Revista Leal Moreira nº55

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RLM nº 55 GENTE DESIGN ESTILO IDEIAS CULTURA COMPORTAMENTO TECNOLOGIA ARQUITETURA

ano 12 | número 55

R$ 15,00

Dira Paes

Na pele da visceral Beatriz, a atriz rouba a cena em Velho Chico e mostra que vive a plenitude com a chegada de seu segundo filho.

Ilhas Phi Phi, o paraíso na Tailândia Adeus a Zara Hadid + Asas, redescobrindo o Rio Gonzalo Bazterrica 30 anos de CASA COR SP

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Nestes 30 anos o mundo contou a sua histĂłria e nĂłs ajudamos vocĂŞ a contar a sua.


A Revista Leal Moreira 55 traz conteúdo exclusivo nas matérias sinalizadas com QR code.

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+ASAS Proporciar experiências nada convencionais é a proposta deste projeto no Rio de Janeiro

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especial

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TAILÂNDIA A ilha das ilhas: com cenários dignos de roteiro de cinema, Phi Phi é o paraíso no sudeste asiático

perfil A trajetória de Miguel Campos Neto, o jovem regente da Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz

especial Zaha Hadid Uma homenagem à arquiteta de maior expressão mundial e suas obras hipnotizantes

gourmet O Chef porteño Gonzalo Bazterrica abre sua charmosa casa e oferece menu exclusivo para aguçar os sentidos

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DIRA PAES Após dar à luz seu segundo filho, a atriz retoma o trabalho em horário nobre como a professora Beatriz em Velho Chico

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CASA COR SÃO PAULO A maior mostra de arquitetura, design e paisagismo das Américas completa 30 anos e celebra o jeito de morar do brasileiro

especial +asas

capa Foto: Daryan Dornelles

Destino

capa

índice

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dicas confraria Ricardo Gluck Paul decor 1 | Vanessa Martins Celso Eluan tech decor 2 | Gabrielle Vieira galeria destino Angela Sicilia vinhos HV institucional Nara Oliveira índice de anunciantes

pg pg pg pg pg pg pg pg pg pg pg pg pg pg pg

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editorial

Amigos, Dirigir uma publicação como a Revista Leal Moreira exige disciplina, constante alerta ao novo e talento para tomar difíceis escolhas. Para não abrir mão do que nos é fundamental, os pequenos desafios vencidos a cada edição nos fazem ter a certeza de que estamos no caminho certo. Para a capa desta edição, trouxemos a talentosa Dira Paes num ensaio exclusivo feito pelo renomado fotógrafo Daryan Dornelles e pelo premiado jornalista Ismael Machado. A sessão foi na Marina da Barra da Tijuca, no Rio, onde a atriz falou sobre carreira, filhos, maturidade e deixou escapar alguns segredos. Estão pensando em viajar? Que tal um passeio pelas Ilhas Phi Phi na Tailândia? Vale a leitura na página 74. No Gourmet, o chef portenho Gonzalo Bazterrica abre sua casa e prepara, enquanto conversa com os clientes, um menu surpresa. O único pedido é que os convidados não se conheçam, tornando o encontro às escuras. Rio de Janeiro, um projeto proporciona experiências para quem deseja conhecer além do trivial da capital carioca. Apresentamos também, o melhor da CASA COR SP celebrando 30 anos com as novas tendências da arquitetura, design, paisagismo e que chega a sua primeira edição em Miami. Fizemos ainda uma homenagem à arquiteta iraniana Zaha Hadid, apresentando algumas de suas (inúmeras) obras, assim como seu legado para as próximas gerações. No perfil, entrevistamos o maestro da Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz, o paraense Miguel Campos Neto, que conta sua trajetória inspiradora e a gafe cometida com Roger Waters, vocalista do Pink Floyd. A revista está eclética e com histórias que realmente valem a leitura. Grande abraço e boa leitura,

André Moreira

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ORLEAN BELÉM | Travessa Benjamin Constant 1793, Batista Campos www.orlean.com | instagram/orleanbelem


expediente

Tiragem da edição 55 da Revista Leal Moreira auditada por

Revista Leal Moreira

João Balbi, 167. Belém - Pará f: 91 4005.6800 • www.lealmoreira.com.br

Fundador / Presidente Carlos Moreira Sócios-diretores André Leal Moreira João Carlos Leal Moreira Maurício Leal Moreira Diretoria Executiva Diretor de Incorporação Thomaz Ávila Neto Diretor Comercial e de Relacionamento José Ângelo Miranda Gerências Gerente Financeiro Walda Souza

Atendimento aos Clientes: Avenida Nazaré, 759 (Largo do Redondo) • segunda a quinta-feira: 9h às 12h e das 14h às 18h. • sexta: 9h às 12h e das 14h às 17h30.

Criação, coordenação e realização Publicarte Editora Diretor editorial André Leal Moreira Diretor de criação e projeto gráfico André Loreto Editora-Chefe Trisha Guimarães Produção Trisha Guimarães Fotografia Dudu Maroja Reportagem Andreza Batalha, Bianca Borges, Camila Gaia, Ismael Machado, Márcia Carvalho, Suellen Lobão, Rita Soares e Trisha Guimarães. Colunistas Ângela Sicilia, Celso Eluan, Nara Oliveira, Raul Parizotto e Ricardo Gluck Paul. Assessoria de imprensa Trisha Guimarães Versão Digital Guto Cavalleiro Revisão José Rangel Gráfica Santa Marta Tiragem 10 mil exemplares

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Atendimento telefônico:

Comercial Gerente comercial Daniela Kress • (91) 99983.4366 danielakress@revistalealmoreira.com.br

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DOS DEZ MELHORES HOSPITAIS PÚBLICOS DO PAÍS, DOIS ESTÃO NO PARÁ.

ISSO É EXCELÊNCIA.

Os Hospitais Regionais do Baixo Amazonas, em Santarém, e da Transamazônica, em Altamira, conquistaram o certificado de excelência da Organização Nacional de Acreditação (ONA). Quem ganha com isso é a nossa gente. Mais uma conquista que enche de orgulho nós paraenses. Dois dos nossos hospitais regionais, o do Baixo Amazonas, em Santarém, e o da Transamazônica, em Altamira, que atendem o Sistema Único de Saúde - SUS, estão entre os dez melhores do país, segundo a Organização Nacional de Acreditação (ONA). Eles receberam a certificação de excelência pela alta qualidade do atendimento que prestam à população. Os outros oito hospitais selecionados estão no Rio de Janeiro e São Paulo. No total, quase 3 mil hospitais públicos foram avaliados. Há quase duas décadas, a ONA vistoria minuciosamente a qualidade dos hospitais. A certificação demonstra que o Pará fez a escolha certa ao construir seus hospitais regionais, levando medicina de média e alta complexidade a todo o Estado, e que é possível, também no interior, atender com qualidade e salvar vidas. E a população nada paga por isso. Quem ganha com isso é a nossa gente. O Governo do Pará renova o seu compromisso e a sua disposição de continuar construindo uma saúde cada dia melhor para todos os paraenses.

GRIFFO

Secretaria de Saúde Pública




Belém

Sir Black Brewpub Um bar que, como o nome sugere, se propõe a ser um BREWPUB, local que fabrica sua própria cerveja. O ambiente tem uma pegada medieval, com arquitetura lembrando os castelos europeus, iluminação pontual e vários objetos que remetem à época das cruzadas. A trilha sonora inclui o melhor do blues, folk e rock. Com produção de 3 tipos de cerveja, a Pilsen, Wit e Vienna, o pub traz ainda um cardápio suculento: steakhouse com cortes especiais de carne Angus e Kobe Beef e petiscos variados como bolinho de moqueca e costela suína no barbecue.

Wandekolk 955. Umarizal I Horário de funcionamento: Seg a quarta de 18:00h à 0:00h Qui a Sábado de 18:00h às 02:00h • 91 3352.4049

Retiro da Sé Com lustres inspirados em bares de Budapeste, painéis grafitados por Sebá Tapajós com imagens do Ver-o-Peso e nas paredes, porcelanatos remetendo ao azulejo português, o restaurante está localizado no centro histórico da cidade, bem ao lado da igreja da Sé (daí o nome). Com 120 lugares, oferece cardápio variado sem perder a qualidade. Não é raro encontrar clientes que vão, especificamente, em busca do camarão com pupunha ou do salmão ao molho de maracujá. As receitas de família já se tornaram os pratos preferidos dos clientes.

Rua Dr. Malcher, 21, Cidade Velha, Belém • Funcionamento: Terça a domingo de 11:30h às 15:30h • 91 3085.3111

Pepô Social Club Sabe aquelas tardes de sábado quando você precisa escolher entre ir ao salão de beleza ou levar o carro para lavar? Pepô Social Club promete acabar com esse dilema e surge com a ideia de resolver as necessidades femininas de forma prática e agradável, como se as clientes estivessem em casa. O Lava-jato feminino é o carro-chefe do local, que agrega uma esmalteria, ambiente para fazer cabelo e make-up, além de serviços de estética com dermopigmentação. Acabou? Nada! Tem ainda lanchonete com variedade de salgados e café e bar com drinks e cervejas nacionais e importadas. Tudo com música ao vivo nos fins de semana, no estilo pocket show. Melhor clube da Luluzinha, impossível. Dr.Moraes, 556 entre Conselheiro e Mundurucus • Horário de funcionamento: de terça a sábado de 10:00h às 20:00h • 91 3352.2137 / 99182.4578 www.revistalealmoreira.com.br



Brasil

Kenoa Resort

fotos: Rogério Maranhão

Um paraíso dentro do próprio Éden. É o mínimo que se pode dizer do Kenoa - Exclusive Beach Spa & Resort, um hotel de luxo localizado em Barra de São Miguel, litoral sul de Alagoas e que oferece aos hóspedes 23 acomodações – todas com suas piscinas debruçadas sobre o mar (e que mar!). Com o conceito de ser um santuário privado, os detalhes foram carinhosamente pensados para que nada atrapalhe o descanso do hóspede. Há ainda um conceito ecológico de mostrar o perfeito equilíbrio entre homem e natureza. Quer exemplos? As paredes são feitas de argamassa sem acabamento – para não usar tinta. Todas as madeiras são certificadas ou de demolição, os guardanapos e toalhas de linho não são passados a ferro – são postos à mesa charmosamente amarfanhados. A água das piscinas dos bangalôs é marinha. O adoçante vem à mesa num lindo conta-gotas usado em laboratório de química e peças rústicas de vários continentes – muita coisa vinda da África – misturam-se pelos ambientes. Rústico, sim, mas extremamente sofisticado.

R. Escritor Jorge de Lima, 58 - Barra Mar, Barra de São Miguel - AL, 57180-000 • 82 3272.1285 www.kenoaresort.com

Kotobuki

Pioneiro no Rio de Janeiro e responsável pela popularização da culinária japonesa na capital carioca, o Kotobuki abriu em 1973 como mercearia de produtos orientais no bairro das Laranjeiras. O negócio cresceu e em 1984 surgiu o primeiro restaurante da expansão, em Botafogo, dentro de um shopping. Com vista privilegiadíssima para o Pão de Açúcar, apesar de estar em um mall, os proprietários fizeram questão de deixar a bela imagem à vista dos clientes com vidros que vão quase do chão ao teto justamente para se ter a certeza de que o Rio continua lindo. Com rodízio e à lá carte, o menu é elaborado pelo chef Hirokazu Kuboki, o Hiro, japonês de Tóquio, que há 30 anos é o sushiman da casa.

Praia de Botafogo, 400 - 7º piso - Botafogo Praia Shopping, Botafogo, RJ • Horário de funcionamento: diariamente, do meio-dia à meia-noite. • www.kotobuki.com.br

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mundo

Strofi Considerado um dos dez restaurantes com a vista mais bonita do mundo (é realmente de tirar o fôlego), o Strofi é parada obrigatória para quem visita Atenas e está disposto a saborear a autêntica culinária grega e mediterrânea aos pés das ruínas da Acrópole com destaque para o Partenon. O restaurante fica localizado no centro histórico de Atenas e com isso o reflexo da iluminação da Acrópole, especialmente no início da noite, torna a atmosfera do lugar mais especial. Não à toa as mesas do terraço são as mais disputadas: é que de lá você poderá ter a melhor visão do templo iluminado. A vista é tão espetacular quanto o cardápio, por isso é recomendado fazer reserva! Pelo próprio site é possível garantir uma mesa sem nenhuma dificuldade.

Av. Bolivar 1515, Pueblo Libre, Lima – Peru • Horários: Segunda a Domingo das 09:00 às 22:00h (incluindo feriados) • 00511 461-1312- 461-1835 – 461-5640 • www.museolarco.org

Rovertou Galli, Atenas,11742 25, Grécia • Horário: de terça a domingo de 12:00h à 01:00h • 30 21 0921 4130 http://www.strofi.gr

Larco Museu Descobrir que a história do Peru vai muito além da civilização Inca e invasão espanhola é uma das surpresas quando se visita o Larco Museu, em Lima. Logo na entrada os cactos típicos da região andina e as flores já tornam o lugar atraente. Mas é dentro que 4 mil anos de história desfilam diante de seus olhos: o acervo do museu revela a história dos povos que viveram no Peru antes mesmo da civilização Inca se formar. O interessante é que a visita dá a exata dimensão de como a tecnologia se desenvolveu até a chegada dos espanhóis por estas bandas. O local também é inspirador para quem gosta de moda, decoração e design. Outro detalhe é a possibilidade de caminhar pelo depósito de obras que não estão expostas, já que raramente um museu abre seu depósito ao público. Há ainda um acervo da arte erótica, mostrando que enquanto a civilização ocidental só foi permitir obras eróticas como arte com o surgimento da “arte contemporânea” no final do século XX, os peruanos já tinham trabalhado o assunto há mais de 700 anos. www.revistalealmoreira.com.br

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capa

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Ismael Machado

Dira Paes,

dona do tempo Após dar à luz a seu segundo filho, a atriz volta a fazer novela na pele da professora Beatriz. Segura de suas escolhas, Dira se diz pronta para o que o futuro lhe reserva.

L

ogo depois de completar três anos, o apaixonado vascaíno Inácio deu o ultimato como só as crianças sabem fazer. Queria um irmão para brincar. O menino precisou esperar um pouco. Quase quatro anos,

mento certo. Estou há dez anos com o Pablo e eu achava que não iria mais conseguir ser mãe. De repente aconteceu e foi lindo”. Dira é quem comanda esse pequeno clã. Os nomes dos filhos mostram como se dá a vida da atriz

para ser remotamente preciso. Foi só na segunda metade de 2015 que Martin chegou. E a mãe, Dira Paes, precisa achar lugar no corpo e na mente para tanta felicidade que, aos que se aproximam dela, é visível perceber. “Engravidar e ser mãe me transformaram. Sinto como se tivesse ganhado fôlego para ser mais mulher”, diz ela, numa tarde de outono, em que as chuvas deram uma trégua aos cariocas, assim como o calor do verão. Dira toma uma água de coco enquanto cabelo e rosto vão sendo preparados para uma sessão de fotos feita na Marina Barra Club na Barra da Tijuca. É um processo um pouco demorado, mas que em nenhum momento a torna impaciente ou mal humorada. O tempo, agora, é aliado de Dira. Ela sabe disso. Em tudo o que a atriz paraense fala, lembra, projeta, há o tempo como personagem coadjuvante. Já foi um tanto inimigo. Hoje é aliado. “O tempo é nosso tesouro”, avalia. Atualmente quando sobra tempo, ele é todo dedicado à família. Ou clã, como ela gosta de chamar. Dira sempre achou que seria mãe ‘supercedo’. “Mas não acontecia. Vim a ser agora, mais pra cá, ou seja, as coisas acontecem no mo-

hoje. “Inácio, nome de santo, é porque você já pronuncia sorrindo. Martin por causa do pássaro, o martin pescador”. Quem está vivendo isso como um encantamento profundo são os sogros, avós de primeira viagem. “Meu sogro diz que ser avô é tão bom que se pudesse teria pulado para essa fase direto”. Como todos, o que há em Dira são múltiplas vozes, miríade de sensações. Dira é uma mulher relativamente pequena, longe dos estereótipos do ‘mulherão’ que habita um controverso imaginário masculino brasileiro. Mas é só testemunhar a relação que ela tem com a câmera para perceber que Dira tem a exata noção do que é e de onde está. Às lentes do fotógrafo, Dira vai sendo moldada. O olhar é fundo. O sorriso é enigmático. De repente, o que se tem é uma mulher plenamente sensual e com perfeito domínio da relação com a câmera. “Ela gosta de mim e eu a respeito”, resume Dira. Simples (?) assim. A atriz que se diz ‘média’ leitora, é capaz de discorrer sobre Dalcídio Jurandir e Milton Hatoum e emendar dizendo estar ‘louca’ para ler o novo livro de Edyr Augusto. E traçar vários paralelos que percebe na atual novela das nove. »»»

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Daryan Dornelles


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Dira entrou na passagem de tempo de 40 anos da trama. “Beatriz é uma professora que dedica a vida aos alunos. Uma mulher que nasceu com essa vocação. E eu acho que somos assim: ninguém escapa ao próprio destino”. Por enquanto Dira se deleita com o que tem visto todos os dias na televisão. “É um longa-metragem a cada dia. Eu acho que o público tem o direito de não gostar, mas eu gostaria muito que ele fosse ao encontro da lógica dessa outra realidade que a novela mostra. É uma obra que viaja num tempo imanente, elizabetano. Eu reconheço essa fantasia armorial, de Ariano Suassuna, de Shakespeare, de Guimarães Rosa. Tenho bebido direto nessa fonte todas as noites”, empolga-se. Ela diz ainda estar com as palavras do diretor Luís Fernando Carvalho na cabeça. Ao falar a Dira sobre a personagem Beatriz, Carvalho enfatizou que ela era o próprio amor e não uma personagem romântica. “Olha a responsabilidade disso”, espanta-se Dira, com um sorriso e um brilho nos olhos que dizem algo como ‘deixa comigo’. Ter esses desafios é o que impulsiona Dira. Foi

algo similar ao que o diretor Jorge Furtado lhe disse quando ela se preparava para gravar ‘Meu tio matou um cara’. O personagem de Dira era uma pessoa feliz, leve, a mãe que equilibrava uma família negra de classe média. Quase o oposto de tudo o que Dira fizera até ali nas telas de cinema. Como o denso papel da mãe lutadora e pé no chão de ‘Os dois filhos de Francisco’, um filme que até hoje orgulha Dira. “Foi visto por seis milhões de pessoas. E levou muita gente ao cinema pela primeira vez”. Para quem tem mais de 30 anos de carreira, são esses desafios que a fazem levantar da cama todos os dias. “Meu desejo é sempre o de fazer coisas diferentes, uma novidade ou um caminho por onde não passei. Eu me dou o direito de escolher personagens”. E essa é mais uma aprendizagem trazida pelo tempo. “Quando se é mais jovem a gente é meio levado como folhas no vento. Com o passar dos anos, o tempo se torna aliado, porque nos ajuda a fazer escolhas”. Nem sempre é fácil. Dira sempre avalia que cada escolha implica abrir mão de outras coisas.

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Mas o risco vale a pena. Como a decisão de mudar de casa. “Tive a sorte de trocar um apartamento em Botafogo por 20 árvores. É o meu recanto, sou apaixonada pelas árvores. Quando mudei de Botafogo eu queria sol. Então, fiz uma casa sem derrubar nenhuma árvore e ainda tenho uma dentro de casa”. Escolhas. Um seguir em frente. Às vezes olhar para trás, ter alguns arrependimentos, muito poucos, como na letra de My Way, imortalizada por Frank Sinatra. “Ah, eu me arrependo de não ter morado fora um tempo quando mais jovem ou de não ter ousado mais em montar espetáculos meus”. O comentário vem sem nenhuma mágoa. Era para ter sido. Não foi. Segue o barco. A segurança talvez tenha vindo do próprio começo de carreira. ‘Cinderelesco’ é a palavra escolhida por Dira para classificar como tudo começou. “Eu já iniciei numa produção de 45 milhões de dólares (A Floresta de Esmeraldas). Eu sabia que estava trabalhando com o diretor de Excalibur (John Boorman). No meu segundo filme (Ele, o boto) entendi que tinha ali o privilégio de estar sendo dirigida por Walter Lima, diretor de um dos meus filmes pre- »»»


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No longa ‘Amarelo Manga’ do diretor Claudio Assis

Como a sedutora ‘Norminha’ em Caminho das índias

Floresta das Esmeraldas de 1985: estréia de Dira como atriz

feridos, a ‘Lira do Delírio’. Na verdade, é isso, eu sempre valorizei o trabalho com os diretores”. Tão ‘cinderelesco’ que Dira comemorou os 16 anos num set de cinema. Vinte prêmios depois e participação em dezenas de produções para cinema, tv e teatro, embora em menor escala, Dira é uma das atrizes a quem já foi dito ser a ‘cara’ do novo cinema nacional. São afirmações que ela minimiza. Tenta manter os pés no chão. Em 2006, ao ser homenageada em Rondônia durante uma edição do Cineamazônia, em Porto Velho, fez questão de ir a um dos bairros de periferia onde havia exibição de filmes ao ar livre. À época, Dira fazia sucesso com a destrambelhada Solineuza, de ‘A Diarista’. O buchicho se fazia ouvir, mas Dira, sorriso nos lábios, dizia que o importante era o filme na tela, não ela, numa rima improvável. “No Rio é mais comum de se ficar tranquilo, mas quando o personagem é contundente, como a Celeste, de Amores Roubados ou a Lucimar, de Salve, Jorge ou ainda a Norminha de Caminho das Índias, aí a gente sente mais a pegada da resposta do público”, avalia Dira. Manter esses pés no chão é o que a faz sempre ir ao cinema, coisa que ela não abre mão. “Ficar aquele tempo no escurinho, entrar em outro mundo. Isso tem sempre uma magia”. Mesmo assim, acompanha algumas séries.

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2013 durante as gravações de Salve Jorge como ‘Lucimar’.

Breaking Bad, Black Mirror, House of Cards, Orange is a New Black e Narcos estão na lista dos que ela acompanhou. Mas admite que ver em casa e ser interrompida não é o que prefere. “O cinema é minha higiene mental, mas eu quero estar inserida nesse mercado, principalmente porque hoje as fronteiras dos formatos audiovisuais são muito relativas”. Uma hora depois de iniciada, a sessão de maquiagem e cabelo termina. É inevitável olhar e lembrar a personagem Celeste, de Amores Roubados. Dira se sente à vontade nesse papel de mulher sensual, desejável, voluptuosa. “Imagina, amei estar na capa de O Globo, com o fotão na primeira página”, brinca. Depois avalia que o mundo parece estar mais aberto a esse tipo de beleza latino. “Acho que as morenas ganharam uma atenção maior nos últimos anos”, diz, para logo depois ir citando Jennifer Lopez, Beyoncé, Eva Mendes, Morena Baccarin. “Mas tem a Scarlett Johanssen, que fica bonita de qualquer jeito. Dá uma raiva”, ri, divertindo-se com a lembrança e com o comentário típico de mulheres em roda de conversa desencanada. E volta o tempo a estar presente. Dira afirma que tem muitos planos, muitos desafios ainda. No tempo certo, na medida exata. “Sempre penso que o melhor ainda está por vir para mim”. Alguém duvida?


especial

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foto: Julian Finney

Bianca Borges

Divulgação

sentir

Experimente

Ao oferecer ‘experiências’ compartilhadas que vão desde meditação no topo de uma montanha a uma visita à casa onde morou Elis Regina, na companhia de um anfitrião que revela detalhes da vida doméstica da artista, plataforma propõe que o usuário vivencie novas sensações.

S

e você quer ser feliz, não compre coisas. Prefira investir em experiências. A frase poderia passar como uma dessas mágicas “fórmulas da felicidade” que se lê em manuais, mas foi a conclusão de um estudo divulgado em 2015 e liderado pelo professor de psicologia Thomas Gilovich. Realizada pela Universidade de Cornell, nos EUA, a pesquisa “Uma vida maravilhosa: o consumo experimental e a busca pela felicidade” mensurou, durante três anos, a forma como mais de dois mil consumidores se sentiram em relação a suas compras. Os participantes deveriam relacionar a própria felicidade com experiências ou compras materiais. Segundo Gilovich, que pesquisa sobre felicidade há pelo menos duas décadas, a satisfação daqueles que haviam comprado coisas diminuía gradualmente, enquanto as experiências – como passeios, viagens e shows – acabavam se tornando parte daquela pessoa, rendendo lembranças e laços que poderiam durar por toda uma vida. Os bens materiais, portanto, proporcionavam apenas uma sensação momentânea de felicidade. As experiências compartilhadas, por outro lado, além de passar a fazer parte da história de cada um, seriam capazes de conectar pessoas. A conclusão do pesquisador norte-americano poderia também ser resumida em um slogan para a plataforma +Asas. Criada há três anos pela publicitária carioca Isabella Cunha, a ferramenta oferece a turistas estrangeiros, brasileiros ou mesmo residentes do Rio de Janeiro que desconhecem o “lado b” da cidade, novas “experiências” a serem desfrutadas coletivamente,

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de uma maneira nada óbvia, por lugares menos conhecidos que os consagrados nos cartões-postais. Disponíveis em quatro categorias (cultura, gastronomia, esporte e bem-estar), as opções vão muito além daqueles passeios obrigatórios e já bastante explorados, como flanar pela noite boêmia da Lapa, contemplar o pôr do sol no Arpoador ou observar a cidade do alto do bondinho do Pão de Açúcar. As experiências ofertadas na plataforma incluem desde um passeio de veleiro pelas ilhas Cagarras a um piquenique sensorial na floresta da Tijuca. Você pode ainda ajudar a preparar um jantar com uma chef de cozinha, na casa dela – recostada na Mata Atlântica – ao mesmo tempo em que recebe dicas gastronômicas; pode dar um “rolê” na favela Santa Marta, com direito a oficina de pipas; ou assistir a uma aula de capoeira na beira da Lagoa Rodrigo de Freitas. A ideia de criar um site que oferecesse como serviço uma vivência única no Rio de Janeiro surgiu após a publicitária passar uma temporada na Austrália, em 2006, e se dar conta, na volta para casa, que sentia imenso prazer em receber os amigos em sua terra natal. “Conheci gente de todo o mundo e fiz muitos amigos lá. Passei então a recebê-los no Rio e, ao lhes apresentar meus lugares favoritos na cidade, descobri em mim uma anfitriã”. O novo hobby fez com que Isabella se questionasse se não haveria outras pessoas com a mesma habilidade, interesse e prazer em compartilhar sua paixão por lugares, histórias, sensações e atividades no local em que reside. E não é que ela descobriu que existia muita gente apaixonada »»»


Confira mais

A varanda da casa que pertenceu a Elis Regina receber convidados para saborear drinks e curtir a Bossa Nova

Pôr do Sol no Arpoador é parada obrigatória. Mas que tal antes, conhecer a Urca de forma diferente, com guia exclusivo?

pelo que faz morando ali, na mesma cidade que ela? A escolha de pessoas verdadeiramente envolvidas com a vivência oferecida no site é a maior preocupação de Isabella, que conta hoje com 35 anfitriões – além destes, ela divide as tarefas com um sócio e uma assistente. A lógica principal da plataforma é monetizar as paixões dos anfitriões e os estimular a compartilhar o melhor de si, fornecendo informações sobre o local em que residem, proporcionando uma experiência única ao usuário. “Mais do que oferecer uma experiência interessante, queremos que os anfitriões possam irradiar a paixão pelo que fazem, e assim também passar adiante todo esse entusiasmo”, define. Carioca e apaixonada pelo Rio, a publicitária Luiza Portella, 31 anos, foi a primeira cliente do +Asas. Ela comprou a experiência da trilha do Pico da Tijuca e, desde então, não parou mais: fez outras trilhas, aulas de stand up padle, degustação de drinks, meditação e por aí vai... Ela garante que umas das melhores coisas proporcionadas pelas experiências está na singularidade de cada anfitrião: “Vivenciar e sentir a cidade através de pessoas que amam o que fazem é muito especial. Nunca uma experiência é igual a

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outra, porque cada uma tem um pedacinho de quem acolhe e de quem recebe”. Na contramão do consumismo, vivências Quantas vezes você já foi a uma palestra ou evento e recebeu dos organizadores um objeto como forma de “lembrança”, para marcar aquela ocasião, mas que, muito possivelmente, não teve muita utilidade na sua vida e ficou esquecido no fundo de uma gaveta? “Imagine que você já tem 10 garrafinhas, 10 blocos de notas, 10 chaveiros... Provavelmente você não quer mais um, porque isso não te marca mais”, exemplifica Isabella. Diante dessa constatação, ela e o sócio passaram a prestar consultoria para empresas que desejavam criar experiências marcantes para seus clientes. “Hoje, as ‘coisas’ não satisfazem mais as pessoas. Por isso, é muito mais interessante oferecer ao seu cliente, em vez de um objeto, uma experiência que irá marcá-lo”, justifica. A primeira empresa a apostar no serviço voltado para o mercado corporativo foi a Farm, que presenteou um grupo seleto de clientes com um passeio de barco. “Quando você dá a alguém uma experiência, o que fica com ele são as memórias daquele

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O anfitrião Duda Itajahy mistura gostos para criar drinks únicos.

dia, em que ele pode vivenciar e sentir e o que a marca acredita e aquilo que ela prega. E isso é muito mais forte”, defende a publicitária. Além de promover experiências customizadas sob medida para empresas ou grupos, a equipe do site oferece o serviço também para quem deseja realizar uma experiência em ocasiões especiais – cabendo aí desde a comemoração de aniversários até um pedido de casamento. Foi assim quando a cantora Rihanna esteve no Rio, em 2014, e sua agente procurou o +Asas para organizar um dia inesquecível para a cantora e seus amigos. A experiência customizada especialmente para a artista incluiu um passeio de stand up paddle nas ilhas Cagarras. Existem algumas empresas, no Brasil e outras fora do país, que oferecem serviços dentro da mesma modalidade ou de forma similar. É o caso das estrangeiras Vayable, Peek, If Only e as brasileiras Razoom e Sabiar. As opções de experiências na plataforma carioca são variadas, mas a maioria é focada nas proximidades da zona sul, cenário que pode mudar com a sugestão de novos roteiros. “Estamos abertos a novas possibilidades, vindas das zonas norte e oeste, com pessoas das mais diversas origens e classes sociais,


foto: Ricardo Borges

Degfustação de cafés especiais com a torra do café cru para demonstrar os diferentes estágios e pontos de torra é um dos experimento dos + ASAS

Paixões e interesses compartilhados Um dos primeiros passeios oferecidos pela plataforma foi a visita à antiga casa de Elis Regina, regada a um bate-papo sobre Bossa Nova e histórias que se passaram com a cantora na época, guardadas entre as paredes do imóvel e reveladas seguindo o ritmo dos vinis escolhidos criteriosamente pelo DJ Marcelinho da Lua. Além de propor ao usuário um convite a novas descobertas ou mesmo o resgate de sensações até então adormecidas, a plataforma serve também para, por meio das experiências ofertadas, conectar pessoas que não teriam a oportunidade de se en-

contrar não fosse a ferramenta. É o caso dos turistas britânicos Robin Harries e Cordelia Gover, pai e filha, que visitavam o Rio de Janeiro pela primeira vez, em abril deste ano. Por meio da plataforma, eles chegaram até Nelson Porto, anfitrião que, desde 2012, recebe os usuários para a experiência no Morro da Conceição, na Zona Portuária da cidade, no Rio antigo. O passeio percorre os casarios históricos e construções coloridas das ruas pacatas do morro, desembocando na Pedra do Sal, reduto tradicional do samba e berço da religiosidade africana, um ícone de resistência da cultura negra na cidade. Ali, por volta do século XVIII, funcionou um dos principais locais de desembarque de navios negreiros no Brasil, que mais tarde se transformaria em um grande mercado de escravos. Enquanto guia os visitantes até o templo carioca dos bambas, Nelson explica sobre o sincretismo religioso e musical brasileiro. Ao final, leva os turistas ao tradicional “Angu do Gomes”, onde, pacientemente, traduz para os visitantes os itens do cardápio da casa, que atende desde 1955. “Como o anfitrião explica sobre o lugar de uma forma mais próxima, sem muito didatismo, a experiência se torna mais humana”, classifica a bri-

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tânica. “É como se você estivesse pagando não por um guia turístico, mas para ter a companhia de um amigo que conhece bem o local e o ajuda nas escolhas. Acaba sendo uma opção prática também, porque eu jamais saberia o que pedir para comer neste restaurante. Talvez nem viesse até esse aqui, justamente por não ter qualquer referência sobre ele”, complementa Cordelia, que se despede de Nelson com uma sincera expressão de satisfação e o convida a visita-lá na Inglaterra, quando os dois trocarem de lugar, e for a vez dele ser o turista. Afinal, após essa agradável experiência juntos, eles já se tornaram bons amigos.

Foto: Bianca Borges

porque queremos mesmo diversificar o leque de opções”, destaca Isabella. Na mesma semana em que conversou com a revista Leal Moreira para esta matéria, Isabella recebeu a notícia de que a +Asas foi uma das cinco empresas escolhidas, entre cerca de 700 inscritas, pela maior aceleradora de empresas da América Latina, a Aceleratech. Com isso, ela e o sócio vão se mudar para São Paulo e a aposta é que o serviço cresça bastante ainda este ano, em que irão promover ações para grandes marcas durante os Jogos Olímpicos no Rio.

No final do passeio pelo Morro da Conceição e Pedra do Sal, o anfitrião, à direita, apresenta aos turistas britânicos o tradicional bar “Angu do Gomes”.


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Márcia Carvalho

Um

maestro singular Aos 37 anos, o paraense Miguel Campos Neto, regente titular da Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz, é referência no País quando o assunto é música clássica. E olha que o menino prodígio só se interessou de verdade pelo gênero depois de quatro anos de estudos.

S

uperticiosos dirão que foi coisa do destino. Os céticos acreditarão se tratar de coincidência. Miguel, apesar de não acreditar em crendices, prefere a primeira opção. Entrar no Conservatório Carlos Gomes para estudar piano, não foi algo decidido por ele. O interesse do então menino surgiu ao passar em frente do imponente prédio dentro de um ônibus. Diante da curiosidade infantil, a mãe o inscreveu nas aulas de música. A questão é que os primeiros quatro anos de estudo não foram nada divertidos! Para uma criança de 8 anos, mais uma atividade representava menos tempo para brincar. Só aos 12 anos, quando participou de um festival no Paraná é que a música entranhou em sua vida. Lá, pôde ver pela primeira vez uma orquestra sinfônica ao vivo, tocando a 5ª Sinfonia de Beethoven. “Foi uma revelação”, diz Miguel. Ao voltar da viagem, revirou a casa em busca de qualquer material sobre música erudita, mas só encontrou um vinil com o famoso “Bolero de Ravel” e uma fita k7 com duas sonatas de Beethoven. Numa época em que a internet ainda era restrita e não havia canais como o YouTube, garimpar dis-

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cos e gravar fitas passou a ser um hobby, compartilhado com os colegas do conservatório. Aos 18, Miguel estava na primeira turma de bacharelado em Música, curso ofertado pela Fundação Carlos Gomes, em convênio com a Universidade do Estado do Pará (Uepa). Não demorou para ganhar uma bolsa de estudos na Universidade de Missouri, Estados Unidos. Foram 13 anos de formação no exterior, trajetória coroada com a formação em regência pela conceituada Mannes College of Music, de Nova Iorque, onde Miguel fundou a Chelsea Symphony, orquestra de jovens músicos em início de carreira. De volta ao Brasil, depois de um breve período em Manaus, onde teve a inusitada experiência de conhecer pessoalmente o músico Roger Waters, do Pink Floyd, o maestro finalmente conseguiu fixar residência em Belém, como regente de três importantes orquestras: Orquestra Altino Pimenta, Orquestra Jovem Vale Música e Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz, da qual é titular há dez anos. Por conta de sua recente apresentação à frente da Orquestra Experimental de Repertório na Sala São Paulo, uma das mais importantes da América »»»

Dudu Maroja


Latina, Miguel vem sendo apontado como um dos cinco melhores maestros do país. Ao recontar sua trajetória, ele frequentemente usa a palavra “destino”, mas que pode ser substituída por dedicação, persistência, disciplina e, principalmente, amor incondicional à música. Sua família não é de músicos. Como surgiu seu interesse pela música? A filosofia da minha mãe era a seguinte: é preciso dar o máximo de oportunidades às crianças. Então aprendi um pouco de tudo: futebol, natação, inglês. Um dia, no ônibus, vi aquele prédio branco, imponente e perguntei o que era. Até então nunca tinha ouvido falar a palavra “conservatório”. Minha mãe me inscreveu na musicalização e eu passei. Mas até os 12 anos, aquilo para mim era mais uma atividade, menos tempo para brincar. Quando foi que deu o estalo? Nessa mesma época, quando participei do Festival de Música de Londrina. Vi maestros, violinistas, clarinetistas, pessoas que viviam 24 horas de música. Muitos de malas prontas para Nova Iorque, Moscou. Lembro que apresentaram a 5ª Sinfonia de Beethoven e ouvi pela primeira vez uma sinfônica, tocando com as trompas, os trombones, os instrumentos de cordas, o maestro regendo, foi uma revelação.

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Em 1996, você fez bacharelado em música aqui em Belém, passou, mas logo foi para o exterior. Como foi essa experiência lá fora? No início do curso, fui chamado para passar dois meses em Missouri, com uma bolsa de estudos, graças a um convênio com a Fundação Carlos Gomes. Cheguei lá para estudar violino, e toda terça e quinta-feira, era ensaio da orquestra da universidade e eu tocava nessa orquestra. Fiquei impressionado com a figura do maestro, Edward Dolbashian e pedi para ser ouvinte das aulas dele. O nível, o jeito que ensinava os alunos. Quando ele pegava a batuta, subia no pódio e, sem dizer uma palavra, sem ensaiar, apenas regendo, imediatamente a orquestra tocava melhor. Parecia mágica. Ali despertou o interesse pela regência? Porque primeiro veio o mestrado... Isso. Fiz mestrado em violino na Universidade do Novo México, mas lá organizei o primeiro concerto público que regi. E em vez do Doutorado, optei por um teste no Mannes College of Music, um conservatório conceituadíssimo em Nova Iorque. Estudei um ano de violino e comecei a observar o maestro, David Haeys, e repeti o que havia feito em Missouri: pedi para ser ouvinte. Fiz teste para regência e fui aprovado. Eram dezenas de alunos, uma menina da Itália, um rapaz de Israel, gente do mundo inteiro, e eu, o cara do Jurunas (risos).

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O que essa mudança representou? Era outro mundo, o curso tinha um status. Éramos apenas quatro, porém, a pressão era maior, éramos os futuros maestros! Passei três anos em Nova Iorque e lá conheci um aluno de regência e propus fundar uma cooperativa orquestral que tocaria seis vezes por ano. Se você é um músico maestro, vai reger a orquestra; se é compositor, terá sua obra estreada pela orquestra; e se é solista, poderá tocar um solo. E assim criamos a Chelsea Symphony, hoje referência em NY. Foi essa orquestra a do ‘Globo de Ouro’? Sim. Nos Estados Unidos existe uma série de televisão chamada Mozart In The Jungle (traduzida no Brasil como Sinfonia Insana), e mostra o cenário na musica clássica contemporânea em NY e o protagonista é o Gael Garcia Bernal. Os músicos da orquestra ‘fictícia’ são todos de verdade, da Chelsea Symphony. Vejo as cenas e reconheço vários amigos meus. O Mozart levou a estatueta de Globo de Ouro de melhor série de comédia ou musical este ano. Como foi seu retorno para o Brasil? Em 2007 recebi um convite para reger um concerto da Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz, como maestro convidado. Em 2008 fui chamado para ser o maestro assistente da Orquestra Amazonas Filarmônica, mas continuava indo a NY tocar na


Confira mais

Chelsea, como maestro principal. Em Belém, a professora Gloria Caputo me chamou para reger a orquestra Jovem Vale Música. No final de 2010, a UFPA abriu concurso para professor de regência e maestro da orquestra da universidade. Poucos meses depois, o maestro da OSTP pediu demissão. Então, já com três trabalhos em Belém, pedi demissão em Manaus e vim pra cá. A história com Roger Waters do Pink Floyd é no mínimo curiosa. Você chegou a conhecê-lo pessoalmente. Como foi isso? Eu estava em Manaus, como maestro assistente, quando recebi o repertório, e havia uma ópera chamada “Ça Ira”, de Roger Waters. Eu não tinha a mínima ideia de quem era, não tenho nenhum problema em dizer isso, pois nunca fui ligado à música pop. Como não encontrei a partitura, me disseram que era uma ópera nova, contemporânea, composta por um músico do Pink Floyd. Bom, do Pink Floyd eu já tinha ouvido falar, muito. Mas o cara escreve ópera? Recebi a partitura, estudei, fiz os ensaios,

tudo normal. No dia em que ele chegou, tive a dimensão da fama do Roger Waters, porque não deixaram nenhum turista entrar no Teatro Amazonas, cercaram o palco com um biombo, para ninguém ver, e nos momentos em que ele estava fora, eu via a tietagem. Um cara veio com uma guitarra e um pincel para ele assinar. E o fato de eu não conhecê-lo foi até melhor, porque o tratei sem tietagem, num nível de maturidade que ele queria. Como você vê o atual cenário da música erudita no Pará? Eu vejo um grande movimento sinfônico, e também de ópera porque temos várias orquestras, mas precisamos expandir esse movimento para o interior do Estado. Muitas cidades possuem total condição de iniciar projetos de orquestras, elas só precisam de instrumentos de cordas, porque são conhecidas pelas bandas que possuem instrumentos de sopros. No futuro, o Pará pode ser como São Paulo ou Alemanha: você anda pelo interior, e vê suas orquestras sinfônicas. Não é um sonho distante.

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especial CASA COR

Loft no Campo - Paola Ribeiro. A única divisória do espaço é um vidro espelhado que esconde o banheiro. O desejo era de integração total em um ambiente de clima serrano, onde um dos pontos de encontro é em torno da grande bancada em madeira com laca verde. Ela começa como apoio do cooktop, torna-se pia e alcança o home office. A luminária tem assinatura de Jader Almeida. www.revistalealmoreira.com.br

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Trisha Guimarães

divulgação

De repente,

trinta!

Celebrando o morar através de experiências a CASA COR SP se consolida como a maior mostra de arquitetura, decoração e paisagismo das Américas e completa três décadas fazendo história na arquitetura brasileira.

E

m seu livro 'A Mulher de Trinta Anos' de 1832, o francês Honoré de Balzac faz uma apologia às mulheres de 30 anos, que podem viver o amor com maior plenitude, pois já estão emocionalmente amadurecidas. Os séculos passaram e até hoje a expressão balzaquiana se tornou parte da história moderna. Chegar aos 30, portanto, requer comemoração a altura. Algo como 54 dias de festa em lugar esplêndido, marcante, especial. Ainda mais quando a ‘mulher’ em questão é a maior mostra de arquitetura e paisagismo das Américas: A CASA COR. Este ano, o tema da mostra expressa o momento de plenitude que o evento vive. É a celebração do morar brasileiro, criando experiências que inspiram, emocionam e transformam a casa como um espaço para celebrar a vida. Tudo, claro, mantendo a qualidade de uma mostra consolidada e que está sendo apresentada em um espaço que, depois de reformado, ficou com ‘cara de casa’, trazendo aconchego e conforto para os visitantes: o icônico ambulatório do Jockey Club de São Paulo. O prédio sediou a primeira CASA COR no Jockey Club, na edição comemorativa de 20 anos, em 2006, e agora volta para comemorar seus 30 anos. Coincidências que talvez só um amor balzaquiano, cheio de plenitude e certezas proporcione. O ambulatório foi construído no início do século 20 pelo arquiteto francês Henri Paul Pierre Sajous, em uma época em que chegavam a São Paulo as primeiras linhas do racionalismo. Restaurado para

a mostra deste ano, a partir de 2017 o prédio tombado será entregue ao Jockey Club, reafirmando o compromisso com a valorização do patrimônio histórico – uma das missões da CASA COR. Seguindo a premissa de unir profissionais, indústria, lojistas e toda a cadeia envolvida na arte do morar, impactando e trazendo novas informações a quem passear pela mostra, a CASA COR tem 70 ambientes e traz a volta de renomados profissionais como o arquiteto João Armentano e o paisagista Alex Hanazaki, responsável pelo jardim de entrada da mostra, além de apostar na nova geração de arquitetos como Otto Felix, Marilia Pellegrini e Michel Safatle. Longe de ser um evento restrito à arquitetura, os visitantes também contam com um roteiro cultural completo, com atrações para toda a família e opções de entretenimento e gastronomia, vivendo experiências únicas e inesquecíveis. Em outras palavras: livraria, lojas, pausa para o café estão garantidos e com muito charme. Isso sem falar no compromisso com a sustentabilidade, a mostra segue na sua missão de apresentar uma obra mais limpa, sem desperdício e com reaproveitamento de resíduos. Dezenove estados brasileiros realizam a mostra, o próximo desafio, depois de também desbravar a América Latina com franquias internacionais na Bolívia, Chile, Equador e Peru, é aterrissar em Miami. Ufa! A CASA COR chega aos 30 com fôlego de 15. Com curadoria de Pedro Ariel, Diretor conteúdo da mostra, selecionamos alguns ambientes para apresentar a edição 2016. »»»


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Confira mais 5

1. Estúdio Jabuticaba - Nildo José. O banco multifuncional de concreto (à direira) contorna o espaço e é peça-chave do loft de 43m². O nome do espaço vem da jabuticabeira presente na sala. 2. João Armentano. Duas escolhas orientam o projeto: paredes revestidas com painéis em madeira e móveis camuflados, como armários de cozinha, estantes da sala de jantar e a mesa do home office. O revestimento cinza no piso reforça o aconchego. 3. Revestido de madeira carbonizada, o living Hot Spot destaca a fotografia de Fábio Bartelt com sua mulher, a modelo Carol Trentini. Projeto com infinitas possibilidades de configuração – pronto para receber amigos, descansar, ler, ouvir música. 4. Cozinha Gourmet Todeschini - Guilherme Torres. A bancada em Corian soluciona o espaço ao funcionar como armário e ao ocultar a pia e a máquina de lavar.O duo preto e branco é explorado de várias formas, transmitindo um ar futurista. 5. Adega - André Dutra, Marcela Pentrado e Kika Mattos. Madeira e tijolos não podem faltar em uma adega - e aqui os materiais estão presentes nos nichos que organizam as garrafas de vinho e as transformam em recurso visual. E uma forma de conferir profundidade ao espaço vem no uso do tapete de fios de seda, em degradê de cinza.

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Sala de Música - Michel Safatle. Móveis de época do acervo pessoal, elementos de cultura pop, estruturas modernas e tecidos luxuosos contrastam no espaço de maneira vibrante. Um dos pontos altos é a reprodução do interior de uma sala de teatro, que confere um aspecto grandioso sem perder de vista o intimismo.

Tributo aos 30 - Roberto Migotto. Três décadas de CASA COR e o mesmo tempo de carreira do arquiteto são celebrados no espaço que remete aos anos 1930. Migoto trabalhou tons de nude, especialmente nas paredes revestidas de pergaminho.

Unidade Shoji 04 - Yamagata Arquitetura. A tradicional arquitetura japonesa estava na mente de Paloma Yamagata, Aldi Flosi e Bruno Rangel. Especialmente a estrutura dos shojis, painéis ou portas de correr em madeira e papel translúcido.


Living da Praia - David Bastos. O branco predominante só concede licença a outros tons suaves, como rosa e o blue serenity do armário da cozinha, que abriga as cerâmicas do Studio Heloísa Galvão. Ao centro, a mesa de aço escovado convoca o estilo industrial, desenhada pelo arquiteto para a Mekal.

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Marina Linhares assina o espaço Deca na CASA COR São Paulo 2016. o ambiente de 200 m², se baseia em referências do Bauhaus em relação íntima com a arquitetura.

Sala do Apartamento - Osvaldo Tenório. O arquiteto preferiu manter o piso e as paredes semi-descascadas originais, adotando-os como base de uma decoração eclética.

Quer visitar? Data: até 10 de julho de 2016. Onde: Jockey Club de São Paulo – Av. Lineu de Paula Machado, 775 – Cidade Jardim. Horários: Terça a quinta das 12h às 21h I Sexta, sábado e feriados das 12h às 21h30 I Domingo das 12h às 20h. Valor: R$ 26,00 a R$150,00 Quer saber mais? Acesse: www.casacor.com.br O Hall Biblioteca de Roberto Cimino e Nelson Amorim apresenta aos visitantes uma atmosfera tropical brasileira, característico no tapete de fibra com arte tribal do Amazonas. www.revistalealmoreira.com.br

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confraria

Ele pode até não ser o mais evoluído entre as filmadoras aéreas, mas certamente é o mais leve e prático, o que já é uma boa vantagem. Na verdade o PowerUp 3.0 é um motorzinho para aviões de papel e, basta encaixar o gadget para sair voando. Pesando apenas 9 gramas, tudo é controlado via bluetooth com seu tablet ou smartphone. Com a carga completa, ele voa 10 minutos sem parar e a bateria recarrega em, no máximo, 30 minutos. Detalhe: a altitude dele chega a 180 pés, o equivalente a um prédio de 18 andares.

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LEVE COMO UMA PENA: DRONE DE PAPEL.



A FONTE ORIGINAL

Ricardo Gluck Paul Micro Cervejeiro e Doemens Sommelier de Cerveja

Durante anos, o reino medieval da Bohêmia foi palco de importantes acontecimentos científicos e culturais. Ambiente fértil para cientistas, artistas e intelectuais. Dentre seu imenso legado, há o mais especial: a invenção da cerveja Pilsner, aquela dourada, com intenso sabor de pão e refinado amargor. Sua origem data do século XIX, quando os cidadãos de Pilsen, pequena cidade da Bohêmia, onde hoje se localiza a República Tcheca, realizaram um protesto ao descartar 36 barris de cerveja por considerá-la de péssimo padrão. Após muita confusão, decidiram criar uma fábrica local. Anos de pesquisa se passaram até que, finalmente, fundaram a cervejaria Plzenský Prazdroj, sob as margens do rio Radbuza, no coração da cidade. Sua planta incluía túneis subterrâneos capazes de manter, naturalmente, temperaturas baixas para maturar barris de cerveja por longo tempo. Foi concebida para ser a mais moderna da sua época. Seu mestre cervejeiro, Josef Groll, era mais um dos notáveis homens da Bohêmia. Com seu conhecimento técnico e espírito visionário, aliado a toda estrutura implementada pela cervejaria local, criou, no ano de 1842, a primeira cerveja Pilsner do mundo, chamada de Pilsner Urquel, que significa, literalmente, “a partir da fonte original, de Pilsen”. Ao mesmo tempo um outro importante evento influenciava a região: a revolução industrial. Até então, as taças de cristais eram artigos de luxo, utilizadas apenas pela alta nobreza. Mas, com o advento das máquinas, os tais cristais se popularizaram. As cervejas, antes consumidas em copos opacos, podiam agora ser servidas em taças transparentes. Estava criada a combinação explosiva que decretaria o sucesso da Pilsner: um líquido dourado como ouro, reluzindo reflexos do sol em taças transparentes de cristais. Exatamente o oposto das cervejas turvas e escuras da época. Em poucos anos, a cerveja de Groll conquistou não apenas a Europa, mas o mundo inteiro. Até hoje, é o estilo de cerveja mais consumido no planeta. Inventado na Bohêmia, aperfeiçoado pelos alemães e popularizado pelos americanos, com suas versões mais suaves. Empunhar uma Pilsner Urquel em sua bela taça de cristal vai muito além de uma simples experiência gustativa. É, na verdade, uma ode à mãe das Pilsners e senhora da maior revolução da história da cerveja. Salve o povo da Bohêmia! ^

Dica do sommelier ~ Prazdroj. Precursora do estilo, mãe de todas as Pilsners. Translúcida, dourada Pilsner Urquel, da cervejaria Tcheca Plzenský e com cintilantes reflexos amarelo ouro. Em seu aroma, inconfundíveis notas de pão, malte, biscoito e lúpulos herbais, lembrando grama cortada. O sabor acompanha o aroma, iniciando levemente doce, mas sendo logo dominado pelo refinado amargor do lúpulo tcheco Saaz. Bastante seca, apesar de alguns ataques doces provenientes do malte. O final é delicadamente amargo, com retrogosto persistente. Uma cerveja leve, refrescante e de altíssimo drinkability, sendo impossível resistir ao próximo gole – Estilo Bohêmia Pilsner; ABV 4,4%; R$ 25 / 500 ml. Origem: Pilsen, República Tcheca. 50

Samuel Adams Boston Larger, da cervejaria americana Samuel Adams. Orgulho da cidade de Boston, a Samuel Adams é uma das grandes precursoras do movimento artesanal americano. Esta deliciosa Viena possui coloração âmbar, com reflexos cobre e excelente formação de espuma. No aroma sugestões de lúpulo, mel, toffee e malte caramelo. O sabor intenso, equilibra dulçor e amargor com maestria, com leve predominância de lúpulo no centro e toffee no final. Cerveja leve e suave, mas com incrível personalidade – Estilo Amber Larger (Viena); ABV 4,9%; R$ 15 / 335 ml. Origem: Boston, EUA.



decor 1

Varanda refrigerada e com móveis em tons escuros dão sofisticação ao ambiente, que pode se integrar ao living

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Trisha Guimarães

Dudu Maroja

A sofisticação

mora ao lado A confiança foi fator fundamental para que este apartamento ficasse do jeitinho que a família queria: sofisticado e aconchegante.

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contratação de um arquiteto para um projeto tão especial quanto um novo apartamento se sustenta na premissa básica de confiança entre os futuros moradores e o arquiteta. No caso deste apartamento de 280 m² no Umarizal, Vanessa Martins, responsável pelo projeto, já conhecia os proprietários – uma médica e um engenheiro – pois ela também havia projetado o antigo apartamento do casal. Tamanha afinidade garantiu carta branca para a arquiteta idealizar todos os espaços do ambiente sem nenhuma interferência: do Living ao jantar, passando pela cozinha e gabinete, além das três suítes. Como o apartamento já atendia todos os desejos da família, a única alteração estrutural foi na porta de entrada do imóvel, deslocada para um outro lado. A sofisticação do apartamento pode ser percebida logo na entrada, em detalhes como acabamento com piso de pedra Nanoglass, paredes revestidas de mdf amadeirado, no uso de pedras como ônix em móveis e, cristais nos pendentes da sala de jantar e quarto do casal, por exemplo. Os tons neutros marcam a decoração de todo o ambiente com móveis clássicos e contemporâneos, destacando os designers brasileiros Jader

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Almeida e Guilherme Torres. Garantindo conforto e sofisticação, o imóvel tem som, ar e iluminação automatizados. Para dar mais conforto à família na hora de receber, a varanda foi refrigerada e tem portas de vidro que, quando abertas, integram o ambiente ao living, assim como o gabinete, onde as portas de correr em alumínio e espelho são quase imperceptíveis e também dão a opção de integrá-lo ao estar. Para as suítes Vanessa seguiu sua intuição: no quarto da menina o romantismo é evidenciado pelas cores rosa e branco, no lustre de cristal e no papel de parede de bailarina, ousando na mistura de ouro velho, prata e dourado em alguns objetos espalhados pelo ambiente. No quarto do menino, o cinza, branco e vermelho trazem à tona o gosto do jovem por grafite, esportes radicais. Os pequenos objetos espalhados, ganharam nichos para acomodar tantos Toys. No quarto do casal, se mantém a opção por peças clássicas como a cabeceira de veludo, as cômodas e o pendente de cobre e cristal. O resultado é um apartamento sofisticado e com muita autenticidade, marca registrada da arquiteta. »»»


No gabinete o destaque é para os móveis clássicos com luminária Tolomeu, um classico do design. A estante recebe iluminação de led garantindo aconhcego ao ambiente

Os tons neutros do living são pontuados com a tela de Paulo Azevedo e a poltrona amarela

O lustre de cristal e o mobiliario branco mostram o romantismo da decoração do quarto da menina

No jantar, a mesa em laca branca com pernas de vidro e poltronas clássicas. Espelhos e cristais compõem o espaço

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Peças em prata sobre a bancada de ônix e parede com espelho em bronze


Na suite máster o pendente artesanal de cobre e cristal chama a atenção. Destaque para as comodas em estilo clássico e foto de Marcus Mendonça

Vanessa Martins

Vanessa Martins é Arquiteta e Urbanista há 20 anos, formada pela UFPA, tem mestrado em engenharia de produção pela Universidade Federal de Santa Catarina. Casada, é mãe do Fernando de 11 anos.

No quarto do menino, papel de parede reflete o hobby do morador que também coleciona miniaturas

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NÓS E ELES

NO ESPELHO Celso Eluan empresário celsoeluan@ig.com.br

A polarização está tomando conta do país e isso pode não ser bom. A divisão entre “nós e eles” é a tática do confronto e pode até ser útil em momento de ânimos exaltados e estímulo à batalha, mas não é promessa de um futuro promissor. Afinal, “nós e eles” estamos dividindo o mesmo país e vamos ter que nos suportar, não será eliminando um que o outro vencerá, isso é tática de guerra e não de construção de um futuro. Devemos antes entender que tipo de país queremos construir nesse futuro. Independente de colorações e partidarismos a divisão parece ser muito menos entre vermelhos e amarelos e mais na forma de chegar a um país melhor para todos. O discurso de que uns defendem os pobres e outros os ricos, além de maniqueísta confessa um despudor que avilta a inteligência de ambos os lados. Conscientemente ninguém, ou pelo menos tão poucos que estatisticamente são desprezíveis, coloca-se ao lado do rico e contra o pobre, isso é uma tolice tanto quanto dizer que este ou aquele é contra as mulheres, as crianças, os negros, os índios, os párias ou qualquer outra segregação estúpida. Acreditar que somos uma pátria dividida só serve àqueles de má fé ou ingenuidade intelectual. Certo, temos nossos problemas, heranças mal resolvidas, mas um país de mais de 200 milhões de almas que há mais de 500 anos convivem e se integram num caldo cultural único não é propriamente o berço de conflitos étni-

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cos ou sociais. Estamos divididos não no fim, o bem-estar social de todos, mas nos meios. Isso se assemelha mais a uma reunião de condomínio onde todos querem vivem bem e pacificamente, mas discordam quanto à melhor maneira de conduzir isso. A discordância central entre os dois lados pode ser resumida ao papel do estado, uns defendem um Estado Forte enquanto outros preferem o poder menos centralizado. É basicamente essa a divergência de tudo o que se fala e discute-se. Discutir se um lado rouba mais, se o outro é mais honesto, se este tem deficiências morais ou aquele é a imagem do Cristo renascido, nada disso importa, são questões paroquiais que alimentam as claques de ambos os espectros. Perde-se tempo discutindo essas bravatas, exatamente como numa reunião de condomínio onde o assunto principal é esquecido em meio a tantas reivindicações pessoais que tomam a pauta totalmente. Pior, quando o assunto principal deve ser tratado ele é rispidamente alijado com pseudodefinições torpes que parecem encerrar qualquer discussão. Isso é neoliberalismo, isso é comunismo que já foi enterrado, isso não funciona nem em Cuba, aquilo é coisa de vendilhões da Pátria e por aí afora. E a questão principal não é abordada e discutida sem paixões, com tolerância e paciência para explicar, sem defesas pré-concebidas. Ao longo de mais de 10 anos em que publico nes-

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sa coluna tenho tentado ser didático na tentativa de alimentar essa discussão, expondo meus pontos de vista sem paixões nem partidarismos, defendendo minha visão do tamanho de Estado que acredito mais conveniente. Para quem me acompanha sabe que não compartilho a ideia de um Estado forte, não por crença ou paixão, mas pela incapacidade de tudo controlar e pelo risco de nessa tentativa de controle acabar culminando num regime totalitário. A História já mostrou o elevado potencial desse risco, tanto à esquerda ou à direita de qualquer espectro ideológico. Particularmente prefiro não correr esse risco o que não me coloca no outro extremo o do anarquismo. Acredito que o Estado tenha um papel decisivo na organização social, mas definitivamente esse papel não pode ser supervalorizado. A nossa tradição, a nossa herança cultural nos aproximou de um modelo de Estado centralizador, definidor, sebastianista, aquele que vem nos salvar. Vemos no Estado uma figura messiânica e sempre a ele recorremos pra intervir em tudo. É como a nossa reunião de condomínio, o síndico tem que resolver tudo, desde a infiltração do vizinho de cima, ao horário de entrada de visitas. Parece que somos incapazes de resolver nossos problemas e os transferimos a terceiros, seja o síndico seja o governo. Acho esse o maior de nossos problemas e não essas questões paroquiais que tanto nos incendeiam. Por isso acho melhor ressuscitar o Tim Maia: chama o síndico.


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LG G5 Este é o primeiro smartphone da LG com design modular e acessórios destacáveis – o que inclui controles de câmera adicionais, baterias e dispositivos de áudio. Na parte inferior há um pequeno botão onde é possível destravar e soltar uma parte do telefone e a bateria. Os dois componentes podem ser substituídos: a bateria vazia por outra com a carga cheia; e a peça inteira por um módulo com funções específicas, como controlador da câmera digital ou som em alta definição. No hardware, há 4 GB de memória RAM e o processador Qualcomm Snapdragon 820 tem clock de 2,2 GHz. Preço sugerido: R$ 3.200,00

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decor 2

A mistura de texturas como a utilização de pedras e ferro foi uma das apostas para este projeto.

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Trisha Guimarães

Dudu Maroja

De ideal

a perfeito

O Duplex de 134 m² no Umarizal teve pouquíssimas modificações para se tornar o lar dos sonhos de um casal que preza pela praticidade. O abuso de revestimentos e objetos de decoração tornou o apartamento singular.

Q

uando se conquista o apartamento ideal, apenas alguns ajustes são suficientes para deixá-lo com aquela sensação de poder dizer: Lar, doce lar! Pois foi pensando exatamente assim que o casal de advogados e sem filhos convidou a arquiteta Gabrielle Vieira para tornar o espaço perfeito, em apartamento dos sonhos. “O layout do Sonata já atendia todas as expectativas deles então foram poucos ajustes na planta. Entrei mesmo com ideias de revestimentos, mobiliários e decoração”, conta Gabrielle. A prioridade era trazer um clima moderno e ao mesmo tempo aconchegante ao duplex e, para isso, a arquiteta deixou a imaginação fluir, abusou dos contrastes, brincou com texturas. Utili-

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zando pedras, tijolo inglês, peças em ferro com acabamento ferrugem para dar um ar rústico, mas também trazendo espelhos e revestimentos delicados, garantindo assim a sofisticação necessária para o ambiente. O ferro também foi o coringa. Como o mezanino foi fechado para ampliar o living, era necessário projetar uma viga de sustentação e que ficaria aparente. Em vez de disfarçar, a opção foi valorizá-la, revestindo com chapas de ferro de aparência enferrujada. Esse mesmo material também pôde ser aproveitado na porta de entrada do apartamento, tornando o hall ousado, incomum. No piso inferior há living, bar, cozinha americana e sala de jantar, todos os ambientes conversam entre si. Era preciso um espaço despojado, »»»


Living e jantar integrados são um convite para receber

O mobiliário escuro recebe objetos em prata trazendo sofisticação ao bar

A cozinha americana e o espelho na parede do jantar garantem aplitude ao duplex

Toda em tons amadeirado, o amarelo é o ponto de luz na cozinha americana

onde os moradores recebam, façam refeições, namorem, aproveitem! “Como sempre apresento meus projetos em maquete, ficou fácil convencê-los das minhas ideias”, comemora a arquiteta. No jantar, por exemplo, a imensa parede espelhada garante amplitude ao espaço. A cozinha complementa o conceito de ambiente informal, agregador. E não por acaso é considerado o mais charmoso do andar de baixo, justamente por ter sido um desafio: mesmo sendo compacta, ela tem a praticidade necessária para colocar todos os eletrodomésticos do casal. Neste espaço também foi colocado um tampo de madeira de demolição formando uma ilha. Outro detalhe, é que mesmo utilizando o preto como base para os móveis, o ambiente não ficou escuro, pois o amarelo traz o contraste necessário, assim como a iluminação indireta, tornando o ambiente mais aconchegante e especial. Falando em cores, todas as nuances do cinza foram bem-vindas ao projeto. Para equilibrar, o uso de móveis pontuais como o rack da sala e os móveis da cozinha. No living, há ainda alguns objetos em tons de laranja, gerando perfeita harmonia com o resto do ambiente.


Nem todas as soluções foram simples. A escada rendeu horas a mais de dedicação no projeto. Foi necessário ajustar o tamanho original tornando-a mais larga, mas ao mesmo tempo era primordial que não ocupasse mais espaço. A criação de degraus de larguras diferentes, se encaixando no mobiliário projetado ao lado, foi a forma encontrada para equacionar a situação. “Não foi fácil achar uma solução, mas acabou ficando bem bacana”, revela Gabrielle. No andar superior, o quarto do casal merece destaque, recebeu um closet amplo e integrado ao banheiro, e como todo o projeto, traz praticidade aos moradores. A área reservada ao quarto, atendendo a um pedido do casal, tem um cantinho para estudo e leitura. O tijolo inglês, grande aposta deste ambiente revestindo a cabeceira da cama, proporciona um efeito retrô. Os móveis em marcenaria com tons amadeirados e toques em laranja tornam o espaço especial, do jeito que os proprietários sonharam.

Gabrielle Vieira

Arquiteta e urbanista formada pela Universidade Federal do Pará e pós-graduada em Design do Mobiliário também pela UFPA. Há 15 anos, possui escritório próprio, consolidando seu nome no mercado.


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foto divulgação

Camila Gaia

Letícia Godoy/MIS

O (incrível)

mundo de

Tim Burton Megaexposição apresentada em São Paulo mostra as inspirações e um outro lado artístico do cineasta.

Q

uando pensamos em Tim Burton qual a primeira imagem que nos vem à mente? Muito provavelmente icônicos personagens, como Edward Mãos de Tesoura e Jack Skellignton, a simpática caveirinha de terno preto e banco, que sem querer arruína o Natal em "O estranho mundo de Jack". Pois eles são apenas uma parte da excêntrica carreira do cineasta americano, expressa em centenas de desenhos, poemas, pinturas, rascunhos e até fotografias produzidas pelo próprio e apresentadas pela mostra internacional "O mundo de Tim Burton", que esteve em cartaz em São Paulo por cerca de quatro meses. Segundo rumores ainda não oficiais, a megaexposição chegará a Brasília no segundo semestre deste ano. Montada originalmente pelo MoMa, em Nova York, a mostra apresentou um Tim Burton que poucos conheciam. Um artista sensível, bem humorado e que está além da sua obra cinematográfica. "Os filmes realizados, que se encontram na última seção da exposição, mostram um Tim Burton que o público conhece e se identifica, enquanto todas as demais salas desvelam um novo artista, com traços e estética bem peculiares, que tem uma concreta obra de vários segmentos artísticos", explicou Renan Daniel, programador do MIS-SP e um dos responsáveis pela adaptação, que contou com a curadoria independente de Jenny He, em colaboração com a Tim Burton Productions.

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A versão brasileira da exposição, aliás, teve ineditismos como um escorregador gigante que levava os visitantes de um andar ao outro e a divisão do trabalho a partir de temas, como felicidade, angústia/melancolia, encantamento, Terror!/humor, entre outros. "Entre as novidades estava uma seção inédita com referências cinematográficas e artísticas que fizeram parte da formação cultural de Tim Burton", comentou o programador. O próprio Tim Burton veio conferir a exposição em São Paulo e disse, durante coletiva com a imprensa, ter gostado da forma como a exposição foi montada. "É como se fosse uma casa maluca. Não são apenas quadros pendurados na parede". "Ele ficou bastante satisfeito e contente com o resultado final da montagem. Uma das observações que fez foi sobre como essa ‘versão’ de sua coleção a tornava mais acessível, estimulando a criatividade e imaginação dos visitantes", completou Daniel. Inspirações, referências, intimidades Ao longo de toda a exposição entramos em contato com o que há de mais íntimo na trajetória do artista. E não falamos de informações sobre a sua excêntrica vida pessoal, mas de inspirações, referências, questionamentos, frustrações e uma série de outros sentimentos que surgiram ainda na infância, vivida na cidade de Burbank, Califórnia. Foi na periferia da capital mundial do cinema, por »»»


trás do famoso letreiro de Hollywood, que o jovem Timothy iniciou sua obsessão por filmes de terror e aguçou a sua paixão pelo desenho. A monotonia da cidade deu lugar à fértil imaginação e inquietude expressas nos rabiscos, que anos mais tarde serviram de inspiração para compor importantes personagens. As ruas de Burbank, por exemplo, são representadas no clássico "Edward Mãos de Tesoura", cujo personagem principal começou a ser concebido ainda na década de 1980, conforme revela uma série de desenhos intitulada Tricks or Treat. A pessoalidade presente em sua obra permite dizer que praticamente todas as produções cinematográficas possuem um cunho autobiográfico, como é o caso do próprio Edward, um personagem solitário, que não se encaixa no mundo em que vive, cujo criador, no filme, foi interpretado pelo ator Vincent Price, grande ídolo de Burton e fonte de inspiração, a exemplo do primeiro curta-metragem, lançado em 1982 pela Disney, sobre a história de um garoto

de sete anos que sonhava em ser Vincent Price. Estilo único Foi a partir do curta "Vincent" que Burton iniciou sua brilhante trajetória, com estilo que mescla melancolia, ironia, humor e, claro, uma estética obscura. A inspiração, aliás, veio não somente de Price, mas de outros nomes como Edgar Alan Poe, Ed Wood e até Van Gogh, Georges Méllíes, Fritz Lang, estes dois últimos cineastas do expressionismo alemão, movimento que abriga clássicos como Nosferatu e o Gabinete do Dr. Caligari. São justamente esses elementos que criaram o chamado estilo "burtanesco", que conduz a obra do artista: dos filmes às centenas de desenhos pessoais que misturam técnicas como óleo sobre tela, aquarela, grafite e até esferográficas em uma série de guardanapos de papel. É encantador conhecer o traço particular do artista e suas impressões sobre o mundo.

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Em uma série deles, o artista questiona datas comemorativas como o Natal e a Páscoa e representa situações ao pé da letra, como o de um casal que gosta de se dar as mãos, representados por uma sorridente dupla com as mãos decepadas. Uma junção do medo com o humor, sob uma gigante mesa repleta de monstros barulhentos. É essa atmosfera que encanta e nos faz entender um pouco mais do estilo presente em filmes, como "Os Fantasmas Se Divertem", "Sombras da Noite", "A lenda do cavaleiro sem cabeça" e até as adaptações de "Alice no País das Maravilhas" e "A fantástica fábrica de chocolates". "Suas expressões visuais – às vezes criadas bem longe de seu estúdio artístico, em blocos de rascunho e em guardanapos de restaurantes e blocos de anotação de hotéis – capturam as percepções instintivas de Burton em relação às pessoas e aos lugares que encontra", observou a curadora Jenny He, no catálogo da exposição.


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Andreza Batalha

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Notável

Zaha

Considerada uma das grandes mentes criativas das últimas décadas, a arquiteta criou formas inimagináveis graças à intensa experimentação de formas e movimentos, transformando fantasia em realidade.

N

o dia 31 de março de 2016 o mundo foi surpreendido com a notícia da morte repentina de Zaha Hadid. Aos 65 anos de idade a arquiteta morreu em um hospital de Miami, nos Estados Unidos, vítima de um ataque cardíaco, e deixou para a humanidade um legado sem precedentes através de formas significativas, estimulantes e revolucionárias que mostram o mundo como um lugar otimista, belo e ousado. Zaha nasceu em Bagdá, capital do Iraque, em 1950 e antes de iniciar a trajetória de sucesso no universo das construções e arte, estudou matemática na Universidade Americana de Beirute e arquitetura na Architectural Association, em Londres. Sete anos depois, fundou o próprio escritório em Londres – Zaha Hadid Architects. Dona de um estilo elegante, marcado pela ousadia nas formas e no movimento, Zaha foi uma das principais expoentes da chamada corrente desconstrutivista de arquitetura, caracterizada por projetos não lineares e pela fragmentação de elementos e estruturas, que vão de encontro a diversos princípios da arquitetura clássica. Tanto que em 1988, o Museu de Arte Moderna de NY incluiu o trabalho de Hadid em uma exposição coletiva junto com Philip Johnson e Mark Wigley com o título ‘Desconstructivist Architecture’. O reconhecimento internacional de seu nome e estilo foi impulsionado pela Vitra Fire Station, em

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Wheil Am Rheim, na Alemanha, o primeiro grande projeto de Zaha. Um complexo formado por uma série linear de paredes que parecem deslizar umas sobre as outras. Outros projetos, não menos notáveis são a Puente Pabellón, em Zaragoza, na Espanha onde a planta tem a forma futurista; o Centro de Arte Contemporânea, em Ohio, onde as galerias dão a impressão de “flutuar” sobre o hall de entrada. A diversidade também é uma marca do trabalho de Zaha. Um outro projeto tão impactante é a pista de esqui Bergisel, na Áustria que virou símbolo da cidade e é considerado o projeto mais moderno do mundo deste gênero. Ele é dividido em uma torre vertical, que se integra a uma rampa dimensional e ao restaurante. O talento original e surpreendente também pôde ser mensurado em 2007, quando Zaha Hadid criou o Mobile Art Pavillion, um museu desmontável (isso mesmo, desmontável!) de 720m². Encomendado pela Chanel, o projeto nasceu da ideia do estilista Karl Lagerfeld em fazer uma exposição itinerante com trabalhos e experimentações de artistas inspirados pela famosa e cobiçada bolsa 2-55 da grife. O museu percorreu o mundo, foi de Hong Kong a Nova Iorque antes de chegar a Paris. O Centro Aquático de Londres, criado para os Jogos Olímpicos de 2012, é outro marco na trajetória da arquiteta. O ambiente representa bem outra característica marcante no trabalho de Zaha: o futurismo em suas obras. »»»


foto Hufton + Crow

foto Marc Gerritsen

foto Marc Gerritsen

Confira mais

Formas orgânicas e curvilíneas no interior do Chanel Mobile Art

Chanel Mobile Art - Museu intinerante da Chanel em Hong Kong

Zaha Hadid colaborou para a coleção Supoershell da Addidas

O que há de comum em todos? São projetos marcados por uma arquitetura que “transforma as nossas ideias do futuro a partir de conceitos espaciais visionários definidos por processos de design, pesquisa de material e construção avançados”, como definiu o próprio escritório de Zaha na nota em que confirmou o falecimento da arquiteta. É inegável que muito da obra da arquiteta é conceitual, o que não a impede de influenciar profissionais no mundo inteiro, mas alguns projetos de Zaha, embora premiados, foram considerados “difíceis demais” e não foram construídos. Foi o caso do Peak Club de Hong Kong, em 1984, e da Cardiff Bay Opera House, no País de Gales, em 1994. Prêmios 2004 foi um marco para Zaha Hadid. Ela se tornou a primeira mulher e primeira muçulmana a receber o Prêmio Pritzker, equivalente ao Nobel da Arquitetura. Neste mesmo ano, foi eleita pela revista Forbes

Uma das peças de design projetadas por Zaha Hadid

como 69ª mulher das ‘100 Mulheres mais Importantes do Mundo’. Venceu também, por dois anos consecutivos, o importante prêmio britânico Stirling: em 2010, com o projeto do Museu MAXXI em Roma; e 2011 com o projeto do Evelyn Grace Academy. Também foi indicada pela revista Time, nesse mesmo ano, como “pensadora influente”, e apontada pela The British como a 42ª das ‘150 pessoas mais influentes do mundo’. A lista de reconhecimentos é extensa: vai da condecoração com a distinção de Ordem do Império Britânico, título de cavalaria concedido pela excelência de seus serviços no campo da arquitetura, ao Prêmio Imperial, do Japão. Ela também se tornou Membro Honorário da Academia Americana de Artes e Letras e membro do Instituto Americano de Arquitetura. Design e moda A última peça de design criada pela superarquite-

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ta foi destaque no Salão do Móvel de Milão. A escultural mesa Mew foi concluída poucos dias antes de seu falecimento e marca sua contribuição derradeira para o universo do design. Além de móveis, ela desenvolveu projetos em uma escala muito menor, como torneiras, luminárias e até mesmo sandálias. A arquiteta de designs futurísticos assinou uma coleção da famosa marca de calçados Melissa, em que a própria marca disse ser uma criação que “transcende a ideia de ser apenas um sapato, é uma obra arquitetônica para os pés”. Em 2015, o astro da música pop Pharrel Williams e a Adidas Originals lançaram uma série de tênis feitos em colaboração com a arquiteta Zaha Hadid. Nomeada de Supershell, a coleção deu o que falar pela originalidade: cada pé possui uma estampa diferente. O mundo da moda tem atração pelo trabalho de Zaha Hadid, tanto que ela também tem projetos com a Lacoste, Swarovski e Louis Vuitton.


Centro Aquático de Londres para as Olimíadas de 2012

Brasil e Niemeyer Desde muito jovem, Zaha Hadid teve a oportunidade de viajar pelo mundo com seus pais e descobrir traços que influenciariam seus projetos. Ao longo da vida, deu várias entrevistas falando sobre admiração, respeito e influência do arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer. Zaha chegou a declarar que Niemeyer é o precursor da geração que explora as formas curvas e fluidas. “A impressão que dão os projetos de Niemeyer é que saíram de um único traço, sem esforço, sem interrupção, sem necessidade de corrigir”, disse a iraquiana ao jornal El país em agosto de 2015. Os dois arquitetos nunca trabalharam juntos, tampouco Zaha deixou seu talento concretado no Brasil, mas desde 2013 estava desenvolvendo um projeto no Rio de Janeiro. Trata-se do edifício Casa Atlântica, previsto para ser erguido em frente à praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, no terreno da antiga Casa das Pedras, a última casa da Avenida Atlântica. Para aceitar elaborar o projeto no Brasil, Zaha exigiu liberdade na criação. Detalhes do projeto foram divulgados no início deste ano, mas ainda não há previsão para a obra sair do papel. O edifício de luxo teria onze pavimentos e 65 apartamentos com uma fachada cuja imagem remete a uma espinha dorsal. Há ainda uma bela piscina na cobertura, afinal a vista não pode ser desperdiçada. Os desenhos curvilíneos, influenciados por Oscar Niemeyer, são característicos do trabalho de Zaha Hadid, e assim ela conseguiu fazer um cruzamento de tempos culturais diversos, trazendo para o presente o que se imaginou para o futuro. Um universo que só pertence a ela.

Casa Atlântica, o único projeto de Zaha no Brasil e América do Sul, é um luxuoso edifício residencial em Copacabana.

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Rita Soares

Arquivo pessoal

Paradise

NOW Ideais para casais apaixonados e queridinhas dos mochileiros, as praias da Tailândia atraem cada vez mais turistas em busca do verdadeiro paraíso na terra.

E

m uma livre tradução, thai significa “sorriso”, “feliz”. Land vem do inglês e quer dizer “terra”. Thailand é, portanto, “terra dos sorrisos” como os próprios tailandeses chamam o seu país. Isso certamente justifica o fato de que tailandeses riem de tudo, são atenciosos e muito hospitaleiros. A alegria parece fazer parte da cultura deles, também, pudera, se tem um lugar na terra que merece o adjetivo paradisíaco, esse lugar certamente são as praias tailandesas. Não por acaso, o mar azul turquesa e as formações rochosas dignas dos mais belos cartões-postais do mundo se tornaram o principal chamariz para os turistas que todos os anos invadem a Tailândia em busca de sol, das praias quase desertas e da culinária exótica e apimentada capaz de seduzir até o mais exigente dos gourmets. Cenário de filmes como “A Praia”, estrelado por Leonardo DiCaprio em 2000, as Ilhas de Koh Phi

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Phi são um paraíso para quem deseja mergulhar nessa aventura por um dos mais belos países do sudeste asiático. No filme, DiCaprio interpreta um jovem americano que deixa a vida para trás para viver em uma praia sob o comando de uma misteriosa comunidade. Quando se está frente a frente à paisagem tailandesa fica fácil entender por que o país foi escolhido como cenário dessa aventura hollywoodiana. Para quem vai em busca de templos belíssimos – templos budistas, a pedida é começar pelo norte do país, onde fica a capital Bangkok, mas para quem deseja a paisagem paradisíaca dos cartões-postais, a pedida é seguir rumo ao sul com destino a Krabi ou Phuket, duas cidades que servem como ponto de partida para as famosas ilhas. Tanto Krabi como Phuket dão acesso fácil a Kho Phi Phi, badalado ponto de encontro de jovens mochileiros, principalmente da Europa que viajam »»»


em busca do mar e do sol, especialmente nos meses de inverno mais rigoroso. Koh Phi Phi é uma pequena vila com muitos bares, hotéis, lojinhas e o porto de onde saem os barquinhos rumo às ilhas. Em 2006, a vila foi alvo de um tsunami e os sinais da devastação ainda são visíveis, mas a natureza exuberante se encarrega de não decepcionar os viajantes. A noite de Koh Phi Phi é uma atração à parte. Festas na praia avançam noite a dentro, regadas a coquetéis que misturam vários tipos de bebidas e à cerveja local Chang. A animação predominante é música eletrônica e das performances incluem pular uma corda em chamas. Mas é durante o dia que as principais atrações de Koh Phi Phi se revelam ao viajante. A dica é fugir dos passeios compartilhados, formar um grupo pequeno, alugar um dos muitos barcos enfeitados, típicos da paisagem tailandesa, e sair para as ilhas, sem hora para voltar. Entre as atrações mais famosas está a Maya Bay, exatamente o local que serviu de cenário para o filme A Praia, revelando para o mundo as belezas da Tailândia e fazendo crescer ainda mais o turismo na região. Maya Bay é uma faixa de área muito branca, banhada por um mar verde esmeralda de ondas calmas, água morna e cercada por rochas que parecem flutuar no ar. Talvez ao chegar lá, você ache que chegou ao ponto máximo da viagem, mas esse é só o começo. Por causa da fama, a praia é também o lugar onde se encon- »»»

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Saiba mais Gostou? Então veja aqui dicas preciosas que separamos para sua viagem! • Como chegar: Não existe voo direto do Brasil para a Tailândia. É possível ir via Europa (com escalas em Londres, Amsterdam, Istambul ou Paris). Há possibilidade de voar pela Emirates via Dubai; via África do Sul, pegando um voo da South African Airways; e até via Austrália. • Melhor época para ir: De dezembro a abril, fora da época das monções. As temperaturas são agradáveis e há menor probabilidade de chuva. Fuso horário em relação ao Brasil: +10h (horário de Brasília). • Língua oficial: Tailandês • Moeda: Bath • Visto: Não precisa. O visto é obtido na entrada do país. • Vacina: É preciso ter certificação Internacional para Febre Amarela • Embaixada oficial no Brasil: Setor de Embaixadas Norte - Lote 10 - SEN - Asa Norte Brasília - DF I Telefone: 61 3224.6943 • Mais informações: http://www.thaiembassybrazil.com/pt/

tram mais turistas. Ideal para quem gosta de badalação, mas quem prefere um pouco mais de sossego não precisa ficar triste. A dica, nesse caso, é permanecer pouco em Maya Bay e seguir rapidamente para as outras praias, mais desertas e ainda mais bonitas. Acredite: isso é possível! Durante a viagem, é comum o guia fazer paradas em pontos estratégicos para a prática de mergulho usando um snorkel. O aluguel do equipamento normalmente já está incluído no passeio. Entre as paradas obrigatórias está a Monkey Beach. O nome não é por acaso. Nessa praia é possível ver dezenas de macacos. Como nas outras praias, a areia é muito branca, o mar muito verde e o banho, uma delícia. Após visitar as ilhas em volta de Koh Phi Phi, a dica é pegar um barco e, uma hora depois, chega-se à cidade de Krabi que dá acesso a uma espécie de vila, Ao Nang, às margens da badalada Railay Beach, onde ficam as dezenas de resorts, restaurantes e lojas. De lá, pode-se sair para os passeios por outras ilhas tão lindas quanto as que cercam Koh Phi Phi. Você pode passar também pela Chicken Island

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que tem esse nome porque as rochas lembram o pescoço e cabeça de uma galinha. Em outro passeio, é possível pedir para conhecer a ilha de Khao Phing Kan que foi cenário para o filme “007 contra o Homem da Pistola de Ouro” e por isso acabou rebatizada como James Bond Island. Para quem está em Bangkok – a capital do país, a maneira mais fácil de chegar a Krabi e Phukek é de avião. Há boas companhias que fazem voos direitos com preços atrativos e a viagem dura cerca de uma hora. Entre Phuket e as ilhas Ko Phi Phi pode-se chegar de barco em uma hora e meia. A moeda na Tailândia é o Bah e está bastante desvalorizada em relação ao Real. Por isso, os preços acabam sendo uma atração à parte. A cozinha tailandesa é famosa pela mistura de sabores. Os tailandeses costumam juntar o salgado, o doce, o amargo e o apimentado no mesmo prato. Ah, também adoram arroz e o servem até no café. Um almoço com pratos típicos da exótica culinária acompanhado de bebidas não sai por mais que 200 bahs, o equivalente a 20 reais. Uma boa pedida é o massa man, uma espécie de caldo apimentado feito

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à base de curry. Não deixe de experimentar também o pad thai, legumes cortados em fatias quase transparentes, temperados à moda tailandesa e acompanhados de frutos do mar ou frango . Uma programação imperdível na Tailândia são as casas de massagens. Há para todas as modalidades. Com óleos e sem óleos. Para os pés e para as costas, sem contar a famosa massagem tailandesa que, diferente do que muitos pensam é feita com o paciente vestido e não tem o objetivo de prazer sexual. Para os tailandeses, a massagem tem conotação religiosa. Eles acreditam que alguns movimentos ajudam a liberar as energias negativas do corpo, prevenindo doenças. As sessões custam em torno de 400 bahs (40 reais) e não precisa marcar hora, basta chegar às casas que exibem o cardápio de massagens na porta, tirar os sapatos (como manda a tradição budista) e aproveitar. Sol, mar, culinária exótica e massagens relaxantes. A Tailândia reúne todos os ingredientes para a viagem dos sonhos de todo turista. Difícil vai ser superar a vontade de continuar em férias quando chegar a hora de voltar para casa.



gourmet

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Suellen Lobão

Divulgação

OCHO ONCE:

Um chef a puertas bien cerradas Ir a um restaurante gourmet significa buscar uma experiência gastronômica, um menu exclusivo com a marca de um chef conceituado. Agora imagine viver isso tudo dentro da própria casa do chef, com ele conversando em sua mesa enquanto prepara os pratos que serão servidos? Essa é a proposta do chef portenho Gonzalo Bazterrica.

B

uenos Aires vive o auge dessa nova forma de experimentar a gastronomia local e internacional por meio dos restaurantes “a portas fechadas”, ou seja, para um público privado e reduzido. Não pense que é fácil achar esse tipo de lugar. Antes só se conhecia pelo boca a boca e foi por isso que Gonzalo pensou no nome Ocho Once, que seria um código para descobrir o número de um casarão de 1930 onde viveu sua infância, através da somatória de 1 + 7 e 6 + 5, localizado em um dos bairros mais cosmopolita e boêmio da cidade, em Palermo, na rua Emilio Ravignani. Ao passar pela frente dessa casa de muro cinza com algumas pichações, janelas com persianas por pintar, pé-direito alto, portas de madeira antiga, ninguém imagina que dentro está um local aconchegante e familiar, de piso de madeira pinotea, com uma decoração intimista e elegante, pronto para receber quem esteja buscando viver uma experiência gastronômica surpreendente. Desde 2012, a cada semana, Gonzalo elabora um menu diferente de cinco passos, pensado com ingredientes nutricionais balanceados, com entrada, prato principal com peixe e outro com carne, além da sobremesa para receber os clientes na sua casa. “Aqui eu

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não sou só o chef, sou o carpinteiro da casa, o encanador, o administrador. É a minha casa, meu mundo. É muito pessoal tudo”. O desafio de pensar sempre um menu diferente é o que faz de Gonzalo uma pessoa apaixonada por cozinhar. “Isso me obriga a ser criativo e me tira da rotina de fazer sempre o mesmo num menu fixo. Em um restaurante comum você acaba perdendo a magia e o amor que um cozinheiro necessita ter”. Segundo o chef, o que o ajuda a ser mais criativo é que no Ocho Once o menu só é decidido quando ele vai ao mercado durante a semana e vê quais produtos estão disponíveis e frescos. Não existe a possibilidade de servir um prato com um ingrediente de qualidade duvidosa. “Eu vejo o que tenho de melhor nos lugares onde faço as compras e penso a partir disso no menu da semana. Além disso, o que mais gosto é que se vejo algum produto novo ou tenho alguma ideia que acho interessante tenho a possibilidade de ir e fazer sem ninguém me dizer nada”, afirma Gonzalo. Reunir o melhor da gastronomia de vários países em cada prato elaborado por Bazterrica também torna o jantar surpreendente. Ainda que ele acredite que os argentinos estão acos- »»»


tumados mais a uma gastronomia espanhola e italiana, Gonzalo busca inovar através de uma cozinha franco-latina, como ele mesmo o define. “A minha base técnica é europeia, mas agora eu trato de incorporar todos os sabores e matéria-prima da América Latina na minha cozinha”. Mas depois de uma experiência em um restaurante local vegetariano, Gonzalo foca em elaborar menus com valores nutricionais balanceados. “É uma outra filosofia gastronômica. Foi assim que decidi montar o Ocho Once. Me saturei do menu fixo dos restaurantes comuns. Nosso conceito é trabalhar com produtos orgânicos frescos da estação que estamos. Vejo o que tem e a partir de aí armo o menu da semana, não o contrário”. Com um porte sério, voz rouca, Gonzalo lidera uma equipe de 4 pessoas que o ajudam na sua pequena cozinha com janelas de vidro que dão a um lindo pátio com plantas e mesas de madeira iluminadas por velas. Ele olha cada detalhe dos ingredientes a serem usados, a comida que está no fogo, escolhe a louça para montar os pratos, organiza cada passo do menu e os serve junto aos clientes, explicando detalhadamente no que consiste cada um. No meio à adrenalina de que cada

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prato seja perfeitamente preparado, uma piada entre eles descontrai o ambiente na cozinha, onde o trabalho não para um minuto desde as 21 horas até o último cliente ir embora. O lugar é pequeno e é essa a ideia. Nada melhor do que poder ser recebido com tanta atenção e dedicação. Para Gonzalo o amor em comer vem não só da necessidade de se alimentar, mas do prazer agregador que o alimento tem. Aos 12 anos, com os pais separados e os irmãos mais velhos trabalhando, ele já cozinhava sua própria comida com a ajuda da mãe. Mas foi só aos 18 anos, depois de reprovar uma matéria do curso de Engenharia Industrial que ele decidiu mudar de rumo e se dedicar à paixão por cozinhar. Se graduou em uma das escolas mais importantes de gastronomia de Buenos Aires, Gato Dumas, e logo se mudou pra França, onde esteve dois anos trabalhando no restaurante Bernard Loiseau, um dos poucos no mundo com 3 estrelas do conceituado Guia Gastronômico Michelin. Gonzalo ainda esteve um ano em Nova Iorque no prestigiado restaurante do chef Daniel Boulud, que leva seu nome. A carne argentina é motivo de orgulho nacional e para Gonzalo é mais importante ainda que é na

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sua casa onde se encontra um dos poucos lugares da capital portenha que serve carne e vinhos orgânicos da bodega Ojo de Vino, de Mendoza. Ambos produtos são providos do seu sócio, o músico e empresário sueco Dieter Meier, um amante da cozinha argentina. Bazterrica explica que a carne bovina orgânica provém de um gado que come somente pasto orgânico e no país quase 90% desse tipo de carne é exportado, o que faz da sua cozinha um lugar mais exclusivo ainda. Não dá para perder essa chance de comer uma carne única e livre de qualquer tipo de antibióticos e hormônios. Várias pessoas quando visitam a capital argentina podem pensar que a culinária daqui se baseia em carne e batata, as famosas parrillas porteñas, mas Gonzalo trata de incorporar todos os sabores que ele conheceu em cada viagem feita por países como Peru, Colômbia, México e Brasil. “Tenho muitos amigos que só comem milanesas com batata frita, mas eu gosto de explorar a comida latina que hoje tem uma importância muito grande no mundo”. Para Gonzalo é seu dever como chef fazer o público argentino conhecer essa matériaprima local, trazer um pouco de cada lugar visita-


do nos seus pratos e ainda estar na busca constante de tudo o mais que ele ainda não conhece. “É nosso trabalho como cozinheiro fazer que o público os conheça, manipulá-los, transformá-los de tal forma que sejam agradáveis, que se possa comer”. Ele acredita que hoje existe uma nova geração de cozinheiros argentinos que está redescobrindo a gastronomia latino-americana. Outra redescoberta na capital portenha é o uso de carnes antes mais baratas como os miúdos tais quais os rins, as moelas e as tripas, que agora são usados de forma mais gourmet. Em Buenos Aires, é uma glândula bovina que pode vir do coração ou da garganta chamada molleja que é muito cobiçada pelos argentinos. Ainda que não seja algo comum no Brasil, a molleja é servida em qualquer parrilla local da capital portenha. Um brasileiro pode demorar para aceitar esse tipo de carne, mas uma vez dada a oportunidade é um novo mundo. A molleja antes era um tipo de carne mais popular, hoje em dia já é difícil de se encontrar em uma carniceira a qualquer momento, porque a busca é grande, logo, deixou de ser algo barato de se comprar. Seu sabor lembra um pouco o torresmo

e pode ser cozinhada de distintas formas, seja na churrasqueira, cozinhada ao molho branco ou simplesmente frita. “Eu vi que na França se usa muito os miúdos na preparação de vários pratos. Pessoalmente é o tipo de carne que mais gosto e uso a molleja em vários pratos no Ocho Once, desde risoto ao limão e tomilho com mollejas crocrante e até em salada com lentilhas turcas”. Não é à toa que o prato que Gonzalo decidiu nos apresentar aqui seja à base de molleja. Apesar de ser uma carne mais gordurosa, a forma que Gonzalo a prepara não foge do seu estilo em servir algo com um balance nutricional ideal: mollejas com espuma de couve-flor e salva crocante.

Serviço:

Ocho Onze De quinta a sábado a partir das 21h. Rua Emilio Ravignani, 1756, Palermo, Buenos Aires. ochooncemail@gmail.com 83


receita Mollejas fritas com espuma de couve-flor e sálvia crocante.

INGREDIENTES

4 porções individuais • • • • • • • • • • • •

500 gr de mollejas 2 limões 1 couve-flor ½ l leite 1 cebola 2 ramos de alho-poró 50 gr de Hongos de Morillas (cogumelo) 100 gr manteiga 2 ramos de sálvia Sal Pimenta Óleo neutro

Mollejas Coloque as mollejas em água fria com o suco do limão em uma panela e ponha ao fogo até ferver. Depois deixar cozinhando por mais 10 minutos. Retire e deixe esfriar. Depois tire o excesso de gordura e corte a carne em pequenos pedaços. Reserve na geladeira.

PROCEDIMENTO

Espuma de couve-flor Pique a cebola e o alho-poró, depois refogue com óleo neutro em uma panela e logo em seguida couve-flor cortada em pedaços pequenos. Adicione o leite, o sal e a pimenta. Deixar ferver até que cozinhe o suficiente para fazer um purê. Coe a preparação e coloque tudo no liquidificador, mais um fio de azeite (três colheres de sopa). Colocar o purê em um sifão. Reserve.

Molho de Morrillas Para o molho de Morrillas, Coloque 1 copo de água em uma panela e hidrate os cogumelos por 10 minutos a fogo baixo. Adicione a manteiga fria cortada em cubos. Bater com um fouet até a consistência desejada. Adicione sal e pimenta. Reserve.

*Sálvia

PREPARO

Coloque bastante óleo para aquecer e frite a sálvia, não mais de 10 segundos. Escorra o excesso de óleo com papel toalha. Adicionar sal.

Frite as mojellas com azeite de oliva até ficarem douradas. Escorra o excesso de azeite com papel toalha. Em um prato fundo coloque a espuma de couve-flor, logo as mojellas, raspas de limão siciliano. Com uma colher coloque o molho de morrillas e por último a sálvia crocante.

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Ângela Sicilia Chef de cozinha

Ao longe, com olhar treinado, o paraense já mapeia as bancas de pupunha, posicionadas ao longo da avenida Presidente Vargas. São vendidas em pequenos cones de papel jornal (“porque absorve o óleo “, me explica o vendedor) ou em copos plásticos. Estrategicamente localizadas próximo aos pontos de ônibus, avistar (e estar perto de uma banca de pupunha) é um convite a um dos mais típicos programas gastronômicos do paraense. Aliás, paraense que se preza, assim reza a filosofia popular, é amamentado com açaí e troca o pão pela pupunha - ainda junto com o café puro, que não pode faltar! A pupunheira é uma árvore nativa da Amazônia. Seu fruto, a pupunha, é riquíssimo em nutrientes e vitaminas (com destaque para a “A”) e de seu caule é extraído o palmito pupunha - uma alternativa não só mais saudável como sustentável e correta à extração do palmito de açaí. Como sua textura, após cozida, permanece firme, a pupunha é uma excelente substituta à batata e fica muito boa como purê ou base para cremes, tortas e mesmo em massas que têm a batata como base (gnocchi, por exemplo). É uma aliada aos que precisam de betacaroteno no organismo. Não demorou muito até que se enxergassem potenciais na pupunha e logo ela fosse elevada a um patamar mais gourmet e que se inserisse nos coquetéis, como finger food. Recheá-la com creme de queijo ou com caviar são das combinações mais frequentes. Mas é da maneira mais simples: cozida e consumida descascada e quentinha (ou morno), que a pupunha desperta amores entre os paraenses. Mamma Jussara amava o café preto, puro, fumegante no meio da tarde e se havia pupunhas cozidas, então... aí era um delírio! À mesa da cozinha, ela ficava absorta entre pensamentos e um silêncio quase sacro. Era reconfortante vê-la ali, a degustar uma de suas combinações favoritas. Tão gostosa e tão apaixonante que certa vez, saindo do supermercado, vi dois rapazes (fardados) conversando durante o que me pareceu ser uma pausa do trabalho. O da direita, inconsolável, recebia aquele apoio moral do amigo. Se era dor de amor, não sei, mas o moço apaixonado, entre lágrimas, dizia que ao longo do tempo de namoro havia dado seu melhor.... inclusive as pupunhas nos cafés da manhã dos domingos. <3

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vinho

Os vinhos produzidos pela Zenato são sempre surpreendentes. A produção toda é feita no coração de Vêneto, uma das regiões de vinícolas mais apreciadas da Itália. Daí entendemos por que o país voltou ao topo da lista dos vinhos mais consumidos no mundo.

Na trilha dos Zenatos experimente o Amarone della Valpolicella. Este é um tinto encorpado, com taninos maduros e bem integrados, seu final de boca é firme e intenso, destacando-se por notas de frutas negras e toques de chocolate. Vai bem com carnes de caça acompanhado de molhos intensos e queijos curados. Destaque para o teor alcoólico que é alto, porém extremamente equilibrado. Afinamento em grandes tonéis de carvalho por um período de 36 meses. A temperatura de servido ideal é 18º C. Onde: Don Vino

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Tem ainda o Bardolino. Possui aromas de frutas vermelhas maduras, especiarias e toques de chocolate. O sabor é de médio corpo, com taninos redondos e elegantes e final de boca fresco e agradável. Excelente companhia para a alta gastronomia italiana, com seus assados, caças e queijos fortes. A temperatura de servido ideal é 15º C ou 17º C. Onde: Don Vino

Seja pelo reconhecimento da marca ou pela própria produção, a Umani Ronchi é a principal vinícola do Marche e um “produtor verde”, pois todos seus vinhedos são certificados orgânicos há anos. O vinho San Lorenzo tem uma histórica reputação, considerado um dos mais incríveis valores do vinho italiano. Com amadurecimento de 12 meses em botti e barricas de 3º e 4º passagem, apresenta cor rubi concentrada, maduro nos aromas de cereja e mirtilo, ao fundo a generosidade balsâmica deixa o conjunto ainda mais belo. Rico na boca, suculento, taninos sedosos e final ligeiramente austero. REGIÃO: Marche – Ancona - Osimo COMPOSIÇÃO DE CASTAS: 100% Montepulciano. PREMIAÇÃO: 2 “bicchieri” em 3 no Gambero Rosso .ONDE: Decanter

KILLERMAN´S RUN SHIRAZ 2010 - KILIKANOON - AUSTRÁLIA

ROSSO CONERO SAN LORENZO 2012 - UMANI RONCHI – ITÁLIA BARDOLINO

AMARONE DELLA VALPOLICELLA

Alberto e Nadia Zenato são os herdeiros desse grande legado deixado pelo pai, Sergio Zenato, considerado um gênio da viticultura. É dele o mérito da casa estar posicionada entre as tops da Itália. Reverenciada pela crítica e pelo público consumidor, a Zenato produz vinhos de categorias diferentes, porém com a mesma qualidade. Prova disso é seu Amarone, um dos mais expressivos dos dias de hoje.

Simplesmente o melhor produtor da Austrália segundo o mais influente crítico do país, James Halliday. O vinho Killerman’s Run Shiraz é um vinho de entrada impressionante e sedutor, com amadurecimento de 16 meses em “Hogsheads” (grande Barril) de 300 litros de carvalho francês e americano novos. Apresenta Coloração rubi intensa com ribete purpúreo, maduro olfato de frutas vermelhas, ameixa seca, chocolate e especiarias picantes. Os taninos são polidos e integrados com longo final tostado. REGIÃO: South Australia COMPOSIÇÃO DE CASTAS: 100% Shiraz. PREMIAÇÃO: James Halliday 2013: Winery of the year | James Halliday 2013: 93 pontos | Parker: 88 pontos ONDE: Decanter



VÍDEO

horas vagas • música

Confira mais

Foram três dias de shows gravados em dezembro de 1973 no Roxy Theater em Hollywood, mas por problemas técnicos, tudo ficou arquivado e só agora o material em vídeo ganhou registro oficial, restaurado digitalmente. No show, Frank Zappa mergulha no jazz rock e jazz fusion e nos faz delirar em faixas como “Inca Roads”, “I’m the Slime” e “Penguin in Bondage”. Roxy: The Movie é o registro de um encontro de virtuosos entre ele e a banda The Mothers of Invention.

CONFIRA

DICA

FRANK ZAPPA ROXY: THE MOVIE

GWEN STEFANI THIS IS WHAT THE TRUTH FEELS LIKE

EP STROKES – FUTURE PRESENT PAST

Este é terceiro disco solo da vocalista do No Doubt e é um raio x da vida sentimental de Stefani. O fim do casamento dela com Gavin Rossdale, é escancarado logo na primeira faixa, “Misery” que fala sobre a dor que vem atrelada ao término de um relacionamento. Mas assim como o sofrimento, a descoberta de um novo amor também é inspirador, tanto que “Make Me Like You” é uma carta de amor ao novo namorado dela, o cantor country e jurado do The Voice americano, Blake Shelton.

Este é o primeiro lançamento desde 2013 e traz três músicas, além de um remix feito pelo baterista Fabrizio Moretti. O EP foi gravado em Austin e Nova York e é também o primeiro lançamento da banda pelo selo de Casablancas, o Cult Records. As músicas seguem bem mais ao estilo de Comedown Machine, o que decepcionou muito fã apegado ao Is This It ou Room On Fire. Ainda não é certo se terá um álbum inteiro novo ou se devemos nos contentar mesmo com só essas 3 músicas novas, mas o fato é que Future Present Past já está em pré-venda em vinil de 10 polegadas e no iTunes.

INTERNET

CLÁSSICO

SINISTER VINYL COLLECTION: CARTOLA – CARTOLA (1976) Para os fãs da bolacha preta é um deleite. Desde 2005 são seis mil títulos catalogados no site que tem navegação simples, possibilitando o acesso às informações pelo título, pelos nomes dos intérpretes, da música, do compositor, arranjador e, até, por alguma participação especial que o disco tenha. É possível saber os anos em que foram lançados até as faixas em que tocam e cada um dos instrumentos que estão tocando. É realmente um primor de tantos detalhes. Você pode, ainda, ouvir todas as faixas de cada disco por 30 segundos.

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Lançado em 1976 e considerado um dos 100 melhores discos de música brasileira, o segundo LP de Cartola foi um grande sucesso de crítica. Daqueles de ouvir da primeira à última faixa o dia inteiro. “As Rosas não Falam” e “O Mundo É um Moinho” consideradas obras-primas da música popular, além de outras composições suas como “Minha”, “Sala de Recepção”, “Aconteceu”, “Sei Chorar”, “Cordas de Aço” e “Ensaboa” compõem o LP.

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horas vagas • cinema

Você encontra estes títulos na FOX - livrariafox.com.br

DICA

DVD Blu-Ray DEADPOOL, DIREÇÃO:TIM MILLER Ex-militar e mercenário, Wade Wilson é diagnosticado com câncer em estado terminal, porém encontra uma possibilidade de cura em uma sinistra experiência científica. Recuperado, com poderes de cura acelerado e um senso de humor negro e distorcido, ele adota o alter ego de Deadpool e busca vingança contra o homem que quase destruiu sua vida.

DESTAQUE ZOOM, DIREÇÃO: PEDRO MORELLI Esta é a história de três artistas: Edward, vaidoso diretor de cinema que precisa refilmar o final de um longa contra sua vontade, e de repente começa a ter problemas sexuais. Michelle, modelo brasileira que deixa namorado e a carreira nos EUA para voltar ao seu país e escrever um livro. E Emma, que, desesperada para retirar seus implantes de silicone, recorre a meios duvidosos para ganhar um dinheiro extra.

ANOMALISA, DIREÇÃO: CHARLIE KAUFMAN, DUKE JOHNSON Michael é um palestrante motivacional que vai até a cidade de Connecticut para reencontrar um antigo amor. O encontro acaba sendo mal-sucedido, mas lá ele conhece Lisa, por quem se apaixona. Elogiadíssima animação escrita e dirigida pelo cultuado roteirista Charlie Kaufman. Indicado ao Oscar de Melhor Animação e vencedor de 18 prêmios em diversos Festivais.

PHOENIX, DIREÇÃO: CHRISTIAN PETZOLD Sobrevivente de um campo de concentração nazista, Nelly Lenz ficou desfigurada. Irreconhecível após uma cirurgia de reconstrução, ela explora a destruída Berlim à caça de Johnny, seu marido, que ela acredita ter sido o responsável pela sua delação e, consequentemente, por todo o sofrimento que passou. Vencedor de 15 prêmios em diversos Festivais.

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INTERNET

CULT

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ADORO CINEMA Um dos maiores e melhores portais sobre cinema do Brasil, a AdoroCinema está com nova estrutura e muita informação, além de um ótimo app. Um enorme banco de dados sobre filmes, séries e atores; notícias, bastidores, programação dos cinemas, bilheterias... Também são atribuídas três notas aos filmes: usuários, crítica do site e nota média das críticas na imprensa especializada, que podem ser acessadas através do site. Um deleite para cinéfilos.



horas vagas • iPad

Tribe Que tal abandonar de vez os teclados e conversar com seus amigos exclusivamente através de vídeos? Pois essa é a proposta do Tribe, um serviço de comunicação instantânea que acaba de ser lançado para Android e iOS. Totalmente gratuita e com uma interface minimalista, a plataforma apresenta um conceito inovador e uma forma divertida de falar com seus colegas. Um dos destaques do programa é a possibilidade de usá-lo com apenas uma mão. Para enviar um clipe, basta tocar na tela e manter o dedo pressionado até finalizar a gravação. Respeitando a privacidade de seus usuários, o Tribe deleta todas as mensagens de seu servidor assim que elas forem abertas pelo internauta. Vale a pena dar uma conferida neste utilitário. Custo: Free

Raul Parizotto empresário parizotto@me.com

Serato O Serato Pyro é um aplicativo gratuito e excelente para quem gosta de música. Ele lhe permite criar playlists com suas canções prediletas armazenadas na memória do dispositivo ou do Spotify (desde que você tenha uma conta premium no serviço de streaming). Ele possui ainda um mecanismo de transição que evita silêncio ou crossfades entre as melodias. Sua interface é extremamente simples, bastando tocar e arrastar o nome das músicas na ordem em que deseja que elas sejam reproduzidas. Caso prefira, porém, o Pyro é capaz de fazer a organização sozinho e até mesmo recomendar mais canções, analisando as batidas e outras características técnicas das melodias. Imperdível para quem não vive sem música. Custo: Free

Epic of Kings Quem gostou da série Infinity Blade com certeza vai amar Epic of Kings. O jogo se ambienta em um mundo medieval que acabou de passar por uma guerra intensa. O problema é que, em tempos de paz, aqueles que nasceram exclusivamente para guerrear estão procurando outros métodos de provar suas habilidades – como se tornar mercenários e assassinos. Seu personagem é um desses soldados que procuram matar sua sede de sangue. Explore um mundo fantástico, encontre inimigos poderosos e divirta-se com um sistema de batalha em tempo real. É preciso ter muita rapidez para desviar das investidas dos inimigos e contra-atacar na hora certa. Custo: US$ 4,99

Fire Fu Bewo O Bewo é um aplicativo que permite utilizar fotos como preenchimento para textos, fazendo com que você possa criar letreiros com texturas e estilos variados. O primeiro passo é escolher a imagem. Você pode abrir uma foto da galeria do aparelho ou capturar uma nova imagem com a ajuda da interface de câmera do próprio software. O próximo passo é criar o texto. Digite a palavra ou a frase que você deseja exibir. Sua foto vai aparecer ao fundo, delineando uma das cinco fontes escolhidas. Depois de selecionar o estilo, você pode partir para outras configurações. O Bewo permite que você escolha uma cor de fundo e adicione filtros na foto, para que ela ganhe destaque e combine com o estilo desejado. Custo: Free

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Em Fire Fu, você encarna um guerreiro lendário escolhido para salvar o mundo. Você nasceu com o dom de dominar o fogo e precisa usar esse talento natural para eliminar hordas de demônios que estão invadindo nossas terras. Prepare-se para queimar exércitos de monstros e transformá-los em montanhas de cinzas! A jogabilidade de Fire Fu lembra um pouco o clássico Fruit Ninja: você desliza o dedo pela tela para liberar labaredas e destruir os oponentes que surgem nos cantos da tela. Cada partida dura 1 minuto, e sua missão é simplesmente eliminar a maior quantidade de demônios que conseguir. Custo: US$ 1,99

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horas vagas • literatura Títulos disponíveis na Livraria FOX. livrariafox.com.br

DESTAQUE

CAMPOS DE SANGUE - RELIGIÃO E A HISTÓRIA DA VIOLÊNCIA Karen Armstrong Após o atentado de 11 de setembro, a ideia de que a fé pode ser fonte de violência e intolerância vem se tornando cada vez mais latente. Karen Armstrong investiga as grandes tradições religiosas em busca de respostas, nos conduzindo a uma viagem pela história das maiores religiões do mundo. O resultado é uma visão despida dos preconceitos, imprescindível num momento em que as tensões geopolíticas parecem prestes a transbordar.

NOVA YORK PARA AMANTES DE CINEMA Barbara Boespflug | Beatrice Billon

CONFIRA

CLARICE LISPECTOR - TODOS OS CONTOS Organização: Benjamin Moser

GUERRA DE GUEIXAS Nagai Kafu

Este livro é o roteiro ideal não só para quem curte cinema, mas para todos que querem visitar os lugares mais emblemáticos e que fizeram a fama de Nova York. Quer exemplos? Que tal visitar o Hotel Edison, palco de reviravoltas em ‘O poderoso chefão’? Ou saborear algo no Bubby’s, onde Anne Hathaway comemora seu novo emprego no filme ‘O diabo veste Prada’? Todos estes lugares estão neste guia, que têm, acima de tudo, sua própria história e personalidade. Depois de conhecê-los, você vai perceber que a escolha dos diretores por esses locais como cenários de seus filmes não foi aleatória: eles estão cheios de charme e boas surpresas, cada um guardando um pedaço peculiar da encantadora alma de Nova York. As autoras reúnem os melhores bares, restaurantes, hotéis, lojas, galerias e teatros que foram escolhidos como locações imortais de filmes inesquecíveis.

Ambientada em Shinbashi, Tóquio, tido como o bairro da prostituição, a história gira em torno de Komayo, uma ex-gueixa que, se tornando viúva ainda relativamente jovem, volta ao velho ofício em Shinbashi. Nesse recomeço como gueixa, ela passa a ter de disputar com algumas rivais a condição de ser vista como a melhor dançarina da área. Publicado originalmente entre 1916 e 1917 no jornal literário Bunmei, Guerra de gueixas foi uma obra bastante ousada para a época – desde sua primeira edição em livro, ainda em 1917, até os anos 1960, só circulou a edição ‘censurada’, em que as passagens tidas como eróticas tiveram de ser removidas. Favores, traições e vingança mostram bem a Tóquio boêmia do início do século XX.

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LANÇAMENTO

DICA

A coletânea reúne, pela primeira vez, todos os contos da autora num único volume, organizado pelo biógrafo Benjamin Moser. A autora de romances e contos que figuram entre os mais emblemáticos da literatura brasileira, Clarice Lispector é considerada uma das mais importantes escritoras do século XX. A coletânea é essencial para estudantes e pesquisadores, e fãs de Clarice. Todos os contos foi lançado nos Estados Unidos em 2015, figurando na lista de livros mais importantes do ano do jornal The New York Times. Agora é a vez dos leitores brasileiros (re)descobrirem por completo esta contista prolífica e singular.

CULT OBRAS ESCOLHIDAS William Shakespeare O livro é excelente para conhecer uma amostra da obra do autor: a história da trágica paixão entre Julieta Capuleto e Romeu Montéquio; a vingança de Shylock, agiota judeu; o drama de Otelo que, incitado por Iago, é cegado pelo ciúme. Seus personagens com seus dramas – múltiplas facetas da condição humana – são conhecidos por virtualmente todas as pessoas Não é toda a obra de William Shakespeare, mas é só o que você precisa ler para se apaixonar.

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A Fox respira literatura e inspira você.

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SALÃO DE IMÓVEIS LEAL MOREIRA É SUCESSO NO BOULEVARD SHOPPING Um lounge no segundo piso do Boulevard Shopping se tornou mais um local de atendimento para os clientes que desejaram ter um Leal Moreira no mês de abril. O lounge foi inspirado nos 30 anos da empresa – com mesas feitas a partir de carretéis, madeira simulando concreto e o uso de ferro como se fosse realmente uma obra. Com designer inovador e conceitual, o projeto foi especialmente desenvolvido pelo Studio GM, de Guto Delgado e Mylena Oliveira. O ponto de venda apresentava o portfólio dos produtos da construtora com atendimento diferenciado e também era possivel conhecer os empreendimentos através da mesa digital interativa. “As experiências anteriores, também no shopping, mostram que existe um público ávido por uma oportunidade como esta e foi o que buscamos” garantiu Mateus Simões, Gerente de Marketing. Entre os dias 28 de abril e 08 de maio, foi realizado o Salão de Imóveis, onde os clientes puderam ter oportunidades especiais com atendimento diferenciado tanto no Lounge do shopping, quanto na Central de Vendas, em Nazaré.

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Institucio

LEAL MOREIRA PARTICIPA DO FEIRÃO CAIXA A Leal Moreira marcou presença na 12ª Edição do Feirão Caixa da Casa Própria. Desde o primeiro dia do evento, o estande da Leal Moreira foi um dos mais procurados e as vendas superaram as expectativas, mostrando o interesse por um empreendimento da construtora. “Foi uma procura acima do esperado. Acreditamos que o fato de termos um produto diferenciado no mercado ajudou a chegarmos neste resultado, já que um Leal Moreira é sempre objeto de desejo dos clientes”, diz Fernando Nicolau, Gerente Comercial.

SEMANA DA SAÚDE LEVA INFORMAÇÃO AOS CANTEIROS DE OBRA Foram quatro dias dedicados especialmente aos trabalhadores que estão em obras. Com 8 canteiros em atividade, mais de 700 trabalhadores tiveram a oportunidade de esclarecer dúvidas e conhecer mais sobre a questão da saúde no trabalho, proporcionando informação, vivências e trocas interdisciplinares sobre o tema. A programação da semana contou com uma série de atividades: Panfletos educativos foram distribuídos durante todo o dia. Uma palestra também foi ministrada alertando sobre as principais doenças que acometem os trabalhadores, assim como as melhores maneiras de serem evitadas. Eles foram instruídos e incentivados a melhorar a alimentação, praticar atividade física e evitar o consumo de álcool. Alunos do curso técnico em Segurança do Trabalho e Enfermagem do curso DNA aferiram a pressão dos trabalhadores. O laboratório Sabin realizou exames de bioimpedância. www.revistalealmoreira.com.br

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PROGRAMA ‘MEU ALMOXARIFADO FAVORITO’ JÁ TEVE PREMIAÇÃO O dia 03 de maio foi especial para os trabalhadores do empreendimento ‘Torre Parnaso’. O engenheiro Sidcley Ribeiro e o almoxarife Cleo Meireles receberam o certificado de reconhecimento pela maior nota alcançada na 1ª etapa do ‘Meu Almoxarifado Favorito’, um programa continuado de auditoria nos almoxarifados das obras da Construtora e que também tem como objetivo reconhecer os profissionais que nos ajudam a fazer a Leal Moreira. Os almoxarifados são avaliados em quesitos que vão desde organização à localização eficiente dos materiais, por exemplo. “A ideia é reconhecer o que é bem feito nas obras, bom desempenho do serviço do almoxarife, que é consequência do bom desempenho da equipe”, garante Carla Carvalho, auditora interna da Leal Moreira. E foi este também o discurso do almoxarife Cleo Meireles, que fez questão de agradecer aos colegas, pela colaboração diária e também desafiou os amigos para vencer na próxima etapa. “O programa tem esse aspecto também, incentivar um instinto competitivo saudável que todos têm e, assim, esperamos que todas as obras melhorem seu controle de materiais”, afirma Carla Carvalho.

DIA DAS MÃES LEAL MOREIRA No início de maio, as mamães que trabalham na Leal Moreira foram presenteadas com canecas personalizadas, em homenagem ao dia delas. Foi uma manhã bastante especial, de confraternização e emoção.

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nal

Institucio

Check List das obras Leal Moreira projeto

lançamento

fundação

estrutura

alvenaria

revestimento

fachada

acabamento

Torre Santoro 2 ou 3 suítes • 123m2 • Av. Governador José Malcher, 2649 (entre Av. José Bonifácio e Tv. Castelo Branco) Torres Devant 2 ou 3 dorm. (1 suíte) • 68m2 e 92m2 • Travessa Pirajá, 520 (entre Av. Marquês de Herval e Av. Visconde de Inhaúma) Torre Unitá 3 suítes • 143m2 • Rua Antônio Barreto, 1240 (entre Travessa 9 de janeiro e Av. Alcindo Cacela). .

Torre Parnaso 2 ou 3 dorm. (1 suíte) • 58m² e 79m² • Av. Generalíssimo Deodoro, 2037 (com a Rua dos Pariquis). Torres Dumont 2 e 3 dorm. (1 suíte) • 64m² e 86m² • Av. Doutor Freitas, 1228 (entre Av. Pedro Miranda e Av. Marquês de Herval). Torre Vitta Office Salas comerciais (32m2 a 42m²) • 5 lojas (61m2 a 254m²) • Av. Rômulo Maiorana, 2115 (entre Travessa do Chaco e Travessa Humaitá). Torre Triunfo 3 e 4 suítes (170m²) • cobertura 4 suítes (335m²) • Trav. Barão do Triunfo, 3183 (entre Av. Rômulo Maiorana e Av. Almirante Barroso). Torres Floratta 3 e 4 dorm. (1 ou 2 suítes)• 112m² e 141m² • Av. Rômulo Maiorana, 1670 (entre Travessa Barão do Triunfo e Travessa Angustura). mês de referência: maio de 2016

Veja fotos do andamento das obras no site: www.lealmoreira.com.br

www.revistalealmoreira.com.br

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em andamento

concluído


Check List das obras ELO projeto

lançamento

fundação

estrutura

alvenaria

revestimento

fachada

acabamento

Terra Fiori 2 quartos • 44,05 a 49,90 m2 • Tv. São Pedro, 01. Ananindeua. mês de referência: maio de 2016

em andamento

concluído

Torre Jasmim - Laje de transição

Torre Bromélia - Alvenaria estrutural do 1º pavimento tipo

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Institucio

Área de lazer do Terra Fiori

Torre Gardênia - Alvenaria estrutural do 2º pavimento tipo

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Torre Violeta - Alvenaria estrutural do 1º pavimento tipo


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Gestão do Capital Humano: um começo Por onde começar a desfiar o novelo da Gestão do

cargos existentes, visualizá-los em seu organogra-

tamento irrequieto frente ao negócio, a reinvenção

Capital Humano? A pergunta que deve ser feita é:

ma, apropriar-se do perfil de pessoas necessário

constante e isto só é conseguido com pessoas “que

do que seu negócio precisa? A estrutura de gestão

para cada cargo, ter levantado os conhecimentos

fazem um pouco a mais“. Você enquanto gestor

do conhecimento em uma empresa está umbilical-

necessários para o cargo e o que o ocupante preci-

precisa identificá-las e geri-las de forma profissional.

mente linkada com seu negócio, segmento, perfil de

sa agregar e quais os próximos cargos na trilha de

Seu negócio é feito de pessoas, por pessoas,

cliente. Ou seja, eu arrumo minha casa com vistas

carreira deste ocupante. Para gerir gente é neces-

para pessoas, assim o clima organizacional neces-

a atingir meus objetivos estratégicos, inclusive no to-

sário de ferramenta, há uma ordem a ser respeita-

sita ser motivador, de camaradagem, respeitoso,

cante a conhecimento e pessoas, por óbvio. Quanto

da e sempre: quanto mais simples melhor. Afinal, o

leve. Este clima só é conseguido por empresas que

mais próximo do mercado a empresa for mais agi-

gestor precisa de ferramentas leves e de fácil uso

estão realmente “a fim de tê-lo” e decidem pagar

lidade precisa, capacidade de resposta rápida, per-

para que possam ser aplicadas em larga escala. A

bancar os custos. Precisa ser de verdade, se não

cepção de tendência, flexibilidade para responder a

palavra de ordem utilizada hoje é meritocracia. Se

fica a vontade só no papel, mas no dia a dia o medo

mudanças. Ainda, se esta empresa que vive imersa

contrata porque a pessoa é alinhada ao perfil do

se faz presente, a rigidez impede a criatividade, as

em seu mercado possui um produto cujos ciclos

cargo, tem experiência e competência agregadas.

situações obscuras não deixam os colaboradores

tecnológicos são curtos ou são voláteis, reféns de

Promove-se porque o profissional tem desempenho

confortáveis e aquele “dar-se um pouco a mais” fica

tendências passageiras, mais dinâmicas as estrutu-

acima da média e você sabe isso porque mediu uti-

na vontade do empreendedor e nos sonhos guarda-

ras devem ser. O contrário é igualmente verdadeiro:

lizando uma ferramenta de avaliação. Desenvolve-

dos. E a máxima é: o Gerente é o principal Gestor de

as indústrias de base, cujos produtos são commo-

-se porque se tem a certeza de que a pessoa possui

Gente. O cara que faz acontecer. Toda a estrutura

dities possuem o foco mais em processo, portanto

aquela competência em potencial. Aquela pessoa

acima mencionada é operacionalizada no dia a dia

precisam de estruturas com maior densidade, com

que te traz conforto emocional: o amigo, o de con-

por este profissional. É ele que deve realizar as lei-

busca de eficiência e um know how específico para

fiança tão somente, o antigo na casa, ele está sendo

turas, levá-las à alta administração, cobrar dos de-

a espinha dorsal de um modelo de capital huma-

apoiado de outra forma e faz parte dos lembrados

partamentos competentes e assim esperamos que

no atende pelo nome de estrutura de remuneração.

em nossas orações. Melhoria contínua só é atingida

o mesmo consiga levar suas equipes a fazerem o

Com isto sua empresa poderá ter os contornos dos

se a gestão premia a busca de inovação, o compor-

número necessário.

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