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2.3. O LARGO DO ANTIGO LAVADOURO

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2.2. O PÁTIO

2.2. O PÁTIO

36 GAIO – ROSÁRIO: LEITURA DO LUGAR Câmara Municipal da Moita | Frederico Vicente e Ana Filipa Paisano

Destaca-se, nesta estrutura, a casa com uma escadaria de pedra. Uma casa sobrelevada que terá sido a primeira, geradora do muro habitado. Apresenta características distintas das anteriores – veja-se a utilização da pedra, ou o beirado livre o lajeado de calcário, não comum nestas construções humildes.

9. O PÁTIO

2.3. O LARGO DO ANTIGO LAVADOURO

O gesto natural da chegada ao largo do antigo lavadouro (atual largo das Forças Armadas) é caminhado através do pátio. Entre o Gaio e o Rosário, a relação com o rio era paralela ao seu curso, fechando-se depois os pontos de vista no Rosário. No largo do antigo lavadouro a vista é desafogada. O rio é o mesmo, mas não é brando, perde as curvas maternas que entram terra adentro, alongando-se no areal. Sente-se o vento, que até então não se tinha levantado. O ambiente familiar dissipa-se para o isolamento do corpo. Funcionalmente, o largo foi usado como cemitério de apoio à igreja, depois como lavadouro público, atualmente é um jardim. Voltado a poente, a vista abre-se a 180 graus, deixando para trás o casario. É sobretudo vazio. Não existe o calor do acolhimento, não é lugar de permanência. A experiência feita é a da contemplação, o sentido de estar, icar e permanecer é trocado pelo de passagem efémera. Se imaginarmos uma casa, é aquele canto, ou ponto onde o corpo está encolhido e o espaço ganha escala e proporção desconfortável. O corpo retrai, mas a alma está em silêncio negando o mundo trazido pela visão.

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