Chegamos à última Direcional Condomínios do ano, pois neste período a revista abrange novembro/dezembro. Agradecemos pela sua companhia e aproveitamos para registrar nossos cumprimentos pelo Dia do Síndico (30/11). Não está fácil administrar condomínios (e egos) em tempos atuais, não é mesmo? Somam-se aos desafios, os eventos climáticos extremos e seus desdobramentos, como interrupção de energia elétrica durante dias. Sobra para quem? Bem o sabemos! Continue firme em seus propósitos e, mesmo que grupos de WhatsApp possam querer desencorajá-lo, lembre-se: VOCÊ é a força motriz dos condomínios.
Nesta edição, a matéria de capa alerta sobre os riscos de ser um ‘síndico bonzinho’ e aponta alternativa com mais chances de sucesso na gestão. Em Tira-Teima, o assunto é procuração. Já em Eventos, você confere cliques de momentos que agitaram o setor condominial em 2024. E, nessa época, as festas não poderiam ficar de fora: leia matéria sobre como promover o clima natalino com segurança elétrica e orçamentária. Conheça também a história de Ana Josefa Severino, síndica premiada por suas decorações natalinas. Veja, ainda, nossas DICAS sobre gás, tratamento de pisos e piscina.
Ficamos por aqui, desejando que em 2025 as ventanias tempestuosas, tanto no sentido real quanto no figurado, sejam abrandadas, e que soprem bons ventos, carregados de esperança, amor e fé.
Importante: no site www.direcionalcondominios.com.br você encontra a pesquisa Direcional Condomínios, lembrando que a data limite para envio é 15/12/24. Participe e concorra a belos prêmios: 1 Smart TV 32 polegadas, 1 Tablet Samsung A7 e 1 Echo Show.
Boas Festas! Forte abraço, Isabel Ribeiro
Seção Tira-Teima Uso de procuração em assembleia
Síndico, Conte sua História!
Ana Josefa Severino
Administração Decoração natalina
Dica Piso recuperado
04
Eventos Melhores momentos
PARTICIPE DA NOSSA LISTA DE TRANSMISSÃO
Capa
Síndico bonzinho X gestão humanizada
22 06 2024 12 1018
Dica Individualização de gás
Dica Piscinas: limpas e seguras
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As matérias assinadas são de inteira responsabilidade de seus autores e não expressam, necessariamente, a opinião da revista Direcional Condomínios.
A revista Direcional Condomínios não se responsabiliza pelos serviços e produtos oferecidos pelos anunciantes.
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ATENDIMENTO AO CLIENTE
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PROCURAÇÕES E DECISÕES ASSEMBLEARES
Por Thiago Badaró
EM ASSEMBLEIAS de condomínios, procurações transferem poderes de atuação de proprietários de unidades que não consigam comparecer para que possam se fazer representados. Raramente é mencionado que esse documento legal tem previsão expressa no Código Civil, art. 654, no qual são tratadas situações específicas, tais como quem pode fornecer a procuração, quando perde sua validade, atuação fora dos limites de poderes concedidos, entre outras questões.
Desde que não haja disposição contrária, a convenção e o regimento interno também podem prever normas próprias para a utilização das procurações em assembleias, mas quando não o fazem, vale o que está previsto no Código Civil. Na rotina dos condomínios, é mais comum que as normas prevejam o número de procurações que cada morador pode portar. Porém, julgados recentes, principalmente do Tribunal de Justiça de São Paulo, têm decidido que o edital de assembleia, desde que não esteja contrário à lei ou à convenção condominial, pode prever requisitos para utilização de procurações nas assembleias, inclusive reconhecimento de firma, que hoje também pode ser feito de maneira eletrônica.
Lembramos, ainda, que é direito de quem recebe a procuração (um síndico, por exemplo), exigir firma reconhecida caso suspeite da legitimidade da assinatura. De acordo com o 2º parágrafo do art. 654 (CC), aquele que recebe a procuração pode
solicitar o reconhecimento da firma. Quem fornece a procuração deve ter ciência dos limites da representação e quem leva a procuração à assembleia deve utilizar o documento de forma sensata e ética para que seja validado em toda a sua legalidade; do contrário, há risco de ser anulado.
THIAGO BADARÓ
Advogado especialista em Direito Condominial, sócio do Escritório Nardes Badaró Advocacia, palestrante, articulista e professor na Escola Superior de Advocacia. Pós-graduado em Direito Tributário, Direito Processual Civil, Direito Imobiliário e Direito Contratual. Mais informações: thbadaro@nardesbadaro.adv.br
“É GRATIFICANTE LEVAR A MAGIA DO NATAL AOS CONDOMÍNIOS”
Ana Josefa Severino, 53 anos, coleciona prêmios por ornamentações natalinas
“SOU ENGENHEIRA
civil por formação, profissão que exerci na mesma época em que também lecionava matemática e física em uma escola particular. Mas isso é parte de um passado distante, pois há 27 anos sou síndica profissional. Há anos resido em São Caetano de Sul e, com minha equipe, administro vários condomínios de alto e médio padrão no ABC. Sou dinâmica e saudável, mas em 2023 fiquei internada devido a uma condição que nunca havia tido, provavelmente desencadeada pelo estresse, pois me entrego muito ao trabalho. Mas não diminuí meu ritmo, amo o que eu faço, de verdade! Estou completando 53 anos e o que eu desejo para o futuro é continuar fazendo um bom trabalho nos condomínios, sempre com foco no bem-estar dos moradores, no zelo com o patrimônio deles, e na
valorização dos colaboradores, buscando oferecer melhor condição a quem se destaca – se não for o síndico a dar uma oportunidade a um porteiro ou auxiliar de limpeza, quem o fará?
A sindicatura me encanta. Por meio dela, exerço minha habilidade matemática em prol da gestão financeira, enquanto mantenho viva a engenheira dentro de mim ao lidar com manutenções estruturais, por exemplo. Eu gosto também de gente, não só de números e construções (rs!). Sou ‘falante’, e acredito no diálogo para apaziguar conflitos. Tenho interesse por novos saberes e a sindicatura exige isso o tempo todo. Existem tantas possibilidades para estarmos bem informados, como mídia especializada, cursos e eventos. Inclusive fiz um curso muito bom sobre impermeabilização em uma empresa de soluções químicas para a construção civil, em Caçapava, no interior paulista. Temos de ficar atentos às oportunidades. Assumi a gestão de um condomínio pela primeira vez em 1998. Fazia alguns meses que o Beaujolais, um residencial na Vila Formosa, zona leste de São Paulo, tinha sido entregue, mas não havia um síndico, então me candidatei ao posto, e
SÍNDICO, CONTE SUA HISTÓRIA!
acabei ficando como síndica orgânica durante sete anos. A administradora aprovou minha atuação desde o início e me convenceu a pegar outros edifícios. Como eu planejava ser mãe, decidi me tornar síndica profissional para ter horários flexíveis. Durante a primeira infância dos meus filhos, Giovanni e Giulianna, tive uma carteira de condomínios mais reduzida, mas nunca parei de atuar. Até mesmo no puerpério, recém-chegada da maternidade, lembro-me de acompanhar uma obra na churrasqueira no Beaujolais com o bebê no colo, me comunicando com o engenheiro por meio da minha sacada no terceiro andar.
Em 2004, minha família e eu nos mudamos para o Piazza di Toscana, um condomínio com cinco torres e 168 unidades na Vila Zelina, também zona leste, onde fui síndica orgânica durante os dez primeiros anos de vida da edificação. Assim que me vi administrando um condomínio com 500 pessoas em média, implantei uma vasta agenda de confraternizações, como festa de Páscoa e Dia das Crianças, para integrar os moradores. O relacionamento interpessoal deixa a convivência mais harmônica, e pequenos descuidos, como um carro mal estacionado na garagem, são resolvidos entre os próprios moradores. Eventos também integram o condômino ao ambiente do condomínio, tornando-o mais consciente da necessidade de preservação ou de melhorias.
O Natal do Piazza era muito aguardado pelos moradores. Havia o bazar com produtos de comerciantes e artesãos que residiam ali, e muitos faziam suas compras de Natal. Cheguei até a colocar um tapete vermelho porque desfilávamos com roupas, calçados e acessórios das barracas. Outra coisa muito legal é que consegui aprovar em assembleia a padronização da iluminação das sacadas e a cada ano as luzes eram de uma cor, ora branquinhas, ora amarelas, ora brancas intercaladas de azuis. O condomínio se destacou tanto que foi premiado duas vezes pela Associação Comercial de São Paulo na promoção Natal Iluminado. No final de 2014, nos mudamos para o Plaza Athenee, condomínio de uma torre e 56 unidades em São Caetano, onde estou como síndica orgânica há dez anos, desde a entrega. Em 2015, introduzi a decoração personalizada na fachada e, no ano seguinte, fomos premiados pela Associação Comercial de São Caetano como o residencial mais bem decorado da cidade, com direito à reportagem da TV Globo. Em 2022 e 2023, ganhamos o primeiro lugar na categoria condominial em um concurso municipal de melhores ornamentações natalinas, com prêmio no valor de 5 mil reais em cada ano. Em 2023, outro condomínio administrado por mim, o Vista Bela, ficou com o segundo lugar da premiação, recebendo 3 mil reais. Depois disso, um síndico de condomínio próximo me pediu o contato da empresa de decoração. Fiquei toda orgulhosa, porque não existe empresa! Sou eu que desenho o projeto e compro os artefatos. Depois monto com a ajuda
dos respectivos zeladores dos prédios. Começo a planejar tudo já em maio, quando visito uma feira de produtos natalinos no Expo Center Norte.
Nos eventos de Natal em condomínios, preservo uma tradição: o dia de ligarmos a decoração pela primeira vez, é também o momento da confraternização entre moradores. No Plaza Athenee, por exemplo, temos um coral de Natal da terceira idade, comidas típicas, e a visita de um Papai Noel que é a cara do bom velhinho (rs!). Nessa ocasião, celebramos o fato de termos chegado a mais um fechamento de ano, e de nos encontrarmos todos ali, juntos, e com saúde, num clima de alegria e afeto.
Eu adoro festas, venho de uma família italiana animada. Meus pais vieram para o Brasil, com os pais deles, ainda crianças. O meu pai trabalhou por 60 anos no Mercado Municipal da Cantareira, até seu último dia de vida. Ele é minha maior referência de força, caráter e amor. Com muito ‘lavoro’ conquistou sua própria banca de frutas, adquiriu uma casa espaçosa na Penha, zona leste da cidade, e arcou com a formação universitária e de piano das três filhas. Ele gostava de música clássica, de ouvir Pavarotti no vinil.
O nosso Natal era um acontecimento! Eu e minhas irmãs ajudávamos a enfeitar a árvore. O meu pai trazia as mais belas frutas para a ceia, havia muitos familiares, boa música, todos comungando com o espírito natalino. São recordações que aquecem a alma. Por isso, acho gratificante e faço questão de levar um pouco da magia de Natal aos condomínios, um ambiente que precisa de leveza e de reflexões sobre a paz.”
Ana Josefa Severino, em depoimento a Isabel Ribeiro
Por
SÍNDICO BONZINHO, NÃO! LIDERANÇA HUMANIZADA, SIM!
Querer agradar sempre para não ferir o ego alheio, às vezes até ignorando regras, pode arranhar a imagem do síndico. Tem mais credibilidade quem atua dentro das normas e segue modelo de gestão que prioriza o trato com habitantes e trabalhadores do condomínio, valendo-se de empatia e comunicação clara na busca por um ambiente mais harmonioso
VOCÊ JÁ se perguntou se é um síndico bonzinho ou um bom síndico? Na opinião da síndica profissional e psicanalista Mari Sobral, o bonzinho é aquele que consente, não quer se desgastar com nada, nem deseja se envolver. E o bom síndico?
“Este sabe dizer não, até porque ele não fala de um modo intransigente, mas diz não com educação e, se preciso, acompanhado de boa explicação”, aponta o síndico Luis Lopes, há 20 anos na sindicatura.
Tanto Mari quanto Luis já ouviram de moradores a clássica frase: “O outro síndico que era bonzinho, ele deixava”. Mas ambos sabem que ser permissivo demais, ou mesmo omisso, no intuito de não desagradar aos outros pode manchar a reputação, “porque os condôminos estão cada vez mais atentos à gestão do síndico”, como observa Mari. Pode também colocar o próprio condomínio em risco, como pondera Luis Lopes. Ao fazer inspeções quando assume
Por Isabel Ribeiro
um condomínio, vira e mexe ele encontra pertences de condôminos na casa de máquinas (como sobras de azulejos e móveis). Em garagens, ele também costuma encontrar vagas entulhadas. “Eu emito um comunicado solicitando a retirada dos objetos em no máximo 30 dias. O meu lado, digamos, bonzinho, é estipular um prazo de remoção razoável”.
Em uma dessas ocasiões, Luis foi abordado por um condômino que mantinha latas de tinta a óleo e aguarrás na vaga do carro. “Ele estava bravo, dizendo que a vaga era dele e que jamais pediram que tirasse as latas. Pacientemente, falei sobre convenção e medidas de segurança. Informei que, inclusive, ao solicitar que ele retirasse aquele material inflamável, eu o estava preservando de ser responsabilizado por algum acidente futuro, pois é o que poderia acontecer se os produtos permanecessem no local e, por uma casualidade, houvesse um incêndio. Ao final ele concordou comigo”, conta o síndico.
A questão do boleto em atraso também é outro teste de limites para síndicos. “Uma vez um conselheiro veio me dizer: eu te autorizo a isentar os juros da Dona Maria porque ela só consegue pagar o boleto cinco dias após o vencimento, quando recebe a aposentadoria. Respondi que não, que só o faria caso houvesse deliberação em assembleia. O dinheiro da cota condominial não é do conselho, não é do síndico. Não podemos conceder descontos ou abater multas e juros”, destaca Luis. Mas ele reconhece que em início de carreira foi muito inflexível com inadimplentes. “Eu era duro, mas fui entendendo que mesmos bons pagadores passam por más fases, o que já aconteceu comigo. É preferível dialogar e propor um acordo de pagamento da dívida”.
Para Mari Sobral, síndicos são chamados a transgredir regras o
tempo todo. “Um exemplo são os arquitetos, que teimam em querer entrar nos condomínios nas manhãs de domingo, para finalização de alguma obra, o que acontece muito em implantações. Sabem que não é permitido, mas insistem, dizem que não farão barulho. Outra solicitação típica é para esticar o horário de uso do salão de festas, e aí eu explico todos os porquês de existir um horário padrão nos salões de condomínios residenciais”, diz Mari, e completa: “Não é bom abrir exceções às regras porque os moradores conversam entre si, ficam sabendo, e depois o síndico acaba desacreditado no condomínio”.
Isso não quer dizer que Mari atue com mão de ferro. “Tem momentos em que precisamos nos colocar no lugar do outro para entender que devemos tomar alguma providência que vai além de um simples pode ou não pode”, discorre a síndica, e prossegue: “Com os adolescentes do condomínio em que sou síndica orgânica, na zona norte, havia um inconveniente. Eles ficavam conversando até tarde da noite em bancos do jardim, mas as unidades mais próximas reclamavam. Então, criei condições para que se apropriassem de uma sala de jogos ociosa. Instalei, por exemplo, uma televisão para que jogassem videogame. No entanto, eles me pediram para liberar a sala até 23 horas, uma hora a mais. Teria sido mais fácil dizer não, mas achei que tinham razão, por isso instituímos novo horário às sextas-feiras e sábados. E deu supercerto! Eles só queriam ser ouvidos e terem o espaço deles”.
Segundo Luis Lopes, o bom síndico precisa saber medir a necessidade do outro, sendo empático, o que possibilita flexibilizar algumas regras, desde que,
claro, seja preservada a harmonia coletiva. Cita como exemplos abrir concessões à entrada de veículo não cadastrado para o embarque e desembarque de algum morador com dificuldade de locomoção, ou ser tolerante quando uma mudança ultrapassar um pouco a previsão de término. Quanto aos trabalhadores do condomínio, ele defende uma gestão humanizada, com direito a café da manhã, e condições dignas para fazerem suas refeições. “Em época de festas, como agora, sempre sugiro aos moradores que desçam para cumprimentá-los. Não precisa dar presente, basta apertar a mão e desejar feliz Natal. A maioria acata minha sugestão e os trabalhadores, pode ter certeza, ficam contentes com esse gesto.”
CAPA
APRENDA A LIDERAR
O síndico orgânico ou profissional exerce função de líder, porém, nem todas as pessoas sabem ou têm capacidade de exercer uma liderança adequada, conforme observa a psicóloga Rosalba Filipini, docente da PUC-SP. O medo, explica, está muito ligado à insegurança, e dizer “não” significa dar limite ao outro, o que gera reações nem sempre agradáveis de se lidar. “Dessa forma, se eu não estou apropriado do meu papel de liderança e de suas prerrogativas, posso titubear diante de situações que exigirão atitude firme e de limites”, esclarece Rosalba, que dá dicas para uma nova conduta. Confira:
1. Compreenda que permissividade não é resolução de problema;
2. Identifique atos que te deixam mais seguro (respirar fundo, beber um copo d’água, estar munido de documentos etc.) e os utilize sempre que tiver necessidade;
3. Aproprie-se do seu papel o máximo possível: conheça profundamente o condomínio, desde os processos de funcionamento, os colaboradores e até moradores;
4. Diante de situações problema procure se informar bem antes; identifique as questões principais; procure embasar suas ideias com bons argumentos; tenha uma comunicação clara;
5. Acredite que você está bem-preparado para exercer seu lugar de liderança, que por vezes, será dar limites.
CLIMA NATALINO COM SEGURANÇA ELÉTRICA E ORÇAMENTÁRIA
Além de beleza e criatividade, a decoração natalina do condomínio deve incluir também segurança – tanto orçamentária, com um bom planejamento e previsão do que será gasto, como instalações elétricas cuidadosas
Por Luiza Oliva
ORGANIZAÇÃO e planejamento são fundamentais quando se trata de decorar o condomínio para o Natal. É claro que enfeites bonitos e de qualidade contam bastante. Mas antes de gastar, é preciso planejar e pensar na segurança.
Edson Martinho, engenheiro eletricista e fundador e diretor executivo da Abracopel (Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade), lembra que quando pensamos em decoração de Natal tratamos também de eletricidade e de riscos. “Um choque elétrico de 50 volts pode causar fibrilação cardíaca e matar uma pessoa. Para termos ideia dos riscos de choque elétrico, nossas cidades são alimentadas com 110 e 220 volts. Incêndios também podem ocorrer por sobrecarga, já que é comum a ligação de vários equipamentos, com diversos benjamins, na mesma tomada”, explica.
Para uma instalação segura, Edson recomenda, em primeiro lugar, avaliar minuciosamente os enfeites que serão aproveitados de Natais passados. Veja se os cordões de lâmpadas, geralmente guardados em quartinhos nas garagens, não foram expostos a ações de roedores ou umidade. “Verifique se não há fios descascados, com lâmpadas soltas ou com filamentos expostos, e manuseie-os com muita calma. Nunca enrole esses dispositivos em partes metálicas, como grades, postes e portões. Há risco de eles serem energizados causando choques.”
Dica importante do engenheiro: não faça gambiarras para recuperar lâmpadas led queimadas. Os leds não podem ser substituídos, então é melhor optar por adquirir um novo cordão. Prefira os cordões com mangueiras protetoras, próprias para áreas externas, que resistem ao tempo e a ação da água. Depois, atente para onde será ligada essa iluminação. “Ligar a instalação próximo a uma árvore de Natal é arriscado, já que são enfeites altamente inflamáveis. É possível assistir no Youtube vídeos com simulações de incêndios, produzidos pelo NIST (National Institute of Standards and Technology, em português Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia, órgão do governo americano). Em um deles, cerca de 40 segundos após o início de um incêndio originado na tomada das luzes de uma árvore de Natal, todo o ambiente pegou fogo e ficou cheio de fumaça”, conta Martinho.
E se a iluminação for colocada na fachada do condomínio, o cuidado deve ser redobrado. “Não devemos deixar pontos de acesso à fiação próximo às janelas das unidades, já que os moradores podem
mexer. Recomendo fazer um cabo só, sem emendas.” Para peças que serão colocadas no jardim, como renas e Papai Noel, a instalação elétrica precisa estar muito bem protegida, também para não atrapalhar pedestres ou ciclistas, e com os enfeites isolados principalmente das crianças.
PLANEJAMENTO DE GASTOS
Rosely Schwartz, coordenadora e docente dos Cursos de Extensão em Administração de Condomínios e Síndico Profissional da FECAP, recomenda que gastos com itens de decoração devem estar previstos no orçamento anual. “É possível também comparar o custo de locação dos enfeites com a compra de um acervo do condomínio. Deve-se avaliar se é preferível ter um custo anual com o aluguel ou usar a decoração própria que precisa ser repetida vários anos”, pontua.
Alexandre Negrini, síndico do condomínio Portal do Morumbi, com 800 unidades e uma população estimada de 3600 moradores, nota que nem sempre é fácil aprovar verba para a decoração de Natal, já que é um investimento alto. “Temos uma área de 168 mil metros quadrados. Seria impossível decorar tudo. Por isso focamos a decoração no shopping Portal do Morumbi, que faz parte do condomínio, e também em atividades para as crianças, que acontecem no Clube”, conta Alexandre, que recomenda sempre a contratação de uma empresa acompanhada por profissional eletricista para a instalação dos enfeites. O Portal conta com mão de obra própria: na equipe de manutenção há dois engenheiros e
três eletricistas qualificados. “Se o síndico optar por produtos ou instalação não certificada, está assumindo um risco grande de ser responsabilizado em um eventual incêndio ou choque elétrico”, sustenta.
Seja qual for o perfil do condomínio, Rosely Schwartz dá uma sugestão: envolver os moradores na decoração, especialmente da árvore de Natal. O síndico pode convidar os condôminos a contribuir com enfeites ou pacotes de presentes para colocar embaixo da árvore. “Claro, desde que os enfeites combinem com o estilo da árvore. Ou até mesmo um morador pode se dispor a ser o Papai Noel na festa para as crianças. Essas ações criam um ambiente de colaboração entre os condôminos”, finaliza Rosely. Leia matéria completa em www. direcionalcondominios.com.br
GÁS: MEDIÇÃO INDIVIDUALIZADA
Por Isabel Ribeiro
Para a síndica profissional Roseane Barros Fernandes, a individualização de gás é necessária nos condomínios
A ADOÇÃO de sistema de medição individualizada de gás em condomínios residenciais é considerada uma solução justa na cobrança pelo insumo. A síndica profissional Roseane Barros Fernandes aponta um exemplo que ilustra essa situação, envolvendo um condomínio de sua carteira, uma edificação de 64 unidades no Morumbi, com duas torres implantadas em momentos distintos. “A segunda torre foi entregue em 2022, com parte das unidades ainda não comercializadas, ao passo que a primeira já estava habitada há algum tempo. Mas devido ao fato de a medição de gás ser coletiva, o valor era rateado por todas as unidades, mesmo as vazias. Conseguimos aprovar a individualização em assembleia em 2023, e o sistema foi instalado em abril deste ano. O investimento ficou em torno de R$ 830,00 por unidade, e desde então cada unidade só paga pelo gás que consome, e quando consome”, relata.
De modo geral, após a individualização de gás em condomínios, alguns condôminos e/ou moradores se surpreendem com o alto consumo, pois consideram que não fazem uso excessivo do insumo. “É importante o síndico explicar que não houve alteração no valor tarifário da concessionária, o que houve foi uma adequação na medição, conforme o gasto daquela unidade. E quando me questionam o porquê de a unidade vizinha pagar menos, esclareço que, ainda que uma família seja, aparentemente, parecida com a outra, os hábitos diários podem ser diferentes. Existem pessoas que cozinham em casa, outras não. Umas tomam banho rápido, outras fazem a barba no chuveiro”, aponta a síndica.
Roseane observa que, com a conscientização dos excessos, na maioria das vezes o consumo de gás é reduzido depois da individualização. Ela também comenta que condôminos tendem a ser favoráveis à individualização para não mais terem de pagar pelo gás daqueles vizinhos que empreendem na cozinha. “Individualização é um processo necessário nos condomínios”, conclui.
"No ecossistema da medição remota de consumo, pequenas ações do dia a dia podem contribuir para economizar e ajudar a preservar o planeta, sejam com a água, energia elétrica ou o próprio gás."
(Djalma Vedrano, gerente de Comunicação e Marketing, Vedrano Sustentável)
PRÓXIMA EDIÇÃO: FITNESS: EQUIPAMENTOS, PISOS E ACESSÓRIOS
Foto
Beatriz
Paulini
GRANILITE REVITALIZADO
Por Isabel Ribeiro
O piso no corredor do primeiro andar do Edifício Avenida estava feio e com remendos; parte dele precisou ser refeita e a outra foi recuperada, resultando em uniformidade e brilho
O CONDOMÍNIO
Edifício Avenida, construção de 1971 na zona norte da cidade, passou a contar uma série de benfeitorias capitaneadas pela síndica Teresinha Oliveira Zahrour e pela subsíndica Adriana Aguiar Moreira desde 2010, época em que assumiram os respectivos postos. “Com intenção de valorizar o patrimônio, já conseguimos promover reforma hidráulica, pintura de fachada e retrofit da portaria, entre outras melhorias”, comenta Teresinha. O piso de granilite da escadaria de emergência e de corredores dos pavimentos também foi contemplado no pacote de renovações, sendo revitalizado pela primeira vez em 2015, quando a construção somava 44 anos de existência. “Até aquele momento, nunca havia sido feito trabalho algum no granilite, que se encontrava poroso, absorvendo sujidades”, acrescenta Adriana.
Como existem oito apartamentos por andar, os corredores são longos e as manchas no chão saltavam aos olhos de condôminos e inquilinos. Mas incômodo maior recaia sobre os habitantes do primeiro andar, em que parte do piso fora quebrada para levar o cabeamento de internet a duas unidades, e depois coberta com cimento apenas, conferindo aspecto de remendo ao chão. “A empresa contratada para revitalização do piso resolveu esse problema. Quebrou a parte avariada e fez um novo granilite em quadros, com uma diferença mínima de cor em relação ao piso antigo”, relata a síndica Teresinha.
Fotos Divulgação
Divulgação
Fotos
Na gestão da síndica Teresinha O. Zahrour, o piso de granilite das escadas e corredores do Edifício Avenida, condomínio da década de 1970, reconquistou o charme do passado
A empresa de restauração e polimento de pisos trabalhou durante dois meses no condomínio, utilizando-se de seladora e impermeabilizante (resina acrílica) para entregar o granilite recuperado. “Na etapa de impermeabilização, que é silenciosa, os funcionários trabalharam até durante a noite, quando havia menos movimento nos corredores. O resultado final ficou excelente”, elogia a subsíndica Adriana. Ela observa ainda que todo o processo transcorreu com tranquilidade, pois a empresa cumpriu prazo e, durante o desenvolvimento do serviço, enviou ao edifício funcionários próprios, experientes, educados e organizados. “Trabalhavam uniformizados, com EPIs e deixavam tudo limpinho”, concorda Teresinha.
Há menos de três anos, a empresa foi novamente contratada pelo condomínio da zona norte, desta vez para fazer um polimento natural no piso de granilite dos corredores, onde há maior tráfego. O procedimento, que envolve umidificação, não levanta pó. Consiste em polimento para destacar o brilho natural e aplicação de hidrofugante, produto que evita a formação de manchas caso algum líquido (como vinho, suco ou refrigerante) seja acidentalmente derramado sobre o piso.
“Na restauração de pisos cerâmicos e porcelanatos para recuperação do brilho, também é possível, com técnicas de tratamento, transformá-los em antiderrapantes, o que contribui com a prevenção de acidentes. Mas apenas profissionais qualificados conseguem atingir esse resultado com precisão.”
(Silvio do Carmo, diretor comercial, Pollux Polimentos)
PRÓXIMA EDIÇÃO: FITNESS: EQUIPAMENTOS, PISOS E ACESSÓRIOS
ÁGUA LIMPA E CRISTALINA
Por Forlenza
A PISCINA é a estrela do condomínio em épocas de altas temperaturas, não pode ser malcuidada. O tratamento químico é essencial para evitar o risco da proliferação do Aedes aegypti, o mosquito transmissor da dengue, e para evitar doenças de pele e outras tantas provocadas pela água contaminada, a exemplo de otite, hepatite e colite. Síndicos e zeladores devem ter total atenção para manter a água livre de micro-organismos. Lembrando que o tratamento no verão deve ser diário, mesmo que por alguma razão a piscina não esteja sendo usada.
O tratamento mais simples costuma ser determinado por três passos básicos, representados por A (avaliar), P (purificar) e novamente P (proteger). Confira: 1º. Avaliar: Usa-se a fita teste para medir a alcalinidade e o pH da água da piscina. A alcalinidade deve estar entre 80 e 120 ppm; o pH entre 7,0 a 7,4;
2º. Purificar: O procedimento é feito com cloro e a medida certa é de quatro gramas para cada mil litros ou mais, dependendo do uso. Em uma piscina de 50 m³, por exemplo, adiciona-se 200 gramas (4 x 50 = 200);
3º. Proteger: Deve-se colocar semanalmente um clarificante líquido (algicida de manutenção) na piscina, que previne que a água fique esverdeada em decorrência de algas.
Outro aspecto importante diz respeito à parte física do tratamento. Sujeiras do dia a dia, como fuligem e poluição, folhas de árvores e até mesmo o suor, deixam a água feia. Todos esses resíduos vão para o fundo da piscina com a
“Decks de piscina comuns precisam apresentar sempre uma ótima aparência, o que envolve gastos. Por isso os condomínios inteligentes estão optando por madeira plástica, que não tem manutenção e traz economia verdadeira para os condôminos, além de ser uma escolha ecologicamente correta."
(Sergio Antonio, diretor comercial, Design Pisos)
Ilustração Canva
Forlenza, o Dr. Piscina, é instrutor técnico da HTH no segmento de piscinas há 30 anos
ação do clarificante, e a água fica cristalina. Um dia após ocorrer a decantação, a sujeira deverá ser removida com um aspirador de piscina.
A etapa de limpeza prossegue com a eliminação da oleosidade utilizando-se produto do segmento de piscinas desenvolvido para esse fim. Sabemos que o protetor solar é indispensável na prevenção do câncer de pele, e que deve ser usado, no entanto compromete a aparência da água, além de impregnar na borda da piscina. A própria oleosidade da pele também fica na água. Portanto, não dá para abrir mão da higienização correta.
A limpeza da borda deve ser feita com produto químico específico (limpa bordas) e esponja macia. As paredes devem ser esfregadas, e o piso, onde forma um limo, esfregado com escovão apropriado.
A peneira deve ser passada todos os dias ou quando necessário. É um tipo de coador, empregado na remoção de folhas, cabelos, insetos etc.
REGRAS DE SEGURANÇA
No que diz respeito ao armazenamento e ao manuseio dos produtos químicos, é indispensável seguir rigorosamente as instruções dos respectivos fabricantes. Nunca se deve misturar dois produtos em um mesmo balde com água, principalmente cloros diferentes.
Quanto aos banhistas, é alto o índice de acidentes em piscinas, inclusive com mortes, principalmente de crianças. Quando alguma criança ou adolescente estiver na água, o filtro deve ser desligado porque a força da sucção pode prender a pessoa pelo cabelo. Instale um grelha especial no ralo de fundo para evitar este tipo de ocorrência. Os mais jovens devem ser orientados para não fazerem brincadeiras bruscas na piscina. Sobre as crianças, só podem frequentar o local acompanhadas por adultos.
“O monitoramento mensal da água de piscina por meio de análise laboratorial é indispensável para garantir a segurança dos banhista em seu momento de lazer, e assim prevenir possíveis problemas de saúde, como irritações e doenças, e a proliferação de vírus, bactérias e insetos.”