RLM nº 30
Felicidade em duas palavras: Leal Moreira.
GENTE DESIGN ESTILO IDEIAS CULTURA COMPORTAMENTO TECNOLOGIA ARQUITETURA
ano 8 número 30
Casa Cor Pará Maior mostra de arquitetura, decoração e paisagismo das Américas alia tecnologia e meio ambiente
Leal Moreira
Dri-K Chagas Fafá de Belém Saara
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Quando penso em alguém, só penso em você.
Obrigado, Belém. Somos novamente a marca do mercado de imóveis preferida da cidade. A que está mais presente em seus pensamentos. Esse resultado traz uma alegria e uma responsabilidade: a de continuar superando suas expectativas para que a Leal Moreira mantenha-se como a primeira na preferência, considerada o melhor imóvel por todas as classes sociais.
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Leal Moreira
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Aguarde um novo destino de viver na Grande BelĂŠm.
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• Tranquilidade, segurança e lazer. • Natureza e modernidade. • Região em plena valorização. • BR - 316 – Atrás da UNAMA.
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Planejamento, Realização e Construção:
Planejamento, Realização e Incorporação:
A Revista Leal Moreira 30 traz conteúdo exclusivo nas matérias sinalizadas com QR code.
índice
Dri-K Chagas Fafá de Belém Saara
capa Instalação de Ana Perlla et José Junior no Espaço Leal Moreira na Casa Cor, fotografado por Diego Ventura.
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A diva paraense Fafá de Belém faz uma retrospectiva da carreira, fala sobre família, cultura e política e conta como deixou o sonho de ser psicóloga para se tornar a maior cantora do Pará. Com simpatia e o largo sorriso, ela revela ainda suas preferências musicais e o que acha de ser uma celebridade no Twitter.
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Nossa equipe faz uma viagem ao Marrocos para chegar às areias do Saara, o maior deserto do mundo, onde a temperatura pode chegar aos 52 graus nos dias de verão. Veja o roteiro que indicamos, saiba onde ficar, o que ver e comer e como aproveitar esta aventura das arábias.
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decor
Maior mostra de arquitetura, decoração e paisagismo das Américas alia tecnologia e meio ambiente
perfil
Casa Cor Pará
galeria
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A diversidade de cores e formas que Dri-K Chagas coloca em seu grafite fez a arte ultrapassar a fronteira das ruas para entrar em casa e ambientes intimistas e expositivos. Saiba mais sobre esse trabalho de múltiplas facetas, que também poderá ser visto na Casa Cor Pará, nos espaços da Leal Moreira.
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Entre setembro e novembro, a Casa Cor Pará movimenta o universo da arquitetura, decoração e paisagismo com uma mostra que reúne 132 profissionais e expõe 70 ambientes em que a tecnologia se une a uma consciência ambiental. Tudo para garantir o conceito de morar bem.
destino
ano 8 número 30
comportamento Esqueça o cinema, o passeio no shopping ou o videogame. Para muita gente, a melhor maneira de não sucumbir ao estresse do dia a dia é saltar de paraquedas, mergulhar ou tocar numa banda. Conheça essas pessoas que buscam no inusitado o alimento para a alma.
especial Em terras de fortes tradições religiosas, muitos são os caminhos que levam à devoção. No mês que antecede o Círio de Nazaré, acompanhe a gente em um roteiro especial por igrejas de grande tradição e história que ajudam a manter viva a força da fé do povo paraense.
gourmet Os chefs espanhóis Javier e Sérgio Torres mostram por que o tempero latino é tão bem aceito em terras brasileiras - e como esse paladar encantou os paraenses na visita que os mestres fizeram a Belém. A chef Daniela Martins reproduz uma receita dos irmãos.
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t 46Ü5&4 t 7"("4 t 7"3"/%"4 Uma social, outra gourmet. Com ventilação varanda a varanda.
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ar – Ed. Metropolitan Tower – Belém-PA – CRECI J-300 – Diariamente, das 8h às 18h, inclusive sábados e domingos. Leal Moreira nte descritos nos documentos de formalização de compra e venda das unidades. As plantas e perspectivas ilustrativas são como ícula 12.223, Protocolo nº 191.609, de 24 de setembro de 2011.
Planejamento, Realização e Incorporação:
editorial Caro leitor,
André Moreira
Quando a Leal Moreira iniciou, há exatos 25 anos, o ousado desafio de se lançar no mercado da construção civil, talvez não imaginássemos as conquistas que alcançaríamos. Hoje consolidada como uma marca de credibilidade e bom gosto, a empresa comemora um quarto de século concretizando sonhos de milhares de famílias. A comemoração recheia esta 30ª edição da Revista Leal Moreira, que dá voz àqueles que realmente fizeram esta vitória acontecer: nossos colaboradores. Nesta edição apresentamos tudo sobre a Casa Cor Pará, o maior evento de arquitetura, decoração e paisagismo das Américas, que vai reunir 132 profissionais e expor 70 ambientes que mostram como a tecnologia chegou para melhorar nossas vidas em casa ou no trabalho. A Leal Moreira, apoiadora oficial do evento, participou ativamente da reforma do quartel do 2º Batalhão da Polícia Militar do Estado, onde o evento acontece. É a união de duas marcas que mudaram para sempre o conceito de qualidade em morar bem. Também neste número especial da RLM temos uma entrevista com a cantora Fafá de Belém, que fala da carreira, projetos futuros, família, internet e sobre como lida com a fama. A diva paraense traz emoção ao leitor e revela o que está ouvindo atualmente. Alguma ideia? Uma outra forma de arte, que ganha cada vez mais admiração, é o grafite, que tem Dri-K Chagas como expoente. A artista rompeu barreiras para mostrar como o traço deixou de ser marginalizado e passou a virar um artigo de bom gosto, seja na decoração de ambientes, seja em murais nas esquinas da cidade. Uma mostra desse trabalho também pode ser vista nos espaços da Leal Moreira na Casa Cor. Nosso cardápio é variado. Nesta revista você vai poder conhecer a riqueza arquitetônica das igrejas de Belém; como a viagem ao deserto do Saara pode ser uma aventura inesquecível; gente que usa as horas livres para relaxar de maneira inusitada; e, de quebra, uma receita exclusiva que os chefs espanhóis Javier e Sergio Torres fizeram para nós. Veja também no que resultou o projeto “Olhar da Obra”, iniciativa inédita da Leal Moreira em que 25 operários fazem, por meio da fotografia, uma nova leitura de seu local e material de trabalho. As fotos estão nas próximas páginas. Abraços e boa leitura
expediente Tiragem e distribuição auditadas por
Atendimento:
Revista Leal Moreira
A Leal Moreira dispõe de atendimento de segunda a sexta-feira, das 8 às 12 h e de 14h às 18:30h
Criação Madre Comunicadores Associados Coordenação Door Comunicação Ilimitada Realização Publicarte Editora Diretor editorial André Leal Moreira Diretor executivo Hilbert Nascimento (Binho) Diretor geral Juan Diego Correa Gerente comercial Giovanni Mileo Diretor de criação e projeto gráfico André Loreto Gerente de conteúdo Lorena Filgueiras Editor-chefe Luiz Carlos Santos Produção editorial Camila Barbalho Ilustrações Leandro Bender Fotografia Diego Ventura Reportagem Arthur Nogueira, Catarina Barbosa, Leonardo Aquino, Luiza Cabral, Michelli Almeida, Timóteo Lopes, Tylon Maués. Colunistas Celso Eluan, Edyr Proença, Glauco Lima, Nara Oliveira, Rodrigo Aguilera e Saulo Sisnando. Revisão José Rangel e André Melo Gráfica Santa Marta
Telefone: João Balbi, 167. Belém - Pará f: [91] 4005-6800 www.lealmoreira.com.br Construtora Leal Moreira Diretor Presidente: Carlos Moreira Diretor Financeiro: João Carlos Leal Moreira Diretor de Novos Negócios: Maurício Moreira Diretor de Marketing: André Leal Moreira Diretor Executivo: Paulo Fernando Machado Diretor Técnico: José Antonio Rei Moreira Gerente Financeiro: Dayse Ana Batista Santos Gerente de Marketing: Ana Paula Guedes Gerente de Clientividade: Murilo Nascimento
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++55 91 4005 6800
Online: Conheça um pouco mais sobre a construtora acessando o site www.lealmoreira.com.br. Nele, você fica sabendo sobre todos os empreendimentos em andamento, novos projetos e ainda pode fazer simulações de compras.
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Escreva para: atendimento@lealmoreira.com.br Rua João Balbi, 167 • Nazaré • Belém/PA - Brasil cep: 66055-280
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Tiragem 17 mil exemplares Comercial Belém Giovanni Mileo F. 55 91 3321-6864 gio@door.net.br Assistente Comercial Lucia Holanda Thiago Vieira comercial@editorapublicarte.com.br Fale conosco: (91) 3321-6864 revista@lealmoreira.com.br Revista Leal Moreira é uma publicação trimestral da Publicarte Editora para a Construtora Leal Moreira. Os textos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião da revista. É proibida a reprodução total ou parcial de textos, fotos e ilustrações, por qualquer meio, sem autorização.
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Belém
Bárbaro Lounge Bar Inaugurado há poucos meses, o Bárbaro Lounge Bar é um dos novos espaços que melhor combinam sofisticação com um ambiente descontraído. O casarão de dois andares onde funciona o lugar oferece quatro ambientes: a calçada e o térreo, onde se pode assistir a pocket shows musicais; o lounge, que sempre traz bandas e shows dançantes; e a adega, onde se pode desfrutar de um clima mais aconchegante e intimista. O espaço ainda tem três bares, que funcionam de forma independente. O cardápio é bem variado. A casa indica experimentar o camarão ao tempurá de cerveja, com molho de mostarda e torradas. Para acompanhar, basta escolher um vinho branco dentre os 25 títulos da adega.
Avenida Almirante Wandenkolk, 1120 (entre ruas Diogo Moia e Antônio Barreto) • (91) 3259.9001
La Traviata Firmado como um dos endereços italianos mais respeitados de Belém, o La Traviata acabou de passar por uma reforma e está de cara nova. São quase 20 anos desde a inauguração de um lugar onde funciona a típica cantina: toalhas quadriculadas nas mesas, ambiente aconchegante e a tradicional cozinha especializada em massas, queijos e vinhos. Destaque para a já famosa mesa de antepastos, que tem 50 itens – entre eles, queijos gruyère e brie, presunto cru e aliche. O La Traviata ainda oferece várias massas produzidas artesanalmente, presentes em um cardápio marcante e bem elaborado. O restaurante sugere experimentar o paillard de filé-mignon sobre fettuccine ao molho branco, que pode ser degustado junto com um vinho tinto da carta com 60 rótulos. Avenida Visconde de Souza Franco, 1454 (entre avenida Governador José Malcher e rua João Balbi) • (91) 3241.3337 www.revistalealmoreira.com.br
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Brasil
Eñe Restaurante Os chefs gêmeos Javier e Sergio Torres conquistaram um lugar cativo entre a elite da gastronomia espanhola de vanguarda. Essa expertise foi estendida às terras brasileiras, nos restaurantes Eñe. Inaugurados em 2007, na capital paulista, e em 2009, no Rio de Janeiro, os lugares praticam uma cozinha de raiz, mesclando com técnicas modernas, como cozimento a vácuo ou em baixa temperatura ao gastrovac (equipamento que cozinha, frita e marina alimentos a vácuo, em baixa pressão, potencializando o sabor natural dos ingredientes). No cardápio, os chefs sugerem pratos como o tartare de vieiras ao perfume de cítricos e calda de beterraba, a vitela lentamente braseada e o ravióli da casa com castanhas, foie gras e azeitonas pretas. Também é possível experimentar menus de degustação que variam a cada temporada, para que os clientes desfrutem de uma viagem pelos sabores da Espanha. O público paraense sentiu um gosto desse paladar na visita que os chefs fizeram a Belém, em junho passado, quando foram convidados a cuidar do jantar de lançamento do Torre Breeze, empreendimento da Leal Moreira. Confira nesta edição uma receita exclusiva dos irmãos espanhóis, preparada especialmente para a revista.
Avenida Prefeito Mendes de Moraes, 222, São Conrado, Rio de Janeiro (RJ) • (21) 3322.6561 • www.enerestaurante.com.br
O’Malley’s Ser o pedaço mais irlandês de São Paulo é o que faz do O’Malley’s um dos pubs mais concorridos da cidade. Com mais de dez anos de funcionamento, o bar fez fama pela boa música. Bandas de blues, jazz e classic rock se apresentam de quarta a domingo no andar de cima. A decoração reforça o vínculo com os famosos pubs de Dublin: balcão extenso, cervejas do mundo todo e a Guinness bem tirada da bomba. Além do salão principal e do mezanino onde acontecem os shows, ainda há no local uma sala de jogos com mesas de sinuca e um espaço reservado, para quem prefere ficar longe do barulho. O cardápio traz especialidades irlandesas, como o Irish Stew (um ensopado de cordeiro), mas também abre espaço para pratos com sotaques diferentes, como o indiano curry de frango. Uma grande pedida para visitar a Irlanda sem sair do Brasil. Alameda Itu, 1529, Jardim Paulista, São Paulo (SP) • (11) 3086.0780 • www.omalleysbar.net www.revistalealmoreira.com.br
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mundo
Hard Rock Café No que diz respeito a franquias da vida noturna, não há dúvida que o Hard Rock Café é um dos maiores nomes do ramo. Há 16 anos, ele também está em Buenos Aires, no prestigiado bairro da Recoleta. O bar ocupa dois andares do prédio Buenos Aires Design Center e tem capacidade para 350 pessoas em cada pavimento, com um pequeno palco no térreo, onde se apresentam diversos artistas, famosos ou não. O ambiente é inteiramente decorado com a temática do rock ‘n’ roll, hospedando ainda um museu com várias guitarras, cartazes de shows famosos e outros objetos curiosos do gênero mais popular do mundo. A especialidade da casa são os lanches americanos. Destaque para o The Legendary Hickory Burger: hambúrguer de bacon com cebolas caramelizadas e molho barbecue.
Avenida Pueyrredón, Buenos Aires Design Center, 2501, Recoleta • (0xx5411) 807.7625
Rice to Riches Uma doceria especializada em arroz-doce. Esse é o mote da lanchonete Rice to Riches, em Nova York. Situada no charmoso bairro do Soho, o lugar virou point dos gourmets e turistas com tempo de experimentar as muitas nuances da cidade. O ambiente tem design futurista e bem-humorado. A grande estrela é o pudim de arroz (como o doce é conhecido por lá), que vem nos mais exóticos sabores possíveis. O doce ainda pode ser incrementado com biscoitos, frutas, geleias e chantilly. Os potinhos custam de US$5 até US$35 e podem ser consumidos na loja ou entregues em casa pelo serviço delivery.
Spring Street, 37, entre Mulberry Street e Mott Street, Nova York (EUA) • www.ricetoriches.com www.revistalealmoreira.com.br
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Arthur Nogueira
Canto da
leoa
Aos 35 anos de carreira, a diva Fafá de Belém se firma como a embaixadora da cultura paraense, símbolo da diversidade de uma terra de contrastes
Fafá de Belém é uma leonina típica. Na postura, nas escolhas, na risada. Quando chega, ninguém mais fala. Ela é o centro das atenções. Pioneira, trouxe novos padrões à mulher brasileira, vendeu milhares de cópias, mas jamais pensou em ser cantora. Queria ser psicóloga. Talvez por isso se tornou a musa de um público tão diverso. Soube dar voz aos amores, às perdas, aos reencontros, que não escolhem raça, credo ou classe social e se fazem presentes na vida de todo o mundo. Para ela, o canto parece um divã, em que se descobre, aos 55 anos, a mesma de quando estreou profissionalmente, aos 20. Engajada, inteligente, imprevisível, Fafá de Belém adora Vítor e Léo, mas se embriaga com o disco de Shirley Horn em homenagem a Miles Davis. Extremos de quem proclama que “é o povo quem ensina ao artista o que ele tem de cantar e não o artista que ensina ao povo o que ele tem de ouvir”. Fiel ao que acredita, aos 35 anos de carreira, Fafá alcançou o posto de maior artista do Pará, o Estado pelo qual ela se diz apaixonada e que hoje, musicalmente, é apontado como o futuro do Brasil.
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Dizem que na adolescência você fugia de casa para cantar. É verdade? Na adolescência não, foi antes. Eu era muito menina, tinha uns 10 ou 11 anos. Ia passar férias em Salinas (Salinópolis, no nordeste do Pará) e meu tio Pedro não me deixava sair à noite com meus primos, mas eles encostavam o carro na janela do meu quarto, eu pulava fora e íamos à praia, escondidos. Enquanto eles namoravam, eu cantava. Como você descobriu, tão nova, esse talento musical? Quem descobriu foi meu irmão. Nunca pensei em ser cantora, queria ser psicóloga. E quando a música se impôs? Meu pai se aposentou e a família se mudou para o Rio de Janeiro. Muitos músicos de Belém iam visitar a minha casa, como o Paulo André Barata. Iam para tocar violão e experimentar a comida da minha mãe, que era deliciosa. Aí eu cantava, mas, como disse, não pensava em ser cantora. Foi um cara chamado Roberto Santana quem me »»»
Walda Marques
Fafá de Belém queria ser psicóloga, mas se tornou a maior artista do Pará na atualidade. “Acho engraçado quem tacha alguma coisa de brega e vai e copia roupa americana”
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descobriu, em 1973, e me apresentou ao Gil, Caetano e toda a turma. Gravei “Filho da Bahia” (composição de Walter Queiroz, de 1975) para a trilha Sonora da novela “Gabriela” e estourou. Quando você surgiu, o país vivia um período importante, de mudanças comportamentais. Nesse contexto, seu trabalho trouxe novos modos de postura à mulher brasileira. Como isso se deu? Era uma ebulição. Ou você estava dentro, ou não estava. Uma sede de mudança... Havia preocupação artística e não de marketing, como é hoje. E eu sempre fui diferente, grandona. Era aquela criança que gostava de estar no meio dos adultos. Aos 12 anos, assisti a um filme chamado “Viva Maria!” (de Louis Malle, 1965), em que Brigitte Bardot usava uns saiões e uns espartilhos. Aquilo caía bem pro meu corpo. Comecei a desenhar minhas roupas e minha mãe costurava. Ela era uma excelente costureira. Isso chamou a atenção quando comecei a cantar, aqueles figurinos do Globo de Ouro… A Elba tinha o cabelão despenteado, a Gal mostrava o umbigo, Bethânia cantava descalça. Eu surgi como um padrão de mulher brasileira mesmo, com peitão, com bundão. Para você ter uma ideia, minha primeira gravadora me pediu para emagrecer 10 quilos! (risos) Mas não suporto tendências. Todo mundo vestido igual? Deus me livre! Até hoje recebo cartas de mulheres que se identificam comigo por essas diferenças. Na década de 1980, esquentou a discussão sobre o espaço da mulher no Brasil. Você reclamou muita coisa (inclusive participou do especial “Mulher 80”) e se tornou símbolo sexual. Quanto às conquistas femininas, de lá pra cá, o que mudou? Tem muita mulherzinha ainda, que se veste pra se adequar a um status quo. Essa discussão é
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eterna. O mais interessante, eu acho, é que, mulherzinha ou contestadora, a mulher ganhou mais representatividade. Temos, por exemplo, uma presidente! Não é só porque é mulher que ela é boa. Ela realmente é boa! Apesar de tudo, de toda a herança de tantos anos conturbados. Tem muito rato na ratoeira, mas ela sabe se disfarçar de queijo (risos). Você gravou de tudo: música regional, novos compositores, homenageou os medalhões, foi a musa das Diretas e chegou até a ser tachada de “brega” por álbuns como “Fafá” (1989). O que determina as suas escolhas musicais? Para você ter uma ideia, meu pai ouvia foxtrote e big bands, minha mãe ouvia os medalhões, meu irmão, Beatles e Roberto Carlos… E eu sempre ouvi rádio. Em Belém, morava na São Jerônimo (hoje, avenida Governador José Malcher) com Nove de Janeiro, onde se cruzavam as sonoridades que vinham da Pedreira, o bairro do samba e do amor, com as que vinham da Condor, com seus cabarés e tudo mais. Sou tudo isso. As críticas com relação a esses trabalhos mais populares incomodaram? Acho engraçado quem fala que isso ou aquilo é brega e copia roupa americana. As críticas nunca me incomodaram até o momento em que percebi que as agressões vinham de pessoas com menos cultura do que eu, que só leem orelha de livro. Essa coisa de pequeno burguês, de classificar tudo, é que é cafona. Adoro muitos artistas populares, como Ivete Sangalo, Chitãozinho e Chororó, Vitor e Léo… No Terruá Pará, ouvi o Edilson Moreno e o achei maravilhoso! É claro que tem coisas que não consigo ouvir. Aquelas letras de achincalhe à mulher, por exemplo. »»»
O Pará conquista cada vez mais espaço na música brasileira, uma busca da qual você foi precursora. Como é testemunhar essa ascensão hoje, em comentários como o do escritor Nelson Motta? O Pará é longe, não é caminho, destino final, então, é preciso ter uma política pública que leve os artistas além. Por isso acho esse projeto do governo do Estado, o Terruá Pará, interessante e muito abrangente. No meu caso, foi diferente, porque eu tive um produtor maravilhoso, o Roberto Santana. Quem botou Belém no meu nome, inclusive, foi ele! Num Festival da Canção, em 1974, o Vital Lima (cantor e compositor paraense) tinha feito uma música linda. Os jurados eram caras importantes, como Hermínio Bello de Carvalho, Roberto Menescal… E o Vital ficou nervoso, me disse que não ia conseguir cantar. Eu entrei, cantei e ganhei como melhor intérprete sem estar inscrita! No fim, o Menescal me encontrou e disse: “Então você é a Fafá de Belém?” Eu disse: “Não, sou Maria de Fátima Palha de Figueiredo”. E ele: “Não, você é a Fafá de Belém!” Quando cheguei ao Rio de Janeiro, descobri que já era conhecida assim e foi o Roberto (Santana) quem espalhou. Ele dizia: “Tem que ser, você é a sonoridade de um povo”. Aí pegou. Musicalmente, por que você acha que o Pará chama tanta atenção? Pela qualidade dos instrumentistas e pela representatividade da Fundação Carlos Gomes. Lá temos, por exemplo, um violinista spalla de 14 anos! Fora isso, a percussão indígena, diferenciada, o saxofone ligado ao carimbó. O músico paraense se preocupa em estudar, ter uma cara. Só o Pará
e Pernambuco têm essa diversidade musical tão grande. Waldemar Henrique e Carlos Gomes, para mim, são as maiores referências. Em vídeo no Youtube, você se posicionou contra a divisão do Estado… Dividir o Pará é dividir o coração de um povo. Quem propõe, não é de lá. Chamaram o Duda Mendonça para fazer a campanha e ele não tem raízes lá – a não ser nas inúmeras fazendas que tem. Não podemos dividir o Estado por conta de uma peça de marketing bem feita, temos história! Como é isso de acordar e não ser mais paraense? Não dá para entender. Gastar uma fortuna para criar e manter novos Estados quando o povo precisa de infraestrutura, saneamento básico. É dividir um povo para somar egos. E, mudando de assunto, qual foi seu último álbum de cabeceira? Um da Shirley Horn em homenagem ao Miles Davis. Muito difícil tirar do player. Quando coloco, lá se vão meio litro de uísque e dezenas de cartas escritas (risos). Você tem mais de 35 mil seguidores no Twitter. Que acha dessa plataforma e qual a vantagem dela para o seu trabalho, comparado a outros momentos, em que o retorno do público não era tão imediato? É genial porque você pode falar com todo o tipo de gente, públicos múltiplos: o teu, outro mais jovem, outro que não se identifica… Tem de tudo! Entrei no Twitter, na verdade, para reclamar de engarrafamento e voo atrasado. Perguntei para a Mariana, minha filha: “Onde posso reclamar?” E ela disse: “No Twitter.” Lá não me furto de dar »»»
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Ligada nas redes sociais, a diva não se furta de emitir opiniões sobre tudo, do trânsito ruim à política brasileira
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opiniões, nada me trava. Fico animada! Estou no Facebook também, reencontrei pessoas. Só peço cuidado, tem muitos fakes lá. Sou a Fafá que está com uma taça, brindando. Que graça tem uma pessoa se passar pela outra? Vai lavar uma trouxa de roupa que é melhor (risos). Ainda sobre as redes sociais, você é adepta da música digital? Não sei fazer o download, mas acho democrática. Só precisamos descobrir uma forma de fazer com que todos sejam remunerados. Uma música sozinha não é nada. Precisa da letra, da melodia, do cantor, do arranjador, do técnico que grava. Só você pensa o que você pensa – isso precisa ser valorizado. Recentemente, Chico Buarque se mostrou surpreso com comentários que leu na internet, que se referiam a ele como “velho” e “bêbado”. Alegou que, muitas vezes, o artista não tem noção do quanto é amado ou odiado. Você acompanha comentários a seu respeito na rede? Acompanho muito! Eu entro em dicussão, faço confusão (risos). Uma vez entrei numa pesada e foi preciso a Mariana dizer: “Mãe, sai!” Mas, sobre o Chico Buarque, isso é charminho. Ele não é odiado, é impossível (risos). Foi divulgada, recentemente, a gravidez de Mariana. Qual a sensação de ser avó? Tô amando! Adoro criança, é sorte, é luz, felicidade. A Mariana sempre quis um bebê, uma vida mais formal que a minha. Aquela coisa de casar na igreja, ter família estável, ela sempre sonhou. O ano passado foi muito difícil: ela perdeu o irmão daquela forma trágica (por atropelamento, no Rio de Janeiro) e depois a avó dela, minha mãe. Aí agora foi presenteada com a Laurinha. Merecidíssimo! Em referência à canção “O gosto da vida” e à sua bio no Twitter: pra quem não sabe ainda, quem é Fafá aos 55 anos? É a mesma que saiu de Belém aos 20. Às vezes até mais inquieta! Este ano, um programa em Portugal fez uma homenagem pra mim, uma roda de perguntas. No final, exibiu uma entrevista de 25 anos atrás. Minhas respostas foram as mesmas! As mesmas esperanças, credos, certezas… Por isso acredito que o dinheiro é uma remuneração muito pequena. Maior é o que a gente constrói. Cantora não é contra baixar música na internet – “acho democrático” –, mas defende critérios
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Rosto colado Edyr Augusto escritor
Às vezes vou lá no velho baú de prata onde guardo minhas lembranças e me delicio. Um dia desses, alguém comentou do tempo em que se dançava de “rosto colado”. Me fez pensar no assunto. Não fui desses adolescentes que cedo já é chefe de turma e trata as meninas de igual para igual, trafegando com naturalidade em território hostil. Que vai às festas, dança com todas, namora com duas, três de cada vez e é disputado. Pelo contrário. Minha infância durou muito tempo, o que acho determinante para a maioria das minhas atividades, para a imaginação, encantamento e ingenuidade. Mas ali, a partir dos 13 anos, começaram a haver os aniversários, 15 anos, tertúlias (como eram chamadas as “Pipocas” de hoje) e os amigos me levavam. Era natural. Um amigo me chamou em sua casa. As vizinhas de apartamento, duas irmãs, fariam uma festa somente para nós, em seu quarto. Apagavam a luz. Não pensem que acontecia algo moralmente discutível. Era para dançar, flertar. Havia as festas. O problema era o que fazer, uma vez ali dentro. Pouca luz, Esmeril Band ou Guilherme Coutinho tocando, ou toca-discos, e a garo-
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tada em volta. Um colega corria e pegava a primeira que via, saindo dançando pelo salão. Aquilo é que era coragem! Uma vez, férias de julho, Mosqueiro, o saudoso Dr. Rubem Ohana chega em casa com sua kombi cheia de meninos e meninas do Chapéu Virado. Alguém põe discos. Todos dançam. Eu, assistindo. O que fazer? Onde estava a coragem de chegar, frente a uma das meninas e dizer a fatídica frase: quer dançar comigo? E se a resposta fosse “não”? Pior, “estou cansada”. Pior, pior, bem pior. A garota topa dançar. Vai uma música, outra, mais outra. Ultrapassando três músicas, Houston, temos um problema. A menina cola seu corpo no seu. Cola sua cabeça no seu peito. Temos um problema. Você não estava a fim da garota. Chamou apenas para dançar. O que fazer, então? Decepcioná-la? Outra vez, uma garota com quem dançava foi embora, faltando duas ou três músicas para o encerramento da “tertúlia”, na boate da Assembleia Paraense. Inebriado pela música, olhei em volta, disposto a ficar até o fim na pista, dançando. Havia uma moça, linda. Não quis nem saber. – Quer dançar? – Não, estou cansada. Acabou com a minha noite. Ou então, é a garota dos seus sonhos e finalmente ela está ali, de “rosto colado”, todos estão vendo e uma atitude terá de ser tomada. Vamos levando, a música vai, o rosto continua colado e nossa cabeça, dá cambalhotas nos pensamentos. Dizer a ela, no pescoço, que a amamos? Pedir para namorar, assim, no pé do ouvido? Convidar para ir até lá fora, onde podemos formalizar o pedido? Parece tão fácil, não é? Jogar para trás a forma de criança e assumir a adolescência. Tomar uma atitude por si próprio. É a idade dos primeiros amores. Aqueles que não esqueceremos jamais. Minha primeira namorada formal teve, corajosamente, o destemor de me perguntar, uma noite, na boate Papa Jimi, onde dançávamos há horas, como já vínhamos fazendo desde a boate Ressaca, no Mosqueiro, se estávamos ou não namorando. Que alívio! Sim. O tempo que levei ensaiando, de inúmeras formas, aquele pedido. O que essa garotada de hoje, com toda sua liberdade não
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sabe, é que nós, garotos, principalmente como eu, mais pro infantil do que para o adolescente, víamos as garotas como seres diferentes. Lindas, audaciosas ou tímidas, com suas vozes, seus rostos, seus corpos a nos enlouquecer e principalmente, sem nos deixar perceber como, realmente, pensavam. E, de repente, ter ali, em seus braços, “rosto colado”, corpo junto, corações disparados, “My Cherie Amour”, com Stevie Wonder rolando, a garota com quem você sonhou. Gente, é uma dessas ocasiões em que melhor seria ir para uma “Situation Room” como nos melhores seriados, e discutir a questão. E então, dar aquele beijo, meu Deus, como será beijar de língua? Aquele beijo de perder o fôlego, sorrir e se despedir, porque a mãe ou a tia com quem veio já está indo embora. E então, voltar ao convívio dos amigos, como um herói retornando de mais uma façanha, coberto de glórias, peito estufado, tirar por menos, aquela que foi sua primeira conquista na vida e enfim, mais tarde, sozinho, em sua cama, sem conseguir dormir de excitação pura, de espírito, sem malícia, sentir-se feliz, conquistador, poderoso, por saber-se amado, admirado por uma mulher, uma garota que somente ao olhar, piscar ou dizer qualquer coisa, fará você ir até a lua. Você agora é alguém, não mais a criancinha da casa. Você tem uma namorada. Alguém com quem dançará, a partir daí, de rosto colado. Os amigos sentirão ciúmes dela e ela, deles. E você dividido, tendendo para ela, claro, como um vapor que vai desatracando do porto, as pessoas acenando. Meu Deus, como era bom!
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perfil
Os símbolos da cultura nerd estão em todos os lugares e viraram objetos de desejo ao redor do mundo, seja você um geek ou não
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Tylon Maués
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Diego Ventura
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Desde o tempo em que a música passou a acompanhar as imagens no começo do cinema, a evolução gerou a figura do VJ, que tem Rodrigo Sabbá como expoente
Em sua definição, a música eletrônica é aquela que é criada ou modificada com o uso de equipamentos e instrumentos eletrônicos, como sintetizadores, gravadores digitais, computadores ou softwares de composição cujos nomes nem adianta decorar porque todo ano são criados novos e mais avançados. A figura clássica do DJ como conhecemos hoje, de mero tocador de discos e espécie de celebridade sobre os palcos, tem sua origem intrinsecamente ligada à popularização da música eletrônica. Esse caminhar junto foi criando ramificações que tornam os maiores eventos do gênero em verdadeiros espetáculos. Nesse quesito se encaixa o perfil do amazonense Rodrigo Sabbá, um dos VJs mais concorridos da atualidade. De Manaus apenas de nascimento e em Belém desde os 5 anos, aos 30 Rodrigo vive uma situação de puro reconhecimento profissional, tanto que suas performances já dão sinais de que estão ficando maiores que a noite da capital paraense. “Realmente não são muitos espaços que existem para tocar, mas ainda assim tem um público seleto e certo para todos os eventos”, diz. Recentemente, ele assinou contrato para apresentar-se em uma boate que deve ser inaugurada ainda no fim do ano na cidade. O VJ, no caso de Rodrigo, é uma atividade que tem uma linha tênue que o diferencia de um artista de audiovisual. Interado aos DJs nos shows, ele parte de imagens pré-produzidas que se encaixam com a música que rola na pista. “Tem que ter uma interação total, sentir a batida da música pra compor um só espetáculo”, define.
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Imagens sonoras Rodrigo por muito pouco não passa dessa linha que delimita o VJ do artista audiovisual. Este segundo, numa definição simplória, passa por todo o processo de criação da música e das imagens. É o dono do produto. Por enquanto, ele tem se limitado ao papel de VJ como um complemento da música. Não se sabe até quando. “Tenho músicas minhas, sets de imagens que casam com elas, mas por enquanto são coisas minhas, exercícios. Seria outro tipo de trabalho que é algo que penso para o futuro”. Esse lado autoral para o audiovisual já teve, no entanto, um produto de relevo. O documentário “De Belém a Budapeste”, feito ano passado com imagens de sua viagem à Hungria para um evento mundial de VJs – depois de conseguir qualificar-se numa “batalha” de VJs em São Paulo –, pode passar dos limites dos conhecedores de música eletrônica. Rodrigo tem se debruçado sobre ele nos últimos meses para editá-lo dos atuais doze minutos para cinco. O objetivo é inscrevê-lo no Salão Arte Pará. “Todo mundo que viu gostou, disse que levo jeito. Eu também gostei. Será interessante colocá-lo diante de pessoas que têm mais ligações ao audiovisual e que conhecem mais sobre essa forma de expressão”, avalia. São quase 15 anos desde a primeira experiência atrás das câmeras. Ainda no colégio costumava apresentar os trabalhos escolares dessa forma, filmando as atividades. “Na maioria das vezes deu certo”, lembra rindo Rodrigo, que depois ainda teve experiências nos anos 1990 com a febre dos patins em Belém – grupos »»»
O aparato de Rodrigo Sabbá inclui equipamentos de última geração e um figurino especial para apresentações
como Wikings, Cowboys, Falcons, lembram? Ele também fazia clipes. Há dez anos participou de um curso de edição e efeitos especiais ministrado por Mauro Melo e Davi Meleskani. Em seguida, vieram estágios e os primeiros trabalhos, quando teve os primeiros contatos com câmeras e programas de edição de imagens.
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Terror nas festas Esses “experimentos” desde a adolescência criaram o germe de um artista autodidata. A curiosidade o levou a buscar conhecimento até se ver como VJ. O curso de Engenharia da Computação não resistiu ao segundo semestre, substituído por especializações em videoarte, edição e muita experiência profissional em agências e produtoras de Belém. Atualmente trabalha na rádio Jovem Pan também como VJ – “Sou o primeiro VJ reconhecido trabalhando em rádio”, brinca –, além de trabalhar com videoarte em eventos de grandes emissoras de TV e lançamentos de produtos de todos os tipos. “Terror” é um dos apelidos com que Rodrigo é chamado pelos frequentadores das festas em que dá as caras. Nem tanto a cara, é verdade. De uns anos para cá, adotou uma máscara de paintball adaptada com óculos especiais com visores que lhe dão uma vista privilegiada dos seus monitores. O apelido, oriundo da performance, talvez venha também do visual radical futurista. “O pessoal me chama assim. Algumas pessoas, não todas. É legal, deixa rolar”.
Arsenal tecnológico O material de trabalho de Rodrigo Sabbá é composto por tanto equipamento que há dois anos foi obrigado a vender o automóvel para melhor municiar-se. Equipamentos fáceis de um computador Mac Pro, com 160GB mais HD externo de 250GB; um DVJ Controlador Numark; iluminação de leds RGB; um teclado Korg Midi para tocar e montar os acordes com imagens; mais um PC e outras coisas que para a maioria das pessoas é lista de filme de ficção científica. No palco é que ele se solta. “Às vezes me sinto como um Axl Rose dos VJs (risos). Para mim o trabalho que tenho de fazer é o de um showman. Tem muita gente entre DJs e VJs que torce o nariz, mas é como gosto de me apresentar”, contemporiza. Essa “torcida de nariz” acaba sendo inevitável quando se pensa que dificilmente não há uma disputa por atenção entre música e imagem nas apresentações. Para o futuro, Rodrigo pensa em alçar voos mais altos, seja como VJ ou videoartista. Estudo e aprimoramento passam por esse processo. Por mais que o seu meio esteja espalhado pelos quatro cantos do globo, ainda é a Europa a meca do audiovisual. “Todos os trabalhos de vanguarda mais importantes ainda estão por lá. É algo em que penso seriamente”, admite. Esse pensamento é passar uma temporada no Velho Mundo. Por enquanto é mais um sonho do que um projeto firmado, mas algo que ele leva muito a sério e que espera poder tocar ano que vem.
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galeria
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Michelli Almeida
Caleidoscópio
urbano
O grafite de Dri-K Chagas comprova que a arte pode estar nas mais diversas manifestações – inclusive aquelas que dão vida a muros e paredes
É
fácil encontrar na intrincada rota visual da artista plástica Dri-K Chagas os personagens que povoam sua obra e fazem parte do imaginário coletivo de uma cultura rica e cheia de nuanças. Com a “Cidade Labirinto”, instalação aberta mês passado e que pode ser visitada até o fim de setembro, ela mescla técnicas para destacar, com o uso do grafite, um roteiro de becos e vielas que promovem uma sensibilização coletiva acerca da realidade da periferia belenense. É a consagração, ao olhar crítico do público formador de opinião, daqueles que representam a margem da sociedade. Dri-K – que há cerca de dois anos começou a levar sua arte para dentro de casas e apartamentos, numa proposta inovadora de decoração de interiores – propõe uma verdadeira reflexão que nos leva ao íntimo de personagens que estão, ao mesmo tempo, tão próximos e tão distantes de nosso cotidiano. É uma viagem pelo interior da metrópole e daqueles que a habitam, retratando o alter ego de personagens marginalizados. São cidadãos invisíveis que a artista faz questão de trazer à tona para demonstrar, por meio de sua arte, o outro lado da rua, o soturno, o rotineiro, o perfil dos que estão fora da grande máquina do sistema. A artista – cujo traço começa a ultrapassar fronteiras – revela seu olhar sensível que, mais tarde, vai se transformar em arte. “A Cidade Labirinto tem entradas e saídas com cenas e perso-
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nagens dos mais diversos. Eu mesma, que circulo por bairros das redondezas da Cidade Velha, como Cremação e Jurunas, já vivenciei a experiência de entrar e sair em uma rua por onde nunca passei e ver pessoas com as quais nunca tive contato – o que me marca muito. Essas experiências me levam a fazer microrregistros e guardá-los em minha memória fotográfica”, aduz. A mostra “Cidade Labirinto”, portanto, é isso. São várias cenas pontuais da cidade. “No espaço, tento demonstrar como o cidadão, morador ou não, entra pelas ruas e não sabe qual será o seu destino”, revela Dri-K, que, este ano, também participa da Casa Cor Pará, fazendo, no estande da Leal Moreira, uma intervenção em grafite em um painel de doze metros de comprimento por dois metros de altura. “Neste trabalho, o estilo da arte urbana aparece bem explorado com personagens caricatos, cores marcantes e um estilo um pouco pessoal, envolvendo a técnica do Stencil”, descreve. A mostra “Cidade Labirinto” pode ser vista até 25 de setembro, diariamente, no horário das 10 às 21 horas, no Centro Cultural Sesc Boulevard, que fica no Boulevard Castilho França, 522/523. Mais informações podem ser encontradas no blog http://sescboulevard.blogspot.com ou pelos telefones (91) 3224-5654/ 5305. Veja abaixo a conversa que a Revista Leal Moreira teve com a artista, durante a montagem da instalação. »»»
Diego Ventura
Imagens cheias de cores e personalidade são ecos da realidade que a artista percebe em suas andanças pelos bairros da periferia de BelÊm
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Na “Cidade Labirinto” de Dri-K, habitam gente e entidades, casebres e objetos. “A tristeza nos rostos anônimos atrai a minha atenção”
Qual a primeira impressão do visitante ao encarar a “Cidade Labirinto”? A porta de entrada da “Cidade Labirinto” é o Ver-o-Peso, com seus pescadores, bombomzeiros, o vendedor de salgados, bicicletas de som, enfim, personagens que passam despercebidos na confusão do dia a dia, e mais uma imensidade de elementos que dão forma à diversidade humana que compõe o mercado. Que outros elementos interagem com a instalação além dos grafites? No grafite do moleque com o estilingue, faço um link direto com o vídeo que é exposto durante a mostra, só que com uma outra leitura. São expostos mais dois vídeos, um feito 35
próximo ao tradicional Bar do Rubão e outro gravado na avenida 16 de Novembro, ambos sobre o processo do grafite como arte urbana. Como estão dispostos os cenários e os personagens da “Cidade Labirinto”? Os casebres, as santas e o manto de Nossa Senhora de Nazaré estão ali como referência às minhas lembranças de artista e de boa parte dos moradores de Belém. A Senhora do manto é inspirada na minha avó, que faz parte desses grupos que ficam na primeira fileira e frequentam a igreja religiosamente todo domingo. Próximo à Senhora de renda branca, tem uma erveira, inspirada numa mulher que vi no ponto de ônibus e guardei na memória, pensando quem poderia ser »»»
Cenas pontuais da cidade de Belém, registradas na memória da artista, ganham um traçado que une o grafite a outras técnicas, criando um estilo inconfundível
aquela pessoa. Seria uma mãe de santo? Uma benzedeira? A ideia é brincar de desvendar a mente humana em um relance de olhar. Você faz uma representação dos ribeirinhos em espaço dedicado à Vila da Barca. Como eles são apresentados? Os ribeirinhos estão bem representados pelo espaço que remete à Vila da Barca e suas palafitas, povoadas por lavadeiras que, entre uma roupa e outra, conversam entre si em suas realidades periféricas. A privacidade, nesse caso, é dividida apenas por pequenas muretas ou cercas de arame farpado. Como você retrata a realidade e o alter ego desses personawww.revistalealmoreira.com.br
gens que habitam a “Cidade Labirinto”? A tristeza presente nos rostos dos personagens anônimos atrai minha atenção. É quando as pessoas param e pensam na vida, num exercício de reflexão contínuo. É um sentimento visual que capto de olhar e refletir sobre o que move as pessoas. Já ministrei oficinas de grafite e desenho para crianças da Cremação, Benguí e Tapanã. Algumas expressões faciais e físicas inexplicáveis nunca saíram da minha cabeça. Uma pergunta feita por eles, um olhar. É isso que procuro registrar aqui. Numa comparação da “Cidade Labirinto” com a Belém atual, como você define a geografia interior de sua obra? A “Cidade Labirinto” tem entradas e saídas com cenas e »»» 36
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personagens dos mais diversos. Eu mesma, que circulo por bairros das redondezas da Cidade Velha, como Cremação e Jurunas, já vivenciei a experiência de entrar e sair em uma rua por onde nunca passei e ver pessoas com as quais nunca tive contato. Essas experiências me levam a fazer microrregistros e guardá-los em minha memória fotográfica, para serem apresentados em ocasiões como a mostra “Cidade Labirinto”. São várias cenas pontuais da cidade. No espaço, tento demonstrar como o cidadão, morador ou não, entra pelas ruas e não sabe qual será o seu destino. Que tipo de reflexão sugere a “Cidade Labirinto”? Ao criar num ambiente expositivo o que normalmente se apresenta em espaços públicos, busco proporcionar ao espectador uma reflexão sobre a ocupação e o desenvolvimento espacial que a cidade sofre e o processo de “construção visual” que vem redesenhando nosso olhar. Para isso, a exposição se apresenta como um labirinto, por onde os visitantes poderão fluir, deparando-se com trabalhos em variados suportes que reproduzem os ambientes das ruas e baixadas. A partir da transposição da periferia para dentro da galeria, é possível vivenciar »»» 39
É uma conquista o grafite alcançar reconhecimento artístico e frequentar as galerias
um choque de realidades que, embora dramático, tem seu tom de poesia. Algumas pessoas costumam identificar esse tipo de instalação com obras d’Os Gêmeos (grafiteiros brasileiros reconhecidos mundialmente) ou obras como os famosos “Penetráveis”, do tropicalista Hélio Oiticica. Como você lida com essas comparações? Muitas pessoas já fizeram essa pergunta, mas não pensei no Oiticica na hora de conceber minhas obras. Tudo foi mais pensado nos bairros que circundam a Cidade Velha mesmo, localidades onde costumo conviver bastante. Para você, como se dá esse processo de inserção do grafite – até pouco tempo tido apenas como arte de rua – em galerias de arte e museus? O fato de o grafite ganhar reconhecimento artístico e alcançar as galerias é uma grande conquista. Há poucos anos, a prática era marginalizada e tida apenas como arte de rua. Hoje exerce ambas as funções: a de interagir com as pessoas que passam no ônibus e no carro, e com o pedestre e os apreciadores de arte em ambientes expositivos. No eixo Rio-São Paulo o movimento já é mais intenso. O que antes era visto como vandalismo hoje é tido como arte, cuja tela são os prédios, muros e paredes. A moldura é o próprio espaço urbano. Apesar de grafiteiros paulistas como Speto e Zezão começarem a ter conhecimento do movimento grafiteiro de Belém, não existe conexão física de troca de trabalho, o contato ainda é muito virtual, e o processo, lento. Já fiz trabalhos com o grupo paraense Cosp Tinta. O mais recente foi em homenagem ao Dia Nacional do Grafite (27 de março), em comemoração à morte do pioneiro do grafite no Brasil, Alex Vallauri. A obra fica num muro da avenida »»»
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Dri-K: levando o grafite para ser apreciado nas ruas e em ambientes expositivos
Visconde de Souza Franco, esquina com a Rua Gaspar Viana. Como tem sido a experiência de trabalhar em interiores de casas e apartamentos? Do ano passado para cá as pessoas têm procurado o grafite para dar um tom mais contemporâneo e personalizado às suas casas. Venho há dois anos desenvolvendo trabalhos em interiores de casas e apartamentos, com a proposta de intervenção do grafite. Com isso, vejo um reconhecimento muito positivo para a produção do grafite em Belém, que veio se consolidar mais ainda com a consagração da técnica enquanto arte neste ano. Essa produção se torna interessante pelo fato de que cada cliente tem seu grafite personalizado, produzindo algo único e contemporâneo. Há ainda a possibilidade de interação do grafite com alguns objetos da casa. Você participa da Casa Cor Pará este ano, grafitando o estande da Construtora Leal Moreira. Como se dará essa intervenção? Minha participação no Casa Cor será com uma intervenção em grafite, na composição de um painel de doze metros de comprimento por dois metros de altura. O estilo da arte urbana será bem explorado com personagens caricatos, cores marcantes e um estilo um pouco pessoal, envolvendo a técnica do Stencil.
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Celso Eluan empresário celsoeluan@ig.com.br
Escolhas
difíceis
Decididamente não e fácil escolher, seja a roupa (ah, Noel Rosa), o marido, o emprego, o futuro. Talvez por isso seja tão corriqueiro fazermos escolhas simplificadas, para não dizer duvidosas. Emagrecer, essa obsessão atual, é um processo lento, exige esforço, queima calórica, restringir delícias, fazer sacrifícios de toda ordem. Mais simples é acreditar que uma pílula qualquer, um placebo de ocasião, pode operar o milagre de lhe trazer aquela silhueta silfídica (que morram essas modelos da Victoria’s Secret). Com um pouco mais de esforço talvez uma cirurgia milagrosa. Mas suar aos cântaros numa academia ou evitar aquela feijoada, por favor, isso é demais. Da mesma forma agimos na política. Mais simples é acreditar que ao escolhermos um candidato estamos encerrando o processo de aperfeiçoamento da cidade, ou do país. A cada dois anos (querem unificar os pleitos para só termos esse enorme trabalho apenas a cada quatro anos), dedicamos alguns instantes à frente da urna e entregamos o destino da coletividade a alguns eleitos. Afinal eles fizeram promessas de um mundo novo, de que finalmente encontraremos o Paraíso Perdido. Messianicamente nos acenam com um futuro idílico e a eles concedemos o status de redentor, de Salvador. Muitas vezes enxergamos na política uma extensão da religião, basta acreditar. Está na gênese do ser humano essa crença, desde os primórdios acreditamos em forcas superiores que tudo podem. E os redentores da nação apenas exploram essa fé. Bem mais complexo é entender as forcas sociopolíticas, como as decisões são tomadas e o papel de cada um. Num país onde o presidente vem a público exaltar um cidadão pobre que achou uma mala de dinheiro e foi devolver, ainda enaltecendo que achado não é roubado, tem muito a caminhar em seu desenvolvimento social.
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Se um ato, que nem mereceria destaque tal sua obviedade moral, chega aos holofotes, é porque ainda trata-se de uma exceção e não a regra. Ora, se a regra é a apropriação indébita, por que nos enfurecemos com as sórdidas intrigas políticas? Elas apenas seguem as regras não explícitas, mas aceitas por todos. É o dito pelo não dito. Em público dizemos que não devemos nos apropriar do alheio, mas no particular nos curvamos ao afago moral do “achado não é roubado”. Este é um ato político, pois carrega a forca moral que nos define. Se assim o é, como dizia aquele político alemão, melhor não sabermos como são feitas as salsichas e as leis. Melhor tomar uma pílula para dormir e continuar a acreditar que tudo vai melhorar, mesmo sem nada fazermos para tal. Talvez devêssemos deixar a política para os políticos e não agirmos politicamente em nossa família, empresa, no condomínio privado da nossa minúscula existência. Amém!
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comportamento
O executivo Geraldo Guimarães é adepto dos esportes radicais para manter o equilíbrio entre uma apertada agenda de reuniões
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Catarina Barbosa
Em debusca
emoção
Relaxar, para eles, não é sinônimo de calmaria. Conheça pessoas que adotam hobbies inusitados como forma de recarregar as energias e driblar o estresse do dia a dia.
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ocê – que nos lê – com certeza tem algum hobby: ler, escrever, ir ao cinema, jogar videogame, correr, bordar. Além de normal, é saudável exercer atividades distintas do trabalho cotidiano. Contudo, há pessoas que escolhem hobbies incomuns para desestressar, atividades que se tornam verdadeiras paixões e praticamente impossíveis de serem dispensadas. O executivo Geraldo Guimarães Jr., 48 anos, é um deles. Para relaxar, ele precisa de altas doses de adrenalina. Praticante de paraquedismo há 17 anos, o vice-presidente para a América Latina da multinacional alemã Elster Integrated Solutions afirma que não há estresse que resista à atividade. “Para mim, além de ser uma diversão extremamente prazerosa, o paraquedismo é uma forma de aliviar o estresse da vida profissional”, confessa, dizendo que saltar de três a cinco vezes num sábado ou domingo o deixa mais do que preparado para enfrentar uma semana de trabalho e viagens. Na companhia em que trabalha, o cargo do executivo exige assumir riscos, tomar decisões rápidas, gerenciar fatores externos e ainda comandar equipes de alta performance. Ele conta que no
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paraquedismo não é diferente, e que a atividade o ajudou a evoluir profissionalmente. “Quando saltamos, passamos pelas mesmas situações, só que em um ambiente mais crítico ainda, em que a vida está em risco, por ser um esporte radical”, avalia. A prática do esporte começou por influência de um colega de trabalho, Gastão Jucá – que ele considera o seu “guru”. “No trabalho, ele me mostrava fotos e filmes, e fui me empolgando”. Um dia, a convite do amigo, ele foi ao Aeroclube de Belém assistir a uma atividade e, desde então, não se desvencilhou mais do paraquedismo. “Nesse dia me inscrevi no curso ASL (Automatic Static Line), em que o salto é a quatro mil pés, com paraquedas redondos, de um avião para quatro pessoas. Desde então, já saltei mais de 700 vezes, e não penso em parar”, assume. Da diversão à prática profissional, Guimarães já participou de dois times de paraquedismo: o Agora Vai e o Parazão, nos quais conquistou o segundo e o terceiro lugar, respectivamente, no campeonato brasileiro de 400Way (evento em que os paraquedistas formam figuras pré-estabelecidas em queda livre). O executivo conquistou, ainda, o primeiro lugar no campeonato de duplas e tam- »»»
Diego Ventura
O professor, advogado e astrólogo Rui Paiva é apaixonado por bateria desde a adolescência. Na outra página, gente que tem o mergulho como passatempo
bém o recorde sul-americano de uma formação de 102 paraquedistas brasileiros em abril deste ano, na cidade de Eloy, Arizona (EUA). O mais curioso, além de Guimarães praticar o esporte radical para relaxar, é o fato de o executivo assumir – sem pudores – o seu medo de altura. “Sempre tive medo de altura. Já parei brinquedos do parque de diversões de Nazaré com medo e paguei um grande mico na roda-gigante do Hopi Hari na frente da minha filha, que na época tinha 4 anos e me acalmava conforme a roda ganhava altura”, conta. “No paraquedismo, sempre sinto medo na hora de sair do avião, quando a porta se abre, mas o grande barato acaba se tornando uma terapia. É dominar o medo e se lançar”, explica. Apesar do temor, Guimarães nem cogita a possibilidade de deixar o esporte. “Acho que se eu parar, morro de tédio. Enquanto tiver saúde, quero continuar saltando”, conclui. Adrenalina verde No mesmo caminho de Guimarães, o professor de educação física e sargento do exército Bruno Borges, mais conhecido como Bruno Aventura, 32 anos, também é adepto de esportes radicais como forma de relaxar. A paixão começou ainda criança, www.revistalealmoreira.com.br
quando ele fazia trilha com amigos e a família. “Eu acompanhava meu irmão em aventuras pela natureza e também surfava. Apesar dos meus pais não serem muito aventureiros”. Entre as atividades praticadas e oferecidas pelo Bruno no Amazônia Ventura estão: rapel, tirolesa – uma técnica usada para transpor pessoas entre um ponto e outro, fixada por uma corda ou cabo-de-aço –, arvorismo, canoagem, paraquedismo, trilhas ecológicas, trilhas de bike, passeio de barco, orientação com mapa e bússola, sobrevivência na selva, expedição de aventura, entre outras. Tudo é feito em contato com a natureza. “Cada uma dessas atividades, cada momento, é sempre mágico. Na hora, até dá medo, por conta da adrenalina, mas depois é curtir o relaxamento de ter cumprido mais uma missão”, afirma. Para quem pensa em começar a praticar os esportes, Bruno alerta. “É um amor que não tem volta. Quem pratica atividades em contato com a natureza, se vicia e não consegue mais parar”, garante. Além do contato com a natureza, as formas artísticas também são válvulas de escape muito usadas para aliviar tensões do cotidiano. A profissional formada em contabilidade, direito e gestão imobiliária e professora universitária Elana Greice Arruda, 48,
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é adepta dessa forma de expressão. Dançarina flamenca há onze anos, ela se divide entre as profissões, a dança e a família. A atividade combina, essencialmente, o canto, o baile (dança) e o toque da guitarra. Juntando os três elementos, nasce o flamenco. Elana explica que o elemento final que caracteriza a dança é o chamado “duende”. “Para despertar o seu duende, o bailaor – bailarino – deve sentir a música e expressar, por meio de cada movimento, seus sentimentos”, explica. No flamenco, há reuniões chamadas de juerga, que normalmente começam com um encontro no qual as pessoas conversam, comem e tomam vinho. “O mais importante em uma juerga é a espontaneidade da forma de expressão artística; por isso, o evento não pode ser planejado ou forçado. As festas geralmente se estendem por toda a noite e o baile é repleto de força, paixão e altivez. O flamenco é música, alegria e felicidade”, explica, apaixonada, a dançarina. Com muito controle do corpo e força nas pernas, Elana diz que a dança, além de relaxar, a deixa mais disposta para o dia a dia e para a vida. Integrante do Cia. de Dança Flamenca do Pará, ela já viajou para representar a companhia em outros Es-
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tados. “Tenho um grande apoio, pois muitas pessoas admiram a prática, tanto família e amigos, quanto o meu marido, que é o meu maior incentivador”, destaca. O vigor da dança flamenca, segundo Elana, favorece a disciplina, determinação, atitude e organização profissional. O entusiasmo da dançarina é tanto que ela afirma que seria uma realização de vida poder se dedicar integralmente à arte. Válvula de escape No oposto do pensamento de se dedicar somente à paixão pela arte, o professor de língua portuguesa, advogado, músico, astrólogo e baterista da banda Álibi de Orfeu, Rui Paiva, 45 anos, afirma que, apesar de também ser um apaixonado pela bateria, não conseguiria fazer somente isso na vida. “Eu me sentiria inseguro sendo somente baterista. Como diz o Paulinho da Viola, ‘as coisas estão no mundo. Eu é que tenho de aprender’, cita. Rui Paiva começou a tocar bateria aos 14 anos, por influência dos Beatles, Bach e Wilson Simonal, mas primordialmente por apoio dos pais. “Quando decidi aprender o instrumento, eles me apoiaram, ao contrário de muitos dos meus amigos, que não tinham apoio em casa por conta do estigma de ser »»»
Elana Arruda se divide entre a gestão imobiliária e a contabilidade, mas queria mesmo era poder se dedicar exclusivamente à dança flamenca
O flamenco reúne muita força e altivez. Para mim, o balé é alegria e felicidade
músico”, relembra. Devido às dificuldades, o baterista foi autodidata na aprendizagem do instrumento. “Não existiam professores de bateria em Belém na década de 80, por isso teimei em ser guitarrista. Quando percebi que minha vocação era bateria, não pensei duas vezes em mudar”. Hoje, além de ser um hobby, ser baterista tornou-se uma profissão, além de também uma atividade indispensável para Paiva. “Tocar bateria é muito relaxante e pode ser um grande diferencial durante o dia de um executivo, por exemplo. Quando acabo de tocar em um show, é muito bom. Faz bem para tudo, desde o lado físico até o lado psicológico. A música é uma das maiores razões que fazem a vida ter sentido”, elucubra. Rui Paiva faz questão de destacar a importância da música para o desenvolvimento de uma sociedade. “Não há como dissociar o ser humano de sua capacidade de evoluir por intermédio dela, tanto que o próprio MEC (Ministério da Educação), quando estipulou as cinco competências do Exame Nacional do Ensino Médio, Enem, destacou duas especialmente para a identificação das linguagens artísticas”, defende. De fato, cada um tem sua forma particular e peculiar de relaxar, encontrar paz, sossego, de deixar – por um minuto – os problemas de lado. Na dança, no paraquedismo, na leitura, na música ou em contato com a natureza, o mais importante é descobrir o que relaxa você e se envolver de coração com essa atividade, porque, como disse Clarice Lispector: “O que importa, afinal, viver ou saber que se está vivendo?”
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na tela), navegador integrado, Web Browser, AllShare – para conectar o aparelho a outros dispositivos digitais como PC câmera e tablet – e DLNA, uma tecnologia que permite visualizar fotos, assistir a vídeos e ouvir música armazenada no computador diretamente na TV, por uma rede sem fio. Preço sugerido: R$ 10.999. Onde: Sol Informática.
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especial
A Igreja de Nossa Senhora do Carmo foi construída no início do século XVII e, graças a uma reforma feita por Antônio Landi, mescla elementos do neoclássico e do barroco
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Arthur Nogueira
Diego Ventura
Arquitetura da
fé
Belém é reduto de dezenas de templos religiosos que contam a história da devoção de um povo às vésperas de sua maior festa, o Círio de Nazaré
N
a década de 1920, a serviço de uma em-
atrai mais de dois milhões de pessoas anualmen-
presa jornalística, o poeta Manuel Bandeira visitou Belém do Pará. O exotismo e a
te. Os devotos vão às ruas e percorrem um longo itinerário, acompanhando a berlinda com a ima-
“equatorial beleza” inspiraram no pernambucano versos dedicados à “terra da fala cheia”. Dessa sa-
gem da padroeira dos paraenses, Nossa Senhora de Nazaré. Realizada desde 1793, a festa tem
fra, um dos poemas mais conhecidos é “Belém do
início na Catedral Metropolitana de Belém e finda
Pará”, que tem início com a onomatopeia “bembelelém”. A expressão reproduz, em trocadilho, o nome da cidade e a melodia dos sinos. Não por acaso, o som que melhor representa o lugar e seu povo.
na Basílica Santuário. Devido a essa tradição, as duas igrejas se tornaram cartões-postais da cidade, mas não são as únicas edificações de cunho religioso que contam a história do local. Foi pelas mãos de um arquiteto italiano, Giuse-
Em Belém, muitas são as histórias e os templos de fé. O Círio de Nazaré, a maior festa religiosa do Brasil, ocorre no segundo domingo de outubro e
ppe Antonio Landi, que boa parte do patrimônio histórico de Belém se desenhou. Com a presença do estrangeiro, a cidade passou a abrigar constru- »»»
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Considerada uma joia da arquitetura de Landi, a Capela de São João Batista, erguida no século XVIII, esconde cúpula interna por trás dos elementos em linha reta ções cosmolitas, que reproduziram o que havia de mais sofisticado nas edificações das cidades italianas àquela altura. Landi residiu na Amazônia por 38 anos e inúmeras foram as suas realizações. No âmbito das igrejas, merecem destaque dois projetos: a Capela de São João Batista e a Igreja de Nossa Senhora do Carmo.
Altar barroco O outro santuário, a Igreja do Carmo, data do início do século XVII. “Existia outra igreja no mesmo local, com mais ou menos as mesmas proporções. Era, possivelmente, um dos maiores templos da cidade naquele período”, conta Flávio Nassar. O pesquisador explica que, durante uma reforma na fachada da antiga construção, a nave ficou comprometida
Tesouro escondido Para o professor Flávio Nassar, coordenador do Fórum Landi, organização mantida por pesquisadores, professo-
e foi necessário um restauro, que ficou a cargo de Antônio
res e alunos interessados na história da Amazônia do século XVIII, a Capela de São João pode ser considerada a “joia”
ção original, foi mantido, por exemplo, o altar Barroco Carmelita. Por essa razão, a Igreja do Carmo apresenta o estilo
da arquitetura do italiano. “É a mais diferente, pelo tamanho,
Neoclássico somente no corpo e na fachada, preservando o
porte, harmonia.” Segundo ele, há um efeito surpresa na construção, que a torna especial. “Quando se olha de fora, a prevalência de elementos em linha reta não permite imaginar, por exemplo, que há uma cúpula interna.” Em alvenaria
interior Barroco. O santuário abriga, ainda, uma valiosa coleção de Arte Sacra, preservada pelo arquiteto. Essa riqueza pode ser vista diariamente, já que a igreja - onde ainda são celebradas missas - é aberta ao público.
de pedra riscada, especula-se que a capela foi construída entre 1769 e 1772. Na Igreja de São João, Nassar destaca as pinturas de
outro templo em Belém, a Igreja de Nossa Senhora das Mercês, sobre o qual especula-se uma possível intervenção de
quadratura, técnica exclusiva da Academia Clementina, escola localizada em Bolonha, cidade natal de Landi. “São as
Landi. “Não há provas documentais, mas indicações. Certos autores percebem, no projeto, as marcas do trabalho dele”,
três únicas pinturas deste tipo em todo o Brasil. As obras ser-
esclarece. Na fachada, a Igreja das Mercês apresenta fron-
vem de retábulo ao altar principal e ao altar lateral da igreja”. Restaurada em 1996, a Capela apresenta nave em formato
tário em estilo Rococó, estilo surgido na França como desdobramento do Barroco, e pilastras dóricas. É a única igreja
octogonal irregular, coberto por uma cúpula. Foi construída no chamado Largo de São João, no bairro da Cidade Velha.
em Belém – e uma das quatro no Brasil - que tem frontaria em perfil convexo. »»»
Landi. “Ele manteve alguns elementos do prédio, tendo projetado somente da porta principal à capela-mor.” Da edifica-
Segundo Flávio Nassar, além de São João e Carmo, há
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A Igreja das Mercês, uma das quatro do Brasil que têm a entrada com perfil convexo, foi testemunha dos confrontos da Cabanagem
Revolta indígena A Praça Visconde do Rio Branco, mais conhecida como Praça das Mercês, onde se localiza a Igreja das Mercês, foi o cenário sangrento de um dos confrontos da Cabanagem, movimento popular que estourou entre os anos de 1835 e 1840 no Pará. As lutas expressavam a revolta de índios, mestiços e escravos com a minoria branca, formada pela elite política do Estado. “Quando os Mercedários foram expulsos do Brasil pelo Marquês de Pombal, o Convento das Mercês, anexo à Igreja, foi transformado num quartel, uma espécie de depósito de munição. A tomada desse espaço, durante a Cabanagem, foi um momento histórico decisivo”, pontua Nassar. O referido confronto ficou conhecido como “Batalha do Trem de Guerra” (1835) e vitimou Antonio Vinagre, um dos líderes do movimento cabano. “Vinagre foi atingido por uma bala na testa. Atiradores do Exército estavam posicionados no alto dos casarões ao redor da praça”, lembra o professor. De tantos acontecimentos, fica a constatação: em cada fragmento dessas paredes de pedra, na “fé maciça” das igrejas de Belém, como bem observou Manuel Bandeira, se
Leia mais
mantém viva a memória de um povo. Um legado infinito, não porque se estende indefinidamente no espaço, mas porque, como a própria História, não tem limites. Que permaneça aceso, na chama de tantas velas, e que os sinos – bembelelém - jamais interrompam seu ritmo.
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decor
Casa Cor Parรก
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Leonardo Aquino
Diego Ventura
O maior evento de arquitetura, decoração e paisagismo das Américas vai reunir 132 profissionais e reproduzir 70 ambientes de casa e escritório
ano, a movimentação foi intensa no antigo quartel do 2º Batalhão da Polícia Militar, em Belém. Mais de 250 operários trabalharam
tas para deixar tudo pronto para os arquitetos. Essa tarefa que parece simples precisou, contudo, ser feita com atenção redobrada, já que uma parte do prédio do quartel, que tem
dia e noite para colocar em prática sofistica-
mais de 130 anos de construído, é patrimônio
dos projetos arquitetônicos. Agora, a partir de setembro, quando receberá a primeira edição
tombado. “Os elementos históricos não puderam ser destruídos. Isso trouxe um desafio ainda maior para os arquitetos responsáveis pelos projetos, que tiveram que evidenciar esses
Entre os meses de maio e agosto deste
da Casa Cor Pará, o espaço vai ficar ainda mais movimentado. Cerca de 40 mil visitantes são esperados na versão paraense do maior evento de arquitetura, design e paisagismo das Américas, que promete lançar novas tendências e impulsionar ainda mais o mercado local. Antes que o espaço fosse aberto ao público com o acabamento que leva a assinatura da Casa Cor, houve muito trabalho. Foi preciso fazer uma série de adaptações no interior do antigo quartel para que ele pudesse receber os ambientes temáticos que compõem a mostra. Forros, pisos e instalações elétricas foram algumas das intervenções básicas fei-
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elementos e tirar proveito deles”, conta César Meira, um dos sócios franqueados da Casa Cor Pará, lembrando que o espaço foi cedido pelo Governo do Pará. No total, serão reproduzidos 70 ambientes, entre espaços domésticos e corporativos. Quartos, livings e cozinhas estarão lado a lado com gabinetes, estúdios e escritórios. Espaços com perfis diferenciados, mas unidos por conceitos inovadores ligados ao tema da mostra, “Dia a dia com a tecnologia”. Alguns deles serão dedicados a personalidades pa- »»»
Os espaços Leal Moreira na Casa Cor reúnem arquitetura e arte para levar à mostra o conceito de bem-estar em ambientes de casa ou do trabalho
raenses. O lutador do Ultimate Fighting Championship (UFC)
que também já foi batizado de Espaço de Vidro e promete
Lyoto Machida, por exemplo, é a inspiração para a Academia do Campeão.
surpreender pela criatividade e ousadia. “Procuramos deixar os arquitetos com liberdade para criar. Quem visitar a Casa
A cantora Fafá de Belém será homenageada no Camarim do Artista. Já o Atelier do Estilista será dedicado a André
Cor Pará pode esperar não só ousadia, como também sustentabilidade e tecnologia, que fazem parte da premissa da mostra”, explica César Meira.
Lima, um dos maiores nomes da moda brasileira. O saudoso chef Paulo Martins, embaixador da culinária paraense pelo mundo afora, batizará uma cozinha que receberá even-
Parcerias
tos e cursos ligados à gastronomia. O prestígio ao Pará estará não apenas nesses, como em todos os espaços, já que
A Casa Cor não é só um grande evento de arquitetura e design, mas também de lazer e entretenimento. Durante os
os 132 profissionais participantes da mostra são paraenses
quase dois meses de funcionamento, ela terá também atra-
ou radicados no Estado. Na área externa do quartel, haverá os projetos de paisagismo, que receberam sugestivos nomes: Jardim das Sensações, Jardim dos Sussurros, Jardim Cenográfico e Jardim
ções culturais e gastronômicas. Para isso, foram fechadas parcerias que agregarão ainda mais valor à mostra. Os restaurantes Armazém Belém e A Forneria, o wine bar Grand Cru, a sorveteria Ice Bode, a doceria Doçura’s e a temakeria Hai estarão presentes com ambientes exclusivos na Casa Cor. A Leal Moreira também é uma parceira importante do »»»
Equatorial. Além disso, foi montado um palco para apresentações musicais. A atração que provavelmente é uma das mais aguardadas é o Espaço Institucional Leal Moreira,
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Em um dos espaços, a simulação de uma sala de jogos que se apropria de objetos do dia a dia - como bicicletas antigas - para forjar um ambiente especial
evento. A construtora é a patrocinadora estrutural e forneceu
surpresas”, diz André Moreira.
toda a mão de obra necessária para a adequação do antigo quartel da PM. “Buscamos uma construtora que tivesse o
Os espaços da Leal Moreira serão decorados por dois escritórios parceiros da construtora. O escritório Perlla et Jr
porte para apoiar um evento da importância da Casa Cor e
será responsável pelo Lounge, que terá 185 metros quadra-
encontramos um casamento perfeito com a Leal Moreira, uma das maiores empresas do Pará”, justifica César Mei-
dos e um mezanino. Para o arquiteto José Jr., um dos sócios do escritório, o Lounge será uma espécie de salão de festas da Casa Cor Pará e funcionará como um espaço múltiplo, com galeria de arte, espaço de música, cinema, gastronomia e arquitetura. Ele será dividido em hall de entrada, bar e
ra. “Os sócios estão de parabéns pela coragem de trazer a Casa Cor a Belém e podem contar conosco para que ela seja o melhor evento do Brasil”, completa André Moreira, diretor da Leal Moreira. A Leal Moreira terá dois espaços na Casa Cor Pará. O
salão, com móveis assinados por grandes designers ao lado de criações próprias como sofás e divisórias.
Lounge, em parceria com o restaurante Grand Cru, terá fes-
Já o Espaço Corporativo ficará a cargo do escritório Henry
tivais de vinhos e gastronomia e será aberto para eventos. Já o Espaço Institucional terá o objetivo de apresentar a construtora, mas sob um conceito diferente. “Vamos mesclar a tecnologia, que é o tema da mostra, com um lado mais humano, mas SEM dar muitos detalhes para não adiantar as
Harada Arquitetos Associados. O ambiente tem 27 metros quadrados e, ao contrário do que o nome pode dar a en-
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tender, não será dedicado à venda de empreendimentos da Leal Moreira, e sim de mostrar o conceito dos produtos da construtora. A Leal Moreira leva para seus visitantes espaços »»»
que reúnem ainda o talento de artistas como a grafiteira Dri-K Chagas e o videomaker Rodrigo Sabá. História A primeira edição da Casa Cor aconteceu em 1987, em uma propriedade da família Forbes, no Jardim Europa (bairro da cidade de São Paulo). Foram apresentados na ocasião 22 ambientes, idealizados por 25 profissionais e visitados por 6,7 mil pessoas. Desde sua inauguração, a mostra vem alcançando números grandiosos e hoje integra o calendário dos eventos mais importantes da cidade de São Paulo. Ano passado, cerca de 159 mil visitantes conferiram as novidades do setor, um crescimento de 2000% em público em relação à primeira edição. A ideia do evento surgiu quando a brasileira Yolanda Figueiredo e a argentina Angélica Rueda, durante uma viagem para Buenos Aires, encontraram seus amigos Javier Campos Malbrán e Ernesto Del Castilho, que fizeram a proposta às duas para organizar um evento de decoração no Brasil. »»»
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A Leal Moreira leva para a Casa Cor Pará restaurantes e espaço onde haverá programação cultural e atrações gastronômicas. Ao lado, os arquitetos Ana Perlla et José Junior, responsáveis pelos ambientes e instalações.
A partir daí, a Casa Cor tornou-se referência de bom gosto, influenciando formadores de opinião e agregando valor às marcas às quais se associa. Em 2000, a marca foi adquirida por um fundo de investimentos administrado pelo Pátria Banco de Negócios. O histórico de sucesso repercutiu e ganhou mais força em março de 2008, quando ocorreu a aquisição por Abril S/A e Grupo Doria. Desde então, diversas inovações surgiram, como um
Resumo da programação cultural
audacioso plano de licenciamento de produtos com a marca, investimento em opções de entretenimento e a criação e
Leia mais
Atualmente o Grupo Casa Cor tem 21 franquias, das quais 17 nacionais (Amazonas, Bahia, Brasília, Campinas, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Santa Catarina) e quatro internacionais (Chile, Panamá, Peru e Punta Del Este). Este é o primeiro ano que a Casa Cor Pará promove a mostra.
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* Exceto as terças-feiras que antecederem feriados.
expansão de outros eventos e franquias.
terça-feira*
Samba e MPB
quarta-feira
MPB
quinta-feira
Jazz
sexta-feira
Variados
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Jazz Instrumental
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horas vagas • cinema DVD Rio Com sequência para o cinema já garantida e anunciada pelo diretor Carlos Saldanha, “Rio” chegou ao formato de vídeo como um sucesso estrondoso. Nada mais natural para a animação que, até agora, tornou-se a maior bilheteria do cinema nacional este ano, levando para os cinemas mais de um milhão de pessoas em apenas três dias. O DVD e Blu-Ray já valem pelo filme em si, cheio de sequências de belas imagens que reproduzem, numa explosão de cores e de maneira impressionante, a Cidade Maravilhosa, mas ainda é possível degustar uma infinidade de extras sobre os bastidores e curiosidades da obra.
DICA
O mágico
DESTAQUE
A delicada homenagem do diretor Sylvain Chomet ao gênio do cinema europeu Jacques Tati consegue a proeza de emocionar e deslumbrar sem grandes cenas de aventura, cortes bruscos, barulho e explosões. Obra de rara beleza, “O mágico” resgata um roteiro inacabado de Tati para abordar um tema recorrente no cinema francês pós-Segunda Guerra: o embate entre o novo e o velho, espécie de saudosismo que descambaria facilmente para o piegas nas mãos do cinemão americano. Não é o que acontece aqui. Misturando técnicas de animação tradicional e digital, o filme garante risadas e uma boa dose de lágrimas. Já está disponível em DVD.
Melancolia Lars Von Trier pode ser desagradável, mas é preciso admitir: seus filmes não passam incólumes, seja aos nossos olhos, seja aos olhos da crítica. Neste novo “Melancolia”, que deu a Kirsten Dunst o prêmio de melhor atriz em Cannes, o diretor dinamarquês fala, de maneira bastante original, sobre o fim do mundo. Espécie de continuação de seu filme anterior (“Anticristo”), o longa se divide em três partes e centra as histórias de duas mulheres às voltas com reflexões existenciais. O belo visual, inspirado em pinturas pré-rafaelitas alemãs, é permeado por vigorosas peças de música erudita, como a “Nona”, de Beethoven, e o prólogo de “Tristão e Isolda”, de Wagner.
INTERNET
Aliens, o resgate
CLÁSSICOS
Conta comigo
Live for Films
Há 25 anos, quando a Leal Moreira começava a construir uma história de sucesso e conquistas, o cinema testemunhava o surgimento de dois clássicos: “Conta comigo” e “Aliens, o resgate”. Cultuados pela ousadia e complexidade – da construção de personagens ao apuro técnico –, estes longas representam marcos em seus gêneros e são, hoje, testemunhos da identidade de toda uma geração. Quem não se emocionou ouvindo o clássico “Stand by me” ou torceu pela tenente Ripley na luta contra o alienígena nos epílogos dessas pérolas? Numa época em que relações de amizade se transformam com o advento de novas maneiras de se relacionar, nada melhor que dois oásis para relembrar a importância da lealdade.
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O blog Live for Films é uma ótima pedida para quem gosta de saber curiosidades sobre o mundo do cinema. Entre trailers e bastidores das mais recentes produções, é possível encontrar votações engraçadas – como listas com as dez melhores cenas de brigas de bar ou de biquíni – e artigos muito interessantes, que analisam a importância do desenho de produção em um filme, se as TVs em 3D valem mesmo a pena ou paródias de séries famosas. Quem quiser, pode passar pela loja do site, que oferece, além de DVDs, livros e graphic novels, numa parceria com a Amazon. Confira em www.liveforfilms.com.
PONTE 2
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horas vagas • música Vídeo
Gravado na bela Sydney Opera House, na Austrália, este show de despedida do Simply Red é carregado de emoção. Com o carisma de sempre, Mick Hucknall canta os maiores sucessos da banda, que saiu de Manchester, na Inglaterra, em 1984, para ganhar o mundo com seu som sofisticado que mescla com perfeição soul, blues, jazz e brit pop. São 20 faixas, entre elas as mais dançantes do repertório (“Stars”) e as inesquecíveis baladas (“Holding back the years”). Para os fãs, é a oportunidade de ter na coleção a última apresentação do grupo. Mick, cuja personalidade excêntrica e difícil, dizem, foi o motivo do ffim fim, declarou que não pretende lançar-se em ccar carreira solo.
CONFIRA
DICA
Simply Red The Farewell Concert
Amy Winehouse A morte prematura da cantora inglesa, em julho passado, colocou em evidência sua curta, porém valorosa obra. É certo que, agora, muita gente vai querer lucrar, mas a música vale a pena resgatar. Depois de uma promissora estreia com o álbum “Frank” (2003), em que a mistura de jazz, hip hop e soul deixou claro seu talento de intérprete, veio o aclamado “Back to black”, lançado três anos depois, consolidando a face compositora da diva. Dona de uma voz potente, que chegou a ser comparada a ícones como Ella Fitzgerald, Amy deixa muitas saudades, uma legião de fãs e a sensação de que o mundo não é só das bonecas de plástico do pop contemporâneo.
INTERNET
F tti l SWU Festival Faith No More, Peter Gabriel, Duran Duran e Black Eyed Peas estão entre as mais de 70 atrações confirmadas para o Festival SWU, que acontece entre os dias 12 e 14 de novembro, em Paulínia, a 120 quilômetros de São Paulo. Neil Young e o fundador do Live Aid, Bob Geldof, também participam, mas como palestrantes, no Fórum Global de Sustentabilidade, que acontece paralelamente à programação de shows. O SWU é um evento que pretende suscitar, por meio da música, uma consciência ambiental e de responsabilidade com os recursos naturais do planeta. O público estimado é de 70 mil pessoas por dia.
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Arquivos clássicos O amplo universo da música clássica é o assunto do portal Classical Archives (www.classicalarchives.com). Multimídia e dotado de aplicativos para aparelhos portáteis, como smartphones e tablets, o site tem seções com informações biográficas dos maiores compositores da história da música erudita, a lista das obras completas de cada autor e indicações de CDs e DVDs que contêm apresentações célebres dessas peças. Outro destaque é a loja virtual, cujo catálogo invejável traz uma lista dos principais lançamentos do gênero. Para comprar, basta se cadastrar gratuitamente.
“Aerosmith” (1973) Com show marcado para o Brasil no fim de outubro, o Aerosmith já garantiu seu lugar na história do rock como uma das bandas mais longevas e populares, dona de hits que embalam de grandes sucessos do cinema a festas de adolescentes. Também ajuda bastante ter como líder o Steven Tyler, uma das figuras mais marcantes da cena rock, cujo carisma e voz são trunfos que nem todo grupo consegue a sorte de ter. O álbum de estreia, “Aerosmith” (1973), ainda vem carregado de influência do blues, com a pérola “Dream on”, até hoje considerada uma das mais belas canções do quinteto.
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FORNECEDOR A MARCA DO BOM GOSTO
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DESTAQUE “Taxi Driver Photographs by Steve Schapiro”
DICA Série Biografias A L&PM recheou o catálogo de personagens da série “Biografias”, adicionando dois nomes de peso à lista de marcantes figuras da história retratadas pelos volumes: os escritores Virginia Woolf e Oscar Wilde. Originalmente produzida pela editora francesa Gallimard, a coleção chegou ao 20º biografado com a fascinante história do irlandês autor de “O retrato de Dorian Gray”. Ele se junta a nomes como Michelangelo, Freud, Marylin Monroe e Kafka, cujas vidas são contadas de maneira minuciosa, numa linguagem leve e atraente. Não espere, contudo, imagens, já que o formato de bolso não comporta espaço para fotos.
CLÁSSICO Os bastidores de um dos filmes mais cultuados dos últimos anos pelas lentes de um dos fotógrafos mais célebres de seu tempo. Essa é a premissa do raríssimo “Taxi Driver – Photographs by Steve Schapiro”, lançado mês passado pela Taschen com limitados mil exemplares em todo o mundo. Com cerca de 95% de imagens inéditas, o livro, organizado por Paul Duncan, traz prefácio de Martin Scorcese, uma entrevista que Robert De Niro deu para a “Playboy” e a assinatura de Schapiro – que também registrou a trilogia “O poderoso chefão” – em cada uma das cópias. A edição é trilíngue, em inglês, francês e alemão.
LANÇAMENTO Educação sentimental Considerado um marco pela mudança na estrutura do romance moderno – em que a aventura dá lugar ao introspectivo –, “Educação sentimental”, de Gustav Flaubert, publicado pela primeira vez em 1869, ganhou nova edição pela editora Nova Alexandria, para celebrar o ano da França no Brasil. Em 416 páginas, o leitor passeia pelos salões e cafés parisienses, conhecendo centenas de personagens, e, em nenhum momento, sente no ar o romantismo que até então dominava a prosa francesa. Como Balzac e sua “Comédia humana”, Flaubert expõe as entranhas da sociedade, retornando ao realismo. O livro levou sete anos para ficar pronto.
Sandman: Caçadores de Sonhos Para deleite dos fãs, a Panini Comics lançou, em formato de luxo (capa dura, 17x26 cm, 144 páginas), “Sandman : Caçadores de Sonhos”. Com roteiro do cultuado Neil Gaiman – criador do personagem – e adaptada por P. Craig Russell, a obra foi aguardada com ansiedade, já que se trata da leitura, para o formato em quadrinhos, do livro ilustrado de mesmo nome. A história se passa no Japão, numa época em que criaturas mitológicas e lendárias andavam sobre a Terra. No meio desse cenário, uma astuta raposa vai fustigar um monge às voltas com um mestre de intenções nada cordiais. O preço sugerido é R$ 24,90.
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CONFIRA
Biblioteca Nacional Digital Com 200 anos de fundação, completados ano passado, a Biblioteca Nacional do Rio Janeiro, considerada pela Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura (Unesco) como a sétima maior biblioteca nacional do mundo e a maior da América Latina, tem também um dos maiores acervos digitais disponíveis hoje na internet. No endereço http://bndigital.bn.br, é possível visualizar na íntegra documentos e obras raras, fotografias, mapas, moedas, manuscritos e medalhas, além da coleção de livros gigantesca, estimada hoje em nove milhões de volumes.
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horas vagas • iPad
#BAMBOO
Se você estava procurando um bom aplicativo para escrever diretamente na tela do iPad, com os dedos ou até mesmo uma pilha (é isso mesmo que você está lendo, uma pilha), esta é uma ótima oportunidade. Para promover sua stylus Bamboo, a Wacom – conhecida empresa especializada em tablets de desenho – lançou um aplicativo para o iPad. O Bamboo Paper já é um dos melhores aplicativos de desenho e es-
crita no tablet da Apple, com um traçado bem preciso até mesmo com os dedos. É possível escrever e desenhar quase como em um papel – e o que é melhor, é todo em português. Já existem alguns pincéis e canetas, como a Stylus, que escrevem no iPad para ajudar quem quer tornar isso um pouco mais profissional e realmente desenhar no iPad. Custo: zero
#CUT THE ROPE Cut The Rope é um absolutamente adorável jogo de quebra-cabeça física. É também leve, desafiador, lindo e muito divertido. Tem regras simples e controles intuitivos. Pode ser jogado em partidas curtas ou em blitz, com uma maratona de jogo. Em suma, é exatamente o tipo de jogo que você quer jogar em seu iPad. O objetivo em cada nível é deixar cair um pedaço de doce, suspenso por uma série de cordas, na boca de um monstro chamado Om Nom, que está localizado em algum lugar da tela. Para isso, você tem que cortar as cordas de uma forma que faça o balanço de doces saltar ou cair na boca do Sapinho. Ao longo do caminho, você também tem que tentar pegar todas as estrelas de cada nível. Este é um jogo de quebra-cabeça, portanto, coloque a cabeça para descobrir quais são as cordas e em que
ordem deve cortá-las. Para tornar as coisas mais complicadas, você também encontrará pinos móveis, picos, eletricidade; bolhas que fazem flutuar uma folia de doces e almofadas, que enviam baforadas de ar e que podem explodir os doces em diferentes direções. Passando por isso, um novo nível será adicionado. Os níveis são inteligentemente concebidos para que, a cada etapa, a entrega de doces para o sapinho fique mais difícil, mas não impossível. Passar os níveis requer tempo preciso e uma precisão delicada. A cada progresso no jogo, 150 níveis são acrescentados e a dificuldade é montada de forma constante, o que resulta em alguns momentos reais de quebra-cabeça. Custo: Versão completa: U$S 0,99
Trata-se de um aplicativo desenvolvido para o iPad que se tornou um fenômeno, com mais de 25 milhões de downloads desde o lançamento. O programa registra suas redes sociais e as páginas no formato de uma revista digital. Assim, o usuário visualiza, a partir da página inicial do Flipboard, os últimos posts do Facebook e as imagens de forma muito mais atraente que uma simples lista cronológica. Os feeds, links, vídeos e fotos enviados pelos amigos aparecem no iPad como seções de uma revista. Ao clicar em um link na tela do iPad, é possível ler mais sobre o autor ou responder a uma mensagem. Ao colocar dois dedos juntos e puxar o post para baixo, a pessoa tem acesso ao resto da conversa ou pode colocar os assuntos em categorias como notícias, artes ou esportes.
O Flipboard também pode agregar um pedaço do conteúdo de publicações que permitem o compartilhamento, como as revistas “Wired”, “Fortune”, “The Economist”, “Bon Appétit” e “The Washington Post Magazine”, e alguns guias de viagem, entre outros que publicam links e trechos nas redes sociais. Tudo é atualizado constantemente. “O conteúdo do site das publicações é apresentado de um jeito diferente, muito mais bonito, e de maneira que pode ser folheado”. No total, são sete categorias de conteúdo no Flipboard, tudo bonito e bem organizado, como uma boa revista de estilo, só que concebida de maneira diferente pelo usuário. Custo: zero
#FRING Para quem achava que só o FaceTime dava suporte para videochamadas no iPad2 e andava triste, eis uma das soluções possíveis: usar o Fring para iPad, que agora suporta quatro chamadas simultaneamente e que ainda por cima funciona mesmo via 3G (ao contrário do FaceTime, que continua restringido o funcionamento via WiFi). Para além disso, o aplicativo permite ainda que se faça conexão entre múltiplas plataformas, já
que o Fring está disponível não só para iOS (iPhone, iPad, iPod Touch). Como a velocidade do 3G não é significativamente alta para manter a qualidade de quatro chamadas de vídeo ao mesmo tempo, recomendo o uso em uma rede Wi-Fi. Custo: zero
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Raul Parizotto empresário parizotto@me.com
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Marcante como meu primeiro
sutiã
“Você traz a coca-cola eu tomo, você bota a mesa, eu como, eu como...” Publicitários e muitos anunciantes adoram prêmios de criatividade. Muitas vezes o número de prêmios não reflete os resultados mercadológicos das peças premiadas, mas todos ficam com o ego acariciado e a vaidade expandida. Algumas das principais agências de propaganda dos grandes centros econômicos investem boa parte de seus ganhos em inscrições nos certames de criatividade e festejam troféus como quem comemora a Copa do Mundo de futebol. Mas não existe prêmio mais precioso, mais gratificante, eterno e mais valorizador para a propaganda do que entrar para a cultura popular. Essa é a tarefa mais difícil desta atividade, porque não depende só de talento, de técnica, de planejamento, de foco ou de qualquer outra habilidade programável. Tem muito do imponderável da silva. Entrar para a cultura popular faz a publicidade romper as fronteiras das obrigações de mercado, os objetivos de vendas e construção de imagem de uma marca e passar a figurar no nobre espaço ocupado pela música, pela literatura, pela pintura, pelo futebol, a política, a religião, a novela, o cinema ou a culinária. Ninguém faz propaganda pensando em entrar para a cultura popular, até mesmo porque se assim o fizer já corre o risco de fracassar no nascedouro. Nem é obrigação de qualquer campanha de publicidade entrar para a cultura popular, porque também fazer parte do dia a dia do povo, nem sempre representa significações positivas para o produto anunciado, vide um dos casos mais clássicos de campanha publicitária incorporada ao cotidiano, o polêmico “levar vantagem em tudo” proclamado pelo ex-jogador de futebol Gérson para uma marca de cigarros. Quando entra positivamente para o falar popular, quando passa a traduzir um sentimenwww.revistalealmoreira.com.br
to contemporâneo, quando ilustra o pensamento das ruas, a propaganda confirma que soube captar o movimento do mundo com a mesma antena de um sambista, de um pintor ou de comediante. Só que publicidade é uma atividade que transita num terreno muito mais complexo e delicado, uma fronteira tênue entre a arte e o negócio. É algo nem tanto ao céu do imaginário, nem tanto ao chão do racional. É alguém que não está nesse mundo a passeio, mas sempre a negócios. É uma adequação de linguagem, como já disse Olivetto, um publicitário que já figura no panteão dos fazedores de propaganda que tem a cuca como uma cabeça de negro, como bem disse Jorge Ben. E comunicação não é o que dizemos, é o que as pessoas entendem, e aí o universo de possibilidades torna-se infinito. Quando alguém fala que uma “pessoa tomou Doril” para comunicar que esta pessoa sumiu de repente, a pessoa que diz isso não está recebendo cachê pelo merchandising, mesmo que fale isso diante de uma plateia planetária ou num boteco da esquina. A expressão deixa o pequeno mundinho fechado de significar o atributo de um analgésico para significar um comportamento humano. A melhor propaganda é aquela que vem da vida, aquela que pega carona em situações verdadeiras do dia a dia para embarcar suas mensagens. E quando a vida aceita a propaganda e se apropria dela como forma de expressão, o trabalho foi muito além da obrigação. Ou seja, não basta ser pai, tem que participar. Não basta ser comercial, tem que fazer parte da vida. A proeza da propaganda ao conseguir isso ganha um valor gigantesco, principalmente quando ao considerarmos que se trata de uma atividade paga, assinada, assumidamente com objetivos comerciais, de resultado de venda, o que naturalmente provoca reser80
Glauco Lima publicitário glauco@ideiasmadre.com.br
vas e olhares desconfiados. É evidente que a frequência da veiculação de uma campanha, sua longevidade e alguns outros recursos técnicos podem sim dar um pequeno empurrão para frases de anúncio virarem bordões, mas o que conta mesmo é uma união de fatores conjunturais, onde a habilidade de publicitário de observar a vida se une com as circunstâncias promovendo a química que faz do sucesso algo muitas vezes inexplicável. Anunciantes, diretores de marketing, pesquisadores de opinião e criativos de todas as áreas das agências de propaganda transpiram 24 horas por dia perseguindo “uma boa ideia”, mesmo que não estejam pensando na famosa cachaça conhecida por esta expressão. Hoje existe também o recurso das redes sociais na internet, muitas vezes usadas para fazer parecer ocasional o que foi criado com o rigor quase matemático. Mas ninguém pode ter a garantia de que aquele gesto, aquele som, aquela cor usada num filme, aquela careta do garoto-propaganda, vai ser reproduzida espontaneamente na conversa entre vizinhos, do rapaz tentando seduzir a garota, na moda do verão ou fazer uma marca virar sinônimo de uma categoria de produtos. Conseguir isso é o que faz a propaganda deixar de ser apenas um ofício de mercadores para ser algo fascinante, que atrai o jovem que gosta de fazer poesia, a menina que adora cinema, o moço habilidoso no desenho e a garota que escreve contos. E os anunciantes que sabem perceber a força que este negócio tem, o quanto pode ser impulsionador de suas atividades, da construção de seus conceitos, estes vão não só apenas crescer, consolidar, ganhar mercado, gerar novas oportunidades, mas colocam em seus produtos e serviços a marca mais ambicionada por qualquer ser humano: a imortalidade.
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Catarina Barbosa
Reserva de
Leal Moreira e PDG criam novo conceito de morar bem de maneira integrada com a natureza
A rotina de basicamente todas as pessoas começa com: tomar banho, se arrumar, tomar café, enfrentar trânsito e chegar ao seu destino no horário marcado. Mas será que, depois dos afazeres diários, você consegue realmente descansar? O local onde você vive é tranquilo e permite que você tenha uma boa noite de sono e acorde disposto no dia seguinte? As perguntas parecem ter respostas óbvias, mas o fato é que a sua qualidade de vida depende também da forma como você conduz a sua rotina, e isso inclui aquela vontade enorme de retornar para casa, porque lá é o local onde você encontra paz e tranquilidade. Se você pensar na forma mais remota de convivência entre seres humanos chegará à conclusão que, de alguma forma, ele estava em contato com a natureza, seja para se alimentar, vestir, abrigar e até mesmo se divertir. Com o tempo, o cenário mudou: a tecnologia se expandiu, a sensação de tempo e espaço foi transformada e o espaço destinado para as áreas verdes foi ficando cada vez mais reduzido. Apesar dessa mudança, há pessoas que gostam e precisam estar sempre em contato com o meio ambiente. A psicóloga Débora Pamplona explica que a relação entre o homem e a natureza varia de acordo com a personalidade de cada um, mas que ele não pode ser dispensável. “Quem vive em constante contato com a natureza pode naturalmente levar um ritmo de vida mais desacelerado, logo, a tendência é essa pessoa ser mais tranquila, mas
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vida
isso não é uma regra, há quem viva em equilíbrio no turbilhão das grandes cidades e isso até as estimula”, afirma, dizendo que mesmo que isso varie de acordo com a personalidade de cada um, o contato com a natureza é uma boa forma de descansar. Um fato que confirma o que diz a psicóloga é a prática de técnicas que simulam ou até mesmo trazem a natureza para perto das pessoas, a exemplo de CDs com sons de cachoeiras; correntezas; cantos de pássaros e até momentos de breve descanso aos fins de semana. Seguindo essa linha, as empresas socialmente responsáveis trabalham hoje o empreendedorismo consciente, ou seja, relação harmônica entre desenvolvimento econômico, homem, natureza. Com essa política, ganham todos: os clientes que têm a vantagem de morar em um local mais tranquilo, confortável e saudável; quem mora ao redor, pois a preservação de áreas verdes favorece o equilíbrio ecológico, evitando assim problemas ambientais; a economia, pois não se esgotam os recursos; e principalmente o planeta. Ainda que muitas empresas atuem com esse propósito, aquela cena de filme romântico: acordar com o canto de passarinhos, sentir a brisa gelada das árvores e até mesmo notar o céu estrelado é um pouco difícil de ser posta em prática diariamente. Mas se você sair de Belém e for em direção a Ananindeua, essa realidade não fica tão distante. Isso porque ainda há muitas áreas verdes preservadas nesse percurso. Agora, já imaginou morar em um »»»
local que proporcione esse contato com a natureza e ainda acomode conforto, beleza e sofisticação? Em breve, a rodovia BR-316 terá um desses empreendimentos: inserido em um espaço de 72 mil metros quadrados de natureza, a primeira fase contará com mais de 21 itens de lazer. “O ambiente sem dúvida é uma maneira de proporcionar bem-estar para quem vai morar no local. A qualidade de vida dos nossos clientes é uma preocupação constante das incorporadoras Leal Moreira e PDG”, pontua o diretor de Novos Negócios, Mauricio Moreira. Nesta primeira etapa, em 12 mil metros quadrados, serão cinco torres, tendo cada uma 14 pavimentos. Os apartamentos podem ser de 89 metros quadrados ou 104 metros quadrados e a localização é privilegiada: próxima de Belém e também de Ananindeua. Ao redor é possível encontrar universidades, supermercados e hospitais. Alguns itens que merecem destaque são: a reserva ambiental extensa, com inúmeras árvores tombadas pelo Ibama, inclusive, uma samaumeira; a segurança; o espaço mulher; o SPA; e até sala de lutas. “O cliente que escolher o nosso empreendimento não precisará se preocupar com qualidade de vida e nem entretenimento para toda a sua família”, finaliza Mauricio. Ou seja, se você está cansado de chegar em casa e não conseguir ter paz, porque o local é conturbado, repense a sua rotina. Veja se não falta um pouco de natureza nela. Acredite. Alguns minutos do seu dia em contato com o meio ambiente fazem uma grande diferença. Morar em um local que valoriza isso e ainda oferece conforto e sofisticação é excelente. Dessa forma, você, finalmente, conseguirá acordar com toda disposição para enfrentar o dia cheio de compromissos. Tranquilidade Tudo tem uma história. Você, suas roupas, sapatos, sua casa, o terreno em que ela foi construída. Em meados de 1958, a Missão Cristã Evangélica no Brasil (Miceb) iniciou uma história. Comprou um terreno na rodovia BR-316, para ser a sua nova sede, antes localizada na avenida Magalhães Barata. Hoje, esse terreno será destinado para construir um condomínio que também tem como objetivo levar paz aos clientes que o escolherem como lar. A história do terreno onde será construído o empreendimento assinado por Leal Moreira e PDG traz consigo o próprio conceito do empreendimento: responsabilidade social, valorização da natureza, e, principalmente, a preocupação com o bem- estar do outro, por meio da paz e da tranquilidade. O que nos faz perceber que por mais que as coisas ou pessoas mudem, a sua essência sempre será mantida.
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destino
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Timóteo Lopes
Timóteo Lopes Hugo César Silva Nathália Alonso
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Sol por
testemunha
Acompanhe nossa equipe em uma viagem até o maior deserto do mundo, o Saara, lugar de beleza inigualável onde a temperatura, no verão, pode chegar aos 52 graus
S
alam aleikum! Você está no Marrocos, “a terra onde o Sol se põe”! Desembarcamos na segunda maior e mais famosa cidade marroquina, Marrakech, conhecida como a terra de Deus, parada obrigatória de quem pretende se aventurar em um dos destinos mais quentes do planeta: o Deserto do Saara. Marrakech é uma das mais exóticas cidades do mundo árabe e fascina pela arquitetura, gastronomia, sons, cores, aromas e contrastes da milenar cultura mulçumana. Por toda a cidade-vermelha, como também é conhecida pela cor de suas edificações, é possível ver a impressionante extensão da Cordilheira do Atlas: são 2,4 mil quilômetros de montanhas que cruzam o Marrocos, Argélia, Tunísia e Gibraltar, e separam o Mar Mediterrâneo e o
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Oceano Atlântico, do Deserto do Saara. Brasileiros não precisam de visto para entrar no Marrocos e podem ficar por até 90 dias no país. Da Europa é possível chegar até Marrakech de avião ou carro. Os voos, em geral, de companhias low cost são bem baratos (cerca de R$ 150 a ida e volta, com saída de Portugal ou da Espanha). Outra opção é atravessar o estreito de Gibraltar, na Espanha, em um ferryboat que sai da cidade de Algeciras para Ceuta ou Tanger. Logo ao chegar à cidade-vermelha, você vai começar a notar as diferenças (e semelhanças) entre o Ocidente e Oriente: a começar pelo caótico trânsito! Motos, carros, táxis, ônibus, bicicletas, carroças e até carruagens dividem as ruas, sem qualquer direção ou sentido. Saia da frente! »»»
Principal meio de transporte nas areias do deserto, o camelo ĂŠ animal de grande valor na Ă frica, que pode viver atĂŠ 20 anos e custar cerca de R$ 4 mil www.revistalealmoreira.com.br
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O principal cartão-postal da cidade é a praça Jeema el Fna, localizada no centro da Medina de Marrakech, patrimônio mundial da Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura (Unesco). O nome do logradouro quer dizer “Assembleia dos Mortos”, pois muitos séculos atrás o lugar era usado para decapitar bandidos, que tinham as cabeças expostas ao público. Hoje, encantadores de serpentes, macacos adestrados, tatuadoras de henna, contadores de histórias, acrobatas, músicos, dançarinos e vendedores disputam a atenção dos cerca de dez milhões de turistas que todos os anos passam por Marrakech rumo ao Saara. De qualquer ponto da cidade-vermelha é possível ver a Mesquita de Koutoubia, que chama a atenção por sua imponência. A torre, com 69 metros de altura, foi construída ainda no século XII e é o prédio mais alto de Marrakech. O curioso é que todas as outras construções estão proibidas de ultrapassar esta altura. O acesso interno ao templo religioso também não é permitido. No islamismo, as mesquitas são consideradas lugares sagrados e não estão abertas à visitação de não-mulçumanos. Mudança de hábito Em Marrakech, o choque cultural é inevitável. A venda e o consumo de bebidas alcoólicas, por exemplo, são proibidos por lei. Praticamente todas as pessoas usam a tradicional vestimenta marroquina: o djellaba, uma túnica larga que cobre o corpo até os pés. Os homens marroquinos se cumprimentam com dois beijos no rosto e andam de mãos dadas. É um hábito absolutamente normal para o islamismo, por mais estranho que isso possa parecer para a cultura ocidental. Aqui, as mulheres continuam submissas. Mesmo não seguindo todas as tradições mulçumanas, elas ainda têm o costume de cobrir a cabeça com um véu em respeito à lei islâmica, que não as permite mostrar os seus rostos a outros homens, a não ser, é claro, os seus próprios maridos. Algumas, inclusive, ainda usam burcas deixando apenas seus olhos à mostra. Marrakech está dividida em duas: a cidade fortificada (chamada de Medina) e a cidade moderna (conhecida por Gueliz). Dois mundos completamente diferentes que se completam pela perfeita combinação entre a arquitetura tradicional e contemporânea. Na Medina de Marrakech está um dos maiores mercados a céu aberto da África: os famosos souks. É preciso ter muito cuidado para não se perder, pois o lugar é um verdadeiro labirinto, com ruas estreitas e misteriosas. Nas pequenas ruelas da Medina você encontra praticamente tudo o que possa imaginar: dos tradicionais tapetes produzidos pelos povos nômades do deserto – os berberes – a uma infinita diversidade de produtos à base de »»»
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Não é difícil esbarrar, nas ruas de Marrakech, com domadores de cobra naja, cena tão bela quanto o artesanato local, cheio de cores e formas
couro, principal matéria-prima do artesanato local. Ah, e claro: ouro! Muito ouro! Inshalá! No comércio marroquino, nada tem um preço fixo. Você é quem diz o quanto quer pagar. A moeda local (o dirham) é bem desvalorizada em comparação ao real: R$ 1 equivale a cerca de 5 dirhans, mas nem por isso pense que tudo é tão barato assim. Os marroquinos são mestres na arte de negociar, não importa em que idioma, já que o árabe e o francês são as línguas oficiais em Marrakech. Não é necessário se preocupar, contudo, porque os vendedores falam em inglês, espanhol, italiano, português, japonês e praticamente todos os idiomas possíveis (e também impossíveis de se imaginar). Para vender, vale tudo, até mímica. Lembre-se, porém, de que a regra é sempre pechinchar. Chá de menta e cuscuz A culinária marroquina é bastante rica em legumes e vegetais. O uso de diversos temperos, ervas e especiarias dá um toque exótico à gastronomia. Os pratos mais típicos são o cuscuz marroquino e as tajines (cozidos de carnes de cordeiro ou frango), que custam em média 25 dirhans (cerca de
R$ 5). As carnes de animais exóticos, de uma forma geral, são muito consumidas. Se você tiver estômago, não deixe de experimentar a pastilla marroquina – considerada um dos pratos mais sofisticados da região. A “deliciosa” torta folhada de carne de pombo selvagem com amendôas é uma das mais pedidas nos restaurantes. Pode acreditar! Os marroquinos têm o hábito de comer com a mão, como na maioria dos países orientais, mas só com a direita, pois a esquerda é considerada impura – é destinada apenas para a higiene pessoal. O milenar hábito de tomar chá também faz parte da cultura marroquina: o chá de menta é o mais típico do Marrocos. A bebida é sempre oferecida de graça como um gesto de hospitalidade pelo povo marroquino. É uma ofensa recusar. Para tentar conhecer um pouco mais desse lado multicultural de Marrakech você vai precisar de, no mínimo, cinco dias. E depois, claro, não pode perder a oportunidade de encarar uma das aventuras, literalmente, mais “quentes” da sua vida: acampar no deserto do Saara! Nas ruas, praças, souks e hotéis da cidade, é comum encontrar pessoas oferecendo os mais variados e inesquecíveis pacotes de viagens por um »»»
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KOSMOS IndĂşstria de Churrasqueiras e Fornos 91
preço “único”. Um dos destinos mais procurados por turistas de todo o mundo é a pequena aldeia de Merzouga, considerada a “porta do Deserto”. De Marrakech até lá são três dias e duas noites de percurso. Por essa aventura, você terá que pagar entre 750 e 1000 dirhans (algo entre R$ 185 e R$ 250). Lembre-se, no entanto, de que não há um preço fixo. Você precisa negociar. Altas temperaturas Deixando Marrakech, é hora de encarar altas temperaturas e fortes emoções no maior deserto quente do planeta, onde, no verão, os termômetros chegam à impressionante marca de 52°C. O calor é praticamente insuportável! A viagem começa bem cedo, por volta das 7 horas, com a
certeza de que esta será uma aventura inesquecível. O trajeto dura 30 horas, tempo de estrada que será difícil esquecer. Para chegar até a pequena aldeia de Merzouga, a porta do Saara, é preciso subir, contornar e descer a Cordilheira do Atlas. Por toda a estrada, povos berberes vendem artefatos da cultura marroquina, como peças de madeira, de couro e essências naturais. Tudo produzido de forma artesanal. A subida pela Cordilheira do Atlas leva horas e horas. A cada curva novos desenhos se formam nas altas montanhas da África Oriental. A primeira parada é para o café da manhã, em Quarzazate, a quase 200 quilômetros de Marrakech. De lá já é possível ver os picos do Atlas, que ficam cobertos de neve durante todo o ano. A estrada até Quar-
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O comércio marroquino é variado e bastante concorrido. Entre comprar produtos que fazem parte da culinária local, ou levar para casa bolsas de palha, o visitante pode se divertir com tocadores de flauta e violino que animam a paisagem. Na cidade-vermelha, está a Mesquita de Koutoubia, templo islâmico de 69 metros de altura construído no século XII.
zazate parece boa, mas logo o asfalto começa a ceder e a pista se torna muitas vezes perigosa e com curvas estreitas de tirar o fôlego. Penhascos, abismos, precipícios e sensacionais cachoeiras podem ser vistos, ora bem distantes, ora bem próximos da janela do carro. Adrenalina pura! Próximo da hora do almoço, a cerca de 30 quilômetros a noroeste de Quarzazate, uma deslumbrante e mítica arquitetura berbere surge no horizonte: o Kabash de Ait-Benhaddou. O imenso castelo de areia (patrimônio da humanidade da Unesco) já foi palco de grandes produções do cinema hollywoodiano, como “A Múmia”, “Gladiador” e “Alexandre”. No pequeno vilarejo vivem hoje quase 700 pessoas. Desse total, cerca de dez famílias berberes ainda moram dentro dos
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edifícios construídos com barro e cobertos com palha seca. Depois do almoço, a excursão rumo ao Saara continua pelo Vale de Dades, até o anoitecer. As doze primeiras horas de viagem de carro são bem cansativas. As montanhas ainda não lembram exatamente a visão do deserto que se espera, mas falta pouco. Depois de um bom banho e um típico jantar marroquino é hora de dormir, ou pelo menos tentar descansar um pouco. O trajeto ainda é longo. O dia amanhece. A viagem até Mergouza ainda deve durar pelo menos dez horas. Pelo caminho, tempestades de areia dificultam a visibilidade na estrada. As poucas vilas povoadas parecem se tornar cada vez mais distantes da civilização. É quase uma volta ao passado. Em uma das pou- »»»
Guia de Viagem Como chegar Da Europa há voos de baixo custo com saída do Porto (Portugal) ou Madrid
Nas ruas da movimentada Marrakech, é possível conhecer a tapeçaria e o artesanato locais, uma beleza se equiparada à da arquitetura, de prédios como o castelo de areia Kabash de Ait-Benhaddou
(Espanha) a Marrakech por até € 40 (ida e volta). A viagem demora 1 hora e 30 minutos. Companhias aéreas: Ryanair (www.ryanair.com) e Easyjet (www.easyjet.com) É possível também ir de ferryboat, atravessando o estreito de Gibraltar, na Espanha, por Algeciras ou Tanger; passageiros (€ 37), carros (€ 93). A viagem dura 35 minutos. Companhias marítimas: Transmediterrânea (www.trasmediterranea.es) e FRS (www.frs-maroc.com) Onde ficar Em Marrakech há desde opções mais baratas, como os riads (casarões antigos), a hotéis e resorts de luxo. A diária pode variar de € 8 até € 500. Riad Dar Saba Quartier Riad Laarouss Derb Sidi Bouamer, 278 Reservas: www.darsaba.com Le Caspien Hotel Rue Loubnane Gueliz, 12 Reservas: www.lecaspien-hotel.com Palmeraie Golf Palace & Resort Circuit De La Palmeraie, BP 1488 Reservas: www.pgpmarrakech.com Onde comer Todas as noites, a praça Djeema El-Fna se transforma no centro da gastronomia marroquina. Não deixe de experimentar o cuscuz vegetariano e as tradicionais tajines de frango ou carneiro (em média 25 a 30 dirhans). Se quiser um prato mais exótico, prove a pastilla marroquina (com carne de pombo) por 80 dirhans. Onde beber A bebida alcoólica é proibida em lugares públicos. O chá de menta (com hortelã) é a bebida mais típica do Marrocos. O que visitar Em Marrakech não deixe de visitar os famosos souks na Medina, a Mesquita de Koutoubia, a praça Djeema El-Fna, os Jardins de Majorelle e a Madraça de Ben Youssef, uma das maiores do norte da África.
cas aldeias berberes ainda habitadas, mulheres de burcas trabalham nas plantações, enquanto as crianças brincam nas casas em ruínas. Os maridos, nômades, vivem nas montanhas e pelo deserto negociando tapetes, pratarias e camelos. É o retrato de um outro mundo que só existe na África. Capitães da areia Depois de mais um almoço na estrada, a viagem continua até o Vale de Todra Gorge, mais conhecido pelas monumentais e fantásticas Gargantas de Pedras que se formam no Atlas, com mais de 100 metros de altura. Uma visão difícil de se descrever em palavras. Aos poucos, a paisagem, enfim, começa a se tornar desértica. Dunas de areia e oásis aparecem e somem como miragens no interminável horizonte dos mais de nove milhões de quilômetros quadrados de terra sem nenhuma vegetação (uma área quase do tamanho de toda a Europa). Eis o Deserto do Saara! A chegada na pequena aldeia de Merzouga acontece já no fim da tarde. É hora de colocar o turbante (um lenço amarrado em torno da cabeça) para a melhor parte da aventura no deserto. Até o acampamento localizado nas dunas de Erg-Chebbi é preciso percorrer mais uma hora e meia nas
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areias do Saara, em um tipo de transporte, no mínimo, inusitado: um dromedário. Na África, os camelos são extremamente úteis e valiosos. Cada animal vive em média 20 anos e pode chegar a custar até dois mil euros – algo em torno de R$ 4,6 mil. Subir nas costas de um bicho de quase dois metros de altura não é uma tarefa tão difícil. O complicado mesmo é aguentar o sobe e desce das dunas, que exige equilíbrio. A sensação de estar sentado nas costas de um quadrúpede com uma corcova não é, claro, uma das melhores, mas chega até a ser divertida depois de algum tempo. Se preferir, uma outra opção (um pouco mais cara) é fazer um rally pelas dunas do deserto até o acampamento em uma caminhonete 4x4. A emoção também é garantida. A jornada na areia é um pouco cansativa, mas vale a pena. O calor, a desconfortável viagem de carro e a (insuportável) dor nas pernas provocada pelo andar do camelo passam assim que você olha para trás e se depara com a incrível imagem do pôr-do-sol, entre as dunas. É, sem dúvida, um momento único da viagem. Descanso na tenda Na chegada ao acampamento, adivinhe? Recepção com chá de menta e hortelã. Uma grande
tenda ao ar livre com tapetes e uma fogueira, ao redor de imensas dunas de areia. Nada mais. O deserto do Saara se revela na sua totalidade: o silêncio ensurdecedor é quebrado pelos passos rápidos de insetos inofensivos que começam a surgir da areia: um besouro e uma formiga gigante são os mais “assustadores”. Nada de cobras, aranhas ou escorpiões. Segundo os berberes, que moram no acampamento, os tão temidos animais peçonhentos estão bem longe dali, por sorte. Há muita movimentação. A noite chega devagar. A areia, aos poucos, começa a esfriar. No céu, as estrelas aparecem, uma a uma. Logo, todas as constelações estão formadas. Como uma miragem, a lua surge entre as dunas e ilumina a noite no Saara. Ao som de tambores, os berberes anunciam que o jantar está servido. O serviço é ao estilo marroquino, ou seja, nada de talheres! A saborosa tajine de frango, com cenoura, batata, ervilha e azeitona, com pães e frutas, deve ser comida com a mão direita. A música árabe anima o restante da noite. Um vento frio indica que a hora de dormir se aproxima mais uma vez. No entanto, é quase impossível adormecer vendo estrelas cadentes e até cometas cruzando o céu do Saara a todo instante. Depois de apenas uma noite no deserto do Saara, a aventura pela África vai chegando ao fim.
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Por volta das 5 horas, é hora de acordar para não perder o nascer do sol – a última lembrança do maior deserto quente do planeta, para quem ainda precisará encarar mais doze horas de viagem de volta até Marrakech, “a terra de Deus”!
Curiosidades Os marroquinos são muito simpáticos. Se você não sabe como chegar a um determinado local e pedir informação, eles levam até onde você pretende ir, mas terá que pagar pela “ajuda”. No período do Ramadã, em que os mulçumanos fazem jejum desde o nascer do sol até o seu poente, não é aconselhável comer ou beber na frente de todos. É uma ofensa à religião islâmica! Ao ser convidado para entrar na casa de um marroquino, entre sempre descalço. É um hábito da cultural oriental. Nunca, mas nunca mesmo, tire fotografias de pessoas nas ruas (principalmente mulheres) sem autorização. Você vai precisar pagar ou será obrigado a apagar a foto. A expressão “Salam Aleikum” é uma saudação árabe cujo significado é “A paz de Deus esteja com você”. A resposta é “Aleikum Essalam”, que significa “Esteja ela (a paz de Deus) com você também”.
enquanto isso
Israel O gigante
André Coruja músico
“De manhã tu conheceste Israel. E à tarde, o que pretendes fazer?”. Essa é uma piada muito repetida pelos israelenses sobre o Estado de Israel, que tem cerca de 750 quilômetros de extensão, área menor que o Estado brasileiro do Sergipe. Com seis milhões de habitantes, o país de apenas 63
aquáticas, a pedida, imperdível, é dar uma passada em Eilat. Banhado pelo Mar Vermelho, o lugar é considerado pelos mergulhadores um dos melhores do mundo para a prática desse esporte.
anos – que declarou sua independência da Pales-
para o lugar mais especial que se pode conhecer
tina em 14 de maio de 1948 – é um gigante do Oriente Médio. Tem uma economia forte, a maior
no mundo: a cidade santa de Jerusalém! Hora de receber toda a energia que essa cidade com mais
produção de artigos científicos per capita, o maior percentual de diplomas universitários do mundo e
de três mil anos de existência tem a oferecer. Jerusalém sozinha pode causar arrepios em qualquer
sete prêmios Nobel. Além disso, Israel é a única democracia do Oriente Médio. Aqui, mulheres e homens têm direitos iguais e pode-se pregar e converter-se a qualquer religião. É um alívio saber que, numa parte do
um, dos mais religiosos (não importa a crença) aos
planeta tão perturbadora e repressora, competitiva
passos, depara-se com o Muro das Lamentações,
e desanimadora, fanática e extremista, existe lugar humanista! Quando se fala em Israel, muita gente pensa apenas em conflitos. Infelizmente, essas notícias vendem mais jornais do que outros assun-
o lugar mais sagrado para os judeus. Mais alguns metros e surge a Igreja do Santo Sepulcro, um dos lugares mais importantes para os Cristãos. Um pouco mais para frente está a Mesquita de Al-aq-
tos, mas ao desembarcarmos no aeroporto de Tel
sa, ponto de referência do Islamismo.
Aviv, parte central do país, nos deparamos com as praias do Mar Mediterrâneo, de tirar o fôlego.
Fora das muralhas da cidade velha, não se furte de desmembrar cada detalhe dos maravilhosos museus que a cidade oferece. Destaco dois que são imperdíveis: Museu de Israel – com os famosos vitrais de Marc Chagal e os Pergaminhos do
A orla é cheia de restaurantes, bares e boates, que fazem os europeus e americanos largarem seus lugares mais tradicionais para desfrutar de um verão que, de tão quente, me faz lembrar nossa querida Belém ao meio-dia. Saindo de Tel Aviv, podemos escolher uma subida repleta de aventuras para o norte, passando pela cidade de Tibérias e seus esportes radicais, como a tirolesa, rapel,
mais céticos. Capital de Israel, Jerusalém é inigualável. Caminhando por suas ruelas estreitas, pode-se sentir o quão sagradas são as suas esquinas. Em dois
Mar Morto – e o Museu do Holocausto, para sabermos até onde vai a maldade do ser humano e nunca mais deixar que tal barbárie se repita. Para quem não resiste a uma badalação, Jerusalém oferece discotecas maravilhosas, DJs famo-
rafting e muitas trilhas para caminhadas. É possí-
síssimos e restaurantes para todos os gostos. Foi
vel esticar para as Colinas de Golã, onde se pode admirar paisagens belíssimas banhadas pelo Mar da Galiléia e pelo rio Jordão. Em algumas épocas do ano, ainda é possível curtir uma neve no Monte Hermon.
exatamente a capital de Israel o lugar que escolhi para viver. Morar no lugar onde meus antepassa-
Depois de cansar bastante nessa correria do norte, aconselho uma ida ao sul do país e uma hospedagem em um dos resorts na costa do Mar Morto, cuja concentração de sal, diz a lenda, não deixa ninguém afundar. Para completar o relaxamento, é só se lambuzar com as lamas de propriedades medicinais do Mar Morto, que podem deixar a pele com a textura de pêssego. Fechando a visita à região do Mar Morto em grande estilo, uma ótima pedida é fazer a subida ao Monte Massada, onde estão localizadas as ruínas do palácio do rei Herodes, o Grande. Para quem gosta de aventuras
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Se pela manhã já nos deliciamos e conhecemos Israel inteira, a tarde e a noite podemos reservar
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dos judeus moraram me enche de orgulho! Atualmente estou no coração da cidade velha de Jerusalém, em um dos mais respeitados centros de estudos de judaísmo, filosofia e religião, a Yeshivat Hakotel. Uma experiência ímpar, que me une ainda mais com as minhas raízes judaicas. A necessidade de me movimentar e não ficar como água parada, o judaísmo e todos os atrativos que Israel oferece foram essenciais para minha escolha. Apenas em Israel, pequena que só ela, pode-se encontrar esse mundo de variedades que reúne o santo e o profano, pois este país é assim: num dia pode-se ir de uma ponta à outra dele, mas leva-se uma vida para desvendar seus mistérios. Eu fiquei...
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Mini-Donuts Factory Uma opção mais saudável ao donut industrializado ou consumido em casas do ramo é a rosquinha feita em casa. Foi pensando nisso que surgiu a Mini-Donuts Factory, uma espécie de sanduicheira própria para confeccionar o doce. O eletrodoméstico tem espaço para seis rosquinhas e facilita um bocado o processo. Basta fazer a massa, colocá-la no local destinado e aguardar quatro minutos. O Mini-Donuts Factory custa US$ 20 e está à venda no site www.theminidonutfactory.net
Mood Mugs Canecas que refletem o humor ao acordar podem ser um ótimo sinalizador do tom do diálogo no café da manhã. Esse é o mote das Mood Mugs. Elas são feitas à mão e trazem na face o desenho de uma expressão facial. As opções de caneca são várias: mal humorada, sonolenta, bem disposta e até a de ressaca. Além de serem divertidas, têm isolamento de parede dupla, o que faz com que a bebida se conserve quente e o lado externo permaneça em temperatura ambiente – eliminando a necessidade de alça e ocupando menos espaço no armário. Custam em média US$ 16 e são encontradas no www.yankodesign.com
Aviator Headphones Reforçando o conceito de que hoje acessórios como fones de ouvido são artigos de apelo fashion, o Aviator Headphones é uma novidade das mais estilosas. O equipamento tem o desenho retrô, em modelo de aviador, como sugere o nome. Além do design inspirado, a estrutura de áudio do fone também é de primeira: cada drive tem 40 milímetros e desempenho de som Platinum. Ele ainda tem isolador de ruído e controle de volume embutido, é compatível com iPod, tem o cabo com tecnologia tangle-free (ou seja, não emaranha), é dobrável e pode ser armazenado dentro de um case minúsculo. O produto custa em torno de US$130 e pode ser encontrado no site http://us.skullcandy.com/aviator/
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Star Wars MP3 Alarm Clock Lamp Para quem é fã de Guerra nas Estrelas, esse relógio é um achado. Em primeiro lugar, porque é um despertador que vem no design de dois personagens superpopulares da saga: Darth Vader e Boba Fett. Ele também agrega outras funções: além de relógio-alarme, os bonecos ainda são lâmpadas de mesa e alto-falante para mp3 player, que pode ser ligado na parte de trás do objeto. Funciona a bateria e tem em torno de 25cm de altura. O preço pelo despertador-lâmpada-caixinha de som é US$ 50. Está disponível no site www.thinkgeek.com
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Nara Oliveira Consultora empresarial
não se planta, se desenvolve! Gestor brasileiro é acos-
interno no que tange a pessoas. Resumindo, você
tumado ao mau tempo e a
só pode procurar se souber exatamente o que quer,
muitas pedras no caminho!
do contrário, corre o risco de trombar pelo caminho
São
profissionais
habitu-
Um dos primeiros obstáculos para a execução
gama de dificuldades:
da tarefa é a falta de conhecimento do perfil da li-
excesso de impostos,
derança que já faz parte da casa. A falta de ava-
falta de infraestrutura
liações de desempenho eficazes, de um acompa-
de cidades, tecnologia
nhamento mais próximo, resulta em um completo
rudimentar, para citar
desconhecimento das competências que existem à
apenas algumas. Con-
disposição e daquelas que precisam ser buscadas.
tudo, hoje acrescenta-
Um outro ponto a considerar, talvez, seja que as
-se para quem faz ne-
poucas avaliações mais cuidadas que são feitas se
gócios no Brasil mais um
restrinjam ao topo da pirâmide, impedindo assim a
obstáculo: o apagão de lí-
descoberta de talentos em outros níveis. Ampliar a
deres. Este é um problema que
amostra de profissionais é de especial importância,
cresce proporcionalmente às ven-
pois nem tudo se conserta com treinamento. Aliás,
das: quanto mais rápidas as taxas
somente 20% das situações encontradas são pas-
de crescimento da empresa, mais
síveis de serem solucionadas com T&D, e mesmo
rápidas e precisas necessitam ser as
assim o resultado é a médio e longo prazo. O adul-
estratégias para desenvolvimento de executi-
to tem uma possibilidade de desenvolvimento limi-
vos existentes e potenciais sucessores. Muitas em-
tada e, de acordo com o perfil de cada um, existem
presas despreparadas para a crescente demanda
competências que o profissional até pode entregar
dos consumidores são pegas de surpresa e, com
com razoabilidade, mas nunca irá ser um high po-
a necessidade de criarem postos de trabalho de
tencial no assunto. Ou seja, é mais negócio investir
liderança, promovem colaboradores que nem
naquilo em que a pessoa já é boa, pois ela terá
sempre estão preparados. Além do mais, esta
plena possibilidade de adquirir um desempenho
saída é cara e traz em seu bojo uma necessida-
interessante, ao passo que alguns comportamen-
de enorme de integração na cultura e de forma-
tos e habilidades nunca serão forjados ao ponto do
ção dentro do negócio.
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e não reconhecer.
ados a lidar com ampla
profissional ter um desempenho respeitado.
Talvez a estratégia mais acertada para o proble-
Contudo, se as vendas crescerem muito e se
ma de apagão de líderes seja o desenvolvimento
você estiver fazendo um trabalho correto, desenhe
das pratas da casa. Esta é uma solução de médio
um programa interno para ensinar a estes novos
prazo que precisa de cuidados para que seja bem-
gestores como se navega na sua organização. É
-sucedida. Um primeiro passo para se ter sucesso
importante aclimatar o novo gestor nos desafios
neste tipo de ação é saber exatamente de que líder
estratégicos vividos pela empresa no momento, às
a empresa precisa, ou seja, qual o perfil vencedor
dificuldades internas a serem trabalhadas, ao pro-
do líder para esta organização. Esta decisão deve
duto e, sobretudo, ao planejamento de seu depar-
estar atrelada à estratégia da mesma, ao segmen-
tamento para o exercício e a constituição de sua
to do negócio e, claro, às necessidades do cenário
equipe.
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As “Batatas bravas”, receita indicada pelos chefs espanhóis para a Revista Leal Moreira
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Luiza Cabral
Diego Ventura
Tempero
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Talento da dupla de chefs espanhóis Javier e Sérgio Torres encantou público presente ao jantar de lançamento do Torre Breeze, empreendimento da Leal Moreira Javier e Sérgio Torres são gêmeos idênticos, mas basta observá-los com mais atenção que as distinções sutilmente aparecem. Javier tem fala efusiva e riso frouxo. Sérgio, apesar de também muito simpático, se mostra mais contido e pensativo. É na cozinha, porém, que as poucas diferenças se diluem. Perto de um fogão os irmãos parecem somar ideias para uma mesma cabeça, como se fossem um único corpo com quatro mãos – todas a serviço, principalmente, da gastronomia contemporânea espanhola, terra de origem dos conceituados chefs. Eles não se prendem ao sabor catalão, no entanto. Pelo contrário, sugam referências por onde passam. Foi assim no Brasil, onde os cozinheiros estão à frente de uma rede de restaurantes, o Eñe. Em julho deste ano, Javier e Sérgio estiveram em Belém, para realizar o jantar de lançamento do Torre Breeze, empreendimento da Leal Moreira. O tempero dos espanhóis encantou os 150 convidados e mostrou por que os irmãos são tão reconhecidos. Da mistura de sabores feita com competência e seriedade, o resultado não poderia ser outro: culinária que agrada aqui ou em qualquer outro lugar do mundo. A paixão pelos cheiros e sabores surgiu dentro de casa,
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ainda na infância. Os encontros da família Torres sempre foram ao redor de uma mesa farta, com comidas para todos os gostos e para o tamanho de todas as vontades. “Aprendemos a apreciar culinária com nossos familiares. As reuniões eram sempre uma grande festa gastronômica, com muitas comidas, doces e bebidas”, lembra Javier. Não demorou muito para que as brincadeiras na cozinha de casa virassem coisa séria. Aos 14 anos, os dois entraram para a Escola Arnadí, um dos mais conceituados centros de estudos gastronômicos da Espanha. Depois passaram por cozinhas conhecidas mundialmente, como Plaza Athenée, em Paris, e Neichel, em Barcelona, além de terem trabalhado como chefs executivos do restaurante Reno e Dos Cielos em Barcelona. Em 2004, depois de conhecer a gastronomia de toda a Europa, os irmãos aportaram em terras tropicais. Eles apreciaram tanto os gostos que descobriram no Brasil que abriram o restaurante Eñe, em São Paulo – e logo depois inauguraram uma filial no Rio de Janeiro. Logo na primeira visita ao país, os chefs vieram à região Norte, que passou a chamar atenção dos irmãos desde que começaram a estudar os sabores
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Javier e Sérgio Torres se apaixonaram pela arte da culinária ainda na infância e, já adultos, descobriram as delícias da gastronomia paraense
Leia mais
oriundos da Amazônia. E, apropriadamente, o lugar escolhido para dar início aos estudos práticos foi a capital do açaí, Belém do Pará. “Nossa primeira visita a Belém ocorreu quando estávamos pesquisando para uma publicação. Na ocasião, fomos convidados pelo Paulo Martins para participar do Festival Ver-o-Peso da Cozinha Paraense, momento em que interagimos com outros chefs e descobrimos as potencialidades desse lugar. Foi assim que desvendamos um dos melhores mercados gastronômicos do mundo”, conta Javier. Foi assim também que a devoção à culinária espanhola e aos sabores europeus cedeu espaço para uma nova paixão: a comida brasileira, mais especificamente a paraense. Em vez da substituição, os irmãos optaram pela experimentação. “A gente sempre tenta misturar os sabores e, assim, descobrir novos pratos”, conta Sérgio. Rapidamente eles perceberam que provocar misturas inusitadas com algumas especiarias locais rende combinações de tirar água da boca. “Toda vez que viemos a Belém é indispensável uma volta no merca-
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do do Ver-o-Peso”, diz Javier. “E as sacolas sempre voltam cheias de jambu, cupuaçu, tucupi, peixes amazônicos – que adoramos, inclusive! – e outras iguarias”, completa Sérgio. Para fazer valer na prática a ideia de interação entre culinárias distintas, a Revista Leal Moreira convidou a chef Daniela Martins, que comanda a cozinha do restaurante Lá em Casa, para preparar uma receita dos irmãos espanhóis. Prática, deliciosa e picante, a “Batata Brava” arranca suspiros de quem a experimenta, inclusive do paladar aguçado da chef paraense. Segundo Daniela, o prato une o útil ao agradável. “A receita é uma delícia e ainda por cima superfácil de fazer”. Com algumas dicas da profissional, o preparo torna-se ainda mais simples e o resultado, mais surpreendente. “O preparo da maionese caseira exige alguns cuidados, como a aplicação do óleo em fios finos e em ritmo estável. O uso de maionese industrial é uma alternativa para quem não está a fim de ter este trabalho. Claro que esta substituição influencia no resultado, mas mesmo assim o prato fica gostoso”, explica.
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receita
Batatas bravas Ingredientes [6 porções] • • • • • • •
1 kg batata Asterix 15g Páprica picante Tabasco Q. B. 5 ovos 1litro de Óleo de canola Óleo para fritar Sal e pimenta
preparo Descascar as batatas, cortar com um aro de 2,5 cm de diâmetro por 4 cm de altura; com um boleador fazer um buraco nos cilindros de batata para que pareça um “copinho”, pré-cozinhar em água quente. Em um liquidificador bater uma maionese com os 5 ovos, a páprica, o tabasco e o óleo de canola, temperar com sal e reservar; fritar os copinhos de batata e rechear com a maionese picante.
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e Qual
idade
vinho
Rodrigo Aguilera empresário
Harmonize-se Entrei nesse mundo do vinho meio que por aca-
verdade, quando digo que penso em comida, não
Algumas combinações clássicas como foie gras
so. Na verdade, não antes dos 20 anos bebia qualquer tipo de bebida alcoólica e, até hoje, tirando o enorme prazer que tenho com essa bebida, dificilmente me aventuro em outras searas etílicas. Sinceramente, o motivo que levou a me aprofun-
é simplesmente uma vontade instintiva/biológica de saciar a fome – às vezes sim, claro! –, mas o interesse vem de entender e conhecer o que se come, métodos de preparo, ingredientes etc.
com vinho Sauternes; Salmão grelhado com um branco da uva Chardonnay ou ainda um suculento Bife Ancho com um Malbec encorpado podem elevar qualquer alma a outra esfera.
A comida passa a ter um caráter social, que une
O assunto também é motivo para muita confu-
dar no assunto foi outra grande paixão que perdura desde a adolescência: gastronomia. É incrível a inter-relação que estes dois assuntos têm. O vinho é indissociável da comida e vice-versa.
pessoas, proporcionando momentos de prazer únicos. Qualquer ocasião é desculpa para pensar na combinação entre vinho e comida, ou no jargão do ramo: harmonização.
são e preconceito, pois algumas pessoas ainda insistem em criar “regras” inquebráveis. Claro que, além das possibilidades que menciono acima, clássicas e já muito conhecidas, existem infinitas
Não conheço alguém que seja apaixonado por
Entende-se por harmonização a combinação
combinações, e somente você vai decidir o que
vinhos e não valorize a boa mesa. Falando assim, parece que sou um glutão desvairado, mas, na
que vai potencializar os sabores tanto do vinho quanto da comida. Quando se acerta, é sublime.
agrada mais. No final, simplificar as coisas pode ser a melhor solução.
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institucional
onal
Instituci
Operรกrios que vivem a rotina de um canteiro de obras ampliam horizontes e encontram beleza em detalhes que passam despercebidos no cotidiano
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Luiza Cabral
Colaboradores Leal Moreira
Olharda
obra
Dentro das ações que comemoram os 25 anos da Leal Moreira, operários mostram o que se faz com uma ideia na cabeça e uma câmera na mão
Os olhos acostumados com as cores frias do concreto se abrem para novas possibilidades e, de repente, o cenário comum de uma construção torna-se novo para quem vê o dia correr em meio à agitação de uma obra. Em seu aniversário de 25 anos, a Leal Moreira homenageia quem está na base de uma história de sucesso: os colaboradores que erguem tantos sonhos. Nas mãos de funcionários, em vez de ferramentas, máquinas fotográficas. E a missão de registrar o que existe de lúdico no dia a dia de um trabalho que, há de se convir, não é nada fácil. Esta iniciativa da construtora foi batizada de “Olhar da Obra”. Para que os colaboradores se sentissem à vontade com a ideia de fotografar, foi criada uma metodologia que resultou em um ensaio sugestivo e cheio de significados, que você acompanha nesta galeria especial. Saiba mais sobre a trajetória desse projeto inovador e destes ilustres participantes, antes anônimos, hoje envaidados. Confira também as cinco melhores imagens, eleitas pelo Departamento de Marketing da Leal Moreira. Novo mundo Primeiro passo: conhecer o mundo da caixa preta. Durante duas semanas os funcionários selecionados tiveram contato com o universo teórico da fotografia por meio de um workshop básico, ministrado pelo fotógrafo Diego Ventura, da Revista Leal Moreira. O grupo de trabalhadores pôde entender os recursos que o equipamento fotográ-
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fico oferece. “Expliquei alguns conceitos básicos da fotografia, de forma bem didática, tendo como base a prática mesmo, e foi muito significativo vê-los compreendendo uma nova forma de olhar as coisas”, diz Ventura. Para a colaboradora do empreendimento Triunfo Marcela Souza, o curso foi uma ótima oportunidade para compreender melhor o funcionamento de uma máquina fotográfica, o que resultará em melhores imagens, até mesmo para momentos de descontração. “Eu adoro fotografia, mas nunca soube direito como usar uma máquina. O legal desse curso e do projeto como um todo é que vou ter mais prática até mesmo para fazer as minhas fotos”, comemorou, animada, enquanto fazia uma das atividades propostas pelo workshop. Após o curso chegou a hora de colocar a mão na massa, ou melhor, nos disparos das câmeras. As expedições fotográficas percorreram oito empreendimentos da Leal Moreira, cada um em uma fase diferente da construção. Em cada obra, pelo menos dois colaboradores fotografaram os espaços de trabalho. A equipe de produção do projeto, da qual eu fiz parte, junto com o fotógrafo Diego Ventura, acompanhou todo o processo, dando dicas aos participantes sobre novas possibilidades de ângulos e composições, mas sem interferir no olhar instintivo que eles lançavam sobre estas paisagens cinzas. Lentes a postos A poeira que preenche o ar, os movimentos sin- »»»
cronizados das máquinas pesadas, o suor que escorre do rosto de um colaborador – estes e outros detalhes, captados por um enquadramento inusitado, podem resultar em imagens de grande beleza. As lentes fotográficas manipuladas pelos colaboradores mostram nuances de um cenário incomum a muitos, mas cheio de surpresas quando representados por quem o conhece bem. Um olhar de um fotógrafo à primeira vista é diferente do olhar daquele que é acostumado ao espaço. É exatamente esta afinidade com o ambiente que fez toda a diferença na hora da produção das imagens do projeto “Olhar da Obra”. E isto ficou claro nos resultados, principalmente nas fotos que mais se destacaram. Imagens e histórias A agitação de um dos participantes ganhadores quando nossa equipe chegou à obra era, no mínimo, curiosa. Ele ficou de lá para cá, ansioso para pegar no equipamento fotográfico. Olhava para o
horizonte do prédio como se ali estivesse uma variedade absurda de possibilidades de imagens a serem capturadas. O nome dele é José Luís Bahia, colaborador no empreendimento Torre Trivento. Expansivo e comunicativo, muito rápido se destacou em meio às atividades do projeto. Desde o primeiro dia, quando os participantes assistiram à aula intensiva sobre técnicas fotográficas, ele demonstrou um interesse peculiar. Inquieto, fez perguntas, participou ativamente das conversas e, quando solicitamos a colaboração de alguém com um depoimento, logo se manifestou. “É um prazer estar aqui e aprender mais sobre fotografia, arte que admiro tanto”, disse, para todos ouvirem. No dia da expedição fotográfica, Seu Bahia, como carinhosamente é conhecido entre os colegas de trabalho, estava a nossa espera. Logo depois que recebeu seu equipamento para fazer as fotos, nós o perdemos de vista. Ele se embrenhou entre as ferragens, materiais de construção »»»
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e paredes erguidas em busca das imagens ideais. Meia hora depois, retorna e dispara sem pensar muito: “Fotografar é bom demais!”. Resultado: José Luís Bahia ficou entre os cinco primeiros colocados, com uma imagem que sugere companheirismo dentro dos canteiros de obra. “Essa fotografia representa nossa união”, analisa. Representar os momentos cotidianos em uma imagem, como fez José Bahia ao eternizar um ato que remete à união dos trabalhadores no canteiro de obras, é o grande triunfo do projeto. As demais fotos ganhadoras também fizeram a mesma coisa. José Adalberto Almeida, colaborador no empreendimento Torre Farnese, conseguiu captar o momento em que um trabalhador enchia o carrinho de mão com um punhado de areia. A imagem com contraste de cores deu uma nova áurea à ação comum. Já a foto de Marcus William, do empreendimento Sonata Residence, captada de
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forma lúdica, ganhou uma nova conotação. Claudemir da Silva, do empreendimento Torres Ekoara, pensou alto, literalmente. Ele foi ao topo da construção e captou um momento de contemplação de um colaborador que aprecia a bela paisagem. A foto impressionou pela composição, com um enquadramento simétrico do espaço com o personagem. Luz e sombra Entre as imagens vencedoras, uma chamou atenção pelo inusitado: uma composição minimalista que brinca com a luz. Se os olhos dos demais participantes passearam pelos detalhes das construções, Augusto Palheta, colaborador no Torre Farnese, foi além. Seu tino fotográfico, que se mostrou algo inerente a ele – o que pode ser comprovado em praticamente todas as imagens feitas pelo participante –, trouxe outra realidade »»»
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O concreto, o ferro, as máquinas, o canteiro: imagens do dia a dia pesado da construção civil aparecem pelo olhar privilegiado de quem ergue os empreendimentos da Leal Moreira. Nesta e nas páginas anteriores, as melhores 25 imagens do ensaio resultante da oficina de fotografia coordenada por nossa equipe. As cinco fotografias em tamanho maior são as que ficaram em primeiro lugar.
ao ensaio proposto pelo projeto. Augusto não somente se prendeu a detalhes, como os encontrou nos cantos mais incomuns. A foto eleita é um ótimo exemplo. “Olhei para a lâmpada e vi a imagem. Aconteceu naturalmente e foi reflexo mesmo do que eu estava procurando: uma imagem diferente”, conta o trabalhador, que atribuiu seu senso de enquadramento a um curso de cinegrafista que havia feito. “Busquei alguma coisa que fosse abstrata mesmo. Quis mostrar algo do lugar que não fosse visto logo de cara. Fotos que mostram outro lado de uma situação sempre me agradaram e fiquei muito feliz de terem compreendido minha mensagem”, considera. Ele e os demais vencedores foram premiados com máquinas fotográficas, cedidas pela empresa parceira Sol Informática. “Com uma máquina novinha vou poder brincar muito mais com esse lado da fotografia que chama tanto a minha atenção”, declara Augusto. Para o diretor de Marketing da Leal Moreira, André Moreira, a premiação dada aos cinco “fotógrafos” que mais se destacaram é uma medida apenas representativa. “Todos que participaram se esforçaram muito e merecem reconhecimento. Inclusive, foi muito difícil escolher as melhores. O importante mesmo foi propiciar a todos uma nova maneira de enxergar o cotidiano. Este desafio, de pensar artisticamente o dia a dia, foi muito bem encarado pelos participantes. Parabéns a todos”, disse ele, durante a solenidade da premiação. Aguçar novos olhares, permitir voos mais altos, abrir a percepção de muitos para um mundo de beleza. Definitivamente, o saldo do projeto “Olhar da Obra” foi positivo. As melhores fotos de cada um dos outros 20 participantes podem ser vistas no site da Revista Leal Moreira (www.lealmoreira. com.br/revista). Vale a pena conferir e gravar bem estes nomes. Não duvide nada que um dia eles podem ilustrar uns e outros salões de arte por aí, pois a porta da inquietação, principal mote para a criação artística, já foi aberta.
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Torre
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xclusividade e inovação são os destaques do mais novo empreendimento da Leal Moreira. Localizado na travessa Dom Romualdo Coelho, entre ruas Bernal do Couto e Diogo Moia, o Torre Breeze é um projeto único em Belém, projetado especialmente para clientes que prezam por sofisticação e requinte. Diferente de qualquer projeto que tenha sido lançado na capital paraense, a torre é cheia de inovações. A primeira delas é o sistema de segurança projetado por meio de mecanismo de automação, como portaria e fachadas blindadas e com sensores de identificação de veículo. Nos apartamentos, as chaves das portas darão lugar a um sistema de reconhecimento de digitais e de códigos que permitirão a abertura das portas principais e de serviço. O empreendimento oferece uma completa área condominial, composta por piscina infinita, quadra de squash com sport bar, minipista de cooper, churrasqueira com área climatizada, praça com jardim, salão de festas infantil, salão de festa adulto e área para passeio de animais de estimação.
Além disso, cada apartamento do Torre Breeze terá 352 metros quadrados de puro luxo e conforto. Serão quatro suítes, uma delas com um banheiro feminino e outro masculino, sacada gourmet com cozinha integrada, sacada de estar, além de sala de estar e sala de TV. Outro detalhe interessante: todos os apartamentos terão a chamada ventilação cruzada. Em função da posição do prédio, a corrente de vento cruzará o apartamento entre as sacadas, deixando o ambiente muito mais arejado. Para o diretor executivo da Leal Moreira, Paulo Machado, o Torre Breeze segue o alto padrão de qualidade da construtora. “A Leal Moreira lança mais um sucesso, que está agradando bastante os clientes. O Torre Breeze oferece qualidade de vida para toda a família, com diversão, segurança e tranquilidade”, destaca. O empreendimento terá 28 andares, cada um com dois apartamentos, mas que terão entradas independentes, ou seja, cada lado terá seu próprio elevador, oferecendo mais privacidade para o morador.
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O novo empreendimento LEAL MOREIRA e PDG mostra o real conceito de luxo e sofisticação
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Bicicletas Colaboradores da Leal Moreira que cederam suas bicicletas usadas para fazer parte de projetos artísticos no espaço da construtora na Casa Cor receberam as novas dia 25 de agosto, em um café da manhã, nas dependências da obra do empreendimento Torres Ekoara. Na ocasião, outros 25 colaboradores do projeto “Olhar da Obra” receberam o certificado de participação na atividade que lhes proporcionou fotografar o dia a dia das obras em que trabalham.
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Casa Cor Foram pouco mais de quatro meses de trabalhos intensos até que o prédio onde um dia funcionou o 2o Batalhão da Polícia Militar, em Belém, ficasse pronto para receber a Casa Cor Pará. A histórica edificação, erguida há 130 anos, é um dos símbolos de uma época em que a capital paraense vivia o esplendor da Belle Époque. Já abrigou o Batalhão de Guardas da PM, entre as décadas de 1960 e 1970, além das guardas do Palácio Lauro Sodré, Palácio da Justiça, Tribunal de Contas, Central de Polícia e Presídio São José. Mais de 250 operários trabalharam dia e noite numa obra que reformou o prédio e o adaptou, inclusive para futuros eventos. O Estado – que cedeu o espaço para a mostra – recebe de volta um patrimônio que também revitali-
za uma das áreas centrais da cidade. A Leal Moreira, parceira estrutural da organização da Casa Cor, forneceu a mão de obra para a reforma antes da entrega dos espaços para arquitetos, decoradores e demais profissionais envolvidos na mostra. Nas semanas que antecederam a abertura da mostra, o ritmo de trabalho foi frenético. Esta galeria mostra a evolução da obra, desde seu início, no começo de maio, até o fim de agosto. Um total de 132 arquitetos se esmerou para finalizar os 70 ambientes que mostram como a tecnologia pode ser usada em casa ou no trabalho para dar conforto ao homem, com foco no meio ambiente. Mais de 40 mil pessoas devem passar pelo quartel durante a Casa Cor.
Qualificação A Leal Moreira é ativa nas atividades de incentivo para os seus colaboradores. Está sempre fechando parcerias com instituições que promovem palestras e atividades para os funcionários, além de auxiliar na execução de cursos técnicos. A construtora faz, por exemplo, um projeto, que já tem dois anos de duração, em parceria com o Serviço Social da Indústria (Sesi), o chamado “Sala de aula nos canteiros”, um programa de incentivo à educação dos trabalhadores dos empreendimentos, que desejam concluir o ensino fundamental.
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Aperfeiçoamento Outro projeto da Leal Moreira que proporciona conhecimento a seus funcionários, aliado a técnicas profissionais, é a parceria entre o grupo e o Fundo Ver-o-Sol, da Prefeitura de Belém. Cursos de capacitação como informática básica e avançada e noções de contabilidade estão entre as atividades. Mês passado, um grupo de colaboradores recebeu certificados pela participação na atividade.
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Check List das obras Leal Moreira projeto
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lançamento
fundação
estrutura
alvenaria
revestimento acabamento
Torre Breeze 4 suítes • 352m² • Umarizal • Trav. Dom Romualdo Coelho, 1132 (entre Bernal do Couto e Diogo Moia) Torre Parnaso 2 ou 3 dorm. (1 suíte) • 58,40m² e 79,20m² • Cremação • Av. Generalíssimo Deodoro, 2037 (com a Rua dos Pariquis) Torres Dumont 2 e 3 dorm. (1 e 2 suítes) • 64m² a 86m² • Pedreira • Av. Doutor Freitas, 1228 (entre Av. Pedro Miranda e Marquês de Herval). Torre Domani 3 e 4 suítes • 187,15m² • Nazaré • Av. Governador José Malcher, nº 1655 (entre 14 de março e Alcindo Cacela) Torres Liberto 3 suítes • 122 m² e 260 m² • Batista Campos • Rua dos Tamoios, (esquina com Tv. Honório José dos Santos). Torre Vitta Office Salas comerciais (31,73 a 42m²) • 5 lojas (61 a 299,62 m²) • 31,73 a 42m² (sala comercial) • de 61 a 299,62m² (lojas) • Marco • Av. 25 de setembro, 2115 Torre Vitta Home 2 dorm. 1 suíte (58,02m²) • 3 dorm. 1 suíte (78,74 m²) • 58 m² e 78 m² • Marco • Travessa Humaitá, 2115 (entre 25 de Setembro e Almirante Barroso) Torre Triunfo 3 e 4 suítes (170,34 m²) • cobertura (335,18m²) • 170m² a 335,18m² • Marco • Trav. Barão do Triunfo, 3183 (entre 25 de Setembro e Almirante Barroso) Torre Floratta 3 e 4 dormitórios • 112,53m² a 141,53m² • Marco • Av. 25 de Setembro, 1696 (entre Travessas Angustura e Barão do Triunfo) Torres Trivento 2 e 3 dorm • 65,37m² a 79,74m² • Sacramenta • Av. Senador Lemos, 3253 Torre Résidence 2 ou 3 suítes (174m²) • Cobertura (361m²) • Cremação • TV. 3 de maio, 1514 (entre Magalhães Barata e Gentil) Torres Ekoara 3 suítes (138m²) • Cobertura (267 ou 273m²) • Utinga • Tv. Enéas Pinheiro, 1700 (entre Av. Alm. Barroso e Av. João Paulo II) Torre Umari 2 ou 3 dorm. sendo 1 suíte (107m²) • Umarizal • Rua Dom Romualdo de Seixas, 1500 (entre Antonio Barreto e Domingos Marreiros) Torre Vert 3 suítes (156m²) • Cobertura 312m² • Nazaré • Av. Gentil Bittencourt, 1014 (entre Quintino Bocaiúva e Generalíssimo Deodoro) Sonata Residence Uniplex (71m² a 72m²) e Duplex (118m² a 129m²) • Umarizal •João Balbi, 1291 (entre 9 de Janeiro e Alcindo Cacela) Torre de Farnese 4 suítes (200 m²) • Umarizal • Av. Senador Lemos, 500 (entre Dom Romualdo de Seixas e Dom Romualdo Coelho) em andamento
veja o andamento das obras no site: lealmoreiraimobiliaria.com.br 132
concluído
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Saulo Sisnando Escritor
A última
vez que vi meu pai... Bati muito timidamente, decerto temendo ser ouvido. Mas Nena, uma negra simpática de largas ancas, abriu a porta. Antes de falar qualquer coisa, abraçou-me solenemente e aproximando-se de meu ouvido, sussurrou: “estou feliz por você ter vindo. É bom saber que a morte apaga velhas bobagens.” Quando ela segurou minha mão, senti seus dedos tão frios que me questionei se não era Nena quem caminhava no rumo da morte. “Seu Pedro, olha quem veio ver o senhor”, falou, puxando suavemente um dos lados da rede e desabrigando o rosto de meu pai. Embora tivesse me preparado todo o dia para aquela imagem, era ferino perceber como a passagem do tempo era dolorosa, quando percebida nos olhos daqueles que amamos. Meu pai revirou lentamente os olhos e encarou-me de maneira tão vaga que questionei sua lucidez à beira da morte. “Sou eu, seu filho. Vim fazer um trabalho na cidade e decidi visitar o senhor. Quanto tempo fazia...”. “Não! Você veio porque estou morrendo”, ele me interrompeu, provando-se clarividente e desmentindo a minha última esperança de vê-lo partir sem dor. “Que morrendo nada, papai. O senhor ainda vai viver muito”. “Deixe-me ir, meu filho. Eu preciso reencontrar meus mortos”, disse-me com olhos vermelhos, que nem pude precisar se eram de emoção ou apenas frutos daquela doença que o devorava por dentro. Nena, então, pediu para que me afastasse. “Ele não pode falar muito”. Caminhei até a janela e encarei mais uma vez o céu do sertão. O céu limpo que tinha marcado minha infância e indiscriminadamente recusava-se a envelhecer. Tomado pelo breu da extrema noite de sua vida, pude ouvir, em meu delírio, sua voz de arrastado sotaque proibindo-me de contar estrelas. “Traz verruga! E pior... Se um dia você contar todas as estrelas do céu, a pessoa... Aquela que mais você ama... vai morrer”. Fiz questão de perder momentos contando as estrelas e, às quatro da manhã, Nena, tão triste, tocou meus ombros. “Acabou tudo”, ela disse, apenas algumas horas antes de uma majestosa verruga crescer no canto mais rosado de minha bochecha.
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Quando penso em alguém, só penso em você.
RLM nº 30
Felicidade em duas palavras: Leal Moreira.
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ano 8 número 30
Casa Cor Pará Maior mostra de arquitetura, decoração e paisagismo das Américas alia tecnologia e meio ambiente
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