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X-MEN RECOMEÇO

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Os leitores mais experientes lembrarão da época em que os X-MEN eram o grande carro chefe da Marvel nos quadrinhos. Grandes histórias como a Saga da Fênix Negra, Dias de um Futuro Esquecido, Massacre dos Mutantes, Inferno, Programa de Extermínio, dentre outras, são clássicos obrigatórios para quem aprecia histórias de super-heróis.

Tivemos também a fase das equipes Azul e Dourada, iniciando em X-Men #1 (1991), com desenhos de Jim Lee, que se tornou a revista mais vendida de todos os tempos, com 8.186.500 unidades. Além disso, a equipe mutante também passou por fases aclamadas sob o comando de Grant Morrison (New X-Men) e Joss Whedon (Astonishing X-Men).

Com o sucesso, a equipe alcançou outras mídias, estrelando as animações X-Men: The Animated Series (1992) e X-Men Evolution (2003), ambas com 5 temporadas. Impossível também não mencionar os três primeiros filmes produzidos pela FOX, lançados entre 2000 e 2006, pavimentando o caminho para outros filmes de super-heróis em Hollywood.

Tudo parecia bem, até que a Marvel (já integrante do grupo Disney) e com vários filmes de sucesso, que realmente aqueceram o gênero “super-heróis” nos cinemas, decidiu “boicotar” os mutantes nos quadrinhos, talvez por questões mercadológicas, tendo em vista que os direitos cinematográficos da franquia mutante ainda eram domínio da Fox, de forma semelhante ao que foi feito com o Quarteto Fantástico (cujos direitos para o cinema também pertenciam à Fox).

Esse processo de desmantelamento das equipes mutantes começou com a minissérie Vingadores vs X-Men (2012). Por conta do grande sucesso dos Vingadores nas telonas, os mutantes seriam os “vilões” da história, em um plot que envolvia a volta da Força Fênix, Wolverine escolhendo o lado Vingadores e Ciclope sendo corrompido e matando Professor Xavier. Posteriormente, foi a vez de Wolverine morrer em uma saga própria, publicada em 2014.

Prosseguindo em seu intento, a Marvel substituiu os principais ideais que representavam as histórias mutantes (luta contra o preconceito, proteger um mundo que os teme e odeia, etc) pelas questões referentes aos Inumanos. Nas minisséries Death of X e Inhumans vs X-Men, ambas de 2016, mais uma vez os mutantes ficaram com o pior ponto de vista da trama, segundo a qual a Névoa Terrígena despertou vários Inumanos na Terra, mas era letal para alguns mutantes, levando as equipes X a atacarem a cidade dos inumanos para destruir a fonte da névoa, ocasionando um intenso confronto entre as equipes. Importante mencionar a fracassada tentativa de série de TV dos Inumanos neste período.

Com a morte de Ciclope (em Death of X), somada à de Jean Grey, Professor Xavier e Wolverine, os X-Men viveram uma de suas piores fases nos quadrinhos. Isso perdurou até que a Disney comprou a FOX, em 2019, o que devolveu 100% dos direitos sobre os X-Men para a Casa das Ideias. A partir daí a editora começou um trabalho para recuperar os mutantes nos quadrinhos. Com direito a ressurreição dos quatro personagens principais da franquia.

A reformulação foi denominada Dawn of X, e a missão de trazer os X-Men de volta aos tempos de glória foi dada ao escritor Jonathan Hickman, que nos presenteou com a sua reformulação da franquia em duas minisséries paralelas: House of X e Power of X. O grande mérito de Hickman foi inovar o status dos mutantes, ao mesmo tempo em que os mudou de patamar.

A ideia de uma nação mutante não é inovadora. Tivemos o Asteroide M, Genosha, Ilha Utopia

por Oswaldo Luiz Barbosa

e agora Krakoa, desta vez como nação independente e reconhecida pela ONU. A grata surpresa, em termos de narrativa, é que agora os X-Men são abordados definitivamente como uma nova espécie. E nisso Hickman tem trabalhado de forma magistral.

Nosso padrões, são padrões humanos. Na visão do autor, não são os padrões que devem ser aplicados aos mutantes. Desde a forma de governo, composta por um conselho de 12 membros (com heróis e antigos vilões com o mesmo poder de voto), passando por questões de relacionamentos (quem disse que mutantes devem ser monogâmicos?), religiosas (vide a edição X-Men #7), legais (eles tem suas próprias leis), culminando no fato de que, com a tecnologia de clonagem do Senhor Sinistro, somada aos poderes de Xavier e alguns outros, mutantes

são agora virtualmente imortais. São muitos os questionamentos e abordagens que estes novos conceitos trarão. Um bom momento para antigos e novos leitores voltarem a acompanhar os X-Men.

Mas o melhor desde novo status quo dos mutantes no universo da Marvel vem nas palavras de Sue Richards, do Quarteto Fantástico: “Eles são uma nação que pensa que são melhores que todos. Eles estão ajudando pessoas por um preço! Eles não são as pessoas que antes conhecíamos. Eles não são mais heróis.”

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