a saída para fora do tráfego. Sauber – Também no sábado à noite, segundo comunicado divulgado pela Sauber, três engenheiros da equipe suíça sofreram um assalto a mão armada, no Morumbi, zona sul. O assalto ocorreu por volta das 20h, pouco depois do ataque a Button. "Os engenheiros pararam no sinal vermelho e, de repente, cinco pessoas cercaram o veículo, um com arma de fogo, abriram a porta, pegaram duas mochilas e desapareceram. Ninguém foi ferido", diz a nota. Policiais – Ainda no sábado à noite, três suspeitos de participarem de tentativas de assalto morreram em três ocorrências distintas nas zonas norte e oeste de São Paulo. Os três homens morreram após troca de tiros com policiais militares que estavam à paisana.

O primeiro caso ocorreu na avenida Direitos Humanos, no Mandaqui, zona norte, por volta das 19h. Dois homens em uma motocicleta tentavam assaltar um frentista de um posto de gasolina quando um policial que abastecia seu carro percebeu a ação. Após uma discussão, teve início o tiroteio. Um dos homens foi baleado e morreu. O outro conseguiu fugir. No segundo caso, na Casa Verde, zona norte, uma dupla tentou roubar um policial e sua mulher que estavam em uma moto. O policial reagiu e houve troca de tiros. Um suspeito foi baleado e morreu no local. O outro fugiu. Já na avenida Nicolas Boer, na Barra Funda, zona oeste, outros dois homens tentaram roubar a motocicleta de um policial, que reagiu. Um dos suspeitos morreu e outro fugiu. Mais sobre Fórmula 1 em Esportes

Acidente ofusca o brilho dos voos de balão Passeios turísticos foram suspensos em Boituva (SP), após queda que matou três pessoas e feriu outras 16. As causas ainda são investigadas. Bruno Marfinati/AE - 23/03/2005

Filipe Marcel

Esporte é considerado seguro

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uem já teve a oportunidade de voar naqueles imensos balões de ar quente garante que a experiência é uma das mais românticas e emocionantes que alguém pode ter na vida. Mas a sensação de ser levado pelo vento, bem longe da terra firme, tem o seu preço. No dia 30 de outubro, a notícia da queda de dois balões em Boituva, a 121 km de São Paulo, pegou de surpresa os amantes do balonismo e obrigou as autoridades locais a proibir os voos turísticos na região. O acidente ocorreu cerca de uma hora depois que oito balões decolaram do centro de balonismo da cidade, situado na altura do km 116 da Rodovia Castello Branco. No total, três pessoas morreram e outras 16 ficaram feridas. O caso foi registrado na Delegacia de Polícia de Boituva. Os dois balões que caíram passaram pela perícia da polícia, auxiliados por especialistas da Confederação Brasileira de Balonismo, que deve apresentar o laudo nos próximos 30 dias. A prefeitura de Boituva decidiu suspender os voos de balões até que as causas do acidente sejam detectadas. O vice-presidente da Confederação Brasileira de Balonismo, Leonel Brites, disse acreditar que o acidente tenha sido causado por más condições meteorológicas. A mesma hipótese é levantada pelo presidente da Federação Paulista de Balonismo, Celso Marcantonio, que destacou que, naquele dia, uma frente fria com chuva e ventos fortes chegou a atingir também algumas cidades do Paraná e do Rio Grande do Sul, deixando um total de 70 mil casas sem luz, derrubando postes e árvores. "O helicóptero do Ulysses Guimarães [político que desapareceu após cair no mar em outubro de 1992] passou por um problema semelhante. Mas veja que, dos oito balões que decolaram, seis conseguiram pousar sem problemas e outro ainda conseguiu fazer um pouso forçado. Infelizmente um deles sofreu este acidente fatal para os passageiros", lembra Marcantonio. Entre os mortos estavam Daniela Gonçalves Ciarallo, 31, e o seu marido, Franklin Ciarallo, 31, que faziam o passeio para comemorar o aniversário de cinco anos de casamento. O piloto, Antônio Carlos Giusti, 56, também morreu na queda.

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o Brasil, a prática do balonismo acaba de completar 40 anos e até o acidente registrado em Boituva não houve qualquer caso envolvendo a morte de passageiros em nosso território. Segundo um levantamento realizado entre os sete clubes de balonismo espalhados por cidades como Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte, o País tem hoje um total de 140 balões registrados, apesar do alto custo de manutenção e aquisição de equipamentos – em torno de R$ 60 mil. Enquanto prática esportiva, os números comprovam se tratar de uma modalidade bastante segura, mais até do que paraquedismo e asadelta. O caso de maior repercussão nos últimos anos aconteceu em 2005, envolvendo o piloto Leandro Pessim. Durante uma competição em Brotas (SP), Pessim morreu eletrocu-

Letícia Moreira/Folhapress - 30/10/2010

tado depois q u e s e u b alão, já em terra, acabou encostando na rede de energia elétrica. Em março deste ano, três outros praticantes ficaram p r e s o s e m Acidente foi o primeiro do País com vítimas fatais uma torre de telecomunicações durante o 2º giões como a Capadócia, na TurFestival Internacional de Balo- quia, sobre o deserto do Rajasnismo Cidade de Santa Maria. tão, na Índia, e também pelo VaNinguém ficou ferido. le do Loire, na França. Opções – Em São Paulo, enOutro destino muito proquanto o céu de Boituva não curado continua sendo a área reabre para os balonistas, al- do Grand Canyon, nos Estagumas boas opções de pas- dos Unidos, que dispõe de seio podem ser encontradas balões com mais de 30 meem cidades do interior como tros de altura e capacidade Ribeirão Preto, São Carlos, Rio para até 12 pessoas cada. Os Claro, Piracicaba e Jacareí. norte-americanos, grandes Mas é no exterior que alguns adeptos do balonismo, conroteiros enchem os olhos de tam hoje com cerca de 6.000 verdade, com voos sobre re- balões registrados. (F.M.)

Invenção é de um brasileiro Arquivo/DC

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Queda de balão provocou a morte de três pessoas no interior: mau tempo pode ter provocado a tragédia Letícia Moreira/Folhapress

Enquanto o céu de Boituva não é liberado, balonistas devem procurar outras alternativas para o esporte

o dia 8 de agosto de 1709, o padre brasileiro Bar tholomeu Lourenço de Gusmão fez subir um balão movido a ar quente diante de uma plateia atônita reunida no interior do Palácio Real de Lisboa, em Portugal. Feito de papel e impulsionado pelo calor, a invenção de Bartholomeu subiu a uma altura de quatro metros para a surpresa de todos os presentes, incluindo o rei D. João V. Cerca de 70 anos depois, os irmãos Etiene e Joseph Montgolfier, construíram o primeiro balão tripulado com aproximadamente 30 metros de circunferência e confeccionado com tecido de linho, que foi preenchido com fumaça de uma fogueira de palha seca. O balão elevou-se do chão cerca de 300 metros, durante cerca de 10 minutos, sobrevoando uma distância de aproximadamente três quilômetros. Somente em 1906, quase duzentos anos após a descoberta de Bartholomeu, é que outro brasileiro viria a se tornar destaque no mundo da aviação novamente, desta vez era Santos Dumont fazendo decolar seu 14 Bis e registrando na história a in-

venção definitiva do avião. Sopro forte A velocidade de um balão pode chegar a 30 km/h, dependendo da velocidade do vento. Mas, e se furar? Se o furo for menor que 50 centímetros de diâmetro e não acontecer no topo do tecido o voo poderá seguir tranquilamente. Na necessidade de um pouso de emergência, o piloto consegue pousar em menos de cinco minutos. Além disso, o material usado é todo à prova de fogo e cada cesto possui um acendedor reserva para o caso da chama apagar. Segurança não falta. O ar quente pode fazer o balão subir até 20 quilômetros de altura, recorde mundial batido recentemente por um empresário indiano. Mas, no geral, bastam 50 metros de altura para satisfazer passageiros de todas as idades. Um passeio pode custar de R$ 180 a R$ 300 reais por pessoa e levam, em média, uma hora para terminar. Algumas empresas oferecem certificado e até garrafas de champagne para comemorar o batizado. Para garantir uma experiência segura, o passageiro deve

Padre Bartholomeu de Gusmão

estar atento se o piloto está devidamente habilitado, consciente das condições meteorológicas e se o local é apropriado para o balonismo. Todos os pilotos recebem uma autorização por escrito de uso de espaço aéreo, que é concedido pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Peça para ver. Nela está escrito o horário e altitude máxima que o balão conduzido por ele pode voar. Verifique também se o cesto em que você está conta com aparelho GPS ou rádio comunicador. De resto caberá assistir, perplexo, às direções tomadas pelo vento. (F.M.)


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acsp

TAMANHO A região Leste ocupa 22% da área do município de São Paulo.

distritais

Zona leste: crédito para alavancar a economia O Fundo Zona Leste Sustentável captará e investirá recursos em projetos que possam gerar mais trabalho e renda para a região

MORADORES Em torno de quatro milhões de pessoas vivem na zona leste paulistana.

GIr Agendas da Associação e das distritais Hoje I Penha – Às 13h, encontro de

voluntários para confecção da árvore de natal. Avenida Gabriela Mistral, 199. As reuniões acontecerão até sexta-feira, sempre às 13h. Informações: dpenha@acsp.com.br. I Tatuapé –Às 14h, reunião do Núcleo de Beleza do Empreender. Praça Silvio Romero, 29. I Santo Amaro – Às 19h, reunião do Núcleo Óptica (curso de auxiliar óptico) do Empreender. Avenida Mário Lopes Leão, 406. I São Miguel –Às 19h, reunião do Núcleo de Óticas do Empreender. Avenida Marechal Tito, 1042.

Mauro Bonfim/Divulgação

Amanhã I Penha – Às 9h30, curso de coral

infanto-juvenil, iniciativa do Conselho da Mulher. Avenida Gabriela Mistral, 199. Informações:denha@acsp.com.br I Jabaquara – Às 19h30, 29ª reunião ordinária da Diretoria Executiva e Conselho Diretor, com a palestra Como Atender Bem, com Débora Martins. Avenida Santa Catarina, 641. I Noroeste – Às 19h30, reunião ordinária da Diretoria Executiva e Conselho Diretor. Rua Luiz Braille, 8. I São Miguel – Às 19h30, entrega do troféu Marco da Paz a policiais civis e militares, bombeiros e guardas civis metropolitanos. Avenida Marechal Tito, 1042.

Quarta I Conselho – O embaixador Jadiel

São Miguel Paulista (acima), um dos bairros mais antigos da cidade, integra o Fundo Zona Leste Sustentável. Os outros são Itaim Paulista e Ermelino Matarazzo.

André Alves

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ão é exagero considerar a zona leste da capital, pelas suas características, dimensão territorial e seus quase quatro milhões de moradores, uma espécie de cidade dentro da cidade. A região, que ocupa 22% da área do município de São Paulo, sofre com a informalidade e com a dificuldade de obtenção de empréstimos e crédito formal para os empreendimentos comerciais. Para tentar reverter ou, pelo menos, amenizar esse quadro, foi criado um fundo de investimento voltado para captar e investir recursos em projetos que possam gerar opções de trabalho e renda socialmente mais justas e ambientalmente sustentáveis. Chamado de Fundo Zona Leste Sustentável, o projeto beneficia os bairros de Ermelino Matarazzo, Itaim Paulista e São Miguel Paulista. Lançado oficialmente no final de setembro, receberá inscrições até o dia 16. Podem se candidatar micros e pequenos empreendedores de produção de bens e/ou serviços, cooperativas, empreendimentos informais, além de propostas de organizações sociais, solicitando crédito máximo de R$ 50 mil.

Cada candidato pode concorrer com apenas um projeto. As propostas deverão ser preenchidas no site do fundo, www.zlsustenta.org.br, e a lista dos contemplados será divulgada no dia 30. A iniciativa é uma parceria entre a Fundação Tide Setúbal, Distrital São Miguel da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e do Trabalho, Serviço de Apoio às Micro e P e q u e n a s E m p re s a s ( S ebrae), Subprefeitura de São Miguel Paulista, Universidade Cruzeiro do Sul (Unicsul) e outras instituições, além de lideranças locais. Início – De acordo com o consultor da Fundação Tide Setúbal e responsável pela concepção do projeto, Gabriel Ligabue, a idéia de se criar um fundo de investimentos que colaborasse para o desenvolvimento da região surgiu em 2009. Por meio de um levantamento, foi constatado que pequenas empresas da região tinham grande potencial de crescimento, mas não possuíam recursos financeiros e acesso ao crédito ou eram informais. "O objetivo é que os contemplados possam ser competitivos nos segmentos em que atuam, além de se formalizarem", disse.

No projeto apresentado, os candidatos devem oferecer contrapartidas, econômicas e não econômicas, que serão avaliadas no processo de seleção. No caso das econômicas, é preciso contar com recursos de, no mínimo, 30% do valor total solicitado. Mas não é necessário que seja em dinheiro. Podem ser, por exemplo, em equipamentos ou até horas de trabalho empenhadas. As contrapartidas não econômicas incluem mão de obra de moradores e utilização de fornecedores locais. "Dessa forma, os recursos financeiros serão aplicados e investidos na própria região", ressaltou o consultor. Modalidades – Nesse primeiro momento, serão priorizadas duas modalidades de projetos: os que estimulem as cadeias produtivas locais e os que promovam sustentabilidade entre os empreendedores da região (ao usarem insumos similares ou comprarem de fornecedores da zona leste, por exemplo). Ao mesmo tempo, têm mais chances as iniciativas que economizem matériaprima na produção, inovem na utilização de energia ou, de alguma forma, colaborem com a reutilização de materiais. Segundo Gabriel, o tempo de duração do projeto varia para cada caso. De qual-

Pelo perfil do comércio da região, esse projeto tem tudo para dar certo. ANTÔNIO ABRÃO ASSEM, SUPERINTENDENTE DA

DISTRITAL SÃO MIGUEL

quer forma, todos os escolhidos serão acompanhados e avaliados periodicamente. Funções – Cada um dos participantes do comitê gestor do projeto tem uma função. A Unicsul e o Sebrae, por exemplo, são os principais responsáveis pelo apoio técnico. A Distrital São Miguel da ACSP, segundo o superintendente

Antônio Abrão Assem, poderá indicar entre os seus associados, possíveis candidatos. "Pelo perfil do comércio da região, esse projeto tem tudo para dar certo. Em parceria com o Sebrae e com a Unicsul, ofereceremos o nosso auditório para cursos de capacitação", afirmou o superintendente. Até o momento, já foram arrecadados cerca de R$ 400 mil em doações para o fundo, provenientes da iniciativa privada, do poder público e d a p ró p r i a c o m u n i d a d e . "Acredito no sucesso do projeto. O ZL Sustenta será mais forte e comunitário quanto mais gente o apoiar, não importando a quantia aplicada. É muito importante a parceria com a Distrital São Miguel, pela sua capilaridade e atuação", concluiu Gabriel.

Arquivo/DC

Capela deu origem ao bairro

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A Capela de São Miguel Arcanjo foi construída por índios em1622

ão Miguel Paulista, no leste paulistano, tem um conteúdo histórico que o diferencia dos outros bairros que integram o Fundo Zona Leste Sustentável. É lá que, em 1622, foi erguida a Capela de São Miguel Arcanjo, que deu origem ao povoado e é considerada o templo mais antigo da cidade. A capela, erguida pelos índios guaianases, foi um dos primeiros prédios tombados pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, hoje chamado Iphan. Em 1938, três séculos após sua construção, a pequena igreja foi revitalizada, pois estava descaracterizada e em parte destruída. Os especialistas tentaram manter a autenticidade da arquitetura e dos elementos artísticos. Pinturas do período colonial, arte barroca e traçados incas foram encontra-

dos. A recuperação incluiu o resgate de peças e ornamentos de madeira que haviam sido vendidos a antiquários. A praça Aleixo Monteiro Mafra, que fica em frente, também foi reformada para dar mais visibilidade à capela. O uso religioso foi suspenso e começaram a ser organizadas visitas. As vitrines, painéis e placas mostram as pesquisas arqueológicas, história e influência no bairro de índios, jesuítas, franciscanos, colonizadores e imigrantes nordestinos. Pode ser visto também o processo de fabricação de cerâmica indígena, altares, púlpito, coro, pia batismal e imagens de santos. O programa de visitação tem ainda palestras e oficinas. A capela fica na praça acima citada e o telefone é 2032-4160.

Ferreira de Oliveira coordena a reunião mensal do Conselho de Câmaras Internacionais de Comércio, com palestra de Clóvis Panzarini sobre Conceitos para uma Reforma Tributária. Às 12h30, rua Boa Vista, 51/12º andar, Enre. I Santo Amaro – Às 19h, reunião ordinária da Diretoria Executiva e Conselho Diretor. Avenida Mário Lopes Leão, 406. I Ipiranga – Às 19h30, 30ª reunião ordinária da Diretoria Executiva e Conselho Diretor e 30ª reunião Conselho da Mulher. Rua Benjamin Jafet, 95. I Lapa –Às 19h30, reunião ordinária da Diretoria Executiva e Conselho Diretor. Rua Pio XI, 418 I Mooca – Às 19h30, reunião ordinária e palestra Planejamento Tributário. Rua Madre de Deus, 222. I Sudeste –Às 19h30, palestra Acidentes: um problema de saúde pública, com o tenente coronel Ferraz. Confirmação: 5071-9920 ou dsudeste@acsp.com.br. Rua Afonso Celso, 1659

Quinta I Exportar – O diretor da ACSP

José Candido Senna coordena o evento Exportar para Crescer", em conjunto com a Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto. Às 8h30, na sede da Acirp, rua Visconde de Inhaúma, 489. I Centro – Às 9h, Café da manhã de abertura da exposição Universo da Aquarela – A arte de compartilhar 2010. Às 18h30, Excelência no atendimento ao cliente, com Luciano Amato (consultor, psicólogo e vicepresidente da Associação Paulista de Gestores de Pessoas). Confirmação: 3208-5753 ou dcentro@acsp.com.br. Rua Galvão Bueno, 83. I Conselho – O diretor da ACSP Roberto Ticoulat coordena a reunião do Conselho Brasileiro das Empresas Comerciais Importadoras e Exportadoras (Ceciex). Às 10h, rua Boa Vista, 51/11º andar. I Penha – Às 19h30, 31ª reunião ordinária da Diretoria Executivo e Conselho Diretor e homenagem a policiais. Avenida Gabriela Mistral, 199. Informações:dpenha@acsp.com.br I Pinheiros – Às 19h30, abertura do 23º Salão de Artes de Pinheiros. Centro de Convenções Rebouças. Av. Rebouças, 600

Sexta I Comus – O diretor da ACSP José

Candido Senna coordena a reunião do Comus com palestra de Nishant Pillai, diretor de Carga e Segurança Portuária da Unisys Co, sobre Carga Inteligente. Às 10h, rua Boa Vista, 51/9º andar, plenária. I Santo Amaro – Às 19h, reunião do Empreender Núcleo Óptica (curso de auxiliar óptico. Avenida Mário Lopes Leão, 406.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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sábado, domingo e segunda-feira, 6, 7 e 8 de novembro de 2010

facesp

ORLA O projeto ordenará a orla conforme critérios ambientais e urbanísticos.

regionais

MUDANÇA A transferência dos quiosques começará em março de 2011.

Fotos: Rubens Chaves/Folhapress

Guarulhos tem palestra sobre economia

A

Com o TAC, o Guarujá, no litoral sul, tornou-se a primeira cidade do Brasil a ter autonomia sobre a orla.

No Guarujá, quiosque só fora da areia Projeto retira os pontos comerciais da praia e leva para o calçadão André Alves

Arquivo/DC

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ol, calor e praia são praticamente sinônimo de sucos, refrigerantes e cervejas gelados, muitas vezes bebidos em um quiosque à beira mar, com os pés na areia. Mas este hábito, tão comum aos turistas que visitam o litoral paulista, está com os dias contados no Guarujá. Depois da temporada de verão 2011, os quiosques da cidade, hoje instalados na areia, serão transferidos para os calçadões. A nova norma faz parte de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado entre a prefeitura local e a Secretaria do Patrimônio da União (SPU). Assim, o Guarujá, no litoral sul, tornou-se a primeira cidade do Brasil a ter autonomia sobre a orla. Entre os objetivos da medida estão a padronização dos pontos comerciais e a desobstrução das praias. Projeto – Com a assinatura do TAC, o município ganha a oportunidade de discutir as mudanças necessárias e elaborar, em conjunto com outras instituições, um Projeto de Intervenção Urbanística (PIU), destinado às praias da Enseada, Pernambuco, Pitangueiras, Astúrias, Guaiúba e do Tombo. Segundo a prefeita do Guarujá, Maria Antonieta de Brito, a transferência dos quiosques começará após a temporada de verão, em março de 2011. "Até lá, os quiosqueiros terão a segurança de trabalhar tranquilamente", disse. "Dessa forma, garantimos os postos de trabalho e um verão tranquilo", afirmou. Segundo ela, a futura medida garantirá mais qualidade nos espaços, pois proporcionará maior visibilidade da orla.

Muitos quiosques perderam suas características e viraram restaurantes. É concorrência desleal. MARCELO STUQUE, PRESIDENTE DA AC DO GUARUJÁ Os quiosques que já estão nos calçadões, como na praia do Tombo, serão padronizados

Ordenamento - O projeto, que deverá estar concluído entre janeiro e fevereiro do próximo ano, ordenará a orla da cidade conforme critérios ambientais e urbanísticos, respeitando as características de cada praia. Na Enseada, por exemplo, a praia mais badalada do balneário e a única onde ainda existem quiosques na

areia, o TAC prevê a retirada dos estabelecimentos – em torno de 100 – e a padronização dos novos pontos que forem instalados no calçadão. Como nem todos poderão ser transferidos, uma licitação definirá as empresas que irão explorar os espaços. "Em torno de 70% dos quiosques devem ser transferidos. Não haverá

Marcos França/PMG/Guarujá

Depois do verão, os quiosques da Enseada sairão da faixa de areia

Santo André aposta em Natal generoso

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Associação Comercial e Industrial de Santo André (Acisa) prevê um Natal generoso para o comércio. As vendas, em relação a 2009, deverão crescer em torno de 7%. Segundo o superintendente da entidade, Luís Antonio Sampaio da Cruz, o crescimento está relacionado ao momento econômico positivo pelo qual passa a região do ABC, bem como ao aumento do número de empresas instaladas na região durante o ano.

"O ABC irá gerar cerca de 10 mil empregos temporários", disse. Este Natal deverá ser novamente dos eletrônicos e, segundo os últimos levantamentos, pode haver queda na inadimplência, por conta da maior procura da reabilitação do crédito e também pela facilidade de pagamento por meio de cheques prédatados. As consultas do SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) aumentaram 13% nos últimos nove meses.

espaço para todos os que funcionam no local no momento", afirmou o secretário de Infraestrutura e Desenvolvimento Urbano do Guarujá, Duíno Fernandes. Além dos quiosques fixos, o PIU também deverá contemplar os pontos de venda de sorvete instalados nos calçadões. A proposta é limitar a 20% do número de quiosques por praia. Mesmo não sendo instalações fixas, os pontos de venda de sorvete deverão ter luz, água e esgoto sanitário. De acordo com a prefeitura, a iniciativa conta com o apoio da Associação dos Quiosqueiros do Guarujá, entidade que será uma das parceiras na discussão do projeto. Abuso - Na opinião do presidente da Associação Comercial (AC) do Guarujá, Marcelo Stuque, muitos quiosqueiros abusaram no p ro c e s s o d e o c u p a ç ã o d a

praia da Enseada. "Muitos deles, irregulares, perderam suas características e viraram verdadeiros restaurantes. É uma concorrência desleal. Apoio a padronização, desde que feita com regras e critérios definidos", enfatizou Stuque. O presidente da AC defende a instalação de, no máximo, 60 quiosques no calçadão da praia da Enseada. "Os pontos não podem ficar na frente de casas e estabelecimentos comerciais, bloqueando a visão da praia", opinou. O secretário de Infraestrutura, por sua vez, garante que os quiosques serão colocados nas confluências das ruas. "Eles não vão atrapalhar a visão", disse. Os quiosques das demais praias que já estão fora da areia serão padronizados. Também haverá obras de infraestrutura, como implantação de banheiros e rampas de acessibilidade.

São Carlos lança programação de cursos a distância

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Associação Comercial e Industrial de São Carlos (Acisc), pelo canal via satélite da DTCOM (Rede de Soluções em Educação Corporativa a Distância), lançou a programação de cursos a distância deste mês, voltados a empresários e seus colaboradores. Serão abordados os temas: Editor de Apresentações Gráficas; Negociando com Sucesso I e II; Autodesenvolvimento – Uma Competência Crítica para o Profissional do Século XXI e

Dimensões Éticas da Atividade Empresarial. As teleaulas acontecem na Acisc (rua Genera Osório, 415). Depois das aulas, os participantes acessam, via internet, as informações complementares, o teste de conhecimento e a avaliação final, garantindo a emissão de certificados. Cada aula requer o investimento de R$ 10,00 para associados e R$ 20,00 para os demais. Informações no (16) 3372 2100 e www.acisc.com.br.

Associação Comercial e Empresarial (ACE) de Guarulhos, em parceria com o Banco Itaú, promove dia 23, a partir das 19h, a palestra Cenário da economia e Perspectivas para o Comércio Exterior em 2011, com o economista Luiz Gustavo Cherman. O evento acontece na Casa do Empreendedor, sede da ACE. Cherman irá abordar temas sobre a economia brasileira e mundial, traçando um panorama do que ocorreu em 2010 e as perspectivas para o próximo ano. Entre os assuntos que serão discutidos estão: PIB, Componentes de demanda, Política Fiscal, Balanço de Pagamentos, Inflação, Política Monetária, Consumo, Serviços Financeiros e Infraestrutura e Construção. Informações no Departamento de Comércio Exterior da ACE, 2137-9324. Inscrições – Estão abertas as inscrições para os treinamentos dos produtos da ACE para os associados. Serão dois encontros, um voltado ao portal de e-commerce Guarulhostem e outro ao SCPC/Registro de Débitos. No dia 23, das 14h às 18h, será realizado o treinamento Venda pela internet pelo Guarulhostem. No dia 25, às 9h, o treinamento será Negativar: Reduzindo a inadimplência no comércio. O investimento é a doação de um litro de leite integral. Informações no 2137-9331. O endereço é avenida João Bernardo Medeiros, 278.

Guaratinguetá: seu nome é seu patrimônio

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ara ajudar o consumidor a reabilitar-se para as compras a prazo neste final de ano, a Associação Comercial e Empresarial de Guaratinguetá (Aceg) lançou a campanha Seu Nome é Seu Maior Patrimônio. Assim, até o dia 3 de dezembro, será possível renegociar os débitos junto à loja credora e regularizar o nome no Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) em condições especiais, como com parcelamento, desconto e perdão de multas e juros. Segundo dados da Aceg, nos últimos cinco anos a dívida ativa no comércio da cidade ficou em torno de R$ 6 milhões. São mais de 23 mil dívidas de cerca de 18 mil consumidores. Com a campanha, que já tem a participação de 25 empresas, a Aceg espera aumentar as regularizações em novembro em cerca de 20%. A presidente da associação, Márcia Molina, disse que os números cresceram não só pelo aumento da inadimplência, mas por causa de um trabalho intensivo de conscientização dos associados sobre seus direitos e deveres para a negativação de débitos de clientes. Quem quiser regularizar a situação, o atendimento no balcão do SCPC acontece das 8h15 às 18h. Aos sábados, funciona das 9h até o meio-dia. O balcão fica na rua Marechal Deodoro, 67, no centro da cidade. Mais informações pelo telefone (12) 3128-2200.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sábado, domingo e segunda-feira, 6, 7 e 8 de novembro de 2010

13 ATÔMICO Irã sugere Turquia como local para negociar com o Ocidente

nternacional

NOVA YORK Mineiro chileno completa Maratona após cinco horas e cinquenta minutos

Josep Lago/AFP

Cuidado, papa: corra que o 'beijaço' vem aí.

O Papa Bento XVI criticou ontem o casamento gay e o aborto, recentemente legalizado na Espanha, em uma missa para consagrar a igreja ícone de Barcelona em outra onda critica que ele chamou de "agressivo secularismo" da Espanha. Em protesto, centenas de gays e lésbicas fizeram uma manifestação em frente à igreja, promovendo um grande beijo público quando o pontífice passou de papamóvel pelas ruas a caminho da igreja modernista de Antoni Gaudí, a Sagrada Família, em construção há 128 anos (acima). A legalização do aborto neste ano e o casamento gay aprovado em 2005 acirraram as tensões com o Vaticano, mas o governo de Madri tentou minizimizar o atrito durante a visita de dois dias do pontífice. Os ensinamentos da igreja dizem que os ho-

mossexuais devem ser tratados com dignidade e respeito, mas que os atos homossexuais são "intrinsecamente perturbados". "A Igreja resiste a toda forma de negação da vida humana e dá suporte a tudo que promove a ordem natural na esfera da instituição da família", disse o papa durante a missa. Ele também afirmou que "o indissolúvel amor de um homem e uma mulher é o contexto efetivo da vida humana em sua gestação, crescimento e fim natural", em clara crítica ao casamento gay. O governo do primeiro-ministro socialista José Luis Rodrigues Zapatero apoiou uma agenda legislativa que provocou irritação no Vaticano. A nova lei do aborto espanhola, por exemplo, permite a realização do procedimento sem restrições nas primeiras 14 semanas de gravidez, alinhando as leis espanholas às de outros países da Europa. Até este domingo a Sagrada Família – que pode receber até 10 mil pessoas – nunca havia sido usada para realização de missas. Gaudí morreu em 1926 e a construção foi praticamente parada, sendo custeada pelas tarifas cobradas de visitantes e doações. A conclusão da basílica está prevista para 2026. (Agências)

Em busca de alguém para se apoiar A situação política do primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, se agravou ontem, depois que o presidente da Câmara dos Deputados, Gianfranco Fini, pediu a renúncia do premiê e o início de negociações para a formação de um novo governo. No entanto, Berlusconi, envolvido em um novo escândalo sexual, não tem intenção de renunciar agora, informaram fontes próximas ao político, citado pela agência Ansa.

Fini – co-fundador do partido de Berlusconi Povo da Liberdade (PDL) e que se tornou um dos maiores rivais do primeiro-ministro – disse que se Berlusconi não se afastar do poder, ele irá retirar seus ministros do gabinete de governo. Mas o ex-aliado do primeiro-ministro se disse disposto em rever uma aliança com Berlusconi, mas apenas sobre novas bases e um programa de governo revisto. "Nós não podemos continuar desse jeito" declarou Fini, "e esse capítulo já chegou ao fim, ou está perto do fim", afirmou ele. (Agências) Jim Watson/AFP

Obama: diplomata econômico.

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pós o fracasso nas eleições legislativas, o presidente dos EUA, Barack Obama, decidiu se dedicar à política externa – sem esquecer o eleitorado de casa. Com seu partido derrotado no pleito, Obama está tentando estimular exportações e a criação de empregos ao incentivar negócios em países como a Índia. O mandatário pediu que países asiáticos como a Índia abram mais suas economias para empresas norte-americanas. "Não seria injusto para os Estados Unidos dizerem, olha, se a

nossa economia é aberta a todos, os países que negociam conosco tem que mudar suas práticas para abrir seus mercados para nós. Tem que haver reciprocidade nas nossas relações comerciais", disse Obama. Ele pediu ainda à Índia que apoie os esforços de paz com o Paquistão, vistos como cruciais para vencer a guerra contra o terror no Afeganistão. No segundo dia de sua visita à Índia, Obama e sua esposa, Michelle, assistiram a uma apresentação de danças tradicionais e visitaram uma tumba da era Mughal (foto). (Agências)

Yiorgos Karahalis/Reuters

Uma eleição em defesa da austeridade Os decepcionados gregos foram às urnas ontem, para votar nas eleições que são vistas como um referendo às medidas de austeridade adotadas pelos socialistas do primeiro-ministro George Papandreou. Apesar do descontentamento, os governistas lideram a contagem em 8 das 13 regiões, após 6,4% e

13,8% dos votos apurados, dependendo do distrito. O premiê ameaçou convocar eleições gerais se não obtiver uma votação expressiva, alegando que o programa de austeridade precisa de apoio: "Os cidadãos vão decidir se continuaremos no caminho da salvação... ou se voltaremos à decadência". (Agências)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

14 -.LOGO

sábado, domingo e segunda-feira, 6, 7 e 8 de novembro de 2010

Logo Logo

Carro de crochê feito por um artista anônimo virou atração em Praga. O modelo é um Skoda. O site Dude Craft procura o artista.

www.dcomercio.com.br

www.dudecraft.com /2010/10/doily-car.html

NOVEMBRO

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Dia Mundial do Urbanismo

E DUCAÇÃO E M

C A R T A Z

Confusão marca prova do Enem Governo federal não descarta hipótese de aplicar novo exame a alunos que se sentirem prejudicados por falhas

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Cineclube do Belas Artes exibe o filme 'Alice e Martin', dentro do Conjunto da Obra: Juliette Binoche. Rua da Consolação, 2423, tel.: 3258-4092.

CINEMA

ara tentar diminuir o estrago no Enem 2010, marcado por erros de impressão e de montagem das provas, confusão no uso do lápis e falhas na segurança, o Ministério da Educação adotou ontem à noite o discurso de que o exame deste ano foi um "sucesso". "Missão cumprida", disse o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Joaquim José Soares Neto. "As falhas acontecem", minimizou. Mas o governo não descarta aplicar novo exame a alunos prejudicados.

Segundo ele, os vários problemas registrados nos dois dias de prova não abalaram a credibilidade do Enem, não houve falha na segurança da aplicação das provas e nenhum estudante será prejudicado. Em Pernambuco, um repórter do Jornal do Commercio entrou ontem com um celular na prova e transmitiu o tema da prova. O discurso do governo é uma tentativa de impedir a ressurreição da crise de 2009 – quando o Enem foi anulado por causa do vazamento das provas ao jornal O Estado de S. Paulo. Há também uma preocupa-

ção com a pressão da Ordem dos Advogados do Brasil e do Ministério Público para que o exame seja anulado. "É um processo complexo, humano e pode ter falhas", disse Soares. Até a noite de ontem, o Inep não tinha uma versão sobre as trocas dos cabeçalhos do cartãoresposta da prova de sábado. Indagado sobre a responsabilidade do Inep na fiscalização da impressão do material, Soares esquivou-se e disse que ainda está sendo apurado o que ocorreu. Soares Neto informou que o Inep deve procurar os estudantes que foram prejudica-

dos pelas falhas de montagem na prova do sábado. Ele disse que o governo avalia a possibilidade de realizar um novo exame para essas pessoas. O dirigente não soube estimar, no entanto, quantos estudantes foram prejudicados pelo erro cometido. O presidente do Inep disse que, a partir de quarta-feira, o site do Enem vai disponibilizar o requerimento para os estudantes que se sentiram prejudicados pela troca do cabeçalho do cartão-resposta e que, por isso, querem a correção das provas de maneira invertida. (AE)

Nilton Cardin/AOG

G @DGET DU JOUR

Sempre arrumada

Quem não gosta de fazer a cama vai adorar a Letto Zip Bed. É só fechar o zíper e tá pronta. www.ohgizmo.com

D IVERSÃO

Xangai vai ganhar sua Disneylândia informou na sexta-feira a agência de notícias oficial Xinhua. A Disneylândia de Xangai deve ter 4 quilômetros quadrados de área e custar cerca de 25 bilhões de iuans (3,75 bilhões de dólares), informou a Xinhua. A Disney não deu maiores detalhes sobre o projeto. (Reuters)

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A Walt Disney Co. assinou um acordo com uma empresa de Xangai para construir um parque temático da Disneylândia na cidade chinesa. O acordo foi fechado com o Shanghai Shendi Group, especialmente criado para o desenvolvimento do projeto da Disneylândia,

CONTRA O CÂNCER - Milhares de mulheres vestidas de rosa participaram, ontem de manhã, de uma caminhada contra o câncer de mama em São José dos Campos (SP). O evento teve um percurso de quatro quilômetros e o objetivo foi chamar a atenção das mulheres para a importância da realização da mamografia, exame utilizado na prevenção da doença.

P UBLICIDADE

H ISTÓRIA

C INEMA

Museu da Justiça é reaberto no Rio

ROBÔS

Após 18 meses de obras ao custo de R$ 35 milhões, o Museu da Justiça do Rio será reinaugurado hoje. Ele funciona no prédio do Palácio de Justiça, construído em 1926, quando a cidade ainda era a capital do País. O edifício de cinco andares no centro carioca foi completamente restaurado. No total, 20 mil processos judiciais dos séculos 19 e 20 estarão disponíveis ao público. Entre eles, livros de compra e venda de escravos e até inventários da família imperial. Naquele espaço funcionou a Corte de Apelação do antigo Distrito Federal, o Tribunal de Justiça da Guanabara e o Tribunal de Alçada Criminal, até 1998. (AE)

Morre nos EUA a atriz Jill Clayburgh

Os melhores garotos-propaganda O site Dark Roasted Blend fez uma seleção dos robôs da publicidade dos anos 1950 e descobriu: interação entre mulheres e máquinas humanoides aparecia em anúncios de roupas, eletrodomésticos e eram cult no cinema. Outras fotos no site. www.darkroastedblend.com/ 2007/08/ladies-robots.html

Cena do filme Planeta Proibido

Jill Clayburgh, atriz indicada ao Oscar e que se especializou em interpretar mulheres independentes que saíam da sombra dos homens, morreu na sexta-feira, aos 66 anos, de acordo com o The New York Times. A atriz morreu de leucemia, na sua casa em Connecticut. Ela já vivia com a doença há duas décadas, de acordo com o Times, que citou como fonte o marido, o dramaturgo David Rabe. Ela concorreu ao Oscar de melhor atriz por seus desempenhos na comédia de Paul Mazursky, "An Unmarried Woman" ("Uma mulher descasada"), em 1978 . M ÚSICA

A RQUEOLOGIA

Prédio desaba nas ruínas de Pompeia

Festival agita as estações de metrô

A "Casa dos Gladiadores", uma construção de 2 mil anos de idade nas ruínas da antiga Pompeia, desabou no sábado, disseram autoridades italianas. A casa de pedra, situada na rua principal do mundialmente famoso sítio arqueológico e que media centenas de metros quadrados, desabou pouco depois do amanhecer, enquanto o local ainda estava fechado. Acreditava-se que a casa era local de reunião e treinamento dos gladiadores antes deles irem para a luta em um anfiteatro da cidade, que foi destruída por uma erupção do vulcão Vesúvio

O conceito de música "underground" (subterrânea) está prestes a ganhar um novo sentido. Entre hoje e sexta-feira, acontece o Red Bull Sounderground – 1º Festival de Música no Metrô, no qual 20 atrações musicais, vindas de diferentes partes do mundo, irão se revezar fazendo shows em 11 estações do metrô de São Paulo. Até quinta, serão 20 shows por dia, sempre das 11h às 13h e das 17h às 19h. Na sexta, todos os músicos se encontrarão às 17h na estação Paraíso, onde acontecerá a apresentação de encerramento. (Folhapress)

As lojas SF, nos EUA, tinham robôs em uma série de anúncios

A TÉ LOGO

Acesse www.dcomercio.com.br para ler a íntegra das notícias abaixo:

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Cerca de 200 passageiros foram prejudicados por problemas em voos da Webjet.

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Um trem de passageiros da Central do Brasil saiu dos trilhos no Rio. Ninguém ficou ferido.

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no ano de 79. Conhecido oficialmente por seu nome em Latim "Schola Armaturarum Juventus Pompeiani", a estrutura interna não estava aberta à visitação, mas podia ser vista pelo lado de fora, enquanto os turistas andavam pelas ruas principais da cidade antiga. As autoridades especularam que o desabamento pode ter sido causado por fortes chuvas que atingiram a região. A falta de manutenção de Pompeia tem sido criticada na Itália. (Reuters)

PM troca tiros com ladrões durante tentativa de assalto no Itaim.


e CAIXA 1

AGENDA

conomia

O seu consultor financeiro

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Segunda-feira

Segunda-feira

Terça-feira

Será anunciado pela FGV o IPC(S) da primeira quadrissemana de novembro

O Banco Central divulga os dados das reservas internacionais de outubro

O IBGE divulga o INPC-A e o INPC do mês de outubro

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sábado, domingo e segunda-feira, 6, 7 e 8 de novembro de 2010

Especialistas recomendam que contribuintes já comecem a pensar na declaração do IRPF 2011

Cuide do Leão, antes de encarar Noel.

SÍLVIA PIMENTEL

O

final do ano já está chegando, e com ele começa a correria para as compras de Natal. No entanto, além do Papai Noel outra figura importante deve ser lembrada até o último dia de dezembro: tratase do Leão do Imposto de Renda. A entrega da declaração de ajuste anual do imposto pelas pessoas físicas (IRPF) começa em abril do próximo ano, mas, antes disso, é preciso que o contriubuinte comece, desde agora, a organizar os documentos importantes a serem usados em sua prestação de contas à Receita Federal. Embora o chamado planejamento tributário seja utilizado em larga escala pelas pessoas jurídicas, o procedimento pode ser bastante proveitoso para os contri buintes de imposto na condição de pessoa física, ainda que de forma mais tímida. Isso porque algumas decisões simples podem ter como efeito a elevação do total de imposto a ser restituído àqueles que pagaram a mais durante o ano anterior, ou ainda reduzir o valor a ser pago no próximo ano. De acordo com a diretora de conteúdo e especialista em Imposto de Renda da Fiscosoft, Juliana Ono, uma dica valiosa é antecipar para dezembro consultas médicas agendadas para o início do próximo ano. "O pagamento antecipado, feito até 31 de dezembro deste ano, reduzirá o Imposto de Renda já na declaração de abril do ano que vem. Se passar dessa data, os benefícios fiscais serão sentidos só em 2012", explicou a especialista. E por falar em aproveitamento de benefícios fiscais, as

doações feitas aos Fundos da Criança e do Adolescente (veja matéria abaixo) só produzirão efeitos na declaração do próximo ano se forem efetuadas até o final de dezembro. A mesma recomendação vale para quem deseja usar o abatimento de planos de previdência privada – a modalidade Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL). O contribuinte que adquirir um plano desse tipo até o final deste ano poderá abater até 12% do valor total tributável. Os especialistas ressalvam, entretanto, que a aquisição do produto para fins fiscais só é

vantajosa se o dinheiro for "esquecido" por um bom tempo. Isso porque, no caso de resgate prematuro, o contribuinte arcará com o pagamento do Imposto de Renda sobre o montante retirado com base nas alíquotas da tabela progressiva. Malha fina Mais importante do que planejar desde já a entrega da declaração do imposto é evitar cair na malha – cada vez mais fina – da Receita Federal. O órgão vem apertando ano a ano o cerco às informações falsas, ou aumentadas, prestadas por

contribuintes, especialmente aquelas relacionadas às despesas com consultas médicas, como forma de reduzir o tamanho da mordida do Leão. Sobre os cuidados a serem tomados, Juliana Ono lembrou que, a partir do ano que vem, as empresas prestadoras de serviços de saúde – como hospitais, clínicas, laboratórios e operadores de planos privados – começarão a entregar para a Receita Federal um novo documento, que é a Declaração de Serviços Médicos (Dmed). Ele incluirá informações mais detalhadas a respeito dos gastos de seus usuários,

referentes a este ano. Assim, está cada vez mais arriscado aumentar o valor das despesas médicas ou simular gastos com recibos falsos, com o intuito de reduzir o valor a ser pago do imposto. A consultora da Fiscosoft chama a atenção também para a entrega da Declaração do Imposto Retido na Fonte (Dirf), que também está sendo utilizada para fechar o cerco contra informações incorretas. "Agora, as empresas que mantêm planos de saúde para os seus funcionários são obrigadas a discriminar na declaração as parcelas do plano di-

rigidas aos colaboradores e a cada um de seus dependentes, separadamente", informou. O perigo mora no seguinte detalhe: será forte candidato a cair na malha fina o contribuinte que informar o valor total na declaração de ajuste – incluindo a parcela relativa aos dependentes do plano de saúde – quando as mesmas pessoas não constarem como dependentes no documento enviado ao fisco. "A Receita Federal vai ficar de olho, até porque é comum os titulares de planos de saúde jogarem o valor total", alertou a especialista.

A vez do imposto solidário

P

ara os insatisfeitos com o destino dado pelo governo aos impostos arrecadados, a recomendação dos especialistas é fazer doações aos Fundos Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente (FMDCA). A legislação permite que o contribuinte (pessoa física) possa abater até 6% do Imposto de Renda devido. Na prática, essa boa ação significa transferir recursos que seriam destinados aos

cofres da União diretamente para o caixa de instituições do terceiro setor, com programas cadastrados nas prefeituras municipais. "Com a doação, quem tem imposto a pagar vai desembolsar menos e aqueles com direito à restituição vão receber mais", resumiu o supervisor da P&C Auditores Independentes, Adriano Borges. De acordo com o consultor, a possibilidade de abatimento das doações é pouco utilizada por

desconhecimento dos contribuintes. Ele dá um exemplo da conta a se fazer. Um contribuinte que teria direito a uma restituição no valor de R$ 200 (o imposto devido apurado foi de R$ 1 mil) e fez no ano anterior uma doação de R$ 60, receberá, no final, R$ 260 de volta. As doações feitas até 30 de dezembro para projetos do terceiro setor que atendam crianças e adolescentes na cidade de São Paulo podem ser feitas

pelo site www.prefeitura.sp.gov.br/ fumcad. Os doares podem, inclusive, escolher os projetos já aprovados pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) e imprimir o boleto de pagamento – cujos dados devem ser informados depois na declaração do IR, com o valor e CNPJ da instituição beneficiária. Na página também é possível fazer uma simulação do valor que

poderá ser aproveitado como benefício, além de escolher a entidade ou projeto que receberá o recurso. "As doações a esses fundos são a única forma no momento de saber realmente para onde vai nosso imposto", concluiu Juliana Ono, da Fiscosoft. Nos últimos três anos, as doações no município paulista totalizaram R$ 113 milhões, dos quais R$ 34,9 milhões apenas no ano passado. (SP)


16 -.ECONOMIA

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conomia

CAIXA 1 O seu consultor financeiro

Paulo Pampolin/Hype

É hora de planejar o que fazer com o 13º salário Aplicação de recursos extras de final de ano deve ser bem pensada pelo consumidor

NEIDE MARTINGO

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specialistas advertem: neste final de ano, a palavra de ordem deve ser planejamento, no que se refere ao 13º salário. Além disto, os recursos da Nota Fiscal Paulista já caíram na contacorrente de muita gente. Com dinheiro a mais disponível e as ofertas pipocando em todos os cantos, a vontade de gastar é quase incontrolável. Mas é preciso pensar primeiro. Antes de mais nada, priorize as contas atrasadas, dívidas e pendências em geral. Quem tem o nome negativado em algum órgão de proteção ao crédito pode aproveitar para acertar sua situação. "É um dinheiro muito bem vindo. Os endividados devem escolher a pendência cujos juros são os mais altos para ser quitada", diz o professor e educador financeiro Mauro Calil. Ele chama a atenção para os créditos da Nota Fiscal Paulista – os valores podem ser baixos, mas qualquer quantia pode ter um destino positivo. "Se a pessoa não utilizou o dinheiro para pagar menos Imposto

sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), deve usar o benefício para minimizar as dívidas", afirma. Se o consumidor não tem dívidas, a questão se divide em dois caminhos: poupar ou "torrar" o que sobrou. Segundo Calil, valores abaixo de R$ 1 mil podem ser depositados em uma caderneta de poupança. "Acima disso, a sugestão é aplicar no Tesouro Direto." Outras opções são viajar, curtir um belo jantar, ou ainda comprar presentes. "Não custa reforçar, porém, que a prioridade é colocar as contas em dia", ensina o professor. Arrumando as finanças O tão esperado 13º salário segue a mesma lógica: dinheirinho a mais representa a oportunidade de colocar a casa em ordem. "Se a pessoa limpar o nome, terá a chance de ir às compras novamente e fazer um crediário. Ou seja, vida normal", afirma o professor e diretor do curso de Administração da Universidade Cida-

Fotos: Zé Carlos Barretta/Hype

LAZER E INVESTIMENTO – A viagem para a praia será o principal destino do abono da família Andrade de Carvalho. Outra prioridade: pagar uma prestação a mais do automóvel. "Quanto antes o carnê terminar, melhor", afirma a professora Edileusa. Já o técnico em segurança do trabalho, Aldino, quer investir: "É importante ter um pé-demeia". Quem só pensa em diversão é a filha do casal, Tatiana, de dez anos, que tem na ponta da língua a cidade que deseja visitar: "Paris".

DEPOIS DAS DÍVIDAS, O DESCANSO – Um ótimo exemplo vem do encarregado de indústria têxtil Ricardo Calixto de França, que se casa em 12 de janeiro de 2011. Ele e a noiva já têm casa própria, mobiliada, pagaram as despesas com a festa e conseguiram guardar dinheiro na poupança. Sem dívidas, ambos vão utilizar o dinheiro a mais do final do ano para a viagem de lua de mel: Porto de Galinhas (PE). "Juntos poupamos R$ 1 mil por mês há aproximadamente um ano. É preciso planejar para que os sonhos se realizem, sem preocupações", conta.

VIAGEM AO NORDESTE – Todo ano é assim: a encarregada de contas Iza Paixão utiliza o 13º salário para fazer algo especial. Neste Natal, ela escolheu viajar para o Nordeste. "Em 2009, troquei de carro. Desta vez, quero passear e descansar", diz. Já os recursos da Nota Fiscal Paulista poderão ser utilizados pela encarregada só em abril de 2011. Ela não sabia que o prazo para abater o valor do IPVA ou para depositar em conta-corrente terminou em 31 de outubro.

de de São Paulo (Unicid), Marco Antonio Sampaio de Jesus. "Todos os valores extras têm que ser destinados para este fim: deixar tudo em dia." Outra ideia é minimizar dívidas, a fim de que as prestações fiquem menores ao longo do próximo ano. Para Jesus, a população não pode se animar com os recursos na conta e sair gastando. "A vontade é forte, ainda mais com tantos apelos de marketing e oportunidades de negócios. Mas o planejamento vem antes de qualquer coisa", aconselha. O diretor da Unicid sugere ainda que o consumidor analise o comprometimento de seu caixa – levando em conta também os gastos tradicionais do início de 2011, como o pagamento do IPVA e do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), a matrícula dos filhos e a compra de material escolar. De acordo com ele, com a alta na renda, a facilitação do crédito e as condições favoráveis da economia, muito mais pessoas tiveram acesso a produtos e serviços que cobiçavam.

1 mil reais é o valor excedente que pode se destinar à poupança. Para valores superiores, a recomendação é o Tesouro Direto. "O melhor é fazer as contas – descobrir quanto terá a mais, como poderá utilizar os valores para quitar dívidas e, só depois, planejar o que pode ser feito com o excedente: férias, presentes, viagens, ceia de Natal ou de ano novo", afirma. Para o especialista, o recebimento do 13º salário e os recursos da Nota Fiscal Paulista são ótimas oportunidades para se aprender a lidar com o próprio orçamento – e, assim, treinar o consumo consciente. "É preciso fugir da compra por impulso, e pensar em cada passo que será tomado", avalia.

Prêmio Quem está com as contas em dia e tem uma reserva financeira pode muito bem se dar um presente. Desta forma acontece uma espécie de "autoestímulo" para continuar a guardar dinheiro. "Uma parte dos recursos extras tem que ser aplicada. Mas outra deve ser usada para que o consumidor se dê um prazer, na aquisição de algum produto ou serviço", afirma o professor do curso de Administração da Fundação

Educacional Inaciana (FEI) Wilson Pires. Para ele, 60% do total podem ser "torrados" para que proporcionem alegria e prazer ao poupador. "É um prêmio pelo bom comportamento financeiro." Pires acrescenta que, em razão da cultura inflacionária, o brasileiro não tem o hábito de poupar. "Felizmente este cenário está mudando. Algumas escolas do ensino fundamental incluíram em sua grade curricular o ensino de finanças pessoais", diz.


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e Empresários mobilizados contra CPMF Fim da CPMF aconteceu na madrugada de 13 de dezembro de 2007, quando o Senado rejeitou por 45 votos a 34 a sua prorrogação até 2011.

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Possível volta da contribuição, defendida na semana passada, é rejeitada por lideranças da ACSP, Facesp e CACB, que pedem mobilização para evitar novo tributo. Andre Dusek/AE

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presidente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), José Paulo Dornelles Cairoli, afirmou que a entidade vai atuar para promover uma "mobilização nacional" contra a volta da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) no País. "Vamos retomar a discussão com a sociedade. Não podemos permitir a criação de novos impostos no País, ainda mais em um momento de arrecadação tão alta", disse Cairoli, que representa 27 federações estaduais e um total de 2,3 mil associações comerciais. Foram governadores eleitos, como Eduardo Campos, de Pernambuco, e Cid Gomes, do Ceará, que defenderam na semana passada, abertamente, a recriação da CPMF, contribuição que foi extinta pelo Senado em 2007. O presidente do Senado, José Sarney (PMDBAP), disse que a Casa poderá tomar até a iniciativa de apresentar a proposta que ressuscita o imposto do cheque. A CPMF, porém, voltaria com

outro nome, o de Contribuição Social da Saúde (CSS), com alíquota de 0,1% sobre as movimentações financeiras realizadas em todo o País. Sem justificativa – O presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), Alencar Burti, já se posicionou contra a proposta de recriação da CPMF, lembrando que a população foi às ruas pedir sua extinção. "Se necessário, vamos mobilizar todo o Brasil contra a volta da CPMF porque hoje a sociedade não aceita mais aumento de impostos", disse Alencar Burti. "Não há nada que justifique a recriação." Conforme disse Burti, o Impostômetro (painel eletrônico que exibe em tempo real a arrecadação municipal, estadual e federal do País, localizado na Rua Boa Vista, no Centro) já mostrou que, em 2010, o crescimento econômico ampliou consideravelmente a parte do Leão. Para se ter uma ideia, o valor de R$ 1 trilhão foi atingido neste ano 49 dias antes do que ocorreu em 2009. "Se temos a possibilidade de aumento de arrecadação, não se justifica esta precipitação e esta indiferença com os

Pablo de Souza/LUZ

O Senado decidiu pela extinção da contribuição em dezembro de 2007 e teve apoio da população

eleitores", afirmou Burti. O presidente da ACSP e da Facesp ressaltou ainda que não se pode esquecer a posição do brasileiro. "O fim da CPMF teve o apoio de toda a população. Espero que os governadores reconheçam isso e que a presidente eleita (Dilma Rousseff) não cometa o erro de apoiar essa medida antes mesmo de assumir o cargo." Ele lembrou que Dilma Rousseff declarara, durante a campanha, que sua prioridade seriam as reformas

políticas e tributárias. Má gestão – Guilherme Afif Domingos, vice-governador eleito do Estado de São Paulo e vice-presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), defendeu também a mobilização imediata da sociedade contra a volta da CPMF. Falando em seu nome, e não no do governo estadual, e de modo coerente com as posições assumidas em sua vida pública – como ressaltou –, Afif Domingos condenou a ideia de au-

Divulgação

mento de impostos. "A sociedade tem que se mobilizar imediatamente no sentido de evitar a recriação da CPMF", afirmou Afif Domingos. "O caminho não é aumentar ou criar impostos, e nem recriar contribuições que foram produzidas emergencialmente." O vice-presidente da ACSP observou que os números revelados ao longo de 2010 pelo painel Impostômetro apontam aumento da arrecadação dos impostos no País. "O au-

mento da arrecadação ocorre sem a CPMF, o que dá a clara demonstração de que o problema é a má gestão das despesas públicas e não a falta de recursos", disse Afif Domingos. Em sua opinião, o setor de saúde pode se beneficiar desse aumento já constatado nas receitas públicas. "O crescimento da arrecadação tributária é superior ao crescimento do País e ao da renda do cidadão. É só ver o aumento de impostos e o crescimento da economia no último ano, mesmo considerando a inflação do período", disse. "Criar um imposto agora é sancionar um tipo de gasto público que a sociedade condena", acrescentou. Para Afif Domingos, vale o dito popular: "para cavalo comedor, cabresto curto". Saúde – O presidente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil concorda igualmente que os problemas da área de saúde não serão resolvidos com novo imposto do cheque. "Não é com aumento de carga tributária que os problemas da área da saúde serão resolvidos. Aliás, a criação da CPMF não resolveu nenhum problema da área da saúde", disse Cairoli. "O problema da saúde é de gestão", concluiu.

Patrícia Cruz/LUZ

O fim da CPMF teve o apoio da população. Espero que a presidente eleita não apóie essa medida.

Não é com aumento de carga tributária que os problemas da área da saúde serão resolvidos.

ALENCAR BURTI, DA ACSP E DA FACESP

PAULO DORNELLES CAIROLI, DA CACB

A sociedade tem que se mobilizar no sentido de evitar a recriação da CPMF. GUILHERME AFIF DOMINGOS, DA ACSP E VICEGOVERNADOR ELEITO

As idas e vindas da contribuição Instituída em 1996, a CPMF teve mudanças de alíquota e foi sucessivamente prorrogada até 2007.

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Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) foi instituída pelo governo federal em 1996 e passou a vigorar no ano seguinte, com alíquota de 0,2%. A proposta era gerar recursos à área de saúde. O percentual de contribuição incidia sobre todas as movimentações bancárias, com exceção das negociações na Bolsa de Valores; os saques de aposentadorias; seguro-desemprego; além de salários e transferências entre contas-correntes sob a mesma titularidade. Antes da CPMF, vigorou em 1994 o Imposto Provisório sobre Movimentação Financeira (IPMF), com alíquota de 0,25%. Conforme estava previsto desde sua criação, o imposto foi extinto em dezembro daquele ano. A CPMF que o substituiu dois anos depois foi prorrogada em junho de 1999, com previsão de permanecer em vigor até 2002. Na ocasião, a alíquota da contribuição foi reajustada para 0,38%, a fim de ajudar nas contas da Previdência Social. O percentual chegou a ser reduzido a 0,3% em 2001, mas em março do mesmo ano voltou ao patamar de 0,38%. Com a CPMF indicando a movimentação financeira do contribuinte e a autorização do governo, ao final de 2000, permitindo o cruzamento de informações bancárias com as declarações de Imposto de Renda, a malha fina da Receita Federal ganhou um grande aliado na detecção de sonegações. A continuidade da cobrança da CPMF foi garantida por mais duas prorrogações, em 2002 e em 2004. O fim da contribuição aconteceu na madrugada de 13 de dezembro de 2007, quando o plenário do Senado rejeitou por 45 votos a 34 a sua prorrogação até 2011. A incidência sobre as movimentações financeiras terminou em 31 de dezembro daquele ano. (Agências)

Thiago Bernardes/LUZ

Durante a maior parte de sua vigência, o imposto teve alíquota de 0,38% sobre as movimentações financeiras.

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ECONOMIA/LEGAIS - 19 A receita com a arrecadação de impostos cresceu duas vezes mais que a CPMF nos dois mandatos de Lula.

conomia

NĂŁo bastou R$ 1 trilhĂŁo de impostos jĂĄ arrecadado. Lula alega que todo esse dinheiro nĂŁo foi suficiente para salvar a saĂşde.

Quantas CPMFs Lula ainda deseja? Se a presidente eleita Dilma Rousseff imaginava que, ao anunciar a possĂ­vel volta da CPMF como uma

E

demanda dos novos governadores eleitos, conseguiria a simpatia de entidades de classe e da prĂłpria sociedade

lio Gaspari, na Folha de S. Paulo: "Durou exatamente três dias a lorota da redução da carga tributåria propagada pelo governo e pela oposição durante a campanha eleitoral. Dilma Rousseff foi eleita no domingo (passado) e, na quarta-feira, docemente constrangida, disse que 'tenho visto uma mobilização dos governadores' para recriar o imposto do cheque, a falecida CPMF. Se ela acreditava no que dizia quando pedia votos, anunciaria sua disposição de barrar a criação de um novo imposto. No entanto disse assim: 'Não pretendo enviar ao Congresso a recomposição da CPMF, mas não posso afirmar... Este país vai ser objeto de um processo de negociação com os governadores'. A 'mobilização' vem de pelo menos 13 dos 27 governadores, inclusive o tucano Antonio Anastasia. Nenhum deles, nem ela, teve a honestidade de defender a posição durante a campanha. Tentar empurrar a recriação da CPMF como coisa dos governadores Ê uma ofensa à inteligência do eleitorado que deu 55 milhþes à doutora Rousseff.

receita da Saúde se manteve praticamente eståvel antes, durante e depois da CPMF. Segundo, porque a arrecadação vai muito bem, obrigada. A receita cresceu duas vezes mais que a CPMF nos dois mandatos de Lula. Dilma precisa de mais imposto? O mercado acha que não. Nem se sabe ainda se a CPMF voltarå, mas os juros disparam na Bolsa de Mercadorias e Futuros. E o ônus político pode ser pesado. Trazer a CPMF de volta à pauta Ê mexer com o bolso e com a emoção de quem paga a conta e dar de presente uma boia para a oposição se agarrar, particularmente o DEM. Se Ê uma temeridade política sem contrapartida econômica, resta uma conclusão: a CPMF Ê mais um voluntarismo de Lula. Com tantas vitórias, ele não suporta a ideia de conviver com essa doída derrota no Congresso e quer rebobinar o filme. Depois de 'caçar' adversårios e conclamar o 'extermínio' da oposição, agora quer vingança.

ESTELIONATO ELEITORAL

Reportagem de Lourival Sant' Anna, de O Estado de S.Paulo: "A discussão acerca da volta da CPMF Ê um caminho cheio de bifurcaçþes. A primeira separa os que acreditam que a saúde no Brasil precisa de mais dinheiro dos que preferem melhor gestão. Mais adiante, os que concordam que precisa de mais dinheiro tambÊm se dividem, entre os que acreditam que o Estado precisa arrecadar mais e os que acham que ele deve cortar gastos noutras åreas e destinar o excedente à saúde. Hå ainda os que gostam da CPMF e os que a consideram um tributo ruim. "O problema do setor da saúde, nos níveis federal, estadual e municipal, não Ê de escassez de recursos, mas de sua må alocação, de gestão", rechaça Marcelo Piancastelli, especialista em finanças públicas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), do governo federal. "Os Estados não estão precisando, mas querendo mais dinheiro. Acho absurdo." A economia deve crescer 7,5% este ano e a arrecadação, entre 17% e 18%. "Com esse aumento estupendo de arrecadação, falar em aumentar a carga tributåria Ê escandaloso", critica o consultor Clóvis Panzarini, coordenador da Administração Tributåria da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo entre 1995 e 2002. "Claro que existe um problema fiscal nos Estados, mas Ê por conta da absoluta liberalidade", analisa o consultor e professor Everardo Maciel. Secretårio da Receita Federal tambÊm entre 1995 e 2002, no governo Fernando Henrique Cardoso, Maciel aponta que as 'competências concorrentes'

A colunista do jornal O Estado de S. Paulo, Dora Kramer, cutucou: "Se a CPMF Ê tão necessåria e indispensåvel à melhoria do serviço público de sapude, por que os candidatos a governador e a presidente não fizeram campanha pregando a volta do imposto?"

PORQUE O LULA QUER

Eliane Cantanhêde, na Folha de S. Paulo: "A candidata Dilma ainda estå quente, e a presidente eleita Dilma jå sinaliza a possibilidade de ressuscitar a CPMF – algo sobre o qual não abrira a boca durante toda a longuíssima campanha eleitoral.Hå um desequilíbrio entre ônus e bônus. O bônus econômico Ê questionåvel. Primeiro, porque a

Tentar empurrar a recriação da CPMF como coisa dos governadores Ê uma ofensa à inteligência do eleitorado. ELIO GASPARI

OPINIĂ•ES DIVIDIDAS

civil, aparentemente ela se enganou. No Ăşltimo final de semana, jornais, blogs e revistas trouxeram reportagens,

Sepultado em 2007, imposto pode voltar. entre União, Estados e municípios, sobretudo na saúde, educação e, de forma crescente, na segurança pública, abrem as torneiras dos gastos.

O PRIMEIRO RECUO DE DILMA Editorial de O Estado de S. Paulo: "A promessa da presidente eleita de conter o gasto, controlar sua qualidade e aliviar a tributação jå estå prejudicada. Ela se declarou disposta a discutir a recriação do malfadado imposto sobre o cheque, a CPMF, uma das maiores aberraçþes do sistema tributårio brasileiro. O recuo indisfarçåvel ocorreu na entrevista no Palåcio do Planalto, na qual, primeiro, negou a intenção de mandar ao Congresso uma proposta sobre o assunto e, depois, prometeu conversar com os governadores favoråveis à contribuição. Ao anunciar essa disposição, não apenas tornou seu discurso ambíguo, mas abriu uma brecha nos compromissos formulados na primeira fala depois da eleição. O presidente Lula levantou

o assunto antes da entrevista de sua sucessora. Ele mais uma vez lamentou a extinção da CPMF e acusou a oposição de haver prejudicado a maioria dos brasileiros. Mas os R$ 40 bilhþes anuais da CPMF nunca fizeram falta para a política de saúde. Se o presidente quisesse, poderia ter destinado verbas maiores a esses programas. Bastaria conter despesas menos importantes ou claramente improdutivas.

anĂĄlises e artigos contestando a volta do imposto do cheque. Abaixo, o resumo de algumas opiniĂľes.

DISCURSO AMB�GUO No blog de Reinaldo Azevedo: "Ela (Dilma Rousseff) vai tentar recriar a CPMF ou não? Não då para saber. Jå hå elementos para concluir uma coisa e seu contrårio. O que se tem como certo Ê que, caso a proposta volte a ser debatida, o governo Dilma vai exigir a cumplicidade da oposição. Sabemos agora, tambÊm, que não existe, então, dinheiro para cumprir todas as promessas feitas durante a campanha eleitoral. Dilma se esqueceu de dizer, enquanto pedia votos, com quais recursos pretendia pôr em pråtica a sua 'revolução" na årea da saúde. O truque jå estå evidente: vão fazer o ensaio para recriar o imposto, sim. Se a oposição não topar dividir esse ônus, o

Por que os candidatos a governador e a presidente nĂŁo fizeram campanha pregando a volta do imposto? DORA KRAMER

governo tentarå jogar nas suas costas a responsabilidade pelo caos que vive a årea. Caberå aos oposicionistas cair no truque ou, bem‌, fazer política."

A CPMF ĂŠ mais um voluntarismo de Lula. Com tantas vitĂłrias, ele nĂŁo suporta a ideia de conviver com essa doĂ­da derrota no Congresso e quer rebobinar o filme. ELIANE CANTANHĂŠDE

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Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo - Sereníssima

CNPJ/MF nÂş 62.051.263/0001-87 Edital de Convocação – AssemblĂŠia Geral ExtraordinĂĄria Ficam convidados os Srs. Acionistas desta Sociedade a se reunirem em AssemblĂŠia Geral ExtraordinĂĄria, a ser realizada no dia 23 de Novembro de 2010, Ă s 10 horas, na sede social Ă Rua SĂŁo Bento, 365 – 12Âş andar, SĂŁo Paulo-SP, para deliberarem sobre a seguinte Ordem do Dia: a) Cancelamento de Açþes em Tesouraria; b) Aumento de Capital com incorporação de Reservas; c) Redução de Capital mediante entrega de Ativos aos Acionistas; d) Remanejamento de Diretores. e) Outros assuntos de interesse social. SĂŁo Paulo, 04 de novembro de 2010. A Diretoria. 05,06,09/11/10

Ação Social Gonçalves Ledo Edital de Convocação de Eleiçþes da Assembleia Geral Ordinåria Ação Social Gonçalves Ledo, entidade filantrópica, inscrita no CNPJ (MF) sob nº 62.574.009/0001-63, por seu Diretor Presidente da Diretoria Executiva Sr. Silvio Clovis Corbari, e pelo Presidente do Conselho dos Associados Efetivos e GrãoMestre da GLESP Sr. Francisco Gomes da Silva conforme capítulo IV artigos 13, 14, 15, 16, 17, 18 e 19 e parågrafos dos estatutos Sociais, Convoca o Conselho dos Associados Efetivos (33), bem como todos os demais associados, para se reunirem em Assembleia Geral Ordinåria a realizar-se no Auditório da Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo, em sua sede social, à Rua São Joaquim, 138 - Liberdade - São Paulo/SP, no dia 23 de novembro de 2010, às 19:00 horas em 1ª convocação e às 20:00 em 2ª Convocação, com qualquer número de associados presente, para tratarem da seguinte Ordem do Dia: a) Relatório da Diretoria Executiva; b) Prestação de Contas do Mandato que encerrarå em 23 de novembro de 2010; c) Eleição do Conselho dos Associados efetivos; d) Eleição da Nova Diretoria; e) Eleição do Conselho Fiscal; f) Outros assuntos de interesse social. Após o ato eleitoral com a proclamação dos eleitos, serå dada posse imediata à nova Diretoria. São Paulo, 29 de outubro de 2010. Silvio Clovis Corbari - Presidente da Diretoria Executiva. Francisco Gomes da Silva - Presidente do Conselho dos Associados Efetivos e Grão-Mestre de Grande Loja Maçônica.

Associação dos Gestores PĂşblicos do Estado de SĂŁo Paulo –AGESP Edital de Convocação Associação dos Gestores PĂşblicos do Estado de SĂŁo Paulo –AGESP, atravĂŠs de seu Presidente Editon Volpi Gomes, convoca a todos os associados para se reunirem em assembleia geral extraordinĂĄria, no dia 30 de novembro de 2010, Ă s 19:00 horas em primeira chamada e, Ă s 19:30 horas, em segunda chamada com qualquer nĂşmero, em sua sede na Rua JoĂŁo de Lery, 269 – Jardim Aeroporto, nesta capital, a fim de ser deliberada a seguinte ordem do dia: a) Reestruturação da diretoria executiva; b) Eleição de novos membros do conselho executivo; c) Outros assuntos.

PREFEITURA MUNICIPAL DE MOGI-MIRIM REABERTURA DOS PRAZOS DA CONCORRĂŠNCIA PĂšBLICA NÂş 006/2010 A ComissĂŁo Permanente de Licitaçþes comunica a reabertura da ConcorrĂŞncia PĂşblica nÂş 006/2010 cujo Objeto ĂŠ a Alienação por venda de lotes de terrenos de propriedade do MunicĂ­pio de Mogi Mirim, constantes dos Distritos Industriais I e II. Data de encerramento: 08/12/2010 Ă s 09:00 h. Informaçþes: Departamento de Recursos Materiais, Ă Rua Dr. JosĂŠ Alves, 129, Centro, ou pelos telefones: (19) 38141046/1049/1060. Disponibilidade do edital: Diretamente na DivisĂŁo de Licitaçþes e/ou atravĂŠs do site www.mogimirim.sp.gov.br, sem Ă´nus, atĂŠ o dia 07/12/2010. Presidente da CPL. REABERTURA DOS PRAZOS DO PREGĂƒO PRESENCIAL NÂş 105/2010 Objeto: aquisição de veĂ­culo utilitĂĄrio zero quilĂ´metro, ano 2010/modelo 2011 ou superior, novos e sem uso anterior. Data de credenciamento e abertura dos envelopes proposta dia 22/11/2010 Ă s 14:00 horas. Informaçþes: Departamento de Recursos Materiais, Ă Rua Dr. JosĂŠ Alves, 129, Centro, ou pelos telefones: (19) 3814-1052/1060. Disponibilidade do edital: Diretamente na DivisĂŁo de Licitaçþes, mediante o recolhimento de R$ 10,00 (dez reais), conforme guia emitida pelo Setor Competente da PMMM e/ou atravĂŠs do site www.mogimirim.sp.gov.br, sem Ă´nus, atĂŠ o dia 19/11/2010. Pregoeira. EXTRATO DO EDITAL DO PREGĂƒO PRESENCIAL NÂş 112/2010 Objeto: Aquisição de mĂłveis sob medida, novos, sem uso anterior, destinados ao Departamento de Educação, Departamento de Esportes, Recreação e Lazer, Recursos Humanos para o antigo prĂŠdio da FEBEM e Acessibilidade. Data de credenciamento e abertura dos envelopes proposta dia 24/11/2010 Ă s 09:00 horas. Informaçþes: Departamento de Recursos Materiais, Ă Rua Dr. JosĂŠ Alves, 129, Centro, ou pelos telefones: (19) 3814-1052/1060. Disponibilidade do edital: Diretamente na DivisĂŁo de Licitaçþes, mediante o recolhimento de R$ 10,00 (dez reais), conforme guia emitida pelo Setor Competente da PMMM e/ou atravĂŠs do site www.mogimirim.sp.gov.br, sem Ă´nus, atĂŠ o dia 23/11/ 2010. Pregoeira. EXTRATO DO EDITAL DO PREGĂƒO PRESENCIAL NÂş 113/2010 Objeto: Aquisição de materiais e equipamentos mĂŠdico-hospitalares, com entrega Ăşnica. Data de credenciamento e abertura dos envelopes proposta dia 26/11/2010 Ă s 09:00 horas. Informaçþes: Departamento de Recursos Materiais, Ă Rua Dr. JosĂŠ Alves, 129, Centro, ou pelos telefones: (19) 38141052/1060. Disponibilidade do edital: Diretamente na DivisĂŁo de Licitaçþes, mediante o recolhimento de R$ 10,00 (dez reais), conforme guia emitida pelo Setor Competente da PMMM e/ou atravĂŠs do site www.mogimirim.sp.gov.br, sem Ă´nus, atĂŠ o dia 25/11/2010. Pregoeira. EXTRATO DO EDITAL DO PREGĂƒO PRESENCIAL NÂş 115/2010 Objeto: Aquisição de veĂ­culo tipo FurgĂŁo, adaptado ambulâncias, zero quilĂ´metro, ano modelo 2010 ou superior e motocicletas, novas e sem uso anterior. Data de credenciamento e abertura dos envelopes proposta dia 23/11/2010 Ă s 09:00 horas. Informaçþes: Departamento de Recursos Materiais, Ă Rua Dr. JosĂŠ Alves, 129, Centro, ou pelos telefones: (19) 3814-1052/1060. Disponibilidade do edital: Diretamente na DivisĂŁo de Licitaçþes, mediante o recolhimento de R$ 10,00 (dez reais), conforme guia emitida pelo Setor Competente da PMMM e/ou atravĂŠs do site www.mogimirim.sp.gov.br, sem Ă´nus, atĂŠ o dia 22/11/2010. Pregoeira. EXTRATO DO EDITAL DO PREGĂƒO PRESENCIAL NÂş 117/2010 Objeto: Aquisição de materiais descartĂĄveis. Data de credenciamento e abertura dos envelopes proposta dia 22/11/2010 Ă s 09:00 horas. Informaçþes: Departamento de Recursos Materiais, Ă Rua Dr. JosĂŠ Alves, 129, Centro, ou pelos telefones: (19) 3814-1052/1059/1060. Disponibilidade do edital: Diretamente na DivisĂŁo de Licitaçþes, mediante o recolhimento de R$ 10,00 (dez reais), conforme guia emitida pelo Setor Competente da PMMM e/ou atravĂŠs do site www.mogimirim.sp.gov.br, sem Ă´nus, atĂŠ o dia 19/11/2010. Pregoeira.

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ASSOCIAĂ‡ĂƒO BRASILEIRA DOS TRANSPORTADORES DE CARGAS - BRASIL TRUCK Edital de Convocação de Assembleia Geral ExtraordinĂĄria O Sr. Presidente da Associação Brasileira dos Transportadores de Cargas, Victor França Drummond convida os seus associados a se reunirem em Assembleia Geral ExtraordinĂĄria, consoante o que dispĂľe os arts. 14, 15, 16 e 17 do estatuto social, no dia 22 de novembro de 2010, na Avenida Castelo Branco, 4.250, Bairro UniversitĂĄrios, em Sete Lagoas, MG, em primeira convocação, com a presença de metade mais 01 dos associados, Ă s 7:30 horas e, em segunda convocação, com qualquer nĂşmero de associados, Ă s 08:00 horas, para deliberarem os seguintes assuntos: Ordem do Dia: 1. Mudança de endereço da sede da associação; 2. Reforma do estatuto social; 3. Reforma do regulamento de benefĂ­cios; 4. Assuntos de interesses gerais. Sete Lagoas/MG, 08 de Novembro de 2010. Victor França Drummond - Presidente

FALĂŠNCIA, RECUPERAĂ‡ĂƒO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAĂ‡ĂƒO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição CĂ­vel do Tribunal de Justiça de SĂŁo Paulo, foram ajuizados no dia 5 de novembro de 2010, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falĂŞncia, recuperação extrajudicial e recuperação judicial: Requerente: Retifica Mundial Motos Ltda.-ME - AutofalĂŞncia - Requerido: Retifica Mundial Motos Ltda.-ME AutofalĂŞncia - Estrada de Itapecerica, 403 - 2ÂŞ Vara de FalĂŞncias Requerente: Rubens Celso Escobar Freire - Requerido: LM3 Franchising & Management Ltda. - Rua Polignano A. MarĂŠ, 223 - 2ÂŞ Vara de FalĂŞncias


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e

As cláusulas serão interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor. Maíra Feltrin Alves, advogada do Idec

conomia

E

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Ilker/SXC

Fique por dentro

Padaria volta a ser indústria

Fornecedores devem ter cuidado com o que seus colaboradores prometem ao cliente

A

Contrato verbal também vale

nganam-se os empresários que pensam que só o contrato escrito tem valor numa relação de consumo. O que é dito verbalmente para o consumidor numa transação de venda vincula a oferta tanto quanto o que está estabelecido em papel. Ou seja, tudo o que é dito, ofertado ou apresentado ao consumidor passa a fazer parte do contrato. E ele pode questionar e exigir o cumprimento integralmente. Sendo o fornecedor responsável pelos seus colaboradores e prepostos, todos são obrigados a cumprir o que estes oferecem ao cliente. "O contrato verbal no mundo do direito, não apenas no Código de Defesa do Consumidor (CDC), é válido tanto quanto o escrito. Isso porque o consumidor precisa ser resguardado de alguma forma", afirmou Talita Almeida da Silva, advogada que atua no escritório Novoa Prado Consultoria Jurídica, especializado na defesa de fornecedores.

Pelo CDC, é considerado também contrato o que é ofertado por meio de anúncios publicitários – sejam eles veiculados na TV ou em outras mídias, assim como os panfletos e folhetos entregues ao cidadão. "Se houver disposição diferente entre a oferta, seja de que forma ela for feita, e o contrato posterior, o consumidor pode solicitar o cumprimento diretamente com a empresa, via ór-

Contrato é essencial

N

as relações de consumo, raramente é redigido um contrato específico; prevalece o de adesão, cujas regras e o texto são praticamente idênticos. Mesmo após ter assinado, o consumidor pode pedir a revisão das cláusulas que considera abusivas ou desleais.

gãos de defesa do consumidor ou mesmo na Justiça", complementou Maíra Feltrin Alves, advogada do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec). Vantagem – A base da interpretação da advogada está no próprio CDC. Ela cita como exemplo diversos trechos do Código, com ênfase para o artigo 35. Ele estabelece que a recusa, por parte do fornecedor, do cumpri-

mento da oferta ou do contrato, dá o direito ao cliente de rescindir o que foi preestabelecido. "As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor. E ele ainda pode se valer da inversão do ônus da prova, prevista no CDC, caso não tenha como confirmar que o que lhe foi dito ou o que foi prometido não foi cumprido", acrescentou a porta-voz do Idec.

Para a advogada do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) Maíra Feltrin Alves, a reparação é um direito básico do consumidor, mas também uma obrigação inerente do fornecedor. "Entregar o contrato antecipadamente para que o consumidor tome ciência de seu conteúdo é uma forma de reparação", disse. Estimular a leitura prévia do contrato pelo cliente e mostrar, por exemplo, suas cláusulas

restritivas, pode ser também uma iniciativa positiva, na avaliação da advogada Talita Almeida da Silva, da Novoa Prado Consultoria Jurídica. O contrato de adesão precisa conter todas as informações do produto ou serviço. "As cláusulas que impõem limites ou restringem o direito do consumidor têm de estar destacadas no texto de forma a chamar a atenção do consumidor", destacou a advogada do Idec.

Mas o consumidor deve, necessariamente, adquirir o produto ou o serviço para exigir o cumprimento do contrato. Isso só não se aplica em casos especiais, quando o Ministério Público (MP) do Consumidor intervém. "O direito do consumidor não é só individual. Cabe ao MP entrar com ação de direitos difusos caso, por exemplo, uma publicidade for considerada enganosa. Aí é previsto inclusive que se exija a contrapropaganda", explicou Maíra. Meio virtual – E está cada vez se tornando mais comum o contrato eletrônico, que só vale para as transações não-físicas. Talita enfatizou que há, inclusive, convenção internacional e jurisprudência disciplinando esse tipo de contrato. "Mas o fornecedor é obrigado a produzir meios que garantam ao consumidor o conhecimento dos seus termos, que não podem ser posterior à compra", acrescentou Maíra.

Associação Brasileira da Indústria da Panificação e Confeitaria (Abip) reverteu, após dois anos de articulações, a classificação das padarias para atividade industrial. Segundo o presidente da Abip, Alexandre Pereira, a alteração no enquadramento de industrial para comercial foi um equívoco do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), uma vez que mais de 50% da produção das padarias advêm de produtos panificados. O reenquadramento das padarias como indústrias foi determinado pela publicação da instrução normativa 1071, de 15 de setembro de 2010, editada no dia seguinte. "Trata-se de mais uma vitória da panificação brasileira", comemorou Alexandre Pereira, lembrando que as padarias instaladas em super ou hipermercados continuam sendo classificadas como comércio.

O QUE DIZ O CDC Artigo 30 Toda informação ou publicidade, suficientemente precisa, veiculada por qualquer forma ou meio de comunicação com relação a produtos e serviços oferecidos ou apresentados, obriga o fornecedor que a fizer veicular ou dela se utilizar e integra o contrato que vier a ser celebrado. Artigo 35 Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cumprimento à oferta, apresentação ou publicidade, o consumidor poderá, alternativamente e à sua livre escolha: I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta, apresentação ou publicidade; II - aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente; III - rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia eventualmente antecipada, monetariamente atualizada, e a perdas e danos. Artigo 37 É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva. § 1° - É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços. § 2° - É abusiva, dentre outras, a publicidade discriminatória de qualquer natureza, a que incite à violência, explore o medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e experiência da criança, desrespeite valores ambientais, ou que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudi-

cial ou perigosa à sua saúde ou segurança. § 3° - Para os efeitos deste código, a publicidade é enganosa por omissão quando deixar de informar sobre dado essencial do produto ou serviço. Artigo 46 Os contratos que regulam as relações de consumo não obrigarão os consumidores, se não lhes for dada a oportunidade de tomar conhecimento prévio de seu conteúdo, ou se os respectivos instrumentos forem redigidos de modo a dificultar a compreensão de seu sentido e alcance. Artigo 47 As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor. Artigo 54 Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu conteúdo. § 1° - A inserção de cláusula no formulário não desfigura a natureza de adesão do contrato. § 2° - Nos contratos de adesão admite-se cláusula resolutória, desde que a alternativa, cabendo a escolha ao consumidor, ressalvando-se o disposto no § 2° do artigo anterior. § 3º - Os contratos de adesão escritos serão redigidos em termos claros e com caracteres ostensivos e legíveis, cujo tamanho da fonte não será inferior ao corpo 12, de modo a facilitar sua compreensão pelo consumidor (redação dada pela lei 11.785, de 2008). § 4° - As cláusulas que implicarem limitação de direito do consumidor deverão ser redigidas com destaque, permitindo sua imediata e fácil compreensão.

Angela Crespo é jornalista especializada em consumo. E-mail: doislados@dcomercio.com.br


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Tiago Queiroz/AE

FÓRMULA 1 Alemão Sebastian Vettel vence GP do Brasil em Interlagos e adia a decisão do título para a última prova, domingo, em Abu Dabi. Pág. 3

sporte

TRÊS CANDIDATOS E UM AZARÃO S

ão três sérios candidatos ao título (Fluminense, Corinthians e Cruzeiro) e um azarão (o Botafogo). Essa é a situação do Campeonato Brasileiro a quatro rodadas de seu final (veja os jogos que faltam para cada equipe no quadro desta página). Os resultados do fim de semana pouco alteraram esse panorama. Fluminense, Corinthians e Cruzeiro ganharam suas partidas, o que significa que a situação entre eles permanece a mesma: o tricolor carioca lidera com um ponto a mais em relação à dupla. Nos critérios de desempate, o Corinthians leva ampla vantagem sobre o Cruzeiro no saldo de gols (21 a 12). No próximo sábado, no Pacaembu, jogam Corinthians e Cruzeiro, o que acirrará ainda mais a disputa pelo título. Ao empatar fora de casa por 0 a 0 com o Avaí, time que atualmente se encontra na zona de rebaixamento, o Botafogo distanciou-se do trio, e tem agora a dura missão de descontar uma diferença de seis pontos em relação ao líder nos quatro jogos que faltam. Domingo, no Morumbi, o Corinthians venceu o São Paulo por 2 a 0, manteve a hegemonia de três anos sobre o rival (agora são 11 jogos de invencibilidade) e manteve-se na briga pelo pentacampeonato brasileiro. O resultado ainda diminuiu muito as chances de classificação do São Paulo para a próxima Libertadores. Os gols corintianos foram marcados por Elias, aos 39 minutos do primeiro tempo, e Dentinho, aos 39 do segundo. Uma mudança tática feita a dez minutos do fim do primeiro tempo começou a mudar o curso do clássico. E o personagem principal foi Dentinho, a aposta de Tite para começar o jogo. Ele, que era dúvida para começar como titular, resolveu a partida fazendo o segundo gol do Corinthians. “Fiquei muito tempo parado, cheguei a chorar vendo os jogos pela televisão. Mas esse é um momento de comemorar minha volta, e espero que eu volte para ficar no time”, afirmou, NÚMEROS

Fluminense, Corinthians

e Cruzeiro estão empatados no primeiro critério de desempate, o número de vitórias, com 17 cada um. No saldo de gols,

o segundo critério de desempate, o Corinthians passou igualou o Fluminense nessa rodada (21 a 21) e ambos levam ampla vantagem sobre o Cruzeiro, que tem 12. No terceiro critério de

desempate, gols marcados, o Corinthians tem 60 gols, o Fluminense 54 e o Cruzeiro 46.

Fabio Braga/Folhapress

A quatro rodadas do fim, Corinthians de Dentinho faz 2 a 0 no São Paulo de Rogério Ceni e se mantém a um ponto do Fluminense, junto com o Cruzeiro. Botafogo ainda corre por fora

emocionado, Dentinho. Preocupado com as investidas do São Paulo, que começou bem pelo lado esquerdo do ataque, com Jean, Lucas e até Ricardo Oliveira, o treinador alterou o posicionamento do atacante ainda no primeiro tempo. O atacante trocou a ponta direita pela esquerda, segurando Jean. A partir desse momento, o Corinthians melhorou. Neutralizou a melhor jogada do rival e passou a ter mais qualidade na saída de bola. Essa alteração culminou no gol de Elias, aos 39. Jucilei viu Elias correr sozinho pelo lado direito, nas costas de Diogo. O meia entrou livre na área e chutou forte no gol de Rogério Ceni “Eu estava no momento certo na hora certa“, disse Elias, que se transforma no carrasco do Tricolor. Fez seu quinto gol em sete jogos contra o rival.

Agora, Palmeiras só pensa na Sul-Americana

O No segundo tempo, numa roubada de bola no meio-decampo, Dentinho completou rasteiro para o gol. A vitória no Morumbi empolgou Roberto Carlos, que chegou a insinuar que o time chegou a se poupar durante o clássico. “Não precisamos nos esforçar muito porque estávamos muito bem

postados”, disparou. “Fizemos uma grande partida e mostramos que somos um time de chegada, sério, pensando no título. É a recompensa de um pensamento que temos desde o início do ano.” Já a derrota para o Corinthians por 2 a 0 desmoronou os planos do técnico Paulo César

Carpegiani. “Vejo nossa classificação [para a Libertadores] com alguma dificuldade. Temos de nos fixar hoje no quarto lugar, essa é a esperança. É a nossa realidade”, resume, torcendo para que um time brasileiro não ganhe a Copa SulAmericana e elimine o ocupante dessa quarta vaga.

Palmeiras recebeu o Guarani, domingo, na Arena Barueri, pelo Brasileiro, sem oito jogadores que vinham atuando regularmente: o goleiro Deola, o zagueiro Danilo, os volantes Márcio Araújo, Edinho e Marcos Assunção, o meia Lincoln e os atacantes Kléber e Luan. A ideia era poupá-los para o jogo de volta das quartas de final da Copa Sul-Americana, quarta-feira, no Pacaembu, contra o Atlético-MG. Mesmo assim, o Alviverde conseguiu um excelente resultado, ao vencer o Guarani por 1 a 0, mantendo, assim, o adversário na zona de rebaixamento. O gol da vitória palmeirense foi marcado ainda no primeiro tempo, pelo zagueiro Leandro Amaro,mas fez pouca diferença na classificação da equipe no Brasileiro: décimo colocado com 50 pontos, o time tem pouquíssimas chances de ficar com uma das vagas na Libertadores via Brasileirão, e agora tentará tudo pelo título da Copa SulAmericana, que também vale vaga na principal competição de clubes do continente no ano que vem. O Palmeiras volta a trabalhar nesta segunda-feira à tarde na Academia de Futebol, e no jogo contra o Atlético o técnico Luiz Felipe Scolari poderá contar com o que tem de melhor em seu elenco, com exceção do goleiro Marcos, que continua as sessões de fisioterapia no joelho esquerdo. O zagueiro Maurício Ramos e o meia chileno Valdívia voltam de contusão, assim como o lateral-direito Vítor, que até chegou a participar de parte do jogo contra o Guarani.


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O Santos vai lutar até o último jogo. Merecemos acabar bem o campeonato.” Marcelo Martelotte, técnico do Santos

sporte

O

jogo contra o Atlético-MG, sábado, na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas (MG), pouco valia para o Santos, com pouquíssimas chances de ser campeão e já classificado para a Libertadores como campeão da Copa do Brasil. Para o adversário, porém, era mais uma partida de vida ou morte em sua luta contra o rebaixamento. Resultado: empate por 2 a 2, em partida prejudicada pela chuva e pela falta de energia elétrica no primeiro tempo. O início da partida foi marcado por um gesto amistoso. No reencontro entre os jogadores santistas e o técnico Dorival Júnior, agora no Atlético, houve sorrisos, abraços e outras atitudes de estima e consideração, incluindo Neymar, que teria sido o pivô da saída do treinador do time da Vila Belmiro. “Só as amizades ficam nos clubes em que passamos. O que se viu aqui foi o companheirismo, o respeito. Fico satisfeito, porque esse time marcou presença no primeiro semestre e demos uma pequena parcela (de contribuição) nisso”, disse Dorival. Depois do gesto cavalheiresco, Neymar tratou de fazer os

dois gols do Santos, que saiu na frente, sofreu a virada (gols de Diego Tardelli e Obina para o Galo) mas ainda conseguiu chegar ao empate. A cabeça dos santistas, no entanto, já está mesmo em 2011. A direção do clube agendou reunião com o técnico Adílson Batista para esta semana, em local e dia não revelados, para tratar dos últimos detalhes do contrato. Se a informação, dada à Agência Estado no domingo por fonte próxima ao presidente Luís Álvaro de Oliveira Ribeiro, se confirmar, Adílson vai iniciar imediatamente o planejamento para o ano que vem, com atenção especial para a Libertadores. A opinião dele será determinante para a dispensa de jogadores do elenco atual e contratação de reforços visando dar mais qualidade ao elenco. Mas o time vai continuar sendo dirigido pelo interino Marcelo Martelotte até o encerramento do Campeonato Brasileiro. O último jogo do Santos na competição será no dia 5 de dezembro, contra o Flamengo, na Vila Belmiro. De acordo com o diretor de futebol Pedro Luís Nunes Conceição, o Santos quer definir rapidamente a escolha do

novo técnico. “Agora que o time não aspira a quase nada no Brasileiro, precisamos cuidar do planejamento para 2011. Será um ano difícil, porque em janeiro poderemos ficar sem vários jogadores convocados para a Seleção Sub-20 (Neymar é um deles), que vai disputar o Sul-Americano”, explicou. Além dos remanescentes do time que conquistou o Campeonato Paulista e a Copa do Brasil no primeiro semestre, Adílson ou outro treinador que chegar à Vila vai receber pelo menos dois ou três jogadores de nível de seleção. O suposto interesse pelo Imperador Adriano foi negado por Pedro Luís. Ele também acabou com a esperança do torcedor de rever Zé Roberto com a camisa santista. Lucas, volante do Liverpool e da seleção de Mano Menezes, disse ter ficado satisfeito com o interesse santista, mas avisou que cumprirá o ano restante do contrato com os ingleses. Com relação a Elano, a situação parece estar perto de um desfecho feliz. "Elano é um jogador identificado demais com o Santos e não há como dizer que o nosso interesse não existe", admitiu Pedro Luís, sem entrar em maiores detalhes.

Folhapress/Alisson Gontijo

FELIZ 2011, SANTOS

Com a cabeça já no ano que vem, time empata (2 a 2) com o Atlético, no reencontro de Neymar e Dorival Jr.

SÉRIE B

PELO BRASIL

Alexandre Carvalho/AE

Portuguesa ainda está na luta

A

Lusa ainda luta por uma das quatro vagas na Série A do Brasileiro do ano que vem. Com a vitória por 2 a 0 sobre a Ponte Preta, no sábado, em Campinas, chegou aos 53 pontos e ocupa a sexta colocação, a um ponto do Sport, quinto colocado, e a cinco do América-MG, que é o quarto. Dodô, no primeiro tempo, e Thiago Gomes, no segundo, fizeram os dois gols da vitória da Portuguesa. O líder continua sendo o Coritiba, que na sexta-feira fez 3 a 0 no Ipatinga, jogando em casa. Em segundo, aparece o Figueirense, apesar do empate de sábado por 0 a 0, em casa, com o Duque de Caxias. É que o Bahia, terceiro colocado, perdeu: 3 a 2 para o Brasiliense, também no sábado, em Taguatinga (DF). O América-MG manteve a quarta colocação graças à vitória de sexta-feira, por 3 a 1, em Sete Lagoas, e também graças à derrota do Sport para o São Caetano por 2 a 1, no sábado, no ABC Paulista. Na ponta de baixo da tabela, o Amércia-RN ganhou do Paraná por 1 a 0, na sexta-feira, mas continua na lanterna.

estão classificados para

decisão da Série D, o

a decisão da Série C.

América-AM e Guarany-CE

No sábado, em Natal,

empataram em 1 a 1, em

o ABC, que havia

Santarém (PA). A segunda

empatado o primeiro

e decisiva partida

jogo, no Recife, por 1 a 1,

acontece no próximo

fez 2 a 0 no Salgueiro-PE

domingo, dia 14, no

no jogo de volta da

Estádio do Junco, em

semifinal.

Sobral (CE).

em Ituiutaba (MG), Dodô marca um dos gols nos 2 a 0 sobre a Ponte Preta, em Campinas

Com o mesmo número de pontos (35) que o América-RN, mas um saldo de gols melhor, o Santo André perdeu por 3 a 1 para o Bragantino, no sábado, em Bragança Paulista. Ipatinga e Brasiliense completa a zona de rebaixamento. Entre os outros times que ainda brigam para não cair, o Náutico conseguiu um importante resultado ao fazer 1 a 0 no Icasa, no sábado, no Recife. Completando a rodada, também no sábado, o ASA fez 2 a 1 no Vila Nova-GO, jogando em Arapiraca (AL).

Amanhã tem rodada completa da Série B, com a Portuguesa recebendo o Brasiliense no Canindé. O Santo André joga com o Ipatinga no ABC. Vila Nova e Sport enfrentam-se em Goiânia. Figueirense e América-RN jogam em Florianópolis. América-MG, quarto colocado, e Bahia, terceiro, jogam na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas. O líder Coritiba vai ao Rio enfrentar o Duque de Caxias. Jogam ainda: Guaratinguetá x ASA, Náutico x Ponte Preta, Paraná x São Caetano e Icasa x Bragantino.

por 2 a 1. Para o Liverpool, a vitória foi importante: o

vencer o clássico contra o

time, que vinha ameaçado

Atlético de Madrid por

de rebaixamento, foi a 15

2 a 0. O time chegou a 26

pontos e está em nono.

Ituiutaba e Criciúma

campeão paulista da

empataram por 1 a 1,

Segunda Divisão, que

mesmo resultado do jogo

corresponde à quarta.

de ida, em Santa Catarina.

É o Taboão da Serra, que

Nos pênaltis, o Ituiutaba

após ter vencido o Velo

fez 4 a 2 e ganhou o direito

Club por 2 a 0, em Rio

de disputar a final. Apesar

Claro, conquistou o título

de eliminados da decisão,

goleando o rival por 4 a 0,

Salgueiro-PE e

em Piracicaba. Além de

Criciúma-SC também

Taboão e Velo, Inter de

garantiram o acesso para a

Limeira e Paulínia também

Série B de 2011.

subiram para a Série A-3.

Lazio perde e vantagem cai Alberto Pizzoli/AFP

pontos, um a mais que o O brasileiro Cacau fez dois

Getafe, e manteve um

gols (e ainda perdeu um

tabu de 11 anos: não

pênalti) e ajudou o

perde um clássico da

Stuttgart a deixar a zona

capital desde 1999.

de rebaixamento do Alemão, na vitória por 6 a

No Campeonato Inglês, a

0 sobre o Werder Bremen.

liderança permanece com o Chelsea, apesar da

Saiu no domingo o

CAMPEONATOITALIANO

liderança do Espanhol ao

Barcelona, que fez 3 a 1 no

No primeiro jogo da

No domingo pela manhã,

PELO MUNDO

O Real Madrid manteve a

ABC-RN e Ituiutaba-MG

O brasileiro Hulk fez dois

derrota por 2 a 0 para o

gols pelo Porto na goleada

Liverpool neste domingo.

por 5 a 0 no clássico contra

O time parou em 25

o Benfica. O Porto lidera

pontos, contra 23 do

com dez pontos a mais

Manchester United, que

que o rival (28 a 18), após

venceu o Wolverhampton

apenas 10 rodadas.

A Roma de Riise levou melhor sobre a Lazio no clássico, mas o time de Hernanes permanece na liderança

H

ernanes não se deu bem em seu primeiro grande clássico com a camisa da Lazio: a equipe perdeu por 2 a 0 para a Roma, e viu sua vantagem na liderança do Campeonato Italiano ser reduzida para dois pontos: 22 contra 20 do Milan, que tomou o segundo lugar da Inter com a vitória por 3 a 2 sobre o Bari, fora de casa. Em Roma, Borrielo e Vucinic, ambos de pênalti, marcaram os gols da vitória da Roma, acabando com uma série de cinco vitórias consecutivas da Lazio, que mostrou certo nervosismo em campo. Bem marcado, o “Profeta” pouco conseguiu fazer. Para chegar ao segundo lugar, o Milan foi beneficiado pelo tropeço da Inter, que não passou de um empate em casa contra o Brescia por 1 a 1 - e só não perdeu porque Eto'o marcou o gol do empate, de pênalti, no segundo tempo.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sábado, domingo e segunda-feira, 6, 7 e 8 de novembro de 2010

e

23 Fiz uma corrida bastante solitária, mas estou feliz com o resultado.” Fernando Alonso

sporte

FÓRMULA 1

~

DECISAO ADIADA Danilo Verpa/Folhapress

D

epois de cinco anos seguidos, o GP do Brasil perdeu a condição de sede da decisão da Fórmula 1. A vitória de Sebastian Vettel, com o segundo lugar de Mark Webber, garantiu à Red Bull seu primeiro título no Mundial de Construtores e deixou aberta a disputa pelo Mundial de Pilotos. O campeão sairá apenas na última prova do ano, o GP de Abu Dabi, nos Emirados Árabes, domingo que vem. Fernando Alonso, o único que poderia ser campeão antecipadamente, chegou em terceiro, ainda está em vantagem e só precisa de um segundo lugar para ser campeão sem depender de outros resultados, mas Mark Webber, Sebastian Vettel e até Lewis Hamilton, quarto colocado neste domingo, ainda têm chances de levar o título (veja o quadro abaixo para ver as combinações que favorecem cada piloto). Será a primeira vez em 60 anos da categoria que quatro pilotos chegam à última corrida do ano com chances de título. Vettel, favorecido pela tática da Red Bull de não favorecer o piloto melhor colocado (como fez a Ferrari com Alonso no GP da Alemanha), venceu com sobras a corrida, depois de ultrapassar o surpreendente pole Nico Hulkenberg antes da primeira curva, e mantém a confiança. “Se a diferença para

o Fernando tivesse se mantido em 25 pontos eu diria que seria quase impossível, mas como consegui baixar para 15 acho totalmente possível ficar com o título”, disse o alemão, que chorou no pódio ao vencer pela primeira vez em Interlagos, a quarta no ano e nona na carreira. “Não vai ser fácil, mas seria legal ver uma fumaça saindo do carro da Ferrari", brincou, citando o problema que lhe tirou a vitória no GP da Coreia do Sul, há duas semanas. Vettel só não ganhou de ponta a ponta porque Webber assumiu a liderança da prova por duas voltas, quando o companheiro parou para fazer seu pit stop. Partindo em segundo, o alemão assumiu a dianteira logo na largada e quase não foi ameaçado. Webber, terceiro no grid, também passou Hulkenberg na primeira volta, enquanto Alonso precisou de seis voltas para assumir a terceira posição. “Foi impossível alcançar as Red Bull, apesar de o ritmo de corrida estar bom”, lamentou Alonso. Os brasileiros tiveram uma corrida para esquecer. Rubens Barrichello e Felipe Massa tiveram problemas com pneus o primeiro numa disputa de posições e o segundo numa troca - e acabaram lá atrás, em 14º e 15º lugares, respectivamente. Os estreantes, que torciam por abandonos para ganhar posições, ficaram ainda

Vettel venceu o GP do Brasil, ajudou no título de Construtores da Red Bull e evitou a comemoração de Alonso, que chega em vantagem a Abu Dabi

mais para trás: Bruno Senna foi o 21º e Lucas di Grassi, o penúltimo - oficialmente ficou sem posição, já que chegou a nove voltas de Vettel, abaixo dos 90% necessários para “con-

VÔLEI

O

cluir” a prova. “A primeira corrida em casa foi uma sensação inacreditável”, contou Senna. “Queria chegar, mesmo que não valesse nada”, completou Di Grassi.

OUTROS CAMPOS Fotos: Mike Segar/Reuters

A caminho das semifinais

Brasil só precisa de uma vitória contra a Alemanha, às 3h (de Brasília) da madrugada de segunda para terça-feira, para garantir sua vaga nas semifinais do Mundial feminino de vôlei. Com atuações seguras, a equipe venceu seus dois jogos na segunda fase, contra Tailândia e Cuba, e segue invicta. A vitória contra Cuba teve um sabor especial, ainda que a velha rival tenha um time fraco, que não tem mais chances de se classificar para as semifinais. “Sabíamos que seria um jogo difícil. As provocações continuam como antes e con-

tra o Brasil elas jogam duas vezes mais”, afirmou o técnico José Roberto Guimarães. O efeito das brincadeiras só durou no primeiro set. Passada a raiva inicial, as brasileiras viraram o jogo para 3 a 1 com tranquilidade, com parciais de 23/25, 25/20, 25/13 e 25/18. “As cubanas são assim. Atacam, vibram na nossa cara, provocam muito. Mas conseguimos manter a calma”, disse a meio de rede Fabiana, capitã do Brasil. Depois do jogo contra a Alemanha, o Brasil encerra sua participação na segunda fase contra os Estados Unidos, nu-

ma reprise da final da Olimpíada de Pequim-2008. Vencer novamente será importante para fugir do confronto contra a Rússia, nas semifinais, mas Zé Roberto ainda não pensa no duelo. “Um adversário por vez. Vamos estudar o time da Alemanha, que é organizado e vai dar muito trabalho. É uma equipe que mescla velocidade e bom sistema defensivo”, afirmou o técnico. “Faltam quatro jogos e vamos buscar as vitórias a todo custo. Queremos muito este título”, disse a ponteira Jaqueline, uma das remanescentes do time campeão olímpico.

FIVB

Invicto no Mundial, o Brasil garante vaga na próxima fase com vitória sobre a Alemanha, de madrugada

O etíope Gebre

maratona, o etíope Haile

nesta terça, às 19h, em

Gebremariam e a

Gebrselassie, de 37 anos.

Joinville (SC).

queniana Edna Kiplagat

Ele abandonou a prova

foram os vencedores da

logo depois da metade,

tradicional Maratona de

com dores no joelho

conquistou o título do

Nova York, disputada

direito, e anunciou depois

Challenger de Medellín, na

neste domingo. O

o fim de sua carreira. “É

Colômbia, com a vitória

brasileiro Marilson dos

hora de me afastar e dar

sobre o tenista da casa

Santos, vencedor da prova

chances aos mais jovens”,

Juan Sebastian Cabal por

em 2006 e 2008, terminou

disse, após a vitória de

2 a 0 (6/3 e 7/5) na final.

em sétimo e reclamou do

Gebremariam.

Ele deve aparecer neste domingo entre os 110

frio. “Achei que meu rosto ia congelar, o vento no

O brasileiro Marcos Daniel

O Brasil venceu a Hungria

melhores do mundo.

rosto era tão forte que eu

por 4 a 2 em amistoso de

não podia respirar direito,

futsal, no primeiro jogo da

mas estou feliz com o

equipe após a perda da

MotoGP, o espanhol Jorge

resultado”, disse.

invencibilidade de mais

Lorenzo venceu o GP de

de 150 jogos, na final do

Valência, última prova da

Grand Prix, diante da

temporada. Sétimo

aposentadoria do

Espanha. As duas seleções

colocado, Dani Pedrosa

recordista mundial da

voltam a se enfrentar

terminou como vice.

A prova marcou a

Campeão antecipado da


DIÁRIO DO COMÉRCIO

24 -.ESPORTE

sábado, domingo e segunda-feira, 6, 7 e 8 de novembro de 2010

FIM DE JOGO

L

O zagueiro Samuel, contundido, vai desfalcar a Inter de Milão no Mundial

L

A Itália é campeã da Fed Cup de tênis, versão feminina da Copa Davis

L

Goldman e Kassab conversam hoje sobre a Copa-2014 com Ricardo Teixeira

L

Vídeo em destaque - Clássico com galinha e golfe - www.dcomercio.com.br

www.dcomercio.com.br/esporte/

TRIO PODEROSO MINEIRO DESISTE DA MARATONA

Convidado pela Maratona de Nova York, o chileno Edison Peña sentiu uma antiga lesão no joelho e teve de abandonar a prova na ponte de Verrazano nos primeiros quilômetros. Peña é um dos 33 mineiros salvos depois de dois meses soterrado na mina de San José e corria, 600 metros abaixo da terra, para manter a forma.

Ricardo Nogueira/Folhapress

Ricardo Nogueira/Folhapress

Don Emmert/AFP

Os gaúchos Tite, Carpegiani e Simon comandam o clássico paulista que manteve o Corinthians a um ponto do líder Fluminense

Domingo, 7

TÊNIS Arnd Wiegmann/Reuters

Um clássico trilegal, tchê! JF Diorio/AE

O

Federer é o quarto maior da história

O

suíço Roger Federer vence o sérvio Novak Djokovic, na final do ATP 500 da Basileia, por 2 sets a 1 (parciais de 6/4, 3/6 e 6/1). Tetracampeão do torneio, o atual número dois do mundo chegou, assim, ao 65º título na carreira, ultrapassando a marca do americano Pete Sampras, como quarto maior vencedor de títulos individuais na história do tênis. O primeiro da lista é o

americano Jimmy Connors, com 109 títulos. Esse também foi o quarto título de Federer na atual temporada. Ele disputou oito finais e venceu o Aberto da Austrália, o Masters 1000 de Cincinnati e o Torneio de Estocolmo. Federer e Djokovic ainda vão participar do Masters 1000, penúltima competição da temporada, em Paris-Bercy. Domingo, 7

FUTURO

PRESENTE Divulgação

Barrichello espera seguir na Williams

São Paulo 0 x 2 Corinthians deste domingo, no Morumbi, foi marcado por um ilustre trio gaúcho, formado pelos treinadores Paulo César Carpegiani e Tite e pelo árbitro Carlos Eugênio Simon. Curiosamente, Carpegiani e Tite voltaram ao futebol paulista no mês passado. Carpegiani tinha dirigido o São Paulo em 1999 e o Corinthians em 2007 e retornou ao Morumbi em 4 de outubro. Tite passou pelo São Caetano em 2003, pelo Corinthians em 2004 e 2005 e pelo Palmeiras em 2006. Voltou ao Corinthians em 24 de outubro. Antes do jogo, os dois trocaram elogios e apostavam num grande clássico: “Será um confronto de duas grandes equipes e temos a confiança de que vamos apresentar um grande futebol", dizia o tricolor. “Não vou colocar na conta das mudanças dos técnicos, mas os dois times estão no trilho, num grande momento. Será um grande clássico", previa o corintiano.

D

Edno se casa com Fabiana após 0 a 0

F

oi um domingo especial para o meia Edno, que disputa o Brasileirão pelo Botafogo e, atuando na ala esquerda, participou do 0 a 0 com o Avaí , clube que o revelou para o futebol. Após o empate na Ressacada, Edno sacramentou, em cerimônia religiosa, a união com Fabiana, com quem namora há sete anos. Eles já eram casados no civil e festejaram o casamento religioso diante de 200 convidados. A lua de mel será adiada. Nesta segunda, Edno viaja para Fortaleza, onde o Botafogo enfrentará o Ceará na quarta.

epois de fechar o GP do Brasil em 14º lugar, Rubens Barrichello afirmou que deve permanecer na Williams em 2011. Ainda sem a vaga garantida, o brasileiro diz que essa é a tendência, mas ressalva: "Vocês vão saber na hora certa." Como a Williams ainda não confirmou seus pilotos para a próxima temporada, há especulações de que Barrichello e Nico Hulkenberg podem ceder as vagas a pilotos que garantam patrocínio para a equipe. Domingo, 7 Sergio Neves/AE

Domingo, 7

E os dois apostavam igualmente numa boa atuação do conterrâneo Simon: “É um ótimo árbitro, e não digo isso por ser conterrâneo meu. Tecnicamente é um dos melhores que temos, e isso me deixa tranquilo, sem nenhum puxa-saquismo", apostava Capergiani. “Só o currículo dele já fala muito. Espero que faça uma boa arbitragem e que aconteça um bom jogo”, endossava Tite. No fim do jogo, nenhum dos dois reclamou da arbitragem, mas o são-paulino Carpegiani não poupou a atuação do seu time: ""Não foi um bom clássico, sem querer desmerecer a vitória do Corinthians. O problema foi que nosso meio de campo recuou em demasia no primeiro tempo. Temos de brigar pela Libertadores, mas estamos no fio da navalha. Isso é muito ruim, a cobrança é grande, o estresse também. Está difícil." Tite, é claro, estava mais satisfeito: "O Corinthians venceu o clássico de forma consistente... Em jogos assim, é difícil ser melhor o jogo todo."

VIAGEM NO TEMPO

Emerson pilota a Lotus do título de 1972 Ayrton Vignola/AE

P

rimeiro brasileiro a conquistar o título da Fórmula 1, Emerson Fittipaldi matou as saudades da torcida, antes do início do Grande Prêmio do Brasil de ontem, ao dar uma volta em Interlagos a bordo da histórica Lotus que lhe valeu a conquista em 1972. Depois de conversar nos boxes com o antigo rival Jackie Stewart, três vezes campeão da F-1 (em 1969, 1971 e 1973), o brasileiro (que ganharia o bi em 1974) percorreu os 4.309 metros sob aplausos da torcida, e festejou: “Foi uma volta nostálgica, fantástica! Foi muito especial. A última vez que eu andei com este carro foi no GP do Brasil em 1973, que eu ganhei. Então, é muito especial estar de volta a Interlagos. Foi demais.”

Nilton Fukuda/AE

Interlagos me traz grandes lembranças.” Fernando Alonso, duas vezes campeão mundial no Brasil, em 2005 e 2006.

almanaque Celso Unzelte

Campeão fora do Brasil vira exceção

D

esde que foi para o final do calendário, em 2004, o GP do Brasil tornou-se o principal palco das decisões do Mundial de Fórmula 1. Desses últimos campeonatos mundiais, somente os de 2004 e agora, em 2010, não foram decididos em Interlagos. Em 2005, o espanhol Fernando Alonso comemorou o título em São Paulo, com duas provas de antecedência (foto à direita), mesmo chegando em terceiro.

E

m 2004, o campeonato já chegou a Interlagos decidido em favor do alemão Michael Schumacher. Em 2005, Fernando Alonso sagrou-se campeão pela primeira vez correndo no Brasil. O bi de Alonso, em 2006, foi conquistado com um segundo lugar atrás de Felipe Massa. Em 2007, Felipe Massa abriu passagem para o finlandês Kimi Raikkonen, seu companheiro de Ferrari, ganhar a corrida e o título. Em 2008, o brasileiro Felipe Massa venceu a corrida e cruzou a linha de chegada como campeão, mas o inglês Lewis Hamilton conseguiu ultrapassar Timo Glock e recuperou o título. Por fim, em 2009, o australiano Mark Webber ganhou a corrida, mas foi o britânico Jenson Button que ficou com o título, ao chegar em quinto lugar.

5

de vezes seguidas o Gran o Prêmio do Brasil definiu campeão mundial de Fórmula 1 nas últimas sete temporadas. O espanhol Fernando Alonso ganhou duas vezes. Perdeu ontem a chance de conquistar pela terceira vez o título s. correndo em Interlago

CURTAS

São Paulo e Corinthians já

haviam se enfrentado duas vezes em um dia 7 de novembro: São Paulo 2 a 0, pelo Paulista de 1948, e Corinthians 2 a 1, pelo Paulista de 1954. Há 80 anos, em 9 de

novembro de 1930, o Vasco aplicava a maior goleada do clássico com o Fluminense: 6 a 0.


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