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Opinião Pedro Machado - Presidente da Turismo do Centro

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2022: o ano do início da recuperação

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Pedro Machado

Presidente da Entidade Regional de Turismo do Centro de Portugal

Depois de dois anos que queremos apagar da nossa memória coletiva, marcados por uma pandemia que abalou as famílias e as empresas portuguesas, o ano de 2022 vai brindar-nos, todos o esperamos, com uma clara e consistente recuperação na atividade turística.

Os números mais recentes deixam-nos moderadamente confiantes. As dormidas na região demonstram uma recuperação visível na procura. Em setembro de 2021, registou-se, na média da região Centro de Portugal, um aumento nas dormidas de 28% em relação a setembro de 2020. Nalguns destinos, nomeadamente na Serra da Estrela e na Beira Baixa, as dormidas em setembro superaram até os valores de antes da pandemia. Na Região de Coimbra, embora essa recuperação não seja ainda tão expressiva, o mês de setembro de 2021 foi superior em 34% ao mesmo mês de 2020.

Todos os dados disponíveis apontam para que 2022 seja o ano em que os fluxos internacionais de viajantes regressem à região de forma progressiva. Será um ano de retoma, embora ainda sob os efeitos da crise, e em que tendencialmente se evoluirá para um regresso à normalidade – isto, claro, se a evolução da pandemia seguir o seu curso normal.

O ano de 2022 será também aquele em que vamos começar a ver em ação o PRR – Plano de Recuperação e Resiliência, instrumento que a União Europeia criou para reduzir o impacto económico e social da crise. Este é um plano que, certamente, irá ter uma influência decisiva nalguns setores da economia – mas que será menor no setor do Turismo.

Na verdade, o PRR parece ter esquecido o Turismo. Uma atividade tão fundamental para a economia nacional, responsável por 19% da riqueza produzida no país em 2018, não merece mais do que meia dúzia de referências, dispersas, no documento. Ainda assim, não deixa de constituir uma oportunidade para as empresas da região, que podem apresentar projetos e captar verbas em três eixos bem definidos: Resiliência, Transição Climática e Transição Digital.

Face às críticas generalizadas, já depois da apresentação do PRR, foi anunciado um plano de ação específico para o setor, intitulado “Reativar o Turismo, Construir o Futuro” e que irá auxiliar as empresas nas suas necessidades de financiamento. No entanto, os empresários continuam por conhecer os pormenores deste plano e como poderão a ele aceder.

A atividade turística vai crescer em 2022, não tenho dúvidas. Mas, face a todas estas contingências, o crescimento dever-se-á ao trabalho, entrega e dedicação dos empresários e funcionários do setor, coadjuvados por associações e entidades públicas e privadas presentes no terreno – e não, temo, por ação de qualquer plano mais ou menos ambicioso.

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