Revista Direcional Condomínios - Ed. 305 - out/24

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O Dia da Pessoa Idosa é celebrado em 1º de outubro, o que nos levou a abordar nesta edição o envelhecer em condomínio. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), há 33 milhões de idosos no país, quantidade que ainda vai crescer muito. É preciso atrelar bem-estar à longevidade. Como fica a situação de quem mora sozinho? Ou dos que habitam prédios sem acessibilidade nem áreas para caminhar, interagir, tomar sol? Veja na matéria de capa ações para integrar idosos à vida condominial.

Este mês, tradicionalmente associado à campanha Outubro Rosa, trazemos em Síndico, Conte Sua História! a emocionante trajetória de Alethea Meira, que enfrentou e venceu duas vezes o câncer de mama. Além da sindicatura e advocacia exercidas com amor, ela se dedica a conscientizar mulheres sobre prevenção e diagnóstico precoce da doença. Vale a leitura!

Preparamos também uma reportagem com orientações de renomados profissionais do setor para uma previsão orçamentária sem margem para erros nem esquecimentos. Confira! E mais: redes sociais são território sem lei? Será que nada acontece quando síndicos são enxovalhados no WhatsApp? Cheque a resposta na seção Tira-Teima. Veja ainda, em DICAS, as nossas matérias sobre controle de pragas, brinquedoteca e segurança em condomínio.

Na página 4, você encontra a pesquisa Direcional Condomínios. Participe e concorra a belos prêmios.

Forte abraço,

Isabel Ribeiro

Responda nossa Pesquisa: Pesquisa Direcional Condomínios

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Síndico, Conte sua História! Alethea Meira

Administração Previsão orçamentária

Dica Brinquedoteca lúdica

18 06 17 20 12 10 14

Seção Tira-Teima Conduta abusiva em rede social

Capa Integração dos idosos em condomínios

Dica Controle de pragas

Dica Reforço na segurança

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SEÇÃO TIRA-TEIMA

MORADORES ABUSADOS PODEM SER PUNIDOS, SIM!

EM TEMPOS em que a comunicação digital se torna cada vez mais presente em nosso cotidiano, essa facilidade também traz a responsabilidade sobre o conteúdo compartilhado, especialmente quando se trata de comentários ofensivos sobre a gestão do síndico. Contrariando a crença popular de que as redes sociais são um território sem lei, a realidade jurídica demonstra o contrário.

A liberdade de expressão, embora amplamente defendida, encontra seus limites quando o respeito à honra e à imagem das pessoas é violado, e a lei estabelece as consequências para atos difamatórios, injuriosos ou caluniosos praticados de forma online.

Assim, a Justiça vem responsabilizando financeiramente moradores por depreciarem a imagem do síndico nas redes sociais, incluindo aplicativos de mensagens. As consequências dessas ações podem ser severas, abrangendo condenações financeiras significativas contra moradores que difamam ou injuriam o síndico, causando-lhe danos morais.

Além das implicações civis, previstas nos artigos 186 e 927 do Código Civil Brasileiro, a difamação e a injúria em ambientes digitais podem configurar crimes contra a honra, previstos no Código Penal, conforme disposto nos artigos 138, 139 e 140 do diploma legal.

Ah, então quer dizer que não se pode reclamar da gestão do síndico?

Ilustração Freepik

Veja, o ponto aqui discutido é que os moradores compreendam os limites do direito de reclamar. A liberdade de expressão é um direito garantido, mas não é absoluta quando fere a honra e a dignidade de outras pessoas.

Não é demais lembrar que a crítica construtiva é um direito de todos os condôminos, porém, ultrapassar o limite do respeito pode ficar bem caro.

CLAUDIA HERNANDES

Advogada, membro da CEX (Comunidade Expert em Condomínio) e coautora de “Temas Práticos para Síndicos”, editora CRV. Idealizadora do podcast “O Jurídico diz q POD”. Mais informações: @claudiahernandes_

Foto Divulgação

“MINHA VIDA É ALICERÇADA EM FÉ, FORÇA E TRABALHO”

Síndica e advogada, Alethea Meira, 50 anos, enfrentou e venceu duas vezes o câncer de mama

“EM ABRIL deste ano, completei 50 anos e recebi presentes inestimá veis, como a minha netinha Maria Helena, filha do Bruno, meu único filho. E ganhei uma linda festa surpresa no Condomínio Conjunto Novo Butantã, o CCNB, um empreendimento com 26 mil m² e 400 unidades, na zona oeste de São Paulo, onde sou síndica orgânica. Assumi a função em 2017 e peguei o condomínio abandonado, mas consegui recuperá-lo e o valor das unidades dobrou. Então, essa festa, organizada por condôminos e funcionários, significou o reconheci mento pelo meu trabalho. Outro presente maravilhoso foi ter tido a oportunidade de completar mais um ano, ainda mais para quem enfrentou e venceu o câncer de mama duas vezes. A minha vida é alicerçada em fé, força e trabalho.

O exemplo de trabalho vem dos meus pais, nordestinos que migraram jovens para trabalhar no Sudeste, onde se conheceram. Eles se estabele ceram na cidade de Osasco e tiveram quatro filhos. Minha mãe era doméstica, fez cursos, se tornou cabeleireira e conquistou seu próprio instituto de beleza. Meu pai era garçom, depois, dono de restaurante. Eu nunca os vi descansar; fui criada no comércio deles. Morávamos bem e cada um tinha seu carro, mas eles se divorciaram e a renda degringolou.

Aos 14 anos, comecei a trabalhar de quinta-feira a domin go em danceterias de Osasco, que fervilhavam na década de 1980. Passei pela chapelaria, cobrança de tickets na entrada, e, por fim, pelo caixa. Eu sabia que estava lá para trabalhar, por isso não me desvirtuei na noite. E ai de quem me desrespeitasse, afinal, sou ariana (rs!). Eu ganhava bem e investia em cursos. Sempre amei estudar e sonhava em fazer Direito. Ainda pequena, pegava o martelo de carne da minha mãe, fingia ser juíza, e os meus primos eram o júri na brincadeira de tribunal.

De fato, me tornei advogada, aprovada de primeira na OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), mas levou mais tempo do que eu havia calculado. Precisei interromper os estudos na adolescência, aos 16 anos, porque engravidei do rapaz que eu namorava à época. Todo mundo queria que houvesse um casamento, exceto eu! Preferi ser mãe solo a me casar. A minha mãe, inconformada, me mandou ficar com uma tia no interior, em Tupi Paulista, ‘longe da vista dos conhecidos’. Assim que o bebê nasceu, eu voltei. Ela alugou uma quitinete para mim e

meu filho e nos despachou, dizendo: ‘Quem pariu Mateus, embale os teus’. Ela foi muito dura, mas isso fez de mim uma mulher forte. Voltei a trabalhar nas danceterias para custear despesas com o bebê e o aluguel. A madrinha do Bruno, uma senhora muito bondosa, ficava com ele para que eu pudesse trabalhar e, depois, concluir o ensino médio. Mais tarde, vieram bons empregos fixos, primeiro na ACM (Associação Cristã de Moços) de Osasco, depois no Lions Clube, em São Paulo. Em 2000, passei a morar no CCNB, e também ingressei na faculdade de Direito. Emendei a faculdade com a pós-graduação. Iniciei meu mestrado em 2011, mas precisei interrompê-lo para focar na saúde.

Aos 37 anos, encontrei um nódulo no seio esquerdo durante autoexame, o que deu início imediato à minha jornada de enfrentamento ao câncer de mama. Ainda bem que fui rápida porque o diagnóstico precoce da doença aumenta a chance de sobrevivência. Tive medo, mas sou positiva, espiritualizada, e me agarrei à chance de cura. Antes de o cabelo cair, aproveitei para fazer alguns cortes ousados, afinal, se eu não gostasse, iria cair tudo mesmo. Ao ficar careca, explorei ao máximo lenços e perucas diferentes. Mas não foi fácil. Na mesma época, duas das minhas primas tiveram câncer de mama; só uma sobreviveu. Quatro anos depois, com tudo voltando ao normal, fui diagnosticada com outro tipo de câncer, na outra mama, e informada que, por ser mais agressivo, teria de fazer mastectomia total. Desabei ao chegar em casa e perguntei a Deus

de 27% para 3%, reformamos lajes e itens de lazer, como piscinas e quadras, pintamos os 20 blocos, implantamos pet place e minimercado.

Por ser advogada, blindei o CCNB em algumas áreas, como a trabalhista, mas para quem não tem essa formação, eu digo que vale a pena contratar uma assessoria jurídica, e vou dar um exemplo do que acontecia com a antiga prestadora de serviços de mão de obra. Essa empresa não era especializada em segurança, mas pôs um porteiro na função, em pé, do lado de fora do condomínio. E se ele levasse um tiro e morresse? O condomínio teria de indenizar a família por incontáveis anos.

São detalhes como esse que podem minar as finanças.

O trabalho no CCNB me rendeu convites para administrar condomínios

o porquê daquilo. A resposta veio em som audível: ‘Porque eu preciso de você muito forte’. A partir daí, entendi que a batalha seria árdua, mas eu venceria. Tenho como missão promover a campanha Outubro Rosa (de prevenção e tratamento do câncer de mama) onde eu puder, como no mercado condominial, do qual me aproximei infiltrada pela advocacia, pois atendia alguns clientes do segmento. Ainda em 2015, antes da descoberta do segundo câncer, eu até fiz curso de sindicatura com o objetivo de me comunicar melhor com esse nicho e advogar para mais clientes. Já a ideia das campanhas que venho promovendo aos síndicos nos últimos anos é contribuir para que levem boas informações para seus condomínios.

Em 2017, decidi abraçar o posto de síndica depois que um grupo de moradores do CCNB bateu à minha porta pedindo que eu me candidatasse porque havia algo errado na gestão do condomínio. Eu era um pouco negligente, não ia às assembleias, não por querer, mas me faltava tempo. Mas, ainda assim, aceitei me candidatar para entender o que estava se passando. Após eleita, contratamos uma auditoria que revelou vários desacertos e levamos o caso à Justiça. A minha intenção inicial era ficar um ano no cargo, mas já se passaram sete anos! Com uma força-tarefa, reduzimos a inadimplência

de diferentes perfis, alguns mais antigos, outros, novinhos em folha, como um condomínio-clube que implantei em Guarulhos, com 1.400 unidades. Mas eu me impus um limite de condomínios porque tanto a sindicatura quanto a advocacia são coisas que eu faço com muito amor e muito carinho e quero poder dar para ambas o melhor de mim. Às vezes, abro mão de um novo condomínio ou processo, mas assim consigo transitar bem entre dois mundos que me completam.”

Alethea Meira, em depoimento a Isabel Ribeiro

Por

IDOSOS NO CONDOMÍNIO POR MAIS RESPEITO E INTEGRAÇÃO

O Brasil deixou de ser um país jovem e a população envelhece rapidamente, em meio ao etarismo e segregação. Condomínios precisam estar preparados para que a pessoa idosa não se limite apenas a ver o mundo da janela. Confira ações para inserir o público 60+ na vida condominial

QUANDO o grupo vocal

Quarteto em Cy entoou “Pela Luz dos Olhos Teus” ao vivo, em um fim de tarde de março de 2020, para os idosos das varandas de um condomínio da zona sul da cidade, Juliana Moreira sentiu seu coração incendiar. “Eles amaram! Foi o primeiro condomínio em que levei esse evento. O morador mais jovem devia ter 75 anos. Era o início da pandemia e eles estavam isolados e assustados, precisávamos fazer algo. Antes da apresentação, ouvi no meu escritório ‘mas será que eles querem isso?’. Claro que queriam! Não podemos subestimar nem nos esquecer dos idosos”, fala a

síndica profissional. “Mas é preciso considerar o público. Eu não poderia levar um DJ ou promover algo à noite. Ali, até assembleias fazemos à tarde”, acrescenta.

Juliana estima que em 15% de sua carteira de condomínios prevaleçam habitantes com 60 anos ou mais, ou seja, uma população idosa segundo definição da Organização Mundial da Saúde (OMS) para países subdesenvolvidos. “Os idosos são fiéis, quando aprovam seu trabalho, recomendam para outros prédios da rua. Eu cuido de cinco prédios de perfil idoso na Vila Olímpia que chegaram a mim dessa forma”, conta. “Sou empática, autorizo que o zelador acompanhe o entregador do galão de água até a unidade. Porém, não aceito abusos, como no caso de uma idosa que queria receber o jornal na porta dela, às cinco da manhã, sendo que ela se locomovia bem”.

Com familiares longevos, Juliana atesta que os mais velhos gostam de diversão, por isso investe em encontros mensais no salão de festas, e organiza festa junina. Pondera, ainda, que é saudável envolver a turma sênior em atividades pró-condomínio. “Em um prédio de condôminos

Jonas Coronado via IA

bem idosos, com infiltração na laje, criamos uma comissão de obras que contou com dois engenheiros octogenários, lúcidos e experientes. Eles ajudaram muito, da contratação da empresa à finalização do trabalho”, ilustra. “Nesse mesmo prédio, envolvemos os idosos na modernização do hall, em reuniões com arquiteto, escolha do piso e cor da tinta”. Em todos os seus condomínios, a síndica agiliza obras de acessibilidade, “que é lei”, como enfatiza, e treina a portaria para lidar com quem tem alguma demência neurodegenerativa. “É muito comum idosos com doença de Alzheimer ligando várias vezes na portaria para dizer a mesma coisa, e o porteiro deve atender sempre como se fosse a primeira vez porque, no entendimento deles, é a primeira vez que ligam”, ensina Juliana.

EQUIPE TREINADA

Síndica orgânica do Maison Thyber, um residencial com muitos idosos, na Saúde, zona sul, Ana Maria Cristina Afonso endossa a necessidade de funcionários bem orientados sobre limitações físicas que podem surgir com a idade ou doenças como Alzheimer. “Muitos idosos moram sozinhos, portanto, somos nós, eu e a equipe, que identificamos mudanças no jeito de agirem e informamos à família”, explica. Em 2018, junto com a equipe, ela participou de um treinamento imersivo com enfoque no idoso em condomínios. “Foi uma virada de chave para todos nós”, reconhece. Ana Maria relata que já andava preocupada com a situação dos mais velhinhos porque os escutava pedindo desculpas aos vizinhos pela demora de entrar ou sair do elevador. “Eles se sentiam incomodando os demais quando, na verdade, deveriam estar à vontade no espaço que ocupavam há anos”, lamenta a síndica, que logo após o treinamento investiu em ações para resgatar a sensação de pertencimento dos condôminos antigos, e aproximá-los de vizinhos. Uma série de eventos passou a acontecer no salão de festas, como sessões de musicoterapia ou palestras. “Certa vez, após uma palestra com nutricionista, uma senhorinha me enviou pelo WhatsApp a seguinte mensagem: ‘Obrigada, eu estava precisando sair, desabafar’”, emociona-se a síndica.

Na parte prática, a gestora fez obra de acessibilidade e criou protocolos de ação rápida para emergências. “Fiz um recadastramento completo, com dados sobre convênio médico e qual serviço de ambulância acionar. E, com autorização da família, obtivemos cópias da chaves de quem mora sozinho e guardamos em armário acessado por senha e vigiado por câmera. Também orientamos que adotassem a pulseira com botão de emergência para o caso de quedas, pois essa tecnologia faz com que a portaria seja avisada e possamos agir. Não somos os tutores, mas ajudamos porque numa eventualidade somos os primeiros a chegar no apartamento”, esclarece a síndica, que levou a empresa do serviço de pulseiras ao condomínio.

Não houve queixas de perda de privacidade no condomínio. Todos perceberam que olhos e ouvidos atentos da equipe dão resultados, como na vez em que a auxiliar de limpeza, ao limpar o corredor, ouviu a cuidadora maltratando uma idosa com demência dentro da unidade e só

assim a família pode tomar providências. “Ter esse olhar voltado aos mais velhos traz tranquilidade para todos, e não tem custo. É só treino”, resume Ana Maria. O trabalho das síndicas Juliana e Ana Maria é exemplar, e crucial num país que já deixou de ser jovem. Nadir Francisco do Amaral, de 66 anos, presidente do Conselho municipal de Direitos da Pessoa Idosa do município de São Paulo (CMI-SP), defende que é urgente debater sobre a população 60+ em condomínios. “A cidade tem 12 milhões de habitantes e quase 20% da população é idosa, índice que dobrará em alguns anos. Boa parte reside em condomínios, mas, o que está sendo preparado para os idosos de hoje e do amanhã? Veremos a vida da janela? Essa questão precisa ser discutida pelas entidades do setor e pelos próprios condomínios”, conclama. “Nós estamos vivos, pagamos a taxa condominial em dia, mas somos vistos? Nem a mídia de elevador traz rostos mais vividos”. No passado, durante anos Nadir foi síndico orgânico de um condomínio na Bela Vista, com 85% de idosos. “Como eram pessoas solitárias, passei a organizar encontros quinzenais para batermos papo e tomarmos chá com bolo, uma medida eficaz de combater o isolamento social”, conta. Aos síndicos de hoje, ele sugere promover aos idosos sessões de acupuntura, aulas de cerâmica, pintura e teatro, além de letramento digital com auxílio da juventude do condomínio, estimulando a intergeracionalidade. Nadir também sugere viabilizar a vacina contra herpes-zóster (com desconto ou parcelamento) e a aquisição de remédios separados por dose, data e horário, serviço oferecido por algumas farmácias. “Existem oportunidades de fazer muito pelos idosos, desde que se enxergue esse público”, finaliza.

PREVISÃO ORÇAMENTÁRIA: SEM MARGEM PARA ERROS OU ESQUECIMENTOS

Estudar muito bem os custos do condomínio (tanto o que foi previsto para o último ano quanto o que foi executado), além de cuidar para que gastos extraordinários não consumam a conta ordinária estão entre os cuidados dos gestores com a previsão de orçamento

É FUNDAMENTAL

ter um orçamento para administrar uma residência ou uma empresa - nele estão relacionados o valor da receita versus as despesas. O mesmo vale para os condomínios, com um diferencial: mais do que recomendada, a previsão orçamentária é um dever do síndico. Segundo o artigo 1.348 do Código Civil, entre as atribuições do síndico estão “elaborar o orçamento da receita e da despesa relativa a cada ano”. Fora isso, ainda é determinado em muitas convenções de condomínio que a previsão orçamentária é obrigação do síndico, conforme explica Omar Anauate, presidente da AABIC (Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo). “Geralmente a administradora, delegada pelo síndico para algumas funções, faz os estudos para a previsão orçamentária, analisando o histórico e verificando como as contas do condomínio estão se comportando. E esse material é revisado pelo síndico”, diz. Mas Anauate cita que muitos síndicos preferem preparar a projeção do orçamento para os próximos 12 meses.

Aldo Busuletti faz cálculos com base no valor aprovado no ano anterior em comparação ao que foi efetivamente gasto

É o caso de Aldo Busuletti, síndico profissional há mais de 28 anos. Ele calcula as previsões orçamentárias dos prédios que administra com base no valor aprovado no ano anterior em comparação ao que foi efetivamente gasto. “Verificando o que a assembleia anterior aprovou e o que foi realizado, chegamos ao que precisa ser feito para o próximo período. É mais assertivo do que simplesmente jogar a previsão da inflação sobre o quanto foi gasto”, resume. Aldo exemplifica: se o condomínio previu verba de 2 mil reais para elevadores, mas gastou 4 mil reais por conta de uma emergência, o reajuste não deve ser calculado sobre os 4 mil. “Nesse caso o valor será majorado, pois provavelmente não será necessário todo esse dinheiro no próximo ano”, aponta. Também síndico profissional, Wolfram Werther acredita que ao preparar a previsão orçamentária, o síndico deve se pautar no histórico dos gastos prediais, no bom senso, na economia e em um pouco de “futurologia”. Werther exemplifica com as despesas com pessoal. “É a principal despesa dos condomínios. E não importa se são funcionários próprios ou terceirizados. Para o orçamento nada muda, apenas a data do dissídio, que é outubro para os próprios e janeiro para os terceirizados. Em ambos os casos não sabemos que percentual de reajuste os sindicatos aplicarão. O que podemos fazer é nos basear no histórico do dissídio da categoria. Principalmente no caso de funcionários próprios, nos últimos anos o dissídio foi maior do que a inflação oficial, nunca menor.”

Foto Isabel Ribeiro

Wolfram Werther: material de limpeza e pequenas manutenções e consertos devem ser contemplados na previsão orçamentária

“Historicamente, tarifas de água, luz e gás sobem acima da inflação e há gatilhos que podem levá-las para a estratosfera, como seca e racionamento de água.”

RUBRICAS

Além da despesa com pessoal, das tarifas públicas e dos serviços com contratos, outros itens variáveis devem fazer parte da previsão orçamentária. Wolfram Werther cita material de limpeza e pequenas manutenções e consertos, como troca de lâmpadas, cópias de chaves, substituição de um registro ou torneira nas áreas comuns, entre muitos outros. “São gastos não planejados, mas que podem ser contemplados na previsão orçamentária. Representam valores pequenos, mas que no volume podem somar um custo considerável”, constata.

Por isso, Werther costuma ser muito conservador na hora de prever o orçamento para a folha de pagamentos. “É melhor ter um pouco de gordura do que fazer um reajuste muito justo”, sustenta. Werther costuma ser ainda mais conservador ao prever os custos das tarifas públicas para a próxima gestão.

Aldo Busuletti lembra de quando começou sua carreira de síndico: “As contas do condomínio se organizavam em no máximo três rubricas: ordinária, fundo de reserva e fundo para melhorias. Hoje, muito síndico desconhece até o que há na conta ordinária e abre diversos fundos. Já assumi prédio com sete rubricas. Na hora de prestar contas, é grande a chance de não saber de onde saiu o dinheiro.”

Aldo frisa que é fundamental entender a importância da previsão orçamentária: “Ou seja, onde o condomínio vai gastar seu dinheiro no dia a dia, suas necessidades com funcionários, manutenção e consumos. Se houver uma emergência, é obrigação do síndico chamar uma assembleia e aprovar uma arrecadação espe-

ADMINISTRAÇÃO

cífica para aquele fim.” Aldo complementa que tanto a prestação de contas como a previsão orçamentária (itens obrigatórios das assembleias gerais ordinárias), podem ser solicitadas pelo judiciário no caso de ações de cobrança de cotas em atraso. “O juiz pode pedir para conferir se o que está sendo cobrado foi aprovado em assembleia.”

Omar Anauate, da AABIC, acredita que os problemas com o orçamento começam quando há despesas imprevistas debitadas da conta ordinária. “É importante deixar claro que esses gastos irão consumir seu saldo credor. Vejo um excesso de despesas imprevistas que distorcem a previsão orçamentária.”

Também é preciso estar atento ao pagar os imprevistos com o fundo de reserva. “Questões extraordinárias e emergenciais podem ser cobertas com o fundo de reserva. Mas no caso de uma obra que deve ser aprovada em assembleia, o síndico não pode simplesmente pagá-la com outra verba”, pondera Anauate. No caso de desequilíbrio nas contas (como a ordinária deficitária e outras contas credoras), essa distorção deve ser regularizada o mais rápido possível, orienta Omar Anauate, levando em assembleia para conhecimento dos condôminos com deliberação de item específico. “Uma das piores situações em um condomínio é levar um saldo devedor de ordinária para assembleia. Se estiver há muito tempo deficitária, seja por um erro ou um desencaixe de previsão, o síndico terá que retroagir muito tempo para explicar aos presentes a origem da situação. E isso acaba criando uma saia justa para o síndico e o administrador”, arremata.

Para Omar Anauate, da AABIC, despesas imprevistas debitadas da conta ordinária precipitam problemas

Foto Divulgação / AABIC

DEDETIZAÇÃO: TRANQUILIDADE E SEGURANÇA

A TRANQUILIDADE e segurança do condomínio não podem ser afetadas por pragas urbanas, que causam danos, acidentes e transmitem doenças. A primavera, por ser quente e úmida, é favorável à reprodução de várias espécies, e a estação seguinte dá vez às infestações. O momento é propício para investir em ações de prevenção e controle de insetos e roedores, mas lembrando que essas práticas são delegadas a profissionais; se executadas por ‘curiosos’ podem trazer prejuízo à saúde de seres humanos durante o manuseio, e de animais domésticos e silvestres que transitem pelo condomínio, além de comprometer a eficácia do procedimento.

Vice-presidente da Aprag (Associação dos Controladores de Vetores e Pragas Urbanas), o biólogo Sérgio Bocalini observa que o manejo de produtos químicos requer conhecimento e responsabilidade, portanto é fundamental que o condomínio contrate uma empresa especializada nesse serviço, e que esta atue dentro de condutas que norteiam o segmento. Essa atividade não pode ser exercida por MEI nem por pessoa física, mas sim por empresa constituída juridicamente, a qual, no estado de São Paulo, precisa de licença da Vigilância Sanitária.

A empresa tem de apresentar técnico responsável, como biólogo, farmacêutico, veterinário, engenheiro florestal, engenheiro agrônomo, químico, técnico em química ou técnico agrícola, registrado no Conselho Regional da respectiva categoria, e a própria prestadora deve estar vinculada ao mesmo órgão de seu técnico. “Para uma contratação mais segura, é interessante que tais dados sejam verificados”, sugere o biólogo. Vale questionar ainda o tipo de regime de mão de obra utilizado pela empresa, pois é crucial haver algum vínculo de trabalho entre a prestadora e os funcionários que irão atuar no condomínio – os mesmos terão de ter capacitação em NR 35 e NR 33 se forem trabalhar em altura e espaço confinado. “Avalie se a empresa demonstra ter conhecimento em medidas de segurança, em biologia e nas melhores formas de controle de pragas”, orienta Sérgio Bocalini.

“Condomínios geram grande quantidade de lixo e as lixeiras são fundamentais para acondicionar esse volume com higiene e segurança até a data da coleta. Lixeiras de calçada, elevadas, evitam juntar resíduos no chão, o que atrai insetos."

(Sergio Rodrigues, gestor de marketing, Prédio New)

AMBIENTE LÚDICO E SETORIZADO

A criativa brinquedoteca privada das imagens pode inspirar a do condomínio, com sugestões como o jogo da memória com placas de laca coloridas em parede de madeira do mezanino

EXPERIENTE na arte de encantar o público infantil com projetos repletos de ludicidade, que exploram de elementos visuais e sensoriais às paredes, passando por móveis e decoração, a arquiteta Juliana Mancini, do estúdio Mini Noma, de São Paulo, dá sugestões para revitalizar a brinquedoteca do condomínio. Confira.

PROPOSTA: “O mais importante dentro das brinquedotecas é estimular a brincadeira através da imaginação. É fundamental setorizar o local de acordo com as atividades, deixar muito espaço livre e trazer brinquedos interativos. A brinquedoteca precisa contemplar várias faixas do público infantil. Brinquedos verticais, ou seja, que tiram a criança do chão são sempre uma sensação junto a crianças de diferentes idades.”

BRINQUEDOS: “Ambientes que geram experiências mais imersivas são atrativos. Dentro dessa proposta, o espaço pode dispor de kits de construção, blocos de montar, e materiais que incentivem o fazer manual. Com esses brinquedos estimulamos o pensamento criativo e colaborativo. Também existem os brinquedos maiores, com estruturas para escalar, labirintos e ele-

"Líderes excepcionais não nascem prontos, eles se forjam através do aprendizado contínuo e da aplicação de técnicas eficazes. O sucesso é fruto do preparo."

(Walter Kaltenbach, diretor, Mister Mind)

Fotos Gustavo Otsuka/Agradecimento @mininoma

mentos de equilíbrio, que incentivam o movimento físico e a socialização. Já os brinquedos analógicos, como jogos de tabuleiro colaborativos e peças de montar, por exemplo, promovem o trabalho em equipe e o raciocínio lógico.”

VIDEOGAME: “As crianças vivem constantemente estimuladas pelas telas. Vivemos em uma era de grande acesso à informação e estímulos, por isso espaços de brincar devem ser livres de telas."

LIVROS: “A leitura tem um papel fundamental na manutenção da imaginação. Ela permite que as crianças visualizem cenários, personagens e ambientes. E isso promove a criatividade, a capacidade de resolver problemas e a flexibilidade mental. Sugerimos um cantinho da leitura confortável, com pufes e almofadões.”

PISO: “Pisos frios como porcelanatos ou cerâmicas são menos indicados para o espaço infantil. No caso de já ter esse tipo de piso, sugerimos por cima dele usar EVA, borracha ou espuma de alta densidade. Pisos de madeira têm excelente desempenho térmico. Os playmats, tapetes vinílicos estampados, também são ótimas alternativas.”

PAREDES: “Podemos utilizar cores lúdicas e divertidas. O colorido é bem-vindo desde que haja harmonia. Indicamos tinta acrílica acetinada e/ou adesivos. Ambos são mais fáceis de manter e mais duráveis.”

MARCENARIA: “Sempre que possível, utilizar folha de madeira natural, pintura laqueada ou compensado aparente que possibilitam um melhor acabamento final para as mãos dos pequenos. As quinas das chapas de madeira devem ser levemente arredondas para prevenir machucados. O mobiliário solto deve ser adquirido em empresas que possuem certificados de segurança dos mesmos.

”NORMAS: “No Brasil existem algumas normas relacionadas à segurança dos brinquedos e à segurança na implantação de playgrounds. Essas normas visam garantir que esses brinquedos/equipamentos sejam seguros e adequados para a faixa etária recomendada. A principal norma no Brasil para brinquedos é a ABNT NBR NM 300, e, para playgrounds, a NBR 16.071. Ambas exigem testes rigorosos para garantir o menor risco possível às crianças.”

“O brincar vai além do lazer, pois é importante para o desenvolvimento da criança e os pais sabem disso. Vale a pena renovar playground e brinquedoteca. Espaços seguros, bonitos e interessantes para os pequenos contribuem com a valorização do patrimônio”.

(Anna Lena Tardi, gestora comercial, Instrutoy)

PRÓXIMA EDIÇÃO: GÁS

CONFIRA ESTRATÉGIAS PARA DEIXAR O CONDOMÍNIO MAIS SEGURO

A porta giratória, que previne o ‘efeito carona’, é uma das várias soluções viabilizadas pelo síndico Dalmo de Siqueira Santos para reforçar a segurança de um grande condomínio na zona oeste da cidade

HÁ CINCO anos como síndico profissional de um grande condomínio de classe média alta na zona oeste, Dalmo de Siqueira Santos tem promovido melhorias no sistema de segurança, principalmente depois que uma estação do metrô passou a operar no entorno. “Como cresceu a circulação de pessoas nas ruas, automaticamente os casos de roubos e assaltos aumentaram. A região ficou mais vulnerável, por isso tomamos algumas medidas protetivas”, comenta o gestor.

Entre o reforço na segurança, recentemente foi viabilizado um sonho antigo dos condôminos: a instalação de uma porta giratória para controle de acesso individual, também chamada de torniquete. “Essa solução é totalmente eficaz porque impede que alguém entre ‘no vácuo’ do morador. Além disso, feita com vidro e alumínio, é bonita, ficando bem incorporada à

“A falta de serviços adequados pode expor o condomínio a riscos que poderiam ser evitados. O síndico deve escolher soluções que protejam o empreendimento por completo e tragam mais qualidade de vida para todos.”

(Chen Gilad, CEO e especialista em segurança, Grupo Haganá)

Fotos
Divulgação
Por Isabel Ribeiro

entrada do condomínio. Conseguimos integrá-la com leitor facial, e existe agilidade no acesso do morador ao interior da eclusa, onde há um segundo portão a ser liberado pela portaria”, avalia Dalmo. “Uma porta desse modelo custa cerca de 60 mil, mas o investimento compensa”, completa. O síndico salienta que todos os equipamentos com eficiência comprovada, que podem contribuir com o trabalho do porteiro, são bem-vindos nas edificações porque na falta deles, o porteiro fica muito sobrecarregado em determinados momentos, podendo cometer enganos. “Alguns horários costumam ser críticos, e o porteiro precisa lidar com várias coisas acontecendo ao mesmo tempo, como crianças voltando do colégio, entregas de almoços, chegada de encomendas, saídas e entradas de moradores”, enumera. “O torniquete com módulo de reconhecimento facial é tão útil que estou providenciando aquisições para mais dois condomínios que administro no mesmo bairro. Um deles, inclusive, já possui um modelo muito antigo, que irá destoar depois da modernização que faremos na entrada do edifício, então a ideia é substituí-lo por uma versão atualizada”, acrescenta.

AUMENTO DE FLUXO

Dalmo recomenda que síndicos façam um exercício quantitativo para compreenderem o movimento dos condomínios com maior precisão, o que é crucial na tomada de decisões envolvendo segurança. Na edificação próxima ao metrô, o síndico menciona que a movimentação de moradores é intensa por se tratar de uma construção com cinco torres e 400 unidades no total. “Isso dá uma média de 1.200 habitantes”, calcula.

Fora esse público vultoso, há que se considerar a elevação nos finais de semana. “Existem ocasiões em que os cinco espaços de confraternização estão alugados, e como cada um deles acomoda 50 convidados, são mais 250 pessoas no condomínio, fora os demais visitantes que sobem direto para as unidades. Significa que estamos colocando para dentro, em curto espaço de tempo, 300, 400 pessoas, ou seja, um quarto a mais da população do condomínio. Imagina o risco se não houver um controle efetivo sobre isso!”, diz. “Condomínios precisam contar com tecnologia nos acessos para terem registros de quem entra e quem sai”, reforça Dalmo.

“A responsabilidade do síndico vai além da gestão, portanto, investir em serviços completos de segurança e facilities hoje, é ter um condomínio mais protegido e valorizado amanhã.”

(Chen Gilad, CEO e especialista em segurança, Grupo Haganá)

Leitor de reconhecimento facial é estratégico em condomínios

Ele recorda que na época em que assumiu a gestão desse empreendimento, havia poucos recursos tecnológicos instalados, entre eles sistema biométrico digital no controle de acesso, posteriormente alterado para biometria facial. “Hoje, temos uma central de monitoramento moderna, integrada com a tecnologia de reconhecimento facial. Se alguém trafegar por determinadas áreas do condomínio, o próprio sistema acessa o rosto da pessoa, e dispara informação na tela, o que deixa em alerta a equipe de vigilância”, detalha.

RONDAS COM BODYCAMS

Outra providência adotada por Dalmo foi contratar uma empresa de portaria e segurança cujos vigilantes designados para a ronda portassem bodycams (câmeras corporais) para registrarem ocorrências com áudio e imagem. “Antes disso, tínhamos situações em que pessoas cometiam infrações e depois negavam, ou desafiavam e destratavam o ronda no momento do flagrante, como aconteceu uma vez em que um morador estava consumindo drogas na área comum e reagiu com ignorância ao ser abordado. Isso acabou, pois agora temos imagens, que ficam armazenadas pelo condomínio por 30 dias”, relata. O síndico observa que a introdução de bodycams se revelou bastante útil, especialmente para coibir festas barulhentas, pois uma vez que o ronda aciona a unidade que estiver abusando dos decibéis, o volume alto é imediatamente captado e gravado pela câmera corporal. “Aí, com esse recurso, não tem mais como dizer que a reclamação dos vizinhos é infundada nem que uma posterior

“Falha em segurança pode custar vidas no condomínio, por isso é preciso que a empresa que forneça esse serviço tenha profissionais bem treinados, se guie pelas normas, integre tecnologia com barreiras físicas, e ofereça proteção exclusiva para cada empreendimento, pois cada um tem suas particularidades.”

(Henrique Lobo, CEO, Garra Dopes)

Jonas Coronado via IA

Emprego de bodycam na vigilância permite registrar flagrantes de infrações

notificação ou multa não procedem”, fala Dalmo, que planeja implantar o método em outros condomínios de sua carteira.

VIGILÂNCIA REFORÇADA

Atento aos benefícios do desenvolvimento tecnológico, Dalmo providenciou a instalação de um totem de vigilância na área externa do edifício para fortalecer o monitoramento de imagens. Já na parte interna, precisamente na guarita, instalou câmeras que gravam áudio, além de um sistema de gravação para conversas pelo interfone. A medida tem várias utilidades: porteiros ficam mais atentos ao desempenho da função; entregadores que, de alguma forma, tentarem aplicar algum golpe durante uma entrega, terão a conversa registrada; e moradores que vierem a ofender porteiros, terão a ofensa gravada. “Infelizmente, a maioria dos seres humanos precisa ser vigiada para se comportar melhor”, constata.

Por falar em portaria, o síndico profissional conta que nesse mesmo condomínio houve algumas tentativas de invasão. Os golpistas já tentaram se passar por enfermeiros que precisavam ‘vacinar o morador’ ou ‘coletar sangue para exame’, e também por policiais. “Chegaram disfarçados de policiais, disseram que estavam com mandado, mas quando a portaria solicitou o documento e a credencial para conferência, eles alegaram que não podiam se identificar porque se tratava de uma busca e apreensão sigilosa. Os porteiros não caíram nesse papo porque são bem orientados”, esclarece o síndico, que costuma participar de ações de treinamento das empresas de portaria e segurança dos condomínios que administra. “Acredito que o síndico deve estar alinhado com a empresa e saber o que está sendo transmitido aos colaboradores. É positivo para a segurança do condomínio”, considera Dalmo.

“A biometria facial aumenta a segurança no condomínio ao identificar com precisão cada pessoa, evitando fraudes e garantindo que apenas moradores e visitantes autorizados entrem no local.” (Bruno Appolonio, diretor de inovações e tecnologia, Grupo ForceOne)

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