diariodocomercio.com.br JOSÉ COSTA FUNDADOR
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BELO HORIZONTE, SEXTA-FEIRA, 9 DE MARÇO DE 2018
EUA nĂŁo poupa o Brasil e oďŹ cializa sobretaxa do aço Com o decreto insumo serĂĄ tarifado em 25% e o alumĂnio em 10% REUTERS / DIVULGAĂ‡ĂƒO
Segundo o presidente Donald Trump, os paĂses que nos tratam bem serĂŁo tratados com justiça
OPINIĂƒO No perĂodo compreendido entre 7 de março e 7 de abril deste ano, estarĂĄ franqueada a troca de partidos decorrente da emenda constitucional aprovada em fevereiro de 2016, engendrada pelo ex-deputado Eduardo Cunha. A medida permite que os eleitos pelo sistema proporcional mudem de partido no Ăşltimo ano de seu mandato, segundo as suas conveniĂŞncias. A referida emenda criou esta oportunidade espĂşria. Como a “filiação partidĂĄriaâ€? ĂŠ requisito da elegibilidade, quando o eleitor opta por uma legenda, estarĂĄ votando mais na sigla escolhida do que no candidato. (Aristoteles Atheniense), pĂĄg.2
A tarifação entrarĂĄ em vigor em 15 dias e nĂŁo vale para o MĂŠxico e para o CanadĂĄ, que negociam com Washington uma revisĂŁo do Acordo de Livre ComĂŠrcio da AmĂŠrica do Norte (Nafta). Trump disse que a medida estĂĄ sendo tomada para proteger a indĂşstria americana. “Hoje eu estou defendendo a segurança nacional ao impor tarifas sobre aço e alumĂnioâ€?, disse. “A indĂşstria de aço ĂŠ vital para a economia; se vocĂŞ nĂŁo tem aço, vocĂŞ nĂŁo tem um paĂsâ€?, acrescentou. O governo brasileiro disse que recorrerĂĄ a “todas as açþes necessĂĄriasâ€? para preservar seus direitos e interesses. “Ao mesmo tempo em que manifesta preferĂŞncia pela via do diĂĄlogo e da parceria, o Brasil reafirma que recorrerĂĄ a todas as açþes necessĂĄrias, nos âmbitos bilateral e multilateral, para preservar seus direitos e interessesâ€?, afirma a nota assinada pelos ministĂŠrios do Desenvolvimento e de Relaçþes Exteriores. PĂĄg. 11
Macroeconomia deixa o empresĂĄrio conďŹ ante Os empresĂĄrios da Construção de Minas Gerais se mostraram confiantes pelo sexto mĂŞs consecutivo em fevereiro. Os dados do Ă?ndice de Confiança do EmpresĂĄrio da IndĂşstria da Construção (Iceicon-MG), divulgados ontem pela Federação das IndĂşstrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), confirmam a melhora gradativa do Ăndice, que registrou 53,2 pontos em fevereiro, em uma escala na qual valores acima de 50 pontos exibem otimismo do empresariado. PĂĄg. 4
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DC AUTO veiculos@diariodocomercio.com.br
IMPRESSÕES AO DIRIGIR
Toro ĂŠ o produto certo para o mercado Picape mĂŠdia da Fiat tem projeto sintonizado com as atuais exigĂŞncias do consumidor brasileiro AMINTAS VIDAL*
NĂŁo ĂŠ todo mĂŞs que isso acontece, mas a picape Fiat Toro, que tem preços sugeridos entre R$90,99 mil e R$142,99 mil, conseguiu a façanha de vender mais unidades que sua “irmĂŁ menorâ€?, a Fiat Strada (preços entre R$48,79 mil e R$77,99 mil). Segundo dados da Federação Nacional da Distribuição de VeĂculos Automotores (Fenabrave), em 2017, nos meses de fevereiro, abril, junho e julho, a Toro emplacou mais unidades que a Strada. E com uma diferença tĂŁo expressiva que ela liderou as vendas acumuladas no ano de junho a setembro entre os veĂculos do segmento de comerciais leves. Mas, no fechamento do ano, a Strada foi a vencedora, com 54.870 emplacamentos contra 50.723 da Toro. Primeiro e segundo lugares neste segmento que, alĂŠm das picapes compactas, mĂŠdias e grandes, tambĂŠm contabiliza as vans e seus derivados para passageiros e carga. Para se ter uma ideia da relevância destes nĂşmeros, o terceiro modelo da lista ĂŠ a picape compacta VW Saveiro com 42.414 unidades e a 4ÂŞ colocada ĂŠ a picape Toyota Hilux (a primeira entre as grandes) com 34.368 emplacamentos. O desejo por picapes remonta aos anos 80, quando elas exerciam o fascĂnio que os SUVs exercem hoje. Criadores de cavalos e gados de raça “ostentavamâ€? modelos QRUPDOPHQWH PRGLĂ€FDGRV de cabines simples para cabines duplas, com carrocerias HP Ă€EUD GH YLGUR SRLV QmR havia opçþes de fĂĄbrica com HVVD FRQĂ€JXUDomR H VRĂ€VWLcação no acabamento. Com a abertura do mercado para veĂculos importados, no inĂcio dos anos 90, nosso mercado recebeu diversas picapes, principalmente japonesas e americanas, pondo Ă€P jV ´WUDQVIRUPDGDVÂľ A GM passou a produzir a famĂlia da S10 no Brasil, com acabamento e versĂľes capazes de encarar as importadas. 0DLV SDUD R Ă€P GDTXHla dĂŠcada, o grupo Souza Ramos, antigo transformador dos modelos nacionais, passou a produzir A L200, da japonesa Mitsubishi, em GoiĂĄs, e algumas montadoras trouxeram seus modelos de outros paĂses da AmĂŠrica do Sul, principalmente, da Argentina. 3DUDOHOR jV SLFDSHV FKHgaram diversos utilitĂĄrios grandes, tambĂŠm importados. Eles iniciaram essa “moda aventureiraâ€? que se tornou um desejo coletivo entre os consumidores e tomou conta da indĂşstria automotiva que passou a criar SUVs nos mais diversos segmentos. Com uma frente muito agressiva, as laterais com traços dinâmicos e fortes, uma traseira inovadora para uma picape e harmonia em todo o conjunto, a Toro conquistou milhares de consumidores de picapes e de utilitĂĄrios. A prova desse sucesso ĂŠ que ela estĂĄ na mesma fai-
xa de preço dos utilitĂĄrios mais comercializados, o Jeep Compass e o Honda HRV, mas vendeu mais que os dois. O interior divide boa parte das peças com o Jeep Renegade, mas com um acaEDPHQWR VLPSOLĂ€FDGR FRP mais plĂĄsticos duros e menos superfĂcies emborrachadas. Em comparação ao exterior, falta ousadia ao interior, mas ĂŠ moderno e estĂĄ no nĂvel dos melhores concorrentes. Recebemos a versĂŁo Freedom 2.0 diesel, 4x4, automĂĄtica para avaliação. Rodamos, aproximadamente, 1 mil quilĂ´metros por estradas e cidades e pudemos comprovar as vantagens e desvantagens de usar uma picape como carro de passeio. Ao contrĂĄrio das picapes grandes, que sĂŁo muito larJDV H GLĂ€FXOWDP D FLUFXODomR entre carros nas cidades, a Toro tem a largura aproximada de um sedan mĂŠdio que, aliado a uma direção elĂŠtrica leve, garante agilidade no trânsito urbano. JĂĄ seu comprimento nĂŁo permite parar em qualquer vaga e o diâmetro de giro ĂŠ limitado, obrigando, muitas vezes, a repetir as manobras em estacionamentos e vagas mais apertadas. A posição elevada do moWRULVWD DMXGD QD YLVLELOLGDGH j frente e para as laterais, mas, por outro lado, essa altura e a existĂŞncia da caçamba praticamente eliminam a visibilidade traseira. É preciso se acostumar a controlar o posicionamento na via atravĂŠs dos retrovisores externos. Os comandos do sistema multimĂdia, do computador de bordo e do controlador de velocidade estĂŁo todos j PmR DWUDYpV GH ERW}HV posicionados na parte da frente e de trĂĄs do volante. TambĂŠm existem alertas para comandar manualmente as marchas do bom câmbio automĂĄtico de nove velocidades. As regulagens do banco, e de altura e profundidade da coluna de direção, assim como um correto alinhamento entre os dois, garantem uma ergonomia correta ao motorista. O espaço interno ĂŠ muito bom para quatro adultos e razoĂĄvel para um
FOTOS:AMINTAS VIDAL/DIVULGAĂ‡ĂƒO
quinto passageiro. Mas todos contam com cintos de trĂŞs pontos e encosto de cabeça. O modelo avaliado estava repleto de opcionais como ar-condicionado digital, central multimĂdia de 5 polegadas com GPS, câmera de rĂŠ, teto solar, console central refrigerado, rodas em liga leve, farol de neblina, capota marĂtima e diversos outros itens estĂŠticos. O conjunto garantiu muito conforto a bordo pela HĂ€FLrQFLD GD UHIULJHUDomR H um bom funcionamento do sistema multimĂdia. No uso para passeio, a Toro nĂŁo ĂŠ tĂŁo prĂĄtica, como tambĂŠm acontece com outras picapes. Apesar de sua caçamba ter a porta dividida em duas partes, com abertura lateral, e nĂŁo apenas uma com abertura basculante, o uso deste compartimento nĂŁo ĂŠ o ideal para malas e mochilas.
Essas bagagens pequenas Ă€FDP VROWDV H H[SRVWDV j poeira e chuvas mais fortes, pois a capota marĂtima nĂŁo LPSHGH D LQĂ€OWUDomR das mesmas. Acomodar as bagagens sobre o piso e bancos da parte de trĂĄs da cabine foi a solução, mas restringiu o espaço para passageiros e deixou as mesmas expostas quando estacionĂĄvamos nas ruas. *Colaborador
Conforto ao rodar e motor 2.0 diesel de 170 cv O motor turbodiesel 2.0 entrega 170cv e bons 35,69 kgfm de torque. Aliado ao câmbio automĂĄtico de 9 marchas, este conjunto garante ERD GLULJLELOLGDGH j 7RUR DSHVDU dos seus 1.871 kg de peso, pouco para uma picape, graças ao fato de ela utilizar monobloco e nĂŁo chassis, mas mesmo assim, um peso respeitĂĄvel. Saindo da inĂŠrcia, normalmente em segunda marcha, pois a primeira ĂŠ muito reduzida, a Toro embala sĂł acima dos 1800 giros. Antes disso, ela fica um pouco apĂĄtica. Com abundância de marchas disponĂveis, quase nĂŁo se percebe as trocas, e apenas em velocidade de cruzeiro em estradas ĂŠ que a oitava e nona velocidades sĂŁo utilizadas.
Por falar em estradas, ĂŠ nelas que a Toro se sente em casa, tanto no asfalto como na terra. Aos 110 Km/h, e em nona marcha, seu motor trabalha a apenas 1600 rpm. Nessa condição o silĂŞncio interno predomina. Quase nĂŁo se ouve o motor, o ruĂdo dos pneus e o vento contra a carroceria, prova do bom isolamento acĂşstico do modelo. O uso das aletas para passar as marchas manualmente auxilia na condução, apesar do sistema ser muito conservador e sĂł permitir trocas por marchas que nĂŁo elevem muito ou deixem o giro do motor muito baixo. O conforto de marcha tambĂŠm ĂŠ muito bom, pois as suspensĂľes dianteira e traseira sĂŁo independentes e contam com subchassis.
2 DFHUWR HVWi PDLV SDUD Ă€UPH TXH o usual para os carros da Fiat, mas ainda assim ĂŠ confortĂĄvel. A Toro nĂŁo “pulaâ€? muito como boa parte das picapes, mas tambĂŠm nĂŁo ĂŠ como um sedan de luxo. Em estradas de terra, as suspensĂľes propiciam um Ăłtimo contato dos pneus com o solo e garantem uma boa tração, sem transferir as irregularidades em excesso para a cabine. Como todo veĂculo grande, a Toro nĂŁo ĂŠ muito urbana. Seu consumo em cidades raramente foi melhor que 8 km/l. Nas estradas era difĂcil andar prĂłxiPR jV YHORFLGDGHV SHUPLWLGDV pois aos 80km/h ou mesmo aos 110km/h parecia que estĂĄvamos a bem menos, tamanho o silĂŞncio
e conforto a bordo. Rodando assim, moderadamente, foi possĂvel fazer mĂŠdias de 14 km/l e, em trechos mais favorĂĄveis, atingimos atĂŠ 16 km/l. Andando de forma mais agressiva o consumo subia para 11km/l. O esforço da FCA para criar um novo produto, capaz de entregar o que o consumidor mais desejava, explica bem o sucesso da Fiat Toro no mercado atual. Em nossa avaliação, comprovamos as virtudes que fazem dela uma Ăłtima opção para quem gosta de estilo e precisa de espaço para cargas maiores. Mas, neste caso, ĂŠ bom ter uma garagem espaçosa e com fĂĄcil acesso para nĂŁo precisar manobrar em excesso todos os dias. (AV)
Fiat Toro ocupa a segunda colocação nos comerciais leves A picape Fiat Toro, que tem preços sugeridos entre R$ 90,99 mil e R$ 142,99 mil, conseguiu a façanha de vender mais unidades que sua “irmĂŁ menorâ€?, a Fiat Strada (preços entre R$ 48,79 mil e R$ 77,99 mil). Segundo os dados da Fenabrave, em 2017, nos meses de fevereiro, abril, junho e julho, a Toro emplacou mais unidades que a Strada. PĂĄg. 18
EDITORIAL O presidente Donald Trump, que fez da expressĂŁo America First o seu principal mote de campanha, tem demonstrado, neste ano e pouco de governo, que, para ele, as suas palavras sĂŁo bem mais que marketing eleitoral. Nessa linha, em que estĂĄ explicito que o interesse norte americano vem sempre em primeiro lugar e o prĂłprio presidente jĂĄ disse que todos os paĂses do mundo deveriam imitĂĄ-lo, crescem tambĂŠm as incertezas. Parecem distantes, hoje, as promessas de um comercio mundial justo e aberto, destinado a promover a prosperidade e promover igualmente o crescimento dos mercados. “Jogando com as mesmas cartasâ€?, pĂĄg.2 DIVULGAĂ‡ĂƒO
Villefort Atacado e Varejo abre mais uma unidade no Norte de Minas Alinhada ao planejamento de abrir 32 lojas atĂŠ 2020, a rede mineira Villefort Atacado e Varejo inaugurou a quarta unidade no municĂpio de Montes Claros, regiĂŁo Norte do estado. SerĂŁo gerados 180 empregos diretos. Com
BELO HORIZONTE, SEXTA-FEIRA, 9 DE MARÇO DE 2018
um aumento de 11% no faturamento na comparação de 2017 com 2016 e previsĂŁo de faturar R$ 1,5 bilhĂŁo neste ano, o crescimento da rede atacadista transformou a expansĂŁo em uma estratĂŠgia de negĂłcios. PĂĄg. 8 DIVULGAĂ‡ĂƒO
O alto-forno 1 estå com previsão para entrar em operação jå no próximo mês
Usiminas jå estaria planejando a reativação do alto-forno 3 A expansão da rede começou de forma efetiva em 2001, com o foco no interior Dólar - dia 8
Euro - dia 8
Comercial
Compra: R$
Compra: R$ 3,2614 Venda: R$ 3,2619
4,0071
Venda: R$ 4,0085
Ouro - dia 8
Compra: R$ 3,2430 Venda: R$ 3,4070
NovaYork(onça-troy):
Ptax (BC)
BM&F (g):
BOVESPA
TR (dia 9): ............................. 0,0000%
Turismo Compra: R$ 3,2512 Venda: R$ 3,2518
A Usinas SiderĂşrgicas de Minas Gerais (Usiminas) parece, enfim, ter superado o crĂtico perĂodo de turbulĂŞncias e prejuĂzos. AlĂŠm da reativação do alto-forno 1 da Usina de Ipatinga, no Vale do Aço, prevista para o mĂŞs que vem, a siderĂşrgica jĂĄ estaria plane-
Poupança (dia 9): ............ 0,3855%
+0,45 +0,30
IPCA-IBGE (Janeiro): ......... 0,29%
US$1.321,70
IPCA-Ipead(Fevereiro):...... -0,44%
R$ 140,00
IGP-M (Fevereiro): ................... 0,07%
-0,43 -0,20 -0,58 02/03
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jando intervençþes tambÊm no alto-forno 3, o de maior capacidade produtiva da planta. Em nota, a companhia afirmou que farå uma parada de manutenção. No entanto, uma fonte explicou que o equipamento serå preparado para ser acionado. Påg. 12