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diariodocomercio.com.br JOSÉ COSTA FUNDADOR

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DESDE 1932 - EDIÇÃO 23.620 - R$ 2,50

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BELO HORIZONTE, QUARTA-FEIRA, 23 DE MAIO DE 2018

Aneel aprova reajuste médio de 23,19% nas tarifas da Cemig Aumentos previstos para indústria e o comércio são de 35,56% e 18,63%, respectivamente A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) definiu, ontem, o reajuste tarifário da Cemig Distribuição. A partir da próxima segunda-feira, o consumidor mineiro passará a pagar, em média, 23,19% mais pela conta de luz. O aumento para consumidores interligados à alta tensão, ou seja, grandes demandantes, como a indústria, será de 35,56%, o que pode reduzir margens e aumentar custos, prejudicando a competitividade do setor. De forma geral, o custo com energia representa 21% da estrutura de custos da indústria. Para a baixa tensão, que são os pequenos consumidores, normalmente micro e pequenas empresas (MPEs) de diferentes setores da economia, especialmente do comércio do Estado, com 98% dos empreendimentos sendo MPEs, a alta na conta de energia será de 18,63%. Finalmente, para o segmento residencial, o aumento aprovado pela Aneel será de 18,53%. Pág. 3

PIXABAY / DIVULGAÇÃO

O reajuste da energia coincide com o momento em que tanto o comércio quanto a indústria mineira dão sinais de recuperação

DLI ganha adesão na capital mineira

OPINIÃO

DIVULGAÇÃO

As eleições deste ano incluem-se certamente entre as mais importantes de nossa história republicana, pois poderão determinar a recuperação do Brasil e da economia ou seu retrocesso para uma condição de difícil reversibilidade. Afinal, experimentamos um tênue reequilíbrio, caminhando sobre fio de navalha, após enfrentar gravíssima crise de governabilidade, aguda instabilidade política, desequilíbrio fiscal sem precedentes, escândalos de corrupção, perda de credibilidade e, em decorrência de tudo isso, a pior recessão de todos os tempos. É imensa, portanto, a responsabilidade do presidente da República, senadores, governadores, deputados federais e estaduais, a serem eleitos em outubro. (Fernando Valente Pimentel), pág. 2

EDITORIAL A economia global continua apontando sinais de turbulência. O câmbio, cujos parâmetros são ditados pela moeda norte-americana, é um desses sinais e outro é a valorização do petróleo, com o barril já sendo cotado a mais de oitenta dólares. Apostas a estas alturas são ainda bastante difíceis e a maioria das atenções se volta para a consistência, ou não, do processo de consolidação da economia dos EUA e os prováveis impactos de um estremecimento das relações com a China. Tudo isso de uma forma ou outra chega ao Brasil, cuja moeda nas últimas semanas esteve entre as que mais perderam valor frente ao dólar. Outro ponto muito sensível é a questão dos preços do petróleo e a maneira como, internamente, esta mudança de patamar será tratada. “Mudança para pior”, pág. 2

Na expectativa de conscientizar a população e os empresários do alto valor dos tributos incidentes sobre produtos e serviços, o Dia da Liberdade de Impostos (DLI) ganha força e adesão em Belo Horizonte. A 12ª edição da mobilização acontece amanhã e, segundo a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), o movimento que começou com apenas um posto de gasolina reunirá cerca de 800 estabelecimentos, que vão comercializar mais de 650 mil itens com desconto referente ao valor dos impostos. Pág. 4 O movimento demonstra indignação da população e dos empresários

Bagaço de malte é aposta da Gran Moar PIXABAY / DIVULGAÇÃO

Os empreendedores desenvolveram uma farinha especial de malte

Dólar - dia 22

Euro - dia 22

Comercial

Compra: R$

Compra: R$ 3,6436 Venda: R$ 3,6441

4,3000

Venda: R$ 4,3018

Poupança (dia 23): ............ 0,3715%

Turismo

Ouro - dia 22

IPCA-IBGE (Abril): ............. 0,22%

Compra: R$ 3,5900 Venda: R$ 3,7900

Nova York (onça-troy): US$ 1.292,00

IPCA-Ipead (Abril): ............. 0,19%

R$ 151,50

IGP-M (Abril): ........................... 0,57%

Ptax (BC) Compra: R$ 3,6496 Venda: R$ 3,6502

BM&F (g):

BOVESPA

TR (dia 23): ............................. 0,0000% +1,65

+1,13

-3,37 16/05

17/05

-0,65 -1,52 18/05

21/05

22/05

Com um volume de produção de 1,5 milhão de litros de cerveja artesanal por mês, Minas Gerais é o Estado com maior volume de produção da bebida e o ambiente perfeito para o desenvolvimento da startup Gran Moar. Criada há pouco mais de um ano, a empresa tem uma proposta inovadora: transformar o bagaço de malte - considerado lixo do processo de produção da cerveja - em alimento rico em nutrientes. A empresa acaba de estabelecer sede no Instituto Senai de Tecnologia em Alimentos e Bebidas, na Capital. Pág. 11

Codemig entra em manobra política na Assembleia Acordo firmado ontem, em reunião de líderes da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), promete destravar a pauta da Casa. Hoje serão analisados dois dos 18 vetos que estão pendentes e trancando a pauta. Mas um novo impasse pode ser criado, já que a base governista considera como projeto prioritário o que prevê a cisão e venda de ações da Codemig, enquanto a oposição não aceita que tal proposta entre em votação. Pág. 5

Cenário político já afeta vendas de aço das distribuidoras A incerteza quanto ao futuro político do Brasil continua afetando a confiança e o desempenho da indústria nacional. A siderurgia, por exemplo, viu sua atividade ser reduzida novamente em abril. As vendas dos distribuidores de aços planos caíram 14,4% sobre o mês anterior, chegando a 225,1 mil toneladas comercializadas. Já na comparação com o quarto mês do ano passado, as vendas aumentaram 5,4%. Pág. 7


BELO HORIZONTE, QUARTA-FEIRA, 23 DE MAIO DE 2018

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OPINIÃO Onze perguntas que não querem calar FERNANDO VALENTE PIMENTEL * As eleições deste ano incluem-se, com certeza, entre as mais importantes de nossa história republicana, pois poderão determinar a recuperação do Brasil e da economia ou seu retrocesso para uma condição de difícil reversibilidade. Afinal, experimentamos um tênue reequilíbrio, caminhando sobre fio de navalha, após enfrentar gravíssima crise de governabilidade, aguda instabilidade política, desequilíbrio fiscal sem precedentes, escândalos de corrupção, perda de credibilidade e, em decorrência de tudo isso, a pior recessão de todos os tempos. É imensa, portanto, a responsabilidade do presidente da República, senadores, governadores, deputados federais e estaduais, a serem eleitos em outubro. É decisivo o seu comprometimento com a probidade, gestão eficaz no equilíbrio entre receitas e despesas do Estado e adoção de medidas capazes de inserir o País num fluxo duradouro de crescimento sustentado. Nesse sentido, a indústria têxtil e de confecção, duramente atingida pelos problemas nacionais dos últimos anos, assim como toda a manufatura e setores produtivos, formulou 11 perguntas aos candidatos. A expectativa do empresariado do setor é de que, muito além da retórica, sejam respondidas em termos práticos e de maneira transparente, para que o eleitor conheça as propostas e possa fazer uma escolha consciente no momento de votar. A primeira questão diz respeito às reformas estruturais. Realizou-se a trabalhista, que precisa ser referendada plenamente no cotidiano dos tribunais. Agora, são prioritárias a previdenciária e a tributária, não só para se viabilizar o equilíbrio fiscal, como para mitigar o peso dos impostos nos custos da produção, fator decisivo para a competitividade. A segunda pergunta refere-se especificamente aos tributos. No relatório Doing Business do Banco Mundial (Bird), o Brasil ficou em 184º lugar, dentre 190 países, no quesito “Pagar Impostos”. Mesmo havendo consenso de que vivemos em um manicômio tributário, inclusive com a taxação de inves-

timentos, nenhuma reforma de peso foi aprovada até hoje. Em seguida, apontamos a premência de se reduzir a burocracia e modernizar o setor público. Também no Doing Business, o Brasil posiciona-se no 176º posto, dentre 190 nações, no quesito “Começar um negócio”. Há consenso de que o excesso de burocracia atrapalha nosso ambiente de negócios. Outro desafio decisivo refere-se à política industrial, pois a participação do setor no PIB só decresceu, na esteira de medidas de estímulo paliativas e isoladas. A manufatura precisa de soluções definitivas e eficientes para voltar a crescer, gerar empregos e promover o desenvolvimento, incluindo sua transposição ao cenário da Indústria 4.0. Nossa quinta pergunta refere-se às contas públicas, cujo desequilíbrio deve-se ao gigantesco custo do Estado e ao déficit previdenciário. Importante: o reequilíbrio não tem mais como ser feito por meio do aumento de impostos, que já ultrapassaram o limite da capacidade de transferência de dinheiro privado para o erário. É premente a responsabilidade fiscal, de modo que se mantenham caixas saudáveis e se atenda com qualidade a prioridades como saúde, educação e moradia. Em seguida, questionamos a política externa, pois, em nossa agenda internacional, precisamos concluir com êxito as negociações bilaterais em curso com União Europeia, Canadá, Japão e EFTA (Associação Europeia de Livre Comércio - Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça.), dentre outros. Também é preciso redefinir o Mercosul e estabelecer uma política comercial adequada com os Estados Unidos mais protecionista neste momento, mas ainda o maior mercado consumidor do Planeta. É necessário, ainda, adotar mecanismos que neutralizem a concorrência desleal exercida por alguns países que precarizam o trabalho e negligenciam o meio ambiente para reduzir custos da produção. Nossa sétima questão, relativa ao mercado de trabalho, também é crucial, pois o País segue com

cerca de 13 milhões de desempregados. O setor têxtil e de confecções pode ajudar muito na resolução desse problema, uma vez que tem alta capacidade de criar empregos. Seria interessante que atividades geradoras de postos de trabalho de modo intensivo sejam fomentadas. Também levantamos a questão das privatizações, entendendo ser preciso um impulso nas concessões e parcerias público-privadas, como forma de fortalecer a precária infraestrutura brasileira, bem como vender empresas estatais que serão mais bem geridas pelo setor privado. Nesse contexto, é necessário, ainda, rever o papel das agências reguladoras e desenvolver modelos que atraiam de modo efetivo os investimentos privados. O tema da “segurança pública” é objeto de nossa nona questão, pois o crime, principalmente o organizado, ganha espaços de modo inconcebível. O problema ameaça os cidadãos e as empresas, inibe investimentos e gera custos extras com a adoção de medidas particulares de proteção. Já se torna um fator altamente negativo para a competitividade. O crédito, duramente atingido neste período de crise, precisa ser multiplicado como motor da economia. É fundamental destravá-lo e criar condições para que os juros tenham patamares mais próximos dos padrões internacionais referentes a países com nível de desenvolvimento semelhante ao nosso. Finalmente, abordamos a questão da energia, cujo custo é hoje um dos mais altos do mundo. Subsídios cruzados e tributação excessiva só amplificam o problema. Precisamos de uma política pública eficiente para o setor, incluindo o aumento do uso energias renováveis e mais limpas. São 11 perguntas que não querem e não podem calar, pois respostas eficazes determinarão nossa capacidade de voltar a crescer de modo sustentável. * Presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit)

Saneamento básico é um direito NACIB HETTI * Informações sobre o reflexo do saneamento na saúde do brasileiro são indicativas da cegueira do administrador público, que não consegue ver um palmo além do seu nariz político. Os investimentos e as despesas do Estado brasileiro no atendimento médico poderiam ser sensivelmente reduzidos no médio prazo com intervenções imediatas no saneamento básico. As doenças derivadas do esgoto a céu aberto e consumo de água sem tratamento deixariam de ser objeto de atendimento no sistema público de saúde. É chocante a visão de crianças brincando em córregos contaminados e famílias morando em palafitas fluviais, sobre águas que são esgotos e suprimentos ao mesmo tempo. Pressionado pelos organismos internacionais o Brasil aderiu à Agenda 2030 da ONU, onde se compromete a garantir uma gestão sustentável da água para todos. Isto quer dizer que temos um compromisso em servir água potável e esgoto tratado para 100% da população até o ano de 2030. Para tanto, teremos que fazer o dever de casa: a) adequar uma legislação que dá competência exclusiva ao município na atividade sanitária; b) mudar a mentalidade imediatista do governante brasileiro; c) gerar recursos financeiros para um setor carente de investimentos. Em números redondos, apenas 50% do esgoto brasileiro são coletados e deste total, somente 45% são tratados. O restante é jogado na natureza, contaminando os cursos d´água, impactando negativamente o meio ambiente. Cerca de 40% da população ainda não tem acesso à água tratada, situação agravada no Norte e Nordeste do País. O resultado de tudo é a

constatação de que o setor público perdeu a capacidade de investimento no saneamento básico, mas não quer largar o osso, que alimenta o empreguismo e a corrupção. Com décadas de atraso o governo federal deu início a um programa de parceria com a iniciativa privada, tendo o BNDES como gestor de ações junto aos governos estaduais no sentido de abrir espaço para a iniciativa privada atuar no setor, procurando recuperar gestões mal conduzidas e servir a população com água de qualidade e esgoto recolhido e tratado. Uma visão menor e ideologicamente comprometida se contrapõe à privatização da atividade de saneamento, sugerindo uma solução palatável que é a parceria com a iniciativa privada, esta investindo no lugar do Estado falido, por concessão e operando o mecanismo do saneamento. Deve ser priorizada a atuação da iniciativa privada na prestação dos serviços de saneamento, na condição de concessionária devidamente fiscalizada e obedecendo as diretrizes técnicas indicadas pela concedente. O Brasil já tem, hoje, cerca de 125 concessões privadas de saneamento, prestando serviços de qualidade, operando com custos menores e sem as ingerências políticas que degradaram a sociedade brasileira. Saneamento é um dever do Estado, refletido no conceito pétreo de que a saúde é, também, um direito do cidadão. * Diretor da ACMinas

Poema em linha curva CARLOS PERKTOLD * Há pelo menos quatro anos existem denúncias de dezenas, centenas de políticos apontados por corrupção, lavagem de dinheiro e outros crimes, que o povo brasileiro anda cansado de ler e ouvir. Médico amigo deste articulista recomendou a um de seus angustiados clientes que “deixasse de ver noticiários pela televisão”. A falta das informações baixaria seu nível de angústia, alta em todo o País, por causa de nossa inércia e perplexidade frente aos escândalos diários. Em todas as notícias que vemos de pagamento de propinas, roubalheiras em fundos de pensão, reformas em casas de políticos, presentes de Rolex de ouro, 51 milhões de reais em dinheiro vivo, e outros regalos sedutores, a resposta de todos os acusados é sempre negar que receberam e se colocarem como ícones da moral, da ética e da honestidade. Por tudo isso, pensei em uma paródia para o “Poema em Linha Reta”, de Fernando Pessoa. Nunca conheci político que tivesse levado propina; todos os eleitos têm sido campeões em tudo. E eu, que tantas vezes votei, que tantas vezes errei, que tantas vezes perdoei; eu, que tantas vezes votei irrespondivelmente errado; indesculpavelmente eleitor.

Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para ver os noticiários pela televisão; eu, que tantas vezes tenho sido espectador ridículo, visto absurdos políticos. Eu, que tenho procurado meus eleitos publicamente exigindo ética na vida pública; que tenho sido grotesco, agressivo, arrogante e exigindo o que foi prometido em campanha; que em resposta tenho sido enxovalhado pelos eleitos; que quando não fui enxovalhado, tenho sido ridículo perante o público eleitor; que tenho sido cômico aos serviçais do Congresso. Eu, que tenho visto o piscar dos olhos dos assessores DAS-5; eu, que tenho exigido que os políticos devolvam todo o dinheiro roubado; eu, que na hora de votar, fui desleixado e, na outra eleição, votei errado outra vez. Eu, que tenho sofrido a angústia de ver o País cada dia mais ridículo perante o mundo; eu verifico que não tenho pares desesperados neste país de Lula, Temer, Dilma, Dirceu, Aécio, Serra, Hoffman, de PT, MDB, PP, PSB, PSD e PSDB. Toda gente que pergunto não votaram em nenhum deles; nunca votaram errado, nunca sofreram a angústia de eleitor deprimido; todos votaram na

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oposição, todos acertaram seus votos. Quem me dera ouvir da voz de um político; que confessasse não a compra de voto, mas uma corrupção; que relatasse não uma promessa jamais cumprida, mas uma roubalheira, uma licitação marcada. Não, todos os políticos deste País são éticos e jamais assaltaram os cofres de prefeituras, assembleias, Congresso, INSS, fundo, e Presidência; quem há neste Congresso brasileiro que um dia me confessasse que uma vez foi ladrão? Ó políticos, seus canalhas que não voltarão; estou farto de corruptos. Onde é que há gente honesta neste mundo? Então são apenas Lula, Aécio e Temer, vis e errôneos nesta terra? Poderão os assessores e suas malas não os terem armados; poderão ter sido denunciados – mas ladrões, nunca; eu que tenho sido eleitor traído. Como podem esses políticos depor perante Sergio Moro sem titubear? Você, político, que tem sido ladrão, literalmente ladrão. Ladrão no sentido mesquinho e infame da gatunagem.

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Mudança para pior A economia global continua dando sinais de turbulência, num processo que alguns analistas enxergam o que chamam de mudança de patamar. O câmbio, cujos parâmetros são ditados pela moeda norte-americana, é um desses sinais e outro é a valorização do petróleo, com o barril já sendo cotado a mais de oitenta dólares. Apostas a estas alturas são ainda bastante difíceis e a maioria das atenções se volta para a consistência, ou não, do processo de consolidação da economia dos Estados Unidos e os prováveis impactos de um estremecimento das relações com a China. Tudo isso de uma forma ou outra chega ao Brasil, cuja moeda nas últimas semanas esteve entre as que mais perderam valor frente ao dólar. Outro ponto muito sensível é a questão dos preços do petróleo e a maneira como, internamente, esta mudança de patamar será tratada. Certo é que os radares já foram acionados, principalmente por quem se lembra que no ano passado a Se a Petrobras não Petrobras mudou sua política de rever sua estratégia preços, passando e a volatilidade dos a acompanhar as flutuações preços internacionais do mercado do petróleo continuar internacional e, assim, impondo apontando para cima, reajustes bem como parece ser a acima da inflação tendência atual, os aos derivados de petróleo. problemas à frente O impacto poderão se tornar dessa mudança só não foi sentido incontroláveis de forma mais severa por conta da retração da economia, com a inflação mantida em patamares bastante baixos. Mesmo assim os setores de transportes de cargas e de passageiros foram severamente afetados e nesta semana os caminhoneiros entraram em paralisação nacional contra a política de reajuste do óleo diesel e denunciando a situação em que se encontram. Também chamaram atenção números revelados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), relativos ao consumo de gás de cozinha, o derivado de petróleo mais afetado pelas elevações de preços. A regressão, nesse particular, é, além de alarmante, de um forte simbolismo. Os brasileiros mais pobres, mais de um milhão de indivíduos, voltaram a usar lenha e carvão para cozinhar, abandonando o gás. Segundo o IBGE, no ano passado em 12,3 milhões de domicílios a lenha e o carvão foram o combustível mais utilizado para o preparo de alimentos, com elevação de 11% em relação a 2016. No Maranhão, 44,9% das famílias se encontram nessa condição e no Piauí, sempre conforme o IBGE, o percentual chega a 32,9%. Com certeza um dos símbolos mais contundentes de regressão e empobrecimento. Se a Petrobras não rever sua estratégia e a volatilidade dos preços internacionais do petróleo continuar apontando para cima, como parece ser a tendência atual, os problemas à frente poderão se tornar incontroláveis. Ao mesmo tempo será constatado que todos os esforços e investimentos feitos para levar o País à autossuficiência em petróleo na prática se perderam.

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BELO HORIZONTE, QUARTA-FEIRA, 23 DE MAIO DE 2018

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ECONOMIA DIVULGAÇÃO

Aneel investiga Cemig por manipulação em indicadores

Aumento no preço de energia afetará estrutura de custo da indústria e comércio e deve reduzir consumo de bens e serviços

ENERGIA

Reajuste tarifário médio chega a 23,19% em Minas Para pequenos negócios, alta será de 18,3%; para a indústria, de 35,56% LEONARDO FRANCIA

Uso de térmicas pressionou elevação

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) Conforme informou a definiu, ontem, o reajuste Aneel, a revisão tarifária tarifário da Cemig Distriperiódica reposiciona as buição (Cemig D). A partir tarifas cobradas dos conda próxima segunda-feira, o sumidores, após analisar consumidor mineiro passará os custos efi cientes e os a pagar, em média, 23,19% investimentos prudenmais pela conta de luz. O tes para a prestação dos aumento para consumidores serviços de distribuição conectados à alta tensão, ou de energia elétrica, em seja, grandes demandantes, um intervalo médio de como a indústria de Minas, quatro anos. No caso da será de 35,56%, o que pode Cemig as revisões ocorrem reduzir margens e aumena cada cinco anos. tar custos, prejudicando a Além disso, a Aneel competitividade do setor. acrescentou que a revisão Para a baixa tensão, que tarifária foi assunto de são os pequenos consumiaudiências públicas readores, normalmente micro e lizadas entre 7 de março pequenas empresas (MPEs) e 21 de abril deste ano. de diferentes setores da ecoTambém houve uma seção nomia, especialmente do copresencial para discutir mércio do Estado, com 98% o processo tarifário em dos empreendimentos sendo Belo Horizonte, no final MPEs, a alta na conta de luz de março. será de 18,63%. Finalmente, para o segmento residencial, o aumento aprovado pela de custos. Sem dúvida isso Aneel será de 18,53%. trará uma elevação no custo de produção ou uma reduIndústria - O reajuste dessa ção das margens”, afirmou magnitude pode gerar um o superintendente da Fiemg. impacto considerável e neLeão explicou que, de gativo na gestão de custos e forma geral, o custo com nas margens da indústria de energia representa 21% da Minas, sob pena de perda de estrutura de custos da incompetitividade em relação a dústria. Na indústria de outros estados. Para o supe- transformação, o percentual rintendente de Ambiente de pula para 23%; na indúsNegócios da Federação das tria de alimentos e bebidas, Indústrias do Estado de Minas chega a 30%; no parque Gerais (Fiemg), Guilherme têxtil, responde por 44%; Leão, o reflexo do aumento na indústria extrativa, por das tarifas de energia será 11,2%; na automotiva, 25%; “relevante” para o setor, uma e na metalurgia, 26%. vez que o custo com energia O representante da Fiemg representa, em média, 21% lembrou, ainda, que a elevação da estrutura de custos do no custo de energia vem no parque mineiro. mesmo momento em que o “A indústria é um setor de País assiste a um aumento uso intensivo de energia. Em da ordem de 50% tanto do geral, seja para uma indústria diesel quanto da gasolina grande ou uma micro e pe- nas refinarias, desde julho quena, este aumento terá um do ano passado, quando a peso relevante na estrutura Petrobras adotou uma nova

A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), controladora da Cemig Distribuição, por sua vez, argumentou que mais de 80% do reajuste definido pela Aneel se refere a itens que não estão sob a gestão da companhia. A concessionária afirmou que o estado crítico dos reservatórios brasileiros influenciou o preço do custo da energia e refletiu na decisão da Agência. “Além disso, o acionamento das usinas térmicas contribuiu para elevar ainda mais o custo de geração no País. As usinas térmicas utilizam combustíveis fósseis, o que torna a geração de energia mais cara. O política de custos, incluindo reajustes diários. “Isso tudo retira a competitividade da indústria como um todo. No bojo do aumento da energia, estamos assistindo ao aumento dos combustíveis, principalmente do óleo diesel, que é outro fator importante para os custos do setor. Com isso, se torna necessária uma discussão sobre desoneração tributária dentro do preço da energia e dos combustíveis e até mesmo sobre programas de fomento a fontes de energia alternativas, como solar e eólica, para tentar reduzir custos para o parque”, argumentou Leão. Comércio - Para o comércio mineiro, composto por cerca de 98% de MPEs e que usualmente são consumidores de baixa tensão, o aumento de 18,63% também deve ter reflexo prejudicial em duas

mecanismo das bandeiras tarifárias, que tem o objetivo de cobrir parte desses custos, não foi suficiente, e a companhia teve uma despesa adicional superior a R$ 1 bilhão para garantir o fornecimento de energia dos consumidores mineiros”, justificou, em nota, o gerente de Tarifas da Cemig, Giordano de Pinho Matos. Além do custo da energia do País, o custo de transporte e os encargos setoriais interferiram para a definição da nova tarifa. Do valor total do reajuste médio (23,19%), conforme o gerente de Tarifas da Cemig, somente 4,3% ficam com a Cemig Distribuição. (LF) frentes. “Uma é o impacto direto do aumento do custo operacional do negócio. Outro impacto é o indireto, através da menor renda disponível para consumo das famílias, que também terão uma elevação significativa nas contas de luz (18,53%)”, pontuou o coordenador do Departamento de Economia da Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio Minas), Guilherme Almeida. O economista da Fecomércio Minas também lamentou que o aumento da energia aconteça justamente em um momento em que o comércio está se recuperando, apresentando sinais de retomada e gerando emprego. “Essa alta nas contas de luz pode gerar um atraso nesta recuperação porque influencia dois fatores essenciais: custos e fluxo de demanda”, disse.

Bandeira amarela deve ser mantida em junho Brasília - O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino, disse que o cenário hidrológico aponta para a manutenção da bandeira amarela nas contas de luz do mês de junho. A bandeira do mês de junho será definida na próxima sexta-feira, dia 25. No mês

de maio já vigora a bandeira amarela, que adiciona R$ 1,00 a cada 100 quilowatts-hora consumidos (kWh). “Como já entramos no período seco, não devemos ter muita novidade. Temos observado semanalmente as variáveis que compõem a definição da bandeira e acredito que a bandeira deve continuar

amarela”, afirmou Rufino. Ele disse ser improvável o retorno da bandeira verde, que vigorou de janeiro a abril e que não traz taxa adicional na conta de luz. “Nada aponta na direção de voltar para a bandeira verde”, afirmou. “Todo o cenário está na linha de manter a bandeira

amarela. Mas a informação só será conhecida mesmo na sexta-feira”, disse Rufino, ao ser questionado sobre a possibilidade de adoção da bandeira vermelha. O primeiro patamar da bandeira vermelha adiciona R$ 3,00 a cada 100 kWh, e o segundo patamar, R$ 5,00 a cada 100 kWh. (AE)

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) tem conduzido uma investigação sobre possível manipulação em indicadores de qualidade do serviço apresentados pela unidade de distribuição de energia da estatal mineira Cemig, afirmaram ontem diretores do órgão regulador. O comentário sobre a apuração veio durante análise de uma revisão tarifária da Cemig-D em reunião de diretoria e após uma fala do deputado federal Weliton Prado (PROS-MG), que disse ter recebido denúncias anônimas sobre os indicadores que medem a duração e a frequência de interrupções no fornecimento de energia pela empresa. “Nós também recebemos essas denúncias anônimas e estamos com um processo de apuração em aberto, tanto (para os indicadores) de 2017 quanto de 2016. Os dois anos devem ser observados”, disse o diretor André Pepitone após a fala do deputado. Ele lembrou que a Cemig assinou uma renovação de seu contrato de concessão para a prestação do serviço de distribuição que prevê a possibilidade de perda da concessão no caso de descumprimento por dois anos consecutivos das metas relativas à duração e à frequência de blecautes em sua área de atuação, conhecidos respectivamente como DEC e FEC. A Cemig falhou em cumprir a meta para o DEC em 2016 e ficou muito pouco acima do mínimo exigido

pela Aneel em 2017, segundo o diretor. “Devido à sensibilidade dos termos do contrato, a agência está atuando e fazendo essa fiscalização... a Cemig assinou um contrato onde tinha um anexo que falava que qualquer transgressão aos índices DEC e FEC por dois anos consecutivos vai ensejar na abertura de processo de caducidade”, adicionou Pepitone. Um processo para a declaração da chamada “caducidade” da concessão poderia levar a Cemig-D a, no limite, perder a autorização para operar. “Existe um processo na Aneel... exatamente apurando esse procedimento. Como está na etapa de apuração de evidências, os números ainda são protegidos (de acesso público), mas a Aneel está muito preocupada com a forma com que o DEC e o FEC são apurados na concessionária e o processo está aberto”, afirmou o diretor Tiago de Barros. Anteriormente, o deputado Prado, que foi à Aneel principalmente para reclamar do reajuste de mais de 23 % autorizado para as tarifas da companhia pela agência, havia dito que recebeu informações sobre possíveis problemas nos indicadores por meio de relatos anônimos “de técnicos da Cemig”. Procurada, a Cemig não respondeu de imediato a um pedido de comentário sobre a apuração de seus indicadores de qualidade. (Reuters)

Santo Antônio não poderá parcelar dívidas Brasília - A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) rejeitou a proposta de parcelamento de dívida apresentada pela Santo Antônio Energia, concessionária que controla a hidrelétrica de Santo Antônio, em operação no rio Madeira, em Porto Velho (RO). A decisão surpreendeu a diretoria da empresa, que havia pedido adiamento do julgamento do processo que estava marcado para ontem, para que fizesse ajustes em sua proposta para quitar uma dívida de R$ 724,8 milhões com a Câmara de Comercialização de Energia (CCEE). A empresa estava certa de que seria atendida, após reunião com a agência realizada na semana passada, quando os ajustes foram debatidos. A diretoria da Aneel não só rejeitou o pedido de adiamento, como negou a proposta apresentada pela empresa. Agora, a concessionária deve tentar buscar uma nova saída para o caso com a CCEE. Quinta maior hidrelétrica do País, a usina atravessa extrema dificuldade financeira. O pedido à Aneel consistia em autorização para dividir a dívida em 36 parcelas, com o compromisso de interromper os processos judiciais contra a cobrança. Conforme revelado pelo jornal na semana passada, a proposta era fazer o pagamento em duas parcelas. A primeira, de R$ 495,6 milhões, teria

um desconto de R$ 76,5 milhões, referente a créditos que a empresa alega ter para receber e que também estão em apuração pela Aneel. O valor líquido proposto, portanto, seria de R$ 419,1 milhões, cifra que seria dividida em 36 parcelas mensais e iguais, a serem cobradas a partir do dia 5 de setembro. O mesmo prazo e correção estão previstos para o saldo remanescente de R$ 229,2 milhões. No total, a empresa pagaria R$ 648,308 milhões em dívidas. Com a negativa da Aneel, a empresa terá que correr urgentemente atrás de outra solução. Para agravar ainda mais o cenário, a empresa ainda depende de decisões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para refinanciar suas dívidas. Hoje o saldo da dívida total da concessionária com o BNDES é de R$ 15,062 milhões. Seus sócios - Cemig, Saag Investimentos, Odebrecht Energia, Caixa FIP Amazônia e Furnas - não estão dispostos a colocar mais nenhum centavo no negócio que custou R$ 20 bilhões e que, por conta de novas dívidas, já chega a quase R$ 24 bilhões. Isso significa que uma fatia de 20% de custos não esperados passou a pesar na conta, dragando boa parte dos lucros que eram aguardados com o empreendimento erguido no Rio Madeira, próximo à região central de Porto Velho (RO). (Reuters)


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ECONOMIA MARCELO CAMARGO / AGÊNCIA BRASIL

MOBILIZAÇÃO

Dia da Liberdade de Impostos terá adesão de cerca de 800 lojas CDL/BH prevê descontos em mais de 650 mil ítens ANA CAROLINA DIAS

Na expectativa de conscientizar a população e os empresários do alto valor dos tributos incidentes sobre produtos e serviços, o Dia da Liberdade de Impostos (DLI) ganha força e adesão em Belo Horizonte. A 12ª edição da mobilização acontece amanhã e, segundo a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), o movimento que começou com apenas um posto de gasolina reunirá cerca de 800 estabelecimentos, que vão comercializar mais de 650 mil itens com desconto referente ao valor dos impostos. No ano passado, aproximadamente 700 empresas participaram da mobilização e comercializaram mais de 270 mil produtos e serviços a preços diferenciados. A expansão do alcance do protesto pode ser observada também na diversificação

dos setores participantes que, neste ano, abrangem itens como roupas, produtos pets, cosméticos, semijoias, sapatos, brinquedos, alimentos, bebidas, artigos de papelaria, óculos, móveis, acessórios para carro e moto, tratamentos estéticos e outros. Para o presidente da CDL/BH, Bruno Falci, a luta por uma carga tributária mais justa deve ser de todos e o crescimento do movimento está diretamente relacionado à indignação da população e dos empresários com o aumento de tributos que acontece todos os anos e com a inércia e incompetência dos gestores públicos. “Os investimentos do governo em saúde, educação, transporte e segurança não são proporcionais à carga tributária paga pelos contribuintes e o brasileiro não vê o retorno da arrecadação

dos impostos que paga. A carga tributária é imensa, especialmente em Minas Gerais, onde desidrata a economia do Estado e engessa os empresários”, afirmou Postos de combustíveis estão entre os estabelecimentos participantes do movimento Falci. politana de Belo Horizonte e de óticas Centro Visão vai manifestação durante a tarde Destaques – Entre os prin- do interior de Minas. Todos comercializar mais de 1,5 mil de hoje na porta da Assemcipais estabelecimentos que os medicamentos genéricos produtos com os descontos bleia Legislativa de Minas vão participar do Dia da serão vendidos com zero referentes aos tributos em Gerais contra as altas cargas Liberdade de Impostos na de imposto, um desconto suas 19 lojas localizadas em tributárias, especialmente Capital estão o Posto Pica de 33,87%, segundo o per- Belo Horizonte e Contagem. os recentes aumentos dos Pau, localizado no Barro centual de carga tributária Outra empresa partici- combustíveis e da energia Preto, que vai vender o litro em medicamentos calculado pante da ação amanhã será elétrica. O objetivo é chamar da gasolina a R$ 2,281, que pelo Instituto Brasileiro de a Big Z, que comercializa a atenção dos deputados corresponde a desconto de Planejamento e Tributação brinquedos, material escolar, estaduais para o impacto 47,96% dos tributos diretos (IBPT). A linha Araujo de itens de papelaria e varie- desses aumentos na vida incidentes no combustível. Manipulação será vendida dades. As três unidades da dos empresários, dos consuA ação é limitada aos pri- sem 11% de impostos, com empresa vão vender mais de midores e no custo de vida meiros 120 automóveis e itens como suplementos, 50 produtos diferentes sem da população. 65 motocicletas, mediante medicamentos, cosméticos a incidência dos impostos, “A indignação da popuordem na fila e sequência e dermocosméticos, ho- entre eles mochilas, produto lação e dos empresários tem de senhas distribuídas. meopáticos, florais e nu- que tem quase 40% do seu que chegar aos governantes, Pelo segundo ano conse- tricionais. valor referente aos tributos. para tentar sensibilizá-los cutivo, a Drogaria Araujo De acordo com o IBPT, da nossa angústia e fazer também vai participar do o tributo no valor dos ócu- Combustível e energia - com que tomem atitudes DLI, com mais de 1,3 mil ti- los de grau pode chegar Outro esforço de dirigentes que tornem o Estado mais pos de produtos em todas as a 39,09%, já nos de sol, a e empresários dos setores de leve e mais eficiente”, disse unidades da Região Metro- taxa é de 44,83%. A rede comércio e serviços é uma o presidente da CDL/BH.

COMBUSTÍVEIS

Cide deve ser zerada sobre o diesel Brasília - O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou ontem que a Cide será zerada para compensar o aumento do preço dos combustíveis, em meio a protestos em todo o País. Maia informou, em sua conta do Twitter, que ele e o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), acertaram a redução da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) a zero com o Ministério da Fazenda. “Acertamos com o ministro da Fazenda que a Cide será zerada com o mesmo objetivo: reduzir o preço dos combustíveis”, falou Maia na rede social. O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, afirmou, no entanto, que a Cide só deve ser zerada sobre o preço do diesel. O governo pode usar a sobra fiscal de pouco mais de R$ 6,198 bilhões que possui no Orçamento deste ano para compensar eventual mudança na Cide sobre combustíveis, afirmou à Reuters uma fonte da equipe econômica, que pediu anonimato. Mais cedo, ao divulgar o relatório de receitas e despesas, o governo calculou que tinha folga de R$ 6,198 bilhões para cumprir a meta de déficit primário de R$ 159 bilhões para o governo central (Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência). O governo arrecadou R$ 5,871 bilhões com a Cide combustíveis em 2017, segundo dados da Receita Federal. De acordo com Maia, também foi combinado com o Executivo que os recursos da chamada reoneração da folha de pagamento, ainda pendente de votação pelo Congresso, serão destinados às medidas para reduzir o impacto do aumento do diesel. “Eu e o presidente do Senado combinamos com o governo federal: os recursos da reoneração serão todos utilizados para reduzir o impacto do aumento do diesel”, afirmou. O projeto da reoneração tem enfrentado resistências na

Câmara, razão pela qual ainda não foi analisado pelos deputados. Não é a primeira vez que tenta-se vincular os recursos a serem obtidos com a eventual aprovação da reoneração a algum tema de apelo popular - há alguns meses, cogitou-se a destinação de recursos para a segurança pública. Após reuniões com Eunício e líderes de bancada, Maia afirmou ainda, em um vídeo, que já “fecharam” a aprovação da reoneração. “A arrecadação da reoneração vai toda para redução do diesel e estamos trabalhando junto com o governo para zerar a Cide do diesel e da gasolina, para que possa minimizar os efeitos dos combustíveis na vida de cada um de vocês”, diz o presidente no vídeo. Depois, em entrevista a jornalistas, Maia afirmou que o projeto da reoneração deve ser votado nesta semana ou “no máximo” na próxima

segunda-feira. Ciente da dificuldade em tocar a votação do projeto no Congresso, o governo já havia excluído em março seus efeitos no Orçamento deste ano. Sem a medida, o cálculo foi de menores receitas previdenciárias (R$ 7,548 bilhões), mas também mais despesas por compensação ao Regime Geral de Previdência Social (+ R$ 1,367 bilhão), limando das contas públicas um impacto positivo que seria de R$ 8,9 bilhões. Protestos - Em meio à escalada nos preços dos combustíveis, caminhoneiros realizaram protestos em todo o País na segunda e ontem para pressionar o governo a reduzir impostos incidentes sobre o diesel. Apesar do anúncio de Maia, os caminhoneiros afirmaram que manterão os protestos hoje. O presidente da entidade que organiza o movimento dos caminhoneiros autônomos do

País, Abcam, José da Fonseca Lopes, afirmou que a redução da Cide não é suficiente. A política de formação de preços da Petrobras prevê que sejam seguidas as oscilações no mercado internacional e o câmbio. Nas últimas semanas, a referência do petróleo no exterior atingiu o maior nível desde 2014 em razão de demanda robusta, oferta apertada e tensões no Oriente Médio. Desde que a Petrobras implantou em julho passado um sistema de reajustes mais frequentes de preços dos combustíveis, para refletir cotações internacionais do petróleo e do câmbio, o diesel e a gasolina tiveram aumento de quase 50% nas refinarias da empresa. O setor de combustíveis, entretanto, afirma que boa parte do custo dos combustíveis na bomba se deve a impostos. No caso da gasolina, os tributos respondem por cerca de 50% do valor nos postos. (Reuters)

Fecombustiveis quer mais royalties Rio de Janeiro - A Fecombustiveis, federação que reúne sindicatos de donos de postos de combustíveis no Brasil, menos São Paulo, aposta no aumento da arrecadação de royalties com a alta do preço do petróleo para compensar eventual redução de impostos incidentes na gasolina e no diesel, disse o presidente da entidade, Paulo Miranda Soares. Ele irá a Brasília hoje, se encontrar com o ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, para apresentar alternativas visando à redução do preço dos combustíveis para o consumidor. Mais que isso, vai sugerir que a Petrobras faça ajustes mais esporádicos, para dar mais previsibilidade ao empresário. “A política de preços da Petrobras está correta, sobram então alternativas que não vão resolver o problema, mas pelo menos amenizam”, explicou Soares. Segundo ele, em vista do aumento de arrecadação com os royalties do petróleo, que sobem à medida em que o petróleo e o câmbio estão mais elevados, o governo federal poderia abrir mão de parte do PIS/ Cofins e o estadual de parte do ICMS, além de acabar com a cobrança da Cide. “Até junho de 2017, o PIS/Cofins cor-

respondia a R$ 0,38 por litro de gasolina, o diesel é um pouco menos que isso, mas agora (o PIS/Cofins) está R$ 0,79 por litro. O governo podia acabar com os R$ 0,10 cobrados pela Cide e voltar o PIS/Cofins para o patamar de 2017, isso já daria um desconto de R$ 0,51 por litro”, calculou Soares. “Com a queda do PIS/Cofins, o Estado vai ter que rever o ICMS, que cairia 34%, ou mais R$ 0,15 de desconto”, informou. Segundo Soares, seriam R$ 0,65 a menos no preço da gasolina que já beira os R$ 5,00 o litro nos postos do Rio. “A Petrobras não teria prejuízo se fizesse o aumento semanal, os postos aumentam semanalmente ou de 15 em 15 dias, porque não dá para mudar todo dia”, sugeriu. Críticas - Ele observou que os postos de combustíveis vêm sendo criticados por não repassarem imediatamente as quedas de preço da Petrobras, enquanto os aumentos são imediatamente repassados. “Semana passada, os preços subiram todos os dias e caíram em um, inevitável continuar em alta. Vou mostrar ao ministro que nossa margem média caiu de 16% em julho de 2017 para 12% agora. (AE)

Petrobras afirma que não mudará política de preços Brasília - A Petrobras não mudará sua política para os preços dos combustíveis, que tem sofrido pressão de uma greve de caminhoneiros e de políticos, e o governo continua atrás de uma solução para evitar fortes repasses para os consumidores, apesar dos argumentos de que não há como reduzir impostos agora. “Eu quero enfatizar mais uma vez que já na abertura da reunião nos foi comunicado que, em hipótese alguma, em nenhum momento, passou pela cabeça do governo que poderia pedir qualquer mudança em uma política que é da exclusiva alçada da Petrobras” afirmou a jornalistas o presidente da estatal, Pedro Parente. O executivo fez a afirmação após ser chamado para uma reunião com os ministros de Minas e Energia, Moreira Franco, e da Fazenda, Eduardo Guardia, para discutir questões relacionadas aos combustíveis. Guardia foi no mesmo caminho de Parente, acrescentando no entanto que ainda não havia decisão fechada sobre como amenizar o repasse dos preços, que já subiram cerca de 50% nas refinarias da estatal, desde julho do ano passado, na esteira dos ganhos do mercado internacional e do câmbio. “Em nenhum momento o governo solicitou à Petrobras que alterasse sua política de preços... Apenas solicitamos ao presidente Pedro Parente que viesse aqui para trazer mais informações sobre o tema”, afirmou o ministro. “(Ainda) não tem decisão. Quando tiver decisão, a gente comunica”, acrescentou ele. A estatal tem praticado desde julho do ano passado reajustes até diários dos combustíveis para seguir as cotações internacionais, mas a alta nos preços do petróleo neste ano tem levado os preços da gasolina e do diesel às máximas nas refinarias desde o início dessa política.

Assim, o governo tem se debruçado em buscar alternativas para evitar os fortes repasses. Na noite de segunda-feira, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse que o presidente Michel Temer estava preocupado com a alta constante dos combustíveis e queria dar mais previsibilidade aos preços para que as elevações sejam mais palatáveis para os cidadãos. Uma das alternativas colocadas na mesa seria a redução de tributos sobre combustíveis, fortemente rechaçada pela equipe econômica, que se debate para lidar com enormes rombos fiscais. Assim, Guardia mais uma vez reforçou que o espaço fiscal era pequeno para corte de impostos. Variação do câmbio - Parente explicou ainda que uma redução nos preços da gasolina e no diesel nas refinarias anunciada para quarta-feira ocorreu pela variação do câmbio. “A redução hoje é simples de entender, uma redução importante de câmbio ontem... então é prova de que essa política funciona tanto na direção de subir os preços quanto de cair os preços”, disse Parente após a reunião com ministros. O dólar fechou a véspera com queda superior a 1% e abaixo do patamar de R$ 3,70, após ter subido nos seis pregões anteriores, depois de atuação mais forte do Banco Central no mercado de câmbio, fator também considerado na política da Petrobras. A redução anunciada pela Petrobras para o diesel e a gasolina, de 1,54% e 2,08%, respectivamente, foi o primeiro corte nos preços desde 3 de maio. O anúncio veio em meio ao segundo dia de protestos realizados por caminhoneiros contra a alta dos combustíveis. O movimento voltou a bloquear rodovias e o porto de Santos ontem. (Reuters)


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ECONOMIA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA

Acordo de líderes pode destravar a pauta Oposição condiciona análise de 18 vetos à retirada de projetos do governo sobre Codemig e securitização ANA AMÉLIA HAMDAN

Acordo firmado ontem, em reunião de líderes da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), promete destravar a pauta da Casa. No encontro entre deputados da situação e oposição ficou acertado que hoje serão analisados dois dos 18 vetos que estão pendentes e trancando a pauta. Também foi acordado que os parlamentares vão trabalhar em uma pauta mínima com projetos a serem votados. Mas um novo impasse pode ser criado, já que a base governista considera como projeto prioritário o que prevê a cisão e venda de ações da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), enquanto a oposição não aceita que tal proposta entre em votação. Se não houver consenso sobre a pauta mínima, a votação de outros projetos prioritários para o governo pode ser prejudicada, entre eles a Proposta de Emenda Constitucional 49/18, que insere na Constituição do Estado a obrigatoriedade de pagar aos servidores da educação o piso nacional. A previsão é que a votação dos 18 vetos, que têm preferência sobre as demais matérias, dure de duas a três semanas. Dessa forma, se houver acordo, é possível que projetos sejam votados antes do recesso de julho. Ontem, o deputado Gustavo Valadares (PSDB), da oposição, afirmou que textos como a PEC da Educação podem ser votados, desde que o governo retire da pauta o projeto sobre a Codemig e também o de securitização da dívida. Este último também é con-

siderado prioritário pelo governo. “Que fique claro que a oposição continua na sua posição de não deixar votar o projeto da Codemig por entendermos que trará enormes prejuízos à população e ao Estado de Minas Gerais”, disse Valadares. A pauta da Assembleia está travada desde o início do ano. Os deputados da oposição barraram a votação de vetos para trancar a pauta justamente para impedir a votação do Projeto de Lei (PL) 4.996/18, que autoriza a cisão de parte da Codemig, com objetivo de valorizar ações da empresa e vender parte delas. “O que é importante é que chegamos à conclusão de que a Assembleia precisa dar uma resposta a esses vetos que estão trancando a pauta e que não foram apreciados desde fevereiro”, disse Valadares. Quanto ao PL 4.844/17, que prevê a securitização da dívida, Valadares informou que depende ainda de votação no Congresso Nacional e, por isso, não faz sentido estar na pauta da ALMG. Esse PL autoriza o Executivo a ceder, onerosamente, créditos tributários e não tributários do Estado a pessoas jurídicas de direito privado e a fundos de investimento regulamentados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Com isso, o governo espera garantir uma espécie de seguro para a dívida do Estado. Segundo Valadares, alguns projetos de interesse do governo que podem ser votados sem problemas são a PEC dos servidores da educação e também o que permite o Estado a contrair empréstimo de R$ 2 bilhões para pagamento de precatórios.

ALISSON J. SILVA

Na ALMG, há grande resistência da oposição à votação de projeto que permite a cisão da Codemig

Indefinição - Líder do Governo, o deputado Durval Ângelo (PT) reforçou ontem que os projetos considerados prioritários pelo governo são o que permite a cisão da Codemig; o que possibilita a securitização da dívida; e o texto que prevê empréstimo para pagamento de precatórios. Além desses, há a PEC dos servidores da educação. “Ainda não há acordo sobre quais os itens vão entrar na pauta. De qualquer maneira, não

podemos avançar sem começar a votação dos vetos”, disse. Para Durval Ângelo, mesmo com a proximidade do período eleitoral, quando os parlamentares estão com as atenções voltadas para suas regiões, há condições para votações de projetos ainda neste semestre. De acordo com informações do site da Assembleia, questões relativas ao pedido de impeachment do governador Fernando Pimentel (PT) não foram tratadas na reunião com os líderes.

IMÓVEIS

Brasil tem déficit de 7,7 milhões de moradias DIVULGAÇÃO

São Paulo - O mercado imobiliário está saindo da mais severa crise com sequelas que incluem um déficit habitacional de 7,7 milhões de moradias, disse ontem o economista-chefe do sindicato do mercado imobiliário Secovi-SP, Celso Petrucci. “Estamos assistindo o mercado imobiliário brasileiro sair de sua pior crise e com muitas sequelas”, afirmou Petrucci, durante seminário sobre a modernização do crédito imobiliário, promovido pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) em São Paulo. Ele destacou que a habitação de interesse social foi um dos poucos segmentos que resistiu aos efeitos da recessão, com 500 mil a 600 mil unidades entregues por ano via Minha casa, minha vida, um programa financiado com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Mas o interesse de outros setores da economia nos recursos do FGTS vem gerando preocupações entre participantes do mercado imobiliário. “Precisamos coibir os usos propostos para o FGTS que desviam o fundo do propósito definido em sua criação, que é a habitação de interesse social”, afirmou a arquiteta e conselheira do conselho curador do fundo, Maria Henriqueta Arantes. Segundo ela, o FGTS colocou no mercado cerca de R$ 1,236 trilhão entre 2008 e março de 2018. A Caixa Econômica Federal é o agente operador do FGTS e se encarrega juntamente com o Banco do Brasil das contratações do programa habitacional Minha Casa Minha Vida (MCMV). “O BB atua como coadjuvante da Caixa em habitação de interesse social”, disse o gerente-executivo

Habitação de interesse social, como o Minha casa, minha vida, foi um dos poucos segmentos que resistiu à crise

Crédito para financiamento deve crescer 10% São Paulo - As incertezas que rondam o mercado financeiro no Brasil e no exterior não devem comprometer a expectativa de crescimento de 10% no volume de crédito para financiar a compra e aquisição de imóveis no País, disse ontem à reportagem o presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito e Poupança (Abecip), Gilberto Duarte de Abreu Filho. “O mercado vai entrar num período agora tanto pelo cenário externo quanto pelo interno de de crédito imobiliário do BB, Lúcio Bertoni. De acordo com ele, a carteira de crédito imobiliário do banco atualmente soma cerca de R$ 50 bilhões. “Nosso compro-

um pouco mais de instabilidade... Acho que essas instabilidades do mercado financeiro não vão tocar tão rapidamente a economia real, que tem sua inércia, e devemos conseguir alcançar os números que falamos para 2018”, afirmou Abreu Filho. Apenas no primeiro trimestre, o volume de crédito imobiliário com recursos da poupança aumentou 11,2% ante igual intervalo de 2017, para R$ 11,19 bilhões. Entre os fatores que tendem a

acentuar as incertezas no mercado, ele citou a guerra comercial entre países desenvolvidos, a tensão no Oriente Médio e a disputa eleitoral no Brasil. Por outro lado, o presidente da Abecip destacou que a equalização da posição de capital da Caixa Econômica Federal deve favorecer a retomada do crédito imobiliário neste ano. “A Caixa está voltando de maneira mais contundente ao mercado, com condições novas de preço”, disse Abreu Filho. (Reuters)

misso é fazer 20% do MCMV”, acrescentou. No caso da Caixa, o superintendente nacional da rede executiva e negocial de habitação

da instituição, Henrique Marra, observou que está no radar a busca de outras fontes além do FGTS para financiamento de habitação de interesse social. (Reuters)

CONSTRUÇÃO

Trabalhadores de São Paulo encerram greve com a reposição do INPC São Paulo - A greve dos trabalhadores da construção civil do Estado de São Paulo foi encerrada ontem, após os sindicatos representantes de patrões e trabalhadores chegarem a um meio termo sobre a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria e a negociação salarial. Sindicalistas informaram que foi acertada uma reposição integral do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) ao longo de um ano até a data-base de 1º de maio (1,69%). “Os trabalhadores entenderam que o setor não está tão bem para dar um ganho real e que podemos oferecer uma reposição do INPC, de 1,69%”, disse o vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil de São Paulo, (Sinduscon-SP), Haruo Ishikawa. Assim, explicou o executivo, o piso no Estado para profissionais não qualificados passou para R$ 1.440,87 (R$ 6,55/hora); para profissionais qualificados, R$ 1.752,80 (R$ 7,97/h); e R$ 2.100,39 (R$ 9,55/h) para profissionais das áreas de montagem qualificada e instalações. Foi acordado também um aumento de R$ 16 no vale-alimentação, para R$ 300. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil de São Paulo (Sintracon-SP), Antonio de Sousa Ramalho, citou a manutenção das cláusulas sociais da convenção anterior, como café da manhã e lanche da tarde. “Mais importante para nós: não houve aplicabilidade da reforma trabalhista”, comentou o sindicalista. Segundo apuração da reportagem, foi incluída uma cláusula em que “fica ajustado que as empresas auxiliarão o sindicato na efetivação das arrecadações da contribuição negocial/assistencial de 3% dos salários ajustados devidos em maio de 2018 e 1% dos salários de junho de 2018 a abril de 2019 de seus empregados, sindicalizados ou não, em folha de pagamento”. As cláusulas sociais da convenção têm validade de dois anos, disse Ishikawa, enquanto as cláusulas econômicas do acordo poderão ser renegociadas dentro de um ano. (AE)


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ECONOMIA FERNANDA CARVALHO / FOTOS PÚBLICAS

ESTÍMULO

Demanda das empresas por crédito registra crescimento de 5,7%

Há casas de câmbio nas quais o consumidor chega a pagar R$ 4 por US$ 1, com a valorização da moeda norte-americana

DESVALORIZAÇÃO DO REAL

Percepção da inflação pelo consumidor deve beirar 6% Alta do câmbio está entre fatores que mais colaboram para avanço Rio de Janeiro - A desvalorização do real não deve arrefecer nos próximos meses e a percepção da inflação pelo consumidor tende a mudar de patamar, avaliou o pesquisador da área de Economia Aplicada do FGV Ibre Pedro Guilherme Ferreira. No início do ano, a visão de Ferreira era de que a expectativa média dos brasileiros para a inflação em 2018 ficaria no patamar dos 4%. Com a alta do câmbio, esse patamar subiu para 5% com viés de alta para 6%, avaliou o pesquisador. “Eu estava achando que íamos acabar o ano na faixa

de 4%, mas agora, a desvalorização cambial mudou minha visão. O câmbio vai continuar elevado, com o real desvalorizado”, afirmou. A FGV Ibre divulgou ontem a expectativa média do consumidor para a inflação nos próximos 12 meses apurada em maio, que subiu para 5,3% ante expectativa de 5% em abril. A alta foi maior na percepção de famílias com renda mais baixa (de até R$ 2.100,00), a menor faixa de renda ouvida pela pesquisa, e que, segundo Ferreira, são as primeiras a perceber o impacto da alta de preços

“São dois fatores. Além de mais afetados, são os menos informados, portanto, qualquer notícia impacta mais, tem menos filtro em relação às notícias”, ressaltou, observando que a mídia tem uma grande influência na expectativa do consumidor e faz parte do modelo utilizado para o índice da FGV Ibre. Mês da virada - Ferreira considera maio o mês da virada de tendência da expectativa do consumidor, e avalia que os fatores que levaram a isso foram principalmente a alta do dólar, “antes previsto para fechar o ano a R$ 3,70

BONSUCESSO PARTICIPAÇÕES SOCIETÁRIAS S/A Demonstrações do resultado Em 31 de dezembro de 2017 e 2016 CNPJ: 15.609.669/0001-52 (Valores expressos em Reais) Balanços patrimoniais Em 31 de dezembro de 2017 e 2016 31/12/2017 31/12/2016 (Valores expressos em Reais) Receita líquida R$ R$ Lucro bruto R$ R$ Ativo 31/12/2017 31/12/2016 Despesas operacioanis R$ R$ Circulante Despesas administrativas e gerais Caixa e equivalentes de caixa R$ 279.324 R$ 115.219 Despesas com pessoal R$ (518.400) R$ Dividendos a receber R$ 4.276.567 R$ 2.689.434 Alugueis, arrendamentos e condomínios R$ (10.305) R$ (39.886) Impostos a recuperar/compensar R$ 35.917 R$ 20.224 impostos, taxas e contribuições R$ (14.723) R$ (2.834) Aplicações Finaceiras R$ R$ 583.597 Despesas gerais R$ (243.137) R$ (148.764) R$ 4.591.807 R$ 3.408.474 Resultado operacional antes dos Não circulante efeitos financeiros R$ (786.566) R$ (191.484) Ativo Realizável a Longo Prazo R$ 12.684.160 R$ 8.791.391 Receitas financeiras R$ 308.418 R$ 908.130 Investimentos R$ 106.743.101 R$ 101.064.686 Despesas financeiras R$ (850) R$ (6.345) Imobilizado R$ 1.340.432 R$ 1.401.146 Resultado financeiro R$ 307.567 R$ 901.785 R$ 120.767.693 R$ 111.257.223 Outras Receitas Operacionais R$ 8.918 R$ 10.832 Total do ativo R$ 125.359.500 R$ 114.665.697 Resultado da Equivalência Patrimonial R$ 19.186.207 R$ 13.104.626 Passivo e patrimônio líquido Resultado operacional líquido R$ 18.716.126 R$ 13.825.759 Circulante Resultado antes do IR e CSLL R$ 18.716.126 R$ 13.825.759 Obrigações tributárias R$ 2.645 R$ 65.621 Imposto de Renda e Contribuição Social R$ (60.205) R$ (268.366) Obrigações trabalhistas e previdenciária R$ 16.672 R$ Provisões R$ (60.205) R$ (268.366) Outras obrigações R$ R$ 3.520 Lucro líquido do exercício R$ 18.655.921 R$ 13.557.393 Dividendos, part. e juro sobre o capital R$ 2.845.565 R$ R$ 2.864.882 R$ 69.141 As notas explicativas da Administração são parte Não circulante integrante das demonstrações contábeis. Emprestimos e financiamentos R$ R$ 6.500.001 Demonstrações do resultado abrangente Obrigações Tributárias R$ 2.876.147 R$ 3.534.541 Em 31 de dezembro de 2017 e 2016 - (Valores expressos em Reais) Outras obrigações R$ 683.326 R$ Dividendos, part.e juro sobre o capital R$ 4.251.782 R$ 2.845.565 31/12/2016 31/12/2015 R$ 7.811.255 R$ 12.880.106 Lucro Líquido do Exercício R$ 18.655.921 R$ 13.557.393 Patrimônio líquido Reserva especial de àgio reflexa Capital social R$ 82.670.482 R$ 82.670.482 investidas R$ (683.545) R$ (683.545) Reserva de capital R$ 854.431 R$ 1.537.976 AAP Reflexa Investidas R$ (1.278.052) R$ (1.511.063) Ajustes de avaliaçaõ patrimonial-AAP R$ 5.583.115 R$ 6.861.167 Reserva de Lucros Realizados Reservas de Lucros R$ 25.575.335 R$ 10.646.824 Reflexa AAP Investida R$ 1.278.052 R$ 1.511.063 Lucros ou prejuízos acumulados R$ R$ Resultado Abrangente total R$ 114.683.363 R$ 101.716.450 do exercício R$ 17.972.376 R$ 12.873.848 Total do passivo e patrimônio líquido R$ 125.359.500 R$ 114.665.697 As notas explicativas da Administração são parte As notas explicativas da Administração são parte integrante das demonstrações contábeis. integrante das demonstrações contábeis. Demonstrações das mutações do patrimônio líquido Em 31 de Dezembro de 2017 e 2016 - (Valores expressos em Reais) Ajuste de Lucros/ Capital Reservas avaliação prejuizos Realizado de capital Patrimonial Reservas de lucros acumulados Resp. Res. Lucros Capital Reflexz AAP Reflexa Reserva Retenção Real.luc Real /prejuizos Social Ágio Invest. Investidas Legal de lucros AAP Refl. acumulados Total Saldos em 31/12/ 2016 R$ 82.670.482 R$ 1.537.976 R$ 6.861.167 R$599.066 R$8.536.695 R$1.511.063 R$ - R$ 101.716.450 Ajustes de exercícios anteriores R$ R$ R$ R$R$R$R$ (753.681) R$ (753.681) Aumento / Redução de capital R$ R$ R$ R$R$R$R$ R$ Ajustes de avaliação Patrimonial R$ R$ - R$ (1.278.052) R$R$R$R$ - R$ (1.278.052) Lucro líquido do exercício R$ R$ R$ R$R$R$- R$ 18.655.921 R$ 18.655.921 Vr.destinado para Reservas de Lucros R$ R$ R$ - R$895.112 R$12.755.346 R$- R$ (13.650.458) R$ Reserva Especial de àgio Reflexa R$ - R$ (683.545) R$ R$R$R$R$ R$ (683.545) Reserva Lucros Realizados AAP Reflexa R$ R$ R$ R$R$- R$1.278.052 R$ R$ 1.278.052 Dividendos distribuidos, pagos/creditados R$ R$ R$ R$R$R$- R$ (4.251.782) R$ (4.251.782) Saldos em 31/12/2017 R$ 82.670.482 R$ 854.431 R$ 5.583.115 R$1.494.178 R$21.292.041 R$2.789.115 R$ - R$ 114.683.363 Saldos em 31/12/2015 R$ 117.727.052 R$ 2.221.521 R$ 8.372.230 R$R$R$- R$ (4.166.105) R$ 124.154.699 Ajustes de exercícios anteriores R$ R$ R$ R$R$R$R$ 556.135 R$ 556.135 Aumento / Redução de capital R$ (35.056.570) R$ R$ R$R$R$R$ 2.033.903 R$ (33.022.667) ajustes de avaliação Patrimonial R$ R$ - R$ (1.511.063) R$R$R$R$ - R$ (1.511.063) Lucro líquido do exercício R$ R$ R$ R$R$R$- R$ 13.557.393 R$ 13.557.393 Vr.destinado para Reservas de Lucros R$ R$ R$ - R$599.066 R$8.536.695 R$- R$ (9.135.761) R$ Reserva Especial de àgio Reflexa R$ - R$ (683.545) R$ R$R$R$R$ R$ (683.545) Reserva Lucros Realizados AAP Reflexa R$ R$ R$ R$R$- R$1.511.063 R$ R$ 1.511.063 Lucros distribuídos, pagos ou creditados R$ R$ R$ R$R$R$- R$ (2.845.565) R$ (2.845.565) Saldoem 31/12/2016 R$ 82.670.482 R$ 1.537.976 R$ 6.861.167 R$ 599.066 R$8.536.695 R$1.511.063 R$ - R$ 101.716.450 As notas explicativas da Administração são parte integrante das demonstrações contábeis. NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS contábeis vigentes no Brasil e convertidos para Reais, de acordo com as taxas EM 31 DE DEZEMBRO DE 2017 de câmbio da moeda local. Os eventuais ganhos e perdas resultantes do processo de conversão são transferidos para o resultado do período atendendo 1. Contexto Operacional - A Bonsucesso Participações Societárias S/A, é ao regime de competência. 4. Teste de recuperabilidade para ativos uma Sociedade Anônima de capital fechado, com sede e foro na cidade de (impairment) Atendendo ao conteúdo da NBC TG 1000, editada pelo Conselho Belo Horizonte /MG, tendo como objeto social a participação societária em Federal de Contabilidade através da Resolução 1255/2009, a administração outras sociedades como sócia ou acionista, com início de atividades em 28/ da empresa, fez a análise sobre a recuperabilidade dos ativos submetidos a 05/2012. Em 01 de setembro de 2012, foi alterada a denominação social tal resolução levando em conta os principais indicadores de desvalorização, para Bonsucesso Participações Societárias Ltda. Em 26 de novembro de tais como: uma redução sensível, além do esperado, no valor de mercado 2015, foi aprovada a transformação do tipo societário de Sociedade Limitada do ativo; o valor contábil do ativo líquido é maior que o valor justo estimado; para Sociedade Anônima fechada e, como consequência, teve sua obsolescência ou dano físico de ativo; mudanças significativas que afetam denominação social alterada de Bonsucesso Participações Societárias Ltda. o ativo; informações internas (empresa) que espelhem desempenho para Bonsucesso Participações Societárias S/A. Em 08 de setembro de econômico pior que o esperado. Após está análise à administração chegou 2016, foi aprovada a redução do Capital Social para R$ 82.670.482,00. à conclusão de que todos os ativos se encontram a valor recuperável através Como holding pura a Bonsucesso Participações Societárias S/A tem seu da Venda ou do Uso, dispensando assim a realização dos testes efetivos de resultado composto basicamente pelo resultado de equivalência patrimonial, Impairment uma vez que não existia indicação relevante de não apurado a partir do resultado de suas controladas. 2. Política adotada - As recuperabilidade. 5. Ajuste a valor presente - O Ajuste a Valor Presente demonstrações contábeis encerradas em 31 de Dezembro de 2017 e 31 de que tem por objetivo demonstrar o valor presente de um fluxo de caixa, o Dezembro de 2016 (comparativas), aqui compreendidos: Balanço qual se encontra determinado para as operações de longo prazo, tanto para Patrimonial, Demonstração do Resultado, Demonstração do Resultado os ativos e quanto para os passivos, foi realizado no reconhecimento inicial Abrangente (DRA), Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido de cada operação de longo prazo em base exponencial pro rata, registrado (DMPL) e Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC), foram elaboradas a em conta retificadora para que os ativos e passivos reflitam a realidade. Os partir das diretrizes contábeis e dos preceitos da Legislação Comercial, Lei juros foram sendo reconhecidos como receitas ou despesas com o transcorrer n. 10.406/2002 e demais legislações aplicáveis e aos Princípios Contábeis. do tempo como receitas ou despesas financeiras na Demonstração do O resultado é apurado de acordo com o regime de competência, que Resultado do Exercício através do método da taxa efetiva de juros. 6. estabelece que as receitas e despesas devam ser incluídas na apuração dos Declaração de conformidade - A empresa declara expressamente que a resultados dos períodos em que ocorrerem, sempre simultaneamente elaboração e a apresentação das demonstrações contábeis estão em quando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou conformidade com o NBC TG 1000 – Contabilidade para Pequenas e Médias pagamento. As receitas e despesas de natureza financeira são contabilizadas Empresas, expedida pelo Conselho Federal de Contabilidade através da pelo critério “pro-rata” dia e calculadas com base no método exponencial, Resolução 1.255/2009. A administração da empresa também procedeu ao exceto aquelas relativas aos títulos descontados ou ainda as relacionadas às exame conceitual e concluiu que a empresa não possui prestação pública de operações com o exterior, que são calculadas com base no método linear. contas e assim encontra-se apta a exercer a faculdade pela aplicação do As principais práticas contábeis na elaboração das demonstrações contábeis previsto na Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas. 7. Provisões, levam em conta as características qualitativas e quantitativas conforme ativos e passivos contingentes - As provisões quando constituídas encontramdetermina a NBC TG 1000: Compreensibilidade, Competência, Relevância, se fortemente alicerçadas nas opiniões dos assessores jurídicos ou advogados, Materialidade, Confiabilidade, Primazia da Essência sobre a Forma, levando em conta a natureza das ações, a similaridade com processos Prudência, Integralidade, Comparabilidade e Tempestividade, estando assim anteriores, a complexidade e o posicionamento de Tribunais. Assim, a alinhadas com normas internacionais de contabilidade emitidas pelo administração considera que tais provisões são suficientes para atender as International Accounting Standards Board (IASB) adequadas pelo Comitê perdas decorrentes dos respectivos processos. Mesmo que algum passivo de Pronunciamentos Contábeis (CPC) e aprovadas pelo Conselho Federal esteja sendo discutido judicialmente, tal obrigação, é mantida até o ganho de Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas. definitivo quando não couberem mais recursos ou quando da sua prescrição. 3. moeda funcional e de apresentação - As demonstrações contábeis estão 8. Determinação do resultado - O resultado foi apurado em 31 de Dezembro apresentadas em REAIS, que é a moeda funcional da empresa. Assim os de 2017 e 31 de Dezembro de 2016 (comparativamente) e está em obediência ativos, os passivos e os resultados apresentados nas demonstrações contábeis ao regime de competência. As Demonstrações Contábeis foram elaboradas mesmo quando contratados em moeda estrangeira são ajustados às diretrizes

e agora em R$ 4”; por causa da guerra comercial dos EUA, que com a redução de impostos aumentou a inflação norte-americana, e consequentemente os juros, “o que leva a liquidez do mercado por lá”; e o aumento dos combustíveis, “que já é reflexo do câmbio e da alta do petróleo”, explicou. Segundo ele, mesmo com a interferência do Banco Central na taxa de câmbio no Brasil, dificilmente a moeda norte-americana vai voltar para o patamar de R$ 3. “Vai ficar em torno de R$ 4”, avalia. (AE)

Demonstrações dos fluxos de caixa Em 31 de dezembro de 2017 e 2016 - (Valores expressos em Reais) 31/12/2017 31/12/2016 Fluxo de caixa das atividades operacionais Lucro líquido do exercício R$ 18.655.921 R$ 13.557.393 Ajustado por Depreciação e amortização R$ 60.714 R$ 19.517 Juros pagos Lucro líquido do exercício ajustado R$ 18.716.636 R$ 13.576.910 Variações nos ativos e passivos operacionais Contas a receber R$ R$ Impostos a recuperar R$ (15.693) R$ (17.974) Aplicações Financeiras R$ 583.597 R$ 1.956.949 Outros ativos circulantes e não circulantes R$ R$ Dividendos recebidos R$ (4.017.525) R$ 6.804.925 Partes relacionadas R$ R$ Obrigações sociais e trabalhistas R$ 16.672 R$ Impostos e contribuições a recolher e provisão para IR e CS R$ (62.976) R$ 62.045 Outras contas a pagar - circulante e não circulante R$ 679.806 R$ (974) Caixa líquido gerado nas atividades operacionais R$ 15.900.517 R$ 22.381.881 Fluxo de caixa das atividades de investimentos Adições do imobilizado R$ R$ (1.370.889) Partes relacionadas R$ (1.462.377) R$ 20.522.666 Depósitos Judiciais R$ R$ Aumento (Redução) nos investimentos R$ (7.020.353) R$ (7.361.122) Caixa líquido utilizado pelas atividades de investimentos R$ (8.482.731) R$ 11.790.655 Fluxo de caixa das atividades de financiamentos Integralização de Capital R$ R$ Redução de Capital R$ - R$ (35.056.570) Dividendos pagos R$ 4.251.782 R$ (5.164.435) Aumento (Redução) Ativ.Financiamento R$ (5.005.463) R$ (255.527) Partes relacionadas R$ (6.500.001) R$ 6.316.000 Caixa líquido utilizado pelas atividades de financiamentos R$ (7.253.682) R$ (34.160.532) Diminuição/Aumento de caixa e equivalentes de caixa R$ 164.105 R$ 12.005 Caixa e equivalentes de caixa no início do exercício R$ 115.219 R$ 103.214 Caixa e equivalentes de caixa no fim do exercício R$ 279.324 R$ 115.219 Diminuição/Aumento de caixa e equivalentes de caixa R$ 164.105 R$ 12.005 As notas explicativas da Administração são parte integrante das demonstrações contábeis. e apresentadas em conformidade com a legislação societária, conforme a Lei n. 10.406/2002 e demais legislações aplicáveis, os pronunciamentos técnicos, orientações e interpretações emitidas pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), pelas normas brasileiras de contabilidade expedidas pelo Conselho Federal de Contabilidade, especialmente NBC TG 1000. 9. Ativos circulantes - A classificação das contas é realizada com base no que determinada o Pronunciamento Técnico PME – Pequenas e Médias Empresas, sendo classificados como circulantes quando: a) espera realizar o ativo, ou pretender vendê-lo ou consumi-lo durante o ciclo operacional normal da entidade; b) o ativo for mantido essencialmente com a finalidade de negociação; c) espera realizar o ativo no período de até doze meses da data das demonstrações contábeis; ou o ativo for caixa ou equivalente de caixa. (NBC TG, item 4.5). 10. Ativos não circulantes - A classificação das contas é realizada com base no que determinada a NBC TG 1000, sendo classificados como não circulantes todos aqueles fatos contábeis que não se classificam como sendo circulantes. Os itens classificados neste grupo foram avaliados pela administração quanto a sua recuperabilidade e foram considerados que estão registrados pelos valores recuperáveis pela venda ou pelo uso. 11. Realizavel a longo prazo - São apresentados ao valor de custo de realização. 12. Investimentos - Em 08/06/2017 ocorre a aquisição de 50% mais duas ações ordinárias da sociedade empresaria Tracevia S.A. Em 02/10/2017 ocorre a baixa na participação societária na sociedade empresaria Construtora Bebedouro Ltda. por motivo do distrato social e baixa do registro da sociedade na Junta Comercial do Estado de São Paulo. Os investimentos em sociedades controladas foram avaliados pelo método de equivalência patrimonial e apresentam a seguinte composição: 2017 2016 . Empresa Construtora Brasil S.A. R$ 65.900.368,48 R$ 62.609.259,58 AAP Reflexa EQP Emp.Constr.Brasil R$ 8.459.262,22 R$ 10.395.708,06 Ágio Incorporação Part.Reflexa ECB R$ 854.431,36 R$ 1.537.976,41 Concessionárias Rodovias Tebe S.A. R$ 30.822.135,35 R$ 26.391.743,30 Tracevia S.A. R$ 706.903,23 R$ 0,00 Construtora Bebedouro S.A R$ 0,00 R$ 129.998,34 13. Imobilizado - Avaliado inicialmente ao custo histórico, sendo considerados como custo todos os valores necessários para que o imobilizado estivesse à disposição da administração. As alíquotas de depreciação estão fundamentadas no tempo de utilização dos referidos bens e considerando o valor residual para fins de cálculo dentro do método linear, tudo em conformidade com a Resolução 1255/2009 que instituiu o Pronunciamento Técnico PME – Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas. 13.1 Depreciação - Itens do ativo imobilizado são depreciados pelo método linear no resultado do exercício baseado na vida-útil econômica estimada de cada componente. Itens do ativo imobilizado são depreciados a partir da data em que são instalados e estão disponíveis para uso. As vidas úteis médias estimadas para o exercício corrente e comparativos são os seguintes: Descrição Taxas Anuais de Depreciação % Edifícios 4% Móveis e Utensílios 10% 14. Passivo circulante - A classificação das contas é realizada com base no que determinada o Pronunciamento Técnico PME – Pequenas e Médias Empresas, sendo classificados como circulantes quando: a) espera liquidar o passivo durante o ciclo operacional normal da entidade; b) o passivo for mantido essencialmente para a finalidade de negociação; c) o passivo for exigível no período de até dozes meses após a data das demonstrações contábeis; ou a entidade não tiver direito incondicional de diferir a liquidação do passivo durante pelo menos doze meses após a data de divulgação. (NBC TG, item 4.7). 15. Passivo não circulante - A classificação das contas é realizada com base no que determinada o Pronunciamento Técnico PME – Pequenas e Médias Empresas, sendo classificados como não circulantes todos os outros passivos que não foram classificados como circulantes. (NBC TG, item 4.8). 16. Capital social - O capital social é de R$ 82.670.482,00, dividido em 9.097.268 ações ordinárias nominativas e sem valor nominal, totalmente integralizadas. 17. Eventos subsequentes - Os administradores declaram a inexistência de fatos ocorridos subsequentemente à data de encerramento do exercício que venham a ter efeito relevante sobre a situação patrimonial ou financeira da empresa ou que possam provocar efeitos sobre seus resultados futuros. Belo Horizonte, 31 de dezembro de 2017. José Lúcio Rezende - CPF 001.623.616-53 - Diretor José Lúcio Rezende Filho - CPF 491.950.426-87 - Diretor Rafael Ornelas Machado - CPF 398.693.266-68 Contador CRC MG 054147

São Paulo - A demanda das empresas por crédito aumentou 5,7% em abril no comparativo anual, segundo o Indicador Serasa Experian de Demanda das Empresas por Crédito. Com o resultado, no acumulado do ano a demanda empresarial por crédito subiu 5,7%. De acordo com os economistas da Serasa Experian, a retomada do crescimento econômico, ainda que em ritmo mais lento do que se esperava no início deste ano, combinada com a retração dos juros, tem estimulado a busca das empresas por crédito, que, em abril, cravou a sétima alta interanual consecutiva. A maior busca empresarial por crédito em abril é atribuída ao comportamento das micro e pequenas em-

presas (+5,9%). Nas médias empresas foi informado aumento, porém menor, de 2,4%. Nas grandes empresas, a demanda por crédito caiu 1,2% no mês passado Serviços - Em relação aos primeiros quatro meses do ano passado, as empresas de serviços expandiram suas demandas por crédito em 8,2%. Nas empresas comerciais, a alta foi de 3,2% na mesma base de comparação, enquanto nas empresas industriais a expansão foi de 5,2%. No acumulado do ano, com exceção da região Norte (-0,2%), todas as regiões mostraram avanço em suas demandas empresariais por crédito, com destaque para a região Sul, alta de 13,4%. (AE)

RIO DE JANEIRO

Comércio varejista gasta R$ 450 milhões com segurança no 1º trimestre O aumento da violência no Rio de Janeiro levou o comércio varejista a gastar R$ 450 milhões com segurança, de janeiro a março deste ano, um crescimento de 20% em relação ao primeiro trimestre do ano passado. Os dados são do Centro de Estudos do Clube dos Diretores Lojistas do Rio (CDLRio), que divulgou ontem a pesquisa Gastos com Segurança em estabelecimentos comerciais. Segundo o levantamento, o aumento dos investimentos se deu com a contração de vigilantes e seguro, e a compra equipamentos eletrônicos, grades, blindagens de portas e reforço de vitrines. Feita junto a 500 lojistas, a pesquisa mostra que 120 dos entrevistados já tiveram seus estabelecimentos assaltados, furtados ou roubados, representando um aumento de cerca de 15% em relação aos primeiros três meses do ano passado. O comércio varejista gastou R$ 280 milhões em segurança privada e vigilantes; R$ 150 milhões em equipamentos de vigilância eletrônica e R$ 20 milhões com gradeamento, blindagens, reforços de portas e de vitrines e com seguros. Na avaliação do presidente do Clube dos Diretores Lojistas, Aldo Gonçalves, os gastos com segurança parecem mais um tributo pago pelos lojistas “já massacrados pelo peso da burocracia e da alta carga

tributária”. “A violência urbana na cidade do Rio de Janeiro vem prejudicando bastante o comércio já afetado pelo quadro econômico do País e, em especial, pela crise do Estado do Rio, que tem influído profundamente no comportamento do consumidor que, por um lado, fica com medo de sair de casa e, por outro, reduz seus gastos.” Portas fechadas - Para Gonçalves, “não é sem razão que mais de 9.100 estabelecimentos comerciais fecharam suas portas na cidade, entre janeiro e dezembro de 2017. O número é 31,7% maior do que em igual período de 2016. Em todo o estado, foram fechados mais de 21 mil estabelecimentos, um crescimento de 26,5% em relação a igual período de 2016”. Além de lamentar o aumento da violência e dos gastos com segurança, o presidente da CDLRio, afirmou que os R$ 450 milhões gastos com segurança poderiam ser investidos na ampliação dos negócios, como na abertura de novas lojas, reformas e treinamento de pessoal, gerando mais emprego e renda para o setor e para o estado com arrecadação. “Esperamos que a intervenção federal na segurança pública no Rio de Janeiro traga de volta a paz ao nosso estado”, disse Aldo Gonçalves. (ABr) TÂNIA RÊGO / AGÊNCIA BRASIL

Violência no Rio leva comércio a gastar mais com segurança


BELO HORIZONTE, QUARTA-FEIRA, 23 DE MAIO DE 2018

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ECONOMIA SIDERURGIA

IMPASSE

Vendas de aço caem 14,4%, diz Inda

Mercedes aciona Justiça Recuo de abril surpreendeu segmento, que esperava por uma queda em torno de 10% contra greve de funcionários IABR/DIVULGAÇÃO

MARA BIANCHETTI

A incerteza quanto ao futuro político do Brasil continua afetando a confiança e o desempenho da indústria nacional. A siderurgia, por exemplo, viu sua atividade ser reduzida novamente em abril. As vendas dos distribuidores de aços planos caíram 14,4% sobre o mês anterior, chegando a 225,1 mil toneladas comercializadas. Já na comparação com o quarto mês do ano passado, as vendas aumentaram 5,4%. Os dados são do Instituto Nacional da Distribuição de Aço (Inda) e, de acordo com o presidente, Carlos Loureiro, evidenciam que as incertezas sobre a economia vêm aumentando diante da aproximação das eleições de outubro. Segundo ele, as vendas realizadas no mês foram piores do que o inicialmente projetado pelo setor. “Esperávamos uma queda de 10% e passou de 14%, e quando olhamos para os meses anteriores, percebemos uma deterioração a cada mês. Caso a projeção de alta de 7% em maio se confirme, teremos um resultado semelhante ao do ano passado”, explicou. De acordo com a entidade, no primeiro bimestre, as vendas tinham subido 19,6% em relação ao mesmo período de 2017, mas, no trimestre, o ritmo de alta caiu para 12%, apontando para nova desaceleração, a 9%, no acumulado dos primeiros seis meses de 2018. Os recuos também têm ocorrido, conforme o presidente, muito em função do estágio de recuperação dos setores demandantes do aço. Loureiro lembrou que o único setor que está realmente indo bem, até o momento, é o automobilístico e que o mesmo tem uma influência menor na rede de distribuição, uma vez que as montadoras compram direto das usinas. “O restante do mercado, como a construção civil e a atividade de máquinas e equipamentos, está mais fraco e negocia com prazos mais longos. Tudo isso afeta o setor”, completou. Em relação às compras, houve queda de 7% em abril perante março, com volume total de 263,8 mil toneladas. Na comparação com igual mês do ano passado (221,3 mil toneladas), foi registrada alta de 19,2%. Com a redução na atividade, os distribuidores encerraram abril com es-

Com retração do nível de atividade, os distribuidores fecharam o último mês com estoques 4,4% maiores em relação a março

Produção registra queda de 4% em abril São Paulo - A produção brasileira de aço bruto em abril desacelerou em relação ao início do ano, em meio à recuperação lenta da economia, incertezas em torno do cenário eleitoral e redução nas exportações, segundo dados divulgados ontem pela entidade que representa as siderúrgicas do País, o Instituto Aço Brasil. O Brasil produziu 2,949 milhões de toneladas de aço bruto em abril, praticamente estável sobre o volume de um ano antes e queda de 4% na comparação com março. No quadrimestre, a produção teve alta de 4,1% sobre um ano antes, a 11,6 milhões de toneladas, ante um ritmo de 5% de alta no primeiro toques maiores em 4,4% frente a março, com 962 mil toneladas. O volume é suficiente para 4,1 meses de vendas, um montante considerado alto pelo Inda. As importações também fecharam o quarto mês com queda de 21% em relação ao terceiro mês do ano, com volume total de 97,7 mil

trimestre, segundo os dados da entidade. Os números corroboram a desaceleração vista por distribuidores de aço plano no mesmo período. Mais cedo, o presidente da entidade que representa os distribuidores, Inda, Carlos Loureiro, comentou que as vendas para todos os setores, com exceção do automotivo, perderam força no mês passado e que os estoques na cadeia subiram. Para o analista Thiago Lofiego, do Bradesco BBI, apesar dos dados mais fracos de abril, o cenário está mais positivo para maio, diante de compras acima do esperado pelos distribuidores, o que pode indicar que o setor está mais positivo sobre

toneladas. Já em relação a abril do exercício anterior (72,9 mil toneladas), as importações registraram alta de 34,0%. Desta maneira, a entidade, que começou 2018 estimando alta de 5% a 7% nas vendas sobre 2017 e chegou a avaliar elevar a projeção para dois dí-

os próximos meses. “Continuamos confiantes sobre a recuperação do mercado de aços planos”, disse Lofiego, em nota a clientes. Segundo o Aço Brasil, que também representa produtores de aços longos, as vendas no mercado interno subiram 25% em abril, sobre o fraco desempenho de um ano antes, para 1,47 milhão de toneladas, puxadas por avanço de 32,5% nos laminados planos, que são usados em setores como a indústria automotiva. Já as exportações das usinas caíram 17% em abril, sobre um ano antes, para 325 mil toneladas, ficando estáveis no quadrimestre, a 1,4 milhão de toneladas. (Reuters)

gitos ao final do primeiro bimestre, agora voltou à projeção anterior. “Diante de um cenário com tantas incertezas, preferimos manter a cautela”, comentou Loureiro.

estão relacionados à elevação cambial observada nos últimos meses e aos preços praticados no mercado externo. “Três usinas já anunciaram aumentos para junho, entre 8% e 15%, dependendo do produto. Reajustes - Sobre os rea- Agora, outras elevações, só justes previstos para junho, se houver novas variáveis”, Retomada - A greve ocorre o presidente afirmou que concluiu. em um momento em que o setor volta a crescer. A fábrica da Mercedes-Benz em São Bernardo é destinada à produção de caminhões e ônibus. Tais setor siderúrgico brasilei- demanda da indústria local. segmentos, respectivamente, ro difere da tomada por “A realidade vai se impor. apresentam crescimento de produtores de alumínio do Vai faltar produto no mer- 54,9% e 81,7% no acumulado Brasil, que preferem ser so- cado norte-americano, e os de janeiro a abril, ante igual bretaxados em 10% a terem americanos vão se deparar intervalo do ano passado, sede reduzir as exportações com a necessidade de rever gundo a Associação Nacional neste ano em cerca de 10 essa cota ou sobretaxa. É dos Fabricantes de Veículos mil toneladas, afirmou o uma questão matemática”, Automotores (Anfavea). A fábrica da Mercedes, que presidente-executivo da disse a fonte. entidade que representa as Sobre uma possibilidade com a crise passou a produusinas de alumínio do Bra- de o Brasil buscar uma ação zir em somente um turno, sil (Abal), Milton Rego, no junto à Organização Mundial deve voltar aos dois turnos início do mês. de Comércio (OMC) contra no segundo semestre deste A expectativa do governo o protecionismo dos EUA, a ano, conforme tem dito em brasileiro, segundo a fonte, fonte afirmou que o governo entrevistas o presidente da é que o protecionismo norte- vai esperar “a publicação da empresa no Brasil, Philipp -americano tenderá a ser medida para avaliar o melhor Schiemer. A unidade, que flexibilizado mais adiante, caminho, mas a possibilidade tem capacidade de produzir uma vez que as siderúrgicas (de irmos à OMC) não está, 80 mil veículos por ano, tem dos EUA não terão fôlego de forma alguma, esgotada”. operado no limite de apenas suficiente para atender à (Reuters) um turno. (AE)

Cota deve reduzir exportação aos EUA em 10% São Paulo - O Brasil terá uma cota de exportação de produtos siderúrgicos para os Estados Unidos (EUA) equivalente a uma redução de 10% em relação ao que foi vendido para os norte-americanos em 2017, afirmou ontem uma fonte do governo brasileiro com conhecimento das discussões. Uma resolução norte-americana com a cota deve ser publicada até o mês que vem. “Se olhar tudo o que a gente exporta de aço do setor siderúrgico, essa cota representa uma redução de 10% em relação a 2017”, disse a fonte à Reuters. O percentual é menor do que

a redução de 20% estimada no início do mês pela associação que representa as siderúrgicas brasileiras, o Instituto Aço Brasil. Em 2017, as vendas do setor aos EUA somaram cerca de 5 milhões de toneladas. Segundo a fonte, a cota não poderá ser flexibilizada e, uma vez atingida, os EUA não receberão mais aço do Brasil. “À medida que a cota for atingida, acabou e pronto”, afirmou. Os Estados Unidos criaram, em março, sobretaxas de 25% para aço e de 10% para alumínio e isentaram o Brasil e outros países temporariamente durante nego-

ciações que vão até junho. Como a cota a ser definida deverá ser fixa, o governo brasileiro e o setor siderúrgico avaliam que haverá insegurança jurídica entre os exportadores, porque a forma como a medida está definida atualmente significa que quem “chegar primeiro para vender terá prioridade (no preenchimento da cota)”. “Não é o critério mais equilibrado e, no limite, pode levar a uma corrida por pedidos de exportação. Isso cria uma insegurança jurídica para os exportadores”, disse a fonte. Alumínio - A posição do

São Paulo - A Mercedes-Benz, que há uma semana tem passado por uma greve dos seus trabalhadores na fábrica de São Bernardo do Campo, decidiu levar o impasse à Justiça. A disputa envolve reivindicações salariais, participação em lucros e resultados e alguns benefícios que foram acertados em acordo anterior e agora estão em risco. Para o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que representa os funcionários da fábrica, a decisão da empresa de ir à Justiça significa um “retrocesso” no histórico de negociações entre as duas partes. “Foi precipitado. Na história dos trabalhadores na Mercedes, os impasses sempre foram resolvidos em uma mesa de negociações”, disse o diretor-executivo do sindicato, Moisés Selerges. “Vamos continuar tentando restabelecer um diálogo com a direção. Dialogar é sempre a saída mais inteligente”, reforçou. Em campanha salarial, com data-base em maio, os 8 mil trabalhadores da fábrica cruzaram os braços na segunda-feira da semana passada. No início, eles exigiam que a montadora, além de dar aumento real de salários, desistisse de demitir 340 funcionários da área administrativa, mudasse o cálculo da PLR (Participação nos Lucros e Resultados) e mantivesse algumas cláusulas acertadas em um acordo anterior. Algumas das cláusulas em discussão são o tempo de estabilidade para trabalhadores que sofreram algum acidente e o complemento que eles recebem da empresa por quatro meses para que o auxílio-doença recebido pelo INSS chegue ao mesmo valor do salário. Segundo o sindicato, a questão das demissões foi superada, pelo menos por enquanto, com a empresa desistindo do corte de vagas. O impasse, no entanto, ainda continua com o reajuste salarial, a PLR, os benefícios. A empresa chegou a oferecer reposição dos salários pela inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), além de um abono não vinculado aos vencimentos, mas os trabalhadores rejeitaram a proposta em assembleia. “Considerando a continuidade da paralisação e a impossibilidade de uma solução negociada, a Mercedes-Benz do Brasil decidiu submeter a discussão à Justiça do Trabalho”, escreveu a empresa, em nota enviada à imprensa.


BELO HORIZONTE, QUARTA-FEIRA, 23 DE MAIO DE 2018

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INTERNACIONAL EUA-COREIA DO NORTE

Trump admite que cĂşpula pode nĂŁo acontecer DĂşvida do presidente norte-americano ocorre por receio de que Kim nĂŁo esteja comprometido com acordo Washington - O presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, disse ontem que existe uma chance substancial de a cĂşpula com o lĂ­der da Coreia do Norte, Kim Jong-un, nĂŁo acontecer como o planejado em 12 de junho devido a receios de que Kim nĂŁo esteja comprometido com a desnuclearização. Trump provocou dĂşvidas sobre a reuniĂŁo planejada em Cingapura em conversas com o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, que foi a Washington para pedir a Trump que nĂŁo deixe escapar uma oportunidade rara com a reclusa Coreia do Norte. “Se nĂŁo acontecer, talvez aconteça mais tardeâ€?, disse Trump. “Pode nĂŁo dar certo para 12 de junhoâ€?. Trump reagia a uma mudança de tom abrupta da Coreia do Norte, na semana passada, quando Pyongyang insinuou que a cĂşpula poderia ser cancelada se o paĂ­s fosse forçado a um “abandono nuclear unilateralâ€?. Os comentĂĄrios de Trump no SalĂŁo Oval da Casa BranR2MN EMPREENDIMENTOS IMOBILIĂ RIOS SPE S.A. CNPJ: 24.911.493/0001-80 Balanços patrimoniais Em 31 de dezembro de 2017 (Valores expressos em Reais) 2017 Ativo Circulante 243.922 Caixa e equivalentes de caixa Contas a receber 383.310 Adiantamento de distribuição de lucros 2.000.000 166 Outros ativos circulantes 2.627.398 NĂŁo circulante 34.179.496 Imobilizado 34.179.496 36.806.894 Total do ativo 2017 Passivo e patrimĂ´nio lĂ­quido Circulante Fornecedores Obrigaçþes sociais e tributĂĄrias 133.685 Credores diversos 133.685 PatrimĂ´nio lĂ­quido Capital social 490.000 Reserva de capital 32.933.316 Reserva de lucros 2.199.893 PrejuĂ­zos acumulados 35.623.209 Adiantamento para futuro aumento de capital 1.050.000 Total do patrimĂ´nio lĂ­quido + AFAC 36.673.209 36.806.894 Total do passivo e patrimĂ´nio lĂ­quido Demonstraçþes do resultado Em 31 de dezembro de 2017 - (Valores expressos em Reais) 2017 Receitas operacionais liquidas 2.599.221 Lucro bruto 2.599.221 Receitas/(despesas) operacionais (56.984) Despesas gerais e administrativas (56.984) Resultado operacional antes das receitas/ 2.542.237 GHVSHVDV ÂżQDQFHLUDV OtTXLGDV 5HFHLWDV GHVSHVDV ÂżQDQFHLUDV OtTXLGDV 5HFHLWDV ÂżQDQFHLUDV 12.719 (3.952) 'HVSHVDV ÂżQDQFHLUDV 8.767 Lucro antes do Imposto de Renda e da 2.551.004 Contribuição Social (241.800) Imposto de Renda e Contribuição Social 2.309.204 Resultado do exercĂ­cio Marcelo Augusto Gomes Pereira - Administrador AntĂ´nio Adoverlino Andrade Contador - CRC/MG 30.595

POLĂ?CIA FEDERAL SUPERINTENDĂŠNCIA REGIONAL EM MINAS GERAIS

ca foram seu sinal mais contundente atÊ o momento da possibilidade de um adiamento ou cancelamento do que seria a primeira cúpula da história entre os líderes dos EUA e da Coreia do Norte. Não ficou claro se Trump estava de fato desistindo da cúpula ou se a declaração Ê uma estratÊgia para persuadir Pyongyang a negociar. Um adiamento ou fracasso da cúpula representaria um grande golpe ao que apoiadores do presidente norte-americano esperam ser a maior conquista diplomåtica de sua Presidência. Condiçþes - Ontem, Trump reiterou comentårios da semana passada, dizendo que Kim estarå seguro e que seu país serå rico caso se desnuclearize. Mas ele pôs a cúpula em dúvida, dizendo que existem condiçþes que precisam ser cumpridas e

KEVIN LAMARQUE/REUTERS

que, se a Coreia do Norte se recusar a tanto, o encontro nĂŁo acontecerĂĄ. Antes de ver Trump, Moon se encontrou com o secretĂĄrio de Estado norte-americano, Mike Pompeo, e com o assessor de Segurança Nacional dos EUA, John Bolton, e os exortou a acelerar os preparativos da cĂşpula Trump-Kim. “NĂłs, o povo sul-coreano, esperamos muito de vocĂŞs. Por favor, tomem conta de nĂłsâ€?, disse Moon, segundo um comunicado de Seul, uma piada aparente que, mesmo assim, mostra a importância que ele atribui Ă reuniĂŁo. Um comunicado do governo sul-coreano disse que Moon procurou apaziguar o receio que existe a respeito das intençþes de Pyongyang dado seu histĂłrico de fazer promessas e recuar em negociaçþes internacionais. (Reuters) Presidente da Coreia do Sul (esq.) pediu a Trump que nĂŁo desista de conversas com o Norte

PETRĂ“LEO

Opep pode aumentar produção em junho CHRISTIAN HARTMANN/REUTERS

Khobar (Aråbia Saudita)/ Londres - A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) pode decidir aumentar a produção de petróleo em junho devido a preocupaçþes sobre a oferta iraniana e venezuelana e após Washington ter levantado receios de que o rali do petróleo poderia estar indo longe demais, disseram à Dà VILA ARQUITETURA E ENGENHARIA S/A. CNPJ: 05391.121/0001-25 - NIRE 3130009942-3 Edital nº 01/2018 Convocação da AssemblÊia Geral Ordinåria e Extraordinåria Ficam convocados os Senhores Acionistas, a se reunirem em Assembleia Geral Ordinåria e Extraordinåria, a ser realizada no dia 29 de Maio de 2018 às 10 (dez) horas, na sede social, na Av. Augusto de Lima, 479, 20º andar, sala 2016, Bairro Centro, Belo Horizonte/MG, a fim de deliberarem sobre os seguintes assuntos: Ordem do dia: 1. Assembleia Geral Ordinåria e Extraordinåria: (i) examinar, discutir e votar as contas e as demonstraçþes financeiras relativas ao exercício social findo em 31 de dezembro de 2017; (ii) examinar, discutir e votar a proposta de destinação do resultado do exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2017 e a distribuição de dividendos. (iii) Reforma e ajuste na redação do Estatuto Social da Companhia acrescentando atividades de ensino. (iv) Retirada da Sociedade do Sócio Carmelindo Inåcio de Rezende. Belo Horizonte, 18 de Maio de 2018. Alberto Enrique Dåvila Bravo Presidente do Conselho Administrativo.

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA

AVISO DE LICITAĂ‡ĂƒO PregĂŁo EletrĂ´nico n° 01/2018 - SR/PF/MG OBJETO: Registro de Preços visando a aquisição de ĂĄgua mineral para atender as necessidades da PolĂ­cia Federal, conforme condiçþes, quantidades e exigĂŞncias estabelecidas no termo de referĂŞncia. EDITAL: a partir do dia 23/05/2018 atravĂŠs de “downloadâ€? no site http://www.comprasgovernamentais.gov.br, e das 09:00 Ă s 12:00 horas e das 14:00 Ă s 17:00 no SELOG/SR/PF/MG. ENTREGA DAS PROPOSTAS: atĂŠ as 08:30h do dia 05/06/2018. LOCAL: Site: “http://www.comprasgovernamentais.gov.brâ€? SELOG/SR/PF/MG

Reuters fontes da Opep e do setor com conhecimento da discussĂŁo. Os paĂ­ses-membros da Opep do Golfo estĂŁo liderando as conversas iniciais sobre quando o grupo exportador pode impulsionar a produção de petrĂłleo para esfriar o mercado, depois de os preços terem subido para mais de US$ 80 o barril, na SOLICITAĂ‡ĂƒO DE REQUERIMENTO PARA LICENÇA SUMĂ RIA – LS GERDAU AÇOS LONGOS S.A., por determinação da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade torna pĂşblico que solicitou atravĂŠs do processo NÂş 1222/01-18.1, Licença Ambiental SumĂĄria para atividade de“ComĂŠrcio atacadista de resĂ­duos e sucatas metĂĄlicosâ€?. Localizada Rua JosĂŠ Maria Lacerda, NÂş 1.340, Bairro Cidade Industrial, Contagem/ MG – CEP: 32.210-120. YAMONI DE SA MATTOS, responsĂĄvel pelo empreendimento denominado DOSE EFETIVA MEDICAMENTOS PERFUMARIA E MANIPULACAO DE FORMULAS LTDA - ME, Incrita no CNPJ: 02.598.760/0001-78 estabelecida Ă Avenida do Contorno, nÂş 4031, Loja 05, Bairro Funcionarios, Belo Horizonte, MG, CEP: 30.110-021, torna pĂşblico que protocolizou requerimento de Licença de operação junto Ă Secretaria Municipal de Meio Ambiente - SMMA.

SOLICITAĂ‡ĂƒO DE REQUERIMENTO DE LICENÇA AMBIENTAL INDĂšSTRIA E COMERCIO JOSELITO ALIMENTOS EIRELI, por determinação da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento SustentĂĄvel torna pĂşblico que solicitou atravĂŠs do processo NÂş.1413/18-01,Licença Ambiental para a atividade de “Fabricação de massas alimentĂ­cias; ComĂŠrcio varejista de produtos alimentĂ­cios em geral ou especializado em produtos alimentĂ­cios nĂŁo especificados anteriormente; ComĂŠrcio atacadista de produtos alimentĂ­cios em geralâ€?. Localizada na Avenida das AmĂŠricas, nÂş 50 B, Bairro Kennedy,Contagem/ MG – CEP:32.145-000.

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semana passada. Eles tambÊm discutem quantos barris em produção cada membro poderia acrescentar, disseram as fontes. A Opep e produtores não-membros, liderados pela Rússia, concordaram em cortar a produção em cerca de 1,8 milhão de barris por dia (bpd) atÊ o fim de 2018, para reduzir os estoques globais. Mas os excedentes em estoques jå caíram para perto da meta do grupo. Em abril, o comprometimento da Opep com os cortes atingiu um recorde de 166%, o que significa uma redução da oferta bem alÊm de sua meta. (Reuters) Decisão se då por temor de que oferta mundial seja prejudicada

FAZENDO HISTĂ“RIA

Pela primeira vez em 226 anos, mulher irĂĄ presidir a Bolsa de Nova York BrasĂ­lia - Engenheira industrial por formação, Stacey Cunningham, de 43 anos, serĂĄ a primeira mulher em 226 anos a presidir a Bolsa de Valores de Nova York – cuja sigla em inglĂŞs ĂŠ Nyse. Como 67Âş presidente, Stacey Cun-

MINISTÉRIO DA EDUCAĂ‡ĂƒO

$9,62 '( /,&,7$d­2 5HWLÂżFDomR 'DWD 6HVVmR 3~EOLFD 3UHJmR (OHWU{QLFR Ata da 395ÂŞ ReuniĂŁo ExtraordinĂĄria do Conselho de Administração. SumĂĄrio dos Fatos Ocorridos e Deliberaçþes. 1) Data, hora e local. Aos 2 de maio de 2018, Ă s 08:00 horas, na sede da Companhia, localizada em Belo Horizonte (MG), na Rua ParaĂ­ba, nÂş 337, Bairro FuncionĂĄrios. 2) Presença. Fabiano Soares Nogueira, Adauto Alves Ribas, AndrĂŠ MaurĂ­cio Miranda, Breno Mattos de MagalhĂŁes Mascarenhas, Marcos Mattos de MagalhĂŁes Mascarenhas, Marcelo de Moura Lara Resende, Renato Mascarenhas Alves, Ricardo Cançado Dias, Ricardo Mascarenhas Lopes Cançado Diniz, Silvio Diniz Ferreira Junior e Victor Mascarenhas de Freitas Borges. 3) Composição da Mesa. Presidente da Mesa: Fabiano Soares Nogueira; SecretĂĄrio: Renato Mascarenhas Alves. 4) Instalação. A ReuniĂŁo foi instalada a vista de “quorumâ€? estatutĂĄrio e do Regimento Interno da Administração Superior. 5) Deliberação. $ UHXQLmR WHYH FRPR ÂżQDOLGDGH D alteração do endereço da sede da Companhia, localizada em Belo Horizonte (MG), na Rua ParaĂ­ba, nÂş 337, Bairro FuncionĂĄrios, CEP 30130-140, inscrita no CNPJ/MF NÂş 17.245.234/0001-00, escritĂłrio administrativo da empresa, para Belo Horizonte (MG), na Rua ParaĂ­ba, nÂş 330, EdifĂ­cio Seculus Business Center, 8Âş e 9Âş andar, Bairro FuncionĂĄrios, CEP 30130-917. O assunto foi colocado em discussĂŁo e votação, sendo aprovado Ă unanimidade. 6) Encerramento. Nada mais havendo, foi lavrada a presente ata que, depois de lida e aprovada, foi assinada pelos presentes e determinado os registros, comunicaçþes e averbaçþes de estilo, em especial, na Junta Comercial do Estado de Minas Gerais. Belo Horizonte, 2 de maio de 2018. Assinaturas: Fabiano Soares Nogueira, Renato Mascarenhas Alves, Adauto Alves Ribas, AndrĂŠ MaurĂ­cio Miranda, Breno Mattos de MagalhĂŁes Mascarenhas, Marcos Mattos de MagalhĂŁes Mascarenhas, Marcelo de Moura Lara Resende, Ricardo Cançado Dias, Ricardo Mascarenhas Lopes Cançado Diniz, Silvio Diniz Ferreira Junior e Victor Mascarenhas de Freitas Borges. CONFERE COM O ORIGINAL TRANSCRITO EM LIVRO PRĂ“PRIO. Fabiano Soares Nogueira - Presidente do Conselho de Administração. SĂŠrgio Gilberto de Oliveira - Advogado - OAB/MG nÂş 54.842. JXQWD &RPHUFLDO GR (VWDGR GH 0LQDV *HUDLV &HUWLÂżFR UHJLVWUR VRE R Qž HP 1LUH H SURWRFROR $XWHQWLFDomR $ &)&' ) )&$'( $ &( (%&% 0DULQHO\ GH 3DXOD %RPÂżP 6HFUHWiULD *HUDO

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ningham deixa a diretoria de Operaçþes da Bolsa e assume no lugar de Tom Farley. A promoção serĂĄ efetivada na prĂłxima sexta-feira (25). Criada em 1792, a Bolsa de Valores de Nova York estĂĄ no centro da cidade, no bairro de Manhattan, em Wall Street, o coração financeiro da cidade. Na bolsa, sĂŁo feitas as grandes negociaçþes de açþes de empresas norte-americanas. É a maior bolsa de valores dos Estados Unidos ao lado

da Nasdaq e da American Exchange. A Nasdaq tambÊm estå sob comando de uma mulher, a executiva Adena Friedman, de 49 anos, que assumiu o posto em 2017. Stacey Cunningham assume o comando da Bolsa de Valores meio sÊculo depois de Muriel Sibert ser a primeira mulher a ocupar um lugar de destaque na mesma instituição. Stacey Cunningham entrou na Bolsa como estagiåria, em 1994. (ABr)

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL ADMINISTRAĂ‡ĂƒO REGIONAL DE MINAS GERAIS AVISO DE LICITAĂ‡ĂƒO–PREGĂƒO ELETRĂ”NICO NÂş011/2018

ANDRADE GUTIERREZ ENGENHARIA S/A

O SENAR-AR/MG torna pĂşblico que farĂĄ licitação, na modalidade PregĂŁo EletrĂ´nico, tipo MENOR PREÇO POR LOTE, visando a aquisição de CRACHĂ S SDUD LGHQWLÂżFDomR GH DOXQRV H SUHVWDGRUHV GH VHUYLoRV GH DFRUGR FRP DV HVSHFLÂżFDo}HV GHVFULWDV QHVWH (GLWDO H seus Anexos. Abertura dia 06/06/2018, jV K P 2 HGLWDO EHP FRPR PDLV LQIRUPDo}HV poderĂŁo ser obtidos na Av. do Contorno, nÂş1.771 – B. Floresta – Belo Horizonte/MG – Tel. (31) 3074-3079, no horĂĄrio de 08 Ă s 11h, de segunda a sexta-feira ou atravĂŠs do e-mail licita@senarminas.org.br. Pollyane de Almeida Santos – Pregoeira.

CNPJ/MF nÂş 17.262.213/0001-94 – NIRE: 3130009183-0 Ata da Assembleia Geral ExtraordinĂĄria realizada no dia 9 de Maio de 2018. Data, Hora e Local: Aos 9 (nove) dias do mĂŞs de maio de 2018, Ă s 9h (nove horas), na sede social da Companhia, em Belo Horizonte – MG, na Av. do Contorno, nÂş 8.123, Cidade Jardim, CEP 30110937. Presenças :acionistas representando a totalidade do capital social. PresidĂŞncia: Gustavo Braga Mercher Coutino. SecretĂĄrio: Clorivaldo Bisinoto. Convocação: dispensada a publicação em virtude do comparecimento de acionistas representando a totalidade do capital social, nos termos do § 4Âş, do artigo 124 da Lei 6.404/76. Deliberaçþes Unânimes: em conformidade com o disposto no artigo 10, inciso XI do Estatuto Social, resolvem: Item I: aprovar a apresentação de propostas relativas Ă s seguintes licitaçþes promovidas pela ENEVA S/A: (i) objeto da Carta Convite – AzulĂŁo, para Fornecimento de bens e prestação de serviços relativos a projeto bĂĄsico e executivo, construção civil, montagem eletromecânica, comissionamento e assistĂŞncia Ă operação comercial, para a implantação do Projeto UTE AzulĂŁo, no MunicĂ­pio de Silves e Itapiranga – AM; (ii) objeto da Requisição de Proposta RFP-001/2018. Item II: sagrando-se vencedora das licitaçþes, em atendimento ao disposto na Instrução Normativa IN DREI 37/2017, que alterou os art. 6Âş e 7Âş da IN DREI 19/2013,autorizar, se for o caso, a constituição de ConsĂłrcio para execução das obras, ÂżFDQGR D GLUHWRULD GD &RPSDQKLD QRV WHUPRV GR GLVSRVWR QR FDSXW GR DUWLJR ž GR (VWDWXWR 6RFLDO autorizada a assinar os respectivos documentos, concordar com clĂĄusulas e condiçþes contratuDLV SUDWLFDU RV GHPDLV DWRV QHFHVViULRV j UHDOL]DomR GDV RSHUDo}HV DTXL FRQVXEVWDQFLDGDV UDWLÂżcados os atos anteriormente por ela praticados. Nada mais havendo a ser tratado, foi encerrada a Assembleia da qual se lavrou esta ata que, lida e aprovada, vai assinada por todos. Assinaturas: p/Andrade Gutierrez Investimentos em Engenharia S/A: Clorivaldo Bisinoto e Gustavo Braga Mercher Coutino. p/EspĂłlio de Pedro Berto da Silva: Viviane da Cunha Berto. A presente ata confere com a original lavrada no livro prĂłprio. Clorivaldo Bisinoto – SecretĂĄrio. Junta Comercial GR (VWDGR GH 0LQDV *HUDLV Âą &HUWLÂżFR UHJLVWUR VRE R Qž HP GD (PSUHVD $QGUDGH *XWLHUUH] (QJHQKDULD 6 $ 1,5( H SURWRFROR D 0DULQHO\ GH 3DXOD %RPÂżP Âą 6HFUHWiULD *HUDO

INSTITUTO HERMES PARDINI S/A CNPJ N° 19.378.769/0001-76 - NIRE 3130009880-0 Companhia aberta Ata da ReuniĂŁo do Conselho de Administração Realizada em 07 de maio de 2018 - Lavrada na forma de SumĂĄrio 1. Data, Hora e Local: Ă€s 10h00min do dia 07 de maio de 2018, no NĂşcleo TĂŠcnico Operacional, na Cidade de Vespasiano, Estado de Minas Gerais, situado na Avenida das Naçþes, nÂş 2.448. 2. Presença: Estavam presentes todos os conselheiros. 3. Convocação: A convocação foi realizada mediante envio de e-mail pelo Sr. Victor Pardini no dia 26/04/2018. 4. Mesa: Presidente: Victor Cavalcanti Pardini. SecretĂĄria: Regina Pardini. 5. Ordem do dia: a) 'HPRQVWUDo}HV ÂżQDQFHLUDV H UHVXOWDGRV GR ž WULPHVWUH GH H E 'HFODUDomR H SDJDPHQWR GH MXURV VREUH FDSLWDO prĂłprio. 6. Deliberaçþes: a) Os conselheiros aprovaram, por unanimidade, o resultado do 1Âş (primeiro) trimestre de 2018, DVVLP FRPR DV UHVSHFWLYDV GHPRQVWUDo}HV ÂżQDQFHLUDV WULPHVWUDLV E 2V FRQVHOKHLURV DSURYDUDP SRU XQDQLPLGDGH QRV WHUPRV GR DUWLJR LQFLVR ,,, GR HVWDWXWR VRFLDO GD &RPSDQKLD D GHFODUDomR H R SDJDPHQWR GH MXURV VREUH R FDSLWDO SUySULR QR PRQWDQWH EUXWR WRWDO GH 5 QRYH PLOK}HV WUH]HQWRV H WUH]H PLO GX]HQWRV H VHVVHQWD H TXDWUR UHDLV H TXDUHQWD H FLQFR FHQWDYRV HTXLYDOHQWHV D 5 SRU DomR FRP UHWHQomR GH TXLQ]H SRU FHQWR D WtWXOR GH ,PSRVWR GH 5HQGD 5HWLGR QD )RQWH H[FHWR SDUD RV DFLRQLVWDV TXH VHMDP FRPSURYDGDPHQWH LPXQHV RX LVHQWRV VHQGR TXH R YDORU OtTXLGR GRV MXURV VREUH R FDSLWDO SUySULR RUD GHFODUDGRV VHUi LPSXWDGR ad referendum da $VVHPEOHLD *HUDO 2UGLQiULD DRV GLYLGHQGRV PtQLPRV REULJDWyULRV GHYLGRV DRV DFLRQLVWDV GD &RPSDQKLD 2 SDJDPHQWR aos acionistas serĂĄ realizado atĂŠ 31 de maio de 2018, na proporção da participação de cada acionista no capital social GD &RPSDQKLD HP FLUFXODomR XWLOL]DQGR FRPR EDVH GH FiOFXOR D SRVLomR DFLRQiULD GH GH PDLR GH $ SDUWLU GH GH PDLR GH LQFOXVLYH DV Do}HV GH HPLVVmR GD &RPSDQKLD VHUmR QHJRFLDGDV ÂłH[´ HVWHV MXURV VREUH R capital prĂłprio. 7. Encerramento: NĂŁo havendo nenhuma outra manifestação, passou-se Ă lavratura da presente Ata HP IRUPD GH VXPiULR TXH GHSRLV GH OLGD IRL DSURYDGD SRU WRGRV RV FRQVHOKHLURV Vespasiano-MG, 07 de maio de 2018. $ SUHVHQWH DWD p FySLD Ă€HO GD DWD ODYUDGD HP OLYUR SUySULR GD &RPSDQKLD $VVLQDGD HOHWURQLFDPHQWH SRU Victor Cavalcanti Pardini (presidente) e Regina Pardini (secretĂĄria). Junta Comercial do Estado de Minas Gerais. &HUWLÂżFR UHJLVWUR VRE R Qž HP GD (PSUHVD ,167,7872 +(50(6 3$5',1, 6 $ 1LUH H SURWRFROR $XWHQWLFDomR ()$ ' $ ( %)& $( )'& ' & $ 0DULQHO\ GH 3DXOD %RPÂżP 6HFUHWiULD *HUDO


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POLÍTICA ELEIÇÕES

REPARAÇÃO

Meirelles é oficializado pelo MDB

Controlador da Marfrig Michel Temer lança a pré-candidatura do ex-ministro da Fazenda para sua sucessão aceita pagar R$ 100 mi Brasília - O MDB oficiali- cimento. Vamos avaliar os ANTÔNIO CRUZ/ABr

zou ontem a pré-candidatura do ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles à Presidência da República, apostando em um crescimento significativo dele nas pesquisas de intenção de voto até julho e em um partido unido em torno da candidatura própria. Em uma cerimônia onde foi lançado também o documento “Encontro com o Futuro”, um programa de governo do partido para além de 2018, o presidente Michel Temer , sem citar que teria cogitado a própria candidatura, ungiu Meirelles e disse torcer que ele seja o único candidato do chamado centro político. “Queira Deus que você um dia seja o único candidato de centro no nosso País, que possa continuar o que nós começamos”, disse Temer dirigindo-se a Meirelles. Em seu discurso, o presidente cobrou unidade do MDB e chegou a dizer que quem não apoiasse Meirelles deveria sair do partido. “Temos que ter unidade absoluta, não temos mais que contemporizar”, afirmou. Com apenas 1% das intenções de voto nas pesquisas, Meirelles ainda está longe de ser considerado um candidato competitivo, mas tem rejeição muito menor que Temer. Mais de 80% das pessoas afirmam que não votariam de jeito nenhum no presidente em pesquisas recentes. A aposta do MDB é que até julho, quando devem ocorrer as convenções partidárias, Meirelles mostre um crescimento significativo nas pesquisas. “Agora abrimos espaço para avançar. Meirelles tem condições de buscar convergência e crescer no centro. Todas as candidaturas aí estão estagnadas”, disse o presidente do MDB, senador Romero Jucá (RR). Jucá disse ainda que não há impedimentos estaduais para o apoio unificado do partido a Meirelles, já que as composições locais estão liberadas. “Temos que criar agora uma tendência de cres-

resultados no final de julho. A situação aí vai ser muito mais positiva”, afirmou. O próprio Meirelles defendeu que o tempo vai fazer sua candidatura crescer. O ex-ministro citou pesquisas qualitativas que mostram um potencial de crescimento à medida que os eleitores liguem seu nome aos bons resultados econômicos. “Nós ouvimos pessoas de diversas faixas etárias, diversas faixas de rendimento, escolaridade, do Brasil inteiro, mas todas as pessoas que não tinham nunca ouvido falar do meu nome. O resultado é que, após conhecerem o histórico, após conhecerem o que está sendo feito no Brasil, terem acesso a todas as informações, o resultado foi um aumento impressionante da intenção de voto”, afirmou Meirelles. “Isso me convenceu de que de fato nós temos aí um potencial enorme para de fato ganhar a eleição”, ressaltou. Confiança - Meirelles acredita que a população irá reagir de forma positiva à sua candidatura diante da expectativa de crescimento da economia, assim como de controle da inflação e da geração de empregos. “Eu tenho confiança de que é uma questão de tempo”, afirmou. “O povo sabe escolher e o povo não vai voltar à situação de aventura e de políticas populistas que levaram o Brasil à recessão”, argumento. O ex-ministro aproveitou para tecer elogios a Temer, cuja rejeição em pesquisas de opinião é elevada, e afirmou que o julgamento da história não acontece no mesmo tempo do julgamento dos homens, acrescentando ter certeza de que ele será reconhecido no futuro. “O presidente certamente será um cabo eleitoral positivo, porque está realizando, o governo está mostrando crescimento, está mostrando criação de emprego, renda e os resultados falam por si só”, garantiu Meirelles. (Reuters)

Michel Temer cobrou unidade do MDB em torno da candidatura de Henrique Meirelles

MPF quer ampliar multa a Bolsonaro Rio de Janeiro - O Ministério Público Federal (MPF) pediu à Justiça que aumente de R$ 50 mil para R$ 300 mil a multa imposta ao deputado federal e presidenciável Jair Bolsonaro (PSL-RJ) por declarações ofensivas a negros, quilombolas, migrantes, mulheres e LGBTs em palestra proferida no Rio de Janeiro há um ano. Em parecer enviado ao Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2), o MPF pede indenização por danos morais coletivos e sustenta que a multa se justifica pela gravidade da fala, e pelo fato de o réu poder arcar com o valor (segundo a legislação, o cálculo deve ter “critérios da solidariedade e exemplaridade”). Procurado pela reportagem, Bolsonaro não se manifestou sobre a decisão. Em abril do ano passado, diante de uma plateia cheia no auditório do Clube Hebraica, da comunidade judaica e localizado na zona sul do Rio, Bolsonaro debochou de quilombolas - disse “o afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas” “Não fazem nada, eu acho que nem pra procriador servem mais. Alguém já viu um japonês pedindo esmola por aí? Não, porque é uma raça que tem vergonha na cara. Não é igual a essa raça que tá aí embaixo, ou como uma minoria que tá ruminando aqui do lado”, disse. Ele afirmou ainda: “Foram quatro (filhos) homens, a

quinta eu dei uma fraquejada, veio uma mulher, ela tem seis anos de idade e foi feita sem aditivos, acredite se quiser”, “os gays lá no país que vocês defendem esse tipo de ideologia foram executados e, mais ainda, os líderes do candomblé lá em Cuba também foram pro paredão» e «se algum idiota vier falar comigo sobre misoginia, homofobia, racismo, ‹baitolismo›, eu não vou responder sobre isso.» As declarações motivaram repúdio público à época, dentro e fora da comunidade judaica. A multa anterior havia sido estabelecida pela 26ª Vara Federal do Rio de Janeiro. O dinheiro será destinado ao Fundo de Defesa dos Direitos Difusos, “gerido por um conselho federal para reparar danos coletivos em áreas como meio ambiente e patrimônio histórico”, segundo o MPF. Três recursos ainda serão julgados: um do MPF, contra o valor estabelecido; um da defesa, que alega que Bolsonaro tem imunidade parlamentar, liberdade de expressão e que não teria havido ato ilícito a ser indenizado; um da Fundação Cultural Palmares, que requer maior indenização e honorários para a advocacia pública. “Chega a ser tristemente irônico que as mensagens injuriosas tenham sido lançadas em recinto que congrega

grupo dos mais perseguidos na história”, frisou o procurador regional André Terrigno no parecer do MPF. “É o binômio perseguição/ resistência que tem caracterizado os judeus na história, a culminar com o horrendo genocídio nazista do século passado. Talvez o réu nem tenha atentado para o fato de que também os judeus foram animalizados e, sob a ótica nazista, não servissem nem para a reprodução”, observou. Foro - O discurso do agora pré-candidato do PSL à Presidência da República, líder das pesquisas de intenção de voto para as eleições de outubro, quando o cenário exclui o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (preso pela Lava Jato), deu origem também a uma ação penal proposta então pela Procuradoria-Geral da República ao Supremo Tribunal Federal (STF). Isso por causa do foro privilegiado. No mês passado, o parlamentar foi denunciado por racismo e discriminação contra quilombolas, indígenas, refugiados, mulheres e LGBTs. Para a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, sua conduta foi “severamente reprovável” e atinge “valores e princípios fundamentais da República Federativa do Brasil”. Foi estabelecida multa R$ 400 mil, por danos morais coletivos. (AE)

ORÇAMENTO

Governo decide desbloquear R$ 2 bilhões Brasília - O governo desbloqueou R$ 2 bilhões do Orçamento de 2018, ano marcado pelas eleições presidenciais, diante da previsão de maior receita gerada com leilões de petróleo, mesmo reduzindo a estimativa de crescimento da economia e atingindo o limite do teto de gastos. Segundo o ministro do Planejamento, Esteves Colnago, o bloqueio total neste ano agora é de R$ 9,115 bilhões diante de alguns riscos fiscais, como a renegociação do Simples. “Vamos manter a prudência”, afirmou ele durante coletiva de imprensa para comentar o relatório bimestral de receitas e despesas divulgado ontem. Segundo o documento, a previsão de receita com bônus de assinatura passou a R$ 18,3 bilhões em 2018, frente a R$ 3,85 bilhões projetados até então. Só com leilões de petróleo, são

esperados R$ 14,4 bilhões a mais, segundo o ministro. O governo também retirou a previsão de receitas de R$ 12,2 bilhões com a privatização da Eletrobras neste ano. Antes esses recursos haviam sido separados em reserva de contingência. Segundo Colnago, isso ocorreu devido à baixa chance de o processo de venda da estatal sair do papel em 2018. O projeto está no Congresso Nacional. “Saída da Elertrobras foi porque, na avaliação de riscos, a possibilidade de recurso financeiro entrar ainda neste ano está ficando cada vez mais difícil”, disse Colnago. “Eletrobras continua sendo prioridade para o governo, mas há risco da entrada financeira ocorrer no início do próximo exercício”, completou. Para a economia, o governo diminuiu a previsão de crescimento neste ano de 2,97% para 2,5%. Já a

projeção para a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi reduzida de 3,64% para 3,11%. Mas a perspectiva para o avanço do Produto Interno Bruto (PIB) de 2019 aumentou de 3% para 3,3%. A meta fiscal deste ano é de déficit primário de R$ 159 bilhões para o governo central (Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência). Diante da melhora na arrecadação, impulsionada por receitas extraordinárias com o Refis, programa de renegociação de dívidas tributárias, e ajudada também por maiores royalties de petróleo em função da valorização da commodity, o mercado prevê que o cumprimento desse alvo se dará com folga de mais de R$ 20 bilhões, segundo relatório Prisma mais recente. O governo, contudo, calculou agora a folga em R$ 6,198

bilhões para a meta. Distribuição - O ministro do Planejamento afirmou que, dos R$ 2 bilhões que serão liberados, o governo irá distribuir, por exemplo, R$ 550 milhões para o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), R$ 400 milhões para o ministério da Educação e R$ 180 milhões para ministério do Desenvolvimento Social. Em relação ao bloqueio de R$ 9,115 bilhões agora vigente, Colnago disse que se trata de reserva que vai endereçar, por exemplo, o impacto da renegociação de dívidas do Simples com o Refis aprovado pelo Congresso para pequenas e médias empresas. O governo só será capaz de calcular esse impacto em agosto, acrescentou. Antes, o bloqueio total no Orçamento era de R$ 18,2 bilhõess, incluindo R$ 1 bilhão como custo da inter-

venção federal na segurança pública do Rio de Janeiro e R$ 6,6 bilhões de realocação orçamentária. Os R$ 10,6 bilhões restantes eram referentes à diferença entre o montante previsto com a privatização da Eletrobras e a folga então calculada para a meta fiscal, de R$ 1,557 bilhão. Agora, a reserva é formada basicamente por recursos excedentes com leilões e maiores royalties com petróleo, disse Colnago, que destacou que o governo já atingiu o limite de gastos imposto pela regra do teto neste ano. Em função disso, novas despesas obrigatórias que forem aprovadas pelo Congresso, como dotação orçamentária para a renegociação de dívidas rurais no âmbito da Lei do Funrural, necessariamente terão que eliminar outros gastos já previstos no Orçamento. (Reuters)

Brasília - O Ministério Público Federal, no Distrito Federal, firmou termo de compromisso de reparação com Marcos Antônio Molina dos Santos, investigado na Operação Cui Bono. Pelo acordo, o controlador da Marfrig se compromete a pagar R$ 100 milhões, a título de danos materiais, morais e sociais. O empresário é investigado por pagar R$ 10 milhões em propina para liberar parcela de operação de crédito junto a Caixa Econômica Federal. O valor definido no termo de reparação é dez vezes maior do que o monta do possível valor indevido que está sob investigação na Cui Bono. A operação foi deflagrada em janeiro de 2017 e teve como principal alvo o ex-vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa Geddel Vieira Lima. A Cui Bono investiga fraudes na liberação de créditos da Caixa Econômica Federal para grandes empresas entre 2011 e 2013. As informações foram divulgadas ontem pela Procuradoria da República. O pagamento se refere a operações de crédito ilícitas (Cédula de Crédito Bancário) realizadas entre a Caixa Econômica Federal e a empresa, para acesso a R$ 300 milhões em crédito, já quitadas junto à instituição financeira. Assinado em abril, o termo foi homologado pela 10ª Vara da Justiça Federal do DF. Ação penal - Segundo a Procuradoria do DF, “o acordo não isenta o empresário a responder pelos ilícitos investigados na Operação Cui Bono”. “O investigado antecipa-se à indenização às vítimas para, posteriormente, discutir os efeitos puramente penais em eventual ação penal”, informou o Ministério Público Federal. “A assinatura do termo não se confunde com acordo de leniência ou de colaboração premiada, por não tratar de reconhecimento de responsabilidade criminal ou administrativa de pessoa física ou jurídica. Além disso, não prevê nenhum tipo de benefício nem impede complementação da multa por outros órgãos de controle. O documento permite que, ao ser denunciado e condenado pelos fatos constantes no termo, o investigado possa ter a pena atenuada, a depender da sentença proferida pelo juiz”, explicou o MPF. No ano passado, Molina dos Santos prestou depoimento espontaneamente, no qual esclareceu os fatos narrados na colaboração premiada do corretor Lúcio Funaro. O pagamento começa em maio e as parcelas serão corrigidas pela taxa Selic. Dos R$ 100 milhões, R$ 80 milhões serão destinados à Caixa Econômica Federal, R$ 10 milhões à União e outros R$ 10 milhões a projetos sociais que envolvam pesquisa e tratamento do câncer infantil. Pelo acordo assinado, a Procuradoria adotará as medidas necessárias ao desbloqueio de eventuais valores e vai se abster de propor novas constrições patrimoniais e financeiras envolvendo os mesmos fatos abrangidos pelo termo. (AE)


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POLÍTICA politica@diariodocomercio.com.br

GERALDO MAGELA/AGÊNCIA SENADO

CONDENAÇÃO

Tribunal de Minas rejeita último recurso de Azeredo Desembargadores determinam a emissão de mandado de prisão O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), rejeitou, por 5 a 0, o último recurso cabível contra a condenação do ex-governador de Minas Gerais Eduardo Azeredo a 20 anos e um mês de prisão por participação no mensalão mineiro. Os magistrados determinaram ainda a emissão imediata de mandado de prisão contra o tucano. Por 4 a 1, desembargadores rejeitaram pedido da defesa para que o tucano aguardasse em liberdade o julgamento de embargos declaratórios. Votaram pela expedição imediata do mandado de prisão os desembargadores Pedro Vergara, Adilson Lamounier, Fernando Caldeira Brant e Júlio César Lorens, que é o relator do caso. O desembargador Alexandre Victor de Carvalho votou para que o mandado de prisão fosse expedido somente após publicação do acórdão do julgamento de ontem. A denúncia contra Azeredo foi aceita em 2007 pelo Supremo Tribunal Federal (STF), quando o tucano era senador. Em 2014, ele renunciou ao mandato de

deputado federal, o que fez com que o caso fosse remetido à Justiça estadual mineira. Azeredo nega as irregularidades. Segundo a sentença de Azeredo em primeira instância, o início do cumprimento da pena deve ocorrer esgotada a possibilidade de recursos na Justiça do Estado. O ex-governador completará 70 anos em setembro. Nessa idade está prevista a prescrição da pena, que leva em consideração datas como a da apresentação da denúncia. A condenação de Azeredo a 20 anos e um mês de cadeia é por peculato e lavagem de dinheiro. De acordo com a denúncia do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Azeredo foi um dos principais articuladores do esquema, que, ainda conforme a promotoria, funcionava retirando recursos de estatais como o Banco do Estado de Minas Gerais (Bemge) e a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), e os repassava para a campanha pela reeleição de Azeredo, em 1998. Na disputa, o tucano foi derrotado por

Itamar Franco. O esquema, segundo o MP, utilizava agências de publicidade de Marcos Valério Fernandes de Souza para a movimentação dos recursos. Em 2014, Eduardo Azeredo renunciou ao cargo de deputado federal, perdendo o foro privilegiado no Supremo Tribunal Federal (STF) – o que fez com que seu processo fosse remitido à Justiça de primeira instância, em Minas Gerais, retardando o julgamento. Em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo” antes do julgamento, Azeredo disse se sentir injustiçado. “Nunca cometi nenhum crime. A população de Minas Gerais conhece minha vida a fundo. Sou absolutamente inocente”, afirmou. Azeredo disse que “inúmeros depoimentos que me inocentaram não foram reconhecidos (no processo). Houve extrapolação da acusação. Irei recorrer à instâncias superiores”. Defesa - O advogado do ex-governador, Castellar Neto, afirmou que “a tendência” é que o tucano se entregue

logo. Neto disse, no entanto, que vai discutir no juizado de primeira instância “pontos” para a apresentação do ex-governador. Azeredo aguarda ainda decisão sobre habeas corpus apresentado no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Segundo informações do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, o mandado de prisão já foi redigido para entrega à primeira instância, e à Polícia Civil, para cumprimento. (AE/Reuters/ABr) Eduardo Azeredo afirma que não cometeu nenhum crime

Alckmin minimiza decisão do TJMG São Paulo - O pré-candidato do PSDB à Presidência da República, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin minimizou ontem a decisão dos desembargadores do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) de rejeitar o recurso do ex-governador mineiro Eduardo Azeredo (PSDB), condenado a 20 anos e um mês por peculato e lavagem de dinheiro no caso do mensalão mineiro. “Isso mostra que as instituições funcionam. A Justiça

não é vermelha, azul, amarela ou verde”, disse Alckmin, após participar de evento com empresários do setor varejista. Alckmin havia usado um argumento parecido quando, em abril, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) se tornou réu no Supremo Tribunal Federal (STF). Quando questionado sobre o eventual impacto eleitoral da prisão de um tucano, Alckmin disse que Azeredo está afastado da vida partidária “há praticamente dez anos”. “Dife-

rente de outros partidos, que querem desacreditar as instituições, nós defendemos que a lei é para todos”, declarou. O pré-candidato do PSDB a presidente e ex-governador de São Paulo, que também preside o partido, não respondeu se a legenda pretende tomar providências internas ou acionar seu Conselho de Ética para discutir o caso. “Partido grande no mundo inteiro pode ter desvio de conduta”, ponderou. (AE)

JULGAMENTOS

Celso de Mello defende restrição do foro privilegiado para governadores Brasília - O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), defendeu que a restrição do foro privilegiado de parlamentares, decidida neste mês pelo plenário da Corte, seja estendida também ao foro especial de governadores no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Em 3 de maio, o plenário do STF decidiu que só devem permanecer no Supremo processos sobre supostos crimes praticados por deputados e senadores durante e em razão do mandato. Até o momento, ao menos 115 processos foram baixados de instância, sendo aplicado esse entendimento. Em despacho da última sexta-feira (dia 18), publicado ontem, Celso de Mello defendeu que o mesmo entendimento seja aplicado no caso de processos contra governadores, que possuem foro no STJ. O parecer foi proferido na decisão em que ele enviou ao tribunal uma investigação contra o governador de Pernambuco, Paulo Câmara.

Para o decano do STF, “por identidade de razões, revelar-se-ia aplicável ao chefe do Poder Executivo estadual o precedente que o Supremo Tribunal Federal estabeleceu”, escreveuo. No mesmo despacho, ele classificou de “primorosa” a decisão do ministro Luís Felipe Salomão, do STJ, que no último dia 7 enviou à primeira instância um inquérito contra o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho, sobre crimes que teriam ocorrido antes de ele assumir o cargo. O inquérito enviado por Celso de Mello ao STJ encontrava-se no Supremo pois envolve o senador Fernando Bezerra (MDB-PE) e o deputado Tadeu Alencar (MDB-PE). O prefeito de Recife, Geraldo Júlio, também é investigado. São investigadas ilegalidade supostamente cometidas no âmbito do Comitê Gestor do Programa Estadual de Parceria Público-Privada de Pernambuco, que teriam ocorrido antes de qualquer um dos investigados assu-

EDITAL DO LEILÃO DE ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA

Marcelo Valland, leiloeiro oficial inscrito na JUCESP n° 408, com escritório à Rua Benedito Climério de Santana, 373 - Várzea do Palácio, Guarulhos - SP, devidamente autorizado pelo Credor Fiduciário ITAÚ UNIBANCO S/A, inscrito no CNPJ sob n° 60.701.190/0001-04, com sede na Praça Alfredo Egydio de Souza Aranha, n° 100, Torre Olavo Setúbal, na Cidade de São Paulo/SP, nos termos do Instrumento Particular de Venda e Compra de bem imóvel, Financiamento com Garantia de Alienação e Outras Avenças de nº 10128845204, no qual figura como Fiduciante LUCIRENE VIEIRA DOS SANTOS DE ANDRADE, advogada, OAB/MG-138115, portadora da cédula de Identidade RG nº M-7.043.447-SSP/MG, inscrita no CPF sob nº 005.109.836-93 já qualificada e s/m ANTONIO GUMERCINDO DE ANDRADE, operador de bolsa de valores, portador da cédula de Identidade nº RG M-1.201.492-SSP/MG, inscrito no CPF 279.082.086-49 bras. res. e domiciliados em Belo Horizonte/MG, levará a PÚBLICO LEILÃO de modo Presencial e On-line, nos termos da Lei nº 9.514/97, artigo 27 e parágrafos, no dia 30/05/2018, às 13 horas, à Rua Benedito Climério de Santana, 373 - Várzea do Palácio, Guarulhos - SP, em PRIMEIRO PÚBLICO LEILÃO, com lance mínimo igual ou superior a R$ 148.929,46 (cento e quarenta e oito mil e novecentos e vinte nove reais e quarenta e seis centavos), o imóvel abaixo descrito, com a propriedade consolidada em nome do credor Fiduciário constituído pelo imóvel objeto de matrícula nº 31.257 do Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de Ribeirão das Neves/ MG: fração ideal 0,00961539 dos lotes 01 e 02 da quadra 24, do Conjunto Habitacional Nova Pampulha, com área, limites e confrontações da planta respectiva, e o apartamento 102, do Bloco B16 – A. 2, com área total construída de 52,74m², sendo 47,84m² de área útil e 4,90m² de uso comum, na forma da convenção de condomínio do citado conjunto habitacional, com todas as suas benfeitorias, instalações, pertences e acessórios, sito a Rua/Av. 01, Nº 444, no distrito de Justinópolis, município de Ribeirão das Neves/MG. Obs.: Ocupado. Desocupação por conta do adquirente, nos termos do art. 30 da lei 9.514/97. Caso não haja licitante em primeiro leilão, fica desde já designado o dia 13/06/2018, no mesmo horário e local, para realização do SEGUNDO PÚBLICO LEILÃO, com lance mínimo igual ou superior a R$ 121.778,22 (cento e vinte e um mil e setecentos e setenta e oito reais e vinte e dois centavos). Os interessados em participar do leilão de modo on-line, deverão se cadastrar no site (www.manheim.com.br) e se habilitar acessando a página deste leilão, clicando na opção HABILITE-SE, com antecedência de até 01 (uma) hora, antes do início do leilão presencial, não sendo aceitas habilitações após esse prazo. O envio de lances on-line se dará exclusivamente através do site (www.manheim.com.br), respeitado o lance inicial e o incremento mínimo estabelecido, em igualdade de condições com os participantes presentes no auditório do leilão de modo presencial, na disputa pelo lote do leilão. A venda será efetuada em caráter “ad corpus” e no estado de conservação em que o imóvel se encontra, e eventual irregularidade ou necessidade de averbação de construção, ampliação ou reforma, será objeto de regularização e os encargos junto aos órgãos competentes por conta do adquirente. O(s) devedor(es) fiduciante(s) será(ão) comunicado(s) na forma do parágrafo 2º-A do art. 27 da lei 9.514/97, incluído pela lei 13.465 de 11/07/2017, das datas, horários e locais da realização dos leilões fiduciários, mediante correspondência dirigida aos endereços constantes do contrato, inclusive ao endereço eletrônico, podendo o(s) fiduciante(s) adquirir sem concorrência de terceiros, o imóvel outrora entregue em garantia, exercendo o seu direito de preferência em 1º ou 2º leilão, pelo valor da dívida, acrescida dos encargos e despesas, conforme estabelecido no parágrafo 2º-B do mesmo artigo, ainda que, outros interessados já tenham efetuado lances, para o respectivo lote do leilão. O arrematante pagará no ato, à vista, o valor total da arrematação e a comissão do leiloeiro, correspondente a 5% sobre o valor de arremate. O edital completo encontra-se disponível no site do leiloeiro (www.manheim.com.br), o qual o participante declara ter lido e concordado com os seus termos e condições ali estabelecidos. O horário mencionado neste edital, no site do leiloeiro, catálogos ou em qualquer outro veículo de comunicação, consideram o horário oficial de Brasília/DF. As demais condições obedecerão ao que regula o Decreto n° 21.981 de 19 de outubro de 1.932, com as alterações introduzidas pelo Decreto n° 22.427 de 1° de fevereiro de 1.933, que regula a profissão de Leiloeiro Oficial.

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mirem seus atuais cargos. Primeira instância - Ao enviar o inquérito ao STJ, o decano do STF fez questão de ressaltar que preferiria enviar o caso à primeira instância, mas só não o fez somente porque o Supremo ainda não deliberou sobre a restrição do foro no caso de outras autoridades que não deputados e senadores. “Enfatizo, portanto, esse aspecto: o fato de reconhecer, no caso, a competência penal originária do Superior Tribunal de Justiça, não obstante a minha posição pessoal que preconiza a extensão do precedente referido às autoridades em geral que detenham prerrogativa de foro, justifica-se pela circunstância de o Plenário do Supremo Tribunal Federal haver definido essa matéria, de modo específico e pontual, em relação, unicamente, aos congressistas”, escreveu Celso de Mello. A Corte Especial do STJ começou a discutir, na semana passada, se aplica por conta própria a restrição do foro privilegiado decidida pelo STF em relação a deputados e senadores. Os ministros do STJ divergiram sobre o assunto. Mauro Campbell defendeu que o tema deve ser discutido exclusivamente pelo STF, enquanto João Noronha e Maria Thereza de Assis Moura decidiram que o tribunal teria autonomia para restringir o foro privilegiado por conta própria. O julgamento foi interrompido por pedido de vista e deve ser retomado em 6 de junho. (ABr)


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BELO HORIZONTE, QUARTA-FEIRA, 23 DE MAIO DE 2018

NEGÓCIOS gestaoenegocios@diariodocomercio.com.br

INOVAÇÃO

Sobra da produção de cerveja vira alimento Gran Moar vem desenvolvendo na capital mineira uma farinha a partir do bagaço do malte DIVULGAÇÃO

DIVULGAÇÃO

THAÍNE BELISSA

Com um volume de produção de 1,5 milhão de litros de cerveja artesanal por mês, Minas Gerais é o Estado com maior volume de produção da bebida e o ambiente perfeito para o desenvolvimento da startup Gran Moar. Criada há pouco mais de um ano, a empresa tem uma proposta inovadora: transformar o bagaço de malte - considerado lixo do processo de produção da cerveja - em alimento rico em nutrientes. A empresa acaba de estabelecer sede no Instituto Senai de Tecnologia em Alimentos e Bebidas (Ista&B), no bairro Horto, região Leste da Capital. O CEO da Gran Moar, Carlos Martins Viana, explica que a empresa funcionava, até então, em um laboratório de iniciativa privada, onde era mensalista. Mas a estrutura do local já não estava atendendo às necessidades do negócio. “Procuramos o Senai porque já tínhamos conhecimento do Ista&B, que tinha tudo o que precisávamos. Fomos os primeiros a fazer uma parceria como essa nesse laboratório”, comemora. A diretora do instituto, Regina Lúcia Sugayama, explica que o Ista&B já atendia

O bagaço é tradicionalmente utilizado para ração animal

Gran Moar passa a operar no Instituto Senai de Tecnologia em Alimentos e Bebidas

a demanda das empresas, realizando pesquisas sob encomenda com uma equipe própria. Mas, a possibilidade de abrir as portas para empresas como a Gran Moar atuarem diretamente no laboratório é uma novidade. “Isso já acontece no Laboratório Aberto do Senai: lá, as pessoas e empresas podem fazer seus testes e protótipos livremente. Mas, como eles não têm a estrutura de cozinha, as empresas que queriam desenvolver pes-

Mas, enquanto validavam a ideia, os empreendedores perceberam que o bagaço de malte tinha um potencial muito maior. “O bagaço de malte é o resto de malte que sobra da primeira etapa da produção da cerveja. Hoje esse produto é enviado para os fazendeiros, que o utilizam como ração para o gado. Mas nós percebemos que ele poderia ser transformado em outros produtos para alimentação humana”, explica.

quisa na área de alimentos não eram atendidas. Agora, nós também vamos oferecer essa oportunidade, como um braço do Laboratório Aberto na área de alimento e bebida”, explica. A abertura do laboratório foi essencial para que os empreendedores da Gran Moar continuassem desenvolvendo seu projeto. A empresa iniciou suas pesquisas há pouco mais de um ano, quando o objetivo era transformar levedura em ração animal.

E-COMMERCE

MaxMilhas amplia sede em Belo Horizonte e estima negociar 1 milhão de passagens DANIELA MACIEL

Fortalecendo as raízes em Minas Gerais, a MaxMilhas reformulou e ampliou a sede no bairro Santo Agostinho, na região Centro-Sul. O espaço, de 2,2 mil metros quadrados no total, é dividido em dois andares e três pavimentos, sendo mil metros quadrados de staff; 700 metros quadrados de área de convivência, salas de reunião e sala multiúso; e 500 metros quadrados de área externa. Sem revelar o investimento, o CEO e cofundador da MaxMilhas, Max Oliveira, avalia a nova sede como um passo importante no amadurecimento da empresa. “Começamos como a maioria das startups em coworkings, espaços pequenos e compartilhados, assim como fazemos agora com o escritório em São Paulo. Essa fase deu muito certo mas com o tempo toda empresa precisa de um espaço próprio. Também passamos por essa fase. A ampliação que acontece agora é um passo natural, que visa dar mais conforto e condições para os nossos parceiros e, principalmente, os colaboradores. Trabalhamos em três turnos, então precisamos de espaços que favoreçam a convivência, em que as pessoas possam ficar se precisarem chegar mais cedo ou ficar até mais tarde”, explica Oliveira. O escritório comporta 243 postos de trabalho e 350 colaboradores. Atualmente

são 212 funcionários. Até o fim do ano, deverão ser 280. Segundo as projeções, o escritório chegará à sua ocupação total até o início do segundo semestre de 2019. O projeto arquitetônico foi elaborado para inspirar os colaboradores em cada detalhe. O tema “O mundo visto de cima” é percebido nos diversos ambientes do espaço de trabalho, que remete às sensações e às infinitas possibilidades de voar. Tudo foi criado para lembrar as conquistas e os sonhos da empresa, que segue crescendo ao oferecer cada vez mais experiências de viagens aos brasileiros. Além da sede em Belo Horizonte e do escritório em São Paulo, a MaxMilhas tem planos para escritórios em outras cidades do Brasil e também fora do País. “Já pensei e até fui orientado a levar a operação para São Paulo. Algumas vezes, até, senti a dor de não estar lá, atrasando negociações e oportunidades. Mesmo assim, a decisão é ficar em Belo Horizonte, participando desse ecossistema que cresce e se fortalece a cada dia. Se, de um lado, pode ser difícil trazer um bom profissional para morar aqui, de outro, temos colaboradores que vieram justamente por entender o potencial da cidade. Devemos abrir escritórios em outras cidades do Brasil e exterior de acordo com a demanda, mas essa não é uma prioridade.

Nosso foco, por enquanto, quanto a estrutura física, continua em Belo Horizonte e São Paulo”, afirma o CEO da MaxMilhas. Expectativa - Apenas em 2018 a MaxMilhas deve negociar 1 milhão de passagens. Mesmo número da soma dos primeiros cinco anos da empresa. Apesar da crise econômica, o reaquecimento do turismo regional e, especialmente, internacional, no Brasil deu novo impulso aos negócios. De acordo com dados do Banco Central (BC), os brasileiros gastaram em viagens internacionais a cifra de US$ 1,624 bilhão em dezembro de 2017, alta de 17% sobre os US$ 1,392 bilhão de dezembro do ano anterior. Já os estrangeiros que estiveram no País deixaram US$ 501 milhões (mais que os US$ 451 milhões de dezembro de 2016). “Vivemos uma onda positiva, com a melhoria do turismo como um todo. Além disso, o brasileiro, apesar das dificuldades de acesso, é um usuário que gosta de navegar e comprar pela internet. Este ano, com a Copa do Mundo na Rússia, não devemos ter nenhuma grande alteração de estratégia, diferente do que aconteceu em 2014, com a Copa no Brasil. Talvez o evento tenha maior impacto sobre o turismo corporativo, mas esse não é o nosso foco”, avalia o empresário.

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Farinha - A partir do bagaço de malte, os empreendedores desenvolveram uma farinha especial de malte, que tem baixo custo produtivo e altos níveis nutricionais, principalmente de fibra. Além disso, a farinha ainda possui versatilidade em receitas: com ela pode-se produzir pães, bolos e barra de cereal, por exemplo. “Além de criar um produto alternativo para alimentação humana ainda resolvemos um problema das cervejarias.

Só para se ter ideia: a cada 21 mil litros de cerveja produzidos são gerados 4,3 toneladas de malte. Nós trazemos de volta para cadeia produtiva aquilo que era descartado sem valor agregado”, diz. Segundo Viana, a expectativa da startup para 2018 é aprimorar o processo de produção da farinha especial de malte e dar início aos pedidos de certificações do produto. A produção em larga escala deve começar no ano que vem.


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NEGÓCIOS RECURSOS HUMANOS

MPES

Política salarial pode gerar conflito

Sala do Empreendedor Estudo aponta que no Brasil há desalinhamento de interesses entre executivos e acionistas é inauguarada na capital mineira erente, porque estão gerando

DANIELA MACIEL

O desalinhamento de interesses entre executivos e acionistas de uma empresa pode gerar um quadro de confusão e, dependendo da gravidade, colocar em xeque o processo de desenvolvimento da companhia. No Brasil, essa situação parece ser mais comum do que a percepção geral aponta. Pesquisa realizada em parceria entre a consultoria PwC e a Escola de Administração de Empresas da Fundação Getulio Vargas de São Paulo (EAESP-FGV) mostra que executivos de empresas de capital aberto recebem remuneração variável mesmo que não haja o retorno esperado aos acionistas. O estudo se refere ao período entre 2010 e 2016. A pesquisa avaliou dois grupos. O primeiro, de empresas que criaram valor aos acionistas neste período, ou seja, que tiveram seus investimentos remunerados; e um segundo grupo das que geraram retorno inferior ao custo do capital. Em ambos os casos foram registradas distâncias entre a remuneração variável de executivos e o retorno aos acionistas, mas este vão é maior nas empresas que não tiveram ganho de valor no período analisado: imaginando que em 2010 os retornos aos acionistas e a remuneração variável estavam em uma base 100, em 2016 os ganhos de acionistas caíram para 22 enquanto a remuneração executiva não-fixa ficou em 87 (diferença de 65). Já nas empresas que geraram valor entre 2010 e 2016, a remuneração variável oscilou de 100 para 82, enquanto o retorno de acionistas caiu de 100 para 36 (diferença de 46). É importante observar ainda que neste grupo de empresas que geram valor, a remuneração dos executivos é superior ao grupo que destruiu valor para os acionistas, demonstrando assim que o alinhamento de interesses de acionistas e executivos é fundamental neste processo. Para o diretor da PwC Brasil, Roberto Martins, existe uma lista

ATHOS CAMPOS

valor e a remuneração variável deve estar atrelada ao resultado. Destruir o valor da companhia pode quebrar a capacidade de investimento”, explica Martins.

Martins: modelos ultrapassados ajudam a explicar o desalinhamento

de fatores que ajuda a explicar a lucro. É preciso avaliar se o regrande diferença entre os interes- sultado econômico gerado pela ses dos acionistas e dos executi- empresa é maior ou menor do vos. “Os prinque seria o recipais fatores sultado se o inpara esse de- É preciso avaliar se o resultado vestidor tivessalinhamento se colocado o são o uso de econômico gerado pela empresa seu capital em modelos de é maior ou menor do que seria outro tipo de remuneração investimento o resultado se o investidor ultrapassados de mercado. tivesse colocado o seu capital Nas empresas ou que não levam em conta que geram vaos movimenlor constantetos econômicos e o uso de indi- mente os executivos, segundo cadores de forma simplória. Não a pesquisa, recebem acima da se pode avaliar simplesmente o média do mercado. Isso é co-

Comitês - Para alinhar as expectativas de executivos e acionistas, o estudo sugere a criação de comitês de remuneração independentes, vinculado ao Conselho de Administração das empresas, já que isso melhoraria a transparência, diversidade e equidade das operações de governança corporativa. Além disso, o estudo também defende que as empresas não foquem apenas no crescimento do lucro ou indicadores de curto prazo, mas também na geração de valor. Assim, a “remuneração integrada” poderia ser um caminho para alinhar a remuneração executiva com a criação de valor. O lucro, as políticas e os critérios para o tratamento dos principais componentes da remuneração total dos executivos devem estar integrados entre si; exigindo sinergia entre estratégia, modelo de gestão e governança da empresa. A remuneração variável deve reconhecer e recompensar comportamentos coerentes com os interesses dos acionistas e a valorização da empresa, ao mesmo tempo que se alinha com os requisitos impostos pelo ambiente externo e atende às expectativas dos executivos. “Muitas vezes é difícil analisar a remuneração variável porque ela se refere a período que podem ser de três ou quatro anos. Mesmo assim, essa situação não passa de 40% do total dos valores recebidos. De toda forma, as empresas precisam investir em governança e transparência. O nosso País tem uma economia muito nova e ainda tem um longo percurso para alcançar a maturidade. A globalização tendo a acelerar esse processo com a entrada de empresas estrangeiras no nosso mercado e a ida de empresas brasileiras para mercados estrangeiros já amadurecidos”, completa o diretor da PwC Brasil.

IDEIAS

Inteligência Artificial vem ganhando espaço e já deve estar presente no seu negócio MARCOS BREGANTIM *

A Inteligência Artificial (IA) vem ganhando espaço entre as inovações disruptivas utilizadas na gestão das empresas. Vista há décadas como uma tecnologia do futuro, a IA é cada vez mais real e presente em nosso cotidiano corporativo. Muitas vezes não são tão perceptíveis, pois estão embarcadas dentro de ferramentas que já nos acostumamos a utilizar. De fato, a Inteligência Artificial já está transformando e aprimorando muitos dos processos em todos os tipos de negócios. Isso porque, diante das projeções de especialistas, de que serão gerados 1,7 MB de novas informações a cada segundo, até 2020, é preciso analisar, compreender e interpretar esses dados, identificando padrões e fazendo correlações, em meio a um mar de dados não estruturados, algo que na era da informação demanda a ajuda de algoritmos e equações. Um dos grandes empecilhos para a aplicação da Inteligência Artificial até agora foi a desconfiança sobre o tema. Alguns mitos, como o de que máquinas poderiam pensar como humanos e tomar o controle da sociedade, ou mesmo acabar com todos os empregos, felizmente ficaram no passado. Hoje, as empresas já

perceberam que o desenvolvimento milhares de documentos para saber de IA traz efeitos muito positivos em quais transações é possível recue é fundamental fazer este tipo de perar recursos, além de alertar quais investimento para ser protagonista pagamentos precisam ser corrigidos na próxima década, com ganhos e, assim, evitar multas. Essa mesma claros de produtividade, compliance análise, feita manualmente, levaria e competitividade. E, ao contrário meses para ser concluída, sem contar do que se temia, a inovação vem o altíssimo custo envolvido. ajudando a criar novas profissões Outra otimização bastante visível e funções no mercado de trabalho. para as companhias está no ganho Um dos ganhos mais importantes de produtividade. Há algum tempo, para as emprea automação já transforma trasas é o de comUm dos grandes empecilhos balhos manuais petitividade. em atividades Assim como para a aplicação da a inteligência eletrônicas, mais Inteligência Artifi cial humana, a IA rápidas e livres até agora foi a também posside erros. A nova bilita superar a onda é unir indesconfiança sobre o tema concorrência ao teligência a essa identificar oporrobotização. Obtunidades e tendências de maneira ter e cruzar dados importantes para o antecipada. Principalmente em situ- negócio, gerando análises qualitativas ações nas quais os bons resultados que auxiliam a tomada de decisão costumam vir em processos bastante das empresas. demorados. Um bom exemplo que desenvolveNa Thomson Reuters, desenvol- mos na Thomson Reuters é a solução vemos um projeto para que nossos OneSource Global Trade Classifier, clientes pudessem identificar opor- para empresas que atuam com importunidades de recuperar impostos e tação e exportação de mercadorias. pagar corretamente seus tributos A partir do histórico de transações de PIS/Cofins. Por meio do meca- da companhia e as regulamentações nismo NLU - Natural Language de mais de 160 países, a ferramenta Understanding, em poucos minu- consegue fazer a classificação fiscal tos, cruzamos dados de centenas de automática das mercadorias que serão

comercializadas. Além de agilizar o processo e evitar erros, o sistema identifica padrões entre os produtos e aprimora ainda mais a classificação, facilitando toda a gestão tributária do negócio. Outro benefício fundamental é no compliance e gestão de risco, assuntos que ganharam ainda mais importância nos últimos anos. Sobretudo em um país com tamanha complexidade fiscal como é o Brasil. Com a inteligência artificial é possível, de maneira rápida, identificar dentro das práticas atuais da empresa, o que é preciso ser adequado para se obter conformidade legal. O mecanismo de IA consegue cruzar essas informações e alertar sobre problemas antecipadamente. E isso é apenas o começo. Com os avanços tecnológicos em escala exponencial, muito mais está por vir. Em breve, a Inteligência Artificial vai trabalhar de forma invisível e quase espontânea para identificar e antecipar riscos e oportunidades que sequer imaginamos para nossos negócios. Mas qual é o limite, até onde podemos chegar? Hoje é impossível prever. Só nos resta viver e aproveitar ao máximo o que a tecnologia pode nos proporcionar. *Diretor de Produtos para o segmento corporativo da Thomson Reuters Brasil

DA REDAÇÃO

Foi inaugurada na semana passada, em Belo Horizonte, a Sala Mineira do Empreendedor, instalada na Central de Atendimento BH Resolve no hipercentro. Os empreendedores contam com acesso facilitado às orientações e serviços necessários para abrir, manter regularizado e desenvolver o seu negócio. A nova estrutura é fruto de parceria entre a Prefeitura de Belo Horizonte, o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae-MG) e a Junta Comercial do Estado de Minas Gerais (Jucemg). O objetivo dessa união de forças é a melhoria do ambiente de negócios na cidade, por meio da simplificação e desburocratização do processo de abertura e manutenção de negócios. A atuação da Sala Mineira do Empreendedor é baseada em três pilares: orientações e informações, serviços e capacitações. Com estes pressupostos, serão agregados no mesmo lugar serviços do executivo municipal, da Jucemg e produtos e serviços do Sebrae-MG. “O empreendedor de Belo Horizonte poderá se formalizar indo a apenas um local, em vez de ir a vários órgãos públicos, simplificando assim o processo de abertura do negócio. Além disso, terá acesso à informação, conhecimento gerencial e administrativo para melhorar as condições de competitividade do seu empreendimento no mercado”, explica o diretor técnico do Sebrae-MG, Anderson Cabido. Força da economia local - Os Microempreendedores Individuais (MEI) e as Micro e Pequenas Empresas (MPE) correspondem ao maior número de empreendimentos formalizados no município. Ao mesmo tempo, são os que mais precisam de apoio, não só no processo de abertura, mas também na manutenção e desenvolvimento de seus negócios. Os MEI somam 133.621 em Belo Horizonte, de acordo com o Sebrae-MG, e o número de empresas ativas chega a 140.857, segundo informações da Jucemg. As atividades predominantes são o comércio varejista de artigos de vestuário e acessórios e o setor de alimentação, que envolve do fornecimento de lanches à alta gastronomia. “O apoio e estímulo aos empreendedores é vital para o desenvolvimento econômico e social da cidade, pois eleva a renda da população e gera novos empregos. É a prosperidade nos negócios que possibilita a melhoria na arrecadação municipal e, consequentemente, nos serviços prestados a toda a população”, destaca o secretário municipal adjunto de Desenvolvimento Econômico, Bruno Miranda. Os serviços específicos do Sebrae-MG a serem disponibilizados na Sala são orientação, consultoria e capacitação nas diversas áreas da gestão: tributação, mercado/ marketing, finanças, legislação e recursos humanos. No local o MEI encontrará informações sobre como formalizar seu negócio, fazer a declaração de imposto de renda e solicitar licenciamento no Corpo de Bombeiros, entre outros. Entre os serviços específicos da Jucemg estão a Consulta de Viabilidade, registro, alteração e extinção de empresas e emissão de certidões. (ASN)


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NEGÓCIOS ALISSON J. SILVA

GASTRONOMIA

Instituto Gourmet chega ao mercado de Minas Gerais Franquia abre escola na Capital DANIELA MACIEL

A recente retomada de status dos profissionais que se dedicam à gastronomia, especialmente os cozinheiros, aliada à crise econômica que fez com que muita gente que perdeu o emprego buscasse uma alternativa empreendedora, fez com que os cursos de culinária pipocassem pelo País. O sucesso dos programas que se dedicam ao tema na TV mostra que a cozinha se transformou, de um ambiente de profissionais mal remunerados, em um espaço de glamour e de realização econômica e pessoal. Diante desse cenário, o Instituto Gourmet apostou em um nicho de clientes que busca profissionalização. A franquia tem 11 unidades em funcionamento e outras 19 já contratadas. A expectativa da empresa, que acaba de abrir a primeira escola em Minas, no hipercentro da Capital, é fechar o ano com 20 escolas operando. De acordo com o fundador do Instituto Gourmet, Robson Fejoli, no Estado já estão contratadas unidades para Divinópolis, na região Centro-Oeste, a ser inaugurada ainda em maio; além de Contagem e Betim, na Região Metropolitana de Belo

Horizonte (RMBH). “Toda cidade acima de 80 mil habitantes nos interessa. A expectativa esse ano para Minas Gerais é abrir essas quatro unidades, mas o Estado oferece um número Investimento médio para a abertura de uma unidade do Instituto Gourmet varia entre R$ 250 mil e R$ 400 mil muito grande de oportuALISSON J. SILVA nidades. Acreditamos que deva corresponder a 10% do total dos nossos negócios no futuro. Na Capital devemos abrir outras três escolas, nas regiões de Venda Nova, Barreiro e do bairro Alípio de Melo (região Oeste), que são regiões adensadas e que têm um público que busca por formação profissional”, explica Fejoli. O Instituto Gourmet oferece oito cursos: Confeiteiro Profissional, Doceiro Profissional, Chef Mix, Cozinheiro Profissional, Cake Designer, Food Trucker Profissional, Italian Chef e Chocolateiro Profissional. Para cada curso finalizado, é fornecido um certificado. A empresa foi criada em 2014, ingressou no franchising em 2016 faturando R$ 5 milhões. Investimento - O investimento médio para abertura Além da unidade em Belo Horizonte, em Minas Gerais já estão previstas escolas em Contagem, Betim e Divinópolis da escola varia entre R$ 250 mil e R$ 400 mil, dependendo demandas locais por meio de transformam em professores. uma empresa e ter tempo teiro, cozinheiro profissional, do tamanho da cidade e as workshops. “No início contra- O franqueado não precisa e o capital disponível. A doceiro profissional e chef características do imóvel. tamos profissionais formados ser culinarista. Ele precisa unidade começa com menos mix”, pontua o fundador do As unidades podem atender e depois os próprios alunos se entender como administrar cursos, normalmente, confei- Instituto Gourmet.

Rokkon vai focar apenas no delivery JULIANA BAETA

Fechar um negócio para lucrar mais. Pode parecer incoerente no mundo dos negócios, mas é exatamente a estratégia do Rokkon, restaurante especializado em gastronomia japonesa, para aumentar o seu faturamento. O restaurante físico, localizado no bairro Lourdes, vai fechar as portas no fim deste mês para focar apenas no que lhe rende mais: o delivery e o atendimento em eventos. Dessa forma, a estrutura física migra do bairro Lourdes, na região Centro-Sul da Capital, para a avenida Raja Gabaglia, no bairro Santa Lúcia, e é totalmente reformulado para aumentar a capacidade de produção e agilizar as entregas para o delivery. “Hoje, no Lourdes, há alguns gargalos na produção e na entrega que

não conseguimos adaptar no imóvel atual para melhorar. Com a mudança, vamos aumentar o dobro do nosso potencial de produção. A demanda é alta, recebemos em torno de 2.500 pedidos por mês e somos o maior delivery japonês no IFood. Então, já estamos consolidados neste segmento e agora vamos nos especializar nisso, e nos eventos, ou seja, levar o Rokkon para casamentos, formaturas, eventos sociais”, explica o proprietário, Rodrigo Cacici. Abrir mão do restaurante para focar em um segmento pode ser vantajoso para os negócios do Rokkon, uma vez que o delivery é responsável por 75% do faturamento atual da empresa. Após diversas pesquisas em relação aos hábitos de consumo, Cacici tomou a decisão de investir no

delivery por constatar que pedir comida em casa já é um comportamento comum do brasileiro. Em seu próprio negócio, só nos primeiros quatro meses deste ano os pedidos em casa cresceram 25% em relação ao mesmo período do ano passado. Além disso, com o fechamento do restaurante, a empresa vai economizar de 30% a 40%. Localização - No novo modelo, a expectativa é de um crescimento de 25% a 35% no faturamento da empresa, e a nova localização também é uma aposta para isso. “Na Raja, vamos conseguir melhor atender os clientes do Vila da Serra, um local que aumento muito o número de pedidos. E aí, vamos estar no meio do caminho para também continuar atendendo a região Centro-Sul”, conclui Cacici. DIVULGAÇÃO

ChefsClub ganha espaço na Capital JULIANA BAETA

Com uma proposta inversa a dos aplicativos de delivery , o ChefsClub quer levar os brasileiros para comer fora. Com descontos bastante atrativos, o clube dá a possibilidade de usufruir de refeições diversas com até 50% de desconto em 3 mil restaurantes espalhados pelo Brasil. Só Belo Horizonte, a terceira maior praça do ChefsClub, conta com 186 estabelecimentos cadastrados. Destes, os cinco mais visitados faturaram R$ 57 mil em 30 dias. Negócio vantajoso para o consumidor, para o cliente e para a startup, que pretende chegar à cifra de R$ 100 milhões até 2023. Funciona assim: o consumidor assina um plano semestral ou anual, baixa o aplicativo, onde tem acesso a diversos restaurantes e seus respectivos descontos, escolhe onde quer comer, faz o check-in no perfil do restaurante ao chegar e mostra a tela de confirmação ao garçom para validar o desconto. Quem estiver sem telefone, pode se apresentar com o CPF. É possível visualizar os estabelecimentos, descontos e avaliações também pelo site da empresa. Até então, o desconto só era válido em refeições específicas, geralmente, sem contar a sobremesa e a bebida. Mas com a recente fusão do ChefsClub com outra startup do ramo, o Grubster, que também dá desconto em refeições mas funciona com mensalidades fixas, as possibilidades se tornam

maiores. Um novo app com a marca do ChefsClub será lançado em maio, já com as novidades embutidas, como a possibilidade de se fazer reserva de mesa pelo aplicativo e de descontos na conta inteira, entre outras. O lançamento do novo aplicativo também é uma forma de comemorar os seis anos do clube de descontos. “Hoje, se o cliente usar duas vezes o nosso serviço, a economia que ele tem com o desconto já cobre o valor que ele pagou na assinatura”, explica o CTO (Chief Technology Officer) do ChefsClub, Pedro de Conti, enquanto faz as contas: supondo que um jantar saia a R$ 250 e tenha 30% de desconto, o que dá R$ 75,00, em duas noites de jantar fora, a economia feita já é suficiente para cobrir o valor da assinatura do planto semestral, que é R$ 129,90. Além disso, o serviço também funciona como um guia de restaurantes. “Quando você pensa em sair, e eu falo de grandes centros como BH, você não precisa mais parar para pensar e escolher um restaurante diante de inúmeras opções. O aplicativo vai te ajudar a fazer a escolha mais vantajosa, por meio das avaliações de outros clientes, fotos dos restaurantes e filtros como o de proximidade. É um guia que permite também descobrir novos lugares para comer”, diz de Conti.

de 5 mil restaurantes participantes, e a ideia é dobrar o volume de uso do player, atualmente, com a média mensal de 200 mil pessoas sentadas nas mesas dos restaurantes. Hoje, já são 1 milhão de pessoas cadastradas no ChefsClub.

Precificação variável - Os restaurantes cadastrados definem a porcentagem e os dias e horários dos descontos, e também se eles serão válidos em seus serviços delivery. Além disso, os estabelecimentos recebem o feedback do cliente por meio das avaliações de seus respectivos perfis no aplicativo e no site. Mas a maior vantagem é, por meio da colocação estratégica de descontos em dias e horários de menor movimento, garantir a estabilidade nas vendas durante toda a semana. “Hoje, o restaurante paga um valor para fazer parte do ChefsClub e além de ter essa possibilidade de definir como serão dados os descontos, eles ainda garantem uma maior participação e lucro para a empresa. É que a indústria de restaurantes não pode, por exemplo, em uma segunda-feira onde o movimento é mais baixo, diminuir o preço para atrair o público, e na sexta-feira, dia de mais movimento, aumentar os valores. A gente entra com essa ajuda estratégica porque temos a ferramenta que vai possibilitar essa precificação variável para garantir um Expansão - Até o final do fluxo maior onde, hoje, há ano, o clube de descontos uma ociosidade”, explica o pretende chegar ao número CTO do ChefsClub.


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AGRONEGÓCIO

agronegocio@diariodocomercio.com.br LEKA CARVALHO / DIVULGAÇÃO

AGROINDÚSTRIA

Comunidade de SemPeixe investe R$ 110 mil em cozinha comunitária Financiamento é da Fundação Banco do Brasil e BNDES MICHELLE VALVERDE

A vontade de agregar valor à produção agrícola fez com que 16 famílias da Comunidade do Barbosa, em Sem-Peixe, na Zona da Mata, se organizassem para a formação de um conselho para definir ações de desenvolvimento. Um dos resultados conquistados foi o projeto para a construção de uma cozinha comunitária, que foi aprovado pela Fundação do Banco do Brasil (FBB) e pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). As entidades destinaram R$ 110 mil para investimentos na unidade. Com previsão de início da atividade na agroindústria nos próximos meses, a cozinha comunitária é vista como oportunidade de agregar valor à produção e gerar desenvolvimento na comunidade. De acordo com a presidente do Conselho de Desenvolvimento Comunitário de Barbosa, Maria de Lourdes Cenak Teixeira, a ideia de organizar as famílias para criar opções para agregar

valor à produção foi iniciada há cerca de 10 anos. Neste período, várias mudanças foram feitas como a criação do conselho, cursos de capacitação e o registro dos produtores rurais nos programas da agricultura familiar. Com as famílias organizadas, produzindo mais e diversificando os itens gerados no campo, surgiu a ideia de criar uma cozinha para industrializar as frutas e para a fabricação de outros itens, como as roscas, pães e bolos. O objetivo, além de agregar valor à produção rural, é ampliar a atuação, aproveitar melhor os alimentos, fornecer produtos para a merenda escolar e gerar maior renda na comunidade. “As mulheres da comunidade trabalhavam na roça e o sonho era criar uma forma de industrializar a produção e diversificar a atividade. A cozinha vai permitir a produção de doces e quitandas, que tem maior valor de mercado. Isso é importante para o desenvolvimento da comunidade”, explicou Maria de Lourdes.

A construção da cozinha comunitária está em fase de conclusão. O início do funcionamento depende da aprovação do espaço pela Vigilância Sanitária, o que deve ocorrer nos próximos meses. Ao todo, foram investidos R$ 110 mil, utilizados para as obras e compra de equipamentos. Todo o projeto foi desenvolvido dentro das regras estabelecidas pela vigilância sanitária. “Depois de muitos anos, conseguimos construir a agroindústria e nossas expectativas são positivas. Nosso objetivo é produzir diversos doces com as frutas de época cultivadas pelas famílias envolvidas. A variedade de frutas na região é grande, temos goiaba, banana, mamão, carambola, acerola, manga, amora entre outras. Foi construído um forno que permitirá a fabricação de biscoitos, roscas e bolos. Nossa ideia é fornecer estes alimentos para a merenda escolar e no mercado local”, explicou Maria de Lourdes. Para aprimorar o processamento, as 16 famílias envolvidas passarão por capacita-

Objetivo é agregar valor, com bolos, pães e doces feitos com frutas cultivadas pelas famílias

ções oferecidas pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), nas áreas de processamento de doces e quitandas, de custos de produção, confecção do rótulo e tabela nutricional, e boas práticas de fabricação. A expectativa é que mais famílias se interessem pelo projeto, já que um dos retornos esperados é o aumento da renda. Êxodo rural - “Com a agroindústria funcionando será mais uma oportunidade de renda para as famílias da região. A iniciativa é importante, principalmente para atrair o interesse dos jovens. Aqui, na nossa comunidade, a maior parte dos jovens cresce e muda de cidade. Queremos modificar esta situação e, com a melhoria da renda no campo, será possível reduzir o êxodo rural e segurar os jovens no campo”, disse Maria de Lourdes.

CARNES

Greve dos caminhoneiros afeta abastecimento São Paulo - A greve dos caminhoneiros, iniciada na terça-feira (21), está afetando o abastecimento em vários estados, segundo a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo). “Todo o nosso setor de matérias-primas vivas (boi, suíno, aves), e leite e o abastecimento em geral está sendo muito afetado”, afirmou, em nota, o presidente-executivo da entidade, Péricles Salazar, que também preside o Sindicarne do Paraná. O executivo conta ter recebido queixas de que caminhões que transportam produtos perecíveis de empresas associadas “estão parados em várias regiões do País”. De acordo com a nota distribuída, “são centenas de caminhões parados nas estradas com animais vivos, leite e produtos resfriados para serem entregues nos pontos de varejo em todo o País”. Salazar informa que a Abrafrigo e o Sindicarne-PR consideram o protesto justo diante das circunstâncias criadas pela política de preços do Petrobras. “Mas a economia não pode parar por causa disso. E o fato de as carnes serem um produto perecível agrava ainda mais a situação”, reforçou. Confirmação – A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) também informou que o setor de aves e suínos já sente o reflexo dos dois primeiros dias de manifestações dos caminhoneiros e, há, inclusive, segundo a entidade, relatos de unidades produtoras com

DIVULGAÇÃO

Falta de transportadores dificulta entrega de matérias-primas vivas como bois, suínos e aves

turnos de abate suspensos por causa da falta de transportadores de cargas. Os motoristas protestam contra o reajuste do óleo diesel. Em nota, a entidade informou que existem bloqueios nas estradas impedindo o transporte de aves e suínos vivos, ração e cargas refrigeradas destinadas tanto ao abastecimento do mercado interno quanto às exportações. Caso o quadro se estenda, a ABPA alerta para os riscos de prejuízo ao consumidor final, assim como danos aos contratos de exportação e significativos aumentos de custos com reprogramação de embarque de cargas. “Os prejuízos para o setor produtivo e para o País são incalculáveis”, enfatiza a entidade na nota sobre a eventual extensão das interdições.

Representante de mais de 140 agroindústrias e entidades vinculadas à avicultura e à suinocultura, a ABPA estabeleceu um comitê de crise para o levantamento de informações sobre os problemas causados pelo movimento nas estradas, com o objetivo de minimizar os danos ao setor. “A ABPA apoia as motivações da paralisação, mas entende que o movimento deve preservar o fluxo dos alimentos e dos insumos para a produção. É de conhecimento nacional a crise enfrentada pela cadeia produtiva de proteína animal e impedir a continuidade da produção poderá gerar consequências graves”, reforça a nota.

Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), Daniel Amaral, disse que, por ora, os protestos “ainda não afetaram o embarque e o esmagamento (de soja) de maneira generalizada, mas há uma fábrica no Paraná que pode suspender o processamento”. Ele preferiu não dizer o nome da empresa. “Estamos preocupados, mas ainda não houve problema para o abastecimento interno...”, disse ele. Ele ressaltou, contudo, que o fluxo do produto para os portos foi reduzido. “Queremos uma resolução o mais rápido possível para voltar a exportar, pois estamos com a maior safra de soja da história”, acrescentou, referindo-se à produção recorde da oleaginosa neste ano --o Grãos - Com relação aos Brasil é o maior exportador grãos, o gerente de economia mundial da commodity. (AE da Associação Brasileira das e Reuters)

COMÉRCIO EXTERIOR

Produtores estão preocupados com acordo entre Mercosul e UE Ribeirão Preto - O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, afirmou ontem, em entrevista à imprensa francesa, que agricultores e pecuaristas brasileiros têm dificuldades em aceitar as negociações para um acordo comercial União Europeia e Mercosul, por conta de subsídios dados a produtores europeus e da existência de barreiras comerciais à exportação brasileira. Em Paris, onde receberá pelo Brasil o certificado da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) de área livre de febre aftosa com vacinação, Maggi defendeu que as negociações continuem. Ele admitiu que uma decisão, política, está perto e o acordo UE-Mercosul próximo de ser fechado. “Nós temos dificuldade em aceitar essas negociações, (...) em aceitar o mercado aberto, em função (de) que vocês, na Europa, trabalham com muitos subsídios e nós não trabalhamos com subsídios na agricultura brasileira. Então, precisamos estar atentos a essa abertura para que não venha atrapalhar o crescimento de agroindústrias no Brasil e, pelo andamento nas negociações, está muito próximo de fazermos esse acordo comercial”, disse Maggi. Como exemplo de impasse nas negociações para um livre mercado, o ministro citou a cadeia de lácteos. No Brasil, segundo ele, a estrutura de produção de leite e derivados é feita por milhares de pequenos produtores, uma pecuária de subsistência. “Como não temos sistemas de proteção via incentivos, isso significa que esses de produtores não suportarão a concorrência com os subsídios aplicados aqui”, afirmou. Outro produto citado por Maggi é o vinho brasileiro. O ministro admitiu que o País e a Argentina têm posições diferentes no Mercosul para a adoção de um livre mercado com os europeus. O país vizinho “tem uma indústria mais madura”, na avaliação dele, e o Brasil “tem indústria de vinho jovem e não estabelecida”. Por isso, segundo o Maggi, o Brasil não quer a importação de vinho sem nenhum tipo de cota ou imposto. “Isso quebraria a indústria brasileira.” Carnes - O ministro criticou a proposta de adoção de cotas para a importação europeia de carne bovina negociada com o Mercosul. Ele afirmou que “a Europa não quer muito a

carne brasileira” porque é autossuficiente no produto. Disse que as cotas ofertadas ao Mercosul “nada mais são que a recomposição dos números que tínhamos há dez anos”. E acrescentou: “Por parte da agricultura vamos aceitar o acordo, mas não temos o entusiasmo que muitos dizem que teríamos.” Maggi retomou as críticas e o discurso sobre o recente embargo da UE à carne de frango de algumas companhias brasileiras, classificou o fato como uma barreira comercial e um exemplo de “subterfúgio” que possa surgir mesmo após o acordo firmado com os países do bloco sul-americano. “Não adianta fazermos um acordo comercial e começarem buscando coisas que não existem para impedir a entrada de mercadorias, tanto aqui na Europa como no Brasil. Sabemos que defesas comerciais nem sempre fazem sentido, porque não é questão de saúde; é questão de mercado”, disse Maggi. “É o que estamos vendo no frango brasileiro. Temos qualidade superior, garantida e, no entanto, a Europa coloca (barreira) dizendo que é questão sanitária, mas é comercial”, completou. Área ambiental - No início da conversa com a imprensa francesa, Maggi admitiu que o Brasil “não foge da responsabilidade” pelo avanço da agricultura e da pecuária no passado sem considerar questões ambientais e trabalhistas. “Não fugimos a esta responsabilidade de corrigir os erros que nós tínhamos, tanto nas questões relacionadas ao trabalho e também das questões ambientais”, disse o ministro, citando, em seguida, que o Brasil usa apenas 9% do território para agricultura e 13% para a pecuária, atualmente, e tem regras rígidas trabalhistas e para a ocupação Ao ser indagado sobre o avanço da agropecuária em áreas de preservação ambiental, principalmente na Amazônia, Maggi afirmou que a questão “é um problema”, mas que o governo brasileiro tem atuado “com mão dura nesse processo”. Além do combate ao desmatamento, de acordo com o ministro, “o ritmo de ocupação dessas terras diminuiu pelo fato de os próprios produtores perceberem que não adianta produzir mais se as empresas privadas não compram mais produtos dos que desmatam irregularmente”.


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FINANÇAS financas@diariodocomercio.com.br NUBANK DIVULGA;ÁO

COPOM

Ata aponta Selic em 6,5% como “melhor decisão possível”

Ibovespa avança 1,13%, e dólar volta a recuar no País

Brasília - A manutenção da taxa básica de juros – a Selic – em 6,5% foi a “melhor decisão possível”. A informação consta da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada ontem. A decisão, anunciada na semana passada, surpreendeu o mercado, que esperava por um corte de 0,25 ponto percentual na Selic, como indicado pelo Copom na reunião anterior, em março. Segundo a ata, os integrantes do Copom ava- Empresa ganhou popularidade, inicialmente, entre o público jovem, devido à oferta de cartões de crédito sem a cobrança de anuidade liaram a alternativa de reduzir a Selic em 0,25 CARTÃO DE CRÉDITO ponto percentual para reduzir o risco de a inflação ficar abaixo da meta. De acordo com o documento, alguns fatores pesaram a favor dessa alternativa, como o baixo nível de inflação e o ritmo gradual de recuperação da economia, com seu “arrefecimento recente”. Entretanto, o Copom São Paulo - O Nubank jovem oferecendo cartões País têm apontado que o teleira de produtos, que, avaliou que seria melhor manter a taxa em 6,5% atingiu a marca de 4 mi- de crédito sem taxas de modelo de negócios do nos próximos meses, pode ao ano, porque a alta do lhões de clientes no cartão anuidade. Mas, desde o Nubank pode não ser sus- incluir seguros e investidólar reduziu as chances de crédito neste mês e a ano passado, vem incor- tentável no longo prazo se mentos, por exemplo. O movimento vem após de a inflação permanecer rápida ampliação da base porando outros serviços não mostrar que pode gerar está impulsionando as refi nanceiros, como o de conta receitas e lucro. a instituição, em janeiro, abaixo da meta. A alta da No ano passado, as re- ter recebido aval do Banco moeda encarece produtos ceitas, mas o lucro não é de pagamentos, enquanto ainda um objetivo de curto busca ampliar a competiti- ceitas totais no Nubank, Central para ser instituição e insumos importados. “Isso tornou desnecessá- prazo, disse ontem o funda- vidade com grandes bancos incluindo ganhos finan- financeira completa. ceiros mais as tarifas de Em paralelo ao aumenria a mitigação de risco de dor e presidente do grupo, comerciais. o empresário colombiano Neste período, tem receintercâmbio dos cartões, to da oferta de produtos, convergência demasiadaDavid Vélez. bido aportes de empresas triplicaram para R$ 567 o Nubank vem mirando mente lenta da inflação às “O ganho de escala já de capital de risco como milhões. “Ter lucro não é clientes de mais idade, que metas. Pesando o cenário básico e o balanço de ris- permitiu uma diluição dos Sequoia Capital, Kaszek meta para este ano”, disse também têm maior renda e cos, o comitê concluiu que nossos custos fixos, a pon- Ventures e Tiger Global Vélez. “Pode acontecer da- mais capacidade de gerar a decisão de manter a taxa to de já estarmos gerando Management. Em março, qui a um ano, daqui a cinco receitas. Segundo Vélez, a de juros no atual patamar caixa, mas buscar o lucro captou US$ 150 milhões anos; o que não queremos idade média dos clientes era a mais apropriada”, agora poderia nos fazer na sexta rodada de investi- é perder oportunidades”. do grupo, que já foi de 21 anos, hoje é de 32 anos. afirmou o comitê, na ata. perder muitas oportunida- mentos, liderada pelo fundo Na semana passada, o A meta de inflação é des”, disse Vélez à Reuters. DST Global, que avaliou o Aplicativo - Ontem, o Nu4,5% neste ano, com limite A empresa fechou 2017 com Nubank em US$ 1 bilhão, bank anunciou uma atuali- grupo lançou sua primeira inferior de 3% e superior cerca de 3 milhões de clien- marca que, no jargão do zação de seu aplicativo, por campanha na mídia tradiciode 6%. Para 2019, a meta tes, mais do que o dobro em mercado, classifica a fintech meio do qual a entrada no nal, baseada em uma música portal não mais será feita interpretada pela cantora como um unicórnio. é 4,25%, com intervalo relação a 2016. Criado há quase quatro por meio dos serviços de Elis Regina (“Como Nossos de tolerância entre 2,75% e 5,75%. A estimativa do anos, o Nubank ganhou po- Risco - Executivos de gran- cartão de crédito, mas por Pais”), sucesso de quatro mercado é de que a infla- pularidade entre o público des bancos comerciais do uma página com uma pra- décadas atrás. (Reuters) ção fique em 3,50% neste ano e em 4,01%, em 2019. CORRETORA DE CÂMBIO O comitê ponderou que a política monetária “não reagiu mecanicamente à evolução recente da taxa de câmbio”. Brasília - O Banco Cen- situação econômico-finan- 0,003% do ativo total e 0,07% o sistema financeiro na“Os membros do comitê tral (BC) decretou ontem ceira, bem como a existência dos recursos administrados cional contra servidores e entendem que pode haver a liquidação extrajudicial de prejuízos que sujeitam a de terceiros. A corretora foi prefeituras de pelo menos impactos do choque externo na economia brasileira, da Gradual Corretora de risco anormal seus credores responsável por 0,04% do oito municípios do País. mas enfatizaram que é Câmbio, Títulos e Valores foram as razões que levaram movimento total de câmbio A fraude, de “centenas de essencial entender que Mobiliários, com sede em à liquidação da empresa”. realizado no quarto trimes- milhões de reais”, teria sido De acordo com o Ban- tre de 2017. aplicada nos institutos de a política monetária não São Paulo. Segundo o BC, a “existênco Central, a Gradual não Previdência relacionados reagirá a esses impactos cia de graves violações às “Papel Fantasma” A Graàs prefeituras. tem vínculo com qualquer de forma automática, uma Na semana passada, a vez que suas implicações normas legais e regulamen- conglomerado bancário e dual foi alvo da Operação para a política monetária tares que disciplinam a ati- tem “baixa relevância” no Papel Fantasma, da Polícia Gradual anunciou o encerdependem da forma como vidade da Gradual CCTVM, Sistema Financeiro Nacio- Federal, no ano passado, por ramento de suas atividades o choque poderá se trans- o comprometimento de sua nal, representando apenas suspeita de crimes contra na Bolsa de Valores. (ABr) mitir às expectativas, às projeções de inflação e ao balanço de riscos”. MEDIDA PROVISÓRIA

Nubank alcança marca de 4 milhões de clientes em maio

Fintech havia encerrado último ano com 3 milhões de consumidores

BC decreta liquidação extrajudicial da Gradual

Sinalização - Para as próximas reuniões, o comitê informou que “vê como adequada a manutenção da taxa de juros no patamar corrente”. “O Copom ressalta que os próximos passos da política monetária continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação”, destacou. (ABr)

MERCADO

São Paulo - O principal índice da bolsa paulista fechou em alta ontem, apoiado na recuperação de ações atreladas à economia doméstica, particularmente bancos, enquanto papéis ligados a commodities fecharam na ponta negativa, incluindo as ações da Petrobras, em meio a ruídos sobre os preços de combustíveis. O índice de referência do mercado acionário doméstico subiu 1,13%, a 82.738 pontos. O volume financeiro do pregão somou R$ 14 bilhões. De acordo com profissionais da área de renda variável ouvidos pela Reuters, o arrefecimento da tensão comercial entre Estados Unidos (EUA) e China no front externo e a atuação mais assertiva do Banco Central brasileiro no câmbio trouxeram algum ânimo aos negócios, mas o cenário ainda não inspira otimismo. “É um dia de alívio, mas não significa que marca uma retomada da trajetória de alta, disse o estrategista para pessoa física da Santander Corretora, Ricardo Peretti. Para ele, o Ibovespa deve continuar negociando entre 81 mil e 85 mil pontos em razão de incertezas presentes no horizonte, como a velocidade da alta de juros nos EUA, o quadro eleitoral no Brasil e o ritmo de recuperação da economia doméstica, após dados um pouco aquém do esperado no primeiro trimestre. A queda recente de vários papéis também motivou compras, dado os ambientes externo e doméstico mais tranquilos. “Hoje basicamente subiram os papéis mais ligados à atividade doméstica que sofreram enormemente este mês. Vários papéis voltaram para patamares do início de 2017, ou seja, com preços muito interessantes”, afirmou o sócio da gestora Galt Capital, Igor Lima. Câmbio - No exterior, o índice MSCI com ações de mercados emergentes subiu 0,68% e o dólar caiu ante uma cesta de divisas. No Brasil, o dólar recuou 1,2%, a R$ 3,6447 na venda, acumulando desvalorização de 2,5% desde a atuação mais forte do BC, na segunda-feira (21). (Reuters)

Presidente Temer extingue Fundo Soberano Brasília - O presidente Michel Temer editou a Medida Provisória (MP) 830/2018, que extingue o Fundo Soberano do Brasil (FSB) e o Conselho Deliberativo do FSB. A medida foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) de ontem. O fundo foi

criado há quase dez anos, em dezembro de 2008, para ser uma espécie de “poupança” a ser utilizada em caso de crise. Os recursos do fundo vão para o caixa do governo e serão usados para pagamento da dívida pública federal. O governo

tomou a decisão de extinguir o fundo como forma de garantir o cumprimento da regra de ouro em 2018. A regra de ouro tem como objetivo evitar que a União se endivide para pagar gastos correntes, como despesas com pessoal e investimentos, empurran-

do a conta para governos futuros. Como o Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, informou, a extinção do fundo deve ajudar no cumprimento da regra de ouro em R$ 26 bilhões. Segundo a MP, a Secretaria do Tesouro Nacional

adotará as medidas necessárias ao cumprimento da extinção e o Ministério da Fazenda encaminhará o último relatório de desempenho do FSB ao Congresso Nacional até o fim do trimestre seguinte à data de extinção do fundo. (AE)





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LEGISLAÇÃO PERDAS NA POUPANÇA

Acordo deve injetar até R$ 12 bilhões na economia Contencioso de planos econômicos se arrastava há mais de 30 anos São Paulo - O acordo que vai ressarcir os poupadores que tiveram perdas com os planos econômicos das décadas de 1980 e 1990 deve injetar entre R$ 11 bilhões e R$ 12 bilhões na economia brasileira, afirmou ontem o presidente Michel Temer. “Essa solução trará benefícios diretos aos poupadores e também para o conjunto da economia”, disse o presidente, que participou da cerimônia do lançamento de plataforma eletrônica que vai centralizar os pedidos de indenização, realizada no Palácio do Planalto. Temer lembrou ainda de medidas parecidas de estímulo de seu governo, como a liberação do saldo de contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e a diminuição da idade mínima para o saque do Programa de Integração Social/Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/ Pasep), que teriam injetado, juntos, até R$ 51 bilhões na economia brasileira desde o início de seu mandato. Em uma semana marcada por paralisações e greve de categorias como professores da rede privada, trabalhadores da construção civil, metalúrgicos e caminhoneiros, Temer afirmou que o acordo mostra uma vitória do “diálogo e do entendimento, que, na sua avaliação, são marcas de seu governo. “Esse contencioso (poupadores) se arrastava há mais de 30 anos, com mais de um milhão de processos abrangidos”, lembrou Temer. “É uma lição para nós, de como traçar caminhos de consenso. Estamos trazendo o Brasil para o século 21”, finalizou. Impacto - O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Murilo Portugal, disse acreditar que o acordo com os poupadores que reclamavam a correção das cadernetas pelos planos econômicos ajudará na retomada da economia. Segundo o executivo, o acerto ajudará especialmente pequenos poupadores, já que 65% das adesões têm até R$ 5 mil a receber. Após cerimônia para o lançamento da plataforma

ANTÔNIO CRUZ/ABr

Presidente do BC prevê redução de incertezas Brasília - O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou ontem que o acordo de adesão aos planos econômicos permite reduzir as incertezas que afetavam os balanços das instituições, ao mesmo tempo em que satisfaz a expectativa de poupadores. “(O acordo) dispensa, assim, a necessidade de os bancos fazerem reserva de recursos para cobrir perdas futuras com os processos judiciais que serão extintos pelo acordo”, disse ele em discurso durante o lançamento da plataforma de adesão aos planos econômicos. “Dessa forma, reduz a incerteza e permite aos bancos aumentar a oferta de crédito”, acrescentou ele, destacando que o acordo traz ajustes sem que prejudique a saúde financeira das instituições e amplie os riscos para o sistema financeiro nacional. O acordo foi firmado entre poupadores e bancos para compensar perdas com expurgos inflacionários causadas pelos planos econômicos Cruzado, Bresser, Verão, Collor I e II das décadas de 1980 e 1990. O acordo deve encerrar mais de 1 milhão de ações e recursos que hoje tramitam nos tribunais. “Por certo, ainda satisfaz a expectativa dos poupadores que, em demandas individuais ou coletivas, tomaram medidas judiciais tempestivas”, disse o presidente do BC. De acordo com Ilan, o pagamento dos valores previstos no acordo fará com que os recursos registrados nas contas das instituições financeiras sejam transferidos aos poupadores e ajudarão nas suas finanças, uma vez que são “consideráveis, em montantes de bilhões de reais”.

de adesão ao acordo com os bancos no Palácio do Planalto, Portugal disse que “com certeza” a liberação de recursos aos poupadores ajudará no consumo, na retomada da economia. Ele não fez um prognóstico de eventual impacto no Produto Interno Bruto (PIB), mas citou que a liberação ajuda a atividade ao transferir os recursos que estavam nos bancos e se transformarão em disponibilidade para as famílias. Questionado sobre as cifras citadas pelo presidente Michel Portugal: acordo encerra passivo do sistema financeiro Temer de que o acordo poderia injetar até R$ 12 bilhões na economia, Portugal disse que não é possível falar em cifras porque o valor dependerá da adesão dos poupadores São Paulo, - Depois de Itaú que fará o mesmo, mas por ao acordo. Em rápida entrevista depois Unibanco e Santander Brasil, meio de uma linha de crédito do evento, Portugal disse que, o Banco do Brasil também para fazer o pagamento das com o acordo, termina um dos avalia a possibilidade de indenizações à vista, com principais passivos cíveis do formas de antecipação do custo de 1,49% ao mês. O BB sistema financeiro brasileiro. pagamento aos poupadores ainda não teria bem definido O presidente da Febra- que têm direito à indenização como fará esse movimento, ban disse que dois bancos já por conta de perdas com os mas descarta a hipótese de anunciaram que pagarão os planos econômicos em uma uma antecipação via um emvalores à vista. Diante da estra- só parcela. Há, conforme o préstimo sob os moldes de tégia dessas duas instituições, presidente da instituição, antecipação do Imposto de Portugal disse acreditar que Paulo Caffarelli, um con- Renda ou do 13º salário como outras instituições financeiras tingente de cerca de 600 mil o banco espanhol. Mais cedo, evento em Brapoderão aderir ao pagamento pessoas que podem receber os valores devidos por meio sília, no Palácio do Planalto, à vista. A presidente do Institu- do banco, cujo número final marcou o lançamento da to Brasileiro de Defesa do depende do patamar de ade- plataforma que vai viabilizar Consumidor (Idec), Marilena são ao acordo feito no ano a adesão dos poupadores ao acordo com os bancos para Lazzarini, afirmou ontem que passado. O BB conta com R$ 4,5 que seja feita a indenização o acordo entre poupadores e bancos em torno das perdas bilhões em provisões para das perdas ocorridas com ocasionadas pelos planos eco- fazer frente ao pagamento os planos econômicos das nômicos nos anos 1980 e 1990 aos poupadores. Cálculos décadas de 1980 e 1990. A foi possível graças a uma mu- feitos pelo JPMorgan, no expectativa do governo é que dança de posição do governo, passado, indicavam que o o pagamento injete entre R$ ocorrida em 2017. O Executivo fator devido à instituição 11 bilhões e R$ 12 bilhões na passou a adotar uma posição ficaria entre R$ 2,2 bilhões e economia brasileira para um neutra. Anteriormente, era R$ 3,3 bilhões. Questionado total de 3 milhões de pessoas. Plataforma - A página na Fechado em dezembro do internet que receberá os um alinhamento favorável se o banco poderia reverter provisões, Caffarelli afirmou ano passado entre bancos e re- pedidos de habilitação dos ao sistema financeiro. Falando em nome dos pou- que o colchão pode ser usado presentantes de poupadores, poupadores que tiveram padores durante cerimônia de para outros fins. “Estamos o acordo sobre as perdas foi perdas financeiras com lançamento da plataforma de avaliando. O valor total a homologado pelo Supremo planos econômicos das adesão ao acordo, encerrada ser pago aos poupadores de- Tribunal Federal (STF) no iní- décadas de 80 e 90 está no há pouco no Planalto, ela pende do nível de adesões”, cio deste ano. Foi estabelecido ar desde a última segundaque para valores de até R$ 5 -feira. Caberá aos próprios disse que o entendimento foi disse o executivo. O Itaú foi o primeiro a mil o poupador receberia em poupadores ou seus repreum “alento” aos poupadores, após uma sequência de der- anunciar, em março último, uma única parcela à vista. Já sentantes legais (advogados, rotas no Judiciário. “Não foi que anteciparia o pagamento entre R$ 5 mil e R$ 10 mil, a defensores públicos ou herfácil lidar com os bancos no para correntistas da institui- indenização pode ser feita deiros) fazer o cadastro no Judiciário, nem mesmo na ção com crédito em conta em uma parcela à vista e site e incluir as informações mesa do acordo”, disse. Ela desde que eles atendessem duas semestrais. Já acima sobre o processo, que serão ressaltou a importância da aos critérios estabelecidos. dos R$ 10 mil, serão pagos remetidas às instituições ficaderneta na vida financeira Já o Santander Brasil infor- uma parcela à vista e quatro nanceiras responsáveis pelos pagamentos. das famílias brasileiras. (AE) mou na última segunda-feira semestrais. (AE)

Banco do Brasil pode antecipar pagamento

Os dados serão conferidos e validados e a instituição financeira poderá confirmar as informações, devolver ou negar o pagamento. Em caso de negativa, o interessado poderá requerer uma nova análise. Ao fim do processamento de cada pedido na plataforma, uma lista dos poupadores deverá ser divulgada. A adesão ao acordo é voluntária e quem optar por essa alternativa terá sua ação extinta na Justiça. “Estabelecemos como critério a questão da idade, então os mais idosos terão preferência e a cada 30 dias o sistema se abre para lotes, pautando-se pela idade com diferença de 4 anos em 4 anos. Isso vai se dar até fevereiro de 2019”, explica a ministra Greice Mendonça, da Advocacia-Geral da União (AGU). Terão direito ao pagamento das perdas os poupadores com ações na Justiça e também seus herdeiros. Os poupadores que tenham até R$ 5 mil a receber terão o valor creditado à vista na conta bancária. Já os que têm saldo entre R$ 5 mil e R$ 10 mil, receberão em três parcelas, sendo uma à vista e duas semestrais. A partir de R$ 10 mil, o pagamento será feito em uma parcela à vista e quatro semestrais. A correção para os pagamentos semestrais será feita pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O acordo também prevê descontos para poupadores que receberão quantia superior a R$ 5 mil. O deságio varia conforme o saldo e começa em 8% para aqueles que receberão entre R$ 5 mil e R$ 10 mil; 14% para os que receberão na faixa de R$ 10 mil a R$ 20 mil; e 19% para investidores que têm direito a receber mais de R$ 20 mil. “Não somente os titulares terão direito a recebimento. Os herdeiros e inventariantes poderão também aderir ao acordo e para isso devem buscar rapidamente o diálogo com advogado. Ele poderá acessar de forma segura essa plataforma eletrônica, preencher os dados do poupador, indicar a conta corrente em que o poupador pretende receber esses valores e com isso, com o todo o cronograma que está previsto no acordo, finalmente permitir que os recursos cheguem ao destinatário”, acrescenta a ministra. (Reuters/ABr)

TRABALHO

Ministro vai defender mudanças nas leis em Genebra Brasília - O ministro do Trabalho, Helton Yomura, vai a Genebra no início de junho para defender o Brasil das acusações de que as mudanças nas leis trabalhistas do país contrariam normas internacionais das quais o País é signatário desde antes da entrada em vigor da reforma trabalhista, em novembro do ano passado. Yomura disse que terá prazer em defender o Estado brasileiro durante a 107ª Conferência da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que vai ocorrer entre sexta-feira (dia 25) e o próximo dia 8. Neste ano, o encontro tem como tema principal a violência e o assédio no local de trabalho. “O Brasil não descumpre nenhuma regra internacio-

nal do trabalho acordada”, disse Yomura, ao participar, em Fortaleza (CE), do 60º Congresso Nacional de Hotéis (Conotel). Discursando para uma plateia formada, principalmente, por empresários e executivos do setor hoteleiro e gestores públicos da área de turismo, o ministro admitiu ficar “irritado” com as denúncias contra o Estado brasileiro na OIT. “Tem me causado uma certa irritação a teimosia em denunciar a República à OIT, denunciar que somos um país que descumpre a legislação trabalhista e os acordos internacionais dos quais o Brasil é signatário”, afirmou. Yomura alegou que a polêmica põe em xeque a credibilidade da nação e lembrou que, no ano passado, o país “bateu na

trave” e quase foi incluído na lista dos países suspeitos de descumprir a legislação trabalhista. A denúncia resultou de consulta feita pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), no ano passado. Para a entidade sindical, a nova legislação viola a Convenção 98 da OIT. Ratificada pelo Brasil em 1953, a Convenção 98 estabelece os princípios do direito de organização dos trabalhadores, o direito de sindicalização e à negociação coletiva.

sindical: a prevalência do legislado sobre o negociado e a negociação contratual individual, sem a participação dos sindicatos. A manifestação dos peritos da OIT, de acordo com o sindicalista, motivou a inclusão dos questionamentos dos representantes dos trabalhadores na lista prévia de 40 casos globais a serem analisados no início da conferência - a chamada “lista longa” das violações de direitos trabalhistas da OIT. Destes, 24 casos são selecionados para que os Pontos questionados - Se- representantes de empregundo o secretário de rela- gadores, governos e empreções internacionais da CUT, gados discutam a execução Antonio Lisboa, os peritos das normas trabalhistas inda OIT demonstraram pre- ternacionais. “Achamos que ocupação com dois pon- é imprescindível a inclusão tos da reforma trabalhista do Brasil entre os 24 casos questionados pela central a serem analisados”, disse

Lisboa à Agência Brasil. Lisboa irá para Genebra com o grupo de representantes sindicais que participarão da conferência. Ele afirmou que a petição para que o caso brasileiro seja incluído entre os 24 tem o apoio de outras centrais sindicais. “Há uma disputa de narrativas. O governo, naturalmente, defende a mudança das leis trabalhistas. Os trabalhadores, no entanto, veem que, na prática, os resultados são todos exatamente contrários ao prometido. O desemprego aumentou; as relações laborais se precarizaram; há mais informalidade. Na OIT, vamos poder discutir os números, os dados concretos, diante de especialistas de todo o mundo”, acrescentou Lisboa. Além da denúncia à OIT,

uma série de ações que questionam a legalidade da reforma trabalhista tramita no Supremo Tribunal Federal (STF). Em uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI), centrais sindicais afirmam que ao alterar a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), a Lei 13.467/2017 descumpriu direitos sociais, humanos e trabalhistas previstos tanto na Constituição Federal, quanto nas normas internacionais ratificadas para proteger os empregados. Um dos pontos que as centrais questionam diz respeito à mudança legal que tornou facultativo o financiamento sindical e demais contribuições recolhidas para custear “a articulação da luta da classe trabalhadora por direitos”. (ABr)


BELO HORIZONTE, QUARTA-FEIRA, 23 DE MAIO DE 2018

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DC MAIS dcmais@diariodocomercio.com.br

LARA LUZ/DIVULGAÇÃO

Revolução Industrial Em celebração ao Dia da Indústria, o Sistema Fiemg promove hoje, a partir das 8h30, em seu auditório (Avenida do Contorno, 4.456, 4º andar), em Belo Horizonte, o evento “A Indústria Mineira na Quarta Revolução Industrial”. A iniciativa pretende debater com grandes nomes do cenário econômico e industrial oportunidades, assim como desafios e estratégias para o desenvolvimento da Indústria 4.0. Nomes como o debatedor do Manhattan Connection e presidente da Ricam Consultoria, Ricardo Amorim; e o presidente da Inter B. Consultoria Internacional de Negócios, Cláudio Frischtak, vão estar presentes. “O que é a Quarta Revolução Industrial” será o tema do primeiro painel, com o diretor da McKinsey, Henrique Ceotto; e o diretor e líder da prática da Indústria 4.0 da Accenture para a América Latina, Constantino Seixas Filho.

Posse na FCDL-MG O presidente reeleito da Federação das CDLs de Minas Gerais (FCDL-MG), o empresário Frank Sinatra Santos Chaves, toma posse amanhã (24). Com foco em pautas como aprovação do novo cadastro positivo, regulamentação de feiras itinerantes e a redução da carga tributária, também assumem os diretores executivos e conselho fiscal da entidade. A federação é uma das principais representantes do varejo mineiro. A solenidade de posse será no Hotel Mercure Lourdes, às 20h30. O evento terá a participação do secretário de Estado Antônio Fernando Máximo; do presidente do Sebrae Nacional e ex-ministro, Guilherme Afif Domingos; do presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas de Minas Gerais, José César da Costa; do Diretor-Presidente do DIÁRIO DO COMÉRCIO, Luiz Carlos Motta Costa; e do superintendente do Sebrae Minas, Afonso Maria Rocha; além de outros convidados e autoridades do Estado.

Clube de Ideias “Mudança de cultura no mercado de trabalho” será o tema do Clube de Ideias – Projeto Empresário Empreendedor, a ser realizado em 4 de junho, no Espaço Institucional da ACMinas (Avenida Afonso Pena, 372), em Belo Horizonte. A palestrante será Betania Tanure, sócia-fundadora da Betania Tanure Associados. Doutora pela Brunel University, na Inglaterra, é psicóloga pela PUC Minas, professora da universidade em cursos de doutorado e mestrado realizados em parceria com a Fundação Dom Cabral (FDC) e, entre outros cargos, atuou, na FDC, como diretora responsável por toda a área de Desenvolvimento de Executivos, empresas e parcerias empresariais, por 15 anos. O evento terá participação especial do vice-presidente da ACMinas Paulo Eduardo Rocha Brant, pós-graduado em Economia pelo Cedeplar-UFMG, graduado em Economia pela PUC Minas e em Engenharia Civil pela UFMG.

Festival Minas Music recebe inscrições até domingo Um dos mais tradicionais concursos de bandas de Minas Gerais está de cara nova. Após nove anos revelando talentos, exclusivamente, do pop-rock, o concurso de Bandas Music Minas agora é Festival Minas Music. Com esse novo posicionamento, em comemoração à sua 10ª edição, a proposta é continuar resgatando a diversidade de gêneros com expressões artísticas autênticas e ampliar espaço para os mais variados estilos musicais. A partir desta edição, gêneros como MPB, reggae, rap, samba, rock, indie e músicas alternativas também poderão expor seus talentos. O festival é aberto a bandas de todo o Estado. As inscrições gratuitas podem ser feitas até dia 27, por meio do site www.festivalminasmusic.com.br. Para validar a participação, é necessária a doação de uma caixa de leite (12 unidades), que será destinada a alguma

instituição de escolha do grupo. As bandas vencedoras se apresentarão no festival, que será disputado em 28 de julho, às 16h30, no estacionamento do Uberlândia Shopping, e abrirão o show gratuito do músico e compositor mineiro Lô Borges, um dos grandes ícones do Clube da Esquina. Além disso, os vencedores receberão troféu, cachê no valor de R$ 1.500, ajuda de custo para bandas de fora de Uberlândia, um vídeo editado do grupo se apresentando no evento e registros em vídeos e fotos profissionais, a fim de contribuir com o material para divulgação. Além do show, o Minas Music contará com feira de artesanato com expositores da cidade e festival gastronômico com alimentos e ingredientes típicos do Estado. O evento será gratuito e aberto ao público. Em todas as edições, mais de 350 bandas de Uberlândia, Juiz de Fora,

Divinópolis, Araxá, Belo Horizonte, Uberaba, Itaúna, Patos de Minas e outras cidades mineiras já passaram pelo projeto e tiveram a oportunidade de mostrar seus talentos e trabalhos autorais. Da votação - Das centenas de bandas inscritas, a comissão organizadora selecionará as 50 melhores. Dessas, o público escolherá apenas uma e o júri técnico, três. As quatro vencedoras participarão do Festival Music Minas, em 28 de julho. Para isso, as bandas deverão seguir requisitos como ter trabalhos autorais e residir em cidades de Minas Gerais. É necessário ainda que todos os integrantes da banda tenham mais de 16 anos. Outras informações: www. facebook.com/FestivalMinasMusic. RICARDO MALLACO/INHOTIM/DIVULGAÇÃO

Vem passarinhar Com o foco no fomento do turismo nos Parques Naturais de Minas Gerais, a Secretaria Estadual de Turismo (Setur-MG) lança amanhã (24) a segunda edição do projeto #vempassarinharMG. O evento começará às 7h, no Instituto Inhotim, em Brumadinho, Região Metropolitana de Belo Horizonte. A passarinhada, como é chamada pelos observadores, pretende listar um número maior de aves durante a prática de observação. Para isso, os participantes caminham pelas trilhas das unidades de conservação com o objetivo de promover o monitoramento de aves como ferramentas de conscientização e conservação das espécies e seus habitats. Além disso, há um momento de aprendizado em que o público participa da palestra intitulada “Papo de Passarinho”.

CULTURA GLÁUCIA RODRIGUES/DIVULGAÇÃO

Quadrinhistas Mulheres - O Festival Internacional de Quadrinhos (FIQ 2018) se aproxima e a Casa Fiat de Cultura abre a programação paralela com a exposição Inarredáveis! Mulheres Quadrinistas. São mais de 80 obras de 12 artistas belo-horizontinas: Aline Lemos, Ana Cardoso, Bianca Reis, Carol Rossetti, Chantal, Ina Gouveia, Julhelena, Laura Athayde, Lu Cafaggi, Rebeca Prado, Sophie Silva e Virgínia Fróes. Quando: Até 29 de julho Quanto: Entrada Gratuita Onde: Casa Fiat de Cultura (Praça da Liberdade, 10, Funcionários, Belo Horizonte) Toni Garrido Ouro Preto - Depois de

Moraes Moreira, Alice e Danilo Caymmi, é a vez do cantor e compositor Toni Garrido subir ao palco da Casa da Ópera, pelo projeto “De Conversa em Conversa”. No encontro, Toni Garrido, que também é vocalista da banda Cidade Negra, contará sua história e trajetória no meio musical em um bate-papo com o público, além de apresentar seus maiores sucessos. Quando: Amanhã (24), às 20h Quanto: Entrada Gratuita. Os ingressos começaram a ser distribuídos na segunda-feira, na portaria do teatro, em troca de um quilo de alimento não perecível. As doações serão encaminhadas ao Lar São Vicente de Paulo, instituição de longa permanência para idosos de Ouro Preto Onde: Teatro Municipal Casa da Ópera (Rua Brigadeiro

Musqueira, 104, Centro, Ouro Preto). Lançamento Livro - Segundo o próprio autor, Anelito de Oliveira, os contos de “O Iludido” são atuais, tanto no que se refere à estrutura quanto às temáticas. O mineiro Luiz Ruffato, um dos mais importantes escritores de ficção no Brasil, escreveu a quarta capa da publicação. “O Iludido” aborda assuntos que estão na pauta de jornais diários e que são escândalo para a sociedade atual, como o abuso sexual de crianças. Quando: Amanhã (24), das 19h às 22h Quanto: Entrada Gratuita Onde: Café do Centro Cultural Minas Tênis Clube (Rua da Bahia, 2.244, Lourdes, Belo Horizonte)

São Francisco de Assis Comédia - “Francisco de Assis – do Rio ao Riso”, com direção e atuação do ator Carlos Nunes, trata, com humor e emoção, da vida do homem que se tornou o maior ecologista da história, São Francisco de Assis. O espetáculo traduz a imagem não só do santo, mas do homem genial que foi Francisco, da sua infância até sua morte. Quando: Sexta-feira (25) e sábado, às 20h; e domingo, às 19h Quanto: R$ 40 (Inteira) e R$ 20 (Meia) ou por R$ 20 (Antecipada) Onde: Teatro Raul Belém Machado (Rua Leonil Prata, s/

nº - em frente à Praça Paulo VI, Belo Horizonte) www.facebook.com/DiariodoComercio www.twitter.com/diario_comercio dcmais@diariodocomercio.com.br Telefone: (31) 3469-2067


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