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diariodocomercio.com.br JOSÉ COSTA FUNDADOR

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DESDE 1932 - EDIÇÃO 23.636 - R$ 2,50

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BELO HORIZONTE, TERÇA-FEIRA, 19 DE JUNHO DE 2018

Corte no diesel em Minas Gerais não chega a R$ 0,46 por litro Minaspetro alega que diminuição do ICMS viabilizaria queda do preço do combustível O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo do Estado de Minas Gerais (Minaspetro) afirma que o recuo máximo nas bombas dos postos em Minas foi de apenas cerca de R$ 0,41. O Minaspetro alega que, somente se o governo de Minas diminuir a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) para o diesel, atualmente em 15%, a redução prometida pelo Executivo federal, de R$ 0,46, chegará às bombas dos postos de combustíveis no Estado. O governo de Minas, através da Secretaria de Estado de Fazenda (SEF) informou que, “para definir a base de cálculo do ICMS dos combustíveis, são feitas pesquisas periódicas em todas as regiões de Minas Gerais, com o objetivo de aferir o preço médio ponderado praticado pelos revendedores junto ao consumidor final”. Pág. 3

ALISSON J. SILVA

Nas contas do Minaspetro, o ICMS impõe um valor de R$ 0,55 no preço do litro do diesel, de R$ 0,54 no etanol, e R$ 1,45 na gasolina

Uso de tecnologias nas transportadoras é pequeno Tema recorrente em diversos setores produtivos, a indústria 4.0 ainda está longe de se tornar uma realidade para a atividade de transportes no País. Pesquisa sobre o perfil das transportadoras de cargas

brasileiras revelou que mais de 40% das empresas do setor ainda usa planilhas como principal ferramenta na hora de contratar autônomos e 23% não usam nenhum sistema para gerenciar suas demandas de fretes. Pág. 4 ALISSON J. SILVA

Araujo investe em inovação para vender mais ALISSON J. SILVA

A rede mineira de drogarias Araujo acaba de lançar uma nova modalidade de compra: o aplicativo Clique e Retire. Por meio da ferramenta, que já está disponível para download, o cliente pode selecionar e pagar pelo produto que quiser, optando pela retirada rápida em drive thru ou em um guarda-volumes nas lojas, que é aberto por meio de senha pessoal. A meta da Araujo é vender R$ 2,2 bilhões em 2018 e aposta que o aplicativo ajudará a rede a compor esse resultado. Pág. 11 A rede vai abrir 32 lojas em 2018 com um investimento em torno de R$ 80 mi

Com menos chuvas a energia ficará mais cara

Megaleite pode girar R$ 25 milhões em BH

Previsões de chuvas abaixo da média ao longo dos próximos meses na região dos reservatórios das hidrelétricas, principal fonte de geração do Brasil, devem pressionar as chamadas bandeiras tarifárias. Com isso, existe uma expectativa de que se mantenha nos próximos meses a chamada bandeira tarifária vermelha nível 2. Pág. 6

Estarão reunidos no Parque de Exposições Bolívar de Andrade (Parque da Gameleira) em torno de 2 mil animais, que participarão das exposições, dos torneios e dos leilões. Com investimentos próximos a R$ 2 milhões, a Megaleite reúne também os principais fornecedores da atividade. A feira será realizada de 20 a 23 de junho. Pág. 14

OPINIÃO

EDITORIAL

A inovação ajudará a aumentar a competitividade Dólar - dia 18

Euro - dia 18

Comercial

Compra: R$

Compra: R$ 3,7403 Venda: R$ 3,7408

4,3562

O nível de rejeição ao presidente Temer, segundo a pesquisa de opinião divulgada recentemente, equivale a 82% da população, percentual nunca antes alcançado e atribuído em parte à greve dos caminhoneiros e seus desdobramentos. Num país de memória convenientemente muito curta, cabe recordar que o atual presidente chegou ao poder dizendo que não carregava a ambição da popularidade ou do reconhecimento e se daria por realizado se ao completar seu mandato pudesse entregar o País em melhores condições no que toca às questões institucionais, à qualidade da gestão pública e, por fim, aos resultados. Passados dois anos e pouco os resultados não apareceram, não pelo menos nas proporções desejáveis. As boas intenções, aquelas declaradas de público, não bastaram. “Futuro adiado mais uma vez”, pág. 2

Venda: R$ 4,3576

Poupança (dia 19): ............ 0,3715%

Turismo

Ouro - dia 18

IPCA-IBGE (Maio): ............. 0,40%

Compra: R$ 3,7170 Venda: R$ 3,8830

Nova York (onça-troy): US$ 1.280,10

IPCA-Ipead (Maio): ............. 0,22%

R$ 155,80

IGP-M (Maio): ........................... 1,38%

Ptax (BC) Compra: R$ 3,7537 Venda: R$ 3,7543

BM&F (g):

BOVESPA

TR (dia 19): ............................. 0,0000% +0,62

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Não só no Brasil, mas ao redor do mundo, organizações bem-sucedidas estão colocando as questões sociodemográficas e geopolíticas no centro de uma ampla estratégia empresarial. O ambiente político e social é hoje uma das maiores preocupações dos investidores, e esclarecê-las permite que respondam melhor às ameaças e também para a identificação de oportunidades. Como sabemos, pilares de uma estratégia e dos planos de negócios que apoiam as decisões de investimento - tamanho da oportunidade, mercado, ambiente competitivo, regulação, taxas de juros, alíquotas de impostos, tarifas etc. - podem sofrer alterações significativas dependendo do viés político de quem administra um país ou ente federativo. (Augusto Sales), pág. 2


BELO HORIZONTE, TERÇA-FEIRA, 19 DE JUNHO DE 2018

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OPINIÃO Geopolítica em evidência AUGUSTO SALES * Faltando poucos meses para as eleições no Brasil, a indefinição com relação aos nomes dos candidatos, o fenômeno da polarização e o ânimo exaltado dos brasileiros com relação ao tema indicam que será uma das disputas mais curiosas das últimas décadas. Se um candidato de direita, de esquerda ou de centro-direita for eleito, qual será o cenário? Se fulano de tal se tornar presidente, qual será o direcionamento dele em relação à abertura de mercado? Questões essas eram analisadas superficialmente por investidores que têm a intenção de entrar ou expandir seus negócios no País, mas que agora têm um lugar de destaque no rol de preocupações, numa escala quase que prioritária. É o desafio em fazer negócios em um mundo volátil, incerto, complexo e ambíguo em termos geopolíticos. Nesse aspecto, questões tradicionais como identificação de concorrência, do público-alvo e taxa de retorno agora passam a dividir as atenções com a geopolítica que passou a ser fator que requer cautela nas estratégias empresariais do investidor estrangeiro que quer entrar no Brasil, daquele que está aqui e quer fazer expansão pelo País e do empresário brasileiro que pensa em internacionalizar seus negócios. Não só no Brasil, mas ao redor do mundo, organizações bem-sucedidas estão colocando as questões sociodemográficas e geopolíticas no centro de uma ampla estratégia empresarial. O ambiente político e social é hoje uma das maiores preocupações dos investidores, e

esclarecê-las permite que respondam melhor às ameaças e também para a identificação de oportunidades. Como sabemos, pilares de uma estratégia e dos planos de negócios que apoiam as decisões de investimento - tamanho da oportunidade, mercado, ambiente competitivo, regulação, taxas de juros, alíquotas de impostos, tarifas etc. - podem sofrer alterações significativas dependendo do viés político de quem administra um país ou ente federativo. Trump, Brexit, impeachment? Elevação de taxas de importação, tratados bilaterais, guerra fria? O investidor informado tem aprendido que economia, mercado e política estão cada vez mais interdependentes. Os líderes empresariais globais estão mais atentos aos resultados, positivos, neutros ou negativos, advindos de um ambiente geopolítico global relativamente volátil, de baixa previsibilidade e cujos impactos podem atravessar as fronteiras de vários países. Impactos podem ser difíceis de prever sem um monitoramento cuidadoso e com uso de cenários. O tempo de reação é limitado. Os riscos negativos podem muitas vezes ser obscuros demais para se proteger deles de forma adequada. Além disso, as oportunidades oriundas de mudanças políticas podem ser exploradas pelos concorrentes antes que se compreenda o que está ocorrendo. Passa pelos questionamentos dos investidores uma abordagem que envolva os modelos tanto de negócio como o operacional. Dessa forma, busca-se saber, entre outras coisas, se os

atuais pressupostos de planejamento empresarial poderiam ser prejudicados pela geopolítica; e de que forma a ordem política global em constante mudança influenciará suas operações em particular. Eles questionam ainda o que precisam fazer se as previsões de seus planos de negócio forem submetidas a testes de stress com relação às rupturas geopolíticas e o que significa uma maior incerteza em termos de acesso e custo de capital e recursos. Embora a abordagem “espere para ver” possa ser vista como o caminho mais fácil, os sinais podem ser previstos se você procurar nos lugares certos, se souber como aproveitar as oportunidades identificadas e se conseguir transformar este exercício em ação. Mundo afora, a experiência mostra que organizações e executivos bem preparados estão aprendendo a tirar vantagem do ambiente social e político, compreendendo melhor as regras do jogo e reduzindo o risco de serem surpreendidos por mudanças no ambiente. Em um mundo complexo comandado por grandes e controversos líderes, gestores e investidores precisam estar bem equipados e confiantes ao fazer escolhas estratégicas em meio à incerteza e à constante ruptura, e os ganhadores aprenderão a integrar estratégias de mercado e geopolíticas em busca de vantagem competitiva. Ao final do dia, de forma geral, o investidor profissional não precisa ter partido político. * Sócio de estratégia da KPMG

Tiraram a alegria das arquibancadas... CESAR VANUCCI * “Se a alegria popular definhou a culpa cabe, por inteiro, à desastrosa condução dos negócios políticos e administrativos.” (Domingos Justino Pinto, educador) Cadê aquele festival colorido das bandeiras freneticamente agitadas nas ruas, praças e outros inesperados recantos? Cadê aquele mar de gente dos desfiles saudavelmente contaminados de ardor carnavalesco e de inspiração pode-se também dizer cívica? As camisas verde-amarelas por que largadas em cabides ou gaveteiros nos guarda-roupas? Qual o motivo de as janelas das moradias e as fachadas de prédios deixarem de receber os adornos coloridos típicos de instantes celebrativos de forte emoção popular? Como explicar o silêncio ensurdecedor do foguetório e buzinaço que não está sendo ouvido? Que negócio estranho é esse de não mais conseguir-se escutar, pelo menos como pálida amostra da retumbância dos registros de antigamente, a envolvente cadência do batuque, o ronco resfolegante da cuíca, o brado vibrante do torcedor apaixonado, o silvo cortante do apito, o coral desafinado, mas soberbo, das interpretações de refrãos musicais que todo mundo aprendeu a entoar, outros ruídos pensantes variados, à guisa de celebração de qualquer coisa marcante sucedida durante as refregas futebolísticas? Por que não mais está sendo captado, com a intensidade de outros estrondosos momentos, aquele formidável alarido que a gente do povo espontaneamente compunha, em tempos de copa, e que era visto como uma saudável e inédita inclinação peculiarmente brasileira para democrática confraternidade social, deixando as pessoas de outras plagas espantadas e embevecidas? Afinal de contas, o que andou pintando no pedaço para que, de uma hora pra outra, contrariando hábitos tradicionais arraigados e contendo impulso cultural poderoso, o País resolvesse manter-se neste instante, de um modo geral, na comparação com ocasiões pregressas marcadas por celebrações coletivas grandiosas, mudo e quedo que nem penedo? Tem-se por certo que os 7 a 1 da Copa de 2014, por mais aguda que

tenha sido a decepção cravada no espírito popular, não explicam por si só o arrefecimento do interesse com relação a um evento esportivo que, ao longo dos anos, sempre suscitou empolgação invulgar. Estudiosos do comportamento humano devem estar cuidando de inserir, em seus trabalhos de pesquisa, investigações sobre o que terá desencadeado certas reações agora detectadas na alma das ruas. Até algum tempo atrás, ninguém por certo imaginaria pudéssemos nos deparar com a circunstância de muitos torcedores de futebol serem capazes de escalar a composição dos ministros da Suprema Corte, embora confessando alguma dificuldade em declinar os nomes dos titulares do escrete brasileiro no torneio mundial. Pode ser que aconteça, daqui a pouco, no correr dos jogos em andamento na Rússia, na almejada hipótese de que a seleção se mostre capaz de desfazer a impressão deixada na estreia, que essa perspectiva de quase apatia, ou de interesse limitado por uma competição que teve sempre o condão de galvanizar pra valer as atenções, venha a ser revertida. A chama do entusiasmo seria, assim, de repente, reacesa, prevalecendo até - quem sabe? - um epílogo que anunciasse a recuperação da hegemonia brasileira nos domínios do esporte das multidões. Oxalá “sesse” assim, como se diria no saboroso linguajar roceiro. De qualquer modo, uma conclusão deflui implacavelmente de todos esses acontecimentos. A causa das características bizarras, escalafobéticas com as quais a opinião pública encara nossa participação na copa não é outra além dos desacertos políticos e administrativos oriundos do gerenciamento incompetente da coisa pública, sensivelmente agravados ultimamente, os malfeitos decorrentes da ação inescrupulosa de graduados com mandato, agentes públicos e empreiteiros inidôneos. Todos estes ingredientes indigestos são encontrados na raiz dessa desagradável alteração no estado de espírito da sociedade. A ganância do time do colarinho branco, com excesso de jogadas desarmoniosas no gramado político, andou roubando a alegria das arquibancadas. * Jornalista (cantonius1@yahoo.com.br)

O vulcão social GAUDÊNCIO TORQUATO * Os geofísicos ensinam que a fusão de rochas com materiais voláteis, quando submetidas a uma temperatura que pode chegar aos 1500º C, resulta em magma, substância existente no interior da terra em uma profundidade entre 15 a 1.500 kms. Nas últimas semanas, nossos olhos contemplaram essa massa avermelhada saindo de um vulcão na Guatemala, na América Central, correndo por encostas, cobrindo cidades de fogo e cinzas, devastando paisagens e deixando um grande saldo de mortos e desaparecidos. A imagem da erupção vulcânica nos remete a uma leve sensação de conforto pelo fato de o Brasil não ter vulcões em atividade, o que não significa que estamos imunes às desgraças com origem noutros fatores. Nossa cultura política, por exemplo, é fonte de desvios e curvas que acabam tirando o País de seu rumo civilizatório. Nem bem saímos da pior recessão da história, sob acolhedora sombra de reformas que prometiam recolocar o trem nos trilhos e resgatar a credibilidade do País, eis que o pessimismo volta a abater o ânimo nacional. Apesar do alerta do ex-presidente Fernando Henrique (em seus tempos de mando) de que “não podemos cair no catastrofismo”, o futuro é nebu-

loso e tão cheio de interrogações que não há como escapar à ideia de magmas em formação subindo à superfície do nosso território para explodir na erupção de um vulcão social, caso se eleja no pleito deste ano um perfil de extrema direita ou um de extrema esquerda. A sugestão do próprio FHC de se arrumar consenso em torno de Marina Silva (Rede Sustentabilidade) não resiste à evidente inferência de que essa figura pacata e moderada não reúne condições para enfrentar a real politik. Seria tragada por intermitente tufão político. Voltemos aos extremos. O espírito beligerante de Jair Bolsonaro, caso o capitão seja eleito, levaria o País para uma posição de continuados conflitos. Estabeleceria, de imediato, a disputa de “cabo de guerra” entre militantes, multiplicando arengas e querelas, expandindo posições radicais, e envolvendo classes sociais, levadas a tomar partido diante de confrontos nas ruas e nas casas congressuais. A ingovernabilidade ganharia corpo. O clima social ficaria sob a ameaça de um rastilho de pólvora. Que os bolsonarianos gostariam de jogar aos montes para acender o pavio. O vulcão entraria em erupção diante de gestos tresloucados do governante. Do outro lado, eventual perfil representando a

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extrema esquerda e correntes de esquerda reforçaria o refrão do apartheid social, “nós e eles”, que o PT continua a brandir em vídeos, mensagens pelas redes, expressões de seus porta-vozes – Lula, Gleisi, Lindberg Faria, entre os principais. Para montar firme na sela do cavalo, o eleito não deixaria brechas: encheria os tanques da máquina governamental com radicais e enfiaria o Estado na estrutura partidária. Todos os cantinhos seriam ocupados. Projeto de poder de 20 anos, com juros e correção monetária cobrados do impeachment de Dilma. Em suma, teríamos amarração da sociedade ao Estado forte. O País está dividido. E a hipótese de harmonia social não passa de lorota quando expressa por figuras das extremidades do arco ideológico. O que se vê na farta linguagem de militantes nas redes sociais é a destilação de ódio, infâmias, acusações pesadas, falsidades e enaltecimento às ditaduras. O Brasil volta a sofrer a síndrome de Sísifo, o condenado pelos deuses a depositar a pedra no cume da montanha, tarefa que tenta executar por toda a eternidade.

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Futuro adiado mais uma vez Pesquisa de opinião recentemente divulgada aponta que o nível de rejeição ao presidente Michel Temer equivale a 82% da população, percentual nunca antes alcançado e atribuído em parte à greve dos caminhoneiros e seus desdobramentos. Num país de memória convenientemente muito curta, cabe recordar que o atual presidente chegou ao poder, em circunstâncias ainda pendente de esclarecimentos, dizendo que não carregava a ambição da popularidade ou do reconhecimento e se daria por realizado se ao completar seu mandato pudesse entregar o País em melhores condições no que toca às questões institucionais, à qualidade da gestão pública e, por fim, aos resultados. Passados dois anos e pouco os resultados não apareceram, não pelo menos nas proporções desejáveis. As boas intenções, aquelas declaradas de público, não bastaram. O presidente chamava a atenção, por exemplo, para as deterioradas condições das contas públicas, elegendo a redução do Passados dois anos déficit fiscal como prioritária e e pouco os resultados ação que teria como um dos pontos focais não apareceram, a reforma da não pelo menos Previdência Social, dela retirando nas proporções os privilégios desejáveis. que alcança uma parcela pequena As boas intenções, da população, aquelas declaradas mas que tem peso decisivo nos de público, não custos do sistema. bastaram Prometia também levar adiante a reforma política, pondo fim ao sistema viciado que tanto compromete a governabilidade, a própria gestão pública e tanto ajudou a transformar a corrupção num sistema endêmico no País. Seriam ações que, em conjunto, devolveriam credibilidade ao governo e ao próprio País, atraindo dessa forma investidores que, encontrando um ambiente menos hostil, consequência também da reforma fiscal, da desburocratização, da simplificação e da redução do peso do Estado, estariam ajudando a criar as condições para a retomada do crescimento da economia. Um Estado mais leve e menos custoso, na mudança que teria como um de seus símbolos mais fortes um drástico corte no número de ministérios que, chegou-se a imaginar, seriam ocupados por “notáveis”. Entre o idealizado e o realizado as diferenças podem ser percebidas pelo resultado da pesquisa de opinião comentada na abertura deste comentário. Essencialmente as possíveis boas intenções esbarraram em condições políticas adversas, num jogo de dependência, ou submissão, que o sistema político brasileiro, em particular o multipartidarismo, impõe. O equilíbrio é sempre necessariamente precário e obtido um custo extremamente elevado, em que não há espaço para o mérito, para a qualidade e menos ainda para o real interesse público. Se tudo correr conforme o estabelecido, o presidente Temer esgotará seu tempo frustrado. Principalmente porque entregará o governo a alguém que não terá como fazer um percurso diferente.

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BELO HORIZONTE, TERÇA-FEIRA, 19 DE JUNHO DE 2018

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ECONOMIA COMBUSTÍVEIS

Programa de subsídios atrai Minaspetro reivindica do Executivo estadual redução do ICMS e do valor de referência 31 empresas

Preço do diesel recua R$ 0,41 em Minas

ALISSON J. SILVA

LEONARDO FRANCIA

Mesmo depois da normalização do abastecimento do País, a greve dos caminhoneiros continua provocando discussões e insatisfação em relação, especialmente, às medidas anunciadas pelo governo federal que deveriam promover a redução do preço do litro do óleo diesel, nos postos, em pelo menos R$ 0,46. O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo do Estado de Minas Gerais (Minaspetro) afirma que o recuo máximo nas bombas dos postos em Minas foi de apenas cerca de R$ 0,41. O Minaspetro alega que, somente se o governo de Minas diminuir a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) para o diesel, atualmente em 15%, a redução prometida pelo Executivo federal, de R$ 0,46, chegará às bombas dos postos de combustíveis no Estado. Segundo a entidade, que representa aproximadamente 4 mil postos de combustíveis, a situação se torna ainda pior porque a Portaria nº 760, do Ministério da Justiça, publicada no último dia 5, obriga os postos a repassarem quaisquer reduções no preço do óleo diesel vindo da companhia distribuidora. Ainda segundo o Minaspetro, o próprio ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, chegou a afirmar que a queda de R$ 0,46 só seria viável se os estados reduzissem as alíquotas de ICMS e/ou reajustassem o valor- base para cobrança do tributo.

Governo alega que alíquota de 15% do ICMS sobre o diesel é um dos mais baixos do País e que valor base depende de pesquisa

Além disso o Ato Cotepe/PMPF nº 11/2018, do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), que oficializa o valor-base para cobrança das alíquotas dos combustíveis, não promoveu reduções nos valores de ICMS do diesel. “O Estado ignorou o apelo da população e dos motoristas de caminhões, que literalmente pararam o Brasil há poucos dias. Isso é uma ofensa para o cidadão mineiro, ainda mais neste momento de comoção geral por um preço do combustível mais justo”, criticou, em nota, o presidente do Minaspetro. Nas contas do Minaspetro, o ICMS estadual impõe um valor de R$ 0,55 no preço do litro do diesel; de R$ 0,54 no preço do litro do etanol; e de R$ 1,45 no custo do litro da

gasolina. Em Minas Gerais, a alíquota do ICMS da gasolina é fixada em 31%; do etanol, em 16%; e do diesel, em 15%. O presidente do Minaspetro lembrou, ainda, que outros estados, como Alagoas, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Roraima e Tocantins, reduziram, recentemente, o valor-base para cobrança do ICMS do diesel, enquanto Minas Gerais não. “É o governo (de Minas) transferindo a renda da população diretamente para os cofres estaduais”, lamentou. Fazenda promete pesquisa Procurado pela reportagem, o governo de Minas, através da Secretaria de Estado de Fazenda (SEF) informou que, “para definir a base de cálculo do ICMS dos com-

bustíveis, são feitas pesquisas periódicas em todas as regiões de Minas Gerais, com o objetivo de aferir o preço médio ponderado praticado pelos revendedores junto ao consumidor final”. A SEF reforçou, em documento enviado à reportagem, que, para apoiar e estimular o segmento da economia cujo diesel é estratégico, desde 1º de fevereiro deste ano, o valor de referência considerado no Estado é de R$ 3,6284. “Em Minas Gerais, diferentemente de outros estados, o valor desta base de cálculo permaneceu inalterado, mesmo quando, no início de maio, o preço médio ponderado subiu em todo o País, chegando a quase R$ 4 o litro. Alta que, posteriormente, resultou na mobilização nacional dos

Petrobras prepara transferência de ativos de refino São Paulo - A Petrobras informou ontem que ampliou prazo para a assinatura de acordos de confidencialidade junto a interessados em um processo aberto pela companhia para a venda de 60% de sua participação em ativos de refino e logística no Nordeste e Sul do País. A petroleira disse que a data final para que sejam firmados esses acordos foi prorrogada para 2 de julho. “Com a extensão de prazo, além das cinco empresas que já assinaram o acordo até o momento, outras empresas que já manifestaram interesse também poderão participar do processo, ampliando a competitividade”, disse a estatal em nota. A mudança no prazo foi solicitada por interessados, segundo a empresa, o que sinaliza que os investidores ainda estão de olho no setor, apesar da intervenção do governo federal com um programa de subsídio ao diesel e de uma consulta pública aberta pela reguladora do setor (ANP) que vai resultar em uma resolução para determinar a periodicidade dos reajustes. O desinvestimento nos ativos de refino pela Petrobras, anunciado em 27 de abril pela empresa que detém praticamente o monopólio do setor, pode ajudar o Brasil a diversificar os “players” do segmento, gerando maior competitividade entre os agentes com benefícios ao consumidor,

aposta a ANP. A extensão do prazo para novos interessados acontece após uma greve de caminhoneiros que durou 11 dias no final de maio, em protesto contra a elevação e a frequência quase que diária nos reajustes dos preços do diesel. Os protestos, que atacaram a política de preços da Petrobras para o combustível, levaram o governo federal a anunciar um programa de subvenção ao diesel que incluiu um congelamento das cotações e redução de impostos. A pressão sobre a política de preços da estatal, que inclusive resultou na saída do então presidente da companhia, Pedro Parente, assustou investidores interessados na aquisição das refinarias, disseram fontes à reportagem ainda no final de maio. Mas a Petrobras disse em seu comunicado que os negócios em refino têm atraído alguns investidores e que esse interesse pode aumentar com o prazo maior. As parcerias incluiriam duas refinarias (Abreu e Lima e Landulpho Alves) e cinco terminais no Nordeste, onde a capacidade de processamento é de 430 mil barris por dia (bpd), enquanto no Sul, cuja capacidade de processamento é de 416 mil bpd, seriam duas refinarias (Alberto Pasqualini e Presidente Getulio Vargas) e cinco terminais. Nesse modelo, o parcei-

ro controlaria a operação, enquanto a petroleira brasileira seguiria com participação de 75% do mercado brasileiro, uma vez que suas outras nove refinarias e 36 terminais, a maioria no Sudeste, ficariam totalmente sob seu controle. Temporário - Para o diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Décio Oddone, a ideia é que consulta pública sobre periodicidade de reajustes de preços de combustíveis resulte em algo que implique na menor interferência possível no mercado, e que a resolução fruto das sugestões dure apenas por um tempo, até que a Petrobras eventualmente deixe de ter o monopólio do setor. “A expectativa é de que seja o menos impactante possível, e que respeite o anseio da sociedade de haver uma maior previsibilidade na precificação de combustíveis, e a nossa expectativa é de que seja temporário”, afirmou Oddone sobre a consulta pública na noite de domingo, em entrevista ao programa Poder em Foco, do SBT. Segundo ele, uma vez que o Brasil vive uma situação em que uma solução estrutural para a questão, seja via mercado, seja via tributos, não vai acontecer no curto prazo, a ANP optou por realizar a consulta pública, que está aberta

até 2 de julho, mesma data estabelecida pela Petrobras para receber formalmente interessados no processo de venda das refinarias. “Se a Petrobras avançar com a venda das refinarias e tiver um mercado competitivo não haverá mais necessidade disso (medida sobre periodicidade de reajuste), porque o mercado vai se encarregar de adotar a sua prática de repasse de reajustes naturalmente”, afirmou o diretor-geral da ANP. Oddone explicou que em um mercado de refino com outros agentes, com alguns deles interessados em aumentar a sua participação no setor, eventualmente adiando reajustes, a medida da ANP sobre a periodicidade de repasses de preços “perderia a validade”. Ele comentou ainda que, se o governo no futuro decidir eventualmente mudar questões tributárias, instituindo impostos que possam ser reduzidos quando há alta de preços do petróleo, isso também aliviaria preocupações sobre a volatilidade das cotações dos combustíveis. “Por outro lado também, se o governo trabalhar na questão tributária e implementar algum modelo novo, via tributo, que se encarregue de fazer esse amortecimento de preço, uma demanda da sociedade, também a nossa medida perderia a validade.” (Reuters)

caminhoneiros”, acrescenta a SEF no texto. Ainda com base nas informações da SEF, “o Estado está aguardando a readequação dos preços nas bombas para, então, providenciar uma nova pesquisa que deve resultar na revisão da base de cálculo do ICMS do diesel”. A secretaria destaca, ainda, que a alíquota do ICMS do diesel em Minas Gerais permanecerá em 15%, a terceira mais baixa do País, segundo o Executivo mineiro. A SEF lembrou que, além disso, em janeiro, o governo de Minas baixou de 15% para 4% a alíquota do ICMS do diesel para o transporte rodoviário público de passageiros. Além disso, a partir de julho, a alíquota será de 3% e, em janeiro do ano que vem, de 0%.

Rio de Janeiro - Um total de 31 companhias, dentre produtoras e importadoras, inscreveram-se para participar da segunda fase do programa de subsídios ao diesel, do governo federal, em vigor entre 8 de junho e o fim de julho, informou a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) em seu site. Dentre as inscritas, estão a Petrobras - que detêm quase 100% da capacidade de refino no País - além das pequenas refinadoras Refinaria de Petróleo Riograndense e Dax Oil Refino S.A., assim como diversas importadoras, como a Alesat Comercial Importações e Exportações Ltda. As 31 empresas, de acordo com a agência reguladora, se inscreveram até ontem. O programa de subvenção ao combustível, do governo federal, foi criado como resultado das negociações para encerrar uma greve dos caminhoneiros, que durou 11 dias em maio e protestava contra os altos preços do combustível. O objetivo do governo é que as empresas reduzam seus preços, sem que sejam prejudicadas financeiramente. Ao aderirem ao programa, as produtoras e importadoras se comprometeram a congelar os seus preços de comercialização do diesel no País em valores estipulados pelo governo federal, ao passo que serão ressarcidas em até R$ 0,30 por litro pela União, dependendo das condições do mercado. (Reuters)

Autorizada venda direta de óleo do pré-sal Brasília - Após aprovação pelo Senado e Câmara dos Deputados, já está em vigor a lei que autoriza a venda direta de óleo do pré-sal sem a necessidade de agentes intermediários. A venda será feita pela estatal Pré-Sal Petróleo S/A (PPSA), que poderá negociar diretamente com outras empresas a parte de óleo devida à União, tendo como base o regime de partilha, vigente desde 2010. Antes da lei era obrigatória a contratação de agentes de comercialização para vender o petróleo. A Medida Provisória 811, agora transformada em lei, foi editada pelo governo em dezembro do ano passado, mas para continuar em vigor precisava ser aprovada pela Câmara e pelo Senado, processo que se encerrou no dia 23 de maio. Na última quinta-feira (14), o presidente Michel Temer sancionou o texto, sem vetos. A partir de agora, a PPSA deverá comercializar os óleos preferencialmente na modalidade de leilão, observando a política estabelecida pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) e o preço de referência fixado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), sendo que só poderá ser realizada por preço inferior ao de referência caso não haja interessados na compra. Nessa hipótese, os preços deverão ser compatíveis com os de mercado. A expectativa do governo é de que cerca de 5 milhões de barris de petróleo da parcela que a União tem direito poderão ser comercializados em 2018 e 2019. A equipe econômica estima que nos próximos cinco anos o comércio decorrente de contratos de partilha do Campo de Libra e de acordo de individualização de outros campos gere uma receita bruta de R$ 5,34 bilhões à União. A nova lei também regulamenta a distribuição dos recursos da venda destinados a um fundo social, criado em 2010 para financiar programas nas áreas da educação, cultura, esporte e saúde pública, dentre outros. Segundo a lei sancionada, os valores serão repassados ao fundo somente após a dedução de tributos e gastos relacionados à comercialização dos produtos. (ABr)


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ECONOMIA ADRIANO MACHADO/REUTERS

Temer acha que parecer do Cade não atrapalha O presidente Michel Temer considera que o parecer contrário do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) ao tabelamento do frete rodoviário, revelado pelo Broadcast/Estadão, não atrapalha a resolução definitiva da crise dos caminhoneiros. Temer disse que há uma ação na Justiça sobre a questão e que o governo vai esperar o Supremo Tribunal Federal (STF) tomar uma decisão. O presidente falou com a imprensa após participar de almoço com líderes do Mercosul, ontem, em Assunção, no Paraguai. “Nós fizemos uma grande composição com os caminhoneiros, vocês perceberam o drama que foi, e conseguimos pacificamente desmontar o movimento. Agora, se o Supremo decidir de outra maneira, nós vamos obedecer”, declarou o presidente. Como revelou o Estadão/Broadcast, o Cade faz duras críticas no documento à criação da tabela de preços mínimos pela Medida Provisória 832, feita pelo governo federal para atender à reivindicação dos caminhoneiros que paralisaram o transporte rodoviário brasileiro no fim de maio.

Pesquisa constata que 71% das transportadoras trabalham com Transportador Autônomo de Cargas, por causa do preço

TRANSPORTE RODOVIÁRIO

Mais de 40% das empresas usam planilhas ao contratar Além disso, para gerenciar demandas, 23% não têm acesso a sistemas MARA BIANCHETTI

Tema recorrente em diversos setores produtivos, a indústria 4.0 ainda está longe de se tornar uma realidade para a atividade de transportes no País. Pesquisa sobre o perfil das transportadoras de cargas brasileiras revelou que mais de 40% das empresas do setor ainda usam planilhas como principal ferramenta na hora de contratar autônomos e 23% não usam nenhum sistema para gerenciar suas demandas de fretes. De acordo com o levantamento realizado pelo aplicativo TruckPad, Portal Estradão e Grupo Ipsos, sobre o segmento das transportadoras do Brasil em 2018, o setor precisa se atualizar e agregar as ferramentas digitais, por meio de investimentos estratégicos, caso queira crescer e aumentar sua competitividade. “No mundo digital compartilhado, quem não faz uso de alguma ferramenta da indústria 4.0 perde espaço. Hoje, não basta que a conectividade das empresas seja apenas interna. Resultados diferenciados e satisfatórios exigem, por exemplo, sistemas que conectem as transportadoras aos seus clientes e fornecedores”, explicou o CEO e fundador do Truckpad, Carlos Mira. Para o levantamento, a pesquisa ouviu cerca de 400 pessoas, 70% das quais sócios, proprietários, CEOs, diretores ou gerentes das empresas transportadoras, com o objetivo de entender o comportamento, motivações e perspectivas do setor em âmbito nacional. De acordo com Mira, a pesquisa levantou informações completas que vão desde o perfil dos entrevistados e atuação no mercado até a adoção de ferramentas. Das empresas pesquisadas, 53,7% concentram sua atuação no Sudeste e 19,1% no Sul, enquanto outras regiões do Brasil têm uma atuação ainda bem tími-

da: 12,6% no Centro-Oeste; 10,7% no Nordeste; e 3,7% no Norte. Do total, mais de 70% têm frota própria. O estudo constatou também que 71% das transportadoras trabalham com Transportador Autônomo de Cargas (TAC) e, dessas, 33% afirmam que a principal vantagem é o preço competitivo. A grande oferta de profissionais e o fato de ter menos burocracia também foram as respostas de 25% e 16%, nesta ordem. Em relação à utilização de ferramentas digitais, o levantamento mostrou que sistemas de divulgação na web são utilizados por 45% das empresas. Mesmo assim, as planilhas e listas próprias de contatos são a principal fonte de 43% dos respondentes. “Os sistemas dão agilidade ao processo, já que notificam apenas os motoristas com características demandadas e que estão próximos da coleta, enquanto o grande problema das listas e planilhas é a ineficiência”, alertou o CEO do Truckpad, que é um marketplace que conecta o caminhoneiro à carga. E mesmo com as vantagens, 22% dos entrevistados admitiram não utilizar ne-

nhum TMS para controlar suas demandas de cargas e outros 21% sequer souberam responder. Outra ferramenta que auxilia a administração das transportadoras é o Sistema de Administração de Armazém (WMS na sigla em inglês), software utilizado para fazer a gestão de estoque das empresas. Essa ferramenta possibilita integrar as movimentações do armazém com os transportadores. Como nem todas as transportadoras contam com armazéns, já era esperado um número baixo de uso. As respostas evidenciaram que 39,5% não utilizam nenhum WMS. Já o Planejamento de Recursos Empresariais (ERP na sigla em inglês) controla e avalia os recursos da empresa, ajuda no fluxo de caixa, gera boletos de cobrança, emite nota fiscal eletrônica, controla custos e identifica falhas de informação do negócio. A pesquisa revelou que empresas maiores tendem a utilizar mais algum sistema deste tipo. Perfil - O estudo mostrou que quase metade das transportadoras brasileiras foca sua carga em um segmento específico: 9,3% transporta

carga fracionada; 8,3% atua no segmento de refrigerados/frigoríficos/perecível; 7,4% em carga perigosa/ químicos; eletrônicos e eletrodomésticos são transportados por 6,5%, mesma porcentagem para os grãos e insumos agrícolas. A pesquisa apontou também que o baú é o tipo de carroceria mais usado pelas transportadoras para transportar essas cargas prioritárias (34,3%) e que quase 60% das transportadoras operam com caminhões com mais de cinco anos de uso. Por fim, nos próximos 12 meses, 48% das empresas pretendem adquirir mais caminhões. As mais otimistas são as empresas mais novas, com até cinco anos de mercado, que representaram 63,5% dos “sims” para a compra de caminhão. Entre as empresas com mais de 16 anos, essa taxa se manteve em 33,3%. Em relação aos autônomos, a expectativa da maioria das transportadoras é de aumentar ou manter o número de contratações atuais nos próximos 12 meses, o que representou 86% dos respondentes. Apenas 14% dos entrevistados preveem diminuição da demanda.

Para Guardia, tabela lesa caminhoneiro São Paulo - O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, afirmou ontem que o tabelamento do frete poderá ser prejudicial aos caminhoneiros. Para ele, a medida vai verticalizar a atividade nas empresas, reduzindo a demanda por frete. “O tabelamento pode acabar prejudicando aqueles que seriam beneficiados. Nós não temos como revogar a lei da oferta e da demanda por decreto”, disse, durante almoço com empresários do grupo Lide. “Mas eu acho que existe entre os caminhoneiros uma percepção maior de que a tabela do frete pode ser negativa para a própria atividade dos ca-

minhoneiros”, comentou. Em relação à economia brasileira, Guardia falou que a recuperação passa por todos os setores e conta com uma retomada “forte” dos investimentos. Afirmou que é necessário dar continuidade ao processo de reformas, com mais ênfase na da Previdência. Além disso, declarou que considera difícil, no atual ambiente, pensar em uma reforma tributária “profunda”. “Não vamos nos iludir. Sem reforma da Previdência, não adianta pensar em reforma tributária.” Impostos - Segundo ele, sem reforma da Previdên-

cia, os gastos continuarão a crescer. O ministro ressaltou que não pretende reduzir nem aumentar impostos no momento. De acordo com Guardia, o governo pretende calibrar as alíquotas nominais dos impostos. “Se quisermos implantar um IVA Imposto de Valor Agregado precisamos corrigir PIS e Cofins”, disse o ministro. “Nosso projeto até o fim do ano é simplificar o sistema do PIS/Cofins.” O ministro ainda afirmou que é cético em relação a uma unificação do ICMS no momento. “Caminhar para tributação do ICMS no destino é impossível”, apontou. (AE)

Cartel - O conselho afirma que a tabela de frete cria uma espécie de cartel, tem graves efeitos ao consumidor, prejudica o mercado e representa uma afronta à livre concorrência. A manifestação do Cade foi feita a pedido do ministro do STF Luiz Fux, relator de ações que questionam a constitucionalidade da medida. Na sexta-feira, o Ministério da Fazenda também enviou um posicionamento contrário ao tabelamento de preços, enquanto a Advocacia-Geral da União defendeu a medida. (AE)

ANTT sai em defesa de tabelamento do frete Brasília - Depois de manifestações negativas sobre o tabelamento de preços mínimos de frete enviadas ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo Ministério da Fazenda e pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) veio em defesa da medida, uma das principais reivindicações dos caminhoneiros atendidas pelo governo federal durante a greve da categoria. Responsável pela resolução que definiu a tabela de preços mínimos, vinculada a Medida Provisória 832/2018, a ANTT afirma que os valores de frete rodoviário estavam sendo subestimados, sendo necessária a intervenção estatal no setor para garantir a saúde econômico-financeira das empresas, cooperativas e autônomos. Segundo a agência, a suspensão do tabelamento “lançará o País no mesmo caos em que se encontrava dias atrás”. O parecer foi feito a pedido do ministro do STF Luiz Fux, relator de ações que questionam a constitucionalidade da medida na Suprema Corte, e enviado através da Procuradoria Geral Federal, pelo Departamento de Contencioso da Advocacia-geral da União (AGU). Apesar de defender a manutenção do tabelamento e a necessidade de intervenção estatal no setor, a ANTT atenta que as negociações em torno do frete “ainda não estão definitivamente encerradas”, e que a medida, “emergencial”, pode ser reavaliada. “As negociações ainda não estão definitivamente encerradas. Pode-se dizer que a adoção do tabelamento foi sim medida emergencial, mas pode ser reavaliada. De se dizer que o fato de o valor do frete ter aumentado, conforme o exemplo trazido na petição inicial, não significa que não foram observados parâmetros de razoabilidade e proporcionalidade. O fato é que, em princípio, os custos para o transporte

de cargas subiram e o frete não acompanhou, impondo o prejuízo aos trabalhadores motoristas”, justifica a ANTT. A segurança nas estradas também é citada como um dos motivos do tabelamento pela agência, para quem os preços “aviltados” estavam comprometendo a manutenção dos veículos de transporte de carga. “A execução do transporte rodoviário remunerado de cargas em valores inferiores aos definidos pela Agência pode mostrar-se prejudicial para sustentabilidade do setor, além de ensejar aumento no número de sinistros envolvendo veículos utilizados no transporte rodoviário de cargas”, afirma a ANTTao STF. Constituição - Assim como o parecer enviado pela AGU, o trecho da Constituição que prevê a possibilidade de o Estado intervir no domínio econômico para “assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social”, é citado para justificar a medida. O argumento chegou a ser rebatido pelo Ministério da Fazenda, quando a pasta enviou na última sexta-feira (15) manifestação ao STF. A Fazenda argumentou que os problemas em torno da adoção da medida fazem com que a MP não consiga assegurar esse propósito, além de criticar a ausência de uma análise “prévia” sobre os impactos da medida sobre a economia. Por outro lado, a ANTT afirma que a conclusão do processo de tabelamento foi viabilizada pela “existência de estudos relativos ao mesmo tempo no âmbito da agência”. “A tabela foi necessária para restabelecer uma situação de equilíbrio no mercado, e a ANTT fixou-a dentro dos estritos limites que a MP lhe permitiu.” Segundo a agência, mesmo com os preços mínimos, ainda há espaço para “intensa concorrência e liberdade de iniciativa no que se refere ao lucro do transportador”. (AE)


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ECONOMIA CONSUMO

PIS/PASEP

Inadimplência recua na Capital

Governo espera movimentar a economia com Retração foi de 3,5% de janeiro a abril, mas recuperação de crédito também segue em queda liberação de saques FEDERAMINAS / DIVULGAÇÃO

ANA AMÉLIA HAMDAN

A inadimplência em Belo Horizonte registrou uma ligeira queda de 0,3% em abril no comparativo com março. No ano – janeiro a abril – em relação com igual período de 2017, a queda foi de 3,5%. Já na comparação abril 2018/abril 2017, a retração foi mais intensa, chegando a 7,6%. Os dados são da Boa Vista Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC). Nessas mesmas bases comparativas foram apresentadas também quedas na recuperação de crédito. Em abril na comparação com março, a queda foi de 0,5%. Nos quatro primeiros meses do ano em relação a igual período de 2017, a retração foi de 6,8%. E, em abril de 2018 frente a igual mês do ano passado, houve redução de 3,8%. Economista da Boa Vista SCPC, Flávio Calife informa que, atrelados, os dados mostram ainda uma atividade econômica lenta. Segundo ele, o levantamento aponta que a inadimplência continua se comportando bem, o que vem ocorrendo nos últimos dois anos, mesmo com a piora do cenário econômico. Por outro lado, a queda na recuperação do crédito mostra que a retração na inadimplência ocorre não por uma melhora na situação financeira, mas por redução da tomada de crédito. “O menor uso do crédito leva menos pessoas a ficarem inadimplentes, mas isso não quer dizer que elas estão financeiramente melhor”, explica. “Há menos gente entrando no cadastro de inadimplentes, mas também há menos gente pagando”, completa. De acordo com o levantamento, em Minas, no Sudeste e no Brasil a situação é semelhante à da Capital, com queda ou es-

Queda da inadimplência na Capital, Estado e País espelha mais a redução de crédito do que a recuperação econômica

tabilidade na inadimplência e retração na retomada de crédito do consumidor. No Estado, a inadimplência subiu ligeiramente 0,1% em abril na relação com março. No acumulado do ano houve retração de 2,5% na comparação com igual período de 2017. Já no comparativo abril 2018/abril 2017, houve retração de 6,2%. Ainda em Minas, a recuperação de crédito caiu 0,4% no mês de abril em relação a março. Já no acumulado dos quatro primeiros meses do ano, houve queda de 2,5%. Em abril em relação a igual

mês do ano passado, o recuo foi de 7,1%. Sudeste - O Sudeste registrou queda de 0,5% na inadimplência em abril na relação com março. A retração foi de 1,8% no acumulado do ano. Já em abril no comparativo com igual mês do ano passado, houve diminuição de 4,3%. Também no Sudeste, a recuperação de crédito caiu 1% na relação abril/março, enquanto no acumulado do ano a retração foi de 1,8%. Na relação de abril com igual mês do ano passado,

a queda foi de 0,4%. País - Já no País, o registro de inadimplentes caiu 0,3% em abril na relação com março. No acumulado do ano, houve retração de 1,7%. No comparativo abril 2018/abril 2017, a queda foi de 4,5%. Quanto à retomada do crédito por parte do consumidor, houve queda, no País, de 0,9% em abril na comparação com março. No acumulado do ano, a retração foi de 1,6% comparando-se com igual período de 2017. Já em abril deste ano, em relação a igual mês de 2017, a queda foi de 1,6%.

Brasília – Desde ontem os brasileiros com mais de 57 anos, que são titulares de contas inativas dos fundos dos programas de Integração Social (PIS) e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep), poderão sacar esses recursos. Entre os dias 14 e 28 de setembro, a autorização será ampliada para todas as idades, diferentemente do que ocorria até então, quando o saque total só podia ser feito quando o trabalhador completasse 70 anos, se aposentasse, tivesse doença grave ou invalidez ou fosse herdeiro de titular da conta. A mudança da regra ocorreu na última semana, quando o presidente Michel Temer assinou decreto que amplia as possibilidades de saque até o dia 28 de setembro. A estratégia do governo é impulsionar a economia, seguindo o modelo adotado na liberação de saques das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que representaram cerca de R$ 43 bilhões em movimentação. Pelas contas do governo, 28,7 milhões de pessoas serão beneficiadas. Em cifras, são R$ 34,3 bilhões disponíveis para saque no Banco do Brasil e na Caixa Econômica Federal. Isto porque 3,6 milhões de pessoas já resgataram R$ 5 bilhões em recursos dos dois programas. Tem direito ao saque servidores públicos e pessoas que trabalharam com carteira assinada de 1971, quando o PIS/Pasep foi criado, até 1988. Quem contribuiu após 4 de outubro de 1988 não tem direito ao saque. Isso ocorre porque a Constituição, promulgada naquele ano, passou a destinar as contribuições do PIS/ Pasep das empresas para o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), que paga o seguro-desemprego e o abono salarial, e para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). (ABr)

AVIAÇÃO

TCU vai apurar se cobrança por despacho de bagagem reduziu preços das passagens O Tribunal de Contas da União (TCU) informou que iniciou uma auditoria de conformidade para checar se a cobrança pelo despacho de bagagem, praticada pelas empresas aéreas desde o ano passado, se traduziu em preços mais baixos das passagens. O relator do processo é o ministro Bruno Dantas, responsável pelo setor de transportes para o biênio 2017-2019. A intenção é avaliar se a resolução número 400 da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que autorizou a cobrança, “trouxe algum benefício ao consumidor”, diz o órgão de controle em nota. O tema tem sido motivo de debate desde o ano passado, principalmente depois de a Associação Brasileira das Empresas

Aéreas (Abear) ter divulgado um levantamento que mostrava queda de até 30% dos preços das passagens após a adoção da nova regra. Nas discussões, a entidade tem reforçado que a tendência de longo prazo é positiva, mas lembra que, no curto prazo, os efeitos da regra são mais difíceis de se observar, uma vez que vários fatores influenciam os preços das passagens. Já a Anac tem preferido adotar uma postura cautelosa e não divulgar nenhuma conclusão. A avaliação é de que ainda é cedo para medir o impacto da regra. Porém, a agência monitora os movimentos dos preços, pois se comprometeu a analisar os efeitos da resolução após cinco anos de sua vigência. (AE) CHARLES SILVA DUARTE

TCU quer avaliar se Resolução 400 da Anac beneficiou consumidor

Boeing e Embraer formatam joint venture Rio de Janeiro - As negociações entre Embraer e a norte-americana Boeing tiveram avanços nos últimos dias e uma nova reunião para tratar da criação de uma joint venture global na área de aviação deve ocorrer esta semana, disseram três fontes à reportagem. As negociações entre as duas empresas e o governo federal, que detém direito de veto sobre decisões estratégicas da fabricante brasileira de aeronaves, visam enfrentar uma parceria em aviação comercial que deve ser concluída em julho entre a canadense Bombardier e a europeia Airbus. Um grupo técnico foi criado dentro do governo federal para estruturar a parceria entre Boeing e Embraer e conta com a participação de integrantes dos ministérios da Fazenda, Defesa e outros órgãos. “Vamos ter uma reunião essa semana para tratar dos avanços”, disse a primeira fonte próxima do assunto. A ideia é que a joint venture englobe os produtos de aviação comercial das duas empresas. De acordo com uma segunda fonte próxima ao assunto pelo governo, a Boeing deve ficar com 80% da nova empresa e a Embraer com 20%. O Brasil, de acordo com essa segunda fonte, quer que os negócios na área militar da Embraer, como aviões de combate e sistemas de radar, fiquem com a empresa brasileira. “Esse é o ponto mais importante da negociação para o Brasil e todos estão debruçados em

SARGENTO BATISTA / AGÊNCIA FORÇA AÉREA BRASILEIRA

Brasil quer que negócios da área militar fiquem com a Embraer

cima disso. A ordem é manter o desenvolvimento da tecnologia no Brasil e esse é um ponto relevante”, afirmou a segunda fonte. “O que está faltando é resolver a questão de pesquisa e desenvolvimento. Queremos garantir que fique no Brasil”, disse a segunda fonte. As fontes não indicaram quando a reunião vai ocorrer nesta semana ou quando um acordo poderia ser alcançado. O colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, publicou na véspera que as duas empresas devem fechar um acordo em 15 dias. Embraer e Boeing conversam desde o ano passado sobre uma eventual parceria, mas até agora

não tornaram público nenhum dos termos das negociações. Em maio, o ministro da Defesa, general Joaquim Silva e Luna, disse que estava otimista com o andamento das negociações e que esperava que as empresas acertassem um acordo ainda neste ano. Na ocasião, ele afirmou que “as empresas buscam um caminho de ganha -ganha entre elas. Esse caminho está sendo encontrado”, disse ele a jornalistas. “O que se busca é preservar o lado de Defesa da Embraer”, adicionou. Consultadas ontem, a Embraer não comentou o assunto e a Boeing disse apenas que “as negociações continuam”. (Reuters)


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ECONOMIA MARCOS SANTOS / USP IMAGENS

ENERGIA

Chuvas abaixo da mĂŠdia sĂŁo alerta de bandeira vermelha Mecanismo soma R$ 5 Ă s contas de luz a cada 100 kwt/hora consumido SĂŁo Paulo - PrevisĂľes de chuvas abaixo da mĂŠdia ao longo dos prĂłximos meses na regiĂŁo dos reservatĂłrios das hidrelĂŠtricas, principal fonte de geração do Brasil, devem pressionar as chamadas bandeiras tarifĂĄrias, mecanismo criado para sinalizar ao consumidor eventuais reduçþes na oferta de energia, apontaram ontem especialistas. Com isso, existe uma expectativa generalizada de que se mantenha nos prĂłximos meses a chamada bandeira tarifĂĄria vermelha nĂ­vel 2, jĂĄ acionada para junho, que soma R$ 5 Ă s contas de luz a cada 100 kilowatts-hora consumidos. As bandeiras geram cobranças extras para os consumidores quando saem do verde para o amarelo ou para a bandeira vermelha, que ĂŠ dividida em dois patamares, sendo o segundo o mais caro. “NĂłs esperamos que a bandeira vermelha 2 continue atĂŠ o final do anoâ€?, escreveram analistas do banco UBS em relatĂłrio ontem. “Existe um certo consen-

so... tem vĂĄrios agentes de mercado que estĂŁo indo nessa linha, atĂŠ novembro com bandeira vermelha, por uma questĂŁo principalmente de hidrologia. Apesar de a carga nĂŁo estar crescendo como se esperava, a hidrologia estĂĄ ficando bem abaixo da mĂŠdiaâ€?, disse Ă Reuters o presidente da comercializadora Copel Energia, Franklin Miguel. As chuvas na regiĂŁo das hidrelĂŠtricas do Sudeste e do Centro-Oeste estĂŁo estimadas para este mĂŞs em apenas 78% da mĂŠdia histĂłrica, que jĂĄ nĂŁo ĂŠ favorĂĄvel, porque a partir de maio tem inĂ­cio o chamado “perĂ­odo secoâ€?, com menores precipitaçþes, segundo dados da Câmara de Comercialização de Energia ElĂŠtrica (CCEE). “Estamos entrando agora no perĂ­odo de inverno e o cenĂĄrio hĂ­drico continua recessivo... estamos esperando bandeira vermelha nĂ­vel 2 atĂŠ o mĂŞs de outubroâ€?, disse Ă Reuters o sĂłcio da consultoria Pontoon-e, Marcos Severine. Ele estimou que, caso confirmada a projeção, a energia

elĂŠtrica poderia contribuir em cerca de 0,60 ponto percentual para a inflação medida pelo IPCA em 2018. Na comercializadora de energia Compass, a projeção, mais conservadora, ĂŠ de bandeira tarifĂĄria vermelha nĂ­vel 2 ao menos atĂŠ setembro. “AtĂŠ lĂĄ, com certeza, ĂŠ vermelha. Agora, outubro, novembro e dezembro ainda nĂŁo dĂĄ para afirmarâ€?, avaliou o diretor da Compass, Paulo Mayon. Ele disse que, ao final de maio, os modelos de projeção apontavam para a possibilidade de chuvas ruins em julho, que eventualmente poderiam se reverter em agosto, o que explica o cenĂĄrio um pouco mais otimista da consultoria, que vĂŞ possibilidade de bandeira amarela em outubro e novembro. Impacto no mercado - A hidrologia fraca prevista para os prĂłximos meses deve impactar negativamente geradores hĂ­dricos com elevado volume de energia jĂĄ vendida para clientes,

como a Cesp, apontaram os analistas do UBS, enquanto empresas com maior nĂ­vel de capacidade descontratada poderĂŁo aproveitar e vender energia a preços melhores no mercado spot de eletricidade. O banco colocou Copel e AES TietĂŞ como as que podem aproveitar melhor a conjuntura. O cenĂĄrio hĂ­drico tambĂŠm elevou o custo de contratos de energia para o segundo semestre, que chegaram a ser cotados em cerca de R$ 188 no inĂ­cio do ano e R$ 230 no começo de abril, mas agora sĂŁo negociados a cerca de R$ 300, segundo Mayon, da Compass. “A precificação do segundo semestre vai se comportando de acordo com essa deterioração na entrada das chuvasâ€?, afirmou. A CCEE estima em seu cenĂĄrio-base que os reservatĂłrios das hidrelĂŠtricas chegarĂŁo a novembro, quando começa o perĂ­odo de chuvas, em 25% da capacidade, contra cerca de 19% no ano passado. (Reuters)

Temer diz ter apoio da Câmara sobre Eletrobras Assunção, Paraguai - O presidente Michel Temer afirmou ontem que a “questĂŁoâ€? do projeto relativo a distribuidoras de energia elĂŠtrica jĂĄ estĂĄ “ajustadaâ€? com a Câmara dos Deputados e que o Congresso trabalha normalmente. Questionado sobre como retomaria a pauta do governo no Congresso diante dos altos Ă­ndices de impopularidade apontados em pesquisa mais recente, o presidente questionou a validade da sondagem e defendeu que o Legislativo tem aprovado matĂŠrias de interesse do Executivo, como

medidas provisĂłrias. “Agora, para esta semana, jĂĄ estĂĄ ajustada a questĂŁo das distribuidorasâ€?, afirmou Temer a jornalistas em Assunção, no Paraguai, onde participa de reuniĂŁo de CĂşpula do Mercosul. “O Congresso estĂĄ trabalhando como antesâ€?, defendeu, citando recentes votaçþes da Câmara e do Senado. Sobre a relação com o Legislativo, Temer negou qualquer dificuldade. “Em primeiro lugar, a pesquisa nĂŁo ĂŠ verdadeira, porque vocĂŞ sabe que nĂłs temos a melhor relação com o Con-

RESULTADO FINAL TELE SENA DE MĂƒES 2018

TĂ­tulo premiado Mais Pontos (23 Pontos) 6.359.388

TĂ­tulos premiados Menos Pontos (8 Pontos) 0.186.960 0.198.507 0.730.605 0.771.092 0.860.860 1.026.888 1.245.077 1.327.857 1.383.842 2.079.769 2.099.722 2.307.934 2.443.156 2.662.521 2.878.573 2.924.064 3.531.478 3.636.816 3.800.697 4.124.227 4.190.809 4.388.725 4.432.293 4.490.274 4.767.896 4.920.448 5.013.373 5.200.188 5.480.832 5.558.892 5.805.354 5.873.541 5.952.294 6.024.050 6.091.936 6.274.718 6.309.863 6.867.148 6.901.823 6.937.517 6.974.849

TĂ­tulo premiado Tele Sena Completa (20 Pontos) 3.434.010

&RQÂżUD RV Q~PHURV GRV 44 WtWXORV SUHPLDGRV FRP SUrPLR LQVWDQWkQHR QR VLWH www.telesena.com.br Dezenas sorteadas Mais Pontos e Menos Pontos 02 03 04 07 08 10 12 15 16 17 18 19 20 22 23 24 25 26 28 33 34 35 36 37 40

Dezenas sorteadas Tele Sena Completa 50 52 53 54 58 59 60 62 63 65 66 68 69 70 72 73 77 78 80 81 83 86

Estados Premiados Mais Pontos (23 Pontos) - SP 01 Menos Pontos (8 Pontos) - AM 01 BA 01 ES 01 GO 01 MA 01 MG 02 MT 01 PA 02 PE 01 PI 01 PR 02 RJ 02 RS 01 SP 23 TO 01 Tele Sena Completa (20 Pontos) - MS 01 PRĂŠMIO CASA 5HVXOWDGR GR VRUWHLR GR GLD UHIHUHQWH j 7HOH 6HQD GH 0mHV NÂş 3.813.371

gressoâ€?, disse Temer. HĂĄ um requerimento para conferir regime de urgĂŞncia a projeto sobre distribuidoras do sistema elĂŠtrico na pauta da Câmara desta semana, mas a votação efetiva tanto da urgĂŞncia quanto da matĂŠria em si depende de outros fatores, como a ocorrĂŞncia de acordo entre os parlamentares e quĂłrum para votação. Incertezas - Na sexta-feira passada, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que pautaria nesta semana o projeto que reduz incertezas relacionadas Ă venda das seis distribuidoras da Eletrobras, ao definir questĂľes sobre crĂŠditos e dĂŠbitos da estatal com fundos setoriais.

O governo tem priorizado a aprovação no Congresso de projeto de lei com mecanismos importantes para aumentar a atratividade das distribuidoras da Eletrobras. A declaração de Maia foi feita no mesmo dia em que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) divulgou o edital para a venda das seis distribuidoras da elÊtrica, situadas no Norte e Nordeste. O certame estå previsto para o dia 26 de julho. A venda das deficitårias distribuidoras Ê vista como importante para viabilizar a desestatização da Eletrobras como um todo, que o governo de Temer vem prometendo realizar ainda neste ano. (Reuters)

CONSTRUTEL PARTICIPAÇÕES S/A Ata de Assembleia Geral OrdinĂĄria e ExtraordinĂĄria Construtel Participaçþes S/A CNPJ/MF n°. 18.743.724/ 0001-90 NIRE n°. 31300017834 Data, Hora e Local: 30 de Abril de 2.018 Ă s 11:00 horas, na sede da Sociedade, localizada na Rua Santa Catarina, 1.630, sala 02, Bairro de Lourdes, Belo Horizonte, MG, CEP 30.170-088. Presença: Presente a totalidade dos acionistas, conforme assinaturas constantes do Livro de Presença de Acionistas da Companhia, satisfeitas, portanto, as formalidades exigidas pelo artigo 127 da Lei 6.404/76. Convocação: Dispensada em razĂŁo da presença da totalidade dos acionistas, conforme dispĂľe o parĂĄgrafo 4o do art. 124 da Lei n. 6.404/76. Publicaçþes PrĂŠvias: (a) Aviso de Acionistas – Dispensada a publicação do Aviso aos Senhores Acionistas, conforme disposto no art. 133, § 4Âş, da Lei n°. 6.404/76; (b) Edital de Convocação – Formalidade dispensada na forma do § 4Âş do art. 124, da Lei n°. 6.404/76; (c) Publicaçþes do art. 133 da Lei n° 6.404/76 – realizadas no dia 29 de Março de 2.018, no “Jornal Minas Gerais pĂĄgina 25 – caderno 2â€? e no “Jornal DiĂĄrio do ComĂŠrcio na pĂĄgina 22â€? publicaçþes devidamente registradas na Jucemg sob. nr. 6578722 em 11/04/18. Mesa: Presidente: Tiago Nascimento de Lacerda; SecretĂĄria: Juliana Nascimento de Lacerda. Ordem do Dia e Deliberaçþes Tomadas: Instalada a Assembleia e feitas a leitura e a discussĂŁo da Ordem do Dia, os acionistas deliberaram, por unanimidade de votos, o seguinte: Ordinariamente: 1) Aprovação das Contas da Companhia. ApĂłs a respectiva leitura, discussĂŁo e votação, foram aprovados integralmente, sem reservas, as contas da Diretoria e as Demonstraçþes Financeiras, relativas ao exercĂ­cio social encerrado em 31 de dezembro de 2017, devidamente publicadas no DiĂĄrio de Minas Gerais e no DiĂĄrio do ComĂŠrcio do dia 29/03/2018, arquivadas na Jucemg no dia 11/04/2018 sob nÂş 6578722. 2) Destinação de Lucros e PrejuĂ­zos. Foi apurado prejuĂ­zo lĂ­quido de R$ 477.474,61 (quatrocentos e setenta e sete mil quatrocentos e setenta e quatro reais e sessenta e um centavos) no exercĂ­cio findo em 31 de dezembro de 2017. Foi aprovada a sua contabilização na conta de “PrejuĂ­zos Acumuladosâ€?. Extraordinariamente: 1) Fixação da verba destinada Ă Administração da Companhia. Para a Diretoria foi aprovada a fixação de uma verba global para o exercĂ­cio de 2.018 de atĂŠ R$1.000.000,00 (um milhĂŁo de reais), nĂŁo incluĂ­dos os valores referentes a encargos sociais que forem devidos, cuja distribuição individual e ao longo do perĂ­odo serĂĄ definida a critĂŠrio da Diretoria. Ainda em Assembleia, os acionistas deliberaram o arquivamento desta Ata perante o Registro PĂşblico de Empresas Mercantis e que as publicaçþes legais fossem feitas e os livros societĂĄrios transcritos, para os devidos fins legais. Encerramento: Nada mais havendo a ser tratado, encerrou-se a Assembleia e lavrouse esta ata em livro prĂłprio, a qual foi lida, aprovada por unanimidade e assinada por todos os acionistas presentes: (1) Tiago Nascimento de Lacerda e (2) Macunaima Participaçþes Ltda., representada por Tiago Nascimento de Lacerda e Juliana Nascimento de Lacerda. Certifico que a presente ĂŠ cĂłpia fiel da original, lavrada em livro prĂłprio. Presidente da Mesa: Tiago Nascimento de Lacerda; SecretĂĄria: Juliana Nascimento de Lacerda. Junta Comercial do Estado de Minas Gerais. Certifico registro sob o n° 6867213 em 23/05/2018 da Empresa Construtel Participaçþes S/A. Protocolo 18/214.011-3 - 03/05/2018 e o cĂłdigo de segurança DQry. Esta cĂłpia foi autenticada digitalmente e assinada em 23/05/2018 por Marinely de Paula Bomfim - SecretĂĄria Geral.

AES foca em energia renovĂĄvel e baterias SĂŁo Paulo - A elĂŠtrica norte-americana AES vai focar as operaçþes no Brasil em energia renovĂĄvel e buscarĂĄ ainda desenvolver seu negĂłcio de baterias no mercado local, apĂłs fechar no inĂ­cio deste mĂŞs a venda de toda sua fatia na distribuidora de energia Eletropaulo Ă italiana Enel. A AES informou na semana passada que vendeu toda sua fatia de 16,84% na Eletropaulo Ă Enel, por cerca de R$ 1,27 bilhĂŁo, um valor considerado “justoâ€? pelo presidente da companhia no Brasil, Julian Nebreda. “O negĂłcio foi fechado de acordo com nossas expectativas. Consideramos o valor justoâ€?, disse o executivo Ă Reuters, em respostas por e-mail, adicionando que a companhia irĂĄ agora focar a atuação no PaĂ­s em geração limpa. “O Brasil segue sendo extremamente relevante para a AES Corp, que tem como missĂŁo global o investimento em renovĂĄveis. Por suas dimensĂľes continentais, (o PaĂ­s) oferece uma ampla gama de oportunidades em geração de energia renovĂĄvelâ€?, destacou. A AES TietĂŞ, braço de geração de energia limpa da empresa, tem buscado ampliar sua capacidade por meio de aquisiçþes, que envolveram mais recentemente a compra de dois projetos solares a serem implementados e um parque eĂłlico jĂĄ em operação, o complexo Alto SertĂŁo II. A empresa tambĂŠm viabilizou um projeto solar em um leilĂŁo promovido no final do ano passado pelo governo federal. O empreendimento precisa iniciar operação atĂŠ 2021. Os projetos solares da AES TietĂŞ, que somam 300 megawatts em capacidade, deverĂŁo entrar em operação entre julho deste ano e 2019, com investimentos totais estimados em R$ 1,3 bilhĂŁo. “Juntos, os trĂŞs complexos solares farĂŁo da AES TietĂŞ uma das maiores geradoras de energia fotovoltaica do PaĂ­sâ€?, afirmou Nebreda. Longo Prazo -A AES TietĂŞ tem uma meta de chegar a 2020 com 50% da geração de caixa proveniente de empreendimentos renovĂĄveis nĂŁo-hidrelĂŠtricos com contratos de longo prazo. “Para atingir esse objetivo, temos um plano de investimentos para o Brasil... temos como objetivo investir em projetos que possam gerar valor excepcional, com sinergia na operação, como Alto SertĂŁo II, muito importante para o portfĂłlio da AES Brasilâ€?, disse Nebreda. Outro foco da atuação da AES no Brasil serĂĄ no desenvolvimento de seu negĂłcio de armazenamento de energia por meio de baterias. (Reuters) PREFEITURA MUNICIPAL DE RIBEIRĂƒO DAS NEVES/MG PREFEITURA MUNICIPAL DE RIBEIRĂƒO DAS NEVES/MG - Chamamento Publico 006/2018 - torna pĂşblico que se encontra disponĂ­vel no site www.ribeiraodasneves.mg.gov.br, o edital do Chamamento Publico 006/2018, cujo objeto consiste na seleção pĂşblica para captação de patrocĂ­nio para a realização do evento “79° festa da padroeira nossa senhora das neves 2018. A data para o credenciamento serĂĄ de 06/07/2018 a 13/07/2018. Alex de Almeida Ferreira Silva/Presidente da CPL.

EXÉRCITO BRASILEIRO 55Âş BATALHĂƒO DE INFANTARIA

MINISTÉRIO DA DEFESA

AVISO DE LICITAĂ‡ĂƒO PregĂŁo EletrĂ´nico SRP- nÂş 10/2018 – UASG 160122 Objeto: Aquisição de Material Ambulatorial para a Seção de SaĂşde. Total de itens: 7 . Retirada do Edital e entrega das Propostas a partir de 19/06/2018, no site www.comprasgovernamentais.gov.br. Abertura das propostas: 29/06/2018, Ă s 08:30 horas, no site www.comprasgovernamentais.gov.br. Contato: Seção de Aquisiçþes, Licitaçþes e Contratos (SALC) - (38) 3213 8290. Montes Claros - MG, 18 de junho de 2018 ALEXANDRE DOS ANJOS FERREIRA - Ten Cel Ordenador de Despesas do 55Âş BI

ATA DA ASSEMBLEIA GERAL ORDINĂ RIA DA MERCANTIL DO BRASIL IMOBILIĂ RIA E AGRONEGĂ“CIO S.A. - CNPJ NÂş 05.090.448/0001-67 - COMPANHIA FECHADA NIRE 31300016838. 1 - Local, Data e Hora: Sede social, na Rua Rio de Janeiro, 654, em Belo Horizonte, Minas Gerais, 30 de abril de 2018, 9:00 (nove) horas. 2 - Presenças: Seu Ăşnico acionista, Banco Mercantil do Brasil S.A., representado pelos Diretores, Srs. Marco AntĂ´nio Andrade de AraĂşjo e Rodrigo Alexander Pizzani Queiroz. 3 - Convocação: Dispensadas as formalidades de convocação. 4 - Mesa: Presidente: Sr. Marco AntĂ´nio Andrade de AraĂşjo. SecretĂĄrio: Sr. Rodrigo Alexander Pizzani Queiroz. 5 - Lavratura da Ata: De acordo com o § 1Âş do artigo 130 da Lei 6.404/76. 6 – FicarĂŁo arquivados na sede social, autenticados pela Mesa, todos os documentos referidos nesta ata. 7 - Deliberaçþes: I - Foram aprovadas, sem reservas, as contas da Diretoria, referentes ao exercĂ­cio encerrado HP WHQGR VLGR DV GHPRQVWUDo}HV ÂżQDQFHLUDV SXEOLFDGDV QDV SiJLQDV H GR Âł0LQDV *HUDLV´ H QDV pĂĄginaV H GR Âł'LiULR GR &RPpUFLR GH 0LQDV *HUDLV´ HGLo}HV GH 2 UHVXOWDGR GH H[HUFtFLR GH foi um prejuĂ­zo de R$4.223.114,78, tendo sido efetuada reversĂŁo de Reserva Legal, no valor de R$749.921,81 e reversĂŁo de Reservas EstatutĂĄrias no montante de R$3.473.192,97, para absorção do prejuĂ­zo. II - Preenchendo as condiçþes previstas no artigo 147 da Lei 6.404/76, foram eleitos para membros da Diretoria, com mandato DWp D $VVHPEOHLD *HUDO 2UGLQiULD GH RV VHQKRUHV D VHJXLU LQGLFDGRV Diretor-Presidente: Marco AntĂ´nio Andrade de AraĂşjo, brasileiro, casado, administrador de empresas, residente e domiciliado nesta Capital, na Rua EspĂ­rito Santo, 2.568/1301, Lourdes, CEP 30160-038, C.I. nÂş M-1.244.298 – SSPMG e CPF nÂş 471.028.376-15. Diretores Executivos: Mauricio de Faria Araujo, brasileiro, casado, empresĂĄrio, residente e domiciliado nesta Capital, na Rua Roberto Alvarenga de Paula, 194-Mangabeiras, CEP 30210-440, C.I. nÂş M-93.249-SSPMG e CPF nÂş 045.086.536-34; AthaĂ­de Vieira dos Santos, brasileiro, casado, economista, residente e domiciliado nesta &DSLWDO QD 5XD %HUQDUGR *XLPDUmHV /RXUGHV &(3 & , Qž Âą &25(&21 0* H &3) nÂş 071.712.506-87; Paulo Henrique Brant de Araujo, brasileiro, casado, administrador de empresas, residente e GRPLFLOLDGR QHVWD &DSLWDO QD 5XD 1DJLE -HKD 0DQJDEHLUDV &(3 & , Qž 0* Âą 6630* e CPF nÂş 048.540.846-50; Fabiana Brant de AraĂşjo EUDVLOHLUD FDVDGD HPSUHViULD UHVLGHQWH H GRPLFLOLDGD HP 1RYD Lima - MG, na Alameda Flamboyant, 68/1400, Vale do Sereno, CEP 34006-009, C.I. nÂş MG-6054098 – SSPMG e CPF nÂş 013.500.396-24; Leonardo de Mello SimĂŁo, brasileiro, casado, advogado, residente e domiciliado nesta &DSLWDO QD 5XD 0DQKXDoX %DLUUR 6DQWD ,QrV &(3 & , Qž Âą 2$% 0* H &3) Qž 000.560.086-35 e VirgĂ­lio HorĂĄcio de Paiva Abreu, brasileiro, solteiro, engenheiro, residente e domiciliado nesta Capital, na Rua Curitiba, 2114, Lourdes, CEP 30170-127, C.I. nÂş M-1.999.541 – SSPMG e CPF nÂş 006.678.46620. III - Foi estabelecida em R$800.000,00 a remuneração global dos administradores, para o exercĂ­cio de 2018, ÂżFDQGR D 'LUHWRULD DXWRUL]DGD D Âż[DU RV KRQRUiULRV GRV VHXV PHPEURV GHQWUR GDTXHOH WRWDO 1DGD PDLV havendo a tratar, foi encerrada a Assembleia, da qual, para constar, lavrou-se esta ata que, apĂłs lida e aprovada, vai pelos presentes assinada. Belo Horizonte, 30 de abril de 2018. Rodrigo Alexander Pizzani Queiroz - SecretĂĄrio; Marco AntĂ´nio Andrade de AraĂşjo - Presidente; Banco Mercantil do Brasil S. A., representado por seus Diretores, Marco AntĂ´nio Andrade de AraĂşjo e Rodrigo Alexander Pizzani Queiroz. CONFERE COM O ORIGINAL LAVRADO NO LIVRO PRĂ“PRIO. MERCANTIL DO BRASIL IMOBILIĂ RIA E AGRONEGĂ“CIO S.A. - Athaide Vieira dos Santos - Diretor Executivo; Marco AntĂ´nio Andrade de AraĂşjo - Diretor Presidente. Junta &RPHUFLDO GR (VWDGR GH 0LQDV *HUDLV 7(502 '( $87(17,&$d­2 5(*,6752 ',*,7$/ &HUWLÂżFR TXH R DWR DVVLQDGR GLJLWDOPHQWH GD HPSUHVD 0(5&$17,/ '2 %5$6,/ ,02%,/,Ăˆ5,$ ( $*521(*Ă?&,2 6 $ GH QLUH H SURWRFRODGR VRE R Qƒ HP HQFRQWUD VH UHJLVWUDGR QD -8&(0* VRE R Q~PHUR HP 2 DWR IRL GHIHULGR GLJLWDOPHQWH SHOD Â? 7850$ '( 92*$,6 $VVLQD R UHJLVWUR PHGLDQWH FHUWLÂżFDGR GLJLWDO D 6HFUHWiULD *HUDO 0DULQHO\ GH 3DXOD %RPÂżP

HĂĄ expectativa de que bandeira vermelha se mantenha

ATA DA ASSEMBLEIA GERAL ORDINĂ RIA DA MERCANTIL ADMINISTRAĂ‡ĂƒO E CORRETAGEM DE SEGUROS S. A. CNPJ NÂş 17.505.009/0001-57 – NIRE 31300040267 COMPANHIA FECHADA 1 - Local, data e hora: Sede social, na Rua Santa Cruz, 151, em Nova Lima, Minas Gerais, 30 de abril de 2018, 15:30 (quinze horas e trinta minutos). 2 - Presenças: Acionistas representando mais de 1/4 (um quarto) do capital social com direito a voto. 3 - Mesa: Presidente: JosĂŠ Ribeiro Vianna Neto. SecretĂĄrio: Athaide Vieira dos Santos. 4 - Convocação: Edital publicado nas pĂĄginas 18, 29 e 2 do “Minas Geraisâ€?, ediçþes de 19, 20 e 21/04/2018 e nas pĂĄginas 9, 15 e 15 do “DiĂĄrio do ComĂŠrcio de Minas Geraisâ€?, ediçþes de 19, 20 e 21/04/2018. 5 - Lavratura da Ata: De acordo com o § 1Âş do artigo 130 da Lei 6.404/76. 6 – FicarĂŁo arquivados na sede social, autenticados pela Mesa, todos os documentos referidos nesta ata. 7 – Deliberaçþes: I - Foram aprovadas, sem reservas, abstendo-se de votar os legalmente impedidos, as contas dos administradores referentes ao exercĂ­cio encerrado em 31/12/2017, WHQGR VLGR DV GHPRQVWUDo}HV ÂżQDQFHLUDV SXEOLFDGDV QDV SiJLQDV H GR Âł0LQDV *HUDLV´ HGLomR GH H na pĂĄgina 7 do ÂŤDiĂĄrio do ComĂŠrcio de Minas GeraisÂť, edição de 23/03/2018. TambĂŠm foi aprovada a destinação GR UHVXOWDGR GR H[HUFtFLR ÂżQGR FXMR OXFUR OtTXLGR IRL GH 5 GD VHJXLQWH IRUPD D 5HVHUYD /HJDO 5 E 'LVWULEXLomR GH GLYLGHQGRV QR YDORU WRWDO GH 5 VHQGR 5 UHODWLYRV DR ž VHPHVWUH GH H SDJRV HP H 5 UHODWLYRV DR ž VHPHVWUH GH H SDJRV HP H F 5HVHUYDV (VWDWXWiULDV SDUD $XPHQWR GH &DSLWDO 5 II - Preenchendo as condiçþes estabelecidas no artigo 147 da Lei 6.404/76, foram eleitos para membros da Diretoria, com mandato atĂŠ a Assembleia Geral OrdinĂĄria de 2020, os senhores a seguir indicados: Diretor Superintendente e Administrativo: JosĂŠ Ribeiro Vianna Neto, brasileiro, separado, advogado, residente e domiciliado nesta Capital, na Rua PatagĂ´nia, 1155/901, Bairro Sion, CEP 30320-080, C.I. nÂş 29.410 - OAB/MG e CPF nÂş 318.695.726-53 e Diretor Financeiro e TĂŠcnico: Cristiano Tarabal SimĂŁo, brasileiro, casado, advogado, corretor de seguros Todos os Ramos registrado na SUSEP sob o nÂş 10.2012835.5, residente e domiciliado em SabarĂĄ – MG, na Rua Atenas, 527/2, Bairro Ana LĂşcia, CEP 34710010, C.I. nÂş 72.279 – OAB/MG e CPF nÂş 791.767.556-49. III - Foi estabelecida em R$10.000,00 a remuneração JOREDO GRV DGPLQLVWUDGRUHV SDUD R H[HUFtFLR GH ÂżFDQGR D 'LUHWRULD DXWRUL]DGD D Âż[DU RV KRQRUiULRV GRV VHXV membros, dentro daquele total. Nada mais havendo a tratar, foi encerrada a Assembleia, da qual, para constar, lavrou-se esta ata que, apĂłs lida e aprovada, vai por todos os presentes assinada. Nova Lima, 30 de abril de 2018. Athaide Vieira dos Santos – SecretĂĄrio, JosĂŠ Ribeiro Vianna Neto – Presidente, JosĂŠ Ribeiro Vianna Neto e Athaide Vieira dos Santos, pela Mercantil do Brasil Financeira S.A. – CrĂŠdito, Financiamento e Investimentos. CONFERE COM O ORIGINAL LAVRADO NO LIVRO PRĂ“PRIO. MERCANTIL ADMINISTRAĂ‡ĂƒO E CORRETAGEM DE SEGUROS S.A. - Cristiano Tarabal SimĂŁo - Diretor Financeiro/TĂŠcnico. JosĂŠ Ribeiro Vianna Neto - Diretor Superintendente/Administrativo. Junta Comercial do Estado de Minas Gerais 7(502 '( $87(17,&$d­2 5(*,6752 ',*,7$/ &HUWLÂżFR TXH R DWR DVVLQDGR GLJLWDOPHQWH GD HPSUHVD MERCANTIL ADMINISTRAĂ‡ĂƒO E CORRETAGEM DE SEGUROS S/A, de nire 3130004026-7 e protocolado sob o nĂşmero 18/298.521-1 em 15/05/2018, encontra-se registrado na Junta Comercial sob o numero 6864103, em 2 DWR IRL GHIHULGR GLJLWDOPHQWH SHOD Â? 7850$ '( 92*$,6 $VVLQD R UHJLVWUR PHGLDQWH FHUWLÂżFDGR GLJLWDO D 6HFUHWiULD *HUDO 0DULQHO\ GH 3DXOD %RPÂżP

ATA DA ASSEMBLEIA GERAL ORDINĂ RIA DA MERCANTIL DO BRASIL EMPREENDIMENTOS IMOBILIĂ RIOS S.A. – CNPJ NÂş 13.629.287/0001-65 - NIRE 31300097102 – COMPANHIA FECHADA. 1 - Local, Data e Hora: Sede social, na Rua Rio de Janeiro, 654, em Belo Horizonte, Minas Gerais, 30 de abril de 2018, 10:00 (dez) horas. 2 - Presenças: Seu Ăşnico acionista, Banco Mercantil do Brasil S.A., representado pelos Diretores, Srs. Marco AntĂ´nio Andrade de AraĂşjo e Rodrigo Alexander Pizzani Queiroz. 3 - Mesa: Presidente: Sr. Marco AntĂ´nio Andrade de AraĂşjo. SecretĂĄrio: Sr. Rodrigo Alexander Pizzani Queiroz. 4 - Convocação: Dispensadas as formalidades de convocação, de acordo com o artigo 124, § 4Âş da Lei 6.404/76. 5 - Lavratura da Ata: De acordo com o § 1Âş do artigo 130 da Lei 6.404/76. 6 – FicarĂŁo arquivados na sede social, autenticados pela mesa, todos os documentos referidos nesta ata. 7 - Deliberaçþes: I )RUDP DSURYDGDV DV GHPRQVWUDo}HV ÂżQDQFHLUDV UHIHUHQWHV DR H[HUFtFLR HQFHUUDGR HP WHQGR VLGR DV GHPRQVWUDo}HV ÂżQDQFHLUDV SXEOLFDGDV QDV SiJLQDV 51 e 52 do “Minas Geraisâ€? e nas pĂĄginas 5 e 6 do “DiĂĄrio do ComĂŠrcio de Minas Geraisâ€?, ediçþes de 23/03/2018. 7DPEpP IRL DSURYDGD D GHVWLQDomR GR UHVXOWDGR REWLGR QR H[HUFtFLR ÂżQGR FXMR OXFUR IRL GH 5 WHQGR VLGR HIHWXDGD UHDOL]DomR GH UHVHUYDV GH UHDYDOLDomR QR YDORU GH 5 WRWDOL]DQGR XP WRWDO D VHU GHVWLQDGR GH 5 GD VHJXLQWH IRUPD D 5HVHUYD /HJDO 5 E 'LVWULEXLomR GH GLYLGHQGRV QR YDORU GH 5 UHODWLYRV DR H[HUFtFLR GH H SDJRV HP H F 5HVHUYDV (VWDWXWiULDV SDUD $XPHQWR GH &DSLWDO 5 II Âą )RL HVWDEHOHFLGD HP 5 D UHPXQHUDomR JOREDO GRV DGPLQLVWUDGRUHV SDUD R H[HUFtFLR GH ÂżFDQGR D 'LUHWRULD DXWRUL]DGD D Âż[DU RV KRQRUiULRV GRV VHXV PHPEURV GHQWUR GDTXHOH WRWDO Nada mais havendo a tratar, foi encerrada a Assembleia, da qual, para constar, lavrou-se esta ata que, apĂłs lida e aprovada, vai pelos presentes assinada. Belo Horizonte, 30 de abril de 2018. Rodrigo Alexander Pizzani Queiroz – SecretĂĄrio, Marco AntĂ´nio Andrade de AraĂşjo – Presidente, Marco AntĂ´nio Andrade de AraĂşjo e Rodrigo Alexander Pizzani Queiroz, pelo Banco Mercantil do Brasil S.A. CONFERE COM O ORIGINAL LAVRADO NO LIVRO PRĂ“PRIO. MERCANTIL DO BRASIL EMPREENDIMENTOS IMOBILIĂ RIOS S.A. - Paulo +HQULTXH %UDQW GH $UDXMR 'LUHWRU ([HFXWLYR 0DUFR $QW{QLR $QGUDGH GH $UD~MR 'LUHWRU 3UHVLGHQWH -XQWD &RPHUFLDO GR (VWDGR GH 0LQDV *HUDLV 7(502 '( $87(17,&$d­2 5(*,6752 ',*,7$/ &HUWLÂżFR TXH R DWR DVVLQDGR GLJLWDOPHQWH GD HPSUHVD 0(5&$17,/ '2 %5$6,/ (035((1',0(1726 ,02%,/,Ăˆ5,26 6 $ GH QLUH H SURWRFRODGR VRE R Q~PHUR HP HQFRQWUD VH UHJLVWUDGR QD -XQWD &RPHUFLDO VRE R Q~PHUR HP 2 DWR IRL GHIHULGR GLJLWDOPHQWH SHOD Â? 7850$ '( 92*$,6 $VVLQD R UHJLVWUR PHGLDQWH FHUWLÂżFDGR GLJLWDO D 6HFUHWiULD *HUDO 0DULQHO\ GH 3DXOD %RPÂżP


BELO HORIZONTE, TERÇA-FEIRA, 19 DE JUNHO DE 2018

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ECONOMIA FJP

Crise afeta educação de jovens em MG Presença de estudantes mineiros de 18 a 24 anos nas salas de aula recuou 9,8% em 2017 ANA AMÉLIA HAMDAN

O acesso à escola em Minas Gerais mostrou avanço na maioria dos níveis educacionais na passagem de 2016 para 2017. Entretanto, os efeitos da recessão econômica também bateram à porta da educação e são apontados como uma das causas da queda de 9,8% na presença dos jovens de 18 a 24 anos nas salas de aula, que em 2017 foi de 29,4%, enquanto em 2016 era de 32,6%. Os dados fazem parte de levantamento realizado pela Fundação João Pinheiro a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PnadC). “Uma das causas dessa queda (da frequência escolar na faixa de 18 a 24 anos) pode ser a crise econômica. Em função da recessão, o jovem pode precisar sair da escola para trabalhar e ajudar em casa. Às vezes, algum dos pais perdeu o emprego, por exemplo. Além disso, pode haver dificuldade em pagar mensalidades”, explica a pesquisadora da Fundação João Pinheiro Juliana Riani, responsável pelo estudo. No País, a taxa de escolarização dos jovens de 18 a 24 anos era de 32,8% em 2016, passando em 2017 para 31,7%, havendo queda de 3,35%. Em Minas, ainda quanto à frequência escolar, o único segmento no qual pode ser considerado que há universalização é de 6 a 14 anos, com índices de 99% de acesso, ficando praticamente constante em 2017 em relação ao ano anterior. Entre 4 e 5 anos, o índice foi de 94%, com alta de 1% na passagem de 2016 para 2017. Na faixa etária de 15 a 17 anos, o índice foi de 90,3%, com crescimento de 2,5%. De 0 a 3 anos, o índice de acesso

Por causa da recessão da economia nos últimos anos, estudantes jovens foram obrigados a deixar os estudos

foi de 32,2% em 2017, com alta expressiva de 13,38%. De acordo com Juliana Riani, nessa faixa etária, o objetivo do Plano Nacional de Educação é chegar a 50%. “Nessa faixa etária, nem toda família quer colocar a criança na escola. Mas o ideal é que, se houver essa necessidade, que tenha a vaga”, informa. “Nem-nem” - Outro dado que pode estar atrelado aos efeitos da recessão é o avanço dos chamados “nem-nem”, ou seja, jovens que

não estudam e não trabalham. Em Minas, em 2017, 24,7% dos jovens de 18 a 24 anos estavam nessa situação. No ano anterior, esse índice era de 21,9%. “Esse fenômeno tem várias explicações e não é só brasileiro. Há uma percepção por parte do jovem de que a escola não faz diferença na vida dele. Por outro lado, também há dificuldade de acesso ao mercado de trabalho, o que está ligado ao momento de crise econômica”, diz Juliana Riani. A pesquisadora destaca tam-

bém que, de modo geral, entre a população que se autodeclarou preta ou parda, os indicadores são piores. “Entre essa população, há maior taxa de analfabetismo e menor acesso à educação. Isso vai impactar na entrada dessas pessoas no mercado de trabalho, levando à permanência de situação de vulnerabilidade”, alerta. Exemplo disso é que, entre a população branca de 18 a 24 anos, 31,7% cursavam o ensino superior, mas esse índice cai para 16,9% entre pretos e pardos.

Analfabetismo diminui no Estado O analfabetismo em Minas Gerais, entre a população de 15 anos ou mais, teve uma pequena queda, passando de 6,2% em 2016, para 6% em 2017, o que corresponde a 1,03 mil pessoas. A pesquisadora da Fundação João Pinheiro Juliana Riani informou que o analfabetismo ainda é considerado alto, já que a meta é a erradicação do problema. O Estado tem uma situação pouco melhor que a do País, cujo índice é de 7%. Na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), o índice é de 3% e, na Capital, de 2,2%. Em Minas Gerais, o analfabetismo é maior entre a população de pretos e pardos, entre as mulheres e entre os idosos. Quanto às mulheres, a tendência é de inversão dessa situação, já que pesquisas apontam para um maior acesso desse grupo às salas de aula. No Brasil, isso já aconteceu: o índice de analfabetismo entre os homens é de 7,1%, enquanto entre as mulheres é de 6,8%. No Estado, o analfabetismo é de 5,7% entre os homens e de 6,3% entre as mulheres. No quesito raça, a discrepância é mais acentuada. Enquanto entre os brancos, o índice de analfabetismo é de 4,3% em Minas, entre pretos e pardos o índice é de 7,2%. Pela idade, no grupo com 60 anos ou mais, 19,2% da população do Estado é analfabeta, indicando o baixo investimento na educação nos períodos passados. (AAH)

ANGLO AMERICAN

BALANÇA

Empresa poderá prospectar cobre no Norte

Brasil alcança superávit de US$ 1,970 bi na 3ª semana de junho

Rio de Janeiro - A mineradora Anglo American obteve centenas de autorizações neste mês para prospecção de cobre em uma região remota ao norte do Brasil, disseram autoridades locais, em momento em que o crescente mercado de veículos elétricos e a escassez de projetos de mineração aquecem a demanda pelo metal. Se confirmada, uma grande descoberta de cobre animaria a indústria de mineração, que está de olho em um déficit iminente do metal, que tem sido valorizado como um condutor de eletricidade depois que anos de cortes em orçamentos de exploração deixaram poucas perspectivas de novas descobertas. Em uma nota à Reuters, a Anglo disse que é muito cedo para falar sobre a viabilidade do projeto. Mas a empresa confirmou que recebeu permissão para prospectar o cobre nos estados de Mato Grosso e Pará, onde ainda não começou estudos. O projeto, perto da Amazônia brasileira, poderia ser um importante negócio para a indústria de mineração de cobre do País, que ainda está muito atrás do maior produtor global, o Chile. Mas a localização remota dos 284 blocos, que cobrem quase 1,9 milhão de hectares, representa também inúmeros desafios, como a provável resistência de ativistas apenas poucos meses depois de o governo brasileiro recuar de planos de abrir uma reserva ambiental para a mineração. “Pode haver (resistência), mas seria perfeitamente administrável”, disse o chefe da mineradora chilena Codelco no Brasil e diretor da Agência para o Desenvolvimento Tecnológico da Indústria Mineral Brasileira (ADIMB), Marcos André Gonçalves. Ele acrescentou que uma grande descoberta de cobre

Possibilidade de exploração de cobre na região é vista como importante para a indústria do setor no País

“eliminaria parte da neblina” que paira sobre a indústria. O que a Anglo parece ter encontrado na Província de Ouro de Alta Floresta, dizem os especialistas, é um depósito de cobre e ouro no estilo pórfiro, geologia típica das minas andinas e responsável por mais de 60% dos recursos de cobre do mundo. No Brasil, há apenas um exemplo de uma mina em operação com essa geologia, o depósito da Chapada, em Goiás. “O conteúdo (mineral) é semelhante ao do Chile”, disse Victor Bicca, diretor-geral do regulador de mineração DNPM, acrescentando que pode ser um “mega depósito”. “Obviamente, será do interesse do governo tirar isso do papel o quanto antes for possível, porque o mundo tem demandado cobre”, completou. Projetos em queda - Em um relatório de maio, o Bank of America informou que projetos de mineração de cobre encolheram

drasticamente desde 2011, uma vez que os preços do metal caíram e a exploração tem sido cada vez menos bem-sucedida. Mesmo que a Província de Ouro de Alta Floresta produza tanto cobre, quanto o esperado, isso não significaria que o Brasil está no caminho para se tornar outro Chile, onde a produção anual soma 5,33 milhões de toneladas, graças em parte à mina Escondida, da BHP. “As chances de ser outra Escondida são muito pequenas”, disse o consultor de mineração Mike Doggett, em Vancouver. Ainda assim, a descoberta “está gerando animação e isso é bom”. Apenas um quinto de todas as descobertas de cobre se transformam em minas em 20 anos, de acordo com Richard Schodde, diretor-gerente da consultoria de exploração MinEx Consulting. Schodde disse que os depósitos de pórfiro tendem a ser muito grandes em tamanho, mas com menor gradação, o que os torna

economicamente viáveis apenas se estiverem perto da superfície ou tiverem boa infraestrutura por perto. Exploração - A Anglo, com sede em Londres, informou que começou a explorar 9 mil hectares na região há dois anos, por meio de uma parceria com a brasileira Mineradora Ouro Paz, acrescentando que duas sondas de perfuração estão sendo usadas. A mineradora levou quase um ano para receber as licenças de exploração e provavelmente precisará em breve buscar licenças ambientais para extrair minerais para análise. O CEO da Anglo, Mark Cutifani, reiterou o compromisso da empresa com o metal básico. “Nós gostamos da commodity, gostamos de nossos ativos e gostamos do potencial dentro desses negócios”, disse ele, em uma conferência em Miami, no mês passado. “Temos opções de crescimento significativas dentro do portfólio e também fora das operações existentes”, acrescentou. (Reuters)

Brasília - A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 1,970 bilhão na terceira semana de junho (de 11 a 17). De acordo com dados divulgados ontem pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic), o valor foi alcançado com exportações de US$ 5,571 bilhões e importações de US$ 3,600 bilhões. Ainda sob o impacto da greve dos caminhoneiros, o mês de junho acumula superávit de US$ 2,899 bilhões até o dia 17, abaixo 59,6% do registrado em todo o mês de junho de 2017, quando o resultado foi positivo em US$ 7,184 bilhões. No ano, o superávit comercial acumulado é de US$ 27,072 bilhões, queda de 17% em relação ao mesmo período de 2017. Em junho, houve alta de apenas 0,7% na média diária das exportações na comparação com o mesmo mês do ano passado, com aumento nas vendas de produtos manufaturados (+13,5%). Houve queda, porém, nas exportações de produtos semimanufaturados (-16,5%) e básicos (-2,2%). Já as importações, menos afetadas pela greve, registraram alta superior, de 14,2% na mesma comparação, com crescimento nos gastos, principalmente, com químicos orgânicos e inorgânicos (+44,0%), veículos automóveis e partes (+40,8%), farmacêuticos (+26,2%), equipamentos mecânicos (+25,4%) e equipamentos eletroeletrônicos (+19,4%). (AE)


BELO HORIZONTE, TERÇA-FEIRA, 19 DE JUNHO DE 2018

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INTERNACIONAL MARIO VALDEZ/REUTERS

MERCOSUL

Bloco mira novos parceiros comerciais pelo mundo LĂ­deres estĂŁo reunidos no Paraguai Assunção - LĂ­deres do Mercosul se reuniram ontem no Paraguai para uma reuniĂŁo de cĂşpula com as atençþes voltadas para a aproximação com outros blocos comerciais, preocupados pela demora da conclusĂŁo de um longamente negociado acordo comercial com a UniĂŁo Europeia. O relacionamento externo do Mercosul foi um dos principais tĂłpicos das discussĂľes prĂŠvias ao encontro entre os lĂ­deres ou representantes de Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. A Venezuela tambĂŠm faz parte do Mercosul, mas estĂĄ atualmente suspensa. O Uruguai assumirĂĄ a presidĂŞncia para o prĂłximo semestre com a intenção de promover um acordo com a China, que ĂŠ responsĂĄvel por 11% do comĂŠrcio mundial e que estĂĄ atualmente em uma disputa comercial com os Estados Unidos. “Pedimos proceder e se, por alguma razĂŁo, algum de nĂłs nĂŁo puder avançar nesse aspecto, que tambĂŠm dialoguemos e encontremos fĂłrmulas que, sem lesionar o Mercosul, contemplem seus prĂłprios Estadosâ€?, disse o presidente uruguaio, TabarĂŠ VĂĄzquez,

durante seu discurso. A China ĂŠ um mercado-chave para as exportaçþes de commodities do bloco, mas tambĂŠm vende produtos que competem com a produção nacional dos paĂ­ses sul-americanos. Na AmĂŠrica do Sul, Chile e Peru sĂŁo os Ăşnicos paĂ­ses que tĂŞm acordos comerciais com a China. Pouco antes, o presidente uruguaio havia criticado a demora nas negociaçþes comerciais do Mercosul com a UniĂŁo Europeia, cuja Ăşltima rodada de conversaçþes terminou com um progresso limitado e acusaçþes mĂştuas sobre quem estaria travando o acordo. “NĂŁo estamos dispostos a perder tempo em negociaçþes eternas. TambĂŠm nĂŁo estamos dispostos a assinar um ‘acordinho’â€?, disse VĂĄzquez. As dificuldades para o acordo avançar persistem na questĂŁo dos produtos industrializados e agrĂ­colas, como a carne bovina, da AmĂŠrica do Sul, e os laticĂ­nios europeus, de acordo com autoridades. Temer - Em sua fala no encontro de cĂşpula, o presidente Michel Temer defendeu a continuidade das negociaçþes. “NĂłs nĂŁo devemos abandonar

Presidente Michel Temer defendeu em encontro prosseguimento das negociaçþes do Mercosul com a União Europeia

a ideia desta aliança, porque, na premissa que levantei, segundo a qual o nosso trabalho hĂĄ de ser um trabalho cada vez mais de abertura para o mundo, fechar essa porta agora significa impedir o caminho das negociaçþes, que, nestes Ăşltimos tempos, com todos os naturais embaraços, tĂŞm tido razoĂĄvel sucessoâ€?, afirmou. Temer tambĂŠm se disse favorĂĄvel a uma aproximação do Mercosul com os paĂ­ses da Aliança do PacĂ­fico, formada por Chile, ColĂ´mbia, MĂŠxico e Peru. Os dois blocos reali-

zarão uma reunião no final de julho. Os presidentes comemoraram, ainda, o início dos últimos meses de negociaçþes para acordos de comÊrcio com Canadå e Coreia do Sul e o lançamento próximo de conversaçþes com Cingapura. Os países aprovaram uma declaração sobre a crise humanitåria e imigratória na Venezuela, e outra sobre a Nicarågua, onde uma onda de protestos contra o governo do presidente Daniel Ortega deixou mais de 170 mortos nos últimos meses. (Reuters)

ESTADOS UNIDOS

Trump quer criação de “Força Espacialâ€? Washington - O presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, disse ontem que vai ordenar a criação de um sexto ramo das forças armadas do paĂ­s para abrir caminho norte-americano de domĂ­nio na ĂĄrea espacial. &,0&23 6 $ (1*(1+$5,$ ( &216758dÂŽ(6 &13- 0) 1,5( $66(0%/e,$ *(5$/ (;75$25',1Ăˆ5,$ (',7$/ '( &2192&$d­2 3HOR SUHVHQWH ÂżFDP RV VHQKRUHV DFLRQLVWDV GD &,0&23 6 $ Âą (1*(1+$5,$ ( &216758 dÂŽ(6 FRQYRFDGRV QRV WHUPRV GR $UW † ž GD /HL SDUD D $VVHPEOpLD *HUDO ([WUDRUGLQi ULD D VHU UHDOL]DGD QR GLD GH MXQKR GH jV KV QRYH KRUDV HP SULPHLUD FRQYRFDomR RX jV KV GH] KRUDV HP VHJXQGD FRQYRFDomR HP VXD VHGH VRFLDO j 5XD :DOIULGR 0HQGHV Qž Âą %DLUUR &DOLIyUQLD QHVWD &DSLWDO D ÂżP GH GHOLEHUD UHP VREUH D VHJXLQWH SDXWD $ 9DFkQFLD GH WRGRV RV FDUJRV GR &RQVHOKR GH $GPLQLVWUDomR % (OHLomR GH QRYRV PHPEURV GR &RQVHOKR GH $GPLQLVWUDomR Âż[DomR GH VXD UHPXQHUDomR JOREDO H GXUDomR GR PDQGDWR %HOR +RUL]RQWH GH MXQKR GH (GPXQGR 0DULDQR GD &RVWD /DQQD 'LUHWRU 3UHVLGHQWH

“NĂŁo ĂŠ o suficiente ter uma mera presença norte-americana no espaço. NĂłs temos que ter dominância norte-americana no espaçoâ€?, disse Trump antes de uma reuniĂŁo com o Conselho Nacional do Espaço. “NĂłs temos a Força AĂŠrea e nĂłs teremos a ‘Força Espacial’. Separadas, porĂŠm iguais. AESCON - ASSOCIAĂ‡ĂƒO DAS EMPRESAS DE CONSULTORIA, ASSESSORAMENTO, PERĂ?CIAS, INFORMAÇÕES, PESQUISAS E EMPRESAS DE SERVIÇOS CONTĂ BEIS NO ESTADO DE MINAS GERAIS EDITAL DE CONVOCAĂ‡ĂƒO ASSEMBLEIA GERAL ORDINĂ RIA Convocamos os associados quites e em pleno gozo de seus direitos a comparecerem Ă Assembleia Geral OrdinĂĄria, prevista no artigo 14Âş do Estatuto desta Entidade a realizar-se em sua sede, sito Ă Avenida Afonso Pena, 748 – 25Âş andar, centro – Belo Horizonte, no dia 25 de junho de 2018, Ă s 15:30 (quinze e trinta) horas, em primeira convocação e Ă s 16:00 (dezesseis) horas em segunda, com qualquer nĂşmero, para deliberar sobre a seguinte ordem do dia: a) Apreciação e aprovação das contas do exercĂ­cio 2017 e do relatĂłrio de atividades. Belo Horizonte (MG), 19 de junho de 2018. (a) SAURO HENRIQUE DE ALMEIDA Presidente.

15ÂŞ Vara CĂ­vel - Comarca de Belo Horizonte - Edital de Citação — Prazo: 20 dias. O Dr. Eduardo Henrique de Oliveira Ramiro JuĂ­z de Direito, em pleno exercĂ­cio de seu cargo. na forma da lei, etc... ADVOGADO DO AUTOR: DR. PAULO ROBERTO COIMBRA SILVA, OAB/MG 70.429. Faz saber a todos que o presente edital virem ou dele conhecimento tiverem, especialmente o Executado, Restaurante Gerais Ltda. EPP, inscrito no CNPJ n° 12.1106.443/0001-40, que se encontra em lugar incerto e nĂŁo sabido, que por este JuĂ­zo tramitam os autos da Ação de Execução de TĂ­tulo Extrajudicial, distribuĂ­da sob o n° 0024.15.04 .739-5. movida por PC Belo Horizonte ComĂŠrcio de Materiais de Construção Ltda., CNPJ nÂş 25.658.402/0001-09, alegando, em sĂ­ntese, que o Exequente ĂŠ credor do Executado na importância de R$ 11.224,29 (onze mil, duzentos e vinte e quatro reais e vinte e nove centavos), relativa Ă venda de placas de gesso e outros produtos GH FRQVWUXomR 2 ([HTXHQWH SURFHGHX D QRWLÂżFDomR H[WUDMXGLFLDO H DR SURWHVWR GH GXSOLFDWDV GH ([HFXWDGR VHP FRQWXGR obter sucesso. Diante disso, pretende o Exequente seja julgado procedente o pedido de condenação do Executado ao pagamento do valor devido, bem como Ă s custas processuais e honorĂĄrios advocatĂ­cios. Assim ĂŠ o presente para citar o rĂŠu RESTAURANTE GERAIS LIDA. EPP, CNPJ n° 12.106.443/0001-40, de todo o contendo da ação, bem como para que efetue o pagamento da quantia de R$ 11.224,29 (onze mil, duzentos e vinte e quatro reais e vinte e nove centavos), no prazo de 03 (trĂŞs) dias, sendo nomeado curador especial em caso de revelia. Para conhecimento de todos, expediu-se o presente, TXH VHUi DÂż[DGR QR ORFDO GH FRVWXPH H SXEOLFDGR QD IRUPD GD OHL %HOR +RUL]RQWH GH PDLR GH (X +HOHQ 5RFKD Alves, EscrivĂŁ da 15ÂŞ Vara CĂ­vel, o subscrevi. O Juiz de Direito da 15ÂŞ Vara CĂ­vel. Dr. Eduardo Henrique de Oliveira Ramiro.

COMARCA DE IPATINGA – 2ÂŞ VARA CIVEL EDITAL DE CITAĂ‡ĂƒO - PRAZO: 20 DIAS FAZ SABER aos que o presente edital virem ou dele conhecimento tiverem que por este juĂ­zo e Secretaria, tramita o processo nÂş 313.12 009959-0, Ação de EXECUĂ‡ĂƒO DE TITULO EXTRAJUDICIAL que BANCO HONDA S/A move contra AGNALDO CAMPOS LOPES, e por este meio CITA: AGNALDO CAMPOS LOPES, CPF 39.440.946-97, CI 11972894, estando atualmente em lugar incerto e nĂŁo sabido, para PAGAR(EM) a quantia de R$ 29.540.28, referente ao principal e acessĂłrios a ser acrescida de honorĂĄrios de advogado do autor e custas iniciais NO PRAZO DE 03 (TRES) DIAS, ÂżFDQGR $'9(57,'2 '( 48( 1R FDVR GH LQWHJUDO SDJDPHQWR QR SUD]R supracitado, a verba honoraria serĂĄ reduzida pela metade. 2) O executado, independentemente de penhora deposito ou caução, poderĂĄ opor-se a execução por meio de embargos, que deverĂŁo ser oferecidos no prazo de 15 (quinze) dias, contados da data da juntada aos autos deste documento. 3) O executado, comprovando o deposito de trinta por cento do valor acima, poderĂĄ requerer o parcelamento do restante em ate 06 (seis) vezes na forma do art. 916 do CPC. Dado e passado nesta cidade e comarca de Ipatinga, em (X 0$5,=$ '( $1'5$'( 9,/$ 5,12 (VFULYD -XGLFLDO R GLJLWHL H subscrevi. OAB 161997 MM. Juiz de Direito: JOSE CARLOS DE MATOS

SerĂĄ algo muito importanteâ€?, disse o presidente. Os EUA, no entanto, sĂŁo membros do Tratado do Espaço Exterior, que barra o posicionamento de armas de destruição em massa no espaço e permite apenas o uso da Lua e outros corpos celestes para fins pacĂ­ficos. Trump tambĂŠm assinou uma diretiva sobre a gesSESCON-MG - SINDICATO DAS EMPRESAS DE CONSULTORIA, ASSESSORAMENTO, PERĂ?CIAS, INFORMAÇÕES E PESQUISAS E EMPRESAS DE SERVIÇOS CONTĂ BEIS NO ESTADO DE MINAS GERAIS CNPJ nÂş 38.733.101/0001-44 EDITAL DE CONVOCAĂ‡ĂƒO ASSEMBLÉIA GERAL ORDINĂ RIA Convocamos os associados quites e em pleno gozo de seus direitos sindicais a comparecerem Ă AssemblĂŠia Geral OrdinĂĄria, prevista no artigo 13Âş, § 1Âş, item “aâ€?, do Estatuto desta Entidade a realizar-se em sua sede, sito Ă Avenida Afonso Pena, 748 – 24Âş andar, centro – Belo Horizonte, no dia 25 de junho de 2018, Ă s 16:30 (dezesseis e trinta) horas, em primeira convocação e Ă s 17:00 (dezessete) horas em segunda, com qualquer nĂşmero, para deliberar sobre a seguinte ordem do dia: a) DiscussĂŁo e aprovação das contas do exercĂ­cio 2017. Belo Horizonte (MG), 19 de junho de 2018. (a) SAURO HENRIQUE DE ALMEIDA Presidente.

tĂŁo do trĂĄfego e detritos no espaço. Os anĂşncios foram os movimentos mais recentes do governo dos EUA para impulsionar a exploração espacial norte-americana. O governo do paĂ­s quer mandar exploradores robĂłticos para a Lua jĂĄ no prĂłximo ano, como um passo preparatĂłrio para envio de astronautas de volta ao satĂŠlite pela primeira vez desde 1972, disse ontem uma autoridade da Nasa. (Reuters) A MG Trafos Importação e Exportação LTDA, por determinação do Conselho Estadual de PolĂ­tica Ambiental – COPAM, torna pĂşblico que solicitou, por meio do Processo Administrativo nÂş 08809/2008, renovação da Licença de Operação Corretiva, para a atividade de Reciclagem e Regeneração de Ă“leo Isolantes, Descontaminação de Ăłleos Isolantes Contaminados por Bifenilas 3ROLFORUDGDV 3&%ÂśV 5HFODVVLÂżFDomR GH Transformadores PCB para nĂŁo PCB, localizada na Avenida Mariquinha de Resende NÂş 1600, Distrito Industrial do municĂ­pio de SĂŁo Joaquim de Bicas/MG.

21ª VARA C�VEL DESTA COMARCA DE BELO HORIZONTE - ESTADO DE MINAS GERAIS - Edital de Citação - Prazo 15 dias. O Dr. RogÊrio Santos Araújo Abreu, MM. Juiz de Direito da 21ª Vara Cível desta comarca, em pleno exercício do cargo e na forma da lei, etc, faz saber a todos quantos o presente edital de citação conhecimento tiverem, extraído dos autos do procedimento comum de Compra e Venda, processo nº 6148445-21.2015.8.13.0024, sendo autor IMEMBUY ALIMENTOS S.A., CNPJ: 96.486.568/0001-33, e rÊu(s): ANA & FATIMA COMERCIO E EMPREENDIMENTOS LTDA - EPP , CNPJ: 02.958.294/0001-94. Atuando como procurador(a) da parte autora, o/a Dr(a). FABRICIO MAGALHAES NETO, OAB/MG 84.395. Foi dado à causa o valor de R$ 22.810,80 (vinte e dois mil, oitocentos e dez reais e oitenta centavos) em 29 de GH]HPEUR GH 2 00 -XL] GH 'LUHLWR GHWHUPLQRX D H[SHGLomR GR SUHVHQWH HGLWDO SDUD R ¿P GH FLWDU D Up $1$ )$7,0$ COMERCIO E EMPREENDIMENTOS LTDA, CNPJ: 02.958.294/0001-94, por estar o(s) interessado(s), ausente, em lugar incerto e desconhecido, para que possa contestar, no prazo legal de quinze dias. Não sendo contestada a ação, presumir-se-ão aceitos como verdadeiros os fatos articulados pelo autor, constantes na inicial. E, para que se cumpra o que preconiza a lei, GHWHUPLQRX VH D H[SHGLomR GR SUHVHQWH HGLWDO TXH VHUi SXEOLFDGR H D¿[DGR QR ORFDO GH FRVWXPH H QD IRUPD GD OHL 'DGR H passado nesta cidade, 14 de maio de 2018. Marcelo JosÊ Rezende dos Santos, Escrivão Judicial da 21ª Vara Cível.

COLÔMBIA

Eleito, Duque promete crescimento e rigidez em acordo de paz com as Farc BogotĂĄ - O presidente eleito da ColĂ´mbia, IvĂĄn Duque, prometeu unir um paĂ­s dividido com seus planos de endurecer um acordo de paz com a guerrilha Farc e retomar o crescimento econĂ´mico, mas enfrentarĂĄ grandes desafios quando tomar posse em agosto. O ex-senador de direita venceu com tranquilidade o segundo turno da eleição presidencial, no domingo, ao receber 54% dos votos, mais que os 42% que seu rival de esquerda Gustavo Petro obteve prometendo reformular o modelo econĂ´mico da ColĂ´mbia e combater a desigualdade. A reação do mercado Ă vitĂłria de Duque deve ser morna, jĂĄ que ele tinha uma grande vantagem nas pesquisas antes da votação e grande parte dos investidores apoia suas diretrizes econĂ´micas prĂł-empresariado. Essa foi a primeira eleição presidencial desde o acordo de paz firmado em 2016 com as antigas Forças Armadas RevolucionĂĄrias da ColĂ´mbia (Farc), que encerraram seu envolvimento em um conflito de cinco dĂŠcadas que matou mais de 220 mil pessoas e deslocou milhĂľes. Em seu discurso da vitĂłria, Duque, de 41 anos, prometeu unir o paĂ­s andino polarizado e enfrentar a corrupção, melhorar a segurança e aumentar as oportunidades de ensino. “A paz ĂŠ algo por que todos os colombianos anseiam, e paz significa que

viramos a pĂĄgina nas fissuras que nos dividiramâ€?, disse Duque, a uma plateia empolgada, durante sua festa de comemoração em BogotĂĄ sob uma chuva de confete. Duque, protegido do ex-presidente linha-dura Ă lvaro Uribe, ficou conhecido no Congresso por protestar contra o acordo de paz, que ele acredita ser brando demais com os ex-lĂ­deres rebeldes. Adotando um tom conciliador no domingo, ele prometeu levar adiante o desarmamento e a absorção dos rebeldes comuns Ă sociedade. DesaďŹ o - Sua meta de reformular o acordo para impor puniçþes mais duras a lĂ­deres das Farc devido a crimes de guerra enfrentarĂĄ uma oposição considerĂĄvel do Tribunal Constitucional e do Congresso, onde a maioria dos partidos ĂŠ favorĂĄvel Ă manutenção do acordo existente. “Ele terĂĄ mais dificuldade para aprovar reformas no acordo de paz do que deseja que seus apoiadores acreditemâ€?, disse Sergio Guzman, principal analista do Control Risks para a ColĂ´mbia, dando ĂŞnfase ao Tribunal Constitucional, que jĂĄ determinou que o pacto nĂŁo pode ser alterado. Duque precisa incluir polĂ­ticos de partidos de centro em seu gabinete se quiser unir o paĂ­s, opinou Guzman. Ele deve revelar os nomes de alguns de seus ministros jĂĄ nesta semana. (Reuters)

PREFEITURA MUNICIPAL DE RIBEIRĂƒO DAS NEVES/MG EXÉRCITO BRASILEIRO 55Âş BATALHĂƒO DE INFANTARIA

MINISTÉRIO DA DEFESA

AVISO DE LICITAĂ‡ĂƒO PregĂŁo EletrĂ´nico SRP- nÂş 03/2018 – UASG 160122 Objeto: Aquisição de Material para manutenção de instalaçþes, Material HidrĂĄulico, ElĂŠtrico, Pintura, Madeira para construção em geral. Total de itens: 109 . Retirada do Edital e entrega das Propostas a partir de 15/06/2018, no site www.comprasgovernamentais.gov.br. Abertura das propostas: 28/06/2018, Ă s 13:30 horas, no site www.comprasgovernamentais.gov.br. Contato: Seção de Aquisiçþes, Licitaçþes e Contratos (SALC) - (38) 3213 8290. Montes Claros - MG, 14 de junho de 2018 ALEXANDRE DOS ANJOS FERREIRA - Ten Cel Ordenador de Despesas do 55Âş BI

PREFEITURA MUNICIPAL DE RIBEIRĂƒO DAS NEVES/MG - PregĂŁo 006/2018 - torna pĂşblico que encontra-se suspenso de seu prosseguimento o edital do PregĂŁo 06/2018, cujo objeto consiste no registro de preços visando a aquisição de cestas bĂĄsicas, por um perĂ­odo de 12 (doze) meses. Alex de Almeida Ferreira Silva/Presidente da CPL.

COMPANHIA DE TECNOLOGIA DA INFORMAĂ‡ĂƒO DO ESTADO DE MINAS GERAIS - PRODEMGE CNPJ - 16.636.540/0001-04 ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINĂ RIA - CONVOCAĂ‡ĂƒO Ficam convocados os senhores acionistas a se reunirem em Assembleia Geral ExtraordinĂĄria, que serĂĄ realizada no dia 28 (vinte e oito) de junho de 2018, Ă s 09:00 horas, na Rodovia Papa JoĂŁo Paulo II, nÂş 4.001, PrĂŠdio Gerais, 4Âş andar, sala 7, Bairro Serra Verde, Cidade Administrativa Presidente Tancredo Neves, nesta Capital, Estado de Minas Gerais, a fim de deliberar sobre a seguinte ordem do dia: Aprovação do Estatuto Social nos moldes da Lei 13.303/16; Rerratificação do aporte de capital de açþes da MGS; Nomeação dos membros do Conselho de Administração e Fiscal; Fixação da remuneração dos membros do Conselho Administração e Fiscal; Aprovação de integralização do aporte de capital do Estado para Prodemge; Outros assuntos de interesse da Companhia. Belo Horizonte, 18 de junho de 2018. HelvĂŠcio Miranda MagalhĂŁes Junior – Presidente - Conselho de Administração


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POLÍTICA PAULO WHITAKER/REUTERS

ELEIÇÕES

Ciro defende projeto de reindustrialização do Brasil Pré-candidato do PDT quer parceria entre setores estatal e privado São Paulo - Um projeto de reindustrialização do Brasil, envolvendo parceria entre os setores estatal e privado para melhorar o desenvolvimento do País foi um das propostas defendidas pelo pré-candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, durante o Fórum Unica 2018, realizado ontem em São Paulo. “Os tomadores de decisão do País deveriam entender que alguma coisa está estruturalmente está errada no Brasil”, disse Ciro Gomes, que defendeu a construção de um Estado forte, mas não “gordo”. “Reindustrializar o Brasil é uma das prioridades que eu defendo e isso não ocorrerá se ficarmos no mito de que o setor privado vai reverter tendências sem uma parceria estratégia com o Estado”, disse Ciro. Ele afirmou ainda, alfinetando outros candidatos, que ideias como vender prédios públicos é “peanuts” (coisa pouca) para reduzir o Estado. Sobre o setor produtivo, Ciro falou sobre a neces-

sidade de uma mudança na pauta exportadora para que o País possa exportar mais do que “commodities de baixo valor”, por meio de uma industrialização. “O RenovaBio é extraordinário”, disse. Ele ressaltou a possibilidade que o Brasil tem de, por meio do projeto, transformar a questão ambiental como um ativo que tende a se “valorizar muito”, como os créditos de descarbonização (CBIOs). Ciro criticou o tabelamento do preço dos fretes, medida tomada pelo governo federal no fim de maio como uma das exigências para o fim da greve dos caminhoneiros e que vem sendo debatida desde então. Ele classificou a medida como uma excrescência, ou seja, algo que não faz sentido. Em relação aos preços dos combustíveis, Ciro afirmou que existe uma política no setor sucroenergético de tentar manter a cotação da matriz fóssil a mais alta possível para sustentar sua margem. “É um interesse legítimo, mas que colide

com outros”, disse. Para ele, a Petrobras precisa ser administra com parâmetros profissionais. “Nada de molecagem”, disse. Criticando a política de preços da Petrobras adotada no governo de Michel Temer, Ciro Gomes defendeu que os preços sejam definidos com base nos custos da estatal e no lucro em linha com os concorrentes. Ele disse acreditar que uma margem razoável de lucro é de 3%. “Ninguém ganha lucro de 20%, 30%, como o sr. Pedro Parente (ex-presidente da Petrobras) fez agora”, comentou. Para o presidenciável, entregar o lucro da empresa para acionistas minoritários “é um crime”. Prisão de Lula - O pré-candidato à Presidência da República pelo PDT, disse torcer pela liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva “o quanto antes”. No Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Edson Fachin pediu que seja incluída na pauta da Segunda Turma do próximo

dia 26 um pedido da defesa de Lula para suspender a prisão. Para Ciro Gomes, a o resultado do julgamento é imprevisível. “Fundo de urna e cabeça de juiz ninguém tem a menor ideia do que vem. Então eu torço que o Lula seja o quanto antes posto livre”, declarou Ciro, após participar de um fórum promovido pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), em São Paulo. Apesar de defender a liberdade de Lula, de quem já foi ministro, Ciro destacou que tem divergências em relação aos rumos que o ex-presidente está “impondo” ao PT, em referência à manutenção da pré-candidatura do petista, preso e condenado na Operação Lava Jato, e à dificuldade de admitir uma alternativa com outros partidos de esquerda. “Com todas as discordâncias que eu tenho dele e dos rumos que ele tem imposto ao PT, eu me sinto muito mal com a ideia de tenha um líder popular da grandeza do Lula mantido

Ciro Gomes propõe mudança na pauta exportadora do País

preso”, disse o pedetista, reforçando que para ele a prisão do ex-presidente é “dolorida”. Ciro evitou declarar se, caso fosse eleito, daria indulto ao ex-presidente Lula. “Se eleito, você volta a falar comigo sobre o assunto”, respondeu. Ao comentar a tentativa de aproximação do PT com o PSB, partido que Ciro também busca aliança, Ciro evitou rivalizar com os petistas quando perguntado se via uma tentativa de Lula de isolá-lo na disputa. “Papel de um candidato ou partido é procurar aliança,

Alckmin planeja enviar Para Bolsonaro, quase tudo está errado 4 propostas de reforma

São Paulo - O pré-candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, disse ontem que, se eleito em outubro, enviará quatro propostas de reformas ao Congresso Nacional já no dia 1º de janeiro de 2019 tributária, política, da Previdência e do Estado. Em palestra em evento da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica) em São Paulo, o tucano disse que o vencedor da eleição de outubro receberá em torno de 60 milhões de votos e, se for eleitor, ele prometeu usar este capital político para aprovar essas quatro reformas nos seis primeiros meses de seu mandato. “Minha proposta é 1º de janeiro, todas as reformas no Congresso Nacional”, disse Alckmin, que é ex-governador de São Paulo e presidente nacional do PSDB. “Quem ganhar a eleição terá quase 60 milhões de votos. (Vamos) usar essa força do povo para aprovar as reformas nos primeiros seis meses”, defendeu. O tucano, que ainda patina nas pesquisas de intenção de voto para a Presidência, voltou a minimizar a importância das sondagens de opinião neste momento, e reafirmou acreditar que estará no segundo turno da disputa, com grandes chances de ser eleito. “Não se impressionem com pesquisa eleitoral fora de hora. Para isso existe campanha”, aconselhou o tucano à plateia. Alckmin repetiu que o PSDB tem aliança encaminhada com quatro partidos, mas disse a jornalistas após a palestra que deixaria para as legendas anunciarem o acordo no momento que avaliarem adequado. O tucano disse esperar a formalização das alianças para julho. “Nenhum candidato

tem nenhuma aliança até agora. Nós já temos cinco partidos, só que só em julho”, disse.

Articulações - O ex-governador de Goiás Marconi Perillo, coordenador político da pré-campanha de Alckmin, também presente ao evento, disse que há conversas com PTB, PV, PSD e PPS. Ele disse que está buscando articular um movimento de apoio à candidatura Alckmin, independente do manifesto de união do chamado centro político, patrocinado por várias lideranças, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. “Ainda é embrionário. A ideia é que a gente tenha um movimento que aglutine ideias, que aglutine pessoas, movimentos da sociedade civil a favor da candidatura do Geraldo. É diferente do movimento lançado pelo Fernando Henrique e por outros líderes de união do centro democrático”, disse Perillo. Sobre a política de preços da Petrobras, Alckmin defendeu que os reajustes nos preços dos combustíveis seja feito a cada 30 dias, não mais de forma quase diária como vem sendo feito pela estatal , com exceção do diesel, devido à greve dos caminhoneiros que recentemente paralisou o País. O tucano defendeu ainda o que chamou de “colchão tributário” para fazer frente às oscilações dos preços internacionais do petróleo. Por esse mecanismo, quando houvesse uma oscilação acentuada para cima, impostos seriam reduzidos para compensar, e quando a oscilação aguda fosse para baixo, o inverso aconteceria. “O reajuste não pode ser diário”, defendeu. “A cada 30 dias você corrige”, acrescentou. (Reuters)

São Paulo - O pré-candidato à Presidência da República pelo PSL, Jair Bolsonaro, criticou o atual governo e fez propostas como a escalação de militares para compor seus ministérios caso seja eleito. “O Brasil precisa de ordem e progresso”, afirmou Bolsonaro durante o fórum realizado ontem, em São Paulo, pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica). “Não seria demais falar que quase tudo está errado no Brasil”, disse. “As lideranças funcionam como líderes sindicais, cujo líder põe a faca na boca”, afirmou. Bolsonaro afirmou que já conta com o apoio de cerca de 60 parlamentares à sua candidatura e que em breve chegará a 100. Ele falou que pretende construir um primeiro escalão com muitos militares. Como exemplo, ele citou o astronauta Marcos Pontes para assumir o

Ministério da Ciência e Tecnologia. Ele ressaltou que o foco é um governo honesto, que crê em Deus e com um presidente cristão e patriota. “Vamos fazer um governo com a menor interferência do Estado”, disse, mas voltou a afirmar sua posição contra a privatização da Petrobras. Sobre o agronegócio, Bolsonaro disse que não se pode abrir mão da segurança alimentar e que “não podemos vender nossas terras para capital de fora”. A questão de venda de terras para estrangeiro é um dos temas debatidos pelo setor recentemente que divide opiniões. Ele fez coro aos demais pré-candidatos e elogiou o RenovaBio. “O Brasil precisa de menos decreto, mas essa é uma boa, ainda mais para atender o compromisso assinado pelo País na França”, disse.

também alguns temas polêmicos que têm norteado sua campanha como a liberação do porte de armas. “Mais do que defender a vida de um cidadão, a arma defende a liberdade de uma nação”, afirmou. O deputado foi questionado pelos participantes do debate como governaria sendo um governo minoritário. “Sempre fui independente”, disse, acrescentando que vai buscar apoio das bancadas que tiverem interesse em cada tema. Bolsonaro também foi questionado ao seu apoio à greve dos caminhoneiros, que culminou no tabelamento dos preços do frete. O candidato respondeu que foi a favor, mas contra a obstrução de vias, como ocorreu. No entanto, não abordou a questão do tabelamento e disse que o governo atual não consegue se antecipar Armas - Bolsonaro citou aos problemas. (AE)

Meirelles elogia legado de Temer São Paulo - O pré-candidato do MDB à Presidência da República, Henrique Meirelles, voltou a elogiar o legado do governo do presidente Michel Temer, do qual foi ministro da Fazenda, mas evitou defender o presidente em si. Questionado sobre se avalia a necessidade de se afastar politicamente de Temer para que sua candidatura “decole”, Meirelles disse que existem duas questões distintas e as pessoas costumam misturar ambas. “Eu fui ministro da Fazenda, defendo e cito o que foi feito, defendo a recuperação da economia brasileira, todas as reformas que são feitas e todas que estão em andamento”, explicou Meirelles a jornalistas após evento em São Paulo onde citou conquistas como a Lei da Governança das Estatais, a reforma trabalhista, a reforma do ensino médio, entre outras. “A defesa jurídica, ele (Temer) é um jurista consagrado, capaz, tem advogados super competentes, não é a minha área, mas ele está apresentando as suas defesas e isto é uma outra questão”, afirmou o ex-ministro. Para disputar a eleição à Presidência,

Meirelles precisará superar um outro desafio dentro de seu próprio partido: a confirmação da candidatura na convenção. O ex-ministro procurou mostrar otimismo quanto a isso. Segundo ele, a maioria dos emedebistas defende a ideia de uma candidatura própria do MDB à Presidência e que ele seja esse candidato. “A única dúvida que temos é o tamanho da vitória, nós queremos ter uma vitória consagradora (na convenção), uma vitória em que haja uma grande união do partido. Que ganharemos a convenção não tenho dúvidas”, disse Meirelles. Ao ser perguntado sobre a posição do senador Renan Calheiros (MDB-AL), que declarou apoio à candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em vídeo, e que afirma que Meirelles não será homologado pelo MDB, o ex-ministro disse respeitar a opinião, mas que isso não mudará o resultado da convenção. “É uma opinião dele, é uma opinião legítima, mas ele está errado. Teremos uma grande vitória na convenção e eu já tenho evidências concretas disso do país inteiro”, disse. (Reuters)

errado esteve aquele partido ou aquela aliança que no passado empurrou todo mundo para fora.” Sobre suas conversas com o PSB, Ciro afirmou que “estão indo bem”, mas que não há nenhuma definição no momento. “O tempo é deles”, declarou. (AE)

Marina Silva prega visão programática São Paulo - A pré-candidata à Presidência da República pela Rede, Marina Silva, se apresentou como uma veterana na corrida pelo Planalto ao iniciar seu discurso no fórum realizado ontem, em São Paulo, pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica). “Saindo pela terceira vez na corrida eleitoral tenho de trazer um olhar sobre uma saída para esses problemas”, disse. “Quero participar do debate. Não quero entrar no embate, entro no processo para oferecer a outra face”, completou. A ambientalista disse que a crise não se resolve com passe de mágica, mas com decisões políticas. Ela repetiu que pretende governar com “os melhores de todos os partidos”. “Composição do governo não será com fisiologismo, mas com visão programática”, disse. A pré-candidata fez acenos ao agronegócio ao elogiar o projeto RenovaBio, o qual chamou de um projeto com visão antecipatória, que adiantou soluções para questões ambientais que o Brasil e o mundo precisaram encarar. “O Brasil tem um lugar para ocupar e eu não tenho dúvida que os senhores estão apontando um caminho e uma nova maneira de caminhar”, disse. Sobre a formação de preços dos combustíveis e da Petrobras, Marina disse que a estatal dispõe de mecanismos para “manejar essa situação sem perder a perspectiva que deve estar submetida pela lógica de mercado”. “A Petrobras não importa todo seu combustível. Com base nisso, a empresa poderia manejar mais adequadamente o preço do seu combustível”, completou. “Variação do preço de combustível não deve ser repassada ao consumidor todo dia”, disse. Marina foi questionada sobre a reforma trabalhista e respondeu que ela precisa de reparações. “Não é razoável uma lei dizendo que negociado se sobreponha ao legislado”, destacou. (AE)


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POLÍTICA politica@diariodocomercio.com.br

MENSALÃO MINEIRO

POLÍCIA

Valério é condenado a mais 16 anos

STF retomará julgamento sobre delação premiada

Ex-empresário já cumpre pena de 37 anos por envolvimento em esquema do PT O ex-empresário Marcos Valério Fernandes de Souza foi condenado a 16 anos e nove meses de prisão por participação no esquema que ficou conhecido como mensalão mineiro. A sentença é da juíza Lucimeire Rocha, da 9ª Vara Criminal do Fórum Lafayette, a primeira instância da Justiça de Minas Gerais. A pena é por lavagem de dinheiro e peculato. Marcos Valério é o sexto envolvido no mensalão mineiro sentenciado pela Justiça de Minas em pouco mais de dois meses. O mensalão mineiro, conforme denúncia do Ministério Público, foi o desvio de R$ 3,5 milhões de estatais mineiras como a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) e o extinto Banco do Estado de Minas Gerais (Bemge) para a campanha pela reeleição de Eduardo Azeredo (PSDB) ao Palácio Liberdade em 1998. O esquema, ainda segundo o Ministério Público, utilizava agências de publicidade de Marcos Valério. O ex-empresário já cumpre pena de 37 anos de prisão por participação do mensalão do PT. Marcos Valério estava preso desde 2013 na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Grande Belo Horizonte e em julho do ano

passado foi transferido para uma Associação de Proteção e Assistência ao Condenado (Apac) em Sete Lagoas, na região Central. A transferência ocorreu depois de o ex-empresário fechar delação premiada com a Polícia Federal com informações sobre o mensalão mineiro. Ex-sócios de Marcos Valério, Cristiano de Mello Paz e Ramon Hollerbach também foram condenados a 16 anos e nove meses de prisão pela juíza Lucimeire Rocha. Ambos, assim, como Valério já haviam sido sentenciados no mensalão do PT. A decisão foi tomada na última sexta-feira (15). Todos podem recorrer. Em 24 de abril, o ex-governador Eduardo Azeredo teve confirmada em segunda instância condenação a 20 anos e um mês de prisão dentro do mensalão mineiro por peculato e lavagem de dinheiro. Em 22 de maio, o tucano teve negado recurso e, um dia depois, iniciou o cumprimento da pena em batalhão do Corpo de Bombeiros de Belo Horizonte. Em 14 de maio, o ex-senador Clésio Andrade foi condenado em primeira instância a cinco anos e sete meses de prisão em regime semiaberto por participação no esquema. Neste caso, coube recurso. Andrade ocupava a vaga de

VALTER CAMPANATO

Marcos Valério é o sexto sentenciado pela Justiça de Minas em pouco mais de 2 meses

vice na chapa de Azeredo. A pena foi por lavagem de dinheiro. Também em primeira instância, o jornalista Eduardo Guedes foi condenado em 12 de abril a 17 anos e cinco meses de prisão por peculato e lavagem de dinheiro dentro do mensalão mineiro. Por ser decisão em primeira instância, também coube recurso. Defesas - O advogado de Marcos Valério, Jean Kobayashi, classificou a sentença da juíza da 9ª Vara como “desproporcional”. Segundo

o representante do ex-empresário, a delação feita por Marcos Valério ainda não foi aceita. Conforme Kobayashi, é preciso aguardar decisão judicial que vai autorizar, ou não, a Polícia Federal a colher delações premiadas. O advogado de Cristiano Paz, Castellar Neto, disse que o papel de seu cliente “no dia a dia da agência, era exclusivamente dedicado à atividade publicitária, sem qualquer ingerência na parte administrativa ou financeira. Por isso, a defesa entende que a condenação

não merece prosperar”. Paz foi condenado a 23 anos de prisão no mensalão do PT e atualmente cumpre pena em regime semiaberto em Apac de Nova Lima, na Grande Belo Horizonte Já o advogado de Ramon Hollerbach, Estevão Ferreira de Melo, disse que vai pedir a prescrição da pena por seu cliente ter completado 70 anos no último dia 13. Hollerbach foi condenado a 27 anos de prisão no mensalão do PT e também foi autorizado a cumprir a pena em regime semiaberto. (AE)

OPERAÇÃO BASTILHA

Geddel e Luiz Estevão são alvo de buscas São Paulo - A Polícia Civil, no Distrito Federal, fez buscas nas celas onde estão presos o ex-ministro Geddel Vieira Lima e o ex-senador Luiz Estevão, na Penitenciária da Papuda, em Brasília, no âmbito da Operação Bastilha. A ação foi iniciada na tarde do último domingo (17) e os agentes apreenderam pendrives e chocolates, atribuídos a Estevão, e anotações que seriam de Geddel. Estevão foi condenado a 26 anos de reclusão por desvios de recursos públicos nas obras do Fórum Trabalhista de São Paulo. Geddel foi preso no ano passado depois que a Polícia Federal descobriu um bunker atribuído a ele, em Salvador, com R$ 51 milhões em dinheiro vivo. As investigações sobre supostas regalias na Papuda começaram há quatro meses. “A Operação foi desencadeada ontem (domingo, 17) logo após o início do segundo tempo do Brasil e Suíça, na Copa”, relatou o delegado Fernando Cesar Costa. “Não houve qualquer situação mais constrangedora além do cumprimento da medida.” O delegado Thiago Boeing afirmou que “chamou atenção” Luiz Estevão estar em uma cela com apenas mais um preso, o ex-ministro José Dirceu). “Na ala dele (Luiz Estevão), em média, tem sete presos em uma cela. A cela dele, além de ser uma cela um pouquinho maior do que as outras, tem somente duas pessoas”, disse. Boeing revelou que “assim que os policiais chegaram na cela do Luiz Estevão

foi determinado que se retirasse”. “Ele pediu para ir ao banheiro, estava com algum objeto na mão. Não foi autorizado. Ele saiu com a mão na cabeça e tentou se desfazer de cinco pendrives que estavam na mão dele, mini pendrives, bem pequenos. O policial o visualizou jogando no chão e apreendeu esse objetos”, relatou. “Posteriormente a retirada dele da cela, também foram localizados alguns gêneros alimentícios, dentre eles chocolates e cereais, que vão ser verificados junto à Vara de Execução Penal se é autorizado ou não a presença desses objetos na cela, bem como uma tesoura, que é objeto proibido dentro do presídio. Foi apreendido, além de diversas anotações”, afirmou. “Escritório” - O delegado afirmou que na biblioteca da ala de Luiz Estevão havia “diversos documentos relacionados a ele, diversas pastas”. “A biblioteca mais parecia um escritório dele do que de uma área de uso comum dos outros presos”, disse. “São diversos documentos separados por pastas, de temas de interesse dele e das empresas. Diversos documentos, umas quatro pilhas. Vão ser analisados”, ressaltou. Segundo Boeing , “na cela do Geddel foram localizadas somente anotações diversas que vão ser analisadas”. O delegado Maurílio Coelho relatou que Estevão foi chamado para explicar os objetos encontrados em sua cela. “Ele estava bem tranquilo, justificou que aqueles objetos sempre es-

tiveram ali “ O criminalista Marcelo Bessa, defensor do ex-senador Luiz Estevão, disse que ainda não teve acesso

aos autos da Operação Bastilha. Bessa esclareceu que também não teve contato pessoal com o ex-senador. “Não consegui acesso aos

autos da investigação e sequer pude conversar pessoalmente com o meu cliente. Assim, no momento, nada tenho a declarar”, disse. (AE)

Sistema prisional precisa de agenda Brasília - A procuradora-geral da República e presidente do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), Raquel Dodge, apontou ontem algumas das principais dificuldades pela qual passa o sistema prisional brasileiro. Em primeiro lugar, segundo Raquel Dodge, está o fato de o assunto não entrar na agenda política do País, seguido da falta de coordenação e integração entre autoridades; a falta de diagnósticos e uma seletividade que prende autores de crimes de menor potencial e deixa soltos autores de crimes mais violentos, bem como de crimes de colarinho branco. Segundo a procuradora-geral, o problema precisa ser enfrentado de forma coordenada e integrada por todos titulares da Ação Penal Pública, do sistema de Justiça, do Judiciário e Executivo. “Há muitas dificuldades [no âmbito do sistema prisional brasileiro]. A primeira das dificuldades é que esse é um tema que raramente frequenta a agenda política do país. Isso acontece apenas em ano eleitoral. No Judiciário e no Ministério Público, o tema é abordado timidamente”, disse Dodge durante a abertura do Seminário Internacional

de Execução Penal, em Brasília. Além disso, acrescentou a procuradora, há uma tendência de apenas pequenos traficantes e crimes não violentos resultarem em prisão no país. “Autores dos crimes de colarinho branco ainda não estão sendo encarcerados, bem como os que praticam crimes violentos de grande potencial ofensivo. Apenas os agentes de crimes violento de menor potencial ofensivo [estão sendo presos]. Pequenos traficantes e autores de crimes não violentos são a massa do sistema prisional”, disse. Raquel Dodge alertou que os jovens encarcerados são arregimentados por facções criminosas no interior dos presídios, o que piora ainda mais a situação. “Essas facções dominam o crime dentro e fora dos presídios. Ela controla inúmeros negócios lícitos, lava dinheiro e até financia campanhas eleitorais. Tudo isso é grave. Deve ser examinado adequadamente, para debelar o crime organizado na prisão”. Ela disse que, para lidar com essa situação, é preciso entender como são tratados os infratores, a prevenção ao crime e o tratamento dado após a sentença. A

questão prisional, segundo ela, padece há anos de diagnóstico, com o Executivo definindo políticas públicas a partir de dados sempre defasados. “Os dados apresentados este ano foram colhidos há um ou dois anos. Nada era atualizado, da forma como merece a segurança pública”, disse. “É preciso ter a utopia de resolver no curto prazo. Médio e longo prazo já passou. Curto prazo a começar”, acrescentou. Diálogos - Presente no evento de abertura, o ministro dos Direitos Humanos, Gustavo Rocha, disse que a tendência é a de se criar um caminho que fomente diálogos institucionais. “A questão prisional no Brasil precisa mudar. Isso somente ocorrerá por meio de um trabalho conjunto, de dialogo entre Ministério Público e Judiciário”, disse em meio a críticas ao sistema prisional brasileiro. A discussão, segundo ele, é muito difícil e com saídas complexas. “Há dificuldade nos estados em gerir recursos, na medida que o Funpen (Fundo Penitenciário Nacional) tem recursos sobrando. Os estados não utilizam esses recursos para investir no sistema prisional”, disse o ministro. (ABr)

Brasília - A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, marcou para amanhã a retomada do julgamento de uma ação que discute a possibilidade de delegados de polícia firmarem acordos de colaboração premiada. A discussão gira em torno de uma ação ajuizada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra essa possibilidade. Em dezembro do ano passado, o Supremo formou maioria a favor da possibilidade de a polícia firmar delações, mas com a imposição de limites à concessão de benefícios a delatores. Mesmo concordando com a possibilidade de a polícia fechar esse tipo de acordo, ministros divergiram em maior ou menor grau sobre a necessidade de o Ministério Público dar aval ao acerto firmado pela Polícia Federal. À época, a presidente do STF acolheu a proposta do relator, ministro Marco Aurélio Mello, de pautar o caso quando a composição da Corte estivesse completa. Não participaram do julgamento em dezembro os ministros Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski, que estavam respectivamente cumprindo agenda no exterior e de licença médica. Além dos ausentes, faltam votar no caso os ministros Celso de Mello e a própria Cármen Lúcia. Em agosto do ano passado, Celso disse em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo” que “não há dúvida” de que a polícia possui legitimidade para fechar os acordos. “Delação não é prova, mas é um meio de obtenção da prova penal, a legislação estabelece que também a autoridade policial dispõe de legitimidade pra celebrar com o agente colaborador o acordo de colaboração premiada, e as leis presumem-se sempre constitucionais. Em face da própria lei que cuida do instituto da colaboração premiada, não há dúvida de que a autoridade policial dispõe, sim, de legitimidade plena pra também celebrar o acordo de colaboração premiada, ouvido sempre o Ministério Público”, afirmou o decano à reportagem naquela ocasião. Para Celso de Mello, há “sempre uma vítima” nos casos de conflito entre o MP e a polícia judiciária: “o interesse público”. “Esses conflitos não são adequados, é preciso que haja um convívio harmonioso entre essas duas importantes instituições da República”, disse Celso de Mello à época. “É importante que sejam superados esses conflitos, sejam resolvidas essas situações de antagonismo em ordem a privilegiar o interesse público, os direitos do cidadão”, completou o decano. (AE)


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NEGÓCIOS gestaoenegocios@diariodocomercio.com.br

DIVULGAÇÃO

FÁRMACIAS

Araujo investe em aplicativo para impulsionar vendas Meta da rede é atingir receita de R$ 2,2 bi neste ano THAÍNE BELISSA

De olho num perfil de cliente que é cada vez mais ocupado e adepto às ferramentas que facilitam o dia a dia, a rede mineira de drogarias Araujo acaba de lançar uma nova modalidade de compra: o aplicativo Clique e Retire. Por meio da ferramenta, que já está disponível para download, o cliente pode selecionar e pagar pelo produto que quiser, optando pela retirada rápida em drive thru ou em um guarda-volumes nas lojas, que é aberto por meio de senha pessoal. O presidente da rede, Modesto Araujo Neto, afirma que a meta da Araujo é vender R$ 2,2 bilhões em 2018 e aposta que o aplicativo ajudará a rede a compor esse resultado. “Estamos sempre preocupados em facilitar e resolver os problemas do cliente. Com esse aplicativo, o cliente que está com pressa não precisa entrar na loja, procurar o produto e esperar na fila: ele compra antes pelo aplicativo e depois só passa na loja para pegar o produto e ir embora”, explica o presidente. Ele não

revela o valor investido na nova ferramenta, mas garante que o aporte em inovação é uma ação constante da empresa, que também foi uma das primeiras em Minas Gerais a vender pela internet. O presidente explica que o aplicativo já está disponível para download na Play Store ou Apple Store, mas o serviço ainda está implementação nas lojas físicas. O drive thru, por exemplo, só está disponível em duas unidades nos bairros Sion e Gutierrez, na região Centro-Sul da Capital. O modelo de retirada funciona com a mesma lógica de drive thrus de estabelecimentos de fast food: o cliente chega de carro à unidade por um caminho específico para esse serviço e faz a retirada rápida do produto já comprado. Já o modelo de retirada na loja em guarda-volumes está disponível apenas na loja matriz, localizada na rua Curitiba, no centro da Capital. Segundo Neto, o cliente que optar por esse modelo de retirada receberá uma senha no ato da

compra. Essa senha deverá ser digitada no armário do guarda-volumes para que a porta se abra e o cliente retire o produto que foi depositado ali. No aplicativo, os produtos podem ser comprados com cartão de crédito. Para medicamentos que exigem receita médica, o aplicativo tem uma funcionalidade chamada “receita ágil”. Basta que o cliente fotografe a receita e anexe ao pedido de compra. O presidente lembra que, além de oferecer mais uma opção de compra facilitada ao cliente, o aplicativo também tem outros serviços de relacionamento com o cliente. Por meio da ferramenta, o usuário pode cadastrar lembretes sobre a hora de tomar o remédio e alertas sobre o momento de comprar de novo o medicamento. O aplicativo também traz um chat 24 horas para conversa com um farmacêutico da Araujo.

Ferramenta lançada pela rede mineira permite que o consumidor compre on-line e retire na loja

nas vendas da Araujo, mas ele está otimista e garante que a nova ferramenta vai ajudar a rede a cumprir sua meta de R$ 2,2 bilhões em vendas em 2018. O presidente destaca que a expansão da rede também ajudará nesse resultado. A Araujo tem hoje 205 lojas no Estado e a expectativa é inaugurar, pelo menos, mais 15 este ano. Ao todo, a rede vai abrir 32 novas lojas em 2018 com um investimento em torno de R$ 80 milhões. Além de Belo Horizonte, estão na rota de investimento da Araujo cidades como Divinópolis, no Centro-Oeste; Juiz de Fora, na Zona da Mata; Patos de Minas, no Alto Paranaíba; Participação - Neto afirma que Barbacena, São João del-Rei; ainda é cedo para dizer quanto Congonhas e Ouro Preto, na o aplicativo deve representar região Central.

STARTUP

iMedicina recebe aporte da Cedro Capital DIVULGAÇÃO

THAÍNE BELISSA

Criadora de uma solução inovadora para gestão e divulgação de consultórios médicos, a startup mineira iMedicina pretende triplicar seu faturamento nos próximos 12 meses. O crescimento será possível a partir do investimento que a empresa acaba de receber de um fundo de venture capital gerido pela Cedro Capital, gestora de fundos e recursos sediada em Brasília. A expectativa do CEO da empresa, Raphael Trotta, é que a solução atenda cerca de 4.500 médicos até meados de 2019. O CEO não revela o valor investido pela gestora, mas esclarece que, com o aporte, ela passa a controlar 25% da empresa. “Desde o ano passado abrimos a rodada de investimento, mas fizemos esse processo com muita calma e paciência porque queríamos atrair um bom parceiro. A Cedro Capital já investiu em outras startups que trabalham o software como serviço e esse foi um ponto importante na decisão”, explica. Segundo ele, a Cedro Capital também se mostrou um investidor

Trotta: com o aporte a Cedro passa a deter 25% da startup

promissor porque, antes mesmo da assinatura do contrato, ela abriu diversas portas para a startup. De acordo com Trotta, o investimento recebido será aplicado na melhoria da tecnologia, de forma que ela se torne mais eficiente e gere mais resultados para os clientes. Atualmente, a startup tem 700 contratos com clínicas e consultórios em todo o Brasil e dispõe de mais de 1500 médicos cadastrados. A expectativa do CEO é que, com o inves-

timento e as melhorias na tecnologia, a startup triplique de tamanho nos próximos 12 meses. Para o fim de 2018 a meta é chegar a 1.400 contratos e 3 mil médicos cadastrados. Trotta explica que, assim como outros softwares de gestão, a plataforma da iMedicina oferece ferramentas para gestão financeira do consultório, da agenda do médico e dos prontuários dos clientes. Mas ela vai além oferecendo, também, gestão da comunicação por

meio de um conjunto de serviços de marketing para a conquista e fidelização de pacientes. De acordo com ele, a ferramenta atua não apenas dentro do consultório, mas antes de o paciente chegar nele com ferramentas para prospecção de clientes, e depois que ele já saiu com funcionalidades para relacionamento. “Por meio do blog, do site e das redes sociais, por exemplo, ajudamos os pacientes a encontrarem os médicos que são clientes da nossa solução. E depois o paciente fez a consulta ele passa a receber conteúdos, como uma explicação mais profunda do diagnostico da doença dele, o motivo do pedido de exames e a lembrança de que em tantos dias ele precisa retornar”, explica. De acordo com ele, todo o conteúdo especializado é produzido por uma equipe própria da startup, mas também por uma rede de cerca de 300 freelancers.

TURISMO

Meios de hospedagem legais aumentam 54% após fiscalização do Mtur DA REDAÇÃO

O número de meios de hospedagem cadastrados no Cadastur, do Ministério do Turismo, cresceu 54% desde o início da “Operação Verão Legal” realizada pela Pasta e que visitou, até maio, estabelecimentos de 24 capitais brasileiras. A iniciativa também impactou no número total de cadastros incluindo outros segmentos. Atualmente, o Cadastur conta com 70.760 registros, marca histórica da ferramenta e que representa um aumento de 22% em comparação ao início da operação. “O crescimento expressivo de pessoas físicas e jurídicas credenciadas reforça que a ação inovadora do Ministério do Turismo encontrou respaldo em todo o setor que entendeu a importância de estar regularizado junto ao órgão máximo do turismo. Sempre tratamos a operação como uma ação acima de tudo de sensibilização sobre a importância da formalização para o desenvolvimento do setor”, explicou o ministro do Turismo, Vinicius Lummertz. A ação contou com a participação de sete fiscais da Pasta que visitaram 1,3 mil estabelecimentos. Destes, 940 estavam irregulares e foram notificados. Pela Lei do Turismo, sete atividades turísticas são de cadastro obrigatório: guias de turismo, agências de turismo, meios de hospedagem, transportadoras turísticas, empresas organizadoras de

eventos, acampamentos turísticos e parques temáticos. Os estados com maior índice de regularização foram Paraná (88%), Piauí (87%)m Maranhão e Mato Grosso do Sul (83%) e Paraíba (80%). “Os altos índices de regularização confirmam que o trabalho em parceria entre governo federal e governos estaduais é altamente benéfico para o setor e gera resultados positivos para todos aqueles que trabalham com a atividade turística”, afirma a coordenadora-geral de cadastramento e fiscalização de prestadores de serviços turísticos, Tamara Galvão. Novo Cadastur - O trabalho de fiscalização é realizado para acompanhar a nova versão da ferramenta lançada em março deste ano. Totalmente modernizado, o Cadastur 3.0 possibilita que a inscrição seja inteiramente eletrônica, feita em uma interface amigável e interligada ao banco de dados da Receita Federal, trazendo menos burocracia e mais rapidez para quem deseja estar formalizado. A ferramenta é mais um passo dado pelo Ministério do Turismo em busca da formalização total dos prestadores de serviços turísticos. O novo Cadastur também modernizou o certificado que agora contará com a tecnologia de QR Code com todas as informações dos cadastrados. Além disso, os veículos que realizam transporte turístico receberão também novos selos com a mesma tecnologia.

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NEGÓCIOS PIXABAY / DIVULGAÇÃO

RECURSOS HUMANOS

Profissionais devem se preparar para a retomada do mercado Indicador aponta que recrutadores estão otimistas e vagas devem ser geradas DA REDAÇÃO

Planejamento é a palavra de ordem no atual mercado de trabalho, seja para quem vai contratar ou para os profissionais que desejam se movimentar ou se recolocar. “O ritmo de recuperação da economia e do mercado de trabalho ainda está lento, mas os recrutadores seguem otimistas com relação ao futuro, o que segue indicando aumento de vagas e projetos saindo da gaveta. Por essa razão é preciso estar preparado para o momento da aceleração. Dessa forma, as empresas devem olhar para dentro de casa e avaliar se estão com o melhor time, se há necessidade de substituições ou existem talentos a serem retidos. Já os profissionais devem cuidar da qualificação para se manterem atrativos aos olhos de empregadores e possíveis contratantes”, ressalta o diretor-geral da Robert Half, Fernando Mantovani.

A análise de Mantovani refere-se aos dados revelados na 4ª edição do Índice de Confiança Robert Half (ICRH), que faz um mapeamento trimestral do sentimento de recrutadores e profissionais qualificados (aqueles com 25 anos de idade ou mais), empregados e desempregados, quanto ao mercado de trabalho. A nova edição do estudo retrata uma leve queda geral no índice de confiança quanto ao momento atual (31,4 para 30,9 pontos) e aos próximos seis meses (de 52,8 para 50,2 pontos). “Esses dados dizem respeito à média geral. Porém, se considerarmos apenas o sentimento dos recrutadores, é possível perceber que, desde o lançamento do estudo, em agosto de 2017, esse grupo de profissionais nunca deixou de se manter otimista, apresentando confiança sempre acima dos 50 pontos, na expectativa para os próximos seis meses. Ou seja, há perspectivas

de contratação, a intenção entre um e três meses para existe”, explica Mantovani. concluir um processo seletivo para os cargos mais Desemprego é 7.2 p.p. demandados em suas empremenor entre os profissionais sas. Muitos empregadores qualificados – Sazonalmen- já perderam excelentes cante, o primeiro trimestre do didatos devido a processos ano apresenta elevação da longos. É preciso entender a taxa de desemprego devido ação como parte das estratéà desocupação de trabalha- gias da companhia. Ela deve dores nas vagas criadas no ser rápida, porém completa final do ano anterior e ao e assertiva, contemplando o vencimento de contratos, alinhamento entre perfil do em diferentes setores da candidato e a vaga, atenção economia. Porém, ainda e respeito às etapas estabeque o índice geral de de- lecidas, cumprimento dos semprego seja de 13,1%, prazos acordados, feedbacks é importante se atentar ao transparentes e comunicação fato de que entre os profis- clara. sionais qualificados a taxa Trabalho em equipe e cai para 5,9%. relacionamento interpesEncontrar profissionais soal são as habilidades qualificados segue como mais valorizadas – Essa o principal desafio dos re- foi a resposta de 61% dos crutadores – A dificuldade respondentes. A pesquisa foi citada por 53% dos res- também revelou a demanda pondentes, seguida por reter por profissionais com boa talentos (18%) e criar pacotes comunicação, proatividade de benefícios atrativos (9%). e experiência, nesta ordem Processos de recrutamen- de prioridade. to estão muito longos – Mais Mentiras no currículo são da metade dos entrevistados passiveis de desclassifica(55%) revelou que demora ção – 37% dos recrutadores

entrevistados afirmaram estarem dispostos a descartar um candidato já na primeira entrevista, caso percebam que ele mentiu no currículo. Também há baixa tolerância para profissionais que falam mal de empregadores anteriores e àqueles que perdem a oportunidade de demonstrar interesse na vaga. Há interesse dos profissionais qualificados pelo trabalho por projetos – Quando questionados, 37% dos profissionais qualificados, em cargos de analistas a diretores, consideraram procurar um trabalho temporário caso venham a perder o emprego atual. É hora dos empregadores começarem a avaliar esse modelo de contratação como uma oportunidade de evoluir suas práticas de

contratação. A Gig Economy, termo que se tornou popular para descrever a crescente demanda por formas de trabalho flexíveis, chegou para mudar os padrões de pensamentos no mercado. Demanda específica é o que mais leva à contratação de profissionais temporários – Quando o assunto é a necessidade de alguém com um conhecimento especializado, mas para apenas um projeto, 56% dos empregadores têm optado pela contratação de profissionais qualificados temporários, para cargos que vão de analistas a diretores. Outros dois motivos foram citados com bastante frequência: períodos de pico e excesso de trabalho; e para cobrir ausência de um profissional-chave.

GESTÃO

Empresários planejam políticas de redução de custos DA REDAÇÃO

Em um ambiente global de negócios em constante mudança, empresas com metas agressivas de redução de custos tendem a obter vantagens competitivas. A pesquisa global de redução de custos da Deloitte retrata esse cenário e aponta que 95% do empresariado brasileiro pretende implementar políticas de redução de custos nos próximos 24

meses. Este número está em consonância com os levantados junto a empresários da América Latina (96%). Observa-se, porém, que o índice no Brasil é superior ao encontrado no restante do mundo (86%). A pesquisa ouviu insights de mais 1.000 executivos C-level de quatro importantes regiões: Estados Unidos, América Latina, Europa e Ásia-Pacífico. Embora a intenção de

redução de custo seja uma meta global, muitas empresas não alcançam resultados expressivos. De acordo com a pesquisa, quase metade dos entrevistados (45%) buscou metas de redução de custos menores que 10%. Ainda assim, quase dois terços dos entrevistados (63%) relataram que não conseguiram atingir suas metas. Com relação ao não cumprimento de metas, o Brasil apresenta rendimento

bastante similar à média global (64% contra 63%, respectivamente). “É importante haver um planejamento prévio e a definição de metas ambiciosas de redução de custos antes de operacionalizar mudanças. A redução de custos é meta e a revisão de processos é consequência. A partir de então, a tecnologia aplicada, aliada à participação de líderes e de equipes, são pilares fun-

damentais para o sucesso no cumprimento destas metas”, defende Renata Muramoto, sócia da área de Estratégia & Operações da Deloitte. “Temos no Brasil uma ótima percepção da importância da redução de custos. Precisamos agora incrementar os resultados neste sentido”, completa. Diante do apurado, o estudo propõe que, com as altas taxas de falha dos programas de redução de

custos, as empresas devem considerar a adoção de tecnologias exponenciais disruptivas e soluções digitais. “Essas novas soluções surgem como um fator decisivo para alavancar a eficiência e a eficácia, viabilizar novos modelos de negócios, ajudar a reduzir custos e melhorar margens de forma sistêmica”, finaliza A diretora de Strategic Cost Transformation da Deloitte, Caroline Yokomizo.

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A CEGUEIRA DAS ORGANIZAÇÕES

Agente integrador ou operador de um elo da cadeia de valor: Qual o melhor posicionamento? MARCELO ALVIM SCIANNI*

O atual movimento de digitização ou transformação digital tem colocado a questão do posicionamento na cadeia de valor no planejamento dos novos negócios. Afinal de contas, aonde está o melhor posicionamento: operando um elo de agregação de valor ou integrando diferentes atores nos nós de uma rede? Não há resposta única, mas a resposta óbvia se encontra naquilo em que se tem competência para fazê-lo. Portanto, ao invés de direcionar uma sugestão para um caminho ou outro, vamos nesse ensaio apresentar as características necessárias e os prós e contras de ambos os posicionamentos. Numa sociedade integrada e em rede, nada mais natural que considerarmos organizações também estruturadas em rede. E quando se analisa a forma de consumo da sociedade atual fica clara a importância do papel do integrador em uma cadeia de valor. O ator que assumir esse papel deterá sem dúvida alguma um grande poder e provavelmente conseguirá elevadas taxas de rentabilidade em uma operação bastante enxuta. Mas é importante que se esteja bem preparado para assumir este papel. A fonte de poder do integrador se concentra basicamente na informação por ele detida e no

conhecimento de todas as transações necessárias entre os diferentes elos de uma cadeia. Para isso este negócio demanda uma evolução contínua da competência tecnológica para a seleção, coleta, análise e síntese da informação obtida em produtos consumíveis por todos os elos da cadeia. Nesse sentido, há aqui uma questão importante a considerar em relação à possibilidade de cópia ou suplantação de uma competência por uma tecnologia inovadora e disponível no mercado. Ou seja, assumir o papel de integração

pressupõe riscos elevados e, como exigência de competência essencial, a capacidade de se reinventar em ritmo acelerado. Já para quem está em um elo específico da cadeia, não pense que estará totalmente alheio ao processo de integração tecnológico na cadeia de valor. Apesar de não ser o principal responsável pela integração das informações e conexão com outros atores, é necessário absorver as informações que fluem em seu negócio e entender sua importância na cadeia de valor para conseguir

atingir resultados que justifiquem e que garantam a sobrevivência do negócio. Isso porque a maior disponibilidade de informação e a possibilidade de conexão com diferentes organizações exercem uma pressão sobre as margens de contribuição de todos os negócios que se encontram em um elo específico da cadeia de valor. Por outro lado, a especialização em uma entrega facilita o acúmulo e o desenvolvimento de competências, o que contribui para uma maior perenidade do negócio e a própria

agregação de competências a jusante ou a montante do elo específico de atuação. Portanto, a especialização em um elo da cadeia se reflete em maiores pressões nas margens de contribuição e na necessidade do desenvolvimento contínuo das competências especificas ao elo ou àquelas imediatamente adjacentes para garantir o resultado e a sobrevivência. Enfim, como colocado no início do ensaio, não há uma resposta única a respeito do melhor posicionamento em uma cadeia de valor. Como apresentado na figura, ambos os papéis possuem aspectos positivos e negativos de sua atuação como player de um elo específico ou como integrador de elos e da cadeia como um todo. O dito popular “a grama do vizinho é mais verde” se mostra bastante válido nesse caso, pois normalmente quem exerce o papel de integrador muitas vezes gostaria de conviver com a pretensa estabilidade presente em um elo específico da cadeia, enquanto o atuante específico do elo gostaria de ter as mesmas margens de resultado sobre o negócio alcançada pelo integrador da cadeia. No entanto, ninguém gostaria de assumir os riscos e pressões sofridas pelo “vizinho” *sócio-diretor da DMEP


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NEGÓCIOS RESTAURANTES

Santafé passa por grande reestruturação Investimentos no estabelecimento instalado no hotel Promenade Champagnat somaram R$ 200 mil DIVULGAÇÃO

JULIANA BAETA

O restaurante Santafé, localizado no hotel Promenade Champagnat, na Savassi, região Centro-Sul de Belo Horizonte, ganha a sua primeira reestruturação após 24 anos desde a inauguração. Apesar de a cozinha clássica ser mantida, há agora a introdução de um conceito em sua culinária, uma chef à frente da casa e uma repaginada na estrutura do local, tudo isso para atrair novos públicos, entrar de vez no estilo comfort food e ampliar a gama de serviços oferecidos. O investimento foi na ordem de R$ 200 mil e, após as mudanças, o faturamento deve aumentar em 20% até o fim deste ano. Com a entrada da nova sócia, a chef e empresária Carolina Fádel, especializada em cozinha funcional e saudável, o ambiente abre espaço para novas possibilidades. “A gente entra dando um conceito ao restaurante, mantendo os clássicos da casa, mas colocando opções mais saudáveis que prezam o ingrediente, a origem dos pratos. Hoje, os grandes cozinheiros do mundo todo já estão neste resgate de raiz alimentar, em um movimento na contramão do fast food, o slow food. E as pessoas estão procurando por isso, um jeito de comer fora de casa, mas como se fosse comida de casa, para se alimentar com calma, sentindo o sabor dos alimentos”, explica. As novas opções na cozinha da casa são assinadas por Fádel, ao lado do chef executivo da Rede Gourmet, Lucas Del Peloso. Um dos donos do Santafé, Agilberto Martins conta que as mudanças no estabelecimento vão abrir espaço para novos serviços e, consequentemente, novos clientes. “O buffet de salada, por exemplo, que era vendido a preço fechado, vai passar a ser por quilo, priorizando quem procura refeições mais saudáveis. Já servimos o café da manhã para o hotel e, agora, vamos passar a abrir este serviço ao público. Além disso, temos uma procura muito grande por conta do espaço da casa, por parte de empresas que desejam fazer reuniões de negócios ali. Então, dentro dos investimentos que fizemos, estão impressoras, caixas de som mais potentes, wi-fi mais rápido, projetor, tudo para que o espaço funcione também como um coworking. Antes, fechávamos às 15h, e reabríamos às 18h, agora vamos funcionar 24 horas”, explica. Expansão - A Rede Gourmet, que detém o restaurante Santafé, já tem oito hotéis que terceirizam seus serviços de café da manhã. A novidade, agora, é que o hotel Caesar Business, que já conta com o restaurante Udon, outro produto da Rede Gourmet, vai receber no segundo semestre um restaurante Santafé. “É difícil um hotel executivo ter dois restaurantes, vai ser uma inovação”, adianta Martins. Mudanças - O cardápio do Santafé passa a contar com 19 novas opções focadas no estilo mais saudável de se alimentar, como o espaguete de pupunha, o risoto de quinoa e o estrogonofe de palmito e cogumelos.

Aliado a isso, a estrutura física também passou por algumas adaptações, como hortas de temperos e jardins verticais em meio às mesas, e um ambiente mais claro e informal, além de novos equipamentos na cozinha. O café da manhã, até então, exclusivo para os hóspedes do hotel Promenade Champagnat, passa a ser um serviço para o público geral, e também foi incrementado com opções funcionais, como bolos e pães saudáveis e opções para pessoas alérgicas, vegetarianas e atletas. Já durante a tarde, o espaço vai contar com o coworking, onde serão oferecidas opções saudáveis para acompanhar chás e cafés, e lanches como tapiocas, açaí, omeletes e sanduíches artesanais. História - O restaurante Santafé nasceu da vontade dos irmãos e sócios Pedro e Agilberto Martins da Costa abrirem o próprio negócio. Formados em Ciências Con- Estimativa dos gestores é que o faturamento do restaurante cresça 20% até o fim deste ano com os investimentos tábeis e Engenharia Civil FELIPE CARVALHO/DIVULGAÇÃO respectivamente, a ideia passou a ganhar forma quando Agilberto morou um tempo em São Paulo e passou a perceber o movimento frequente e intenso de uma lanchonete que ficava em frente ao seu trabalho e vendia sanduíches em baguetes com recheios diferenciados. Em contato com o irmão eles decidiram desistir de suas carreiras já consolidadas para abrir um negócio semelhante em Belo Horizonte. Inauguraram, então, uma lanchonete na rua Santa Rita Durão, na Savassi, que passou a ser bastante frequentada por um dos executivos do hotel em frente, o Promenade Champagnat. O convite do executivo para que os irmãos passassem a fornecer os pães para o café da manhã do hotel foi prontamente aceito e, pouco tempo depois, em 1994, os empresários foram convidados a administrar o restaurante do hotel, hoje, o renomado Santafé. Menu do restaurante passou por mudanças e ganhou novas opções mais saudáveis, mas manteve os clássicos da casa

Pequenos compram direto dos produtores rurais

DA REDAÇÃO

Quase metade dos pequenos negócios ligados ao ramo de alimentação fora do lar adquirem seus produtos diretamente de produtores rurais. A relação comercial entre os dois segmentos, porém, pode ser ainda mais robusta, segundo aponta a pesquisa “Cadeia produtiva das empresas de alimentação”, realizada pelo Sebrae entre 6 de abril e 14 de maio de 2018. Conforme o levantamento, 45% dos 1.125 micro e pequenos empreendedores entrevistados já adquirem seus produtos da área rural. Entre aqueles que não compram diretamente, 85% têm interesse em fazê-lo. Para a diretora técnica e presidente em exercício do Sebrae, Heloisa Menezes, a relação entre os dois lados pode melhorar ainda mais. “É preciso aproximar mais o pequeno produtor rural e os empresários do segmento de pequenos negócios de alimentação, para que possam interagir e buscar soluções conjuntas para os desafios e oportunidades apontados na pesquisa que realizamos”, assinala. Logística - Os principais desafios apontados pelos

empresários do setor estão relacionados à entrega dos produtos e à logística. Conforme a pesquisa, 50% dos comerciantes entrevistados citam a falta de constância na entrega da mercadoria, 46% não conhecem produtores que forneçam o que necessitam e 46% reclama da dificuldade logística da compra. Além disso, para comprar, os empresários ouvidos relatam que priorizam a qualidade dos insumos, o preço e a confiança no fornecedor durante o processo de compra dos produtos. É justamente a confiança no fornecedor, o preço e a qualidade dos insumos, que fazem a empreendedora Maíra da Costa Pedro da Luz escolher apenas três pequenos produtores para comprar os hortifrúti que usa em seu restaurante, em São Paulo. Todos os pratos vendidos por Maíra em seu restaurante Free Soul Food, no Jardim São Paulo, na zona norte da capital paulista, são orgânicos. “Só deixo de comprar nos sítios de Botucatu, Socorro (ambas no interior) e no Sul de Minas Gerais, se os produtos estiverem em falta”, afirma a comerciante. Mesmo assim, quando isso acontece, ela tem como alternativa, outro

JAIR MENDERS/AGÊNCIA MINAS/DIVULGAÇÃO

Pesquisa realizada pelo Sebrae aponta que 45% dos estabelecimentos já compraram em áreas rurais

pequeno produtor de Mai- ter certeza da qualidade do riporã, também no interior produto que vou servir aos do estado. meus clientes”, explica. A pesquisa mostra a força Confiança e qualidade - O da área rural quando se traperfil de Maíra é o mesmo ta do local das compras, já dos pequenos empreendedo- que 32% dos comerciantes res do ramo de alimentação, vão ao Ceasa, 32% adquirem apontado pela pesquisa: 49% diretamente de produtores querem insumo de qualida- rurais e 27% nas feiras livres, de, 18% se importam com principalmente hortaliças os preços e 14% se baseiam (48%), frutas (21%) e proteína na confiança no fornecedor. animal (21%). Por se tratar Este aspecto ficou evidente, de produtos perecíveis, na já que 85% compram dos maioria dos casos, 64% dos mesmos produtores rurais. pequenos empreendedores “Como meu restaurante é de fazem suas compras semacomida orgânica, tenho que nalmente, 23% diariamente

e 8% quinzenalmente. Além disso, 71% fazem cotação de preços, sendo que 65% deles de forma presencial e 56% por telefone. Os pequenos negócios de alimentação estão resistindo às crises, já que 35% das empresas ouvidas têm mais de 10 anos, 31% entre seis e 10 anos e 24% são novos, com até cinco anos de existência. Quase 60% das entrevistas foram feitas em restaurantes e similares, bares, cantinas, lanchonetes, casas de chá, de sucos e similares e padarias e confeitarias.


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BELO HORIZONTE, TERÇA-FEIRA, 19 DE JUNHO DE 2018

AGRONEGÓCIO

agronegocio@diariodocomercio.com.br DIVULGAÇÃO

PECUÁRIA LEITEIRA

Megaleite deve girar R$ 25 mi, com atenção para genética Feira acontece de 20 a 23 de junho MICHELLE VALVERDE

Começa amanhã, em Belo Horizonte, a 15ª edição da Exposição Brasileira do Agronegócio do Leite (Megaleite). A feira, que será realizada do dia 20 a 23 de junho, movimentará entre R$ 20 milhões e R$ 25 milhões em negócios. Estarão reunidos no Parque de Exposições Bolívar de Andrade (Parque da Gameleira), em torno de 2 mil animais, que participarão das exposições, torneios e dos leilões. Com investimentos próximos a R$ 2 milhões, a Megaleite reúne também os principais fornecedores da atividade. A feira é considerada o momento ideal para que os pecuaristas conheçam as inovações e o avanço da genética das raças leiteiras. O evento é organizado pela Associação Brasileira dos Criadores de Girolando. As expectativas do presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, Luiz Carlos Rodrigues, são positivas. Os constantes investimentos em melhoria genética deverão impulsionar os negócios, já que o evento reúne os melhores exemplares

das raças leiteiras. “Estamos bem otimistas e com as melhores expectativas em relação à Megaleite. Os pecuaristas estão investindo na melhoria genética para ampliar os resultados na produção, o que deve estimular os negócios ao longo do evento. Além disso, o mercado está dando uma aquecida e os preços pagos pelo leite estão em patamares mais elevados, o que também contribui para os investimentos na produção”, explicou. Nesta edição, que recebeu cerca de R$ 2 milhões em investimentos, estarão presentes animais das raças leiteiras Girolando, Gir, Holandesa, Pardo-Suíço, Jersey e Guzerá. A maior parte dos exemplares, 850 animais, é da raça Girolando. Além dos 9 leilões já confirmados e que serão realizados ao longo do evento, os bovinos participarão de diversos torneios e exposição das raças. Estão na programação da feira a 29ª Exposição e Torneio Leiteiro Nacional de Girolando, a 10ª Exposição e Torneio Leiteiro Internacional do Gir Leiteiro, o 2º Circuito Nacional da Raça Holandesa –

Expectativas são positivas diante da melhoria genética dos animais e do momento mais favorável para investimentos

Etapa Mineira 2018, a XXXIV Exposição Nacional da Raça Pardo-Suíça, o Circuito Nacional da Raça Jersey 2018 e do Concurso Leiteiro e Mostra de Guzerá e Guzolando. A visitação na Megaleite deve somar cerca de 60 mil pessoas. Por ser uma vitrine da pecuária leiteira do País, o evento também recebe visitantes estrangeiros, que querem conhecer as raças leiteiras e realizar negócios junto aos produtores. Nesta edição, serão recebidas comitivas de vários países compostas por mais de 300 estrangeiros interessados em conhecer a genética dos rebanhos e investir, principalmente em material genético como sêmen e embriões. “A Megaleite é a grande vitrine para mostrar a evolução genética das raças de gado leiteiro. Os associados do Girolando mostrarão os resultados de todo o trabalho feito dentro da porteira. Os visitantes vão

conhecer o que tem de melhor na raça e o nosso programa de melhoramento genético. Os criadores, principalmente da América do Sul e América Central, têm procurado muito pela genética Girolando. Por isso, o mercado está bastante aquecido. É a oportunidade de conhecer a raça de perto”, explicou Rodrigues. Além do espaço dedicado aos bovinos, durante a Megaleite cerca de 80 empresas vão expor produtos e serviços voltados para a pecuária. Aplicativo - Amanhã, será lançado na Megaleite o aplicativo Girolando, onde os criadores associados poderão anunciar e comprar animais da raça. Além de facilitar a divulgação dos exemplares à venda, com o app as negociações ocorrerão de forma direta, retirando atravessadores e gerando mais renda para os pecuaristas. Segundo o presidente da

Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, Luiz Carlos Rodrigues, o aplicativo é gratuito e compatível como os sistemas IOS e android. O produtor interessado em negociar os animais poderá cadastrar os exemplares no aplicativo, com informações da genealogia, fotos e link de vídeos. “O aplicativo é uma ferramenta para ajudar os associados na compra e venda dos animais. Ele funcionará como um shopping virtual. O vendedor vai anunciar os animais no aplicativo e quem interessar vai entrar e fazer a compra de forma direta. Já temos convênio com o Banco do Brasil. Na hora de adquirir os animais, os criadores, caso tinham conta na instituição financeira, poderão financiar de forma direta. É uma inovação que beneficiará os associados”, explicou.

TECNOLOGIA

Produtores e consumidores têm nova relação Brasília - Apesar de o Brasil ainda ser um país de baixa escolaridade (51% concluiu apenas o ensino fundamental e há elevado índice de analfabetismo funcional), o ativismo dos consumidores deve crescer nas próximas décadas em razão de seu maior acesso a informações por meio das mídias sociais: 61% dos produtores já usam smartphones e o whatsapp já é o principal meio de comunicação na zona rural, utilizado por 96% dos produtores com acesso à internet. A avaliação faz parte do estudo da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) Visão 2030 o Futuro da Agricultura Brasileira, que trata também dos riscos, desafios e temas como a sustentabilidade. Em mercados com diferenças acentuadas entre as classes sociais como o brasileiro, o protagonismo dos consumidores tende a ser liderado pelas classes com maior poder de compra. Ainda assim, análises mostram que consumidores brasileiros de classe média baixa também valorizam características dos alimentos que vão além do preço, tais como sabor e qualidade nutricional, diz o estudo. Pesquisadores destacam que o avanço das tecnologias da informação e de comunicação, a proliferação das mídias sociais e de plataformas digitais estão modificando

DIVULGAÇÃO

Tecnologias aumentam a influência dos consumidores nas decisões da cadeia produtiva de alimentos

as relações entre produtores de alimentos e consumidores. Maior acesso a computadores e celulares, internet de baixo custo e Wi-Fi estão propiciando acesso à informação e compartilhamento de experiências e avaliações de produtos e marcas, o que amplia o poder na tomada de decisão de compra. E essa transformação nas relações entre produtores e consumidores não só influi na qualidade e intensidade da produção e dá origem a novos negócios e oportunidades, como também cria desafios para empresas e governos. O poder dos consumidores de influenciar as decisões da cadeia produtiva agroalimentar deriva de mudanças nos

seus hábitos de consumo, que são resultantes de complexos movimentos econômicos, sociais, culturais e políticos. Fatores como crescimento da população, nível de urbanização, taxa de escolaridade e educação em geral, nível de informação, estrutura etária, sobretudo grau de envelhecimento, e familiar das comunidades e níveis de renda são determinantes para mudanças nos padrões de consumo. Mar de riscos - Um dado revelado pelo trabalho dos pesquisadores relata levantamento feito em 48 países em desenvolvimento, que indica que 25% dos danos provocados por desastres

naturais entre 2003 e 2013 recaíram sobre a agropecuária, causando prejuízos de US$ 70 bilhões. Estima-se que 44% dessas perdas foram causadas por secas e 39% por enchentes. No Brasil, análises evidenciam perda anual próxima de R$ 11 bilhões (1% do PIB agrícola) devido a eventos extremos. Atualmente, 75% dos alimentos do mundo são gerados a partir de 12 espécies de plantas e cinco espécies de animais. Isto torna o sistema alimentar global altamente suscetível aos riscos inerentes à atividade agrícola, como pragas e doenças em animais e plantas, problema agravado pelos efeitos da mudança do clima.

Fazendas Inteligentes - Produtores agrícolas poderão participar da convergência possível pela integração de geotecnologias, agricultura de precisão, da evolução exponencial da inteligência artificial e de outros recursos computacionais para promover a transformação digital das fazendas, viabilizando o chamado smart farming e as smart farms. A produção agrícola já experimenta maior acesso à energia elétrica, com o uso crescente de painéis solares, o que permite vislumbrar a superação dos problemas de comunicação com maior uso de computadores e a integração dos fazendeiros na rede 4G, sua atualização para o padrão 5G e finalmente seu acesso à Internet das coisas (Iot). No Brasil, os produtores serão ainda beneficiados com o lançamento do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas e a consequente ampliação do Programa Nacional de Banda Larga. O trabalho discorre ainda sobre convergências tecnológicas, agregação de valor nas cadeias produtivas, mudanças socioeconômicas e espaciais e do clima, além de um histórico sobre a trajetória da agricultura brasileira. Tudo com muitos dados, gráficos e detalhes sobre esses assuntos. (Com informações do Mapa).

CANA

Copersucar prevê menor produção de açúcar São Paulo - A brasileira Copersucar, maior comerciante global de açúcar e etanol, espera uma produção menor de açúcar no Centro-Sul do País na atual temporada devido ao envelhecimento de canaviais e ao clima seco e vê uma perspectiva mais positiva para os preços do adoçante no futuro. A companhia espera uma produção total no Centro-Sul em 2018/19 de 28 milhões de toneladas, contra 36 milhões de toneladas na safra anterior, disse a jornalistas o presidente da companhia, Paulo Roberto de Souza. A moagem de cana total é estimada pela empresa em 555 milhões de toneladas, ante 596 milhões de toneladas na temporada anterior. A companhia brasileira, que é responsável por vender o açúcar e o etanol produzidos por 35 usinas associadas no Centro-Sul, fechou a temporada 2017/18 com a moagem de 85 milhões de toneladas de cana, queda de 3% ante a safra anterior. A expectativa para 2018/19 é de uma moagem de 83 milhões de toneladas. A Copersucar irá elevar ligeiramente a produção de etanol para 4,5 bilhões de litros na nova temporada, contra 4,3 bilhões de litros em 2017/18. As vendas de etanol no Brasil estão atualmente dando um retorno financeiro equivalente a um hipotético preço de US$ 0,16 por libra-peso de açúcar, segundo Souza. O mercado futuro na bolsa ICE aponta para cerca de US$ 0,12, para o contrato julho, atualmente. Ele disse, no entanto, ver uma perspectiva mais positiva para os preços do adoçante. Ele afirmou que houve pesadas vendas por produtores nas últimas semanas, quando os futuros em Nova York saltaram e a moeda brasileira se desvalorizou. Mas esse tipo de venda é menos provável no futuro, o que deve tirar alguma pressão dos preços. “O mercado está começando a absorver a noção de que haverá bem menos açúcar do Brasil do que se pensava”, disse. (Reuters)


BELO HORIZONTE, TERÇA-FEIRA, 19 DE JUNHO DE 2018

15

FINANÇAS financas@diariodocomercio.com.br

ANTÔNIO CRUZ / AGÊNCIA BRASIL

CENÁRIO DE INCERTEZAS

Dólar sobe e fecha a R$ 3,74; Ibovespa tem queda e fica abaixo dos 70 mil pontos São Paulo - O dólar terminou ontem em alta ante o real, em meio a temores de guerra comercial entre Estados Unidos e China e de olho no quadro político doméstico, a poucos meses da eleição presidencial bastante indefinida. O dólar avançou 0,27%, a R$ 3,7400 na venda, depois de despencar 2,15% na sessão anterior. Na máxima, a moeda foi a R$ 3,7662. O Boletim Focus divulgado ontem aponta ainda novo recuo na projeção de expansão do PIB no ano dólar futuro tinha alta de cerca de 0,2%. “Essa nova elevação na tensão nas relações comerciais BANCO CENTRAL entre Estados Unidos e China aumenta a aversão ao risco nos mercados e pressiona o preço do petróleo no mercado internacional”, comentou a corretora Coinvalores, em relatório, ao citar as tarifas impostas pelos Estados Unidos à China e a retaliação de Pequim ao anúncio. No exterior, o dólar rondava a estabilidade ante uma cesta de moedas e operava misto ante divisas de países emergentes, em alta ante o peso chileno e queda ante o Brasília - Instituições fi- xas de juros não caem na A previsão de crescimen- peso mexicano. nanceiras consultadas pelo mesma proporção da Selic. to do PIB para 2019 caiu, Banco Central (BC) esperam A manutenção da Selic, pela segunda vez conse- Efeito Lula - A alta da moeda a manutenção da taxa básica como prevê o mercado fi- cutiva, ao passar de 2,80% norte-americana também de juros, a Selic, em 6,50% ao nanceiro, indica que o Co- para 2,70%. foi influenciada pela cena ano na reunião do Comitê de pom considera as alterações política local, após a notícia Política Monetária (Copom) anteriores suficientes para Dólar – O relatório de mer- de que o ministro Edson Fadesta semana. A expectativa chegar à meta de inflação, cado Focus mostrou ainda chin, do Supremo Tribunal consta do Boletim Focus, objetivo que deve ser per- mudanças no cenário para a pesquisa divulgada na in- seguido pelo BC. moeda norte-americana em ternet, todas as semanas, 2018 e 2019. A mediana das pelo BC. Inflação - A meta de inflação, expectativas para o câmbio O Copom reúne-se hoje, medida pelo Índice Nacional no fim deste ano foi de R$ em Brasília, e a decisão so- de Preços ao Consumidor 3,50 para R$ 3,63, ante os bre a Selic será anunciada Amplo (IPCA), é 4,5%, com R$ 3,43 verificados há um amanhã, após a segunda limite inferior de 3% e supe- mês. Já o câmbio médio no parte da reunião. Em maio, rior de 6%, neste ano. Para ano passou de R$ 3,53 para após um ciclo de 12 que- 2019, a meta é 4,25%, com R$ 3,57, ante R$ 3,45 de um das consecutivas, o Copom intervalo de tolerância entre mês atrás. decidiu manter a Selic no 2,75% e 5,75%. Para 2019, a projeção para atual patamar, o menor Para o mercado financeiro, o câmbio no fim do ano foi nível histórico. Para 2019, o IPCA vai fechar este ano de R$ 3,50 para R$ 3,60, ante as instituições financeiras abaixo do centro da meta, R$ 3,45 de quatro pesquisas esperam aumento da Selic, em 3,88%. A estimativa da atrás. Já a expectativa para o encerrando o período em semana passada era 3,82%. câmbio médio no próximo Esse foi o quinto aumento ano foi de R$ 3,48 para R$ 8% ao ano. Quando o Copom aumen- consecutivo na projeção. 3,50, ante R$ 3,40 de um ta a Selic, a meta é conter a Para 2019, a expectativa pas- mês atrás. demanda aquecida, e isso sou de 4,07% para 4,10%, No último dia 7 de junho, causa reflexos nos preços, no terceiro ajuste seguido. o BC anunciou, por meio de A estimativa do mercado nota, a continuidade das porque os juros mais altos encarecem o crédito e esti- financeiro para o crescimen- operações de swap cambial to da economia continua nesta semana. A instituição mulam a poupança. Quando o Copom dimi- em queda. A projeção para estima oferecer o montante nui os juros básicos, a ten- a expansão do Produto In- de cerca de US$ 10 bilhões, dência é que o crédito fique terno Bruto (PIB) – a soma sendo que este valor pode mais barato, com incentivo de todos os bens e serviços ser ajustado para cima ou à produção e ao consumo, produzidos no País – pas- para baixo, dependendo reduzindo o controle da sou de 1,94% para 1,76%, das condições de mercado. inflação. Entretanto, as ta- na sétima redução seguida. (ABr/ AE)

Mercado estima manutenção da Selic em 6,5% pelo Copom

Reunião do comitê se inicia hoje e decisão sai amanhã

FGV

Alimentação acelera e IPC-S varia 1,00% na segunda semana de junho DA REDAÇÃO

O Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) apresentou variação de 1,00%, na segunda quadrissemana de junho, 0,30 ponto percentual (p.p.) acima da taxa registrada na última divulgação. Nesta apuração, seis das oito classes de despesa componentes do índice apresentaram acréscimo em suas taxas de variação. A maior contribuição partiu do grupo Alimentação (0,83% para 1,37%). Nessa classe de despesa, cabe mencionar o comportamento do item laticínios, cuja taxa passou

de 1,73% para 3,07%. Também registraram acréscimo em suas taxas de variação os grupos: Habitação (0,98% para 1,32%), Transportes (0,88% para 1,30%), Educação, Leitura e Recreação (-0,22% para -0,17%), Vestuário (0,56% para 0,76%) e Despesas Diversas (0,02% para 0,12%). Nessas classes de despesa, vale destacar o comportamento dos itens: tarifa de eletricidade residencial (5,09% para 6,13%), gasolina (3,96% para 5,54%), excursão e tour (-1,49% para -0,91%), calçados (0,40% para 0,94%) e alimentos para animais domésticos (0,05% para 0,85%),

respectivamente. Em contrapartida, os grupos Saúde e Cuidados Pessoais (0,62% para 0,56%) e Comunicação (0,21% para 0,19%) apresentaram decréscimo em suas taxas de variação. Nessas classes de despesa, as maiores contribuições partiram dos itens: artigos de higiene e cuidado pessoal (0,53% para 0,13%) e pacotes de telefonia fixa e internet (0,87% para 0,40%), respectivamente. A próxima apuração do IPC-S, com dados coletados até o dia 22 de junho, será divulgada no dia 25 de junho. (Com informações da Fundação Getulio Vargas.)

Federal, pediu ao presidente da 2ª Turma do STF, Ricardo Lewandowski, que coloque em pauta, no dia 26 de junho, novo pedido de liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso há mais de dois meses por crime de corrupção. “De tarde, o mercado começou a reavaliar isso. O STF já se decidiu pela prisão de Lula antes”, lembrou um gestor de derivativos de uma corretora nacional. “Mas estamos no Brasil, tudo tem exceção”, acrescentou. A cena política tem deixado os mercados financeiros no Brasil bastante agitados. Com os pré-candidatos que os investidores consideram alinhados com reformas sem decolar nas pesquisas de intenção de voto, o mercado acredita que a eventual presença de Lula na disputa reduziria mais as chances de alguém com esse perfil. “Mesmo que sua chance de disputa for negada, sua liberdade (de Lula) pode tumultuar ainda mais o cenário político do País”, destacou a Advanced Corretora em relatório. Lula, que lidera as pesquisas de intenção de voto nos cenários em que aparece como candidato, alega ser inocente e alvo de perseguição política.

O ex-presidente quer disputar mais um mandato para o Palácio do Planalto, mas a Lei da Ficha Limpa deverá impedi-lo de concorrer. A continuidade da atuação do Banco Central (BC) no mercado de câmbio nesta semana deve conter movimentos mais intensos de alta no dólar. O BC prometeu ofertar US$ 10 bilhões em swap cambial tradicional, equivalente à venda futura de dólares, nesta semana. Na sessão de ontem, vendeu oferta de até 20 mil novos contratos de swap cambial tradicional, injetando US$ 1 bilhão dessa nova oferta de cerca de US$ 10 bilhões. Bolsa - O principal índice acionário da B3 fechou ontem abaixo dos 70 mil pontos pela primeira vez desde agosto do ano passado, pressionado pelos receios de uma guerra comercial entre Estados Unidos e China, enquanto as indefinições no quadro político-eleitoral local reforçaram o tom negativo. O Ibovespa encerrou em queda de 1,33%, a 69.814 pontos. O giro financeiro somou R$ 14,3 bilhões, incluindo o exercício de opções na primeira parte do pregão, que totalizou R$ 5,53 bilhões. (Reuters)




Indicadores EconĂ´micos Inação

DĂłlar

COMERCIAL

PTAX (BC)

TURISMO

PARALELO

TR/Poupança -XOKR

$JRVWR 6HW

2XW

1RY

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0DUoR

$EULO

0DLR 1R DQR PHVHV

0,20%

0,52%

0,89%

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0,07%

0,64%

0,57%

0,55%

0,46%

-0,42%

0,00%

-0,03%

0,19%

0,22%

1,54%

0,74%

0,58%

0,15%

0,56%

0,93%

1,64%

3,91%

5,20%

COMPRA

R$ 3,7403

R$ 3,7311

R$ 3,8090

,*3 0 )*9

VENDA

R$ 3,7408

R$ 3,7316

R$ 3,8095

,3& )LSH

0,05%

-0,01%

0,10%

0,02%

0,32%

0.29%

COMPRA

R$ 3,7537

R$ 3,7732

R$ 3,7051

,*3 ', )*9

-0,96%

-0,30%

0,24%

0,62%

0,10%

0,80%

VENDA

R$ 3,7543

R$ 3,7738

R$ 3,7057

,13& ,%*(

-0,30%

0,17%

-0,02%

-0,02%

0,37%

0,18%

0,26%

0,23%

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0,43%

1,12%

1,76%

COMPRA

R$ 3,7170

R$ 3,7070

R$ 3,7570

,3&$ ,%*(

-0,23%

0,24%

0,19%

0,16%

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0,32%

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0,40%

1,33%

2,86%

VENDA

R$ 3,8830

R$ 3,8670

R$ 3,9500

,&9 ',((6(

-0,31%

0,13%

-0,01%

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0,15%

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0,05%

0,03%

0,04%

-

1,08%

2,79%

COMPRA

R$ 3,8100

R$ 3,8000

R$ 3,8800

,3&$ ,3($'

-0,07%

0,70%

0,13%

0,27%

0,29%

0.13%

0,60%

1,70%

-0,44%

-0,27%

0,19%

0,22%

1,40%

3,50%

VENDA

R$ 3,9100

R$ 3,9000

R$ 3,9800

$EULO 954,00 1,45 23,54 3,2514 6,60

0DLR 954,00 0,17 23,54 3,2514 6,60

)RQWH AE

-0,67%

-0,72%

0,10%

0,47%

1,38%

3,45%

4,26%

SalĂĄrio/CUB/UPC/Ufemg/TJLP

Custo do dinheiro CDB PrĂŠ 30 dias

6,48% - a.a.

Capital de Giro

9,91% - a.a.

Hot Money

1,08% - a.m.

CDI

6,39% - a.a.

Over

6,40% - a.a.

)RQWH: AE

Ouro Nova Iorque (onça-troy)

US$ 1.280,10

US$ 1.278,50

US$ 1.308,30

R$ 155,80

R$ 156,00

R$ 162,01

BM&F-SP (g) )RQWH AE

Taxas Selic Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril Maio

Ă‹QGLFHV -XQKR

7ULEXWRV )HGHUDLV 0,80 0,64 0,64 0,57 0,54 0,58 0,47 0,53 0,52 0,52

0HWD GD 7D[D D D

8,25 7,25 7,00 7,00 7,00 6,75 6,50 6,50 6,50 -

Reservas Internacionais 15/06 .......................................................................... US$ 381.822 milhĂľes )RQWH: BC

Imposto de Renda $OtTXRWD

3DUFHOD D

GHGX]LU 5

Isento

Isento

De 1.903,99 atĂŠ 2.826,65

7,5

142,80

De 2.826,66 atĂŠ 3.751,05

15

354,80

De 3.751,06 atĂŠ 4.664,68

22,5

636,13

Acima de 4.664,68

27,5

869,36

%DVH GH &iOFXOR 5

AtĂŠ 1.903,98

'HGXo}HV a) R$ 189,59 por dependente (sem limite). b) Faixa adicional de R$ 1.903,98 para aposentados, pensionistas e transferidos para a reserva remunerada com mais de 65 anos. F &RQWULEXLomR SUHYLGHQFLiULD d) PensĂŁo alimentĂ­cia. 2EV Para calcular o valor a pagar, aplique a alĂ­quota e, em seguida, a parcela a deduzir. )RQWH 6HFUHWDULD GD 5HFHLWD )HGHUDO $ SDUWLU GH $EULO GR DQR FDOHQGiULR

-XQKR 6DOiULR 937,00 &8% 0* ) 0,15 83& 5

23,48 8)(0* 5

3,2514 7-/3 D D

7,00 )RQWH 6LQGXVFRQ 0*

-XOKR 937,00 0,01 23,51 3,2514 7,00

$JRVWR 937,00 0,03 23,51 3,2514 7,00

6HW 937,00 0,15 23,51 3,2514 7,00

2XW 937,00 0,06 23,54 3,2514 7,00

1RY 937,00 0,25 23,54 3,2514 7,00

'H] 937,00 0,08 23,54 3,2514 7,00

-DQ 954,00 0,25 23,54 3,2514 6,75

)HY 954,00 0,14 23,54 3,2514 6,75

0DUoR 954,00 0,25 23,54 3,2514 6,75

11/05 a 11/06 12/05 a 12/06 13/05 a 13/06 14/05 a 14/06 15/05 a 15/06 16/05 a 16/06 17/05 a 17/06 18/05 a 18/06 19/05 a 19/06 20/05 a 20/06 21/05 a 21/06 22/05 a 22/06 23/05 a 23/06 24/05 a 24/06 25/05 a 25/06 26/05 a 26/06 27/05 a 27/06 28/05 a 28/06

0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000

0,3715 0,3715 0,3715 0,3715 0,3715 0,3715 0,3715 0,3715 0,3715 0,3715 0,3715 0,3715 0,3715 0,3715 0,3715 0,3715 0,3715 0,3715

02('$ 3$Ă‹6 BOLIVAR/VEN BOLIVIANO/BOLIVIA COLON/COSTA RICA COLON/EL SALVADOR COROA DINAMARQUESA COROA ISLND/ISLAN COROA NORUEGUESA COROA SUECA COROA TCHECA DINAR ARGELINO DINAR/KWAIT DINAR/BAHREIN DINAR/IRAQUE DINAR/JORDANIA DINAR SERVIO DIRHAM/EMIR.ARABE DOLAR AUSTRALIANO DOLAR/BAHAMAS DOLAR/BERMUDAS DOLAR CANADENSE DOLAR DA GUIANA DOLAR CAYMAN DOLAR CINGAPURA DOLAR HONG KONG DOLAR CARIBE ORIENTAL DOLAR DOS EUA FORINT/HUNGRIA FRANCO SUICO GUARANI/PARAGUAI IENE LIBRA/EGITO LIBRA ESTERLINA LIBRA/LIBANO LIBRA/SIRIA, REP NOVO DOLAR/TAIWAN LIRA TURCA NOVO SOL/PERU PESO ARGENTINO PESO CHILE PESO/COLOMBIA PESO/CUBA PESO/REP. DOMINIC PESO/FILIPINAS PESO/MEXICO PESO/URUGUAIO QUETZEL/GUATEMALA RANDE/AFRICA SUL RENMIMBI IUAN RENMINBI HONG KONG RIAL/CATAR RIAL/OMA RIAL/IEMEN RIAL/IRAN, REP RIAL/ARAB SAUDITA RINGGIT/MALASIA RUBLO/RUSSIA RUPIA/INDIA RUPIA/INDONESIA RUPIA/PAQUISTAO SHEKEL/ISRAEL WON COREIA SUL ZLOTY/POLONIA EURO )RQWH %DQFR &HQWUDO

&Ă?',*2 26 30 35 40 45 55 65 70 75 90 95 100 115 125 133 145 150 155 160 165 170 190 195 205 210 220 345 425 450 470 535 540 560 575 640 642 660 665 715 720 725 730 735 741 745 770 775 795 796 800 805 810 815 820 828 830 860 865 870 880 930 975 978

Contribuição ao INSS &2035$ 0,0000469 0,5355 0,7944 0,006597 0,4285 0,5846 0,4607 0,4249 0,169 0,07804 0,03195 12,3844 0,003128 5,2824 0,03692 1,0218 2,7841 3,7537 3,7537 2,837 0,01783 4,4767 2,7752 0,4782 0,5496 3,7537 0,01345 3,771 0,0006597 0,03398 0,2097 4,9714 0,002468 0,00728 0,1243 0,7939 1,1437 0,05514 0,00588 0,001282 3,7537 0,07556 0,07024 0,1817 0,1186 0,4998 0,00273 0,5828 0,5811 1,0307 9,7499 0,015 0,0000885 1,0009 0,9387 0,05893 0,05512 0,0002694 0,2422 1,0306 0,003392 1,0133 4,3562

9(1'$ 0,000047 0,5473 0,7979 0,006639 0,4291 0,5848 0,4609 0,4252 0,1691 0,07904 0,03212 12,4191 0,003164 5,287 0,03693 1,0222 2,7849 3,7543 3,7543 2,8384 0,01809 4,5507 2,7768 0,4783 0,5646 3,7543 0,01346 3,7732 0,0006619 0,03399 0,2109 4,9737 0,002495 0,00729 0,1244 0,7945 1,145 0,05523 0,005887 0,001284 3,7543 0,07577 0,07028 0,1817 0,1188 0,5022 0,002771 0,5832 0,5813 1,0314 9,7514 0,01502 0,0000885 1,0011 0,9395 0,05898 0,05513 0,0002696 0,2435 1,0312 0,003397 1,0143 4,3576

7$%(/$ '( &2175,%8,dÂŽ(6 '( -$1(,52 '( Tabela de contribuição dos segurados empregados, inclusive o domĂŠstico, e trabalhador avulso 6DOiULR GH FRQWULEXLomR $OtTXRWD 5 AtĂŠ 1.693,72 8,00 De 1.693,73 a 2.822,90 9,00 De 2.822,91 atĂŠ 5.645,80 11,00 &2175,%8,d­2 '26 6(*85$'26 $87Ă?12026 (035(6Ăˆ5,2 ( )$&8/7$7,92 6DOiULR EDVH 5 $OtTXRWD &RQWULEXLomR 5

AtĂŠ 954,00 (valor. MĂ­nimo) 11 104,94 De 954,00 atĂŠ 5.645,80 20 190,80 atĂŠ 1.129,16 &27$6 '( 6$/Ăˆ5,2 )$0Ă‹/,$ 5HPXQHUDomR AtĂŠ R$ 877,67 Acima de R$ 877,68 a R$ 1.319,18

9DORU XQLWiULR GD TXRWD R$ 45,00 R$ 31,71

)RQWH: MinistĂŠrio do Trabalho e da PrevidĂŞncia Social - VigĂŞncia: Janeiro/2018

FGTS Ă‹QGLFHV GH UHQGLPHQWR &RPSHWrQFLD Fevereiro/2018 Março/2018

&UpGLWR Abril/2018 Maio/2018

Seguros

TBF

01/06

0,01311781 2,92791132

02/06

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01/06 a 01/07 02/06 a 02/07 03/06 a 03/07 04/06 a 04/07 05/06 a 05/07 06/06 a 06/07 07/06 a 07/07 08/06 a 08/07 09/06 a 09/07 10/06 a 10/07 11/06 a 11/07 12/06 a 12/07 13/06 a 13/07 14/06 a 14/07 15/06 a 15/07 )RQWH $(

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19/06 0,01311781 2,92791132 )RQWH )HQDVHJ

0,2466 0,2466

0,4867 0,4867

0,4859 0,4692 0,4926 0,5160 0,5103 0,5116 0,5166 0,4992 0,4766 0,5017 0,5267 0,5216 0,5219 0,5252 0,5093

AluguĂŠis )DWRU GH FRUUHomR DQXDO UHVLGHQFLDO H FRPHUFLDO ,3&$ ,%*(

Maio ,*3 ', )*9

Maio ,*3 0 )*9

Maio

1,0286 1,0520 1,0426

0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000

0,3715 0,3715 0,3715 0,3715 0,3715 0,3715 0,3715 0,3715 0,3715 0,3715 0,3715 0,3715 0,3715 0,3715 0,3715 0,3715 0,3715

Agenda Federal Dia 20

Taxas de câmbio

29/05 a 29/06 30/05 a 30/06 01/06 a 01/07 02/06 a 02/07 03/06 a 03/07 04/06 a 04/07 05/06 a 05/07 06/06 a 06/07 07/06 a 07/07 08/06 a 08/07 09/06 a 09/07 10/06 a 10/07 11/06 a 11/07 12/06 a 12/07 13/06 a 13/07 14/06 a 14/07 15/06 a 15/07

IRRF - Recolhimento do Imposto de Renda Retido na Fonte correspondente a fatos geradores ocorridos no mĂŞs de maio/2018, incidente sobre rendimentos GH EHQHÂżFLiULRV LGHQWLÂżFDGRV UHVLGHQWHV ou domiciliados no PaĂ­s (art. 70, I, “eâ€?, da Lei nÂş 11.196/2005, com a redação dada pela Lei Complementar nÂş 150/2015). Darf Comum (2 vias) &RÂżQV &6/ 3,6 3DVHS Retenção QD )RQWH 5HFROKLPHQWR GD &RÂżQV GD CSL e do PIS-Pasep retidos na fonte sobre remuneraçþes pagas por pessoas jurĂ­dicas a outras pessoas jurĂ­dicas, correspondente a fatos geradores ocorridos no mĂŞs de maio/2018 (Lei nÂş 10.833/2003, art. 35, com a redação dada pelo art. 24 da Lei nÂş 13.137/2015). Darf Comum (2 vias) &RÂżQV (QWLGDGHV ÂżQDQFHLUDV Pagamento da contribuição cujos fatos geradores ocorreram no mĂŞs de maio/2018 (art. 18, I, da Medida ProvisĂłria nÂş 2.158-5/2001, alterado pelo DUW ž GD /HL Qž &RÂżQV Entidades Financeiras e Equiparadas CĂłd. Darf 7987. Se o dia do vencimento nĂŁo for dia Ăştil, antecipa-se o prazo para o primeiro dia Ăştil que o anteceder DUW SDUiJUDIR ~QLFR GD 0HGLGD ProvisĂłria nÂş 2.158-35/2001). Darf Comum (2 vias) 3,6 3DVHS (QWLGDGHV ÂżQDQFHLUDV - Pagamento das contribuiçþes cujos fatos geradores ocorreram no mĂŞs de maio/2018 (art. 18, I, da Medida ProvisĂłria nÂş 2.158-35/2001, alterado pelo art. 1Âş da Lei nÂş 11.933/2009): PIS-Pasep - Entidades Financeiras e Equiparadas - CĂłd. Darf 4574. Se o dia do vencimento nĂŁo for dia Ăştil, antecipase o prazo para o primeiro dia Ăştil que R DQWHFHGHU DUW SDUiJUDIR ~QLFR GD Medida ProvisĂłria nÂş 2.158-35/2001). Darf Comum (2 vias) 3UHYLGrQFLD 6RFLDO ,166 Recolhimento das contribuiçþes SUHYLGHQFLiULDV UHODWLYDV j FRPSHWrQFLD maio/2018, devidas por empresa ou equiparada, inclusive da contribuição retida sobre cessĂŁo de mĂŁo de obra ou empreitada e da descontada do contribuinte individual que lhe tenha prestado serviço, bem como em UHODomR j FRRSHUDWLYD GH WUDEDOKR GD contribuição descontada dos seus associados como contribuinte individual. Produção Rural - Recolhimento - Veja Lei nÂş 8.212/1991, arts. 22-A, 22-B, 25, 25-A e 30, incisos III, IV e X a XIII, observadas as alteraçþes posteriores. 1mR KDYHQGR H[SHGLHQWH EDQFiULR deve-se antecipar o recolhimento para o dia Ăştil imediatamente anterior. Nota: As empresas que optaram pela contribuição

SUHYLGHQFLiULD SDWURQDO EiVLFD VREUH a receita bruta (Lei nÂş 12.546/2011, observadas as alteraçþes posteriores) devem efetuar o recolhimento correspondente, mediante o Darf, observando o mesmo prazo. GPS. (sistema eletrĂ´nico) ()' Âą ') 3( Âą Pernambuco: O arquivo GLJLWDO GD ()' GHYHUi VHU WUDQVPLWLGR pelos contribuintes do IPI, exceto os inscritos no Simples Nacional, ao ambiente nacional do Sped, atĂŠ o 20Âş dia do mĂŞs subsequente ao da apuração do imposto (Instrução Normativa RFB nÂş 1.371/2013, art. 12, caput). Distrito )HGHUDO 2 DUTXLYR GLJLWDO GD ()' GHYHUi ser transmitido pelos contribuintes do IPI, exceto os inscritos no Simples Nacional, ao ambiente nacional do Sped, atĂŠ o 20Âş dia do mĂŞs subsequente ao da apuração do imposto (Instrução Normativa RFB nÂş 1.685/2017, art. 12). 1RWD $ FOiXVXOD GpFLPD VHJXQGD GR Ajuste Sinief nÂş 2/2009 estabelece que R DUTXLYR GLJLWDO GD ()' GHYHUi VHU enviado atĂŠ o 5Âş dia do mĂŞs subsequente ao encerramento do mĂŞs da apuração. 1R HQWDQWR D DGPLQLVWUDomR WULEXWiULD da respectiva Unidade da Federação SRGHUi DOWHUDU HVVH SUD]R 6HQGR DVVLP os contribuintes do ICMS/IPI dos demais (VWDGRV GHYHUi REVHUYDU D OHJLVODomR estadual sobre o assunto. Internet 6LPSOHV 1DFLRQDO Pagamento, pelas microempresas (ME) e pelas empresas de pequeno porte (EPP) optantes pelo Simples Nacional, do valor devido sobre a receita bruta do mĂŞs de maio/2018 (Resolução CGSN nÂş 94/2011, art. 38). 1mR KDYHQGR H[SHGLHQWH EDQFiULR prorroga-se o recolhimento para o dia Ăştil imediatamente posterior. Internet ,53- &6/ 3,6 &RÂżQV Incorporaçþes LPRELOLiULDV 5HJLPH (VSHFLDO GH 7ULEXWDomR 5HFROKLPHQWR XQLÂżFDGR GR ,53- &6/ 3,6 &RÂżQV UHODWLYDPHQWH jV UHFHLWDV UHFHELGDV HP PDLR - Regime Especial de Tributação 5(7 DSOLFiYHO jV LQFRUSRUDo}HV LPRELOLiULDV ,QVWUXomR 1RUPDWLYD 5)% nÂş 1.435/2013, arts. 5Âş e 8Âş; e art. 5Âş da Lei nÂş 10.931/2004, alterado pela Lei nÂş 12.024/2009) - CĂłd. Darf 4095. Darf Comum (2 vias) ,53- &6/ 3,6 &RÂżQV Incorporaçþes LPRELOLiULDV 5HJLPH (VSHFLDO GH Tributação – PMCMV - Recolhimento XQLÂżFDGR GR ,53- &6/ 3,6 &RÂżQV UHODWLYDPHQWH jV UHFHLWDV UHFHELGDV em maio/2018 - Regime Especial GH 7ULEXWDomR 5(7 DSOLFiYHO jV LQFRUSRUDo}HV LPRELOLiULDV H jV construçþes no âmbito do Programa Minha Casa Minha Vida - PMCMV (Instrução Normativa RFB nÂş 1.435/2013, arts. 5Âş e 8Âş; e Lei nÂş 10.931/2004, art. 5Âş, alterado pela Lei nÂş 12.024/2009) - CĂłd. Darf 1068. Darf Comum (2 vias)


BELO HORIZONTE, TERÇA-FEIRA, 19 DE JUNHO DE 2018

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LEGISLAÇÃO TRIBUTOS

Renúncia fiscal soma R$ 354,7 bi Montante equivale a 30% da receita líquida do governo federal no ano passado Brasília - Com meta de déficit primário de R$ 159 bilhões neste ano e com um teto de gastos pelas próximas duas décadas, o governo teria melhores condições de sanear as contas públicas, de acordo com o Tribunal de Contas da União (TCU), concedendo menos incentivos para determinados setores da economia. O relatório do TCU das contas do governo em 2017, aprovadas com ressalvas na última quarta-feira (13), revelou que as renúncias fiscais somaram R$ 354,7 bilhões no ano passado. O montante equivale a 30% da receita líquida do governo em 2017 e supera os déficits da Previdência Social e do regime de aposentadorias dos servidores federais, que somaram R$ 268,8 bilhões em 2017. Segundo o TCU, 84% das renúncias têm prazo indeterminado, o que faz a perda de arrecadação ser incorporada às contas do governo. A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) determina que cada renúncia fiscal seja custeada com alguma receita, seja com o aumento de outros tributos ou com a alta da arrecadação gerada pelo desenvolvimento da economia. O TCU, no entanto, constatou que 44% dos incentivos fiscais não são fiscalizados por nenhum órgão, o que levou o ministro Bruno Dantas a recomendar que os ministérios da Fazenda, do Planejamento e da Casa Civil montem um grupo de trabalho para verificar a eficácia das renúncias fiscais. Segundo a Receita Federal, as desonerações (que compõem uma parte das renúncias fiscais) estão estabilizadas em 2018, depois de caírem levemente em 2017. De janeiro a abril deste ano, segundo os dados mais recentes, somaram R$ 27,577 bilhões, contra R$ 27,631 bilhões no mesmo período do ano passado. Os números da Receita são inferiores aos do TCU porque o Fisco leva em conta apenas as renúncias mais recentes e incorpora

JANE ARAÚJO / AGÊNCIA SENADO

ao fluxo normal de arrecadação as perdas com regimes especiais instituídos há bastante tempo. Ineficácia - Tributarista do escritório Peixoto & Cury Advogados, Renato Faria diz que a equipe econômica precisará, em algum momento, rediscutir as renúncias fiscais para continuar a fornecer serviços públicos num cenário de restrição cada vez maior de recursos. “Um dado importante é que o valor da renúncia fiscal que se estimava ter com desoneração da folha de pagamentos superava o investimento da pasta da saúde. Tudo isso quando temos um SUS (Sistema Único de Saúde) deficitário”, critica. Além das desonerações, o advogado critica os sucessivos programas de renegociação de dívidas de contribuintes, apelidados de Refis, que representam perda de arrecadação por causa dos descontos nas multas e nos juros aprovados pelo Congresso. “Nos últimos anos, muitas empresas passaram por dificuldades para quitar impostos, mas as renegociações sistemáticas nos últimos 15 anos premiam o sonegador e punem o empresário que paga os tributos em dia e tem a competitividade prejudicada”, reclama. Tributarista do escritório Simões Advogados, Thiago Taborda Simões defende o aumento na fiscalização de contrapartidas por parte das empresas de setores beneficiados por regimes especiais. “A fiscalização não deveria se restringir ao pagamento de impostos, mas também abranger o cumprimento das condições para receberem o incentivo, como geração de empregos, investimentos em tecnologia”, avalia. Segundo ele, a isenção de impostos no meio da cadeia produtiva não beneficia a sociedade. “Esse tipo de isenção bagunça o sistema tributário e cria distorções, porque o custo é assumido pelo setor seguinte da cadeia e

O ministro Bruno Dantas questiona o retorno das renúncias fiscais

repassado para o consumidor, que no fim é quem paga a conta no preço final”, alerta. Reversão - Parte dos benefícios fiscais foi diminuída em maio, para custear a redução de tributos para o diesel após a greve dos caminhoneiros. No total, R$ 4,01 bilhões de desonerações foram revertidos da seguinte forma: R$ 2,27 bilhões da redução do Reintegra (programa de apoio a exportadores), R$ 830 milhões com a reoneração da folha de pagamentos, R$ 740 milhões com o aumento de imposto sobre preparados para a elaboração de refrigerantes e R$ 170 milhões com a revogação do regime especial de

produtos destinados à indústria petroquímica. A disposição em avançar na retirada de incentivos enfrenta resistência da equipe econômica. Em estudo divulgado no fim do ano passado, a Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda (Seae) informou ser contrária à retomada da tributação sobre lucros e dividendos e à reversão parcial do Simples Nacional, regime especial para micro e pequenas empresas que fez o governo perder R$ 13,7 bilhões no ano passado. Para a pasta, as medidas resultariam em elevação da carga tributária e reduziriam a competitividade do Brasil. (ABr)

REGULAMENTAÇÃO

Penas da CVM podem chegar a R$ 20 mi Rio de Janeiro - A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) colocou ontem em audiência pública a minuta da nova instrução que irá regulamentar toda sua atividade sancionadora. O texto adéqua as regras já existentes à Lei nº 13.506/17, que estabeleceu novos parâmetros para a atividade do Banco Central (BC) e da CVM. Pela proposta, o valor máximo base das penas irá variar entre R$ 300 mil e R$ 20 milhões, de acordo com o tipo de infração. Um sistema de agravantes e atenuantes estabelecido na minuta propõe reduzir e majorar as penalidades, que poderão chegar ao teto de R$ 50 milhões fixado na lei. A regulamentação era aguardada pelo mercado e pode impactar casos relevantes, como as investigações da conduta de empresas do grupo JBS e de seus controladores, os irmãos Wesley e Joesley Batista, à época do anúncio da delação premiada, no ano passado. Além da dosimetria das penas, a minuta propõe ao mercado as regras para o Acordo de Supervisão, nome dado aos acordos de leniência nos dois órgãos pela nova legislação. De acordo com o diretor da CVM, Henrique Machado, a dosimetria das penas adequada à nova legislação era um dos principais pontos de interesse do mercado. A autarquia, porém, aproveitou a oportunidade para consolidar em uma só norma todas as regras do procedimento de apuração das infrações, do pro-

cesso administrativo sancionador, regras processuais, de julgamento e de produção de provas, além de recursos, rito simplificado, termo de compromisso e acordo de supervisão. “A CVM optou por atualizar todas as suas normas sobre o assunto, consolidá-las e acrescer a regulamentação da Lei 13.506. Na prática, cria um novo código de processo administrativo sancionador”, afirma. Para Machado, a consolidação das normas traz importantes avanços processuais que permitirão reduzir em até 50% diversos prazos e, consequentemente, o estoque de processos sancionadores da CVM. As notificações, por exemplo, serão feitas por meio eletrônico, com os prazos de resposta passando a correr a partir do momento em que a parte acessa a informação ou dias após ser incluída no sistema, o que ocorrer antes. “Diversos pontos do processo serão feitos por meio eletrônico. Intimações que demoravam um mês para ocorrer serão imediatas por meio eletrônico”, afirma. A nova instrução revoga as deliberações CVM nº 390/2001, nº 538/2008 e nº 542/2008 e a Instrução nº 491/2011. Os comentários poderão ser enviados à Superintendência de Desenvolvimento de Mercado (SDM), preferencialmente por e-mail, até 17 de agosto. Alguns temas, porém, devem continuar a gerar polêmica. A

dosimetria foi estabelecida apenas para multas. Não há previsão de parâmetros para os temos de compromisso, quando a autarquia firma um acordo para encerrar um processo sancionador sem que haja julgamento. Uma sugestão no sentido de parametrizar a dosimetria dos Termos de Compromisso havia sido apresentada pela Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca) nas audiências públicas sobre multas cominatórias, realizadas entre abril e maio. Também não há nenhuma proibição para que a CVM firme termo de compromisso em casos graves, proposta que consta de projeto de lei do deputado Chico Alencar (Psol) que aguarda desde 2011 para ser pautado na Câmara dos Deputados. Dosimetria. - A proposta de dosimetria sugerida pela CVM na minuta da nova instrução prevê um fator de redução das penas de até dois terços caso o dano financeiro causado seja reparado. A medida será a última etapa no cálculo da pena segundo o diretor Henrique Machado. Segundo ele, para estabelecer a dosimetria, a área técnica analisou todos os julgamentos realizados nos últimos dois anos e levantou as principais infrações e penas aplicadas, que podem ser de advertência, multa, inabilitação e suspensão. O objetivo foi identificar quais infrações foram tratadas com mais rigor

e em quais a autarquia foi mais condescendente. Como resultado, as infrações administrativas foram divididas em cinco grupos, cujo valor máximo da pena-base pecuniária varia entre R$ 300 mil (Grupo I), R$ 600 mil (Grupo II) R$ 3 milhões (Grupo III), R$ 10 milhões (Grupo IV) e R$ 20 milhões (Grupo V) Além disso, a minuta estabelece conjuntos de atenuantes e de agravantes, sendo que cada atenuante reduz entre 10% e 20% a pena, enquanto cada agravante aumenta entre 10% e 20% a pena. Somente após a qualificação da infração e a incidência de atenuantes e agravantes, o fator de redução decorrente da reparação do dano será aplicado. “Havia uma preocupação (do mercado) de o teto das multas passar de R$ 500 mil para R$ 50 milhões, mas a CVM por diversas vezes aplicou multas maiores do que R$ 500 mil”, diz, minimizando o impacto das novas regras e frisando que o colegiado já majorava as penas em função do prejuízo causado. Para ele, a ênfase na reparação dos danos é um dos principais avanços da proposta. “A CVM considera que a reparação dos danos aos eventuais lesados é tão ou mais importante que a pena. Nossa ideia é estimular a reparação do dano”, afirma, explicando que o fator de redução pode incidir inclusive sobre a pena de inabilitação e suspensão. (AE)

CONSUMIDOR

DPDC multa a Decolar em R$ 7,5 milhões por abuso Brasília - O governo federal multou em R$ 7,5 milhões a agência de turismo virtual Decolar.com por infrações ao Código de Defesa do Consumidor (CDC). Além da multa, a empresa deverá cessar imediatamente a prática considerada “abusiva e discriminatória” de diferenciar preço de acomodações em hotéis e negar oferta de vagas, quando existentes, dependendo da localização geográfica do cliente. O descumprimento pode acarretar na suspensão da atividade e até na retirada do site da empresa do ar. O despacho com a decisão é do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), órgão da Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça, e foi publicado no “Diário Oficial da União (DOU)” de ontem. A empresa terá de recolher o valor em favor do Fundo de Defesa de Direitos Difusos, no prazo de 30 dias. De acordo com a decisão, a multa aplicada à Decolar considerou “a gravidade e a extensão da lesão causada aos consumidores em todo o País, a vantagem auferida e a condição econômica da empresa”. O texto cita ainda que a empresa violou os artigos 4º (caput, incisos I e III), 6º (incisos II, III e IV) e 39 (incisos II, IX e X) do Código de Defesa do Consumidor. Esses artigos tratam, dentre outros pontos, da proteção ao usuário contra publicidade enganosa, da recusa a atendimento de demandas conforme o estoque da empresa e a necessidade do consumidor e da elevação de preços sem justa causa. Imóvel - A 2.ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo condenou a construtora MRV Engenharia a reembolsar, com pagamento de lucros cessantes de 0,5%, compradores de um imóvel pelo atraso de quase um ano e meio na entrega. Os desembargadores ainda fixaram uma indenização de R$ 5 mil para o casal a título de danos morais. Segundo o processo, os autores da ação compraram o apartamento, que foi entregue somente 17 meses após o prazo previsto, razão pela qual ajuizaram ação pleiteando restituição dos valores e indenização por danos morais. Para o relator do caso, desembargador Marcos Vinícius Rios Gonçalves, usualmente, o atraso na entrega de um imóvel não configuraria dano moral, no entanto, “tendo em vista que a demora estendeu-se por mais de um ano, injustificadamente, ficando os autores privados de usufruí-lo, sem que houvesse informações, deve-se reconhecer que a situação ultrapassou a de mero aborrecimento”. “O atraso estendeu-se por 17 meses, como reconhecido na sentença. Inegável o transtorno e o incômodo dos adquirentes, cuja expectativa em relação ao imóvel foi frustrada”, anotou. A votação foi unânime. Participaram do julgamento as desembargadoras Marcia Dalla Déa Barone e Rosangela Telles. A reportagem entrou em contato com a empresa, não obteve ainda um posicionamento, mas deixou o espaço aberto para manifestação. (AE)


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DC MAIS dcmais@diariodocomercio.com.br

MARIANA-GARCIA/DIVULGAÇÃO

Homenagem ao DC O Diretor-Presidente do DIÁRIO DO COMÉRCIO, Luiz Carlos Motta Costa, foi um dos agraciados, na noite de ontem, com o Troféu Tancredo Neves – Versão 2018, conferido pelo jornal Edição do Brasil a personalidades mineiras de diversos segmentos. A homenagem foi prestada no Auditório do Tribunal de Contas de Minas Gerais (Avenida Raja Gabáglia, 1.315, Luxemburgo, Belo Horizonte).

ACMinas Jovem A ACMinas Jovem convida o candidato ao governo de MG Romeu Zema (Partido Novo) para o primeiro de uma série de encontros organizados por três diferentes associações de jovens empreendedores (ACMinas Jovem, CDL Jovem e Fiemg Jovem) com os principais postulantes ao comando do governo mineiro, na próxima segunda-feira (25), às 17h. O objetivo desses encontros é aproximar os associados do cenário político e criar oportunidades para que os empreendedores conheçam as propostas e possam expor suas demandas. O primeiro ACMinas Jovem Convida será no Auditório da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) - Avenida do Contorno, 4.456, Funcionários, Belo Horizonte.

Gestores de Sonhos Criadora de metodologia única no Brasil para gerar engajamento dos colaboradores por meio da realização de seus sonhos pessoais, a empresa Gestores de Sonhos (www. gestoresdesonhos.com.br) promove workshop gratuito sobre o tema: “Protagonismo: valores e talentos a tríade do futuro”, no dia 25, das 14h30 às 17h30, no SebraeLab (Avenida Barão Homem de Melo, 329, Nova Granada). Com a condução do CEO e co-founder da Gestores de Sonhos e mestre em administração Ricardo Castanheira (www.linkedin.com/in/ gestoresdesonhos), o workshop tem o objetivo de despertar no profissional o entendimento de seu protagonismo em sua própria carreira e em sua história, independentemente da condição social ou do posicionamento na empresa em que trabalha. O evento contará com abordagem teórica e de reflexão, mas também com atividade prática. Inscrições gratuitas pelo link: goo.gl/74fEAJ.

Orquestra Filarmônica define hoje a obra vencedora do Festival Tinta Fresca DA REDAÇÃO

A obra vencedora do Festival Tinta Fresca 2018, programa que se destina ao fomento, divulgação e estímulo a compositores brasileiros, será conhecida hoje. Neste ano, 32 compositores de oito estados se inscreveram, e cinco obras foram selecionadas como finalistas por uma comissão julgadora formada pelos compositores Eli-Eri Moura,

João Guilherme Ripper e Jorge Antunes. As obras finalistas serão interpretadas pela Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, em concerto na Sala Minas Gerais, às 20h30, sob regência do maestro Marcos Arakaki. As cinco obras finalistas são: Stretching before and after, de Martim Butcher, de São Paulo; Ensaio sobre cores e sombras, de Caio Facó, de Fortaleza; Ars Polaris, de Hanon Guy, de São

Paulo; Aurora, de Eduardo Athayde, de Belo Horizonte; e Corona del Inca, de Jônatas Reis, também de Belo Horizonte. O concerto é gratuito, e os ingressos já puderam ser retirados na bilheteria da Sala Minas Gerais desde o dia 15, (limitado a quatro ingressos por pessoa). Nova composição - Ao final do concerto, os jurados, o maestro e a orquestra escolhem uma obra ven-

cedora. Seu autor receberá a encomenda de uma nova composição, a ser interpretada na Temporada 2019 da Filarmônica, como estímulo à continuidade de seu trabalho. Este concerto é apresentado pelo Ministério da Cultura e Governo de Minas Gerais. Conta com o patrocínio do Banco Inter e apoio dos Amigos da Filarmônica.

Empreendedor do Ano Rubens Menin, Presidente do Conselho da MRV Engenharia, foi reconhecido como o World Entrepreneur of the Year, na final mundial do Prêmio Empreendedor do Ano, realizado pela EY (Ernst & Young) em Monte Carlo, Mônaco. O anúncio aconteceu na noite de sábado (16) e reuniu empresários de 46 países. Foi a primeira vez que um empreendedor brasileiro teve reconhecimento como World Entrepreneur of the Year. Menin também é o primeiro empreendedor da América do Sul a receber a honraria. Durante seu discurso de agradecimento, o executivo reforçou a importância da troca entre os empreendedores representantes de cada país. “A coisa mais importante destes belos dias que passei aqui [durante o evento] foram os empreendedores que conheci. Todas as empresas aqui querem mudar o mundo. E somos capazes de fazer isso”, afirmou Menin. OFICIAL PHOTO PORTRAIT/DIVULGAÇÃO

CULTURA Colagens e pinturas Gisele Camargo - A galeria Periscópio Arte Contemporânea promove a exposição “Luas, Brutos e Sóis”, com a artista carioca Gisele Camargo. A mostra apresenta dez colagens, cinco pinturas a óleo sobre tela da série “Brutos” e três da série “Paisagens”. Atualmente, Gisele Camargo mora na Serra do Cipó. Ela se graduou em pintura pela Escola de Belas Artes da UFRJ e já recebeu diversos prêmios. Quando: Abertura, sábado (16), das 11h às 17h. Exposição: de 16 de junho a 21 de julho Quanto: Entrada Grauita Onde: Galeria Periscópio Arte Contemporânea (Avenida Álvares Cabral, 534, Lourdes, Belo Horizonte) Rafael Macedo CD - O músico e compositor mineiro Rafael Macedo lança seu segundo CD, “microarquiteturas”, em show no Teatro Centro Cultural Minas Tênis Clube (antigo Teatro Bradesco). Ele será acompanhado pelo grupo Pulando o Vitrô, com o qual gravou o CD e que também participou de seu primeiro disco, “Quase em silêncio”, de 2009. Quando: Quinta-feira (21),

às 20h30 Quanto: R$ 30 (Inteira) e R$ 15 (Meia) Onde: Teatro Centro Cultural Minas Tênis Clube (Rua da Bahia, 2.244, Lourdes, Belo Horizonte) Nemer Mostra - O artista plástico mineiro José Alberto Nemer, doutor em Artes Plásticas pela Universidade de Paris VIII, França, professor e um dos mais respeitados nomes da cultura brasileira, expõe “Nemer | Aquarelas recentes – Geometria Residual”, continuação de série que vem sendo apresentada desde os anos 1990, com cerca de 50 obras em dimensões que vão de 7x10cm até 1,5x4m. Quando: De domingo (24) a 2 de setembro. Terça a sábado, das 10h às 20h, domingos e feriados, das 11h às 19h Quanto: Entrada Gratuita Onde: Galeria de Arte do Centro Cultural Minas

Tênis Clube (Rua da Bahia, 2.244, CF5, Lourdes, Belo Horizonte) Coral Sesiminas Música na Capela - O Coral Sesiminas (Foto) é o convidado da Casa Fiat de Cultura na próxima edição do programa Música na Capela. No repertório, obras de Mozart e Bach, além de música popular,

Drumond, a apresentação terá participação do maestro e instrumentista Felipe Magalhães, no teclado. Quando: Domingo (24), às 11h Quanto: Entrada Gratuita, com espaço sujeito a lotação (80 lugares) Onde: Casa Fiat de Cultura (Praça da Liberdade, 10, Funcionários, Belo Horizonte) IGNACIO COSTA/DIVULGAÇÃO

incluindo o samba brasileiro e o folclore sul-americano. Sob regência do maestro Marco Antonio Maia

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