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Opinião Jorge Conde - Presidente do Politécnico de Coimbra

1500 Maiores Empresas

Na linha da frente da capacitação de recursos humanos

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Jorge Conde

Presidente do Politécnico de Coimbra

OPaís tem uma grande expectativa face ao PRR – Plano de Recuperação e Resiliência, a famosa “bazuca” financeira. Desde há muito que os planos de ajuda financeira vindos do exterior são um acontecimento que cria alguma ebulição nas pessoas. Mais de que qualquer descoberta científica, cultural ou histórica, aquilo que verdadeiramente entusiasma “o povo” é a possibilidade de haver dinheiro para fazer coisas, de preferência a custo zero e que se adeque às nossas pretensões e necessidades. É por esta forma de estar que nos últimos meses temos constatado uma grande preocupação em gastar o dinheiro do PRR... sim gastar. Na realidade a maioria fala em gastar e não em aplicar. O que o País precisa é de aplicar bem este envelope financeiro, para se modernizar, para capacitar as empresas, para gerar processos de fabrico mais eficientes e novos produtos que tenham maior valor de venda.

Portugal precisa de aproveitar o próximo ano para criar projetos de aplicação da “bazuca” financeira, que ajudem as empresas a sair da crise motivada pela pandemia, mas também a criar novos produtos que tragam novos clientes. Tudo isto com maior eficiência energética, mais digitalização e modernidade de produção e, naturalmente, com mão de obra mais qualificada.

A região centro de Portugal, e especialmente a região de Coimbra, precisa de ser capaz de estar na linha da frente da capacitação de recursos humanos, formando mais pessoas e em áreas mais competitivas para a sua afirmação no cômputo nacional. As instituições de ensino superior têm a obrigação de percecionar as necessidades do mercado e do território e, partindo da formação genérica e abrangente para a formação especializada, criar formações que respondam a essas necessidades. É por isso necessário que entre as escolas profissionais, as escolas superiores e os empregadores se façam pontes que levem os jovens para o mercado de trabalho ajustando as ofertas e as competências à afirmação da região e das suas empresas. A desconstrução do modelo de País assente em duas metrópoles em favor de um território mais coeso e resiliente passa por sermos capazes de capacitar o seu capital humano.

O Politécnico de Coimbra iniciou já esse trabalho e, em conjunto com mais de 100 entidades da região, preparou um programa de capacitação de quadros, que inclui formações para jovens à saída do ensino secundário através de Cursos Técnicos Superiores Profissionais e Pós-graduações ou Microcredenciações para quadros de empresas que queiram aumentar, reciclar ou redirecionar as suas competências.

O PRR pode ser decisivo para Coimbra e para a região centro, assim sejamos capazes de aplicar bem os recursos financeiros que daí advêm e não de ter apenas a preocupação de mostrar que sabemos gastar dinheiro.

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