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diariodocomercio.com.br JOSÉ COSTA FUNDADOR

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DESDE 1932 - EDIÇÃO 23.705 - R$ 2,50

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BELO HORIZONTE, QUARTA-FEIRA, 26 DE SETEMBRO DE 2018

Comerciante da Capital está à espera do Dia das Crianças Uma das datas comemorativas mais aguardadas no segundo semestre, o Dia das Crianças deve injetar R$ 2,22 bilhões no comércio da Capital, com expectativa de crescimento de 1,83% nas vendas em relação ao mesmo período do ano passado, segundo projeção divulgada ontem pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH). Pág. 5

Setor de bens de capital é beneficiado pela alta do dólar Importações caíram com a valorização da moeda norte-americana NEWTON SANTOS

MP pode usar dado sigiloso sem autorização da Justiça Não constitui ofensa ao princípio da reserva de jurisdição o uso pelo Ministério Público, sem autorização judicial, de dados bancários legitimamente obtidos pela Receita Federal, para fins de apresentação de denúncia por crime tributário (contribuinte que deixou de declarar renda), ao término do processo administrativo. Pág. 19

No acumulado até agosto a indústria de bens de capital registrou alta de 10,3% no consumo aparente

O real desvalorizado diante do dólar trouxe vantagens para a indústria nacional e mineira de bens de capital. Com a moeda norte-americana valorizada, os fabricantes brasileiros ganharam competitividade tanto no mercado interno, em relação aos equipamentos importados, quanto no ambiente externo. A análise do vice-presidente da regional de Minas Gerais da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Marcelo Veneroso, pode ser comprovada com o balanço divulgado ontem pela entidade, que mostrou que, em agosto, os desembarques do setor no País caíram 6,1% e as remessas para o exterior aumentaram 68,5% frente aos números de julho. O resultado desta equação foi o crescimento de 6,4% da receita líquida do setor em agosto sobre julho. Já o nível de emprego do setor aumentou 0,6% em agosto ante julho. Pág. 3 DIVULGAÇÁO

EDITORIAL

OPINIÃO Em época de campanhas eleitorais, há sempre dois temas recorrentes: dívida pública e privatização de empresas estatais. Aqui, no Brasil, fala-se muito em “setor público”, expressão que dá a ideia de um setor que vive para fazer o bem ao público, e “setor privado”, que sugere um setor que vive de forma egoísta atrás do lucro. Decorre daí outra confusão: a expressão “empresa pública”, que no Brasil são as empresas estatais, e “empresa privada”, as que pertencem aos capitalistas privados. Sempre que entra em cena a discussão sobre desestatização, ou privatização, várias confusões se estabelecem. Debate sem conhecimento é um exercício de ignorância especializada, que não serve para resolver problemas complexos. (José Pio Martins), pág. 2

A novela que envolve o Aeroporto da Pampulha ainda se arrasta, exibindo, uma vez mais, o que tem de pior a burocracia associada ao serviço público brasileiro. Na semana passada, conforme noticiado, a Anac liberou a certificação para que o aeroporto seja utilizado por aeronaves comerciais de maior porte, o que num primeiro momento pareceu indicar que a pendência abre-não-abre tinha chegado ao capítulo final. Não foi o caso. A Pampulha já pode receber jatos de maior porte, aqueles que as linhas aéreas comerciais utilizam em voos domésticos, mas isso não quer dizer necessariamente que eles poderão voltar a decolar e descer na Pampulha, como muitos desejam e outros tantos não. “A Pampulha tem solução”, pág. 2

Startups: ambiente regulatório em JF é precário DIVULGAÇÁO

Samir Iásbeck, da Qranio, quer permanecer na Zona da Mata Dólar - dia 25

Euro - dia 25

Comercial

Compra: R$

Compra: R$ 4,0717 Venda: R$ 4,0722

4,8587

Venda: R$ 4,8598

Turismo

Ouro - dia 25

Compra: R$ 4,0500 Venda: R$ 4,2370

Nova York (onça-troy):

Ptax (BC) Compra: R$ 4,1280 Venda: R$ 4,1286

BM&F (g):

Localizado na Zona da Mata mineira, o município de Juiz de Fora chama a atenção pelo movimento de formação de startups. De acordo com o mapeamento do ecossistema de startups da região Sudeste, divulgado recentemente pela Associação Brasileira de Startups (ABStartups), a cidade conta com 45 startups. Mas, se por um lado a cidade se destaca em formação de talentos, por outro, deixa a desejar em relação ao ambiente regulatório ainda pouco atrativo. Além de Juiz de Fora também receberão o levantamento os municípios de Uberlândia e Uberaba, ambos localizadas na região do Triângulo Mineiro. Pág. 11

A extensão da malha da MRS é da ordem de 1.643 km de ferrovias

MRS contrata financiamento para ampliar e renovar frota A MRS Logística, com sede em Juiz de Fora (Zona da Mata), contratou financiamento de R$ 252,4 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a compra de 15 novas locomotivas, a revitalização de outras 50 e a aquisição de 577 vagões usados para o transporte de produtos agrícolas, siderúrgicos e contêineres. As informações são do BNDES. Recentemente, a ferrovia começou a operar uma composição que parte do terminal de Itutinga, no Sul de Minas, e vai até o Porto de Sepetiba, em Itaguaí, no litoral fluminense. Pág. 4

TR (dia 26): ............................. 0,0000%

BOVESPA

Poupança (dia 26): ............ 0,3715%

+1,70

IPCA-IBGE (Agosto):.......... 0,09% R$ 1.205,10

IPCA-Ipead (Agosto):.......... 0,03%

R$ 156,30

IGP-M (Agosto): ....................... 0,70%

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+0,83 -1,84

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BELO HORIZONTE, QUARTA-FEIRA, 26 DE SETEMBRO DE 2018

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OPINIÃO Dívida pública e privatização JOSÉ PIO MARTINS * Em época de campanha eleitoral, há sempre dois temas recorrentes: a dívida pública e a privatização de empresas estatais. Para começo de conversa, é preciso esclarecer a confusão das palavras. Aqui no Brasil fala-se muito em “setor público”, expressão que dá a ideia de um setor que vive para fazer o bem ao público, e “setor privado”, que sugere um setor que vive de forma egoísta atrás do lucro. Decorre daí outra confusão: a expressão “empresa pública”, que no Brasil são as empresas estatais, e “empresa privada”, as que pertencem aos capitalistas privados. A expressão “setor público” povoa a mente da população como uma máquina voltada ao bem social e à generosidade. A expressão “setor privado” é vista como um ente insensível à dor dos outros. São visões impróprias. O economista paulista Rafael Vechiatti sugere chamar o setor público de “setor coercitivo” (que só executa algo com dinheiro de imposto e de impor regras sobre como devemos viver) e o setor privado de “setor voluntário” (no qual quem entra tem que se submeter à competição e às imposições governamentais). Quanto à “empresa pública”, nos Estados Unidos e outros países avançados não é empresa estatal, mas aquela construída com recursos do público, basicamente por poupanças dos próprios donos e por meio da venda de ações. Lá fora, o Itaú, o Bradesco, a Vale e demais empresas cujo capital vem de acionistas são consideradas empresas públicas. Já as empresas pertencentes a algum ente estatal (município, Estado, União) são empresas estatais. As empresas possuídas por um grupo de pessoas, ou uma família apenas, são empresas privadas.

Debate sem conhecimento é um exercício de ignorância especializada, que não serve para resolver problemas complexos Por aqui, sempre que entra em cena a discussão sobre desestatização, ou privatização, várias confusões se estabelecem. Debate sem conhecimento é um exercício de ignorância especializada, que não serve para resolver problemas complexos. É lamentável quando o desconhecimento vem de políticos que pretendem dirigir o país. Nas discussões sobre privatização de empresas estatais faltam aspectos conceituais. Alguns candidatos simplesmente são contra a privatização, em geral com argumentos equivocados. Muitos afirmam que não faz sentido vender empresas estatais para pagar dívidas do governo. Não raro, são esses que mais gritam contra os juros da dívida. Convém lembrar que só há juros a pagar porque o governo contraiu empréstimos para cobrir seus déficits públicos. O argumento deve ser o oposto: não faz sentido vender empresas estatais e estourar o dinheiro em aumentos salariais e outras despesas de custeio da máquina administrativa e dos serviços públicos. Fazendo sentido vender ativos para cancelar passivos. Vender patrimônio para gastar em consumo é que não faz sentido algum. Quando Lula assumiu o governo, a dívida consolidada do setor estatal era de R$ 600 bilhões. Hoje, findo o clico do PT (que inclui o governo Temer, porquanto, ele nada mais era que o vice de Dilma), a dívida pública chegara a R$ 4,8 trilhões, simplesmente foi multiplicada por oito. Aliás, os benefícios sociais desde a Constituição de 1988 ou resultaram de endividamento do governo ou de ventos

favoráveis vindos do comércio internacional, a exemplo da explosão de preços, entre 2001 e 2010, dos produtos agrícolas, minério de ferro e outras commodities que o Brasil exporta. Acreditar que há um governante capaz de fazer milagres é de uma ingenuidade desumana. Tanto que a ex-presidente Dilma, do mesmo partido de Lula, gritava o tempo todo que a reversão dos ventos externos foi a responsável pelo mau desempenho de seu governo. Mas, além da utilidade da privatização para reduzir a dívida pública, há constatação mundial da falência econômica e moral do Estado-empresário. Mesmo nos países que adotaram regimes socialistas constataram-se problemas de rigidez, ineficiência e desperdício dos sistemas dirigistas estatais, em parte pela dificuldade de aferir eficiência de empresas sem competição. No caso das estatais brasileiras, a avaliação da eficiência sempre foi dificultada pelos privilégios de mercado e de suas vantagens fiscais, e que são inacessíveis às empresas privadas. Só para citar dois casos, a Petrobras, a despeito de alguma abertura, ainda desfruta de um monopólio que impossibilita a aferição de eficiência. O Banco do Brasil, ainda que apresente áreas de eficiência, sempre recebeu aportes do Tesouro Nacional e depósitos compulsórios de entidades públicas sem o esforço e os altos custos de captação. Todos esses aspectos não esgotam o problema, mas, sem a compreensão deles, a discussão fica empobrecida. * Economista, é reitor da Universidade Positivo

Sem opção CARLOS PERKTOLD * Não tivemos opção para escolher um estadista como presidente do Brasil nas últimas eleições. Em 2018 não é diferente. A premissa é verdadeira na medida em que haverá, no segundo turno e como indicam as pesquisas eleitorais, dois candidatos: o da esquerda e o da direita. Ambos assustam a maioria dos brasileiros que escolherá o menos ruim e aquele que fala mais aos seus interesses de país e de cidadão. Sem opção, imaginamos o que teria levado o Brasil a um vazio tão grande e de proporções tão desastrosas. A resposta é que com a miséria humana comum a todos, o narcisismo e a ganância de Luiz Inácio Lula da Silva e de Fernando Henrique Cardoso, nenhum dos dois permitiu surgir novas lideranças em seus respectivos partidos. Nenhum dos dois permitiu concorrência. O primeiro se sentiu acima da lei. Nunca acreditou nas condenações e achou que sairia ileso de processo já julgado e imagina que nada lhe acontecerá nos processos ainda em curso. Jamais deixou alguém crescer no seu partido. O segundo se acha imortal e não faz a menor questão de levantar o índice de popularidade do candidato do seu partido. Ignora seu correligionário e o deixa se perder nos baixos índices de pesquisas. FHC acaba de publicar uma carta dirigida aos eleitores brasileiros e sequer menciona o nome do candidato do seu partido e nem declara seu apoio de forma clara a ele. Sem opção, podemos ir para a esquerda sem receber qualquer garantia de que o novo governo do já velho PT não usará todas as suas forças políticas para revanche e vingança. Se a esquerda eleger seu candidato, significa que a maioria dos eleitores brasileiros concorda com os métodos e atitudes dos dois presidentes anteriores do mesmo partido. Sua eleição será uma procuração ratificada nas urnas autori-

zando os integrantes desse partido a continuar com as roubalheiras, o cumprimento do combinado no Foro de São Paulo e a tentativa de transformar o Brasil no modelo venezuelano. Sem opção, podemos ir para a direita sem receber qualquer garantia de que o novo governo terá forças no Congresso e fará um governo voltado para o capitalismo, privatização de empresas estatais que insistem em existir dando prejuízo ao País, fixar menos despesas oficiais, menos impostos para todos e investimentos na infraestrutura do País. Há quem acredita isso ser possível. Com a infiltração da esquerda por todos os órgãos do governo federal prontos para provocar fracasso na nova possível administração de direita, é de se duvidar da capacidade dos novos integrantes de eventual novo governo, de fazer valer embaixo as ordens vindas de cima. Sem opção, minha geração chega ao fim do caminho que imaginávamos diferente do que ocorre hoje. Sempre achei que quando ela estivesse no poder, tudo seria o oposto do que é hoje e foi nos últimos 15 anos. Foi pior em todos os aspectos políticos, econômicos e sociais. Sem opção, Stela, cinco filhos e sem marido, quer mudanças. “Cansei das promessas não cumpridas e estou cheia de dívidas por que acreditei no governo. Meu prédio foi abandonado pelos outros moradores e o tráfico tomou conta de tudo. Meus filhos não podem sair de casa sem correr o risco de serem capturados pelos traficantes. Nunca foi tão ruim”. Sem opção, Stela, que acreditou no “Minha casa, minha vida”, votará na direita. * Psicanalista e escritor

Os dois lados da política PAULO DALLA NORA * É consenso que estamos vivendo um dos períodos de mais intensa polarização política na história recente do Brasil e do mundo: movimentos extremos ganham voz e mobilizam seguidores em diversos países. A política como instrumento de busca e formação de um ponto de equilíbrio, onde os diversos grupos sociais se sintam representados e não haja um sentimento de derrota de alguns, parece ter perdido força. Assistimos o desentranhamento de um novo uso para a política: uma ferramenta para impor um lado através da destruição das ideias do oponente. Deixa-se de ter adversários e passa-se a ter inimigos. Essa visão da política como terreno de confronto parte do pressuposto que é possível uma vitória total, como se fosse possível “aniquilar” o oponente e implanta apenas um lado da agenda. A realidade é que não existe força política no Brasil capaz de tal façanha e na democracia as vitórias são sempre parciais. Ainda bem que é assim.

Nesse contexto, um dos pontos de maior debate é o papel das redes sociais, em seus vários formatos, no engajamento cívico e político dos cidadãos. A primeira questão que se coloca é a dúvida quanto aos pesos dos aspectos negativos e positivos que a nova tecnologia impulsiona: em que medida essas novas ferramentas estão criando um distanciamento e fricção entre os cidadãos e seus representantes e a política, ao exigir um comportamento “purista” e sem concessões dos mesmos. A outra hipótese seria a proximidade que a tecnologia permite emular um fortalecimento do exercício da cidadania e gerar, dessa forma, uma aproximação entre o cidadão e as instituições que os representam. Essa aproximação pode permitir a melhor compreensão da dimensão dos desafios que precisam ser enfrentados e as escolhas associados a eles. Os que acreditam na política como uma ferramenta de formação de um “terreno do entendimento” têm a responsabilidade e obrigação

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de trabalhar para que as tecnologias sejam um instrumento que também aproxime e engaje o cidadão com os seus representantes, que ajude no entendimento de que compromissos e concessões precisam ser firmados para que o processo político avance objetivamente para impactar nossas vidas. Não significa que iniciativas que buscam influenciar e legitimamente pressionar para atender a sua agenda não sejam importantes, mas precisamos cuidar para que o espaço da tecnologia não seja preenchido apenas com essa narrativa de confrontamento, que de certa forma impede o exercício da busca dos consensos necessários ao mínimo funcionamento das instituições. Se cairmos na tentação do uso da tecnologia apenas como ferramenta de “marcação” de posições estaremos matando esse espaço da construção do consenso e vamos regredir para a era das pelejas tribais, só que na velocidade digital.

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A Pampulha tem solução A novela do destino do Aeroporto da Pampulha ainda se arrasta exibindo, uma vez mais, o que tem de pior a burocracia associada ao serviço público brasileiro. Na semana passada, conforme noticiado, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) liberou a certificação para que o aeroporto seja utilizado por aeronaves comerciais de maior porte, o que num primeiro momento pareceu indicar que a pendência abre-não-abre tinha chegado ao capítulo final. Não foi o caso. A Pampulha já pode receber jatos de maior porte, aqueles que as linhas aéreas comerciais utilizam em voos domésticos, mas isso não quer dizer necessariamente que eles poderão voltar a decolar e descer na Pampulha, como muitos desejam e outros tantos não. Para o primeiro grupo, a notícia foi recebida com alguma euforia, interpretada como o fim das restrições que consideram inadequadas. Agora já se sabe que não é assim tão simples. Falta manifestação do Tribunal de Contas da União (TCU), que em medida É desse equilíbrio, cautelar proibiu o uso da que acreditamos Pampulha para possível, que estamos voos comerciais interestaduais falando, sem deixar e promete não de reconhecer os adiar muito sua interesses dos decisão final sobre a questão. concessionários de Prossegue o Confins e igualmente embargo e, supõese, também a ressaltando a contrariedade importância da das partes em conflito, sobrando Pampulha como única certeza o peso, ainda que um tanto irracional da burocracia, um gosto que teríamos herdado de nossos colonizadores. É evidente que tanto tempo perdido não faz o menor sentido porque se traduz em prejuízos e insegurança. Em princípio, perdem os investidores em Confins mas também perdem os operadores da Pampulha, assim como os negócios de suporte em um e outro ponto, perdem os operadores e perdem os usuários do transporte aéreo. E não parece nada razoável deixar de acreditar que seja possível chegar a uma solução equilibrada, inteligente, que não prejudique Confins e os investimentos ali realizados, mas igualmente não condene ao abandono um equipamento público do porte e da importância do Aeroporto da Pampulha. É desse equilíbrio, que acreditamos possível, que estamos falando, sem deixar de reconhecer os interesses dos concessionários de Confins e igualmente ressaltando a importância da Pampulha. Na realidade, não nos parece difícil entender que os dois aeroportos podem ser complementares, atendendo a públicos e necessidades distintas, o que não será muito diferente do que ocorre na maioria das grandes cidades em todo o mundo, que contam com aeroportos centrais. Se o assunto deixar de ser encarado apenas pelo lado da burocracia ou, pior, da disputa de interesses que não podem ser conciliados, todos acabarão perdendo. Ao contrário, se prevalecer o entendimento de que na realidade se trata de oferecer mais e melhores serviços, em condições distintas e complementares, haverá espaço inteligente, com ganhos maiores para todos.

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ECONOMIA INDÚSTRIA

Desvalorização do real favorece bens de capital Em agosto, os desembarques no País caíram 6,1% e as remessas para o exterior aumentaram 68,5% frente a julho NÁJIA FURLAN/APPA/DIVULGAÇÃO

LEONARDO FRANCIA

O real desvalorizado diante do dólar trouxe vantagens para a indústria nacional e mineira de bens de capital. Com a moeda norte-americana valorizada, os fabricantes brasileiros ganharam competitividade tanto no mercado interno, em relação aos equipamentos importados, quanto no ambiente externo. A análise do vice-presidente da regional de Minas Gerais da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Marcelo Veneroso, pode ser comprovada com o balanço divulgado ontem pela entidade, que mostrou que, em agosto, os desembarques do setor no País caíram 6,1% e as remessas para o exterior aumentaram 68,5% frente aos números de julho. “Com o real desvalorizado (ante o dólar), a indústria nacional fica mais competitiva lá fora e aqui dentro porque o produto importado fica mais caro. Além disso, o consumo aparente, que representa a demanda brasileira por máquinas e equipamentos, fabricados aqui e no exterior, também caiu, o que também ajudou a derrubar as importações”, afirmou Veneroso. O resultado desta equação foi o crescimento de 6,4% da receita líquida do setor em agosto sobre julho, mas com uma queda de 17,2% no consumo aparente. “Faz muitos anos que a Abimaq defende a desvalorização do real, porque a moeda nacional valorizada atrapalha a competitividade das empresas brasileiras uma vez que nossos produtos ficam mais caros”, disse. Por outro lado, Veneroso explicou que não se trata de uma desvalorização “desenfreada” do real. “Neste momento, aconteceu a desvalorização do real por uma questão mundial, com o componente das eleições no Brasil. Não pregamos a desvalorização desenfreada do real, mas queremos uma moeda competitiva e estável, com previsibilidade. Assim, a indústria consegue fazer previsões e orçamentos ajustados”, acrescentou. No acumulado até agosto, que compreende meses antes da valorização mais forte do dólar com a proximidade das eleições em outubro, a

No acumulado do ano até agosto, meses antes da maior valorização do dólar, o setor apurou queda de 5,9% no faturamento

Faturamento cresce 11,9% em agosto ante 2017 São Paulo - O faturamento da indústria nacional de máquinas e equipamentos alcançou R$ 7,26 bilhões no mês passado, 11,9% a mais do que o montante registrado em agosto de 2017, informou ontem a Abimaq. Na comparação com julho, a alta nas vendas dessa indústria, entre entregas ao mercado doméstico e exportações, foi de 6,4%. O resultado leva para R$ 49,7 bilhões o faturamento das fábricas de bens de capital mecânicos nos oito primeiros meses do ano, o que corresponde a um crescimento de 5,9% frente a igual período de 2017. As exportações, que somaram US$ 1,18 bilhão no mês passado, voltaram a ajudar no resultado, indústria de bens de capital registrou uma queda de 5,9% no seu faturamento, mas com uma alta de 10,3% no consumo aparente sobre os mesmos meses de 2017. Neste caso, de acordo com Veneroso, a queda do faturamento é observada diante da carência de investimentos e o aumento do

com altas de 41,6% no comparativo interanual e de 68,5% em relação a julho. Já as vendas domésticas apresentaram queda de 29,3% na comparação com agosto de 2017. Frente ao mês anterior, o recuo das vendas internas em agosto foi de 36,8%. O consumo de máquinas e equipamentos no País, que inclui as importações e é um termômetro dos investimentos nas linhas de produção, subiu 7,8% se comparado a agosto de 2017, mas mostra queda de 17,2% na comparação com julho. As empresas brasileiras investiram R$ 8,48 bilhões em máquinas e equipamentos em agosto deste ano. Dentro desse total, as importações

consumo aparente se deu por causa da crescente onda de importação de máquinas e equipamentos. De qualquer forma, Veneroso reforçou que o País está parado ante a proximidade das eleições presidenciais. “A indústria de máquinas e equipamentos é movida por investimentos e, neste momento, os inves-

subiram 19,8% na comparação com agosto de 2017, chegando a US$ 1,31 bilhão. Frente a julho, as compras de máquinas importadas recuaram 6,1%. O déficit comercial desse mercado - ou seja, a diferença entre o que o Brasil compra do exterior e exporta em máquinas e equipamentos - somou US$ 127,5 milhões no mês passado, 50,7% abaixo do saldo negativo de um ano antes. O balanço da Abimaq revela ainda que a utilização da capacidade instalada nessa indústria ficou estagnada em 76,6% na passagem de julho para agosto. Na mesma base comparativa, a mão de obra no setor mostrou alta de 0,6%. (AE)

timentos estão em compasso de espera”, frisou. Em Minas, o cenário do setor não é diferente. “Porém, o Estado só não tem números tão expressivos para as exportações de agosto devido ao perfil da economia mineira”, ponderou o representante da Abimaq no Estado.

Empregos - Ainda de acordo com o balanço da entidade, o nível de emprego do setor aumentou 0,6% em agosto ante julho, com 299,9 postos de trabalho ao final do mês passado. No acumulado até agosto, a indústria nacional de bens de capital elevou o nível de emprego em 1,3%.

Câmbio pode compensar baixa na demanda São Paulo - Diante de números que mostram forte crescimento das exportações de bens de capital, o presidente do conselho de administração da Abimaq, João Carlos Marchesan, disse, ontem, que País vive um período de “câmbio industrializante”. Ao apresentar os resultados do setor em agosto, o executivo destacou que o câmbio, com o dólar novamente acima de R$ 4,00, voltou a ser favorável às exportações, por permitir maior competitividade e rentabilidade dos produtos brasileiros no exterior, o que leva as empresas a buscarem mercados internacionais. “Realmente, hoje vivemos um câmbio industrializante, que faz as empresas olharem o mercado externo como alternativa de investimento e não como uma opção para quando se precisa preencher capacidade ociosa”, comentou o presidente da Abimaq. Nos oito primeiros meses do ano, as exportações de máquinas e equipamentos produzidos no Brasil cresceram 18%, chegando perto de US$ 7 bilhões, enquanto as vendas dessa indústria ao mercado doméstico recuaram 7,8%. A expectativa da Abimaq é que as exportações, responsáveis por praticamente metade do faturamento da indústria de bens de capital mecânicos, alcancem US$ 10,3 bilhões neste ano, acima dos cerca de US$ 9 bilhões de 2017. Segundo o diretor de competitividade da Abimaq, Mario Bernardini, a continuidade do crescimento das exportações dependerá de um câmbio competitivo, dada a tendência de o mercado internacional não seguir tão comprador num contexto de desaceleração de países emergentes, especialmente a China. “O mercado externo não é mais aquela ‘Brastemp’. É importante que o câmbio se mantenha competitivo. A demanda do mercado internacional não vai mais ajudar como neste ano”, comentou Bernardini, acrescentando que, a despeito da maior volatilidade do período eleitoral, vê o dólar se acomodar ao redor de R$ 4,00 no médio prazo. (AE)

ELETROELETRÔNICA SEDS/DIVULGAÇÃO

Confiança do empresário recua e fica abaixo do patamar de setembro do ano passado São Paulo - A confiança do empresário industrial do setor eletroeletrônico recuou 2,4 pontos na passagem de agosto para setembro. Segundo dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI) agregados pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), o Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) caiu de 54,1 pontos em agosto para 51,7 pontos. Apesar da queda, o Icei do setor permanece acima 50 pontos, linha limite entre confiança e desconfiança.

Apesar de ainda positivo, o indicador permanece abaixo do registrado nos primeiros meses deste ano, quando estava por volta de 60 pontos, e também 5,4 pontos abaixo do apontado em setembro do ano passado, quando o Icei estava em 57,1 pontos. “Diante do cenário de incertezas, por conta das eleições, essa oscilação é esperada pelo setor. Entretanto, o índice ainda demonstra sinais de confiança, o que é importante para a sequência do ano”, avalia o presidente da Abi-

nee, Humberto Barbato A redução do Icei ocorreu tanto na área elétrica, que diminuiu de 53,7 para 50,9 pontos, como na área eletrônica, que caiu de 54,6 para 52,5 pontos, comparados ao mês imediatamente anterior. Nos dois casos, no entanto, os índices ficaram acima da linha de 50 pontos. O Icei varia de 0 a 100 pontos, sendo que valores acima de 50 pontos indicam confiança do empresário industrial e abaixo de 50 pontos mostram falta de confiança. (AE) Apesar da queda, o índice do setor permanece no limite entre confiança e desconfiança


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ECONOMIA DIVULGAÇÃO

TRANSPORTE FERROVIÁRIO

BNDES empresta R$ 252,4 milhões à MRS Logística Recurso permitirá compra e reforma de locomotivas LEONARDO FRANCIA

A MRS Logística, com sede em Juiz de Fora (Zona da Mata), contratou financiamento de R$ 252,4 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a compra de 15 novas locomotivas, a revitalização de outras 50 locomotivas e a aquisição de 577 vagões usados para o transporte de produtos agrícolas, siderúrgicos e contêineres. As informações são do BNDES. Procurada pela reportagem, a MRS não comentou o assunto nem informou detalhes sobre o financiamento ou sobre quem será a fabricante das novas locomotivas e vagões que serão adquiridos, bem como que empresa fará a revitalização de 50 locomotivas da frota. Conforme informações já divulgadas pela MRS, a empresa detém cerca de 20% da frota ferroviária nacional,

com aproximadamente 18 mil vagões e 730 locomotivas. A malha ferroviária sob tutela da concessionária é conhecida como Malha Sudeste, localizada no eixo RJ-SP-MG. Ao todo, são 1,6 mil quilômetros de linhas férreas sob a administração da MRS, o que corresponde a cerca de 6% da estrutura nacional, conectando regiões produtoras e grandes centros de consumo a alguns dos mais importantes portos do País, como os de Itaguaí, no Rio de Janeiro, e o de Santos, em São Paulo. Itutinga – A MRS começou a operar uma composição que parte do terminal de Itutinga, no Sul de Minas, e vai até o Porto de Sepetiba, em Itaguaí, no litoral fluminense. A primeira composição, com 40 contêineres, deixou o terminal do município mineiro na última sexta-feira, carregada de um insumo

usado na produção de baterias de lítio exportado para a China. A nova rota é resultado da demanda de um primeiro cliente, cujo nome não foi revelado, para o trecho. Segundo informações da empresa, a demanda anual desse cliente é de 90 mil toneladas e já começaram as negociações para prorrogar o contrato de um ano por pelo menos mais três. O ciclo da operação, desde o carregamento da composição no terminal de Itutinga, chegada ao porto fluminense e retorno do trem, dura sete dias. Em princípio, conforme a MRS, um trem circulará semanalmente pela malha da empresa. A expectativa é de que nos próximos meses passem a circular dois ou três trens por semana. A MRS, junto com a Link, parceira da concessionária na operação de terminais, apostou no Terminal de Itu-

MRS usará os R$ 252,4 mi para comprar 15 locomotivas, revitalizar 50 e adquirir vagões

tinga para alavancar o transporte ferroviário no Sul de Minas. Com área coberta de 1,5 mil metros quadrados, o espaço é adequado para carregamento de granéis, como manganês e calcário, e, também, contêineres e

produtos siderúrgicos. “A abertura desse novo terminal reforça que estamos no caminho correto. O desafio é entender a região, o mercado, o tipo de terminal e de parceiro que precisamos em cada situação. Com isso,

VLI Multimodal terá aporte de R$ 124,6 milhões Rio de Janeiro - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou ontem a aprovação de quatro empréstimos, para investimentos em transporte ferroviário da MRS Logística e da VLI Multimodal, no valor total de R$ 488,5 milhões. Somados, os empréstimos financiarão a aquisição de 26 novas locomotivas - todas fabricadas no Brasil -, a

revitalização de outras 50 e a compra de 995 novos vagões, além de investimentos na recuperação de vias e em outros equipamentos pelas empresas. O financiamento aprovado para a MRS Logística é de R$ 252,4 milhões, destinado à compra de 15 locomotivas novas, à revitalização de outras 50 locomotivas e à aquisição de 577 vagões. A VLI Multimodal teve

aprovados dois empréstimos, no valor total de R$ 124,6 milhões. Um dos financiamentos, para a Ferrovia Centro Atlântica, consiste na expansão da capacidade de transporte de toretes de eucalipto no trecho entre Prudente de Morais, na Região Central de Minas Gerais, e Aracruz (ES) - os recursos do BNDES serão utilizados na aquisição de até 178 vagões, segundo informou o banco.

Norte Sul - O outro empréstimo para a VLI será aplicado na Ferrovia Norte Sul, com foco no aumento da capacidade de transporte para o escoamento da produção agrícola em direção ao Porto de São Luís (MA). Serão comprados até 240 vagões. A quarta operação para o setor de ferrovias aprovado pela BNDES é para a Mitsui Rail Capital (MRC), empresa do grupo japonês

que opera com a compra, venda e aluguel de vagões, locomotivas e peças, em projeto voltado para a Ferrovia Centro Atlântica, da VLI Multimodal. A MRC usará o crédito para 11 locomotivas novas. Com a aquisição das novas máquinas, a empresa mais que dobrará sua frota, passando das atuais 10 para 21 locomotivas, informou o BNDES. (AE)

EROPORTOS

Governo tenta viabilizar Pampulha e Confins ASSCOM/PBH/DIVULGAÇÃO

ANA AMÉLIA HAMDAN

O governo de Minas tem interesse em que o Aeroporto Carlos Drummond de Andrade, o Aeroporto da Pampulha, na Capital, retome as operações de voos comerciais interestaduais e, para tal, trabalha na busca de alternativas para que a atividade não prejudique o Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, na região metropolitana. O presidente da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge), Marco Antônio Castello Branco, informou ontem que uma das possibilidades é viabilizar que a BH Airport, concessionária que administra o Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, passe também a ser responsável pelo Pampulha. Outra opção é reforçar o incentivo fiscal sobre combustível da aviação. Ele explica que, havendo uma concessionária para dois aeroportos, caso ocorra prejuízo em uma estrutura, é possível recuperar com ganhos na outra. Castello Branco informou ainda que tal modelo já ocorre em Paris e em Nova York, onde há mais de um aeroporto sendo administrado por uma única concessionária. A BH Airport foi consultada pela reportagem sobre seu possí-

vel interesse em administrar o Aeroporto da Pampulha, mas não se posicionou sobre o assunto. Segundo Castello Branco, em 2015 o governador Fernando Pimentel (PT) se ofereceu, em reunião com representantes da BH Airport, para auxiliar na viabilização dessa alternativa, participando de discussões junto a órgãos envolvidos no assunto. Desde então, a proposta não teve encaminhamento, mas o Estado continua interessado em ajudar para que as duas estruturas estejam em funcionamento. “Ter dois aeroportos funcionando e uma concessionária tornaria a concessão viável”, reforça. Tal operação depende da esfera federal, que é reguladora do setor de concessão aeroportuária. Nesse caso, segundo Castello Branco, partindo do pressuposto de que há interesse público na operação, pode ser viável a criação de um aditivo no contrato de concessão do Aeroporto de Confins para que a BH Airport passe a administrar também o Pampulha. Ele ressalta que as implicações jurídicas da operação ainda demandam análise. Para o presidente da Codemge, a retomada de operações no Pampulha é primordial para que Belo Horizonte atue plenamente

Projeto prevê que Aeroporto da Pampulha também seja administrado pela BH Airport

como cidade de negócio periférica, em consonância com São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, considerados grandes centros. “Belo Horizonte deve buscar exercer bem essa função acessória, com conexões corporativas com Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, trazendo para cá escritórios de suporte. Para isso, temos que oferecer uma conectividade viável”, disse. Nesse caso, o problema do Aeroporto de Confins é a distância da Capital. Caso tal medida não se viabilize, o Estado propõe incentivo fiscal, com redução mais significativa do ICMS sobre querosene de aviação.

Atualmente, algumas companhias de aviação já são beneficiadas com incentivos, sendo que a alíquota do ICMS para o combustível fica em torno de 8,5%. O Estado propõe que esse percentual caia para 2%. O objetivo é atrair mais voos internacionais, o que compensaria possíveis perdas de passageiros e conexões. Prejuízos - A BH Airport já se posicionou anteriormente contra a volta de operações interestaduais no Aeroporto da Pampulha, alegando que pode haver perda de conexões, prejudicando os hubs e, consequentemente,

levando a perdas financeiras. Além disso, segundo a concessionária, não há demanda suficiente de passageiros que justifique as operações nas duas estruturas. Anteontem, foi apresentado na sede da Codemge estudo técnico da Ceres Inteligência indicando que a retomada de operações no Pampulha pode gerar impacto negativo ao Aeroporto Internacional de Belo Horizonte de R$ 374 milhões até 2044, quando a concessão se encerra. A decisão sobre a volta de operações no Pampulha depende de aval do Tribunal de Contas da União, que analisa a questão.

conseguimos buscar novas soluções e, consequentemente, ampliar o leque de segmentos em que podemos atuar”, afirmou, em nota, o gerente de Logística e Soluções Intermodais da MRS, Magela Titoneli.

DIESEL

Petrobras espera repasse de R$ 60 mi pela ANP Rio de Janeiro - A Petrobras ainda aguarda receber R$ 60 milhões da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) referentes à primeira fase do programa de subsídio ao diesel, do governo federal, na primeira semana de junho, afirmou ontem o gerente-executivo de Marketing e Comercialização da estatal, Guilherme França. Os valores dos subsídios da primeira fase, que deveriam ter sido pagos há mais de um mês, estão em discussão entre Petrobras e autarquia. “Houve alguns pontos de desentendimento com a ANP, e a gente está ainda em recurso administrativo”, afirmou França, sem entrar em detalhes. Até o momento, a Petrobras recebeu R$ 1,578 bilhão em subsídios, referentes ao primeiro e segundo períodos da segunda fase do programa, de 8 de junho ao fim de julho. Para França, após críticas do setor, os pagamentos da ANP entraram em normalidade. “Agora acho que destravou”, respondeu, ao ser questionado sobre os atrasos durante a Rio Oil & Gas, evento do setor no Rio de Janeiro. Correção - “A Petrobras não tinha dúvida nenhuma de que estava 100% correta, fazendo jus ao subsídio”, afirmou França, detalhando que os pagamentos atrasados são feitos com correção usando a taxa Selic. A ANP disse anteriormente que a demora para pagar ocorreu devido ao grande número de documentos que precisam ser conferidos para a realização dos pagamentos. (Reuters)


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ECONOMIA COMÉRCIO

Dia das Crianças injetará R$ 2,22 bi na Capital Projeção da CDL-BH é de alta de 1,83% nas vendas frente a igual período de 2017, indicando desaceleração ANA CAROLINA DIAS

Uma das datas comemorativas mais aguardadas no segundo semestre, o Dia das Crianças deve injetar R$ 2,22 bilhões no comércio da capital mineira, com expectativa de crescimento de 1,83% nas vendas em relação ao mesmo período do ano passado segundo projeção divulgada ontem pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH). O percentual de aumento, levemente menor que o de 1,98% registrado em 2017, é associado pelo vice-presidente da CDL/BH, Marco Antônio Gaspar, à lenta retomada da economia e à indefinição do cenário político. “Nosso ritmo de crescimento diminuiu em relação ao ano passado, mas ainda demonstra otimismo por parte dos empresários. O cenário de eleições deixa os lojistas temerosos em relação a investimentos e contratações, por isso que a expectativa não é tão grande”, afirmou Gaspar. Segundo a pesquisa da CDL/BH, que ouviu 268 lojistas, 41,1% dos empresários acredita que as vendas vão aumentar no Dia das Crianças deste ano. Entre eles, a maioria (34,8%) afirmou que o crescimento deve ser de 16% a 20%. Já 35,7% do total de entrevistados esperam que as vendas sejam iguais às de 2017 e 23,2% consideram que o resultado deve ser pior. O percentual de lojistas pessimistas no ano passado era menor, apenas 11,3%. Fatores como o desemprego ainda elevado e o crescimento da inadimplência têm abalado a confiança dos empresários e as percepções em relação às vendas da data. “É um otimismo

cauteloso. Ainda temos uma taxa de desemprego muito alta e a renda não aumentou muito. Outro grande problema é o atraso dos salários dos servidores públicos, que faz com que muitos consumidores tirem dinheiro que estava disponível para consumo, para quitar dívidas ou juros”, explicou. Essa cautela pode ser confirmada pela redução na expectativa do tíquete médio em relação ao Dia das Crianças do ano passado. Os empresários acreditam que valor médio das compras dos belo-horizontinos será de R$ 106,25, enquanto em 2017, o tíquete médio esperado era de R$ 149,23. O levantamento apontou ainda que, para 57,1% dos empresários, a forma de pagamento mais utilizada será a parcelada, no cartão de crédito, em até três vezes. As demais formas de pagamento citadas foram à vista no cartão de crédito (23,2%); cartão de débito (12,5%); dinheiro (5,24%) e parcelado no cartão da própria loja (1,8%). Entre os itens mais procurados na hora de presentear, as roupas devem superar os brinquedos, segundo os empresários. Para 29,2% dos entrevistados, os consumidores vão optar por dar roupas, enquanto 27,7% apostam nos brinquedos como presentes. Em relação ao número de presentes, a maior parte dos empresários (97,6%) acredita que os consumidores vão adquirir apenas um produto. Estratégias – As liquidações e promoções estão entre as principais alternativas para alavancar as vendas no Dia das Crianças na opinião de 64,9% dos lojistas. Além disso, 11,3% citaram o atendimento qualificado e 7,1%

CONSUMO

Neste ano, 29,2% dos lojistas acreditam que as roupas devem ser mais procuradas enquanto 27,7% apostam nos brinquedos

afirmaram que o aumento do emprego para os consumidores são fatores que podem influenciar no momento da compra. Por outro lado, as opções que podem prejudicar as vendas, segundo os empresários, são desemprego (42,9%); falta de agilidade e cordialidade no atendimento (31%); crise financeira/econômica (14,3%) e o aumento do preço de produtos (5,4%). Na opinião de 23,6% dos comerciantes, a divulgação dos produtos é a principal alternativa para impulsionar as vendas no Dia das Crianças e o principal meio utilizado para isso serão as redes sociais. Para 43,7% dos lojistas, essa tem sido a forma mais eficiente para expor os itens e alcançar mais consumidores.

Empresários não sinalizam investimentos Brasília - O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) alcançou 106,1 pontos em setembro, alta de 0,2% ante agosto, na série com ajuste sazonal, informou ontem a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Foi a primeira alta ante o mês imediatamente anterior após cinco meses de queda. Em relação a setembro de 2017, a alta foi de 1,2%. Para a CNC, no entanto, o resultado de setembro não indica tendência de retomada de investimentos no setor. O subíndice relativo aos investimentos recuou pelo quinto mês consecutivo (-0,3%), registrando 94,6 pontos. Desde o último mês de maio, esse indicador acumula queda

de 4,8%, regredindo ao seu menor nível desde dezembro de 2017 (92,46 pontos), informou a CNC. O subíndice de intenção de contratação de funcionários avançou 0,3% em setembro ante agosto, mas, no acumulado desde maio, a queda é de 6,3%. No mesmo período, também acumulam queda as perspectivas de investimentos nas empresas (-3,7%) e nos estoques (-1,9%). Segundo a CNC, setembro marca o início do período de contratações de trabalhadores temporários para as vendas de fim de ano. Nas projeções da entidade, para este Natal haverá oferta de 72,7 mil vagas temporárias - queda de 1,7% em relação às 73,9 mil oferecidas no ano passado.

A CNC frisou ainda que, embora o subíndice da avaliação das condições correntes da economia tenha aumentado 0,9% na passagem de agosto para setembro, e 1,8% ante setembro de 2017, “62,9% dos empresários do varejo observaram deterioração significativa do cenário econômico brasileiro nos últimos meses”, diz a nota divulgada pela CNC. Segundo Fabio Bentes, chefe da Divisão Econômica da CNC, “a desvalorização do real nos últimos meses tem demonstrado potencial para contaminar os preços no médio prazo e poderá se somar às pressões já existentes, advindas de reajustes significativos nos itens com preços administrados”. (AE)

ENERGIA

Número de inadimplentes que pagaram suas dívidas cresce 4,93% em 12 meses São Paulo - Levantamento feito pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) revela que o número de inadimplentes que pagaram suas dívidas cresceu 4,93% no acumulado dos últimos 12 meses. O resultado registrado em agosto deste ano é o mais expressivo desde setembro de 2015, quando o índice cresceu 5,8%. Na comparação mensal entre agosto e julho, o avanço da recuperação do crédito foi de 4,2%. Os dados que compõem o Indicador de Recuperação de Crédito indicam que o volume de quitação de dívidas foi mais expressivo na região Centro-Oeste, com crescimento de 12.39%. Em seguida, vêm as regiões Sudeste (8,31%) e Nordeste (7.09%). Nas regiões Norte e Sul, entretanto, caiu o volume de inadimplentes que regularizaram a situação financeira – os índices foram de -10,38% e -3,10%, respectivamente. No recorte analisado de

ALISSON J. SILVA

acordo com a faixa etária, a maior parte das pessoas que quitaram suas dívidas tem entre 39 e 49 anos, representando 44% do total. Depois, aparecem os consumidores que têm mais de 65 anos (13%) e os jovens entre 18 e 29 anos (12%). No recorte por gênero, as mulheres foram as que mais puseram as contas em dia, totalizando 52% contra 48% dos homens. Segundo o SPC, o aumento da recuperação do crédito no País tem se mantido neutralizado devido à entrada de novos devedores ao longo dos últimos meses, em decorrência dos efeitos da crise e do desemprego. Para o SPC, a inadimplência no País atinge a marca de 41% da população adulta. O Indicador de Recuperação de Crédito mostra a evolução mensal do volume de devedores que deixaram o cadastro de inadimplentes com base no registro de saída de CPFs das bases a que o SPC tem acesso. Os dados são de abrangência nacional. (ABr)

Distribuidoras adiarão reajustes tarifários Os reajustes tarifários a que teriam direito as distribuidoras da Eletrobras que foram privatizadas pela estatal nos últimos meses serão postergados, para ocorrer após a mudança de controle das empresas, decidiu, ontem, a diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em reunião. Na prática, a medida poderá tornar mais difícil a percepção pelos consumidores de descontos na conta de luz resultantes das regras definidas para o processo de venda das distribuidoras. O governo estabeleceu que venceria a disputa pelas elétricas nos leilões realizados pela Eletrobras as empresas que se oferecessem a assumir as operações das concessionárias com a menor tarifa. A Equatorial Energia, por exemplo, ofereceu aos clientes da Cepisa no Piauí uma redução de 8,5% nas tarifas da empresa, mas o desconto será aplicado em conjunto com o reajuste tarifário anual da companhia, que originalmente seria decidido ontem pela Aneel e deverá elevar as tarifas em um percentual

ainda não divulgado. “O objetivo é não causar perturbação nas tarifas dos consumidores em um período muito curto. Não fosse assim, as tarifas da Cepisa iriam subir em função do reajuste de setembro para cair pouco tempo depois em razão da aplicação do deságio (resultante do leilão). Um movimento tarifário único conjugará as duas coisas, mantendo as tarifas mais estáveis”, explicou a Aneel em nota. Os reajustes tarifários aprovados pela Aneel neste ano têm ficado na maior parte das vezes acima dos 10%, e algumas distribuidoras chegaram a ter aumentos na casa dos 20%, como a mineira Cemig e a RGE Sul. A Eletrobras também já acertou a venda de suas distribuidoras no Acre e Rondônia, compradas pela Energisa, e em Roraima, adquirida pela Oliveira Energia. No leilão das companhias, em agosto, a Energisa ofereceu descontos de 3,7% para os clientes do Acre e de 1,75% para os clientes em Rondônia. “É uma medida correta... e que já está em gestação para Ceron, Eletroacre e

FLÁVIO RAMOS/DIVULGAÇÃO

Objetivo é conjugar reajustes e deságios no mesmo momento

Eletrobras Boa Vista (Roraima)... em breve, vamos ter na pauta um encaminhamento similar para essas três concessões”, afirmou o diretor-geral da Aneel, André Pepitone. Essas distribuidoras passariam por reajustes tarifários originalmente em novembro. Com a aprovação da Aneel para o adiamento dos reajustes, os processos tarifários deverão acontecer 45 dias após a assinatura dos contratos de concessão das distribuidoras pelos novos controladores, o que a Ele-

trobras espera que aconteça ainda em 2018. A mudança, no entanto, não deverá prejudicar as compradoras das empresas, uma vez que “diferenças de receitas, a maior ou menor” geradas pelo movimento deverão ser consideradas no momento do cálculo das novas tarifas. A Eletrobras ainda busca vender suas distribuidoras no Amazonas, cujo leilão foi reagendado para 25 de outubro, e no Alagoas, que teve a privatização suspensa devido a uma ação judicial. (Reuters)


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ECONOMIA RICARDO MORAES - REUTERS

CONSTRUÇÃO

Confiança sobe 0,9 ponto, melhorando expectativas Nível pré-greve não é recuperado São Paulo - O Índice de Confiança da Construção (ICST), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), subiu 0,9 ponto em setembro ante agosto, alcançando 80,3 pontos, após ter atingido 79,4 pontos no oitavo mês do ano. Os dados foram divulgados ontem. “As expectativas voltaram a crescer, mas sem conseguir recuperar o patamar pré-greve dos caminhoneiros. Houve um ajuste para baixo na percepção relativa ao cenário no curto prazo que afetou o setor como um todo”, apontou Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV. “No entanto, as empresas de infraestrutura, mais suscetíveis ao ambiente de incerteza atual, foram mais impactadas e ainda não mos-

tram sinais de melhora na confiança”, ressaltou. O movimento de melhora das expectativas foi sustentado tanto pela avaliação sobre a situação atual quanto pelas expectativas futuras, destaca o Ibre/FGV. Enquanto o Índice de Situação Atual (ISA) subiu 0,7 ponto, aos 72,4 pontos (maior nível desde junho de 2015), o Índice de Expectativas (IE) avançou 1,0 ponto, para 70,8 pontos (maior nível desde julho de 2015). O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) teve alta de 1,4 ponto porcentual, atingindo 66,4%, no maior patamar desde fevereiro de 2016 (67,0%). Ao mesmo tempo, o Nuci de Mão de Obra e o de Máquinas e Equipamentos trabalharam em expansão, com variações de 1,4 p.p. e 1,2 p.p., respectivamente.

FGV aponta melhora tanto da avaliação sobre a situação atual da construção civil quanto das expectativas futuras

O Ibre/FGV aponta que a confiança empresarial ainda se encontra em patamar muito distante dos níveis anteriores à crise econômica, datando o terceiro trimestre de 2013 como referência. O cenário foi apontado como “bastante desafiador” pelo instituto, já que a diferença entre o cenário atual e o período pré-crise é igualmente grande entre os três principais subsetores da

Construção Civil: “A recuperação da atividade tem se dado em ritmo muito lento, o que alimenta as incertezas empresariais”, comentou Ana Maria Castelo. Custo - O Índice Nacional de Custo da Construção Mercado (INCC-M) subiu 0,17% em setembro, mostrando desaceleração ante a alta de 0,30% registrada em agosto, divulgou ontem

a FGV. O grupo Materiais, Equipamentos e Serviços apresentou alta de 0,38%, após marcar 0,65% no oitavo mês deste ano. Já o índice referente à Mão de Obra não registrou variação pelo segundo mês consecutivo. Das sete capitais analisadas, quatro registraram desaceleração em suas taxas de variação em setembro ante agosto: Brasília (de 0,15% para 0,13%), Belo Horizonte

(de 0,51% para 0,29%), Porto Alegre (de 0,43% para 0,22%) e São Paulo (de 0,28% para 0,10%). Em contrapartida, houve aceleração em Salvador (de 0,21% para 0,23%), Recife ( de 0,30% para 0,35%) e Rio de Janeiro (de 0,20% para 0,22%). O INCC-M é calculado com base nos preços coletados entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência. (AE)

HABITAÇÃO

IMÓVEIS

Moody’s avalia que eleição representa risco para grandes construtoras

Lançamentos e vendas registram avanço

São Paulo - Mesmo que todos os principais candidatos à Presidência tenham manifestado apoio aos programas de subsídio habitacional, a eleição de outubro ainda representa riscos para as grandes construtoras brasileiras, ponderou ontem uma executiva da Moody’s. Os lucros das companhias aéreas também podem ser impactados se os resultados da eleição prejudicarem o valor do real, acrescentou a agência de classificação de risco. A chefe da equipe de finanças corporativas para América Latina da agência, Marianna Waltz, disse em entrevista que nenhum candidato planeja mudanças estruturais no “Minha casa, minha vida”, que é uma questão fundamental para a rentabilidade das construtoras. Entretanto, a executiva afirmou que qualquer deterioração nas contas públicas após a eleição ou uma retração na confiança do consumidor poderia deixar o setor significativamente exposto. “Não parece que teremos mudanças materiais no atual panorama regulatório, o que é positivo. Dito isso, se a economia não está indo bem, se houver uma reversão no sentimento do mercado, a demanda não estará lá”, apontou Waltz. “Além disso, se as contas fiscais do governo não estiverem em boa forma, talvez a estrutura política esteja lá, mas, na prática, o dinheiro não estará lá para ser emprestado”. Os comentários de Waltz destacam os riscos para algumas das maiores construtoras da América Latina, como a MRV. Executivos do

setor tentaram assegurar aos investidores nos últimos meses que qualquer mudança no subsídio de imóveis será pequena, embora alguns analistas tenham sinalizado possíveis cortes no período pós-eleitoral, quando os políticos podem ter menos ressalvas em cortar programas populares. Aviação - A indústria de aviação também pode sofrer se as eleições desencadearem uma nova liquidação no real, dado que companhias aéreas recolhem a maior parte de sua receita em reais, mas possuem uma dívida significativa em dólar, segundo Waltz. Por outro lado, as principais empresas de telecomunicações como a Telefônica Brasil podem emergir como vencedoras se o próximo Congresso conseguir dar prosseguimento às reformas para reduzir a regulação sobre o setor, falou a executiva. Parlamentares há anos vêm adiando uma legislação que libera bilhões de dólares em investimentos em tecnologias como banda larga de alta velocidade, isentando os grupos de telecomunicações de certas amarras regulatórias, mas a impopularidade recorde do atual governo provocou uma grande desaceleração nas atividades legislativas. De acordo com a mais recente pesquisa eleitoral do Ibope, divulgada na segunda-feira, Jair Bolsonaro, do PSL, e Fernando Haddad, do PT, têm as maiores intenções de voto. Entre os dois, o mercado em geral prefere Bolsonaro, apesar de suas visões ultraconservadoras, dados seu apoio declarado às políticas de livre mercado. (Reuters)

São Paulo - Os lançamentos e as vendas de imóveis cresceram 21,4% e 11,6%, respectivamente, de janeiro a julho na comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), feita em parceria com a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc). Segundo o levantamento, os lançamentos de imóveis novos somaram 45.113 unidades nos sete primeiros

meses deste ano, enquanto as vendas no período atingiram 64.065 unidades. Apenas em julho, os lançamentos totalizaram 4.169 unidades, representando uma queda de 37,1% sobre o mesmo mês do ano passado. Já as vendas, em julho, totalizaram 8.514 unidades, alta de 11,5%. Nos últimos 12 meses encerrados em julho, foram lançadas 90 463 unidades, uma expansão de 23,9%. No mesmo intervalo, as vendas atingiram 116.074

unidades, uma expansão descontados os distratos) de +13%. somaram 5.626 unidades (+16,5%) em julho, enquanto Alto e médio padrão - No no acumulado de janeiro acumulado de janeiro a ju- a julho atingiram 47.139 lho, os lançamentos de imó- unidades (+27,8%). veis de alto e médio padrão Conforme a pesquisa, a cresceram 103,6% e os de relação entre os distratos imóveis enquadrados no e as vendas no acumulado “Minha casa, minha vida” deste ano está em 26,4%. (MCMV) subiram 1,5%. Já Especialmente, no segmento as vendas no acumulado de médio e alto padrão está de 2018 recuaram 2,8% no em 34,2% e no MCMV atinge segmento de alto e médio 17,4%. Apenas em julho, o padrão, enquanto no MCMV total de distratos foi de 2.887 subiram 19,6%. unidades representando As vendas líquidas (já 33,9% das vendas. (AE)

PESQUISA

Parceiro maior ajuda pequena empresa São Paulo - Pequenas empresas podem se beneficiar de parcerias com médias e grandes companhias, com ganhos econômicos e em inovação. A recomendação foi apontada por uma pesquisa realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), apresentada ontem no Fórum Encadear, em São Paulo. O evento reúne pequenas e grandes empresas para discutir possibilidades de negócios conjuntos. A pesquisa foi realizada com 569 micro e pequenos empresários (MPEs) que já participaram do programa de relação com grandes empresas do Sebrae, chamado de “encadeamento produtivo”. A iniciativa busca identificar demandas de grandes firmas e apoiar MPEs, como startups, capacitando-as para apresentar propostas e poder celebrar negócios. De acordo com a pesquisa, para 69% dos ouvidos, a parceria com uma grande empresa resultou em melhoria da produtividade, em média de 27%. Do total, 62% revelaram que o fatu-

ramento também melhorou, com média de 26%. Em 45% dos casos, foi registrada uma ampliação no número de pessoas ocupadas. Para metade, houve acréscimo também na lucratividade, em média de 23%. Conforme os empresários consultados, a parceria teve impactos positivos também na melhoria das tecnologias adotadas. Do total, 77% relataram benefícios em termos de inovação. As mudanças ocorreram no processo produtivo (66%), gestão (56%), produto (41%), marketing (36%) e design (18%). Turbinas - Um dos casos bem-sucedidos discutidos no evento foi o da empresa de manutenção de turbinas GE Celma, sediada em Petrópolis (RJ) e ligada ao conglomerado estadunidense General Electric. A firma revisa motores de grande porte para diversas linhas áreas e para operadoras de carga, como a Fedex. “A gente precisava melhorar a atuação com parceiros locais. Um dos grandes gargalos é o fornecimento

de ferramentas especiais. A gente tem carência grande de fornecedores para prover essas ferramentas”, revelou o diretor executivo da empresa, Julio Nalon. Segundo o executivo, em parceria com o Sebrae, 10 potenciais fornecedores foram selecionados, recebendo 90 horas de treinamento e 550 horas de consultoria especializada. Dessas, três empresas se tornaram fornecedores, faturando R$ 2 milhões na oferta de ferramentas à GE Celma. De acordo com o diretor, a parceria gerou redução de 5% no prazo de entrega, diminuição de 14% do custo e aumento de 40% do índice de competitividade. Uma das empresas está sendo qualificada pelo maior fornecedor de ferramentas da GE para atuar como seu representante no Brasil, vendendo para outras unidades de aviação da GE. Varejo - Um dos casos apresentados no evento foi o da rede de varejo Renner. Segundo o diretor executivo da companhia, Vinicios

Meneguzzi Malfatti, a direção tomou a decisão de trabalhar com um patamar de pelo menos 70% de produtos brasileiros, entre os quais aqueles fabricados por pequenas oficinas de costura. Um dos casos, exposto no evento, foi o da oficina Pamela Caseados, da cidade de Pomerode, em Santa Catarina. De acordo com o diretor executivo, Eden Weege, com 12 anos a empresa trabalhava para equilibrar as contas. Com a participação no projeto, informou, recebeu consultoria e formação em organização de finanças, gestão de pessoas e processos de produção. Após a participação, a empresa registrou faturamento 23% maior, na comparação entre o primeiro semestre de 2017 e o primeiro semestre de 2018. A produtividade, sem investimento em tecnologia, aumentou 67%. O retrabalho interno foi reduzido em 22%. No período, seis novos postos de trabalho, diminuindo a rotatividade dos trabalhadores. (ABr)


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ECONOMIA CARTÕES DE CRÉDITO

Fraudes pelo celular crescem no País Nos primeiros oito meses deste ano, foram detectados mais de 6,7 milhões de golpes Brasília - O número de fraudes envolvendo cartões de crédito em transações pelo celular tem aumentado no País. Segundo levantamento do laboratório de cibersegurança da Psafe, entre janeiro e agosto deste ano, já foram detectados mais de 6,7 milhões de golpes envolvendo bancos ou cartão de crédito no ambiente mobile. Ao todo, são 3,6 fraudes por minuto. No total, foram detectados 920 mil golpes na internet com o objetivo de roubar dados financeiros de consumidores para clonar cartões de crédito neste ano. Os meses de junho e julho tiveram os maiores registros, com 343,5 mil e 388 mil respectivamente. Os menores índices foram registrados em março (10 mil ataques) e abril (6,5 mil ataques). Neste ano, já foram identificadas 5,8 milhões de tentativas de golpes a bancos. Especialistas da PSafe apontam que não é possível determinar a motivação dos golpes. No entanto, o laboratório avalia que os dados variam de acordo com a sazonalidade e “criatividade” dos hackers. O aumento nos casos de golpes registrados nos meses de junho e julho pode estar associado ao período de férias escolares, em que as famílias costumam viajar mais e, consequentemente, usar mais o cartão de crédito. Segundo os especialistas, hackers têm se aproveitado cada vez mais de contextos reais para criar golpes com um visual bastante crível, o que também influencia o aumento dos casos de fraude. O levantamento foi baseado na coleta de dados de detecções e bloqueios de ciberataques aos aparelhos dos mais de 20 milhões de usuários com o aplicativo de segurança DFNDR, nos referidos períodos. Alerta - De acordo com a diretora

MARCELLO CASAL JR - AGENCIA BRASIL

Entidades aconselham consumidor a desconfiar de ofertas muito generosas

do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor do Ministério da Justiça, Ana Carolina Pinto Caram Guimarães, a pasta tem alertado os consumidores para verificarem a procedência dos sites e, principalmente, desconfiar de facilidades extremas oferecidas pelos estabelecimentos virtuais. “Quando se fala de fraude, vai além de uma relação de consumo. É um crime praticado por pessoas que usam de má-fé, se apropriam de dados do consumidor para se beneficiar indevidamente. Alguns

benefícios oferecidos não são reais, são produtos com preços fora do valor real de consumo, sites que não têm índole boa. Tudo que tem muita facilidade, a gente convida o consumidor a ficar atento”, disse a diretora à Agência Brasil. Segundo Ana Carolina Guimarães, o consumidor deve ficar atento às suas movimentações financeiras e comunicar imediatamente aos bancos ou às instituições financeiras caso verifique alguma inconsistência. “Entre em contato com banco e

peça o cancelamento do que estiver em desacordo. O consumidor também tem seu papel de verificar toda movimentação financeira. Os bancos ou estabelecimentos comerciais que não cancelarem imediatamente ou que não cuidarem de suas relações de consumo, como falha de segurança, vão responder juridicamente por essas falhas”, acrescentou. Segundo a diretora, instituições financeiras têm aprimorado suas tecnologias para evitar golpes e fraudes aos clientes. “Há o caso de um banco que instalou o reconhecimento digital nas operações realizadas pelo celular e essa atitude reduziu mais de 80% nas fraudes no sistema. É necessário o constante aperfeiçoamento das tecnologias para que haja o efetivo combate desses golpes”, avaliou. Dicas - Para evitar fraudes, a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) sugere que o usuário pesquise as opiniões dos clientes do estabelecimento antes de realizar transações em plataformas de venda on-line. Além disso, o órgão aconselha os compradores a buscarem empresas que forneçam o endereço físico no site, CNPJ e um telefone de atendimento ao consumidor; e orienta ainda a desconfiar de ofertas muito generosas e a comparar produtos similares em outros fornecedores. A Senacon oferece ainda a plataforma Consumidor.gov.br, que reúne reclamações e avaliações dos clientes. O sistema permite a interlocução direta entre consumidores e empresas para solução de conflitos de consumo pela internet. Segundo o ministério, 80% das reclamações registradas no sistema são solucionadas pelas empresas, que respondem às demandas dos consumidores em um prazo médio de sete dias. (ABr)

Setor movimenta R$ 720 bilhões São Paulo - O setor de cartões movimentou R$ 720 bilhões no primeiro semestre, aumento de 13,6% ante o mesmo período do ano passado, conforme dados divulgados pela Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs). No período, os plásticos da modalidade crédito responderam por R$ 450 bilhões, elevação de 14%, na mesma base de comparação. No débito, a cifra chegou a R$ 265,4 bilhões no semestre, expansão de 12,3% em um ano. “O crescimento do mercado de meios de pagamentos eletrônicos bem acima do desempenho da economia mostra o vigor desse segmento e o potencial que existe para a migração de uso de pagamentos”, avaliou o presidente da Abecs, Fernando Chacon, em coletiva de imprensa, ontem. Atualmente, os cartões representam 34% no consumo das famílias. Segundo Chacon, a meta do setor é quase dobrar essa participação, chegando a 60% em quatro anos. O presidente da Abecs ressaltou ainda o desempenho dos cartões pré-pagos, que, no primeiro semestre, somaram R$ 4,6 bilhões, cifra 62,3% maior do que a vista um ano antes. A modalidade, lembrou ele, abrange as contas de pagamentos. O número de transações com cartões no primeiro semestre foi a 8,8 bilhões, crescimento de 15%. Os cartões de crédito foram usados 4,4 bilhões de vezes pelos brasileiros e os de débito 4,3 bilhões de vezes. Nos cartões pré-pagos, foram registradas 69,6 milhões de transações. (AE)

ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL

Mercado ganha espaço entre empresários no País Santiago - Em crescimento apesar das turbulências econômicas globais e regionais, o mercado da alimentação saudável tem atraído empresários brasileiros. Enquanto algumas empresas nascem com a proposta de fornecer alimentos livres de conservantes ou açúcar, outras se adaptam para atender às novas necessidades dos consumidores. A demanda vem dos mercados interno e externo. Exportar produtos típicos brasileiros com o valor agregado conferido pelo selo de alimento saudável é bom negócio. Um relatório da agência de pesquisas Technavio estima um crescimento anual de 6% para o mercado global de alimentação saudável até 2020. Para o Brasil, a agência Euromonitor Internacional projetou crescimento anual de 4% desse mercado até 2021. O administrador de empresas e ex-chefe de cozinha Matheus Mariani iniciou a incursão no ramo vendendo para o mercado brasileiro. Após cerca de três anos desenvolvendo os produtos, em 2016 ele fundou a Alquimia da Saúde, uma fábrica de suplementos alimentares sem aditivos químicos. “Eu já trabalhei com eventos, já fui dono de restaurante. Mas vi que estava tendo essa necessidade de as pessoas se alimentarem melhor de uma forma prática. Meu cunhado era atleta de mountain bike e sempre pedia que eu desenvolvesse algo para ele. Suplementos naturais, nada de química, nada de refinados. Comecei a desenvolver, no início, de maneira bem informal”, conta. A ideia deu certo, no entanto, e se transformou na fábrica hoje com sede em Itajaí, Santa Catarina.

ALISSON J. SILVA

Mariani explica que sua formação em gastronomia e a experiência como chefe em restaurantes conceituados da Europa ajudaram na criação dos produtos, que incluem vitaminas em cápsulas, pós e óleos essenciais. O uso de um processo diferenciado na fabricação permite dispensar os aditivos. “A partir de uma técnica chamada spray dryer você consegue microencapsular um produto, mas precisa da maltodextrina, um aditivo que é um carboidrato e retira toda a fibra. Nós fazemos de forma diferente. O açaí, por exemplo, uma fruta gordurosa, precisa de aditivo para desidratar. Mas a gente usa um processo chamado liofilização, um ultracongelamento que desidrata (sem aditivo)”, diz o empresário. Segundo ele, atualmente os suplementos da Alquimia da Saúde são vendidos em todo o País. Interesse em exportar - “Começamos com e-commerce para pessoa física. Agora, as lojas de produtos naturais começaram a nos procurar”, relata. Matheus Mariani e o pai, Maurício Danilo Mariani, sócio investidor da empresa, também decidiram que chegou a hora de exportar. Com outras 61 empresas brasileiras, eles participam esta semana de rodadas de negócios na LAC Flavors, uma feira de bebidas e alimentos promovida pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) em Santiago, Chile. “A tendência no Brasil é querer tudo fino, tudo coado. Lá fora, eles perceberam a importância da fibra, do integral, há um tempo, antes da gente”, destaca Matheus. Na feira, a empresa fará rodadas de negócios com potenciais compradores do

Agência Euromonitor Internacional estima um avanço anual de 4% do segmento no Brasil até 2021

Chile, Austrália, Ásia e Estados Unidos. A participação das empresas brasileiras foi articulada pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), que organizou um stand para exposição dos produtos do Brasil. Matheus Mariani acredita em um mercado cada vez mais favorável aos produtos naturais, inclusive com redução de preços. “Nós somos co-criadores desse preço alto (dos produtos orgânicos). Quanto mais a gente consumir, mais vai crescer o volume de produtos disponíveis e mais vai baratear”.

Adaptação - O interesse crescente por produtos mais saudáveis também leva empresas a se adaptarem. É o caso da fabricante de bebidas Refrix, da cidade de Tietê, no interior de São Paulo. No mercado há 45 anos com os refrigerantes Xereta, há cerca de oito anos a empresa tratou de diversificar seu portfólio, após estudos de mercado apontarem uma maior preocupação do consumidor com a saúde. A empresa ingressou no mercado de produtos saudáveis com a água de coco Vittal, anunciada como livre de conservantes. Segundo Daniela Echeverri Fierro, encarregada de

exportações da Refrix, o produto vem diretamente de frutas adquiridas no Nordeste. É feita uma pasteurização, ou seja, um aquecimento a altas temperaturas, e isso garante a conservação por cerca de um ano. Em outubro, a empresa lançará seu segundo produto da linha natural: chás em lata também sem açúcar e aditivos. A Refrix, no entanto, continua promovendo os refrigerantes. A companhia já está no mercado exportador há alguns anos, com vendas para Paraguai, Uruguai, Guiana Francesa, Estados Unidos, Japão, Inglaterra, Portugal e Alemanha. (ABr)


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INTERNACIONAL CRISE ECONÔMICA

Greve geral paralisa a Argentina Entre as insatisfaçþes da população estå a política de endividamento do governo Macri Buenos Aires - Uma greve geral de 24 horas em protesto contra o ajuste promovido pelo presidente Mauricio Macri paralisou ontem os principais setores da Argentina, como transporte, bancos e exportaçþes de grãos, em meio à grave crise econômica que vem atingindo o país. O protesto iniciado pela Confederação Geral do Trabalho (CGT), a principal central sindical do país sul-americano, busca que o governo promova aumentos salariais que compensem a inflação, que deve ultrapassar 40% em 2018, e tambÊm que suspenda as demissþes no setor público, entre outros aspectos. A CGT e outros grupos sindicais que aderiram à greve

protestam tambĂŠm contra a polĂ­tica de endividamento do governo, que estĂĄ negociando um novo acordo com o Fundo MonetĂĄrio Internacional (FMI) para ampliar uma linha de crĂŠdito de US$ 50 bilhĂľes acordada em junho para superar a instabilidade cambial. O acordo entre a Argentina e o FMI deve ser fechado nos prĂłximos dias. “NĂŁo sĂŁo os dirigentes, ĂŠ o povo que estĂĄ dizendo ‘basta’â€?, afirmou o lĂ­der do poderoso sindicato dos caminhoneiros, Hugo Moyano, em entrevista coletiva. Geralmente lotadas por engarrafamentos, as ruas de Buenos Aires registravam trĂĄfego pequeno e, no centro da cidade, as buzinas e os ruĂ­dos do motor deram lugar ao silĂŞncio.

Forte adesĂŁo - Na regiĂŁo de RosĂĄrio, onde estĂĄ localizado o maior polo agro-exportador da Argentina, os embarques de grĂŁos e derivados foram interrompidos pelo protesto dos trabalhadores. “A atividade dos portos (na ĂĄrea de RosĂĄrio) ĂŠ zero, nĂŁo hĂĄ carga ou descarga de naviosâ€?, disse o gerente da Câmara de Atividades PortuĂĄrias e MarĂ­timas, Guillermo Wade. Docentes e funcionĂĄrios pĂşblicos se uniram Ă greve iniciada por alguns sindicatos 12 horas antes, ainda na segunda-feira (24). A turbulĂŞncia financeira, gerada pela desvalorização do peso argentino em 50% de seu valor atĂŠ agora este ano, alimentou uma inflação jĂĄ alta e paralisou a atividade

MARCOS BRINDICCI/REUTERS

Trabalhadores foram Ă s ruas protestar contra o governo

econômica, o que levou a um aumento do desemprego e a uma profunda perda do poder de compra da população. Ontem, a renúncia do

presidente do banco central argentino, Luis Caputo, voltou a gerar incertezas e a pressionar o peso contra o dĂłlar. (Reuters)

ASSEMBLEIA-GERAL DA ONU

Trump ataca o IrĂŁ e pede reformas no comĂŠrcio Nova York - O presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, criticou o IrĂŁ ontem, descrevendo o paĂ­s como uma “ditadura corruptaâ€? que estĂĄ roubando da população para pagar por agressĂľes no exterior, usando seu discurso na Assembleia-Geral da Organização das Naçþes Unidas (ONU) para enviar uma mensagem dura a TeerĂŁ. “Os lĂ­deres do IrĂŁ semeiam o caos, a morte e a destrui-

GRUPAMENTO DE APOIO DE LAGOA SANTA

çãoâ€?, disse Trump, durante o encontro anual. “Eles nĂŁo respeitam os vizinhos, fronteiras ou os direitos de soberania das naçþesâ€?. Trump fez uma comparação entre o relacionamento dos EUA e IrĂŁ com o que descreveu como laços melhores com o lĂ­der norte-coreano, Kim Jong-un, a quem elogiou por interromper testes nucleares e de mĂ­sseis e por devolver restos mortais de militares norte-americanos

MINISTÉRIO DA DEFESA

GOVERNO FEDERAL

AVISO DE ALTERAĂ‡ĂƒO PregĂŁo EletrĂ´nico SRP nÂş: 30/GAPLS/2018 OBJETO: Aquisição de cestas bĂĄsicas. ENTREGA DAS PROPOSTAS: a partir de 26/09/2018. ABERTURA DAS PROPOSTAS: dia 08/10/2018 as 09:00, no site: www.comprasnet.gov.br. EDITAL E ESPECIFICAÇÕES: encontra-se no site: www.comprasnet.gov.br e Telefones: (31) 3689-3665 / 3419 MARCELO ANDRADE MARTINELLI Ten Cel Int Ordenador de Despesas

BP BIOENERGIA CAMPINA VERDE LTDA. CNPJ/MF n° 08.175.907/0001-01- NIRE 31.207.613.473 Ata de ReuniĂŁo de SĂłcios Datada de 11 de Setembro de 2018 I. BP BiocombustĂ­veis S.A., com sede na cidade de SĂŁo Paulo/SP, inscrita no CNPJ/MF sob o nÂş 08.204.974/000107, com seus atos constitutivos devidamente arquivados perante JUCESP sob o NIRE 35.300.333.225, neste ato representada na forma de seu Estatuto Social, por seus Diretores, os Srs. Marcus Miranda Schlosser, RG nÂş 2.726.163-8 SSP/SC, CPF/MF nÂş 007.915.539-14 e Wilson Lucena MaranhĂŁo Neto, RG nÂş 907122 - SSP/AL, CPF/MF nÂş 020.752.914-03; e II. BP Bioenergia Itumbiara S.A., com sede na cidade de Itumbiara/GO, inscrita no CNPJ/MF sob nÂş 08.517.600/0001-33, com seus atos constitutivos devidamente arquivados perante a JUCEG sob o NIRE 52.300.012.457, neste ato representada na forma de seu Estatuto Social, por seus Diretores, os Srs. Marcus e Wilson, acima qualiďŹ cados; Ăşnicas sĂłcias da BP Bioenergia Campina Verde Ltda., sociedade limitada, com sede na Rua Principal, Fazenda Recanto, Zona Rural, Caixa Postal 01, CEP: 38.300-898, cidade de Ituiutaba/ MG, Estado de Minas Gerais, inscrita no CNPJ/MF sob o nÂş 08.175.907/0001-01, com seus atos constitutivos devidamente arquivados perante a JUCMG sob o NIRE 31.207.613.473, resolvem, por unanimidade: (i)aprovar a redução do capital social da Sociedade, passando dos atuais R$255.852.566,00 para R$222.852.566,00, uma redução, portanto, no valor de R$33.000.000,00, mediante o cancelamento de 33.000.000 quotas, de modo que o capital social da Sociedade passa a ser representado por 222.852.566,00 quotas no valor nominal de R$1,00 cada uma. (ii) Consignar que, nos termos do artigo 1.084, §1° do CĂłdigo Civil, durante o prazo de 90 dias contado da data de publicação da presente ata, eventuais credores quirografĂĄrios por tĂ­tulos que sejam anteriores Ă referida data de publicação poderĂŁo se opor Ă redução do capital social da Sociedade ora deliberada. (iii) Consignar, ainda, que a redução de capital da Sociedade ora deliberada somente se tornarĂĄ efetiva, ďŹ ndo o prazo mencionado no item (ii) acima mediante inexistĂŞncia de oposição de credores quirografĂĄrios por tĂ­tulos anteriores Ă data de publicação da presente ata ou existindo oposição de algum credor, mediante pagamento de seu crĂŠdito ou depĂłsito judicial da importância respectiva, conforme disposto no artigo 1.084, §2° do CĂłdigo Civil, ocasiĂŁo na qual os sĂłcios deverĂŁo promover a alteração do Contrato Social da Social de forma e reetir a referida decisĂŁo.(iv) Consignar por ďŹ m que a quantia total da redução do capital social da Sociedade, no montante de R$33.000.000,00, serĂĄ restituĂ­da aos sĂłcios proporcionalmente Ă participação de cada um no capital social da Social da seguinte forma (i) Ă sĂłcia BP Bioenergia Itumbiara S.A., mediante o pagamento, em moeda corrente nacional de R$1,00 e (ii) Ă sĂłcia BP BiocombustĂ­veis S.A., mediante o pagamento, em moeda corrente nacional de R$32.999.999,00. (v) Transcorrido o prazo de 90 dias, os sĂłcios providenciarĂŁo o correspondente instrumento de alteração ao contrato social da Sociedade, reetindo todas as deliberaçþes e condiçþes estabelecidas neste ato, instrumento este que, juntamente com a presente ata, serĂĄ levado a registro perante a JUCMG. Nada mais havendo a tratar, a presente ata foi devidamente aprovada e assinada. Minas Gerais, 11/09/2018. BP BiocombustĂ­veis S.A.Por: Marcus Miranda Schlosser, Por: Wilson Lucena MaranhĂŁo Neto; BP Bioenergia Itumbiara S.A. Por: Marcus Miranda Schlosser, Por: Wilson Lucena MaranhĂŁo Neto.

da Guerra da Coreia. Demandas americanas - O presidente norte-americano usou seu discurso para pedir reformas no comĂŠrcio internacional e insistiu que seu principal objetivo como presidente ĂŠ proteger a soberania norte-americana. Ele pediu que a Organização de PaĂ­ses Exportadores de PetrĂłleo (Opep) pare de aumentar os preços do petrĂłleo e criticou as prĂĄticas comerciais da China. Trump provocou alguns ELEIÇÕES SINDICAIS O SINDICATO DOS OFICIAIS MARCENEIROS DE BELO HORIZONTE E REGIĂƒO - SINDMAR, entidade sindical de primeiro grau com sede Ă Rua CarijĂłs, 141, Conj. 205, 2Âş andar, Centro, Belo Horizonte/MG, usando de suas atribuiçþes prescritas nos artigos 74, 76, 79 e 80 de seu Estatuto, faz saber que ao realizar a eleição para composição de sua Diretoria Administrativa, seu Conselho Fiscal e seu Conselho de Representantes, nos dias 19, 20 e 21 de setembro de 2018, foi eleita com 96% dos votos vĂĄlidos, para um mandato de 11/11/2018 a 10/11/2021, a chapa “RECONSTRUINDO A LUTAâ€?, composta pelos seguintes nomes: ALBERTO RAPHAEL BRAGA NETO, ADEILDO SILVA DA COSTA, CARLOS HENRIQUE DIAS, FERNANDO CARLOS DA SILVA, FERNANDO PEREIRA LOPES, FREDERICO DE JESUS SARAIVA, GISLEY DA SILVA RODRIGUES JUNIOR, JOSÉ CARLOS DA SILVA, MARGARETE FERREIRA VIEIRA, PEDRO HENRIQUE ALVES BARROS, RAFAEL PEREIRA DE SOUZA, REINALDO DE OLIVEIRA, VERA LUCIA MALTA PINHEIRO e VICENTE DE PAULA SILVA. Comunica ainda que a diretoria eleita farĂĄ uma reuniĂŁo para escolha de seu presidente e distribuição dos demais cargos e tomarĂĄ posse no dia 11 de novembro de 2018. Belo Horizonte, 25 de setembro de 2018. Diogo Tadeu Souza InĂĄcio - ComissĂŁo Eleitoral. Adriano Reis da Silva – Presidente do SINDMAR.

murmĂşrios da plateia de lĂ­deres mundiais e diplomatas presentes quando declarou que tinha realizado mais como presidente do que quase qualquer outra administração na histĂłria. “Eu nĂŁo esperava essa reação, mas tudo bemâ€?, afirmou ele. Mas a principal mensagem de Trump foi destinada ao IrĂŁ e tenta criar uma tensĂŁo entre TeerĂŁ e seu povo, dias depois de um ataque no sudoeste iraniano, durante um desfile militar, que matou 25 pessoas e desestabilizou o paĂ­s. Em declaraçþes a repĂłrEDITAL DE CONVOCAĂ‡ĂƒO DE AGE O Presidente da COOPERATIVA DO TRANSPORTE SUPLEMENTAR DE BELO HORIZONTE – COOPETRANS BH – MG, CNPJ 04.656.208/000114, no uso das atribuiçþes conferidas pelo Estatuto Social, convoca os senhores associados, que nesta data somam-se 110 (cento e dez) em pleno gozo de seus direitos sociais para se reunirem em Assembleia Geral ExtraordinĂĄria que se realizarĂĄ na Rua Doutor Ă lvaro Camargo, 99, Bairro SĂŁo JoĂŁo Batista, Belo Horizonte - MG, no dia 05 de outubro de 2018. A Assembleia Geral ExtraordinĂĄria em primeira convocação realizar-se-ĂĄ em primeira convocação Ă s 08:00 horas, com a presença de 2/3 dos associados, em segunda convocação Ă s 09:00 horas, no mesmo dia e local, com a presença de metade mais um do nĂşmero total de associados, e persistindo a falta de quĂłrum legal, em terceira e Ăşltima convocação, Ă s 10:00 horas, com D SUHVHQoD PtQLPD GH GH] DVVRFLDGRV D ÂżP GH deliberarem sobre a seguinte ORDEM DO DIA: Pauta GD $*( , Âą $SUHVHQWDomR GD VLWXDomR ÂżQDQFHLUD GD COOPETRANS. II – Tomada de decisĂŁo para novo valor das mensalidades. III – Tomada de decisĂŁo sobre o aumento de nĂşmero de cotas por cooperado. IV – Assuntos Gerais de interesse da Cooperativa. Belo Horizonte MG, 25 de setembro de 2018. Mauricio dos Reis - Presidente

CERTIDĂƒO ESPECĂ?FICA A SecretĂĄria-Geral da Junta Comercial do Estado de Minas Gerais CERTIFICA, nos termos do art. 29 da Lei Federal nÂş 8.934, de 18 de novembro de 1994, nos arts. 78, inciso III e 81 do Decreto nÂş 1.800, de 30 de janeiro de 1996; da Instrução Normativa IN/DREI nÂş 20, de 5 de dezembro de 2013, a requerimento, conforme protocolo de nĂşmero 18/503.759-3, que consta no Cadastro Estadual de Empresas Mercantis, formado e organizado por esta Junta Comercial na forma disciplinada no art. 7Âş, VIII, do Decreto 1800/1996, registro de CONSORCIO ENECON EBEI LONDRINA, CONSORCIO DE SOCIEDADES, NIRE 3150022247-4, CNPJ 31.254.825/0001-66, ATIVA, com sede na RUA MATO GROSSO, 960, ANDAR 6, %$,552 6$172 $*267,1+2 %(/2 +25,=217( 0* FRP GDGRV TXH HP UHVXPR D VHJXLU VH HVSHFLƢFDP Ato/Evento

Data Aprovação

Nº Aprovação

Data Assinatura

CONTRATO

16/08/2018

31500222474

26/07/2018

&HUWLƢFD SRU GHUUDGHLUR VHUHP HVWHV RV ŸQLFRV DWRV UHJLVWUDGRV QHVWD -XQWD &RPHUFLDO DW D SUHVHQWH GDWD 2 UHIHULGR  YHUGDGH 'RX I -XQWD &RPHUFLDO GR (VWDGR GH 0LQDV *HUDLV 1DGD PDLV Belo Horizonte, 20 de Setembro de 2018.

Serranorte AgropecuĂĄria Ltda. CNPJ nÂş 02.336.467/0001-32 - NIRE 3120535183-8 Edital de Convocação para Realização de Assembleia Geral ExtraordinĂĄria Serranorte AgropecuĂĄria Ltda (“Sociedadeâ€?), pessoa jurĂ­dica de direito privado, constituĂ­da sob a forma de sociedade empresĂĄria limitada, inscrita no CNPJ/MF sob o n.Âş 02.336.467/0001-32, registrada na JUCEMG sob o NIRE 3120535183-8, com sede na Fazenda Marangaba, s/n, Km 214, BR 365, Buritizeiro/MG, CEP 39.280-000, por meio de seu administrador Ronaldo Ribeiro Tavares, brasileiro, casado, empresĂĄrio, portador do documento de identidade nÂş 854.853, expedido pela SSP/MG, inscrito no CPF sob o nÂş 452.297.836-72, no uso de suas atribuiçþes, conforme art. 1.072 do CĂłdigo Civil e clĂĄusula dĂŠcima do Contrato Social da Sociedade, convoca os sĂłcios da Sociedade a se reunirem em Assembleia Geral ExtraordinĂĄria, a ser realizada na extraordinariamente e visando mitigar despesas, bem como otimizar a participação dos sĂłcios, Ă Rua Roma, n. 26, sala 305 (sede do grupo Ribeiro Tavares) – Complexo Paisagem Parque, EdifĂ­cio Horizonte, em Belo Horizonte/MG, CEP 30.360-680, no dia 05 (cinco) de outubro de 2018, Ă s 14 horas, para deliberar sobre os seguintes assuntos, que compĂľem a ordem do dia: 1.1. A exposição e anĂĄlise da situação ďŹ nanceira da Sociedade; 1.2. A deďŹ nição das condiçþes de venda dos ativos da Sociedade, ou das quotas dos sĂłcios, caso, nessa Ăşltima hipĂłtese, seja de interesse desses; 1.3. A anĂĄlise e votação de eventuais propostas de compra dos ativos da Sociedade, jĂĄ formalizadas por terceiros, ou das quotas dos sĂłcios, caso, nessa Ăşltima hipĂłtese, seja de interesse desses; 1.4. A anĂĄlise da viabilidade de aumento de capital social da Sociedade atravĂŠs de integralização pelos sĂłcios ou outras formas de ďŹ nanciamento das atividades da Sociedade; 1.5. Medidas de redução de custo, com a anĂĄlise da possibilidade de alteração do escritĂłrio de Belo Horizonte; e 1.6. Outros assuntos de interesse da Sociedade. Em respeito ao item 1.3 da pauta, eventuais propostas obtidas por sĂłcios junto a terceiros deverĂŁo, preferencialmente, ser enviadas aos demais sĂłcios, atĂŠ 48 (quarenta e oito) horas de antecedĂŞncia Ă realização da AGE, para prĂŠvio conhecimento e anĂĄlise. Buritizeiro/MG, 20 de setembro de 2018. Ronaldo Ribeiro Tavares - Administrador. (26, 27 e 28/09/2018)

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MINISTÉRIO DA DEFESA

GOVERNO FEDERAL

AVISO DE LICITAĂ‡ĂƒO PregĂŁo EletrĂ´nico SRP nÂş: 34/GAPLS/2018 OBJETO: Contratação de serviço continuado de limpeza, conservação e higienização das instalaçþes prediais e patrimoniais do GAP-LS, PAMA-LS, e do CIAAR. ENTREGA DAS PROPOSTAS: a partir de 26/09/2018. ABERTURA DAS PROPOSTAS: dia 08/10/2018 Ă s 09:00, no site: www.comprasnet.gov.br. EDITAL E ESPECIFICAÇÕES: encontra-se no site: www.comprasnet.gov.br e Telefones: (31) 3689-3665 / 3419 MARCELO ANDRADE MARTINELLI Ten Cel Int Ordenador de Despesas

teres antes de seu discurso, Trump disse que nĂŁo irĂĄ se encontrar com os iranianos atĂŠ que “mudem de tomâ€?. Trump e o lĂ­der iraniano, Hassan Rouhani, estavam participando do evento anual da ONU. “O IrĂŁ agiu muito malâ€?, destacou Trump. “Estamos ansiosos para ter um Ăłtimo relacionamento com o IrĂŁ, mas isso nĂŁo vai acontecer agoraâ€?. Inimigos por dĂŠcadas, Washington e TeerĂŁ entraram cada vez mais em desacordo desde maio, quando a administração Trump retirou os EUA do acordo nuclear internacional de 2015 com o IrĂŁ e potĂŞncias mundiais e anunciou sançþes contra o paĂ­s. O acordo, negociado pelo ex-presidente norte-americano Barack Obama, retirou a maioria das sançþes contra TeerĂŁ em troca do IrĂŁ restringir seu programa nuclear. (Reuters) A MAGIPLAS INDĂšSTRIA E COMÉRCIO DE PRODUTOS PLĂ STICOS EIRELI – EPP, por determinação da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento SustentĂĄvel – SEMMAD, torna pĂşblico que foi concedido atravĂŠs do Processo Administrativo nÂş 14637/2018, a LAS/CADASTRO – Classe 2, para a atividade de fabricação de materiais plĂĄsticos para usos industriais, localizado na Rua Fiat, nÂş 285, Bairro Distrito Industrial Jardim Piemont Norte, CEP 32.689-366, Betim/MG.

Amarildo Pereira Barreto, responsĂĄvel legal pelo empreendimento denominado LABORATĂ“RIO DE PRĂ“TESE E Ă“RTESE LTDA, CNPJ 01.103.144/0001-36, fabricação de calçados de couro, aparelhos e utensĂ­lios para correção de defeitos fĂ­sicos e aparelhos ortopĂŠdicos, manutenção e reparação de equipamentos de uso ortopĂŠdico, localizado Av. Bernardo Monteiro, nÂş 1280, 1Âş, 2Âş, 3Âş, 4Âş, 6Âş e 7Âş andares, Bairro FuncionĂĄrios, Belo Horizonte - MG, CEP 30.150-285, torna pĂşblico que protocolizou requerimento de Licença de Operação Ă Secretaria Municipal de Meio Ambiente - SMMA.

Presidente do BC, Caputo renuncia Buenos Aires - O presidente do banco central argentino, Luis Caputo, apresentou renĂşncia ontem, ao presidente Mauricio Macri, por motivos pessoais, informou a autoridade monetĂĄria em comunicado. O peso passou a despencar mais de 4% apĂłs a renĂşncia de Caputo, que, segundo a imprensa local, teve divergĂŞncias sobre a condução financeira com o ministro da Economia, NicolĂĄs Dujovne. A segunda renĂşncia de um presidente do banco central em menos de quatro meses surpreendeu o mercado financeiro, em um momento em que o banco central procura conter a desvalorização acentuada do peso argentino, que jĂĄ perdeu 50% atĂŠ agora em 2018, e o governo estĂĄ negociando uma extensĂŁo de um acordo com o Fundo MonetĂĄrio Internacional (FMI). “Esta renĂşncia se deve a motivos pessoais, com a convicção de que o novo acordo com o Fundo MonetĂĄrio Internacional (FMI) restabelecerĂĄ a confiança nas situaçþes fiscal, financeira, monetĂĄria e cambialâ€?, acrescentou o texto. Caputo chegou a assumir o cargo no banco central em 14 de junho, quando substituiu Federico Stuzenegger, que renunciou sobrecarregado pela fraqueza da moeda e pela alta taxa de juros que ele concordou como a renovação de estratĂŠgias para combater a inflação. Caputo tem sido um colaborador prĂłximo de Macri desde que este chegou Ă presidĂŞncia do paĂ­s, em dezembro de 2015. Primeiro, ele ocupou o cargo de SecretĂĄrio de Finanças e, depois, virou ministro da ĂĄrea. Substituto - Guido Sandleris, atual secretĂĄrio de PolĂ­tica EconĂ´mica da Argentina e escolhido para a posição de sucessor de Caputo, terĂĄ que lidar com uma forte volatilidade do peso, uma inflação que deve ultrapassar 40% este ano e uma economia estagnada. (Reuters) Gustavo Costa Aguiar Oliveira /HLORHLUR 2Âżcial MAT. JUCEMG nÂş 507 torna pĂşblico que realizarĂĄ um leilĂŁo Online, por meio do Portal: www.gpleiloes.com.br, com abertura no dia 27/09/2018 e encerramento no dia 09/10/2018 Ă s 14:00 horas, p/ alienação de ativos excedentes de Equip Next Consultoria LTDA . Normas para participação, registradas no CartĂłrio do 1Âş OfĂ­cio de Reg. de TĂ­tulos e Docs. de BH, nÂş: 01419286. Info e edital no site www.gpleiloes. com.br ou p/ tel.: (31) 3241-4164.

TSC JUAZEIRO SHOPPING CENTER S.A CNPJ/MF: 16.757.360/0001-72 - NIRE: 31300101452 Edital de Convocação para Assembleia Geral OrdinĂĄria e ExtraordinĂĄria O Conselho de Administração da TSC JUAZEIRO SHOPPING CENTER S.A (“Companhiaâ€?), em conformidade com seu Estauto Social, neste ato representado por sua Presidente, Sra. Adriana Lilian Camargos, brasileira, casada sob o regime da comunhĂŁo parcial de bens, nascida em 26/06/2964, engenheira elĂŠtrica, portadora da Carteira de Identidade n. 47.485/D, expedida pelo CRE/MG, inscrito no CPF/MF 480.648.826-72, com endereço profissional na Cidade de Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais, na Rua Francisco Deslandes, nÂş. 900, Bairro Anchieta, CEP 30310-530, vem convocar todas as acionistas para se reunirem em Assembleia Geral OrdinĂĄria e ExtraordinĂĄria da Companhia que se realizarĂĄ, em primeira convocação, no dia 03 de outubro de 2018, Ă s 10:00 horas, na sede da Companhia, localizada na Cidade de Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais, na Rua Francisco Deslandes, nÂş. 900, Bairro Anchieta, CEP 30310-530, estando em pauta a seguinte ordem do dia: Em Assembleia Geral OrdinĂĄria: (i)Tomar as contas dos administradores, examinar, discutir e votar as demonstraçþes financeiras do exercĂ­cio social encerrado em 31 de dezembro de 2017. (ii) Deliberar sobre a destinação do resultado do exercĂ­cio social encerrado em 31 de dezembro de 2017. Em Assembleia Geral ExtraordinĂĄria: (i) Deliberar sobre o aumento do capital social e consequente alteração do Artigo 5Âş do Estatuto Social da Companhia. (ii) Consolidação do Estatuto Social da Companhia. Informaçþes Gerais: Para exercer seus direitos, os representantes legais das acionistas deverĂŁo comparecer Ă assembleia geral portando documento de identidade. Nos termos do artigo 126 da Lei 6.404/76, as acionistas poderĂŁo ser representadas por procurador que seja acionista, administrador da companhia ou advogado, desde que estes apresentem o respectivo instrumento de mandato, com firma reconhecida em cartĂłrio. Belo Horizonte, 24 de setembro de 2018. Conselho de Administração - Adriana Lilian Camargos - Presidente do Conselho de Administração.

EDITAL DE INTIMAĂ‡ĂƒO FERNANDO PEREIRA DO NASCIMENTO 2Ă€FLDO GR ž 2ItFLR GH 5HJLVWUR GH ,PyYHLV GD &RPDUFD GH %HOR +RUL]RQWH VLWXDGR QD 5XD 5LR GH -DQHLUR %DLUUR GH /RXUGHV %HOR +RUL]RQWH 0* VHJXQGR DV DWULEXLo}HV FRQIHULGDV SHOR DUW GD /HL Qž ID] VDEHU D WRGRV TXDQWR R SUHVHQWH HGLWDO YLUHP RX GHOH FRQKHFLPHQWR WLYHUHP TXH Ă€FD P INTIMADO(A/S) DR j V Ă€GXFLDQWH V PATRĂ?CIA QUINA ALBERT LOBO SDUD VDWLVID]HU QR SUD]R GH TXLQ]H GLDV DV SUHVWDo}HV YHQFLGDV H DV TXH VH YHQFHUHP DWp D GDWD GR SDJDPHQWR RV MXURV FRQYHQFLRQDLV DV SHQDOLGDGHV H RV GHPDLV HQFDUJRV FRQWUDWXDLV RV HQFDUJRV OHJDLV FRQIRUPH SODQLOKD GLVSRQtYHO QD VHGH GD VHUYHQWLD SURWRFROL]DGD VRE R nÂş 463520 LQFOXVLYH WULEXWRV DV FRQWULEXLo}HV FRQGRPLQLDLV LPSXWiYHLV DR LPyYHO DOpP GDV GHVSHVDV GH FREUDQoD H GH LQWLPDomR UHIHUHQWH D (VFULWXUD 3~EOLFD GH &RPSUD H 9HQGD &RQĂ€VVmR GH 'LYLGD H $OLHQDomR )LGXFLiULD HP *DUDQWLD ODYUDGD QDV Ă V D OLYUR 1 HP H (VFULWXUD 3~EOLFD GH 5HUUDWLĂ€FDomR ODYUDGD QDV Ă V H OLYUR 1 HP DPEDV QR 6HUYLoR 1RWDULDO GR ž 2ItFLR GD &RPDUFD GH %HOR +RUL]RQWH ² 0* JDUDQWLD SRU ALIENAÇAO FIDUCIĂ RIA Ă€UPDGD FRP CANOPUS EMPREENDIMENTOS E INCORPORAÇÕES LTDA UHJLVWUDGD QHVWD 6HUYHQWLD VRE R R-5 GD PDWUtFXOD nÂş 130.019 GR LPyYHO VLWXDGR QD Avenida Prudente de Morais, nÂş 520/ apto.804, Bairro Cidade Jardim, QHVWD FLGDGH GH %HOR +RUL]RQWH 0* FRP VDOGR GHYHGRU QR YDORU GH R$160.413,07 HP 2 SDJDPHQWR GHYHUi VHU SURFHGLGR GLUHWDPHQWH DR j FUHGRV D QD DJrQFLD EDQFiULD RQGH IRL HIHWXDGR R FRQWUDWR GH Ă€QDQFLDPHQWR GHYHQGR R UHFLER VHU DSUHVHQWDGR QHVWD 6HUYHQWLD 3RGHUi DLQGD R SDJDPHQWR VHU SURFHGLGR GLUHWDPHQWH QD VHGH GD VHUYHQWLD PHGLDQWH FKHTXH DGPLQLVWUDWLYR RX YLVDGR QRPLQDO DR D Ă€GXFLiULR D 1D RSRUWXQLGDGH Ă€FD P 9 6D V FLHQWLĂ€FDGR D V TXH R QmR FXPSULPHQWR GDV UHIHULGDV REULJDo}HV QR SUD]R RUD HVWLSXODGR JDUDQWH R GLUHLWR GH FRQVROLGDomR GD SURSULHGDGH GR LPyYHO HP IDYRU GR D &UHGRV D )LGXFLiULR D ² &DQRSXV (PSUHHQGLPHQWRV H ,QFRUSRUDo}HV /7'$ ² QRV WHUPRV GR DUW † ž GD /HL %HOR KRUL]RQWH GH VHWHPEUR GH S )HUQDQGR 3HUHLUD GR 1DVFLPHQWR 2Ă€FLDO GR 5HJLVWUR


BELO HORIZONTE, QUARTA-FEIRA, 26 DE SETEMBRO DE 2018

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POLÍTICA IRREGULARIDADES EM FURNAS

Ministro pede vista em ação contra Aécio Julgamento sobre arquivamento de inquérito que apura corrupção passiva e lavagem está empatado Brasília - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski pediu vista ontem do recurso da Procuradoria-Geral da República (PGR) para anular a decisão individual do ministro Gilmar Mendes que arquivou o inquérito que trata das investigações contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG), em supostas irregularidades cometidas em Furnas, subsidiária da Eletrobras em Minas Gerais. Até o momento, o placar do julgamento está empatado em 2 votos a 2. Os ministros Gilmar Mendes e Dias Toffoli se manifestaram pelo arquivamento. Edson Fachin e Celso de Mello se manifestaram pelo envio do processo para a Primeira Instância da Justiça, como defende a Procuradoria-Geral da República (PGR), e não pelo arquivamento. Não há data prevista para a retomada do julgamento. Em junho, ao decidir individualmente pelo arquivamento, Gilmar Mendes levou em conta um relatório da Polícia Federal (PF) que concluiu pela falta de provas da participação do parlamentar em um suposto esquema de corrupção na estatal do setor elétrico. De acordo com o delegado responsável pelo caso, após a tomada de depoimentos de políticos de oposição e delatores foi possível concluir que “inexistem elementos que apontem para o envolvimento” do senador. “A partir do conteúdo das oitivas realizadas e nas demais provas carreadas para os autos, cumpre dizer que não é possível atestar que

Aécio Neves da Cunha realizou as condutas criminosas que lhe são imputadas”, diz o relatório da PF. A investigação foi aberta em 2016 a pedido do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, para apurar o suposto cometimento dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Caso Joesley - A Procuradoria-Geral da República se manifestou contra argumentos da defesa do senador Aécio Neves (PSDB/MG) e de sua irmã, Andrea, no processo que respondem no Supremo Tribunal Federal (STF) pelo suposto crime de corrupção passiva. Segundo denúncia recebida pelos ministros da Primeira Turma da Corte, em abril, Aécio e Andrea e outros dois investigados teriam solicitado e recebido R$ 2 milhões do empresário Joesley Batista, da JBS/J&F. No mesmo processo, o senador responde por tentativa de obstrução de Justiça. As informações foram divulgadas pela Secretaria de Comunicação Social da Procuradoria. No documento, o vice-procurador-geral da República, no exercício do cargo de procurador-geral, Luciano Mariz Maia, sustenta que os réus pretendem rediscutir questões já analisadas pelo Suprema Corte como a alegação de que, em relação ao crime de corrupção passiva não foi demonstrada a prática de ato de ofício inserido na esfera de atribuições de Aécio. “Conforme expresso nos votos dos ministros, a conduta praticada por Aécio

Neves demonstra que ele colocou sua função pública de senador à disposição de Joesley, o que perfaz o tipo da corrupção passiva, tal qual previsto pelo legislador brasileiro”, assinala a Procuradoria. Nas alegações, a defesa de Andrea questiona que o acórdão sobre o recebimento da denúncia não analisou a validade das informações oriundas de prévia orientação dos colaboradores por parte de Marcelo Miller, que seria procurador da República à época dos fatos. Segundo Mariz Maia, “os ministros analisaram exaustivamente a questão e foram unânimes em concluir que o auxílio prestado por Marcelo Miller no acordo de colaboração premiada celebrado entre os execu-

tivos da empresa J&F e a PGR não possui o condão de invalidar as provas dele decorrentes”. A Procuradoria assinala que “o parecer desconstrói o argumento de que há omissão no acórdão quanto ao pedido feito por Andrea Neves ao empresário em troca de vantagem ilícita”. Na manifestação, o Ministério Público Federal aponta que os ministros também foram unânimes ao entender que “existem indícios suficientes de autoria e prova de materialidade de que a irmã e o senador empreenderam esforços para viabilizar o esquema”. Defesa - Em nota, o advogado Alberto Zacharias Toron, que defende o senador Aécio Neves, afirmou:

ROSINEI COUTINHO/STF

Gilmar Mendes arquivou inquérito por falta de provas

“Não há nenhum fato novo na manifestação da PGR. A manifestação era esperada, tratando-se de procedimento comum a todos os processos. A defesa aguarda a análise a ser feita pelo STF e está

tranquila de que a inocência do senador Aécio e seus familiares restará comprovada já que se tratou de relação privada que não envolveu dinheiro público ou qualquer contrapartida”. (ABr/AE)

DESVIO DE RECURSOS

Supremo determina prisão de senador Brasília - A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu ontem determinar a prisão imediata do senador Acir Gurgacz (PDT-RO) pela prática de crime contra o sistema financeiro nacional. O senador concorre ao governo do Estado de Rondônia nas eleições de outubro. Ao rejeitar ontem o recurso protocolado pela defesa do parlamentar, o colegiado determinou o início da execução da condenação de quatro anos e seis meses de prisão em regime semiaberto, conforme foi

estabelecido pela Primeira Turma ao condenar o senador em fevereiro deste ano. O mandado de prisão deve ser expedido somente após as eleições. A defesa do senador informou que vai recorrer da decisão. Com a decisão do STF, caberá ao Senado decidir se o parlamentar terá o mandato cassado ou poderá se manter no cargo. Gurgacz foi considerado culpado por desviar recursos de um financiamento obtido junto ao Banco da Amazônia, entre os anos de 2003 e 2004, quando o senador

era diretor da empresa de viação Eucatur. Segundo a denúncia apresentada pelo Ministério Pública Federal (MPF), Gurgacz obteve, mediante fraude de documentos e dispensa indevida de garantias, um empréstimo de R$ 1,5 milhão para a renovação da frota de ônibus da empresa. O dinheiro, porém, não foi utilizado para a aquisição de veículos novos, conforme previsto no contrato, mas somente em parte para compra de veículos velhos reformados, com mais de 11 anos de uso, diz a denúncia.

Cerca de R$ 510 mil teriam sido embolsados pelo próprio senador, sendo apresentadas notas fiscais falsas para acobertar o desvio. Candidato ao governo de Rondônia, Gurgaz teve o registro indeferido pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), em razão da Lei da Ficha Limpa, mas recorreu da decisão da Justiça Eleitoral. Sua situação no momento é de candidato apto com registro indeferido com recurso, portanto ele está habilitado a ser votado na urna eletrônica, porém aguarda julgamento do seu caso. (ABr)

OPERAÇÃO LAVA JATO

MP de Portugal realiza cinco mandados de busca São Paulo - A Operação Lava Jato abriu ontem sua 54ª fase, a segunda etapa no exterior. A partir de um pedido de cooperação internacional feito pelo Ministério Público Federal, o Ministério Público de Portugal obteve autorização judicial e cumpriu cinco mandados de busca e apreensão em endereços em Lisboa, ligados ao operador financeiro Mário Ildeu de Miranda. Miranda foi alvo da 51ª fase da Operação Lava Jato, realizada em 5 de agosto, quando havia mandados de prisão e de busca e apreensão em endereços no Brasil ligados a ele. Naquela oportunidade, as investigações revelaram o pagamento de propina superior a US$ 56,5 milhões entre os anos de 2010 e 2012. Esses valores eram relacionados à obtenção fraudulenta de um contrato de mais de US$ 825 milhões, firmado em 2010 pela Petrobras com a Construtora Norberto Odebrecht. Parte dos pagamentos de vantagens indevidas foi realizada mediante estratégias de ocultação e dissimulação, contando com a atuação do chamado Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, e com a participação decisiva de Mário Ildeu de Miranda para que os recursos, na ordem de pelo menos US$ 11,5 milhões, chegassem a contas secretas mantidas no exterior por funcionários corrompidos da Petrobras. Uma parte desses fatos

foi denunciada em junho passado, estando a ação penal (autos nº 502394246.2018.4.04.7000) ainda em curso perante a 13ª Vara Federal de Curitiba. Quando deflagrada a 51ª fase da Operação lava Jato, não foi possível o cumprimento imediato do mandado de prisão preventiva de Mário Ildeu de Miranda, vez que ele tinha deixado o país na véspera, com destino a Portugal. Conforme se apurou, o investigado deixou sua residência portando quatro grandes malas de viagem e seus dispositivos eletrônicos. Em 14 de maio, o investigado se apresentou às autoridades brasileiras, porém, sem as malas e dispositivos pessoais que levara ao exterior.

Assim, as buscas nos endereços de Miranda, realizadas nesta data em Lisboa, têm por objetivo apreender os documentos e dispositivos eletrônicos que possam estar escondidos naquele país, além de identificar provas de outros crimes, ainda não denunciados, para a continuidade das investigações. Miranda pagou fiança de R$ 10 milhões e responde ao processo em liberdade. Cooperação - A força-tarefa Lava Jato em Curitiba obteve autorização judicial perante a 13ª Vara Federal da capital para formalizar pedido de cooperação internacional à República Portuguesa. Contando com o auxílio da Secretaria de Cooperação

Internacional (SCI) da Procuradoria-Geral da República, em menos de quatro meses desde o envio do pedido, o Ministério Público de Portugal, com autorização judicial, pôde cumprir os mandados de busca e apreensão requeridos pelo Ministério Público Federal, objetivando encontrar as provas retiradas do território nacional O procurador da República Júlio Noronha, integrante da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba e que acompanhou as buscas em Lisboa, afirma que “a realização desta operação consolida uma nova perspectiva das investigações: vamos atrás das provas onde elas estiverem. As fronteiras nacionais não impedem as investigações. Como as medi-

das cumpridas evidenciam, a realidade é que o Ministério Público Federal, com o auxílio de autoridades estrangeiras, hoje busca não apenas bens e valores mantidos no exterior, mas provas dos crimes cometidos no Brasil”. As medidas cumpridas ontem em Portugal correspondem à segunda fase internacional da Operação Lava Jato. A primeira fase realizada no exterior, também em Lisboa, ocorreu em 21 de março de 2016, e teve como alvo o operador financeiro Raul Schmidt Felippe Junior. A ação resultado dos esforços do Ministério Público Federal para a manutenção de uma rede de cooperação internacional ativa. Partiu da Procuradoria-Geral da Repú-

blica o pedido de autorização para que o procurador Júlio Noronha, o delegado de Polícia Federal Felipe Eduardo Hideo Hayashi e o Agente de Polícia Federal Tiago Preto de Souza participassem da operação em Lisboa, acompanhando as autoridades portuguesas. Assim, as buscas nos endereços de Miranda, realizadas agora em Lisboa, têm por objetivo apreender os documentos e dispositivos eletrônicos que possam estar escondidos naquele país, além de identificar provas de outros crimes, ainda não denunciados, para a continuidade das investigações. Miranda pagou fiança de R$ 10 milhões e responde ao processo em liberdade. (AE)

Transferência de ação contra Schmidt é solicitada

São Paulo - O Ministério Público Federal (MPF) solicitou a transferência da ação penal contra Raul Schmidt para Portugal. O pedido já foi encaminhado ao juiz federal Sérgio Moro, após a procuradora-geral Raquel Dodge e a secretária de Cooperação Internacional do MPF, Cristina Romanó, discutirem o assunto com autoridades portuguesas. Denunciado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, Schmidt fugiu para Portugal - onde ostenta a condição

de nacional - e teve a sua entrega por meio de extradição negada ao Brasil. Assinado pelos procuradores que integram a força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba, o pedido de transferência “tem o objetivo de assegurar que o acusado responda ao processo e cumpra pena, caso seja condenado, em Portugal”. As informações foram divulgadas pela Secretaria de Comunicação Social da Procuradoria. O pedido de transferência do caso da força-tarefa

da Lava Jato teve como fundamento jurídico os artigos 47 da Convenção da Organização das Nações Unidas (ONU) contra a Corrupção e 21 da Convenção das Nações Unidas Contra o Crime Organizado Transnacional. No documento, o Ministério Público Federal destaca que os dois dispositivos de cooperação jurídica internacional foram recepcionados pelo ordenamento jurídico brasileiro, possuindo “status de leis plenamente válidas e efi-

cazes”. Destaca ainda que é do interesse da boa administração da Justiça a apuração dos fatos descritos na denúncia. Essa medida viabilizará ao Ministério Público Português realizar as ações necessárias para a persecução penal dos crimes cometidos pelo empresário, conforme o disposto no artigo 5º da Convenção de Extradição da CPLP e no artigo 5.º do Código Penal Português. Raul Schmidt é apontado como operador financeiro

de um esquema criminoso que agia dentro da Petrobras. Segundo a Procuradoria, as investigações atribuíram a ele “atos de lavagem de dinheiro adquirido pela organização criminosa em decorrência de crimes como cartel, fraude à licitação e corrupção de agentes públicos”. De acordo com a denúncia, os delitos foram praticados tanto no Brasil quanto no exterior, a partir de depósitos bancários ilegais. (AE)


BELO HORIZONTE, QUARTA-FEIRA, 26 DE SETEMBRO DE 2018

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POLÍTICA politica@diariodocomercio.com.br

ELEIÇÕES

Voto antipetista pode migrar na reta final Bolsonaro tem 59% da preferência do contingente movido pelo antagonismo ao que representa o PT São Paulo - O crescimento do candidato do PSL à Presidência nas eleições 2018, Jair Bolsonaro, no terço do eleitorado que se declara antipetista - como mostra a última pesquisa Ibope, na qual o deputado tem 59% da preferência nesse grupo específico - é movida mais pelo antagonismo desse eleitor ao que representa o PT e o legado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que por uma identificação explícita com o “bolsonarismo”. A avaliação é de cientistas políticos ouvidos pela reportagem. Para esses analistas, na reta final da eleição, esse voto antipetista pode migrar caso fique claro que Bolsonaro não conseguirá derrotar o PT. Geraldo Alckmin, do PSDB, pode ser um dos beneficiados caso esse fenômeno se concretize. Entre os brasileiros que não votariam no PT de jeito nenhum - grupo formado por três em cada dez eleitores -, Bolsonaro cresceu 18 pontos percentuais desde o começo do mês. O candidato do PSL tem agora 59% das intenções de voto entre os antipetistas - a taxa era de 41% no dia 5 e de 53% no dia 11. Os analistas consideram

que esse crescimento de 18 pontos entre críticos do PT mostra que a rejeição ao campo lulista é maior que o voto programático no candidato do PSL. “Esse dado mostra que não há um bolsonarismo no Brasil, mas um antilulismo que, no momento, está identificado na figura do Bolsonaro”, diz Emerson Cervi, da Universidade Federal do Paraná “O fato de ele estacionar no eleitorado geral e crescer nesses 30% que não votam no PT mostra que ele não consegue se representar por si mesmo, ele se representa pela negação do outro”, avalia. Kléber Carrilho, professor de comunicação política da Universidade Metodista, concorda com a avaliação. “Neste momento, o Bolsonaro consegue reunir a imagem do antipetista ideal”, diz. “A paixão antipetista é maior que a decisão de voto no Bolsonaro. É um voto mais antipetista que um voto no Bolsonaro”, ressalta. O PSDB, que por mais de 25 anos polarizou a política nacional com o PT, foi o maior afetado pelo crescimento de Bolsonaro entre os antipetistas. Nessa faixa

FRANCISCO PRONER REUTERS

Uma boa parte do eleitorado rejeita o legado do ex-presidente Lula mas não tem identificação com o “bolsonarismo”

do eleitorado, Alckmin tem apenas 10% dos votos, o equivalente a um sexto da taxa do candidato do PSL. Agora, o tucano conta com o crescimento do petista Fernando Haddad contra Bolsonaro no segundo turno - 43% a 37%, segundo o levantamento de ontem - para tentar tirar votos do capitão reformado.

Alckmin frustra eleitores paulistas São Paulo - A professora de Ciência Política da PUC-SP Vera Chaia avalia que o PSDB perdeu o voto antipetista, especialmente em São Paulo, por não fazer o discurso esperado por esses eleitores. “O candidato Geraldo Alckmin não apresentou até aqui a liderança almejada por esse eleitorado nem demonstrou capacidade de vencer o petismo. Nem nas pesquisas nem em seus discursos. A pacificação defendida por ele não parece ser o que o eleitor quer nesse momento”, explica a especialista. O cientista político Rodrigo Prando, do Mackenzie, concorda que o discurso de Alckmin não tem ajudado nessas eleições marcadas pelo ódio e o acirramento entre representantes da direita e da esquerda. “Ele tem o discurso antipetista, mas Bolsonaro tem o discurso antissistema, que parece ganhar mais adeptos hoje”, afirma.

Além disso, segundo Prando, essa eleição tem sido marcada pela emoção, pelos extremos, e não por debates baseados nas melhores políticas públicas para o País, campo mais confortável para tucano. “O eleitor quer discurso, não conteúdo”, observa. Segundo Vera, as posições adotadas pelo PSDB ao longo do governo de Michel Temer - como a famosa dúvida sobre desembarcar ou não do governo após o escândalo da JBS - também prejudicam o desempenho de Alckmin, assim como o escândalo envolvendo o senador e ex-presidente do partido Aécio Neves (MG). “E ainda tem o fator João Doria, que além de tentar pegar a vaga de presidenciável para si, não tem feito uma campanha clara para Alckmin em São Paulo. Tudo isso atrapalha demais e acho difícil de ser revertido”, pondera.

Prando ainda destaca o desgaste natural de Alckmin depois de governar São Paulo por quase 13 anos, em quatro mandatos diferentes, e a demora em investir pesado nas redes sociais. Bolsonaro tem mais de 6,5 milhões de seguidores no Facebook enquanto Alckmin alcançou 1 milhão ao longo da campanha. A cientista política também ressalta que a aposta de Alckmin em firmar uma ampla aliança - para obter tempo de televisão - não tem surtido efeito positivo. O tucano tem quase metade do tempo de TV e rádio e 8% na última pesquisa Ibope/Estadão, o que lhe garante apenas a quarta posição na preferência do eleitorado. “O que deve acontecer agora é uma debandada geral desses aliados. Vale lembrar que os partidos que formam o Centrão não são exatamente fiéis”, alerta. (AE)

Tucano desqualifica candidato folclórico São Paulo - O candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, voltou a criticar as chances do adversário do PSL, Jair Bolsonaro, de vencer um segundo turno das eleições. Segundo ele, a alta rejeição do deputado impede ele de vencer oponentes como o PT de Fernando Haddad. “O Mario Covas dizia: no 1º turno, o eleitor escolhe. No segundo turno, o leitor rejeita, e Bolsonaro perde para qualquer candidato, é só olhar a rejeição”, disse o tucano, em entrevista ao programa “Pânico”, da rádio Jovem Pan. “Essas candidaturas folclóricas não resistem ao segundo turno, olha o Maluf (Paulo Maluf,

que concorreu à Presidência em 1985), olha o Enéas (Enéas Carneiro, falecido em 2007). Tudo que o PT quer é o Bolsonaro no segundo turno”, emendou. Alckmin voltou a dizer que conta com o voto útil na reta final do primeiro turno para avançar e negou que apoiaria Haddad num eventual segundo turno, caso não passe. “Não é verdade (apoio ao PT), primeiro porque vamos chegar ao segundo turno. Segundo, porque combati o PT a vida inteira. Ganhamos seis vezes deles aqui em São Paulo”, disse. O tucano ainda defendeu o arco de alianças que montou e citou a entrevista dada

na última segunda-feira por Bolsonaro para argumentar que ele também terá que negociar com o Centrão, grupo de partidos que costuma criticar. “Ontem (segunda-feira) Bolsonaro citou o Onyx Lorenzoni (PP-RS) para a Casa Civil. O Onyx é do Centrão”, lembrou. Ao ser lembrado do economista Paulo Guedes, que deve assumir o Ministério da Fazenda num eventual governo Bolsonaro, Alckmin voltou a endurecer o discurso. “Eu não vou ser pau mandado de banqueiro. O Brasil já viu o que banqueiro faz. Alguém vai ter que pagar essa conta e o pobre e a classe média é que não vai ser”, afirmou. (AE)

Voto útil - Em entrevistas e sabatinas, bem como no horário eleitoral, Alckmin tem feito um apelo pelo voto útil ao pregar que votar em Bolsonaro é passaporte para a volta do PT porque o candidato do PSL perderia para qualquer um no segundo turno. O tucano também tem atacado os dois líderes nas pesquisas em spots no rádio

e na TV, onde caracteriza ambos como “um salto no escuro”. “A pesquisa de ontem mostra que pode haver transferência de votos para outro antipetista porque ele pode não ganhar do PT no segundo turno, no caso o Alckmin”, afirma Carrilho. Cervi lembra, no entanto, que os ataques de Alckmin a Bolsonaro podem criar uma

espécie de “efeito bumerangue” - quando o alvo dos ataques para de crescer nas pesquisas, mas o autor não é beneficiado com os votos que foram perdidos, o que, em tese, poderia abrir espaço para o terceiro colocado na disputa, Ciro Gomes, do PDT, que tentou se distanciar tanto do PT quanto de Bolsonaro em declarações recentes. (AE)

PF abre novo inquérito sobre facada A Polícia Federal (PF) instaurou ontem o segundo inquérito para apurar o atentado contra o candidato do PSL à Presidência, deputado federal Jair Bolsonaro (TJ), ocorrido no dia 6 de setembro. O parlamentar levou uma facada no abdômen enquanto fazia campanha em Juiz de Fora, na Zona da Mata. O primeiro inquérito indica que o autor do atentado, Adelio Bispo de Oliveira, agiu sozinho. O segundo procedimento, conforme fontes da PF, foi aberto porque o prazo para a investigação de procedimento aberto a partir de prisão em flagrante, é curto, mesmo com a possibilidade de prorrogação. Não há indícios de que Bispo tenha agido com outras pessoas, ainda segundo fontes da PF. “A opção em abrir um segundo inquérito foi para que se tenha a possibilidade de trabalhar com mais calma, já que se trata de um candidato à Presidência da República líder das pesquisas de intenção de voto”, diz uma das fontes. “A investigação, no entanto, aponta para atuação do que chamamos de ‘lobo solitário’”, acrescentou a PF. As apurações dos federais indicam ainda que o autor do atentado é portador de distúrbio mental. Desde a abertura do primeiro inquérito, ocorrida logo depois do atentado, a Polícia Federal ouviu cerca de 30 pessoas e quebrou os sigilos financeiro, telefônico e telemático de Bispo. Também não foi encontrada movimentação bancária suspeita. Bolsonaro se recupera do atentado em hospital na capital paulista. Na última segunda-feira, na primeira entrevista que deu depois do episódio em Juiz de Fora, à rádio Jovem Pan de São Paulo, o deputado disse que seu agressor não agiu sozinho. O autor do atentado está preso em um presídio federal em Mato Grosso do Sul. Após ouvir mais de 30 pessoas, quebrar os sigilos financeiro, telefônico e telemático de Bispo, o delegado federal Rodrigo Morais e sua equipe não encontraram nenhum indício de que o autor da facada tenha agido a mando de outra pessoa ou em grupo O segundo inquérito vai herdar do primeiro todas as informações colhidas. Além das quebras de sigilo e depoimentos, a PF vai analisar todo o sistema de câmera de Juiz de Fora, onde ocorreu o ataque, para traçar todos deslocamentos de Bispo desde sua chegada na cidade.

Devassa - O objetivo da nova apuração, segundo relatou um investigador, é fazer uma devassa nos últimos dois anos da vida de Bispo e mapear qualquer relação dele com outras pessoas que possam indicar a participação de mais pessoas no ataque. Embora vá se debruçar sobre todas as informações coletadas novamente nessa segunda investigação, a PF já descartou várias das hipóteses levantadas, principalmente, por apoiadores de Bolsonaro. Todas pessoas indicadas por seguidores do candidato nas redes sociais como sendo “ajudantes” de Bispo foram investigadas e não foram encontradas indícios mínimos de participação na ação. Entre essas pessoas, foram ouvidas três mulheres com o nome Aryanne Campos. Segundo os apoiadores de Bolsonaro, uma mulher com esse nome teria passado a faca para Bispo. A versão foi completamente descartada na investigação. Arma - A faca utilizada no ataque passou por perícia que encontrou DNA de Bolsonaro na lâmina, o que prova que ela foi utilizada no crime. Os investigadores descobriram que a escolha da faca como arma para o crime é explicada pelo fato de Bispo ter trabalhado como açougueiro e em uma restaurante de comida japonesa. A PF também esmiuçou todas as transações financeiras de Bispo. Não foi encontrado nenhuma movimentação suspeita. O único depósito em espécie anormal teve origem em uma causa trabalhista O cartão internacional que ele tinha nunca havia sido utilizado e foi enviado pelo banco sem a solicitação de Bispo. Os equipamentos eletrônicos (celulares e notebook) também foram analisados. Dois dos quatro celulares estavam desativados e os outros não continham, pela apuração feita até agora, informações sobre contatos com outras pessoas para a prática do crime. O notebook encontrado com ele estava quebrado e não era utilizado há cerca de um ano. Bispo será enquadrado pela PF no artigo 20 da Lei de Segurança Nacional. Esse artigo prevê a punição para quem cometer “atentado pessoal” por “inconformismo político”. De acordo com a investigação da PF, foram divergências políticas entre Bispo e Bolsonaro que levaram o ex-açougueiro a atacar o candidato do PSL. (AE)


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INOVAÇÃO

Juiz de Fora se destaca na criação de startups Apesar de dificuldades com o ambiente regulatório, 45 empresas deste tipo estão em operação na cidade THAÍNE BELISSA

Localizado na Zona da Mata mineira, o município de Juiz de Fora chama a atenção pelo movimento de formação de startups. De acordo com o mapeamento do ecossistema de startups da região Sudeste, divulgado recentemente pela Associação Brasileira de startups (ABStartups), a cidade conta com 45 startups. Mas, se por um lado a cidade se destaca em formação de talentos que estão criando seus próprios negócios, por outro, deixa a desejar em relação ao ambiente regulatório ainda pouco atrativo para essas empresas e às escassas conexões com o mercado e investidores. O mapeamento é uma iniciativa da ABStartups junto às comunidades locais e tem o objetivo de fortalecer esses ecossistemas que estão afastados das capitais. De acordo com o comunity manager da entidade, Marcos Medeiros, a associação vai mapear 30 comunidades de startups no Brasil e divulgar, semanalmente, os dados de três delas por região. Até o momento, já foram divulgados mapeamentos de 12 cidades. Os três últimos, divulgados essa semana, compõem o levantamento do Sudeste e são de Juiz de Fora, São José dos Campos, em São Paulo, e Vitória, no Espírito Santo. “Quando se fala em startups só se pensa em grandes polos como São Paulo, Belo Horizonte e Florianópolis. Mas há muitos talentos e cases de sucesso em outras regiões e nós queremos mostrá-las. Os mapeamentos são para trazer mais visibilidade e conexão para essas comunidades afasta-

das das capitais”, afirma Medeiros. Segundo ele, das 30 comunidades que serão mapeadas, três são de Minas Gerais. Além de Juiz de Fora também receberão o levantamento Uberlândia e Uberaba, localizadas no Triângulo Mineiro. O mapeamento da comunidade de Juiz de Fora mostrou que a cidade abriga 45 startups. Do total delas, 45,71% desenvolvem softwares como serviço (SaaS); 14,29% são especialistas em marketplace e 8,57% atuam nos segmentos de varejo e atacado. As principais áreas de atuação das startups são: telecomunicação, saúde e bem-estar. Entre os pontos positivos apontados pelo mapeamento na comunidade está a difusão da cultura de startup. A associação mediu isso pela quantidade de eventos realizados sobre o tema, assim como a presença de cases de sucessos e lideranças locais que funcionam como “evangelistas”, além de canais de informação sobre o assunto. O estudo levantou 13 eventos que acontecem na cidade como inspiração do ecossistema de startups e outros cinco eventos com conteúdo técnico ou mais avançado. Entre os cases de sucesso foram mencionadas 13 startups, como a Qranio, que desenvolve software na área de educação e treinamento corporativo; a HiDoctor, que oferece software para consultório médico; e a Guiando, que desenvolveu um software para gestão de custos nas empresas. “A realização de eventos é essencial para a troca de experiência dos empreendedores e para manter a comunidade ativa e atrativa para aceleradoras, empre-

sas e imprensa. Da mesma forma, a presença de cases de sucesso é muito importante para influenciar novos empreendedores. O empreendedor que nasce na cidade vai olhar para essas lideranças que também são dali e se sentir motivado a traçar o mesmo caminho”, analisa Medeiros. O mapeamento também trouxe as estruturas de suporte do ecossistema em Juiz de Fora. Ao todo foram levantados cinco espaços de trabalho, uma incubadora (CRITT/UFJF) e uma aceleradora (Cohub), além de programas de mentoria, grupos de desenvolvimento e estruturas de apoio contábil e jurídico. O estudo também listou sete universidades relevantes e com programa voltado para o empreendedorismo e uma escola técnica (Ifet Juiz de Fora), o que aponta para uma estrutura robusta na formação de talentos. Pontos de alerta - No quesito “ambiente regulatório”, Juiz de Fora só se destaca por cobrar a alíquota mínima de 2% do ISS para empresas de tecnologia da informação. A iniciativa é positiva, mas foi a única apresentada. O estudo não conseguiu mapear pessoas de órgãos oficiais que se relacionam com a comunidade e nem processos que agilizam a abertura de empresas na cidade. O mapeamento também deixou claro que o acesso ao mercado não é facilitado na cidade. No quesito é analisado o relacionamento das startups com grandes empresas e com projetos de conexão para fora da cidade. Mas, o estudo da AB startups não conseguiu mapear

Falta conexão entre os atores do ecossistema Apontado no mapeamento como uma das lideranças do setor na cidade e fundador da Qranio - um dos cases de sucesso de Juiz de Fora Samir Iásbeck acredita que a cidade tem tudo o que precisa para ser um polo reconhecido de startups no Estado, mas falta o que ele chama de “liga” entre os atores do ecossistema. “Temos muitas startups nascendo, contamos com incentivo fiscal e formamos mão de obra de qualidade, pois Juiz de Fora tem universidades com mais de dez cursos ligados a tecnologia. Talvez o que falta seja um líder, um expoente que pega o boi pelo chifre e faça as conexões necessárias para o ecossistema crescer”, avalia. O empreendedor também acredita que o governo municipal pode ter uma ação mais ativa no desenvolvimento do ecossistema. Ele sugere a criação de uma aceleradora pública aos moldes do que o governo de Minas fez com o Seed. “Não é muito complicado: precisamos de uma casa com estrutura de trabalho, internet e um edital

para selecionar startups. Se o governo seleciona dez por ano e uma tem êxito, ele terá um retorno surpreendente com geração de emprego de alto valor agregado e arrecadará tributos”, frisa. Iásbeck afirma que já foi cobrado pelos investidores para mudar a sede da Qranio para São Paulo. A proposta faz sentido para a startup que só tem um cliente em Juiz de Fora e todos os outros na capital paulista. Mas, segundo o empreendedor, a permanência no município mineiro se dá por uma questão pessoal que ele tem com a cidade e também por causa da mão de obra, que é de qualidade e baixo custo. “Em Juiz de Fora eu também tenho menor rotatividade de funcionários, o que me ajuda a extrair mais do capital intelectual”, diz. A visão de uma Juiz de Fora que aproveita pouco seu potencial é compartilhada pela CEO da startup E-miolo, Thelma Valverde. A empresa, que existe na cidade desde 2005, desenvolve inteligência em nuvem sob medida como foco na integração de

soluções utilizadas pelas empresas, como aplicativos, chatbots e softwares de gestão. De acordo com a CEO, a maior parte dos clientes da startup está em São Paulo. “Ao mesmo tempo que Juiz de Fora produz muitos talentos e startups por causa da estrutura de universidades, a cidade não consegue suprir essas empresas de clientes locais porque não há uma cultura de inovação em todos os elos da cadeia. É difícil vender disrupção para clientes que não entendem o processo de construção da solução. Infelizmente, as empresas que são criadas aqui são obrigadas a se mudar ou a vender para outras cidades”, afirma. Para Thelma Valverde, esse problema seria minimizado se o ambiente de inovação fosse fomentado entre os diferentes públicos da cidade. A CEO explica que a permanência da E-miolo em Juiz de Fora tem a ver com a captação de mão de obra de qualidade e com a qualidade de vida que os gestores e funcionários encontram no município. (TB)

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Do total de startups criadas em Juiz de Fora, 45,71% desenvolvem softwares como serviço DIVULGAÇÃO

nenhum case que reflita esse relacionamento e nem programas de fomento do ecossistema com patrocínio de empresas locais. “O levantamento mostra que as grandes empresas de Juiz de Fora ainda não estão conectadas com a comunidade de startups. É importante que elas saibam que podem se envolver de diversas formas: patrocinando eventos, criando programas de aceleração, recebendo projetos do ecossistema. O mapeamento é provocador nesse sentido porque mostra onde há deficiência e onde a comunidade precisa atuar”, afirma. Medeiros: eventos são essenciais para a troca de experiência


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NEGÓCIOS KEYLA DUARTE NUNES

EMPREENDEDORISMO

Gourmetzinho planeja abrir dez unidades ainda neste ano Rede deve também virar franquia JULIANA BAETA

Foi pensando em oferecer uma alimentação de qualidade para os filhos, que o casal Amilcar e Karol Azevedo criaram a marca Gourmetzinho, há cerca de quatro anos. Com a sua experiência como chef de cozinha, Amilcar passou a desenvolver receitas adequadas a cada fase de vida da criança, a partir dos seis meses. Hoje, com três unidades no Brasil, sendo em São Paulo, onde fica também a fábrica, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, a rede pretende abrir mais dez lojas até o fim deste ano. A ideia é migrar para o modelo de franquias a partir do primeiro semestre do ano que vem e, assim, viabilizar ainda mais este crescimento. Um dos sócios da marca, Anibal Migliozi, explica: “Quando o Amilcar começou a fazer essas comidas para os filhos, despertou interesse também dos amigos e percebeu ali um nicho de mercado. Ele e a esposa passaram a investir nisso e foram crescendo. No fim do ano passado, conhecemos a empresa e entramos no negócio. São produtos de extrema qualidade que ainda não existiam no mercado, já que até então só víamos as papinhas em potinhos de vidro, produtos industrializados”. Por meio de uma parceria com

uma empresa de Rondônia, a marca, que até então estava instalada na Savassi, na região Centro-Sul da Capital, foi para o novo endereço na Pampulha no mês passado, onde funciona também uma unidade da empresa parceira. É por meio desta parceria que uma nova unidade está prestes a inaugurar em Brasília, já no mês que vem. “Este modelo de parceria que fechamos com a empresa foi testado em Minas Gerais e aprovado. Enxergamos que no Brasil, o Estado tem o público mais crítico para validar produtos”, comenta Aníbal. A marca está satisfeita com os resultados em Minas. Presente na Capital há cerca de um ano, foi após a última Feira do Bebê e Gestante, realizada em março deste ano no Expominas, que o faturamento da empresa quase dobrou. Aníbal acredita que o que tem impulsionado as vendas é a divulgação nas redes sociais. Mensalmente, a empresa investe de 10% a 15% de seu faturamento nesta área. Franquia - Por causa da falta de concorrentes diretos da marca, a procura é grande. É por causa disso que a empresa tem a previsão de abrir cerca de dez unidades até

Pensando em oferecer uma alimentação de qualidade para os filhos, Amilcar e Karol Azevedo criaram a marca

o fim do ano. “Recebemos muitas solicitações de pessoas, que já são consumidoras da marca, querendo comercializar os nossos produtos em suas cidades”, conta Aníbal. E é também devido a demanda que a empresa planeja migrar para o modelo de franquias a partir do ano que vem. “Estamos desenvolvendo uma linha de comidas congeladas para adultos e o modelo de franquias vai contemplar isso também. Desta forma, vamos conseguir viabilizar o crescimento do negócio de forma mais rápida e atender a todos os consumidores em nível nacional?”, conclui. Produtos - As receitas desenvolvidas são destinadas a bebês a partir dos seis meses. Nesta primeira fase, os alimentos têm consistência de purê e não levam sal. Na segunda fase, a partir dos nove meses, a mastigação do bebê precisa ser estimulada e para isso, os alimentos já contam com alguns pedacinhos irregulares, ainda sem adição de sal.

Linhas de produtos da Gourmetzinho atendem crianças a partir de 6

Já para as crianças a partir de 1 ano, os produtos são da linha Comidinhas do Chef, e levam alimentos sólidos e combinações como peito de frango com creme de milho e arroz com a feijoadinha do chef. Os maiores de três anos também possuem uma linha

especial chamada Agora Cresci, que oferece refeições mais complexas como filé de frango, arroz integral, creme de espinafre e ravióli de mussarela à bolonhesa. A marca também conta com uma linha de sobremesas sem adição de açúcar.

PIZZARIA

La Vera reformula unidade e lança pizza bar no Anchieta PAULO CUNHA / OUTRA VISAO

JULIANA BAETA

O cliente nunca está satisfeito, mas sempre tem razão. A La Vera Pizza Bar é um exemplo de como o comportamento dos fregueses pode mudar os rumos e as intenções de um estabelecimento. Há menos de três meses, o espaço, inicialmente projetado apenas para o delivery, foi reaberto para comportar os clientes que “desrespeitavam” o modelo de pretendido e consumiam as pizzas ali mesmo. A reabertura demandou um investimento baixo, de R$ 20 mil, já que a estrutura e os equipamentos e acessórios de preparação dos pratos já existiam. As pizzas feitas pelo chef italiano Leonardo Fontanelli ganharam fama desde que chegaram a BH. Há cerca de três anos, o negócio começou como um delivery na rua Maceió, do bairro Anchieta, mas os clientes acabavam pedindo a iguaria para comer no próprio local, que pouco a pouco foi ganhando mesas na calçada. Mas para seguir o plano original e concentrar somente no delivery, as já famosas pizzas italianas contemporâneas ganharam um novo endereço e estrutura. O restaurante La Vera Pizzeria Italiana, inaugurado em fevereiro deste ano na rua Pium-í, perto dali, no bairro Cruzeiro, nasceu para acomodar estes clientes “rebeldes” da rua Maceió. O negócio na Pium-í deu certo e um novo público foi formado, mas os antigos fregueses da Maceió continuavam querendo consumir a pizza ali mesmo, com as mãos, na calçada. Portanto, o chef Fontanelli decidiu oficializar isso, mantendo o delivery, mas também fazendo adequações para atender os clientes no local, colocando

Espaço inicialmente projetado para as operações do delivery recebeu aporte de R$ 20 mil para comportar o pizza bar PAULO CUNHA / OUTRA VISAO

Fontanelli afirma que número de pedidos aumentou após a reabertura

mesas e cadeiras, ampliando a capacidade de atendimento para 60 pessoas e instaurando definitivamente a La Vera Pizza Bar. O que não só deixou os clientes satisfeitos, mas ainda ajudou a enaltecer o delivery. Curiosamente após a readequação o número de pedidos no delivery subiu cerca de 40%. “Isso só com a reabertura. Acho que porque a rua Maceió é a porta de entrada dos bairros Cruzeiro e Anchieta. Ninguém conhece mas todo mundo passa por lá, é muito visível. Então, qualquer negócio que se abre ali é atrativo. E quando reabrimos como Pizza Bar, colocamos as mesas e tudo mais, deu uma boa visibilidade e o número de pedidos aumentou muito”, explica o chef. Sobre a mudança, ele confessa que foi uma demanda dos próprios clientes. “Deixamos o estabelecimento só para delivery

desde fevereiro, quando abrimos o restaurante, mas os clientes brigavam com a gente, eles queriam continuar comendo ali, com as mãos, na calçada. Então desistimos de deixar a unidade da rua Maceió exclusiva para delivery e reabrir o local como Pizza Bar. Percebemos que o cliente não muda de bairro, mesmo tendo a opção do restaurante bem perto dali, ele gosta de ficar por aqui, que é um comércio mais dinâmico. Às vezes, este cliente está levando o filho para a escolinha ou passeando com o cachorro por aqui, aí para, em 10 minutos come uma fatia de pizza e um refrigerante e depois vai embora. Este tipo de consumo é muito forte em BH”, comenta Fontanelli. Tanto na rua Pium-í como na Maceió, os 31 sabores La Vera estão disponíveis, exceto as seis pizzas degustações, presentes só no restaurante. Porém, no Pizza Bar, a variedade de opções de fatias é maior. Além disso, o restaurante conta com talheres, pratos e mais sofisticação, enquanto na outra unidade, a ideia é comer com as mãos. O Pizza Bar também conta com menu de drinks, chopes, vinhos, cervejas comuns e artesanais, inclusive um rótulo da casa. Planos - O chef não pensa em abrir novas unidades da marca, pelo menos por enquanto, já que os dois negócios andam bem e inclusive, o sub chef do restaurante desceu para o Pizza Bar, justamente para manter o mesmo padrão de qualidade em ambos os estabelecimentos. O plano agora é levar a La Vera para eventos particulares ou públicos, como festivais gastronômicos, o que deve acontecer em breve, já que a empresa está se organizando para isso.


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NEGÓCIOS PIXABAY

PET SHOPS

Mercado bilionário mantém crescimento mesmo com a crise Faturamento do setor atingiu R$ 32 bi no ano passado São Paulo - Cada vez mais, cachorros e gatos dividem espaços com seus donos em casa num comportamento tão próximo ao dos humanos, que envolve cardápios elaborados, direito a passeios especiais, adestradores e salão de beleza. Hábitos que geram negócios bilionários e estão em curva ascendente. Só o comércio varejista do mercado Pet faturou mais de R$ 32 bilhões no ano passado, estimulando a abertura de novos pontos de venda e a indústria do setor. Dados da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet) indicam que, no ano passado, os fabricantes de alimentos, medicamentos e acessórios para o mercado Pet tiveram um faturamento de R$ 20,37 bilhões, o equivalente a 6,9% a mais do que em 2016 Em 2018, a previsão é alcançar R$ 21,77 bilhões. Cerca de 68,6% desse total referem-se a produtos para nutrição animal, que em sua composição levam milho, soja, arroz, trigo e carnes de aves, bovinos e peixes. Potencial - Para o presidente da Abinpet, José Edson Galvão de França, a crise econômica fez os consumidores mudarem de com-

portamento. “Os tutores de animais de estimação não deixaram de comprar, mas estão procurando produtos mais em conta”, afirmou. O executivo reconhece, no entanto, que há “um potencial gigantesco” a ser explorado. Segundo França, há uma clientela atenta às ofertas e aos serviços. Segundo ele, aumentou a demanda por uma série de serviços, como banho e tosa, passeios feitos pelos pet walkers, adestradores e por creches de animais. “Há uma conscientização de que é importante a socialização dos pets não só com membros das famílias, mas com outros animais.” Em relação ao aumento do leque de produtos, ele destacou as opções de alimento completo e com versões para atender às necessidades especiais e ainda a oferta de acessórios e produtos que “humanizam” esses animais. Ele informou que para padronizar a qualidade na produção, foi criado o Manual Pet Food Brasil, em sua 9ª edição. Ranking mundial - O Brasil é o terceiro maior mercado mundial, com uma participação de 5,1%, atrás apenas dos Estados Unidos e do Reino Unido. Com base em levantamentos do Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Abinpet observou que o País ocupa a terceira colocação em número de animais (132 milhões) e só perde para a China (417 milhões) e os Estados Unidos (232 milhões). Dados do Instituto Pet Dados divulgados pelo IBGE apontam que o País conta com 132 milhões de animais de estimação Brasil, citados pela Abinpet, mostram que, no ano passado, o comércio varejista do setor passou por expressiva profissionalização, tendo Os investidores estran- animais, principalmente e panetones. De acordo alcançado um faturamento geiros ampliam sua parti- os cães, que deixaram os com Marinho, o mercado de R$ 32,92 bilhões entre cipação nesse segmento. Só quintais, indo para dentro Pet voltado para os gatos serviços gerais, alimentos neste ano, a rede Petz, que de casa e hoje ocupando também está crescendo. (Food), equipamentos e se tornou líder no varejo a mesma cama de seus Os mais de 20 mil itens acessórios (Care), produapós a entrada no negócio donos, quanto pela pro- do mercado Pet incluem tos veterinários (Prod Vet), do fundo norte-americano fissionalização do setor. alimentos, acessórios, brinserviços veterinários (Serv Warburg Pincus, já conta “Tem cursos na área, quedos e farmácia para Vet) e vendas de animais com 71 estabelecimentos tratamentos super dife- vários tipos de animais. de estimação. espalhadas em sete estados renciados, adoção de ani- Nas megalojas, o espaço As maiores movimentamais resgatados das ruas é dividido por setores, (São Paulo, Rio Grande do ções ocorreram no varejo e a questão do afeto. Tem Sul, Paraná, Rio de Janeicomo Safári (com hamsespecializado (pet shops), ro, Minas Gerais, Goiás e gente que deixa de comprar ters, coelhos, chinchilas, com R$ 26,61 bilhões. Desses, para si, para não faltar porquinhos da índia e Mato Grosso do Sul) e no R$ 1,27 bilhão são da venda nada para o Pet, que é coaves diversas), além do Distrito Federal. de animais de estimação, locado em primeiro lugar Aquarismo, Cães, Gatos O coordenador de Ma4,77% da demanda dos pet rketing da rede Petz, André e a gente aposta bastante , Filhotes e variedades de shops. Na venda direta de Marinho, informou que nisso”, disse. flores e plantas. animais pelo criador ao tuaté o final deste ano, o No local, o cliente conta tor, o volume atingiu R$ número deve chegar a 80 Luxo A lista de luxo dos com veterinários especiali3,39 bilhões. e com a meta de continuprodutos para cães inclui zados no atendimento de Já o montante dos alimenar crescendo. A projeção, até vinho e cerveja. São cães, gatos, peixes, aves, tos vendidos em supermersegundo revelou, é atingir composições à base de raroedores e répteis. Nos fins cados somou R$ 2,03 bilhões 120 pontos de venda até ção feita com carne, à qual de semana, são promoviou 6,1% do canal de vendas. 2020. são adicionados os aromas dos eventos de adoção em Em 2017, o faturamento do Para Marinho, o merdessas bebidas. Seguindo sistema de parceria com setor cresceu 5,8% sobre o o cardápio dos humanos, organizações não govercado foi estimulado tanto ano anterior, quando havia pela “humanização” dos há também brigadeiros namentais (ONGs). (ABr) alcançado R$ 31,11 milhões. (ABr)

Multinacionais investem no Brasil

TURISMO

Linha Prodetur alcança a marca de R$ 2 bilhões ROBERTO CASTRO - MTUR

DA REDAÇÃO

O ministro do Turismo, Vinicius Lummertz, anunciou na última quinta-feira, em palestra em Criciúma (SC), que a linha de crédito Prodetur+Turismo chegou à marca dos R$ 2 bilhões divididos em 57 projetos apresentados, sendo 49 do setor público e oito da iniciativa privada. As propostas vêm de 45 municípios de 16 estados brasileiros, sendo Santa Catarina o estado que mais apresentou demandas: até o momento foram 26 projetos que somam R$ 559,8 milhões. Na sequência, aparecem o Rio Grande do Sul, com nove propostas (R$ 339,4 milhões), e o Paraná (R$ 398,3 milhões), com seis. Os estados da Região Sul foram os primeiros a receber visitas do Prodetur Itinerante, que leva equipes técnicas do Ministério do Turismo para criar um canal direto de orientação e atendimento entre o contratante (cliente público ou privado) e o contratado (bancos de desenvolvimento). Segundo o ministro do Turismo, o sucesso do programa de crédito é uma forte expressão da vitalidade do setor. “Quando as políticas públicas conversam com os desafios do País, o resultado é esse. O turismo é uma pauta moderna, frutífera, que alavanca grandes economias no mundo. No Brasil, vemos que não é diferente: tanto governos quanto empresários têm

Vinicius Lummertz destaca que o sucesso do programa de crédito é uma forte expressão de vitalidade do setor no País

grandes projetos para contribuir com o crescimento da nação. O Prodetur é a oportunidade para realizá-los”, comentou. O Selo Oficial + Turismo, concedido a propostas alinhadas às diretrizes da política nacional de turismo, já foi concedido pelo Ministério do Turismo a 37 projetos. O carimbo identifica que o documento passou por análise prévia do MTur e receberá prioridade de tramitação junto ao banco contratado na operação de crédito. Os principais projetos que chegaram à área téc-

nica do MTur são grandes obras de infraestrutura pública, incluindo rodovias, orlas, praças e planos de requalificação urbana. Até agora, o projeto de maior orçamento é o Seaquarium, complexo turístico que será construído em Gramado (RS) - R$ 115 milhões - e também em Foz do Iguaçu (PR) - R$ 220 milhões. Da área pública, o destaque é o plano de completa revitalização urbanística na capital mato-grossense, Cuiabá, orçado em R$ 300 milhões.

dará um salto de mais de 285% em 2019. Passará dos R$ 43,2 milhões destinados para o atual exercício para R$ 166,6 milhões, a maior dotação desde o ano passado, quando o fundo foi reformulado e adotou novas regras para a contratação de financiamentos por empresas do setor de turismo. Se comparado com a dotação de 2017, de R$ 66,7 milhões, o crescimento apurado é de quase 150%. Até agosto de 2018, foram contratados nos oito agentes financeiros do fundo cerca Fungetur - O orçamento do R$ 38 milhões em projeFundo Geral de Turismo tos de construção, reforma

e compra de máquinas e equipamentos para meios de hospedagem, transportadores turísticos, bares e restaurantes, entre outras atividades. A expectativa é de geração/manutenção de 1.107 empregos em função dos 17 contratos assinados até agora. “A reformulação do Fungetur está atingindo os seus objetivos. Os números recentes mostram que há capilaridade, com o atendimento de municípios de vários estados; e foco, já que maior parte da clientela é composta de micro e pequenas empresas, que

mais precisam de apoio”, afirma o ministro do Turismo. Segundo ele, a nova administração do Fungetur, a inclusão de novos agentes financeiros – já que anteriormente somente a Caixa Econômica Federal operava com recursos do fundo –, e a crescente demanda por crédito são alguns dos fatores que justificam o aumento da dotação orçamentária do Fungetur. A principal atividade beneficiada pelo Fungetur, com 7 dos 17 contratos de financiamento assinados, é a de meios de hospedagem. Os recursos liberados para projetos hoteleiros estão principalmente em destinos de grande demanda como Gramado (RS), Araxá (MG), Atibaia (SP) e Balneário Camboriú (SC). Os demais referem-se a projetos de transportadoras turísticas, bares, restaurantes e cervejaria em municípios como Venda Nova do Imigrante, Domingos Martins e Vitória, referências no turismo do Espírito Santo; além de Belo Horizonte, Aracaju e Porto Alegre, entre outros. A expectativa do Ministério do Turismo é que até o final deste ano sejam contratados outros R$ 53,7 milhões, valor equivalente a 36 projetos que estão em análise nos bancos. No total, a carteira de projetos deste fundo especial de financiamento conta hoje com 53 propostas, entre contratados e em análise, no valor global de R$ 92 milhões.


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AGRONEGÓCIO

agronegocio@diariodocomercio.com.br

VALOR BRUTO DA PRODUÇÃO

Receita da agropecuária mineira recua 1,9% Com base nos dados de agosto, estimativa do Mapa é de faturamento de R$ 57,1 bilhões neste ano MICHELLE VALVERDE

produção total de café em 2018 foi estimado em R$ 13,85 bilhões, alta de 10,4%. Somente no segmento café arábica o VBP deve alcançar R$ 13,7 bilhões, alta de 10,9%. Já para o café conilon, a previsão é de queda, 33,7%, com o faturamento da produção estimado em R$ 109,2 milhões. O milho é outro importante item que contribuiu para a expansão do VBP da agricultura. Para 2018, a previsão de faturamento com a cultura é de R$ 3,98

RONALDO RONAN RUFINO

faturamento previsto para 2018 é de R$ 5,9 bilhões, o que, se atingido, será 16,8% inferior. Queda de 21,6% foi registrada na cultura do feijão. A estimativa é de que o faturamento em 2018 seja de R$ 1,05 bilhão. No caso da banana, a queda está estimada em 11,1% e VBP em R$ 1,56 bilhão.

O Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) de Minas Gerais, para 2018, com base nos dados de agosto, foi estimado em R$ 57,1 bilhões, retração de 1,9% frente aos R$ 58,2 bilhões registrados em 2017. A queda é justificada pelo desempenho negativo da pecuária, que diminuiu 7% no período. Já Pecuária - Ao contrário da para a agricultura, a estimatiagricultura, a estimativa é va aponta para uma elevação de queda no faturamento de 1,17% em 2018. Dentre os bruto da pecuária de Minas produtos, destaque para o Gerais em 2018. Com base café, cujo VBP cresceu nos dados de agosto, a 10,4%, e algodão, com expectativa é encerrar o Retração é atribuída ao alta de 16,6%. Na pecuano com VBP 7% inferior ária, o VBP dos suínos desempenho da pecuária, com e faturamento de R$ 20,2 Na pecuária, o setor de suínos é o que apresenta tendência mais negativa, com queda de 48,5% ficou 48,5% menor. Os redução de 7%, enquanto para bilhões. dados foram divulgaEntre os produtos, o a agricultura a previsão é de dos pelo Ministério da faturamento dos suínos Agricultura, Pecuária e é o que apresenta maior elevação de 1,17% em 2018 Abastecimento (Mapa). tendência de queda. Os DA REDAÇÃO A projeção é que o dados do Mapa aponalém da carne suína, nos real de 44,4 %, cacau, alta VBP estadual alcance R$ bilhões, variação positiva tam para um VBP de R$ 1,1 setores de frango, leite e de 27,6 %, café (7,9%), soja A estimativa do Valor ovos, observou o coorde- (10,6%), tomate (10,9%) e 57,1 bilhões em 2018, sendo de 7,44%. No caso da soja, bilhão, valor 48,5% inferior Bruto da Produção Agro- nador-geral de Estudos e trigo (79,2%). que, deste total, a agricul- a tendência é encerrar o ano aos R$ 2,1 bilhões registrados pecuária (VBP) de 2018 no Análises da Secretaria de tura responde por 64,4% com crescimento de 6,55% em 2017. Uma relação maior de País, apurada em agosto, é Política Agrícola do Mapa, produtos vem obtendo resuldo valor e a pecuária por e faturamento estimado em Para a produção de frande R$ 565,6 bilhões, 2,5 % José Garcia Gasques. 35,6%. A previsão é de um R$ 5,88 bilhões. Neste ano gos a estimativa é de um tados abaixo do que no ano abaixo da obtida em 2017, VBP de R$ 36,8 bilhões na safra, a colheita recorde da faturamento em 2018 próA redução de produtivi- passado. Os mais afetados que foi de R$ 579,8 bilhões. dade no campo, juntamente são: amendoim, - 14,1 %; agricultura, o que, se al- soja contribuiu para a expan- ximo a R$ 3,59 bilhões, o As lavouras apresentam com preços menores do que arroz, -18 %; banana, -8,7 %; cançado, representará um são. Ao todo, Minas Gerais que, se concretizado, será faturamento bruto de R$ no ano passado, foi o prin- batata-inglesa, -5,4 %; canaaumento de 1,17% frente a produziu 5,54 milhões de 4,28% menor. 384,2 bilhões e a pecuária, de cipal fator responsável pelo -de-açúcar, -10,7 %; feijão, 2017, quando o faturamento toneladas, aumento de 9,4% Já o faturamento previsto R$ 181,3 bilhões. A redução menor VBP. Preços menores -30,2 %; laranja, - 19,4%; das lavouras atingiu R$ 36,3 frente às 5 milhões de tonela- para a produção mineira de do valor real das lavouras para produtos importantes mandioca, -17,8 %; milho, bilhões. das colhidas anteriormente. leite, R$ 8 bilhões, está 4% em relação ao ano passado na formação do VBP como - 10,8 %; uva, - 26,8 %. Uma das influências poCom demanda e produção menor que os R$ 8,4 bilhões é de 1,2 % e da pecuária, café, cana-de-açúcar, laranOs resultados do VBP sitivas na composição do em alta, o VBP do algodão registrados no ano anterior. de 5,1 %. ja, uva, mandioca, feijão, e regional mostram que seis VBP da agricultura é a pre- herbáceo pode crescer 16,6%, No segmento de ovos, a A queda de valor na arroz, afetam os resultados. estados, Mato Grosso, São visão de aumento da safra com faturamento estimado previsão é fechar 2018 com pecuária foi decisiva na Além disso, contribuiu a Paulo, Paraná, Minas Gerais, de café, principal produto em R$ 440 milhões. Outro VBP em R$ 1 bilhão, queda redução do VBP. Em valores perda de produtividade e Rio Grande do Sul, geram do agronegócio mineiro. produto que está com pre- de 13%. absolutos, representa R$ desta safra que, segundo 59,3 % do VBP. Entre os esNeste ano, a expectativa é visão positiva é a batataNo setor da pecuária, 10 bilhões, sendo o maior a Conab, é de 5,2 %. tados do Nordeste, e Norte, colher 31,8 milhões de sacas -inglesa, com alta de 6,44% somente os bovinos manimpacto registrado na carne Os melhores resultados a Bahia e Pará, lideram, de 60 quilos, volume que, e VBP estimado em R$ 1,35 tiveram a expectativa de suína. Todos os produtos são observados em seis respectivamente, a geração se alcançado, representará bilhão. crescimento do VBP em estão em queda de valor, produtos da relação estu- do valor da produção. (Com um avanço de 30,4% frente a Dentre as retrações veri- 2018. A estimativa é faturar mas as maiores ocorrem, dada: algodão, com alta informações do Mapa). safra anterior. Com previsão ficadas no VBP, destaque R$ 6,51 bilhões, valor 2,2% de safra maior, o VBP da para a cana-de-açúcar. O superior.

No Brasil, cenário é de queda de 2,5%

CAFÉ

SOJA

Farinha de sementes de jaca pode Exportações devem alcançar recorde de substituir o chocolate no cappuccino 80 mi/t, com forte demanda da China São Paulo - A farinha de sementes de jaca pode substituir o chocolate na mistura de café cappuccino. O novo produto foi desenvolvido em uma pesquisa da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq). A bebida é feita com café, leite e chocolate em pó. Esse último pode conter, segundo o estudo, entre 50% e 75% das sementes, sem alterações significativas do sabor. O potencial da semente de jaca como substituta do chocolate foi descoberto durante uma aula da professora Miriam Coelho de Souza, da Universidade Metodista de Piracicaba. Na ocasião, a classe estava estudando o desenvolvimento de produtos alimentícios com base em resíduos do processamento de frutas. A professora percebeu, então, que um pão feito com a farinha das sementes tinha aroma de chocolate depois de assado. A partir da constatação, a cientista de alimentos Fernanda Papa Spada passou a pesquisar o tema na Esalq, orientada pela professora Solange Canniatti-Brazaca, que também trabalhava junto com Mirian na Universidade Metodista. A variedade da jaca foi a que obteve os

FRANCISCO JR / DIVULGAÇÃO

O aroma de chocolate é conseguido com sementes torradas

melhores resultados durante os experimentos. Spada analisou a composição química da farinha de sementes. O produto não tem, segundo a pesquisadora, sabor de chocolate, mas após ser torrada exala um aroma semelhante. É necessário ainda fermentar as sementes antes da torra para se conseguir esse efeito. Para se chegar ao ponto ideal, foram trabalhados 33 protótipos em diferentes graus de torrefação. As avaliações de sabor, tanto do nível da torra, quanto do percentual de farinha misturado ao cacau, foram feitas por um grupo de 20 voluntários. Foram submetidos aos testes sensoriais cappuccinos com índices

de substituição do chocolate variando de 25% a 100%. A mistura entre 50% e 75% de chocolate em pó com farinha não alteram, de acordo com a pesquisa, as características da bebida. O trabalho foi motivado por uma avaliação de Spada de que a oferta de cacau, ingrediente base do chocolate, não está acompanhando a expansão da demanda. A partir dos dados da Organização Internacional do Cacau, a pesquisadora vê apenas um pequeno aumento das safras nos últimos anos, enquanto o consumo de chocolate tem crescido substancialmente, impulsionado pela elevação da renda média em grandes mercados consumidores como China e Índia. (ABr)

São Paulo - O Brasil deverá exportar um recorde de cerca de 80 milhões de toneladas de soja em 2018, contando com uma forte demanda da China, mas também terá de realizar atípicas importações da oleaginosa dos Estados Unidos para atender suas próprias necessidades, avaliou ontem a Agribrasil, empresa que atua na originação de grãos. A conta da Agribrasil para a exportação do País considera o total já embarcado, a programação de navios e a expectativa de exportações entre outubro e dezembro. Contudo, o Brasil teria de importar cerca de 1 milhão de toneladas de soja dos EUA, que não estão vendendo quase nada para a China desde que Pequim, em guerra comercial com Washington, implantou em julho uma tarifa de 25% sobre a oleaginosa norte-americana. Com uma safra recorde de soja sendo colhida nos Estados Unidos e o Brasil com estoques pequenos após exportações recordes, principalmente para a China, o mercado tem especulado já há algum

tempo sobre compras brasileiras nos EUA. “Soja americana virá em breve pro Brasil”, afirmou o presidente da Agribrasil, Frederico Humberg, que atua no setor há quase 30 anos, tendo trabalhado anteriormente em várias multinacionais. Ainda não há confirmação de negócios do Brasil com os EUA, os maiores produtores globais da oleaginosa. Anteriormente, a possibilidade de compras de soja norte-americana já havia sido comentada pela associação de exportadores do país, a Anec. Compras de soja pelo Brasil ajudariam os EUA a lidar com seu excedente, em momento em que os norte-americanos já buscam vender mais para a Europa, como forma de escoar uma parte da produção antes comprada pela China. As importações totais do Brasil somariam 1,25 milhão de toneladas, com parte vindo também do Paraguai, ante compras totais de 250 mil no ano passado. Enquanto os prêmios pagos pelos chineses pela soja brasileira elevam as cotações no País e apertam

as margens da indústria nacional, nos Estados Unidos os preços da oleaginosa estão oscilando perto de mínimas em dez anos, o que ajudaria na efetivação de importações pelo Brasil. Humberg destacou que, considerando as exportações do Brasil no ano até agosto (65,9 milhões de toneladas), mais cerca de 4 milhões já carregados em setembro e outros 3,6 milhões de toneladas previstos nos line-ups dos navios, o País já teria exportações garantidas de cerca de 73,5 milhões de toneladas. “Estimo que podemos ter mais 6 a 7 milhões de toneladas de exportação nos meses de outubro, novembro e dezembro, e com isso chegaríamos ao recorde de 80 milhões de toneladas de exportação”, explicou. Essa previsão de exportação do Brasil, maior exportador global do produto, supera a projeção da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), divulgada no início de setembro, que apontou 76,1 milhões de toneladas, o que já representaria um crescimento de quase 12% ante 2017. (Reuters)


BELO HORIZONTE, QUARTA-FEIRA, 26 DE SETEMBRO DE 2018

15

FINANÇAS financas@diariodocomercio.com.br

ATA DO COPOM

BC indica possibilidade de elevar juros

MERCADO

Dólar recua e Ibovespa Medida, segundo autoridade, seria colocada em prática caso quadro econômico atual piore avança puxado O próximo encontro do Brasília - O Banco Cenpela Vale Copom ocorre em 30 e 31 tral (BC) avaliou que o níDIVULGAÇÃO

vel de repasse cambial tem se mostrado contido, com exceção de alguns preços administrados, mas reforçou que as medidas de inflação subjacente se elevaram para níveis apropriados, conforme ata do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada ontem. Nesse cenário, o BC destacou seu compromisso de conduzir a política monetária visando manter a trajetória de inflação em linha com as metas e apontou que isso “requer a flexibilidade para ajustar gradualmente a condução da política monetária quando e se houver necessidade”. Na semana passada, na última reunião antes da eleição do próximo presidente do Brasil, o BC manteve a taxa básica de juros em 6,50% ao ano, seu menor nível histórico, mas apontou que pode subi-la adiante caso haja piora do quadro atual, conforme as incertezas ligadas às eleições vêm guiando uma escalada do dólar frente ao real. “É possível que os ajustes de preços relativos ocorridos recentemente, em contexto com expectativas ancoradas, tenham contribuído para elevar a inflação para níveis compatíveis com as metas, sem constituir risco para a manutenção nesses níveis após concluídos os referidos

Na última reunião do comitê, a taxa básica de juros acabou sendo mantida em 6,5% ao ano

ajustes”, trouxe o BC na ata. No documento, a autoridade monetária afirmou que seguirá acompanhando “possível impacto mais perene de choques sobre a inflação”. Também voltou a dizer que não há relação mecânica entre os choques recentes e a política monetária, indicando que não reagirá com alta dos juros à valorização do dólar a não ser que haja impacto secundário na inflação prospectiva. Para o diretor de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, Fernando Barbosa, a ata reforçou comunicação prévia do BC de que só elevará a Selic se houver

piora adicional do balanço de riscos ou das expectativas de inflação. “Como as expectativas de inflação permanecem bem ancoradas e os efeitos secundários sobre os preços advindos de choques primários, como a depreciação do real, não têm se materializado, projetamos que a taxa Selic permanecerá estável em 6,5% até o final de 2018”, disse Barbosa, em nota. Preparando o terreno - Por sua vez, o economista-chefe do Fator, José Francisco de Lima, avaliou que o BC vem pavimentando o caminho para antecipar o início gradual da alta dos juros já neste

ano, particularmente pela volatilidade trazida pelas eleições. “Por enquanto, o grande peso tem sido a piora mundial, mas eu acho muito difícil que, nos próximos dias, o cenário eleitoral não afete os preços dos ativos”, afirmou ele, citando o avanço do dólar. “À luz do que eles escreveram, acho que se há viés, o viés é de subir na próxima reunião, porque acho que o comportamento do CDS (Credit Default Swap, uma medida de risco país) e do câmbio vai lançar dúvidas sobre o baixo repasse da variação do câmbio para a inflação”, acrescentou José Francisco.

de outubro, logo após o segundo turno das eleições. Na semana passada, o BC já tinha indicado um ambiente menos favorável para a inflação, com riscos mais elevados, em referência à deterioração do cenário externo para emergentes e à possibilidade de frustração da continuidade de reformas econômicas no País. Sobre a cena externa, o BC descreveu ontem riscos associados principalmente à normalização das taxas de juros em algumas economias avançadas e incertezas referentes ao comércio global. Olhando para o cenário doméstico, reforçou que os ajustes e reformas econômicas “são fundamentais” para a sustentabilidade da inflação baixa, para o funcionamento pleno da política monetária e para a redução da taxa de juros estrutural da economia. E disse que a percepção de continuidade dessa agenda afeta as expectativas e projeções macroeconômicas correntes. Na ata, o BC destacou que o elevado grau de ociosidade na economia ainda prescreve política monetária estimulativa. Também ponderou que a intensidade do repasse cambial depende desse fator e também da ancoragem das expectativas de inflação, sendo que continuará de olho em ambos. (Reuters)

LINHA DE CRÉDITO

Consignado com uso do FGTS começa a valer Brasília - A partir de hoje os trabalhadores do setor privado poderão contar com uma nova opção de crédito, o empréstimo consignado com uso do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) como garantia. Por enquanto, apenas a Caixa Econômica Federal oferece a linha de crédito, segundo informou o Ministério do Trabalho. Os empréstimos poderão ser pedidos em qualquer agência do banco público. De acordo com o ministério, a nova linha de crédito estará disponível para 36,9 milhões de trabalhadores com carteira assinada. Os juros não poderão ultrapassar 3,5% ao mês, percentual até 50% menor do que o de outras operações de crédito disponíveis no mercado, informou o ministério. O prazo de pagamento será de até 48 meses (quatro anos). O uso do FGTS como garantia para o crédito consignado proporciona juros mais baixos para os tomadores porque os recursos da conta do trabalhador no fundo cobrirão eventuais calotes, o que reduz o risco para os bancos e permite à Caixa oferecer empréstimos com taxas menores. Segundo o ministério, os valores emprestados dependerão de quanto os trabalhadores têm depositado na conta vinculada do FGTS. Pelas regras, eles podem dar como garantia até 10% do saldo da conta e a totalidade da multa em

caso de demissão sem justa causa, valores que podem ser retidos pelo banco no momento em que o trabalhador perder o vínculo com a empresa em que estava quando fez o empréstimo consignado. Regulamentação - Para dar maior garantia aos bancos, no mês passado foi feita uma nova regulamentação da modalidade de crédito e a Caixa criou um sistema que permite realizar a reserva de valores da conta do FGTS como garantia ao contrato consignado. “A Caixa informa que disponibilizou aos bancos um sistema que permite o envio e recebimento de informações sobre os créditos consignados, no intuito de realizar a reserva de valores da conta vinculada do fundo para garantia ao contrato consignado. O sistema já

ALISSON J. SILVA

se encontra disponível para que toda instituição financeira que tenha interesse em operar possa encaminhar e receber informações sobre crédito consignado. Vários bancos estão se preparando para operar com o produto”, disse a Caixa, em nota, em agosto. O valor reservado como garantia do empréstimo permanecerá na conta do FGTS do trabalhador, rendendo normalmente, até a quitação do empréstimo. A garantia será usada caso o empregado seja demitido sem justa causa e o banco não tenha mais como descontar as parcelas do crédito consignado do salário. Segundo o ministério, além da Caixa, outros bancos também poderão disponibilizar a nova linha de crédito. “Basta seguirem as regras estabelecidas em lei”, diz o ministério. (ABr) Inicialmente, o produto será oferecido apenas pela Caixa

ANBIMA

Negociações de debêntures sobem 49,6% São Paulo - O volume de debêntures negociadas no mercado secundário cresceu 49,6% entre janeiro e agosto deste ano, em relação ao mesmo período de 2017, passando de R$ 21,8 bilhões para R$ 32,7 bilhões, informou a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Desse total, as debêntures incentivadas, emitidas

pela Lei 12.431 (debêntures de infraestrutura), passaram a representar 35,1% do negociado, alcançando R$ 11,5 bilhões. No mesmo período do ano passado, a participação delas no total negociado era de 28,3%. Em relação ao número de operações com debêntures no mercado secundário, o avanço nos primeiros oito meses deste ano foi de 48,7%,

atingindo 83,9 mil transações. A participação dos papéis incentivados passou de 77%, no mesmo intervalo do ano passado, para 82% (68,8 mil operações). De acordo com a Anbima, a isenção fiscal para as pessoas físicas fez com que aumentasse o interesse dos investidores pelas debêntures incentivadas, o que favoreceu a pulverização desses papéis

e contribuiu para o aumento da liquidez do segmento. Apenas em agosto, o volume de debêntures negociado no mercado secundário avançou 28%, passando de R$ 166 milhões, em julho, para R$ 212 milhões. Entre as operações, o aumento foi de 5%, totalizando 535 transações no mês, das quais 433 foram com debêntures incentivadas. (AE)

São Paulo - O dólar terminou ontem com leve baixa ante o real, influenciado pela melhora de moedas emergentes e por um fluxo pontual de venda, depois de ter encostado em R$ 4,15, sob influência da pesquisa Ibope de intenção de votos que mostrou um segundo turno mais difícil para Jair Bolsonaro (PSL). O dólar recuou 0,12%, a R$ 4,0830 na venda, depois de ter alcançado a máxima de R$ 4,1429. Na mínima, a moeda foi a R$ 4,0761. O dólar futuro tinha elevação de cerca de 0,40%. “A volatilidade vai continuar”, resumiu o economista-chefe da corretora Spinelli, André Perfeito. No cenário externo, depois de começar o dia em alta ante a maioria das moedas emergentes, o dólar perdeu força e passou a cair ante quase todas as divisas, como peso chileno e rand sul-africano. O peso argentino, no entanto, caiu ante o dólar, depois que o presidente do banco central do país renunciou. Internamente, os investidores também citaram fluxo pontual de recursos no período vespertino, bem como rumores sobre as pesquisas eleitorais a serem conhecidas nos próximos dias. “As pesquisas mais recentes jogam um balde de água fria no otimismo ‘antiesquerda’ da semana passada e voltam a elevar o grau de cautela no mercado”, trouxe a corretora H.Commcor em relatório. O Banco Central ofertou e vendeu integralmente na sessão 10,9 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares. O BC já rolou até agora US$ 8,720 bilhões do total de US$ 9,801 bilhões que vencem em outubro. B3 – Já o Ibovespa fechou em alta, ganhando tração na parte da tarde, guiado pela disparada de 3% das ações da Vale. Combinado com fluxo de capital externo, o movimento ajudou a neutralizar receios com o cenário eleitoral. O principal índice de ações da B3 subiu 0,83%, a 78.630,14 pontos. O volume financeiro do pregão somou R$ 10 bilhões - melhor do que a média diária do mês (R$ 9,28 bilhões), mas ainda um pouco abaixo da média do ano de R$ 10,7 bilhões por dia. Dados da B3 mostram que, apenas na semana passada, houve entrada líquida de mais de R$ 2 bilhões de capital externo na Bovespa. (Reuters)




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IOF - Pagamento do IOF apurado no m├кs de agosto/2018 relativo a opera├з├╡es com FRQWUDWRV GH GHULYDWLYRV ┬┐QDQFHLURV &yG 'DUI 'DUI &RPXP YLDV

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IPI - Fabricantes de produtos do cap├нtulo GD 7LSL 3UHVWDomR GH LQIRUPDo}HV SHORV IDEULFDQWHV GH SURGXWRV GR &DStWXOR GD 7LSL SURGXWRV GH KLJLHQH SHVVRDO FRVPpWLFRV H SHUIXPHV FRP UHFHLWD EUXWD QR DQR FDOHQGiULR DQWHULRU LJXDO RX VXSHULRU D 5 PLOK}HV FRQVWDQWHV GR $QH[R ├ТQLFR GD ,QVWUXomR 1RUPDWLYD 65) Q┬Ю UHIHUHQWHV DR ┬Ю ELPHVWUH MXOKR DJRVWR j XQLGDGH GD 6HFUHWDULD GD 5HFHLWD )HGHUDO GR %UDVLO 5)% FRP MXULVGLomR VREUH R GRPLFtOLR GD PDWUL] 'LVTXHWH DITR - $SUHVHQWDomR GD 'HFODUDomR GR Imposto sobre a Propriedade Territorial 5XUDO ',75 UHODWLYD DR H[HUFtFLR ,QVWUXomR 1RUPDWLYD 5)% Q┬Ю Internet ITR - 3DJDPHQWR GD TXRWD ~QLFD RX QR FDVR GH SDUFHODPHQWR GD ┬Э TXRWD GR Imposto sobre a Propriedade Territorial 5XUDO ,75 GR H[HUFtFLR GH ,QVWUXomR 1RUPDWLYD 5)% Q┬Ю 'DUI &RPXP YLDV &R┬┐QV 3,6 3DVHS 5HWHQomR QD )RQWH ┬▒ $XWRSHoDV 5HFROKLPHQWR GD &R┬┐QV H GR 3,6 3DVHS UHWLGRV QD IRQWH VREUH UHPXQHUDo}HV SDJDV SRU SHVVRDV MXUtGLFDV UHIHUHQWHV j DTXLVLomR GH DXWRSHoDV DUW ┬Ю ┬Ж ┬Ю GD /HL Q┬Ю FRP D QRYD UHGDomR GDGD SHOR DUW GD /HL Q┬Ю QR SHUtRGR GH ┬Ю D 'DUI &RPXP YLDV

,53- $SXUDomR PHQVDO Pagamento do Imposto de Renda devido no m├кs GH DJRVWR SHODV SHVVRDV MXUtGLFDV TXH RSWDUDP SHOR SDJDPHQWR PHQVDO GR LPSRVWR SRU HVWLPDWLYD DUW ┬Ю GD /HL Q┬Ю 'DUI &RPXP YLDV

IRPJ - $SXUDomR WULPHVWUDO 3DJDPHQWR GD ┬Э TXRWD GR ,PSRVWR GH 5HQGD GHYLGR QR ┬Ю WULPHVWUH GH SHODV SHVVRDV MXUtGLFDV VXEPHWLGDV j DSXUDomR WULPHVWUDO FRP EDVH QR OXFUR UHDO SUHVXPLGR RX DUELWUDGR DFUHVFLGD GD WD[D 6HOLF GH DJRVWR PDLV DUW ┬Ю GD /HL Q┬Ю 'DUI &RPXP YLDV

IRPJ - 5HQGD YDULiYHO 3DJDPHQWR GR ,PSRVWR GH 5HQGD GHYLGR VREUH JDQKRV OtTXLGRV DXIHULGRV QR PrV GH DJRVWR SRU SHVVRDV MXUtGLFDV LQFOXVLYH DV LVHQWDV HP RSHUDo}HV UHDOL]DGDV HP EROVDV GH YDORUHV GH PHUFDGRULDV GH IXWXURV H DVVHPHOKDGDV EHP FRPR HP DOLHQDo}HV GH RXUR DWLYR ┬┐QDQFHLUR H GH SDUWLFLSDo}HV VRFLHWiULDV IRUD GH EROVD DUW GR 5,5 'DUI &RPXP

,53) ┬▒ &DUQr OHmR Pagamento do Imposto de Renda devido por pessoas f├нsicas sobre rendimentos recebidos de outras pessoas f├нsicas ou de fontes do H[WHULRU QR PrV GH DJRVWR DUW GR 5,5 &yG 'DUI 'DUI &RPXP YLDV

IRPF - /XFUR QD DOLHQDomR GH EHQV RX GLUHLWRV 3DJDPHQWR SRU SHVVRD ItVLFD UHVLGHQWH RX GRPLFLOLDGD QR %UDVLO GR ,PSRVWR GH 5HQGD GHYLGR VREUH JDQKRV GH FDSLWDO OXFURV SHUFHELGRV QR PrV GH DJRVWR SURYHQLHQWHV GH DUW GR 5,5 D DOLHQDomR GH EHQV RX GLUHLWRV DGTXLULGRV HP PRHGD QDFLRQDO &yG 'DUI E DOLHQDomR GH EHQV RX GLUHLWRV RX OLTXLGDomR RX UHVJDWH GH DSOLFDo}HV ┬┐QDQFHLUDV DGTXLULGRV HP PRHGD HVWUDQJHLUD &yG 'DUI 'DUI &RPXP YLDV

,53) 5HQGD YDULiYHO Pagamento do Imposto de Renda devido por pessoas ItVLFDV VREUH JDQKRV OtTXLGRV DXIHULGRV em opera├з├╡es realizadas em bolsas de YDORUHV GH PHUFDGRULDV GH IXWXURV H DVVHPHOKDGRV EHP FRPR HP DOLHQDomR GH RXUR DWLYR ┬┐QDQFHLUR IRUD GH EROVD QR PrV GH DJRVWR DUW GR 5,5 &yG 'DUI 'DUI &RPXP YLDV

,53) ┬▒ 4XRWD 3DJDPHQWR GD ┬Э TXRWD do imposto apurado pelas pessoas f├нsicas QD 'HFODUDomR GH $MXVWH UHODWLYD DR DQR FDOHQGiULR GH DFUHVFLGD GD WD[D 6HOLF GH DJRVWR PDLV MXUR GH &yG 'DUI 'DUI &RPXP YLDV

&6/ $SXUDomR PHQVDO Pagamento da &RQWULEXLomR 6RFLDO VREUH R /XFUR GHYLGD QR PrV GH DJRVWR SHODV SHVVRDV MXUtGLFDV TXH RSWDUDP SHOR SDJDPHQWR PHQVDO GR ,53- SRU HVWLPDWLYD DUW GD /HL Q┬Ю 'DUI &RPXP YLDV

&6/ $SXUDomR WULPHVWUDO Pagamento GD ┬Э TXRWD GD &RQWULEXLomR 6RFLDO VREUH R /XFUR GHYLGD QR ┬Ю WULPHVWUH GH SHODV SHVVRDV MXUtGLFDV VXEPHWLGDV j DSXUDomR WULPHVWUDO GR ,53- FRP EDVH QR OXFUR UHDO SUHVXPLGR RX DUELWUDGR DFUHVFLGD GD WD[D 6HOLF GH DJRVWR PDLV DUW GD /HL Q┬Ю 'DUI &RPXP YLDV


BELO HORIZONTE, QUARTA-FEIRA, 26 DE SETEMBRO DE 2018

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LEGISLAÇÃO JANE DE ARA´´UJO/AGÊNCIA SENADO

CRIME TRIBUTÁRIO

MP pode usar dado sigiloso sem autorização judicial STJ reconhece licitude do fornecimento de informações bancárias Brasília - Não constitui ofensa ao princípio da reserva de jurisdição o uso pelo Ministério Público (MP), sem autorização judicial, de dados bancários legitimamente obtidos pela Receita Federal, para fins de apresentação de denúncia por crime tributário, ao término do processo administrativo. Com esse entendimento, a Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) deu provimento a recurso do Ministério Público para reconhecer a licitude da prova e determinar novo juízo de admissibilidade de denúncia formulada contra contribuinte que deixou de declarar renda, o que configuraria, em tese, crime contra a ordem tributária, conforme o artigo 1º da Lei 8.137/90. Segundo o ministro-relator para o acórdão, Felix Fischer, o envio de informações sigilosas da Receita para o MP não representa ofensa ao princípio da reserva de jurisdição, já que decorre

da mera obrigação legal de comunicar às autoridades competentes a ocorrência de possível ilicitude. A reserva de jurisdição significa que os membros do Poder Judiciário têm exclusividade para a prática de determinados atos, o que limita a atividade de outros órgãos com poderes de investigação. “Em síntese, não constitui ofensa ao princípio da reserva de jurisdição o uso pelo Ministério Público, para fins penais, sem autorização judicial, de dados bancários legitimamente obtidos pela Receita Federal (LC 105/2001, artigo 6º) e compartilhados no cumprimento de seu dever legal, por ocasião do esgotamento da via administrativa fiscalizatória e constatação de possível prática de crime tributário”, resumiu Fischer. O ministro explicou que o caso analisado se enquadra exatamente nesta exceção, já que a denúncia se amparou nos elementos de prova re-

metidos pela Receita ao MP quando do encerramento de um processo administrativo fiscal que colheu, entre outras provas, dados bancários. Felix Fischer destacou que, recentemente, o Supremo Tribunal Federal (STF) também teve a oportunidade de se manifestar acerca do tópico e concluiu pela legitimidade da prova material obtida no procedimento tributário, sendo lícito o compartilhamento com o MP para fins de persecução penal, independentemente de autorização judicial. Exceção categórica - O relator lembrou que constitui obrigação dos órgãos de fiscalização tributária, após o fim do procedimento administrativo, comunicar ao MP a eventual prática de crime. “Desse modo, a ação penal fundada em tais elementos não pode ser tomada como ofensiva à reserva de jurisdição, pois amparada em exceção categórica da

legislação”, disse ele. Felix Fischer afirmou que, se os meios de obtenção da prova material são legítimos, mostra-se igualmente lícita sua utilização para fins de persecução criminal. O caso analisado, segundo o ministro, é diferente da quebra de sigilo bancário para fins penais, procedimento que exige autorização judicial específica. Na mesma sessão, a Quinta Turma aplicou o mesmo entendimento para não conhecer do Habeas Corpus 464.896. Neste HC, o ministro-relator, Reynaldo Soares da Fonseca, destacou julgamento do STF, com repercussão geral, segundo o qual o artigo 6º da LC 105/2001 não ofende o direito ao sigilo bancário. O ministro disse que não há qualquer irregularidade na representação fiscal para fins penais, procedimento utilizado para subsidiar a denúncia apresentada contra o paciente. (As informações são do STJ)

SEMINÁRIO

Mediação reduz ações nos tribunais Brasília - O presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, vai participar hoje de um seminário na sede do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em Brasília, para discutir como a cultura da mediação judicial pode fazer frente ao excesso de ações que sobrecarregam os tribunais. Desde 2009, a quantidade de processos em tramitação na Justiça cresceu 31,9% e somava 80,1 milhões de processos ao fim de 2017. O Seminário de Aproximação Institucional para Mediação Judicial pretende levantar formas de inserir a mediação na formação dos juristas brasileiros. Participarão da abertura do evento, também, o corre-

gedor nacional de Justiça, ministro Humberto Martins e o presidente do CF/OAB, Claudio Lamachia. Segundo o conselheiro Valdetário Andrade Monteiro, um dos coordenadores do evento, um dos fatores que explicam o volume de ações judiciais é que o Brasil prepara seus advogados para a litigância, não para a solução dos conflitos. “Num momento de imensa judicialização é mais que oportuna a aproximação institucional da OAB e do CNJ. Analisar o cenário atual com o olhar no fomento da mediação e da conciliação como medidas reais de solução de conflitos, sempre com a participação indispensável da advocacia, torna-se cada vez mais fundamental”, afirmou o conselheiro.

Com a formação adequada, os advogados poderiam atuar de forma pró ativa para evitar que conflitos fossem levados aos tribunais. Uma das áreas em que a mediação seria útil e eficiente, por exemplo, é o direito de família. Em casos de inventários decorrentes de falecimento de parentes que são levados à Justiça, por exemplo, quem entra com o pedido muitas vezes não alcança o objetivo da ação, ou seja, receber a sua parte na herança. Acontece o mesmo em disputas de pensão alimentícia transformadas em ações judiciais. O valor de uma pensão permanece anos em discussão, sem uma decisão definitiva a favor de uma das partes. “Temos 1,2 milhão de advogados atualmente que são

treinados na faculdade para litigar”, afirma o conselheiro Valdetário, que falará no seminário sobre o acordo firmado em 2015 entre CNJ e OAB para tratar da formação de instrutores em mediação judicial. Os conselheiros Daldice Santana, Maria Tereza Uille e André Godinho também representarão o CNJ no evento. Além das palestras, o seminário também reservará dois painéis para apresentar as boas práticas de mediação judicial atualmente desenvolvidas na advocacia. Um dos palestrantes será o coordenador do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) de Mossoró (RN), juiz do Trabalho Magno Maia. (As informações são da Agência CNJ de Notícias)

TERCEIRIZAÇÃO

Decisão do STF dá segurança jurídica DA REDAÇÃO

Com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), no fim de agosto, de que é constitucional a terceirização das atividades-fim, as principais atividades desenvolvidas pela empresa, a tendência é que aumentem as contratações nesse formato, já que essa regulamentação garante mais segurança jurídica para os envolvidos. “A prática da terceirização no Brasil sempre foi algo comum, porém, não regulamentada. A Súmula 331 do Tribunal Superior do Trabalho (TST) é que permitia a terceirização, mas apenas das atividades-meio, aquelas que não possuem relação direta com o negócio da empresa, com exceção das empresas de segurança e limpeza, para as quais havia o permissivo legal. Isso trazia insegurança jurídica para as demais empresas e incertezas sobre a

garantia de direitos para os contratados terceirizados”, explica a coordenadora da área de relações de trabalho e consumo do escritório Andrade Silva Advogados, Bianca Dias de Andrade. Segundo ela, essa decisão, além de possibilitar a ampliação das contratações por parte das empresas, que terão menos receio em contratar trabalhadores terceirizados, é mais uma ação que contribui para a modernização das relações trabalhistas. Entre as vantagens dessa regulamentação está o fato de que a terceirização da atividade-fim vai permitir a contratação de empresas especializadas no negócio da própria contratante. “O Supremo decidiu acertadamente ao argumentar que a opção pela terceirização é um direito da empresa, e essa flexibilização já existe em outros países. Cabe ao empresário definir o modelo

de negócio mais adequado para a empresa dele. É um respeito ao princípio constitucional da livre iniciativa”, destaca Bianca. Ela acrescenta que essa decisão do Supremo indica como os tribunais podem se posicionar em ações similares. A advogada garante que a terceirização da atividade-fim, por si só, não gera automaticamente a precarização dos direitos trabalhistas. “Isso porque, conforme exposto em argumentos dos votos da decisão do STF, a própria legislação já prevê mecanismos para fiscalizar e garantir o cumprimento das obrigações, a fim de evitar abuso de direito”, comenta. Processos antigos - De acordo com o STF, a decisão se aplica apenas para os casos que tramitam atualmente na Justiça e que ainda estão com pendências de decisão

ou recurso. Para os processos com trânsito em julgado, ou seja, quando não são mais cabíveis recursos, não haverá alteração, mantendo-se o que já havia sido decidido, mesmo nos casos em que as empresas tenham sido eventualmente punidas. Com a decisão, também foi mantida a responsabilidade subsidiária da empresa tomadora de serviços, ou seja, em caso de inadimplência de obrigações trabalhistas, a contratante de serviços terceirizados somente será executada quando esgotados os meios passíveis de execução contra a prestadora. “Por isso, é de suma importância que as empresas tomadoras de serviços conheçam a idoneidade e a situação financeira das prestadoras, bem como fiscalizem o adimplemento das obrigações trabalhistas durante o período de prestação de serviços”, alerta Bianca.

Para o ministro Felix Fischer, a Receita deve enviar dados

OPERAÇÃO HAPPY HOUR

Sonegação de R$ 100 mi do setor cervejeiro é alvo do Fisco paulista São Paulo - O Fisco paulista desencadeou ontem a Operação Happy Hour para fiscalização do setor cervejeiro que teria causado prejuízo de R$ 100 milhões em sonegação de imposto em menos de dois anos. Na lista de alvos de 60 auditores da Receita estadual está o grupo responsável pela fabricação da cerveja Proibida. “O objetivo é a recuperação do crédito do imposto, seja via cobrança de auto de infração ou mediante execução dos articuladores da fraudes. O Fisco tem feito nos últimos meses operações de orientação, de educação e de repressão. Com a modernização e o cruzamento de dados é possível identificar facilmente o esquema. O recado é claro: sonegar não compensa”, afirma Vitor Manuel dos Santos Alves Junior, diretor Executivo na Diretoria Executiva da Administração Tributária (Deat) da Secretaria da Fazenda. A operação foi aberta em 11 cidades de São Paulo, além de diligências em duas cidades no Rio de Janeiro e uma na Bahia. Em seis endereços - quatro em São Paulo e dois em Bauru -, os auditores estão em busca de documentações. Outros alvos da operação serão notificados a apresentar documentação relativa a seus negócios. Segundo o Fisco, no Estado de São Paulo, a cerveja está entre os produtos que seguem o regime de substituição tributária (ST), ou seja, o fabricante deve recolher o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) de toda a cadeia. Assim quando a cerveja é produzida e comercializada dentro do Estado, o fabricante (detentor da marca) é responsável pela retenção ao Estado do ICMS da própria operação, como também do ICMS devido nas etapas subsequentes da cadeia comercial (ICMS relativo à substituição tributária ou simplesmente ICMS-ST). De acordo com as informações declaradas em notas fiscais eletrônicas e o cruzamento de dados, os agentes fiscais identificaram divergências na circulação da mercadoria correspondente àquelas indicadas nos documentos fiscais. O Fisco detectou que para driblar o pagamento dos tributos incidentes na circulação real da cerveja, suspeita-se que as empresas envolvidas estejam simulando dois tipos de operações

de venda: a interestadual (para supostas empresas exportadoras ou fabricantes localizados em outros Estados) e a de devolução de mercadorias, quando o destino final são atacadistas localizados neste Estado. Simulação - A primeira irregularidade baseia-se na simulação de saídas interestaduais para supostas “empresas de fachada”, nos estados da Bahia, Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul. Essa triangulação aconteceria apenas no papel, visando escapar da tributação do ICMS relativo à substituição tributária, quando simuladas para supostos fabricantes localizados em outros estados, ou do ICMS próprio e do ICMS-ST, quando simuladas para supostas empresas exportadoras localizadas em outros estados. A suspeita em relação a essas operações é de que elas sejam saídas simuladas para acobertar vendas internas desacompanhadas de documento fiscal ou para “consumir” o estoque gerado pelas devoluções fictícias, comentadas a seguir. A segunda modalidade de fraude investigada consiste na emissão de notas fiscais de entrada referentes a supostas devoluções de mercadorias. Foram identificadas que essas devoluções estavam sendo recorrentes e alcançando um montante considerável de produtos, representando 36% das vendas. Essas devoluções fictícias teriam o condão de anular os débitos de ICMS e ICMS-ST gerados nas saídas efetuadas a empresas atacadistas localizadas no Estado. Confirmada a prática adotada, será constituído o crédito tributário contra os reais beneficiários da fraude. Em relação aos estabelecimentos de existência simulada (empresas de fachada), as ações serão direcionadas a promover a nulidade de suas Inscrições Estaduais, colhendo informações que permitam identificar as pessoas naturais e/ou jurídicas que efetivamente promoveram as operações simuladas, com vistas a responsabilizá-las solidariamente. A ação conta com o apoio da Divisão de Crimes contra a Fazenda do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC) e de membros do Grupo de Atuação Especial para Recuperação Fiscal (Gaerfis) da Procuradoria-Geral do Estado (PGE). (AE)


BELO HORIZONTE, QUARTA-FEIRA, 26 DE SETEMBRO DE 2018

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DC MAIS dcmais@diariodocomercio.com.br

Petrobras e Pnud firmam pacto para incentivar desenvolvimento sustentável PASCAL ROSSIGNOL/REUTERS

Rio de Janeiro - Um acordo de cooperação entre a Petrobras e o Programa das Nações Unidas para Desenvolvimento (Pnud) vai capacitar lideranças locais e administradores públicos em 110 cidades brasileiras onde a estatal opera. O acordo foi assinado ontem, no Rio de Janeiro, e deve qualificar 2,2 mil pessoas em dois anos. A intenção da capacitação é estimular o desenvolvimento sustentável previsto nos 17 objetivos da Organização das Nações Unidas (ONU). O programa vai colaborar na identificação das prioridades de cada uma das localidades e começar por cidades de três estados que ainda serão definidos. Os cursos presenciais nos primeiros municípios contemplados vão servir de parâmetro para sistematizar instrumentos de capacitação e replicar o modelo para outras cidades. Como organizações da sociedade civil também vão participar do curso, a previsão da Petrobras e do Pnud é que haja um efeito multiplicador em cada comunidade. Desafios - Diretor de País do Pnud, Didier Trebucq, destaca que, apesar de o programa abarcar cidades de uma área que vai do Ceará ao Rio Grande do Sul, há desafios em comum, especialmente ligados à capacitação. “Cada município é um caso único, por isso, precisamos fazer primeiro uma análise de dados.

Mas, claramente, há muitos desafios que são comuns”, apontou. A gerente de responsabilidade social da Petrobras, Beatriz Espinoza, lembra que o dia da

assinatura é o aniversário de três anos dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). “A gente espera contribuir, daqui a dois anos, no aniversário de

cinco anos dos objetivos, com a sua disseminação”, afirmou. Os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável foram aprovados pelo Brasil e mais 192

países na 70ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em 2015. Desde então, eles se tornaram prioridade na agenda da ONU até 2030. (ABr)

Feira Tecnológica

Sinduscon-MG

Festim

O Inatel abre as portas de seu campus em Santa Rita do Sapucaí, de hoje a sexta-feira (28), para visitação da 37ª edição da Feira Tecnológica (Fetin). O evento contará com a exposição de mais de 100 projetos inovadores, desenvolvidos pelos alunos da instituição e por estudantes estrangeiros, nas áreas de Saúde, Segurança, Meio Ambiente, Educação, Entretenimento, Agricultura e Pecuária, Sustentabilidade, Segurança e outras. O evento é aberto ao público e oferece também workshops gratuitos, atividades práticas relacionadas a Games, Realidade Virtual e Eletrônica no Espaço Maker, além de atrações culturais e festival de Food Trucks.

O Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG) empossa no dia 2 de outubro, às 8h30, sua nova diretoria (Gestão 2018/2021) e faz a entrega da Medalha Paulo Simão – 2018, concedida à Construtora Diniz Camargos Ltda. Tomará posse na presidência do Sinduscon-MG o engenheiro Geraldo Jardim Linhares Júnior. O evento será realizado na sede da Fiemg (Avenida do Contorno, 4.456, 4º andar, Funcionários), em Belo Horizonte.

A 7ª a edição do Festival de Teatro em Miniatura (Festim), produzido pelo Grupo Girino, traz a BH, até domingo (30), espetáculos internacionais voltados especialmente para os públicos adolescente e adulto. O destaque é a participação de grupos internacionais da América Latina. A DIVULGAÇÃO companhia Teatro Pedra Libre, de Córdoba, na Argentina, apresenta três espetáculos que usam técnicas de manipulação direta, vara, mecanismos e gatilhos. Já os espetáculos da companhia Oani Teatro (Foto), de Valparaíso, no Chile, envolvem o público em sonhos e aventuras. Outra companhia chilena que integra a programação é Ruby Box Theater, que traz espetáculo interativo. Mais uma novidade é a inclusão de sessões só para o público adulto, como a trilogia da companhia El Jardin, de Mendoza, na Argentina, que propõe uma leitura erótica da pintura. Mais informações: www.festim. art.br. A programação é gratuita.

CULTURA DIVULGAÇÃO

Massinha Oficina - Animações costumam atrair a atenção de crianças e adultos. Quem vê os filmes animados na tela nem imagina quais são os processos necessários para criar o movimento. Participantes da Oficina de Animação com Massinha vão criar cenários e dar vida a personagens de massa de modelar. A atividade, com cerca de uma hora e meia de duração, é indicada a maiores de 6 anos, inclusive, adultos.

Quando: Sábado (29), às 15h Quanto: Entrada Gratuita Onde: Espaço do Conhecimento UFMG (Praça da Liberdade, 700, Funcionários, Belo Horizonte)

Mostra de cinema Sucessos - A mostra especial “Por Trás da Cena” exibirá seis filmes que retratam os bastidores de produções cênicas, em diálogo com o FIT-BH 2018, como “All That Jazz: O Show Deve Continuar” (1979), clássico de Bob Fosse, ganhador da Palma de Ouro em Cannes; “Cisne Negro” (2011), de Darren Aronofsky, pelo qual a atriz Natalie Portman ganhou os mais importantes prêmios de

interpretação do ano. Mais informações: (31) 3277-4699. Quando: De hoje a domingo (30) Quanto: Entrada Gratuita (Mediante retirada de ingressos 30 minutos antes de cada sessão) Onde: MIS Cine Santa Tereza (Rua Estrela do Sul, 89, Santa Tereza, Praça Duque de Caxias, Belo Horizonte) Chico Amaral Convida - Na terceira das quatro apresentações do projeto “Chico Amaral Convida Seus Parceiros”, o letrista, compositor e saxofonista recebe Affonsinho e Marina Machado. Será a primeira vez que os artistas vão dividir um palco e o repertório terá canções compartilhadas pelos músicos e composições feitas com outros parceiros, como Lô Borges e Flávio Henrique. Quando: Amanhã (27), às 21h Quanto: R$ 40 (Inteira) e R$ 20 (Meia)

Onde: Centro Cultural do Minas Tênis Clube (Rua da Bahia, 2.244, Lourdes, Belo Horizonte)

RAÍ JUNIOR/DIVULGAÇÃO

Machado de Assis Infantojuvenil - Conhecido como um dos maiores autores da literatura brasileira e dono de um vasto legado, Machado de Assis (1839-1908) ganha sentido particular no musical infantojuvenil “Contos partidos de amor”. Com direção de Duda Maia, dramaturgia de Eduardo Rios e trilha sonora original de Ricco Viana, o musical trara de amor e ciúme de forma poética e bemhumorada. Quando: De 5 a 29 de outubro, com sessões às segundas e sextas-feiras, às 19h e aos

sábados e domingos, às 16h e 19h Quanto: R$ 30 (Inteira) e R$ 15 (Meia, para clientes e funcionários do BB, estudantes e maiores de 60 anos) Onde: Centro Cultural Banco do Brasil (Praça da Liberdade, 450, Funcionários, Belo Horizonte) www.facebook.com/DiariodoComercio www.twitter.com/diario_comercio dcmais@diariodocomercio.com.br Telefone: (31) 3469-2067


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