4ª Edição Metástase - Agosto de 2013

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Metástase

Jornal do Diretório Acadêmico Professor Pedro Lúcio de Souza Ano 3, Edição 4

Agosto/2013

Falta de Médicos As recentes propostas do governo federal para melhorias na saúde, que incluem a importação de médicos estrangeiros e o aumento do tempo de duração do curso de Medicina, de 6 para 8 anos, são o ponto alto das discussões no meio médicoacadêmico. Confira na página 4.

Nesta edição:

III Congresso Latinoamericano de Resistência Microbiana

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Falta de médicos

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DCE

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Associação Atlética

5

Urgências na atenção primária

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Homenagem

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Escolhas na carreira médica

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Intercâmbio no Canadá

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Liga da Pediatria

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Lazer

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Escolhas na carreira Convidamos o professor Pedro Lúcio de Souza para nos contar um pouco sobre como foram feitas suas escolhas na carreira médica, bem como nos trazer a importância de tais escolhas no futuro profissional e pessoal de cada um de nós. Confira na página 8.

Acadêmico no Exterior Vivendo em Winnipeg, Manitoba, e estudando na University of Manitoba, Canadá, Bruno Kras Friedrisch fala um pouco da sua vida no exterior. Confira na página 10.


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Diretoria Executiva Presidência Diego Inácio Goergen Vice-presidência Manoela Badinelli Vaucher Secretaria Priscila Ferreira Cortez Marthina Alice Gressler Tesouraria Ivon da Silva Neto Paulo Roberto Nessi Carnacini Custódio Diretores Ana Júlia Fronza Bruna Danieli Menin Bruno Loz da Rosa Débora Cristina Haack Bassani Gabriela Müller Roesner Lino Guilherme Reimann Agne Gustavo Faccin Herbstrith Iuri Pereira dos Santos Jéssica Chaves Katchibianca Bassani Weber Lucas Cappelletti Marcella Pase Casasola Nathália Cadó Patrícia Micheli Tabile Victório Zanella Netto

“O médico fiel à vocação tem fome de certeza, embora esteja mergulhado na dúvida. Contudo, a dúvida não pode retardar a urgência de tratar e a necessidade de curar. A essência do genuíno profissionalismo é agir mesmo quando não há conhecimento adequado sobre o caso. A cura deve ser prescrita imediatamente. A dor não espera por um estudo mais definitivo, que poderá levar anos, e muitos problemas clínicos são únicos, excepcionais, nunca antes encontrados pelo médico e jamais capazes de ser subjugados pelos embates estatísticos.” - Bernard Lown (1921 - recente), Cardiologista, professor de Harvard, criador do desfibrilador UNISC - Universidade de Santa Cruz do Sul A/C DA Medicina Bloco 53, sala 5335A Av. Independência, 2293 Bairro: Universitário CEP: 96815-900 Santa Cruz do Sul - RS / Brasil E-mail: damed.unisc@gmail.com Website: http://damedunisc.wordpress.com

Palavra do DA Diego Inácio Goergen | Presidente DAPLUS

Para esta edição do Metástase chegar a esta versão final, a gente suou bastante. Em meio à frequente turbulência que já é o curso de Medicina, tivemos muita coisa acontecendo ao mesmo tempo neste início do ano. A cada semana, percebíamos que estávamos mais e mais atrasados, e íamos estendendo o prazo. Inclusive, foi cogitado a não realização desta edição e, com isso, o fim do próprio jornal, tendo em vista que o trabalho poderia não valer a pena, frente a outros projetos que o DA poderia implementar. Mas, como sempre há um final feliz, é justamente sobre tudo aquilo que fez com que o jornal quase não saísse que fizemos esta edição. Buscamos ir atrás de matérias que consumiam nosso tempo e nos enchia de dúvidas, para compartilhar com todos o que encontramos. Conversamos um pouco com o professor Marcelo Carneiro sobre a organização do Congresso de Resistência Microbiana. Infelizmente, só conseguimos publicar a edição após o evento, pois queríamos aproveitar para fazer um convite a todos os alunos. Entretanto, a importância de eventos deste porte sendo organizados por pessoas ligadas a gente continua valendo. Publicamos, também, o nosso posicionamento acerca das novas medidas propostas pelo governo federal para a resolução de problemas na área da saúde pública, amplamente debatida nas redes sociais. E reforçamos o convite ao debate e à informação para todos os membros da nossa comunidade acadêmica. Ainda na linha da representatividade, falamos um pouco sobre o trabalho do DCE, que consumiu, e ainda consome, um bom tempo dos membros do DA que articularam a chapa que assumiu o DCE no início do ano, onde eu sou o coordenador-geral. Convidamos também um dos diretores da Associação Atlética, também membro de nossa diretoria, para contar um pouco sobre a organização da ida para o Intermed deste ano, que ocorreria em Joinville/SC. Uso o pretérito imperfeito porque ocorreram problemas na organização do evento, maculando a história dos Intermeds. A Atlética já existe há um ano, e se torna cada vez mais uma entidade organizada, conhecida e respeitada. E a matéria já vale a pena só por mostrar o novo mascote da Atlética. Convidamos duas ligas para escrever artigos para nossa edição. Desde já, fica nosso pedido de desculpas pelo atraso na publicação, mesmo que nós tenhamos pedido urgência no envio dos textos, no que fomos prontamente atendidos. As ligas estão sofrendo um processo de reestruturação importante, e todo estímulo à divulgação de suas atividades é louvável, tendo em vista a importante participação delas em nossa formação. Outro fato que abalou o início do ano foi a tragédia em Santa Maria, que comoveu todo o estado e o véu negro da perda atingiu o nosso curso também, em especial à turma do 2º semestre, que realizou bonita homenagem à nossa colega perdida. Para trazer um pouco da experiência de nossos professores para a escolha da carreira, fizemos uma série de perguntas ao professor Pedro Lúcio, sobre suas escolhas no decorrer da carreira médica. Obviamente, nunca é fácil fazermos nossas escolhas, mas nosso destino é traçado de acordo com elas, então quanto mais informações nós tivermos, melhor. Como em edições passadas, convidamos um de nossos colegas para contar sobre sua experiência no exterior em intercâmbio. Para esta, convidamos o Bruno, que está no Canadá pelo Programa Ciência sem Fronteiras. Finalmente, desejo a todos um resto de semestre, e que possamos aproveitar cada minuto dele, já que o tempo é curto. E, como sempre, lembro que estamos abertos a sugestões, críticas, elogios e reclamações de qualquer tipo. Boa leitura!


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A Associação Gaúcha de Profissionais em Controle de Infecção Hospitalar (AGIH) realizou o X Sul Encontro de Controle de Infecção, novamente em Gramado/RS. Junto com ele, foi realizado o III Congresso Latino-Americano de Resistência Microbiana, ampliando a cobertura e a abrangência dos assuntos discutidos. O evento aconteceu entre os dias 08 a 11 de maio de 2013. O evento foi considerado um sucesso, tanto pelos organizadores quanto pelos participantes. Na presidência do congresso, estava um médico conhecido de todos nós, o professor Marcelo Carneiro, presidente da AGIH. Diversos alunos aqui da UNISC foram ao evento, levando trabalhos realizados na nossa instituição, numa excelente forma de valorizar tais estudos e de trocar experiências. As palestras e mesas redondas foram de excelente qualidade, trazendo importantes atualizações sobre resistência microbiana e controle de infecção.

O Jornal Metástase fez algumas perguntas ao Professor Marcelo Carneiro antes da realização do evento. Jornal Metástase: Qual é a relevância deste Congresso para a área? Marcelo Carneiro: Na região Sul do País é o evento regular com maior abrangência sobre ao resistência microbiana. É o 6º ano, lembrando que o primeiro foi aqui em SCS, no campus da UNISC. Este ano conta com pesquisadores confirmados do Chile, EUA, Espanha. JM: Há quanto tempo a organização está montando o evento e como está sendo o trabalho? MC: Estamos na organização há 6 meses. No momento, estamos em fase final de convite para palestrantes nacionais e deliberações gerais de hotelaria. JM: O quanto os alunos de Medicina poderão aproveitar do evento e, na sua opinião, qual é a principal importância da participação dos alunos? MC: Por ter um preço para alunos bem reduzido, acreditamos que o maior número será de grande importância para que os acadêmicos tenham contato com pesquisadores de grandeza nacional e internacional. A principal importância seria experimentar e perceber que a ciência aplicada é uma realidade. JM: O senhor, além de ser o presidente do Congresso, é o presidente da AGIH (Associação Gaúcha de Profissionais em Controle de Infecção Hospitalar - www.agih.com.br ) e Vice-Presidente da Associação Brasileira (www.abih.net.br). Qual é o papel destas instituições? MC: O nosso papel é agregar controladores de infecção e favorecer atividades científica e de troca de experiências entre os hospitais, aliado ao poder de contato com ANVISA e MS. JM: Qual é importância de professores do Curso de Medicina da UNISC estarem participando e organizando eventos científicos como este? MC: Importância de criação de uma rede de pesquisadores entre instituições, contribuindo assim com a ampliação do conhecimento científico.

Para quem não conhece Marcelo Carneiro, o jornal fez um pequeno resumo do sua atuação profissional e acadêmica: Marcelo possui Graduação em Medicina pela UFSM, Residência Médica em Infectologia no Hospital Universitário de Londrina e Especialização latu sensu em Infecção Hospitalar pela Universidade Estadual de Londrina/PR. Pós-graduação strictu sensu - Mestrado em Microbiologia pela Universidade Estadual de Londrina/PR. É doutorando em Medicina pela UFRGS. É professor Assistente de Infectologia e Microbiologia do Curso de Medicina na UNISC e Diretor de Ensino e Pesquisa do Hospital Santa Cruz. Preceptor do Programa de Residência em Clínica Médica do HSC. É Coordenador da Comissão de Controle de Infecção e Epidemiologia Hospitalar do HSC. É Presidente da Associação Gaúcha de Profissionais em Controle de Infecção Hospitalar, Vice-Presidente da Associação Brasileira de Infecção Hospitalar e Tesoureiro da Associação Riograndense de Infectologia.


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Falta de médicos Diego Inácio Goergen - Presidente Diretoria Executiva 2013 As recentes propostas do governo federal para melhorias na saúde, que incluem a importação de médicos estrangeiros e o aumento do tempo de duração do curso de Medicina, de 6 para 8 anos, são o ponto alto das discussões no meio médico-acadêmico das últimas semanas. Na verdade, dos últimos meses, tendo em vista que no início do ano já houveram declarações no sentido de facilitar a entrada de médicos estrangeiros, em especial cubanos, portugueses e espanhóis. Muito se tem falado, compartilhado, curtido, discutido e debatido, com muita informação relevante, opiniões importantes, debates embasados, mas também muita desinformação, típicas quando estamos tratando de assuntos polêmicos recentes. Mas, é importante que cada pessoa, em especial os estudantes de Medicina, por nós representados, busque referências, duvide de cada informação dada (inclusive das nossas), discuta, pense, reflita, tome decisões, e siga pesquisando, debatendo e refletindo. E, nos debates, tenha sempre o foco no problema e sua solução, existe muita coisa sendo veiculada que nada tem a ver com a questão. Tenha sempre a objetividade necessária ao exercício profissional em todas as suas declarações. E não sejam veículo de transmissão de desinformação, isso prejudica o debate. Assumirmos o problema é um importante passo. Não adianta pensar que tudo está funcionando bem, quando não está. Ignorar o problema só irá piorá-lo. Inicialmente, temos que ter em mente que importar profissionais de outro país não é importar um sistema de saúde de outro país. Assim, entendemos que não é possível afirmar que só porque traremos médicos de outros países eles conseguirão transformar o SUS num sistema melhor, como o cubano, o inglês ou o canadense. É outra cultura, outra população, outra geografia, enfim, são outros países e outros sistemas. Acho mais fácil que os médicos estrangeiros se “contaminem” com os problemas do Brasil do que o sistema brasileiro se resolva com as vantagens deles. Sobre a questão falta de estrutura x falta de médicos, devemos pensar sobre algo: o que é a estrutura? Pois muito se fala da falta de médicos, mas nós somos apenas a força de trabalho do complexo médico-industrial. E é isso mesmo: apesar de muitos médicos ignorarem tal fato, nós somos uma classe trabalhadora, como todas as outras. Durante décadas os médicos se acharam parte de uma elite, imune aos problemas enfrentados pelos trabalhadores. Mas nós também somos explorados pelo capital, nós geramos mais-valia para a indústria farmacêutica, a indústria do diagnóstico e para as operadoras de plano de saúde. E isso tem que ser levado em conta. A tal “liberdade profissional” pode ser apenas uma falácia, que nos faz trabalhar quietos achamos que estamos sendo bem recompensados por isso. De todo modo, é importante que fique claro, não se pode negar que existe um sério problema no país: a má distribuição dos médicos no Brasil. Pode se atribuir ele a várias coisas, como a mercantilização, a falta de estrutura, a falta de apoio, a formação direcionada, ideologia, ou qualquer outra coisa. Mas uma coisa é certa, precisamos resolver este problema para que a Saúde do país se torne digna, pois só garantir universalidade e equidade no papel é inadmissível para um país que quer ser de primeiro mundo. O importante é que as soluções devem ser planejadas, e as ações que o governo está tomando não parecem ser organizadas, a impressão que fica é que não há projeto, é um monte de “atira-pra-todo-lado-e-vê-no-que-dá” do que qualquer outra coisa. A atitude de muitos médicos também não ajuda, ao simplesmente se posicionarem contrariamente e não auxiliarem na construção de um SUS para todos. Aguardar que os “outros” corrijam o problema pode gerar um problema grave: o SUS começar a funcionar sem a gente.

Diretório Central de Estudantes Nos dias 3 e 4 de abrli de 2013, ocorreram as eleições para a Diretoria Executiva do DCE. Com apenas uma chapa concorrente, foram 721 votos, com 94,5% de aprovação a ela. Assim sendo, durante o ano de 2013 os estudantes de Medicina estão representados junto à entidade máxima de representação estudantil da UNISC, pois o coordenador-geral é o Diego, também presidente do DAPLUS em 2013. Além disso, o Lucas Cappelletti e o Victório Zanella Netto são da tesouraria do DCE. Entre as propostas da campanha, elencam-se os itens:  Continuar na luta pelas passagens de ônibus  Modificar a Carteira de Estudante  Realizar atividades esportivas  Realizar eventos científicos e sociais integrando cursos  Aumentar engajamento social  Participar de espaços UNE  Fomentar as atividades dos DAs  Aumentar a representação estudantil nos conselhos superiores da UNISC  Consolidar a representação frente a órgãos externos à UNISC Já durante o primeiro semestre, o DCE trabalhou para consolidar as posições conquistadas até este ano, bem como trabalharam para expandir a representação estudantil, para que os estudantes não percam os direitos adquiridos e não sejam relegados a segundo plano nas decisões tomadas e afetam diretamente as nossas vidas e carreiras, tanto dentro da instituição quanto fora dela.


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Intermed Sul 2013 Paulo Carnacini, Membro da AAAMUNISC O Intermed Sul é um evento esportivo e social que reúne cerca de 4 mil estudantes de medicina de 28 faculdades do sul do país, as quais fazem parte do estatuto. Todos anos algumas faculdades que não fazem parte deste, participam como convidadas, podendo participar das confraternizações e festas. A escolha da sede segue um sistema de rodízio entre o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Este ano, o Intermed Sul ocorreria em Joinville/SC, entre os dias 30 de maio e 2 de junho. A UNISC foi uma das convidadas, levando quase 50 alunos até lá. A Associação Atlética dos Alunos de Medicina da UNISC (AAAMUNISC) foi a responsável por organizar esta participação. Todas as faculdades convidadas têm pleno acesso a todos os ambientes do evento. Entretanto, não tem direito a participar das competições e ao alojamento, o que encarece o custo das faculdades não estatutárias. Isto ocorre devido às proporções que o evento tomou nos últimos anos, aumentando de 1500 participantes em 2003 e 2004 para mais de 4000 no ano passado. O que torna a logística dos esportes e alojamento inviável para todos os estudantes, segundo a comissão organizadora. Infelizmente, a organização do evento não conseguiu reunir toda a documentação necessária para um evento de tal porte, e o alojamento foi interditado pelos bombeiros, devido à falta de segurança para a reunião de tantas pessoas. Assim, o evento acabou sendo cancelado algumas horas antes do horário marcado para o início, com muita desinformação neste meio-tempo. Isto não impediu os alunos que foram até lá de se divertirem ao menos uma noite, numa festa à fantasia adiantada. Este é o segundo ano consecutivo que a UNISC é convidada a participar. Quanto mais alunos participarem, mais podemos crescer. O Intermed Sul é uma oportunidade de integração e troca de experiências entre os alunos de medicina do sul do Brasil.

U rg ê n c i a s n a A t e n ç ã o P r i m á r i a Liga da Medicina de Família e Comunidade

O profissional que atua em Atenção Primária deve estar apto a atender às demandas e às necessidades do seu cenário de trabalho, com destaque para os que atuam em Estratégias de Saúde da Família, em que o conhecimento das características locais e o diagnóstico de comunidade são fundamentais para a excelência ao exercício da profissão. Com o intuito de possibilitar que a equipe multiprofissional de saúde tivesse acesso aos protocolos de cuidado à saúde por todos os seus membros, coube aos membros ligantes à responsabilidade de preparar uma jornada de atualização, atentando para os atendimentos iniciais e as medidas necessárias para a manutenção de um quadro clínico estável até o socorro especializado. A primeira ação foi realizada na ESF Rio Pardinho, nos dias 07 e 08 de novembro de 2012, sendo seu conteúdo inteiramente voltado à realidade do local. Os temas abordados foram classificados em dois módulos: urgências clínicas e primeiro atendimento ao trauma. As urgências clínicas constituem uma das causas mais frequentes de atendimento, portanto, as equipes devem estar preparadas para reconhecerem sinais de agravo e instabilidade fisiológica. Dentro das urgências clínicas os temas foram parada cardiorrespiratória, retirada de corpo estranho, queimaduras, acidentes com animais peçonhentos, intoxicação por venenos e organofosforados, edema agudo de pulmão, mordedura de cão, choque anafilático e crise convulsiva. O atendimento ao trauma foi voltado para os procedimentos frente a quedas, fraturas e TCE. As temáticas abordadas também enfatizaram a necessidade de material e equipamento mínimo necessário às equipes de Saúde da Família para a melhor atenção à saúde ao usuário da rede. Um atendimento adequado a esses pacientes, feito na Atenção Primária é fundamental para a prevenção de agravos, detecção de casos crônicos e intervenção nos casos agudos em tempo hábil. Para esse semestre, a Liga de Medicina de Família e Comunidade continua com as atualizações a outras equipes da rede da Atenção Primária em Santa Cruz do Sul, que demonstraram interesse e reconheceram a importância do trabalho conjunto e da educação continuada.


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O incêndio na boate Kiss em Santa Maria matou 241 pessoas feriu 123 outras, no do Rio Grande do Sul. O incêndio ocorreu na madrugada do dia 27 de janeiro deste ano e foi causado pelo acendimento de um sinalizador por um integrante de uma banda que se apresentava na casa noturna. As más condições de segurança da casa ocasionaram a morte de diversas pessoas. Infelizmente, este infortúnio atingiu a UNISC e todo o Curso de Medicina, pois uma das vítimas era Julia Cristofari Saul. Ela fazia parte da ATM 2018/1 e tinha passado para o segundo semestre. Esta tragédia atingiu a todos os estudantes do curso e nós do D.A. gostaríamos de prestar uma homenagem, com mensagens de familiares e amigos, a nossa querida colega, membro desta grande família chamada Medicina UNISC. “Quando a Ju nasceu, foi decidido que ela precisaria de um companheiro para a vida, alguém para aprender a partilhar, alguém para contar, um irmão! Então eu nasci... Éramos os melhores amigos e sabíamos tudo da vida um do outro, brigamos muito, mas nada por mais de 30 minutos, também demos muitas risadas e essas sim duravam horas, nossas vidas nunca foram solitárias pois podíamos contar com aquela pessoa que nos defenderia a qualquer custo, aquela pessoa que dava pra ligar mesmo quando tava batendo aquela ressaca numa quarta-feira.. Crescemos e fizemos amigos, a Ju sempre foi mais popular que eu, as pessoas gostavam de ficar perto dela pq ela era especial..as vezes eu até tinha ciúmes.. até mesmo quando ela começou a namorar... ela era tão querida que alguém lá em cima chamou ela para ficar ao seu lado, afinal qualquer um gostaria de ter ela por perto.. Mas e agora maninha? quem vai ouvir minhas bobagens? quem vai me chamar de animal quando eu fizer alguma cagada?? quem vai encher o saco para tirar minhas espinhas? algum dia vou ver aquela carinha de choro que me fazia mudar de opinião SEMPRE? quem vai me acordar sábado de manhã com um pulo mortal nas costas?.....É Doutora Julia Cristofari Sául, fiquei com um vazio bem grande aqui dentro... mas sempre que der eu vou trocar minhas lágrimas por aquele teu sorriso que fazia todo mundo se sentir bem, porque tem duas pessoas que te amam demais aqui e agora elas colocaram suas expectativas em min e eu sei que nunca vou chegar aos teus pés! mas prometo que cuidarei deles a qualquer custo! Obrigado por toda a alegria que tu nos deu mana... e se não for pedir muito, continue olhando para nós ai de cima porque eu falo pra todo mundo que meu anjinho da guarda é UMA MÉDICA.” Roberto Critofari Sául


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Página 7 Numa manhã de domingo

O que nós, jovens, fazemos nas manhãs de domingo? Dormimos até mais tarde..... Almoçamos ao redor de uma grande mesa com os pais, irmãos, parentes, amigos, saboreando a comida da mamãe, e o churrasco do papai. No domingo do dia 27 de janeiro vimos como a vida pode ser tão passageira e rápida, centenas de jovem não voltaram para almoçar com os seus familiares, pais e mães ligavam no celular na esperança de que atendessem, mas os celulares estavam a tocar sobre o peito de seus filhos, já sem vida.... Entre Brunas, Leonardos, Marianas, estava a nossa amada Júlia Crs......... Teremos outras manhãs de domingo,....... Todos te esperam, Mas você não voltará..., você está em outro lugar....Julia você se foi como o sol no fim da tarde. Nunca esqueceremos aquele domingo de dor, que bate, abate, rebate nos corações de toda nação brasileira. Para cicatrizar levará tempo. Também não sabemos se um dia vai cicatrizar. Mas sabemos que em algum lugar teus olhos se fecharam Júlia, e não foi para ver seu paciente que adentra pra uma consulta, ou em algum lugar tuas mãos não se crispam mais, não por incerteza de uma cirurgia para salvar uma vida, mas porquê não estás mais aqui. Ceifaram sua profissão, seu projeto de vida, no auge de seu vigor físico e intelectual, com uma vida inteira pela frente,......... tudo isso é incompreensível para nós que ficamos aqui. Viram manhãs de Páscoa,.... manhãs dos dia das mães,..... do dia dos pais,.... manhãs de natal... manhãs de aulas de fisiologia, saúde coletiva, manhãs de provas, e você Júlia não estará aqui. A vida é mesmo uma viagem de trem! Com embarques e desembarques, com encontros e despedidas. E de vagão em vagão, acabamos conhecendo pessoas importantes que passam a fazer parte de nossa vida ! Mas nem sempre podemos ir até o fim com as mesmas pessoas pois elas descem em estações diferentes para seguirem seu destino.....Porém nunca vamos esquecer daquelas que sentaram ao nosso lado, mesmo, que seja por pouco tempo.... Diga-nos, Senhor Deus, QUE haja tempo de ressurgir a esperança nos corações dos familiares, amigos e colegas. Júlia obrigada por embarcar no mesmo vagão da UNISC ATM 2018/1, mesmo que foi só por 1 único semestre.

Sem despedidas “Não é fácil falar de alguém que se foi. Nem tão pouco dizer que não dói. Lembrança ainda bem presente. E um sonho que ficará ausente. O que fazer para aliviar? Quem poderá confortar? Apenas as lembranças do seu lindo sorriso revigoram as forças para enfrentar tudo isso... Júlia, menina alegre, muito querida se foi sem uma única despedida... deixando em nós uma eterna ferida, que se transformará em lembrança de vida. Florzinha querida, sempre nos lembraremos de você com muito amor e admiração!” HÉRIKA LUCENA, ATM 2018.1.

As manifestações em homenagem às vítimas do incêndio da Boate Kiss tomaram conta de todo território gaúcho. No dia 27 de fevereiro, quando completou um mês depois da tragédia, dezenas de pessoas saíram às ruas em Santa Cruz do Sul para uma passeata em memória da estudante de Medicina da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) Julia Cristofari Saul. A caminhada teve início às 17h45 com saída na Rua 28 de Setembro, número 502 em frente ao prédio onde Julia residia, e seguiu até a Catedral São João Batista. No templo, houve uma missa com a presença de familiares de Julia. A homenagem fora organizada pelos alunos da Associação Turma Médica 2018/1 e coordenação do curso, tendo a participação de alunos, parentes e amigos.


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Escolhas na carreira médica Pedro Lúcio de Souza | Professor de Anatomia e Técnica Cirúrgica e Anestésica

Buscando iniciar uma série de entrevistas sobre o desenrolar da carreira de nossos professores, para que possamos aprender com exemplos o modo como podemos desenvolver nossa vida profissional, nós fizemos uma série de perguntas ao professor Pedro Lúcio de Souza, professor de Anatomia e de Técnica Cirúrgica e Anestésica, e ex-coordenador do nosso curso. Em que instituição se formou? Universidade Federal do Rio Grande, em 1977. Qual residência médica concluiu? Em que instituição? Cirurgia Geral, no Hospital Universitário da Universidade Federal do Rio Grande, em 1980. Fui o primeiro residente em cirurgia da instituição. Na sequência, Cirurgia Torácica, no Pavilhão Pereira Filho da Santa Casa de Porto Alegre, com término em 1983. Por que decidiu por tal especialização? Sempre tive, assim como a maioria dos estudantes de medicina, uma predileção pela clínica. Ela se reveste de uma atividade investigativa, quase aventureira como o espírito de todo o jovem sonhador. Entretanto, na condição de monitor de anatomia desde o início do curso fui convidado pelo professor da disciplina, que também era cirurgião geral, a participar de suas operações no centro cirúrgico. Tive, na condição de acadêmico, o citado professor o como modelo profissional que pretendia seguir, e assim o fiz. Vi na cirurgia uma forma bem mais rápida de resolução de algumas afecções, ainda que por caminhos bem mais difíceis. A rotina do trabalho diário superou as expectativas da vida de estudante? Iniciei na vida profissional como cirurgião de urgência, em especial atendendo o trauma. Trabalhava nos dois hospitais da cidade e como preceptor da residência médica no Hospital Universitário. Trabalhava em torno de 16 horas por dia e nos plantões de 24 horas nos finais de semana. O melhor disso é que tudo isso trazia felicidade e não cansava. Como era a rotina de trabalho? De segunda a sexta-feira, cirurgias. Às 6:30h, “corrida de leito” com os residentes. A partir das 7h, cirurgias... até terminá-las. Às vezes por volta das 15-16 h. Após as cirurgias, consultório e visitas aos pacientes hospitalizados. À noite, revisão da anatomia e das técnicas cirúrgicas a serem empregadas no dia seguinte. Eventualmente, uma reintervenção cirúrgica ou auxílio a um colega cirurgião, e a seguir um plantão cirúrgico de sobreaviso (na época era a prática em todos os hospitais). Nos sábados ou domingos, alternados, um plantão (de 24 h) de sobreaviso além da visita diária aos pacientes internados. O que o teria motivado a ser professor? A paixão pela docência veio com a monitoria da Anatomia Humana, no segundo ano do curso. O currículo médico do primeiro ano estabelecia 972 horas para anatomia. As aulas eram ministradas às segundas, terças e quartas-feiras nos três turnos, além do sábado pela manhã. As quintas e sextas-feiras eram reservadas somente para histologia, igualmente nos três turnos. Com o curso, seriado anual, o acadêmico para estar habilitado a fazer o exame final obrigatório precisava de média mínima seis nas avaliações parciais. As avaliações mensais eram sempre com questões discursivas e de conteúdo cumulativo. Não havia dispensa de exame para quem obtivesse média sete ou superior. Aquele que atingisse, por exemplo, média oito, iria a exame com a obrigação de conseguir nota mínima dois. Caso contrário repetiria o ano (e houve alguns). Professor (ou monitor), do primeiro ao sexto ano do curso, teria que fazer um pacto pela melhor forma de ensinar e de aprender. E se aprendia muito... professor e aluno. Então, na condição de monitor, tornava o complexo de salas da anatomia o "Centro de Convivência". Nas férias, em qualquer intervalo, ou "gaveta" na grade curricular lá estava. Ali, ensinando-aprendendo, eu passei os melhores momentos de minha juventude. Depois comecei a dividir os horários vagos com as "idas" ao centro cirúrgico. Ainda, em 1º de março de 1978, três meses depois de graduado, fui convidado pelo chefe do departamento de cirurgia para ser professor. Naquele tempo não se necessitava ter residência médica para ser cirurgião. Bastava ter um bom treinamento cirúrgico. Aos pacientes e familiares também isso não interessava. Importava sim o histórico dos resultados dos pacientes já atendidos por aquele profissional. E numa cidade com o porte da em que me encontrava na época, todos sabiam de tudo. Conciliei também o convite do Departamento de Ciências Morfológicas e fiquei a outra metade da carga horária contratual na docência da anatomia. Como o laboratório de anatomia situava-se junto ao morgue e ao instituto médico legal, no prédio do hospital, era muito fácil a permanência num ou noutro. As aulas de cirurgia eram ministradas no centro cirúrgico e nas enfermarias quando terminassem os procedimentos. E os alunos esperavam. As práticas de anatomia à noite e aos sábados pela manhã. Se fosse chamado para avaliar ou operar um paciente do


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plantão de sobreaviso, os oito estudantes da turma prática, ainda que no primeiro ano do curso, participavam de todo o processo de avaliar e se fosse o caso de assistir à cirurgia. Não havia controle de presença, nem reprovação por ausência, mas a frequência às aulas e a todas as atividades propostas pelos professores, curriculares ou não, era de 100%. Ainda que o contexto tenha se modificado, o entusiasmo pela docência permanece o mesmo. Assim como o pacto de ensinar aprendendo, com cobranças e autocobranças, de nível idêntico ao do início da atividade docente, na monitoria em 1973... Qual a maior realização da sua carreira? De maneira profissional é ter conseguido fazer o que sempre busquei a partir do momento da decisão pela cirurgia: clínica cirúrgica. Do ponto de vista pessoal e acadêmico, ter auxiliado na construção da escola de medicina da UNISC. Um curso qualificado, no qual predominam as atividades práticas de ensino e que busca a formação integral do médico, sem os vícios e os pontos frágeis das escolas médicas tradicionais. Existem ainda projetos que pretendem realizar no futuro? Auxiliar para que a nossa escola médica possa ser cada vez melhor ao ponto de tornar-se referência no ensino médico no Rio Grande do Sul. Temos todas as condições para alcançar tal qualificação. Falta apenas “encaixar algumas peças” no lugar correto. Qual o recado que o senhor deixa para os estudantes na hora de escolherem que rumo seguir na carreira? Quando nascemos, recebemos diferentes missões. A nossa é de aliviar sofrimentos e penetrar fundo nos tormentos da humanidade. E, se possível, salvar vidas. A arte médica é difícil, mas apaixonante, envolvente e de limites únicos. Cada encontro com o paciente é movido pelo ineditismo... nada se repete, tudo na medicina é versátil. Então, perspicácia e atualização contínua (muito estudo) fazem parte do arsenal que deve mover a qualificação do trabalho médico. A medicina oferece um amplo espectro de áreas de atuação, desde aqueles que lidam no dia-a-dia com o cotidiano do paciente, até aquelas envolvidas com pesquisa científica. Isso permitirá que o profissional possa desempenhar suas atividades naquela cujo seu perfil determinar. A escolha da especialização dependerá também das habilidades e dos traços de personalidade. Por exemplo, não é aconselhável buscar uma especialidade cirúrgica se houver limitação de habilidade para tarefas manuais, impulsividade em demasia, ou não souber lidar bem com as situações que levam ao stress.


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Metástase

Intercâmbio no Canadá Bruno Kras Friedrisch | ATM 2016/1

Sou acadêmico do curso de Medicina da UNISC, ex-aluno da ATM 2016/1. Vim para o Canadá através do Ciências sem Fronteiras, programa do governo brasileiro. Estou morando em Winnipeg, Manitoba (apelidade de Winterpeg – devido ao seu severo inverno) e estudo na University of Manitoba. Aqui estão mais 150 brasileiros pelo mesmo programa de variados cursos e universidades. Estou agora no segundo semestre letivo, já próximo ao final. Durante o semestre de verão (de Maio a Agosto) estarei trabalhando em uma pesquisa na área de saúde pública. Vir para o Canadá foi uma oportunidade excelente para minha vida em todos os aspectos, tanto acadêmicos quanto pessoais. Aqui pude expandir os conhecimentos, buscando aprofundar em áreas que julgo necessárias para minha formação profissional. Procurei ir além da Medicina, estudar assuntos que acredito serem muito interessantes e importantes, mas que devido a vastidão de conteúdos que devemos estudar ao longo dos 6 anos, deixamos de lado ou estudamos de forma rasa. No primeiro semestre de aulas, decidi enfocar em aspectos mais biológicos. Estudei "Teste e Design de Drogas", "Genética" e "Análise de Informação Biológica" (que se aproxima um pouco de estatística). Foi muito interessante aprofundar os conceitos nessas áreas, mas ao longo do semestre decidi que mudaria um pouco o rumo dos meus estudos. Nesse segundo semestre decidi enfocar um pouco mais no indivíduo na sua extensão não-biológica, buscando disciplinas nos cursos de Filosofia (Mente e Corpo), antropologia (Antropologia da Doença), Psicologia (Cérebro e Comportamento), Biologia (Plantas Alucinógenas e Medicinais) e Saúde (Integrando Determinantes Sociais de Saúde). Um pouco do dia-a-dia acadêmico O ritmo das aulas aqui são bem diferentes. A carga horária e o número de disciplinas são muito menores que os usuais no Brasil. Aqui, alunos estudam normalmente 3 matérias por semestre e no máximo 5. Em relação a carga horária, nesse semestre tenho 50 minutos de aula nas segundas, quartas e sextas, 7 horas de aula nas terças e 4 horas nas quintas. Assim, devido a baixa carga horária, muito é exigido do aluno fora da sala de aula Em relação às avaliações, as matérias tem normalmente 3 avaliações: a primeira e a segunda com peso de 20% e a última com peso de 60% (as famosas finals), muito diferente do que estava acostumado. Algumas possuem muitos trabalhos e relatórios. Os professores são muito abertos e de fácil comunicação, sempre dispostos e interessados no aprendizado do aluno. Por outro lado os colegas são muito fechados acredito que isso seja

devido ao fato de que por eu estar em matérias de 3° ou 4° ano, os grupos já estejam prontos. Rotina pessoal Estou morando numa residência estudantil dentro da universidade. Moro em um quarto individual. Aqui moram aproximadamente 30 alunos. Desses, 15 são brasileiros, enquanto os outros são de variados países: Ucrânia, Rússia, Egito, entre outros. A residência é muito boa, e por ser dentro da universidade, caminho apenas 10 minutos até meus prédios. Acho que isso foi uma das melhores coisas de morar aqui, pois no frio do inverno é muito complicado ficar na rua. No auge do inverno, em janeiro, as temperaturas chegaram a -35°C (com sensação térmica de -50°C). O frio era tanto que em alguns momentos até desejei estar no calor de Santa Cruz do Sul! Amanhecia por volta das 9 horas e já era noite às 17h. Esse período foi o mais difícil aqui no Canadá até agora, psicologicamente. Fiquei muito feliz quando nesses dias pude sentir o calor do sol na pele. Agora a temperatura está bem melhor, “esquentou”. As temperaturas ficam em torno de -10°C, às vezes chegando a -3°C. A neve começou a derreter, e já dá para ver em alguns lugares um pouco de grama. O único problema é que o campus é um pouco afastado do centro da cidade. O mercado mais próximo fica há 25 minutos. Pode parecer pouco tempo, mas no inverno é muito, principalmente se for preciso pegar ônibus e caminhar na rua com as sacolas nas mãos. Em relação à questão financeira, a bolsa fornecida pelo governo é suficiente não só para as necessidades básicas, mas também para entretenimento. Recomendo a todos um intercâmbio, seja pelo Ciências sem Fronteiras ou não. Não somente pela questão acadêmica, mas sim devido ao crescimento pessoal que se pode obter saindo da rotina, saindo da realidade que estamos acostumados. Esse crescimento pessoal com certeza refletirá na vida profissional, já que conhecendo outras realidades, entende-se melhor a que se está inserido. Assim, compreendem-se melhor as pessoas, ouvem-se mais claramente as palavras e tornam-se mais evidentes os sinais. Tudo isso soma muito aos profissionais da área da saúde, que, além de lidar com pessoas, possuem o poder de transformação da realidade, já que estão tão próximos de questões sociais. Abraços ao André, à Cristiana e à Vanessa da Assessoria para Assuntos Internacionais e Interinstitucionais (AAII) da UNISC, que me ajudaram tanto em todo o processo e sem eles minha vinda não seria possível. Abraços a todos os amigos da ATM 2016/1 e da UNISC (colegas, funcionários e professores).


Ano 3, Edição 4

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Liga da Pediatria É sabido que as ligas acadêmicas auxiliam na formação do estudante, contribuindo na fixação de conteúdos, e acima de tudo, na formação pessoal ao aproximar o acadêmico da ação em Medicina. Isso ocorre não só através da elaboração de projetos de pesquisas dentro da comunidade, mas também em decorrência da promoção de eventos diversos que proporcionam o crescimento profissional e pessoal do integrante da liga. A Liga da Pediatria, atuante desde 2008 na Medicina da UNISC sob a orientação das professoras e pediatras Marília Dornelles Bastos e Tatiana Kurtz, vê o cuidado à infância como a maior ferramenta na formação de um adulto físico e psiquicamente saudável. É possível perceber que a ação do pediatra engloba o cuidado à vida no seu sentido mais amplo. Desse modo, independente da especialidade a ser seguida, é preciso ter o conhecimento básico acerca dessa especialidade tão rica e perceber que a ação do pediatra pode repercutir de forma direta no desenvolvimento do paciente, ao longo de toda a sua vida. As reuniões da Liga são quinzenais, onde sempre são abordados assuntos relacionados à saúde da criança, através de apresentação de relatos de casos, o que possibilita a capacitação teórica e prática dos ligantes. Também são abordados assuntos diversos como organização de eventos e elaboração de trabalhos. Além das orientadoras, a Liga conta com a participação do professor e patologista Dennis Baroni Cruz nas discussões de casos. A Liga também promove, em geral uma vez por semestre, palestras com profissionais da área com o objetivo de levar conhecimentos/ atualidades aos demais alunos da Medicina. Os temas abordados no ano de 2012 foram “Obstrução Respiratória Alta: Diagnóstico e Conduta na Urgência Pediátrica”, com a otorrinolaringologista Andresa Borba, “Atualizações no atendimento em sala de parto”, com a pediatra neonatologista Fabiani Renner e “Asma na Emergência”, realizado no “Segundo Encontro de Ligas Acadêmicas”, com o pneumopediatra Leonardo Pinto. No ano de 2012 iniciou-se o projeto “Rir é o melhor remédio”, onde foram desenvolvidas atividades voltadas para as crianças internadas no Hospital Santa Cruz (HSC), no intuito de trazer diversão para as mesmas e criar um ambiente mais acolhedor tornando a prática médica cada vez mais humanitária. As próximas atividades do grupo vão ser agendadas para o decorrer de 2013. Um dos objetivos da Liga da Pediatria é promover atividades junto à comunidade de Santa Cruz do Sul e região visando atenção à primeira infância. Isso vem sendo feito há dois anos com atividades no município de Monte Alverne, onde acontece a Feira de Saúde. Nesse evento é realizada uma pescaria educativa, com diversos brindes arrecadados e distribuição de folders (sobre aleitamento materno, acidentes de acordo com a faixa etária, acidentes com produtos tóxicos e animais peçonhentos, entre outros). No dia 03 de abril de 2013, a Liga promoverá seu processo seletivo, no qual haverá três vagas disponíveis para pessoas que tenham interesse na área da Pediatria e que estejam dispostas a participar de eventos e de projetos voltados à saúde da criança. A seleção será através de uma questão teórica (com assuntos pré-definidos), entrevista e média das notas no módulo de Saúde da Criança. Neste ano, está sendo programada a ida da Liga da Pediatria ao VI Congresso Gaúcho de Atualização em Pediatria, em Porto Alegre, dos dias 12 a 15 de junho, e ao 36º Congresso Brasileiro de Pediatria, que acontecerá em Curitiba – PR nos dias 8 a 12 de outubro. Trabalhos científicos estão sendo elaborados com o intuito de representar a nossa Universidade neste evento.


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Evite a demência: Faça exercícios mentais. 7 1

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Respostas no site do DA

VERTICAIS: 1. Doenças que mais matam no mundo 2. Associação que reúne médicos ligados à Saúde do Trabalhador 3. Ideia de que sua cultura é superior às outras 4. Doença erradicada do mundo na década de 80 5. Sistema de classificação de hérnias inguinais e femorais 6. VIII par craniano 7. Camada ocular externa 8. Publicação que reúne a classificação de transtornos psiquiátricos 9. Movimento da água do meio menos concentrado para o mais concentrado 10. Maior músculo do corpo 11. Coloração avermelhada na pele 12. Intramuscular 13. (?) Garcia Marques: Cirurgião brasileiro 14. Gameta masculino 15. Local hospitalar onde ocorrem os nascimentos 16. Órgão responsável pela visão

HORIZONTAIS: 17. Congresso que este ano foi em Caxias do Sul, dos dias 20 a 22 de junho 18. Postura que prega que não há verdades absolutas 19. Um dos princípios do SUS 20. Paciente-foco da Geriatria 21. Órgão linfático que involui com o crescimento 22. Tumor intraocular 23. Ácido que possui importante papel antiagregante plaquetário 24. Elevação potássica na corrente sanguínea 25. Uma classe de antimicrobianos 26. Deixado para carregar fluidos para fora do tecido 27. Anel linfático formado pelas tonsilas 28. Um dos ossos do carpo 29. Substância visco-elástica produzida no reticulo endoplasmático e Complexo de Golgi 30. Maria Cecília de Souza (?): Socióloga pesquisadora da área da Saúde


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