diariodocomercio.com.br JOSÉ COSTA FUNDADOR
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DESDE 1932 - EDIÇÃO 23.716 - R$ 2,50
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BELO HORIZONTE, QUINTA-FEIRA, 11 DE OUTUBRO DE 2018
Ambiente de negócios para a construção ainda é desfavorável Confiança dos empresários permanece abaixo dos 50 pontos pelo 6º mês consecutivo Apesar de apresentar o segundo aumento consecutivo em setembro de 2018, o Índice de Confiança do Empresário da Indústria da Construção de Minas Gerais (Iceicon-MG) permanece abaixo dos 50 pontos e aponta falta de confiança por parte dos empresários do setor pelo sexto mês seguido. Segundo o levantamento divulgado ontem pelo Sinduscon-MG, o indicador registrou 46,4 pontos em setembro, acréscimo de 1 ponto na comparação com agosto. O Iceicon-MG acumula queda de 4,9 pontos em 2018 e foi o pior para o mês nos últimos três anos. Na avaliação do economista e coordenador do Sinduscon-MG, Daniel Furletti, o resultado reflete o contexto da atual conjuntura econômica e política do País. Ele ressalta que o crescimento, nesse cenário ainda não é capaz de proporcionar um ambiente de negócios favorável. Pág. 3
DÊNIO SIMÕES/AGÊNCIA BRASÍLIA
As expectativas dos empresários para 2019 apontam um cenário diferente, com um panorama mais propício para os investimentos
Verdemar inaugura a 14ª unidade da rede e amplia as oportunidades
Datafolha mostra Bolsonaro com 58% e Haddad com 42%
A inauguração faz parte de uma estratégia de expansão que tem como princípio a proximidade com os consumidores fiéis da rede. O empreendimento recebeu investimento de R$ 10 milhões, gerando 270 novos postos de trabalho. De acordo com o sócio-proprietário da rede Verdemar, Alexandre Poni, a abertura da loja era um pedido recorrente dos clientes. A nova loja conta com uma área de venda de 2 mil metros quadrados, 15 checkouts, estacionamento para 80 veículos, elevador e acessibilidade. Pág. 11
O candidato Jair Bolsonaro (PSL) aparece com 58% dos votos válidos na primeira pesquisa Datafolha para o segundo turno da eleição presidencial, divulgada ontem. Fernando Haddad (PT) tem 42%. O cálculo desconsidera os eleitores que pretendem votar nulo ou em branco, ou seja, se refere aos votos válidos. É a maior diferença na largada do segundo turno desde 2002 - à época, o então candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, tinha 64% dos votos válidos, enquanto José Serra (PSDB) aparecia com 36%. Pág. 10
Aeroporto Internacional tem o querosene mais caro do País O preço do combustível de aviões no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, é o mais alto do País, posição que é dividida com o Aeroporto Nilo Coelho, em Petrolina (PE). Em 2017, o valor médio do litro
do querosene para aviação, o chamado QAV, nesses dois aeroportos, foi de US$ 1,87 para voos domésticos, conforme levantamento da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear). Pág. 5 ALISSON J. SILVA
EDITORIAL O candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro, em seu primeiro pronunciamento depois de conhecidos os resultados da votação de domingo, voltou a surpreender ao declarar que, no seu entendimento, teria vencido ainda no primeiro turno, o que só não teria acontecido por conta de fraudes nas urnas eletrônicas. Uma acusação da mais alta gravidade, mas que, felizmente, parece não ter fundamento, pelo menos não se deixando de lado os toscos boatos e fake news que circulavam nas redes sociais e cuja origem evidentemente não será muito difícil apurar. Fica no ar a impressão de que o candidato está, na realidade, apenas tentando construir, preventivamente, sua versão para a possibilidade de insucesso na segunda rodada de votação. “Suspeitas sem base”, pág. 2
OPINIÃO O primeiro turno das eleições brasileiras de 2018, realizado no dia 7 de outubro, deixa como legado mensagens importantes à classe política nacional. Destacam-se, sobretudo, a necessidade de mudança em relação a políticos tradicionais, o sentimento antipetista, a força das redes sociais e o clamor por segurança. A demanda por mudanças no cenário político fica evidente pela fragorosa derrota, por todo o território nacional, de nomes como Sarney Filho, Roseana Sarney, Edison Lobão, Eduardo Suplicy, Dilma Rousseff, Lindbergh Farias, Marconi Perillo, Eunício Oliveira, Roberto Requião e Beto Richa. Ainda que não se possa afirmar de forma categórica que a substituição tenha ocorrido por pessoas mais qualificadas em todos os casos. (Elton Duarte Batalha), pág. 2
Dólar - dia 10
Euro - dia 10
Comercial
Compra: R$
Compra: R$ 3,7621 Venda: R$ 3,7631
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Turismo Compra: R$ 3,7430 Venda: R$ 3,9130
Nova York (onça-troy):
Compra: R$ 3,7504 Venda: R$ 3,7510
BM&F (g):
Terminais diversificam cargas da MRS MRS - DIVULGAÇÃO
Visando ampliar a participação no mercado de carga geral, que hoje representa cerca de 30% de tudo o que é transportado pela companhia, a MRS Logística, com sede em Juiz de Fora (Zona da Mata), tem investido fortemente em terminais multimodais na região Sudeste. O último deles, o Terminal Etcons II, em Caçapava, interior de São Paulo, bateu a marca de 7 mil toneladas transportadas somente no primeiro mês de operação. A empresa tem aportado também na expansão da malha ferroviária e em locomotivas. Pág. 7 Terminal Etcons II movimentou 7 mil toneladas BOVESPA +4,57
TR (dia 11): ............................. 0,0000%
Ouro - dia 10
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A Abear informou que vem solicitando a redução do ICMS sobre o QAV
Poupança (dia 11): ............ 0,3715% IPCA-IBGE (Setembro):...... 0,48%
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OPINIÃO A onda verde e a velha política ELTON DUARTE BATALHA* O primeiro turno das eleições brasileiras de 2018, realizado no dia 7 de outubro, deixa como legado mensagens importantes à classe política nacional. Destacam-se, sobretudo, a necessidade de mudança em relação a políticos tradicionais, o sentimento antipetista, a força das redes sociais e o clamor por segurança. Como resultado, percebeu-se o Brasil tomado, em maior ou menor grau, pela onda verde representada pelo fenômeno Bolsonaro. A demanda por mudanças no cenário político fica evidente pela fragorosa derrota, por todo o território nacional, de nomes como Sarney Filho, Roseana Sarney, Edison Lobão, Eduardo Suplicy, Dilma Rousseff, Lindbergh Farias, Marconi Perillo, Eunício Oliveira, Roberto Requião e Beto Richa. Ainda que não se possa afirmar de forma categórica que a substituição tenha ocorrido por pessoas mais qualificadas em todos os casos, a exaustão social com o político tradicional levou a população a enxergar no desconhecido uma nesga de esperança inexistente no panorama atual. O sentimento antipetista, já presente nas eleições de 2016 em grande parte do País, foi confirmado ao final da apuração do pleito atual. A imagem do partido parece irremediavelmente marcada pelas condenações por corrupção nos últimos tempos, situação simbolizada pela prisão de sua principal liderança, o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva. O ocaso da agremiação pode abrir espaço para o crescimento, no futuro, do PSTU, como
aglutinador da esquerda, projetando a mensagem da utopia e a imagem de suposta candidez que já não são mais vinculadas ao Partido dos Trabalhadores. A estrela vermelha, que resplandeceu por cerca de três décadas no imaginário político nacional, passa a impressão de não ter mais força para brilhar. A canalização da ojeriza ao PT foi feita, sobretudo, pelo fenômeno Jair Bolsonaro. O candidato à Presidência da República pelo PSL, embora sempre tenha sido integrante do chamado baixo clero na Câmara dos Deputados, utilizou-se de retórica contundente para assumir o papel de principal opositor a tudo o que os petistas representam na visão da população, em parte no campo econômico, mas, especialmente, no aspecto social. A onda verde (em alusão ao verde-oliva do uniforme do Exército e à cor que lembra a bancada ruralista, setores que, ao menos parcialmente, sustentam Bolsonaro) tomou grande parte do País em substituição à onda azul do PSDB, evento marcante nas eleições de 2016. As eleições, com votação expressiva, de Flávio Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro, Major Olímpio, Janaína Paschoal e Joice Hasselmann, além, é claro, da quase definição em primeiro turno em favor de Jair Bolsonaro evidenciam a mudança de composição de forças políticas no atual pleito. As redes sociais e a necessidade de segurança também foram elementos fundamentais nessa eleição. Quanto ao primeiro fator, a votação de Jair
Bolsonaro, apesar de poucos segundos no horário eleitoral transmitido pela TV, bem como a consagração nas urnas de celebridades das redes, como Kim Kataguiri e Arthur Moledo do Val, o “Mamãe falei”, comprova o fenômeno. A demanda social por segurança fica evidente, por exemplo, com a eleição, em São Paulo, do Coronel Telhada e de Kátia Sastre, conhecida por ter atirado, em legítima defesa, contra um homem na saída de uma escola infantil. Simbolicamente, representa a busca da sociedade por ordem, materializada na hierarquia presente em instituições militares, as quais estão desvinculadas, na visão popular, da noção de corrupção que grassa no País. As eleições de 2018 apontam para o esgotamento do cenário político observado nos últimos vinte e cinco anos de polarização entre PT e PSDB. Busca-se novas soluções para velhos problemas. A falta de esperança abriu espaço para o surgimento de lideranças que aglutinem setores sociais em torno de alguma ideia, mesmo que esta seja somente a negação da realidade atual. Só o tempo dirá se a escolha da população foi acertada. No momento, resta à sociedade aguardar os próximos movimentos políticos e fiscalizar os representantes, sempre à luz da Constituição da República. * Advogado, Doutor em Direito pela USP e Professor de Direito na Universidade Presbiteriana Mackenzie
A eleição que continua * CESAR VANUCCI “Um governo deve sair do povo como o fumo sai da fogueira.” (Monteiro Lobato) A democracia funciona assim. O que as urnas falam está falado. A fala de agora foi de eloquência atordoante. Muitos os recados transmitidos. Reclamam descomedida atenção. Como diz o poeta, é preciso saber entender direitinho os sinais. É preciso perceber o significado dos sinais. Expressando a vontade popular, os resultados do pleito desmentiram pesquisas que se acreditam criteriosas do ponto de vista técnico. Contrariaram avaliações de um batalhão de analistas políticos, integrantes de bancadas televisivas dominadas por embriagante autossuficiência. Produziram euforia em alguns redutos e frustração noutros. São resultados a serem, obviamente, assimilados sem choro nem vela por todos os cidadãos e grupamentos partidários que atuaram como protagonistas na frenética corrida pela conquista do voto. Um aluvião de situações inesperadas apoderou-se da paisagem política. Foram registradas alterações expressivas na composição do Senado, da Câmara dos Deputados, das Assembleias. Revelou-se impactante a pífia votação, sob certo aspecto inimaginável, atribuída a numerosas figuras de prestígio nacional na disputa presidencial. O mesmo cabe ser dito a respeito da retirada constrangedora do palco de nomes proeminentes - alguns deles, não todos - com participação de certo modo realçante no processo de desenvolvimento social e econômico. E o que não dizer do desfecho pra lá de desconcertante da pugna eleitoral em determinados cenários, com destaque para o que aconteceu em Minas Gerais e Rio de Janeiro? As considerações suscitadas pelo que rolou no pedaço eleitoral são a perder de vista. Os desacertos clamorosos, outra vez mais, das pesquisas de intenção de voto estão a pedir uma reformulação dessas consultas pré-eleitorais. Não há como ignorar a influência que os dados propagados, com frequência praticamente diária, podem vir a exercer junto a parcelas dos votantes indecisos. Isso carece ser levado na devida conta. As críticas ao esquema adotado pelos institutos se avolumam. Todos nós já nos deparamos com pessoas que alegam
nunca terem sido ouvidas em pesquisa alguma. Mais do que isso: jamais tiveram, tampouco, conhecimento de alguém que o tenha sido. Fica evidente que a questão comporta a necessidade imperiosa de reexame. Mudemos o foco, agora, para um aspecto inegavelmente positivo extraído do evento de domingo. Ele se configura no clima civilizadamente ordeiro que prevaleceu ao longo do período de comparecimento dos votantes às seções eleitorais. Em ponto nenhum da extensão continental brasileira ocorreu, ao que se sabe, como consequência de discordâncias políticas inflamadas, incidente que maculasse a beleza da festa cívica transcorrida. Essa inequívoca demonstração de maturidade política e democrática do eleitorado, no momento de expressar suas preferências nas urnas, contribuiu para reafirmar a veemente condenação da sociedade brasileira a atos deploráveis anotados no andamento da campanha eleitoral. Com ênfase ao desvairado atentado de Juiz de Fora. O segundo turno é uma outra eleição. São bastante compreensíveis as expectativas externadas por todos os segmentos representativos da sociedade, comprometidos com o bem comum, em relação ao posicionamento a ser mantido, daqui pra frente, pelos candidatos apontados para a derradeira disputa. A ardente esperança popular é de que eles se coloquem à altura da confiança que lhes foi outorgada. Esmerem-se na elaboração e exposição dos planos e estratégias julgados relevantes para que o país possa ser recolocado nas trilhas do desenvolvimento econômico e das conquistas sociais. Faz-se essencial se mostrem aptos a oferecer indicações claras de competência, preparo psicológico, condição moral e ética para gerir os sagrados negócios públicos. É fundamental que saibam projetar publicamente elementos de forte convicção sobre seus propósitos, que mostrem exuberantemente seus currículos, suas histórias de vida, que proclamem com clareza solar suas ideias sobre as questões pertinentes ao crescimento brasileiro e à nossa evolução civilizatória. Dos eleitos espera-se mantenham sintonia perfeita com o sentimento das ruas. Como dizia o imortal Monteiro Lobato, “um governo deve sair do povo como o fumo sai da fogueira.” * Jornalista (cantonius1@yahoo.com.br)
Horizonte de 2050 MAURÍCIO ANTÔNIO LOPES * Um dos grandes desafios nas análises globais de segurança alimentar é a necessidade de sofisticação de modelos e análises que permitam estimar, de forma confiável, a demanda futura por alimentos. Isso porque teremos uma população cada vez mais numerosa, mais urbana, mais educada, rica e exigente, o que produzirá substancial pressão na produção e na sofisticação de alimentos até meados desse século. Em passado recente, o mundo já enfrentou e respondeu bem ao desafio de ampliar a produção de alimentos. Segundo a FAO (órgão das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação), a produção agrícola mais que triplicou entre 1960 e 2015, resultado da ampliação de áreas de cultivo e de produtividade, viabilizadas pelo melhoramento genético, mecanização e boas práticas de produção. No entanto, os impactos decorrentes das mudanças climáticas e do desgaste dos recursos naturais - em especial solo e água - fazem crescer as incertezas e o receios acerca da capacidade de resposta aos desafios à frente. Outro aspecto a ser considerado é a transição nutricional que o mundo experimentará de forma mais intensa nas próximas décadas, com alterações na demanda por alimentos associadas às mudanças demográficas e ao crescimento da renda. É portanto
importante qualificar e estimar a extensão de tais mudanças para que os sistemas agroalimentar e agroindustrial possam se preparar para o futuro. Um estudo recente, intitulado “Transição nutricional e a estrutura da demanda global de alimentos”, publicado pela Revista Americana de Economia Agrícola, procura projetar com base em futuros plausíveis no horizonte de 2050, o crescimento na demanda por alimentos associados ao progresso da sociedade, em especial à melhoria de renda. Suas conclusões apontam para a crescente diversificação de dietas à medida que a renda per capita aumenta, com a redução do consumo de alimentos amiláceos ou energéticos, e aumento de consumo de proteínas animais, óleos e gorduras, adoçantes, legumes e frutas. Outra estimativa importante desse estudo é o aumento de 47% na demanda por alimentos entre 2010 e 2050, o que representa menos da metade do crescimento experimentado nas quatro décadas anteriores. E este crescimento ocorrerá principalmente nos países em desenvolvimento, pois países de alta renda já registram elevados níveis de consumo per capita, além de tenderem a crescimento populacional baixo nas próximas décadas. Além do mais, a mobilização global pela redução no desperdício tenderá a conter
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demanda por volumes crescentes de alimentos no futuro. A FAO estima que até um terço do alimento hoje produzido se perde ou é desperdiçado antes de ser consumido. Portanto, será preciso lidar com uma realidade desafiadora para o mundo da agricultura e da alimentação no horizonte de 2050. Crescimento econômico e dinâmica populacional serão os principais motores das transformações, com impactos significativos nos padrões de consumo e de produção de alimentos em todo o mundo. Com base nesses futuros possíveis, pode-se dizer que o Brasil, que consolidou liderança na produção a custos competitivos, de grandes volumes de commodities agrícolas, precisará se concentrar mais em diversificar, especializar e agregar valor à sua produção, além de ampliar substancialmente a organização e o profissionalismo de seus sistemas agroalimentar e agroindustrial. Essas são condições essenciais para o país ganhar competitividade e presença nos mercados mais sofisticados e complexos que irão prevalecer no futuro.
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Suspeitas sem base Em seu primeiro pronunciamento depois de conhecidos os resultados da votação de domingo, o candidato Jair Bolsonaro voltou a surpreender ao declarar que, no seu entendimento, teria vencido ainda no primeiro turno, o que só não teria acontecido por conta de fraudes nas urnas eletrônicas. Uma acusação da mais alta gravidade, mas que, felizmente, parece não ter fundamento, pelo menos não se deixando de lado os toscos boatos e fake news que circulavam nas redes sociais e cuja origem evidentemente não será muito difícil apurar. Fica no ar a impressão de que o candidato está, na realidade, apenas tentando construir, preventivamente, sua versão para a possibilidade de insucesso na segunda rodada de votação. O sistema brasileiro de votação eletrônica absolutamente não é, ao contrário do que se andou dizendo – talvez pelos menos que também afirmaram que as chaves de segurança seriam monitoradas por uma empresa venezuelana –, vulnerável ou sujeito a fraudes. Na realidade é um dos mais A presidente do TSE modernos de todo voltou a avalizar a o mundo, muito provavelmente segurança do sistema, o mais eficiente explicando como e ágil, o que ele é monitorado, ficou mais uma vez amplamente assegurando que comprovado ele garante ao no domingo eleitor brasileiro que passou. E a possibilidade de sob as vistas de observadores exercer seu voto com internacionais, liberdade e de acordo inclusive da com sua consciência Organização dos Estados Americanos (OEA), que atestaram a correção do processo. “Observamos todas as etapas, em diferentes fases, do transporte à instalação das urnas e hoje, domingo, estamos observando o funcionamento”, afirmou a chefe da missão. A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) voltou a avalizar a segurança do sistema, explicando como ele é monitorado, assegurando que ele garante ao eleitor brasileiro a possibilidade de exercer seu voto com liberdade e de acordo com sua consciência. Informou, também, que todas as denúncias foram imediatamente investigadas e que a partir de agora, com auxílio da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, serão apuradas as origens desses movimentos, o mesmo acontecendo com os boatos espalhados através de redes sociais. Esse processo tem que ter precisão cirúrgica e ser rápido, impedindo distorções de cuja existência todos têm conhecimento, mas que prosseguem, com riscos evidentes de corromper o processo eleitoral e, aí sim, a sua própria segurança. Apesar das tensões existentes e de alguma exaltação, potencializadas também pelas novas ferramentas de comunicação, felizmente a eleição de domingo correu em ordem, sem nenhuma ocorrência relevante registrada, o que, nas circunstancias, produz alguma sensação de alívio. Cabe esperar ou, antes, exigir, que esse clima não seja alterado, para que afinal a etapa crucial do processo democrático se cumpra sem perturbações ou sequer dúvidas quanto à sua integridade.
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ECONOMIA CONSTRUÇÃO
Empresários mineiros seguem sem confiança Índice do Sinduscon mostra que em setembro o otismismo cresceu 1 ponto, mas sem força para compensar incertezas ANA CAROLINA DIAS
ELZA FIÚZA/ABr
EXECUTIVO
Apesar de apresentar o segundo aumento consecutivo em setembro de 2018, o Índice de Confiança do Empresário da Indústria da Construção de Minas Gerais (Iceicon-MG) permanece abaixo dos 50 pontos e aponta falta de confiança por parte dos empresários do setor pelo sexto mês seguido. Segundo levantamento divulgado ontem pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), o indicador registrou 46,4 pontos em setembro, acréscimo de 1 ponto na comparação com agosto. O Iceicon-MG acumula queda de 4,9 pontos em 2018 e foi o pior para o mês nos últimos três anos. Na avaliação do economista e coordenador do Sinduscon-MG, Daniel Furletti, o resultado reflete o contexto da atual conjuntura econômica e política do País. Ele ressalta que o crescimento, nesse cenário, ainda não é capaz de proporcionar um ambiente de negócios favorável. “Houve uma melhora, mas ainda reflete o momento de completa incerteza que estamos vivendo. Falta confiança para haver investimentos, principalmente no setor de construção civil, no qual os investimentos são de fôlego. O empresário está em compasso de Índice de condições atuais cresceu pelo terceiro mês consecutivo, ficando, no entanto, em 43,7 pontos, abaixo do nível de confiança espera, ele pode até estar pronto para investir, mas não toma a decisão porque aguarda um ambiente mais seguro”, explicou. O índice de condições A queda na atividade e no em- dimentos e serviços caiu 0,6 ponto maneceram estáveis em setembro. atuais, que apura a percepprego da construção em Minas foi entre agosto (46,9 pontos) e setemDaniel Furletti ressalta que o ção dos empresários com bro (46,3 pontos), apontando maior aumento mais comportado no custo menos intensa em agosto de 2018, relação à situação atual como apontam os dados da Sondapessimismo dos construtores. A com os materiais de construção é dos negócios, cresceu pelo gem da Indústria da Construção de expectativa de queda na compra de natural e bem recebido pelo setor terceiro mês consecutivo, que vivencia muitas difi culdades. Minas Gerais divulgados ontem pelo insumos e matérias-primas também saindo de 41,4 pontos em “O resultado foi bastante estável e Sindicato da Indústria da Construção foi apontada pela sondagem. O agosto para 43,7 pontos em também refl ete um pouco do conCivil no Estado de Minas Gerais índice decresceu 3,8 pontos frente setembro. No entanto, tam(Sinduscon-MG). a agosto, registrando 45,7 pontos texto econômico, com inflação sobre bém permanece abaixo de O índice de atividade da Constru- em setembro. controle. A expectativa é fechar o ano 50 pontos desde novembro ção marcou 49,5 pontos em agosto, A intenção de investimento avan- com um aumento pequeno, reflexo de 2012 e acumula retração crescendo 3,7 pontos na comparação çou pelo segundo mês seguido, das dificuldades vivenciadas pelo de 2,0 pontos em 2018. com julho e ficou mais próximo marcando 28 pontos em setembro setor”, disse o economista. Sinalizando as perspecda linha de 50 pontos, que divide contra 26,3 pontos em agosto e 24,1 O custo do metro quadrado de tivas dos empresários para o recuo da elevação. O indicador pontos em julho. No entanto, o construção em Belo Horizonte, para os próximos seis meses, o aumentou 4 pontos em relação a crescimento não foi suficiente para o projeto-padrão R8-N (residência indicador de expectativas agosto de 2017, quando estava na reverter a queda acumulada de 6,3 multifamiliar, padrão normal, com também aumentou e almarca dos 45,5 pontos e foi o melhor pontos em 2018. garagem, pilotis, oito pavimentoscançou a marca dos 47,7 para o mês em seis anos. De acordo com o economista e co- -tipo e três quartos) passou para pontos em setembro, frente O indicador de número de em- ordenador do Sinduscon-MG, Daniel R$1.377,58 em setembro, frente aos aos 47,4 pontos de agosto. pregados avançou pelo segundo Furletti, a Sondagem demonstra o R$1.375,77 registrados em agosto. Apesar do crescimento, o mês consecutivo, alcançando 47,2 atual cenário econômico e político Na composição do CUB/m² a mão índice aponta pessimispontos em agosto. O índice cresceu do País e mostra também que o se- de obra representou, em setembro, mo dos construtores pelo 2,4 pontos frente a julho, sinalizando tor da construção tem conseguido 55,51%, os materiais de construção quinto mês consecutivo, recuo do emprego menos intenso controlar as quedas para buscar uma responderam por 40,25% e as dese acumula queda de 6,3 do que no mês anterior. O resultado retomada no próximo ano. pesas administrativas/aluguel de pontos em 2018. foi o mais elevado para o mês nos “Se o País vai crescer mais no equipamentos foram responsáveis Para Furletti, as expecúltimos seis anos e ficou 1 ponto próximo ano, como prevê o Boletim por 4,24%. tativas dos empresários acima do de agosto do ano anterior. Focus, fatalmente esse crescimento Os aumentos de preços mais para o 2019 apontam um Por outro lado, houve piora nas vai passar pelos investimentos na expressivos no período foram obsercenário diferente, com um expectativas dos empresários para os construção civil, que é um setor vados nos itens bancada de pia de panorama mais propício próximos seis meses. Em setembro que gera emprego e renda em uma mármore (6,57%), tubo de ferro galpara os investimentos. Ele de 2018, o indicador de expectati- cadeia produtiva muito longa”, vanizado com costura 2 ½” (4,28%) destaca a necessidade de va do nível de atividade recuou afirmou Furletti. e registro de pressão cromado (3,12). uma retomada do setor da 3,7 pontos em relação a agosto e Nos primeiros nove meses do ano, construção civil, principalregistrou 46,2 pontos. O resultado Custo da construção – Com a menor o CUB/m² registrou alta de 3,53%, mente pela necessidade do aponta perspectiva de redução da variação do indicador nos primeiros com aumento de 4,77% no custo produto produzido por ela, atividade nos próximos seis meses, nove meses do ano, o Custo Uni- com material e de 2,53% no custo que é estratégico do ponto após ter sinalizado estabilidade em tário Básico de Construção (CUB/ com a mão de obra. O custo com de vista social e econômico. agosto. m²) na Capital aumentou 0,13% em a despesa administrativa cresceu “Esperamos um cresCom relação às expectativas do setembro de 2018 em relação ao mês 5% enquanto o custo com aluguel cimento mais sustentado número de empregados, o indica- anterior. de equipamentos aumentou 6,71%. para o próximo ano, uma dor recuou 6,2 pontos, saindo de 50 Segundo os dados divulgados Houve alta também nos últimos vez que o ambiente terá pontos em agosto para 43,8 pontos pelo Sinduscon-MG, o custo com 12 meses. O CUB/m² registrou aumenos incerteza com goem setembro. Após a perspectiva material de construção registrou a mento de 3,93%, reflexo das variações verno e Congresso eleito. de estabilidade no mês anterior, o menor alta dos últimos cinco meses, de 5,76% no custo com material de Com mais segurança, priníndice voltou a sinalizar queda do de 0,33%. Os demais componentes construção, 2,53% no custo com a cipalmente em relação ao número de empregados para os do indicador de custos setorial (mão mão de obra, 5% nas despesas adcenário político, que bate próximos seis meses. de obra, despesas administrativas ministrativas e 14,39% no aluguel imediatamente na confianO indicador de novos empreen- e aluguel de equipamentos) per- de equipamentos. (ACD) ça”, afirmou.
Queda na atividade e emprego perde ritmo
Para Eunício, reformas devem ser feitas pelo novo presidente Brasília - O presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), defendeu, ontem, que é preciso eleger o próximo presidente da República antes que o Congresso volte a discutir matérias como a reforma da Previdência ou questões de orçamento. Para Eunício, “não é adequado” discutir esses assuntos agora, mas somente após o dia 28 de outubro, data marcada para o segundo turno das eleições presidenciais. “Acho que as reformas de maior profundidade têm que ser feitas pelo próximo presidente, ele é quem vai governar o País por quatro anos. Fazer reformas agora não sei nem se será adequado. É preciso ter um pouco de calma, aguardar o dia 28 (de outubro). Aí vamos saber quem será o presidente e no dia seguinte a gente começa a discutir reformas, matérias, orçamento”, disse. Eunício já havia dito, na segunda-feira, 8, que “muito dificilmente” a Casa irá votar, por exemplo, nesta semana o PLC 77/2018, que destrava o processo de privatização das distribuidoras da Eletrobras. Antes do primeiro turno das eleições, o vice-líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), defendia que a matéria fosse votada no primeiro esforço concentrado do Senado após o primeiro turno das eleições, ou seja, a partir de terça-feira, 9. A aprovação desse projeto de lei que resolve pendências da distribuidora Amazonas Energia, da Eletrobras, e é fundamental para que seja possível privatizá-la até o fim deste ano. Mas a derrota nas urnas de alguns dos principais líderes do MDB pode atrapalhar os planos do governo do presidente Michel Temer. Eunício Oliveira, inclusive, não foi reeleito e só ficará no cargo até o fim de janeiro de 2019. No início da semana, ele divulgou um comunicado no qual anuncia que irá “recolher-se à vida pessoal”. No mesmo dia, o presidente do Senado disse à reportagem que não irá pautar a reforma da Previdência “de ofício”, algo esperado pelo mercado e desejado pela equipe econômica do governo. No domingo, Eunício Oliveira já havia adiantado que não concorda com a apreciação da pauta sem o aval do novo presidente da República. “Reforma da Previdência não é para tirar direitos de pobres, não é para tirar o BPC (Benefício de Prestação Continuada). Não posso aceitar que o mercado dirija os rumos da nação. Não conheço esse mercado, não recebi votos dele”, criticou. “Eu acho que a reforma deve ficar para o próximo presidente e esse presidente (eleito) tem de botar a cara, dizer o que ele quer e para que ele veio.” (AE)
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ECONOMIA SUSTENTABILIDADE
Perdas com clima somam US$ 3 tri no mundo Segundo a ONU, no mesmo período de 20 anos os prejuízos no Brasil chegaram a US$ 15, 7 bilhões Desastres naturais custaram ao mundo quase US$ 3 trilhões em apenas 20 anos e, desse total, 77% das perdas (US$ 2,2 trilhões) foram gerados por eventos climáticos, que registraram um aumento importante. Os dados foram publicados, ontem, pelo Escritório da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Redução de Riscos de Desastres, em colaboração com a Universidade Católica de Louvain, na Bélgica. No Brasil, as perdas chegaram a US$ 15,7 bilhões em duas décadas. A avaliação também traz uma constatação alarmante: são as populações do planeta que menos contribuem para as mudanças climáticas e mais pobres que estão sendo as mais afetadas pelo comportamento de sociedades afluentes em outras partes do mundo. Em 20 anos, o aumento das perdas foi de 151% por conta de desastres relacionados com o clima. Entre 1978 e 1997, por exemplo, as perdas chegaram a US$ 895 bilhões. Foram registrados 7,2 mil desastres no mundo nos últimos 20 anos. Desses, 91% tinham relação direta com o clima. As enchentes representaram 43% dos casos, contra 28% para tempestades. As maiores perdas, em termos absolutos, ocorreram nos Estados Unidos, com US$ 944 bilhões, contra US$ 492 bilhões na China. No terceiro lugar aparece o Japão, com US$ 376 bilhões, contra US$ 79 bilhões na Índia e US$ 71,7 bilhões em Porto Rico. Na Europa, os alemães somaram perdas de US$ 57 bilhões, contra US$ 56 bilhões na Itália e US$ 48 bilhões na França. Completam a lista ainda a Tailândia, com US$ 52 bilhões e mais de US$ 46 bilhões no México. Em território brasileiro - No Brasil, as perdas chegaram a US$ 15,7 bilhões em 20 anos. Em 2004, por exemplo, o custo chegou a 0,30% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Para cada 100 brasileiros, seis foram afetados por desastres naturais desde 1998. No total, em duas décadas, 2,7 mil brasileiros morreram. As enchentes de janeiro de 2011 no estado do Rio de Janeiros foram as mais importan-
EXÉRCITO BRASILEIRO/DIVULGAÇÃO
tes em termos de impacto humano, com 900 mortes registradas. Ponta de iceberg - Durante os 20 anos, 1,3 milhão de pessoas em todo o mundo morreram e 4,4 bilhões foram obrigadas a deixar suas casas, feridas ou precisaram ser alvo de ajuda emergencial. 56% das mortes foram geradas por 563 terremotos, inclusive tsunamis. Ricardo Mena, representante do Escritório da ONU para a Redução, alerta que esse é apenas a “ponta de um iceberg”, já que apenas 37% dos desastres naturais têm sido registrados. Na prática, a conta final poderia ser três vezes maior do que foi registrado. Para completar, pouco se sabe exatamente o que ocorre nos países mais pobres. A estimativa é de que foram registradas e calculadas as perdas de apenas 13% dos desastres naturais nessas regiões. Ainda assim, os especialistas deixam claro que, com os números existentes, são os mais pobres que sofreram mais. Hoje, os custos dos desastres representaram apenas 0,4% do PIB dos países desenvolvidos. Nos mais pobres, as perdas representam em média 1,8%, mais de quatro vezes superior. Do total de perdas nos últimos 20 anos, US$ 761 bilhões foram registradas nos países em desenvolvimento. Mas, em mortes,
Custos dos desastres ambientais representam apenas 0,4% do PIB de países desenvolvidas.; nos mais pobres, sobe para 1,8%
quase a totalidade ocorreu nos mais pobres. Em 20 anos, das 1,3 milhão de mortes, apenas 120 mil ocorreram nos países ricos. “Nos EUA, furacões geram perdas milionárias”, disse Mena. “Mas esse é um valor pequeno comparado com o restante da economia. Se avaliarmos o que ocorreu no Haiti e outros países, o impacto chega a ser superior a 100% do PIB desses países”, alertou. Além disso, a chance de morte nos países em desenvolvimento por conta de um desastre é sete vezes maior que nos países ricos.
Em média, Porto Rico teve perdas anuais de 12,2% do PIB, contra 17,5% no Haiti, 7% em Honduras, 7,4% na Coreia do Norte, 4,6% em Cuba e 4,2% em El Salvador. Além das enchentes e tempestades, ela alerta que uma das principais ameaças serão as ondas de calor cada vez mais frequentes e intensas. Hoje, elas são responsáveis por apenas 5% dos prejuízos causados por desastres naturais. “Mas veremos uma explosão desses casos. Os humanos têm limites”, alertou a especialista. (AE)
Os mais pobres são os que mais sofrem Para Debarati Guha, da Universidade de Louvain, os dados publicados, ontem, pelo Escritório da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Redução de Riscos de Desastres explicitam a disparidade entre a proteção de ricos e pobres diante de uma nova realidade ambiental. “Aqueles que estão mais sofrendo com as mudanças climáticas são os que menos contribuíram para as emissões de CO2”, disse. “As perdas econômicas sofridas por países de renda média e baixa terão consequências dramáticas para seu futuro desenvolvimento”, declarou. Segundo ela, ninguém tem hoje um registro exato da dimensão dos custos nos países mais pobres, já que uma parte importante dessas economias está na informalidade. Além disso, poucos ativos nesses locais são segurados e quase ninguém tem seguro de vida. Para o futuro, ela alerta que os riscos são importantes, principalmente depois que o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) estimou
que o mundo já esteja, em média, aproximadamente 1°C mais quente que antes da Revolução Industrial. E já sinta as consequências desse aquecimento, com a ocorrência de mais eventos extremos (como a onda de calor que se observou este ano no verão europeu e os incêndios nos Estados Unidos), o aumento do nível do mar e o derretimento do gelo do Ártico. Até o momento não se tem feito muito para conter o aquecimento, e o cenário tende a piorar rapidamente. Se for mantido o ritmo atual de emissões de gases de efeito estufa, o 1,5°C já pode ser alcançado entre 2030 e 2052, “Nos próximos anos, teremos mais tempestades e enchentes. Se uma ação imediata não for feita, o aumento das perdas será acentuado”, disse. Segundo ela, o mundo não tem mais 20 anos para adotar medidas. “As pessoas vão morrer. Precisamos, portanto, de soluções reais para os próximos cinco ou dez anos”, disse. (AE)
Acordo de Paris viabiliza negócios, alerta ABDE Brasília - É muito difícil que o governo brasileiro abra mão do acordo de Paris, afirmou ontem o presidente da Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE), que representa bancos de fomento no País, reforçando que negócios dependem disso e que essa realidade deverá se impor sobre promessas feitas nas eleições presidenciais. “Entre o discurso de campanha e execução de governo tem uma diferença enorme, as bravatas ficam para a campanha e na hora do discurso, de gerir um país, a coisa é mais importante”, afirmou Marco Aurélio Crocco. No início de setembro, o candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, disse que, se eleito, pode retirar o Brasil do Acordo de Paris de combate às mudanças climáticas uma vez que, segundo o presidenciável, as premissas previstas afetam a soberania nacional. Bolsonaro, que em diversas áreas tem um discurso semelhante ao do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que retirou os EUA do pacto global do clima, afirmou que é desfavorável ao acordo porque o Brasil teria que “pagar um preço caro” para atender às exigências. “Alguns candidatos vão ter que entender que se vive num mundo. E mundo é igual condomínio: você não faz o que quer, tem que respeitar as regras do condomínio. Eles vão aprender isso e vão ver que tem acordos de comér-
cio, acordos de empréstimos, acordos financeiros que dependem dessas questões”, disse Crocco. Ontem, a ABDE, que reúne o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e outros bancos e agências de fomento regionais, fechou um acordo com o governo do Reino Unido, que destinará até 25 mil libras para a entidade até março do ano que vem para que capacite instituições associadas a realizar captação de recursos de finanças verdes. Crocco, que também comanda o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), defendeu que é impossível o País se desvencilhar dessa pauta, que é compartilhada globalmente. “Nós levantamos recursos no exterior e se a gente bater hoje em qualquer agência de fomento, organismo multilateral, onde vai ter recurso é recurso pra fazer finanças verdes”, afirmou. “Só tem recurso pra isso porque o mundo está fazendo isso.” O embaixador britânico no Brasil, Vijay Rangarajan, também destacou que, nesse sentido, o fluxo de recursos é direcionado para investimentos concretos. “Não é um tipo de ajuda”, afirmou Rangarajan sobre o financiamento a projetos inseridos no âmbito de uma agenda sustentável e alinhada à governança ambiental e social. (Reuters)
SANEAMENTO
Sabesp terá concessão de água e esgoto em Guarulhos São Paulo - A prefeitura de Guarulhos sancionou, ontem, o projeto de lei que autoriza a concessão do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) à Sabesp. Com isso, a empresa caminha para atender diretamente os 1,3 milhão de moradores da cidade, que hoje sofre com dificuldades de abastecimento, e para resolver a questão da dívida histórica de R$ 3,2 bilhões de Guarulhos com a companhia. A Sabesp trabalha agora nos documentos para efetivamente assumir as operações. Guarulhos ainda precisa aprovar seu plano de
municipal de saneamento, que norteará o convênio de cooperação técnica entre a cidade e o estado de São Paulo e o contrato de prestação de serviços. A companhia de saneamento se comprometeu a investir R$ 1,7 bilhão durante os 40 anos de concessão dos serviços de água e esgoto, além de repassar recursos complementares para que a prefeitura faça obras relacionadas ao saneamento básico. A maior parte dos investimentos será destinada ao segmento de água, em soluções para acabar com
o rodízio na cidade. A situação deverá naturalmente melhorar com a integração da rede do município a outros sistemas produtores de água, passando a fazer parte do Sistema Integrado Metropolitano (SIM) da Sabesp, mas também estão previstas obras de ampliação nas tubulações de fornecimento de água e construção de novos reservatórios. A expectativa é de que o rodízio de água em toda Guarulhos acabe até 2019. Em dois grandes bairros, como o Centro e Pimentas, a empresa quer resolver a situação nos primeiros 100
dias. Em até 180 dias após a assinatura do contrato, praticamente 70% de todo o município estará livre do rodízio de água, o que representa quase 900 mil moradores, prevê a Sabesp. Já em esgotamento sanitário, a Sabesp compartilhará a prestação dos serviços com a Aegea, que é responsável por uma parceria público-privada (PPP) no município. Parte do esgoto seguirá para duas grandes Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) da Sabesp, localizadas em São Miguel e Parque Novo Mundo, que também passarão por
ampliação de capacidade. “O tratamento do esgoto guarulhense permitirá que o Rio Tietê, em pouco tempo, tenha sete vezes mais oxigênio do que hoje”, afirma a companhia. A presidente da Sabesp, Karla Bertocco, disse que Guarulhos experimentará mais eficiência na distribuição de água e mais segurança hídrica ao se juntar à rede da empresa. Além disso, a resolução da dívida de R$ 3,2 bilhões do município, que será equacionada ao longo do prazo de concessão, aliviará o caixa da prefeitura e permitirá que o município
invista em outras áreas. Bertocco ressaltou que a companhia está focada em Guarulhos, mas mantém a expectativa de resolver a inadimplência de outros dois municípios permissionários, que recebem água por atacado: Santo André e Mauá. A presidente da Sabesp não forneceu mais detalhes, mas lembra que, em Mauá, a solução deverá ser desenhada de modo diferente da encontrada para Guarulhos, uma vez que a cidade conta com um operador privado dos serviços de água e tratamento de esgoto. (AE)
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ECONOMIA CHARLES SILVA DUARTE/ARQUIVO DC
AVIAÇÃO
Preço de querosene, em Confins, é o mais alto do País Abear alerta para a tributação ANA AMÉLIA HAMDAN
O preço do combustível de aviões no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, é o mais alto do País, posição que é dividida com o Aeroporto Nilo Coelho, em Petrolina (PE). Em 2017, o valor médio do litro do querosene para aviação, o chamado QAV, nesses dois aeroportos, foi de US$ 1,87 para voos domésticos, conforme levantamento da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear). Além disso, o estudo apontou que o preço é mais elevado que o cobrado em aeroportos de grande movimentação de passageiros do mundo, como o de Helsinque, na Finlândia, onde o preço encontrado foi de US$ 1,19 – o mais alto entre os internacionais que compõem o levantamento. Esse valor é 57% mais baixo que o praticado em Confins. De acordo com a Abear, no Brasil, a incidência de impostos e a precificação
de derivados do petróleo encarecem a operação de voos domésticos de forma significativa, impactando as tarifas. Ainda segundo a associação, o País é o único do mundo que tem cobrança de imposto regional, no caso o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), sendo que a alíquota varia de 12% a 25%, dependendo do Estado. Em Minas, a alíquota do ICMS está entre as mais altas: 25%. Mas, de acordo com a Secretaria de Estado de Fazenda, há redução na base de cálculo do imposto para combustível de aviões com operações domésticas. Com isso, as grandes companhias aéreas recolhem 11%, enquanto empresas que fazem voos regionais recolhem 6%. Ainda assim, é possível notar a diferença da incidência do ICMS dentro do próprio aeroporto, em Confins. No caso dos voos internacionais, cujo combustível
COMBUSTÍVEIS
é isento do ICMS, o preço do litro em 2017 foi de US$ 1,12. Levando-se em conta o preço do QVA para voos internacionais, o Aeroporto Internacional de Belo Horizonte cai para a 16ª posição entre os aeroportos do País. Segundo a Abear, não há tal tributação para combustível em voos internacionais porque o País é signatário de acordos internacionais que isentam a cobrança. A BH Airport, concessionária que administra o
Aeroporto Internacional de internacional. Belo Horizonte, foi procuraSegundo a associação, imda, mas não se posicionou postos federais (PIS e Cofins) sobre o assunto. e estaduais (ICMS), somados, representam cerca de 20% do Demanda - A Abear informa valor pago pelas empresas que vem solicitando a redu- aéreas pelo QAV para voos ção do ICMS sobre o QAV domésticos. E o combustível e a mudança do modelo de representa cerca de um terço precificação. Neste ano, a dos gastos das companhias associação enviou aos can- aéreas. didatos à Presidência uma A associação explica carta apontando os desafios ainda que a precificação para o setor, de forma a ge- do querosene da aviação rar maior competitividade e segue modelo da década alinhamento com o mercado de 90, quando o País era
essencialmente importador do petróleo. Hoje, segundo dados da associação, isso mudou, sendo que o Brasil produz 85%, em valores monetários, do petróleo que consome, aproximando-se do modelo de país autossuficiente. Com essa situação, o preço para os fornecedores das companhias aéreas é calculado como se o petróleo fosse produzido nos Estados Unidos, quando, na maior parte dos casos, o produto provém do próprio País.
INFLAÇÃO
Petrobras reduzirá em 0,9% o valor da gasolina em suas refinarias Rio de Janeiro - A Petrobras reduzirá o preço médio da gasolina em suas refinarias em 0,9%, para R$ 2,1691 por litro, a partir de hoje, após o preço ter recuado também na terça-feira, de acordo com informação do site da estatal. As duas quedas ocorreram depois que a petroleira manteve o preço médio estável por 11 dias até a última segunda-feira. Na semana passada, o preço médio nos postos do Brasil atingiram recorde nominal de R$ 4,7 por litro, o que representou uma alta de 0,09% ante a semana anterior, segundo informou a reguladora ANP. A atual política de preços da companhia busca manter a paridade de preço internacional em busca de rentabilidade. A Petrobras não informou os motivos dos movimentos de preço, mas na última semana o dólar tem caído frente ao real, devido a
Associação das empresas aéreas alega que valores encarecem a operação de voos domésticos de forma significativa
questões eleitorais, o que interfere na paridade de importação. Entretanto, para reduzir a volatilidade no mercado interno de gasolina, adotou recentemente um instrumento de hedge que permite segurar possíveis reajustes por até 15 dias, evitando perdas. A opção de adotar mecanismo de hedge, calcada em contratos futuros do combustível nos EUA, completou um mês no último sábado e permitiu um recuo importante da volatilidade nos preços das refinarias. No caso do diesel, a Petrobras mantém os preços congelados em R$ 2,3606 por litro, devido a adesão ao programa de subvenção ao combustível, lançado em junho, pelo governo federal. Por meio dele, a as empresas praticam preços estipulados pelo governo, podendo ser ressarcidas em até R$ 0,30 por litro, dependendo do mercado. (Reuters)
Transportes puxa alta em setembro Rio de Janeiro - A população de renda muito baixa foi a menos atingida pela inflação em setembro, de acordo com análise do Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda, elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O cálculo é feito com base nas variações de preços de bens e serviços pesquisados pelo Sistema Nacional de Índice de Preços ao Consumidor (Snipc), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para o Ipea, o indicador, divulgado ontem, revela uma forte alta no grupo transportes, especialmente, em combustíveis (4,2%) e em passagens aéreas (16,8%). Esses grupos pressionaram a inflação de todas as faixas com o maior impacto para as famílias de maior poder aquisitivo. Diferenças - As famílias de maior poder aquisitivo, segundo o indicador, sofreram impactos também do grupo despesas pessoais, influenciado pelas altas dos serviços pessoais (0,42%) e
CHARLES SILVA DUARTE/ARQUIVO DC
Segundo o Ipea, passagens aéreas e combustíveis tiveram aumento de 16,8% e 4,2%
de despesas com recreação (0,30%). Pelo estudo, as famílias mais pobres foram as mais prejudicadas com a alta dos grupos alimentos e bebidas e habitação. Com peso maior nos gastos da população dessa faixa de renda, os gastos com reajustes do aluguel (0,24%), energia elétrica (0,46%), cereais (1,7%) e panificados (0,9%) pressionaram a inflação dos segmentos de menor renda.
Índices - Segundo o Ipea, no acumulado do ano, a inflação para as famílias mais pobres ficou em 2,99%, sendo de 3,63% para as de renda mais elevada. Se a avaliação observa o período de 12 meses, os preços dos bens e serviços consumidos pela população de maior renda apresentam elevação de 4,85%, mas para o segmento de renda muito baixa a taxa é de 3,90%. A avaliação do Ipea mos-
tra ainda que todas as faixas apresentaram aceleração nas suas taxas de inflação neste período, um reflexo dos índices de setembro de 2018 que foram superiores aos anotados no mesmo mês em 2017. Na renda muito baixa, a variação da inflação passou de 0,01% em 2017 para 0,34% este ano. Nas famílias de renda alta era 0,23% e este ano subiu para 0,53%. (ABr)
RODOVIAS
Fluxo de veículos aumenta 0,6% nas praças de pedágio São Paulo - Em setembro, passaram pelas praças de pedágios do País um número de veículos 0,6% superior ao total de passagens apurado em agosto. O movimento foi calculado pela Tendências Consultoria Integrada com base no total de pagamentos de pedágios no mês passado registrado pela Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR). O total de veículos que
passaram pelos pedágios em setembro resulta de um aumento de 1,8% no fluxo de veículos leves e de uma queda de 1,4% no total de veículos pesados em setembro. Os números de setembro comparados a agosto estão livres das sazonalidades que marcam os dois meses. “Apesar dos predominantes ganhos nos últimos meses, o fluxo total de veículos ainda se encontra com
dinamismo abaixo do registrado no período anterior à greve dos caminhoneiros, considerando a série livre dos efeitos sazonais”, explica Thiago Xavier, analista da Tendências Consultoria. Para Xavier, esse movimento é, em grande medida, resultado do comportamento do fluxo de veículos leves nos últimos meses que, apesar do moderado crescimento recente, ainda não retornou ao
volume habitual de veículos. Na comparação de setembro deste ano com o mesmo período do ano passado, o fluxo total de veículos nas estradas pedagiadas do Brasil caiu 3,4%. Na mesma base de comparação, os leves circularam 4,1% menos e os pesados diminuíram em 1,5% as passagens pelas praças de pedágios. No acumulado do ano, de janeiro a setembro, o movi-
mento total de veículos nas estradas caiu 1,8% em relação ao mesmo período no ano passado. Os leves reduziram sua movimentação em 2,6% e os pesados cresceram 0,7%. Nos últimos 12 meses encerrados em setembro, o total de veículos que passaram pelas praças de pedágios caiu 0,5%. Os leves recuaram 1,2% enquanto os pesados aumentaram 1,9%. “Em relação ao fluxo de
pesados, mantida a métrica dessazonalizada, mesmo com a queda em setembro, o índice continua em níveis próximos aos verificados nos primeiros meses do ano anteriores à paralisação de maio. Entretanto, a contração do índice, verificada tanto em termos mensais como interanuais, é um sinalizador ruim à produção industrial no período”, completa Xavier. (AE)
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ECONOMIA ENERGIA
Comitê confirma desligamento de térmicas Decisão, de acordo com o CMSE, decorre da melhora nas condições dos reservatórios no Sudeste e Centro-Oeste Brasília - O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) reafirmou ontem, em reunião extraordinária, a decisão de manter desligadas as usinas termelétricas despachadas fora da ordem do mérito, isto é, cujo custo da energia é mais alto. As usinas foram acionadas no início de setembro e permaneceram em funcionamento até sábado (6). A decisão foi motivada pela avaliação de que houve melhora nas condições de armazenamento dos reservatórios das usinas do Sudeste e Centro-Oeste. O acionamento das térmicas foi aplicado para as usinas com custo variável unitário até R$ 766,28/MWh e dizia respeito a um conjunto de 14 usinas. Pesou na decisão do comitê, que é responsável pelo monitoramento das condições de abastecimento e pelo atendimento ao mercado de energia elétrica do País, o baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas, principal fonte de geração de energia no País. Na semana passada, em outra reunião extraordinária, o comitê determinou o desligamento das térmicas, argumentando melhora das condições hidrológicas na Região Sul e das ofertas competitivas de importação de energia da Argentina e do Uruguai. Ontem, o comitê disse que houve melhora na curva de referência dos reservatórios do Subsistema Sudeste e Centro-Oeste e também de reservatórios de usinas de cabeceira dos rios Grande e Paranaíba – neste caso, visando à garantia de controle da cascata hidráulica e a manutenção da navegabilidade da Hidrovia Tietê-Paraná. Segundo o comitê, o nível de armazenamento do Subsistema Sudeste/Centro-Oeste atingiu 21,5% no último dia 8, percentual 2,3% acima da curva de referência para este subsistema, apesar de nem todos os reservatórios de
AGÊNCIA BRASIL
Baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas foi o que motivou o acionamento das usinas térmicas no País até o último dia 6 de outubro
usinas hidrelétricas de cabeceira dos rios Grande e Paranaíba estarem na mesma situação, disse o comitê. Também foi apontada melhoria das afluências na Região Sul, com consequente tendência de aumento do intercâmbio para o Sudeste/Centro-Oeste. Com isso, o comitê optou por não despachar usinas termelétricas fora da ordem de mérito de custo. A ordem de despacho das usinas, feita pelo Operador Nacional do Sistema (ONS), é definida pela energia de menor custo, em geral as hidrelétricas até as térmicas de maior custo, fora da ordem de mérito de custo econômico. Chuva - O CMSE disse ainda que, nos próximos sete dias, os maiores volumes de chuva estarão localizados na Região Sul e no sul das regiões Sudeste e Centro-Oeste.
No Sul, os valores podem superar a média histórica, e as bacias com os maiores acúmulos previstos são as de Itaipu e Iguaçu. De acordo com o CMSE, nesse período, a temperatura nos principais centros urbanos da Região Sudeste estará ligeiramente acima da média. Segundo o comitê, não são esperadas chuvas expressivas nas bacias do Tocantins e do Xingu, e há indicativo de aumento das precipitações em toda a região central do Brasil, especialmente no Sudeste e no Centro-Oeste, após o período de sete dias. O CMSE acrescentou que está garantido o suprimento eletroenergético do SIN e que continuará acompanhando as condições de suprimento do sistema elétrico brasileiro, principalmente no que se refere ao nível dos reservatórios, com reuniões semanais para avaliação. (ABr)
Liquidação em mercado tem rombo de R$ 10,5 bi Brasília - Os números do mercado de liquidação de energia, divulgados ontem pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), mostram que, em agosto, o setor finalizou a liquidação financeira do Mercado de Curto Prazo (MCP), um acerto de contas mensal entre as empresas, com um rombo de R$ 10,47 bilhões. Do total de R$ 12,39 bilhões devidos, a CCEE arrecadou R$ 1,92 bilhão. O problema relacionado ao risco hidrológico (GSF, da sigla em inglês) envolve diversas ações judiciais questionando valores cobrados no mercado. A CCEE já registrou mais de 280 ações
judiciais relacionadas ao risco hidrológico. “Do valor não pago, R$ 8,82 bilhões estão relacionados com liminares de GSF no mercado livre e R$ 1,65 bilhão representa outros valores em aberto da liquidação”, informou a CCEE. A liquidação financeira do mercado de curto prazo é um acerto de eventuais diferenças entre a energia medida e a contratada pelos agentes que operam no âmbito da CCEE. A câmara disse ainda que os agentes credores amparados por decisões judiciais vigentes para não participar do “rateio da inadimplência oriunda de
liminares do GSF perceberam adimplência próxima de 56% e os agentes amparados por decisões que determinam a incidência regular das normas perceberam adimplência de 7%”. Segundo a CCEE, depois da operacionalização dessas decisões judiciais, não houve recurso para efetivar os pagamentos aos agentes que não estão protegidos por decisão judicial. O Fórum das Associações do Setor Elétrico (FASE) estima que, até o final do ano, o rombo pode chegar a R$ 13 bilhões. O segmento disse acreditar que uma solução para o impasse só deve acontecer no próximo ano. (ABr)
Entidades criticam aumento da tarifa da usina de Angra 3 Brasília - Três das principais associações do setor elétrico se posicionaram contra o aumento da tarifa da usina nuclear de Angra 3, aprovado na terça-feira (9), pelo governo. Na tentativa de viabilizar a retomada futura da obra e proporcionar uma nova estrutura de capital para o projeto, o governo dobrou o preço de referência da energia a ser produzida pela usina dos atuais R$ 243 por megawatt-hora (MWh) para R$ 480 por MWh. Como resultado dessa decisão, a tarifa para o consumidor pode subir quase 2%, segundo especialistas do setor, já que o custo para concluir a obra será transferido para a conta de luz no futuro. O presidente da Associação Brasileira de Grandes Consumidores (Abrace), Edvaldo Alves de Santana, questiona a autorização para o reajuste sem qualquer análise sobre as causas do atraso na entrega da usina. Angra 3 deveria ter sido concluída em maio de 2014, mas a projeção da Eletrobras é entregar a usina apenas em 2026. “Até onde se sabe, os abalos na estrutura financeira de Angra 3 decorrem da má gestão, que veio acompanhada do furacão da interferência política, que provoca enormes danos por onde quer que passe”, disse. “Transferência ilegal” - Para Santana, fazer esse repasse de custos aos consumidores sem fazer uma análise profunda sobre as responsabilidades pelo problema pode gerar “transferência ilegal de renda para os acionistas da Eletrobras”. “Acho que faz sentido concluir a
usina de Angra 3, mas o governo e os acionistas, irresponsáveis na gestão da obra, precisam assumir suas partes”, destacou. Mesmo sem o reajuste autorizado pelo governo, o custo da energia de Angra 3 já seria, em média, 15% maior do que a adquirida pelas concessionárias atualmente, diz o presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Nelson Leite. “Não tem jeito de deixar a obra parada, já que desmobilizá-la custa quase o mesmo que concluí-la. É um problema. Mas se o governo encara a usina como algo estratégico para o País, caberia ao Tesouro Nacional custear essa obra, a despeito das dificuldades econômicas da União”, ponderou. O presidente da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), Reginaldo Medeiros, disse que o volume de investimentos que Angra 3 vai demandar para ser concluída, da ordem de R$ 15,5 bilhões, poderia ser direcionado para investimentos em dezenas de usinas que geram energia a partir de fontes renováveis, como eólicas, solares e pequenas centrais hidrelétricas. “Tomaram uma decisão que vai impactar fortemente os consumidores sem chamá-los para opinar, tudo em um gabinete fechado em meio a um governo de transição”, disse. “Angra 3 terá um custo enorme para o consumidor. É praticamente um monumento à incompetência nacional. Deveríamos colocar uma placa lá para deixar como legado para outras gerações nunca mais cometerem o mesmo erro”. (AE)
ALUMINA RICARDO MORAES / REUTERS
Norsk Hydro planeja retomada das operações na Alunorte sem demissões Oslo - A norueguesa Norsk Hydro está centrada no retorno à plena produção de sua refinaria de alumina Alunorte, no Brasil, e não está contemplando demissões, disse o presidente-executivo da companhia, Svein Richard Brandtzaeg, à Reuters, ontem. A Hydro havia dito, na semana passada, que fecharia a maior refinaria de alumina do mundo, ameaçando o emprego de 4.700 pessoas, enquanto as tentativas de resolver uma disputa ambiental com as autoridades
brasileiras fracassaram. A empresa anunciou, na terça-feira (9), que recebeu permissão das autoridades brasileiras para reiniciar as operações com metade da capacidade. “A maneira como estamos operando agora exige mais pessoal. Enquanto tivermos um diálogo positivo com as autoridades, manteremos o quadro de funcionários. Acreditamos que o embargo será suspenso e, então, precisamos de todo o nosso pessoal”, disse Brandtzaeg, em entrevista à Reuters por
telefone. “É difícil dar um prazo exato para um reinício total, mas agora estamos no processo de implementar as medidas que acordamos com as autoridades em setembro”, afirmou ele. A planta tem uma capacidade anual de 6,4 milhões de toneladas de alumina, ou 10% da capacidade fora da China. A Alunorte transforma a bauxita em alumina, que é transformada em alumínio em grandes fundições. (Reuters) A paralisação das atividades da empresa ameaçava cerca de 4.700 postos de trabalho na região
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ECONOMIA DIVULGAÇÃO
TRANSPORTE
MRS investe de olho no mercado de carga geral Área abrange 30% do serviço do grupo MARA BIANCHETTI
Visando ampliar a participação no mercado de carga geral, que hoje representa cerca de 30% de tudo o que é transportado pela companhia, a MRS Logística, com sede em Juiz de Fora (Zona da Mata), tem investido fortemente em terminais multimodais na região Sudeste. O último deles, o Terminal Etcons II, em Caçapava, interior de São Paulo, bateu a marca de 7 mil toneladas transportadas somente no primeiro mês de operação. De acordo com o gerente de Logística e Soluções Intermodais da MRS, Magela Titoneli, essa é só mais uma das estratégias que a concessionária tem adotado, nos últimos anos, como forma de equalizar seus mercados de atuação. Além dos investimentos em terminais, a empresa tem aportado também na expansão da malha ferroviária e em locomotivas. “Esta é uma diretriz que vem sendo adotada pela MRS nos últimos anos. A cada exercício, os planos diretores e projetos contemplam a ampliação do share de carga geral, visando ao aumento do transporte desse tipo de produto sem, necessariamente, diminuir volume de cargas heavy haul (minério de ferro, carvão e coque)”, explicou. Seguindo Titoneli, além do Etcons II, inaugurado mais recentemente, a com-
panhia segue investindo em outros terminais multimodais e, até o fim do ano, deverá iniciar as operações em outros três. “A interseção com esse tipo de operação visa ampliar nossas possibilidades de negócios, com prospecção de clientes e produtos que até então não estavam no nosso portfólio. A intenção é justamente quebrar barreiras de que determinadas cargas não servem para ferrovias. Com os terminais multimodais isso é possível”, disse. Para isso, conforme o gerente, a empresa procura ouvir os clientes para entender a demanda, assim como atua junto aos parceiros logísticos, em cada região, a fim de apresentá-los as expectativas de ganhos de volume com a oferta de diferenciais. “Com esse terminal de Caçapava, por exemplo, abrimos uma nova opção para produtos siderúrgicos no Vale do Paraíba, região em que temos demanda crescente”, completou. Etcons II - Ele destacou também que o novo terminal vai possibilitar o envio e o recebimento de cargas de clientes de Minas Gerais e do Rio de Janeiro. As 7 mil toneladas transportadas no mês passado, inclusive, foram de material siderúrgico de uma empresa mineira. Ao todo, foram 20 trens. Do terminal, a carga seguiu para os clientes pela rodovia.
Terminais multimodais na região Sudeste estão entre as principais apostas da empresa para a expansão do atendimento
Paranaguá tem movimentação recorde São Paulo - O Porto de Paranaguá, um dos principais para o escoamento de safras do Brasil, fechou o mês de setembro com uma movimentação recorde para o período, alcançando 5,01 milhões de toneladas, com destaque para os embarques de soja, que mais que dobraram na comparação anual, informou a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) ontem. O porto também bateu o recorde de movimentação nos nove primeiros meCom 5 mil metros quadrados de área coberta, um pórtico com capacidade para 20 toneladas – já em operação – e outro para 30 toneladas – com previsão de ativação para dezembro deste ano –, o terminal consegue absorver, de uma única vez, 13 vagões em
ses do ano, com os envios totalizando 40,9 milhões de toneladas de janeiro a setembro de 2018, ante 40,3 milhões em igual período há um ano. “Alcançamos estes números com uma movimentação muito alta de produtos agrícolas, mesmo fora dos períodos mais tradicionais de escoamento da safra”, disse o diretor-presidente da Appa, Lourenço Fregonese, em comunicado. A soja foi o produto mais escoado pelo porto em setembro, somando 1,47 milhão de toneladas
em 24 navios, em comparação com 637 mil toneladas embarcadas em igual mês do ano passado. O desempenho registrado pelo porto se dá em meio a uma safra recorde de quase 120 milhões de toneladas de soja colhidas neste ano no Brasil, o maior exportador global da oleaginosa. A Appa também disse esperar que Paranaguá supere em 2018 a máxima histórica de movimentação anual de 51 milhões de toneladas, alcançada em 2017. (Reuters)
seu ramal. Mas o grande diferencial do terminal está na área coberta, que possibilita o transporte de cargas que precisam de condições especiais, como os produtos siderúrgicos que não podem ter contato com chuvas ou intempéries, como alguns
tipos de laminados a quente, aços longos e, principalmente, os laminados a frio. O atendimento a pré-requisitos como esses representa uma oportunidade de transporte de mais de 200 mil toneladas de produtos siderúrgicos por ano.
Transporte marítimo de eletrônicos deve recuar São Paulo - O transporte marítimo de eletrônicos para o Brasil deve perder força nos próximos meses, após um pico no início do ano, em meio à antecipação de embarques de algumas categorias de produtos para a Copa do Mundo de futebol, enquanto a volatilidade do câmbio e incertezas sobre as eleições presidenciais inspiram cautela entre importadores e consumidores. “Tivemos um primeiro trimestre atipicamente forte devido à antecipação da montagem de aparelhos televisores e de áudio para a Copa do Mundo. O setor agora passa por uma ressaca e a expectativa é de que o último trimestre seja mais fraco do que no ano anterior”, disse à Reuters ontem o gerente geral de importação da dinamarquesa Maersk Line, Fabio Britto. O mercado registrou altas de dois dígitos nos volumes de eletrônicos transportados em janeiro (+22%), fevereiro (+32%) e março (+49%) na comparação com 2017, conforme muitos importadores anteciparam cargas para abastecer o mercado brasileiro com itens de áudio e televisores durante a Copa do Mundo. Desde então, contudo, os números vêm perdendo força, com quedas de 2%
MURAD SEZER / REUTERS
Após a antecipação de embarques devido à Copa do Mundo, agora, o setor deve ter um quarto trimestre de queda
em julho e 15% em agosto, mostrou um relatório divulgado pela Maersk com base em levantamento feito pela Dataliner. Black Friday - Para os próximos meses, a tendência é de importações mais concentradas em produtos de informática e, especialmente, linhas de smartphones, que têm forte apelo na Black Fri-
day, de acordo com Britto. “Áudio e vídeo geram mais volume no transporte, smartphones não tanto. Isso contribui para a nossa expectativa de um último trimestre mais fraco que em anos anteriores”, disse o executivo. Por ora, as previsões para a Black Friday têm sido otimistas, com a Ebit|Nielsen indicando alta de 15% nas
vendas do comércio eletrônico no País, para R$ 2,43 bilhões. Pesquisa divulgada na segunda-feira (8) pelo site comparador de preços Zoom também mostrou consumidores brasileiros propensos a aproveitar a campanha promocional da Black Friday para antecipar as compras de Natal, apesar de estarem cautelosos com o cenário
político e a economia. Para Britto, além de questões sazonais que incluem a Copa do Mundo, a conjuntura macroeconômica e as turbulências com as eleições no Brasil é o que mais pesa nas decisões de importadores. “Muito mais que o valor do câmbio, o que os importadores buscam é estabilidade”, comentou o executivo da Maersk. (Reuters)
EXPORTAÇÃO
Brasil perde US$ 1 bi por ano com defesa comercial Brasília - A aplicação de medidas de defesa comercial contra o Brasil tem feito o País perder US$ 1 bilhão por ano em exportações. O levantamento foi divulgado ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), que levou em conta 13 ferramentas aplicadas contra o País desde 2015. Segundo a análise, quando uma medida é aplicada contra um produto brasileiro, as exportações do bem caem, em média, 86% nos 12 meses seguintes. As principais medidas de defesa comercial aplicadas contra o País são a imposição de tarifas antidumping, de antissubsídios (ou medidas compensatórias) e de salvaguardas. De acordo com a CNI, os setores mais afetados são os de metais, com oito medidas; de papel, com três medidas; e açúcar, com duas medidas. O relatório mostra ainda que a aplicação dos instrumentos de defesa comercial contra o Brasil tem se acelerado. O número de novas medidas passou de duas em 2015 para seis em 2016 e nove em 2017. Os Estados Unidos são o país que mais aplicaram medidas protecionistas contra o Brasil no período analisado, com três instrumentos comerciais sobre as exportações de metais, um sobre papel e um sobre borracha. A CNI sugere que o governo brasileiro fortaleça o sistema de defesa comercial e acompanhe os produtos em que o Brasil é competitivo para se antecipar à aplicação de algum instrumento contra o País. Uma das recomendações é que o governo acelere a liberação de documentos que empresas investigadas precisam entregar a outros países, depois que uma investigação comercial é iniciada. A entidade também sugere que o governo brasileiro acompanhe se a medida de defesa comercial respeita as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC). (ABr)
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INTERNACIONAL RELAÇÕES COMERCIAIS
FMI
Argentina atenta a eleiçþes no Brasil Ministro destacou importância da economia brasileira para o crescimento argentino BrasĂlia - A Argentina acompanha com atenção o desenrolar do processo eleitoral no Brasil para entender como serĂĄ a polĂtica econĂ´mica futura, disse o ministro da Produção da Argentina, Dante Sica, ressaltando, contudo, que nĂŁo hĂĄ preocupação com a disputa presidencial. “Temos observado o processo eleitoral, mas nĂŁo estamos preocupadosâ€?, afirmou ele a jornalistas, apĂłs reuniĂŁo em BrasĂlia com o ministro da IndĂşstria, ComĂŠrcio Exterior e Serviços (Mdic), Marcos Jorge. Segundo Sica, o tema ĂŠ natural foco de atenção, jĂĄ que quando o “Brasil vai bem, a Argentina vai bemâ€?, sendo que um crescimento de 1 ponto no Produto In-
terno Bruto (PIB) brasileiro implica alta de 0,25 ponto para o vizinho do Mercosul, de acordo com ele. Falando a jornalistas, Sica tambĂŠm elogiou a transparĂŞncia das eleiçþes no Brasil e a rapidez com que os resultados sĂŁo divulgados. Sobre as perspectivas para a atividade na Argentina, ele afirmou que o paĂs deve ver uma queda menor do PIB no quarto trimestre e uma recuperação “muito mais generalizadaâ€? entre o primeiro e o segundo trimestres de 2019. InuĂŞncia - TambĂŠm presente na coletiva, Marcos Jorge afirmou que, segundo estudos da Câmara de ComĂŠrcio Exterior (Camex), hĂĄ redução de cerca de 4,4%
dos embarques brasileiros para a Argentina a cada 1 ponto de contração do PIB argentino. Como reflexo desse quadro, no ano atĂŠ setembro, as exportaçþes para a Argentina recuaram 4,6%, ao passo que as importaçþes subiram 17,5%. Na semana passada, a entidade representativa das montadoras brasileiras, Anfavea, estimou que o Brasil deve amargar uma redução de 8,6% nas exportaçþes de veĂculos neste ano por conta da crise na Argentina. Em desvalorização, a moeda argentina perdeu mais de 50% de seu valor contra o dĂłlar neste ano atĂŠ agora. Atingido por grave recessĂŁo econĂ´mica, o paĂs anunciou recentemente um
MARCOS BRINDICCI / REUTERS
Apesar do interesse, Sica diz que argentinos estĂŁo tranquilos
acordo de financiamento de US$ 57 bilhĂľes com o Fundo MonetĂĄrio Internacional (FMI) para resgatar
a confiança de investidores e pagar o serviço da sua dĂvida externa em 2019. (Reuters)
VENEZUELA
Parlamentares homenageiam polĂtico morto Caracas/Genebra - Cantando o hino nacional enquanto carregavam um caixĂŁo, parlamentares da Venezuela homenagearam, na terça-feira (9), um polĂtico da oposição que autoridades dizem ter se matado pulando da janela de uma prisĂŁo, mas cujo partido afirma que foi assassinado. O vereador Fernando AlbĂĄn, de 56 anos, foi preso na sexta-feira (5), devido
ao suposto envolvimento na explosão de dois drones, durante um desfile militar, em agosto, que era comandado pelo presidente Nicolås Maduro, disse o ministro do Interior, NÊstor Reverol. Em uma publicação no Twitter, Reverol afirmou que, quando estava na sala de espera do 10º andar da sede da agência venezuelana de inteligência, Albån saltou pela janela.
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JUĂ?ZO DE DIREITO DA 2ÂŞ VARA DOS FEITOS DA FAZENDA PĂšBLICA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE - EDITAL PARA CONHECIMENTO DE TERCEIROS (Art. 34 do Decreto Lei nÂş 3.365/41). Prazo: 20 dias. Processo n° 002408984542-4 da ação: Desapropriação proposta pelo MUNICIPIO DE BELO HORIZONTE, em face de ESPĂ“LIO DE DECIO DE ANDRADE MELO e outros Advogado: Gustavo de Souza Pereira, OAB/MG 094374. Finalidade: levar ao conhecimento de qualquer interessado(a), para que, querendo, se manifeste como de direito no prazo de 10 dias, que perante este JuĂzo processam-se os atos e termos processuais relativos ao processo em referĂŞncia, pelo qual pretende o ora expropriante a desapropriação de parte dos lotes 15 e 16 da quadra 94, localizados no bairro Vila Jardim SĂŁo JosĂŠ, nesta capital, bem como suas benfeitorias. Por ser essa a expressĂŁo GD YHUGDGH H[SHGLX VH R SUHVHQWH HGLWDO TXH VHUi DĂ€[DGR QR ORFDO GH FRVWXPH H SXEOLFDGR XPD YH] QR 0LQDV Gerais. Belo Horizonte, 03 de outubro de 2018. Eu, Marta Mesquita dos Santos Gomes, _______, EscrivĂŁ Judicial, o subscrevi por ordem do MM. Juiz de Direito, Exmo. Dr. Rinaldo Kennedy Silva.
REAL TENERIFE EMPREENDIMENTOS E PARTICIPAÇÕES S/C LTDA – CNPJ nÂş 00.441.364/0001-07 – EDITAL DE CONVOCAĂ‡ĂƒO – Ficam os sĂłcios da Real Tenerife Empreendimentos e Participaçþes S/C Ltda, sociedade simples limitada inscrita no CNPJ sob o nÂş 00.441.364/0001-07 (“Sociedadeâ€?), devidamente convocados para comparecer Ă reuniĂŁo de sĂłcios a realizar-se no dia 18 de outubro de 2018, Ă s 10 hs, na sede da Sociedade, localizada na Rua dos Pampas, nÂş 568 – tĂŠrreo, sala 110, bairro Prado, na cidade de Belo Horizonte/MG, CEP 30.410-180, com D Ă€QDOLGDGH GH GHOLEHUDU D UHVSHLWR GD VHJXLQWH RUGHP GR GLD D DSURYDU D GLVVROXomR GD 6RFLHGDGH E DSURYDU R EDODQoR GH HQFHUUDPHQWR GD 6RFLHGDGH FXMD GDWD EDVH p GH VHWHPEUR GH F DSURYDU D HOHLomR GR OLTXLGDQWH GD 6RFLHGDGH G DSURYDU D OLTXLGDomR GD 6RFLHGDGH H DSURYDU R HQFHUUDPHQWR GD OLTXLGDomR GD 6RFLHGDGH H DSURYDomR GDV FRQWDV GR OLTXLGDQWH I DSURYDU R HQFHUUDPHQWR GDV DWLYLGDGHV GD 6RFLHGDGH H FRQVHTXHQWHPHQWH D VXD WRWDO H[WLQomR H J DSURYDU D LQGLFDomR GR UHVSRQViYHO SHOD PDQXWHQomR H FRQVHUYDomR GRV OLYURV H GRFXPHQWRV FRQWiEHLV H Ă€VFDLV GD 6RFLHGDGH DSyV D H[WLQomR 7RGRV RV GRFXPHQWRV UHODWLYRV j RUGHP GR GLD HQFRQWUDP VH j disposição dos sĂłcios na sede da Sociedade. Jercineide Pires de Castro – Diretora-Gerente.
PREFEITURA MUNICIPAL DE LAVRAS/MG Aviso de nova data do Processo LicitatĂłrio nÂş 143/2018 – PregĂŁo 82/2018. Menor Preço por Item. Registro de preços para futura e eventual Prestação de Serviços de confecçþes de placas e tarjetas automotivas para veĂculos para atender Secretaria Municipal de Educação e Secretaria Municipal de Obras, Regulação Urbana e Defesa civil. Nova data de apresentação de envelopes e julgamento: 14h00min do dia 25/10/2018. O Edital encontra-se na sede da Prefeitura Municipal, Ă Av. Dr. Sylvio Menicucci, nÂş 1575, Bairro Presidente Kennedy ou pelo site www.lavras.mg.gov.br. Telefax: (35) 3694-4021. Rodrigo Moreti Pedroza – Gerente de Licitaçþes.
FAMĂ?LIA BANDEIRANTE PREVIDĂŠNCIA PRIVADA
CNPJ 62.874.219/0001-77 ATA DA REUNIĂƒO EXTRAORDINĂ RIA DO CONSELHO CONTROLADOR DA FAMĂ?LIA BANDEIRANTE PREVIDĂŠNCIA PRIVADA, REALIZADA EM 08 DE AGOSTO DE 2017. Aos oito dias do mĂŞs de agosto do ano de dois mil e dezessete (08.08.2017), Ă s quinze horas (15:00h), em sua Sede Social, na Rua Matias Cardoso, nÂş 63, Salas nÂşs 305 a 308, Bairro Santo Agostinho, CEP.: 30.170-914, nesta Capital, sob a presidĂŞncia do Sr. Marcus VinĂcius Fernandes Vieira, reuniu-se, extraordinariamente, o Conselho Controlador da FamĂlia Bandeirante PrevidĂŞncia Privada, regularmente convocado na forma estatutĂĄria, com a presença de todos os seus membros, com a finalidade de cumprir a seguinte Ordem do Dia: 1. TransferĂŞncia de Carteira de PrevidĂŞncia Complementar para MG Seguros, Vida e PrevidĂŞncia S.A: (a) planos com a comercialização interrompida; (b) planos bloqueados Ă comercialização; (c) planos autorizados, com a comercialização por iniciar; (d) direitos dos titulares participantes dos planos e dos assistidos e todas as obrigaçþes a que eles estejam sujeitos que se vinculem aos respectivos planos de benefĂcios; (e) conjunto de reservas, provisĂľes, ativos garantidores correspondentes; (f) depĂłsitos judiciais decorrentes de açþes de terceiros movidos contra a FamĂlia Bandeirante PrevidĂŞncia Privada; e (g) ativos destinados Ă garantia do contingente judicial operacional. 2. Data base para referĂŞncia de valores dos ativos e obrigaçþes. 3. Outros assuntos de interesse da Entidade. O Sr. Presidente declarou abertos os trabalhos, com o Conselheiro JosĂŠ EustĂĄquio Torres secretariando a sessĂŁo. Ato contĂnuo, foi lida a convocação para esta reuniĂŁo assim como a ata da reuniĂŁo anterior a qual foi aprovada por unanimidade. Item 1. Os Srs. Conselheiros aprovam por unanimidade, a transferĂŞncia da Carteira de PrevidĂŞncia Complementar para a MG Seguros, Vida e PrevidĂŞncia S.A, com a consequente transferĂŞncia: (a) planos com a comercialização interrompida; (b) planos bloqueados Ă comercialização; (c) planos autorizados, com a comercialização por iniciar; (d) direitos dos titulares participantes dos planos e dos assistidos e todas as obrigaçþes a que eles estejam sujeitos que se vinculem aos respectivos planos de benefĂcios; (e) conjunto de reservas, provisĂľes e ativos garantidores correspondentes; (f) depĂłsitos judiciais decorrentes de açþes de terceiros movidos contra a FamĂlia Bandeirante PrevidĂŞncia Privada; e (g) ativos destinados Ă garantia do contingente judicial operacional. 2. O Srs. Conselheiros aprovam o dia 30/06/ 2017 como data base para referĂŞncia de valores dos ativos e obrigaçþes. Item 3. NĂŁo hĂĄ outros assuntos de interesse da Entidade para ser deliberada nesta ReuniĂŁo. Fica a Diretoria autorizada a tomar todas as providĂŞncias necessĂĄrias para aprovação e efetivação da referida transferĂŞncia ora aprovada, esta transferĂŞncia deverĂĄ ser implementada apĂłs a devida aprovação expressa pelo ĂłrgĂŁo regulador e fiscalizador, nos termos do artigo 33, inciso IV, da Lei Complementar nÂş 109/2001. ApĂłs cumprimentos recĂprocos entre os Conselheiros, o Senhor Presidente da mesa agradeceu a presença de todos declarando encerrados os trabalhos, dos quais, para constar, lavrou-se a presente ata que vai assinada por quem de direito. Belo Horizonte, 08 de agosto de 2017. Marcus VinĂcius Fernandes Vieira - Presidente do Conselho. JosĂŠ EustĂĄquio Torres - SecretĂĄrio do Conselho. Certificamos, que a presente ĂŠ cĂłpia fiel da ata transcrita do livro prĂłprio. Marcus VinĂcius Fernandes Vieira Presidente do Conselho. JosĂŠ EustĂĄquio Torres - SecretĂĄrio do Conselho. Registro Civil das Pessoas JurĂdicas - FamĂlia Bandeirante PrevidĂŞncia Privada. Averbado(a) sob n° 215 no registro 118302, no Livro A, em 14/09/ 2018. Belo Horizonte, 14/09/2018. Ana Paula NĂŠri Silveira - Escrevente Substituta. TJMG - CorregedoriaGeral de Justiça: Selo EletrĂ´nico nÂş CHC66906. CĂłd. Seg.: 9951.0781.2558.3695.
Este relato divergiu daquele do procurador-geral venezuelano, Tarek Saab, que disse, em comentĂĄrios televisionados, que AlbĂĄn pediu para usar o banheiro e pulou de lĂĄ. AdversĂĄrios do socialista Maduro dizem que AlbĂĄn, um catĂłlico devoto e homem de famĂlia, nĂŁo poderia ter se suicidado, e acusaram as autoridades de acobertarem um assassinato. “SĂł o regime de Maduro ĂŠ responsĂĄvel pelo assassinato de Fernando AlbĂĄnâ€?, acusou a parlamentar de oposição Delsa Solorzano,
durante uma sessão especial do Congresso em homenagem a Albån. O partido de oposição Primeiro Justiça, ao qual Albån pertencia, disse que a prisão dele se deveu a declaraçþes que deu em reuniþes recentes da Organização das Naçþes Unidas (ONU), na cidade de Nova York, denunciando violaçþes de direitos humanos na Venezuela. As autoridades ainda não divulgaram o relatório da autópsia. Um dos advogados de Albån, Joel Garcia, relatou a
A LUAN CHRISTIAN DE MIRANDA 08261703665, por determinação da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentåvel – SEMMAD, torna público que foi solicitado atravÊs do Processo Administrativo nº 5451810912, a /LFHQoD $PELHQWDO 6LPSOL¿FDGD ¹ &ODVVH para a atividade de Serviços de usinagem, tornearia e solda, localizada à Rua Petrópolis, nº 338, Bairro São Luiz, Betim/ 0* ¹ &(3
A Protomax Ferramentaria, Protótipos e Usinagem LTDA - EPP, por determinação da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentåvel - SEMMAD, torna público que foi solicitado atravÊs do processo administrativo nº 5451809897, a UHYDOLGDomR GD /LFHQoD $PELHQWDO 6LPSOL¿FDda classe 0, para a atividade de Fabricação de Måquinas-Ferramenta, peças e acessórios, localizada na Avenida Tapajós, nº 264, Bairro São Caetano, Betim/MG, CEP: 32.677-595.
A VirgĂnia Contin Lanes Michetti, responsĂĄvel pelo empreendimento denominado Optiminas Industria e Comercio Optico LTDA, localizada na Rua dos Tamoios, nÂş200, 2Âş, 3Âş, 4Âş e 5Âş andares, bairro Centro, Belo Horizonte, torna pĂşblico que protocolizou requerimento de RENOVAĂ‡ĂƒO DE LICENÇA DE OPERAĂ‡ĂƒO Ă Secretaria Municipal de Meio Ambiente - SMMA.
TRĂŠS RIOS EMPREENDIMENTO IMOBILIARIO SPE S/A CNPJ 24.148.239/0001-71 EDITAL DE- CONVOCAĂ‡ĂƒO Ficam os acionistas da TRĂŠS RIOS EMPREENDIMENTO IMOBILIARIO SPE S/A - CNPJ 24.148.239/0001-71 convocados para reunirem-se em Assembleia Geral ExtraordinĂĄria, a realizar-se nesta capital, Ă s 19:00 horas do dia 18 de outubro de 2018, na Rua Senhora do Porto, n° 2842, Sala 17, Bairro Palmeiras, CEP 30.575-590, para deliberarem sobre a Aprovação da Redução do Capital Social. (Ass.) a Diretoria.
ITAMBÉ ALIMENTOS S.A. – CNPJ/MF nÂş 16.849.231/0001-04 – NIRE 3130010180-1 – Extrato da Ata da AssemblĂŠia Geral ExtraordinĂĄria realizada no dia 05 de setembro de 2018. O presente extrato da Ata da Assembleia Geral ExtraordinĂĄria realizada no quinto dia do mĂŞs de setembro de 2018, Ă s 13:00 horas, na sede social da ItambĂŠ Alimentos S.A., na cidade de Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais, na Rua ItambĂŠ, Bloco 1, Bairro Floresta, CEP: 30150-150 (“Companhiaâ€?), presente o acionista representando a totalidade do capital social da Companhia deliberou e aprovou, nos termos da Ordem do Dia: (i) alteração do Artigo 4.Âş do Estatuto Social da Companhia e consequente consolidação do Estatuto Social e (ii) autorização para que os administradores da Companhia pratiquem todos os atos necessĂĄrios Ă efetivação das deliberaçþes propostas e aprovadas nesta Assembleia Geral ExtraordinĂĄria. A presente Assembleia Geral ExtraordinĂĄria fora presidida pelo Sr. Marcelo Candiotto Moreira de Carvalho tendo nomeado o Sr. AntĂłnio Manuel Pontes Correia Neves, que assina a Ata e seu Extrato como SecretĂĄrio. AntĂłnio Manuel Pontes Correia Neves – SecretĂĄrio. Junta &RPHUFLDO GR (VWDGR GH 0LQDV *HUDLV ² &HUWLĂ€FR UHJLVWUR VRE R Qž HP GD (PSUHVD ,WDPEH $OLPHQWRV 6 $ 1,5( H SURWRFROR D 0DULQHO\ GH 3DXOD %RPĂ€P ² 6HFUHWiULD *HUDO
CARTA-CONVITE CONVOCAĂ‡ĂƒO - REUNIĂƒO ORDINĂ RIA IMOBILIĂ RIA E CONSTRUTORA SĂƒO GONÇALO LTDA. CNPJ nÂş 17.270.943/0001-37 Ficam os Senhores SĂłcios em pleno gozo de seus direitos sociais, na forma do Contrato Social da IMOBILIĂ RIA E CONSTRUTORA SĂƒO GONÇALO LTDA, ClĂĄusula XIII, convocados para comparecerem Ă ReuniĂŁo ExtraordinĂĄria dos SĂłcios, a ser realizada no seguinte endereço: Rua ParaĂba, 550, 8 andar (Regus), Savassi, CEP 30.130-140, Belo Horizonte/MG, no dia 19 de outubro de 2018, em primeira convocação Ă s 10:00 horas, e Ă s 10:30 horas em segunda convocação, para deliberarem sobre a seguinte Ordem do Dia: 1) Abertura dos Trabalhos; 2) Nomeação de outro administrador e deliberação sobre regras de administração da empresa; 3) Retomada do EdifĂcio AcajĂĄ, sede da empresa; 4) Fixação de Pro Labore para o(s) administradore(s) da empresa; 5) Exposição e avaliação de vendas de imĂłveis da empresa; 6) Destinação das receitas/numerĂĄrio da empresa para pagamento das despesas e dĂvidas da empresa; 7) Outros assuntos de interesse da sociedade; Aos sĂłcios impedidos de comparecer, OHPEUDPRV D SRVVLELOLGDGH GH SURYLGHQFLDUHP SURFXUDomR DVVLQDGD H FRP Ă€UPD UHFRQKHFLGD GDQGR SRGHUHV para seu representante (outro sĂłcio ou advogado) de comparecer e votar em seu nome os assuntos constantes da respectiva ordem do dia. Finalmente, esclarecemos que para funcionamento da ReuniĂŁo em 1ÂŞ convocação ĂŠ necessĂĄria a presença de ž dos quotistas e em 2ÂŞ convocação com qualquer nĂşmero dos quotistas. Agradecemos de DQWHPmR VXD FRPSUHHQVmR H FRODERUDomR H Ă€FDPRV j VXD GLVSRVLomR SDUD HVFODUHFLPHQWRV H LQIRUPDo}HV Atenciosamente, Belo Horizonte, 25 de setembro de 2018 Irma Alves de Castro SebastiĂŁo Jackson de Castro SĂłcia Administradora SĂłcio Administrador
repĂłrteres que uma autĂłpsia realizada no instituto mĂŠdico legal nacional mostrou sinais de traumatismo grave no crânio, no peito e nos quadris, alĂŠm de indĂcios de uma queda. ONU - Na terça-feira, o escritĂłrio de direitos humanos da ONU pediu uma investigação independente. A porta-voz de direitos humanos da ONU, Ravina Shamdasani, disse, em um boletim Ă imprensa, em Genebra, que o escritĂłrio estĂĄ preocupado com a notĂcia da morte de AlbĂĄn e tambĂŠm por ele nĂŁo ter sido apresentado a um juiz dentro de 48 horas, como exigido pela lei da Venezuela. “De fato pedimos uma investigação transparente e independente para esclarecer as circunstâncias de sua morteâ€?, informou. “Entendemos que existem relatos conflitantes sobre o que exatamente aconteceuâ€?. (Reuters) Ednei da silva, responsĂĄvel pelo empreendimento denominado Pedras Vidal, marmoraria localizada na rua Maria Gertrudes Santos 1026, Bairro CĂŠu Azul, Belo Horizonte/MG, torna pĂşblico que protocolizou requerimento de Licença Operaçao Ă Secretaria Municipal de Meio Ambiente - SMMA
PressĂľes em emergentes pode afetar estabilidade Os riscos ao sistema financeiro global aumentaram ao longo dos Ăşltimos seis meses e podem se elevar com força se as pressĂľes nos mercados emergentes ampliarem ou as relaçþes comerciais globais se deteriorarem mais, disse, ontem, o Fundo MonetĂĄrio Internacional (FMI). O FMI, cujas reuniĂľes com o Banco Mundial tĂŞm inĂcio nesta semana, na ilha indonĂŠsia de Bali, tambĂŠm destacou que, embora a estabilidade financeira tenha sido sustentada por reguladores na dĂŠcada, desde a crise financeira global de 2008, condiçþes financeiras frouxas estĂŁo contribuindo para um aumento dos problemas potenciais relacionados aos altos nĂveis de dĂvida e avaliaçþes “alongadasâ€? de ativos. Mas novos regimes de resolução bancĂĄria para evitar resgates financeiros futuros sĂŁo, em grande medida, nĂŁo testados, disse o Fundo, em sua atualização bianual de estabilidade financeira global. “Os riscos de curto prazo Ă estabilidade financeira global aumentaram um poucoâ€?, destacou o FMI. “No geral, os participantes do mercado parecem complacentes sobre o risco de um forte aperto nas condiçþes financeirasâ€?. O fundo destacou que o crescimento econĂ´mico parece ter atingido um pico em algumas importantes economias, enquanto a diferença entre paĂses avançados e mercados emergentes estĂĄ se ampliando. Na terça-feira (9), o FMI cortou suas estimativas de crescimento global devido Ă intensificação da guerra comercial entre Estados Unidos e China e aos crescentes apertos financeiros nos mercados emergentes. SaĂda de capital - Novas pesquisas do FMI mostram que paĂses emergentes, com exceção da China, podem enfrentar fluxos de saĂda de capital de atĂŠ US$ 100 bilhĂľes, nĂvel visto pela Ăşltima vez durante a crise financeira global. O fundo citou uma sĂŠrie de outros riscos de curto prazo Ă estabilidade financeira, incluindo a possibilidade de um “nĂŁo-acordoâ€? do Brexit ou renovadas preocupaçþes sobre polĂtica fiscal em alguns paĂses endividados da zona do euro. (Reuters)
PLANTAR PARTICIPAÇÕES S.A. CNPJ N° 11.221.286/0001-51 - NIRE 3130009306-9 ASSEMBLEIA GERALEXTRAORDINĂ RIA EDITAL DE CONVOCAĂ‡ĂƒO Ficam os acionistas da Plantar Participaçþes S.A. (“Companhiaâ€?) convocados para se reunirem no dia 18 de outubro de 2018, Ă s 10 horas, em Assembleia Geral ExtraordinĂĄria, na sede social da Companhia, nesta Capital, na Avenida Raja Gabaglia, nÂş 1380, 5Âş andar 3DUWH EDLUUR *XWLHUUH] D Ă€P GH GLVFXWLU H RX GHOLEHUDU VREUH a)Aumentos de capital nas sociedades controladas, mediante a capitalização de AFACs – Adiantamentos para Futuros Aumentos de Capital; b)Aumento de capital da Companhia mediante capitalização dos AFACsAdiantamentos para Futuro Aumento de Capital; c) Reforma do estatuto social (capital social, estrutura e atribuiçþes da Diretoria, resolução de controvĂŠrsias, limites de alçada dos administradores); e d) Extinção da Plantar Timber Participaçþes e Investimentos Florestais S.A. Belo Horizonte, 08 de outubro de 2018. Ricardo Carvalho de Moura - Presidente do Conselho de Administração
EDITAL DE CITAĂ‡ĂƒO- PRAZO DE 30 (TRINTA) DIAS - O DOUTOR LÉLIO ERLON ALVES TOLENTINO, MM. JUIZ DE DIREITO DA 1ÂŞVARA CĂ?VEL DA COMARCA DE BARBACENA, ESTADO DE MINAS GERAIS, EM PLENO EXERCĂ?CIO DE SEU CARGO E NA FORMA DA LEI ETC. FAZ SABER a todos quantos o presente Edital virem ou dele conhecimento tiverem, que por este JuĂzo e 1ÂŞ Secretaria CĂvel corre a Ação de Execução TĂtulo Extrajudicial, sob o n. 005612029615-9, sendo o exequente: BANCO BRADESCO S.A, e executado: WELTON OLIVEIRA JORGE, motorista, inscrito no CPF:257.618.958-03,e que se encontra DWXDOPHQWH HP OXJDU LQFHUWR H QmR VDELGR $OHJDQGR R H[HTXHQWH TXH IRUD FRQFHGLGR FUpGLWR SDUD R H[HFXWDGR SDUD ÂżQV GH DTXLVLomR FRP DOLHQDomR ÂżGXFLiULD GH XP YHtFXOR )LDW 6WUDGD )LUH )OH[ &RU %UDQFD $QR 0RGHOR 3ODFD 0'+ &KDVVL %' $ 5HQDYDP HP TXH R UHTXHULGR ÂżFRX REULJDGR D SDJDU R GpELWR GH IRUPD SDUFHODGD H por nĂŁo cumprir com o contrato, fora constituĂdo em mora, motivo pelo qual, foi requerida pelo exequente, a busca e apreensĂŁo, esta infrutĂfera, foi entĂŁo, requerida a conversĂŁo em Ação de Execução, e por se encontrar o requerido, em lugar incerto e nĂŁo sabido. Fica por meio deste, citado, o executado acima descrito para os termos do pedido supramencionado, e para querendo, HP WUrV GLDV HIHWXDU R SDJDPHQWR GR VDOGR GHYHGRU VRE SHQD GH SHQKRUD QRV WHUPRV GR DUWLJR GR &3& H VHUi QRPHDGR curador especial em caso de revelia, nos termos do artigo 257,inciso IV, do CPC. E, para que ninguĂŠm alegue ignorância, PDQGRX H[SHGLU R SUHVHQWH HGLWDO TXH VHUi DÂż[DGR QR OXJDU S~EOLFR GH FRVWXPH H SRU FySLD SXEOLFDGD XPD YH] QR '-( 'LiULR GR -XGLFLiULR (OHWU{QLFR GR (VWDGR GH 0LQDV *HUDLV &XPSUD VH QD IRUPD GD OHL 'DGR H SDVVDGR QHVWD FLGDGH H &RPDUFD GH Barbacena, Estado de Minas Gerais, aos 16 (dezesseis) dias do mĂŞs de maio do ano de 2018. Mauro Luiz Bento, EscrivĂŁo judicial LĂŠlio Erlon Alves Tolentino Juiz de Direito
ANDRADE GUTIERREZ ENGENHARIA S/A CNPJ/MF nÂş 17.262.213/0001-94 – NIRE: 3130009183-0 Ato da Diretoria realizado no dia 28 de setembro de 2018. Data, Hora e Local: Aos 28 (vinte e oito) dias do mĂŞs de setembro de 2018, Ă s 9h(nove horas),na sede social, em Belo Horizonte – MG, na Av. do Contorno, nÂş 8.123, Cidade Jardim, CEP 30110-937. Presenças: Presidente da Unidade de Construção, Marcelo Marcante,e o Diretor Financeiro Gustavo Braga Mercher Coutinho. Deliberaçþes: (i) de conformidade com o disposto no Artigo 8Âş do Estatuto Social, resolvem os diretores por unanimidade nomear como representantes da Sucursal da Companhia na RepĂşblica de Angola, para efeitos de registro junto da ConservatĂłria do Registro Comercial de Luanda e com o objetivo de assegurar localmente a interação com os bancos, os Srs. AntĂłnio MĂĄrio Martins Leite, casado, portuguĂŞs, engenheiro civil, com domicĂlio no CondomĂnio Atlântico Sul, Rua Uruguai, 23, Bairro Talatona, Luanda, Angola, portador do Passaporte n.Âş C927106 emitido em Portugal, AndrĂŠ Giudice de Oliveira, solteiro, brasileiro, economista, Passaporte nÂş FP278198, emitido no Brasil, CPF Qž FRP GRPLFLOLR SURÂżVVLRQDO QR /DJRDV 3DUN (GLItFLR 3LVR 3RUWR 6DOYR 3RUWXJDO Filipe Nuno LeitĂŁo Lopes, casado, portuguĂŞs, engenheiro civil, com domicĂlio no CondomĂnio Talatona Tower Residence, Bloco 501, Bairro de Talatona, em Luanda, Angola, portador do passaporte, nÂş N719593, emitido em Portugal, Rui Carlos Morgado Ricardo VROWHLUR DQJRODQR GLUHWRU ÂżQDQFHLUR com domicilio no condomĂnio Vila Sol, apartamento 49, zona 3, Bairro de Talatona, em Luanda, Angola, portador do bilhete de identidade nÂş 004929413MO045, emitido em Angola e o Sr. JĂşlio Fernando Gonçalves de Oliveira, casado, portuguĂŞs, engenheiro civil, com domicilio no condomĂnio Talatona Tower Residence, Bloco 501, Bairro de Talatona, em Luanda, Angola, portador do passaporte nÂş P890390, emitido em Portugal, revogando os representantes anteriores.(ii) A Sucursal em Angola obriga-se pela assinatura conjunta de dois dos cinco representantes supramencionados, cujos poderes serĂŁo melhores GHÂżQLGRV HP SURFXUDomR HPLWLGD HVSHFLÂżFDPHQWH SDUD R HIHLWR 1DGD PDLV KDYHQGR D VHU WUDWDGR IRL encerrada a reuniĂŁo da qual se lavrou este ato que, lido e aprovado, vai assinado por todos. Assinaturas: Gustavo Braga Mercher Coutinho e Marcelo Marcante. Confere com a original lavrada no livro prĂłprio. Gustavo Braga Mercher Coutinho – Diretor. Junta Comercial do Estado de Minas Gerais – CerWLÂżFR UHJLVWUR VRE R Qž HP GD (PSUHVD $QGUDGH *XWLHUUH] (QJHQKDULD 6 $ 1,5( H SURWRFROR D 0DULQHO\ GH 3DXOD %RPÂżP Âą 6HFUHWiULD *HUDO
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POLÍTICA SERGIO MORAES/REUTERS
ELEIÇÕES
Guru econômico de Bolsonaro é alvo de inquérito do MPF Guedes é suspeito de crimes em fundos de pensão Brasília - A Procuradoria da República no Distrito Federal (MPF-DF) abriu investigação contra o economista Paulo Guedes, principal assessor econômico do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), por suspeita de que cometeu crimes em operações com fundos de pensão de empresas estatais, segundo documentos da apuração obtidos ontem pela Reuters. Na investigação conduzida pela força-tarefa da Operação Greenfield a partir de relatórios da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), o MPF apura se Guedes, controlador do Grupo HSM Brasil, cometeu dois delitos da Lei dos Crimes Contra o Sistema Financeiro Nacional: gestão fraudulenta ou temerária de instituições financeiras e se emitiu e negociou títulos mobiliários sem lastro ou garantias. Uma nota técnica da Previc, citada pelo MPF,
informa que “há relevantes indícios de que, entre os meses de fevereiro de 2009 e junho de 2013, diretores/ gestores dos fundos de pensão Funcef, Petros, Previ, Postalis (todas alvos da Operação Greenfield), Infaprev, Banesprev e Fipecq e da sociedade por ações BNDESPar possam ter se consorciado com o empresário Paulo Roberto Nunes Guedes, controlador do Grupo HSM Brasil, a fim de cometerem crimes de gestão fraudulenta ou temerária de instituições financeiras equiparadas e emissão e negociação de títulos mobiliários sem lastros ou garantias, relacionados a investimentos no FIP BR Educacional”. O grupo de Guedes conseguiu captar R$ 1 bilhão nessas operações, de acordo com a investigação, que foi revelada inicialmente pelo jornal “Folha de S.Paulo” e confirmada posteriormente à Reuters por um procurador com conhecimento direto do caso.
Procurados, Paulo Guedes e Bolsonaro não se manifestaram sobre a investigação. Bolsonaro vai enfrentar o candidato do PT, Fernando Haddad, no segundo turno da eleição presidencial, no dia 28 de outubro, após ter sido o mais votado no primeiro turno com 46% dos votos, enquanto Haddad ficou em segundo lugar com 29%. Previdência - O coordenador econômico do programa do presidenciável Jair Bolsonaro, Paulo Guedes, pode conversar com o governo do presidente Michel Temer este ano sobre reforma da Previdência, disse nesta quarta-feira o presidente do PSL, Gustavo Bebianno. “Uma conversa com o governo Temer ainda esse ano para um encaminhamento acredito que possa haver sim”, disse Bebianno a jornalistas, no Rio de Janeiro, após deixar o condomínio onde mora Bolsonaro.
O grupo do economista Paulo Guedes teria captado R$ 1 bilhão em operações irregulares
Na véspera, o próprio presidenciável e o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), possível ministro da Casa Civil num eventual governo Bolsonaro, disseram que a reforma da Previdência como proposta por Temer não tem como ser aprovada. Bebianno disse também que Bolsonaro quer pagar um 13º salário para o Bolsa Família. Segundo o presidente do PSL a proposta foi incorporada ao programa de governo com aval do candidato. (Reuters)
PSL descarta privatizar Petrobras de cara Rio de Janeiro - O eventual governo de Jair Bolsonaro (PSL) não pretende privatizar a Petrobras no curto prazo, mas não descarta essa possibilidade mais para frente, após um processo de saneamento geral da estatal, disse à Reuters o presidente do PSL, Gustavo Bebianno. Segundo ele, o processo de saneamento da Petrobras no curto prazo passa obrigatoriamente por extirpar definitivamente da estatal integrantes do PT, MDB e outros grupos que desviaram bilhões de reais da estatal, no que foi conhecido como escândalo do petrolão. “Não se pode mexer na Petrobras, que é um patrimônio brasileiro e precisa ser tratada como tal”, disse
Bebianno à Reuters. “A empresa precisa ser revitalizada, tem que tirar a petralhada toda de lá, tirar o pessoal do MDB de lá e aí pode ser que um dia a gente pense em privatização, mais para frente”, explicou. Ao ser questionado se após esse processo de saneamento ser implantado estaria aberto o caminho para uma privatização no médio prazo, Bebianno disse que sim, “mas muito mais para frente”. Um dos pilares da campanha de Bolsonaro, o economista Paulo Guedes se tornou alvo de investigação do Ministério Público Federal do Distrito Federal por supostas fraudes em operações com fundos de pensão de empresas estatais.
Bebianno minimizou o caso e disse que o bombardeio dos opositores já era esperado diante da força que Bolsonaro mostrou nas urnas. “O Paulo Guedes continua firme (conosco)”, disse Bebianno. “Vão tentar nos abalar mas não vão conseguir. É óbvio que... vão continuar batendo”, acrescentou. Bebianno revelou na entrevista que o grupo de Bolsonaro já teria definido cerca de 40 nomes para a área econômica do eventual governo. Entre os escolhidos estariam nomes para as principais empresas públicas do governo como Petrobras, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil. Ele, no entanto, não quis revelar os nomes. (Reuters)
Novo presidente terá Congresso fragmentado Brasília - O aumento da fragmentação partidária após as eleições do último domingo (7) exigirá esforço do próximo presidente da República para o novo governo ter sustentação no Congresso Nacional. Como apontam cientistas políticos, a articulação passa por conseguir equacionar a agenda de trabalho com as demandas dos aliados que, conforme a história recente, querem partilhar poder e recursos para atender às suas bases. Conforme apurado pela Agência Brasil, a Câmara dos Deputados passará dos atuais 25 partidos representados para 30. No Senado Federal, o crescimento é de 15 a 20 legendas. A eleição também implicou na renovação dos nomes da próxima legislatura. Das 54 vagas recentemente disputadas no Senado, 46 serão ocupadas por novos parlamentares. Na Câmara, são novos 52% dos nomes dos deputados, a maior taxa de mudança nos últimos
20 anos. O dado não contabiliza parentes eleitos e nem aqueles que trocaram de Casa legislativa ou que voltaram para o Congresso depois de pelo menos quatro anos ausentes De acordo com o sociólogo e cientista político Bolívar Lamounier, com a votação “a fragmentação (do Parlamento) subiu para o espaço” e o Brasil “atingiu o índice mais alto do mundo com partidos representados no Parlamento”. Na avaliação de Aldo Fornazieri, diretor acadêmico da Escola de Sociologia e Política (São Paulo), a fragmentação é um indicativo que “qualquer que seja o eleito escolhido terá dificuldade para composições políticas. Não vai ter alinhamento automático. Ninguém conseguirá fazer uma grande bancada”. “A alta fragmentação também deve condicionar os ritos das negociações, de modo a aumentar os custos para o Executivo”, acrescenta o sociólogo Pedro Célio Borges, da Faculdade de Ciên-
cias Sociais da Universidade Aldo Fornazieri aponta Federal de Goiás (UFG). que “houve uma devastação do sistema partidário Rejeição - Sobre as mu- tradicional”, mas contrapõe danças na Câmara, Bolívar às visões reformistas as diLamounier avalia que “não ficuldades que Bolsonaro foi uma renovação tão am- terá, se for eleito, para fazer, pla”, “mas foi marcante pela por exemplo, a reforma da derrota de muitos caciques Previdência Social - consipolíticos”. derada medida de maior Para Pedro Célio Borges, impacto nas contas públi“a grande marca da eleição cas. “O Bolsonaro não vai foi o forte sentimento nega- fazer uma reforma que vai tivo a tudo que é visto como prejudicar militares. Será o sistema político e seus uma reforma manca”, obseragentes”. Em sua opinião, vou.. O próximo Congresso “os políticos com mandato terá 24 parlamentares de foram alvos especiais de origem militar. rejeição”. “Está evidente que a nova Em meio aos processos de composição das bancadas renovação e fragmentação, o reforça posições conservaPSL de Jair Bolsonaro elegeu doras, como as turmas da bancada com 52 deputados bala, da bíblia, do agro”, e quatro senadores. O PT de avalia Pedro Célio Borges Fernando Haddad elegeu que, no entanto, assinala: 56 deputados e, também, “Há mais água a passar quatro senadores. no segundo turno, quando Para Lamounier, o conjun- poderão aparecer alguns to dos resultados das eleições vetores ainda não colocados (presidencial e legislativa) é ao debate. Um deles virá na indicativo de “um alto grau revelação dos programas de rejeição do petismo” e de dos dois candidatos, que apoio a políticos mais com- não ficaram suficientemente prometidos com agenda de explicitados até momento”, reformas econômicas. ponderou. (ABr)
Candidato diz ser contra venda de ativos de energia São Paulo - O candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, disse ser contrário à privatização de ativos na área de geração de energia elétrica, assim como gostaria de manter estatal o “miolo” da Petrobras, em declarações que causaram uma queda acentuada especialmente das ações da Eletrobras. Em entrevista à Band TV na noite da última terça-feira, Bolsonaro ainda mostrou-se preocupado com vendas de ativos de energia elétrica para empresas da China, que têm realizado aquisições de diversas companhias privadas, como a CPFL Energia, hoje controlada pela State Grid. Segundo o candidato, é possível “conversar” sobre privatização do setor de distribuição de eletricidade, mas “não geração”. “De jeito nenhum”, declarou ele ao falar sobre a venda de ativos de geração, em um movimento que de certa forma se opõe aos planos do governo atual, de emitir ações e diluir a participação da União na Eletrobras - dona de subsidiárias de geração como Furnas e Chesf. No caso das distribuidoras, o atual governo já privatizou quase todas as companhias da Eletrobras, com exceção da unidade no Amazonas, cujo leilão está previsto para 25 de outubro, e a de Alagoas, uma operação suspensa provisoriamente por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). “Quando você vai privatizar, você vai privatizar para qualquer capital do mundo? A China não está comprando no Brasil, ela está comprando o Brasil. Você vai deixar o Brasil na mão do chinês?”, disse Bolsonaro. “Suponha que você tem um galinheiro no fundo da sua casa e viva dele. Quando privatiza, você não tem a garantia de comer um ovo cozido. Nós vamos deixar a energia nas mãos de terceiros?, questionou o candidato. Bolsonaro afirmou que o Brasil tem cerca de 150 estatais, e que as que “dão prejuízo” serão vendidas imediatamente, ou até extintas. “Para mim, energia elétrica, a gente não vai mexer. Até converso com o Paulo Guedes (guru de economia do candidato). O que deu errado lá? É indicação política, que leva à ineficiência e à corrupção”, avaliou.
petróleo, Bolsonaro afirmou que o “miolo dela tem que ser conservado”, mas lembrou que a companhia não tem recursos para explorar o pré-sal. “Arrebentaram com a Petrobras. E daqui, 20, 25, 30 anos, a energia será outra. O refino dá para privatizar, mas mesmo privatizando algumas coisas tem que ver o modelo. A exploração você tem que abrir. Nós temos tecnologia, mas não temos recurso para explorar.” Em exploração, o governo atual realizou grande abertura de mercado, o que atraiu companhias estrangeiras como a Exxon Mobil para os recentes leilões do petróleo do pré-sal. Ele disse ainda ser favorável à redução de impostos de combustíveis. “Cada litro refinado de diesel custa 90 centavos, não sei se é verdade. E depois a Petrobras bota 150% de margem de lucro e revende, aí vai para o Brasil, você bota em média 30% do ICMS. Ninguém aguenta. Você tem que diminuir a carga tributária”, destacou. Segundo Bolsonaro, “o País não pode ter uma política predatória no preço do combustível para salvar a Petrobras e matar a economia brasileira”. “Qualquer coisa no combustível reflete no preço do mercadoria que está na ponta da prateleira”, ressaltou. Segundo ele, ninguém quer a Petrobras com prejuízo, “mas também não pode ser uma empresa que usa do monopólio para tirar o lucro que bem entende”. Ele ponderou ainda que “faltam dados para uma melhor análise”, mas “uma vez sendo presidente a gente vai ter os dados”. Ao falar sobre a Previdência, Bolsonaro defendeu que se acabe com as incorporações e disse que o problema está no funcionalismo público. “Onde é que está a fábrica de marajá? São as incorporações... vamos acabar com as incorporações num primeiro momento”, afirmou. Para exemplificar o seu argumento, o presidenciável citou o caso de um funcionário de uma Câmara Municipal que comece ganhando R$ 10 mil, depois de alguns anos muda de cargo e passa a ganhar R$ 20 mil e depois de um tempo repete o processo e passa a ganhar R$ 30 mil. “O grande problema é o serviço público, o resto você combate a fraude e o descaso”, disse o candidato. Pré-sal - No caso da estatal do (Reuters)
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POLÍTICA politica@diariodocomercio.com.br
ELEIÇÕES
Bolsonaro tem 58% dos votos válidos Haddad está com 42% da preferência na primeira pesquisa Datafolha para o 2º turno São Paulo - O candidato Jair Bolsonaro (PSL) aparece com 58% dos votos válidos na primeira pesquisa Datafolha para o segundo turno da eleição presidencial, divulgada ontem. Fernando Haddad (PT) tem 42%. O cálculo desconsidera os eleitores que pretendem votar nulo ou em branco, ou seja, se refere aos votos válidos. É a maior diferença na largada do segundo turno desde 2002 - à época, o então candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, tinha 64% dos votos válidos, enquanto José Serra (PSDB) aparecia com 36%. Nas intenções de votos totais, Bolsonaro tem 49% e Haddad, 36%. Brancos e nulos somam 8%, enquanto 6% disseram estar indecisos. A única região em que Haddad ganha de Bolsonaro é o Nordeste (52% contra 32% dos votos totais). No Sudeste, região mais populosa do País, o candidato do PSL vence por 55% a 32%; no Sul, sua maior vantagem,
por 60% a 26%. A vitória também seria tranquila no Centro-Oeste (59% a 27%) e um pouco mais apertada no Norte, com 51% a 40%. Essa é a primeira pesquisa do Datafolha para o segundo turno. Na última pesquisa do Datafolha antes do primeiro turno, divulgada no sábado, véspera do primeiro turno, a simulação de segundo turno entre Bolsonaro e Haddad trazia o candidato do PSL com 45% dos votos totais, contra 43%. A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o protocolo BR-00214/2018 e foi contratada pelo jornal Folha de S. Paulo e pela Rede Globo. Foram ouvidas 3.240 pessoas em 227 municípios do País. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, e o grau de confiança é de 95% - o que quer dizer que há 95% de chance de os resultados representarem a realidade. No primeiro turno, Bol-
RICARDO MORAES E PAULO WHITAKER/REUTERS
No total das intenções de voto, Jair Bolsonaro aparece com 49% contra 36% de Haddad
sonaro obteve 46,03 % dos votos válidos (49,2 milhões de votos), tendo saído vencedor em 16 estados e no Distrito Federal. Haddad obteve 29,28% dos votos válidos (31,3 milhões votos) e seu desempenho no Nordeste impediu uma
definição da disputa já no primeiro turno. Outros partidos já haviam toma uma decisão na última terça-feira - o PTB vai apoiar Bolsonaro, e o Centrão ficou dividido. Essa é a primeira pesquisa do Datafolha para o segundo
turno. Na última pesquisa do Datafolha antes do primeiro turno, divulgada no sábado, véspera do primeiro turno, a simulação de segundo turno entre Bolsonaro e Haddad trazia o candidato do PSL com 45% dos votos totais, contra 43%. (AE/Reuters)
Podemos, PPS, DEM e PR ficam neutros Brasília - A Executiva Nacional do Podemos informou, em nota divulgada ontem, que vai se manter neutro no segundo turno da eleição presidencial. De acordo com a nota, militantes, líderes e representantes estão liberados para apoiar um dos presidenciáveis - Jair Bolsonaro (PSL) ou Fernando Haddad (PT). No primeiro turno, o Podemos disputou a eleição presidencial com Alvaro Dias, que foi derrotado. A Comissão Executiva Nacional do PPS também decidiu ontem, em Brasília, manter a neutralidade no segundo turno da eleição presidencial. Para o partido, as candidaturas de Bolsonaro e de Haddad “trazem a marca de uma conflagração que alimenta radicalismos políticos sob a insígnia do ‘nós contra eles’, que ameaçam o próprio processo democrático”, diz o documento aprovado pelos dirigentes do PPS. Mais cedo, o Democratas e o PR também liberaram seus integrantes para apoiar um dos dois candidatos. O DEM divulgou nota para informar que seus líderes e militantes estão livres para apresentar sua manifestação de voto no segundo turno, “seguindo as suas convicções”. No documento, assinado pelo presidente nacional da legenda, Antonio Carlos Magalhães Neto (ACM Neto), o partido afirma que mantém o compromisso de contribuir com a construção de um “novo Brasil” e diz que o momento pede a substituição da prática do “toma lá dá cá” da velha política pelos verdadeiros interesses públicos. “Governar com os mais qualificados e ter responsabilidade fiscal. Encontrar uma solução para os mais de 13 milhões de brasileiros que estão desempregados. É hora de enfrentar, com coragem e determinação, o desafio de soerguer o nosso país”, disse ACM Neto. Pelo PR, a decisão foi pas-
sada pelo líder da legenda na Câmara, deputado José Rocha. “O Partido da República decidiu liberar toda a bancada para que tome a decisão que achar melhor em cada estado. Os deputados estão liberados para seguir ou com Bolsonaro ou com Haddad”, disse Rocha. “Temos duas candidaturas em campos totalmente opostos. Temos parlamentares que apoiam Bolsonaro e que apoiam Haddad, que é, por exemplo, o meu caso”.
nomes. Haddad ressaltou que não se trata de representantes do partido como um todo, mas tucanos que estariam preocupados com a escalada de violência nessa eleição. “Parte significativa do PSDB está muito preocupada com o que está acontecendo no país. Ficamos de nos encontrar amanhã e vamos prosseguir no sentido de estabelecer uma proposta de civilidade”, contou Haddad. “Foi uma carta de apreço e apoio de alguns integrantes, PSDB - O candidato do PT à mas não posso anunciar aqui Presidência afirmou ontema porque temos que converque recebeu integrantes do sar amanhã para fazer uma PSDB que lhe entregaram coisa formal e pública nos uma carta de apoio, mas não próximos dias”, justificou quis revelar por enquanto os Haddad foi perguntado
sobre o apoio do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e sobre quando iria ligar para o tucano, mas mais uma vez não respondeu. Disse apenas que iria conversar com “todas as forças que queiram conter a barbárie”. FHC disse nesta quarta-feira ao jornal “Folha de S.Paulo” que ainda não foi procurado, mas que conversa “com o maior prazer” com todos que o procurarem. O ex-presidente disse ainda que “precisa esperar que os outros queiram alguma coisa” e não poderia anunciar nada antes. Há alguns dias, FHC chegou a tuitar que não poderia apoiar Jair Bolsonaro de
controlar seus apoiadores. “As pessoas têm falado muito de direitos trabalhistas e sociais, mas os civis e políticos também estão ameaçados. Temos que conter essa escalada de violência e tem que ser pelo voto. Não podemos responder com violência à violência”, advertiu. O petista afirmou ainda saber que será necessário buscar apoios além do que chama partidos progressistas - Psol, PSB e PDT - para vencer Bolsonaro no segundo turno e disse que trabalha para obter outros apoios na sociedade. “Temos convicção de que temos que ampliar (o apoio) para expressivos setores da sociedade. Então entendemos que, para além das forças políticas, temos que ampliar o conjunto de apoios sociais”, afirmou. Venezuela - Haddad foi questionado algumas vezes sobre sua posição em relação à Venezuela, que enfrenta uma crise social e uma escalada autoritária. O petista evitou responder se considera o país hoje uma ditadura e repetiu que o Brasil não pode interferir ou tomar partido em questões internas, mas sim servir de mediador. “O papel do Brasil é de líder do continente. Devemos ajudar países que estão com problemas a encontrar o caminho da soberania nacional.
Brasília - O PDT aprovou ontem o que está chamando de “apoio crítico” à candidatura de Fernando Haddad (PT) no segundo turno das eleições presidenciais. Segundo o presidente do PDT, Carlos Lupi, a decisão de se posicionar a favor dos petistas é mais contra Jair Bolsonaro (PSL) e “os riscos que ele representa” do que efetivamente um apoio ao projeto de governo de Haddad. “Somos muito mais um voto contra ele (Bolsonaro), contra o risco que ele representa à democracia, aos direitos humanos, ao respeito às liberdades individuais, muito mais contra essa quase certeza dos riscos que ele (Bolsonaro) representa do que um apoio ao Haddad. Mas não vamos nos omitir (no segundo turno)”, disse. Para justificar o posicionamento, Lupi evocou “a memória” do PDT em relação ao golpe militar de 1964. “Hoje o tipo de golpe é mais sofisticado, é um golpe legitimado pelo voto popular, o que torna ainda maior os riscos à democracia brasileira. Nós já sofremos 1964, somos filhos e netos dos que sofrerão pela ditadura, somos o partido dos cassados, dos exilados, dos perseguidos e dos mortos. Não esquecemos esta memória. Em nome dessa memória que queremos alertar o brasileiro sobre essa personalidade que engana o povo”, complementou. O presidente do PDT fez questão de deixar claro, no entanto, que usar o termo de “apoio crítico” é uma referência aos ataques que o PT fez à candidatura de Ciro Gomes, durante o processo eleitoral. “É um apoio com as críticas que temos em relação ao PT, aos golpes que eles nos desferiram durante o processo eleitoral, pressões para retiradas de candidaturas. Isso é nossa crítica”, disse.
nenhuma forma e criticou o candidato do PSL, mas também disse que “não tinha vontade de engordar o caudal petista”. Haddad, no entanto, tem um bom relacionamento com FHC e no primeiro semestre deste ano chegou a procurar o ex-presidente para conversar sobre a conjuntura política nessas eleições. Mas, desde o início da campanha política, os dois não conversaram. Recém integrado à coordenação da campanha, o senador eleito pela Bahia Jaques Wagner foi encarregado de fazer as pontes com o PSDB e outros partidos na tentativa de obter apoios Rasteira - A declaração de individuais. (ABr/Reuters) Lupi é uma referência à manobra, orquestrada com aval do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que atrapalhou as negociações de apoio do PSB à candidatura de Ciro, ainda durante o primeiro turno. O Não precisamos tomar partido”, caso foi encarado como uma afirmou. rasteira do PT no partido. Disse ainda que não poderia, Na ocasião, os petistas retipor exemplo, autorizar uma base raram candidaturas em outros dos Estados Unidos no Brasil, na estados para não atrapalhar fronteira venezuelana, porque o nomes do PSB que disputavam Brasil não ganharia nada com isso. os mesmos cargos Em troca, os “Quem ganharia seriam as petroleisocialistas se comprometeram ras americanas. Onde tem petróleo a ficarem neutros no primeiro é preciso ter juízo”, disse, alegando turno, em vez de apoiarem o que o interesse crescente dos Estados presidenciável do PDT. Unidos na região seria por conta do Lupi voltou a dizer, no petróleo venezuelano. entanto, que ninguém da diHaddad foi mais uma vez quesreção do PDT irá participar tionado sobre a necessidade de um da campanha de Fernando mea-culpa sobre os erros de seu Haddad no segundo turno, partido nos últimos anos, e afirmou apesar dos acenos que Haque já falou e escreveu várias vezes ddad vem fazendo à sigla. sobre isso. Elencou entre os erros, Segundo Lupi, Ciro não irá por exemplo, a política de desoneracolaborar ou mesmo subir no ções adotada pela então presidente palanque com Haddad. Pelo Dilma Rousseff. contrário, a partir de 28 de No entanto, o maior erro petista, outubro, o partido irá lançar na sua visão, foi o partido não ter a candidatura de Ciro Gomes feito uma reforma política no início para 2022. do governo Lula, e ter acabado com “Não faremos nenhuma o financiamento privado de campareivindicação. Será um voto nhas. “Isso abriu brechas para que claro sem participação na pessoas em todo sistema político se campanha e com a certeza comportassem de maneira equivode que não participaremos cada. O financiamento empresarial de nenhum governo, mesmo deu problema em todos os lugares se Haddad ganhar a eleição. onde existiu”, disse. “Tínhamos que Vamos começar a construir ter enfrentado isso na primeira hora. agora 2022, já estamos decidiNão há como controlar isso, então dos a lançar a candidatura de tem que proibir”, avaliou. (Reuters) Ciro Gomes”, afirmou. (AE)
Candidato do PT cobra debate de adversário São Paulo - O candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, cobrou de seu adversário, Jair Bolsonaro (PSL), a participação em debates e disse que irá “até uma enfermaria” para debater com ele os problemas do Brasil. “Nosso receio é que ele busque subterfúgios para não debater. Eu estou disposto a ir até uma enfermaria para debater com ele”, disse o petista em entrevista coletiva, em São Paulo. Haddad afirmou que em um debate não há como se “acovardar” e que é preciso discutir cara a cara os problemas do Brasil e os programas de governo. O candidato foi informado ao fim da entrevista que uma junta médica não liberou Bolsonaro para atividades de campanha, e repetiu sua disposição. “Eu vou na enfermaria em que ele estiver. Não tenho problema em tratar nenhum tema, mas vamos tratar como adultos, não fazendo criancice na internet”, disse Haddad. “Faço o que ele quiser para ele fale o que pensa”, ressaltou. Haddad criticou ainda a postura de Bolsonaro em relação a casos de violências, como o assassinato do Mestre Moa, mestre capoeirista, em Salvador, por um simpatizante do candidato do PSL, em meio a uma discussão política. Bolsonaro afirmou que lamentava mas não podia
PDT aprova apoio crítico ao petista
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IGNÁCIO COSTA
SUPERMERCADO
Verdemar abre 14ª loja, com aporte de R$ 10 mi Unidade fica no Luxemburgo DANIELA MACIEL
A inauguração da 14ª unidade da rede de supermercados Verdemar, ontem, no bairro Luxemburgo, região Centro-Sul da capital mineira, faz parte de uma estratégia de expansão que tem como princípio a proximidade com os consumidores fiéis da rede. Em 2016, eram apenas oito lojas, quando foi inaugurada a unidade da Savassi. A loja do bairro Luxemburgo foi instalada no Woods Shopping, tradicional centro de compras da região. O empreendimento recebeu investimento de R$ 10 milhões, gerando 270 novos postos de trabalho. De acordo com o sócio-proprietário da rede Verdemar Alexandre Poni, a abertura da loja era um pedido recorrente dos clientes. “Nosso objetivo é estar perto dos clientes. Hoje,
sabemos que a proximidade é um valor, as pessoas querem comprar no bairro. Sempre recebíamos pedidos dos nossos clientes do Luxemburgo, que, mesmo tendo unidades relativamente próximas, cobravam uma loja no bairro”, explica Poni. A loja conta com uma área de venda de 2 mil metros quadrados, 15 checkouts, estacionamento para 80 veículos, elevador e acessibilidade. O mix é formado por 23 mil produtos, entre marcas nacionais e importadas, itens artesanais de fabricação própria, adega com rótulos de diversos países, bem como as operações exclusivas: parrilla ao estilo uruguaio, pizzaria, cafeteria, sushi e temaki, creperia e grill, saladas, frango assado, entre outros produtos. A nova loja funciona de segunda-feira a sábado, das 7h às 22h, e aos domingos
Halisson Moreira e Alexandre Poni, sócios-proprietários do Verdemar, investem em estar perto dos clientes
e feriados, das 7h às 21h. Setor - A abertura da loja dá seguimento ao planejamento de expansão da marca, demonstra confiança com a retomada do crescimento da economia brasileira e tem como base o resultado do setor. Dados da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), divulgados no último dia do mês de julho, atestam que o setor supermercadista encerrou o primeiro semestre com saldo positivo nas vendas. De janeiro a junho, o cres-
Programa de inclusão vira exemplo DIVULGAÇÃO
DA REDAÇÃO
As práticas adotadas pelo Verdemar Supermercado e Padaria que contribuem para a inclusão de pessoas com deficiência mental e intelectual no mercado de trabalho vão ser apresentadas pelo superintendente de RH do grupo, Leandro Souza de Pinho, no próximo dia 17, durante o 32º Congresso e Feira Supermercadista e da Panificação, a Superminas Food Show 2018, que será realizada em Belo Horizonte entre os dias 16 e 18, no Expominas (avenida Amazonas, 6.200, Gameleira). Além de Leandro Souza de Pinho, a especialista em Direito do Trabalho e coordenadora do Projeto do Ministério do Trabalho para a inclusão de Pessoas com Deficiência e Reabilitados em Minas Gerais, Patrícia Silveira, falará Superintendente de RH do Verdemar, Pinho mostrará case sobre a legislação e seus pontos positivos para as no contexto do trabalho. “Desenvolvimento”. Neste empresas. Trata-se de uma série de ano, a empresa também foi programas de contratação reconhecida com o PrêCase de sucesso - A im- de pessoas com deficiência mio Empresa Inclusiva plantação de um programa física, menores aprendizes, 2018, criado pela Secretaria de inclusão da pessoa com para pessoas que buscam de Estado de Trabalho e deficiência é um desafio o primeiro emprego e que Desenvolvimento Social que toda empresa com precisam ser formadas em (Sedese) para reconhecer mais de 100 colaborado- uma profissão, e também e divulgar boas práticas res experimenta nos dias para profissionais da matude inclusão em empresas de hoje, que vai além de ridade. Além dos prograsimplesmente contratar. mas citados, o Verdemar mineiras. “Quando a emSão diversas questões, que foi o pioneiro em Minas presa possibilita a inclusão envolvem acessibilidade Gerais a incluir pessoas de grupos sociais estige inclusão, e que, muitas com transtornos mentais matizados, ela contribui vezes, são pouco discutidas entre seus colaboradores. com a sociedade como nas organizações. O programa “Inclusão um todo. Não se trata de O Verdemar mantém como valor” rendeu à rede, filantropia. Mas do auxílio entre seus programas de no ano passado, o prêmio na emancipação dessas contratação de mão de obra Ser Humano, concedido pessoas. Lembro que todos o projeto “Inclusão como pela Associação Brasilei- nós temos limitações, mas Valor”, de valorização da ra de Recursos Humanos isso não nos torna incapadiversidade de pessoas (ABRH-MG), na categoria zes”, destaca Pinho.
cimento real foi de 2% em relação ao mesmo período de 2017, de acordo com o Índice Nacional de Vendas Abras. Em valores nominais, as vendas cresceram 5,37% no primeiro semestre. “Acreditamos no Brasil. E a estratégia do Verdemar foi sempre investir. Temos, para os próximos meses, uma inauguração prevista
para o bairro Cidade Nova (região Nordeste), e vamos continuar buscando oportunidades nos bairros que têm aderência à nossa marca”, pontua o sócio-proprietário da rede. O Verdemar, que em 2018 completou 25 anos, conta, hoje, com unidades no Santo Antônio (Padaria Cataguases), São Pedro (com duas
unidades complementares, incluindo a primeira loja da rede), Sion, Buritis, Raja Gabáglia, Diamond Mall, Savassi, Pampulha, Serra, Pátio Savassi e Castelo, além de uma no bairro Jardim Canadá, na cidade de Nova Lima, Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), e a recém-inaugurada no bairro Luxemburgo.
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NEGÓCIOS CUIDADOS PESSOAIS
Infobeleza foca expansão em Minas Gerais Rede paulista de escolas de formação de profissionais de beleza planeja se instalar em cidades médias DIVULGAÇÃO
DANIELA MACIEL
Listados entre os setores mais resistentes à crise, os segmentos ligados à beleza, saúde e bem-estar continuam atraindo a atenção de quem busca se qualificar para enfrentar os índices ainda alarmantes de desemprego no Brasil. De acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os setores responsáveis por artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria apresentaram crescimento de 11,6% nos últimos 12 meses e tiveram a sexta maior participação global do varejo nesse período. E a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec) prevê um crescimento nominal de 8% no faturamento em 2018, somente pelo mercado de produtos de beleza. Diante deste quadro, a rede paulista de escolas de formação de profissionais da beleza Infobeleza foca seu primeiro ciclo de expansão por meio do modelo de franchising nas cidades médias do interior mineiro. Com unidades próprias em Atibaia e Bragança Paulista (ambas em São Paulo), e duas franqueadas nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo, a meta é chegar ao final de 2020 com 50 unidades em todo o Brasil. De acordo com a diretora da Infobeleza, Sônia Leonardi, o consumo acima da média nacional de produtos de beleza em Minas Gerais fez com que a marca voltasse os olhos para o mercado mineiro. As cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) e das regiões Central e Centro-Oeste compõem o conjunto principal de interesse da marca, além da própria Capital. “Observamos essas cidades, como Betim, Pedro Leopoldo (RMBH), Sete Lagoas (Central) e Divinópolis (Centro-Oeste), entre outras, não só pelo volume de vendas, mas também por serem centros regionais que têm no seu entorno outras tantas cidades satélites, formando um conjunto com poder de consumo”, explica Sônia Leonardi. O público-alvo da rede são as camadas C, D e E. Por isso, o ideal é que as escolas estejam em pontos de fácil
acesso e grande movimento, sempre em lojas de rua. Fazem parte da cartela de cursos da Infobeleza: cabeleireiro, massagem, depilação, barbeiro, manicure e pedicure, maquiagem, estética facial, micropigmentação de sobrancelha e cursos in company de atualização e reciclagem. Em janeiro, serão lançados cursos de especialização on-line. Assessoria - O custo da taxa de franquia varia entre R$ 20 mil e R$ 59 mil, dependendo da cidade, e o de implantação é de R$ 50 mil a R$ 115 mil. A busca é por franqueados com perfil comercial. “Nossa proposta é de uma gestão compartilhada, feita a quatro mãos. Geralmente, as franquias trabalham com esquema de suporte. Queremos ir além, fui franqueada muito tempo e sei a dor do franqueado. Por isso, prestamos consultoria aos empreendedores em assuntos administrativos, de cobrança, comercial, contábeis, jurídicos e até mesmo pedagógicos”, enumera a diretora da Infobeleza.
Com unidades próprias e franqueadas, Infobeleza deve chegar a Betim, Pedro Leopoldo, Sete Lagoas, Divinópolis e BH
Plataforma Facily oferece de manicure a depilação JULIANA BAÊTA
Assim como acontece com serviços de entrega de comidas e medicamentos, um serviço de “delivery de profissionais da beleza” está prestes a chegar a Belo Horizonte. Trata-se da plataforma Facily, que conecta os usuários aos profissionais do setor, possibilitando agendamento de horário, pagamento no crédito, tudo pelo aplicativo, que pode ser baixado gratuitamente. Os sócios à frente do negócio são executivos de grandes empresas de tecnologia como Facebook, SAP, Airbnb e Uber. Os serviços que podem ser “encomendados” em casa são manicure, pedicure, unhas em gel, cabelo, design de sobrancelhas e depilação. Criado há apenas quatro meses, o app já funciona em São Paulo e no Rio, e agora terá BH como sua terceira praça, a partir do próximo dia 22. “BH é um mercado
DIVULGAÇÃO
bastante importante para o Brasil, e, especificamente na área de beleza, há pesquisas que mostram que Minas Gerais consome esses serviços com mais frequência do que o resto do Brasil”, conta o CMO da Facily, Luciano Freitas. Em São Paulo, o app já oferece outros tipos de serviços, como entregas de comidas, e a ideia é, aos poucos, ir agregando mais mercados também em Belo Horizonte. O plano de expansão da startup compreende atingir todas as capitais do Brasil, sendo que a próxima provavelmente será Porto Alegre. Preços tabelados - Para usar o aplicativo, basta selecionar o serviço que deseja, local de atendimento (casa ou trabalho do solicitante, por exemplo) e horário. A solicitação é gerada para os profissionais cadastrados e aquele que tiver disponibilidade confirma o
Aplicativo que permite aos interessados “encomendar” serviços de beleza vai chegar a BH
atendimento, assim como acontece com os aplicativos de transporte. Os preços dos serviços são tabelados e, depois de prestados, são cobrados no cartão de crédito, via aplicativo. O profissional também
não paga para se credenciar na plataforma, mas 30% de cada serviço que ele finaliza vai para a Facily, e é daí que vem a receita do negócio. O workshop de treinamento para os profissionais interessados em se credenciar
na plataforma começa uma semana antes da liberação do aplicativo em BH. Todos os potenciais parceiros precisam passar pelos processos de qualificação e testes de segurança abrangidos no workshop, que é gratuito.
IDEIAS
Desafio para pequenas e médias empresas: profissionalizar a gestão MARCELLO LOPES *
O ambiente corporativo nos milhares de empresas que lidam de forma direta e indireta com o poder público passa por fortes mudanças. Entre os motivos que conduzem o novo cenário está o esforço das autoridades policiais e judiciárias nas investigações de enfrentamento à corrupção, como as sucessivas fases da Operação Lava Jato. O empenho tem forte influência no âmbito empresarial, em virtude do impulso que oferece para a implantação da Lei Anticorrupção brasileira. O cenário não atinge somente as grandes empresas investigadas, mas engloba integralmente a rede de fornecedores e prestadores de serviços das empresas de todos os portes e ramos de atividade. A Lei Anticorrupção responsabiliza as entidades jurídicas, não excluindo a responsabilidade civil de seus dirigentes ou administradores ou qualquer pessoa natural, autora, coautora ou partícipe do ato ilícito à administração pública. A lei visa fortificar os mecanismos
que as empresas possuem sobre suas operações em torno do cumprimento da legislação nacional e das regulamentações específicas de cada setor da economia. Essas ferramentas de controle são nominadas mundialmente como programas de compliance, ou seja, de conformidade com as leis. A instituição dos programas de conformidade com a lei não é novidade entre as empresas. A própria Lava Jato atinge grandes companhias brasileiras, que já tinham um código de ética e programa de compliance bem elaborados. O fato conduz ao entendimento de que a devida eficácia da Lei Anticorrupção estará comprometida se as condutas dos principais gestores da empresa não convergirem para o respeito das leis. A regulamentação para que a Lei Anticorrupção seja aplicada impõe o modo como uma empresa deve se preparar para empreender as atividades junto a qualquer esfera da administração pública. A lei pretende o fortalecimento de punições mais rigorosas aos comprovadamente partícipes em escândalos. Mas o
sucesso e a eficácia dos mecanismos de combate à corrupção e o controle maior de atos ilícitos dependem da postura ética de seus executivos. A referida lei define o programa corporativo de integridade, descreve os requisitos mínimos a serem observados em sua elaboração e quais devem ser os mecanismos e proce-
Enfrentamento da corrupção engloba também a rede de fornecedores e prestadores de serviços das empresas de todos os portes e ramos de atividades dimentos internos de integridade, bem como incentivo à denúncia de irregularidades, aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta, políticas e diretrizes com o objetivo de detectar desvios, fraudes, irregularidades e atos ilícitos praticados contra a administração pública, nacional ou estrangeira. A Lei Anticorrupção tem de ser
aplicada a todas as entidades jurídicas, independentemente de sua forma societária, faturamento, tamanho etc. A dimensão do impacto da legislação está eclipsada na medida em que o tema tem sido quase sempre relacionado às grandes corporações. Estas já possuem muitos procedimentos e controles que atendem as exigências da lei, podendo existir algumas implementações ou melhorias para se adaptarem. Nas maiores companhias, o sistema de procedimentos e controles passa por constante atualização, além de contarem com auditoria interna, auditoria externa, governança corporativa e outros mecanismos para prevenção e detecção de irregularidades. O maior desafio é sua adoção por pequenas e médias empresas cuja parcela significativa não possui procedimentos e controle formalizados. Cenário visto principalmente nos negócios não profissionalizados, que estão sob gerência de grupos familiares. Todo o circuito que abrange uma grande empresa, com seus fornecedores, pode atingir pequenos e médios negócios. Portanto, é imprescindível
para este setor ter seus procedimentos e controles internos formalizados e bem sedimentados. Se uma indústria gigantesca implanta procedimentos de compliance, os fornecedores da sua cadeia produtiva, consequentemente, terão que adotar medidas de conformidade com a lei. A implantação do programa de compliance passa, obrigatoriamente, pela elaboração de procedimentos de controle que garantam a integridade das informações. É necessária a manutenção de profissionais capacitados para implantar os mecanismos, gerenciar informações de forma adequada e consciente da relevância destes dados apresentados nas demonstrações financeiras. Este é um momento que possibilita às empresas, principalmente as de pequeno e médio porte, se estruturarem para que o País cresça e alavanque a economia. Quem não se adequar a esta realidade não sobrevirá às exigências do mercado. *Sócio da LCC Auditores e Consultores e mestre em contabilidade pela PUC-SP
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NEGÓCIOS DIVULGAÇÃO
Na Santa Cruz Acabamentos, as mulheres se destacam e são valorizadas em diferentes setores, como Recursos Humanos, Contabilidade, Financeiro, Compras, Jurídico e Marketing
MULHERES
Santa Cruz Acabamentos dá espaço a elas Executivas estão em todos os setores da empresa, graças ao seu nível de escolaridade e qualificação DANIELA MACIEL
A participação das mulheres na alta gestão ainda é um tabu em muitas empresas. Algumas, entretanto, desafiam os números de uma maneira natural. A Santa Cruz Acabamentos, sediada na região Noroeste de Belo Horizonte, viu o quadro de mulheres aumentar, incentivado pela qualificação das candidatas a cada vaga oferecida. Enquanto apenas 19% das empresas participantes do estudo Panorama Mulher 2018 têm uma mulher como vice-presidente e 25% mantêm uma mulher na diretoria, a loja de materiais de construção preserva um
andar inteiro ocupado por elas. As executivas estão por todos os setores, entre eles: Recursos Humanos, Contabilidade, Financeiro, Compras, Jurídico e Marketing. De acordo com a diretora de RH da Santa Cruz Acabamentos, Luana Rezende, o maior grau de escolaridade e qualificação das mulheres em relação aos homens é a chave para explicar a presença delas na gestão da empresa. “Não instituímos um programa ou uma política de colocação de mulheres na gestão. Sempre procuramos pelos melhores profissionais e elas foram se apresentando e preenchendo as vagas.
O que, talvez, possa ser um mérito da Santa Cruz é não resistir a esse movimento. Ouvimos casos de muitas empresas em que há muita resistência, em que a preferência pelo homem é independente da competência. Aqui, agimos com tanta naturalidade que as coisas foram sendo aceitas”, explica Luana Rezende. Não é apenas na liderança que as mulheres vêm ocupando cargos na Santa Cruz. No atendimento ao cliente a equipe já está chegando próxima à metade do pessoal. Em outras áreas, pela própria natureza do trabalho, que exige maior força física, como estoque
e logística, os homens mantêm a hegemonia. Mesmo nessas áreas, as mulheres já começam a marcar presença. “Na loja, as vendedoras têm alcançado êxito, porque são mais pacientes, têm uma escuta maior que os homens. Especialmente na parte de acabamentos finos, onde a mulher tem um grande poder de decisão, as consumidoras buscam pelo auxílio feminino, não só pela estética, mas também pela qualidade. A mulher, via de regra, é mais detalhista e demora mais a escolher, então, quando outra mulher atende, fica mais fácil fechar
Recrutamento da Amazon excluía candidatas São Francisco, Estados Unidos - Os especialistas em tecnologia de aprendizado de máquinas da Amazon.com descobriram um grande problema: seu novo mecanismo de recrutamento de pessoal não gosta de mulheres. A equipe vinha criando programas de computador desde 2014 para revisar os currículos dos candidatos a emprego, com o objetivo de automatizar a busca por talentos, disseram à Reuters cinco pessoas familiarizadas com o esforço. A automação tem sido fundamental para o domínio do comércio eletrônico pela Amazon, seja dentro de armazéns de mercadorias ou direcionando decisões de preços. A ferramenta experimental de contratação da empresa utilizou inteligência artificial para dar aos candidatos a emprego na companhia pontuações que variam de uma a cinco estrelas - da mesma forma que os compradores avaliam produtos na Amazon, contaram algumas pessoas. “Todo mundo queria esse santo graal”, falou uma das fontes. “Eles literalmente queriam que fosse um motor onde eu lhe daria 100 currículos e ele cuspiria os cinco primeiros e nós os contrataríamos.” Mas, em 2015, a empresa percebeu que seu novo sistema não classificava candidatos para empregos de desenvolvedores de software e outros cargos técnicos de maneira neutra em termos de gênero. Isso porque os modelos de computa-
dor da Amazon foram treinados para examinar os candidatos observando padrões em currículos enviados à empresa durante um período de 10 anos. A maioria veio de homens, um reflexo do domínio masculino em toda a indústria de tecnologia. Como consequência, o sistema da Amazon ensinou para si mesmo que candidatos do sexo masculino eram preferíveis. O sistema penalizou currículos que incluíam a palavra “mulheres”, como em “capitã do clube de xadrez de mulheres”. E rebaixou os formados em duas instituições de ensino apenas para mulheres, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto. A Amazon modificou os programas para torná-los neutros para esses termos específicos. Mas isso não impediu as máquinas de criarem outras maneiras discriminatórias de classificar candidatos, apontaram as fontes. A empresa de Seattle acabou com a equipe no início do ano passado, porque os executivos perderam a esperança no projeto, segundo as pessoas, que falaram sob condição de anonimato. Os recrutadores da Amazon analisaram as recomendações geradas pela ferramenta ao procurar novas contratações, mas nunca confiaram apenas nesses rankings, afirmaram eles. A Amazon se recusou a comentar sobre o mecanismo de recrutamento ou seus problemas, mas a empresa
afirma estar comprometida com a diversidade e a igualdade no local de trabalho. Estudo de caso - A experiência da empresa oferece um estudo de caso sobre as limitações da tecnologia de aprendizado de máquina. Ela também serve como uma lição para a lista crescente de grandes empresas, incluindo Hilton Worldwide Holdings e o Goldman Sachs Group, que estão olhando para a automação de partes do processo de contratação de pessoal. Cerca de 55% dos gerentes de recursos humanos norte-americanos disseram que a inteligência artificial será uma parte regular de seu trabalho nos próximos cinco anos, de acordo com uma pesquisa de 2017 da empresa de software de talentos CareerBuilder. Há muito tempo que os empregadores sonham em aproveitar a tecnologia para ampliar a rede de contratação e reduzir a dependência nas opiniões subjetivas dos recrutadores humanos. Mas cientistas da computação, como Nihar Shah, que ensina aprendizado de máquina na Universidade Carnegie Mellon, reforçam que ainda há muito trabalho a fazer. “Como garantir que o algoritmo é justo, como ter certeza de que o algoritmo é realmente interpretável e explicável - isso ainda está muito longe”, lamentou ele. (Reuters)
uma venda assertiva”, avalia a diretora de RH da Santa Cruz. Ambientes diversos A evolução das práticas corporativas em busca do equilíbrio entre os gêneros tem gerado ambientes mais diversos e complexos. Se no século passado era comum a masculinização da estética feminina, em busca de aceitação nos patamares mais alto da gestão, hoje o universo feminino tem sido respeitado e valorizado. O sucesso das mulheres tem gerado um paradoxo na Santa Cruz: a preocupação da empresa em contratar mais homens para deter-
minados setores. “Hoje, as empresas buscam talentos e habilidades complementares, então, não faz sentido exigir que a mulher se vista ou se comporte como homem. O que traz riqueza para a empresa é a diversidade. Aqui, por incrível que pareça, já tivemos momentos em que pensamos que tínhamos que contratar um homem para equilibrar o time. Aí, usamos a naturalidade, que permitiu que elas entrassem: a contratação de alguém que atendesse às nossas necessidades independentemente do gênero. Tem dado certo”, completa a gestora.
Algoritmos elegiam os currículos dos homens São Francisco, Estados Unidos - O experimento da Amazon aconteceu em um momento crítico para a companhia: desde junho de 2015, o número de funcionários da empresa mais que triplicou, para 575,7 mil pessoas. Por conta disso, a empresa criou em seu centro de engenharia em Edimburgo, na Escócia, uma equipe com objetivo de desenvolver uma tecnologia de inteligência artificial capaz de identificar rapidamente bons candidatos a empregos na gigante de varejo, disseram as fontes. A equipe criou 500 modelos de computador focados em empregos e localizações específicas. Eles ensinaram cada modelo a reconhecer cerca de 50 mil termos nos currículos dos candidatos. Os algoritmos aprenderam a dar pouca importância para habilidades comuns entre os candidatos a vagas na área de tecnologia da informação, como a capacidade de programar usando múltiplas linguagens, contaram as fontes. Em vez disso, os algorit-
mos favoreceram candidatos que se descreveram usando verbos mais comumente encontrados em currículos de homens, como “executado” e “capturado”, revelou uma das fontes. Outros problemas - A questão de gênero não foi o único problema. Os julgamentos da máquina implicaram que candidatos não qualificados foram recomendados com frequência para todos os tipos de vagas, disseram as fontes. Com o sistema entregando resultados praticamente aleatórios, a Amazon encerrou o projeto, disseram as fontes. A companhia agora usa uma versão muito mais reduzida do sistema de recrutamento em funções como as que ajudam a identificar perfis duplicados de candidatos, disse uma das fontes. Já outra pessoa com conhecimento do assunto afirmou que uma nova equipe em Ediburgo foi criada para dar uma nova chance à ideia de recrutamento automatizado. Desta vez, o foco é em diversidade. (Reuters)
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AGRONEGÓCIO
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CAFEICULTURA
Cooxupé promove concurso de grãos especiais Etapa internacional do Cup of Excellence será realizada em Guaxupé, no Sul de Minas, de 15 a 21 de outubro DA REDAÇÃO
O Brasil é considerado o maior fornecedor de cafés especiais do mundo. A demanda interna e externa deste tipo de produto é crescente e a nação do café já acompanha em ritmo forte essa tendência mundial, cuja previsão para 2018 é de uma produção nacional de especiais de 9,7 milhões de sacas. Esse volume corresponde a 16,2% da safra total brasileira, que, para 2018, é estimada em 59,9 milhões de sacas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), desempenho que resulta da bienalidade positiva deste ciclo. Os principais compradores do café especial brasileiro são Estados Unidos, alguns países da Europa, como Itália, Bélgica, Reino Unido e Espanha, além do Japão. Números da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) mostram ainda que o desenvolvimento desse tipo de café aumentou, em média, 15% nos últimos anos, de 5,2 milhões de sacas em 2015, para 8,5 milhões em 2017. O Brasil, já tido como maior produtor e exportador de café no mundo, é também cada vez mais protagonista no nicho dos especiais, segmento que estará em evidência durante a etapa internacional do Cup of Excellence – Brazil 2018, que será realizado em Guaxupé, no Sul de Minas, de 15 a 21 de outubro. A Cooxupé e a SMC – Specialty Coffees (empresa controlada pela cooperativa e voltada à comercialização de cafés finos e linha premium) serão as anfitriãs. O concurso é realizado pela Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) em
parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e a Alliance for Coffee Excellence (ACE). Auditado pela Agricert Brasil, o Cup Of Excellence é o principal concurso de qualidade para café do mundo, que avalia os grãos naturais (sistema de preparo em via seca) e os cerejas descascados/despolpados (preparados pelo sistema em via úmida) da safra 2018 no País. Para essa fase internacional, foram selecionadas 40 amostras do Natural e 40 do Cereja descascado. Elas serão analisadas por 28 juízes de países como Estados Unidos, Japão, China, Bulgária, Rússia, Austrália, Índia e Alemanha. Participa do concurso o café arábica brasileiro produzido na safra 2018. No dia 21 de outubro, a partir das 17h, durante solenidade, serão anunciados os produtores de café vencedores das duas categorias. Na fase internacional, os vencedores precisam ter um café com média mínima de 86 pontos ou mais. Os campeões terão direito de participar de leilões organizados pela ACE, com o apoio da BSCA, pela internet, garantindo valores diferenciados para as sacas. Mercado - Segundo a BSCA, alguns fatores explicam o crescimento do consumo de cafés especiais, começando pelo trabalho de estímulo à produção e à capacitação de produtores, que precisam ser diferenciados, assim como a qualificação de baristas e, claro, do próprio desejo de consumidores, que têm buscado cafés de excelência para vivenciar uma experiência gustativa diferente, proporcionada por grãos
MARCO FLÁVIO / DIVULGAÇÃO
que possuem atributos sensoriais perfeitos, com corpo e acidez equilibrados. Ao longo da safra, a produção de cafés especiais é praticamente toda comercializada, sendo 90% dela destinada à exportação e 10% ao consumo interno. Em 2017, 7,7 milhões de sacas foram remetidas ao exterior. Para este ano, projeta-se sequência de crescimento, com os embarques se aproximando de 9 milhões de sacas. A maior predominância na forma de consumo dos cafés especiais ainda é em grãos, o que representa entre 40 e 50% do volume total de venda. (Com informações da Cooxupé) Previsão para 2018 é de que volume de especiais represente 16,2% da safra total de café
Exportações de café verde do País crescem 27,1% São Paulo - A exportação de café verde do Brasil em setembro atingiu 2,74 milhões de sacas de 60 kg, alta de 27,1% ante o mesmo mês do ano passado, mas poderia ter sido ainda maior não fossem problemas logísticos, informou, ontem, o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). Considerando as exportações totais, incluindo o café industrializado, os embarques superaram 3 milhões de sacas, alta de cerca de 24% na mesma comparação. “Registramos um bom volume... Porém calculamos que poderíamos ter embarcado de 10% a 15% a mais se não fossem os problemas de falta de contêineres e espaços nos navios”, afirmou o presidente do Cecafé, Nelson Carvalhaes. O problema ocorre enquanto o Brasil, maior exportador global, está escoando uma safra recorde de quase 60 milhões de sacas, colhida em 2018. Ele ressaltou que medidas estão sendo tomadas junto a autoridades da Agência Nacional de Transportes
Aquaviários (Antaq) para “resolver essa situação e normalizar o fluxo da exportação de café do País”. “Para se ter uma ideia, sabemos de exemplos como um único exportador que deixou de embarcar 100 mil sacas. O exportador tem feito sua parte, respeitando as agendas, deixando as cargas prontas, despachadas e com a documentação toda organizada, porém muitas vezes a carga é ‘rolada’ para o próximo navio”, disse Carvalhaes, em nota. Há alguns meses, exportadores já haviam manifestado que vinham encontrando problemas para encontrar espaço em navios para escoar a safra do País, o maior produtor de café do mundo. “O segmento está organizado para atender o mercado importador. Porém, devido aos problemas logísticos da navegação, não tem conseguido atender aos compradores com assiduidade», acrescentou o presidente do Cecafé. Variedades - As exportações de café arábica aumentaram 14,9%
na comparação com setembro de 2017, correspondendo a 81% do volume total de exportações (2,4 milhões de sacas). Já o café robusta apresentou crescimento de 1.091,6 % e atingiu a participação de 9,7 % das exportações no mês (291,6 mil sacas), com uma recuperação da safra do Espírito Santo, após seca em anos anteriores. O volume exportado de café solúvel se manteve praticamente estável, com participação de 9,3 % no total, em 280,3 mil sacas. Já no acumulado do ano (de janeiro a setembro de 2018), o Brasil registrou um total de 23,6 milhões de sacas exportadas, crescimento de 7,3 % na comparação com igual período do ano passado. Em setembro, a receita cambial com as exportações somou US$ 410,3 milhões, apontando uma variação positiva de 0,7% a mais em relação ao mesmo mês do ano passado. No acumulado do ano, o faturamento apresentou uma queda de 6%, alcançando US$ 3,5 bilhões. (Reuters)
EMBRAPA
Novo presidente pretende levar tecnologia aos pequenos Brasília - O pesquisador aposentado da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Sebastião Barbosa tomou posse ontem como presidente da estatal, em cerimônia no Palácio do Planalto. Ele assume o cargo ao fim do mandato de Maurício Antônio Lopes, que estava na função desde 2012. Filho de agricultor sem-terra do interior de Minas Gerais, Barbosa terá a missão de conduzir a empresa pública de pesquisa em um período de restrições orçamentárias e financeiras e com mudanças no governo federal, com a posse de um novo presidente da República, em janeiro próximo. Com um orçamento de pouco menos de R$ 4 bilhões, boa parte gasto com a folha de pagamento, o novo presidente defende novas formas de financiamento para a empresa, com recursos da iniciativa privada e organismos internacionais. “Precisamos de recursos e entendemos as dificuldades pelas quais o País passa”,
disse, contando que a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), por exemplo, já prometeu recursos para pesquisas da estatal. A extensão rural e a aproximação da Embrapa com o setor produtivo também são projetos defendidos pelo novo presidente. Para isso, ele espera contar com parcerias, como a da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), além da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), prefeituras, sindicatos, federações e outras organizações de agricultores, sejam eles pequenos, médios ou grandes. “Eles se somam. Os pequenos agricultores, principalmente os de base familiar, perdem competitividade no acesso à tecnologia, insumos e mercados. Somente pelo associativismo isso poderá ser superado”, garantiu. A região do semiárido receberá prioridade, segundo Barbosa, já que abriga uma grande população pobre e é a mais impactada pelos efeitos das mudanças climáticas. “Eu sou filho
de agricultor sem-terra de base familiar, entendo as agruras do setor e a Embrapa desenvolve tecnologias para todos. Quero dedicar atenção a essa gente brava que trabalha ali, que precisa sobreviver e participar da economia do País”, disse. Para alcançar mais mercados, ele também quer desenvolver setores como o de leite e derivados, frutas e produtos florestais. “O mundo mudou, nossos consumidores vão exigir mais comida, fibra e produtos florestais diferenciados, mais baratos, modernos e produzidos com sustentabilidade social e ambiental”, explicou. Trajetória - Sebastião é engenheiro agrônomo, especialista em Entomologia (estudo dos insetos) e foi contratado pela Embrapa em 1976, atuando em programas de controle e erradicação de pragas. Por 17 anos trabalhou na Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), no Serviço de Proteção de
Plantas, em Roma, Itália; e no escritório para a América Latina e o Caribe, em Santiago, Chile. Nesse período manteve-se licenciado sem receber rendimentos da empresa. O engenheiro foi também coordenador de cooperação internacional da Embrapa e chefe-geral da Embrapa Algodão, centro de pesquisa localizado em Campina Grande, na Paraíba, além de outras atividades exercidas na estatal. A estatal - Vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a Embrapa conta com 42 unidades de pesquisa e sete unidades centrais. Possui 9.632 empregados, dos quais 2.434 são pesquisadores (74,69% desses com doutorado). A empresa é referência mundial em pesquisa e tecnologia agropecuária e atua desde 1973 para viabilizar soluções para o desenvolvimento sustentável da agricultura, por meio de geração, adaptação e transferência de tecnologia ao setor. (ABr)
Embarques do agronegócio devem atingir recorde São Paulo - As exportações do agronegócio do Brasil deverão atingir a marca recorde de US$ 100 bilhões em 2018, o que seria um crescimento de 4% em relação ao ano passado, informou, ontem, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi. “É uma marca que vínhamos perseguindo e, agora, vamos alcançar”, afirmou ele, durante posse do novo presidente da Embrapa, Sebastião Barbosa, segundo nota do ministério. A previsão ocorre em um ano em que as exportações do complexo de soja (grão, farelo e óleo) devem atingir um recorde de US$ 38,3 bilhões, segundo informou, na véspera, a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove). O setor de soja vem sendo beneficiado por forte demanda da China, bons preços diante de um câmbio favorável para exportações,
além de uma safra histórica neste ano. A soja é principal produto da pauta de exportação do Brasil, o maior exportador global da oleaginosa. Além de soja, o Brasil é o maior exportador de açúcar, café, suco de laranja, tabaco, carne de frango e bovina, e um dos maiores fornecedores globais de milho. As exportações de carne bovina in natura do País têm ido bem recentemente, registrando recordes em agosto e setembro, também com a forte demanda da China, segundo dados do governo. As exportações do agronegócio do Brasil representaram pouco menos de metade das exportações totais do País no ano passado. Entre outros produtos importantes da pauta estão petróleo e minério de ferro. (Reuters)
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FINANÇAS financas@diariodocomercio.com.br
RICARDO MORAES / REUTERS
BRESSER, VERÃO E COLLOR 2
Mutirão deve agilizar pagamentos a poupadores prejudicados por planos
Para analistas, movimento refletiu a preocupação dos investidores com os comentários do candidato sobre Previdência e privatizações
MERCADO FINANCEIRO
Ibovespa despenca após declarações de Bolsonaro Dólar também foi impactado por cenário e avançou 1,42% na sessão São Paulo - O Ibovespa fechou em forte queda ontem, com o declínio em Wall Street adicionando pressão aos negócios, que já refletiam a reação do mercado a declarações do candidato à Presidência do PSL, Jair Bolsonaro, sobre temas econômicos. Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 2,8%, a 83.679,11 pontos, na mínima da sessão. O giro financeiro somou R$ 14,6 bilhões. Na terça-feira (9), Bolsonaro afirmou ser contrário à privatização de ativos na área de geração de energia elétrica, assim como gostaria de manter o “miolo” da Petrobras, ao mesmo tempo em que disse acreditar que a proposta da Previdência “dificilmente vai ser apro-
vada” como está. Para o analista Régis Chinchila, da Terra Investimentos, o mercado passou por forte realização de lucros. “Investidores ficaram preocupados com os comentários sobre reforma da Previdência e privatizações”, observou. Notícias envolvendo o principal conselheiro econômico de Bolsonaro, o economista liberal Paulo Guedes, em investigações do Ministério Público Federal sobre fraudes com fundos de pensão de estatais também pesaram, disse o analista, lembrando que Guedes é o principal lastro para temas econômicos de Bolsonaro. Em Nova York, a alta dos rendimentos dos títulos do Tesouro norte-americano e preocupações sobre o
comércio global, particularmente a disputa Estados Unidos-China, geraram aversão ao risco. O S&P 500 caiu 3,29%, com forte recuo de ações de tecnologia. O Dow Jones perdeu 3,15%. Câmbio – Já o dólar terminou ontem em alta ante o real, em um movimento de correção, após as quedas recentes, alimentado pela inquietação com as declarações do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) sobre a Previdência. O dólar avançou 1,42%, a R$ 3,7635 na venda, depois de marcar a máxima de R$ 3,7664. Em outubro até a última terça-feira (9), a moeda havia recuado 8,09%. O dólar futuro tinha alta de cerca de 1,15%. Também pesaram nos negócios as notícias sobre
BANCO CENTRAL
Paulo Guedes. “Tudo ainda é muito incipiente. Se o mercado estivesse mais estressado, o dólar estaria muito mais pressionado”, ponderou o superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva, para quem “o viés segue sendo de baixa para o dólar, porque o mercado ainda crê na vitória de Bolsonaro no segundo turno”. No exterior, o dólar tam- IGP-M bém subia ante as divisas de países emergentes, como o rand sul-africano e o peso mexicano. Ante a cesta de moedas, o dólar caía. O Banco Central ofertou e vendeu integralmente na sessão 7,7 mil swaps cambiais tradicionais, roSão Paulo - O Índice lando US$ 3,080 bilhões do total de US$ 8,027 bilhões Geral de Preços-Mercado que vence em novembro. (IGP-M) acelerou a alta a 1,06% na primeira prévia (Reuters) de outubro, ante avanço de 0,79% no mesmo período do mês anterior, pressionado pelos preços de combustíveis e lubrificantes ao produtor, informou ontem a Fundação Getulio Vargas (FGV). O Índice de Preços ao período. Isso é resultado Produtor Amplo (IPA) teve de entradas no valor de alta de 1,40%, depois de US$ 12,488 bilhões e de subir 1,20% na primeira retiradas no total de US$ prévia de setembro. O IPA 8,991 bilhões. mede a variação dos preços No comércio exterior, o no atacado e responde por saldo de outubro até o dia 60% do índice geral. 5 é negativo em US$ 414 No IPA, o índice que milhões, com importações corresponde aos Bens Interde US$ 3,688 bilhões e ex- mediários avançou 1,93%, portações de US$ 3,274 bi- ante aumento de 1,12%, com lhões. Nas exportações, estão destaque para o subgrupo incluídos US$ 592 milhões de combustíveis e lubrifiem ACC, US$ 1,039 bilhão cantes para a produção, que em PA e US$ 1,643 bilhão registrou alta de 4,88% no em outras entradas. (AE) período.
Fluxo cambial está positivo em US$ 21bi Brasília - O fluxo cambial do ano até o dia 5 de outubro ficou positivo em US$ 21,123 bilhões, informou ontem o Banco Central (BC). Em igual período do ano passado, o resultado era positivo em US$ 7,659 bilhões. A retirada de dólares pelo canal financeiro neste ano até 5 de outubro foi de US$ 15,506 bilhões. Este resultado é fruto de entradas no valor de US$ 384,022 bilhões e de envios no total de US$ 399,528 bilhões. O segmen-
to reúne os investimentos estrangeiros diretos e em carteira, remessas de lucro e pagamento de juros, entre outras operações. No comércio exterior, o saldo anual acumulado até 5 de outubro ficou positivo em US$ 36,629 bilhões, com importações de US$ 134,867 bilhões e exportações de US$ 171,495 bilhões. Nas exportações, estão incluídos US$ 27,264 bilhões em Adiantamento de Contrato de Câmbio
(ACC), US$ 52,255 bilhões em Pagamento Antecipado (PA) e US$ 91,976 bilhões em outras entradas. Outubro - Depois de registrar saídas líquidas de US$ 4,250 bilhões em setembro, o País registra fluxo cambial positivo de US$ 3,083 bilhões em outubro até o dia 5, informou o Banco Central. O canal financeiro apresentou ingressos líquidos de US$ 3,497 bilhões no
Brasília - Entre os dias 22 de outubro e 17 de dezembro, a Advocacia-Geral da União (AGU) e instituições financeiras farão um mutirão, em São Paulo, para facilitar e agilizar os pagamentos aos poupadores que tiveram perdas relativas aos planos econômicos Bresser (1987), Verão (1989) e Collor 2 (1991). O calendário inicial foi definido na terça-feira (9), entre as partes que celebraram o acordo, em reunião na AGU, em Brasília. O acordo é relativo à correção de aplicações na poupança durante a entrada em vigor dos planos econômicos e vale para quem ingressou com ações coletivas e individuais na Justiça e também seus herdeiros. Ao todo, a compensação deve injetar R$ 12 bilhões na economia e beneficiar cerca de 3 milhões de pessoas. O primeiro mutirão será realizado no Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc), central de São Paulo, unidade da federação que concentra a maior parte dos poupadores que serão reparados. De acordo com a AGU, outras cidades deverão receber os mutirões a partir de novembro. O calendário ainda será divulgado. Os representantes das instituições financeiras se comprometeram a dispo-
nibilizar funcionários para o mutirão, que ficarão responsáveis por conferir a documentação apresentada pelo poupador para solicitar o pagamento. A ideia é fazer audiências a cada 20 minutos para viabilizar o pagamento aos poupadores que comprovarem o direito à reparação. Em março deste ano, o Supremo Tribunal Federal validou o acordo firmado entre Federação Brasileira de Bancos (Febraban), AGU, Banco Central, Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) e Frente Brasileira Pelos Poupadores (Febrapo) sobre os planos econômicos. Cadastro - A adesão ao acordo é voluntária e também poderá ser feita pelo site. Após o cadastro, que deve ser feito pelos próprios poupadores ou seus representantes legais (advogados, defensores públicos ou herdeiros), cada banco terá até 60 dias para analisar e validar a documentação. Em caso de negativa do banco, o interessado pode recorrer. De acordo com a AGU, com o mutirão, o prazo pode cair para até 15 dias. Os poupadores têm até o dia 1º de março de 2020 para aderir ao acordo, data que equivale a dois anos após a homologação pelo STF. (ABr)
Índice sobe 1,06% na 1ª prévia de outubro com pressão de combustíveis IPC - Para o consumidor, a pressão também aumentou, uma vez que o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que tem peso de 30% no índice geral, acelerou a alta a 0,44% na primeira prévia de outubro, após variação negativa de 0,04% na primeira leitura de setembro. O destaque ficou para o grupo Transportes, que avançou 1,41% - depois de apresentar queda de 0,26% no levantamento anterior -, sob influência do aumento de 5,43% da gasolina, após recuo de 1,55% em setembro. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), por sua vez, subiu 0,31% no período, contra avanço de 0,10% antes. O IGP-M é utilizado como referência para a correção de valores de contratos, como os de aluguel de imóveis. (Reuters)
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Fonte: AE
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Imposto de Renda %DVH GH &iOFXOR 5
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Deduçþes: a) R$ 189,59 por dependente (sem limite). b) Faixa adicional de R$ 1.903,98 para aposentados, pensionistas e transferidos para a reserva remunerada com mais de 65 anos. c) Contribuição previdenciĂĄria. d) PensĂŁo alimentĂcia. Obs:
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Fonte: AE
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-XQKR 954,00 0,49 23,54 3,2514 6,60
-XOKR 954,00 0,30 23,54 3,2514 6,56
05/09 a 05/10 06/09 a 06/10 07/09 a 07/10 08/09 a 08/10 09/09 a 09/10 10/09 a 10/10 11/09 a 11/10 12/09 a 12/10 13/09 a 13/10 14/09 a 14/10 15/09 a 15/10 16/09 a 16/10 17/09 a 17/10 18/09 a 18/10 19/09 a 19/10 20/09 a 20/10 21/09 a 21/10 22/09 a 22/10
0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000
0,3715 0,3715 0,3715 0,3715 0,3715 0,3715 0,3715 0,3715 0,3715 0,3715 0,3715 0,3715 0,3715 0,3715 0,3715 0,3715 0,3715 0,3715
02('$ 3$Ă‹6 BOLIVIANO/BOLIVIA &2/21 &267$ 5,&$ &2/21 (/ 6$/9$'25 &252$ ',1$0$548(6$ &252$ ,6/1' ,6/$1 &252$ 1258(*8(6$ &252$ 68(&$ COROA TCHECA DINAR ARGELINO DINAR/KWAIT DINAR/BAHREIN DINAR/IRAQUE DINAR/JORDANIA ',1$5 6(59,2 DIRHAM/EMIR.ARABE '2/$5 $8675$/,$12 '2/$5 %$+$0$6 '2/$5 %(508'$6 '2/$5 &$1$'(16( DOLAR DA GUIANA DOLAR CAYMAN DOLAR CINGAPURA DOLAR HONG KONG DOLAR CARIBE ORIENTAL '2/$5 '26 (8$ FORINT/HUNGRIA )5$1&2 68,&2 GUARANI/PARAGUAI IENE LIBRA/EGITO /,%5$ (67(5/,1$ LIBRA/LIBANO /,%5$ 6,5,$ 5(3 NOVO DOLAR/TAIWAN LIRA TURCA 1292 62/ 3(58 3(62 $5*(17,12 3(62 &+,/( 3(62 &2/20%,$ 3(62 &8%$ 3(62 5(3 '20,1,& 3(62 ),/,3,1$6 3(62 0(;,&2 3(62 858*8$,2 QUETZEL/GUATEMALA 5$1'( $)5,&$ 68/ RENMIMBI IUAN RENMINBI HONG KONG RIAL/CATAR RIAL/OMA RIAL/IEMEN RIAL/IRAN, REP 5,$/ $5$% 6$8',7$ 5,1**,7 0$/$6,$ 58%/2 5866,$ RUPIA/INDIA 583,$ ,1'21(6,$ 583,$ 3$48,67$2 6+(.(/ ,65$(/ :21 &25(,$ 68/ ZLOTY/POLONIA EURO )RQWH %DQFR &HQWUDO
&Ă?',*2 30 75 90 95 100 115 125 145 170 190 195 205 210 345 450 470 535 560 640 642 770 795 796 800 805 810 815 830 975 978
Contribuição ao INSS &2035$ 0,535 0,1673 0,07427 0,03161 12,3368 0,003125 5,2823 1,0209 0,01782 4,4727 2,7143 0,4785 0,5491 0,01329 0,0006332 0,03327 0,2088 0,002471 0,121 0,6215 0,4852 0,5415 0,5415 1,0298 9,7413 0,01499 0,0000893 0,05624 1,0035 4,3276
9(1'$ 0,5468 0,1674 0,07578 0,0317 12,3632 0,003162 5,2906 1,0213 0,01804 4,5467 2,7158 0,4786 0,5641 0,01331 0,0006343 0,03328 0,21 0,002487 0,1211 0,6227 0,4871 0,5419 0,5416 1,0305 9,7429 0,01501 0,0000893 0,05627 1,0037 4,3294
7$%(/$ '( &2175,%8,dÂŽ(6 '( -$1(,52 '( Tabela de contribuição dos segurados empregados, inclusive o domĂŠstico, e trabalhador avulso 6DOiULR GH FRQWULEXLomR $OtTXRWD 5 AtĂŠ 1.693,72 8,00 De 1.693,73 a 2.822,90 9,00 De 2.822,91 atĂŠ 5.645,80 11,00 &2175,%8,dÂ2 '26 6(*85$'26 $87Ă?12026 (035(6Ăˆ5,2 ( )$&8/7$7,92 6DOiULR EDVH 5 $OtTXRWD &RQWULEXLomR 5
AtĂŠ 954,00 (valor. MĂnimo) 11 104,94 De 954,00 atĂŠ 5.645,80 20 190,80 atĂŠ 1.129,16 &27$6 '( 6$/Ăˆ5,2 )$0Ă‹/,$ 5HPXQHUDomR AtĂŠ R$ 877,67 Acima de R$ 877,68 a R$ 1.319,18
9DORU XQLWiULR GD TXRWD R$ 45,00 R$ 31,71
Fonte 0LQLVWpULR GR 7UDEDOKR H GD 3UHYLGrQFLD 6RFLDO 9LJrQFLD -DQHLUR
FGTS Ă‹QGLFHV GH UHQGLPHQWR &RPSHWrQFLD Maio/2018 Junho/2018
&UpGLWR Julho/2018 Agosto/2108
Seguros
TBF
23/09
0,01311781 2,92791132
24/09
0,01311781 2,92791132
25/09
0,01311781 2,92791132
26/09
0,01311781 2,92791132
27/09
0,01311781 2,92791132
28/09
0,01311781 2,92791132
29/09
0,01311781 2,92791132
30/09
0,01311781 2,92791132
01/10
0,01311781 2,92791132
02/10
0,01311781 2,92791132
03/10
0,01311781 2,92791132
04/10
0,01311781 2,92791132
26/09 a 26/10 27/09 a 27/10 28/09 a 28/10 29/09 a 29/10 30/09 a 30/10 01/10 a 01/11 02/10 a 02/11 03/10 a 03/11 04/10 a 04/11 05/10 a 05/11 06/10 a 06/11 07/10 a 07/11 08/10 a 08/11 09/10 a 09/11 Fonte: AE
05/10
0,01311781 2,92791132
06/10
0,01311781 2,92791132
07/10
0,01311781 2,92791132
08/10
0,01311781 2,92791132
09/10
0,01311781 2,92791132
10/10
0,01311781 2,92791132
11/10 0,01311781 2,92791132 Fonte: Fenaseg
0,2466 0,2466
0,4867 0,4867
0,4920 0,4901 0,4655 0,4430 0,4664 0,5132 0,5159 0,4911 0,4716 0,4464 0,4424 0,4658 0,4892 0,4856
AluguÊis Fator de correção anual UHVLGHQFLDO H FRPHUFLDO ,3&$ ,%*(
6HWHPEUR ,*3 ', )*9
6HWHPEUR ,*3 0 )*9
6HWHPEUR
0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000
0,3715 0,3715 0,3715 0,3715 0,3715 0,3715 0,3715 0,3715 0,3715 0,3715 0,3715 0,3715 0,3715 0,3715 0,3715 0,3715 0,3715
Agenda Federal Dia 15
Taxas de câmbio
23/09 a 23/10 24/09 a 24/10 25/09 a 25/10 26/09 a 26/10 27/09 a 27/10 28/09 a 28/10 29/09 a 29/10 30/09 a 30/10 01/10 a 01/11 02/10 a 02/11 03/10 a 03/11 04/10 a 04/11 05/10 a 05/11 06/10 a 06/11 07/10 a 07/11 08/10 a 08/11 09/10 a 09/11
Declaração de DĂŠbitos e CrĂŠditos TributĂĄrios Federais PrevidenciĂĄrios e de Outras Entidades e Fundos (DCTFWeb) - Entrega da Declaração de DĂŠbitos e CrĂŠditos TributĂĄrios Federais PrevidenciĂĄrios e de Outras Entidades e Fundos (DCTFWeb), relativa ao mĂŞs de setembro/2018, pelas entidades compreendidas no 1Âş Grupo, com faturamento em 2016 acima de R$ 78.000.000,00 (Instrução Normativa RFB nÂş 1.787/2018, art. 13, com a redação dada pela Instrução Normativa RFB nÂş 1.819/2018). Quando o prazo recair em dia nĂŁo Ăştil, a entrega da DCTFWeb serĂĄ antecipada para o dia Ăştil imediatamente anterior. DCTFWeb (internet) EFD – Contribuiçþes - Entrega da EFD - Contribuiçþes relativas aos fatos geradores ocorridos no mĂŞs de agosto/2018 (Instrução Normativa RFB nÂş 1.252/2012, art. 7Âş). Internet Cide - Pagamento da Contribuição de Intervenção no DomĂnio EconĂ´mico cujos fatos geradores ocorreram no mĂŞs de setembro/2018 (art. 2Âş, § 5Âş, da Lei nÂş 10.168/2000; art. 6Âş da Lei nÂş 10.336/2001): Incidente sobre as importâncias pagas, creditadas, entregues, empregadas ou remetidas a residentes ou domiciliados no exterior, a tĂtulo de royalties ou remuneração previstos nos respectivos contratos relativos a fornecimento de tecnologia, prestação de serviços de assistĂŞncia tĂŠcnica, cessĂŁo e licença de uso de marcas e cessĂŁo e licença de exploração de patentes - CĂłd. Darf 8741. Incidente na comercialização de petrĂłleo e seus derivados, gĂĄs natural e seus derivados e ĂĄlcool etĂlico combustĂvel (Cide-CombustĂveis) - CĂłd. Darf 9331. Darf Comum (2 vias) &RÂżQV 3,6 3DVHS 5HWHQomR QD )RQWH Âą $XWRSHoDV Recolhimento GD &RÂżQV H GR 3,6 3DVHS UHWLGRV na fonte sobre remuneraçþes pagas por pessoas jurĂdicas referentes Ă aquisição de autopeças (art. 3Âş, § 5Âş, da Lei nÂş 10.485/2002, com a nova redação dada pelo art. 42 da Lei nÂş 11.196/2005), no perĂodo de 16 a 30.09.2018. Darf Comum (2 vias) ()' 5HLQI Entrega da Escrituração Fiscal Digital de Retençþes e Outras Informaçþes Fiscais (EFD-Reinf), relativa ao mĂŞs de setembro/2018, pelas entidades compreendidas no 1Âş Grupo, com faturamento em 2016 acima de R$ 78.000.000,00 (Instrução Normativa RFB nÂş 1.701/2017, art. 2Âş, § 1Âş inciso I, e art. 3Âş, ambos
com a redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.767/2017). Internet 3UHYLGrQFLD 6RFLDO ,166 Contribuinte individual, facultativo e segurado especial optante pelo recolhimento como contribuinte individual - Recolhimento das contribuiçþes previdenciårias relativas à competência setembro/2018 devidas pelos contribuintes individuais, pelo facultativo e pelo segurado especial que tenha optado pelo recolhimento na condição de contribuinte individual. Não havendo expediente bancårio, permite-se prorrogar o recolhimento para o dia útil imediatamente posterior. *36 YLDV
3UHYLGrQFLD 6RFLDO ,166 Âą &RQWULEXLQWH LQGLYLGXDO H IDFXOWDWLYR – Opção pelo recolhimento trimestral - Recolhimento das contribuiçþes previdenciĂĄrias relativas Ă s competĂŞncias julho e/ou agosto e/ ou setembro (3Âş trimestre/2018), devidas pelos segurados contribuintes individuais e facultativos que tenham optado pelo recolhimento trimestral e cujos salĂĄrios-de-contribuição sejam iguais ao valor de um salĂĄrio-mĂnimo. NĂŁo havendo expediente bancĂĄrio, permite-se prorrogar o recolhimento para o dia Ăştil imediatamente posterior. *36 YLDV
Dia 16 ,2) Pagamento do IOF apurado no 1Âş decĂŞndio de outubro/2018: Operaçþes de crĂŠdito - Pessoa JurĂdica - CĂłd. Darf 1150. Operaçþes de crĂŠdito - Pessoa FĂsica - CĂłd. Darf 7893. Operaçþes de câmbio Entrada de moeda - CĂłd. Darf 4290. 2SHUDo}HV GH FkPELR 6DtGD GH moeda - CĂłd. Darf 5220. TĂtulos ou Valores MobiliĂĄrios - CĂłd. Darf 6854. )DFWRULQJ &yG 'DUI 6HJXURV &yG 'DUI 2XUR DWLYR ÂżQDQFHLUR - CĂłd. Darf 4028. Darf Comum (2 vias) ,55) Recolhimento do Imposto de Renda Retido na Fonte correspondente a fatos geradores ocorridos no perĂodo de 1Âş a 10.10.2018, incidente sobre rendimentos de (art. 70, I, letra “bâ€?, da Lei nÂş 11.196/2005): a) juros sobre capital prĂłprio e aplicaçþes ÂżQDQFHLUDV LQFOXVLYH RV DWULEXtGRV a residentes ou domiciliados no exterior, e tĂtulos de capitalização; b) prĂŞmios, inclusive os distribuĂdos sob a forma de bens e serviços, obtidos em concursos e sorteios de qualquer espĂŠcie e lucros decorrentes desses prĂŞmios; e c) multa ou qualquer vantagem por rescisĂŁo de contratos. Darf Comum (2 vias)
BELO HORIZONTE, QUINTA-FEIRA, 11 DE OUTUBRO DE 2018
19
LEGISLAÇÃO OBRIGAÇÕES
Prazo para adesão ao eSocial é ampliado Empresas que faturaram até R$ 3,6 milhões em 2016 poderão ingressar no sistema até abril de 2019 MARCELO CAMARGO/ABr
Pequenos negócios optantes pelo Simples Nacional, que faturaram até R$ 3,6 milhões em 2016, terão mais tempo para aderirem ao Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (e-Social). A ampliação do prazo se deu após a aprovação de uma nova resolução do Comitê Gestor do e-Social, no último dia 5. De acordo com a nova determinação, a primeira fase da implantação do e-Social, iniciada no dia 10 de janeiro, terminará em abril do ano que vem, quando os empregadores deverão se cadastrar no novo sistema. De abril a julho, as empresas deverão enviar informações sobre seus funcionários, como admissões, afastamentos e demissões. A partir de julho, a folha de pagamento dos empregados será obrigatoriamente gerada pelo novo sistema. De outubro de 2019 em diante, as Guia de Informações à Previdência Social (Gfip) serão substituídas definitivamente pelo sistema eletrônico e possibilitando o cruzamento de dados dos empregadores com os do governo. A última fase do e-Social será em julho de 2020, quando as empresas deverão enviar as informações sobre a segurança e saúde dos funcionários. “Mesmo com o prazo maior para implantação, a orientação é que as empresas não deixem para aderir em cima hora, evitando assim problemas que poderão pesar no bolso”, explica o analista do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae Minas) Haroldo Santos. Além das micro e pequenas empresas (MPEs), os microempreendedores individuais (MEIs) que tiverem um empregado também terão o mesmo prazo para aderir ao e-Social.. Para os empreendimentos que não aderirem ao novo sistema, serão aplicadas as mesmas penalidades a que estão sujeitas hoje pelo descumprimento de suas obrigações. “O e-Social substituirá o
preenchimento e a entrega de formulários e declarações, eliminando a redundância nas informações prestadas por pessoas físicas e jurídicas. O objetivo é reduzir a burocracia e aprimorar a qualidade das informações das relações de trabalho, previdenciárias e tributárias”, justifica o analista do Sebrae Minas. Médio porte - A segunda fase do eSocial começa ontem para empresas de médio porte, cujo faturamento tenha ficado entre R$ 4,8 milhões e R$ 78 milhões em 2016. A etapa envolve o envio de dados dos trabalhadores e seus vínculos empregatícios até 9 de janeiro de 2019, informou a Receita Federal. Essas empresas iniciaram em julho deste ano o envio de dados pelo eSocial. Isso já era obrigatório para as grandes empresas desde o início deste ano. De acordo com o auditor-fiscal do trabalho João Paulo Machado, integrante do projeto eSocial no Ministério do Trabalho, as organizações precisam observar o cronograma, uma vez que o não envio dentro dos prazos pode gerar atraso nos recolhimentos e penalidades para as empresas. “A observância dos prazos é fundamental para que, ao final de cada fase, a empresa já esteja preparada para a próxima etapa”, informou, em nota da Receita. No último dia 5, uma resolução com as novas datas foi publicada no Diário Oficial da União. Além de especificar o início da segunda fase para o segundo grupo, o documento traz importantes mudanças no cronograma do sistema. A partir de 10 de janeiro de 2019, as empresas integrantes do Simples Nacional, inclusive MEI, as instituições sem fins lucrativos e as pessoas físicas, que compõem o terceiro grupo, devem enviar informações ao sistema. Já o último grupo, formado pelos órgãos públicos e organizações internacionais, prestará suas informações ao e-Social a partir de janeiro de 2020.
TRABALHO
Senadores da CCJ aprovam indicado para vaga no TST
Conforme o novo cronograma, a última fase do eSocial será efetivada em julho de 2020
MEI busca mais certificados digitais DA REDAÇÃO
A crise econômica promoveu um grande desemprego no País e levou muitas pessoas a buscarem o caminho do empreendedorismo. De acordo com o Indicador Serasa Experian de Nascimento de Empresas, 1.262.935 novas empresas foram registradas no primeiro semestre deste ano no Brasil, o maior número para o período desde 2010, quando teve início a série. Isso representa o surgimento de um microempreendedor individual (MEI) a cada 10 segundos. “Muitas dessas iniciativas se tornam fornecedoras de produtos e serviços de grandes corporações, o que leva a um considerável aumento na procura dos MEIs por certificados digitais, mesmo o segmento sendo dispensado pela legislação de tal obrigado quando não possui empregado registrado”, constata Maurício Balassiano, diretor de Certificação Digital da Serasa Experian. De acordo com ele, é preciso observar que as grandes empresas possuem atuação bastante rígida, com muitos conNo caso das micro e a pequenas empresas optantes pelo Simples Nacional, inclusive o (MEI, a Receita informa que não devem enviar eventos via sistema eSocial antes dos novos prazos estabelecidos para esse grupo. As informações que já foram enviadas permanecerão no ambiente do eSocial e poderão ser retificadas ou complementadas quando o sistema reabrir para essas empresas, em janeiro de 2019. Por meio do eSocial, os empregadores comunicam ao governo federal, de forma unificada, as in-
troles e normas de compliance. Por isso, para a emissão de nota fiscal eletrônica e atendimento às regras dos clientes, o MEI acaba buscando a certificação digital. “Neste caso, a infraestrutura acaba funcionando como um instrumento muito positivo para o crescimento desses pequenos negócios. Os clientes passam a olhar para essas pequenas empresas não apenas com o interesse por suas qualidades e expertises na área dos produtos e serviços que elas representam, mas com a certeza de que estão atuando de forma correta, que estão em dia com suas obrigações fiscais”, explica. É importante informar, segundo Balassiano, que o certificado digital é uma identidade eletrônica, equivale a uma carteira de identidade do mundo virtual. Com ele uma empresa pode emitir Nota Fiscal Eletrônica, fazer cadastro no eSocial, comunicar movimentações de trabalhadores no Conectividade Social ICP Caixa Econômica Federal e gerar formulário de seguro-desemprego do trabalhador através do site Ministério do Trabalho e Emprego.
formações relativas aos trabalhadores. Cada grupo tem quatro fases para a transmissão eletrônica de dados. Na primeira, devem ser comunicados os eventos de tabela, que são os cadastros do empregador mais o envio de tabelas. A segunda etapa abrange os eventos não periódicos - dados dos trabalhadores e seus vínculos com a empresa. A terceira fase compreende os eventos periódicos, que são as informações sobre a folha de pagamento. E, por fim, na última fase são exigidas informações relativas
à segurança e saúde. Segundo a Receita, o objetivo é simplificar a prestação das informações referentes às obrigações fiscais, previdenciárias e trabalhistas, de forma a reduzir a burocracia para as empresas. O envio de dados ao eSocial substitui o preenchimento e a entrega de formulários e declarações separados a cada ente. A obrigatoriedade de utilização desse sistema para os empregadores é regulamentada por Resoluções do Comitê Diretivo do eSocial, conforme o Decreto 8.373/2014. (ASN/ABr)
“MÁFIA DO ISS”
Empreiteiro é condenado a 5 anos em SP São Paulo - O empreiteiro Carlos Augusto Rodrigues Lamelas, dono da construtora CLL Construtora Lamelas, foi condenado a cinco anos e quatro meses de prisão, em regime semiaberto, por ter pago propina a fiscais da Secretaria Municipal da Fazenda de São Paulo para evitar o pagamento de R$ 196,7 mil em impostos à prefeitura, na ocasião do lançamento de um empreendimento imobiliário em Santana, na zona norte da capital paulista. Cinco fiscais que receberam os pagamentos, integrantes da “máfia do Imposto sobre Serviço (ISS)”, desbaratada em 2013, também foram condenados pelo juiz Eduardo Giorgetti Peres, da 32º Vara Criminal de São Paulo. Eles já haviam sido condenados por outros
processos. Lamelas foi o primeiro empresário denunciado por associação à Máfia do ISS. Segundo a denúncia do Grupo Especial de Delitos Econômicos (Gedec), do Ministério Público Estadual, apresentada em julho de 2016, a CLL Construtora, ao receber o cálculo do imposto devido, preferiu aceitar a proposta que os fiscais ofereciam: no lugar de pagar o valor inteiro, Lamelas pagaria apenas 50% do valor. Mas, dessa metade, 10% seriam de fato pagos à Prefeitura e o restante seria pago à máfia, que repartiria a propina entre seus integrantes. Assim, no lugar de receber R$ 196,7 mil, a prefeitura recebeu cerca de R$ 8 mil. O crime ocorreu durante a emissão do habite-se do
edifício Spazio de Roma, feito pela construtora em 2010. Ao juiz, o empresário alegou que “não manteve contato com nenhum dos demais denunciados, por si ou por meio de outra pessoa e que seria fantasiosa a narrativa de pagamento de propina”, segundo a sentença de condenação, obtida pelo jornal “O Estado de S Paulo”. “Contudo, há nos autos prova de que o empreendimento que sua construtora edificava obteve o certificado de quitação de ISS, deixando de recolher aos cofres públicos, aproximadamente, a quantia de R$ 182 mil, segundo afirmado pela testemunha arrolada pela acusação”, escreveu o juiz. A reportagem não conseguiu localizar advogados
do empresário. Na manhã desta quarta-feira, ninguém atendeu o telefone da CLL. Já os fiscais condenados são Ronilson Bezerra Rodrigues, subscretário de Finanças da gestão Gilberto Kassab (PSD), José Rodrigo de Freitas, que recebeu o apelido de “rei dos fiscais” por ter juntado um patrimônio de R$ 73 milhões durante seus anos de atuação na Prefeitura, Luís Alexandre Cardoso de Magalhães, Eduardo Horle Barcellos e Carlos Augusto Di Lallo Leite do Amaral. Delação premiada - Os dois últimos, que fizeram acordo de delação premiada e passaram a colaborar com o Gedec, receberam o direito de cumprir a pena em regime aberto. Os demais terão de cum-
prir pena de seis anos de reclusão em regime semiaberto após o trânsito em julgado da ação. Eles também perderam uma série de bens, entre imóveis e automóveis, que já haviam sido congelados pela Justiça sob suspeita de terem sido adquiridos com recursos desviados dos cofres públicos. Todos os fiscais foram demitidos da prefeitura a bem do serviço público entre 2013 e 2014, pela gestão Fernando Haddad (PT), quando a máfia foi descoberta. A reportagem não conseguiu contato com o advogado dos fiscais. Em ocasiões anteriores, os defensores informaram que seus clientes negam as acusações. A condenação é em primeira instância e todos os envolvidos poderão recorrer em liberdade. (AE)
Brasília - Indicado para uma vaga de ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Luiz José Dezena da Silva foi aprovado, por unanimidade, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Sabatinado ontem por integrantes da comissão, o desembargador do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 15ª Região respondeu a perguntas sobre os impactos da reforma trabalhista, aprovada pelo Congresso há um ano. Senadores como Antonio Anastasia (PSDB-MG), Ana Amélia (PP-RS) e Edison Lobão (MDB-MA) insistiram em saber se, para o indicado, algum ponto da reforma fere os direitos dos trabalhadores. O desembargador disse que não é correto condenar as mudanças na legislação trabalhista de antemão. “A reforma trabalhista não veio para o mal. Esta Casa, legitimamente, fez a reforma, fez a lei. É um erro dizer que a lei veio para prejudicar. Todos nós estamos tentando avançar, melhorar. É evidente que alguns ajustes futuros que se mostrarem necessários em decorrência da aplicação da lei serão feitos”, afirmou. Ele afirmou também que as consequências das mudanças na legislação ainda estão em andamento. “As questões envolvendo as consequências ou não da reforma trabalhista ainda estão acontecendo devagar. Há um certo receio, mas evidentemente não podemos ser neofóbicos. Uma avaliação precisa, profunda, com dados, não é possível por hora”, respondeu ao senador Armando Monteiro (PTB-PE). Processos - Ao comentar o número de novos processos na Justiça do Trabalho, Dezena ressaltou que inicialmente caíram com a reforma trabalhista, mas disse não ser possível avaliar se a judicialização será menor do que antes. “Alguns dados revelam que a judicialização está voltando a crescer, ainda que timidamente”, alertou. Se aprovado também pelo plenário do Senado, ele ocupará a vaga decorrente da aposentadoria do ministro Fernando Eizo Ono, ocorrida no mês de março. Natural de Águas da Prata (SP), Luiz José Dezena da Silva ingressou na carreira de juiz do trabalho mediante concurso público em 1990. É desembargador do TRT da 15ª Região, com sede em Campinas (SP), desde 2010. Tem duas graduações, em Ciências Jurídicas e Contábeis, além de atuação profissional como advogado e juiz do trabalho de primeiro e segundo graus. (ABr)
BELO HORIZONTE, QUINTA-FEIRA, 11 DE OUTUBRO DE 2018
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DC MAIS dcmais@diariodocomercio.com.br
Surto de sarampo O Brasil registrou até 8 de outubro 2.044 casos confirmados de sarampo, sendo 1.629 no Amazonas e 330 em Roraima. Casos isolados foram identificados em São Paulo (3), no Rio de Janeiro (18), no Rio Grande do Sul (36), em Rondônia (2), em Pernambuco (4), no Pará (17), em Sergipe (4) e no Distrito Federal (1). Há ainda, de acordo com dados divulgados ontem pelo Ministério da Saúde, um total de 7.966 casos em investigação. O surto, segundo a pasta, está relacionado à importação, já que o genótipo do vírus (D8) que circula no país é o mesmo que circula na Venezuela, país que enfrenta surto de sarampo desde 2017.
“Escreva por Direitos” A Anistia Internacional lançou ontem no Brasil a campanha global “Escreva por Direitos’ (Write for Rights). Em 2018, o foco são mulheres, gênero e defensoras dos direitos humanos. A entidade reforçou que a discriminação, o abuso, a intimidação e a violência afetam de forma desproporcional as mulheres e, em particular, as que se posicionam publicamente na sociedade. Um dos destaques da campanha é a vereadora Marielle Franco, reconhecida defensora dos direitos humanos e morta em março deste ano no Rio de Janeiro. Para a diretora executiva da Anistia Internacional Brasil, Jurema Werneck, é fundamental que a sociedade exija respostas e pressione para que os responsáveis sejam identificados e levados à Justiça.
Prêmio Ser Humano Para estimular melhores práticas nas áreas de desenvolvimento profissional e responsabilidade social, a Associação Brasileira de Recursos Humanos - Minas Gerais (ABRH-MG) realiza o Prêmio Ser Humano 2018, iniciativa que está em sua 17ª edição consecutiva. Até o dia 19 de outubro, empresas, profissionais e estudantes podem inscrever projetos em cinco categorias - Acadêmico, Administração, Desenvolvimento, Jovem e Sustentabilidade. Os interessados devem verificar o regulamento no site www.abrhmg.org.br. Mais informações: secretaria@abrhmg.org.br ou 31 3227 5797.
IDEIAS
“A destruição pode também ser um ato criativo” TOMAZ SILVA /ABr
CARLOS PERKTOLD*
Este articulista já escreveu e publicou em jornais e na Revista da Academia Mineira de Letras dezenas de textos sobre arte e arte contemporânea. Desta última, em geral, falei mal por que a esmagadora maioria das pessoas que se apresentam como artistas desse segmento desconhecem o que são cores primárias, não sabem misturá-las e nem têm ideia do que seja ponto de fuga numa superfície bidimensional e ainda desconhecem a técnica do desenho e não querem saber o que é uma composição equilibrada. Imaginam que tudo isso está superado. O resultado do que fazem é risível, mas há quem acredita neles e compram suas peças imaginando que, no futuro, eles serão reconhecidos e valorizados como um novo Guignard. Há uma ínfima minoria no meio desses autores que conhece aquelas regras e tem talento de sobra pra fazer coisas belas. São uns quatro ou cinco autores que ficarão na história na Terra de Santa Cruz Nada contra a evolução da arte que mudou radicalmente a partir de 1860, com Eduard Manet e o impressionismo, Cézanne; Braque e Picasso com o cubismo pintando sem a perspectiva, o expressionismo alemão e os outros ismos que vieram depois e ninguém mais sabe aonde vai parar, tamanho são os absurdos pictóricos nas galerias e museus. Se o que leitor já viu e se surpreendeu com coisas dessa natureza deve segurar seu coração para coisas que vou contar por que arte hoje é tudo que o sujeito chamar de arte e o comprador acreditar que é. E concordar em pagar caro por ela. Arte hoje também não é mais nada. Qualquer borrão horroroso é vendido caro, desde que haja um autógrafo de alguém conhecido pelo mercado e outro alguém garanta valorização financeira da peça. Como se não bastasse as loucuras
que temos visto, na semana passada surgiu a arte autodestrutiva. Um certo Banksy, pseudônimo de pintor de streetart e cuja identidade o mercado desconhece, há alguns anos pintou numa parede enorme na Great Eastern Streetem Londres, uma menina em preto e branco tentando pegar o balão vermelho que lhe escapava. O quadro é adorável e fez sucesso na Inglaterra. Seu criador resolveu pintar algumas telas da mesma cena, mas de tamanho reduzido e colocou uma delas em leilão na prestigiada casa Sotheby´s, em Londres. Ela foi vendida por um milhão de libras. Exagero do preço à parte, o artista surpreendeu a casa de leilão, o leiloeiro e todo o público presente, ligando um triturador por controle remoto que, devagar e para perplexidade de todos, foi destruindo metade do quadro. O artista alega que “a destruição pode também ser um ato criativo”, assertiva que dá vontade de sentar no meio da sala da Sotheby´s
“A poesia de Yeda Prates Bernis” A Academia Mineira de Letras promove no dia 17 de outubro, às 17 horas, o sarau “A poesia de Yeda Prates Bernis”. Na ocasião, serão interpretados diversos poemas da escritora mineira Yeda Prates Bernis, vice-presidente e ocupante da cadeira de número seis da Academia Mineira de Letras. O evento faz parte do programa Universidade Livre – Plano Anual de Manutenção AML, realizado mediante a Lei Federal de Incentivo à Cultura, com patrocínio do Instituto Unimed-BH, por meio do incentivo fiscal de mais de 4,7 mil médicos cooperados e colaboradores. A AML integra o Circuito Liberdade e fica na rua da Bahia. , 1.466, Lourdes.
* Psicanalista e crítico de arte
CULTURA
Circuito Cultural Pampulha A Pampulha será palco neste fim de semana da primeira edição do Circuito Cultural Pampulha. O lançamento será realizado hoje, na Praça Geralda Damata Pimentel, no fim da avenida Fleming, com um leque de atrações musicais. Hoje, sobem ao palco Titane, Congadar e Chico César, a partir das 19h. Também nesse fim de semana se apresentam Maíra Baldaia, Bloco dos Pescadores e Espetáculo A Princesa Gaia no dia 12, a partir das 17h30, e Tianastácia e Grupo Unión Latina, no dia 13, também a partir das 17h30. O Circuito Cultural Pampulha promove a democratização de acesso e popularização desses locais tão importantes para o cenário cultural da cidade, dando espaço para os artistas mineiros.
e chorar durante horas. Quando li a notícia, imaginei que ele quisesse contestar os altos preços das obras de arte no mercado europeu e que tudo afinal fosse uma gozação. Cara demais, mas uma gozação. Não se sabe se o cliente pagou por algo destruído, se o leiloeiro corou de vergonha ou se a Sotheby´s tem alguma explicação para esse grotesco exemplo de arte e se a Casa abriu mão de sua comissão, por que, afinal, a peça foi vendida ou, ainda, se o artista vai repor a obra. O pior deste evento é que, além de um golpe de publicidade digna de um Franz Anton Mesmer, o artista, a galeria, o leiloeiro e o público acreditam que as próximas cópias leiloadas do mesmo quadro dobrarão de valor. Resta saber se o triturador e a nefasta frase virão juntos em troca de um cheque de 2 milhões de libras.
DIVULGAÇÃO
Liberdade, 10, Funcionários) Quando: até 21 de outubro (terça a sexta, das 10h às 21h; e aos sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h) Quanto: entrada gratuita Cinema
Música Aquecimento Roger Waters – Comemoração a passagem da turnê Us + Them, de Roger Waters, por Belo Horizonte. A banda mineira Pink Floyd Reunion vai apresentar um repertório com as músicas que o baixista e líder da banda inglesa vem apresentando em sua turnê mundial. Fundada há 15 anos, a banda mineira é reconhecida pela fidelidade e pelo perfeccionismo na execução da obra do PinkFloyd. Onde: Mercado Distrital do Cruzeiro (rua Opala, s/ n°, Cruzeiro, ao lado da universidade Fumec) Quando: 11 de outubro (20h às 3h) Quanto: a partir de R$ 30,00 pelo site do Sympla ou nos
pontos físicos: 80 Bar (rua Paraíba, 1.338, Funcionários) e Acervo Discos (rua Pernambuco, n° 1,000, loja 15, Funcionários). Artes plásticas Renascimento e Barraco – Símbolo de simplicidade e humildade, Francisco de Assis tem sua imagem imortalizada por grandes mestres do Renascimento e Barroco italianos, como Tiziano Vecellio, Perugino, Orazio Gentileschi, Guido Reni, Guercino e os Carracci. Tais obras, que hoje fazem parte de importantes coleções italianas, integram a exposição “São Francisco na Arte de Mestres Italianos”, inédita no Brasil. Onde: Casa Fiat de Cultura (Praça da
Fantasia infantojuvenil - A Fundação Municipal de Cultura apresenta a Mostra “Fantasia na Tela”. Em comemoração ao mês das crianças, a programação é dedicada a filmes infantojuvenis clássicos e contemporâneos, com destaque para “Up Altas Aventuras”, ganhador do Oscar 2010 de Melhor Filme de Animação, “Branca de Neve e os Sete Anões”, “Pinóquio” (foto), “Meu Malvado Favorito”, “Zootopia”, “e O Corcunda de Notre Dame”, entre outros. Para os maiores, haverá sessões da saga de Harry Potter em Hogwarts, a escola de magia mais querida do universo cinematográfico e literário. Onde: MIS Cine Santa Tereza (rua Estrela do Sul, 89, Praça Duque de Caxias, Santa Tereza)
Quando: até 21 de outubro Quanto: entrada gratuita mediante retirada de ingressos 30 minutos antes de cada sessão. Buñuel no México – Mostra com 19 longas-metragens, incluindo a obra-prima “Os Esquecidos”, de 1950, premiado no Festival de Cannes em 1951, registra o período em que o diretor surrealista esteve exilado no México, fugindo do franquismo na Espanha, entre 1946 e 1964. Os filmes vão do melodrama à comédia, do drama social às pitadas de surrealismo, e representam o grande encontro da cinematografia do diretor espanhol com a cultura latina no pósguerra. Outros destaques da mostra são “A Ilusão Viaja de Bonde” (1954), “Nazarin” (1959) e “O Anjo Exterminador” (1962). Onde: Cine Humberto Mauro Palácio das Artes (avenida Afonso Pena, 1.537, Centro) Quando: até 18 de outubro Quanto: entrada gratuita (ingressos distribuídos uma hora antes de cada sessão) www.facebook.com/DiariodoComercio www.twitter.com/diario_comercio dcmais@diariodocomercio.com.br Telefone: (31) 3469-2067