Revista Leal Moreira nº 53

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RLM nº 53

Luzes para um novo tempo. GENTE DESIGN ESTILO IDEIAS CULTURA COMPORTAMENTO TECNOLOGIA ARQUITETURA

ano 12 | número 53

R$ 15,00

José Roberto Guimarães A contagem regressiva para as Olimpíadas Rio 2016 já é motivo de ansiedade para o técnico tricampeão.

Leal Moreira

Gal Costa Nelson Rodrigues Emmanuel Nassar Napa Valley Casa Cor Pará

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A LEAL MOREIRA ENTREGA O TORRES TRIVENTO. Um empreendimento com muito lazer e em ótima localização que vai levar aos nossos clientes muitas histórias inesquecíveis. Para nós, da Leal Moreira, este é um momento de muita alegria.

RELACIONAMENTO COM CLIENTES: (91)

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Avenida Nazaré, 759 (Largo do Redondo) O Torres Trivento é um empreendimento da parceria Leal Moreira e PDG. Memorial de incorporação registrado no Cartório de Registro de Imóveis do 1º Ofício – Comarca de Belém - R-11/43172, em 25/09/2009.


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AGRADECEMOS A TODOS QUE FIZERAM DA CASA COR PARÁ 2015 UM SUCESSO. + DESIGN • AMAZON SERVICE • AMAZON WOOD • ANA CRISTINA IUDICE • ARTMIL • BC FRIO • BONTEMPO • BRIGADERIE • CASA E CIA • CELMAR • DELL ANNO • DESIGN DA LUZ • ELIZA FERRAZ • ERIKA MAFRA • FAST FRAME • FÁTIMA PETROLA • FAVORITA • GALERIA M • GPD • GRAMAPEDRAS • HALLEY • HONG DECORAÇÕES • IN LEGNO • LIGHT DESIGN • MARGARETH MAROTO • MARICOTINHA • MARMOBRAZ • MARTPRINT • MEGA VIGILÂNCIA • METALLO • MM FORMAS • PABLO MARTINS • PERFINI • PORTOBELLO • PRISMA • RANCHO FUNDO • SACCARO • SALT ENGENHARIA • SCA • SPAZIO DEL BAGNO • TODESCHINI • TRAMONTINA • VÂNIA AMANAJÁS • VIAMAZON • WOOD DESIGN


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01. HELUZA SATO E MAURÍCIO TOSCANO: FACHADA E ESPAÇO LEAL MOREIRA • 02. ANA CECÍLIA LIMA E PATRICIA MATOS: FOYER CASA COR “ENTRE, A CASA É SUA” • 03. RAFAELA VERBICARO E DANIEL LEÃO: SALA DE AULA DO FUTURO • 04. VANESSA MARTINS: CASA DA PRAIA • 05. RENATA MACÁRIO: ESTAR DA FAMÍLIA BRASILEIRA • 06. LÍVIA SANTANA: VARANDA LOUNGE BAR • 07. ROSÂNGELA MARTINS E ZELINDA GOUVÊA: CANTO DA DIRA • 08. BENEDITO NETTO: SALA DE LEITURA • 09. KENNY NOGUEIRA, TALITA LEANDRO E HÉRCULES JR: GALERIA DE ARTE • 10. REBECA DE FRANÇA: LIVING E JANTAR DA CASA PRINCIPAL • 11. SYLVIA GABRIEL, TATIANE MADEIRO E BIANCA DAVID: HOME OFFICE • 12. MELANIA MONTEIRO: BRASIL URBANO • 13. MICHELL FADUL: SUÍTE MASTER • 14. BERTRAND TENÓRIO E ALAM FREITAS: LIVING DA CASA DE CAMPO • 15. MILENE FONSECA, MÁRCIA TUMA E MARINA FONSECA: JARDIM BELÉM • 16. RAÍSSA COLARES E MARIANNA BONNA: MEDIA LOUNGE DIÁRIO DO PARÁ • 17. MARIANO CINTRA E HELOISA FERREIRA: HALL DAS CORES • 18. CAÍQUE LOBO: LABORATÓRIO GOURMET IRMÃOS SICILIA • 19. RICARDO GARCIA, ROBERTA VIEITAS E ARNALDO RIBEIRO JR.: GOURMET SOCIAL • 20. HARIANNE BRAGAH E LILIANE MAMBRINI FERRI: TABERNA DO VINHO • 21. GABRIELLE VIEIRA: JOALHERIA • 22. JR. E PERLLA: EXPRESSÃO BRASIL LEAL MOREIRA • 23. FÁBIO SEIXAS FERNANDO NAVARRO: LIVING HIGH TECH DO JOVEM EMPRESÁRIO • 24. PEDRO RATIS E ANIELA KALIF: GAME ROOM • 25. HELDER COELHO: SUÍTE ALL BLACK E LOUNGE RENAULT • 26. NATHÁLIA HABER: CASA VIVA • 27. CARLOS ALVES: LOUNGE GQ • 28. RAPHAEL MACÊDO, FILIPE SOARES E FERNANDO MARAVALHAS: COZINHA HIGH END • 29. TUANE COSTA E LYVIA MESQUITA: AMAZON BOUTIQUE E CAFÉ • 30. VÂNIA AMANAJÁS E PAULO MORELLI: ATELIÊ DA DESIGNER



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A Revista Leal Moreira 53 traz conteúdo exclusivo nas matérias sinalizadas com QR code.

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capa

índice

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ZÉ ROBERTO GUIMARÃES Expectativas para o mundial olímpico, peculiaridades de comandar um time feminino e preocupação com o pouco estímulo à prática de esporte nas escolas. De tudo um pouco.

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Gourmet

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EMMANUEL NASSAR Arquiteto e artista com um pé aqui e outro em SP, ele sente falta de uma cidade mais voltada para suas águas.

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BONS DRINKS! O coqueteleiro gourmet Leonardo Cals fala de suas alquimias que saem direto da panela para os copos.

Belém| 400 anos

GAL COSTA Referência, força, voz, liberdade, parcerias novas e cinco décadas de carreira.

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capa Foto: Foto de Wander Roberto/Agência Estado

especial - Casa Cor Pará 2015 Um olhar especial sobre o que foi destaque durante a quinta edição da mostra.

galeria - 791 Criada a partir do acervo pessoal do engenheiro e empresário Paulo Henrique Lobo, o espaço abre com nada menos que 600 obras no catálogo.

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dicas especial teatro Ricardo Gluck Paul confraria Celso Eluan tech Angela Sicilia vinhos HV institucional Nara Oliveira

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editorial

Amigos, Chegamos à última edição de 2015 da RLM já ansiando pelo novo ano que começa. Nada mais empolgante do que a possibilidade de fechar um ciclo e começar outro, novinho em folha, quando tudo é novo - de novo! - e é como se tivéssemos renovadas as possibilidades de viver, de fazer tudo melhor. Fazer planos, almejar bons resultados, não há melhor época para fazer isso! E falando em almejar bons resultados, a Leal Moreira se antecipa a um dos eventos mais esperados do ano, as Olimpíadas Rio 2016. Em entrevista exclusiva, o técnico da Seleção Brasileira Feminina de Vôlei, Zé Roberto Guimarães, já não esconde a ansiedade pelos preparativos do evento, acredita que, por ser no Brasil, será o ‘mundial dos mundiais’, e até adianta alguns possíveis países adversários do time que comandará nas quadras. Artista plástico, arquiteto, crítico, inquieto, Emmanuel Nassar encerra a série Belém 400 Anos e afirma: São Paulo é um “bairro afastado” da capital paraense. Dona de voz e interpretações absolutamente únicas, a cantora Gal Costa conversa com a gente sobre seus 50 anos de carreira, disco novo e sua relação com novos compositores que passeiam confortavelmente em suas mais recentes gravações. No “Destino”, a californiana Napa Valley, com seus balões, visões e vinícolas, dá aquela vontade de começar a planejar as próximas férias desde agora. E ainda tem destaques da Casa Cor Pará, a versão musical de “O Beijo no Asfalto”, de Nelson Rodrigues, e muito mais. Estamos apenas começando... Feliz 2016!

André Moreira

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expediente

Tiragem da edição 53 da Revista Leal Moreira auditada por

Revista Leal Moreira

João Balbi, 167. Belém - Pará f: 91 4005.6800 • www.lealmoreira.com.br

Fundador / Presidente Carlos Moreira Conselho de Administração Maurício Leal Moreira [Presidente] André Leal Moreira João Carlos Leal Moreira Luis Augusto Lobão Mendes Rubens Gaspar Serra Diretoria Executiva

Atendimento aos Clientes: Avenida Nazaré, 759 (Largo do Redondo) • segunda a quinta-feira: 9h às 12h e das 14h às 18h. • sexta: 9h às 12h e das 14h às 17h30.

Diretor de Incorporação Thomaz Ávila Neto

Atendimento telefônico:

Diretor Comercial e de Relacionamento José Ângelo Miranda

++55 91 4005 6868 • segunda a quinta-feira: 9h às 18h. • sexta: 9h às 17h30.

Gerências Gerente Financeiro Walda Souza Gerente de Planejamento e Captação de Recursos Carlos Eduardo Costa Gerente do Departamento Pessoal Mônica Silva Gerente de Relacionamento com Clientes Alethea Assis Gerente de Marketing Mateus Simões Gerente de Incorporação Patrick Viana

Escreva para:

Criação, coordenação e realização Publicarte Editora Diretor editorial André Leal Moreira Diretor de criação e projeto gráfico André Loreto Editora-Chefe Carolina Menezes Produção Carolina Menezes Fotografia Dudu Maroja Reportagem Andreza Batalha, Bianca Borges, Carlos Eduardo Vilaça, Carolina Menezes, Trisha Guimarães. Colunistas Ângela Sicilia, Celso Eluan, Nara Oliveira, Raul Parizotto e Ricardo Gluck Paul. Assessoria de imprensa Carolina Menezes Conteúdo multimídia Max Andreone Versão Digital Guto Cavalleiro Estagiário Matheus Paes Revisão José Rangel Gráfica Halley Tiragem 12 mil exemplares Comercial Gerente comercial Daniela Kress • (91) 99983.4366 danielakress@revistalealmoreira.com.br Consultor comercial Lídia Menezes • (91) 98802.3857 lídia@revistalealmoreira.com.br Back office Giovana Teixeira • (91) 4005.6874 giovana@revistalealmoreira.com.br

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Revista Leal Moreira é uma publicação bimestral da Publicarte Editora para a Construtora Leal Moreira. Os textos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião da revista. É proibida a reprodução total ou parcial de textos, fotos e ilustrações, por qualquer meio, sem autorização.



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TORRE SANTORO: Memorial de incorporação registrado no Cartório de imóveis 2º oficio – Comarca Belém – R.2/24441LM, em 28/10/14. Protocolo 231.538. TORRES DEVANT: Registro de Incorporação: Protocolo nº 214.742 Matrícula (RI): 48FJ Livro: 2-F.J. (RG) em 02/05/2013. TORRE UNITÁ: Registro de Incorporação: Protocolo nº 208.842 Matrícula (RI): 17.555 Livro: 2-k.o. (RG) em 01/11/2012. TORRES DUMONT: Memorial de Incorporação registrado no Cartório de Imóveis do 2º Ofício – Comarca de Belém – Livro 2-DX, mat. 29 Incorporação R.10, em 9/12/2010. Protocolo 185.757. TORRE TRIUNFO: Memorial de Incorporação registrado no Cartório de Imóveis do 2º Ofício – Comarca de Belém – R.1/9099JL, em 26/3/2010. Protocolo 179.191.


Belém

Quitanda do Bolonha Parte do complexo Ver-o-Peso, a Quitanda do Bolonha fica dentro do Mercado Municipal de Carnes Francisco Bolonha, espaço tradicionalíssimo de Belém, existente desde o século XIX. O local é inusitado e se apropria de um dos maiores cartões-postais da cidade, o que torna o passeio bastante interessante, pois reflete os melhores traços da capital paraense. Cerveja gelada, petiscos e pratos deliciosos, isto tudo com a segurança dos visitantes garantida. A programação musical é bastante diversificada e apresentações ao vivo são constantes. De quebra, para quem se interessa em arquitetura, o espaço esbanja os adornos e sofisticação de uma Belém de outrora.

Boulevard Castilhos França, s/n - Comércio • 91 98139.7000

Páprika O local é ideal para quem é devoto da combinação de massas e vinhos. O restaurante oferece o melhor da culinária italiana e é comandado por quem entende do assunto: Rocco Resciniti, italiano da região de Emilia-Romagna. Bruschettas, tiramisùs e spaghettis podem ser acompanhados por uma variedade de vinhos finos que harmonizam com o seu prato. O ambiente é pequeno, aconchegante e muito bem decorado, o que faz com que o Páprika se torne um ótimo local para jantares especiais.

Rua Padre Champagnat, 302. Complexo Feliz Lusitânia, Cidade Velha, Belém/PA | Reservas e informações: 98462-9229. Funcionamento: terça a domingo, das 18h30 à 0h. www.revistalealmoreira.com.br

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Shopping Bosque Grão-Pará | Fone: (91) 3199-9444 | Domingo a quinta: 18:00 - 01:00, Sexta e sábado: 18:00 - 02:00. Almoço: Sexta, sábado e domingo: 12:00 - 15:00.

Roxy Para alegria de muitos belenenses, o Roxy Bar finalmente inaugurou outra unidade na cidade. O restaurante é um dos mais populares de Belém por servir pratos originais com influência da gastronomia contemporânea e aliar isto com um ambiente agradável e preço acessível. O novo Roxy fica localizado dentro do Shopping Bosque Grão-Pará, logo, o local é ideal para aquele pit-stop depois das compras ou passeio com a família. Diferente da unidade Senador Lemos, o novo restaurante irá abrir também para almoço e expandir os locais de delivery.


Brasil

Mustang Sally

O Mustang Sally é um restaurante/bar curitibano que tem em seu cardápio um intercâmbio de sabores, isto porque as culinárias texana e mexicana são as grandes protagonistas do local. As famosas costelinhas e hambúrgueres americanos contracenam com tacos, nachos e outras iguarias mexicanas como, é claro, a tequila. O local é uma ótima pedida pra tomar alguns drinks com os amigos e comer pratos diferentes, deliciosos e de qualidade. O ambiente também torna a visita mais interessante, pois é inteiramente decorado com o propósito de levar o cliente para as décadas de 50 e 60.

Curitiba – Paraná, Cel. Dulcídio, 517 (esq. com D. Pedro II). Fone: (41) 3018-8118 | Horário funcionamento: diariamente a partir das 18h.

Glouton

O restaurante mineiro alia alta gastronomia e elegância, combinação que já rendeu diversos prêmios para o estabelecimento, como, por exemplo, o de Melhor Restaurante Contemporâneo e Chef do Ano 2014/15 pela Revista Veja BH e Encontro Gastrô. O Glouton segue a linha da “bistronomia”, tendência que caracteriza uma estética de bistrô com muita sofisticação, mas com preços justos. O cardápio, tanto como a carta de vinhos, vive em constante mudança para agradar os clientes e para não cair na mesmice. Sobre os vinhos, o estabelecimento possui uma variedade realmente extensa de rótulos internacionais que você pode conferir no site: www.glouton.com.br.

Rua Bárbara Heliodora 59, Lourdes, Belo Horizonte, MG | Fone: 031 3292-4237. Funcionamento: de terça a quinta somente para o jantar; sábado e domingo abre para almoço e jantar; e aos domingos, somente para almoço. www.revistalealmoreira.com.br

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mundo

Asiate Uma vista privilegiada da cidade de Nova York e o melhor da gastronomia contemporânea, este é o Asiate, restaurante localizado em um dos andares do hotel de luxo Mandarin Oriental. O menu traz o que pode ter de mais novo em uma cozinha de alta qualidade, como: Foie Gras com caldo de nogueira, pato defumado, lagosta com escargot, carne Wagyu com purê defumado de batata e vinho tinto reduzido. O Restaurante funciona no café da manhã, almoço e janta com cardápio variado.

80 Columbus Circle at 60th Street, Nova York, 10023 - EUA | Fone: +1 (212) 805 8800

Foreign Cinema

O Foreign Cinema é um local em São Francisco (EUA) que trabalha com brunch e jantar. Brunch é uma refeição popular principalmente na Europa e consiste em uma espécie de união do café da manhã com o almoço. O estabelecimento serve, em sua grande maioria, comidas leves que harmonizam com os drinks refrescantes do menu. Além disto, o restaurante possui uma grande variedade de pratos com ostras e champanhe. E claro, fazendo jus ao nome, no pátio externo ocorrem exibições de filmes estrangeiros renomados para os visitantes.

2534 Mission Street, São Francisco, CA 94110 | Fone: 415-648-7600 www.revistalealmoreira.com.br

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A LEAL MOREIRA AGRADECE A TODOS OS PARCEIROS QUE ESTIVERAM CONOSCO NOS ESPAÇOS CLUB LEAL MOREIRA E EXPRESSÃO BRASIL LEAL MOREIRA DURANTE OS 47 DIAS DE CASA COR PARÁ 2015. PARCEIROS QUE ACREDITARAM E SE TORNARAM MARCAS FUNDAMENTAIS PARA O SUCESSO DESTES PROJETOS.

ALEXANDRE DANTAS • ARTISTA PLÁSTICO •

BELL’ARTE

MARCELO GIL • ARTESÃO •


SEBÁ TAPAJÓS • GRAFFITEIRO •

VJ LOBO

• VÍDEO DESIGNER •

WILLER K

WS MARCENARIA


capa

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Agência Estado

foto: Wander Roberto /Agência Estado

Carlos Eduardo Vilaça

Um homem

missão

com uma

Experiente e várias vezes campeão, o técnico da Seleção Brasileira de Vôlei Feminino, José Roberto Guimarães, não esconde o nervosismo com a proximidade das Olimpíadas, mas se diz confiante em viver um grande mundial.

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m simples piscar de olhos é capaz de transportá-lo para dentro da quadra, a alguns meses no futuro, quando a pira olímpica flamejará com muito mais intensidade. É o poder da obsessão que acomete um homem de família, de hábitos simples e voz calma, mas que transparece uma constante preocupação capaz de lhe tirar o privilégio de uma boa noite de sono. Conversar com José Roberto Guimarães é ter os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, sempre em foco. Por mais que outro assunto seja levantado, é certo que ele irá desaguar na preparação da seleção brasileira feminina de vôlei para a competição. E não tem como ser diferente, já que ele respira o voleibol desde criança e a Olimpíada é considerada o ápice esportivo mundial. Pode soar até estranho que um profissional com a experiência de Guimarães, que já ganhou tudo o que se possa imaginar no voleibol, fique genuinamente nervoso com a proximidade de uma disputa. Mas se ele é uma lenda do esporte, é justamente por causa da sua dedicação e de como enxerga o jogo, respeitando-o e sentindo-se honrado em fazer parte dele. “Eu levo ser técnico da seleção brasileira como

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uma missão. Eu vivi os dois lados. Ou seja, no momento em que o Brasil estava aprendendo com as grandes potências, lembro das dificuldades que enfrentávamos nesse período e que serviram para mim como uma grande escola. E aí a gente começou a fazer alguns resultados. O Brasil foi crescendo, se encontrando mais entre os melhores times do mundo. E aí vem a missão, o fato de ser o técnico da seleção, contribuir, ensinar... Eu acho que isso é sempre um grande desafio”, afirma. E de desafios foi feita a carreira de José Roberto Guimarães. Desde cedo. Ao optar pelo vôlei, aos 13 anos de idade, estava indo duplamente de encontro à ordem natural que se estabelecia dentro da própria casa. Primeiro porque o pai era jogador de futebol – o que no Brasil seria um motivo a mais para milhares de meninos, que praticamente nascem com esse sonho de seguir pelo mesmo caminho. Mas não era só isso. O vôlei logo se mostrou a ele muito mais do que um lazer e, pela lógica, estudar Educação Física era o passo seguinte. “Meus pais queriam que eu fosse médico ou engenheiro. E eu já vislumbrava uma carreira dentro do esporte e uma situação diferente em »»»


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26 foto: Mister Shadow/AgĂŞncia Estado


POR CLUBES Campeão da Liga Nacional pelo Colgate/São Caetano (1991/1992) Campeão Paulista pelo Dayvit (1992) Bicampeão Estadual pelo Finasa/Osasco (2001 e 2002) Tricampeão da Superliga pelo Finasa/Osasco (2002/2003, 2003/2004 e 2004/2005)

foto: Márcio Fernandes/Agência Estado

Principais títulos

PELA SELEÇÃO MASCULINA Campeão dos Jogos Olímpicos de Barcelona 1992 Campeão do World Super Four 1992 Campeão da Liga Mundial 1993 Bicampeão sul-americano (1993 e 1995)

PELA SELEÇÃO FEMININA Medalha de Ouro nos Jogos Olímpicos de Pequim (2008) Medalha de Ouro nos Jogos Olímpicos de Londres (2012) Campeão dos Jogos Pan-Americanos (2011) Hexacampeão sul-americano (2003, 2005, 2007, 2009, 2011 e 2013) Heptacampeão do Grand Prix (2004, 2005, 2006, 2008, 2009, 2013 e 2014) Tetracampeão do Montreux Volley Masters (2005, 2006, 2009 e 2013) Bicampeão do Troféu Vale d’Costta (2005 e 2006) Bicampeão da Copa dos Campeões de Voleibol Feminino (2005 e 2013) Tricampeão da Copa Pan-Americana de Voleibol (2006, 2009 e 2011)

termos da busca pela qualidade de vida. Quando minha mãe dizia: ‘meu filho, mas você vai ser professor de Educação Física...’, eu respondia: ‘mãe, hoje pouca gente valoriza a Educação Física, mas no futuro ela vai ser muito valorizada porque as pessoas vão entender o cuidado que elas vão ter que ter com a saúde’”, lembra Guimarães. Se a transição do jogador de vôlei para o técnico, aos 34 anos, foi tranquila do ponto de vista conceitual, do que ele queria para a sua vida, o mesmo não se pode dizer do lado financeiro dessa escolha, já que era preciso se capacitar, investir na carreira. Um aprendizado constante que pedia estudos com técnicos estrangeiros e tempos fora do país, afastando-o obrigatoriamente da família, cujo apoio nunca lhe faltou – o que faz com que ele, sempre que pode, se volte aos seus, seja para um cinema ou um teatro, o que, afirma, consegue deixar-lhe mais calmo e tranquilo. Contudo, foi um sacrifício necessário e que o tempo provou ter valido a pena. As três medalhas de ouro olímpicas conquistadas por ele, entre outros títulos importantes, estão aí para não deixar nenhuma dúvida. Vale lembrar que José Roberto é o único técnico vencedor das Olimpíadas tanto com o time masculino quanto o feminino. Uma façanha, levando-se em consideração as diferenças

entre os métodos de trabalho e de relacionamento existentes entre homens e mulheres. “É completamente diferente. O masculino você busca precisão, mas também muita velocidade, força e potência nos fundamentos, principalmente no ataque e no saque; no feminino, você busca muita técnica. Por quê? Porque tem ralis maiores. A bola fica muito mais tempo em jogo, as jogadoras tocam mais na bola, consequentemente elas têm que aprimorar muito a parte técnica pela quantidade de movimentos que elas vão executar”, explica ele, que não se esquiva em afirmar que trabalhar com a seleção masculina é bem mais fácil. “Os homens são mais diretos, quando não gostam de alguma coisa vão logo ao assunto, esclarecer as coisas. Com as mulheres você tem que entender muito nas entrelinhas, você tem a situação da vaidade, do ciúme, da TPM, mudanças hormonais. Tudo isso interfere”. Ter em mente as peculiaridades femininas está entre as atribuições do técnico, sendo inclusive parte fundamental do seu planejamento. “Antigamente, a gente mapeava o ciclo menstrual das jogadoras para tentar que o campeonato não caísse na época de TPM e da menstruação. Em algumas não acontece absolutamente nada, mas outras sofrem. Tem que ter um cuidado muito grande

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com o corpo da mulher, cuidados ginecológicos e endocrinológicos. Porque a gente fala de performance. Para ter uma performance adequada, teu corpo tem que responder. Para ele responder, qual é o metabolismo que ele está? Como estão os hormônios?”, comenta, ciente da responsabilidade. “A gente tem que guiar com muita lucidez, esmero. É muito sutil”. Essa é a rotina árdua, de concentração e monitoramento constante, pertencente a José Roberto desde 2003, quando assumiu o comando da seleção feminina. Ao todo, são quatro ciclos olímpicos (Atenas, Pequim, Londres e agora o Rio de Janeiro) em que gerações de atletas passaram pela sua tutela. Algo que vê como gratificante, apesar da imensa carga sobre os seus ombros. “São histórias que a gente escreve. A gente monitora o Brasil e o mundo do vôlei. E tem que estar aberto ao surgimento de novas jogadoras, jovens, talentosas, que tenham o biótipo ideal para poder iniciar um trabalho”, esclarece, ressaltando que esse trabalho é ininterrupto, por isso ele não consegue se desvencilhar do cargo mesmo nos momentos em que não está com a seleção brasileira. Ainda mais com a Olimpíada batendo à porta... “Eu estou obcecado, pois faltam 252 dias para o começo dos Jogos [à época desta entrevista].»»»


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28 foto: Ricardo Trida/AgĂŞncia Estado


Então a comissão técnica tenta monitorar as jogadoras que a gente já tem uma ideia de que possam jogar a Olimpíada. É uma preocupação com a parte técnica e com a parte física, principalmente, porque a gente vai ter pouco tempo para trabalhar”, diz ele, lembrando que as atletas terão campeonatos a disputar pelos seus clubes até abril do próximo ano, que é quando está previsto o começo da preparação específica do Brasil para os Jogos. “Elas têm que chegar bem fisicamente, porque não dá tempo para botar ninguém em forma em três meses. Têm que vir com lastro para dar sequência no trabalho, para poder trabalhar também o lado psicológico de um time que vai jogar a Olimpíada em casa, com responsabilidade de ser o atual bicampeão”, continua, preocupado. “Tô ansioso, dormindo pouco, pois tô longe delas, distante. Eu falo, mando mensagem... Se a Olimpíada fosse hoje, nós teríamos sérios problemas. As coisas não estão encaixadas,

A formação e o crescimento do vôlei no Brasil

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Ter começado a prática do voleibol na escola faz com que José Roberto Guimarães tenha uma visão muito bem direcionada quanto aos rumos que não só o vôlei, mas o esporte em si precisa tomar para alcançar ou manter um alto nível de competitividade no Brasil. “A formação escolar é muito importante. A escola e os clubes são os principais celeiros. Ali são dados os primeiros passos de qualquer modalidade esportiva. Numa brincadeira, aula de educação física, são detectados talentos e encaminhados aos clubes”, afirma, consciente de que hoje é um desafio manter o interesse das crianças em uma atividade que não envolva jogos eletrônicos. “Na vida moderna, com iPad e celulares, as crianças estão deixando um pouco de brincar como brincavam na rua, deixando de ir à Educação Física. E isso é um problema sério. Muito preocupante até pela questão da saúde”. Como a Educação, para Guimarães, é o calcanhar de Aquiles do Brasil, o esporte poderia ajudar no desenvolvimento de uma nova mentalidade, na formação de cidadãos e também esportistas. “O parâmetro americano de Educação seria ideal, do ‘college’, das faculdades que dão bolsas por causa do esporte”, diz. Mas se hoje o problema é de base, antigamente era a invisibilidade a grande questão. Para o vôlei chegar à mídia, foi preciso a boa vontade e a persistência de abnegados, amantes do esporte, que tinham o sonho de que o voleibol pudesse se tornar um dos principais esportes do Brasil. “Apareceram pessoas importantes nesse processo. O Braguinha (Antonio Carlos de Almeida Braga, empresário), juntamente com o Luciano do Valle e o (Carlos Arthur) Nuzman, atual presidente do Comitê Olímpico Brasileiro e que foi presidente da Confederação Brasileira de Vôlei. Foram essas pessoas que começaram a mobilizar e levar o voleibol para a mídia. Aliado, claro, ao aparecimento de talentos que estavam chegando em maior quantidade naquele momento, nos anos 1970 e 1980, quando começou a guinada do voleibol”, explica. É icônico, por exemplo, o jogo promovido por Luciano do Valle em 1983 entre as seleções masculinas de vôlei do Brasil e da União Soviética, denominado Grande Desafio de Vôlei, que levou 95 mil pessoas ao estádio do Maracanã, ajudando a tornar jogadores como Bernard e Renan ídolos do esporte brasileiro. A iniciativa também ajudou a alavancar no público o interesse pelo vôlei, mantido até hoje, o que torna bem mais fácil a abertura de espaço para quem estiver disposto a encarar a carreira. Assim, se tivermos o incentivo desde cedo nas escolas, não nos preocuparemos nunca com escassez de talentos ou queda de qualidade.

mas ainda tem tempo hábil”, afirma, citando os casos de Sheila, que não é titular em seu time na Turquia; de Thaísa, que ficou cinco meses se recuperando de uma cirurgia nos dois joelhos; Fernanda Garay, que estava parada, sem time, e só agora acertou contrato com o Dínamo de Moscou; além de Fabíola, que engravidou e ele vê como remotas as chances de ela ir aos Jogos. Apesar de todos esses problemas, José Roberto Guimarães está otimista. Já garantido na disputa pelo fato de o Brasil ser o país sede, ele espera pela definição dos concorrentes à medalha de ouro. Até agora, apenas Sérvia e China estão classificadas. Duas das seleções que ele considera favoritas, junto com Estados Unidos e Rússia, que ainda estão na busca por uma vaga naquela que, ele acredita, será uma das melhores Olimpíadas de todos os tempos, seja em relação à competitividade seja em relação ao evento em si. “Talvez a gente consiga

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fazer uma Olímpiada muito comparada à melhor das seis a que fui: Barcelona, que para mim foi hours concours em todos os sentidos, atmosfera, beleza da cidade, organização, amabilidade das pessoas... Confio muito na nossa gente, no nosso povo, acho que quando a gente se coloca para fazer um evento, faz da melhor maneira possível, não perde para ninguém, é exemplo no mundo”, diz. José Roberto Guimarães vai além e afirma que os Jogos do próximo ano serão decisivos para o futuro do esporte no Brasil. “Para o Rio vai ser muito bom, a gente vai deixar um legado de instalações. Para a nossa juventude também, pois ela vai poder ver os melhores atletas do mundo, vai sonhar em um dia estar ali, representando o nosso país, que é a coisa mais vigorosa e gostosa do mundo. Acho que a Olimpíada no Brasil vai despertar nessa geração essa vontade, o orgulho de querer representar o país”. Que assim seja!


especial teatro

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Bianca Borges

Depois

daquele

Felipe Panfili / Divulgação

beijo

Texto da tragédia carioca “O Beijo no Asfalto” ganha sua primeira versão musical, com letras e canções inspiradas no contexto histórico da peça, em que o beijo de dois homens está no cerne de uma trama sobre aparências e julgamentos morais da sociedade, ética jornalística e desejos reprimidos.

V

ocê negaria um último pedido a alguém que estivesse a poucos segundos de morrer? Por compaixão, Arandir desviou o caminho que fazia até o banco, numa tarde qualquer, para ceder à vontade de um moribundo que acabara de ser atropelado por um lotação. Em um apelo dramático, o desconhecido lhe pede um último beijo, na boca. Arandir atende o pedido ali mesmo, em plena praça pública. Logo em seguida, o homem morre. Mas, para seu azar, aquele gesto de clemência desencadearia em sua pacata vida uma sucessão de fatos inesperados, que denegririam sua reputação no trabalho, levantariam julgamentos morais sobre seu comportamento na vizinhança e colocariam em cheque sua posição no núcleo familiar. Esse é o mote da trama de “O Beijo no Asfalto”, considerada uma das principais obras de um dos maiores dramaturgos brasileiros, Nelson Rodrigues, montada pela primeira vez em 1961, e escrita sob encomenda para a companhia de Fernanda Montenegro. O texto teve dezenas de adaptações para o teatro e duas versões cinematográficas. Agora, ao completar 55 anos, volta aos palcos em sua primeira ver-

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são musical, sob a produção de Claudio Lins e Isabel Themudo e com direção de João Fonseca. O elenco conta com o próprio Claudio Lins, vivendo Arandir, Laila Garin, como Selminha, Gracindo Júnior, como Aprígio, Yasmin Gomlevsky, como Dália, Claudio Tovar no papel do Delegado Cunha e Thelmo Fernandes interpretando o jornalista Amado Ribeiro. A cena inicial se passa numa movimentada Praça da Bandeira, na zona norte do Rio de Janeiro, dos anos 1960. O episódio é testemunhado pelas pessoas ao redor, entre elas, Aprígio, sogro de Arandir; e Amado Ribeiro, repórter policial inescrupuloso que escreve para um sensacionalista “Última Hora”, o mesmo jornal em que Nelson Rodrigues atuou durante décadas. O ardiloso repórter vislumbra no acontecimento a possibilidade de estampar na primeira página do dia seguinte uma manchete bombástica: O Beijo no Asfalto. Para isso, convence o delegado Cunha a ajudá-lo na coação de testemunhas e na dissimulação de fatos que não condizem com a realidade. Afinal de contas, o que importa mesmo é vender jornal. E se isso lhes trouxer outros benefícios para sua imagem, tanto melhor! Dias »»»


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antes, em sua coluna, Ribeiro havia espinafrado o Delegado Cunha, afirmando que ele havia agredido uma mulher grávida. A notícia sensacionalista e distorcida é, portanto, do interesse de ambos. Onde já se viu, um homem beijar outro, na rua, durante o dia, na frente de pessoas de bem? Aquela é a sua chance de receber a marca de “defensores da moral e dos bons costumes”. E assim, os dias subsequentes se tornam um inferno na vida de Arandir, um jovem bancário recém-casado com a sonhadora e apaixonada Selminha. Namorados desde a infância, os dois moram com a irmã mais nova dela, Dália, e sempre recebem a visita do pai das meninas, Aprígio. Levam uma vida morna e feliz de uma família do subúrbio carioca. Mas, a partir da reportagem de capa no Última Hora, a masculinidade de Arandir é questionada publicamente. Os fatos se confundem com uma ficção rocambolesca e Arandir passa a sofrer com a maledicência moral que vem de todos os lados – da imprensa, da polícia, da vizinhança, dos colegas de trabalho. Até chegar ao ponto de a própria família passar a acreditar mais no jornal do que nele. Intérprete de Selminha recebeu dicas de Fernanda Montenegro Laila Garin carrega a responsabilidade de inter-

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pretar um personagem que foi vivido por Fernanda Montenegro, que fez Selminha pela primeira vez e encomendou, ela própria, o texto a Nelson Rodrigues, para sua companhia “Teatro dos Sete” – ela passaria meses cobrando a peça do dramaturgo e chegou a telefonar diversas vezes para a redação do “Última hora”, onde ele escrevia a coluna “A vida como ela é...”, procurando-o. Ele alegava estar sobrecarregado – e estava mesmo. A mesma Fernanda abrandou esse fardo, ao conversar com Laila sobre as facetas da personagem e dividir histórias dos bastidores, nos intervalos de gravação da novela “Babilônia”, trama da rede Globo, em que as duas atrizes contracenaram. “Fernanda me abençoou como Selminha: de uma maneira muito carinhosa, me disse que eu faria muito bem. Ela me contou algumas histórias de quando encomendou a peça e demos muita risada. Também falamos sobre o texto de Nelson, com aquela pontuação tão particular, as falas fragmentadas... Ela me deu exemplos, dizendo trechos da peça e enfatizando que aquela fragmentação não deveria nunca ser algo formal ou histérico, mas sim fruto de uma conversa interior. E eu ali, de boca aberta, enquanto ela dizia o texto. Tenho muita admiração por ela!”, recorda. Na mesma novela, Laila Garin também dividiu cenas com Cláudio Lins, que faz seu esposo na

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peça de Nelson. Mas eles já foram casados no teatro, quando ele interpretou o pianista César Camargo Mariano, segundo marido de Elis Regina, no premiado musical sobre a cantora, estrelado pela atriz. Música amplia aspectos dos personagens e do texto Rodrigueano O musical é um ambicioso projeto pessoal do ator e compositor Cláudio Lins, que além de interpretar o personagem principal, é o responsável pela pesquisa musical e composição das canções inéditas. Para tanto, ele mergulhou, durante quatro anos, em uma extensa pesquisa sobre a sonoridade musical dos anos 1960. O resultado está em 15 canções inéditas, executadas por uma banda ao vivo, com bases pré-gravadas que lembram o som dos rádios da época. Como inspiração para o repertório que conduz a história, estão Cauby Peixoto, Tito Madi, Vicente Celestino, Orlando Dias, Roberto Silva, Nelson Gonçalves, Anísio Silva e, principalmente, Dolores Duran. Durante a pesquisa, Lins teve a oportunidade de reunir alguns temas e músicas que fazem uma impressionante aproximação com o universo retratado na peça e sua conjuntura histórica e política. Mesmo não tendo qualquer relação com a obra de Nelson, algumas parecem ter sido escritas


Curiosidades históricas • Apesar de fictícia, a história (e a manchete no jornal) de “O Beijo no Asfalto” é baseada em um episódio real ocorrido na época. O repórter Pereira Rego, do jornal O Globo, foi atropelado por um arrasta-sandália (espécie de ônibus antigo) e, antes de morrer, no largo da Carioca, região central do Rio de Janeiro, pediu um beijo para uma jovem que tentava socorrê-lo. A personagem do repórter policial Amado Ribeiro também existiu, e era colega de Nelson na redação do Última Hora (cabe lembrar que Nelson costumava evocar seus colegas em suas crônicas. Já tinha usado o próprio Amado Ribeiro como personagem no livro “Asfalto Selvagem ou Engraçadinha” e homenageou seu amigo do jornalismo Otto Lara Resende em “Bonitinha, mas ordinária”). • Desde 1959, Nelson prometera um texto para a companhia de Fernanda Montenegro e seu marido, o ator e diretor Fernando Torres. Como já se passavam semanas e ele não lhe dava notícias, ela recorreu ao telefone do jornal “Última Hora” para cobrar a entrega, que era sempre adiada sob a justificativa de que o autor estava sobrecarregado. Numa pausa entre uma coluna e outra, ele atendia a ligação da atriz. Ao reconhecer sua fala do outro lado, ele tentava escapar com sua indisfarçável voz: “Mas aqui não é o Nelson, meu coração. É o Nestor”. Sempre um pândego! Até que a atriz parou de ligar. No final de 1960, foi ele quem a procurou para, finalmente, lhe entregar o texto prometido. • A peça foi responsável pela saída de Nelson do “Última hora”. Mas não porque o amoral e inescrupuloso personagem de Amado Ribeiro tivesse o mesmo nome de um dos repórteres do jornal (que leu o texto do dramaturgo e autorizou sua encenação), e sim porque as referências ao UH como um veículo sensacionalista e que busca alavancar as vendas em cima de polêmicas não contribuíram para a imagem do vespertino, deixando o autor em uma posição desconfortável na redação.

sob encomenda para a trama, como o repertório de Dolores Duran e o samba Jornal da Morte. “Já conhecia essa música há anos, mas foi através dela que conheci melhor esse grande compositor das décadas de 1950 e 60, o Miguel Gustavo, cuja obra merece toda a nossa reverência. Ao longo de toda a pesquisa, a figura que mais me chamou a atenção foi a de Dolores Duran. Sem dúvida, o clima de suas canções se encaixa muito bem no imaginário das personagens do Nelson”, define. No espetáculo, as novas músicas são intercaladas com trechos de algumas canções do mesmo contexto, que possuem sonoridades ou temáticas afins. “Foi um processo de pesquisa delicioso, em que pude ter contato com um cancioneiro popular brasileiro riquíssimo e, infelizmente, quase esquecido. Citando as canções desse período, não só saciava a minha vontade de reverenciar esses grandes artistas do passado, como resolvia melhor a questão de localizar a peça na sua devida época”, detalha. Ao lado do diretor, João Fonseca, ele entendeu que seria enriquecedor para o espetáculo situar o texto de Nelson no conturbado contexto da década de 1960. “O fundo histórico é único: a transferência da capital pra Brasília e o curto governo de Jânio Quadros. Sendo assim, não resisti e compus uma das canções em mash up com o jingle eleitoral do

Jânio, ‘Varre, varre, vassourinha’”, resume Lins. Apesar dos percalços e de muita polêmica, a primeira montagem de “O Beijo no Asfalto” acabou se tornando o maior sucesso de Nelson Rodrigues até então. Ao todo, foram sete meses em cartaz, com duas temporadas no Rio de Janeiro (Teatro Sesc Ginástico e Maison de France) e viagens pelo Sul do país. O sucesso só não foi maior devido à renúncia de Jânio Quadros, quando a peça completava cerca de um mês e meio de temporada. Obviamente, o fato fez o Brasil parar por quase 10 dias, ficando à beira de uma guerra civil. Mas segundo consta em “O anjo pornográfico”, a biografia de Nelson Rodrigues escrita por Ruy Castro, a consagração da peça não foi nada tranquila. Mesmo sem conter sequer um palavrão (curiosamente, nenhuma das montagens de Nelson contém palavrões), muitos espectadores se sentiram ultrajados com os diálogos e alguns chegaram a vaiar as cenas antes de deixar suas poltronas. O que fez com que o próprio autor fosse todas as noites para o saguão do Maison de France, interpelar os espectadores que saíam no meio do espetáculo, tomando satisfações dos indignados: “Mas vem cá, me diz uma coisa! O que o ofendeu nesta peça?”. Quase sempre, Nelson os convencia a voltar para assistir ao desfecho. De acordo com o diretor do musical, João Fon-

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seca, que já montou quatro peças do dramaturgo e considera seus textos “observações preciosas sobre a alma humana”, o desafio de dirigir uma obra clássica de Nelson, com toda a sua carga dramática e miticamente consagrada, se expande ao ganhar o artifício da música. As canções funcionam como um componente a mais na trama, sugerindo aspectos que tornam ainda mais complexos e ambíguos os personagens, enriquecendo-os. “A ideia era exatamente essa, para que as músicas pudessem abrir mais algumas janelas nessa história genial”, destaca. Fonseca revela ainda ter sido proposital a escolha do teatro Sesc Ginástico (na região central do Rio de Janeiro), o mesmo em que a peça foi apresentada pela primeira vez, para a estreia desta versão musicada. “Desde o primeiro momento, achamos que seria o melhor lugar para uma nova montagem. Suely Franco, que fez a Dália na primeira versão, conta que, na estreia, após a cena de Selminha sendo abusada pelos policiais, ela quase não conseguiu entrar para dar prosseguimento à peça, tamanha era a reação de indignação da plateia”, lembra. Após ser encenado no Rio, “O Beijo no Asfalto – O Musical” seguirá em 2016 para temporada em São Paulo.


PARABÉNS BELÉM! RUMO AOS 400 ANOS E A VOOS MAIS ALTOS.

Te m u m Le a l M o r e i r a p a r a v o c ê e m w w w. l e a l m o r e i r a . c o m . b r



especial 400 anos

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Bianca Borges

Dudu Maroja

Tão longe,

tão perto

Em entrevista para a série Belém 400 anos, Emmanuel Nassar diz que tanto ele quanto sua obra nunca se afastaram da cidade e segue abordando sobre si mesmo e o seu entorno, em questões que vão do individual ao coletivo.

É

impossível falar da obra de Emmanuel Nassar sem que se remeta às origens de sua família. Nascido no interior do Pará, no município de Capanema, em 1949, ele foi morar em Belém aos cinco anos de idade. Por causa da atividade do patriarca, que atuava com a venda de tecidos e outros produtos de armarinho, ele viveu entre municípios do interior, até se mudar para a capital, onde se formou em Arquitetura, em 1974, na Universidade Federal do Pará (UFPA). Neto de um sírio que trouxe o comércio de espelhos e pentes para o interior do Pará, ele foi fortemente influenciado pelas atividades mercantis, que logo se expandiram para a capital, onde os Nassar se estabeleceram com uma ampla cadeia de lojas de tecidos, espalhadas por vários municípios paraenses. As atividades do rentável ramo foram herdadas pelo pai do artista, que na posição de gerente, levava o menino para acompanhar a rotina comercial. “Passei minha infância dentro de lojas de tecidos e bugigangas. Aprendi a expor, dar descontos e a fazer embrulhos como ninguém... Na verdade, eu adoro mercado! Comprar, vender, trocar sempre foi um fascínio para mim”, revela. Foi a partir dessa época que ele desenvolveu sua capacidade de negociação, que lhe é útil até hoje na sua atuação como artista. A herança desse período vai além da habilidade comercial e se reflete em seu repertório artístico. Enquanto o menino Emmanuel circulava pelas ruas do comércio de Belém, onde funcionava

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o Armazém Nassar, ele se deslumbrava com a arquitetura local, as cores dos anúncios propagandeados na rua e outros artifícios publicitários, estampados nas invólucros dos tecidos comercializados por sua família. “Sua infância foi um movimentado convívio com mostruários de estamparias, com brincadeiras inventadas entre embalagens e miudezas, pontuadas por inúmeras visitas ao depósito repleto por um festival de coloridos tecidos. Os olhos impregnados de estampas estocaram formas e cores, conservando-as em delicado relicário, escondido na memória”, define a pesquisadora e crítica de arte Marisa Mokarzel, no artigo “Emmanuel Nassar: nas margens do urbano” (2011). Para esta entrevista à revista Leal Moreira, o artista abriu as portas de sua casa, no bairro do Marco, onde esteve por alguns dias para a celebração do Círio de Nazaré, antes de voltar para São Paulo, a outra cidade em que mora e passa a maior parte do tempo. “Costumo dizer que São Paulo, para mim, é um bairro afastado de Belém”, resume, se dizendo fiel às suas raízes. Nesta conversa, ele resgata algumas de suas memórias, relaciona aspectos da cidade à própria obra e conta o que gostaria de ver na Belém de 400 anos. Você já revelou em entrevistas que algumas de suas obras trazem o elemento da “improvisação”. Como o improviso se manifesta em seu processo criativo? Digamos que eu já entendi, desde as minhas »»»


primeiras exposições, que imprevistos acontecem e a gente tem de fazer, de executar, aquilo que é possível ser feito. Como quando você está trabalhando em uma peça e, por acidente, ela se quebra (ou rasga, racha, parte ao meio, sofre um arranhão...). Acabei me tornando até bastante conhecido pelos meus métodos de “gambiarra”, de “arranjo”. Porque em vez de reclamar do imprevisto que aconteceu, eu o absorvi e incorporei ao trabalho. Alguns trabalhos meus são remendados mesmo. Eu diria até que a verdadeira expressão de mim mesmo é esse tropeço, essa rasura, esse remendo. Costumo dizer que o tema principal da minha obra sou eu. Porque estou sempre trabalhando com minhas contradições e tensões. Em que momento você percebeu que queria trabalhar com arte? Se um dia eu resolver fazer uma autobiografia, vou tentar reunir todas essas lembranças. Mas, ainda não me sinto capaz disso. Escolhi as Artes Plásticas para me expressar e me sinto mais à vontade com ela. A descoberta veio aos 19 anos, quando eu fazia o primeiro ano de Engenharia. Impactado por

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uma primeira viagem de turismo à Europa, que fiz ainda no primeiro semestre do curso, resolvi mudar de curso e acabei entrando em Arquitetura. Este fato me abriu um enorme horizonte e foi ali que tive o primeiro contato com o exercício do desenho e da pintura. Naquele mesmo momento, ganhei o primeiro emprego e me tornei redator de publicidade. Então, foram várias descobertas ao mesmo tempo, todas relacionadas com a comunicação visual e criatividade. É verdade que considera a profissão de artista a melhor do mundo e enxerga nela a flexibilidade de fazer abordagens sob diversas perspectivas – da Sociologia à História? Há um desafio maior em ser artista no contexto da Amazônia? Foram muitas dúvidas até chegar à conclusão de que não sou nada. E não ser nada é libertador. É por isso que eu digo que ser artista é o exercício ilegal de todas as profissões, porque um artista pode fazer Engenharia, Arquitetura, Comunicação, História, Psicologia, Jornalismo... Tudo ao mesmo tempo! A liberdade é grande e é possível viver muitas alegrias na profissão, mas o risco é imenso e não há nenhu-

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ma garantia de sucesso, seja aqui ou em qualquer lugar. Não raro, sua produção remete à sua história pessoal, visitando suas origens, sua noção de territorialidade e pertencimento, numa leitura do individual ao coletivo (sugeridas pelas iniciais do seu nome). Podemos observar isso em obras antigas, como a série “Bandeiras”, até “Da Margem para o Limiar” e na recente série “Amassados”, apresentada na galeria Mul.ti.plo Espaço Arte, no Rio de Janeiro. Fale sobre essas relações. Considero meu trabalho um autorretrato. As escolhas são sempre um retrato fiel do autor. O uso que faço de minhas iniciais remete à difícil negociação entre o “E”, de indivíduo, e o “N”, de coletivo. Por causa da posição no espaço, algumas pessoas acham que se trata de uma rosa dos ventos meio louca... E é! É como a minha própria bússola, meu instrumento de navegação. Algumas coincidências reforçam essa ideia: o E e N poderiam simbolizar Eu e Nós, por exemplo. Em “A Poesia da Gambiarra” (2003), a exposição


trazia alguns aspetos do processo de globalização nas periferias de cidades amazĂ´nicas. Como surgiu essa investigação? NĂŁo existe uma pauta de pesquisa. Eu sempre estou dizendo a mesma coisa, de diversas formas. No fundo estou sempre falando de mim e das minhas relaçþes com o meu contexto. O tĂ­tulo de Gambiarra que dei a uma pintura, em 1988, talvez seja uma sĂ­ntese. É o arranjo possĂ­vel, o que deu pra fazer, o improviso, o equilĂ­brio precĂĄrio das coisas. Mas, na verdade, sou mais influenciado pela maneira de olhar do que por aquilo que vejo. E algumas das maneiras de olhar aprendi na HistĂłria da Arte, na lição de alguns artistas como Andy Warhol, Calder e Volpi, e com soluçþes da cultura popular: nos barcos, brinquedos, oficinas mecânicas... “Gambiarraâ€? ĂŠ um conceito, uma maneira de ver, uma sĂ­ntese. VocĂŞ tinha algum medo ou preocupação, no começo da carreira, de ter seu trabalho rotulado e limitado pelos crĂ­ticos, de ser categorizado como “regionalâ€? ou “exĂłticoâ€?? Como encara essa questĂŁo hoje, os artistas locais ainda correm o risco de passar por essa rotulação? O perigo ĂŠ permanente. Mas a minha preocupação nĂŁo ĂŠ exatamente com os crĂ­ticos, embora eu respeite e tenha atĂŠ bastante curiosidade pelo que eles pensam e escrevem. Trata-se de buscar o equilĂ­brio entre o que diz respeito ao E e ao N. SĂŁo muitas as leituras possĂ­veis e encontrar a dose certa de regional e universal ĂŠ como preparar uma boa comida: tem que saber temperar. Outro aspecto que sua obra discute ĂŠ a linha imaginĂĄria entre erudito e popular, da arte e da nĂŁo-arte, da geometria e da figura, do real e do virtual. De onde vem essa inquietação e por que esse confronto interessa a vocĂŞ? NĂŁo vejo como um confronto. Trata-se, como disse, de encontrar a dose certa de promover este

encontro. É como um jogo onde o grau de dificuldade aumenta com o desafio de juntar tantas diferenças. NĂŁo sou um erudito, na forma como costumamos entender. O contato com o mundo, o ingresso na escola de Arquitetura, as minhas primeiras viagens para o exterior... Tudo isso me causou um grande impacto. Acho que essa polaridade, esse choque, aconteceu e permanece como uma espĂŠcie de tema central do meu trabalho. Esta ĂŠ uma questĂŁo pessoal de identidade e tambĂŠm talvez o maior desafio em um ambiente de tantos contrastes, como o nosso. Ă€s vezes, me sinto angustiado com isso. Mas devo confessar: em muitas ocasiĂľes, ĂŠ uma diversĂŁo. Hoje vocĂŞ vive a maior parte do ano em SĂŁo Paulo, mas visita BelĂŠm regularmente e mantĂŠm ainda com ela uma estreita relação. Durante esse tempo em que vem se dividindo entre os dois endereços, do que mais sentiu falta de BelĂŠm? Eu costumo dizer que SĂŁo Paulo, para mim, ĂŠ um bairro afastado de BelĂŠm. Isso quer dizer que nunca me senti desconectado com o meu centro. Antes, eram cerca de trĂŞs meses por ano lĂĄ. Agora, isso estĂĄ se invertendo. O motivo da mudança para SĂŁo Paulo, na ĂŠpoca, foi uma namorada. Mas nunca deixei de estar ligado Ă cidade nem de manter um vĂ­nculo com ela, porque continuo tendo um endereço aqui. Tenho irmĂŁs, filha e netas aqui e gosto de estar com elas. Continuo garimpando curiosidades, conversas e comida nas feiras de BelĂŠm. Muitos dos meus trabalhos sĂŁo produzidos aqui mesmo. Portanto, essas coisas nĂŁo sĂŁo memĂłrias, sĂŁo vivĂŞncias ainda atuais. NĂŁo dĂĄ pra dizer que sinto saudades daquilo que continuo vivendo. Que caracterĂ­sticas e aspectos da histĂłria da cidade vocĂŞ destacaria e como vocĂŞ vĂŞ a BelĂŠm de hoje? BelĂŠm ĂŠ uma das cidades mais portuguesas do 

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Brasil. Tem uma história e também uma influência grande dos colonizadores e também dos índios. Quando analisamos a arquitetura e a culinária paraenses, percebemos que as influências portuguesa e indígena se juntaram, como em um grande caldeirão. É um patrimônio histórico muito rico. Hoje, por ter crescido bastante, é uma cidade que tem todas as dificuldades de qualquer grande metrópole do Brasil, com todos os problemas urbanos, como de segurança e transporte. A região do Comércio, que é uma área histórica – e que, portanto, deveria ser melhor preservada – está quase totalmente tomada por um comércio informal...

começo do século passado para vender espelhos e pentes em Capanema, onde nasci, acabou se tornando um grande comerciante de tecidos em Belém, anos mais tarde, à frente do Armazém Nassar. Os arredores daquela região do Comércio são muito familiares pra mim porque era naquele local que eu passava a maior parte do tempo, quando criança e adolescente. Eu ficava ali pela loja e tinha a oportunidade de conviver com todo o material de propaganda e de embalagens dos tecidos que meu avó comercializava no seu armazém. Lembro de uma esquina em que ficava uma casa de tecidos de luxo na época, a Paris n’América...

do Pará. Até os meus cinco anos de idade, moramos entre Capanema, Bragança e Santarém. O negócio cresceu, chegou até Belém, pra onde nos mudamos, e passei minha infância dentro de lojas de tecidos e bugigangas, com o meu pai. Aprendi a expor, dar descontos e a fazer embrulhos como ninguém... Na verdade, adoro mercado! Comprar, vender, trocar sempre foi um fascínio para mim. As lojas deixaram de existir, mas eu acho que continuo um negociador. Até hoje, os primeiros lugares que procuro quando estou visitando uma cidade são os mercados: de peixe, de carne, de legumes e verduras, as lojas de ferragens...

Estamos falando de um lugar especial da cidade para você e sua família, que marcou a sua infância, certo? Sim. Aquela região do Comércio é muito familiar pra mim. Meu avó, que veio da Síria, ainda no

De que forma essa experiência de comercialização, negociação, troca e venda, na loja da sua família, acrescentou a você? Meu pai foi comerciante de tecidos, trabalhou como gerente de lojas do meu avô pelo interior

Você acompanha o cenário artístico local? O que acha que poderia melhorar para os artistas que atuam na cidade? Esta é uma cena cheia de altos e baixos... Prefiro dizer que o melhor programa de incentivo às Artes

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é um sistema de Educação de qualidade. Se o Brasil melhorar para todo mundo, com certeza melhora para os artistas também. Às vésperas dos 400 anos de Belém, o que você gostaria de sugerir como um presente para a cidade e sua população? Quando eu fazia o primeiro ano do curso de Arquitetura, em 1970, Belém estava literalmente de costas para a sua orla. Os únicos pontos onde se tinha acesso à paisagem eram a Escadinha, o Ver-o-Peso e o Forte do Castelo. Agora, temos a Estação das Docas e um pedaço de orla urbanizada no Guamá. É muito pouco para uma cidade cercada de água por quase todos os lados.

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A CONDESSA DE ORVAL Ricardo Gluck Paul Micro Cervejeiro e Doemens Sommelier de Cerveja

Matilde de Canossa foi uma das mulheres mais notáveis da idade média, empreendendo importantes campanhas militares e exercendo liderança decisiva no papado de São Gregório VII. Seu principal legado, porém, não é contado nos livros de história, mas nos registros oficiais de uma das mais importantes cervejarias trapistas do mundo: a Orval. Matilde tinha menos de dois anos de casada quando recebeu a trágica notícia do assassinato de seu marido, em 1076. Com o objetivo de se recuperar emocionalmente, aceitou o convite para viajar à Bélgica e se hospedar em um pequeno mosteiro na região de Luxemburgo. Ali viviam alguns monges refugiados da Itália que haviam acabado de fundar a primeira comunidade beneditina da Bélgica. Em um dia comum de contemplação, ao mergulhar suas mãos em uma fonte, Matilde deixou seu anel de casamento escorregar e se perder nas águas do Mosteiro. Desolada com a perda do objeto de inestimável valor sentimental rogou à Virgem Maria que a ajudasse a reencontrá-lo. Ao fim da oração uma Truta saltou das águas com o anel na boca, trazendo-o de volta à superfície. Surpresa, a Condessa disse: “Este lugar é um Vale do Ouro”, do francês “Val d’Or”, que ao longo do tempo tornou-se Orval. Como gratidão, Matilde se comprometeu a financiar as atividades dos Monges, inclusive na construção de uma abadia em homenagem a Nossa Senhora, o que proporcionou um longo período de prosperidade. Mais tarde, o monastério sofreu algumas tragédias naturais, além de saques e invasões, até ser novamente restabelecido. Durante este período os monges se uniram à ordem Trapista e passaram a fabricar cerveja para arcar com seus projetos. Atualmente, a abadia de Nossa Senhora de Orval recebe milhares de turistas e é responsável por uma das melhores cervejas do mundo. Dentro de seus muros, até hoje, a fonte de Matilde é preservada em meio as suas ruínas medievais. Da mesma forma, até hoje, por tradição, a imagem da Truta e o anel de ouro são preservados no rótulo da única cerveja fabricada por seus monges. E até hoje, por gratidão, quando diante desta cerveja primorosa, ergo meu copo em homenagem a Matilde, a Condessa do Vale de Ouro da Orval.

Dica do sommelier Orval, da abadia Notre-Dame D’Orval. Cerveja trapista única, de altíssima personalidade. De coloração cobre, possui aroma complexo frutado, cítrico e incrementado com a inconfundível nota de celeiro proveniente da adição da levedura Brettanomyces. O sabor acompanha o aroma com o final seco e levemente amargo. Uma verdadeira obra-prima – Estilo Belgian Specialty Ale; 6,2% ABV; R$ 26 / 330 ml. Origem: Bélgica.

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Chimay Blue Cap, da abadia Notre-Dame de Scourmont. Cerveja trapista potente, de elevada complexidade. De coloração marrom-escuro e espuma de breve consistência. No aroma o principal destaque é para o dulçor do malte com notas de caramelo e chocolate, além do tradicional frutado proveniente da fermentação lembrando frutas vermelhas e ameixa passa. À medida que a temperatura se eleva os aromas se intensificam, revelando notas exuberantes de vinho do Porto entre outros. O sabor acompanha o aroma com médio amargor e incontestável dulçor. O corpo licoroso dá o toque final nesta elegante cerveja trapista – Estilo Belgian Dark Strong Ale; ABV 9%; R$ 26 / 330 ml. Origem: Bélgica.


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mĂşsica

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Camila Barbalho

Ela é

Gal.

Dizer mais o quê? A voz incansável que continua a ser uma referência para toda e qualquer geração posterior de cantoras quer mais palco, mais 50 anos de carreira... Quer mais.

É

a voz, por óbvio, o fio condutor inquestionável desses cinquenta anos de carreira: o timbre agudo que desafia guitarras, emula instrumentos de sopro; ora rasgada, ora cristalina, sempre potente. Tão marcante que bastam umas poucas e precisas notas para o reconhecimento imediato. Quando um cantar vira impressão digital, é preciso parar para apreciá-lo com atenção. Acontece que, no exercício desse perceber, gritam junto outras nuances. Não é “só” a voz, afinal, que faz com que Maria da Graça seja Gal Costa. É também a história. A construção desde a barriga da mãe, Mariah, do vínculo com a música – uma gestação repleta de rituais delicados, como a audição de música clássica para desenvolver a sensibilidade, coisa que deu muito certo. É a geografia – Gal é a relevância da arte baiana, um dos cenários mais profícuos da cultura brasileira. É destemor. A carreira erguida em plena ditadura militar, e passando ao largo da caretice. Sisudez, aliás,

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nunca foi faceta sua. Já houve, e eventualmente ainda há, sobriedade; até mesmo algum recorte sombrio, como em Recanto, seu penúltimo disco. Mas, para os caretas, só mesmo o leite mal escrito por Caetano Veloso em “Vaca Profana”, eternizado em sua interpretação. Gal é solar e vibrante, até no auge de sua densidade. O mosaico da musa também é feito das boas companhias. Continua acreditando em Deus, gostando de baile e cinema, admirando Caetano, Gil, Roberto, Erasmo, Macalé, Paulinho da Viola. Mas agora, aos setenta anos, seu “pessoal da pesada” incorporou outros nomes, de uma geração presente e fervilhante: Mallu Magalhães, Céu, Marcelo Camelo, Criolo, Kassin, Pupillo (Nação Zumbi) e Marisa Monte são alguns de seus novos amigos e parceiros. O sopro renovador é bilateral. As ideias efervescentes de tal momento da sonoridade nacional deram ao “Estratosférica”, lançamento mais recente da cantora, uma consistente cama de mo- »»»

Bob Wolfenson


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Confira mais

dernidade – sobre a qual Gal se deitou confortavelmente. Sim, porque Maria da Graça não parou no tempo. E curiosamente, seguiu adiante porque não mudou: veste e despe canções com a mesma convicção e alcance de sempre, inventiva e honesta sobretudo consigo. Talvez por isso mesmo – mais que voz, história, geografia, destemor e boas companhias – ela é persona. O retrato da mulher empoderada. Dona do canto, do palco, dos seios de fora no emblemático “sorriso do gato de Alice”, da versatilidade, das músicas que ressignifica toda vez que as entoa. Não é de graça que a intérprete é referência para outras tantas mulheres, cantoras, fortes e seguras, que nem mesmo eram nascidas quando o Brasil e Gal se descobriram mutuamente. É ícone. É ainda Fa-Tal, como sempre foi; mas hoje voa tão alto que míopes perigam não ver. É “Estratosférica”, pairando “numa nave colorida de acender”, como canta na faixa-título de seu recente trabalho. E avisa: vai demorar – e muito, tomara – para descer. Em entrevista exclusiva para a Revista Leal Moreira, Gal Costa comenta a excelente fase da carreira, e deixa entrever sua liberdade e presença forte habituais. Confira:

Este é um momento diferente na vida pessoal, é uma fase da carreira musical...? O que acontece hoje é melhor do que antes ou só é novo e você está curtindo? Esta fase é mais uma fase na minha carreira, e é um momento que tem total coerência com tudo que fiz nesses cinquenta anos em que trabalho com música. Melhor, sempre é. Sempre foi. Sempre! Suas interpretações estão refletindo esse momento, na sua opinião? Como? Todos os meus trabalhos refletem a minha alma. E isso ocorre em todos os períodos em que os realizei. Sabe por que? Porque o que faço é verdadeiro e com muita paixão. Você comemorou 50 anos de carreira há pouco tempo, e é impressionante a sua qualidade vocal - assim como o fato de que você não baixa os tons para cantar os sucessos que ficaram imortalizados na sua voz, no registro mais agudo. Fazer isso é algo natural ou te exige uma preparação mais apurada? Realmente, canto a maioria das canções nos tons originais das minhas gravações. E não faço

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esforço nenhum! Pra mim é natural, porque mantenho até hoje os agudos que sempre tive; e com o tempo ganhei os graves que antes não tinha. Falando em qualidade vocal, como você avalia as vozes desse país hoje em dia? Ainda vivemos o rescaldo de uma safra antiga ou temos grandes cantores na contemporaneidade? Temos grandes vozes sim. Temos bons cantores e boas cantoras. Temos uma geração que se referencia muito no tropicalismo, coisa que acho ótima. [Eles estão se encontrando] nas próprias raízes, mas buscando ser modernos. Como você está de parceria? De quem é a escrita que te motiva a cantar? Como você juntou essas inspirações no seu álbum mais recente? “Recanto” foi muito importante para essa guinada recente, e é totalmente coerente com a minha carreira. Quis fazer um disco mais moderno, e linkando tudo com minha história. Construí esse caminho cantando compositores que nunca havia gravado. Trabalhei com Marcus Preto, Moreno Veloso e Kassin. Foi uma parceria maravilhosa. »»»


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Qual é o seu barato total hoje? É show? É disco novo? É palco, é cantar? Qual é "o" seu melhor momento quando o assunto é música, aquele que é o favorito? Gosto muito do palco. Mais do que estúdio, embora também ame gravar. O show… Palco é uma maravilha. É um momento de prazer indescritível. O que você ainda quer fazer? Temos planos para os próximos 50 anos de carreira? Quero mais que cinquenta anos (risos)! “Deixa a vida me levar, vida leva eu”! Cantar o novo ou cantar os grandes sucessos, o que mais te apetece? Causa algum desconforto ouvir o famigerado “canta aquela!” no meio do show? Pedido de fã é uma coisa que você gosta ou já se cansou? Não tem nada disso. Quando estou no palco e alguém pede uma música, seja qual for, é muito prazeroso cantar. “Estratosférica” é um título que sugere uma grande amplidão. Você se sente assim? Por que Gal é “Estratosférica”? “Estratosférica” é a música composta por Pupillo [do Nação Zumbi], Céu e Junio [Barreto]. Ela tem esse nome, e é perfeito para um nome de disco. “Estratosférica” tem um significado amplo, mas também pode ser simples. “Estratosférica, voar”!


Celso Eluan empresário celsoeluan@ig.com.br

Se lhe perguntarem: você confia num desconhecido? Pro-

E onde entra a confiança nisso tudo? Eu acredito que seja

trimonial. Quanto deve custar para o país pagar empresas

vavelmente sua resposta será não e estará de acordo com

o elemento principal, a cola que une todos esses fatores,

de segurança, sistemas de vigilância, travas e alarmes para

os outros 93% de compatriotas. Dado nossa herança cultural

a confiança de que tudo pode e vai funcionar conforme o

produtos, fiscais de lojas, seguros contra roubo, prevenção

mais provável é querer saber quem são esses 7% de loucos

previsto e isso está intimamente ligado à confiança no ou-

contra fraudes e tanto mais. Tenho exemplos de empresa

que confiam.

tro, pois se alguém quiser ser esperto e furar uma fila, por

onde esse custo supera mais de 2% do faturamento bruto.

Essa mesma pergunta foi feita em mais 19 países em

exemplo, haverá a reprimenda social em primeiro lugar e

Enquanto isso na mesma Suíça há testes de lojas de au-

comemoração aos 20 anos de uma agência de pesquisa

não sendo suficiente o instituto da lei que funciona e organiza

toatendimento onde o cliente entra, faz compras, passa no

chilena. Tivemos o honroso último lugar nessa lista. A média

a vida em grupo.

caixa, paga, empacota e vai embora sem ter que falar com

na América Latina ficou em 14%, liderados pelos hermanos

Assim como uma empresa a economia de um país fun-

argentinos em que, vejam só, responderam afirmativamente

ciona tanto melhor quanto mais organizada, previsível e

Outro aspecto que é a cara do nosso atraso e representa

22% dos entrevistados.

competitiva ela for. Não adianta a riqueza do solo, subsolo

como nenhum os custos da desconfiança é a pura existência

nenhum funcionário. Quem é mais competitivo?

O curioso é observar que nos países europeus a média

ou qualquer outro recurso natural, se não houver compe-

de cartórios. Ninguém confia no outro então temos que ter

ultrapassou 80% do público que diz confiar no outro. É inevi-

tência na exploração e aproveitamento desses recursos vira

uma instituição que reconhece assinaturas, autentica cópias,

tável associar esses resultados ao grau de desenvolvimento

apenas uma commoditie cujos preços oscilam em função

registra contratos e imóveis, emite certidões e tantas outras

dos países pesquisados e, certamente, este deveria ser o

da escassez destes recursos e nada mais. É o conhecimen-

atividades que só fazem acrescer custos e tempo nos pro-

objetivo da pesquisa. O que devemos nos perguntar é: qual

to, a tecnologia, fruto da educação, da inovação e da com-

cessos, pois se de fato fossem esse instituto de segurança

a relação de confiança com o desenvolvimento das econo-

petitividade que podem transformar essa riqueza num bem

não teríamos tantas fraudes com documentos autenticados,

mias?

mais valioso. A Suíça não tem nem terra pra plantar café ou

com firmas reconhecidas e não haveria tanta grilagem de

Muitos estudos associam a riqueza e o desenvolvimento

cacau, mas de lá saem os melhores chocolates e lá popu-

terras. Um custo inútil fruto da nossa desconfiança mútua e

das nações a fatores que pouco consideramos. Muito mais

larizaram a máquina e as cápsulas de café expresso. Nós

a crença de que um terceiro avalizado pelo Estado é o sufi-

que recursos naturais, que muitos ainda acham ser o maior

continuamos exportando café e cacau in natura. E pior, tem

ciente para validar tudo.

indicador de riqueza, o que se observa nas nações mais

gente que ainda comemora isso.

Para concluir vamos à gênese da palavra: confiar, fiar em

ricas e desenvolvidas são aspectos menos palpáveis: ins-

Outro ponto de vista dessa análise diz respeito aos cus-

conjunto, tecer com o outro. Portanto, confiar também sig-

tituições sólidas, respeito a contratos, elevado grau de pro-

tos. Imaginemos quanto custa para um país como o nosso a

nifica construir algo junto, uma relação, uma família ou um

dutividade, legislação simples e eficaz, previsibilidade, alta

desconfiança. É quase impossível medir isso, mas pretendo

país. Sem confiança somos um amontoado de pessoas bus-

competitividade interna e externa e, acima de tudo, alto pa-

apenas deixar algumas pistas pra termos dimensão dessa

cando cada um se virarem o melhor que puder e não uma

drão educacional.

grandeza. Comecemos pelo óbvio, a segurança física e pa-

organização tecendo um futuro unida.

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VAIO FIT 15F

tech

O notebook alia elegância e potência em sua composição. Seu design é baseado em porcelanas japonesas e oferece 1 TB de memória, tela de LCD 15.6’’, Widescreen, resolução 1366 x 768 de Alta Definição (HD), com tecnologia LED. Tudo isto em apenas 2,2kg. Preço sugerido: 3.600,00

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decor

A vitrine viva foi a proposta da fachada da CASA COR PARÁ 2015. Projeto de Heluza Sato e Maurício Toscano com o paisagimo de Margareth Maroto destacou a brasilidade, tema da mostra este ano. As plantas são do viveiro Rancho Fundo. www.revistalealmoreira.com.br

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Trisha Guimarães

Dudu Maroja e Marcus Mendonça

Casa Cor Pará 2015:

destaques &

detalhes

G

aleria reúne elementos-chave que se destacaram durante o quinto ano de realização da mostra. Durante os meses de outubro e novembro, o quarto piso do Boulevard Shopping ganhou muitas cores, muitas luzes, muitas ideias e, principalmente, muita criatividade e muita brasilidade. A quinta edição da Casa Cor Pará, a maior mostra de design, decoração e arquitetura das americas, seguindo o tema nacional “O Brasil visto por dentro”, misturou o moderno e o vintage e inovou em tecnologia, em bem estar, e muita beleza. Em três espaços completamente diferentes – Casa High Tech, Hall Interativo e Casa Principal -, mais de

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50 profissionais se esmeraram em tirar do papel projetos que emulavam os ambientes mais diversos, desde uma super garagem que podia virar até local para uma mini festa eletrônica ao home office, à casa de praia, living e sala de jantar. Nas homenagens, nas delicadezas e sutilezas, cada detalhe, cada item, por menor ou menos importante que parecesse ser, se tornava automaticamente indispensável para compor a identidade de cada um dos 33 cômodos que compunham o ‘labirinto’ da exposição. Nesta sequência de fotos você confere tudo o que foi destaque durante a Casa Cor Pará 2015, tudo o que pegou o público pelos olhos e pelo bom gosto durante os quase dois meses de mostra: »»»


Bancada em madeira maciça da Woodesign, com detalhes em mármore ônix da Marmobraz. Ao fundo, revestimento Trança da Metallo A mesa laqueada é da + Design assim como os vasos em porcelana. A cortina nas cores azul e bronze são do Atelier Eliza Ferraz

A tecnologia estava presente com a realidade virtual criada pela Estácio-Fap-Iesam

Revestimento sinapses da Pallimam com design da arquiteta Fernanda Marques. O aparador é de madeira de reaproveitamento da Wooddesign

O charme da louça Deca marrom fosca com metais Red Gold

Na Casa da Praia de Vanessa Martins, a bancada de marmore Woodstone com revestimento em pedra travertino bruto da Marmobraz e armários da linha clássica retrô da Bontempo.

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Painel de madeira de demolição e carpaccio são da Metallo

Esteiras de palha adquiridas no mercado do ver o peso e tecido de linho do Ateliê Eliza Ferraz dão a idéia de tenda. Pendestes de madeira são da Light Design

A mesa de jantar desenhada pela arquiteta Livia Santana tem espaço para as bebidas. O encosto florido é da intercouro

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No canto da Dira, a fé tem lugar especial com a imagem de Nossa Senhora de Nazaré feita de miriti pelo artista plástico Nelson Nabiça


O colorido cobogó na cor laranja é da Metallo, a bancada de granito preto levegado é da Marmobraz e os objetos da Tramontina

O conforto da Sala de Leitura de Benedito Netto com a Poltrona Mole de Sergio Rodrigues e modulados Todeschini em acabamento ouro preto

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O piso e o cercado são de seixo telado Palliman da Metallo. O paisagismo é de Márcia lima e a rede indígena feita de palha garante a rusticidade ao quintal

Tela do artista plástico Roberlanio retrata a beleza indígena

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O charme da Cadeira Diretor da Tutti Casa


A beleza da luminária de piso de ferro da Light Design

O paniel de taipa feito à mao pelos profissionais Alam Freitas e Bertrand Tenório. O espelho clássico é da + Design, o parador é da casa e cia as esculturas chinesa da Tutti Casa

O visitante da 'Galeria de Arte' era convidado a tirar foto como se estivesse de cabeça para baixo

Poltrona de madeira em linho e couro da Casa e cia e atrás o cocar de material sintético trazem à tona a brasilidade da mostra

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No Living, a escultura de ferro retorcido e envelhecido tem assinatura de Paulo Azevedo

Modulados da Celmar 'escondem' a cozinha do Home Office de 20m²

As poltronas Tiffany e as cores nas obras de Alberto Nicolau

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No Jantar de Rebeca de França, a mesa tem base de ferro e tampo de jatobá da In legno. Os pendentes são da Mart e o revestimento é o primitiva da Decortiles

Revestimento todo artesanal feito a partir de caroços de açaí

Cômoda em estilo clássico e busto feito a partir de peças de demolição

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Na suíte Master os objetos de decoração do casal adquiridos em viagem, ficam n

A imponência dos lustres de cristal da Galeria Marmobraz


Uma dose de Pop Art: aparador barril soup campbells do Maricotinha

Letreiros e sombrinhas: o colorido envolvente do Maricotinha

na estante de modulados da Favorita

A estante em módulos de madeira maciça é uma parceria da arquiteta Rebeca de França com a In lengo. A poltrona de Jader Almeida compõe o ambiente.


Sofá da Casa e Cia tem as almofadas com desenhos de charges de A. Torres, publicadas no jornal Diario do Pará. O revestimento azul 3d em Pvc é da Home Design

Luminárias fazem um composé são da Light Design

A luminária Cine, em cobre, é da Design da Luz

A estante de nichos em ferro e madeira da NMBorges recebe objetos de decoração

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A Poltrona Patagônia é da Saccaro

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O destaque é o pendente de madeira certificada com objetos trazidos do acervo pessoal do arquiteto Caíque Lobo

Luminárias em madeira em formato de torre, com persianas que Estante com objetos de decoração, barril de madeira. Tudo na direcionam a luz e tornam o ambiente aconchegante, são da Taberna do Vinho de Harianne Bragah e Liliame Ferri. +Design

Mesa de centro com puffs é da + Design Frutas regionais,como as sementes de Castanha do Pará compõem a vitrine para a exposição de jóias Erika Mafra

Revestimento com pedra Hijau bruta da Pallimanan contrasta com a tela colorida de Dina Oliveira. Objetos de decoração do acervo pessoal do arquiteto Caíque Lobo . Os vasos são da + Design

Cômoda com espelhos e abajour de ferro se tornam uma sofisticada vitrine ára as joisas de Erika Mafra

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Rústico e contemporâneo: A cerâmica Icoaraci é da Marmobraz. As cestarias vieram da comunidade de arapiuns próximo ao município de Santarém

O Chateâu Les Millaux foi um dos rótulos servido pela distribuidora Azul Vinhos e Destilados

O charme da Poltrona Basquete tem assinatura da Mula Preta Studio Design , ao fundo o Jukebox e os quadros da saga Star Wars

Produtos Marithimus Frutos do Mar distribuídos por GARCIA & RUFINO foram degustados pelos visitantes no espaço Expressão Brasil - Leal Moreira

A linha de Cremes de queijo da Pomerode fez sucesso na mostra

A estante de vergalho traz rusticidade pontual ao ambiente aconhegante

Em uma das paredes, quadros da Urban Arts reafirmam o tema do ambiente, inpirado o universo Geek

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Poltronas Ícaro da Perfini produzidas a partir da junção e prensagem de resíduos de madeira maciça.

A fonte de cimento queimado com três quedas foi projetada pela paisagista Nathalia Haber especialmen o Jardim da Casa Viva

Em couro, a poltrona Revive assinada pelo Studio Natuzze No Lounge Renault de Helder Coelho, a parede de cobogós é da +Design da Portobello

A mesa de centro tem assinatura de Jader Almeida www.revistalealmoreira.com.br

À esquerda a poltrona reciclada. Ao lado a poltrona Caroline representam, lado a lado o matrimonio

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Chocolates com 70% cacau e produzidos artesanalmente na ilha do Combu foram expostos na Amazon Boutique e Café da Brigaderie

te para A rústica e elegante champagneira de madeira de demolição da Raiz da Amazônia

A variedade de doces irresistíveis é da Brigaderie

O manequim do ambiente club Leal Moreira trazendo as várias capas da Revista Leal Moreira


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Trisha Guimarães

Marcus Mendonça

Dos

sonhos

A casa projetada por Helder Coelho para uma família que adora receber, preza por ambientes aconchegantes e integrados

Q

ual o conceito de Casa Perfeita? Se a resposta for um local que reflete a personalidade de seus moradores, esta aqui, certamente ganha o título! De um lado uma família com cinco integrantes buscando alguém que pudesse materializar a casa de seus sonhos. De outro, um arquiteto movido a desafios em busca de projetos nos quais pudesse executar desde a concepção, passando pelo dia a dia da obra até a decoração de todos os ambientes. Foi assim que o destino de Helder Coelho e da Família Maranhão se encontrou. Da primeira conversa ao início das obras foi um passo. Para o projeto ser perfeito alguns desejos precisavam ser atendidos: a casa precisaria ser ampla, com destaque para circulação e os ambientes precisavam ser integrados de alguma forma. O resultado é um projeto imponente em um ambiente de 700m², clean e contemporâneo com linhas

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retas, tendo o branco como ponto principal. A casa tem mais de 15 cômodos incluindo 4 suítes, uma garagem para 4 carros e área de lazer integrada. “Uma das surpresas da casa o fato dela ter quatro entradas diferentes: social, pela garagem, a entrada de serviço e a de lazer. Ao mesmo tempo que o ambiente é integrado, o morador também pode isolar os ambientes de acordo com a ocasião”, garante Helder Coelho. A área íntima da casa fica no piso superior, onde estão os quartos da família com 4 suítes, e a suíte master do casal com dois closets. O uso do vidro é explorado na casa como elemento para as grandes aberturas que integram o verde do jardim externo com a área interna da sala. Com isso, a casa ganha luminosidade natural. É nessa área que fica a sala de jantar onde é possível ter uma visão panorâmica do lado externo da casa. Toda a área comum fica no piso térreo e para »»»


garantir essa unidade, home theater se integra com o living e jantar da casa, com a área gourmet. A piscina é envolvida por um deck de madeira e tem prainha e cascata. No térreo ainda, há um gabinete, cozinha com uma despensa generosa e um varal. “Tivemos essa preocupação com a área de serviço que normalmente é pouco destacado em alguns projetos.”, diz Helder Coelho. Com equilíbrio e harmonia, o espaço se torna um grande lounge para curtir e receber os amigos. Contemporâneo, clássico e moderno. Adjetivos que cabem muito bem quando a casa é dos sonhos!

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galeria

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Carolina Menezes

Dudu Maroja

Compartilhar a

arte

Ao abrir a Galeria 791, Paulo Henrique Lobo se propõe a fazer andarem mais longe as obras e os talentos de artistas que fazem e fizeram história aqui e no resto do mundo.

A

nos e anos de uma coleção tão eclética, e tão rica, e tão grande que chegou uma hora em que não havia mais onde guardar, e o inadmissível, não havia mais como mostrar. A solução? Abrir uma galeria! E foi o que fez o engenheiro e empresário Paulo Henrique Lobo, que em novembro passado abriu as portas da Galeria 791, em Belém, com mais de 600 obras colecionadas por toda uma vida e que reúnem uma variedade de artistas e técnicas de maravilhar qualquer apaixonado pelas artes plásticas. A ideia de criar a galeria e, inevitavelmente, começar a praticar uma espécie de desapego de sua coleção pessoal de desenhos, gravuras, esculturas e pinturas, começou há quatro anos. “Achávamos uma pena ter uma quantidade enorme de obras sem poder compartilhar com

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outras pessoas que gostam de apreciar esse tipo de arte”, explica Lobo. Enquanto maturava a ideia, ele começou a também variar na hora de comprar novas peças. “Se antes eu comprava com base apenas no meu gosto, desses anos para cá eu comecei a ampliar esse olhar e buscar obras que pudessem agradar o futuro público da galeria”, enfatiza. “É claro que se tem apego por alguns trabalhos, principalmente os que estão em nossa residência, mas se propor a entrar no comércio de obras de artes exige esse desprendimento”, confirma ele, que se diz movido pelo fato de que a arte no Brasil não é uma coisa fácil de levar em frente, e por uma questão cultural, já que a maioria das pessoas não tem o costume de frequentar galerias e museus. “Tem que gostar muito para levar adiante”, admite. »»»


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foto: Cand Figueira

E que gosto! Kaminagai, Orlando Teruz, Dina Oliveira, Juarez Machado e Luzi Braga são apenas alguns dos nomes catalogados e disponíveis para a compra ‘na’ 791. “Um amigo diz que na hora em que pedirem uma peça que eu gosto muito, eu devo subir o preço! (risos) Mas a verdade é que se me pedir, pode estar até na parede da minha sala que eu mando buscar, não tem problema”, avisa. Além de promover essa circulação de obras, seja de artistas vivos ou falecidos, Paulo Henrique não destaca a possibilidade de se unir a novos artistas que estejam buscando uma forma de divulgar o trabalho. “Claro que o objetivo é uma comercialização ampla, de tendências, épocas, que passa também pelo decorativo, mas sem deixar de lado a valorização do artista local”, afirma. “Que a Galeria 791 sirva para despertar um pouco mais a atenção das pessoas para com a arte”, almeja o sobrinho e afilhado do já falecido artista plástico Roberto de LaRocque Soares, que se lembra até hoje de quando começou, ainda bem jovem, a colecionar obras. “Assim como ele trabalhava por amor, eu comecei a colecionar por amor”, derrete-se.

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Que o Ano de 2015 traga boas surpresas para sua vida. Que amor e a paz sempre flua, multiplicando felicidade e prosperidade!


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Andreza Batalha

Divulgação

I can’t

keep calm.

I’m going

to Califórnia! Geografia, beleza, vinhos mundialmente conhecidos pela qualidade e ainda dá para voar em um balão de ar! Tudo isso e mais é possível em Napa Valley.

U

m suspiro e uma palavra: Ah! Califórnia! O estado mais desenvolvido e pensante dos Estados Unidos talvez seja também o mais bonito e diverso. Quem procura esse destino pode fazer mil coisas muito diferentes umas das outras em uma só viagem. Mas dessa vez, o nosso passeio será pelo condado de Napa Valley. São mais de 2.000km de uma combinação mágica entre clima, geografia e geologia que garantem o cultivo de uvas de altíssima qualidade. E onde tem uva boa, tem vinho bom! Os vinhos da Califórnia são mundialmente conhecidos e valorizados, mas nem sempre foi assim, até a década de 70, a bebida produzida nos Estados Unidos era pouco conhecida e apreciada no mundo. Até que um sommelier inglês, que atuava na França, foi aos Estados Unidos em busca de novos sabores e aromas para uma degustação às cegas em Paris. Um pequeno produtor, o Chateu Montelena, fez frente aos mais renomados rótulos da França em meio a um júri de franceses

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e surpreendeu todos com o seu Chardonnay. Apaixonado pela região, o sommelier Fábio Sicília se diz suspeito para falar das belezas e encantos de Napa Valley. “Lá se concentra o maior número de vinícolas. Infraestrutura excelente – afinal americanos são muito bons nisso –, excelentes vinhos, novo mundo com uma linha modernista, mas com uma elegância acima da média da América”, disse. Distribuidor de vinhos e destilados no Pará, Darlison Azulay garante que os vinhos produzidos na Califórnia são de altíssima categoria, complexos e marcantes. O condado de Napa Valley se destaca pela variedade de uvas cultivadas e que, associadas ao tipo de clima e solo da região, as tornam excepcionais. “Os vinhos produzidos em Napa Valley são importantes para os admiradores da bebida pela variedade de uvas, aromas, sabores e experiências capazes de proporcionar”, disse. Quem visita Napa Valley não pode deixar de degustar o famoso vinho branco Chateu Montelena »»»


Filmes, vinhos e Califórnia ENTRE UMAS E OUTRAS

O filme conta a história de dois amigos que resolvem fazer uma viagem pelas vinícolas do sul da Califórnia e não Napa Valley. Mas vale a pena por destacar o enoturismo. Um escritor frustrado aficionado por vinhos e um ator e galã decadente usam a viagem como despedida de solteiro. Percorrendo as estradinhas entre uma vinícola e outra eles conhecem duas mulheres e a viagem se torna uma jornada de autoconhecimento.

O JULGAMENTO DE PARIS (BOTTLESHOCK) O filme conta a história verídica de como os EUA se posicionaram no mercado mundial de vinhos na década de 70. Um pequeno produtor de Napa Valley, o Chateau Montelena, teve seu vinho branco como competidor em uma degustação às cegas em Paris, fazendo frente aos mais renomados rótulos da França. Em meio a um júri repleto de franceses, o resultado da prova é surpreendente.

CAMINHANDO NAS NUVENS Esse filme é pra quem gosta de romances e cenários bonitos. Caminhando nas Nuvens não é sobre vinho, mas as vinícolas da Califórnia são belíssimos cenários para a história de amor contada no filme.

– o vencedor da degustação às cegas feita em 1976 na França e que ficou conhecida como Paris Tasting. Infelizmente, não há um importador do Chateu Montelena no Brasil, mas Azulay sugere três ótimas opções: Fetzer Cabernet Sauvignon, Zinfandel e Pinot Grigio. Fábio Sicília aumenta a lista: Beringer Pinot e Zinfandel, Columbia Merlot, R Riesling e Chardonnay, Napa Valley Cabernet e Pinot, Woodbridge Chardonnay, Pinot Noir, Zinfandel, Cabernet e Sauvignon e Mondovi Private Cabernet, Sauvignon, Zinfandel e Pinot Noir. Considerada uma bebida técnica, o vinho é capaz de criar uma experiência sensorial única e que quando bem harmonizado valoriza o sabor dos alimentos. É a famosa busca pelo terceiro sabor. “O que ocorre é a união entre dois ou mais elementos que sozinhos funcionam bem, mas que juntos, tornam-se únicos e excepcionais”, destacou Azulay. Vinícolas São inúmeras as vinícolas espalhadas pelo condado de Napa Valley. Como muitas delas precisam de agendamento prévio, é importante pesquisar com antecedência as que oferecem os vinhos mais interessantes. A histórica Chateu Montelena está localizada em Calistoga. Por lá, além da degustação de vinhos, a beleza dos jardins chineses e de uma das construções mais antigas de Napa Valley merecem destaque. O castelo de pedra envolto por trepadeiras verdinhas é de 1882 e foi construído ao molde das abadias inglesas. Já a Hall Wines oferece tours guiados em português. »»»

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Confira mais

Uma vinícola linda, que combina vinhos e obras de artes. Balão Os especialistas e amantes do bom vinho sabem o que falam dos californianos. Já eu, que não arrisco beber nenhuma gota de álcool, busquei Napa Valley para “limpar a vista” e guardar para sempre experiências e imagens na memória. A ideia era fazer um passeio romântico, mas com um pouco de aventura. O primeiro passo foi alugar um carro e depositar toda a confiança no Google Maps, que me levou com precisão a todos os lugares que busquei e ele não foi o único aplicativo indispensável na viagem, o Yelp também me ajudou e fez jus ao slogan “Conhecemos o lugar ideal”. Napa Valley é perfeita para os voos em balão de ar quente, quem nunca voou em um tem que experimentar, sem esquecer-se de usar roupas frescas porque o calor que faz o balão subir também esquenta o ambiente. Há muitas empresas que oferecem o serviço. Normalmente os grupos se encontram bem cedinho em um hotel, recebem as instruções de segurança e seguem rumo às vinícolas. É lindo olhar os balões subindo enquanto o sol nasce, mais lindo ainda é apreciar a paisagem enquanto voa. Lá de cima, tudo parece mágico e perfeito, as vinícolas parecem desenhos cuidadosa-

mente planejados. O voo dura aproximadamente duas horas e as empresas oferecem dois tipos de pacotes: o voo simples e o voo seguido de um café da manhã, oferecido nos hotéis e com a degustação de algum vinho. Escolhi a primeira opção e busquei no Yelp o melhor café típico americano: panquecas, mel, waffle, bacon, ovos e refil de café. Cheguei ao Soscol Café. O Yelp disse que a comida é muito melhor que o ambiente. Descrição perfeita! O lugar não é dos mais bonitos, mas tem o melhor breakfast típico americano do condado. Snoopy Muito além das vinícolas, o condado de Napa Valley reserva uma grande surpresa para os apaixonados pelo Snoopy na cidade de Santa Rosa: o Charles M. Schulz Museum and Research Center. Um complexo que abriga um museu, uma pista de patinação e hóquei no gelo, uma loja de souvenir e restaurante. Do lado de fora, há um jardim cheio de estátuas dos personagens criados por Schulz, quem conhece as características de cada um deles certamente vai procurar o favorito para uma pose. Por dentro, o museu guarda grandes surpresas, como a exposição de muitos quadrinhos originais. As paredes ilustram famosas tirinhas e um gran-

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de painel, que de longe mostra uma cena de Lucy e Charlie Brown, mas quem chega bem pertinho pode observar que o painel é um mosaico formado por centenas de tirinhas. Uma tela exibe o clássico comercial do Ford Falcon estrelado por Linus e seus amigos em 1961, o primeiro do Peanuts. Também há exposição de vários manuscritos e desenhos que mostram a evolução nos traços de Schulz ao longo das décadas. Os pequenos podem liberar toda a sua imaginação com oficinas de técnicas de desenho e pintura. A loja de souvenir é um encantamento à parte, dá vontade de levar tudo para casa e no mezanino ainda há uma galeria com exposições de coleções e prêmios recebidos por Schulz. No Snoopy Home Ice, uma pista de patinação no gelo, também usada para partidas de hóquei, pode ser usada o ano todo. É diversão garantida!

Saiba mais Sobre como os Estados Unidos se posicionaram no mercado mundial de vinhos na década de 70: http://montelena.com/winery/paris-tasting Para saber mais sobre o museu do Snoopy: http://schulzmuseum.org/


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gourmet

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Carolina Menezes

Dudu Maroja

Coma o seu

drink!

Eles até ainda ocupam as mesas de bares, mas ganharam passe livre para aparecer em outros tipos de evento e ganharam entusiastas que se atrevem a fazer as misturas mais ousadas e deliciosas. Um deles é Leonardo Cals, que criou o conceito Coquetelaria Gourmet.

“Q

uando estou preparando um drink, para mim, é a mesma coisa de estar preparando um prato. Ele sai da cozinha, e da panela!”, diverte-se Leonardo Cals, há dez anos formado em coquetelaria clássica, internacional e popular, e criador do que ele chama de Coquetelaria Gourmet algo que os visitantes do ambiente Expressão Brasil Leal Moreira, da Casa Cor Pará 2015, puderam conhecer de perto e, melhor ainda, provar! Reduções, ervas, a refrescância das frutas tropicais ‘quebrando’ a agressividade do álcool, no entendimento dele, formam a equação responsável por uma modificação no status do drink, que desfila elegantemente e com maior frequência em meio a jantares, almoços e eventos diversos. “Não existe mais aquela coisa de ser só a caipirinha do final de semana, hoje as pessoas querem degustar”, justifica. Em um jantar, por exemplo, Leonardo explica que os pré dinner e after dinner, que são os drinks servidos antes e depois da refeição, passam longe de ser meros acompanhamentos. “Para o antes, a mistu-

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ra é voltada ao estímulo das papilas gustativas, para abrir mesmo o apetite, já para o depois, bebidas mais adocicadas favorecem a fermentação e auxiliam na digestão”, detalha. “O comer bem não inclui mais só a comida, então não é incomum termos cardápios com opções bastante sofisticadas de drinks”, garante. A técnica desenvolvida pelo especialista é voltada às reduções diversas que podem ser aplicadas praticamente em cima de qualquer álcool base. “Sabe quando você vai comer um salmão e vem um molho, uma redução de maracujá? Eu faço as minhas reduções da mesma forma, só que voltadas para a bebida. Não é uma harmonização, o que harmoniza com comida é vinho e espumante, mas é algo que anda junto da gastronomia”, analisa. Desafio A partir da composição base de qualquer drink - álcool base, agente modificador e elemento suavizante -, Cals usa e abusa de elementos exóticos, regionalíssimos e que criam resultados absolutamente deliciosos. “Vou te »»»


confessar, eu sou meio místico. Cresci vendo minha mãe preparando misturas, banhos, muitas ervas. Aí pensei que tinha de haver uma forma de se beber isso também”, conta. E ele garante que, na hora de criar os drinks que foram servidos durante a Casa Cor Pará, houve um elemento a mais na composição das bebidas: o desafio. “Me pediram algo diferente e nasceu a caipirinha de jambu, com cachaça de jambu, fluido de limão e menta e tonalização amarela para lembrar o tucupi”, cita. Se engana quem pensa que o coqueteleiro se limitou a ‘jogar’ o jambu no copo e pronto. “Criei um buquê amazônico de alfavaca, chicória, cheiro verde, vinagreira, pimentinha verde, tucupi e tudo isso temperando o jambu, que era para comer quando a bebida acabava! Não deixa de ser um prato gourmet!”, brinca. Ele garante que, da mesma forma que usou a mistura das ervas dessa forma para o drink, poderia ter utilizado em uma posta de pato ou em uma carne assada. »»»

Happy new drink! Seja no final ou no início do ano, uma boa ‘alquimia’ sempre cai bem. Veja as indicações de Leonardo Cals: “Espumantes são clássicos para essa época do ano, e caem muito bem com reduções. Se for de morango e pêssego com canela, por exemplo, fica perfeito!”, sugere. “Criei uma versão do Jack Color com o uísque tradicionalíssimo que é o Jack Daniels com uma redução feita de Coca-Cola, limão taitiano, hortelã e gelo que ficou muito bem harmonizada quando adicionei maçã verde”, ensina. “Caipirinhas de especiarias caem muito bem antes dos jantares porque estimulam o apetite. Para o pós, bebidas mais doces ajudam na digestão”, indica.

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Artes e fotos meramente ilustrativas que poderão ser alteradas sem prévio aviso, conforme exigências legais e de aprovação. Os materiais e os acabamentos integrantes estarão devidamente descritos nos documentos de formalização de compra e venda das unidades. Plantas e perspectivas ilustrativas com sugestões de decoração. Medidas internas de face a face das paredes. Os móveis, assim como alguns materiais de acabamento representados nas plantas, não fazem parte do contrato. A incorporação encontra-se registrada no Cartório de Registro de Imóveis, Faria Neto, Único Ofício da Comarca de Ananindeua-PA, no Livro Nº2(RG), matrícula 16911, sob o NºR-5-Matrícula 16911, Protocolo Interno Nº81936, Protocolo Definitivo Nº52465, em 07/06/2013.


Capirinhas de especiarias de limão na compota de menta com agrião, de laranja com gengibre e até de capuccino também estavam dentre as criações exclusivas para a Casa Cor. “Olha, eu confesso que nem eu acreditei que pudesse ficar bom porque a harmonização dos ingredientes e a suavização da agressividade da cachaça eram o que havia de mais difícil, mas deu muito certo!”, admite. Papel, caneta e café preto E na hora de criar, Leonardo diz que não possui grandes rituais, porém não nega que dom é 50% do trabalho. “É aquela história, a receita do bolo todo mundo tem, mas sempre tem um que fica melhor que outro por causa da mão de quem faz. Na hora de criar, só preciso de café preto, caneta e papel. Uma vez passei vergonha em São Paulo quando me pediram para criar um drink de última hora em um bar e eu não soube fazer. Não é assim para mim, cada um tem uma forma de criar”, analisa. www.revistalealmoreira.com.br

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Ângela Sicilia Chef de cozinha

Sobretudo, uma declaração de amor Das lembranças que tenho da infância, algumas permaneceram muito nítidas em minha mente: da lanchonete no Clube do Remo, de passar o troco (e me sentir tão adulta quando eu era uma fedelha rs), do irreproduzível bolo de amendoim (cujo sabor foi pro céu com minha mãe), de brincar na cozinha dos restaurantes e... deles, no Natal. Acreditávamos verdadeiramente no Papai Noel. Sonolentos ou não, havia aquele ar que nos enfeitiçava; era expectativa pelo presente, sem dúvida, mas por uma mágica que ocorria uma vez ao ano. A mesa do Natal... ah, essa mereceria uma coluna inteira. Ela caprichava (embora fosse muito simples): rabanadas, panetone, o bolo... Refrigerante estava liberado! (e se ninguém estivesse olhando era permitido – pacto de silêncio entre irmãos – passar o dedo na cobertura de chocolate). Ele abria um vinho, punha um disco na vitrola e cantarolava músicas italianas. Não é segredo para ninguém, mas os perdemos muito cedo e ganhei um novo pai, o Fabio, que se esforçou muito para que não perdêsse-

mos a fantasia, a mágica... sentimento, aliás, que até hoje é muito presente em nós dois. E que, por opção, compartilhamos com todos. Todos, sem exceção. Decidimos fazer do Natal uma celebração única, porque é muito importante “ter um filho, escrever um livro, plantar uma árvore” e cultivar bons sentimentos... aqueles que surgem quando nossos sonhos se realizam. Óbvio que as luzes deste período brilham mais... especialmente aquelas que saem dos olhos daqueles que as veem tão pouco. Chegamos ao fim de mais um ano... que foi tão difícil, marcado por tantos acontecimentos ruins e recessão financeira, mas eu torço, de coração, que vocês tenham uma mesa farta, sem dúvida, mas que a verdadeira fartura seja a de sentimentos e da vontade de estender a mão (bem como compartilhar o pão) a quem precisa. Façam brilhar sua luz interior. Façam os olhos de alguém brilhar. Que todos os seus dias sejam Natal! (e que venha 2016 mais generoso e de paz para todos)



vinho

Produzido através de vinhas velhas de Tempranillo, o Flor de Pingus expressa em sua elegância o melhor do terroir de Ribera Del Duero, conquistando assim apreciadores ao redor do mundo. Apresenta coloração rubi intensa, notas minerais e de especiarias, equilíbrio entre médio corpo, ótima acidez e taninos aveludados que fazem desse um vinho potente porém delicado e muito elegante. Estagia durante 14 meses em barricas de carvalho. ONDE: Grand Cru

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PINGUS PSI 2011

FLOR DE PINGUS 2010

Um dos trabalhos mais interessantes do enólogo Peter Sisseck é o de deixar como herança para a região espanhola de Ribera del Duero uma vitivinicultura mais consciente. O vinho Psi, por exemplo, é fruto de um projeto que seleciona alguns agricultores da região e os estimula a produzirem uvas mais saudáveis e de maior qualidade. O enólogo acompanha o trabalho deles durante o ano, e ao final do período, compra as uvas. Para os apaixonados pela casta, este vinho é pura Tempranillo. Com aromas de ameixa e a presença bem integrada da madeira, a surpresa deste tinto está no paladar. Em boca, se mostra um vinho fino, elegante e linear, que não domina o paladar bruscamente. ONDE: Grand Cru

REGIÃO: Loire - Nantais - La Haye-Fouassière. CLASSIFICAÇÃO LEGAL: AOC Muscadet Sèvre-et-Maine. COMPOSIÇÃO DE CASTAS: Melon (Melon de Bourgogne). GRADUAÇÃO ALCOÓLICA: 12° GL | ACIDEZ TOTAL: 5,34g/L (PH: 3,40) | AÇÚCAR RESIDUAL: 0,4 g/L CLIMA: Marítimo fresco. Temperaturas amenas em todo o vale com picos de 24°C durante o verão. Risco de geadas severas. Pluviosidade média acima das outras regiões do Loire. CARACTERÍSTICAS ORGANOLÉPTICAS: Brilhante coloração limão, pálido. Puríssima expressão de mineralidade e frutas de clima fresco, predominando os cítricos. Toques das lias de leveduras permeiam o palato, que é teso, mineral e mordaz. AMADURECIMENTO: Sobre as lias finas por seis meses. HARMONIZAÇÃO: A perfeição com ostras cruas. Saladas de frutos-do-mar com gomos de toranja; mexilhões pochés com vinagrete; sardinhas na brasa; peixe marinho grelhado; plateau de fruits de mer (frutos-do-mar crus e pochés apresentados sobre gelo, apenas condimentados com flor de sal e limão siciliano); queijos de cabra frescos chèvre. ONDE: Decanter

Sassella Stella Retica Riserva 2010

Muscadet Sèvre-et-Maine sur Lie Grande Réserve 2014

VINHOS DE PETER SISSECK “Um dos melhores e mais excitantes vinhos que já degustei até hoje”, declarou o crítico norte-americano Robert Parker, sobre o Dominio de Pingus 1995, primeira safra do que viria a se tornar um dos vinhos mais raros de Ribera del Duero. O enólogo dinamarquês Peter Sisseck garante que o segredo de seu sucesso está no vinhedo. “As vinhas das minhas parcelas de terra são muito velhas”, começa a explicar o enólogo sobre as plantas que ultrapassam os 70 anos. “Elas nunca foram fertilizadas ou receberam tratamentos à base de pesticidas, e todas cresceram seguindo o tradicional sistema ‘en vaso’ (quando as vinhas crescem livremente). Elas são perfeitas”, conclui.

REGIÃO: Lombardia – Valtellina – Sassella, comuna de Sondrio. CLASSIFICAÇÃO LEGAL: SassellaValtellinaSuperiore D.O.C.G. CASTAS: 100% Chiavennasca (Nebbiolo) vinhas entre 10-50 anos GRADUAÇÃO ALCOÓLICA:13° GL ACIDEZ TOTAL: g/l CLIMA: Fresco, tipicamente alpino. Altitude: 400550 m.s.n.m. CARACTERÍSTICAS ORGANOLÉPTICAS: Cor granada de encantadora transparência. Revela muita fruta no nariz, seguida por húmus, alcaçuz, folha de chá e tabaco. Um tinto de grande caráter, taninos de extrema maciez, fresco e mineral. ELABORAÇÃO: Vindima estritamente manual. Desengace e fermentação clássica, leveduras indígenas, em botti grande de 50-55 hl. Maceração de 18-20 dias. Amadurecimento. Engarrafamento. Envelhecimento mínimo de dois anos antes da comercialização. ENÓLOGA: Isabella Pelizzatti AMADURECIMENTO: dois anos em botti grande de castanheira, acácia e carvalho. ESTIMATIVA DE GUARDA: 15 anos+ HARMONIZAÇÃO: Pato cozido longamente. Tagliatelle ao ragu trufado. Beef Wellington. Carne bovina estufada com mostarda em grãos. Queijos duros. ONDE: Decanter



horas vagas • música

VÍDEO

DICA

KEITH RICHARDS – LOVE OVERDUE Keith Richards, um dos guitarristas mais famosos da história, fez sua fama ao longo das décadas tocando na mega banda The Rolling Stones. Em setembro deste ano, o músico lançou seu disco solo Crosseyed Heart e, recentemente, o álbum ganhou seu primeiro clipe: Love Overdue. O vídeo conta a história de um homem que perdeu um amor. A história é contada por uma animação com estética noir, muito agradável de ser vista. A faixa é um cover de um clássico artista jamaicano chamado Gregory Isaacs.

CONFIRA MAC DEMARCO – ANOTHER ONE (2015)

ADELE – 25 (2015)

O quarto álbum da carreira solo de Mac DeMarco confirma certa maturidade musical do artista. Diversos ritmos como o Lo-fi e o Indie Rock se convergem em 8 faixas descontraídas e relaxantes. Logo após o lançamento de “Another One”, o músico lançou o EP instrumental “Some Other Ones”, o qual o próprio cantor descreveu como “músicas excelentes para um churrasco com os amigos”. Mac DeMarco passou por Belém em novembro deste ano com sua turnê pela América Latina e se apresentou no dia 20/11 na 10ª edição do Festival Se Rasgum, no Hangar.

O terceiro álbum de estúdio da cantora britânica Adele é resultado de um hiato de quatro anos sem lançar músicas novas. Antes mesmo de seu lançamento, os singles “Hello” e “When We Were Young” foram sucessos absolutos na internet. A cantora ficou famosa em 2008 com o lançamento de seu primeiro álbum, o “19”. Desde então, ela coleta prêmios por seu trabalho, ao todo, são mais de 100 troféus e mais de 180 indicações. O álbum “25” (2015) traz onze faixas inéditas que incluem participações do cantor Bruno Mars e do produtor musical Max Martin (Britney Spears).

INTERNET

CLÁSSICO

KURT COBAIN - MONTAGE OF HECK: THE HOME RECORDINGS O líder do Nirvana, icônica banda de grunge dos anos 90, ganhou seu primeiro disco solo com músicas inéditas. O músico faleceu em 1994, mas o diretor cinematográfico Brett Morgan “desenterrou” diversas canções perdidas para a produção do documentário “Montage of Heck”. As faixas abrangem diferentes épocas da vida de Kurt Cobain, desde composições de sua adolescência até pouco antes do fim do Nirvana.

Você já ouviu uma música e ficou com muita vontade de saber qual seu nome mas não conseguiu descobrir? Sem problemas. O Shazam é um aplicativo que com apenas um clique identifica qual o título da canção e de qual artista pertence. O seu website traz várias curiosidades e notícias sobre o mundo da música. Além disto, você pode sincronizar o aplicativo com o site para guardar todos os seus “Shazams” e ler mais a respeito. E, por fim, se estiver entediado o endereço ainda disponibiliza um jogo onde você tem que adivinhar o maior número de músicas em um determinado tempo. www.shazam.com

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horas vagas • cinema

Você encontra estes títulos na FOX - livrariafox.com.br

DICA

DVD Blu-Ray PERDIDO EM MARTE DIREÇÃO: RIDLEY SCOTT O astronauta Mark Watney (Matt Damon) é enviado a uma missão em Marte. Após uma severa tempestade ele é dado como morto, abandonado pelos colegas e acorda sozinho no misterioso planeta com escassos suprimentos, sem saber como reencontrar os companheiros ou retornar à Terra.

QUE HORAS ELA VOLTA? DIREÇÃO: ANNA MUYLAERT

DESTAQUE

A pernambucana Val (Regina Casé) se mudou para São Paulo a fim de dar melhores condições de vida para sua filha Jéssica. Com muito receio, ela deixou a menina no interior de Pernambuco para ser babá de Fabinho, morando integralmente na casa de seus patrões. Treze anos depois, quando o menino (Michel Joelsas) vai prestar vestibular, Jéssica (Camila Márdila) lhe telefona, pedindo ajuda para ir a São Paulo, no intuito de prestar a mesma prova.

SICÁRIO - TERRA DE NINGUÉM DIREÇÃO: DENIS VILLENEUVE

CLÁSSICOS

A CIA está preparando uma audaciosa operação para deter o grande líder de um cartel de drogas mexicano. Kate Macy (Emily Blunt), policial do FBI, decide participar da ação, mas logo descobre que terá de testar todos os seus limites morais e éticos nesta missão.

CULT: HOMEM IRRACIONAL, WOODY ALLEN Em crise existencial, o professor de filosofia Abe Lucas (Joaquin Phoenix) chega para lecionar em uma pequena cidade dos Estados Unidos. Logo uma de suas alunas, Jill (Emma Stone), se aproxima dele devido ao fascínio que sente pelo seu intelecto, além da tristeza que sempre carrega consigo. Simultaneamente, ele é alvo de Rita (Parker Posey), uma professora casada que tenta ter um caso com ele.

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INTERNET

www.rottentomatoes.com/

O Rotten Tomatoes é um site totalmente voltado para a indústria cinematográfica. Nele, você confere as mais variadas notícias sobre filmes e séries e pode checar a nota que a audiência e a equipe do site deram para cada produção. Ainda é possível ver as sessões de cinema e comprar ingressos, porém esta opção só funciona para estabelecimentos no exterior.



horas vagas • literatura Títulos disponíveis na Livraria FOX. livrariafox.com.br

DESTAQUE

DIÁRIOS DA PRESIDÊNCIA - VOL. 1 FERNANDO HENRIQUE CARDOSO Durante seus dois mandatos como Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso manteve o hábito quase semanal de registrar, num gravador, o dia a dia do poder. Os diários têm a franqueza das confissões deixadas à posteridade – como de fato era a intenção original do autor. Neles transparecem as hesitações do cotidiano, os julgamentos duros de amigos próximos, os pontos de vista que mudam com os fatos.

LANÇAMENTO

DICA PSSICA Edyr Augusto

CONFIRA AS PIORES INVENÇÕES DA HISTÓRIA E OS CULPADOS POR ELAS Eric Chaline

A VIDA DOS ELFOS Muriel Barbery A vida dos elfos é o novo romance de Muriel Barbery, autora do best-seller A elegância do ouriço. Neste romance de atmosfera inesquecível, primeiro de dois volumes, a autora se aventura pela fantasia para fazer um elogio do encantamento, da poesia e da natureza.

Uma adolescente é raptada no centro de Belém do Pará e vendida como escrava branca para casas de show e prostituição em Caiena. Um imigrante angolano vai parar em Curralinho, no Marajó, e um jovem pirata da Amazônia. As histórias se cruzam e se desenrolam em uma trama cheia de mistério e aventura.

CLÁSSICO DOUTOR FAUSTO Thomas Mann O livro conta a história das mais malfadadas invenções que o homem já foi capaz de criar. Algumas fracassaram comercialmente (como os veículos híbridos humano-elétricos), outras trouxeram consequências imprevistas e arruinaram milhares de vidas (como a talidomida e a heroína). Algumas mataram o próprio inventor (como o voo com propulsão humana), outras dizimaram populações inteiras (como a bomba atômica). E há também aquelas que simplesmente não trouxeram benefício algum (como o fast-food e o refrigerante). www.revistalealmoreira.com.br

Narrada pelo seu amigo, o professor Zeitblom, esta é a história do músico Adriam Leverkühn que, como o Fausto da lenda, vende a alma ao Demônio a fim de viver o suficiente para realizar sua grande obra. Publicado em 1947, este livro faz parte do período final da atividade criadora de Thomas Mann, sendo tecnicamente o seu romance mais ousado, no qual música e política, realidade e símbolo, fato e ficção combinam-se num grande panorama que, segundo Otto Maria Carpeaux, ‘alcançou uma altura na qual nenhum dos seus contemporâneos foi capaz de acompanhá-lo’.

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horas vagas • iPad

Trending – Free Music Player O Trending é mais um serviço para quem está procurando baixar músicas “De Gratis” e sem qualquer tipo de anúncio. Não se sabe exatamente de onde vem o catálogo de canções do aplicativo, mas ele é vasto e engloba uma variedade absurda de gêneros musicais. Você encontra artistas do mundo inteiro e é difícil não achar os seus álbuns prediletos. Não há necessidade de baixar nada, basta pesquisar as obras desejadas e tocar no play. O Trending também exibe listas de reprodução populares, o que é excelente para quem quer experimentar novas canções e ritmos musicais. O melhor de tudo é que o software possui uma interface belíssima, bastante minimalista e intuitiva. Vale a pena conferir. Custo: Free

Raul Parizotto empresário parizotto@me.com

Framatic

Guitar Hero Live

Mais um app bacana para quem usa o Instagram. Com o Framatic você pode aplicar bordas lisas e com textura, filtros e outros elementos nas suas fotografias antes de postá-las na rede social. Ele também traz grades de montagens e permite que você personalize cada detalhe – como colocar sombra nas células das colagens e escolher filtros individuais para as fotos. No total, são 36 layouts para montagens, 32 molduras com estilo vintage, 92 filtros de cor e 16 fontes para você inserir pequenos textos nas imagens (como marcas-d’água e comentários curtos). Totalmente gratuito, o Framatic conta ainda com recursos curiosos como o Magic Shaking (você chacoalha o smartphone para criar uma obra totalmente aleatória). Custo: Free

Sim, a versão compacta da nova geração da franquia Guitar Hero já está disponível para dispositivos equipados com iOS! Porém, é muito importante observar que o game gratuito vem com apenas duas músicas, sendo possível desbloquear mais canções de acordo com seu progresso ou pagar US$ 49 (quase R$ 200) para acessar todos os conteúdos do título. Os comandos continuam parecidos com os já conhecidos pelos fãs da série, tendo apenas poucas novidades que são explicadas logo no tutorial do título. Vale observar que, por ser uma obra bastante pesada, GHL exige pelo menos 3 GB de espaço livre na memória de seu dispositivo e só é compatível com gadgets mais robustos, como o iPhone 5 e o iPad 4. Custo: Free

Brothers: A Tale of Two Sons Google Keep Sim, ele finalmente foi lançado para iOS! Encarado por muitos como o maior rival do Evernote, o Google Keep é um serviço gratuito que lhe permite fazer anotações rápidas e criar listas de tarefa com facilidade. Indo além do texto, você consegue anexar fotos e até mesmo arquivos de áudio, sendo possível inclusive compartilhar determinada nota com seus amigos. A interface do programa é baseada em cards (cartões), sendo possível arrastálos e posicioná-los da forma que você quiser como se estivesse gerenciando um quadro físico. Outra coisa bacana é a opção de atribuir diferentes cores para cada anotação, facilitando assim o reconhecimento de diferentes categorias dentro do aplicativo. Custo: Free

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Tendo sido lançado para uma infinidade de plataformas – PC, Xbox 360, Xbox One, PS3 e até PS4 –, o premiado Brothers: A Tale of Two Sons acaba de chegar aos dispositivos móveis equipados com o sistema operacional iOS. Os gráficos continuam os mesmos, mas os controles foram repaginados para serem adaptados às telas sensíveis ao toque. O título conta a história de dois irmãos que precisam partir em uma jornada para encontrar a “Água da Vida”, única salvação para seu pai, que foi contaminado por uma doença mortal. Os protagonistas precisam juntar suas forças para atravessar obstáculos e alcançar seu objetivo. Custo: US$ 4,99

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da redação

Realize um sonho a

cada dia

A Leal Moreira comemora a entrega de seu 31º empreendimento, o Torres Trivento, lugar ideal para quem busca conforto, lazer e tranquilidade.

C

onforto, segurança e bem-estar como prioridades. Esse é o Torres Trivento, entregue em novembro de 2015 como o 31º empreendimento da Leal Moreira, em parceria com a Incorporadora PDG. Oferecendo toda a qualidade de vida para os moradores ao prezar por altos níveis de segurança, lazer, conforto e praticidade, o condomínio reúne uma série de vantagens – desde sua localização a apartamentos variados e uma área comum com ambientes que oferecem as mais diversas possibilidades que vão muito além da piscina ou da academia. Quem precisa frequentar o centro de Belém diariamente, mas prefere não habitá-lo por preferir ambientes mais sossegados tem no Torres Trivento a resposta para essa equação. O acesso é fácil: duas importantes (e rápidas) avenidas que ligam o centro da cidade, a avenida Senador Lemos e a avenida Pedro Álvares Cabral estão bem ao lado. Universidades, farmácias, supermercados, lojas e bancos são comuns nas redondezas. Para agradar todos os gostos, as torres Brisa, Marin e Aura compõem o complexo

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Trivento e oferecem apartamentos de 65m² e 79m², com opções de dois quartos, sendo um suíte ou três quartos sendo um suíte. A ideia do projeto do empreendimento como um todo era de justamente se adequar a mais de um tamanho de família, independente de ser grande ou pequena. Sofisticação, conforto e aposta em ambientes como living ampliado e varanda marcam a composição dos imóveis. O complexo residencial do Torres Trivento oferece ainda muitas opções de lazer e serviços para todas as idades. A brinquedoteca, espaço para festas infantis e juvenis, sala de jogos e lan house são atrativos para as crianças se divertirem com muita segurança sem precisar deixar o condomínio. A família pode desfrutar de outros ambientes como área da piscina, churrasqueira, quadra, sauna, espaço fitness e sala de ginástica. Ainda há um Espaço Mulher, onde massagens, tratamentos estéticos e cabeleireiros estarão à disposição sem precisar sair de casa. Uma sala temática próxima a um dos salões de festas foi projetada especialmente para reuniões rápidas e encontros sociais.

Dudu Maroja


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Institucio

Expressão Brasil

Patrícia e Gabriel Olavio

Leal Moreira Em quase dois meses de Casa Cor Pará 2015, o ambiente assinado por Ana Perlla e José Jr., totalmente inspirado na tema nacional da Casa Cor, “O Brasil visto por dentro”, e que integrava a Casa Principal da mostra teve movimentação intensa todos os dias. Confira quem passou por lá:

Marília Costa, Leidelene Costa e Marluce Sepeda

Nadia, Vania Amanajás e Bruna Sousa

José Sardinha, Ana Carolina Holanda, Roberta Siqueira e Cristiano Moreira

Nara D’Oliveira, Celso Eluan e Fabio Sicilia

Letícia Aleixo e Pablo Do Vale

Raissa Bringel e Luciana Lobo

Luiz, Mônica e Isabela Dias

Clivia Bastos e Denise Bastos

Isabel Lopes

Lupercio Maia, Antonella Casto e Júlia Maia

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Odir Macedo e Milnea Macedo

Cláudio Almeida e Laura Almeida

Papai Noel

Karol e Edgard Contente

Antônio Alberto e Franssinete Florenzano

André, Taiuan e Pietra Paiva

Maria Eduarda Saraiva e Henrique Fayad Pinheiro

Winy Alves e Kim Lima

Samara Chaar e Cristhiano Malcher

Luanne, Edivan e Elenice Saúde

Keven e Lara Rodrigues

Neto Soares, Marcela Lima,Vania Amanajás, Thiago Rachid, Eduarda Norat e Kelly Soares

Pablo e Carla Mello

Bruno Matias e Débora Fernandes

Alexandre Mendes Ariane de Andrade

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In

AMBIENTE DA LEAL MOREIRA GANHA PRÊMIO NA CASA COR PARÁ Em meio à premiação dos melhores projetos da Casa Cor Pará 2015, nas mais diversas categorias, o ambiente Expressão Brasil Leal Moreira, dos arquitetos Ana Perlla e José Jr. levou a melhor no quesito “Projeto Cores”. “A gente recebeu muito feliz essa notícia, foi a primeira vez que um projeto nosso ganhou nessa categoria, e dessa vez fez muita diferença porque as cores foram talvez as maiores preocupações do projeto, e ser reconhecido justamente por isso nos deixa muito satisfeitos!”, avalia José Jr. O ambiente desenhado pelos arquitetos focou na temática da Casa Cor nacional, “O Brasil visto por dentro”, mas teve cuidado para não cair nos clichês ‘canarinhos’. Não à toa, podia-se observar o verde e o amarelo de forma muito sutil pelo projeto, misturado harmonicamente ao cinza e outras cores mais urbanas.

SALÃO LEAL MOREIRA DE IMÓVEIS A Leal Moreira comemora o bom saldo de vendas do seu Salão de Imóveis, realizado entre os dias 19 e 29 de novembro, tanto no 4o piso do Boulevard Shopping como na Central de Vendas da construtora, na Av. Nazaré, em frente ao Largo do Redondo. De acordo com o diretor comercial da Leal Moreira Imobiliária, Fernando Nicolau da Costa, mesmo com a baixa do mercado imobiliário em todo o país, o público respondeu às ofertas e condições especiais oferecidas para empreendimentos que oferecem de um a quatro suítes, variando entre 57m2 e 335m2, e salas comerciais.

OUTUBRO ROSA E NOVEMBRO AZUL NAS OBRAS O combate ao câncer de mama, tema do Outubro Rosa, campanha que atravessou todo o Brasil, também chegou aos empreendimentos da Leal Moreira. No dia 30 de outubro, as colaboradoras que atuam diariamente nas obras do Torres Dumont, no bairro do Marco, participaram de uma palestra com o enfermeiro Evaldo Brito, do DNA Centro de Educação Profissional, sobre o tema, e ainda receberam o lacinho que simboliza a luta contra a doença, bem como um folder informativo com um ‘passo a passo’ para o autoexame e dicas de saúde. Os homens também foram alvo de uma campanha ligada ao Novembro Azul, que combate o câncer de próstata. Durante a última semana do mês, os colaboradores de todos os empreendimentos receberam folders informativos e participaram de palestras que orientaram sobre sintomas, exames e outras informações importantes acerca da doença.

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nal

Institucio

Check List das obras Leal Moreira projeto

lançamento

fundação

estrutura

alvenaria

revestimento

fachada

acabamento

Torre Santoro 2 ou 3 suítes • 123m2 • Av. Governador José Malcher, 2649 (entre Av. José Bonifácio e Tv. Castelo Branco) Torres Devant 2 ou 3 dorm. (1 suíte) • 68m2 e 92m2 • Travessa Pirajá, 520 (entre Av. Marquês de Herval e Av. Visconde de Inhaúma) Torre Unitá 3 suítes • 143m2 • Rua Antônio Barreto, 1240 (entre Travessa 9 de janeiro e Av. Alcindo Cacela). .

Torre Parnaso 2 ou 3 dorm. (1 suíte) • 58m² e 79m² • Av. Generalíssimo Deodoro, 2037 (com a Rua dos Pariquis). Torres Dumont 2 e 3 dorm. (1 suíte) • 64m² e 86m² • Av. Doutor Freitas, 1228 (entre Av. Pedro Miranda e Av. Marquês de Herval). Torre Vitta Office Salas comerciais (32m2 a 42m²) • 5 lojas (61m2 a 254m²) • Av. Rômulo Maiorana, 2115 (entre Travessa do Chaco e Travessa Humaitá). Torre Vitta Home 2 e 3 dorm. (1 suíte) • 58m² e 78m2 • Travessa Humaitá, 2115 (entre Av. Rômulo Maiorana e Av. Almirante Barroso). Torre Triunfo 3 e 4 suítes (170m²) • cobertura 4 suítes (335m²) • Trav. Barão do Triunfo, 3183 (entre Av. Rômulo Maiorana e Av. Almirante Barroso). Torres Floratta 3 e 4 dorm. (1 ou 2 suítes)• 112m² e 141m² • Av. Rômulo Maiorana, 1670 (entre Travessa Barão do Triunfo e Travessa Angustura). mês de referência: novembro de 2015

Veja fotos do andamento das obras no site: www.lealmoreira.com.br

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em andamento

concluído


Check List das obras ELO projeto

lançamento

fundação

estrutura

alvenaria

revestimento

fachada

acabamento

Terra Fiori 2 quartos • 44,05 a 49,90 m2 • Tv. São Pedro, 01. Ananindeua. mês de referência: novembro de 2015

em andamento

concluído

Torre Jasmim - Laje de transição

Torre Bromélia - Alvenaria estrutural do 1º pavimento tipo

nal

Institucio

Área de lazer do Terra Fiori

Torre Gardênia - Alvenaria estrutural do 1º pavimento tipo

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Torre Violeta - Alvenaria estrutural do térreo e laje do 1º pavimento tipo


Fachada nal

Institucio

Fachadas

Living

Living

Varanda gourmet

Piscina www.revistalealmoreira.com.br

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Piscina

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Institucio

SuĂ­te

Fachada

Fachada

Sala comercial


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Institucio

Fachadas

Fachada

Living Living

Cozinha

Garagem


Living

Fachada

Varanda gourmet

Torre Leste - Estrutura do 5ยบ pavimento tipo

Estrutura das torres


Nara D’Oliveira Consultora empresarial

Construindo a estrutura das organizações É comum uma pergunta no atendimento a novos

organizacional tem uma necessidade diferente de

como o consumidor consome traz drivers de como

clientes: Como eu começo a organizar minha em-

gestor. O empreendedor precisa entender qual é a

posicionar e, portanto como vender, pois oferece a

presa? A passagem para uma economia de merca-

necessidade de sua empresa e procurar pessoas

clareza da necessidade. É por isso que quando se

do, o aumento da pedida de qualidade do produto

com este perfil. Investir de forma integrada e estra-

faz test drive multiplica-se por três a possibilidade

e de atendimento dos consumidores, a dissemina-

tégica nestes profissionais que são a alma da em-

de compra do carro.

ção da concorrência e os múltiplos canais de com-

presa é fator de competitividade.

Plano estratégico, quem não sabe onde quer che-

pras colocam as empresas em uma corrida atrás

Segundo Marcelo Magalhães, consultor de vare-

gar e nem onde está não sobreviverá. Definir mis-

da modernização da gestão. São ferramentas de

jo, para que você entenda seu cliente você precisa

são é definir os limites de seu negócio, sua abran-

marketing de relacionamento, de pessoas, de ges-

entender do comportamento de compra e do com-

gência, seu cliente. Construir um posicionamento

tão de processos, mas sobretudo as empresas de

portamento de consumo, duas coisas diferentes. O

estratégico de forma profissional direciona sua em-

capital brasileiro, regionais, locais, tiveram que rever

comportamento de compra responde a pergunta

presa e só assim pode-se ter um plano de ações

seu posicionamento sobre a forma de condução de

de como o consumidor compra um determinado

estratégicas coerente, pois o mesmo está susten-

seus negócios. Somando-se a este cenário desa-

produto, ou seja, de como ele utiliza o canal. Esta

tado pela clareza de quem se é. Sem um plano de

fiador temos um período extremamente delicado da

é a era do Omni Chanel, dos múltiplos canais. Você

voo de futuro a empresa se aventura no mercado e

economia e do ambiente político. Então, como puxo

comprava um notebook em uma loja física, de-

hoje o mesmo é profissional.

o fio do novelo para organizar minha empresa?

pois o consumidor teve a oportunidade de comprar

Sem estrutura de custo adequada ao seu negó-

Para ter um produto competitivo e inovador e um

pela internet, acrescentou-se o mobile commerce

cio, tamanho do mercado, uma empresa não so-

resultado operacional com margem líquida interes-

(comércio eletrônico por smartphones) que hoje

brevive. Esta verdade tem um peso maior em um

sante me parece que existem 5 pilares que susten-

no Brasil já é significativo. Um forte exemplo local

momento desafiante como o vivido pelo Brasil. Para

tam este sonho: Liderança forte, Entendimento do

de entendimento do comportamento de compra e

que custo seja gerido a empresa precisa de contro-

Cliente, Plano Estratégico, Custo e Controle.

resposta ao mesmo, a Clínica Lobo está fazendo

le, de número a tempo e que o mesmo seja con-

agendamento de exames por Whatsapp.

fiável.

Uma empresa forte se faz de gerentes fortes. Leia-se por fortes profissionais que possuam à dis-

Por outro lado, o comportamento de consumo

Esta é uma receita complexa, trabalhada por che-

posição aquele elenco de habilidades que a empre-

tem a ver com o desejo. Eu não me lembro do mo-

fs renomados e ganhadores de prêmios, mas meu

sa precisa, ou seja, que batam bola e que o façam

mento que eu comprei o carro, mas tenho fortes

pai costuma dizer que quanto mais ele trabalha

muitíssimo bem. Cada segmento, produto, cultura

recordações de eu mesma dirigindo-o. Entender o

mais sorte ele tem.

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RLM nº 53

Luzes para um novo tempo. GENTE DESIGN ESTILO IDEIAS CULTURA COMPORTAMENTO TECNOLOGIA ARQUITETURA

ano 12 | número 53

R$ 15,00

José Roberto Guimarães A contagem regressiva para as Olimpíadas Rio 2016 já é motivo de ansiedade para o técnico tricampeão.

Leal Moreira

Gal Costa Nelson Rodrigues Emmanuel Nassar Napa Valley Casa Cor Pará

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