Jornal do empreendedor
São Paulo, quarta-feira, 12 de junho de 2013
ESPECIAL
Newton Santos/Hype
FOME DE FRANQUIA
Fabiano Lott, dono de oito restaurantes Spoleto, com planos de abrir mais dois ainda este ano.
COMEÇA HOJE A MAIOR FEIRA DE NEGÓCIOS EM FRANQUIAS DO MUNDO, A ABF FRANCHISING EXPO. O SETOR CRESCEU MAIS DE 16% NO ANO PASSADO E FATUROU R$ 103 BILHÕES.
O
setor de franquias continua crescendo a taxas bem acima da economia brasileira. De acordo com dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF), o setor apresentou, no ano passado, um crescimento de 16,2% em relação a 2011, com faturamento de R$ 103 bilhões – no mesmo período, o PIB cresceu apenas 0,9%. De acordo com o estudo realizado anualmente pela ABF, o franchising brasileiro gerou em 2012 mais de 103 mil novos empregos diretos, crescimento de 12,3% em relação ao ano anterior, totalizando 941 mil empregados. Em número de redes, cresceu 19,4%, saltando de 2.031 marcas, em 2011, para 2.426 em 2012. Já em relação ao número de unidades ou pontos, o segmento expandiu de 93.098 no ano de 2011, passando para 104.543 em 2012. Para 2013, a expectativa é de crescer 16% em faturamento, 9% em novas redes e 11% em novas unidades. A
941 Mil empregos diretos são gerados pelo setor de franquias, mais de 100 mil só no ano passado.
ABF projeta ainda mais de 11% de crescimento na geração de novos postos de trabalho para este ano. Destaques do setor O setor que mais cresceu em faturamento foi Hotelaria e Turismo, com 97,8%. Logo em seguida vieram Limpeza e Conservação, com crescimento de 44,5%, e Informática e Eletrônicos, com 32,5%. Por outro lado, os setores com menor desempenho foram Fotos, Gráficas e Sinalização, com expansão de 1,6%; Negócios, Serviços e Outros Varejos, setor líder em faturamento, mas com apenas 2,6% de crescimento; e Educação e Treinamento, com 10,3%. Para Cristina Franco, presidente da ABF, os números revelam a maturidade conquistada pelo franchising . "Crescer acima de 10% a 15% todos os anos, um sobre o outro, há quase uma década, revela a solidez adquirida pelo segmento", comemora. Na opinião de Ricardo Camargo, diretor executivo da entidade, é considerado normal que o comportamento do setor de Fotos, Gráficas e Sinalização tenha uma performance tão tímida, já que há uma mudança de comportamento mundial do consumidor neste ramo. "As pessoas estão deixando de revelar e imprimir suas fotos e imagens fora de casa, estão fazendo isso em equipamentos caseiros, impactando diretamente no mo-
delo do serviço. Certamente, haverá uma transformação neste formato", prevê. Por outro lado, a ABF considerou extremamente positiva o grande crescimento do setor de Hotelaria e Turismo (97,8%), bem como de Limpeza e Conservação (44,5%), ou mesmo de Informática e Eletrônicos (32,5%). "Assim como a vida moderna impactou negativamente na área de fotografia e gráficas, acabou permitindo um amplo crescimento em turismo, serviços e equipamentos eletrônicos. No caso de Limpeza e Conservação, podemos dizer que o fato de a mulher estar trabalhando fora de casa e a elevação no valor dos salários das domésticas foram determinantes na expansão das franquias de lavanderias, como 5àsec e DryClean USA. Já no caso de Hotelaria e Turismo, o que motivou, especialmente, a expansão
atípica desta categoria foi o ingresso de novos players, como a CVC, por exemplo, que adotou o formato de franchising, trazendo consigo cerca de 700 novas unidades e um faturamento agregado considerável', avalia o diretor. Em Informática e Eletrônicos, ainda segundo Camargo, o que motivou a forte aceleração de 32,4% foi a entrada de fabricantes de equipamentos ou operadoras de telefonia expandindo suas operações pelo formato de franquias, caso da Nokia, Samsung e Oi Franquias. Novas redes e marcas Avaliando o desempenho dos números por quantidade de novas redes ou marcas, não se constata uma explosão tão acentuada em nenhuma das categorias avaliadas, mas observa-se que Hotelaria e Turismo lidera o crescimento.
Paulo Pampolin/Hype
Cristina Franco: crescimento revela a solidez adquirida pelo segmento.
SERVIÇO 22ª ABF Franchising Expo Local: Expo Center Norte Pavilhões Azul e Branco Rua José Bernardo Pinto, 333 Vila Guilherme - São Paulo - SP Horário de Funcionamento: De 12 a 15 de junho, das 13h às 21h (sábado, das 11h30 às 18h30) Preço do Ingresso: R$ 60,00 - válido para os quatro dias do evento Cursos Rápidos: R$ 20,00 o ingresso
"Como o franchising já está maduro, estabelecido e tínhamos, até o ano passado, mais de 2 mil redes, é um crescimento bem alto termos 19,4% em novas m a r c a s . S a l t amos de 2.031 para 2.426. Este comportamento positivo pode ser explicado pelo ingresso de negócios que foram convertidos para o nosso formato. Também por marcas que realmente nasceram durante o ano passado, ou mesmo por redes que não apareciam, ainda não eram captadas por nossos radares e passaram a despontar em 2012", comenta a presidente. Também surgiram novos negócios em agências de intercâmbio ou redes de hotelaria, como o Grupo Wyndhan, rede americana com 15 unidades. No caso de Limpeza e Conservação, segunda categoria com destaque em expansão de redes (29,3%), diversas novas marcas ingressaram no sistema, como foi o caso de Maricotinha Arranjos de Roupas, Arranjos Express (marca nascida em Portugal) e diversas outras que esperam prosperar com o setor de atuação. No segmento de Móveis, Decoração e Presentes, com elevação de 25%, nota-se que segue forte a movimentação em franquias de colchões, com novas marcas entrantes, como a Castor e a Premier. Ainda avaliando o estudo
pelo comportamento de novas redes, Ricardo Camargo chama a atenção para a categoria de Alimentação, uma das mais pujantes e consolidadas do franchising e primeira colocada em número de redes. "Em 2012, tivemos a entrada de uma quantidade bem significativa de marcas internacionais, como o caso da Papa John's Pizza, Carl's Jr, Johnny Rockets, Quizno's, Chilis, MySandwich. Microfranquia Os negócios enquadrados como Microfranquia, aqueles com investimento inicial de até R$ 50 mil e faturamento mensal máximo de até R$ 30 mil, tiveram um crescimento considerado estável, quando comparado ao universo das franquias tradicionais. Em faturamento, as microfranquias cresceram 22% em 2012 sobre 2011, saltando de R$ 3,7 bilhões para R$ 4,5 bilhões. Em número de redes, saltou de 336 para 368, uma evolução de 10% de 2011 para 2012. Já em unidades, pulou de 12.561 para 13.352, uma expansão de 6%.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
2 -.ESPECIAL
CARLOS OSSAMU
N
o ano passado, segundo dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF) foram abertas mais de 11 mil unidades de franquias. Enquanto o PIB brasileiro cresceu 0,9%, o faturamento do setor aumentou mais de 16%. Esses números todos, se por um lado são positivos e mostram o vigor deste mercado, por outro causa uma distorção, já que dá a falsa impressão de que o franchising é a solução para qualquer empresa crescer. Vale lembrar que, entre as vantagens do sistema de franchising estão a oportunidade de trabalhar com uma marca forte, já consolidada no mercado e com processos bem definidos, padronizados e testados. "Estão banalizando o franchising. O sujeito acabou de abrir um negócio, está indo bem, e já pensa em partir para a franquia sem que esteja preparado para isso", diz o consultor Marcelo Cherto. Segundo ele, em alguns momentos isso até acaba sendo positivo para o empreendimento, pois o empreendedor é obrigado a olhar para o negócio com outros olhos. "Tem um livro chamado 'O Mito do Empreendedor' (Michael E. Gerber, Editora Fundamento), em que o autor diz que se deveria estruturar o negócio, qualquer que seja ele, para virar uma franquia, mesmo que isso nunca aconteça. Mesmo com uma única loja, trate-a como uma unidade piloto de uma rede que vai ter mil lojas, pois assim, o empreendedor acaba transformando as ope-
quarta-feira, 12 de junho de 2013
Estão banalizando o franchising O SUCESSO DESTE MODELO DE NEGÓCIO LEVA AS PESSOAS A ACHAREM QUE A FRANQUIA É A SOLUÇÃO MÁGICA PARA QUALQUER EMPRESA CRESCER
Zé Carlos Barretta/Hype
Marcelo Cherto: o sujeito acabou de abrir um negócio e já pensa em partir para a franquia, sem preparo.
rações em processos, faz o registro disso, cria ferramentas de gestão, de modo que o negócio não dependa do dono para funcionar", comenta Cherto. "O proprietário pensa que é dono da empresa, mas
em muitos casos, a empresa que é dona dele, este é o mito do empreendedor. Ele não pode se afastar do negócio, não pode tirar férias, viajar, é obrigado a ficar o tempo todo trabalhando; se ele se afasta, o
negócio não anda. Acontece muito em restaurante: se o dono sai, o faturamento cai, aumentam as reclamações de clientes etc. Se o empreendedor estruturar para ser uma franquia, acaba tendo benefícios na operação". Viabilidade Segundo conta o consultor, é comum virem ao seu escritório empreendedores que acabaram de criar o negócio e já querem abrir franquias. "A pergunta que eu sempre faço é: depois que o franqueado aprender a operar, conhecer os fornecedores, saber como tudo funciona, o que vai mantê-lo fiel a você? Contrato não é, pois o sujeito monta um negócio no nome da prima, da ir-
mã, então, não é o contrato que vai segurá-lo", diz Cherto. Em sua opinião, se o empreendedor não tiver essa resposta, a chance de quebrar é grande. "Muitas vezes, falamos para o empreendedor que não está na hora de abrir uma franquia. É melhor ele abrir mais cinco, dez lojas próprias, consolidar a marca, o know-how, ganhar experiência", comenta. "Acabamos de montar um negócio para a Bauduco, chamado Casa Bauduco, que tem um marca consagrada, produtos exclusivos, mas mesmo assim, eles vão montar umas dez lojas próprias antes de pensar em franquia, para consolidar a experiência, pois eles estão preocupados com a sua marca. Realmente, estão banalizando o franchising, pare-
Quiosques invadem os shoppings
Divulgação
Filomena Garcia: normalmente, o quiosque trabalha com um mix mais enxuto, os principais em vendas na loja metros quadrados, mas isso vai depender da estratégia da marca e o quanto ela consegue adequar o seu modelo ao quiosque", diz. É comum ver em quiosques produtos de beleza, como perfumarias e cosméticos, acessórios, bijuterias, além de alimentação, com cafés, sorvetes, chocolates e doces. "É um formato ideal quando não se precisa de uma vitrine diferenciada. Produto como roupa, por exemplo, é muito difícil vender em quiosque, pois há limitações de espaço para vitrine e provador", comenta Filomena. Por outro
lado, é ideal para produtos que se vende por impulso. Por essa razão, os shoppings estão preferindo produtos de maior giro ou negócios novos, algum produto ou marca que seja novidade no mercado. Segundo conta Filomena, não necessariamente o custo de um quiosque é mais baixo que de uma loja, quando comparado em metros quadrados. "Dependendo do corredor e do shopping, o custo do metro quadrado pode ser mais caro, claro que o quiosque é menor do que uma loja, o valor final pode ser mais baixo. O que não se tem é o
custo de luvas, pois o empreendedor não é dono do espaço que está locando para o quiosque, por isso não tem taxa de entrada", explica a consultora. O quiosque não é mais barato, mas ele facilita a entrada da marca no shopping, principalmente se não há pontos disponíveis para novas lojas. E se o custo final é mais baixo, por outro também limita o faturamento quando comparado a uma loja convencional. De acordo com a consultora, todos os shoppings possuem hoje uma área específica que cuida da comercialização de espaços para quiosques, pois os objetivos são diferentes de uma loja convencional. Muitas vezes, a estratégia do shopping é trazer novidades, ter maior giro, então, é outro tipo de negociação. "Normalmente, o quiosque tem uma rotatividade do corredor e do lugar, não necessariamente do shopping. Você pode estar dentro do shopping por muitos anos, mas dificilmente ficará no mesmo lugar por mais de um ano, existe uma dinâmica que o shopping quer fazer para não ficar com a mesma cara, ele quer experimentar coisas novas", diz. Do lado do franqueador, o quiosque é usado estrategicamente para lançar uma marca e ganhar velocidade em termos de visibilidade. São poucas as marcas que se sustentam apenas com quiosque. "O que as marcas normalmente têm feito é mesclar quiosques com lojas dentro da sua rede. Dessa forma, se consegue ter visibilidade", comenta. (C.O.)
Quando ir para franquia Mas então, quando é interessante o empreendedor pensar em franquias? Para Cherto, o momento é quando ele tiver realmente uma experiência consolidada, quando dominar todas as variáveis que impactam no resultado do negócio, quando ele conseguir entender como o seu negócio pode ser diferente, quando ele tiver um argumento razoável da razão de alguém montar um negócio com ele e não um sozinho. "A questão crucial é: depois que o franqueado aprender o negócio, por que ele ficará fiel, continuará pagando royalties, seguindo as suas regras? Se tiver respostas para isso tudo, aí ele pode pensar em franquia". A marca é uma razão importante para o franqueado continuar – uma coisa é vender um hambúrguer com a marca McDonald's, outra é vender um hambúrguer com marca própria, por melhor que ele seja. Para Cherto, outra razão da fidelidade é quando o franqueador tem produtos ou serviços exclusivos, que o franqueado não conseguiria ter sozinho, ou até conseguiria, mas custaria muito mais caro. "Por que o franqueado de O Boticário fica fiel? Hoje é pela marca, no passado era pelos produtos exclusivos. O Spoleto tem um kownhow difícil de replicar, eles têm a fábrica de massas e molho. O empreendedor até consegue fazer a massa e o molho, mas ficaria mais caro, então é melhor ficar com eles".
Negócio fácil e lucrativo Divulgação
B
asta caminhar pelos corredores de qualquer shopping center para perceber que o número de quiosques tem aumentado e a quase totalidade está ligada a redes de franchising. Isso porque o shopping dá prioridade a grandes redes de varejo e franquias de marcas consolidadas, que além de atraírem consumidores cativos, possuem históricos de vendas, são bem estruturadas e mais fáceis de prever o desempenho. Para a consultora Filomena Garcia, sócia-diretora da Fanchise Store, esse crescimento no número de quiosques se deve à falta de pontos comerciais disponíveis. "Tem muito mais demanda do que oferta e à medida que você pode oferecer um modelo que não necessite apenas de loja e pode ser apresentado como quiosque, se amplia a oportunidade de estar presente em determinado shopping", diz Filomena. Segundo a consultora, principalmente na área de franchising, novas marcas estão entrando no mercado e experimentando novos formatos de lojas. O quiosque vem se firmando como um formato importante na estratégia da marca. "Normalmente, o quiosque trabalha com um mix mais enxuto, mas é aquele que representa a principal venda da loja. Em geral, se fica limitado em termos de exposição e estoque, já que os quiosques têm entre 6 e 15
ce que qualquer um pode fazer", conta Cherto.
De olho em empreendedores acima de 50 anos.
P
essoas acima de 50 anos, que desejam dar uma guinada em sua vida, a Nutty Bavarian, tradicional rede de franquias especializada na comercialização de nuts glaceadas doces e salgadas, está em busca de empreendedores neste perfil. A empresa afirma que o seu negócio oferece bom rendimento e dedicação em tempo parcial por parte do franqueado após o período inicial. Aproximadamente 20% de seus franqueados possuem idade acima dos 50 anos. A Nutty Bavarian oferece três modelos de quiosques para o investidor: Standard, Deluxe e Premium. A taxa de franquia
Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Edição e reportagem Carlos Ossamu Diagramação Lino Fernandes
varia de R$ 70 mil a R$ 80 mil. São cobrados ainda taxa de royalties de 8% e fundo de promoção e publicidade de 3%, ambos sobre o faturamento bruto. O capital de giro recomendado é de R$ 10 mil. Por ser um negócio no ramo de alimentação, com a possibilidade de instalação em diversas localidades como shopping centers, aeroportos, feiras, cinemas e outros pontos, as unidades normalmente funcionam todos os dias, das 10h às 22h. O negócio não exige qualquer formação específica, o empreendedor pode gerenciar e acompanhar o negócio sem a necessidade de estar presente diariamente.
Arte Paulo Zilberman Gerente Executiva de Publicidade Sonia Oliveira Telefone: 3180-3029 soliveira@acsp.com.br
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 12 de junho de 2013
ESPECIAL - 3
Mercado vigoroso, mas ainda falta maturidade PARA O CONSULTOR MARCUS RIZZO, MUITOS FRANQUEADORES NÃO TÊM ESTRUTURA E EXPERIÊNCIA, E LUCRAM EMPURRANDO PRODUTOS E SERVIÇOS AOS FRANQUEADOS
D
e acordo com uma pesquisa da Rizzo Franchise, o setor de franquias faturou ano passado R$ 303 bilhões, equivalente a 8,35% do PIB. As redes de franquias que operam no Brasil abriram no ano passado 10.631 estabelecimentos de varejo em diversas cidades – um crescimento de 6% em relação ao ano anterior. Já são 2.579 redes de franquias no País, que hoje geram mais de 2 milhões de empregos diretos e mais 2 milhões indiretos. Em 2012, as franquias abriram mais de 102 mil novas vagas de trabalho, um crescimento de 5,3% em relação a 2011 e o equivalente a 281 novas vagas por dia. O mercado brasileiro também ganhou novos franqueadores em 2012: foram 162 empresas entrantes, representando um crescimento de 6,7% em relação a 2011. "Para ter uma ideia do tamanho deste mercado, mais de 195 milhões de brasileiros deixaram em 2012 mais de R$ 4,00 por dia no caixa das franquias, que geraram uma receita diária de mais de R$ 830 milhões por dia", explica Marcus Rizzo, autor da pesquisa. Em sua opinião, tem ocorrido um crescimento forte de lançamento de novas marcas. "A entrada de novos franqueadores tem sido até assustador. Proporcionalmente, têm mais franqueadores nascendo do que a redes de franquias
Divulgação
crescendo. Nos EUA tem ocorrido o contrário, as redes têm crescido mais do que a entrada de novos franqueadores", observa Rizzo. Para o consultor, o fato pode ser visto por dois ângulos: primeiro mostra um mercado muito vigoroso, com muito espaço ainda para crescimento. Por outro lado, tem entrado franqueadores com pouca experiência no mercado. O tempo entre a fundação do negócio e a entrada em franquia é muito próximo. Para muitas das franquias que estão sendo lançadas no mercado falta um elemento essencial, que é a experiência do franqueador. "Tem gente que não tem a menor ideia da operação do negócio, nunca operou uma unidade do próprio negócio e já está fazendo franquia. Esse tipo de franqueador acaba engordando, mais à frente, as estatísticas de mortalidade", diz. Segundo o consultor, há ba-
sicamente dois modelos de franchising no mercado, a franquia de marca e produto e a de negócio formatado. A franquia de marca e produto é caracterizada por franqueadores que ganham dinheiro com a venda de produtos e serviços para os franqueados. "Estas são franquias de maior risco, o franqueador ganha dinheiro quando o estoque do franqueado está cheio. Os royalties são cobrados sobre as compras", explica Rizzo.
A
O investimento necessário para abrir uma franquia da marca começa em R$ 390 mil, incluindo taxa de franquia, capital de giro e capital para instalação. O estoque inicial necessário é de R$ 220 mil, suficiente para que a loja funcione por dois meses. A taxa de royalties é de 17% e a taxa de propaganda é de 2,3%, ambos sobre o valor das compras. O faturamento médio da loja é de R$ 230 mil mensais, com retorno do investimento em 24 meses. "Hoje, 55% dos franqueados têm mais de uma loja Di Santinni, isso significa que estão satisfeitos com a operação e que acham que é um bom negócio", diz Priscila. Expansão Segundo a gerente, o foco este ano será nas lojas Di Santinni, com meta para abrir oito lojas, com prioridade para o interior do Rio de Janeiro e capitais das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. "O perfil que buscamos é o empreendedor voltado para a gestão de negócio, ele precisa
Divulgação
Esse modelo de franquia prevalece aqui, pois o franchising no Brasil teve origem industrial: alguém tem uma fábrica, que produz alguns produtos e que coloca isso no mercado através de redes de varejo de franquia. O objetivo da indústria é colocar o produto no mercado. O franqueado é sempre muito pressionado e tem de cumprir cotas. "Negócios que não existem mais, como Pakalolo, Benetton, Zoomp, Forum, Akakia Cosméticos, eram operações que industrializavam produtos e o franqueado era obrigado a
estar presente no dia a dia da loja. Não é necessário que ele tenha experiência no ramo, pois damos todo treinamento e suporte, mas é importante que ele se identifique com a nossa filosofia e com a nossa marca", revela Priscilla. "Queremos crescer com consistência, por isso a seleção criteriosa do candidato. Hoje, existe uma busca muito grande por franquias, mas precisamos identificar o candidato ideal, que terá sucesso no negócio". Na opinião da executiva, a empresa oferece alguns diferenciais importantes. Em primeiro lugar, uma marca forte e consolidada, que está no mercado há 33 anos e é líder no segmento de calçados para as classes B e C, se destacando como um dos maiores grupos varejistas no Brasil. "O fato de termos lançamentos o tempo todo, com renovação periódica de produtos, é outro diferencial, pois cria uma maior atratividade pela marca. Se o franqueado não estivesse dentro da rede, ele não conseguiria praticar os mesmos preços e nem teria essa variedade". Perfil da rede
Priscilla Ortolani: o diferencial é a renovação constante dos produtos.
quando o franqueado vende a batata. Isso mostra que ele é parceiro no negócio, quer que o franqueado venda mais, quanto mais o franqueado vender, mais o franqueador vai ganhar", comenta. Segundo Rizzo, não se trata de uma regra para definir qualificação, mas dá alguns indícios. Quando o franqueador cobra royalties sobre o faturamento, ele demonstra que aposta no negócio e vai ajudar o franqueado a ganhar dinheiro e assim ele também vai ganhar. Quando ele cobra royalties sobre compras, ele está dizendo que vai ajudar a encher o estoque. Fracassos
Calçados para as classes B e C Di Santinni, rede de lojas multimarca especializada no segmento de calçados feminino, masculino, infantil, esportivo, bolsas e acessórios, focado para as classes B e C, estará presente na 22ª edição da ABF Franchising Expo com um estande que vai simular uma loja da rede, com painéis com fotos e produtos expostos. "Queremos que o visitante possa se sentir como se estivesse em uma de nossas lojas e ter a dimensão do nosso negócio", diz Priscilla Ortolani, gerente de franquias da empresa. Segundo a gerente, as metragens das lojas variam de 100 m² a 500 m², possuem layout moderno, funcional e um ambiente familiar, com diversidade de produtos e preços acessíveis. "O nosso grande diferencial é a renovação constante dos produtos, pois não trabalhamos com coleções como as demais redes. Assim, o consumidor encontrará sempre as últimas novidades da moda em nossas lojas", afirma Priscilla.
Outro modelo é o de franquias de negócios formatado. Neste modelo, o franqueador ganha dinheiro nos royalties sobre o faturamento do franqueado. "O mercado brasileiro tem 62% de franquias de marca e produto, que são franquias ainda em um estágio não tão desenvolvido quanto a de negócio formatado. O McDonald's não ganha dinheiro quando o franqueado compra a batata, ele ganha dinheiro
O Grupo Di Santinni possui hoje 120 lojas em todo o País, dos quais 35 próprias e 85 franqueadas. O grupo opera com duas marcas: a Di Santinni, com 111 lojas e que trabalha com os públicos feminino, masculino e infantil, e a Di Santinni Design, voltada para o público feminino e que conta com 9 unidades – são 6 no Estado de São Paulo (Itaquera, Mooca, Santo André, Taboão da Serra, São José dos Campos e São Bernardo), além de Belo Horizonte, Juiz de Fora (MG) e Porto Velho (RO). Ainda fazem parte do grupo a DS Footwear, especializada em artigos esportivos. (C.O.)
Rizzo: cuidado com aventureiros. comprar cotas estabelecidas", lembra Rizzo. "Mas isso não significa que todos que adotam este modelo irão quebrar. Apenas indica que a estrutura está no produto e não na operação final". Para Rizzo, ainda falta informação ao empreendedor que quer comprar uma franquia. "O problema é que a franquia é comprada pela paixão, a pessoa se identifica com o negócio, mesmo alertada sobre os perigos, ela só vai descobrir mais na frente". Em relação às microfranquias, Rizzo diz que, em sua maioria, são negócios de baixa estruturação, a maioria nunca operou uma franquia na vida. "Em geral, a pessoa compra a franquia, passa por um pequeno treinamento e fica vinculada a comprar produtos do franqueador. O atrativo do baixo investimento tem feito muitas pessoas entrarem em negócios fadados ao fracasso". (C.O.)
DIÁRIO DO COMÉRCIO
4 -.ESPECIAL
quarta-feira, 12 de junho de 2013
Receita de sucesso CONHEÇA A HISTÓRIA DO SPOLETO E AS RAZÕES QUE TRANSFORMARAM A MARCA EM UM CASE DO FRANCHISING Divulgação
C
om 290 restauran- bilizaria a operação. "Decidites abertos, a rede mos nos associarmos ao forde restaurantes de necedor, comprar uma partic o z i n h a i t a l i a n a cipação na fábrica. Isso foi funSpoleto se tornou em um case damental para o negócio, pois de sucesso do franchising bra- permitiu uma uniformidade sileiro, não apenas pela con- na oferta do produto para a redução do negócio, mas pela de. Hoje, esta fábrica vale qualidade do suporte e apoio R$ 20 milhões e fica em Volta dado aos seus franqueados. Redonda, uma região estratéSegundo conta Antonio Morei- gica entre Rio de Janeiro e São ra Leite, diretor de franquias e Paulo, permitindo também de marketing da rede, a pri- um escoamento para o Brasil", meira loja Spoleto como se co- diz Moreira leite. nhece hoje nasceu já como Além disso, foi criada uma franquia em 1999, mas o seu distribuidora, com o objetivo embrião é um pouco anterior. de manter um padrão dos proEm meados dos anos 90, os só- dutos para a rede e facilitar a cios Eduardo Ourívio e Mário operação para os franqueaChady abriram um centro gas- dos. Tudo o que o franqueado tronômico em Ipanema (RJ), precisa para operar o restaucom vários tipos de restauran- rante está disponível em um tes no mesmo portal centraespaço. "No lizado. "Esse s e g u n d o a ncontrole de dar tinha um gestão da cacorner pequedeia permitiu no, que já se o controle de chamava Spoqualidade, restaurantes em leto. Esse neuma maior setodo o País fazem gócio de praça guranças de alimentafrente às presparte da rede ção não foi sões inflacioSpoleto, empresa adiante, essa nárias, flexibioperação quelidade e rapido Grupo Trigo brou, mas hadez no desenvia esse corner, volvimento de que fazia muito sucesso. Um novos produtos, pois não dedos sócios ficou encarregado pendemos de terceiros. E para de encerrar a operação de o franqueado, tudo isso permicomplexo gastronômico, en- tiu simplicidade na operação. quanto o outro focou no de- Os produtos chegam aos fransenvolvimento do Spoleto en- queados todos processados. quanto conceito", conta. Outras operações similares Esse conceito era trazer a precisam de cozinhas dentro experiência de um restauran- das lojas, com mais gente trate a la carte para o ambiente balhando e um risco maior na de culinária rápida. Isso pas- manipulação dos alimentos", sava pelo produto, pela massa explica o executivo. seca importada da Itália, a Apoio aos franqueados massa recheada, naquele momento fabricada por um forneAo longo do tempo, para apricedor que abastecia os principais restaurantes e hotéis do morar a operação, a empresa Rio de Janeiro. Do ponto de vis- contou com o suporte de conta operacional, o modelo pre- sultorias externas especializacisava ser muito simples, para das em franquias. "No Spoleto, que qualquer pessoa pudesse temos 18 consultores de camoperar o negócio. Assim, os só- po, que atendem no máximo 16 cios participaram de uma feira ou 17 lojas e eles têm uma rotide franquia no Rio de Janeiro e na de visitar pelo menos uma venderam a primeira loja no vez por mês cada loja", afirma. "Temos um conselho de franbairro da Tijuca. Mas, de uma hora pra outra, queados, onde são discutidos o fornecedor da massa fresca os principais temas relacionaresolveu subir brutalmente o dos aos investimentos em marpreço do produto, o que invia- keting e outros temas estraté-
Antonio Moreira Leite, do Spoleto
290
gicos da companhia". Entre as ferramentas desenvolvidas está o GAS (Gestão de Atendimento e Serviço). Implantado em 2012 como piloto em 30 lojas do Rio de Janeiro e de São Paulo (15 em cada Estado), a partir de junho terá abrangência nacional, nas 290 unidades da marca espalhadas pelo País. O GAS busca na prática elevar o nível de servi-
ço e atendimento em todo o sistema Trigo. A implementação desse projeto se dá através do programa Multiplicador, apoiado por um sistema de atividades e acompanhamento online. O Spoleto e o franqueado identificam uma liderança em cada unidade, que é treinada em cada fase do programa de Multiplicadores para transferir os ensinamentos/treina-
É preciso colocar a mão na massa Newton Santos/Hype
Q
Atrás de oportunidades A história de Lott como empresário começou em 2009, mas ele já trabalhava no Grupo Trigo (holding que controla a fábrica de massas, distribuidora e as franquias das marcas Spoleto, Domino's Pizza e Koni), onde ficou por nove anos. "Juntamente com dois sócios investidores, fomos atrás de oportunidades em franquias, conversamos com várias marcas, mas optamos pelo Spoleto e abrimos o primeiro restaurante na FAAP em 2009", conta o empresário. Como ele trabalhou no Grupo Trigo, conhecia bem o sistema, o suporte aos
franqueados, as ações de marketing e principalmente a operação do negócio. "Mesmo assim, há uma diferença entre a teoria e sentir na pele o dia a dia de quem está à frente do restaurante. Leva de seis meses a um ano até alguém tomar pé do negócio e tudo começar a funcionar direito", comenta o empresário. Para quem pensa em ser um franqueado, Lott aconselha, primeiramente, refletir se ele se identifica com a operação de franquia e com a marca. O segundo passo é pesquisar o mercado e escolher bem o segmento que irá atuar, já que há produtos que se tornam moda passageira. "O candidato a uma franquia deve conversar muito com os franqueados da marca. Se tem problemas, eles abrem o jogo". (C.O.)
Outra ferramenta é o Squadra, um programa de excelência, que avalia e premia as cinco melhores unidades / franqueados que apresentaram alta performance qualitativas e quantitativas durante o ano.
Delícias orientais
A
rede de restaurantes Koni, especializada em cozinha japonesa e que faz parte do Grupo Trigo (o mesmo do Spoleto e Domino's Pizza), está apresentando um novo modelo de loja voltado para praças de alimentação de shopping centers, com mais facilidade e eficiência ao atendimento e ao consumidor. O estabelecimento é menor em relação às lojas tradicionais da rede e o atendimento segue o padrão express: o cliente faz o pedido diretamente no caixa, acompanha o preparo do prato e utiliza as mesas da praça de alimentação. O menu conta com opções de sashimis, rolls, yakisobas e os famosos Konis (temakis), além de uma linha premium assinada pelo chef Adriano Kanashiro. A finalidade é oferecer variedades no cardápio para os clientes que buscam por uma refeição de qualidade e rápida O investimento inicial para obter uma franquia de shopping center Koni é R$ 385 mil (sem taxa) para uma loja de 30 m². A pro-
Fabiano Lott: o maior problema hoje é a rotatividade de funcionários. paga um piso salarial maior que o mercado e que bonifica os funcionários quando a meta é atingida.
Recompensa
jeção da rede japonesa é abrir 25 lojas com esse modelo até o final de 2013 e fechar o ano com 72 unidades em operação e mais 15 assinadas, fechando o ano com um total de 87 (entre abertas e pontos assinados). Aberto em dezembro de 2006 no principal endereço da boemia carioca, o Baixo Leblon, a primeira loja Koni logo caiu no gosto dos cariocas. Hoje são 54 lojas abertas (em operação) em todo o País. Mais do que uma simples temakeria, o Koni nasceu para ser uma experiência. Todo conceito por trás da marca foi estudado cuidadosamente. Desde o primeiro dia de sua abertura a preocupação foi aliar qualidade do produto e de atendimento a detalhes como ambiente aconchegante da loja, música, apresentação dos konis e relação custo x benefício para o cliente. Para adquirir uma franquia Koni de rua, os investimento começam em R$ 385 mil (sem taxa) para um loja de 30 m² e R$ 500 mil para uma loja de 80 m².
Divulgação
uem acha que ter uma loja franqueada significa trabalhar menos, está enganado. É preciso dedicação e presença constante, que aliás é a exigência de todo franqueador. Segundo Fabiano Lott, que atualmente possui oito restaurantes Spoleto, além de outras duas unidades a serem abertas este ano, este é um mito comum, já que várias etapas operacionais do negócio estão formatadas pelo franqueador. "Uma vantagem do franchising, no caso do Spoleto, é que eu não preciso me preocupar em desenvolver e lançar produtos, ou com a qualidade do fornecedor de molhos e massas. Isso permite uma dedicação no gerenciamento dos funcionários e aprimoramento do atendimento", comenta o empresário. A questão de gerenciamento de funcionários, aliás, é o que mais preocupa Lott no momento. "A rotatividade de pessoal é um problema generalizado, não apenas no nosso caso, mas também no comércio. Com o bom momento da economia, há mais ofertas de emprego e o profissional fica um tempo conosco e logo sai", conta Lott. Para diminuir a rotatividade e manter a mão de obra, o empresário diz que
mentos aos demais funcionários de cada loja.
Os vencedores são selecionados de acordo com análises de controles (como turnover de funcionários, custos e vendas) e do acompanhamento dos resultados, do engajamento do franqueado com todas as atividades da rede e de sua liderança com a equipe de sua unidade, apresentação das lojas, ausência de reclamações no SAC e alcance de metas de crescimento, entre outros critérios. O prêmio é uma viagem gourmet e cultural à Itália, com direito a acompanhante, durante oito dias. O objetivo é levar os franqueados para "beber na fonte" da culinária italiana. Para ajudar a rede a enxergar 100% com os olhos dos clientes e contando com a ajuda de uma empresa especializada, é feito um checklist de avaliação e um profissional se passa por cliente oculto. A finalidade é entender onde e quais pontos de atendimento, serviço, padrões de operação e produtos podem ser aperfeiçoados. E principalmente reconhecer aquelas equipes que estão tendo uma performance positiva e padronizada sob o olhar do cliente. Para quem deseja se tornar um franqueado Spoleto, o investimento começa em R$ 400 mil (loja de 30 m²) e R$ 550 mil (150 m²). A Taxa de franquia é de R$ 60 mil, a taxa de publicidade é de 2% do faturamento bruto para fundo nacional e outros 2% para fundo regional. A taxa de royalties é de 6% sobre o faturamento bruto, é preciso um capital de giro de R$ 20 mil. (C.O.)
Restaurantes Koni: novo modelo de loja voltado para praças de alimentação de shopping centers, menor e mais eficiente.
DIÁRIO DO COMÉRCIO
quarta-feira, 12 de junho de 2013
ESPECIAL - 5
Intercâmbio no exterior: um negócio bilionário ENTRE AS PRINCIPAIS EMPRESAS DESTE SETOR ESTÁ A CI, QUE POSSUI UMA REDE DE 70 LOJAS, DAS QUAIS 50 SÃO FRANQUIAS. A EMPRESA QUER CHEGAR A 100 UNIDADES ATÉ 2015
Marsans aposta em expansão para 2013
D
Divulgação
esde 1973 no mercado, o Grupo Marsans Brasil, com sede no Rio de Janeiro, possui atualmente 35 lojas franqueadas, 6 próprias e 2 em implantação no sistema de franquia. Uma das maiores operadoras de viagens do mercado nacional, a Marsans se destaca pela diversidade de opções para os seus clientes, com viagens rodoviárias, pacotes em voos regulares e fretamentos exclusivos, circuitos e cruzeiros por todo o Brasil e diversos destinos no mundo. A empresa está presente nos principais shoppings centers do Rio de Janeiro, São Paulo, Campinas, Ribeirão Preto, Franca, Juiz de Fora e Recife, mas também vem apostando em lojas de rua, como a unidade que está sendo instalada na Mooca, zona Leste de São Paulo. Segundo conta a gerente de marketing Mariana Ferrari, a meta para este ano é abrir 20 unidades. "Fizemos um estudo de oportunidades, com o mapeamento de regiões que seriam interessantes estarmos presente. Decidimos focar no eixo Rio-São Paulo, mas também queremos uma unidade em Belo Horizonte (MG)", revela a executiva. Ela conta que a decisão de adotar o sistema de franchising ocorreu em 2011, mas as primeiras franquias entraram em operação somente no ano passado.
A meta da CI é abrir dez unidades até o final deste ano e chegar a 100 unidades até 2015, com foco em cidades que tenham a partir de 120 mil habitantes. empresa busca parceiros na região Norte, em capitais como Manaus, Belém e Palmas; no interior de São Paulo, em cidades como Franca, Araraquara e Araçatuba; na capital paulista e no Rio de Janeiro. O perfil procurado é com idade mínima de 25 anos, curso superior completo, inglês avançado, conhecimentos em administração de empresas, experiência internacional educacional, profissional ou em turismo, conhecimentos em gestão financeira, dedicação exclusiva ao negócio, saber lidar com pessoas, conflitos, estresse e saber trabalhar sob pressão. "Somos muito rigorosos na seleção dos nossos parceiros: de dez candidatos que entrevistamos, aprovamos entre dois e três. O nosso produto não é commodity e não
temos pressa em crescer", diz o executivo. "O sucesso do nosso franqueado é também o nosso sucesso, o fechamento de uma loja não é boa nem para o franqueado e nem para a nossa marca". Os investimentos para abrir uma franquia CI incluem taxa de franquia entre R$ 20 mil e R$ 25 mil, instalações entre R$ 20 mil e R$ 80 mil, marketing de inauguração entre R$ 10 mil e R$ 15 mil e capital de giro entre R$ 20 mil e R$ 40 mil. Cursos, trabalho e viagens A CI atua nas áreas de cursos, trabalho no exterior e também funciona como uma agência de turismo convencional. Os cursos de idiomas são o principal produto da empresa. O cliente pode escolher
o lugar para se fazer o curso, mas o mais procurado é a língua inglesa no Canadá, EUA, Inglaterra, Irlanda, Nova Zelândia ou Austrália. A CI mantém parcerias com escolas especializadas no ensino de diversos idiomas para estrangeiros em diferentes países, com professores treinados e especializados, salas de aula bem equipadas e laboratórios multimídia. Não existe limite de idade para fazer um curso de idiomas no exterior. A maioria das escolas aceita estudantes de todas as idades. Existem cursos específicos para crianças, adolescentes, jovens e executivos. O cliente pode escolher entre várias modalidades de cursos, aliando, por exemplo, o aprendizado do idioma com atividades, cultura e esportes (aulas de História da Arte, culinária, fotografia, dança, dança flamenca, yoga, teatro, golfe, surfe, esqui, mergulho e outros). Este programa também pode ser combinado com estágios não remunerados. Para quem tem pressa, há a possibilidade de aulas particulares. Para quem deseja ingressar em uma universidade no exterior, há cursos preparatórios. Caso o aluno possua um nível mais avançado do idioma, pode também optar por outros programas ou cursos, como cursos técnicos, extensão universitária, graduação e pós-graduação. No segmento de trabalho no exterior, destaque para o Au pair, um programa de trabalho remunerado que consiste em morar por um período os EUA, França, Holanda, Áustria ou Alemanha. O participante vivenciará uma nova cultura, fazendo parte da família, cuidando de crianças e estudando. É possível aperfeiçoar um idioma, viajar, se divertir e ainda ganhar por isso. O programa Au Pair é voltado exclusivamente para mulheres que gostem de lidar com crianças. Cada país tem um pré-requisito específico. A idade média das participantes é de 18 a 28 anos. (C.O.)
Oportunidades para investidores
Marsans: atualmente com 41 unidades abertas, a meta para este ano é abrir 20 lojas.
Para a executiva, um ponto importante para o sucesso do negócio está na escolha criteriosa dos parceiros franqueados. Primeiramente, o candidato precisa comprovar capacidade financeira para o empreendimento, pois não é aconselhável que ele busque financiamentos ou empréstimos. A experiência profissional no ramo de turismo não é necessária, mas pode ser um diferencial. "Não tem problema se ele não tem experiência no ramo de turismo, pois sempre haverá um gerente com experiência ajudando", explica. Para uma loja padrão de 40 m², o investimento necessário é de R$ 60 mil, dos quais R$ 10 mil de taxa de franquia e R$ 50 mil para o projeto arquitetônico e mobiliários. O royalty cobrado é de 1% e o fundo de propaganda é de 0,5%, ambos sobre o faturamento bruto. Estão fora dessa conta os gastos com ponto comercial, despesas de funcionário e capital de giro (necessário R$ 35 mil). "Oferecemos aos franqueados treinamento e suporte para que ele possa ter sucesso em seu negócio. Ele fica durante 15 dias em treinamento aqui em nossas instalações, conhecendo os produtos e o nosso sistema; depois, durante 10 dias, uma equipe de profissionais acompanha o dia a dia na loja", comenta. (C.O.) Divulgação
D
ominar a língua inglesa é fundamental para a carreira profissional em qualquer área; e ter estudado no exterior e adquirido uma experiência de vida em outra cultura valoriza ainda mais o candidato na hora da contratação. Segundo Jan Wrede, diretor comercial da CI, uma das maiores empresas de intercâmbio e turismo jovem do País, estudar no exterior deixou de ser um luxo e as famílias enxergam como uma experiência fundamental para a formação educacional dos filhos. "Este é um mercado que vem crescendo 40% nos últimos sete anos. De acordo com a Belta (Braziliam Educational & Language Travel Association), entidade que congrega as empresas do setor, no ano passado o mercado movimentou mais de R$ 4 bilhões". Wrede conta que, quando a CI nasceu, em 1988, este ainda era um mercado incipiente. "Hoje, é um mercado que vem crescendo de forma vigorosa e com perspectivas de crescer ainda mais. O produto com o qual trabalhamos tem rejeição zero, já que todos enxergam a importância de aprender outra língua e estudar no exterior", afirma. A empresa informa que o seu faturamento cresceu 21% no primeiro trimestre deste ano, com um aumento de 46% nas vendas de cursos de idiomas e nos programas de high school; 23% em intercâmbio teen; e ainda, 300% em graduação no exterior. Em 2013, a expectativa da companhia é crescer 25% e, já no início do segundo trimestre, apresenta aumento parcial de 68% no faturamento em relação ao mesmo período do ano passado. Em 2012, a CI faturou R$ 220 milhões e possui atualmente 70 lojas, sendo 20 próprias e 50 franquias. A meta é abrir dez novas unidades até o final deste ano e chegar a 100 unidades até 2015, com foco em cidades que tenham a partir de 120 mil habitantes. Segundo conta Wrede, a
DIÁRIO DO COMÉRCIO
6 -.ESPECIAL
quarta-feira, 12 de junho de 2013
Fotos: Divulgação
O chope nosso de cada dia A AMBEV FOI A PRIMEIRA FABRICANTE DE BEBIDAS A APOSTAR NO SISTEMA DE FRANQUIA E HOJE POSSUI 970 UNIDADES, COM META AGRESSIVA DE EXPANSÃO
E
m 2003, a Ambev instalou em um shopping center no Rio de Janeiro um quiosque onde o consumidor pudesse parar e saborear um chope bem gelado e alguns petiscos rápidos – uma boa pedida para maridos que estão acompanhando as esposas nas compras. Foi a partir dessa experiência que a fabricante de bebidas decidiu apostar no sistema de franquia. Hoje, são 970 unidades em operação em todo o Brasil. Os principais modelos formatados são: Quiosque Chopp Brahma, Nosso Bar, Seu Boteco, Loja Chopp Brahma Express e Chopp Brahma Móvel. "Este ano, queremos expandir em 50% nossa rede, principalmente do formato Nosso Bar. Este modelo só está em operação no Estado de São Paulo e queremos expandir a rede no interior do Estado e bairros da capital", diz Carlos Augusto Vargas, gerente nacional de franquias da Ambev.
meses. A taxa inicial de franquia é de R$ 20 mil, os royalties variam de R$ 250 a R$ 500 por mês, o faturamento médio mensal é de R$ 35 mil e o franqueado está isento de fundo de promoção. O modelo Seu Boteco possui uma ambientação que lhe confere aconchego e descontração, com móveis e engradados de cerveja de madeira, que proporcionam uma viagem no tempo. Balcão com vitrine, piso de ladrilho hidráulico, azulejos coloridos e cartazes tipo lambe-lambe também fazem parte da decoração. O negócio exige investimento a partir de R$ 500 mil, taxa inicial de franquia de R$ 120 mil, faturamento médio de R$ 150 mil, royalties de 3% do faturamento, fundo de promoção de 2% sobre o faturamento e o prazo de retorno do investimento é estimado em 24 meses Outras opções
Pioneirismo Segundo o executivo, como a Ambev foi a primeira fabricante de bebidas a apostar em franquias, não havia um modelo a seguir, a empresa teve que aprender e desenvolver o próprio negócio. "Fizemos muita pesquisa e estudo para entender o mercado, a gestão do negócio, entender o franqueado e o comportamento dos consumidores. Com isso, desenvolvemos planos de treinamentos, suporte de gestão, calendários de promoções e uma central de atendimento", comenta Vargas. "O primeiro quiosque já foi no formato de franquias, mas depois disso, entendemos a importância de fazer testes com lojas-piloto a fim de termos mais segurança na formatação do negócio", diz. O modelo Nosso Bar, lançado em 2011, é um exemplo de negócio que demandou muito estudo. Trata-se de uma opção de franquia popular em regiões urbanas, periferias e centros de grandes cidades. Ao contrário das franquias tradicionais, ele permite ao investidor escolher o nome do estabelecimento e desenvolver um cardápio de pratos e petiscos que atendam às necessidades de cada região e do público. "Percebemos que para este tipo de negócio, a figura do dono do bar é muito importante, ele é conhecido na região, atende pessoalmente os clientes. Assim, a personalização é importante e há a opção de colocar o nome do dono no bar, por exemplo, Bar do João", explica Vargas. A Ambev oferece aos interessados toda a estrutura que inclui padronização visual e dos materiais de divulgação; programas de capacitação para gerir um negóc i o e i n v e s t im e n t o s f i n a nceiros; assessoria de gestão, além do atendimento periódico dos consultores da rede Nosso Bar. A proposta é levar ao proprietário e aos clientes a melhor estrutura com padrão visual, produtos de qualidade, entretenimento e ambiente familiar. "Apesar de o franqueado ter certa liberdade em
Hoje, a rede de franquias da Ambev opera com 970 unidades, com plano de expandir a rede em 50% este ano. A prioridade é para o modelo Nosso Bar, uma opção de franquia popular em regiões urbanas.
oferecer o cardápio, os fornecedores principais são homologados, de forma a garantirmos a qualidade dos pratos. Além disso, temos uma parceria com o Sebrae para treinamento em segurança alimentar", afirma Vargas. Modelos de franquia O modelo Nosso Bar é destinado aos micro e pequenos empreendedores. É uma opção de franquia popular em regiões urbanas, periferias e centros de grandes cidades. O negócio exige investimento inicial a partir de R$ 28 mil e o retorno previsto a partir de 12
O modelo Quiosque Chopp Brahma é ideal para funcionar em corredores de shoppings. O número de acentos no entorno do quiosque é determinado pela área, mas o cliente pode se acomodar em mesas e cadeiras que se situam próximas ao quiosque, em maior ou menor número, conforme a situação. Para acompanhar o Chopp Brahma, são servidos salgados e porções que requerem preparo rápido. O investimento necessário é a partir de R$ 80 mil, taxa inicial de franquia de R$ 60 mil, faturamento médio de R$ 40 mil, os royalties são de 12% sobre o volume de produtos da Ambev, fundo de promoção de 5% sobre o volume da Ambev e o retorno do investimento é a partir de 18 meses. Por fim, o modelo Chopp Brahma Express é uma loja que o cliente procura quando o que deseja é proporcionar a seus convidados a melhor experiência de consumo de chope em um evento – que pode ser uma festa de aniversário entre pessoas próximas, o churrasco dos velhos colegas de faculdade ou a festa de fim de ano da empresa. Os pedidos podem ser feitos pessoalmente na loja ou por telefone. O investimento estimado é a partir de R$ 300 mil, a taxa inicial de franquia é de R$ 100 mil, faturamento médio de R$ 120 mil, royalties de 10% do volume da Ambev, fundo de promoção de 4% do volume da Ambev e o prazo de retorno é a partir de 24 meses. (C.O.)
Gostinho da fazenda
H
oje com 135 lojas, a rede de restaurantes de comida típica de fazenda Divino Fogão nasceu em 1984 com o nome de São Paulo I. Inspirado pela infância e juventude na fazenda, Reinaldo Marque Varela e os primos inauguraram o primeiro restaurante. Em 1988, Nani Scaburi Varela, esposa do proprietário Reinaldo Marques Varela, se uniu aos negócios e trouxe a experiência de comerciante herdada da família. Logo, o restaurante que trabalhava com serviço a la
carte, passou para o formato do famoso self service, priorizando o tempo dos clientes. em 1994, os empresários entraram no ramo franchising e mudaram o nome de São Paulo I para Divino Fogão, para evitar questões como "bairrismo". Para tanto foi contratada
uma consultoria. No ano passado, 23 lojas Divino Fogão foram inauguradas e este ano a expectativa é abrir mais 20 unidades. Para tanto, o investimento inicial é de R$ 600 mil e a taxa de franquia é de R$ 100 mil. O prazo médio de retorno é de 36 meses e o contrato é de cinco anos.
Divulgação
Divino Fogão: a meta este ano é abrir mais 20 unidades.
Em processo de formatação Divulgação
C Sofá Café: para o sócio Diego Gonzales, a franquia é uma boa forma de expansão.
om apenas dois anos no mercado, o Sofá Café já pensa em expandir a sua marca por meio de franquias. Além da primeira unidade aberta no bairro de Pinheiros (Rua Bianchi Bertoldi, 130), a rede de cafeterias tem duas
unidades no bairro dos Jardins (Alameda Franca, 1.104 e na Rua Augusta, 2.074). Uma quarta unidade está sendo aberta nos Estados Unidos, em Boston. "Apesar do pouco tempo de mercado, a receptividade tem sido muito boa, os próprios clientes passaram a sugerir que expandíssemos o negócio por meio de franquia, alguns declararam que gostariam de ter uma franquia nossa", diz o sócio Diego Gonzales. Segundo ele, com quatro unidades próprias, fica difícil acompanhar o dia a adia do negócio, ainda mais que o outro sócio é apenas um investidor. Então, a saída para continuar expandindo é por
meio de franquia. "Contratamos uma empresa de consultoria, a Tonelli Franquias e Novos Negócios, para nos ajudar a formatar o modelo", conta Gonzales. "Fizemos uma análise completa, definimos processos e avaliarmos fornecedores; isso serviu, inclusive, para corrigir algumas falhas, que não poderão ser replicadas para os franqueados. Agora, estamos na fase de documentação e desenvolvimento dos manuais de operação do negócio; em novembro, queremos iniciar as operações de franquias", explica o sócioproprietário. Gonzales revela que o planejamento inicial prevê a
abertura de seis unidades franqueadas até o fim de 2014. Entre as áreas de interesse estão bairros da capital, a região do ABC Paulista, principalmente São Caetano do Sul, Campinas e outras cidades em um raio de 100 km da capital. "Queremos montar um modelo competitivo, com baixa taxa de franquia. Também daremos treinamento para baristas, que é um dos nossos diferenciais", diz Gonzales. "Estamos desenvolvendo alguns produtos da nossa marca, como xícaras, coadores e equipamentos, para que os clientes possam fazer o seu café em casa", finaliza. (C.O.)