Crédito: Rosana Mottinha
Revista Institucional | 2012 | Paróquia Imaculado Coração de Maria | Curitiba - PR | Missionários Claretianos | www.paroquiacoracaodemaria.com.br
In Matris Corde No coração da Mãe
A procura de Deus...
... no percurso
para chegar
“à Porta da Fé”
Editorial
Nossa Par贸quia na
era digital
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Acesse o site
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e fique conectado com as principais not铆cias paroquiais e da Igreja Cat贸lica num s贸 lugar
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Por que escolhemos o Ano da Fé? Sua importância...
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Pe. Nilton César Boni cmf
Aproveitem este itinerário que a revista In Matris Corde oferece para tomar posse do mistério da salvação
Queremos caminhar em comunhão com a Igreja e vivenciar nossa fé como gesto de encontro com Jesus Cristo vivo e presente em nossa história. A fé, por meio da qual nos unimos ao Salvador, é nossa adesão ao seu plano de amor e à sua vontade salvífica. O Papa Bento XVI, no 50º aniversário do Concílio Vaticano II e no 20º aniversário da publicação do Catecismo da Igreja Católica, convida os fiéis à conversão por meio de uma séria e responsável reflexão sobre a fé. O Ano da Fé iniciará em 11 de outubro de 2012 e terminará em 24 de novembro de 2013 na Solenidade de Cristo Rei do Universo. Teremos, portanto, um tempo especial para amadurecer as realidades de nossa fé e renovar nossos esforços no desejo de seguir Cristo com radicalidade. O Papa salienta que entrar pela Porta da Fé é aventurar-se num caminho que dura por toda a vida: “Este caminho tem
50 anos da abertura
início com o Batismo, pelo qual podemos dirigir-nos a Deus com o nome de Pai, e está concluído com a passagem através da morte para a vida eterna”. Será um ano de estudos a respeito da fé. O Papa exorta as comunidades a despertarem e redescobrirem o verdadeiro valor da fé que nos leva ao coração do próprio Deus e da humanidade. Exorta a buscar no Catecismo da Igreja as respostas para as questões mais emergentes que se apresentam na sociedade. Ele será um precioso instrumento a serviço da evangelização, sobretudo, no que diz respeito à formação dos cristãos. “Possa este Ano da Fé tornar cada vez mais firme a relação com Cristo Senhor, dado que só n’Ele temos a certeza para olhar o futuro e a garantia dum amor autêntico e duradouro”. Dessa maneira, queremos que nossa comunidade paroquial se
A fé como memória e reconhecimento
do Concílio Vaticano
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20 anos do Catecismo da Igreja Católica
Principais eventos
Adesão pessoal do
Romarias: caminhos de fé
do “Ano da Fé”
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homem a Deus
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O papel especial de Maria no mistério da Salvação
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Carta A Porta da Fé, uma reflexão
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envolva decididamente neste Ano da Fé e proclame por meio do testemunho e da Palavra que Jesus Cristo está presente no meio de nós. Que os fiéis aproveitem para fazer uma reciclagem de sua fé e tomem uma decisão coerente caminhando em direção d’Aquele que é a fonte da alegria. Que Maria Santíssima nos guarde em seu coração, para saborearmos esse processo catequético com espírito aberto e generoso. E como bons cristãos, já está na hora de acordarmos para Deus e para um tempo novo onde brilha a Verdade refletida pela Palavra Encarnada. Que o amor a Jesus Cristo e ao Reino de Deus seja nossa constante motivação, a fim de vencermos as tentações cotidianas e proclamarmos nossa fé com convicção no amor a Deus e ao próximo. Aproveitem este itinerário que a revista In Matris Corde oferece para tomar posse do mistério da salvação e se entregarem com mais disponibilidade à obra de Deus. Como dizia S. Tiago “a fé sem obras é morta”. Passemos pela porta da fé com entusiasmo e mística.
Pa róqu i a Imacu l a d o Cor ação de Ma r i a Missionários Claretianos www.paroquiacoracaodemaria.com.br
direção: Pe. Nilton Cesar Boni, Cmf
p rodução
Pág. 14
Pág. 18 e 19
rua prof. rosinha campos, 52, sala 02, abraão - FLORIANÓPOLIS/SC
FONE: 48 3365 1613 ATENDIMENTO@DOMINUSCOMUNICACAO.COM
JORNALISTA RESPONSÁVEL KETLIN DA ROSA - SC02821 - JP pauta@DOMINUSCOMUNICACAO.COM
Fé: caminho de
di agr a mação ANDRÉ KINAL
“restauração da unidade dos povos cristãos”
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criacao@DOMINUSCOMUNICACAO.COM
imp ressão: gráfica Radial t ir agem: 3 mil
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50 anos Diversos documentos eclesiais deram base para um novo tempo Pe. Jaime Sánchez Bosch cmf
No dia 11 de outubro de 1962 inaugurava-se o Concílio Ecumênico Vaticano II, o maior evento da Igreja no século XX. É necessário conhecer a Igreja na época anterior ao Concílio para perceber a mudança que representou em todos os aspectos a celebração do Concílio e as reformas que ele encaminhou. Foram emanados 16 documentos de diferentes tipos e assuntos, todos eles de grande importância. A seguir você confere um pequeno trecho de cada documento, como uma sugestão e incentivo para ler o documento por completo. Constituição Dogmática Dei Verbum sobre a Divina Revelação Deus invisível, na riqueza do seu amor fala aos homens como amigos e convive com eles, para os convidar e admitir à comunhão com Ele. (n. 2) Constituição Dogmática Lumen Gentium Sobre A Igreja Cristo foi enviado pelo Pai “a evangelizar os pobres... a sarar os contritos de coração” (Lc. 4,18), “a procurar e salvar o que perecera” (Lc. 19,10). De igual modo, a Igreja abraça com amor todos os afligidos pela enfermidade humana; mais ainda, reconhece nos pobres e nos que sofrem a imagem do seu fundador pobre e sofredor, procura aliviar as suas necessidades, e intenta servir neles a Cristo (n. 8). Constituição Conciliar Sacrosanctum Concilium Sobre a Sagrada Liturgia Na reforma e incremento da sagrada Liturgia, deve dar-se a maior atenção a esta plena e ativa participação de todo o povo
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porque ela é a primeira e necessária fonte onde os fiéis hão de beber o espírito genuinamente cristão (n. 14). Constituição Pastoral Gaudium et Spes Sobre A Igreja No Mundo Atual Ora, a vontade do Pai é que reconheçamos e amemos efetivamente em todos os homens a Cristo, por palavra e por obras, dando assim testemunho da verdade e comunicando aos outros o mistério do amor do Pai celeste (n. 93). Declaração Nostra Aetate Sobre a Igreja a as religiões não cristãs Sendo assim tão grande o patrimônio espiritual comum aos cristãos e aos judeus, este sagrado Concílio quer fomentar e recomendar entre eles o mútuo conhecimento e estima, os quais se alcançarão sobretudo por meio dos estudos bíblicos e teológicos e com os diálogos fraternos (n. 4). Declaração Dignitatis Humanae sobre a liberdade religiosa Finalmente, a autoridade civil deve tomar providências para que a igualdade jurídica dos cidadãos - a qual também pertence ao bem comum da sociedade nunca seja lesada, clara ou larvadamente, por motivos religiosos, nem entre eles se faça qualquer discriminação (n. 6). Decreto Ad Gentes sobre a atividade missionária da Igreja A razão desta atividade missionária vem da vontade de Deus, que «quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao ple-
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no conhecimento da verdade. Ora há um só Deus, e um só que é mediador de Deus e dos homens, o homem Cristo Jesus, que se deu a si mesmo como preço de resgate por todos» (1Tm 2, 4-6), «e não há salvação em nenhum outro» (At 4,12) (n. 7). Decreto Presbyterorum Ordinis sobre o ministério e a vida dos sacerdotes Lembrem-se, pois, os presbíteros que no exercício da sua missão nunca estão sós, mas apoiados na força omnipotente de Deus: e assim, com fé em Cristo que os chamou a participar do Seu sacerdócio, deem se com toda a confiança ao seu ministério, sabendo que Deus é poderoso para aumentar neles a caridade (n. 22). Decreto Apostolicam Actuositatem sobre o apostolado dos leigos Assim, existem na Igreja muitas iniciativas apostólicas nascidas da livre escolha dos leigos e dirigidas com o seu prudente critério. Em determinadas circunstâncias, a missão da Igreja pode realizar-se melhor por meio de tais iniciativas, e daí o serem com frequência louvadas e recomendadas pela Hierarquia (n. 24). Decreto Optatam Totius sobre a formação sacerdotal O dever de fomentar as vocações pertence a toda a comunidade cristã, que as deve promover sobretudo mediante uma vida plenamente cristã; mormente para isso concorrem quer as famílias, que animadas pelo espírito de fé, de caridade e piedade,
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são como que o primeiro seminário, quer as paróquias, de cuja vida fecunda participam os mesmos adolescentes.
sobre toda a Igreja (n. 4, citando LG 22).
Decreto Perfectae Caritatis sobre a conveniente renovação da Vida Religiosa Os Superiores, porém, como quem deverá dar contas das almas que lhes foram confiadas, dóceis à vontade de Deus no cumprimento do seu cargo, exerçam a autoridade em espírito de serviço a favor de seus irmãos, de tal maneira que sejam a expressão da caridade com que Deus os ama (n. 14).
Decreto Unitatis Redintegratio sobre o Ecumenismo Por outro lado, é mister que os católicos reconheçam com alegria e estimem os bens verdadeiramente cristãos, oriundos de um patrimônio comum, que se encontram nos irmãos de nós separados. É digno e salutar reconhecer as riquezas de Cristo e as obras de virtude na vida de outros que dão testemunho de Cristo, às vezes até à efusão do sangue (n. 4).
Decreto Christus Dominus sobre o múnus pastoral dos bispos na Igreja A ordem dos Bispos, porém, que sucede ao colégio dos Apóstolos no magistério e no governo pastoral, e, mais ainda, na qual o corpo apostólico se continua perpetuamente, é também, juntamente com o Romano Pontífice, sua cabeça, e nunca sem a cabeça, sujeito do supremo e pleno poder
Decreto Inter Mirifica sobre os Meios de Comunicação Social Os destinatários, sobretudo os jovens, procurem acostumar-se a ser moderados e disciplinados no uso destes meios; ponham, além disso, empenho em entenderem bem o que ouvem, leem e veem; dialoguem com educadores e peritos na matéria e aprendam a formar um reto juízo (n. 10).
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20 anos do Cateci
Algumas pistas para a leitura deste importante Documento da fé cató Pe. Alceu Luiz Orso cmf
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ecismo da Igreja
da fé católica
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Catecismo da Igreja Católica foi promulgado pelo Papa João Paulo II no dia 08 de dezembro de 1992. Portanto, neste ano de 2012 celebramos 20 anos de sua promulgação. A primeira edição em português, no Brasil, foi lançada no dia 04 de outubro de 1993. Tudo começou em 1986, após o término do Sínodo Extraordinário de 1985, que teve como tema: “para avaliar o pós-Concílio”, quando este solicitou ao Papa um catecismo para toda a Igreja Católica da doutrina e da moral. O Papa João Paulo II nomeou uma comissão de Cardeais para assumir a tarefa de redigir esta obra. Esta comissão foi presidida pelo Cardeal Josef Ratzinger (atual Papa Bento XVI). Foram seis (06) anos de trabalho. Este trabalho ficou pronto no dia 30 de abril de 1992. O Papa João Paulo II deu-lhe a aprovação no dia 25 de junho do mesmo ano, mas determinou que só fosse publicado em 08 de dezembro do mesmo ano. Escolheu duas datas comemorativas do Concílio Vaticano II (1962 – 1965) para simbolicamente ligar, unir este catecismo com o Concílio. A primeira data, o ano do início do Concílio 1962, para que fosse publicado o catecismo em 1992, portanto 30 anos depois. A segunda data é o dia 08 de dezembro de 1965, dia e mês do encerramento do Concílio Vaticano II, para que também fosse publicado o Catecismo da Igreja Católica, dia 08 de dezembro.
Estrutura do Catecismo
O Catecismo da Igreja Católica está estruturado em quatro (04) grandes partes: Parte I: A profissão da fé atecismo começa explicando os doze (12) Artigos do Credo. Assim, situa antropologicamente o Ato de Fé (“Eu Creio”, “Nós Cremos”). Desta forma, explicita que o “Homem e a Mulher são capazes de Deus” e que “Deus vem ao encontro dessa capacidade deles e “eles dão sua resposta pessoal e comunitária a Deus”. Deste modo, o Catecismo apresenta em que consiste a Revelação, através da qual Deus se dirige e se doa ao homem, bem como a fé, pela qual o homem e a mulher respondem a Deus.
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A fim de atingir o público jovem, há pouco mais de um ano foi lançado o Youcat, um catecismo com linguagem e projeto gráfico diferenciado, pensado exclusivamente para este público
Segunda parte: A celebração do mistério cristão Nesta segunda parte, o Catecismo começa enfocando o Mistério Pascal da Liturgia e dos Sacramentos. Apresenta-o como a salvação de Deus realizada uma vez por todas, através de Jesus Cristo e pelo Espírito Santo, que se torna presente nas ações sagradas da liturgia da Igreja, e aqui desenvolve de forma particular cada um dos sete sacramentos.
Terceira parte: A vida em Cristo A terceira parte do Catecismo começa apresentando um belo tratado sobre “A vocação do Homem e da Mulher, que é a Vida no Espírito”. Portanto, apresenta o fim último do homem e da mulher, criados à “imagem e semelhança” de Deus: a bem-aventurança e os caminhos para chegar a esta vida no Espírito, através: de um agir reto e livre, de um agir que realiza o mandamento da caridade, desdobrado na compreensão e na vivência dos dez Mandamento da Lei de Deus. Quarta parte: A oração Cristã É a última parte do Catecismo. Trata do sentido e da importância da oração na vida dos crentes. Nesta parte, encontramos um verdadeiro tratado sobre a Oração: “A Revelação da Oração”, “A Tradição da Oração”, “A vida de Oração”. Enfim, apresenta um breve comentário sobre os sete pedidos da oração do Pai Nosso. Nestes sete pedidos encontramos o conjunto dos bens que devemos esperar e que Deus, o Pai celeste, quer conceder a cada um de nós.
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Pistas para uma compreensão do
Catecismo
Vou procurar apresentar algumas chaves de leitura do Catecismo da Igreja Católica, enumerando-as para fins pedagógicos:
1)
As duas primeiras partes do Catecismo (A primeira parte: A profissão da fé: “Eu creio”, “nós cremos”e a segunda parte“A celebração do mistério cristão”: os sacramentos) significam que Deus se comunica e se dá a conhecer ao homem e à mulher para salva-los.
2)
Na primeira parte do Catecismo: “Profissão da fé”, (fé professada), Deus se revela através da Natureza, através do coração do homem e da mulher e através da Sagrada Escritura. Esta revelação é condensada na oração do credo (creio).
deve ser dada? Pela vida em Cristo (a fé vivida), pela moral (o modo de viver) e pela oração cristã (a fé orada), através do diálogo, da conversa pessoal e comunitária com Deus.
5)
Uma das chaves para uma compreensão total do catecismo é lê-lo na ótica bíblica e litúrgica. Assim nos oferece ao mesmo tempo uma doutrina sã e adaptada à vida atual dos cristãos.
6)
Há no Catecismo uma segunda maneira de Deus se comunicar conosco. É através da celebração do mistério cristão (a fé celebrada), que é a liturgia e os sacramentos.
Este Catecismo oferece subsídios, orientações para as crianças e os adolescentes que se preparam para receber os sacramentos da Eucaristia e da Confirmação, bem como também é útil para os fiéis que quiserem ter em mãos um resumo acessível de toda a vasta e profunda doutrina da Igreja Católica.
4)
7)
3)
A parte terceira e a quarta do Catecismo apresentam a resposta que o homem e a mulher devem dar a Deus. Como esta resposta
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Servirá também como roteiro para cursos, palestras e encontros de jovens e adultos.
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8)
Vem atender à contingência histórica, isto é, dar resposta adequada e segura de uma fé vivida e coerente diante de inúmeras incertezas de opiniões conflitantes no campo da Moral, tais como, a oportunidade do divórcio, a licitude do aborto, da eutanásia, a possibilidade de experiências sexuais pré e extramatrimoniais, e tantos outros.
9)
Este Catecismo vem dar resposta segura e adequada na cultura de hoje. Surgem novos e desafiadores problemas, exemplificando: a justiça social, a relações financeiras internacionais, os avanços da biologia com a engenharia genética e outras conquistas científicas, como no campo da medicina, sobretudo as novas cirurgias.
10)
O Papa João Paulo II, na Constituição Apostólica “Fidei Depositum” (guardar o depósito da fé) enumera vários objetivos do Catecismo, tais como: a) Este Catecismo é dado aos Pastores da Igreja para que o usem assiduamente ao cumprirem a sua missão de anunciar a fé e de apelar para vida evangélica e a fim de que sirva como texto de referência, seguro e autentico, para o ensino da doutrina católica, e de modo muito particular, para a elaboração dos catecismos locais. b) É oferecido a todos os fiéis que desejam aprofundar o conhecimento das riquezas da salvação. c) Pretende dar um apoio aos esforços ecumênicos animados pelo desejo de unidade de todos os cristãos, mostrando com exatidão o conteúdo e a harmoniosa coerência da fé católica. d) É oferecido a todo o homem que nos pergunta a razão de nossa esperança e queira conhecer aquilo em que a Igreja católica crê. Para concluir devo dizer que este Catecismo é para: os Bispos, elaboradores de catecismos, para todos os fiéis, para os cristãos não católicos, e todos os que se interessam pela Igreja.
É p
, isto uma erteoral, citue de ais, e
ura e m nondo: acioharia omo as ci-
uição ardar s do dado duanciar m de e aue de dos fiéis das poio esejo com ência mem nça e ólica smo mos, icos,
É preciso ver para crer?! Adesão pessoal do homem a Deus Pe. Luis Erlin Gomes Gordo cmf
Crer é uma atitude que exige adesão. Nunca poderemos afirmar que chegamos num amadurecimento completo da fé, pois a alma pulsa de desejo por Deus. Nosso espírito lateja pela necessidade do Altíssimo. Quanto mais temos fé, mais fé desejaremos ter. Quanto mais progredimos na vida espiritual, maior será nossa entrega a Deus. Há momentos em que sentimos dúvidas, porém questionar-se, não é sinônimo de fraqueza na fé, mas desejo concreto de crer integramente, sem vacilar. Se não questionamos, corremos o risco de viver de forma infantil nossa espiritualidade. Tomé, um dos apóstolos, não estando presente no momento em que Jesus apareceu
aos discípulos, duvida da palavra de seus companheiros. A atitude de Tomé até hoje é interpretada por muitos como algo negativo, pois ele não creu. Em determinadas situações da vida, costumamos até dizer: - Eu sou como Tomé, preciso ver para crer. Muitas vezes, nós somos introduzidos na fé, por influência de alguém por testemunho de algum parente ou amigo, ou simplesmente aprendemos a ter fé devido à devoção de nossos pais. Porém, chega uma hora em que o testemunho do outro é insuficiente para satisfazer nossas inquietações. Assim, é preciso fazer a própria experiência, andar com as próprias pernas. Os amigos da samaritana, depois de ouvi-la,
desejaram conhecer Jesus. Ao fazerem a experiência do encontro com ele, afirmam: Já não é por causa da tua declaração que cremos, mas nós mesmos ouvimos e sabemos ser este verdadeiramente o Salvador do mundo. (João 4,42) Tomé não é o símbolo da falta de fé. Ele aspira tocar o Senhor com as próprias mãos. Sua adesão não é fraca; ele é um homem que quer crer com convicção por ter se encontrado pessoalmente com o Ressuscitado. Ele quer crer como adulto. Nós jamais poderemos crer pelo outro. Mesmo tendo reta intenção, nunca poderemos impor nossa fé ao outro, mesmo que sejam nossos filhos. Crer é dom pessoal, podemos incentivar, testemunhar, mas nunca obrigar o próximo a acreditar com a mesma intensidade com que nós acreditamos. Não se alcança a fé através de sentimentalismos baratos, lavagem cerebral... É preciso ouvir pessoalmente o Senhor dizendo: Introduz aqui (em minha chaga) o teu dedo. Põe tua mão no meu lado. Não sejas incrédulo, mas homem de fé. (João 20,27) Assim, poderemos cair de joelhos e professar: Meu Senhor e meu Deus! (João 20,28). Depois desse encontro, pode cair a pior tempestade, mas a casa não cairá, pois estará firmada sobre alicerce.
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Maria e o mistério da salvação
As atitudes de Nossa Senhora são exemplos de abandono e fé para todos
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ara entender a figura de Maria no mistério da salvação é preciso antes de tudo recordar alguns aspectos da própria história que levam a essa mulher tão especial. Desde o início, a história de Israel é marcada por lutas e contradições, por um sentimento de amor e fidelidade a Deus, por guerras e escravidão, por libertação e exílio. Deus enviou muitos homens e mulheres para falar ao povo e revelar sua vontade, para fazê-los voltar ao verdadeiro Deus uma vez que, no caminho, haviam perdido o rumo. A história da salvação é uma história do amor de Deus por seus filhos, um amor sem limites que vai até as últimas consequências. Deus nunca se cansou de seu povo e sempre fez de tudo para que seus filhos não se perdessem. Um amor tão grande fez com que escolhesse uma jovem simples, anônima e humilde para ser a mãe de seu Filho unigênito. Nossa história da salvação tem seu início e cume em Jesus Cristo. Mas Jesus não nasceu num passe de mágica, ele se encarnou na história da humanidade por meio de uma mulher, filha de um povo, crente, judia, observante da lei de Moisés. Certamente a cena da visita do anjo a Maria nos faz entrar na realidade de alguém que se
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Pe. Nilton Cesar Boni cmf
vê envolvida por uma graça especial. Dar um e a faz participante da beleza da criação sim ao desconhecido é mergulhar numa total Eva pura e imaculada, que por meio do confiança em Deus. Essa é, por excelência, a esmagou a cabeça da serpente une-se vocação de Maria: dizer sim a Deus e unir-se a do Filho por amor à humanidade. Mar Ele por meio de sua maternidade divina. Maria nhou sempre com Cristo e se mostrou dá seu consentimento ao Senhor e realiza o em todos os acontecimentos. Mesmo n maior matrimônio da história: dez deixou seus Doce Coração o divino com o humano. Sem em Nazaré e foi de Maria dúvida, foi um sim cheio de mente socorrer Iza incertezas, como ela mesma gesto de entrega seja sempre afirma “como vai acontecer despojamento e a isto se não conheço homem a quem mais preci nossa materna algum?” (Lc 1,34). Porém, um consiste sua missã companhia! sim libertador e encantador na. Maria por meio que passa por cima de uma sim conduz a hum cultura com suas crenças e encontra abrigo a Deus e nos faz participantes do mistér no coração de um homem justo que simples- denção. A mulher humilde torna-se a fi mente acreditou. Maria descobre que seu ser cessora de seu povo e devolve a alegr está consagrado a Deus e do seu ventre virá festa fadada a terminar por falta de vinh a “luz para as nações”, Aquele que os profetas Maria na história da salvação é a anunciaram e que todo o povo espera ansio- atenta e preocupada com o bem esta samente. dos. Mesmo sem saber deixa-se guiar ração e chega até o Filho levando os dr A Missão homem. Quer que todos sintam a ale Ser a Mãe do Filho de Deus é para ela uma ela mesma sentiu ao dar a luz ao Salva grande responsabilidade, que lhe fere a alma de Maria foi sendo aos poucos purifica com as piores dores de quem presencia nos so- dida que ela se aventurou nos braços d frimentos do Filho a miséria humana. A Encarna- deixou a confiança moldar seus desejo ção muda totalmente o rumo da vida de Maria É por isso, que a Igreja reconhece
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beleza da criação. A Nova que por meio do seu sim serpente une-se à Paixão umanidade. Maria camisto e se mostrou solícita mentos. Mesmo na graviez deixou seus afazeres m Nazaré e foi prontaente socorrer Izabel. Esse esto de entrega revela o espojamento e a atenção quem mais precisa. Nisto nsiste sua missão mater. Maria por meio de seu m conduz a humanidade pantes do mistério da remilde torna-se a fiel interdevolve a alegria numa por falta de vinho. da salvação é a mulher com o bem estar de tor deixa-se guiar pelo coho levando os dramas do dos sintam a alegria que ar a luz ao Salvador. A fé poucos purificada à meou nos braços de Deus e ldar seus desejos. reja reconhece em Ma-
ria a santidade e a materna proteção. Sem ela nossa história não se completaria. É na fé de Maria em relação ao Filho que a Igreja se molda e busca sempre novos caminhos, novas alternativas para levar o Evangelho a todos os povos. Maria é a mulher que aponta para o Cristo Ressuscitado. Ela mesma fez todo o percurso de alguém que está sedento por Deus e quer mudar os rumos de sua vida. Não teve medo, simplesmente confiou no Altíssimo e reconheceu na cruz a grande misericórdia do Pai. Os sofrimentos de Maria também iluminam nossa redenção e solidificam nossa fé em Deus, em Jesus seu Filho. As virtudes O Papa Bento XVI propõe que Maria seja nossa fiel companheira neste Ano da Fé. Que ela oriente nossos passos para encontrarmos o amor e transformarmos os corações. Somos interpelados a viver o mesmo “sim” que a Mãe de Deus deu com responsabilidade e compromisso. A fé de Maria questiona nosso modo de ser e pensar, cicatriza nossas feridas e nos impulsiona a ver o mundo com os olhos de Deus. Maria está totalmente envolvida com o mistério da salvação e atrai para Cristo seus filhos convictos ou não da fé. Com certeza são muitas as atitudes de Maria que nos inspiram na caminhada de fé da Igreja. Podemos ver em Maria a humildade como dom primeiro para acolher Deus. A humildade nos aproxima do coração materno do Pai e molda nossa existência para acolhermos as demais virtudes do reino. A obediência é outro caminho de entrega à vontade de Deus; sem ela não podemos fazer o que “Ele quer”; a obediência é uma atenta escuta da Palavra e um colocar-se a serviço da Boa Nova. Outra atitude fundamental é a oração. Por meio do silêncio e da oração, Maria soube encontrar as respostas para sua fé. Guardava e meditava a voz de Deus em seu coração, por isso, foi solícita ao plano da salvação. Se quisermos viver o Ano da Fé em plenitude, coloquemos Maria como companheira de nosso caminho. Ela é a ponte para chegarmos ao Filho e certamente nos instruirá acerca da fé. Ela nos ensina a amadurecer no seguimento de Cristo, pois foi a primeira vocacionada e participante ativa da missão do Filho. Nela reconhecemos o grande potencial que a Igreja tem de colocar-se a serviço da vida. Somos marianos por excelência e amantes da verdade. Doce Coração de Maria seja sempre nossa
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a Carta Apostólica “PORTA FIDEI”(A Porta da Fé), de 11 de outubro de 2011, o nosso querido Papa Bento XVI convida-nos a refletir sobre a nossa fé e a fé da Igreja Católica neste ano litúrgico que estamos vivendo agora. Penetrar por esta porta compreende nos abrirmos à ação da Trindade, pois é crer em Deus Pai, que é AMOR; no seu Filho unigênito, que veio para nos salvar; e no Espírito Santo, que mantém-nos no caminho desta fé até que volte gloriosamente o Senhor. Ao entrarmos pela porta, não pode haver retorno e a cada passo neste caminho aprofunda-se mais no mistério da salvação. Mas este caminho é longo, afirma o Papa: é uma jornada por toda a vida. A longa jornada na fé deve ser encarada com grande entusiasmo, pois o encontro com Cristo é algo maravilhoso e inesquecível. A motivação de escrever este documento para a Igreja, segundo Bento XVI, é a profunda falta de fé que vive a sociedade contemporânea e que a leva para um profundo abismo sem saída e por vezes a conduz por estradas tortuosas como a “Nova Era”. Dentro deste meio social em que vivemos, devemos procurar sentir de novo a necessidade de ir como a samaritana ao poço e encontrar lá a água viva, a água que realmente matará nossa sede de Deus. Devemos readquirir o gosto de nos alimentarmos da Palavra, como a Igreja fielmente a transmite, e do Pão da vida que nos dará forças para sermos o sal que não perdeu seu sabor e a luz que foi acesa para os demais. O crer é um gesto que abrange todo o nosso ser: o lado cognitivo precisa conhecer naquilo que se crê; o lado afetivo precisa sentir e ter a experiência do que se crê; e, por fim, a nossa vontade, nossa ação, refletirá o que cremos, pois conhecemos e sentimos o que é crer. Dessa maneira, crer em Cristo é
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A Po uma
Carta de Bento XV
professar a fé que dominica respondemos na Missa. É en o conteúdo deste patrimôn nos foi passado desde a orig cristianismo. Cada palavra parágrafo desta profissão de muito bem compreendida e da à nossa vida. Crer em Cristo é ouvir sua e compreendê-la dentro do dimento da Santa Mãe Igreja buscar novas interpretações vocadas que conduzem às d Não buscar outras “teologia podem parecer mais mode criativas, mas que no fundo para o lugar comum: a desesp Crer em Cristo é buscar dade Naquele que é o inéd cada celebração e que fala mente aos nossos corações. da fé é um convite para uma tica e renovada conversão nhor, o único Salvador do m Esta renovação atinge a tod criança recém-batizada ao P um itinerário jamais comple te terminado nesta vida. Qu acha totalmente conheced mistérios pascais e não mais de orientação, deve ter do, pois quem está muito al uma queda maior. A hum
Porta da Fé, ma reflexão
Bento XVI aos fiéis católicos reflete sobre a confiança em Deus
que dominicalmente na Missa. É entender este patrimônio que do desde a origem do Cada palavra, cada ta profissão deve ser mpreendida e aplicaa. sto é ouvir sua Palavra ê-la dentro do entenanta Mãe Igreja, e não interpretações equionduzem às divisões. utras “teologias” que er mais modernas e que no fundo levam mum: a desesperança. isto é buscar a novique é o inédito em ão e que fala diretassos corações. O ano nvite para uma autênda conversão ao SeSalvador do mundo. o atinge a todos, da -batizada ao Papa. É amais completamennesta vida. Quem se nte conhecedor dos scais e não precisa tação, deve ter cuidam está muito alto, terá maior. A humildade
Claudio Titericz cristã deve de ser nossa meta. Usando uma passagem de 2Cor 5,14 (“o amor de Cristo nos impele”) Bento XVI fala que é urgente uma nova evangelização e que deve haver um empenho eclesial rumo a este objetivo: descobrir de novo a alegria de crer e reencontrar o entusiasmo de comunicar a fé.
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ão há fé sem que o coração também esteja comprometido Retomando a necessidade de experiência interior, não há fé sem que o coração também esteja comprometido. Paulo nos fala (Rm 10,10) que devemos acreditar com o coração e com a boca fazermos a profissão de fé. O primeiro passo é o mais íntimo da pessoa. Sem isso, a fé professada apenas com a boca é vazia. E quantos católicos assim o fazem, envergonhados de agir como cristãos em suas escolas, trabalhos, clubes, famílias e até mes-
mo dentro da Igreja. Mas para abrir este sacrário da pessoa – seu coração – precisamos da graça de Deus agindo dentro dela. A oração é uma forma de ajuda para nos transformarmos em outros Cristos, influenciando a todos em nossa volta, fazendo a diferença em prol da vida e da solidariedade. Onde buscar esta fé? O Papa diz que o primeiro sujeito da fé é a Igreja. Ninguém crê sozinho e é na comunidade, por meio do Batismo, que entramos nesta porta que nos levará à salvação. Nela, temos o Magistério que nos auxilia a entendermos um pouco do que seja o mistério da salvação e o plano de Deus. Neste caso, o Catecismo da Igreja Católica torna-se um especial instrumento auxiliar. Ali temos todo o desenvolvimento da fé até chegar aos grandes temas da vida diária. Muitos parecem não saber as respostas para dilemas morais modernos como o aborto, a eutanásia, o homossexualismo, as células-tronco embrionárias, o segundo matrimônio e outros, quando tudo está respondido neste documento que orienta e é um verdadeiro instrumento de apoio da fé. Como não há fé, somente da
boca para fora, a fé clama pela caridade. O testemunho do católico é o maior meio de se levar a fé ao ateu ou ao não crente, pois o amor arrasta as pessoas e modifica-as. A fé sem obras está morta, dizia Paulo. Devemos, então, mostrar a fé pelas ações, não por palavras vazias. A Igreja Católica já é a maior instituição caritativa do planeta, mas se contar com mais a sua ajuda, será ainda maior. Para muitos, dar dinheiro é o suficiente. Na verdade fazer com as próprias mãos a caridade é que é o verdadeiro ato de ajuda ao irmão. Toda a Igreja precisa de ajuda financeira é claro, mas a messe é grande e poucos são os trabalhadores. A fé é mostrada com obras verdadeiras. Nossa Paróquia precisa de muita ajuda nas pastorais que possui. As atividades dos Enfermos, Catequética, Liturgia, Centro Social, Dízimo, Batismo, entre outras carecem de pessoas que querem viver a fé cristã, amando o próximo. Amor para o cristão é a mesma coisa que caridade. É doar-se, ou seja, abrir mão do meu tempo e dá-lo ao irmão necessitado, seja ele quem for. Não só o dinheiro, mas a atenção para ajudar a obra de evangelização. Muitos acreditam que a evangelização só acontece lá na Amazônia, na África, ou nestes locais abandonados do mundo. Mas, aqui na nossa própria Paróquia também somos chamados a evangelizar, e muito. Por fim, Paulo lembra a Timóteo (2Tm2,22), quando está já no final de sua vida, “procure a fé”. Ou seja, é necessário manter a mesma constância e força de vontade na busca da verdade. Sempre devemos nos aprofundar na mistagogia que é Jesus Cristo. Só acreditando é que a fé cresce e revigora. Não há outra possibilidade de adquirir certeza sobre a própria vida, senão abandonar-se progressivamente nas mãos de um amor que se experimenta cada vez maior porque tem a sua origem em Deus.
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Um novo tempo
para a Igreja Ano da Fé incentiva fiéis a realizarem eventos, estudos e discussões sobre o tema Pe. Rodrigo Godoi Fiorini cmf Com a Carta Apostólica “Porta Fidei” o Papa Bento XVI convocou um “Ano da Fé”, que começa em outubro deste ano (por ocasião do qüinquagésimo aniversário da abertura do Concílio Vaticano II) e termina em 24 de novembro de 2013, Solenidade de Cristo-Rei. O Papa Bento XVI destaca que a finalidade deste tempo será dar um novo impulso à missão de toda a Igreja, conduzindo as pessoas para fora do deserto em que muitas vezes se encontram, e fazendo com que descubram o valor da amizade com Cristo que nos dá a sua vida plenamente. Este “será um momento de graça
e de compromisso com uma conversão cada vez mais completa a Deus, para fortalecer nossa fé Nele e para anunciá-lo com alegria ao ser humano do nosso tempo”. A fé, como nos ensina o Catecismo da Igreja Católica, é um ato pessoal: a resposta livre do ser humano à iniciativa do Deus que se revela. É um presente de Deus, é um dom que não devemos esconder, a riqueza na qual acreditamos, celebramos e proclamamos com a Igreja: “Esta é a nossa fé, esta é a fé da Igreja”. A Congregação para a Doutrina da Fé emitiu algumas diretrizes para celebrar-
Esta é a nossa fé, esta é a fé da Igreja
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mos o Ano da Fé. Teremos a oportunidade de entender melhor esse dom de Deus para cultivá-lo e testemunhá-lo. Viver plenamente a fé é uma forma de testemunharmos alegremente a presença de Cristo Ressuscitado entre nós, “todos os dias até o fim do mundo” (cf. Mt 28, 20). As indicações que foram dadas abarcam a Igreja em âmbito universal, as Conferências Episcopais, Dioceses, Paróquias, Comunidades, Pastorais, Associações e Movimentos. Dentre as muitas recomendações que pretendem suscitar a pronta responsabilidade eclesial durante este ano, podemos destacar as seguintes: a celebração da XIII Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos sobre o tema da “Nova Evangelização para a transmissão da fé cristã” (outubro de 2012); o convite para que os fiéis organizem peregrinações à Sé de Pedro e à Terra Santa; a indicação de que busquemos reconhecer e aprofundar o papel de Maria na história da salvação (peregrinações aos santuários marianos devem ser motivadas); a organização de simpósios, congressos e conferências que contribuam para uma melhor compreensão da fé, da redescoberta dos ensinamentos do Concílio Vaticano II e estudo do Catecismo da Igreja Católica; e o incentivo para a produção de filmes e publicações sobre o tema da fé, utilizando as novas linguagens de comunicação. O Brasil será agraciado com a recepção da próxima Jornada Mundial da Juventude. Esta ocorre em julho de 2013, no Rio de Janeiro, e pretende oferecer aos jovens uma oportunidade especial para experimentar a alegria que vem da fé no Senhor. Além disso, uma solene celebração de Inauguração do Ano da Fé acontece no dia 11 de outubro de 2012. Cada Igreja Particular está incumbida de preparar a festa de encerramento deste Ano, para “confessar a fé no Senhor Ressuscitado”. A fé, como o Papa nos diz, “é nossa companheira de vida que nos permite distinguir com olhar sempre novo as maravilhas que Deus faz por nós. É um dom a ser redescoberto para que possamos dar um testemunho alegre”. Animemo-nos a fazer esta experiência!
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A fé é proposta como caminho restaurador do sentido de união entre as nações
A unidade dos povos cristãos Fagner Geraldo de Almeida Pereira cmf
Entender a fé no contexto em que se vive hoje, numa sociedade corrompida pela modernidade e tendo o homem como centro do mundo, é uma questão que nos impulsiona a rever posturas em prol do reino e sua realização. Observam-se crises acerca da fé e de como ela vem sendo interpretada pelas pessoas, surgindo muitas indagações e discussões. Ter a fé como caminho de restauração da unidade dos povos cristãos é essencial para que se possa levar os que professam a fé em Jesus Cristo a um reavivamento dela. A busca por uma unidade dos povos cristãos se faz necessário, uma vez que como filhos de Deus, através do Sacramento do Batismo, “todos quantos fostes batizados em Cristo, vos revestistes de Cristo... Pois todos sois um em Cristo Jesus” (Gál. 3, 27-28), formamos uma só Igreja e o dever e o compromisso é de todos. Universalidade O Dicionário Michaelis define o termo Ecumênico da seguinte maneira: “Algo universal, mundial”. O Dicionário de Conceitos Fundamentais de Teologia diz que Ecumene: “significa, na linguagem comum moderna, o movimento de unificação e reunião da cristandade na face da terra; sua finalidade é: para dentro, a reunificação da cristandade separada numa única, santa, apostólica e universal Igreja de Jesus Cristo na ceia comum do Senhor e na universal aliança de amor de todas as Igrejas; para
fora, o entendimento universal das culturas e raças, regiões e religiões, ideologias e ciências, em torno dos problemas, necessidades e deveres da humanidade”. Portanto, o movimento ecumênico visa buscar uma unidade que leva a superar as divisões entre as diferentes igrejas cristãs. Muitas vezes, percebe-se que ele é entendido com traços negativos, quando não bem compreendido e que seu modo de fazer teologia pode ser interpretado de maneira equivocada no que tange a religião. Tais diferenças são as pedras dos nossos sapatos e que nos impedem de caminhar unidos em busca de um mesmo ideal. O diálogo fraternal é de suma importância, porque e através dele que se terá indícios para uma restauração da unidade dos povos cristãos no processo de discernimento da fé, sem ferir a religiosidade de cada um, ou seja, cada um respeitando o outro na sua diversidade, pois é dentro da pluralidade é que buscamos a unidade e a paz. O caminho que o Ecumenismo perpassa nos leva a uma reflexão mais ampla acerca de como servimos a Deus e de como somos sinal Dele para as outras nações ou povos, tendo como principio primeiro o amor a Deus e o de amar ao próximo como amamos a nós mesmos.
apresenta o que vem a ser o Ecumenismo, para que tenhamos um esclarecimento melhor sobre ele, preparando-nos para futuras dúvidas que possam aparecer. A Exortação Apostólica Pós-Sinodal Verbum Domini, do Papa Bento XVI, também menciona a questão do Ecumenismo em consonância com a Palavra de Deus no número 46 e nos convida a ter a centralidade dos estudos bíblicos no diálogo ecumênico, tendo em vista a unidade de todos em Cristo. Então, depois de feita esta breve descrição sobre o Ecumenismo e o caminho que os cristãos devem fazer, vemos que não se esgota aqui toda a compreensão e discussão sobre o assunto. Cabe a cada cristão examinar a fidelidade à vontade de Cristo junto com a Igreja e continuarem fervorosamente o trabalho de renovação, de diálogo, de reconciliação e de reforma.
Orientações O Papa Paulo VI no Decreto Unitatis Redintegratio nos
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A fé co e reco
Crer em um só Deus que é Pa
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o abrir o Catecismo da Igreja Católica nos deparamos com diversas e significativas características da fé: como virtude teologal pela qual cremos em Deus e na sua palavra revelada (n. 1814), como resposta da vontade e da inteligência do ser humano ao Deus amor (n. 143), como adesão pessoal e livre a Deus (n.150), como graça (n.153) e dom que frutifica em obras (n.1815). Também a fé é apresentada como o começo da vida eterna (163), ato voluntário, livre (n. 160), autenticamente humano (n. 154) e como um ato do entendimento (n. 155). Desse modo, ele é um ato pessoal (n. 166) e, ao mesmo tempo, comu-
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nitário (n.185) alimentada pela Palavra de Deus, atuada pela caridade e sustentada pela esperança (n.162). Nós fazemos a nossa primeira profissão de fé no batismo (n. 189) e, por meio da Igreja, nós recebemos a fé e a vida nova em Cristo (n. 168) e o conhecimento que a fé nos dá do Deus vivo implica em comportamentos e obrigações com relação ao testemunho de Cristo na vida ordinária (n. 2087). Desse modo, a graça que recebemos de crer naquilo que a Igreja não cessa de confessar que é a sua fé em um só Deus Pai, Filho e Espírito Santo (n.152) não é uma ideia ou um conjunto de fórmulas complicadas,
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mas é um fato, ou seja, uma realidade que se pode experimentar e viver (n.170). A expressão de Gregório de Nissa (330395) de que “somente a maravilha conhece” expressa o dinamismo do conhecimento em geral e também manifesta o que ocorre no ato de fé do crente. O mistério da vida exige um olhar para o real sempre comovido e maravilhado. No caminho da fé somos convidados a alargar o horizonte de nossa compreensão da vida no respeito àquele núcleo de exigências que poderíamos chamar de elementares como o desejo de verdade, beleza, justiça e amor (ver Mt.16,26). No fundo, para o cristão o crer passa a ser uma experiência de aproximação à concepção da vida que tinha Jesus, o qual, por sua vez, “demonstra na sua existência uma paixão pelo indivíduo, um ímpeto pela felicidade do indivíduo, que nos leva a considerar o valor da pessoa como algo incomensurável e irredutível, pois o problema da existência do mundo é a felicidade de cada homem” (Giussani, p. 110). É impossível não imaginar os discípulos fascinados e atraídos pela forma como Jesus olhava para a vida, abraçando misericordiosamente cada detalhe da experiência e alargando o horizonte da compreensão deles na aventura apaixonada pela existência. A experiência da fé da Igreja está diretamente relacionada em viver o relacionamento com essa Presença de Jesus, desse
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s que é Pai, Filho e Espírito Santo e a relação entre essas três Pessoas faz parte das reflexões da fé católica
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Márcio Luiz Fernandes cmf Tu que nos constitui por meio da memória. Há uma convergência, portanto, entre a fé e a memória. A própria fé de Jesus era memória. Toda a vida de Jesus foi marcada pelo relacionamento de fidelidade e obediência incondicional ao Pai. A fé de Jesus era vivida como memória por essa contínua referência ao Pai e à força do Espírito que o
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modo como Jesus se relaciona com o Pai, a sua fé como obediência, mostrase como princípio e fundamento da fé dos fiéis conduzia. Para Jesus o significado de viver a memória do Pai traduzia-se no caminho de obediência, de renúncia e na oferta livre de si mesmo para a realização do Reino. E não era uma atitude passiva por parte de Jesus mas, ao contrário, conforme nos apresenta o Evangelho, esta adesão de fidelidade total
era vivida na tensão dramática, tal como a passagem no monte das Oliveiras onde Jesus declara: “não a minha, mas a tua vontade seja feita”. Para pronunciar a aceitação definitiva da vontade do Pai Jesus, travou uma luta consigo mesmo culminando no abandono e na plena solidão da cruz onde, de novo, seu gesto é de amor e doação completa ao Pai, dizendo: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito” (Lc. 23,46). Na Eucaristia se faz a memória do doar-se de Jesus por nós e, nesta ceia, se compreende que a vida do cristão também está destinada a tornar-se vida doada aos outros. Na liturgia, a nossa prece ao Pai, por Cristo e no Espírito é justamente a de fazer lembrar: “recorda-te Pai da tua Igreja, dos nossos irmãos, etc”. Se nós não recordamos de Deus, não temos a vida. E a oferta da nossa parte é, neste sentido, a fé em ato dentro das circunstâncias cotidianas. O modo como Jesus se relaciona com o Pai, a sua fé como obediência, mostra-se como princípio e fundamento da fé dos fiéis, de tal modo que hoje, os discípulos e discípulas de Jesus vivem a fé como memória dessa doce Presença. Pode parecer, às vezes, que os nossos limites sejam impedimento à abertura para com Deus. Mas é bem outra a experiência que nos revela o caminho cristão, pois “no cristianismo e no mistério da encarnação, Deus percorre o caminho da limitação para
reconciliar o mundo a si”. Recordemos a parábola do filho pródigo, da ovelha e da moeda perdida. O Verbo de Deus assume a humanidade inteira, entra em diálogo com o ser humano para revelar-lhe as profundas e misteriosas entranhas do seu próprio ser. Assim, o relacionamento do ser humano diante do Mistério de Deus pode ser descrito no duplo movimento: de Deus que se recorda da sua criatura e do ser humano que, no estupor do acontecimento de Cristo, faz memória dos gestos e maravilhas de Deus na sua história. Ora, a fé é, de um lado, um ato pessoal (n.166), resposta livre à iniciativa de Deus e, por outro lado, é também gesto comunitário (n. 185) pela força da presença de tantas testemunhas que tocadas pelo Mistério do Deus vivo sabem nos chamar continuamente “a fazer memória” e a reconhecer a vida como doada por um Outro. Por isso, temos de voltar os olhos às testemunhas da fé que tal como Abraão sabem “esperar contra toda a esperança” (Rm. 4,18) ou como Maria peregrinam mesmo quando chega à noite escura da fé ao participar do sofrimento do seu Filho. Referências: GIUSSANI, L. Na origem da pretensão cristã: curso básico de cristianismo. São Paulo: companhia ilimitada, 1990. Catecismo da Igreja Católica
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Romarias,
exercícios de fé Neste ano, Igreja indica viagens a Santa Sé, Terra Santa e Santuários como oportunidades de contemplação
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ara viver de forma prática o Ano da Fé foram lançadas indicações pastorais para este tempo. A nota publicada pela Congregação para a Doutrina da Fé – órgão do Vaticano – estimula os fiéis a encorajar as romarias à “Sé de Pedro, para ali professarem a fé em Deus Pai, Filho e Espírito Santo, unindo-se àquele que é chamado hoje a confirmar seus irmãos na fé (cf. Lc 22, 32). Será importante favorecer também as romarias à Terra Santa, lugar que por primeiro viu a presença de Jesus, o Salvador, e de Maria, sua mãe”.
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A Paróquia Imaculado Coração de Maria, de Curitiba (PR), deseja também que seus fiéis sintam-se motivados a participar de romarias e peregrinações. Por se tratar de uma igreja de profunda devoção mariana, indicam-se alguns locais para visitação. Afinal, a nota assim publicada ressalta que é “muito conveniente organizar romarias, celebrações e encontros junto dos maiores Santuários”. Pois, Maria é a figura da Igreja que “reúne em si e reflete os imperativos mais altos da nossa fé”. Caminhos de Maria Pe. Nilton César Boni é o pároco da Paróquia Imaculado Coração de Maria e foi o diretor espiritual da viagem Caminhos de Maria, que visitou os principais santuários marianos da Europa, entre maio e junho
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deste ano. Durante os 14 dias ele juntamente dos romeiros, percorreram três cidades europeias: Portugal, Espanha e França, onde visitaram os santuários de Nossa Senhora de Fátima, do Pilar, Nossa Senhora de Lourdes, de La Salette e da Medalha Milagrosa. Segundo a agência de turismo que promove a viagem, os roteiros são temáticos. “Cada roteiro conta uma história, que elaboramos embasados na Bíblia e nos livros de história”, explica Nelson Redivo, diretor e guia de viagens.
Caminhos A Agência Caminhos, na cidade de Curitiba, atua há 15 anos no ramo de turismo religioso e oferece cinco diferentes pacotes de viagens, são eles: Caminhos de fé, Caminhos de São Paulo, Caminhos de Maria, Caminhos de Luz e Caminhos de Guadalupe. Caminhos da Fé Neste roteiro são visitadas as seguintes localidades: Porto, Santiago de Compostela, Milão, Pádua, Veneza, Pisa, Florença, Assis, Cássia, Lanciano, Roma e Cidade do Vaticano. É possível conhecer Basílicas importantes, como de Santa Justina - onde está o túmulo de São Lucas - e de Santo Antônio. Basílica de São Marcos, de Santa Maria del Fiore, entre outras. Caminhos de Jesus É um roteiro que leva o visitante a Terra Santa, passando por diversas cidades e regiões: de Tel Aviv, Cesareia Marítima, Haifa, Monte Meguido, Nazaré, região do Mar da Galiléia, Banias, Vale do Jordão, Jericó, Belém, Jerusalem, Mar Morto, Massada e Qumran. É uma oportunidade para conhecer o Monte das Oliveiras, a Basílica da Natividade (local do nascimento de Jesus) a Gruta de João Batista, entre outros. Caminhos de Guadalupe Traz o foco para América Central. Neste roteiro são visitados a Cidade do México, Teotihuacán, Mérida, Uxmal, Chichén Itzá e Cancun. Com foco especial para Nossa Senhora de Guadalupe, passando
por seu Santuário. Caminhos da Luz Outra oportunidade de conhecer a Terra Santa e conhecer lugares como: Tel Aviv, Cesareia Marítima, Haifa, Caná, Nazaré, Mar da Galiléia, Rio Jordão, Jericó, Mar Morto, Massada, Belém e Jerusalém. A primeira Missa do roteiro é na Igreja das Bodas de Caná, onde Jesus realizou seu primeiro milagre. Ainda há a oportunidade de Renovação do batismo no Rio Jordão, além de um passeio a pé pelo Caminho de Ramos para conhecer o Horto das Oliveiras. Caminhos de São Paulo Leva o romeiro a conhecer cidades da Grécia e Turquia, por onde São Paulo viajou difundindo o cristianimo. São visitadas as cidades de Istambul, Ancara, Avanos, Capadócia, Tarso, Adana, Esmirna, Pamukkale, Éfeso, Kusadasi, cruzeiro nas Ilhas Gregas, Atenas, Corinto, Micenas e Epidauro. Participa da Missa na casa onde Maria teria vivido e visitar a Gruta do Apocalipse, onde São João Evangelista escreveu o último livro da Bíblia. Caminhos de Maria Apreciada pelos devotos de Nossa Senhora, essa viagem tem em seu roteiro quatro santuários cujas aparições de Maria são reconhecidas pela Igreja. Passa por Lisboa, Fátima, Madri, Zaragoza, Lourdes, Avignon, La Salette, Grenoble, Lisieux e Paris. Com visitas ao Santuário de Fátima, Lourdes, de La Salette (alpes franceses) e de Licieux em Paris.
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Os pecados contra a fé
Cegueira espiritual e negligência da verdade também se caracterizam como faltas Pe. Valter Maurício Goedert
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ara a Bíblia, a fé é a fonte e o centro de toda a vida religiosa. O homem irá respondendo, através da história, ao plano de salvação de Deus. Abraão é o “pai de todos os que creem” (cf. Rm 4,11) e, seguindo seu exemplo, todos os personagens, considerados modelos no Antigo Testamento, vão testemunhando sua fidelidade ao Senhor. A fé exige um seguimento pronto e perseverante do chamado de Deus (Gn 12,1-9; Hb 11,8-10). Prescreve compromisso com a Aliança estabelecida com Moisés (Ex Ex 14,31; Hb 11,29). Ela será um veículo que conduzirá o povo de Israel ao Messias e, através dele, a todas as nações. No Novo Testamento são apresentados vários modelos de fé. Maria, a Mãe de Jesus, é a discípula por excelência de Jesus; sua vida é um caminho luminoso de fé (Lc 1,2638). José, esposo de Maria, é um homem temente a Deus e obediente à sua vontade (Mt
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1,18-25). João Batista prepara os caminhos do Senhor na penitência, oração e na pregação (Mc 1, 4-8). A samaritana acolhe na fé a auto-revelação de Jesus Cristo (Jo 4,1-42). Paulo de Tarso converte-se e entrega toda a sua vida a
“Na Bíblia a cegueira se liga a endurecimento do coração, ao tema da luz e das trevas, à hipocrisia e, consequentemente, ao pecado”
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serviço da pregação do Evangelho (At 9,1-19). O cego de Jericó torna-se o modelo do seguidor de Jesus (Mc 10,46-52). A fé constitui o centro da moral do Evangelho que, por sua vez, é o próprio Jesus Cristo, Palavra eterna do Pai. A pessoa e a mensagem de Jesus se tornam, pois, o conteúdo central da fé cristã. Crer significa escutar e acolher Jesus. Os fariseus foram condenados exatamente porque não aceitaram Jesus como o enviado do Pai e, por conseguinte, não levaram em consideração Sua mensagem (Jo 8, 13-15; Mc 5, 11-12; Mt 23,31-34). A negação de Jesus ou a rejeição de sua mensagem constituem pecado de infidelidade, o primeiro e fundamental pecado contra a fé. Aceitação, dúvida e incredulidade A fé implica a aceitação da filiação divina, fruto da Paixão e Morte de Jesus e que foi concedida mediante o dom do Espírito Santo pelo batismo (Catecismo, 1813-1816). A atitude de fé supõe uma aceitação livre do homem (Catecismo, 154-155). Acarreta um compromisso moral (Catecismo, 816; 2220; 2473-2474). A fé abrange os mistérios centrais do cristianismo e se visualiza na fé da Igreja (Catecismo, 949). Por isso, necessita de uma contínua educação pela escuta da Palavra de Deus, através da vida de oração, da vivência dos sacramentos, particularmente da Eucaristia, e do testemunho de vida. O Catecismo da Igreja Católica (2087-2089) chama atenção para duas atitudes contrárias à fé; são desvios morais, pecados que pervertem a fé em sua raiz: a dúvida voluntária e a incredulidade. A dúvida voluntária sobre a fé negligencia ou recusa como verdadeiro o que Deus revelou e que a Igreja propõe para crer. Trata-se de uma hesitação em crer, uma dificuldade de superar as objeções ligadas a fé ou, ainda, a ansiedade suscitada pela obscuridade da fé; Evidentemente, não se refere à uma dúvida passageira que possa inquietar em momentos determinados da vida. Essas são passageiras e fazem parte da nossa situação humana. As hesitações às quais se refere o Catecismo são posições assumidas conscientemente e de modo permanente. Esta dúvida, se cultivada propositalmente, pode levar ao que a Teologia Moral chama de cegueira espiritual. A incredulidade, por sua vez, é a negligência da verdade revelada ou a recusa voluntária de lhe dar o próprio consentimento. Chamamos de heresia a negação persistente de, após o batismo, não crer em Deus e na sua Igreja. Pode, ainda, ocorrer o abandono ou o repúdio da fé cristã; a apostasia, ou o cisma, a recusa de comunhão com a Igreja.
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O Sacramento da Penitência como fortalecimento da fé Pe. Valter Maurício Goedert
A História da Salvação é, antes de mais nada, a história das maravilhas de Deus na história do pecado humano. O sacramento da penitência se insere na dialética entre a bondade infinita de Deus e o mistério da fraqueza humana Celebrar o sacramento da Penitência significa, portanto, manifestar e tornar vivo o amor misericordioso de Deus que, sempre de novo, retoma a Aliança e acolhe o pecador arrependido. Desde o início, a Escritura lembra a presença do pecado na história do ser humano (Gn 3). O autor sagrado lembra que os desígnios do coração do homem são maus desde a sua infância (Gn 8,2). O mau atinge a família (Gn 4,1-16), pervade sobre a sociedade (Gn 11,19). Deus pede fidelidade do povo eleito (Ex 20,20). Os profetas denunciam a dureza dos corações (Is 1,2-3). O salmista reconhece seu pecado (Sl 51). O pecado é uma ação errada, porque vai contra o projeto de Deus, portanto uma ação do homem contra si mesmo. Constitui uma ruptura da Aliança com o Senhor. Contudo, Deus é rico em misericórdia e tem piedade do seu povo (Ex 34,6-7). O profeta Joel afirma: “Voltai para mim com todo o vosso coração, com jejuns, lágrimas, gemidos; rasgai os corações, e não as vestes; voltai para o Senhor, vosso Deus; ele é benigno e compassivo, paciente e cheio de misericórdia, inclinado a perdoar o castigo” (Jl 2,12-13). Com o advento do Messias, a redenção e a remissão dos pecados é anunciada e estendida a todos os povos. A misericórdia de Deus se manifesta em Jesus, o Redentor dos homens. Por isso, haverá mais alegria no céu
por um só pecador que se converta do que por noventa e nove justos que não precisam de conversão (Lc 15, 10). Com sua existência, Cristo proclama a misericórdia do Pai (Rm 11, 30-32). Sua vinda ao mundo é sinal de que Deus quer salvar os homens e não condená-los (Jo 3,16-17). Sua existência é um dom que manifesta a bondade de Deus para conosco (Tt 2,11; 3,4-7). Através de sua união com Cristo e da fiel aceitação de sua missão, a Igreja é, e pode tornar-se cada vez mais, um grande sacramento da fé. Tudo o que ela é e tem, todas as suas dimensões e estruturas deveriam manifestar ao mundo sua fé em Cristo. Cristo, que é o sacramento da salvação, estende sua sacramentalidade à Igreja, que abrange todos e tudo, tornando Deus conhecido de todos os homens. Os sete sacramentos da Igreja não monopolizam, mas exprimem de modo particular essa sacramentalidade. Os sacramentos são sinais privilegiados, instituídos por Cristo, para manifestar e para atuar sua graça. São sinais da Aliança de Deus com os homens, realizada por Jesus Cristo na força do seu Espírito Santo. Não só são sinais da salvação, mas a realizam por força do Espírito. Dentro deste contexto geral podemos situar o sacramento da Penitência como sinal eficaz do fortalecimento da fé. Ao celebrar este sacramento, não só professamos a fé no amor misericordioso do Pai, que se manifesta no perdão, mas também aprofundamos a própria virtude da fé. Cremos na sua misericórdia, e, por isso, celebramos
o perdão. O perdão celebrado, por sua vez, reaviva nossa fé. O sacramento da Penitência ou Reconciliação é, antes de tudo, um encontro com Jesus Salvador que, sempre de novo, nos repete: “Filho, os teus pecados estão perdoados... Vai em paz” (Lc 7, 48-50).Constitui um evento de libertação e santificação. Nesse sentido, o sacramento da Reconciliação reanima e fortalece a fé na bondade de Deus. João Paulo II relaciona a Penitência à Eucaristia: “Na Igreja que, sobretudo em nossos tempos, se reúne especialmente em torno da Eucaristia e deseja que a autêntica comunidade eucarística, se torne sinal de unidade de todos os cristãos, unidade que vai amadurecendo gradualmente, deve estar viva a necessidade da penitência, quer no seu aspecto sacramental, quer também no que diz respeito à penitência como virtude” (Carta Encíclica, O Redentor do Homem, 20). O Batismo, a Crisma e a Eucaristia são etapas essenciais da inserção do homem em Cristo e na Igreja. O pecado é uma infidelidade a esta aliança. Fruto do sacramento da penitência, a graça santificante, como inserção na santidade batismal perdida, enriquece a fé, retoma a fidelidade original, renovação a adesão interior a Deus, realiza o renascimento em Cristo. O sacramento celebra o abraço misericordioso do Pai que reconduz o filho pródigo ao seio da família, põe o anel no dedo, reveste-o com a dignidade de filho amado, coloca sandálias nos pés, torna-o absolutamente novo, restaura nele a confiança no amor de Deus.
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Fé e Razão: antagonismo aparente A fé exclui a razão? E a razão não necessita da fé? Leia a relação entre essas duas “asas”. Confira! Pe. Hélio Luciano Quem pode falar de uma relação entre a fé e a razão? À primeira vista poderia parecer que a única relação existente seria a de um antagonismo excludente – pois a fé não se caracterizaria exatamente pela exclusão da razão? A resposta a esta última pergunta é não. A fé não exclui a razão, pelo contrário, a fé necessita de modo absoluto da razão a tal ponto que uma fé sem razão não seria fé. Há quase 14 anos o Papa João Paulo II escrevia uma das suas principais contribuições ao mundo – a Encíclica Fides et Ratio (Fé e Razão), que começa poeticamente com a afirmação: A fé e a razão constituem como que as duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade.Para entender a relação entre essas duas asas é necessário antes entender que, historicamente, reduzimos o âmbito da razão, limitando-a ao âmbito do positivismo científico. Para Aristóteles, a ciência é o conhecimento certo das coisas reais através das suas causas. Sendo assim, de um modo amplo, mas real, todo o conhecimentodas causas de algo é verdadeira ciência. Neste contexto a Igreja será a primeira a estimular o desenvolvimento da ciência, fundando, a partir do século XIII, as primeiras Universidades (Paris, Bolonia, Salamanca, Oxford, etc.). Dentro deste conceito amplo de ciência e formando parte do mesmo, existe a chamada ciência positiva, regida por um método muito peculiar
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– o método científico positivo – que exige verificabilidade e repetibilidade. Esta ciência positiva foi essencial para
A fé e a razão constituem como que as duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade o desenvolvimento da sociedade nos últimos séculos e alcançou resultados jamais imaginados. Porém, por exagero na aplicação do método, trouxe o problema do positivismo científico: a partir do século XVIII e principalmente depois do Iluminismo, tentam reduzir a ciência somente à ciência positiva. A máxima seria: Tudo o que não pode ser verificado e repetido, deixa de ser científico e consequentemente verdadeiro. A contradição é evidente nos próprios termos, pois tal máxima não pode ser verificada e nem repetida através do método científico positivo. A contradição levou à consequência
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atual de duvidar até mesmo da verdade científica. Tudo passou a ser relativo a tal ponto que quem afirma existir uma verdade – em qualquer âmbito e ainda sem faltar com respeito a ninguém – é taxado de fundamentalista. Vivemos o que chama o Papa Bento XVI de ditadura do relativismo. Superando o cientificismo positivo e encarando a razão e a ciência de um modo mais amplo, podemos voltar à sua relação com a fé. Nesse sentido a razão é necessária para dar os fundamentos da fé – por exemplo, a existência de um princípio criador é necessária racionalmente, pois não podemos recorrer a causas anteriores de modo infinito (seria contrário à razão). Agora a fé – por exemplo, em que este princípio criador seja um Deus pessoal, que se encarnou e morreu numa cruz por cada um de nós – vai além da razão, mas jamais pode ser contrário à mesma (neste caso ou a fé ou o raciocínio estariam equivocados). Assim se diz que a razão é necessária para a fé, mas ao mesmo tempo deve fazer um obsequio à fé – obséquio de nunca poder alcançar aquilo que é próprio da razão, ou seja, a certeza (mas pode e deve sempre fazer perguntas à fé). Assim a relação entre razão e fé é – e deve ser – uma relação harmônica e complementária. Em palavras de Santo Agostinho devemos ter um crer, para entender e ao mesmo tempo um entender para crer.
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Aos Jovens, é tempo H
á quase dois anos, chegou até nós o convite para participar da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que aconteceria em Madri, na Espanha. A Congregação dos Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria, que sonha reunir jovens de todas as frentes missionárias para que, a partir daí, possa criar aquilo que chamamos de juventude claretiana, viu no evento uma oportunidade. A JMJ seria um marco importante para começar um trabalho mais efetivo com a juventude. A partir daí, começamos os trabalhos. Foram meses de preparação, com leitura da autobiografia do padre Claret, estudo sobre o carisma claretiano e promoções para angariar fundos para a viagem. Não obstante as dificuldades, os envolvidos permaneceram firmes, pois estavam “enraizados em Cristo”. Sou testemunha de tantas barreiras enfrentadas. Ao chegarmos a Madri para participarmos da JMJ 2010, fomos diretamente a Segóvia. Ali nos juntamos com mais de mil jovens de nossa família. Diferente do que imaginávamos, fomos recebidos com uma calorosa bienvenida dos espanhóis que ali residem. Caloroso também era o clima na Espanha. Iniciava ali o que para nós ficará inesquecível: a pré-jornada em família. O clima era de alegria, abertura e acolhida do diferente. Os dias foram passando e os laços de amizades aumentando. Os nossos jovens ficavam cada vez mais estarrecidos com a riqueza que significa pertencer à família claretiana. Foram dias intensos de alegria e profunda experiência para todos nós. Na Igreja do Rosário, local onde o padre Claret recebeu a Grande Graça da conservação da espécie em seu peito, tivemos a alegria de celebrar a Santa Eucaristia, recordando aqueles claretianos que foram testemunhas fiéis até as últimas consequências: a festa dosmártires claretianos de Barbastro. Edificados pelo testemunho desses nossos mártires e pela companhia de irmãos de diversos países, continuamos com a nossa programação. Foram dias em que a bela cidade de Segóvia presenciou a alegria e o testemunho de jovens claretianos de todo o
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Juventude claretiana se uniu para viver a JMJ
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Tiago Almeida Silva
po de um novo ardor
ver a JMJ de Madri, com entusiasmo e vigor
o Almeida Silva cmf
mundo. A vitalidade do carisma claretiano os contagiou e animou a serem missionários de Jesus Cristo. Ao chegarmos a Madri, sentimos o impacto e a força da Igreja. Centenas de milhares de jovens marchavam pelas ruas e praças cantando e louvando a Deus. A ideia que tínhamos de que os jovens europeus eram frios e desanimados foi se desfazendo. As praças se transformaram em montes de adoração. Os metrôs em catedrais. Os restaurantes, mesas de igualdade. As ruas, tendas de alegria e acolhida fraterna. Como narra o Evangelho de São João (4,23) – “mas vem a hora – e é agora – em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e verdade, pois tais são adoradores que o Pai procura”. Foram dias de graça. Um verdadeiro Pentecostes. Cada um falam em sua própria língua, porém todos se compreendiam. Estávamos todos contagiados pela alegria e pela fé. Podíamos sentir o poder Deus manifestado naquela multidão congregada à espera do seu pastor. Soava-nos forte a passagem do Evangelho de João (10,14) – “Eu sou bom pastor; conheço minhas ovelhas e elas me conhecem”. O Santo Padre chama a juventude para o encontro com o Mestre e ela prontamente atende a esse chamado. Muito mais que sedentos de água, diante do forte calor que fazia em Madri, aquela juventude estava sedenta de Deus. Aqui novamente me vinha à memória do Evangelho de João (4,15): “Senhor dá-me desta água...” Ali sentíamos a força da Igreja. E em meio à imensa multidão estávamos nós, juventude claretiana do mundo e do Brasil, sendo fermento na massa e sal da terra. “Enraizados em Cristo, firmes na fé”. Agora é a nossa vez. Já começou a grande maratona para 2013. Precisamos preparar o nosso coração e o coração do nosso povo para a Jornada do Rio do Janeiro. Precisamos fazer de nossas casas, cidades e país um ambiente fraterno e acolhedor. Precisamos reunir em família novamente, a família claretiana. Ânimo e coragem. Vamos juntos assumir essa missão. “Ide e fazei discípulos de todos os povos” (Mt 28,19).
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Família, primeiro lugar para transmissão da fé Há 30 anos o Beato João Paulo II afirmava que o futuro da humanidade passa pela família. O que estamos fazendo então? João Bosco e Eunides Lugnani
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A família é projeto de Deus e é tão importante que o Filho de Deus abriu mão de tudo, quando veio ao mundo, mas ele quis ter família. E qual é a família planejada por Deus? É aquela fundamentada no casamento entre um homem e uma mulher. É o lugar onde se acolhe a vida desde a concepção até a morte natural; onde se vivencia os valores evangélicos para a formação integral da pessoa como filha de Deus e como cidadã. Vivemos hoje num mundo tão avançado em ciência e tecnologia e ao mesmo tempo, tão carente de valores que satisfaçam as reais necessidades da pessoa. A vivência de valores é um exercício que se começa desde cedo. É na família que se vive e aprende, porque valores não podem ser ensinados como se ensina uma técnica; eles são testemunhados e, daí então, aprendidos e vivenciados. A fé é um desses valores que precisa ser resgatado e vivenciado pelas famílias, porém, essa vivência não é para ser “aprendida” na catequese ou atividades pastorais. Os filhos têm na igreja doméstica, no lar, o lugar ideal para a iniciação na fé. Ela deve ser transmitida primeiro na família, depois na Igreja e na sociedade. Para isso, o testemunho
dos pais é fundamental. E testemunhar é viver no dia a dia o valor da oração, do respeito à dignidade do outro, do perdão, etc. É resgatar e cultivar o valor da oração à mesa, em família; a oração do terço, da partilha da Palavra, da participação nos sacramentos. Parece que essas coisas caíram de moda, ficaram obsoletas. É triste quando uma família, ao invés de se reunir à mesa para as refeições e fazer uma oração por breve que seja, prefere sentar-se na frente da televisão. Pior ainda, muitas vezes para assistir a certos programas que são verdadeiras afrontas à integridade de qualquer pessoa. Mesmo dentro de casa, as pessoas vivem tão envolvidas com tantos equipamentos eletrônicos e com tantas redes sociais, que não tem tempo para a principal rede social que é a família. Como tirar um tempo para a vida de oração, para rezar o terço em família? Ou isso já não tem mais importância? Começar com pequenos detalhes Coisas aparentemente pequenas fazem diferença na vivência e resgate de valores. Por exemplo, coisas como pedir licença, agradecer com um muito obrigado, dar um sorriso,
cumprimentar as pessoas, sejam elas conhecidas ou não, ceder um lugar no ônibus, pedir desculpas... Isto tudo parece que está “caindo de moda”, é coisa de “gente velha”. Se dentro de casa exercitarmos esses valores, as crianças e os jovens vão naturalmente aprender e colocar em prática. Tudo isto significa respeitar a pessoa humana. Os problemas de violência que se agigantam cada vez mais, o desrespeito à dignidade humana, certamente são consequências da falta de fé. E as famílias precisam urgentemente reconhecer e cumprir seu papel de transmitir essa fé, que é concreta, não depende de grandes coisas, mas precisa ser testemunhada e transmitida dentro de casa. O mundo está carente de testemunho de fé; a Igreja está carente de testemunho, e compete à família grande parte na responsabilidade da transmissão do testemunho de fé. O Papa João Paulo II já afirmava há trinta anos, que o futuro da humanidade passa pela família. Para que o futuro seja esperançoso, a família tem que cumprir o seu papel de ser o lugar por excelência de acolher a vida, educar e formar novos cidadãos.
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Santos,
modelos de fé Os santos de nossa devoção também viveram como nós, entre a graça e o pecado, a fraqueza e a fidelidade, mas optaram radicalmente por Cristo Eguione Nogueira Ricardo cmf
A história da humanidade sempre destacou personagens que, por suas virtudes ou feitos, influenciaram um determinado contexto. Desde nossa mais tenra idade, buscamos referenciais, seja na família ou na sociedade. Na vida cristã não é diferente. Não caminhamos na vida de fé sem um modelo que nos ajude a alcançar nosso fim último: o encontro com Deus. O primeiro e maior é Jesus Cristo, Filho de Deus, que ao se encarnar divinizou nossa humanidade, mostrando que é possível ao homem participar daquilo que é próprio de Deus: sua santidade. Ademais, a Igreja sempre venerou Maria, primeiro modelo de seguimento a Cristo, e aqueles homens e mulheres de todos os tempos e lugares que hoje são tidos como intercessores e inspiradores para nós, aos quais chamamos de santos. Mas quem são os santos? Segundo o Catecismo da Igreja Católica “ao proclamar solenemente que esses fiéis praticaram heroicamente as virtudes e viveram na fidelidade à graça de Deus, a Igreja reconhece o poder do Espírito de santidade que está em si e sustenta a esperança dos fiéis, propondo-os como modelos e intercessores. Os santos e as santas sempre foram fonte e origem de renovação nas circunstâncias mais difíceis na história da Igreja” (CIC 828).
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Os santos de nossa devoção foram pessoas que viveram como nós: na encruzilhada entre o pecado e a graça, entre a fraqueza e a fidelidade, mas fizeram de suas vidas uma opção radical por Jesus Cristo. Santos como Antônio Maria Claret, que viveu sua juventude no afã de ser um tecelão promissor, mas bastou uma frase do Evangelho para mudar radicalmente sua vida, levando-o a dedicar-se inteiramente à evangelização; Francisco de Assis, que cresceu entre finas estampas e coisas extravagantes, mas tornou-se homem pobre de Deus; Terezinha de Lisieux deixou o conforto de sua casa para dedicar-se inteiramente a Deus na clausura; Rita de Cássia pela docilidade e prudência de esposa conseguiu a conversão de seu esposo, sofreu com a morte do mesmo e dos filhos, mas manteve-se fiel a Deus, consagrando sua vida a Ele. Santidade no Ano da Fé Embora, somente Deus seja Santo (cf. Ap 15,4), nós somos chamados a participar de sua santidade (Ef 1,4), e não apenas chamados, mas capazes da mesma (Cl 1,12). Bento XVI ressalta esse resgate da santidade no Ano da Fé: “Será decisivo repassar, durante esse Ano, a história de nossa fé, que faz ver o mistério insondável da santidade entrelaçada com o pecado...” (Porta Fidei, 13).
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É bom que tenhamos em nosso contexto exemplo de pessoas que são inspiradoras. Cito dois exemplos: o Sr. Carlos e a Sra. Cleusa Bombonati eram advogados militantes em Campinas (SP), com uma carreira promissora, mas, em dado momento, experimentaram o encontro pessoal com Jesus Cristo, como eles mesmos relatam: “Este, olhou-nos nos olhos e chamou-nos a segui-lo. Não titubeamos! Deixamos tudo e, há mais de 25 anos, passamos a seguir Aquele que nos oferecia a Paz que o mundo nos havia negado!”. Para a Sra. Isaura P. Azzolini o fato de ter desafiado a fé de seu esposo em São Judas ajudou-lhe a entender o significado da intercessão dos santos. “Hoje sou devota a São Judas Tadeu, tendo recebido grandes graças”, afirma ela. É decisivo para nossa vida de fé perceber a atuação de Deus. A fé somente será sólida se soubermos intuir os pequenos sinais dessa presença salvífica, seja na vida dos irmãos ou em nossa própria vida. Embora a mídia enalteça as celebridades, é importante buscarmos os verdadeiros santos de hoje: aqueles que inspiram virtudes e atos merecedores de nossa admiração.
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Em família, na Igreja e na sociedade Veja algumas formas de professar e alimentar a fé a partir de atividades eclesiais Carlos e Cleusa Bombonati A Igreja Católica nos coloca à disposição vários seguimentos onde podemos nos engajar e vivermos nossa fé. Acompanhe abaixo algumas sugestões! Dicas Em nível de Arquidiocese e em nossa Paróquia encontramos: Pastoral Familiar: onde o foco principal é a vivência da fé em família. Movimento de Irmãos: que vivencia a espiritualidade conjugal atuando nas atividades da paróquia; eles surgiram para auxiliar os párocos no apostolado. Ministério para as Famílias: onde, desenvolvendo a espiritualidade em família, busca-se formar uma nova geração de famílias, vivendo sob o Senhorio de Jesus! Capelinhas de Nossa Senhora: visa renovar a fé das famílias por meio da visita de Nossa Senhora. É um momento de encontro das famílias para a reza em comum do santo rosário. Catecumenato: um importante meio para a iniciação cristã de adultos, pois desperta a consciência para o serviço missionário na paróquia. Na Paróquia Imaculado Coração de Maria, encontramos momentos fortes para alimentarmos nossa fé e colocá-la em prática no nosso dia a dia. ADORAÇÃO: toda primeira sexta-feira do mês acontece dois momentos de Adoração ao SS. Sacramento. No período da tarde (14h) e à noite, após a Missa das 19h. ORAÇÃO: A Oficina de Oração e Vida ensina-nos a orar e nos Grupos de Oração
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da Renovação Carismática Católica (RCC) desenvolvemos nossa espiritualidade, para a prática da oração espontânea, que é uma conversa íntima com Deus. Além disso, acontece a ‘Novena Pais orando Pelos Filhos’ todas as segundas quintas-feiras do mês, com início às 19h com a Santa Missa. FORMAÇÃO: Por meio da Escola da Fé e as Noites de Formação Paroquial é possível se aprofundar nos diversos tema da Igreja e espiritualidade. Também existem outros eventos formativos mensais que atraem as pessoas para a comunidade. ACONSELHAMENTO ESPIRITUAL: visa ajudar os fiéis na sua vivência cristã. Durante a semana o padre disponibiliza sua agenda para ouvir e aconselhar as pessoas. Isso contribui para levá-las a ter maior consciência de sua fé e compromisso com Deus. Enfim, a Igreja nos oferece tantas oportunidades de vivenciarmos nossa fé dentro e fora dela, que, aquele que deseja, pela fé, estar mais próximo de Deus, sempre encontrará uma Pastoral ou Movimento, que se encaixe em seu perfil. Somente nas práticas espirituais, oferecidas pela Santa Igreja, é que desenvolveremos a fé, que nos levará a fazer a diferença no mundo em que vivemos, seja em nossa casa, na sociedade, no trabalho, ou em qualquer outro lugar onde estivermos. O mundo necessita de testemunhos de homens e mulheres de fé, para que a semente do amor seja lançada e frutos de paz, amor, solidariedade e união sejam colhidos por todos!
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Dica infalível O Espírito Santo é o portador de todos os dons! Portanto, não há que se falar em dicas para vivenciarmos a fé, sem lembrarmos de que recebemos o Espírito Santo em nosso Batismo e que Ele é o autor do Dom da Fé! Peçamos sempre ao Espírito Santo que nos dê a graça de sermos cristãos católicos agraciados com esse dom. Segundo as palavras do Papa Bento XVI, “teremos oportunidade de confessar a fé no Senhor Ressuscitado, nas nossas catedrais e nas Igrejas do mundo inteiro, nas nossas casas e no meio das nossas famílias, para que cada um sinta, fortemente, a exigência de conhecer melhor e de transmitir às gerações futuras a fé de sempre”.
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Você quer ser um
filho do ?
Imaculado Coração de Maria
toe fasem írito au-
que icos
ento sar a s canas ílias, eximitir
Av. P. Getúlio Vargas, 1193 - Rebouças – Curitiba/PR
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