pra você
• ano II • edição 11 • JUL AGO 2018 •
ESPECIAL PAIS
Vidas que foram transformadas pela paternidade gastro tour
A exótica e peculiar culinária russa carnes
Toda nobreza e sabor do cordeiro
combina? com o que
Um guia de harmonização de pratos com cervejas que irão proporcionar uma experiência mais agradável e saborosa
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Sumário 16
Em família
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A simplicidade e o bom gosto da cozinha de João Carlos Caldeira
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Capa
Cleber Clemente dá a receita de uma moranga com carne seca
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Especial pais Duas histórias inspiradoras sobre a paternidade
Harmonização de pratos e cervejas
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Na casa do chef
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Pizzas
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Vinhos que harmonizam com as deliciosas pizzas artesanais do BigLar
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Nutrição As qualidades nutricionais do mel
Azeites
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Entendendo a acidez, rótulo e composição
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Carnes As qualidades e a nobreza do cordeiro
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Gastro tour Rússia: uma cozinha autêntica e exótica
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Motor Os novos modelos nacionais de luxo
Editorial
O que combina com você?
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cerveja está em alta! O interesse pela bebida tem atraído novos apreciadores que, até pouco tempo, limitavam-se a degustar as marcas populares e estilos mais comuns. Com a chegada de marcas internacionais, as fusões das grandes cervejarias e a partir do grande movimento em torno da cerveja artesanal, o conhecimento e a curiosidade do consumidor sobre a bebida subiu de patamar. Hoje, as mais bem elaboradas formulações disponíveis no mundo estão à disposição dos brasileiros. E aqui, no BigLar, a cerveja tem um espaço especial. São dezenas de rótulos e estilos disponíveis. Para ajudar nosso amigo leitor a escolher um acompanhamento que harmonize com alguns desses estilos, preparamos um guia de pratos e acompanhamentos que irão proporcionar uma experiência gastronômica mais completa e, na hora de receber os amigos, ganhar os merecidos elogios pelo bom gosto. João Carlos Caldeira, o Joca, é professor de gastronomia, cozinheiro e apreciador da boa mesa. Ele recebeu em sua casa pessoas queridas para um jantar Em Família. A partir de ingredientes singulares, Joca preparou uma refeição à primeira vista simples, mas que proporcionou uma rica experiência gastronômica aos convidados. Generoso, ele compartilhou as receitas com nossos leitores e contou sobre sua trajetória em um bate-papo para lá de agradável. Para registrar nossa homenagem ao Dia dos Pais, conversamos com dois papais que com a paternidade viveram uma transformação muito intensa na vida. Eles nos contaram como foi esse processo e o quão importante foi a chegada dos filhos em suas vidas. Ainda nesta edição apresentamos uma matéria sobre a nobre carne de cordeiro. Também preparamos um breve guia de vinhos que harmonizam perfeitamente com as deliciosas pizzas artesanais do BigLar. E ainda: um passeio pela rica e exótica gastronomia russa; os modelos de carros de luxo disponíveis e fabricados no Brasil; os benefícios do mel para a saúde, entre muitos outros temas. Uma agradável leitura e um abraço fraterno da
Família BigLar bigl ar
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A revista “≠ pra você” está disponível gratuitamente para tablets e smartphones na App Store e Google Play
Coordenação Geral Genius Publicidade CEO Junior Brasa Atendimento Amanda Rodrigues Hedlaine Barros Produção Gráfica Tassia Nagazawa
Conteúdo, edição e arte
Direção Editorial Glauco Piccirillo Redação Adriana Panzini Elen Valereto Gabriela Ferigato Lidiane Barros Marcelo Xavier Michelle Monte Mor Priscila Vanti
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Protásio Morais Direção de Arte Juliano Polotto
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Tiragem 10 mil exemplares Para Anunciar
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carta do leitor
Sempre tem o que procuramos Conheci o BigLar ainda criança, quando íamos passar os finais de semana na casa da minha avó, em Várzea Grande. Lembro que meus pais iam até a unidade que fica na Senador Filinto Muller para comprar pães e outros itens. Atualmente, frequento o BigLar do Jardim das Américas e gosto de comprar pães lá para lembrar minha infância. Mas vou também atrás de ingredientes exóticos e difíceis de encontrar em outros lugares. Este é o diferencial do BigLar: sempre tem o que procuramos. Na minha avaliação, o melhor supermercado de Mato Grosso.
Júlia F. M. Palmeira Rocha, cliente BigLar há quase 25 anos
Amor à primeira vista Não sou cuiabana, mas quando conheci o BigLar, nos anos 90, foi como amor à primeira vista. Hoje frequento a unidade Jardim das Américas e gosto de comprar lá porque é um mercado modelo, tem de tudo, bem-organizado e atendentes muito educados. Gosto das frutas e dos pães, em especial o multigrãos, que é maravilhoso. Lembro-me de uma comemoração do Dia Internacional da Mulher em que recebi um vaso de flores. Vou direto ao BigLar e não mudaria nada por lá. Está perfeito.
Angela Maria Lopes de Souza, cliente BigLar há quase 30 anos
Faço propaganda do BigLar Sou empresária e tenho uma rede de supermercados de bairro e médio porte em Cuiabá, mas também sou cliente BigLar e admiro muito essa rede. Frequento a unidade do Jardim das Américas. Viajo muito e costumo visitar as grandes redes de supermercados, principalmente em São Paulo, Rio de Janeiro e Recife e até hoje, não encontrei um igual ao nosso aqui em Cuiabá. O BigLar é de uma competência admirável e, além disso, tudo que preciso ali eu encontro. Seja na qualidade, seja no atendimento, tudo perfeito. Pode até parecer estranho uma empresária do mesmo segmento admirar tanto um potencial concorrente. Mas não é esse o caso, pois nas redes de bairro, a variedade de mercadorias é menor. E é por isso que digo que sou cliente BigLar. Quando preciso, corro lá. Por onde vou, faço propaganda, pois são perfeitos em tudo. Principalmente depois da inauguração das novas lojas.
Luzia Oliveira, cliente BigLar há mais de 10 anos
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n a P r at e l e i r a — p o r P r i s c il a V a n t i —
Am a r e l a E
saborosa
Bem forte!
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ostarda é o ingrediente ideal para dar um sabor especial aos pratos do dia a dia. Ela pode ser utilizada em salsichas, carnes, sanduíches, ovos, churrascos e fondues. Use também para temperar e finalizar molhos. A Hengstenberg, principal marca de conservas da Alemanha, disponibiliza várias versões para o cliente BigLar. A Mostarda Rotisseur é moída grosseiramente e é picante, distinguindo-se por seu sabor meio-quente. Graças a seu processo de fabricação especial, mantém o sabor mesmo quando aquecida. Já a mais antiga especialidade de mostarda, a Dijon, é produzida usando métodos tradicionais e seu sabor acentuado é muito popular na preparação de molhos, peixes e pratos de ovos, bem como, tempero de pratos.
A raiz-forte ou meerrettich é uma especiaria que complementa carnes, peixes, ovos e molhos. Antes da chegada das pimentas e especiarias na Europa, raiz-forte e mostarda eram os condimentos picantes mais usados. Muito comum em toda Europa, a iguaria é utilizada ralada (fresca) ou em pó (seca). Existe um famoso prato típico alemão chamado “Tafelspitz” que é alcatra ou músculo cozido até ficar bem macio, servido com raiz-forte misturado com nata. Quer experimentar? A raiz-forte da Hengstenberg, principal marca de conservas da Alemanha, está em todas as lojas do BigLar. Não deixe de conhecer e de levar um pouco da Europa para sua casa.
M o l h o c a s e i ro a j ato
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ocê conhece a passata de tomates? Trata-se da polpa de tomate cozida, sem a pele ou sementes. Ela não possui conservantes nem temperos. É indicado utilizar a passata naqueles dias em que se quer preparar um molho caseiro e não se encontram tomates maduros de qualidade. Basta adicionar os seus temperos e o molho fica do seu jeito. Mais fácil e saudável que isso, impossível. Para melhorar, só se a passata for da Canpez, marca que dispensa apresentação e une produtos de qualidade com o melhor custo-benefício. Que tal fazer seu molho caseiro já no próximo final de semana? A Passata di Pomodoro Canpez está a sua espera no BigLar.
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Pa s ta t r a d i c i o n a l
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roduzida no sul da Itália, a Pasta Rummo é convertida a partir de trigos selecionados. Pelo fato de ser trabalhada lentamente, tanto no desenho como na secagem, obtém-se um produto de alta qualidade com os cartões de massas artesanais e a tradição de longa experiência. A classificação das massas Rummo, é dividida em três grupos: Pasta Corta ou Massa curta (penne, fusilli e farfalle), Pasta Lunga ou massa comprida (spaghetti no 3, spaghetti no 2, tagliatelle e linguine) e Pasta Legendária (mafaldine, orecchiette e paccheri). Viaje nas incríveis possibilidades de massas e molhos e transforme sua casa em uma verdadeira cantina italiana.
Derrete na boca Os deliciosos biscoitos Gastone Lago são indispensáveis entre os fãs desse tipo de produto. Os 45 anos de experiência garantem a qualidade dos produtos da marca italiana, apreciados em todo o mundo. A crocância incrível dos biscoitos se mistura com o delicioso sabor dos ingredientes de alta qualidade, que derretem na boca. As receitas e os formatos são variados, garantindo que você leve um tempo até decidir seu favorito. Uma jornada tão gostosa que você não vai querer que acabe nunca. É graças a isso que a Gastone Lago é hoje uma das líderes italianas na produção de wafers e uma das empresas líderes no cenário europeu de confeitaria.
Tipicamente
Alemão
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chucrute (sauerkraut) é uma conserva de repolho fermentado. Pode ser feita também com folhas de repolho firmes. O repolho é fonte de vitamina C e outras, e o chucrute conserva boa parte (cerca de 50%) dessas vitaminas. É considerado prato típico da culinária alemã, sendo consumido em todo o mundo. Graças a um processo especial de produção criado pela marca, assim como pela utilização do bem-conceituado vinho branco alemão, o chucrute Hengstenberg, principal marca de conservas da Alemanha, se destaca pelo sabor suave e suculento. Use sem aquecer em saladas, aquecido com salsichas e pratos típicos alemães ou adicionando em seu molho preferido. Explore essa diversidade de sabores e apaixone-se pela qualidade Hengstenberg.
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vitrine
Já Nas
gôndolas — I NSTA G RA M @ s u p e r m e r c a d o s b igl a r —
os produtos mais curt id os na s nossa s rede s so ciais baixa acidez
s o ta q u e r u s s o
a r o m a i n c o mp a r á v e l Aquele prato especial e delicioso pode ficar muito mais saudável com azeite extravirgem Canpez. Sua composição apresenta baixo toque de acidez de sabor e aroma suave. Para a salada ou para cozinhar, uma ótima opção.
Sol del Limari é um azeite extravirgem mundialmente reconhecido. Produzido a partir de azeitonas altamente selecionadas, tem cor verde intensa e um delicioso aroma de ervas frescas.
A russa Baltika é a segunda maior cervejaria da Europa. Possui cervejas puro malte premiadas em várias competições. Apresenta embalagens modernas e exóticas. É a mais popular cerveja entre os russos.
frescor picante
aperitivo agradável
Os clássicos pepinos alemães em conserva da Hengstenberg são crocantes e delicadamente condimentados. Ideal como aperitivo, pode também ser servido em saladas ou como acompanhamento.
molho especial Tradicional acompanhamento da culinária alemã, o rotkohl (repolho roxo) da Hengstenberg é preparado com maçãs em uma infusão de vinho picante. Perfeito para acompanhar carnes assadas ou salsichas.
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Os tomates pelados da marca italiana Canpez são de primeiríssima linha. São frutos frescos e sem conservantes que irão produzir um molho natural e saboroso, ideal para uma pasta típica italiana.
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Fotos: Wander Lima
e m fa m í l i a
Simples sublime e surpreendente — Por Protasio Morais —
Cerc ado de afe to
o professor do curso ´ d e g a s t r o n o m i a J o ã o C a r lo s C a l d e i r a d e s v e n d a o s p r a z e r e s d e u m p r at o s i m p l e s e b e m - f e i t o
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oão Carlos Caldeira, o Joca, é empresário, professor de gastronomia, mas acima de tudo, é um apaixonado pela arte de cozinhar. Não é chef profissional, como faz questão de enfatizar, mas seu conhecimento, capricho e técnica, proporcionaram respeito de profissionais e daqueles que têm o privilégio de provar uma refeição preparada por ele. Ao chegar em sua bela casa, Joca, como é carinhosamente chamado pelos amigos e familiares, de avental, recebeu-nos de braços abertos e com uma simpatia sem igual. Estava na cara que o prato principal da noite seria uma receita italiana ou portuguesa, talvez, levando em consideração a ancestralidade do anfitrião. A julgar pelo requinte da mesa posta, o prato seria sim algo sem precedentes.
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Bem, não foi exatamente assim. Nem italiana, nem portuguesa e muito menos sem precedentes. Uma extraordinária Língua Bovina Confitada acompanhada de Purê Rústico de Batata-doce seria o prato principal da noite. Uma receita tão simples quanto sublime, preparada com muito esmero e absolutamente comum na culinária tradicional brasileira. Não dá para ser mais simples, você deve estar pensando, não é mesmo?!
momentos Em f a m í l i a
A seção Em Família tem como pauta principal trazer um pouco do cotidiano dos chefs de cozinha de Mato Grosso. Por isso, ao fazer a produção de cada matéria, a Revista BigLar pede que esses profissionais indiquem um prato que cozinhariam em um almoço ou jantar entre parentes e amigos. Assim, você, leitor, se tiver vontade, pode reproduzir essas delícias na sua casa e fazer o seu próprio encontro em família.
Então espere até ler a receita do prato de entrada, tão surpreendentemente simples quanto prático, além de outros predicados: Rodelas de tomate com muçarela de búfala e manjericão, banhadas com azeite e vinagre balsâmico. E caiu tão bem com a língua que mais parecia uma guarnição do prato principal. “Gosto de tudo muito simples. Hoje em dia há uma glamourização da gastronomia e isso me incomoda um pouco. Eu e minha família viajamos muito e adoramos experimentar pratos novos, por onde passamos, degustamos muitas receitas sofisticadas, mas sempre voltamos para casa com uma vontade incontrolável de comer arroz, feijão, bife e batata frita. O que me cativa mesmo é a comida simples e bem-feita. Adoro língua e purê de batata-doce, que não por acaso, comemos sempre aqui em casa”, exalta Joca. Por falar em viagens gastronômicas, Joca, que além de professor é economista, também é formado em jornalismo, escreve periodicamente, há 4 anos, para o site destemperados.com.br, uma plataforma de conteúdo gastronômico que reúne pessoas que simplesmente gostam de comer e beber e que espalham suas impressões das mais variadas
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confitada Língua Bovina
Ingredientes: • 1 língua bovina • 1/2 limão • 1 cabeça de alho •1 xícara de chá de farinha de arroz • 1 xícara de chá de azeite extravirgem ou óleo •5 folhas pequenas de manjericão • Pimenta-do-reino • Sal a gosto Modo de preparo: Lave a língua em água corrente e leve ao fogo numa panela de pressão com 1 litro e meio de água, por aproximadamente 15 minutos. Retire do fogo e deixe esfriar para remover a pele que recobre a língua. Corte-a em fatias de 15 cm de espessura e polvilhe com sal. Bata os temperos (alho, manjericão, sal, limão e pimenta-do-reino) num mixer ou liquidificador com uma xícara de café de água. Deixe a língua fatiada mergulhada no tempero por pelo menos 30 minutos. Depois, passe as fatias de língua pela farinha de arroz e frite-as em azeite (ou óleo) bem quente, dourando ambos os lados e reserve em papel absorvente. Dica: Não é necessário mergulhar a língua no azeite ou óleo, basta uma quantidade suficiente para dourar.
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purê rústico d e B atata - D o c e
Ingredientes: • 3 batatas-doces brancas médias • Sal a gosto • 1 pitada de pimenta-do-reino • 1 cabeça de alho • 1 xícara de chá da água do cozimento • 2 colheres de sopa de manteiga gelada Modo de preparo: Lave, seque e descasque as batatas (ou se preferir, pode manter a casca). Corte em cruz e transfira para uma panela média. Cubra com água e tempere com ½ colher (de chá) de sal. Leve ao fogo alto e, assim que ferver, deixe cozinhar por mais 20 minutos, ou até ficarem macias. Para verificar, espete com um garfo. Desligue o fogo e reserve 1 xícara (de chá) da água do cozimento. Escorra as batatas por uma peneira. Em outra panela, coloque duas colheres de sopa de manteiga e uma cabeça pequena de alho picado grosseiramente. Derreta a manteiga e deixe o alho liberar seu aroma na manteiga. O alho deve ficar levemente dourado, não pode fritar ou tostar. Volte as batatas ainda quentes para a mesma panela da manteiga com alho e amasse grosseiramente com um garfo até a consistência desejada. Acrescente, aos poucos, a água do cozimento para dar o ponto. Se preferir, passe as batatas por um espremedor. Prove e, se necessário, tempere com mais sal. Sirva a seguir se desejar quente. Ou leve à geladeira e sirva frio.
maneiras. A cada 15 dias, Joca publica um novo texto com dicas gastronômicas que vão de espetinhos a restaurantes consagrados. Vale muito a pena conferir. “Sou simplesmente um apaixonado pela gastronomia. Vou muito a congressos e eventos gastronômicos, adoro restaurantes, mas cozinho muito pouco em casa, confesso, e quando o faço é sempre muito simples e trivial, nada muito sofisticado”, frisa Joca. De longe, o concunhado Henrique Gouveia, que aguarda o jantar afirma: “Ele é um supercrítico da gastronomia, tem muito conhecimento de causa, já experimentou
receitas do mundo inteiro e é excelente na cozinha”. Joca revela ainda de onde vem sua grande inspiração com esse jeito simples de preparar pratos tão apetitosos. “Minha mãe tem muita influência no meu jeito de cozinhar. Adoro a comida dela, adoro carne de panela, abobrinha, arroz, feijão e a tradicional macarronada de domingo. Eu a consulto sempre. O frango caipira com batatas dela é maravilhoso.”
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muçarela
d e B ú fa l a , To m at e e Manjericão
Mesa farta e repleta Tudo muito organizado, pratos sobre a mesa e uma expectativa acima do normal. Era hora da entrada. À cabeceira, Dona Dirma, mãe de João Carlos observa tudo atentamente, enquanto seu filho a serve. O olhar da matriarca denuncia o imenso orgulho que sente do filhão. Antes do jantar, entretanto, Dona Dirma expressou um pouco os seus sentimentos. “Adoro
quando ele vai para cozinha, adoro a comida dele. Esse menino é tudo na minha vida. Tenho muito orgulho dele. É uma pessoa de muita garra e muito dedicado. É bom em tudo que faz e parece que nada o abala, um menino que está sempre disposto”, revela com os olhos marejados. À mesa estão também a esposa de Joca, a médica Alessandra Figueiredo Caldeira e a filha do casal, Ana Luiza. Do outro lado, a cunhada
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Ingredientes: • Muçarela de búfala fresca tipo bola (média ou grande) •4 tomates (italiano ou holandês) grandes bem maduros • Manjericão fresco • 2 colheres de sopa de creme de aceto balsâmico • 2 colheres de sopa de azeite extravirgem Modo de preparo: Lave os tomates e o manjericão em água corrente. Corte o tomate em rodelas generosas de 1cm. Fatie a muçarela fresca em pedações de 1cm também. Num prato grande ou num recipiente de vidro, monte as porções na seguinte ordem: o tomate primeiro, depois a muçarela e por fim o manjericão. Por cima de cada porção, coloque algumas gotas (quantidade pequena, para não roubar o sabor delicado do tomate e da muçarela) de creme de aceto balsâmico. Regue com um fio de azeite extravirgem por cima das porções e leve à geladeira. Sirva frio. Não é necessário acrescentar sal (por conta do sal já existente na muçarela). Dica: se preferir, polvilhe uma pequena pitada de pimenta-do-reino ou baru moído, para dar crocância.
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e mamão Creme de Açaí
Ingredientes: • 300 g de açaí congelado • 1 mamão médio maduro (formosa) ou 2 mamões-papaia • Folhas de hortelã Aleandra Barros e o concunhado Henrique, pais da pequena Rafaela. E, apesar de tanta gente ao redor da mesa, o silêncio prevaleceu por alguns segundos, todos encantados, ou melhor, ocupados com o jantar. Por fim, Joca serviu a sobremesa, que seguiu a lógica da simplicidade como todos os pratos anteriores. Numa taça avantajada, um delicioso mix de açaí com mamão papaia e um toque de hortelã encerrou em grande estilo o jantar em família.
Cozinha de origem
para levar ao seu restaurante o que a culinária local tem de melhor a oferecer. O resultado: sua cozinha está entre as melhores da América Latina”, explica. Mas, e quanto ao Joca, será que, com tanto talento na cozinha e um olhar atento à sua cultura, teria alguma pretensão de abrir um estabelecimento e socializar seus dotes culinários? “Sinceramente, não tenho a intenção. Eu gosto mesmo é de comer bem e relaxar. Se eu tivesse que definir a minha relação com a culinária, diria que sou um profissional do garfo”, diverte-se.
É um termo da gastronomia aplicado às receitas que valorizam ingredientes e modos de preparo tradicionais e comuns à região. E é a esse conceito que Joca se apega para preparar suas mais preciosas receitas. “Hoje em dia, os grandes chefs do mundo estão nesse resgate da simplicidade, valorizando os melhores e mais frescos ingredientes de cada localidade. Claro, sempre com produtos de qualidade e uma boa apresentação. No Peru, por exemplo, o chef Virgilio Martínez passou quatro anos dedicando-se a conhecer os ingredientes daquele país
Modo de preparo: Retire as cascas do mamão e corte em pedaços. Num liquidificador, coloque meio mamão médio formosa maduro (ou dois mamões papaia) e acrescente 5 bolas (tipo sorvete) de açaí congelado. Bata por alguns segundos até obter um creme homogêneo. Coloque num recipiente e deixe na geladeira (ou no congelador por alguns minutos) e sirva bem gelado. Decore com uma folha de hortelã fresca sobre cada porção.
“Hoje em dia, os grandes chefs do mundo estão nesse resgate da simplicidade, valorizando os melhores e mais frescos ingredientes de cada localidade. Claro, sempre com produtos de qualidade e uma boa apresentação. João Carlos Caldeira
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CA P A — Por Lidiane Barros —
Harmonia e confraternização boa cerve ja
b o a m e s a b o a c o m pa n h i a : ´ ´ a har m on iz aç ão mais q u e p e r f e ita
S u mm e r Al e Cuyabana Summer – Buffalo Wings (asinhas de frango empanadas e fritas com barbecue) • Estilo criado nos EUA. Uma cerveja de corpo e perfil de lúpulo leves. Para consumidores que buscam algo mais marcante, mas sem fugir muito do tradicional.
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Pilsener Baltika – Ventrecha de pacú frito • Nome deriva da cidade de Pilsen, região da Boêmia, onde o estilo foi produzido pela primeira vez em 1842 e tornou-se rapidamente o tipo mais produzido e consumido no mundo inteiro.
paladar e a regionalização dos pratos. “No caso de um peixe, na escolha do estilo de cerveja teremos que pensar: ‘é peixe do mar ou é de água doce? É grelhado, frito ou ensopado?’”, instiga reflexão. Trazendo para a realidade mato-grossense, um filé de pintado frito, segundo ele, cai muito bem com uma German
Fonte/descrição dos estilos: Larousse da Cerveja, de Ronaldo Morado
migos, futebol, cerveja e comida boa. Para o brasileiro é a combinação perfeita, não é mesmo? Em tempos de Copa do Mundo entramos no clima da “harmonização perfeita” e convocamos um “técnico” especial para reunir um time infalível de cervejas e pratos cujos aromas e sabores garantem uma degustação vitoriosa. Autor das cartas de cervejas de importantes restaurantes da capital, o beer sommelier, Elvio Resende, é referência na área, ainda que, segundo ele, a harmonização de pratos e cervejas seja uma experiência muito nova. “O processo é muito intuitivo e subjetivo, mas acima de tudo, muito simples. Estamos mesmo na fase da experimentação, no método da tentativa e do erro”, diz. A imersão neste campo também exigiu que ele fosse para a cozinha. “Eu já cozinhava uma coisa aqui e outra ali, mas se tornou bastante frequente. Umas três vezes na semana preparo pratos e “exercito” a combinação com cervejas. Consigo construir propostas, mas ainda não há regras pré-estabelecidas.” Afinal, como ressalta, há que se levar em conta peculiaridades como o
Weiss ou uma Pilsener. “A harmonização, na verdade, é uma prática muito simples, estamos o tempo todo fazendo isso, quando combinamos o café com o pão de queijo, por exemplo. Mas no caso da bebida, precisamos estar atentos a alguns detalhes que podem orientar nossas experimentações.” Cervejas leves devem acompanhar comidas leves, enquanto as de sabores mais intensos harmonizam melhor com comidas mais gordurosas. Independentemente da cor, o mais importante na escolha da cerveja para o prato é observar as características de cada um. Vale apostar no contraste do sabor amargo com o doce, do refrescante com o picante e do ácido com o neutro.
Weissbier Licher Weiss – Salsichas alemãs com mostarda •É a cerveja de trigo do sul da Alemanha, região da Baviera. Tem um leve sabor de fruta, muito clara, com espuma branca e abundante e, sempre efervescente.
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Viena Lager Louvada Viena – Hambúrguer de carne bovina • Utilizando um método diferenciado de maltear os grãos, esta cerveja foi desenvolvida em Viena, na Áustria, em meados de 1840. A presença elegante do malte é contrabalanceada pelo amargor do lúpulo.
ESCOLAS CERVEJEIRAS Ainda que futebol e cerveja sejam grandes paixões dos brasileiros, há países que entram na disputa pela taça que já somam milhares de anos de amor à bebida fermentada à base de cereais e também são grandes potências do esporte. Alemanha e Inglaterra, duas importantes escolas cervejeiras, sabemos bem, construíram uma bela história no futebol. De acordo com Elvio, os monastérios representavam o principal centro de desenvolvimento da cerveja, conhecidos como grandes redutos do conhecimento científico, detentores das técnicas e os primeiros a comercializarem a cerveja. “Os monastérios eram grandes paradas, muitas pessoas se hospedavam e faziam suas refeições. Era lá que compravam também a cerveja para seguir viagem.” Foi a partir daí que os países começaram a desenvolver suas fórmulas e características. Na Alemanha, há relatos desde o século V. “Havia muitos monastérios e muitos reinos. O Estado controlava a produção e a Alemanha era dividida em micror-reinos. Os próprios reis produziam sua cerveja, seu modelo. Foi este país que deu início a um modelo mais estatal, com regras próprias de produção e controle muito maior. Mas para se ter uma ideia, o pioneiro do ramo, o Monastério de Wheinstphaner
já possuía licença para produzir em 1053”, diz o sommelier. Já na Inglaterra, segundo ele, as cervejas começam a fazer parte do cotidiano, nas public houses, entre 1600 e 1700 e veja só, produzidas por mulheres. “Elas produziam e
as pessoas iam até estes lugares para consumir e comprar sua cerveja”. Neste mesmo período ocorria a Revolução Francesa, muitos monastérios católicos tiveram que sair da França e expulsos, os monges se alojaram na Holanda e na Bélgica, levando toda
B e l g i a n B l o n d Al e Belgian Mango Brut – Ceviche de piranha, nipônico ou peruano • Cerveja popular na Bélgica. Lembra uma pilsen, devido à aparência clara e brilhante e à espuma persistente, mas trata-se de uma Ale, de corpo médio e leve sabor de trigo.
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sua tecnologia para lá. “É aí que se registra o surgimento da cerveja moderna, como a conhecemos e a Bélgica forma essa trinca das escolas cervejeiras a que mais tarde, foram integrados também os Estados Unidos, que entra como a quarta potência, a partir da década de trinta”, conta. Os belgas têm uma história que em muito inspira esse processo de harmonização tão almejado pelos amantes das cervejas especiais. “É de lá que saem as cervejas mais inovadoras, com teor alcoólico maior, de diferentes vertentes e com experimentações mais interessantes, como às que são adicionadas frutas ou chocolates”, exemplifica. “Já a Alemanha, bem tradicional, tem em sua produção um perfil sensorial influenciado pelo malte. Enquanto a Inglaterra possui dois grandes grupos, as cervejas escuras, representadas pelas stouts e porters e as bitters, mais amargas que utilizavam gruit e depois, o lúpulo. São cervejas mais equilibradas.” “Ao que parece, o país da cerveja é mesmo a Bélgica. E sem contar que a prática da harmonização está bastante vinculada à cultura gastronômica
Am e r i c a n L a g e r Louvada Hop Lager – Muçarela de búfala com tomate-cereja e molho pesto • Cerveja leve, refrescante com notas marcantes dos lúpulos americanos no aroma e no paladar.
do país, bastante influenciada pela França. Os belgas conseguem fazer um trabalho muito legal de harmonização. É quase natural para eles pensar sobre esse processo, o prato à mesa com uma boa cerveja. E no Brasil? Bem, em terras tupiniquins a produção mais representativa remonta a década de noventa, iniciada
pela Dado Bier e Colorado, duas pioneiras. Na terra do peixe com maxixe, no entanto, as primeiras incursões pelo universo da cerveja especial remonta o início dos anos 2000. “Começam a chegar as primeiras cervejas importadas, no entanto, o grande salto foi a partir de 2010, com a abertura do mercado”, avalia. Elvio é também um pioneiro na área. Começou a investir neste mesmo ano, com um curso básico de introdução à cerveja na Associação Brasileira de Sommeliers. Mais tarde, capacitou-se para ser um beer sommelier e mais recentemente, mestre em estilos.
S c h wa r z b i e r Kostritzer – Ragú de costela com nhoque de mandioquinha • Schwarzbier quer dizer “cerveja preta” em alemão, embora seja marrom-escura. É bastante encorpada, com leve aroma de malte torrado, quase achocolatado ou cafeinado, sabor doce e, ao mesmo tempo, amargo.
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Witbier Louvada Wit Beer – Feijoada • Cervejas de trigo belgas. Muito diferentes das de trigo alemãs, geralmente usam trigo não maltado e são temperadas com semente de coentro ou casca de laraha, fruta similar à laranja.
ESTILOS Atualmente, há mais de 150 estilos reconhecidos. Quem organiza esse universo e cria parâmetros são essencialmente duas entidades, a BA, dos Estados Unidos e a BJCP, que reúne juízes de campeonatos. Baseados por estas catalogações, escolhemos sete deles com indicações de pratos. Já dá para se programar e aproveitar a próxima reunião entre amigos para colocar em prática algumas sugestões de harmonização. Boa parte dos ingredientes você encontra no BigLar e claro, as cervejas estão todas nas gôndolas, é só chegar!
R u s s i a n Imp e r i a l S t o u t Louvada Dark Side – Trufa de chocolate meio amargo • Ficou famosa por ser a cerveja predileta do czar russo Alexander, devido ao alto teor alcoólico, que ajudava a amenizar o frio em suas longas viagens. Possui variadas quantidades de grãos torrados, aromas frutados, muito lúpulo e álcool.
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Fotos: Wander Lima
Cleber Clemente — Por adriana panzini —
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oa comida e pessoas especiais. A combinação favorita do chef de cozinha, cerimonialista e decorador Cleber Clemente é a receita ideal para celebrar o Dia do Amigo. A data foi criada pelo argentino Enrique Ernesto Febbraro em 1969. Inspirado pela chegada do homem à Lua, ele enviou cartas para várias partes do mundo, convidando as nações a instituírem este momento especial para lembrar que, quando a humanidade resolve se unir, não há objetivo impossível. Comemorado no Brasil em 20 de julho e em alguns países no dia 30 de julho, o que importa mesmo é aproveitar todas as oportunidades para estar com quem a gente gosta. Clemente convidou dois amigos queridos para dividir as receitas caprichadas para sua versão de Na Casa do Chef. Parceira de trabalho e afeto de longa data, Ariani Malouf é
referência de vida para o chef. “É uma pessoa determinada, carismática, que vai atrás do que quer, eu admiro muito isso”, comenta. Foi ela inclusive que o indicou para comandar por 50 dias uma risoteria dentro da Casa Cor, uma das experiências mais marcantes de sua carreira. Não por acaso a mãe de Ariani, Leila, é também sua grande inspiração, com talento que atravessa gerações. “Ela está acima de qualquer chef que eu conheço, é muito dedicada e realiza com o mesmo carinho a festa de mil pessoas e a de 30.” Companheiro de eventos e diversão, Thiago Matheus Ribeiro foi o outro sortudo participante do encontro. “Já nos conhecemos há um bom tempo e, depois que ele montou a parte de coquetelaria, temos feito grandes parcerias, é uma pessoa alegre, de bem
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com a vida e faz um trabalho excepcional”, destaca. O cardápio escolhido por Clemente para a ocasião combina sabor e praticidade com um toque de sofisticação, e já pode ser conferido no vídeo que está nas redes sociais do BigLar: minimoranga recheada com carne seca e farofinha crocante, papelote de salmão com arroz de coco e, fechando em grande estilo, banoffe na taça.
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Nosso convidado Os primeiros contatos do chef Cleber Clemente com a culinária se deram da mesma forma que para vários outros talentos da gastronomia: bisbilhotando e dando palpites nas receitas da família. “Com 10 anos, eu já tentava colocar um pouco do meu dom nas preparações
assista
na casa do chef
Confira a receita completa no Canal BigLar no YouTube e na nossa página no Facebook (facebook.com/superbiglar). A cada edição você vai encontrar uma receita especialmente preparada por nossos clientes apaixonados pela boa gastronomia.
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da minha mãe e até no churrasco do meu pai, onde sempre queria colocar uma erva ou outra, na época ninguém gostava das minhas interferências”, lembra o chef com bom humor. “Com o passar dos anos fui me aprimorando e, quando me mudei para Cuiabá em 1993, conheci a família Spinelli, que me deu a primeira grande oportunidade de trabalho”, conta. “Eles eram muito festeiros e me pediam para preparar os banquetes, foi onde eu comecei a me desenvolver na carreira”, acrescenta. Também ampliou seu escopo de atuação com as formações de cerimonialista e decorador. Hoje está entre os profissionais mais concorridos do setor. A visão e o conhecimento mais abrangentes fazem toda a diferença no atendimento. “Quando vou com o cliente a um bufê, por exemplo, para escolher o cardápio e definir os detalhes, ele percebe que tenho conhecimento de causa de todas essas áreas para opinar, o que dá um maior respaldo”, conclui. Como escolheu as receitas para este cardápio tão especial? Pensei em algo sofisticado, mas ao mesmo tempo simples de fazer,
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sem muitas técnicas, até mesmo para desmistificar um pouco dessa coisa da combinação “certa”. Eu agreguei a carne seca, que é um prato comum, com o salmão, que é mais sofisticado. O peixe é fácil de preparar, assim como a moranga, que é um ingrediente saudável e gostoso. A sobremesa, à base de doce de leite com banana, todo mundo gosta e também não tem nenhum segredo, mas as três etapas juntas formam um belo jantar ou um belo almoço. Que dicas daria para nossos leitores na hora de reproduzir os pratos em casa? A primeira coisa é comprar ingredientes de boa qualidade, isso já garante 50% da receita. Para a moranga, é preciso tomar cuidado para não furar a abóbora quando estiver cortando a tampinha e não deixar assar demais, tem que ficar al dente. O sal da carne tem que ser retirado, deixando de molho antes. Já o salmão não pode passar de 10 minutos no forno, senão fica seco, com este tempo ele já está cozido e suculento, que é o mais importante. O banoffe tem a massa doce e o recheio de doce de leite, então recomendo colocar pouco açúcar no chantilly com nata. Esse é o pulo do gato para ficar perfeita e nada enjoativa.
i nstag o u r m e t — I NSTA G RA M @ s u p e r m e r c a d o s b igl a r —
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ingredientes
• 1 cebola picada • 3 dentes de alho picado • 1 Pimenta dedo-de-moça picada • 20 g de sal • 1 colher de chilli em pó • 1 pé de porco defumado • 200 g de bacon picado • 2 colheres de extrato de tomate • 400 g de goiabada picada • 500 ml de cerveja preta • 250 g de ketchup • 100 ml de vinagre branco • 3 colheres de aceto balsâmico • 2 colheres de açúcar mascavo • 50 ml de molho de soja
molho barbecue de goiabada e cerveja preta
um toque especial
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na sua r ece ita Modo de preparo: 1. E m uma panela colocar o bacon e o pé de porco e deixar fritar um pouco, em seguida; 2. Refogar a cebola, a pimenta dedo-de-moça e o alho por aproximadamente 5 minutos. Adicionar o extrato de tomate, o açúcar mascavo, o vinagre, o chilli em pó, a cerveja preta e todos os outros ingredientes exceto, a goiabada. Deixar cozinhar em fogo baixo por aproximadamente 30 minutos; 3. Adicionar a goiabada e deixar derreter; 4. P rocessar, coar e servir. Pode ser consumido quente ou frio.
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ratatouille
Vegano — Adriana Panzini —
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hora de preparar o prato que se tornou mundialmente famoso graças à animação da Disney, o ratatouille. Nesta edição, o chef Marcelo Cotrim revela os segredos da receita que conquistou o rabugento crítico gastronômico da ficção, Anton Ego, mas que vai encantar também os mais exigentes comensais da vida real. Estima-se que a saborosa combinação de legumes e molho de tomate fresco tenha surgido no século XVIII, na região da Provença, na França. Há algumas versões para a origem do nome, mas a mais curiosa é que representa a junção do prefixo rata - gíria usada por militares para as suas refeições, basicamente legumes e feijões – com o termo tuiller, que significa cortes grosseiros. “No modo de preparo original, cada ingrediente é cozido de maneira separada para respeitar o tempo de cocção de cada um, para depois serem misturados e temperados com ervas da Provença”, explica Cotrim.
por exemplo, possui propriedades antioxidantes, contribuindo para o fortalecimento do sistema imunológico e prevenção do envelhecimento precoce da pele. O tomate é rico em vitaminas A, B e C, e sais minerais como potássio e cálcio. A berinjela garante fibras alimentares, protege os neurônios contra a ação de radicais livres e colabora para evitar a arteriosclerose. A dica para prepará-la sem amargor é fatiá-la, colocar em uma peneira, salpicar sal e deixar descansar por cerca de 30 minutos, lavando depois em água corrente fria e secando com papel-toalha.
Toque provençal saúde à mesa Além de delicioso, o ratatouille é uma opção saudável de cardápio para todas as dietas. Entre os ingredientes mais utilizados em sua composição estão vegetais com alto poder nutricional e pobres em calorias. A abobrinha,
Tempero tradicional da culinária francesa, as ervas da Provença são uma combinação de diferentes aromas e sabores que certamente incrementam qualquer prato, não só o ratatouille. Em geral, é composta por um mix de alecrim, tomilho,
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sálvia, manjerona e orégano, todas secas e adicionadas em partes iguais. Em algumas versões adiciona-se também a lavanda, cujos campos são cartões-postais da província francesa. Vai muito bem em carnes e aves e pode perfumar manteigas, queijos e azeites. Como confere muito mais sabor às receitas, possibilita a redução no uso do sal, uma vantagem para quem tem restrições. Quem preferir pode fazer sua própria mistura, com os ingredientes à escolha, mas também é encontrada pronta para maior praticidade.
sobre o chef
Cuiabano, formado em Gastronomia, pós-graduado em Chef de Cozinha Brasileira, vencedor da 2ª edição do concurso gastronômico Lufada de Peixes , indicado ao Prêmio Nacional Dólmã como um dos três melhores chefs de MT no ano de 2015. Estagiou nos Restaurantes Epice, do chef Alberto Landgraf, e nos premiadíssimos Mocotó, do chef Rodrigo Oliveira, Dalva & Dito e DOM Restaurante, do chef Alex Atala , todos em São Paulo, SP. Foi colunista gastronômico da Folha do Estado, luta pela valorização dos ingredientes e preparações regionais. É o chef da Cotrim Gastronomia, empresa que trabalha com eventos gastronômicos personalizados. Atualmente é consultor responsável pelas receitas do Supermercado BigLar.
sommelier — P o r M i c h e ll e M o n t e M o r —
Cabernet Sauvignon
a “rainha das uvas” um brinde ao sabor
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uem disse que vinho tinto não combina com clima tropical? Aqui no Brasil, mesmo com temperaturas altas, os vinhos tintos lideram as vendas. No primeiro semestre de 2017, por exemplo, foram vendidos mais de 76 milhões de litros de vinho tinto, o que corresponde a mais de 80% do volume total. As informações são do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin). “E sem dúvida alguma, os vinhos da uva Cabernet Sauvignon são os preferidos dos consumidores que apreciam um bom vinho”, revela o sommelier Luiz Roberto Corrêa Lima, da Cave Noble BigLar. Considerada a “rainha das uvas”, é resultado do cruzamento da Cabernet Franc com a Sauvignon Blanc. “Originária da região de Bordeaux na França, pela sua adaptabilidade, espalhou-se pelos continentes. Os vinhos elaborados com a Cabernet Sauvignon possuem cor rubi intenso, aromas variados e complexos, desde frutas negras, como cereja-negra, ameixa-preta e mirtilo, pimentão, até notas de tabaco, cedro e baunilha, principalmente quando estagiam em barricas de carvalho. São vinhos com personalidade, taninos marcantes e boa acidez. Por isso, podem ser conservados por muitos anos”, explica o sommelier. Historicamente, o sucesso da Cabernet Sauvignon nasce com o sucesso comercial dos vinhos da região de Bordeaux, na França. Mas produtores de países como Itália, EUA, Austrália, Chile, Argentina, África do Sul, Nova Zelândia, Brasil, Espanha, Portugal, investiram 1 no plantio de vinhedos de 2 Cabernet Sauvignon, todos com muito sucesso. O vinho Cabernet Sauvignon harmoniza com massas ao molho de tomates e molhos encorpados, carnes assadas e grelhadas, risotos de cogumelos porcini acompanhados com carnes vermelhas.
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França 1. Grand Vin Chateau Margaux AOC Margaux 2014 2. Chateau Lafite Rothschild AOC Puillac 2014 Itália 3. Sassicaia D.O.C. Bolgheri 2011 (85% Cabernet Sauvignon) Chile 4. Cousino Macul Lota Auto Maipo (Andes) 2010 (77% Cabernet Sauvignon) 5. Perez Cruz Cabernet Sauvignon Limited Edition DO Alto Maipo Andes 2015 Argentina 6. Nicolás Catena Zapata 2010 (75% Cabernet Sauvignon) Estados Unidos 7. Robert Mondavi Napa Valley Cabernet Sauvignon 2012 (100% Cabernet Sauvignon) Austrália 8. Penfolds Bin 9 Cabernet Sauvignon 2013 South of Austrália (100% Cabernet Sauvignon)
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Refrescantes e deliciosos — Por Adriana Panzini —
Combinações incríveis
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atural de Belém do Pará, Roberto Rabello chegou a São Paulo nos anos 90 em busca de melhores condições de trabalho, mas ao ter sua primeira oportunidade no ramo da mixologia e gastronomia, descobriu sua vocação. A partir daí fez vários cursos de especialização, inclusive na Associação Brasileira de Barman, uma das escolas pioneiras no país. Com um currículo que inclui passagens por restaurantes renomados como os paulistanos Máximo e Capim Santo, além de consultorias na área, foi convidado a trazer para o Uruguayo Parrilla uma proposta de coquetelaria diferente, em linha com o estilo da nova casa. Ali atua com o filho Gabriel, transmitindo seus conhecimentos para a nova geração. Inicialmente era um projeto de seis meses, mas se encantou com Cuiabá e decidiu tonar sua estadia permanente. Mesmo com 23 anos de carreira, diz que aprende algo novo todos os dias, graças às possibilidades infinitas da atividade, em que vale muito a criatividade e é preciso estar sempre inovando.
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Fotos: Wander Lima
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migos, calor e bebidas geladinhas, a receita certa para momentos de diversão. Mas que tal impressionar com drinques caprichados, elaborados pelos mestres da mixologia? Com mais de 20 anos de experiência, o bartender do Uruguayo Parrilla, Roberto Rabello, indica duas opções que agradam aos mais diversos paladares. Clássico da coquetelaria criado nos anos 40 após o período da Lei Seca nos Estados Unidos, o Moscow Mule ganha uma releitura brasileira e muito saborosa, mas exige certa moderação. Seu teor alcoólico varia entre 35% a 60% - não por acaso, atribui-se seu curioso nome, “Mula de Moscow”, a esta graduação. “A origem
pampero Red
Ingredientes: • 200 g de frutas vermelhas • 20 ml de xarope de açúcar • 60 ml de gin Super Premium de sua preferência • 100 ml de água tônica • Espuma de maçã-verde a gosto Modo de preparo: Misture bem todos os ingredientes, exceto a espuma de maçã-verde. Coloque em um copo com gelo e preencha com a espuma. Sirva imediatamente.
mule Moscow
do termo é motivo de controvérsia entre os apaixonados pela bebida, mas todos concordam que é uma referência direta ao fato de ser tão forte quanto um coice”, conta Rabello. “Deve ser servido em caneca de cobre, para que a sensação de frescor seja mais intensa e se mantenha por mais tempo”, ensina. O especialista reservou ainda uma receita exclusiva de sua autoria para compartilhar com os leitores, o Red Pampero. Um pouco mais suave, destaca-se pelo visual atraente e delicioso toque de frutas vermelhas. “É um drinque elegante, com uma mescla diferente de sabores, indicado para aqueles dias em que você quer beber algo surpreendente”, aponta Rabello. “Já tínhamos o Gin Pampero, com mix de limões taiti, siciliano e cravo, daí criamos esta outra combinação”, acrescenta. “Pampero é uma palavra de origem argentina que significa muita gente reunida, casa cheia, então nada melhor do que denominar assim nossos drinques mais vendidos, com média de mais de 300 por mês, quem ainda não experimentou, está perdendo”, completa. Então mãos-a-obra, confira os ingredientes e o preparo dos dois drinques.
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Ingredientes: • 50 ml de vodka • 20 ml suco de limão • 20 ml de xarope de açúcar 1:1 • 5 gotas de Angostura bitter • Espuma de gengibre para finalizar Modo de preparo: Em uma coqueteleira com gelo, coloque todos os ingredientes exceto a espuma de gengibre e bata bem. Coe para uma caneca de cobre com gelo e finalize com a espuma. Sirva imediatamente.
espumas que dão o toque especial Para a espuma de gengibre, misture em um sifão de chantilly 100 ml de suco de limão, 100 ml de xarope de açúcar, 100 ml de suco de gengibre fresco e 100 ml de clara de ovo. Feche e reserve em geladeira até a hora de usar no drinque. Carregue o sifão com uma cápsula de gás, agite bem e finalize a decoração no copo. Para a de maçã-verde, os ingredientes são os mesmos, apenas o suco de gengibre deve ser substituído pelo suco de maçã. Rende de 30 a 40 drinques.
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Os pais e seus superpoderes — P o r PROT Á S I O M ORA I S —
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vida já não é mais a mesma para esses homens que poderiam facilmente ser confundidos com super-heróis. Há algum tempo eles tiveram suas vidas ressignificadas com a chegada de um pequeno ser humano exitoso por amor e cuidados que preencheram suas vidas com uma alegria sem precedentes. Que a figura paterna tem papel imprescindível na educação dos filhos e filhas, ninguém discorda. Ser pai tem a ver com orientar as crianças e prepará-las para serem adultos felizes e saudáveis, ajudá-las a encontrar o caminho para viver novas relações de afeto, respeito e cuidado e, eventualmente, serem pais e mães também. Mas é claro, as mães têm uma boa parcela de responsabilidade também. Mas e quando a guarda da criança é confiada ao pai de primeira viagem? Os desafios são infinitos e o amor é proporcional às provações de ver uma criança crescer e transformar sua vida para sempre. Ou quando o pai espera bem mais que nove meses - oito longos anos, para ser exato - para ver a criança compor a família e, enfim, exercer o tão aguardado papel da figura paterna. Essas são histórias de superação e amor incondicional, amor esse capaz de transformar e salvar vidas, mudar realidades e ensinar... Neste caso, talvez o certo seja aprender muito mais do que ensinar. Nada ensina mais do que ser pai. E como é bom aprender com a inocência das crianças!
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Muito mais que 9 meses de espera Paciência. Talvez essa seja uma das mais nobres virtudes de um pai. E o especialista em tecnologia da informática, Jonas Ribeiro sabe bem o que é isso. Por oito anos viveu a expectativa da fila de adoção e desde dezembro do ano passado, vê concretizado um de seus maiores sonhos, o de ser pai. Em agosto ele celebra o seu primeiro dia dos pais. Ah, o amor! “A expectativa de me tornar pai era muito grande. De poder cuidar, educar, amar. A perspectiva de ver alguém crescer e ser responsável por aquela vida. Como minha esposa não podia ter filhos, pensei, ‘vamos adotar um’. Não nasceu da gente, mas amá-la e torná-la uma pessoa íntegra, nos faz pais. O processo foi bastante burocrático, dá para imaginar qual o sabor dessa conquista, não é mesmo? ”, comemora Jonas Ribeiro. “Foi uma gravidez que durou mais tempo que o normal”, descontrai. Orientados, foram se adequando para
ampliar as possibilidades de ter, no seio da família, uma criança. “Ampliamos a região, ampliamos a idade. E as chances foram aumentando, ainda que tenhamos esperado tanto tempo por essa dádiva de Deus. Fui eu quem recebi o telefonema falando que ela poderia estar conosco. Foi um dia muito especial, inesquecível.” Às vésperas de ganhar aquele beijo e abraço diferenciados que simbolizam um desejo de feliz dia dos pais, Jonas relembra do tempo em que, na Igreja, os pais eram homenageados. “Ficava sempre pensando sobre quando seria o meu dia. Como seria? Apesar de Helena ter apenas um ano e meio e não entender ainda todo a amor que sentimos por ela, sei que este será o melhor dia dos pais de todos, até agora, claro ”, emociona-se e descontrai. Ainda que Helena tenha chegado via um processo dolorido, já parece totalmente incorporada ao cotidiano da família. “É uma criança muito
“Todo dia eu agradeço a Deus pela presença dela e desde cedo a gente a ensina a orar também. Agora, ela ora por mim e pela mãe, pela vovó e até pelo cachorro. Ela trouxe alegria para nossa casa e todos os momentos possuem uma aura de luz. Até uma visita ao mercado ganha vulto. Mesmo tão pequenininha, ela está sempre tentando conduzir o carrinho e me mostrando que dá conta de levá-lo e não encostar em nenhuma prateleira” Jonas Ribeiro
Jonas Ribeiro e sua filha Helena bigl ar
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esperta. Observadora, capta tudo muito rápido. Tem seus momentos de birra, claro, mas a gente sempre vai lá e corrigi, de forma amorosa”, conta. “Todo dia eu agradeço a Deus pela presença dela e desde cedo a gente a ensina a orar também. Agora, ela ora por mim e pela mãe, pela vovó e até pelo cachorro. Ela trouxe alegria para nossa casa e todos os momentos possuem uma aura de luz. Até uma visita ao mercado ganha vulto. Mesmo tão pequenininha, ela está sempre tentando conduzir o carrinho e me mostrando que dá conta de levá-lo e não encostar em nenhuma prateleira”, orgulha-se Jonas.
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Fabrício Barbosa e sua filha Lis Os desafios da paternidade Em uma outra faceta da paternidade, há sete anos a vida do publicitário Fabrício Barbosa já não diz mais respeito apenas a si mesmo. Depois da separação – em comum acordo – Fabrício e a ex-mulher decidiram que Lis ficaria sob os cuidados dele. E dia a dia, esse pai de primeira viagem vai ampliando seus horizontes, sua forma de encarar o mundo. “Não é mesmo uma tarefa fácil trabalhar, cuidar da casa e criar uma filha, mas a gente vai aprendendo a se planejar. A criança precisa de uma rotina e são tantas tarefas que o tempo parece encurtar. O relógio parece que gira mais rápido, mas essa pequena vida que você vai vendo se desenvolver faz tudo valer a pena”, emociona-se. A mãe de Lis mora em outra cidade, mas as duas se falam constantemente. “Lis chegou e mudou tudo. Mudou minha forma de ver o mundo, especialmente por ser uma menina. A visão que eu tenho das mulheres é ainda mais respeitosa, tive que desenvolver o tato, ser mais sensível, mergulhar nesse universo feminino”, diverte-se.
“Lis chegou e mudou tudo. Mudou minha forma de ver o mundo, especialmente por ser uma menina. A visão que eu tenho das mulheres é ainda mais respeitosa, tive que desenvolver o tato, ser mais sensível, mergulhar nesse universo feminino” Fabrício Barbosa
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Fabrício conta que teve que desenvolver certas habilidades e que muito ainda estar por vir, pois é da natureza feminina se cuidar. “A Lis tem o cabelo encaracolado. Então é sempre um ritual que leva um tempinho a mais. É um momento muito nosso. Tem que passar creme, pentear. E ela é bem vaidosa.” E a rotina enérgica e as inúmeras tarefas, hoje, são motivadoras. A motivação é o carinho de Lis. “Como toda criança, ela é levada. Sobe, quebra, reclama do banho, não quer comer. E a gente tem que ficar o tempo todo em alerta. Os desafios são muitos, claro, mas o retorno é muito mais precioso. Pensa aquele olhar, aquele sorriso, aquele abraço forte? Daí na hora eu só penso que preciso fazer mais por ela.” O publicitário avalia que ser pai solteiro de uma menina, nos tempos atuais, exige muita vigilância e, principalmente, estar aberto à conversa. “A sorte dela é que diferente de mim, não leva chinelada”, sorri. “É dizer uma coisa e saber que ela pode contestar, questionar e a gente tem que ter paciência. Hoje tudo tem que ser no diálogo. Teve um tempo em que o banquinho do castigo foi muito acessado. Botava ela lá, ela saía. Deu canseira, mas chegou a hora que o banquinho venceu. Hoje é só dizer ‘olha o banquinho’, que ela apruma rapidinho.” O publicitário é puro encantamento quando fala da filha, os olhos brilham e um sorriso largo se abre de pronto. Mas ele sabe que é preciso ter muita firmeza, mesmo diante de tanta formosura. “A gente tem que ter muita força. Esse outro ser depende de você para comer, andar, vestir, ter saúde. Fora que acho que um dos maiores desafios é educar”, conclui. No balanço final, uma frase resume essa vida de aventuras, de comédia, drama e muito romance. “A gente pode amar outra pessoa, relacionar-se com ela, mas filho é para sempre. Quero estar com ela, quero vê-la crescer. Assim como esse amor que eu tenho aqui ó: é inexplicável.”
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Pizzas e vinhos — P o r El e n V a l e r e t o —
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o abrir uma bela massa, em formato circular, adiciona-se a ela um mix de sabores escolhidos. Essa combinação vai ao forno quente e em pouco tempo está pronta uma das invenções mais saborosas em várias cantos do mundo: a pizza! A pizza é um alimento versátil, que consegue agradar aos mais variados paladares, o que contribui para o seu tradicional compartilhamento. Em oito, seis ou quatro fatias, a distribuição possibilita momentos de confraternizações em famílias e amigos. Muito famosa na Itália, a pizza destacou-se mundo afora como uma das iguarias da gastronomia italiana. Oficialmente não é, já que historicamente sua origem remete aos egípcios e hebreus há mais de seis mil anos, mas com uma pizza que nada se parece com a conhecida hoje. Era apenas uma massa assada. A partir dessa massa simples assada, a pizza passou a receber sua primeira influência de outro povos, a começar pela adição de carnes e cebola. Já em outros lugares, apenas eram incluídos ervas e azeite de oliva. Não demorou para a pizza chegar na terra italiana, mais precisamente em Nápoles, onde recebeu molho de tomate, queijos e
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tudo o que tinha direito. A primeira pizza originalmente italiana foi a de sabor margherita, em homenagem a uma rainha que levava o mesmo nome. Essa receita foi criada por um padeiro, em 1889, ao unir queijo, manjericão e tomate, ingredientes estes que possuem cores que remetem à bandeira da Itália. Por isso, devido ao modo atualmente conhecido de preparar as pizzas, é mais que justo o título permanecer com os moradores da “grande bota”. E foram os imigrantes italianos que apresentam a pizza aos brasileiros, compartilhando sua cultura gastronômica em todo o território nacional. Não é por menos que essa preferência acabou ganhando tamanho espaço aqui no Brasil, que sendo criado um dia especial para comemorá-lo: 10 de julho. O Dia da Pizza começou no estado de São Paulo, em 1985, no encerramento de um evento culinário estadual. Esse concurso havia sido proposto para eleger as 10 melhores criações de pizza de muçarela e marguerita do estado paulista, mas o sucesso foi tanto que o secretário de Turismo da época, Caio Luís de Carvalho, resolveu instituir a data, que acabou se popularizando pelo Brasil todo.
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Marguerita
Queijos, molhos, embutidos e ervas frescas são apenas alguns dos ingredientes que estão mais presentes nas versões clássicas, mas que sempre fazem muito sucesso. Exatamente por isso, as opções marguerita, calabresa e muçarela estão entre as favoritas dos fãs de pizza. Essas três versões estão no menu do setor de produção das pizzas artesanais da rede de supermercados BigLar. No total, são sete sabores: marguerita, calabresa, muçarela, pepperoni, portuguesa, à moda do chef e peito de peru com brócolis. Todos os sabores têm como base a massa pré-assada em forno de pedra, suculento molho de tomate e ingredientes selecionados da casa, tudo natural e sem uso de conservantes. As opções têm 850 gramas – exceto a de muçarela, com 750 gramas – e, depois de assadas, destacam-se pela massa crocante. Todas as pizzas artesanais são apresentadas em uma caixa personalizada, oferecendo praticidade e sabor para aqueles dias de preguiça na cozinha.
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pizza artesanal de marguerita do BigLar, por exemplo, é montada com molho de tomate, muita muçarela, fatias de tomates, manjericão fresco, azeitonas pretas e orégano. Para tornar a degustação ainda mais gostosa, o sommelier do BigLar José Roberto Correia recomenda o vinho tinto Chianti DOCG Decordi, pois proporciona uma harmonização clássica da uva Sangiovese com o molho e a gordura do queijo.
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Muçarela
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á a pizza artesanal de calabresa, que leva muçarela, azeitonas pretas e orégano, pede um vinho tinto. A sugestão do sommelier é a garrafa Azul Portugal Alentejo, pois “ele proporciona uma combinação perfeita para acompanhar linguiças de porco curadas”, explica Correia.
consumo Al t o
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clássica pizza de muçarela traz sabor e aroma com um toque de orégano e um exagero em queijo, já que é o ingrediente predominante. Uma boa pedida de bebida é o vinho tinto Bardolino DOC Decordi: “os Bardolinos têm a estrutura perfeita para harmonizar com pizzas de muçarela”, afirma o sommelier.
Você sabia que os brasileiros consomem, em média, quase dois milhões de pizzas por dia? Isso mesmo! O Brasil é um dos países que lideram esse ranking internacional, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. Em terceiro lugar está a França, seguida dos italianos – “os pais da pizza” – e Austrália.
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Pepperoni
Portuguesa
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ntre as preferidas dos brasileiros, de norte a sul do país, também está a pizza portuguesa. A opção artesanal do BigLar adiciona à massa: ovos fatiados, anéis de cebola, muito lombinho defumado, queijo muçarela, ervilhas e orégano. Pela variedade de ingredientes, é recomendado um vinho mais complexo e encorpado, como o tinto português Lua Cheia em Vinhas Velhas, da região do Douro.
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á a pizza de pepperoni, como possui ingredientes muito salgados e intensos, como o próprio embutido, queijo muçarela e azeitonas pretas, dispensa os tintos. A sugestão de Corrêa é o branco chileno Loma Negra Reserva Riesling. “Por contraposição, optamos por um vinho meio seco”, diz o sommelier.
Pizza típica italiana
À Moda do Chef
O brasileiro adora uma pizza bem recheada, mas quem vai à Itália pode acabar se decepcionando com as versões de lá. Isso porque os italianos prezam por manter a simplicidade e tradição de suas receitas. A famosa marguerita leva apenas molho de tomate, queijo de búfala e manjericão, o suficiente para cobrir a massa. Em poucos minutos, ela já está pronta para ser servida. Os demais sabores mais consumidos são cogumelo e quatro queijos. Outra diferença está no tamanho. Enquanto as pizzas brasileiras podem servir até oito pessoas, as italianas são preparadas no tamanho por que se encaixa em um prato. Isso quer dizer que a pizza é uma refeição individual na Itália.
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ara a pizza artesanal à moda do chef, outro vinho branco harmoniza bem ao paladar: é o Santa Ema Select Terroir Chardonnay. Essa uva é considerada a rainha das uvas brancas, delicada e também com doce na medida certa, o que é fundamental para saborear a generosidade de muçarela e catupiry presentes na pizza.
Peito de Peru com Brócolis
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sétimo sabor das pizzas artesanais é o de peito de peru com brócolis. A pizza tem uma farta cobertura do embutido ralado, muçarela, brócolis e azeitonas pretas, sendo ideal a combinação com um vinho branco. A garrafa sugerida pelo sommelier do BigLar é a Fontareche Viognier, um vinho francês que apresenta excelente equilíbrio entre fruta e acidez.
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Néctar dos Deuses — P o r G a b r i e l a F e r ig a t o —
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o mel conquistou ´ u m si g n i f i c ad o i m p ortant e na ali m e ntaç ão de v i d o a o s b e n e f í c i o s q u e t r a z pa r a a s a ú d e
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o longo de sua antiga história, as civilizações o utilizaram de diferentes formas, seja na culinária, medicina ou até para a beleza e cuidados pessoais. Na Mitologia Grega, conta-se que o mel, misturado ao leite, foi alimento de Zeus, senhor do Olimpo, em sua infância. Entre os egípcios, acreditava-se que o néctar era feito das lágrimas do Deus Sol que caíam sobre as plantas na forma de orvalho. Os índios brasileiros se referiam ao alimento como o “Suor do Sol”.
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e mel
Cookie de Quinoa
Fonte: Guia da Semana
Ingredientes: • 1 xícara (chá) de quinoa em flocos orgânica • 1 xícara (chá) de farinha de trigo integral • Meia xícara (chá) de açúcar mascavo •1 colher (chá) de fermento em pó • 2 colheres (sopa) de mel • 1 colher (sopa) de margarina (ou manteiga) light derretida • 1 ovo • 2 colheres (sopa) de água Modo de Preparo: Em uma tigela funda, misture a quinoa, a farinha, o açúcar, o fermento, o mel, a margarina, o ovo e a água. Mexa até obter uma massa grossa. Molde os cookies com as mãos e coloque-os em uma forma forrada com papel-alumínio. Se preferir, faça bolinhas com o auxílio de uma colher. Asse em forno preaquecido a 180°C por cerca de 25 minutos ou até dourar. Retire do forno, espere esfriar totalmente e guarde em um recipiente de vidro bem fechado.
Voltando ao presente, hoje são produzidos entre 45 e 50 mil toneladas de mel por ano no Brasil, segundo a Confederação Brasileira de Apicultura. A iguaria incrementa pratos salgados, doces e possui propriedades valiosas para a saúde. De acordo com a nutricionista clínica funcional Ira Soraya Arruda, há diferentes açúcares em sua composição, predominantemente monossacarídeos: glicose e frutose. “Além disso, apresenta teores de proteínas e aminoácidos, enzimas, minerais e pólen. Os sais minerais presentes são selênio, cobre, fósforo, ferro e vitaminas essenciais à saúde, como as do complexo B e vitamina C. Contém também substâncias antioxidantes (flavonoides e fenólicos)”, explica a profissional. Segundo a nutricionista, suas propriedades atuam como cicatrizante de feridas e possuem ações antibacteriana, antifúngica, antiviral, antioxidante agindo como adjuvante no tratamento de câncer. “O mel atua na prevenção de diversas doenças, como diabetes, câncer, doenças cardiovasculares, gastrointestinais e neurológicas”, completa Ira. O alimento é usado muitas vezes como adoçante natural. É necessário, porém, ter atenção ao consumo. “Pensando em fins terapêuticos, o consumo de uma colher de sopa, diariamente, seria adequado”, recomenda. Além disso, a nutricionista alerta que, algumas substâncias presentes no alimento, quando aquecido em banho-maria ou micro-ondas, podem sofrer degradação.
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mel e limão
Pernil de Vitela com
Ingredientes: •1 pernil de aproximadamente 3 kg • Alecrim (a gosto) • 2 kg de batatas-inglesas com casca, cortadas em rodelas finas • Suco de 2 limões • 4 colheres (sobremesa) de mel (se preferir, acrescente mais) • Meio copo de vinho branco • Pimenta-do-reino (a gosto) • 1 laranja • Sal e azeite (a gosto) Modo de Preparo: Tempere o pernil com o sal, o limão, o suco de laranja, o mel e a pimenta-do-reino. Faça pequenos furos na superfície da carne e coloque os ramos de alecrim. Ao redor, coloque as batatas e tempere com os mesmos ingredientes. Regue com o vinho branco e o azeite. Leve ao forno preaquecido a 230°C, coberto com papel-alumínio. Deixe assar por 2 horas e 30 minutos, abaixe o forno e vá regando, com o próprio caldo, aos poucos. Retire o papel-alumínio e volte ao forno por mais 30 minutos, para dourar. Continue regando sempre, para que não resseque. Retire o pernil e as batatas do forno e deglaceie a assadeira com um pouco de água para formar o molho. Coloque a carne e as batatas em uma travessa, cubra com o molho e sirva a seguir. Vale lembrar que o tempo de cozimento varia de acordo com o tamanho do pernil e pode variar também de forno para forno. Cheque de tempos em tempos se a carne já está assada ou se está ficando ressecada.
nutrição
Flor de Laranjeira
Flor de Eucalipto Tipos de mel no Brasil
• Laranjeira: mel claro, muito valorizado pelos consumidores brasileiros devido ao aroma e à coloração, predominantemente produzido em São Paulo e Minas Gerais; • Eucalipto: mel relativamente escuro, rico em minerais, geralmente utilizado como expectorante. Produzido nas regiões Sul e Sudeste; • Cipó-uva: mel transparente, costuma agradar aos consumidores por sua coloração e aroma, predominantemente produzido em áreas de cerrado, em Minas Gerais; • Bracatinga: mel não floral ou melato, produzido a partir de cochonilhas, insetos sugadores que secretam um líquido açucarado no tronco da Bracatinga, árvore nativa das regiões mais frias do Sul do Brasil. Sabor muito autêntico e peculiar, muito escuro e rico em minerais. É possível produzir mel das flores também, geralmente com sabor bem amargo.
Mel das abelhas sem ferrão Mel mais fluido porque, em geral, possui 70% de açúcares. As abelhas sem ferrão costumam visitar diversos tipos de plantas ao mesmo tempo, por isso, a característica do mel é influenciada mais pelo tipo de abelha produtora do que pela espécie de planta visitada. • Uruçu: mel claro e amarelado, levemente ácido, produzido no Nordeste brasileiro; • Mandaçaia: mel claro, às vezes transparente, não é ácido, com sabor característico do material de construção usado nas colônias, produzido no Sul e Sudeste; • Jataí: mel claro, levemente ácido, muito usado na cultura popular por suas propriedades medicinais, produzido no Brasil todo; • Uruçu-amarela: mel muito ácido, produzido no Pará; • Tiúba ou uruçu-cinzenta: mel muito doce, geralmente transparente, produzido no Maranhão e Pará;
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• Borá: mel bastante peculiar, é levemente salgado e possui aroma que lembra o sabor de queijo, ótimo para temperar saladas. Produzido na região Sudeste; • Jandaíra: mel levemente ácido, usado na cultura nordestina como produto medicinal, produzido na região do semiárido do Rio Grande do Norte; •M andaguari: mel levemente amargo e mais viscoso, produzido no Sul e Sudeste.
Abelha Jataí
Fonte: Cristiano Menezes, pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental e conselheiro da A.B.E.L.H.A.
O mel é consistente, pois possui em torno de 80% de açúcares ou mais. Geralmente, as abelhas africanizadas (Apis mellifera) são transportadas para áreas específicas durante floradas intensas de uma espécie de planta e assim visitam praticamente um único tipo de flor. A característica do mel produzido, nesse caso, depende da planta visitada pela abelha.
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AZEITES — P o r El e n V a l e r e t o —
Saiba ident ific ar um bom a z eit e e como a acide z int erfere na qualidade
E a acidez? M
uitas pessoas não dispensam a adição de alguns fios de azeite em seus pratos quentes e em suas saladas para intensificar sabor e aromas ali presentes. Mas antes disso, é preciso saber identificar um bom azeite, desmistificando conceitos que não fazem tanto sentido, entre eles, a acidez do azeite. Fala-se muito disso, mas ela sozinha não indica qual é a melhor opção para levar para casa. A acidez do azeite representa qualidade no processo produtivo, ou seja, uso de azeitonas sadias, colhidas na hora certa e método de produção e armazenamento corretos. Quanto menor a acidez, menor a deterioração do azeite. Essa deterioração, contudo, também pode acontecer por fatores externos. “Se o azeite estiver guardado em um lugar com exposição ao sol e calor, ou estiver muito velho – mais de dois
Diferenças registradas
A legislação brasileira, regulada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), define as diferenças entre os tipos de azeite. Confira as principais:
• Azeite de oliva extravirgem: suco extraído da azeitona através de processo mecanizado, sem adição de componentes químicos. Essa extração precisa ter sido transformada em óleo em até 24 horas após a colheita.
•A zeite de oliva virgem: semelhante ao processo anterior, mas não dentro das 24 horas. Também não pode apresentar defeitos sensoriais. Também passa por controle de temperatura e tratamentos de lavagem, decantação, centrifugação e filtração, mas sem produtos químicos.
• Azeite de oliva: é um produto composto, elaborado a partir da mistura do azeite de oliva refinado com o azeite de oliva virgem ou extravirgem.
•A zeite de oliva refinado: o grande problema desse tipo é submeter o suco da azeitona a um processo químico, ou seja, a produção não é totalmente natural e com frescor.
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anos –, a oxidação (deterioração) vai acontecer mais rápido. Portanto, veja com cuidado se o produto está exposto adequadamente na gôndola do mercado e dentro da validade de dois anos”, orienta o especialista e degustador de azeites Arnaldo Comin, formado na Escuela Española de Cata, em Madri, e Ifapa, em Córdoba. O especialista ainda explica que, mais importante que a acidez do azeite é sua origem. “Dê sempre preferência a azeites engarrafados em seu país de origem, pois azeites importados e engarrafados no Brasil normalmente têm qualidade inferior. O melhor produto é aquele colhido, extraído e engarrafado pelo mesmo produtor. São os chamados ‘azeites de produtor’, têm perfil artesanal e são mais caros”, informa Comin. O preço do azeite também é importante, pois rótulos muito baratos já são um indicativo que a produção pode ter sofrido algum tipo de fraude ou adulteração ou são muito velhos. Aliás, o tempo do azeite é importante, uma vez que quanto mais novo, melhores serão as características de aroma e sabor.
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Acidez não é sabor Azeites com porcentagem de acidez baixa são produtos indicativos de qualidade, especialmente se o nível não ultrapassar 0,5%. No entanto, a quantidade menor de acidez não é sinônimo de um azeite mais saboroso. Um azeite com 0,1% de acidez, por exemplo, mostra que seguiu rigorosamente o processo produtivo, mas não significa que poderá ser mais saboroso e aromático que outro com 0,3% de acidez. Em casos graves de adulteração, a acidez pode até ser fraudada e, por isso, a acidez do rótulo não deve ser o único critério para escolha da garrafa, afirma Comin.
Cada azeite, uma azeitona diferente Existem quase 300 tipos de azeitonas no mundo, mas apenas 24 espécies são indicadas para produzir azeites, informa a Associação Brasileira de Produtores Importadores e Comerciantes de Azeite de Oliveira (OLIVA). Na Espanha, as duas princi-
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pais azeitonas são a Picual e a Hojiblanca, enquanto em Portugal, é a Galega e na Argentina, a espécie Arauco. Na Grécia, predomina a azeitona Koronieki e na Itália, a Frantoio. Já no Brasil, a variedade que melhor combinou com o clima foi outra espanhola, a Arbequina.
azeite
Marcas de
1. Canpez: azeite de oliva extra-virgem, com extração mecânica feita a frio. A produção é da Itália. Uma boa pedida é regar peixes, como a truta, com o azeite Canpez. 2. Kalamaki: é um azeite extravirgem, de origem grega, extraído a partir da azeitona Koroneiki, que produz um óleo frutado, com toque de maçã- verde, mas apresentando leve picância e amargor. 3. SL Sol Limari: azeite premium, também extravirgem e com 0,2% de acidez, é prensado a frio nas primeiras 12 horas da colheita. O líquido tem sabor intermediário frutado, com toque de alcachofra, rúcula e maçã-verde. Tem toque picante e doce, proporcionando sensação de frescor de ervas. A marca é originária do Chile. 4. M onumental: azeite extravirgem premium espanhol extraído a frio. Tem sabor encorpado, combinando toque frutado, doce e suave, sendo indicado para temperos. Acidez de 0,5%. 5. Clemente: azeite extravirgem italiano. Possui sabor suave e adocicado, com ligeira nota aromática. Indicado para cozidos, saladas e carnes brancas.
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Crédito: Detroit Steakhouse
Carnes
Cordeiro uma carne nobre e versátil — P o r El e n V a l e r e t o —
o Cordeiro t em sabor delic ado e deve ser servido ao ponto
m a s t a m b é m h á e s pa ç o pa r a ´ r ece ita s com t e m p e r os mais mar c ant e s
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carne de cordeiro ganha cada vez mais espaço nos menus de grandes restaurantes e nas refeições de apreciadores de carne. Delicada e macia, é uma das únicas carnes vermelhas com pouca gordura e que apesar disso, consegue manter suculência e sabor surpreendentes. Com todos seus cortes considerados nobres, sua versatilidade garante a aplicação em uma grande variedade de receitas. O corte mais famoso é o carré, mas vem acompanhado de outras peças que também mantêm grande status, como o o pernil, o stinco, o filé mignon, a paleta, o lombo, a ponta de peito, a fraldinha e o t-bone. Há ainda o shoulder rack (corte de cinco ossos da porção dianteira do carré) e o french rack (extraído do centro do carré) – esses dois últimos, ideais para churrascos.
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Segundo o sócio-diretor da rede de restaurante Detroit Steakhouse, que possui unidade em Cuiabá, Fábio Marques Junior, “esse tipo de carne é muito tenra e tem menos fibras que a carne bovina, com sabor e aroma marcantes. E assim como os cortes bovinos, existem muitas formas de preparo, que deixam os apreciadores de uma boa carne com água na boca”, diz. Antes de se aventurar nessa degustação, contudo, é importante saber que há grandes diferenças entre as características das carnes de cordeiro e a de carneiro. O cordeiro é a ovelha ou carneiro jovem, com até um ano de idade. Exatamente por isso, enquanto a carne de cordeiro é mais macia e rosada, a do carneiro fica com coloração mais escura e sabor e aroma acentuados – e por esse gosto, algumas pessoas acabam não a apreciando tanto. Em razão dessas diferenças, é regra temperar o carneiro com antecedência em marinadas com muito tempero – respeitando sempre o equilíbrio dos ingredientes para não salgar demais. Pelas peculiaridades presentes no cordeiro, contudo, essa regra não é obrigatória e tudo dependerá do sabor final desejado. Por ser muito delicada, a carne de cordeiro fica igualmente saborosa apenas com a adição de sal e pimenta-do-reino na hora, antes de ir para a grelha, forno ou frigideira. Neste caso, sugere-se um molho agridoce para acompanhar, ideal para evidenciar o sabor leve e naturalmente adocicado da carne. Se a proposta busca proporcionar sabores mais intensos, as ervas frescas são mais indicadas, a começar pela tradicional hortelã. As outras opções
incluem o alecrim, a erva-doce, o louro, a manjerona e zimbro, além de um mix de pimentas secas.
nutricional
Molhos saborosos As opções mais clássicas para acompanhar a carne de cordeiro são feitas à base de molhos agridoces, que unem uma certa acidez com doçura. A combinação não poderia ser melhor para a carne delicada e de toque doce do cordeiro. Molhos de maracujá, laranja, limão, iogurte e feitos com vinho tinto são uma boa pedida. Essas versões podem ter a adição de mel, que faz contraponto adocicado ao quebrar o excesso de acidez dos ingredientes, garantindo equilíbrio no sabor. Os molhos com ervas verdes frescas, contudo, sempre tomam maior espaço. A proposta é sempre bem-vinda, principalmente porque veio da tradição da gastronomia do Oriente Médio, que é um grande consumidor da carne de cordeiro. Tanto para o consumo de carneiro quanto cordeiro, a hortelã está sempre presente, associada ou não a outros condimentos, como a pimenta-síria, a canela, o cominho e a pimenta-vermelha.
No quesito nutricional, a carne de cordeiro é considerada muito saudável, é boa fonte de cálcio, ferro, fósforo, vitamina do complexo B e muitos outros minerais. O grande destaque fica para a baixa presença de gordura, apesar da suculência. É uma das carnes mais magras entre as proteínas, perdendo apenas para a de frango. Enquanto 100 gramas da ave possuem 129 calorias e apenas 3,75 gramas de gorduras, a mesma quantidade de cordeiro corresponde a 163 calorias e 9,5 gramas de gorduras. A princípio, a diferença até pode parecer grande entre as duas, mas quando consideradas as carnes vermelhas, como a bovina e suína, o nível de gordura dessas duas chega a dobrar em relação à do cordeiro, especialmente pela quantidade das gorduras saturadas.
“Esse tipo de carne é muito tenra e tem menos fibras que a carne bovina, com sabor e aroma marcantes. E assim como os cortes bovinos, existem muitas formas de preparo, que deixam os apreciadores de uma boa carne com água na boca” Tapa de cuadril
Fábio Marques Junior
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Carnes
corte famoso e r e q u i s i ta d o
Carré de cordeiro assado Versatilidade no uso da carne Como toda carne, a proteína de cordeiro pode render vários pratos e ser incluída em receitas saborosas. Seu preparo pode ser direcionado para uso em assados, grelhados, empanados guisados, cozidos, risotos, nhoque, escondidinhos, molhos e recheios para massas frescas, polentas, tortas e legumes. Versões mais modernas propõem ainda incluir crostas com castanhas. Claro que a criatividade é que dita os resultados na cozinha, podendo aumentar as possibilidades. No Uruguayo Parrilla, a carne é apresentada em suas versões mais clássicas. As costeletas do carré de cordeiro são servidas com fatias de toranjas. Já a picanha, chamada de “tapa de cuadril”, é grelhada na parrilla. O carré de cordeiro servido no Detroit Steakhouse também é grelhado no ponto exato para degustar com molho
de hortelã. O cardápio traz ainda o “Mustang Burger”, um cheeseburger de cordeiro de 225 gramas temperado com mix de pimentas e um toque acentuado de jalapeño. O sanduíche fica completo com a adição de queijo cheddar, alface, tomate e cebola, além da sugestão de molho barbecue. Outro prato proposto que pode ser encontrado na capital mato-grossense é o “Conchiglione al ragu di Agnello”, do Di Pietro Vineria & Ristorante. A pasta fresca é preparada com sêmola de trigo grano duro e recheada com ragu de cordeiro, muçarela de búfala, molho ao sugo de tomates italianos e pistache, servida em cama de molho pesto genovês. Em geral, as carnes para ragus devem sempre ser cozidas lentamente para que possam soltar todo o sulco e ser envolvidas em seu próprio molho.
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O carré de cordeiro é um dos cortes mais evidenciados por sua apresentação. Geralmente, com os ossos dispostos para cima ou lado a lado em contato com o prato. Seu preparo é simples, mas deve ser preciso para não perder o ponto, que deve manter-se rosado no interior e toscado nas partes externas. Normalmente, inicia-se na frigideira, fritando cada lado em poucos minutos e finalizando no forno. Outra técnica tradicional é levar o corte para ser grelhado na churrasqueira, garantindo um sabor mais defumado. Uma apresentação interessante e bem refinada é o uso de duas peças de carrés. Uma deve ficar em frente à outra, entrelaçando os ossos, dando vida à chamada “guarda de honra”.
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Gastro Tour — P o r P r i s c il a V a n t i —
Além da fome de bola S e d e d a C o pa 2 0 1 8 , a g a s t r o n o m i a d a R ú s s i a é ú n i c a e foi formada sob influência de diferent es fat o r e s g e o g r á f i c o s , e c o n ô m i c o s e h i s t ó r i c o s
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pesar de não ser muito conhecida no Brasil, a gastronomia da Rússia possui uma grande variedade de ingredientes e sabores, com uma preparação muito cuidadosa, misturando o melhor da cozinha oriental e ocidental. Aproveite para conhecer mais os hábitos alimentares russos e até mesmo se inspirar para montar um cardápio especial. A história da Rússia e seu vasto território influenciaram sua culinária, que mescla traços da cultura europeia e oriental, somados às heranças das antigas repúblicas soviéticas. As expansões trouxeram novos ingredientes, oferecendo à gastronomia russa uma grande variedade de sabores, reunidos em uma preparação cuidadosa. As três refeições na Rússia são o café da manhã (завтрак – záftrak), almoço (обед – abyét) e jantar (ужин – újên), como no restante do mundo. Contudo, há algumas pequenas diferenças, como por exemplo, o café da manhã, que costuma ser mais reforçado. Assim como os americanos, eles comem ovos mexidos, panquecas, sanduíches e cereais para enfrentar o dia. Outra alteração no menu reside no fato de o almoço acontecer um pouco mais tarde, às 14h, e também costuma ser bem reforçado. E o jantar geralmente ocorre entre 19h e 20h, incluindo apenas um segundo prato. A cozinha russa é bem diferenciada da que se consome aqui no Brasil. É
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Blinis
Pelmeni uma culinária simples e saudável, sem sofisticação, na qual o sabor agridoce predomina. Devido à vastidão de seu território e à multiplicidade étnica, os pratos da Rússia variam a cada região. No entanto, uma característica une tudo: a abundância e a variedade de produtos utilizados para cozinhar O clima traz também grandes influências na gastronomia local. O frio pede pratos quentes para aquecer e alimentos que forneçam energia para equilibrar a temperatura do corpo, como carboidratos e gorduras. Poucos legumes e vegetais são servidos crus. Também por isso as sopas introduzem os pratos principais. Elas costumam ter uma aparência branca, devido à utilização de um produto comum lá: o creme de leite azedo. O strogonoff consumido no Brasil, apesar de ser de origem russa, é bem diferente em termos de sabor por causa deste ingrediente. Em relação às proteínas, destacam-se as carnes de porco e carneiro, assim como as aves e peixes, sendo que os peixes mais comuns são o esturjão, a truta e o arenque. A batata é um dos ingredientes favoritos, utilizado de diversas maneiras. Pão e ovos complementam muitos pratos. Outros alimentos muito comuns são os pepinos, geralmente em conserva, cogumelos, cenoura e repolho. Aliás, a salga tradicional de vegetais e cogumelos com a utilização da fermentação do ácido
O borscht é um dos pratos mais conhecidos e um dos alimentos mais tradicionais da gastronomia russa. Trata-se de uma sopa que tem as suas origens na Ucrânia, mas é igualmente popular na Rússia. Ela tem uma cor vermelha distinta porque é cozida com beterraba e tomate.
lático natural, também chamada de “kvashenie”, é uma parte importante da cozinha russa. Curiosamente, o caviar, tanto preto como vermelho, é muito consumido e não falta à mesa. Isso porque lá este é um produto barato, diferentemente do que ocorre no Brasil. A iguaria está presente até mesmo no café da manhã. Em relação aos pratos indispensáveis, encontra-se o pelmeni, um bolinho de massa recheada com almôndega ou carne moída temperada extremamente saboroso e popular no país. Os bolinhos, em formato de ravióli, podem ser servidos sozinhos ou com acom-
Borscht panhamentos como o creme azedo, na manteiga ou num caldo de sopa (como o italiano capeletti). Já blinis são panquecas finas servidas com diversos tipos de acompanhamentos e recheios. A massa é bem fina e pode ser acompanhada por doces ou salgados, como cogumelos, queijo cottage, carne moída, geleia, mel, creme de leite ou até salmão defumado e caviar. O borscht é um dos pratos mais conhecidos e um dos alimentos mais tradicionais da gastronomia russa. Trata-se de uma sopa que tem as suas origens na Ucrânia, mas é igualmente popular na Rússia. Ela tem uma cor vermelha distinta porque é cozida com beterraba e tomate. Cos-
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Gastro Tour
Coulibiac Shashlyk tuma ser servida bem quente, o que a torna um deleite em dias frios, e o sabor é difícil de descrever, já que é bem temperada com carnes e outros legumes além da beterraba. O maior clássico russo é o strogonoff. E, apesar de o prato ser amplamente conhecido no Brasil, o original apresenta algumas diferenças, sendo feito com creme de leite fresco ou creme azedo e não é coberto com batata palha. Na Rússia, ele é servido com purê de batata ou batatas assadas como acompanhamento. Outro prato conhecido no Brasil é a salada Olivier, muito parecida com a nossa salada de maionese. Os ingredientes são maionese, batata cozida, ervilha, pepino em conserva, cebola, ovo e cenoura. Conhecido como “charutinho russo”, o goluptsi é feito com repolho ao invés das folhas de videiras, como na Grécia (país onde surgiu a iguaria). Mas esta não foi a única mudança: quando esse povo chegou na Rússia, a carne bovina também tomou o lugar do cordeiro para criar um prato tipicamente russo. Inclusive, lá ele é servido com acompanhamento de molho vermelho. Coulibiac é um dos maiores clássicos da alta gastronomia mundial e colocou a Rússia na mira dos grandes chefs que, até hoje, esforçam-se para reproduzir à perfeição este prato. A massa deve ser fina e recheada com salmão, arroz, ovos cozidos, cebolas e cogumelos, mas, com o passar dos anos, outros recheios foram sendo
incorporados à tradicional receita. Em tamanho menor pode ser servido como um aperitivo pré-almoço, ou em porção única, como a refeição completa. O shashlyk pode ser considerado o kebab russo. O espetinho pode ser feito de carne ou de legumes, ou com os dois ingredientes misturados. Originalmente, era feito apenas de cordeiro, mas, com a popularização, pode ser encontrado com diversos ingredientes diferentes e vendido nas banquinhas de rua. Outro prato bastante popular na Rússia, pirozhki nada mais é do que um pastel com massa mais grossa. Ele pode ser recheado com carne, batata, repolho ou queijo e a massa costuma ser pincelada com ovos para ficar com uma cor mais dourada. A iguaria sempre está presente nas grandes refeições das famílias
Coulibiac é um dos maiores clássicos da alta gastronomia mundial e colocou a Rússia na mira dos grandes chefs que, até hoje, se esforçam para reproduzir à perfeição este prato. A massa deve ser fina e recheada com salmão, arroz, ovos cozidos, cebolas e cogumelos. russas e cada uma tem o seu jeito de preparar (geralmente a forma como a avó fazia). Por fim, um belo doce não pode faltar. O bolo Napoleão (Наполеоновский пирог) é composto por camadas de massa folheada e creme, lembrando a francesa mil folhas. Existem várias versões para a origem do nome, mas seria uma homenagem aos 100 anos de exílio de Napoleão. O bolo é encontrado facilmente em cafés, supermercados e restaurantes típicos. Ele também é presença carimbada nos eventos importantes de uma família russa, como na ceia de natal.
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MOTOR — P o r M i c h e ll e M o n t e M o r —
Luxo nacional Con h eç a os v e í cu los p r e m iu m fabr i c ad os e m t e r ra s bra si le i ra s
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produção de veículos no Brasil segue em alta há 18 meses, de acordo com a Anfavea - Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores. A soma dos primeiros quatro meses do ano ficou em 965,9 mil unidades, um aumento de 20,7% frente as 800,2 mil do ano passado. “Os resultados comprovam que a indústria automobilística segue acelerando o ritmo, com desempenho melhor a cada mês. Isso é consequência de um cenário macroeconômico favorável, que eleva a confiança de consumidores e investidores”, revela Antonio Megale, presidente da Anfavea. E fazem parte dessa produção nacional os veículos de luxo, de marcas como Audi, BMW, Land Rover Jaguar, Jeep, Volkswagen, Mercedes-Benz e Mitsubishi, que produzem modelos premium aqui no Brasil. O Jeep Compass, por exemplo, liderou o ranking dos SUVs mais vendidos durante o mês de abril de 2018. Entre os modelos premium produzidos no Brasil, os mais vendidos são BMW X1, Mercedes-Benz GLA, Audi Q3 e Range Rover Evoque. Nesta reportagem reunimos alguns veículos com valores acima de R$100 mil fabricados no Brasil.
BMW X4
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BMW X4 tem um design que mistura utilitário esportivo e cupê de quatro portas. A marca o classifica como SAC (Sport Activity Coupé ou Cupê de Atividade Esportiva). É o carro nacional mais caro à venda. O BMW X4 é produzido na fábrica do grupo em Araquari (SC), de onde também saem o X1, o Série 3 e o novo X3. O X4 é fabricado nacionalmente na versão xDrive28i X Line, que traz sob o capô um motor de quatro cilindros, 2.0 litros e 245cv de potência. “Temos muito orgulho em fabricar automóveis BMW em solo brasileiro e com os mesmos padrões de qualidade e alta tecnologia empregados em diferentes fábricas do BMW Group espalhadas pelo mundo”, afirma Helder Boavida, Presidente e CEO do BMW Group Brasil. O BMW X4 custa R$ 324.950,00.
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M ERCEDES - B ENZ G L A
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o final de 2016, o Mercedes-Benz GLA começou a ser produzido em Iracemápolis (SP). O SUV compacto conta com cinco versões e duas opções de propulsor: 1.6 flex de 156cv e 2.0 turbo, a gasolina de 211cv. A transmissão é automática 7G-DCT com dupla embreagem. Com 2.551 unidades emplacadas entre janeiro e março, a marca alcançou uma participação de 37,9% no segmento, o que representa 8% de crescimento em relação ao mesmo período do ano passado. “A estratégia da marca em se reinventar continuamente por meio do portfólio de produtos e serviços oferecidos se traduz nos números expressivos de vendas que temos registrado. Para este ano estamos preparando ainda uma série de novidades, que chegam para fortalecer ainda mais nossa linha”, afirma Holger Marquardt, managing director Marketing e Vendas Automóveis América Latina e Caribe. O Mercedes-Benz GLA custa entre R$ 158.900 e R$ 241.900.
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eículo clássico da Mitsubishi Motors, o Pajero é produzido na fábrica da marca em Catalão (GO), desde 2011. Este jipe 4x4 consagrou-se com 12 vitórias no rali Dakar, considerado o mais difícil e rigoroso do mundo. Este jipe, que enfrenta trechos de on e off road, é oferecido em uma versão, a HPE, equipada com o motor 3.5 V6 flex de 205cv e duas configurações, a Outdoor e a HPE, movidas pelo 3.2 turbodiesel de 180cv. Todas são equipadas com câmbio automático de cinco marchas e tração 4x4. O Mitsubishi Pajero custa entre R$ 165.990 e R$ 194.990.
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RANGE ROVER EVOQUE
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Range Rover Evoque chegou ao Brasil no final de 2011. Mas em 2016, com a inauguração da primeira fábrica totalmente própria da Jaguar Land Rover, em Itatiaia (RJ), o modelo começou a ser fabricado por aqui. Além do SUV, o Discovery Sport também é feito na fábrica fluminense. O Evoque traz duas opções de motorização: 2.0 turbo Si4 a gasolina de 240cv e 2.2 turbodiesel de 190cv. Os dois utilizam a caixa automática de nove marchas da ZF. O Range Rover Evoque e o Discovery Sport foram escolhidos para serem produzidos pela primeira vez na América Latina com base na popularidade já existente com clientes no Brasil. O Range Rover Evoque custa entre R$ 228.500 e R$ 293.100.
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CHEVRO L ET TRAI L B L AZER
O AUDI Q 3
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UV de maior sucesso da Audi no Brasil, o Q3 é fabricado por aqui desde o início de 2017. O Audi Q3 é produzido na fábrica de São José dos Pinhais (PR), com a motorização 1.4 TFSI de 150cv. A gama do Q3 1.4 TFSI é composta pelas versões Attraction, Ambiente e Ambition. De acordo com a marca, o modelo é muito importante para a estratégia de crescimento em longo prazo da Audi no Brasil. Em março deste ano, a marca apresentou a série especial Q3 Black Edition, com a mesma motorização, mas com equipamentos e retoques no visual para ficar com estilo mais esportivo e dinâmico. O preço desta versão é de R$ 184.990. Baseado na versão Ambiente, o Q3 Black Edition traz, entre as novidades, acabamento interno de alumínio, computador de bordo colorido, teto solar panorâmico “Open Sky”, abertura e fechamento elétrico da tampa do porta-malas, pacote de luzes, teto interior na cor preta e sistema de som Bose. O Audi Q3 produzido no Brasil custa entre R$ 143.900 e R$ 203.990.
Chevrolet Trailblazer é feito na fábrica da General Motors em São José dos Campos (SP). É oferecido em duas opções de motorização: 3.6 litros V6 a gasolina de 279cv e 2.8 litros turbodiesel de 200cv, ambas com transmissão automática de seis velocidades e tração 4×4. Este SUV de luxo tem capacidade para até sete ocupantes. A versão 2.8 Turbo Diesel está equipada com uma tecnologia presente no sistema de propulsão: o CPA (Centrifugal Pendulum Absorber), que ajuda a reduzir os níveis de ruído e de vibração do SUV. O Traillazer Turbo Diesel é capaz de rodar uma média de 10,5 km/l em perímetro rodoviário e de 8,4 km/l em perímetro urbano, de acordo com dados do Inmetro. Com isso, a autonomia máxima do SUV é de 800 km, equivalente a 106 quilômetros adicionais de autonomia a cada abastecimento completo. O Trailblazer custa a partir de R$181.090.
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Compass, utilitário esportivo compacto da Jeep, foi lançado no Brasil em 2016 e é fabricado na planta de Goiana, em Pernambuco. O modelo do segmento médio foi o SUV mais vendido do país em 2017, com 49,2 mil unidades vendidas de janeiro a dezembro. O Compass ajudou a Jeep a crescer 57% em vendas em 2017. Pode ser equipado com sistemas de condução semiautônoma, como ACC, FCWp, LDW e Park Assist. Além de opção de motor a diesel, tem câmbio automático de nove marchas e tração 4x4 com reduzida e Selec-Terrain. O Brasil foi o primeiro país a fabricar e vender o Jeep Compass. Atualmente, é feito também no México, China e Índia. Além do Compass, a Jeep produz no Brasil o Renegade. O Jeep Compass custa entre R$ 109.990,00 e R$ 168.990,00.
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“Os Eus” de Silva Freire — Por Protásio Morais —
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oeta absoluto, advogado brilhante, professor condecorado e eterno cativo da cadeira n°38 da Academia Mato-grossense de Letras. Esse Silva Freire é uma unanimidade inconteste. Mas será que aquele Benedito Sant’Ana da Silva Freire, exercendo o mais nobre de seus papéis em vida, o de pai, é tão conhecido assim? Silva Freire estabelecia uma relação muito singular com cada uma de suas filhas e filho. E isso foi traduzido, de certa forma, em seus poemas. Existe pelo menos um poema para cada uma de suas crias, que traduz a relação singular que o poeta nascido em Mimoso (MT) tinha com a família. Silva Freire foi pai quatro vezes. Primeiro veio Daniela, depois Larissa, Murilo e por último a caçula Glenda. Na perspectiva da relação especial com cada filho, o poeta chamou de “Os Eus”, reservado ao livro-catálogo “Silva Freire: social, criativo e didático”, lançado pela editora da UFMT, em 1986. “Essa cumplicidade particular de filho para filho, de cochichar segredinhos no ouvido de cada um de nós, demonstra bem esse Silva Freire pai. Comigo, o segredinho era o valioso doce de figo. Ele
falava ao meu ouvido que o nosso doce preferido estava na geladeira e eu corria pegar. Uma recordação deliciosa”, descreve Glenda, a caçula. “Lembro-me dele nos ensinando sobre a vida no café da manhã. Uma vez ele pegou um pão do tipo baguete e fez uma analogia às notas escolares. ‘Imagine que aqui é o zero - apontando para uma das extremidades do pão – e aqui, na outra extremidade, o dez. Para mim, a melhor nota está entre o 7 e o 9’, ele disse. A época, não compreendi bem, mas a maturidade me possibilitou compreender melhor. Hoje penso que meu pai estava nos alertando sobre a complexidade do saber”, lembra Daniela, a primogênita. “Cortar queijo branco em quadradinhos, mergulhar no café e depois comer com a colherzinha aprendi com ele e faço até hoje. Bem como pingar limão e salpicar açúcar no mamão e na vitamina de abacate. Era muito engraçado disputar com meu pai os suspiros que minha mãe fazia. Também lembro que saíamos aos domingos para comer bolo de arroz e de queijo no Bairro do Porto”, recorda Larissa, a filha do meio.
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“Papai adorava escrever tomando uísque num copo baixo com gelo. Lembro também que ele sempre lia o jornal tomando banho de sol e, ao mesmo tempo, prestava atenção em nossas conversas. Depois fazia um alongamento e corria ao redor da piscina algumas vezes e dizia ‘alongamento, ginástica’. Meus amigos o gozavam, mas ele sempre levava na esportiva” revela Murilo, único homem entre as filhas de Silva Freire e dona Leila Barros Silva Freire. Em Cuiabá, fundada em 2010, a Casa Silva Freire tem a finalidade de preservar e divulgar a obra do poeta. Sua produção literária, artigos de jornais, cadernos, revistas, poemas, discursos e ensaios acadêmicos e jurídicos, fotos, arquivos, vídeos e áudios, além de produções inéditas, estão preservadas na associação sem fins lucrativos. Acesse casasilvafreite.com.br e conheça suas principais obras publicadas. Então, o que mais se pode dizer sobre Silva Freire em tão poucas linhas? Bravo, Silva Freire poeta, advogado, professor e pai-modelo. Bravo!
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