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diariodocomercio.com.br JOSÉ COSTA FUNDADOR

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DESDE 1932 - EDIÇÃO 23.673 - R$ 2,50

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BELO HORIZONTE, QUINTA-FEIRA, 9 DE AGOSTO DE 2018 ALISSON J. SILVA

Tabelamento do frete impactará o consumo Inflação poderá ter uma alta de 8% com a medida Os impactos do tabelamento do frete, principal medida negociada pelo governo federal para encerrar a paralisação dos caminhoneiros ocorrida em maio, não se restringirão apenas ao agronegócio ou ao setor industrial nacional. Entidades representantes do

varejo estimam um efeito em cascata, que culminará com o aumento significativo nos preços finais dos produtos, influenciando diretamente no consumo das famílias. De acordo com pesquisa do Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV), o estabelecimento

de preço mínimo para o transporte rodoviário de mercadorias no Brasil, proposto pela Medida Provisória (MP) 832/2018, poderá levar a uma alta de 8% na inflação neste exercício. Para o Ipea, os alimentos devem encerrar o ano 3,93% mais caros. Pág. 3 ANTÔNIO CRUZ / ABR

Canal de venda atenderá o modelo chamado atacarejo

Rede Apoio Mineiro investe no e-commerce

O prazo aberto pela ANTT para receber propostas da sociedade sobre o assunto terminou no último dia 3

Projeto considerado estratégico para levar a marca Apoio Mineiro para todo o Estado, o e-commerce Apoio Entrega atendeu mais de 50 cidades mineiras, totalizando mais de mil pedidos realizados em seu primeiro mês de atuação. Com a expectativa de que, em menos de três anos, o e-commerce seja a maior loja do Grupo Super Nosso em faturamento, a projeção é de um crescimento de 30% da receita mensal. Atualmente, são mais de 11 mil produtos disponíveis, sendo que o e-commerce ainda não trabalha com refrigerados ou congelados. Pág. 6

EDITORIAL

OPINIÃO A aritmética financeira do Estado é muito simples porque o bem-amado ente político que denominamos Estado só tem um bolso, o do cidadão. Mediante uma sutileza chamada imposto, em vez de nos punguear diretamente, ele nos obriga a lhe entregar dinheiro. Nesses atos – não sem certo sarcasmo - os cidadãos recebem do erário o gratificante e honroso título de “contribuintes”. Contribuintes das cotidianas coletas coercitivas organizadas nos diversos níveis do assim chamado poder público (outro sarcasmo da linguagem política), desta feita aplicado a si mesmo. Sendo tão simples a aritmética oficial, se quem manda gasta e quem obedece paga, parece inacreditável que a maior parte da população não demonstre qualquer interesse em protestar contra os gastos do Estado. (Percival Puggina), pág. 2

O calendário eleitoral avança e, por conta da marcha do tempo, as eleições que poderão ser as mais importantes desde a redemocratização, ficam mais próximas. O que não significa, em absoluto, clareza com relação ao futuro, uma vez que o quadro político permanece incerto, sem sinais, portanto, de definições que, também no campo administrativo, são cruciais para o País. Cabe notar, a propósito, que até agora, entre os candidatos já habilitados a concorrer à Presidência, nenhum deles foi preciso o suficiente na apresentação de seus projetos e, sobretudo, de como realizá-los, superando as barreiras e armadilhas que continuam presentes. “Reação com sinal de alívio”, pág. 2

Cemig Telecom é leiloada por R$ 648,89 milhões A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) promoveu ontem, em leilão, a venda de seus ativos em telecomunicação – que pertenciam à antiga Cemig Telecom – por R$ 648,89 milhões. O valor ficou aproximadamente 75% acima do lance inicial, de R$ 367,5 milhões, e superou as expectativas da própria empresa, que estimava arrecadar cerca de R$ 500 milhões. Foram oferecidos dois lotes, sendo que o maior deles teve lance mínimo de R$ 335,07 milhões e foi arrematado pela American Tower por R$ 571 milhões – ágio de 70%. A Algar Soluções ficou com o segundo lote, pagando R$ 77,89 milhões, sendo que o lance mínimo foi de R$ 32,47 milhões, ou seja, ágio de 140%. Com a compra, as empresas poderão operar separadamente. Pág. 5

DIVULGAÇÃO

No total, os ativos correspondem a 18 mil km de cabos de fibra óptica, que atendem 1.200 clientes de grande porte Euro - dia 8

Comercial

Compra: R$

4,3504

Venda: R$ 4,3518

Ouro - dia 8

Compra: R$ 3,7330 Venda: R$ 3,9100

NovaYork(onça-troy):

Ptax (BC)

BM&F (g):

BOVESPA

TR (dia 9): ............................... 0,0000%

Turismo Compra: R$ 3,7513 Venda: R$ 3,7519

A Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) ganhou a primeira unidade de tratamento de câncer integrado do Brasil. O Grupo Oncoclínicas, em parceria com o Hospital Biocor, acaba de investir no Oncobio. O empreendimento, que fica ao lado do hospital, em Nova Lima, na RMBH, será capaz de atender até 300 pacientes por dia, quadro de 250 profissionais e 23 leitos dedicados ao transplante de medula para adultos e crianças. Pág. 11

Reajuste da energia elétrica pressionou o custo de vida

Dólar - dia 8 Compra: R$ 3,7637 Venda: R$ 3,7642

Oncoclínicas investe em centro integrado

Poupança (dia 9): ............ 0,3715% IPCA-IBGE

(Julho):............

+0,42

+2,26

0,33%

US$1.216,20

IPCA-Ipead (Julho):............ 0,67%

R$ 146,90

IGP-M (Julho): ......................... 0,51%

-0,47 -0,87 -1,49 02/08

03/08

06/08

07/08

08/08

Impactado principalmente pela energia elétrica residencial, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresentou aumento de 0,18% na RMBH em julho deste ano. A variação acumulada em 12 meses foi de 4,56% na RMBH, sexto maior resultado entre as áreas de abrangência da pesquisa do IBGE e, no acumulado do ano, o índice variou 3,39%. Pág. 4


BELO HORIZONTE, QUINTA-FEIRA, 9 DE AGOSTO DE 2018

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OPINIÃO O mistério da ficha que não cai PERCIVAL PUGGINA * Sabe aquela ficha que você insere na fenda adequada e volta para a sua mão por haver seguido percurso errado? Pois é. Lembrei-me muito dela ao acompanhar os recentes acontecimentos nacionais. Passavam-se os dias, a vida tornou-se uma verdadeira sala de aula, a conta crescia e a ficha era devolvida. Aliás, a festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu, etc., etc.. Mas a ficha ainda não caiu. “E agora, José?”, perguntaria novamente Drummond. A aritmética financeira do Estado é muito simples porque o bem-amado ente político que denominamos Estado só tem um bolso, o do cidadão. Mediante uma sutileza chamada imposto, em vez de nos punguear diretamente, ele nos obriga a lhe entregar dinheiro. Nesses atos – não sem certo sarcasmo - os cidadãos recebem do erário o gratificante e honroso título de “contribuintes”. Contribuintes das cotidianas coletas coercitivas organizadas nos diversos níveis do assim chamado poder público (outro sarcasmo da linguagem política), desta feita aplicado a si mesmo. Sendo tão simples a aritmética oficial, se quem manda gasta e quem obedece paga, parece ina-

creditável que a maior parte da população não demonstre qualquer interesse em protestar contra os gastos do Estado. Obviamente, é a despesa pública que determina quanto tempo por mês trabalharemos para o Estado. Imposto é o preço da vida civilizada, disse alguém, e é também o preço do gasto público, complemento eu. Tudo piora quando o lado perdulário dessa relação perde o controle e começa a pedir dinheiro emprestado. Nessas circunstâncias, muitos “contribuintes” passam a imaginar que o aumento da despesa não está impactando os impostos que paga. É como se se tratasse um dinheiro novo, que logo ali adiante, salgado pelos juros, não fosse buscado nos bolsos de sempre. Nessas horas, não faltam vozes para exigir auditoria, ou pregar calote. Gasto, déficits e empréstimos, por essas forças inexoráveis do destino, têm que ser pagos. Greves com reivindicação salarial, subsídios públicos, custeio de empresas estatais, luxos e mordomias, obras suntuosas e supérfluas como as da Copa e dos Jogos Olímpicos, penduricalhos de categorias funcionais e toda a despesa incumbida

ao Estado oneram o lado pagador dessa relação. Mesmo assim, nunca falta quem se perfile ao lado da criação de tais contas e por elas pressionem como exigências da justiça e dos mais nobres impulsos do coração humano. Onde estavam tais vozes enquanto a Petrobras era saqueada e o preço do combustível usado para proselitismo eleitoral? Deveria ser o povo, então, o primeiro a se insurgir contra novas despesas, especialmente as não virtuosas, contra a irresponsabilidade fiscal e contra a velha prática de conceder benefícios a alguns à custa de todos. De longa observação, e com raras exceções, a atribuição de qualquer ônus ao poder público se faz em meio a ruidosos e incompreensíveis aplausos. Fala-se muito, nestes dias, em reduzir impostos, como se o Estado estivesse entesourado ou entesourando. E se deixa de lado o gasto público em seu longo e persistente crescimento. O diabo da ficha não cai! * Membro da Academia Rio-Grandense de Letras, arquiteto, empresário e escritor

Flagrantes da hora política CESAR VANUCCI * “No curto espaço de tempo reservado à propaganda eleitoral, os ilustres candidatos vão ter que explicar a que vêm.” (Domingos Justino Pinto, educador) Com a abertura da temporada das entrevistas e debates com os candidatos à Presidência, os eleitores estão tendo oportunidade de conhecer mais de perto as ideias e propostas dos que disputarão nas urnas sua preferência e simpatia. Pelo que já deu pra perceber até agora, Ciro Gomes, do PDT, vem levando nítida vantagem, com relação aos oponentes, em matéria de conhecimento de causa, vivência pública, capacidade para expor planos e projetos e em expender argumentos a respeito de questões relevantes, de ordem administrativa e política, trazidas à mesa de debates pelos entrevistadores. Verifico também que esta mesma impressão ganha corpo até entre pessoas que criticam o ex-governador do Ceará, por vezes com veemência, pelas atitudes temperamentais ao mesmo imputadas amiúde. Não me surpreenderá nadica de nada qualquer relato acerca de eventual crescimento dos índices do candidato nas pesquisas vindouras. Está certo. Pesquisa é uma coisa, eleição é outra coisa. Cabe, aliás, relembrar que, em mais de uma ocasião, os resultados numa e noutra situação, como se diz no popular, acabaram não conjuminando... Mas mesmo com a salvaguarda de que elas exprimam tendências momentâneas, suscetíveis, por conseguinte, às chuvas e trovoadas de possíveis alterações, as consultas prévias aos eleitores sobre em quem pretendem votar não podem deixar de ser consideradas um tipo de manifestação da vontade popular que reclama de observadores qualificados análises e interpretações cuidadosas. A preferência manifesta, há meses num crescente, pelos nomes de Lula a Presidência e de Dilma para o Senado em Minas Gerais, com números bem superiores aos contendores, merece por certo aprofundada reflexão. Qual o verdadeiro significado disso tudo? De outra parte, a circunstância de a candidatura Jair Bolsonaro despontar, nas mesmíssimas pesquisas, neste preciso momento, mesmo que os índices ostentados não sejam muito significativos, à frente dos outros contendores na hipótese da ausência na pugna eletiva do ex-presidente, é um outro indicador a pedir análise circunstanciada. Ninguém em sã consciência deseja, obviamente, nesta quadra da vida

nacional, que a instabilidade política, social e econômica se agrave. Esse papo de “quanto pior, melhor” afronta o bom senso, alveja a cidadania. Consulta apenas conveniências deletérias detectadas nas lateralidades ideológicas incendiárias. Eleições à vista, o que toca a todos nós é aguardar, com serenidade e esperança, a possibilidade que a democracia alentadoramente nos proporciona de poder buscar, pelo voto consciente, legítima e inteligentemente, a almejada correção dos desacertos acumulados em nossa trajetória como Nação vocacionada a desempenhar papel de grandeza no cenário internacional. Tudo isso devidamente considerado, é bom, entretanto, não perder de mira o que se segue. Se a impopularidade dos detentores do poder político é de molde a afetar a capacidade administrativa, como de certo modo ficou positivado no episódio do impedimento de Dilma Rousseff, a Nação encontra razões de sobra para externar preocupações na hora presente. Todas as avaliações sobre a atuação do governo Michel Temer, procedidas pelos institutos de pesquisas, envolvendo manifestações sobre o grau de confiança nele depositado pelos diversos segmentos comunitários, acusam ausência flagrante de empatia e existência de avolumada dose de desconfiança no sentimento popular. Mesmo contando com relativa boa vontade da mídia, satisfatório apoio parlamentar – sabe-se lá à custa de que ordem de compromissos! – e de razoável ajuda das lideranças representativas das classes produtoras, os dirigentes do poder central amargam as vicissitudes de um descrédito popular nunca, dantes, jamais registrado em nossa crônica republicana. Isso aí! O eleitor consciente está calvo de saber que a correção de rumos ardentemente almejada pela sociedade nas eleições que se avizinham passa, obrigatoriamente, pela escolha de candidatos que saibam projetar o autêntico sentimento nacional. Cidadãos de ilibada reputação, dotados de capacidade de liderança, inteligência, cultura, engenho criativo, sensibilidade social, visão empreendedorista. Além disso, claro está, providos de espírito aberto, sólida formação democrática, avessos a preconceitos de raça, de gênero, de credo, prontos para confrontar posturas malévolas nascidas do obscurantismo cultural, da fanatice e radicalismos. * Jornalista (cantonius1@yahoo.com.br)

O futuro do trabalho na Era 4.0 RAFAEL CARVALHO * Nos próximos 10 anos, cerca de 40% das empresas do mundo não vão mais existir. O motivo? A quarta revolução industrial que está acontecendo neste exato momento. Também conhecida como a Era 4.0, essa nova forma de pensar o trabalho está começando a ser moldada e reúne empresas que englobam ao seu processo produtivo inovações tecnológicas dos campos de automação, controle e tecnologia da informação. A partir da internet das coisas, conexões super-rápidas e inteligência artificial a produção tende a se tornar cada vez mais eficiente, autônoma e customizável. Quem não acompanhar, certamente ficará de fora do mercado. Para se ter uma noção da chamada internet das coisas, há mais máquinas conectadas no mundo do que pessoas. A consultoria IDC estima que, atualmente, há cerca de 14,9 bilhões de aparelhos conectados na internet. Em 2025 o número deve chegar a incríveis 82 bilhões. E não se trata de smartphones e notebooks, mas sim de máquinas operando nas mais diversas indústrias ou serviços. Vivemos um momento de transformação em que a conectividade e a tecnologia entram muito forte em nossas vidas, não apenas para promover lazer e entretenimento, mas também na relação com o trabalho. Já é comum, por exemplo, utilizarmos e-mail e WhatsApp para resolver tarefas, mas este é apenas um primeiro e pequeno passo em direção a esse mundo conectado. Quando todos os processos começarem a se au-

tomatizar, com machine learning, big data e outras ferramentas, um passo ainda maior será dado. O que antes era formado por uma linha de produção, com cadeia de valor, hoje começa a ser substituído pelos chamados sistemas físico-cibernéticos. Ou seja, o digital, o físico e o biológico se juntam para que o homem e a máquina automatizem a produção. É evidente que essa revolução está no início. A relação mais íntima das pessoas com a conectividade começou com o lançamento do primeiro iphone, em 2007, evoluiu com a chegada de mais funcionalidade para os smartphones, em 2010, mas a Era 4.0 começou verdadeiramente em 2016 com a explosão da conectividade. É um momento novo, em que todos estão tentando entender o que significa. Principalmente as empresas. Há nitidamente uma angústia nas corporações por conta da necessidade de mudança de mindset e cultura. É preciso trazer outras formas de abordagem para os negócios, pois as empresas 4.0 não são apenas aquelas que implementam tecnologia, mas as que entendem como tecnologia e pessoas trabalham juntas. No caso específico do Brasil, os profissionais estão buscando aprofundar-se sobre esse período de transição. Em recente evento promovido pela Amcham Belo Horizonte sobre o futuro do trabalho na Era 4.0, o CEO da Inova Consulting e da Inova Business School, Luis Rasquilha, destacou que o País ainda tem um longo caminho para tri-

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lhar, com burocracias e regulamentações que precisam ser revistas. Disse, ainda, que é preciso ter consciência de que essa mudança aconteceu para valer e não existe mais, por exemplo, proibir aplicativos de transporte ou barrar produção de carros elétricos, pois não tem como parar este futuro. O que é importante é procurar dar os passos certos para não estar do lado errado da história quando tantas empresas fecharem por não se adaptar. O primeiro ponto é pensar como essa nova era mudou a área em que atua e quais iniciativas de outras empresas mostram essas mudanças. A segunda dica é procurar mais conhecimento sobre o tema. E isso é possível de diversas formas: em universidades, junto aos parceiros, clientes ou consultores. Por fim, inicie dentro da empresa uma jornada por esse conhecimento e por essa transformação. E não pense que a Era 4.0 está limitada apenas às grandes corporações. As empresas não se medem mais pelo tamanho, mas pela sua inteligência corporativa de fazer as coisas. O empreendedor solitário ou a megacorporação de 20 mil pessoas estão na mesma pauta. Claro que uns com mais impactos que outros, mas cada qual com suas vantagens. Enquanto uma pequena empresa tem mais agilidade para promover mudanças, a grande tem mais recurso financeiro para aplicar. O importante é entender que a mudança chegou e pode começar a ser aplicada por todos.

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Reação com sinal de alívio O calendário eleitoral avança e, por conta da marcha do tempo, as eleições que, dizem alguns analistas, poderão ser as mais importantes desde a redemocratização, ficam mais próximas. O que não significa, em absoluto, clareza com relação ao futuro, uma vez que o quadro político permanece indefinido e incerto, sem sinais, portanto, de definições que, também no campo administrativo, são cruciais para o País. Cabe notar, a propósito, que até agora, entre os candidatos já habilitados a concorrer à Presidência, nenhum deles foi preciso o suficiente na apresentação de seus projetos e, sobretudo, de como realizá-los, superando as barreiras e armadilhas que continuam presentes. Na perspectiva da economia e das reações tão aguardadas quanto urgentes, este clima continua provocando desânimo e tornando difícil qualquer aposta no futuro. Ainda assim, e igualmente cabe registrar, existem Na perspectiva sinais para algum da economia alento ou, pelo menos, para o e das reações entendimento tão aguardadas de que as coisas quanto podem ser menos urgentes, este ruins do que clima continua se imaginava. provocando Estamos falando das consequências desânimo e da greve dos tornando difícil caminhoneiros, qualquer aposta no mês de maio, no futuro que foram menos grave do que se imaginava, e das reações positivas percebidas nos meses de junho e julho, acima das expectativas. É o que confirma a Federação das Indústrias ao registrar, para o Estado, um crescimento de surpreendentes 26,8% em junho, resultado evidentemente afetado pela queda de 16,2% no mês anterior, mas ainda assim surpreendente e pouco acima da média nacional para o período, evidenciando uma tendência que deve ser percebida com alento, ainda que não enseje comemorações. A propósito, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) cuida de lembrar a piora da conjuntura externa e as muitas dúvidas acerca da política econômica a ser adotada em função dos resultados das eleições de outubro, além de possíveis efeitos, ainda desconhecidos, da crise que afetou o transporte de cargas no País. Em síntese, cautela continua sendo dever de casa para investidores e empresários, ainda que se possa enxergar com alívio, que no mês de junho o faturamento da indústria mineira cresceu 9,8% em relação a igual período do ano anterior. Nos últimos doze meses o crescimento foi de 4,2%, contra apenas 1,7% em 2017, após três anos seguidos de queda. São boas novas que chegam para, além de produzir alívio, recomendar que a escolha de cada eleitor seja bem-feita na votação de outubro.

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BELO HORIZONTE, QUINTA-FEIRA, 9 DE AGOSTO DE 2018

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ECONOMIA GREVE DOS CAMINHONEIROS

Tabelamento do frete atingirá varejo Instituto prevê alta de 8% nos preços em 2018, conforme o proposto na MP 832 MARA BIANCHETTI

de Transportes Terrestres (ANTT) trabalhe em uma nova tabela, levando em consideração custos com o óleo diesel e pedágios, ainda assim trará mais efeitos negativos do que positivos para o setor. Segundo o economista da Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio Minas), Guilherme Almeida, os impactos são inevitáveis e não chegam num bom momento, dado o período de recessão vivido pelo País nos últimos anos. “A recuperação da economia, que já vem lenta, contará com as incertezas causadas pelas eleições e ainda terá o obstáculo do aumento dos custos. Ou seja, será uma junção de fatores que vai impactar novamente o consumo das famílias e o desempenho econômico nacional”, analisou. Almeida disse que, apesar de não ser possível precisar o tamanho do impacto nos preços dos produtos nem no orçamento das famílias, a conta mais cara será paga pelo consumidor final. Isso porque, conforme ele, a margem dos varejistas já é pequena. “Lembrando que o varejo é 90% formado por micro e pequenas empresas, que já possuem problemas de fluxo de caixa, inviabilizando ainda mais a absorção de qualquer aumento de custo. A tendência é de que esse aumento de preço seja repassado para o consumidor”, observou.

Os impactos do tabelamento do frete, principal medida negociada pelo governo federal para encerrar a paralisação dos caminhoneiros ocorrida em maio, não se restringirão apenas ao agronegócio ou à indústria nacional. Entidades representantes do varejo estimam um efeito em cascata, que culminará com o aumento significativo nos preços finais dos produtos, influenciando diretamente no consumo das famílias. De acordo com pesquisa do Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV), o estabelecimento de preço mínimo para o transporte rodoviário de mercadorias no Brasil, proposto pela Medida Provisória (MP) 832/2018, poderá levar a uma alta de 8% na inflação neste exercício. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), por sua vez, estima que somente os alimentos devem encerrar o ano 3,93% mais caros, o equivalente a uma contribuição de 0,62 ponto percentual para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do ano de 2018, projetado pelo instituto em 4,2%. Na avaliação de representantes de entidades varejistas de Minas Gerais, a medida provisória, já aprovada por deputados e senadores, não segue o preceito de livre concorrência nem a lei de oferta e demanda do País. E, em- Equilíbrio - Por esses e oubora a Agência Nacional tros motivos, na percepção

ALISSON J. SILVA

Representantes do comércio em Minas preveem aumento nos preços finais e queda no consumo

do presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), Bruno Falci, a medida não irá perdurar. De acordo com ele, nenhum empresário vai aceitar ter o custo de seu negócio definido pelo governo, tampouco limitando a livre concorrência setorial. “O governo não tem autonomia de determinar quanto o empresário vai pagar por determinado serviço”, alertou. De qualquer maneira, Falci chamou atenção para a necessidade de um equilíbrio nos preços do frete. “Vivemos numa época

em que a lei de procura e oferta é soberana e se o frete ficar muito caro, as empresas optarão pela frota própria, o que vai afetar as transportadoras e os caminhoneiros autônomos. Por outro lado, se o frete ficar barato demais as transportadoras terão seus negócios inviabilizados”, explicou. Prazos - O prazo aberto pela ANTT para receber propostas da sociedade sobre o assunto terminou no último dia 3 de agosto. Atualmente, existe uma tabela de frete que, no

entendimento do governo, está em vigor. Algumas entidades empresariais sustentam que não. No entanto, ainda não há palavra final sobre isso. Todas as decisões da Justiça sobre o tabelamento estão bloqueadas por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux, que só pretende retomar a discussão sobre o assunto no próximo dia 27, com a realização de uma audiência pública. Paralelamente, a ANTT trabalha nessa nova versão da tabela. (Com informações da AE)

BR Distribuidora deve aderir ao subsídio ao diesel diesel em comparação com o valor de venda antes das paralisações. Para participar, fornecedores de diesel no Brasil, como a Petrobras e importadoras, precisam congelar seus preços em níveis estipulados pelo governo para posteriormente serem ressarcidos de suas possíveis perdas em relação aos valores que seriam praticados se fossem seguidas condições

do mercado internacional, como variações do petróleo e dólar. Além do programa de subsídio, o governo cortou impostos federais e conta com uma redução de ICMS pelos estados para atingir um corte total de 46 centavos do diesel vendido nas bombas, que já contém uma mistura de 10% de biodiesel, que não recebeu qualquer subsídio. (Reuters)

Senado aprova duas MPs após acordo Brasília - O Senado aprovou, ontem, duas medidas provisórias criadas após o acordo do governo federal que encerrou a paralisação nacional de 11 dias dos caminhoneiros, em maio passado. Aprovadas por maioria simples, as matérias já haviam sido referendadas pela Câmara dos Deputados na noite da última terça-feira. Portanto, seguem agora para sanção presidencial. A primeira MP, que tramitava na forma de projeto de lei de conversão, uma vez que foi alterada pelos parlamentares, reserva um mínimo de 30% do frete contratado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para cooperativas e associações de transportadores autônomos. Uma das demandas dos caminhoneiros para que acabassem com a greve, a matéria também possibilita aos transportadores serem contratados sem licitação. O preço do frete não poderá exceder o praticado pela Conab. A medida provisória que isenta a cobrança de pedágios sobre eixos suspensos dos caminhões que transitarem vazios também foi aprovada de forma consensual pelo plenário do Senado. O fim da cobrança em estradas federais já era previsto em legislações assinadas no governo Dilma Rousseff, em 2015, atendendo a demanda de outra greve dos caminhoneiros. Agora, porém, a isenção se amplia para os veículos sem carga que percorrerem vias estaduais, distritais e municipais. O texto também prevê punição de multa para o caminhoneiro que circular com os eixos indevidamente suspensos, carregando carga com sobrepeso por eixo. (ABr)

Rio de Janeiro - A diretoria da BR Distribuidora, empresa de combustíveis controlada pela Petrobras, estuda aderir ao programa de subsídio ao diesel fóssil, do governo federal, após mudanças nas regras permitirem esse movimento, afirmou a companhia. Para realizar a adesão, após uma eventual aprovação na diretoria, a empresa ainda precisaria do aval de seu

Conselho de Administração. A BR Distribuidora participaria do programa com combustível importado. A companhia importa combustíveis por meio da modalidade conta de ordem - em que uma empresa importadora promove em nome da BR o despacho aduaneiro de importação de mercadorias adquiridas por ela. A inclusão dessa modalidade de importação

no esquema de subsídios foi realizada na terceira fase do programa, iniciada neste mês. O programa de subvenção foi criado em junho, como resposta do governo federal a uma greve histórica dos caminhoneiros em maio em protesto contra os altos preços do diesel. Com a medida, o governo busca cortar em 30 centavos por litro os preços do

São Paulo - A greve dos caminhoneiros e as temperaturas que demoraram a baixar no inverno afetaram negativamente as vendas de vestuário no Brasil e fizeram a Associação Brasileira de Indústria Têxtil (Abit) rever estimativas para o ano. A entidade reduziu a expectativa para o crescimento da produção de vestuário no País, saindo de uma projeção de alta de 2,5% para um crescimento entre 0,4% a 1%. A expectativa para 2018 representa uma freada ante os 3,5% de crescimento na produção registrados em 2017, ano em que o setor produziu 5,9 bilhões de peças. “Iniciamos o ano com uma visão mais favorável do que a que se confirmou neste primeiro semestre, quando tivemos um inverno pouco contundente e as vendas do varejo foram impactadas pela greve dos caminhonei-

ros e a Copa do Mundo”, afirmou a jornalistas o presidente da Abit, Fernando Pimentel. “Vamos ter que recuperar terreno perdido no segundo semestre”, disse. Para ele, a paralisação de caminhoneiros foi um “desastre” porque gerou perda de itens produzidos e que não chegaram aos pontos de venda. Já a Copa do Mundo tem impacto negativo porque reduz o fluxo de consumidores no varejo em dias de jogos e concentra a atenção do consumidor no varejo de bens duráveis, com destaque para a venda de televisores. Na primeira metade do ano, a produção de vestuário encolheu 3,8% no Brasil, de acordo com a Abit. O recuo está em linha com a piora no consumo doméstico de peças de roupa. Os dados da Abit indicam que o varejo de vestuário encolheu 3,5%

entre janeiro e maio deste ano ante iguais meses de 2017. Apesar da queda esperada no volume produzido, a Abit considera que a inflação de custos gerou reajustes de preço, com o faturamento sendo mantido. A entidade ainda espera que o setor têxtil e de confecção fature R$ 154 bilhões neste ano ante R$ 144 bilhões registrados no ano passado. “É um reajuste de preço, mas que não recompõe margem”, diz Pimentel. “Corresponde apenas a uma alta de custos”, concluiu. A avaliação da entidade é que uma recuperação pode ocorrer em 2019. “Concluídas as eleições, teremos uma maior clareza do cenário, o que nos remete a imaginar que a produção volte a crescer na ordem de 3% ao ano, assim como o varejo”, concluiu o presidente da Abit. (AE) Perspectiva mais favorável diminuiu com crise de abastecimento e inverno menos intenso

Indústria têxtil reduz para 0,4% a 1% previsão de crescimento GILSON ABREU / FIEP


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ECONOMIA PIXABAY

INFLAÇÃO

Energia elétrica residencial é vilã na RMBH IPCA avança 0,18% em julho ANA CAROLINA DIAS

Impactado principalmente pela energia elétrica residencial, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresentou aumento de 0,18% na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) em julho deste ano. A variação acumulada em 12 meses foi de 4,56% na RMBH, sexto maior resultado entre as áreas de abrangência da pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e, no acumulado do ano, o índice variou 3,39%. O grupo Habitação apresentou variação positiva de 1,46%, o maior aumento no período, seguido dos Artigos de Residência (0,40%), Despesas Pessoais (0,29%) e Comunicação (0,26%). Por outro lado, houve deflação nos grupos Alimentação e Bebidas (-0,42%), Vestuário (- 0,26%) e Transportes (-0,22%). No grupo responsável pela maior variação no mês, o subitem energia elétrica residencial aumentou 6,57%, e apresentou o maior impacto mensal, de 0,25 p.p. A continuidade da bandeira tarifária vermelha impactou na conta de energia com a cobrança adicional de R$ 0,05 por kwh consumido, como explica a economista e analista do IBGE, Luciene Longo. “A energia elétrica tem um peso grande e não só aparece como o terceiro subitem com maior variação, mas com o maior impacto no índice justamente pelo peso do aumento da conta de luz para as famílias”, afirmou Luciene. Apesar da alta em julho, o IPCA está bem abaixo da variação de 1,86% registrada em junho deste ano. Segundo a economista do

IBGE, os dois meses anteriores apresentaram altas intensas, em decorrência da paralisação nacional dos caminhoneiros e, agora, o índice começa a voltar aos patamares normais. “O resultado de julho está bem abaixo, em razão da acomodação dos preços após o fim da greve dos caminhoneiros. No entanto, qualquer tendência de redução ou não tem que ser avaliada pelo menos dois meses depois desse período crítico”, explicou. Embora o grupo Transportes tenha tido deflação em julho, o subitem que apresentou maior variação positiva foi passagem aérea, com aumento de 54,57%, assim como ônibus interestadual, que registrou aumento de 4,28%. Apesar de não estar entre os subitens com maior variação negativa, a gasolina foi o subitem com maior impacto negativo no mês na RMBH, com redução de 1,92% e impacto de -0,11 p.p. Os subitens com reduções mais expressivas de preços foram cebola (-38,31%), batata-inglesa (-29,29%) e tomate (-23,63%). Nacional – Os resultados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no Brasil em julho tiveram comportamento semelhante ao da RMBH. A variação no mês foi de 0,33%, bem abaixo da taxa de 1,26% registrada em junho. No acumulado do ano, o IPCA ficou em 2,94% no País, acima do 1,43% registrado no mesmo período do ano passado e, nos últimos 12 meses, o índice acumulou alta de 4,48%, acima dos 4,39% dos 12 meses imediatamente anteriores. Habitação (1,54%) e

Se a energia das residências fez a inflação subir 0,18% em julho na RMBH, no acumulado de 12 meses variação é de 4,56%

Indicador perde força no País e sobe 0,33% Rio de Janeiro/São Paulo - A inflação oficial no Brasil desacelerou em julho pela primeira vez em dois meses, com perda de força da pressão provocada pela greve dos caminhoneiros, o que ajudará o Banco Central a não ter de mexer na taxa básica de juros tão cedo. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,33% no mês passado, após alta de 1,26% em junho, informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ainda assim, foi o maior avanço para julho desde 2016 (+0,52%). Em 12 meses, o indicador acumulou avanço de 4,48%, praticamente no centro da meta de inflação, de 4,50%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos. O IPCA-15 de julho, prévia do IPCA, havia superado essa marca pela primeira vez em mais de um ano. A desaceleração do IPCA mensal Transportes (0,49%) desaceleraram de junho para julho, mas foram os que apresentaram as maiores variações entre os grupos

PREÇOS

já era esperada, mas foi menos intensa do que as projeções de analistas ouvidos pela Reuters, de alta mensal de 0,27% e de 4,40% em 12 meses. “O IPCA tem a ver principalmente com o fim do efeito da greve dos caminhoneiros. Ao longo do mês, houve um aumento na oferta de produtos agrícolas, seja por ser o momento da safra seja pela normalização da distribuição dos produtos afetados pela greve”, explicou o gerente da pesquisa do IBGE, Fernando Gonçalves. No fim de maio, caminhoneiros bloquearam rodovias do País em protesto contra a alta do preço do diesel, forçando fazendeiros a abater aves e descartar leite, além de causar desabastecimentos de diversos produtos. Segundo o IBGE, o grupo Alimentação e Bebidas teve deflação de 0,12% em julho, após marcar a maior alta dos últimos 29 meses em

de produtos e serviços pesquisados. A energia elétrica teve variação positiva de 5,33%, também desacelerando em relação a junho,

junho (2,03%). Um dos destaques ficou para a cebola, cujos preços caíram 33,50% em julho, frente alta de 1,42% no mês anterior. Habitação - A alta dos preços de Habitação (1,54%) e Transportes (0,49%) desacelerou de junho para julho, mas os dois grupos foram os que mais contribuíram na composição do índice. O destaque ficou para o item energia elétrica, cujos preços saltaram 5,33% no mês passado, apesar de terem ficado mais fracos do que junho (+7,93%). A continuidade da vigência da bandeira tarifária vermelha patamar 2, no geral, continuou pesando. Na semana passada, o BC deixou a Selic na mínima de 6,50% pela terceira reunião seguida e sugeriu que não deve elevá-la por enquanto, citando as expectativas de inflação sob controle. (Reuters)

quando teve aumento de 7,93%, mas foi o item que exerceu o principal impacto no IPCA de julho (0,20 p.p.). Entre os grupos que apre-

sentaram deflação no País durante o período estão Vestuário (-0,60%), Alimentação e bebidas (-0,12%) e Educação (-0,08%).

FGTS

IGP-DI arrefece e registra aumento Governo pode adotar neste ano teto de de 0,44%, cumprindo expectativas R$ 1,5 mi para financiamento de imóveis Rio de Janeiro - O Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) registrou elevação de 0,44% em julho ante aumento de 1,48% em junho, divulgou ontem a Fundação Getulio Vargas (FGV). O resultado do indicador ficou dentro do intervalo das projeções do mercado financeiro, que estimavam alta desde 0,19% a 0,56%, com mediana positiva de 0,36%, de acordo com as instituições ouvidas pelo Projeções Broadcast. Com o resultado, o IGP-DI acumulou uma elevação de 5,92% no ano, além de avanço de 8,59% em 12 meses. A FGV informou ainda os resultados dos três indicadores que compõem o IGP-DI. O IPA-DI, que representa o atacado, teve alta de 0,52% em julho, após a elevação de 1,67% registrada em junho. O IPC-DI, que apura a evolução

de preços no varejo, teve um aumento de 0,17% em julho ante um crescimento de 1,19% em junho. Já o INCC-DI, que mensura o impacto de preços na construção, apresentou alta de 0,61% em julho, depois do aumento de 0,97% em junho. O período de coleta de preços para o índice de julho foi do dia 1º ao dia 31 do mês. IPC-DI - De acordo com a FGV, o núcleo do Índice de Preços ao Consumidor - Disponibilidade Interna (IPC-DI) de julho subiu 0,24%, após um aumento de 0,46% em junho. O núcleo do IPC-DI é usado para mensurar tendências e calculado a partir da exclusão das principais quedas e das mais expressivas altas de preços no varejo. Ainda de acordo com a FGV, o núcleo acumulou uma elevação de 2,21% no ano e avanço de

3,46% em 12 meses. Os preços dos produtos agropecuários no atacado recuaram 0,69% em julho, após a elevação de 1,19% em junho, dentro do IGP-DI, informou a FGV. Já os produtos industriais aumentaram 0,93% em julho, depois de uma alta de 1,83% no atacado em junho. Dentro do Índice de Preços por Atacado segundo Estágios de Processamento (IPA-EP), que permite visualizar a transmissão de preços ao longo da cadeia produtiva, os preços dos bens finais tiveram queda de 0,31% em julho, ante um avanço de 2,02% em junho. Os preços dos bens intermediários subiram 1,33% em julho, após aumentarem 1,96% em junho. Os preços das matérias-primas brutas registraram alta de 0,53% em julho, depois da elevação de 0,89% em junho. (AE)

Brasília - O presidente Michel Temer sinalizou ontem que o governo pode antecipar para este ano o novo teto de R$ 1,5 milhão para financiamento de imóveis com uso de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Trabalho (FGTS), afirmou o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), José Carlos Rodrigues. “O próprio presidente que vai tomar medidas imediatas para que isso possa acontecer”, afirmou Rodrigues a repórteres, após reunião com Temer e integrantes da equipe econômica. “Ele vai provocar o CMN (Conselho Monetário Nacional) para se pronunciar e ver se é possível antecipar essa medida”, acrescentou, afirmando que o presidente não deu um prazo para a mudança, mas indicou que ocorreria

“o quanto antes possível”. Na semana passada, o governo anunciou medidas para incentivar a concessão de crédito imobiliário no País, entre elas a ampliação do limite de valor de avaliação do imóvel financiado no âmbito do Sistema Financeiro da Habitação (SFH). Quem compra imóveis pelo SFH pode usar recursos do FGTS para amortizar o saldo. Hoje, o teto para o financiamento é de R$ 950 mil em Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Distrito Federal e de R$ 800 mil nos demais estados. Pela regra aprovada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), o novo limite de R$ 1,5 milhão seria aplicado em todo País a partir de janeiro de 2019.

este ano dá um impulso extra a um setor que é intensivo em mão de obra e que sofreu com o efeito da recessão econômica. “Isso é bom, porque você consegue botar clientes para comprar imóvel que, sem o Fundo de Garantia, não fecha a conta”, disse. Ele acrescentou que foi chamado para a reunião pelo governo justamente para debates medidas que poderiam ajudar o setor a gerar empregos. O presidente da Cbic esclareceu ainda que a antecipação foi discutida apenas para o novo teto de imóvel financiável com FGTS, não se estendendo a outras medidas também anunciadas pelo Banco Central para 2019, como a maior liberdade para o direcionamento dos recursos captados em Mão de obra - Na avaliação poupança para operações de de Rodrigues, a antecipação financiamento imobiliário. da vigência da medida para (Reuters)


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ECONOMIA ENERGIA

Cemig vende ativos da Telecom por R$ 648,8 mi Valor ficou cerca de 75% acima do lance inicial, de R$ 367,5 milhões e superou as expectativas da empresa CEMIG / DIVULGAÇÃO

ANA AMÉLIA HAMDAN

A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) promoveu ontem, em leilão, a venda de seus ativos em telecomunicação – que pertenciam à antiga Cemig Telecom – por R$ 648,89 milhões. O valor ficou aproximadamente 75% acima do lance inicial, de R$ 367,5 milhões, e superou as expectativas da própria empresa, que estimava arrecadar cerca de R$ 500 milhões. A rede de cabos de fibra óptica negociada está localizada em sete estados nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste do País: Minas, São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás, Bahia, Pernambuco e Ceará. Foram oferecidos dois lotes, sendo que o maior deles teve lance mínimo de R$ 335,07 milhões e foi arrematado pela American Tower por R$ 571 milhões – ágio de 70%. Nesse caso, a rede está localizada em Minas, São Paulo e Rio de Janeiro. A Algar Soluções ficou com o segundo lote, pagando R$ 77,89 milhões, sendo que o lance mínimo foi de R$ 32,47 milhões, ou seja, ágio de 140%. No segundo lote estão cabos localizados nos estados de Goiás, Bahia, Pernambuco e Ceará. Com a compra, as empresas poderão operar separadamente. As informações são da assessoria de imprensa da Cemig. No total, os ativos correspondem a 18 mil km de cabos de fibra óptica – 6 mil km em regiões metropolitanas e 12 mil de cabos de longa distância. A rede atende a cerca de 1.200 clientes de grande porte, oferecendo serviços de telecomunicação, entre eles acesso a internet. Haverá uma fase de transição para a migração desses usuários. Quando o leilão foi anunciado, 17 empresas demonstraram interesse na compra dos ativos em telecomunicação da Cemig. Mas na fase de habilitação permaneceram a American Tower, a Algar Soluções e a Claro. Esta última empresa não apresentou proposta. A

Venda do cabeamento de fibra óptica integra programa de desinvestimento da estatal para reduzir dívida

sessão foi realizada ontem em Belo Horizonte. O leilão ainda está em fase recursal: até o próximo dia 16, pode haver apresentação de recursos por parte dos interessados. Em nota, a companhia informou que, após o prazo recursal, a conclusão da alienação estará sujeita à implementação de condições suspensivas, inclusive com aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), se aplicável.

a redução de sua dívida que, no primeiro trimestre deste ano, estava em R$ 13 bilhões. Este foi o primeiro leilão deste ano dentro do programa. As vendas da Light, Renova Energia e Santo Antônio Energia são as que estão com os processos mais avançados. Os ativos leiloados ontem faziam parte da antiga Cemig Telecom, que foi incorporada pela Cemig já com o objetivo de serem colocados à venda. Em 2017, o lucro dessa empresa foi de R$ 3,1 Desinvestimento - A venda milhões. Segundo a Cemig, do cabeamento de fibra óp- caso fossem fazer todos os tica faz parte do programa investimentos começando de desinvestimento da Ce- do zero, as empresas teriam mig, que tem como objetivo que desembolsar cerca de R$

1 bilhão para ter a estrutura de cabeamento leiloada pela Cemig. Em seu site, a American Tower afirma que a demanda por conectividade de dispositivos está explodindo e, se antecipando a essa demanda, a empresa está expandindo sua carteira, se estruturando e aprimorando. Também em seu site, a Algar Soluções – que atua nos setores de Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC), agro, serviços e turismo – informa que o grupo apresenta soluções para empresas e pessoas. Entre os serviços oferecidos estão telefonia fixa e móvel, internet e TV por assinatura.

Estatal está pronta para adquirir fatia da Light São Paulo - A estatal Cemig quer vender sua participação na Light, da qual é controladora, mas está pronta para adquirir a fatia de sócios financeiros na elétrica se não encontrar compradores até novembro, quando vence uma opção de venda (“put”) exercida por seus parceiros no negócio, informou o diretor de Gestão de Participações da Cemig, Daniel Faria Costa. A Light é um dos ativos que constam de um amplo plano de desinvestimentos da Cemig, que realizou ontem um leilão de seus negócios em telecomunicações, arrematados por um total de quase R$ 650 milhões pela norte-americana American Tower e pela Algar Soluções. Segundo o diretor, a Cemig segue em um processo para se desfazer da Light, mas com o prazo curto até novembro já se prepara para um eventual pagamento da “put”, que a Fitch Ratings estimou recentemente que deve custar R$ 600 milhões.

“A intenção até o momento é fazer o pagamento e liquidar essa operação. Para isso a Cemig tem várias fontes, pode utilizar de diversos recursos, não necessariamente (os obtidos com a venda) da Light”, disse Costa. Ele apontou que, nesse caso, a Cemig buscaria alguma operação para não terminar com uma fatia maior que 50% na Light, o que faria a companhia se tornar uma estatal. “Não há nenhuma intenção de que a empresa venha a se tornar uma estatal, então a Cemig vai tomar as providências necessárias”, adicionou o executivo, sem detalhar. Ele reforçou, no entanto, que idealmente a Cemig pretende avançar com a venda da Light ainda em 2018, mesmo que tenha que recorrer a modelos alternativos. Na semana passada, o diretor financeiro da Cemig, Maurício Fernandes Leonardo Jr., disse em Nova York

que a empresa inclusive estaria aberta a uma parceria estratégia na Light. “Nós estamos vendo várias alternativas e vamos encontrar uma que seja mais efetiva, para que seja um negócio de valor justo, um negócio que atenda aos padrões mínimos de rentabilidade que a gente espera nesse ativo”, disse Costa. Outros ativos - Além da Light, a Cemig tem focado esforços para desinvestir também de sua participação na hidrelétrica de Santo Antônio, em Rondônia, e para viabilizar a venda de um parque eólico por sua controlada Renova Energia, que enfrenta dificuldades financeiras. Segundo o diretor, a Renova assinou acordos de sigilo e recebeu ofertas não vinculantes pelo parque Alto Sertão III, na Bahia, cujas obras foram paralisadas pela empresa por falta de recursos. “Temos assinado com

três proponentes que estão fazendo suas negociações em paralelo, não existe nenhuma proposta hoje concretizada... São (ofertas) não vinculantes que estão sendo negociadas”, afirmou. Entre as empresas que avaliam o ativo da Renova está a Aliança Geração, uma joint venture entre a Cemig e a mineradora Vale para negócios em energia, conforme publicado no mês passado pela Reuters com informação de fontes. Questionado, Costa não comentou os possíveis interessados no negócio. “A intenção é concluir isso ao longo deste ano... Temos caminhos paralelos, com diferentes esforços, mas a gente espera que ainda este ano possa concluir a venda de tudo que a gente consiga. Se forem os três (Light, Renova e Santo Antônio) seria ótimo”, afirmou. A Light é responsável pela distribuição de eletricidade na região metropolitana do Rio de Janeiro e possui ainda ativos de geração. (Reuters)

Acordo de risco hidrológico custa bilhões ao consumidor São Paulo - Um acordo proposto pelo governo em 2015 para encerrar uma briga judicial com empresas de energia sobre o chamado “risco hidrológico” na operação de hidrelétricas não apenas deixou de resolver totalmente o embate sobre o tema como tem gerado custos enormes para os consumidores. Algumas empresas seguem com proteção na Justiça contra custos com o que dizem ser fatores não hídricos que reduzem a produção de suas usinas. A situação fez o total não pago em um acerto de contas do mercado elétrico realizado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) subir em R$ 600 milhões em apenas um mês, para R$ 7 bilhões. Agora, o governo busca um novo acordo para que as elétricas desistam da disputa nos tribunais em troca de uma compensação. Uma aprovação política para o acerto, no entanto, pode ser dura, uma vez que a proposta consta de projeto de lei em tramitação no Senado que trata também da privatização de distribuidoras de energia da Eletrobras, assunto polêmico e que enfrenta resistência até no MDB, partido do presidente Temer. Em 2015, o acordo foi semelhante, e envolveu ainda a transferência para os consumidores residenciais dos custos com o risco hidrológico - quando as hidrelétricas precisam comprar energia mais cara no mercado para

compensar a produção menor, causada por fatores como baixo nível dos reservatórios. Em troca, os geradores concordaram em realizar aportes a título de “prêmio de risco” que aliviarão tarifas, mas a grande maioria desses pagamentos deve começar apenas entre 2020 e 2025, e especialistas já avaliam que o valor talvez não seja suficiente para compensar os custos enfrentados hoje nas contas de luz. Enquanto isso, os consumidores já pagaram R$ 18,5 bilhões até março deste ano após assumirem o risco hídrico, segundo análise do Tribunal de Contas da União (TCU) no mês passado. A corte pediu que em eventual nova negociação com os geradores o governo “considere a proporcionalidade da assunção de riscos... bem como a capacidade contributiva do consumidor”. O ex-diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Edvaldo Santana, disse avaliar que a cobrança do TCU é correta e que o acordo já realizado não parece ter resultado em um bom negócio para os consumidores residenciais. “Em 2015, quando os geradores aderiram ao acordo, muitos deles achavam que o ‘prêmio de risco’ era elevado. Mas como o risco hidrológico continuou com custo muito alto em 2016, 2017 e 2018, a conta para o consumidor é que ficou muito grande”, afirmou. (Reuters)

Leilão de eólica deve contratar 1,5 GW Rio de Janeiro - Marcado para o dia 31, o próximo leilão A-6 de energia eólica deve contratar 1,5 GW, que estarão disponíveis para consumo em 2024. É praticamente o mesmo valor contratado em 2017, segundo a presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), Elbia Gannoum. “A expectativa é contratar mais ou menos o que foi contratado no ano passado, mantendo certa estabilidade, apesar da crise econômica. E para o ano que vem a gente está esperando a retomada do crescimento econômico e mais contratação”, afirmou Elbia. De 2017 até agora, o setor aumentou 2 GW no sistema e manteve a taxa de crescimento em torno de 22%. “Leilão competitivo, com contrato estável de 20 anos. É isso que atrai investimentos. É claro que no caso da eólica, por ser uma fonte renovável, os outros países estão observando este movimento e os investidores também.” Com o avanço da tecnologia, caíram em torno de 30% os custos do setor nos últimos cinco anos, disse a presidente da associação. “Você tem um ganho de produtividade muito alto e uma redução do custo. Hoje é a segunda fonte de energia mais barata do Brasil, quiçá a mais barata, porque se considerar [a

produtividade da Usina de] Belo Monte e comparar com o preço do leilão, a eólica é a mais barata do País.” O consumidor também ganha com esse movimento, segundo Elbia, pois 10% da tarifa de luz vêm da energia eólica e, na medida em que se expande, o avanço ocorre e há uma espécie de “mix tarifário”, levando à possibilidade de redução de custos. Elbia Gannoum participou da 9ª edição do Brazil Windpower, no Centro de Convenções SulAmérica, na Cidade Nova, região central do Rio de Janeiro. O encontro é realizado pela ABEEólica, pelo Conselho Global de Energia Eólica (GWEC), que atua na abertura de mercados de energia eólica pelo mundo, e pelo Grupo CanalEnergia. O secretário-geral do GWEC, Steve Sawyer, destacou que os leilões no Brasil viraram referência. “Vocês realmente definiram o grande padrão que revolucionou a forma como as renováveis são compradas no mundo inteiro, com certeza nos últimos cinco anos”, disse. Sawyer ressaltou que viaja pelo mundo “lembrando que esse sistema foi inventado no Brasil”. Acrescentou que atualmente o modelo lidera a indústria ligada ao setor na América Latina. “Há muito do que se orgulhar.” (ABr)


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ECONOMIA ALISSON J. SILVA

E-COMMERCE

‘Apoio Entrega’ chega a mais de 50 cidades, em seu primeiro mĂŞs Novo serviço ultrapassa a marca de mil pedidos ANA CAROLINA DIAS

Projeto considerado estratĂŠgico para levar a marca Apoio Mineiro para todo o Estado, o e-commerce Apoio Entrega atendeu acima de 50 cidades mineiras com mais de mil pedidos realizados em seu primeiro mĂŞs de atuação. Com a expectativa de que, em menos de trĂŞs anos, o e-commerce seja a maior loja do Grupo Super Nosso em faturamento, a projeção ĂŠ de um crescimento de 30% da receita mensal. O gerente de e-commerce do Super Nosso, Bruno Pedra, destaca que o diferencial do Apoio Entrega ĂŠ o compartilhamento do centro de distribuição do grupo para operar as vendas. Ele explica que foram realizados tambĂŠm investimentos em tecnologia com uma nova Belo Horizonte, 23 de julho de 2018 CONDOMĂ?NIO DO EDIFĂ?CIO BRASĂ?LIA EDITAL DE CONVOCAĂ‡ĂƒO ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINĂ RIA A sĂ­ndica do CONDOMĂ?NIO DO EDIFĂ?CIO BRASĂ?LIA, nos termos do artigo 1348, I e, 1350, do CĂłdigo Civil, no uso de suas atribuiçþes, resolve convocar os(as) senhores(as) condĂ´minos para a ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINĂ RIA, a realizar-se no dia 10 de agosto de 2018 (sexta feira), no auditĂłrio da UniĂŁo dos Varejistas de Minas gerais, com sede na avenida ParanĂĄ, 514, 2Âş andar, centro, Belo Horizonte, Ă s 18:30 horas, em primeira convocação, em que se exige quorum de instalação de 2/3 dos condĂ´minos e Ă s 19:00 horas, em segunda convocação, em que a Assembleia se reunirĂĄ em qualquer nĂşmero de presentes, para seguinte pauta: - a) Aprovação de contas da sra. SĂ­ndica, no perĂ­odo de sua administração e majoração da taxa condominial mensal. O(s) condĂ´mino(s) que nĂŁo se encontrar(em) rigorosamente em dia com suas obrigaçþes para com o CondomĂ­nio, nĂŁo poderĂĄ(ĂŁo) participar, nem votar na Assembleia e, aqueles(s) que QmR FRPSDUHFHU HP RX QmR VH Âż]HU HP UHSUHVHQtar(em) por procurador(es) legalmente constituĂ­do(os), RX VHMD FRP SURFXUDomR FRP ÂżQV HVSHFtÂżFRV GHYLGDPHQWH DVVLQDGD H FRP ÂżUPD UHFRQKHFLGD H RX DFRPpanhada de fotocĂłpia do documento de identidade comprobatĂłria de autenticidade de assinatura(s) outorgante(s), estarĂĄ(ĂŁo) aprovando as resoluçþes tomadas na Assembleia, conforme legislação g ç em vigor.

plataforma, alĂŠm da contratação de funcionĂĄrios incorporados especificamente ao e-commerce, que vai atender nĂŁo sĂł os lojistas e revendedores, como pessoas fĂ­sicas no modelo de atacarejo. â€œĂ‰ um projeto estratĂŠgico, porque dĂĄ condição imediata de colocar o Apoio acessĂ­vel a todo o pĂşblico mineiro, diferente de uma possĂ­vel expansĂŁo do modelo de lojas fĂ­sicas. O Apoio Entrega vem para ser uma alternativa para que qualquer mineiro possa adquirir os produtos da marca, com os mesmos preços atrativos e receber em casa onde quer que esses

clientes estejamâ€?, afirmou Pedra. Gama de produtos - Atualmente, sĂŁo mais de 11 mil produtos disponĂ­veis, sendo que o e-commerce ainda nĂŁo trabalha com refrigerados ou congelados. Pedra explica que o planejamento ĂŠ ampliar o mix de produtos oferecidos para abranger Marca Apoio Mineiro aposta no e-commerce Apoio Entrega para levĂĄ-la a todo o Estado esse tipo de itens e, alĂŠm e oportunidades para os cade mercadorias das lojas segurança, economia de e nos aplicativosâ€?, disse. Com cerca de 70 funcio- nais de venda on-line, Pedra fĂ­sicas do Apoio Mineiro, tempo e menos gastos com disponibilizar opçþes de transporte, e, alĂŠm disso, nĂĄrios por trĂĄs do trabalho estima que o tĂ­quete mĂŠdio produtos gourmet das lojas vamos disponibilizar pro- de e-commerce do Grupo gasto ĂŠ de aproximadamente moçþes e ofertas personali- Super Nosso, incluindo um R$ 500 no Super Nosso em Super Nosso. “A compra pelo e-com- zadas, como jĂĄ acontece no departamento comercial Casa e de R$ 1.000 no Apoio merce representa maior e-commerce do Super Nosso exclusivo focado em ofertas Entrega.

CONSTRUĂ‡ĂƒO

Venda de material tem elevação de 3,4% SĂŁo Paulo - As vendas de materiais de construção no PaĂ­s aumentaram 3,7% em julho sobre igual mĂŞs do ano passado, em um sinal de manutenção da EPC ENGENHARIA PROJETO CONSULTORIA S/A CNPJ NÂş 16.593.410/0001-23 NIRE NÂş 3130002597-7 EDITAL DE CONVOCAĂ‡ĂƒO PARA ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINĂ RIA Ficam convocados os senhores acionistas do EPC Engenharia Projeto Consultoria S/A a se reunirem em Assembleia Geral OrdinĂĄria e ExtraordinĂĄria, a realizar-se no dia 21 de agosto de 2018, Ă s 16 horas, na Avenida BarĂŁo Homem de Melo, nÂş 4.324, 6Âş andar, bairro Estoril, Belo Horizonte, Minas Gerais, CEP: 30.494-270, para: (i) alterar o endereço da sede da Companhia, conforme proposta da Diretoria, alterando, por consequĂŞncia o Estatuto Social; (ii) alterar o estatuto social para incluir no objeto social a atividade de arrendamento de mĂĄquinas e equipamentos; (iii) eleger um diretor, haja vista a renĂşncia de AndrĂŠ Martins Schettino; (iv) deliberar sobre a remuneração da diretoria. Os documentos pertinentes Ă ordem do dia encontram-se Ă disposição dos acionistas na sede da companhia. Belo Horizonte (MG), 07 de agosto de 2018. Diretor Executivo: Nunziato JosĂŠ Schettino.

CafĂŠ TrĂŞs Coraçþes S.A. CNPJ/MF nÂş 17.467.515/0001-07 – NIRE 31.300.015.301 Ata de AssemblĂŠia Geral ExtraordinĂĄria Data e hora: 01/08/2006, Ă s 10h00. Local: na sede social da Cia.. Convocação e presença: dispensada a convocação, face a presença de acionistas representando a totalidade do capital social. Mesa: Pedro Alcântara Rego de Lima – Presidente; Vicente de Paula Rego de Lima – SecretĂĄrio. Deliberaçþes da Ordem do Dia, aprovadas por unanimidade de votos: (a) foi aprovada a autorização aos diretores ou procuradores da sociedade para a prestação de fianças, avais ou quaisquer outras garantias ou contra-garantias em favor das Controladas ou Controladoras ou Coligadas da Cia., em contratos relativos a operaçþes normais do curso destas Controladas, Controladoras ou Coligadas, nos termos da nova redação do Art. 14 do Estatuto Social; (b) foi aprovada a alteração do Art. 14 do Estatuto Social, bem como a consolidação do mesmo que passa a vigorar com a seguinte redação: “Estatuto Social. CapĂ­tulo I – Da Denominação Social, Sede, Objeto e Duração. Art. 1Âş. A sociedade denomina-se CafĂŠ TrĂŞs Coraçþes S.A., e que se regerĂĄ por este Estatuto e pelas disposiçþes legais aplicadas. Art. 2Âş. A sociedade tem sua sede Ă Av. BrasĂ­lia, 6.145, Bairro SĂŁo Benedito, Santa Luzia, Minas Gerais, sendo o seu foro o desta Comarca, podendo, ainda, abrir e fechar filiais sempre que lhe convier. § Ăšnico: A Cia. mantĂŠm os seguintes estabelecimentos filiais: (i) Av. Pedro Chaves dos Santos, 253, Loja 1, Distrito Industrial, Montes Claros/MG; (ii) Av. Frederico Tibery, 1.170, Bairro Tibery, Uberlândia/MG; (iii) Av. Rui Barbosa, 474/G105, Bairro Santa Terezinha, Juiz de Fora/MG; (iv) Rua Osvaldo Cruz GuimarĂŁes, 52 B, Bairro Alecrim, Vila Velha/ES; (v) Rua Professor JosĂŠ de Carvalho, 372, Bairro UniversitĂĄrio, Governador Valadares/MG; (vi) Rua Libero BadarĂł, nÂş 1.115, sala 03, Vila PaulicĂŠia, SĂŁo Bernardo do Campo/SP; e (vii) Rodovia ES 010, Km 2, Jardim Limoeiro, Serra/ES. Art. 3Âş. Constitui-se no objetivo da sociedade industrialização, exportação, importação, o comĂŠrcio de cafĂŠ em grĂŁo cru, cafĂŠ torrado e moĂ­do, cafĂŠ solĂşvel, achocolatados, cappuccino e similares, o comĂŠrcio de filtros de papel, açúcar, adoçantes, balas, bolos, sucos de frutas, refrescos, de gĂŞneros alimentĂ­cios em geral, xĂ­caras, canecas, colheres, garrafas tĂŠrmicas e artigos para presente. A sociedade pode tambĂŠm prestar serviços de transportes de mercadorias prĂłprias, de rodoviĂĄrios de carga em geral e de assistĂŞncia tĂŠcnica e locação de mĂĄquinas de cafĂŠ, cappuccino e similares, bem como participar no capital de outras sociedades nacionais ou estrangeiras, em carĂĄter permanente ou temporĂĄrio, como controladora ou minoritĂĄria. § Ăšnico: As filiais terĂŁo como atividade o comĂŠrcio atacadista e a exportação de cafĂŠ torrado em grĂŁo e moĂ­do, cafĂŠ solĂşvel, achocolatados, cappuccino e similares, cafĂŠ em grĂŁo cru, balas, filtros de papel, açúcar, adoçantes, bolos, sucos de frutas, refrescos, de gĂŞneros alimentĂ­cios em geral, xĂ­caras, canecas, colheres, garrafas tĂŠrmicas e artigos para presente. Art. 4Âş. O prazo de duração ĂŠ por tempo indeterminado, tendo iniciado suas atividades como sociedade anĂ´nima no ato do arquivamento deste instrumento no ĂłrgĂŁo competente, podendo extinguir-se pela impossibilidade de se manter ou por decisĂŁo unânime dos acionistas. § Ăšnico. A sociedade entrarĂĄ em liquidação nos casos e na forma prevista em Lei, sendo o acervo patrimonial, apĂłs o pagamento de todos os dĂŠbitos da Cia., distribuĂ­do entre os acionistas, na proporção de suas açþes, competindo Ă AssemblĂŠia Geral, por maioria de capital, estabelecer a forma de liquidação e nomear o liquidante e o Conselho Fiscal que deverĂŁo funcionar no perĂ­odo de liquidação. CapĂ­tulo II – Do Capital e das Açþes. Art. 5Âş. O Capital Social da Cia., totalmente subscrito e integralizado ĂŠ de R$ 125.961.235,00, dividido em 13.855.7 49 açþes ordinĂĄrias, todas nominativas e sem valor nominal. § Ăšnico. A cada ação ordinĂĄria corresponde um voto nas deliberaçþes das AssemblĂŠias Gerais. Art. 6Âş. As açþes poderĂŁo ser representadas por tĂ­tulos mĂşltiplos ou singulares. Art. 7Âş. Cada acionista terĂĄ o direito de preferĂŞncia ou perempção para subscrição de açþes em qualquer deliberação de aumento de capital no montante proporcional Ă sua participação no Capital Social. CapĂ­tulo III – Da Retirada do Acionista. Art. 8Âş.¡As açþes nĂŁo poderĂŁo ser transferidas a terceiros sem o prĂŠvio e expresso consentimento do outro acionista, que terĂĄ peremptoriamente, o direito de preferĂŞncia. Art. 9Âş. O acionista remanescente terĂĄ preferĂŞncia, em igualdade de condiçþes, para adquirir as açþes do acionista retirante. Se o acionista remanescente, ou a Cia., nĂŁo usarem do direito de preferĂŞncia que lhe ĂŠ assegurado, no prazo mĂĄximo de 30 dias, contados da data da comunicação fica assegurado ao acionista retirante o direito de ceder suas açþes a terceiros, sendo, portanto, ineficaz em relação Ă Cia. e feitura de qualquer cessĂŁo ou transferĂŞncia de açþes com infração Ă s regras estabelecidas neste instrumento. CapĂ­tulo IV – Da Administração Social. Art. 10. A Cia. serĂĄ administrada e gerida por uma Diretoria, composta por 5 membros (Diretores) eleitos pelos acionistas. § 1Âş. Os Diretores serĂŁo eleitos para um perĂ­odo de 3 anos, sendo permitida a reeleição. § 2Âş. Os Diretores serĂŁo investidos nos seus respectivos cargos e permanecerĂŁo no cargo atĂŠ que seus sucessores tomem posse. Art. 11. Os Diretores terĂŁo plenos poderes para administrar e gerir os negĂłcios da Cia., de acordo com as suas atribuiçþes e sujeitos ao cumprimento das exigĂŞncias estabelecidas em lei e neste Estatuto Social. § 1Âş. Na ausĂŞncia ou impedimento temporĂĄrio do Diretor Presidente, os acionistas realizarĂŁo uma reuniĂŁo, o mais breve possĂ­vel, para eleger uma pessoa que exercerĂĄ temporariamente e cumulativamente suas funçþes. Na ausĂŞncia ou impedimento temporĂĄrio de qualquer outro Diretor, suas funçþes serĂŁo exercidas temporĂĄria e cumulativamente pelo Diretor Presidente. § 2Âş. No caso de vacância de qualquer cargo na Diretoria, os acionistas deverĂŁo, com a maior brevidade possĂ­vel, preencher o cargo vago. Art. 12. Exceto conforme disposto neste Contrato Social, a representação ativa e passiva da Cia., em juĂ­zo ou fora dele, serĂĄ sempre exercida por, pelo menos, 2 Diretores em conjunto, ou por um Diretor em conjunto com um procurador com poderes especiais e especĂ­ficos, ou por 2 procuradores com poderes especiais e especĂ­ficos. § Ăšnico. Os instrumentos de mandato serĂŁo sempre assinados por 2 Diretores da Cia. e nĂŁo poderĂŁo ter prazo superior a 1 ano, salvo aqueles para fins judiciais, que poderĂŁo ser por prazo indeterminado. Os instrumentos de mandato deverĂŁo conter uma descrição pormenorizada dos poderes outorgados aos procuradores da Cia.. Art. 13. A Diretoria funcionarĂĄ de forma colegiada, devendo reunir-se, no mĂ­nimo, 1 vez por mĂŞs ou sempre que seja convocada por qualquer dos Diretores. As atas das reuniĂľes serĂŁo lavradas no Livro de Atas de ReuniĂľes da Diretoria. § 1Âş. Compete privativamente ao Diretor Presidente: (a) presidir as reuniĂľes de Diretoria; (b) representar a Cia. nos atos de representação singular e em juĂ­zo, podendo designar outro Diretor ou procurador para tal função; (c) coordenar e orientar a atividade de todos os demais Diretores, nas suas respectivas ĂĄreas de competĂŞncia; (d) atribuir a qualquer dos Diretores atividades e tarefas especiais, independentemente daquelas que lhes couberem ordinariamente; e (e) zelar pela execução das deliberaçþes da AssemblĂŠia Geral e da prĂłpria Diretoria. § 2Âş. A presença da maioria dos Diretores constituirĂĄ quorum para instalação e deliberação nas suas reuniĂľes. Cada Diretor terĂĄ direito a um voto nas reuniĂľes da Diretoria e, havendo empate na votação, a matĂŠria serĂĄ submetida Ă deliberação dos acionistas. Art. 14. Ficam neste ato autorizados pelos acionistas os diretores ou procuradores da sociedade a prestar fianças, avais ou quaisquer outras garantias ou contra-garantias em favor de suas Controladas ou Controladoras ou Coligadas em contratos relativos a operaçþes normais do curso destas Controladas, Controladoras ou Coligadas. Art. 15. Os Diretores serĂŁo investidos nos respectivos cargos mediante termo de posse lavrado no “Livro de Atas das ReuniĂľes da Diretoriaâ€?, observadas as disposiçþes legais aplicĂĄveis, e dispensada a prestação de caução. Art. 16. A remuneração individual e/ou global dos membros da Diretoria serĂĄ fixada anualmente em Assembleia Geral. CapĂ­tulo V – Das Assembleias Gerais. Art. 17. As Assembleias Gerais serĂŁo ordinĂĄrias e extraordinĂĄrias. As Assembleias Gerais OrdinĂĄrias realizar-se-ĂŁo atĂŠ o Ăşltimo dia do quarto mĂŞs subsequente ao encerramento do ExercĂ­cio, para apreciação e discussĂŁo do Balanço Geral, inclusive quanto Ă destinação dos resultados do ExercĂ­cio, podendo reunir-se extraordinariamente a qualquer tempo e sempre que houver motivo ou fato relevante de interesse da Cia., sendo a convocação e instalação regida de acordo com a legislação aplicĂĄvel. Art. 18. As Assembleias serĂŁo sempre presididas por um Presidente, indicado por maioria dos acionistas, cabendo ao mesmo a indicação do(a) secretĂĄrio (a). CapĂ­tulo VI – Do ExercĂ­cio Social, do Balanço e dos Resultados. Art. 19. O exercĂ­cio social coincidirĂĄ com o ano calendĂĄrio e encerrar-se-ĂĄ a 31 de dezembro de cada ano, quando serĂŁo elaboradas as demonstraçþes financeiras a tal perĂ­odo correspondente. Art. 20. Do resultado do exercĂ­cio serĂŁo primeiro deduzidos os prejuĂ­zos acumulados, a provisĂŁo para o imposto de renda, reserva legal atĂŠ o montante equivalente a 30% do capital social da Cia. e o montante necessĂĄrio ao pagamento do dividendo mĂ­nimo anual obrigatĂłrio. O lucro lĂ­quido restante, se houver, terĂĄ a destinação que lhe der a assembleia geral ordinĂĄria dos acionistas, observadas as prescriçþes legais e as disposiçþes deste Estatuto Social. Art. 21. Salvo deliberação em contrĂĄrio da Assembleia Geral OrdinĂĄria, os dividendos serĂŁo pagos no prazo mĂĄximo de 60 dias da data em que forem declarados e, em qualquer caso, dentro do mesmo exercĂ­cio social em que se realizou a referida Assembleia Geral. No caso de nĂŁo serem reclamados no prazo de 3 anos contados da data fixada para o pagamento, prescreverĂŁo em favor da Cia.. Art. 22. A Cia. poderĂĄ levantar balanços semestrais ou em perĂ­odos menores de tempo, observadas as prescriçþes legais, se assim decidir a Assembleia Geral, a qual poderĂĄ deliberar a respeito do pagamento de dividendos intermediĂĄrios, inclusive como antecipação total ou parcial do dividendo obrigatĂłrio do exercĂ­cio em curso. § Ăşnico. A Assembleia Geral ExtraordinĂĄria que determinar o pagamento antecipado de dividendo obrigatĂłrio disporĂĄ se esse pagamento serĂĄ compensado com o valor do dividendo obrigatĂłrio do exercĂ­cio e, prevista tal compensação, a Assembleia Geral OrdinĂĄria determinarĂĄ o pagamento do saldo do dividendo obrigatĂłrio que houver, bem como a reversĂŁo Ă conta de origem do valor pago antecipadamente. Art. 23. PoderĂĄ ainda a Assembleia Geral decidir a respeito do pagamento de juros sobre o capital prĂłprio, fixando o seu valor e a data do pagamento de cada parcela. CapĂ­tulo VIl – Do Conselho Fiscal. Art. 24. O Conselho Fiscal, nĂŁo permanente, serĂĄ instalado a pedido de acionistas da Cia. que representem, no mĂ­nimo, 10% do capital votante e serĂĄ composto por 03 membros efetivos e 03 membros suplentes eleitos pela Assembleia Geral. CapĂ­tulo VIII – Das Disposiçþes Finais e TransitĂłrias. Art. 25. Esta Sociedade poderĂĄ se transformar em qualquer outro tipo de Sociedade. Art. 26. Nos casos omissos ou duvidosos aplicar-se-ĂŁo as disposiçþes legais vigentesâ€?. Lavratura e Leitura Ata: Foi oferecida a palavra a quem dela quisesse fazer uso. NinguĂŠm se manifestando, foi suspensa a sessĂŁo pelo tempo necessĂĄrio Ă lavratura desta ata. (aa) Pedro Alcantara Rego de Lima – Presidente da Mesa; Vicente de Paula Rego de Lima – SecretĂĄrio da Mesa. Junta Comercial do Estado de Minas Gerais. Certifico o registro sob o nÂş 3589142 em 18/09/2006. Marinely de Paula Bomfim – SecretĂĄria Geral.

tendĂŞncia de recuperação do setor neste ano, de acordo com a Associação Brasileira da IndĂşstria de Materiais de Construção (Abramat). “Como jĂĄ havĂ­amos indicado, a nova pesquisa do Ă­ndice aponta uma retomada, ainda que tĂ­mida, do crescimento da indĂşstria de materiais de construçãoâ€?, disse o presidente da associação, Rodrigo Navarro, em nota. A Abramat tambĂŠm revisou o faturamento da indĂşstria em junho para crescimento real de 3,7%, ante retração de 4,7% apontada inicialmente, confirmando que parte das vendas nĂŁo realizadas em maio em função da paralisação de caminhoneiros foi adiada

CHARLES SILVA DUARTE/ARQUIVO DC

Aumento da venda de material Ê visto pela Abramat como sinal de recuperação do setor

para o mês seguinte. Na comparação com o dado revisado de junho, o setor faturou 1,1% mais em julho. Como resultado,

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AVISO DE RESULTADO DE LICITAĂ‡ĂƒO CONCORRĂŠNCIA NÂş 006/2018 SERVIÇO SOCIAL DO TRANSPORTE - SEST O SEST torna pĂşblico a adjudicação e homologação da concorrĂŞncia nÂş 006/2018 FXMR REMHWR p VHOHFLRQDU H FRQWUDWDU HPSUHVD SDUD VHUYLoRV WpFQLFRV SURÂżVVLRQDLV para confecção de prĂłteses dentĂĄrias, sob demanda, para atender a especialidade de prĂłtese da clĂ­nica odontolĂłgica, Unidade do SEST/SENAT – CONTAGEM/MG, no valor total de R$ R$ 107.248,75 em favor da empresa IRMĂƒOS CASTRO CNPJ 04.340.890/0001-31 e no valor total de R$ 108.260,00 em favor da empresa PROTESE DENTAL BRASIL LTDA CNPJ: 23.970.916/0001-70 no dia 07/08/2018. ASS COMISSĂƒO DE LICITAĂ‡ĂƒO

o faturamento acumulado de janeiro a julho cresceu 1,7% em relação ao mesmo intervalo de 2017, um desempenho em linha com a expectativa de alta de 1,5% das vendas em 2018.

Emprego - Ainda de acordo com o levantamento, o emprego na indústria de materiais de construção acumula queda de 0,9% nos sete primeiros meses do ano. (Reuters)

A TRATAR BEM - ESTAĂ‡ĂƒO DE TRATAMENTO DE EFLUENTES LM EIRELI, por determinação do Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Agricultura e Abastecimento do MunicĂ­pio de Santa Luzia/MG, torna pĂşblico que solicitou atravĂŠs do Processo Administrativo sob protocolo de n.: 16.704/2017, Licença Ambiental PrĂŠvia – LP para as atividades de Estação de Tratamento de Esgoto SanitĂĄrio, localizada Ă Rodovia MG 020, nÂş 4000 – Bairro Santa Helena, Santa Luzia – MG.

EDITAL DE CONVOCAĂ‡ĂƒO Nos termos do Estatuto Social, convoco os Senhores Acionistas da Companhia Setelagoana de Siderurgia COSSISA, para Assembleia Geral ExtraordinĂĄria, a ser realizada as 10:00 horas, em primeira convocação, havendo quorum, ou as 10:30 horas, com qualquer numero de acionistas presente, do dia 21 de Agosto de 2018, na sede da Companhia Setelagoana de Siderurgia - COSSISA, na Rua Bernardo PaixĂŁo, 900 - Bairro SĂŁo JoĂŁo - Sete LagoasMG., para deliberarem sobre a seguinte pauta: 1. Aumento do Capital Social. 2. Alteração do Estatuto Social. Sete Lagoas-MG., 07 de Agosto de 2018. (a) Carlos Mauricio Vasconcelos Gonzaga Diretor Superintendente.

TORC – TERRAPLENAGEM, OBRAS RODOVIĂ RIAS E CONSTRUÇÕES LTDA. CNPJ N° 17.216.052/0001-00 - NIRE 3120080681-1 ReuniĂŁo de SĂłcios Edital de Convocação Ficam os sĂłcios da sociedade Torc – Terraplenagem, Obras RodoviĂĄrias e Construçþes Ltda. (“Sociedadeâ€?) convocados para se reunirem em ReuniĂŁo de SĂłcios, a ser realizada no dia 17 de agosto de 2018, Ă s 10:00 horas, na sede da Sociedade, QD 5XD 0DUDQKmR Qž ž DQGDU EDLUUR )XQFLRQiULRV %HOR +RUL]RQWH 0* D ÂżP GH GHOLEHUDU VREUH DV VHJXLQWHV matĂŠrias constantes da ordem do dia: (a) o relatĂłrio contendo as faltas graves praticadas pela sĂłcia TVM Participaçþes EIRELI e pelo administrador Sr. TĂşlio Vilela Miari; (b) a exclusĂŁo da sĂłcia TVM Participaçþes EIRELI da Sociedade; (c) a lista de 5 (cinco) empresas especializadas que serĂŁo responsĂĄveis pela avaliação da Sociedade e apuração dos haveres devidos Ă TVM Participaçþes EIRELI, se for excluĂ­da da Sociedade (“Empresas Avaliadorasâ€?), e escolha das 2 (duas) Empresas Avaliadoras; (d) o ajuizamento de ação de responsabilidade em face do Sr. TĂşlio Vilela Miari pelos atos praticados durante a sua gestĂŁo como administrador da Sociedade; (e) a aplicação das penalidades previstas no Acordo de SĂłcios da Sociedade Ă TVM Participaçþes EIRELI e ao Sr. TĂşlio Vilela Miari; (f) o afastamento por impedimento e destituição do Sr. TĂşlio Vilela Miari da administração da Sociedade. Todos os documentos relativos Ă ordem do dia se encontram disponĂ­veis na sede da Sociedade. Belo Horizonte/MG, 07 de agosto de 2018. SMP Participaçþes EIRELI e EVM Participaçþes Ltda.

3CAFFI IndĂşstria e ComĂŠrcio de CĂĄpsulas S.A.

COMPANHIA DE TECNOLOGIA DA INFORMAĂ‡ĂƒO DO ESTADO DE MINAS GERAIS - PRODEMGE CNPJ - 16.636.540/0001-04 ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINĂ RIA CONVOCAĂ‡ĂƒO Ficam convocados os senhores acionistas a se reunirem em Assembleia Geral ExtraordinĂĄria, que serĂĄ realizada no dia 21 (vinte e um) de agosto de 2018, Ă s 10:00 horas, na Rodovia Papa JoĂŁo Paulo II, nÂş 4.001, PrĂŠdio Gerais, 4Âş andar, sala 7, Bairro Serra Verde, Cidade Administrativa Presidente Tancredo Neves, nesta Capital, Estado de Minas Gerais, a fim de deliberar sobre a seguinte ordem do dia: Nomeação dos membros do ComitĂŞ de Auditoria EstatutĂĄrio; Nomeação dos membros do Conselho de Administração; Apresentação e aprovação do Regulamento de Eleição de empregado para membro do Conselho de Administração; Outros assuntos de interesse da Companhia. Belo Horizonte, 08 de agosto de 2018. Paulo de Moura Ramos - Presidente da Prodemge.

INSTITUTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ART�STICO NACIONAL SUPERINTENDÊNCIA DO IPHAN NO ESTADO DE MINAS GERAIS

MINISTÉRIO DA CULTURA

GOVERNO FEDERAL

AVISO DE LICITAĂ‡ĂƒO ConcorrĂŞncia nÂş 06/2018 A SuperintendĂŞncia do Instituto do PatrimĂ´nio HistĂłrico e ArtĂ­stico Nacional em Minas Gerais torna pĂşblico aos interessados que realizarĂĄ, no dia 10/09/2018, Ă s 09:30 h, em sua Sede, na Rua JanuĂĄria nÂş 130, B. Floresta, em Belo Horizonte/MG, a sessĂŁo pĂşblica de recebimento e abertura dos envelopes documentos e propostas referentes Ă ConcorrĂŞncia PĂşblica nÂş 06/2018, Processo nÂş 01514.000337/2002-60, objetivando a execução de obras de Conservação e Restauração dos Elementos ArtĂ­sticos Integrados da Igreja Matriz de N. S. da Conceição de AntĂ´nio Dias, em Ouro Preto/ MG, de acordo com Edital e anexos, que estĂŁo disponĂ­veis na Sede do IPHAN-MG ou endereço eletrĂ´nico: www.comprasnet.gov.br. CĂŠlia Maria Corsino – Superintendente.

CNPJ/MF nÂş 19.675.900/0001-67 – NIRE 31.300.106.772 – Ata de ReuniĂŁo do Conselho de Administração Data, Hora e Local: 20/07/2018, Ă s 9h00, na sede social da Companhia. Convocação e Presença: Dispensada a convocação, por se acharem presentes todos os membros do Conselho de Administração da Companhia, conforme o que dispĂľe o ParĂĄgrafo 1Âş do Artigo 13 do Estatuto Social da Companhia, quais sejam: Presidente do Conselho – Pedro Alcântara Rego de Lima; Vice-Presidente do Conselho – Andrea Clementini; Vicente de Paula Rego de Lima e Marco Lorenzini. Fica consignada a participação dos Srs. Andrea Clementini e Marco Lorenzini por vĂ­deo conferencia, restando vĂĄlida a presente reuniĂŁo, conforme o que dispĂľe o ParĂĄgrafo 2Âş do Artigo 13 do Estatuto Social da Companhia. As assinaturas de todos presentes Ă reuniĂŁo foram colhidas posteriormente, compondo a presente ata o livro de “Atas das ReuniĂľes do Conselho de Administraçãoâ€?. Mesa: Pedro Alcantara Rego de Lima (Presidente) e Vicente de Paula Rego de Lima (SecretĂĄrio). Deliberaçþes da Ordem do Dia, aprovadas por unanimidade de votos: (i) foram reeleitos pelo prazo de mandato de 01 ano a ser iniciado em 01/08/2018, dos atuais membros da Diretoria, nomeados e qualificados a seguir: o Sr. Paulo Sergio Meirelles Ferreira, RG M3567782 (SSP-MG), CPF 560.246.066-72, para o cargo de Diretor sem designação especĂ­fica; e o Sr. Romero Novaes Martins de Albuquerque, RG FS880866 (SRDPF/CE), CPF 142.701.964-91, para o cargo de Diretor sem designação especĂ­fica. Os Diretores ora eleitos permanecerĂŁo em seus respectivos cargos atĂŠ 01/08/2019 ou atĂŠ a data da RCA que os reeleger ou substituĂ­-los, caso a mesma venha a ser realizada em data ulterior a do tĂŠrmino do perĂ­odo para o qual foram presentemente reeleitos. Os Diretores ora reeleitos, declaram sob as penas da lei, que nĂŁo estĂŁo impedidos por Lei especial de exercer a administração da Companhia. (ii) ficam ratificados todos os atos praticados pelos membros da Diretoria que resultem do desempenho de suas funçþes inerentes a seus respectivos cargos no cumprimento estrito do Estatuto Social da Companhia e da legislação aplicĂĄvel. Encerramento: Nada mais havendo a tratar, foi encerrada a ReuniĂŁo, sendo lavrada a presente Ata. Conselheiros: Pedro Alcântara RĂŞgo de Lima, Andrea Clementini, Vicente de Paula RĂŞgo de Lima e Marco Lorenzini. (ass.) Mesa: Pedro Alcântara Rego de Lima – Presidente; Vicente de Paula Rego de Lima – SecretĂĄrio. Junta Comercial do Estado de Minas Gerais. Certifico o registro sob o nÂş 6936811 em 24/07/2018. Marinely de Paula Bomfim – SecretĂĄria Geral.

GERDAU AÇOMINAS S.A. CNPJ no 17.227.422/0001-05 - NIRE 31300036677 ATA DA ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINĂ RIA REALIZADA NA SEDE SOCIAL, NO MUNICĂ?PIO DE OURO BRANCO, MG, NA RODOVIA MG 443, KM 7, FAZENDA DO CADETE, NO DIA 13 DE JULHO DE 2018, Ă€S 09h00min. 1. A Assembleia foi convocada atravĂŠs de editais publicados nos dias 04, 05 e 06 de julho de 2018, no DiĂĄrio OďŹ cial do Estado de Minas Gerais (pĂĄginas 2, 1 e 3, respectivamente) e no DiĂĄrio do ComĂŠrcio de Belo Horizonte (pĂĄginas 8, 8 e 6, respectivamente), para deliberar sobre a seguinte ordem do dia: Destituição de membro da Diretoria. 2. Estavam presentes acionistas representando a maioria do capital social. Os trabalhos foram abertos por Harley Lorentz Scardoelli que, eleito para presidilos, convidou a mim, OtĂĄvio Augusto Trois de Miranda, para secretariĂĄ-los. 3. A Assembleia Geral ExtraordinĂĄria, por unanimidade dos presentes, deliberou destituir, Ă data de 13/07/2018, o Diretor Vice-Presidente Francisco Deppermann Fortes, em razĂŁo de sua aposentadoria, dando por encerrado o contrato do diretor e reputando extinto o respectivo vĂ­nculo trabalhista com a Companhia. 4. Nada mais foi tratado. Ouro Branco, 13 de julho de 2018. Mesa: Harley Lorentz Scardoelli (Presidente da Assembleia) e OtĂĄvio Augusto Trois de Miranda (SecretĂĄrio da Assembleia). Acionista: Gerdau S.A., representada por OtĂĄvio Augusto Trois de Miranda. Declaração: Declaramos, que a presente ĂŠ cĂłpia ďŹ el da ata transcrita em livro prĂłprio. Harley Lorentz Scardoelli - Presidente, OtĂĄvio Augusto Trois de Miranda - SecretĂĄrio e Advogado - OAB/RS nÂş 23.728. Junta Comercial do Estado de Minas Gerais: CertiďŹ co registro sob o nÂş 6950338 em 03/08/2018 da Empresa GERDAU AÇOMINAS S.A., Nire 31300036677 e Protocolo 184199921 - 30/07/2018. Marinely de Paula BomďŹ m - SecretĂĄria Geral.


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ECONOMIA SIDERURGIA

Lucro da Gerdau aumenta 27,6% Empresa encerrou o primeiro semestre deste ano com ganhos de R$ 1,147 bilhão PAULO FRIDMAN/BLOOMBERG NEWS/DIVULGAÇÃO

LEONARDO FRANCIA

A Gerdau teve lucro líquido ajustado de R$ 1,147 bilhão no fechamento do primeiro semestre deste ano. Na comparação com o resultado, também positivo, dos mesmos meses de 2017 (R$ 899 milhões), foi apurado um crescimento de 27,6%. A evolução do lucro do período foi impulsionada pela melhora do Ebitda ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da companhia, que, favorecido pela valorização do dólar, cresceu 64,2% na mesma comparação. Durante conferência com investidores para divulgação dos resultados, ontem, o presidente da companhia, Gustavo Werneck, afirmou que a Gerdau continua focada em ampliar a rentabilidade e competitividade das operações, assim como na redução do endividamento e na geração de caixa. “A Gerdau continua caminhando no seu processo de transformação digital, com o objetivo de potencializar o Ebitda e trabalhar muito próximo aos clientes para contribuir para os seus crescimentos. A redução do endividamento e a geração de custo de caixa livre seguem como prioridades, além do esforço dedicado para a melhoria do resultado das operações”, afirmou. A receita líquida da companhia totalizou R$ 22,4 bilhões entre janeiro e junho, sobre R$ 17,6 bilhões em iguais meses um ano antes, aumento de 27,2%. A companhia atribui a evolução do faturamento ao crescimento da receita líquida por tonelada de aço comercializada em todas as operações. Em todas as suas operações, a produção de aço bruto do grupo, no primeiro semestre, chegou a 8,1 milhões de toneladas, mesmo volume produzido em iguais meses de 2017. Em termos de vendas, foram 7,7 milhões de toneladas, contra 7,2 milhões de toneladas, alta de 5,6%, no mesmo confronto.

Nos primeiros seis meses de 2018, apesar do recuo na produção no Brasil, as vendas de aço do grupo registraram alta

tre, foi de 2,9 milhões de toneladas, 3,7% menos que nos mesmos meses de 2017, quando o volume chegou a 3 milhões de toneladas, segundo informou a companhia. A queda foi puxada pela greve dos caminhoneiros, no final de maio, e pela parada programada para manutenção de um dos altos-fornos da usina de Ouro Branco (Campo das Vertentes). No primeiro semestre, apesar da produção no Brasil ter caído, as vendas de aço do grupo a partir da produção de suas usinas no País somaram

2,8 milhões de toneladas, 5,5% de aumento sobre os mesmos meses de 2017 (2,6 milhões de toneladas). As vendas internas responderam por 67,8% do total, e as exportações, por 32,2%. A Gerdau chegou ao final de junho com receita líquida de R$ 7,4 bilhões para suas operações no País, com alta de 26,8% em relação aos mesmos seis meses de 2017 (R$ 5,8 bilhões). O crescimento do faturamento foi consequência da maior receita por tonelada vendida tanto no mercado interno, quanto no externo.

Na comparação da primeira metade deste ano com o igual intervalo de 2017, as despesas com vendas, gerais e administrativas caíram 1%. Essa redução, segundo a companhia, foi reflexo do trabalho de otimização em todas as operações de negócio, além do aumento da receita líquida do período. O Ebitda ajustado da companhia registrou um salto de 64,2% entre janeiro e junho, na comparação com o mesmo período de 2017 e alcançou R$ 3,2 bilhões. A margem ebtida ajustada

cresceu 3.2 pontos percentuais, em idêntico confronto, e fechou o semestre em 14,4%. Os investimentos da companhia na primeira metade de 2018 somaram R$ 516 milhões, o que corresponde a 43% do total previsto para o exercício, de R$ 1,2 bilhão. Se confirmado este valor, ele será 37,4% maior do que em 2017, quando os aportes totalizaram R$ 873 milhões. De acordo com Werneck, as inversões no primeiro semestre foram focadas na melhoria de desempenho e na manutenção das operações.

Companhia acerta dívida com a CEF São Paulo - A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) informou que concluiu as negociações de reperfilamento de suas dívidas com a Caixa Econômica Federal. Como havia antecipado na terça-feira (7), a Coluna do Broadcast, o acordo estava prestes a ser finalizado. Conforme as novas condições da Caixa, quando implementadas, o duration de 26 meses passa para 38 meses desde o início do ano. Para 2018, por exemplo, o novo cronograma de amortizações é de R$ 2,2 bilhões, ante R$ 6 bilhões no original. Para 2019, o repactuado é de R$ 5,4 bilhões, ante R$ 7,2 bilhões anteriormente. Em 2020, os vencimentos são de R$ 5,6 bilhões, ante R$ 7,6 bilhões. Assim, houve uma redução de R$ 7,5 bilhões nos vencimentos entre 2018 e 2020. Em 2021, o montante cresce de R$ 2,2 bilhões para R$ 3,1 bilhões; em 2022, de R$ 1,8 bilhão para R$ 3,1 bilhões; e pós-2023, de R$ 4,1 bilhões para R$ 9,6 bilhões. O cronograma de vencimentos pós-renegociações considera a repactuação do Banco do Brasil e da Caixa e propostas dos bancos privados, além de reescalonamento dos Bonds. (AE)

CSN reverte prejuízo de 2017 no segundo trimestre

São Paulo - A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) teve lucro líquido de R$ 1,190 bilhão no segundo trimestre, ante prejuízo de R$ 640 milhões no mesmo período do ano passado, em resultado beneficiado pela venda de uma subsidiária nos Estados Unidos, informou o grupo siderúrgico ontem. A geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado foi de R$ 1,42 bilhão, alta de 58% em relação ao segundo trimestre de 2017, com margem ebitda de 24%, Brasil - A produção de aço devido a melhor performanbruto do grupo no Brasil, ce de todos os segmentos, durante o primeiro semes- disse a empresa.

A receita líquida subiu 32% na comparação anual, para R$ 5,687 bilhões. Em relação ao primeiro trimestre deste ano, o aumento da receita líquida foi de 12%, sustentado por melhores preços dos produtos siderúrgicos e aumento no volume e preço no segmento de mineração, disse a empresa. O item outras receitas líquidas somou R$ 542 milhões, principalmente com o ganho líquido com a alienação da CSN LLC, no valor de R$ 1,150 bilhão, que foi parcialmente compensado pela desvalorização das ações da Usiminas no período, com reconhecimento de perda de R$ 516 milhões.

A CSN vendeu em maio a sua participação na subsidiária norte-americana CSN LLC para a Steel Dynamics, por um valor estimado de US$ 400 milhões. As vendas de aço subiram 13%, para 1,321 milhão de toneladas no segundo trimestre, na comparação ano a ano, com avanço de 22% nas vendas para o mercado interno, para 798 mil toneladas. A receita líquida da siderurgia subiu 34%, para R$ 4,093 bilhões. Já as vendas de minério de ferro atingiram 8,130 milhões de toneladas, alta de 4%, com receita líquida de R$ 1,331 bilhão, ante R$ 1,067 bilhão no mesmo período do ano anterior.

Custo de produção - O custo dos produtos vendidos da CSN subiu 12%, para R$ 4,124 bilhões, devido ao maior volume de venda e aumento do preço das matérias-primas - carvão e coque metalúrgico -, em função da desvalorização do real ante o dólar no período, bem como elevação dos custos gerais de fabricação. O resultado financeiro líquido foi negativo em R$ 989 milhões, impactado pela perda de R$ 1,990 bilhão com a variação cambial. Excluindo o efeito do câmbio, as despesas financeiras mantiveram a tendência de queda, em virtude da taxa de juros Selic mais baixa, disse a empresa.

A geração de caixa operacional, medida pelo fluxo de caixa livre, ficou em R$ 1,598 bilhão, influenciada pela venda da unidade nos EUA. Considerando apenas a operação recorrente, o fluxo de caixa ficou positivo em R$ 73 milhões. A dívida líquida ajustada atingiu R$ 27,125 bilhões ao final do segundo trimestre, enquanto a relação dívida líquida/Ebitda ajustado era de 5,34 vezes, ante 5,67 vezes no segundo trimestre de 2017 e 5,82 vezes no primeiro trimestre deste ano. No trimestre, a empresa investiu R$ 263 milhões, ante R$ 239 milhões no mesmo período do ano passado. (Reuters)

LABORATÓRIO LEO LARA/ARVORE DE COMUNICAÇÃO/DIVULGAÇÃO

Hermes Pardini encerra 1º semestre com resultado semelhante ao do ano passado LEONARDO FRANCIA

O laboratório mineiro Hermes Pardini fechou o primeiro semestre deste ano com lucro líquido de R$ 62,8 milhões, praticamente o mesmo montante apurado em igual período de 2017. Os investimentos da empresa até junho de 2018, entre reformas e expansões de lojas e aportes em tecnologia da informação (TI), somaram R$ 22,9 milhões. Na comparação com os R$ 11,3 milhões que a empresa investiu no primeiro semestre de 2017, o aporte até junho deste ano foi 103,1% superior. A maior parte, 42,6% dos investimentos neste ano foram direcionados para reformas e manutenções de lojas. Em seguida, foram as novas unidades, que receberam 38,5% dos recursos na pri-

meira metade de 2018. Até junho, a receita líquida dos serviços prestados pelo Hermes Pardini chegou a R$ 593,1 milhões, contra R$ 553,9 milhões em igual semestre de 2017, alta de 7,1%. A área de lab-to-lab (plataforma de exames) respondeu por aproximadamente 52% do faturamento da empresa e o segmento de PSC (outros produtos e serviços), por cerca de 48%. A receita líquida do segmento lab-to-lab foi de R$ 313 milhões na primeira metade deste ano, contra R$ 301,9 milhões nos mesmos meses de 2017, crescimento de 3,7%. O faturamento da área de PSC somou R$ 284,6 milhões e avançou 9,6%, em igual comparação. Apesar de a receita líquida da rede ter aumentado, o custo com os serviços prestados também cresceu. No

primeiro semestre, ele somou R$ 421,6 milhões, sobre R$ 373 milhões nos mesmos meses de 2017, alta de 13%. Os segmentos de lab-to-lab e PSC responderam praticamente meio a meio na divisão dos gastos. Greve dos caminhoneiros - O Hermes Pardini informou, através do relatório de divulgação dos resultados, que o balanço do semestre, especialmente no que se refere a custos, sofreu impacto de alguns fatores, entre eles a greve dos caminhoneiros, no final de maio. A paralisação gerou um impacto em torno de R$ 400 mil relacionado aos custos extras de fretamento. O Ebitda ajustado (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da companhia de janeiro a junho caiu

Empresa apurou um lucro líquido de R$ 62,8 milhões no período de janeiro a junho

10,1% em relação ao de igual período de 2017, chegando a R$ 118,9 milhões. A margem ebtida ajustada do período também sofreu redução de 2.6 pontos percentuais e fechou o semestre em 19,6%, em igual confronto.

O Hermes Pardini informou, ainda, que, em Minas Gerais, a estratégia da empresa é de otimizar o uso dos ativos. Mesmo assim, o laboratório afirmou que deve continuar abrindo, pontualmente, lojas de pe-

queno porte com foco em coleta de análises clínicas, como foi feito em Sete Lagoas e Lagoa Santa durante o segundo trimestre deste ano. O objetivo é reforçar a reputação da marca na região.


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INTERNACIONAL IABR / DIVULGAÇÃO

CHINA

País responde aos EUA e anuncia tarifas sobre US$16 bi Taxas entram em vigor no dia 23 Pequim/Washington - A China vai impor tarifas adicionais de 25% sobre US$ 16 bilhões em produtos importados dos Estados Unidos (EUA), de combustíveis e siderúrgicos a automóveis e equipamento médico, disse o Ministério do Comércio da China, em meio à escalada da disputa comercial entre as duas maiores economias do mundo. As tarifas entram em vigor no dia 23 de agosto, informou o ministério, no mesmo dia em que os Estados Unidos planejam iniciar a cobrança de mais 25% em tarifas sobre US$ 16 bilhões em produtos chineses. Os Estados Unidos publicaram sua lista final de produtos sujeitos a novas tarifas na última terça-feira (7). A lista final da China, anunciada ontem, difere da versão anterior publicada em junho, que incluía petróleo bruto. O número

de categorias de produtos sujeitos a tarifas subiu para 333 ante 114 na versão de junho, embora o valor final seja o mesmo. A ação dos EUA que levou à retaliação chinesa foi a última adotada pelo presidente Donald Trump para colocar pressão sobre a China para negociar concessões comerciais, depois que Washington impôs tarifas sobre US$ 34 bilhões em produtos no mês passado. A China prometeu retaliar com tarifas equivalentes qualquer ação dos EUA. “Esta é uma prática bastante insensata”, disse ontem o Ministério do Comércio da China sobre as ações dos EUA, enquanto apresentava as tarifas retaliatórias do país oriental. Para compensar o espaço deixado na lista de tarifas com a exclusão de petróleo bruto, a China acrescentou refeições de peixe, resíduos de madeira, papéis e seus resíduos, sucata de metal

Entre os diversos produtos norte-americanos que os chineses vão tarifar estão itens siderúrgicos e automóveis

e vários tipos de bicicletas e carros, entre outros produtos. Na semana passada, a China propôs tarifas adicionais sobre US$ 60 bilhões em produtos dos EUA, depois que Trump elevou para 25% as tarifas inicialmente planejadas como 10% sobre US$ 200 bilhões em impor-

tações da China. Cenário - Até agora, a China impôs ou propôs a adoção de tarifas sobre US$ 110 bilhões em produtos dos EUA, representando a ampla maioria dos produtos americanos que importa anualmente. Produtos de alto valor dos EUA, como

Exportações têm alta de 12,2% em julho Pequim - As exportações chinesas aumentaram mais do que o esperado em julho, apesar dos impostos norte-americanos e do visado superávit com os Estados Unidos (EUA) ter permanecido perto de recordes, enquanto as duas principais potências econômicas do mundo intensificam a disputa que alguns temem afetar o crescimento global. As exportações em dólares chinesas subiram 12,2% em julho, sobre o ano passado, enquanto as importações saltaram 27,3%, superando as previsões, boas notícias para as autoridades que buscam amenizar o impacto da disputa comercial com os Estados Unidos. A China registrou superávit comercial de US$ 28,05 bilhões no mês passado, mostraram dados alfandegários divulgados ontem. Analistas previam que o superávit comercial cairia ligeiramente para US$ 39,33 bilhões em julho, ante US$ 41,47 bilhões em junho. Pesquisa da Reuters com analis-

tas também previu que os embarques de julho do maior exportador mundial aumentariam 10% sobre o ano anterior, desacelerando ligeiramente em relação ao ganho de 11,2% em junho. O levantamento também mostrou que a previsão era de crescimento de 16,2% nas importações no mês passado, ante 14,1% em junho. O desempenho comercial da China teve forte começo neste ano, apoiado pela demanda sustentada no país e no exterior. Mas a perspectiva de exportação está sendo afetada pela disputa comercial acalorada com os Estados Unidos. Na última ação do presidente dos EUA, Donald Trump, para pressionar Pequim a negociar concessões comerciais, Washington informou que vai começar a cobrar tarifas de 25% sobre outros US$ 16 bilhões em produtos chineses em 23 de agosto. A China já advertiu repetidas vezes que vai revidar quaisquer outras medidas punitivas de

Trump, dizendo que os Estados Unidos estão ameaçando a ordem de livre comércio global com seu protecionismo. E anunciou tarifas retaliatórias sobre US$ 16 bilhões em produtos norte-americanos, que terão como alvo commodities como gás natural, carvão e combustíveis. Declaração - Todos os principais jornais estatais da China publicaram um longo comentário da agência de notícias oficial Xinhua, intitulado “declaração”, em suas primeiras páginas. “Certas pessoas vão contra a maré para seus próprios fins pessoais e vão contra a moralidade; a barreira das tarifas aumenta arbitrariamente, e o bastão da hegemonia é levantado por toda parte”, disse a declaração. “Embora isso possa, por um momento, provocar prazer, será difícil resolver os desequilíbrios econômicos ou políticas fora de ordem e outros problemas profundamente enraizados”, afirmou. (Reuters)

petróleo cru e aeronaves grandes, ainda não estão em nenhuma lista. Uma porta-voz do Representante do Comércio dos EUA não estava disponível imediatamente para comentar o anúncio da retaliação da China ou se isso levaria Trump a uma nova rodada de ameaças de tarifas sobre US$ 200 bilhões

de produtos chineses. O representante comercial dos EUA conduz, até 5 de setembro, um período de consulta pública para as tarifas, que podem chegar a 25%. Levaria mais algumas semanas para revisar a lista e programar mudanças na aduana para começar a cobrança. (Reuters)

Ford prepara lançamento para ampliar mercado Pequim - A Ford lançará um novo utilitário esportivo básico na China, no início de 2019 - veículo desenvolvido em conjunto com um parceiro local -, enquanto tenta reaquecer seu negócio no maior mercado de automóveis do mundo. O modelo Territory, desenvolvido com a Jiangling e disponível em três opções para o conjunto motor e transmissão, incluindo uma versão híbrida elétrica e a combustão, destina-se a fechar uma lacuna na sua estratégia na China, disse a montadora norte-americana ontem. O utilitário é um dos 50 veículos novos ou redesenhados que a Ford planeja lançar na China até 2025, incluindo o novo Focus, que deve chegar aos salões de automóveis ainda este ano.

permitirá que a Ford compita com montadoras chinesas como a Geely e a Great Wall Motor, que estão aproveitando a procura por utilitários esportivos compactos de qualidade competitiva e preços mais baixos. A Ford evitou ontem citar uma estratégia específica de preços para o Territory, mas duas pessoas a par do assunto disseram que o novo modelo provavelmente terá um preço em torno de 150 mil iuanes (US$ 21.990,27). “Claramente este tem sido um ano difícil para a Ford na China. Mas esse novo veículo é parte do nosso plano de expansão, que melhorará nossos negócios no país e nos levará ao lucro e nos impulsionará novamente no mercado chinês”, afirmou à Reuters o diretor da montadora na China e Ásia-Pacífico, Peter Disputa comercial - Isso Fleet. (Reuters)

ATAQUE DE DRONES

Venezuela ordena prisão de políticos da oposição MARCELO GARCIA / WIKIMEDIA

Medida é uma resposta do governo ao que alega ter sido uma tentativa de assassinato de Maduro

Caracas - A Venezuela confirmou a prisão de um parlamentar e ordenou a detenção de outro ontem, acusando políticos da oposição de planejarem o assassinato do presidente Nicolás Maduro com drones carregados com explosivos, em um comício no fim de semana passado. Dois drones explodiram em uma parada militar no sábado (4), ferindo sete oficiais e fazendo com que soldados buscassem cobertura durante um discurso de Maduro transmitido ao vivo na TV. Maduro não ficou ferido. O Tribunal Supremo de Justiça, pró-governo, infor-

mou ontem que o líder da oposição Julio Borges, ex-presidente do Congresso, estava envolvido no esquema e ordenou sua prisão. Borges, que está na capital colombiana, Bogotá, não respondeu imediatamente a pedidos de comentários. Outro parlamentar, o ex-líder estudantil de 29 anos Juan Requesens, foi preso na noite de terça-feira (7), também em relação ao lançamento de dois drones DJI M600 repletos de explosivos C4. “Eles são verdadeiros assassinos!”, disse o vice-presidente da poderosa Assembleia Constituinte, Elvis Amoroso.

Autoridades forneceram evidências escassas que ligam os parlamentares ao incidente, além de uma suposta confissão transmitida na TV estatal. Adversários do governo disseram que Maduro está usando o incidente para reprimir dissidentes e cimentar seu poder no país rico em petróleo, que sofre com escassez de alimentos, hiperinflação e frequentes cortes de energia. “Este é um governo covarde, que não cansa de perseguir, com mentiras, quem pensa de forma diferente”, tuitou o parlamentar da oposição Jorge Millan. (Reuters)


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POLÍTICA MANUS

IMPROBIDADE

Ressarcimento não será prescrito

PGR recorre contra habeas Supremo decide que não existe prazo para devolução de dinheiro público desviado corpus a favor de Cunha Brasília - Após reviravolta não há como aplicar outras Pela imprescritibilidade, CARLOS MOURA / STF

no Supremo Tribunal Fede- sanções a quem cometeu o votaram Edson Fachin, Rosa Weber, Luís Roberto Barroral (STF), a Corte definiu que ato ilícito. não existe prazo de prescriA sessão de ontem contou so, Cármen Lúcia, Luiz Fux ção para o ressarcimento de com uma reviravolta de e Celso de Mello. dinheiro público desviado placar. Na última quintapor atos de improbidade -feira (2), os ministros Luiz Coerência - O tema gerou administrativa, em situações Fux e Luís Roberto Barroso uma discussão acalorada dolosas (ato com intenção endossaram a corrente da no plenário. Os ministros de causar dano, feito com maioria pela prescritibili- que votaram pela prescriintenção). Por seis votos a dade dessas situações. No ção apontaram que não há cinco, os ministros derruba- entanto, no julgamento de coerência em haver prazo ram a tese de que uma ação ontem, os dois pediram para para condenar alguém como para cobrar a devolução ajustar seus votos, o que culpado por improbidade, mas não haver prazo para de valores desviados por acabou virando o placar. declarar o agente púimprobidade (dolosa) culpado somente só pode ser aberta em “Não é consoante com a postura blico com o fim de cobrar o até cinco anos depois do judicial que danos de crimes ressarcimento aos cofres descobrimento do fato. O julgamento do caso contra a administração pública públicos. Moraes destacou que começou na semana fiquem imunes da obrigação sua preocupação estapassada, quando uma com o ressarcimento” va voltada ao “devido maioria de votos tinha processo legal”, já que a sido formada pela fixação ação pelo ressarcimento do prazo de cinco anos, “Entendo que hoje em não teria os mesmos ritos o que gerou grande repercussão no universo jurídico. dia não é consoante com a de processo que investiga Na visão de procuradores postura judicial que danos alguém por improbidade, e juristas, a prescrição iria decorrentes de crimes prati- e, mesmo assim, servir para dificultar a reparação de cados contra a administração declarar que a pessoa comedano ao erário e aumen- pública fiquem imunes da teu o ilícito. “Se não se pode mais distar a impunidade no País, obrigação com o ressarcimento. Então, com toda cutir o ato de improbidade incluindo casos antigos da humildade, eu peço vênia (em função da prescrição), Lava Jato. A decisão da Corte tem (licença) aos colegas e retifico como se pode discutir o ressarcimento?”, indagou repercussão geral, ou seja, meu voto”, disse Fux. Além do relator, o minis- Marco Aurélio. servirá de base para todos Moraes ainda criticou as os tribunais do País, onde tro Alexandre de Moraes, vo999 ações estão paradas taram pela prescritibilidade afirmações de que o prazo aguardando essa definição. os ministros e mantiveram prescricional “atrapalharia” Os ministros ressaltaram os votos de semana passada o enfrentamento da corrupque a imprescritibilidade é os ministros Marco Aurélio ção. “É uma falácia, com o exclusiva à prática de res- Mello, Dias Toffoli, Ricardo perdão da palavra, que a sarcimento, ou seja, se o ato Lewandowski, Gilmar Men- imprescritibilidade atrapade improbidade prescreveu, des, que ficaram vencidos. lharia o enfrentamento da

Barroso e Moraes divergiram sobre a prescritibilidade

corrupção. O que atrapalha o enfrentamento é a incompetência”, disse Moraes, observando que o prazo de cinco anos seria para ingressar com ação após descobrimento do fato. “Chegou-se ao absurdo de falar que atrapalha a Lava Jato, já é uma vacina que previne eventual incompetência”, completou o ministro. Por outro lado, ao alterar o voto, Barroso disse que a prescritibilidade, nesse caso, não produz o melhor resultado para a sociedade. Foi o ministro quem sugeriu que a imprescritibilidade seja exclusiva aos atos de improbidade dolosos (feitos de intenção, como enriquecimento ilícito, enriquecimento ilícito de terceiros, dano

intencional a administração pública), e não aos atos culposos (descaso, inépcia). Para Barroso, ao decidir, o juiz deve considerar primeiro a norma jurídica. Num segundo passo, identificar se há valores ou direitos fundamentais envolvidos na situação. Depois disso, refletir como gerar o melhor resultado. “Não há popularidade ou impopularidade que possam afastar o juiz desse dever”, disse Barroso. A tese foi definida em um recurso do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) contra decisão do Tribunal de Justiça do estado (TJ-SP) que reconheceu a prescrição em um processo de improbidade de ex-servidores públicos municipais. (AE)

OPERAÇÃO LAVA JATO

Fachin aceita desistência da defesa de Lula Brasília - O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), homologou ontem a desistência da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), preso e condenado na Lava Jato, no processo que discutiria o pedido de liberdade e possivelmente a condição de Lula para disputar a Presidência da República. Lula foi lançado como candidato do PT no último sábado (4). O movimento de desistência da defesa de Lula foi feito na última segunda-feira (6), após sinalizações de ministros da Corte de que era importante dar celeridade ao caso. Com a desistência, os advogados colocam em prática a estratégia de evitar que a Suprema Corte discuta sobre a questão de inelegibilidade antes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), onde o registro de candidatura é feito. Na petição, a defesa de Lula afirmava que nunca procurou, neste processo, debater sobre o aspecto eleitoral, apenas sobre a execução da pena do petista, condenado em segunda instância. Lula teve a pena confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), situação que enquadra o ex-presidente na Lei da Ficha Limpa. O processo em questão foi apresentado no início de junho para que a Corte suspendesse os efeitos da condenação de Lula no caso do triplex no Guarujá. O imbróglio jurídico começou no mesmo mês, quando o TRF-4 negou ao petista a possibilidade de recorrer ao STF, não admitindo o

chamado recurso extraordinário. Diante disso, Fachin, no mesmo dia, barrou a petição do ex-presidente para suspender os efeitos de sua condenação, que estava previsto originalmente para ser julgado pela Segunda Turma. Contra essa decisão, a defesa de Lula entrou com recurso (agravo). Foi esse pedido, para que a Corte julgue os pedidos de suspensão da condenação, que Fachin enviou ao plenário, retirando o caso da Segunda Turma. O ministro, relator da Lava Jato, justificou o envio ao colegiado dos 11 ministros, em função do processo tratar, além de outras questões, sobre as pretensões eleitorais de Lula. Na petição inicial, a defesa de Lula fala que o ex-presidente tem sérios riscos de ficar de fora da corrida ao Planalto e ter seus “direitos políticos indevidamente cerceados, o que, em vista do processo eleitoral em curso, mostra-se gravíssimo e irreversível”. Fachin já havia liberado o recurso para ser julgado pelo plenário quando a defesa do ex-presidente entrou com novo recurso, desta vez contra o envio do caso ao plenário. Segundo a defesa, os advogados não teriam pedido que a questão eleitoral fosse discutida pelo STF. Com isso, o ministro pediu esclarecimentos aos defensores do petista antes do fim do recesso. Foi essa resposta que chegou na última segunda-feira à Suprema Corte, dentro do pedido de desistência, homologado ontem por Fachin.

A estratégia do PT é registrar no último dia do prazo, 15 de agosto, o pedido de candidatura de Lula no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Assim, a questão eleitoral teria de ser respon-

dido pela Corte Eleitoral e somente depois um recurso poderia ser apresentado ao Supremo, em provável negativa do TSE. O petista foi condenado, em segunda instância, por

corrupção e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá e está preso desde abril na Superintendência da PF de Curitiba (PR). A pena foi ampliada para 12 anos e um mês pelo TRF-4. (AE)

RESSONÂNCIA

Gilmar Mendes suspende as prisões preventivas de três investigados Brasília - O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu as prisões preventivas de três investigados na Operação Ressonância, desdobramento da Lava Jato no Rio de Janeiro que investiga fraude nas licitações da área de saúde celebradas pelo Estado do Rio e pelo Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia. Impondo medidas alternativas, o ministro suspendeu as prisões de Daurio Speranzini Júnior, executivo da GE e ex-executivo da Philips, do empresário Miguel Iskin, da Oscar Iskin, e de seu sócio Gustavo Estellita. Daurio teve a prisão preventiva decretada em julho pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, após o Ministério Público Federal encontrar em sua residência um dossiê, datado de 20 de junho de 2018, contra um denunciante seu. A testemunha relatou que a Philips, onde Daurio era CEO na época dos fatos, teria vendido equipamentos nesse esquema. Outra testemunha declarou que a empresa seria integrante do denominado “clube do pregão interna-

cional” em contratos com a área de saúde do Rio de Janeiro. Também em julho, Bretas mandou prender novamente Iskin e Estellita, após Gilmar determinar a soltura dos dois em dezembro do ano passado. A empresa Oscar Iskin é apontada como líder do cartel formado por pelo menos 33 empresas, algumas delas atuando como laranjas das demais, que se organizavam no “clube”. No caso de Iskin e Estellita, Gilmar concordou com os argumentos da defesa, de que não há “fundamento novo” para os recentes decretos de prisão, e que indiquem ainda contemporaneidade dos supostos delitos cometidos pelos dois empresários. No caso de Daurio, o ministro afirmou que a apreensão dos documentos na casa do executivo não é apta para “preencher os requisitos autorizadores da decretação da prisão preventiva”. O ministro ainda destaca que Daurio atualmente é CEO da GE, empresa que não é investigada no âmbito da operação. Gilmar impôs medidas

alternativas para os três, que são a proibição de manter contato com os demais investigados e de deixar o País, devendo entregar seus passaportes em até 48h. As decisões foram assinadas entre segunda e terça-feira. “Rei do ônibus” - Na última terça-feira (7), Gilmar também determinou a suspensão de uma ação penal do empresário Jacob Barata Filho. No caso em questão, Barata responde por tentar embarcar para Portugal, quando foi preso em flagrante, com R$ 50 mil em moedas estrangeiras. Com a decisão de Gilmar, a audiência do “rei do ônibus”, marcada para esta quarta-feira, também está suspensa. Alvo da Lava Jato no Rio, Jacob Barata Filho é apontado como pagador de R$ 270 milhões em propinas ao grupo do ex-governador Sérgio Cabral. Jacob Barata Filho foi preso em flagrante no âmbito da Operação Ponto Final, no dia 2 de julho do ano passado, tentando embarcar para Portugal com cerca de R$ 50 mil em euros, dólares e francos suíços. (AE)

Brasília - A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, recorreu ontem do habeas corpus concedido pelo ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), ao deputado cassado Eduardo Cunha (MDB-RJ). Cunha está preso desde 19 de outubro de 2016 no Paraná, em decorrência da Operação Lava Jato. Em junho, Marco Aurélio Mello concedeu habeas corpus ao ex-deputado e suspendeu um dos mandados de prisão que pesavam contra o ex-deputado, o que foi expedido pela Justiça Federal do Rio Grande do Norte no âmbito da Operação Manus. No entanto, Cunha permaneceu preso em decorrência dos outros três mandados que possui contra si, com origem no Paraná e em Brasília, onde ele é investigado na Operação Greenfield. No recurso contra o habeas corpus já concedido, Raquel Dodge refuta o argumento da defesa de que a prisão preventiva se tornou ilegal por excesso de prazo. Para ela, o alongado tempo de prisão se deve não a uma demora do Judiciário, mas à complexidade do caso de Cunha e “à contribuição da própria defesa” que, segundo ela, tentou alongar o processo em sua estratégia de atuação. Em junho, Cunha foi condenado a 24 anos e 10 meses de prisão, pelos crimes de corrupção, pela Justiça Federal do DF. Ele foi acusado de ter recebido propina de empresas interessadas na liberação de verbas do Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS). Henrique Eduardo Alves também foi condenado no mesmo caso. Cunha foi condenado ainda na Lava Jato a 15 anos e 4 meses, pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Nesse caso, ele foi acusado de receber 1,3 milhão de francos suíços em propina desviada de um contrato para exploração de um campo de petróleo no Benin, na África, pela Petrobras. Em relação à Lava Jato, a pena foi reduzida, em novembro, para 14 anos e seis meses pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), com sede em Porto Alegre. Em todos os casos, Cunha teve negado o direito de recorrer em liberdade. Ontem (8), Raquel Dodge pediu também ao ministro Dias Toffoli que reveja a decisão que soltou Juarez José de Santana, técnico do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) preso na Operação Carne Fraca, que investigou irregularidades na fiscalização de alimentos. Ela alega risco à ordem pública e econômica e à continuidade das investigações caso ele permaneça solto. (ABr)


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POLÍTICA politica@diariodocomercio.com.br

JUDICIÁRIO

Ministros do STF reajustam seus salários Correção de 16,38% ainda precisa ser aprovada pelo Senado e sancionada pelo presidente Temer Brasília - Pelo placar de 7 a 4, o Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou ontem um reajuste de 16,38% no salário dos próprios ministros na proposta orçamentária a ser encaminhada ao Ministério do Planejamento. Considerado o teto do funcionalismo público, a remuneração atual dos ministros do STF é de R$ 33 763,00. Apesar de estar incluso na proposta orçamentária da Corte, o reajuste salarial ainda precisa ser aprovado pelo Senado Federal (o projeto de lei já recebeu aval da Câmara) e sancionado pelo presidente Michel Temer para entrar em vigor. Para acomodar o impacto orçamentário do reajuste, o STF prevê o remanejamento de recursos, principalmente da área de comunicação institucional, atingindo a TV Justiça. O impacto estimado de um reajuste de 16,38% no salário dos ministros é de R$ 2,77 milhões para o STF e de R$ 717,1 milhões para o Poder Judiciário. “Não estamos deliberando nossos vencimentos, estamos contemplando a situação de toda a magistratura. Temos a responsabilidade institucional de prever esse aumento, que está no Congresso Nacional. Entendo ser de boa técnica orçamentária incluir-se na proposta orçamentária aqueles projetos que estão em tramitação no Congresso”, disse o ministro Ricardo Lewandowski. O ministro Luís Roberto Barroso concordou com Lewandowski, ressaltando que o tema já está em discussão no Congresso. “Sou contra os penduricalhos, mas não gostaria de impedir que o Congresso Nacional deliberasse sobre uma proposta que já está em discussão. Acho que o foro adequado para esse debate não é o Supremo, é o Congresso Nacional e acho que é lá que essa matéria é decidida”, disse Barroso, defendendo a possibilidade de o Congresso seguir deliberando sobre o tema. Futuro presidente do STF, o ministro Dias Toffoli res-

saltou que a inclusão do reajuste não provocará aumento de despesas, já que a Corte cortará despesas do próprio orçamento por meio do remanejamento de recursos. “Isso tem de ficar muito claro, principalmente para a imprensa que está aqui nos assistindo. Não se está encaminhando para o Congresso um acréscimo no orçamento do Supremo, está-se encaminhando um anexo em razão de um projeto de lei já encaminhado em 2015, já aprovado na Câmara para uma recomposição remuneratória parcial. Não se está tirando de saúde, educação, se está tirando das nossas despesas correntes, dos nossos custeios”, frisou Toffoli. Divergência - A presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, decidiu não incluir o reajuste na proposta, por acreditar que a situação fiscal do País não melhorou e temer um efeito cascata nas

NELSON JR/STF

ELEIÇÕES

Sem Lula, Bolsonaro lidera disputa em São Paulo

O reajuste aprovado pelo Supremo terá impacto total estimado em R$ 717,1 milhões

contas públicas de todo o País. «A questão principal de eu não ter incluído se deve à circunstância de o aumento do Supremo faz com que haja toda uma cadeia de aumentos em todos os órgãos do Poder Judiciário para todos os magistrados, que é a grande preocupação que a gente tem”, observou Cármen.

O posicionamento de Cármen foi endossado pelo decano da Corte, ministro de Celso de Mello. “Estamos em face de escolhas trágicas”, disse Celso de Mello, ressaltando que há “pretensões importantes, mas confrontadas com clara escassez de recursos”. Celso de Mello destacou em seu voto “a crise fiscal

que afeta o Estado, a crise social que se projeta sobre milhões de desempregados, tendo em vista a própria crise administrativa, que tem levado à inoperância do Estado em matéria sensíveis como a saúde pública - temos exemplos trágicos e dramáticos - , tendo em vista a crise do orçamento, que se projeta”. (AE)

Toffoli é eleito próximo presidente da Corte Brasília - O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi eleito ontem o novo presidente da Corte pelos próximos dois anos, com a cerimônia de posse marcada para o dia 13 de setembro, às 17 horas. O ministro Luiz Fux será o vice-presidente do tribunal no período. Atual vice-presidente do STF, Toffoli sucederá a ministra Cármen Lúcia, a quem dirigiu elogios durante a sessão em que foi eleito presidente. “Este é um principio republicano que esta Corte segue há décadas - o da rotatividade entre seus integrantes, que ora recai sobre os meus ombros. A responsabilidade deste encargo é enorme, os desafios são gigantescos. Por um lado temos essa dificuldade, até pela gestão tranquila, firme, que Vossa Excelência teve nesses dois anos difíceis para a nação brasileira, com tantas demandas chegando a este Supremo Tribunal Federal e ao Conselho Nacional de Justiça”, disse Toffoli. “Se o desafio é grande de substituir a Vossa Excelência nesta rotatividade, por outro lado é muito facilitado,

porque tenho que dar aqui o testemunho de que nestes dois anos em que servi como vice-presidente, Vossa Excelência comigo sempre teve o maior diálogo, me colocando sempre partícipe da gestão, e os nossos gabinetes sempre tiveram uma interação muito grande”, prosseguiu o ministro. Dentro do STF, a avaliação é a de que a transição de Cármen para Toffoli será melhor que aquela ocorrida entre Cármen e Ricardo Lewandowski há dois anos. Isso porque Cármen e Toffoli se dão bem, enquanto a ministra e Lewandowski não se bicam. A equipe de Cármen também comemora reservadamente o fato de, ao sair da presidência, a ministra herdar o gabinete de Toffoli, considerado um dos mais eficientes da Corte. O futuro presidente do Supremo pretende tornar as sessões do tribunal mais ágeis, aumentar a interlocução com os colegas e levar mais casos para julgamento no plenário virtual da Corte, o que desafogaria o número de processos pendentes de julgamento no “plenário real” do STF.

Calmaria - Durante a sessão plenária de ontem, Cármen desejou que Toffoli e Fux enfrentem um período mais calmo pela frente. “O ministro Dias Toffoli e o Luiz Fux são nossos colegas, os nossos pares que conduzirão esta casa nesse período. Em nome do tribunal, de todos os ministros, eu os parabenizo, desejo que seja um período profícuo, mais calmo, na medida em que o direito permite e o País propicia, que seja uma administração na qual se possa dar continuidade àquilo que é próprio do tribunal: julgar bem, de maneira eficiente”, afirmou Cármen. A presidência de Cármen foi marcada por uma série de episódios turbulentos, como a morte em acidente aéreo do ministro Teori Zavascki (então relator da Lava Jato), os desdobramentos da delação premiada de executivos do grupo J&F, o julgamento de habeas corpus do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o afastamento de Renan Calheiros (MDB-AL) da presidência do Senado por decisão liminar do ministro Marco Aurélio Mello, entre outros. (AE)

FEDERAÇÃO

AGU contesta repasse da DRU aos estados Brasília - Em manifestação enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF), a União questionou o pedido de 22 estados e o Distrito Federal que cobram na Corte o repasse pelo governo federal de recursos referentes a impostos que não são divididos com eles. Através da Advocacia-Geral da União (AGU), o governo destaca que o custo fiscal para o contribuinte será elevado se a ação prosperar no STF, na faixa de R$ 20 bilhões por ano. O valor é apontado em nota técnica do Ministério da Fazenda, anexada na manifestação. No processo, os estados pedem que a União repasse 20% das receitas de contribuições que são desvinculadas por meio da Desvinculação das Receitas da União (DRU).

A estimativa é que o valor pode chegar a R$ 21 bilhões por ano. “O Orçamento Fiscal será duplamente penalizado: com a cobertura do déficit previdenciário e com a transferência demandada pelos estados. Para que se tenha noção do que representa esse valor (R$ 20 bilhões de elevação do custo fiscal), ele corresponde a dois terços do que se gasta com o programa Bolsa Família, ou duas vezes os recursos aplicados pela União para complementar os recursos do Fundo que financia a educação básica (o Fundes)”, afirma a nota técnica da Fazenda mencionada pela AGU. Mecanismo previsto pela Constituição, a DRU permite ao governo administrar suas contas ao determinar

que 20% das receitas com impostos sejam aplicados livremente. No STF, a ação foi encabeçada pelo governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT) e assinada por 23 governadores. Os estados argumentam que o governo criou contribuições para fugir da obrigatoriedade de repassar 20% das receitas, exigida para os impostos em geral. Com isso, esses tributos deixam de cumprir o papel de contribuição, em que a receita é destinada a um gasto específico, como Previdência. No entendimento dos estados, as receitas desvinculadas deveriam ser divididas com os eles. Nova despesa - A AGU assinala que o pedido “de-

nota o comportamento” tendente à apropriação dos recursos federais, o que traria consequências negativas para a macroeconomia. “Em termos de impacto fiscal, atualmente a União dispõe de pouco mais de RS 100 bilhões em recursos de livre alocação, ou seja, que não estão comprometidos com despesas obrigatórias. Criar uma nova despesa obrigatória da ordem de RS 20 bilhões significaria um impacto de monta para a gestão das contas públicas”, destaca em nota da Fazenda. Para a União, os estados também não indicaram de forma precisa os atos que consideram “lesivos ou ameaçadores” do ponto de vista constitucional. “A afirmação genérica de suposta prática contrária

à Constituição, sem a delimitação de quais atos têm a validade questionada”, reforça a AGU. O tipo de ação apresentada à Corte, argumenta a AGU, ainda nem teria o poder de reparar esse tipo de situação, por meio de depósito judicial, uma vez que os estados pedem o depósito de 20% das receitas de contribuições que são desvinculadas por meio da DRU. A União ainda destaca que a aplicação da DRU não altera a natureza jurídica da espécie tributária sob a qual os recursos desvinculados foram arrecadados, “tampouco importa em criação de imposto”, de moda que nada justificaria o pedido dos estados para ter participação nessas receitas. (AE)

São Paulo - O candidato do PSL, Jair Bolsonaro, lidera a disputa no Estado de São Paulo com 18,9%, no cenário sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo a mais nova pesquisa realizada pelo instituto MDA a pedido da Confederação Nacional do Transporte (CNT). Em segundo lugar, vem o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, com 15% das preferências. Como a margem de erro do levantamento é de 2,2 pontos porcentuais para cima e para baixo, os dois primeiros colocados estão em situação de empate técnico. Esse é o primeiro levantamento CNT/MDA para o Estado de São Paulo, o que impede comparações diretas. Em terceiro, com 8,4% das preferências, vem a candidata da Rede, Marina Silva. Em seguida, aparecem o ex-prefeito Fernando Haddad, com 8,3%, e depois Ciro Gomes, com 6,0%. Álvaro Dias aparece em seguida com 1,8%. O levantamento ainda considerou o nome de Manuela D’Ávila, que não participa mais da disputa nacional. Ela apareceu com 1,7% das preferências do eleitorado paulista. Brancos e nulos somaram 22%. Indecisos ficaram em 12,5%. Lula lidera a disputa nacional no Estado de São Paulo com 21,8% das intenções de voto no cenário em que o petista é listado como uma das opções, segundo a mais nova pesquisa realizada no Estado de São Paulo pelo instituto MDA em parceria com a CNT. Em segundo lugar, em situação de empate técnico, vem Bolsonaro, com 18,4%. O ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin aparece em terceiro colocado, também em situação de empate com Bolsonaro, com 14,0%. Logo atrás, vem Marina Silva (Rede), com 6,7% das preferências. Ciro Gomes (PDT) e Álvaro Dias completam os primeiros cinco colocados com 5,0% e 1,4, respectivamente. Manuela D’Ávila, que saiu da disputa, apareceu com 1,3%. Brancos e nulos somaram 17,0%. Indecisos ficaram em 9,8%. A pesquisa da CNT, em parceria com o Instituto MDA, sobre intenções de voto para presidente da República, governador e senador em São Paulo, está registrada no TSE sob o número SP-04729/2018. Foram realizadas 2 002 entrevistas, distribuídas em 75 municípios de todas as regiões do Estado, entre os dias 2 e 5 de agosto. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, considerando o nível de confiança de 95%.. (AE)


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NEGÓCIOS gestaoenegocios@diariodocomercio.com.br

SAÚDE

Oncobio é inaugurado em Nova Lima Empreendimento em parceria com o Biocor é parte de um plano de aporte de US$ 100 mi do Grupo Oncoclínicas DIVULGAÇÃO

DANIELA MACIEL

O Grupo Oncoclínicas inaugura hoje, em parceria com o Hospital Biocor, o Oncobio, primeira unidade de tratamento de câncer integrado do Brasil. O empreendimento, que fica ao lado do hospital, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) e interligado a ele por uma ponte, será capaz de atender até 300 pacientes por dia abriga um corpo clínico de cerca de 250 profissionais, além de 23 leitos dedicados ao transplante de medula para adultos e crianças. Em 2016 o Grupo Oncoclínicas, fundado em Belo Horizonte, em 2010, deu início a um ousado plano de expansão. O Oncobio faz parte de um conjunto de investimentos da ordem de US$ 100 milhões que começam a ser entregues em 2018. O planejamento previa a inauguração de 26 novas unidades do grupo, que estão se somando às 35 que já operavam na época, espalhadas por nove estados (Pernambuco, Sergipe, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraíba, Espírito Santo, São Paulo e Rio Grande do Sul). De acordo com o presidente do conselho de

Oncobio, em Nova Lima, é a primeira unidade de tratamento de câncer integrado do Brasil

Ferrari: centro será capaz de atender toda a jornada do paciente

administração do Grupo Oncoclínicas, o oncologista, Bruno Ferrari, o centro será capaz de atender toda a jornada do paciente durante o tratamento, desde a suspeita e os exames diagnósticos, passando por todas as terapias principais – inclusive rádio e quimioterapia - e auxiliares, até a alta ou encaminhamento do doente para a medicina paliativa. Esse tipo de atendimento tende a gerar mais conforto e segurança para o paciente

aparelho de radioterapia do mundo, o True Beam STX, da fabricante Variano. Um andar inteiramente dedicado às crianças que passam pela quimioterapia, com oncopediatras e pessoal especialmente treinado para o tratamento do câncer infantil e uma das melhores estruturas para transplante de medula, com 23 leitos dedicados. “Construímos uma estrutura que não deve a nenhum centro de trata-

e equipes médicas, que fazem tudo em um só lugar, evitando deslocamentos e a realização e repetição de exames e procedimentos desnecessários. “Quando falamos em controle da jornada, falamos em custo e comodidade. É colocar o paciente no centro da atenção, levando a ele a melhor experiência possível. Os médicos são alocados por especialidade e isso melhora o nível de conhecimento, já que eles podem concentrar

os estudos em uma área específica. Também contam a nossa parceria com o Dana-Faber Cancer Institute – filiado da Harvard Medical School, em Boston, nos Estados Unidos”, explica Ferrari. Diferenciais - A unidade oferece, ainda, três diferenciais capazes de colocar Belo Horizonte como uma das cidades de ponta no tratamento oncológico não só no Brasil. O melhor

Clínica Penchel muda para nova sede em BH JULIANA BAETA

A Clínica Penchel, que reúne diversas especialidades médicas e estéticas, acaba de inaugurar a sua nova sede na avenida Bandeirantes, no bairro Mangabeiras, e, com isso, espera aumentar em cerca de 30% o seu faturamento ainda este ano. É que o novo espaço, um prédio de três andares, foi instalado em uma via por onde passam 6 mil pessoas por dia, seja de carro, a pé ou de ônibus, dando mais visibilidade à clínica. Antes instalada na avenida Afonso Pena em um prédio comercial onde ocupava um andar, o espaço atendia cerca de 800 pacientes por mês. Agora, com a nova sede, a expectativa é atender 1.200 pessoas por mês, meta factível, segundo o diretor da clínica, Lucas Penchel, por conta da alta procura. O investimento no novo espaço foi de pelo menos R$ 500 mil, sem considerar a compra de novos equipamentos e tecnologia. O número de funcionários diretos também vai aumentar, passando de 15 para 30 até o fim do ano.

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“Encontramos este espaço no bairro Mangabeiras, localizado em uma via onde o pessoal faz muita corrida, então, é um bom ponto e uma boa área, são 600 m2. Nossa gama de serviços também aumentou. Já tínhamos demanda para isso, mas ainda não tínhamos os profissionais”, conta Penchel. É que além das especialidades já contempladas, como nutrologia, medicina do esporte, nutrição, ginecologia, dermatologia e estética, a nova sede passa a contemplar também a pediatria, nutrição materno-infantil, funcional e esportiva, cirurgia plástica, fisioterapia laboratorial, coach de emagrecimento e ainda salas para cursos e palestras. São dois andares para as especialidades médicas e um andar dedicado a estética: drenagem linfática, tricologia, tratamento para desintoxicação, bioimpedância, micropigmentação, tatuagem para estrias e termografia digital, entre outros procedimentos. A clínica também passa a realizar a coleta de exames de sangue, saliva, intolerância

e alergia. A faixa etária predominante entre os pacientes da clínica é de 25 a 45 anos e, com as novas especialidades e tratamentos, amplia-se também o público contemplado, desde 0 a 90 anos. “Focamos na longevidade, na prevenção de doenças, na autoestima das pessoas. Os pacientes são pessoas que buscam envelhecer com saúde, porque a expectativa de vida está aumentando, mas as pessoas têm adoecido bastante. Então, queremos promover qualidade de vida, o que engloba tudo isso, cardiologia, tratamentos estéticos para tratar as marcas de envelhecimento, reposição hormonal etc”, pontua. Só no ano passado, a clínica teve um crescimento global de 116%, somando faturamento e público.

mento do mundo. E a parceria com o Biocor é muito importante também nesse sentido. Só é possível fazer com centro como o Oncobio com uma estrutura hospitalar acoplada. O Biocor é um hospital que atende alta complexidade e que tinha o desejo de ampliar o atendimento oncológico. O encontro das duas empresas foi natural”, afirma o presidente do conselho de administração do Grupo Oncoclínicas. PIERO D”AVILA/DIVULGAÇÃO

mana e nos demais dias, ele fazia os plantões. As primeiras aquisições foram um computador, um ventilador e a contratação de uma recepcionista. Todo o lucro que tinha era aplicado no consultório, que passou a ganhar corpo nos anos seguintes. “Em meados de 2015 as coisas foram crescendo, contratei mais uma recepcionista e também uma estagiária de nutrição, peguei mais duas salas e passei a investir em tecnologia e na aquisição de equipamentos”, lembra. O valor da consulta de R$ 150 até então, viria a se tornar R$ 950. Em 2016 o crescimento Penchel informa que investimento foi algo em torno de R$ 500 mil já era irreversível. Já no formato de clínica, o negócio de ginecologia, reposição -se a necessidade de ampassou a contar com mais hormonal, pré-natal, estética pliar de fato o lugar, trazer nutricionistas, um médico de íntima. Foi contratada uma mais profissionais, investir esportes, uma área dedicada dermatologista, mas uma em infraestrutura, novos à estética dando início a pro- nutricionista e, então, o que equipamentos e produtos, cedimentos como botox, re- era apenas um consultório projeto que se concretizou História - Mas nem sem- enzimação, estética corporal passou a ocupar todo o com a instalação da nova sede da Clínica Penchel na pre foi assim. O início da e facial, entre outros. Já em andar do prédio. A partir dali, percebeu- avenida Bandeirantes. clínica, quando ainda sem 2017, acresceu-se o trabalho o nome e a fama, em 2014, era apenas o consultório do Dr. Lucas Penchel em um www.twitter.com/diario_comercio www.facebook.com/DiariodoComercio espaço de 30m2. Atuando Telefone: (31) 3469-2025 sozinho, os atendimentos gestaoenegocios@diariodocomercio.com.br eram feitos durante a se-


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NEGÓCIOS DIVULGAÇÃO

DELIVERY

Snack Frutas estima atingir faturamento de R$ 1 mi em Minas Empresa investiu R$ 80 mil em operação na RMBH JULIANA BAETA

Com três anos de atuação em Belo Horizonte, a Snack Frutas, empresa de delivery de frutas, espera chegar à marca de R$ 1 milhão em faturamento no ano que vem em sua praça mineira. Desde 2009 a marca atua em São Paulo e decidiu fixar sua segunda residência em Belo Horizonte pelo potencial da região. Para isso, investiu R$ 80 mil. “Percebemos o potencial da Ceasa da região, que é de onde vem os nossos produtos, a localização e o mercado a ser explorado. É claro que, em BH, a aceitação por parte do público é mais demorada que em São Paulo, as empresas ainda estão se acostumando”, explica Carlos Ribeiro, um dos fundadores. O público-alvo são as empresas, que querem oferecer qualidade de vida

para seus funcionários. O contato é feito pelo site e negociado de acordo com o orçamento do cliente para este fim. É feita uma espécie de assinatura mensal, no qual a empresa recebe determinada quantidade de frutas diariamente, já prontas para o consumo. “Somos um delivery de frutas para o meio corporativo. Diferente de um hortifrúti, onde você vai lá e escolhe a fruta, nós já entregamos isso para o cliente, inclusive, com o alimento na maturação correta para o consumo imediato. As frutas vão higienizadas, lavadas e cortadas. A gente só não coloca na boca do cliente porque não pode”, brinca Ribeiro. Ele também conta que o crescimento da empresa foi gradativo desde 2009, mas que, recentemente, se estabilizou, possivelmente por causa da crise. A expansão

da marca em Minas não está nos planos atuais da empresa, já que o foco, é se estabilizar no mercado de Belo Horizonte primeiro, mas é possível que isso aconteça após cerca de três anos. 80% dos produtos vêm da Ceasa Minas e alguns, mais específicos, da Ceasa de São Paulo. Diferente da primeira base de operações, onde a marca tem cerca de 22 funcionários, em BH a empresa emprega em torno de 8 pessoas. Leonardo Stecanella e Carlos Ribeiro fundaram a Snack Frutas em 2009 em São Paulo As entregas acontecem em um raio de 30 quilômetros para o consumo”, explica. abacaxi, banana, maçã e uva, GASTRONOMIA até as menos conhecidas de onde o centro de distribuição está localizado, em Produtos - A inspiração para como atemoia, mangostin, Contagem, fazendo com que a criação do negócio veio nêspera e umbu-cajá. Os produtos são entregues parte da Grande BH também da Europa, onde este é um seja atendida. “A gente preza segmento comum. Então, pela manhã e o cliente pode muito pela qualidade e não adaptada para o Brasil, o escolher se quer receber as pela quantidade. Por isso conceito ganhou corpo e hoje frutas in natura ou já fatianão podemos abrir muito a empresa conta com uma das. Elas são acomodadas o leque de entregas para variedade de opções para em cestas de madeiras e garantir que as frutas che- atender os clientes, desde retornáveis, que comportam DA REDAÇÃO guem fresquinhas e prontas as frutas mais comuns como até 40 itens.

Governo lança edital para concessão do Mineiraria

TURISMO

Anac autoriza Norwegian a operar no País Brasília e Santiago - A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) publicou ontem no Diário Oficial da União a autorização para o funcionamento da empresa aérea Norwegian Air em voos regulares no Brasil. A empresa é terceira maior entre as de baixo custo que operam no continente europeu, conhecidas como low cost. De acordo com o despacho da Anac, a Norwegian vai operar em território nacional como empresa de serviço de transporte aéreo internacional regular de passageiro, carga e mala postal. A autorização tem efeito imediato. Esta é a primeira empresa com este perfil autorizada a operar voos regulares no Brasil. A expectativa é que a empresa comece a operar voos internacionais entre Brasil e Europa a partir de janeiro de 2019. Também há a possibilidade de a empresa pedir a liberação de voos entre Brasil e Argentina, onde a Norwegian já opera atualmente. Latam - O tráfego de passageiros da companhia aérea Latam, a maior da América Latina, cresceu apenas 1,1% em julho sobre igual mês do ano passado, conforme o sólido desempenho em países de língua espanhola foi mitigado pela retração no Brasil, informou a empresa. Sediada em Santiago, a Latam detalhou em seu comunicado que a taxa de ocupação caiu 2,1 pontos percentuais no mês, para 84%. O transporte doméstico de passageiros nos países de língua espanhola --Argentina, Chile, Colômbia, Equador e Peru-- subiu 4,6% em julho. Por outro lado, no Brasil, maior mercado da Latam na região,

WIKIMEDIA/DIVULGAÇÃO

Companhia aérea low cost deve iniciar as operações de voos internacionais entre Brasil e Europa a partir de janeiro de 2019

houve queda de 0,4%. Enquanto isso, o tráfego internacional de passageiros, incluindo rotas regionais e de longa distância, cresceu 0,8% no mês passado, representando quase 57% do total. No acumulado até julho,

o tráfego de passageiros da Latam cresceu 2,5% sobre igual período de 2017. Já a Azul anunciou ontem que a alta temporada de julho foi bastante movimentada. Durante o período, 1.200 voos extras foram adicionados à malha aérea

já existente da companhia, que também criou de dez novos mercados (rotas). Ao todo, foram realizadas aproximadamente 24 mil operações, movimentando mais de 2 milhões de clientes pelo Brasil e exterior. Mesmo com o acréscimo

de voos à malha e com as tradicionais mudanças meteorológicas nesse período, a companhia conseguiu manter sua liderança na pontualidade. A Azul é a companhia mais pontual do Brasil no acumulado do ano de 2018. (ABr/Reuters)

Pedidos de vistos cresceram 42% até julho DA REDAÇÃO

Desde a implantação do visto eletrônico para cidadãos de quatro países Austrália, Canadá, Estados Unidos e Japão - o número de pedidos para o visto brasileiro apresentou aumento significativo. Entre fevereiro e julho deste ano foi registrado um crescimento de 42%. Levando em conta o gasto médio dos turistas destes países, caso as solicitações se revertam em viagens, poderá haver uma injeção de US$ 41,2 milhões na economia brasileira. O período analisado corresponde ao início de

funcionamento da medida para todos os países. No mesmo período, de 121.959 pedidos de visto, 95.417 foram realizados pelo meio eletrônico, o que representa 78% de adesão ao sistema. No total, mais de 100 mil vistos já foram solicitados. O impacto da medida de facilitação entre os cidadãos canadenses resultou em 50% a mais no pedido de e-Visa para o Brasil, seguido dos Estados Unidos (45%), Austrália (35%) e Japão (23%). Segundo a Organização Mundial do Turismo, iniciativa como esta podem representar em um incremento de 20% de

visitantes estrangeiros entre os países que adotam essas políticas. “Precisamos abrir nosso País para visitantes de outros países e, assim, trazer novas divisas para movimentar a economia brasileira. O setor do turismo tem muito a contribuir com a economia brasileira e esses numeram comprovam isso. Fizemos o movimento correto, mas ainda precisamos avançar mais”, explicou o ministro do Turismo, Vinícius Lummertz. De acordo com os dados do Ministério das Relações Exteriores, os Estados Unidos, segundo maior emissor

de estrangeiros para o Brasil, lidera a lista de solicitações. Entre fevereiro e julho foram 87.349 pedidos, sendo 69.808 pelo meio eletrônico. Em segundo lugar aparece Japão (14.272), seguido de Canadá (10.333) e Austrália (10.005). Facilidade - O visto eletrônico simplifica e barateia o processo de solicitação da autorização de entrada no Brasil. O valor passou de US$ 160 para US$ 40 (além de uma taxa de US$ 4,24) e o prazo médio, que era de 30 dias, caiu para, em média, até cinco dias úteis em um processo todo eletrônico.

Está aberto edital para concessão de uso, a título oneroso, do espaço Mineiraria – Casa da Gastronomia, localizado no Barro Preto, região Centro-Sul de Belo Horizonte. A licitação será realizada na modalidade pregão presencial (maior oferta), e as propostas serão abertas no dia 3 de setembro na sede da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge) De acordo com o governo estadual, poderão participar da licitação pessoas jurídicas, com ou sem fins lucrativos, do ramo pertinente ao objeto licitado, sediadas em Minas Gerais e que atendam aos requisitos especificados no edital. As empresas podem se apresentar isoladamente ou em consórcio e deverão comprovar experiência na gestão ou exploração de equipamento e na organização e execução de eventos relacionados à gastronomia. O licitante vencedor realizará a operação econômica do equipamento, de acordo com o edital. A gestão do espaço acontecerá sob a orientação de um Conselho Curador. O imóvel, construído na década de 1920, integra o Centro de Cultura Presidente Itamar Franco e conta com dois pavimentos: o primeiro com 690 m² e espaços como hall de entrada, área de exposições, loja, sala de negócios, escritórios, cozinha, banheiros, área de carga e descarga; e o segundo com 610 m², salões, varandas, café, espaço biblioteca, cozinha aberta e banheiros. O edital e todos os documentos pertinentes à licitação, incluindo plantas do espaço e diretrizes de programação e uso, estão disponíveis no site www.codemge.com.br, na aba Licitações. Os pedidos de esclarecimento poderão ser enviados por e-mail para o endereço licitacoes@codemge.com.br. O agendamento de visita técnica pode ser feito pelo telefone (31) 32325625, sendo que essa visita é facultativa e poderá ser realizada em dias úteis, mediante agendamento prévio com pelo menos três dias úteis de antecedência da sessão de licitação.


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BELO HORIZONTE, QUINTA-FEIRA, 9 DE AGOSTO DE 2018

NEGÓCIOS TECNOLOGIA

Plataforma mapeia obras em Belo Horizonte Prospecta Obras é uma ferramenta na prospecção de clientes em potencial para fornecedores do setor DIVULGAÇÃO

THAÍNE BELISSA

O segmento de negócios que abastecem a construção civil acaba de ganhar um aliado em Belo Horizonte: o Prospecta Obras, solução que faz um mapeamento das obras na cidade e aponta clientes em potencial para empresas de ramos como material de construção, móveis planejados e ferragem. A ferramenta pertence à franquia paulista que leva o mesmo nome da solução e que abriu sua primeira unidade na capital mineira. Até o momento, o Prospecta Obras de Belo Horizonte já mapeou 40 mil obras em Minas Gerais, sendo 23.800 na Capital. A franquia mineira foi adquirida pelo empresário Odilon Vargas por R$ 50 mil. Há dois meses ele vem trabalhando com a ferramenta para o mapeamento das obras no Estado e, agora, se prepara para vender a solução. A expectativa do empresário é chegar a 100 clientes até o segundo semestre de 2019 e atingir uma média de faturamento de R$ 70 mil por mês até o fim do ano. Segundo Vargas, o foco da solução é em empresas que fornecem qualquer tipo de produto ou serviço para a construção civil. Isso inclui desde o mais óbvio, que é o material de construção, passando por produtos de pós-obra, como móveis planejados e decoração, até setores mais distantes da cadeia, como restaurantes que fornecem

Até o momento a empresa já fez o mapeamento de 40 mil obras em Minas Gerais, deste total, 23.800 construções estão em Belo Horizonte

marmitas para os trabalhadores da obra. O empresário garante que a ferramenta ajuda na prospecção de clientes e gera resultado de aumento de vendas para as empresas. A proposta surge como uma alternativa inovadora em um momento pouco animador para a construção civil. De acordo com o Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon), no primeiro trimestre de 2018, o PIB da construção recuou 2,2%, enquanto o PIB do País

registrou aumento de 1,2% nesse mesmo período. “A migração de processos e estratégias para uma base tecnológica é uma tendência em todos os setores. E é isso que nós oferecemos a esses negócios. Nossa ferramenta colhe informações públicas em sites de prefeituras e do Crea e constrói um mapa de todas as obras em andamento. A partir dessa informação, a solução oferece um relatório detalhado de potenciais clientes, inclusive com nome e contato dos responsáveis pelas obras”, detalha.

DIVULGAÇÃO

Resultados - O empresário afirma que a franquia, que também está presente no Rio de Janeiro, Goiás e Tocantins, já registrou resultados de destaque para seus clientes no Brasil. “Temos casos de clientes que, no primeiro mês de uso do Prospecta Obras, fecharam vendas com valores tão altos, que bateram o faturamento de um ano delas”, garante. Segundo ele, a solução é vendida por meio de assinatura, que tem um custo médio de R$ 390 por mês. Odilon Vargas adquiriu a franquia em Minas por R$ 50 mil

FINTECHS

Mercado brasileiro é atraente para o segmento DA REDAÇÃO

A concentração de serviços nas mãos de poucas instituições financeiras, o spread bancário elevado, a expectativa de normas regulatórias que estimulem maior competição e o perfil diferenciado dos empreendedores fazem do Brasil especialmente atraente para fintechs (empresas de tecnologia financeira) que ofereçam soluções inovadoras e investidores que queiram apoiar esse tipo de disrupção. A conclusão é da Pesquisa FinTech Deep Dive 2018, levantamento feito em parceria entre a Associação Brasileira de Fintechs (ABFintechs) e a consultoria PwC Brasil. No total, foram ouvidos 224 fundadores de empresas brasileiras de tecnologia financeira em questionário apresentado no primeiro semestre de 2018. O otimismo é evidenciado pelo índice de empresas ouvidas que esperam elevar suas receitas neste ano: 95%, sendo que 67% delas têm a expectativa de aumentar a renda bruta em mais de 30% em relação ao ano anterior. Outras 28% preveem um crescimento entre 1% e 30% em 2018. O otimismo do setor é ainda maior se levarmos em conta que metade das empresas espera alcançar o break-even point (ponto de igualdade entre receitas e despesas) ainda neste ano, enquanto outras 36% têm expectativa de alcançá-lo até 2020.

Um dos métodos buscados é o investimento financeiro: cerca de dois terços das empresas esperam fazer captações em 2018 e 90% das empresas que sinalizaram isso esperam receber mais de R$ 1 milhão. O grau de investimentos que as fintechs receberam também foi levantado no estudo: 40% delas captaram, desde sua fundação, aportes inferiores a R$ 1 milhão, enquanto 29% ficaram em um patamar entre R$ 1 milhão e R$ 5 milhões. “Essa expectativa de crescimento das empresas do setor apontada pela pesquisa mostra que a população dá sinais de interesse por soluções tecnológicas inovadoras na hora de investir o dinheiro ou pagar as contas”, afirma O sócio da PwC Brasil, Luís Ruivo. Desafio - A pesquisa também levantou alguns dos principais entraves para potencializar ainda mais seus lucros. Metade das fintechs que participaram apontam que atrair profissionais qualificados é o principal obstáculo, seguido por alcançar escala necessária para operações (apontada como problema por 42% das empresas), conseguir visibilidade (34%) e obtenção de investimento (29%). “Levando em conta que conseguir profissionais qualificados é uma dificuldade de praticamente todas as áreas, a falta de

visibilidade é um problema peculiar das fintechs, já que uma grande fatia da população ainda não conhece seus principais serviços. Isso explica por que o setor ainda tem um impacto limitado na economia e abaixo do potencial. O foco das fintechs deve ser para que os consumidores conheçam e comprem seus serviços”, afirma o

presidente da ABFintechs, Rodrigo Soeiro. Há ainda uma necessidade de se reinventar cada vez mais na área tecnológica. Ferramentas que eram sensação no passado se tornaram commodities atualmente e são dominadas pelas fintechs, como serviços de nuvem e mobile. A pesquisa mostrou que 19% das empresas do setor

pretendem dominar no futuro a inteligência artificial, enquanto 16% querem o mesmo com blockchain e 13% com data analytics. Expansão internacional - Os países latino-americanos são os principais alvos de expansão das fintechs que desejam expandir seus serviços para fora. A Argentina é líder de interesse,

respondida por 55% das fintechs na pesquisa. O Chile é o segundo da lista, citado por 38% das empresas, EUA (34%) e México e Colômbia (26%). Outros vizinhos citados foram Peru (14%), Uruguai (10%) e Paraguai (6%). Fora das Américas, Portugal foi citado por 16% das empresas, Espanha por 8% e Índia e China tiveram 5% citações cada.

Pequenas empresas podem impulsionar os negócios DA REDAÇÃO

As startups de finanças – ou fintechs - são um fenômeno recente no sistema financeiro do País, mas que já mostra um apetite grande para trabalhar com empresas, sobretudo as de pequeno porte. Segundo pesquisa realizada pelo Sebrae em parceria com a Associação Brasileira de Fintechs (ABFintechs), em metade delas pelo menos 30% dos clientes são formados por pequenos negócios, sendo que em 40% dos casos as MPE são maioria na carteira de clientes. Apenas 10% das fintechs não atende pessoas jurídicas e 84,1% delas demonstraram interesse em desenvolver produtos e serviços específicos às necessidades das micro e pequenas empresas. As fintechs entrevistadas oferecem vários tipos de produtos e de serviços financeiros, mas a maior parte foca em Gestão Financeira (41,3%), Crédito (37,6%), e Meios de pagamento (36,5%). A pesquisa do Sebrae identificou outras informações importantes sobre o segmento: 44,7% tem mais de três anos de vida e 17% menos de

um ano; Menos de 15% trabalham exclusivamente com o consumidor (B2C), 36,2% apenas com empresas (B2B). Metade (49,5%) trabalha tanto com B2C quanto B2B; 94,2% têm interesse em trabalhar para micro e pequenas empresas e em receber indicação do Sebrae por meio de uma lista de pequenos negócios, por área de atuação. 40% das entrevistadas entende que a troca de informações com o Sebrae poderá ampliar o acesso aos clientes MPE e outras 40% visam um acesso mais qualificado a esses clientes. A pesquisa inédita foi realizada junto a 189 representantes de empresas do segmento, em julho de 2018. Os resultados foram apresentados no 2º Fintouch – Fintechs go to Market, no Transamérica Expo Center, em São Paulo. O evento é uma iniciativa da Associação Brasileira de Fintechs (ABFintechs) com apoio do Sebrae, que tem desenvolvido estratégias para aproximar as fintechs dos pequenos negócios, com o objetivo de facilitar e ampliar o acesso das micro e pequenas empresas a serviços financeiros, com menor

custo e mais agilidade. Durante o evento, o Sebrae lança o Catálogo de Fintechs, que mapeia e define a atuação das principais financeiras digitais do País. “Os empresários de micro e pequena empresa enfrentam dificuldades cotidianas, como a necessidade de garantias, para acesso a crédito nas instituições financeiras tradicionais. Por isso, é muito bom verificar que as fintechs são uma alternativa para os pequenos negócios e estão com atuação direcionada a atender essa enorme demanda represada. Queremos aproximar essas startups do cotidiano dos pequenos negócios”, assinala Heloisa Menezes. A segunda edição da Fintouch apresentará debates sobre a integração das fintechs ao mercado financeiro, com participação de atores destacados no setor, como o diretor de inovação do Santander Espanha, André Macedo; o diretor de negócios digitais do Banco do Brasil, Marco Mastroeni; a head da Foxbit (negociadora de bitcoins), Ingrid Barth, entre outros expoentes do ecossistema das fintechs.


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AGRONEGÓCIO

agronegocio@diariodocomercio.com.br

ABC CERRADO

Projeto recupera pastagens em Minas Gerais Objetivo é levar aos pecuaristas tecnologias para atenuar gases emitidos pela atividade, causadores do efeito estufa MICHELLE VALVERDE

As ações desenvolvidas pelo projeto ABC Cerrado têm contribuído para o avanço sustentável da pecuária de leite e de corte em Minas Gerais, incluindo a recuperação de cerca de 15 mil hectares de pastagens degradadas. O projeto, que foi iniciado em 2016, tem como objetivo levar para o produtor tecnologias que visam à mitigação dos gases emitidos pela atividade e que provocam o efeito estufa. Junto ao projeto, também são desenvolvidas ações que têm como objetivo a conservação da água e do solo nas propriedades. Desde que foram iniciados os trabalhos, já foram capacitados 715 produtores. Os resultados são positivos e incluem o melhor gerenciamento da atividade, a recuperação de áreas degradadas, o aumento da produção e da renda do produtor rural. De acordo com o analista técnico de formação profissional rural do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Minas Gerais (Senar Minas) e coordenador do ABC Cerrado em Minas Gerais, Caio Sérgio Santos de Oliveira, o projeto é desenvolvido em parceria com várias entidades. O projeto é do Banco Mundial, que entra com o aporte financeiro, e conta com os trabalhos de pesquisas e tecnologias geradas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o monitoramento e coordenação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e a

execução no campo que fica por conta do Senar. Oliveira explica que o programa é uma iniciativa para estimular a agricultura de baixo carbono. O projeto trabalha com tecnologias que visam à mitigação dos gases de efeito estufa e, em paralelo, desenvolve ações de conservação de água e do solo dentro das propriedades rurais. No momento, o projeto está designado para atender produtores da cadeia da pecuária de leite e de corte. Em Minas Gerais, são atendidos pecuaristas de todos os portes, predominando os de pequeno em função do maior número de propriedades leiteiras presentes no Estado. “Nosso objetivo é trabalhar com tecnologias que minimizam os impactos da pecuária. O programa foi iniciado, em Minas Gerais, em 2016 e contempla a capacitação profissional dos produtores”, explicou Oliveira. A capacitação tecnologia acontece em quatro áreas: recuperação de pastagens degradadas, sistema de plantio direto, Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (ILPF) e floresta plantada. De acordo com Oliveira, em Minas Gerais, devido às características do Estado, os trabalhos estão mais focados na capacitação para a recuperação de áreas degradadas. Parte dos produtores que participam do projeto, além de receber a capacitação, também tem acesso à assistência técnica, o que é decidido por meio de sorteio.

EMATER-MG / DIVULGAÇÃO

Com o apoio do Senar Minas, a capacitação envolve quatro áreas, sendo a regeneração de áreas degradadas a prioridade no Estado

“Decidimos trabalhar com maior ênfase a recuperação das pastagens, baseados no estudo do Instituto Antonio Ernesto de Salvo (Inaes), que apontou que Minas Gerais tem mais de 90% das áreas de pastagem com algum estagio de degradação. Não adianta falar de plantio direto, ILPF ou outro tema se a terra e a área estão degradadas. Mobilizamos e trabalhamos forte na recuperação das pastagens, abordando não só a recuperação das áreas, mas práticas de conservação de água e solo dentro da propriedade”. Os resultados obtidos têm sido positivos e vem contribuindo para o avanço sustentável da pecuária de leite e de corte no Estado. Hoje o projeto é desenvolvido em 295 propriedades e conta com 13 técnicos de campos e dois supervisores.

Restauração somou 15 mil hectares No Estado, as ações já recuperaram cerca de 15 mil hectares de pastagens degradadas, sendo a média de hectares recuperados por propriedade assistida em torno de 47 hectares. Com orientações e maior segurança para tomar decisões, os produtores têm investido, em média, cerca de R$ 1.127 por hectare. Segundo o analista técnico de formação profissional rural do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Minas Gerais (Senar Minas) e coordenador do ABC Cerrado em Minas Gerais, Caio Sérgio Santos de Oliveira, o retorno para o produtor que participa das capacitações e da assistência técnica

é muito positivo. Além de recuperar as áreas degradadas, são observados avanços importantes na gestão das propriedades – que é um dos maiores gargalos da atividade na produtividade, na geração de renda para os produtores rurais, nos índices de reprodução do rebanho e nas formas de trabalhar. “Tudo isso é fundamental para a pecuária ser sustentável, rentável e lucrativa, o que favorece a permanência na atividade e estimula a participação dos jovens. Hoje, ao participar do programa, o produtor tem acesso a uma gama de informações,

conseguindo otimizar os recursos e empregá-los de forma correta. Então, essa é a grande importância do projeto”, explicou. Do início do projeto, em 2016, até a primeira semana de agosto, 74 turmas de produtores já haviam passado por capacitações. Em 2018, já passaram pelo processo 11 turmas e mais 24 deverão ser realizadas até dezembro. As capacitações, que têm duração total de 56 horas, estão focadas na recuperação de pastagens. Cada turma é formada por 20 a 25 produtores rurais e são definidas conforme demanda levantada pelos sindicatos rurais e repassada ao Senar Minas. (MV)

CONJUNTURA

MERCADO EXTERNO

PIB da agropecuária recua 1,9% no País

Maggi projeta fim de embargo russo à carne suína brasileira até o fim do mês

ANA NASCIMENTO / ABr

DA REDAÇÃO

O setor agropecuário brasileiro avançou 2,6% entre os meses de maio e junho. O resultado, no entanto, não foi suficiente para evitar a queda no segundo trimestre de 2018, que ficou em 1,9%. É o que mostra o Indicador Ipea de PIB Agropecuário, que compõe a seção Economia Agrícola da Carta de Conjuntura nº 40, divulgada na última terça-feira, 7. Na comparação com o mesmo período de 2017, o segundo trimestre fechou em queda de 2,9%, explicada pelo comportamento dos componentes lavoura e pecuária, que recuaram 2,0% e 4,7%, respectivamente. “Esse desempenho já era esperado desde o início de ano, por conta de uma supersafra em 2017, que foi excepcional. Então, partimos de uma base de comparação alta”, explica o diretor-adjunto de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea, Marco Cavalcanti. Para os próximos meses, espera-se uma contribuição positiva da pecuária para o PIB. No entanto, para o ano de 2018, o PIB Agropecuário deve apresentar uma queda de 1%, de acordo com revisão da projeção feita pelo Ipea, com base nas estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o resultado da lavoura no Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA).

DA REDAÇÃO

Resultado do 2º trimestre frente a igual período de 2017 mostra queda nos embarques de frango

Esse resultado é explicado pelas quedas na lavoura (0,6%) e na pecuária (2,5%), enquanto o segmento “outros” deverá registrar aumento de 0,7%. A tendência dos preços agropecuários no segundo trimestre foi de continuidade e acentuação do movimento de alta devido à elevação das demandas externa e interna, adicionalmente à desvalorização do real frente ao dólar e à oferta relativamente mais restrita. A greve dos caminhoneiros impactou o setor, com efeito sobre o abastecimento e gerando uma demanda represada nos dias subsequentes. “O setor ainda está passando por um processo de estabilização em relação à mudança nos fretes. Essas alterações têm um impacto diferente a depender do porte

do produtor e da distância da produção para os centros de distribuição”, pontua Ana Cecília Kreter, uma das autoras do estudo. A soja, que está em fase de comercialização, apesar de apresentar recuperação nos preços – crescimento de 13,2% no trimestre, em relação ao mesmo período do ano passado –, não atingiu o volume negociado de 2017. Exportações - As exportações registraram um aumento de 2,4% na comparação com o segundo trimestre de 2017. “O elevado preço do dólar acaba contribuindo para aumentar a competitividade do produto brasileiro no mercado internacional. O produto brasileiro entra com um valor mais baixo comparado com outros países”, explica Kreter.

Um destaque positivo foi o aumento de 61,9% nas exportações do milho em grãos frente a 2017, que ocorreu pela base de comparação baixa do último ano. A pesquisadora explica que, em 2016, o Brasil exportou bastante milho, com uma queda considerável em 2017. Já os destaques negativos ficam com o açúcar de cana bruto, com retração de 21,9%, e a carne de frango, com recuo de 10,7%. Em relação ao frango, Kreter lembra que “a continuidade do embargo pela Europa e a queda de vendas para Arábia Saudita, Japão e Kuwait explicam esse desempenho negativo”. Os dados foram divulgados durante o seminário Economia Agrícola, realizado na sede do Ipea, em Brasília. (Com informações do Ipea)

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, disse, na última terça-feira, acreditar que o embargo russo à carne suína brasileira poderá se encerrado até o fim deste mês. “Estive agora com o presidente Michel Temer, na reunião do Brics, quando conversamos com o ministro da Agricultura, Dmitri Patrushev, e o presidente Vladimir Putin Putin, e nossas áreas técnicas finalmente ajustaram suas demandas”. O ministro falou sobre o assunto em entrevista, depois de participar da ExpoFenabrave, em São Paulo. Na reunião do Brics, no final de julho, na África do Sul, Maggi disse ter consultado o ministro russo “se havia qualquer impedimento político para o retorno ao mercado do país. Ele garantiu que não, que eram somente questões técnicas, que já foram resolvidas”. O ministro lembrou ter chegado nesta semana o primeiro navio de trigo da Rússia importado pelo Brasil, uma das exigências de comércio múltiplo entre os dois países. E observou que também o mercado de peixes foi aberto. “Já liberamos vários frigoríficos deles, principalmente de bacalhau”. Ele falou ainda sobre a

abertura de novos mercados no exterior, como o da Coréia do Sul, “mercado importante, mas que cobra um imposto para o ingresso dos produtos”, assunto que, segundo o ministro, será discutido em uma segunda etapa de negociação. “Estamos dispostos a entrar no mercado da África do Sul, com a atividade de suinocultura, muito importante para o Brasil”. Durante o evento, o ministro apresentou aos participantes estudo da Embrapa de macrologística. “É uma visão prática do transporte de cargas. Estamos oferecendo ao governo, do qual fazemos parte, um instrumento para consulta num momento de decidir os projetos de logística do País”, explicou. “Quando houver a implantação de uma nova rodovia, ferrovia, hidrovia, o estudo demonstra o foco da produção agrícola. Mas não serve somente para quem planta, mas para quem transporta, para quem faz parte de todo o processo, como o setor de veículos, de equipamentos e assim por diante”. Maggi comentou sobre a importância do agronegócio, destacando a projeção de crescimento do setor, que é de 30% para os próximos dez anos. (Com informações do Mapa)


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FINANÇAS financas@diariodocomercio.com.br

OPERAÇÕES DE CRÉDITO

BNDES vai propor divisão dos riscos a bancos Intenção do banco de fomento é estimular instituições privadas a operar suas linhas de financiamento FÁBIO RODRIGUES POZZEBOM/ABr

São Paulo - O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Dyogo Oliveira, disse ontem que o banco irá propor às instituições privadas a divisão dos riscos operacionais nas transações de repasse de linhas de crédito com recursos do banco de fomento. Dyogo, que participou do 28º Congresso Fenabrave, ouviu reclamações dos distribuidores de veículos que participam do evento. Eles criticaram que nem todas as instituições da rede bancária estão operando as linhas de crédito do BNDES. “Todos os bancos têm de operar as linhas do BNDES. Nós vamos dividir com eles os riscos operacionais das operações de crédito para incentivá-los a operar as linhas do BNDES”, disse ele. O presidente do BNDES - a exemplo do presidente

Michel Temer na abertura do Congresso Fenabrave, na terça-feira (7) - fez um discurso focado na tentativa de mobilizar os empresários para que se mantenham otimistas em relação ao Brasil. Dyogo falou do atual cenário de juros e inflação baixa, o que propiciará espaço para a retomada do crescimento da economia e folga para o próximo presidente da República conduzir a economia. “O que precisamos é dar continuidade às reformas. O único caminho para resolver o desequilíbrio fiscal é a reforma da Previdência”, destacou Dyogo, para quem qualquer que seja o presidente eleito para 2019 terá que fazer a reforma da Previdência. Dentro do BNDES, Dyogo citou as transformações pelas quais o banco está passando. Disse que já cortou duas diretorias no banco e

ELEIÇÕES NO RADAR

que vai eliminar mais 60 cargos. Momento favorável - O presidente da instituição afirmou que o próximo governo vai pegar uma economia equilibrada e pronta para crescer. Ele citou a baixa taxa de juro nominal da economia - a Selic se encontra em 6,50% ao ano - e a inflação, que tem rodado abaixo do centro da meta nas leituras de 12 meses acumulados. Além disso, ressaltou o presidente do BNDES, a ociosidade da economia permitirá que o Produto Interno Bruto (PIB) volte a crescer sem que a economia sofra pressões inflacionárias. “O hiato do produto só fechará em 2023 se a economia crescer 3% ao ano, o que é factível”, previu o presidente do banco de fomento. Dyogo projetou ainda que a inflação ficará nos atuais patamares, porque não há

motivos para alta generali- haverá quórum para votar o projeto das distribuidoras zada de preços. antes das eleições, o que Eletrobras - O projeto de lei inviabilizaria a realização (PL) que viabiliza a venda do leilão programado para das distribuidoras do Sis- o fim do mês. O presidente tema Eletrobras continua do Senado, Eunício Oliveira sendo uma prioridade para (MDB-CE), deu a mesma o governo, disse ao Broadcast sinalização. Mas, de acor(serviço de notícias em tem- do com Dyogo, o governo po real do Grupo Estado) o continua trabalhando pela aprovação do projeto. presidente do BNDES. Na terça, o Broadcast inNo Senado, o PL recebeu sinalização de que não deve- formou que, com a retomará ser aprovado. Na terça, o da dos trabalhos no Contante sensível às expecta- vice-presidente do Senado, gresso Nacional, a equipe tivas relacionadas a novas Cássio Cunha Lima (PSDB- econômica está reunindo pesquisas eleitorais após a -PB), avisou que dificilmente sua artilharia para tentar definição das chapas que estarão na disputa presidencial, conforme o quadro ainda segue bastante nebuloso. De acordo com o site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), há registrada uma pesquisa sobre intenções de votos para presidente encomendada pela XP Investimento, com data de divulgação a partir de hoje. O grupo tem divulgado o levantamento às sextas-feiras.

Ibovespa encerra com recuo de 1,49% e dólar fecha em baixa, após pesquisa São Paulo - O Ibovespa fechou em queda ontem, acelerando as perdas no final da sessão puxado pelo forte declínio de ações blue chips, com agentes financeiros preferindo cautela, dado o panorama eleitoral ainda bastante incerto no País. A ampliação da queda do petróleo e o pano de fundo de maior tensão comercial entre Estados Unidos e China corroboraram o viés negativo, apesar de balanços considerados robustos na sessão, entre eles o da siderúrgica Gerdau. O principal índice de ações da B3 cedeu 1,49%, a 79.151,70 pontos, abandonando o viés mais positivo do começo da sessão, quando subiu 0,7%. O giro financeiro do pregão atingiu R$ 10,6 bilhões. “Isso reflete o receio de alguma informação com mercado fechado, ou seja, os investidores preferindo a cautela no curtíssimo prazo”, afirmou o analista Régis Chinchila, da Terra Investimentos, referindo-se

à piora no final da sessão. De acordo com ele, investidores seguem acompanhando os movimentos políticos e o noticiário na sessão não foi “tão animador” para o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, com viés pró-mercado. Pesquisa CNT/MDA divulgada ontem mostrou o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, com 18,9% das intenções de voto no estado de São Paulo, em cenário sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), enquanto Alckmin teve 15%. Como a margem de erro da pesquisa é de 2,2 pontos percentuais, porém, os dois estão em empate técnico. Para o gestor Igor Lima, sócio da Galt Capital, a pesquisa não confirmou evolução do candidato tucano, mas, por outro lado, também não mostrou deterioração, que parecia ser o grande medo do mercado na terça-feira (7), sem uma grande reação no pregão quando os números saíram. A bolsa paulista está bas-

Câmbio - No mercado à vista, o dólar alternou altas e baixas ao longo de todo o dia e terminou a sessão de ontem muito perto da estabilidade, aos R$ 3,7642 (-0,07%). Os negócios somaram US$ 560,9 milhões, praticamente a metade de um dia considerado normal. Já no mercado futuro, a divisa para liquidação em setembro avançava 0,27% no fim do dia. (Reuters/AE)

BANCO CENTRAL

Fluxo cambial do País tem saldo positivo de US$ 27,9 bilhões no ano Brasília - O fluxo cambial do ano até o dia 3 de agosto está positivo em US$ 27,903 bilhões, informou ontem o Banco Central (BC). Em igual período do ano passado, o resultado era positivo em US$ 5,122 bilhões. A saída líquida de dólares pelo canal financeiro neste ano até 3 de agosto foi de US$ 2,931 bilhões. Este resultado é fruto de entradas no valor de US$ 310,524 bilhões e de envios no total de US$ 313,454 bilhões. O segmento reúne investimentos estrangeiros diretos e em carteira, remessas de lucro e pagamento de juros, entre outras operações.

No comércio exterior, o saldo anual acumulado ficou positivo em US$ 30,834 bilhões, com importações de US$ 99,218 bilhões e exportações de US$ 130,051 bilhões. Nas exportações, estão incluídos US$ 21,700 bilhões em Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC), US$ 36,350 bilhões em Pagamento Antecipado (PA) e US$ 72,001 bilhões em outras entradas. Julho - Depois de registrar entradas líquidas de US$ 3,710 bilhões em junho, o fluxo cambial do País teve novo resultado positivo em julho, de US$ 5,902 bilhões,

Dyogo Oliveira destacou o atual cenário de juros e inflação a favor da economia nacional

informou o Banco Central. Foi o quarto mês consecutivo de fluxo positivo. No canal financeiro, houve entrada líquida de dólares em julho, de US$ 4,774 bilhões, resultado de aportes no valor de US$ 41,133 bilhões e de retiradas no total de US$ 36,359 bilhões. No comércio exterior, o saldo de julho ficou positivo em US$ 1,128 bilhão, com importações de US$ 15,959 bilhões e exportações de US$ 17,087 bilhões. Nas exportações, estão incluídos US$ 2,386 bilhões em ACC, US$ 5,673 bilhões em PA e US$ 9,029 bilhões em outras entradas. (AE)

convencer os senadores a aprovar o projeto de lei que destrava a venda das distribuidoras da Eletrobras nas duas únicas semanas de “esforço concentrado” antes do início oficial da campanha eleitoral. Segundo apurou o Broadcast, o governo pretende mostrar aos parlamentares evidências de que a aprovação da proposta trará vantagens para os consumidores, evitando que eles tenham de arcar com tarifas ainda mais caras na conta de luz. (AE)




Indicadores Econรดmicos In๏ฌ aรงรฃo

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Agenda Federal Dia 10

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Previdรชncia Social (INSS) GPS - Envio ao sindicato - (QYLR DR VLQGLFDWR UHSUHVHQWDWLYR GD FDWHJRULD SURยฟVVLRQDO PDLV QXPHURVD HQWUH RV HPSUHJDGRV GD FySLD GD *XLD GD 3UHYLGrQFLD 6RFLDO *36 UHODWLYD j FRPSHWrQFLD MXOKR +DYHQGR UHFROKLPHQWR GH FRQWULEXLo}HV HP PDLV GH XPD *36 HQFDPLQKDU FySLDV GH WRGDV DV JXLDV 1RWD 6H D GDWD OLPLWH SDUD D UHPHVVD IRU OHJDOPHQWH FRQVLGHUDGD IHULDGR D HPSUHVD GHYHUi DQWHFLSDU R HQYLR GD JXLD *36 FySLD

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BELO HORIZONTE, QUINTA-FEIRA, 9 DE AGOSTO DE 2018

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LEGISLAÇÃO DEFESA ECONÔMICA

Rodrimar é punida por cobrança abusiva Empresa deve pagar multa de R$ 972 mil, além de 20 mil por dia por taxa de movimentação portuária Brasília - O Conselho Admi- quérito no Supremo Tribunal nistrativo de Defesa Econômica Federal (STF) que apura se hou(Cade) condenou ontem a empresa ve pagamento de propina pela Rodrimar por cobrança de uma empresa a pessoas ligadas ao taxa de movimentação portuária presidente Michel Temer para que foi considerada abusiva pelo que fosse editado um decreto que teria beneficiado a empresa, órgão. A Rodrimar terá que pagar uma o Decreto dos Portos. O processo multa de R$ 972 mil e mais R$ em análise no Cade, porém, não 20 mil por dia em que continuar tem relação com o inquérito do cobrando a taxa. O processo foi STF e com a edição do decreto. aberto em 2006, após denúncia em que a empresa de logística Fatos novos - No início do julgaMarimex acusa a Rodrimar de mento, que durou cerca de quatro cobrar taxas irregulares para a horas, o Cade negou o pedido de separação, movimentação e en- análise de fatos novos apresentado trega de cargas dentro do Porto por advogados da Rodrimar e de associações portuárias. Os advode Santos. A Marimex afirma que já exis- gados pediam que questões como tem outras taxas com o mesmo decisões recentes do Tribunal fim e a Rodrimar estaria cobran- de Contas da União (TCU) e da Justiça sobre do duplameno tema fossem te, enquanto A Rodrimar é alvo de um consideradas a Rodrimar inquérito no STF que apura se e, com isso, alegava que o julgamento a cobrança é houve pagamento de propina fosse reiniciafeita para respela empresa a pessoas ligadas do. A maioria sarcir custos do conselho, adicionais. Em ao presidente Michel Temer no entanto, ne2016, o relator gou o pedido, e outros dois conselheiros haviam votado pela por entender que os fatos não condenação da Rodrimar e a eram suficientes para alterar o conselheira Cristiane Alkmin posicionamento dos conselheiros que já haviam se manifestado. pediu vistas. Em julho, o TCU decidiu que a A conselheira Cristiane apresentou um voto pelo arquivamento cobrança da taxa não é ilegal, mas do processo, por entender que deveria ser regulamentada pela a cobrança da taxa é regular e Agência Nacional de Transporpermitida pela Agência Nacio- tes Aquaviários (Antaq). O TCU nal de Transportes Aquaviários chegou a multar três diretores da (Antaq). “A Rodrimar não pode Antaq por não ter regulamentado ser condenada por ter seguido o a cobrança. Cristiane votou pela admissão marco regulatório em vigor, isso traria uma grande insegurança dos fatos novos, especialmente jurídica. Não cabe ao Cade rever do julgamento do TCU. “O TCU políticas públicas, mas respeitar não vai nem por um lado nem as medidas das agências regula- por outro. Ele multa a Antaq porque entende que ela deveria doras”, afirmou. O conselheiro João Paulo de ter resolvido a questão, não por Resende acompanhou o voto da que concorda que a cobrança é relatora e votou pelo arquiva- ilegal. Para mim, é um fato novo mento. O presidente do Cade, no sentido de que, quando o Alexandre Barreto, no entanto, conselheiro relator proferiu o seu também votou pela condenação voto, parecia haver uma posição da empresa, ficando quatro votos cristalina do TCU quanto à ilegalidade da cobrança”, afirmou a dois. A Rodrimar é alvo de um in- a conselheira. (AE)

ERIC GONÇALVES

A Rodrimar é acusada de cobrar taxas irregulares para separação, movimentação e entrega de cargas

Cade condena a Mitsubishi e a Toshiba Brasília - O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) condenou ontem a Mitsubishi Eletric Corporation e a Toshiba Corporation por formação de cartel para fornecimento de equipamentos eletroeletrônicos. A Mitsubishi pagará multa de R$ 4,6 milhões e a Toshiba, de R$ 455 mil. A maioria do conselho votou pela condenação das empresas. No mesmo processo, eram investigadas Alstom e Siemens, que firmaram acordos e não serão condenadas. O cartel atuou mundialmente e foi condenado em outros seis países, como Nova Zelândia, Hungria e pela União Europeia. No Brasil, o processo foi instaurado em 2006 para apurar combinação de preços e divisão de mercado para fornecimento de aparelhos eletroeletrônicos

INFORMAÇÕES

Google apoia proteção de dados São Paulo - Empresas brasileiras que atuam no mundo digital devem investir na proteção de dados pessoais de seus clientes, disse ontem o diretor de Relações Institucionais do Google, Marcel Leonardi. O tema foi debatido em evento promovido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), em sua sede na capital paulista. Segundo Leonardi, o Brasil tem, atualmente, legislação esparsa e normas protetivas, mas nada que se aproxime da envergadura do Projeto de Lei 53, da Câmara, aprovado há um mês no Senado e que aguarda sanção presidencial. Além de oferecer proteção dos dados, o projeto define as situações em que as informações podem ser coletadas e tratadas, tanto por empresas quanto pelo poder público. Se sancionado, Leonardi acredita que o PL pode significar um “chacoalhão” no setor empresarial brasileiro. “Houve um misto de alegria e tristeza, manifestações de vários setores com os impactos, achando que isso liquidaria certas operações no Brasil”, disse o diretor do Google. Entre as medidas que o setor empresarial deve tomar para se adaptar à nova legislação, Leonardi sugere a confecção de um mapa interno sobre os dados já coletados. Outra iniciativa é fazer uma análise interna de risco, justificando o interesse legítimo em coletar e manter determinadas informações. “Qual a

base legal que justifica essa coleta? Tem muita empresa que coleta o máximo que pode e, depois, vê o que faz. Nesse contexto, talvez seja conveniente não coletar”, sugeriu. Renato Opice Blum, coordenador do curso de Direito Digital e Proteção de Dados e Privacidade do Insper, instituição de ensino sem fins lucrativos, disse que o País enfrenta uma dificuldade legislativa sobre o tema e que os consumidores estão sujeitos à falta de proteção vinculada à alta dependência de sistemas informatizados. “Hoje, todos temos nossos dispositivos móveis e fazemos atualizações automáticas dos aplicativos que, por natureza, tem bugs (falhas)”, disse. “Quando consentimos algo na internet, temos que ter a mínima noção do que é consentir. Será que conseguiremos ter consciência e parar de clicar sem ler?”, questionou Blum. O ministro conselheiro da Embaixada da União Europeia no Brasil, Carlos Oliveira, afirmou que a regulamentação na União Europeia, aprovada em 2016, partiu da dificuldade de julgar casos de violação à proteção de dados. Segundo ele, instâncias jurídicas diversas julgavam de maneiras distintas e as violações eram confrontadas por interpretações dissonantes. O regulamento geral europeu, modelo usado como inspiração para a lei brasileira, concedeu prazo de dois anos de adaptação para as empresas. Carlos disse que,

embora recente, a regulamentação europeia já exige atualizações conforme a tecnologia evolui. “Tem a internet das coisas, há muito trabalho a se realizar. Temos que flexibilizar e desenvolver o corpo de jurisprudência sobre proteção de dados”, disse. Educação - Nos Estados Unidos, o membro da Federal Trade Commission (agência federal de defesa do consumidor e concorrência norte-americana) Guilherme Roschke lida com 500 casos de proteção de dados, além de atuar na educação de consumidores e empresas. “Os consumidores não sabem como se defender, mas também, as empresas não sabem as boas práticas e mesmo, querendo seguir a lei, não sabem como fazê-lo”, disse Roschke. A agência proíbe práticas enganosas e desleais no meio digital. Roschke cita alguns exemplos, como um aplicativo para lanterna em smartphone, que Coletava a posição geográfica do usuário e compartilhava com as propagandas no aplicativo, sem o consumidor saber. Outro exemplo foi uma fabricante de televisão smart, com tecnologia capaz de identificar o conteúdo assistido, independentemente da origem (TV a cabo, internet, analógico). “Compartilhavam e vendiam a informação a terceiros. Tiveram que devolver o dinheiro, recebido vendendo essas informações, ao governo federal”, disse. (ABr)

de direcionamento de fluxo de energia elétrica utilizados em subestações de energia. O esquema teria prejudicado concessionárias de energia elétrica e grandes empresas que adquirem o produto para construir suas próprias subestações. De acordo com a Superintendência do Cade, pelo menos 90 projetos no Brasil foram discutidos pelo esquema, inclusive licitações da Companhia Paranaense de Energia (Copel) e da Light. Os advogados da Mitsubishi e da Toshiba alegaram no julgamento não haver provas contra as companhias. Kroton - As empresas Kroton Educacional, Adtalem Educacional do Brasil e Sociedade Educacional da Paraíba (Sepa) notificaram o Cade de ato de

concentração para “aquisição de controle unitário”. A informação consta de edital do Cade de 1º de agosto e publicado no “Diário Oficial da União (DOU)” de ontem. O documento não traz mais detalhes sobre a operação. As três companhias atuam no setor de educação superior. A Kroton conta com unidades de ensino superior em 18 estados e 83 cidades brasileiras, 726 polos de graduação a distância e 870 escolas associadas de educação básica. A Adtalem tem 18 instituições de ensino superior no País e é proprietária do centro de estudos Ibmec. A Sepa é uma instituição de ensino superior (IES) sediada em João Pessoa, na Paraíba. A empresa oferta cursos de graduação e de especialização. (AE)

TRIBUTAÇÃO

Receita Federal vai liberar lote de R$ 342,9 milhões de restituição do IRPF Brasília - A Receita Federal abriu ontem consulta ao terceiro lote de restituição do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) 2018. O crédito será feito no próximo dia 15 para mais de 2,8 milhões de contribuintes e o lote inclui restituições residuais dos exercícios de 2008 a 2017. Neste lote, o valor das restituições chega a R$ 3,6 bilhões. Desse total, R$ 342,9 milhões serão destinados a contribuintes com prioridade: 5.493 idosos acima de 80 anos, 43.345 entre 60 e 79 anos, 7.913 com alguma deficiência física, mental ou moléstia grave e 77.492 contribuintes cuja maior fonte de renda seja o magistério. Para saber se teve a declaração liberada, o contribuinte deve acessar a página da Receita na internet, ou ligar para o Receitafone, número 146. Na consulta à página da Receita, serviço e-CAC, é possível verificar o extrato da declaração e ver se há inconsistências de dados identificadas pelo processamento. Nessa hipótese, o contribuinte pode fazer a autorregularização, mediante entrega de declaração retificadora.

A Receita disponibiliza ainda aplicativos para tablets e smartphones para consulta à declaração e à situação cadastral no CPF. Com eles, é possível verificar diretamente nas bases da Receita Federal informações sobre a liberação das restituições e a situação cadastral de uma inscrição no CPF. A restituição ficará disponível no banco durante um ano. Se o contribuinte não fizer o resgate nesse prazo, deverá fazer requerimento por meio da Internet, mediante o Formulário Eletrônico - Pedido de Pagamento de Restituição, ou diretamente no e-CAC, no serviço Extrato do Processamento da declaração do IR. Caso o valor não seja creditado, o contribuinte poderá contactar pessoalmente qualquer agência do Banco do Brasil ou ligar para a Central de Atendimento, por meio do telefone 4004-0001 (capitais), 0800-729-0001 (demais localidades) e 0800-729-0088 (telefone especial exclusivo para deficientes auditivos) para agendar o crédito em conta corrente ou poupança, em seu nome, em qualquer banco. (ABr)


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DC MAIS dcmais@diariodocomercio.com.br

ROGÉRIO MACHADO / SECS

Ferrovias Mineiras A situação dos equipamentos da malha ferroviária sob a responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) é tema de visita e audiência da Comissão Extraordinária Pró-Ferrovias Mineiras da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) nesta semana. Na terça-feira (7), os parlamentares visitaram a sede do Dnit (rua Martim de Carvalho, 635, Santo Agostinho, em Belo Horizonte) para levar questionamentos sobre a malha ferroviária. Hoje, às 10h, em audiência pública no Plenarinho II, o Dnit apresentará um relato sobre os dados solicitados pela comissão. Quem não puder comparecer à audiência pública poderá fazer parte do debate por meio da ferramenta Reuniões Interativas do Portal da Assembleia, que estará disponível no momento da audiência. Questionamentos e dúvidas poderão ser encaminhados e, ao final, serão respondidos pelos convidados.

Cuidador de idosos A Escola Técnica Santa Casa BH ainda está com inscrições abertas para o curso de cuidador de idosos, no turno da tarde. A capacitação prepara o aluno para trabalhar como cuidador, usando recursos disponíveis no âmbito domiciliar e institucional. Ensina também a aplicar as técnicas atualizadas de primeiros socorros, além de acompanhar e apoiar o idoso dependente, semidependente ou independente em suas atividades diárias. Com um mercado cada vez mais crescente, o curso de cuidador de idosos é uma boa opção para quem deseja se qualificar rapidamente. Para participar, o interessado deve ter idade mínima de 18 anos e, claro, ter aptidão, afinal, cuidar com carinho é fundamental. O curso tem duração de 80 horas. Mais informações: (31) 3238-8601 ou 3238-8672.

Encontro com Iemanjá A Lagoa da Pampulha será palco de mais uma edição do Encontro com Iemanjá. O evento, realizado pela Casa de Caridade Pai Jacob do Oriente (CCPJO), juntamente com outros terreiros de umbanda e de matriz africana da Região Metropolitana de Belo Horizonte, reunirá centenas de devotos em frente ao Monumento a Iemanjá. Os festejos acontecem às vésperas do Dia de Nossa Senhora da Boa Viagem, padroeira de Belo Horizonte, e também Dia da Assunção de Nossa Senhora, 15 de agosto. Restaurado em 2017, após depredações, o Monumento a Iemanjá é o principal símbolo de devoção à Rainha das Águas na capital mineira. Segundo o presidente da CCPJO, Ricardo Moura, a festa é um marco de resistência e de luta contra a intolerância religiosa. “Nossa presença nos espaços públicos também tem o objetivo de combater o preconceito, mostrar nossa cultura, nossa arte, nossos costumes e nossa ancestralidade. Queremos garantir nosso direito de ir e vir e de rezar”, afirma.

Comissão proíbe casamento de menor de 16 anos no País A proibição do casamento de menores de 16 anos, em qualquer hipótese, foi aprovada ontem pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Hoje o casamento de menores de 16 anos só é admitido em caso de gravidez ou para evitar imposição ou cumprimento de pena criminal, já que ter relações sexuais com menores de 14 anos é crime, com pena que varia de 8 a 15 anos de reclusão. Para sair do papel, o texto ainda precisa ser votado no plenário da Casa, para onde segue com pedido de urgência. Se aprovada na fase final, a matéria vai à sanção presidencial. Apesar de acabar com a possibilidade do casamento antes dos 16 anos, o texto em discussão mantém as outras normas em vigor atualmene: casamento no Brasil só a partir de 16 anos completos, com autorização dos pais, ou livremente a partir de 18 anos. “O projeto é singelo, mas de um significado imenso para a proteção das nossas crianças, em especial das meninas. Com o casamento infantil, a menina perde a capacidade de tomar decisões por si mesma. O que ocorre, na maioria das vezes, é que ela deixa a escola, o que vai se refletir

dramaticamente na sua capacidade de conseguir um emprego quando adulta, sem contar outras situações graves”, destacou a senadora Marta Suplicy (MDB-SP), relatora da proposta na CCJ. Histórico - Em junho, quando o texto foi aprovado na Câmara dos Deputados, a autora da proposta, Laura Carneiro (DEM-RJ), destacou que, no Brasil, cerca de 877 mil meninas casaram-se com menos de 16 anos “Elas são quase vendidas a seus abusadores na forma de casamento A aprovação do projeto é um avanço extraordinário, aplaudido por todos os organismos envolvidos nos direitos da criança e do adolescente”, afirmou a deputada. No País, há poucos dados disponíveis para dimensionar o problema. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2010, os últimos disponíveis, indicam que 877 mil mulheres que têm hoje entre 20 e 24 anos se casaram quando tinham até 15. O próprio governo federal admite não saber quem são e onde estão as meninas casadas. Segundo o primeiro estudo feito no País especificamente sobre o tema,

realizado pelo Instituto Promundo entre 2013 e 2015, Maranhão e Pará são os estados com maior prevalência de uniões precoces. O levantamento mostra que as meninas se casam e têm o primeiro filho, em média, aos 15 anos. Os homens são nove anos mais velhos. A pesquisa sugere que o casamento de uma menina com um homem muito mais velho é associado a condições financeiras precárias da família da garota. O homem mais velho surge como alguém capaz de fornecer apoio financeiro a ela e aliviar sua família de sustentá-la. A pesquisa do Promundo atribui o casamento infantil a três principais causas. A primeira é vulnerabilidade das comunidades, caracterizada por baixos níveis de escolaridade e infraestrutura, e fraca presença do Estado. Em segundo lugar, as adolescentes querem sair da casa dos pais porque desejam começar a namorar e ir a festas e, por isso, veem no casamento uma forma de fuga das proibições dos pais. A terceira causa mais citada pelas adolescentes como motivação é a fragilidade das estruturas familiares, que leva as meninas a buscar estabilidade e segurança fora de casa. (AE)

CULTURA DIVULGAÇÃO

ÉLCIO PARAÍSO / BENEDITA CONTEÚDO & IMAGEM

Julia Branco

“Alice – O Musical” Teatro - Adaptação do conto infantil – com a personagem principal já crescida – a montagem “Alice – O Musical” faz abordagem diferente da história da garota no País das Maravilhas. Na peça, Alice já não é mais criança e está entediada em seu quarto. Ela

começa a ler um livro para se distrair e, de repente, a ficção das páginas vira realidade e a menina passa a viver grandes aventuras. Quando: Domingo (12), às 16h Quanto: R$ 10 Onde: Centro Cultural Minas Tênis Clube (Rua da Bahia, 2.244, Lourdes, Belo Horizonte)

Turnê - O primeiro show da turnê do disco de estreia da cantora, compositora e atriz Julia Branco será em casa. Ela mostrará as 11 canções de “Soltar os cavalos” (Natura Musical), álbum com direção e produção de Chico Neves e arranjos feitos por ele e por Luiza Brina. A apresentação terá participação de Uyara Torrente (Banda Mais Bonita da Cidade). Quando: Dia 16, às 21h Quanto: R$ 30 (Inteira) e R$ 15 (Meia) Onde: Teatro Minas Tênis Clube (Rua da Bahia, 2.244, Lourdes, Belo Horizonte) Coladera e Tau Brasil Encontro - O Dois na Quinta faz mensalmente encontros inéditos, de estilos, gerações e personalidades diferentes. Mas onde está a conexão entre os convidados? Na próxima edição, a conexão

estará em Portugal, já que os músicos passaram por experiências de vida e musicais no país. O consagrado Coladera, com Vitor Santana e João Pires, e Tau Brasil, participarão de um show inédito. Quando: Dia 16, às 19h30 Quanto: R$ 10 (Inteira) e R$ 5 (Meia)

Onde: Teatro da Biblioteca Pública Estadual de Minas Gerais (Praça da Liberdade, 21, Belo Horizonte) www.facebook.com/DiariodoComercio www.twitter.com/diario_comercio dcmais@diariodocomercio.com.br Telefone: (31) 3469-2067


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