Correio de Guaianases

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Jornal de bairro - Universidade São Judas Tadeu - Junho 2014

Vinho incomum é vendido no Mercadão Bebida é adquirida através de processo físico-químico

Andando pelo Mercado Municipal de Guaianases, algo chama atenção no Box 6, onde se encontra a loja Cantinho do Vinho e Cia. Uma faixa na porta do estabelecimento com a convocação em letras garrafais:

“Venha conhecer o nosso delicioso vinho sem álcool!”. De primeiro momento, qualquer um iria imaginar se tratar apenas de suco de uva comum, daqueles que compramos no supermercado. Aí que você se engana.

Garrafas de diferentes modelos do vinho sem álcool Gabriel Oliveira Leite

Melhoras na saúde, isso é que o centro de práticas medicinais oferece ao cidadão

Crianças, jovens e adultos participando de atividade Reprodução: Facebook

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Realizando trabalhos em prol da saúde dos moradores há exatamente 11 anos, o centro de práticas medicinais disponibiliza as pessoas diferentes tipos de tratamentos para diversos males que podemos adquirir com base na cultura medicinal chinesa.

Palestra realizada pela ONG Arquivo pessoal de Rui Garcia, Presidente da ONG

Contra o preconceito, ONG ajuda portadores da Aids pelo bairro Com três mil soropositivos em Guaianases, ONG Vida e Paz realiza projetos e palestras na região para ajudar a combater a vulnerabilidade,

a vergonha e o preconceito. Entidade ainda busca sede fixa e procura por parceiras para expandir seu trabalho.

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ONG Vida e Paz auxilia pessoas com HIV no bairro Entidade tem como objetivo promover orientações e palestras para jovens com vulnerabilidade social

Felipe Mascari

dam as delas, a mãe do Cazuza me disse um dia, que ele morreu porque se escondia”. A fundação não possui sede, fazendo com quem não recebam jovens, mas elaborando palestras com orientações em outras instalações como ONGs, abrigos e até escolas. Os feedbacks recebidos pelo público agradam, mas há o lado negativo também. “A recepção e aprovação satisfazem muito, mas sempre tem aquela meia dúzia com preconceito que não gosta. Mas quem sente pele o que é ter o vírus chegam até a chorar”, comenta Neide Assunção Garcia, aposentada e tesoureira da ONG.

Palestra realizada pela ONG Arquivo pessoal de Rui Garcia, Presidente da ONG

Esperança, união, igualdade e harmonia. São as palavras mais defendidas por Rui Garcia, de 29 anos, presidente da ONG Vida e Paz, em suas palestras e ações no seu dia a dia. Hoje, com mais de três mil portadores do vírus da Aids em Guaianases, a entidade criada há quatro anos, busca ser referência no atendimento se tratando da doença.

A partir daí começa uma longa caminhada de ajuda ao próximo, luta contra o preconceito e apresentando um novo horizonte para quem é soropositivo. Há 14 anos, Garcia é portador do HIV, e até a criação da instituição ainda procurava se firmar na sociedade, porém, com ajuda de amigos e do vereador Senival Moura, do PT, Rui

fundou a ONG Vida e Paz. “Um conhecido disse para batizar a organização como “Vida e Paz”, porque eu estarei ajudando uma vida e paz pela alegria e prosperidade que levarei ao próximo”, conta o presidente. Agora, mostrando a cara, ele afirma: “Não escondo meu rosto por ter a doença, e quero que as pessoas não escon-

A instituição não promove só palestras para portadores da Aids, em a parceria com a Casa do Cristo Redentor foi possível contribuir para cursos profissionalizantes, onde levam jovens para as Fatecs ou o Senai, e também um curso de evangelização, que é mais especifico para os adolescentes soropositivo que pensam em se matar, levando-os para fazer um trabalho espiritual com ensinamentos kardecistas, em média são levados 30 pessoas por mês. A ONG também ajuda o Conselho Tutelar, com orientações em casa de garotos com

HIV, que entram para o crime ou começam a utilizar drogas. “Meu trabalho não é só focar em quem tem Aids, focamos também em quem não tem, para evitar que aumente o numero de infectados. Por isso as palestras focam em todos os temas: do sexo até as drogas”, explica Rui. A ONG tem como objetivo futuro abrir uma creche e um abrigo para crianças abandonadas. Com base em Guaianases, a intenção é expandir seus ideais pela cidade inteira em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde. A cidade de São Paulo possui 15 mil pessoas com registro que são portadoras do vírus da Aids.

Logotipo da Ong Vida e Paz Imagem com uso autorizado

Centro de práticas naturais de Guaianases ajuda população a cuidar da saúde Gabriel Oliveira leite

Local oferece cursos de tratamentos medicinais orientais gratuitamente Cuidados com a saúde, melhorias, prevenções e tratamentos estas são as palavras chaves que o centro de práticas naturais de Guaianases carrega em prol da saúde e do bem-estar do cidadão do bairro da zona leste paulista. Oferecendo serviços gratuitos e palestras sobre os cuidados que devemos e deveríamos ter com ela.

sos momentos. Um dos praticantes é o senhor Nilton Eufrázio de Moraes, 63, e aposentado. De acordo com Nilton desde que começou a frequentar o centro e suas atividades, ele teve uma agradável melhora em sua saúde “Eu tinha uma dor aqui nas costas e agora já consigo colocar a mão nos pés”.

O centro disponibiliza aos moradores da região diversos cursos e tratamentos medicinais da cultura chinesa que buscam acabar ou minimizar com dores de cabeça, stress entre outros problemas que afetam as pessoas diariamente ou em diver-

Além de contar com esses cursos o centro também oferecem atendimento nutricional e acupuntura de 2ª a 6ª feira, porém, somente com agendamento feito na UBS de referência e uma palestra sobre alimentação saudável todas as 5ª das

8:00h ás 8:30h. Uma das professoras do local e auxiliar administrativa Silvaneide Alexandre Gomes de 47 anos falou como antigamente era difícil a presença das pessoas no lugar, “A saúde vem de dentro para fora e não de fora para dentro, as pessoas quando elas vêm quebradas fisicamente como psicologicamente, e aqui elas se encontram e acabam tornando-se uma família”. No entanto, depois que o próprio médico da UBS do bairro reconheceu os benefícios que as atividades trazem para a saúde das pessoas e começou a

Chanceler Profª Alzira Altenfelder Silva Mesquita

Diretor da Faculdade de LACCE Profº Rosário Antonio D’Agostino

Correio de Guaianases é uma publicação experimental produzida por alunos do curso de jornalismo (2BCSNJO), para a disciplina Processo de Captação e Edição em Jornalismo Impresso (Procedji), sob orientação da profª Ms. Jaqueline Lemos.

Reitor Profº José Reinaldo Altenfelder Silva Mesquita

Coordenador do Curso de Jornalismo Profº Anderson Fazoli

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recomendar o lugar á presença tem sido constante cerca de 80 pessoas diariamente entre todas as faixas etárias.

com pessoas de diversas faixas etárias e também divide espaço com o centro cultural do bairro próximo ao mercado municipal.

Ela também destaca o curso mais procurado pelas pessoas, no qual seria o Tai-Chi Pai Lin, uma prática de origem Taoísta introduzida no Brasil pelo mestre Liu Pai Lin, onde os exercícios se baseiam na meditação taoísta e em movimentos suaves de todas as partes do corpo.

Centro de Práticas Naturais de Guaianases é localizado na Rua Profº Cosme Deodato Tadeu, 136 e fica aberto de segunda a sexta-feira, das 8:00 ás 16:30. Os cursos disponíveis são: Liang Gong, Tai-Chi Pai Lin, Yoga/Bio-Psicologia, Meditação, Xiang Gong , Lien Chi + relaxamento, I Qi Gong , Reiki (energia vital).

O centro de práticas naturais é um local muito frequentado por aqueles que querem cuidar e melhorar da saúde e também o rejuvenescer, contando

Equipe Repórteres Diego Cruz do Nascimento 201301762 Felipe Mascari 201302907 Gabriel Oliveira Leite 201313345 Yuri Cavichioli 201313086

Editor Gabriel Oliveira Leite 201313345 Diagramação Rodrigo Koetz Carezzato Impressão Golden Copy

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Patrimônio histórico da cidade de São Paulo é esquecido e ignorado

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A Igreja de Santa Cruz foi tombada em meados dos anos 90, mas moradores desconhecem até mesmo a sua história de origem

Diego Cruz do Nascimento

“Apenas uma igreja velha”. Talvez seja isso que os moradores pensam quando olham para uma certa capela de tijolos aparentes, localizada próxima à estação de trem. Poucas pessoas sabem o valor histórico que esta antiga construção possui para a cidade e para o bairro. Trata-se de uma igreja fundada no século 19 e que remonta a fundação da vila do Lajeado Novo, hoje chamada de Guaianases. Além disso, os residentes do bairro em geral não sabem que ela é tombada pelo patrimônio histórico da cidade de São Paulo. É o que diz Roger Alvarenga, 30 anos, auxiliar da secretaria da Paróquia Matriz São Benedito, responsável pela administração da Igreja de Santa

Cruz e outras da região. “Os moradores não sabem e até desconhecem este fato devido a pouca informação. Há pouca informação por desinteresse da prefeitura”, diz Alvarenga. Ainda segundo Alvarenga, a única informação referente à história do local se dá por meio de informativo impresso ou pelo site da Paróquia São Benedito. A estudante Luíza Chagas, 19 anos, e moradora do bairro desde o seu nascimento, confirma o fato de que a população desconhece todos esses fatos sobre a igreja. “Eu não sabia que a igreja era tombada. Na verdade poucas pessoas sabem. Na minha família mesmo, por exemplo, ninguém sabia. Poucas pessoas conhecem Guaianases como

de fato é”, comenta Chagas. No entanto, o Correio de Guaianases foi em busca da história deste monumento religioso. Com a ajuda de informações valiosas passadas por Roger Alvarenga, levaremos a você, leitor, tudo o que é preciso saber sobre essa construção, que infelizmente permanece fechada por conta de ações de vândalos, muito numerosos na região. A Igreja de Santa Cruz do Lajeado Novo foi construída em 1879 após a chegada da estrada de ferro na região, que ia de São Paulo ao Rio de Janeiro. Lajeado Novo, pois já existia outra vila próxima chamada de Lajeado, onde também havia uma Igreja de Santa Cruz, fundada em 3 de maio de 1861,

que mais tarde teve o nome alterado para Igreja de Santa Quitéria para que não fosse confundida com a outra igreja. Assim, a nova vila, que hoje é onde se encontra o distrito de Guaianases, foi se desenvolvendo em volta da capela. No início, o templo religioso consistia em uma construção de apenas 4x4 metros quadrados. Sua ampliação se deu 40 anos depois, na década de 20. A construção religiosa passou a ser a mais antiga do bairro após a demolição da Igreja de Santa Quitéria no distrito de Lajeado, nos anos 60. No local, foi construída a atual Paróquia de Santa Quitéria. Segundo Alvarenga, a Igreja de Santa Cruz é considerada oratório público pela Diocese de São Miguel.

Laterais da capela sofrem com pixações Diego Cruz do Nascimento

A Igreja de Santa Cruz fica no Largo Gioçara, n° 5. Há missas aos domingos, às 9h30.

O que antes era um Marco, hoje é apenas um lugar jogado às traças Habitantes da região tem grande apreço por história de antigo patrimônio Importante marca de Guaianazes, moradores informaram que o local é habitado por moradores de rua e usuários de craque, e passando por lá, dá para notar que também existe um “mini comércio” no local, o que preocupa moradores, já que a estação é importante e histórica. Filomena Biglio Lourenço, comerciante do famoso “mercadão”, disse que a prefeitura já prometeu uma grande reforma no local, “mas até hoje nada”, afirmou. A estação foi fechada em 2000. Já que uma nova estação tinha sido construída para ficar no lugar dessa antiga, que já passou a ser do programa “Bom Prato”, do Governo do Estado de São

Paulo. Depois, também foi mudado o local do “Bom Prato”, havia uma chance que foi noticiada em sites como a subprefeitura de Guaianazes de que a estação seria um dos locais da CAT (Centro de Atendimento ao Trabalhador), o que não aconteceu até hoje. Emílio Carlos Lourenço, coordenador de projetos e obras, morador da região há 55 anos, cresceu e viu grandes histórias de Guaianazes, o crescimento da estação de trem, e a evolução econômica e populacional do lugar.”A antiga estação de Guaianazes foi um marco para os que necessitavam dele para ir e vir do trabalho”. Continuou a descrição do trem

e como era utilizá-lo todos os dias e agora com o novo trem, “O trem trouxe conforto para a quem o utiliza, antes eram aqueles bancos duros, eram mais lentos, e davam muitos problemas. Algo que acontecia com frequência, era que quando dava o horário de pico, perto do fim do dia, esse trem não subia a estação Patriarca e tínhamos que ir andando até a estação de Guaianazes”, completou o coordenador. “Outra coisa que mudou foram os acidentes, já que antes como era utilizado cancelas nos trens para passar pelo trânsito da cidade, e a tecnologia da época não era um mecanismo tão exato como hoje, haviam alguns acidentes, principalmente com

Vinho incomum é vendido no Mercadão Bebida é adquirida após processo físico-químico Andando pelo Mercado Municipal de Guaianases, algo chama atenção no Box 6, onde se encontra a loja Cantinho do Vinho e Cia. Uma faixa na porta do estabelecimento com a convocação em letras garrafais: “Venha conhecer o nosso delicioso vinho sem álcool!”. De primeiro momento, qualquer um iria imaginar se tratar apenas de suco de uva comum, daqueles que compramos no supermercado. Fomos tirar a dúvida com Ellen Gleizzy, 24 anos, gerente do Cantinho do Vinho e Cia. Segundo Gleizzy, o vinho sem álcool é totalmente diferente do suco de uva comum, por conta de seu processo de preparação.

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Este tipo de vinho passa pelo mesmo processo do vinho alcoólico. Ou seja, o suco de uva passa pelo procedimento de fermentação, gerando o álcool na bebida. A diferença vem depois, pois a bebida passa por outra etapa, a da desalcoolização, por uma técnica físico-química conhecida como nanofiltração. O resultado é um vinho leve e com o mesmo sabor e textura do vinho alcoólico, porém, sem álcool. A jovem gerente explicou também que o suco de uva comum não passa por essas ações. “No suco de uva é cortada a fermentação. Ele vai ficar bem mais es-

Diego Cruz do Nascimento

pesso, fora que mesmo assim ele ainda tem um pouco de álcool, 0,7%”, diz Gleizzy. Apesar de ter um preço relativamente elevado para a região, já que cada garrafa custa R$19,00, a gerente afirma que é um dos produtos mais vendidos. O perfil de quem procura essa bebida são pessoas que por motivos de saúde ou por conta de religião, não podem consumir álcool. Além, é claro, de pessoas que são atraídas pela curiosidade de saber como é o vinho sem álcool. A loja também é frequentada por pessoas que gostam de um happy hour, já que são servidas as mais diversas bebidas para

Yuri Cavichioli

carros, alguns até fatais”, Filomena, contou. O crescimento populacional e econômico da cidade se deve a estação de Carvalho de Araújo (primeiro nome dado a estação, que levava o nome do engenheiro que a projetou). Por ser de 1869, é o principal patrimônio da região de Guaianazes, e uma das maiores das mais antigas da Zona Leste, foi constituída por fazendeiros do Vale do Paraíba a E. F. do Norte (ou E. F. São Paulo-Rio), que abriu o primeiro trecho, saindo da linha da SPR no Brás, em São Paulo, e chegando até a Penha. O viaduto que ligava a região norte ao sul da cidade (na parte sul é onde ficava a estação de trem), realmente impulsionou

o comércio daquele lugar. Considerada periferia, Guaianazes sempre foi uma região histórica, colonizada por italianos e espanhóis, nas construções de telha, plantações de uvas, uns eram plantadores de eucalipto, forneciam madeiras para abastecer locomotivas que eram tudo, famílias como os Da Costa, os Pereira, os Magrini). Também é com a telhagem de Guaianazes que grande parte da estação do Brás (um dos mais tradicionais locais de São Paulo), foi construída.

consumo no local, como cervejas nacionais e importadas, cachaças de alambique e, claro, vinhos. Há também mesas do lado de fora, em frente ao box, para que os clientes desfrutem de suas bebidas à vontade. No momento da nossa visita, Jussara Lourdes Silva, 26 anos, analista de SAC, estava com seus amigos em uma das mesas, tomando uma cerveja. Ao ser questionada sobre ter conhecimento sobre o vinho sem álcool, ela disse que estava pela primeira vez no local e não tinha conhecimento. “Eu reparei na faixa na porta e fiquei bem curiosa. Na realidade, gosto de bebidas alcoólicas, mas acho que vou acabar comprando uma garrafa para ver como é”, diz Silva.

Garrafa do vinho sem álcool Gabriel Oliveira leite

O Cantinho do Vinho e Cia fica no Mercado Municipal de Guaianases, Box 6, na Praça Presidente Vargas, s/n. de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 19h30.

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Pista de Skate é um dos locais mais procurados pela galera Área é bastante procurada pelos jovens e também pelos idosos no centro do bairro Você se lembra daquele local, aquela área de lazer na sua juventude onde costumava a encontrar com seus amigos, colegas ou dar aquelas paqueradas? Bom, se sim então saiba que é exatamente isto que os jovens de Guaianases estão fazendo todos os dias na Pista de Skate J.C no centro do bairro da zona leste de São Paulo. Fundada em 2003 pela subprefeitura, a pista pública J.C é um dos locais prediletos dos jovens do bairro da zona leste da capital, além de ser um dos pontos de encontra da garotada é também um local de lazer bastante frequentado por idosos e adultos, isso se da ao fato que, os

arredores da pista contam com diversos bancos, mesas para dama e xadrez, árvores. O estudante e skatista Guilherme Silva, 17, que é grande frequentador do local salientou a necessidade de uma cobertura para os praticantes: “Nós fizemos um abaixo assinado para fazer o rebaixamento da pista para de baixo do viaduto, assim ficaria melhor para a gente e para as pessoas que passam na calçada”. O jovem estudante explicou que com essas possíveis melhorias, alguns problemas como a própria cobertura e a dos skates escaparem e irem parar nas calçadas ou nas ruas ao lado,

iriam finalmente ter um fim. O espaço que conta com grande participação dos jovens da região, também é visto como um lugar de aprendizado para crianças, adolescentes ou até mesmo adultos que querem aprender a andar de skate, como não há a existência de nenhum trabalho social da subprefeitura, cabe aos skatistas mais experientes á missão de ensinar os futuros companheiros de pista. “Quem quiser aprender se junta com nós, que a gente ensina” disse Vinicius Carvalho, 19 anos, e amigo de Guilherme que não reside no bairro, no entanto, gosta sempre de frequenta-lo.

Gabriel Oliveira Leite

Consultada também a mãe do adolescente e dona de casa Luzia Silva de 53 anos disse que inicialmente não gostava da presença de seu filho no local “Antigamente lá próximo da pista era repleto de usuários e mendigos, e eu não gostava que o Gui fosse mais, depois da reforma agora ficou bom”.

Assim o espaço da pista de skate J.C tornou-se um dos melhores locais de lazer e entretenimento da região e principalmente do Bairro do Guaianases, igualmente como um dos prediletos pelo público jovem da localidade.

A pista de skalte J.C fica aberta de forma gratuita ao público 24h por dia na praça Jesus T. da Costa, entre as ruas Salvador Gianetti e Hipólito de Camargo próximo da biblioteca pública no centro do bairro.

Segundo a dona de casa depois que a subprefeitura fez pequenas reformas nas partes laterais e embaixo do viaduto a aglomeração de moradores de rua no local e também de traficantes diminui gradualmente até praticamente não existir mais a presença no local.

Grêmio Botafogo completa 59 anos de tradição na várzea Com a paixão dos adeptos de Guianases faz com que o clube sobreviva durante do futebol moderno Sabe aquele tempo dourado, quando os campos de terra revelavam grandes nomes do futebol? Lembra do Pingo que brilhou no Corinthians? Também do Enéas Camargo que é ídolo da Portuguesa? E o Rubens Nicola que participou da democracia corintiana? Esses atletas surgiram no mesmo clube.

bol de várzea de São Paulo é tão complicado quanto dominar a bola nos esburacados campos por todos os cantos da cidade. A secretaria Municipal de Esportes tem por volta de 2.570 equipes cadastradas, mas menos de dez por cento participam do principal campeonato amador da capital, a Copa Kaiser.

É em Guaianases, mais especificamente no Grêmio Botafogo Futebol Clube, essa época e os atletas podem ser relembrados. Sobrevivendo à nova era, onde a modernidade impera no futebol, e as arenas são os novos padrões do esporte, o Botafogo altera esse cenário, e seu respeito e tradição movimenta um grande número de torcedores apaixonados ao acanhado gramado do CEU Jambeiro. Fazer uma radiografia do fute-

Os ingredientes do Botafogo para sobreviver nessa difícil fase desses times são: o respeito por honrar todos os compromissos, as glórias que agregam à tradição do clube e a torcida apaixonada que segue o time onde for. O alvinegro possui bastante ajuda da própria comunidade, dos comércios e do vereador Senival Moura, do PT. Fundado no dia cinco de Abril de 1955, o clube paulistano é uma entidade não governa-

mental. “O Botafogo é uma parte da nossa comunidade. O bairro possui outras equipes, porém o nosso time é uma essência inexplicável”, comenta Itamar de Jesus da Silva, de 52 anos, presidente do Botafogo de Guaianases. Desde 1986, o alvinegro aboliu os cargos eletivos da diretoria, tornando sua gestão diferenciada. “Nós nos dividimos em diferentes funções, mas todos respondem pelo Botafogo, ou seja, não há uma voz maior, pois todos representam o mesmo ideal aqui”, explica Jurandir dos Santos Devesa, 68 anos, primeiro secretário da diretoria. O clube da estrela solitária, no começo dos anos 2000 foi um formador de bons jogadores, destaque para Pingo, que bril-

Felipe Mascari

dor, porque aumentou a qualidade técnica, e fez com que os clubes evoluíssem bastante”. Já foi confirmado que haverá um novo campeonato que suprirá a ausência do antigo, “será o início de uma nova era na várzea”, afirma, Silva. Passam anos, a essência do futebol vai morrendo, porém o Botafogo sempre será a representação de Guaianases dentro dos campos de futebol amador de São Paulo.

hou no Corinthians, Enéas Camargo que é idolatrado pela torcida da Portuguesa de Desportos e o Rogério Benjamin, que há anos representa a várzea no KRC Genk, da Bélgica. Com esse destaque na formação de grandes atletas, em 2007, o São Paulo FC fechou uma parceria com a categoria de base do Botafogo, levando garotos de diversas idades do Alvinegro para treinar em seu Centro de Treinamento Tricolor, em Cotia. Hoje, apenas cinco desportistas conseguiram se firmar nos elencos são-paulinos. Atualmente, recém-eliminado da última edição da Copa Kaiser, na qual é bi-campeão, Itamar comenta a extinção do torneio, “Essa Copa foi importante para nós do futebol ama-

Jogadores comemorando o gol do Botafoto Reprodução: Facebook

Área recreativa com nome de Lajeado é o diferencial da zona leste Parque é construído para moradores das redondezas de comunidade e gera grande satisfação por quem o frequenta O que era para ser uma região apenas comum de Guaianazes, ganhou sobrevida e destaque, a prefeitura que tinha um grande projeto para a região, entregou em 2010, um espaço recreativo num lugar carente da zona leste, e que atrai um bom público, trazendo diversão e área verde para São Paulo, que tanto sofre com vendas de locais e substituídas por prédios, estacionamentos, etc. A antiga moradora de uma grande chácara, por ter ficado sozinha, acabou vendendo o local para a prefeitura. Que fez um parque, chamado de Lajeado. Entrando mais a fundo na região de Guaianazes, você conhecerá uma área interessante para os moradores. No começo, havia cobras, capivaras, alguns pássaros, e até um animal ameaçado de extin-

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ção, papagaio-verdadeiro, nos informou o policial José Costa Filho. Muitos foram transferidos para outros locais, pois o parque não tem condições de mantê-los.Hoje o local tem alguns pássaros e um papagaioverdadeiro que pouco aparece. Além de animais, o parque conta com um espaço onde fica uma minibiblioteca, uma área de lazer para descansar com assentos reclináveis, e também para prática de alguns esportes (como futebol, vôlei, entre outros), alguns equipamentos de academia, uma estufa e pistas para cooper e caminhada. Espaço é o que não falta para o Lajeado de Guaianazes, já que tem seus 36 quilômetros (equivalente a aproximadamente 4 hectares de árvores), segundo a administradora do parque, Andressa Ferri, o local

traz em média 100 pessoas nos seus fins de semana, em sua maioria crianças que tem o local como um “centro recreativo”. Ainda há algumas medidas a serem tomadas para o melhor aproveitamento do espaço do parque, já que existe uma parte que não teve o devido investimento, ficando “morta”. É possível ver que as construções com o tempo, foram estragando, algumas partes, que deixaram de ser cuidadas. Pelo fato de ter uma mina d’água (comprometida também). A Sabesp, a Subprefeitura de Guaianases realizou a canalização de esgoto no Parque Lajeado antes irregular. Ao todo foram cerca de 160 metros de tubulação, beneficiando cerca de 15 casas próximas ao parque, que vão desde Rua Cristina Beck até a Rua Antônio Tadeu.

Yuri Cavichioli

Parque Lajeado conta com grande espaço Yuri Cavichioli

Ainda no lugar, há estagiários da área de saúde, juntamente com voluntários da região de Guaianazes. Fundado em 2002, o local traz muitas alegrias aos moradores, como José Maria Galfão, o “Zé Maria”, que sempre achou o lugar mal usado,

tratando-se de espaço, agora com tantos pontos fortes, ele considera um orgulho. Palco de muitas celebrações, principalmente voltada para as crianças, o local é visto com bons olhos por muitos habitantes da região.

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