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Continua a programação da Festa de Santana
Botucatu: Comércio não abre na quarta-feira, Feriado de Sant’Ana.
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Shopping e Supermercados funcionam normalmente
De acordo com o Sindicato, as lojas do comércio de Botucatu estarão com as portas fechadas na próxima quarta-feira, dia 26 de julho, em decorrência do Feriado de Sant’Ana, Padroeira de Botucatu. Os supermercados e shoppings funcionarão normalmente cidade. O atendimento ao público do comércio varejista de Botucatu retornará ao normal no dia seguinte, quinta-feira, 27, funcionando das 9h às 18h.
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LEITURA DINÂMICA
Notícias de Botucatu e sua gente
O CULTO À SANT’ANA
Elda Moscogliato
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Hoje, que a análise histórica confere à lenda e à tradição autenticidade baseada em fatos reais, avivam-nos o saudosismo incurável dos nossos tempos de estudante, as belíssimas pregações do então Padre Morais tornado Arcebispo e já falecido, luminar da oratória sacra do Brasil, que frequentemente aqui vinha a convite do Vigário da Catedral - Pe. Salustio Rodrigues Machado, para os exercícios novenais de Julho, mês dedicado a Padroeira, Senhora Sant Ana.
Mais tarde, belíssimo livro de Mons. Ascânio Brandão, sobre Sant’Ana, nos forneceria os subsídios verdadeiramente encantadores dos muitos e veros milagres daquela que é para nós, a Santa Padroeira da Cidade e da Arquidiocese, cuja festa máxima teremos nestes próximos dias.
Conta-nos Mons. Mermillot, autor do livro “O Culto e o Patronato de Sant’Ana”, que, vítimas das primeiras perseguições, atiraram-se ao mar, em leve e precário batel, Maria Magdalena, Marta e Lázaro. Levaram consigo, como precioso tesouro, uma relíquia inesquecível: o corpo de Sant’Ana, mãe da Santissima Virgem Maria. As águas levadas milagrosamente, conduziram os fugitivos e os deixaram sem o saberem como, nas costas de Marselha.
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Mal aportados, os despojos sagrados foram divididos: uma parte foi para a Bretanha e outra, entregue a Santo Auspício, Bispo de APT, cidade principal de Avignon. Na cidade episcopal, foram eles religiosamente depositados na Catedral e objeto, pelos tempos em fora, da veneração não só do povo, como também, de reis, imperadores a Papas e dos grandes Cruzados da fé Cristã
Por ocasião das invasões bárbaras. Santo Auspício, ameaçado pelos sarracenos teve que abandonar a cidade. Antes, porém, ocultou nos subterrâneos defesos de sua Igreja, as preciosas relíquias.
Depositou-as, deixando ao lado uma pequenina lamparina acesa e mandou após, murar, em segredo, o discreto acesso da cripta e partiu.
A cidade foi invadida, mortos os seus habitantes, tudo destruído. Não ficou pedra sobre pedra. Os séculos correram. A antiga Igreja foi reconstruída. Mas das relíquias de Sant’Ana só a lenda falava. Acreditava-se que o santo bispo as havia escondido, mas onde.
De volta de uma de suas pelejas Carlos Magno veio ter ao mesmo templo de Sant’Ana para prestar-lhe os seus louvores e a ação de graças. Hospedou-se no castelo de um nobre da época, de nome Simiane, cujo filho, moço, era cego, surdo e mudo. Era um Dia de Pascoa. Recitava-se o Oficio Divino. Rodeavam o altar, os Pares e os Cavaleiros de Franca.
Subitamente adentra o templo o jovem cego-surdo-mudo. Enxergava, ouvia e falava balbuciando. A todos insiste com ges-
EXPEDIENTE
tos, para que o acompanhem. Admirados todos, formaram um cortejo. O jovem milagrado desceu as escadarias interiores do templo reconstruído. Apalpou as paredes e deu ordem para que abatessem a argamassa de determinado ponto. A argila cedeu como por encanto, deparando a todos uma galeria jamais suspeitada. Um vivo clarão, inexplicável e cálido, alumiava o corredor. Ao fundo, uma tosca parede filtrava uma luz radiosa.
Tocaram-na às apalpadelas e ela caiu maravilhosamente. Lá dentro, depararam os cristãos boquiabertos. uma urna preciosa. recoberta pelo pó dos anos. Trazia na tampa, uma inscrição feita um dia por Santo Auspício: “ Aqui repousa o corpo de Sant’Ana, Mãe da gloriosa Virgem Maria”.
A humilde lamparina deixada acesa, séculos atrás, irradiava suave claridade no abrigo sombrio que trescalava odor de rosas. (A Gazeta de Botucatu - 22/07/1988 )
DIRETOR: Armando Moraes Delmanto
EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes
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“O conto da ilha”
Maria De Lourdes Camilo Souza
Numa ilha isolada e ensolarada, lá nos confins do Oceano, morava um jovem. Vivia no farol, e cuidava de oferecer luz para as embarcações que por ali passavam.
Não muito longe do farol tinha uma pequena vila de pescadores.
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O povo que ali morava nunca adoecia, mas tinham um médico que vinha de barco periódicamente para revisar os moradores. Era uma ilha muito bonita, muito arborizada, e cheia de cabras.
As casas eram muito coloridas e o povo vivia feliz. Uma noite veio uma grande tempestade e um barco naufragou perto da ilha.
Na manhã seguinte, como estava calor, o jovem, morador do farol saiu dar um passeio.
Quando chegou perto da praia para dar um mergulho, viu o corpo inerte de uma jovem desconhecida. Foi correndo até ela.
Estava desacordada, tentou reanimá-la.
Na segunda tentativa ela acordou.
Tinha um machucado na cabeça. Que sangrava um pouco.
Era uma linda jovem , e ele levou-a para Vila dos pescadores ver se por acaso o médico estava por lá para revisá-la.
Quando o viram trazendo a moça correram curiosos.
O médico não estava por lá, mas tinha uma velha curandeira que morava um pouco retirada mas, fazia seus unguentos e pomadas caseiras. Levaram a moça até a casa da velha, que os recebeu meio arredia, dizendo que a moça que vinha do mar trazia mau agouro.
Puseram-na sobre um catre que lá havia.
E a velha senhora foi buscar as ervas para por no machucado.
A moça em confusão mental, nem lembrava seu próprio nome ou o que lhe tinha sucedido.
O moço que a tinha encontrado deixou-a aos cuidados da curandeira.
E voltava sempre que podia para vê-la.
Ela seguia desmemoriada. Mas a curandeira com seus chás, unguentos e rezas a estava curando devagarinho.
Um dia, olhando o mar que estava bravio, ela teve um lampejo, como uma visão, algo em sua cabeça começou a fazer sentido.
E se lembrou de seu nome.
Naquela noite, teve sonho que a apavorava. Gritou muito.
Acordou assustada com a velha senhora tentando acalmá-la.
Ela dizia em seu sonho que todos na sua cidade tinham ficado doentes com uma doença desconhecida, depois que um grupo de chineses tinha chegado.
E que ela e seu pai tinham fugido de lá para se salvarem da doença.
Foram pegos em plena tempestade. O pai foi lançado ao mar e ela na tentativa de salvá-lo tinha se aproximado da vela do barco que virou, batendo forte em sua cabeça. Quando médico veio e soube de sua estória foi vê-la e aí contou a todos sobre o vírus chinês que se espalhava pelo mundo inteiro, matando muita gente.
Como a moça estava saudável e não apresentava sintoma da doença deixaram-na morar lá com eles.
Momentos Felizes
COMO SERÁ O AMANHÃ ?
Em 2008 escrevi uma crônica publicada no Livro 5, pg. 255/256 tratando da Procrastinação, um velho e péssimo hábito meu de muitas outras pessoas em deixar para amanhã, por exemplo, a leitura de uma Tese acadêmica. Convenhamos, encorpado volume recheado de gráficos e desenhos geométricos dá uma certa preguiça só em pegar o caderno bem como iniciar atenta leitura. Assim, em semelhança aos filmes de ação e aventura, o trabalho é finalmente terminado e entregue.
Hoje em concentração sobre o assunto, meditando melhor tomei a decisão de não mais retardar qualquer tarefa pois, em um país onde os maiorais dizem ser tudo relativo não há porque preocupar-se, em especial com o amanhã.
Aliás, desde pequeno onde a grande família vivia com as tradicionais dificuldades financeiras, uma das frases mais ouvidas era exatamente esta: “amanhã vamos resolver” dizia o pai, assessorado pela mãe e irmãos fazendo coro: “fica para amanhã” e assim tudo ficava convencionado; porém, de uma coisa não havia dúvidas... eu teria que levantar bem cedo, fazer a higiene matinal, tomar café e seguir a pé para a escola, aprender e aprender sem nunca deixar de fazer as tarefas recomendadas pelas professoras. Quando meu pai tornou-se pequeno comerciante de secos e molhados, bebidas em geral colocou acima do balcão para que os fregueses pudessem ler e saber, uma Placa com os dizeres:
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“FIADO SÓ AMANHã” e quando escapava um fiado aqui ou ali o freguês dizia: - volto amanhã! e esse amanhã era a coisa mais incerta...
Quando na vida adulta e rodeado por outros adultos agendava-se uma reunião para tratativa de alguns assuntos importantes e, ao final, marcava-se outra data em tal dia e horas para solução das pendências, ou seja, os adultos também empurravam para o “amanhã” tudo que não fora resolvido.
Bem verdade que, umas pelas outras, tratativas davam certo mas sem nenhuma certeza porque na
Roque Roberto Pires de Carvalhotradição, o amanhã estava sempre na pauta...
A crônica de hoje que não pode ficar para amanhã, trouxe à minha memória um dos famosos filmes assistido em 1960 e mundialmente conhecido: ...E o Vento Levou – produção americana de 1939 cujo final épico se ajusta como uma luva ao assunto em comento. O filme, extraído da obra de Margaret Mitchell (1900-1949) publicado em 1936 conta a história de latifundiários no Estado da Geórgia (USA), onde uma grande propriedade rural com o nome de “TARA” foi duramente saqueada, queimada e destruída pelos soldados da União na Guerra Civil de 1861/1865 deixando seus ricos proprietários enfrentando, pela primeira vez as vicissitudes da miséria e da fome. A principal personagem Scarlett O’Hara para cuidar da sobrevivência do que sobrou da família, e superação da tragédia até retomar a produção seguindo o roteiro cinematográfico, deixou a mais forte e comovente manifestação de fé e coragem no encerramento do filme:
- “Tenho Tara ! – reconquistei a propriedade. Com Deus por testemunha não vão me derrotar. Vou sobreviver a tudo isso e, quando tudo terminar, nunca mais passarei fome! Nem eu e nem minha família!. Mesmo que eu minta, roube, trapaceie ou mate, com Deus por testemunha, nunca mais passarei fome!”. (Scarlett O’Hara).
Em conclusão, a história ficcionista de Margaret Mitchell deixa-nos uma lição de persistência e obstinação na busca dos objetivos maiores. Acreditar que “amanhã” será um dia completamente diferente !. De minha parte apenas acrescento: “amanhã, talvez” como uma advertência: - a cada dia bastam as suas preocupações.
Fonte: Wikipédia – a enciclopédia livre