ESPECIAL - Indústria de shopping center avança a passos largos

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Indústria de shopping center avança a passos largos Este ano, o setor deve crescer 12% e faturar R$ 122 bilhões. Atualmente, são 441 shoppings em operação, mas em 2013 já serão mais de 500.

Paulo Pampolin/Hype

Jornal do empreendedor

São Paulo, terça-feira, 16 de outubro de 2012

Suplemento Especial

ESPECIAL


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.ESPECIAL

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Shopping centers: 3% do PIB passam por aqui Lalo de Almeida/Folhapress

Dizem que a praia dos paulistanos é o shopping, mas esses centros de compras têm se espalhado pelo País, principalmente fora das grandes cidades

CARLOS OSSAMU

A

indústria de shopping center vem apresentando um crescimento invejável, muito além do PIB brasileiro: em 2011 o aumento no faturamento ultrapassou 18%, atingindo R$ 108 bilhões. Este ano, o crescimento será um pouco menor, de 12%, mas mesmo assim, o mercado comemora. O setor representa quase 3% do PIB brasileiro e responde por mais de 775 mil vagas de trabalho. Os shopping center surgiram no Brasil na década de 60, mas o boom do mercado teve início em 2007, com a captação de recursos na Bolsa de Valores, além das parcerias de investidores internacionais com empresas brasileiras. A Abrasce - Associação Brasileira de Shopping Centers é a entidade que representa o setor. Ela agrega 258 shoppings filiados em todo o País. Nesta entrevista, o presidente da entidade, Luiz Fernando Veiga, traça um panorama do mercado e condena o fato de os shoppings serem obrigados pelas prefeituras a fazerem obras viárias, como viadutos e passarelas, que são obrigações do poder público. Em sua opinião, o shopping gera riquezas, empregos, recolhe uma enormidade em tributos e ainda valoriza

a região, não sendo justo que tenha de arcar com responsabilidades que são do Estado. Diário do Comércio - Qual o panorama hoje da indústria de shopping centers? Luiz Fernando Veiga - Fechamos o ano de 2011 com um faturamento de R$ 108 bilhões. A previsão é de um aumento de 12% este ano, chegando a R$ 122 bilhões. Este valor poderá ser ultrapassado, pois nos sete primeiros meses do ano crescemos pouco acima de 12% no mesmo período. Hoje, temos em operação 441 shopping centers e até o fim do ano devem ser inaugurados mais 20 empreendimentos. Para 2013, temos a previsão de mais 45 novos centros de compras no País, passando a ter mais de 500 shoppings.

Paulo Pampolin/Hype

ainda colabora para a valorização de seu entorno – com imóveis mais valorizados, o IPTU também sobe.

Mesmo antes de entrar em operação, a própria construção de um shopping gera investimentos, empregos e beneficia a economia da região, não é mesmo? Por todo aspecto que se considerar, um shopping center só traz benefícios para a comunidade. Em primeiro lugar, um shopping médio gera entre 2,5 mil e 3 mil empregos diretos, fora os indiretos; depois, o recolhimento de tributos são substanciais; e o empreendimento

Quais as principais razões para o crescimento do setor? Há qualidades que são bem conhecidas em um shopping, como a temperatura climatizada – em qualquer época do ano, com chuva, sol, frio ou calor, o consumidor encontra sempre um ambiente agradável. O consumidor também tem uma segurança maior do que na rua. O

shopping center hoje não é apenas um centro de compras, mas um centro de convivência, onde as pessoas vão para comprar, mas também para se divertir, se alimentar. Hoje, muitos investimentos em shoppings estão mirando o interior. Ainda há espaço para o surgimento de empreendimentos nas grandes capitais? As capitais já estão bem servidas de shoppings, mas isso não significa que o potencial já esteja esgotado, muito pelo

Pesquisa revela quem são os consumidores

A

Abrasce - Associação Brasileira de Shopping Centers divulgou uma pesquisa sobre o perfil do frequentador de shopping centers. Realizada pela GFK, esta mesma pesquisa já havia sido realizada nos anos de 2006 e 2009. O objetivo é conhecer o perfil demográfico e características de hábitos e atitudes dos frequentadores. Foram realizadas 3.240 entrevistas em 21 centros de compras de Belo Horizonte, Brasília, Salvador, São Paulo, Porto Alegre e Rio de Janeiro. Segundo o estudo, na média nacional, 55% dos frequentadores de shoppings são mulheres, contra 45% de homens. Estes números são praticamente iguais a das pesquisas anteriores. Um fato curioso é que em São Paulo o público feminino é bem superior à média nacional: 59% de mulheres contra 41% de homens. Segundo Luiz Fernando Veiga, presidente da Abrasce, houve um aumento na frequência de homens nos últimos anos, mas as mulheres ainda são maioria e também gastam mais tempo nos shoppings. Além disso, as lojas de artigos femininos são maioria nos shoppings. "O homem é mais objetivo, ele já tem em mente o que quer comprar, enquanto a mulher passeia pelo shopping, entra numa loja para olhar, muitas vezes não compra nada e vai para outra loja. O homem vai sabendo o que quer, entra na loja e compra", diz Veiga. "Os shoppings passaram a oferecer diversas atrações, o homem começou a frequentar mais, ele vai ao cinema, à praça de

Satisfação com o shopping 10% mais ou menos satisfeito/insatisfeito

2012

muito satisfeito

satisfeito

Média 3,2 Notas: 1 Não está satisfeito Cidades

satisfeito/insatisfeito

29

60% satisfeito

muito

satisfeito

São Paulo Média 3,2

24%

muito satisfeito

satisfeito/insatisfeito

31%

muito

52% satisfeito

37% muito

73% satisfeito

19%

4 Muito Satisfeito

8% mais ou menos

satisfeito/insatisfeito

44% muito satisfeito

Rio de Janeiro Média 3,4

satisfeito/insatisfeito

Belo Horizonte Média 3,2

alimentação". Quanto à classe social, se fala muito na ascensão das classes C e D, mas na pesquisa houve uma queda na frequência da classe C, que em 2006 era de 29% e agora está em 23%. Já a classe B saiu de 44% em 2006, foi para 49% em 2009 e agora está em 54%. "Isso é fácil de explicar. Quem era da classe C e teve uma ascensão social foi para a classe B. Quem estava nas classes E e D e foi para a classe C, o seu poder de consumo ainda é muito baixo e não é ainda um frequentador de shopping centers", comenta. Segundo o executivo, é essa ascensão de consumidores da classe C para a B que explica o grande crescimento da indústria de shopping

48% satisfeito

26% muito satisfeito 12% mais ou menos

satisfeito/insatisfeito

8% mais ou menos 2006 satisfeito/insatisfeito

3 Satisfeito

9% mais ou menos

Porto Alegre Média 3,2

11% mais ou menos

Fonte: Abrasce/GFK

satisfeito/insatisfeito

2 Mais ou menos satisfeito

11% mais ou menos

60%

7% mais ou menos

69% satisfeito

32%

58%

2009

62% satisfeito Brasília Média 3,1

centers. Em relação ao tempo de permanência dentro do shopping, em 2006 o consumidor ficava em média 73 minutos, em 2009 esse tempo subiu para 79 minutos e agora voltou para 73 minutos. "Quanto mais tempo dentro do shopping, mais as chances de consumo. Uma pessoa que vai ao cinema não assiste apenas o filme, ela vai à praça de alimentação e depois dá um volta e acaba comprando algo", diz. Segundo a pesquisa, os frequentadores que vão ao cinema são aqueles com maior tempo de permanência dentro do shopping, com média de 134 minutos. Aqueles que vão apenas para fazer compras ficam em média 77 minutos,

24% muito satisfeito 13% mais ou menos satisfeito/insatisfeito

63% satisfeito Salvador Média 3,1

seguido daqueles que vão nos restaurantes, com 76 minutos. De acordo com a pesquisa, o índice médio de conversão de vendas nacional está em 70%, ou seja, do total de consumidores que vão ao shopping, 70% realizam algum tipo de compra. Em 2006 esse índice era de 58% e em 2009, de 62%. Porto Alegre é a cidade onde os frequentadores compram mais, chegando a 80%, seguida de Belo Horizonte, com 74%. Em São Paulo, este índice é de 66%. Se por um lado as mulheres são maioria dentro do shopping, por outro, os homens compram mais. Segundo a pesquisa, 72% dos homens realizam uma compra no shopping center. (C.O.)

contrário, há espaço para crescer mais. Se compararmos o nosso mercado com a de outros países, vamos ver que temos um campo imenso para avançar. É um engano achar que já temos shoppings demais no Brasil. Nos EUA, por exemplo, 70% do comércio varejista passa por shopping centers; no Canadá, 50%; no Brasil ainda estamos com 18%. Há um campo muito grande para evoluirmos na conquista de público. Há ainda nas grandes cidades muitos bairros com potencial de consumo maior que em muitas cidades do interior. Ocorre que nas grandes cidades há escassez de grandes terrenos, e quando existem, são muito caros. Recentemente, irregularidades em shopping centers de São Paulo foram veiculadas na imprensa. O que houve? O fluxograma de aprovação de projetos grandes em São Paulo era tão grande que a própria prefeitura criou iniciativas para deixar mais fáceis esses fluxos, centralizando vários órgãos através de uma secretaria para aprovação de projetos, com transparência e processos online. Realmente, São Paulo teve problemas sérios em termos de fluxograma, trazendo para os shoppings muitas dificuldades. Um shopping é um emp r e e n d i m e n t o d e i n v e s t imento muito alto, o empresário que faz um shopping center tem compromissos com os sócios, os investidores, com os lojistas; e este último tem compromissos com seus fornecedores, com os empregados. Mas, de repente, o shopping não pode funcionar por causa da burocracia da prefeitura. Na hora que o shopping está pronto, com todo o investimento feito, não só pelos empreendedores, mas também pelos lojistas e todos que participam da operação, muitas vezes está pendente coisas na prefeitura, pois a burocracia era infernal. Neste sentido, aconteceram vários episódios, que a mídia cobriu, mas a prefeitura se atentou para o fato e hoje a tendência é de calmaria no setor, porque, quando as coisas andarem na mesma velocidade, não haverá problemas em aprovação de projetos.

É um engano achar que já temos shoppings demais no Brasil. LUIZ FERNANDO VEIGA, PRESIDENTE DA ABRASCE

Este ano, a inauguração do Shopping JK Iguatemi foi adiada em dois meses, pois a prefeitura exigiu a construção de um viaduto e uma passarela. Melhorias em vias públicas não seriam obrigação do poder público? Já é uma rotina, em São Paulo e em outras cidades, que, ao fazer um empreendimento grande, como um shopping, é preciso criar uma compensação para a prefeitura e principalmente à CET, diminuindo o impacto que possa ter no trânsito local. No meu ponto de vista, isso deveria ser uma obrigação da prefeitura, principalmente por todos os benefícios que eu já comentei que um shopping traz para a cidade, e não pagar alguma coisa a mais por um dever público. Aliás, deveria ser até o contrário: o shopping deveria receber algo em troca pelos benefícios que está gerando. O Shopping JK estava programado para abrir antes do Dia das Mães, que é a segunda melhor data para vendas no comércio. Todos os lojistas e investidores foram prejudicados, pois faltava uma licença para a construção daquelas obras. É uma situação surreal, pois o shopping quer fazer a obra, mas não pode, pois não consegue a licença, e a prefeitura proíbe o funcionamento do shopping porque ele não fez a obra.

Diretor de Redação Moisés Rabinovici

Arte Paulo Zilberman

Editor-Chefe José Guilherme R. Ferreira

Gerente Executiva de Publicidade Sonia Oliveira

Edição e reportagem Carlos Ossamu Diagramação Lino Fernandes

Telefone: 3180-3029 soliveira@acsp.com.br


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

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A classe C vai às compras O grande desafio do setor é como atender os anseios deste público, que entrou no mercado de consumo e alguns estão frequentando o shopping pela primeira vez

O

número de brasileiros que ascenderam à classe C chegou a 40,3 milhões entre 2005 e 2011. Com isso, a classe C, em sete anos, passou de 34% para 54% da população. É o que mostra o estudo "O Observador Brasil 2012", divulgado recentemente pela Cetelem BGN, empresa do grupo BNP Paribas. Para Luiz Alberto Marinho, sócio diretor da GS&BW, unidade da GS&MD - Gouvêa de Souza especializada em shopping centers, a grande discussão hoje no mercado é como atender este novo público. "Existem modelos de shoppings que estão sendo testados, alguns são da opinião de que este consumidor quer um shopping convencional e não um com aparência de popular; mas outros dizem o contrário. Esta discussão não ocorre apenas no Brasil, mas em outros países da América Latina, que também tiveram uma ascensão da classe média", comenta Marinho. Segundo o executivo, parafraseando o falecido carnavalesco Joãosinho Trinta, "pobre gosta de luxo, quem gosta de miséria é intelectual". "Só é preciso saber o que é luxo para essa nova classe média, que é diferente do gosto da classe mais rica. Um ambiente menos sofisticado também não tem nada a ver com limpeza e conforto; todos, independentemente da classe social, querem isso", diz Marinho. "Outros setores da indústria estão se mexendo para atender este público – a Brasil Cacau tem crescido mais que a Kopenhagen e ambas são marcas da mesma empresa (Grupo CRM)", observa. Marinho exemplifica os modelos de negócios que estão no mercado e que procuram atender a este novo perfil do consumidor. "O Mais Shopping tem lojas mais simples, no formato modular, enquanto que o Shopping Taboão está partindo para um mix mais sofisticado de lojas. Todos estão experimentando e procurando a sua fórmula", diz o executivo. "Outra segmentação que acredito que irá se expandir é de empreendimentos que associam lazer e gastronomia, com espaços abertos, como uma minicidade", diz Marinho.

Lojas modulares Inaugurado no fim de outubro de 2010, o Mais Shopping Largo Treze, na zona sul de São Paulo, não tem vergonha em afirmar que veio para atender a classe C. "Esta classe social representa 54% da população, ela ganhou poder aquisitivo nos últimos anos e dese-

O investimento estrangeiro potencializará a expansão dos empreendedores e dos varejistas

Divulgação

pois o consumidor quer ver o glamour do shopping – se fosse só para comprar, ele iria em lojas de rua e galerias do bairro", comenta o executivo. Ferreira conta que os frequentadores vêm junto com a família para passear, comer um lanche e se divertir. Alguns estão frequentando um shopping pela primeira vez. "A venda por impulso é muito importante neste caso, mas é preciso oferecer facilidade de pagamento. Outros se interessam por um produto, mas só compram depois de 30 ou 40 dias – o ciclo de venda aqui é mais longo", diz.

Um ambiente menos sofisticado não tem nada a ver com limpeza e conforto LUIZ ALBERTO MARINHO

Shoppings menores

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Há uma tendência de shoppings de menor porte e em regiões mais populares CARLOS FELIPE FULCHER

ja consumir", afirma o superintendente Marco Antônio Ferreira. "É um público exigente, que deseja produtos de qualidade, pagar um preço justo, ter fácil acesso, segurança, conforto e comodida-

de", observa Ferreira. Das cerca de 400 lojas, quase 300 são modulares, não possuem teto, aproveitando a iluminação e o ar-condicionado do próprio shopping center, que também fornece um mo-

delo de vitrine pronto. Isso reduz os custos de instalação em 60%, em média, comparado a um shopping convencional. "Temos também lojas satélites, como em shoppings convencionais, além de uma pra-

ça de alimentação com 33 restaurantes fast food e 8 salas de cinema da rede Cinépolis, a mesma do shopping JK Iguatemi", observa Ferreira. "O segredo é acertar no mix de lojas e ter um ambiente agradável,

Para Carlos Felipe Fulcher, presidente da 5R Shopping Centers, empresa especializada em desenvolvimento, comercialização e administração de shoppings, o mix de loja é definido pela região onde se encontra o empreendimento e o perfil dos consumidores. "Os shopping mais antigos foram construídos em bairros nobre, são de grande porte e com um mix para atender consumidores de diversos perfis, de A a Z. O que vem ocorrendo hoje são empreendimentos de menor porte e em regiões mais populares, mas não necessariamente para atender somente a classe C", opina o executivo. Segundo Fulcher, existe uma tendência de empreendimentos de menor porte, mais fáceis de administrar e com um desenho que facilita o trânsito dos consumidores a áreas de serviços. "O horário de um shopping é diferente de um restaurante, do cinema, do teatro ou da academia. As lojas funcionam das 10h às 22h, a academia começa a funcionar bem cedo e um restaurante fecha mais tarde", argumenta Fulcher. "O acesso a esses serviços deveria ser pela parte externa do shopping e é nisso que estamos trabalhando", diz. (C.O.)

Desafios e oportunidades da indústria

A

BRMalls é a maior empresa de shopping centers do Brasil, com participação em 48 shopping centers. A empresa possui atualmente 1.513,7 mil m² de Área Bruta Locável (ABL) Total e 855,8 mil m² de ABL próprio, com percentual médio de participação em seus shoppings centers de 56,5%. Comandados por Carlos Medeiros, CEO da companhia, os shoppings da BRMalls estão espalhados por todas as regiões do País e em 2011 apresentaram um total de R$ 16,1 bilhões em vendas. Medeiros participa como palestrante da 12º

Congresso Internacional de Shopping Centers, abordando os desafios e oportunidade do setor. Nesta entrevista, o CEO da BRMalls adianta alguns temas de sua palestra. Diário do Comércio - O tema de sua palestra será "Indústria de shopping centers: oportunidades e desafios". Quais são os desafios e oportunidades do setor hoje? Carlos Medeiros - O setor ainda oferece oportunidades para crescimento, seja através de consolidação ou desenvolvimento. O setor é bastante fragmentado comparado a outros Ricardo Moraes/Reuters

mercados, com as três principais empresas possuindo uma participação de mercado inferior a 25%. Em termos de penetração, o ABL/Habitantes ou a parcela das vendas no varejo ainda está muito abaixo se comparado a outros mercados. Além disso, o varejo continua se expandindo em um momento que outros setores da economia se retraem. As redes seguem crescendo com abertura de lojas, com novas marcas e extensão de marcas, e o setor de franquias continua aquecido. Outras oportunidades são a indústria indo para varejo, como as lojas da Artex e Apple, e a entrada de marcas internacionais. Como desafios, destacaria a necessidade de formação de mão de obra qualificada em velocidade para atender a inauguração dos novos empreendimentos, o aumento da competição em alguns mercados, e casar o ritmo de expansão dos lojistas com ao ritmo de oferta de ABL. Com a expansão da classe média, quais estratégias os empreendimentos devem adotar para atrair este público? Aproximadamente 35 milhões de brasileiros chegaram à classe média nos últimos 10 anos, impulsionados pelo

aumento do emprego, da renda real e o acesso ao crédito. Essa nova classe média deseja ter acesso aos bens, serviços e conforto que ela sempre sonhou, mas não tinha poder aquisitivo. Agora, o que era uma aspiração se tornou acessível. Para atender esse alto nível de expectativas, tanto quanto ao conforto do empreendimento, quanto às lojas, o caminho que acreditamos é oferecer um shopping moderno, com mix balanceado de lojas e necessariamente com forte ancoragem, com lazer, entretenimento e boas opções de alimentação. Os shopping centers estão preparados para este crescimento, com novos consumidores, ou ainda estão em processo de readequações para enfrentar a concorrência, principalmente quanto aos empreendimentos que surgem a cada ano? Os shoppings estão fazendo as duas coisas ao mesmo tempo, até porque ambas as questões passam por melhorarias nos shoppings existentes. Por um lado, estamos aprendendo constantemente sobre as preferências dos novos consumidores e adaptando o mix existente a isso. Por outro lado, a concorrência faz com que os empreendedores

intensifiquem investimentos na modernização, visando oferecer melhor experiência aos consumidores, e também na melhoria do mix, seja através da qualificação da área existente ou da expansão da ABL. O bom momento da economia brasileira tem trazido muitos investidores externos. Como a BRMalls enxerga este cenário? É um movimento natural, que está acontecendo em todos os setores da economia, e os investidores internacionais continuam atraídos pela estabilidade política e econômica, aliada ao crescimento do mercado brasileiro. Enxergamos isso com ótimos olhos para o nosso setor. O investimento estrangeiro potencializará a expansão não só dos empreendedores, como também dos varejistas, basta ver os recentes investimentos feitos em redes de varejo por fundos de private equity, como Carlyle, BTG e Vinci. Para os shoppings, a entrada do capital estrangeiro ajudará na redução do custo de capital e acesso a knowhow de mercados mais maduros. Os investidores internacionais reconhecem a especificidade do mercado brasileiro e enxergam nos grupos locais uma forma de acelerar o aprendizado.


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Comunicação especializada

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Molina: shopping center não é varejo, não é um produto, as demandas são totalmente diferentes.

A DMV é a única agência de publicidade do mercado dedicada a atender o segmento de shopping centers

S

egmentação é uma das tendências mais fortes da indústria de shopping centers na atualidade. Foi pensando na especialização que a segmentação traz que há 26 anos o publicitário Sergio Molina criou a DMV Comunicações, uma agência de publicidade que se dedica exclusivamente a este segmento. "Shopping center não é varejo, não é um produto, as demandas são totalmente diferentes. Um shopping precisa desde um filme para o Dia das Crianças até um cartaz de porta do fraldário. E a agência precisa estar preparada para

fazer ambos e muito mais", comenta Molina. "Em shopping center, tudo é muito mais dinâmico, tudo é para ontem; e não é possível pasteurizar processos e criar linhas de montagens, pois cada cliente tem uma característica, uma personalidade, o seu público e seus diferenciais, que exigem trabalhos sob medida".

Criatividade e muito trabalho Antes de criar a DMV, Molina trabalhou por seis anos no Shopping Iguatemi, onde passou a conhecer o universo e as

Prêmios para os bons compradores

O

D&D Shopping, especializado em móveis e artigos de decoração, constatou que 65% dos seus clientes eram profissionais de arquitetura, decoração e design de interiores, conhecidos no meio como especificadores. Para aumentar as vendas para este público, o shopping criou, em 2010, o i/D Programa de Relacionamento D&D. Em sua terceira edição, que

abrange o período de 1º de janeiro a 31 de dezembro, o D&D anunciou recentemente os ganhadores do primeiro semestre. A arquiteta Adriana Assumpção, primeira colocada, foi presenteada com carro New Fiesta. As demais ganhadoras foram: Claudia Elias, o escritório de arquitetura Rocha Andrade, Carla Barranco e Deborah Basso, que foram presenteadas com viagens.

necessidades de um shopping center. Segundo ele, faltava às agências de publicidade um conhecimento mais profundo deste segmento, que exige mais criatividade e mais trabalho do que em outros setores. Um case que ele gosta de contar e que deu o impulso inicial para a agência decolar, foi com o Shopping Center Norte e o Lar Center. "Logo no começo, fui convidado pela Glorinha (Baumgart) a fazer uma campanha para os dois shoppings. Vi no estacionamento muito carros com placas do interior de São Paulo e de Minas Gerais", relembra Molina. Segundo ele,

clientes de outras cidades vinham fazer compras lá e aproveitavam para ir aos restaurantes, cinemas e fazer compras nas lojas do Center Norte. "Fizemos uma campanha em TVs do interior, Vale do Paraíba e Baixada Santista, mostrando a comodidade dos dois shoppings e foi um sucesso".

De lá para cá, o setor de shopping center evoluiu muito, tanto que se fala em indústria do shopping center. Antes, quando havia poucos centros de compras estabelecidos, pouca concorrência, e os diferenciais eram conforto, segurança e estacionamento. Hoje, isso não é mais diferencial, é obrigação.

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i/D Programa de Relacionamento D&D: cada R$ 1 mil em compras nas lojas equivalem a 1 ponto

Para participar, o profissional deve se cadastrar no site do D&D Shopping com o número/documento do CREA, ABD ou ASBEA. Cada R$ 1 mil em compras nas

lojas aderentes equivalem a 1 ponto. Os pontos serão acumulativos e gerarão um ranking para a premiação dos profissionais. Os benefícios podem ser resgatados no decorrer da

campanha e os mesmos pontos são mantidos na conta do profissional associado até a data final. O primeiro colocado do segundo semestre levará um carro EcoSport e os demais ganharão pacotes de viagens. Vânia Ceccotto, superintendente do D&D, explica que já são 3,5 mil especificadores cadastrados e que 45 das 95 lojas participam do programa. (C.O.)

"Nos últimos dois anos, houve um boom de empreendimentos no mercado e nos próximos 24 meses, mais 140 shopping centers serão inaugurados no País, muitos em cidades do interior. Hoje, estão construindo shopping center em cidades com 150 mil habitantes, o que no passado era impensável", comenta Molina. Atualmente com 19 clientes e uma equipe com 18 funcionários, a DMV já criou mais de mil filmes, campanhas e ações cooperadas e promocionais. Somente para lançamentos e inaugurações de shoppings em todo o País, a DMV já fez 55 campanhas e eventos. De acordo com Molina, o planejamento de mídia é um ponto importante na estratégia de comunicação. "A TV aberta pode ser comparada a um tiro de canhão e pode ser ineficiente se o alvo é uma mosca; vejo a TV paga como boa alternativa e a mídia impressa e o rádio ainda como mídias imbatíveis", opina o presidente da DMV. "A internet e as redes sociais ainda são um enigma. Alguém ainda precisa mostrar como manter esse ovo em pé, é uma questão que me debato todos os dias", diz. (C.O.)


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Leandro Moraes/Luz

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Nabil Sahyoun: com o aumento da oferta, a tendência é que os aluguéis caiam no médio prazo.

A visão dos lojistas Para o presidente da Alshop, a administração dos shoppings deve enxergar os lojistas como parceiros e oferecer apoio para que eles cresçam bom, mas estamos em um mercado regido pela lei da oferta e da procura. Se um cliente reclama do seu preço, ou você dá um desconto ou perde o cliente", diz Sahyoun. "No shopping, quando você entra para fazer o contrato, é estabelecido o valor do aluguel. Caso aceito o valor, você até pode reclamar depois, mas é preciso ter uma justificativa muito forte para renegociar", observa. Para o executivo, antes de tudo, o lojista tem que buscar competência,

melhorar sua gestão, sempre buscando aumentar o faturamento, tornando o custo de ocupação mais acessível. Sahyoun explica que nos custos de ocupação estão o aluguel, o condomínio e verba do fundo de promoção. O condomínio é o rateio de despesas, como limpeza e manutenção do shopping , ar-condicionado, água, etc. O aluguel é acordado com as lojas e o valor do metro quadrado varia em cada shopping e a localização da loja. Em geral, se

paga o aluguel mínimo ou um percentual do faturamento, o que for maior. "Com o surgimento de novos empreendimentos, hoje se tem mais espaço de locação do que lojistas. A tendência é que os preços dos aluguéis caiam no médio prazo, pois há um aumento na oferta".

Mesmas lojas Mesmo com o surgimento de novos empreendimentos, o mix de lojas é muito parecido

mais populares também estão seguindo o mesmo caminho. "Os shopping Aricanduva e Interlagos, que estão em regiões com poder aquisitivo mais baixo, também atraíram as grandes marcas, que fazem sucesso em shoppings de regiões mais nobres". Já em relação aos grandes grupos empresariais, que estão comprando empreendimentos e se fortalecendo cada vez mais, Sahyoun acredita que é um fato irreversível. "O Brasil é muito grande, ainda há muitos proprietários individuais de shoppings, mas ao longo do tempo eles serão comprados e a concentração deve aumentar", diz. "É preciso criar condições favoráveis para os lojistas, seja na profissionalização, capacitação e principalmente na oferta de mais financiamentos. É isso que esperamos dos administradores e investidores de shoppings", finaliza o presidente da Alshop. (C.O.)

Decorações natalinas a pleno vapor Zé Carlos Barretta/Hype

Franquia: a alma gêmea do shopping

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nos shopping centers, sempre com grandes redes do varejo e franquias, com o mesmo formato de lojas e que oferecem os mesmos produtos. "Os shoppings buscam ter mais lojas-âncoras, mais marcas e franquias consolidadas, pois é o que o público deseja. Em último caso, se busca lojistas pequenos para cobrir o mix do shopping ou até na necessidade de inaugurar o empreendimento e ter os espaços locados", explica Sahyoun. Segundo o executivo, os shoppings

ssim como o arroz e o feijão, o argumento na hora da negociação. queijo e a goiabada, shopping "Antes, os shoppings faziam o center e franquia é outra planejamento do mix de lojas por combinação perfeita. Enquanto a atividade, agora, eles fazem por marca. indústria de shopping espera crescer O que leva os consumidores aos 12% este ano, o setor de franchising shoppings são as marcas que eles estima um aumento de 15% no desejam consumir", afirma Cherto. Em faturamento. Não é à toa que os sua opinião, isso também ocorre nos percentuais muito próximos. Para empreendimentos mais populares, Marcelo Cherto, presidente do Grupo construídos para atender a nova classe Cherto, consultoria especializada em média. "O consumidor franchising, enquanto o quer frequentar um franqueador busca um ponto de shopping em sua região venda com grande e deseja consumir aquela marca que concentração de seu antes ele não podia adquirir", diz. público-alvo, o shopping Como o modelo de franchising é center busca marcas que todo formatado, o que acaba atraiam clientes. Eis a ocorrendo é que os fórmula de sucesso shopping centers estão O shopping dá desse casamento. "O ficando todos iguais, prioridade a shopping dá prioridade pelo menos no que se grandes redes a grandes redes de refere ao mix de loja. de varejo e varejo e franquias de "Este é um fenômeno franquias marcas consolidadas, que ocorre no mundo consolidadas que além de atraírem todo e não será diferente consumidores, possuem no Brasil, mas sempre MARCELO CHERTO históricos de vendas, uma haverá espaço para marcas marca já conhecida, possuem regionais, mesmo não sendo uma estrutura e são mais fáceis de franquias", diz Cherto. prever o desempenho", explica Cherto. Segundo o consultor, para os "A última coisa que o shopping quer é ver interessados em ter uma franquia em um lojas fechando", diz. shopping, o caminho mais rápido é Segundo o consultor, com os altos procurar os franqueadores, que em geral custos de ocupação cobrados pelos possuem o mapeamento dos pontos de shoppings, a franquia pode ser uma boa venda disponíveis. "Antes de ser alternativa para o pequeno inaugurado, o shopping sabe quais empreendedor ter uma loja neste tipo de marcas deseja e procura esses empreendimento. Como é de interesse franqueadores. O franqueador da administração do shopping ter normalmente tem experiência e pode marcas consolidadas para atrair ajudar o franqueado em muitas consumidores, isso pode servir de questões", comenta Cherto. (C.O.)

A Cipolatti contratou 600 funcionários temporários para atender o aumento da demanda e espera um faturamento 15% superior este ano

O

s shopping centers já estão em ritmo de Natal. Eles ainda fazem segredo quanto às decorações deste ano "para não estragar a surpresa", dizem. Mas segundo a Cipolatti, empresa responsável pela decoração natalina de diversos shopping brasileiros, a maior concorrência, com a abertura de novos centros de compras, tem feito com que os investimentos sejam maiores este ano. "Os consumidores verão muitas novidades tecnológicas nos shoppings no período do Natal, muitos bonecos mecatrônicos enfeitando os ambientes, brincadeiras, jogos e interatividades", diz Conceição Cipolatti, diretora artística da empresa. "Árvores de Natal ricamente decoradas, guirlandas, presépios e papais noéis, estes não podem faltar nas decorações", diz.

ano está inibindo os investimentos dos shoppings em decoração. "Os consumidores desejam ver os shopping decorados, querem coisas novas, e com tantos shoppings abrindo, não tem como não investir", diz. "Nossos insumos são, na maioria, importados, o que dá para usar de produtos nacionais, nós usamos, mas as luzes, os componentes eletrônicos e outros são quase sempre chineses. Com a alta do dólar, tivemos de repassar os custos para os nossos clientes", observa Conceição. Como curiosidade, a Cipo-

Os consumidores verão muitas novidades tecnológicas nos shoppings neste Natal

Concorrência e dólar alto Segundo conta a executiva, a Cipolatti fechou contrato, até agora, com 130 shopping centers, contra 124 em 2011, o que deverá elevar o faturamento em 15% este ano. "Os grandes projetos são fechados entre março e abril; mas de última hora sempre entram projetos menores. A decoração natalina é, principalmente em shoppings, um projeto grandioso, oneroso e que necessita de tempo para sua execução e mão de obra especializada", comenta Conceição. "Este ano contratamos cerca de 600 funcionários temporários para dar conta da demanda. Faltam profissionais especializados no mercado e os temporários que se destacam são sempre efetivados", afirma a diretora. De acordo com Conceição, nem o dólar mais caro este

Divulgação

s shoppings no exterior possuem um departamento de varejo para apoiar os lojistas, prestando consultoria e oferecendo condições para que eles cresçam. No Brasil, iniciativas dessa natureza são muito raras. Esta é a opinião de Nabil Sahyoun, presidente da Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de Shopping). "A maior preocupação dos lojistas de shoppings hoje é ter, dentro desses empreendimentos, sempre uma relação de parceria junto com os administradores. A administração tem de ser cada vez mais profissional, tem que conhecer o varejo, ser uma grande consultora e dar apoio aos lojistas", comenta Sahyoun. Segundo ele, 75% dos lojistas de shoppings são pequenos empresários. "Muitos precisam de um diagnóstico da loja para melhorar o desempenho, uma avaliação da montagem de vitrine, do atendimento aos clientes, rotação de estoque, ou seja, uma verdadeira consultoria para esses varejistas. Com isso, o faturamento do lojista irá crescer e o shopping também ganhará, pois muitas vezes ele tem participação nas vendas dos lojistas". Alguns empresários têm reclamado que os aluguéis estão altos, inviabilizando a operação. Para o presidente da Alshop, se a venda está boa, o custo fica barato. Se o lojista reclama do custo de ocupação, é preciso saber a razão, em geral é porque ele não está vendendo o suficiente. "Um aluguel mais barato sempre é

latti calculou o volume do material que será utilizado este ano na montagem dos temas natalinos, que somam mais de 20 mil m³, ou quase quatro estádios do Maracanã. Serão 9 mil bonecos e bichos de pelúcia, 430 mil bolas, 130 mil laços, 3,5 mil árvores pequenas, 6,5 milhões de microlâmpadas, 260 árvores grandes com altura maior do que 6 metros, 10 mil guirlandas, 3,5 mil topiárias, 800 mil metros de fita, 195 mil metros de festão e cerca de 80 toneladas de madeira. "Temos um showroom de 1 mil m², com 600 temas natalino. O cliente não precisa vir já com o projeto pronto, podemos sugerir temas e desenvolver juntos o projeto", diz Conceição. (C.O.)


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ESPECIAL - 9

Como será o shopping do futuro? Jon Feingersh/Image Source

Conheça as opiniões de alguns especialistas sobre tendências e as novas tecnologias que estarão impactando os shopping centers

Ambiente controlado

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lém do trânsito, quem vai ao shopping center de carro tem mais um motivo para se estressar, ainda mais no fim de semana: achar uma vaga para estacionar. A não ser que seja o seu dia de sorte, em geral é preciso ficar rodando pelo estacionamento, seguir as pessoas que estão com pacotes para ver se estão de saída ou ficar esperando até surgir uma vaga. No futuro, tudo isso não será necessário. Ao chegar na entrada do estacionamento, uma tela irá mostrar as vagas disponíveis e em qual piso. Como todos os carros terão GPS ou um sistema multimídia integrado, o sistema do estacionamento irá se conectar ao computador de bordo e orientar o motorista até a vaga disponível. Outra futura inovação nos shoppings é que, ao caminhar pelos corredores, as pessoas estarão gerando energia elétrica para alimentar o sistema de iluminação e refrigeração. Esta tecnologia, que transforma energia cinética em elétrica, já é usada experimentalmente em boates europeias e em academias na Ásia. O piso utiliza a tecnologia piezoelétrica, em que cristais de quartzo produzem eletricidade quando pressionados. De acordo com o consultor de varejo Paulo Guimarães, que por muito tempo trabalhou na IBM desenvolvendo soluções para o varejo, várias soluções de controle de acesso em estacionamentos estão sendo testadas na Europa e Estados Unidos, com o uso de sensores que indicam as vagas em estacionamentos em shoppings. "Outra tecnologia que em breve estará nos shoppings é o de identificação de pessoas por meio do smartphones, funcionando como um cartão de fidelidade. O sistema do shopping identifica que o consumidor entrou no shopping e a partir desse momento ele passa a receber mensagens, como descontos em lojas", conta Guimarães, revelando que este sistema foi avaliado pelo recém-inaugurado JK Iguatemi.

Fotos: Divulgação

Um sofisticado sistema vai controlar luz, temperatura e íons do ambiente PAULO GUIMARÃES

Ofertas personalizadas serão exibidas em um painel para o consumidor JOÃO PISSUTO

Ofertas personalizadas A IBM vem trabalhando massivamente na tecnologia descrita acima. Segundo conta João Pissuto, consultor de varejo da companhia, entre as tendências tecnológicas para 2020 está a individualização do relacionamento do varejo com o consumidor. "As ofertas massivas já não são eficientes e a tendência é de uso intensivo de informações pessoais para fazer ofertas personalizadas", afirma o consultor da IBM. Ao parar em frente a uma vitrine inteligente, o consumidor será identificado pela loja, o seu histórico de compras será pesquisado em diversos bancos de dados, o seu perfil nas redes sociais será estudado, o que este consumidor andou pesquisando no Google recentemente também será levantado, assim como locais que ele frequentou, via GPS do smartphone. Informações valiosas serão extraídas desse enorme volume de dados e, em poucos segundos, ofertas personalizadas serão exibidas em um painel exclusivamente para ele. "O risco é o sistema fazer uma análise equivocada e exibir algo que nada tenha a ver com o consumidor", diz Pissuto. De acordo com o consultor da IBM, o embrião dessa tec-

A tendência para o futuro é de shoppings menores, fáceis de gerenciar, e temáticos CLAUDIO F. DE ANGELO

Segundo o consultor Paulo Guimarães, uma das grandes inovações que já está sendo usado em shoppings nos Estados Unidos e na França é um sofisticado sistema de controle de ambiente, que proporciona um maior bem estar nos consumidores. Trata-se de um sistema computadorizado, que controla temperatura, umidade, iluminação e a concentração de íons no ar. "A iluminação varia de Novas acordo com o horátecnologias vão rio do dia, assim cofacilitar a vida dos mo as condições consumidores na de temperatura e hora de umidade, simulanestacionar e de do o frescor da macomprar. nhã ou uma brisa noturna; e a concentração de íons deixa o ambiente mais agradável. Nos shoppings em que o sistema foi implantado, o tempo de permanência subiu 15%", comenta o consultor. "Shoppings em Dubai e na Ásia se mostraram bastante interessados nesta tecnologia, que exige grandes investimentos em infraestrutura", diz. Já longe dos olhos do públinologia já existe e é conhecido co, de acordo com Guimarães, como Big Data, ferramentas os shoppings nos Estados Unide gerenciamento de infor- dos, Europa e Ásia, estão cenmações de gigantescos ban- tralizando a logística e tamcos de dados. "Acreditamos bém a administração de lojas. que até 2020 essa tecnologia Ao invés de várias docas para estará bem mais aperfeiçoa- recebimento de mercadorias da e os dispositivos móveis e matérias-primas, como no combinarão celulares, com- caso de restaurantes, tudo é putadores e meios de paga- centralizado e o controle é feimento, substituindo os car- to por meio de etiquetas RFID tões de crédito", prevê Pissu- (identificação por radiofreto. "Os bancos de dados esta- quência). "Em shoppings da rão interconectados e isso Ásia, o lojista só entra com os permitirá que os sistemas móveis e mercadorias, todos identifiquem necessidades e os sistemas administrativos, façam ofertas personalizadas de PDV e meios de pagamento já estão instalados", afirma. aos clientes", prevê.

"Quase todas essas inovações são criadas na Europa e Estados Unidos, mas as implementações são feitas primeiramente na Ásia, por isso os shoppings lá são mais avançados", diz Guimarães.

Shopping temático Para Claudio Felisoni de Angelo, presidente do Provar/FIA (Programa de Administração do Varejo da Fundação Instituto de Administração) e do Ibevar (Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo), a tendência para o futuro é de empreendimentos menores e temáticos. "Cada vez mais os shoppings deixarão de ser um local de compra para serem um centro de convivência, de encontro. Hoje, com o comércio eletrônico e o mobile commerce, as pessoas podem comprar em qualquer lugar, a qualquer hora, além disso, o custo do metro quadrado está cada vez mais alto", observa Angelo. Dentro dessa visão, o presidente do Provar acredita que os shoppings estarão investindo cada vez mais em projetos de paisagismo e em tecnologia verdes. "Ainda não se vê políticas claras de sustentabilidade nos shopping centers nacionais. O tema vem ganhando importância e os consumidores preocupados com a preservação do meio ambiente vão preferir frequentar locais que estão investindo em soluções verdes", diz. "Com shoppings menores e mais fáceis de gerenciar, as lojas também serão menores. Em alguns casos não é preciso ter estoques na loja – quem compra uma geladeira, em geral pede para entregar em casa", observa Angelo. (C.O.)


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Sustentabilidade

Marcelo Soares/Luz

A preocupação com o meio ambiente começa no projeto e aquisição do terreno, passando por muito treinamento e metas anuais e de longo prazo Praça de alimentação do Shopping Plaza Sul, cuja administração passou recentemente à Sonae Sierra

Divulgação

está no DNA da Sonae Sierra

S Desde 2006, todas as obras inauguradas da Sonae Sierra têm certificação ambiental ELIZABETH TIEMI MORITA

ustentabilidade é uma das principais preocupações hoje na sociedade e não poderia ser diferente na indústria de shopping centers. Entre os grandes players que estão investindo em empreendimentos mais sustentáveis está a Sonae Sierra Brasil. A empresa possui e administra 11 shopping centers, totalizando 402,5 mil m² de Área Bruta Locável (ABL) e 2.228 lojas, e segue sua estratégia de crescimento com o desenvolvimento de dois novos projetos, com total de ABL de 125,9 mil m². A Sonae Sierra Brasil tem como acionistas controladoras a europeia Sonae Sierra e a americana DDR, e em fevereiro de 2011 fez a abertura de

capital na Bovespa. Nesta entrevista, Elizabeth Tiemi Morita, gerente de Meio Ambiente, Segurança e Saúde da empresa, conta as experiências da Sonae Sierra neste segmento e seus desafios. Diário do Comércio - A Sonae Sierra afirma possuir uma política formalizada de sustentabilidade desde 1998. Como surgiu isso? Elizabeth Tiemi Morita - A sustentabilidade realmente está no DNA da nossa empresa. Essa preocupação veio do fundador da companhia, o engenheiro Belmiro de Azevedo, e começou em uma das empresas da holding que fazia o beneficiamento de madeira (Sonae Indústria). Ele achava que isso seria um diferencial im-

portante e lançou um desafio para as demais empresas, para que elas pensassem nesta questão de sustentabilidade. Na Sonae Sierra, o foco maior foi na questão ambiental. Em 1998 foi instituída uma política ambiental, que depois foi revisada em 2005. Desde então, foi desenhada uma política de gestão ambiental pronta para ser certificada pela ISO 14001, que é a norma para gestão ambiental. Qual o primeiro shopping da Sonae Sierra a adotar o conceito de sustentabilidade? No Brasil, foi o Shopping Parque D. Pedro, apesar de ter sido certificado após alguns anos em operação. Mas desde a elaboração do proje-

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Teatro Shopping Frei Caneca (no 7º piso) como opção de espaço de auditório com 600 lugares. Com a ampliação, o 6º piso, que hoje funciona como um foyer do teatro, será ampliado para 1.100 m² e totalmente destinado à realização de eventos. Segundo o diretor do empreendimento, Winston Chagas, em 2011 o Centro de Convenções Frei Caneca teve 254 dias locados e há pré-locação para 286 dias em 2012. "O shopping foi projetado para ter este centro de convenções, ele não surgiu por acaso. Temos uma ótima localização, próximo à avenida Paulista, com fácil acesso, inclusive metrô, e temos todas as comodidades de um shopping, com praça de alimentação, lojas e estacionamento", diz Chagas. "Abrigamos eventos corporativos e de negócios e temos muitas solicitações para o período da Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016", complementa Em dias em que Chagas. há um evento, as Os vendas das lojas investimentos na aumentam em ampliação do média 10% empreendimento incluem novos WINSTON CHAGAS elevadores (um grande, para as docas, apto a transportar um automóvel), alteração no

fluxo interno e modernização da fachada e das áreas de circulação e convivência. Com tudo isso, a expectativa dos empreendedores é de um aumento de cerca de 30% nos resultados do Frei Caneca. O início da utilização dos novos espaços está previsto para fevereiro de 2013. "Há uma sinergia entre eventos e as lojas. Em dias em que há um evento, as vendas das lojas aumentam em média 10%", afirma Chagas O Centro de Convenções Frei Caneca foi inaugurado em 2001, período no qual o segmento de eventos de negócios no País estava em franca expansão devido à abertura do mercado brasileiro na década de 1990, que trouxe empresas organizadoras internacionais para disputar o mercado. As empresas nacionais precisaram, então, se reorganizar e efetuar mudanças substanciais em seus eventos. O resultado foi a criação de novas feiras e a segmentação de eventos já existentes. Toda esta movimentação gerou a necessidade de construção de novos espaços para sediar os eventos e também os que se desmembraram de grandes eventos para uma "carreira solo", estimulando alguns empresários a investir na construção de novos centros de convenções. (C.O.)

Newton Santos/Hype

vagas. A ampliação está sendo realizada em terreno de cerca de 10,1 mil m². Para tanto, estão sendo investidos R$ 30 milhões, com expectativa de retorno do investimento em um prazo de cerca de cinco anos. Ocupando integralmente o 4º e o 5º pisos do empreendimento, foram realizados no Centro de Convenções Frei Caneca, durante sua primeira década de atividades, 1.050 eventos, que receberam cerca de 1,8 milhão de visitantes. Os eventos realizados no Centro de Convenções contam também com o

Newton Santos/Hype

A

té dezembro, o Shopping Frei Caneca deverá concluir as obras de ampliação de seu Centro de Convenções, que passará de 6,5 mil m² para 10,5 mil m² de área de exposição, aumentando também a capacidade de assentos em suas salas modulares de 1,5 mil para 3,8 mil lugares. A área de lojas do shopping também está sendo ampliado em 15 mil m², 20% a mais que a área atual, passando dos atuais 70 mil m² para 85 mil m². Com isto, a praça de alimentação será ampliada em 50% e o estacionamento em 35%, ou seja, ganhará 350 novas

Zé Carlos Barretta/Hype

Shopping também é lugar de eventos de negócio

to, o pessoal da engenharia e arquitetura tem procedimentos a seguir, de forma a planejar e construir o empreendimento para que seja mais eficiente do ponto de vista ambiental, da segurança do trabalho, do conforto dos funcionários e dos visitantes. O Parque D. Pedro foi a nossa primeira experiência no Brasil; e o último inaugurado, o Uberlândia Shopping, em março deste ano, segue todos os procedimentos. O que foi feito no Parque D. Pedro? O Parque D. Pedro foi inaugurado em março de 2002 e foi construído já com o conceito de sustentabilidade. Antes da construção, a escolha do terreno é importante – o Parque

D. Pedro foi erguido em uma antiga plantação de cana de açúcar e tudo que tinha uma relevância ambiental foi aproveitado como decoração. O shopping é tematizado, temos a entrada das Águas, das Árvores, das Pedras, etc. Na entrada das Pedras, no paisagismo, foram colocadas rochas encontradas no próprio local. Da pouca supressão de vegetação que houve, as árvores que precisaram ser derrubadas estão presentes dentro do shopping na forma de móveis e esculturas, mantendo o histórico ecológico do terreno. Desde 2006, todas as obras inauguradas da Sonae Sierra têm certificação ambiental, todos os projetos têm essa certificação, e desde 2011 as obras também têm certificação de segurança do trabalho. O Uberlândia Shopping é hoje o empreendimento mais sustentável da Sonae Sierra? A cada projeto aprendemos um pouco e o Uberlândia Shopping, por ser o mais novo, talvez seja hoje o que integrou mais acertos do que os outros, mas eu não diria que é o mais sustentável. Desde 2004, a Sonae Sierra estabeleceu metas de longo prazo. Entre as metas para 2020 estão: obter uma taxa de reciclagem mínima de 55%; reduzir a proporção de resíduos enviados para aterro a um limite máximo de 30%; atingir um nível de consumo de água igual ou inferior a três litros por visitante; pelo menos 10% do total de água consumida ser reutilizado, ou recolhida de água da chuva; reduzir em 70% as emissões de GEE (Gás de Efeito Estufa) por m² de ABL (comparado ao nível de 2005); e atingir um consumo máximo de eletricidade de 400 kWh por m² dos corredores e banheiros por ano. Definindo metas de longo prazo, conseguimos estabelecer as metas do ano, mesmo que cada shopping tenha a sua característica. (C.O.)

O Centro de Convenções Frei Caneca passará de 6,5 mil m² para 10,5 mil m² de área de exposição


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ESPECIAL - 11

Roupas infantis de grife

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Bolo de chocolate com pão de queijo

Marcas famosas estão mirando no público mirim, preparando a nova geração de consumidores para este mercado

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CATHY HORYN, THE NEW YORK TIMES

o crescimento das linhas infantis de grife, ou talvez seja, sim. Nos últimos dois anos, Lanvin, Gucci, Stella McCartney e Marni entraram no mercado; estranho pensar que, há dez anos, o modelo criado por Ralph Lauren de uma grife/estilo de vida exclusivo tinha poucos imitadores.

Mundo da fantasia A Dior tinha a Baby Dior, fundada em 1967 (antes disso, a casa fazia roupas para alguns clientes famosos, como Elizabeth Taylor, que encomendou terninhos de tweed iguais para si mesma e sua filha Liza), mas a indústria dos artigos de luxo via a si mesma como um mundo exclusivamente adulto, e com razão. Dá para imaginar uma versão mirim da Gucci de Tom Ford? Versace? A fantasia sexual acabaria por completo. No fim dos anos 90, essas empresas preferiram se concentrar em faturar com as bolsas. Agora, as crianças é que são o novo acessório. Por um lado, as grifes fazem fila para agradar os conservadores da Geração Y; por outro, usam suas roupinhas diminutas para reforçar seu poder em regiões como a Ásia. No ano passado, a Burberry vendeu US$ 91 milhões em roupas infantis – desde artigos para recém-nascidos, incluindo bolsas para fraldas cobertas com o famoso axadrezado, até pré-adolescentes –, com um aumento de 23% em relação ao ano anterior, sendo que a maioria de suas doze lojas está na Ásia e no Oriente Médio.

O mercado de roupas infantis é estimado em US$ 32 bilhões. As grifes fazem fila para agradar este público

A impressão é a de que, do dia para a noite, marcas como Oscar de la Renta, Fendi, Marc Jacobs, Roberto Cavalli, Missoni, Milly e Phillip Lim se instalaram na área de confecção infantil, como a da Bergdorf Goodman, e embora não tenham roubado a primazia de fabricantes tradicionais como Florence Eiseman e a britânica Rachel Riley, conseguiram chamar a atenção (apesar dos preços astronômicos). Apesar de a oferta das grifes ser praticamente infinita, as mães jovens não se deixam enganar. "Péssimo", disse uma seguidora do blog UrbanBaby sobre a parceria de Diane Von Furstenberg com a Gap Kids. Elas também não se incomodam com a notícia de que as vendas de roupas infantis cresceram mais do que as femininas, segundo o Grupo NPD, com as grifes de luxo puxando esses números. "Não dá para justificar esses preços", disse Chantal Scott, mãe de uma garotinha de cinco anos e dona da Livie & Boo, uma loja de revenda de roupas para crianças em Nova York. Como já trabalhou para uma grife, ela acrescenta: "Eu sei o preço verdadeiro das coisas". Ela está falando da margem de lucro, que, para as grifes de luxo, chega a 7,5 vezes o custo; ou seja, se o preço de um vestido é US$ 375, o custo é US$ 50. Por sua vez, uma cadeia de lojas como a Children's Place usa uma índice de 3,5. Não faz muito tempo, uma cliente levou para Chantal um vestido Marc Jacobs para tentar recuperar parte dos US$ 400 que tinha gasto nele. "Eu disse que não podia pedir mais que US$ 50", ela conta. "É o que as pessoas estão dispostas a pagar por um item

de segunda mão. É claro que ela esperava mais."

Consumismo

Melhor Bolo de Chocolate do Mundo, receita secreta que nasceu em Portugal há mais de 20 anos, acaba de inaugurar sua oitava loja em São Paulo, no Bourbon Shopping. A unidade já segue o novo modelo de expansão desenvolvido pela CPQ Brasil, o co-branding, no qual Casa do Pão de Queijo e O Melhor Bolo de Chocolate do Mundo são integrados no mesmo empreendimento. Neste caso, as marcas convivem lado a lado, dividindo o mesmo quiosque, mas com identidades visuais distintas. Para o franqueado, há maior vantagem operacional e de logística, e ainda com duas fontes de receita. Sem farinha e nem fermento, o doce é feito com uma mousse de chocolate de primeira linha, intercalada com camadas de merengue. Ele foi criado por Carlos Braz Lopes apenas como uma sobremesa em seu restaurante. Mas fez tanto sucesso que ganhou uma loja exclusiva em Lisboa, e em 2007, desembarcou em São Paulo, na Rua Oscar Freire. Em agosto de 2010, o controle da marca no Brasil foi comprado pelo grupo CPQ Brasil S.A., proprietário também da Casa do Pão de Queijo, que garante agora ao Bolo sua estrutura profissional, mas mantém receita, cuidado e qualidade de sempre.

Faça sol, faça chuva

É fácil se sentir revoltado com esses preços e a ideia de que as crianças, especialmente as meninas, estejam sendo preparadas para serem compradoras contumazes, se bem que o fato de a bebê ter um babador Gucci não quer dizer que ela vá necessariamente comprar uma bolsa da grife amanhã. A preocupação não é nova, como notam escritores e acadêmicos como Daniel T. Cook, professor de estudos infantis da Universidade de Rutgers, em Camden. "Hoje, uma parcela maior da vida dos filhos e dos pais gira em torno do comércio e da imprensa, em comparação com o início dos anos 60", diz ele. "É um tipo de linguagem universal." O que mais lhe chama a atenção, porém, é como as grifes de luxo, com toda a atração exercida pelas celebridades e pontos de acesso fáceis (como os das roupas infantis), alimentam a classe média em termos mundiais, com os mesmos estilos aparecendo em Paris, Pequim e Rio de Janeiro. "Há uma infância global, vamos dizer assim, que está começando a surgir com as classes profissionais do mundo", explica ele. "E as roupas estão ligadas a ela." Apesar das cifras impressionantes que os estilistas dizem faturar com suas linhas infantis – Michelle Smith, da Milly, disse que chegou a US$ 1 milhão em encomendas na primeira temporada – a verdade é que as roupas de grife respondem por uma fração mínima do setor de roupas infantis, que vale US$ 32 bilhões.

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Shopping VillaLobos recebeu a primeira unidade da marca carioca de acessórios para as intempéries do dia a dia Maria Pumar. "Só na unidade de São Paulo, foram investidos R$ 180 mil. Com a nova loja esperamos aumentar o faturamento em 20% nos próximos três meses", comenta a empresária Lucia Pumar, diretora da empresa. No quiosque da marca, localizado no Piso 2, os clientes do shopping podem encontrar diversos produtos para os dias de chuva ou sol. Entre eles estão guarda-chuvas, bolsas, sapatilhas, capas de chuva e chapéus, todos feitos de material sintético e impermeável. Para os dias de sol, o charme fica por conta do guarda-sol, travesseirinho de cabeça, viseiras, bolsa térmica impermeável e chinelinho. Os guarda-chuvas são o carro-chefe de vendas da loja e tem preços entre R$ 89,00 e R$ 129,00. Além disso, os produtos Maria Pumar possuem selo verde e filtro anti-UV, seguindo a tendência mundial da preservação do planeta e das espécies. A empresa também possui a linha Pumar, dedicada ao público masculino e uma linha de produtos infantis.

Novidades do Center Norte

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Shopping Center Norte anunciou cinco inaugurações previstas para este mês, incrementando o mix de mais de 300 lojas. Entre elas, está a primeira churrascaria Fogo de Chão da zona norte, com 1.400 m², 500 lugares e infraestrutura para receber eventos e encontros de negócios. Outro destaque é a badalada lanchonete The Fifties, que traz o glamour americano dos anos 50. Essas duas marcas são responsáveis por qualificar ainda mais os consumidores do Center Norte, assim como a iPlace, 9ª unidade na capital paulista e a 23ª da rede. Trata-se de uma loja especializada em produtos da marca Apple, como iPad, iPhone, iPod e os computadores Macintosh. Além desses, abrem as portas a Luz da Lua (calçados e acessórios femininos),Malwee para Brasileirinhos e Aramis (vestuário masculino). O Shopping Center Norte trouxe inovações para o comércio de shoppings da cidade, como a sua concepção totalmente plana que, por vários anos, foi única numa cidade repleta de empreendimentos planejados em andares. Com um mix de 331 lojas, o Center Norte está entre os mais completos e diversificados centros de compras do País. Complementam sua oferta de serviços e produtos 61 restaurantes e lojas de alimentação, incluindo fast-foods, lanchonetes, quiosques e cinco cinemas, espalhados nos corredores e ampla área de lazer, com pista de boliche e o Playland, tudo isso ocupando um espaço de 150 mil m².

Mais opções no Center 3

U Fotos: Lee Clowen/NYT

N

uma manhã de outono de 1956, num salão na East 57th Street, o famoso estilista norte-americano Charles James apresentou sua primeira coleção infantil a um grupo de editores, que incluía Diana Vreeland. Serviu xerez e biscoitos e, com um senso de afetação que antecedeu Marc Jacobs em 50 anos, teve a ideia de vestir de enfermeira as moças que seguravam os modelos vestidos com as peças minúsculas. À frente do desfile, no colo de uma enfermeira, vestindo uma capa azul claro, estava Charlie Jr, de oito meses. A paternidade, sem dúvida, afetou James. O que mais explicaria o fato de um gênio se importar com um setor tão insignificante como o de roupas infantis? Mesmo na época era um negócio difícil, cheio de fabricantes com nomes como Cute Togs e Bo-peep tentando lucrar ao máximo com o metro da anarruga. Por outro lado, o conceito de roupas infantis de James, assim como todos os outros, estava baseado num princípio. "Grande parte da moda norte-americana é baseada em mulheres mais velhas tentando parecer bebês", disse ele à revista The New Yorker, referindo-se a Claire McCardell e outros que criavam roupas de brincar para adultos. "Revertemos o processo." Só que James não estava falando de miniaturas. O que espanta em suas criações (que podem ser vistas na Internet) é a precisão minuciosa das roupas, nas formas e detalhes. Sua mágica estava na execução. Um estilista malfadado (seu declínio começou logo depois disso) talvez não seja a melhor introdução de um artigo sobre

Melhor Bolo de Chocolate do Mundo: agora junto com a Casa do Pão de Queijo, dividindo o mesmo quiosque.

m dos mais concorridos endereços da cidade em horários de refeições, o Shopping Center 3 agrega novas marcas ao seu mix, diversificando as opções aos consumidores. Entre as novidades, destacam-se o restaurante Viena, com espaço próprio; e o Ramov Empório do Suco, cuja proposta é combinar saúde e preços acessíveis, oferecendo sucos funcionais feitos a partir da fruta fresca, sem a utilização de polpa congelada. A Loubet Brigaderia é uma nova marca que chega ao mercado e elege o Center 3 para inaugurar a sua primeira loja. Há dois anos atendendo apenas sob encomenda, a Loubet promete inovar nas receitas dos brigadeiros, que ainda figuram entre os mais apreciados para festas. E, presente no shopping há nove anos, a Spoleto passa por obras de modernização e reabre em breve, incorporando novos conceitos de sustentabilidade instituídos pela rede.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

12 -.ESPECIAL

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Quem disse que tamanho não é documento? Conheça os maiores shopping centers do mundo, o de Dubai e o de Hong Kong, e compare com os dois maiores do Brasil, o Aricanduva e o Parque D. Pedro Karim Sahib/AFP

Gigante árabe

Fotos: Divulgação

Quem tiver a oportunidade de visitar Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, não pode deixar de visitar o Dubai Mall, o maior shopping center em área construída do mundo. São nada menos do que 1,2 milhão de metros quadrados, que abrigam mais de 1,2 mil lojas, 22 salas de cinemas, praça de alimentação com 160 operações fast-food e 120 restaurantes. Em ABL (Área Bruta Locável), o shopping de Dubai fica apenas na nona colocação, já que o complexo abriga ainda um dos maiores aquários do mundo, com 33 mil espécies de animais marinos; o Iced Rink, uma pista de patinação no gelo de tamanho olímpico; o Sega Republic, um parque temático em homenagem à fabricante de games Sega; o Kidzania, uma minicidade para crianças; e um hotel com 250 quartos. Inaugurado em novembro de 2008, o empreendimento custou o equivalente a US$ 20 bilhões. Entre as diversas atrações, está o show de águas dançantes: são 1,5 milhão de fontes iluminada, um belo espetáculo de água, luzes e som. O show dura 10 minutos e é repetido a cada 20 minutos nos fins de semana. Em 2011, o Dubai Mall recebeu 54 milhões de visitantes, equivalente à população da Inglaterra.

O maior em ABL Inaugurado em 2005, o New South China Mall, localizado em Dongguan, norte de Hong Kong, possui mais de 600 mil metros quadrados de Área Bruta Locável (ABL), abrigando 2.350 pontos comerciais, quase o dobro do Dubai Mall, e área de construção de 890 mil metros quadrados. Os visitantes podem conhecer sete zonas temáticas, que reproduzem alguns dos principais cartões postais do mundo, como São Francisco, Amsterdã, Califórnia, Paris, Veneza e outros. O shopping também conta com montanha russa ao ar livre, dois hotéis 5 estrelas, um canal de rio para passeios por toda área comercial. De ponta a ponta, são cerca de um quilômetro de extensão. Para conhecer todo o empreendimento, o visitante pode alugar um carrinho elétrico, pegar um minitrem ou se aventurar em uma gôndola – um canal de dois quilômetros liga as diversas áreas do shopping. O Amazing World é um parque de diversões com 10 mil metros quadrados e possui atrações radicais, como uma montanha russa com percurso de 553 metros, elevador com 60 metros de queda livre e até uma pista de patinação. Outra atração é uma praia artificial, imitando a paisagem do Caribe .

OS MAIORES DO BRASIL Três-em-um

Em área contínua O Parque D. Pedro Shopping, às margens da rodovia Dom Pedro I, em Campinas (SP), é o empreendimento brasileiro com maior ABL contínuo: são 121 mil metros quadrados, abrigando 401 operações, sendo 29 lojas âncoras, 290 satélites, 45 lojas de fast-food, 10 restaurantes, 15 salas de cinema, teatro, 37 lojas de serviço e 8 mil vagas de estacionamento. Inaugurado em março de 2002, o Parque D. Pedro Shopping é um empreendimento da Sonae Sierra Brasil, sendo o primeiro shopping temático e setorizado do País. Ele é dividido em seis alas – Águas, Colinas, Pedras, Árvores, Flores e a Alameda Parque D.Pedro. O Shopping também foi o primeiro do Brasil a receber a certificação ISO 14001, pela sua gestão ambiental, e em 2008 conquistou a certificação na área de Segurança e Saúde Ocupacional.

Zé Carlos Barretta/Hype

O Centro Comercial Aricanduva pode ser considerado o maior shopping center do Brasil. Há quem discorde, pois ele é, na realidade, formado por três empreendimentos: o Shopping Aricanduva, o Auto Shopping São Paulo e o Interlar Aricanduva. Inaugurado em setembro de 1991, são pouco mais de 247 mil metros quadrados de ABL, com cerca de 500 lojas. São 14 salas de cinema Cinemark, constituindo a maior operação da rede em São Paulo e incluindo a maior sala de cinema da cidade, que oferece 546 lugares. O Shopping Aricanduva oferece três praças de alimentação, totalizando 66 opções para o visitante, incluindo quiosques e cafeterias, além de 14 restaurantes com espaço próprio. Ao todo são 1.730 lugares nas praças de alimentação. O Centro Comercial Aricanduva recebe 4 milhões de consumidores ao mês. O Centro Comercial Aricanduva ainda é sede da unidade leste do Detran, oferecendo serviços de vistoria, lacração, emissão de documentação, prova prática de carros e motos, inclusive para portadores de necessidades especiais com veículos adaptados. Há cinco anos, o Aricanduva conta com um campus universitário da Uni Sant´Anna, onde estudam mais de 2,7 mil alunos e oferece 8 cursos. Funciona no shopping uma unidade de medicina diagnóstica Lavoisier, que atende uma média de 220 clientes/ dia, e uma unidade do CEMA, hospital especializado em olhos e otorrinolaringologia. Em função do grande fluxo de pessoas, o Aricanduva instalou um terminal com circulação diária de 260 micro-ônibus e terminal de táxi com 60 veículos.


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