Revista Divina Misericórdia - Edição 42

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ISSN 2448-301X

DIVINA

MISERICÓRDIA

REVISTA

ESTANISLAU PAPCZYŃSKI PAPCZYŃSKI Um coração que espera em Deus - Pág 32 2016 - JUNHO - ED.042 - ANO IX

SANTUÁRIO DA DIVINA MISERICÓRDIA


CARO DEVOTO! O Santuário da Divina Misericórdia tem como objetivo anunciar e propagar a devoção à Divina Misericórdia pelo Brasil, para que cada vez mais pessoas tenham as suas vidas tocadas e transformadas por Jesus Misericordioso. Para isso, contamos com suas orações e generosidade. Estamos lhe enviando nesta edição da Revista Divina Misericórdia algumas sugestões de como apoiar as obras de evangelização do Santuário. Colabore conosco, primeiramente com suas orações e intercessão, para que permaneçamos firmes na missão dada pelo próprio Jesus Misericordioso.Também contribua financeiramente e nos ajude a fortalecer esta obra.

Faça uma doação espontânea pelo boleto de contribuição enviado junto com a Revista Divina Misericórdia; Faça uma doação espontânea na Secretaria ou Loja do Santuário da Divina Misericórdia; Faça uma doação espontânea por meio de transferência ou depósito bancário idêntificado em uma de nossas contas:

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Desde já agradecemos a sua oração e contribuição! Que Jesus Misericordioso derrame inúmeras bênçãos sobre você e sua família.

Em caso de dúvida, entre em contato com o nosso Núcleo de Relacionamento com os Devotos (41) 3148-3200 ou devotos@misericordia.org.br

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EDITORIAL

Sumário

“FAZEI SENHOR, QUE EU SEJA TODO VOSSO”

Palavra do Reitor Espaço do Leitor

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este mês de junho celebramos a canonização do Bem-Aventurado Padre Estanislau de Jesus e Maria Papczyński. Esse sacerdote teve um papel fundamental na Igreja Católica como fundador da primeira ordem religiosa masculina polonesa: a Congregação dos Padres Marianos da Imaculada Conceição.

O Senhor inspirou em seu coração o desejo de fundar uma comunidade religiosa sob a proteção da Imaculada Conceição, que socorresse as almas do purgatório e que se empenhasse no trabalho apostólico. No ano de 1675, o Padre Estanislau afirmou no documento de fundação da Congregação, Fundatio Domun Recollectionis, que a comunidade dos Marianos foi moldada em sua mente pelo Divino Espírito. O Padre Estanislau soube ser dócil às inspirações do Senhor e sua santidade se edificava a partir das virtudes da fé, esperança e caridade. Sua canonização será no dia 5 de junho, em Roma. A Santa Sé aprovou, em janeiro, o milagre atribuído à intercessão do Beato, sendo este milagre a cura inexplicável de uma jovem a quem os médicos já tinham desligado os aparelhos que a mantinha com vida. Seu nome será Santo Estanislau de Jesus e Maria. Nesta edição levamos a você uma matéria Especial sobre a vida, obras, milagre e a expectativa da canonização para a Congregação dos Padres Marianos. Convidamos você, caro leitor e devoto de Jesus Misericordioso, a comemorar conosco esta festa e nos ajudar a tornar conhecido este Santo, que viveu há mais de 300 anos e muito tem a nos ensinar. Santo Estanislau de Jesus e Maria, rogai por nós!

Espiritualidade Família Espaço do Devoto Vocacional Especial Marianos Milagre #CasaDaMisericórdia Formação Humana Geral

#JovemGo Pequeninos da Misericórdia

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aros Leitores e devotos da Divina Misericórdia, a Congregação dos Padres Marianos da Imaculada Conceição foi fundada na Polônia, no ano de 1673, pelo Padre Estanislau Papczyński. Nosso carisma principal: culto à Imaculada Conceição, oração pelas almas do purgatório e ajuda aos padres diocesanos em seus trabalhos pastorais. “Mas, para não permanecerdes inativos na vinha do Senhor, propagareis a honra da Imaculada Conceição da Santíssima Virgem Mãe de Deus na medida das vossas modestas forças, bem como, com o máximo esforço, piedade e ardor, sufragareis aos castigos do purgatório...” (Regra de Vida, do Fundador). No ano de 2007, no dia 16 de setembro, tivemos a graça de sua Beatificação. No dia 14 de fevereiro deste ano, de 2016, recebemos a alegre notícia de que o nosso fundador será canonizado no dia 5 de junho, dentro do Ano Extraordinário da Misericórdia. Este é um momento de profunda alegria para a nossa comunidade. Momento de renovação espiritual e vocacional, e fortalecimento

Padre Leandro, MIC Reitor do Santuário da Divina Misericórdia

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em nossa caminhada de fé. “...Por amor a Deus, cumprireis tudo que é bom e evitareis todo o mal. Por amor a Deus, suportareis de bom grado e com perseverança as mortificações, os sofrimentos, as acusações, as injustiças, as calúnias, as dificuldades, as tristezas, a penúria, a severidade e outras coisas desse tipo.” (Regra de Vida, do Fundador). Que tudo em nossa vida seja realmente feito por amor a Deus. Em grande parte de nossa vida acabamos esquecendo-nos deste valor fundamental em nossa caminhada de fé. Que o nosso fundador nos ajude a crescer na fé e no amor a Deus e ao próximo.

EXPEDIENTE ISSN 2448-301X REITOR Pe. Leandro A. da Silva, MIC CONSELHO EDITORIAL Pe. Anchieta C. Muniz, MIC Pe. Leandro A. da Silva, MIC Ir. Thiago Radael, MIC Gislaine Keizanoski (MTB 6338) Isabelle Warzinczak (MTB 10197) JORNALISTAS RESPONSÁVEIS Ir. Thiago Radael, MIC (MTB 10370) Isabelle Warzinczak (MTB 10197) TRADUÇÃO E REVISÃO Carina Novak, OCV NIHIL OBSTAT Pe. Jair B. de Souza, MIC 23 de maio de 2016 IMPRIMATUR Pe. Leandro A da Silva, MIC 23 de maio de 2016 DEVOTOS DA MISERICÓRDIA Aluizio Meira (41) 3149 7558 devotos@misericordia.org.br PROJETO GRÁFICO Dominus Comunicação IMPRESSÃO Gráfica Posigraf TIRAGEM 13.000 exemplares CONTATO Estrada do Ganchinho, 570 81930-165 Umbará, Curitiba (PR) revista@divinamisericordia.com.br (41) 3148 3200 REALIZAÇÃO Santuário da Divina Misericórdia e Congregação dos Padres Marianos


ESPAÇO DO LEITOR

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niciamos a novena da Divina Misericórdia na Sexta-Feira Santa, às 15h, na Matriz, com grande participação dos fiéis. No domingo, dia 03 de abril, às 15h, realizou-se a Festa na Matriz Nosso Senhor dos Passos em Rio Preto - MG. Foi lindo e emocionante, iniciando com a recitação do Terço, Santa Missa e em seguida a procissão, com o apoio do Pároco, Padre Flávio Ferraz de Assis”. Mônica dos Reis, Rio Preto-MG

“E

nvio uma recoração de como foi a nossa participação nessa foto tão maravilhosa, uma recordação da Festa da Divina Misericórdia, na Comunidade São Miguel, Paróquia Nossa Senhora Aparecida, em Carapicuíba-SP”. Juliana Fernandes de Souza

Envie para o e-mail:

CARO LEITOR, ESTE ESPAÇO É revista@divinamisericordia.com.br PARA A SUA PARTICIPAÇÃO! Ou envie sua carta para:

Apostolado da Divina Misericórdia. Caixa Postal: 8971 CEP: 80.611-970 Curitiba (PR)

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ESPIRITUALIDADE

CRESCER NA GRATIDÃO PARA APROVEITARMOS BEM O ANO SANTO EXTRAORDINÁRIO DA MISERICÓRDIA Xavier Bordas

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este ano, em que a Igreja nos convida a aprofundar o mistério da Divina Misericórdia, é importante perguntarmos a nós mesmos: Como posso me preparar para viver plenamente essa graça que Deus está nos concedendo? Nesta edição da Revista, iremos refletir sobre como crescer cada dia na atitude da gratidão.

O dom da fé, que chega do alto e entra na nossa alma pela porta da

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contrição começa a edificar em nós uma atitude que também é fundamental para poder aproveitar bem as graças deste Ano Santo da Misericórdia: a atitude da gratidão.

quente que seca e queima tudo à sua volta2. O desejo de mostrar gratidão a Deus deve nascer em nós cada vez que percebemos que acabamos de viver uma manifestação do Seu amor.

Por que a gratidão é tão importante? Santa Teresa do Menino Jesus indica que a gratidão é o que mais atrai as graças de Deus1. A falta de gratidão, por sua vez, de acordo com Santo Agostinho, é a raiz de todos os males espirituais. É como um vento

É essa gratidão que irá formar uma imagem de Deus em nós cada vez mais próxima da verdade, que nos tornará uma imagem cada vez mais plena Daquele que é Amor e que continuamente cuida de nós com grande solicitude e ternura.

Santa Teresa do Menino Jesus, Conselhos e recordações. Santo Agostinho, Soliloq. Animae ad Deum, c. 18, PL 40, 879.


Para que se forme uma atitude de gratidão com raízes cada vez mais profundas em nós, temos de estar conscientes de quem somos, ter uma consciência viva da própria miséria, uma consciência contrita do próprio mal.

atitude agrada muito ao Senhor e Lhe permite derramar em abundância a misericórdia divina não só sobre nós, mas sobre o mundo inteiro. Por fim, a gratidão vai nos mostrando mais e mais o verdadeiro Rosto do Deus Misericordioso.

Aprendemos anteriormente que a tendência ao mal, à tríplice conAo iniciar a nossa peregrinação, cupiscência, permanece em nós temos uma visão do Rosto de Deus – mesmo se não que precisa ser conpecamos. E se não frontada com a mipecamos: é porque sericórdia que vamos Deus nos preserva. “O desejo sempre mais experimentando, e assim Para suscitar um de mostrar vamos descobrindo a agradecimento que gratidão a autêntica beleza desse seja mais profundo Rosto, desse Olhar Deus deve em nós, é muito divino. Então, deixanascer em nós importante também mos de reduzir Deus permanecermos cada vez que às medidas de nossa em comunhão com perspectiva legalista, percebemos Maria Santíssima. já não O contemplaque acabamos Só com Ela seremos mos mais segundo as capazes de agradecer de viver uma nossas limitadas meinclusive pelas “gradidas que distorcem manifestação ças difíceis”: as hue desfiguram a imado Seu amor” milhações, o sofrigem que temos Dele, mento. No meio das criando uma falsa provas da fé, mesmo imagem de Deus, a que os sentimentos imagem de um deus sejam negativos e tudo em nós nos justiceiro. “Para superar a perspectiva empurre a nos rebelar em lugar de legalista, seria preciso lembrar que, na agradecer – no colo de Maria pode- Sagrada Escritura, a justiça é concebida remos fazer um ato de fé e gratidão: essencialmente como um abandonar“Mãezinha, eu te agradeço porque a -se confiante à vontade de Deus, com Senhora através de mim e por mim a atitude da criança do Evangelho” (cf. mostra gratidão ao bom Deus!”. Essa Misericordiae Vultus, 20).

O Papa, no seu último livro, O nome de Deus é Misericórdia, com o seu próprio exemplo, nos exorta a viver e partilhar a misericórdia com os outros, em resposta de gratidão a Deus: “Posso dizer que a centralidade da misericórdia, que é a mensagem mais importante de Jesus para mim, evoluiu lentamente com o passar dos anos em meu serviço como sacerdote, como consequência de minha experiência como confessor e graças às muitas histórias positivas e bonitas que conheci”. Ao partilhar com os outros a misericórdia que temos experimentado: o Amor misericordioso de Deus se irradia, se multiplica. É como uma multiplicação do pão.

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Nesse caminho de grata correspondência à misericórdia divina não estaremos sozinhos. Temos a companhia de “tantos Santos e Beatos que fizeram da misericórdia a sua missão vital. Em particular, o pensamento volta-se para a grande apóstola da Misericórdia, Santa Faustina Kowalska. Ela, que foi chamada a entrar nas profundezas da misericórdia divina, interceda por nós e nos obtenha a graça de viver e caminhar sempre no perdão de Deus e na confiança inabalável do seu amor (cf. Misericordiae Vultus, 24).

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FAMÍLIA

NA ESCOLA DA SAGRADA FAMÍLIA Aprender com Maria e José a contemplar no silêncio a Jesus Xavier e Hanna Bordas

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o primeiro período após a conversão, quando Deus generosamente dá alegrias e consolações espirituais, a pessoa, abrasada pelo amor divino, anseia experimentar esse amor cada vez mais. Constantemente busca novas experiências espirituais. Cai em um estado que São João da Cruz chamou de gula espiritual.

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TEMPO DE “VOLTAR PARA A NAZARÉ” Aparece, então, um grande perigo, a tentação de buscar a si mesmo em experiências pessoais, e não a Deus por Ele mesmo e Sua santa vontade. Para não sucumbir a essa tentação, é necessário uma total obediência ao confessor. Uma pessoa casada que vive com maturidade a vida com Deus não negligencia as obrigações em relação ao cônjuge e aos filhos. Se a situação de “gula espiritual” acontece no seu casamento é, então, o momento de “voltar para Nazaré”. Voltar, para cumprir fielmente os deveres de estado e neles perseverar, por meio da oração cotidiana. Os cônjuges devem, antes de tudo, zelar pelo tempo reservado à oração familiar e à oração do casal, e zelar para que essa oração não seja negligenciada. Por isso, é necessário criar um ambiente de silêncio interior e de escuta da voz de Deus em meio às atividades diárias e radicalmente arrancar pela raiz tudo o que perturba e destrói esse ambiente.

lembrado que na relação matrimonial é necessário ver a presença sacramental do próprio Jesus, encontrar o canal exclusivo da graça contido na relação conjugal. Esse olhar sobrenatural dirigido ao cônjuge só será possível graças à oração diária, perseverante, e à pureza de coração. Devemos aprender com São José e Maria Santíssima a atitude de escuta e total dedicação a Deus, na oração, nos sacramentos e nas tarefas diárias. A atmosfera que reinava na casa da Sagrada Família de Nazaré é um grande mistério que a Igreja revela através de cada matrimônio. Essa atmosfera da casa de Nazaré contém em si uma riqueza de virtudes e de

todos os dons do Espírito Santo, mas acima de tudo, o segredo da felicidade vivido na relação conjugal. Existe hoje uma necessidade urgente de salvar os casamentos em crise. Rezando fervorosamente em suas intenções, é necessário tomar consciência de que os esposos têm um tesouro inestimável no sacramento do matrimônio. Nele participa o próprio Cristo, constantemente presente na união conjugal. Se os cônjuges apresentarem para Jesus, na oração, todos os problemas que enfrentam, então Jesus os ajudará a resolver e convidará o casal a entrar na escola da Sagrada Família de Nazaré.

Para as pessoas que vivem no sacramento do matrimônio, o serviço de Deus começa em casa. Devemos servi-Lo e fazer a Sua vontade nas tarefas diárias, na educação dos filhos, nas preocupações conjugais, buscando o bem de cada um. Deve ser

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SENDO UMA CRIANÇA PEQUENA Para começar a aprender na escola Maria, sempre em silêncio, escutava a voz de Deus e disda Sagrada Família, primeiro é neces- cernia a Sua vontade. Quando o Anjo veio até ela, ela permasário se tornar uma neceu em grande expectativa. Em silêncio criança pequena, escutava a Palavra de Deus, em resposta que pouco sabe, confiava e acreditava. Quando mas que está pronHoje, em meio à confusão e diversas estamos perto ta para escutar e ameaças, não há ambiente mais seguro para aprender, porque é dela, ela faz-nos caminhar com firmeza até a santidade para humilde e absorve a qual somos chamados do que o ambiente participantes da como uma esponda casa da Sagrada Família. Na atmosfera da sua atitude de ja. Necessitamos casa de Nazaré entramos através da oração aprender a confiar confiança filial diária, perseverante, do santo rosário. e a entregar tudo para com Deus a Deus, evitando “toda espécie de mal” (1 Ts 5, 22). Os santos, tendo como exemplo a Mãe de Deus, aprenderam junto dela a “grande arte de entregar-se confiantemente a Deus”, e assim tornaram-se filhos pequenos de Deus como ela. Sentimos no coração, embora não compreendemos totalmente, que quando estamos perto dela, ela faz-nos participantes da sua atitude de confiança filial para com Deus, assim como diz o provérbio polonês z kim przestajesz, takim się stajesz, que quer dizer: assim com quem permaneces, assim te tornas. Jesus nos fala sobre a necessidade de voltar a essa atitude: “Se não vos converterdes e não vos tornardes como as crianças, de modo algum entrareis no Reino dos Céus” (Mt 18,3).

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O SILÊNCIO INTERIOR, ATITUDE DE ESCUTA Todas as nossas atividades como cristãos consistem em concordar e cooperar com Cristo, a fim de que possamos ser conformados com Ele, a fim de que os nossos pensamentos, sentimentos, disposições, aspirações, sejam os mesmos que os de Jesus (cf. Fl 2, 5; Rm 8, 29). De maneira especial, isso se aplica também à Sua reverência filial para com a Sua Mãe Maria, que para Ele é o que há de mais caro em toda a criação. Podemos adentrar com a imaginação na inefável intimidade do Menino Jesus com Maria, quando ela o carregava em seu ventre. É um grande mistério essa primeira intimidade de Jesus e Maria durante esses nove meses de gestação: união sem palavras, em grande silêncio. O silêncio implica, sobretudo, a concentrar-se na escuta. Cada santo, descobrindo a presença de Deus no interior da própria alma, apreciava cada vez mais o valor do silêncio. Irmã Faustina escreveu em seu Diário: “O silêncio é como a espada na luta espiritual; a alma tagarela nunca atingirá a santidade. (...) A alma silenciosa é forte; nenhuma adversidade a prejudicará, se perseverar no silêncio. A alma recolhida é capaz da mais profunda união com Deus, ela vive quase sempre sob a inspiração do Espírito Santo. Deus opera sem obstáculo na alma silenciosa” (Diário, 477). Aqui não se trata apenas do silêncio exterior, mas do silêncio do coração. Após o nascimento de Jesus, o silêncio de Maria não foi interrompido. Houve novas oportunidades para se comunicar, olhar, tocar, sorrir... Mas tudo era envolvido no silêncio e na escuta contínua. Necessitamos novamente aprender a estar em comunhão com Jesus no silêncio! Por isso, em determinados momentos nos quais estamos em casa, precisamos aprender a desligar o rádio, a televisão e tudo o que perturba o silêncio. Então, nossa casa, com a atmosfera da casa da Sagrada Família de Nazaré, pode ser uma escola na qual aprendemos a silenciosa relação com Jesus por meio de Maria, “que se dedicou com grande assiduidade à contemplação do rosto de Cristo, seu Filho. O olhar de Maria é penetrante, ‘capaz de ler no íntimo de Jesus, a ponto de perceber os seus sentimentos escondidos e adivinhar suas decisões” (João Paulo II, discurso, 1 de março de 2003) Nessa escola também nos ensina São José. O silêncio de São José foi por São João Paulo II enfatizado com eloquência especial na exortação apostólica Redemptoris Custos que a Ele dedicou. Lemos no número 17 dessa exortação: “Esse silêncio de José tem uma especial eloquência: graças a tal atitude, pode captar-se perfeitamente a verdade contida no juízo que dele nos dá o Evangelho: o ‘justo’ (Mt 1, 19)”.

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ESPAÇO DO DEVOTO

CHEESECAKE DE MORANGO Receita por Paula Fernanda Chaerki

INGREDIENTES Base: 200g de bolacha tipo maizena; 100g de manteiga.

Recheio: 300g de Cream Cheese; 3 ovos; 8 colheres de sopa de açúcar refinado; 200g de creme de leite; 3 colheres de sopa de trigo; 1 colher de sopa de essência de baunilha.

MODO DE PREPARO Triture a bolacha no processador até virar uma farinha, adiciona a manteiga e bata mais um pouco até incorporar tudo. Monte a base da torta com essa farofa em uma fôrma redonda de 20 cm de diâmetro, untada com manteiga e farinha. Leve ao forno pré-aquecido a 180°C por dez minutos. Na batedeira junte o Cream Cheese com o açúcar e acrescente aos poucos todos os ingredientes do recheio até que fiquem incorporados. Adicione o recheio na base pré-assada e leve novamente ao forno pré-aquecido a 180°C por aproximadamente 40 minutos.

Para ver se a torta já está assada, verifique se ao bater na fôrma as extremidades estão firmes e o meio ainda balança, este é o momento de desligar o fogo. Quando estiver assada, não retire a torta do forno, deixe a porta aberta por alguns minutos para que ao tirar do ambiente quente para o frio a torta não rache. Deixe esfriar em temperatura ambiente e somente depois leve à geladeira. Quando estiver gelada é só desenformar e cobrir com geleia de morango ou, se preferir, bata no liquidificador 300g de morangos com 1/2 xícara de açúcar e cubra o Cheesecake com esta calda. ENVIE SUA RECEITA Ela poderá ser publicada aqui. revista@divinamisericordia.com.br

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Novos Kits sobre a Divina Misericórdia Já estamos na metade do ano Santo Extraordinário. Nesse tempo de graça, você tem se aprofundado no conhecimento da Misericórdia? não perca essa oportunidadede mergulhar no mistério da Divina Misericórdia.

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VOCACIONAL

CONFIA NO SENHOR Ir. Maria Goretti, ZSJM

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om 10 anos de idade, lembro-me de dizer que ia ser freira, mesmo sem saber e conhecer de perto a vida religiosa, mas tinha algo dentro de mim que me impulsionava a isso. O tempo foi passando e comecei a buscar outras coisas, consequentemente me afastei desse chamado, indo por outros caminhos, buscando a felicidade nas coisas e em pessoas. Cansada de tudo isso, do barulho, e das coisas que momentaneamente me trazia “satisfação”, fui convidada a fazer um retiro para jovens, lá tive meu encontro pessoal com Jesus. Desde então, perguntava ao Senhor o que ele queria de mim, até que um dia ganhei dos meus pais o Diário de Santa Faustina. Lendo-o, me encontrei mais profundamente com a misericórdia de Deus.

Percebi que foi a misericórdia Dele que me acompanhou, desde sempre, em toda a minha história, que me resgatou de uma vida fútil e que continua me resgatando todos os dias. Quando li as seguintes palavras que Santa Faustina ouviu e anotou no dia da solenidade de Pentecostes: “Pedirás, com tuas companheiras, a misericórdia para ti e para o mundo” (Diário, 435), senti em meu coração o desejo de pertencer a essa Congregação que desejou Jesus. Conheci essa Congregação, das Irmãs de Jesus Misericordioso, em 2004, no IV Congresso da Misericórdia, e no dia 15 de Janeiro de 2005 comecei a fazer parte dela. Neste ano, em 14 de Julho, completo 4 anos de Votos Perpétuos. Com o tempo de formação, minha vocação foi amadurecendo,

fui conhecendo cada vez mais de perto o carisma, que tanto amo, da nossa Congregação: louvar, pedir e proclamar a Misericórdia de Deus. Sobretudo neste Ano da Misericórdia, para mim, é uma grande graça experimentar todos os dias essa infinita misericórdia de Deus!

Encontro para jovens no ano de 2016: 19/06; 17/07; 21/08; 18/09; 16/10; 27/11.

Mais informações: 41 3556-6570 http://irmasdejesusmisericordioso.blogspot.com.br

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ESPECIAL

Bem-Aventurado

Estanislau

Papczyński

Carisma da misericórdia em ação

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“Entrega-te todo a Jesus e Jesus será todo teu” Padre Ednilson de Jesus, MIC

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proclamação de Padre Estanilau Papczyński como Santo, no Ano Extraordinário da Misericórdia, nos convida a um sentimento de profunda gratidão a Deus, visto que ele é o fundador

da nossa congregação: Marianos da Imaculada Conceição. Essa proclamação também pode ser compreendida como uma mensagem divina que nos orienta sobre os pontos nos quais devemos fixar os nossos

olhos neste momento: a devoção ao mistério da Imaculada Conceição, a oração pelos falecidos e a ajuda aos sacerdotes no trabalho pastoral, pois esses três pontos, sobretudo, definem a ação do Padre Estanislau na Igreja.

Um Mode Santo Estanislau Origem

João Papczyński nasceu no dia 18 de maio de 1631, em Podegrodzie, na Polônia. Recebeu uma eduação verdadeiramente cristã, concluiu seus estudos em filosofia e desenvolveu um profundo amor ao Santíssimo Sacramento e a Maria.

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Vida

Por toda sua vida se interessou e se preocupou pela situação política da Polônia e pelo destino da sua pátria. Dedicou-se especialmente à educação, sendo mestre e educador da juventude.


O Padre Papczyński era profun- preservada do pecado original e, dessa damente fascinado pelo mistério da forma, foi preparada para se tornar a Mãe do Filho de Deus Imaculada Conceição sem qualquer intervenda Santíssima Virgem ção humana. Maria e, por esse motipor força vo, escolheu esse título Essa verdade da fé dos futuros da Mãe Santíssima para relaciona-se intimaméritos denominar a Ordem dos mente com o mistério de Cristo, Marianos. A Imaculada da Divina Misericórdia, Conceição de Maria pois Deus se manifesta Maria foi é a especial graça que, de forma sobrenatural preservada em Maria, Deus deu à dentro de nossa nado pecado humanidade. Por força tureza humana, para dos futuros méritos nos redimir de nossos original pecados. de Cristo, Maria foi

Contemplando, portanto, o mistério da Imaculada Conceição podemos afirmar que o amor de Deus é maior e mais poderoso que as forças do mal e o pecado humano – ou seja, o poder e a vontade de Deus sempre serão soberanos. Atualmente, a carência de ouvir esta mensagem tem sido muito grande, até mesmo dentro de nossas Igrejas, visto que, aos olhos de muitas pessoas o mal tem ganhado força e se disseminado com rapidez em todas as realidades do mundo presente, e é diante dessa falsa percepção que muitos têm perdido a

elo de vida de Jesus e Maria Ingressou na Congregação das Escolas Pias. No dia 2/07/1654 recebeu o nome religioso de Estanislau de Jesus e Maria. Foi ordenado sacerdote em 1661.

Sacerdote

Congregação 24 de outubro de 1673 é a data

considerada como início da Congregação dos Padres Marianos, a primeira congregação masculina da Polônia.

Padre Estanislau fundou uma congregação religiosa sob a invocação da Imaculada Conceição, confiando-lhe como missão a difusão da honra Imaculada numa época em que essa verdade ainda não havia sido definida pela Igreja. 17


“O HOMEM, CRIADO POR DEUS E, PELO SACRAMENTO DO BATISMO, A ELE DEDICADO, É O SEU TEMPLO MÍSTICO”

esperança, questionando os valores doutrinais/evangélicos e pondo em cheque a real necessidade de se viver com honestidade e fidelidade. A verdade da Imaculada, que nos é trazida novamente neste contexto difícil em que a sociedade se encontra, é um forte sinal de que o domínio do pecado nunca foi e não será total. Em Jesus Cristo o mal já foi superado, e a última palavra na história do mundo cabe ao amor de Deus.

pela atitude de caridade, por um desinteressado sentido de ajuda. Porque, aqueles que faleceram já nada mais podem fazer por si mesmos, a não ser contar com o nosso auxílio espiritual.

A mensagem da Mãe nos permite reconhecer também a grande dignidade de toda pessoa humana, desde o momento da concepção. Deus tem um plano para cada vida humana e o realiza desde o momento da concepção até a morte natural. Isso é muito importante em nossos tempos, quando em tantos países se concede o direito de matar crianças não nascidas e de aplicar a eutanásia, como “direitos fundamentais” ou parte das “conquistas” da civilização.

Um dos problemas mais sérios dos nossos tempos é a perda do sentido da morte dos seres humanos. Isso acontece, justamente, devido à perda do sentido da vida. Morrer sem Deus é algo terrível. Papczyński ensina-nos que também devemos viver na perspectiva da morte: nela está o momento do encontro definitivo com Deus, da entrada na plenitude da vida eterna. Saberá viver plenamente e com alegria a sua vida somente quem aceitar esse tipo de perspectiva da morte e se aproximar dela sem temor.

Padre Estanislau era, além disso, muito interessado pelo destino das pessoas falecidas, daqueles que não se haviam preparado adequadamente para a morte. Por isso, com grande zelo, ele mesmo rezava pelos falecidos e estimulava as pessoas a praticarem essa obra de misericórdia. Vejamos: será que esse seu carisma não é necessário na atualidade? Não só é necessário, como é muito necessário. O que podemos, portanto, oferecer aos falecidos? A memória dos mortos expressa-se na oração, bem como no sacrifício da Santa Missa e na prática das indulgências por eles oferecidas. São atos movidos

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A ORAÇÃO PELOS FALECIDOS TAMBÉM ENCAMINHA NOSSA ATENÇÃO PARA A REALIDADE DA MORTE

Todo ser humano passa individualmente pela porta da morte à nova vida, mas isso não significa que o faça em absoluta solidão. A morte é o coroamento de toda a vida humana e o momento do encontro definitivo com Deus Misericordioso e Justo. O Padre Papczyński nos ensina que para esse acontecimento nós mesmos temos de nos preparar adequadamente, bem como ajudar aos outros a fazê-lo; tanto pela oração como pelo acompanhamento das pessoas que passam por esse momento da morte. O terceiro traço do carisma do Padre Estanislau é a ajuda aos sacerdotes na atuação pastoral, especialmente em meio a pessoas pobres e injustiçadas. Isso não diz respeito apenas aos sacerdotes, visto que hoje a Igreja lembra a verdade da vocação


universal de todos os batizados para a participação no apostolado da Igreja. O cristão torna-se, pelo Batismo, templo de Deus. O Padre Estanislau foi um promotor do ideal da vocação universal à santidade. Após ter obtido a dispensa dos votos na ordem das Escolas Pias, residindo no solar dos Karski, escreveu uma das suas obras: Templum Dei mysticum (Templo místico de Deus), uma espécie de manual de busca da santidade para os leigos. Foi uma das primeiras obras desse gênero na Polônia. Para escrevê-la, não se distanciou da realidade pastoral da sua época. Ao contrário, tinha diante dos olhos todos os problemas espirituais e sociais do seu tempo, Quer também que cada um tinha consciência da descubra o quanto é também que fraqueza da fé de muiamado por Deus e que cada um tos dos seus contemDele recebe uma maporâneos, via também descubra ravilhosa vocação. quantas pessoas deso quanto Assim escreve: “O truíam suas vidas pelo homem, criado por é amado pecado. Presenciou a Deus e, pelo sacramento crescente desmoralipor Deus do batismo, a Ele dezação da sociedade, e que Dele dicado, é o Seu templo em consequência das místico”. E num outro recebe uma destruidoras guerras trecho: “Vós, cristãos, e dos conflitos, e em maravilhosa sois o templo do Deus razão das pragas, da vocação. vivo. Como é grande a fome, da peste e do vossa glória! Quanta é a empobrecimento das vossa dignidade.” pessoas, resultantes dessas guerras e conflitos. É muito A doutrina do Padre Estanislau é importante que, justamente nesse especialmente atual e preserva perfeicontexto, Padre Estanislau não se ta harmonia com a atual doutrina da afastou desse mundo “mau”, não se Igreja, na qual se enfatiza a vocação resignou às queixas dos maus tempos universal dos batizados à santidade. nem se limitou a apontar os pecados Sejamos, também nós, repredas pessoas da sua época. sentantes da ação da Misericórdia Ele esforçou-se por encaminhar os Divina em tempos de caos material homens para Deus, único que pode e espiritual, crendo que a ação de renovar as vidas dessas pessoas. Quer Deus sempre prevalecerá. Amém.

“VÓS, CRISTÃOS, SOIS O TEMPLO DO DEUS VIVO. COMO É GRANDE A VOSSA GLÓRIA! QUANTA É A VOSSA DIGNIDADE.” 19


MARIANOS

MOMENTO HISTÓRICO PARA A CONGREGAÇÃO MARIANA

C

om muita alegria e esperança, aguardo este momento único em que, pela Graça de Deus, vou para Roma participar da Canonização do Bem-Aventurado Padre Estanislau de Jesus e Maria! Sem dúvida, é uma grande alegria, poder presenciar e testemunhar esse momento histórico para a Congregação, em que para a glória de Deus e proveito de muitos, a santidade, dons e carismas do Padre Estanislau serão reconhecidos por toda a Igreja. É um momento de muita alegria e renovação para todos nós!

Q

uanto a mim, já passei da expectativa para um desejo. Espero que a Canonização do fundador renove em nós, Marianos, aquela única aspiração que o Padre Estanislau trazia consigo: “Senhor, meu Deus, eu vos ofereço o meu coração, para que ame unicamente a vós a nada além de vós”.

Ir. Cristiano Francisco Tostes, MIC

P

articipar da viagem rumo à canonização do nosso fundador é uma graça indescritível. Estou indo não por coincidência ou sorte, e sim, por providência divina. Viver consciente dessa ação providencial de Deus, que ordena tudo para o nosso maior bem, foi um dos ensinamentos que nosso fundador nos deixou. Será uma honra participar da celebração da sua canonização ao lado dos meus irmãos de comunidade. Noviço Joseferson Magalhães

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Pe. Leandro A. da Silva, MIC

O

fato de ter a graça de participar da Canonização do nosso Fundador, Padre Estanislau de Jesus e Maria, é motivo de expectativa e muita alegria. É um fato histórico e único da nossa Congregação, enquanto família religiosa, unirmo-nos para celebrar esse evento. Povo de Deus, rezem por nós! nesse dia de grandes graças, nos estaremos rezando por cada um de vocês. Ir. Gilvan Lima Lopes, MIC


V

iver a canonização do fundador é sentir o reavivar do carisma tricentenário de nossa Congregação. Faz perceber que Deus em sua infinita misericórdia cuida de nós, guia nossos passos e ainda tem muitos projetos para realizar por meio de nós. É um estímulo a sermos santos e fiéis ao chamado de Deus. Ir. Thiago Radael, MIC

T

er participado da Beatificação do Pe. Estanislau em Licheń, na Polônia, em 2007, foi uma grande graça. Porém, estar presente na Praça São Pedro no próximo dia 05 de junho de 2016, participando da Celebração Eucarística na qual o Padre Estanislau será proclamado Santo é indizível, pois imprime definitivamente na história da nossa Congregação a marca da fidelidade de Deus, e nos impulsiona a escrever ainda mais fundo no coração da história o Amor e a Misericórdia de Deus.

A

canonização do nosso fundador surge agora como uma graça para a Congregação e para toda a Igreja. Quando a Igreja declara um santo, escancara a ação viva de Deus na história humana através desse santo. Presenciar este ato é uma alegria imensa, pois se trata de uma promessa de vitalidade que brotará na Igreja, na nossa Congregação, em cada um de nós, Marianos, e em todos aqueles que se associam ao nosso carisma. Ir. João Marcos Esser, MIC

Pe. Rogério Tanan Diniz. MIC

A

canonização do Bem– Aventurado Padre Estanislau, fundador da nossa Congregação, após uma espera de tanto tempo, é algo tão surpreendente que para mim ainda não “caiu bem a ficha”, Uma vez que a santidade está intimamente ligada aos mistérios divinos, talvez isso explique um pouco, a sensação que me envolve. No entanto, não poderei deixar de agradecer a Deus tamanho presente para a nossa Família Mariana. Ao Deus de Misericórdia, a minha gratidão!

P

enso que é tempo de muitas graças e bênçãos para nós Marianos, é tempo para renovarmos a alegria da vocação Mariana. Durante mais de três séculos muitos Marianos esperaram com carinho a canonização de nosso fundador; no entanto, foi para estes tempos que Deus concedeu essa grande graça. Por isso, sem dúvida, é ocasião de agradecermos sinceramente ao Senhor e renovarmos o ardor em nossa missão, aquele mesmo ardor com que o Padre Estanislau de Jesus e Maria amou e serviu a Deus e a Igreja. Diác. Aroldo Schinemann Filho, MIC

Pe. Anchieta C. de Muniz, MIC

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MILAGRE

Cononização do Bem-Aventurado padre

Estanislau Papczyński O MILAGRE Padre Jair Batista de Souza, MIC

O

milagre atribuído à intercessão do BemAventurado Padre Estanislau Papczyński testemunhado no seu processo de canonização, é a cura muito rápida, completa, duradoura e inexplicável, do ponto de vista médico, de Barbara Rudzik, que sofria de Pneumonia Bilateral – complicada por uma Síndrome de insuficiência respiratória aguda, e Síndrome de Insuficiência Múltipla dos órgãos.

No fim de fevereiro de 2008, Barbara Ruzik, na época com 20 anos de idade, começou a manifestar sintomas de um forte resfriado. Não obstante os cuidados contra a gripe, a situação não melhorava. No dia 24 de fevereiro de 2008 apareceu uma intensa dificuldade de respirar somado a fortes dores no tórax. Por causa disso, foi internada no departamento de doenças pulmonares e tuberculose do Centro de Saúde da Masúria, em Elk, Polônia, onde lhe foi diagnosticada uma pneumonia bilateral. No dia 25 de fevereiro, houve um piora da sua condição respiratória ,com o aparecimento de hipoximia (diminuição de oxigênio no sangue), hipercapnia (aumento do dióxido de carbono no sangue), e um aumento dos focos de inflamação nos

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pulmões. Por isso, Barbara foi, por mais, incluindo a disfunção múltipla isso, transferida ao departamento de dos órgãos vitais. Isso levou os méanestesiologia e terapia intensiva com dicos a reconhecerem que tinham a diagnose de síndrome de insufici- exaurido todos os métodos e opções ência respiratória aguda e choque terapêuticas disponíveis e a pronunséptico – foi quando a infecção se ciar a prognose de que a situação alastrou rapidamente pelo corpo, afe- de Barbara era sem possibilidade tando vários órgãos. Como o quadro de recuperação, seu quadro clíniclínico persistia, e era co era irreversível. extremamente grave, Naquele mesmo Barbara foi submedia convidaram a tida à entubação e mãe de Barbara ao à ventilação mea situação de hospital para inforcânica. Depois de mar a família sobre Barbara era sem uma leve melhora, a irreversibilidade possibilidade seguiu-se uma nova de sua situação para piora das condições de recuperação, que pudessem se gerais. Um controle preparar para a sua seu quadro radiográfico, no dia morte certa. clínico era 05 março de 2008, Tomada de soevidenciou o apairreversível frimento e dor pela recimento de focos notícia que recebeu inflamatórios genedos médicos, a mãe ralizados nos dois de Barbara procupulmões, com grave rou a Igreja paroquial para rezar. Ali insuficiência respiratória. ela encontrou uma catequista da paróDurante todo esse tempo, quia que a viu chorando e lhe pergunBarbara foi tratada com diversas tou o que estava acontecendo. A mãe combinações de antibióticos e ou- de Barbara falou de sua filha que estatras terapias, como consta nos lau- va morrendo no hospital. A catequista dos médicos. Estas, contudo, não lhe ofereceu um livreto com a novena surtiam o efeito esperado. de Padre Estanislau Papczyński e a No dia 18 de março, o quadro encorajou a rezar pedindo a sua intergeral de Barbara se agravou ainda cessão, enquanto ela mesma se uniria


à mãe na oração. A mãe de Barbara voltou para sua casa e naquele mesmo dia começou a fazer a novena ao BemAventurado Estanislau, junto com seu marido e sua outra filha. Mais tarde, envolveu neste movimento também parentes e amigos. A partir de 22 de março de 2008 começou a aparecer melhorias no estado clínico de Barbara. Nesse ínterim, os familiares e amigos continuaram unidos na oração. No dia 27 de março, último dia da novena ao Bem-Aventurado Estanislau, Barbara é desentubada. Nesse mesmo dia foi realizada uma radiografia do pulmões de Barbara e na radiografia não apareceu nenhum sinal da doença. A médica radiologista depois de ver a radiografia não acreditou no que estava vendo, e conclui que devia ter acontecido algum engano, porque quando uma pessoa se recupera de uma doença tão grave sempre fica com sequelas da doença para a vida toda. A radiografia de Barbara, contudo, mostrava os seus pulmões sem nenhum sequela. Por insistência da radiologista, o exame é realizado novamente, e se evidência que nos pulmões de Barbara não ficaram realmente nenhum sinal da doença. No dia 31 de março, Barbara recebeu alta do departamento de terapia intensiva e foi transferida ao departamento de Doenças Pulmonares. Em seguida, foi transferida para o departamento de reabilitação, de onde, mais tarde, deixou o hospital, plenamente recuperada. Barbara Rudzik, a partir de então, voltou a ter uma vida normal. No dia 21 de junho de 2008, casou-se, e em 2010 tornou-se mãe de uma criança totalmente saudável, mesmo que isto tenha sido desaconselhado pelos seus médicos.

Peça a intercessão de

Estanislau Papczyński

D

Oração por uma graça especial

eus, nosso Pai, que na Vossa inefável Providência nos destes o Padre Estanislau como um intercessor eficaz junto de Vós, dignai-Vos conceder-me (conceder-nos) pela sua intercessão a graça (dizer o favor que se suplica), que humildemente Vos peço (pedimos) e fazei com que, a seu exemplo, cumpra (cumpramos) fielmente a Vossa santíssima vontade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, que é Deus Convosco na unidade do Espírito Santo. Amém.

Você pode rezar a Novena

a

Estanislau Papczyński entrando no site:

misericordia.org.br/SantoEstanislau 23


#CASADAMISERICÓRDIA

LANÇAMENTO: RÁDIO DIVINA MISERICÓRDIA

O

Santuário da Divina Misericórdia segue em seu comprometimento de evangelizar e levar a Misericórdia a todos os lares, provendo aos fiéis mais um meio para divulgar a devoção de Jesus Misericordioso: a Rádio Divina Misericórdia. A Rádio vai apresentar à comunidade informação, entrevistas com artistas, profissionais e religiosos, música ao vivo, e espiritualidade, envolvendo o internauta num ambiente de fé e oração. Além disso, contamos com a participação dos devotos, que podem interagir, enviar suas intenções de oração e tirar suas dúvidas através das nossas redes sociais. Como orienta o Papa Francisco em sua mensagem para o 50º Dia Mundial das Comunicações Sociais, “somos chamados a comunicar como filhos de Deus com todos, sem exclusão. Particularmente é próprio da linguagem e das ações da Igreja

transmitir misericórdia, para tocar o coração das pessoas e sustentá-las no caminho rumo à plenitude daquela vida que Jesus Cristo, enviado pelo Pai, veio trazer a todos”. O projeto foi idealizado pelo pároco do Santuário, Padre Francisco Anchieta C. de Muniz e será apresentado por MarcoTJ e pelo Padre Anchieta, juntamente com toda a equipe técnica de sonoplastia do Santuário. A partir do dia 17 de junho, todas as sextas-feiras você pode acessar o link http://misericordia.org.br/radio e acompanhar a nossa programação. Apoie este projeto, faça uma parceria conosco, contamos com a sua iniciativa privada para que juntos possamos incentivar e valorizar a cultura e a religião em nossa comunidade. Entre em contato pelo telefone 41 3149-7562 e seja um patrocinador deste projeto.

ACESSE: misericordia.org.br/radio

Arraiá da Misericórdia

PROGRAMAÇÃO

RÁDIO DIVINA MISERICÓRDIA TODA

SEXTA-FEIRA 15h - Hora da Misericórdia e Missa 15h45 - Momento Devotos da Misericórdia 16h - Sala de Bate Papo 17h - Programa Fé e Oração 17h30 - Pregação e Espiritualidade 18h - Momento Mariano com Santo Terço

Sáb

14h às 23h

Dom

8h às 18h

Santuário da Divina Misericórdia

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Estrada do Ganchinho 570, Umbará - Curitiba-PR 41 3148-3200 .

misericordia.org.br

18 e 19 JUNHO


Aniversário do Santuário

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de Julho

10h 12h 14h

Santa Missa Solene Delicioso Almoço Festival de Prêmios

Compre seu almoço antecipado! misericordia.org.br/almoco

Venha participar desta festa! Santuário da Divina Misericórdia Estrada do Ganchinho 570, Umbará - Curitiba-PR . 41

3148-3200 misericordia.org.br 25


FORMAÇÃO HUMANA

NÃO PRONUNCIAR O NOME DA MISERICÓRDIA EM VÃO Francesco Agnoli

H

á algum tempo existe uma palavra quer retorna insistentemente na pregação dos padres, dos religiosos ou nas mídias católicas e laicas: Misericórdia. Que palavra bonita, suave, plena de beleza, doçura, de força! Na tradição cristã, recorda o quanto a pequenez e a fragilidade do homem pode ser abraçada pelo amor sem limites de Deus. Na história da Igreja, porém, essa palavra tem sido sempre acompanhada de outras, para não ser mal interpretada. “Misericórdia e verdade se encontrarão, justiça e paz se beijarão. A verdade brotará da terra e a justiça se inclinará do céu”, assim recita o Salmo 84, recordando para aquele que o canta, que a misericórdia e a verdade, assim como a paz e a justiça, não podem ser separadas. Uma tem sentido junto da outra. Que significado teria a palavra misericórdia, se não houvessem os miseráveis, os pecadores, se a verdade do homem não fosse a sua necessidade de perdão, a sua natureza de pecador? O que é a paz, se não um nome vazio, um címbalo que retine, sem a justiça? Os heréticos, na história da Igreja, são com frequência aqueles que rompem o et et [ do latim = e e, no sentido de soma] e anunciam o seu aut aut [ou isto ou aquilo, uma escolha em que

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um termo exclui o outro]: são os pelagianos que afirmam que o homem se salva sozinho, sem a necessidade da graça de Deus; ou os luteranos, segundo os quais só a fé, sem as obras, é o necessário para a salvação... Na primeira heresia Deus é deixado de lado, na outra, o homem é aniquilado. Da mesma forma houveram os hereges que queriam separar o Antigo Testamento (aquele no qual o Deus “zeloso”, “dos exércitos”, dá aos homens os Seus mandamentos, a Sua lei), do Novo Testamento (aquele no qual toda a lei é resumida e contida no mandamento do Amor): assim, esses hereges têm tirado de Deus alguns de seus atributos (Verdade e Justiça, em primeiro lugar), convencidos de que esses estão em contraste com Deus como Amor. Mas a verdade do Evangelho é que não há Amor, sem mandamentos, isto é, sem respeito à lei: “Quem me ama, guardará meus mandamentos”.

PODE-SE, ENTÃO, SEPARAR A MISERICÓRDIA DE JUSTIÇA? Não, não é possível, porque a Justiça sem Misericórdia não é verdadeiramente Justiça, mas vingança ou alguma outra coisa; contudo, também a Misericórdia, sem Justiça, não tem sentido. Assim, uma pregação na qual Deus fosse “apenas” Misericórdia, terminaria por perder o sentido: serviria, a Misericórdia de Deus, se Ele não é, ao mesmo tempo, o Justo diante do qual nós somos pecadores? O Justo, diante do qual, como escreveu Pascal, podemos e devemos nos humilhar, sem humilhação? E se todo pecado fosse abolido, quem sentiria alguma

vez a necessidade de pedir perdão, de desejar misericórdia? Para a Igreja, existe um tribunal da misericórdia sempre aberto, até ao último suspiro: o confessionário. Nele cada um pode obter o perdão, por qualquer culpa, inclusive a mais grave que se possa imaginar. Mas isso não acontece sem o respeito pela Justiça divina: de fato, para ser perdoado, mesmo de um assassinato, é necessário verdadeiro arrependimento e propósito sincero de não mais pecar. O homicida, o ladrão, E se todo o adúltero que se pecado fosse confessam, embora determinados a conabolido, tinuar no próprio quem sentiria pecado, não podem alguma vez a ser abraçados pela Misericórdia divina, necessidade de porque fazem pouco pedir perdão, caso da Justiça.

de desejar

“Nem eu te misericórdia? condeno. Vai, e de agora em diante não peques mais”, disse Jesus à mulher adúltera, unindo o perdão à admoestação (daqui uma das sete obras de misericórdia espirituais: “admoestar os pecadores” ou “corrigir os que erram”). Padre Pio, o Santo do confessionário, às vezes mandava embora os seus penitentes, sem absolvição: lendo os corações, percebia quando eles não estavam arrependidos e não estavam firmemente propensos, determinados a corrigir-se. A sua profunda misericórdia, a mesma que o levava a ficar no confessionário por horas e horas todos os dias, nunca foi sinônimo de desleixamento, indiferentismo, ou relativismo...

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Hoje, no entanto, às vezes parece que a expressão “Deus é misericordioso” significa, para alguns, que Deus é um simpático personagem que nos cria, que nos coloca nesta terra, havendo já predestinado, todos, ao Paraíso. Em oposição à nossa própria dignidade de criaturas livres. Desse modo, misericórdia pode tornar-se a palavra atrás da qual uma pessoa se sente melhor e mais moderna; atrás da qual esconde o questionamento dos próprios mandamentos. Ao contrário, a palavra Verdade, a palavra Lei (na expressão “lei de Deus”), a palavra Justiça são pronunciadas ou para apontar os “doutores da lei”, reais ou presumidos fariseus que delas abusam pelas razões mais pérfidas e inomináveis, ou em relação à culpa social, ou coletiva, ou econômica, tais

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como guerras, a corrupção... que toca bem pouco a vida da maioria dos homens, e que costumam ser tão vago que não incomoda, no específico, a consciência de ninguém. Como o Evangelho de Cristo foi real, duramente verdadeiro, tanto que valeu-lhe a morte, ainda assim amável, também a vida e as palavras dos cristãos sejam verdadeiras e misericordiosas: saborosas e não insípidas, amorosas e não arrogantes.

"Misericórdia e verdade se encontrarão, justiça e paz se beijarão. A verdade brotará da terra e a justiça se inclinará do céu" Salmo 84


PENSAMENTO SANTO

“Ó Senhor, meu amor, agradeço-Vos pelo dia de hoje, por me terdes permitido haurir tesouros de graças da fonte da Vossa insondável misericórdia. Ó Jesus, não apenas no dia de hoje, mas em cada instante colho da Vossa insondável misericórdia tudo o que a alma e o corpo possam desejar. Nos momentos de dúvida, ou quando a alma está fraca, peça a Jesus para que Ele mesmo atue; embora saiba que deve ela agir com a ajuda da graça de Deus, mas em certos momentos deixe toda a atividade para Deus.” Santa Faustina Diário, 1178 - 1179

Adquira o Diário

de

Santa Faustina em: misericordia.org.br/loja

A Editora de cara nova! "Só palavras pronunciadas com amor e acompanhadas por mansidão e misericórdia tocam os nossos corações". Papa Francisco misericordia.org.br/editora 29


GERAL

O NOME DE DEUS É MISERICÓRDIA:

“RECONHEÇA O PECADO E ENCONTRARÁS

MISERICÓRDIA” Por Massimo Introvigne La Nuova Bussola Quotidiana

N

o livro O nome de Deus é Misericórdia (Planeta), apresentado em janeiro, Andrea Tornielli entrevista o Papa Francisco sobre o tema que está no centro de seu pontificado, a misericórdia. O livro, que é um útil e comovente guia do Ano Santo da Misericórdia, pode ser dividido em cinco unidades temáticas diferentes, das quais, as três primeiras já foram apresentadas nas edições anteriores da Revista, a quarta apresentamos nesta, e a última será apresentada na próxima edição. Qual a atitude justa com a qual devemos nos colocar diante da Divina Misericórdia e, portanto, da confissão? O essencial, responde o Papa Francisco no seu livro, é que nós “sejamos conscientes do nosso pecado, do mal que fizemos, da nossa miséria, da nossa necessidade de perdão, de misericórdia”. Se pensamos que não somos capazes, peçamos ao Senhor. “Deus nos acompanha com atenção; espera que Lhe abramos ao menos uma pequena fresta para que possa agir em nós com o seu perdão, com a sua graça”. Esperou também Simão Pedro, cuja traição – acrescenta Francisco – mostra que mesmo os Papas devem reconhecer-se pecadores. Devemos, antes de tudo aprender e reconhecer que “existe o pecado

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original. Uma realidade que se pode e aniquilar para nos redimir do peexperimentar. A nossa humanidade cado”. Ao penitente, para fazer uma está ferida, sabemos reconhecer o bem boa confissão, se pede que “saiba olhar e o mal, sabemos o que é o mal, pro- com sinceridade para si mesmo e para curamos seguir o caminho do bem, o seu pecado. E que se sinta pecador, contudo, muitas que se deixe surprevezes caímos deviender, ser tocado Mas enquanto do à nossa fraqueza por Deus. Para que e escolhemos o mal. vigia contra os Ele nos preencha É a consequência com o dom da Sua lobos, a Igreja do pecado da orimisericórdia infinié atenta em gem, do qual temos ta, temos de sentir a plena consciência encontrar a nossa necessidade, o graças à Revelação”. nosso vazio, a nossa ovelha perdida miséria”. A verdade O pecado origique dá os sobre o pecado e a nal não é uma lenda. primeiros misericórdia não A Sagrada Escritura se excluem, mas se passos no “utiliza uma linguaevocam. “A Igreja gem figurada para caminho de condena o pecado, expor algo que realretorno ao redil. porque deve dizer mente aconteceu na a verdade: isto é origem da humanium pecado. Mas ao dade”. Se o pecado original não fosse uma realidade, não mesmo tempo abraça o pecador que se se entenderia por que Jesus Cristo reconhece como tal, o aproxima e fala “aceitou deixar-se torturar, crucificar com ele sobre a misericórdia infinita

de Deus”. Sem reconhecer o próprio pecado, não se pode encontrar a misericórdia. “Existe misericórdia, mas se você não quiser receber… Se você não se reconhece pecador, quer dizer que não quer receber misericórdia, quer dizer que não sente essa necessidade.” É difícil para a Igreja manter unidas a verdade e a misericórdia, evitando mal-entendidos? É difícil, mas é obrigatório. “É necessário entrar na escuridão, na noite que atravessam tantos dos nossos irmãos. Ser capaz de entrar em contato com eles, de fazer com que sintam a nossa proximidade, sem se deixar envolver e condicionar por aquela escuridão. Ir ao encontro dos marginalizados, ao encontro dos pecadores, não significa permitir aos lobos entrarem no rebanho.” Mas enquanto vigia contra os lobos, a Igreja é atenta em encontrar a ovelha perdida que dá os primeiros passos no caminho de retorno ao redil.

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#JOVEMGO

UM CORAÇÃO QUE

ESPERA EM DEUS Por Felipe Koller

“N

ão tenham medo”: essa frase consoladora de Jesus é a mais repetida nos Evangelhos (cf., por exemplo, Mt 10, 31;14, 27; 17, 7; 28, 10; Mc 5, 36; 13, 7; Lc5, 10; 8, 50; 12, 7; 12, 32; Jo 6, 20). Ainda assim, muitos não experimentam a paz do coração como um dos frutos mais característicos da graça de Deus em nós. O seu coração se inquieta ansiosamente em busca de outras coisas que o consolem: alguma conquista pessoal ou um novo relacionamento. Dessa maneira, aquele “não ter medo” nunca se torna realidade. O que fazer?

SÓ DEUS BASTA Na encíclica Spe Salvi, Bento XVI escreveu: “A fé confere à vida uma nova base, um novo fundamento, sobre o qual o homem se pode apoiar, e consequentemente, o fundamento habitual, ou seja, a confiança na riqueza material, relativiza-se” (n. 8). O mesmo poderia ser dito a respeito de outras realidades sobre as quais pretendemos basear a nossa vida, como

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expressa a parábola das duas casas, uma construída sobre a areia e outra sobre a rocha (cf. Mt 7, 24-27). Jesus nos salva daquela perigosa areia sobre a qual corremos o risco de construir a nossa vida: uma carreira, um relacionamento, a estabilidade financeira, uma conquista – coisas boas e legítimas, mas incapazes de se tornar fundamento seguro para nossa vida. Quem entra em uma relação verdadeira com Deus não pode dar a Ele outro lugar em sua vida a não ser o de fundamento sobre o qual se alicerçam todos os outros elementos da nossa existência, ou, para usar outra imagem, o de centro em torno do qual todo o resto orbita. Tudo o mais fica relativizado, fica posto entre parênteses. Afinal, se temos Deus, se nos é oferecida a amizade e a comunhão com Ele, o que mais poderíamos desejar? O que poderíamos temer? Quem poderia nos separar do seu amor (cf. Rm 8, 31-39)?

DISCERNIR O CORAÇÃO “Onde está o teu tesouro, aí está o teu coração” (Mt 6, 21), diz o Senhor. Sempre é necessário que examinemos o nosso coração para saber

distinguir quais são as suas preocu- dado por acréscimo” (Mt 6, 33) – pações, o que o inquieta, em torno deixa de ser uma mera poesia para se de que ele orbita, qual é, afinal, o tornar realidade. nosso tesouro. A oração é um meio indispensável para continuamente ESPERAR EM DEUS recentrar o nosso coração em Cristo. Meditar a Escritura o desnuda e nos Esperar o tempo de Deus, porfaz enxergar o que é que estamos tanto, não é apenas crer que em buscando. “A palavra de Deus é viva algum momento e eficaz, é mais você será atendipenetrante do que do, mas esperar uma espada de em Sua vontade, dois gumes; atinque é a condição Afinal, se temos ge até a divisão da de cada oração Deus, se nos alma e do corpo, que os nossos ládas juntas e meé oferecida a bios fazem – que dulas, e discerne seja feita a vonamizade e a os pensamentos e tade Dele e não a comunhão com intenções do coranossa (cf. Lc 22, ção” (Hb 4, 12). Ele, o que mais 42). Viver isso não é um fardo nem É preciso deipoderíamos um risco – não xar-se penetrar por desejar? O que quando de fato essa espada para poderíamos confiamos em então encontrar Sua vontade. Pelo temer? Quem aquela paz que contrário, é aí que só Jesus pode dar poderia nos experimentamos a (cf. Jo 14, 27). separar do seu liberdade: nos liQuando o coração bertamos dos nosamor? percebe que não sos caprichos e da está buscando remiopia em relação tamente a vontade ao que considerade Deus, não está mos melhor para realmente aberto nós. Vivemos em Deus, buscando a Ele e ao próximo, e se arrepende e se deixa inundar pela Misericórdia pôr em prática o amor, já não sentiDivina, então o ensinamento de Jesus mos falta de mais nada. – “Buscai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça e tudo o mais vos será

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PEQUENINOS DA MISERICÓRDIA

VAMOS

Ilustração por Felipe Koller

BRINCAR R R

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Revendedor

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15 º Congresso15º

Nacional Congresso

Nacional da

DIVINA MISERICÓRDIA

Divina Misericórdia

DISCÍPULOS DO MAIOR ATRIBUTO DE DEUS:

A MISERICÓRDIA

de 2016

Congresso 2015

Inscrições pelo site: misericordia.org.br/congresso Santuário da Divina Misericórdia Estrada do Ganchinho 570 Umbará, Curitiba-PR (41) 3148-3200 36


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