Revista Leal Moreira nº 51

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RLM nツコ 52 GENTE DESIGN ESTILO IDEIAS CULTURA COMPORTAMENTO TECNOLOGIA ARQUITETURA

Leal Moreira

EXPRESSテグ BRASIL LEAL MOREIRA

ano 12 | nテコmero 52

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Casa Cor Parテ。 2015 A brasilidade expressa em todas as tonalidades e nuances pelos ambientes Leal Moreira na mostra.

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A Revista Leal Moreira 52 traz conteúdo exclusivo nas matérias sinalizadas com QR code.

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Gourmet

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ALEXANDRE SEQUEIRA O artista plástico fala de sua relação quase sinestésica com uma cidade que precisa sair de um estado de perplexidade.

música

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A-HA Muita música, nostalgia e preocupação com o meio ambiente marcaram a passagem do trio norueguês pelo Brasil - com direito a dois pit stops no Pará!

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CASA COR PARÁ “Expressão Brasil Leal Moreira” e “Club Leal Moreira” estão dentre os 33 espaços da construtora dentro da maior mostra de arquitetura das américas.

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FRENTE FRIA Vem da Itália o mestre sorveteiro que tem conquistado clientes e chefs com suas técnicas artesanais e sabores pouco óbvios.

Belém| 400 anos

capa Foto: Marcus Mendonça

capa

índice

perfil - Murilo Couto Uma entrevista ou cinco páginas de muito sarro? Só lendo para saber.

galeria - Frida Kahlo As obras da pintora mexicana mais famosa do mundo dão o norte para uma exposição cheia de conexões e surrealismo no Tomie Ohtake, em SP.

destino - Burano Considerada uma das dez cidades mais coloridas do mundo, o visual apaixonante da ilhota colada em Veneza é um presente aos olhos.

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dicas especial CCK Ricardo Gluck Paul confraria Celso Eluan decor 1 decor 2 tech Angela Sicilia vinhos HV institucional Nara Oliveira

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editorial

Amigos, Vivemos mais um Círio de Nazaré de muitas emoções, cores, vozes, de muita fé e de toda essa atmosfera única que toma conta da cidade nesse período do ano. Embora os momentos mais importantes da festividade já tenham se passado, ainda é possível dizer que paira pela cidade uma energia boa, daquelas que a gente fica ‘esticando’ ao máximo para não acabar, e isso se percebe até mesmo na expressão das pessoas. Parece a época mais feliz da vida, e que felicidade a nossa, de podermos reviver essa sensação uma vez por ano. Outra repetição que me faz muito feliz em anunciar, em mais uma edição da Revista Leal Moreira, é a abertura de uma nova Casa Cor Pará, que chega à sua quinta edição e o resultado é absolutamente surpreendente. Em tempos difíceis como os que vivemos, chega a ser emocionante o esmero de cada parceiro, de cada um que acredita no valor de criar espaços tão belos e com tanta qualidade. E dentro desse universo, a Leal Moreira vem com dois ambientes imperdíveis: “Expressão Brasil Leal Moreira”, assinado por Ana Perlla e José Jr., e “Club Leal Moreira”, de Heluza Sato e Mauricio Toscano, dupla que também assina o projeto geral da Casa Cor Pará. A chegada da exposição “Frida Kahlo: conexões entre mulheres surrealistas”, no Tomie Ohtake, em São Paulo, é o tema da seção “Galeria” dessa edição. O legado da artista, sempre inesgotável, é o fio condutor dessa mostra que faz um recorte preciso da produção artística feminina em diferentes períodos. O comediante paraense Murilo Couto, integrante fixo do “The Noite”, com Danilo Gentili, no SBT, aparece em um bate papo divertidíssimo por aqui, lembrando até da época em que foi corretor de imóveis e admitindo a vontade de tentar atuar em outros gêneros - que não só a comédia - no futuro. O artista plástico Alexandre Sequeira fala com muita sensibilidade sobre sua Belém da avenida “São Jerônimo” sem deixar de apontar a falta de foco, ou o desfoque, em problemas que assolam a capital em mais um especial Belém 400 Anos. A passagem do A-Ha pelo Brasil e pelo Pará também não passa em branco aqui na RLM, e no Gourmet, o mestre sorveteiro italiano Andrea Panzacchi fala sobre sua produção totalmente artesanal, sem acréscimo de substâncias artificiais e ainda oferece uma receita exclusiva para o leitor fazer em casa. Delicie-se! Essa edição foi feita com todo o carinho pensando em você. Boa leitura!

André Moreira

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expediente

Tiragem da edição 52 da Revista Leal Moreira auditada por

Revista Leal Moreira

João Balbi, 167. Belém - Pará f: 91 4005.6800 • www.lealmoreira.com.br

Fundador / Presidente Carlos Moreira Conselho de Administração Maurício Leal Moreira [Presidente] André Leal Moreira João Carlos Leal Moreira Luis Augusto Lobão Mendes Rubens Gaspar Serra Diretoria Executiva Diretor Executivo / CEO Drauz Reis Filho Diretor de Incorporação Thomaz Ávila Neto Diretor Comercial e de Relacionamento José Ângelo Miranda Gerências Gerente Financeiro Walda Souza Gerente de Planejamento e Captação de Recursos Carlos Eduardo Costa Gerente do Departamento Pessoal Mônica Silva Gerente de Relacionamento com Clientes Alethea Assis Gerente de Marketing Mateus Simões Gerente de Incorporação Patrick Viana

Atendimento aos Clientes: Avenida Nazaré, 759 (Largo do Redondo) • segunda a quinta-feira: 9h às 12h e das 14h às 18h. • sexta: 9h às 12h e das 14h às 17h30.

Atendimento telefônico: ++55 91 4005 6868 • segunda a quinta-feira: 9h às 18h. • sexta: 9h às 17h30.

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Criação, coordenação e realização Publicarte Editora Diretor editorial André Leal Moreira Diretor de criação e projeto gráfico André Loreto Editora-Chefe Carolina Menezes Produção Carolina Menezes Fotografia Dudu Maroja Reportagem Alan Bordallo, Andreza Batalha, Bianca Borges, Camila Gaia, Carolina Menezes, Cesar Modesto, Erika Morhy. Colunistas Ângela Sicilia, Celso Eluan, Nara Oliveira, Raul Parizotto e Ricardo Gluck Paul. Assessoria de imprensa Carolina Menezes Conteúdo multimídia Max Andreone Versão Digital Guto Cavalleiro Estagiário Matheus Paes Revisão José Rangel Gráfica Halley Tiragem 12 mil exemplares Comercial Gerente comercial Daniela Kress • (91) 99983.4366 danielakress@revistalealmoreira.com.br Consultor comercial Lídia Menezes • (91) 98802.3857 lídia@revistalealmoreira.com.br Back office Giovana Teixeira • (91) 4005.6874 giovana@revistalealmoreira.com.br

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Revista Leal Moreira é uma publicação bimestral da Publicarte Editora para a Construtora Leal Moreira. Os textos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião da revista. É proibida a reprodução total ou parcial de textos, fotos e ilustrações, por qualquer meio, sem autorização.


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Belém

Porpino Burger Belém definitivamente está passando por um período gastronômico interessante. De uns tempos para cá, houve um boom de hamburguerias, e nas mais diferentes apresentações: food trucks, gourmet ou tradicionais franquias, e todo mundo adora. Dentre essas novas opções, a Porpino Burger se destaca por oferecer deliciosas opções de sandubas que acabam de uma vez com a ideia de que todo cheeseburguer, por exemplo, tem o mesmo gosto. Os milkshakes também são destaque do local, e incluem sabores como Nutella e Oreo. E isso tudo dentro de um ambiente supergostoso e de atendimento diferenciado, a começar pelo visual supermoderninho da turma que atende os clientes desde a porta.

Adega Palate O local é ideal para quem ama vinhos e afins. Com seleção dos principais países produtores do mundo, o espaço oferece uma grande variedade de bebidas e queijos finos. De tempos em tempos são realizadas degustações, acompanhadas de frios, que elegem grandes marcas para serem provadas. Caso você não seja um grande entendedor do assunto, não tem problema, o atendimento é especializado para lhe prover todas as informações necessárias. Pelas redes sociais da Adega Palate é possível conferir algumas dicas sobre rótulos, degustações e eventos. Jerônimo Pimentel, nº 242 (esquina com Almirante Wandenkolk) • 91 3202.5900

Av. Braz de Aguiar, 492 | loja 02 (Próximo a Rui Barbosa) • 91 3222.0708 www.revistalealmoreira.com.br

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Brasil

Arturito As mesas deste restaurante são das mais concorridas de São Paulo. O motivo? Alta gastronomia, produtos orgânicos e a administração da chef Paola Carosella, a bela expert que ficou nacionalmente conhecida por integrar o exigente júri do reality show MasterChef Brasil. Carosella nasceu em Buenos Aires, Argentina, e trabalhou em diversas cozinhas de renome em Paris, na Califórnia, em Nova Iorque e outros centros culturais. Com diversos prêmios na bagagem, Paola define o Arturito como “uma cozinha simples com foco no ingrediente e respeito à natureza orgânica do produto”. Vale a pena conferir.

Rua Artur de Azevedo, 542, São Paulo • 11 3063.4951

Coco Bambu

Mesmo sendo uma cidade distante do litoral, Brasília não decepciona quando o assunto são as iguarias marítimas. O Coco Bambu é um restaurante especializado em frutos do mar e fica localizado no Setor de Clubes Esportivos, às margens do Lago Paranoá. Com 2000m², o local possui uma vista incrível e um extenso cardápio que vai de camarões flambados até espaguete com frutos do mar. Não gosta de mariscos? Não tem problema, o estabelecimento também possui um seleto menu de carne vermelha para os visitantes.

SCN, Quadra 05, Bloco A, s/n - Asa Norte, Brasília - DF, 70715-900 • 61 3038.1818 www.revistalealmoreira.com.br

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mundo

Vinkeles

Elegância, alta gastronomia e tradição. Estas palavras definem o ambiente aconchegante do Vinkeles, um dos melhores restaurantes da capital holandesa, Amsterdã. O estabelecimento fica anexado a um hotel, e o complexo fica situado em uma edificação de 1787, a qual reflete o tradicionalismo da arquitetura local. Além do extenso menu de alta qualidade, o Vinkeles oferece três pacotes chamados de “jantares exclusivos”. A primeira opção é um cômodo exclusivo para até oito pessoas; a segunda, pequenas mesas localizadas dentro da cozinha do restaurante possibilitam observar o trabalho e cotidiano de verdadeiros chefs. E por fim - e mais interessante - o Vinkeles On The Water é um pequeno barco que acomoda até quatro pessoas e veleja nos canais da cidade enquanto um Chef prepara na hora o seu jantar.

57 Avenue Daumesnil, 75012 Paris, França • +33 9 8439 6121

Espaço Cultural Lusofolie’s Inaugurado no ano passado, o ambiente é em Paris, mas dedicado à cultura portuguesa. Se você estiver pela França e sentir aquela saudade do idioma, vale a pena conferir o espaço, que oferece, além de diversas exposições, experiências gastronômicas variadas. Livrarias, shows, bares e muitas outras opções de atividades são oferecidas no local. O foco é a cultura lusófona, sem deixar de dar espaço para outras, como a brasileira e africana. Quem estiver pela capital francesa por esses tempos poderá conferir, até 4 de novembro, um pouco disso na mostra coletiva “Arte Sem Fronteiras”, que envolve artistas de diversos países - dentre eles, o paraense Paulo Azevedo, que com a mostra “Águas de Março” leva um pouco da cultura do Pará aos ares parisienses.

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perfil

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Carolina Menezes

“Me considero um

picareta!”

Em uma entrevista com total tom de bate-papo dos mais descontraídos, Murilo Couto revela ser a favor da livre concorrência na área que lhe fez conhecido e que não descarta a possibilidade de tentar outros gêneros de atuação. “Mesmo tendo muita vergonha de acabar sendo ruim”, confessa.

“B

eleza, beleza!”. É assim que o comediante paraense Murilo Couto me atende para a nossa quase meia hora de conversa, na maior tranquilidade. No entanto, a voz mansa às vezes deixa no ar dúvida se ele está respondendo as perguntas de forma séria ou está, na verdade, tirando um grande sarro de tudo aquilo - no melhor sentido que a palavra pode ter. Aos 27 anos de idade, ele já coleciona alguns anos longe da cidade onde nasceu, Belém; passou pelo Rio de Janeiro, quando teve participações na novela ‘Malhação’, da Rede Globo; e hoje mora em São Paulo, já tendo integrado o elenco do extinto ‘Agora É Tarde’, da Band, e está desde 2012 como fixo no ‘The Noite’, o late-night talk show de Danilo Gentili - você deve ter visto, se não no programa, na internet, o rap que ele fez natal juntando a cantora Fafá de Belém e o guitarrista Chimbinha, em letra e atuação absolutamente divertidas para mostrar que Belém é uma cidade grande como qualquer outra, sem jacaré na rua e afins. “Pessoal de SP não sabe nada daí, é impressionante!”, reforça.

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Crítico e bem exigente com o próprio trabalho, afirma que precisa mostrar seus textos para outros escritores de confiança para acreditar na qualidade do que produz - e lembra que a qualquer hora pode voltar a exercer a curta carreira que teve como corretor de imóveis. “Na hora em que descobrirem que eu não sou engraçado”, completa, destilando a autocrítica. “Minha luta contra a preguiça [na hora de criar] é constante, por isso que é bom achar ruim e eu acho mesmo ruim, porque aí eu tento melhorar!”, justifica. Confira a entrevista: No teu site você começa se descrevendo mas falando das coisas que você não fez na vida: gazetar aula para viajar com os amigos, quebrar a perna fazendo o que não devia, te pergunto se o humor é uma constante na tua vida, desde sempre...? Eu acho que desde moleque eu tento, sabe, quem pode falar são os outros! Eu sempre gostei de ver, de tentar fazer, mas o resultado mesmo é muito complicado saber se é constante ou não... Eu acho que não, né, pelo que eu vejo. Mas a tentativa sempre foi de ser!. »»»

Henrique Tarricone/Divulgação


Confira mais

Como comediante já são quantos anos? Comecei no stand-up comedy acho que no final de 2007 para o começo de 2008, tem uns sete anos, né? Aqui em Belém, certo? Isso. Ir para São Paulo foi tentar a sorte ou já tinha algo em vista? Quando me mudei pra SP eu já morava antes no Rio de Janeiro, na verdade, há uns dois anos, quando fiz ‘Malhação’ [novela teen diária da Rede Globo]. Na verdade, o stand-up começou em São Paulo e depois foi pra Belém, aí por causa do stand-up rolou o teste pra ‘Malhação’ no RJ, aí depois vim para São Paulo de novo por causa do teste para o programa do Danilo [Gentilli, comediante], fiz o teste pro Agora é Tarde, passei e vim pra SP. Então já vim com algo engatilhado. E vem cá, é sério a parte do corretor de imóveis...? Ahahaha, é, sim, uma profissão que eu mantenho... Tu ainda trabalhas como corretor de imóveis? Não, agora não. Mas na hora que descobrirem que eu não sou engraçado, posso voltar a ser...

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Mas a experiência deu certo? Muito pouco, eu mais acompanhava um tio meu que trabalha com isso em Belém. Uma coisa que escreveste faz tempo no teu blog, de que o bom de achar tudo que a gente faz é ruim é que existe sempre a vontade de melhorar. Tu segues essa máxima como comediante, como ator...? Te consideras um ou outro ou os dois? Ah, profissionalmente acho que os dois, né, mas eu mesmo não me considero nada... (risos) Sou um picareta, me considero mais um picareta! (risos) Mas eu acho isso mesmo, essa vontade de melhorar, mas tem que lutar contra a preguiça, que é muito grande, sempre. Ainda mais se o comediante faz uma piada que é ruim mas as pessoas dão risada, é porque o público também não está com esse critério todo. Aí a preguiça bate muito forte, pra quê melhorar se já se está agradando? Tem um pouco disso também. Por isso que é bom achar ruim e eu acho mesmo ruim, porque aí eu tento melhorar! E como é o teu processo, tu escreves, passas para outros lerem para ouvir mesmo ‘olha, isso aqui tá muito ruim, não tá legal’...? Sim, sim, porque como eu sempre acho ruim eu preciso de alguém que eu confie para me dizer que tá bom. Se depender da minha avaliação,

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não confio muito não. Mas eu refaço, mostro para alguém, a pessoa dá ideia e aí eu tento mexer de novo, e sempre mexendo e trocando... Por exemplo, para um show que eu vou fazer, tô planejando um show solo, gravado, porque ainda não tenho nada nesse sentido, e aí algumas piadas são de agora, que eu já tenho, mas eu queria resgatar coisas que eu fazia no começo, mas já acho todas muito antigas, ruins, aí estou tentando mexer nelas para não gravar uma coisa que eu não goste. Agora, assim, Murilo, a concorrência no teu meio é pesada, né, comediante brota da terra, de tudo quanto é lugar... Toda hora. Ah, tem que destruir quem chega, né! (risos) Não, mentira, claro. Eu me dou bem de verdade com a galera, eu acho, as pessoas que começam e que eu acho que estão indo bem, e eu gosto muito de ver gente começando porque ou o cara não tem muito vício de comediante ou então ele tem outras referências, está tentando um negócio novo, não está habituado... Eu sempre gosto de ver os comediantes novos e incentivar. Procuro um comediante que eu gosto mais e ache diferente e que eu tenha inveja das piadas do cara e tento ajudar. Boto para fazer show comigo, esse tipo de coisa. Crescimento é bom, quanto mais comediante melhor, não sei se é igual em outras áreas em que a competição também é ruim. Eu


não acho que a competição seja ruim, acho que ela melhora a qualidade do humor.

não deu pra fazer o clipe, aí no SBT rolou da Fafá cantar e o Chimbinha fazer o solo de guitarra, ele topou ir gravar...

traidor! E pô, eu acho tão bom os dois, o daqui e o daí...!

E como foi isso, você pediu ou casou de vocês conseguirem se encontrar e casou tudo direitinho? O The Noite estava recebendo convidados e eu fiquei meio que esperando, a música já estava pronta. Aí o Chimbinha quando foi lá eu pedi ‘pô, grava um solo pra mim’ e ele gravou. A Fafá ia dar uma entrevista, aí mostramos para ela a música e o projeto para passar no dia em que rolasse a entrevista dela, ela achou muito legal e topou fazer. Ficou legal demais, né, ela simpática para caramba, rindo demais, me senti até bem, né, ficou parecendo que as piadas eram boas...

como foi esse trajeto? O stand-up comedy foi ligando tudo. Eu fazia em Belém, comecei a fazer de vez em quando em SP e no RJ. Aí os caras do ‘Comédia em Pé’ me chamaram para fazer um teste para ‘Malhação’, o Cláudio Torres, que escrevia para a Globo, me indicou. Acabou minha participação em ‘Malhação’, fiquei um ano no Rio fazendo o ‘Comédia em Pé’ e eu já conhecia o Danilo de antes do CQC [na Band], da Malhação também, de shows em bares de SP e tal. Ele me colocou na lista de testes de todos os comediantes que ele chamou. Aí foi teste e indicação por conta dos shows.

Tu és a favor da livre concorrência nesse sentido então? Eu sou. É bom para quem já está fazendo, se espertar e tal, e fazer melhor. E a prática ganha mais respeito, mais reconhecimento, não? Quanto mais gente fazendo... É, porque ‘ah, só tem cinco e eu estou entre os top 5’, ora, grande b****, você pode ser o pior, né? Eu tenho que falar do rap com a Fafá, né, que é muito legal... Ahh, que alegria! Que bom! Aquilo ali é defesa mesmo, pessoal quando saber que sou de Belém chega e aí vem umas besteiras... Não tô falando que Belém é f***, tô falando que Belém é normal, como qualquer outra cidade grande! Mas o pessoal de São Paulo acha que não, né, acha que é um lixo. E se andar direitinho acha mesmo uns lugares bem lixo... (risos) Povo aqui não sabe nada de Belém, não tem muita ideia, sabe, parece um mistério: como será Belém? E é bom, né, que o rap mostra o que a gente já sabe, que tem carro, que tem shopping, olha só, que mistério! (risos) O que eu achei mais legal foi que a Fafá quis! Eu queria fazer desde quando eu era da Band, só que

De ‘Malhação’ para o elenco fixo do The Noite,

E é verdade que teve gente daqui que não gostou...? Sempre tem, né? ‘Ah, tá sacaneando Belém, tá falando mal de Belém’, não sei, é gente que não gosta de nada... Eu sinto que tem gente de Belém que se estiver fora da cidade, não pode falar mal, tem que falar como se fosse a melhor coisa do mundo, uma cidade perfeita. Mas quem tá aí fala, né, normal, dos problemas, como é em qualquer lugar do mundo. Isso aqui é ruim por isso e isso... Mas vai falar disso em São Paulo, aí é horrível, não pode. Se tomar o açaí de São Paulo você é um

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E de lá para cá já são quantos anos? Desde o começo, começou em 2011 ou 2012.

E a periodicidade, é semanal? Não, é todo dia! Na Band que eram três vezes por semana. Olha a gafe de quem não assiste TV... Não tem bronca, tem que ver não... (risos) Mas acaba que a minha participação não é diária, eu »»»


entro duas, três vezes na semana, mas é muito bom o resultado disso. Até nos shows de stand-up, como o programa é direcionado para o humor, e tem o Danilo, que é bem conhecido, tem o Léo e mais gente que faz também, o retorno é legal, é o que proporciona que eu possa viajar pelo Brasil fazendo shows. Já ia perguntar: estás viajando bastante fazendo stand-up? Estou, sim, bastante, e agora estou com vontade de viajar com outro show, né, já passei por várias cidades e agora quero voltar com um outro show, outro repertório. Escrever é algo que fazes sozinho ou em equipe? Eu prefiro escrever sozinho. Na verdade, é assim: eu anoto tópicos, não tem que ser um texto inteiro para decorar, eu anoto algumas ideias e no palco eu vou desenvolvendo isso a partir do que funciona, do que eu acho legal, vou vendo e ouvindo o show e mexendo numa coisa aqui, outra ali. Não sou muito de sentar e escrever piada por piada assim. O Léo [Lins, também comediante fixo no ‘The Noite’], por exemplo, que tá no programa, ele faz piada por piada e escreve muito bem. Mas eu não consigo. Não é o meu estilo. É um supercliché a pergunta, mas o cotidiano

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ainda é a maior inspiração? Uma gracinha que você ouve na fila do banco, ou xaveco no ônibus...? É, sim, na verdade eu acho que isso muda por causa do jeito que a gente olha para as coisas. Para o comediante, o importante é estar ligado no que acontece. No começo de carreira, o cara tá com o sangue nos olhos, está sempre ligado para tirar piada de qualquer lugar, e aí que acaba sendo assim, vai no banco, no ônibus, no avião e o cara está ligado e vai anotando. Acho que o próximo passo, pelo menos para mim, é o que tento fazer, é ficar ligado nas coisas em geral. Não faço muita piada sobre as pequenas coisas do dia a dia, acho que é mais a visão particular, e tentar opinar de alguma forma. Aquela tua forma de enxergar que, talvez, outra pessoa não tenha enxergado... Isso mesmo. Ainda bem que jornalista sabe falar, tá vendo, se for depender da explicação de comediante... (risos) E rola também aquele branco, aquele momento em que você precisa criar algo e não sai nada, em que bate um desespero porque tem uma semana que você não bola uma piada nova...? Muito! No stand-up não rola muito essa cobrança porque a gente está viajando, fazendo shows em lugares diferentes então a plateia é nova e não

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‘decorou’ as coisas, então dá para repetir. Mas para o programa, que exige sempre algo novo, tem prazo, aí bate o desespero! É sentar na frente do computador sem nenhuma ideia e ter que tirar algo, ler notícia e escrever um roteiro a partir dali. E é desesperador porque tem vezes que não tem na-da. Aí bota uma roupa de mulher e dá um grito bem alto que aí já resolve, apela mesmo e pronto, pelo menos para ‘desempacar’, tem que entregar uma coisa, tem prazo, né... O stand-up é a base do teu trabalho, é um gênero que o brasileiro já entende e gosta? Quando começou a ter visibilidade, ir para o YouTube e tal, sempre houve muitas críticas sobre tal piada ser pesada, como transitas por isso para não ser antipatizado mas também não fazer igual o que todo mundo faz? Então, o stand-up, no Brasil, é muito confuso ainda. A pessoa faz um show de improviso e são quatro caras ao mesmo tempo fazendo uma cena com música e tudo o mais. É confuso no sentido de definir o que é stand-up e o que não é. Meio que virou, durante um tempo, tudo que era de comédia era stand-up, até uma peça de comédia era stand-up. E essa pegada de humor pesado e piada pesada virou uma marca do stand-up mais por causa do Rafinha [Bastos, comediante] e do Danilo, dois fortes representantes do gênero, e


fazendo esse estilo de humor. Mas o que define stand-up é um cara com piadas originais e sozinho. Às vezes está falando sobre banana e só e é stand-up. Acho que o estilo já se estabeleceu aqui sim, não sei se o público sabe muito bem como diferenciar, mas acho que já saiu do ‘boom’ e dos comediantes que forem aparecendo, quem for bom, fica, o público vai direcionando, tem gente que gosta de piada pesada, tem quem goste de ouvir mais história, outro que gosta de imitação, já está espalhando. Se firmou como gênero e não é uma coisa só. Tem de todo tipo, comediante e público de todo tipo. Não tem isso de ‘ah, não gosto desse determinado tipo de piada’, então não gosto de stand-up. Disseste que gostas de ajudar a galera que está começando. Em Belém, você tem relação com quem tá começando, tenta dar essa força? Eu tô longe de Belém já há um bom tempo, mas do cenário daí eu conheço uns caras que são muito bons, o Vinícius Lima, por exemplo, ele é do interior. Ele é muito bom, e está morando em São Paulo, ele ficou um tempo com o pessoal do “Em Pé na Rede”, que é de Belém, mas se mudou pra São Paulo. Fora isso eu tô meio por fora... Sei do pessoal do grupo ‘Game Over’, mas desde que eu saí eu não tenho conseguido acompanhar direito, pessoal não coloca muito vídeo na internet, e é difícil fazer em Belém comédia. Mas sei que é difícil manter isso aí. Às vezes abre um bar, não demora, fecha. Faz show em teatro, ninguém vai, acham caro o ingresso. É complicado fazer stand-up em Belém. Para fechar, tem uma frase que diz que nem todo ator é comediante, mas para ser comediante é preciso ser ator, um bom ator. Tu consegues te ver, Murilo Couto, em outro gênero? Tenho vontade de tentar, sim, mas tenho muita vergonha de dar errado. Na comédia eu já me acostumei quando dá errado, já não passo tanta vergonha. Mas de repente fazer um drama e ser ruim... Tenho medo disso. Já ouvi essa frase e meio que baseio nela, sabe? ‘Se a galera tá dizendo, vou acreditar...’ Mas eu mesmo não acredito muito não, acho que eu poderia fracassar legal em outros gêneros! Mas não é algo que descartas? Não, é uma vontade, eu quero fazer, sim!

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especial CCK

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Maria Eugênia Barbosa

foto: Arquivo Minplan/Argentina

Erika Morhy

Um gigante

incrementa a

cultura em

Buenos Aires

Impressionante pelas dimensões e pela suntuosidade, o Centro Cultural Néstor Kirchner, inaugurado em maio deste ano, é um convite à parte da história presente e passada da capital argentina.

O

utra mais dentre as mil e uma alternativas culturais na capital argentina impressiona pelas suas dimensões, pela sua beleza arquitetônica e pelas possibilidades de uso que oferece gratuitamente a públicos de todas as idades. E não é shopping center. Construído a partir de 1889 para sediar a empresa pública de Correios e Telégrafos do país, o atual Centro Cultural Néstor Kirchner (CCK) ainda é observado com encantamento pelos primeiros visitantes, não raro muitos deles antigos funcionários da empresa que foi privatizada e desempregou milhares de trabalhadores. Especialistas da Arquitetura, Engenharia e Cultura consideram que é o maior espaço cultural do continente e o quarto maior do mundo, no alto de seus 100 mil metros quadrados. Seriam 40 teatros da Paz, que tem pouco mais de 2.500 metros quadrados. Do lado de fora, o prédio é de um neoclassicismo majestoso, que sofreu uma única interferência desde 2008, quando as empresas executoras da obra foram licitadas, até a data de sua inauguração, em 25 de maio de 2015: a inclusão do nome do centro cultural, mas de uma maneira totalmente integrada à estrutura,

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como se fizesse parte da primeira obra entregue em 1928. A cúpula ganhou o brilho azul das luzes que foram instaladas pelo lado de dentro do prédio e que pode reproduzir as cores da bandeira de vários países, para o caso de uma homenagem de ocasião. Para quem não tem o costume de visitar prédios suntuosos, entrar no CCK exige o esforço de vencer a sensação de que “este lugar não é pra mim”. O material que reveste toda a fachada, chamado “simil piedra” (semelhante a pedra), também está muito presente na área interior do centro cultural, declarado Monumento Histórico Nacional em 2007. Os engenheiros Alejandro Sanchez e Ariel Bevilacqua, das duas empresas que atuam na execução da obra, garantem que este é o material principal presente na área histórica do CCK. “Não se usa mais para construções, apenas para restauração, por economia de tempo e dinheiro. Mas nenhum outro material é mais bonito”, declara Alejandro. O edifício sofreu outras intervenções no decorrer de sua vida útil e os visitantes podem observar esse detalhe nas pequenas brechas que foram deixadas propositalmente nas paredes, onde se nota as diferentes camadas de pintura »»»


que foram superpostas ao longo dos séculos. Foram mantidas em cada sala as cores mais originais possíveis, como em uma antiga sala de despachos da então primeira-dama Eva Perón, que criou uma fundação de assistência social. De baixo pra cima, de um lado a outro, de ponta a ponta... por onde se observe a imagem é de que as pessoas são pequenininhas, tamanho são os salões das áreas nobres, como o Salão dos Escudos que representam cada província argentina. Os salões nos levam a outras salas, onde estão mantidos os móveis de época. “Quanta durabilidade!”, se escuta entre os visitantes. Inclusive porque o prédio ficou subutilizado depois que os meios de comunicação ganharam outras ferramentas e o sistema de correspondências mudou de perfil. E os pisos? Algumas pessoas sussurram que deveriam usar pantufas para não maltratar tanta beleza que exibem as madeiras em “cedro roble”

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e “pinotea”. Parte deles precisou ser trocada e foram utilizados os correspondentes que estavam sem aproveitamento em outro setor do prédio uma espécie de auto-sustentabilidade. Mas também estão ali debaixo dos pés mármores, granitos, cerâmicas... “Nos últimos 15, 20 anos, surgiram empresas dedicadas à fabricação de elementos para restauração conservativa. Então grande parte de nossas necessidades foi resolvida no próprio país, que também é dotado de profissionais muito qualificados”, ressalta Ariel. Os corredores que circundam o prédio internamente em todos os andares oferecem vistas atrativas aos visitantes, que apreciam longa e silenciosamente os vitrais multicoloridos, com motivos florais e geométricos. Desses vitrais que também decoram igrejas e bendizem as famílias que doaram o mimo.

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A área mais contemplativa do prédio inclui ainda um subsolo que comporta o Museu do Correio, onde as pessoas encontram um grande móvel de antigas caixas privadas de correspondências, todas douradas. No topo, sob a égide da cúpula, um salão para eventos com duas entradas para os terraços com ampla vista tanto para a zona de Porto Madeiro e o Rio de la Plata, quanto para prédios públicos e área mais comercial de Buenos Aires. São os primeiros da cidade. A modernidade pulsante Como se alguém ultrapassasse um portal sem barreiras é possível dar de encontro com a construção moderna do CCK. Esse traslado do passado para o futuro se nota não apenas no que se refere aos materiais presentes, mas à oferta de serviços e ao burburinho que provocam os visitantes. As opções são prioritariamente musicais, des-


de salas de menor porte até a principal, batizada de Baleia Azul, com capacidade para quase duas mil pessoas. Esse foi o projeto mais difícil de executar, segundo os engenheiros, porque teriam de promover profundas intervenções sem causar nenhum dano à parte histórica do prédio. Uma série de torres enjaulou a construção por dentro para dar maior proteção. E a Baleia Azul foi um desafio tão grande quanto ela mesma. “O prédio tem três andares subterrâneos. De pronto encontramos água, por conta da geologia local. Tudo muito inóspito”, descreve Alejandro. Desde os primeiros dias de trabalho, músicos da Orquestra Sinfônica Nacional estavam presentes, para garantir uma perfeita acústica. Calçar a Baleia com três patas, por exemplo, contribui para que não haja interferência dos sons externos ao próprio prédio, como os dos metrôs subterrâneos ou das

vias ao redor. “Temos ali dentro um órgão de 3.500 tubos que pesa 30 toneladas. Realmente foi tudo muito novo. Não há manual que nos guie numa obra desta escala. E ouvir elogio de quem agora se beneficia dele nos dá muito orgulho”, reconhece Alejandro. No que seria a pele da Baleia, se pode ver uma série de projeções de imagens. E acima dela, mais um salão aberto, com possibilidade de espetáculos musicais ou teatrais. Um ambiente sedutor especialmente para crianças. No alto, vê-se a Grande Lâmpada, uma peça quase translúcida que lembra gigantes cubos de gelo pendurados sem que se note como. Abaixo da Baleia está outro espaço para exposições e de onde se pode alcançar o salão de entrada do prédio, sempre ocupado com intervenções artísticas. Atores oferecem leitura de segredos que

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chegam aos ouvidos por meio de um comprido tubo de papelão. Leitura também está disponível em salas de exposição, onde se guardam cartas de ilustres como de René Favaloro, mundialmente reconhecido por suas contribuições e descobertas na área de cirurgia cardíaca, e do guerrilheiro Che Guevara, um ícone para revolucionários de diversos países. Há quem saia triste, há quem saia esperançoso, depende de que médico seja o autor dos depoimentos registrados na carta. A definição de Nicolas Bares, um dos arquitetos selecionados para a missão, é bem apropriada: o velho Correio se converteu em um espaço ativo, permeável e vibrante, em um edifício-cidade. Ninguém perde a viagem se não conseguir entradas para algum programa específico. O Centro Cultural Kirchner, de fato, é um lugar de convivência e contemplação.


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ARTHUR’S DAY Ricardo Gluck Paul Micro Cervejeiro e Doemens Sommelier de Cerveja

Dia 24 de setembro de 2015 – Dublin, Irlanda. Depois de um dia de andanças, o turista solitário pega assento no balcão do pub mais próximo do hotel para fazer uma parada estratégica em seu primeiro dia de viagem. Hora de comer algo e experimentar aquela cerveja que tanto lhe recomendaram no Brasil, uma tal de Guinness. Em poucos minutos, o pub começa a lotar. Eram 16h e a TV transmitia o campeonato mundial de Rugby, paixão nacional. Pediu seu pint de Guinness, uma legítima Irish Dry Stout, cerveja negra, seca e cremosa, com notas inconfundíveis de café gelado e chocolate amargo. Entre pints e petiscos, foi entendendo o jogo e fazendo amizades. Já às 17h59, em ponto, não entendeu por que todos pararam para fazer um brinde a um tal ‘de’ Arthur’s Day, que se comemorava naquele dia. No fim da noite, já não se lembrava como foi parar naquela mesa com seis novos amigos nem de quantos pints de Guinness havia consumido... Hora de dormir. No dia seguinte, um papel amassado com uma série de anotações confusas. Eram as dicas de viagem que anotara durante a noite. Pubs e mais pubs, cada um com sua característica peculiar. No verso a palavra “IMPERDÍVEL”, em letras garrafais, apontava para o principal ponto turístico da Irlanda, que atrai cerca de quatro milhões de visitantes todos os anos: a fábrica da Guinness, uma das cervejarias mais emblemáticas do mundo. Não pensou duas vezes, arrumou a mochila e decidiu seu rumo. Lá conheceu a fantástica história da stout mais vendida do planeta. Se divertiu com seus milhares de fatos curiosos, como as Guinness enviadas aos soldados irlandeses durante a Segunda Guerra e o famoso livro dos recordes, o Guinness Book, criado em seus pubs para seus próprios clientes. Jantou no restaurante panorâmico da cervejaria, o ponto mais alto da cidade, e, finalmente, compreendeu a importância desta fábrica para todo o país. Um dia inesquecível!!! Mais tarde, em um dos mais de mil pubs de Dublin, pediu um pint, um petisco e uma música celta. Lembrou do brinde que fizera na noite anterior, às 17h59, e se sentiu honrado por presenciar aquele momento. Arthur Guinness, que fundara a cervejaria em 24 de setembro de 1759, merecia aquela homenagem. Por um breve momento, desejou ser irlandês. Ao menos naquele dia.

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Alan Bordallo

Dudu Maroja

Belém sem foco O fotógrafo, artista visual e professor Alexandre Sequeira fala da sua relação com uma Belém tão amada quanto maltratada e explica por quê preservar a memória da cidade pode ser o melhor presente para os 400 anos da capital paraense.

O

senso de pertencimento às origens escorre de Alexandre Sequeira como o suor derramado pelo calor de uma tarde na semana do Círio de Nazaré. Enquanto fala da cidade, de sua paisagem exclusiva, ele ativa memórias talvez causadas pelo ambiente: estamos na casa do início do século XX comprada por seu avô – e situada na Avenida São Jerônimo, como Alexandre ressalta – onde ele cresceu. Relembra as tardes de céu preto de chuva que prenunciavam corrida em busca de mangas, o convívio com o rio Guamá e a baía de Guajará, a formação no curso de arquitetura, escolhido pela afinidade com o não existente curso de artes. Entre tantas passagens, as mudanças da cidade também têm papel fundamental na construção de seu olhar sobre Belém. Afinal, a efusividade com que o belenense em geral descreve sua terra natal para forasteiros não elimina o tom crítico usado para abordar os vários defeitos da Cidade das Mangueiras quando entre conterrâneos. E neste papo concedido para a seção Belém 400 anos, Sequeira, fotógrafo, artista visual e professor, nos convida para olhar Belém sob sua lente e eliminar a miopia que nos impede de ver nosso papel na reconstrução da capital paraense. Belém tem um apelo visual muito forte. Foi aqui

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mesmo que desenvolveste teu olhar fotográfico? Foi. Eu, desde pequeno, tinha uma relação com a arte, mas minha formação vem um pouco de desenho e pintura. Depois da faculdade de arquitetura que cursei aqui morei um bom tempo em São Paulo. Em São Paulo comecei a ter um contato mais estreito com a fotografia, mas muito em função de trabalhar como designer gráfico. Isso demandava um domínio de fotografia, então fiz cursos de fotografia, direção de arte e vídeo. Mas na minha volta para Belém, no início dos anos 90, estabeleci relação muito estreita com o FotoAtiva, e com o Miguel (Chikaoka, fundador e atual diretor administrativo da Associação FotoAtiva). E, claro, como 99,9% dos fotógrafos de Belém, o FotoAtiva está vinculado à minha formação. Então é uma relação que esteja talvez um pouquinho além da fotografia, um exercício de olhar. E já cheguei nessa seara de fotógrafos meio pensando na fotografia no sentido mais ampliado. Às vezes me pergunto se o meu trabalho é exatamente fotografia ou se lanço mão, eventualmente, da fotografia. É curiosa a tradição de Belém na fotografia... E é longa, né? Antes disso, por exemplo, se formos puxando para trás, tiveram estúdios de fotografia de padrão internacional aqui. (Photo) »»»


Fidanza (estúdio do fotógrafo português Felipe Augusto Fidanza, inaugurado em 1867) e vários outros. Belém tem uma história de vínculo com a fotografia. Até no surgimento da fotografia, enquanto se pesquisava na Europa, tinha um cara pesquisando também no Brasil. Ao mesmo tempo. Então tem até uma discussão quanto a quem realmente teria inventado a fotografia, se foi o Hercule Florence, que, curiosamente, também é uma pessoa que passou por Belém. Então Belém tem uma história. E aí depois na década de 60 e 70 vieram os fotoclubes. Depois o FotoAtiva, que é um dado incrível, que agrega um poder de criação e formação de vários nomes. E hoje é muito difícil falar de fotrografia no Brasil sem passar invariavelmente por Belém. Pelo fato até de ser muito isolada, Belém criou um padrão seu, uma maneira de se colocar na cena muito singular. Esse é um dado que honra muitas pessoas. Não só da fotografia, mas por perceber que Belém escolheu ser uma capital com vocação cultural. É uma cidade que tem muita satisfação de se apresentar como um centro cultural importante na região Norte. Falando em região Norte, é o centro mais importante. Belém hoje ainda tem uma veia criativa e artística forte, com várias linguagens em produção efervescente, como a música, a gastronomia... A que achas que se deve isso?

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Acho que tem várias questões que contribuem para isso. Primeiro é a herança histórica. Belém é uma cidade que por muito tempo ditou determinados valores culturais. O período da borracha foi de grande importância. Um pouco antes da virada do Barroco pro Neoclássico tivemos o Landi aqui, antecipando um movimento... O Landi é contemporâneo do Aleijadinho. Enquanto o Brasil vivia o Barroco pleno, com a produção do Aleijadinho lá na área das Minas Gerais, o Pará anunciava um estilo artístico e arquitetônico que o resto do Brasil só iria experimentar quase 60 anos depois. Então Belém tem um lastro cultural. Outro dado que acho curioso é o fato de estarmos em um Estado que faz parte da Amazônia, o que faz com que a gente conviva com diversas culturas que coexistem. Então esse valor de uma cultura ribeirinha, da contribuição do índio, de Belém ter sido praça de comércio de negros. A cultura negra, indígena, portuguesa, europeia, essa mescla, Belém convive muito bem com isso, até hoje. Basta andar no centro da cidade para ver isso no traço das pessoas, na culinária, nas casas. A gente vê que essas culturas coexistem. Falam, alguns historiadores e sociólogos, que, igual à Amazônia, em termos de diversidade de culturas, só a China, como um país que pela dimensão tem culturas que se mantêm muito puras, embora em convívio com outras. E outro fator é geográfico. Belém tem essa dimensão

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amazônica. É a capital da borda, do limite, historicamente a capital da Amazônia que está olhando para o que vem de fora e quem vem de fora, como dialogar com o que vem de fora, e afirmando seus valores. Então diferente de outras cidades que, por um isolamento geográfico maior, guardam um certo purismo, até uma ideia meio idílica de Amazônia, acho que Belém se coloca muito nessa zona de contato e contaminação. Eu sou, inclusive, de uma geração que, quando paro para pensar, vejo que 90% dos meus amigos invariavelmente acabavam a faculdade e saíam do Estado. Saíam até para depois voltar. Uns voltam, outros, não. Mas a vontade de estabelecer esse contato com o de fora é o dado que coloca Belém em uma condição interessante do criar. A oxigenação. Não é questão de afirmação romântica ou nostálgica, mas de colocar até o sentido de memória em permanente revisão. A questão geográfica coloca Belém nessa região rica culturalmente mas sendo capital de borda é um dado determinante. É curioso também que além destes fatores que tu citaste, em algum ponto Belém não fez jus a essa grandiosidade e acabou ficando para trás em relação aos outros grandes centros culturais. Concordas com isso? Por que achas que isso aconteceu? Concordo plenamente, e com muita tristeza. Com muita tristeza porque eu acho que até para uma


pessoa, um indivíduo, que dirá para uma cidade ou um país, que nega sua memória, que nega sua história, fica seriamente fadado a ficar flutuando sem rumo, sem norte. O Brasil fez uma opção do que para ele representa futuro ou progresso, que é o modelo americano de vidro, blindex, concreto. E a gente vê uma cidade como Belém, com um acervo arquitetônico impressionante, que faz os olhos de qualquer pesquisador que vem de fora brilharem, como muitos vêm da Europa – Itália, Portugal – estudar o neoclássico paraense. E vê que o conceito da média da sociedade paraense, e por vezes até do empresariado e dos governantes, é de entender que antigo é sinônimo de velho, algo que não presta. E, curiosamente, essas mesmas pessoas que estão à frente de tomar decisões que salvaguardem esse patrimônio, são pessoas que atravessam o Atlântico e se emocionam com uma arquitetura preservada na Europa... Totalmente incoerente... Incoerente. Porque vão, se emocionam, acham maravilhoso – contanto que não seja sua realidade. E essa herança portuguesa, europeia que temos, que tanta gente enaltece, o paraense, em geral, a média, nega terminantemente. Belém prefere cultuar uma memória morta, uma ruína, que uma presença. A presença incomoda. É melhor que isso fi-

que na memória, num livro, num objeto, um bibelô com uma imagem estampada do que foi Belém. Isso talvez para o paraense seja mais interessante. E eu acho uma pena. Há uma dificuldade do belenense em lidar com sua própria memória? É, e eu acho que é muito tolo. Porque até tomando partido das questões que norteiam o grande empresariado, é inevitável imaginar o que preservar isso não traria de benefícios para todos em termos financeiros. Aumento do turismo, valorização da cidade, afirmação da cidade como centro que se percebe e se valoriza. Sob todos os pontos de vista que o empresariado busca incrementar ou aquecer, turbinar a economia do estado e da cidade, é um paradoxo (deixar de preservar o patrimônio histórico). Ao mesmo tempo que querem isso, negam o que talvez a cidade tenha de melhor para se afirmar. Acaba que fica uma cidade sem identidade, por um complexo de aceitação. Acho que, do ponto de vista do turismo, agora a música e a gastronomia trouxeram um norte que o Pará demorou a perceber. Belém fica tentando se afirmar como Amazônia. Se for por essa ótica, acho que as capitais de lá do meio, como Manaus, representam muito mais a Amazônia. No entanto Belém tem uma pegada caribenha tão genuína e especial, e uma dificuldade de perceber isso.

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Fui ao Caribe e fique estarrecido de ver a quantidade de relações entre Belém e essa região. Acho que a música, a guitarrada, o fenômeno dos Mestres da Guitarrada, e até o brega, que veio chegando, foram coisas que fizeram com que Belém se olhasse e percebesse que tem esse vínculo – e que isso a faz uma cidade diferente das outras. Talvez esse seja o diferencial que afirma a cidade como um produto turístico cultural. A tua obra fala muito sobre construção de memórias. Quais são as memórias que mais vêm à tona quando lembras da Belém da tua infância. Que viagens “lírico-sentimentais” essas lembranças da infância te provocam? Olha, são muitas. Eu poderia te dizer que tem um viés que aponta para o mato, a região mais interiorana. Meu pai é nativo do Marajó, de São Sebastião da Boa Vista, e eu cresci numa Belém dos anos 60 e 70, em que a gente admirava muito o rio. Meu pai tinha uma lanchinha e na minha casa todos, meu pai, minha mãe e meus irmãos, todos esquiávamos, tínhamos uma prática, um convívio com o rio semanal. E esse é outro dado curioso: a partir dos anos 70 Belém foi negando o rio. Virando de costas... Virando de costas e assumidamente colocando: »»»


isso não nos interessa, queremos ser uma cidade urbana e o rio não é um interesse pra nós. Mas eu sou um cara do mato. Meus amigos, quando querem referência de um bom igarapé, é muito comum me ligarem, porque sou bem por aí. E outra memória é essa casa que estou aqui. É uma casa do início do modernismo, uma casa que tem uma arquitetura linda, e foi onde eu cresci. Não sou morador da Governador José Malcher, sou morador da São Jerônimo. E a São Jerônimo era um lugar onde as pessoas tinham um hábito até lusitano de colocar as cadeiras na porta e conversar no final da tarde. Eu corria atrás de manga quando o céu ficava escuro de chuva, ia para a rua correr atrás de manga. No ano-novo batia nos postes de metal, o grande lance da virada do ano era pegar um pedaço de ferro e bater nos postes, e fazia um barulho lindo. Tenho uma nostalgia muito gostosa de uma Belém que vivi com muito prazer. Foi muito bom, e ao mesmo tempo tenho uma relação também prazerosa com o entorno de Belém. Sempre que recebo amigos de fora reservo alguns dias para levar eles no entorno de Belém, e eles ficam loucos. Porque aqui, em coisa de 40 minutos, a gente chega a locais com uma geografia incrível. Meu trabalho de certa forma é um pouco movido por essas relações de prazer e bem-estar. E, claro, meu trabalho se constrói também muito de encontro com outros. E vem outro fa-

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tor que acho legal: no Brasil todo se reconhece que a Amazônia tem um povo muito amoroso. Quanto mais você vai pro interior mais se dá conta dessa amorosidade. Vê pessoas capazes de darem a rede delas para você e arranjarem outro lugar para dormir, sabendo que o visitante vai ter o melhor do lugar. E isso sempre me emociona muito. Vivo por vilas do interior, onde meus trabalhos se constroem, a partir do encontro que tenho com essas pessoas, e é um dado que sempre me emociona e me motiva a desenvolver trabalhos. Até um dos meus trabalhos mais conhecidos, que circulou pelo mundo, que é o de Nazaré do Mocajuba, diz respeito a uma vila aqui no nordeste do Pará, que até hoje tenho um vínculo afetivo muito grande. Tu já viveste em outras cidades e conheces vários países. Nessas andanças conseguiste desenvolver um olhar de turista sobre Belém? Eu acho esse um motivo importante de sair. Mesmo que seja viagem de férias, como também experimentar morar um pouco fora. Porque quando você volta dois lados são ativados: o da amorosidade, do encantamento – na verdade um reencantamento pelo teu lugar –, mas ao mesmo tempo um olhar crítico. Não deixar que esse “paraensismo” seja algo que te deixe míope, a ponto de não perceber mazelas que você pode ser o agente transformador. Eu

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curto muito em Belém me perder, me permitir circular por outros locais. Claro que esse prazer tem sido privado pela insegurança da cidade, mas eu adoro ser surpreendido por outros circuitos. Decidi que no fim de semana prefiro visitar bares da Marambaia, ou da Pedreira, curtir, sentar num barzinho de periferia e sentir a vibração, que acho muito legal, como também até andar por ruas em que meu olhar de motorista se dirige muito para o asfalto, horizontal, e aí levantar a cabeça e olhar para cima e procurar ângulos que meu dia não permite que eu olhe muito. E a cidade sempre surpreende, é bem legal. Tem locais específicos que tu sempre fotografas? Ou que tenhas fotografias que sejam marcantes? Olha, acho que Belém tem muitos. O centro histórico de Belém emociona. A relação quando chego na beira do rio e vejo o horizonte, pouquíssimas cidades têm um horizonte como esse em oferta para os olhos. O bosque Rodrigues Alves, a praça Batista Campos é estonteante. Eu ficaria talvez meia hora citando pequenos detalhes ou lugares. O museu Emilio Goeldi, que quando você entra e a temperatura muda, o cheiro muda. É uma visita sinestésica, você é deslocado para o território do cheiro, da umidade, do que Belém teve um dia e perdeu. Aquela rocinha, a edificação no centro que foi a residência para a família Goeldi... É um prédio mara-


vilhoso como tivemos inúmeros em Belém que se perderam. Belém tem muitos recantos, basta que a pessoa se disponha a olhar. Aquela parte da Feliz Lusitânia, com a Sé, Santo Alexandre, o Forte, aquele entorno é de tirar o fôlego. As pessoas de fora que levo ali ficam tomadas pela surpresa de ver uma arquitetura vigorosa, imponente, soberba. O Theatro da Paz... Toda vez que entro vejo a plateia e confiro o número de pessoas olhando para o teto, em volta. Enquanto o espetáculo não começa, o grande espetáculo é a edificação. Todo mundo com os olhos circulando pelo ambiente todo. É muito legal saber que as pessoas são tocadas por esses bens. Falaste sobre essa localização de Belém, na ponta do Estado, afastada de outros centros do Pará. Achas que essa localização também prejudicou os belenenses, que, muitas vezes, não conhecem muito o Estado? Tu apontaste uma coisa que é muito triste. Concordo com isso. As pessoas quando se deslocam vão muito mais para fora. Ano passado conheci Afuá, norte do Marajó. Olha, posso te dizer que viajo muito, pelo mundo todo, e foi uma das viagens mais lindas que fiz. Afuá é uma cidade onde é proibido o trânsito de qualquer veículo motorizado, tudo é no pedal. E é uma cidade toda de palafitas. E linda, colorida, com lixeirinhas, com uma ordem impressio-

nante. As pessoas amam a cidade em que vivem. Acho que Afuá deveria ser uma referência no Brasil. Em outro período eu e amigos alugamos um barco e fomos de Santarém descendo o Tapajós. Passamos por Alter e fomos para os afluentes do Tapajós. E, olha, é uma coisa de... não dá nem para descrever o encantamento. É uma coisa im-pres-sio-nan-te. E é muito triste ver que tem pessoas que não conhecem nem Vigia, que é uma cidade mais antiga que Belém e aqui do lado. As cidades do Marajó, tanto a parte mais central, das fazendas e dos campos, quanto o litoral. Alter do Chão, Itaituba. E mesmo essa parte das serras, perto de Parauapebas, que temos um pouco de serra naquela região. Acho que o paraense tem dificuldade grande de lidar com seu estado. E claro que não valoriza. Por não conhecer, não valoriza. Achas que Belém está no caminho certo nesta preparação para os 400 anos? Que vamos chegar nessa data envolvidos com esse tema e tentando cuidar mais da cidade? O que mudarias na preparação para esse aniversário tão marcante? Eu tenho medo de parecer muito pessimista, mas acho sinceramente que Belém foi tomada por um estado de perplexidade, de pessimismo. Não consigo perceber na cidade uma coisa que se anuncia, uma celebração tão importante, para os próximos

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dois meses. E acho que têm questões que não estão nas mãos do poder público. Talvez seja a grande dificuldade: a questão está nos paraenses. Acho, e vou dar alguns exemplos, que uma cidade linda já é encantadora se for limpa. Uma cidade limpa, que se cuida, que se respeita, se torna linda e encantadora. E é um assombro como Belém lida com a questão do lixo. É uma questão que não diz respeito apenas a camadas menos favorecidas ou com nível inferior de informação. Muito pelo contrário, é triste reconhecer que em Belém donos de carros importados da mais alta geração baixam seus vidros elétricos, jogam lixo pela cidade inteira sem o menor constrangimento, com os filhos ao lado. Existe um problema gravíssimo de Belém com relação a isso. E vejo uma inoperância total – aí coloco o poder público, sim – do poder público de agir contra isso. Quando visito outras capitais que resolveram mais o problema, como Curitiba ou Florianópolis, pergunto para as pessoas: qual é a fórmula? Como uma cidade pode estar tão bem cuidada? E eles todos categoricamente dizem que é fruto de campanhas sistemáticas, que atravessavam um ano inteiro. Não são campanhas pontuais, um “sloganzinho” de nada que vai mudar uma cultura muito enraizada. E tem que ser uma prática sistemática, na qual todos estejam envolvidos. Não é possível que a pessoa considere a melhor maneira de se apresentar receber »»»


uma pessoa com sua casa suja, imunda. Acho que esse é um dado triste. Outro dado que me referi do próprio valor histórico. É incrível a falta de visão empresarial, de lucros e benefícios que isso pode trazer. É de uma miopia inacreditável que não se perceba o quanto a cidade ganharia com essa valorização. Já vi situações do Pará ter que devolver verbas por projetos que não foram executados, ou sequer apresentados, como pré-requisito para receber verbas e recuperar patrimônios. Não consigo compreender como uma cidade lida com esse patrimônio ruindo à sua frente e não faz nada por isso. E acho que o terceiro, também não menos dramático, e muito chocante, é o trânsito. É um trânsito hostil, grosseiro, completamente caótico, onde você vê pouquíssimas ações caminhando no sentido de humanizar isso. Como uma cidade pode querer celebrar sua história, sua vida e o amor das pessoas que vivem nela num ambiente tão hostil para quem vive nela? Hoje andar pelo trânsito, tanto do ponto de vista do ciclista, como do pedestre, como do motorista, é um embate, uma verdadeira guerra. E coloco a minha crítica não apenas ao poder público mas a todos os moradores da idade. Se você vê uma rua engarrafada, pode contar que mais à frente existem quatro ou cinco pessoas que optaram pelo seu benefício próprio, parando em fila dupla ou tripla, a despeito de que isso prejudique outros. Isso é geral. Os ciclistas passam pela calçada, já fui atropelado numa, me feri todo, porque fui atingido por uma bicicleta em alta velocidade. Existe um descontrole de toda sorte no trânsito e também não vejo, nem a pequeno, médio ou longo prazo, nada sendo feito nesse sentido. Meu sentimento, no momento, é de profundo pesar pelo que assisto se perpetuar em uma cidade que vai celebrar 400 anos. Recentemente tivemos perdas de prédios históricos de valor incalculável no Comércio. A gente passa por lá agora e assiste uma ruína, literalmente, com letras maiúsculas, praticamente de frente ao Paris n’América. Queria acreditar que os 400 anos pudessem fazer Belém atentar para o que temos, o que podemos ser de exemplo em bem viver. Até nossas mangueiras estamos perdendo. Não sei no que a cidade pode se transformar sem a cobertura de árvores. Infelizmente o que posso dizer é que o aniversário eu celebro um pouco de coração apertado, muito mais pelas minhas memórias do que pelo que o presente anuncia.

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César Modesto

Antônio Cícero

A-Ha:

nostalgia,

música e

sustentabilidade Um símbolo. É o que representam Morten Harket (vocalista), Paul Waaktaar-Savoy (guitarrista) e Magne Furuholmen (tecladista) para toda uma geração, composta principalmente na década de 1980.

N

o ano em que completam 30 anos de uma carreira sólida e bem-sucedida, a banda norueguesa A-ha voltou aos palcos após cinco anos de hiato e escolheu o Brasil como um dos primeiros países a receber a turnê do novo álbum “Cast in Steel”, lançado em setembro deste ano e com apresentação memorável na última edição do Rock in Rio. Os fãs da música synthpop tocadas pelo trio puderam relembrar canções clássicas como “Take on Me”, “Hunting, High and Low”, “Stay on These Roads”, “Crying in the Rain” e conhecer outras novas como “Forest Fire” e “Under the Makeup”. Além do Rio de Janeiro (RJ), os shows da banda também foram agendados para as capitais Brasília (DF), Fortaleza (CE), São Paulo (SP) e Curitiba (PR). No entanto, nos dias 1º e 3 de outubro, o Pará entrou “sem querer” no circuito quando o A-Ha foi convidado para se apresentar como atração de uma empresa, também norueguesa, onde originalmente se apresentaria apenas para os funcionários.

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Quando a notícia da vinda do A-Ha em solo paraense se espalhou, os fãs se exaltaram e fizeram campanha para que os shows nos municípios de Barcarena e Paragominas fossem abertos ao público. E o desejo foi atendido. “É a nossa primeira vez aqui no Pará e estamos muito empolgados. Sabemos que a faixa etária dos nossos fãs é bastante larga, e viemos com a intenção de fazer o que sabemos fazer melhor: cantar e empolgar o público”, disse Morten, durante coletiva de imprensa, em Belém. Devido ao caráter não-comercial, o passaporte para os shows foi a doação de kits de material escolar, posteriormente encaminhados para escolas e instituições de caridade daqueles municípios. Não demorou e vários grupos se organizaram em comitivas. Em poucos dias faltaram itens escolares nas principais lojas e distribuidoras da capital paraense e nas cidades dos shows. Isso sem contar as filas para recolher os ingressos e os hotéis lotados, o que fez muitos fãs levarem barracas. Para Magne, “é incrível quando as pessoas vêm »»»


Confira mais

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discografia Cast in Steel - 2015 Ending on a High Note - Live at Oslo Spektrum - 2011 25 - 2010 Hunting High and Low - Deluxe Edition - 2010 Scoundrel Days - Deluxe Edition - 2010 Foot of the Mountain - 2009 Analogue - 2005 The Singles - 1984-2004 - 2004 The Demo Tapes - 2004 How Can I Sleep with Your Voice in My Head? - 2003 Lifelines - 2002 Minor Earth | Major Sky - 2000 Memorial Beach - 1993 Headlines and Deadlines - 1991 East of the Sun, West of the Moon - 1990 Stay on These Roads - 1988 Scoundrel Days - 1986 Hunting High and Low - 1985

de muito longe para prestigiar o seu trabalho”, disse durante a coletiva. “Por isso não menosprezamos esse esforço e damos o nosso melhor. Inclusive, soubemos de noruegueses que vivem aqui no Brasil e também estão fazendo esse esforço. É realmente emocionante.” E a banda não decepcionou: Morten, Paul e Magne tocaram para um público de 14 mil pessoas em Barcarena e outras 18 mil em Paragominas, cujas apresentações entraram para a história não apenas dos municípios, mas do Estado. A banda praticamente repetiu a apresentação do Rock in Rio, mas sem a pressa de um grande festival. Ambos os shows duraram aproximadamente 1 hora e 40 minutos, com direito a suspense na segunda metade do concerto e “Take on Me” no encerramento, para o delírio dos fãs. Cidadania e conscientização ambiental “Acredito que o mundo está começando a compreender a importância da Amazônia, a complexidade do seu ecossistema e que todos precisamos dela”, disse Magne. “O grande desafio é encontrar maneiras e garantir que toda essa riqueza não se restrinja apenas a uma região, mas beneficie o mundo inteiro.”

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Além dos concertos, os integrantes da banda norueguesa também participaram de projetos com caráter socioambiental. O tecladista Magne Furuholmen, que além de músico também é escultor e artista plástico, promoveu uma oficina para um grupo de crianças do projeto Educação pra Gente, em Barcarena, nos moldes do projeto que realiza no Museu de Arte Contemporânea de Niterói, no Rio de Janeiro. Em Paragominas, o vocalista Morten Harket participou de um plantio de mudas em uma área de reflorestamento, cuja meta é equilibrar 1 hectare de área verde a cada hectare de área minerada até 2017. Na ocasião, contou com a ajuda das crianças do projeto Caseca. “Estamos aqui para prestar atenção no que está acontecendo na região. Além disso, acho importante envolver as criancas em projetos como esses porque elas são o nosso futuro”, comentou Magne, durante a coletiva. Do começo até aqui O nome A-Ha surgiu por acaso. Em 1982, o grupo já estava formado e havia deixado Oslo, na Noruega, para tentar a sorte em Londres, na Inglaterra. Foi nessa época que Magne leu o termo “a-ha!” em »»»


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Morten Harket.

Magne Furuholmen.

Paul Savoy.

Vocalista e compositor. Estudou em seminário teológico e quase seguiu a vida religiosa. Teve aulas de piano por influência do pai, mas optou pelo canto, influenciado por Jimi Hendrix e Uriah Heep.

Tecladista, compositor, escultor e artista plástico. Foi recentemente nomeado Cavaleiro da 1ª Classe da Ordem Real Norueguesa de Santo Olav pelos esforços musicais internacionais.

Guitarrista e principal compositor do A-Ha. Tinha receio de estudar música porque era muito tímido e gaguejava. Paralelo ao A-ha, mantém a banda Savoy com sua esposa Lauren e o baterista Frode Unneland.

uma das composições de Paul e a ideia veio forte. Ainda sem saber que a expressão representava “surpresa” e estava presente em vários outros idiomas, o tecladista sugeriu o nome por ser curto, de fácil memorização e por se aproximar da sua língua nativa. Curiosamente, o estrondoso sucesso “Take on Me” só aconteceu dois anos após o seu lançamento, quando ainda se chamava “Lesson One”. Somente quando o produtor Alan Tarney repaginou a música foi que aquelas 300 mil cópias vendidas em um ano, em 1984, viraram 1,5 milhão de cópias vendidas em apenas um mês, em 1985. Atualmente, estima-se que “Take on Me” tenha vendido 7 milhões de cópias em todo o mundo, mas naquela época a história da banda estava apenas começando. Os videoclipes inovadores e ótimas canções renderam ao trio vários prêmios internacionais e a oportunidade de viajar pelo mundo, com direito à gravação da canção tema para o filme “The Living Daylights”, da franquia James Bond, em 1987. Mas em 1994 os integrantes do grupo resolve-

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ram seguir seu próprio caminho: Morten gravou quatro álbuns solo, enquanto Paul gravou seis com a banda Savoy, formada com sua esposa, e Magne se firmou escultor e artista plástico, além de compor canções para filmes e para a televisão, tendo lançado apenas um único álbum solo. Após apresentação no concerto do Prêmio Nobel da Paz, em 1998, o grupo anunciou seu retorno aos palcos e produziu até 2009, encerrando as atividades pela segunda vez em 2010, com a turnê “Ending on A High Note”, que passou pelo Brasil. Apesar de Morten ter afirmado em várias entrevistas que a banda havia, enfim, acabado, Magne revelou este ano, ao jornal norueguês Dagbladet, que o vocalista e o guitarrista Paul estavam gravando algumas canções e o convidaram para participar. Foi uma espécie de chamado. Recentemente, o A-Ha assinou contrato com a Universal Music e assumiu um compromisso de pelo menos dois anos. Mas se você é um fã da banda, com certeza está torcendo para que esta parceria nunca mais acabe.


Celso Eluan empresário celsoeluan@ig.com.br

Legalmente incapazes Nessa terra brasilis, os menores de 16 anos são considerados incapazes perante a lei, precisam de responsáveis legais para assumir seus atos. Até aí o exemplo se prolifera no mundo e parece bastante razoável, já que uma criança ou adolescente ainda não tem o discernimento necessário para entender razões e méritos de questões, bem como para se defender. Ainda está em formação o seu caráter, a sua moral e o aprendizado das complexas relações para se viver em sociedade e entender o significado do princípio número um do relacionamento humano: a minha liberdade termina quando começa a do próximo. Muita gente chega ao inverno da vida e ainda não entende isso, o que dirá alguém em formação. Portanto é legítimo que assim seja. O que não me parece razoável é que a legislação, uma extensão legal dos hábitos e entendimentos da cultura vigente, portanto legítima perante todos que a respeitam e constroem, continue acreditando que o indivíduo é incapaz de se defender mesmo depois da maioridade. Vejamos o caso da legislação trabalhista no país, construída nos anos 1930 e atribuída ao “Pai dos Pobres”, Getúlio Vargas. É até compreensível num país que há pouco havia saído da monarquia e abolido a escravidão que fosse criada uma legislação de amparo ao trabalhador, afinal não se sabia ainda como lidar com mão de obra remunerada, a cultura dominante era da produção com base no trabalho escravo, custos e produção não contavam com esse novo ingrediente do salário, limites e respeito ao ser humano. Tanto que após a libertação dos escravos o país abriu as portas para imigrantes do mundo todo que chegavam para ser a nova mão

de obra na lavoura, num modelo ainda feudal de ocupação do campo. Mas tinha que ser tão detalhista e limitante e ainda mais, aprofundada ao longo dos anos para se tornar um amarra no relacionamento entre empregadores e empregados, ter crescido tanto a ponto de existir uma corte específica para julgar, um ministério para fiscalizar e coibir, um sindicalismo patrocinado pelo Estado que até chegou ao poder, um elixir paralisante que coloca em risco a evolução da economia do país? Pronto, acabei atraindo a ira de todos, afinal a nossa legislação é aplaudida e defendida como um eterno direito adquirido que não pode em hipótese alguma ser atacado, é uma sacra bíblia que deve permanecer intocada. Não há dentre nós, exceto os insensíveis e gananciosos empresários, quem não julgue intocáveis os direitos do trabalhador. Aliás, essa palavra parece santificada e é sistematicamente utilizada como recurso retórico por aqueles que dominam os corações e mentes das massas. Entra no rol dos velhinhos aposentados, das crianças inocentes, dos servidores dedicados, dos injustiçados e outros vocábulos que remetem ao imaginário santificado da cultura nacional, como se não existissem velhinhos aposentados investigados pela Lava Jato, crianças maldosas que provocam bullying em outras, servidores corruptos ou trabalhadores que não trabalham de fato. Mas esse não é o contexto que pretendo questionar, apesar de não suportar generalizações fáceis de manipular como as citadas acima. O que pretendo focar é o fato desta super rede de proteção trabalhista acabar virando contra o próprio trabalhador que

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ela pretende defender. Como os pais que, no afã de proteger seus filhos, acabam criando adultos incapazes de lidar com o mundo. Tudo tem limites, inclusive a necessidade de proteção. Como diria minha avó, a diferença entre o veneno e o remédio é a dose, e parece que a proteção do trabalho no Brasil excedeu em muito a dose. Vejamos o que acontece quando as coisas não saem como planejam os superprotetores. No meio dessa crise, não havendo tantas amarras trabalhistas, uma empresa que tem uma queda de faturamento de 30% poderia chamar seus colaboradores e repactuar o contrato de trabalho, individualmente ou em grupo. Retira um benefício daqui, diminui um salário ali, atribui uma nova função, não paga uma gratificação, enfim, negocia com o colaborador de igual para igual, sem paternalismo ou intervenção, como faria com outra empresa. Nem pensar, isso é agredir direitos conquistados com muito luta. Assim pensamos todos, não só a lei, mas a cultura nacional. Não restando outra alternativa, o que faz a empresa? Demite. Ora, do ponto de vista do prestador de serviço não seria melhor ganhar menos do que não receber nada? Isso é o que ocorre na relação entre empresas, na crise todas sentam pra negociar e refazer contratos para perderem o mínimo possível, mas na nossa cultura intervencionista o Estado é quem define o que pode ou não ser feito, tratando a todos como incapazes de fazerem seu próprio acordo. Tal como a criança superprotegida, quem sofre é o adulto despreparado que ela se torna. Como diria minha avó, precisamos controlar a dose desse remédio pra não matar o paciente.


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Trisha Guimarães

Marcus Mendonça

Sofisticação

clean

Visual minimalista para um projeto contemporâneo ganha personalidade graças à iluminação e alguns objetos pontuais na decoração.

S

em excessos, mas com muito charme e espaço. Essa foi a proposta para o apartamento no bairro do Umarizal, em Belém. O projeto foi um desafio para o arquiteto Caíque Lobo que tem como marca pessoal um estilo mais rústico. Fã de material natural como fibra, madeira ou um bom sofá de linhão, neste projeto ele se aventurou a fazer algo que saísse de sua zona de conforto. Assim que cheguei ao apartamento para fazer a matéria, a primeira frase que ouvi dele próprio foi: “diferente, né? nem parece que é meu!”, disse ele, gargalhando. De fato o apartamento segue o estilo mais clean, com poucas obras nas paredes e muitas áreas de circulação. Apesar dos tons claros dominarem o espaço, ele é aconchegante e em cada ambiente há uma peça em destaque colocada pontualmente para que o todo apareça. Tanto espaço era fundamental para atender ao pedido da proprietária do apartamento que tem dois filhos pequenos e não abria mão de muito espaço para as crianças. “É um apartamento mais vazio, trabalhei bastante o espaço de circulação, a sala bem ampla, os móveis bem soltos para dar comodidade para as crianças no dia a dia”. E essa comodidade começa no home, um dos

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ambientes mais utilizados no apartamento e onde o destaque é a bancada de slimstone. Mármore cortado em lâminas finíssimas de 5 milímetros, possibilitando a iluminação interna e deixando o ambiente aconchegante. Apesar dos tons neutros predominantes, o apartamento tem muita personalidade! A mesa da sala de jantar é um bom exemplo disso. Feita em lâminas de concreto, a ideia inicial era ter uma mesa inteira, única. Durante a obra, o arquiteto optou por separá-las e assim o objeto ganha charme e o ambiente, mobilidade. “São duas peças garantindo o deslocamento delas de acordo com a vontade da proprietária”, afirma Caíque. Por conta dessa mobilidade, o lustre para a sala de jantar foi dispensado. Em compensação, o projeto de iluminação de todo o apartamento foi importantíssimo para criar ar intimista e valorizar o espaço mesmo com as paredes mais limpas. Iluminação de led para não gerar calor. Na sala de estar, objetos se destacam pela sofisticação: a joia da sala é a mesa de centro com mistura de vidro e ferro. Mais à frente, uma mesa de acrílico foi usada para destacar a prataria. Mas o encanto do apartamento são os objetos que trazem uma história já que muitas peças são de antiquários ou herdadas de família. »»»


No estar, tons neutros predominam assim como as texturas. Os móveis são pontuais para garantir a circulação, prioridade neste projeto. O destaque da sala é a mesa de centro com o pé de ferro vazado e a tampa de vidro. Outro móvel que ganha destaque é a estante de acrílico para dar destaque às peças de prata.

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O home é o local de maior convívio do apartamento, é o ambiente onde as crianças ficam a maior parte do tempo, por isso há um bom espaço entre o sofá e a bancada, de limstone finíssima que recebe iluminação especial para dar aconchego ao ambiente.

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Um pedido da dona do apartamento era um ambiente clean, sem exageros. As paredes têm poucas telas. Alguns móveis antigos ganharam destaque: são herança da proprietária. Como o pendente que fica no canto, as cadeiras e o móvel de madeira na sala de estar ao lado da cortina de linho. O verde é pontual para deixar o ambiente vivo.

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O apartamento tem poucos objetos na parede. Nesta foto, destaque para a sala de jantar, onde os tons claros permanecem mas são quebrados pelos objetos em cores fortes, colocados em cima da mesa e na tela. O lavabo segue o estilo onde a bancada é esculpida em mármore travertino romano bruto e a água cai sob uma lâmina de vidro.

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Trisha Guimarães

Marcus Mendonça

Ampla e

aconchegante! Ousadia em meio a tons neutros e muito conforto marcam um projeto que mistura, com muita delicadeza, o clássico e o contemporâneo

E

ra manhã de terça-feira quando a arquiteta Rosangela Martins me recebeu dentro de uma casa decorada por ela e sua sócia, a também arquiteta Zelinda Gouvêa. Assim que entrei pela imponente sala de estar foi inevitável perceber o orgulho ao apresentar o projeto criado por elas. Sem hesitar, Rosângela disparou: “É a minha cara, o meu estilo está impresso aqui”. O uso de materiais como madeira, tecidos crus e atemporais é fundamental no projeto. Para as arquitetas, cores fortes podem cansar o ambiente em pouco tempo, gerando a necessidade de reformas constantes, por isso o projeto delas segue sempre a tendência de tons claros, pastéis. Aqui não foi diferente! Na sala de estar um enorme sofá branco revela que os proprietários gostam de receber visitas. O pé-direito alto pedia uma luminária diferente e arrojada, mas que ao mesmo tempo não roubasse as atenções. A solução encontrada foi uma luminária com três cúpulas de madeira vazada dando movimento ao ambiente. “Esse lustre, deste tamanho, dispensa o uso de objetos grandes na mesa de centro”. Outra característica do trabalho de Rosânge-

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la e Zelinda é a facilidade em misturar o clássico e o contemporâneo num mesmo ambiente. Neste caso, na sala de estar: as poltronas são laqueadas, compondo com a mesa de madeira em estilo neoclássico. No estar, a mesa redonda em laca branca recebe confortavelmente dez ou doze pessoas, dependendo da necessidade. “Como a mesa está numa área de circulação, optamos pela mesa redonda, garantindo essa mobilidade. Sem contar que a mesa redonda agrega, une”, diz Rosângela. As cadeiras são estilo capitonê. Mas o charme do ambiente é o painel branco, de led, em frente à mesa, permitindo aconchego à sala. Ainda na sala, temos o espaço do vinho, com um móvel simétrico todo em madeira e couro, agregando um bar, sem balcão. No lavabo, uma ousadia: o papel de parede de mica simulando pedras em tons de bronze com um brilho suave. Para compor, granito na parede. O espelho em uma das paredes recebeu ainda outra sobreposição: um outro espelho estilo vitoriano com moldura dourada garante o charme do pequeno ambiente. »»»


Para a suíte masculina foram escolhidas cores fortes, como a cabeceira da cama preta, e o jogo de lençol também em preto e vermelho. Elas contrastam com os objetos colocados em duas mesas laterais como as luminárias e as telas. No banheiro, o vermelho é estampado no jogo de toalhas. Em parte do revestimento do banheiro foi usada uma cerâmica xadrez em tons claros.

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Os moradores costumam receber muitas visitas, então o bar da casa é um ambiente muito frequentado - daí a ideia das arquitetas de fazer dele a extensão da sala de jantar, com poltronas confortáveis e uma estante feita sob medida com espaço para servir. O lavabo é em tom escuro, mas permanece clássico pela escolha em contrastar com o outro velho da louça. Destaque para o espelho emoldurado sobreposto em outro espelho.

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Sala de jantar: o clean contrasta com o piso escuro. A iluminação revela detalhes na escada e no painel feito com o propósito de garantir uma parede limpa, mas com detalhes. A mesa redonda foi uma opção das arquitetas porque fica localizada em um espaço de circulação. No alto da parede, telas de Paulo Azevedo.


Na sala de estar destaque para o sofá com mais de dois metros, e muitas almofadas. Como a sala tem o pé-direito alto, as cortinas em um tom mais escuro também têm papel importante, assim como as três luminárias de madeira vazada garantem rusticidade e leveza ao ambiente.


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Carolina Menezes

Marcus Mendonça

O Brasil

pelos olhos

da

Leal Moreira na a 5 Casa Cor Pará A

Leal Moreira, nesta quinta edição da Casa Cor Pará, está presente em dois dos 33 ambientes da mostra durante os 46 dias de evento no 4º piso do Boulevard Shopping. Completamente distintos um do outro, os projetos atendem o público em momentos diferentes da experiência de visitar uma Casa Cor. Em um, a expressão máxima do que propõe o tema nacional da mostra, "O Brasil Visto por Dentro", mas fugindo completamente ao estigma "canarinho" ou "verde-e-amarelo"; e em outro, um meeting point dentro do Hall Interativo, totalmente estilizado com a imagem da construtora, onde é possível conhecer um pouco sobre os empreendimentos da LM, bem como outros produtos - incluindo um arquivo completíssimo de todas as edições da Revista Leal Moreira -, antes ou depois do passeio pelos outros espaços. Brasilidade Latente Parceiros de Casa Cor Pará já há vários anos, os arquitetos Ana Perlla e José Jr. foram escalados para criar o ambiente “Expressão Brasil”, que fica logo na entrada da Casa Principal, o maior de todos os espaços da mostra. Ou seja, a simples localização do

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espaço de 128 metros quadrados já é, por si só, um convite irresistível. Falar de Brasil e ser ousado, correr léguas do 'mais do mesmo', eis o desafio da dupla dinâmica. E eles conseguiram isso com louvor. O resultado é nada mais, nada menos que um bar urbano no meio da selva. Estantes em ferro galvanizado, pedras brutas, concreto aparente contrastando com uma gama de cores, verdes cítricos e artefatos cerâmicos da Amazônia. Iluminação intimista com lanternas de murano. Luzes âmbar. Móveis contemporâneos em linho pistache. Fotografias de espécies nativas convivem com reinterpretações de Debret - e aí até a marca da Leal Moreira entra no processo. Um bar, um lounge, um bunker, uma Amazônia contemporânea. "A gente focou em mostrar o que de mais importante a gente tem nessa simbologia da expressão brasileira, e concordamos de imediato: o verde. Então trouxemos vários tons. Aí, o que contrasta com o verde? O cinza e o preto, que já remontam à ideia de urbano", analisa José Jr. sobre o ambiente. "Quisemos as paredes descascadas, desconstruídas para dar uma ideia de que o tempo passou e a natureza tomou conta dali; buscamos a nossa própria me- »»»


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mória também, com o artesanato indígena focado, só que mais focado na forma. A gente trabalhou muito os detalhes, são paredes combinadas com o sofá, curvas, as nuances na iluminação, onde aí sim aparece sutilmente a mistura do verde com amarelo", lista o arquiteto. Diferente das outras participações da dupla na Casa Cor Pará, a inspiração foi maior que a transpiração na hora de criar o projeto. "Eu te confesso que foi vendo a mostra aberta que eu me dei conta disso mas estava tudo latente, o amor pelo Brasil

As artes visuais também ganham espaço dentro do “Expressão Brasil”. Parceiro da Leal Moreira na Casa Cor Pará desde a edição de 2014, o VJ Lobo, que também é produtor cultural e músico, assina duas intervenções em forma de video mapping no ambiente. A ideia surgiu de uma forma de ‘brincar’ com a marca da Leal Moreira, e com o apoio de vídeos e imagens de fundo, dar uma ideia de que o símbolo ganha vida dentro daquela proposta. “A gente fez algo parecido na edição passada e o Jr. gostou bastante e me chamou para repetirmos

já está dentro da gente, né, então quando percebemos, as ideias foram saindo. A gente é criado na beira do rio, tem as nossas referências de arqueologia do Museu Goeldi, isso tudo remete muito a uma memória afetiva, e esse espaço traz muito disso", opina José Jr. Para eles, estar na Casa Cor Pará, mais do que uma presença garantida e uma forma de reverberar a marca Ana Perlla et José Jr., é aceitar uma missão de superação cada vez maior a cada ano que passa - até porque o 'inimigo' são eles mesmos. "Ainda estávamos arrumando quando alguém nos comentou que esse era o melhor espaço que já tínhamos feito para a Casa Cor Pará. Mas lembrei que ouvimos o mesmo no ano passado. O desafio é sempre ser melhor do que a gente foi na edição anterior", confessa Jr. Sintonia visual

a dose, só que de forma a casar com o que propõe o espaço, que é ser intimista e aconchegante, um ambiente de uma casa. Parti dessa ideia de integrar esses elementos com os empreendimentos da empresa”, explica o VJ sobre seu processo de criação. Nas exibições, que ficam em looping, o que se vê são cenas do dia a dia das obras dos empreendimentos Leal Moreira em uma tela que ganha a marca da empresa como uma espécie de filtro ou moldura. “Eu queria muito que a marca interagisse com o ambiente, com o público, queria criar a ideia de que aquele símbolo ganhou movimento, ganhou vida”, detalha ele, que trabalha com video mapping há sete anos e já teve o trabalho reconhecido em 2012, quando foi premiado pela Associação Paulista de Críticos de Arte pelo trabalho de palco do espetáculo musical “Terruá” e acaba »»»

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VJ Lobo Músico, VJ & Produtor Cultural vjllobo@gmail.com ffabriciolobinho@yahoo.com.br (91) 98729.6411 / 98212.7360

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de assinar as projeções feitas durante inauguração da Arena Xingu ou “Estádio do Zico”, em Vitória do Xingu, no interior do Estado. “É passar uma ideia de interatividade”, esmiúça. Produtor cultural há mais de 20 anos, VJ Lobo garante que trabalhar o vídeo mapping em um espaço de projeção limitado não estabeleceu limites criativos dentro do processo. “A criação é algo constante, e quando a Leal Moreira fez o convite e propôs a ideia de dar movimento à marca, a ‘viagem’ era pegar elementos que dessem essa maleabilidade, então não houve limitação alguma, pelo contrário!”, garante. “Fiquei tão à vontade que me aprofundei na pesquisa quando eu achei que precisava de algo a mais para fechar o trabalho, e parti para uma homenagem ao Círio, já que acabamos de passar por ele, mas escolhi imagens da década de 50 que contrastam com as imagens de hoje e mostram o que mudou de um século para o outro, mostrando a transformação das áreas urbanas em que a própria Leal Moreira atua”, desenha. “Existe uma sintonia muito grande com a organização da Casa Cor Pará nesses trabalhos que faço”. Lobo ressalta que a temática da brasilidade ajudou muito para que se chegasse ao resultado final. “Foi muito legal porque deu para fazer uma pesquisa sem fugir disso, do tropicalismo, mas sem deixar de incluir nossa região. Eu confesso, sou meio bairrista mesmo e gosto de mostrar o que temos e fui para um lado meio lúdico na hora de escolher as imagens. Escolhi bonecos de miriti, a corda do Círio e até mesmo um desenho de um barco parado que, da forma como foi feito, dá a impressão de movimento”, destaca.


Firmeza em curvas As dezenas de peças em cerâmica que permeiam o ambiente “Expressão Brasil” são todos assinados pelo designer ceramista Marcelo Gil Torres. O curioso sobre cada uma delas é que o que lhes chama a atenção é justamente o fato de que elas não chamam a atenção: sem pinturas e mantidas na cor original da matéria prima, o que faz prender o olhar é a sinuosidade de cada curva, a delicadeza de cada silhueta. “De fato, há sete ou oito peças que são diferenciadas no espaço, mas o que eu busco mesmo é colocar o detalhe, o diferencial no formato, na leveza da peça, e isso gera uma diferença tanto física quanto visual”, justifica o criador. “A maioria está acostumado com traço pesado do marajoara, as linhas de sempre, e eu tento sair um pouco disso porque já tem muitos que fazem isso, e fazem bem. Quem conhece o meu trabalho fora já identifica essa característica”, afirma ele, que também atua na área de design de interiores. A parceria de Marcelo esse ano com a Casa Cor Pará se deu pela parceria do Sebrae com a mostra, mas ele já se considera um parceiro Leal Moreira. “A construtora é conhecida pelo trabalho sério e ao entrar no meio do design, da arquitetura, da modernidade, e tudo isso é sinônimo de Casa Cor, ela leva essa seriedade junto – e empresta essa seriedade para quem se alia ao projeto”, avalia. »»»

Marcelo Gil Designer Ceramista mgmarajoara@hotmail.com (91) 98199.5727

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Parada Estratégica Heluza Sato e Mauricio Toscano, que assinam o projeto geral da Casa Cor Pará 2015, também são os responsáveis pelo Club Leal Moreira, dentro do Hall Interativo, que compõe o mix de espaços onde estão ainda a Casa Principal e a Casa High Tech. Sofás em cores quentes, pufes, todas as edições da Revista Leal Moreira que já circularam para o público, mesas e cadeiras em design super moderno, o ambiente ideal para aquela pausa antes ou depois de mergulhar nos 33 ambientes da mostra, aproveitando conhecer mais sobre o estilo Leal Moreira de viver, e com a ajuda dos corretores que ficarão recebendo os visitantes no local, descobrir que um dos empreendimentos da construtora pode ser o ideal.

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galeria

Autor Nickolas Muray

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Camila Gaia

Conexões, surrealismos e intimidades Exposição no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, apresenta obras de Frida Kahlo e outros expoentes do surrealismo mexicano

É

a própria Frida quem nos recepciona. Sentada em uma cadeira de madeira, com olhar compenetrado, parece convidar para uma marcante viagem à sua tumultuada intimidade, revelada nas 20 telas e 13 obras sobre papel que compõem a mostra Frida Kahlo: conexões entre mulheres surrealistas no México, em cartaz no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, até 16 de janeiro de 2016. Frida é o fio condutor da exposição que abriga outras 100 obras de 16 artistas, com recorte especial em mulheres nascidas e radicadas no México, protagonistas de marcantes produções. Mesmo sem conhecer a história de cada uma, através das paredes da galeria, é possível perceber suas conexões, seja no estilo surrealista que as une – com cores fortes, seres míticos, figuras exacerbadas e uma forte representação plástica do subconsciente –, seja nos dramas emocionais e dores físicas. São mulheres que viveram no México ou passaram temporadas produzindo na região. “Nem todas são mexicanas. Entre elas estão mulheres exiladas que chegaram da Europa e conheceram Frida em sua exposição em Paris (1939), como a francesa Alice Rahon, a espanhola Remedios Varo e a inglesa Leonora Carrington.

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“Jaqueline Lamba, por exemplo, se encontrou com Frida quando viajou com André Breton ao México”, conta a pesquisadora e historiadora Tereza Arq, curadora da exposição. Remedios Varo, por exemplo, apresenta o sofrimento e o isolamento causados por uma enfermidade na tela intitulada ‘Dor reumática 1’. A obra claramente nos remete à história de vida de Frida, marcada pela poliomielite contraída na infância e pelo acidente de bonde sofrido aos 18 anos, causador de múltiplas fraturas e um longo período acamada. “No México, Remedios é tão admirada quanto Frida. É uma artista extraordinária, assim como Leonora Carrington e suas telas misteriosas com um sincretismo de influências que vão desde a magia, a alquimia, a cabala, o tarô, a astrologia e a mitologia das civilizações ancestrais”, ressalta a curadora. Também engrandecem a mostra as fotografias de Lola Álvarez Bravo, Lucienne Bloch e Kati Horna. Imagens de Frida estão impregnadas ainda nas lentes de Nickolas Muray, Bernard Silberstein, Hector Garcia e Martim Munkácsi. Sem esquecer, é claro, de um vídeo e reproduções de uma série de vestimentas iconográficas da artista. »»»

Joca Duarte


Sofrimento e inspiração Foram justamente os dolorosos acontecimentos da vida que inspiraram grande parte do trabalho de Frida Kahlo. Logo após o acidente da juventude, começou a pintar freneticamente para preencher o vazio da solidão e extravasar seus sentimentos. Sua fascinação pelo autorretrato (55 das 143 obras produzidas em sua carreira) começou quando sua mãe pendurou um espelho em seu quarto e ela passou a representar-se nas telas, revelando detalhes de seu corpo e pensamentos. ‘Eu pinto-me porque estou muitas vezes sozinha e porque sou o assunto que conheço melhor’, disse em certa ocasião. Seis desses autorretratos da artista estão na exposição, entre eles, o que aparece cercada de macacos (Autorretrato con mono. 1938.) logo na entrada da galeria principal, e uma das mais famosas telas da pintora (Diego en mi pensamiento. 1943.), em que mostra o amor e devoção por Diego Riviera, com quem viveu um conturbado casamento. Riviera, aliás, é tema recorrente nas pinturas da artista, fosse numa pintura simples ou em uma

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representação surrealista e “sagrada” da relação, como na tela ‘El abrazo de amor del Universo’(1949). Na obra, vemos representações mexicanas do dia e da noite, da lua e do sol, da vida e da morte, cercando Frida que abraça Diego nu em seu colo, o que para muitos estudiosos da obra da artista retrata a multiplicidade do sentimento por Diego: um amor de esposa, mãe, filha e irmã. Em uma das paredes da galeria, sem o destaque do fundo verde, está a representação de um dos maiores sofrimentos da vida da artista: os abortos sofridos em decorrência de sequelas do acidente de bonde. Na litografia ‘Frida y el aborto’ (1932), ela representa a si mesma logo após a perda de um de seus filhos com Diego. “Frida era um personagem único. Ela rompeu pela primeira vez a linha divisora entre o âmbito privado e público ao representar a si mesma, explorando seu corpo em seu nascimento ou durante um aborto”, explica Teresa Arq, ressaltando ser este também um traço de sua renúncia à fragilidade feminina. “Naquela época, o México era um país muito conservador e majoritariamente católico. Frida era uma mulher sumariamente livre”. »»»

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Autorretrato por Frida


Obra de Remedios Varo

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Obra de Aline Rahon

Surrealista ou realista? Apesar do surrealismo ser evidente na obra de Frida, a artista não considerava seu trabalho surreal. “Nunca pintei sonhos, só pintei a minha própria realidade”. Para a curadora, a relação da artista com o estilo é controverso. “Frida era uma artista culta e conhecia o surrealismo através de publicações e de suas amizades que viajavam à Europa. A relação é ambígua porque todos os artistas assimilam coisas em nível consciente e inconsciente e os integram a sua própria visão do mundo”, comenta a curadora. “O que é indiscutível é que Breton (escritor francês, poeta e teórico do surrealismo) foi a figura fundamental para lançar Frida a uma carreira internacional. Ele escreveu o prólogo de sua exposição na galeria Julien Levy, que só mostrava obras surrealistas, organizou sua primeira exposição em Paris e a integrou ao grupo surrealista parisiense”, completa, informando que quando foi organizada a exposição Internacional do Surrealismo no México, “Frida escreveu que todos estavam se convertendo em surrealistas para participar dela”.

SERVIÇO

Retrato de Diego Riviera por Frida Kahlo

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Frida Kahlo – conexões entre mulheres surrealistas no México Até 10 de janeiro de 2016, no Instituto Tomie Ohtake (Av. Faria Lima, 201) De terça a domingo, das 11h às 20h. Ingressos no local ou pela internet (www.ingresse.com)


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Andreza Batalha

Divulgação

Muitapracor

fugir dos

roteiros tradicionais Conheça a ilha italiana de Burano, pequenina, colorida e fotogênica, mas não confunda com a conhecida Murano, a ilha dos vidros.

T

oquinho deve ter resolvido gravar a canção “Aquarela” em italiano depois de conhecer a mágica ilha de Burano. Como na música, a pequenina cidade de pescadores e rendeiras, localizada na lagoa de Veneza, na Itália, traz os sentimentos de leveza, paz e felicidade com suas casas multicoloridas. Um destino pouco comum para os visitantes do país e que vale a pena ser explorado. É o colorido intenso que a diferencia das outras cidades ao seu redor. Reza a lenda que os pescadores de Burano resolveram pintar suas casas com cores vibrantes para que elas fossem facilmente reconhecidas através da névoa, durante o período do inverno, enquanto voltavam para casa. A sete quilômetros da conhecida e badalada Veneza, Burano é formada por ilhotas que se ligam por pequenas pontes - atravessá-las tomando um gelatto é a melhor forma de apreciar a beleza do lugar. Vale chamar a atenção para não confundir Burano com Murano, também próxima

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a Veneza, mas que se destaca pela fabricação de peças em vidros. A maneira mais econômica de chegar à ilha de Burano é pelo transporte público. Partindo de Veneza, é possível embarcar em um vaporetto por €6.5, a viagem é gostosa e dura cerca de 50 minutos. De longe, é possível avistar o campanário da igreja de San Martino, que se destaca pela inclinação, tal qual a torre de Pisa, na região da Toscana. A igreja, do século XVI, está localizada na agradável Praça Galuppi. A principal rua de Burano também leva o nome do filho ilustre: o compositor de óperas Baldassare Galuppi. Cheia de restaurantes e lojinhas de artesanato, Burano é conhecida como a “ilha colorida das rendas”. As peças são lindas e as vendedoras usam suas próprias casas como vitrines. Entrar em uma delas é significativamente importante para conhecer o estilo de vida das famílias italianas. »»»


As casas são simples e quase todas iguais: quadradas, dois ou três andares, cortinas externas para cobrir as portas e proteger o lugar durante o verão. Mas o que chama mesmo a atenção são as pinturas das fachadas. A impressão é de que as cores não se repetem nunca. Para pintar as casas é preciso de autorização do governo, que determina quais tons podem ser utilizados. Tanto rigor recompensa: os turistas ficam encantados com o colorido e chame da ilha. O álbum de recordações da viagem certamente vai parecer uma verdadeira aquarela multicolorida. Culinária A cozinha italiana dispensa apresentações, e em uma ilha de pescadores é lógico que peixes e frutos do mar fresquinhos ganham destaque. Se estiver pela cidade na hora do almoço, vale a pena pedir uma mesa na área externa de qualquer restaurante para apreciar o movimento e os canais cheios de barcos. Por todos esses motivos, estando com viagem marcada a Veneza, Burano é parada obrigatória não apenas por ser logo ao lado, mas por ser um destino imperdível pelos seus tantos pequenos encantos que a fizeram ser considerada uma dentre as dez cidades mais coloridas do mundo. »»»

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Acquarello Sopra un foglio di carta lo vedi il sole è giallo Ma se piove due segni di biro ti danno un Ombrello Gli alberi non sono altro che fiaschi di vino Girati Se ci metti due tipi là sotto saranno ubriachi L?erba è sempre verde e se vedi un punto Lontano Non si scappa o è il buon dio o è un gabbiano e va Verso il mare a volare Ed il mare è tutto blu E una nave a navigare Ha una vela non di più Ma sott?acqua i pesci sanno dove andare Dove gli pare non dove vuoi tu E il cielo sta a guardare Ed il cielo è sempre blu C?è un aereo lassù in alto E l’aereo scende giu C?è chi a terra lo saluta con la mano Va piano piano fuori da un bar Chissà dove va Sopra un foglio di carta lo vedi Chi viaggia in un treno Sono tre buone amici che mangiano e parlando piano Da un’america all’altra è uno scherzo ci vuole un secondo Basta fare un bel cerchio ed ecco che hai tutto il mondo Un ragazzo cammina cammina arriva ad un muro Chiude gli occhi un momento e davanti si vede il futuro già E il futuro è un’astronave Che non ha tempo nè pietà Va su marte va dove vuole Niente mai lo sai la fermerà Se ci viene incontro non fa rumore Non chiede amore e non ne dà Continuiamo a suonare Lavorare in città Noi che abbiamo un pò paura Ma la paura passerà Siamo tutti in ballo siamo sul più bello In un acquarello che scolorirà Sopra un foglio di carta lo vedi il sole è giallo ma scolorirà E se piove due segni di biro ti danno un ombrello che scolorirà Basta fare un bel cerchio ed ecco che hai tutto un mondo che scolorirà Toquinho / M. Fabrizio / G. Morra


Confira mais

Origens Em relação à História, o que se sabe é que os primeiros ocupantes do local foram, provavelmente, os romanos, mas somente no século VI esse pequeno trecho do arquipélago ganhou o nome que lhe identifica até hoje, quando o povo altino, também italiano, se fixou ali. Mas essa é só uma versão para justificar o nome Burano, há quem diga que a origem é familiar e ligada aos habitantes de Buranello, outro destino tão perto quanto Veneza, a apenas oito quilômetros distante. Por muito tempo, e apesar do seu rápido desenvolvimento, Burano foi parte do território de Torcello, outro conjunto de ilhotas, mas havia uma clara diferenciação, em um sentido negativo, entre os moradores. E foi justamente o reconhecimento da excelência na produção da renda, isso já no século XVI, que mudou esse cenário, graças à fluida exportação para todo o resto da Europa.

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foto Tomaz Rangel

gourmet


Bianca Borges

Sorvete

italiana

à

Utilizando ingredientes naturais, orgânicos e sem o acréscimo de substâncias artificiais, mestre sorveteiro italiano aposta em um produto artesanal, sem se furtar a experimentações, que vão de uma inusitada mostarda à mais exótica fruta amazônica

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uando decidiu que iria morar definitivamente no Brasil, no final da década de 1990, Andrea Panzacchi só não conseguia se acostumar com a ideia de que nenhum lugar do país pelo qual ele estava absolutamente encantado oferecia um bom sorvete, que lhe remetesse àquele sabor familiar que vinha da Itália, sua região de origem e referência na fabricação do produto em todo o mundo. De tanto procurar, sem sucesso, pelo sorvete ideal, ele tomou uma decisão. Se propôs a fabricar, ele mesmo, um verdadeiro gelato em terras brasileiras. O momento escolhido para dar início à empreitada não poderia ser mais oportuno para um italiano recém-chegado. “Justamente nessa época (o ano era 1999), a televisão passava a novela Terra Nostra e, imitando os personagens da ficção, as pessoas falavam o tempo todo ‘é vero, é vero’”, recorda Andrea, aos risos. O fascínio exercido pela trama, ao retratar a imigração italiana, não passou batido por ele, que logo pegou carona e se apropriou do termo para dar nome ao negócio que estava por inaugurar. “Pra mim, a única for-

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ma de fazer um bom sorvete seria de modo artesanal, como são feitos os gelatos na Itália. Eu queria um produto que fosse totalmente natural, preparado sem aromatizantes artificiais, que fosse realmente verdadeiro (tradução literal do termo)”, explica. E, assim, em pleno bairro de Ipanema, na zona sul do Rio de Janeiro, surgia a Vero Gelato, a única sorveteria no Brasil certificada pela Accademia della Gelateria Italiana. O mestre sorveteiro nos conta que um autêntico gelato precisa seguir algumas regras para ser considerado um sorvete artesanal. A primeira é a fabricação diária: cerca de 30 sabores diferentes são produzidos todos os dias, no segundo andar da loja onde os sorvetes são expostos. Toda a produção é realizada em maquinários trazidos de Bolonha, cidade italiana que tem tradição na fabricação de equipamentos e preparo de sorvetes. Pelos seus cálculos, entre tradicionais, salgados, etílicos, orgânicos e diet, já foram desenvolvidos pelo menos 400 sabores com a marca Vero. A lista é longa e inclui desde opções de sor- »»»


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zônia ou a Mata Atlântica. E como o Brasil não conhece o Brasil, coube ao mestre sorveteiro vindo da Itália apresentar aos frequentadores de sua loja as frutas que eles desconheciam. Aos sabores já considerados clássicos, como abacate e maracujá, juntaram-se outros menos corriqueiros, como o de grumixama, cabeludinha e, mais recentemente, abricó. “Tive a chance de apresentar aos cariocas e turistas estrangeiros algumas frutas menos famosas aqui no Sudeste, que descobri nas viagens que fiz pelo interior do Brasil”, orgulha-se. No preparo de seus gelatos, Andrea optou por não usar nenhum tipo de gordura vegetal, corantes ou aromatizantes industrializados. No começo, a ausência de alguns desses elementos causou estranheza. Ele conta que foi uma árdua missão convencer algumas pessoas que fazer um sorvete artesanal também significa evitar o uso de aromas ou corantes que servem apenas para dar ao produto uma cara mais “bonitinha”. “Uma cliente me perguntou por que o sorvete de pistache tinha uma cor tão ‘apagada’. Expliquei que o pistache natural é assim mesmo, que não tem aquele tom berrante que vemos por aí. Afinal, não existe na natureza um

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ingrediente com uma cor fluorescente”. Segundo Andrea, a melhor fruta para ser utilizada é a mais fresca, em seu estado mais maduro, que é quando a quantidade de açúcar da própria fruta atinge o auge e dispensa a adição de outros ingredientes para adoçar. “O que pode produzir um produto melhor e mais saboroso do que a própria natureza?”, indaga. Muito além do chocolate, do morango e da baunilha Pense em um ingrediente. Pode ser o seu vinho favorito, aquela sobremesa que você nunca vai enjoar ou até uma fruta que remeta à sua mais tenra infância. Já pensou se esse ingrediente virasse sorvete? A ideia de colocar aquilo que você deseja em um potinho de sorvete não parece nada impossível para Andrea. “Um dia, o filho de uma cliente apareceu na loja com uma sacola cheia de jambos, colhidos na fazenda da família, aqui perto da cidade. Eu nem conhecia a fruta, mas fiz o gelato e fiquei impressionado com o resultado. Parece um sorvete de rosas!”. A maior contribuição que o mestre sorveteiro ita- »»»

foto Rodrigo Azevedo

foto Berg Silva

vetes cremosos (feitos à base de leite), como gianduia (chocolate com avelã), pistache (o ingrediente é trazido de Bronte, na Sicília), panna cotta, zabaione, caramelo com flor de sal, chocolate 72% cacau; até os de frutas, feitos apenas com água e açúcar (sem este último, no caso dos sabores diet), respeitando a sazonalidade dos produtos disponíveis. Na vitrine, é comum encontrar de frutas de diferentes partes do Brasil. Dependendo da estação, você pode se deparar com sabores como goiaba, tangerina com cravo, lichia com gengibre e limão, jabuticaba, graviola, umbu, caqui, mangaba, caju com água de coco, pêssego, melancia com hortelã, manga com maracujá, entre outros. A opção pelos produtos naturais abriu caminho para Andrea trabalhar também com ingredientes orgânicos e sustentáveis. Ele teve ainda a possibilidade de explorar e descobrir a diversidade de matérias-primas brasileiras, com frutas vindas das mais diferentes regiões. Isso fez com que ele viajasse para vários estados. Não demorou para que se encantasse pelos aromas e sabores dos mais exóticos frutos, procedentes dos mais diversos cantos do país, como a região Nordeste, a Ama-


101 foto Berg Silva


foto Rodrigo Azevedo

liano trouxe para o cenário gastronômico carioca foi, provavelmente, a compreensão de que é possível fazer um bom sorvete a partir de praticamente qualquer ingrediente comestível e ainda combiná-lo a pratos, como um complemento especial. Uma das primeiras pessoas que notaram isso encomendou a Andrea um sorvete “salgado”, feito de mostarda de Dijon. “Um cliente muito querido e apaixonado por comida fez essa encomenda para o jantar do aniversário dele, celebrado na residência do cônsul-geral da Alemanha. O sorvete de mostarda de Dijon iria acompanhar uma linguiça alemã. Eu pensei: vou fazer um sorbet (sem leite, porque a mostarda já tem bastante gordura) que mantenha a sensação picante, forte da mostarda”, recorda. Dali em diante, as encomendas de chefs se tornaram cada vez mais frequentes na sorveteria de Andrea. Houve uma que queria um ingrediente complementar para o seu prato, um medalhão de filé mignon. Ela então pediu a Andrea um sorvete

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de alho negro, que foi servido em cima da carne, ainda quente, transformando-se em uma espécie de molho, ao derreter. O sorvete de wassabi foi encomendado por um restaurante japonês para ser combinado aos sushis. Já para Ana Roldão, pesquisadora de Gastronomia e das Artes da Mesa, ele preparou um sorvete de guacamole, feito com abacate, tomate e cebola roxa, e que foi servido em um jantar temático sobre a pintora mexicana Frida Kahlo. Para ajudar os chefs na combinação dos sabores e acertar o ponto dos sorvetes, conta muito o conhecimento sobre harmonização que ele adquiriu na formação de Sommelier, ainda na Itália, e que lhe possibilitou conhecer praticamente todas as regiões vinícolas de seu país e redondezas. “Lá também fiz alguns cursos para sorveteiros, mas acabei aprendendo mais com os estágios e os mestres sorveteiros tradicionais”, destaca. Quando esteve em Belém, meses atrás, Andrea ficou impressionado com a quantidade infindável

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de matéria-prima disponível para fazer um bom sorvete – e não apenas as frutas. “Os temperos também, como o jambu, são muito interessantes. Os tipos de pimenta... As frutas então, nem se fala! Elas têm muita personalidade, uma característica muito forte que não decepciona. O açaí branco foi uma descoberta! Adoro cupuaçu, bacuri e, recentemente, me apaixonei pelo abricó”, detalha. Na visita às tradicionais sorveterias da cidade, ele experimentou alguns sabores e escolheu seu favorito. “Achei genial o casamento da tapioca com açaí no ‘mestiço’”, elogia. Mas uma coisa o deixou intrigado. “Fiquei me perguntando por que será que, com a oferta de frutas que existe em Belém, nenhuma das sorveterias que visitei não tinha sorbet [sorvete à base de água, sem leite]. Será que, em uma cidade tão quente, as pessoas não gostariam de experimentar um sorvete mais leve, em que a fruta se destaca?”. Quem sabe, a pergunta de Andrea se torne um desafio para os sorveteiros locais da cidade.


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Confira mais

receita Zuppa Inglese

Em uma panela, a fogo médio, misture o leite, o creme de leite e o açúcar. Quando atingir 50°C adicione o cacau em pó e as pastilhas de chocolate. Misture bem até derreter. Leve a mistura ao freezer até endurecer (em média 4 horas). Retire e bata a mistura no liquidificador até atingir consistência cremosa. Leve novamente ao freezer e repita o mesmo procedimento por mais três vezes.

foto Rodrigo Azevedo

INGREDIENTES

•1 litro de leite fresco integral • 200 ml de creme de leite 35% de gordura • 80g de açúcar • 100g de cacau em pó • 80g de pastilhas de chocolate (mínimo 70% cacau)

PREPARO

Sorvete de chocolate

INGREDIENTES

• • • •

PREPARO

Sorvete de baunilha

Em uma panela, a fogo médio, misture o leite, o creme de leite e o açúcar. Assim que começar a ferver apague o fogo e acrescente a baunilha extraída da fava. Leve a mistura ao freezer até endurecer (em média 4 horas). Retire e bata a mistura no liquidificador até atingir consistência cremosa. Leve novamente ao freezer e repita o mesmo procedimento por mais três vezes.

1,2 litro de leite fresco integral 240 ml de creme de leite 100g de açúcar 1 fava de baunilha

INGREDIENTES

• 100g de farinha de trigo para confeitaria • 100g de açúcar • 3 ovos

PREPARO

Pão de ló

Em uma panela a 45°C, misture os ovos inteiros com o açúcar. Quando incorporar, apague o fogo e utilize um mixer na mistura até atingir consistência espumosa e clara. Adicione aos poucos a farinha peneirada. Coloque a massa em uma forma de bolo de 18 a 20 centímetros previamente untada com manteiga e farinha. Leve ao forno pré-aquecido a 180 graus e deixe por 20 minutos ou até crescer (sem abrir o forno durante o cozimento).

PREPARO

INGREDIENTES

licor de alchermes • • • • •

10g de coentro em grão 2 unidades de anis estrelado 15g de canela em pó 10 unidades de cravo 1 colher de sopa bem cheia de zest de laranja • 10 grãos de cardamomo (sem casca)

• • • • • •

1 noz moscada pequena ½ fava de baunilha (sem a casca) 10g de urucum em grão 1 litro de rum branco 600g de açúcar refinado 100 ml de água de rosas

Leve todos os temperos ao pilão e macere. Acrescente o rum e guarde a mistura em uma embalagem tampada, a temperatura ambiente, por duas semanas. Mecha diariamente, de leve, para incorporar os sabores. Após duas semanas acrescente o açúcar e misture. Deixe repousar por mais um dia, e acrescente a água de rosas. Coe a mistura.

Montagem do sorvete Monte no fundo de um pirex de vidro uma camada fina de pão de ló. Regue com o licor. Em seguida, monte uma camada de cada sabor de sorvete. Finalize com mais uma camada do pão de ló embebido no licor e uma salpicada de cacau em pó.

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Ângela Sicilia Chef de cozinha

Círio de Nazaré e comidas de fé Fabio costuma dizer que Belém é uma cidade muito generosa, em vários aspectos, mas, imbatível mesmo é a “feliz coincidência” que faz as mangueiras frutificarem em setembro, a tempo de ficarem abarrotadas e a comida – literalmente – cair do céu. “Não olheis aos vidros espatifados e latarias amassadas, mas ao alimento (a manga) que mata a fome do teu povo”. Belém é muito mãe! Tão mãe quanto a Mãe do povo, que sai às ruas e que faz com que Belém recenda maniva, é a culinária tipicamente ciriana: o Círio está para a fé tanto quanto para o almoço do segundo domingo de outubro! Não consigo nem imaginar (pelo amor da Naza!) família e amigos sem maniçoba, pato no tucupi... Sem creme de cupuaçu e sorvete de açaí! Mas Belém é muito irmã, também: as pessoas se reúnem; se unem, se irmanam. “Passa lá em casa porque tem maniçoba para um batalhão!”. Nossa cidade tem muitos predicados que a tornam tão única! Da fé que une milhares de pessoas (católicas ou não), passando por sua exuberância natural até sua culinária autenticamente irresistível... Belém é isso: irresistível, deliciosa ao primeiro encontro, quando decidimos saboreá-la respeitando suas peculiaridades. Nesta terra, em que Nazinha transita (e que tratamos como alguém da família) e inspira sabores tão únicos, desejo a vocês um mês especial, junto aos seus amados e amigos... Mas não esqueçam de aquecer o tucupi... E a fé!

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Este clássico da Ribera del Duero, estagia 14 meses em barrica de carvalho francês, e tem potencial de guarda de 15 anos. A vinícola Quinta Sardonia foi fundada em 1998, porém foi em 2002 que Peter Sisseck, proprietário da aclamada Dominio de Pingus, e Jerome Bougnaud, elaboraram seu primeiro vinho. Situada em Sardón del Duero, na província de Valladolid, às margens do rio Duero, Quinta Sardonia tem seus vinhedos cultivados de forma biodinâmica. Para os proprietários, trabalhar o terroir é respeitar a terra em seu ambiente natural, é avançar retrocedendo, pôr em prática as técnicas ancestrais. Dessa forma, é possível extrair da natureza frutos surpreendentes. Corte: 36% Tinto Fino, 30% Cabernet Sauvignon, 20% Merlot, 5% Syrah, 5% Cabernet Franc, 3% Malbec, 1% Petit Verdot Onde: Grand Cru www.revistalealmoreira.com.br

Franciacorta é a única denominação de origem italiana dedicada à produção de espumantes elaborados pelo método clássico, ou seja, que passem pelo processo de refermentação dentro da própria garrafa. Este processo é fundamental para que os vinhos espumantes adquiram complexidade e aqueles deliciosos aromas de brioche, fermento e torradas, além de uma cremosidade incomparável. Este espumante nos presenteia com tais aromas combinados a notas de maçã verde, maresia e pêssegos frescos. É muito refrescante e a pedida perfeita para comemorações. A Villa Crespia faz parte do grupo Muratori, um dos nomes mais prestigiados de Franciacorta, Itália. Sediada na Aldeia de Adro, é composta por 60 hectares de vinhedos localizados a 350 metros acima do nível do mar e desfrutam de microclima excepcional para a produção de uvas de qualidade. Todo o processo de vinificação é realizado por meio de gravidade, garantindo a higiene e evitando o uso excessivo de aditivos químicos. Onde: Grand Cru

PRODUTOR: De Martino VINHO: Muscat Viejas Tinajas 2014 REGIÃO: Vale de Itata – Guariligüe – Coelemu, vinhedo a 22km do Oceano Pacífico e 500km ao sul de Santiago. CASTAS: 100% Muscat (Vinhas plantadas em 1975) GRAD. ALCOÓLICA: 12,5° GL | ACIDEZ TOTAL: 4,97 g/l (pH 3,7) | AÇÚCARES RES: 1,01 g/l CARACTERÍSTICAS ORGANOLÉPTICAS: Cor dourada opaca, ligeiros reflexos alaranjados. Seduz pelo aroma intensamente floral (jasmim, flor de laranjeira), também compota de laranja e aveia tostada. Mediano de corpo, ligeira presença de taninos, fresco, cheio de caráter e com ótimo fim-de-boca. SOLO: Solos graníticos, ricos em pedras. ELABORAÇÃO: Vindima em Abril. Fermentação em tinajas por 15 dias, produto de maceração carbônica. O vinho permaneceu 6 meses em contato com as cascas. Malolática. Retirada das cascas. Decantação natural. Não há clarificação. Adicionado apenas um pouco de SO2 para a perfeita conservação do vinho. ENÓLOGO: Marcelo Retamal AMADURECIMENTO: 6 meses em ânforas centenárias de argila. ESTIMATIVA DE GUARDA: 8 anos + HARMONIZAÇÃO: Por sua estrutura, ideal para peixes gordos de sabor terroso como a truta (fresca ou defumada). Sopas com frutos do mar. Caranguejo. POR QUE COMPRAR ESSE VINHO: DE MARTINO: Busca incessante por REINVENTAR O CHILE! Primeiro “vinho laranja” do Chile, altamente pontuado na primeira safra 2012! Onde: Decanter

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SALVIONI -1013- Brunello di Montalcino 2008-1

DE MARTINO -2040- Muscat Viejas Tinajas 2014

VILLA CRESPIA FRANCIACORTA DOCG BRUT

QUINTA SARDONIA CASTILLA Y LEÓN 2007

vinho

PRODUTOR: Giulio Salvioni VINHO: Brunello di Montalcino 2008 REGIÃO: Toscana – Montalcino CLASSIFICAÇÃO LEGAL: Brunello di Montalcino D.O.C.G. CASTAS: 100% Sangiovese Grosso (Vinhas 25 anos, também mais jovens 10-15 anos) GRADUAÇÃO ALCOÓLICA: 14,5° GL CARACTERÍSTICAS ORGANOLÉPTICAS: Cor granada de média concentração. Quanta vibração no nariz dominado de cereja madura, depois caça, alcaçuz e tabaco. Finura, harmonia e longuíssimo final na boca. AMADURECIMENTO: 36 meses em botti da Eslavônia de 18-22 hl de média tostadura. ESTIMATIVA DE GUARDA: 30 anos + HARMONIZAÇÃO: Grandes peças de carne assada. Caça em preparações em úmido com especiarias. Javali braseado servido com polenta. Queijos curados de massa dura. POR QUE COMPRAR ESSE VINHO: Um dos 3 melhores produtores da denominação, estilo clássico! Um produtor cultuado pela crítica especializada. Onde: Decanter






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horas vagas • cinema

DVD Blu-Ray DICA

JURASSIC WORLD O MUNDO DOS DINOSSAUROS (JURASSIC WORLD) A famosa franquia da década de 90 ganha mais um episódio. Desta vez com direção de Colin Trevorrow, o enredo do filme se baseia na reabertura do Jurassic Park, o que permite às pessoas conferir shows acrobáticos com dinossauros e até mesmo fazer passeios bem perto deles, já que agora estão domesticados. Entretanto, a equipe chefiada pela doutora Claire passa a fazer experiências genéticas com estes seres, de forma a criar novas espécies. Uma delas logo adquire inteligência bem mais alta, logo se tornando uma grande ameaça para a existência humana.

O ABUTRE (NIGHTCRAWLER)

DESTAQUE

Com dificuldades para conseguir um emprego formal, o jovem Louis Bloom (Jake Gyllenhaal) decide entrar no agitado submundo do Jornalismo criminal independente de Los Angeles. A fórmula é correr atrás de crimes e acidentes chocantes, registrar tudo e vender a história para veículos interessados.

EXPRESSO DO AMANHÃ (SNOWPIERCER)

CLÁSSICOS

Quando um experimento para impedir o aquecimento global falha, uma nova era do gelo toma conta do planeta Terra. Os únicos sobreviventes estão a bordo de uma imensa máquina chamada Snowpiercer. Lá, os mais pobres vivem em condições terríveis, enquanto a classe rica é repleta de pessoas que se comportam como reis. Até o dia em que um dos miseráveis resolve mudar o status quo, descobrindo todos os segredos deste intrincado maquinário.

SELMA - UMA LUTA PELA IGUALDADE (SELMA) Indicado ao Oscar de Melhor Flme e Melhor Canção Orginal, o filme narra a história do pastor protestante e ativista social Martin Luther King, Jr (David Oyelowo), que acompanha as históricas marchas realizadas por ele e manifestantes pacifistas em 1965, entre a cidade de Selma, no interior do Alabama, até a capital do estado, Montgomery, em busca de direitos eleitorais iguais para a comunidade afro-americana.

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INTERNET

Cinema em Cena (www.cinemaemcena.com.br) Críticas, notícias, podcasts, colunas e muito mais! Tudo sobre cinema!


horas vagas • literatura Títulos disponíveis na Livraria FOX. livrariafox.com.br

MICHELANGELO - UMA VIDA ÉPICA Martin Gayford O acadêmico inglês Martin Gayford ficou responsável por estender as informações acerca do artista na nova biografia sobre o escultor e pintor renascentista Michelangelo Buonarroti (1475-1564), lançada no Brasil neste ano. O resultado são 754 páginas que detalham a vida e a obra de um dos maiores gênios da arte mundial.

LANÇAMENTO

DESTAQUE

DICA AUTOBIOGRAFIA POÉTICA E OUTROS TEXTOS, Ferreira Gullar HEREGES Leonardo Padura CONFIRA UM MILHÃO DE ANOS EM UM DIA Greg Jenner

Este livro revela, de forma honesta e sensível, a trajetória do poeta e crítico de arte Ferreira Gullar. Trata-se de um depoimento, uma reflexão sobre seu fazer poético, em linguagem acessível, num diálogo franco com o leitor. Além da autobiografia, o livro reúne também duas entrevistas com ele, uma de 1965 e outra de 2014, e ensaios sobre importantes nomes da literatura internacional – César Vallejo, o grande poeta nacional do Peru, o enigma Fernando Pessoa e o rebelde Rimbaud –, expressando a visão de Gullar sobre a criação artística. A obra traz, ainda, fotos de diferentes épocas da vida do ensaísta.

CLÁSSICO Quem inventou as camas? Quando a humanidade começou a escovar os dentes? Há quanto tempo existem o vinho e a cerveja? Como era o primeiro relógio? Todos os dias, a partir da hora em que o despertador nos tira da cama até o momento em que deitamos a cabeça no travesseiro à noite, executamos uma série de rituais que existem há milênios. Organizado em torno de um dia comum, este livro revela as origens surpreendentes e o desenvolvimento de práticas que, por vezes, passam despercebidas. Nesse passeio fantástico pela história da humanidade, o autor explora a evolução gradual - e inesperada - de nossas rotinas diárias.

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CONTOS COMPLETOS Liev Tolstói (caixa com 3 volumes) Estão reunidos nos três volumes capa dura que compõem a caixa todos os contos do escritor russo. Escritos entre a década de 1850 e o início do século XX, os contos têm como pano de fundo uma época de intensa transformação da Rússia, marcada pelo início das relações capitalistas, pelas guerras imperialistas sobre o Cáucaso e pelo constante ideal de modernização, que também permeou a Literatura.

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Em 1939, o S.S. Saint Louis, onde viajavam 900 judeus fugidos da Alemanha, passou vários dias ancorado no porto de Havana à espera de autorização para desembarcar. Um rapaz, Daniel Kaminsky, e o tio aguardam no cais a saída dos familiares, confiantes de que estes tentariam os oficiais havaneses com o tesouro que traziam escondido: uma pequena tela de Rembrandt, na posse dos Kaminsky desde o século XVII. Mas o plano fracassou e o transatlântico regressou à Europa, levando consigo qualquer esperança de reencontro. Em 2007, quando essa tela vai a leilão em Londres, o filho de Daniel, Elías, viaja dos Estados Unidos a Havana para descobrir o que aconteceu com o quadro e com a sua família. “Hereges” é um romance absorvente sobre uma saga judaica que chega até os nossos dias e que vem confirmar o autor como um dos narradores mais ambiciosos e internacionais da língua espanhola.


A Fox respira literatura e inspira você.

Fox Belém www.livrariafox.com.br

LIVRARIA • PAPELARIA • LOCADORA

Dr. Moraes, 584 | 4008-0007 Líder Doca | 3242-5131 Parque Shopping | 3232-0618


horas vagas • iPad

Flow for Instagram O Flow for Instagram é um aplicativo desenvolvido especialmente para o iPad. Seu objetivo é trazer uma experiência melhor para visualizar a rede social em dispositivos com tela grande, já que não existe uma versão oficial do Instagram para tablets. Ele é totalmente gratuito e possui uma interface muito intuitiva. Basta abrir o programa e fazer login com as mesmas credenciais que você usa no Instagram. Além de oferecer todos os recursos clássicos da rede social, o Flow também oferece algumas funcionalidades exclusivas, como gerenciamento de múltiplas contas e personalização da interface com temas diferentes. O software é totalmente gratuito, então aproveite! Custo: Free

Raul Parizotto empresário parizotto@me.com

LEO Privacy Guard

VideoGet for Facebook LITE

Que tal esconder suas fotos e vídeos mais importantes e impedir que bisbilhoteiros acessem tais arquivos? Com o LEO Privacy Guard, você consegue criar um cofre digital para armazenar imagens sigilosas com três tipos diferentes de chave: PIN numérico, padrão de desbloqueio e verificação biométrica (Touch ID, caso seu iPhone ou iPad seja compatível com tal recurso). Além de simplesmente criar uma caixa secreta para guardar imagens já existentes, o programa também traz uma “câmera secreta”, cujas fotos registradas automaticamente serão enviadas para esse diretório escondido. O mais bacana é que, além de ser completamente gratuito, o LEO Privacy Guard também possui compatibilidade com o Apple Watch. Vale a pena conferir. Custo: Free

O Facebook está cada vez mais se transformando em uma poderosa ferramenta para hospedagem e compartilhamento de vídeos. Sendo assim, é importante ter uma ferramenta sempre pronta para baixar os clipes que você encontra nessa plataforma, visto que a rede social não permite nativamente que os usuários façam download de tal tipo de conteúdo. O software tem uma interface própria pela qual você pode pesquisar os vídeos desejados, assisti-los online e só então iniciar o download para guardá-los na memória interna de seu dispositivo – tudo em alta resolução, é claro! O VideoGet for Facebook LITE é totalmente gratuito e compatível tanto com iPhones quanto com iPads. Custo: Free

Worms 4 Vee for Video O Vee for Video é o app perfeito para quem gosta de gravar e editar clipes através de seu dispositivo móvel. Ele integra recursos de gravação e edição em apenas uma interface, facilitando muito a vida do usuário. O mais bacana é que ele tem suporte a vídeos em alta resolução (1080p com proporção de 16:9 e 240 frames por segundo).Após registrar as imagens, você pode cortálas, copiá-las e movê-las para criar o filme do jeito que quiser. É possível ainda adicionar uma trilha sonora personalizada e aplicar 18 belíssimos filtros de cor para dar um toque especial para a sua obra. O Vee for Video custa US$ 4,99 e é possível adquirir pacotes de efeitos especiais premium pagando taxas adicionais. Custo: US$ 4,99

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Sim, a franquia Worms está de volta! No quarto capítulo de uma das séries mais amadas do mundo dos games, você pode jogar tanto com seus amigos no modo multiplayer quanto sozinho no modo carreira. Nesta segunda opção, é possível desfrutar de nada menos do que 80 missões desafiadoras que colocarão à prova suas habilidades de mira. Por falar em mira, vale observar que o título apresenta diversas armas novinhas para você se divertir e causar muita destruição por onde passar. Outro sistema muito bacana é o de facções: agora é possível criar seu próprio clã de minhocas assassinas ou se juntar a uma guilda já existente. Worms 4 pode ser adquirido por Custo: US$ 4,99

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horas vagas • música

VÍDEO

DICA

ERASMO CARLOS – MEUS LADOS B DVD Todo grande músico possui aquelas canções que são menos conhecidas ou não foram divulgadas. Seja por terem sido atropeladas pelos grandes sucessos ou por não ter se encaixado no conjunto da obra da época. Recentemente, Erasmo Carlos lançou o projeto “Meus Lados B”. Nele, uma coletânea de suas músicas menos conhecidas é apresentada para o público em shows ao vivo. O DVD reúne 22 pérolas da trajetória de Erasmo.

ARNALDO ANTUNES - JÁ É

CONFIRA ALUNAGEORGE – BODY MUSIC (2013/2014) O duo pop-moderninho londrino composto pela modelete/cantora Aluna Francis e pelo produtor George Reid foi uma das gratas surpresas da última edição do Rock in Rio. Substitutos aos 45 do segundo tempo, quando a sueca Robyn cancelou a participação, fizeram um show esmerado debaixo de um temporal no último dia do festival com vocais apuradíssimos e uma sonoridade deliciosa. O único EP da dupla, lançado há dois anos, ganhou uma versão remixada no ano passado.

Lançado este ano, o 16º álbum de Arnaldo Antunes é o resultado de diversas viagens pelo mundo. Nova York, Rishikeshi (Índia), Milão e Roma foram alguns dos lugares que serviram de inspiração para o músico. O disco conta com importantes participações em sua produção, entre elas, Marisa Monte, Carlinhos Brown, Marcelo Jeneci, Zé Miguel Wisnik, Bacalhau, Pedro Sá e muitos outros.

INTERNET

CLÁSSICO

OBRA DE OS MUTANTES É RELANÇADA EM BOX DELUXE COM SETE VINIS UMA REDE SOCIAL PARA QUEM GOSTA DE MÚSICA!

O mesmo já tinha sido feito para o formato de CD, agora remasterizados para vinil, os álbuns já estão em pré-venda por R$ 809,90. A caixa traz os discos: Os Mutantes, de 1968, Mutantes, de 1969, A Divina Comédia ou Ando Meio Desligado, de 1970, Jardim Elétrico, de 1971, Mutantes e seus Cometas no País dos Baurets, de 1972, Tecnicolor, de 1999 e a coletânea de gravações raras de Mande um Abraço Pra Velha. As adaptações para vinil foram realizadas a partir das fitas originais de gravação da banda.

O Last.fm é uma plataforma totalmente voltada para o mundo musical. Nela, você pode criar um perfil e sincronizar com sua biblioteca de seu computador e, desta forma, o site consegue sugerir bandas e usuários similares com o seu gosto musical. Além disto, você pode assistir e ouvir gratuitamente suas músicas favoritas e ler notícias sobre eventos e atrações em destaque. www.lastfm.com.br

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COQUETEL PARA CONVIDADOS MARCA A ABERTURA DA CASA COR PARÁ 2015 O 4º piso do Boulevard Shopping ficou lotado de convidados que puderam conferir em primeira mão a abertura da versão regional da maior mostra de arquitetura, design e paisagismo das Américas, a Casa Cor Pará 2015. O evento realizado na noite de terça-feira, 13 de outubro, apresentou o resultado dos 33 ambientes divididos em três superespaços - Casa Principal, Casa High Tech e Hall Interativo - criados por um total de 52 profissionais em uma área de 1,6 mil metros quadrados e que poderão ser visitados até o dia 29 de novembro. Luxo, sofisticação e muita brasilidade são as palavras-chave da quinta edição da Casa Cor Pará. “É com muita satisfação e muita emoção pelo maravilhoso trabalho de todos que abrimos mais essa edição. Comparo esse momento com o de nascimento de uma criança: seguido do cansaço de tantos meses de gestação e preparação, nasce uma criança que encanta a todos. E hoje a Casa Cor Pará sorri para todos vocês”, declarou André Moreira, diretor da Construtora Leal Moreira e franqueado da Casa Cor. “É um tema belo e um pro-

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jeto incrível, só tenho a agradecer aos parceiros, a todos que entram de cabeça e se dedicam a realizar o que está no papel com muita superação”, elogiou. Graziela de Caroli, representando a Editoria Abril, que detém a marca Casa Cor no Brasil, reconheceu a excelência da atuação dos arquitetos em cada um dos ambientes. “A gente, e eu falo pela editora, vem muito feliz, porque não se vive um ano fácil e ainda assim se conseguiu realizar esse evento. Tirar o projeto do papel, por muitas vezes, é algo que a gente tem hora que acha que não é possível, mas diante desse resultado, só temos a agradecer”, declarou. Falando em Leal Moreira, a empresa garante dois espaços muitíssimo especiais dentro da mostra. Dentro da Casa Principal está o ambiente Expressão Brasil Leal Moreira, assinado por Ana Perlla et José Jr. Veteranos de Casa Cor Pará, eles admitem que, até mesmo pela temática que norteia todas as versões regionais de Casa Cor pelo país, “O Brasil visto por dentro”, desenvolver o projeto se configurou como um trabalho dos mais

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prazerosos. “Às vezes a inspiração demora a vir, mas nesse caso, sem mesmo que eu me desse conta, estava latente e saiu, fluiu”, conta o arquiteto José Jr. Heluza Sato e Mauricio Toscano, que assinam o projeto geral da Casa Cor Pará, também assinam o Clube Leal Moreira, que fica dentro do Hall Interativo. Fabio e Angela Sicilia, os irmãos chefs por trás do aclamado Familia Sicilia ganharam um ambiente todo dedicado a eles, por serem homenageados desta edição. “Estou vendo pronto pela primeira vez e confesso que mexeu comigo a forma como o Caíque Lobo, responsável pelo projeto, conseguiu traduzir tantos elementos nossos para dentro de um único espaço”, confessou. A atriz Dira Paes também é homenageada nesta edição com o ambiente “Canto da Dira”, que resgata um pouco da história de vida da paraense nascida em Abaetetuba e é considerada uma das grandes expoentes de sua geração tanto na TV quanto no cinema.

Serviço A visitação da Casa Cor Pará 2015 vai até 29 de novembro no 4º piso do Boulevard Shopping. • Segunda a sexta de 16h às 22h • Sábado, domingo e feriado de 14h às 22h



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“CÍRIO NAS OBRAS” COMEMOROU A QUADRA NAZARENA Por conta dos festejos que homenageiam Nossa Senhora de Nazaré, a Leal Moreira promoveu, entre os dias 21 de setembro e 2 de outubro, a programação “Círio nas Obras”, que constou de peregrinações realizadas em todas as obras da empresa com uma réplica da imagem da santa e músicos proporcionando momentos de oração e confraternização. A última das peregrinações, no Torres Dumont, no bairro do Marco, contou com a presença da imagem peregrina pertencente aos Guardas da Santa. Uma chuva de papel picado e fogos na entrada do empreendimento saudaram a Virgem em sua chegada. O engenheiro responsável pela obra, Jarbas Cabral, fez uma saudação aos presentes e falou sobre a honra de receber a imagem de Nossa Senhora de Nazaré e de ter a Guarda Oficial do Círio presente ao encerramento do “Círio nas Obras”. “Nunca tinha ficado tão perto de uma imagem que participa do Círio, é muito emocionante!”, confirmou a servente Cleide Jesus da Silva, sem esconder os olhos cheios d’água. O pedreiro José Roberto Dias admitiu que, mesmo não sendo um católico muito praticante, não resistiu e aproveitou o momento para tirar muitas fotos. “Não sei explicar o que é, uma emoção que puxa a gente pra perto dela, sabe?”, comentou, visivelmente emocionado.

TÉCNICOS DE SEGURANÇA DO TRABALHO PASSAM POR CAPACITAÇÃO Durante todo o mês de agosto, a Leal Moreira pôs em prática o seu Programa de Capacitação de Técnicos de Segurança do Trabalho, que tem como objetivo a integração desses profissionais para troca de conhecimentos e experiências. No total, 15 pessoas, sendo dez técnicos e cinco estagiários, participaram das programações. Em quatro encontros, nos dias 11, 18, 25 e 31 de agosto, foram abordados temas como formas para se ter um melhor relacionamento no canteiro de obras e com as partes envolvidas, orientações sobre atividades diárias em de acordo com o que prevê a legislação referente à Segurança do Trabalho, e maneiras de minimizar ou mesmo cessar eventuais erros nas atividades exercidas. Um lanche comemorativo no último dia 31 de agosto marcou o encerramento das atividades. “Acho que foi bastante válida a parte da troca de experiências porque pudemos perceber que havia práticas que eram realizadas de um jeito por um técnico, de outro jeito por outro técnico, e poder dividir isso criou a possibilidade de uma padronização nas ações”, analisou Marcos Wallace, técnico de Segurança do Trabalho do empreendimento Torre Triunfo e funcionário da empresa há um ano e sete meses. A estagiária da área de Segurança do Trabalho do empreendimento Torres Dumont, Dione dos Santos, vê a iniciativa como uma forma de valorização do profissional. “É uma forma de a gente entender melhor como as regras funcionam, como devem ser seguidas, toda reciclagem é sempre válida”, avaliou ela, que está há três meses na empresa. O engenheiro de Segurança da Leal Moreira, Jorge Machado, foi um dos que ministrantes do módulo final da capacitação e destacou a possibilidade de reunir os técnicos para uma abordagem mais ampla do tema. “Segurança do Trabalho é uma especialidade que envolve vários aspectos, e nesses módulos nós pudemos explorar melhor boa parte deles, como uma forma de aperfeiçoar esses conhecimentos”, detalha.

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Check List das obras Leal Moreira projeto

lançamento

fundação

estrutura

alvenaria

revestimento

fachada

acabamento

Torre Santoro 2 ou 3 suítes • 123m2 • Av. Governador José Malcher, 2649 (entre Av. José Bonifácio e Tv. Castelo Branco) Torres Devant 2 ou 3 dorm. (1 suíte) • 68m2 e 92m2 • Travessa Pirajá, 520 (entre Av. Marquês de Herval e Av. Visconde de Inhaúma) Torre Unitá 3 suítes • 143m2 • Rua Antônio Barreto, 1240 (entre Travessa 9 de janeiro e Av. Alcindo Cacela). .

Torre Parnaso 2 ou 3 dorm. (1 suíte) • 58m² e 79m² • Av. Generalíssimo Deodoro, 2037 (com a Rua dos Pariquis). Torres Dumont 2 e 3 dorm. (1 suíte) • 64m² e 86m² • Av. Doutor Freitas, 1228 (entre Av. Pedro Miranda e Av. Marquês de Herval). Torre Vitta Office Salas comerciais (32m2 a 42m²) • 5 lojas (61m2 a 254m²) • Av. Rômulo Maiorana, 2115 (entre Travessa do Chaco e Travessa Humaitá). Torre Vitta Home 2 e 3 dorm. (1 suíte) • 58m² e 78m2 • Travessa Humaitá, 2115 (entre Av. Rômulo Maiorana e Av. Almirante Barroso). Torre Triunfo 3 e 4 suítes (170m²) • cobertura 4 suítes (335m²) • Trav. Barão do Triunfo, 3183 (entre Av. Rômulo Maiorana e Av. Almirante Barroso). Torres Floratta 3 e 4 dorm. (1 ou 2 suítes)• 112m² e 141m² • Av. Rômulo Maiorana, 1670 (entre Travessa Barão do Triunfo e Travessa Angustura). Torres Trivento 2 e 3 dorm. (1 suíte)• 65m² e 79m² • Av. Senador Lemos, 3253. (entre Travessa Lomas Valentinas e Av. Dr. Freitas). mês de referência: setembro de 2015

Veja fotos do andamento das obras no site: www.lealmoreira.com.br

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em andamento

concluído


Check List das obras ELO projeto

lançamento

fundação

estrutura

alvenaria

revestimento

fachada

acabamento

Terra Fiori 2 quartos • 44,05 a 49,90 m2 • Tv. São Pedro, 01. Ananindeua. mês de referência: setembro de 2015

em andamento

concluído

Torre Jasmim - Laje de transição

Torre Bromélia - Alvenaria estrutural do 1º pavimento tipo

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Área de lazer do Terra Fiori

Torre Gardênia - Alvenaria estrutural do 1º pavimento tipo

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Torre Violeta - Alvenaria estrutural do térreo e laje do 1º pavimento tipo


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Cozinha

Fitness

Sal達o de festas infantil

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O nosso caminho é iluminado pela crença viva na Senhora de Nazaré. Feliz Círio, Belém!

Lotus Administração Ltda. /grupolotus


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Terraço gourmet

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Cozinha


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Terraço gourmet

Torre Leste - Estrutura do 5º pavimento tipo

Estrutura das torres


Nara D’Oliveira Consultora empresarial

Falando de varejo Em tempos de sumiço do cliente, a aposta é “que-

se distancia da real necessidade do consumidor. O

to. É o falado channe lblurring – canal borrado. Ou

brar a cultura”: as pessoas, como as empresas, pos-

foco no cliente quer dizer reconhecer o que ele real-

seja, não importa muito o que você vende, mas como

suem a tendência de voltar para o que é conhecido,

mente precisa. Esta postura afasta as organizações

você vende deve estar alinhado com as melhores

de manter o status quo. Fazer diferente, mais ainda,

da guerra de preço e as leva a uma postura centrada

práticas de serviço do mercado, não do segmento.

criticar a cultura interna do como fazer, buscando

no consumidor, priorizando a relação com o mesmo.

Estas são algumas reflexões sobre o varejo para

a transformação da mesma, pode se caracterizar

A máxima correta seria então: não desenvolva algo

a comunidade do futuro: os filhos, a segunda gera-

como uma resposta ao momento de restrição. Estas

que não possua valor percebido pelo cliente.

ção, devem estar questionando e tentando responder

soluções devem ser concebidas levando em conta o

O varejo é um serviço, uma atividade terciária, não

no dia a dia com ações concretas para o mercado.

cenário, o mercado em que se está inserido, as ten-

produz nada, mas tem produto no meio disso. O que

Mas como traduzir para o mercado estas reflexões?

dências, e devem ser, necessariamente, inovadoras

caracteriza o varejo é a compra em grande quanti-

O levantamento das melhores práticas costuma ser

- o mercado está cheio das mesmas.

dade para ser vendida em pequenas quantidades.

especialmente educativo, sobretudo porque as mes-

O interessante é ter uma aposta nos movimentos

Varejo vem do latim, uma vara. Até hoje os tecidos

mas já foram testadas e são aplaudidas pelo consu-

que são disruptivos. Aposta nas grandes mudanças

são medidos em varas. Retail, retalhar, outra palavra

midor. Esta busca feita pelos herdeiros é duplamente

que causam novos hábitos e, definitivamente, criam

oriunda do latim. A indústria de massa, o modelo de

educativa, pois estas lições são a ordem do dia para

um divisor no mercado, uma ruptura. O WhatsApp

autosserviço americano fez esquecer que varejo é

quem ingressa no mundo do varejo, na era do serviço

foi uma ruptura, ele mudou o hábito de comunicação

serviço e a grande sacada é entender qual serviço é

agregado.

entre as pessoas. O que seria disruptivo no seu seg-

relevante para o consumidor. O varejo vende serviço

mento?

através de seus produtos.

“Não dou desconto, dou 10% de credito na próxima compra”. Aprendi isso outro dia com uma empresa.

Deve ser um hábito obsessivo a atenção às

O consumidor hoje não avalia e quer empresas não

Achei fantástica a aplicação deste conceito. Fideliza,

megatrends,as megatendências. São elas que irão

pelo produto e sim pelo serviço. Ele, o cliente, não

garante venda, não desqualifica o produto e é dife-

sinalizar o caminho para a colocação de novos pro-

compara nível de serviço no mesmo canal, não com-

rente.

dutos e as necessidades a serem atendidas no mo-

para operações do mesmo serviço. Ele quer o serviço

Você conhece a Singularity, uma universidade na

mento. A máxima de que a maior parte das ideias

onde teve uma experiência de compra satisfatória em

Califórnia? Sabe o que significa uma “tendência grá-

no varejo vai dar errado ocorre quando a empresa

um outro produto que está precisando neste momen-

vida”? Vemo-nos na próxima edição.

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