Revista Leal Moreira nº 35

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RLM nº 34

SOMOS MUNDOS EM MOVIMENTO. GENTE DESIGN ESTILO IDEIAS CULTURA COMPORTAMENTO TECNOLOGIA ARQUITETURA

QUE PODEM SE ENCONTRAR.

ano 9 número 34

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Elena Arzak A melhor chef do mundo é uma estudiosa de sabores e festeja a quebra de um tabu

Leal Moreira

Eriberto Leão Fernando Caruso Brinquedos de miriti Madeira de demolição




A Revista Leal Moreira 34 traz conteúdo exclusivo nas matérias sinalizadas com QR code.

índice

Luxo impresso no passaporte. Confira alguns dos roteiros mais caros - e curiosos - do Turismo.

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gourmet Perfil Jay Vaquer

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entrevista

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Eriberto Leão na arena: o ator fala sobre sua sólida formação, carreira, paixão pelo Teatro e Filosofia.

especial quadrinhos Eles são artistas, talentosos, disputados pelas maiores editoras americanas de histórias em quadrinho e... brasileiros.

galeria Jorge Eiró celebra 30 anos de carreira. O artista plástico revela suas inspirações e, movido pela música, a frustração de não saber tocar um instrumento.

decor O charme dos móveis ecologicamente corretos. O ecodesign definitivamente está na moda!

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Cronista, poeta, atento observador do cotidiano. Jay Vaquer foge dos rótulos, busca a simplicidade e procura manter os fãs sempre por perto.

destino

capa Hidromiel y Fractal Fluido, sobremesa da chef Elena Arzak. AcerbiMoretti Photography

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Elena Arzak desbancou a hegemonia masculina no universo gastronômico. Conheça a chef espanhola que arrebatou o título de melhor do mundo e coleciona estrelas no guia Michelin.

dicas perfil Fernando Caruso Anderson Araújo comportamento Celso especial tech especial miriti horas vagas confraria Glauco especial perfume Nara enquanto isso vinhos falando nisso especial empórios institucional Saulo Sisnando

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Seu mundo com nome e sobrenome

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editorial Caro leitor, Esta especialíssima edição 34 marca o 9º ano de existência da Revista Leal Moreira. A publicação nasceu após muito estudo e planejamento. Sua tiragem inicial era de 5 mil exemplares, com distribuição em vários pontos de Belém. Pouquíssimo tempo depois, motivada pelo público leitor, a Revista Leal Moreira passou a ser encontrada em mais locais. Aumentamos a tiragem, a equipe, o conteúdo, sem perder o foco inicial: uma publicação de qualidade editorial e gráfica, que não fosse sobre a Leal Moreira e sim que reunisse assuntos pertinentes para quem vive um Leal Moreira. É uma felicidade chegar ao ano nove com o fôlego de quem publica o primeiro número. Esta revista é feita por gente apaixonada, disposta a cruzar barreiras e oceanos. E foi assim, cruzando o Atlântico, que nos encontramos com a chef espanhola Elena Aznar, eleita a melhor do mundo, pela Restaurant Magazine, e conhecemos a rotina de seu restaurante. Ainda no velho continente e com um pé na América do Norte, percorremos algumas rotas que nos levaram ao destino dos adeptos do “enoturismo” e de outras modalidades do turismo de luxo. De volta ao Pará, pegamos a estrada, rumo a Abaetetuba, capital do brinquedos de miriti, que emprestam sua leveza e cores à maior manifestação de fé do povo paraense. O ator Eriberto Leão fala da vida e dos desafios vividos como ator em uma entrevista intimista. Já o ator e comediante Fernando Caruso fala de bom humor e do ótimo momento da comédia no Brasil. Jay Vaquer conta histórias curiosas e faz questão de manter uma relação próxima com seus fãs. Fomos investigar o ofício dos perfumistas para entender melhor a complexidade de um mundo de aromas que se combinam e dão origem a fragrâncias inesquecíveis. O artista paraense Jorge Eiró comemora 30 anos de carreira e presenteia os leitores da Revista Leal Moreira com uma bela seleção de sua obra e com uma surpreendente visita ao seu ateliê, que você poderá acompanhar em um vídeo exclusivo no site www.revistalealmoreira.com.br Aliás, em nosso site, você encontrará muitos outros conteúdos exclusivos. Imperdíveis! Obrigada por esses anos todos de boa companhia e de leitura. Esperamos que você goste desta edição - a maior, já feita por nós. Festejemos as boas notícias! André Moreira

expediente Tiragem e distribuição auditadas por

Atendimento:

Revista Leal Moreira

A Leal Moreira dispõe de atendimento de segunda a sexta-feira, das 8h às 12 h e das 14h às 18:30h

Criação Madre Comunicadores Associados Coordenação Door Comunicação, Produção e Eventos Realização Publicarte Editora Diretor editorial André Leal Moreira Diretor geral Juan Diego Correa Diretor de criação e projeto gráfico André Loreto Gerente de conteúdo Lorena Filgueiras Editora-chefe Lorena Filgueiras Produção editorial Camila Barbalho Fotografia Dudu Maroja Reportagem: Alan Bordallo, Aitor Ubarretxena, Camila Barbalho, Fábio Nóvoa, Leonardo Aquino, Leila Loureiro, Tylon Maués, Su Carvalho. Colunistas Anderson Araújo, Celso Eluan, Glauco Lima, Nara Oliveira e Saulo Sisnando. Assessoria de imprensa Lorenna Montenegro e Lucas Ohana Revisão Marília Moraes e André Melo Gráfica Halley Tiragem 15 mil exemplares

Telefone: ++55 91 4005 6800

João Balbi, 167. Belém - Pará f: [91] 4005-6800 www.lealmoreira.com.br Construtora Leal Moreira Diretor Presidente: Carlos Moreira Diretor Financeiro: João Carlos Leal Moreira Diretor de Novos Negócios: Maurício Moreira Diretor de Marketing: André Leal Moreira Diretor Executivo: Paulo Fernando Machado Diretor Técnico: José Antonio Rei Moreira Gerente Financeiro: Dayse Ana Batista Santos Gerente de RH: Waldemarina Normando Coordenador de Clientividade: Fabiano Winkler

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Online: Conheça um pouco mais sobre a construtora acessando o site www.lealmoreira.com.br. Nele, você fica sabendo de todos os empreendimentos em andamento, novos projetos e ainda pode fazer simulações de compras.

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Comercial Gerente comercial Daniela Bragança • (91) 8128.6837 Contato comercial Thiago Vieira • (91) 8148.9671 Adriane Campos • (91) 8181.0783 contato@revistalealmoreira.com.br Financeiro Contato (91) 3321.6862 savio@door.net.br

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Belém

Famiglia Sicilia

Consagrado em Belém por mais de vinte anos como Dom Giuseppe, o Famiglia Sicilia passou por uma recente e intensa reestruturação – envolvendo ambiente, nome e cozinha. Hoje, Angela Sicilia é a responsável pelos sabores e panelas, onde prevalece a tradição italiana que deu fama ao lugar. Ganhou destaque também a adega do restaurante: são 600 rótulos na carta de vinhos e aproximadamente 8.000 garrafas armazenadas. Sugerimos escolher do cardápio o risoto de queijo azul e alho-poró, que fica muito bem acompanhado do vinho chileno Leyda Sauvignon Blanc 2008. Av. Conselheiro Furtado, 1420, Nazaré • (91) 4008.0001 www.revistalealmoreira.com.br

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Bom gosto combina com vocĂŞ.

FamĂ­lia combina com vocĂŞ.

Kiss and Fly

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JĂĄ presente no Brasil em cidades como SĂŁo Paulo, Rio de Janeiro, BrasĂ­lia e Porto Alegre, a Kiss and Fly acabou de chegar a BelĂŠm. RecĂŠm-inaugurada, a filial do clube nova-iorquino virou sucesso instantâneo entre os moderninhos em um perĂ­metro jĂĄ bastante conhecido por quem curte a noite e gosta de dançar. A casa alia o clima luxuoso a grandes atraçþes semanais. A decoração ĂŠ sofisticada, com lustres de cristal e espelhos espalhados pelos diferentes ambientes: camarotes, pista de dança, bar e lounge – onde ĂŠ possĂ­vel jantar antes de a festa começar. O visual ĂŠ valorizado com o show de luzes, leds e moving heads caracterĂ­stico da franquia. Aconselhamos chegar cedo: ingressos vips e camarotes sĂŁo limitadĂ­ssimos e começam a ser vendidos sempre Ă s 18h.

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Brasil

Café del Mar Criado na década de 80, na ilha espanhola de Ibiza, o Café del Mar virou sinônimo de entretenimento de luxo – adotando para as franquias espalhadas no mundo o mesmo ar hedonista que fez sua fama internacional. Desde 2006, a marca realiza eventos no Brasil, em cidades como São Paulo, Belo Horizonte, Florianópolis, Brasília e Salvador. No Rio de Janeiro, o sucesso das label parties foi tão grande que rendeu a inauguração de mais uma casa, em 2010. O primeiro Café del Mar do Brasil fica em Copacabana e vai completar dois anos em outubro. O clima praiano e o visual sofisticado da casa criam o ambiente perfeito tanto para início quanto para fim de noite. Recomendamos experimentar a tradicional Paella à Marinera, prato clássico da gastronomia catalã.

Avenida Atlântica, 1910 • (21) 3649.9658 • www.cafedelmarbrasil.com

Wall Street Bar Tomar um drinque no meio de um pregão, à primeira vista, pode parecer um tanto estranho. Mas é bem próximo do que acontece no Wall Street Bar, em São Paulo. Seguindo uma fórmula que vem ganhando espaço em metrópoles como Berlim e Tóquio, a casa mescla conceitos de interatividade e entretenimento com um ambiente inspirado na bolsa de valores de Nova York – com direito ao famoso touro de bronze na porta. Lá, os clientes podem negociar o valor das bebidas como se fossem ações, além de acompanhar a oscilação dos preços em telões. Nas mesas, telas touchscreen permitem passear pelo cardápio e comprar produtos em sistema similar a um home broker. Sugerimos começar a noite escolhendo uma música na jukebox e bebericando um Holding – drinque feito de limão siciliano, tangerina, lichia, vinho do porto branco e refresco de maracujá. A partir daí, é só acompanhar as cotações.

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Rua Jerônimo da Veiga, 149, Itaim Bibi • (11) 3873.6922 • www.wallstreetbar.com.br

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mundo

Grotta Palazzese Encrustado em uma rocha de frente para o mar, o hotel e restaurante Grotta Palazzese impressiona pelo visual cinematográfico: situado na charmosa vila medieval de Polignano a Mare, na Itália, o lugar empresta sofisticação e elegância a um cenário já impressionante de cavernas e penhascos. O ambiente é romântico e fica ainda mais bonito quando cai o sol e a luz fica mais amena. O hotel ainda possui um salão de recepções construído no século XVIII e decorado com itens de artesanato local. O ideal é se hospedar para um fim de semana em uma das instalações do centro histórico e aproveitar os eventos frequentes do Grotta. A fama do complexo aumentou consideravelmente o turismo da região. Então, é bom se programar com calma e evitar as altas temporadas.

Via Narciso, 59 - Polignano a Mare (Bari) Puglia • +39 (0)80 4240677 • grottapalazzese@grottapalazzese.it

Pauly Saal A década de 20 e a Weimar Culture – momento intelectual considerado pelos historiadores como um dos mais frutíferos do mundo – serviram de inspiração para o Pauly Saal, restaurante retrô que exalta a Berlim pré-guerra. O visual é clean e suntuoso ao mesmo tempo, com a leve interferência kitsch do dourado e de uma réplica de míssil no salão principal. Tudo na decoração reflete a exuberância do período histórico, que motivou a construção do local e fica onde antes era uma escola judia só para meninas. Na cozinha, o estrelado chef Siegfried Danler é dos mais tradicionais: vale provar os ensopados que vêm em panelas de ferro fundido, além dos pratos de miudezas, típicos da cozinha alemã. Auguststraße 11–13, 10117 Berlin • +49 30 33 00 60 70 • office@paulysaal.com www.revistalealmoreira.com.br

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Camila Barbalho

Desconstruindo

Vaquer

Jay Vaquer nasceu predestinado a ser uma estrela. Filho da paraense Jane Duboc, com o guitarrista Jay Anthony Vaquer, ele ousou ir além dos rótulos e buscou proximidade dos fãs, com os quais mantém uma relação direta e honesta

A

o ouvir Jay Vaquer pela primeira vez, não se deixe confundir pela sonoridade pop ou pelos caminhos harmônicos inusitados. Nem mesmo pela longa extensão vocal, sempre evidenciada nos seus desenhos melódicos virtuosos. Se vir seu show ao vivo, não se concentre apenas na sua verve performática, tendendo aos espetáculos de ópera-rock. Nada disso é tudo, embora tudo seja essencial para compreendê-lo. Preste atenção também à sua maneira de escrever: há amores pouco ou nada piegas, como também há dores latentes - e um rir constante das comédias de costume sobre as quais ninguém gosta muito de falar. Ora cronista, ora poeta, o trabalho do cantor e compositor por vezes se arrisca a lembrar a parábola dos sábios cegos - aqueles que, ao tatear partes diferentes de um elefante, tomam como concepção de todo o que é apenas componente. Da mesma maneira, uma única faixa não vai conseguir contar quem o artista é; assim como talvez nem mesmo um disco inteiro

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o faça. Plural, sagaz, sincero e extremamente talentoso, Jay desenvolveu uma maneira muito particular de se expressar por meio da música, o que rendeu cinco álbuns de estúdio e mais um CD/DVD ao vivo, distribuídos em 12 anos de carreira. Seu sexto disco de composições inéditas está em fase de produção e promete sustentar toda essa peculiaridade. Embora tenha flertado com a grande mídia em alguns momentos (seus clipes fizeram muito sucesso nos tempos áureos da MTV), não dá para chamar Jay Vaquer de um artista massivo. O cantor sobrevive bem longe dos programas de TV e das rádios – em grande parte, por ser contrário à política de lobby por trás da indústria fonográfica – graças à internet e a um circuito independente cuja divulgação é pautada principalmente pelas redes sociais. Outra arma poderosa é o grande número de fãs apaixonados pelo seu trabalho e suas posturas sólidas. Se tudo isso ainda não configura motivo para conhecê-lo, talvez ajude saber do seu DNA privilegiado: Jay é filho da respeitada »»»

Van Gonçalves / divulgação


cantora paraense Jane Duboc e do guitarrista Jay Anthony Vaquer, parceiro de Raul Seixas em muitos de seus clássicos. Jay Vaquer conversou com a Revista Leal Moreira, e se apresentou como os fãs o conhecem: honesto e muito convicto, sem perder a simpatia e o bom-humor. Conheça-o você também. Você sustenta uma postura muito sincera ao lidar com seus fãs e também exercita a proximidade com eles. Qual o balanço que você faz disso? Em algum momento, a sinceridade e a proximidade atrapalham ou é sempre bom? Algumas pessoas confundem um pouco essa postura, preferem aquele determinado artista que permanece distante... Quando ele é inacessível, fica mais interessante, mais “valioso”. Ao ficar próximo e virar “camarada”, fico meio banalizado (risos). Alguns até deixam de ir aos shows! É um fenômeno curioso que acontece mesmo... Apesar disso, não me imagino com outra postura. Eu sou apenas aquilo que acredito sempre precisar ser: honesto. O Umbigobunker?!, seu disco mais recente, tem um clima mais melancólico e introspectivo que

os anteriores. As músicas foram compostas no mesmo período?Elas refletem um momento seu ou foram compiladas para, juntas, contarem essa história? Meus trabalhos estão carregados de melancolia. Lembrei agora do planeta do Lars Von Trier (risos). Mas é resultado da minha natureza. Nunca gravarei nada “solar”. Nunca vão ouvir um CD meu com algo numa linha “pois bem chegueeeei, descobridor dos sete mares...Tira o pé do chão, galera!” (risos). Eu componho bastante, tenho coisas mais antigas que ainda não foram lançadas. Aí costumo selecionar o repertório pensando em construir e estabelecer uma “jornada” com começo, meio e fim, para quem quiser embarcar na proposta. É como um livro, um filme... Nesse sentido, em que tom virá o próximo CD? Dá pra adiantar alguma coisa? Ácido, melancólico. Com melodias que considero interessantes, arranjos muito bem cuidados, esmerados... Adoro saborear cada etapa do processo de gravação com imenso prazer. Busco aprender, descobrir, arriscar, experimentar... E sempre expressando rigorosamente


aquilo que julgo necessário ou interessante expressar agora. Que sensação você tem ao ouvir o primeiro disco? O que mudou em você e na sua maneira de compor de lá pra cá? É bem aquele clima de rever uma foto antiga: eventualmente, você estranha um corte de cabelo, uma calça misteriosa, algo que agora parece datado, talvez cafona... mas também pode reparar num olhar com um brilho lindo que se perdeu pelo caminho. Por exemplo, ali em “Nem tão são”, há um arranjo de metais em “Ilha Eu” feito pela Banda Mantiqueira. São músicos maravilhosos, mas claro que aquele som não combina comigo. Eu é que ainda não sabia disso. Gosto do Paulinho da Viola, do Cartola, mas não me meto em fazer sambas. Não sei fazer e nem tenho vontade, mas adoro escutar. Amo Stevie Wonder, mas meu som não é próximo daquele universo dele. Demorei a perceber coisas assim... Detecto ali no primeiro CD alguns momentos de insegurança e de uma arrogância que brotava dessa insegurança também... Havia um ingênuo “sei o que faço, me produzo sozinho

e dane-se tudo” que era infantil. Mas identifico muitos acertos também. “A Miragem” e “Aponta de um iceberg” poderiam estar no próximo CD tranquilamente. Quais as vantagens e desvantagens de ser um artista solo em um nicho dominado por bandas? Eu realmente percebo as duas coisas. Vantagem é não ter que lidar com egos. Quando você está numa banda, tem que ceder em alguns pontos. Se um guitarrista cisma com um solo e você não gosta, como fazer? O cara também é da banda. Aí você tem que ceder, ou delegar ao produtor, que é um cara neutro... Não ia funcionar pra mim. Eu controlo muito essa questão dos arranjos. Agora, a grande desvantagem é que é muito solitário. Cada pancada que você leva, tem que sustentar sozinho. O engraçado é que, até hoje, tem gente que acha que “Jay Vaquer” é uma banda. Eu me divirto com esse tipo de coisa. O que move você na hora de escrever? Como você observa esse seu processo de composição? Tudo que me faz refletir, tudo que comove, me »»»


Meus trabalhos estão carregados de melancolia. Faz parte da minha natureza. Nunca gravarei nada ‘solar’ provoca, me instiga, me revolta, me incomoda, me altera... Não há exatamente um processo, mas um tempo que reservo para compor. Sempre que faço isso, desenvolvo algo. Pego meu violão e vou nessa (risos). Sua mãe gravou um álbum com versões em inglês das suas músicas. Como foi essa experiência? Como é se ouvir em outra língua? Foi uma honra. O trabalho é lindo. Arranjos belos, participações maravilhosas... Escutar Milton Nascimento cantando algo que você compôs é muito doido (risos). Toninho Horta (também participou do disco)... Quanta sorte! Sobre outra língua, acho que o inglês combina bem com o que faço. Seus shows pelo Brasil não seguem a linha das superproduções, nem ganham grande destaque midiático. Como é a rotina de viajar o país com orçamento e estrutura limitados? Como você concilia a vida pessoal com essa rotina? É complicado. Ainda encontro muita falta de respeito. Muitos shows acabam acontecendo em lugares precários, inadequados, e me deparo com pessoas desqualificadas apertando botões vitais para o resultado do som... Há muita ignorância, limitações... Mas é o que posso fazer hoje. Ou isso ou ficar em casa. Eu concilio tendo consciência de minha realidade, do país, das características do que realizo e das implicações acarretadas. Como foram as passagens por Belém? A primeira passagem foi razoável. Fui para Belém para fazer dois show numa proposta “piano e voz”, sendo que o primeiro show foi dividido com minha mãe. Nesse, eu ainda estava bem de saúde, mas passei uma madrugada dos infernos, com febre, calafrios. Fui parar num hospital. No segundo show, já estava bem doente, e o show de “piano e voz” não tinha nem piano, porque era um teclado; nem voz, porque era um “fiapo” (risos). Já a segunda oportunidade foi maravilhosa. Eu estava inteiro e fizemos um show maneiro. Quero, vou, voltar logo... E sempre.



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Camila Barbalho

Dudu Maroja

Riso&

improviso

Fernando Caruso provoca gargalhadas por onde passa. Profissional multimídia a serviço do bom humor, ele fala à Revista Leal Moreira sobre comédia e como o improviso requer muito treino

F

oi-se o tempo em que daria para dizer que Fernando Caruso está apenas aproveitando um bom momento. O ator, roteirista, diretor e comediante vem há anos se firmando no gosto do público e da crítica como uma das mentes mais criativas do humor brasileiro. Versátil, ele circula o país com o grupo de stand up comedy “Comédia em Pé” e o projeto de improviso “Z.E. Zenas Emprovisadas” (ao lado de talentos como Marcelo Adnet) – além de conceber e estrelar o programa “De Cara Limpa”, do canal pago Multishow. Em meio a toda essa correria, Caruso conversou com a Revista Leal Moreira. Simpático e muito bem articulado, o humorista é daqueles que têm as respostas na ponta da língua. O resultado foi um papo sincero e divertido, como o próprio entrevistado. Confira: Em que momento você percebeu que não era simplesmente uma pessoa divertida e resolveu transformar o humor em carreira? Eu trabalhava como estagiário em uma agência de publicidade. Lá, se você ficasse parado, teria que investir no trabalho dos outros, e eu não

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era muito bom de fazer isso. Aí, aproveitei esse tempo pra começar a produzir as minhas peças, e isso foi rendendo muito mais. Foi aparecendo muito mais trabalho nessa área do que na publicidade. Então, foi acontecendo, não fui eu que decidi ser humorista. As circunstâncias me levaram a isso. Você tem um programa de TV, um grupo de jogos de improviso, faz stand up comedy... Como é administrar tudo isso e quais as diferenças do processo de criação em cada um desses trabalhos? Cada ideia vai para um canal diferente, né? O da televisão é o que eu mais tenho que sentar e preparar. Por exemplo, se eu penso em uma piada que envolve, sei lá, distribuir boias pras pessoas, eu preciso produzir isso: avisar o pessoal do figurino, providenciar as boias e tudo o mais. Se eu decido que vou entrevistar duas ou três pessoas, preciso estar com os microfones disponíveis pra todo mundo. Isso tudo eu tenho que planejar, passar pra produção... Isso é o que eu mais tenho que sentar pra fazer. »»»


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E os jogos de improviso, o stand up? Para improvisação, o mais importante é treino. Juntar todo mundo, subir no palco e exercitar. Seja embaixo de sol, de chuva, de febre... A cabeça precisa estar sempre funcionando. Pro stand up, acho que é mais uma atenção mesmo. Aquela coisa de, quando surgir um assunto novo ou você contar uma piada, as pessoas rirem e você conseguir repetir esse resultado com outras pessoas. Eu compararia o stand up a uma espécie de colheita de piadas. As piadas acontecem e você tem que saber colocá-las no cesto e fazê-las renderem para virar uma bela salada de frutas (risos). A televisão não é um limitador para a liberdade do improviso? Depende do tipo de programa que você faz. Eu fiz uns programas na TV que eram muito parecidos com o meu processo de raciocínio no palco, no teatro. O teatro é vivo, você pode adaptar tudo o que acontece. Se você está fazendo uma peça e falta luz, você pode continuar falando sobre isso. Agora, se você está numa gravação e dá algum erro, provavelmente vão cortar esse erro e fazer de novo pra ir ao ar a parte certinha, né? Como surgiu a ideia de levar para a televisão um formato como o do programa “De Cara Limpa”? Eu dou aula de comédia há algum tempo. Eu estava com uns alunos que tinham feito um curso uma vez, pediram pra continuar e eu preparei um segundo módulo. Quando eu percebi que não tinha mais nada pra ensinar, brinquei que o módulo três seria de comédia de rua. Eu daria objetivos pra cada um e eles teriam que fazer pessoas estranhas na rua rirem disso. Um dia, eu fui convidado pela Urca Filmes pra fazer um projeto pro canal Multishow. Acabei me lembrando dessa brincadeira e propus pra eles. Eles alavancaram a ideia e criaram o programa junto comigo. Você se sente na obrigação de ser engraçado o tempo inteiro?

Quando eu estou no avião, no banco, não quero e não sou engraçado. No Rio, as pessoas são muito habituadas a encontrar gente que trabalha na televisão andando na rua, então é incomum que elas venham com esse tipo de abordagem. Quando eu estou viajando, é diferente. Se eu vou a uma cidade que não tem o hábito de receber pessoas da TV, isso rola. E se eu estiver afim desse tipo de interação também, aí eu vou pra rua, tranquilo. Agora, se eu não tiver, fico trancado no hotel. Acho que, se você está preparado pra variados tipos de situação, a questão não se torna um bicho de sete cabeças. Você tem medo da rejeição? Todo dia. Acho que é isso que move, inclusive. Todo dia eu penso “é hoje que vão me vaiar”. A gente nunca sabe se vai agradar. Às vezes, tem coisa que a gente acha que vai ser engraçado e a plateia não partilha desse sentimento. Isso muda de uma cidade pra outra, muda até de uma sessão pra outra. Eu sou inseguro o suficiente pra ir bem na primeira sessão e ficar pensando “será que eu vou bem na segunda?”. Eu sempre fico esperando qual o momento em que eu vou cair. Meu trabalho é evitar que isso aconteça. Dentro do humor, o que faz você rir e o que você não acha nem um pouco engraçado? Eu não gosto de piadas de bullying, de um modo geral. Não acho maneiro esse humor que agride as pessoas. Normalmente, eu fico mais do lado do agredido que do agressor. Não consigo rir, fico constrangido. Digo isso até de filmes, sabe aqueles que têm um cara que sempre se dá mal? Eu não consigo rir. Pra mim, é drama, eu sofro (risos). Agora, o tipo de humor que eu gosto mais é aquele universal, o humor que não precisa de muita referência pra você entender. Eu gosto muito do Monty Python, que é um grupo de comediantes britânicos da década de 60 que tinha tudo pra não ter graça alguma e ainda hoje é engraçado. Não precisa ter lido o livro tal, visto o filme tal, saber quem é o ator que o comediante está imitando... É a piada pela piada. A piada pura é a que mais me move.

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Seu espaรงo com leveza e versatilidade.

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Marelli BelĂŠm Av. Gentil Bittencourt, 883 NazarĂŠ Fone (91) 4006.5000 marelli@marelli-pa.com.br


Anderson Araújo, jornalista

de dentro pra fora Não escondia mais a aflição. As mãos entrelaçadas, os pés nervosos, o pescoço teso. Não via a hora de revê-la, não via a hora de abraçar a mulher. Por pouco não abre uma vala no assoalho do aeroporto de tantas idas e vindas trilhadas com a espera, já insuportável nos últimos minutos. Em três anos, houve uma série de quase interações entre os dois. Sinal de celular escasso, acesso à Internet variante, postais enviados do fim do mundo, ligações insossas, rápidas, interrompidas. Tudo sem muita regularidade, aos tropeços, na base do “se der, deu, se dá, dá” e do “outra hora a gente conversa”. Do lado de cá, ele costurava os retalhos lançados nesse diálogo surdo e mantinha a chama acesa, contrito, aplacando a agonia com sessões de cinema sozinho, imerso em leituras demoradas, colecionando poemas para um dia entregar; numa clausura voluntária com direito a vagar no mundo dentro da bolha invisível criada por ele para manter a memória viva, perfumada, longe da oxidação. Já ela, aprisionada em distância voluntária, vivia. Desde que tirou os pés de Belém, num janeiro que já nem lembrava, foi só o que fez. Provou de tudo, andou por todas as cidades sonhadas, falou todas as línguas, viu a humanidade em todas as cores. E de tanto viver em sonho palpável já não se reconhecia como parte da realidade abandonada há três séculos, e não três anos

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como contavam os calendários. Por essas e outras, a espera para um era eternidade e a chegada, para a outra, uma reprise da Sessão da Tarde. Para ele, os poucos minutos que faltavam para o avião pousar duraram talvez mais do que a espera inteira iniciada quando aquela moça de finos cabelos, jeans, casaco amarrado na cintura e tiara rosa acenou pela última vez ao entrar na sala de embarque. A imagem virou uma fotografia dolorida de quem vai certo de nunca mais voltar por ter se transformado em outro, já no princípio da partida. Na poltrona, a dor sentida por ela era nas costas. E ouviu o comissário avisar do pouso, da temperatura e do tempo do lugar que ela remodelou nas lembranças enquanto esteve fora. Não havia ansiedade nos gestos, nem lágrima nos olhos, nem a música do Dominguinhos solfejada pela Elba em reverência e tristeza. Queria descer, esticar-se, rever os seus, distribuir abraços, sentir o bafo quente, infernal, da sua origem. Deseja, de fato, saber o que houve; quem morreu; quem nasceu; quem casou; quem separou. Interessavam os muxoxos, sinal claro de quem não dissipou antigos hábitos mesmo perdido em outros mundos. Quando ela saiu da aeronave tirou as camadas de roupa para se adaptar ao calor da terra e, ao chegar à esteira de bagagens, já estava sem os panos pesados de quem esteve no frio. Do saguão, ele pôde enxergá-la. O peito disparou. Não pelo reencontro, mas pelo choque, pela comparação com a figura que partiu com a figura que voltou. Cruzou a porta de vidro e se pendurou no pescoço dele. Envolveram-se em um abraço na tentativa de reparar a lacuna de mais de mil dias sem se ver. Engordaste, ela disse. Teu cabelo mudou, ele respondeu. Calados, guardaram as malas no carro e partiram para casa. Estavam livres da tensão do reencontro, apartados das reações ensaiadas, com o coração aos pulos e as primeiras perguntas presas no céu da boca. E certos de que não sabiam mais o que fazer um com o outro.


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comportamento

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Leonardo Aquino

Rodrigo Cantalício

Locadoras

virtuais

Elas são febre entre os consumidores de DVDs e cinema. O motivo? Excelente relação custo-benefício e a possibilidade de entretenimento de qualidade sem sair de casa.

N

o começo, havia o cinema. Um programa para famílias se divertirem unidas, casais se aproximarem e amigos comerem pipoca juntos. As cidades cresceram, a tecnologia avançou e divertir-se em casa passou a ser um misto de necessidade e opção. Por isso, videocassete, DVD e Blu-Ray se sucederam ao longo dos anos à medida que as tevês aumentaram o tamanho da tela, ficaram mais finas e com uma resolução cada vez melhor. Mas aquela visitinha à locadora de vídeo tem sido cada vez menos necessária e até se tornado tão cansativa quanto cruzar a cidade em busca de um multiplex confortável. Novos gadgets e serviços on-line parecem ter sido criados para deixar o sofá da sala mais atraente e dar a ele o título de lugar perfeito para curtir filmes e seriados, sem fila para comprar ingresso ou celular tocando na poltrona ao lado. Imagine escolher um filme na internet e poder assisti-lo na hora, sem esperar por downloads, como num misto de prateleira de locadora de vídeo com You Tube. Essa é a proposta da Netflix, empresa norte-americana que existe desde 1997, mas só chegou ao Brasil em 2011. O acervo, que conta com filmes e seriados nacionais e estrangeiros com legendas em português, pode ser acessado via web ou em dispositivos, como tablets, smartphones e videogames. Ou seja, é possível desfrutar do serviço, de forma doméstica ou levando para qualquer parte_ dentro da mochila, por exemplo. Com uma boa conexão em casa, é possível ver o conteúdo em alta definição sem

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os típicos travamentos de uma transmissão por streaming. Com uma internet 3G rápida e estável, é possível assistir nas telas dos dispositivos móveis, sem ocupar a memória deles. Tudo isso pagando quinze reais por mês, valor um pouco maior que o do aluguel de dois lançamentos numa locadora bem servida e menor que o do cinema – especialmente aos finais de semana. O acervo ainda não é dos mais numerosos e essa é uma das principais queixas dos usuários da Netflix, especialmente relacionadas aoi pequeno número de filmes recentes. Mas a praticidade e o preço fizeram muita gente mudar completamente os hábitos. O empresário Luciano Santa Brígida, por exemplo, não apenas deixou de frequentar as locadoras, como também parou de baixar filmes pela internet desde que assinou a Netflix. “A facilidade de acesso é um dos maiores diferenciais do serviço. Em casa, assisto a filmes pelo videogame. Quando viajo, pelo tablet. Muitos reclamam do acervo da Netflix, alegando contra os filmes velhos. Mas não é tão diferente assim de uma TV por assinatura. O preço é um valor que vale muito a pena pagar. Pagaria até mais, diante da qualidade de serviço”, conta Luciano, que diz assistir de dois a três filmes por semana via Netflix. Para a professora Luciana Alves, a novidade trouxe a solução de outro inconveniente. “É bom assistir a filmes em casa sem a obrigação de retornar à loja para devolvê-los. Por várias vezes, paguei multas altíssimas por atraso, pois nem sempre tinha tempo de devolver os DVDs na data »»»


marcada”, conta. Mas esse não é o único benefício trazido pela tecnologia. “Deixei de ver alguns filmes na televisão porque, na Netflix, posso escolher com calma, começar a ver, interromper, depois continuar”, explica Luciana, que procura sempre por filmes estrangeiros e alternativos. Mas as novidades criadas para fazer com que você tenha prazer em ficar em casa não param por aí. A Apple, empresa que sempre lança as tendências mais desejadas do mercado da tecnologia, não poderia ficar de fora e oferece, desde 2007, a Apple TV. Não se trata de um aparelho de tevê, mas de um objeto menor que uma caixinha de chocolates, que se conecta à televisão por meio de um cabo HDMI e à internet por uma conexão sem fio. Com a Apple TV, é possível assistir não apenas a filmes (pela Netflix, por exemplo), como também ter acesso ao conteúdo de vídeo da iTunes Store, assistir a vídeos do You Tube e do Vimeo, navegar pela sua coleção de músicas ou reproduzir vídeos e fotos de dispositivos como iPad, iPhone e iPod Touch. O modelo de acesso ao conteúdo da iTunes

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Store na Apple TV é um pouco diferente do sistema do Netflix. É muito mais uma loja propriamente dita do que um serviço via assinatura. Com uma conta na iTunes Store (a mesma que se usa para comprar música e aplicativos, por exemplo), é possível comprar ou alugar filmes, tanto clássicos quanto sucessos recentes de bilheteria. Para a compra de filmes, o preço médio é dez dólares. O aluguel sai, em média, por quatro dólares e funciona da seguinte maneira: o usuário tem trinta dias para começar a assistir ao filme. Após iniciá-lo, tem até quarenta e oito horas para assistí-lo quantas vezes quiser. Ou seja, nada muito diferente de uma locadora de vídeo, com a vantagem de não existir o risco de ouvir o triste “está alugado” ao procurar pelo seu filme favorito no balcão. Além disso, grande parte do conteúdo está disponível em resolução de 1080p, equivalente à do Blu-Ray. Todas essas possibilidades despertaram a curiosidade de Rodrigo Cavalcante, que trabalha como desenvolvedor de aplicativos para dispositivos móveis. Depois de pesquisar muito sobre a Apple TV, comprou o aparelho e, pouco mais de

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Por dentro do Netflix Segundo dados da Netflix, o serviço está disponível em 43 países na América Latina. “Uma vez que a América Latina tem cerca de quatro

um mês depois, já percebia novos hábitos. “Não tinha o costume de assistir a filmes em casa. Passei a alugá-los pela iTunes Store e acredito que isso seja apenas o início de um grande serviço e sistema de entretenimento que a Apple está criando”, diz. O administrador de empresas Maick Costa também comprou uma Apple TV motivado pela curiosidade. Foi a uma loja oficial da marca, viu uma demonstração do produto e se encantou com o que a caixinha mágica pode fazer. Hoje, não passa um dia sequer sem assistir a algum conteúdo por meio dela, principalmente vídeos do You Tube, filmes e seriados via Netflix. A praticidade foi decisiva para que o consumo à moda antiga fosse deixado de lado na casa de Maick. “Abandonei locadoras, definitivamente! A base da Netflix não é inteiramente de filmes recentes, mas as sugestões de filmes_baseados no que você já assistiu_e o link com os filmes assistidos por amigos trazem o melhor da locadora pra perto de você”, exalta. Como se não bastassem todas as vantagens tecnológicas, essas novidades têm até maneiras »»»

vezes mais famílias com banda larga do que o Canadá, há muito espaço para crescer”, afirma a companhia. No período de julho a setembro de 2011, a receita global da empresa cresceu 48%, passando de US$ 553 milhões para US$ 822 milhões. São 25 milhões de clientes no mundo todo. A empresa tem a política de não divulgar os números aqui no Brasil, mas estipula-se que cerca de 10 milhões estão na América Latina. Alguns gêneros são melhor representados (comédia, por exemplo). Há 100 filmes de terror e 400 thrillers na listagem, com vários clássicos e 24 novelas ou séries em português, todas desconhecidas. Há três grandes motivos para o sucesso do Netflix: o preço, a velocidade (mesmo com a internet menor que 1 mbps, o filme começa em segundos), e um espertíssimo algoritmo que sugere filmes baseados no seu gosto, ainda capaz de prever quantas “estrelinhas” você vai dar a um filme, com margem de erro mínima. O algoritmo é considerado surpreendente, de acordo com especialistas. Fonte: internet.

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de substituir o boca-a-boca, aquela indicação de um amigo ou de um atendente que pode fazer a diferença na hora de escolher um título. No Netflix, ao preencher o cadastro, o usuário indica preferências pessoais, não limitadas apenas ao gênero. É possível, por exemplo, dizer que gosta de “filmes motivadores”, “dramas românticos independentes” e “filmes estrangeiros violentos de ação e aventura”. Além disso, à medida que você assiste aos títulos, um sistema de inteligência artificial trabalha para dar indicações baseadas nas preferências e no histórico. Outra possibilidade é conectar a conta da Netflix à do Facebook e saber quais são os filmes preferidos dos seus amigos. As indicações aparecem na interface do serviço e também no mural do Facebook de quem opta por essa conexão. Para os usuários, essa é outra vantagem dos novos serviços. “Descubro filmes bons que não me interessariam por ver que meus amigos já assistiram. O boca-a-boca sempre é a melhor ferramenta. Já me surpreendi com filmes que meus amigos assistiram e que são muito bons”, conta Maick Costa. “Confesso que não acreditei muito no início nesse sistema de recomendação; mas hoje realmente me surpreendo com os filmes que ele me indica”, diz Luciano Santa Brígida. Acervos em crescimento, banda larga a toda velocidade, aparelhos de tevê abertos a novas funções e serviços inteligentes e inovadores; tudo isso pode não matar o cinema ou acabar com as videolocadoras, mas cria alternativas para o entretenimento doméstico. Definitivamente, tédio é uma palavra que combina cada vez menos com a opção de ficar em casa.

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entrevista

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Leila Loureiro

Fera

liberta

Eriberto Leão não rejeita o título de galã e, a partir de sua sólida formação no teatro, se permite viver várias personagens, ao mesmo tempo em que se considera único.

E

riberto Leão poderia ser um verbo, algo entre o “erigir” (erguer, levantar, fincar, criar) e o “libertar” (tornar-se liberto, livrar-se). Melhor, ‘eribertar’. Um neologismo seria o verbo que expressaria a capacidade de se erguer a partir de sua própria libertação. Um verbo certamente conjugado em todos os tempos e espaços, que ecoaria horas depois de ser pronunciado. Eriberto de Castro Leão Monteiro, paulista de São José dos Campos (SP), ator com 16 anos de carreira, é um homem frágil, como só os fortes costumam ser. Determinado, estudioso, concentrado, curioso e “pai do João”, como ele mesmo se descreve no microblog twitter, que “alimenta” pessoalmente (nos poucos minutos que lhe sobram, entre milhões de compromissos). “Eriberto está em Nova Iorque gravando um novo filme. Eriberto está em Las Vegas, fazendo laboratório para compor sua próxima personagem de novela. Eriberto está em São Paulo, em cartaz com sua peça” – alguns dos obstáculos ultrapassados, para que, enfim, esta conversa fosse possível. O local: o café de uma livraria. Aliás, nada mais providencial, já que Eriberto é um leitor voraz, que navega entre Victor Hugo e Nietzsche ao longo da entrevista para a Revista Leal Moreira. Aos 40 anos, Eriberto faz questão de fincar o alicerce de sua existência em um terreno bem seguro, sendo a espinha dorsal do seu entorno. Às vésperas da estreia de sua décima primeira novela, o ator, que contabiliza ainda oito peças teatrais e sete filmes, tem buscado ouvir mais o silêncio. E é nesse cenário que iremos conjugá-lo,

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em todos os tempos verbais, do passado a um inovador futuro mais-que-perfeito. O Brasil inteiro conhece o Eriberto Leão, galã de novelas. Porém, poucos tiveram acesso à sua formação mais profunda, como ator de teatro e cinema. Como foi esse processo de amadurecimento profissional? Desde que me apaixonei pelas artes dramáticas, percebi a importância do estudo na construção de um ator de verdade, um ator pleno. Lembro que o Tony Ramos me disse certa vez que ‘a vocação é mais importante que o talento’. A partir disso, reconhecendo a minha vocação, procurei aprimorar o meu talento, lapidar ao máximo. Em 1990, cursei Artes Dramáticas na USP. É um curso muito concorrido e ali eu defini que precisaria chegar perto dos melhores e seguir com os estudosm buscando uma pós-graduação em Arte. Foi quando decidi ir para Nova Iorque. Estudar em Nova Iorque trouxe que tipo de diferencial à sua carreira? Admiro a típica cultura do vencedor nos EUA: a disciplina, a batalha árdua, bem distinta da cultura empregada no Brasil, na base do ‘você não vai conseguir’ ou ‘desista’. Quando mudei para Nova Iorque, acreditei muito nessa disciplina e dedicação para chegar aonde eu queria. Entre 1993 e 1994, estudei na escola de atores do Lee Strasberg (renomado ator, diretor e professor de artes dramáticas norte-americano), que criou um »»»

Daryan Dornelles


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Se você conseguir transformar uma pessoa, você estará fazendo arte’. Não lembro onde ouvi isso, mas concordo.

método de atuação que se encaixou perfeitamente para mim, ou melhor, eu me encaixei no método Lee Strasberg. E como foi o retorno ao Brasil? Engraçado que, por obra do acaso, uma nevasca me fez partir de Nova Iorque em dezembro de 1994. Ao chegar no Brasil, fui acompanhar um amigo num teste para uma novela religiosa em Valinhos, interior de São Paulo. Resolvi levar uma carta de referência do Lee Strasberg e a entreguei ao diretor, dizendo “eu sou seu Santo Antônio”. E daí veio o Antônio dos milagres, em 1995, minha primeira novela na CNT. O que você julga indispensável para atuar? O ator precisa ter uma necessidade vital de se expressar por meio das histórias dos outros. Você precisa se identificar verdadeiramente com seres que foram escritos por outras pessoas e que serão transformados por você. Foi exatamente por isso que eu quis ser ator e todos as personagens que interpretei tiveram essa característica de operar uma transformação pessoal dentro de mim, além de transformar aqueles que me assistem. ‘Se você conseguir transformar uma pessoa você estará fazendo arte’. Não lembro onde ouvi isso, mas concordo. O que é arte pra você? É um veículo pelo qual o criador se expressa com relação à sua existência. É o mundo, tal como é percebido, ou melhor, é o veículo por meio do qual você se expressa, mas é essencialmente um instrumento de algo que está acima de você. Caetano compõe músicas, Van Gogh pinta quadros...neste momento, creio que eles estão conectados a algo que é superior a nós mesmos. E isso é arte. Você está no remake de ‘Guerra dos Sexos’, próxima

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novela das sete da Globo, que estreará em outubro, na pele de Ulisses, um lutador de MMA (Artes Marciais Mistas). Como está compondo o personagem? Atualmente, o MMA é o esporte mais popular do Brasil. Em julho, a luta do Anderson Silva marcou vinte pontos de audiência na madrugada, o que só acontecia no auge das disputas de boxe ou nas corridas do Ayrton Senna no Japão. Em minha opinião, o Anderson vem ocupar um espaço vago desde o Senna, é um novo herói brasileiro. E o Ulisses vem no meio disso tudo, sendo uma grande honra e responsabilidade encarnar esse personagem atualmente. Treino várias vezes por semana e tenho acompanhado bem de perto a evolução do esporte. Isso me dá muita inspiração para buscar a jornada deste herói. Você já fez muitos heróis na sua carreira. Como você enxerga o processo da trajetória do herói? Sim, na minha carreira eu já fiz muitos heróis. O herói sempre tem a missão de motivar a sua vida, te fazendo passar pelo inferno até o umbral para aprender, crescer e conquistar o objetivo da trama. E esse objetivo só vem dessa jornada. Eu tive a sorte de estar vivendo na profissão o que ansiava no fundo do coração, quando eu era só um menino estudando teatro; por isso, acredito que, apesar das dificuldades, quando você encontra sua lenda pessoal, o que foi destinado a fazer, tudo conspira a seu favor, mesmo quando agem contra você. Eis a trajetória do herói. Você começou no teatro aos 17 anos, para lidar com sua timidez. Hoje, contabiliza oito peças teatrais. Além da timidez curada, o que mais o teatro te trouxe? Eu me apaixonei pelo teatro. Fui contrarregra de uma peça quando já estudava teatro no Célia He- »»»


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Televisão 1997 - O Amor Está No Ar 1998 - Serras Azuis (Band) 2000 - Marcas da Paixão (Record) 2004 - Cabocla 2006 - Por Toda Minha Vida 2006 - Sinhá Moça 2007 - Amazônia, de Galvez a Chico Mendes 2007 - Duas Caras Cinema

2008 – Casos e Acasos

2008 - Onde Andará Dulce Veiga?

2009 - Deu a Louca no Tempo

2008 - Intruso, de Paulo Fontenelle

2009 - Paraíso

2009 - Um Homem Qualquer

2010 - As Cariocas

2011 - Assalto ao Banco Central

2011 - Insensato Coração

2012 - De Pernas Pro Ar II

2012 - A Vida da Gente

lena (escola de Artes, em São Paulo), em 1989. A peça chamava ‘A vida é sonho’, com Regina Duarte e texto do Gabriel Villela, que me ajudou muito e com quem fiz a minha primeira peça de teatro, ‘Ventania’, também escrita pelo Gabriel Villela. Aprendi no teatro um ritual quase que religioso de iniciação, sendo um lugar onde eu me reencontro comigo mesmo e acesso os meus espaços mais primitivos e mais elevados. Algo como o trecho da oração: ‘Assim na terra, como no céu’. O teatro me traz isso, é um espaço sagrado onde cresço muito. E existe um projeto seu de interpretar o Jim Morrison no teatro, certo? Correto, o Jim Morrison é um projeto antigo, mas que vai acontecer quando for propício. Como disse Victor Hugo “Nada é tão forte como uma ideia quando é chegada a hora dela”. Da mesma maneira que “A Mecânica das Borboletas” (sua peça mais recente) veio como se tivesse sido escrita por encomenda, o Jim Morrison virá quando tiver de vir. Talvez após as gravações da novela ‘Guerra dos Sexos’. E como você transita pelo universo do Cinema? O cinema sempre foi um sonho mais distante, conquistado humildemente. “Assalto ao Banco Central”, que recebeu várias indicações ao Prêmio de Cinema Brasileiro, foi um presente, assim como o “De pernas pro ar – 2” (com estreia prevista para dezembro), que filmei em Nova Iorque no primeiro semestre. Voltar à Nova Iorque, onde tudo começou, me fez retornar ao quilômetro zero. O que é voltar ao quilômetro zero? Na peça “A Mecânica das Borboletas”, tudo o que aconteceu durante o espetáculo foi um retorno

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ao quilômetro zero. Por exemplo, estreei na mesma sala onde fiz minha primeira peça. Em SP, ficamos em cartaz onde fui contrarregra antes de ser ator, no SESC Anchieta. Pura sincronicidade. Perdi o meu pai no ano passado e logo enceno uma peça em que esse contexto é trabalhado; e, através da morte do meu pai, eu me aproximei do meu único irmão que, não por acaso, é faixa preta em jiu-jitsu, professor de lutadores profissionais e, por conseguinte, me aproximou de um grande amigo no UFC de Las Vegas, onde pude viver todo o clima pré-luta, dos bastidores , fundamental para a formação de minha próxima personagem, entende? Algo uniu o que eu faço ao que o meu irmão faz, logo após a morte do nosso pai. Coincidências significativas que acontecem e tornam a sua fé racional, quase matemática, sem espaço pra dúvidas. E o que é essa fé? Exatamente isso, a fé é ausência de dúvida. Daí que vem toda a inspiração e dedicação para que um personagem dê certo. A fé no que é superior a você e que te faz ser só um instrumento de uma grande engrenagem. E como peça dessa engrenagem, o que mais te instiga na atuação? Quero devorar os meus demônios e adquirir os poderes dele. Nietzsche, meu filósofo predileto ao lado de Espinosa, retrata bem o que eu almejo: a junção do super-homem e da ética, porque o “além do homem” sem ética escraviza, inclusive a si mesmo. A carreira de ator e a vida me instigam a servir de instrumento de uma força que criou tudo, e te transforma num “super-homem”, ciente de que “todo o poder é emprestado”, como disse Jesus Cristo. »»»

Veja mais


Aprendi no teatro um ritual quase que religioso de iniciação, sendo um lugar onde eu me reencontro comigo mesmo e acesso os meus espaços mais primitivos e mais elevados. (...) O teatro me traz isso, é um espaço sagrado, onde cresço muito.

Você cita Jesus constantemente e já atuou em vários espetáculos com conotações religiosas. Qual a sua religião? Fui educado com base no Cristianismo. Acredito no amor e na ética.

esse cenário. Esse alarme que vai soar a qualquer momento está no nosso caminho. Precisamos despertar o inconsciente coletivo que está adormecido. Uma revolução está a caminho.

E o que é ética pra você? Ética é amor. Não fazer com o outro o que não gostaria que fizessem com você. Ética é fazer para o outro exatamente o que gostaria que fizessem com você.

Que tipo de revolução? Uma revolução que idealize uma tecnologia que nos perpetue, já que o ser humano é uma obra de arte sublime do Criador. A beleza da vida é a prova de que existe um motivo para estarmos aqui. O “homem vitruviano”, de Leonardo da Vinci, retrata bem o que estou falando: somos uma obra de arte muito simétrica, de formas e geometria perfeitas. Precisamos salvar isso.

Um conceito bem difícil de ser estabelecido atualmente, não? Sim, falta muita ética, principalmente nos que estão no poder, porque falta amor. O amor incondicional ao que se faz. Se você é um servidor público e ama o que faz, vai amar servir aos seus ideais e não ser servido. E quem está no poder, ama muito mais ser servido do que servir. O que te preocupa hoje? A desconexão do homem em relação ao planeta onde ele vive. Até quando ficaremos cegos diante das mudanças que estão acontecendo? Nos desconectamos a tal ponto que exaurimos os recursos que são finitos. A imortalidade é o sonho primordial da humanidade e foi conquistada através da perpetuação da nossa espécie, do nosso código de DNA, que é transferido de geração em geração. Acredito que, em razão disso, algo vai acontecer para mudar

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Como você lida com o envelhecimento e a finitude? Infeliz daquele que quer lutar contra a sabedoria da natureza. Se nosso corpo envelhece, é para que o nosso espírito e nossa mente rejuvenesça. A evolução das espécies é muito sábia, não seria diferente com o ser humano, é um processo necessário. Ao longo de 16 anos de carreira, em meio a tantas entrevistas, o que o Eriberto Leão ainda não respondeu? Que pergunta você se faria? Você é? E qual seria a resposta? Eu sou.


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Construtora preferida pelos profissionais

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OUTRAS

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Com 41% de preferência do público em geral, a Leal Moreira foi eleita pela pesquisa Top de Negócios a melhor construtora de Belém, com três vezes mais votos do que o segundo colocado.


OBRIGADO a todos por escolher a Leal Moreira como a melhor construtora de Belém. São suas escolhas que fazem o nosso mundo. Um mundo

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com nome e sobrenome.

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Seu mundo com nome e sobrenome

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Celso Eluan empresário celsoeluan@ig.com.br

REVOLUÇÃO

HUMANA

A natureza fez o homem feliz e bom, mas a sociedade deprava-o e o torna-o miserável. Rousseau

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Eis aí, no século XVIII, auge do Iluminismo e da volta à razão, Rousseau assinando esse atestado de bons antecedentes do ser humano. Nós somos bons, nascemos bons, a natureza nos criou bons, mas a sociedade nos corrompe e nos dilacera. Esse monstro vil e carniceiro que, como um bicho papão, povoa os pesadelos da adolescência e o caminho da maturidade. É incrível como nos apossamos de entidades abstratas para nos redimir. Assim é com os governos, os patrões, a sociedade, a natureza, os outros. Até Sartre se encantou com isso e afirmou que o ‘inferno são os outros’. O problema é que eu sou um dos outros para muitos. Eu sou parte de uma sociedade. Eu (ou você que está me lendo) sou (somos) parte do problema e querer me omitir pelo complexo de vitimização é a melhor maneira de nunca encarar e resolver uma questão. Quando vemos um bebê, somos tentados a pensar “que coisinha fofa, tão inocente, tão puro, que pena que vai crescer!”. Não há quem não se sensibilize. E uma criança, de fato, está em estado puro: uma página em branco que a vida escreverá nela. Mas, se formos analisar melhor em estado natural (de novo Rousseau), o homem só se interessa por sua sobrevivência: alimentação, repouso e reprodução (bem, nesse caso, um bebê ainda não pensa ‘naquilo’). Para obter o que necessita, uma criança chora, grita, resmunga, esperneia, inferniza os outros (ué, mas não são os outros que são o inferno?). É seu estado bruto, como qualquer animal. Não há pureza de gestos e intenções; logo, se for preciso, agredirá para ter o que deseja. Na medida em que cresce, cabe aos adultos domesticar alguns exageros, estabelecer limites, educar. O adulto que não cresceu é a criança cheia de desejos e incapaz de entender limites. Nesse caso, a sociedade que corrompe é a que não estabeleceu limites – tarefa dos pais, principalmente.

Desde que o homem desceu das árvores e se agregou, começaram a nascer os códigos de conduta, as leis, a moral, as religiões, a comunicação, a ética. Foram se definindo padrões de comportamento que evoluíram drasticamente ao longo dos séculos e milênios. Não é uma curva constante de crescimento. Na realidade, há muitas idas e vindas, muitos erros e acertos ao longo da história, mas não podemos negar que, no século XXI, o homem se encontra num patamar de civilidade bem superior a qualquer outro período. Está perfeito? Não, certamente há ainda muito por evoluir. Como as ciências exatas e biológicas evoluem em conhecimentos e conquistas, as ciências sociais também evoluem, talvez não no mesmo ritmo e velocidade, mas é incontestável que nos organizamos melhor socialmente do que há cem ou mil anos. Então, quem corrompe? Que sociedade é essa que nos deprava e nos torna miseráveis?A mesma na qual estamos inseridos e que possibilita tantas conquistas e feitos notáveis. Somos frutos dela e por ela também somos responsáveis. São nossas atitudes que servem de espelho para outros se mirarem e, se quisermos que tudo seja melhor, basta colocar um espelho na nossa frente. O que você vê no espelho é o responsável por tudo de bom e de mal que ocorre consigo e com os outros e depende das suas escolhas. Desculpe-me Rousseau, mas quase trezentos anos depois não dá pra jogar a culpa na sociedade e nos redimir. Nós é que somos responsáveis pela Revolução Francesa (que você inspirou), pela Revolução Industrial, pela Revolução Gloriosa, pela internet, pela eletricidade, pela crescente evolução do tempo médio de vida, pelas grandes guerras mundiais, pela Guerra Fria, por tantos erros e acertos, mas é inegável que vivemos melhor hoje que no seu tempo. O saldo tem sido positivo e foi essa sociedade, da qual você, eu e bilhões de pessoas fazemos parte, que nos trouxe até aqui.



especial

A arquitetura e os detalhes encantadores fascinam quem visita o prédio da Farmácia República

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Tylon Maués

Feitiço do

Tempo Conheça lugares que sobrevivem aos anos e que têm clientela fiel. Sinônimo de lucro garantido? Não, necessariamente, mas é um alerta à necessidade de preservação de histórias.

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a Avenida Presidente Vargas, quase na esquina da Rua Carlos Gomes, em área mais do que central na capital paraense, espremido entre prédios, um casarão de arquitetura antiga e elegante se destaca sobre as demais construções. A Farmácia República, referência à praça que fica em frente – embora o letreiro antigo ainda mostre “Pharmácia Central” – parece uma resistente da beleza antiga, em contraponto à desordem que tomou o centro de Belém. Tamanho charme parece não ser suficiente para atrair clientes. Há pelo menos dois anos a fachada ostenta uma placa de “aluga-se”. Detentora de um legado cultural ainda fascinante, remanescente do começo do século passado, quando a cidade vivia o apogeu do Ciclo da Borracha, Belém tem, em sua arquitetura no centro histórico, algumas joias sempre exaltadas por seus moradores e turistas, porém invariavelmente mal cuidadas, sem preservação alguma. O bairro da Cidade Velha é quase todo um exemplo desse descaso a céu aberto. A Pharmácia não se encontra nesse rol, já que sua beleza ainda é, a olhos nus, encantadora. No entanto, é um negócio e, como tal, tem que dar lucro. As prateleiras no magnífico móvel de madeira de lei estão parcialmente vazias, sem aquela variedade de produtos que as grandes redes de farmácia ostentam. “O prédio é lindo, encantador, mas é um negócio e não temos dado conta. Todas as farmácias de bairro, as tradicionais, sofreram baques por causa

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das grandes redes. Queria poder não alugar, mas é preciso”. A explicação quase na forma de um lamento é de Isaac Elias Israel, filho de Morse Israel, um ex-funcionário público que, em 1967, realizou o sonho de adquirir o estabelecimento que tantas vezes admirava. Isaac conta que o pai teve de ir à Justiça do Trabalho reaver o móvel principal da farmácia, que ia ser vendido separadamente. Os estabelecimentos familiares sempre foram tradicionais no surgimento das grandes metrópoles e, além das leis do mercado, obedecem às regras de seu círculo - nesse caso a família, acima de qualquer coisa. De tudo um pouco Desde 1906, quando o mascate libanês Salomão Antônio Mufarrej resolveu colocar as mercadorias que vendia em casa em uma lojinha, a Casa Salomão passou a ser uma referência. Localizada na Avenida Magalhães Barata, desde a época em que ainda era ‘Independência’, em frente ao Museu Emilio Goeldi, o estabelecimento é daqueles que já está incrustrado no imaginário da população. Neto do fundador, Salomão tem a missão de levar adiante , como ele mesmo diz, a “loja de ferragens que tem quase tudo”. São seis mil metros quadrados de tudo um pouco, embora grande parte seja de produtos antigos, muitos dos quais parecem já ter caído em desuso. Dos quatro filhos do fundador, todos de certa forma trabalharam na »»»

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loja, mas foi Raja, o mais novo, quem ficou mais tempo à frente do estabelecimento. Julieta, também herdeira, está sempre presente no balcão, exercendo o papel de ‘relações públicas’, exalando simpatia. Janete e Davi tomaram rumos diferentes. De campeã de vendas em vários segmentos_em especial de tintas_a Casa Salomão virou refém dos próprios preceitos rígidos da família. Não é mais uma líder no mercado, mas se mantém. Entre algumas das regras que Raja herdou do pai, estão algumas de quem tem a negociação no sangue: uma é de nunca dar um passo maior que a perna. “A hora que quiser fechar, passo a chave sem dever ninguém”, costuma dizer Raja, sobre a famosa ideia de não se endividar, não procurar empréstimos para passos muito largos. Outra lei que vigora até hoje na loja cujo slogan é “Tudo para todos em um só lugar” é de não utilizar os meios convencionais de publicidade - jornais, TV,

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rádio e internet. Em nenhum lugar desses se verá uma propaganda da casa dos Mufarrej. Raja diz que é um caminho sem volta, do qual não se pode sair mais e que a melhor propaganda é o ‘boca a boca’. O mesmo vale também para o “co-irmão” Mandarim, a loja de ‘também tudo um pouco’ fica em um ponto nobre da Avenida Nazaré, em frente ao Centro Arquitetônico de Nazaré, ao lado do mítico Cine Ópera. Um pouco mais modernizado, em relação ao vizinho de rua, o estabelecimento vende desde a simples linha, passando por fantasias carnavalescas, até brinquedos e roupas. “Às vezes, venho aqui apenas para comprar uns botões, às vezes uma fantasia ou uma peça de pano. É um bom lugar para vir porque é central e tem bastante coisa”, comenta a aposentada Fátima Pantoja, que se diz cliente há anos. “O boca a boca” pode servir tanto para as lojas já

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Da direita para a esquerda: A Casa Salomão e seus curiosos artigos. Escondido na Presidente Vargas, o sebo “Relicário” e suas raridades - como o relatório do conselho municipal de Belém, datado de 1904.

tradicionais em Belém, como as que contabilizam pouco mais de uma década. Não muito longe da Pharmácia do começo desta matéria, ainda na Avenida Presidente Vargas, o Relicário tem apenas doze anos de funcionamento; entretanto, quem entra no sebo vive uma sensação de clima de anos remotos. Anderson e Edna Sales, que juntos levaram consigo a experiência de terem trabalhado antes em outras livrarias semelhantes, vivem entre livros, revistas, discos e documentos antigos num cenário de poucos metros quadrados que, para os desavisados, pode parecer caótico, mas está dentro da organização deles. Em dois passos, Anderson chega à prateleira onde está seu item mais antigo, um Relatório do Conselho Municipal de Belém, de 1904 - coletânea com a assinatura do intendente Antônio Lemos. Dois passos adiante, do meio dos quadrinhos embalados em sacos plásticos, Anderson saca um

“Heróis da TV”, dos anos oitenta. “Temos entre sete e oito mil produtos à venda, com um público que vai do estudante ao aposentado. É uma relação boa, mesmo com quem entra apenas para dar uma olhada”, conta. Em um momento em que a propaganda (seja em que meio for ou como for) parece ser o segredo do negócio, esses empreendimentos vão na contramão e parecem não fazer questão de se inserir nesse contexto. De acordo com o publicitário Elizio Eluan, mestre em Ciência da Linguagem, a publicidade é apenas um dos elementos do marketing, importante, mas não é único. “O marketing é toda a ação ou elemento que junta a vontade do consumidor comprar à fome do vendedor vender”, diz. “O fato de estarem em uma das vias mais importantes de Belém, com um grande fluxo de pedestres da classe C, é um fator muito relevante. O preço é outro fator importante. É uma »»»


Os lugares esquecidos pelo tempo est茫o incrustrados na mem贸ria popular

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estratégia que atrai bastante o público a quem se destina. Ainda assim, não estão livres de um dia precisarem de uma mudança de comportamento ou vivenciarem uma grande crise de vendas, o que pode levar esses estabelecimentos a precisar de novas ferramentas de marketing”. Mesmo fora dos meios tradicionais de publicidade, há o “boca a boca do novo milênio”, que faz uma diferença substancial. “Hoje, existem ótimas alternativas não tradicionais de se expor. Há um boca a boca amplificado por meio do Twitter e Facebook”, explica Eluan, que exemplifica casos em que mídias alternativas fazem diferença. “Existem vários cases competentes de pessoas que confeccionam e vendem biquinis, bonecas, roupas para bebê, dentre tantos outros produtos do gênero, através de blogs e demais redes sociais. Somente com isso e até sem isso é possível sobreviver, de-

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pendendo do ramo, dando passos do tamanho das pernas. Agora, se quiser aumentar essas pernas (crescer), deve-se aumentar o tamanho dos passos. A publicidade tradicional é um importante fator para se transformar empresas em fortes marcas. Agrega amplos significados a uma marca, aguça a curiosidade, leva as pessoas a procurarem algo, cria uma ligação emocional entre empresa e cliente. É o que faz a diferença entre os rótulos reconhecidamente preferidos e suas cópias”. Talvez não seja suficiente para que a Pharmácia República chegue ao seu centenário, em 2013, ainda como o estabelecimento para o qual o prédio foi construído, na segunda década do século passado; ou talvez sim. As redes sociais têm apresentado poder de mobilização que há muito não se via, daí a esperança de que essas “joias” da capital paraense, que precisam do apoio de todos_seja do poder »»»


foto divulgação

Confeitaria Colombo | Rua Gonçalves Dias, 32 / Centro - Rio de Janeiro • (21) 2505.1500

público ou da sociedade civil - venham a ser valorizadas para serem preservadas. Pode até parecer pouco, mas se o boca a boca garante vendas, por que não preservação?

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No eixo Rio de Janeiro-São Paulo, há lugares antigos – quase seculares – que também sobrevivem aos anos e à modernidade. A Revista Leal Moreira mostra alguns deles para você.

Antonio da Silva, 54, dono do negócio. O lugar já teve clientes ilustres, como o presidente Jânio Quadros e os homens da família Safra. Hoje, a maior parte da freguesia é formada por pessoas mais velhas. “Há, inclusive, os que vêm de outras cidades ou até do exterior, garante o proprietário. O arquiteto que projetou o salão também é cliente habitual. Ele vem sempre aqui e fica olhando as maravilhas do passado”, afirma Silva.

Salão Phidias Os espelhos, de cristal belga, estão em perfeito estado. As cadeiras são de fórmica boa, de quase 50 anos atrás. O piso é de pedra portuguesa e não tem uma única rachadura. Mas não são só as instalações da barbearia Phidias, instalada em uma galeria da rua 24 de Maio, que permanecem iguais há 45 anos. O serviço oferecido também é à moda antiga. Faz-se a barba seguida de sauna facial. As pias ficam na bancada e permitem que o cliente faça o tradicional mergulho para a frente, diferentemente dos lavatórios modernos. Só a navalha foi aposentada e deu lugar a lâminas descartáveis, conta Luís

A Fidalga Os provadores da loja de sapatos “A Fidalga” têm um elemento incomum: em volta dos bancos de mogno com veludo azul (a mesma estampa floral há 82 anos), uma proteção esconde a parte de baixo do corpo de quem experimenta os calçados. A herança na arquitetura conservada tem a ver com a época em que a loja foi criada, em 1928. “As mulheres não podiam mostrar as pernas. Os provadores são fechados para que fiquem isolados”, conta Maria Christina Hernandez, proprietária. A loja, inspirada em um comércio de Milão, foi fundada por seu pai, passou para seu irmão e hoje é tocada por ela e a irmã, Thereza Christina.


foto Lorena Filgueiras

foto Marcio Pinho

foto divulgação

A Fidalga | Rua Quintino Bocaiúva, 148, centro

Salão Phidias | Rua 24 de Maio, 77, ou Rua Barão de Itapetininga, 88 (galeria R. Monteiro), loja 8

A sensação de volta no tempo começa pelo edifício “Casa das Arcadas”_ onde fica a loja_ tombado e recém-restaurado. O local também conserva o pé-direito alto, os estoques aparentes e as cadeiras de madeira maciça que os clientes querem até levar para casa. Só as vitrines (antes abertas à visão, mesmo com a loja fechada) tiveram de ser adaptadas aos tempos de insegurança. Hoje, são cobertas à noite por portas de ferro. O estilo dos sapatos de couro é clássico. “Uma coisa fina, confortável e de qualidade. Como alguns ainda são feitos à mão, é diferente de shopping, onde se encontra mais modinha”, diz Maria Tereza, 33, filha de Maria Christina e gerente da loja. Thereza Christina conta que o lugar era frequentado pela “nata”. “Era talvez a loja de sapatos mais chique daquela época.” Hoje, há tanto clientes antigos quanto advogados, juízas e passantes mais jovens. Confeitaria Colombo De sua inauguração, em 1894, até os dias de

hoje, a Confeitaria Colombo conserva intacta sua arquitetura e o modus operandi de seus produtos de pâtisserie. Retrato vivo da Belle Époque carioca e marco da valorização da gastronomia na cidade, a Confeitaria Colombo guarda, ainda hoje, muito do seu estilo Art Nouveau do início do século. Seus famosos espelhos belgas, suas molduras e vitrines em jacarandá, as bancadas de mármore italiano, os lustres, o piso e o belo mobiliário permanecem do mesmo jeito como foram admirados por renomadas personalidades que ajudaram não só a escrever a história do nosso país, como a fazer da Colombo uma das grandes atrações do Rio de Janeiro. O cardápio inclui basicamente itens de fabricação própria, como pão-de-ló, doce rivadávia, biscoitos Leque, língua recheada e maravilha de camarão, além de uma linha produtos exclusivos que inclui louças, camisetas, aventais, café, pimenta e balas. Para expor alguns desses produtos e exibir o acervo de peças antigas, a casa conta também com o Espaço Memória, que funciona como uma mistura de museu e show room no segundo piso.


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Camila Barbalho

arquivo pessoal

Salve,

Jorge Três décadas de história e um horizonte cheio de possibilidades. Jorge Eiró revisita suas fases e fala da fisiologia da própria carreira

U

ma hora de conversa com Jorge Eiró rende um livro; ou um filme, quem sabe um disco; até uma instalação artística. Talvez mesmo tudo isso junto, tamanha a sua diversidade. Arquiteto por formação, artista por instinto e professor graças aos caminhos da vida, Jorge comemora trinta anos de carreira, tal qual um quadro seu – uma mistura de toda sorte de referências, mas nem por isso inacessível. A ausência de um curso de Artes Plásticas em 1979 fez com que optasse pela faculdade de Arquitetura. A escolha aperfeiçoou seu traço, que já dava seus sinais “antes mesmo de aprender a escrever”. Em 82, ano do surgimento de um “salão de arte”, em caráter competitivo, Eiró inicia de fato sua carreira artística. De uma geração efervescente de Belém, ele foi selecionado para o primeiro salão junto com alguns contemporâneos. “Naquela época, era uma festa. Eu tinha 21 anos. A gente madrugava pra aguardar o jornal que trazia o resultado, os nomes que participariam. Isso marcou muito a minha geração”, conta. O primeiro trabalho profissional, que experimentava a sobreposição de quadrinhos e poesia, anunciou o que viria em seguida: o constante flerte com a cultura pop e com a literatura, que o autor chama de “narrativa visual”. “Isso tá na base do meu trabalho – imagem visual e imagem literária. Os títulos sempre são poéticos, extraídos alguma coisa do cinema ou dos livros”. O trabalho muito particular rendeu várias exposições individuais e outras tantas participações em coletivas. Por construir uma trajetória sólida em um mercado incipiente, não foi surpresa que universidades o convidas-

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sem a ser professor de arte. Os afazeres da vida acadêmica em conjunto com o trabalho na Arquitetura fizeram com que, por um período, Jorge não conseguisse se dedicar às telas. “Durante certo tempo, me ressenti muito, mas isso não me afastou. A produção ficou um pouco limitada, mas, quando voltou, veio com mais gás, mais maturidade, mais refinamento, mais consciência”, avalia. E complementa_ “a carreira acadêmica permitiu o embasamento teórico, técnico e estético pra dar sustentabilidade ao trabalho. Hoje, o professor e o artista são indissociáveis”. Como em um autorretrato modificável pelo tempo, Eiró imprime seus momentos nas pinturas, o que reforça não apenas um estilo biográfico como também um reflexo dos diferentes tons da sua personalidade. Ora seu trabalho será denso e pesado, ora será sutil e colorido. Hoje, será irônico; amanhã, poético – e nada menos associável ao pintor. Talvez, por isso, a classificação das obras em “fases” não obrigue o autor a encerrar sua contribuição a cada uma delas, por respeito à cronologia. “Eu não sou muito de insistir numa fase. Eu rapidamente esgoto uma fase e já fico pensando em outra. Às vezes, desenvolvo duas ou mais ao mesmo tempo, o que não impede de revisitar em determinado momento, a partir de uma ideia, um sonho ou insight”, explica. Entrar em contato com a sua própria produção, acredita ele, também é salutar. “A gente vai sempre se revisitando. Nesse processo, a gente se estranha. Encontra alguma coisa que você já fez, que estava no escaninho da memória, e se surpreende: ‘nossa, isso é bom!’”. A ideia de se observar constantemente fez com que »»»


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o artista mantivesse algumas obras perto de si. Uma delas é o quadro “Sala do Egoísta”, que guarda suas costas quando ele senta à mesa de seu ateliê. Segundo ele, a pintura lhe cativa até hoje. “Ele chama minha atenção pra coisas muito próprias da minha estética, da minha mão... Eu ainda sinto o vigor de estar pintando esse quadro, e isso sempre te dá força. Às vezes, você tá insatisfeito por pintar uma coisa que você acha boba, aí vê um trabalho desses e isso dá gás”. E se a proximidade com seu próprio trabalho aguça o processo criativo, o mesmo ocorre com outras cenas com as quais Jorge se depara e resolve guardar para fazer uso delas. “Eu sou um acumulador de imagens. Tenho pastas e pastas de imagens que eu vou recortando de algum lugar e vou arquivando. De vez em quando, eu recorro a essas imagens e elas acabam dialogando com outras coisas inusitadas”, revela. “Isso também é muito característico do meu processo criativo. Essa colagem pós-moderna de fragmentos do mundo contemporâneo eu vou associando ao meu modo, criando minha narrativa”. A criatividade emotiva, a linguagem pessoal e a inspiração fazem com que Eiró não imponha regras de produtividade que possam limitar o livre desenrolar do seu trabalho. “Um exemplo disso é que tem dias em que um santo baixa de madrugada e eu recorro a um bloco de papel ao lado da cama, rabisco alguma coisa no escuro mesmo, aí de manhã tento recuperar”, conta. Do mesmo modo que »»»

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É característica do meu processo criativo essa colagem pós-moderna de fragmentos do mundo contemporâneo, que eu vou associando ao meu modo.

um insight não tem momento certo para acontecer, também é natural que a escolha de uma hora para produzir se torne, na prática, improdutiva. A arte determina seu próprio tempo. “Artista não tem cartão de ponto”, sentencia. “Às vezes, você vem com a maior disposição pra trabalhar e o quadro empaca. Você o deixa encostado, inacabado, e um belo dia você vê que a solução estava ali há muito tempo, só você não tinha sacado”. O pintor se vale de uma canção popular para tentar explicar esse processo: “’eu ando pelo mundo prestando atenção em cores que eu não sei o nome, cores de Almodóvar, de Frida Khalo’. É exatamente dessa maneira que eu vou construindo minha visão do mundo, tendo ideias. Pela observação”. A música, aliás, é companheira constante de Jorge Eiró, no ateliê e na vida. “A boa música cerca o trabalho o tempo todo. Escolho o que eu vou ouvir pensando no que eu quero pintar”, diz ele, enquanto, do computador ligado, soa um standard do jazz. “A música é uma grande parceira. Acho até que como artista, o meu maior defeito é não saber tocar um instrumento. Por outro lado, se eu tivesse aprendido a tocar guitarra, acho que hoje eu estava morto”, brinca. Porém, das artes que dialogam com o seu trabalho, nenhuma é mais presente que a literatura. Leitor voraz, Eiró já publicou livro de poemas, outro de ensaios sobre a arte contemporânea paraense, e participou, ainda, de um grupo poético-literário na juventude, batizado de Fundo de Gaveta. “Nós éramos um grupo de estudantes que estava com vontade de escrever, naquela idade em que todo mundo é poeta”, diverte-se. “Era um momento mambembe, meio hippie. Todo mundo ia ver o lançamento do livro de um, a exposição de outro, o show do fulano... »»»

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Acompanhamos um dia de trabalho de Jorge Eiró, entre suas obras e músicas do Buena Vista Social Club. Acesse o QR code e assista o vídeo!

Leia mais

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Todo mundo se prestigiava. Não existiam redes sociais, ninguém tinha carro, e parece que a coisa era muito mais articulada que hoje”, relembra. A paixão pelas letras não ficou guardada no passado. Hoje, o texto está presente sobretudo nos títulos das pinturas – que complementam o sentido delas – além de sutis inserções de palavras nos quadros. Dividir-se entre as funções de arquiteto, artista e professor, na verdade, multiplicou as possibilidades para Jorge. E nem isso o impediu de buscar uma unidade em todos esses aspectos. A procura desse elemento-chave é tão viva nele que a questão está servindo de base para a sua tese de doutorado. Quando questionado sobre a maneira como as profissões se influenciam, ele precisa parar e refletir por um momento. Em seguida, pontua: “certamente é uma perspectiva estética. Eles (os profissionais) se articulam pela cor, que costura essas funções. E pela forma, o design das coisas e a maneira como eu as enxergo”. Eiró não demonstra receio de que a virtualização do mundo e a consequente pressa no consumo de bens artísticos estreitem um mercado de contornos pouco definidos no Brasil. Para ele, isso se relaciona com o lado fetichista da condição humana. “Existe o desejo de possuir. Tem aquelas coisas que você quer apreciar, apalpar, ter uma relação concreta com aquilo. A arte tem muito a ver com esse colecionismo paradoxal ao nosso tempo”. Qual seria, portanto, a dificuldade de se viver a experiência de artífice como única fonte de renda? Jorge explica: “o que você trabalha fora do ateliê para fazer uma exposição é uma verdadeira engenharia”. »»»

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Recém-chegado de uma exposição no Rio de Janeiro, o artista diz que o trabalho de produzir as obras e ser agente de si mesmo acaba compensando. “Expor fora abre novos horizontes, dá uma vontade enorme de voltar ao ateliê e dar sequência ao trabalho. Agora mesmo eu estou voltei cheio de ideias, de esboços pra trabalhar”, empolga-se. E reforça: a graça de produzir é o próprio processo. “É ir em frente, pintando. E qualquer coisa que aconteça daqui pra frente vai ser consequência do que você criar”. Ao pensar sobre seus 30 anos de produção e projetar esse tempo ao futuro, Jorge Eiró não vislumbra nada além do que escolheu fazer três décadas atrás: “continuar produzindo sempre, porque é uma coisa fisiológica”, afirma, e cita um de seus maiores ídolos como referência. “Perguntaram ao (Bob) Dylan sobre o que ele pretendia fazer, lá no início da sua carreira. Ele respondeu: ‘Eu só quero poder pintar um quadro das coisas que se passam por aqui de vez em quando’. Essa é a minha sentença”. Com a lucidez que lhe é peculiar, o artista resume o que o norteia desde sempre, e que permanecerá como determinação basilar da sua obra. “A pretensão é fazer seu trabalho. Tudo em decorrência disso, aqui, ali ou em qualquer lugar. O compromisso consigo mesmo é o que importa”.



especial

Os brinquedos de miriti enchem Belém de um colorido característico no período do Círio.

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Su Carvalho

Os

brinquedos da

floresta

Os artigos de miriti entrelaçam universo lúdico, imaginário amazônico, identidade cultural e manifestação de fé, além de fomentar uma economia que sustenta centenas de famílias.

C

onta-se que, um dia, um pescador perdeu a canoa na beira do rio e, precisando a qualquer custo reencontrar o meio de trabalho e sustento, fez uma promessa a Nossa Senhora de Nazaré. A graça foi alcançada e o pescador construiu um lindo e colorido barco de miriti. Para agradecer o milagre, carregou a miniatura na cabeça por todo percurso do Círio de Nazaré, no segundo domingo de outubro em Belém. O pagador de promessas de Abaetetuba, município conhecido como “Capital mundial do brinquedo de miriti”, localizado a 70 quilômetros de Belém, pode ter sido o início da tradição. Hoje, cobras, tatus, pássaros e barcos de miriti estão entre os principais símbolos da maior procissão religiosa do Brasil, que entrelaça lúdico, identidade cultural, imaginário amazônico e manifestação de fé. A Associação dos Artesãos de Brinquedos de Miriti de Abaetetuba (Asamab) estima que, às vésperas do Círio, cerca de 80 mil brinquedos de miriti cheguem às feiras e praças de Belém para serem vendidos em girândolas durante as romarias dos quinze dias da festividade. Mas até colorir a procissão, o miriti movimenta uma ampla cadeia de produção, envolvendo desde as famílias ribeirinhas, que coletam a matéria-prima; as famílias de artesãos de Abaetetuba, que beneficiam e

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vendem os produtos; até empresários que comercializam o artesanato paraense para outros estados brasileiros. De Abaetetuba para o mundo No início, a atividade era ligada apenas ao Círio de Nazaré. Os artesãos produziam brinquedos somente para atender à demanda do mês de outubro em Belém. Mas, na última década, com apoio de órgãos como o SEBRAE e a Fundação Curro Velho, do Governo do Estado, houve a profissionalização da cadeia produtiva e o artesanato de miriti se tornou o meio de vida de muitas famílias durante o ano inteiro. É o que afirma Desidério dos Santos Neto, de 50 anos, que até 2011 foi presidente da Asamab. Em um grupo de 146 associados, os artesãos organizam o escoamento da produção, o manejo da palmeira e o fortalecimento da atividade com a realização de eventos, como o MiritiFest, em maio, e a participação em feiras. Nesses últimos anos, os brinquedos de miriti viajaram todos os estados brasileiros e outros países como Japão, França, Alemanha e Portugal. “São cerca de doze feiras por ano, quase uma por mês”, afirma Desidério. Arte em família Desde que nasceu, Desiderio vive da lida do miriti. Para muitas crianças de Abaetetu- »»»

Dudu Maroja


Também durante o Círio, os brinquedos de miriti são elos entre as famílias. “Se a criança se interessa, os pais vão presenteá-las”, diz o escritor João de Jesus Paes Loureiro, que acaba de escrever um livro sobre essas peças delicadas.

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ba, na infância é só mais uma brincadeira. Quando adulto, fonte de renda para a família. “Bastava cair um chuvinha, pra gente talhar um barco e soltar nas poças de água”, relembra. Ele aprendeu a técnica com os pais e avós, como muitos dos artesãos da cidade, que reúnem esposas, primos, cunhados e irmãos nos ateliês. Enquanto o artesão Manoel Benedito_ o Seu Sita_ de 49 anos, lixa os barcos de miriti, já contabilizados para o Círio deste ano, o pequeno Lucas, seu sobrinho de cinco anos, constrói o próprio brinquedo sentado no chão. “Eu aprendi assim, vendo a família fazer e brincando”, afirma seu Sita, apontando para o menino. “Quando eu tinha quatro anos, o meu pai construiu uma canoa de miriti que cabia eu e meu irmão dentro”, rememora. Ela planeja levar pelo menos mil peças para Belém no próximo mês de outubro e, para isso, conta com a ajuda de dois sobrinhos e da cunhada. Segundo o escritor João de Jesus Paes Loureiro, o artesanato do miriti cria um destino comum à família de Abaetetuba: “no sentido de fortalecer o liame familiar, garantir atividade lúdica aos filhos fora do horário das aulas e dar exemplo de prática de trabalho”, explica Paes Loureiro, que nasceu em

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Abaeté, como a cidade é carinhosamente chamada. “O Círio também é uma romaria da família, o que favorece o interesse pelo brinquedo entre as crianças e dos pais para presenteá-las”, completa. Paes Loureiro lançou este ano o livro “Da Cor do Norte: brinquedos de miriti” [Ed. Lumiar]. A publicação retrata, ao mesmo tempo, a experiência pessoal do autor, que teve a infância marcada pelo colorido do miriti, e a cadeia de produção do artesanato, apresentando a atividade como uma manifestação artística coletiva. Artigo de “e-commerce” Com as oficinas de capacitação e design, os artigos também foram diversificados. Além dos tradicionais modelos de brinquedos, criaram-se também quadros, móbiles, flores, presépios, carros, embalagens e peças de decoração. “Sou apaixonada por miriti. Para decoração, então, é algo muito versátil”, afirma a empresária Joanna Martins, que abriu uma loja virtual de artigos tipicamente paraenses, a Amazônia Empório, para atender o mercado de outros estados. Depois do tucupi, tradicional caldo extraído da mandioca, e da polpa de açaí, que já »»»


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Além dos brinquedos, a fibra também é usada para tecer cestos, paneiros e matapis, muito utilizados no cotidiano das famílias ribeirinhas.

ganhou o Brasil, os produtos mais vendidos pela internet são a perfumaria artesanal e os brinquedos de miriti. Joanna oferece trinta itens do artesanato de Abaetetuba e as embalagens são as mais procuradas. “Eu vejo o encantamento que as pessoas têm com esses produtos. São muito originais e tem o apelo da sustentabilidade”, conta a empresária. A maioria dos clientes da loja virtual está em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Minas Gerais. Economia e sustentabilidade O miritizeiro é uma alta palmeira típica de áreas de várzeas da Amazônia, muito recorrente nas 62 ilhas do entorno do município de Abaetetuba. Dele, tudo é aproveitado. O fruto, também conhecido como buriti, é ingrediente de várias receitas da região, entre sucos e licores. A palma vira boa palha usada para cobrir telhados. A madeira serve de sustentação para casas de pescadores. E a fibra, matéria-prima dos brinquedos, é usada também para tecer cestos, paneiros e matapis. Leve como um “isopor natural”, a fibra do

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miriti recebe talho com facilidade, o que permite infinitas possibilidades de fabricação de brinquedos e outros objetos. Mas, para isso, passa por um longo processo. Na coleta, o ribeirinho corta uma “braça” do miriti - haste da palma - que pode medir até quatro metros. Como o material é muito úmido, precisa secar entre 15 e 30 dias. Chega já preparado às mãos do artesão, para ser cortado, lixado e pintado. Com a finalidade de diminuir as sobras, a Asamab já dispõe do maquinário para começar a produzir papel dos restos de fibra que se acumulam nos ateliês. Será mais um incremento para a economia da cidade, onde vários homens e mulheres preferem largar o comércio, principal atividade do núcleo urbano, para viver somente de artesanato; como o caso do artesão José Maria Araújo, de 58 anos. Os brinquedos de miriti e outros artigos podem custar entre R$ 1,50 a R$ 400, dependendo do tamanho e complexidade da peça, que muitas vezes é encomendada. “Quase todo dia sou procurado para vender algum brinquedo de miriti ou por alguém que quer encomendar”, afirma Araújo. »»»


Artesãos de Abaetetuba buscam a profissionalização como forma de manter a tradição no seio familiar

Para cuidar da tradição Uma das preocupações dos artesãos de Abaetetuba é que a tradição do artesanato de miriti permaneça no cotidiano das próximas gerações. Mesmo que muitos aprendam a técnica dentro de casa, no seio familiar, são poucos os que escolhem a atividade como profissão. “Muitos jovens preferem fazer faculdade e ter outro tipo de trabalho” afirma Valdeli Alves, 42 anos, um dos fundadores da Associação Arte Miriti de Abaetetuba, a MIRITONG. A Associação foi criada em 2005 para promover oficinas e cursos que incentivem jovens e adolescentes a se tornarem artesãos profissionais de miriti. Para que seja sempre uma alternativa de trabalho e renda, as atividades percorrem toda a região das ilhas e centenas de pessoas já participaram das capacitações. A história de Valdeli é um exemplo de redescoberta do artesanato. Ele já brincava com o miriti quando criança, mas antes de se tornar um artesão, foi padeiro, ajudante de pedreiro e pintor. Desempregado, ele encontrou no miriti a solução. “Fiz algumas peças com a minha esposa e vendemos tudo no Círio de Nossa Senhora da Conceição, aqui em Abaetetuba”, conta. Produziu mais para vender no Círio de Nazaré, em Belém, e deu certo. Conheceu outros artesãos, participou de várias capacitações e decidiu seguir o caminho do artesanato para sustentar a família. “Pensei comigo: ‘nunca mais vou fazer outra coisa”, afirma Valdeli. Hoje, ele também ministra oficinas para adolescentes. É uma das formas de garantir que o colorido das girândolas de miriti persevere ainda por muitos e muitos círios de Nazaré.

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especial

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Alan Bordallo

Talento for

export

Eles são brasileiros, talentosos, com traços únicos e disputados no universo das histórias em quadrinho. Conheça esse seleto time de desenhistas que conquistaram os Estados Unidos.

U

m grupo de profissionais deseja se infiltrar em um cobiçado mercado internacional de negócios, que ainda mantém certas restrições para aceitar estrangeiros. O caminho até lá é acidentado e recheado de percalços, tais como a dificuldade de comunicação, por exemplo, já que as tratativas acontecem no idioma nativo, quase desconhecido para a maioria do grupo. A estratégia para a invasão é a de se misturar com os locais, utilizando codinomes híbridos (que dificultem o reconhecimento como forasteiros), além de demonstrar conhecimento sobre a cultura local – ou melhor, a estrangeira. Uma vez dentro, a missão é mostrar o talento para que a resistência acabe e a porta permaneça aberta para novas gerações. Metáforas e analogias à parte, para desbravar o mercado americano,o caminho dos desenhistas brasileiros de histórias em quadrinhos (HQs) de ação e aventura tem nuances do heroísmo que eles próprios passaram a colocar nas páginas de empresas como Marvel e DC. Hoje, embora brasileiros façam parte da nata do mercado, ainda sonham com o crescimento desse nicho de mercado no Brasil. As portas do mercado americano,por exemplo, foram abertas para o mineiro Marcelo Campos, hoje radicado em São Paulo, que, na infância, estava longe de saber

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a importância e influência que teria quando começou a desenhar HQs em casa, sem qualquer pretensão profissional. O hobby, porém, começou a mudar de status depois que seu irmão (como co-roteirista) enviou uma história que haviam feito juntos, no estilo do quadrinho “Heavy Metal”, para um concurso de talentos da extinta editora Maciota, em 1984. A partir dali, Marcelo começou a ter trabalhos publicados e viu seu hobby render uns trocados. Junto a isso, Marcelo começou a conhecer profissionais do ramo. Recebeu convites para desenhar personagens variados: dos clássicos a personalidades da TV, como Xuxa, Sérgio Mallandro e Faustão. Quando se deu conta, Marcelo já era um desenhista profissional com portas abertas no cenário nacional de quadrinhos. Foi quando topou o desafio de desenhar para empresas americanas, mesmo ciente de que seria um “tiro no escuro”, já que não conhecia o funcionamento do mercado - e a recíproca era verdadeira. “Tinha de provar que era bom profissional: ter boa qualidade e entregar no prazo. Além disso, os artistas americanos, muitos deles, não gostaram nem um pouco da ‘invasão brasileira’”, diz. Paralelamente, Marcelo tinha que lidar com um panorama diametralmente oposto no Brasil: apesar de garantir que não via, naquela época, nada como uma barreira, incomodava o fato de ser acusado de ‘traidor do quadrinho »»»

arquivo pessoal


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nacional’. “Os caras me chamavam de ‘vendido’ e tudo mais. Mas estava muito ocupado, trabalhando, para pensar em barreiras”, diz, mostrando que o prestígio veio no esteio do talento. De Xuxa e Faustão, passou a desenhar e a arte-finalizar a Liga da Justiça, da DC Comics, entre outros tantos super-herois. Pouco tempo depois, outro brasileiro pensou em se aventurar no mercado estrangeiro. Filho do criador da primeira revista em quadrinhos do Nordeste (“As Aventuras do Flama”, inspirada em programas radiofônicos), Deodato Taumaturgo Borges Filho teve, como primeiro herói, o próprio pai, de quem herdou o nome. Tendo um pai colecionador de quadrinhos, a paixão foi quase uma herança genética. Assim que ‘seu’ Deodato viu no filho o tino para o desenho, incentivou a paixão de todas as formas: ensinou técnicas, patrocinou as primeiras criações e até apoiou a delicada decisão do filho de largar a faculdade de Jornalismo para se dedicar aos quadrinhos. Porém, nem todo o apoio amenizou as dificuldades que Deodato encontrou quando decidiu tentar viver dos quadrinhos. “Quando resolvi viver disso, é que percebi como era difícil. Na verdade, achei impossível: pagavam pouco, quase nada. Com muito suor, consegui publicar na Alemanha e Portugal, mas, no mercado americano,era difícil por não falar inglês”, lembra. À medida que suas publicações ganhavam notoriedade, crescia a expectativa de Deodato por um convite dos Estados Unidos. E ele veio em forma de teste. “Deram-me uma revista de 30 páginas, para eu entregar tudo em 30 dias: o desenho e a arte-final”, diz. Mesmo trabalhando em dois empregos - entre os quais como diagramador de jornal - o paraibano entregou o produto: ‘Santa Claws’. No Brasil, ficou conhecido como Noite Mortal, da editora Malibu. Trabalhar em casa sem ter chefe (aparentemente) era o sonho de Deodato, que dali em diante passou a ser conhecido como Mike Deodato, por sugestão de agentes, para facilitar a aceitação do público americano - em alguns trabalhos, ele assina como Mike Deodato Jr, como forma de homenagear o pai. “Nunca fui tão feliz como fui naquela época. A primeira oportunidade que tive para largar o trabalho e viver dos quadrinhos, eu agarrei. Aquele comecinho foi inesquecível”, recorda. Assim como havia feito no Brasil, Mike foi galgando degraus: da Malibu, editora de pequeno porte, foi subindo e ganhando prestígio. Quando ficou sabendo »»»

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que Marcelo Campos estava fazendo a Liga da Justiça, pediu para seu agente conseguir um trabalho com a DC Comics. “Soube que o desenhista da ‘Mulher Maravilha’ havia saído. Era uma personagem que eu nunca admirei e estava vendendo mal. Como ninguém queria, eu peguei. Fiz duas amostras coloridas, com aerógrafo e balões. Quando o editor viu, me contratou na hora. Multiplicamos as vendagens e, em um ano, tinha briga pela Mulher Maravilha”, explica Deodato, que revitalizou a franquia ao promover mais ação nos quadrinhos da heroína. “Fiz flashpages, páginas com uma cena só, de ação. Via a Mulher Maravilha como algo clássico, parado, sem graça. Mostrei o oposto disso: qualquer briguinha eu transformava em uma carnificina. Além de transformá-la em uma mulher poderosa, sexy”. Novos caminhos à frente Com Marcelo Campos e Mike Deodato colhendo o reconhecimento pelo trabalho, uma nova geração de desenhistas aproveitou o ‘vácuo’ para tentar se lançar no mesmo mercado. Dessa “nova safra”, faz parte o mineiro Vilmar Conrado, ou Will Conrad, como foi rebatizado quando teve seu primeiro trabalho aprovado por uma editora americana. Mas a nova alcunha poderia nunca ter acontecido. Era fim da década de 90, a internet ainda engatinhava - era discada e, para mandar trabalhos para o exterior, muitos desenhistas esperavam dar meia-noite para pagar o pulso único telefônico - e a divulgação da produção era difícil de ser feita, o que tornava difícil a entrada no mercado. Para tentar abrir o leque de opções, Will (ainda Vilmar) conseguiu uma entrevista com uma agência de artistas em São Paulo. Com a passagem de ônibus comprada, foi à rodoviária, acompanhado pela noiva e por uma chuva torrencial. Acomodou as bagagens e voltou ao saguão de embarque para se despedir. Quando retornou ao ônibus, encontrou uma moça no seu assento - que ficava próximo ao do motorista. A garota pediu para ficar porque não tinha conseguido garantir um assento ao lado do namorado, que viajaria junto a Vilmar. Ele gentilmente aceitou a troca. “Quando cheguei ao lugar dela, vi que tinha uma goteira. Meu plano era descansar durante a viagem e chegar bem para a entrevista”, disse ele, que manteve o portfólio sempre debaixo do braço. A goteira que perturbava ajudou: quando estava para pegar no sono, Vilmar sentiu uma »»»

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Cristiano Seixas

Will Conrad

Mike Deodato Jr.

Marcelo Campos

Arte de Will Conrad

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gota e despertou, para em ato contínuo, olhar pela janela e perceber que uma carreta gigantesca vinha na direção do ônibus. O desenhista se protegeu como pode na hora do impacto. “Me machuquei pouco porque estava acordado. A menina com quem troquei de lugar se machucou muito, ficou presa às ferragens. O motorista morreu”, lembra, sem esconder a tristeza ao rememorar a cena surreal. Na chuva, com o braço sangrando e o portfólio ainda à mão, Vilmar saiu do ônibus e juntou-se às outras pessoas que tentavam prestar primeiros socorros às vítimas, antes da chegada das ambulâncias. Uma dessas pessoas era um caminhoneiro. O artista viu que a placa era de São Paulo e pediu carona. Mesmo cinco horas atrasado, Vilmar conseguiu a entrevista e o objetivo final: divulgar material para o exterior. Na época, ele era desenhista, e até atingir o patamar que está hoje - um dos principais no time da Marvel - Will não dispensou trabalho em outras funções: atuou como ilustrador e arte-finalista, o que lhe permitiu ter maior domínio sobre o produto final. Vários outros artistas do ramo, para trabalhar em alto nível, prezam pela versatilidade. Desde que decidiu que viveria dos quadrinhos (independente de como fosse), Cristiano Seixas (hoje diretor de criação de quadrinhos e animações na Big Jack Studios e Casa dos Quadrinhos) atuou em várias frentes. Desde 1988 publicando quadrinhos independentes, nutria a vontade de trabalhar internacionalmente. Em uma viagem a Orlando, em 97, conheceu os profissionais da área e o funcionamento do negócio. Em 98, foi a Chicago e conheceu artistas que já haviam trabalhado com brasileiros. No ano seguinte, começou a fazer a ponte entre os artistas nacionais e as editoras estrangeiras. Cristiano considera que, hoje em dia, um grande facilitador do mercado é a internet. Por outro lado, alerta que o fato de artistas brasileiros conhecerem o trabalho e os traços de americanos não pode fazê-los confundir o conceito de inspiração. “Todo artista começa imitando o traço de um quadrinho que marcou quando criança. Essa fórmula pode ser repetitiva. O seu traço tem que ser original, e tem que vir da sua observação de vida. Esse é o diferencial. Se você sempre copiou, seu trabalho nunca vai ter sua cara”, conclui.

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Perguntas bem feitas são mais da metade da resposta. Especialmente em automação e home theater. Programa de relacionamento para especificadores: www.homexperience.com.br Belém - PA Travessa Dr. Moraes, 118 - Nazaré - (91) 3230-0605

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Que tal uma central de mídia para todos os sistemas da casa? Quer controlar a casa à distância? Tela de projeção ou monitor? E um sistema de áudio/vídeo multicanal para tornar o videogame mais irado? Essas são algumas das perguntas que fazemos para oferecer soluções inteligentes, de automação e de entretenimento, em plantas bem detalhadas. São elas que permitem fazer de um projeto, um sonho realizado. Ah, por falar em sonho realizado, quando o seu projeto é aprovado, nossa engenharia sempre acompanha a execução. Venha conversar conosco. Você também vai gostar das nossas respostas.


horas vagas • cinema DVD

Tropicália – o documentário

DICA

Dirigido por Marcelo Machado, um dos maiores movimentos artísticos do Brasil ganha vida nesse documentário. A época, marcada por dura repressão de expressão, liberdade e valores, foi o cenário para que Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Arnaldo Baptista, Rita Lee, Tom Zé, entre outros, abalassem as estruturas da sociedade brasileira, influenciando várias gerações. Com depoimentos reveladores, raras imagens de arquivo e embalado pelas mais belas canções do período, “Tropicália” nos dá um panorama definitivo de um dos mais fascinantes movimentos culturais do Brasil.

DESTAQUE

O HOBBIT - UMA JORNADA INESPERADA Bilbo Bolseiro, personagem-título, enfrenta uma jornada épica. O objetivo: retomar o Reino de Erebor, há muito sob o domínio do dragão Smaug. Incentivado por Gandalf, o mago, e liderado pelo lendário guerreiro Thorin Escudo-de-Carvalho, Bilbo e outros treze anões enfrentam uma verdadeira aventura para retomar sua terra (Erebor). E é no decorrer dessa empreitada que Bilbo encontra a criatura que vai mudar sua vida para sempre – Gollum. A sós com Gollum, o despretensioso Bilbo Bolseiro toma posse do “precioso” anel de Gollum – um anel de ouro que carrega consigo um pesado fardo; de definir o destino de toda a Terra-Média. O filme deve estrear no Brasil em 14/12. Irresistível.

007 – OPERAÇÃO SKYFALL

85 anos depois de seu primeiro lançamento, Metropolis, do austríaco Fritz Lang, volta restaurado e com 30 minutos a mais de metragem. À época, em 1927, o longa foi considerado a mais cara produção até então filmada na Europa e segundo especialistas, um dos grandes expoentes do expressionismo alemão, como também uma obra-prima à frente de seu tempo; e ainda bastante atual. Em 2008, foram reencontrados, na Argentina, 30 minutos de metragem desse clássico, que foram restaurados e acrescentados à versão conhecida. O filme chega em DVD e Blu-Ray. A distribuidora Kino, responsável pelo Blu-ray estendendido, fechou um acordo para relançar “Giorgio Moroder presentes Metropolis”, uma versão do filme que foi editada em 1984, com uma trilha sonora roqueira de peso (Freddie Mercury, Bonnie Tyler, Pat Benatar) para acompanhar o clássico da ficção científica. www.revistalealmoreira.com.br

CLÁSSICOS

METROPOLIS

INTERNET

Em Skyfall, a lealdade de Bond a M é testada quando o seu passado volta a atormentá-lo. Com a M16 sendo atacada, o 007 precisa rastrear e destruir a ameaça, não importando o quão pessoal será o custo disso. Veja o trailer do filme acessando (com seu celular) o QR code acima.

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Canal Brasileiro no Youtube O coletivo “Depredando o orelhão” montou um canal no Youtube com filmes brasileiros. Agora, os internautas e fãs do cinema nacional podem assistir – online – a clássicos de todos os tempos! Acesse pelo endereço http://bit.ly/NdWJ8w ou pelo QR code ao lado.


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horas vagas • música

VÍDEO

Ladies & Gentlemen: The Rolling Stones(Deluxe Edition)

PLANETA TERRA - 2012 DICA

O filme do lendário concerto “Ladies & Gentlemen: The Rolling Stones” foi totalmente restaurado e remasterizado a partir do filme e de matrizes de áudio originais. O lançamento – em caixas de DVDs numeradas e limitadas – chega agora ao Blu-Ray. Filmado no Texas, em 1972, durante quatro noites da turnê “Exile On Main Street”, “Ladies & Gentlemen” estreou no Ziegfeld Theatre, Nova York, em 15 de abril de 1974 e foi lançado em apenas alguns cinemas selecionados dos Estados Unidos, logo depois. Foi içado à condição de o “mais poderoso filme de rock” já feito e é considerado, por muitos fãs, a melhor performance dos Rolling Stones em vídeo.

CONFIRA Madonna no Brasil A eterna diva do pop volta ao Brasil para promover sua nova turnê. Madonna vai passar pelo Brasil em dezembro, nos dias 2, 4, 5 e 9. Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre receberão os shows. A procura foi tanta que a produção agendou uma apresentação extra (05/12) em São Paulo. A 9ª turnê da carreira de Madonna começou no mês de maio, em Tel Aviv, e já rodou Abu Dabi, Istambul, Zagreb, Barcelona, Londres, Berlim, Amsterdã, Moscou, Paris e Oslo. Serão 90 shows até o fim da temporada de “MDNA”. Mais informações sobre as apresentações de Madonna no Brasil: www.ticketsforfun.com.br Com um leitor QR corde (instale em seu celular), acesse o código abaixo e ouça uma seleção de músicas da diva pop.

São Paulo receberá, em outubro, a 6ª edição do Planeta Terra Festival 2012. Aclamado como um dos principais eventos musicais do País, o evento acontecerá em um novo espaço, no Jockey Club em São Paulo, no dia 20 de outubro. As portas do Jockey serão abertas para o público este ano às 11h ,com início dos show às 13h. São 80 mil metros quadrados que abrigarão dois palcos: o Sonora Main Stage e o Claro Indie Stage, além de áreas de lazer, praça de alimentação e bares, para um público estimado de 35 mil pessoas que irá curtir as mais de 10 horas de som. As bandas confirmadas até agora: Kings of Leon, Garbage, Gossip, Azealia Banks, Best Coast, The Maccabees. Mais informações: www.livepass.com.br/planeta-terra-festival-2012

CLÁSSICO

INTERNET

Kiss remasterizado Quando o álbum Destroyer foi lançado em 1976, o Kiss explodiu no mundo. A popularidade, alavancada por clássicos como “Detroit Rock City”, “Shout it out loud” e “Flaming Youth”, chegou ao Japão e ficou por semanas no topo das mais pedidas. Foi Destroyer que levou o Kiss em turnê à Europa. A bela notícia é que o Kiss vai relançá-lo em uma edição super especial “Destroyer: Resurrected” chega até o final de setembro nas lojas. E não para aí: áudio remixado e remasterizado; músicas raras e inéditas e (segure o coração) a arte que deveria ter sido usada no disco original. CD duplo. Em 16 de outubro, a banda lançará “Monster”, o vigésimo álbum de sua carreira. Em novembro, o Kiss desembarca na América do Sul e o Brasil deverá ser o primeiro país a ser visitado. Prepare sua máscara (ou maquiagem).

iCompositions Um portal inteiramente dedicado aos compositores e músicos em começo de carreira (os aspirantes). Vale muito a pena. www.icompositions.com

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horas vagas • literatura

DICA

DESTAQUE CORAÇÕES SUJOS A colônia japonesa em São Paulo viveu momentos de terror com o final da Segunda Guerra Mundial. O orgulho oriental criou a seita Shindô Remmei - formada por japoneses que não acreditavam na derrota e rendição de seu país. Muitos orientais foram mortos e perseguidos por aceitar a realidade. A pesquisa do autor Fernando Morais sobre o tema enfrentou muita resistência diante do tabu da derrota. Memórias dolorosas que chegam à terceira edição (e às telas do cinema). Imperdível. Editora Companhia das Letras.

CLÁSSICO

LANÇAMENTO

CINQUENTA TONS MAIS ESCUROS & CINQUENTA TONS DE LIBERDADE Os segundo e terceiro livros da trilogia “Cinquenta tons” ainda estão chegando ao Brasil, mas já há uma longa lista de pré-venda dedicada à publicação que revolucionou o mercado editorial americano. A história gira em torno de um relacionamento - do encantamento à obsessão, uma mulher experimenta sentimentos extremos quando conhece um homem atraente, brilhante e profundamentee dominador. Editora Vintage.

MAIS BELAS HISTÓRIAS DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA ção, Neste box especial, o autor Gustav Schwab reuniu, em três belos volumes dessa coleção, as’, as temáticas: ‘Metamorfoses e mitos menores’, ‘Os mitos de Troia’ e ‘Odisseu e Enéias’, que têm como objetivo contar as principais histórias da mitologia grega com base em diferentes fontes originais. Clássico revisitado. Editora Paz e Terra.

AMY – por Mitch Winehouse Amy Winehouse morreu prematuramente aos 27 anos. Considerada por críticos uma das maiores divas da soul music de seu tempo, a inglesa deixou uma legião de saudosos. Nesse emocionante relato, narrado pelo pai da cantora, Mitch Winehouse narra a vida da própria filha, a cantora cujo talento conquistou milhões de fãs no mundo todo em pouquíssimo tempo. Desde a infância, Amy Winehouse se destacou por sua personalidade espirituosa, brincalhona e espontânea. De maneira sincera e comovente, Mitch conta como Amy se tornou uma grande estrela, assim como sucumbiu ao vício das drogas e morreu tragicamente em 2011.

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CONFIRA 300 DISCOS IMPORTANTES DA MÚSICA BRASILEIRA ‘300 Discos Importantes da Música Brasileira’ é resultado de uma pesquisa, da necessidade de resgatar e preservar a memória da música brasileira. Os autores (Charles Gavin, Carlos Calado, Tarik de Souza e Arthur Dapieve) se debruçaram sobre textos, sobre capas de 300 títulos escolhidos e fotos. Traz ainda, como bônus, dois CDs encartados de álbuns históricos de Moreira da Silva e Elza Soares. Editora Cabeça Dinossauro.

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horas vagas • Rio & Sampa

Elvis não morreu Não dá para falar de Elvis Presley sem utilizar adjetivos grandiosos. Tampouco é possível ser econômico para falar dos objetos do Rei. Pela primeira vez, um acervo de 500 itens - entre objetos pessoais de Presley - desembarcou no Brasil e a exposição, está aberta ao público. Os artigos viajaram direto de Graceland, a residência oficial do cantor em Memphis, estado do Tennessee, nos Estados Unidos, e fazem parte da maior mostra sobre o astro fora dos EUA. “The Elvis Experiende” está instalada no estacionamento do Shopping Eldorado, na zona oeste de São Paulo, e segue até o dia 5 de novembro, todos os dias, sempre das 10h às 22h. Além da mostra, os fãs também poderão relembrar os hits do cantor no show “Elvis Presley in Concert”, que acontece em Brasília (no dia 6 de outubro), São Paulo (8, 9 e 10) e Rio de Janeiro (dia 11/10). O show é uma produção da ‘Elvis Presley Enterprises’ e, para delírio do público [e claro, dos fãs muito apaixonados], terá uma orquestra com 16 músicos, inclusive alguns que tocaram com o cantor. Muita emoção? Não até você saber quem vai cantar. O próprio Elvis. Gravações antigas e remasterizadas serão usadas no show, dando a sensação (ou colaborando para o mito) de que Elvis não morreu.

Esplendores do Vaticano Exposição inédita com 200 itens, entre obras de Michelangelo, Guercino, Bernini e outros grandes mestres da arte. A mostra é composta de obras que, em sua maioria, nunca saíram do Vaticano (e que nunca mais sairão das suas memórias). A partir do dia 21/09, na OCA, Parque do Ibirapuera. Ingressos pelo site www.ticketsforfun.com.br

Serviço Os ingressos e mais informações sobre a exposição “The Elvis Experience” e os shows “Elvis in concert” poderão ser obtidos no site www.ingressorapido.com.br

Norah Jones Possuidora de uma das vozes mais sensuais da atualidade, Norah Jones vendeu mais de 20 milhões de cópias com o seu primeiro álbum, “Come Away With Me”. Também ganhou seis Grammys por sua estreia, com apenas 22 anos! Seu segundo álbum, “Feels Like Home”, foi lançado em 2004 e vendeu mais de um milhão de cópias logo na primeira semana. Em abril Norah Jones apresentou ao público seu terceiro e mais íntimo álbum, “Little Broken Hearts”, que se tornou “#1” quase de imediato em várias rádios pelo mundo. Norah Jones fará shows em três capitais brasileiras em dezembro. A cantora se apresenta em Porto Alegre em 12/12; São Paulo no dia 15; e no Rio de Janeiro em 16/12. Filha do músico indiano Ravi Shankar [e afilhada de George Harrison], Norah coleciona inúmeros prêmios. Ela tem seis álbuns de estúdio, uma coletânea e um EP. Sua última passagem pelo país foi em 2010. Informações: www.viagogo.com

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horas vagas • New York

Madison Square Garden Imagine um clássico torneio antes mesmo de ele acontecer. Essa é a promessa da “NASDAQ Indexes Cup”, que reunirá as lendas do tênis Andre Agassi, Pete Sampras, John Mc Enroe e Patrick Rafter. Anote na sua agenda: dia 05 de novembro. Esses quatro campeões se enfrentarão em três partidas, com os vencedores disputando o título. Serviço: Madison Square Garden, 05/11/12 Média de valores dos ingressos: US$50 - US$505 Informações e pré-venda no site: www.thegarden.com/events/2012/november/nasdaq-indexes-cup-at-madison-square-garden.html

THE WHO in concert Os britânicos estão desembarcando na Big Apple e trazem consigo clássicos como “Teenage Wasteland” no setlist. O show também será no Madison Square Garden e marca o retorno dos roqueiros de longa data, na turnê “Quadrophenia”. O grande encontro acontece no dia 05 de dezembro. Mais informações e ingressos on-line: www.ticketmaster.com

Resumo da Ópera Do rock para o clássico (quando os dois não se misturam), New York é a Meca para quem também deseja bons programas eruditos. De maneira geral, os teatros são excelentes e destacamos a Metropolitan Opera House, no Lincoln Center (repare no maravilhoso teto do Chagall, em um dos lobbies). Programação top e preços super em conta. Somente até o final de setembro, companhias apresentam as óperas Turandot e Carmen. Serviço: Upper West Side, entre a West 62nd e 65th West St e Columbus Ave. Site: www.lincolncenter.org

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horas vagas • iPad

Jetpack Joyride Seguindo a receita de Fruit Ninja, Jetpack Joyride é um game ainda mais simples. Para comandar o herói Barry Steakfries, só existe um comando: tocar em qualquer região da tela. O toque faz subir, e basta soltar para que ele desça sozinho. Seu objetivo é chegar o mais longe possivel, evitando obstáculos como lasers e mísseis teleguiados enquanto coleta moedas, fichas e veículos especiais. Com as moedas coletadas ao longo do game, é possivel comprar novos veículos, roupas e itens especiais que podem fazer você começar já com 750m viajados, ou até mesmo revivê-lo após o game over. Jetpack Joyride é extremamente viciante! Não existem fases. O game é infinito e o objetivo do jogo é viajar o mais distante possível sem tocar nos obstáculos. Apesar de repetitivo, detalhes como o sistema de missões fazem com que você não consiga largar o jogo. A cada objetivo completado, você ganha estrelas que o fazem subir de nível. É sempre “só mais uma” até perceber que você já jogou mais 50 partidas, após ter decidido parar. Outros fatores que contribuem para que você não enjoe do game é a personalização da personagem e a variedade de Jetpacks disponível para compra. Custo: Free (Temporariamente)

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Snapseed A Adobe já tentou colocar o Photoshop no “iCoisas” da Apple, sem sucesso. O paradigma era muito diferente. Alguém tinha que inventar alguma ferramenta nova, especialmente para o iPad com edição de imagens; essa ferramenta é o Snapseed. Capaz de edições profundas nas suas imagens, incluindo filtros retrô estilo Instagram (ja comentei aqui sobre esse aplicativo na edicao nº 32 da revista Leal Moreira e, por sinal, é a nova moda em se tratando de redes sociais), ele tem uma interface completamente pensada para ser usada através do arrastar dos seus dedos na tela. Custo: US $ 4,99

TeamViewer Com o TeamViewer aberto no iPad, você pode controlar o seu computador remotamente e fazer o que quiser com ele. Esqueceu ligado em casa? Acesse pelo iPad e desligue. Esqueceu de colocar algum arquivo importante no Dropbox ou de dar início a algum download muito grande? Já sabe. Além disso, o TeamViewer ainda serve para você dar aquela ajuda a alguém que está com problemas, mesmo estando a alguns quilômetros de distância. Se a sua mãe que mora longe não consegue configurar o áudio do Skype para falar com você, é só pedir para ela baixar o cliente de acesso remoto do TeamViewer, e você pode colocar a mão na massa – usando apenas o iPad. Custo: Free

Penultimate Com uma tela tão precisa quanto a do iPad, é um desperdício não usá-la para rabiscar. Há opções muito mais profissionais se você trabalha com arte, mas o Penultimate cobre o básico de maneira espetacular. Você pode criar quantas páginas quiser, organizá-las em cadernos temáticos e usar imagens salvas no iPad para compor seus desenhos ou anotações. E tudo isso no aplicativo de maior sensibilidade e fluidez no traço. Com o uso uma caneta capacitiva para ajudar, tudo fica muito mais facil, mas funciona perfeitamente bem com os dedos também. Custo: US $ 0,99

Pic Collage Você pode facilmente criar colagens adicionando fotos da sua biblioteca, utilizando sua conta do Facebook ou usando sua câmera. Pic Collage possui uma interface intuitiva e amigável, de edição facil e rápida. Com gestos simples, você pode conseguir qualquer coisa que deseja: toque para trazer para a frente; dê um duplo toque para editar; agite para endireitar; use dois dedos para girar as fotos. O app também vem com um editor muito prático de fotos, que permitirá que você adicione efeitos, tais como Indiglow, negativo, preto e branco, realce etc. Você também poderá editar a saturação, brilho e cores das suas fotos. Se você tocar e segurar, será capaz de escolher entre uma variedade de opções de fundo e alterá-lo dependendo das suas necessidades. E não é só isso: com Pic Collage, você pode adicionar às suas criações adesivos, textos, recortes de forma livre e muito mais. As colagens podem ser salvas e compartilhadas no Facebook, Twitter, e Instagram. Custo: Free

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VARIER ZERO GRAVITY Para quem gosta de cadeiras reclináveis, sentar na Varier Zero Gravity é uma experiência única. Confortável, versátil e de design inovador, ela proporciona a sensação de gravidade zero, como o próprio nome sugere. Ao permanecer sentado com o tronco na vertical, o assento inclinado oferece um espaço maior entre a coxa e a parte superior do corpo, e as almofadas das pernas impedem que ele deslize para frente. Se a vontade for de deitar, é só inclinar-se para trás: as pernas são levantadas a um ponto mais alto que a cabeça, permitindo um nível maior de relaxamento. Perfeita tanto para o trabalho, quanto para relaxar depois que ele termina.

CARCASSONNE Provando que clássicos nunca morrem, os jogos de tabuleiro seguem movimentando milhões na indústria de games. Exemplo disso é o premiado Carcassonne, seguidor da fórmula do formato - combinado com a febre geek, que também só cresce. Inspirado na cidade-homônima do sul da França (e em seu aspecto medieval), o jogo tem regras simples e rápidas. A ideia é ir preenchendo o tabuleiro com cartões sorteados, que modificam a paisagem. Assim, criam-se caminhos novos a cada rodada e o jogo nunca é o mesmo. Os personagens históricos também divertem: cavaleiros e ladrões, monges e agricultores dão o tom da brincadeira, que pode ter até cinco participantes que tenham pelo menos oito anos de idade. Ideal para jogar em família ou em uma noite caseira com os amigos.

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Com o sucesso do aplicativo Instagram, cada vez mais fotos aparecem por aí com filtros adicionados e um adorável ar retrô. Por que então não ver o mundo com eles? Foi esse o mote que o designer alemão Markus Gerke utilizou para criar os Instaglasses. Basicamente, são óculos com os quais você pode fotografar e acrescentar os famosos filtros do aplicativo. Daí, é só enviar direto para a sua conta no Instagram sem precisar de um smartphone. Por enquanto, não está disponível no Brasil. Aguardemos.

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Belém do Pará na moda! E agora?

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O Brasil e o mundo estão descobrindo uma Belém do Pará que une a natureza da Amazônia com uma criatividade que resulta da vida no ambiente amazônico cada vez mais conectado com o mundo. É açaí; são os peixes do encontro da bacia amazônica com o Oceano Atlântico; é a música nascida do balanço de um balaio alucinante de influências, são vozes, folhas, amêndoas, batidas sonoras e de frutas. É outra Belém do Pará que ganha um espaço cada vez maior na mídia e na moda. Não é mais só aquele clichê da cidade com jacaré que passeia pela rua, cidade de chuva, mangueiras e muito calor. É isso e muito mais. As feras de Belém que encantam o mundo não são jacarés, mas arranjadores de música, compositores de canção popular, chefs de cozinha, cantoras e cantores com outra estética, quituteiras, criativos e criativas que se inventam e se reinventam a partir da superação, da irreverência e de muita transpiração. É inegável que essa onda Belém é muito positiva e faz bem para a auto-estima, principalmente de uma massa que sempre esteve excluída dos nobres salões da dita alta sociedade local. Mas é preciso agir para que tudo isso não fique apenas na visibilidade e se transforme logo em um movimento econômico duradouro, baseado no turismo profissionalizado e num agitado mercado cultural. O governo do estado do Pará, a prefeitura de Belém e de todas as cidades da região metropolitana da capital paraense e a iniciativa privada precisam agir com inteligência empreendedora para que o paulista ou gaúcho, que ficam fascinados com uma matéria na revista nacional sobre os ingredientes da culinária paraense, possam vir para Belém participar de um grande festival de gastronomia e, nos três ou quatro dias que passarem aqui, terem contato com a história, com a dança, tenham opções de hotel, de

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voo, de passeios, de experiências únicas. Belém do Pará precisa aproveitar essa promoção para virar produto. Ser a Belém da Festa do Açai, como Caxias do Sul é da Festa da Uva. Ser a Belém do Festival Mundial da Cultura Brega, como o Festival de Sundance nos Estado Unidos é do cinema independente. Ser a Belém de uma grande Feira da Gastronomia Amazônica, como Parati, no Rio de Janeiro, é da Feira Literária Internacional. Criar um grande calendário, inclusive definindo claramente como trabalhar o Círio de Nazaré, ora como um grande evento do calendário religioso mundial, ora como festival de cultura, ou como as duas coisas ao mesmo tempo. Falar de turismo em Belém e no Pará é falar naqueles consensos amplos, em que ninguém duvida da importância e da necessidade, mas quase ninguém planta sementes para que essa indústria possa dar frutos já que, nesse negócio, nada acontece sem políticas de médio e longo prazo. Porque turismo ainda é muito encarado como atividade acessória ou eletiva, quase como algo que é a mais importante das coisas sem importância. Turismo em qualquer lugar e principalmente numa cidade como Belém é, talvez, o tema mais transversal numa gestão pública. Envolve desde o saneamento, o urbanismo, a educação, obras estruturais, cultura, comunicação social, todas as áreas da administração. É a única saída industrial realmente sustentável num município encravado bem na porta da Amazônia. Uma iniciativa valiosa para Belém e para o Pará seria criar uma secretaria de marketing, ou algo do gênero, para trabalhar nossa marca e nossos produtos nos mercados regional, nacional e mundial. Uma área de governo composta por gente de Belém, do Rio, de Tókio, de Paris; pessoas com olhar

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competitivo e saber desprendido, definindo que são mnossos concorrentes no planeta, que tipo de concorrentes, que tipo de público buscar, que produto oferecer a cada grupo visado. E ajudando a aperfeiçoar nosso produto em todos os aspectos. É preciso trabalhar com cada vez mais profissionalismo e menos ufanismo. Belém não é melhor nem pior que Manaus, que Salvador, Miami, Barcelona ou Nova Delhi. Belém é Belém. Carimbó é carimbo e rock é rock. E a cabocla não é a tal. E precisa trabalhar isso. Até nossas grandes fragilidades, como por exemplo, o grande percentual de esgoto a céu aberto, podem virar um destino humanitário. Assim como jovensricos e solidários vão para a África, poderiam vir pra Belém ajudar a preservar uma espécie amazônica pouco lembrada no discurso ambientalista politicamente correto: o ser humano das grandes cidades da Amazônia. A verdade é que essa onda criativa que está fazendo Belém do Pará encantar o mundo também precisa contagiar outros setores da vida local. Romper com essa vergonha de ser ribeirinho amazônico, diminuir essa vontade desgraçada de ser carioca ou de Miami. É preciso ter senso de oportunidade, inspirar-se nessa mistura que une tecnologia com periferia e cria o tecnobrega, aproveitar para colocar as coisas para funcionar de outro jeito, fazer acontecer a partir do nosso caos. Temos que nos valer dessa inventividade suburbana, dessa energia original, dessa desinibição, para gerar benefícios que entrem no cotidiano dos que vivem aqui. Se a gente não ampliar o olhar além da frequência de mídia, logo ela, voraz - como é - cansa da gente e vai atrás de outro tipo de exotismo. E poderemos ser, em breve, novamente apenas o bom e velho calhambeque da saudade.


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especial

O universo dos perfumes Ê vasto, complexo e desafiador. Em meio a um verdadeiro mosaico de aromas, a busca Ê pela fragrância perfeita.

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Fábio Nóvoa

Aromas que

falam

A prazerosa (e difícil) arte de fazer perfumes vai muito além da busca pelo do cheiro perfeito.

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Brasil, há dois anos, é o maior mercado consumidor de perfumes do mundo, superando os Estados Unidos. Segundo dados da consultoria Euromonitor, os americanos consumiram 5,3 bilhões de dólares em perfumaria em 2010, enquanto que, em território brasileiro, esse valor foi de aproximadamente 6 bilhões. Para se ter uma ideia em 2009, o país consumia 4,5 bilhões de dólares, o que representa um aumento de 33%. Em terceiro lugar estão os Alemães, que geraram lucro para o setor de US$ 2,49 bilhões e os franceses (US$ 2,44 bilhões). Duas das maiores empresas do Brasil detêm, juntas, quase 60% do mercado nacional. Não é tarefa das mais fáceis produzir fragrâncias doces, que podem trazer boas lembranças da infância, de entes queridos ou de amores vividos uma vez que existe um mosaico infinito de cheiros e sensações que são misturadas para dar origem a outras novas sensações. Esse processo de criação é longo. Em muitas empresas de cosméticos, há, inclusive, um profissional responsável por conhecer todas as matérias-primas, equilibrá-las em proporções perfeitas e trazer à tona o aroma. É esse profissional que deve usar a poderosa memória, o olhar e o apurado senso olfativo para fazer a alquimia necessária que reproduz, no vidro, a personalidade daquele que o usa.

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Para ter-se uma ideia da dificuldade que é formar bons profissionais do ramo, há pouco mais de 40 em formação no Brasil, por exemplo. Na Natura, a maior empresa desse setor no Brasil, a mágica passa pelas mãos e pelo “nariz” de Verônica Kato. A rotina de trabalho inicia na criação de um conceito. “Em seguida, juntamente com outros perfumistas do mundo, criamos algumas opções de fragrâncias. No laboratório, vários ingredientes são pesados e misturados. Lá, avaliamos as fragrâncias e acrescentamos os ingredientes exclusivos, que formam a identidade Natura”, afirma. Após a criação das fragrâncias, sob o acompanhamento da avaliadora olfativa, são feitas as análises e seleção daquelas que mais traduzem o conceito pensado previamente. “Só assim sabemos qual fragrância pode ser mais aceita pelo consumidor. Cheiros provocam sensações e despertam os sentimentos mais verdadeiros”. Kato diz que as fragrâncias da Natura são todas inspiradas em riquezas naturais. A perfumista afirma, ainda, que a Perfumaria classifica os perfumes de acordo com o percentual de essência utilizado em sua composição. Os nomes são dados obedecendo ao nível de concentração da essência e o poder de fixação à pele, o que determina também o tempo de proteção (veja box). “Ao se estudar a história da Perfumaria, podemos perceber »»»

Dudu Maroja


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Tel: 91 8887.6486 Fax: 913224.1203 que, no início, as Eau de Cologne (águas de colônia)_ por definição ‘um grande bouquet de cítricos’_ eram preparadas e comercializadas para ambos os sexos”, explica. “Com o passar dos anos, aconteceu a segmentação e as fragrâncias com notas amadeiradas mais pronunciadas foram destinadas ao público masculino; os bouquets florais, para as fragrâncias femininas”, complementa. História de sucesso O Pará também registra histórias de apaixonados por perfumes que vieram de outros países e criaram marcas, que ao longo dos anos, foram responsáveis por deixar os paraenses “mais cheirosos”. A perfumaria Chamma, por exemplo, foi criada na década de 1940 por Oscar Chamma, filho de libaneses que aqui construíram sua família e negócios. Oscar era um aficcionado, segundo Fátima, sua filha, pela Química e pela Amazônia. E foi no Norte que desenvolveu paralelamente ao seu trabalho principal (comércio) uma linha de produtos de perfumaria e cosméticos. Desde aquela época, criava suas formulações com insumos de qualidade importados da Europa, somados aos insumos naturais da região amazônica. Quando Fátima assumiu a empresa, em 1996, a palavra “Amazônia” foi agregada à marca Chamma,

dando origem à Chamma da Amazônia. Hoje, a empresa produz cerca de 50 perfumes diferentes para uso pessoal e em torno de 20 aromatizadores de ambientes. Fátima explica como são feitos os produtos. “Isso ocorre naturalmente, seja pela pesquisa permanente com intuito de lançar novidades, seja pela descoberta de insumos ou matérias primas com potencial aromático, ou ainda pela busca por fragrâncias que reportem a sensações ou traduzam momentos vividos”, afirma. “São muitas fragrâncias e muitos aromas diferentes, pois absorvemos uma clientela eclética e ,lógico, tentamos agregar gostos e necessidades diferentes”. A diretora reforça que a empresa sempre busca uma “identidade verde que proporcione sensações olfativas de estar na floresta”. “Isso requer tempo, pois, embora existam contratipos de essências no mercado, o que se deseja é um cheiro que seja aceito e cause bem estar ao consumidor, porém, com um toque diferente e que personalize tanto a marca como o usuário, pois o mesmo produto reage de maneira diferente em cada pele e, consequentemente, o resultado final é diferente”, garante. Essa necessidade motivou ainda mais o contato de Fátima Chamma com pesquisadores, perfumistas e empresas especializadas em matéria prima. “Mas também com a própria equipe interna, que faz »»»

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bbordalogesso@uol.com.br

Verônica Kato, perfumista da Natura, no laboratório de “aromas”. A Amazônia é um celeiro de matérias-primas que, combinadas entre si ou isoladas, darão origem a variadas fragrâncias.


Para melhor entender as categorias

Perfume É a fragrância conhecida pelo termo original francês parfum e caracterizada pela alta concentração de essências - entre 18% e 35% do volume total. Seu poder de fixação na pele é grande, e pode durar de 8 a 24 horas, conforme a qualidade da fragrância e o caminho olfativo.

Eau de Parfum Subproduto do perfume propriamente dito, é diluído em maior quantidade de água (Daí o “eau”_água, em francês), apresentando índices de concentração que variam de 12% a 18%, o que pode representar até 10 horas de perfumação. Eau de Toilette Caracterizado por uma fragrância mais discreta. Apresenta índices de concentração entre 8% e 10% e tempo de fixação de até 8 horas.

Eau de Cologne ou Desodorante Colônia Possui baixa concentração de essências, 5% no máximo. No Brasil, criou-se uma terminologia própria para essas fragrâncias: deo colônia ou desodorante colônia. Além de perfumar, elas têm função desodorante por possuir elementos que ajudam a combater os efeitos do excesso de suor, garantindo maior sensação de frescor. São adequadas ao uso diário e sob medida para o nosso clima tropical. Fonte: Verônica Kato, Natura.

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suas alquimias e testes. Essa é uma forma de produção muito comum em nossa empresa”, revela. A partir das primeiras misturas e testes, existe a pesquisa de formulação e embalagens, testes internos e testes externos, além do registro na Agência de Vigilância Sanitária. “A partir disso, temos a compra da matéria prima e embalagens, fazemos a manipulação, há o choque térmico (ou resfriamento), maturação e, nesse ponto, temos um prazo de, no mínimo, 20 dias para que o nosso controle de qualidade aprove, passe para filtragem e, posteriormente, envase”, enumera. De cada lote produzido, três unidades permanecem no chamado “Museu de Amostras” e lá permanece por três anos, tempo de validade do produto, conforme orientação e exigência nacionais. Vinte e cinco pessoas trabalham hoje na Chamma. Para Fátima, os perfumes são importantes porque são responsáveis por guardar, na memória, as boas lembranças. “Esses cheiros nos trazem lembranças e são essenciais na hora de desenvolver uma fragrância que nos reporte a algum fato, um lugar, ou pessoas que amamos”, assinala. A tradição paraense Ao andar pela Rua Frutuoso Guimarães, no movimentado centro comercial de Belém, é praticamente impossível passar incólume pelo cheiro que exala

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de dentro do casarão antigo, construído no centro do quarteirão. É uma mistura de fragrâncias, rapidamente reconhecidas pelos bons paraenses e que desperta a curiosidade de quem é de fora. Ali, no número 270, funciona uma das mais antigas perfumarias em atividade no Pará: A Orion. Apenas uma parede divide a entrada do prédio de dois andares: do lado esquerdo, a pequena loja que vende os produtos da empresa. O balcão, sempre lotado. Nas prateleiras, cores e garrafas diferem dos mais distintos tipos de perfumes artesanais. Ao lado, estão o escritório, o depósito e o local onde funciona a fábrica dos produtos, uma espécie de mezanino, com grandes garrafões, líquidos coloridos e funcionários que manipulam as essências.Tudo ali remete aos tempos antigos: garrafas, troféus, canecas e outros recipientes, além de armários e móveis, tão antigos quanto a própria loja. A empresa, que já foi uma referência no ramo da perfumaria, atualmente tenta se reerguer, motivada pela própria fama na cidade e o típico aroma dos seus produtos. Pelo menos esse é o desejo de Manoel Santos, 42 anos, proprietário da empresa, herdada da família. A loja foi fundada em 1927 por Antonio Gomes, tio-avô de Manoel, que por aqui chegou em 1914, vindo de Portugal. “Estamos já na terceira geração e sempre aqui nesse mesmo lugar”, brinca. Em 1955, o pai de Manoel resolveu

Veja mais


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vir também para o Brasil e acabou assumindo o negócio do tio. A iniciação do atual administrador ao negócio só veio mesmo em 1987, quando veio para o Brasil. É ele quem administra a fábrica sozinho há 15 anos. Manoel é responsável pela compra da matéria prima dos produtores (alguns são parceiros há mais de 40 anos). A partir dos produtos (a maioria do Pará mesmo), é feito todo o trabalho manual de transformação das essências, que são misturadas para dar origem aos perfumes (ou são vendidas na forma bruta para quem gosta de fazer sua própria fragrância). São 34 colônias com aromas diferentes. Além das essências, Manoel diz que existem alguns ingredientes guardados no armário, mas são secretos. Hoje, a maior propaganda, afirma Manoel, quem faz são os clientes. “Nós vendemos na própria loja e também exportamos para outros estados, mas 70% são vendidos aqui”, confirma. “O paraense gosta de se perfumar, principalmente com cheiros daqui”. O maior período de venda é o mês de outubro, por causa do Círio de Nazaré. Dez funcionários trabalham na empresa e se revezam na venda e produção, por exemplo, de priprioca e patchouli, que se transformam em rótulos como o Feitiço Amazônico, com preços que variam entre 6 e 16 reais.

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Perfumes pessoais Não só para a vaidade servem os perfumes. Eles também são usados na busca pelo bem-estar por meio da Aromaterapia. “Trata-se de uma filosofia de vida que nos ensina a viver bem fisicamente, mentalmente e emocionalmente”, explica Anna Gabriela Coelho, 34 anos, administradora de empresas e aromaterapeuta. Anna diz que a Aromaterapia não é apenas “um cheirinho” bom no ar ou no corpo, é um método terapêutico que utiliza óleos essenciais puros, combinados entre si para determinado fim, processo que é chamado de “Sinergia”. “Há muitos anos produzo meus próprios perfumes com óleos essenciais e também com essências sintéticas. A prática, que nasceu do desejo de obter aromas exclusivos de uso pessoal, com o passar do tempo se tornou objeto de estudo contínuo e profundo sobre a aplicação dos óleos extraídos das plantas para o benefício da mente e do corpo”, afirma. A paixão dela por cheiros nasceu pela busca por métodos naturais e pelo desejo de ter um perfume exclusivo que causasse bem estar. “Após anos de uso e estudos, pude constatar como a natureza nos ajuda a ter qualidade de vida com seus aromas únicos e terapêuticos”, ensina. A partir daí, ela começou a propagar a ideia entre as pessoas mais próximas. “Ao explicar para familiares e amigos

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performance

Equipes são um dos pilares essenciais de qual-

equipes de alta performance possuem a comuni-

quer empresa: pessoas que trabalham juntas em

cação aberta, direta, honesta e objetiva. Sabem lidar

torno de um objetivo comum. O problema é que

com barreiras e utilizam de forma correta os canais

nem sempre as equipes conseguem “performar” da

de comunicação. Os líderes que gerem essas equi-

melhor maneira, e causam, assim, danos aos resul-

pes são acessíveis, proporcionam a troca de ideias,

tados, ao clima, à condução dos gestores e à exe-

estimulam a busca por informação e premiam atitu-

cução das tarefas.

des transparentes.

Com base na experiência de diversos gestores,

Gerência do tempo – Quanto mais efetivas indivi-

consultores e estudiosos, segue uma análise dos

dualmente são as pessoas, mais a equipe aumen-

principais elementos que interferem na construção

ta sua performance. Se uma pessoa não consegue

e anutenção das equipes.

lidar com seus emails, não sabe planejar, não con-

Líder: diferencial de uma organização – Quem dá

segue priorizar, não consegue se organizar, acaba

o tom de sua equipe é o gestor. Resultados são con-

comprometendo a performance de todos. Gerenciar

quistados por equipes que tenham um líder que os

tempo é uma competência individual que, no grupo,

faça canalizar energias para um lugar comum. Isso é

traz resultados incríveis.

a máxima de equipes, empresas, países ou famílias.

Lidar de forma positiva com o erro – Equipes ma-

Gestores com nível baixo de exigência não levam as

duras e de alta performance

pessoas a darem o melhor de si; no entanto,líderes

com o mesmo erro ao mapear, identificar as origens

erram e aprendem

que suportam, oferecem constantemente feedback,

e construir soluções. Todo mundo erra. Isso é visto

exercem uma gestão transparente – baseada em

como oportunidade de melhoria para as equipes e

dados e fatos, definem metas claras e dão o poder

servirá para que todos ajustem a rota, evitem que

de decisão ao time para que façam a coisa aconte-

novas urgências apareçam e sejam exemplo para

cer. O líder não precisa saber nem resolver tudo, ele

melhores práticas. A negligência ou aceitação do

precisa dar espaço para a equipe para, com isso,

erro é que faz o erro ser um câncer que pode levar a

utilizar o potencial do grupo.

empresa à doença crônica.

Foco nas pessoas bem como nos resultados – As

Nenhuma equipe possui alta performance cons-

empresas precisam atingir resultados, os quais são

tantemente. Existem flutuações e lacunas em alguns

conquistados através de uma gestão eficaz de pes-

momentos. Isso é normal, porque o que faz a dife-

soas. Para que essa gestão seja vencedora, são ne-

rença no resultado é como o gestor e seu time lidam

cessárias pessoas competentes e com o perfil do

com o mesmo.

negócio. É imprescindível ter os melhores proces-

Essa maturidade não é conquistada da noite para

sos, sistemas de gerenciamento, mas são as pes-

o dia, ela é construída ao longo do tempo, com mui-

soas que fazem a diferença. A gestão de pessoas

ta persistência, treinamento e ferramentas. Qualquer

eficaz passa por valorização do ser humano na or-

equipe pode se transformar em um time de alta

ganização, medição da performance de forma linear

produtividade,para tanto, alguns pontos devem ser

e transparente, gestão de carreiras, conciliação de

trabalhados: perfil dos profissionais que ocupam o

interesses, entre outros.

time, desenvolvimento de competências atreladas

Comunicação é aberta – Todas as organizações possuem o desafio de gerir sua comunicação. As

ao negócio, modelo de gerenciamento e ferramentas para gerenciar pessoas.




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destino

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Anderson Araújo

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Caminhos

luxo

de

O mercado do Turismo está cada vez mais segmentado e os consumidores, mais dispostos a investir valores – nada modestos – quando o lazer e o prazer estão em pauta. O destino? A sofisticação.

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iles Raymond é um homem em busca de emoções. Fascinado por vinhos, decide proporcionar ao seu melhor amigo, Jack, uma despedida de solteiro diferente: uma viagem pelas vinícolas californianas do Vale de Santa Inez. O presente inusitado rendeu histórias inacreditáveis e mudou os rumos das vidas de ambos. Frances Mayes é escritora. Após um divórcio conturbado, decidiu partir, em uma viagem de férias, para a Itália. Entre a tristeza e as belezas do velho continente, ela mudou radicalmente de vida e, inspirada pelo cenário, comprou uma chácara na Toscana. A ficção inspira a vida real Sim, falávamos de personagens do cinema, vividos pelos atores Paul Giamatti, Thomas Haden Church e Diane Lane e, se você acha que esse tipo de história só acontece nos filmes, é melhor

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repensar seus conceitos. Foi ao sair do cinema que a dentista paulistana Clarissa Oliveira vislumbrou pela primeira vez a possibilidade de fazer uma viagem diferente das demais que já fizera. Procurou informações na internet e visitou agências especializadas. Três meses depois, estava em Nova York, onde fez todo o circuito teatral da Broadway: mais de trinta peças, entre superproduções e pequenos espetáculos. E se você, leitor, acha que ela estava sozinha, melhor pensar de novo: no grupo, havia 15 pessoas. Um ano depois, ela já pensa na próxima empreitada. “Las Vegas. Desta vez, queremos fazer o circuito do Cirque du Soleil”, conta. O valor do investimento, Clarissa não entrega, mas ri. “Foi alto, mas valeu cada centavo”. A história de Clarissa ilustra o bom momento econômico brasileiro, que expandiu o setor de turismo e fez surgir no país uma categoria de consumidores cada vez mais exigentes e abertos a »»»


O Napa Valley, região vinivicultora da Califórnia, é um dos destinos mais procurados por quem deseja combinar o turismo com o prazer da desgutação de vinhos. Acima, a Vinícola Coppola. Na outra página, o Cirque du Soleil e as beleza irresistível da Grécia e suas ilhas.

Preparamos uma seleção de vídeos de filmes com a temática enoturismo. Acesse o QR code e divirta-se!

Veja mais

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novidades refinadas para expandir um dos grandes prazeres da vida: viajar. Depois de conhecer os principais pontos turísticos mundo afora, uma parcela de turistas brasileiros tem se interessado cada vez mais em roteiros específicos voltados para aprimorar predileções e conhecer de perto o que antes era acalentado em publicações especializadas, em conversas entre amigos ou nas páginas da internet. Gastronomia, o amor ao vinho, o interesse pela arte: o mercado de turismo de luxo está cada vez mais acessível e atraindo mais gente que preza não só pelo bom gosto como pelo aumento do capital cultural. Entre goles e resenhas O administrador Renato Dulcetti, de 35 anos, é um entusiasta desse tipo de turismo que está ganhando espaço no mercado e proporcionando o surgimento de agências especializadas para esse fim. No entanto, ele aproveita o conhecimento que já tem em viagens internacionais para montar seus próprios roteiros. As últimas saídas do Brasil

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foram rumo a dois lugares de referência na Alta Gastronomia, o maior interesse dele: Manhattan, em Nova York; e Paris, na França. Com larga experiência, Renato programou as duas viagens bem antes. E, ao contrário da odontóloga Clarissa, ele não precisou de uma agência de turismo. Conversou com amigos, trocou ideias com um profissional do setor de turismo, consultou publicações especificas para gourmets_ como o famoso guia Michelin e pesquisou as melhores dicas em sites especializados. Com os pontos mapeados e as reservas feitas, Renato realizou,com tranquilidade, um de seus maiores prazeres: comer bem. Na Big Apple, por exemplo, o administrador de empresas foi ao restaurante Masa, onde provou um dos melhores sushis do mundo; no Le Bernadin, se deliciou com frutos do mar; no Del Posto, apreciou a gastronomia italiana; no Daniel, saboreou o requinte francês; além na delicatessen “Katz” e da brasserie “Balthazar”. Nas andanças por Paris, foi ao “Guy Savoy”, seu


restaurante preferido [onde ele indica – aos igualmente dispostos – consultar o excelente menu degustação de vinhos. Dulcetti também visitou o bistrô “La fontaine de mars”, onde a pedida é o escargot. “O melhor que já comi até hoje.”, diz. Na capital francesa, esteve no “paraíso dos gourmets”, a Loja da Fauchon. “É uma variedade muito interessante de produtos. Lá, é possível encontrar foie gras, temperos e especiarias, vinhos, chás, vinagres, geleias, cafés aromatizados, chocolates... a variedade é imensa!”, comenta. Renato ensina aos amantes de vinho seu recanto predito para comprar a bebida- símbolo da sofisticação francesa: a loja Lavínia. Ele indica também o “Le Jules Verne”, a melhor vista de Paris, por ficar justo na Torre Eiffel. Prezando por sua fascinação pela Alta Gastronomia, ele já esteve em Buenos Aires, na Argentina, diversas vezes em San Francisco, Los Angeles, dentre outros estados norte-americanos. Ano que vem, o destino já está programado: “planejo ir para a Itália, especificamente para a região da

Toscana, onde pretendo visitar vinícolas locais”. Falando em vinícolas, o professor Lúcio Almeida realizou um sonho recente: visitar a vinícola Coppola (Isso mesmo, de propriedade do cineasta Francis Ford Coppola). Amante da sétima arte (mais uma vez a ficção inspira a vida real), ele leu a biografia do diretor e ficou encantado. “Confesso que esperava vê-lo por lá, mas não fiquei frustrado, afinal, estava eu na Disneylândia dos vinhos californianos”, conta entre gargalhadas. Ano que vem, ele afirma, repetirá a dose e estenderá por outras vinícolas. Grécia Quem topou e conheceu mais sobre vinhos ao buscar um sonho antigo de conhecer a Grécia foi a médica Gisele Mello, de 25 anos. “Sempre fui muito interessada em mitologia e tudo que cerca o conhecimento grego. Tive oportunidade de conhecer as ilhas gregas em um cruzeiro, que passou também pela Itália e a Croácia. Pude observar de perto, por exemplo, a produção artesanal de vi- »»»

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A misteriosa Patagônia também atrai muitos turistas brasileiros. Ao lado, Mykonos, ilha grega, uma das mais visitadas do país Serviço

Vinícola Coppola Endereço: Via Archimedes, 300. Geyserville, Califórnia – EUA. Telefone para informações: (707) 857.1400 Site com informações e programações (as degustações são diárias): www.franciscoppolawinery.com

O circuito teatral da Broadway completo está disponível no site: www.broadway.com

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Brasil Agências de turismo de luxo • www.teresaperez.com.br Uma das pioneiras neste segmento e das mais procuradas. • www.b360travel.com A B360 é uma subdivisão da STB (Student Travel Bureau)

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nho por essas cidades gregas, com comunidades inteiras, inclusive os mais carentes, empenhados nessa arte.”, explica ela. Gisele optou pela viagem programada por uma agência de turismo. Foram oito noites em um cruzeiro que partiu de Veneza, passando pela província de Bari, na região de Puglia, na Itália, e uma parada no litoral da Croácia. Mas o grande interesse da médica foram as ilhas de Katakolon, Sartini, Mykonos e Piraeus. Na viagem, ela também conheceu a produção de azeite e como os agricultores das pequenas cidades da Grécia têm se especializado em produzir alimentos saudáveis, sem tipo algum de fertilizante artificial_ a chamada comida orgânica, tendência mundial e alvo de atenção para os que buscam uma vida com mais qualidade. Público seleto A gerente da “Monopólio Turismo”, Carolina Ferreira, afirma que o turista brasileiro está cada vez mais exigente e que os mais experientes no

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assunto “querem ser surpreendidos com novos roteiros”. Segundo ela, as agências especializadas estão cada dia mais sendo procuradas para roteiros gastronômicos para visitas em restaurantes badalados e às vinícolas na época da vindima; para a colheita da uva; para cruzeiros em navios espetaculares e incursões nos castelos franceses. “Isso para citar apenas os produtos turísticos mais procurados atualmente.”, detalha. A profissional diz ainda que é possível fazer excelentes roteiros em qualquer época do ano. No inverno, por exemplo, os turistas podem procurar estações de esqui luxuosas. Quem quiser pode pagar uma diária de mil dólares e se hospedar em resorts como o “The Fairmont Chateau”, em Whistler, no Canadá, com uma vista privilegiada da pista e da movimentação intensa de esquiadores. Em Couchevel, situado na região de Trois Vallées, a maior área interligada do mundo para esse esporte, é possível gastar cerca de quatro mil euros por noite no hotel “Le Cheval Blanc”. Segundo Carolina, o outono é a melhor época »»»


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Nas ilhas Maldivas, a vegetação e vida selvagem em terra são limitadas, mas são complementadas pela abundância de vida marinha. A paisagem é exuberante. Já Dubai, nos Emirados Árabes, é moderna, “futurista” e com enormes arranha- céus.

para os amantes do vinho. As já tradicionais regiões de Bordeaux e Bourgogne, na França, e a Toscana, na Itália, são os roteiros perfeitos. “São viagens mais longas porque cada quilômetro do caminho percorrido traz paisagens incríveis e fica difícil resistir à vontade de visitá-las”, conta. O verão é tempo de ir à Ibiza, na Espanha, um dos roteiros quentes e já bem conhecidos para os que querem praia e uma noite agitada com bons restaurantes e casas noturnas. Porém, quem está procurando um lugar diferente para bronzear o corpo e conhecer paisagens paradisíacas a dica de Carolina são as Ilhas Maldivas, um arquipélago formado por 1.190 ilhotas situado no Oceano Índico. Há ainda a Costa Rica, na América Central, onde a sofisticação e beleza têm atraído famosos como a modelo Gisele Bündchen, que já passou férias no lugar. Na Primavera, Carolina indica conhecer as tulipas em Istambul, na Turquia; ou castelos da França; ou ainda visitar a Cidade do Cabo, no Egito; Bali, na Indonésia e Sidney, na Austrália. Porém, para quem procura o turismo de luxo especificamente para compras, Dubai tem sido a melhor pedida. Construída no coração dos Emirados Árabes para impressionar os visitantes, a cidade conta com um enorme shopping repleto de grifes internacionais de luxo para encher os olhos dos mais refinados consumistas, sem contar a chance de ficar no hotel “Burj Al Arab”, o único hotel sete estrelas do mundo, cuja diária pode chegar a 14 mil dólares. “Há roteiros luxuosos para todos os gostos, inclusive próximos, como alguns da América do Sul, como Machu Picchu; no Peru; Cartagena de Las Índias, na Colômbia; a Patagônia, na Argentina. Roteiros que fazem sucesso com os que já conhecem Buenos Aires e Santiago (Chile).”, comenta a gerente. E acrescenta que cidades como São Paulo e Rio de Janeiro continuam sendo destinos muito procurados por quem gosta de sofisticação e está disposto a gastar. Excelentes restaurantes e opções noturnas de lazer fazem das duas capitais alvos de interesse para quem busca o refinamento, mesmo dentro do Brasil.


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enquanto isso

Lausanne Vim morar em Lausanne – a quarta cidade mais importante da Suíça – graças a uma linda história de amor que começou em Fortaleza. Lá, conheci meu marido, que é português, e me mudei para cá, onde ele mora e trabalha há mais de 15 anos. Aqui é uma cidadezinha de 125 mil habitantes, fria, onde se fala francês e se respeita muito o espaço do outro. A organização estrutural da cidade é louvável. A adesão é total às regras de trânsito: os ônibus e táxis que circulam nas suas respectivas vias, carros que param para o pedestre passar, as ruas limpas... O turismo de Lausanne gira em torno de sua arquitetura, museus e história. Alguns dos pontos turísticos mais visitados são a Catedral de Notre-Dame, o Castelo de St-Maire e o Palácio de Rumine. Assim como o resto do país, somos famosos pelos chocolates e queijos. Porém, mais conhecidos como a capital olímpica. Aqui fica localizado o Museu Olímpico, acervo de todas as medalhas e tochas olímpicas, e também a sede do comitê olímpico mundial. Atualmente, a cidade ganha destaque como polo estudantil e cultural, graças aos institutos de formação e pesquisa de alta reputação interna-

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cional, tais como a Escola Politécnica Federal, a Universidade de Lausanne e a Escola de Hotelaria. Outro roteiro obrigatório é um passeio às margens do Léman, o segundo maior lago da Europa ocidental, que banha diversas cidades. Situado entre a França e a Suíça, é possível ver as montanhas francesas no outra margem, uma bela visão de qualquer ponto que observarmos. O clima é quase sempre gelado, mas agradável. No inverno, chegamos a -5ºC e até mesmo -10ºC. Como neva pouco, devido à altitude, não nos deparamos constantemente com os contratempos causados pela neve. A estação fria perdura por muito mais tempo que a quente, e só mesmo no verão é que sentimos calor. Na primavera e no outono, já é aconselhável ter na mala um casaco, calças e blusas de manga comprida. Assim como a limpeza, o funcionamento de Lausanne é muito regrado. Se for fazer compras, é bom se programar: o comércio só fica aberto das 8h30 às 19h. Nenhum shopping funciona depois desse horário e nem abre aos domingos e feriados. O turismo noturno gira em torno dos restaurantes, os

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Gabriela Eluan Gerente de vendas quais, durante a semana, fecham à meia-noite e, aos fins de semana, podem ir até 2h. Os bares só funcionam a partir de sexta. Alguns poucos abrem durante a semana, mas não têm autorização para funcionar a partir de certo horário. Tudo isso porque existem leis trabalhistas que funcionam muito bem por aqui, além das políticas de silêncio e boa vizinhança. Uma curiosidade sobre Lausanne é que ela é a menor cidade do mundo a possuir metrô. Sem catraca, eles funcionam à base de confiança e conscientização. Você é livre para andar nos trens e responsável por comprar o seu ticket. Esporadicamente, os fiscais entram nos vagões e fiscalizam todos os passageiros: caso não tenha o bilhete, a multa de 200 reais não será perdoada. Não existe “jeitinho” para driblar a taxação por aqui, em condição alguma. O clima, a educação das pessoas e a beleza da cidade fazem com que Lausanne seja uma experiência inesquecível. Não é à toa que tantos imigrantes, assim como eu, tenham decidido fixar raízes aqui: o lugar ideal para viver e ter uma família.


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gourmet

A espanhola Elena Arzak comanda o restaurante - campe達o de estrelas do guia Michelin - junto com o pai, Juan Mari Arzak www.revistalealmoreira.com.br

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Aitor Ubarretxena (de Barcelona) Tradução: Lívia Mendes

AcerbiMoretti Photography

Amundo do melhor

Eleita pela “Restaurant Magazine”, a chef espanhola quebra a hegemonia do título, concedido – até agora – somente a homens e prova, com competência e simplicidade, que lugar de mulher é sim na cozinha.

E

lena Arzak mantém com seu pai, Juan Mari, um dos restaurantes mais conhecidos pelos amantes da boa mesa do mundo todo. Suas três estrelas Michelin, mantidas durante os últimos 23 anos, a transformaram numa das raras chefs de primeiro nível internacional. Ela assegura que sempre fez o que mais gosta: aprender com seu pai e trabalhar na cozinha. Juan Mari Arzak conseguiu ser uma referência para varias gerações de cozinheiros bascos e espanhóis. Elena teve o privilégio e também a responsabilidade de aprender com um “professor” que tem seu mesmo sobrenome e ambos formam uma ótima dupla na gestão diária do restaurante. Elena assegura que a casa onde se encontra o restaurante (construída em 1897 por seus bisavós) continua albergando o mesmo espírito que também guiou sua avó e seu pai. Nunca se cogitou mudar de localização para não perder essa “alma”, que também pode ser percebida por todos. Optou por trabalhar no restaurante, mesmo com seus pais tentando “tirar essa ideia da cabeça dela”, como comenta entre risadas. Porém, sua decisão sempre foi clara: “eu adorava isso, sabia que era difícil, mas não queria fazer outra coisa”. Começou trabalhando somente duas horas por dia, aos 17 anos, e não demorou muito tempo até que sua vocação se consolidasse. Dois anos depois, se formou numa escola suíça de Hotelaria e estagiou em respeitados restaurantes do Reino Unido e da França. De volta para casa, começou seu dia-a-dia no restaurante. Ela lembra seu pai como um professor paciente, que a animava a experimentar. “Eu, a princípio, lhe mostrava os pratos. Ele ficava olhando e dizia ‘está bom, mas o molho está um pouco pesado, vamos colocar um vinagrete’. Mas sempre me apoiando!”. A chef admite, também, que esses primeiros anos ficaram para trás. “Agora, ele me pressiona da mesma forma que faz com qualquer outro da equipe, assim como

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nós fazemos com ele, porque nosso segredo é colaborar um com o outro, com o máximo de confiança.” Em sua opinião, o segredo para manter um altíssimo nível de excelência durante tantos anos, é o esforço e a paixão pelo trabalho. Sua proposta está totalmente enraizada à tradição basca e se define como “baluartes da cozinha autoral”, o que obriga a equipe a um constante esforço de investigação e evolução. Elena afirma que “a cozinha não tem limites”, mas que é necessário trabalhar com paixão – “se você não tem paixão, não tem ideias”. Elena forma parte da “nova cozinha basca”, um movimento que surgiu em 1975 e que foi impulsionada, junto com seu pai, por nomes como Pedro Subijana, Luis Irizar, Xabier Zapirain, María Jesús Fombellida, Juan José Castillo, entre outros. Tal esforço coletivo atingiu o êxito rapidamente no país Basco, onde existe uma verdadeira veneração ancestral pela boa mesa. De fato, o território basco ostenta o maior número de estrelas Michelin por habitante do mundo inteiro. A tradição familiar de receber reconhecimentos internacionais também tem continuidade com Elena. Este ano, ganhou o prêmio como melhor chef feminina do mundo, o The Veuve Clicquot World’s Best Female Chef award 2012, entrando na história dos grandes chefs mundiais. Mulheres e chefs Com o pai, Elena Arzak tem um restaurante de três estrelas, fato que a coloca como uma das raras cozinheiras de primeiro nível internacional. Ela admite que os homens são a elite da cozinha internacional, mas está convencida de que, em breve, os rumos mudarão. Recorda que, quando seu pai começou a trabalhar no restaurante da família, ele mesmo se viu num “ambiente matriarcal”, já que toda a equipe e a direção eram compostas por mulheres. E, ainda que logo depois os homens começassem a ocupar todos os »»»


postos – “como ocorreu em todas as profissões” –, considera que as novas gerações que saem das escolas de hotelaria são integradas por,no mínimo, 50% de mulheres. Aponta, além disso, que atualmente em Arzak trabalham seis mulheres como chefs. “É questão de tempo. Haverá mais mulheres que sejam chefs de primeiro nível em alguns anos.”

Leia mais

No restaurante Arzak, é imperativo estudar muito e criar pratos que surpreendam o paladar www.revistalealmoreira.com.br

Um prazer para os convidados Os responsáveis pelo Arzak têm todos os motivos para se orgulhar. Elena diz que uma de suas maiores satisfações é confirmar que seu restaurante agrada a todos os tipos de pessoas. “É comum encontrar empresários que compartilham o espaço com grupos de amigos, ou famílias que querem celebrar um evento significativo”. Obviamente, o custo do menu degustação (175 euros, em média) é consistente com a qualidade de sua cozinha, mas os amantes da boa comida estão acostumados a fazer “esse esforço” para se deleitarem um pouco. Há, inclusive uma curiosidade no Arzak: popularizou-se o “vale presente” de um menu completo. “Nas últimas semanas, passaram pelo restaurante um jovem de 17 anos que não queria um outro presente de sua família e foi premiado com o tal ‘capricho’. Houve também uma mulher de 90 anos que sempre quis ir ao melhor restaurante da sua cidade, um pedido que, finalmente, foi atendido pelos netos”, conta. Elena lembra ainda que recentemente visitou uma família que economizou mais de dois anos para desfrutar da experiência de comer em seu restaurante. “Queremos que vocês saibam que finalmente conseguimos e estamos muito felizes de estar aqui”, disseram. Para a chef, foi um momento emocionante, mas também cheio de responsabilidade: “Meu primeiro pensamento foi que não podíamos falhar”. O nascimento de um prato. A cozinha de pesquisa de Arzak não perde seu espírito intimista. A equipe tem instalações simples no


Cromeleque de Cebola com chá e café - o prato lembra um monumento magalítico e é campeão de pedidos

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piso superior, onde testa produtos e técnicas avançadas. É o primeiro passo, quando se materializam as ideias e há uma troca interessante de pontos de vista, bem como onde se fazem os testes, para chegar a uma proposta concreta. Até esse ponto, as receitas são feitas à mão, com desenhos e fotografias para explicar o sistema de processamento. O próximo passo é transferir a descrição para a cozinha principal, no piso térreo, para ver se é possível produzí-la para 20 ou 30 pessoas. E dada a complexidade, nem sempre é possível. Mas, apesar do trabalho contínuo da equipe de pesquisa, são consolidados apenas 40 novos pratos principais a cada ano. Os cozinheiros Arzak têm um poderoso aliado, o “banco de sabores”, que armazena mais de 1.600 caixas com nomes como “arroz verde do Vietnã”, “limões negros do Irã”. Elena aponta que “hoje, como há 50 anos e dentro de 50 anos, é essencial partir de um excelente produto.” A técnica, em sua opinião, “só nos ajuda a alcançar certos resultados”. Um desses suculentos resultados, que chegou ao menu é o “cromeleque e cebola com chá e café”. O prato é inspirado nos monumentos megalíticos (pense em Stonehenge, como referência) que, como em outros lugares, estão espalhadas por todo o País Basco. A montagem consiste em duas cestinhas pequenas, que parecem um edifício de pedra, em cujo interior encontramos uma mistura surpreendente e deliciosa de sabores. Para prová-los, você deve virá-lo e comê-lo como um cone. O resultado é espetacular.


receita

Bonito canela INGREDIENTES (para 4 pessoas): Para o molho • 2 gr. de canela em pó • 100 gr. de pão torrado • 40 gr. de azeite de oliva • Suco de um limão • 1 cebola cozida • Sal e pimenta Para a mendresca* de Bonito** • 400 gr. de mendresca de bonito com pele (limpa) • Sal, gengibre Para a salada de frutas secas • 5 gramas de Painço (cereal muito parecido com milho, encontrado facilmente no mercado) • 2 gramas de nori (tempero a base de algas) em pó • 5 gramas de pinhões • 5 gramas de pistaches • 2 gramas de chia • 10 amêndoas • meia laranja ralada • Sal Para os ramos de canela • 4 “galhinhos” de canela • 100 gramas de azeite • 1 grama de canela em pó Para o molho • 100 gr. de suco de laranja • 40 gramas de salsa de soja • 20 gramas de suco de limão • 1 grama de canela em pó Serão necessárias 4 campanas de cristal, para ajudar a defumar o prato. PREPARO Para o molho Triturar os ingredientes, temperar e dar o ponto do açúcar. Para a mendresca de bonito Fatiar a mendresca em retângulos (2 unidades por pessoa). Um dos retângulos deverá ser um pouco maior que o outro. Temperar e dar o ponto do gengibre. Dourar a mendresca com um pouco de azeite na frigideira, somente pelo lado da pele. Retirar a pele, untar com molho e finalizar na panela. Reservar. Para a salada de frutas secas Torras as frutas secas separadamente no forno. Deixar esfriar e picá-las. Misturar todos os ingredientes. Para os ramos de canela Misturar bem a canela em pó e o azeite. Deite os ramos nesse azeite até que sejam usados. Para o molho Misturar os ingredientes, exceto a canela, e ferver durante 1 minuto. Acrescentar a canela e deixar repousar. FINALIZAÇÃO No centro do prato, colocar as fatias de mendresca cortadas. Ao lado, o ramo de canela que saiu do forno. A canela soltará uma fumaça, que preencherá levemente a campana e o bonito dentro dela. Retirar a campana no momento de servir.

*mendresca: corte triangular da parte superior da barriga do peixe, neste caso, de Bonito. **Bonito: Peixe marinho, de porte médio, parente próximo do atum, com o qual muito se parece. Tem pouca cotação no mercado , embora sua carne seja excelente. No Brasil, também conhecido como curuatá.

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Foto: Cícero Mafra.

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vinho Vinhos surpreendentes

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País: França - Rhone Graduação: 13% Uvas: 100% Syrah A uva, ícone do Rhone do norte, é a exotica Syrah . O DELAS Crozes Hermitage AOC 2009 Domaine des Grands Chemins é um vinho robusto e decidido, com aromas complexos e ricos de framboesa, alecrim, azeitona preta, pimenta do reino e estrutura tanica corpulenta, sugerindo um grande futuro. Sem dúvida, muito elegante e caracteristico, vinificado com o típico estilo tradicional frances da Cotes du Rhone. Casa-se perfeitamente com carnes vermelhas e caça. Ganhou 92 pontos do critico Robert Parker.

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Amantis Reserva Tinto 2006

País: Espanha - Galícia Rias Baixas Graduação: 13,5% Uvas: 100% Albariño Para os que pensam que na Espanha somente os vinho tintos são dignos de atenção, esse branco aromático e mineral feito com a uva albariño é digno de toda a atenção, é elaborado em Val do Salnés, sub-região mais importante da D.O. Rias Baixas. Muito bem pontuado, já foi considerado o 4° melhor vinho do mundo pelo Wall Street Journal; levou 90 pontos do Guia Peñin e 90 pontos Wine Advocate . Acompanha bacalhau, polvo em todos os tipos de preparação e chega a ser perfeito com Paella de frutos do mar.

País: Itália Graduação: 13,5% uação: 13 5% Uvas: 100% Barbera Com o selo de origem do Piemonte, este vinho é feito a partir de uvas provenientes de vinhedos selecionados em Monforte d’Alba e Castiglione Falletto; e de vinhedos próprios em Serralunga d’Alba e Treiso. A colheita busca extrema maturidade das uvas. Rubi de média intensidade, halo em evolução. Típica trama olfativa, com cerejas negras e amoras maduras, sob fundo perfumado de baunilha e eras aromáticas. Estruturado, firme, sápido com longo final. Harmoniza com risoto ao ragu de pato selvagem, agnolotti de carnes diversas assadas e braseadas, rotie de vitela, lasanha trufada de codorna, risoto com speck e cogumelos.

Chablis Premier Cru Beauroy 2009

Barbera D’Alba 2008

DELAS Crozes Hermitage AOC 2009 Domaine des Grands Chemins

País: Itália - Piemonte Graduação: 5,5% Uvas: 100% Moscato Bianco O Moscato d’Asti é um vinho com aromas inimitáveis,.A palavra Moscato deriva do latin antigo “Muscus”, que por sua vez é o nome de uma famosa essência usada na elaboração de perfumes. A característica mais marcante da grande família das uvas Moscato são os aromas varietais típicos dessa espécie, aromas primários marcantes e inesquecíveis. O Saracco Moscato d’Asti é delicadamente efervescente com borbulhas persistentes; seus aromas evocam as doces colinas da província de Asti, ressaltando os aromas de pêssego, flor de laranjeira, tília, abricó. Casa bem com sobremesas preparadas com frutas e sorvetes, porém acompanha pratos salgados como salame e prosciutto crudo (presunto cru). É perfeito e quase transgressivo com queijos picantes

DON OLEGARIO Albariño 2010

SARACCO Moscato d’Asti DOCG 2011 e Hill

Uma viagem ao Velho Continente, com retorno pela América do Sul. A Revista Leal Moreira selecionou seis rótulos com a promessa de encantar você. São seis opções para todos os gostos.

País: França Graduação: 13% Uvas: 100% Chardonnay De coloração palha cristalina e reluzente, seduz com seu perfil olfativo de cítricos, ameixas amarelas, mel de acácia e giz. Untuosa incursão gustativa, com alto frescor mineral. Conjunto muito elegante e puro. Harmoniza belamente com Coquilles Saint-James, ostras gratinadas sauce mornay, lagosta grelhada na casca com manteiga de estragão, Supremo de frango ao creme de cogumelos morilles e cerefólio.

País: Portugal Uvas: Syrah 30%, Petit Verdot 30%, Cabernet Sauvignon 30% e Touriga Nacional 10% Graduação: 14,5% Vol. Da região do Alentejo, Portugal, esse alentejano sofisticado merece destaque. Merecedor dos títulos conquistados (Wine Enthusiast, com 92 pontos; Revista de Vinhos, 17 em 20 e uma bela crítica do jornalista português João Paulo Martins), o Amantis é dominado por frutas negras e vermelhas maduras, especiarias, moka e violeta. Concentrado, com perfeita harmonia entre o extrato frutado e o calor alcoólico. Harmoniza com caças e coxa de pato confitada.

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decor

Os móveis de demolição são excelentes opções porque prolongam a vida útil da mobília e ainda preservam o meio ambiente.

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Catarina Barbosa

Dudu Maroja

O

charme do

ecodesign Móveis feitos com madeira de demolição são belas aquisições para quem busca conforto, bom gosto e preservação da natureza.

U

m ambiente pode ser decorado, construído e até reformado com vários tipos de objetos e matérias-primas. Dentre essa variedade, a madeira tem um encanto particular: remete a algo mais rústico, pacato e até familiar. Contudo, quem já teve peças de madeira, sabe que o material necessita de cuidado constante para que suas características físicas sejam preservadas. Sabe também que chega o momento em que ela parece não ter mais salvação. É aí que você encontra uma nova categoria de móveis: os de demolição. Como diz o próprio nome, são peças de madeira que seriam descartadas, destruídas, mas acabam ganhando utilidade novamente e dando um toque diferenciado no ambiente. Além do reaproveitamento - que já é ótimo, justamente por não esgotar mais uma árvore para a construção de um novo móvel as marcas de prego, o verniz desgastado e a ação do tempo dão à peça [charmosas] particularidades essenciais para quem tem uma visão ecológica mais aguçada. Normalmente as madeiras usadas na confecção desses móveis são nobres e maciças – algumas centenárias e até extintas. Já foram pontes, barrotes

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de fazendas ou até mesmo dormentes de estradas de ferro. E, além de anos de história, a peça restaurada concentra ainda certa naturalidade, deixando os espaços de convivência (como varandas, casas de praia e até ambientes urbanos) mais íntimos e sofisticados. Além de proporcionar aconchego ao lugar _o que por si só já é ótimo - esses objetos também casam bem com o conceito de sustentabilidade. Sabemos que o mundo precisa de pessoas mais conscientes ecologicamente, portanto as ações que preservam o meio ambiente são – sem dúvida – o único caminho para que os recursos naturais não esgotem tão rapidamente. E por que não incluir, nesse meio, o reaproveitamento de madeiras que seriam descartadas? Qualquer atitude é bem-vinda. A designer de interiores Fátima Rego, 56, explica que em qualquer área de atuação é possível fazer algo que preserve o meio ambiente; prolongar a vida útil da mobília - sem abrir mão do charme. “Acredito que os móveis de demolição, como aparadores, mesas, balcões, além de trazer para dentro de casa o conforto que a madeira natural traz, ainda dão uma personalizada na composição de cada projeto. »»»


E isso é algo intransferível”, defende. Formada pela Universidade da Amazônia (Unama), a designer tem uma história especial: ela decidiu fazer faculdade com mais de 50 anos - ou seja, relativamente, tem pouco tempo de mercado profissional. Mas, por conta de seu empenho e do que ela chama “sorte”, seu trabalho é reconhecido e premiado. Antes da graduação, ela já tinha apreço por coisas do lar. Gostava tanto de decoração que sempre fazia algo diferenciado para a sua casa, pois tem imenso apreço por morar bem. “Conforto e aconchego eram palavras que

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eu sempre escutava quando as pessoas entravam pela primeira vez em uma de minhas casas. Hoje, digo que ambas traduzem meus trabalhos, pois, ao visitar meus projetos, escuto dos meus clientes, antes de tudo, que o local está superaconchegante”, justifica. A designer afirma ainda que até seus projetos comerciais - a exemplo de escritórios, empresas, lojas ou restaurantes - acabam transmitindo esse conforto que ela tanto aprecia. “É o que eu busco sempre passar. Ao ter um feedback positivo do cliente, tenho a certeza de que o trabalho foi bem desempenhado. Para isso, respeitamos desde a »»»


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Considerados exemplos de sustentabilidade no design, os móveis de demolição ganham novas cores e tratamentos. O resultado é um mobiliário mais charmoso e cheio de histórias para “contar”.

paleta de cores, até a iluminação – seja ela natural ou não. O resultado é um espaço funcional, harmônico e, claro, confortável e aconchegante”, avalia. Ecoeficência e Ecodesign Além dos móveis de demolição fazerem parte desse processo sustentável, eles ainda podem ser encaixados em dois excelentes conceitos: o da ecoeficiência e do ecodesign. O que retoma o tema de que não apenas pessoas, mas também empresas precisam adotar medidas ecologicamente sustentáveis. Dentro desse parâmetro, a ecoeficiência consiste na procura de melhorias ambientais que respeitem a natureza no processo de confecção de produtos para consumo. Dessa forma, espera-se reduzir o uso de materiais e energia com bens e serviços; reduzir também a emissão ou dispersão de substâncias tóxicas; intensificar a reciclagem de materiais; maximizar o uso sustentável de recursos renováveis; prolongar a durabilidade dos produtos. O ecodesign, por sua vez, significa um menor consumo de energia, água e matéria-prima para a mesma quantidade de produto, gerando menos emissões e menos re-

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síduos, implicando mudanças nos padrões de produção e também nos de consumo, além de enfatizar a compreensão dos impactos ambientais associados ao ciclo de vida dos produtos e a adoção de novas formas de gestão empresarial. Antes de tratarmos a madeira de demolição dentro desses dois contextos, vale lembrar que, no passado, a consciência ambiental não era tão presente como nos dias atuais. Logo, quando alguém procurava um móvel, nem sempre o escolhia pela sua beleza, mas sim pela sua resistência ao tempo, aos fungos e bichos, tais como cupim e outros. As madeiras mais resistentes e com esse tipo de característica são chamadas de madeiras nobres ou de lei. O interessante no processo de ecodesign e ecoefiência é justamente a capacidade de empresas perceberem uma nova usabilidade para coisas que seriam descartadas e agregarem a isso um valor socioambiental. “Muitas das madeiras nobres e bonitas dos móveis de demolição vêm da Europa, e uma das funções que elas tinham era reproduzir móveis ingleses. Com sorte, é possível encontrar móveis até da raríssima braúna. Mas qualquer madeira que resistiu ao tempo pode ser reaproveitada e se enquadra

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como móvel de demolição”, explica Fátima. Quando se fala em criar um ambiente com esse móvel, é essencial pontuar que não existe um projeto de madeira de demolição, mas sim o uso de um móvel, um painel ou uma peça de adorno em um projeto de design ou arquitetura. “Em cada projeto que eu trabalho, um novo desafio é lançado e a ansiedade em satisfazer os gostos de cada cliente ou de cada membro da família é recompensada com o resultado. Quando o trabalho comporta, sempre sugiro um móvel ou o uso de peças de origem consciente. O importante é cada um fazer a sua parte”, lembra Fátima Rego. Hoje, há arquitetos, designers e até artesãos mundialmente conhecidos pelo trabalho com madeiras nobres de demolição ou simplesmente com aproveitamento dessas madeiras. Em Belém, a loja Jardim Secreto_ fundada em setembro de 2001 pelos sócios Eduardo Salame, 46, e Sergio Braga, 52 anos_ é uma empresa que adota os conceitos sustentáveis e trabalha com móveis de demolição. Os sócios trabalham com essa categoria de móveis há mais de oito anos. São armários de duas portas, guarda-comida, aparadores, louceiros, espelhos, mesas de jan-

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tar, laterais de cama, bandejas e oratório. “Temos uma grande variedade de peças e até móveis que foram usados a partir do século XVIII na Região Francesa de Lion, para a realeza francesa”, afirma Salame. Segundo ele, a demolição no Brasil nasceu nas fazendas de Minas Gerais com o reaproveitamento de assoalhos de peroba, que ganharam vida nova graças a aparadores ou armários de guardar comida. “Os móveis de demolição na decoração dão personalidade a casas e até um ar de fazenda e de acolhimento. Para mim, elas são ainda um antídoto pra toda decoração pasteurizada dos dias de hoje”, destaca. No Jardim Secreto, o público que escolhe essas peças é bem eclético - vai desde o jovem casal que está de casa nova, mas quer algo que lembre as fazendas da infância; até casais estrangeiros que buscam algo original e com a cara do Brasil. “Eu vendo, mas também sou um consumidor. Em minha casa, tenho um aparador mineiro com detalhamento em ferro lindíssimo”, revela Eduardo Salame. A loja, além de oferecer móveis de demolição, trabalha também com peças em ferro, aromas, alpacas indianas, entre outros. »»»


“Peças de demolição são bonitas, versáteis e fáceis de transportar”, defende a médica Lorena do Prado, consumidora desse tipo de mobiliário há anos.

Consciência a dois A médica Lorena do Prado, 32, é casada há nove anos com o jornalista Raphael Polito, 28 e os dois adoram o estilo dos móveis de demolição. Lorena confessa que, na verdade, Polito é o responsável por ela gostar tanto desse tipo de peça. “Ele foi uma grande influência nas compras e decisões relacionadas à aquisição de produtos ecologicamente corretos e o móvel de demolição é um deles. Aprendi tanto com ele que hoje tenho sido até mais chata na hora de comprar”, brinca. A verdade é que não é de uma hora para a outra que uma pessoa adquire consciência ambiental. Para isso, é preciso se educar nesse sentido. A médica explica que optar por móveis e medidas que colaboram com a natureza faz parte da educação dela e do marido. “Sabíamos que, ao compran esse tipo de mobiliário, estaríamos também ajudando de alguma forma, já que nenhuma árvore precisaria ser derrubada para a produção”, defende. Hoje, ela aprendeu muito com o marido sobre os móveis e afirma que, antes de comprar uma peça, procura se informar bastante, chegando ao posto de consumidora extremamente exigente. “Acho que, quando o assunto é

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meio ambiente, precisamos mesmo é ser cada vez mais chatos, afinal, é o futuro das próximas gerações que está em jogo. Não custa nada mudar um pouco os hábitos pra fazer muita diferença”, justifica. Além da consciência ambiental, a escolha do casal pelos móveis se dá devido à beleza e versatilidade, já que apenas uma peça consegue transformar um ambiente inteiro. Outro ponto positivo é que eles são fáceis de transportar e possuem grande durabilidade. Os móveis que o casal tem em casa foram todos comprados em São Paulo. “Lá, existe uma infinita variedade. Passamos por lojas especializadas da zona sul da capital paulista até acharmos o que melhor se adequava ao nosso pequeno apartamento na época. O bom disso tudo é exatamente essa questão: independente de onde você more ou do tamanho do imóvel, os móveis parecem estar sempre prontos para qualquer ambiente. Comprei um aparador que já esteve na cozinha, na sala e talvez algum dia dê uma ‘passadinha’ pelo quarto”, conta, dizendo que não se desfaz da peça de jeito nenhum. Além do inseparável aparador, eles também têm um bar, uma mesa de jantar de demolição com quatro ca- »»»



deiras de reflorestamento, e uma cristaleira de madeira sustentável. O interessante, ao observar o casal, é poder levantar a questão da sustentabilidade não só no que tange aos móveis de demolição, mas sim à preservação do meio ambiente de forma geral. “As pessoas têm, infelizmente, a ideia errada de que um ato mínimo não significa nada para a defesa ambiental. Aí é que está nosso problema hoje. Caso cada um contribuísse um pouco no dia a dia, não jogando lixo na rua, reciclando, poluindo menos com seu carro, usando meios de transporte alternativos, lutando nos condomínios para a destinação correta do esgoto e, claro, comprando madeira de reflorestamento ou de demolição que evita o uso contínuo de madeira ilegal ou não certificada, tudo seria melhor”, destaca a médica. Nesse sentido, todo esforço é válido, não só de pessoas, mas também dos governos e empresas. As madeiras de demolição, por exemplo, têm durabilidade superior porque são restos de madeira de lei. “As características das peças são únicas, já que um móvel nunca é igual ao outro, o que foge ao modismo. E empresas que trabalham com isso são cada vez mais valorizadas por mim, já que ajudam e ao mesmo tempo se reinventam”, arremata Prado. O mais importante de todo esse processo é saber que pequenas atitudes são capazes de mudar todo um ciclo de consumo. E ele começa com as suas decisões. Saber que a escolha do seu móvel pode tornar o mundo um lugar melhor, além de mais agradável, deixará você com a satisfação de papel cumprido. Então, faça a diferença. Opte por medidas sustentáveis, não jogue lixo na rua, racione sua água, não polua o meio ambiente e dê uma chance aos móveis de demolição que, além de lindos, têm muita história para contar - e, sem dúvida, vão dar um charme inigualável para a sua casa.



falando nisso

Segundo a definição do dicionário, “decorar” é o ato ou efeito de ornamentar; atividade que consiste em organizar um espaço (geralmente interiores), combinando os diversos elementos de forma harmoniosa e/ou funcional, de acordo com o fim a que o espaço se destina. Para a arquiteta Larissa Chady, decoração é uma bela oportunidade de harmonizar – em uma perfeita sintonia – o interior do espaço com o interior de quem mora ou trabalha naquele local. Em uma estreia especial, Larissa Chady é a profissional convidada da nova coluna da Revista Leal Moreira, “falando em décor” e dá dicas de design de interiores, com muito bom gosto. Larissa Chady arquiteta Agradecimento: Sofisticatto

1) Renove os objetos de decoração. Guarde por um tempo os objetos anteriores que permaneceram por muito tempo em exposição e saia em busca de peças novas. Às vezes, uma bandeja na mesa de centro para organizar a coleção de caixinhas ou livros faz toda a diferença.

2) Reposicionar os quadros é outra coisa fácil, rápida e que faz muita diferença. Inverta-os, misture estilos e cores. Brinque!

3) Almofadas novas, de preferência grandes, são mais imponentes e em harmonia com os tons da sala. Não há regras! Podem ser neutras ou coloridas. Podem, por exemplo, compor com os tons de alguns objetos de decoração próximos.

4) Adoro verde, flores, cheiros. Arranjos florais dão vida à casa e não precisa ser um dia especial para tê-los em seu lar. Entrar em casa e se deparar com orquídeas, lírios, angélicas ou simples verdinhos na mesa de centro (ou laterais e em aparadores) faz toda a diferença.

5) Expor objetos especiais, como caixas de prata, coleção de tacinhas de licor (garimpadas em feirinhas ou antiquários), uma louça antiga de família. A ordem é: podem ser poucas, mas são boas pecas.

6) Escolher bem [e nas dimensões corretas] os tapetes. Não precisa encher a sala deles, mas colocá-los pelo menos no ambiente de estar, o que fará um elo entre todos os demais móveis. O ideal é entrar um pouco embaixo dos sofás e poltronas, dando mais aconchego e imponência ao ambiente.

7) Na iluminação, não há necessidade de exageros. Luzes, quando bem posicionadas, destacando objetos e quadros, devem ser sempre na tonalidade “amarelada” – nunca na cor branca. Atualmente, as de led podem substituir as antigas dicroicas ou ARs, eliminando o desconforto do calor e do gasto de energia exagerado. Os abajours são sempre bem vindos, já que contribuem com a iluminação geral e também proporcionam uma atmosfera aconchegante.

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Além das compras do mês: os empórios gourmet trazem para Belém novas possibilidades gastronômicas para quem quer fazer diferente na cozinha

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ncontrar ingredientes especiais para preparar em casa pratos diferentes ou receitas de livros e revistas gourmet não é mais um problema em Belém. Com a abertura de novos empórios nos últimos dois anos, quem gosta de impressionar na cozinha tem um novo leque de possibilidades com requintes do artesanal ao mundial. Para Marcelo Magalhães, 35 anos, assíduo freqüentador de empórios e apaixonado por gastronomia, o que está por trás do sucesso dessas lojas é a crescente valorização da culinária, que desperta o desejo de sair da rotina e ousar em receitas novas. Segundo ele, que também é diretor executivo de um empresa especializada em pesquisa de mercado, esse novo hábito de consumo está ligado ao maior acesso à informação e ao poder de compra. Um dos reflexos do momento especial da economia, que proporciona ao consumidor a realização de pequenos prazeres da mesa, é a aquisição de produtos importados pelo melhor preço. Além disso, diferente dos grandes supermercados, nos empórios há um relacionamento direto com os proprietários, recriando a atmosfera das antigas mercearias. “O que mais me atrai é a proximidade com os donos, que conversam, explicam receitas, dão dicas, como antigamente”, afirma Magalhães.

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Qualidade artesanal Foi nesses moldes que as chefs de cozinha Solange Sabóia e Ilca Carmo criaram o espaço gastronômico Santa Chicória, inaugurado há apenas cinco meses. “Não queremos ser um mercadinho. Pensamos em fazer um pequeno empório, com itens preparados por nós”, conta Solange. Elas criaram um cardápio de produtos artesanais com pães sem conservantes, temperos, antepastos, doces finos, azeites e cachaças aromatizadas com sabores inusitados, que já caíram no gosto da clientela, como a de jambu. “Temos as cachaças interessantes e as gostosas”, diferencia Ilca, com sabores como cupuaçu, bacuri, graviola e taperebá que têm mais chances de cair bem no paladar; já a aguardente feita de jambú desperta o gosto pela novidade. Outra especialidade da casa é a geleia de tomate com pimenta, um dos antepastos mais pedidos. “As pessoas estão criando o hábito de cozinhar em casa, se arriscando em receitas novas e, para isso, precisam de ingredientes especiais”, garante Solange. O espaço gastronômico prevê ainda uma escola de cozinha, que será aberta em breve. Rápido e prático Na contramão dos desbravadores da gastronomia, os empórios também são frequentados por quem »»»


Pães especiais, vinhos, antepastos, atmosfera acolhedora e serviço especial são alguns dos diferenciais nos empórios

não tem tempo para cozinhar. Pessoas que moram sozinhas e com ritmo de trabalho acelerado encontram nesses espaços soluções práticas para se alimentar de maneira saudável e não se atrasar para os compromissos do dia a dia. “Temos clientes que vem aqui três vezes ao dia”, afirma Mauro Costa, gerente geral do grupo Cidade, que administra o Delicidade Empório Gourmet. A loja tem opções de café da manhã, almoço e jantar, bem como oferece todo o mix de ingredientes para quem gosta de receber em casa, desde antepastos, pães, especiarias, a cortes de carne especiais, frios e vinhos importados. O Delicidade Empório é considerado uma das melhores padarias da cidade, premiado por revistas e guias especializados. O local ainda tem um diferencial [como não poderia deixar de ser]: garante o pão francês [o “careca” para os paraenses] nosso de cada dia, além de

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pães integrais, italianos, suecos, australianos e árabes. Com dois anos de funcionamento, Costa conta que a iniciativa surgiu para atender, sobretudo, o público gourmet e, para isso, visitou vários empórios no Brasil, de São Paulo a Fortaleza. A clientela, porém, tem diferentes perfis, com diferentes necessidades que as redes de supermercado locais não suprem. “Temos público para todos os tipos de produtos”, afirma. Do oriente ao mundo Pioneiro em Belém, a Nippobraz começou como casa especializada em pescados e mariscos há quase 15 anos e ficou famosa pelo salmão defumado e camarões frescos. Aos poucos, foi diversificando os produtos e passou a oferecer tudo para sushis e sashimis, desde os ingredientes aos apetrechos para o preparo. Com isso, tornou-se fornecedor de mais de 200 restaurantes na »»»

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Pães especiais, vinhos, antepastos, atmosfera acolhedora e serviço especial são alguns dos diferenciais nos empórios

Serviço

Santa Chicória Espaço Gastronômico Rua Diogo Moia, 1046, Umarizal. Contato: (91) 3347.9899

Delicidade Empório Gourmet Avenida Gentil Bittencourt, 1393 esquina com a Travessa 14 de Abril. Nazaré. Contato: (91) 3241.3213

Nippobraz Tv Apinagés, 479. Batista Campos. Contato: (91) 3241.7200

cidade e um empório especializado em culinária japonesa e oriental, onde se pode encontrar até saquê com flocos de ouro. Para Tomoaki Kishimoto, um dos sócios do empório, os clientes da loja buscam ser surpreendidos com coisas incomuns e exóticas, tendo a garantia da qualidade. “As pessoas vêm passear com calma, olham, perguntam, demoram mais para fazer as compras”, descreve Kishimoto. “São clientes que não gostam de enfrentar a fila dos supermercados”, afirma. Por isso, o negócio não se limita às iguarias do oriente e abre para o mercado paraense dois mil itens vindos

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de mais de 15 países diferentes. Um lugar para comprar sorvetes coreanos, molhos de ostras, vários tipos de ovas, carne de rã, filé de enguia, peixes japoneses, lula africana, vieiras e centolas - um caranguejo gigante, típico do mar chileno. Atende ainda a demanda de legumes frescos, como aspargos, cogumelos e pepinos nigauri, além de grãos e massas importadas. Vindo do Japão para o Pará aos oito anos de idade, Kishimoto defende que aqui as pessoas não têm muitas restrições para experimentar novos sabores. “O paraense não estranhou a comida japonesa. Isso ajudou muito a divulgar nossos produtos, principalmente os exóticos”, acredita.


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LEAL MOREIRA CONQUISTA NOVAMENTE O PRÊMIO TOP DE NEGÓCIOS

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Pesquisa realizada pelo Diário do Pará colocou empresa no topo do segmento Construtora/Imobiliária. Através de uma aferição realizada pelo Bureau de Marketing e Pesquisa, a Leal Moreira foi eleita a melhor Construtora/Imobiliária e ganhou o Prêmio Top de Negócios. O reconhecimento vem ratificar a qualidade da empresa, que atua há 26 anos no mercado com qualidade e compromisso com o público.

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e estudantes da área de comunicação, publicidade e marketing, que também manifestaram suas preferências na pesquisa.

Realizada desde 1997, a pesquisa

A grande maioria das questões formu-

do Prêmio Top de Negócios entrevistou 1.320 consumidores das cidades de Belém e Ananindeua para conhecer as preferencias em 22 segmentos, indo de agências de viagem a centros gastronômicos, centros de compra e imobiliárias, entre outros. A Leal Moreira obteve 41,09% da preferencia do mercado consumidor da Grande Belém. Esse resultado comprova que a empresa continua sendo a primeira escolha quando se pensa em adquirir um imóvel ainda na planta.

ladas na pesquisa, que é feita em três targets de consumidores (Teen – 13 a 19

fonte: Caderno Negócios / Diário do Pará

A Leal Moreira, ao longo de seus 26 anos de existência, tornou-se referência, em seu segmento no mercado paraense.

O Top de Negócios, que sempre busca enquadrar seu público alvo em todas as áreas de consumo, contou pela primeira vez com a chancela de 200 profissionais

anos; Adulto feminino – acima de 21 anos; Adulto masculino – acima de 21 anos), permite respostas espontâneas ligadas à lembrança de marcas fortes e com credibilidade no mercado. A segunda parte da pesquisa – que envolve o segmento no qual a Leal Moreira foi campeã – foi publicada no Caderno Negócios do dia 19 de agosto. A primeira parte da pesquisa saiu na edição do dia 12 de agosto.


Los amigos fazem a fiesta com as delĂ­cias do EmpĂłrio Yamada

Burrito

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Modo de preparo

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1- Doure a carne numa panela mÊdia e adicione o Tempero para Burrito. 2- Em outra panela, junte o Molho para Taco, o Jalapeùo cortado, a ågua e cozinhe em fogo baixo 3- Aqueça as tortillas em uma frigideira atÊ dourarem. 4- Recheie as tortillas com a carne, o feijão refrito, o molho, os temperos e o molho de queijo. 5- Enrole e dobre os extremos de cada uma. Cubra com o molho para Taco e o molho de queijo. 6- Leve ao forno atÊ que o queijo esteja derretido. Rendimento: 20 burritos

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Institucion

A Leal Moreira é novamente patrocinadora oficial da Casa Cor Pará, em 2012. Em sentido horário: Carlos Moreira, presidente do Grupo Leal Moreira, posa ao lado do boneco feito em sua homenagem, na mostra de 2011; André Leal Moreira, diretor de marketing da empresa, no lançamento oficial do evento, ao lado de Isan Anijar, um dos franqueados no Pará. Abaixo e à direita, imagens da “Vila Leal Moreira”, espaço temático [e premiado] em 2011. Fafá de Belém, madrinha da mostra, na Vila Leal Moreira.

LEAL MOREIRA NA CASA COR PARÁ A Leal Moreira marca presença - pelo segundo ano consecutivo - na Casa Cor Pará, a maior mostra de arquitetura, design e paisagismo das Américas. O Grupo é novamente patrocinador da mostra. “O espaço da Leal Moreira terá muita ousadia, tecnologia e interatividade, que são nossas marcas registradas”, conta André Leal Moreira, diretor de marketing da Leal Moreira. Os arquitetos José Jr. e Perlla assinarão o projeto . “A Leal Moreira repete essa parceria de sucesso com a Casa Cor Pará. É uma vitrine importante para os profissionais talentosos de nossa terra”, afirma André Leal Moreira.


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OS MELHORES VINHOS DO MUNDO APRESENTADOS PELA LEAL MOREIRA Evento pioneiro na região trouxe mais de 51 rótulos exclusivos em uma degustação exclusi-

lheita, com predominância de uvas francesas. O argentino Juan Pablo Michelini, represen-

va para clientes e convidados.

tante da vinícola Zorzal, em Mendonza, apre-

Promovido pela importadora Grand Cru Belém, em parceria com a Door Comunicação, o Grand Tasting Belém 2012 apresentou aos

sentou ao público o Pinot Noir 2010, Cabernet Sauvignon 2010, Climax Malbec 2009 e Climax Blend 2009, entre outros. “Este último congrega a amabilidade do Malbec e a textura

entusiastas dos vinhos alguns dos melhores

da Cabernet Sauvignon, além de uma carac-

rótulos do mundo. A degustação foi apresentada pela Leal Moreira e Citroen/Monte Carlo no belo Spaço Casa da Artefacto. A parceria, segundo André Leal Moreira, di-

terística peculiar dos vinhos da nossa região, que por ser calcária - com altas temperaturas de dia e baixas à noite – deixa a bebida com um gosto mais mineral”, explicou.

retor de marketing da construtora, surgiu pelo proposta inovadora do evento. “Acreditamos que este evento tem afinidade com o que fa-

portadora Grand Cru, falou sobre o diferencial do evento, que é pioneiro na cidade. “A plu-

grupo, nesse caso estendida para a degustação de vinhos com sofisticação e pluralidade. O público pode se deliciar com 51 rótulos

ralidade de rótulos é enorme. São vinhos de regiões, preços e estilos variados. Produtores de regiões tradicionais, como o Chile e a Itália, também estão aqui representando suas vinícolas em estações temáticas”, enfatizou o empresário.

de vinho de localidades famosas, com uvas diferentes e sabores para todos os paladares,

A escolha para receber um evento tão atraente ao olfato e ao paladar não poderia ter

indo dos mais suaves aos mais encorpados.

sido mais feliz: entre móveis e objetos deco-

A tradicional região de Bordeaux, na França, esteve representada no evento. Os vinhos

rativos de alto padrão na Spaço Casa, clientes e patrocinadores circularam por estações

portugueses também puderam ser melhor conhecidos no Grand Tasting, que recebeu o produtor Duarte Tejo, das vinícolas Perescuma (Tejo) e Casal Branco (Alentejo). Foram apresentados quatro vinhos tintos, como o Falcoria

de vinhos e degustaram a bebida com muito conforto e elegância. “Acho que eventos como este só agregam: o público se sente bem vindo aqui ao degustar os vinhos e sentar nos sofás, conversar num clima descontraído e

Clássico que, segundo Duarte, é um vinho de corte elegante e frutado; e o Perescuma Co-

agradável”, ressaltou Elenice Betzel, que dirige a Artefacto/Spaço Casa ao lado do esposo.

zemos por trazer os mesmo valores que cultivamos”, afirmou o diretor de marketing, acrescentando que a excelência é uma marca do

Apresentado pela Leal Moreira, o Grand Tasting 2012 proporcionou uma degustação de rótulos exclusivos a clientes e convidados. O maior evento de vinhos da região Norte teve como cenário a Artefacto/Spaço Casa.

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Clientes, agências e jornalistas foram convidados para a festa de lançamento da edição 33 da RLM. A atleta Larissa França foi capa.

REVISTA LEAL MOREIRA COMEMORA SUCESSO Ao alcançar a 33ª edição, a Revista Leal Moreira celebrou seus oito anos de história em grande estilo Sinônimo de cultura e bom gosto, com matérias instigantes e entrevistas exclusivas, a Revista Leal Moreira lançou sua 33ª edição em uma festa para anunciantes, publicitários e parceiros no Capital Lounge Bar. O momento serviu para relembrar a trajetória de sucesso da revista, realizando, inclusive,

revista no estado. Esses e outros dados comprovam que a publicação, além de ter longo alcance, tem credibilidade, o que faz com que os anunciantes tenham total confiança no trabalho que é desenvolvido pela Revista Leal Moreira. São meses de planejamento para trazer

votação entre os presentes para eleger a melhor capa de todas. Quem já teve a oportunidade de ler a Re-

aos leitores um conteúdo caprichado. Já passaram pela Revista Leal Moreira os músicos cubanos do Buena Vista Social Club, a

vista Leal Moreira vê nela o estilo de vida de quem preza pela qualidade. Decoração,

atleta olímpica do vôlei de praia Larissa França, o humorista Marcelo Tas, os atores La-

tecnologia, turismo, lazer e grandes perso-

zaro Ramos e Selton Mello, além do escritor

nalidades de diferentes setores, como arte, música e teatro marcam as páginas da pu-

Luis Fernando Veríssimo. Portugal, Amsterdã, Catalunha, as obras do paraense Emmanuel Nassar, um ‘clique’ da Casa Cor 2011 e pela bela Camila Pitanga foram algumas

blicação que, a cada três meses, circula no Pará e pelo país, com tiragem de 12 mil exemplares. A tiragem é auditada pela Price Water House Coopers, uma empresa de renome mundial que trabalha exclusivamente com a

das capas mais votadas pelos presentes, por ocasião da festa de lançamento. A votação seguiu para o site www.revistalealmoreira.com.br



GENTE DESIGN ESTILO IDÉIAS CULTURA COMPORTAMENTO TECNOLOGIA ARQUITETURA

PÚBLICO ELEGE A CAPA MAIS MARCANTE DA REVISTA LEAL MOREIRA Após a festa de lançamento da 33ª edição da Revista Leal Moreira, onde os

do público e ambas empataram com o percentual de 24, 14% da preferência

convidados puderam escolher algumas de suas capas favoritas, dez delas se-

dos internautas, que as colocaram em primeiro lugar. Outro empate também

guiram para votação popular no site da

foi contabilizado: as edições que trazem

revista. A consulta movimentou nossas redes sociais e após um mês, quando os votos foram contabilizados, obtivemos um feliz (e curioso) resultado: empate!

Emmanuel Nassar e Camila Pitanga figuram juntas na segunda colocação. A votação encerrou. Agradecemos a

As capas em que aparecem Amsterdã e a capa com o ator Lázaro Ramos, ves-

como desta edição, podem ser acessadas e lidas (na íntegra) no site www.revista-

tido de noiva, foram as grandes favoritas

lealmoreira.com.br

Distribuição gratuita

ano 5 número 17 junho 2008

Inclassificável Depois de emendar o atrapalhado Foguinho com o bem intencionado Evilásio, Lázaro Ramos esbanja versatilidade, diz que não aceita rótulos e se confirma como um dos destaques da tevê brasileira.

ano 7 número 28

todos que participaram. O conteúdo das revistas com as capas campeãs, bem

Camila Pitanga Bom momento na televisão, estreia nos cinemas e planos para um ano inteiro de dedicação ao teatro

Azulejaria Claudia Jaguaribe Edyr Augusto Istambul Música Ophir Cavalcante

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Instituci

Torres Cenário 3 suítes • 125m² • Baía do Guajará • Trav. Djalma Dutra, 361 (próximo à Municipalidade). Torre Solazzo 3 suítes • 112m² • Humaitá • Trav. Humaitá (entre Visconde de Inhaúma e Marquês de Herval). Torres Acácia 3 quartos (1 suíte) • 82 e 104 m² • Ananindeua • Rua Thenry-BR 316 (atrás da UNAMA). Torre Breeze 4 suítes • 352m² • Umarizal • Trav. Dom Romualdo Coelho, 1132 (entre Bernal do Couto e Diogo Moia). .

Torre Parnaso 2 ou 3 dorm. (1 suíte) • 58,40m² e 79,20m² • Cremação • Av. Generalíssimo Deodoro, 2037 (com a Rua dos Pariquis) Torres Dumont 2 e 3 dorm. (1 e 2 suítes) • 64m² a 86m² • Pedreira • Av. Doutor Freitas, 1228 (entre Av. Pedro Miranda e Marquês de Herval). Torre Domani 3 e 4 suítes • 187,15m² • Nazaré • Av. Governador José Malcher, nº 1655 (entre 14 de março e Alcindo Cacela). Torres Liberto 3 suítes • 122 m² e 260 m² • Batista Campos • Rua dos Tamoios, (esquina com Tv. Honório José dos Santos). Torre Vitta Office Salas comerciais (31,73 a 42m²) • 5 lojas (61 a 299,62 m²) • 31,73 a 42m² (sala comercial) • de 61 a 299,62m² (lojas) • Marco • Av. 25 de setembro, 2115. Torre Vitta Home 2 dorm. 1 suíte (58,02m²) • 3 dorm. 1 suíte (78,74 m²) • 58 m² e 78 m² • Marco • Travessa Humaitá, 2115 (entre 25 de Setembro e Almirante Barroso). Torre Triunfo 3 e 4 suítes (170,34 m²) • cobertura (335,18m²) • Marco • Trav. Barão do Triunfo, 3183 (entre 25 de Setembro e Almirante Barroso). Torres Floratta 3 e 4 dormitórios • 112,53m² a 141,53m² • Marco • Av. 25 de Setembro, 1696 (entre Travessas Angustura e Barão do Triunfo). Torres Trivento 2 e 3 dorm • 65,37m² a 79,74m² • Sacramenta • Av. Senador Lemos, 3253 . Torre Résidence 2 ou 3 suítes (174m²) • Cobertura (361m²) • Cremação • TV. 3 de maio, 1514 (entre Magalhães Barata e Gentil). Torres Ekoara 3 suítes (138m²) • Cobertura (267 ou 273m²) • Utinga • Tv. Enéas Pinheiro, 1700 (entre Av. Alm. Barroso e Av. João Paulo II). Torre Umari 2 ou 3 dorm. sendo 1 suíte (107m²) • Umarizal • Rua Dom Romualdo de Seixas, 1500 (entre Antonio Barreto e Domingos Marreiros). Sonata Residence Uniplex (71m² a 72m²) e Duplex (118m² a 129m²) • Umarizal •João Balbi, 1291 (entre 9 de Janeiro e Alcindo Cacela). Torre de Farnese 4 suítes (200 m²) • Umarizal • Av. Senador Lemos, 500 (entre Dom Romualdo de Seixas e Dom Romualdo Coelho).

Veja fotos do andamento das obras no site: www.lealmoreiraimobiliaria.com.br 176

em andamento

concluído



Saulo Sisnando Escritor

para sempre Só existe uma coisa pior do que sentir saudade: não poder mais sentí-la. Pois para tudo há um tempo! Houve um tempo para te amar e outro para te esquecer... E estes dois tempos já se foram e não tenho mais o direito de sentir tua falta. Todavia, quando se trata do meu amor por ti, eu talvez tenha aprendido a conjugar os verbos num tempo estranho. Um tempo que não é infinitivo, mas infinito. Um tempo verbal que não habita no indicativo, nem no subjuntivo... Que perdura no mais-que-perfeito... Um tempo chamado para sempre. Pois para sempre terei direito de sentir saudade tua quando eu ler um poema da Bruna Lombardi ou quando ouvir uma música do Texas. Neste tempo, não importa quantos amores tiveste depois de mim, nem se estamos separados por passagens aéreas ou por olhos que fingem não se encontrar. Pois este é um tempo invariável. Estático. O que foi nosso, para sempre será. As nossas lágrimas – haja o que houver – serão nossas; e aqueles teus risos, eternamente meus. E não importa se a última flor da orquídea caiu há meses e teima em não nascer de novo. Ou se não sei por onde andas... Nem com quem falas... Nem se realizaste teu sonho de conhecer New Orleans. Para sempre sentirei saudade das vezes em que dormimos juntos. E algumas cidades para sempre serão nossas. E algumas datas também! E te lembrarás de mim para sempre quando entrares na locadora de vídeo e te deparares com a foto de Ingrid Bergman sorrindo ou quando Scarlett O’Hara disser “amanhã é outro dia”. Lembrarás de mim para sempre quando alguém recitar um poema do Vinícius. Ou quando uma música da Nina

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Simone rodar n’algum playlist desconhecido. E, sem dúvida, lembrarás de mim em todos os teus futuros “eu te amo”. Pois eu fui o primeiro a acreditar em ti. E lembrarás de mim quando te fores para sempre para um lugar incógnito. E eu for embora fazer meu doutorado no Rio ou em Paris ou em São Francisco ou no Nepal. E nos apartamos não apenas da vista... Mas nos perdermos no tempo, na vida, na poeira, do qual é feita o cosmo. Porém, mesmo separados, para sempre haverá dois amantes correndo na Golden Gate, como vultos distantes, de rostos irreconhecíveis. Mas estes dois amantes, infelizmente, não serão eu e tu. Porque hoje, não posso nem sentir saudade, quiçá sonhar com o frio cortante do qual prometi te proteger... E tu a mim. Neste tempo de não sentir mais saudade, aprendi que o destino é repleto de cem portas que se abrem para mais cem portas. E lamento que tenhamos nos perdidos n’alguma dessas travessias e que o nosso para sempre tenha se misturado com para sempres alheios. Mas fico eternamente na esperança de que um dia encontremos o fio que Ariadne deixou no labirinto do Minotauro e consigamos nos reencontrar. N’outro tempo mais feliz. Ou torço para que, no final das contas, todas as portas acabem levando para um mesmo lugar e nos encontremos de novo... Mais maduros. Porque, afinal, não sabemos o que o destino nos reserva. Enfim, neste labirinto de amores por ti. O meu sangue erra de veia e teima em não entrar na porta onde está escrito “esquecer”. E para sempre vou te amar. E para sempre vou te esperar... Até o dia em que meu olho se fechar na treva e eu renascer, n’outra vida, como um pássaro, que cantará, noite e dia, te procurando por entre as folhas verdes das árvores mais altas. Até que esse pássaro morra... E renasça como outro bicho... E a procura continue... E tudo comece de novo... Para sempre. Esperando por ti.



RLM nº 34

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QUE PODEM SE ENCONTRAR.

ano 9 número 34

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Eriberto Leão Fernando Caruso Brinquedos de miriti Madeira de demolição


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