DIGESTO ECONÔMICO, número 118, setembro 1954

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UIUESTO GCONOMICO

SOB 0$ auspícios DO ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE SÃO PAULO

E 00 FEDERAÇÃO DO COMERCIO DO ESTADO DE SÃO PAULO

.S’/

Mínimo — Eugênio Gudin

— Gen. Juarez Távora

situação do'café e o mercado internacional — João Dl Pietro

Recuperada — J. p. Galvão de Sousa

do Brasil — Barbosa da Silva Introd^^** SUMOC — Roberto Pinto de Souza Haverá^*° ® "Investimontos" — Bernard Pajiste O Br superprodução cafeeira? — José Testa

Idéias* * ® ° problema do trigo — Ten. Cel. Amir Borges Fortes

da economia baiana — Ivo Braga

% SUMARIO Pág Salário
Um Ensaio d© Jusliça Disiribuliva
A
Alemanha
O
©
rasil-pofiuggj Raul Fernandes acçoos políticas, máquinas eleitorais e partidos políticos — Mauro Brandão Lopes 46'' Empréstimo /12 /20 28 32 44 de 60 bilhões o o pagamento de juros cm dólares Luís Mendonça de Freitas 53
S"S" .S’.S’.S’ S’
cafó
a civniiação brasileira — Isaltino Costa
P econômica
Bobre Operação Escola
planejamento
‘Município o Cooperativismo
Francisco Burkinski Admi de IV. y 70 J 76'^82' nistração de Empresas de S. Paulo 89 96 /99 N.o 118 — SETEMBRO DE 1954 — ANO X
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o DIGESTO ECONÔMICO

ESTA A VENDA

nos principais pontos de jornais no Brasil, ao preço de Cr$ 5,00. Os nossos agentes da lelaçâo abaixo estão aptos a suprir qualquer encomenda, bem como a receber pedidos de assinaturas, ao preço de CrS 50.00 anuais.

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DIGESTO ECOSliHICII

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USKUClO CSEKHCIUU SllflIU

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Dlr<»tor-Sup»»r!n<pndr*nte: Álvaro de Souza Lima

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DÍ'‘'»tor; Anlonio Conlijo ds Carvalho O Di^esto Eroitômice

publicará no próximo número: o Dlgeito EconAmlco. óreflo de inlormacfte? econômica? e flnanoel.

ÍTrUt/f mensalmente pela Kdltôra Comercial Ltda.

O PARLAMENTO NOS PARTIDOS POLÍTICOS — José Pedro Galvão de Souza m

Delol/^^rtíno responsabiliza conceitos emitidos nados. nem pelos em artigos assi OS INGLESES E A ENERGIA ATÔ

MICA — Luís Cinlra do Prado

transerlcS citar o - nome Econômico. d o e artigos pede-sr D 1 g e ● t o do Dario do AMÉRICO GIANETTI

Almeida Magalhães

íacftír^T ‘"‘«rcâmblo com publi cações congêneres irangetras nacionais F es-

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Sâu Paulo

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Ano (simples)

SALARIO mínimo ? t

A LEGISLAÇÃO da salário mínimo

procura transpor para o campo social'um problema que é, em sua essência, econômico. O fim colimado é de uma redistribuição da renda em favor de um determinado grupo, o dos baixos salários. Mas a distribuição da renda em economia de mercado não é arbitrária; obedece ao princí pio de que cada um recebe dos outros a- compensação correspondente aos serviços que presta, de acordo com a livre avaliação do mercado. En quanto houver uma economia mone tária e enquanto fôr i-espeitado o princípio da liberdade da escolha (freedom of choice), os preços de todas as coisas serão os que resultarem da oferta e da procura.

Mas no caso do salário mínimo, o^ Estado intervém para declarar que preço do trabalho humano não pode ser 0 preço do mercado. Há de obe decer a outros imperativos, qual o das necessidades mínimas do indi víduo.

Repete-se então o velho choque entre os dois princípios “A chacun selon sa production” ou “A chacun selon ses besoins”, dos quais o se gundo foi objeto, ainda não faz mui tos anos, das tremendas objurgatórias do nosso muito conceituado mar xista, 0 finado José Stalin, quando lutava com a insuficiência da pro dução na União Soviética.

O rendimento médio per capita, no Brasil» no ano de 1949, foi de US$

palestra, i]uc publicamos em pri- .5 nicirfi nulo, do nolávcl economista c -.J professor dr. Eiigcnio Gudin, foi rça- ● ; lizada iio Conselho Técnico da Confe- % J deração Nacional do Comércio, brilhan- ●' tc conclave que reúne velhos c assíduos colaboradores do "Digesto Econômico’^

112,00, correspondente, ao câmbio li- '?● vre atual, a cerca de Cr$ 500,00 por_ mês. Mas o Estado, não toma disso conhecimento e decreta que o rendi mento mínimo per capita seja de Cr§ 1.800,00 em alguns lugares, de Cr§ 2.400,00 em outros e assim por dian- 'J te. O critério é o do indispensável para cobrir as despesas de habita ção, alimentação, vestuário, transporte e recreação, se bem me lembro do texto.

Mas acontece que a Humanidade,’ > em seu todo, está longe de poder atin gir êsses padrões mínimos, que im portariam em banir a miséria da su- ' 7 perfície da terra, não pelo aumento da produção e sim por força de De creto.

Nos próprios Estados Unidos de aliás não existe essa legislação, ● há milhões de indivíduos cujo ren- ●dimento médio não atinge a média ' ‘i geral de US$ 120 dólares mensais. E US$ 120,00 por mês são absoluta mente insuficientes para que o indivíduo possa ter habitação, alimenta-’ ção, v.estuáiúo, transporte e recreação.

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O fato econômico é que n produção total do país, dividida i^alniente por todos os habitantes, está longe : de permitir o nível de conforto inínimo estipulado no decreto. A tra gédia da legislação do salário míni mo é que ela esbarra no fato econô* mico inexorável, não da distribuição, > nem das formas monetárias, mas da

, quantidade insuficiente da produção.

Socialmente, ou antes, idealmente, é muito bonito. Economicamente, distribuir o que não há é um contrassenso.

O Estado tem normalmente o po der de taxar, o poder de lançar o impôsto e, com o produto dêsse impôs-

levantando paralelamente os

reage demais preços e assim anulando a in tervenção, de sorte que ao fim de período relativamente curto resiiierarquia anterior um tabelece-se (salvo o caso de reajustaniento de outros deslocados).

a fatôx*es porventura também

A hierarquia geral dos valores re lativos dos fatores não pode ser per manentemente subvertida, salvo al¬ terações na procura ou na oferta. Ela se restabelecerá com o tempo, ela corresponde à hierarquia porque das produtividades dos diversos fa tores de produção, em geral, e dos diversos tipos de mão-de-obra, em

to, beneficiar a classe B com sos hauridos da classe A. Mas, aqui, o Estado vai além: intei*vém

recurnos

preços que uns pagam aos outros ^ pelos serviços prestados, fixando pre-

ços superiores aos do mercado. Em outras palavras; — o Estado inter^ vém no mercado para determinar o r preço de um dos fatôres de produÇao, em nível muito superior ao da I cotação dêsse mercado.

r*. A dificuldade é que, para que isso ^ funcionasse, seria preciso que o Estado tivesse o poder, não í de alterar valores absolutos * alterar também os valores relativos.

particular.

L Explico: o Estado querendo proter ger o fator B diz

> sa a ser de 20 em vez de 10.

somente e sim de que seu preço pasMas

L ® ® Estado não consegue fazer

5 e manter fixos os preços dos demais i/ fatôres, isto é, alterar a hierarquia de preços estabelecida pelo mercado. As leis econômicas são muito forChassez le naturel, il revient O organismo econômico au galop”. ; tes.

Em economia, o que tem impor tância são os valores relativos e não os valores absolutos. Que importa que eu pague dez vezes mais por todas as coisas que compro se os meus rendimentos também passam a ser dez vezes maiores? 0 que dese quilibra é a alteração dos valores relativos. E a hierarquia dos preços corresponde ao julgamento dos va lores relativos dos fatores por parte daqueles que os compram. Se o Es tado vem e multiplica por dois o pre ço de um determinado fator, o Sis tema Econômico, por sua vez, mul tiplica também por dois os preços dos demais fatores, restabelecendo sua escala de valores relativos.

O socialismo que quer alterar a distribuição da renda nacional, au mentando os salários nominais, não é socialismo; é primarismo.

Vejamos como agiram os Gover nos Socialistas de verdade.

Governo Trabalhista inglês

Siwy cgr*/..‘ * ■«. Dicesto Econômico 6
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Fêz Tirou valen-

nunca adotou salários mínimos, coisa muito diferente, temente dos ricos e mesmo dos re mediados pelo imposto de renda e distribuiu 0 produto a tôda a popu lação sob a forma de uma redução nos preços dos alimentos de primeira necessidade, de suprimento de leite n tôdas as crianças, de sei'viço mé dico e dentário gp*atuitos, etc.

baixa de l.o de abril de 1963 foi maior do que as dos 2 anos ante- i riores. E Malenkov está agora pro- ií ' metendo melhoria maior do que a prevista no Plano.

4

o soeianao por um

Nos Estados Unidos, onde lismo - é representado partido político, mas pelos répiilos dos mandes Sindicatos trabalhistas, John Lewis, McDonald. Walther Reuther, 0 que êles geralmente recla niam é o benefício inte^al da melho ria da produtivida de, sob forma de aumentos de salá rios nominais, que são também au mentos reais, por que, graças à me lhor produtividade, os preços das de mais coisas per manecem os mes mos. Foi com esses métodos que a economia capitalista dos Estados Unidos fêz passar a parte da renda nacional que pertence ao trabalho de 55% erh 1900-1909 a 64,5% em 1947-1962.

4 mente pelo próprio mecanismo do mercado. O que faz subir os preços e o custo da vida é a inflação. E o que é inflação, senão intensificação da procura, de tu do, inclusive de trabalho, que pas sa a ser disputado pelos empreende dores, uns contra os outros, a preços de leilão. Inflação é sinônimo de hi-

t per-emprêgo.

A longo prazo tôdas as remunera ções e todos preços dever.ão crescer na proporção em que agora cresce o salário míni mo, exceto quanto à anormalidade o' e vulto dos lucros atuais resultan tes da situação inflacionista.

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O atual plano Como?

A União Soviética passou muitos anos só cuidando das indústrias bá sicas e de defesa, qüinqüenal modificou poi'ém essa po lítica e tem dado uma melhoria apre ciável aos salários reais. Sob forma de salários mínimos? Não. Sob a forma de baixa de preços. A

A longo prazo, a tendência do ní vel de preços será inexorável na di reção de um aumento de lOOol. ve-se entender aqui por longo um período não inferior a 12 meses depois da vigência do novo salário mínimo.

prazo

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Digesto Econômico
Diz-se que o Estado deve, em tem pos de inflação, intemdr do de trabalho para restabelecer o poder de compra dos salários, dedu zido pela alta dos preços, intervenção é inteiramente flua. \
no mercaMas tal supérEla se processa automatica i .1 'i
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A curto prazo, a hierarquia dos salários só gradativamente ae ir^ ’
De-

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restabelecendo, mas ó evidente que inevitável também reajustar, não somente os que gasera de iníciO; nham menos do que o novo salásio mínimo, mas também os que ganham mais do que êsse salário, não só por imperiosa eqüidade como pela* alta inevitável dos custos e portanto dos preços resultantes dos novos níveis de salário.

Para curto período pode se admi tir que a hierarquia só parcialmen te se restabeleça,.isto é, que ela so equacione não em têi*mos cionais (isto é, propornâo proporcional

mente ao aumento do salário mínimo), mas sim em termos absolutos, isto é, concedendo a todos OS empre-

dos e o que resulta da procura mais intensa.

Pode parecer, à primeira vista, que alta dos custos de produção em ca da indústria (ou lavoura) se limita aumento da respectiva fôlha de pa;ramento, resultante do aumento dos salários. Mas isso seria esquecer que cada indústria é consumidora de vâmuitos produtos de outras iri-

a ao rios e

dústrias (é justamente nisso que con siste a teoria do “input-output”, <Jo Professor Leontief, que ora nos yi. sita) e que os custos desses outros produtos também terão crescido por força do aumento de suas folhas pagamento e dos preços dos produtos por sua vez adquiridos.

um aumen-

gados que ganhavam mais do que 0 antigo salário mínimo to igual à quantia con.*espondente à diferença entre o antigo e o novo .salário mínimo.

ísessa hipótese, que estará longe de atender aos justos reclamos dos empregados de melhor categoria, tomarmos por base uma amostr presentativa de 89% dos saláidos in dustriais do Brasil, o aumento geral das folhas de estimado em 54%.

SC a repagamento pode ser

Agora vejamos dente os preços. E’ evique a ascensão dos salários das folhas de duplo efeito: a) o de elevar tos de produção; b) o de aumentar a procura de mercadorias e

A alta de preços recebe por tanto dois impulsos simultâneos: o que provém dos custos mais eleva-

A curto prazo, enquanto não se reg. tabelecer a hierarquia normal dos fa tores de produção, em função de produtividade comparada, haver« uma redistribuição da renda nacional a favor das classes salariadas. Ma^ isso será de curta duração porque a própria medida do aumento geral salários nominais, tal como se vai praticar, representa um formidáve} impulso na inflação, o qual tender^ a anular, dentro de prazo relativa mente curto, os benefícios que se pre tendera conceder através daquele au mento.

sua

se

DiGESTO Econômico 8
I. ' 1
I
Como a , elevação dos salários cor responde, de início, a uma vantagem real para o operariado, em relação às demais classes cujos rendimentos consistem em ordenados, juros,lucros aluguéis, etc., a alta de preços manifestará mais fortemente, de ini cio, naquelas mercadorias objeto <Ja ■ procura do operariado. E como bom I acentuou o Ministro da Fazenda, em I (
pagamento terá um os cusservi¬ ços.

seu judicioso parecer sobre a COFAP, não há nem possibilidade nem vanta gem em procurar controlar e evitar a alta dos preços. Estabilidade de preços com meios de pagainento ca da vez mais abundantes só ó possí vel no regime chamado de “inflação reprimida”, em que, com a exigência dos cartões de racionamento além do dinheii'o, se impede o incremento da procura dos bens, resultante de maio res disponibilidades monetárias, coi sa só exeqüível em tempo de guerra íe sempre acompanhada do inevitá vel mercado negro). Além de inexeqüível, a providência não é recomen dável, porquanto a elevação de preço é a única providência acei'tada para estimular o aumento da produção o portanto a baixa dos ditos preços.

ferior h que corresponde à realida de; a diferença aparece falsamen te como lucro; 2) do fato das ci¬ fras dos lucros quando comparadas com as dos anos anteriores, rem, como deveriam ser, deflacionadas na

Há a considerar ainda a possibili dade de que uma parte da alta dos custos de produção seja absorvida pela redução de lucros, de certo ex cessivos em muitos setores. Na si tuação altamente inflacionária con jugada com a escassez resultante das restrições à importação, há muitos ramos da Indústria e do Comércio que vendem seus protiutos aos preços que querem (por assim dizer) com lucros muito elevados.

Êsses lucros são porém, em boa parte, ilusórios, sendo que muitos dos industriais que os auferem são os primeiros a se iludir, sulta: 1) da subestimação do lor do capital, não acordo com o poder de compx’a duzido do cruzeiro; daí resulta uma dedução para depreciação muito in-

A ilusão revalatualizado de re-

nao sepropoi‘ção da depreciação do essa depreciação valor da moeda; anual média foi de mais de 16% triênio 1950-1953, de sorte que os lu cros de 1953, para serem comparados com os de 1950, devem ser reduzidos de cerca de 50%.

no

extraordinários j» ou comven-

Mas mesmo depois dessas dedu ções, não há dúvida de que ainda há lucros consideráveis, dos que se cos tumam chamar de excessivos”. Mas é preciso preender que esses lucros não decor rem de nenhuma desonestidade ou ga nância especial daqueles que os aufe rem. Em tôda a parte e em todos os tempos, os negociantes sempre deram pelo melhor preço ou melhor lucro que podiam obter.

Qual é a própria noção da formação de preços? Se tenho 200.000 laran jas, o problema que se me propõe é o de saber qual o melhor preço pos sível, capaz de fazer sair essas 200.000 laranjas; se fixo um preço alto de¬ mais, sairão apenas 180.000 200.000; terei de baixá-lo pa e nao ra que se vendam todas as 200.000 laranjas. Procurar o melhor preço pelo qual se pode vender tôda a mercadoria é o princípio básico da formação de Acreditar-se preços. que o comer ciante opera acrescendo sempre 20% ’ ou 40%

a mercadoria, é desconhecer nismo dos preços.

preço pelo qual comprou ao o mecaporque na hipótese de êle ter que vender o pro-

Dk;e.st(> Econômico 9
Até

duto por preço inferior ao da compra ou mesmo de só obter 10%, insufi cientes para suas despesas gerais, ninguém virá em seu auxílio. Em regime de razoável livre concorrêneia, sem .inflação e com suprimentos normais, não pode haver lucros ex traordinários. Êstes resultam sem¬ pre: ou de relativo monopólio, em I conseqüència da escassez resultante K redução das importações ílicen● Ças) imposta pelo Estado í cipalmente, da procura cada mais intensa, causada pelo jôr perabundante também criado nel ’ Estado.

Seja como fôr, não há dúvida de ^ que, por ocasião da entrada em vigor j-r do novo salário mínimo duplicado, os preços não poderão gebir 20, na mesma ? sendo

ou, pnnvez ro suo a curto praproporção que os custos diferença a

, em parte, absorvitla por uma redução dos lucros (1).

isso nao seria um mal e podería [ bem, se todos os indus¬ triais estivessem auferindo ' cessivos. lucros exj ® ●^al da inflação / - se originam esses lucros) é

L salários íol do Um auSnto milhões, acima) dS^Í-.ih., (algarismo citado f a ciíra dos siurl Pagamento elevaria Ihões do cêrea de 40 misermos, o^que falÍU t>imões. Se supu- t propósito Qiio lora dc

L zidos de uma^rílf possam ser redu-

l bilhões 55 para 40

C- prôgo apreciávof a desem¥< tribuída*^dos ° parte dis?, te afetada f dVr substancialmenf Seito de ^5 bilhões, teria o r 1°

justamente «lue ela não incide nem ^ uniforme, nem simultaneamente so bre todos os setores; uns são favo recidos e outros prejudicados. De sorte que aquelas empresas que não estiverem auferindo lucros excessivos, ficarão na contingência — diante de uma alta inevitável dos custos de produção, desacompanhada de uma alta proporcional dos preços —, de suspender suas atividades ou de des pedir pessoal dando lugar a unia- on da de desemprego.

É difícil calcular êsse desemprê- ' go. Despedirá seu pessoal aquele in- i dustrial, empreendedor ou dono de la- ] cujo custo parcial de produ-| voura, ção, custo marginal, correspondente j à despesa adicional que êle tem pa ra produzir mais uma unidade, seja í superior ao preço do produto. Por que, então, quanto mais êle produzir maior prejuízo terá. A estimativa do desemprego dependería, em cada zo na e em cada indústria ou lavoura, ? do custo marginal da produção na í base dos novos salários e do preço de venda. Seria portanto preciso saber com que rapidez se processará a al ia inevitável dos preços. 0 ritmo de penderá da política monetária. Sa ela continuar com jatos abundantes de papel-moeda, a elevação será rá pida; se ao contrário o fluxo emissionista fôr amortecido a alta será mais lenta e o desemprego se acen tuará.

Jt' a^40rrdo°total’^d ta?ve2*^S% W ?a a rníeim absorf sír^dSempr^go" ‘^'P^^-^niprêgo sem cau-

Diante de salários elevados, o in dustrial brasileiro seria, americano do norte, induzido a insta lar maquinismos aperfeiçoados economizar mão-de-obra.

( como o para Mas a

nossa carência de capital será ainda

Dicbsto Econômioo lÜ
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agravada pela redução doa lucros, pois como sabemos, o capital para novos investimentos é, em boa parte pro vido, aqui como nos Estados Unidos, como em todos os países, pelos lucros não distribuídos, os quais freqüentemente excedem de 50%. Em 1952, as empresas brasileiras organizadas sob a forma de sociedades anônimas tiveram 69,4% de lucros não distri buídos e portanto disponíveis para reinvestimentos.

Essa diminuição das economias disponíveis terá o efeito de reduzir 0 ritmo dos investimentos e portan to sobre a economia nacional um efei to depressivo que se poderia chamar de antimultiplicador, já que o efeito normal dos investimentos é o de pro vocar um incremento “multiplicador” do consumo.

A parcela de desemprego, oriunda de uma elevação dos custos margi nais acima dos preços, (2) (que afetará com mais intensidade exata mente os operários não qualificados, aos quais foi destinado o benefício) aliada à redução dos investimentos, constituirá uma força no sentido da deflação.

Haverá portanto, em princípio, um efeito deflacionário oriundo do de semprego e da queda do volume dos investimentos, a contrapor-se ao efei to deflacionário da alta dos custos e dos preços.

Ver-nos-emos então diante de duas tendências opostas e o Governo terá

de optar pelo apoio a uma ou a*outra. Uma, a do jôrro inflacionista, con substanciada nos deficits da União, e dos Estados, na expansão do cré dito e na política de deplorável to lerância adotada na Carteira de Re desconto e na Caixa de Mobilização Bancária.

Outra, dos fatores deflacionistas, resultantes do desemprego parcial e da escassez de recursos para os in vestimentos, aos quais se poderia juntar o fator deflacionista que re presenta 0 efeito do Plano Aranha, se não houvesse o propósito de gas tar 0 produto dos ágios.

Tal é a intensidade das forças inflacionistas, que não hesitaríamos em recomendar uma política monetária e fiscal de apoio às forças de defla ção, a fim de evitar uma alta rápi da e considerável de preçqs.

Dado o balanço, “a posteriori” o episódio 'terá custado ao país três grandes males: a) um considerável prejuízo da renda real representa do pela queda da produção, para con sumo e investimentos; b) a perigo sa convicção do operariado de que tem direito ao padrão de vida ele vado de que gozará nos primeiros dois pu três meses que se seguirem a elevação dos salários, durante os quais os preços não terão subido em proporção aos salários; vencedora essa tese, estaríamos condenados à inflação perpétua; c) subsidiàriamente, a desorganização provocada economia privada com a redução dos investimentos e do ritmo de

na progres so virá reforçar a tese demagógica de que, no Brasil, só o Estado é paz de realizar. «l-

Dicesto Econômico 11
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(2) Poderá haver uma pequena melho ria na produtividade, por dispensa de pessoal inútil, realizando-se o mesmo tra balho com dois ou cinco por cento menos de pessoal, digamos.

UnTénsaio de Justiça distributiva

(Conferência realizada na biblioteca Municipal ele S. Paulo em 5 de setembro de 1954)

I. PREMISSAS FUNDAMENTAIS

Premissas políticas

A paz do mundo atua! é função de um equilíbrio bipolar de poder, ‘ entre o Ocidente democrático e o Orienj ● te soviético. Êsse equílibrio de poder rr é instável, por falta de uma terceira força bastante poderosa para funcáocomo fiel de balança entre aqueles ^ dois pólos, cada um dos quais procura . aliar os elementos esparsos, ainda polarizados, para ampliar e reforçar, de um lado, a chamada “cortina de ferro”, que envolve o mundo comunista, e, dc outro lado,* estender e fechar de cerco”

nar nao cordão que delineia a política dc contenção das potências democráticas.

<1 o ra em guerra

O “Digesto Econômico” é uma tribu na livre, um “jorum” de debates. Abre as suas colunas para ventilar o momentoso problema da Participação dos Em pregados nos lucros das Emprôsas. Esse trabalho é uma exposição de te ses, acompanhada de elucidação sinté tica. Após a sua leitura, o conferenctsta respondeu às inútneras objeções com segurança, presteza e convicção. O General Juarez Távora é dos mais cultos aliciais brasileiros. Antigo Ministro da Agricultura, atual Chefe áa Casa Mili tar do Presidente da Rejniblica, dirigiu até há pouco tempo a Escola Superior dc Guerra, que tão assinalados serviços tem prestado não só à sua corporação militar comn à Nação.

Entre os instrumentos de aliciação utilizados pela Rússia comunista paromper, em seu favor, o atual equilíbrio de poder, figura, em primeiro 1- plano, a infiltração ideológica, que pode aspirar desde à subversão das institui. ções democráticas (quer pela revolução ■ - civil, quer pelo voto proletário ),● até o esfacelamento do poder nacional, caso de

, por processos de sabo tagem e quinta-colunísmo.

Dois são os principais caldos dc cul tura'de que se está utilizando Soviética a Rússia o processo d para realizar e infiltração ideológica:

lonial dc grandes potências ociden tais a quG estão submetidos, c

b. as reivindicações crescentes do proletariado, sobretudo em nações subdesenvolvidas, contra o egoísmo capitalista, que teima em negar-lhe justa participação nos lucros de em presa.

Não acredito na viabilidade de uma terceira posição política entre o gru po comunista e o capitalismo do Oci dente.

espírito de natúdsmo dos povos coloniais, fàcilmente excitável, até a revolta, contra o domínio

a. o CO-

- Mas julgo que é possível, no tocante a é.sse campo, ampliar e acelerar a polí tica iniciada pela Grã-Bretanha, após

I

a úlüma guerra, de conceder autono mia progressiva aos povos coloniais; e no que respeita ao duplo campo econômico-social, chcgar-se a um meio termo razoável entre o capitalismo e o socia lismo, conciliando, humanamente, o la do bom dos dois sistemas, sem incidir em seus defeitos.

Premissas sociais

e ideológicas

Tratando da dignidade e prerroga tivas do trabalho, afirma S.S. o Pa pa Pio XII, gloriosamente reinante (Problemas da Guerra e da Paz, Lirraria Bertrand, Lisboa, pág. 334):

ne possível uma segura, ainda que modesta, propriedade particular pa ra tôdas as classes do povo, que fa voreça uma formação superior para os filhos das classes operárias p.irticularnitnte dotados de inteligência e boa vontade, e promova no bairro, na povoação, na província e no país, o cuidado e a atividade prática do espírito social, que, mitigando os contrastes de interesses e de classes, tire aos operários o sentimmtho de segregação, com a experiência confor tante de uma solid.iriedade genuina mente humana e crislãm^nte frater na”.

S.S. o Papa Pio XT, tratando, cm Encíclica “Divini Redemptoris”, das

— "Quem deseje que a estréia da se detenha sôbre a sosua relações do homem com a sociedade, afirmou: paz nasça e ciedade, dê ao trabalho'o lugar que Deus lhe designou desde o princí pio. Como meio indispensável para o domínio do mundo, querido por Deus para sua glória, todo o traba lho possui uma dignidade inaliená^ vel e, ao mesmo tempo, um íntimo nexo com o aperfeiçoamento da pes soa humana — nobre dignidade e prerrogativa do- trabalho de modo nenhum envilecidas pelo pêso e a fa se hão de suportar como diga, que

“E’ a sociedade, no plano do Criador, o meio natural de que po de e deve utilizar-se o homem pa ra alcançar seus fins sindo a socie dade humana (constituída) para o homeiTi, e não vice-versa. Isso não entende no sentido do liberalisindividualista, que, ao uso egoís' ta do indivíduo, pretende subordisociedade; mas no sentido de

se mo nar a efeito do pecado original, com obe diência e submissão à vontade de que, mediante a união orgânica com a sociedade, a todos se torne pos sível, por mútua colaboração, reaüfelicidade terrena. Não é a zar a

Deus".

E, ainda, segundo S.S., não- hesita a Igreja cm declu2ir as conseqüências da nobreza moral do trabalho.

compreendem, além de um as neque salário justo, suficiente para cessidades do trabalhador e da fa mília, a conservação e o aperfeiçoa mento do uma ordem social que tor-

sociedade humana, qualquer que ela seja, mas somente o homem, ou pes soa humana que é dotado de razão e de vontade moralmente livre".

(Pio XI, “Cartas Encíclicas", publica ção da Ação Católica Brasileira, em co laboração A.B.C. Limitada, pág. 24).

Empresa Editôra com

Digesto Econômico 18

Tratando da ordem oconômico-social, cm sua Encíclica “Quadragésimo Ano”, afirmou S.S.:

que a sã propriedade deve ser reconstruída de conformidade com os verdadeiros princípios de sa dio cooperati\ismo, com respeito à devida hierarquia social, e que tôdas as corporações devem unir-se em har mônica unidade, inspirando-se no princípio do bem comum da socie-

dade. com

E a principal e mais genuí na missão do poder público e civil consiste, precisamente, em promover, eficiência, essa harmonia e coordenação de tôdas as fôrças .so ciais”. (idem, ibidem, pág. 26).

Afirma, ainda, S. S.: . ~ “Existe, realmente, além da justiça comutativa.

, a justiça social, que unpõe, também, deveres - não podem subtrair operários”.

senão por meio de um corpo de ins tituições profissionais e interprofissionais, sobre bases solidamente cris tãs, ligadas entre si, e formando, sob moldes diversos e adequados a lu gares e circunstancias, o que se cha mava Corporação” (idem, ibidem, págs. 42 e 43).

Fundamentalmente, o problema cuja solução angustia o mundo moderno é um problema em cuja equação predominam funçõe.s de ordem ideo lógica c cujas raízes principais devem .scr a unidade c a cooperação — na fa mília, na comunidade nacional c na so ciedade internacional — em contraste com os princípios de incompatibilidade (● divisão com que as está inloxicando n ideologia comunista.

Premissas legais

Não

, entretanto, afir-

a que nem patrões, se nem 4t se pode

ter-se cumprido a justiça social operários não tiverem garan tido o próprio sustento e o da fa mília com um salário conveniente esse fim; se lhes a oportunidade de adquirir modesto pecuUo, prevenindo-se, dêsse modo, contra a chaga da miséria comum; uao forem tomadas providências em seu favor, com seguros públicos ou particulares, para o tempo da mice, da doença, ou quando acharem desempregados” (idem dem, págs. 40 e 41).

E conclui S. S.:

“Considerando

a não é facilitada se vese ibi-se, portanto

, a da vida econômica. complexidad não é possível fazer reinar nas re armes econômico-sociais a mútua co laboração da justiça e da caridade.

A ordem econômica deve organizada conforme os princípios da justiça social, conciliando liberdade de iniciativa com a va lorização. do trabalho humano". (Art. 145 da Constituição).

H ser a

Será determinada a fiscalização e a revisão de tarifas dos seriaços explorados por concessão, a fim dc que os lucros dos concessionários — não excedendo à justa remu neração do capital. — Uies per mitam atender às necessidades de melhoramento viços.

pUM

Digesto Econômico 0^. 14
U
>
.
A todos é assegurado o traba lho que possibilite existência digna: o trabalho é obrigação social" (§ linico do mesmo artigo). 4t
cessões cftitorgadas no regime ante rior de tarifas estipuladas )
expansão dêsses serAplicar-sc-á a lei às con

do o tempo de duração do contra to” (§ único do Art. 151).

"A legislação do trabalho v a providencia social obedecerão aos seguintes preceitos, além dc outros, que visem à melhoria da condi ção dos trabalhadores (art. 157):

— salário mínimo capaz de sa tisfazer, conformo as condi ções de cada região, as neces sidades normais do trabalhador e de sua família (inciso I)

— participação direta c obrigató ria do trabalhador nos lucros da emprôsa, nos têrmos e pela forma que a lei determinar (inciso IV)

— não so admitirá distinção entre trabalho manual ou técnico, e o trabalho intelectual, nem entre os profissionais respecti vos, no que concerne a direi tos, garantias e benefícios” (§ único do Art. 157).

“E’ obrigatório, em todo o ter ritório nacional, a assistência à ma ternidade, à infância e à adoles¬

cência. A lei instituirá o amparo às famílias numerosas (Artigo 164).

II. TESES A DEBATER

Escapa, evidentemente, à nossa von- _^ impor às grandes potências colo- _, nialistas que libertem, de vez ou progressivamente, suas colônias, antecipan do-se à explosão de nativismo que os comunistas lhes estão insuflando, e que as levarão, por outros caminhos, àque le fim.

tade

Mas depende de nosso esfôrço pacidade de comprensão e despren dimento, encontrar uma fórmula razoá vel pará a solução do problema econôinico-social da distribuição da riqueaa produzida, entre os fatôres fundamen tais de sua produção trabalho

e cao capital e o com — que, em consonância as premissas legais e morais, bamos de ler, harmonize empresa, esses dois fatôres.

E’ à luz dessas

que premissas que

acae integre, na ous* expor-vos algumas proposições condu- _' centes, a meu ver, à solução cristã ● '

Dioksto Econômico 16
■_f i 1

humana do problema complexo e deli cado, que aqui vamos debat r, pois dão ao trabalho o que llie pertence, sem nada usurpar aos kgítimos direitos do capital.

Há dois fatores irredutíveis da pro dução

— o capital (aí incluída a terra) e considerado como tnib.iUío acumulado, o trabalho (aí incluídos os elementos de direção, consulta c fiscalização), que devem integrar-te, harmônicanien‘ te na empresa, ao invés de se dissocia rem df'ntro dela.

i ção cabe remuneração primária espe[ cfica, capituláveis entre as despesas cer. rais da empresa.

Os fundos de garantia do capital devem dcidobrar sc cm, fundo dc .çu/jsftíHíçflO ou renovaçãn do acer\o (garantia de perma nência do capital):

fundo dc TCiijustamento mone tário do aceito (garantia dc manutenvâo do poder lib.ratório inicial dò capital):

fundo de amortização do capital (garantia de resgate do capi tal. em detennínado prazo, ou, eventualmentc, em

dc dificit da caso

empresa, do pagamento dos juros a que tiver direito).

A cada um dêsses fatores de produ Os fundos de garanífa do traba lho devem desdobrar se em, fundo de rcajustamento de làrios (garantia de pagamento de salários variáveis com o custo da

— juros, para o capital, . no tempo e no espaço, cotn de

variáveis. vida);

o grau riscos a que êle estiver sujeito ao investir-se na emprêsa,

— salários, para todos que trabaemprêsa (diretores,

Sfl-

-- e executores), propor cionais à responsabilidade de cada um dêlcs

Uiam na asses¬ sores, fiscais na sua produti\'idade. , _ - categorias de remune-

raçao primária, poderiamos adicionar ^ os impostos gerais atri-

^

E’ ■. ^ necessário

orvige

fundo de assistência social (ga rantia de pagamento de salários-família, e tòdas as formas de assistên cia social para todo o pessoal da emprêsa — diretores, assessores, fisexocutores);

cais c seus res

— fundo de previdência social, beneficiando a todos os colabomdoda emprêsa, sem prejuízo de

salários. nte

,

e justo que se dereceita bruta da emprêsa, cie qualquer repartição de lucros, ●' Parles, para con^/tuifõo de funr cios que gar.mtam,

í

i* duzam da r ant; s capitai e a seu resgate;

— uma justa remuneração do posribilidade de

— uma justa rerriuneração nautfltiva e social — do trabalho.

C

E’ também justo e conveniente que deduza dos lucros líquidos umu cota-parte de.stinada a construir um fun do de melhoramento e ampliação da emprêsa, visando a melhorar e ampliar o acervo da emprêsa por conta dos fa tores reais da produção e na proporção das responsabilidades com que cada haja concorrido para sua lucratividade anual (isto é, de um lado, a soma dos j MÊÊ

i DicESTo Econômico 16
t
!
A essas duas t
buidos à colaboraçã tado, dem _ao implícita do Escomo elemento garantidor da jurídico-social
se i um salários percebidos durante o ano, pelo 1 trabalho, Cj de outro, a soma dos juros ■
Ch

percebidos, primàriamcnte, pelo capitnl. aí incluída a renda da terra).

Os lucros líquido.s restantes após a de dução do impôsto dc renda e do fundo de melhoramento e ampliação aludido no 'item anterior, de\ orão ser rateados entre os mtsinos elementos produti\’Os da empresa — do um lado, o trabalho (diretores, assessores, fiscais c e.vecuto/res — na proporção de sua contribui ção para a produtividade do capital isto 6, cm função dos salários globais recebidos durante cada ano), e de ou tro lado, o capital (aí incluída a terra) na proporção dos juros ou remuneração primária a que houver tido direito.

III. ELUCIDAÇÕES PRÉVIAS SÔBRE AS TESES PROPOSTAS

O sistema garante ao capital:

a. justa remuneração primária, sob fortna de juros, variáveis com os riscos da emprêsa e sempre ajus tados ao nível liberatório inicial do capital,

b. permanência do capital inves tido, pela substituição periódica das partes perecíveis (usura e obsolencia) do acervo, através do fundo de renovação,

couber na partilha dos lucros líqui dos.

O sistema garante ao trabalho (to dos os agentes ativos da produção):

a. justo salário, proporcional à . responsabilidade de cada pessoa (di retor, assessor, fiscal ou trabalhador) e periodicamente reajustado ao ní vel do custo de vida;

b. awpla assistência social — ai incluído o pagamento de salário-família razoável (abrangendo a todos) por conta do fundo de assistência social;

c. ampla previdência social, paga pela emprêsa (c, portanto, sem des falque dos salários), abrangendo a todos os agentes ativos da empresa, at^a^'és do fundo dc pre\’idência social;

d. associação e solidarização pro gressivas de todos os cooperadores da emprêsa, pelo recebimento anual de ações da mesma, na proporção das responsabilidades de cada- qual produtividade — através da aplicação do fundo de ampliação;

em sua na

e. participação eqüitaliva de to dos os agentes ativos da emprêsa repartição dos lucros líquidos em concorrência com o capital e na pro porção do salário gloj^al recebido cada ano.

3

c. resgate adequado, no fim do prazo estipulado, pelo valor libera tório inicial e, eventualmente, garan tia de pagamento de juros, cm caso de déficit, através do fundo de amor tização. harmonia e cooperação entre dirigentes, assessores, fiscais e execu tores, pois elimina, pràticamente, a di ferenciação de classe existente na atual emprêsa capitabsta, entre em pregadores e empregados, _ transformando-os todos, em cooperadores.

d. participação eqütativa nos lu cros da« emprêsa, quer sob á forma de novos investimentos, através da aplicação do fundo de ampbação, quer sob a forma de dividendos cor respondentes ao quinbão que Ibe

O sistema garante à emprêsa, co mo entidade corporativa.

Dicfcâ ix> Econômico 17
a.

b. estímulo à eficiência do traba lho — já que todos os agentes por êle responsáveis participam eqüitalivamente dos lucros produzidos anual mente, sem desestimular o capitid que terá sempre assegurados — além da cota que lhe couber na partilha dos lucros — juros razoáveis, a per manência de seu valor liheratório inicial (para efeito de juros e res gate) e o resgate, como c cjuando fôr determinado;

coletivisano cooperntivista, por iss* que rodtiz a rc-muncração do capital o um baixo juro fixo, excluindo-o da parlicipavrio nos lucros do empreendimen to. nem institui, para a eleição dos ele mentos de sua direção, o voto pessoal e ij^ual, mas proporcional ,à participação (!(● cada (pial na integração do capital <● ã sua n-sponsabilidade funcional.

IV. QVIÍÍiròEíi LATERAIS A COmiDERAH-SÈ

e excincs-

c. ligação efetiva ao seu destino, de diretores, assessores, fiscais cutores, já que todos eles se tornam, progressivamente, acionistas da ma, através da aplicação do fundo de ampliação;

A intervenção dos elementos do tmballio 3ia direçcão da empresa pode. pelo menos de início, limitar-se no Con selho Fiscal, onde devem ter um reprc.scntanle.

d. aumento, em conseqüência, do bem-estar econômico-socíal dos tes de menor do conforto agencategoria, sem a que têm direito os cooperadores de maior responsabili dade (diretores, fiscais c assessores); e. criação de um ambiente de tra balho intrinsecamente impenetrável a infiltração comunista, já que eliinia existência de classe (empreg; empregados), instrumento fundamental de sua dialética.

privar na idores e

Mais tarde, tal seja o vulto do númedc ações que êsses elementos hnjam adquirido, através do fundo de amplia da empresa, nada poderá impedirlhes de eleger, pelo menos, um Diretor.

Finalmente, a empresa corporativa, . ‘'^qui sugerida, nem participa do exr clusiyismo individualista do atual ca^ pitalismo, por isso quo, assegurando, embora, ao capital as vantagens ne são devidas, reparte, entretanto C lucros de emprêsa cqüitativamente entre :: todos os fatôres de produção que a inj ® proporção de suas respon¬ sabilidades; nem se filia ao radicalismo . socialista, pois mantém

que os propriedade privada da emprêsa, proporcionando es tímulo .jsjzoável ao capital e ao trabalho P’*. nela interessados;

a nem se confunde o

A aplicação dôsses princípios de justiça distrihutiva aos fatôres da pro dução na empresa agrária, envolve as pectos mais complexos que os da em presa industrial — tais como a renda da tena e os riscos decorrentes de fe nômenos naturais inelutáveis

rt) çao — mas

é, a meu ver, perfeitamente viável, des de que se considerem adequadamento tais aspectos, a começar pela conve niência ou não de amortizar o capiíuí terra.

As novas modalidades do assistên cia e de providencia socjpis, decor rentes da constituição de fundos espe cíficos para atender, indístintomenle, a todos os agentes ativos de cada emprêsa — diretoi*es, assessores, fiscais e exe cutores — imporão algumas alterações .sistema dc Institutos ora vigentes, pois, desaparecendo a figura do empre gador (transformado em simples cooperador, também concorrente aos benefi-

no

DicEsre Económioo
nao

cios de assistência e previdência) não poderá ele concorrer, simuUàneamentc, com cota cm favor dos colaboradores mais modestos — os executores.

Uma vez feito o resgate do capi tal inicialmenlc investido, é justo cpie, ao invés de se aumentarem os lucros a dividir entre os agentes da produção, se beneficiem, com uma diminuição de custo dos produtos, aos consumidores, a cuja custa aquelo capjtal pôde ser amortizado.

A defesa do consumidor, dentro de um sistema, como o aqui proposto, podería ir além, iniciando-se, antes, com a suspensão da quota de lucros líquidos, absorvida com o abaixamento do custo das utilidades produzidas. Isso nos con duziría a uma economia mais aproxi madamente cooperativista.

V. DEBATE SÔBRE AS TESES APRESENTADAS

panhada de sintética elucidação, baja i podido abarcar o problema em tôda sua complexidade e, menos ainda, pe netrar todos os ângulos da delicada ques- j tão cconòmico-social nôlc contida.

Espero, entretanto, que o debate, a .ser iniciado agora, ilumine satisfatòriamente os pontos mais duvidosos e nos ●! conduza melhor, a todos, a uma solu ção — sc não rigorosamente justa, ao menos cqüitativn do problema.

Concluindo: o fundamental é que encontremos, com esta ou com outra fórmula, uma alternativa aceitável pa- .^1 ra o unilateralismo comunista^ com que se pretende remediar o egoísmo capitalista.

Se a não encontrarmos, em tempo, wÊ pouca esperança restará de que o desespèro e frustração das massas trabalha doras nos não arrastem e a elas próprias, remissão, para o totalitarismo mar- sem

Não alimento a pretensão de qiic esta simples exposição de teses, acom- xista.

Digrsto Econóaoco
È
ÍH

A SlTUAÇAD^DO^MIjl^E o MERÇADO

João Di Pietuo

(Conferência pronunciada na cidade de Hibeirão Prôto)

Associação Comercial e Indus trial de Ribeirão Preto, ao co memorar seu cinqüontenário, eviden ciou, através das brilhantes cerimô nias realizadas nestes dois dias fes tivos, que consei*va, sempre renova do, o ímpeto realizador das entidades jovens.

^ A inauguração do magnífico Palá cio do Comércio e Indústria e, em se. pida, a instalação solene do Insti; tuto de Economia, constituem índices expressivos da vitalidade e do dina mismo dos dirigentes desta Associaçao e de toda a classe í?rega.

passado, nos incentiva à conquis ta do futuro.

Affora, por exemplo, a criação do Instituto de Economia revela o de sejo, por parte das classes produto ras, de estudar e de conhecer, com bases científicas, as realidades eco nômicas e financeiras do País.

Com

que ela conessas i

obra.

Por essa iniciativa, rejubila-se a Associação Comercial de São Paulo, tem o orgulho de contar com a que cinqücntenária congênere de RibeiPrêto em seu Conselho e se con- rao gratula com o povo desta terra, na do Presidente Amin Antônio pessoa Calil, que com seu entusiasmo e di namismo foi o grande artífice desta . _ maugurações, a Asso¬ ciação Comercial e Industrial de Rieirao Prôto inicia, certamente, uma nova etapa de sua história.

. fazê-lo, ela ras. dos

E, ao sema, às forças criado-

... . pi'imeiros tempos, a experiencia de cinqüenta anos de lutas e realizações.

Cada vez que nos pomos em cono com importantes centros do inenor do Estado, mais se reforça em nos a minha, surto maior de

convicção de que o Brasil ca nos dias presentes. para um seu progresso.

Ribeirão Preto é a expressão viva desse progresso. Tôda a magnífica históría da cidade — com seus heV roísmos, suas lutas e seus anseios

{ com suas vitórias e sua permanente prosperidade — além de nos prender

O estudo constante dos problemas econômicos de nossa terra é um im perativo ao qual as entidades repre sentativas das classes produtoras têm de se curvar. Dentre tais problemas avulta, pela sua importância e atua lidade, o da economia cafeeira. Ri beirão Prôto, a ti^adicional capital do café no mundo, é a tribuna adequada para o indispensável exame do tema.

ATMOSFERA DE NERVOSISMO

As reações verificadas no merca do norte-americano em face da ele vação dos preços do café; o inci“omento do cultivo da rubiácea em vas- j

^11 J , m} y -● .'C»'~’-®
ao
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... ...............

uma atmosfera de nervosismo em tor no de nossa economia cafeeira e es tão a exig^ir maior atenção, a fim de que possamos, com dados precisos, enfrentar a realidade.

Ao falarmos da economia cafeeira nesta cidade, que mais do que qual quer outra, sente a gravidade do pro blema, não podemos deixar de mani festar 0 nosso espanto diante do re latório da Comissão Federal de Co mércio dos Estados Unidos. Não va mos, c claro, analisar êsse longo do cumento. Nem desejamos comentar as passagens injustas, como a insi nuação de serem insinceras as infor mações dos países produtores de ca fé sobre as previsões de safras. São de tal modo evidentes os interesses de propaganda eleitoral que inspiraram a elaboração desse relatório, que só nos cabe lamentar que um órgão esta- j ^ tal dos Estados Uni ● : ■ dos, como já mui to bem observou o “Journal of Commerce” de Nova

York, haja elabora do um documento que mal esconde in tenções .políticas, e desconsiderou que

velhas relações de amizade entre seu país e 0 nosso.

A reação que ora se verifica nos Es tados Unidos é re petição do que se deu em fins de 1949 e início de 1950, por ora.sião da primeira

alta brusca do café, quando a cota ção subiu de 27 para 48 centavos e meio por libras-peso. Essa elevação foi o retorno a uma remuneração jus ta, acabando com a iniqüidade de um preço vil que sacrificava a lavoura e debilitava a economia do país

Além do mais, teria influído, profundaniente, a elevação dos preços, na economia doméstica do consumi dor americano^ Um rápido exame dêsse aspecto do problema nos re vela que a rumorosa reação dos Es tados Unidos de maneira alguma con diz com o ínfimo acréscimo de des¬ pesa acarretado ao consumidor. O americano do norte consome, em mé dia, 17 libras de café por ano. Pelo “preço mínimo” vigente desde l.° de julho último (87 centavos por libx*apeso), tal consumo representa US$ ^ 14,79, por ano, e a ' ^ majoração verifica’ da do começo de de¬ zembro para cá (co tação aproximada na l.a quinzena de dezembro, de 60,50 centavos por libra) revela por um aumento anual de US$ 4,60. a renda

ta”,

sua vez Ora, per capi-

nos Estados

ser da casa de 2 mil. Nessas condi● ções, o aumento do preço do café cor responde à percen tagem absoluta-

DICESTO ECONÓlkflCO 21
.
Unidos, foi, em 1952, de US§ 1.834,00, devendo atualmente . f

mente desprezível de 0,225% sobre a renda média individual.

Outro aspecto deve, ainda, ser con siderado: estima a revista “Conjun tura Econômica” que, em 1952, o conmédio do norte-americano te- sumo

nha sido de 5S0 chícaras por ano. Admitindo-se o preço de 10 centavos

por chicara (infusão doméstica), o gasto “individual” seria de 58 dóla res, dos quais apenas US$ 14,79 são pagos ao produtor do café. Assim,

três quartas partes do preço total . permanecem nos Estados Unidos, mãos dos torradores e intermediá rios. Quem produz recebe quarta parte do preço total.

res para cobrir um aumento efetivo da ordem de 33 dólares por saca. Lojro, procurem os americanos do nor te, em sua própria casa, os maiores culpados por esse aumento.

O CAFÉ E O iVIEUCADO NORTE-AMERICANO

O cálculo feito na base do

em apenas uma preço da j saca conduz ao mesmo resultado.

Pela cotação de 87 centavos libra-peso, de US$ 107,36.

por preço da saca do café é Admitindo-se uma quebra de 15% aproximadamente, nos seus métodos de torrefação e moa. gem, temos uma zindo

o saca de café producêrea de 50 quilos de pó, os í quais, convertidos em infusão, num cálculo pessimista, . _ chícaras. Considerando Stores norte-americanos j chicara é de 15 centavos, que o valor final da ' - atinge a US$ 562,50.

representam 3.750 que nos drug o preço da conclui-se saca de café

em em crer

ü 1'clatório menciona que, para uma importação, pode-se dizer, uniforme de café, pagaram os Estados Unidos. . 1945, 346 milhões de dólares, e, 1953, 1 bilhão e 465 milhões. En tretanto, é preciso que se considere, em primeiro lugar, que a importação efetuada em 1953, embora em peque na margem, foi maior do. que a de 1945; em segundo lugar, a moeda norte-ameidcana sofreu uma depre ciação interna entre 1945 e 1953, ten do o custo da vida subido cerca de 33%; e, finalmente, a renda nacional norte-americana, no mesmo período, subiu de 182 bilhões para 308 bilhões. O conjunto dôsses dados demonstra que o povo norte-americano não foi tão sacrificado, como quis fazer o relatório da Comissão.

Note-se

Portanto, dêsse preço total, cêrea de 455 dólares sao recebidos por intermediários nor¬ te-americanos, de 100 são enquanto pouco pagos ao produtor, que, sob o pretexto da al ta do cafe, segundo infor

s ^ wa o rela¬ tório da Comissão Federal de Comércio, os restaurantes e drug stores

mai

A injustiça das acusações dirigidas i ao Brasil e acs demais produtores de café não impede que o relatório da Comissão Federal de Comércio tenha repercussão no mercado norte-ame ricano, provocando um decréscimo no consumo, como sucedeu por ocasião da campanha desencadeada pelo Se nador Gillette.

Em se tratando de próblema de tal complexidade e, para nós, de tão fun damental importância, impÕe-se que seja estudado sob todos Não podemos admitir os aspectos. , aumentaram 6 centavos chicara. no preço da Isso significa 187,50 dóla, ....

DicESTO Econômico I 22

no aumento anual de USS 4,50, média, por consumidor, seja o único interesse considerado. Nesse proble ma, é preciso que também se levem em conta os leífitimos interesses do Brasil, e êles são vitais para um país em plena expansão, como o nosso.

em subido para 8 bilhões e 585 milhões, o Brasil permaneceu pràticamente com o mesmo número.

Ao formularmos nossa estranheza diante do relatório da Comissão Fe deral de Comércio, queremos ainda afirmar que êsse documento, que vi sa precipuamente ao propósito de granjear votos, sep,undo afirmação do “Journal of Commerce

De 1937 em diante, ao passo que o número total continuava gradativa mente a subir, o do Brasil caía sensi velmente. Segundo as estatísticas mais recentes, o númei*o de cafeeiros no mundo foi avaliado em 9 bilhões e 343 milhões; desses, somente 2 bi lhões e 777 milhões crescem em nos so país. Deve-se ainda notar que, nesses últimos dados, não figuram as ? de Nova extensas áreas plantadas em algumas y das regiões referidas, após a eleva-_y ção dos preços em 1949.

York, -contribui por outro lado, para enfraquecer o espírito da política de boa vizinhança que constitui o ideal dos povos das Américas.

CONCOUKÊNCIA INÉDITA

Em aditamento a esses índices, já ' por si tão significativos, verificamos 'to que o mercado norte-americano tem se abastecido cada vez mais com o'_^ produto de oütras áreas. Ainda no ano de 1948, segundo dados oficiais, .i. os Estados Unidos importarei ao todo 20 milhões e 969 mil sacas, das quais 11 milhões e 568 mil do Bra-_S sil. No ano transato, havendo a im- 'S portação total subido para 21 miSabemos que se ampliam as Ihõès e 65 mil sacas, sòmente 8 mi-_J Ihões e 970 mil provieram de nossa _■ terra.

Ninguém ignora que a economia na cional ainda se apóia, quase exclusivamente, num só produto e num só mercado. O comércio do café não vem sentindo apenas a reação levan tada nesse mercado, mas também se defronta com uma- concorrência iné dita, áreas cultivadas nos países da Amé rica Central e do Sul, nas Antilhas, na África e mesmo na Ásia.

As informações conhecidas permi tem uma visão estrita sôbre o que vem sendo feito no mundo nesse se tor. Em 1926, o número de cafeei ros plantados em todo o globo era de 3 bilhões e 209 milhões. Desses, 2 bilhões e 40 milhões eram cultiva dos no Brasil. Alguns anos mais tar de, em 1933, o número total subira para 5 bilhões e 14 milhões, dos quais 3 bilhões e 75 milhões no Brasil. En tretanto, em 1937, havendo o total

Confrontando os dados estatísticos, verifica-se què em relação a 1939 ^ o ano do apogeu do café — nossa ex portação em número de sacas, 1953, foi de 94% e a dos demais paí ses, sempre em relação a 1939, atin giu 153%.

PERDE TERRENO COMO EXPORTADOR

em

Desejamos ainda salientar aumento do consumo mundial de fé passou de 24 milhões e 500 mil

que u } ca-

Dicesto EcoNÓAaco 2»
)# '_A
w
_4

através de números.

que pro-

Mas bem sabeis que as verda- 1929, para 32 milhões e nua. des se exprimem com maior clareza sacas, em ^ 500 mil, em 1933. Dêssè consideráI. vel aumento, o Brasil, lamentavel mente, não soube tirar partido. Num século em que o comércio se faz atra vés de uma técnica altamente especializada, e na qual a função da propaganda dos produtos entra como fa tor de decisiva importância pai*a o I .sucesso da venda, o Brasil pràticameníe nada fêz para ampliar seus mercados. A não ser algum cáso es porádico, como o da expansão do mer cado argentino por uma empresa bra sileira, o Brasil sempre esperou os possíveis clientes o viessem curar para adquirir seu produto. Nescampo faltou positívamente

se

em cerfôra se

Se é certo que temos perdido terbenefício de nossos compe- reno em perspectivas surgirão tidores, que agora, quando forem colhidas as prisafras das novas e enormes meiras regiões cafeeiras do mundo? Terepossibilidades de compe- mos, acaso, tir com elas em preço de produção? Admitindo a hipótese de que o pos samos fazer, não estarão os países europeus mais inclinados a adquirir café de suas colônias? E mesmo os Estados Unidos, não preferirão com prar dos países da América Central e das Antilhas, regiões largamente penetradas pelo capital norte-ameri cano?

o , . a açao supletiva do Estado, o qual tem feito praça, todavia, de interferir tos setores; de onde melhor tivesse ausentado.

enunper-

Êsses dados que acabamos de ciar revelam que o Brasil vem dendo terreno como exportador, en quanto se expande o comércio de nos sos competidores. A esse fenômeno uao se deu ainda a necessária atenÇao, simplesmente porque os preços mais altos em relação aos períodos anteriores nos mantiveram descuida dos do problema.

Devemos lembrar-nos também do recursos cambiais que a‘ual- que os mente o café nos proporciona já são insuficientes para as mais urgentes necessidades do Pais.

e fretes, i-esgatar as dívidas í.'

O fascínio dos al

tos preços nominais obliterou nos bra sileiros a visão da realidade Hoje . , a perspectiva de um atônitos, ante sério abalo na nossa economia, temos nos preocupar e, mais do que isso, agir, procurando soluções corajosas e objetivas.

Peço-vos

dever de escusas por esta longa e extenuante citação de algarismos;

^ eles revelam, com certa crueza, as pectos importantes de nossa econo-

r DíCíESTO Económito 24 1 t
r
í
Em média, desde 1949, a exporta do café nos tem garantido cam- çao biais suficientes para pagar 50Vc do nossas compras no exterior. Mas isso só em tese, pois na realidade as tran sações do país com o exterior não so resumem só na troca de mercadorias. É preciso remunerar o capital estran geiro aqui investido, pagar “royalties contraídas no exterior e atender seus sei’víços de juros; finalmente, pagar as importações de entidades públicas. Êsses encargos absorvem de 20 a 25% de nossa receita proveniente das exportações. Uma boa parte dessas despesas deve ser deduzida da recei ta obtida pela venda do café. Assim f}

sendo, chegamos à conclusão de que, na realidade, a rubiácea não pode fi nanciar mais do que 40% de nossas compras. Ora, essa porcentagem, por borar planos de tôda a natureza que coincidência, corresponde exatamen te à parte que cabe aos produtos ali mentícios e aos combustíveis na pau-

mundo sando a incentivar em do o consumo de nosso café.

É preciso, sem mais tardança, elapossibilitem oferecer ao nosso cafeicultor reais estímulos, para que, sem entraves e sem proibições, possa êle aprimorar e modernizar a técnica da ta das importações.

Como haveremos de equilibrar nos sa balança cambial, necessitando o país de comprar equipamentos, má quinas, matérias-primas, produtos semimanufaturados e tantos outros ar tigos, que, em conjunto, asseguram a marcha normal de nossa economia, e que representam 60% das impor tações normais?

lavoura. -

O café reclama, pela importância que tem na economia brasileira, me didas eficientes e realistas. Se-ini ciativas sadias se concretizarem, no.scafé continuará a ser o esteio da nossa prosperidade.

so veis as Diante da realidade que os númedevemos criar nova Há mais de um século revelam, frontamos.

O quadro que traçamos sobre al guns aspectos da nossa economia não implica em considerarmos insuperádificuldades com que nos de-

A conjuntura lança-nos <( mentalidade, que o café vem sendo o alento do BraHá mais de século que o café

ros sil.

um desafio a que devemos responder com uma ação inteligente e enérgica na ordem econômica, sob pena de ver-

tem sido o nosso sangue, o nosso oxiNesse período, tôda a vida gênio. mos perecerem as nessas mais caras de rápido e firme desen- esperanças brasileira se manteve e se expandiu nossos cafèzais e ao he- graças aos volvimento, condição da melhoria de vida do povo e da paz social.

roísmo silencioso do homem da terra.

MEDIDAS EFICIENTES E REALISTAS

Aos que se deixem dominar por aniquilador e infrutífero pessimismo e cruzam os braços ante as dificulda des deste momento de nossa história, atitude de demissão e fatalis- numa

mo, aconselhamos que passem em re vista tôdas as possibilidades que ofenossa extensa e inexplorada geo- rece

grafia, que ^ está a desafiar a nossa imaginação criadora e o nosso espí rito de empreendimento.

seu lugar

Na guerra de concorrência para a conquista dos mercados, em vez de cedermos passivamente nosso lugar aos novos produtores, urge, de qual quer maneira; mobilizarmos esforços imediatos a fim de impedir que nosso produto máximo perca o de destaque na pauta da nossa ex portação.

Para esse fim é necessário levar avante um plano em larga escala vi-

Se, com ânimo sereno, comparar mos o volume e extensão das nossas dificuldades com o vasto repertório das riquezas latentes de que somos detentores, veremos que uma atitude

26 Dicesto Econômico
1

pessimista quanto ao futuro é mais . injustificável ainda do que um oti mismo excessivo quanto ao presente.

PRODUZIR ECONÔ.MICAMENTE

A simultaneidade dos problemas é chamada a rc- que nossa geraçao *. solver e sua interdependência e ini' tensidade tornara difícil o trabalho de encontrar um ponto de partida por h onde iniciemos a tarefa de solucionar y nossas dificuldades. A inflação r ritmo acelerado de crescimento, desequilíbrios acentuados de ^ balança de pagamentos, a carência de I capitais, as finanças públicas desor-

*■ denadas, são simultaneamente

V e efeito de um volume global de [ dução em nível inferior às gências.

cm os nossa causa pronossas exiNão basta, porém, produqualquer coisa. O necessário é zir

F-produzir economicamente; é produzir tendo em yista determinado.s objeti- k vos que coincidam com os interesses

L coletivos, e, dada a intensidade que se manife.sta

t ^-esitamos

com a crise cambial, não em dizer ^ que o objetivo

B- mediato deve ser produzir para obter f ou para poupar divisas,

t; As restrições à importação não r uem prosseguir indefinidamente t essa é uma solução r, prazo e jamais

fí, equilibrado um orçamento cambial

condições satisfatórias de oferecer, como é o caso dos combustíveis.

Nas condições atuais e a prazo relativamc*n‘c curto, só nos produtos aírrícolas e nos minérios poderemos encontrai- uma fonte satisfatória de cambiais.

A economia mundial exige quanti dades cada vez maiores de produtos primários e o Brasil está em condi ções de oferecê-los. A transformação industrial das matérias-primas jirocüssa com extrema rapidez, mas o mesmo não acontece com a produ ção dessas matérias. .Alguém já dis se que num frigorífico moderno, algumas horas, se transforma um boi or<> corned bcef, mas a técnica huma na é imiiotente para reduzir de dia sequer o tempo necessário que o boi nasça e cresça, que a indústria de todo o mundo tem sua produção condicionada, não só às possibilidades de consumo, principalmente, ao abastecimento de matérias-primas.

SC em um para Daí porcemo, enconque pono

Nossa tarefa consiste em ti-ar no repertório das coisas demos produzir em condições econô micas satisfatórias aqueles produtos primários de que exista carência mercado mundial.

I custe de drásticas limitações à im ' dunl^^’ atualmente. O duplo desafio que nos ati

popora curtíssimo se pode considerar ra é, de um lado. o probleproduzir ma cambial.

No que concerne aos minérios, produção não é do homem e sim da natureza e a natureza brasileira

a poe sob nossos pés enormes reservas mi nerais, que não temos sabido explo rar. Como se foramos falsos mendi gos, dormimos sôbre imensas rique zas na aparente ignorância de sua e, de outro, produzir importação daqueles que 0 país está em

ç para exportar evitar a para í. produtos básicos O estímulo adequado à produçài* agrícola exportável, após o exame

existência.

Dicesto Econômico 26

das condições dos mercados mundiais em confronto com nessas possibilida des de produzir e a oxploração inten siva dos minérios, cspecialmente man ganês e ferro, Tlevem constituir o pas so inicial de uma maior expansão econômica.

pitais estrangeiros na indústria trolífera, perguntamos; em que pecaso nossa posição é mais vulnerável; ten do petróleo nacional mesmo com a participação de capitais estrangeiros, ou ficando na dependência dos abas tecimentos externos?

nORA DE ATITUDES CONSTRUTIVAS

Embora longo de nós preconizar, de um modo geral, uma restrição às importações, reconhecemos que é contrassenso, carentes de divisas co mo somos, continuarmos a importar em larga escala ])rodutos que pode mos produzir no País em condições plenamente satisfatórias, altura não podemos deixar sem uma referência o problema do petróleo. Infelizmente, tinha razão a Associáção Comercial de São Paulo, quando prog nosticou a incapacidade da Peti*obrás para produzir petróleo em -quantida de ao menos suficiente para nossas necessidades. Esta hora, porém, não é de recriminações e, sim, de atitudes

Ainda é tempo de se

E nesta construtivas,

possibilitar, sob condições adequadas, participação dos capitais e da téc nica estrangeiros ha solução do pro blema do petróleo brasileiro. Àque les que temem a participação dos ca-

a

a esperança compreeno pro-

Ainda não. perdemos de que nossos dirigentes dam, em tôda a sua nitidez, blema e a êle deem, não soluções de magógicas e de falso nacionalismo, mas condizentes com os verdadeiros interesses do Brasil.

0 árduo trabalho de expansão ectínômica do País e elevação do nível de vida do povo brasileiro, exige a mo bilização de tôda a nossa capacidade, inteligência, energia e espírito pú blico, pois não temos o direito de ma lograr ante as responsabilidades que a história nos atribui.

Queremos terminar estas consideuma nota de otimismo. rações com deixando manifesta e insofismável a nossa fé no futuro econômico de nos sa Pátria, mercê de nossa perseveran ça e de nosso trabalho.

Que as forças vivas da Nação, ad vertidas dos graves perigos que as ameaçam, sejam possuídas de uma vontade indestrutível de vencer. Com esse espírito e com a bênção de Deus, o Brasil vencerá.

Dicesto Econômico 27

ALEMANHA RECUPERADA

J. P, Galvãí) i>K Sousa

I^EixANTX) Roma, em avião das Linhas Aéreas Italianas, após bre'5 ve escala em Milão, chegávamos a Frankfurt-sôbre-o-Meno. Os jardins t do aeropofto, seus tanques com belos

gí repuxos, a animação reinante nas I» mesas de chá, todo aquele ambiente ^ festivo numa jornada magpiífica de P sol, dava auspiciosamente as boasg vindas a quem tanto desejava conheP cer a Alemanha de após-guerra, jf Acompanhando o Príncipe de Loet y®"stein, vi Frankfurt, que fôra exfc. tremamente danificada pelos bombarT deios.

ja reconstruída e entregue à .. normal^ade dos seus melhores temCentro comercial ^ pos.

Frankfurt

e bancário, nao se destaca menos pe-

f- ias suas instituições culturais, e a : ^ovimentação das ruas da cidade in, clica desde logo r de um povo i desânimo.

ao visitante a força que não foi vencido pelo , ^ apesar de todas çoes por que passou.

as provaera freqüente contrar na Alemanha cri ■ ticas

en. crianças raquíe jovens abatidos pela deficien●í ol^entação dos tempos da guer- r ■ ra e dos

O Prof. José Pedro Galeão de Souza, cultor do Direito Público, da Filosofia, da Sociologia e da Historia c que em nossas colunas tem publicado brilhante série dc artigos c ensaios, escreveu sòbrc a Alemanha recuperada após uma cxcursão dc estudos à grande Nação.

facilitam imensamente as viagens, e quando se precisa recorrer aos modeiTios trens que circulam pelas fer rovias não se tem que ficar arrepen dido, pois a regularidade, o confor to, o sei*viço de mesa nada deixam a desejar.

Tenho medo de ser um tanto sub jetivo nas minhas impressões. Quan do se faz uma viagem rápida, nem sempre se pode observar com todo cudado, é preciso cautela para não tirar algumas conclusões apressadas, é arriscado estabelecer confrontos juízos interpretativos e críticos.

Mas assim mesmo há certas im_ pressões que manifestam indubitãvelmente a realidade posta diante de nós desde o primeiro momento, a

ordem, o asseio, a disciplina, tradif seguiram M cionais na Alemanha, chamam log

1Z pX meno"s L ® ‘->*1 ^ tei, as do Neckar daquele povo é patenteada pelo i no. Tanto em prankfnrT'

m. saúde, de ben^-estar e da melhor aperfeiçoamento téc? vialid;de alemã

As excelentes estradas de rodagem

1

. .
^
o
ou
' Diziamo com
pessoas de diferentes classes sociais, deixando-as falar, ouvindo suas apre-

ciações sobre a situação política ou econômica, escutando suas queixas, são suficientes para se notar uma disposição que dificilmente se nota, por exemplo, na França.

de, com vitrinas das mais atraentes. Cafés e restaurantes com seus ter raços típicos. E finalmente a majes tosa catedral, contrastando com a pequena igreja de S. Miguel, cons trução do século IX. Sem falar no magnífico palácio outrora do Bispo-eleitor, hoje do Burgomestre da cidade.

Foi em Fulda que se fêz ouvir, dui-ante a tormenta nazista, a voz in victa do Cardeal Faulhaber. Junto ao túmulo do Pai e Civilizador da Alemanha, reúnem-se anualmente os bispos daquele país. Êste ano a reu nião era extraordinária, abrangendo também prelados vindos da Áustria, França, Inglaterra, Bélgica e Holan da, países evangelizados por São Bo nifácio. Entre êles se achava o Car deal Innitzer, de Viena, que foi outro destemido campeão da liberdade da Igreja em face do hitlerismo perse guidor.

Num restaurante de Frankfurt o Príncipe de Loewenstein contava-me alguma cousa da crônica de sua fa mília. Um seu avô, no castelo onde ainda hoje vivem os descendentes, acolhera D. Miguel de Portugal, quan do exilado depois da subida ao trono de D. Pedro IV. Fizera-o por se tratar de um soberano católico per seguido pelas lojas maçônícas. O his toriador alemão Paul Siebertz estu dou bem a época de D. Miguel e a atuação que tiveram então as lojas na luta pelo poder. Siebertz faleceu há pouco tempo e o meu companhei ro de viagem bordava alguns comen tários sobre o tema de sua obra, gi rando exatamente em torno de um período histórico que tanto alterou 0 sentido da marcha cultural da na- Fulda achava-se engalanada para as festas comemorativas. Bandeiras ção portuguesa e indiretamente do Brasil. Mantém o Princípe Carlos de Loewenstein as tradições de família e é hoje o Presidente do Comitê Cen tral dos Católicos Alemães. DirigiaFulda, para as grandes come- se a

morações do 12.o Centenário de São Bonifácio.

Acompanhei-o, no empenho de co nhecer aquela tradicional cidade bar roca, uma relíquia da velha Alema nha, onde se tem a sensação de viAlemanha de antes da guerComo Fulda é acolhedora Hotéis do velho estilo.

vistosas, de côres vivas, pendiam das janelas. Jovens com seus estandar tes simbólicos e bandas de música das cidades vizinhas desfilavam bosamente pelas ruas. garNo domingo, 13 de junho, em meio às celebrações, chegava o Chanceler Adenauer, fa zendo-se ouvir da praça da Catedral.

ver na ra de 14. e cativante!

. recupera¬

da para si mesma, a Alemanha oci dental torna-se agora o baluarte da defesa da Europa.

As comemorações de São Bonifá-

O discurso de Adenauer versou so bre o que constitui sua preocupação européia. Esta constante: a unidade é a obra em que está atual governo alemão. Já em penhado o atualizados nos seus apartamentos cora todo o conforto moderno. Casas de negócio, na rua principal da cidá-

Dicesto EcoNÓRacü 29 I í 1

Adenauer cio vinham a propósito, frisou o significado daquele gi^ande apóstolo^na formação da civilização . européia. E o Arcebispo de Rcims, na véspera, falando na recepção ofi cial do Burgomestre de Fulda, lem brara uma carta de Bonifácio diri-

gida ao rei dos Francos, em que de clarava que sem o apoio destes não teria conseguido vencer os inimigo.s de Cristandade e extirpar o paganis mo. Veemente e patético apelo fazia ilustre prelado por uma perfeita ■união entre a Alema nha e a França na de fesa do Ocidente.

Morat, perto de Friburgo, encon trei-o ab.sor%‘ido nas meditações em torno das origens e do destino da culPublicado o sétimo tura européia,

volume de sua monumental Formation de rEuropc, o qual versa exata mente sôbre os germanos, prepara agora, o derradeiro volume, tendo por objeto o Cristiani.smo. Ninguém mcllior do que este pensador suiço, na placidez do seu suave e bucólico

o enAtra

O vale do Meno, laçando os do Danúbio e do Heno, é o. coração da Alemanha.

vessando suas formo sas campinas, gressar da cidade bar^●oca, contemplando prados verdejantes e as terras muito bem cultivadas,

ao reos eu tinha uma impressão de vi da, de trabalho alegria. e de Certo pânico, que não dei xa de existir entre uia nova os que pensam nu

remanso, ninguém melhor do que o sereno historiador das origens européias pa ra discorrer sôbre o futuro da Europa cheio de interrogações e de incertezas. Com efeito, Gonzague de Reynold parece ter-se feito historiador pela grande preocupação com que se volta para os problemas nngustiosos do nosso tem po. Êle mesmo nos diz que na história foi buscar um melhor

guerra, e o estímulo alemães da sua

Os E a par

conhecimento do homem e uma ex periência mais completa da vida. E que, à custa de muito meditar sô bre o passado, oç historiadores se tomam muitas vezes capazes de pre ver o desenrolar dos acontecimen-

tos no futuro.

recuperação

não tira a força para o trabalho, não se entregam, recuperação material, atestada pela produção dos campos e pelas industrias da zona renana, eu acaba ra de assistir, em Fulda, a um es petáculo magnífico de espiritual.

Quando Gonzague de Reynold recebeu no castelo dc Croissetme sur-

Não é, pois, de admirar que, ou vindo o historiador de D’ oü vient rAllemagne Hitler e queimado nas fogueiras zistas

livro proscrito por na-

— eu fosse conduzido pelo

meu entrevistado, não a considera ções de ordem histórica. mas a re-

DlCESTO EcOKÔMICO I w f
1
*
j

fletir sobre o presente trágico da Europa e sobre o futuro daquela grande nação, colocada mais uma vez nos confins onde se jogam os destinos da civilização ocidental.

Para onde vai a Alemanha?

Quando os hunos, vind. ●; do orien te, caíram sobre o continente euro peu, achavam-se os germânicos na marca ocidental do Império. Hoje, a Alemanha está face a face dos novos bárbaros que ameaçam des truir 0 patrimônio de cultura do oci dente. O maior problema, para Gonzague de Reynold, não é o comunis mo soviético, mas o perigo asiático, e neste ponto se encontra o histo riador suíço com Henri Massis.

Dividida politicamente, está a Ale manha atravessada pela cortina de ferro. Do lado de lá, a Prússia orien tal, com tôda a carga hereditária de elementos inassimiláveis pela cultu ra européia, um misto de asiático e de. europeu. Do lado ocidental, a Baviera g a região do Reno, isto é, exatamente a parte da Alemanha que desde os tempos do ^Sacrô Impé rio sempre se mostrou mais propí cia a uma integração na Europa. Os homens do Reno, com o seu tra dicional bom senso, governam hoje a Alemanha, o que dá esperanças de êxito na política de união euro péia seguida por Adenauer.

Êstes assuntos das horas passadas com Gonzague de Resmold faziamme recordar as comemorações de S. Bonifácio em Fulda. A integração da Alemanha no mundo europeu foi obra daquela grande apóstolo do Cristianismo. Procura-se hoje de novo a reintegração alemã, e diante

da barbárie comunista, suportada pelo poderio asiático, só uma espe rança resta: que o Oriente e o Oci dente' voltem a ouvir o verbo dos apóstolos.

Já me encontrava em Madri quan do os jornais noticiavam a vitória da seleção alemã no campeonato mundial de futebol. Quando passei pela Suíça notei que a maioria dos estrangeiros ali presentes, para as partidas do campeonato, era de ale mães. Não se esperava aquele resul tado da finalíssima de Berna, talvez surpreendente para os próprios ger mânicos.

E um jornal madrilenho estampa va a seguinte manchete: ‘ a soar a hora da Alemanha”.

Voltou

nas Aludia à reupara Paris, procurando uma fórmula que permitisse cumprir a promessa re centemente feita por Churchill e Estamos decididos Eisenhower: alcançar a meta da associação da Alemanha à Comunidade das nações ocidentais, em plano de igualdade”.

àquele fato de um triunfo em competição esportiva, nião de ingleses e americanos, em comissão mista, no Foreign Office, tratar dos acordos de Bonn e

a E comentava o correspondente es panhol ení Londres: “o domingo últi mo registrou grandes triunfos espor tivos e políticos para a nação alemã”.

Recuperada internamente, volta

a

Digesto EcONÓxnco m
^ ^
Naturalmente não se referia ape- «í
Alemanha a recuperar o seu pres tígio na política externa, pois todos bem compreendem que na vanguar da do ocidente está a grande fôrça da Europa.

CAFÉ E A CIVILIZAÇÃO BRASILEIRA

IsALTiNO Costa

IA EXPA.XSÃO ECONÔMICA DO BRASIL

Todo sociólogo dotado de capacidade pesquisadora qi tigar as origens da ra chegará a conclusão dc que elas par tem do café.

le se proponha a invescivilização brasileiA expansao econômica do país, feita, ora Icntamente, vigorosas, reflete a açao constante ^clo indivíduo, desde os tempos heróic^s das bandeiras até a hora presente começo, ao formar-se a nacionali.. ocorreu até economia

por etapas rápidas ora e De d ade. uma -anomalia: que influenciava e oriena política, quando que deveria prevalecer.

ciativa parlicular, do esforço indhidua! (»n associado de homens empieendcdores. A quota de ação dos governos tew sido insignificante c por vezes tumul* tuária c perturbadora.

- nos serviços públicos, portes animados, os caminhos de ferro são criaçõc.s da micxativa priv-ada. O problema imi gratóno em sua fase se resoI\'eu sociedade

ramo da: ta época, particulares.

era a fava o contrário é Isso ocorria o ate Os trans as estradas de rodamais fecunda só graças à iniciativa de particular. uma .^ A instrução no s ciências econômicas. até cerconstituiu obra de institutos

Os dois mais im tes cistabehrcimentos de sional de portanensino profismaior eficiência q

Êsse desenvolvimento, com ciclos de siguais, ora rápidos e intensos, ora mo rosos c algumas vèzes até apáticos, de pendia de vários fatôres. A um desses períodos de maior atividade eficiente J. F. Mormano em sua obra “Evolução Econômica do Brasil” denomina “ERA MAUA”. A idéia foi justa como con sagração merecida pelo notável brasi leiro e ftrlicíssima para designar o pe ríodo mais dinâmico que tivemos de iniciativas e realizações em nossa his tória econômica. Entretanto, um outio período tivemos dc fecundos empreen dimentos com uma repercussão surpreen dente na expansão de nossas atividades agrícolas e que elevou as nossas e.Tportações a algarismos astronômicos e que. por isso mesmo, mcrcce que seja tam bém destacado como aquele da Era Mduá.

ramente e a Esforam fun-

ue primeid^ rr. "O Estado, a Escola de Comercio Alvares Penteado cola Agrícola de Piracicaba, dados e doados por particJlarcs.

I ucio isso assinala I

que o desenvolvi-

mento econômico do'Brasil nas suas orientações, mais seguras e na sua ca pacidade realizadora, é oriundo da íni-

Para uma melhor exposição tran.sportemo-nos para o passado. Estamos no ano dc 1900. Um homem de hvrga visão econômica visita Santos periòdicamente. Pela manhã, assiste, repetidas vêzes, no pôrto, o carregamento de café destinado às cinco partes do mundo. Tôda a nossa produção até aquela épo-

era e.xportada e èssê fato o impressioDas pesquisas a que procedeu e das informações que obteve, chegou à conclusão de que, mesmo dobrada ou triplicada, a no.ssa produção cafeeira

ca na. en-

0

contraria fáceis mercados colocação.

p

ara a sua

Para que‘o Brasil se torne

o o caouro qu<. a pari

uma naçao culta e possa se alinhar ao lado das grandes potências, é imprescindível que constnia primeiramente sua grandeza econômica e isso só ê possível com aumento da produção. Êsse deve sei seu primeiro objetivo. Pensando as sim e assistindo os embarques de fé, êle pressentiu o veio de ■ resolução desse problema traria

tente na valiosa cooperação orientador.i que prestou em obras de grande vulto que constituem hoje um triunfo e.xcepcional no cenário econômico do país.

Não é pequena a partilha do glória qiulhe cabe em um dos maiores dimentos realizados obras do pôrlo de Santos.

so «a economia do país c resolveu cstudá-Io.

Êsse homem chamava-se José Xavier f^arvalho de Mendonça.

Se desejasse teria sido um líder, condutor de homens, um estadista;

um

ma»que

<> seu e.spírÍto não se dei.xou tentar pela política. Homem de linha reta.

transigia em suas concepções mo rais e que não sabia dissimular, dificil mente encontraria nas ^ clima adequado à sua

nao esferas políticas pcisonalidadcPelo temperamento c pelo feitio, êle antes de tudo, um homem de gabinefií. mas homem de idéias, um inimigo da rotina,

era. espírito ciiador. um

Aquêles que gozaram da sua intimi-

dade seu coraçao. Tinha êle uni for

te poder dc atração. Quem dêle aproximava a êle sc afeiçoava. Perten cia, por certo, a êsse número restrito de criaturas, que, .segundo os filósofos c-soteristas, possuem magnetismo pessoal. Como espírito progressista, êle se an fecipou à sua época. Isso é manifesto em algumas das suas criações e está pa-

sc

Êle não trabalhou

empreenem nossa terra: as para o presente: construiu para o futuro de nossa terra. Sociólogo, compreendeu que o pvogreseconômico do Brasil dependia prin cipulmentc da formação cm nossas cs feras mercantis de uma nova mentali ● dado com antenas para absorver idéia.s modtmas e utilizar métodos fecundos.

Com tal propósito foi incansável no de.spcrdício de energias para conseguir n seu desiderato e daí podermos corisiderá-lo, graças aos seus estudos c sna obra nas esferas comerciais, como o mo delador de uma nova alma coletiva ca paz de grandes cometimentos lmmano^

E.ssa tarefa foi extenuante, a joraa da longa e áspera e o triunfo .só foi alcançado após nidcs campanhas.

Nos domínios das letras jurídicas Car\alho de Mendonça está consagrado como o “priimis inter pares”. Codificar — o direito comercial brasikiro, coorde ná-Io c comentá-lo seria uma tarefa de titã. Só uin homem, dotado êle, de sólida cultura, de icleali.smo c grande capacidade laboriosa seria capaz de tciitá-hi.

como no

Essa capacidade, reconhecida por Plí nio Barreto, que a julgava \igorosa c uma das mais notáveis nas letras jurí dicas brasileiras, ficou evidenciada Tratado do Direito Comercial Brasilei ro, que, como afirmou Trajano Valverde, foi a fonte perene onde sc inspiruram todos os demais comcrcialistas bra sileiros. Mas, não é meu propósito tratar da obra do jurista porque isso

,4

Digesto EcoNÓ^aco 38
c cu nic orgulho de ter sido por ela favorecido — confessarão todos, que Car\’alho de Mendonça foi, no seu tempo, uma das figuras mais interes●santes pela sua cultura, pela sua voca ção pesquisadora, pelo .seu amor ao c^'tudo, pelas qualidades superiores do seu espírito e pclo.s peregrinos atribu tos do 1

.si-ria tarefa superior às minhas forças. A vida c a obra de Carvalho de Men¬ donça foram postas cm rclèvo na bri lhante conferência proferida por acjuêle advogado, o segundo nomeado, na Faculdade de Din ito de São Paulo, cm agosto de 19-12. Entretanto, sinto-me impelido a narrar um fato que colocou eni excepcional evidc'ncia o sabor ji dico dac£uclc eminente brasileiro,

í) Clube Amizade de Buenos Aires, desejando homenagear os e tm honr.i resolveu ofercecr-lhes um

1certa vez, seus a.ssoeiados brasileiros do Brasil,

1918 e p(ir delegação dos nossos com patriotas, fni <-it o escolhido para, em resposta ao orador oficial, agradecer acjiiela ret ofjiniraçáo

jtiintada prova do apreço c pila uossa pátria.

Ao cio einpi-iihar-me de tão nobre iueimtbt''-neia. náo ocultei o justo orgulhe (jiio sentira e a doce emoção que experiinenlara, pela forma o pelos concei tos *'om epu- o orador se referira à cul tura brasileira. P* rorando, concluiu

.1- um povo (juc possui cMlisbanquete oscolbeiido para i.sso uma da ta nacional brasileira. Es.sa homenage l‘vc lugar no dia 1.5 de novembro ci¬ M

cie: tiis como Teixeira de Freitas c comercialistas como Càirvalho de Mendonça é um pov-o cjiie atingiu os cumes mai' idlos da civilização.”

Xarrando esta passagem, náo é outn' o meu intuito senão o de de monstrar, com o meu testemunlio, uma coisa cpic nem todos brasileiros saberão: que Carvalho de Mendonça é mais do que um nome na cional. visto que a sua obra é também conhecida c lion rada fora de nossas fronIc-íras.

E’ a partir de 1897 que assinala o surto da produção nos estado, cafedros; é dess \ ● época em diante que surgem| os c-iclos das grandes safras, cuja exportação proporciona va a entrada de avalanches de ouro no pais. Todo o progresso e di-seavol\imcnto econômico dai por diante, até n advento da nova fase d.i lavoura algodoeira, enconlr.i sua origem naquele falo.

As estatísticas das cnlr.idas de café na praça de San tos podem ser invocadas t mo de monstração da exatidão desta afirmativa. No ano co

r\ 3 Dicesto Ecokómjco * 4
.
S
J «MiáH StI CO í

mercial 1896/1897 (de l.o dc julho ●30 de juniio) entraram cm Santos 5.104.486 sacas dc café. Antis dessa época as entradas \ ariaram ontre . . . , 1.125.915 a 3.686.08-1 .sacas.

a Apenas

no ano 1894/1895 atingiram t'.\cepcionalmente a 4.007.3S0 sacas..

Por essa época os preços tinham se elevado, o café era todo exportado isso encorajava os hwradores (pie avan çavam pelos sertões a dentro a abrir novas e grandes fazendas.

Diante do panorama cpie tinha .sob seus olhos o obs(r\'ando a pertinácia e 0 denodo du nossa gente, que se lan çara a empreendimentos tão ousados. J. X. Carvalho de Mendonça, que fre quentemente pa,ssava temporadas em Santos no e.xercício de suas funções de diretor da Companhia Docas, cm uma luminosa manhã de maio, \ isionou, com acuidade singular, em mais amplos ho rizontes, um porvir de grandeza para Sáo Paulo e para o brasil.

A terra era fértil e o homem tenaz em seus propósitos e na sua ambição, Taltava apenas um aparelluunento (pie servisse de ponto dc apoio, onde o comércio e a lavoura, por ôle ampara dos, pudessem, sem temor, confiar na cobcação das grandes safras.

to econômico do país faltam-lhe dua^ eonsas essenciais: capitais e organiza ção.

Na obscr\avão da \ ida paulista, dian te do espírito dc iniciativa dos homens e do arrojo do.s seus empreendimentos èle reconhece fatòrts positi\os locar o país, dentro dc alguns um nível dc riejueza aproximado ao dugrandes c podero.sas nações que lide ram o mundo, juas, para i.sso, mister (pie o país sofresse em ina.s comerciais um processo dc renova ção radical, substituindo os métodos de rotina por sistemas modernos aix*rfciçoadüS.

para coanos, cm seriu suas nor-

Entretanto, não bastaria

e mais para isso scri.i apenas uma legislação adequada; também impresciiulívcl criar no comér mentalidade, capaz d compreender e praticar modernos CIO uma nova proCCS.SOS de trabalho. Êle reconhecia tam bém (lue o ambiente paulista era o mais fa\-orável paru acolher as novas idéia-

(jue tinham por objetivo dotar o pai.: com o instituto de annazéns

enar, ao mesmo tempo, praças, bolsas de mercadorias i\ gistradoras, para, CO aparélho em uso adiantados do mundo, nosso desenvolvimento

gerais '● principais e caixas através désse tríplinos países impulsionar t-‘conômico

nas mai.s o i: as rc

é em Santos que éle resolve lançar .suas idéias, porque esta praça, pelas tradições dc sua elevada probidade conhecida dentro c fora do país pela cultura dos seus comerciantes e vulto d(

Aquela cena matutina do carregamen to de cafés no porto de Santos, como visão übsedante, gravou-sc no subcons ciente de Cur\’alho de Mendonça, fazen do com que se tornasse uma idéia fixa do seu espírito o aproveitamento da fecundidade da terra e do esforço la- suas operaçoes, era a que eslava natuborio,so do homem para o cnríquecimcn- ralmcntc indicada para recebê-lás to da nação. Êle entra em contacto Estudando a economia e a Iccislac-"» com comissários e cxpoiladorcs, com de outros povos, comparando-as entre banqueiros c lavradores. Colhe infor- si, delas escolhendo o que adaptável

maçóes, observa, estuda c medita. Após pudesse ser útil ao país, êle. após^estii pesquisas pacientes chega à conclusão- .dos pacientes e penosos, elabora um an de que para acelerar o desenvolvimen-*' 'teprojeto de lei para criação do insti-

Dwesto Econômico >
/

tuto no Brasil.

Antes de encaminhá-lo

- ao govêmo, convoca banqueiros e co. merciantes que o analisem, confessan do todos que, com tal instituição, novas perspcctiva.s se abriríam para a expaii■são econômica do país.

Todos nós sabemos como as grandes vocações desinteressadas em suas alivi dades nuências encontram, cm nossa terra, in- «pic as perturbam e resistén^ que as embaraçam. Ias e mister uma rara tínácia heróica neditino.

cias

pelo desânimo, porque possuía aquelas , qualidades. Carvalho dc Mendonça ; nou vencendo

V batido na câmara, acabou T- ^ansformando

Para vencéenergia, uma pere uma paciência de bcNão se deixando esterilizar íca anteprojeto, de^ no senado e o seu -se.

„ , - sem uma única altcraçao, no decreto 1.102 dc 21 de t' 1903, aprovado por ^ ™dado. A podido do ‘ f <-amaru Alt anteprojeto, f Em

nounaiiipresidente da e em honra ao autor do votação foi feita de pé! outubro do 1906 funda-so oin r. armazéns

a a > -Santos A/c« jacta eatl ' l’roimilgadü o decreto ’ ve tituição.

irem n,.f ^i-riAIS, logo depois sur

minando os espíritos. Toraaram-se mai' firmes as esperanças sôbre o futuro do café. Em várias cidades realizaram-se comícios dc propaganda aconselhando o aumento das culturas c na capil^d do Estado c<-nlcnas de jovens, integranl;-.s dc uma mocidade inquieta c ambi ciosa, fillio.s dc fazendeiros, cm sua maioria, alguns pobres, mas muitos bem postos na vida, que pennanecendo n.' <-apÍtal pt)deriain gozar do conforto qut ela podería Ibc-s oferecer, atiram-se corajosanieiilc para o sertão para abri rem novas fazendas. Tais moços, cheio> dc nobres inlenç-ões, aspiravam a fazer o cpic fizeram seus antepassados. Impá\'idos, altaneiros, seguiam para o Oeste, para o Sul e para o Noroeste a derrubada das matas e plantio do ca fé. As seduções da capital com os seus c^ncantos c com as possíveis aventuras c prazeres (jue lhes poderíam proporcio nar não os detém. Êles queriam cria^ alguma cousa, queriam fazer nome, as piravam, cm suma, a demonstrar as vir tudes quo possuíam e provar que os mais rudes trabalhos em regiões inóspi tas c sem recursos não os intimidavam.

não material imediat ainda desconhecida

Eram realmcntc moços dc fibra, re bentos de uma raça que — até aíjuela não tinha sido atingida pclü< épocu

ecisava ● ser .. lavoura, de ciência pról ‘ se assenhoreassem das vantagens vinha proporcionar-lhes, - ^ dos títulos representativo

, > o ^ experimentada para quo o comercto o

- quo ela vpliando o crédito ams das mercadorias r nadas e imprimindo, f maior segurança às

e nos em

pr annazeao mesmo tempo, operações mercantis. t Entretanto, na / círculos agricolas. praça de Santos , - conseqüéncia da >. nova lei surgiu desde logo um otimis mo irradiante que, aos poucos, ia do-

SC obteA ins- o, males de uma civilização malsã, ou na denominação de Euclides da Cunha, de civilização pesteada. Centenas dêsses jovens, graças aos auxílios de seus pais e muito.s cm conseqüéncia dc encora jamento e concunso financeiro propor cionado pelo comissariado da praça d'‘ Santos, conseguiam adquirir terras pa ra abertura de novas fazendas o custeie até, a formação das lavouras. Êsse ex pressivo ambiente de amor à aventun» e ao trabalho empolga aquêle homem E ele confessou: a terra é fecunda c o homem laborioso, temos que aumen-

Digesto Econômico !^36 1
í »i

á produção. Ü Brasil liá dc \enccT ^ o Brasil %'cnccu.

De 1880/1881 a 189^1/1900 os nossos

^nibarquos dc café cni Santos, destina dos ao exterior, variavam ánualmentc «●‘ntre 1.200.000 a 6.000.000 de sacas

Daí por dianti-, ;iinda que sofrendo al ternativas, as no.ssas exportações foram Sempre subindo, rci»islrando-se un 1906/1907 13.87-1.000 sacas. Ti\omos depois, oscilações para nu nos e cm ' 1932/1933 caíam a 6.550.000 por moa rc\olução tivos que conheceis:

..ino, os serviços de Ina extinção da Kbre amarela l>ossívis graças aos recursos que, direta ou indiretamente, o café nos proporcionava, do café Foi também a cultura <pie pennitiu à formação de nossas elites, pois, oitenta por cento dos estudantes que passaram pelos ginásios e cursos superiores ou qu<* fizeram .sua '■ ducaçao na Europa ou nos Estados 1 nidos, eram filhos e netos dc laxTaForam os homens do café i undaram ou contribuíram (.ores. que par.i a fun dação das obras pias e hospitais espa lhados por tòda a nossa hinterlàndia. constitucionalista.

Depois, dc 1933/193-1 até 1946/19-17 — com e.vclusão de lun colapso ocoití-942/1943, cuja c.xportação foi apenas de 4.7ÜO.O(K) .sacas — cias re tomam seu impid.so anterior, \uriando entre 8.900.000 a 11.800.000 sacas.

belczamento urbi giene e só foram

Êsse aumento progiassivo nas expor tações ocorria coino con.sc(jüéncia do au mento da produçiu) originada pelas no vas fazendas que tinham sido abertas em virtude da confiança depositada no ● novo aparelhamento da praça, quo am pliara créditos, facilitando financiamen tos e movimentando o valor do café avera inerte.

do cm Vmazenado, que anlcs

Os nossos estadistas c os brasileiro.s <pie alcançaram atividades posição de relevo nas que escolheram, de acôrdo com a sua vocação, cm sua grande par te, saíram das fazendas de café.

fazenda de café dc seus pais que Santos Dmuont se

Foi na inspirou para dar aô

mundo o invento que o glorificou.

O nosso parlamento, que no regime imperial, com desvanecimento nosso, comparado ao parlamento pi la compostura, conduta e

ca

este novo período da história econômido Brasil, poderiamos chamar Era Carvalho de Mendonça. A consagra

ção seria justíssima.

mereceu scr britiinico, elevada cultura de seus membros, A constituído, cm sua maioria, por bra sileiros oriundos da lavoura de café. À república deu o café vários presidentes. Quase todos os movimentos de

era opi

II

O REFLEXO DE UMA CIVILIZAÇÃO

deu opulência, criou a in-

as estradas do A nossa estrutura

Foi 0 café que nos desenvolveu o comércio e dóstría. Foi com o produto da lavoura cafeeira que construímos ferro e as primeiras grandes rodovias, administrativa foi

nião no pais, quase todas as manifes tações dc civismo partiram da gente do café ou nela encontraram o sou mais forte apoio. A propaganda da república os combates pela liberdade de ■nto, a dissidência republicana secreto e a formação do crálico constituem

pensao voto im partido demoprovas exub

erantes do que aqui se afirma.

A campanha civilista

A construção de portos, o

o seu mais forte baluarte, nheceu e os adversários tiveram

Ao escoUier São Paulo

teve Ru pora f

i no café o recoa prova. - cen- oco alicerçada no café. saneamento das cidades, o em-

^ ^*M-vro Econóniicò 3 ■II
I

tral do seu apostolado, para que daqui se irradiasse para todo o país o novo evangelho, Bilac teve em mira a fé c o entusiasmo da mocidade bandeirante, onde formou denodados campeões. Essa mocidade, em sua grande parte, vinha do café.

era daqueles que divide o mundo em “Paris, la pro\ incc et là bas” c não nos considerava como “iin pays de sau\'a-

gcs”.

Os canaviais, to, influíram, até certo ponto, brasileira, mas foi o café, indiscutivel mente, que deu fastígio ao Império. A.s velhas famílias de estirpe que consti tuíam o escol do país e que fornece ram, na

em um passado remona vida monarquia e na república

, grandes condutores da nação, quase tôdas, da lavoura cafeeira. ram os barões e os fidalgos do café. primeiramente no estado do Rio tarde em São Paulo

os eram, Foe mais e Minas

Tinha leituras sobre a no.ssa terra e jA estivera cm contacto com outros bra sileiros. O seu interesse maior era sôbre as grandes fazendas de café, que èle sabia, pelas descrições que lhe fizeram, estartni “situadas cm plena floresta, dis tantes das cidades populosas e cujas mo radias montadas com um luxo requinta do (m nada inferior ao dos palácios do bairro Sainl-Gcrmain, ostentavam em salões bronzes de alto custo, telas seus

Sabia ainda que nessas , que levaram à côrte a galanteria, a fidaleuia ; das maneiras. Os mais célebres salões , °o «10, alguns dos quais ainda tiveram

^Igor na república, eram projeções ou prolongamentos dos velhos solares flu niinenses, '

í rvn I e paulistas. Nesta

l- capital a geração atual ainda alcançou t entre outros, os salões de D. Veridiana

í Prado e D. OliWa Penteado, onde reinavam o bom tom. a elegância, onde il se cultivavam o espírito e a polidez e a conversação constituía um verdadeiEm suma, em todos

originais de grandes artistas e tudo o que o bom gosto e arte, conjugados, po dem apresentar cm uma vivenda de príncipes”, residências solarengas, com parques ma ravilhosos, piscinas e jardins enriqueci dos com os mais belos espécimes dos trópicos e também com as flôres do Mediterrâneo, se reunia, em festas ré gias, saraus e “garden-parties”, uma so ciedade altamente refinada composta dc mulheres encantadoras e espirituais e homens de educação esmerada, viajados e cultos”.

ro enlevo.

]. acpectos, a civilização brasileira, b gime passado através do café.

os seus no reatual, foi alcançada e no

curso se mostrou encantado com um brasileiro, O em so

Não

Essa civilização, essa cultura teve percussão fora do ilustres país e estrange reiro.s a ela se referiram. Em minha peregrinação pela Europa encontrei-mo certo* dia, em Veneza, jovem estudante de com um francês, superior, que fazer relações seu espírito curiose manifestara através de uma infini; dade de perguntas sobre o Brasil.

Interpelado, se não era assim, pondi ao meu companheiro que algu mas propriedades agrícolas, de fato, enquadravam dentro daquele paradigma. Contaram-lhe, também, que algumas das fazendas, além de ricas coleções de arte e mobiliário antigo, possuíam gran des bibliotecas com espécimes bibliográ ficos preciosos e raros, sendo seus pro prietários homens de letras e artistas.

Essa palestra fêz-me evocar, entre outras, as figuras de Eduardo Prado, Jú lio de Mesquita e Lupércio de Camar go. As fazendas “Brejão

resse e "Concei

ção” estão integradas à vida brasileira, consequência da projeção que em os

} Dicesto Econômico 3 h
: *

I

seus proprietários tiveram nas letras e da nossa natureza e das no jornalismo e da influência que excr- çens. ceram na vida nacional. Foi naquele ambiente, na doce tranqüilidade daq\icles sítios, <pie êlcs meditaram a sua obra ou para ali corriam, sedentos de re pouso, depois das (xtenuantes campa nhas pela causa da liberdade ou das justas cívicas pela grandeza da pátria. Aquelas vivendas impregnadas espiritualmcnle do pensam;nto daqueles bra sileiros deviam ser, periodicamente, fran queadas à juventude das escolas, para que ela se nutrisse dos ensinamentos que ê’es doutrinavam c \iesse conhe cer, de perto, os lugares onde aquelas mentalidad..s privilegiadas meditaram o evangelho que pregaram do mais são patriotismo.

nossas paisa%

ncias de bur guês, era, no entanto, dotado de inteligência afeiçoada às cousas do es pírito, possuía uma conversação original e não raro, as suas anedotas “boiitades” davam

um? c as suas rcminíscências do u do bulevar Saint-Michcl. Rem;tidas pelos seus li ebia todos meses as últimas novidades literárias e artísticas.

os Visitei-o freqüentemente e alguia de hospedagem e o encanto de sua consua

Retraído e com aparê clima de Monfmatre o vreiros de Paris, êle rec posso testemunhar a fid vivência.

Estava situada no município de S. Manuel uma das fazendas de Lupércio de Camargo. Era uma das proprieda des agrícolas mais bem administradas díntre as que eu conheei e por isso mesmo era de um alto rtmdiinento eco| nômico. Organização perfeita. Amo roso trato das lavouras. Ótimas ben feitorias. Instalações mecânicas para c i benefício modelarc.s. Casas de colonos bem construídas c dotadas de todo o.' confôrto.

Ao meu amigo franc firmava, em parte, o que

de sonho, uma terra de m

que core1 pouso.

tia a beleza do i Brasil. Possivelmente houve, entre am,, jbos, um romance e isso iustificaria

A casa de moradia, acoUie, ilhos

dora c risonha,

;dessa jovem que êle sen estava sempre aberta encontraram nas

o apaixodescrições da aos forasteiros, durante muitos anos.

Foi ai onde êle residiu, Alem de uma bi ^erto é, no entanto, que o café criou J uma ci\àlização e que ela repercutiu j mesmo fora do país.

^ O café, que foi o sustentáculo da *ção, não pode ser abandonado. Deve\árias escolas de pintura. O seu pro j mos ser reconhecidos por tudo que êle prietário, que cra artista e fizera o curso nos deu com largueza e magnificência dc pintura na Escola de Belas-Artes^ O cônsul brasileiro em Roterdã indo de Paris, ali tinha o seu aiclier e cra ^ um dia, visitar o chefe da casa Leonard das matas dos arredores qu' ■, Uacobson & Filhos, já de idade éle transportava para a tela os aspcctos^ jda, foi por êle acolhido c

Digesto Eco^íó^aco 39
ês fiz referên cias a estas passagens e êle acba\'a minha narrativa interessante a porque con ouvira de tros. ouÊle \âa o Brasil como um país agia. No de■; correr d© nossas palestras, que se re'peüram, descobri que êsse deslumbrai mento Uie fora transmitido pelas descricções de uma jovem brasileira — jnhecera na Suíça, em uma estação de Era através da sensibilidade i
blioteca com milhares de volumes de literatura onde predominavam os escri-1 tores franceses, possuía a fazenda pre-, \ ciosas télas de mestres afamados da<, nano reinanso avançacora as mais

t-

\dvas demonstrações de apreço e sim patia, afirmando-lhe o ancião “que as portas de sua casa estavam sempre aber tas ao cônsul do Brasil, pois a pro-^p.-ridade econômica que desfrutava e lhe pennitia educar os filhos e netos e da*Ihes todo o confôrto, ele a devia ao Brasil, pois, foi com o café do Brasil que constituiu a sua fortuna e ele ti nha de ser reconhecido ao pais que o

E’

naiilc (● se reflete até na queda dos <Ii\-iclcii(los das <“^lradas de ferro. Assisli lima \'f/ no Fslado do Rio à (lo café. desolou, provocando em meo de hra.sileiro e c'Studante dc ao ver ri-duzir-se a cinziis

Foi uni espetáculo ({iieim.i (]tu- m ispírito cconoinía,

lauto esforço laborioso, uina grande ro\oIla confia a inépcia humana.

— III enricjueccu" (1). imprescindível uma vigilância (“ uma defesa dos preços para rjue o café não venha-perecer. O plantador de fé deve merecer do governo tôdas as atenções. Êle tudo nos deu. Temos que ser-lhe reconhecidos comerciante holandês.

FOiri ALEZA DE ÂNIMO DOS PL.A.NTADOKES DE CAFÉ

como o velho

, Seria incrnel que tivéssemos de receber de fora li7 çoes de sensibilidade.

um soldado conibaus frentes contra vário;O fisco, os impostos de exos sucedâneos

, a broca quotas de sacrifício, a escassez de dito. os jiiros altos, as valorizações arti ficiais, a fa ta de braços, as emissões c a propaganda burocrática. ,

resistiu com heroísmo, porque, apesai dc tudo, ele lunda subsiste.

A queda dc prcço.s quando ela reu, determinando a ruína de muitoi ● lavradores, ocasionou o abandono de [ muitas lavouras c milhões dc eafeeiros foram arrancados' to das terras

as creE a todos \ ocorpara o aprovciUunenpara o plantio dc algodã

o resto. me-se a estatística. dos mais produziam café, dução atual

lla\erá ainda paulistas emprestada ao vocábulo na acepção por Oliveir.í \'iana e outros sociólogos? Maverá ain da reprcscnlaiites biológicos daqucl.i raça, posta cm relevo por Saint-Hüairc i; cujas \irtiicles foram c.\altadas por \ári()s historiadores? Haverá ainda cria turas com aquelas mesmas másculas energias dcunonslradas pelos condutore.s de honi-ns da época das bandeiras, pe los empreendedores do pastoreio e fun dadores de currais?

O-s fatos, om sua eloquência la, são p la afirmativa,

ccmlentes daquela mesma raça que drrilharam as nossa.s malas virgens e abri ram as nossas fazendas, criando tura do café, transformando,milagre, o nosso sertão cm vasta civilizada pontilliada de cidades adii tadas dotadas de Iodos os melhor.mio fos modernos e, em alguns m;U'

Estê\‘e em que se fizeram ci casa para awi-

^

í-

{●

nossas exportações” — um inESTÂDo’^“''ÍS“- '>■ 1022, pgs. 36.

liar essas manifestações da atividade huquü assistimos dc perto. Quem criou o Oeste de São Paulo?. . . Quemtornou em uma

mana a criação maravilhosa »

DicESTo Econômico 40
ca¬
O café tem sido tente em tôdas inimigos, portação. ■I
concro er a cuj eomo un rtgiàt m u casos, sujH'-
Forani os dos-
o A broca fôz Toriores a algumas d.is cidades dos ei\ilizados países europeus. \’oga repetir-se, com admiração, o pm grosso rápido com cladis na América do Norte, mas, hoje. não n<’cessÍtamos sair dc
c cereais. munieípios que compare-se a pro, com a de anos passados ver-se-a cm que proporções as colhcita.s foram reduzidas. O fato é impressio-

pioneiro^, ;

nossa io das nos

' '■proindontc o Noroeste ele São Pau lo"... Fú l U os clcsccnclontes daqiic'l('s Nessa COS anos região, onde Iní trinta e pouocorriam assaltos de índios e uma civi- 1 .*n os plantadores de caft'. foram os e :adon;s iniciais de dúslria, foram os fundadores sas estradas dt' fern), foram, om suma. os construtores de nossa ci\ili/.a(,ãn.

Os eontcniporàneos <lo Pereira Baireto, o piopagandisla da terra roxa, co nheceram o descn\ t»l\ imí nto «ápido das zonas servidas pela Paulista, Mojiana ●● Araraquarense c os mo(;()s de boje as.s!stcni ao nascimento das cidadt s na.-»

remavam febres, existe hoje izaçao. Os índios desapareceram ou orani incorporados i\ vida brasileira c mnnerosas cidades, salubres e florcsccniços de ãgua c luz, com cs\ ida ^ teatros e cinemas, com a a social c co

tes. eolas eom servi môreio próspero, com )ancos e casas de modas, com rádio tôdas servidas por camipor estradas de rodaguis, cheias de movimento e vida, ates tam um

e telefones, nbos de fei¬ro o progresso atingido admiruvcl- zonas da Noroeste que se opera fuiminantemente como nas mágicas.

Km 1905, nssísti, cm IBauni, às fes tas com que foi boiruaiageada a e.xpc(lição e.xploradora incumbida pelo gover no do .Estado para proceder aos estu dos topográficos de ttkbi aquela região que nas velhas cartas geográficas esta vam assinaladas com a legenda “terre nos desconhecidos habitados por índios i;)*agens”. r\calizou-sc um “tc-Dcum” na n.alriz local para que houvesse (sxito no arrojado cmpr<.'cndimcnto. Esta cclimcmia, além de sua característica re ligiosa, teve um alio significado socio lógico. Um sacerdote da tribuna pediu “a proteção divina para aqueles homens, que, cm serviço da pátria e da civili zação, iam corajosamente embrenharse no sertão desconhecido, onde encon trariam principalmcnto Irés inimigos: as feras, o.s selvagens c as febres”. Fica va assim histckicamenlc constatado o arrôjo da perigosa aventura.

Um mes depois dos trabalhos inicia dos a comitiva foi atacada pelos índios Coroados, tendo sido gravemente feri do o engenheiro chefe 01a\-o Hiimmcl, que voltou para São Paulo, passando então a chefiar a expedição o engenhei ro Gentil de Moura, que logrou levai a bom tôrmo a árdua c perigosa tarefa.

Ias

cm Baum à marcha

nionto dentro de curto espaço de tempo, inicial da assistí - comitiva na penetração daqueicgiões desconhecidas, trinta c pou cos anos depois, ao alinhar algarismos n valores ali criados pelo trabalho do homem, surpreendi-me, por que eles atingiam a cifras astronômicas.

* * 5|c

A queda dos preços de café consti tuiu uma catástrofe na economia do país (‘ na vida da família brasileira, nando a derrocada de grandes fortunas e a ruína de muitos lares. liuTas

ocasioNão há puquo pintem ao vivo a angústia de chefes de numerosas famílias ^ue ines peradamente passaram da opulência ra a extrema pobreza.

Quando a crise atingiu a sua máxima violência, a la^●oura

pacnviou uma comis.sao ao governo com o objetivo de obter leis de emergência, a fim de que ela nao xiesse perecer. Conta-se que, antes da audiência, interpelado i>elo chefe nuçao de que espécie ele utilizaram os fazendeiros

da transporte se j , - r. , integra\ am a delcgnçiio, o of,cml elo gabiníte Iho respondera que tinham “Packards” e “Rolls-Royces”.

chegado Não vei¬ em

Dk.rsto Econômico il ■I
i
à.

r

resposta do le a pena comentar aqui Registra-se a circunstância ein foi feito o apêlo como característica

a governo. que da transição brusca, de extremo a ex tremo, que se operara na vida dos la vradores, alguns dos quais ocupavam aqueles carros de luxo, talvez pela últiNeste simples episódio ressal ta a pungente verdade: era visível a miséria dourada dos fidalgos do café.

telas do museu do Prado ou assistindo corridas de touros; na Suíça, fazeuui

a tn tanto,

ma vc-z. acciempregos públicos nas secretaouLros departamtn- e em

E a liistória é de nossos dias. Ex-mi lionários passaram a ser intermedíáncs de negócios e a corretores; tiliios do grandes do Império, arruinados, taram rias de Estado

tos públicos.

os angustiou, serviu de pedra de toque. evidenciar a fortaleza de ânimo capacidade de coragem que poshouve um gesto de deses pero. não so registrou um suicídio. Co rajosos, muitíssimos, dentre êles, entrecredores as propriedades agri-

De um dia para outro ficam Y recurso algum, Centenas e centenas d :s. ses homens habituados

SRin ,. -- a um alto paarao de vida, c do qual poderíam dar prova os iiotéis de luxo oa Li praias da moda iropa, as Eram e os cassinos tran, « passageiros habituais dos grandes satlânticos. Os “globe-trotters” viajano pelo Velho Mundo os encontravam em Paris fazendo aquisições nas joalherias da rua da Paz, visitando e assistindo a espetáculos na Ópera ou na Comédia Francesa, às vêzes tam bém

os museus nos teatros de variedades presen

teando as o e as rumas do Forum; em ●é

para c a suíam: não garam aos colas em cuja formação deram os seus melhores anos, o seu enlusia.smo e as suas energias, venderam as suas carrua gens c as suas vivendas de cid.nde e, do I voltaram para o sertão, para nojnvpsfidas e novas realizações. i novo, vas

Acompanhados da família, foram morar \ casas de pau a pique, nas ragiõi s distantes das cidades civilizadas, onde se transferiram.

om para Aí se revelou

mais uma vez o na outrora.

espírito da raça, quo não qurr ser vencida e não se abate adversidade, que possui uma \'ontade de aço e não cessa de praticá-la. Êsses homens são da mesma têmpera dos iJe

E’ isso que explica o prodigio de seus feitos. O prestígio paulisj^j do milagre de seus emprecnclimeu-

vemartistas com flores e jóias... Não perdiam o grande prêmio em Longohamps. Faziam estações em Biarritz e Deauville. Também eram vistos cm Londres tomando chá nas confeitarias Lisboa flanando pelo Chiado e pela rua do Ouro; em Vene za, dando arroz aos pombos da praça de São Marcos; cm Roma. visitando Vaticano

Foram êsses os homens que tambéru criaram a grande lavoura de algodão. Há cincoenta anos vivo ao lado do c.ifé. Entre a minha vida e n vida do café há uma perfeita simbiose, pois. nunca perdi o contacto com êle, que. cm anos seguidos, foi objeto de meus estudos e minlias pesquisas. E isso ocorria em conseqüência de minlvas próprias atividades. Gerente de cas.\ bancária, de fábricas de máquinas agrí colas. de tecelagens de juta, de casas

DlGESTO ECOMÓMJCO 42
esportes de inverno ou bordejando pelo lago Léman... Vc*se, por aqui, que a transição ”*~vida desses homens foi completa. En a calamidade que os feriu e v
tos.
Nápoles, galgando o Vesúvio on percor rendo as rumas de Pompéia; em Milão, tomando aperitivos na galeria Vittorio Emmanuele; em Madxid, admirando as i

comissárias e armazéns gerais, as minhas funções decorreram sempre à margem cio café, descontando saques ele fazen deiros ou financiando-os, vendendo-lhes máquinas de btncfício, fomeccndo-lhcs sacaria e por fim annazenando, \enden- :

do e exportando o produto colhido em suas fazendas.

Eu 0 vi na sua culminância, assistí â sua queda, acompanhei situdes as suas vicise compartilho de suas atribulaçoes.

Digesto EcoNÓi^nco 43
« I I í

como y 5

BRASIL-PORTUGAL

^ visita de um homem público português ao Brasil é acontecimento sempre grato aos brasileiros. A que V. Exa. nos dá a honra de nos fazer agora, sacrificando um pouco do tem po necessário ao desempenho de sua pesada tarefa no Ministério dos Ne gócios Estrangeiros, é recebida aqui uma nova demonstração da .. amizade portuguesa e como penhor de constância das relações fraternais

: que unem os nossos dois países. V. Exa. é um dos mais jovens recrutas f do brilhante grupo de homens que, sob esclarecida direção do eminente rí Oliveira Salazar, presidente do Conselho, vêm modelando o Portugal nof vo. Professor de Direito, advogado

^ militante, tendo a seu, crédito P. rica bagagem de serviços ao paíp.

^ Exa. se viu bem cedo chamado à pas-

;. ta dos Negócios Estrangeiros, onde

1*^ o assoberbam as responsabilidades da hora presente. É para nós motivo " de desvanecimento que V. Exa. as te nha podido, por um momento, passar a outros ombros, a fim de nos dar o * prazer desta visita. Em nome do go verno brasileiro e do meu próprio

■ . peço-lhe aceitar os nossos agradecimentos e nossos cordiais votos de ' .boas-vindas.

Aciiha dc assumir, pela segunda vez, a pasta (Ias Relações Exteriores do BrasiL o notável estadista Ratd Fernandes, cuja longa c brilhante vida pública é reple ta de serviços à nossa terra. Em ho menagem a S. Excia. c ao valoroso poro português, 0 “Digesto Econômico** in sere cm suas colunas o discurso dc saudação do C.hancelcr brasileiro ao de Portugal, o Professor Paulo CunJia.

país se pôs a seu lado na questão suscitada recontemente em torno dos territórios portugueses na índia. A atitude do Brasil se inspirava, de certo, no sentimento unânime do po vo brasileiro, em relação a tudo o que respeita a Portugal, sentimento g que deriva de uma amizade assente em laços de sangue e cimentada atra vés dos anos por atos de grande bodo7 Ía política. Entretanto, por liz coincidência, aquela atitude so i

2)irava, por outro lado, na convicção de que a causa de Portugal encontra va amparo não só em seus direitos históricos senão também nos princí pios de conduta internacional inscri tos na Carta das Nações Unidas pai’a aplicação “erga omnes”.

Aquela organização visa, como sabe, à construção de uma ordem mundial com assento na regra do di reito e num sistema de convivência dentro do qual não há divergência internacional que se não possa resol‘f

Num gesto de cortesia, -que apre.. ciamos também, V. Exa. entendeu dar à sua presença entre nós o signifif" cado de um agradecimento do gover no português ao governo brasileiro pela espontaneidade com que êste jv ; 1 a sr. s ÍV
samsse

ver padficamente. É curial, pois, que a nenhum membro da organização será lí cito abjurar os com promissos que o vinculam aos de mais, só para sa tisfazer seus inte resses, por seus próprios meios. E quando tal ocorre, quando um Esta do regride à fase pré-jurídica da so ciedade e busca fa zer justiça por suas próprias mãos, de acordo com a sua própria lei, aí a comunhão inter nacional se comove alaimiada com o exemplo e insegura em seus funda mentos. E, neste caso, é dever dos demais denunciarem o faltoso, recla marem contra a inobservância da regra jurídica e pi'omoverem, de pú blico, os meios adequados para res tabelecimento da ordem violada. É que os aperfeiçoamentos da técnica, facilitando as comunicações interna cionais, criaram a unidade do mun do e tomaram os Estados solidários uns com os outros. Nada do que ocor re hoje no planeta pode permanecer indiferente a qualquer deles. E foi, sem dúvida, mercê dessa consciência universalista, que se precipitou o mo vimento quase unânime de simpatia com que o' mundo livre se uniu a Portugal na conjuntura que defronta.

Quanto ao Brasil, ao partilhar das justas apreensões do governo por tuguês e ao concitar o ilustrado go¬

verno da índia a proceder, no caso. dos tenitórios por tugueses, com espí rito de moderação e de boa vontade, país o fêz na es perança de aquele govêrno, representando um po vo de vocação cifista, não desouvirá o seu apêlo.

o que pacoconas nao

Falamos como um país que viveu três séculos de vida mum com Portugal; que é a obra-prima do seu gênio colo nizador, do qual herdou o Direito, a Religião'e a Língua, fatores de A civilização e segrêdo de sua unida- ^ de no tempo; e que^ havendo quistado a independência quando leis de fatalidade da história tomaram-na possível, pei-manece, obstante, fiel às suas origens.

seprosperidade pela saúde do ^ . T Pvesidente general Craveiro Lopes, e pela felicidade pesP , r K .f- ^ -"hora . Paulo Cunha.

Dioesto Econômico 46
Convencido, pois, por experiência própria, de que não se suprime pela força uma presença . civüizadora de quase cinco séculos, o Brasil arden temente espera que as diferenças que ora extremam Portugal e a índia possam resolver-se em têrmos de con ciliação, de boa convivência e de paz. É animado dêsse sentimento, nhor ministro, que tenho a honra de brindar pela crescente da nação portuguesa, Exmo. senhor J

Facções políticas, máquinas eleitorais e partidos políticos

teoria de Sir Ifcnrs' Summer Maine de (jue os partidos políticos são a consefjüència dc um inato espírito combati da humanidade. certo, de outro

\-o mo i P 4

ocidente.

pnopoNHO-ME discutir o partido políj - tico sob dois dc seus aspectos. i - Procuro, primeiramento, determinar em linhas gerais as condições necessárias à r existência de um sistema partidário, nos moldes das grandes democracias do Examino depois, brevemen te, uma fase do desenvolvimento dos . partidos políticos — o aparecimento e a dominação política de máquinas elei- torais.

y conumidade, f no Êsse

início, possivelmente, os pargí tidos políticos refletem reais diferenW ● êas de opinião existentes dentro da campo político.

ato nao constitui, contudo, caracterís tica peculiar de partidos políticos, já <100 diferenças de opinião dividem claramente organizações de outros tipos; c. pnncipalmentc, essas diferenças de ^ Opinião não garantem ● c a continuação de dário. o aparecimento um sistema parti-

V

Inlcrcssam-me condições ou los, .sem os cpiais é impossível o requisiaparecimento dc um sistema partidário de mocrático, isto é, de um sistema biparlidário, como o que existe prescnlemente na Inglaterra, ou de um sistema mullipartidário, como o que existe na França.

Lord Macaulay, sustenta a teoria de que os partidos políticos são resultado da diversidado de temperamentos, de filosonas sociais, e de interesses econômicos, ílentro da comunidade; e dá êsse fato explicação da existência dos des partidos políti seu *

.^ Além da superficialidade ● opinião, que me parece óbvia, ela dessa ,, deixa de lado intxplícada a questão fundamental, que me ocupa: a deterroinação das condições necessárias à exis tência de ura sistema partidário deraoO mesmo se pode dizer da

*

Uma das características básicas das sociedades modernas é o seu grande nú mero e a sua extraordinária variedade de grupos organizados. Êsses grupos surgem, com fins e métodos diferen tes, determinados pela inevitável diver sidade de opiniões nas sociedade* livres.

>■
lado, que os iiiUrèsses econômicos atuam dc modo importante, talvez mes cle modo preponderante, na forma rão c na composivõo dos partidos políIÍCÍ1.S, mas parccc-me evidente que a existência dc interesses econômicos não determina o aparecimento de um sist( mu partidário.
Ora, parecü-me que um tal sistema partidário democrático, como cousa dis tinta da luta pelo poder entre facções políticas, só pode e.xistir quando existem concomitantemente: 1) um e.xtenso su frágio político c a determinação do go verno pelo eleitorado, e 2) um sistema dc reprc.sentação, que dá à minoria uma parte do poder político da comunidade.
sua Histonj of na l'^ngland, como granda Inglaterra de tempo
icos critico.

Alguns dêsses grupos são grupos polí ticos, isto ó, o seu fim é a captura cio poder.

Êsses grupos políticos são, entretan to, de duas cspccics: facções políticas e partidos políticos. Os fi-nônienos são diferentes c dois nomes são necessários. ●

— New York: Appleton-Century, 1939. p. 187).

porque e.'^sc elemento — a captura c controle do Estado — é comum ãs facções políticas ticos.

compreensão de

E é essencial para nossa vida política estabelecer distin(.●ão precisa entre èles. Os dois grupos resultam da mesma motivação funda mental, a conquista do Estado; mas di ferem profundamente na sua natureza e método.

O líder político surge, reúne ao seu redor um corto número de adeptos, e uma facção política se formou. As facções políticas lutam pelo poder, pelo eontrõle do Estado; o seu maior ini migo c a facção política que tem o poder político nas mãos. À medida quo .surgem as condições necessárias à exis tência dc formas democráticas, a prin cípio impcrfcitamcnte, firmando-se de pois mais c mais, as facções políticas S{; transformam gradualmente cm par tidos políticos.

Essa definição é insuficiente. o e aos partidos políespécies de grupos políticos SC formam com o mesmo pro pósito e fim. a captura do Estado e o exercício do poder; c embora ê.'se ele mento OS distinga a ambos de outros grupos sociais, êle não os diferencia do outro.

Essas duas um E essa distinção é absolutamento necessAria, já que as condições para o desenvoKimcnto-do partidos po líticos são evidenteinente diferentes da quelas em que \icejam as facções po líticas.

As facções políticas existiram desde tempos imemoriais; elas se apóiam em diferenças pessoais, e derivam a sua fôrça da existência de liderança social, do anseio de poder que impele os líderes. Os partidos políticos, ao contrário, um fenômeno recente, e, para o seu apa recimento e conHnuação, são necessárias dct« rminadas condições sociais.

Êsse processo dc transfonnação não é inevitável; as facções políticas contiexistir nas democracias moderabertamente. Nada miam a iias, embora não

A diferença entre facção polític:. partido político não reside nos detalhes dc organização, que podem ser comuns, nem, como quer Carl J. Friedrich princípios e ideais, que constituem os objetivos de cada

sao a e nos RTiípo na vida po impede também que um partido políti co conserve traços e hábitos, trazidos dc seu passado como facção política, e resultantes de seu incompleto desen volvimento.

À luz desta distinção, que acabei de fazer, são insuficientes as definições cor rentes de partido político, como, por exemplo, a proposta por Edward Mcebesney Sait, e largamente repetida. Segundo êle, o partido político é “um grupo organizado para a captura e o c*ontrôle da estrutura e da ação do govèmo” (American Parties and Electlons

lítica (ConsUtutional Covemment and Dcmocracij — Boston: Little, Bro%vn Co 1941, pp. 304/308). A diferença reside na aHtude de tolerância, que têm os partidos políticos^ uns para com os outros, e principalmcnte na sua dependencia do eleitorado. Ela reside uo fato f “ contrário da facçao poht.ca, é um iastrumento dii vontade popular.

Cada facção políHca as outras facções políticas gas do Estado, e recorre

& considera tôdas como inimi^ todos os

Dicesto Economico 47
I

meios possíveis para suprimi-las. Aqvu

cstil a real diferença, incidcntalmentc,

entre o partido político, instituição do

Estado democrático, isto é, do Estado

representativo e responsável, e o parti-

do político totalitário, instituição nova,

na fonna extrema que assume no mun-

do moderno, c de que o exeifiplo mais

nítido e mais impressionante é o Par-

tido Comunista da União Soviética. O

partido político totalitário, que na sua

forma presente acabei de - qualificar de

e apreas suas características; a origem SC perde assim na história.

*

Foi a Inglatem o pri- tidos politicos. nieiro país qtie adotou um rt'gime rcprcscntati\() c o primeiro tm que surgi ram partidos jX)líticos.

Desde o século XIII, existia já na Inglaterra mn ekitorado, e a gradual emergência e fortalecimento dos parti dos poHticí)S se ligaram estreitanicnte ao aparc-cimento e à gradual extensão do sufrágio político. E’ difícil dizer e.xatanientc <{uando o eleitorado se tomou bastante forte e independente para exercer a sua função essencial, passando a repre.sentar um papel decisivo; do imsnio modo é difícil decidir quais fo ram os primeiros partidos políticos, e em que momento duas facções jwHticas, compreendendo que e.xistiam diç-ões diferentes, transformaram-se gra dualmente em verdadeiros partidos, ini ciando a competição pacífica pelo apoio do eleitorado.

cona ♦■v''

-V I E esta situação de tole rância resulta direta ^ te da '■0

e necessàriamenposição preponderante do eleitovida política da comunidade.

Anterionuente 1832, muito menos da metade dos represen tantes na Câmara dos Comuns eram eleitos

por seus constituintes; o resto, a maioria dos parlamentares, repre

;y A em dessa dependência do eleitora-

■ cio, a e.xistência de um sistema partidá( riü democrático rcqocr um sistema elci-

■ garanta a representação de pelo^ menos um outro partido político, e desse modo a sua sobrevivência sua chance de governar depois de eleição.

A história da Inglaterra mostra cla ramente o aparecimento destas duas condições, concomitantemente aparecimento e a estabilização dos

rado na e a nova com o par2. í

sentava” os chamados rotten ou pocJte/ horoughs. A êsse fato, só êle viciando piofundamcnte a vida política inglèsa. SC ligava o desigual e iníquo sistema da representação, segundo o qual cida des populosas não tinham no parla mento representante algum, ao passo que alguns distritos, com menos de ^'inte eleitores cada um, mandavam cada um dois representantes à Câmara dos Comuns. Entretanto, êsse sistema, asr sim insatisfatório, constituía aparenlcv mente já uma base suficiente para a

existência de um sistema partidário, do mesmo modo que, entre nós, o peque-

Digesto ECONÔ^II' 48
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instituição nova, é entretanto um exem. pio extremo de facç-ão política, " senta todas ' sua *
Os partidos políticos, no Estado de mocrático. isto é, no Estado tativo e represenresponsável f , surgem, todavia, quando cada ^ político reconhece
só grupo que [ os outros têm também t direito à existência e são igualmente l zes de capagovemar

no eleitorado existente, relativamcnte à população do país, constitui base sufi ciente para o aparecimento c o funcio namento de uma forma democrática de governo.

Na Inglaterra, a agitação rofonriista, desde Lockc, culminou na lei eleito ral de 1832, que, baseando o sufrágio no valor da propriedade, aumentou o eleitorado de mais ou menos meio millião dc eleitores e detenninou a redis-

Iribuição de quase 150 lugares na Câ mara dos Comuns. A agitação refor mista não cessou, mesmo assim, mas continuou intensa, feita principalmcnte pelos cartistas, e finalmcnte, em 1867, uma nova lei deu o voto a todos os

trabalhadores urbanos e trouxe uma no va redistribuição dos distritos eleitorais. O processo, uma vez iniciado, foi inevitàvelmc-nte até o fim, e em 1918 tôdas as restrições ao sufrágio foram abolidas. Com o sufrágio universal, os partidos políticos, dependentes agora inteiramen te do eleitorado, e só dele, tomaram-se 0 elemento decisivo na vida política inglôsa, e livre se tornou a cristalização dc opiniões em linhas partidárias. A determinação dos partidos políticos pelo eleitorado impôs o hábito dc tolerân cia; e o sistema de representação, per mitindo a existência de oposição polítieficaz, no parlamento, passou a ascontínua existência do sisca segurar a tema partidário democrático.

Êsse padrão de desenvolvimento, que é nítido na história dos partidos polí ticos ingleses, é típico de todos os gran des países ocidentais. O exame acura do da história política da França, por exemplo, mostra a mesma linha de evo lução. A nossa própria história políticonfimiar a observação feita. ca vem

Em cada caso, a emergência e o forta lecimento de partidos políticos democrá-

licos estão ligados à existência de uin eleitorado forte e de um sistema de representação que garante a sobre\àN^ncia de pelo menos um partido de oposição.

Êstes são os dois requisitos de um sis tema partidário democrático: o sufrá gio universal, ou um sufrágio bastante extenso para permitir a emergência e a contínua existência de um eleitonido forte c independente, e um sistema elei toral que garanta a sobrevivência de oposição organizada.

* 5(5

Êstes dois requisitos dependem, en tretanto, de qualquer cousa de mais fun damental. E êste ponto vem mostrar a íntima conexão existente entre a po lítica e as outras ciências sociais; vem mostrar que qualquer separação dc dis ciplinas em campos distintos falseia a realidade, pois nenhum estudo se pode cingir a uma única disciplina.

Valores comuns a toda a comunidade política são necessários à contínua exis tência das condições socTais indicadas. Quanto mais homogênea melhor sera o funcionamento do siste ma partidário.

sociedade. a

Por isso, o sistema partidário demo crático e sempre mais forte e mais está vel nos países onde existe uma classe dpminante pelo mais numerosa que tôdas as outras jun tas, e homogênea, de modo -que os grandes partidos políticos, que nela se apoiam, compartilham dos mesmos va lores fundamentais. Em outras palavras, os^ partidos políticos não se devem iden tificar com classes sociais distintas e antagônicas, que tenham valores sociais diferentes; quando isso acontece, êles se tomam intolerantes, e um dêlcs. no poder, suprime os demais.

dominante. número.

Diosaro Económicí) 49

I seu sentido mais lato, êlcs se organizam como grupos distintos para compelir f pelo controle do Estado, mas funcionam I também como fatôres de integração.

" reunindo dentro do si grupos sociais di\crsos.

Nas sociedades modernas, onde esta f grande classe se formou, como a Ingla terra, a França, e os Estados Unidos,

Quando os grandes partidos se for mam dentro da me^ma grande classe dominante, tomando o termo classe no para citar só alguns, é sempre possível H om princípio que as tensões sociais, Sempre presentes no mundo moderno, 1 aquela integração de fundamentais.

valôrcs

Na medida, entretanto, que se preser\’a o acordo bitsico, ^rsiste o sistema partidário dtinocrátit'o. O próprio sistema partidário é um eJemento de preservação de valores

ein sar si.slcma co¬ muns.

Na França, entretanto, à piimcira \ ista, parece rpic náo existe esse acôrdf» fundamental cjuanto aos valorts políti, essencial h existência de um siste ma partidário democrático. Na realid.ide, èlc existe e se reve!a no fato de. assembléia, os advogados de pro gramas di\’crsos, ás vezes quase opostos, se uninm freqücntemcnte em blocos e coalizões, para o apoio de ministérios sucessivos. O sistema partidário fran cês se caracteriza pela e.xtrema frag mentação do opiniões e pela conseqüente extraordinária multiplicidade de partidos políticos, da qual decorre necessidade ds coalizões e a inevitá vel instabilidade dos ministérios. Apede tudo, os dois requisitos de um partidário democrático estão presentes — o acordo fundamental en tro os principais partidos, sob o con trole de um eleitorado forte e indepenque está acontecendo na Ingla- dente, e a representação de minorias, ^ trra, onde uma sociedade cxlraordinà- oposição,

moveu dc modo E.sla tendência, que se obser\’u ^ esquerda, sem risco de França, para a exagerada diversidade ● parr^l ^ liderança de um de representação, é entretanto perigo-

° Labour Party, e poderá de sa para esta integração de valores, de mover-se para a direita, nas mes- que estou falando, e pode rompê-la, ‘S condições, sob a liderança de mn coniueada por exemplo com : outro partido, o Conservador. i^ Desse * movimento

Conservadores

^ mente adotam

E' 0 se . _ - um senti¬ mento agudo dc insegurança nacional. Êsse fato tinha sido já notado por ana listas políticos, mesmo antes do colapso de 1940 e da experiência do

para a esquerda participaram e Liberais, que graduale apóiam medidas ante

I advogadas cxclusivamente los Trabalhistas, va Lord Balfour políticas do

goxêmo de

o ptrdeu-se o se,. ^Ção conjunta. A realidade parece ser bem outra, para não dizer 1' que exatainente o oposto é verdade.

Vichy.

que, com unidade fundamental, grêdo de

O sistema partidário é o meio de conseguir a concordância necessária à ação; nas palavras paradoxais de Pendleton Herring, o sistema partidário se para o eleitorado em campos opostos,

No mundo li-

peVê-se, assim, que erraao dizer que as lutas passado eram inofensivas, porque a nação era fundamcntalmente uma so. Errava também ao se queixar d desaparecimento dessa e a fim de uni-lo em ação conjunta (The Politics of Democractj — New York: Norton, 1940, p. 55).

vre, o sistema, partidário é o único meio conhecido de conseguir tal fim

Digesto Económíco ^ 6Ü r
(.os na
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:r J.

Se outros existem, não foram experi mentados, nem dêles existe uma expo sição teórica convincente.

Huring nota que “a evolução do sisIcma representativo e a emergência do nacionalismo estão intimaraente ligados”. Mas o aparecimento do moderno Esta do nação preccdtu o sistema represen tativo de governo de tanto tempo que mo parece difícil estabelecer ne.xo de finido tntre os dois fenômenos. Diz ainda Ilerring que “o governo por par tidos políticos, que se alternam no po der, só tem sido possível onde os sím bolos do nacionalismo e da democracia 'áo aceitos incondicionalmcntc cil., p. 62). Deixando do lado o na cionalismo, que me parece muito dúbio como condição do go\êmo representa tivo, é fora de dúvida que Herring, no trecho citado, confirma a opinião de que o sistema partidário democrático depende da concordância fundamental da nação sôbre valores políticos e da determinação dos partidos políticos pe lo eleitorado. Estas são as bases do -sist<ma representativo no mundo oci dental.

*

* *

em delas.

Ela pode ser definida como uma orga nização que lida com votos. O obje tivo imediato da máquina eleitoral é a produção de votos, que é a condição ' do sua sobreNavência”.

A definição é boa, e a cousa é co nhecida dc todos. A base popular da máquina eleitoral é o seu poder de dis tribuir dinheiro, favores políticos, e em pregos. Explica-se assim o fato eviden te de que a área territorial da na eleitoral é restrita: máqui0 município, quando èlc é pequeno, o distrito, bairro. E isso porque, pela sua própria natureza, a máquina eleitoral atua campo dos contactos primários.

ou o no mais vastas, é preciso conseguir por assim dizer uma confederação de máquinas eleitorais Ora, uma tal organização é mente de fraca artículaçâo, porque cada chefe é supremo em sua esfera e res sente toda e qualquer interferênci tranha, além do negócio nonual de da de votos s de sua troca í

e empregos.

necessàriala es- venpor favores

Cada chefe, na sua esfera seu distrito, ou no senhor feudal em paração não é tão obsurda como pode parecer ao primeiro exame. Exat ^ te como no sistema feudal pvIoI j™®”" dc cada máquina, e entre hierarquia perfeitamente HpP- ●?’ dada nn l.aldade pessoat

arranja empregos, concede favn auxílio financeiro, e em tro trabalho ou o voto de ^

local, no seu bairro, é miniatura. um A comres, dá recebe o sub seu

seu a ordinado. a fôrça PersonaUdade inspiram modo, a máquino Sua

A revista norte-americana Fortune, no volume XIV, 1936, em artigo sôbre Kelly-Nash Pobtical Machine, de Chicago, assim define a máquina elei toral: “Em têrmos de seus componen tes humanos, a máquina eleitoral é um grupo de homens que obedece às or dens do um chefe, em troca de em pregos. favores políticos, ou dinheiro.

o de pa-

I Dicesto Econômico 61
(op.
Para o controle de áreas
Entre eles. o laço é pessoa] desse laço dcpeqde da cio chefe e da confia as suas promessas, grando qualidade do chefe a eleitoral é n inviolabilidade la^Ta.
Êsse sistema passa, na sua evolução, cada país, por fases diversas, e está sujeito a inúmeras perversões. Para terminar, quero examinar ligeiramente uma

Como indicado, a organização parti^ dária no nível estadual e no nível na^ cional pode ser considerada como uma Í rêde dc máquinas eleitorais, cada uma

pondo a sua fôrça eleitoral à disposição dii organização superior, cm troca de r’ empregos, favores, ou dinheiro. E’ impossível, assim, comparar a máquiS im eleitoral com o partido político cojf mo organização nacional; são cjstruturas em níveis diferentes. A única com paração possível é no nível local; e enhuma diferença formal máquina eleitoral e um partido político. Sempre que õ sis^ - tema de máquinas está em vigor, o parpolítico, no nível local, é a máquina eleitoral. Nesse nível, a diferença entre o partido político e a máquina elei toral esta nos métodos e nos objetivos. í>e nenhuma diferença formal existe é porque a máquina eleitoral mais

nesse nível, existe entre uma

é nada que uma perversão do

econòmica. trário. leni por fim a canalização e s expressão das opiniões cio eleitorado.

C) partido político, ao con-

O partido político c o meio de jealizar a vontade do eleitorado, é o ins trumento de governo popular. A má quina eleitoral, entretanto, 6 a negação do novómo popular; a sua base é o ho mem forte, o chefe, cuja palavra é lei. A máquina eleitoral é paternalista, vio lenta qiiaiulí) necessário, e emprega normalincnte a corrupção e a fraude.

Contudo, o aparecimento de máqui nas eleitorais c só uma fase no desenvT)!vimento dos partidos políticos. E é uma fase que pode ser longa, mas que pasO seu desaparecimento é determi nado pela própria existência das dições sociais já discutidas.

sa.

conem s métodos

^ e objetivos do partido políti , quina eleitoral, CO. Na máo contrôle de votos, através da venda ou da troca V progo ou fa\-or, tem por fim real cicio do poder pessoal

por em* o exerou a vantagem

O desenvolvimento político de qual quer país depende de progresso duas direções: na criação de um elei torado amplo c independente e no for talecimento do valores comuns, através dc estudo c compreensão, e principal mente através da ação dos próprios par tidos políticos.

Digesto Econômico 52
1
.

EMPRÉSTIMO DE 60 BILHÕES E O PA GAMENTO DE JUROS EM DÓLARES

^1. acordo com o projeto de lei divulpado no dia 19 de novembro de 1063, pretendo o governo emitir títulos da dívida pública interna fun dada até a importância de 60 bilhões de ciTJzciros.

Tais emissões se destinariam a atender à conversão c consolidação da dívida pública interna fundada c flutuante da União, Estados, Distri to Federal e Municípios.

Complementarmente os recursos provenientes deste empréstimo po derão ser aplicados no financiamen to de obras e investimentos públicos.

O projeto apresenta a novidade de propor o pagamento dos juros e va lor de resgate dos títulos em cheques à vista sobre Nova York com con versão em dólares à taxa oficial de câmbio ou seu equivalente em cru zeiros, na base da médias das taxas do mercado livre, nos 30 dias ante riores ao vencimento do título ou

Os rendimentos provenientes juros, desta aplicação ficarão isentos de todos os impostos *e taxas presentes c futuros.

Para atender aos encargos em dó lares fica criado um emolumento de 3% sobre todos os bens e mercado rias importados, calculado sobre o valor declarado nas respectivas fa turas consulares inchisive fretes, see demais despesas. Essa taxa guros

Lserá cobrada pelas repartições con sulares até que os títulos dêste em-

préstimo sejam resgatados (prazoj dc trinta anos). H

Os benefícios desta lei serão con-® cedidos aos Estados e Municípiosj com a condição de estes não contraí-] rem novas dívidas no prazo de dez 1 anos. ■

Duas excecões apenas são

vistas: jM

1) Operações de crédito por an^ ●ecipação da receita, até 30% da| nrevisão orçamentária e resgatáveisj dentro do mesmo exercício financeira!

2) Operações de crédito destinai das a investimentos reprodutivos. JH

Os Estados serão contemplados naj proporção das respectivas contribui-J ções para o total das rendas federais.j São estes em linhas gerais os prinJ cipais pontos do projeto. n

O assunto que a seguir abordarea mos com algum detalhe é o dos ju3 ros pagos em dólares. q

Os pagamentos de juros em dóla-| res para os títulos no valor de 60 bilhões de cruzeiros representarão um encargo pesado para o nosso Te souro.

Senão vejamos.

Os juros do 3,5% sobre Cr$ 60.000.000.000 atingem anualmente a cifra de Cr$. 2.100.000.000. Como o pagamento destes juros pode exigido em cheques à vista sobre Nova York, seria necessário dispor de 105 milhões de dólares americanosJ Onde serão conseguidos?

Diz o projeto de lei em exam*

*● ser que

1

í com a cobrança de uma taxa de 3%, i parcialmente conversíveis em dólaT em moeda estrangeira sôbre tôdasf res (libra esterlina e marco alemão)

^ as importações brasileiras de qual- excluem o Brasil dessas operações.

> quer procedência. No caso alemão isto 6 feito expllcí-

í ■ Vejamos quanto rendería essa co- tamente. brança: Quais as perspectivas do nosso mórcio exterior? Das suas possibi lidades de desenvolvimento depende-

● A nossa importação dos EE. UU. atingiu em 1953 a Cr$ 6.954.429.000,00

co-

K. todas as importações. Em 1953

5^ ' as importações brasileiras

<Jos EE. UU., 18.197.650.000.

exclusive atingiram a Cr$ Se

. convertermos

nao

estãn total estão incluídos os valores dos ágios) tena us5 963.93,.000. IZZ. seriai adados US? 29.007.930,00.

-40 ^°tal US5 edicãn* /lí ^®®^ítado da seguinte Ç - (11.085.690 + 29.007.930). - acima^d!. como dissemos Se subirão a US$

movimento a partir de 1944:

Importação Brasileira do Exterior 1944 a 1953

■ US$ 369.523.000,00. ou em dólares a Aplicando sôrao os recursos para o pagamento dos Vejamos qual tom sido esse juros, . bre esta importância uma taxa de ; 3% obteríamos uma arrecadação de US$ 11.085.690 para fazer face ao pagamento de juros, “"tudo.

Valor Cr$. 1.000

7.997.147

8.747.086

13.028.734

22.789.291

20.984.880

20.648.081

20.313.429

37.198.345

A arrecadação na base de 3% sôbre os totais em dólares alcançaria guintes totais nesses anos. os se-

^fazefr° suficiente lazer face a êsse

encargos, apresenum déficit de US$

serem pagos que a ar para s ; tando-se assim 64.906.380.

Se

^ em “ “'antiverem eS 195^ o verificados

^ m„i?; '●aalidamui o maior (US$ 93 914 sioi

●●

moedas que atualmente sao

Arrecadação de sôbre importa 3% ções Brasileiras iiot

as

12.968.346

14.184.463

21.127.676

36.956.607

34.029.535

33.483.374

32.940.696

60.321.640

60.289.667

●r .* Dicesto 64
Anos 1044 1945 1946 1947 1948 1949 1950 1951 1952 1953 US$ 432.278.216 472.815.459 704.255.891 1●231.853.567 1-134.317.837 1-116.112.486 1-098.023.189 2-010.721.361 2.OCO.655.243 1●359.671.783
37.178.622 25.152.078
40.787.168 Anos 1944 1945 1946 1947 1948 1949 1950 1951 1952 1953
1 Sf'-
' ri°as m dólares em va¬ ias moedas nao seriam conversíveis.

Dêsses totais, correspondem nos Es tados Unidos os seguintes:

105 milhões de dólares a título de juros?

a

Essa importância corresponde 28% do valor da importação brasi leira proveniente dos EE. UU. em 1953, a 12% da importação em 1962, a 12% da verificada em 1951, e a 28%> da de 1960.

Em relação ao comércio com to3os os países, os 106 milhões represen tam as seguintes porcentagens do valor total:

Aplicando a taxa de 3% sobre os totais em dólares seriam arrecadadas as seguintes importâncias nesses anos:

3% s/ Importações dos EE. UU.

Para que 106 milhões de dólares representassem 3% da importação proveniente dos EE. UU., esta de veria ser da ordem de 3,5 bilhões de dólares (64.750 milhões de cruzei ros) 2,5 vêzes superior ao comércio exterior do país com todo o mundo em 1953.

Em trinta anos seriam pagos juros num total de 3 bilhões 150 milhões de dólares, além dos 3 bilhões ne cessários para o resgate dos títulos dêste empréstimo. Se aproximarmos estes dados dos valores da importa ção brasileira, apresentados cio dêste trabalho, verificaremos o quanto é fantasiosa e distante da realidade a cláusula que estabelece êsses pagamentos em cheques à vis ta sobre Nova York.

no ini-

Como é que coni uma arrecadação

Há ainda o seguinte problema: diz o projeto que os títulos poderão resgatados em dólares, feita versão à taxa oficial de

US$ americanos dessa ordem po dem os poderes públicos assumir o de pagar anualmente gente na data da publicação da lei

ser a concâmbio viem compromisso

í;.1 Dicesto Econômico 66
Importação Brasileira dos EE. UU. Valor em US$ Valor Cr$. 1.000 Anos 4.894.619 4.749.037 7.583.485 13.975.157 10.875.787 8.770.419 7.004.64G 15.^63.462 15.843.200 6.954.429 264.574.000 256.722.702 409.918.108 755.413.891 687.880.373 474.076.702 878.624.108 841.268.216 856.380.189 375.915.081 1944 1945 1946 1947 1948 1950 9,6% 1949 1951 6% 1950 1952 5% 1951 1953 8% 1952 1953
USS Anos 7.937.220
12.297.543
1944 1945 1946 . 1947 1948 1949 1950 1951 1952 1953
7.701.681
22.662.416 17.636.411 14.222.301 11.358.723 25.238.046 25.691.676 11.277.452

1

em análise.

Ficaria assim asseguE rada para sempre, aos tomadores

[i dêste empréstimo, a taxa oficial dc 1 Cr$. 18,82 por dólar, mesmo que, na época do resgate, a taxa oficial de câmbio fôsse de Cr$. 30,00. O mes mo súcederia com o pagamento dos 'F jui-os. Parece-nos tratar-se de um absurdo evidente.

li %

O desvio de 3% das divisas da baç lança comercial para a de serviços financeiros teria . qCéncias danosas

^ nomia nacional.

tal de Cr$. 1.620.000.000,00, tendo sido pagos juros antecipados no va lor dc US$ 1.175.000,00. Esta ir.iportância corrcsponrle a 44% da mé dia semanal de dólares americanos oferecido.s na Bolsa Oficial de Va lores de São Paulu no primeiro se mestre dêsto exercício e a 11% da média mensal.

Se fôsse intenção do Governo co locar Letras do Tesoui-o até o mon tante de 4 bilhões de cru-

^ tras do Tesouro, emitidas neste ano, adotou-se tam bém

consena ecoNas Lea prática do paga

mento de juros em dóla res (no caso, antecipadamente).

(. mento não foi prevista nhuma

Para êsse paganearrecadação espeé evidente que recursos só poderão vir das :

zeiros, isto representaria um encargo antecipado de US$ 2.901.000, quantia superior à média semanal oferecida em São Paulo. Outro aspecto que pode apresentar interesse é de se saber qual seria o montante do

o cnipréstimo

a ser atribuído à conver são G consolição da dívi da e o montante a aplicado ao financiamento de inves timentos. 1

ciai, mas os promesmas divisas pr

oporcionaexportação, com o mesmo inconveniente de diminuir as possilíidades de importação de mercadonas.

ser

^

locadas Letras do

União

haviam sido T

coesouro, num to-

Estados e Distrito Federal'’

Municípios das Capitais

total ...

/i! 5^ dezembro de 1952.

/o! dezembro de 1951.

(d) bo conseguimos os dados dos dezembro de 1951

Vamos a seguir apresentar alguns dados sobre o montante da dívida fundada e flutuante do país convertida e consolidada.

a ser conse-

A dívida consolidada inteima é, se gundo os últimos dados que giiimos reunir, a seguinte:

çj.g

14.256.891.000,00 (2)

2.256.542.000,00 (3)

Cr$. 26.963.646.000,00

municípios das Capitais, em 31 lie

D’('.iwTO Ef:oN*ô>nco 56
<3as pela
.
I I'
A diferença está r nitude da diminuição, informação do Banco 22 de I'
apenas na magSegundo uma do Brasil, até
Cr$.
Cr$.
r'
10.450.213.000,00 (1)
1

se apres Estado cie São Paulo

enta nos segruintes níveis:

Estados e I). Federal, exclusive S. Paulo Cr$. 11.124.036.000,00 (1) Cr$. 11.094.895.000,00 Cr$. 21.680.000.000,00 (2) (3) TOTAL . CrS. 43.898.931.000,00

(1) Em 31 de dezembro de 1952.

(2) Em 31 de dezembro de 1950 (não temos elementos para saber nio terá evoluído).

(3) Em 31 de ugôsto de 1953.

De acordo com os têrmos do projeto de Ici em exame, os Estados ou municípios jioderao realizar operações de crédito para antecipação de recei ta até 307o da provisão orçamentária.

A

orçamentárias

sao:

exclusive

(1) Receita prevista para 1954.

^

1

(3) Receita jjrevista para 1954. 1

(2) Receita arrecadada em 1950. Não tomamos dado mais recente, porque o totol da dívida flutuante desses Estados e D. Federal que tomos se refere àquele ano.

Aplicando a essas importâncias o coeficiente de 307e, teremos os limi tes máximos da dívida flutuante interna: 1 1

União

■f 1

Estados e D. Federal, exclusive

Est. S. Paulo

E.stado de São Paulo

Cr$. 2.823.660.600,00

3.969.000.000,00

I vi

TOTAL Cr?. 20.653.323.300,00

A importância da dívida flutuante que ultrapassar êste limite deverá

^

4 J nao J

A dívida flutuante da União estaria dentro dos limites da nova lei havendo por conseguinte necessidade de consolidá-la.

r DíGEbTo Econômico 57
I
União
A dívida flutuante intei*na
COs previsões
União
Cr§. 46.202 Estados e D. Federal,
Est. S. Paulo .209.000,00 (1) Cr$. 9.412 Estado de S. Paulo .202.000,00 (2) Cr$. 13.230.000.000,00 (3)
TOTAL CrÇ. 68.844.411.000,00
Nestas condições, de acordo com as respectivas previsões, o montante j da dívida flutuante do país terá um limite como adiante veremos.
conhecidas
Cr$. 13.860.662.700,00
Cr?.
.ser consolidada. '
Quanto aos Estados, a situação seria a seguinte:

D. Federal, exclusive Estado de São Paulo (dados re-

I) Estados e ferentes a dezembro de 1950).

Dívida flutuante

Menos 30% sobre previsão crçamentária

A consolidar

Cr$.

11.094.895.000,00

2.823.660.600,00 Cr$.

Cr$.

8.271.234.400,00

II) Estado de São Paulo (dados referentes a 1954).

Dívida flutuante

Cr$. 21.630.000.000,00

Menos 30% §ôbre previsão orça mentária Cr$.

A consolidar

3.969.000.000,00

Cr$. 17.711.000.000,00

A dívida flutuante a ser consolidada seria do sepuinte vclume:

União

Estados e D. Federal, exclusive Est. São Paulo Estado de S. Paulo

TOTAL

CrS. 8.271.234.400.00

Cr$.

17.711.000.000,00

Cr$. 25.982.234.400,00

Em resumo, o empréstimo viria atender aos seífuintes encargos;

Conversão da dívida fundada in terna (União Estados e Mu nicípios)

Cr$. 26.963.646.000,00

Consclidação da dívida flutuante interna (Ests. e D. Federal) Cr$. 25.982.234.400,00

TOTAL 52.945.880.400,00 Cr$.

● Como o empréstimo solicitado, é de 60 bilhões de cruzeiros, haveria um ^ saldo de cêrca de (1) 7 bilhões de cruzeiros para aplicação em obras e investimentos públicos.

(1) Empréstimo Aplicação em conversão e conso lidação da dívida interna . Cr$. 52.945.880.400,00

SALDO

O pará^afo único do artigo 3. f- estabelece que

^ laçâo na data da publicação desta lei serão recebidas

o <( os títulos em circupara conversão

CrS. 60.000.000.000,00 7.054.119.600,00

Cr$.

ou troca pelo valor médio de sua co tação nas Bolsas do país, durante o ano do 1953". Visto como os títulos públicos são

I. Digesto Econ-ómico r 58

geralmente cotados abaixo do a parcela do empréstimo de 60 bi lhões a ser aplicada na consolidação e conversão da dívida interna deve rá ser menor do que o resultado que apresentamos acima, dos títulos fosse cotada à razão de 7090 de seus valores nominais, essa parcela seria de Cr$

par, Se a média 37.062.116.280,00 (707o de Cr$. .. 52.945.880.400,00).

ções, a importância destinada a apli cação em obras e investimentos pú blicos se elevaria a Cr§

Nestas condi22.937.883.720,00.

Parece-nos que a parte destinada ao saneamento do mercado de títulos públicos pode ainda ser reduzida, em virtude da condição incluída no artigo 4.0 a saber:

Art. 4.0 — A participação dos Es tados nos benefícios desta lei, inde pendentemente de outros fatores a serem considerados, terá por base as respectivas contribuições para o to tal das rendas federais.

Com todas estas limitações, pare ce-nos que o projeto teve em vista principalmente lançar um emprés timo para financiamento de obras públicas e complementarmente para a consolidação e conversão da dívi da interna.

CONSIDERAÇÕES GERAIS

0 projeto teve a intenção de pos sibilitar o saneamento do mercado de títulos públicos nacionais. Sôbre êste assunto é preciso salientar os seguintes pontos:

1) Se o mercado dos títulos não oferece capitais aos poderes públicos

6 porque estes não cumprem com suas obrigações, caso seria que estes pagassem pon tualmente.

A solução para o

2) Já existe no Senado um proje to de lei em discussão que reúne to das as emissões federais de 139 auto rizações em 4 tipos de títulos, novo projeto ignorou. que (Projeto 1.691/52 — E de fevereiro de 1952).

3) O artigo 5.o estabelece verdadeira ditadura da União sobre finanças dos Estados

o uma as que quiserem consolidar ou converter suas dívidas internas, como pode ser verificado pela transcrição a seguir:

Art. 5.0 — Os benefícios desta lei só poderão ser expedidos acs Es tados e municípios que, mediante lei especial, se obrigarem a não contrair novas dívidas dentro do prazo de dez anos, a contar da data de blicaçâo”. sua pu-

O paragráfo único dêste artigo pode dar margem a uma confusão, pois estabelece:

Excetuam-se das disposições dês te artigo as operações de crédito antecipação de receita até 30 to da previsão orçamentária táveis dentro do mesmo exercício fi nanceiro, bem como destinadas a investimentos reprodu tivos.

por por cene resgaquaisquer outras

Qual é a operação de crédito que ficará vedada aos Estados benefi

ciados pelo projeto? como se defina U Z Dependerá de investimento reproo que o projeto não faz. Mais tarde, depois de projeto, se cuidará de Conselho ou

dutivo”.

aprovado êsse nomear algum criar qualquer Autar-

Dicesto Econômico 5d
¬
4

■ quia incumbida de estudar o assunto, de analisar cada caso em parti- ou

dêste empréstimo do imposto juros de renda e quaisquer outros impostos e taxas presentes ou futuros, conforparáffrafo 2.o do me determina o r cular.

t 4) Reunindo pràticamente todos M os títulos em um tipo único, o pror jeto vem suprimir a diversidade dc L aplicações para o capital financeiro. [** 5) As vantagens oferecidas (juros í' e valor de resgate em dólares) não t são de molde a tranqüilizai-nos, t pois pode provocar grandes especuI lações com esses títulos, desviando ● para êste setor capitais das ativida^ des essenciais ao desenvolvimento ; do país.

6) Seria necessário examinar se ► e possível juridicamente isentar os

Artigo 2.0 do projeto em análise.

mercado financeiro teria cona nossa

[ifllIlUL.MLWpw A, DtcKSTO Econômico ■ 60
7) Finalmentc, a cobrança de um emolumento dc S^/o sôbre o valor das Brasil mais des- cxportaçoes para o posas, redundaria numa diminuição da mesma magnitude em nossas pos sibilidades de importação. Num moestamos empenhados mento em que na máxima utilização de nossas camdosvio dc 39Ó de seu valor biais, o para o seqüências bem desagradáveis sôbre balança comercial. r 4 b

A nova política econômica do Brasil

Hahuosa da Silva (Chcfc cb Dep.rt;.m..nl„ Econômco e Consuhr do Ministério das ivciaçücs LiXtenores).

A coMPLExTOvVDE da vida econômica oriunda do desenvolvi mento acentuado da civilização in dustrial passou a exigir nas relações entre os povos maior consciência e . preocupação para com os problemas internos e externos que condicionam 03 fenômenos de produzir, distribuir e consumir a riqueza.

0 progresso tecnológico, além de impor um dinamismo e uma vertigi nosa mutabilidade nos processos de produzir para a satisfação das neces sidades humanas, gerou um tipo de produção cuja característica senão principal, pelo menos das mais mar cantes, é a exigência de amplos mer cados de consumo. A má compreen são desse fator gera o paradoxo dos nacionalismos estreitos, que, a pre texto de preservar e fomentar rique za, termina por levar as nações a cingir-se a seus relativamente peque nos mercados. Passam, então, a im portar e exportar problemas e difi culdades...

Vivemos num mundo onde os fenô menos econômicos desempenham pa pel de suma relevância. A interde pendência que hoje existe entre as diversas economias nacionais realça a função superior do comércio inter nacional no sentido de permitir a interpenetração dos mercados, facultanLdo a expansão econômica universal e permitindo a elevação continua do

padi'ão de vida das populações dis seminadas pelo globo, munho da importância que assumi ram

Como testeos fenômenos econômicos na vida hodierna, aparecimento, ao desdobramento e ' ao aperfeiçoamento de vários orga- , nismos internacionais, que refletem ! esforços coletivos para racionalizar, mediante adequada equação dos problemas pertinentes, as relações so ciais e econômicas entre grupos hu manos.

temos assistido ao

O Brasil participa ativamente desPenetra agora na era sa evolução, industrial, aproveitando, de um lado, a experiência de povos que mais i avançaram nesse terreno; sofre, de outro, as deficiências próprias da de- i fasagem que daí decorre. Contamos ' com recursos, em potencial, de gran- ^ de magnitude, que desejamos apro- ) veitar e desenvolver; ressentimo porém, de meios apropriados escala necessária

-nos, 1 e na para executar a empreitada, sem o risco de compro meter em demasia o bem-estai* atual j da população. Possuímos, entretanto, ,i um elemento de valor insofismável nessa época de produção em massa: ^ um grande mercado de consumo. E" ■ êsse elemento, cuja simples menção i por vezes surpreende a alguns, que , nos oferece o grande, o maior trun- ' fo para obtermos a colaboração da- ' queles que dêle necessitam e que nos ●

querem como pensador.

auxiliar, recebendo em troca, de justiça, um tratamento comobservam na

As preocupações dos provêrnos e entidades especializadas internaciotêm voltado para êsses dois nais se

Os desníveis que se participação dos diversos países na renda mundialmente produzida, agra vados pela hecatombe que há pouco atingiu a humanidade, vêm exigindo um esforço coletivo apreciável para interpretação e solução dos novos problemas que surgem a cada instanE a divisão política do mundo atua como um complicador das re lações econômicas, já de sf comple-

fenômenos e, a despeito dos esfordespendidos, há que admitir que ambos continuam a resistir à boa vontade demonstrada para sua soluàs tentativas realizadas com Não seria ● leviano acres-

ços çao e este fim.

centar-se que, de certo modo, são êles mais conseqüências de que causas. Exigem, todavia, dos responsáveis pela política econômica dos vários países, grande habilidade na condudos negócios monetários e camAceitar sua existência como çao biais. xas.

te.

Estamos presenciando à recupera ção maravilhosa de alguns países duramente castigados pela A contribuição de algumas para êsse fim foi realmente uma afirmação do que podem realipovos quando se propõem a

guerra, nações mais zar 03 estender as mãos uns aos outros.

Estamos presenciando, também, ainda que em escala mais modesta, ao desenvolvimento dos países de débil estrutura. No caso dêste, a luta mais pronunciada ainda reside conceituação e aceitação dos princípios que deverão orientar e con duzir a transformação.

Ambos os movimentos, sem embar go, têm sido afetados por graves didiculdades, em parte oriundas do próprio estágio econômico do mundo atual, caracterizado pela existência dos desníveis citados, bilidade de grande número de moe das e, freqüentemente, o tardio ajus tamento das normas bilaterais às trocas comerciais têm atingido de modo severo o intercâmbio ciai entre os povos.

A inconversicomer-

ou

permanente, é abdicar da responsa bilidade que todos temos de procu rar melhores padrões para as trocas entre os povos; negar sua existência desconhecer sua contextura é in correr em uma falta que pode, sutilmente, comprometer. qualquer pro-

grama.

Parte de um todo maior, o Brasil atravessa também fase de agudas di ficuldades.

Um os dores,

de divisas — já secularmente pro nunciada — se aliaram os problemas monetários de ordem internacional

e a eclosão de questões subsidiárias, tudo exigindo das autoridades p mais severa vigilância, além de prontas medidas de defesa.

Por imperativos sociais o país con.

s % DiGESTo Econômico™ 62
na
' y
V (
A expansão econômica dos último® anos impôs pesadas exigências a balanço de pagamentos cuja parcola prepondei*ante de recursos ativ advém da exportação de produtos pri.. mários, muito sensíveis às flutua ções da renda dos grandes compraÀ deficiência do orçamento }; i

apro-

tinua a perseguir o desenvolvimento econômico; porfia no melhor veitamento dos recursos existentes para o fortalecimento da renda per capita; busca atingir aquele nível de capitalização que proporciona o em basamento necessário para um mí nimo de expansão automática em função das poupanças internas.

Nessa tarefa, desempenha papel relevante o comércio exterior. A for mação da renda nacional, intimaniente ligada ao influxo e efluxo de bens comerciáveis, depende tanto da pronta satisfação das suas necessi dades mínimas de produtos essen ciais, quanto do escoamento regu lar de grande parte do trabalho na cional.

Processo desequilibrante por natuo desenvolvimento exige que o orçamento cambial regular — o que 0 país aufere com seu movimento exportador — seja robustecido com outros recursos externos, a fim de se evitar que as ameaças ao balan ço de pagamentos se transtornem em realidade nociva à continuidade do processo de capitalização da eco nomia nacional.

reza

A política econômica brasileira, no ' momento atual, preocupação em assegurar dois pon tos fundamentais: o crédito do país no exterior e o combate à inflação. No primeiro caso, procuram as auto ridades responsáveis equilibrar o ba lanço de pagamento e satisfazer os “atrasados” sido acumulados; no segundo tem-se esfoi‘çado para deter o aumento da circulação monetária e a expansão do crédito bancário, evitando ao mes mo tempo que o processo redunde em provocar mal maior, ou seja, a estagnação de atividades essenciais ao desenvolvimento econômico. Bus cam, assim, equilibrar e nivelar o ritmo de progresso nos diversos setores de atividade econômica. Têm, pela frente, portanto, a vasta tarefa de mobilizar forças para o ataque orgânico, regular e siste matizado às deficiências dos múl tiplos setores da economia nacio nal. Planos já foram ou estão sendo feitos para atender aos seto res fundamentais, ou de base; a agri cultura começa a receber a atenção

caracteriza pela se comerciais que ha\uam

" mb I. b 6S ^ Digesto Econômico

ij que lhe é devida e outras iniciativas tomadas com o fim de dotar o país dos elementos de progresso de que carece.

sao Êsse grande esforço altera gra dualmente a estrutura do comércio i ■ exterior do Brasil, consolida e estiI mula a expansão do mercado inter¬ no, oferecendo aos grandes países

iC industriais perspectivas novas,

E como afirmação do interêsse pelo novo Brasil econômico que desponta, vários daqueles países, apesar de descapitalizados ou insuficientemenf te capitalizados, procuram fórmulas engenhosas para fortalecer

_ sua posiçâo em nosso mercado, estendendonos parte do que obtêm do próprio fiff- mecanismo de formação de capital. Não se explica de outro

modo o ade cum-

a esse respeito o resulque se está obtendo nos enten r,idimentos

trosamento interno e de atuação ex terna, põe-se o das possibilidades que oferecem ao país oi*ganismos como o Fundo Mo netário, o Banco Internacional, o Conselho Econômico e Social da ONU, GATT, o Conselho Internmericano. Econômico e Social e outros; impõe-se utilizar e ampliar ao máxi mo essa cooperação para aliá-la esforço interno, no sentido de forta lecer a economia pátria. Preocupanio-nos, também, em enquadrar venientemente, dentro do panorama preral da política econqmica nacio nal, a atuação nos organismos ferências internacionais que objeti vam regular e disciplinar o cio de produtos específicos.

E’ justo opinar que a ação senão

'i França com a Alemanha, e com a Itália. com a Tôda essa tarefa exige, porém, alem de ativa e criteriosa mobiliza ção de recursos internos, a obtenção colaboração de fora, tanto de tureza privada, quanto pública, j:*. setor público, temos a tratar com os overnos amigos e com os organis. mos internacionais existentes. O Mi nistério das Relações Exteriores, através do seu Departamento Economico e Consular, é justamente o orgao ao^ qual incumbe a articulaçao da máquina administrativa inter na com aquele conjunto de elementos externos de natureza

Segundo essa orientação, immáximo de aproveitamento o ao cone concoinéraqui enunciada não constitui a coordenação e sincronização m-

outras palavras, o adequacionamem to dos processos de fundir, num sô movimento, a estratégia e a tátien conducentes à consecução dos objc tivos do país no campo econômico i ternacional.

Essa responsabilidade vem exigia <?o do Departamento Econômico máximo de devotamento mas estamos certos de 'I 'i I .1

niu e esfôrço. que não nos há de faltar alento para levá-la cabo, pois contamos a sempre com a

des do rtamarati o

regu- proen-

Pruto dêsse apoio e inspiração su perior, o DEC redobrará esforços congregar elementos dos setores com À por

●, i DiCESTO Ecokómioo R4
k f 1,
i
. vento das comissões mistas; pre destacar ' tado ■f ■* Ir. í
da naNo econômica, Cabe-nos preservar o caráter lar G dinâmico dessa articulação, movendo um sistema ordenado de .-y
inspiração e estímulo das autoridae da Administraçà superior do país. Insistentes e repe tidas têm sido as instruções do Mi nistro Rao neste sentido.

petentes para permitir a política co mercial mais agressiva, a fim de cor roborar na obra de ampliar os cados externos de nossos ijrodutos c de robustecer a pauta de exportação. Dai nossa preocupação do tambim porfiar na consecução desses objeti vos visando muito particulaiunonte algumas áreas cujo comércio perma nece pràticamente fechado ao Bra sil. Dentre elas destaca-se a Ame rica Latina.

Nosso intercâmbio com

mos, a Venezuela, cujo comércio com o Brasil é unilateral, já que impor tamos petróleo venezuelano e nada vendemos àquele povo amigo.

Para a implementação do intercâm bio com a América Latina contamos com os acordos comerciais, com o mecanismo cambial hoje mais sensí vel às exigências da flexível, mentos ativos

uma no coa cruzeiros. no vo-

cs povos LaMnos do Hemisfério re presentou, no triônio 1D51-53, participação média do 297o niercio exterior do país. Entre 1950 e 1953, o aumento nas trocas foi sen sível pois, em números abstratos, evolução foi de 5,7 bilhões de cruzeirí^s para 8,6 bilhões de Embora os preços tenham subido, reÇistra-se um crescimento real lume do intercâmbio e maior diver sidade nos produtos intercambiados. A significação desses dados não carece de comentários, já que indica P"r si a possibilidade que existe de ampliação das trocas recíprocas. E^ bem verdade que a maior parcela de nosso comércio com a América La tina abrange apenas três países: Argcn'ina, Chile'e Uruguai; não me nos verdade, porém, ó a existência de outros países de economia em expan-

exportação, por e teni''s, airtda, e positivos os , os pon‘ de observação e de analise as Repartições consuU Missões diplomáticas.

como elono exter*or ares e E poderemos

nos valer sempre dos bons ofici's da CEPAL e do Conselho Interamercano. Econômico e Social, dois órfãos internacionais, que, nos respectivos setores de atuarão, muito poderão auxiliar com esclarecimentos e pes¬ quisas específicas.

com a a enencorajados a que enunciamos:

. , q'^® a atuação economica no exterior devidamente smcrrmzada com a politica interna e fundamental para a materialização 0 máximo rendimento dos de progresso e bem-estar nosso país.

programas social do J

Dicesto Econômico 65 V
mcr-
Na órbita interna, contamos estreita colaboração dos departa mentos públicos de cará‘er econôm?co, de cuja equipe de técnicos o Itamarati há muito recebe a mai^^r e mais proficiente colaboração. S timo-nos, portanto, porfiar na tarefaestamos cônscios de í
í?ao G com os quais p"demos e deve mos estimular o intercâmbio mútuo. E convém destacar, entre êsses últi-

RESOLUÇ&O H.0 99 DA SOMOO

INSCREVEMOS, quando o Sr. Ministro

^ Osvaldo Aranha promulgou a resolução n.o 70, que ela seria pro: visória, visto que cedo os efeitos infla; cionistas dela provenientes forçariam

* novas desvalorizações cambiais, ou

■ melhor, outras resoluções iguais às

1.^ de n.o 70. Tínhamos razão: a resot lução n.o 99 nada mais é do que prosfc; seguimento da que a precedeu e a ^ ela seguir-se-ão outras de teor semeContudo, apesar de ser es■' lhante.

y perada, não deixou a novel resolu ção de causar estranheza nos meios econômicos, não pelo seu conteúdo, mas pela sua inorportunidade.

Ifs cni seus armazéns gerais. A quantidade dc café colombiano não era ))oróm ilimitada e nem o eram os estoques de rubiácea brasileira dos ianques. Um e outro estão chegando ao fim. Apresentava-se agora a oportunidade para o Brasil de ven cer a resistência oposta pelos norteamericanos aos preços brasileiros. A oportunidade seria de curta dura

ção: uns dois meses mais ou menosNesse interregno, entretanto, muita coisa podería acontecer, os acontecimentos evoluíssem E quando em no

De fato, não podería o Sr. Ministro da Fazenda ter escolhido época

● mais imprópria. A política de alta forçada do preço do café, ' Ministro encetou que o sr. em hora tão má

vembro ou dezembro desfavoràvelmente ao nosso país, ter-se-ia último caso o recurso de que ora lan çou mão o Sr. Ministro. Mas, então o Brasil teria gozado das vantagens que dcliberadaniente criaram as suas autoridades.

em . que determinou 0

as consequências de todos conhecidas, deveria nestes proxímos três tos dela esperados. meses produzir os fru¬ A razão é ób-

via no mercado. Em preço elevado do prod 1'^

sileiro, no so as quantidades mínimas para as misturas

tos desenvolveram.

norte-americanos

O Sr. Aranha não entendeu assim c do uma penada jogou por term. o esforço que êle o a praça de San,Colombianos ficaram atônito^

com a medida: como então, no mo mento oportuno o Ministro do Brasi] despreza o que tanto almejara! E' incompreensível! uto braos norte-merieanos dirigiram , s compras para o artigo colombiano K e africano, passando a adquirir Brasil tão r ' indispensáveis

mesmo tempo que utilizar a os ção tão

E’ incompreensível, não há a me nor dúvida: age quando o momen to não é favorável e volta atrás quando a situação é propícia. Dessa forma, as conseqüências de orienta- , ao principiaram com a máxima cautela estoques de café brasileiro existen-

inconseqüente não poderão deixar de ser desastrosas para o país. Para não descer em pormenor®».

I ■ -t?
0 Sr. Osvaldo Aranha forçou .● a cotação da rubiácea a subir no momento em que a safra de café da Co. Jombia entrava face do

apontaremos duas das conseqüências perniciosas que terá a resolução n.o 99 na economia nacional.

Essa deveria

nao nao seria se verirepreço em

A primeira é a redução apreciável (la receita em dólares, se verificar: a cotação do café nos níveis colocados pelo Sr. Aranha poderia se manter. Contudo, a bai xa que o valor do café em moeda americana deveria sofrer tão acentuada como deverá ficar em' virtude da resolução n.o 99. A razão é simples: a resolução n.o 99 eliminou tôda possibilidade de sistência, uma vez que permitiu a diminuição do preço em dólares sem correspondente redução do preço cm cruzeiros. Isto explica ter um jor nalista chamado a mencionada i*esolução o Waterloo dás co tações em dólares do café brasileiro. De fa to, nas circunstâncias atuais, é possível o ca fé sofrer uma redução de 5o% do dólar, sem que o preço em cruzeii’os apresente modificação; aquilo que perde em dólar ganha em cruzeiro em virtude da liberação de 20% das cambiais provenientes da venda de café. Como os atuais pi*eços em cruzeiro são remuneradores, não estarão os produtores dispostos a lutar para obter maior cotação, pelo menos no momento. Se não há resistência, de nada adianta a posi ção estatística do café. Dessa for ma, não é exagero calcular-se redu ção de pelo menos 20% da receita em dólares proporcionada pela nos sa principal mercadoria de exporta¬

Tal perda- pode ser avaliada

ção, om mais de 200 milhões de dólares.

Se não fôsse publicada a resolu ção n.o 99 o que se passaria? preço do café sofreria queda em No va York, não há dúvida.

O Seria po rém reduzida — e isto por dois motiPrimeiro, a situação, em virtu de de se ter pràticamente esgotada a safra dos cafés concorrentes, será favorável para o produtor brasileiro nestes próximos três meses. Segun do, implicando a redução do preço cm dólar cm queda do preço zeiro, os produtores iam resistir à di minuição sensível do preço do café. Assim, poder-se-ia calcular em vol ta de 10% o corte no preço em dólar do café brasileiro.

vos.

em cruEm termos de receita em divisas tal fato significa mais de 100 milhões em dólares do que a provável recei ta decorrente da resolu ção n.o 99.

Poderão nos objetar que o aumento de expor tação do cacau, do algo dão e de outras maté- 4 rias-primas, fala-se até produtos manufaturados, proporcionará divisas em volume ficiente para compensar o que se per deu no café.

mesmo em suHaverá, não há dúvi da, incremento na exportação geral do Brasil, mas a preços em dólares mais baixos do que os atuais, sas condições, não deverá se verifi car aumento sensível da receita em dólar.

NesIsto é evidente, pois o que vai ocorrer com o café deverá se ve rificar com todos os produtos de n.o 99 se exportação. A i”esolução

Dicesto Econômico 67

I

traduz assim cm perda considerável de subs ância para o Brasil.

Existe uma única ju.stificativa paa mcncion.da resolução: impede o incremento da prodcção de café nos países concorrentes. Quando se pen sa, no entanto, que o cafeeiro deman<la cinc'> anos para entrar em produção, vê-se logo a fraqueza do argumento invocado. Em cinco anos muita coi sa pode acontecer.

tos a mais percebidos pelos agricul■ constituem fatores <]ue ativam muito a especulação, particulartores

va-o a terras

Goiás, centros ríodos

ra mente a especulação imobiliária urcultura. Pro- bana e a de terras para tremenda al a de preços das do Paraná, de Mato Grosso e e d.is casas e terrenos nos urbanos verificada nos pe de alta de preço do cafétodos sabem, a especulação

Além da aspecto — diminuição da rocei a em dólares — deve-se consi derar outro í^e importância nao me

as repois ninnor para a economia do país: pc rcussões inflacionárias, guém pode negar favorecer

,, a resoi luçâo n.o 99 o aceleramento da inflaf çâo. ComT a resolução n.o 70, ela vai incrementar em muito em cruzeiro dos produtores de mer cadorias de exportação. A êsse res peito, será mais favorável aos refe ridos produtores do especialmente de café.

a receita que a de n.o 70, os plantadores Èstes receberão em cruzei

para rePara os prociutos o ganho a mais não

será tào elevado., se bem seja supe rior ao conferido pela resolução

n.o ceborão somas cruzeiros, i velmente o que aumentará consideràas suas disponibilidades monetanas. Tal fato repercutirá sôbie os salano cios trabalhadores agrí colas. E, assim, o aumento da recei ta em cruzeiros proporcionada pela

E

, como imobiliária, entre nos, cspccialmente urbana, tem sido uma das princicondutoras da inflação. n pais fórças

Acelerando-se a marcha inflacioná ria, cedo os preços dos produtos bra de exportação terão seus ní- sileiros

veis aumentados. As cotações em dó lar, porém, não estão correlacirnadaa com os preços cm cruzeiros; dessa forma, os produtos brasileiros, para vendidos nas praças in erna- serem

cionais, terão que ser ofertados a pre, ços iguais ou inferiores ao preço do Mais uma vez terá o governo expediente inflaciocusto. que recorrer ao ro o dôbro do que lhes permite ceber a resolução n.o 70. demais

nário e determinador do perda de substância — a desvalorização camIjíqJ — proporcionado pelas mencio nadas resoluções da SUMOC. Por mais que os técnicos, nacionais e estrangeiros, em economia e finan ças, mostrem o êrro da politica go vernamental e procurem fazer as autoridades entender que a única saída para a situação é o combato frontal à inflação, os governantes brasileiros se moslram satisfeitea

.

DICE5TO Econômico 68
.
0. Dessa forma, os produtores p^rapreciáveis em í
resolução n.o 70 incrementará a pro cura efeiva, agravando a inflaçao
com o “modus vivendi” criado pela inflação. Não há dúvida que é o pro cesso mais simples para resolver n curto prazo '●s problemas econômicos e, até há dois anos atrás, não causa-
Não pára aí o efeito inflacionário da resolução n.o 99. Os rendimen-

va males profundos à economia do país, pois o ritmo inflacionário, bem acentuado, era tolerável. De 1952 para cá, especialmente depois da solução n.o 70, rio tomou impulso considerável.

se reo ritmo inflacicnáo

to

Dicesto Econômico 69
Que acarretará, se as autoridades se comprazerem com a inflação, desajustamentos perigosíssimos que muicomprcnieterão o progresso eco nômico e o bem-estar da população nacional. ► /

INTRODUÇÃO A “INVESTIMENTOS

Bkhnahp

o

apenas

sua

Asubslitiiivão, nem mc*- política econômica cie melliorar

nível dc vida do.s povos c um atri buto do Estado democrático e moderAs tendências religiosas ou filosó ficas da humanidade milenar deram transformar nômica em benefício dc cada vez

no.

nao puuma realidade ecoum mimcro antes maior do indivíduos

nio SC poclcria afinnar que o bem-estar <a-ral Icria cnlrado cm estagnação. As populaçõi-s cTcsccni, lei biológica ineviUUxí, c com elas sc reduzirá a parcecabc a cada um. O grande la que

, scr adotadas pela instituição social, que possuía também pô-las.

Êste problema do bem-estar dos r Intimamente ligado ao procos-

a força para impoeis em qíe ter¬ mos o prof Dorival TeLxeira Vieira tabelece esta relação (1):

de o magno

esproeconomia tem sido o acrés cimo do bem-estar dos '● '^dade econômica

problema c, pois, o de so conseguir cblíT em cada circuito conipkto da tjjíxltiç.ão ao consumo um acréscimo dt-' mdimento, o qual, aplicado no .produ produção, permita acresceoaos bens repostos nova riqueza. C> -ilo dc ínvt stir consiste c.xatamenle em. \-ez obtidos esses acréscimos do r. nda, aplicá-los no processo produtípara aumentar u riqueza e.dstentc”.

“Em tôdas as épocas, bíema da

A ati- povos. consiste em um ininr, terrupto cúrcuito de produção de bens, y os mais diversos, era sua circulação de umas^ para outras mãos, e na sua des truição. no processo de consumo, se consumir, a riqueza proporciona ren<^a, a qual, novamente aplicad cesso produtivo, faz

. queza, que se repõe para consumo posçr.oi. Produção, consumo e reposição, ; eis os tres elementos capitais a consi- derar como fundamentos básicos da economica.

Ao a no pro: ressurgir nova ri¬ ● \'ida

Se

, no entanto, a ri- queza consumida fôr igual à riqueza reposta, quer dizer, se a renda, propor' cionada pela riqueza em uso, permilir

'In-

Colocado nestes têrmos, o investi mento ó ainda mais importante para países em estágio de subdesenvoUimento, ou seja, aqueles onde muitos fatôres livres permanecem ociosos, por falta de aplicação, aquéles onde a população consome o que pode, mesmo assim, con some pouco, quer por ser rarefeita, quer principalmcnte por não ser dotada de grande capacidade de aquisição, o que constitui fator limitativo do crescimen-

os

to, da procura e, portanto, entrave ao desenvolvimento da produção. Nos paí ses novos, investir é sinônimo de cres cer.

Dorival Teixeira Vieira ? yestimentos no Brasil". Conferência nro' em’^Belo° Estudos Econôm&os. em Belo Horizonte, e publicada em Di-

gesto Econômico, n.o 109/1953, pág. 81.

O crescimento da economia nacional é uma função do investimento; o nível de vida dos povos depende, também, diretamente deste processo, ri^jo que a di.stribuição mais eqüitativa das ren das e riquezas é detenninadá pela po lítica contemporânea, que se tomou mais social no século vinte. Os fatô-

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e 0

res do crescimento da economia nacio nal, isto é, o %'olume demográfico, o capital disponível, a produtividade do trabalho, o aumento da renda nacional progresso técnico, estão todos impLcados no complexo processo do in-, vestimento.

Êstes fatores do desenvolvimento eco nômico deviam, portanto, encontrar um lugar em uma análise que ti\ esse como fim examinar os problemas econômicos do processo do investimento, Infelizmente, o caráter prático e mais modes to de nosso livro nos impede de fazei esta incursão, que merecería alguns ca pítulos.

É necessário, toda\’ia, abordar, ao me nos superficialmente, um aspecto do qual fala também o prof. Roberto Pin to de Souza (2):

“Quando falamos cm “fatôres de desenvohimento econômico”, entendemos aquêles elementos proporciouadores de progresso dos países economicamente atrasados. Isto nos obriga a dar o con ceito, aliás controvertido, de país sub desenvolvido. Para não tomar parte nas discussões que se travaram a esse respei to, adotaremos a esclarecedora definição de E. Gudin, a nosso ver a melhor de quantas conhecemos: "País subdesen volvido é aquele em que elevada pro porção da população trabalha eni ativi dades primárias, com técnica rudimen tar c baixo nível de renda per capita”.

“No conceito do ilustre economista brasileiro encontra-se o fator essencial do desenvolvimento econômico — a necessi dade de modificar a técnica de produ ção, De fato a baixa renda per capita é devida à técnica deficiente, que impos sibilita a produção dc bens cm quanti¬

dade, após proporcionar alto padrão de vida. Como o sistema de trabalho é ru dimentar, a maioria da população se de dica a atividades primárias da produção, isto c, à coleta e ao cultivo de algumas culturas agrícolas. Deste modo, o proces so produtivo fornece apenas volume de produtos suficientes a assegurar a subsis tência dos membros da coletividade. Não há sobras. E como não as há, é impos sível modificação da técnica de produ ção, pois a alteração do método do tra balho exige acumulação de capitais, de modo a pennitir adquirir, ou produzir, os instrumentos necessários para ampliar a produtividade de cada trabalhador”, A realidade não nos parece corres ponder a estas considerações pessimis tas. É verdade que o fator essencial do desenvoKimento econômico é a técnica da produção, e que, para poder melhorá-la, é preciso aplicar grandes capitais, de que os países novos, ou subdesenvol\ idos, não possuem montante suficiente.' A iinica saída para os países que se en contram nestas categorias é, portanto, o apelo aos iiivestünento,s maciços, os H únicos capazes de trazer o elemento suscetível dc modificar a técnica da pro dução.

Todavia, éstes capitais existem, e é Uunentável qiio não .se considere esta questão como um problema técnico de investimento. A técnica financeira é capaz de mobilizar as reservas nacio nais em capital e, ao mesmo tempo, po de abrir as portas à procura cia apli cação da finança internacional.

Parecc-nos mesmo que, deste ponto de vista, — paradoxulmente — a posi ção específica dos países no\os ou sub desenvolvidos é mais favorável aindn que a dos que procuram a aplicação fi nanceira, porque a çur\'a de seu desen-

Digesto ECONÓMlCt» 71
(2) Prof. Roberto Pinto de Souza. '‘Fa tores do Desenvolvimento Econômico". Di gesto Econômico, n.o 109/1953, pág. 72.

volvimento

● quanto que ; senvoKidos é, na melhor das hipóteses, a de um equilíbrio estável. Na condição ^ social atual dc nosso mundo econômico, ●o país devedor não se encontra cm in ferioridade diante das nações, cujo lu' cro ou fortuna devem suportar o peso econômico das ajudas financeiras outorI gadas ao estrangeiro.

Dinamarca, Nova Zelândia c econômico é ascendente, ena posição dos países já dcSuécia, Austriália houve considerável aumento de produtividade, propiciando às uin padrão de \ida dignidade humana, )á

: A alta renda per capita dos países dc● senvolvidos economicamente, resultando, ’ também, das operações financeiras rcali; zadas em favor dos países novos ou subdesenvolvidos, se reduz de uma certa ao me- porcentagem, da qual uma parte nos é transferida para melhorar o nível r geral de vida de outros povos. Esta di} nâmica social da finança internacional parece ter sido descuidada durante muito tempo, sobretudo na época atual. \ - quando uma

nos grande parte dos investi

mentos estrangeiros, que assumiam ou, trora um caráter exclusivamente priva- do, foi des\iada para operações mais ou menos públicas.

res¬ pectivas populações compatível com a '

na França, Holanda, Bélgica, Tchecoslováquia, Finlândia, Irlanda c Noruega, não obstante- pr(?valc-ccrem ali condições favoráveis à utilização da moderna tec nologia, apenas foram logrados resulta dos medíocres no que tange à melhoria das condições de vida de suas populacõis, bastando evidenciar que, em neI ihum dêsses países, a renda per capita ultrapassou de 40% a renda per capita tios Estados Unidos”.

Parece-nos indicado citar, a ôste pro pósito, as considerações sintéticas feitas pelo prof. Eduardo Lopes Rodrigues (3); ) “Apesar do.s imensos r eiencia e da técnica, progressos da cujas realizações tanta admiração têm causado ús geraÇoos presentes, na realidade, a melhona das condições de vida das populações, além de se haver limitado p tos pontos, ^ cante desigualdade demográfica. f

Canadá, Alemanha,

a cerapresenta ainda uma chosua distribuição Se nos Estados Unidos, . Inglaterra, Suíça,

na

Eduardo Lopes Rodrigues, Investimentos e a Contabilidede Social” em Revista de Finanças Públicas. 147/148 de 1953; pág. 4-7.

“Acabrunhador c, porém, o espetá culo que a esse respeito oferece o res to do mundo. A não ser cm algumas regiões pri\nlegiadas da Itália, Espanha, Portugal, África do Sul, Uruguai, Argen tina, Brasil, e, talvez na Rússia, a maior parte do território dêsses mesmos paí ses, bem com ns vastas regiões dos Bálcãs, da África, da Ásia e das demais nações latino-americanas, nas quais \àvem 80% dos habitantes da terra, per manece ainda em atrasado estágio de desenvolvimento, porque não llies foi possível aumentar a eficiência do tra balho, mediante os processos tecnoló gicos postos em prática cm outras pla gas. Impressionante c também o fato dc que, enquanto a produtividade de tais países permanece baixa, mais sc agrava o respectivo padrão de vida, cm conscqüência do rápido aumento da po pulação. Mesmo quando o total do pro duto nacional aumenta, a distribuição da renda nesses países é feita de tal modo que não concorre para elcxur o bem-estar das grandes massas destas po pulações.”

Digesto Econômico
n.o

agricultura, uma vez que os ele mentos provindos do campo são, \àa de re gra, analfabetos, e custam muito a assimilar as técnicas indus triais modernas”.

Essas indiscu tíveis e enormes dificuldades pre-"

Se a situação é verdadeiramente co- cisam, cntrètanto, ser supemdas. E' inmo foi descrita na passagem realista ci-f 'dispensável a açao conjugada do povo e. ^ -irtcfo «;itua- ^do governo mediante atitudes defmidas. tada mais ac.ma, como sn.r^des^y.t^^^^^ cumpriremos a parte que uos ^ ção difícil? como se cabo. A ajuda estrangeira em bases cqüitativas e eficientes só deve ser plei teada se antes nos decidirmos a juntar às inversões alienígenas o produto das nossas próprias economias”. conclusões do prof. Eduardo Eis as

a renda per capita para chegar, cm nos so mundo capitalista, a assegurar um ní vel de vida razoável para a grande maio ria da nação?

Lopes Rodrigues (4): Nas regiões economicamente atiasadas.como ainda é infelizmente a maior parte de nosso território, os empreen dimentos industriais exigem, prèviamentocante à

, enormes investimentos no energia, aos meios de transporte e às construções em geral. Essas iniciativas básicas contam, porém, com recirnsos financeiros escassos, já que as econo mias privadas se encaminham exclusi vamente para os setores que lhes garan tem imediata e elevada remuneração.

Juntar às inversões alienígenas o produto de nossas economias constitui, necessidade nacional; é portanto, uma conclusão de uma análise científica a de nossa situação econômica, com -o fim preconcebido de melhorar o mvel de vida da maior parte da nação. Rea lizar tal tarefa ó também uma questão de técnica econômica e financeira, a mecânica prática do investimento revela-se assim erít» tôda sua importância.

cxsuficientes trana

Por outro lado, não possui o país periôncia técnica, nem balhadores especializados, sendo ainda difícil o aproveitamento da mão-de-obra que venha a ficar disponível, em vir tude do aumento da produtividade

O objeto de nosso livro é o de^ mostrar, .sobretudo, a técnica impessoal de uma tal mecânica, depois que as linhas mes tras de tal política de investimento fo ram traçadas pelos poderes públicos, deixando à iniciativa privada a liber dade necessária para exercer sua fun ção fundamental no quadro do mundo capitalista em que vivemos.

O prof. Nuno Fidelino de Figueire-

73 Dzcssto Econômico
U
te
(4) Prof. Eduardo Lopes Rodrigues, op. cit., pág. 5.

f. do, mn dos melhore* conhecedores bra sileiros da obra do falecido lL.ord Keynes, resume na forma seguinte a teoria do mestre referente ao investimento (5): A proposição fundamental da teo ria da formação do rendimento te na afirmação de nacional de

ser igual à soma das despesas de inves* tímento no mesmo período. Dêste mo do, a primeira identidade pode tam bém scT escrita .sob a forma

Y = C + S , num dado penodo (quando definido conveniente mente.

consisque o rendimento um certo país

. . observação importante, porque .. eastem diferentes definições ou concept _ çoes do rendimento nacional), é igual soma. das despesas efetuadas com e serviços de consumo pecot (consumo), e das despeí ilr» ^ ^ formação líquida ^ aquisição de ' ediricín^^’ 'ostrumentos, constmção do vídunc /● P^rte menor, pelos indicm.úlo ™ de con¬ sumo duráveis) e pelo govêmo (i ; vestimento público). Isto demos

inmesmo pom' rr, ■ ^ escrever abreviadamente do guinte modo: se-

Y = C + I

Mas, P<5r outro lado, sabemos que parte não consumida ou melhor, é o rendiem despesas de con-

a poupança é a do rendimento, mento não aplicado - sumo. Isto é,

S = Y - C

a qual representa igualmente a forma ção do rendimento nacional, mas olha do éste de oulro ponto de rista.

“Voltemos àquela primeira identida de, a qual nos diz que dos rendimentos recebidos numa cole tividade nacional num certo período se reparte por duas e apenas duas aplica ções gorais, a aquisição da bens de con.siimo pelos indivíduos e a aquisição de bens de capital pelas empresas, pelo go verno e pelos indivíduos (por ordem descresccntc de importância)”.

, a soma dos poupados,

Comparando esta identidade c conçlui-se imediatamente q anterior. ue montantes do rendimento num certo período, terá que

Fidelino de Figueiredo ● ÔiAstU Investimento-;' _^lgesto Econômico, n.o 92/1952, pág. 59.

totalidade ve3s.

O objeto dêste livro não tem a ambi ção de analisar o processo de investi mento, considerado globalmente, com tôdas as implicações econômicas possíExcluímos desde o início um do-

mínio que hoje é fundamental para tôda economia contemporânea, e que se refere ao investimento público (a so ma das despesas efetuadas pelo go\'êrno com construções de edifícios, estra das, portos, equipamentos industriais, etc.)

Talvez que uma segunda edição am pliada dêste lúTO nos permitirá tam bém analisar o domínio púbbco do in vestimento, campo de estudo muito im portante, visto o papel sempre crescen te do setor público em tôdas as eco nomias nacionais.

Queremos, ao mesmo tempo, assinalar uma outra lacuna de nosso trabalho: o aspecto teórico do processo do investi mento não encontrou o desenvolvimoi-

■F»»** 74 OlGBSTO ECOKÓüICO
tt

to merecido, porqxie destinamos a maioi parte de nosso Iívto aos problemas prá ticos, dirigindo-nos ao grande público interessado pela atividade concreta da formação e aplicação líquida de capi tal (investimento realizado pelas cmprôsas privadas c pelos indivíduos em bens de consumo duráveis), mos não inters ir no amplo debate dos aspectos teóricos deste problema — tal vez central de nosso mundo econômi co. Assim, nossa tarefa limita-se a apre sentar um estudo mais sistemático so bre as questões práticas, que se colo cam a todos os economizadores, às pes soas que não despendem todo seu lu cro em despesas de consumo, como também às pessoas levadas por suas esta atividade.

Preferiocupações a

A aquisição dos bens e serviços de consumo estando, portanto, excluída do objeto de nossa análise, ela destina-se ao exame dos aspectos práticos, que ss referem à aquisição de bens de capital pelas empresas e indivíduos.

A questão do tempo tem grande to portància no quadro de nossa análiA decisão de investir é tomada hoje, mas ela é baseada sôbre o pro cesso da poupança consumida no pas sado e tem como fim um beneficio fu turo. Indicaremos ao leitor interessado por este aspecto, as considerações que fizemos noutro lugar (6).

se.

A soma das despesas efetuadas com mercadorias e serviços de consumo pe los indivíduos, isto é, o processo eco nômico do consumo, não constitui tam bém objeto de nossa análise. Pelo con trário, alguns problemas teóricos, que dizem respeito à poupança, foram exa minados, visto o fato de que o fenôdo investimento privado tem coponto de partida êste ato econô mico, cuja tos devem ser da maneira mais sumária possível. Ado tamos, para a análise, alguns aspectos do processo econômico da poupança, lugar dc nos ater ao problema mais vasto das rendas.

meno mo mecânica, causas e efeianalisados, ao menos em

A questão do tempo tem grande iinto é determinada, muitas vêzes, tam bém pelos seguintes dois fatôres; a) — a perspectiva da colocação fácil de uma produção aumentada de bens ou ser\'iços; b) — o preço extremamente caro do dinheiro emprestado. A pers pectiva favorável do mercado pode ser precisada cienüficamente por um es tudo do mercado, cujo papel na me cânica do investimento examinamos. A questão da taxa de juros implica mui-ros aspectos teóricos e julgamos prefe- H rível reservá-la para a segunda edição,^ da qual falamos acima.

Digesto Econômico 76
A
(6) Pro£. Bernard Pajiste, "Introdução à Política Fiscal", Edições Financeiras, Rio dc Janeiro, 1953. Capitulo XIII: O Tempo e a Análise Fiscal, pág. 279-287.

Haverá moví superprodução cafeeira?

II /. afinal, poderemos vir a ter novamente uma superprodução

cafeeira

?

Depende a resposta do sentido que ^ se deseje dar ao assunto: — Super;● produção brasileira ou mundial? E Que se pode entender j. dução? 35.000.000 1 40.000.000? Como

por supcrprode sacas ?

n« f.,4. « ^ reagiría o consumo Foderia absoi*ver 35.000.000? 03 Os 40.000.000? Que fazer - o consumo? Que fazer 0 nosso café e sobrarem te n isto é, exatamen-

para aumentar para vender cado caüo anteriormente?

Estamos, como se ve

V _ os dos . no tei*'>'f>no ; especulativo. Mas, pode-se j O problema, à ■ soluções.

' miüríqf nada, é possível ad' mundin) aumento do consumo ■ absten I ^ngar, e mesmo

" em nni- ‘^^nsumidores, mercados

esmiuçar procura de possíveis apea condi-

● nas poderíam consumir café, mas podem realmente fasê-lo, pois já o uLram, no passado, e somente o proscre veram, no presente, devido ções especialíssimas

^ de momento, I como ruma financeira, sistemas poí, hticos fora de nossa esfera de rela-

ções, etc.. Alçumas dessas regiões poderão, de fato, vir a consumir quan tidades ponderáveis de café. E em ?:undo lugar, o próprio aumento vegetativo do consumo, nos países já consumidores, pode assegurar crescimento seguro e constante, em bora paulatino. Só nos Estados Uni dos, cuja população cresce de cerca de 2.000.000 por ano, e cuja média de consumo, per capita, também I seguidamente, é possível esperar aumento de cerca de 500.000 anuais. A recuperação cafeeira da Eu ropa Ocidental ainda não se comple tou, muito embora já tenha ela, nômicamente, ultrapassado os índices de antes da guerra. Faltam ainda 2.000.000 de sacas por ano, apenas para atingir aos níveis anteriores conflito. Nesse setor é lícito, pois esperar-se alguma coisa. " *

seum cresce um sacas ecoao E outros grandes mercados que se nos apresen tam, como 0 do Canadá e o da Ar"gontina, justificam fundadas esperan ças.

O consumo mundial subiu de 32 34.000.000 de sacas, nos últimos anos. Dentro de dez anos poderá somar pelo menos mais 5 milhões, e talvez mais 8 ou 10. É uma expectativa prudente e razoável.

E que se pode esperar da produçáo, nesse lapso de tempo?

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Já uma vez dissemos que não são muito numerosas as regiões passí veis de um aumento na produção cafeeira. Na América (excetuado o Brasil) só o México, a Venezuela e ■ algumas regiões da Colômbia e do Paraguai oferecem condições real mente favoráveis. Os outros paí ses ou têm clima frio, como os do norte e do sul do Continente, ou al titudes excepcionalmente elevadas, como as regiões andinas, ou florestas ainda demasiado primitivas, como as da vertente oriental dos países da região amazônica ou, ainda, são já muito densamente povoados, como os das Antilhas e América Central.

Na África, só a região central per mite a cafeicultura. ü extremo nor te é muito quen.e e desértico; e o ex tremo sul, já relativamente frio, pos sui também regiões desérticas. Mes mo no centro, o Continente africano não reúne as melhores condições pa ra a cultura do arábica e tão somen te do rubusla, inferior em qualidade. Caractenza-se o centro pela mão-deobra ineficiente, embora barata; pela grande quantidade de pragas e mo léstias; íal.a de água em muitas re giões e falta de altitude em outras. O braço obreiro escasseia nas planta ções e sobra nos aldeamentos indí genas, onde as culturas de subsistên cia devem ter prioridade. A técnica moderna, aliada ao capital europeu e americano, pede conseguir muito no combate às pragas e moléstias, de trabalho, na irrigação, nos processos

crescimento, todavia, não tem con dições para prosseguir indefinida mente, principalmente se lhe tolher mos, pela concorrência, a vitalidade ascensional.

Poucas regiões da Ásia e da Ocea nia podem produzir café em bases ra zoáveis. Umas são superpovoadas, como Java, que, aliás, já teve boa produção, a índia, a China; outras climàticamente impróprias, como essa mesma China, o Japão, a Austrália, a Nova Zelândia. Restariam Sumatra, Ceilão, o Sudeste da Ásia, Bórneo, talvez as Filipinas.

De onde se pode esperar super produção, se ela vier, é mesmo do Brasil. E, no Brasil, de São Paulo e Paraná. Talvez igualmente de Mato Grosso. Tudo vai depender do seguin te: de ficar o Paraná isento de gea das por um certo tempo; e de conse guir S. Paulo superar, com seus “no vos cafèzais em terras velhas”, o de clínio dos velhos cafoeiros, que vão entrando em decrepitude a cada ano que passa. Se S. Paulo puder estabi lizar-se em 10.000.000 de sacas, se o Paraná atingir essa mesma quanti dade, e se os demais Estados produ zirem 7.000.000, o que não é dificil (Minas os seus habituais 3.000.000, Espírito Santo 2.000.000 e os outros

. Estados, inclusive as novas zonas cafeeiras de Mato-Grosso e Gciás 2.000.000), então teremos, para o Brasil, 27.000.000 de sacas. Deduzin do uns 4 milhões de sacas para o con sumo do país, seria possível chegarse a uma safra exportável de.... 23.000.000. Somando êsse total ao

% como,' aliás se tem feito, tanto que a África aumentou substancialmen te a produção cáfeeira nos últimos Êsse 20 anos, passando de 5 a 15%.

DicESTo Eccl^:ó^aco 77
●1: * ❖

dos demais países, que a essa /época teria atingido a cerca de 19.000.000, teríamos 42.000.000 de sacas, 12.000.000 mais que agora.

* 5fS *

Pode o mundo absorver êsses 40 ou 42.000.000 de sacas?

concorrência nos preços, na quali dade e nos métodos comerciais, in clusive

eficiente propaganda. uma

que iria desde a fase diplomática, dos acordos comerciais, até a fase prática.

rece fácil. Dos 34 milhões de sumo atual, passar a 38, dentro de algup anos, julgamos perfeitamente possível. Pretender mais do que isso ' é entrar no terreno das hipóteses.

Aliás, também póteses está aquele dução. Mas, ria de

Não paconno terreno das hiaumento de procomo vamos, em maté-

Mx- ® possível esperar tal aumento de produção f ocorram desfavoráveis matéricas. Ao ramente relativo

a menos que -is condições clipasso que não é inteiseguro esperar-se aumento de um corconsu

a tantos fatores ■ tre outros, dores

Para podermos concorrer, teremos que baratear os preços internos: por um conveniente financiamento; por métodos racionais de plantio e de cultivo; por métodos eficientes de transporte, pela desburocratizaçâo da política cafeeira; por um bara teamento das utilidades necessárias ix lavoura. Simultaneamente pura-

ríamos a qualidade. E, concomitantemente, travaríamos a batalha da propaganda, não como tem sido às vêzes feita, dando a ganhar a afi lhados políticos, mas fazendo-a bem orientada e realizadora. mo, sujeito negativos, I a resistência dos como, encompra-

tonacronat "

Em face dessa alternativa, te, para nós, uma probabilidade gura: a de

msó exisseque para nós, não exista W ®«P^^P/odução. E como consegui-lo? ao somente pelos meios ortodoxos:

São essas as diretrizes gerais do que deve ser a nossa política cafeei ra, a fim de que se evite, tanto quan to possível, uma interferência dire ta do poder público (que muitos jul gam necessária) sobre a livre inicia tiva do plantio do café, disciplinando-lhe as áreas, os processos de cul tivo e talvez as quotas de plantio.

à Dicesto Econômico - 78
ou....

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V5

NOTA: — São Paulo partir de 1931/32, cifras baseadas ficação) — No total estão incluídas 400 a nos despachos sacas do Estado da

T PRODUÇÃO L» f' Rio dc Janeiro \ Pernam buco Espirito Santo Minas Gerais São Bahia SAFRA 10.246.Cf 8.198.0.'’ 7.047.0 10.374.0' 9.S77.V 10.0S7 O' 1920/21 1921/22 1922/23 1923/24 1924/2.5 192.5/26 1920/27 1927/23 1928/29 1929/30 19.30/31 1951/32 1932/33 19.33/.-3.J 19-34/3-5 19.3.5/36 1936/37 1937/38 1938/.39 1939/40 1940/41 1941/12 1942/43 1943/44 1944/45 1945/.16 1946/47 1947/48 1948/49 1949/.-0 19,“0/,51 1951 /.^o 1953/54 1.144.000 1.021.000 1.414.000 735.000 704.000 767.000 913‘.000 1.611.00U 1.1.52.000 1.115.000 909.000 1.370.000 S50.00Ü 905.000 893.000 995.000 931.000 711.000 900.000 646.000 505.000 614.000 519.000 728.000 21.5.000 689.000 271.000 446 ono 142.000 586.200 210 000 324.200 207..5.53 198.491 203.000 169.000 195.000 152.000 157.000 145.Ü0Ü 20U.OOO 421.000 406.000 482.000 1-37.000 250 ono I.50.0f)0 1.50.000 123.(irjO 178.000 123.0(10 23.000 104.000 112 000 163.000 122.000 124.000 124 onn 21 i.ono 1 lo.oon 113.000 80.000 41.000 00.235 09 ono 93.000 63.900 100.301 442.000 415.000 415.000 400.000 478.000 478.000 683.000 554.000 472.000 407.000 330,000 390.000 2.50.000 184.000 293.000 265.000 452.000 278.000 319.000 208 000 199.000 3.54.000 236.000 148-000 21 i.noo 360.090 162.000 ini.O(K) 89.000 102.400 11.5 .300 87 500 131.994 129.218 484.000 472.ÜÜ0 5.55.000 577.000 917.000 1.284.000 1.784.000 1,5(ü.OOÜ 1.656.000 1..579.000 1..532.000 1.800.000 1.0.50.000 1.859.000 1.3.50.000 1.623.000 1.813.000 1.4.52.000 1.787.000 1.484 000 1.161.000 1.9.50.000 1.429.000 1.866.000 1.278.000 2.1'’^ noo 1.207.000 2.042.000 1 0.3^.000 2.543.100 1.387.800 2.010.600 1.528.822 1.594.078 4.202.000 3.497.000 4.220.000 3.190.000 3.011.ÜÜ0 2.711.000 4.414.000 4.928.000 s.ni.ooo 5.13:.U00 3.20U 000 5.22Í..000 2.1.: 1 000 4.062.000 3.427.000 3.636 000 4.640.000 4.030.000 3.872 000 I I.5.6I3 5●3.167.000 3.224.000 2.577.nnn 2.177.000 3.141.ono 1 874.000 2.909.000 2.177.000 2.753 non 2.41.3.000 3.213.000 2.7.50 600 3.373..500 1.842,74.5 3.231.634 Q.STT.OT S.Slõ^V’ L « I2..3ít3 6-' 10.259 r í * 19.490 CO in.09T.tO 18.829.0^ ll.6S9.iV 21.850 13.427.'* 17.531.4> 1.5.886.“.y. . 9.140.17^ 8.528.V li** r i .s 8 8T.J .N, 11 7.244 04/ 8 P7.Tr.: 6.261 7.186 74S e.oie.-wa‘ 5^ f I f
^dial de cafê Quantidade cm saneas Mato Grosso Santa Catarina Total Brasil Total . Mundial Outros Buiscs Pflraná Coiós 111.000 IH.ÜOÜ 120.000 115.000 50.000 177.000 129.000 455.000 204.000 596.000 347.000 604.000 380.000 600.000 260.000 610.000 547.000 1-106.000 579.000 i-ios.ono 951.000 836.000 549.000 i 160,ono I 576 000 660.000 l.I-37.nnn 1.-5.50,ono 1865.000 2.317.900 4,026 100 '2,842.000 5.048.2,58 ● 3.097.909 1 1 64.000 98.000 49.000 53,000 50.000 113.000 117.000 128.000 166,00 138.000 19,000 7õ ()■ ●) 58 Oi/. 24.1,'Of» 75 000 45.000 73.000 53.000 62.000 23.000 63 ono 37.000 , 60.000 57'.nno 25.000 17.000 78.000 69.000 i.5‘<.oon 27.700 43.200 22..000 91.400 96.524 l‘o.898.000 13.Ü8.Í.ÜÜ0 14.015.000 15.596.000 14.560.000 15.762.000 18.117.000 27.625.000 16.062.000 28.942.000 16.571.000 28.544.000 16.558.000 29.634.000 17.364.877 20.902.300 26.110.497 23.539.795 23.236.375 19.111.692 16.525.020 15.630.173 13.622.500 12.160.100 9.113.800 12.997.600 14.019.512 13.572.681 16.985.4,59 16.1.56.446 16.753.579 14.990.725 16.099.655 14.468.238 22 685.000 20.910.000 19.720.000 22.464.ÜUÜ 21.322.ÜÜÜ 22.814.000 25.185.000 35.628.000 24.922.000 37.215.000 25.204.000 SG.S31.000 25.797.000 38.569.000 ‘ 25.063.877 30.930.300 36.999.497 33.550.795 \ I 5.787.000 6.926.000 5.705.000 6.878.000 6.762.000 7.052.000 7.068.000 8.003.000 8.860.000 8.273.000 8.633.000 8.287.000 9.239.000 8.935.000 7.699.000 10.028.000 10.889.000 lO.Oll.ÒOO 10.125.000 10.119.000 12.138.000 15.596.000 14.878.000 15.990.000 15 020.000 12.478.000 13.101.000 14.270.000 14.648.000 14.236.000 15.966.000 15.730.000 i 33.361.0T.5 29.230.692 28.663.020 31.226.i73 28.500.500 28.150.100 24.133.800 23.475.600 27.120.512 27.842.681 31.633.459 50.392.446 32.719.579 30.720.725 1 200 1.200 18.800 17.800 7.400 5.400 1.850 3.280 3.900 1.500 1
J
foviários; outros Estados, a partir de 1916/17. — Safra 1953/54 — (Cifras sujeitas a retiA.

0 BRASIL E 0 PROBLEMA DO TRI60

Pelo Ten. C(^l. Amiu Bohces Foirri:s

gii examinarmos o Anuário Estatístico elo Brasil relativo ao ano ele 1952, ejue importamos, nesse ano, uin 11.394.706 toneladas, num valor dt Cr.$ 37.178.022.000

veremos total de

se processava qne já por ^ . gasolina, petróleo hni-

● Desse total de toneladas. 6.895.046 correspondem à

|5*- to. 61coü combustíveis e lubrificantes e L «rio. ou seja Q0,5% da tonot im portada e 17,8% do valor das rc. unporta^ões.

E ^, Se fixi

K trigo, cereal, das

irmos nossa atenção apenas no veremos que a importação dêsse num total dc 1.134.290 tonela-

o Uniiinai c .Argi ntina, sendo que, dèsl'' líltimo t.nios importado, cm média, tle HMO cá, 7.61.900 toneladas. paia Infeliziiinile, o empirismo com que nossa cultura tritícola, nau nos i)enniliii d. hclar a “ferrugem” 1810, avassaladora e incon-

Irolável, entrou a di-slniir nossas plan¬ tações.

r-nr... ^ 2.247.186.000, imnorP°r ^ ^ tonelagem total imn ^ 5 ® ^ "Jn valor global das iniportaçoes. °

. Ê^SGs dados revelam,

■ dos números, o pesado ônus #7,^1° representa, não apenas na ' n-^ssa importação, mas, n no díspôndio das divisas destinaaas ã aquisição de bens de mercados estrangeiros.

Compreende rio interesse

^ produção do lando,

e no eloqüência na consumo nos -se, assim, o t \traordindcom que devemos encarar trigo nacional, e.stimuos meios, sua cultura

por todos extensiva

dução

G intensiva, cm áreas dc prosempre crescentes.

UMA OLHADA AO PASSADO

O Brasil sempre apresentou áreas favoráveis ao plantio do trigo c foi mesmo, ate quase meados do século XVIII, um forte produtor e até mesmo tador. Chegamos exporexportar trigo para a

Ein meados daquele século as lavou ras foram abandonadas pelos que nelas tiMl>allia\am. A praça, implacável, ha\ia destruído os trigais brasileiros. Desapan ciam as louras c alegres espigas, substituídas por outras culturas. O Bra sil passou a importar a totalidade do grão eonsnniido por uma população cuja média dc crescimento tem sido di\ ordem de um milhão de pessoas por ano.

Nc&sa situação dc dependência abso luta dos mercados estrangeiros, arras tou-se o País por longos decênios, quan do finalmcnte, pelos proximidades do ano de 1930, o Governo do Rio Gran de dü Sul retomou o estudo do restabe lecimento do plantio do trigo naquele Estado. Ü Chefe do Governo Rio-Grandensc, Dr. Getúlio Vargas, é, logo a se guir, empossado no Governo provisó rio da República, como decorrência do moNimento revolucionário daquele ano. Ainda como Chefe do Governo provisó rio, determinou o Dr. Getúlio Vargas ao seu Ministro da Agricultura, o estu do da magna questão. Curou o Mínisaprêço dc equacionar o pro blema da produção do trigo, e n Secre taria da Agricultura do Rio Grande do Sul desenvolveu adequada política

tério cin no

í*

sentido de estimular as plantavões. atra vés, inicialmnnlt, dc culturas experimen tais reali/Áídas em di\’ersos poslos aiíriooliis, com conseqiii nlc seU^^ ão e dislribuição dc sementes.

Dentro de algum t»-mpo, xollava o nobre cereal a agitar-si- nas eoxilhas rio-grandenscs em culturas por assim dizer experimentais, ct)in a pronnxssa , dc futuras safra.s, compensadoras dos esforços disptíiididos.

Os técnicos selecionaram si-mcmtcs, es tudaram condições de cultivo e extensibilidadc das hwouras, bem como trata ram de um plant jamento no sentido de mecanizar essas lavouras.

Nossas importações, entretanto, con tinuaram avultadas. As compras ascen diam a cifras muito expressivas, confor me SC verifica no quadro anexo n.o 1.

Tais cifras constituíiun pesado ônus, particularmontc para uma balança co mercial dc pequena disponibilidade que nos criava fortes compromissos na órbi ta internacional, pela dependência cm que nos achúvamos, dc receber quotas exportáveis, dos países produtores particularmcntc Argentina e EUA, den tro da medida de seus próprios interôsses.

Sobretudo com o primeiro desses paí ses, fomos levados a uma série dc acor dos comerciais que nem sempre res guardaram nossas legítimas e justas con veniências.

Visando a diminuir os ônus das im portações e a escassez dos recebimentos, tratamos de utilizar sucedâneos para o trigo. Foi então que a população entrou a alimcntar-sc com pão feito dc raspa de mandioca, centeio e milho, soluções des tinadas a suprir a deficiência com que éramos atendidos.

Se oUiarmos o quadro unaxo, verifiqueda dci cur\a de impor¬ caremos a

tações nos anos de 1946, 47, 48 que , SC seguiram à guerra, importações que ^ foram quase intcgralmcntc cobertas com trigo argentino. Mas não nos deve passar desperctbldo que, mesmo as im- v portações desse trigo argentino, caíram 1 grandemente, o que nos mostra que Argentina teve solicitações de outros mercados que até então se supriam trigo ou cm seu próprio- solo, ou <’m ^ outras fontes produtoras, ou, o que tam bém aeonticcu, proferiu vender o seu trigo a outros consumidores que melhor pagassem.

a dc

Foi para o Brasil, que galhardamentc procurava Quniprir seus. deveres dc país democrático, um período amargo. <

A partir de 1947, certos paí.-^es produtoros cujas safras tinham sofrido impacdireta ou indiretamente, e o to da guerra retomaram seu ritmo de produção

Brasil pôde receber maiores quotas do precioso grão, ã custa dc um extraor dinário consumo de divisas, das nossas ^ escassas divisas. í

A batallia interna prosseguia.

Após anos de trabalhos exausti\os, cspalharam-se os trigais pelos campos brasileiros. Notadamente no Bio Gran-' ■

de do Sul, grandes áreas sc viram co bertas dc jovens plantações, cujas sa- ^ fras entravam a compensar os esforços empenhados, sucedendo-se em ritmo ficmpre mais promissor, o que atestava, ainda, a adequabilidade das terras. No-

● -,11 ● ● 1 Digesto Econômico 83
Bem sabemos que a Argentina, não tendo corrido d\irante a guerra, nenhum risco; não tendo assumido compromis sos, nem adotado atitudes que lhe crias- ■! sem obrigações com os países aliados, i loi uma das grandes beneficiárias da guerra, tratando sobretudo do vender, i o vender bem, o seu trigo e as suas f eanies. t I 1
‘m

vamente voltavam a agítar-se, alegre mente, as espigas amarelas, aos ventos ^ livres das suaves coxilhas gaúclias.

Em 1940, a área cultivada no país era de 200.000 hectares, dos quais .. 170.000 no Rio Grande do Sul, repre sentando 85* da área lotai. "

Naquele ano, a de 102.000 toneladas das produção nacional foi : quais os trigais do Rio Grande produziram 75% ou t - 76.000 toneladas.

. 1945 a produção subiu para > -33.000 toneladas, mais do dobro, nu¬ m a área que se ampliara para 316.000 ' bectares.

Devemos observar periéncia vés da m

viço dc Expansão do Trigo do ^íinistério da Agricultura, Comissão Especial do Trigo do Ministério das Relações Extiriores, Comissão Técnica do Trigo, além dc órgãos estaduais e municipais.

Os Estados da Baliia, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e so bretudo o Rio Grande do Sul, entravam a estimular o plantio do nobre ccreal, o que resultou em grandes áreas hoje cultivadas:

cxares. por

os frutos da que se vinha adquirindo, atraaior produção por liecl

toneladas por Em 1945 o rendimento hectare, ja cra de 0,73.

No Brasil a área plantada cm 1952 foi dc 809.570 hectares.

, área de 250.700 hectares, respondendo êeses números a 79% da j S'^‘m c a 81% da área cultivada.

40 finn l Catarina.

tavam cidade na prementes proble-

4U 600 hectares com e 39.000 loneladi Resultados \s. tão auspiciosos, represeno fruto da d.dicação, da tenar»iv. ^ da capacidade de nossos léc, '^■‘didumente empenhados ' sileíl-nc os trigais bra' Ditrí'f- silenciosa mas . §"';‘^'*camcntc, para solucionar um dos maiores & mais mas do País.

' O ASPECTO ATUAL triticola DA LAVOURA

Vá-

Ainda nesse ano, o Brasil consumiu cérca de 1.500.000 toneladas de fari. nlia^dc trigo. Considerando a popula ção dc 52,6 milhões de habitantes, sulta um consumo dc 25 kg de fari nha dc trigo por ano e valor muito baixo.

reper capiia’*^

Rcalnuntc, na Europa a média do conuimo “per capita” é da ordem do 100 kg. Na U.R.S.S., 215 kg. na Amé rica cio Norte, 190 kg e a média mun dial, da ordem de 76 kg.

Ainda que a média na América do Sul seja da orcLm de 64 kg, deficitá ria em relação à média mundial, a mé dia brasileira sadu, em do arroz.

é muito baixa, compenparte, pelo uso generalizado

A produção comerciável foi, em 1953, da ordem de 300.000 toneladas, 0 que Ampliou-se a “batalha do trigo”, nos serviços foram criados no senüdo de fomentar e coordenar o plantio: Sei-

1.1

Digesto Econômico 84
300 hectares Bahia Minas Gerais Cioiás São Paulo Paraná Santa Catarina Rio Grande do Sul — 604.971 350 45 5.270 62.676 — 135.941
Em 1945, coube ao Rio Grande do kdas^ ™ parcela de 180.000 tone●I
indica que ficamos dependendo dc forte importação, representada por

Realmente, no vem que nao Iinprcs-

1.134.290 toneladas, primeiro semestre de 1953, importamos 718.694 toneladas no valor de Cr$ .. 1.396.795.

A expansão, entretanto, ainda sendo .feita por pequenos agricultores, mediante trabalho braçal, o toma a produção econômica, cindível pois, se toma, que as laxouras sejam mecanizadas e feitas em áreas topogràficamcnte adequadas à mecaniza ção.

Sòmente mediante culturas e.vtensi'’as, com maquinaria especializada, po deremos alcançar os marcos definitivos du nossa produção dc trigo.

Outrossim, é indispensável prestar, as sistência técnica às lavouras, prevenin do a erosão das terras por seu uso in discriminado o mal orientado.

particularmente ao pequeno produtor, o armazenamento de sua colheita, bem co mo receber, por adiantamento, parte do j seu valor, colocando-o, assim, em con-^ dições de atender às despesas de entresaíra o novos plantios.

Isso eliminará, com largos benefícios para o plantador e para o consumidor, o intermediário que, via de regra, é o que mais se locupleta com o trabalho alheio, encarecendo a produção. Não SC pode deixar dc considenu', ainda, que o trigo é um cereal de fácil dete rioração, caso não seja convenientemen te resguardado c industrializado a curto i prazo.

A rède de armazéns vem sendo cons- ''i truída, e bojo existem 7 no Rio Grande do Sul; 4 cm Santa Catarina; 2 no Pa raná.

nos com quo.

Outro fator de estímulo para o plan tador, será a facilidade de moagem do grão produzido. A notória escassez dos transportes tem si do responsável por perda de safras, apodrecidas locais dc origem, pela falta de um trem oportunidade, en caminhasse ò grão ao moinho. A in dustrialização na zona de produção, com a moagem aí feita, seria notável elemento dc estímulo © amparo ao pro dutor.

Uma densa e conveniente rôde de armazéns e silos será o complemento indispensável à proteção das colheitas, valorizada essa providência em fuce da referida deficiência dos meios de trans portes.

Tal iniciativa permitirá ao produtor.

O Ministério da Agricultura adquiriu, cm 1951, 500 silos metálicos, sendo 300 com capacidade para 1.550 sacos e 200 > para 1.505 sacos; êsses 'silos são des tinados não apenas ^ à instalação pró pria, mas, igualmente, à revenda entre os plantado res, cooperativas e ;

J pequenos moinhos. . ^ Tiveram excelente

aceitação êsses depóiitos, particularmen- ' te nos três estados sulinos: Rio Gran de do Sul, Santa Catarina e Paraná, no primeiro desses Estados que

o trigo vem sendo plantado com gran- 1 de entusiasmo e, por isso mesmo, sur gem nos municípios tritícolas rio grandenses' os silos, metálicos ou de alve naria, recebendo as fartas colheitas.

Um grave inconveniente que vem prejudicando sèriomento a industrializa-

Dicesto Econômico 85
i
I
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E’

ção do trigo, é a concentração dos moi nhos fora das grandes arcas dc pro dução. Basta dizer cpie em São Paulo, cuja área culti\ada ó de apenas 5.270 hectares, com uma produção de 7.971 toneladas, c no Distrito Federal, não

que produz trigo, estão concentrados existem do

70% dos meios de nioagon do grãoj no Rio Grande do Sul, com a produção de 1.315.770 toneladas, corresponden do a uma área do 604.971 hectares, apenas 11% dos moinhos, estanos 19% restantes, distribuídos entre ^ as^iversas outras unidades produton

lização do trigo consumido no país. Os 10% restantes estão em máos de peque nos nioagi iros, (pie não chegam a com pelir no inereiido nacional. Assim pò^o em mãos aliinígenas, Grupos Dunge Born, Britânico, Dianclii Lopez e Cia., ó i-\i(k'iito (pic tais grupos, sem outras eonsitlcraç,'ó''S que não aquelas que con sultam seus c.^elusivos interesses, con duzem o comércio do precioso cereal cm flagrante desaeòrdo eom a i-Xíonomia cio consumidor nacional.

meios

moiaos interêsses cojTe to do rda de apreciáveis quantidaÍS.

transporte de-

Urge, as.sim, uma modificação essennas atuais condições de industria. zaçao, no sentido de serem dotadas

● produtoras de grão, dos moin O

ciai .S que ali mesmo o industrialize, cluzmdo-o à farinha.

WL. Alem da concentração dos moinhos

m ^ locais, há ainda os

K _ s es moageiros que, por uma c.xploraf çao concentrada do trigo, mantem os K preços d

reo grão sob seu absoluto conlrô-

f a exploração do trigo

C o Imta pelos

Ic. seguintes grupos:

k Grupo Bunge Bom

G

47,30% rupo Britânico

t Grupo Matarazzo, Dianda

L

16,.50% opes e Cia. Luz Esteári- .

ca

e Moinho Minetti

Como se vê, êsses

25,60% grupos têm

Cüíuo em outros setores vitais à nossa \'ida econômica, o trigo, cereal básico para qualquer nação, \crcladeiro mate rial c.slratégico, acha-se cm mãos estran geiras, criando no mercado interno, mais graves oscilações e gerando utilização caríssima, ineonipatível a bôlsa miklia do consumidor. brasi leiro.

ns uma com

res grão o pre^-.

O grão naciopa-

A razão da má distribuição dos gran des moinhos, e que tanto atua como fator desístimulante para o plantador nacional, é que essas grandes empresas siluam-se junto aos portos iniportadoRio e Santos-— para receber em primeira mão e- livre do ônus dos grandes transportes interiores, importado, que ôlcs açambarcam, indus trializando-o c revendendo-o j>elos ços mais convenientes, nal, encontrando as mais sérias dificul dades para sua e.xpansão, passa a ser moído nos pequenos moinhos -do inlerior, de onde não tem capacidade ra sair, por falta de transporte, Êsse c mais um capítulo da nossa his tória econômica, no qual os grandes in teresses de grupos so sobrepõem aos in teresses nacionais.

Urge, assim, umii revisão de vulto bases de nossa política tritícolu, tido de colocar a indu.strializaçâo do grão c distribuição da farinha nacional.

na.« no sen, em mãos, cêrea de 90% da industriasua.s

Dicesto Econômico 86
'
* num país que carece dc transporto rápidos o abundantes. f com rede dc circulação tão precária, c o\adente que tal distribuição de nhos, coinjjletamente inadequada - econômicos dos triticultores, conpara o e.vtraordinário encarecimen., já pela longa armazenagem, ja peia pe
dc

em melhores condições de aproveita mento e valorização, e nessa revisão uma decisão fundamental será a multi plicação dos moinhos pelo interior, dos moinhos regionais, para um mais amplo aproveitamento do trigo nacional.

Para o ano du 1953 a previsão do consumo foi dc mais de 1.800.000 to neladas das quais 300.000 comerciáveis produzidas no Brasil, e 360.000 recebi das dos Estados Unidos. O restante foi importado da Argentina e de outros países produtores.

Como SC vè, c um problema de so lução altamente on< rosa para o Brasil, dc vez que assentada na avultada eva são de divisas. Para até certo ponto diminuir essa evasão, necessário tomouso 0 recurso de sucedâneos a misturar à farinha de trigo — 2% de farinha de arroz e 2% dc raspa de mandioca, con forme preceitua a Portaria n.o 82 de 15 de janeiro de 1952. * * *

£" óbvio que as terras nacionais pre«lam-.se excclentemente para a produ ção do nobre cercai.

Mas enquanto o Govêmo não tra çar um racional plano de expansão dos transportes, equipando-os convenientenunte com material adequado, ao mes mo tempo que enverede por um cami nho de dt“Sccnlralização dos grupos ex ploradores, permitindo aos nioageiros nacionais unia participação mais compensadora na indústria tritícola, é cla ro que ficaremos sempre na dependên cia daqueles grupos, trustes exclusivamente destinados a atender suas con veniências próprias.

CONCLUSÕES

situação atual do trigo bra- Essa a

Assim: transportes rápidos e abundan tes moinhos bem distribuídos; depósitos bem situados e econômicos; real apoio financeiro aos plantadores de trigo, na base do prestado aos pecuaristas e plan tadores de café, serão as bases ds qual quer plano racional para o desenvol vimento adequado da indústria do tri go, em termos condizentes com as mais prementes necessidades do país. sileiro.

Dioesto Econômico «T
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●>-●■^J^■ ■W < Cl o l- Irt C3 rr lO CO ci cí o C3 o o s o CO )0 CO o CO C2 o cj Cl Cl rCD Cl CD CO I - l" C75 n" lo i' ic o Cl CD CO llO CO t'» cd l-^ CD Cl o lO ●n* o Cl rf o o u C c í> «c CJ .1 Cl 4to o Cl CD Cl CO l- CO C5 CD CO »0 o lO CO c: CD o CD t- CO I●r ic Cl g CO o CO u lO Cl Cl CO CO 00 i3 Cl Cl CO - o Cl CD co cc o ci o ei cD co co cl oo Ci c l cs l! cy co o co co o co co oo TT *T Cl lo lO CO lo CO CD Cl 00 Ci b* Cl Cl d lO Cl X lO o « c IO Cl VZ lo Cl X CO iJD o u o c e: </> kl u C1 o X CO CO CO Cl lo CO TP Cl lO X CD lO CO lO X XXX -o o no o o lO X c CD t- o « Cl (y o X lO X X Cl Cl lo X CM o rp m CC o (O Cl Ci X lO o f- X X X X lO Cl tP ci X Cl C-’' t-- Cl C' o Cl XXX X l"- X 05 Cl o Cl TT X l- o Cl CO o X o t. o o rt Xb< u Ü Cl X r- r- X o CO CD5 X X X X lX X Cl c: lO Cl X X ■n* X o X lo X o CO o X X X X X o Cl o X Ci C5 C1 X 05 C5 bOD rt -o Cl b- X X X S5 a 05 b* X t s X X X ^ -rf< X 05 C75 05 05 05 X 05 o X X 05 05 05 bOi

IDÉIAS SÒBRE O PUVNEJAMENTO DA ECONOMIA BAIANA

Dirclor-Sccn tário do Instituto dc Economin c Finanças da Bahia c Professor Catidrático da Faculdade do Ciências Econômicas da Uni\iTsidadc da Bahia.

A vida econômica caracteriza-se por uma constante movimentação. Além dos movimentos cíclicos ou pe riódicos em que se embasa todo 0 es tudo da conjuntura econômica e em que verificamos os chamados perío-. dos sazonais ou de curta duração, os cíclicos propriamente ditos ou de du ração média, ao lado dos períodos polienais também chamados “ondas largas” ou “trends” como preferem chamar os ingleses, de duração apro ximada de 50 a 60 anos, existem os movimentos aperiódicos constituídos de pertubações ocasionais de natu reza transitória porque simples adap tações acidentais e a tendência cen tral ou secular, de expansão indefi nida

recebe o influxo de todos que

os demais fenômenos de movimenta ção da vida econômica e se refere, no dizer do Prof. Djacir Menezes, "ao aumento continuado do volume da produção e do ingresso real com 0 progresso econômico em geral, e a subida dos níveis de vida”. .

trário, a humanidade, cm certas épo cas, manifestações nítidas de uma repressão da atividade econômica, mas ainda"que essa tendência para 0 progresso fôsse constante, nunca se desenvolvería de uma maneira con tínua, sem quaisquer perturbações.

Períodos de regressão na atividade econômica podem ser devidos a esta dos de insuficiência demográfica, à decadência da população sob o ponto de vista das suas aptidões produto ras, a insuficiências monetárias, à diminuição da produção de certas matérias-primas fundamentais.

A técnica da produção sofre alte rações constantes, cada uma das quais impõe modificações nos termos em que está estabelecido o equilíbrio ■econômico; essas modificações da téc nica dão-se por uma forma irregular, intermitente.

eminente economista luso o

Verdade seja dita, como bem assinaja

Prof. João Pinto da Costa Leite em seu substancioso “Ensaio sôbre a Teoria das Crises Econômicas”, que a marcha para o progresso para uma satisfação cada vez mais completa das necessidades humanas não pare ce constante, apresentando, pelo con¬

Estamos em pleno domínio da di nâmica econômica. As velhas concep- ' çõos dos economistas clássicos vêm sendo substituídas e reajustadas ten do em vista o imperativo da realida- ' de econômica. Substituj-se o simbolis mo da estática econômica pelo rea lismo da economia dinâmica. O fenô meno das crises era considerado pe- ’ * los clássicos uma perturbação acidental, não se acreditando na sua ciclicidade ou caráter periódico de que se revestem, como tem sido observa-

i/*--' «r '
\ ● ’í

do no mundo inteiro, dando margem a que se possa estabelecer uma ver dadeira política econômica anticícli' . ca, capaz dc modificar as conseqüôncias prejudiciais dos períodos de pressivos, sobretudo após o advento da chamada revolução Keynesiana.

Para investigação dos fenômenos cíclicos têm sido postas em funciona mento verdadeiras oficinas munidas de elementos necessários à determi^ «açao das tendências ou flutuações da atividade econômica, r São os centros de análise da V séries i

con' clusões indisSávtÍ^ ® tação firme a uma o e segura riencom base científica. É empresa para econot mistas latamente cate^ gforizados

^ verdadeiros sejam ou tt . econo¬

mistas altamente catena linguagem V pressiva do no ex^ , renomah do economista britât meo Professor Pigou. " econômica de nos; ‘‘madoriBmo na solução de , Pioblemas de tal magnitude.

Há mister

’■ cuidado e _ um planejamento bem

R. nara i,v, i orientado ' paia implantação ^ ? adequada no setor das r' nômicas. Urge

mento e de ação aos profissionais já existentes para aue aos poucos se consig:a ajustá-los aos seus devidos misteres, de acordo com os seus pen dores e habilitações.

Necessário se torna igunlmente que a opinião pública seja educada den tro das realidades e não se deixe in fluenciar pela propaganda fácil da política eleitoral que, via de regi-a, é orientada de acordo com os interes ses pessoais dc cada qual, muitas vêzes antipatrióticos e lesivos ao bem público.

I sionais

de uma política atividades ecoformação de profis- a h mrn n , ^°”’^^®^ainente aparelhados

i alto de tão r alto porte sem o que resultado

f, CO animador haver pour nneert 4?- emos de tirar do P nosso esforço. Preciso é que se profr cure dar oportunidade de aperfeiçoa-

Vale lembrada a advertência do insigne Prof. Hawtrey, da Royal Economic Society de Londres, quando assevera que o pulso de andar às ce gas e sem guia uni camente pode conduzir ao fracasso e ao desespêro. A democracia exige que todo indiví duo responsável seja um estadista, quer di zer, que forme um acertado juízo do que se deve fazer. Um estadista não é um técnico. Escuta as opiniões dos técnicos mas tem que escolher entre olas. Com freqüência engana-se na escolha, mas os técnicos também er ram com freqüência. Cabe aos técni cos dar sábios conselhos lhantes. Seu .saber pode ser duvidoso, mas o técnico, consciente de sua fa libilidade, deve submeter-se ao juízo dos demais. Deve sentir-se satisfeito de que suas opiniões sejam examina das e criticadas. O sábio que se man tém enceiTado em suas próprias es peculações não é um técnico, única-

«:ima seus seme-

DiGESTO ECOIfóíBOO

mente quando comunica sua ciência aos demais e lhes fornece fundamen tos para açir é vercladciramente sábio.

A humanidade há alcançado uma fase de civilização cm que a vida chegou a ser extrcmamente compli cada. Os técnicos sc nniltiplicam, ospecializando-se cada qual em sua pró pria missão, dentro do sistema. Para quo a comunidade possa resolver seus problemas, é necessária uma exposi ção compendiada do conjunio da situa ção, uma exposição compreensível para os que não são técnicos, de for ma que .lhes faça ver as salientes características dos desmantelos, por uma parte, e os remédios para cor rigi-los, por outra.

Muito se tem dito e escrito a res peito da necessidade de um planeja mento da situação econômica da Bahia. Ê mesmo secular entre nós a idéia de um estudo dessa natureza, pois remonta aos primórdios do de sequilíbrio de nossa regional econo mia, com o deslocamento do eixo eco nômico do Norte pa«v o Sul, em que a Bahia perdeu a ascendência dos seus principais pi’odutos como o açú car, o algodão e o café, bem assim se viu enfraquecida com a perda do elemento escravo de que se servia du rante o período de bi*óspera econo mia.

Já em 1807 o Conde da Ponte, para informar a S. Alteza quanto aos pro blemas da economia baiana, endereçou aos membros da Câmara desta Pro víncia uma carta contendo itens de in dagações sôbre as nossas deficiências econômicas, o que provocou notável resposta por parte do desembai’gador Rodrigues de Brito, em célebre carta

na qual foi citado o grande econo mista Batista Say.

Recentemente, com o decreto n. 10.049, de 2 de setembro de 1938 Governo do Estado instituiu o Con selho Técnico de Economia e Finan ças, com a finalidade de ser órgão consultivo c de análise dos proble mas econômicos do Estado.

As atribuições principais do Con selho eram verificar a execução e apu rar os resultados dos planos econô micos traçados pelos Institutos de Cacau, Instituto Baiano do Fumo,Ins tituto de Pecuária e Instituto Cen tral de Fomento Econômico, emitir pareceres sobre problemas econômi cos, financeiros, administrativos, ins tituindo inquéritos objetivos, coorde nando e sistematizando, para pronta consulta, dados estatísticos, difundin do e dirigindo a propaganda exploração das riquezas econômicas da Bahia.

para a

Assim estruturado, o Conselho Téc nico funcionaria como um autênteio laboratórío econômico-financeiro, um verdadeiro órgão de pesquisas e pla nejamento, para estudar a economia baiana.

Entretanto, de 1938 até esta data, mais de três qüinqüênios, consta-nos estar funcionando como repartição auxiliar da Secretaria da Fazenda, na coleta de elementos estatísticos destinados a fornecimentos aos fis cais das rendas do Estado, como ele mento de controle e auxilar da fisca lização das rendas, integi-almente burocratizado.

Êste Conselho Técnico de Econo mia .e Finanças está legalmente ex tinto, sendo substituído pelo Conse-

Dicesto Econômico 91
o

f

Iho Estadual de Economia, organÍs-T j^ruimento econômico da Bahia”, ob* mo esse que tem idênticas finalida- “'jetivando tomar conhecimento de nosdes, não estando porém em funciona- ^sa “secular perda de subs‘ância” ? *^que ainda evidencia a frágil e pri-

mento, apesar de criado.

Na Interventcria do General Rena-- ^ mária estrutura econômica da Ba to Aleixo, por iniciativa do Professor hia. Guilherme Marback, então Secretá rio da Fazenda, foi criada uma Se ção de Estudos Econômicos dessa Se cretaria, que foi extinta por ocasião da última reforma havida nos servi ços fazendáries do Espado.

V A finalidade dêsse projeto, que ’se deveu também à colaboração dos " deputados Antônio Balbino e Osval,'do Rios, não se concretizou. Fracas,sou no nascedouro. Uma comissão com título específico foi também a de Planejamento

Um grupo de intelectuais, tendo h !constituída frente o Prof. Nestor Duarte, divul-’ ''Econômico, gou no vespertino “A Tarde”, em - Do Plano de Ação Econômica para 40, uma série de in‘^eressantes arti- ^o Estado da Bahia, realização do eco-

gos sob o título “Um inquérito sôbre í-nomista Tosta Filho, por incumbên-

a economia baiana”. Agitou '* ’ -se, nessa época o problema

A seguir, em 1941, baiano “O Imparcial

em causa. o matutino realizava uma

oportuna “enquête-- sóbre -o que a Bah.a ja teve?”. Essa objetiva tarefa trouxe a lume depoimentos de antigos industriais, agricultores e conierciantes, sôbre atividades ^ toras da Bahia antiga que eram importantes do que as atuais, como sejam, fábricas de chalés, chapéus de feltro, calçados finos, tecides de ● qualidades, etc.

no particular anti- nosso progresso gamente.

. Ja ern^ 1944, a nossa tradicional ssociaçao Comercial, sentindo no cerne os efeitos de nosso desajustamento econômico, convocou e realizou uma importante mesa redonda, de● industHar

cia do Governo Otávio Mangabeira, 'em 1948, conhecemos apenas, em par te, publicações referentes à econo mia cacaueira.

Não sabemos se os estudos foram concluídos.

Posteriormente o deputado Jorge Calmon, no intuito de equacionar o problema das secas, para sugerir ao govêrno soluções viáveis, no parti cular do nosso Estado, apresentou projeto criando a Comissão do Exôdo Rural, tendo prestado depoimento pe rante a m

produ, mais que evidenciaram o esma, dentre outros téc nicos, o Prof. Miguel Calmon, eco nomista dedicado* ao estudo dos pro blemas específicos de nossa regional economia.

u

iiÜ

Digesto Ecoxómico 92 1
.
1
»»(I
O mais recente de todos êssís or ganismos destinados ao estudo da economia baiana, é o originado da Mesa Redonda sôbre o Desenvol vimento Econômico do Nordeste”, realizada na Bahia em agosto de 1952 sob o patrocínio das Classes Produtoras, Govêrno do Estado e Cia. 1 '●
Em 1946, o deputado Lafaiete Coutinho apresentou á Câmara Estadual . projeto destinado a planejar ti o ●●soer-

Hidrelétrica do São Franciscoj e que se denomina Comissão para Desen volvimento Econômico do Estado da Bahia, criada por Decreto do Gover no do Es‘ado, cujos membros foram escolhidos, ainda não tendo, porém, funcionado.

Como tivemos o cuidado de exa minar, não tem sido por falta de órgãos próprios que a nossa econo mia não está planificada.

E’ de recomendar aos interessados no planejamento econômico da Bahia a leitura do trabalho do economista patrício Rômulo Almeida, ex-chefe da Assessoria Econômica da Presi dência da República e atual Presi dente do Banco do Nordeste do Bra sil, publicado na Revista de Econo mia e Finanças, órgão do Instituto ■ de Economia e Finanças da Bahia, número referente ao ano de 1947, O Plano da Expansão inti‘ulado

Econômica da Bahia”, que julgamos o mais completo estudo sôbre o as sunto, valendo destacar suas afir-

mativas de que

“o planejamento deveria alcançar, primàriamente, os seguintes objetivos: coordenação dos proadministrativos de fomento

— revisão e gramas

e benefício público, bem como da política econômica e financeira;

—-pesquisas e estudos para infor mações de caráter técnico e econômico;

çâo de assistência e de fomento às empresas privadas, pelo Estado. Numa sepunda etapa, o planeja mento poderia chegar ao traçado e ao empreendimento de grandes pro jetos coordenados;

— oferecería os projetos ao capi tal privado;

— participaria com o capital prideficiência vado, suprimindo-lhe

a

ou reduzindo-lhe o risco;

^— assumiría o empreendimento na fase experimental para, depois do passado o maior risco, oferecê-lo ao capital privado;

— ou assumiria definitivamente o empreendimento.

Em resumo: supriría a fraqueza da iniciativa e a carência de capi tais privados, procurando acelerar o desenvolvimento econômico.”

Planejar para obter

E’ condição essencial nos tempos modernos, para obtenção de grandes créditos, os planos certos e objetivos, expostos com clareza e precisão. Há pouco tivemos a oportunidade de ou vir a autorizada palavra do Coronel Carlos Berenhauser, diretor da ..

CHESF, quando nos explicou as di ficuldades no Banco Internacional de Fomento e Reconstrução para obten ção de créditos, vemos ocasião de ler E últimamente, tium comen

convocaçao

— estudos de localização indus trial de zoneamento regional; e fomen‘o dos em preendimentos privados, quer de ca pitais locais, quer de capitais importaaos.

Em resumo: racionalização da fun-

tário do “Correio da Manhã” do Rio sob o título “SABER PEDIR”, que diz respeito à necessidade de memoriam bem fundamentados com pre- -r visões econômicas e financeiras para que os grandes bancos específicos internacionais — Ex-Import Bank,

Dicesto Econômico 93

V como Cotcíripe.

do funcionamento da Usina de Bor.co Mundial, etc. noa possam forn^cer os créditos de que necessitarrns para acionar a nossa economia c”! marcha.

A impi'ensa baiana mencionou, 1 f-.,nforme Relatório da Comissão Mist-i Brasil-Estados Unidos, o quanto reixamos de obter jfbr não nos ter !' abilitado.

Precisamos pesquisar para planer. jarmos eficientemente.

' com errande emoção a luta

Apreciamos --- que .se

V desenvolve entre as bancadas do Norft te e Sul do País, no que diz respei& to às verbas orçamentárias, aplicáE Estados do Norte do País. f sobretudo, pesquisar c Plamficar para que tôdas as classes ) ao Brasil saibam

'

Torna-se, pois, evidente a necessi dade de planejarmos a nossa eco-

r^omia.

Esboça-sc, no momento, a idéia de estudo cm conjunto a ser reali- um zado na Bahia para o seu planeja¬ mento economico.

A notícia é das mais interessan tes, pois todos reconhecem a neces sidade des.se planejamento, a que de verá presidir carátor dc seriedade e de finalidade de bem servir.

Fundação para o Desenvolvi mento da Ciência na Bahia”, no seu proprrama de pesquisas sociais, com Universidade de Colúmbia, reali1949 pesquisas sobre condidemográficas, geográficas, eco-

A a zou em çoes

No momento estamos técnica do planejament em face dos conhecidos estranj?ulamento”,

apreciando a o econômico “pontos de

Assim, em face das deficiências da g. economia baiana i: portes,

Que precisamos o que temos, o de 6 o que queremos. nômicas e sociais que poderão servir de fonte informativa de grande im portância. A Revista de Economia e Finanças da Bahia, órgão do Insti tuto de Economia e Finanças dn Ba hia, divulga no seu último número importantes trabalhos de autoria de conhecidos técnicos como Rômulo Al-

■kl ^ ener^a e da indústria básie difícil estabelecer - prioridades para obras -se uma esa se-

nos setores de trans-

4 rem empreendidas, tamente, ■ ~

O problema, cernao se resume em de.stacar

l'. um ou outro dos J gulamento”, lítica Pias c nacional de

ca, cala de meida, Glycon de Paiva, Miguel Calmon, Jaime Furtado de Simas, Vladimir Guimarães e outros que apre sentam valioso subsidio para os es tudos que se projetam em caráter mais amplo sôbre o planejamento da economia baiana.

tii-, acrescenta o Ins^ tituto de Economia “Gastão Vidigal j: sera a de “realizar o possível”

pontos de estranoordenar uma poexecução imediata mais urgente. A polí- , ao que fôr ’ tica em si como a política nacional , O Instituto de Economia e Finan ças da Bahia, com a publicação dêsses trabalhos, contribui decisivamente para aumentar a documentação dis ponível sôbre tão palpitante assunto.

F Daí, ' questão da

a não só em - j Afonso,

, no particular da Bahia, energia tem as melhores perspectivas de solução, I', virtude das obras de Paulo

O Banco do Nordeste, recém-instalado, está organizando em moldes rigorosamente técnicos o seu Escri-

9 OrcESTo Ecokómico 4
if
1/
1

tório de Est\'.dos Econômicos, finalidade de proceder a estudos es truturais e conjunturais na região nordestina e que por certo oferece rá significativa contribuição ao pla nejamento econômico da Bahia.

com a formação de um organismo desburo cratizado, capaz de coordenar esse planejamento de modo satisfatório, com 0 assessoramento de experimen tados especialistas nacionais e es trangeiros, à semelhança da ribbean Comission”, que planejou e está danco solução ao angustiante problema econômico de Porto Rico, que, em certos aspectos, muito -se aproxima do problema baiano.

A L ru».-'

Digesto Econômico 96
Mister se faz que para esse pla nejamento se congreguem todos os esforços dos Poderes Públicos c das Classes Produtoras, da Universidade da Bahia e de outras entidades na Ca-
i

Operação-Município e Cooperativismo

r ^ TODOS os que, pela palavra o pela , ação, vêm há anos orientando os seus esforços cm favor da recuperar çâo dos municípios brasileiros, pesa V uma grave responsabilidade na com juntura histórica que o País atraW. véssa.

mancnto, o reordenamento da hinterlãndia brasileira.

Essa responsabilidade decorre bretudo da inclusão, na Carta dos . Municípios, emanada do Congresso

|| de São Lourenço, de uma recomen dação especial, aprovada por unani midade nas comissões técnicas plenário, determinand

soe no a organiza ção do Plano Nacional de Obras e ’ Serviços Municipais (Operação-Mu. nieipio), cujas linhas

Temos que o aperfeiçoamento do nosso sistema cooperativo e o empreg-o üc scLs princípios quando da pres tação de serviços destinados ao de senvolvimento da produção agrope cuária e à urbanização de determi nadas regiões são fatores que contri buirão de maneira decisiva para a rápida revalorização das comunas do interior.

● esboçadas com elevado líbrio

o gorais foram senso de equie comprovados conhecimen‘os técnicos, p'r Araújo Cavalcanti e Luciano Mesquita, respectivamente Sccretano-Geral da Associação Brasi. leira de Municípios e Assessor Técni co da Comissão de Finanças do nado. Se-

Para o ^ preparo do Plano, cuja execuçao vai consistir na realização das l, reivindicações de ordem administray tiva inscritas n . Carta d''s Municí-

I pios e projeto-de-lei em tramitação na 5 Federal, apresentado pelo ^ deputado Jarbas Maranhão, a 25 de junho findo, prevê a instituição de uma Comissão.

Competirá pois aos membros dessa Comissão o exame e o debate dos mé/ todos e processos mais adequados pa ra se lograr, de forma objetiva e per-

Kictivamente, a racionalização do sistema cooperativista ürusiicíro, náo sü se teuuü em vis.a a estrucuiaçao das uniuaues cooperativas, muS bem o prceneiiimcncü da iaçuiu exis tente, criaua pela mexistenc»a de um organismo ue umbico iiucunal, uesUnauo a coordenar e superintender us suas ativmaües, à semelhança uo que ocorre com as associações rurais, d®* ve constituir preocupação dos mem bros da Comissão do Plano, a qual muito poderá fazer com sua atuação direta. Ue outro lado, o estimulo ao florescimento de sociedades coopera tivas em lodo o País, logo após o transformação dos trabalhadores ru rais sem terra em pequen_s produto res independentes, e a reorganização da vida rural, mediante o fomento e adoção de planos modernos de urba nização, devem constituir outras tan tas funções a serem executadas por intermédio do setor da Operação-Mu nicípio vinculado a serviços de agri cultura e de ui-banism^.

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1 r ●●j?
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Tudo isso vem demonstrar que mui to poderá ser feito sob os auspícios da futura Comissão, no sentido de criarem núcleos de civilização e cultura por todes os recantos do País, tendentes a evitar definitivamente o êxodo rural, graças à elevação do ní vel de vida das populações campesinas, única maneira de se dar conteú do e expressão ao cipalista.

Conforme recomendamos a Comisdo Plano Nacional, além do enda introdução de métodos ra¬

se movimento numisao cargo cionais de traballio na organízaçao administrativa das cooperativas, po deria exercer funções coordenadoras de suas atividades, já que essas so em número de cêr- ciedades, embora ca de quatro mil, não têm um órgão esfera federal com aquelas fun ções. Na realidade, enquanto as as sociações rurais, apesar de não atinnovccentas, contam com a

na girem a Confederação Rural Brasileira e a So ciedade Nacional de Agricultura, as I

entidades cooperativas não possuem um organismo de cocrdenação e su pervisão de suas atividades, com a responsabilidade de articular-se com as cooperativas dos municípios e al gumas federações de cooperativas dos Estados.

A atribuição que poderia ser dele-í gada à Comissão do Plano, tendente a promover os meios mais convenien tes a transformar os milhões de ope rários rurais sem terra em pequenos produtores independentes e, em se guida, agrupá-los em bases coopera tivas, talvez fosse o mandato mais importante a ser desempenhado pela Comissão, uma vez que é através de serviços dessa natureza que se vão proporcionar reais benefícios a u’a massa considerável de homens, até então marginais à ação dos poderes públicos.

equi¬ pe

/ nemais

Nesse sentido desde já uma selecionada de técnicos está pro cedendo a pesquisas sobre a distri buição das propriedades agrícolas e das classes agrá rias do País, e se acha entregue ao trabalho de levan tamento das cessidades

porurais, a se po& segurança

problemas de remodelação da vios da rural,

dentro

de uma escala de prioridade, eni tendo vista sobretu-

97 ■ Dic.KSTo Econômico
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I
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prementes das pulaçÕGs ■ fim de que sa mais tarde ata car com J

do os nossos meios de mercados de consumo.

transporte e ^ . Para desem¬ penhar com exito essa tarefa a ser complementada a partir do início das atividades da Comissão da Município, de muito valerã sídios a serem Operação. . -ao os sub-

h ■ . _ o niinistrados pelas Assoc.açaes Rurais, Confederação Ru ral Brasileira, Sociedade Nacional de Agricultura e Centro Nacional de Estudos Cooperativos, ondo tra„ figuras de proWâo.^ã-anTsT; votadas ao estudo e à 7

í problemas fundamentais de not° da rural, figuras essas t ciusive, poderiam i K. Ias entidades ■ missão.

as quais, in●epresentar „ . aqueseio da futura Co-

Relativamente

ximar as cooperativas de produção das de con.sumo, No que se refere centros cooperativos da zona ru- aos

ral, sobre o.s quais vai repousar a or ganização da vida agrária» somente constituirão núcleos de recuperação municípios do interior se se do.s

conipusei-om de cooperativas de três tipos: de produção, de distribuição e de consumo.

Para desincumbir-se cabalmente de tão árdua missão, relacionada ao se tor de fomento da agricultura e pro moção do bem-estar das populações lurais, a Comissão do Plano preten de se valer, em larga escala, do Ban co Nacional de Crédito Cooperativo, bem assim dos bancos e caixas de crédito cooperativo, para o depósito e distribuição das dotações a serem investidas nos municípios da hinterlãndia, uma voz que para tanto pre tende recorrer não só às agências do Banco do Brasil, mas a tôda a nossa rêde bancária.

Das breves considerações que te cemos se infere que a Opevação-Município será, sem dúvida, um dos mais viírorosos instrumentos até heje cria dos, tendo em vista o racional desen volvimento de nossa economia rural.

Dioesto Ecünómjco ■ 98
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mzação a que aludfmcs”"^ C "
;
[ eiéucia e da ai-te do u..ba„Í3“:'“ aí singrular aos proble’ dá importância si . mas econômicos e ^ do solucioná-los, mediante sociais, ^■rande procuranem parto, mais estreito produção localiza-
dasTiS^Iirv^d ---
destinado^ aípro-
o 't
intercâmbio : entre as fontes de ' das no

ESCOLA DE ADMINISTRAÇAO DE ^ EMPRESAS DE SAO PAULO

(Discurso cio Sr. Ministro du Educação — Exposição do Presidente da Fundação Getúlio Vargas)

I

DISCURSO DO SR. MINISTRO DA EDUCAÇÃO E CULTURA

Recebi com vivo contentamento o convite que me dirigiu o dr. Luís Si mões Lope.s para comparecer a esta solenidade. Conhccendo-o há muitos

e acompanhando a sua tvaje- anos, tória de homem que pensa e realipoderia faltar ao seu cha- za, eu nao mado num momento como êste, quan do a sua — e digo mesmo, a nossa Getúlio Vargas -- Fundação

Constituiu verdadeiro acontechncnto a reunião inaugtiral do Comissão Coiiíuí^ tiva de Administração de Empresas, rea-i Uzada no Palácio Campos Eltsios cm 3 de w^ôsio deste ano. O “Digesto Eco-^ uòmieo”, que dá o seu integral apoio à patriótica c necessária iniciativa do Estado uma escola do criar em nosso

Administração de Empresas, publica ra esclarecimento de seus leitores o hri^ lhante discurso do então Ministro do

gista mais um sinal positivo em seu caminho de vitórias.

Aqui estou, portanto, não SÓ como brasileiro que vem aplaudindo as rea lizações deste eminente patrício, mas também na qualidade de Ministro da Educação e Cultura, cargo a que elevou recentemente a honrosa confiança do Presidente Getúlio Varonde me sinto cabalmente cre-

reme gas, e

denciado para aplaudir e cooperar iniciativas como esta. com

Educação c Cultura, Edgar Santos, c a minuciosa exposição do presidente da ‘"Fundação Getúlio Vargas”, Luís Sí-j mõvs Lopes, que tão assinalados serviços tem prestado ao nosso País. ^

quais figura o Ministério da Educaí ção e Cultura, para uma consecu-J ção mais perfeita dos seus objetivos.

Incluindo-se

mais uma prova

Vemos que o seu as

agora, entre estas iniciativas, a Escola de Administra ção de Empresas, dá-nos a Fundação “Getúlio Vargas concreta de que persiste *o seu en tusiasmo criador, campo de ação se desenvolve e dia a dia se enriquece, como no caso pre sente, pela conjugação dos seus es forços com os esforços e capacida des de outras entidades, entre

Num país como o Brasil, onde, em grande parte, o povo ainda não deS'^ pertou para a realização pessoal do seu destino — tarefa que lhe cabe executar com independência e, mes-" mo, sôbre a inércia eventual do Esesta é, sem dúvida, uma tado

orientação digna de encômios pelo sentido altamente político e essen-3 cialmente educacional que a inspira^ Compreendo e proclamo, assim, o acerto com que a Fundação “Getúlio Vargas” vem prestando ao país seus relevantes serviços, e desejo acentuar que o seu trabalho, embora produti-^ vo, é silencioso, não se move por

por um e penetrante da

interesses que não sejam os da cole tividade, e que, inspirada salutar espírito de renovação cul tural a Fundação “Getúlio Vargas” revela, antes de tudo, possuir uma visão clarividente realidade brasileira.

Neste largo panorama, e motivada certamente, pelas mais vivas neces sidades da vida brasileira, a Funda ção “Getúlio Vargas” fêz surgir no pais um novo tipo de escolas. Con sagradas ao estudo especializado dos problemas administrativos, estas es colas tem, de singular e louvável a caracteristica de não se prendetm a uma rigida legislaçã estabelecida, mas, sem fugir ao do

veitada com o vigor que poderiamos esperar, e na extensão real dos seus leeursos. Sente-se, com isto, afinal, a necessidade do ingressarmos em uma nova fase de produtividade, fa se que se caracteriza, já no domínio econômico, pela manipulação de ins trumentos científicos, e com o que se revela, em conseqüência, a neces sidade da formação e do aperfeiçoa mento do pe.ssoal que os novos mé todos reclamam.

pvèviamente o

A civilização industrial moderna, impressionante pela complexidade e magnitude dos seus problemas, con verteu a administração em uma ver dadeira ciência. Ciência básica e pro fundamente vinculada às demais ati vidades humanas, a administração assume modalidades inúmeras, exi gentes de preparação especial, e que se vão caracterizando de conformi dade com os objetivos e intenções a que devem servir.

de nue n ^

cien?ffic„s e i ntiíicos, precisam ítos, não só ser implantaorganizaçâ

do, mas, dades de , de empresas

o do Estaparalelamente, natureza

na nas ativiprivada e

do particular, ciais e industriai

Pou^a í, . u ● Poi-que nestas

I são fatôrí"'f "s«onal, e elas l mental da vida

mocomernas reecoainda. na

-3o,^na que“seria™d a organização da sua rTalidS?"''^’’ nomica e esta dominada g-enerahdade dos casos noln

Temos aqui, nesta escola que hoje se instala, um exemplo altamente significativo desta’ diferenciação. Abriga-se aqui uma variedade da ciência administrativa de sentido eminentemente econômico, e outro não poderia sev o ponto escolhido pela Fundação “Getúlio Vargas” pa ra ^ instalação desta Escola, senão esta grandiosa capital, de cuja ativi dade e beleza todo o Brasil se ufana.

Realizando, com isto, a Fundação “Getúlio Vargas”, mais uma etapa de sua jornada cultural, bem que o seu trabalho — longe do teorismo em compi*azemos J.

100 Digesto Econômico
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“ ''«'daI i
se ve que tradicionalmente nos tem de marcante circunstância de consultar e aten der as peculiaridades do a nieio a que a apro-

se aplica. Beneficia-se a Fundação, para o desenvolvimento das ativida des que lhe estão afetas, de sua con dição de entidade privada. Isenta, deste modo, da irrecorrível planificação do Estado, e organizado o Es tado, talvez irremediavelmente, de forma inflexível, é visível a intensi dade e a freqüência com que, não só no plano econômico como também no plano cultural, se transfere a ma téria que lhe é própria para os do mínios institucionais de natureza pri vada.

Devendo-se êste fenômeno à inér cia ou mesmo à impropriedade do tipo de Estado em que vivemos, que remos acreditar que o homem moderno se encontra, nos domí nios da administração dos interesses gerais, ante o dilema de sub meter ao Estado to dos os interesses da

comunidade, outro lado, distribuíorganismos anima-

ou, por los em privados

porque contando, aí, intensamente, ; com a participação direta dos indi víduos verdadeiramente interessados em cada ordem de problemas. 1 Êste sistema, com efeito, não im- .] porta em prejuízo para o Estado,| mas, pelo contrário, não podendo as | organizações parliculares escapar J inteiramente à ingerência do Esta- ^ do, contribui certamente para que -J as atividades governamentais se con- j tenham num plano geral de pura su- i pervisão, e menos comprometido o 0 funcionamento do Estado pela hi-Jj pertrofia de atividades e serviços a J que se obriga quando em contacto s direto e indiscriminado com as mas-1 sas. Vê-se, por êste moK do, que se vai acentuan¬ do, em face daquele di-^ lema, a preferência pe¬ las soluções privativistas, e que êste sistema, boa hora adotado em pelos criadores da Fun dação “Getúlio Vargas”,

está em absoluta con¬ sonância com as entidainteressadas mais , mas dos de espírito públivisionando obje- co, e

realização desta'estivos superiores, rando-se das mãos do TiEstado a realização

direja dos serviços, certo é que êstes ser viços adquirem agili dade e conseqüência, e, no campo específi co de cada finalidade.

assumem formas de produtividade eminen temente democrática,

(

f Dicesto Econômico 101 ‘
í

I- Situada numa teri-a onde o povo í, não repousa à sombra do governo, > mas realiza por si mesmo o seu pro gresso e a sua grandeza, creio que a Escola de Administração de Em presas há de triunfar aqui, e a ex periência que vai realizar, contribuir para maior acerto de iniciativas congêneres em outros pontos do país.

Êstes votos, aqui formulados peí* rante tão eminentes da gente paulista

representantes representante.s

e que destaco, agradecido e cativa« a figura singular do Governador L Lucas Nogueira Garcez ●— valem k pela confiança que deposito na missao nacional desta , província, r. valem, sobretudo, pelo acerto tusiasmo com que

reenaproveitar as sugestões de sa histór’ vosla.

quela reunião proclamaram tôdas a improtáncia do problema de fal ta de pessoal dirigente para atender crescimento do país. Quer se trato de criar uma escola, de abrir fábrica, de organizar um serdc reaparelhar uma emprêgrando limitação é a deficiên-

na ao uma viço ou sa. a

cia do elemento humano capacitado diversas funções de adminisE’ mais fácil importar o para as tração, equipamento e a tecnologia do que assimilar a capacidade administrati va para organizar e dirigir com efi ciência o empreendimneto. Até mes mo a formação de profissionais es pecializados, em proporção adequa da ao crescimento do país, depende da existência de maior número de

mas e en, mais uma i outros brasileiros saberão ’ der e comp vez, chefes com visão suficiente para apoiar as iniciativas das instituições pioneiras e criar os programas pró prios das empresas.

II

A EXPOSIÇÃO DO da FGV ● PRESIDENTE

i*[* agosto de 1952 1 cidade, f idort, f. bre

realizamos neseolaboração

uma reunião de debates ;!

em com o socopresidir ao -se de públicom um entuestimulo

Estávamos confiantes, portanto, em que a escola que planejavamos correspondia a uma necessidade real e reconhecida, de viva voz, pelas clas ses produtoras. Com êsse incentivo lançamo-nos à sua realização, sem esquecer, contudo, as advertências que nos foram feitas, no - Painel de Debates, sôbre os tropeços e as di ficuldades. Avaliavamos os proble mas inerentes ao ensino da adminis-

traeLT^i'’ de Adminiso s “ r Empresas de São Paulo.

- ● ^“''«nador Lucas Nogueira nos deu Garcez , naquela ocasião agora, a honra de conclave, manifestando eo sôbre a iniciativa siasmo que tem sido tante

I mo alhos, vozes que se fizeram ouvir

tração, os recursos técnicos que exi giría, a necessidade de ajustar-se às condições locais. Era, para o Bra sil, um ensino inteiramente novo quanto à metodologia, à composição dos currículos, ao material didático necessário.

para os nossos trab cons-

Não dispúnhamos

I , no país, de professores especializados. As Surgiu, assim, a idéia da criação

Dicesto Econômico 102
I
r

da Missão Universitária de Admi- do ensino. Ao conhecer os planos nistração de Empresas, evoluindo do da Fundação, que obedeciam ao mescontrato avulso de professores es- mo espírito, deu-lhes imediato apoio, tiangeiros para o acordo com insti- As duas instituições acertaram um tuição educacional de reconhecida convênio para a criação no Brasil prestaria tôda a da Missão Universitária de Adminis-

ccmpetência que assistência necessáiia ao projeto. Missão, assim organizada, estudar a implantação no país do en- . sino moderno

À tração de Empresas, como órgão da cabería Fundação Getúlio Vai-gas.

negócios, fornecer professôres estranesccla a ser criada e geiros para a preparar o corpo docente brasileiro indispensável ao êxito da iniciativa. Dessa forma, a continuidade do pro grama não seria afetada pela subs tituição eventual ou em rodízio dos professôres estrangeiros.

A idéia encontrou caloro.sa acolhi da nos organismos competentes. Instituto de Assuntos Interamericaexecutava no Brasil o Prodo Ponto IV, mostrou imedianos, que grama to interesse num projeto que contri buiría para o preparo de maior núde administradores capazes no mero pais.

Em conseqüência desses entendi mentos, veio ao Brasil, no fim do ano passado, o Diretor da Escola de Ad ministração de Negócios do “Michigan State College”, para conhecer as condições locais, como fase pre liminar para a escolha dos professo res mais indicados para o programa. em vista. Visitou êle b Rio e São Paulo, examinando os planos já ela borados para a Escola, pela FundaO ção Getúlio Vargas. Voltou aos Es- _i tados Unidos entusiasmado com as possibilidades que São Paulo ofere ce a uma Escola do tipo que es- _^ tava sendo planejada e com o apoio que a iniciativa vinha recebendo do Govê;*no e das classes produtoras do Dentro do seu programa de Estado. Em conseqüência, o projeto passou a receber a mais alta consi deração da “Foreign Operations Administration”, órgão do govêrno ame ricano a que pertence o Instituto de Nesse sentido Assuntos Interamericanos.

assistência técnica pôde atendei* à solicitação da Fundação para o envio Brasil, pelo prazo mínimo de cin co anos, de professôres de adminis tração de negócios, celebrou um contrato com o gan State College”, universidade que serve à área da grande indústria au tomobilística dos Estados Unidos.

ao Miehi-

da administração de i ano chegaram ao _‘

Em abril dêste

Brasil os primeiros professôres te-americanos, Dr. Karl Boedecker, líder do grupo, e Dr. Ole S. Johnson. ●

Em princípios de julho chegaram dois outros, Dr. Leonard Rali fessor F. Harris, todos do gan State College”.

composta do

nore PròMichiA Missão é _' coipo de professôres

_, americanos e de nm eorpo nacional, _■ formado por assistentes cuidadosa-

- T F» 103 Dicesto Econômico
Por outro lado, a Campanha de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, do Ministério da Educação, vinha estud^ando a criação no país de missões universitárias estrangei ras, destinadas a auxiliar as nossas escolas superiores na revitalização - _/

mente selecionados, tudo sob a orien tação de um Coordenador brasileiro, Dr. Astério Dardeau Vieira, pôsto à disposição da Fundação pelas Na ções Unidas. Os assistentes traba

lharão com os professores nos, preparando-se para ser os fu turos professores da Escola, encontra

instalada, se ce-

amencaEsta provisòriarnente, no edifício da Delegacia Re gional do Trabalho, gentilmente dido para êsse fim.

Estamos anunciando para setem bro o primeiro curso intensivo de administração, com a duração de 12 semanas, em regime de tempo inte gral, com um programa que abran ge as diversas áreas administrati vas, sem deixar, porém, de acentuar o funcionamento da empresa como um todo.

E’ nosso desejo que os

chefes de empresa mandem a êste curso pessoal categorizado, ou ne le se inscrevam, jmra que possamos demonstrar o impacto dêsse tipo de ensino sobre a eficiência da admi nistração, c 0 possamos melhorar e ajustar de acordo com a experiência obtida.

A Escola de Administração de Empresas de São Paulo é o núcleo de trabalho da Missão Universitária de Administração de Empresas, reno onde se está realizando a transbrasileiro, desse genero de ensino, já tão deUzldos'%’^°" industria■ cêica d Unidos há de duas centenas de institui- isso.

o ter-

Çoes que oferecem cursos especialiem administração de ensino é zados negócios, enriquecido pelo estudo - casos reais, por visitas empresas, estágios, pesquisa, documentação cia técnica, conferênci

Õ e análise de a trabalhos de e assistênseminários de debate, e

f; ' 4.' ■ ^'ealizadas, .na escola, . por técnicos e homens de Desde

as negócios, que chegaram a y o país, vêm - ^ professores estudando Os nossos os ^ negóc^'lí^^^ ^ ^ndições peculiares aos Lfr H Com a colabolaçao de chefes de empresa e diver>! visitado muitas ro de f i«antido grande núme¬ ro de contatos pessoais, primitivos Os planos se vao assim

E’ evidente, portanto, que uma es cola de administração de negócios, moderna e eficiente, não se pode alhear das empresas. Mais do que Para que desempenhe sua fun ção de preparar contingentes novos de pessoal dirigente e aperfeiçoar os quadros existentes, contribuindo para a elevação do nível técnico da administração do país, é indispensá vel que empresas, entidades e pes soas de reconhecida competência par ticipem, ativamente, de seus progra mas e de sua direção.

Exa. e Sr. Ministro da Educação e Cultura e d© S. Exa. o Sr. Governa dor do Estado, além das muitas pes i

, ..cendo e os primeiros do preparados caráter objetivo.

enriquecursos vão sencom o indispensável

soas de destaque que nos honram com o seu comparecimento. Não po- - i

Dicesto Econômico 104 r
t
r
Como instrumento dessa participa ção, a Fundação convocou esta Co missão Consultiva, que já reúne tan tas personalidades ilustres, e Que aqui realiza a sua sessão inaugural. Para ela tivemos o privilégio de con tar com a presença e o apoio de S.

deriam, pois, começar sob melhores auspícios os trabalhos desta Comis são Consultiva.

principalmente, a tarefa de lhe pro porcionar os meios para cumprir es sa elevada missão.

Senhor Ministro Edgar Santos:

a

Antes de abrir a discussão sobre os tópicos relacionados no Proj^rama quero realçar os propósitos com que convocamos esta Comissão. E* ela o órgão consultivo que deverá auxiliar a Missão Universitária

traçar diretrizes educacionais ajus tadas às nossas condições e apro ximar a Escola da vida prática. Através do trabalho de subcomissões, ela participará da solução dos pro blemas encontrados na implantação dos cursos e do seu aprimoramento constante para servir ao comércio, à indústria e à agricultura. Cabelhe fazer com que essa Escola venha, realmente, a ser o centro de inter câmbio técnico e cultural das clas ses produtoras de São Paulo, o cadi nho onde elas apurem os elementos indispensáveis à sua expansão e aperfeiçoamento.

Senhores Membros da Comisão Con sultiva:

E’ minha esperança que a Comis são ajude a Escola a progredir no sentido das grandes instituições edu cacionais privadas dos Estados Uni dos e da Europa, que são ampauadas pelas organizações particulares mais esclarecidas.

Abandonando as tarefas absorven tes da pasta de Educação ..e Cultura, para prestigiar esta solenidade, aqui em São Paulo, bem demonstra V. Exa. particular compreensão do sen tido cultural desta festa e dos altos propósitos que nos congi^egam neste dia. Vossa Excelência quis marcar com a sua presença a instalação de um novo tipo de ensino em nosso país, que já surge um pouco tardia mente em face do progresso tremen do que sacode o Brasil. Vossa Ex celência, professor eminente, educa- ^ dor experimentado, sabe melhor do que ninguém que o material huma no de um país constitui o seu capital mais precioso e que o nosso progi*esso econômico esbarraria, um dia, na ^ falta de pessoal qualificado para con- IH duzir esta economia em crescente ex- ^ pansão, que tanto espera da iniciati va privada, das emprêsas, dos ho mens de negócios.

A Fundação Getúlio

Vargas foi criada para desenvolver campos novos na cultura brasileira. Traçados os rumos e iniciadas as atividades que conduzam a uma gi’ande instituição universitária de ad ministração de emprêsas, capaz de obter renome internacional, é vossa,

O sentido, sem dúvida, da vinda de Vossa Excelência é estimular os modestos mas perserverantes esfor ços da Fundação Getúlio Vargas em colaborar no programa de formação, de pessoal para as atividades públi cas e privadas, que é uma das suas finalidades básicas, estabelecidas seus Estatutos.

em apreseus mais

A Fundação Getúlio Vai'gas senta a Vossa Excelência efusivos agradecimentos por esta tão alta demonstração de apoio e apreço.

105 Dicesto Econômico

Senhor Governador:

^●1

nes-

Plantada na terra fecunda de São Paulo, sua fronde se projetará um dia em outi*as plapras brasileiras e novas escolas do mesmo tipo surgi rão, vivificadas pela experiência aqui colhida, de antanho, (luc domavam os sertões e plantavam cidades, daqui sairão as e(}uipes de iirofessôres e especialis tas, bandeirantes modernos, arautos das novas técnicas e da eficiência administrativa.

K como os bandeirantes

A Fundação Gotúlio Vargas não tem palavi-as pai a agradecer a Vossa Excelência, Senhor Governador.

'í* ■ Dioi-isto Econômico WT^ ● 106
I’ara sermos dignos de apoio lecebido, pode Vossa Excelência estar certo de que não perderemos a fé nem desertaremos a meio da jor nada. [●*
p Não pude esquecer as bondosas palavras com que me recebeu Vossa ^ Excelência há poucos dias e a sua ^ lembi*ança espontânea de reali/.ar neste Palácio, sede do Governo do £ Estado, esta solenidade, tão simples r e tão rica de significação a um só |L tempo. Entu.siasta da idéia, desd C. primeiro momento. e o quis Vossa Ex celência, mais uma vez, apoiá-la de público, sem rebuços. Surgindo, as sim, ' ■ a sombra protetora do eminen . ' te professor e homem público que . . . 9 Estado, nascendo em sua l opiia casa, junto do seu coração, ■P menrl "" “ frutificar, generosaW. os =P nobres e generosos são os sentimentos que se abrigam ^ ta casa de trabalho e de honradez. \ ■ / /
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