pra você
• ano II • edição 7 •
GASTRO TOUR
As cores e os temperos da surpreendente Tailândia até a gôndola
O cuidado e a excelência dos produtos da Cervejaria Louvada tendência
Verdadeira paixão nacional, o café ganha mais sabor e qualidade em versões especiais
anha Camp ar traz gL do Bi ato Grosso io M a par eiro Prêm m s i i r a p o sion Profis da Rede o n do A lobo G
os benefícios dos
orgAnicos da produção até a mesa, os produtos orgânicos respeitam as qualidades nutricionais dos alimentos, o meio ambiente e o trabalhador
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Sumário 14
Em Família
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Jamil Ayoub, do Al Manzul, prepara um jantar árabe para sua família
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Casa do Chef O Sukiyaki de Kátia Shibasaki já está nas redes sociais do BigLar
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#pra você
Capa Os benefícios, diferenciais e os cuidados na produção dos alimentos orgânicos
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Gastro tour Tailândia: um país para apreciar a paisagem e as delícias culinárias
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Tendência
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Qualidade e inovação para os apreciadores do Café
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Nutrição As riquezas nutricionais do salmão
Até a Gôndola
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Cervejaria Louvada: uma experiência para os mais exigentes paladares
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Estilo de vida Vegetarianismo: é possível levar uma vida saudável sem carne
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#pra você
Arquitetura Arquitetos renovam ambientes e falam de suas inspirações
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Nossa terra A riqueza verbal e linguística do povo mato-grossense
Editorial
A revolução orgânica
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ara muitas pessoas, a produção de alimentos orgânicos está fundamentada em uma cadeia sem agrotóxicos, e sim, está correto, porém a questão vai além do não uso de agrotóxicos. Os produtos orgânicos compõe uma cadeia de valor, onde desde o meio ambiente até os trabalhadores envolvidos são tratados com respeito. Contra a corrente de uma vida superindustrializada e corrida, a produção de orgânicos respeita o tempo certo de cada alimento, está mais centrada na qualidade e nos nutrientes do que na quantidade. Apresentamos um pouco mais desse mercado e deixamos a reflexão sobre o uso desses produtos para aqueles que se identificam com os valores da alimentação orgânica, setor que cresce em larga escala no Brasil. Para uma viagem gastronômica verdadeiramente original, nossa dica é a Tailândia, um dos mais badalados destinos turísticos do mundo, atualmente. O país asiático é exótico, com belíssimas paisagens, uma cultura bastante diferente da ocidental e, principalmente, com uma gastronomia riquíssima. O chef Jamil Ayoub, do restaurante Al Manzul, também nos leva para uma viagem gastronômica ao apresentar um cardápio típico libanês que, à convite do BigLar, preparou um jantar Em Família com pratos originais e o tempero da culinária árabe. A partir desta edição, estreamos um novo espaço: o “Até a Gôndola”. À cada edição, mostraremos por dentro a operação de parceiros-fornecedores que tem um cuidado especial na fabricação de seus produtos. O destaque é a Cervejaria Louvada, uma empresa mato-grossense que está ganhando espaço e conquistando seu público com uma produção de cervejas artesanais extremamente bem-elaboradas e de alta qualidade. Também destacamos uma tendência que veio para ficar: os cafés especiais. Símbolo dos tempos áureos da agricultura nacional e presente no dia a dia do brasileiro, o café passa por um novo momento, e com o conhecimento de especialistas e estudiosos, o tradicional cafezinho ganha versões especiais e uma gama de apresentações e modos de preparo que estão deixando os apreciadores com água na boca. Ainda nesta edição falamos sobre vegetarianismo, sobre a linguagem mato-grossense, sobre reformas de ambientes e muito mais! Uma ótima leitura e um abraço da
Família BigLar bigl ar
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#pra você
A revista “≠ pra você” está disponível gratuitamente para tablets e smartphones na App Store e Google Play
Coordenação Geral Genius Publicidade CEO Junior Brasa Atendimento Ligia Torres Produção Gráfica Tassia Nagazawa
Conteúdo, edição e arte Direção Editorial Glauco Piccirillo Redação Andressa Boa Sorte Adriana Panzini Daniele Danchura Elen Valereto Gabriela Ferigato Kátia Carminatto Marcelo Xavier Michelle Monte Mor Priscila Vanti Direção de Arte Juliano Polotto Revisão Patrícia Amaral
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Tiragem 10 mil exemplares Marketing BigLar marketing@biglar.com.br (65) 99920-5900 Para Anunciar Rico Ferraz ricoferraz@birobrasil.com (65) 99611-3262 Foto de Capa Wander Lima Direção de Arte da Capa Ayrton Amaral
carta do leitor
O melhor de todos Pra mim, o BigLar é o melhor supermercado de Cuiabá. Não tem outro. Aliás, eu “nem frequento outro. Sempre que preciso de algum produto, os atendentes estão prontos a me ajudar. Toda semana estou na unidade do Jardim das Américas para comprar carnes, legumes, verduras e frutas, e fico bem tranquila porque sei que vou encontrar qualidade. É um lugar onde me sinto bem porque, além da variedade dos produtos, o atendimento é excelente. Isso sem contar o carinho nas homenagens aos clientes. No último Dia das Mães fiquei surpresa e feliz por receber flores durante as compras. O BigLar é o meu supermercado.
”
Maria Inalda da Costa Menezes, cliente BigLar há mais de 20 anos
Lugar de amigos torna o BigLar tão especial e referência são as pessoas que trabalham “lá.ODoquegerente ao repositor. Do guarda da garagem ao sommelier. Sem falar na atenção que cada um nos dá (incluo aqui meus familiares) quando precisamos; da disponibilidade para oferecer novos itens que sugerimos, e do feedback tanto das pesquisas quanto das reclamações que fazemos. Não nos deixam sem resposta. Sou curitibana de nascimento, cuiabana de adoção e fiz minha vida aqui. Conheço o Big Lar desde sua primeira unidade, em Várzea Grande, e hoje frequento a loja da Miguel Sutil no mínimo uma vez por semana. Vou ao Big Lar porque busco qualidade, conforto, variedade, bom atendimento, e porque encontro vários amigos a cada ida. Também aprecio bastante a qualidade gráfica da revista BigLar. Mais recentemente duas matérias me chamaram a atenção: “O aniversário de 298 de Cuiabá” e “A Arte aqui é Digoreste”. Textos bem escritos, fotografias que parecem quadros, diagramação leve e excelente distribuição de conteúdo.
”
Giana Benatto Ferreira, cliente BigLar há mais de 20 anos
Apaixonada pelo BigLar Para mim, o BigLar é muito mais do que um supermercado, é um shopping da “gastronomia. Eu fico encantada com a qualidade dos produtos e a diversidade dos nacionais e importados, a gama é fantástica e atende a todos os gostos. Sou uma consumista quando se fala em BigLar. Às vezes aos sábados eu e meu marido vamos duas vezes na loja do Jardim das Américas: pela manhã, e na volta da caminhada, à noite, quando estou decidindo o que vamos fazer para o jantar. Isso sem contar os dias da semana. Nessa unidade tenho sempre o apoio do Mário Márcio, sommelier que me dá um respaldo na harmonização dos vinhos com os pratos que preparo em casa, e o Wanderlei, gerente extremamente competente e prestativo que até manda buscar alguns produtos da sede só para me atender. Também tem a Bete e a Tais que me atendem superbem. O BigLar é diferente pra você, porque você não é indiferente para “ele”. Eu não sou simplesmente uma cliente que entra e sai. Alguns funcionários me chamam pelo nome, tenho uma proximidade com eles. Sinto como se fosse encontrar com amigos.
”
Ione Freire Campos Berto, cliente BigLar há 20 anos bigl ar
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#pra você
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n a P r at e l e i r a — p or P R I S CILA V ANTI —
Delícias a toda hora P r od utos p r e m iu m para faci litar o seu dia a dia com q uali dade
Água na boca
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ada como o cheiro de pão saindo do forno. Para o café da manhã ou da tarde, os produtos disponíveis na Padaria do BigLar estão sempre fresquinhos e saborosos. Com alta qualidade e diversas opções, eles são produzidos com os melhores ingredientes para que sua família tenha momentos agradáveis e repletos de sabor. Escolha o tipo certo de pão para um lanchinho rápido para enganar a fome ou para ser base de uma refeição, seja na bruschetta ou na rabanada. Aproveite e encontre no BigLar diversas opções de acompanhamentos para deixar o seu café ainda mais prazeroso.
queijo
enigmático
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Lenda vai surpreender você e todos à sua volta. O enigmático queijo é produzido a partir de cepas de fermentos selecionadas e ingredientes da mais alta qualidade. Por isso, seu sabor é marcante, levemente adocicado e muito especial. Sua textura também é inconfundível: A Lenda possui casca firme e interior deliciosamente macio. A casca negra fica por conta de um corante comestível, que garante ainda mais mistério a este produto. Seja nos encontros entre amigos ou nas reuniões profissionais, este queijo intrigante será capaz de aguçar a curiosidade e proporcionar uma experiência única.
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Sabor e qualidade
Que o chocolate belga é um dos melhores do mundo não há dúvida. E quando o produto é o preferido de muitos chefs, é certeza de sabor e qualidade. Produzido em uma das mais antigas torrefações do cacau da Bélgica a partir de uma das melhores amêndoas de cacau sustentável da África Ocidental, o Finest Belgian Chocolate da Callebaut surpreende. Usando apenas os ingredientes mais finos, a Callebaut vem produzindo seu chocolate há mais de 100 anos. E para mimar as papilas gustativas dos fãs com o sabor de chocolate que tanto gostam, o blend de amêndoas acrescenta sabor frutado, acidez e notas de cabeça animadas.
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Sabor
A Itália é aqui
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Os sabores da Itália são inconfundíveis. O presunto de Parma Fatiado Vito Balducci Premium é um destes casos. Seu aroma é agradável, sua carne tem a coloração rosa avermelhada e a gordura tem a coloração branca ou rosada. Não remova a gordura, pois é ela que proporciona o clássico sabor adocicado do produto. Saboreie o presunto puro ou em combinações simples que não se sobreponham ao seu sabor. Ele pode ser degustado acompanhado por aspargos, legumes grelhados, figos assados e vinho branco. Por ser embalado em atmosfera protetora, possui uma vida útil de prateleira estendida, já que não há a adição de aditivos. A bandeja tem 100g e oferece higiene, comodidade e praticidade ao consumidor.
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oco é um daqueles ingredientes-coringa que dá um toque especial a qualquer refeição do dia a dia. Seja na sobremesa – em uma queijadinha ou quindim – ou ainda em um prato com inspiração tailandesa, ele reina absoluto. Você pode também produzir seu próprio leite coco a partir da fruta, natural e sem conservantes. É possível ainda apreciar seu sabor comendo a fruta em um lanchinho saudável e delicioso. O coco desidratado da Oner, que você encontra no BigLar, é desenvolvido com matérias-primas selecionadas, visando satisfazer ao consumidor mais exigente, com um sabor diferenciado e alta qualidade nos produtos.
Direto da caixa
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que pode ser mais fresco, saudável e natural do que cultivar seu próprio cogumelo shimeji diretamente em sua cozinha? É só abrir a caixa, acrescentar água e pronto! Você terá cogumelos saborosos com aquele toque de sabor e sofisticação em todos os seus pratos gourmet. O shimeji é um cogumelo rico em proteínas, fibras, minerais e vitaminas, além de uma baixa quantidade de calorias. Seu gosto também agrada muitos paladares, tanto, que é muito comum em restaurantes de comida japonesa. Por esses motivos, esse é um ótimo alimento para entrar no seu cardápio e não sair mais dele.
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vitrine
Já Nas
gôndolas — IN S TA G R A M @ su p e rm e r c a d os b i g l a r —
os produtos mais curt id os na s nossa s rede s so ciais ORG Â NICO
D IRETO D A F RUTA
O Suco de Laranja Facilita BigLar é 100% natural, sem adição de açúcar e sem conservantes. Ideal para quem gosta de sabor e praticidade.
n o b r e z a e n g a r r a fa da O vinagre orgânico de maçã, do Senhor Viccino, dá um toque sofisticado ao prato. Contém mais de trinta elementos nutritivos, sais minerais e complexos vitamínicos.
p u r a o u a c o m pa n h a d a
Único, Veuve Clicquot é um champanhe de todos os momentos, um vinho de altíssima qualidade. Fino e presente em toda extensão da língua, é um aperitivo perfeito.
para bons momentos
harmonia Para um coquetel fantástico ou uma dose pura, a Vodka Grey Goose é ideal. Produzida com trigo 100% puro e um processo de destilação em cinco etapas, tem sabor suave e aveludado.
Dois sabores espanhóis para você deliciar-se: harmonize o Mayor de Castilla e com o Jamón Pata Negra. Intensidade, sabores únicos e uma experiência perfeita.
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Produzida com produtos de alta qualidade, a Pizza Artesanal de Calabresa do BigLar vai muito bem acompanhada pelo Chianti da Bonacchi, um clássico italiano.
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e m fa m í l i a — Por D a n i e l e D a n c h ur a —
Tempero libanês Para ce le brar a famí lia e a t radi ç ão, Jam i l Ay o u b, d o Al Manz u l, p r e par o u u m jantar com o s ab or da cu li nár ia árabe
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m paraíso de cinco hectares localizado em meio à loucura da cidade grande. Assim que se ultrapassa a porteira branca, que sai da avenida e dá acesso à propriedade, o mundo agitado de quem trabalhou o dia inteiro fica para trás em meio ao verde e o ar mais puro, que chega até a ter um cheiro diferente. À medida que se vai adentrando à chácara, fica o questionamento se aquele lugar realmente está em uma região de grande movimento de uma capital de estado. O lago artificial feito para criação de peixes e pesca, fica ao lado do espaço gourmet da casa de Jamil Ayoub, chef do renomado restaurante de comida árabe Al Manzul, dá o toque final ao local. A noite é mais do que especial! O jantar, que reúne familiares e amigos, tem um propósito mais do que digno: comemorar os 72 anos de Clarimã Ayoub, a matriarca da família. De forma simples e muito acolhedora, o espaço está
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decorado com peças da tradição libanesa – taças e toalhas coloridas, em tons vivos de azul, verde, vermelho e lilás, sobre uma comprida mesa de madeira maciça, ladeada por longos bancos, também de madeira. Ao fundo, o som de uma música árabe compõe o ambiente agradável e familiar, conforme ditam os costumes e tradições libaneses.
salada
d e va g e m e ervilha fresca
Uma cozinha rústica, com um grande forno a lenha e panelas de ferro penduradas nas prateleiras, completam a harmonização do local. E é neste local que Jamil dá início à preparação do jantar, que terá como menu salada de ervilha em vagem, risoto libanês com músculo, batata à moda libanesa e filé de pintado, ambos assados no forno a lenha. Apesar de ser a aniversariante do dia, dona Clarimã dá uma ajuda para o filho na cozinha, acrescentando os toques finais na salada e também cuidando do risoto. “Ele quer fazer da maneira dele. Ele é mais básico e eu já sou mais exigente no sabor. Tem que colocar canela em pau, e não canela em pó, mas ele quis assim. Apesar disso, ele é muito bom para cozinhar, principalmente peixes. Ele é básico, mas é exigente tanto para fazer, quanto para comer”, contou a matriarca. Enquanto isso, Roseli Ayoub, esposa de Jamil, faz as idas de carro até a casa para buscar alguns ingredientes, como o azeite. A casa fica na mesma área, mas por ser distante, fica mais fácil a locomoção com carro. Os
E m fa m í l i a
A seção Em Família tem como pauta principal trazer um pouco do cotidiano dos chefs de cozinha de Mato Grosso. Por isso, ao fazer a produção de cada matéria, a Revista BigLar pede que esses profissionais indiquem um prato que cozinhariam em um almoço ou jantar entre parentes e amigos. Assim, você, leitor, se tiver vontade, pode reproduzir essas delícias na sua casa e fazer o seu próprio encontro em família.
outros convidados, Carlos Duarte, responsável pelo marketing do restaurante, Juscelio Ferreira da Silva, chef operacional do Al Manzul e o filho mais velho do casal Ayoub, Tarek Jamil Ayoub conversam sobre futebol, cervejas e outros assuntos, enquanto esperam ansiosos o jantar, do qual o aroma já começa a ocupar o espaço no ambiente.
Fotos: Wander Lima
Rendimento: 4 pessoas
momentos
Ingredientes: •V agem de ervilha (2 embalagens fechadas) •1 cabeça de alho •4 limões •1 50 ml de azeite de oliva •S al a gosto Modo de preparo: Colocar as vagens em água quente por 2 minutos deixando ao dente, tirar da água quente e passar água fria. Socar o alho e misturar azeite, limão e sal. Despejar em cima das vagens e misturar. Deixar em torno de 1 hora na geladeira para o tempero agir.
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à libanesa Rendimento: 6 pessoas Ingredientes: •2 kg de filé de pintado •2 cabeças de alho socado •2 00 a 250ml de azeite de oliva •1 00ml de shoyo •S al a gosto Modo de preparo: Socar o alho, misturar com azeite, o sal e o shoyo fazendo uma pasta próxima de consistente, passar no filé do pintado e a sobra colocar na lateral. O ideal é utilizar uma travessa estreita que o peixe caiba justo. Untar antes. Colocar no forno para assar observando o ponto desejado.
negócios e comecei a me preparar para sair do segmento de moda e reconstruir o Al Manzul”, explicou. Ele assumiu a cozinha do Al Manzul, juntamente com sua mãe que já era a chef do restaurante antigo. Enquanto prepara as batatas para irem ao forno, o chef conta que sempre teve uma relação muito forte com a gastronomia e aprendeu a ser gourmet com o pai, e a ser exigente com o sabor da comida com a mãe. “Pra eu aprender a fazer a comida, basta ver como se faz, tenho facilidade. Cresci em meio aos sabores e ingredientes da família”, salientou Jamil ao afirmar que nunca fez um curso na área da gastronomia. “É um dom que eu tenho”, completou.
Retomando a tradição
Descontração no preparo
Jamil conta que, dos cinco filhos de seu já falecido pai Salah Ayoub, ele foi o único que se interessou em retomar o restaurante. Revelou ainda que, antes disso, trabalhava no segmento de representação comercial, e foi crescendo no ramo até ter o maior showroom de moda do Brasil, mas o interesse pela gastronomia sempre esteve presente e acabou se sobressaindo. “Como o restaurante estava fechado há algum tempo e ninguém queria reabrir, resolvi assumir os
Chega a hora de preparar o peixe. “Este é o ingrediente que não pode faltar na minha geladeira, peixe. Normalmente eu pesco ele aqui no lago, mas esse hoje é especial e veio lá do BigLar. Carneiro também não pode faltar, principalmente nas reuniões de família e amigos”, lembrou Jamil, explicando que reúne os amigos com frequência, “umas duas a três vezes por mês. Gosto de ir pra cozinha”, disse.
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risoto libanês
Ingredientes: •7 00gr de músculo traseiro •1 30gr de grão-de-bico •2 0gr de canela em pó •1 cabeça de alho •1 50ml de azeite oliva •5 00 gramas de arroz branco •S al a gosto Modo de preparo: Cozinhar o grão-de-bico na panela de pressao até ficar macio. Retirar da água para preparar o arroz. Socar o alho até virar pasta, colocar o azeite de oliva na frigideira e quando estiver quente fritar o alho até dourar. Depois, colocar na panela de pressão junto à carne para cozinhar. Picar em cubos o músculo e cozinhar na panela de pressão até ficar macio. Retirar o músculo da água para usar no arroz. Preparo do arroz: fritar o arroz na panela, colocar grão-de-bico cozido, colocar o músculo cozido, acrescentar sal, misturar a canela mexendo bem e acrescentar a água que sobrou do músculo para cozinhar o arroz. Deixar o arroz molhadinho. Rendimento: 8 pessoas
Enquanto os pratos assam no forno, Jamil, a esposa Roseli e os convidados conversam sobre vinhos, futura ida ao Líbano e também sobre os cachorros da família. Roseli contou que já teve mais de 20 cachorros, mas que agora o número está reduzido. Logo, a essência do perfume da canela usada no risoto libanês invade o local do jantar, avisando que está na hora de comer.
Mesa servida A panela com o risoto, a travessa de salada, e as formas com as batatas assadas e os filés de peixe são colocadas sobre a bancada, ao lado do forno a lenha, de forma simples e familiar. Jamil faz questão de servir a todos, pelo menos na primeira rodada. Em questão de minutos, o único som que podem ser ouvido no local é o cricrilar dos grilos, o som da flauta libanesa ao fundo e os barulhos dos talheres em movimento. Até que a expressão de êxtase provocada pelo sabor dos pratos quebra do silêncio dos convidados. “Este peixe está maravilhoso!”, elogia Roseli, e dona Clarimã completa: “Realmente peixe é a especialidade de Jamil. Ele faz muito bem”, ressalta. Em seguida, Carlos é o primeiro a se levantar para repetir o prato. Durante o jantar, tanto o peixe quanto a batata
são mantidos no forno a lenha para não esfriar, mas com a porta aberta, para não queimar. Com a deixa do publicitário, os demais convidados também aproveitam para se servir novamente. O jantar é regado com o vinho tinto português Quinta de Bons Ventos 2015. O risoto libanês chama a atenção devido a mistura de texturas do arroz, do músculo cozido e do grão-de-bico, coroados com o sabor da canela. A batata, cortada em duas bandas e com casca, foi temperada com sal, alho e pimenta libanesa, e não deixou a desejar frente aos outros pratos da noite. E enfim chega a hora da sobremesa. Dona Clarimã é a responsável por preparar o ataif, que é um doce libanês, em formato de pastelzinho, recheado com amêndoas – neste caso –, com calda de água de laranjeira. Jamil conta que não gosta muito de fazer doces e por isso a mãe é quem cuida mais dessa parte.
Tradição árabe Dona Clarimã conta que gosta muito de fazer doces árabes, principalmente o mamul, o qual é feito com massa de semollina, recheado com tâmaras, pistaches ou amêndoas, e costuma fazer em casa. Mas para o seu jantar
B atata a s s a da
libanesa Rendimento: 6 pessoas Ingrediente: •2 kg de batata inglesa partidas ao meio com casca •2 cabeças de alho socada •P imenta síria a gosto •S al a gosto •3 00 ml de azeite de oliva Modo de preparo: Lavar bem as batatas, pois serão usadas com casca. Misturar o alho socado com a pimenta síria, o sal e o azeite de oliva, fazendo uma pasta. Passar na batata em todos os lados e forrar a assadeira com as batatas com a parte cortada para baixo. Levar ao forno bem quente e assar até ficar crocante.
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ataif
sobremesa
Massa Ingredientes: • 3 xícaras de chá de farinha de trigo • 3 1/2 xícaras de leite • 1 pitada de sal • 2 colheres sopa de fermento em pó Modo de preparo: Bater no liquidificador a farinha de trigo, o leite e o sal. Acrescentar o fermento e bater mais um pouco. Deixe descansar por duas horas. Calda Ingredientes: • 3 xícaras de açúcar • 1 1/2 xícaras de água com suco de meio limão • 1 xícara (das de café) de água de flor de laranjeiras libanesa Modo de preparo: Leve ao fogo o açúcar e a água com suco de limão. Deixe ferver até que fique não muito rala. Junte a essa calda a água de flor de laranjeiras. Tirar do fogo e deixar esfriar.
de aniversário, resolveu fazer o ataif. Natural de Aquidauana, no Mato Grosso do Sul, dona Clarimã conta que cozinha desde os 10 anos e que, após vir para Cuiabá e se casar com Salah Ayoub passou a fazer as comidas árabes, mas que também gosta muito de fazer comidas diferentes, sendo que seu prato preferido é a paella. Para ela, frutas e verduras não podem faltar na geladeira, pois como fica o dia inteiro na cozinha do restaurante, quando chega em casa prefere comer alguma fruta ou uma salada bem temperada. Dona Clarimã explicou que também é chef no Al Manzul e toda a parte de tempero passa pela aprovação dela, que está sempre acompanhando tudo na cozinha. “Tudo é feito com muito amor e carinho”, ressaltou. Segundo Dona Clarimã, para ela cozinhar é uma forma de meditação. “Se eu estou fazendo uma coisa aqui, não penso em outra coisa. Tem que ter muito foco, é como se eu estivesse meditando”, afirmou. Durante a sobremesa surge o assunto de que a família precisa programar uma viagem para o Líbano, onde ainda possuem parentes. “Vejam só, a tantos anos cozinha comidas árabes, libanesas e eu nunca fui para o Líbano. Espero que um dia consiga ir, visitar um sobrinho que ainda está lá”, disse esperançosa Dona Clarimã. Jamil explicou que já está nos planos da família viajar para o Líbano no próximo ano. “Essa é uma ideia que já estamos planejando e vamos tentar por em prática”, ressaltou. Após a sobremesa, Jamil acendeu uma fogueira na lateral do espaço gourmet e explicou que esse é ritual que ele realiza apenas para criar um clima mais harmonioso. Em seguida, relaxou em uma rede e continuou a conversa com os convidados até por volta das 22 horas, quando todos começaram a retornar para suas casas. Afinal, era uma segunda-feira e a semana estava apenas começando.
Recheio Ingredientes: • 250gr de nozes trituradas não muito finas • 2 colheres de sopa de água de flor de laranjeira • 2 colheres de açúcar cristal Modo de preparo: Esfregue com as mãos as nozes e a água de flor de laranjeira. Depois acrescente o açúcar e continue esfregando até o recheio ficar um pouco umedecido. Montagem Com a massa faça pequenas panquecas em frigideira quente antiaderente untada com manteiga. A medida para a panqueca é de ¼ de xícara de massa. Coloque em fogo baixo até que seque a parte de cima da massa. A massa deve ser feita apenas com um lado na frigideira até ficar dourada na parte de baixo. Forrar uma assadeira com guardanapo e dispor as massas prontas, ao mesmo tempo, cobrindo com outro guardanapo para abafar. Com as massas prontas, coloque o recheio com uma colher e aperte as beiradas para fechar os pasteizinhos. Caso eles se abram, umedeça levemente as beiradas com água. Depois de tudo pronto organize os pastéizinhos em uma travessa ou prato grande de cristal. A calda é servida à parte ou em prato de sobremesa regado com calda.
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na casa do chef
Fotos: Wander Lima
— Por K a t i a C a rm i n a t t o —
sobre a chef
Kátia Shibasaki S
ukiyaki, um prato para reunir a família. Não por acaso, esse foi o prato escolhido pela arquiteta Kátia Shibasaki para o programa Na Casa do Chef, que já está nas redes sociais do Big Lar. O prato remonta uma tradição milenar do Japão que traz como principal ingrediente a confraternização, já que é preparado conjuntamente à mesa. O nome Sukiyaki vem da junção das palavras “suki”, que significa pá, com a palavra “yaki”, que se refere ao ato de fritar, grelhar ou cozinhar. Isso porque o costume dos agricultores japoneses era grelhar carnes, peixes e tofu sobre uma pá. Conta a história que o a difusão do Sukiyaki se deu em função da popularização da carne bovina e da manteiga, influências das culinárias americana e europeia do século XIX.
Por que você escolheu o Sukiyaki ? O Sukiyaki é um prato que você pode fazer na mesa com a família toda reunida. É mais que um prato, é um momento prazeroso para conversar e aproveitar em boa companhia. As pessoas sentam-se à mesa e vão preparando os ingredientes a seu modo e preferências.
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Nascida em São Paulo, Kátia vive em Cuiabá há mais de 20 anos e, para ela, cozinhar é sinônimo de cuidar. A começar pela escolha dos alimentos: “Costumo variar bastante nos legumes e verduras e prefiro sempre os orgânicos”, afirma. E a família aprova. Segundo ela, o marido Washington Shibasaki e o filho Kenzo, de 12 anos, não abrem mão dos momentos prazerosos das refeições em família. Kátia conta que suas experiências gastronômicas tiveram início logo que se casou, há 23 anos. A influência oriental vem da ascendência nipônica, já que ela e o marido são descendentes de japoneses. Ela lembra com carinho das especialidades da culinária japonesa preparadas pela avó quando ainda era criança, uma das inspirações que a faz manter viva as tradições ancestrais à mesa. “Além do mais, a comida japonesa é mais saudável”, acrescenta a arquiteta que, mesmo com a rotina movimentada dividida entre casa e escritório, faz questão de preparar as refeições da família. “Quando a gente prepara a própria comida, o sabor é completamente diferente”, comenta. Apesar da inclinação pela culinária japonesa, o feijãozinho à moda brasileira não pode faltar na mesa dos Shibasaki. “Pode parecer uma combinação estranha, mas adoramos arroz japonês com feijão”, revela a arquiteta sorrindo. Outro ingrediente sempre presente na cozinha de Kátia é o carinho. “Tudo que se faz com amor, ganha outro sabor.”
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k Faceboo
— w w w . f a c e b ook . c om / su p e r b i g l a r —
assista
na casa do chef
Confira a receita completa de Sukiyaki da arquiteta Kátia Shibasaki no Canal Big Lar no YouTube e na nossa página no Facebook (facebook.com/superbiglar). A cada edição você vai encontrar uma receita especialmente preparada por nossos clientes apaixonados pela boa gastronomia.
Mas isso não requer grelha ou panela especial ir à mesa? Na necessariamente. Na receita que está no ar, eu preparei a receita em uma panela elétrica. Qual a principal característica desse prato ? O Sukiyaki é um prato saudável e muito versátil pela variedade de combinações que ele possibilita. E o interessante é que para cada família o prato tem um sabor diferente porque é preparado com ingredientes distintos. Aqui em casa saboreamos o Sukiyaki em família pelo menos uma vez por mês. Que outras variedades você sugere para o prato? Algumas pessoas gostam de utilizar carne de frango, ovo e uma grande variedade de legumes. Há ainda, quem não dispense o molho agridoce, que é meu caso. Na minha receita costumo acrescentar legumes e verduras que meu filho não comeria se eu preparasse de outra forma. É o caso da bardana, nabo e até o konhaku (um alimento milenar japonês, obtido de uma batata chamada “konjak”).
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sommelier — Por D a n i e l e D a n c h ur a —
Os famosos
vinhos de Bordeaux 1
Ce le brad os e de se jad os p or
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e n óf i los d o mu n d o i nt e i r o
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amoso e apreciado mundialmente, o vinho de Bordeaux é produzido em uma das mais famosas regiões vinícolas da França, da qual herdou o nome, e que está localizada na região sudoeste, à margem do Oceano Atlântico. O tradicional de vinho de Bordeaux, ao contrário de muitos vinhos no mundo, não é varietal ou monovarietal, que são aqueles produzidos com uma única variedade ou com a predominância de uma determinada uva. O Bordeaux é um vinho de corte, também chamado de blend ou assemblage, produzido a partir de diferentes cepas ou variedades de uva, dependendo da sub-região. Pérolas do mercado mundial, alguns vinhos de Bordeaux em safras excepcionais podem atingir preços estratosféricos e são ícones que despertam o desejo de consumo de enófilos pelo mundo afora. O sommelier Luiz Roberto Corrêa Lima dá dicas de Bordeaux que podem ser encontrados na Cave Noble BigLar.
de vinhos 1. Château Cheval Blanc AOC Saint-Émilion Grand Cru Classé 2006: O que o torna tão especial é sua qualidade de reunir força e elegância, num perfeito equilíbrio. 2. Château Cantemerle AOC Haut-Médoc 2011: Escuro, concentrado e fino oferece aromas nobres de flores, cardamomo, cranberry, pimenta e fumo de corda. O sabor é marcado pela potência e elegância, com taninos finos e acidez marcada. 3. Château Mazerat AOC Saint-Émilion Grand Cru 2010: Frutado, com notas florais, é um vinho bastante complexo, mineral, que precisa de 7 a 8 anos para se revelar por completo. 4. Bad Boy AOC Bordeaux 2009: Com aroma de frutas, revela um nariz muito limpo e arredondado, com sutis notas de fumo e um fundo mineral. Elaborado com 70% de Merlot de Saint-Émilion (Bordeaux) e 30% Grenache de Maury (Rosellón), é mais uma demonstração da criatividade e singularidade de Jean-Luc Thunevin, dono do famoso Chateau Valandraud.
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Imagens ilustrativas
C a rta
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CApA — Por E l e n V a l e r e t o —
Valorização à saúde e ao homem do campo
o c o n c e i t o d e a l i m e n ta ç ã o o r g â n i c a va i a l é m d e u m a p r o d u ç ã o s e m a g r ot ó x i c o s . O o r g â n i c o é , a c i m a d e t u d o , u m p r o d u t o q u e r e s p e i ta o m e i o
Fotos: Wander Lima
a m b i e n t e e a c a d e i a p r o d u t i va
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semente usada, a origem, os insumos, o manejo, além da composição dos produtos. Esse selo obedece ainda a lei brasileira que rege a comercialização de quaisquer alimentos que se intitulem orgânicos. “Aspectos sociais e ambientais também são checados para garantir que um produto não seja certificado como orgânico, caso o produtor esteja, por exemplo, desmatando, poluindo um rio, usando mão de obra escrava, entre outros”, conta o gerente da Ecocert Brasil Alexandre Schuch, empresa que possui uma das certificações de orgânicos mais respeitadas pelo mercado nacional e internacional. O mercado de orgânicos tem ganhado tanto força que o Sebrae pretende investir pouco mais de R$ 10 milhões, em dois anos, em 13 projetos espalhados em oito estados. O anúncio foi feito em junho deste ano, durante a realização da 13ª Bio Brazil Fair/Biofach América Latina, realizada em São Paulo (SP). Também conhecida como Feira Internacional de Produtos Orgânicos e Agroecologia, esse evento é considerado o maior de negócios com produtos orgânicos de todo o continente americano.
consumo de orgânicos é uma realidade cada vez mais forte. Essa tendência vai contra ao ritmo acelerado da vida moderna, que impôs alimentos e produtos fornecidos de forma mais rápida e durante todo o ano. Agora o que se busca é uma vida mais saudável e que respeite o meio ambiente. Engana-se quem pensa que os alimentos orgânicos dizem respeito apenas a legumes e verduras. Frutas, geleias, ovos, grãos, cereais, café, carnes, chocolate, bebidas em geral e mel orgânicos são apenas mais alguns exemplos que já estão próximo dos consumidores e são produzidos sem nenhuma interferência química. Esses alimentos destacam-se pela não presença de métodos de produção convencionais, que usam pesticidas artificiais, grãos transgênicos, agrotóxicos e hormônios para aumentar a produtividade e diminuir a mão de obra. De acordo com o Sebrae, o mercado nesse setor tem crescido, em média, 30% ao ano e totaliza cerca de 15 mil produtores certificados em todo o Brasil. A certificação é importante porque respeita requisitos que rastreiam a
O que os alimentos orgânicos têm a oferecer • Alimentos mais saudáveis sem o uso de pesticidas artificiais • Plantios que não agridem o solo, ar e os mananciais • Animais alimentados somente com orgânicos, não confinados, sem uso de hormônios e antibióticos • Rotação de culturas e adubação verde que promovem solo sempre fértil • Garantia da biodiversidade, uma vez que o manejo orgânico ajuda a manter, principalmente, a preservação de insetos que combatem naturalmente as pragas • Estímulo para o homem do campo e sua família permanecerem em suas terras, promovendo troca de gerações • Mais saúde para os produtores, que são protegidos pela ausência do uso de agrotóxicos • Geração de emprego, já que o manejo orgânico exige mais mão de obra • Maior retorno financeiro para os produtores de cultivos orgânicos
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“A questão de saúde é bastante relevante tanto ao consumidor quanto ao produtor. Quem compra orgânicos contribui ainda para melhores relações de trabalho, condições melhores de saúde e de mais rentabilidade ao produtor” Egon Nord, produtor e engenheiro agrônomo
O investimento é um grande estímulo, principalmente, porque o envolvimento dos pequenos produtores rurais e de agriculturas familiares representam hoje 90% da origem dos alimentos orgânicos. Há ainda indígenas, assentados e quilombos que desenvolvem a agricultura orgânica, embora ainda sem obedecer a todas às exigências para a comercialização profissional. No que se refere à hortifrúti, o estado do Mato Grosso lidera as produções de orgânicos, apesar de ter uma área plantada menor. No Horta Terra Estrela, em Várzea Grande, por exemplo, um hectare recebe mais de uma dúzia de variedades de verduras. Entre elas estão a alface (são cinco espécies), rúcula, couve, escarola, chicória, espinafre, cebolinha, salsa, coentro, manjericão e hortelã. O produto orgânico tem mais qualidade e é isento de intoxicação química. Mais que isso, traz mais
sabor e frescor à mesa. Segundo a nutricionista Elaine Spada, os orgânicos são melhores porque concentram mais vitaminas e sais minerais, além de terem um gosto mais intenso ao paladar. “A cenoura, por exemplo, é mais doce e tem a cor mais viva, assim como a beterraba. Já os ovos orgânicos têm a gema e a clara mais consistentes, semelhantes ao ovo caipira, mas se diferenciam por ter cuidados desde a concepção do frango – que, claro, também deverá ser orgânico. A linhagem e a espécie da ave serão diferenciadas, incluindo o grão que a alimentará, devendo ser orgânico”, conta a profissional. Para a saúde, a nutricionista explica que o alimento orgânico possui uma concentração maior de nutrientes e sais minerais. “Os ingredientes naturais são melhores metabolizados
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pelo organismo e fazem uma limpeza no trato intestinal, pois quando existe a presença de agrotóxicos, há certa dificuldade do processamento correto do organismo”, diz Elaine. No entanto, a aparência dos alimentos, no caso de hortifrútis, principalmente, pode ser um pouco prejudicada. Isso porque acabam sendo menores e com folhagens não tão viçosas, já que nem sempre o combate às pragas é efetivo com o uso de técnicas e defensivos naturais. “Os legumes, as frutas e as verduras podem ser menores e não terem um aspecto tão bonito quanto aqueles que usam agrotóxicos”, ressalta a nutricionista Elaine. Especialistas destacam que o consumo de orgânicos é um investimento ao consumidor, já que a garantia de boa saúde e prevenção de doenças são retornos incalculáveis. “Outra dimensão é a social. Hoje a agricultura orgânica, tendo as certificações com selo, são a única forma dos agricultores familiares estarem inseridos e manterem suas raízes no campo. Isso estimula também a permanência dos jovens nas propriedades, dando continuidade ao trabalho dos pais”, diz o produtor e engenheiro agrônomo Egon Nord.
Fotos: Wander Lima
Outros benefícios dos orgânicos Para o gerente da Ecocert Brasil Alexandre Schuch, a diversificação do portfólio de produtos orgânicos é uma das maneiras de garantir uma forma sustentável e com mais retorno financeiro. Com isso, o produtor também tem acesso a mais canais de comercialização, recebendo um valor agregado por ter um produto diferenciado. “Além da parte comercial, ele também se beneficia por não utilizar agrotóxicos no seu dia a dia – estatisticamente existem culturas em que essa é uma triste realidade de produtores de fumo e outras culturas que se intoxicam e desenvolvem doenças neurológicas e câncer devido a essa exposição”, informa Alexandre. O produtor e engenheiro agrônomo Egon Nord concorda. “A questão de saúde é bastante relevante tanto ao consumidor quanto ao produtor. Quem compra orgânicos contribui ainda para melhores relações de trabalho, condições melhores de saúde e de mais rentabilidade ao produtor”, diz.
O mercado de orgânicos tem ganhado tanto força que o Sebrae pretende investir pouco mais de R$ 10 milhões, em dois anos, em 13 projetos espalhados em oito estados
Já relacionada à natureza, o consumidor favorece a manutenção da diversidade da fauna e flora, protegendo a biodiversidade que existe, preservando os recursos naturais, evitando a contaminação da água dos mananciais. As práticas da agricultura orgânica tende a aumentar a matéria orgânica do solo, reduzindo o efeito estufa, entre outros favores.
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Mais espaço e destaque para orgânicos Também é uma tendência o investimento de supermercados em áreas especialmente dedicadas a alimentos orgânicos. Em Cuiabá (MT), por exemplo, a rede de supermercados BigLar vende hortifrúti, bebidas alcóolicas, como cachaça e vinho, azeite, tofu, achocolatado, arroz, feijão, sucos, açúcar, mel, cereais, café, biscoitos, geleias, entre outros alimentos. Entre os exemplos, está a cachaça Weber Haus. Produzida a partir de cana-de-açúcar orgânica plantada em Ivoti (RS), a bebida é envelhecida em barris de bálsamo, que é uma madeira brasileira. A cana usada para a produção dessa bebida é cultivada com manejo ecológico no plantio, corte e rebrota. Da mesma forma é obtido o açúcar, cuja plantação de cana passa por um controle biológico no controle de pragas, sendo a colheita executada quando a cana ainda está verde, mantendo a qualidade frutada. Já o mel, para ser considerado orgânico, as colmeias precisam estar a uma boa distância – em quilômetros de lavouras que usem agrotóxicos.
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“A infraestrutura empregada é similar de um sistema convencional, mas em relação ao custo de mão de obra, é significativamente maior. Vários processos são feitos manualmente na plantação orgânica, como a adubação, controle de pragas e ervas daninhas. No entanto, o retorno é maior” Egon Nord, produtor e engenheiro agrônomo
Tudo isso para não se contaminarem, o que poderá garantir um mel puro e com características silvestres.
Longe de contaminação Entre as hortaliças que mais absorvem contaminação química dos agrotóxicos está a couve. Exatamente, por isso, também é a opção de folhagens plantadas e manejadas por opções naturais mais buscadas para consumo. As informações amplas divulgadas
sobre o assunto e a preocupação com a saúde fazem com que haja mais interesse e cuidado na hora de escolher o que comer. Segundo o produtor e engenheiro agrônomo Egon Nord, da Horta Terra Estrela, a couve também está em evidência porque é um vegetal muito presente em sucos verdes para emagrecer e adicionados na função de detox – isto é, para desintoxicar o organismo de alimentos pesados ou exageros nos fins de semana. O produtor Egon é um dos peque-
nos produtores que obteve o selo de alimentos orgânicos em Várzea Grande (MT). Embora dedique-se há duas décadas à plantação consciente, apenas há quatro está devidamente certificado para entrega em escala comercial, o que lhe garantiu aumentar a renda de venda. Isso porque o retorno com os orgânicos é maior, mesmo que o empenho no trabalho saia um pouco mais caro. “A infraestrutura empregada é similar de um sistema convencional, mas em relação ao custo de mão de obra, é significativamente maior. Vários processos são feitos manualmente na plantação orgânica, como a adubação, controle de pragas e ervas daninhas. No entanto, o retorno é maior”, informa o produtor.
da lavoura à mesa
Partindo de alimentos produzidos organicamente, dá-se origem a novos produtos com grande qualidade e aspectos naturais.No restaurante Raposa Vegana, na capital mato-grossense, por exemplo, os ingredientes são escolhidos pelo seu frescor e sabor, exatamente por isso é dado prioridade aos produtos orgânicos, que ainda respeitam a natureza e o trabalho do homem do campo.
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gastro tour — Por M i c h e l l e M o n t e M or —
Tailândia suas cores, aromas e sabores De st i n o foi u m d os mais v isitad os d o mu n d o e m 2016 e o f e r e c e b e m m a i s q u e b e l a s pa i s a g e n s
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aisagens exóticas e exuberantes. Quando pensamos na Tailândia, logo vem à cabeça as imagens de praias paradisíacas, com mar cristalino. Sim, este país localizado no sudoeste asiático tem isso. E muito mais. Sua gastronomia repleta de cores, aromas e sabores também atrai turistas de todo o mundo. Prova desse sucesso é que em 2016, Bangcoc, capital tailandesa, ficou no topo das cidades mais visitadas do mundo. Recebeu cerca de 22 milhões de turistas e ficou à frente de Londres, com 19,8 milhões e Paris, com 18 milhões. Os dados são de uma pesquisa da Mastercard. De acordo com a autoridade de Turismo da Tailândia, o país recebeu 32,6 milhões de visitantes em 2016 e até 2030, esse número deve chegar a 60 milhões por ano. Só para se ter uma ideia, no ano passado, durante os Jogos Olímpicos, o Brasil inteiro recebeu 6,6 milhões de turistas. E os brasileiros não precisam de visto para visitar o país. Basta ter um passaporte com pelo menos seis meses de validade. Com paisagens exóticas, a Tailândia é conhecida também por sua rica gastronomia. A sua cozinha criativa é um paraíso para os amantes da boa culinária.
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Templo de Wat Arun
“Desde que meu primo Vinicius me contou sobre a experiência dele pelo sudeste asiático eu fiquei com uma enorme vontade de conhecer. Comecei a pesquisar na internet e rapidamente me encantei pela praias paradisíacas. Também tinha curiosidade em conhecer uma cultura diferente. Além disso, o país tem custos de hospedagem, alimentação e passeios relativamente baixos em relação ao Brasil” Nadja Nayra Vianny da Costa, servidora pública
A servidora pública Nadja Nayra Vianny da Costa interessou-se pela Tailândia após ouvir indicações de parentes e amigos. “Desde que meu primo Vinicius me contou sobre a experiência dele pelo sudeste asiático eu fiquei com uma enorme vontade de conhecer. Comecei a pesquisar na internet e rapidamente me encantei pela praias paradisíacas. Também tinha curiosidade em conhecer uma cultura diferente. Além disso, o país tem custos de hospedagem, alimentação e passeios relativamente baixos em relação ao Brasil”, disse Nadja. Ela viajou com o namorado, em dezembro de 2016. Os dois passaram 28 dias na Tailândia. Os turistas brasileiros não precisam de visto para ingressar no país, caso a permanência seja de até 90 dias. Basta ter o passaporte com pelo menos seis meses de validade.
Khao San, Bangcoc
Culinária exótica e barata Decidida a visitar a Tailândia, Nadja começou a interessar-se pela gastronomia do lugar. Mas ela revela que não chegou a experimentar os pratos mais exóticos, como os insetos. “Já chegamos na Tailândia com muita vontade de experimentar as comidas típicas. Em nossa primeira refeição, logo ao entrar no restaurante já sentimos aquele cheiro de curry, que particularmente gosto muito. Porém, mal sabia que esse cheiro nos acompanharia por toda a viagem... chegou a dar uma enjoada. Quanto aos gafanhotos e outros insetos, nós não experimentamos. E não é lá tão comum encontrar ou ver alguém comendo por lá. O máximo que vimos foram pessoas vendendo pra turistas tirarem fotos”, explica a servidora pública A base da gastronomia tailandesa são os molhos. Feitos com diversos ingredientes, em alguns pratos, como o nam pla, substitui o sal. São feitos com malagueta, alho, ostras, leite de coco, especiarias, caranguejo e peixe. Outro alimento que nunca falta na cozinha tailandesa é o arroz. Este prato é servido de diversas formas:
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fervido, frito ou em sopa. O almoço, por exemplo, pode vir com arroz de frango, porco, gambas com alho, frutos do mar, massas e verduras. O arroz por lá é tão consumido, que muitas vezes é servido até junto com os doces. “O que mais consumimos a perder as contas foi ‘coconut ice cream’. Eu não podia ver um vendedor que já queria. Eles servem o sorvete no próprio coco cortado, aí fica aquela parte molinha do coco verde, que você come junto, com um pouco de amendoim. É divino. Vimos as pessoas de lá tomarem esse sorvete na hora do almoço como se fosse uma refeição, com arroz por baixo no copo. O meu pedi sem o arroz”, conta Nadja Vianny.
Coconut Ice Cream
gastro tour
Som tam
experimentar Não deixe de
• Som tam amosa salada tailandesa que F
Pad Thai
acompanha os pratos principais. É feita com mamão verde, verduras e legumes. Leva ainda chilli, açúcar, molho de peixe, limão ou suco de tamarindo. • Satay E ste é um espetinho de porco
marinado com cúrcuma e leite de coco. Para acompanhar, molho de amendoins. • Pad Thai E sse é o prato mais famoso da
gastronomia tailandesa. É feito de diversas formas, mas a base leva noddles salteados com soja, carne, camarões, tofu ou vegetais. Leva ainda amendoim e molho picante. • Curry Massaman P rato bem popular, com curry,
carnes, que pode ser de cordeiro ou frango. É servido com arroz branco e uma salada de pepino, chilli e cebola, temperada com vinagre e açúcar. • Mango Sticky Rice Q uer um doce? O Mango Sticky
Rice é uma sobremesa com manga madura, servida com arroz doce preparado no leite de coco.
Satay
Mango Sticky Rice O prato mais famoso da culinária tailandesa é o Pad Thai. E para a servidora pública Nadja Vianny, ele é imperdível. Pode ser encontrado em todo lugar, desde barracas de rua, até restaurantes conceituados. O Pad Thai é preparado com noddles salteados com soja, servido com carne, camarões, tofu ou vegetais. O cliente pode acrescentar ainda os molhos picantes e amendoim. “Nunca havia experimentado a gastronomia tailandesa e adorei. Quase todos os pratos são agridoces. Eles misturam sempre a comida, ou com macarrão ou com arroz e usam sempre curry ou outros temperos. Deve ser por isso que eles não tem opções de sobremesa como nós por aqui”, disse a viajante e servidora pública. Além dos Pad Thai, Nadja surpreende-se com as opções gastronômicas para aliviar o calor. “Adorei poder andar pelas ruas e encontrar muitas frutas
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frescas, já cortadas e servidas no palito. Muito bom pra aliviar o calor”, revela. As comidas típicas são muito baratas na Tailândia. No entanto, caso o turista prefira algo que não seja da culinária do país, o preço pode ser bem salgado. “Vale a pena comer na rua ou feiras. Em restaurantes também é bem acessível. Porém, se você pedir algo como pizza, lasanhas, massas em geral, lanches, aí o preço já é bem parecido com o nosso”, explica Nadja. E as bebidas também são atrações por lá. Além das cervejas artesanais, outro drinque que faz sucesso na Tailândia é o Bucket, de acordo com Nadja Nayra Vianny da Costa . “É uma mistura de bebidas. Vai gelo, Red Bull, soda, licor e é servido naqueles baldinhos de criança brincar na praia. É bem gostoso, perigoso e barato. Custa uns R$ 20.”
Curry Massaman
A
tend ência
Paixão
nacional
T r a d i ç ã o n o s l a r e s b r a s i l e i r o s , o c a f é s e r e n o va com versões gourme t e novos sabores pa r a a g r a d a r a o s c o n s u m i d o r e s m a i s e x i g e n t e s
— Por AD R IANA PAN Z INI —
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eja durante o expediente no trabalho, na visita dos amigos queridos, para dar aquela animada no início de um novo dia ou para encerrar a refeição em grande estilo, o café é parte da identidade brasileira e está presente em todos os momentos. Sempre atual e muito apreciado, nos últimos anos ganhou novas versões, sabores e aromas que expandiram ainda mais este mercado e ajudaram até mesmo a impulsionar novas carreiras. Tudo para atender a demanda dos clientes, que ficaram mais exigentes ao descobrir todas as possibilidades que o precioso grão pode oferecer.
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“O consumidor descobriu que café não é tudo igual, que existe uma diversidade imensa de sabores e aromas” Nathan Herszkowicz, diretor-executivo da ABIC
Segmento sempre em expansão O Brasil é o maior produtor e exportador mundial de café, além de segundo maior consumidor, atrás apenas dos Estados Unidos. Sua produção chega a mais de 110 países e alcançou 21,2 milhões de sacas de 60kg em 2016. De acordo com a ABIC (Associação Brasileira da Indústria de Torrefação e Moagem de Café), atinge 98,5% dos lares brasileiros, com o consumo de 84 litros por habitante ao ano. Mesmo em tempos de crise, é um setor que mantém o crescimento, com micro e pequenas empresas em sua maioria e grandes torrefadoras de atuação nacional. A chave para este resultado é a atualização constante. “O consumidor descobriu que café
não é tudo igual, que existe uma diversidade imensa de sabores e aromas”, destaca o diretor-executivo da ABIC, Nathan Herszkowicz. “Isso se intensificou entre 2004 e 2006 com o Programa de Qualidade do Café, que passou a considerar as categorias Tradicional, Superior e Gourmet, incentivando o público a experimentar diferentes variedades”, diz. “Atentos a esta demanda, os produtores passaram a investir em grãos de melhor qualidade, embalagens mais atraentes e inovação, como as cápsulas, que começaram a conquistar espaço a partir de 2014 por serem práticas e permitirem o preparo de uma única xícara, evitando o desperdício”, acrescenta o diretor.
C o m o c o n s e r va r
e preparar Para aproveitar tudo de bom que o café oferece, a nutricionista e cafeóloga – sim, já existe também formação específica para esta área – Mônica Pinto dá algumas dicas que podem fazer a diferença no resultado final. •G uarde o café sempre longe de
produtos de higiene e limpeza, pois o pó absorve facilmente os odores. Preferencialmente, mantenha em pote hermético na geladeira. • O ideal é consumir o café em
até duas ou três semanas depois de aberto.
O Brasil é o maior produtor e exportador mundial de café
• Nunca ferva a água em demasia
110 países
milhões
de s ac a s de 60kg em 2016
e nem reaproveite o pó de café usado para novas preparações. Fonte: ABIC
21,2
e x p o r t a pa r a mais de
• Só adoce o café na xícara e o
mantenha na garrafa térmica por no máximo uma hora. Depois disso, fica com gosto de requentado e perde sabor. • Para variedades com torra
média, a proporção é de 6 a 8 colheres (sopa) rasas para um litro de água, o que rende cerca de 20 xícaras. Se a torra for escura, reduza para entre 5 e 6 colheres (sopa) rasas. • Não aperte ou compacte a
camada de pó no filtro, comece despejando a água pelas beiradas e depois em fio pelo centro. Não mexa com a colher.
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tend ência
Cafés mais que especiais A chegada ao mercado da categoria Gourmet abriu novas frentes para o produto e colaborou para o surgimento de opções sofisticadas. Elaborado com grãos especiais, apresentam mais aroma, corpo, doçura e retrogosto, que é o sabor que permanece no paladar por mais tempo. “Essa variedade recebe um tratamento diferenciado desde a lavoura, com o produtor selecionando os lotes e escolhendo os métodos de preparo mais adequados”, revela Herszkowicz. “O mesmo cuidado é seguido na indústria, que deve escolher o tipo de torra, normalmente média, a moagem e a embalagem adequada, em grande parte de 250 gramas”, aponta o diretor-executivo da ABIC. Muitas marcas já trazem nos rótulos informações sobre a origem dos grãos e características da região produtora, que ajuda a escolher o melhor café, mas é importante também verificar se existe alguma certificação, como as fornecidas pela ABIC, que coleta e analisa amostras de mais de três mil marcas por ano e somente concede o Selo de Pureza, a identificação da categoria ou mesmo o Selo de Café Sustentável após a avaliação de todos os critérios. A data em que o café foi industrializado é outro dado relevante: quanto mais recente, mais aroma e sabor. Na esteira da especialização do segmento, surgiu também a necessidade de profissionais capacitados para atender o público. Entre as principais funções criadas está a de barista. A
exemplo do sommelier no caso dos vinhos, é o especialista que tem contato direto com o cliente para orientações e é responsável pelo preparo correto da bebida, independente do método. Não é tarefa simples! Para auxiliar adequadamente o cliente, é preciso dominar todas as informações sobre procedência de grãos e características dos cafés, e ainda conhecer detalhes climáticos e geográficos da região produtora. Outra posição em alta é a de mestre de torra, que atua nas indústrias para definir como determinado grão deve ser torrado, a fim de preservar todas as suas propriedades.
de cientistas da Universidade Johns Hopkins atestou que duas xícaras de café podem fazer muito bem para a memória, com participantes se saindo melhor em testes depois de ingerir o esta quantidade. A cafeína é a substância mais conhecida do café, associada a melhorias no estado de alerta, capacidade de aprendizado e resistência ao esforço físico por estimular o sistema nervoso, mas representa apenas de 1 a 2,5% do produto. Sua composição inclui uma ampla variedade de nutrientes e ainda é uma importante fonte de antioxidantes, que protegem a pele, o sistema imunológico, coração e olhos. Bom para o paladar e para a saúde!
Delicioso e ainda faz bem Além de desfrutar do prazer de saborear uma bebida de qualidade e sem igual, consumir café regularmente e de forma moderada pode colaborar para a prevenção de uma série de doenças como diabetes, câncer de cólon e mal de parkinson. É o que apontam estudos realizados no Brasil, Estados Unidos, Europa e Japão. Somente em um destes levantamentos, que envolveu mais de 400 mil homens e mulheres norte-americanos, os resultados revelaram que os tomadores de café foram os que registraram menor mortalidade por causas cardíacas, acidente vascular cerebral e diabetes, entre outras enfermidades. Em complemento, pesquisa
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Dupla
perfeita O café também faz sucesso nas lojas do BigLar, e não só pela variedade de tipos e marcas disponíveis nas gôndolas. A qualquer momento do dia é possível saborear a concorrida bebida, acompanhada dos famosos pães de queijo, biscoitos de queijo e chipas de queijo da rede. Sempre fresquinhos, completam com perfeição o cafezinho naquela pausa das compras e são tão apreciados que recebem elogios dos clientes nas redes sociais. Vale experimentar!
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saúde à mesa — Por G a b r i e l a F e r i g a t o —
PROTETOR
do coração
Rico em nut rient es benéficos à saúde, o salmão é reconhecido p or ser font e de ômega-3, grande aliado do cérebro e coraç ão
E
le teve papel essencial no menu dos povos que habitavam áreas gélidas, como os vikings, que o degustavam logo pela manhã, e os esquimós, que deram a deixa para futuros estudos e descobertas no mundo científico sobre os benefícios do salmão para a saúde. Hoje, é um dos queridinhos nos inúmeros restaurantes japoneses espalhados pelo Brasil e, com o tempo, também se popularizou como um alimento presente dentro das casas. Prova disso é que entre os 12 maiores consumidores de salmão do mundo, o Brasil é o quarto, atrás apenas dos Estados Unidos, França e Polônia. Da família dos salmonídeos, a mesma das trutas, ele recebe a classificação de anádromo, ou seja, se reproduz em água doce, mas vive a maior parte de seu ciclo de vida no mar. Aliás, é das águas chilenas que vem a maior parte do salmão consumido atualmente no Brasil. Uma de suas características mais fortes e conhecidas é a rica presença do ácido graxo ômega-3. Essa “gordura boa” existe em maior quantidade em peixes de águas salgadas e frias, como o atum, arenque, bacalhau, sardinha e o protagonista da vez, o salmão. De acordo com a professora da Faculdade de Nutrição (FANUT) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Ana Volp, dentre seus benefícios estão os efeitos de redução do colesterol ruim e do índice de triglicérides no sangue, além de uma atuação anti-inflamatória e de dissolução das placas de gorduras nas artérias.
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na saúde Ef e i t o s
• Ômega 3: prevenção de doenças cardiovasculares, diminuição dos níveis
de colesterol e de triglicérides no sangue. Melhora a flexibilidade das artérias e tem efeito anti-inflamatório. • Selênio: ação antioxidante que contribui para a prevenção de certas
doenças crônicas. •F ósforo: saúde dos ossos e dos dentes e auxilia na regeneração dos tecidos. • Vitamina B3: participa dos processos relacionados ao material genético,
permitindo o crescimento e desenvolvimento sadio. • Vitamina B12: bom funcionamento das células nervosas e do sistema
neurológico, além de participar da fabricação dos glóbulos vermelhos e das células do tecido ósseo. • Ferro: transporte de oxigênio e formação de glóbulos vermelhos no sangue. • Magnésio: bom funcionamento do sistema imunológico e importante
para o desenvolvimento dos ossos e dentes. • Potássio: regulador da pressão e do pH sanguíneos e auxilia os processos
digestivos e as contrações musculares. • Zinco: sistema de defesas do organismo e fabricação do material genético. •V itamina A: ajuda a preservar a saúde dos olhos e contribui para o bom
funcionamento do sistema de defesas do organismo, prevenindo infecções.
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“Como nós humanos não somos capazes de sintetizar o ômega 3, sugere-se consumi-lo em boa quantidade para a manutenção de saúde e/ou prevenção de doenças”, afirma a nutricionista ao exemplificar citando a obesidade, diabetes, hipertensão, alguns tipos de câncer, entre outras enfermidades alérgicas e de memória. O alimento – quando natural de águas geladas e profundas – também é fonte de vitaminas A, B6, B12, C e D, e minerais, como ferro, potássio, sódio, cálcio e magnésio, conforme complementa Wania Monteiro de Arruda, nutricionista clínica funcional, ao recomendar um consumo equilibrado de duas a três vezes por semana. Traduzindo algumas dessas propriedades, as vitaminas do complexo B garantem, entre outras funções, a produção de energia pelo organismo e o bom funcionamento do sistema nervoso. Já o ferro, é essencial para o transporte de oxigênio e formação de glóbulos vermelhos no sangue. Cru, defumado, grelhado ou frito, o salmão agrada diferentes paladares e é bem versátil na gastronomia brasileira e mundial. De acordo com a professora Ana Volp, as formas menos processadas são as mais recomendadas, evitando, assim, a perda de suas propriedades nutricionais. “Existe um paradoxo, pois o seu consumo cru (o melhor) exige uma obrigatoriedade de inspeção sanitária visto que, se não houver, o produto pode conter um parasita [conhecido como a ‘tênia do peixe’] que penetra o trato gastrintestinal e pode causar uma série de danos infecciosos e inflamatórios à saúde humana”, ressalta. Para ser consumido cru, a nutricionista lembra que ele deve ser congelado a -20ºC durante sete dias ou -35ºC por 15 horas, com o intuito de matar o parasita.
post do chef
tas Receivas em si exclu página do nossa
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Salmão selvagem — Por Kátia Carminatto —
U m a a g r a d áv e l c o m b i n a ç ã o d e t e x t u r a s e e x p lo s ã o d e s a b o r e s
b ibgi lgal ra r 4040
você #prapravocê
Fotos: Wander Lima
sobre o chef
— w w w . f a c e b ook . c om / su p e r b i g l a r —
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utileza e elegância são as principais ingredientes do prato escolhido pelo chef Marcelo Cotrim para este mês. A receita de salmão selvagem com creme de abacate e chips de mandioca sugere uma variação pouco conhecida do peixe que entrou no gosto do brasileiro há algum tempo. Como a espécie normalmente é importada do Alasca, o preço do salmão selvagem é praticamente o dobro daqueles criados em cativeiros. Mas, segundo Cotrim, esse é um investimento que vale a pena:“Aparentemente, as diferenças são sutis, mas a textura do salmão selvagem é um pouco mais aveludada no paladar, sua carne é extremamente macia e saborosa, além de ser uma fonte maior de ômega 3”. Ele explica que coloração diferenciada dessa
espécie é proveniente da alimentação baseada em crustáceos coloridos, diferentemente do salmão de cativeiro que adquire a coloração através de rações vitaminadas.
Combinação de texturas Na receita, que já está disponível na fanpage do BigLar no Facebook, o chef Cotrim explora a combinação das gorduras do peixe e do abacate com a crocância da castanha e da mandioca frita. “São as diferentes texturas e sabores que dão leveza ao prato”, comenta o chef. A harmonia da preparação é finalizada com um toque de acidez de vinagre balsâmico. Apesar do requinte, a receita é simples de fazer e, melhor ainda, de
Onde estão as
diferenças
degustar. Cotrim ressalta que o maior cuidado na hora do preparo é com a manipulação do peixe. O ideal, ensina o chef, é conservar as superfícies resfriadas com auxílio de gelo para manter a qualidade do produto.
Almoço ou jantar?
Aliado das refeições saudáveis, o salmão é considerado uma das melhores fontes de proteína e ômega 3, um tipo de gordura poli-insaturada que faz bem ao organismo, principalmente no combate às doenças cardiovasculares. Embora haja diferenças sutis entre a espécie selvagem – pescada naturalmente – e aquela criada em cativeiro, os especialistas acreditam que as propriedades do salmão selvagem são superiores por concentrarem maior percentual de ácidos graxos. Duas características que diferenciam os dois tipos de salmão são a cor, que no salmão selvagem é mais suave, e a textura aveludada, que faz com que o peixe derreta na boca.
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Antes de se tornar chef, o cuiabano Marcelo Cotrim fez imersões pelo mundo da gastronomia em restaurantes renomados como Dalva & Dito e D.O.M, de Alex Atala, e Epice, de Alberto Landgraf. Formado em Gastronomia e com pós- graduação em Chef de Cozinha Brasileira, Marcelo Cotrim foi indicado ao Prêmio Dólmã como um dos três melhores chefs do Mato Grosso. Além de consultoria na área, ele realiza eventos gastronômicos personalizados. Instagram: marcelo_cotrim
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#pra você
“Pela abundância de ômega 3 e pela leveza dos ingredientes, esse é um prato que pode ser servido em qualquer refeição”, destaca Cotrim. Como acompanhamento, ele sugere elementos com diferentes texturas que evidenciem a nobreza dos ingredientes. O chef também dá a pista da melhor ocasião para se degustar o salmão selvagem com creme de abacate e chips de mandioca: “Este é um prato para celebrar os bons momentos da vida”.
i nstag o u r m e t
Foto: Wander Lima
— IN S TA G R A M @ su p e rm e r c a d os b i g l a r —
anote
ingredientes
• 350gr de jamón serrano fatiado • 200gr de cream cheese • 80gr de queijo gorgonzola • 60gr de nozes quebradas • 1/2 maço de cebolinha • Mel
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Trouxinhas
de Jamón Jamón serrano com creme
de g or g onzol a e n oz e s, u ma de lí cia! 2
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Modo de preparo 1. Em uma panela, ferva água. Coloque a cebolinha por 30 segundos. Retire e reserve; 2. E m um recepiente misture bem o cream cheese e o queijo gorgonzola até ficar homogêneo; 3. Abra as tiras de jamón e, de duas em duas, forme uma cruz. Acrescente uma porção do creme de queijos; 4. Feche em forma de trouxinha e utilize a cebolinha para amarrar; 5. Na superfície do recipiente em que será servido, coloque uma pequena porção de mel e polvilhe com as nozes quebradas. Posicione a trouxinha em cima das nozes.
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At é a G ô n d o l a — Por A n d r e ss a Bo a S or t e —
Louvada uma experiência sensorial Com um sabor marc ant e e um processo de produç ão diferenciado, as cerve jas art esanais ganham c ada ve z mais e s pa ç o à m e s a d o s consumidores que busc am na bebida, o p ra z e r da deg ustaç ão
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“A primeira etapa envolve o malte, que vem da cevada. Esse malte é moído para logo em seguida, ser misturado à água. Nessa etapa, o líquido passa pelo processo chamado mosturação, que serve para retirar os açúcares fermentáveis do malte. Depois da mostura, o líquido é filtrado e fervido para que componentes indesejáveis ao sabor da cerveja sejam eliminados por meio da evaporação” Ygor Quintela, diretor-comercial
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m Cuiabá, há cerca de dois anos, o empresário Ygor Quintela e mais quatro sócios, Gregório Ballaroti, Fernando Zanetti, Rafael Mandu e Paulo Fortunato, decidiram abrir um empreendimento de fabricação de cerveja artesanal: a Cervejaria Louvada. Além de amigos, os sócios que antes atuavam no mercado financeiro, sempre foram amantes da cultura cervejeira. Segundo Ygor, que atua como diretor-comercial da marca, o paladar do público adepto desse tipo de cerveja é mais aguçado. “Em nosso processo de produção, temos o cuidado de elaborar uma bebida puro malte, cujo processo de fabricação dura em média 21 dias, enquanto que uma cerveja industrial, por exemplo, devido aos componentes químicos adicionados à fórmula, fica pronta em bem menos tempo, cerca de 10 dias, o que também altera o sabor”, destaca. O tempo maior de preparo da cerveja artesanal, é também um dos principais fatores que influenciam no sabor da bebida. Ygor explica os cuidados da produção artesanal passo a passo. “A primeira etapa envolve o malte, que vem da cevada. Esse malte é moído para logo em seguida, ser misturado à água. Nessa etapa, o líquido passa pelo processo chamado mosturação, que serve para retirar os açúcares fermentáveis do malte. Depois da mostura, o líquido é filtrado e fervido para que componentes indesejáveis ao sabor da cerveja sejam eliminados por meio da evaporação”. Ygor explica ainda que nesse momento da fabricação é que
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At é a G ô n d o l a
portfólio A Cervejaria Louvada conta hoje com cinco principais tipos de cerveja. Pilsen: delicada, clara e leve.
Possui 4,8% de teor alcoólico e baixa fermentação, por isso é considerada mais leve que as demais. Harmonização com saladas, massas e carnes brancas.
APA
Louvada APA: Perfumada,
Pilsen
acobreada e refrescante. American Pale Ale é uma cerveja mais encorpada, ideal para degustação de queijos fortes, embutidos como linguiças ou hambúrgueres artesanais.
WitBier
Louvada IPA: India Pale Ale,
acobreada, encorpada, forte e com teor alcoólico mais elevado. Além disso possui aromas cítricos e herbais, e ainda um toque de amargor típico da IPA. Ideal para Churrascos, queijos fortes e salames. Louvada WitBier: Perfumada,
IPA
Weiss
saborosa e refrescante. Com adição de cascas de ponkan e coentro, a Louvada WitBier é inspirada em receitas belgas, mas com um evidente toque cuiabano. Ideal para ser harmonizada com pratos leves como risotos, sushis e saladas. Louvada Weiss: clara, delicada e aromática. Feita com trigo, notas de banana e cravo, tem seu sabor finalizado com um leve amargor. Ideal para ser degustada com frutos do mar, salada e alimentos frescos.
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é adicionado o lúpulo. Ele ressalta que os ingredientes usados são em sua maioria, importados. “Parte do malte de cevada nós compramos da Alemanha, o lúpulo vem da Europa e Estados Unidos, e o fermento da Áustria”, disse. Após o lúpulo ser adicionado, começa então o processo de resfriamento do mostro. “Nessa etapa, temos todo o cuidado para que a bebida fique no tanque de fermentação e maturação, juntamente com a levedura, o tempo adequado para que o fungo transforme os açúcares restantes em álcool, de maneira totalmente natural”, explica. Depois de 21 dias, a cerveja artesanal fica pronta, e o cuidado com o produto ainda não termina por aí. Segundo Ygor, a cerveja artesanal tem dois grandes inimigos: a luz e o calor. “Priorizamos uma logística de entrega de qualidade até nosso cliente, para que a cerveja produzida de maneira artesanal chegue com o mesmo sabor até a gôndola do supermercado”, destaca o empresário.
harmonizações Para dar dicas de como harmonizar cada tipo de cerveja com a nossa deliciosa cultura regional, conversamos com o Beer Sommelier Elvio Resende, especialista em harmonização com cervejas especiais e eleito duas vezes como um dos vinte e cinco melhores Beer Sommelier do Brasil. Vamos às dicas! Louvada Pilsen e Ventrecha de Pacu.
Um dos pratos mais tradicionais da nossa culinária é a saborosa ventrecha de pacu frita. Selecionamos a Louvada Pilsen para essa harmonização pela sua leveza, baixo teor alcoólico e suavidade. Nesta harmonização a cerveja pilsen com sabores levemente maltados e boa carbonatação auxiliam na limpeza do paladar potencializando os sabores da ventrecha.
“Priorizamos uma logística de entrega de qualidade até nosso cliente, para que a cerveja produzida de maneira artesanal chegue com o mesmo sabor até a gôndola do supermercado”
Louvada Witbier e Linguiça Cuiabana.
Foto: http://ciadacomida.blogspot.com.br
Ygor Quintela, diretor-comercial
Aqui a harmonização é clássica, tanto a cerveja como a Linguiça possuem sabores que se complementam. As notas frutadas da cerveja ajudam suavizar as notas mais salgadas da Linguiça, e além disso, a boa carbonatação da cerveja suporta o alto teor de gordura da Linguiça proporcionando sempre um paladar limpo, pronto para o próximo pedaço! Louvada Weiss e Ceviche de Piranha
A Louvada Weiss tem na sua composição trigo que dá a ela um sabor leve que harmoniza muito bem com o Ceviche. A junção do prato com a cerveja é perfeita; acidez da cerveja “ temperando” o peixe, os dois criam um terceiro sabor fantástico! Louvada APA e Mojica de Pintado.
Foto: https://guiadacozinha.com.br
Mojica de Pintado
Carne Seca com Banana
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A nossa inconfundível Mojica de Pintado harmoniza muito bem com uma Louvada APA. Os sabores condimentados da Mojica são suavizados pela boa dose de malte da cerveja. As notas adocicadas tanto do prato quanto da cerveja se unem em perfeita sintonia. Louvada IPA e Carne Seca com Banana
Da família Louvada, a IPA é a cerveja mais intensa em termos de sabor. Ela também possui uma graduação alcoólica mais alta e, sendo assim, pede um prato com intensidade de sabor. A nossa tradicional Carne seca com banana forma uma combinação perfeita! Os sabores mais amargos da cerveja são suavizados pelas notas mais adocicadas do prato, em contrapartida, as notas mais salgadas do prato perdem força diante da combinação lúpulo/malte da cerveja. Esse embate de sabores produz um resultado final espetacular!
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e s t i lo d e v i d a — Por A d r i a n a P a n z i n i —
saúde que vem da
terra
V eg an ism o e v eg e tar ian ism o con q u istam c ada ve z mais adeptos no Brasil
P
opularizadas por famosos como Rodrigo Santoro, Bruna Marquezine e Yasmin Brunet, as dietas veganas e vegetarianas vieram para ficar. Em pesquisa do Ibope, 16 milhões de brasileiros se declararam vegetarianos. Seguindo o mesmo patamar de estudos realizados em países como Estados Unidos e Reino Unido, estima-se que 30% desse total sejam veganos, ou cerca de cinco milhões de pessoas. Se antes era difícil encontrar produtos elaborados segundo as diretrizes destas rotinas alimentares, hoje é possível escolher entre uma ampla variedade, complementando as opções oferecidas pela natureza e consolidando um segmento de mercado que analistas apontam que cresce 40% ao ano. Ao contrário do que alguns imaginam, garantem tantos nutrientes quanto os demais planos alimentares balanceados.
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“É um tipo de alimentação rica em nutrientes, vitaminas, minerais e fibras e, ao mesmo tempo, reduzida em gorduras saturadas, o que resulta em menores índices de doenças cardiovasculares e diabetes, além de melhorar a saúde intestinal” Carolina Castro, Fisiologia Endócrina,
Mesmo princípio, filosofias diferentes, muita nutrição Muitas pessoas ainda confundem o veganismo e o vegetarianismo, ou acreditam que são sinônimos. Embora ambos privilegiem o consumo de frutas e verduras, os veganos excluem qualquer tipo de alimento de origem animal, inclusive preparações que contenham itens como mel e ovos. Já os vegetarianos retiram as carnes do cardápio, mas mantêm derivados como queijos, leites e manteiga. Qualquer que seja a escolha, todos recebem os elementos necessários para uma vida saudável. “Há mitos ligados
a estas dietas que não procedem, como o desenvolvimento de anemias e perdas de massa muscular”, explica a nutricionista e doutora em Fisiologia Endócrina, Carolina Castro. “É um tipo de alimentação rica em nutrientes, vitaminas, minerais e fibras e, ao mesmo tempo, reduzida em gorduras saturadas, o que resulta em menores índices de doenças cardiovasculares e diabetes, além de melhorar a saúde intestinal”, diz. “Os vegetais ainda possuem substâncias antioxidantes e anti-inflamatórias que combatem o envelhecimento precoce e auxiliam na prevenção de diversas do-
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enças incluindo câncer”, acrescenta. Com a orientação adequada, é possível assegurar a manutenção de todas as fontes das substâncias importantes para o organismo, conforme aponta Carolina. “A quantidade diária de proteínas pode ser obtida nos grãos de soja, no tofu, no leite para os veganos e em leguminosas como lentilha, grão de bico e feijões”, destaca a nutricionista. “Para equilibrar o ferro, é recomendado ingerir alimentos ricos em vitamina C e não introduzir aqueles com alto teor de cálcio na mesma refeição, que diminuem sua absorção”, indica. “Já a vitamina B12 é encontrada na levedura de cerveja, no trigo integral, em alimentos fermentados e algas marinhas”. Para aqueles que recorrem às dietas vegetarianas e veganas apenas como recurso para o emagrecimento, Carolina faz um alerta: se o cardápio não for bem elaborado, pode até engordar! “Isso ocorre porque a proteína animal é importante para dar saciedade, então algumas pessoas podem ter mais fome, ou substituir a fonte proteica por fontes de carboidratos, que pode levar ao aumento da gordura corporal e à perda dos benefícios como prevenção de doenças cardiovasculares, por este motivo é essencial buscar a informação correta antes de aderir a estas rotinas alimentares com este propósito”, conclui.
e s t i lo d e v i d a
o cardápio
T e c n o l o g i a pa r a va r i a r
Os aplicativos de celular podem ser uma ótima ferramenta para encontrar receitas originais veganas e vegetarianas, tanto para o dia a dia como para ocasiões especiais. • Receitas vegetarianas: com as
receitas veganas e vegetarianas do site Tudo Receitas, oferece grande diversidade de pratos. Gratuito. Disponível para Android. • Espinapp Free: oferece mais
Experiência de quem já aderiu Quem já adotou as dietas baseadas em vegetais afirma que os benefícios são amplos. “Optei pelo veganismo primeiramente pela minha saúde, e também porque esse estilo de vida é a minha forma pessoal de contribuir para um mundo melhor”, conta a analista de dados Melissa Gama, que há três anos segue essa rotina alimentar. “Percebi melhoras na minha pele, pois sempre tive muita acne, no funcionamento do intestino e na disposição geral”, ressalta. “Também sumiram os sintomas da gastrite, os exames de sangue mostraram taxas reduzidas de gordura e pude emagrecer e manter o peso de forma saudável”, acrescenta. Vegetariana desde 2005, a maquiadora Carina Stein Antunes adotou o veganismo há cerca de dois anos, por amor à causa animal, e estende esse conceito também para todos os produtos que usa hoje em seu dia a dia profissional, considerando apenas marcas veganas e cruelty free. “Minha alimentação sempre foi muito saudável, mas me sinto mais leve, minha digestão é mais rápida e também faz muito bem para a minha mente”, comenta.
Cuidados para quem quer começar Qualquer alteração na alimentação deve ser introduzida aos poucos, fazendo com que o organismo se adapte. Uma mudança muito brusca pode dificultar a transição, causando mal estar e problemas digestivos. Os alimentos de origem animal devem ser retirados aos poucos, sempre começando pelos mais pesados e gordurosos e evoluindo para mais leves, em um ritmo individual que proporcione bem estar. Como indicado pela nutricionista Carolina Castro, é preciso fazer substituições que continuem fornecendo as vitaminas e minerais que o corpo precisa. Os legumes de cor verde escura, como espinafre e couve, por exemplo, contêm alto teor de ferro. É o momento de explorar a incrível variedade e abundância de frutas, verduras e legumes, experimentando novas receitas e conhecendo sabores diferentes. O acompanhamento de um profissional nesta etapa pode auxiliar a montar o melhor cardápio, atender necessidades es-
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#pra você
de 130 receitas, divididas por categorias, com passo a passo, tanto para iniciantes como para quem busca pratos mais elaborados. Gratuito. Disponível para Android. • Receitas Veganas: com prepa-
rações específicas para quem segue este tipo de dieta, inclui passo a passo e fotos. Gratuito. Disponível para Android. • CyberCook Receitas: com aces-
so ao enorme banco de dados do site, possui uma categoria específica para os vegetarianos. Gratuito. Para Android e IOS. •M estre-Cuca: dispõe de uma
categoria apenas sobre cozinha vegetariana, com diversas receitas com fotos e instruções detalhadas. Gratuito. Disponível para IOS.
pecíficas e esclarecer dúvidas, sendo ainda essencial para quem é portador de doenças crônicas com restrições alimentares, como o diabetes, em que alguns alimentos não são indicados.
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arquitetura — Por G a b r i e l a F e r i g a t o —
Arquit e tos most ram o ant es e dep ois de ambient es que pa s s a r a m p o r u m a r e n o va ç ã o t ot a l e o s c o n c e i t o s a p l i c a d o s
LAR novo lar
s pa
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a mitologia romana, “lares” eram os deuses domésticos que protegiam a casa e a família. Com o tempo, a palavra lar ganhou uma conotação carinhosa para identificar o lugar que as pessoas encontram suas origens, segurança e conforto. Sem deixar esses fatores de lado, muitas vezes elas sentem a necessidade de renovação e mudança. Quase como um passe de mágica, arquitetos, urbanistas e designers de interiores recriam os espaços enfatizando, ainda mais, o sentido do nome “lar”. O feitiço desses profissionais, na verdade, envolve traduzir os desejos e sentimentos de cada cliente em um projeto rico em detalhes, como estrutura, estilos, características, influências etc. Conheça o antes e depois de ambientes que passaram por uma renovação total.
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uiabá recebe muitos migrantes de braços abertos. Tendo em mente essas pessoas, o arquiteto e urbanista Luiz Mauro Oliveira Coelho renovou por completo uma casa na Chapada dos Guimarães. “Cuiabá é muito quente. Os nativos estão acostumados, mas os migrantes, como as pessoas da região Sul, sentem falta de um clima mais ameno e buscam na Chapada um ambiente mais parecido com o seu natural”. O desafio era transformar uma casa pequena em um local espaçoso. “Optamos por quebrar muitas paredes e criar áreas maiores”, afirma. Eliminaram, então, uma cozinha pequena nos fundos da residência para trabalhar com o conceito de um espaço gourmet. Em formato de “L”, começa pela churrasqueira, seguido por uma cozinha, sala com home theater e, em frente a ela, um SPA. “Uma parte da família pode estar no SPA, outra na sala de home theater e todo mundo está interagindo”, explica. Fechado com vários painéis de vidro, o objetivo é que o espaço possa ser usado em qualquer estação e clima. A residência tem ventilação cruzada (as janelas são posicionadas de forma a promover correntes de ar dentro de casa) e também um sistema previsto de captação de água de chuva. Os detalhes em madeira e pedras dão o toque rústico. www.luizmauro.arq.br
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sala integrada
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colhedor é o adjetivo que permeou todo o projeto dessa reforma. Pensando no prazer em receber convidados em casa, a arquiteta e designer de interiores Ilana Santiago transformou um ambiente de 127m² em um espaço que contempla sala de jantar, sala com cozinha, home theater e adega para que todos, moradores e visitas, possam interagir. “A ideia é que ninguém tenha vontade de sair. Meu estilo é deixar os ambientes agradáveis e aconchegantes”, explica Ilana. Nesse caso, predominou um estilo moderno com alguns detalhes clássicos e contemporâneos. À época, a profissional havia retornado de uma viagem à Europa e trouxe na bagagem influências do estilo escandinavo. Reconhecido por suas cores neutras, linhas sóbrias, luminosidade natural, objetos elegantes e toque rústico por meio da madeira. Tecnologia de ponta é outra característica dominante do projeto. Por meio de qualquer dispositivo móvel, é possível, por exemplo, ligar e desligar o ar condicionado ou o aparelho de som. Os armários também são automatizados e abrem com comando de voz. Os painéis têm tratamento para acústica e os tapetes e cortinas foram pensados de forma a tornar esse isolamento de som mais agradável. “É uma tendência muito forte”, complementa a arquiteta e designer. www.ilanasantiago.com.br
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arquitetura
cozinha funcional
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casamento do estilo moderno com o rústico deu o tom na transformação dessa cozinha funcional. De acordo com a arquiteta e urbanista Débora Silva, receber as pessoas em casa é um hábito muito frequente entre os moradores da região. Por isso, existe uma ideia de integração, unificar duas cozinhas em uma só. “Pensamos toda a parte de ergonomia. Trabalhei o balcão, a pia, a geladeira e o fogão em linha reta. Funciona muito bem. Ergonomicamente, temos que trabalhar em linha reta ou triangular. Fica menos cansativo”, explica. A ideia é que a pessoa do outro lado do balcão possa acompanhar a produção dos alimentos. “O ambiente pode ser usado como uma cozinha tradicional ou gourmet”, completa. Quase todo o trabalho foi feito à base de MDF (tradicional, amadeirado, laqueado). O que segue, segundo a profissional, o conceito de “morar mais por menos” (sustentabilidade, regionalismo, inclusão, entre outros fatores). “Gosto muito de misturar texturas, revestimentos e de ousar de uma forma que não seja temporal. É ousado, tem cor, mas é atemporal. É um projeto com executado há algum tempo, mas continua moderno”, pontua Débora. Um item importante foi trazer elementos regionais. Ele está presente, por exemplo, no banco esculpido em tronco de madeira. A obra pertence à artista Lara Matana, mato-grossense de coração. Já os quadros são da artista plástica Deuseni Félix. “É uma mistura do rústico com o moderno. Aqui temos essa coisa da fazenda, do interior, mais tradicional. E também o elemento cidade, pessoas ligadas a São Paulo, Curitiba, Rio de Janeiro, que entra o conceito de modernidade”. www.deborasilva.arq.br
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BIGLAR NA MÍDIA — p or p r i s c i l a v a n t i —
Profissionais
do Ano
c a m pa n h a d o b i g l a r v e n c e U m d o s m a i s i m p o r ta n t e s e r e s p e i ta d o s p r ê m i o s d a p u b l i c i d a d e b r a s i l e i r a
U
ma campanha criada para o supermercado BigLar pela Agência Genius, de Cuiabá,
uma agência e uma produtora de Mato Grosso conquistam o maior prêmio publicitário da televisão brasileira”, afirma Junior Brasa, CEO da Genius. A Genius concorreu com agências de Brasília, Goiás, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo e Minas Gerais. Realizado desde 1978 pela direção de negócios da Globo, o Profissionais do Ano tem como objetivo homenagear os profissionais do mercado de publicidade, responsáveis por criar e transformar ideias em comerciais criativos. Em suas 38 edições, o Profissionais do Ano consolidou-se como um dos maiores do país premiou o talento de toda uma geração de publicitários brasileiros. Neste ano, 59 profissionais das áreas de criação, direção de comerciais, entidades e escolas de comunicação, além de representantes da Globo, compuseram os júris das classes Nacional e Regional (dividido entre regiões Norte-Nordeste, Leste-Oeste, Sul, Sudeste Interior e Sudeste Capitais). A Genius foi finalista com quatro indicações: duas na categoria campanha e duas em mercado. A entrega do troféus será no dia 18 de outubro, em São Paulo. O filme vencedor pode ser visto na página do YouTube do BigLar.
foi a vencedora da categoria mercado, região leste-oeste, do Profissionais do Ano, da Rede Globo. É a primeira vez que uma agência de Mato Grosso Conquista o prêmio. O filme aborda a prevenção ao câncer de mama e repercutiu com a população de Cuiabá. Além conscientizar sobre a prevenção do câncer, o filme conseguiu sensibilizar as mulheres a doarem parte de seus cabelos para a produção de perucas. Em poucos dias, a ação impactou boa parte da população de Cuiabá, e pelas redes sociais, atingiu outras cidades e estados. Milhares de mulheres foram impactadas e, muitas, mesmo de outras regiões, entraram em contato para enviar suas doações. A hashtag #cortesdiferentes dominou as redes sociais e o assunto foi destaque nos principais portais de notícias de Cuiabá, ganhando, inclusive, uma reportagem exclusiva na TVCA, emissora afiliada da Globo. As doações de cabelos para a ONG Rapunzel Solidária bateram recorde e cresceram mais de 54%. “É algo que nos enche de orgulho, pois é a primeira vez que
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acontece — p or p r i s c i l a v a n t i —
Doação de amor
Tempo precioso
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leite materno é uma das principais fontes de nutrientes para as crianças até dois anos de idade.
Contudo, quando bebês prematuros ficam internados, os hospitais precisam de doações do produto para alimentar as crianças. Para incentivar este ato repleto de amor, no mês de agosto, o BigLar lançou a sua já tradicional campanha de doação de leite materno “Amigas do Peito”. Realizada entre os dias 1° e 12 de agosto, a ação contou com a doação de mais de 230 mulheres, que procuraram um dos postos de coleta em uma das três lojas dos Supermercados BigLar. Além de compartilhar seu amor e ajudar, assim, a salvar vida de muitos bebês prematuros, estas super mamães puderam tirar dúvidas com as doutoras do peito da UTI Neonatal do Hospital Santa Helena antes de fazerem sua doação.
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vida está cada vez mais corrida, os afazeres são tantos que a sensação é de que o dia deveria ter pelo menos umas 10 horinhas a mais, não é mesmo? E o sentimento é ainda maior quando é preciso negociar as nossas necessidades com as necessidades de nossos filhos. No Dia dos Pais, o filme do BigLar em homenagem à data, assinado pela agência Genius, convidou os pais a deixarem seus compromissos de lado e passarem mais tempo com seus filhos, porque como diz o texto final “a vida passa num piscar de olhos”. Nas redes sociais, comprovou-se a força da mensagem com quase 100 mil visualizações, mais de mil compartilhamentos e quase 3 mil curtidas, emocionando a todos que o assistem e passando de modo diferente o seu recado.
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Campanha de Doação de Brinquedos já faz parte do calendário de ações sociais do Supermercados BigLar há alguns anos. Pensada para levar diversão e carinho às crianças carentes, ela vem batendo recorde de doações a cada ano. Em 2016, foram quase seis mil brinquedos arrecadados para mais de vinte creches beneficiadas. Para este ano, a ideia é ultrapassar tal número. A campanha já lançada na mídia procura, por meio do humor, chamar a atenção do público, mostrando crianças que, ao ficarem sem brinquedos, podem aprontar confusões que vão deixar os pais de cabelo em pé. A campanha segue até o dia 12 de outubro e os postos de arrecadação se encontram nas três lojas do BigLar.
Diversão e carinho
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r a d a r c u lt u r a l — Por Marcelo Xavier —
A Paixão de
Van Gogh
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uase um thriller policial, ‘A Paixão de Van Gogh‘ (Loving Vincent), de Hugh Welchman e Dorota Kobiela, é o primeiro longa-metragem totalmente pintada à mão. O filme ficou pronto depois de seis anos de produção e contou com o auxílio de mais de cem pintores (usando a mesma técnica de Van Gogh) especialmente treinados para a tarefa de trazer para a tela grande a arte do artista holandês considerado uma das figuras mais famosas e influentes da história da pintura ocidental. Inspirado tanto nas telas de Van Gogh quanto em relatos de suas cartas pessoais, ‘A Paixão de Van Gogh’ é uma animação realizada com 65 mil quadros pintados. A história gira em torno de Joseph Roulin, o carteiro amigo do pintor. Desconfiado da história do suicídio de Van Gogh, ele decide investigar os seus últimos passos. Como um detetive, resolve ouvir o relato de conhecidos. À medida que investiga o caso, Roulin mais se convence que ele Van Gogh pode ter sido vítima de um misterioso crime.
O r at ó r i o s e
Crucifixos
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ratórios e Crucifixos é a exposição em cartaz no Museu de Arte Sacra de Mato Grosso (Praça do Seminário, Rua Clóvis Hugney, nº 239) até dia 29 de outubro, de terça a domingo, das 09h às 17h. Em exposição, é encontram-se objetos de fé e religiosidade presentes na vida do povo mato-grossense desde os primeiros anos de colonização. O público que visitar o Museu de Arte Sacra de Mato Grosso poderá ver de perto dez oratórios originais da antiga Catedral do Senhor Bom Jesus de Cuiabá, das Igrejas do Rosário e São Benedito e de acervos pessoais que foram doados especialmente ao MASMT. Juntamente com alguns desses oratórios, serão exibidas imaginárias e crucifixos da antiga Catedral, demolida em 1968. Dentre as peças em exibição, destaque para o oratório barroco em madeira recortada, entalhada nas colunas, vidro de cristal, com 1,59 m de altura, procedente da antiga Catedral do Senhor Bom Jesus. Mais informações: museudeartesacramt.com.br.
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Dropz
epois de chegar ao topo da lista dos mais vendidos com sua autobiografia, Rita Lee volta a dedicar-se à literatura. Mesmo que definitivamente longe dos palcos, com ‘Dropz’ (Globo), ela dá o pontapé no que pode ser o começo de uma carreira como contista. Rita revela que, depois da autobiografia, sentiu-se estimulada a escrever. Como caminho natural, ela escolhou o formato de contos. Ela sempre teve o hábito de escrever (já havia se aventurado antes, com literatura infantil) mas, no entanto, os textos de ‘Dropz’ são recentes: “Sempre tive o hábito de escrevinhar, mas depois que me afastei dos palcos pude extravasar mais o côté escritora”, diz. O livro, que mostra a faceta multimídia da cantora e compositora, é uma reunião de 61 contos que, segundo ela, são historietas reais num mundo paralelo e acompanham pequenos desenhos de sua autoria.
Chico
Buarque
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hico Buarque está de volta com Caravanas, seu mais novo álbum. A primeira faixa de trabalho, “Tua Cantiga”, já pode ser ouvida em todos os sites de streaming, como o Spotify ou o Deezer. Num clima mais intimista e densamente poético, o compositor de “Vai Passar” junta-se a um trio formado por Cristovão Bastos (piano), Jorge Helder (baixo elétrico), Jurim Moreira (bateria). Em suas nove faixas, Caravanas traz sete canções inéditas: além de “Tua Cantiga” (que já passou de mais de 70 mil visualizações no YouTube, desde que foi disponibilizada no site, em julho), Blues pra Bia”, “Jogo de Bola”, “Desaforo” e “As Caravanas”. Entre as parcerias, Cristóvão Bastos (que também assina os arranjos” em “Tua Cantiga”, Clara Buarque em “Dueto” e a valsa “Massarandupió”, cuja música é do neto de Chico, Chico Brown que, como seu conhecido avô também é cantor, compositor e músico. Esse é o 23º disco de estúdio do cantor. O anterior, Chico, é de 2011. Lançamento Biscoito Fino.
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Marco Zero
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om o objetivo de aproximar a comunidade das bibliotecas e atrair novos usuários para esses equipamentos culturais, a Biblioteca Pública Estadual Estevão de Mendonça (BPEEM) através do programa Conecta Biblioteca realiza esse semestre pesquisa de opinião online chamada Marco Zero. Entre os focos de trabalho do Conecta está aumentar o número de usuários Incrementando o portfólio de soluções oferecidos pela bibliotecas e fomentando a participação de jovens nas atividades do dia-a dia. O objetivo é recolher impressões e experiências de freqüentadores das bibliotecas e da comunidade em geral. O preenchimento do questionário é anônimo e dura cerca de dez minutos. Para acessar a pesquisa, o endereço é: pt.surveymonkey.com/r/conectabiblioteca.
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nossa terra — Por A n d r e ss a Bo a S or t e —
O linguajar cuiabano
é bonito pra bestêra! P
ara quem não sabe, o linguajar cuiabano não é apenas bonito “pra bestêra”, mas é também tombado como Patrimônio Imaterial de Mato Grosso desde abril de 2013. “Demáx de tchíque né?” Quem é cuiabano de “tchapa e cruz” está acostumado com o sotaque carregado de cultura, com influências indígenas (Tupi-Guarani) e portuguesas. Sim, ó pá! Nossos amigos lusitanos, imigrantes do Norte de Portugal, deixaram um tempero a mais no nosso querido cuiabanês. A partir do século dezoito, criou-se a tendência de, no sotaque cuiabano, trocar o “ão” ao fim das palavras, por “on”, por exemplo. “Non von dizê que ocêx num sabia disso? Eh-ah!? Pareceno bobó tchêra-tchêra!” A professora doutora de História de Mato Grosso, da Universidade Federal do Estado, Thereza Martha Borges Presotti, explica que a riqueza do sotaque cuiabano é, na verdade, resultado de uma grande mistura sociocultural. A miscigenação envolve além dos índios e bandeirantes, também escravos trazidos para cá e ainda os paraguaios, que deixaram um toque castelhano nos fonemas do cuiabanês. Segundo a professora, o processo intenso migratório em Cuiabá nas décadas de 60 e 70 fez com esse sotaque fosse se transformando ao longo do tempo. Além disso, soma-se o fato de que na época da divisão de Mato Grosso, houve uma grande depreciação e até ridicularização do sotaque. “Nesse período havia essa depreciação por parte da população que vivia mais ao sul do estado, com a disseminação da ideia de que esse linguajar era errado e feio, e isso inibiu muitos de falarem livremente o sotaque praticado na baixada cuiabana”, explica. Se bem que cuiabano que é cuiabano não liga pra essas “moage” e “num tá nem aí pra paçoca, né xás creança?” Mesmo carregado de tanta pluralidade cultural, algo tem acontecido na formação das famílias cuiabanas e tem refletido no sotaque cada vez mais raro na cuiabania atual. A pesquisadora explica essa mistura de culturas tende a ir transformando o sotaque ao longo do tempo. “Muitas professoras da alfabetização já não possuem mais esse linguajar, e a nova geração vai
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absorvendo um novo jeito de falar. A própria tecnologia e outras fontes de aprendizado favorece um acesso a outras culturas e, por isso, o sotaque vai se resumindo mais a populações ribeirinhas e entre os mais antigos”, explica Thereza. A cantora Ana Rafaela é uma das defensoras do linguajar cuiabano. De família tradicional da capital, ela conta que o contato com esse delicioso sotaque fez parte de toda a sua infância. “Em todas as reuniões de família, com as minhas tias por parte de pai, o linguajar e os costumes cuiabanos estavam sempre muito presentes e eu cresci aprendendo a gostar dessa sonoridade que para mim, lembra muito o espanhol”, disse a cantora, que em diversos vídeos na internet, destacou em seu trabalho, a cultura e o linguajar tão peculiares da capital mato-grossense. “Eu acredito que a arte é uma forma de
preservar essa parte da cultura. Eu sempre me emociono em falar sobre isso, porque sou alguém que tem orgulho de ser cuiabana e de tudo que a nossa cultura tão rica representa”. Ana aproveita para relembrar uma apresentação de canto que marcou sua infância. Foi da música de Edna Vilarinho, cujo trecho diz: “Todo mundo tem tchá fala, cuiabano também tem! O Brasil é muito grande, máx aqui é que êlex vem. Tchupa, tchupa o cadjú doce, põe o pêtche no djacá, pintcha fora a trixteza, pãnha o môtcho, vem cestear! Tchá por Deus, o quê que é êsse? Vôte, cruz credo, o que tráx cô isso povo meu? Arrelá, por Deus, de quê será Que esse falar a minha djênte se esqueceu?
entende...
Coisas que só cuiabano
Quem nunca foi a uma festa grande de família e escutou de alguém a seguinte indagação: “djênte de quem que ocê é?” Ou então não encarou aquela manga madurinha e pensou: “vou tchupá até o caroço”. Quando acaba o tempo, o cuiabano sabe: “quem bedjô, bedjô, quem não bedjô, não bêdja mais”. E quando vem aquele frio de rachar, a gente sabe: vâmo ficá tudo rebuçado, xás creança! Todo cuiabano tem aquele vizinho que adora fiscalizar a movimentação da rua: biudeiro de plantão! Êsse gosta de ixpiculá. Tem djênte que é bonito, máx tem djênte que é feio pra catiça!
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médico, fotógrafo, escritor,
formador de opiniões…
Foto: https://pt.wikipedia.org
— Por D a n i e l e D a n c h ur a —
A s m u lt i fa c e s d e G a b r i e l N o v i s N e v e s , u m c u i a b a n o i r r e v e r e n t e e i n o va d o r
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ma pessoa que dispensa apresentações. Um dos fundadores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Gabriel Novis Neves nasceu em 6 de julho de 1935 em Cuiabá. Bacharel em Medicina, com especialidade em Psicologia Médica e Obstetrícia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Como em Cuiabá não havia na época o curso superior, Novis Neves foi estudar fora, concluindo o segundo grau e ingressando no curso de Medicina na antiga Universidade do Brasil, onde também se especializou em Psicologia Médica e Obstetrícia. Após concluir os estudos, voltou para a terra natal para ser um dos responsáveis pela implantação dos cursos de gradução em Mato Grosso. Foi secretário de Educação no governo Pedro Pedrossian, entre 1968 e 1970, assumindo em seguida o cargo de primeiro reitor da UFMT. Sua história se confunde com a evolução do ensino superior no
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estado, já que teve papel fundamental para a fundação da Universidade de Cuiabá (UNIC) e para a implantação do curso de medicina na instituição. Novis Neves também exerceu diversos outros cargos públicos no Poder Executivo Estadual, sendo secretário de Trabalho e Desenvolvimento Social em 1983; secretário Chefe da Casa Civil em 1984 e secretário de Saúde nos anos de 1984 e 1985. Juntamente com o também ex-reitor da UFMT, Benedito Pedro Dorileo, Gabriel Novis Neves também é o responsável pelo projeto visionário de criação da Orquestra Sinfônica da Universidade Federal. Aos 82 anos, Novis Neves continua muito ativo, fotógrafo nas áreas vagas – por um hábito adquirido ou mania mesmo –, médico do Hospital Infantil e Maternidade - Femina de onde também é sócio-fundador, e é cronista do dia a dia com artigos publicados em jornais e sites regionais.
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fa z d i f e r e n t e — p or
priscila vanti —
Porta-Magrelas
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m estacionamento com espaço para 12,5 mil bicicletas. Parece cenário de ficção científica, mas este prédio existe na cidade de Utrecht, na Holanda, onde quase metade dos moradores usa a bicicleta como principal meio de transporte nos seus deslocamentos diários. Por enquanto, o estacionamento conta com espaço para 6 mil magrelas, mas até 2018 outras 6,5 mil vagas serão disponibilizadas, sendo o maior estacionamento para bicicletas do mundo.
Recursos
esgotados
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Foto: REUTERS / Michael Kooren
inda faltam cerca de quatro meses para acabar o ano, mas você sabia que, em 2 de agosto, atingimos o limite de recursos para 2017? Sim, o planeta atingiu nesta data o Dia da Sobrecarga da Terra (Overshoot Day), que representa o momento em que a demanda da humanidade por recursos da natureza ultrapassa a capacidade do planeta de se regenerar durante o período de um ano. O que leva isso a acontecer, por exemplo, são as demandas de consumo global, a eficiência na produção de bens e o tamanho da população são maiores que a capacidade da natureza de prover recursos e “reciclar” resíduos organicamente. O cálculo do Dia da Sobrecarga da Terra é feito pela Global Footprint Network (GFN), uma organização de pesquisa internacional, que calcula a chamada “pegada ecológica” para medir os impactos do consumo humano sobre os recursos naturais.
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Corredor Verde
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ma pesquisa desenvolvida na Universidade de São Paulo (USP) mostra que a adoção de tecnologias que transformem a rota de Sorriso (MT) ao porto de Santos (SP) – um dos principais caminhos para a exportação da soja – em um Corredor Verde poderia reduzir em 55,5% as emissões de gás carbônico e em 84,8% as de óxido de nitrogênio, além de diminuir o tempo relativo das viagens em 15,8%, o congestionamento na região portuária em 16,7% e o custo do transporte em 3,1%. Corredores verdes são estruturas pelas quais se transporta grandes volumes de mercadorias, utilizando a combinação dos modais rodoviário, ferroviário, fluvial e marítimo com a aplicação de novas tecnologias que ajudam a equilibrar a produtividade e sustentabilidade, reduzindo os impactos ambientais.
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