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A Clínica ��������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������

24 Memorial Maria Paz Loayza Hidalgo

Em alguns momentos de paz, acompanhava minha avó até a clínica. Eu tinha meus próprios pacientes me aguardando para receber o tratamento adequado. Todas as pacientes (bonecas) já se encontravam no leito para os exames e para as injeções preparadas com unguentos de água e diferentes cores de tinta que representavam os diferentes compostos químicos. Enquanto a minha avó atendia as humanas, eu fazia um bem para a humanidade me entretendo com minhas pacientes bonecas e deixando a Dra. Maria trabalhar.

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Essas práticas vinham da geração anterior à da minha avó. Na família existiu uma tia chamada Chiñura. Infelizmente não a conheci, portanto tudo o que sabemos é fruto da tradição oral. As tias e os tios-avós contavam que ela era Machi e tinha a sabedoria do conhecimento de unguentos. Essa tia era irmã de minha bisavó, defensora ferrenha do direito das terras Mapuches para os Mapuches. Ambas eram filhas de uma liderança Mapuche (Huentian) com uma castellana (Rosa). Contam os familiares duas versões para um mesmo fato. Uns dizem que o líder Mapuche raptou a Castellana. Outros, que a minha tataravó teria se apaixonado, fugido de casa e casado com o líder Mapuche. Gosto mais desta última versão. Das famosas fórmulas da tia Chiñura, conheci o famoso remédio de papas con limón: suco de batata crua, limão e óleo. Já sabíamos que, se ficássemos doentes, viriam o termômetro, os antibióticos e el remedio de la tía Chiñura.

As preocupações de minha avó pela saúde das pessoas não se limitavam à família, às pacientes. Minha avó tinha uma consciência muito aguda sobre a necessidade de políticas públicas e sobre o direito das mulheres à anticoncepção. Ela escreveu sobre a diferença entre planejamento familiar e controle da natalidade e participou ativamente das campanhas da Unidade Popular.

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