Revista BigLar - Diferente pra você!

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Sumário 10

Espaço leitor

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Leia as mensagens de alguns de nossos clientes, neste canal aberto para você

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Vitrine especial

O BigLar preparou itens exclusivos para presentear sua mãe no dia dela

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#pra você

Em família O chef Márcio Patrício, da Cozinha dos Fundos, fala sobre sua paixão pelas carnes

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Na casa do chef Gina Bezerra ensina a fazer uma receita à base de carne de coelho


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Capa

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Cuiabá comemora 298 anos com muita história para contar e se orgulhar

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Saúde à mesa Em tempos de Páscoa, saiba os principais benefícios do chocolate

Gastro tour

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De queijos a vinhos, um passeio pela diversidade gastronômica de Portugal

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Turismo Conheça alguns dos hotéis e resorts mais luxuosos da América Latina

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#pra você

Nossa gente Dona Eulália, aos 83 anos, é a quituteira mais famosa de Cuiabá

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Suave sabor Um bate-papo descontraído com o chef francês Claude Troisgros


Editorial

Tempo de comemorar

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esta edição, homenageamos Cuiabá, que completa 298 anos. Essa terra calorosa tem muita história para nos mostrar e nós a contamos para você, na Matéria de Capa. As comemorações continuam com a chegada da Páscoa. No Post do Chef, Marcelo Cotrim ensina a fazer o bacalhau confitado. Em Suave Sabor, entrevistamos o chef francês Claude Troisgros. Além de um bate-papo descontraído, ele ensina a fazer uma entrada para essa época do ano: brandade de bacalhau. Assim como em Portugal, o bacalhau é o peixe mais consumido em terras brasileiras, nesse período. Por isso, demos um “pulo” na terrinha e destacamos suas peculiaridades gastronômicas. Vivencie essa viagem em Gastro Tour. Em Sommelier, falamos sobre os vinhos verdes portugueses, que apresentam características peculiares. Como na Páscoa, uma das grandes estrelas que aguçam o paladar é o chocolate, por isso, trazemos uma matéria sobre seus benefícios. Em Décor, damos algumas dicas para quem deseja vivenciar a recepção dessa data, em casa. O Dia das Mães também ganha espaço em nossa Vitrine Especial. Lá, você encontra o que o BigLar tem de mais exclusivo para presenteá-las. Queremos homenagear todas as mães e, por isso, escolhemos retratar, em Nossa Gente, uma mulher que emana o sentimento mais nobre pelos seus oito filhos: a quituteira Dona Eulália que, aos 83 anos, continua na ativa. Nossa Terra traz a revitalização da orla do Porto, um espaço que tem sido bem frequentado pelos cuiabanos. Abordamos também as deliciosas receitas do Na Casa do Chef, do Instagourmet; os encantos turísticos para quem deseja viajar pela América Latina e o Em Família, com Márcio Patrício, da Cozinha dos Fundos. Saiba um pouco sobre ele, em um encontro especial que ele organizou para as mulheres da sua vida. Boa leitura!

Família BigLar

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#pra você


A revista “≠ pra você” está disponível gratuitamente para tablets e smartphones na App Store e Google Play

Coordenação Geral Genius Publicidade CEO Junior Brasa Atendimento Tatiana L. R. da Cunha Produção Gráfica Tassia Nagazawa

Conteúdo, edição e arte Direção Executiva Alexandre Serpentino, Edison Lopes Bernardo e Tiago Serpentino Direção Editorial Tiago Serpentino Editora-Chefe Márcia Vaisman - MTB 46.219/SP Edição Graziela Delalibera e Márcia Vaisman Redação Caroline Carvalho, Daniele Danchura, Érica Bernardes, Ester Jacopetti, Luciana Vinha, Renata Girodo. Direção de Arte Juliano Polotto e Raphael Freire

Acompanhe

Atendimento Ellen Rossi

Siga o BigLar nas redes sociais e entre em contato conosco!

Revisão Denise Loreto Administração Daniela Fernanda de Sena Impressão e Acabamento Gráfica Print

supermercadosbiglar

@superbiglar

biglar.com.br

/superbiglar

Tiragem 15 mil exemplares Marketing BigLar marketing@biglar.com.br

A Revista BigLar não se responsabiliza pelos conceitos emitidos em artigos assinados, bem como pelas informações ou conteúdo dos anúncios publicados. A reprodução total ou parcial do conteúdo desta obra é expressamente proibida sem prévia autorização. A Revista BigLar é produzida pela CM&N Revistas Customizadas.

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#pra você

Para Anunciar atendimento@genius.com.br


Para o leitor

Atento às novidades “Desde que o BigLar existe, no bairro Jardim das Américas, eu sou cliente assídua dessa unidade. Gosto muito da variedade de produtos, pois minha paixão é cozinhar. Tenho uma página no Instagram, a @neiacal, na qual publico diversas receitas. Em muitas delas, os meus seguidores perguntam aonde posso encontrar os ingredientes. Sempre indico o BigLar. Está constantemente atento às novidades e às necessidades de seus clientes. Lembro-me de quando lançou o sal do Himalaia no mercado brasileiro. Não encontrávamos em nenhum lugar, mas no BigLar, sim.”

Sidnéia Caldeira, cliente do BigLar há 30 anos

Parte da história “Só tenho elogios quando falo do BigLar. Ele faz parte da minha história, desde que me mudei para Cuiabá, há 13 anos. Além do ambiente extremamente agradável, os funcionários são educados, prestativos, sempre com sorriso estampado no rosto. Conheço todos pelo nome. Quando me mudei de Caruaru / PE, não conhecia ninguém na cidade. Foi no BigLar onde fiz minha primeira compra de casada. Enquanto meu marido trabalhava, eu costumava passear pela unidade do Jardim das Américas, para não me sentir sozinha, pois o ambiente é muito familiar. Ainda hoje, mantenho o hábito de ir quase todos os dias ao BigLar.”

Érika Bezerra Penasso, cliente do BigLar há 13 anos

Receitas simples “A revista BigLar é muito boa, diversificada e bonita. Gostaria de fazer algumas sugestões. Além das receitas elaboradas pelos chefs, vocês poderiam incluir receitas mais simples para a dona de casa asa faze fazer sem dificuldades. os, sugiro divulgar os ró Além disso, nas seções que abordam os vinhos, rótulos dos quais o BigLar dispõe, em sua adega, referentes a cada tema publicado naquela edição. Por exemplo, exibir todoss os vinhos do Novo Mundo, relativos aos paísess m que foram citados na edição nº 3. Também e gostaria de saber o que acham da ideia de ra inserir cupons promocionais sazonais para determinados vinhos citados? Acredito que, dessa forma, impulsionaria mais a leitura, a, por parte dos clientes.”

Celso Niram, cliente do BigLar há 29 anos

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#pra você


Carinho com o cliente “O BigLar é uma referência, em termos de supermercado. Está sempre comprometido com as necessidades do seu cliente. Quando precisei de algum produto que não encontrei, deixei o pedido no caixa e, assim que o item chegou às prateleiras, me avisaram. No meio de tantos clientes, eles preocupam-se com cada um de nós. Sinto-me valorizada e sei o quanto isto é importante porque eu também lido com clientes, já que tenho comércio. Lembro-me dos cursos de vinhos em que eles traziam alguns sommeliers de renome. Fiz quase todos. Sou descendente de portugueses e, como tal, adoro um bom vinho. Inclusive, as editorias que abordam essa iguaria são as que mais me chamam a atenção na revista. A publicação veio para somar-se a toda esta excelência do BigLar.”

Maria Izilda Ivoglo, cliente do BigLar há 17 anos

Excelência regional “Não temos nada no estado que se compare à qualidade e nível de excelência do BigLar. Viajamos muito para o exterior e não conhecemos nada melhor, principalmente, no que se refere ao cuidado com o atendimento. Todos os funcionários são muito cuidadosos com os clientes. Somos tratados com carinho, de forma diferenciada. Conhecemos as pessoas que trabalham lá e eles conhecem toda a minha família pelo nome e sempre colocam-se à disposição quando tenho dúvidas sobre algum produto.”

Laura Maria Rodrigues da Silva, cliente do BigLar há 20 anos

Revista de qualidade “Estou encantada com a revista. Parabéns à família BigLar. Amei minha leitura de domingo. Demorei para conseguir ler, mas valeu a pena. Mais fã ainda desta empresa e desta família!”

Angela Asckar, cliente do BigLar há 17 anos

A Q U I , O D E S TA Q U E É VO C Ê Oferecer o melhor, atendendo às suas necessidades, é um compromisso do BigLar. Sua participação é importante para que cada edição esteja em conexão com o que você deseja, promovendo o diálogo e acolhendo sugestões. Sendo assim, escreva para nós, para o seguinte e-mail: marketing@biglar.com.br. Esperamos sua participação!

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NA COZ I N HA — POR RENATA GIRODO —

DESIGN PREMIADO

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ecém-chegado ao Brasil, o purificador de água Midea ea Sensia traz praticidade para o dia a dia, evitando o desperdício de água. O sensor instalado serve o líquido automaticamente, assim que o copo ou recipiente é inserido na base do aparelho. A água sai na medida certa, de acordo com a programação, e na temperatura escolhida. a. O produto teve seu design reconhecido e premiado pelo Museu da Casa Brasileira. Nas cores prata, preto e branco, é pequeno, adaptando-se perfeitamente a qualquer ambiente. e. Não precisa de profissional especializado na instalação e consome pouca energia: 80 watts. Com três estágios de filtragem, o aparelho reduz até 75% do cloro da água e avisa o momento certo de trocar o filtro. Disponível em: www.mideadobrasil.com.br

Personalizado e gelado PEQUENO

PODEROSO canivete suíço Bar10der, da Polishop, é um produto que não pode faltar na cozinha e nos principais eventos entre amigos e familiares. O produto amassa, espreme, descasca, dosa, rala, corta, mistura, peneira e ainda funciona como saca-rolhas e abridor de tampas. Fantástico para auxiliar no preparo de drinks e sucos. O acessório fabricado em aço inox é leve e compacto, podendo ser transportado para qualquer lugar. Muito mais dinamismo e praticidade para os seus momentos de diversão e lazer.

O sorvete já faz parte da cultura dos brasileiros e, seja qual for a estação do ano, ele é sempre uma guloseima muito bem-vinda. Então, que tal se você pudesse fazer o seu próprio picolé em casa? A sorveteira Ice Pop, da Kenya, personaliza o sorvete com o seu sabor preferido. Basta utilizar a criatividade com os ingredientes. Escolha entre pedaços de frutas, chocolate, doce de leite, iogurtes e milk shakes, ou simplesmente misture aqueles que mais combinam. A sua iguaria estará pronta em apenas 6 minutos, sem gastar energia, pilhas ou baterias. Antes do uso, é importante deixar a sorveteira em “stand by” no congelador, por 24 horas, a uma temperatura de –18ºC.

Disponível em: www.polishop.com.br

Disponível em: www.spicy.com.br

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Refrigerador sustentável

T E M P E R AT U R A

IDEAL

O modelo de refrigerador NR-BT42BV1X, da Panasonic, com 387 litros e jumbo freezer de 95 litros, é o frost free com fabricação brasileira de menor consumo de energia do mercado. Pode chegar a uma economia de até 45% em relação a outros modelos. A tecnologia “Inverter” controla a variação de temperatura do equipamento, de acordo com os alimentos que estão dentro do refrigerador, e o abre e fecha da porta. O sistema Vitamin Safe e a luz de led, que simula a luz do sol, potencializam os nutrientes dos alimentos, como em um processo de fotossíntese. O painel eletrônico facilita ainda o controle da temperatura do freezer. Muito mais prático e econômico.

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uitas vezes, um prato desanda ou sai do ponto só porque passou da temperatura correta. Acertar nem sempre é fácil. O termômetro para fritura em aço inox da Oxo acaba com essa frustração e resolve o problema. Nem de mais, nem de menos. O acessório, que suporta até 200ºC, comunica a temperatura correta dentro de panelas e frigideiras, seja em frituras, ensopados ou caldos. O clip é autoajustável e o seu tamanho alongado evita queimaduras nas mãos. Disponível em: www.spicy.com.br

Disponível em: www.panasonic.com.br

BEBIDAS A DOMICÍLIO

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ue tal ter acesso às suas bebidas favoritas a qualquer hora, em um simples apertar de botão? A B.blend, da Brastemp, é a única plataforma de bebidas em cápsulas all-in-one do mundo, com capacidade para o preparo de mais de 25 tipos de sabores de bebidas quentes, geladas, com ou sem gás. Inovadoras, as cápsulas contêm as bebidas concentradas. Você pode optar por sucos naturais, frapês, chás, chocolate quente, guaraná Antártica, Pepsi, Sukita e Soda. Além de todas essas possibilidades, o equipamento também atua como purificador de água. Disponível em: www.bblend.com.br

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VITRINE

JÁ NAS

prateleiras — INSTAGRAM @SUPERMERCADOSBIGLAR —

OS PRODUTOS MAIS CURT ID OS NA S NOSSA S REDE S SO CIAIS PARA OCASIÕES ESPECIAIS

NATURALMENTE DOCE Desenvolvida para ser um produto exclusivo e com cachos que pesam até 1,5kg, esta iguaria é considerada a primeira uva gourmet do Brasil, pelo seu sabor doce como o mel.

PRÁTICA E DELICIOSA Comemorações sem Chandon não estão completas. Pode ser o sabor suave ou o Reserve Brut. Para brindar as conquistas, ele está sempre presente.

Nossa pizza artesanal é elaborada com ingredientes selecionados. Pré-assada em forno de pedra, tem recheio suculento e massa crocante.

ÁGUA NA BOCA

S A B O R Q U E FA Z B E M

AROMA EVOLUÍDO Produzidos com uvas de alta qualidade, os sucos integrais Garibaldi – do Rio Grande do Sul – não contêm adição de açúcar nem de água e revelam sabor intenso.

Cartuxa tinto seco elaborado a partir do blend de uvas da região do DOC Alentejo Évora. Nota-se a presença da casta Trincadeira misturada às notas quentes da planície alentejana.

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Feitos com chocolates importados e ingredientes rigorosamente selecionados, os Brownie Jacquet tornam qualquer momento mais alegre e doce. Irresistíveis!


VITRINE

ALTAMENTE PROTEICOS

SEM CULPA

R E S P E I T O A O PA L A DA R Saborosamente nutritivos, os Potes de +Mu são ricos em proteínas. Já vêm na medida certa para dividir com a família. Para beber, é só misturar água, leite ou água de coco.

Quer cozinhar com boa fonte de gordura? Esta versão não tem sabor, é perfeita para refogar, cozinhar e fritar os alimentos, pois preserva suas características nutricionais.

Sem açúcar, sem lactose e com muito sabor. A Valor conta com uma linha completa de chocolates para você saborear sem se preocupar e sem abrir mão das delícias da vida.

FRESCOR ÚNICO

u Provroou? o d e a artilhe! Comp

r #BigLa

PARA RECEITAS SAUDÁVEIS

Sem glúten, a farinha do Trigo Sarraceno tem sabor próximo ao da noz-moscada e é rica em magnésio, cálcio, ômega 3, flavonoides, polifenois e fibras solúveis.

Produzida por um processo quase artesanal e de fermentação fria, que mantém suas características, a vodka Cîroc diferencia-se por ser extraída de uvas francesas.

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VITRINE

ESPECIAL

Dia das Mães — INSTAGRAM @SUPERMERCADOSBIGLAR —

JOIA NEGRA

A D ATA C O M E M O R AT I VA REQUER PRESENT E S F INOS E E SPECIAIS. CONHEÇ A A LG U N S D E N O S S O S P R O D U T O S Q U E AT R A E M O L H O S , O L FAT O E PA L A D A R DA S MULHERE S QUE

Aceto Balsâmico de excelente qualidade, é produzido com matérias-primas da fazenda Leonardi. Envelhecido em barrica, este bálsamo negro apresenta múltiplas funções na cozinha.

APRECIAM BOM G OSTO

S UAV E E R E F R E S C A N T E

PA R A O G O S T O F E M I N I N O

ANTIGO SEGREDO Este espumante rosé meio seco é também um dos preferidos das mulheres de Cuiabá. No paladar, apresenta-se leve e frutado. Sua acidez mostra-se equilibrada, com delicada doçura.

Até hoje, a fabricação deste delicioso licor francês é um segredo guardado “a sete chaves” pelos monges do convento da Grande Chartreuse, que o fabrica desde 1737.

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Apreciado pelas cuiabanas, o Asti Riccadonna é um perlage fino e intenso. Seu aroma de flores, frutas brancas e mel harmoniza bem com doces em geral e frutas.


DERRETE NA BOCA

u Provroou? o e ad artilhe! Comp

r #BigLa

NA MEDIDA CERTA

Feito com azeitonas Galega – em maior concentração –, apresenta acidez de 0,1%, com paladar equilibrado. A perfeita maturação das olivas promove seu aroma frutado.

Esta caixa de chocolates suíços contém uma viagem irresistível a um dos mais puros e selecionados blends do mundo: uma explosão de sabores em cremosa textura.

EXPRESSIVO E REFINADO

DOCE E ELEGANTE

SÓBRIO E PERFUMADO De origem holandesa, este licor de pêssego também contém presença de damasco, destilados de laranja, limão e amêndoa, na exata medida do paladar. Teor alcoólico: 24%.

A enóloga – e agora produtora – Susana Esteban produziu este vinho de cor amarelo-palha. Destaca-se pelas notas de alfazema, restolho, pêssego e pela mineralidade.

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Produzido com vinhas de 35 anos de idade, este vinho tinto português apresenta taninos macios, frutas vermelhas delicadas e especiarias. Feito pela Wine and Soul, no Douro.


E M FA M Í L I A

Fotos: Wander Lima

— POR DANIELE DANCHURA —

HOMENAGEM

às mulheres

C H E F M Á R C I O PAT R Í C I O , D A C O Z I N H A D O S F U N D O S , FA Z U M J A N T A R E M H O M E N A G E M À M Ã E E À E S P O S A

uase toda mãe se derrete ao falar do filho, não é mesmo? Mas a mãe do chef Márcio Augusto Patrício, da Cozinha dos Fundos, não se derrete só falando dele, mas também das comidas que ele faz. E não pensem que o aprendizado veio dela. Márcio é dessas pessoas que nascem com um dom. No caso dele, dois: para cozinhar e harmonizar sabores. Isso porque o proprietário da Cozinha dos Fundos nunca fez um curso de gastronomia. O mais perto que chegou disso, segundo ele, foi um “burger tour” por algumas cidades brasileiras e norte-americanas. Na época, queria conhecer de perto como a questão “hambúrguer” era tratada em outros locais, antes mesmo dessa febre se instalar na capital mato-grossense. Desde que voltou desse “estudo”, o hambúrguer tornou-se uma das principais atrações gastronômicas na casa de Márcio, tanto para receber os amigos quanto os familiares, principalmente, pelo fato de a hamburgueria

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carne DE ONÇA

Rendimento: 8 a 10 porções Ingredientes: • 500g de coxão mole moído duas vezes • 1 colher de molho inglês • 1 colher de mostrada Dijon • 1 colher de alcaparras • Meia cebola roxa grande • 1 maço de cebolinha • Sal a gosto Modo de preparo: Pique a cebola roxa e a cebolinha e reserve. Misture todos os ingredientes em um bowl e adicione sal a gosto. Para servir, corte um pão de casca dura, coloque a carne e salpique a cebolinha por cima.

momentos E M FA M Í L I A

A cada edição, nós convidamos um chef ou uma personalidade, que gosta de cozinhar, para dividir seus momentos em família. Delicie-se com essas histórias.

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Cozinha dos Fundos estar instalada no quintal de sua casa. Em 8 de março, no Dia Internacional da Mulher, Márcio decidiu fazer um jantar todo especial para as mulheres de sua vida: a mãe, Maria Stella Tegon, a esposa, Ivana de Jorgi, e a filhota Isadora, que ainda está a caminho. O buldogue inglês da família – que tem o sugestivo nome de bacon – também teve sua participação. Apesar de toda essa homenagem às mulheres, Márcio não poderia deixar suas sugestões de lado. Afinal, ele considera-se um carnívoro convicto. Sendo assim, o cardápio do jantar não poderia deixar de ser à base de carne, tanto na entrada quanto no prato principal. Para o primeiro prato da noite, o chef escolheu a Carne de Onça. Apesar do nome instigante, a iguaria é à base de coxão mole bovino moído bem limpo, cebola roxa, alcaparras, cebolinha, mostarda dijon e broa. “Minha entrada tem características diferentes, pois uso alguns ingredientes a mais, e coloco no pão como se fosse uma brusqueta”, explica e também confessa: sempre faz essa delícia em casa. Bife de ancho com sashimi de cogumelos Paris, acompanhado de cebola caramelizada, compôs a refeição principal. “Essa salada de cogumelos Paris não pode faltar por aqui”, admite. Ela


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bife ancho

por mensagens e, após dois anos de casados, estão à espera do primeiro bebê, a Isadora.

COM CEBOLA ROXA CARAMELIZADA EM VINHO E SALADA DE C O G U M E L O S PA R I S

VEIA CULINÁRIA

Rendimento: 6 porções salada Ingredientes: • 500g de cogumelos Paris fresco • Meia cebola roxa • 10 tomates grape • 1 limão • 5 colheres de shoyo • 2 colheres de azeite Modo de preparo: Fatie os cogumelos, adicione o suco de limão e o shoyo. Deixe marinando por 15 minutos. Adicione a cebola e os tomates e finalize com azeite. Cebola roxa caramelizada • 500ml de vinho tinto • 1kg de cebola roxa • 100g de açúcar • Sal a gosto

foi, na verdade, o primeiro prato que Márcio preparou para a esposa, a cirugiã-geral Ivana, quando começaram a namorar. “Fui conquistada pelo estômago.” Embalada no assunto, Ivana comentou que eles se conheceram por acaso, quando ela foi com algumas amigas na Hamburgueria Cozinha dos Fundos, localizada, na época, no bairro Santa Cruz. “Eu nem queria ir, mas elas insistiram muito e eu fui.” Enquanto as amigas não chegavam, o chef, muito educado, fez-lhe companhia. “Ele foi muito agradável, me contou sobre os pratos, sobre as combinações e achei tudo isso muito interessante”, lembra. Depois, começaram a comunicar-se

Modo de preparo: Adicione o vinho na panela. Junte o açúcar e reduza até conseguir a consistência de um xarope. Em outra panela, refogue a cebola e coloque a redução de vinho até chegar ao ponto e à coloração desejada. Coloque sal a gosto. O bife Modo de preparo: Coloque 200g de bife ancho em cada porção. Lambuze no azeite e coloque sobre uma chapa quente até ficar no ponto esperado. Tempere com sal a gosto. Para servir, coloque o bife no prato, regue com a cebola caramelizada e coloque a salada de cogumelos Paris ao lado.

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A necessidade de sobrevivência foi o fato primordial para a descoberta do talento nato. A mãe admite que não sabia cozinhar além do trivial, quando Márcio ainda era criança. Além disso, ele resolveu morar fora ainda jovem, aos 21 anos, para trabalhar. “Ele foi trabalhar em uma agência publicitária, em Sorriso, e, às vezes, até me ligava para saber como fazia uma coisa ou outra, mas só o básico mesmo, porque eu nunca gostei de cozinhar”, confessa Maria Stella. Ele sempre gostou de comer bem, de conhecer restaurantes diferentes e culinárias exóticas. “Como não tinha como pedir para eu fazer, ele mesmo começou a preparar os pratos que desejava.” Um dos momentos que mais a marcou foi o dia em que Márcio a chamou para provar um risoto que tinha feito em casa. “Não era um prato comum, na época, e, de repente, ele chegava à mesa com um, feito à base de frutos do mar”, comenta, orgulhosa. Às vezes, Márcio viajava e aprendia uma comida diferente ou uma forma de fazer peculiar, como o ceviche, que aprendeu no Peru. “Ele


Fotos: Wander Lima

sempre me chamava para provar.” Risotos, carneiro, algumas massas, carnes, mas quando a família se reúne na casa do chef, o prato mais pedido é hambúrguer, principalmente, os que estão como lançamento, no cardápio. Aliás, desde que começou a Cozinha dos Fundos, os hambúrgueres transformaram-se em atração principal. Os almoços em família, tirando as datas comemorativas, não ocorrem em datas marcadas. “Nós estamos sempre juntos, com amigos e os familiares, comendo algo diferente”, explica Márcio. Ele também costuma fazer carnes diferenciadas, principalmente, agora que adquiriu um novo “brinquedo”, um termocirculador de cozimento lento a vácuo. “A carne é embalada e cozida em baixa temperatura, com água em temperatura controlada.” O chef explica que o tempo de cozimento pode durar até 48 horas. “Todo esse processo quebra as fibras da carne, deixando-a

muito tenra”, esclarece. Assim que ouviu falar do equipamento, o encontrou e comprou nos Estados Unidos, mesmo sem saber direito como funcionava. “Descobri que é muito versátil. Com ele, é possível pegar uma carne considerada superdura e deixá-la muito macia.” É a questão da transformação. “Você escolhe pedaços do dianteiro, considerado carne de segunda, passa por um processo de cocção, que deixa a carne ainda mais gostosa do que a picanha”, garante o chef, empolgado com o que pode fazer com o novo aparelho.

AVENTURA GASTRONÔMICA Enquanto preparava os pratos para servir às suas convidadas, Márcio contou que deu início a um trabalho que fosse além de trazer ingredientes e produtos frescos e

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de qualidade. Começou a buscar mais conhecimento sobre o gado, saindo da carne tradicional e elevando a qualidade, optando pelo boi Angus, uma raça britânica, considerada de carne nobre. “A ideia é sempre inovar, mostrando um pouco da minha personalidade, mas buscando sempre produtos de qualidade”, completa. Nos idos de 2013, quando abriu a Cozinha dos Fundos, ele confessa que nem gostava tanto de hambúrguer, pois só conhecia os congelados, usados nos “baguncinhas”, feitos na capital. “Em São Paulo, experimentei um hambúrguer que simplesmente não tinha nada a ver com o que a gente come em Cuiabá.” Quando retornou à capital, resolveu fazer hambúrgueres. “Selecionava uma bola de carne moída e ia experimentando.” Foi assim que ele começou a inserir elementos que consumia usualmente, como o queijo brie e o damasco. Pensou: por que não colocar acima da carne de hambúrguer? “essa foi uma combinação que deu super certo”, relembra. Ele confessa que usou várias outras referências, como as pizzas que continham pesto, presunto cru e nozes, e sempre pensava em colocar aqueles ingredientes em cima de um hambúguer. Como os sabores foram transformando-se e caindo no gosto das pessoas, Márcio foi buscando novas experimentações com referência no que já existia e no que ele gostava de comer. “Aos poucos, outras receitas foram sendo inseridas, quebrando paradigmas das pessoas que, muitas vezes, tinham preconceito de comer hambúrguer, pois não o consideravam carne de qualidade”, esclarece. A ideia é sair do comum, sem deixar de lado as receitas clássicas. O chef não esconde que usa a família e os amigos como “cobaias” de seus pratos diferenciados, tanto as carnes quanto os hambúrgueres. Até porque, como trabalham em um restaurante nos fundos da casa, eles não têm muito o hábito de sair para comer. Durante a semana, ele vai para a


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cozinha e prepara as carnes, usando como termômetro a esposa, a mãe e os amigos. “A ideia é sempre extrair um sabor diferente e mais suculento para a carne.” Nos últimos meses, Márcio está focado em encontrar o pedaço mais suculento da carne. “Há receitas de hambúrgueres que eu nunca toquei no ingrediente, mas acabo montando na minha cabeça, com certa facilidade.” Um exemplo é o hambúrguer que ele preparou na época em que foi lançada a cerveja Benedita, feita à base de furrundu. Até então, ele nunca havia experimentado o doce, porque a aparência não o apetecia. “Provei e vi que era bastante doce. Então, elaborei o Benedito, que foi um sucesso, uma mistura de farofa de bacon, com furrundu e hambúrguer de pernil”, conta, animado. Enquanto Márcio contava suas façanhas culinárias, Ivana não cansava de elogiar o prato favorito, que estava sendo preparado. “Isso aqui está divino.” E aproveitou para falar sobre o hambúrguer Benedito. “Quando ele me ligou e me disse o que havia, eu achei que não ia dar certo, mas quando cheguei em casa e provei, fiquei surpresa,

mousse

Fotos: Wander Lima

D E C H O C O L AT E E CAFÉ

Ingredientes: • 500g de creme de leite fresco • 300g de chocolate amargo/ meio amargo • 10g de café solúvel Modo de preparo: Ferva 250g do creme com o café até que dissolva. Despeje sobre o chocolate picado. Cubra com um pano e não mexa por 2 minutos (esse procedimento causa uma textura mais cremosa). Depois, mexa até derreter todo o chocolate e reserve. Bata o restante do creme (250g), bem gelado, até conseguir quase o ponto de chantilly e incorpore aos poucos ao creme de chocolate. Distribua em taças e deixe esfriar por algumas horas.

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pois estava delicioso”, lembra, virando os olhos ao recordar do sabor. Márcio conta que, quando o negócio com o hambúrguer engrenou, ele resolveu viajar, fazendo uma espécie de tour gastronômico. “Fiz um estágio de comilança, pois havia dias em que eu comia em cinco hamburguerias diferentes, porque meu tempo era curto.” No circuito culinário, ele escolheu Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro e algumas cidades dos Estados Unidos. “Algumas pessoas abriam as portas para mim, sentavam-se comigo à mesa e me explicavam.” Essa foi a base para ele sair da atividade quase caseira para compreender a estrutura de carnes, do percentual de gordura que deve conter cada corte etc. “Tudo foi acontecendo naturalmente porque eu gosto de comer, principalmente, carne”, admite, entre risos. Além de ser um carnívoro assumido, Márcio também é aficionado por café. Por esse motivo, a sobremesa servida no momento em família foi um mousse de café com chocolate e folhas de hortelã. “Faço o que eu acho gostoso e adapto ao gosto de todos. Isso que é o bom de cozinhar”, finaliza o chef Márcio, que está inaugurando um novo espaço, onde irá trabalhar com outros tipos de carnes e explorar novos sabores.



sobre

GINA BEZERRA

Fotos: Wander Lima

NA CASA DO CHEF

A cirurgiã-dentista que ama cozinhar, Gina Bezerra, tem 41 anos, é casada, mãe de três filhos, praticante de crossfit e reside na capital mato-grossense desde 2003. É formada em gastronomia pelo Senac e Chef de Cuisine pela Le Cordon Bleu, em Paris. Aos 8 anos de idade, na padaria da avó, sovou seu primeiro pão e, desde aquela época, apaixonou-se pela culinária. Aprecia o contato com a natureza e é fã de comida mineira, especialmente, se preparada por sua mãe, considerada sua inspiração.

Em poucas palavras, como você se define? Sou amada e casada há 20 anos. Tenho três anjos que Deus me deu em vida para amar e cuidar: Murilo, de 17 anos; Leonardo, de 10 anos; e Julia, de 8 anos. Vivo pela minha família. Adoro pessoas verdadeiras, que olham olho no olho. Sinto que, quanto mais me doo pelos que precisam, mais amadureço, me humanizo e cresço como pessoa. Como é sua relação com a cozinha? Amo cozinhar! O ambiente da cozinha, assim como os ingredientes, as cores e os cheiros brotam em mim a criatividade para a preparação dos meus pratos. Remetem à minha infância e isso me motiva na arte da culinária. Cozinhar, para mim, simboliza amor, enfim, minha essência. O que esta receita tem de especial e qual o motivo da escolha? É um dos pratos preferidos do meu marido. A escolha foi feita para homenageá-lo, pois ele sempre foi o meu maior incentivador e a minha grande inspiração.

GINA Bezerra — POR LUCIANA VINHA —

dica, nesta edição do programa on-line do BigLar, é fugir da rotina e preparar algo diferente! Nossa convidada, Gina Bezerra, ensina a fazer um delicioso coelho na mostarda, com cogumelos. Presente nos principais cardápios internacionais e muito apreciada pelo seu sabor e versatilidade, a carne de coelho contém baixo teor de gordura e é rica em proteínas. Além de ser de fácil digestão, nutritivo e saudável para consumo, o coelho pode ser preparado de várias maneiras: assado, cozido, refogado, guisado, inteiro, em pedaços, desossado, a depender da ocasião e paladar. Nesta receita, a mostarda de Dijon, conhecida por seu sabor intenso e ligeiramente picante, confere um paladar exótico à refeição. Convide os amigos, vista o avental, e prepare-se para os elogios! A receita completa e o modo de preparo, você acompanha no nosso canal do YouTube, na playlist Na Casa do Chef.

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NA CASA DO CHEF

Qual a importância da criatividade na hora de montar o prato? Torná-lo mais atrativo realmente pode despertar mais interesse nas pessoas ao saborear o que está à mesa? Na minha opinião, o olfato e a visão representam 20% na escolha de um prato, sendo que os outros 80% referem-se ao paladar, pois é ele que nos faz recordar ou adquirir uma memória afetiva e nos faz querer repetir ou até mesmo indicar um restaurante. Acredito que a criatividade é pessoal e única. E, eu, por gostar de artes e trabalhos manuais, acabo sempre primando pelos detalhes.

Gostou das receitas apresentadas pelo nosso convidado? Acesse o nosso canal e descubra mais alternativas para se aventurar na cozinha. Lá, existem várias outras opções de pratos, todos preparados com muito carinho por clientes e amigos apaixonados pela boa gastronomia. Inspire-se!

Qual a importância da qualidade dos ingredientes? Para o sucesso de uma receita, a qualidade dos ingredientes mostra-se 100% importante. Quanto a esse quesito, o BigLar nos atende muito bem, com produtos frescos e sazonais que sempre proporcionam um resultado melhor ao paladar. Ao executar a criação de um prato, quando o produto é fresco, por si só já se torna o elemento principal da receita, e a utilização de condimentos apresenta-se de forma secundária.

Você tem o costume de reunir os amigos em casa e cozinhar para eles? Aprendi desde cedo a gostar da culinária e a entender que a cozinha é capaz de reunir muito mais do que ingredientes: reúne pessoas. Gosto de receber os amigos em casa e cozinhar para eles, sempre com muito carinho e atenção. Quando decidimos fazer algo, a preparação começa dois dias antes, e tudo gira em torno da recepção. Até mesmo as crianças se envolvem, ajudando com a decoração e com o som. Minhas ideias transbordam na preparação e na criatividade: selecionamos flores, toalhas de mesa, sempre limpas e passadas, os porta-guardanapos que eu e minha mãe fazemos a mão; acendemos velas e o difusor perfuma a casa. O som ajuda a tornar o ambiente mais aconchegante e o crepitar das panelas mistura-se com a música. Os amigos chegam e o difusor perde o seu sentido e, aos poucos, é substituído pelo aroma das panelas; as risadas acontecem e o meu coração se alegra. Quando todos vão embora, eu apago as luzes e oro, agradecendo a Deus pelo dom de cozinhar.

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I NSTAG O U R M E T — INSTAGRAM @SUPERMERCADOSBIGLAR —

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MANÉ pelado COM SORVE T E E C ALDA D E R A PA D U R A D E L E I T E

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3 Massa 1. Rale a mandioca e esprema com auxílio de um pano de prato limpo para retirar o excesso de água. Reserve em um bowl; 2. Misture todos os ingredientes em um bowl (exceto o sorvete e os itens reservados para a calda); 3. Unte uma forma com manteiga e polvilhe açúcar. Coloque a massa na forma e coloque-a para assar a 180°C, por cerca de 35 min. Calda 4. Corte a rapadura em pequenos pedaços, adicione o leite e o creme de leite e deixe dissolver em uma panela com fogo baixo; 5. Finalize com um toque de flor de sal. Para servir Corte um pedaço de bolo. Disponha uma bola de sorvete em cima e coloque a calda em volta.

anote

INGREDIENTES

• 2kg de mandioca amarela; • 8 ovos; • 2 xícaras de chá de açúcar cristal; • 140g de queijo Minas ralado; • 5 colheres de sopa de manteiga; • 1 xícara de chá de leite integral; • 2 xícaras de chá de coco ralado; • Meio litro de sorvete do seu gosto. Para a calda: • 200g de rapadura leite; • 50ml de leite integral; • q.b. (quanto baste) de flor de sal; • 50ml de creme de leite.

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C A PA — POR DANIELE DANCHURA —

298

anos

de muita história

C U I A B Á A P R E S E N T A B E L E Z A S N AT U R A I S , R I Q U E Z A C U LT U R A L E E S P Í R I T O A C O L H E D O R

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empre que pega o ônibus e passa pela Avenida Tenente-Coronel Duarte, o servidor público Lauro Portella imagina como deveria ser o curso d’água tomado pelos escravos minerando o ouro de aluvião..A cidade, que completa 298 anos, no dia 8 de abril, viven-

ciou muito o abuso dos negros tanto na mineração quanto nos roçados, nos comércios e nas grandes casas. Por muitos anos, serviram de escravos. Depois, alforriados, constituíram mão de obra barata. A herança dessa história aparece na sede da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos de Cuiabá, uma instituição formada por alforriados, cujo objetivo era comprar a liberdade de outros escravos. Na atual praça da Mandioca, existia um pelourinho: uma coluna de pedra colocada em lugar público de uma vila ou cidade onde, além de punirem e exporem alguns criminosos, também utilizavam para pendurar os nomes dos grandes donatários e bispos, como prova e

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Fotos: Wander Lima

instrumento de jurisdição feudal. A herança daqueles tempos também se reflete no modo de falar de muitos nativos, principalmente, das classes mais pobres. Portella, historiador e cientista político formado pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), conta que gosta de observar a feição das pessoas, o modo como falam. “Eu sou filho e neto de migrantes que aqui chegaram nos anos 1970, e o sotaque, assim como os traços são muito diferentes da população mais antiga daqui.” Ele comenta que, desde sempre, havia diferenças marcantes do ‘cuiabanês’ falado pelos mais pobres em relação ao da elite. As classes mais abastadas espelhavam-se no Rio de Janeiro, na época, capital do Império e depois da República. A população mais pobre, por seu turno, falava tal como no Pantanal (de Corumbá a Cuiabá): um português arcaico herdado dos aventureiros portugueses que para cá vieram em busca de ouro. “Esse sotaque está se perdendo, mas sua preservação, ao contrário do mito há muito cultivado, não se deveu a qualquer isolamento geográfico.” Para ele, é natural que, com as migra-

Santuário Eucarístico Nossa Senhora do Bom Despacho

ções, os novos modos de falar e de se relacionar se multipliquem. Mineiro, paulistano, baiano, pernambucano são alguns dos sotaques mais ouvidos pela cidade. Além, é claro, do povo nativo. “Estou curioso, agora, para saber a evolução dos haitianos, os nossos novos moradores. Espero que comam ‘cabeça de pacu’ e aqui finquem raízes”, afirma o historiador.

Pescadores em frente à comunidade São Gonçalo Beira Rio

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CULTURA HISTÓRICA Cidade acolhedora, calorosa – e calorenta –, sempre de braços abertos para receber tanto seus filhos que tornam ao lar, quanto os “paus-rodados”, que aqui acabam fixando moradia. Cidade cantada em muitas das cantigas que embalam os casais nos rasqueados e nos lambadões e que inspiram os cururueiros. Danças típicas que alegram e colorem a tradição cuiabana das festas de santos, dos grandes bailes e dos festivais com suas saias rodadas, ao som de suas violas de cocho, do atabaque e do ganza. É só dar uma passada nos fins de semana, ou na época das festas na comunidade São Gonçalo Beira Rio para vivenciar a cultura tradicional cuiabana e comer um dos melhores peixes da capital. Localizada à margem esquerda do Rio Cuiabá, na região do Coxipó, a comunidade foi fundada no século XVIII por pescadores e acabou transformando-se em um cartão postal da capital. Além das quatro festas que realiza no ano, a de São Gonçalo, em janeiro; a do Peixe, no aniversário de Cuiabá; a do Pescador, em junho; e a das Ceramistas, em novembro, a localidade conta com diversas peixarias e pontos


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de venda de artesanato, que atraem centenas de pessoas. A capital de Mato Grosso transpira cultura, resultado de uma mistura de povos tradicionais, imigrantes e migrantes que chegaram por aqui ao longo dos anos. Uma das mais presentes é a colônia sírio-libanesa, que conquista seu espaço, hoje, apresentando um dos melhores restaurantes de comida árabe do país, o Al Manzul. A cidade é marcada por seus museus, praças, monumentos, vida noturna, natureza exuberante em seus arredores, boa comida e igrejas seculares. Três delas têm uma representação poderosa para os católicos: a Catedral Basílica Senhor Bom Jesus de Cuiabá; a Igreja de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito; e a Igreja de Nossa Senhora do Bom Despacho. Traçando uma linha reta, ligando uma à outra, elas formam uma tríade e, segundo historiadores, seriam Pai, Filho e Espírito Santo, numa representação de Deus. A Igreja Nossa Senhora do Bom Despacho teve sua arquitetura de construção classificada como neogótica, inspirada na Catedral de Notre

Museu do Morro da Caixa D’ Água Velha

Dame de Lourdes, localizada em Paris, na França. Uma de suas características mais marcantes estão simbolizadas nos grandes vitrais trazidos da Bélgica e que permitem a entrada de luz no templo. De acordo com historiadores, o templo levou cerca de duas décadas para ficar pronto no alto do Morro do Seminário, tornando-se um dos principais e mais bonitos cartões

Ponte Sérgio Motta

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postais de Cuiabá. Quem desce a Avenida Isaac Póvoas, seja de manhã, de tarde ou de noite, avista a suntuosa Igreja Nossa Senhora do Bom Despacho em uma das paisagens mais bonitas da capital. A descida de outra importante Avenida, a Coronel Escolástico, leva à Igreja de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, com seus encantadores jardins. Construída


Igreja de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito

em 1722, em estilo barroco, tem o altar-mor em talha dourada. É a mais antiga de Cuiabá, que guarda suas características originais, tendo sido tombada pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, em 1975. Subindo a Avenida Getúlio Vargas – que leva ao conhecido e tradicional restaurante Choppão –, na praça 8 de abril, está a Igreja Matriz, Catedral Basílica Senhor Bom Jesus de Cuiabá, que completa a tríade dos templos.

A GASTRONOMIA TÍPICA

Fotos: Wander Lima

Considerada o Centro Geodésico da América do Sul, Cuiabá orgulha-se de posicionar sua culinária entre as mais saborosas do Brasil. Uma característica que a faz ser tão especial é a utilização de produtos locais como o pequi, a mandioca e os peixes. Parafraseando Dom Agostinho, que dizia “quem canta, reza duas vezes”, em Cuiabá, quem come, reza duas vezes, o que faz com que a capital de Mato Grosso seja uma cidade cheia de fiéis, de tão saborosa que se apresenta a sua gastronomia. Isso porque o cuiabano gosta de comer, seja

em casa, seja em restaurantes, seja nas carrocinhas de ruas ou nos recém-inaugurados aglomerados de food trucks. Algumas delícias típicas da região eram os “baguncinhas”. Alguém já comeu esse delicioso sanduíche em outra cidade do Brasil? Pois bem! A Avenida do CPA, ou Historiador Rubens de Mendonça, sempre foi o point das carrocinhas, com seus saborosos lanches como o X-Filé, X-Frango, X-Bagunça e o “baguncinha”. Aliás, a avenida do CPA já foi um dos points da juventude cuiabana, transformando-se, hoje em dia, em uma das principais avenidas empresariais da cidade. Uma das lendas mais tradicionais e conhecidas de Cuiabá é a de que quem come cabeça de pacu não vai mais embora. O prato faz parte da tradicional culinária cuiabana, que tem como ponto forte os pratos, além dos peixes, a farinha, a farofa de banana e a saborosa Maria-Isabel. A chef goiana Célia Rabello, que mora em Cuiabá há cinco anos – e que certamente já comeu cabeça de pacu – afirma que Cuiabá está no caminho certo na área dos sabores. Não deixa nada a desejar aos grandes centros no padrão de qualidade, tanto da comida tradicional como das contem-

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Fotos: Wander Lima

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Vista aérea de Cuiabá e Várzea Grande

porâneas, que se pulverizaram com as hamburguerias e bistrôs. Para ela, sem dúvida, Cuiabá teve um grande salto nos últimos anos na questão gastronômica. A abertura de faculdades especializadas, que vêm formando grandes chefs, auxiliares e mão de obra qualificada contribuem para esse movimento. E também a oferta de produtos de qualidade, que podem ser encontrados, em especial, no BigLar. “Antes, só havia a qualificação prática, e essa mudança ajudou muito a melhorar a gastronomia na cidade e no estado como um todo.” Além disso, ela ressalta que há uma facilidade maior de encontrar produtos de primeira linha, nacionais e importados, frescos e congelados, em grande variedade. Aos poucos, a comida cuiabana conquistou visibilidade junto aos próprios cuiabanos. “As pessoas começaram a pensar em comer bem, a ter um orçamento para ir a restaurantes”, comenta Célia. Ela observa que, principalmente à noite, para o público mais velho e para aqueles que não gostam de “balada”, a opção mais atraente é a gastronomia. “As pessoas investem,

consomem aquilo ao qual dão valor. E isso estimula a desenvolver cada vez mais, sem falar que a gastronomia virou uma diversão”, ressalta. A capital tem, atualmente, grandes chefs de cozinha, tanto aqueles que são “filhos da terra” quanto os que vieram em busca de oportunidades e que realizam um ótimo trabalho aqui. “Temos grandes chefs, com experimentos e comidas diferentes.” Ela cita o Mahalo, que ganhou projeção nacional, com a inserção de elementos da cozinha libanesa – da qual a chef Ariani Malouf descende – neste restaurante de culinária francesa. “Há também o André Vitalino, do Maluti, que faz um trabalho excepcional com peixes.” Outro que Célia destaca é o restaurante Acácia, de raiz nordestina, mas que valoriza os ingredientes locais e está em uma casa cuiabana, com cores cuiabanas e ingredientes cuiabanos. “Temos alguns restaurantes que promovem a tradicional comida cuiabana, como o Regionalíssimo, o Sesc Mangaba e tantas peixarias que podem ser encontradas no São Gonçalo Beira Rio e na rota do peixe, em Bonsucesso.” E nada melhor do que comemorar o aniversário de Cuiabá, saboreando uma deliciosa comida tipicamente regional. Que tal?

Centro histórico de Cuiabá

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SOMMELIER — POR ÉRICA BERNARDES —

O FRESCOR dos vinhos verdes

COM C ARAC T E RÍST I C A S Ú N I C A S , I G U UAR A R IIA A P ORT U G U E S A AT RAI P E L A LE V E Z A E S AB B OR F R UTAD O

herança de Portugal está presente – e muito – nas mesas brasileiras. Na recepção de amigos ou no almoço em família, uma das bebidas portuguesas mais famosas do mundo tem despertado o interesse também do cuiabano: o vinho verde. Considerado por especialistas um tipo único, revela paladar fresco e é produzido, exclusivamente, no noroeste de Portugal, especificamente na Região dos Vinhos Verdes, com altitude inferior a 700 metros. Ele pode apresentar-se como tinto, branco, rosé ou espumante e algumas versões explicam seu nome de ‘batismo’: a região de paisagem predominantemente verde onde é fabricado; ou seu frescor e leveza proporcionam conotações de jovialidade. O fato é que a acidez própria faz-se tão marcante que o seu final de boca é chamado de “agulha”, lá na terrinha. Considerando que Cuiabá apresenta clima quente quase o ano todo, os vinhos verdes ganham ainda mais espaço, por reunirem, além de frescor, leveza e sabor frutado. O sommelier Luiz Roberto Corrêa Lima, da equipe Cave Noble by BigLar, explica que eles

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tornam-se ideais para a as características climáticas da cidade e isso faz com que seja grande nde a procura dos consumidores, que ue têm perfis variados.

HARMONIZAÇÕES O vinho verde pode ser er considerado uma bebida solar, ar, ou seja, combina perfeitamente nte com uma degustação durante ante o dia. Suas principais harmonizações encontram-se nas receitas à base de frutos do mar, com destaque para o bacalhau. Também mostram-se excelentes para acompanhar tábuas de queijos meia cura. As harmonizações variam conforme a estrutura do prato: os mais estruturados, como o tradicional Bacalhau à Lagareiro, caem bem com vinhos mais encorpados, como o Palácio da Brejoeira e o Rolan-Colheita Selecionada. Já os mais leves pedem bebidas do mesmo tipo, como Casal Garcia, Ciconia. Já para os aperitivos à beira da piscina, a aposta certeira é o Conde de Barcelos.

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vinho O BigLar conta com 14 rótulos de vinho verdes, entre eles: Palácio da Brejoeira (um dos mais icônicos e clássicos), Rolan Alvarinho, Dona Paterna, Muralhas de Monção e Casal Garcia (um dos mais populares e procurados do mercado). Os produtos variam de R$ 40 a R$ 300 e os profissionais da casa orientam a respeito das melhores combinações.



POST DO CHEF

BACALHAU

confitado

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— POR LUCIANA VINHA —

P R E S E N Ç A I L U S T R E N O S T R A D I C I O N A I S A L M O Ç O S D E PÁ S C O A , O P E S C A D O É U M P R AT O Q U E N Ã O P O D E FA LT A R À M E S A

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Fotos: Wander Lima

mplamente apreciado em terras lusitanas, o bacalhau também conquistou o seu espaço na gastronomia brasileira, transformando-se em um dos pratoss mais clássicos nesta época do ano. A iguaria, de textura macia, úmida e com sabor marcante, apesar de ter a fama de ser um peixe de difícil preparo, pode ser elaborado de diversas maneiras. Nesta edição, a receita é “Bacalhau Confitado”. O método consiste em cozinhar um alimento em gordura – na sua própria ou em azeite de oliva, em baixa temperatura, conferindo-lhe sabor particular. “Confitar, além de ser um método de cocção, é também um de conservação”, ensina o chef, Marcelo Cotrim. Cotrim explica que um dos segredos está na temperatura do azeite e no tempo de cozimento do peixe. “Se a temperatura estiver muito alta, irá desnaturalizar o colágeno do alimento, fazendo com que fique rígido.” Ele sugere o auxílio de um termômetro de

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sobre O CHEF

cozinha e a utilização de forno elétrico, que mantém a temperatura constante.

PARA NÃO ERRAR NAS COMPRAS

Cuiabano de berço, Marcelo Cotrim tem 33 anos e é formado em Gastronomia, pós-graduado em chef de cozinha brasileira e vencedor da 2ª edição do concurso gastronômico Lufada de Peixes. Em em 2015, foi indicado ao Prêmio Nacional Dólmã, como um dos três melhores chefs do estado. Estagiou nos restaurantes Epice, do chef Alberto Landgraf, e Dalva e Dito, do chef Alex Atala, ambos em São Paulo. Como profissional, atua desde 2012, sempre valorizando os ingredientes e preparações regionais. Trabalha com eventos gastronômicos personalizados e consultorias.

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Preste atenção na aparência do peixe. O chef explica que, ao comprar, é importante verificar consistência, cor e defeitos que sejam perceptíveis. “Escolher boas marcas, verificar uma coloração mais amarelada (palha), que não apresente manchas escuras, ter a carne e pele firmes são indicativos de um bom produto.” A qualidade dos demais ingredientes e temperos utilizados garante o sucesso do prato. “Arrisco a dizer que de 60 a 70% de uma boa receita vem da escolha de bons ingredientes.”

SEM DESPERDÍCIO O prato ficou uma delícia, mas ainda assim, sobrou. O que fazer? “Processe os ingredientes com o azeite e crie uma ‘pasta’ incrível para comer com pães e torradas”, sugere o chef.


SAÚDE À MESA

O PODER DO

chocolate —POR RENATA GIRODO —

CONHEÇ A OS BENEF ÍCIOS DESSA IGUARIA QUE, A L É M D E G O S T O S A , C O N T R I B U I M U I T O PA R A A S A Ú D E

ifícil encontrar quem não se renda aos sabores do chocolate, quase unanimidade entre adultos e crianças. Para se ter uma ideia, pesquisas recentes apontam que o brasileiro consome por ano uma média de 2,5kg do produto – o que equivale a 16 barras. O País está classificado como o terceiro maior produtor no mundo. E a época da Páscoa apresenta-se como uma das mais esperadas pelos chocólatras, pois é quando eles podem se deliciar com a infinidade de opções de ovos de chocolate – desde o tradicional ao leite aos mais diversos sabores e recheios, até as versões diet e sem lactose.

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Além de ganhar o posto de uma das guloseimas mais amadas, o chocolate contém inúmeras propriedades que trazem benefícios ao organismo. Conforme especialistas, os tipos que trazem melhores efeitos para a saúde são aqueles com maior índice de cacau. Vale observar que o consumo deve ser de forma equilibrada. “O cacau dispõe de uma série de vitaminas e minerais, como manganês, cobre, magnésio, ferro, fósforo, cálcio, potássio, vitaminas A, D, E e do complexo B”, informa a nutricionista Gabriela Segri, da clínica Unidade da Pessoa, em Cuiabá. A profissional cita ainda outros componentes importantes: a presença dos fitoquímicos (substâncias antioxidantes, que combatem o envelhecimento). “Um grupo importante de fitoquímicos são os flavonoides, constituídos, principalmente, pelas catequinas, epicatequinas e procianidinas”, completa. Em uma breve explicação, tais substâncias são compostos bioativos considerados “varredores” de radicais livres, protegendo os tecidos desses agressores. Confira como o chocolate consumido com moderação pode ser um importante alimento em prol da saúde: • TPM: o cacau apresenta-se como um estimulante natural da serotonina, um neurotransmissor responsável pelo bem-estar. Ele também pode ser

considerado como fórmula da felicidade, pois libera a endorfina que causa a sensação de prazer e até certa euforia, o que pode aliviar os efeitos da tensão pré-menstrual. • Doenças cardiovasculares: os flavonoides presentes no cacau ajudam na prevenção de doenças cardiovasculares, reduzem o nível de colesterol ruim e a pressão arterial. “Uma revisão sistemática de 23 artigos científicos constatou que o chocolate foi o alimento que percentualmente teve mais efeito na saúde com melhora do perfil lipídico e menor oxidação

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do LDL (colesterol ruim)”, enfatiza a nutricionista Camila Delgado André, especialista esportiva, em estética, ortomolecular e fitoterapia, da Clínica La Beauté, de Cuiabá. Ela observa que houve aumento na capacidade antioxidante sérica HDL (colesterol bom), que tem possível efeito protetor cardiovascular. • Antienvelhecimento: as vitaminas C e E são importantes antioxidantes que trabalham com os flavonoides e, entre várias funções benéficas, previnem o envelhecimento celular, ajudam na redução das dores e no combate de inflamações específicas. • Gestação: estudiosos indicam o consumo de até 30g de chocolate amargo por dia. A iguaria protege a placenta, além de melhorar a autoestima e o humor da gestante. • Tosse: a equipe do Colégio Imperial, de Londres, em parceria com os hospitais Brompton e San Bartolomeo, apontou que a teobromina, presente no cacau, mostra-se muito eficaz no combate à tosse. Isso porque a substância inibe um processo do nervo responsável pelo desconforto. • Cérebro: pesquisa realizada pela Universidade do Sul da Austrália indica relação entre o consumo de qualquer concentração de chocolate e o melhor desempenho do cérebro.


SAÚDE À MESA

mais

NUTRITIVOS

Camila Delgado André, da Clínica La Beauté, explica que, para usufruir de todos os benefícios do chocolate, o ideal é dar preferência para o meio-amargo ou amargo. Além das substâncias extremamente importantes para a saúde, ele contém menor teor de açúcar refinado e de gordura trans que, quando consumidas em exagero, a longo prazo, proporcionam aumento de peso e da circunferência abdominal. “Esses ingredientes encontrados em maior escala nos chocolates com menor percentual de cacau podem também alterar os padrões de glicose sanguínea, triglicerídeos e colesterol”, alerta. Outra vantagem é que, por ter o gosto mais forte, o meio-amargo ou amargo provoca a saciedade mais facilmente.

Nela, constatou-se que pessoas que ingeriram o produto ao menos uma vez por semana obtiveram melhor desempenho cognitivo. • Fonte de energia: principalmente durante os exercícios aeróbicos, o chocolate funciona como importante energético. Como ele é de fácil metabolização, melhora o rendimento físico, o que dá maior ritmo aos treinos. A energia é aprimorada por conta da vitamina B, importante nos processos metabólicos. “Alguns estudos sugerem que os fitoquímicos presentes no cacau (cacau puro ou chocolate com 80% de cacau, no mínimo) contribuem para um melhor rendimento esportivo, devido a propriedades termogênicas e vasodilatadoras”, esclarece a nutricionista Gabriela Segri. No entanto, ela enfatiza

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que é preciso fazer um planejamento individualizado para o consumo com essa finalidade. • Beleza: o chocolate é utilizado até pelas indústrias da beleza, tanto em produtos de pele quanto em artigos para cabelo. Isso porque ele traz às madeixas maciez e luminosidade e uniformiza o tom de pele, deixando-a com aparência saudável, protegendo do envelhecimento e das rugas precoces. Também fortalece as unhas e, por possuir ação anti-inflamatória, combate as tão temidas celulites.

DIFERENÇAS ESSENCIAIS • Chocolate branco: é produzido com a manteiga do cacau, portanto, contém muito mais açúcar e gorduras. • Chocolate ao leite: é composto por massa de cacau, manteiga de cacau, leite em pó ou condensado, açúcar e pode conter gordura vegetal hidrogenada, corantes e outros aditivos. Os teores de cacau estão, no mínimo, em 25%. “É o tipo de chocolate mais comumente comercializado, mas também o de menor valor nutricional, pois, geralmente, o açúcar é o ingrediente predominante”, orienta Gabriela.


• Chocolate meio-amargo: tem, em média, de 40 a 50% de manteiga de cacau. Essa quantidade varia de acordo com a marca. • Chocolate amargo ou chocolate negro: que é denominado assim a partir dos 50% de cacau, vem transformando-se no “queridinho” de quem quer manter uma vida saudável e uma dieta equilibrada. Teoricamente, não deveria apresentar leite em sua composição, mas algumas marcas o acrescentam em menor quantidade. “Quanto mais cacau, menos manteiga de cacau e menos açúcar ele terá, será mais rico em fitoquímicos e benéfico para a saúde”, enfatiza a nutricionista da clínica Unidade da Pessoa.

VARIANTES Quem tem intolerância à lactose pode optar por um chocolate à base de soja ou alfarroba, um fruto proveniente da alfarrobeira, na forma de vagem e semelhante ao feijão. De cor marrom escura, tem sabor adocicado, vitaminas e minerais, é menos gorduroso e de baixo índice glicêmico, sendo considerado uma boa alternativa ao cacau. Por apresentar sabor naturalmente mais doce, dispensa o uso de muito açúcar na produção. “Não contém lactose, nem substâncias estimulantes presentes no cacau, o que pode ser uma alternativa também para quem sofre com enxaqueca ou insônia”, elucida Gabriela. Já os diabéticos, que amam chocolate, precisam encontrar uma alternativa diet, ou seja, sem açúcar. “Vale ressaltar que esse não é um produto indicado para quem deseja o emagrecimento, pois o chocolate diet pode ser tão calórico quanto o tradicional, devido ao acréscimo de gordura no produto, principalmente, para melhora da textura e palatabilidade”, orienta a especialista.

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ovos

O chocolate passa por diversas etapas antes de chegar ao supermercado. O primeiro passo é a coleta do cacau. Depois, a polpa e as sementes sofrem o processo de fermentação e ficam expostas ao sol para que a água evapore. As sementes são higienizadas e vão para torrefação, que resultam em uma massa escura, um dos ingredientes da receita do chocolate. Parte dela é prensada e transformada em manteiga de cacau. Após todos os processos e a mistura da massa, manteiga, açúcar e leite em pó, o chocolate está pronto. Para ficar homogênea, a massa da etapa anterior passa pela conchagem. Nela, é feita a moagem do chocolate até que fique com textura aveludada. Depois, o chocolate aumenta de temperatura e perde o amargor. Durante o processo de “temperagem”, as mudanças repentinas de temperatura dão o gosto do tradicional chocolate que conhecemos. Depois disso, ele é colocado nas formas, embalado e está pronto para o consumo.

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Fonte: Site Nestlé

DE PÁSCOA


GASTRO TOUR

Fotos: divulgação

— POR CAROLINE CARVALHO —

A EXUBERÂNCIA

de sabores

DE QUEIJOS A VINHOS, P ORT UGAL MOST RA A DIVERSIDADE DA SUA C U LT U R A E N O G A S T R O N Ô M I C A

á muito mais na ‘terrinha’ do que se pode imaginar. Visitar Portugal é como ir à casa de um parente próximo – de origem portuguesa, é claro – e mergulhar na sua história, no legado dos seus antepassados. É sentar-se a uma mesa farta de deliciosas memórias e degustar iguarias feitas artesanalmente da melhor qualidade, sem pressa de ir embora. Neste roteiro, não pode faltar à mesa do típico português: os queijos, o azeite da melhor qualidade, os vinhos premiados, o apetitoso bacalhau, os pães caseiros e a sobremesa. Afinal, quem resiste a um pastel de Belém que desmancha na boca? Luís Vaz de Camões, o ilustre poeta português, já dizia profeticamente em um dos seus poemas: “mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”. Porém, apesar dos séculos, algumas tradições em Portugal parecem não sentir o tempo passar. É o caso do queijo do Azeitão. Na Quinta do Anjo, encontra-se a maior parte dos produtores desse tipo de

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Lisboa

Queijo da Serra da Estrela

infotur SAIBA MAIS

queijo. Diz a história que, por volta de 1830, o agricultor Gaspar Henriques de Paiva veio para a região e, para povoá-la, mandou vir ovelhas leiteiras. Todos os anos, ele mandava trazer um queijeiro da sua terra natal, perto da Serra da Estrela, só para lhe fabricar queijos do tipo “serra”. Foi esse queijeiro quem ensinou a arte a um dos pastores. Começou, então, a tradição de transmitir a receita a sucessivas gerações de queijeiros artesãos, que produzem essa iguaria, com uma tipicidade ímpar e cremosidade indescritível. A produção dura, em média, 45 dias. A melhor maneira de servir o Queijo de Azeitão é cortá-lo em duas metades circulares iguais ou abrir um orifício na parte superior e retirar o queijo amanteigado com uma colher. Produzido no sul de Lisboa, particularmente em Palmela, Sesimbra e Azeitão, ele é um descendente das receitas originais da Serra da Estrela. Há até um selo de origem que garante a autenticidade do produto. De outro tipo, o queijo da Serra é o mais antigo dos laticínios portugueses e também um dos mais famosos, produzidos por leite de ovelhas.

Esteve presente nas mesas reais e até foi citado por Gil Vicente – um renomado poeta e dramaturgo, que viveu entre os séculos XV e XVI. Para produzi-lo, há um ritual, seguido à risca por quem o produz. Apenas de um determinado tipo de ovelhas, o leite pode ser retirado, sempre na mesma hora, ao cair do dia, de acordo com a tradição secular. Antes, porém, os pastores escolhem cuidadosamente o pasto, pois algumas ervas podem deixar o leite com mau gosto. O resultado é um queijo curado semimole, semelhante ao do Azeitão.

PERFEITA COMBINAÇÃO Para acompanhar os renomados queijos portugueses, nada melhor do que um pão caseiro quentinho e um bom vinho. Essa tradição portuguesa também passa de geração a geração. Não é difícil encontrar uma portuguesa fazendo seu próprio pão para a família. Não há apenas o de trigo. Existe a broa de milho, típica do Norte de Portugal – ainda que apreciada em

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• Moeda: euro • Idioma: português • Capital: Lisboa • Melhor período para visitar as vinícolas: de maio a dezembro.


GASTRO TOUR

Prato típico com bacalhau todo o país –, o pão de centeio e o pão alentejano. Esse, dispõe, geralmente, de grandes dimensões (pão de quilo) e apresenta miolo compacto, pensado para durar mais do que um dia, muito utilizado em diversos pratos. Além do trio – queijo, azeite e pão –, o bacalhau simboliza outro prato tipicamente português. Na época das grandes navegações, foi que este povo descobriu o bacalhau. Precisavam de produtos não perecíveis, que suportassem as longas viagens, já que, muitas vezes, levavam mais de três meses de travessia pelos mares. Em 1497, os portugueses pescaram esse peixe, pela primeira vez, em terras canadenses, pouco depois da descoberta desse continente. Existem registros de que, em 1508, o bacalhau correspondia a 10% do pescado comercializado em Portugal. O Instituto Português do Mar e da

Atmosfera (IPMA) afirma que, nos dias atuais, Portugal importa praticamente todo o bacalhau salgado e seco que consome. Também importa muito bacalhau “verde”, ou seja, salgado e curado nas próprias indústrias portuguesas, como a Riberalves, localizada em Torres Vedras. O mercado português é o que mais consome bacalhau salgado no mundo. O consumo corresponde a aproximadamente 20% do que é capturado no mundo. Esse nível equivale a cerca de 65 mil toneladas em peso seco e tem-se mantido razoavelmente estável ao longo dos anos, mas também por razões de economia doméstica. Quando comparado a outro pescado adquirido fresco, o rendimento do bacalhau mostra-se muito superior, uma vez que o aproveitamento do que se compra é praticamente total.

Vinhedo, em Lisboa

DAS OLIVEIRAS Para regar o bacalhau, recomenda-se um bom azeite. Em Portugal, há dois grandes embaladores de azeite, o Gallo e a Oliveira da Serra. Juntos, representam de 60% a 65% da cota de mercado do país. E azeite é semelhante ao vinho. Você pode escolher os mais suaves, mais doces, mais neutros, não amargos e pouco picantes, como os do Alentejo.

Vinho é um dos destaques

Já, os do Douro apresentam perfil peculiar: têm notas de frutos secos e especiarias – alguns possuem notas de canela –, bastante vincadas, arbustos e ervas aromáticas que os tornam muito interessantes para usar em sobremesas, com chocolate ou até gelado. Há quem recomende que basta ter três azeites diferentes em casa. Um que sirva para peixe, outro para carne e o terceiro, para outras harmonizações. Para temperar cozidos a vapor, por exemplo, não é preciso um azeite muito intenso. Mas imagine uma salada com anchovas: aí, um azeite mais picante será a melhor

Rio Tejo, Lisboa

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vinícolas PORTUGUESAS

Quem estiver planejando uma viagem enogastronômica por Portugal, precisa ter em mente duas questões: tempo para se deslocar e planejamento. Ou seja, marque suas visitas com muita antecedência e tenha um roteiro bem definido, de preferência, com um bom GPS, pois, na maior parte das vezes, não é fácil encontrar o endereço das vinícolas. Especialmente, se forem em regiões menos conhecidas, onde o enoturismo ainda não se apresenta tão explorado. O espaço demográfico do país e a boa qualidade das rodovias ajudam a apreciar o percurso. Em cinco dias, torna-se possível ir do sul ao norte de Portugal e visitar de uma a duas vinícolas por dia. Mas é preciso ter fôlego, paladar e disposição para degustar. A Caves Dom Teodósio fica no norte de Lisboa. A casa foi fundada em 1924 e é especializada na produção, engarrafamento, comercialização e exportação dos vinhos. A sede fica em Rio Maior, no centro do país, e é lá onde se encontram todas as áreas da cave e onde acontecem todos os processos. Os vinhos têm origem em variadas regiões, como do Porto, Douro, Bairrada, Ribatejo, Alentejo, entre outros. Outra opção é a Quinta da Bacalhoa, uma antiga propriedade da Casa Real Portuguesa, na província de Setúbal. É preciso marcar horário para visitar, de segunda a sábado. Lá, você conhece toda a parte histórica da propriedade. Outra cave muito conhecida na área é a José Maria da Fonseca, de onde sai um dos vinhos mais antigos de Portugal, o Periquita. A região vinícola produtora dos vinhos Doc Dão situa-se no centro-norte de Portugal, na província da Beira Alta. Essa região produz, majoritariamente, vinhos tintos. Há também o vinho verde (citado na seção Sommelier). Único no mundo, apresenta-se naturalmente leve e fresco. É produzido na Região Demarcada dos Vinhos Verdes, uma área costeira geograficamente bem localizada para a produção de excelentes iguarias. Berço da casta Alvarinho e produtora de vinhos de lote únicos. O famoso vinho do Porto pode ser degustado nas caves de Vila Nova de Gaia. Antes de mais nada, é preciso saber que vinho do Porto leva esse nome porque é produzido na região do Alto do Douro, no Porto. Seu teor alcoólico apresenta-se bem alto, em torno dos 19% a 22%. Os sabores variam de acordo com a interrupção do processo de fermentação. Portanto, é interessante não se enganar pelo doce gosto que ele apresenta. Com tantos sabores e tradições, difícil não se seduzir pelo exuberante Portugal.

opção. Para os portugueses, tudo depende da ocasião. Se o objetivo do azeite for temperar a cru, deve ser extravirgem, a categoria máxima dentro dos azeites. Mas, se o objetivo for confitar, fritar ou refogar, um virgem serve perfeitamente. No caso de frituras de grandes quantidades, pode-se lançar mão de um azeite de qualidade inferior.

DOS CONVENTOS Para encerrar o banquete português, para sobremesa, que tal experimentar um belo pastel de Belém? A doçaria portuguesa tem grande parte da sua origem nos conventos e mosteiros portugueses no século XVI. Graças ao uso abundante de claras para as hóstias, para os hábitos engomados dos padres e freiras e para a clarificação de vinhos, muitos doces surgiram à base das gemas de ovos, a fim de evitar o desperdício. Por lá, há lojas tradicionais que vendem pastéis de Belém desde 1837.

Robalo Grelhado

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TURISMO

VIAJAR

é preciso

H O S P E D E - S E C O M L U X O N O S P R I N C I PA I S R E S O R T S E H OT É I S D A A M É R I C A L AT I N A

E

studos recentes dizem que viajar faz muito bem para o corpo e para a mente. Uma pesquisa conduzida pelo Diamond Resorts Interna-

tional, nos Estados Unidos, por exemplo, concluiu que três quartos dos entrevistados se sentiam mais felizes ao planejar pelo menos uma viagem por ano. Outra, desta vez, realizada pelo The Global Comission on Aging, The Transamerica Center for Retirement Studies e The U.S. Travel Association, constatou que por o pé na estrada reduz os riscos de depressão e de estresse. Então, que tal permitir-se um pouco, relaxar e colecionar emoções? Para te inspirar, separamos alguns resorts e hotéis de luxo na América Latina.

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Foto: Explora / Divulgação

— POR RENATA GIRODO —


Hotel Saint Andrews - Gramado

Fotos: Saint Andrews / Divulgação

Hotel Saint Andrews – Brasil: Localizado em Gramado, nas Serras Gaúchas, o hotel parece sair de um conto de fadas. E não é por acaso. O empreendimento tem toda a sua construção inspirada nos castelos da Europa e é o único exclusive house do Brasil e membro da chancela de hotéis Relais & Châteaux. Dos lustres tchecos ao suave perfume do ar, todos os detalhes inspiram os visitantes a se sentirem verdadeiras realezas. Com vista para o inebriante Vale do Quilombo, o jardim nos arredores do hotel tem um paisagismo que propicia o acasalamento de aves e serve de berço para futuros bebês silvestres. Os 11 quartos para adultos e jovens, acima de 14 anos, são intitulados com o nome de pedras preciosas, que dão cor ao aposento e combinam perfeitamente com o requinte dos móveis. A área da piscina, que é privativa e precisa ser reservada, remonta às antigas termas romanas: com seis colunas de vidro e duas fontes com estátuas de leão. No SPA, é possível fazer uma hidratação com partículas de ouro 24 quilates. O restaurante revela atendimento personalizado, com somente cinco mesas, à luz dos mais luxuosos pratos da culinária mundial. Saiba mais: www.saintandrews.com.br

A beleza dos detalhes mostra-se tão rara, que lembra pinturas muito bem acabadas pelas mãos primorosas da natureza.

Foto: Saint Andrews / Divulgação

Gramado - Serra Gaúcha

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Fotos: Explora / Divulgação

TURISMO

Patagônia

Los Pinos Resort & Spa Termal – Argentina: Em uma região de 30 mil metros quadrados, encontra-se um lugar ideal para quem quer descansar e passar bons momentos em família. No verão ou no inverno, a estadia é sempre bem-vinda, porque as águas vão estar de acordo com a temperatura que mais agrada o visitante. Com jacuzzis, piscinas cobertas e ao ar livre, sauna, massagens e banhos terapêuticos revitalizantes, o “relax” apresenta-se completo. O hotel tem diversas propostas de recreação para todas as idades, festas

temáticas, cinema, aulas de desenho, pintura, artesanato, quadras de tênis e academia. Descanso, cultura, boa gastronomia e lazer, tudo em um só lugar. Essa é a proposta do Los Pinos: proporcionar dias de intenso relaxamento aos seus clientes. Saiba mais: www.lospinoshotel.com.ar Altos Del Arapey Club de Golf & Hotel Termal – Uruguai: O empreendimento, em Salto, é o único all inclusive do país que reúne campo de golfe – com 18 buracos –, banhos termais e SPA de luxo. Isso tudo, ainda com um plus: pertence à seleta lista daqueles que têm

Patagônia

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profissionais que dominam um nível gastronômico aprimorado. O hotel disponibiliza seis piscinas termais, piscina coberta, bar molhado e jacuzzis internas e externas, além de atividades ao ar livre. Todos os quartos dispõem de localização privilegiada, com vista para as piscinas, para o campo de golfe ou para o rio Arapey. Saiba mais: www.altosdelarapey.com

Foto: Explora / Divulgação

Explora Patagônia – Chile: Localizado no centro do Parque Nacional Torres Del Paine, reconhecido como Reserva da Biosfera pela Unesco, as paisagens são de tirar o fôlego. E não é por conta da altura de sua localização. A beleza dos detalhes mostra-se tão rara, que lembra pinturas muito bem acabadas pelas mãos primorosas da natureza. O parque oferece mais de 40 tipos de explorações, entre geleiras, lagos e florestas. Os passeios podem ser feitos a pé, a cavalo ou de automóvel, e os níveis de dificuldade são adaptados para cada excursionista. A rede de hotéis Explora está presente também no Vale Sagrado / Peru e no Atacama e Ilha de Páscoa, ambos no Chile. Saiba mais: www.explora.com/pt-br/ hoteis-e-passagens/explora-patagonia

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NOSSA TERRA

Foto: Tchélo Figueiredo

— POR ÉRICA BERNARDES —

ORLA que reencanta R E V I T A L I Z A Ç Ã O D A S M A R G E N S D O P O R T O Q U E R FA Z E R D A R E G I Ã O O P R I N C I PA L C E N T R O D E E N T R E T E N I M E N T O D A C A P I T A L

porto talvez seja uma das regiões mais importantes – e também poéticas – de uma cidade. Suas inúmeras chegadas e partidas, com certeza, decidiram o rumo de muitas vidas, traduzindo os mais diversos sentimentos. Cenário de uma época áurea, a orla do porto, em Cuiabá, passou por uma profunda recuperação, que promoveu o resgate das suas memórias e a revalorização da área. Conhecido como Projeto Porto Cuiabá – Requalificação da orla do Rio Cuiabá, seu 1,35 quilômetro de extensão levou cerca de três anos para ser concluído e recebeu aproximadamente R$ 16 milhões de investimento.

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O resultado pretende resgatar esse marco, reforçando o turismo e reinserindo o local como área de lazer, além de transformá-lo em principal centro de entretenimento do município. A obra promoveu uma revitalização grandiosa, que tem sido bastante frequentada pela população. Afinal, como não se render a atrativos como mirantes, pontos de contemplação, pista de caminhada e academia ao ar livre? Sem falar nos restaurantes, bares, áreas de lazer e cultura e os pontos gratuitos de acesso à internet. Mas não é só isso. A remodelação também integra outros projetos – a Vila Cuiabana, o novo Aquário e o Museu do Rio. Quem esteve por lá – mesmo há pouco tempo – custa a acreditar no que vê: uma paisagem completamente renovada, após tempos de abandono. O professor e mestre em História, Pedro Félix, autor dos livros História de Mato Grosso e Cuiabá – Centro da América do Sul, revela que a revitalização apresenta-se como de fundamental importância para a cidade. “Um lugar com tanta memória histórica vivia esquecido e era visto como local não apropriado para o trânsito de pessoas.” A nova proposta atrai os cidadãos curiosos, impactados com a transformação, além de turistas.

voltem a unir e reunir seu povo, em um capítulo novo para a sua história, que começa agora a ser escrito.

PELO RIO

Litografia “Vista do Bairro do Porto”, 1845.

Litografia “O Porto”, 1863. Bartolomé Bossi

Mercado do Porto, 1986, José Mauricio

AS REFERÊNCIAS Os idealizadores do Projeto Porto Cuiabá buscaram algumas inspirações mundiais, em cidades turísticas que seguem a proposta de integrar o rio ao convívio da população, como Amsterdã, na Holanda; San Antonio, nos EUA; Shangai, na China; o bairro de Puerto Madero, em Buenos Aires, Argentina; Rio Sena, na França; e Florença, na Itália. Outras cidades brasileiras também serviram de diretrizes para a obra, como Belém / PA, Manaus / AM e Rio de Janeiro / RJ. Tudo foi pensado para que as águas do Rio Cuiabá

Mercado Público, 1986, José Mauricio

Rio Cuiabá, 1936

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Pedro Félix garante que a iniciativa é marcante para os habitantes. “Resgata em nós, cuiabanos de tchapa e cruz e pau-rodado, uma memória viva de um lugar considerado o cordão umbilical da capital.” Foi pelo porto aonde chegaram os primeiros povoadores e praticamente todas as pessoas que habitaram a cidade até a década de 1950. Nele, há vários locais de memórias, como o cais do porto, por onde vinham as mercadorias de outras regiões para abastecer o município, por via fluvial. Também o Mercado do Peixe, hoje revitalizado e tombado, e o Aquário, que destaca a diversidade de peixes da região. Nos primeiros tempos, o porto dividia também a cidade em duas regiões econômicas: o rio acima (Acorizal, Nobres, entre outros) e o rio abaixo (Santo Antônio do Leverger). Pela mesma via saíam as famosas embarcações do século XVIII, que levavam os habitantes de Cuiabá para São Paulo, em viagens que chegavam a durar de quatro a seis meses. Já no século XIX, com a utilização do vapor, pequenos e médios barcos conduziam a elite da época para o Rio de Janeiro, passando por Assunção, Buenos Aires e Montevidéu, chegando à então capital federal, depois de aproximadamente 30 dias. Sua efervescência era tanta que até uma fábrica de cerveja foi instalada às suas margens. E como não se lembrar dos dois cordões carnavalescos mais famosos da cidade entre os anos 1960 e 1970, o Sempre Vivinha e o Coração da Mocidade, que desfilavam pelo local? História que, com a nova arquitetura da área, foi revisitada no último Carnaval, com atrações que reuniram milhares de pessoas. Definitivamente, o que não falta às águas que correm pela capital do Mato Grosso são memórias!


NOSSA GENTE — POR CAROLINE CARVALHO —

Foto: Gilberto Leite - RD News/Divulgação

DONA

Eulália

Eurico Soares, construir um forno a lenha nos fundos da sua casa, para testar uma receita dada por uma tia.

NO QUINTAL

R ECE ITA Q U E HÁ Q UA SE SE IS DÉC ADA S CON Q U ISTA CLI E NT E S D O MU N D O TOD O

De lá pra cá, ela não parou mais. O Quintal da Dona Eulália fica nos fundos da residência e recebe moradores da região, além de turistas brasileiros e estrangeiros. Depois que o negócio engrenou, a matriarca passou a contar com a ajuda dos filhos, netos e bisnetos para tocar o empreendimento. “Graças a Deus, quase todos da família ajudam na preparação do bolo. Porém, o tempero no bolo de arroz ainda é meu.” A quituteira admite que não foi fácil no começo. “Mas depois que acertei a mão na receita, comecei a ter encomendas e o boca a boca funcionou”, recorda-se. Agora, os clientes fazem fila por um delicioso quitute.

O SEGREDO

uem passa pela Rua Professor João Félix, no bairro da

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Lixeira, por volta de 5 horas da manhã, sente o cheirinho inebriante saindo do forno: são os famosos quitutes da Dona Eulália. Há 60 anos, a senhora, de fala mansa e sorriso fácil, vive essa rotina, na casa onde mora com o marido. Por semana, ela chega a vender mais de mil tradicionais bolos de arroz. Eles também são acompanhados de outros quitutes, servidos sempre na parte da manhã. Porém, nem sempre foi assim. Em 1958, com filhos pequenos e preocupada em melhorar a renda familiar, Dona Eulália teve a ideia de fazer bolinhos. Foi então que sugeriu ao marido, o pedreiro

virou LEI

O bolo de arroz da Dona Eulália ganhou status de prato típico do estado do Mato Grosso. Proposta pelo deputado Wancley Carvalho (PV), a Lei nº 10.514 entende como bolo de arroz cuiabano o prato preparado com arroz, mandioca ralada, coco ralado, dentre outros ingredientes. E o dela é referência no assunto.

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Engana-se quem pensa que o bolo de arroz da matriarca é simples de fazer. O segredo está no pilão. A receita combina angu de mandioca (água, açúcar e mandioca), pó de arroz socado no pilão, canela, coco, fermento, manteiga e açúcar. Entre os clientes que aparecem toda semana estão políticos, empresários, vizinhos, artistas e caravanas de alunos, que aproveitam para aprender um pouco mais sobre a cultura cuiabana. Para apreciar o banquete regional oferecido no Quintal da Dona Eulália, a dica é chegar cedo, pois a fila faz-se longa. “Enquanto eu puder, vou fazer os quitutes e servir todos com prazer”, diz a simpática senhora, de 83 anos.



DÉCOR — POR CAROLINE CARVALHO —

É TEMPO

de Páscoa!

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I N O V E D E C O R E E D E G U S T E E S S E I M P O R TA N T E M O M E N T O E M FA M Í L I A

Páscoa é um período de renovação no calendário cristão. E mesmo quem não segue qualquer

taque. Jarros decorados com cenouras, flores e folhagens complementam o espaço. “Detalhes como os porta-guardanapos, que poderão ser dobrados em figuras de coelhos ou até mesmo em uma cenourinha confeccionada de papel, fazem a diferença”, conta a especialista, ao lado de sua sócia, a decoradora Jocely Sandrin. Os pratos e doces podem apresentar uma ornamentação criativa, com personalização de carinhas, formatos de ovos e cenourinhas, proporcionando um toque convidativo à mesa. Outra dica importante para dar o clima na festa é preparar algumas situações que consolidem uma memória afetiva nas crianças. Por exemplo, a brincadeira de espalhar cenouras mordidas em alguns cantos da casa enquanto eles dormem e colocar o ovo de chocolate ao lado, dando a entender que o coelhinho da Páscoa passou por ali. Esconder alguns ovos para que as crianças procurem, seguindo pegadas de coelhinho no chão, encanta a garotada.

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crença religiosa acaba por aderir a esse momento festivo. Principalmente, quem tem crianças em casa, já que elas ficam afoitas em busca dos tão esperados ovos de Páscoa. Nesse período, muitos adultos confessam que também se rendem à sedução do chocolate. Depois do Natal, a Páscoa configura-se como a segunda data mais familiar. Para deixar sua recepção ainda mais atraente, o BigLar foi atrás de dicas inspiradoras com profissionais da área. A decoradora cuiabana Valdirene Freire indica escolher tons alegres para compor a mesa, como o laranja, o amarelo, o rosa, e dispor de muito chocolate, em forma de ovinhos, barras e confetes. Para os ambientes, use enfeites de coelhos e cenouras. Pode ser um porta-guardanapos, muito fácil de encontrar nessa época do ano. Eles devem estar posicionados em des-

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PARA DECORAR E DEGUSTAR Algumas pessoas gostam de utilizar ovos comuns de galinhas como elementos decorativos. A fim de que essa inspiração faça sucesso e o ovo não rache na mão de alguma visita, cozinhe-o em fogo brando por cerca de 10 minutos. Ou fure-o em ambas as extremidades e insira uma agulha dentro do ovo para perfurar a gema e facilitar a sua extração. Depois, com um pequeno canudo, sopre cuidadosamente para dentro do ovo. Assim, o recheio sai pelo outro lado. Antes de começar a pintá-lo, enxágue-o com água e deixe-o secar ao ar livre por um ou dois dias. Desse modo, qualquer resíduo do seu odor se esvai. Na gastronomia, a tradicional bacalhoada de Páscoa, regada a muito azeite, não pode faltar, já que não se come carne vermelha nesse dia.

Escolha um bom vinho para apreciar o prato. Algumas dicas de acompanhamentos que podem compor a mesa são: torta de cenoura; risoto de queijo grana pagano ou risoto de tomate seco; estrogonofe de cogumelos Paris com batata-doce; vegetais assados no forno e quiches vegetarianos. Uma mesa farta e bem decorada aumentará ainda mais o apetite dos convidados. Na sobremesa, opte por doces à base de chocolate. Aos que não apreciam muito esse ingrediente, sirva a sobremesa que desejar. O importante é harmonizar com o menu leve do dia. Se quiser presentear os convidados, encha pequenos cestos com musgo ou ráfia e insira guloseimas da Páscoa. Ponha um grande laço à volta e coloque na cadeira de cada convidado. É uma delicadeza que encantará suas visitas, afirmam as decoradoras. O mais importante para garantir o sucesso da sua recepção é a união familiar e a diversão das crianças. “Esses são os motivos que impulsionam a família nesse momento de celebração, deixando o ambiente mais alegre e criativo”, ressalta Valdirene.

HISTÓRIA Na Antiguidade, a Páscoa era festejada com representação na libertação do povo de Israel, que ficou em cativeiro sob domínio egípcio. A refeição pascal era realizada com ervas, pães e cordeiro assado. Os judeus ainda celebram esse momento, nos tempos atuais. Porém, como seu calendário é regido pela Lua, nem sempre as datas se convergem com a dos cristãos. Algumas religiões não comem carne e somente peixe, outras fazem o pão ázimo, sem fermento. Cabe à família saborear o que mais lhe agradar.

Decoradora: Valdirene Freire Fotos: Divulgação

Elas podem ser criadas com papel ou com farinha de trigo. Para os adultos, a decoradora indica um amigo oculto de chocolate. “Essa interação torna a festa ainda mais divertida”, comentam.

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DÉCOR

5 dicas

PA R A A PÁ S C OA

Decoradora: Valdirene Freire Fotos: Divulgação

Ao longo dos anos, o ovo foi um simbolismo criado por algumas culturas como representação de um novo nascimento, uma vez que, ao abrir, há vida que foi gerada lá dentro. Muitos países pintam ovos de galinha cozidos e os tingem de várias cores. No século XVIII, confeiteiros franceses tiveram a ideia de fazer os ovos com chocolate. A iguaria havia caído no gosto dos europeus, quando da descoberta do cacau, nas Américas. Na região do golfo do México, o chocolate era considerado sagrado pelas civilizações Maia e Asteca, então, por que não simbolizar um momento tão importante para os cristãos? No mesmo século, a lenda do coelhinho da Páscoa foi disseminada na Europa e trazida para a América. A história mais conhecida veio com a imigração alemã. Para os alemães, era muito comum esconder ovos de galinha pintados à mão em grandes quintais para as crianças os encontrarem. Agitados com a movimentação dos pequenos, os coelhos que ali viviam saltavam de suas tocas. Com o tempo, os adultos uniram os ovos e os coelhos numa história só, dizendo aos filhos que os animais tinham trazido os presentes de Páscoa. Muito mais que um alegre carregador de

1. Convoque a criançada para preparar os alimentos e decorar a mesa. Elas irão recordar-se desse momento com alegria; 2. É importante a presença de coelhos de pelúcia, ovos de páscoa, guirlandas, pois esses representam a renovação da vida. 3. Decore os pratos de forma criativa: os doces e as frutas personalizadas tornam-se ideais para uma mesa rica e farta; 4. Brincadeiras são bem-vindas para crianças e adultos. Vale tudo: esconder ovos, deixar pegadas, cenouras mordidas que simulem que o coelhinho da Páscoa passou por ali; 5. Escolha um cardápio leve e agradável, com pratos típicos, assim, todos os convidados entrarão no clima.

ovos, para a religião cristã, o coelho tornou-se símbolo da ressurreição. No hemisfério Norte, o coelho hiberna dentro da toca durante o inverno e, no fim da estação, que coincide com o período da Páscoa,

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é o primeiro animal a sair do abrigo. Sendo assim, dá mais “veracidade” à lenda infantil. No imaginário das crianças, a entrega dos ovos de chocolate é feita por um coelho de olhos vermelhos e pelos branquinhos.


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R A D A R C U LT U R A L — POR RENATA GIRODO —

FÁBRICA DE

A saga de um rei HISTÓRIAS

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om previsão para estreia no Brasil em 18 de maio, o filme Rei Arthur – A lenda da Espada já é um dos mais esperados no cinema. Protagonizado por Charlie Hunnam, o longametragem conta a história de um jovem com destino incerto, que controla os becos da cidade de Londinium. O que ele nem imagina é que está predestinado a encontrar a mágica espada Excalibur que torna os desafios de sua vida maiores e mais perigosos. O rapaz precisa tomar decisões acertadas e lutar contra as suas próprias tendências, além de aprender a controlar seus poderes. Arthur reúne todas as suas forças para liderar o seu povo e lutar contra o temido vilão Vortigern, que acabou com o seu sonho de família. Só assim, ele poderá tornar-se rei.

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naugurado em 2006, o Museu da Imagem e do Som de Cuiabá Lázaro Papazian Chau (Misc) é um celeiro de boas recordações. O casarão, construído em 1910 e localizado no Centro Histórico, já foi residência do cobrador de impostos Joaquim Moura. Hoje em dia, o espaço abriga exposições itinerantes, oficinas, mostras e, principalmente, a história da cidade contada por meio de fotografias, discos de vinil, fitas-cassete e vídeos. O acervo é muito importante para manter viva a arquitetura secular de Cuiabá, as suas personalidades, a cultura do povo e seus costumes, conforme ressaltam historiadores da região. O museu fica na Rua Voluntários da Pátria, s/n – esquina com a Rua Sete de Setembro.

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ma equipe de apaixonados pela literatura reuniu-se pela primeira vez em 2015, dando início ao evento Sobre Livros. De lá para cá, não pararam mais. Uma das idealizadoras do projeto, Carol Pedrozo – que também é estudante de publicidade e propaganda pela Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) – conta que a ideia é trazer mais propostas literárias para Cuiabá e criar acessibilidade à cultura. “Afinal, ela é para todos”, ressalta. Em 2017, a data já está marcada: o encontro dos aficionados por leitura ocorrerá no dia 7 de maio, no auditório da Livraria Janina, no Pantanal Shopping (Av. Historiador Rubens de Mendonça, 3300, Jardim Aclimação). Na edição, o tema escolhido será terror e suspense. Para descontrair, as organizadoras irão propor brincadeiras e o sorteio de brindes. A entrada é gratuita.

ENCONTRO LITERÁRIO

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N O S E M B A L O S D A B O S S A N O VA

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ompositores de peso e canções interpretadas por grandes nomes da música brasileira compõem o CD – A Bossa Nova é Nossa – da Universal Music. Nomes como Gal Costa, Nara Leão, Tom Jobim, Elis Regina, Toquinho, entre outros, interpretam canções do ritmo queridinho dos anos 1950, que atravessou fronteiras. Uma mescla de pérolas valiosíssimas da música, ao som de jazz e samba. O álbum traz canções mais antigas, do berço da bossa nova até as mais contemporâneas. O CD é uma excelente oportunidade para um encontro de gerações: filhos, pais e avós. Uma aquisição recomendada para toda a família.

CLÁSSICO SHAKESPEARIANO

O Debaixo d’água L

despertar da imaginação, da paixão e do ciúme. Com nova edição e tradução pela Editora Penguin, o livro Otelo, de William Shakespeare, desperta o desabrochar dos sentimentos. Mesmo tratando-se de uma tragédia épica. Em Veneza, Otelo, um general mouro, conquista Desdêmona, filha de um nobre. Acusado de enfeitiçar a moça, ele defende-se e ruma para Chipre, em companhia da amada, para combater seu inimigo turco. Tudo parece certo, quando Lago levanta a suspeita de que Desdêmona traíra Otelo. A novidade da obra é a extensa introdução e notas importantes do tradutor Lawrence Flores Pereira que deixa o clássico de Shakespeare ainda mais primoroso e repaginado.

ocalizado na orla do porto, o novo aquário de Cuiabá propõe um diferente tipo de passeio cultural: o de reconhecimento dos peixes locais. A proposta do ambiente é abrigar espécies de três bacias hidrográficas do Mato Grosso. Essa é uma boa oportunidade para valorizar a variedade da fauna regional e aproximar crianças e adultos de um universo tão plural e diverso.

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ACONTECE — POR REDAÇÃO —

HOMENAGEM

aos 40 anos do BigLar

O F I L M E R E S S A LTA A D I F E R E N Ç A D E C A D A P E S S O A E A P R E O C U PA Ç Ã O Q U E O B I G L A R T E M E M AT E N D E R S E M P R E C O M A M E S M A Q U A L I D A D E

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que é ser diferente pra você? Para o supermercado

BigLar, simboliza um propósito que há 40 anos acompanha suas ações. “Ser diferente não é algo que está só em suas gôndolas, mas faz parte de uma entrega e um nível de excelência que realmente promove a diferença na vida dos clientes”, afirma Marlon de Barros, diretor de criação da Genius. Esse mote representou o ponto de partida para a criação do filme de um minuto, que comemora os 40 anos do BigLar. No mundo, há cerca de 7 bilhões de pessoas; únicas. Cada uma delas, com capacidade de emocionar, surpreender e transformar o seu mundo. O BigLar sabe disso e tem o maior cuidado de oferecer qualidade em ambientes exclusivos.

Por isso, há 40 anos, o BigLar faz diferente pra você. O trabalho contou com a parceria do diretor Daniel Labanca, da

Sanfona Filmes, além de uma minuciosa pré-produção, que misturou diferentes linguagens e um elenco de quase 40 profissionais.

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DIA DA

PÁSCOA, MOMENTOS DE UNIÃO EM FAMÍLIA

mulher

O B I G L A R P R E PA R O U U M VÍDEO DEDIC ADO A TODAS AS MULHERES, COM SUAS VIRT UDES E GRANDE Z AS

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xistem mulheres que entram para a história com seus feitos e tornam-se referências. Mas,

quantas anônimas estão ao nosso redor, inspirando-nos todos os dias com seus exemplos de força, coragem e dedicação? Esse foi o ponto de partida para a nova ação criada pela Genius para o supermercado BigLar. Ela homenageia o Dia Internacional da Mulher, fomentando o empoderamento feminino. O filme destaca três mulheres, narrando as características de grandes personalidades do século passado. De surpresa, suas amigas aparecem no vídeo, descrevendo também as peculiaridades dessas convidadas. Com sutileza, as imagens mostram que, por trás de grandes virtudes, há sempre uma grande mulher.

Vivencie histórias, confraternização e sabores ao redor da mesa

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Páscoa é sempre uma data especial. Um tempo de reflexão, de renovação, mas também uma oportunidade para reunir a família no melhor lugar da casa: em volta da mesa. E já que esse período traz tantos significados, nada melhor do que extrair dos gestos puros de uma criança uma lição que serve de inspiração para todas as nossas atitudes no cotidiano. Esta foi a proposta do filme criado pela Genius para o supermercado BigLar. Nele, uma garotinha quebra de propósito o ovo de chocolate que acabou de ganhar do avós para dividir com todos os integrantes da família, evidenciando, além de todo o contexto de união, a solidariedade que deve existir entre as pessoas.

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S U AV E S A B O R

Fotos: Alexandre Campbell

— POR ESTER JACOPETTI —

CLAUDE Troisgros

N A S É T I M A E D I Ç Ã O D O S E U P R O G R A M A ‘ Q U E M A R R AV I L H A ’ , C H E F C O N T A U M P O U C O S O B R E S U A PA I X Ã O P E L A G A S T R O N O M I A

om um sotaque divertido, o chef francês Claude Troisgros vem conquistando o público brasileiro com o seu jeito engraçado e um tanto peculiar. Considerado um dos grandes nomes da gastronomia mundial, ele veio para o Brasil em 1979 e, de lá para cá, tem feito muito sucesso com seu restaurante Olympe, que mescla a técnica francesa aos produtos tropicais brasileiros. Agora, ele está de volta para conduzir a sétima edição do seu programa, “Que Marravilha”, que vai ao ar todas as quintas-feiras, às 21h15, no GNT. Em entrevista exclusiva para o BigLar, ele fala um pouco sobre o novo formato do programa, “Que Marravilha – Minha Primeira Vez na Cozinha”, inspirado na versão original. Desde os tempos do avô, Jean Baptiste, sua família enveredou-se na gastronomia. Já, na década de 1930, o pioneiro ousava nas suas criações culinárias. Seus filhos, Pierre e Jean, criaram a chamada nouvelle cuisine française (caracterizada pela leveza, delicadeza dos pra-

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tos e a ênfase na apresentação), colocando o restaurante – situado na cidade de Roanne, na França – na rota da gastronomia mundial. Conheça um pouco mais sobre este chef que inspira tantas pessoas a arriscarem-se um pouco mais em suas próprias cozinhas: BIGLAR – “Que Marravilha” volta ao projeto original. Que tipo de frescor esse formato pode trazer novamente ao telespectador? Este ano, trazemos o programa inspirado na versão original, em que as pessoas buscam ajuda para impressionar alguém. Mas, nesta edição, recebemos participantes que não sabem fazer absolutamente nada na cozinha, como segurar uma faca ou ligar o forno do fogão. Tem uma pegada mais divertida, com mais participação do Batista (o sous chef brasileiro, braço direito de Troisgros), que vai ensinar essas pessoas a fazer compras, por exemplo.

Sete anos passaram-se desde a primeira temporada. Como você analisa esse tempo? Ao longo dos anos, você ganha mais experiência. Percebi, por exemplo, que receitas mais tradicionais fazem mais sucesso. Aprendi que só ensinar uma receita não funciona e que as pessoas buscam cada vez mais uma interação com participantes e apresentadores.

Ou a pessoa tem ou não tem paladar. Você aprende técnicas, mas não aprende a temperar. É como uma pessoa que tem ouvido perfeito para a música

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Como a inspiração gastronômica surge na sua cabeça, em relação às misturas de ingredientes brasileiros e franceses? Eu me inspiro muito durante minhas viagens. Uma vez por ano, paro tudo e me dedico a viajar de moto. Em 2016, percorri boa parte do Brasil. Visitei lugares incríveis, os quais não conhecia. Experimentei produtos novos e conheci muitas histórias de vida bem bacanas. Tudo, na companhia do meu amigo Paul Geiser. No programa novo, as receitas foram pensadas para atender as histórias dos participantes, a expectativa deles. Em alguns programas de gastronomia, vemos certos chefs com sangue quente, gritando. Como você se descreveria? Eu sou uma pessoa exigente, mas acho que, na televisão, as pessoas querem se divertir. E eu me divirto com os participantes e o público.


S U AV E S A B O R

Apesar de vir de uma família tradicional na gastronomia, diria que a cozinha foi amor à primeira vista? Tudo aconteceu de forma muito natural. Eu cresci vendo meus avós, meu pai e meu tio trabalhando. A família toda morava junto no segundo andar do restaurante. Eu tomava café da manhã na cozinha do restaurante com os cozinheiros, acompanhava meu pai nas compras de produtos. Respirava esse ambiente e sempre me vi na cozinha. Não imaginei outro trabalho.

a brandade de bacalhau é uma boa dica para começar a refeição.

Paladar na cozinha é importante, para os que não têm, é possível desenvolver? Ou a pessoa tem ou não tem paladar. Você aprende técnicas, mas não aprende a temperar. É como uma pessoa que tem ouvido perfeito para a música.

Que sabores da infância são importantes para você, que te remetem a momentos bons com a família? A minha memória de infância na cozinha me remete às receitas da minha avó materna italiana, que cuidava de mim e dos meus irmãos, enquanto meus pais trabalhavam. Ela cozinhava muito bem e minha receita preferida era um nhoque com molho de tomate. Nós ajudávamos a preparar a massa, enquanto cantávamos uma música que guardo no coração e me emociona até hoje.

Foto: Hélio Nogueira

brandade DE BACALHAU

Rendimento: 6 porções

Foto: Alexandre Campbell

Para a Páscoa e Dia das Mães, que dicas você poderia dar na elaboração de um prato para fazer sucesso com a família? Para o Dia das Mães, sugiro uma boa comida de panela. Uma receita que permita levar a panela à mesa. Para a Páscoa,

Apesar de estar no Brasil há uns bons anos, você sente saudades da França? Tem vontade de abrir restaurantes de alta gastronomia por lá também? Eu tenho mais tempo morando no Brasil do que na França. Já me considero brasileiro. Não me imagino vivendo em outro local e pretendo manter meus negócios por aqui.

Ingredientes: • 500g de lombo de bacalhau imperial • 2 dentes de alho • 2 xícaras de leite, tomilho, louro e alecrim • 1 xícara de azeite extravirgem • 200g de purê de batata • 1 dente de alho picado • 1 xícara de creme de leite • 1 colher de sopa de cebolinha francesa picada • Gotas de limão siciliano • Sal e pimenta a gosto • 12 torradas de focaccia Modo de preparo: Dessalgue o bacalhau durante 48 horas, trocando a água sempre. Ferva o leite com 2 dentes de alho e as ervas. Coloque o bacalhau no leite, desligue o fogo e deixe assim por 15 min, sem ferver. Desfie o bacalhau e seque no fogo com 1 colher de azeite. Quando formar uma pasta fina, acrescente o purê de batata e o alho picado. Coloque bem devagar o resto do azeite e o creme de leite. Junte a cebolinha francesa, sal, pimenta e gotas de limão. Sirva em cima de uma torrada.

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