Revista Divina Misericórdia - Edição 51

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ISSN 2448-301X

DIVINA

MISERICÓRDIA

REVISTA

“COMUNHÃO NA MISERICÓRDIA, MISSÃO PARA A MISERICÓRDIA” Preparação para a Festa da Divina Misericórdia - Pág. 12 2017 - MARÇO - ED.051 - ANO X

SANTUÁRIO DA DIVINA MISERICÓRDIA



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PROVINCIA DA MISERICORDIA DIVINA DA CONGREGACAO DOS MARIANOS NO BRASIL

Apostolado da Divina Misericordia

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SUMÁRIO

EDITORIAL

06 Palavra do Reitor 07 Espaço do Leitor Divina 08 Lectio O bom samaritano Mariano 10 Ano Para chegarmos ao céu 12 Santuário Preparação para a Festa da Divina

Nesta edição da Revista você encontrará, nas páginas centrais, um infográfico com as datas e momentos importantes referentes à Festa da Divina Misericórdia. “Essa Festa saiu do mais íntimo da Minha misericórdia e está aprovada nas profundezas da minha compaixão” (Diário, 420; cf.1517).

Misericórdia

14 Especial “Comunhão na Misericórdia, Missão para a Misericórdia”

18 Infográfico Festa da Divina Misericórdia 21 Vocacional Louvores a Deus pelo jubileu de 25 anos de Vida Consagrada

22 Devotos da Misericórdia 24 Espiritualidade A misericórdia como um antídoto para desconfiança

26 Geral Conheça algumas das atrações da Festa Nacional da Divina Misericórdia

28 Formação Permitamos ao Artista divino seguir sua pintura sobre a tela da nossa alma

30 Igreja 1 ACCOM - Congresso Continental da 0

Misericórdia

32 #JovemGo José, um homem de caráter 34 Pequeninos da Misericórdia

Na matéria Especial trazemos para você informações sobre o IV WACOM (Congresso Apostólico Mundial) que aconteceu nas Filipinas. Esses Congressos Mundiais acontecem a cada três anos e ultrapassam fronteiras, reunindo padres, freiras e leigos de diferentes países para, na reflexão comum, mergulhar no mistério da Divina Misericórdia. Curados e alimentados pela Misericórdia Divina, àqueles que participam dos Congressos da Misericórdia (regionais, nacionais, continentais, mundiais) são chamados a tornar fecunda essa experiência junto das suas famílias, daqueles que lhes são próximos. Com novo alento, manifestam a misericórdia divina através do cotidiano exercício das obras de misericórdia, desse modo participam com a própria vida do apostolado da misericórdia no mundo. “Enquanto é tempo, recorram à fonte da Minha misericórdia, tirem proveito do Sangue e da Água que jorraram para eles.” (Diário, 848) Jesus quer que a Misericórdia Divina, apresentada por Ele à Santa Faustina chegue a todos os ambientes da terra, cumulando os corações de esperança, preparando os corações para a Sua vinda (cf. Diário, 1732). Os congressos que estão acontecendo nas várias partes do mundo são grandes oportunidades que Jesus está nos dando para conhecer a Mensagem da misericórdia. Ele quer que juntos, reunidos no Seu coração como um só coração, façamos verdadeiramente a experiência da misericórdia.

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PALAVRA DO REITOR

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aro devoto da Divina Misericórdia, no ano passado tivemos a alegria de vivenciar em nossas vidas as inúmeras ocasiões de graça do Ano Extraordinário da Misericórdia. Foram muitas celebrações que nos levaram ao encontro da misericórdia que o Senhor tem para conosco. Este ano de 2017 nos proporciona a possibilidade de permanecermos envoltos sob os raios da misericórdia, dentro do Ano Mariano. Celebramos os 100 anos da aparição de Nossa Senhora de Fátima e os 300 anos de Aparecida. E aqui, em nosso Santuário, em Curitiba, no dia 23 de abril, celebraremos a Festa Nacional da Divina Misericórdia. Recordando o que a Virgem Maria disse ao seu Filho nas bodas de Caná: “Fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo. 2,5), fazemos-lhe o convite: venha ao Santuário da Divina Misericórdia celebrar esta grande Festa, uma Festa para a alma que nos é oferecida pelo próprio Senhor. Organize sua caravana, convide sua família e seus amigos, e não perca esta oportunidade. Aqueles que não puderem vir, estaremos confiando à especial proteção da Virgem Maria. Guiados pela Virgem Mãe de Deus e nossa, venham! O Senhor derramará infinitas graças sobre cada um, segundo Suas promessas, no Diário de Santa Faustina. Neste dia o Senhor abrirá as entranhas de Sua Misericórdia e nos envolverá com Sua ternura, com Seu amor. Venham por aqueles que não podem vir. Venham porque o Senhor os convida. Venham como peregrinos que procuram Aquele que em verdade pode saciar a sede das nossas almas, o Senhor Jesus Cristo que, pelo mistério da Encarnação, revela plenamente o infinito amor do Criador por suas criaturas. Padre Leandro, MIC Reitor do Santuário da Divina Misericórdia

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EXPEDIENTE ISSN 2448-301X REITOR Pe. Leandro A. da Silva, MIC CONSELHO EDITORIAL Pe. Anchieta C. Muniz, MIC Pe. Leandro A. da Silva, MIC Ir. Thiago Radael, MIC Gislaine Keizanoski (MTB 6338) Isabelle Warzinczak (MTB 10197) JORNALISTAS RESPONSÁVEIS Ir. Thiago Radael, MIC (MTB 10370) Isabelle Warzinczak (MTB 10197) TRADUÇÃO E REVISÃO Carina Novak, OCV IMPRIMATUR Pe. Leandro A. da Silva, MIC 22 de fevereiro de 2017 DEVOTOS DA MISERICÓRDIA Aluízio Meira (41) 3149 7558 aluizio@misericordia.org.br PROJETO GRÁFICO Dominus Comunicação IMPRESSÃO Gráfica Posigraf TIRAGEM 13.000 exemplares CONTATO Estrada do Ganchinho, 570 81930-165 Umbará, Curitiba (PR) revista@divinamisericordia.com.br (41) 3148 3200 REALIZAÇÃO Santuário da Divina Misericórdia e Congregação dos Padres Marianos


ESPAÇO DO LEITOR

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aríssimos Padres Marianos, Viva a

Divina Misericórdia! Sou grata pela Revista Divina Misericórdia. Maravilhoso conteúdo, ensinamentos, ilustrações e páginas para as crianças. Parabéns! É um ótimo auxílio material para a evangelização. Quem mais aproveita somos nós grupos de área rural. Muito obrigada, que Jesus – a própria Misericórdia, recompense ricamente e lhes dê em dobro, tudo bem que nos fazem. Irmã Marita Melz, Chupinguaia – RO.

É

com imenso prazer que escrevo esta carta em minha profunda gratidão de receber mensalmente a Revista Divina Misericórdia, a qual tem me levado, nos últimos três anos, a me aprofundar na compreensão e experiência da Misericórdia de Deus.

Cada edição que tenho em minhas mãos, leio-a e releio-a constantemente, guardando cada palavra em meu coração. José Gilmar da Costa, Umarizal – RN.

CARO LEITOR, ESTE ESPAÇO É PARA A SUA PARTICIPAÇÃO! Envie para o e-mail: revista@divinamisericordia.com.br Envie por WhatsApp (41) 9 9540-7694

Ou envie sua carta para: Apostolado da Divina Misericórdia Caixa Postal: 8971 CEP: 80.611-970 Curitiba (PR)

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LECTIO DIVINA

O BOM SAMARITANO Preparação

Ir. Gabriel da Divina Misericórdia, MDM Mosteiro da Divina Misericórdia

Localize em sua Bíblia a parábola do bom samaritano. (Lucas 10,25-37), ou leia abaixo. Procure um lugar tranquilo e solitário que favoreça o recolhimento e a escuta. Coloque-se em uma postura confortável, acalme-se, respire fundo. Peça a presença do Espírito Santo para iluminá-lo e lhe dar a graça de um coração sensível, capaz de ouvir a voz de Deus.

E

eis que um mestre da Lei se levantou e, querendo pôr Jesus em dificuldade, perguntou: ‘Mestre, que devo fazer para receber em herança a vida eterna?’ Jesus lhe disse: ‘Que está escrito na Lei? Como lês?’ Ele então respondeu: ‘Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração e com toda tua alma, com toda a tua força e com toda a tua inteligência; e a teu próximo como a ti mesmo!’ Jesus lhe disse: “Tu respondeste corretamente. ‘Faze isso e viverás’. Ele, porém, querendo justificarse, disse a Jesus: ‘E quem é o meu próximo?’ Jesus respondeu: ‘Certo homem descia de Jerusalém para Jericó e caiu nas mãos de assaltantes. Estes arrancaramlhe tudo, espancaram-no, e foram-se embora deixando-o quase morto. Por acaso, um sacerdote estava descendo por aquele caminho. Quando viu o homem,

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seguiu adiante, pelo outro lado. O mesmo aconteceu com um levita: chegou ao lugar, viu o homem e seguiu adiante, pelo outro lado. Mas um samaritano que estava viajando, chegou perto dele, viu e sentiu compaixão. Aproximou-se dele e fez curativos, derramando óleo e vinho nas feridas. Depois colocou o homem no seu próprio animal e levou-o a uma pensão, onde cuidou dele. No dia seguinte, pegou duas moedas de prata e entregou-as ao dono da pensão, recomendando: ‘Toma conta dele! Quando eu voltar, vou pagar o que tiveres gasto a mais’. E Jesus perguntou: ‘Na tua opinião, qual dos três foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes?’ Ele respondeu: ‘Aquele que usou de misericórdia para com ele’. Então Jesus lhe disse: ‘Vai e faze a mesma coisa’. (Lucas 7,36-50).


Leitura

(Lectio) Leia calmamente a passagem, sem pressa de prosseguir nos versículos. Não é necessário ler até o fim da passagem. Assim que se sentir tocado por alguma palavra ou frase, é momento de parar. Preste atenção no contexto bíblico, histórico, expressões dos personagens e o máximo de detalhes que conseguir extrair do texto sagrado. Seis são os personagens desta parábola, o primeiro, um escriba, isto é, um mestre e doutor da exegese, o segundo é Jesus, o terceiro, certo homem que não sabemos o nome, o quarto, um sacerdote, o quinto, um levita e por fim o Samaritano. O mestre da lei questiona Jesus para colocá-lo à prova perguntando o que é necessário fazer para receber a vida eterna, ora o mestre da lei era grande conhecedor da escritura e saberia a resposta dada pela Bíblia. Jesus faz com que ele respondesse, e o escriba responde “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração e com toda tua alma, com toda a tua força e com toda a tua inteligência; e a teu próximo como a ti mesmo!” Com certeza, o mestre da lei não ficou feliz, pois esperava que o profeta Jesus respondesse o questionamento e não ele. Talvez ele quisesse ouvir algo que condenasse Jesus, pois se considerava superior a Jesus no conhecimento. Após ouvir a resposta, Jesus disse “Faze isso e viverás”. Ele, porém, querendo justificar-se, disse a Jesus: “E quem é o meu próximo?”, então Jesus responde contando a parábola que acabamos de ler. Um homem é atacado por assaltantes, cai e fica quase morto, passa um sacerdote e um levita, talvez com pressa de chegarem rápido na cidade não fazem nada. Mas um bom samaritano que estava passando, viu, sentiu compaixão e foi ao seu encontro. Não pensou em consquistar a vida eterna, nem em fazer uma caridade filantrópica, foi tocado no mais íntimo da alma. Tornou-se próximo do outro.

Ruminação

(Ruminatio) A ruminação da palavra ajuda a perceber e aprofundar o que o texto diz. Após a compreensão do texto, retome o diálogo de Jesus e a sua narração e vá extraindo o máximo que lhe é possível dessa reflexão meditativa. “Mestre, que devo fazer para receber em herança a vida eterna?” “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração e com toda tua alma, com toda a tua força e com toda a tua inteligência; e a teu próximo como a ti mesmo!” “Na tua opinião, qual dos três foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes?” “Aquele que usou de misericórdia para com ele.” “Vai e faze a mesma coisa.”

Oração

(Oratio) Necessito tornar-me uma pessoa que ama, cujo coração se deixa tocar pela dor de quem padece, sofre e necessita de misericórdia? Reze comigo: Senhor dê-me a graça da verdadeira compaixão para com o próximo, não sentimento de dó, mas o desejo de agir em favor dos que sofrem com tudo aquilo que possuo e sou, doando meu tempo e meus bens, se necessário. Ajudai-me a amar o próximo como a mim mesmo. “Não é o sangue, mas a compaixão quem cria o próximo.” 1 Dê-me também a graça de tornar-me um bom samaritano.

Contemplação

(Contemplatio) Neste momento, o profundo silêncio exterior e interior leva-nos à contemplação, que permite o encontro na verdade de si mesmo com Deus, através da assimilação da palavra na própria vida. Permita a si mesmo ser tocado pela compaixão e misericórdia de Deus, que sempre nos acolhe como bom samaritano, se nos reconhecermos necessitados Dele.

Santo Ambrósio. (Exposição sobre o Evangelho de Lucas 7, 84.)

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ANO MARIANO

PARA CHEGARMOS

H

á um século, três crianças da roça divertiam-se pelos campos enquanto cuidavam das ovelhas da família. Um ritmo de vida pacato, simples, numa aldeia no centro de Portugal. Lugar e personagens do mais belo milagre do século XX. Estamos falando dos três pastorinhos de Fátima e da mensagem que eles receberam da bela Senhora, brilhante como cristal atravessado pelo sol, que apareceu para eles sobre uma azinheira.

e ela sete. Lúcia dos Santos, prima dos dois, era a mais velha, com dez anos. Os acontecimentos que tiveram lugar em 1917 mudariam para sempre as suas vidas e a história do mundo.

Francisco e Jacinta Marto eram irmãos. Ele tinha apenas nove anos

No dia 13 de maio de 1917, os três pastorinhos, após rezarem

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Antes, como toda grande revelação, o caminho foi preparado pela aparição de um anjo, o Anjo de Portugal. O que ele pedia e ensinava àquelas simples crianças? Oração e reparação. Essa que seria também a tônica da mensagem de Fátima.

o terço, por volta do meio-dia, assombrados pelo que imaginaram ser relâmpagos, preparavam-se para voltar para a casa. Mas foram contidos e imersos na claridade de uma aparição. “Donde é Vossemecê?”, pergunta Lúcia. “Sou do Céu”, ouve. Ao longo de seis aparições no mesmo lugar, Nossa Senhora transmite a sua mensagem, e também lança luzes sobre o destino daquelas crianças: irão ao céu, mas antes terão que suportar muitos sofrimentos, não só por si mesmas, mas pela conversão dos


AO CÉU

Volnei Grebogi

Francisco bem podemos chamar de consolador de Jesus. Na primeira oportunidade fugia da escola para se esconder e rezar na igreja para “consolar Jesus”. Sua irmã Jacinta, menor e mais vivaz, não tirava os olhos dos pecadores. Pedia incessantemente por eles, queria vê-los salvos. Dizem-nos estes dois irmãos oração e reparação. Lúcia, que viveria até os 97 anos, torna-se religiosa e depois se encerra na clausura de um mosteiro, tendo como missão propagar a devoção ao Imaculado Coração de Maria. Um silêncio que fala. Como já tinham sido prevenidos pelo Céu, Francisco e Jacinta vêm a falecer não muito tempo depois, vítimas da epidemia de gripe espanhola. Ele em 1919 e ela em 1920. Francisco, em seu leito de morte, teve este diálogo com Lúcia: pecadores – grande pedido e suspiro da Virgem do céu. É-lhes mostrado numa das aparições o inferno. Sabem que outra guerra ainda pior se sucederá se o pedido de conversão e desagravo não for atendido. Diante de uma missão tão grande, fazem o que está ao seu alcance: rezam o terço, como pede Nossa Senhora, e na medida de suas forças fazem jejum e algumas outras mortificações. A própria Virgem adverte-lhes que não abusem na penitência, ao pedir que tirassem a corda que amarravam à cintura na hora de dormir.

No grande desfecho, em 13 de outubro, a bela Senhora, com um semblante triste, pede que não se ofenda mais a Deus Nosso Senhor, “que já está muito ofendido”, enquanto abria as mãos em direção ao sol. A multidão maravilhada testemunhava então o milagre do sol. Depois do que viram e ouviram, podemos nos interrogar, qual o sentimento que se apoderou daquelas crianças? Cada um deles, tocados pela mensagem recebida, respondeu à sua maneira ao pedido vindo do céu.

“– Olha, estou muito mal. Já me falta pouco para ir para o Céu. – Então não te esqueças de lá pedir muito pelos pecadores, pelo Santo Padre, por mim e pela Jacinta. – Sim, eu peço, mas essas coisas pede-as antes à Jacinta, que eu tenho medo de me esquecer quando vir a Nosso Senhor e depois antes O quero consolar”. E você, amigo leitor, estaria disposto a assumir um compromisso com o Céu? O que nos pode ensinar essas pequenas crianças?

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SANTUÁRIO

PREPARAÇÃO PARA A FESTA DA DIVINA MISERICÓRDIA Padre Francisco Anchieta Cardoso de Muniz, MIC Pároco do Santuário da Divina Misericórdia pe.anchietamic@gmail.com

Santuário da Divina Misericórdia, Curitiba-PR

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ntre os anos de 1931 – 1936, Jesus quis revelar a uma religiosa polonesa, de nome Faustina Kowalska, algumas formas novas de culto à divina misericórdia. Dentre elas, uma novena à Divina Misericórdia, que hoje é conhecida e rezada em todas as partes do mundo. Essa novena Jesus quis que rezássemos em preparação para a Festa da Divina Misericórdia, suplicando, por meio dela, a conversão e perseverança no bem de toda a humanidade. Coincidindo com o Tríduo Pascal, a Novena inicia na Sexta-Feira Santa e acompanha toda a Oitava Pascal, até o sábado. Após um tempo de experiência, diante de alguns comentários e resistências

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relacionados principalmente com o período de realização da novena ‒ é bom lembrar que com sabedoria pastoral é possível organizar tudo de tal modo que, por um lado, não se obscureça a centralidade das solenidades litúrgicas pascais e, por outro, não se “extinga o Espírito”, ao qual nos conduz essa forma de devoção ensinada pelo próprio Jesus. Santa Faustina ensina a maravilhosa harmonia que deve reinar entre Liturgia e Piedade: “Quase toda solenidade na Santa Igreja proporciona-me um mais profundo conhecimento de Deus e uma graça especial, por isso me preparo para cada solenidade e uno-me estreitamente com o espírito da Igreja. Que alegria ser uma filha fiel da Igreja” (Diário,

481; sobre suas vivências pascais, cf. 205; 649; 1067; 1668; 1670). Cada dia a Novena tem início com uma intenção específica, não limitando a Novena apenas às nossas necessidades particulares, mas alcançando a todos, como é a vontade do Senhor. Como exemplo daquilo que permeia todo conteúdo dos escritos do Diário, no qual Jesus manifesta Sua vontade, no que diz respeito à novena, podemos ler: “Desejo que durante estes nove dias conduzas as almas à fonte da Minha misericórdia, a fim de que recebam força, alívio e todas as graças de que necessitam nas dificuldades da vida, especialmente na hora da morte. Cada dia conduzirás ao


Meu Coração um grupo diferente de almas e as mergulharás nesse oceano da Minha misericórdia. Eu conduzirei todas essas almas à casa do Meu Pai. Procederás assim nesta vida e na futura. Da Minha parte, nada negarei àquelas almas que tu conduzirás à fonte da Minha misericórdia. Cada dia pedirás a Meu Pai, pela Minha amarga Paixão, graças para essas almas.” (Diário, 1209). No 1º dia da Novena Jesus pediu à Santa Faustina: “Traze-Me a humanidade inteira, especialmente todos os pecadores”; no 2º dia, as almas dos sacerdotes e religiosos; 3º dia, as almas piedosas e fiéis; 4º dia: “Traze-Me os pagãos e aqueles que ainda não Me conhecem e nos quais pensei na Minha amarga Paixão”; 5º dia, as almas dos cristãos separados da unidade da Igreja; 6º dia, as almas mansas e humildes, assim como as almas das criancinhas; 7º dia: “as almas que veneram e glorificam de maneira especial a Minha misericórdia”; 8º dia, as almas que se encontram na prisão do purgatório; e no 9º dia, as almas tíbias. No Santuário da Divina Misericórdia a novena é realizada consecutivamente já faz 16 anos, reunindo centenas de devotos que

...e falarmos mais da misericórdia de Deus, ao invés de reforçarmos os problemas e a “crise”? clamam por meio do compassivo Coração de Jesus, misericórdia para toda a humanidade. Uma vez que a Novena pode ser feita por todas as pessoas e em qualquer lugar – será sempre uma alegria contar com a participação e presença das pessoas em nosso Santuário, mas lembro: o mais importante é rezar. Procure a Misericórdia de Deus em toda e qualquer circunstância ou tempo da sua vida. Fica a sugestão! Mas, faço um convite

especial às pessoas que, de uma forma ou de outra, estão à frente de algo em nossa Igreja Católica: procurem assumir o compromisso de se deixar conduzir e também conduzir os que lhes são confiados à Misericórdia de Divina. Em tempos de grandes desafios para a sociedade e o mundo, busquemos a Misericórdia acima de tudo. Vale sempre lembrar uma das passagens do Diário de Santa Faustina, na qual o próprio Jesus diz: “A Humanidade não encontrará a paz enquanto não se voltar, com confiança, para a Minha Misericórdia” (Diário, 300). Que tal começarmos a mudar o discurso – obviamente, sem esquecer-nos dos nossos direitos e deveres, enquanto cidadãos –, e falarmos mais da misericórdia de Deus, ao invés de reforçarmos os problemas e a “crise”? Faça a Novena, reze, participe! Se puder e quiser, venha celebrar e rezar conosco, no Santuário da Divina Misericórdia, na Casa da Misericórdia. Será uma grande alegria! Não desanime, nem desista, mas confie! Não se canse de dizer: Jesus, eu confio em Vós!

Início da Novena à Divina Misericórdia e Noite de Lanches:

dia 14 de abril, às 19h

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ESPECIAL

“COMUNHÃO NA MISERICÓRDIA, MISSÃO PARA A MISERICÓRDIA” Gislaine Keizanoski

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ste foi o tema sob o qual se reuniram, entre os dias 16 e 20 de janeiro deste ano, cerca de 6 mil delegados provenientes de todas as partes do mundo no 4° Congresso Mundial da Misericórdia realizado nas Filipinas.

Ao longo de 5 dias, este encontro internacional de devotos e promotores da divina misericórdia, leigos e consagrados, incluindo sacerdotes, bispos e cardeais, além de fortalecer a consciência da importância da devoção à Misericórdia Divina para este tempo em que vivemos, permitiu que o povo filipino pudesse testemunhar ao mundo a fé na Viva Presença de Jesus ‒ Misericórdia Divina Encarnada ‒ que habita entre nós.

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CONGRESSOS DA MISERICÓRDIA ‒ QUE IMPORTÂNCIA TEM ESSES EVENTOS? No Diário de Santa Faustina, nos deparamos com episódios nos quais Jesus insistentemente pediu a esta Santa que falasse ao mundo da Sua misericórdia: “Sempre que quiseres proporcionar-Me alegria, fala ao mundo da Minha grande e insondável misericórdia.” (Diário, 164, cf. 1074); “Que toda a humanidade conheça a Minha insondável misericórdia. Este é o sinal para os últimos tempos. Depois dele virá o dia da justiça. Enquanto é tempo, recorram à fonte da Minha misericórdia, tirem proveito do Sangue e da Água que jorraram para eles.” (Diário, 848).

Se considerarmos as limitações relacionadas à vida conventual e à saúde física que Santa Faustina sofria, poderíamos dizer que essa religiosa das Irmãs de Nossa Senhora da Misericórdia pouco pôde fazer para divulgar a mensagem da misericórdia divina, tarefa que lhe havia sido dada pelo próprio Jesus. Porém, ela fez o que estava ao seu alcance – melhor dizendo – fez aquilo que o Senhor permitiu que ela fizesse. Na continuação desta Obra da Misericórdia, cabe, então, a cada um de nós, leigos, sacerdotes e religiosas, leitores do Diário dessa Santa, devotos de Jesus Misericordioso, que acreditamos e confiamos na Misericórdia Divina, levar adiante esse pedido de


Jesus. Também por essa razão, foram criados os Congressos da Misericórdia. No Santuário da Divina Misericórdia de Curitiba, todo ano acontece o Congresso Nacional, que nesse Ano Mariano de 2017 terá a sua 16º edição, nos dias 10, 11 e 12 de novembro. Ao longo dos anos, esses congressos nacionais reuniram neste Santuário centenas de pessoas de todos os estados brasileiros e mesmo das nações vizinhas, que juntas, aprofundaram os temas acerca da misericórdia divina, tendo os corações abrasados na Fonte da Misericórdia que é o próprio Deus. Contudo, olhando além-fronteiras, vemos que o horizonte dos Congressos é tão vasto quanto o mundo, além dos

(...) Não tenhamos medo, portanto, de apresentar para Ele aquelas situações na vida que tendemos a esconder”

Por fim, existem também os Congressos Apostólicos Mundiais da Divina Misericórdia (WACOM) que são convocados a cada três anos. Neles, cardeais, bispos, padres, consagrados e leigos provenientes de todas as partes do mundo se reúnem numa troca mutua de testemunhos e experiências sobre a vivência e a prática da misericórdia em seus países, suas culturas. O primeiro WACOM aconteceu em Roma, em 2008; o segundo na Polônia, em 2011; o terceiro na Colômbia, em 2013; e o quarto, em janeiro deste ano de 2017, nas Filipinas. O próximo será realizado em Samoa, Oceania, em 2020.

Congressos Nacionais que acontecem nos diferentes países, existem também os pequenos Congressos Regionais e aqueles Continentais. Neste ano de 2017, entre os dias 22 e 25 de junho, em Aparecida ‒ São Paulo, acontecerá o Primeiro Congresso Continental da Misericórdia nas Américas (ACCOM).

IV CONGRESSO APOSTÓLICO MUNDIAL Sendo um país com o maior número de católicos num continente em que a liberdade religiosa é, em tantos lugares, tolhida, ou até mesmo suprimida, as Filipinas, ao sediar este IV WACOM acolheu a séria missão de manifestar a presença de Deus que se opõe a todas as

Logo do IV WACOM: A barca representa a Igreja em peregrinação, a vela têm as cores vermelha e pálida que representam os raios da misericórdia que surgem do Coração de Cristo, na Imagem conhecida mundialmente. A cruz nos fala da imensa misericórdia Divina para a humanidade. As águas nos falam dos desafios que enfrentamos para viver a comunhão na misericórdia e da nossa resposta ao chamado de ser missionários da misericórdia.

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forças do mal com o seu poder totalmente diverso e divino: com o poder da misericórdia. “É a misericórdia que põe um limite ao mal. Nela se expressa a natureza muito peculiar de Deus, a Sua santidade, o poder da verdade e do amor”1, são palavras do Papa Bento XVI, ecoando palavras de São João Paulo II que se comprovam verídicas em solo filipino. Todo aquele que se deixa encontrar, na verdade de si mesmo, com a Misericórdia Divina torna-se Sua real testemunha e alento de confiança para os demais, seja elevando do mais profundo do sofrimento dos homens a invocação pela misericórdia de Deus, seja levando aos homens o feliz anúncio dessa mesma misericórdia. De acordo com o padre francês Patrice Chocholski, SecretárioGeral do WACOM, o encontro nas Filipinas foi o mais bem sucedido Congresso Mundial da Misericórdia até agora. “A enorme participação e a intensidade da preparação é algo muito impressionante”. Percorrendo quatro cidades diferentes (Manila, Batangas, Bulacan, Bataan) a programação distinguiu as Filipinas como um país que celebra a Misericórdia. Na homilia da Santa Missa de abertura do WACOM4, o Cardeal Tagle falou sobre a revelação que Jesus faz de Si, através dos Seus sinais. “Ele é o Enviado do Pai. (...) E vem para as pessoas em necessidade. (...) Não há necessidade humana que Jesus não possa resolver. (...) Não tenhamos medo, 1 Papa Bento XVI, homilia, 15.04.2007.

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portanto, de apresentar para Ele aquelas situações na vida que tendemos a esconder”. A vocação da Igreja à comunhão no amor e misericórdia divina em Jesus Cristo foi tema que permeou as várias reflexões do encontro, a partir da primeira conferência conduzida pelo Cardeal Orlando Quevedo, arcebispo de Cotabato, no segundo dia do WACOM. A seguinte conferência esteve a cargo do Padre Patrice Chocholski: A Igreja recebe e celebra a Misericórdia Divina por meio da Palavra e dos Sacramentos, especialmente da Eucaristia e da Reconciliação. A terceira conferência foi ministrada pelo

Como disse o próprio Jesus, a Misericórdia é o sinal para os últimos tempos, depois dele virá o dia da justiça; aquele que desprezar a misericórdia será julgado pela Justiça Divina.

Padre Seraphim Michalenko, MIC ‒ Vice-postulador da Causa de Canonização de Santa Faustina ‒ com o tema: A Igreja é a servidora e testemunha da Misericórdia Divina. O tema da quarta conferência apresentada pelo Arcebispo Anicetus Bongsu de Medan, Indonesia, foi: A Igreja é enviada a levar a Misericórdia Divina aos pobres e sofredores do mundo. Apresentou a quinta conferência o Bispo emérito de Malinche, Monsenhor Teodoro Bacani: Recordando e celebrando a misericórdia de Deus como uma comunidade perdoada e perdoadora. A seguinte conferência, sexta, esteve a cargo do Arcebispo Rolando Tria Tirona, OCD com o tema: Testemunhando a Misericórdia de Deus como Igreja dos e para os Pobres. A conferência de encerramento esteve a cargo do Cardeal Philippe Barbarin (legado especial do Papa Francisco para o WACOM) com o tema: Ser enviado como uma Igreja da Misericórdia de Deus ao Mundo. Nos dias do Congresso houve também testemunhos tais como do Monsenhor Junio Nayarit e Monsenhor José Ramírez, vítimas do Isis, assim como de católicos da Igreja na China e de um convertido muçulmano. Na conclusão desta grande Festa que glorificou a Misericórdia Divina, os participantes rezararam juntos a oração de Consagração do Mundo à Divina Misericórdia, proferida por São João Paulo II em 2002, no Santuário da Misericórdia Divina, Lagiewniki ‒ Polônia.


Os congressistas acompanharam a benção de uma estatua de Jesus misericordioso de 100 pés de altura Dom Ruperto Cruz Santos, bispo de Balanga, presi- (equivalente a 30, 48 metros) que se converterá no dindo a Santa Missa de encerramento do WACOM4 monumento em honra à Misericórdia Divina mais diante de 5.000 delegados provenientes de todo o alto do mundo. Esse monumento permanecerá como mundo reunidos nas praias Las Casas de Acuzar. memória perpetua do WACOM IV. QUANTA NECESSIDADE TEM O MUNDO DE COMPREENDER E DE ACOLHER A MISERICÓRDIA DIVINA!2 Na homilia na Santa Missa de encerramento do WACOM4, Dom Ruperto Cruz Santos, Bispo de Balanga, lembrou aos fiéis reunidos às margens do Mar da China Meridional, junto das Casas Filipinas De Acuzar, que mesmo que uma pessoa tenha um passado escandaloso e obscuro, mesmo numa situação como esta, ainda assim ela pode ser redimida, pode ter sua vida renovada. “Não é por acidente que vocês estão aqui. Deus os chamou aqui. Este é o seu propósito, o propósito pelo qual Deus os trouxe ao nosso país: (...) Nossa missão é a da Misericórdia. Nós somos agora missionários da Misericórdia. (...) Quem quer que seja que ame a misericórdia deve ser promotor e protetor da vida”.

Todos sabemos o quanto a humanidade necessita da Misericórdia Divina. “Onde predominam o ódio e a sede de vingança, onde a guerra causa o sofrimento e a morte de inocentes, é necessária a graça da misericórdia para aplacar as mentes e os corações, e para fazer reinar a paz. Onde falta o respeito pela vida e pela dignidade do homem, é necessário o amor misericordioso de Deus, a cuja luz se manifesta o indescritível valor de cada ser humano. É necessária a misericórdia de Deus para fazer com que toda a injustiça no mundo encontre o seu fim no esplendor da verdade.” (João Paulo II, homilia, Santuário da Misericórdia Divina, CracóviaŁagiewniki, 17.08.2002). Portanto, enquanto é tempo busquemos de verdade conhecer a Misericórdia de Deus e cooperar com a graça divina para que também por meio de nós a humanidade possa fazer a experiência da Misericórdia Divina. Como disse o próprio

Jesus, a Misericórdia é o sinal para os últimos tempos, depois dele virá o dia da justiça; aquele que desprezar a misericórdia será julgado pela Justiça Divina. Recorramos à misericórdia, e acolhamos dela todas as graças de que necessitamos. Deus, Pai misericordioso, que revelaste o Teu amor no Teu Filho Jesus Cristo e o derramaste sobre nós no Espírito Santo, Consolador, confiamos-te hoje o destino do mundo e de cada homem. Inclina-te sobre nós, pecadores. Cura a nossa debilidade. Vence o mal. Faz com que todos os habitantes da terra conheçam a tua misericórdia. Para que em Ti, Deus Uno e Trino, encontrem sempre a esperança. Pai eterno, pela dolorosa Paixão e Ressurreição do teu Filho, tem misericórdia de nós e do mundo inteiro. Amém!

2 Palavras de São João Paulo II, no seu último texto que é como um testamento, para o Domingo da Misericórdia de 2005.

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INFOGRÁFICO

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VOCACIONAL

LOUVORES A DEUS PELO JUBILEU DE 25 ANOS DE VIDA CONSAGRADA Padre Luiz Antonio Buckta, MIC

estou; repetidas vezes, acalmando minha alma agitada ou acalentando meu coração inquieto. O que me segurou nos momentos difíceis foi a oração e a busca constante dos sacramentos; especialmente a Eucaristia diária, a recitação do terço e a celebração da liturgia das horas.

Padre Luiz Antonio Buckta, MIC

C

ostumo ouvir que “a vida passa rápido demais”, eu acrescento que ela passa sim, mas para quem é feliz e têm bons e grandes projetos, caso contrário ela torna-se fútil ou quando não, enfadonha. Não que a vida seja enfadonha, mas os falsos projetos que a qualquer custo tentamos levar em frente e que por vezes nos afastam de Deus é que podem torná-la assim. Há vinte e cinco anos, eu me embrenhei numa grande aventura. Tudo pela frente tornava-se novo e desafiador. Quando me preparava para professar os primeiros votos religiosos, tinha no coração uma grande alegria e ao mesmo tempo medo.

A primeira das razões era o fato de não ser tão fiel ou tão dedicado às coisas do Senhor, pois sempre mantive uma criatividade mental que, por vezes, afastou-me do lema próprio da Congregação que é “Por Cristo e pela Igreja”, ou do meu lema de vida, “Servir ao Senhor na alegria”. Trago no presente a certeza de ter feito a escolha certa quando ouvi a voz “vem e segue-Me”, e o sim que pronunciei, então, renova-se a cada dia, mantido pela gratidão a Deus e pelo sincero desejo de seguir as pegadas do meu Mestre Jesus. Como me mantive firme ate agora? Foi sim a mão misteriosa de Deus. Foi ela que me trouxe até onde

Aconteceu nesses anos muito consolo na vida espiritual que, norteado pela palavra de Deus, animaram-me a manter uma amizade sempre maior com Cristo e Maria Imaculada. Nunca deixei de observar a perseverança e testemunho dos coirmãos que, enfrentando os desafios da vida, transmitiam serenidade e grande abertura ao Espírito Santo. Alguns já estão nas moradas celestes e contemplam a Deus. Pude sempre contar com o apoio da família, dos amigos e de toda a Igreja ‒ que não cansa de elevar orações e súplicas pela santificação e perseverança dos religiosos e do Clero. E sobrou mesmo a fé. Cada um dos dias encerrados nesses 25 anos de vida religiosa é perpassado pela fé e pela certeza de que vale a pena perseverar no amor esponsal a Cristo e à sua Igreja. Paz a todos.

Gostaria de conhecer os Padres Marianos? Acesse: marianos.org.br

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“EXORTA AS ALMAS A REZAREM ESSE TERÇO QUE TE ENSINEI” (DIÁRIO, 1541)

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uero agradecer a Jesus Misericordioso a graça alcançada através das orações. Durante um longo tempo, meus filhos Rafael e Ana Carolina não se falavam, e para uma mãe e um pai, não há nada mais triste que presenciar tal situação. Comecei então a rezar o Santo Terço da Misericórdia, todos os dias às 3h da madrugada. O alarme do relógio me despertava e então entregava meus filhos ao Pai, pois Ele, em sua infinita bondade, poderia fazer o que para mim era impossível. No tempo de Deus aconteceu o milagre, e hoje eles voltaram a se falar e como irmãos a se abraçar. É com muita alegria e gratidão que reconheço a Misericórdia de Deus, e continuo rezando, pois Jesus ainda tem outros milagres para realizar em nossa família. Infinito é o amor de Deus. Jesus, eu confio em Vós.

Rita de Cassia Gonçalves de Oliveira Leonardo. Petrópolis - RJ

Devotos, anotem o endereço da nossa equipe de redação e nos enviem os testemunhos e agradecimentos das graças obtidas por meio da misericórdia divina. Jesus quer que falemos ao mundo da Sua infinita misericórdia. “Escreve, fala da Minha misericórdia. Envie para o e-mail: Diz às almas onde devem procurar consolos.” (Diário, 1448). revista@divinamisericordia.com.br

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RETIRO DOS APÓSTOLOS EUCARÍSTICOS NOS EUA Texto e fotos: Marcos Assis

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o longo dos dias 5 e 6 de novembro de 2016, o grupo dos Apóstolos Eucarísticos da Divina Misericórdia de Fall River, em Massachusetts nos Estados Unidos, realizou um retiro. O encontro contou com 200 devotos de todas as idades, incluindo um cenáculo feito pelas crianças, no qual meditaram sobre a misericórdia divina a partir do olhar das religiosas Helena Guerra e Santa Faustina.

A essência da devoção à misericórdia de Deus está na atitude de confiança cristã para com Deus e de atos de misericórdia para com o próximo.

“As almas que divulgam o culto à Minha misericórdia, Eu as defendo por toda a vida como uma terna mãe defende o seu filhinho e na hora da morte não serei para elas Juiz, mas Salvador misericordioso.” (Diário, 1075). “Neste retiro começamos com a Mensagem sobre a misericórdia dirigida por Jesus à Santa Faustina. A nossa palestra foi sobre como devemos ser intercessores, a partir do Ano Jubilar da Misericórdia. A abertura foi com o Rosário do Espírito Santo cantado na voz de Irina de Lucca. Refletimos

sobre a Santa Eucaristia, sobre a verdadeira devoção à misericórdia, a importância da Festa, do Terço da divina misericórdia, da Imagem, da Hora e da Novena da misericórdia. Explicamos sobre quem somos (os Apóstolos Eucarísticos da Divina Misericórdia), o que fazemos, quais os nossos objetivos e obras. Encerramos com a Santa Missa presidida pelo nosso Bispo, D. Edigar, e com o Terço da divina misericórdia cantado. São muitos os trabalhos que realizamos em nossa comunidade. Deus abençoe a todos vocês”.

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ESPIRITUALIDADE

A MISERICÓRDIA COMO UM ANTÍDOTO PARA DESCONFIANÇA Xavier Bordas

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iemos ao mundo com as mãos vazias, totalmente dependentes da bondade de Deus que se manifesta através de nossos pais. Mais tarde, na medida em que crescemos, pouco a pouco vamos perdendo essa confiança do bebê que é incapaz de suspeitar que alguém possa querer fazer-lhe dano. Isto se deve, por um lado, às feridas que vamos recebendo, e por outro à semente da desconfiança que o diabo semeou no coração de nossos pais, quando se produziu o pecado original. Pouco a pouco vamos deixando de ser aquela criança totalmente dependente e confiante na bondade do Pai celestial. Deus é Pai a quem podemos dirigir-nos com confiança, dóceis como crianças pequenas. O Espírito Santo, que em cada época nos dá o remédio que mais necessitamos, deu-nos, no século passado, Santa Teresinha do Menino Jesus, para nos recordar dessa verdade. Ela mesma não hesitou em chamar a Deus de seu “Papai querido”. A simplicidade e a confiança lhe permitiram ser tão atrevida para com Deus, usando aquele “elevador” que com um único ato de confiança lhe permitiu alcançar as alturas de santidade, isto é, a união com Deus Pai. Seu pequeno caminho

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segue sendo hoje a direção mais acertada para retirar-nos do marasmo de medo e da desesperança na qual vive submergida uma grande parte da humanidade. Em verdade, nossa vida na terra, por difíceis que sejam os tempos, consiste em voltar a ser como as crianças. Lembremo-nos da conversa de Jesus com Nicodemos: “Em verdade, em verdade, te digo: quem não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus’ (Cf. Jo 3, 3-6). Isto significa que a nossa vida deve consistir em um ir crescendo cada vez mais na atitude da confiança. Viver como cristão significa crescer na confiança, caminhar em direção à santidade, até anelar cada vez mais o regresso à casa do Pai. Deus, em todo momento da nossa vida, através dos acontecimentos, em nosso coração não cessa de nos perguntar: “Confias em Mim? Tens, para Comigo, a confiança e a simplicidade própria da criança?”. Uma vida assim foi a de São João Paulo II, que vivendo toda a sua vida nas mãos da Mãe de Deus foi descobrindo cada vez mais a divina misericórdia, antídoto da desconfiança semeada pelo pecado original, até chegar ao final do seu caminho, quando pode dizer

como último testamento, que deixou para todos nós: “Deixe-me partir para a casa do Pai”. Mas hoje, uma grande parte da humanidade sofre submergida em uma crise de esperança. Vemos como o nível do mal é cada vez maior, a hostilidade nas relações humanas aumenta e a desconfiança entre as pessoas está na agenda do dia. Para sair desse labirinto e poder ajudar outros a encontrar o caminho que pode levar-nos ao fim do túnel é importante compreender onde está a raiz do problema. A isto, vamos dedicar ainda outros artigos desta editoria nas próximas revistas. Quando analisamos como surge o mal no homem, damo-nos conta


de uma maneira perfeita do ponto de vista psicológico, como somente ele sabe fazer. Tratou de convencer o primeiro casal de que em Deus não havia amor, não havia sinceridade, não havia verdade. Onde, portanto, podemos buscar as fontes das atitudes de desconfiança? Por que o homem com tanta frequência se mostra desconfiado, buscando ou inclusive mendigando o amor? A resposta, podemos encontrá-la em nosso coração, onde uma vez se enraizou o primeiro “medo”, que produziu o pecado original.

de que os fundamentos do mal estão na falta de confiança, que nos impede de ser como uma criança em Deus. Assim foi desde o início da história da humanidade, quando o primeiro casal foi submetido à prova da fé. No início da história da humanidade, a confiança do homem foi posta à prova. Foi como se Deus

perguntasse ao homem: “confias em mim? És simples comigo e confiante como uma criança?”. O texto bíblico nos diz claramente que o homem foi atacado por satanás precisamente nesse sentido. Satanás não tratou de convencer o primeiro casal de que deviam agir mal pura e simplesmente, que deviam pecar. O que ele fez foi semear a desconfiança (cf. Gn. 3,1-6). Ele fez isso

Em que consiste esse medo inicial? Na falta de fé no verdadeiro amor. Trata-se da ferida da desconfiança e da falta de fé que tem suas raízes na “primeira desobediência” de nossos primeiros pais. Neste contexto, vale a pena recordar as palavras do Catecismo da Igreja Católica: “o homem, tentado pelo diabo, deixou morrer em seu coração a confiança em seu Criador (cf. Gn. 3,1-11) e, abusando de sua liberdade, desobedeceu ao mandamento de Deus. Foi nisto que consistiu o primeiro pecado do homem (cf. Rm 5, 19). Todo pecado, daí em diante, será uma desobediência a Deus e uma falta de confiança na sua bondade” (CIC 397).

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GERAL

CONHEÇA ALGUMAS DAS ATRAÇÕES DA FESTA NACIONAL DA DIVINA MISERICÓRDIA

Organize o seu Grupo e venha participar da Festa Nacional da Divina Misericórdia, nos dias 21, 22 e 23 de abril.

Alvaro e Daniel

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ALVARO & DANIEL

Formada oficialmente em 2006, a dupla ganhou destaque nacional com a música “Estrela”, tema da novela Paraíso, da Rede Globo. Caiu no gosto popular com o sucesso do programa apresentado na rádio 98FM, o Butinada 98. Líderes de audiência e com várias músicas entre as mais tocadas no Paraná, Alvaro & Daniel tornou-se uma das mais respeitadas e conceituadas duplas do sul do país.

Em 2008, Daniel fez a música “Anjo da Guarda”. Após um convite para participar de uma missa sertaneja na paróquia Santo Antônio, a dupla começou a transição do sertanejo secular para a música católica. Devido o sucesso no rádio e repercussão das músicas da dupla em âmbito nacional, os sertanejos foram convidados para comandar o projeto de TV Caminhos do Som. Através do programa eles lançaram a turnê “Amor & Fé”, um show voltado para a família. O repertório reúne clássicos que falam da simplicidade do homem do campo, músicas que

Texto com informações do site pessoal dos cantores e pregadores

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este ano a Festa da Divina Misericórdia terá uma programação especial de 3 dias, de 21 a 23 abril. Teremos os shows do Tony Allysson, Ministério Adoração e Vida, Danilo Dyba, Danielle Quirino, Thiago Brado junto com a Irmã Zélia, animando a Tarde de Louvor, e diversos artistas locais, além da apresentação teatral da Cia de Arte Comunidade Shalom (Curitiba). A preparação da Festa iniciará com a Novena à Divina Misericórdia, no dia 14 de abril, às 19h.


retratam o amor puro e muita fé. A ideia é evangelizar através do estilo musical mais popular no Brasil: o sertanejo.

IRONI SPULDARO

Nasceu em 1966, na cidade de Chopinzinho - PR. Casado e pai de dois filhos, é membro da Comissão de Ação Evangelizadora da Diocese de Guarapuava - PR e do Conselho Diocesano, estadual e nacional, da Renovação Carismática Católica (RCC), movimento do qual participa há 25 anos. Foi coordenador do grupo de oração Caminhando com Jesus e Maria, da

RCC da cidade de Guarapuava, do Ministério de Comunicação da RCC/PR, da Comissão Nacional de Finanças da RCC/BR e de todos os movimentos do estado do Paraná. Atuou, ainda, na coordenação dos amigos e amigas de Bethânia, também em Guarapuava. Ironi exerce o ministério de pregação em todo o Brasil e em outros países, como Argentina, Paraguai, Bolívia, Estados Unidos, Itália, Japão, Inglaterra e Suíça. É o fundador da Missão Há Poder de Deus.

DANIEL GODRI JUNIOR

Realiza palestras há mais de 18 anos. Nos seus treinamentos utiliza humor para envolver os participantes e fazer com que se sintam mais abertos aos novos ensinamentos. Ele aproxima o público com histórias que chegam ao coração e fazem com que suas palestras tornem-se momentos inesquecíveis. Entre suas obras destaca-se Construindo um vencedor e Um Deus vivo, um Deus vivido

Daniel Godri Junior

(disponível na Loja do Santuário da Divina Misericórdia). Conheça um pouco mais sobre a carreira de Daniel Godri Junior: • Especialista em Atendimento ao Cliente e Excelência em Serviços pelo Instituto Disney - Orlando Flórida – EUA; • Administrador de Empresas pela FAE Business School; • MBA em Gestão de Negócios pela Universidade Federal do Paraná (UFPR); • Pós graduado em Marketing pela Unifae; • Pós graduado em Ética e Educação.

Ironi Spuldaro

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FORMAÇÃO

ADORAÇÃO PERPÉTUA NO MUNDO:

PERMITAMOS AO ARTISTA DIVINO SEGUIR SUA PINTURA SOBRE A TELA DA NOSSA ALMA Agnieszka Kańduła

Na América já são mais de 950, e esse número gradativamente está aumentando nas paróquias ao redor do mundo: tratam-se das capelas de adoração perpétua nas quais Nosso Senhor Eucarístico é adorado continuamente, nas 24h de cada dia. Esta é a terceira edição da Revista, na qual apresentamos uma entrevista concedida pelo Padre Justo Antonio Lofeudo, MSE, originário da Argentina, no qual este sacerdote testemunha sobre a contemporânea formação dessas capelas de adoração e sobre sua missão na organização delas. Damos a palavra a ele:

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uitas vezes as pessoas me perguntam: “O que devo fazer durante a adoração? Como se adora?”. No meu entender, não é preciso fazer nada. Aprendemos a adorar adorando. Fomos capacitados para conhecer a Deus na medida em que Ele nos permite conhece-Lo, na medida em que Ele se revela a nós. Portanto, que estudo nós devemos realizar para poder fazer a adoração? Nenhum! Considero que o nosso maior problema não é a falta de preparação, mas o fato de que nós fomos acostumando a que devemos “fazer algo”. E no caso da adoração, é tudo o contrário. Aqui, devemos permitir que Ele “faça algo”. Aquele que “faz algo” é Deus. Ele está diante

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de nós durante a adoração, porém, também nós estamos diante Dele. E então, “expostos” à Sua atuação, devemos abrir nossos corações, devemos esquecer-nos de nós mesmos. Isto é o mais importante na adoração: o deixar-se amar, deixar que Ele nos abrace e estreite contra o Seu coração, esquecer-nos de nós mesmos. E se, em seguida, vem uma oração contemplativa, melhor ainda. Se segue a isso um diálogo com Ele, melhor ainda.

“NÃO TENHAIS MEDO! ABRI, ANTES, ABRI DE PAR EM PAR AS PORTAS A CRISTO!”

Conheço cinco casos de suicídios frustrados devido ao fato de que

no meio da noite aqueles que se dirigiam para o suicídio terminaram por se encontrar em uma capela de adoração perpétua. Se lhes foi possível entrar nelas, foi porque havia pessoas que se tinham comprometido a nelas fazer adoração. Não podemos deixar o Santíssimo Sacramento sem a presença de ninguém. Nestes tempos, em que se fecham as igrejas, nossa resposta é o que haviam pedido São João Paulo II e Bento XVI, no início de seus pontificados. São João Paulo II disse: “Não temais! Abri, antes, abri de par em par as portas a Cristo!”. Nós abrimos a porta de par em par e isso foi o que permitiu os cinco suicidas frustrados se encontrarem com


o Senhor, que é a Ressurreição e a Vida, assim como também desistir do suicídio e dar disso um testemunho.

AQUELE QUE É A RESSURREIÇÃO E A VIDA

Um desses casos foi na capela do Prato (Itália). O pároco, que participava na adoração, perto das quatro da manhã ouviu como a porta se abria e alguém irrompia na igreja, e suspirando de uma maneira estremecedora, permanecia dentro da capela. Era uma mulher desesperada, que havia perdido seu trabalho e sua casa e não tinha para onde ir; toda a sua vida era um fiasco. A mulher queria chegar à ponte para de lá precipitar-se no rio. Porém em vez de virar o volante à esquerda, girou para a direita: havia se equivocado. E, logo, viu uma luz, primeiro a física; quando entrou na capela, também a luz Daquele que é a Ressurreição e a Vida. Ao dar-se conta disso, compreendeu seu erro, começou a chorar e se reconciliou com Deus no Sacramento da Penitência. Por mais incrível que pareça, no mesmo dia voltou à capela para agradecer a Deus o fato inesperado de ter encontrado trabalho.

SOU EU!

Quantos fracassos e quantas ressurreições estão em uma

capela de adoração perpétua. Uma multidão! Tantas situações da vida que parecem sem esperança. Conheço um matrimônio que havia apresentado o pedido de divórcio, porém, graças à participação compartilhada na adoração perpétua, reconciliaram-se e voltaram a viver juntos. Por quê? Simplesmente porque a Eucaristia não é “um mero sacramento”, mas é o próprio Cristo vivo. Todos os milagres eucarísticos nos recordam o mesmo: trata-se de células vivas de um corpo humano. O Senhor nos disse: “Atenção, sou eu! Quanta atenção você dedica em me encontrar?”. Isso nos levanta a questão de como receber a Sagrada Comunhão. Qual é a nossa consciência? Damo-nos conta de Quem é Aquele que recebemos? Damo-nos conta de que na Comunhão não estamos diante de um pedaço de pão, mas que, segundo disse Bento XVI, acontece ali um encontro pessoal com nosso Salvador e nosso Criador; de que Ele está vivo; de que Ele atua em nós?

O CAMINHO DA CONVERSÃO

No México, abrimos uma capela de adoração em um bairro perigoso. Um homem acompanhava alguns dos seus amigos que faziam

adoração e ficou com eles, para, em seguida, voltarem juntos para casa. Não era católico praticante: fazia isso apenas pela segurança deles. Passado duas, talvez três semanas, não se aguentou e se confessou, depois de 40 anos distante de Jesus. Vocês podem imaginar isso? Quão grande é a força do Senhor! É tão grande que este homem não soube permanecer perto de Jesus com a consciência dos seus pecados. Na luz de Deus uma pessoa se dá conta de todos os seus pecados e imperfeições. É perpassados por essa luz que os santos se percebiam a si mesmos como pecadores. Às vezes, pessoas que estão um pouco distantes de Deus vêm se confessar e dizem: “Na verdade, não tenho pecados. Não matei a ninguém, não roubei ninguém...” Isto acontece porque não são conscientes dos seus pecados. Porém, quando vamos adorar Aquele que é a própria Santidade, tomamos consciência de que também nós devemos aspirar a ela. Assim começa o caminho da conversão. Porque a conversão é contínua. Ninguém pode dizer: “Eu já me converti.” A conversão é um processo, é uma aprofundar constantemente da fé, é um aproximar-se sem cessar de Cristo. A santidade é a união com Ele.

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IGREJA

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CONGRESSO CONTINENTAL DA MISERICÓRDIA Padre Jan Sopicki, SAC1

Recentemente, recebemos também o apoio do Padre Reginaldo Manzotti, que estará presente no primeiro dia do Congresso, na quinta-feira, 22 de junho. O Padre Joãozinho, SCJ, assumiu a organização de todas as palestras. O seu sentido muito prático e sua ampla experiência na organização de congressos têm sido uma ajuda extraordinária. Na organização deste evento estão presentes vários grupos de voluntários, responsáveis pelos diversos setores do Congresso.

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enho a alegria de anunciar mais um grande passo na divulgação da Divina Misericórdia no continente americano: trata-se do 10 Congresso Continental da Misericórdia. Depois dos muitos congressos locais em várias dioceses brasileiras e dos congressos nacionais, que ocorrem no Santuário da Misericórdia em Curitiba, assim como, dos quatro congressos mundiais; chegou a hora de realizarmos o primeiro Congresso Americano. Este grande evento será em Aparecida do Norte, entre os dias 22 e 25 de junho de 2017. A motivação para a organização deste Congresso foi o convite, feito no III Congresso Mundial em Bogotá-2014, pelo Cardeal Raymundo Damasceno, para que o IV Congresso Mundial fosse em Aparecida. Uma vez que o local

escolhido para esse IV Congresso foi em Manila, nas Filipinas, o presidente dos congressos mundiais, Cardeal Schönborn, de Viena, sugeriu que em Aparecida fosse realizado um Congresso Continental. Para que um evento assim fosse viável, foi necessário muito trabalho e muito comprometimento de fiéis envolvidos com a divulgação da misericórdia. Recebemos um grande apoio de Dom Orani, Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro. Ele mesmo gravou um vídeo formalizando o convite e escreveu cartas para todos os cardeais e bispos do continente americano. O Cardeal Damasceno, mesmo aposentado, continua como presidente de honra deste nosso Congresso Americano. Também ele assinou as cartas convites dirigidas às pessoas de todos os países americanos. Seu apoio tem sido de grande relevância para a realização dessa obra de Deus.

O Padre Jan Sopicki é o Secretário do Congresso Continental da Misericórdia.

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Contamos com o grande apoio das novas comunidades e centros de divulgação da Divina Misericórdia. Mas o que mais nos alegra é o apoio amplo e total que cardeais e bispos têm nos dado para que este seja um verdadeiro evento de fé. Esperamos, também, contar com o seu apoio e participação. Faça sua inscrição, desde já, pelo site www.accom2017.org, reservando a sua vaga. Você não pode ficar fora deste mutirão de divulgação da Divina Misericórdia. Não se trata apenas de um convite nosso. É antes de tudo um convite de Jesus que quer ajudar você no testemunho do Seu amor misericordioso no mundo de hoje, mundo que está morrendo de sede, e que espera de nós a Água Viva do Amor Misericordioso de Deus. Venha participar!


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#JOVEMGO

JOSÉ, UM HOMEM DE CARÁTER João Pedro da Luz Neto

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os dias de hoje, é comum ouvirmos que “não se fazem mais homens como antigamente”: isso porque temos a impressão de que não é mais preciso confiar que as pessoas cumprirão os seus acordos, ou que serão honestas em 100% do tempo, etc. É verdade que muitas vezes temos essa sensação, porque vemos roubos e crimes bárbaros, famílias destruídas pela traição, jovens que caem no mundo das drogas sem levantar mais. Mesmo em tantas dificuldades, não podemos nos esquecer de que temos muitos exemplos bons de pessoas que convivem conosco e de homens e mulheres que nos antecederam.

JOSÉ, HOMEM JUSTO

José, o pai adotivo de Jesus, é um deles. O episódio mais famoso de sua justiça está relatado no Evangelho (Mt 1, 19-25). Depois que Maria retorna a Nazaré, da visita à sua parenta Isabel, aos poucos, algo começa a ficar evidente para ele: ela estava grávida. Aqui, muitos não se dão conta de como José era Justo. Algumas pessoas pensam que ele teria duvidado do poder de Deus ou mesmo da honestidade da pureza da própria Virgem Santíssima. Contudo, conhecendo a virtude de Maria, em nenhum momento ele duvidou dela. Sua confiança em 1 São Jerônimo.

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Maria continuava intacta, mesmo experimentando uma angústia mortal em sua alma. Era impossível pensar em uma culpa de Maria, ele conhecia perfeitissimamente sua incomparável pureza e seu voto de virgindade. Segundo a lei dos judeus, Maria deveria ser apedrejada até a morte. Contudo aqui podemos ver mais uma vez como José era Justo. Ele não era um homem legalista, que cumpre o ritualismo da lei e não a essência dela, e que segundo a mentalidade presa ao sistema jurídico da época, deveria condenar Maria à morte, e condenando junto com ela o próprio Filho de Deus, assim como fez 34 anos depois aqueles que cheios de ódio bradavam: “nós temos uma lei, e por essa lei ele deve morrer”. José era Justo, não procura interrogar a Virgem Santíssima, pois sabe que se ela guarda silêncio é porque o mistério que a envolve não a autoriza a falar. Mas, ao mesmo tempo, ele não podia conservá-la consigo, pois seria ir contra a lei de Moisés que mandava entregá-la ao tribunal. Por isso, “envolveu no silêncio aquilo cujo mistério ignorava”1. A fim de que o mistério que ocorrera em Maria ‒ para o qual não tinha sido chamado a participar ‒ pudesse ser conservado, a fim de que a dignidade da Virgem Santíssima

fosse salva e, ao mesmo tempo, não descumprisse a lei: decide deixar Maria em segredo, assumindo sobre si o peso da difamação. Esse sacrifício feito a Deus consistiu na dolorosa paixão daquele que estava destinado a ser o pai adotivo do crucificado. Mas, porque Deus exigiria tamanha dor


Desde os primeiros tempos da Igreja, José é retratado como um homem silencioso, humilde, em profunda oração ao Senhor. Ele não se deixava levar pelos desejos e glórias do mundo material, mas, através da oração, se mantinha pequeno, elevando-se continuamente ao Céu, nossa Pátria, porque a santidade mais alta não exime ninguém de sentir-se dependente, pequeno, nada, diante de Deus, e de humilhar esse nada.

JOSÉ, HOMEM DE TRABALHO

Por fim, vale lembrar que a Sagrada Família não vivia de vento: comiam e bebiam como qualquer família, e as coisas que precisavam vinham através do trabalho. São José trabalhava de carpinteiro: fabricava móveis, consertava telhados, cercas, etc. Através de seu ofício, ajudava todos os outros e santificava sua casa.

daquele que haveria de acariciar com tanto amor o menino Deus? Ora, é justamente pelo grandioso amor que Deus lhe tem e pela grandiosa missão a qual estava destinado, que lhe foi reservado antecipadamente um pedaço tão grande da arvore da vida: a cruz. Uma vez que José morreria antes da crucificação de Jesus.

JOSÉ, HOMEM DE ORAÇÃO

Como já vimos, José era um homem Justo ‒ um homem íntimo de Deus. Ele dava sempre o primeiro lugar à oração. Os sofrimentos, angústias, ocupações não o impediam de rezar, pelo contrário, ainda mais o uniam a Deus, porque sua oração era adoração verdadeira.

O trabalho é uma grande graça que nos dignifica e por meio dele oferecemos ao mundo coisas boas e dignas, produzidas por nós e inspiradas por Deus. É ainda uma oportunidade que temos de transformar a nós mesmos em pessoas melhores, através da boa convivência e da dedicação. Na oficina de José, o menino Jesus cresceu, brincou e aprendeu a trabalhar. Vamos todos nós nos deleitar nesta oficina, e no convívio com a Sagrada Família aprender a ser pessoas justas, de oração constante, de trabalho fiel, de submissão filial a Deus.

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Ilustração: Felipe Koller

PEQUENINOS DA MISERICÓRDIA

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Shows

THIAGO BRADO

MINISTÉRIO ADORAÇÃO E VIDA

DANILO DYBA

DANIELLE QUIRINO

ALVARO E DANIEL

TONY ALLYSSON

Festa Nacional da

Divina Miseri

e mais 10 bandas locais

Pregação:

córdia 21 a 23 de abril

O CANTO DAS

ÍRIAS

DANIEL GODRI JUNIOR

Santuário da Divina Misericórdia Curitiba - PR Entrada Gratuita. Consulte a programação e o

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