Editorial O Brasil continua como o segun-
do país do mundo com maior número de casos e mortes na pandemia do novo coronavírus. No episcopado brasileiro, a Covid-19 também tem feito suas primeiras vítimas. Desde o início da pandemia no país, dois bispos já tiveram o óbito confirmado pela doença. O caso mais recente foi o de dom Henrique Soares da Costa, bispo de Palmares (PE), que faleceu na noite do último sábado, 18 de junho, aos 57 anos de idade (relembre o caso). Além dele, dom Aldo Pagotto, arcebispo emérito da Paraíba, teve o óbito confirmado pela doença. O bispo faleceu em abril, aos 70 anos de idade (relembre o caso). Dom Joel Portella, secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), disse que a Igreja, como um todo, se entristece com cada morte: de bispos, padres, diáconos e
Covid-19 - “A Igreja, como um todo, se entristece com cada morte: de bispos, padres, diáconos e de cada batizado” de cada batizado e batizada. “A morte é sempre cruel, ainda mais quando chega do modo devastador como está acontecendo na pandemia”, disse. Para ele, junto com a tristeza, vêm, por certo, a esperança e o compromisso. “A esperança é a da feliz ressurreição para dom Henrique Soares e todos que a morte ceifou de junto de nós. Como cristãos, somos anunciadores da Ressurreição e é nessa hora que nossa fé é ainda mais testada”, apontou. O compromisso, segundo dom Joel, é o de trabalhar para que o enfrentamento da pandemia seja feito com tranquilidade, união de forças, apoio mútuo, solidariedade, resiliência e tudo mais de que necessitamos nesse momento. “Nós devemos isso a todas as vítimas da Covid-19, ao nosso país e às gerações futuras. Deus, que acolheu os mortos pela pandemia, nos fortalece no cuidado de nós mesmos e uns dos outros”, reiterou.
Enfoque Pastoral
Fé e confiança – Apesar do número de óbitos, o Brasil registrou nesta segunda-feira, 20 de julho, o total de 1.371.229 pessoas curadas do coronavírus. Dessa estatística fazem parte quatro membros do episcopado. Sabe-se que até o presente momento os bispos que estão curados da doença são: dom Juarez Souza da Silva, bispo de Parnaíba (PI); dom Alberto Taveira Corrêa, arcebispo de Belém (PA), dom Antônio de Assis Ribeiro, bispo auxiliar de Belém (PA), e dom Edson Tasquetto Damian, bispo de São Gabriel da Cachoeira (AM). Outros quatro estão de repouso e em recuperação, são eles: dom Ailton Menegussi, bispo de Crateús (CE); dom Plínio José da Luz, bispo de Picos (PI); dom Vítor Agnaldo de Menezes, bispo de Propria (SE) e dom Joaquim Wladimir Lopes Dias, bispo de Colatina (ES)]
“O amor de Cristo nos impele” 2Cor 5,14
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niciamos este novo mês com alegria e esperança, pois retornamos as missas com a presença do povo. Seguindo as orientações das autoridades civis e principalmente assumindo os protocolos de reabertura, apresentados no decreto do Bispo Dom Edmilson, nossa Diocese de Guarulhos dá um passo importantíssimo na retomada da Evangelização e anúncio do Reino de Deus. Aqui cabe lembrarmos, que apesar de não termos nestes últimos quatros meses missas com a presença do povo, nossas paróquias e pastorais diocesanas não deixaram em nenhum momento de viver sua missão: “Ai de mim, se eu não anunciar o Evangelho” (1Cor 9,16). Por meio das redes sociais e principalmente na força do Espírito Santo foram transmitidas as missas, grupos de oração, terços, formações, etc. “O amor de Cristo nos impele” (2Cor 5,14) a retomarmos aos
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Folha Diocesana de Guarulhos
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Fonte: Site da CNBB
Pe. Marcelo Dias Soares Coord. Diocesano de Pastoral
poucos, mas com firmeza, nossa vida em comunidade em nossas Paróquias. É preciso ter em conta a presença do Espírito Santo, protagonista da missão, em nossa Igreja. O amor de Cristo nos impele a irmos para frente, sem medo, porque o medo não vem de Deus. Precisamos ter também consciência, que estamos vivendo ainda o tempo da pandemia Covid-19, por isso é muito importante seguir os protocolos apresentados em nossa diocese. Nunca nos esquecendo que o centro de nossa vivência cristã é o amor de Cristo, que suscita em cada pessoa e em cada comunidade as motivações que nos fazem viver o evangelho, e assim, confiantes na providencia do Senhor vivamos este novo tempo como cura das feridas infligidas a nós pelas perdas dos entes queridos e outras situações geradas pelo medo. Neste primeiro momento sabemos que nem todos os católicos irão retornar as missas presen-
Nesta Edição
ciais. Por isso ainda serão transmitidas as missas para aqueles dos grupos de riscos e os que por algum motivo preferirem esperar mais um pouco. Mas é muito importante lembrar da importância de sermos igreja em comunidade e não de maneira isolada. O Papa Francisco disse recentemente: “realizar as missas com os meios de comunicação, fazendo uma ‘comunhão espiritual’, não pode ser considerada uma modalidade normal para viver a fé. Estamos juntos, mas não estamos juntos. Só a comunidade é Igreja. A Igreja é com o povo, com o sacramentos. A Igreja é familiaridade completa com os sacramentos e o povo fiel de Deus”. Em nosso batismo fomos “alcançado por Cristo Jesus” (Fl 3, 12). O Seu Amor nos sustenta e impele. Roguemos a Virgem Maria, Mãe de Deus e nossa, para que inspirados nela, confiemos no Senhor e na sua providência, que nunca falha.
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Voz do Pastor Vinho novo em odres novos.
Falando da Vida Penso, logo sofro!
Especial
Retorno as Celebrações Presenciais.
Vida Presbiteral
Rezar pelos sacerdotes, apostolado urgente!
Dízimo
Mês Diocesano do Dízimo: Evangelizar é preciso!
Pastoral Vocacional Gratidão, Coragem, Tribulação e Louvor!
Expediente Jornalista Responsável PE. MARCOS V. CLEMENTINO MTB 82732
Orientação Pastoral PE. MARCELO DIAS SOARES Editoração Eletrônica LUIZ MARCELO GONÇALVES Tiragem: ON-LINE CÚRIA DIOCESANA DE GUARULHOS Av. Gilberto Dini, 519 - Bom Clima, Guarulhos CEP: 07122-210 | 11 2408-0403
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Agosto de 2020
Agenda do Bispo - Agosto 2020 02
11h – Missa na Catedral
Voz do Pastor
“Vinho novo em odres novos”
09-12h – Manhã de Oração do Clero – Lavras 04
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09h30 – Colégio de Consultores 14h30 – Atendimento Cúria 07h – Missa e Encontro com os Seminaristas do Propedêutico 09h30 – Atendimento Cúria 15h – Encontro com os Seminaristas - Lavras 09h – Missa Catedral de Mogi das Cruzes – 40 anos de ordenação presbiteral de D. Pedro Luiz 17h – Missa paróquia Santa Cruz e NS Aparecida – Abertura da Semana Nacional da Família
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11h – Missa na Catedral
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09-12h – Reunião Presidência do Regional sul 1 CNBB – São Paulo
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09-12h – Seminário para os bispos referenciais do Laicato CNBB – on-line
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09-12h – Seminário para os bispos referenciais do Laicato CNBB – on-line
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09-12h – Reunião da Comissão Episcopal Representativa do Regional Sul 1 – on-line
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09h30 – Atendimento na Cúria
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Presença na Assembleia Eletiva da RCC Estado de São Paulo
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11h – Missa Paróquia São Roque 19h – Missa paróquia Santo Antônio 50 anos – Parque Santo Antônio
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09h30 – Conselho Deliberativo Cáritas - Cúria
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09-12h – Colégio de Consultores e 14h30 – Atendimento na Cúria
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09h30 – Atendimento na Cúria
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09h15 – Missa comunidade Santa Rosa de Lima Paróquia São José 11h – Missa na Catedral
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09-12h – Reunião dos bispos da Província
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09-11h30 – Seminário Administrativo – CDP
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Marcos 2, 21-22
14h – Encontro com Seminaristas – Lavras 18h – Missa igreja do Seminário São João Maria Vianney
09-11h30 – Seminário Administrativo – CDP 14h30 – Atendimento na Cúria
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20h – Abertura on-line da Escola da Palavra Forania Aparecida
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09h30 – Atendimento na Cúria
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11h – Missa na Catedral
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+Edmilson Amador Caetano, O.Cist. Bispo diocesano
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sociedade no tempo do ministério público de Jesus tinha a sua conduta e administração por partidos político-religiosos (fariseus, saduceus, zelotas etc). Fé e política não estão em contradição, absolutamente. O grande problema é instrumentalizar a fé para aquisição de poder político e não pensar no bem comum, especialmente em ações para os mais pobres. Mais problemático ainda é, diante do anúncio do Reino que Jesus faz, querer conservar o velho e não abrir-se ao novo, numa verdadeira conversão moral e pastoral. Quando Jesus foi questionado sobre a excelente prática do jejum, Jesus não a condena e nem decreta a sua abolição, mas ensina que é preciso converter-se. “Ninguém faz remendo de um pano novo em roupa velha; porque a peça nova repuxa o vestido velho e o rasgo aumenta. Ninguém põe vinho novo em odres velhos; caso contrário, o vinho estourará os odres, e tanto o vinho como os odres ficam inutilizados. Mas, vinho novo em odres novos.” (Mc 2,21-22) Estamos prestes a entrar novamente num período de disputa eleitoral. Desta vez serão as eleições municipais para os cargos do executivo e legislativo. Num sério regime democrático, as disputas eleitorais são uma riqueza, pois fazem a sociedade refletir e apresentar soluções para que uma administração conduza a sociedade por caminhos novos e por ações que sempre mais favoreçam a realização do bem comum. “Vinho novo em odres novos” Já onde não se tem a mentalidade de um sério regime democrático os argumentos da discussão política baseiam-se unicamente em acusações, chantagens, subornos, troca de favores e promessas de “milagres”. Em virtude deste “clima”, cada vez mais vemos em nossa sociedade, e também em nossa Igreja, as pessoas realizarem a equação, política igual a sujeira e corrupção. “Vinho novo em odres novos” Ainda bem que dentro de nossas comunidades temos irmãos e irmãs que
querem viver este período com verdadeiro espirito evangélico, participando ativamente das discussões, analisando as propostas dos candidatos, identificando argumentos simplesmente demagógicos e não vendendo o próprio voto. Ainda bem que de dentro de nossas comunidades surgem irmãs e irmãos que inspirados pela Palavra de Deus e convocados pela sua missão laical, sentem o chamado e o desejo de semear o Reino de Deus no mundo político, buscando a concretização, em palavras e gestos, dos valores do mesmo Reino. Que nunca sejam discriminados – principalmente dentro das nossas comunidades – estes irmãos e irmãs que querem viver como cristãos este momento da disputa eleitoral e quiçá o mandato de um cargo eletivo. Esta é uma maneira de ser sal da terra e luz do mundo. “Vinho novo em odres novos” No entanto, é lamentável que alguns irmãos e irmãs de nossas comunidades, nelas se engajam e delas participam visando-as como um trampolim para a vida pública. Estes são falsos irmãos e irmãs. O cristão na política não exerce uma profissão, mas a vivência da vocação laical. É lamentável também que alguns irmãos e irmãs de nossas comunidades se candidatem e como motivo eleitoral (para não dizer eleitoreiro) apresentam-se aos padres e ao bispo para anunciar o motivo da própria candidatura: “para ajudar e defender a nossa Igreja”. Ora, a Igreja não precisa deste tipo de ajuda e defesa. A Igreja tem clara a sua missão no mundo e não depende de “força política” para vivê-la. Eu, pessoalmente, não sou favorável a uma “bancada católica”. Sou favorável, sim, que católicos possam dar verdadeiro testemunho evangélico dentro do mundo da política, administrando e promovendo leis que favoreçam o bem comum e a defesa da vida, principalmente para os mais pobres. “Vinho novo em odres novos” O meu questionamento neste tempo que antecede a propaganda eleitoral é: em que grupo você está? Você está no grupo do “ainda bem” ou no grupo “lamentável”?
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BÍBLIA
Celia Soares de Sousa Teóloga Leiga
A cruz só pode ser entendida no horizonte do amor
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ivemos em um tempo de muitas seduções. São diversos atrativos que buscam nossa atenção a todo custo, sobretudo nestes últimos meses de distanciamento social, em que as redes sociais, de certa forma fizeram companhia para boa parte da população. Apesar de “um em cada quatro brasileiros não ter acesso à Internet” atualmente. O Profeta Jeremias usou a expressão “Seduziste-me Senhor, e deixei-me seduzir, foste mais forte, tiveste mais poder” (cf. Jr 20,7). É possível compreender com essa expressão, que para o profeta, seu compromisso com o Deus da Vida, se apresentava de maneira um tanto quanto exigente. O evangelista Mateus não usa a expressão sedução. Em Mt 16,21-27 é o próprio Jesus que mostra o seu caminho para os discípulos. Jesus vai até Jerusalém, da Galileia até Jerusalém, ele vai ser a voz dos que sofrem, dos que morrem, em Jerusalém ele
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vai sofrer, ser morto, mas vai vencer a morte. Vai ressuscitar no terceiro dia. A atitude de Pedro diante do anúncio do sofrimento e morte de Jesus, é a de muitos de nós, que cegos pelas seduções de bem-estar, de comodismo, de prazeres e falsas liberdades, pediu a Deus que não permitisse o sofrimento, a Jesus. Seguir Jesus não é somente para ocupar tempo, não é brincadeira. Seguir Jesus exige mudança de vida, compromisso, entrega e doação a um Projeto de Vida que ao ser assumido pela pessoa, é, ao mesmo tempo, colaboração para que o Evangelho da alegria se propague e chegue até as mudanças das estruturas de morte, para que sirvam apenas e somente a promoção da vida, especialmente das pessoas mais vulneráveis, os pobres e esquecidos da sociedade, da economia, dos hospitais, aqueles que além de não ter acesso a internet, não tem casa, não tem água, nem álcool gel para higiene contra o novo Coronavírus.
O convite de Jesus para o seguimento é o de “renunciar a si mesmo, tomar a cruz e o seguir”. O Deus de Jesus é o Deus da Aliança, do povo da Bíblia, vejamos no Livro do Êxodo, 20, 1 ss, o primeiro mandamento da Lei de Deus é “Eu sou Javé Seu Deus, não tenham outros deuses...”. E Jesus atualiza e resume os mandamentos: “Amar a Deus sobre todas as coisas, e amar ao próximo como as si mesmo”, em contrapartida a comportamentos tão atuais de aucentrismo, onde o que impera por vezes, é a opinião própria, o partido próprio, o candidato próprio, e assim por diante. São posturas que impedem renunciar a si mesmo! Geral uma postura de fechamento! Impossível assumir a cruz de Cristo quando se assume a autorreferencialidade. Papa Francisco conclama toda a Igreja para este tipo de problema. Nós somos e existimos para os outros, daí a necessidade de tomar a cruz. Da cruz nasce a vida, mas para isso é preciso a doação, a entrega, o comprometimento, a adesão e o rebaixamento. Atitudes ensinadas e assumidas por Jesus. Ele que renunciou a si mesmo, tomou a sua Cruz e veio para fazer a vontade do Pai do Céu, que todos tenham vida, e não a morte! Sobretudo quando a morte de muitos inocentes é provocada pela negligência do Estado e pela falta de políticas públicas. A nossa vocação como cristãos não é a de escapar da ameaça da morte, mas de dar a vida por aquele que amou e deu a sua vida por mim (cf. Gl 2,20). Essa é a vocação para todas e todos batizados. “Saiamos, saímos para oferecer a vida a todos, a vida de Jesus Cristo” (Papa Francisco).
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Liturgia C
Padre Ednaldo Oliveira Carvalho
Pároco da Paróquia São João Batista – Jd. Adriana
Liturgia Doméstica
aríssimos irmãos, desde Março deste ano de 2020, vivendo em isolamento social devida a Pandemia da COVID-19, descobrimos ao mesmo tempo, novas maneiras de convivência humana. Na verdade, os desafios que nos impediram de vivermos pastoralmente na Igreja, nos possibilitou um valor maior da Igreja doméstica, a família. Nestes últimos dias, muitos e lindos testemunhos chegaram ao nosso conhecimento de que a Palavra de Deus tem se tornado cada vez mais “Viva e Eficaz”(Hb 4,12 ) na vida das famílias e isso muito nos alegra. A esse respeito nos diz Dom Paulo Mendes Peixoto: “a esperança é de que as famílias saiam mais fortalecidas, na prática da convivência e da fraternidade, desse tempo de isolamento”. Na verdade, acreditamos que quando Deus providenciar o nosso retorno, com certeza muitos vão se regozijar: “que alegria quando me disseram vamos a casa do Senhor” ( Salmo 121).
Ainda vivemos sob a vigilância de uma necessidade do isolamento social, algo que mexe com o nosso comportamento, nos deixam inquietos, angustiados e irritados, porém, o isolamento (estar em casa), previne-nos de vivenciarmos uma dor maior no futuro. O nosso inimigo invisível, o coronavírus, tem levado inúmeras pessoas à morte e cada vez que ousamos descumpri as recomendações, corremos o risco de também perder a nossa vida, por isso que devemos continuar colaborando com tudo aquilo que favorece a vida com maior intensidade, sobretudo neste momento. É claro que talvez nos entristecemos com tantas perguntas e quase nenhuma resposta, mas de uma coisa estamos certos, de que Deus está conosco. Continuemos valorizando a nossa liturgia doméstica, pois “onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, ali estou eu no meio deles” (Mt 18,20). Nossas famílias se identificam com esta passagem bíblica. Em muitas casas por exemplo, agora existem um saudável ritual:
Falando da Vida
oração pessoal e comunitária, leitura da Palavra de Deus diariamente, a reza do terço, momento para assistir a transmissão da missa, momento de estudo e distribuição de tarefas. Por causa deste contexto, muitas pessoas tiveram que reaprender a viver em família. Tal atitude levou alguns a enxergarem no próprio lá um tesouro, e com isso a Palavra de Deus vai se atualizando nestes ambientes: “porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração” (Mt 6,21). Que possamos sair de toda essa situação de Pandemia, transformados; com nova mentalidade e uma atitude adequada para um novo tempo. Que Maria Santíssima nos ajude intercedendo a favor de nossa causa ao seu amado Filho, Jesus Cristo.
Romildo R. Almeida Psicólogo Clínico
Penso, logo sofro!
Como lidar com os pensamentos indesejáveis?
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ossa mente é uma fábrica de pensamentos. Quando não estamos realizando alguma atividade de maneira focada, o passatempo predileto dela é pensar. Parece que temos um Galvão Bueno, ou seja, um narrador interno que adora contar histórias para nós mesmos. Viajamos pelo passado, pelo futuro, imaginamos coisas possíveis e impossíveis. No pensamento tentamos resolver problemas, pagar contas, preparar receitas, conversar com amigos e até brigar com inimigos. O que há de errado com isso? A princípio nada, pois o pensamento é necessário para estabelecer metas, realizar projetos e organizar nossa vida em todos os sentidos. O problema começa quando a atividade de pensar se intensifica e se torna o modo padrão de funcionamento mental. Quando isso acontece perdemos energia e com ela a capacidade de ser consciente. Nesses tempos de pandemia onde te-
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mos que passar muito tempo isolados dentro de casa com poucas atividades sociais, o problema se agrava gerando inquietude, o pensamento fica acelerado e pode ser um gatilho para ansiedade e até depressão. Em casos assim, podemos dizer que fomos sequestrados e nos tornamos reféns de nós mesmos. Como sair dessa armadilha? A verdade é que nunca conseguiremos parar de pensar, mas podemos oferecer à nossa mente um pouco de paz em meio ao caos. O primeiro conselho é: pare de brigar consigo mesmo. Comece a aceitar que os pensamentos são inevitáveis e inconscientes. Saiba que tentar evitá-los, só faz piorar. Entenda que a atividade de pensar está ligada às informações que chegam a nossa mente, através do ego. Mas o ego é como uma lente e como toda lente não é perfeita, existem distorções. Então não podemos dar muito valor ao que pensamos principalmente àquelas produções mentais excessivamente críticas.
Ao invés de lamentar o passado ou temer o futuro, deveríamos focar a atenção no aqui e agora, pois o passado já passou e o futuro ainda não aconteceu; é este o momento que estamos vivendo. Viver o momento presente, com atenção plena é utilizar a lente que nos permite curtir a beleza da vida nos seus detalhes sutis. Só assim poderemos perceber a riqueza que Deus nos deu e que, na maioria das vezes, passa despercebido.
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Especial
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s celebrações presenciais, conforme as orientações gerais previamente distribuída ao clero da diocese de Guarulhos, têm início previsto para o dia 01 de agosto de 2020. Esta data será confirmada posteriormente por decreto do bispo diocesano. Caso a situação da pandemia venha a se agravar no município esta data deverá ser postergada. Aqui estão as orientações para todas as paróquias de Guarulhos: ORIENTAÇÕES PARA A DIOCESE DE GUARULHOS PARA O RETORNO DAS CELEBRAÇÕES PRESENCIAIS NORMAS GERAIS Elas servem para um primeiro momento do retorno às celebrações presenciais. Antes, então, do início das celebrações presenciais os padres deverão reunir as equipes de trabalho e treiná-las. Importante ver pessoas voluntárias ou funcionários que cuidem da limpeza dos sanitários, caso seja estritamente necessário que os fiéis utilizem. Neste primeiro momento do retorno às celebrações presenciais, estas terão lugar na igreja matriz da paróquia, ou outra igreja de maior capacidade para acolher as pessoas. O pároco, se achar oportuno, escolha mais uma outra igreja para a celebração. Portanto, em cada paróquia não haja mais que duas igrejas para as celebra-
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ções presenciais. Estamos iniciando o inverno. Não faremos celebrações campais neste tempo, seja pelo clima, seja também pela necessidade de recrutar um “backstage” para montagem e desmontagem dos locais. No entanto, se num ambiente coberto e maior que a igreja, for possível manter de modo permanente o espaço celebrativo durante este tempo, sem a necessidade de ficar montando e desmontando, este lugar também pode ser escolhido. Firme permanecendo, não mais que dois lugares por paróquia. Durante as celebrações, janelas e portas deverão estar abertas para a ventilação. Evite-se ligar ventiladores durante as celebrações. Todos os locais de celebração deverão ter tapetes sanitários nas portas de entrada. Em todos os lugares de celebração para os fiéis, deverá ter disponível álcool em gel para desinfetar as mãos, antes da entrada no espaço celebrativo. Em todas as celebrações e durante todo o tempo da celebração é obrigatório o uso de máscaras, exceto nos momentos em que o não uso, por razões óbvias, se fizer necessário. Sejam afixados em lugares visíveis cartazes orientando quanto às regras de higiene e de distanciamento. Nos horários previstos para as celebrações, as portas de entrada da igreja, claramente identificáveis, deverão estar abertas para evitar que qualquer fiel tenha de tocar em puxadores ou maçanetas. Onde houver recipientes de água benta na igreja, que estejam vazios. Sempre que possível, as portas de entra-
da sejam distintas das de saída . Ao término das celebrações, a fim de evitar aglomerações, organize-se a saída do recinto, começando por aqueles que estão mais próximos das portas de saída. Oriente-se aos fiéis que não se aglomerem no interior ou proximidade do espaço celebrativo. O número de fiéis em cada igreja ou outro espaço para as celebrações será aquele que permita a distância de 2m entre as pessoas. Quando se tratar de membros da mesma família e/ou que moram na mesma casa, podem ficar juntos e devem estar distantes 2m igualmente das outras pessoas. Esta determinação vale para as missas, cuja forma de agendamento será explicada abaixo e vale também para as celebrações do batismo e matrimônio. Iniciação cristã de adultos, Confirmação dos adolescentes, celebrações de primeira Eucaristia, ainda ficam suspensas. Marque-se os lugares nos bancos onde as pessoas devem sentar, para que se preserve a distância de 2m. Evidentemente, será recomendado que as pessoas idosas, as que estão doentes ou mesmo as que não se sentem à vontade, que não venham às celebrações. Continuará em vigor a dispensa do cumprimento das celebrações de preceito. No presbitério, os membros da equipe de liturgia, além de usar máscaras, devem estar posicionados dentro do distanciamento de 2m. Caso nem todos caibam no presbitério, fiquem assentados nos primeiros bancos. Em cada celebração haja no máximo 03 membros para a animação do canto litúrgico. E que mantenham a distância de segurança.nNão devem ser distribuídos livros ou folhetos.
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Especial Oriente-se aos fiéis a não tocaram nas imagens, sacrário, etc ... CELEBRAÇÃO DA EUCARISTIA Nas paróquias onde for possível aumentar neste período o número de missas dominicais, assim se faça. Contudo, entre uma celebração e outra deve haver um espaço de ao menos 30 minutos, para arejar o ambiente e desinfectar os bancos. Como o número permitido de participantes em cada celebração será do modo que as pessoas possam estar a uma distância de 2m umas das outras, a participação missas dominicais e semanais terá que ser agendada na secretaria da paróquia. Deste modo se poderá dizer antecipadamente às pessoas se há ou não lugares disponíveis. Sobre o Altar, o corporal esteja aberto desde o início da celebração, para que o presidente, e somente ele, beije o altar no início e no final da celebração. Os concelebrantes / diácono farão apenas uma inclinação profunda. Os sacristães, ministros, acólitos e outros colaboradores da igreja, utilizando máscaras e luvas descartáveis, devem manusear e limpar os utensílios litúrgicos, e secá-los com toalhas de papel, não reutilizáveis. Seja escalada para cada celebração uma única pessoa que manuseará as hóstias que serão colocadas nas âmbulas, com a devida anterior desinfecção das mãos. Os leitores desinfetarão as mãos antes e depois de tocarem no ambão ou nos livros. Caso não seja possível um microfone para cada leitor, que o mesmo seja desinfectado antes de cada utilização. Na proclamação do Evangelho, o ministro substituirá o beijo por uma inclinação profunda, omitindo o sinal da cruz sobre a página do texto sagrado. No momento da apresentação das oferendas (não deverá haver procissão) os acólitos, bem como o presidente da celebração (e se houver, o diácono), antes de manusear cálices, ambulas etc, deverão desinfectar as mãos. Para as ofertas de coleta e dízimo, disponibilize-se cofres em pontos estratégicos e seguros das igrejas, de modo que cada fiel deposite a sua oferta, na saída da celebração. O cálice e a patena deverão estar cobertos com a respectiva pala, apenas se destampando no momento em que o sacerdote presidente
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os toma nas suas mãos para a consagração; as âmbulas devem ser mantidas tampadas. Importante buscar manter um mínimo distanciamento de segurança entre o presidente e as ofertas sobre o altar, evitando-se também pronunciar qualquer palavra sobre ou próximo das mesmas. Omite-se o gesto da paz. O diálogo individual da Comunhão («Corpo de Cristo». – «Amém.») será realizado uma única vez por quem preside e de forma coletiva depois da resposta «Senhor, eu não sou digno…», distribuindo-se, portanto, a Eucaristia em silêncio. Será distribuída a comunhão, somente na espécie do pão. Para a comunhão, não se farão filas. Os ministros, após a desinfecção das mãos e com máscaras, irão até o fiel que irá comungar, o qual deverá estar em pé, receber a comunhão somente nas mãos. Quem não se levantar, significa que não irá comungar. O ministro dará a comunhão com uma pinça (pinça cirúrgica de no mínimo 20cm ou as dispostas pelas lojas de artigos litúrgicos), que logicamente, será desinfectada anteriormente. SACRAMENT0 DO BATISMO PARA CRIANÇAS (0 a 07 anos) Para o Sinal-da-cruz, nos ritos de acolhida, o ministro traça uma cruz diante de cada batizando, sem contato físico; os pais, mas não os padrinhos (a não ser que também eles coabitem com a criança a ser batizada) farão o sinal da cruz na fronte do filho. Para a Unção pré-batismal o ministro dirá a fórmula prevista e ungirá como estabelecido no Ritual o peito da criança utilizando-se de um pouco de algodão embebido no óleo dos Catecúmenos para cada criança, tendo o cuidado de não tocar diretamente na criança. Havendo contato, o ministro procederá a higienização dos dedos antes de fazer a unção de outra criança. Após a celebração, o algodão utilizado nas unções será incinerado. Em cada celebração do Batismo, proceda-se a nova bênção de água limpa. Na administração da água batismal, haja o cuidado de que a água derramada no ato do batismo não seja reutilizada para nenhum outro fim ou batismo. O ministro poderá, no entanto, usar para todos os batismos a mesma concha, previamente higienizada, desde que não ocorra contato físico com a criança. Para unção pós- batismal , proceda-se do
mesmo modo que para a unção pré-batismal. O rito opcional da Entrega do sal seja omitido. O rito do Éfeta poderá ser mantido; nesse caso, o ministro estenderá a mão direita na direção dos eleitos, sem contato físico, e pronunciará a fórmula prevista. Nenhum dos demais ritos da Liturgia do Batismo supõe qualquer contato físico a não ser dos pais com a criança que é batizada. Com estes procedimentos, pode ser autorizada a celebração de Batismos quer de uma só criança, quer de várias, respeitando-se as orientações em relação à ocupação do espaço e às normas de higiene e distanciamento iguais às previstas para a celebração da Missa dominical. Que a criança a ser batizada, esteja sempre com os pais ao longo de toda a celebração. Para os ritos próprios do batismo, o ministro deverá usar máscara ou protetor fácil (plástico). SACRAMENTO DA RECONCILIAÇÃO Na celebração do Sacramento da Reconciliação, para além das medidas gerais, deve-se escolher um espaço amplo que permita manter o distanciamento entre confessor e penitente, que usarão máscara, sem comprometer a confidencialidade e o inviolável sigilo sacramental, recomenda-se que o ministro utilize o protetor facial. Ao terminar, higienizar as mãos e as superfícies utilizadas. SACRAMENTO DA UNÇÃO DOS ENFERMOS Redobrem-se os cuidados de higiene e usem-se máscaras de proteção, evitando-se o contato físico na imposição das mãos. Na administração do óleo dos enfermos use-se um pouco de algodão embebido no óleo dos enfermos, de modo a evitar contato físico. SACRAMENTO DO MATRIMÔNIO As celebrações matrimoniais estão sujeitas às mesmas restrições e condicionamentos da Missa dominical. As alianças deverão ser manipuladas exclusivamente pelos noivos. Não haverá cumprimentos aos recém casados dentro da igreja. Guarulhos, 13 de julho de 2020.
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Vida Presbiteral
Padre Cristiano Aparecido de Sousa Representante dos Presbíteros
Rezar pelos sacerdotes, apostolado urgente!
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a última edição do nosso jornal Folha Diocesana, nesta mesma coluna, trouxemos como reflexão: Para que rezar pelos padres? Gostaria de continuar esta reflexão por se tratar de um tema muito caro a nós. Rezar é uma obra de amor. E quando amamos os nossos sacerdotes, o presente mais valioso que lhe oferecemos são as nossas orações. Como sabemos, nossa vida está marcada por uma série de lutas. A cada dia um novo desafio se apresenta. Em meio a essas lutas sabemos que o socorro vem do céu, de Deus. Por isso, na liturgia das horas, rezamos sempre esta invocação: Vinde, ó Deus, em meu auxílio! Com toda certeza, a oração é a grande arma e, ao mesmo tempo, o nosso sustento em meio a essas lutas diárias. Quantas vezes já não dissemos a alguém: reze por mim! E quantas vezes já não pedimos ao nosso sacerdote: Padre, reze por mim! Pois é, os sacerdotes também enfrentam suas lutas. E muitas dessas lutas são por causa da lgreja que é
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Folha Diocesana de Guarulhos
cada um de nós. O sacerdote está lutando por você! É justo ou não rezar pelos sacerdotes? Certa vez li, de um famoso exorcista, que a queda dos sacerdotes é o fetiche que mais deleita Satanás. É lógico que a queda de um sacerdote abala toda e qualquer comunidade. Chacoalha todo o corpo de Cristo, a Igreja. Logo, se nos sentimos corpo, também somos chacoalhados. Urge, portanto, este apostolado tão necessário: rezar pelos sacerdotes. Como é possível que coloquemos o sacerdote a lutar e não o sustentemos na oração? Há algumas congregações religiosas cujo carisma consiste em sustentar a Igreja e os sacerdotes por meio da oração. Mas, esta é uma função de todos na Igreja. Se há amor pelo Cristo sacerdote deve haver amor também pelos sacerdotes, rezando, portanto, por eles. Em algumas paróquias de nossa diocese, Deus tem suscitado pequenos núcleos que têm rezado pelos sacerdotes. Deus faça esta obra se multiplicar! Alguns desses núcleos rezam a chamada
Passio Domini - as horas de sofrimento e de agonia de Nosso Senhor. Na última hora, há uma oração onde se pede uma gota do preciosíssimo sangue sobre as realidades da vida sacerdotal. Quais são estas realidades? Por meio da oração você verá que são várias e, portanto, carecedoras de muitas orações. Uma gota sobre as tentações das dúvidas e incertezas que rondam a vida sacerdotal. Sobre os sacerdotes que não mais imploram a graça e a luz para as tentações. Para os sacerdotes que se entregam somente às obras descuidando-se de sua vida espiritual. Uma gota sobre aqueles que se envaidecem no seu saber. Para os sacerdotes mundanizados. Para os que desprezam o trabalho humilde do confessionário e do atendimento. Uma gota de sangue preciosíssimo pelos sacerdotes que se deixam dominar pelas paixões e pelos sentidos. Pelos sacerdotes que recusam a cruz. Pelos sacerdotes que têm cargos de chefia. Pelos sacerdotes que são orientadores de grupos. Uma gota de sangue sobre os sacerdotes que estão no ensino. Sobre os sacerdotes que têm que responder perante os meios de comunicação. Uma gota de sangue sobre os sacerdotes que são superiores de casas religiosas. Sobre os sacerdotes que estão ligados às obrigações de pastorear. Sobre os sacerdotes encarregados de pregar. Sobre os sacerdotes que lidam com a burocracia. Pelos sacerdotes que cederam à tentação. Pelos que se arrependeram. Pelos que resistem, rezam e cumprem seus deveres. Pelos sacerdotes fatigados, cansados, deprimidos. Pelos que se sentem abandonados pela comunidade. Assim, meus irmãos, contemplamos algumas lutas interiores e exteriores de nossos padres. Precisamos rezar pelos sacerdotes, um apostolado extremamente necessário. Agosto de 2020
Direito e Família Cristã
Marcos Antônio Favaro Procurador Jurídico, pós-graduando em Teologia, mestre em Direito pela PUC-SP
Boas Obras que implementam o Reino N as lições do Apóstolo Paulo, compreendemos que somos salvos pela
graça, por meio da fé, e isto não vem de nós, é dom de Deus (Ef. 2, 8-9). Todavia, a partir do encontro com Jesus Cristo, que perdoa os pecados, como viver como cristãos? É o mesmo Apóstolo que, prosseguindo, nos responde que “fomos feitos por ele, criados em Cristo Jesus para as boas obras, previamente preparadas por Deus para que andássemos nela (Ef. 2,10). É desejo do próprio Jesus que a luz dos cristãos resplandeça a partir de boas obras para que o Pai seja glorificado (Mt. 5,16). Nós, católicos, por muitas vezes praticamos boas obras nos lares, nos hospitais, nas escolas, nas comunidades carentes, mas, por muitas vezes, não nos sentimos a vontade para atuar junto aos governos, em especial quando formulam as políticas públicas e elaboram as leis civis. Por que excluir essa área da vida da prática de boas obras dos católicos? Ora, a política é a mais perfeita forma de caridade. Esta expressão foi pronunciada pelo Papa Pio XI, reforçada pelo Papa Paulo VI e recentemente retomada pelo Papa Francisco. É a perfeita forma de caridade porque está a serviço do bem comum, o objetivo primeiro da política segundo a Doutrina Social da Igreja. Precisamos seriamente refletir se a nossa omissão não colabora com o abismo que se criou entre os valores cristãos e a prática política, o que pode ter permitido as situações que temos acompanhado. Parte de nossos representantes nos poderes legislativo e executivo estão envolvidos com situações contrárias a justiça e ao bem comum. Jesus ordena que amemos o próximo como a nós mesmos (Mt. 22). Isso Agosto de 2020
implica que lutemos por boas leis que protejam os bebês desde o útero materno; que protejam o casamento e a família tradicional; que afastem as crianças da corrupção moral que pretende utilizar as salas de aula para desconstruir a sua identidade sexual, implodir os padrões morais ensinados pela suas famílias e induzi-las à promiscuidade. As sagradas escrituras estão repletas de exemplos de homens fiéis a Deus que influenciaram os governos de sua época. Assim Daniel perante Nabucodonosor (Dn. 4); José e Moisés perante o Faraó (Gn. 41 e Ex. 8); Ester diante do rei Xerxes, dentre tantos outros profetas que denunciaram o pecado das nações. No novo Testamento, João Batista perante Herodes (Mt. 14) e mesmo Paulo diante de Félix (At. 24). Governos bons ou maus podem interferir drasticamente na vida espiri-
tual dos cristãos. Como exemplos extremados e contrapostos, pensemos na Coréia do Sul e na Coréia do Norte. No primeiro, uma democracia robusta, há liberdade religiosa, a igreja cresce e envia missionários pelo mundo todo. No segundo, uma ditadura repressiva, impera a perseguição religiosa, há pouquíssima atividade missionária, nenhum culto público ou publicação cristã, e milhões de pessoas nascem, vivem e morrem sem jamais ter ouvido o anúncio do Evangelho de Jesus. Assim, firme-se em nós a convicção de que, em algum grau, a depender da vocação e chamado de cada um, devemos exercer com ardor e fidelidade nossa missão de agentes de transformação social a partir de uma sincera conversão aos valores do Reino. Tenhamos coragem de, como o Profeta Isaías, responder: “eis-me aqui, envia-me!”. Folha Diocesana de Guarulhos
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Dízimo
Padre Ítalo Sá Pastoral Diocesana do Dízimo
Mês Diocesano do Dízimo: Evangelizar é preciso!
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mês de Julho em nossa Diocese de Guarulhos é dedicado à conscientização ao Dízimo. O objetivo não é só o reconhecimento daqueles que sabem partilhar, mas toda evangelização que a Igreja é chamada a realizar por meio do dízimo, a partir de cada contribuição recebida, fruto da generosidade do fiel cristão. O dízimo é uma experiência de fé, de relação com Deus, portanto a motivação para tal experiência está diretamente ligada a evangelização. Mesmo diante deste tempo singular que vivemos, cumprindo o calendário pastoral, rendendo graças a Deus e aos dizimistas – todos que procuram honrar e manter a Casa do Pai, a Equipe Diocesana, juntamente com seu assessor Pe. Ítalo Sá, organizaram a missa em Ação de Graças, que aconteceu no dia 11 de Julho, (Paróquia Santo Antônio – Parque). Missa esta presidida pelo Bispo Diocesano Dom Edmilson e contou com a participação presencial de alguns agentes da equipe representando toda diocese. No sábado 18/07 todos os agentes e coordenadores a serviço da Pastoral do Dízimo foram convidados através de seus párocos, a participar de um workshop - de maneira virtual, que abordou o tema “Dízimo e Evangelização”, ministrado pelo Jean Ricar-
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do, fundador da Dominus – Evangelização e Marketing. Em todo o decorrer da formação, o palestrante instigou os participantes a entender e buscar o real compromisso de um bom agente de Pastoral, não somente do Dízimo, mas de todas as pastorais a serviço da Igreja: a Evangelização. O agente da Pastoral do Dízimo e todo dizimista, não deve colocar sua preocupação no percentual que a paróquia arrecada no final do mês, mas sua preocupação deve estar permeada no desejo de querer evangelizar, de ser uma comunidade que anuncia o Evangelho de Jesus Cristo. Uma boa evangelização irá garantir um dizimista fiel e consciente de sua pertença à comunidade. Ser dizimista é um compromisso de evangelização que o fiel faz com a sua comunidade local. Esse processo de evangelização requer uma boa articulação e execução resultando em fiéis conscientes e comprometidos na manuten-
ção necessária da Casa de Deus que é sua casa também. O dizimista considera a Igreja como sua casa, por isso colabora com ela. Há um caminho a se percorrer, cheio de desafios; desafios estes que sempre existiram desde os tempos mais remotos. Basta fazer memória do Apóstolo Paulo, que orientava os cristãos de Corínto: “Cada um dê conforme determinou em seu coração, não com pesar ou por obrigação, pois Deus ama quem dá com alegria, para que em todas as coisas, em todo o tempo, tendo tudo o que é necessário, vocês transbordem em toda boa obra” (2Cor 9,7-8). Queremos aqui fazer um grande apelo a todos os fieis católicos de nossa diocese: que sejam fieis dizimistas, que continuem partilhando seu dízimo a fim de que nossas comunidades continuem sua missão de anunciadoras de Jesus Cristo. Sabemos a grande dificuldade financeira que todos estão passando, mas pedimos a generosidade de todos os que puderem colaborar diante de tudo que recebemos de Deus. Ele não nos deixará faltar, pois Sua providência sempre nos alcança. Nossa gratidão a todos que generosamente partilham o que tem em favor da comunidade, e assim dão continuidade a missão que receberam de Deus: Evangelizar. Sejamos servos fiéis. Sejamos servos evangelizadores e comprometidos com o Reino. Que juntos possamos integrar as pessoas e anunciar a Palavra de Deus, sendo, cada vez mais uma Igreja acolhedora, viva e missionária, comprometida com a Evangelização.
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Aconteceu Instalação da Área Pastoral São Paulo Apóstolo
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missa se deu inicio às 20h do dia 02 de julho de 2020, transmitida via Facebook, com a presença do Bispo Dom Edmilson, e também com a presença dos padres Marcos Alves, Tiago Ferraz, Paulão, Cristiano, Fábio Herculano, Alex, Luiz Carlos, Pedro e também do Diácono Francisco; para instalar a nova Área Pastoral na capela São Paulo Apóstolo (pertencente da Paróquia São José). Após a missa, torna-se oficial que as capelas São Barnabé, São Pedro e São Paulo Apóstolo fazem parte de uma futura “Paróquia Apostólica”, diz Padre Jonas responsável pela Área. Ainda com essa grande celebração, a comunidade preparou marcas nos bancos para separar os que estavam presentes para evitar o contágio de COVID-19, além do uso obrigatório de máscaras dentro da igreja.
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Visita ad Limina Apostolorum
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Visita ad Limina Apostolorum
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Pastoral Vocacional Palavras da Vocação: Gratidão, Coragem, Tribulação e Louvor para viver a nossa vocação com alegria e entusiasmo”. O Papa recorda que Jesus sobe na barca cessa os ventos e acalma-se as ondas fortes e nossa vida se abre ao Louvor. LOUVOR. “Esta é a última palavra da vocação, e pretende ser também o convite a cultivar a atitude interior de Maria Santíssima: agradecida pelo olhar que Deus pousou sobre Ela, superando na fé medos e perturbações, abraçando com coragem a vocação, Ela fez da sua vida um cântico eterno de louvor ao Senhor”. Neste mês vocacional da igreja particular do Brasil, animados por estas palavras do Santo Padre que toda Igreja possa abrir o coração “para que cada um possa descobrir com gratidão o chamado que Deus lhe dirige, encontrar a coragem de dizer sim, vencer a fadiga com a fé em Cristo e finalmente, como um cântico de louvor, oferecer a própria vida por Deus, pelos irmãos e pelo mundo inteiro”.
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papa Francisco apresentou quatro palavras chaves da vocação em duas ocasiões, primeiramente na carta aos Presbíteros em 04 de agosto de 2019 e por ocasião do 57º dia mundial de oração pelas vocações em 03 de maio de 2020; são estas as palavras: Gratidão, coragem, tribulação e louvor, e o texto bíblico que destaca o Papa é a experiência da travessia de Jesus e Pedro, durante a tempestade no lago de Tiberíades (Mt14,22-33). A primeira palavra da VOCAÇÃO, é gratidão. Papa Francisco afirma que “toda a vocação nasce daquele olhar amoroso com que o Senhor veio ao nosso encontro, mesmo quando o barco estava à mercê da tempestade. Mais do que uma escolha nossa, a vocação é resposta a uma chamada gratuita do Senhor, por isso conseguiremos descobri-la e abraçá-la, quando o nosso coração se abrir à gratidão e souber reconhecer a passagem de Deus pela nossa vida”.
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A segunda palavra é CORAGEM, o Papa nos diz: “O Senhor sabe que uma opção fundamental de vida – como casar-se ou consagrar-se de forma especial ao seu serviço – exige coragem. Ele conhece os interrogativos, as dúvidas e as dificuldades que agitam o barco do nosso coração e, por isso, nos tranquiliza: «Não tenhas medo! Eu estou contigo». Na palavra TRIBULAÇÃO o Papa fala da fadiga concreta da vida. Ele diz que toda a vocação requer empenhamento. “Se nos deixarmos arrastar pelo pensamento das responsabilidades que nos esperam – na vida matrimonial ou no ministério sacerdotal – ou das adversidades que surgirão, bem depressa desviaremos o olhar de Jesus e, como Pedro, arriscamo-nos a afundar. Pelo contrário a fé permite-nos, apesar das nossas fragilidades e limitações, caminhar ao encontro do Senhor Ressuscitado e vencer as próprias tempestades. Pois Ele estende-nos a mão, quando, por cansaço ou medo, corremos o risco de afundar e dá-nos o ardor necessário
Ir. Adriana Costa, Irmã Operária Equipe SAV/PV - Guarulhos
CONVITE Inspirando-se na passagem bíblica do evangelho de Mateus (Mt 14,22-33) onde apresenta a experiência singular de Jesus e Pedro na tempestade no Lago de Tiberíades o Papa Francisco apresentou quatro Palavras chave para animar a caminhada vocacional. As palavras da vocação: gratidão, coragem , tibulação e louvor. Com esta mesma inspiração o SAV/PV da diocese de Guarulhos quer celebrar o 15º Viva a Vida de maneira especial através de uma Live no dia 06/09. Acompanhe pelas redes sociais as informações para se preparar para viver bem este evento de nossa Diocese. Agosto de 2020