A Palavra - Novembro 2013

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Paróquia São Luis Gonzaga Brusque, novembro de 2013 - Número 31

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Paz e bem! “Em toda a vida de Francisco, o amor pelos pobres e a imitação de Cristo pobre são dois elementos indivisivelmente unidos, as duas faces de uma mesma medalha”

Como tantos outros peregrinos, também eu vim hoje, para bendizer o Pai por tudo o que quis revelar a um destes “pequeninos” de que nos fala o Evangelho: Francisco. Em toda a vida de Francisco, o amor pelos pobres e a imitação de Cristo pobre são dois elementos indivisivelmente unidos, as duas faces de uma mesma medalha. De onde começa o caminho de Francisco para Cristo? Começa do olhar de Jesus na cruz. Deixar-se olhar por Ele no momento em que dá a vida por nós e nos atrai para Ele. Francisco fez esta experiência, de um modo particular, na pequena igreja de São Damião, rezando diante do crucifixo. Naquele crucifixo, Jesus não se apresenta morto, mas vivo! E o Crucifixo não nos fala de derrota, de fracasso; paradoxalmente falanos de uma morte que é vida, que gera vida, porque nos fala de amor, porque é o Amor de Deus encarnado, e o Amor não morre, antes derrota o mal e a morte. Quem se deixa olhar por Jesus crucificado fica recriado, torna-se

uma “nova criatura”. E daqui tudo começa: é a experiência da Graça que transforma, de sermos amados sem mérito algum, até sendo pecadores. Por isso, Francisco pode dizer como São Paulo: “Quanto a mim, de nada me quero gloriar, a não ser na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo” (Gal 6, 14). Na ideia de muitos, São Francisco aparece associado com a paz; e está certo, mas poucos vão em profundidade. Qual é a paz que Francisco acolheu e viveu, e nos transmite? A paz de São Francisco é a de Cristo, e encontra-a quem “toma sobre si” o seu “jugo”, isto é, o seu mandamento: Amai-vos uns aos outros, como Eu vos amei (cf. Jo 13, 34; 15, 12). E este jugo não se pode levar com arrogância, presunção, orgulho, mas apenas se pode levar com mansidão e humildade de coração. Trecho da homilia do dia 04 de outubro de 2013.

Editorial “Aproveitemos este tempo para refletir sobre nossas ações e buscar uma vida mais próxima de Deus, seguindo seus ensinamentos e respeitando os mandamentos propostos por Ele” Fé, esperança, santidade e eternidade. A edição de novembro da Revista A Palavra gira em torno destes temas, onde buscamos explicar e expressar os verdadeiros motivos cristãos pela busca da salvação e da vida de santidade, a fim de alcançarmos o Reino dos Céus, entendendo o que diz Jesus na passagem do Sermão da Montanha: “Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o Reino dos Céus” (Mateus 5, 1-12). Já que neste mês celebramos o Dia de Todos os Santos, preparamos uma revista toda especial.

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Na editoria Carisma, um artigo do Padre Vitor Feller, nos fala acerca da Luz da Fé. A entrevista desta edição é com a família Rezini que, baseada nos preceitos cristãos, superou a dor da perda prematura de um filho. A reportagem central, desta vez, é um belíssimo texto do Padre Adilson José Colombi, scj, que nos fala sobre a dimensão de santidade, o céu e os santos. Aproveitemos este tempo para refletir sobre nossas ações e buscar uma vida mais próxima de Deus, seguindo seus ensinamentos e respeitando os mandamentos propostos por Ele. Boa leitura!

A Palavra - Opinião

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A Palavra - Mural

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Edição

31 ESPECIAL | 10 a 13

Capa Ed. 30

O céu, os santos e a busca pela eternidade

07 | Simpósio Vocacional

2014

14 | A morte no ventre e o

caminho para o céu

15 | Encontro de Formação

da PASCOM reúne comunidades

ENTREVISTA | 08 e 09 Os valores cristãos na superação da dor da perda

16 | Comunidade São Francisco celebra o dia do Padroeiro 17 | Festa em honra a Nossa

Senhora Aparecida

18 | Colorindo: O céu e os

Santos

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NOSSA VOCAÇÃO | 06

Padre Vitor Feller, Vigário Geral da Arquidiocese de Florianópolis, fala sobre a Luz da Fé A Palavra - Sumário

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A Luz da Fé No Ano da Fé fomos agraciados com a primeira encíclica do Papa Francisco, a Lumen fidei, a Luz da Fé. Lembrando as encíclicas de Bento XVI sobre a caridade (Deus caritas est) e a esperança (Spe salvi), Francisco reconhece: “Ele (o Papa Bento) já tinha quase concluído um primeiro esboço desta encíclica sobre a fé. Estoulhe profundamente agradecido e, na fraternidade de Cristo, assumo o seu precioso trabalho, limitandome a acrescentar ao texto qualquer nova contribuição” (LF 7).(...) A fé não é uma luz enganadora. Não é ópio do povo, suspiro do povo oprimido, caminho de alienação e fuga dos sofrimentos deste mundo. Ao contrário, é uma luz que provém do próprio Deus, como dom sobrenatural, que nos dá o fundamento sobre o qual se pode enfrentar o desafio da vida. “A fé nasce do encontro com o Deus vivo, que nos chama e revela o seu amor: um amor que nos precede e sobre o qual podemos apoiar-nos para construir solidamente a vida” (LF 4). Há três dimensões da fé: humana, religiosa e cristã. A fé humana é a confiança básica que temos nas pessoas para poder viver com tranquilidade. Seríamos paranoicos se vivêssemos desconfiados de tudo e de todos. Fundamentando-se nesta fé humana, a fé religiosa aponta para algo ou alguém mais, para a dimensão do sagrado, do transcendente. É preciso deixar o coração e a razão em aberto para aquilo que não se consegue abarcar com os limites de nossa condição material e mortal. Apoiando-se na fé humana e na fé religiosa, a fé

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A Palavra - Carisma

Padre Vitor Galdino Feller é Doutor em Teologia Sistemática pela Pontifícia Universidade Gregoriana. Atualmente é Vigário Geral da Arquidiocese de Florianópolis, Professor de Teologia e Diretor da FACASC e do ITESC.

cristã nos coloca diante de um Deus que veio ao nosso encontro, para responder as nossas dúvidas e nos lançar na dimensão do Absoluto, na entrega aos braços e abraços do eterno Pai. A fé dá ao cristão uma força capaz de vencer todos os obstáculos. “A luz da fé não nos faz esquecer os sofrimentos do mundo. (…) A fé não é luz que dissipa todas as nossas trevas, mas lâmpada que guia os nossos passos na noite”. Mas é força consoladora “que nos projeta para um futuro certo, que se coloca em uma perspectiva diferente das propostas ilusórias dos ídolos do mundo, que dá um novo impulso e nova força à vida de todos os dias” (LF 57). www.paroquiasaoluisgonzaga.com


Fonte:

Simpósio Vocacional 2014

scj.org.br

A Pastoral Vocacional em conjunto com o Instituto de Pastoral Vocacional (IPV) preparam o Simpósio Vocacional do Brasil, que será realizado entre os dias 16 e 18 de maio de 2014, com o tema: “Ide e anunciai! Vocações diversas para uma grande missão!”. O objetivo do simpósio é incrementar a cultura vocacional na ação evangelizadora da Igreja no Brasil, avançando através do discipulado missionário, na comunhão e complementação de vocações e de ministérios na comunidade eclesial. O evento faz parte do 21º Plano Pastoral do Secretariado Geral daConferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) (Documento 95, p. 48). Dentro do contexto, esperase reforçar a articulação da

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Pastoral Vocacional e do Serviço de Animação Vocacional (PV/ SAV) e revigorar as Equipes Vocacionais Paroquiais (EVPs), envolvendo membros da PV/SAV, do Setor da Juventude, Pastoral Familiar, da Catequese, entre outros. O Simpósio deverá ser realizado de forma simultânea, em cinco regiões do país, para possibilitar uma participação mais abrangente dos agentes de pastoral dos 17 regionais da CNBB. Para facilitar a articulação e o envolvimento neste Simpósio Vocacional, a Comissão Organizadora está disponibilizando um Guia de Orientações e Estudo, que pode ser adquirido pelo valor de R$ 2,00 através do e-mail ipv@ipv.org.br.

A Palavra - Dehonianos

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“Busquem as coisas de Deus, pois somente com Deus, Jesus Cristo e nossa Mãe Maria que tambem entregou seu ´ filho, éque conseguimos seguir em frente.”

A Palavra - Como vocês viam a morte antes da perda do seu filho? Armando e Iria - Quando víamos alguém que tinha perdido algum ente querido, tentávamos confortar, pois achávamos que não era tão difícil de entender, que a morte estava longe e seguiria um curso normal, primeiro os avós, depois os pais e assim por diante. Nunca imaginamos que isso seria diferente, que a morte levaria um filho antes de nós. A Palavra - Em que circunstâncias receberam a notícia da partida dele, como foi? Iria - Estávamos de férias na praia, onde ele sempre passava conosco, mas naquele ano tinha um bebê de seis

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A Palavra - Entrevista

meses, e como morava a mais de 800 km, em Presidente Prudente, SP, achou que a viagem seria cansativa e resolveram passar as festas de final de ano com a família da esposa, pois estivera conosco nos anos anteriores. Era 6h30 do dia 03 de janeiro de 2009 quando o meu celular tocou, no visor era o número dele, atendi assustada e pensando no que, afinal, meu filho queria àquela hora da manhã, sendo que a Josi, sua irmã tinha falado com ele na noite anterior por volta das 21h30 e ele disse que estava tudo ótimo, que nos amava, e que estava muito, mas muito feliz. No outro lado da linha uma senhora pediu pra falar com a Josi, naquele momento entendi que tinha algo errado com meu filho, passei o telefone pra ela que me pediu calma, e disse para a pessoa do outro lado da linha dizer a verdade. Foi o pior momento de nossas

vidas, nosso amado filho tinha partido. Veio o desespero, uma dor inexplicável corroendo todo nosso ser, como se nossa carne fosse rasgada sem piedade, uma incapacidade de entender o que estava acontecendo. Ali naquele momento sentimos que não estávamos preparados para a morte, talvez sim a nossa, mas não a de um filho. Pensávamos como e porque seu coração havia parado. Ele simplesmente acordou, olhou para sua filha e caiu ao lado da esposa, ainda na cama. Tinha ido para junto de Deus e nos deixado sem saber o que fazer, como entender, como agir. É difícil explicar o inexplicável. Hoje quando sabemos de pessoas que perdem seus entes queridos é que entendemos a dor que elas sentem. A Palavra - Onde buscaram força e compreensão para o que aconteceu? www.paroquiasaoluisgonzaga.com


A fée a cristandade na superação da dor da perda

Há quase cinco anos, a família Rezini passou por momentos de dor e lágrimas com a perda do filho Roberto, de 37 anos, vitima de um mal súbito. Roberto Afonso Rezini, o Beto, como era chamado, deixou esposa e uma filha, na época com seis meses de vida. Nascido e criado em Brusque, era ex-seminarista, e havia se mudado para o interior de São Paulo, pois a esposa era daquela região. Católico fervoroso, devoto de São Francisco de Assis, participava de grupo de jovens e cursos de noivos, e colaborava nas atividades da Igreja local. Sempre que viajava rezava o terço, fazia novenas constantemente e pouco antes do ocorrido havia participado do Cerco de Jericó. Considerado pela família como um filho justo, honesto, amoroso e com uma alegria imensa, Roberto tinha pressa em resolver tudo e sempre dizia que nunca deveríamos ir dormir com algo mal resolvido, principalmente em família, e que era preciso muito pouco para ser feliz. Nesta entrevista os pais de Beto, Sr. Armando Rezini e Sra. Iria Lucia Rezini, nos contam como superaram a perda do filho, com base na fé católica e nos valores cristãos. www.paroquiasaoluisgonzaga.com

Armando e Iria – Em Deus, sem dúvida. Se com Deus já é doloroso, imagina sem Ele. Primeiro brigamos, questionamos: Por que ele? Por que nós? Mas só com o passar do tempo fomos entendendo, ou tentando entender, que a morte faz parte da vida, que pessoas especiais como nosso filho (e tantos outros) vão antes. Ele tinha pressa, não deixava as coisas mal resolvidas, amava a todos e só fazia o bem, porque seu tempo aqui era curto, Deus queria ele junto Dele. Sabemos disso e é nisso que nos apegamos, o quanto ele foi importante e o quanto marcou a vida das pessoas que passaram na vida dele. Ele é nosso anjo, e deixou um pedacinho dele, a nossa neta Rafaela. Assim como ela, nossa outra neta e neto junto com nossas duas filhas e nora precisam de nós, e juntos nos fortalecemos diariamente. Precisamos nos manter de pé, mesmo quando as forças querem nos deixar, pois era isso que ele faria: manter-se-ia de pé, firme ajudando a todos e servindo à Igreja. A Palavra - Qual o papel da Igreja e da fé na superação dessa perda? Armando - É um papel fundamental, pois somente com Deus, Jesus e nossa mãe Maria que também entregou seu filho, é que conseguimos seguir em frente. Com muita oração, não só nossa, mas dos amigos e da comunidade é que seguimos em frente. É uma superação diária, pois tem dias que a saudade é maior, outros, mais calma. Mas assim como Maria, nossa mãe, segurou Jesus nos braços, também seguramos nossas dores. Temos certeza que ele esta olhando e cuidando de todos nós. A Palavra - Que mensagem deixariam para aqueles que perderam uma pessoa amada, e que não conseguem explicação para o que aconteceu, não superam e permanecem sofrendo?

Iria - Busque as coisas de Deus, faça a entrega, entregue esta pessoa diante do sacrário, entregue com o coração. É difícil, mas faça, faça uma, duas vezes ou quantas forem necessárias, pois só assim nosso coração se aquieta e podemos seguir em frente. Viva seu luto, mas viva também com a certeza de que seu ente querido não gostaria de vê-lo sofrer. Pense nas pessoas a sua volta que precisam de você, há tantos males no mundo que podemos amenizar de alguma forma. A morte faz parte da vida, portanto viva, ame sua família, seus amigos, afinal nunca sabemos até quando estaremos juntos.

A perda de um irmão Por Josélis Rezini

Não quero falar só da dor, pois esta é inexplicável. Como diz quem perde alguém “só passando por isso para ter noção do que é”. Não perdi só um irmão, perdi um amigo, um confidente. Ele foi um ser humano incrível, claro tinha seus defeitos, mas eram pequenos diante da sua grandiosidade. Sinto uma falta enorme, tem dias que sufoca, já em outros esse sentimento é mais sereno, tranquilo. Em sonho, certa vez, ele me disse: “Maninha, diz pra mãe não chorar, eu estou bem, não tinha mais o que fazer aqui, já tinha cumprido meu papel, precisava partir”. E é nisso que acredito, que Deus tinha um plano pra ele, assim como tem para cada um de nós. Hoje nas minhas orações de agradecimento, agradeço a Deus, a seu filho Jesus e a Virgem Maria. Quando busco ajuda, busco também nele, que sei que está do meu lado. Quero sempre lembrar os momentos que estivemos juntos, e do quanto fomos felizes, mesmo nas adversidades. Minha filha tem um dindo anjo e minha afilhada Rafaela tem um pai anjo. E eu? Bom, eu tenho o mais lindo anjo que habita o Céu, meu irmão Beto. A Palavra - Entrevista

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Santidade e Et

O céu, os santos e a busca pela eternidade 10

A Palavra - Discípulos

A Solenidade de Todos os Santos, na liturgia católica, nos lembra de que, no espaço de tempo em que vivemos, neste mundo, somos chamados desde o Batismo a viver um estilo de vida pautado pela proposta da Boa Nova do Reino, trazida e vivida por Jesus Cristo. Sinteticamente, condensada no “Sermão das Bem-Aventuranças” (Mt 5,1-12). Mas, será que ainda é possível falar em santidade, hoje? O que significa ser santo? Quem é chamado a ser santo? A ideia quase comum, entre as pessoas, é que a santidade é uma meta reservada

a uns poucos escolhidos, privilegiados. No entanto, São Paulo nos fala do grande projeto de Deus e diz: “Nele (Cristo), Deus nos escolheu, antes da fundação do mundo, para sermos santos e íntegros diante dele, no amor” (Ef 1,4). E fala de todos nós. Sempre é bom recordar: só Deus é santo, sem dúvida. Mas, mostrou seu Rosto e sua Santidade em Cristo Jesus: o Mistério escondido nos séculos se revelou na plenitude do Verbo (Palavra) feito carne (Cf. Jo 1, 12-14). E São Paulo diz: “Pois Deus quis fazer habitar nele www.paroquiasaoluisgonzaga.com


Eternidade toda a plenitude” (Cl 1, 19). Em Cristo, o Deus vivo se tornou próximo, audível, tangível, de maneira que todos pudessem receber a plenitude de graça e de verdade (cf. Jo 1, 14-16). A santidade, a plenitude da vida cristã (do batizado), não consiste em realizar obras extraordinárias (milagres, por exemplo), mas na união, na configuração com Cristo, na vivência diária das palavras e dos gestos, por ele vividos, fazendo-os como se fossem nossos. É, novamente, São Paulo que nos diz: “Pois aos que ele conheceu desde sempre, também os predestinou www.paroquiasaoluisgonzaga.com

a se configurarem com a imagem de seu Filho” (Rm 8, 28). Por isso, todo batizado é convidado a participar da santidade do próprio Cristo. Resta a pergunta: Como podemos realizar esta vocação à santidade? Posso fazer isso com as minhas forças? Sem dúvida, uma vida de santidade não é, em primeiro lugar, o resultado de nossos esforços, das nossas ações puramente pessoais. Mas, é a própria Vida de Cristo Ressuscitado que nos é comunicada e a ação do Espírito Santo, que nos anima, em

P. Adilson José Colombi, scj, Prof. e Dr. em Filosofia

nossa interioridade, que nos tornam santos. Quem nos diz isso é Concílio Vaticano II: “Os seguidores de Cristo, chamados por Deus e justificados no Senhor Jesus, não por merecimento próprio, mas pela vontade e graça de Deus, são feitos, pelo Batismo da fé, verdadeiramente filhos e participantes da natureza divina e, por conseguinte, realmente santos. É necessário, portanto, que, com o auxílio divino, conservem e aperfeiçoem, vivendo-a, esta santidade que receberam” (Lumen Gentium, nº 40). A Palavra - Discípulos

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Santos: quem são e porque são Para a Igreja Católica, Santos são todos os que viveram o ideal das Bemaventuranças, isto é, realizaram sua vocação fundamental, respondendo com perfeição ao chamado recebido no Batismo de seguir o Mestre Jesus, a Santidade de Deus que se dignou tomar um rosto humano, sem deixar de ser divino. Só Deus é santo. Contudo, chama-nos a dela participar. A celebração litúrgica de Todos os Santos é justamente o apelo anual que a Igreja nos faz para mostrar como Deus continua a chamar-nos a partilhar de sua Santidade e que este ideal é possível de ser vivido. Todos os Santos são testemunhas deste apelo de Deus e da possibilidade de responder-lhe, embora tenhamos consciência de sermos seres humanos limitados e fracos.

“A Solenidade de Todos os Santos lembra e celebra todos os batizados que efetivamente viveram o estilo proposto por Cristo como ideal de perfeição e de felicidade” 12

A Palavra - Discípulos

Por isso a Igreja Católica, ao longo do ano, em sua liturgia, recorda a vida pessoal de alguns cristãos ou de grupos deles que viveram, heroicamente, a Boa Nova do Reino. São os declarados oficialmente e são inscritos na lista (em grego, cánon= lista) dos Bemaventurados. São os canonizados. Não são os únicos santos.

A Solenidade de Todos os Santos lembra e celebra todos os batizados que efetivamente viveram o estilo proposto por Cristo como ideal de perfeição e de felicidade. São rostos humanos que trazem em si mais nitidamente a imagem e a semelhança de Deus, o Único Santo, não importando o tempo e o espaço em que viveram.

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Todos os defuntos e todos os Santos: a passagem

O Calendário Litúrgico da Igreja Católica, que orienta todas as atividades pastorais e litúrgicas, contempla no inicio de novembro estas duas totalidades: defuntos e Santos. Mesmo os que não são católicos ou crentes, portanto, os que não vivem fé alguma, cultuam a lembrança de todos os defuntos, os finados. Já a Solenidade de Todos os Santos, aqui no Brasil, só os católicos. Na França, por exemplo, é um dos grandes feriados nacionais, Tous les Saints, celebrado como parte substancial da cultura e da tradição da Nação. E a França é um Estado laico, por excelência. Os franceses sabem valorizar o que é apreciável e contribuiu para a formação da Nação. A celebração de todos os mortos, não importando a convicção religiosa, recorda a todos nós que não temos, aqui neste planeta, nossa morada perene. Lembra-nos que somos peregrinos, caminheiros, em busca do lugar definitivo. Para os sem fé, este lugar é a mãe terra, de onde viemos e somos pura matéria. Ou, quando muito, faremos parte do acervo de lembranças da cultura e da www.paroquiasaoluisgonzaga.com

sociedade que nos acolheram, por alguns anos. Uns e outros podem e tem visões e posições diversas a respeito da morte, mas cremos que ela é inexorável e alcança a todos, sem exceção. Diante dela, somos todos iguais e, também, sentimos a sensação que é a única realidade que não podemos renunciar ou transferir para outro, repartir com os demais. Sobretudo, é única experiência existencial “totalmente minha”. Pois, só eu posso experimentar a “minha” morte. E mais ninguém. De fato, ninguém pode “morrer” a “minha morte”. É, portanto, uma experiência estritamente pessoal, única. Para o cristão católico, embora tenha este caráter pessoal, trágico e dramático, a morte não é vivida como o fim, o término de tudo. Por isso que a liturgia católica lembra e celebra desta forma: “a vida não é tirada, mas transformada”. E seu coroamento será ressurreição. Desta maneira, a morte é “passagem” da transitoriedade da vida terrena para a perenidade da eternidade na Casa do Pai, segundo o estilo de vida vivido por cada mortal. A Palavra - Discípulos

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Filhos são sempre filhos... inclusive no ceu. ´ P. Hélio Luciano, membro da Comissão de Bioética da CNBB e doutor em Bioética pela Faculdade de Medicina do Campus Biomedico di Roma (UNICAMPUS), na Itália

Ao considerarmos o grande valor da vida humana e a novidade radical da existência de um ser humano, é comum que nos perguntemos também: ‘que acontece com aquelas crianças que morrem ainda dentro do ventre materno?’ Antes de entrar na questão é necessário, em primeiro lugar, considerar que a partir da fecundação temos um novo ser humano no mundo, com DNA humano, diferente daquele

dos seus pais. Temos um novo organismo que poderá viver como tal por muitas décadas. Podemos chamar este novo ser de muitos modos - embrião, feto, criança, adolescente, adulto, idoso - mas sempre o que afirmamos é que se trata de um ser humano. Trata-se sempre de um filho. Sem entender isso é muito fácil que consigamos nos enganar - a tal ponto de poder justificar o assassinato de alguém em qualquer uma destas fases, como acontece no aborto. A partir disso podemos nos perguntar: O que acontece com nossos filhos quando morrem dentro do ventre materno? Que acontece com eles após serem assassinados? Esta pergunta existe desde muitos séculos. Uma das respostas teológicas - nunca afirmada definitivamente pelo Magistério da Igreja - falava do limbo. Como tais crianças permaneceriam com o pecado original, pois não teriam sido batizadas, permaneceriam sem ter a visão

beatífica (em palavras mais simples, sem ir para o céu), mas também sem receber os sofrimentos da ausência de Deus, pois não teriam culpa. Tal explicação, embora siga uma determinada lógica, não parece condizer com a nossa fé na misericórdia de Deus. Por tal razão, em 2007, a Comissão Teológica Internacional publicou um documento no qual afirma que ainda sem sabermos exatamente como, Deus, na sua infinita misericórdia, acolhe essas crianças que morreram com poucas semanas de vida. De um modo especial, deve acolher aquelas que foram injustamente assassinadas. Voltamos ao tema inicial: são filhos. A partir de quando acontece o aborto seja espontâneo ou provocado - há um ser humano no céu, um filho no céu, que pode interceder por seus pais, por sua família, por todos nós. Por isso é bom que possamos dar-lhes nome e rezar para que intercedam por nós. Este é um caminho necessário para aquelas mães que sofrem de depressão pós-aborto. Rezemos então por esses milhões de crianças que estão junto de Deus, para que intercedam por nós junto a Deus, para que nos ajudem a defendermos as vidas de nossos filhos não por ideologia, mas por amor a cada pessoa.

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A Palavra - Discípulos

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Paróquia realiza encontro de formação da Pascom Representantes das comunidades recebem formação sobre a comunicação na Igreja No último dia 05 de outubro foi realizado o Encontro de Formação para agentes da Pastoral Comunicação (PASCOM), no Centro Catequético da Matriz São Luiz Gonzaga. O objetivo do encontro foi incentivar a participação dos membros da Paróquia nas ações de comunicação e divulgação das atividades desenvolvidas. Estiveram presentes os representantes das Comunidades Nossa Senhora Aparecida, São José, Cristo Rei, São João

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Batista e Nossa Senhora de Lourdes. “A ação da Pascom é muito mais ampla e abrangente do que vínhamos praticando até agora, pois se trata de uma pastoral que perpassa todas as demais e auxilia na comunicação interna da comunidade como também no diálogo com a paróquia e com o mundo. Nossa comunidade tem presença frequente no site da Paróquia com cenas de suas celebrações e eventos. Por isso acredito que a consolidação da Pascom dará um novo impulso na evangelização deste mundo cansado de tanta desinformação”, afirma Jorge Deichmann, coordenador da Comunidade Nossa Senhora Aparecida.

Na ocasião a Coordenadora da Pascom da Arquidiocese, Olga Teresinha de Oliveira, apresentou a estrutura organizacional da Pastoral da Comunicação, em todos os setores da Igreja Católica – CNBB, Arquidiocese e Paróquia – a fim de exemplificar de que maneira devem ser planejadas as ações de comunicação. No encontro ficou determinado que as reuniões da Pascom passem a acontecer todo último sábado de cada mês, em conjunto com a agência responsável pela produção da revista A Palavra, site e redes sociais da Paróquia São Luis Gonzaga.

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HORÁRIOS DE MISSA MATRIZ SÃO LUÍS GONZAGA De segunda-feira a sábado – 19h Domingo – 7h, 9h, 17h e 19h 1ª sexta-feira do mês – 7h 2ª terça-feira do mês – Missa da Saúde – 15h30 Adoração ao Santíssimo Sacramento Quintas-feiras – 6h30 às 18h30 COM. NOSSA SENHORA DE FÁTIMA Sexta-feira – 19h Sábado – 18h Domingo – 9h Dia 13 de cada mês – 19h COM. SANTA RITA 1ª sexta-feira do mês – 19h Sábado – 19h Dia 22 de cada mês – 19h COM. CRISTO REI 1ª sexta-feira de cada mês – 19h Domingo – 8h30 COM. NOSSA SENHORA DE LOURDES 1ª sexta-feira de cada mês – 19h Sábado – 19h Dia 11 de cada mês – 19h

Festa em honra a

São Francisco de Assis

A Comunidade São Francisco de Assis realizou a festa em honra ao Padroeiro entre os dias 04 e 06 de outubro. A programação contou com Missa no Tríduo, e na quinta e sexta-feira foram vendidos bolo e cachorro quente para arrecadação de fundos para as obras da igreja. No domingo, dia 06, a Missa realizada às 10h foi presidida pelo P. Eloi, residente na comunidade.

Festa de Cristo Rei Nos dias 22 e 23 de novembro será celebrada a festa do padroeiro, na Comunidade Cristo Rei. Na sexta-feira, dia 22, haverá Missa festiva, às 19h, e no sábado a tradicional carreata, a partir das 18h30.

COM. NOSSA SENHORA APARECIDA 1ª sexta-feira de cada mês – 19h Sábado – 19h Dia 12 de cada mês – 19h COM. SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS 1ª sexta-feira de cada mês – 19h Sábado – 19h 2ª segunda-feira de cada mês – 19h 2ª quarta-feira de cada mês – 19h COM. SÃO JOÃO BATISTA Domingo – 8h COM. SANTO ANTÔNIO Domingo – 8h30 Dia 13 de cada mês – 19h30 1ª sexta-feira do mês – 19h30 COM. SÃO JOSÉ 1ª sexta-feira do mês – 19h Sábado – 17h30 Dia 19 de cada mês – 19h COM. SANTA PAULINA Sábado – 19h 1ª sexta-feira do mês – 19h Dia 09 de cada mês - 19h COM. SÃO FRANCISCO DE ASSIS 2º e 4º domingo do mês – 9h

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A Palavra - Comunidades

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Comunidade Nossa Senhora Aparecida celebra padroeira No último dia 12 de outubro, sábado, a Comunidade Nossa Senhora Aparecida comemorou o dia da Padroeira com uma procissão seguida da Santa Missa. Os peregrinos saíram em caminhada, às 9h, sendo recepcionados na capela. Após a Missa foi servido almoço com churrasco e cachorro quente aos participantes. Confira as fotos da celebração:

Cronograma do mês de

NOVEMBRO Missa de 1ª Comunhão 09/11 às 17h30 na Comunidade São José 10/11 às 9h na Comunidade Nossa Sra. de Lourdes Curso de Preparação para o Batismo 09/11 às 14h na Matriz 24/11 às 8h na Comunidade Nossa Senhora de Fátima Reunião de Liturgia 04/11 às 19h na Matriz 20/11 às 19h30 na Matriz 25/11 às 19h na Comunidade Nossa Sra. Aparecida Escola Vivencial – Cursilho 04 a 25/11 às 20h na Matriz Missa de Ação de Graças 09/11 às 19h na Comunidade N. Sra. de Lourdes Comunidade Cristo Rei 22/11 às 19h Festa do Padroeiro 23/11 às 18h30 Carreata festiva Retiro de Integração Paroquial 30/11 às 14h na Casa Pe. Dehon Reunião da PASCOM 30/11 às 9h30 no Centro Catequético da Matriz

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Novembro é o mês dedicado a todos os Santos. E o céu é onde todos querem estar, junto de Deus. Então que tal imaginar este lindo céu? Divirta-se colorindo as figuras abaixo:

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A Palavra - Kids

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