Revista Leal Moreira nº 57

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RLM nº 57 GENTE DESIGN ESTILO IDEIAS CULTURA COMPORTAMENTO TECNOLOGIA ARQUITETURA

Belém. 401 anos de histórias marcadas em cada esquina.

ano 13 | número 57

R$ 15,00

Kobra

Grafite para o mundo Youtubers: Whindersson Nunes, Kéfera e Manual do Mundo Marinaldo Santos Costanza Pascolato Beto Pimentel

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Nossa marca ĂŠ design, arte e conceito



Traduz o que fazemos em cada m2



Você percebe a força de uma marca quando a reconhece em qualquer lugar


A Revista Leal Moreira 57 traz conteúdo exclusivo nas matérias sinalizadas com QR code.

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COSTANZA A consultora Costanza Pascolato, referência em moda no Brasil, fala sobre estilo e elegância

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decor

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destino

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gourmet

especial

MARINALDO Autodidata, premiado. O artista icoaraciense revela, por meio da simplicidade, a beleza de suas obras.

O apartamento duplex em estilo contemporâneo traduz a ousadia dos arquitetos que o projetaram

Bonn, a cidade que foi capital da Alemanha Ocidental até a queda do muro de Berlim, respira música clássica

Beto Pimentel, o chef que reinventou a arte de saborear a culinária baiana

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KOBRA Expoente da neovanguarda paulista, o artista brasileiro de 40 anos retrata o muralismo através de um colorido impactante a céu aberto.

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O QUE TERÁ ACONTECIDO A BABY JANE? Eva Wilma e Nicette Bruno interpretam no teatro um clássico de 1962

perfil

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capa Foto: Kit Gaion

galeria

capa

índice

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dicas pg tech pg especial youtubers pg Celso Eluan pg confraria pg especial ladrilhos pg Ricardo Gluck Paul pg Angela Sicilia pg vinhos pg horas vagas pg institucional pg Nara Oliveira pg índice de anunciantes pg

16 34 42 51 60 62 72 96 98 100 108 120 122


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editorial

Amigos, Janeiro é um mês diferente, nos trazendo boa dose de introspecção e certa ansiedade pelo ano que se inicia. É neste cenário que chega até vocês a primeira edição da Revista Leal Moreira em 2017. E entre uma publicação e outra, há sempre o desejo de nos desafiarmos: uma ilustração com um novo traço, uma sessão diferente, algo que nos instigue. Quando soubemos da possibilidade em entrevistar Eduardo Kobra, não tivemos dúvida sobre a ‘tal’ capa desejada. O maior grafiteiro da atualidade fala sobre o processo de transformar a pichação em arte em um ensaio exclusivo em seu ateliê no bairro de Pinheiros, em São Paulo. Quem também estampa esta publicação é Marinaldo Santos com sua arte contemporânea e que mistura lembranças, vivências. Nesta edição também, trazemos uma matéria destinada a um público que nasceu quando a Revista já era referência no mercado, os youtubers Kéfera, Whindersson Nunes, RezendeEvil e Manual do Mundo, são brasileiros que estão entre os mais influentes do mundo e têm milhões de seguidores. A jornalista Camila Gaia entrevistou com exclusividade as atrizes Eva Vilma e Nicette Bruno que estão juntas no teatro com a peça ‘O que terá acontecido com Baby Jane?’, um thriller de suspense e humor, escrito em 1962, sucesso de crítica. Há ainda um perfil com Costanza Pascolato falando sobre o que ela mais entende: moda. Na Bahia, o chef Beto Pimentel, do premiadíssimo Paraíso Tropical, mostra por que o restaurante foi o único no Brasil a receber um título pela famosa escola de culinária francesa Le Cordon Bleu. Da França para a Alemanha, nosso correspondente na Europa conta a história de Bonn, a cidade de 300 mil habitantes que até 1990 foi a capital da Alemanha Ocidental e é cidade-natal de um ilustre: Ludwig Van Beethoven. O resultado é um local que respira música erudita e um ótimo destino. Falando em viagem, fomos ao sul do Brasil conhecer a história de um arquiteto que salvou uma antiga fabrica de ladrilhos hidráulicos e mostrar como essas peças estão em lugares tão familiares para nós, como o Theatro da Paz, em Belém. A revista está colorida e cheia de excelentes histórias. Boa leitura.

André Moreira

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expediente

Fundador / Presidente Carlos Moreira Sócios / Conselho André Leal Moreira João Carlos Leal Moreira Maurício Leal Moreira Diretoria Executiva / CEO Habib Bichara Diretoria Operacional Igor Moreira Diretoria de Clientes José Ângelo Miranda Diretoria Financeira e Institucional Thomaz Ávila Neto

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Revista Leal Moreira é uma publicação trimestral da Publicarte Editora para a Construtora Leal Moreira. Os textos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião da revista. É proibida a reprodução total ou parcial de textos, fotos e ilustrações, por qualquer meio, sem autorização.

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Belém

The Premium Steaks Com Seleção exclusiva de carnes e cortes especiais a ‘The Premium Steaks’ chega a Belém inovando o conceito dos paraenses sobre boutique de carnes e promete mexer com os paladares, oferecendo desde ingredientes tradicionais do churrasco brasileiro como picanha e costela, até cortes especiais como T-bone steak e bife ancho, angus e kobe beef. O cliente tem a opção de degustar a escolha lá mesmo, num ambiente moderno e aconchegante. Se preferir, pode levar para casa junto com outros acompanhamentos como como molhos, temperos, pastas, geleias, vinagrete. Para harmonizar, as melhores cervejas dos mais diversos estilos, além de inúmeros rótulos de vinhos e derivados.

Av. Cmte. Brás de Aguiar 279 I De segunda a sábado, das 09h às 22h e domingo, das 09h às 18h Instagram: @thepremiumsteaks

Mercearia Vicente Trigo, água, sal e fermento natural. São esses quatro ingredientes que compõem boa parte dos pães e o conceito da Mercearia Vicente: fazer produtos artesanais, da maneira mais natural possível, evitando o uso de condimentos industrializados. Com a proposta de ser um mix de padaria e restaurante, a Mercearia oferece uma variedade de quitutes e guloseimas, que vão desde os bolos feitos há anos na família, até às massas frescas oferecidas no almoço e jantar. Além dos pães, doces, sanduíches (o Hambúrguer da Casa é de deixar água na boca!) e pratos, a intenção da Vicente é produzir, num futuro próximo, embutidos e defumados. Tudo isso para harmonizar com a Carta de Vinhos e, claro, com os pães de fermentação natural. ah, não deixe de experimentar o croissant, feito do jeitinho francês, com trigo especial e 100% manteiga. Uma delícia!

Rua Diogo Móia 363 I Funcionamento: segunda das 16h às 22h; terça à quinta das 07h às 22h; sexta e sábado das 07h às 00h; domingo das 07h às 22h | contato: 98066.4434 I @merceariavicente

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The Way Pub O pub surge para lembrar a cultura do bairro, aconchegante, familiar e intimista. Na decoração estão quadros, objetos e rótulos de cervejas adquiridas em viagens mundo afora em um ambiente rústico e atraente. No cardápio, cerveja artesanal, rótulos nacionais premiados e importados da República Tcheca, Alemanha, Inglaterra, Bélgica e USA. Há também linguiças que acompanham o chucrute da casa, bruschettas como a de salmão curado no maracujá que deixam saudade no paladar. A casa oferece ainda três tipos de hambúrgueres, entre eles, o de frango e bacon no pão focaccia com alecrim e molho de barbecue de goiabada que promete agradar até aqueles paladares mais exigentes. No início da noite, o happy hour cultural torna o The Way uma excelente pedida depois daquele dia tenso de trabalho.

Rua Boaventura da Silva, 400 (entre Quintino e Doca) I De terça a Sábado, das 18h às 02h I 91.3038.6421

Gaudens

Quando se trata dos irmãos Sicília pode-se esperar boas surpresas. A novidade do empreendedor Fabio, agora, não vem de uvas nobres ou pastas deliciosas. Vem do cacau! O empresário lançou no mercado a Gaudens, uma linha de produtos derivados do cacau trazendo a singularidade que faz a diferença no mercado: a preocupação com a essência do produto, traduzida na excelência dos ingredientes utilizados e na percepção dos valores e sensações associados ao consumo do chocolate. O primeiro produto da linha é a Castella, uma pasta de chocolate, bem menos doce que a nutella, com microgrãos de castanha, sem aditivos ou conservantes. A inspiração de fazer uma nova versão para o doce surgiu a partir da influência italiana de ter uma pasta de castanhas -do-pará com cacau. As delícias podem ser encontradas no restaurante da família, ou pela internet.

Av. Conselheiro Furtado, 1420 Batista Campos, Belém - PA I 91.4008.0001 I Email: contato@gaudens.com | @gaudenschocolates

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Belém

El Patron O local traz a Belém um novo conceito de diversão a partir do momento que une bar, café, restaurante, casa de carnes e... balada! O conceito de combinar vários elementos (tanto na decoração quanto no cardápio) num formato inédito, deu tão certo que a partir das 19h fica difícil conseguir mesa. Pelo ambiente os grafites dividem espaço com as mesas que podem ser estilo balcão, pub ou tradicionais. Há ambiente interno e externo e a iluminação aconchegante torna o lugar um point no já badalado bairro do Umarizal. No cardápio, carnes nobres, cervejas importadas, tudo servido com muito capricho. Destaque para os camarões empanados com molhos especiais. O carpaccio também é dos deuses. Ah, e se você chegar bem cedo não se assuste se, com o passar das horas, as mesas forem afastadas para dar espaço à pista de dança. O sucesso foi tanto que agora, tem buffet no almoço.

Nossa Padoca Inovação e praticidade são adjetivos facilmente empregados na Nossa Padoca, a primeira padaria artesanal orgânica online de Belém, especializada em fermentação natural. Nascida da paixão pela arte de fazer o verdadeiro pão por meio da valorização do processo artesanal e da qualidade dos ingredientes como a farinha orgânica certificada, a Padoca prioriza o pequeno produtor. Na cozinha não entram aditivos químicos e o processo de fermentação natural torna os pães mais saudáveis, com uma complexidade de aromas e sabores únicos. A Padoca oferece também serviço de assinatura, com opções de fornadas diferentes de pães e outras delícias que são entregues na casa do cliente, tornando nossas vidas saborosamente mais práticas.

Antônio Barreto 127 I Funcionamento: diariamente das 11h45 às 15h e 18h à 01h contato: 98402.2006 I @elpatronbelem

Nossa Padoca I Pedidos: 99381-9999 I De terça a sexta, das 08h às 18h I Instagram: @nossapadoca www.revistalealmoreira.com.br

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Orlean belĂŠm | Travessa Benjamin Constant 1793, NazarĂŠ orlean.com |

@orleanbelem

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Brasil

Le Blé Noir Sabe aquele restaurante em que você olha o cardápio e tem a certeza de que vai voltar? Pois o Le Blé Noir é assim, dá vontade de experimentar todos os sabores de crepes. Muito se deve ao chef Alain Caro que, nascido perto de Saint Malo, na Bretanha, trouxe para o Brasil, ou melhor, para Copacabana, uma das maiores tradições daquelas terras: as galettes crocantes de trigo sarraceno, o trigo preto de alto valor nutritivo e sem glúten. Por isso, o crepe é fininho, leve, crocante. Hoje, além de Copacabana, há uma filial na Barra da Tijuca onde a procura pelo ambiente intimista charmoso é tão grande quanto o sabor dos pratos. No cardápio, entradinhas com queijo emmental, presunto e ovo com a gema mole; figos caramelizados no vinho do Porto e baunilha, queijo de cabra, presunto cru. Isso sem falar nas sobremesas como as trouxinhas de crepe recheadas com sorvete de creme, calda de chocolate, frutas da estação e amêndoas torradas.

Rua Xavier da Silveira, 19 A, Copacabana I Funcionamento: terça a quinta: 19h30 à 0h; sexta e sábado: 19h30 à 01h I contato: 21. 2267.6969 I www.leblenoir.com

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foto: Valter Pontes foto: Valter Pontes

Um é bom. Dois é muito bom. Dois em um é bom demais. Já pensou poder juntar os seus dois sabores favoritos em um só bolo? Com a Eti Mariqueti, é assim. Monte sua mistura preferida e se delicie ainda mais com as nossas gostosuras! Funcionamento: de terça a domingo, das 10h às 17h I Rua Alagoinhas, nº 33, Rio Vermelho +55 (71) 3333.1919 I Ingressos R$ 20 I @casadoriovermelho

Casa do Rio Vermelho Uma história de amor e uma casa linda que conta, em cada detalhe, a vida de um dos casais mais conhecidos da história brasileira: Jorge Amado e Zélia Gattai. Comprada em 1960 com dinheiro da venda dos direitos do livro “Gabriela, Cravo e Canela”, de Jorge Amado, para a MGM, a casa foi totalmente reformada e hoje é um dos museus mais visitados de quem visita Salvador. Em cada cômodo se respira cultura nordestina e é possível constatar através de vídeos e documentos, os inúmeros artistas que visitaram o casal: Glauber Rocha, Pablo Neruda, Tom Jobim, Dorival Caymmi, Roman Polanski, Jack Nicholson, Sartre e Simone de Beauvoir, só para citar alguns. Toda essa riqueza é vivida nos diversos ambientes da casa, com seus mais de dois mil metros quadrados, incluindo o jardim onde as cinzas de Jorge e Zélia estão depositadas, com direito a poema de Oscar Niemeyer. A Casa do Rio Vermelho conta com mais de 30 horas de vídeos e projeções, além de móveis, roupas, objetos pessoais do casal como os óculos e a máquina de escrever usada pelo escritor. Há ainda cartas trocadas entre o casal com amigos como Yoko Ono. Vale a pena a visita até porque a localização da casa é no charmoso bairro do Rio Vermelho e se você estiver em um dia de sorte, poderá encontrar com os simpáticos netos do casal que sempre estão por lá.

Encomendas: (091) 3222-3956 | (091) 3223-2714 /etimariqueti

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mundo Confira mais

Fundação Louis Vuitton

Estar em Paris e não visitar a Fundação Louis Vuitton é quase uma heresia mesmo que a exposição em cartaz não pareça muito interessante. O prédio projetado pelo celebrado arquiteto canadense (naturalizado americano) Frank Gehry é uma obra à parte linda e complexa para o visitante, constituída com enormes placas de vidro sobrepostas. Para quem gosta de arquitetura ou deseja conhecer mais sobre o prédio, diariamente há pequenas visitas guiadas a cada meia hora e, durante todo o ano, a FLV traz exposições de artistas contemporâneos, além de performances, filmes, apresentações musicais e poesia. A entrada custa 14€ e os bilhetes podem ser adquiridos no site da fundação: http://bit.ly/29NHkyL. Voilá.

8 avenue du Mahatma Gandhi, Bois de Boulogne 75116, Paris I Metrô Les Sablons, linha 1 I12h às 16h I Contato: +33 1 40 69 96 00 I www.

Da Paolino

Um jantar sob um céu de limões durante sete meses do ano. Pode até não parecer romântico diante das belezas sedutoras de Capri, na Itália, mas basta olhar as fotos para perceber que jantar no Da Paolino será inesquecível. Com mesas ao ar livre, decoradas por 130 pés de limões sicilianos que pairam sobre os clientes, a noite tem um aroma especial. O restaurante não tem vista para o mar, mas os clientes nem se importam, tanto que é recomendado fazer reserva pois o local só abre quando as árvores estão em sua melhor época: de abril a setembro. Para completar tanta exclusividade, o menu tem pratos tradicionais como massas recheadas com presunto, muçarela e orégano, frutos do mar e sobremesas. Uma das mais pedidas é a de limão com doce de leite. Se o paraíso tem cheiro, certamente é de limões. E sicilianos.

Via Palazzo a Mare, 11, 80076 Capri NA, Itália I 0h às 12h, 19h30 às 0h I Contato: +39 081 837 6102 I Aberto diariamente das 12h30 às 14h30 e 19h30 até 0h Fechado a partir de outubro a março de 2017 I www.paolinocapri.com www.revistalealmoreira.com.br

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Bianca Borges

O impecável estilo

Costanza

A grande dama da moda brasileira tem ascendência italiana e há décadas é uma referência no meio especializado quando o assunto é estilo. Qual a receita? Nesta entrevista, a empresária e consultora Costanza Pascolato revela que, antes de escolher os acessórios, é necessário conhecer a própria personalidade

A

elegância de Costanza Pascolato, considerada uma das maiores referências em moda no Brasil e no mundo, vem do berço. Há aproximadamente setenta anos, seus pais, Gabriella e Michele Pascolato, desembarcaram no Brasil após fugir com a família da Europa, em plena Segunda Guerra Mundial. Aqui, eles fundaram uma pequena tecelagem, em São Paulo, que batizaram de Santaconstancia e que hoje é uma grande empresa, com destacada presença no cenário têxtil nacional. Entre os responsáveis pelo comando da fábrica de tecidos está Costanza, que viveu na Itália até os seis anos e, mesmo no Brasil, falava o idioma da terra natal, com os pais e o irmão. Até hoje, ela preserva suas raízes, que podem ser observadas desde a escolha de suas vestimentas, de tons sóbrios e modelagens clássicas, aos objetos de sua sala de estar: dos tapetes sobrepostos que lembram os dos mercados de Veneza ao requintado lustre, feito com os tradicionais muranos italianos. Nos anos 1950, quando era ainda uma colegial do Dante Alighieri, a escola dos imigrantes italianos em São Paulo, Costanza era frequentemente posta de castigo por mudar o uniforme. Como achava que o traje não lhe caía bem, ela subia a barra da saia, inventava novos nós para a gravata e usava o casaquinho ao contrário, só para esconder os botões dourados... Na década seguinte, ela já trabalhava na

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fábrica da família, ao lado da mãe, desfilando vestidos de grifes italianas pelos corredores. “A vida para mim é como alta-costura. Se virar do avesso, o que não é visto, o que está oculto, deve ser tão impecável e bem feito quanto a imagem de perfeição aparente da roupa. Nunca gostei do que é só de fachada”, compara. Seu vestido de debutante foi um legítimo modelo Christian Dior e o do primeiro casamento, em 1962 com o banqueiro americano Robert Heffley Blocker, trazia a assinatura da renomada Balenciaga. Nessa época, ela chegou a morar no Copacabana Palace, hotel de luxo pelo qual é apaixonada até hoje, enquanto era concluída a reforma de sua casa, no Leblon. Seus círculos de trabalho, amizades e família eram o que se pode chamar de mais prestigiado possível. Ainda criança, na Europa, ela costumava brincar com príncipes como Juan Carlos, futuro rei da Espanha. Aos vinte e poucos anos, foi fotografada pelas lentes de ninguém menos que o cineasta Luchino Visconti. Nos anos 1970, começou a trabalhar na imprensa, para as editorias de moda de publicações como a revista Claudia. Autodidata, ela demorou a pegar o ritmo da escrita – “achava que não conseguiria escrever sequer uma frase”, mas logo conseguiu deslanchar no novo oficio e, até hoje, escreve mensalmente uma coluna para a versão brasileira da revista Vogue. É essa mesma verve autodidata que a »»»

Divulgação


leva a experimentar as novas tecnologias. Tem perfil no instagram, seu site está sempre atualizado com as últimas tendências lançadas nas semanas de moda ao redor do mundo e mantem, no youtube, um canal, ao lado da parceira e amiga Marilú Beer, uma artista plástica argentina casada com um italiano. Quando Giulio Cattaneo, seu segundo marido, morreu, no começo dos anos 1990, Costanza enfrentou a depressão e, em seguida, o câncer de mama. O casal havia passado mais de 20 anos juntos e ela ainda o considera o grande amor de sua vida. Em meados da mesma década, ela voltaria a amar: engatou um relacionamento com o jornalista e produtor musical Nelson Motta. Na virada do século, Costanza lançou seu primeiro livro “O Essencial – o que você precisa saber para viver com mais estilo”. Logo percebeu que poderia relacionar o estilo “da moda” ao estilo de vida, e que as pessoas precisavam também de uma orientação para se autoconhecer e encontrar a própria personalidade, antes mesmo de definir o modo como iriam se vestir. Em 2009, veio a segunda publicação: “Confidencial. Segredos de moda, estilo e bem-viver”. A aposta deu certo e, atualmente, Costanza investe em uma abordagem que alia suas dicas de moda ao humor, ao bem-estar e ao estilo de vida. Sem, claro, jamais perder a elegância. Nesta entrevista, Costanza Pascolato revela, entre outras coisas, como uma consultora de moda de 77 anos faz para se manter sempre atualizada nas tendências – dentro e fora das passarelas. Você é uma das pioneiras de um movimento de protagonismo – de empoderamento – feminino. Empresária, mulher de personalidade e referência para toda uma poderosa indústria, como a moda. Como você avalia esse atual momento e de que forma o relaciona a sua trajetória? Tive a sorte e o privilégio de não ter sentido grandes diferenças de gênero, por pertencer a uma família em que as mulheres sempre assumiram naturalmente uma “estatura” mais autônoma. A indústria da moda cresceu muito nos últimos anos, mas é uma indústria frágil porque depende extraordinariamente dos aspectos psicológicos e econômicos mais coletivos de cada época. Continua suscetível às ondas de otimismo e pessimismo da sociedade. E o momento atual é difícil, de ver e rever o que realmente significam as coisas. Por isso, as indústrias e as marcas estão revendo suas posições. Não relaciono esse momento com a minha trajetória. Agradeço por ainda estar na ativa, conseguindo entender não só o contexto brasileiro, mas especialmente o panorama internacional. Sigo acompanhando tudo isso por causa de uma bagagem rara. O fato de poder estar ao mesmo

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tempo atuando na empresa e no jornalismo é um privilégio. Forneço serviços, vejo como funciona a dinâmica da indústria e, ao mesmo tempo, tenho uma escola que é a do jornalismo, que me faz estar atenta a toda essa realidade. As grandes revistas de moda passaram, nos últimos anos, a dividir espaço com as blogueiras, que se constituíram como grandes influenciadoras em moda, beleza e comportamento. Como você avalia esse movimento? A questão fundamental é que a internet veio para revolucionar e esses são os efeitos: a facilidade de se comunicar e a abertura total da opinião, sem edição. Porque as revistas de moda ficavam dentro da opinião editorial, longe da liberdade total que você tem na internet. Cada um faz o que quer do espaço que tem, na internet. Sobretudo na moda, a questão da imagem e da referência para ser imitada é absolutamente fundamental, porque as pessoas são inseguras. É muito raro alguém realmente saber desde sempre o que vestir ou como se arrumar. Tenho falado disso nos meus

livros e a gente sabe que é uma questão de autoconhecimento, que leva tempo e que tem que ser trabalhada. E hoje as pessoas parecem ter menos vontade de se autoconhecer. O mercado da moda vem buscando, nos últimos anos, desenvolver uma visão voltada para a sustentabilidade, aliada a um sentimento de inclusão social e de diminuição das igualdades. Como você percebe essa mudança de comportamento na indústria da moda? Melhor não fazermos um “pacote” com temas e ideias tão complexos. Sustentabilidade, por exemplo, é um conceito com o qual a Santaconstancia e minha família sempre trabalharam, com estudos meticulosos a respeito de tudo o que produzimos ao longo dos anos. Por isso a gente sabe que não há uma resposta única para a questão da sustentabilidade. É uma intenção cada vez maior e mais importante, que segue no aperfeiçoamento de métodos que surgiram com a industrialização e que hoje, com a enorme quantidade de pessoas e países consumindo, requer ainda mais atenção.

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Como a indústria da moda brasileira se posiciona nesse contexto? Quando falamos em sustentabilidade, é preciso ter uma intenção constante junto com a consciência de que não é algo que se resolve em dez ou vinte anos, inclusive porque é uma situação de uso e “saturação” de recursos naturais, que vem desde o século XIX. Inclusão social é algo sempre trabalhoso e que, no Brasil, parece se dar com mais “facilidade” por ser uma sociedade em construção, diferente das sociedades já estabelecidas. Lá fora, a nova onda migratória abala o equilíbrio que nações mais avançadas achavam que tinham conseguido. Mas isso vai dar uma desestabilizada geral também. Então, é um tempo de recomeço, em condições um pouco mais abertas do que antes. O mercado de luxo entra nessa mesma discussão? Esse mercado sempre quis mostrar novos caminhos. Mas como todas as outras, a indústria do luxo chegou a um patamar de excessos. É »»»


evidente que produzimos demais hoje em dia e a questão da aceleração da moda de luxo, para combater a velocidade e quantidade de ofertas do fast fashion, chegou ao ponto da discussão atual: vale a pena oferecer tanta coisa durante todo o ano? Isso não estaria, afinal, balizando tudo? É a grande questão que está no ar e nem os que comandam a indústria do luxo sabem a resposta. Há um grande debate sobre formalizar datas de lançamento das coleções. Não é que não havia esse problema no ano passado, mas explodiu agora, porque a situação é insustentável. Há produtos demais sendo propostos para o varejo. O capitalismo selvagem também criou a dinâmica e o hábito do que é descartável, substituindo tudo pelo último modelo porque o penúltimo já não serve mais. Hoje, a qualidade e a durabilidade é que são o grande luxo. Como é sua rotina e a sua relação com os desfiles? Minha rotina é muito variada e adoro ter coisas

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para fazer. Como não trabalho num lugar só, a cada dia tenho um desafio diferente, um lugar diferente, uma equipe diferente. Os desfiles são fundamentais e vou aos que consigo. É impossível ir a todos, mas procuro ir aos que são mais desafiadores para a minha curiosidade, para ver o que está acontecendo, qual é a proposta. Como você atualiza o seu guarda-roupa, compra peças no Brasil ou viaja exclusivamente para isso? Hoje, atualizo menos o guarda-roupa porque tem coisas que realmente não funcionam mais... Prefiro usar um mix de coisas muito boas que já tenho, com uma ou outra peça nova, que uso do jeito que fica melhor dentro do meu conceito de estar à vontade, seja numa festa de grande luxo ou no dia a dia. Não vou vestir nada que não combine com a minha personalidade porque a maneira que você veste é também a sua linguagem. Nunca viajei para comprar roupa e compro só o que vale pena. Hoje em dia, sinceramente, prefiro não gastar muito.

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Considerando a variedade de referências e informações que dispomos hoje, o que não pode faltar no guarda-roupa de uma mulher na faixa dos 30/40 anos? O básico do básico, conforme listo nos meus livros: a calça preta, o terno, a camisa branca, o cardigã, o trench coat, o par de jeans, a camiseta e a calça de alfaiataria. Em uma cidade como Belém, onde faz muito calor na maior parte do ano, quais são os acertos e os erros na hora de se vestir? Que excessos evitar? Eu costumava fazer matérias de “certo/errado” na revista Claudia, nos anos de 1970/80, mas isso me parece tão antigo atualmente... O equilíbrio de cada um é a própria pessoa quem encontra. Não me sinto à vontade para falar dos excessos de alguém que vive em Belém ou em qualquer outro lugar. Depois, se uma mulher que é mais exuberante resolve fazer uma coisa que ela acha ótima, quem sou eu para dizer que não vale? Essa é a grande liberdade dela.





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Amigas e (nada)

rivais

Após mais de 60 anos, Nicette Bruno e Eva Wilma voltam a contracenar juntas na inédita adaptação para o teatro do clássico O que terá acontecido a Baby Jane?

C

om carreiras mais que consolidadas e inúmeros projetos para a televisão, cinema e teatro, Eva Wilma e Nicette Bruno dizem ainda se sentirem desafiadas diante de um novo projeto. Foi assim com a inédita adaptação de “O que terá acontecido a Baby Jane?”, que estreou nos palcos paulistanos em agosto, em curta temporada. A estreia mundial do thriller psicológico escrito por Henri Farwell, cuja montagem americana só irá para a Broadway em 2017, esteve a cargo de Charles Möeller e Cláudio Botelho, que já assinaram clássicas montagens como o A Noviça Rebelde, O Mágico de Oz, As Bruxas de Eastwick, Sete – O Musical, entre outras. O texto narra a dramática história das irmãs Hudson, adaptada para o cinema em 1962 e estrelada por Bette Davis e Joan Crawford. Após ser uma estrela mirim, Jane (Eva) precisou lidar com a decadência de seu prestígio e o posterior sucesso de sua irmã Blanche (Nicette), em Hollywood. Após um trágico e misterioso acidente, elas se encontram

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confinadas – e abandonadas – em uma mansão, onde dividem um cotidiano recheado de mágoas e ressentimentos. “Diferente de Joan Crawford e Bette Davis, nós nos queremos muito e nos damos muito bem (risos)”, revela Nicette Bruno, em referência à conturbada relação das estrelas americanas, que eram de estúdios rivais e famosas por serem grandes inimigas. “Eu já tinha em conta que era um convite atraente, principalmente quando fiquei sabendo que teria uma parceria com a Nicette. A gente se sente assim, meio irmãs”, evidencia Eva Wilma. DNA teatral A escolha das atrizes para interpretarem Jane e Blanche não foi aleatória. Botelho e Möeller fizeram questão de ressaltar que Eva e Nicette trazem em seu DNA a história do teatro brasileiro e, mesmo que a peça fosse ruim (o que certamente não é), tê-las juntas no tablado é uma verdadeira celebração das artes cênicas nacionais. »»»


“Quando recebemos o convite, logo nos foi enviado o texto e eu gostei muito da adaptação, da concepção. Depois, logo nos primeiros encontros os dois colocaram com uma clareza muito grande toda a proposta cênica, que não é fácil, mas que nos agradou muito”, ressalta Nicette. “A gente está evoluindo, aprendendo, tem sempre mais para aprender, tem que aprender para mergulhar de verdade no seu ofício”, pondera Eva. A dificuldade e desafio certamente têm relação não somente em interpretarem famosas vilãs do cinema, o que por si só é tarefa árdua, mas por precisarem se odiar em cena, sendo grandes amigas na coxia. “Com a direção segura do Charles e o trabalho de toda a equipe, nós conseguimos esse distanciamento gostoso que o teatro exige, para que nós pudéssemos enfrentar mais esse desafio de interpretarmos essas duas irmãs que são um conjunto de amor e ódio”, conta Nicette. “O que nós fazemos quando termina uma cena muito forte, nos damos a mão, um beijinho, para criarmos um distanciamento”, completa. www.revistalealmoreira.com.br

Para Eva, a experiência é um mergulho na interpretação. “O que me fascinou no texto é uma coisa da qual eu gosto imensamente, o humor. E a proposta é um drama terrível, mas que nunca perde o humor, tem uma leveza, e isso me encanta. (...) A gente mergulha na proposta do autor e vai se encontrando sempre, cada vez mais, e também na nossa maneira de interpretar o tema, o prazer, sobretudo o prazer e a paixão sobre o que a gente está fazendo”. O grande (re)encontro Esse não é o primeiro trabalho em conjunto dessas duas veteranas. Em 1954 elas subiram ao palco do Theatro Municipal do Rio de Janeiro para encenar o espetáculo “Lição de Botânica”, de Machado de Assis. Também contracenaram juntas na novela Meu Pé de Laranja Lima, em 1970. Mas apesar dos anos de experiência, que as consagraram como duas das maiores atrizes brasileiras, um novo projeto é sempre um aprendizado. “Cada peça que fazemos, cada personagem que

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interpretamos, é um ensinamento a mais na nossa caminhada, na nossa trajetória profissional”, diz Nicette. “Sobretudo, a gente está de acordo que este é um baita desafio. Um desafio porque a gente está numa fase que já mostrou um pouco de tudo, né? E aí de repente chega uma coisa que assusta e atrai”, completa Eva. Contemporâneas, elas iniciaram as carreiras praticamente juntas. Vivinha, como Eva também é conhecida entre amigos, estudou balé clássico e fez parte do São Paulo Ballet, de Maria Olenewa, tendo tido também aulas particulares de canto, piano e violão com Inezita Barroso. “Dentro da minha formação, foi muito forte o lado musical por parte materna e paterna. Na segunda e terceira infância mergulhei para valer na música, nessa magia, tanto que estava certa de que iria seguir a carreia de bailarina clássica”, conta. Mas tudo mudou quando Eva precisou fazer o que diz ter sido a primeira escolha difícil da sua vida: pedir demissão do São Paulo Ballet para emprestar seu talento às outras artes. “Eu tive convite para


fazer teatro, cinema e televisão no mesmo ano. E eu acho que eu consegui equilibrar esses três veículos sem nunca perder a opinião de que o teatro é escola. Eu digo sempre para os jovens, ele é onde você estará ao vivo, de corpo inteiro, de alma inteira, se entregando”. Eva, aliás, faz questão de ressaltar que a nomenclatura “palco” deveria ser substituída por “espaço cênico livre”, devido às diferentes linguagens e espaços de atuação. Nicette também iniciou nas artes ainda criança. Estudou piano no Conservatório Nacional e aos seis anos ingressou no balé no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. “Naquela época eu participava dos grupos dos clubes. Eu estudei no Instituto Lafayette, que tinha em seu currículo o curso de expansão cultural, no qual nós tínhamos o exercício de declamação, canto, dança”, conta. Depois, fez parte do Teatro do Estudante, de Pachoal Carlos Magno, e do Teatro Universitário, de Jerusa Camões. “Foi onde comecei então a dedicar mais ao meu lado de exercício para o teatro, para a dramaturgia em si. A música e a interpretação caminham juntas. Você não pode fazer teatro sem ter uma experiência musical, mesmo que seja conhecimento da sua sensibilidade musical. Isso é fundamental”, pondera a atriz, que também foi dona de três teatros. Sobre o ofício de atuar, Nicette é enfática ao ressaltar que o ator precisa exercitar suas diversas formas de humanidade. “Para que eu possa executar uma cena em que eu tenha que puxar um ódio, uma dor, eu tenho que remexer dentro de mim, algum ponto para que isso seja aflorado. Porque acho que todos nós temos em nosso interior todas as gamas de sentimentos e emoções, depende de como você elabora a sua caminhada e a sua trajetória”.

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Camila Gaia

Profissão:

Youtuber Eles divertem, revoltam, emocionam, inspiram, ditam comportamentos e influenciam mesmo sem querer, mostrando que a TV não é o único meio para se projetar para o sucesso

O

s ídolos do século XXI não vêm da literatura, do cinema ou da televisão. Agora eles surgem no YouTube, plataforma da qual pouco se sabia até alguns anos atrás. São pessoas comuns que ganham status de celebridade por falarem abertamente sobre suas vidas, contarem piadas, fazerem experiências científicas, aconselharem, reclamarem ou, simplesmente, por serem elas mesmas diante das câmeras. O Brasil possui 4 entre os 10 youtubers mais influentes do mundo, segundo pesquisa realizada em junho deste ano pela Snack Intelligence. O índice mediu a taxa de poder de influência do criador de conteúdo sobre a audiência da plataforma, envolvendo dados como engajamento, visualizações, número de inscritos, frequência de publicação, atividade do canal, entre outros. São eles, Felipe Castanhari, Felipe Neto, Kéfera Buchmann e o piauiense Whindersson Nunes, que figura no segundo lugar da lista, com mais de 12 milhões de inscritos e um carisma imensurável. “Eu sempre fui o mais engraçado da turma, acho que já tinha isso comigo desde pequeno”, conta o ex-estagiário de um laboratório de informática, que quando tinha tempo livre gravava vídeos aleatórios, sem saber que isso um dia o projetaria para

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a fama. “Estourei quando eu postei o "Vó tô reprovado", uma paródia da música do Israel Novaes. Eu nem imaginava que a internet podia dar todo esse ibope”, revela. Em seu canal, Whindersson conta piadas com cenas do seu dia a dia, faz resenhas de grandes sucessos do cinema, como A Bruxa de Blair e Esquadrão Suicida, além das paródias de videoclipes. A mais acessada é a da música Hello, de Adele, com mais de 36 milhões de visualizações. Um humorista nato que traz em seu DNA a simplicidade e o carisma de sua região. “O nordestino é engraçado por essência e eu sempre gostei dessa vertente”, conta, reforçando que nunca sofreu nenhum tipo de preconceito, só coisas boas. O sucesso na internet foi tanto, que Whindersson passa a maior parte do tempo viajando pelo Brasil por conta da agenda de shows. Seus vídeos são sempre gravados em cenários diferentes, a maioria quartos de hotel por onde passa. Os assuntos vêm naturalmente, o que chama atenção naquele momento. E o processo de produção é simples, envolve somente o youtuber, uma câmera e o computador. “Sai tudo de uma vez, depois eu só edito de uma maneira que fique mais interessante para quem assiste. Eu sempre editei e pretendo »»»

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O paranaense Pedro Afonso Rezende (ao lado), do canal RezendeEvil. Acima, Kéfera, do youtube para o cinema no longa 'É Fada'.

continuar, acho que isso é também um dos segredos do sucesso”. Talvez o que o faz Whindersson ser tão querido seja o fato dele não abordar assuntos polêmicos. Por exemplo, nunca fala de política. Prefere manter assuntos leves, diferente de outros youtubers. A curitibana Kéfera Buchmann é um exemplo disso. Dona de uma espontaneidade invejada, ela não tem problemas em se expor e falar o que pensa. Os erros de gravação, por exemplo, são parte importante nos vídeos. De vez em quando se envolve em discussões sobre assuntos delicados, como racismo e homofobia, mas sempre tem uma resposta na ponta da língua. Em um de seus vídeos, Kéfera aborda o título dado pela imprensa de “voz da nova geração”. Ela faz questão de dizer que não é exemplo para ninguém e que seu canal é de entretenimento e nada além disso. “Eu acho que colocam um peso muito grande na gente (youtubers). Eu acho que ser influente na mídia e ser um formador de opinião é muito vago. Uma das coisas me que criticam é: mas o que a Kéfera ensina? Como assim, a voz da nova geração? O que ela tem para dizer de importante? Nada, gente! Eu não sou professora. (...) A minha função aqui no YouTube é entreter”. Tanto é que, com mais de 9 milhões de inscritos, seu canal, o 5incominutos, aborda o dia a dia da

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atriz, paródias musicais, esquetes, diários de viagens e muita interpretação. A fama rendeu a Kéfera a oportunidade de estrelar, junto com a também famosa cadela Vilma, seu primeiro longa-metragem. “É fada”, produzido por Daniel Filho e dirigido por Cris D’Amato, é inspirado no livro “Uma fada veio me visitar”, da escritora Thalita Rebouças, e conta a história de Geraldine (Kéfera), uma fada tagarela e muito atrapalhada que vai ajudar Júlia (Klara Castanho) nos dilemas adolescentes, entre eles, como se adaptar à nova escola. “Este é meu primeiro longa-metragem e fiquei surpresa com a quantidade de gente no set! A Cris (D’Amato) foi uma mãezona para mim, me acolheu e teve muita paciência comigo. E o Daniel (Filho) é superquerido. Cada dica dele te deixa pensando ‘Uau, meu Deus, como ele é incrível, sabe muito o que tá fazendo!’ (risos)”, comenta Kéfera. Muito além dos frames Quem também foi projetado do mundo virtual para a vida real foi o paranaense Pedro Afonso Rezende, mais conhecido como RezendeEvil, numa alusão ao game Resident Evil, uma de suas paixões. O aspirante a jogador de futebol morou na Itália onde jogava profissionalmente e um dia teve uma ideia. “Tudo começou quando precisava passar de fase em um jogo de videogame e acabei entrando na Internet para buscar ajuda. Foi


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Whindersson Nunes: aos 20 anos é o youtuber mais influente do Brasil, com inacreditáveis 15 milhões de seguidores (até o fechamento desta edição)

então que descobri um canal, que mostrava como eu deveria fazer, aí achei legal isso. Gostei da ideia e pensei em ter um canal meu”, conta. O caminho para o sucesso foi natural. Rezende não estava muito satisfeito com a vida na Itália e durante as férias no Brasil resolveu se dedicar 100% ao canal. “Eu me dediquei muito, estudei e comecei a produzir conteúdo com muita regularidade, isso foi fortalecendo o RezendeEvil e quando me dei conta já estava dando certo”, revela. O canal possui hoje quase 9,5 milhões de inscritos e se divide entre as experiências com amoebas (aquelas gelecas que a criançada adora), relatos de sua vida pessoal e as divertidas narrativas com base em fases do game Minecraft. Os temas são definidos pelo próprio youtuber, que se diz sempre atento ao que pode virar tema. “Às vezes é um assunto que está em alta ou uma série que assisti e me despertou algo, algo que aconteceu no meu dia, enfim, a inspiração aparece (risos)”. A gravação, na maioria das vezes, vai de improviso, mas sempre seguindo um norte. “Eu gosto de me preparar, sempre que possível ter um roteiro, mesmo que na gravação tenha muito improviso”. A experiência de contar histórias rendeu, além de um espetáculo para o teatro intitulado “Paraíso”, a publicação de dois livros, escritos em parceria com o pai. “Quando comecei a desenvolver essas histórias, meu pai achou legal e me deu a

Elisandra Primo, arquiteta.

ideia de escrever alguma coisa. Aí bolamos algumas histórias juntos. Uma delas chamou atenção de uma editora, e assim nasceu “Dois mundos, um herói”, que já tem mais dois volumes encaminhados, o “De Volta ao Jogo”, lançado no início deste ano, e o terceiro que sai até o final do ano”, relata. O sucesso do youtuber é tanto que na Bienal Internacional do Livro de São Paulo, ocorrida entre agosto e setembro, Rezende foi uma das atrações principais. Sua apresentação reuniu milhares de crianças e jovens eufóricos por ver de perto o ídolo virtual. “Foi muito legal participar da Bienal, confesso que não me imaginava sendo uma das atrações, mas foi uma experiência muito boa”. Educação e entretenimento Quem também esteve presente na Bienal do Livro, arrancou aplausos efusivos e distribuiu muitos autógrafos foi o casal Iberê Thenório e Mariana Fulfaro. Eles estão à frente do Manual do Mundo, canal que encanta crianças, jovens e adultos com experiências científicas, invenções e ajuda para as tarefas do dia a dia. Uma espécie de Mundo de Beakman e X-Tudo da nova geração. “Criamos o canal quando viemos morar em São Paulo. Lá em Piedade, no interior, as pessoas não chamavam ninguém para fazer as coisas, não tinha como trocar um pneu, uma tomada. Daí em »»»

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O casal Iberê Thenório e Mariana Fulfaro: o jornalismo e a terapia ocupacional ficaram de lado por conta do canal. São Paulo percebemos que o pessoal ficava a vida toda dependendo dos outros para fazer essas coisas. Foi quando, em 2008, resolvemos criar um site dando dicas bacanas para casa e algumas experiências não tão úteis, mas engraçadas e legais de fazer”, conta Iberê. E não demorou muito para que estourasse no YouTube, em 2012, quando o casal resolveu largar os seus empregos de jornalista (Iberê) e terapeuta ocupacional (Mariana) para trabalhar exclusivamente para o canal. “Montamos escritório, contratamos pessoas para trabalhar com a gente. Já tínhamos uns 100 mil inscritos, uns 3 ou 4 milhões de views por mês. Já era um canal grande quando a gente resolveu que dava para viver só disso”, relata Iberê. Hoje, o Manual do Mundo tem sua própria produtora com mais ou menos 15 pessoas trabalhando. “É a dinâmica de uma produtora mesmo, mas a gente coordena tudo”, reforça Mari. As pautas são definidas pela equipe com ajuda dos fãs, tudo feito de maneira profissional. “Esse processo de criar os vídeos é bem coletivo. A gente pesquisa em livro e também temos aulas. Toda quinta-

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-feira um professor de física que vem aqui nos ajudar na explicação das experiências”. O profissionalismo rendeu frutos fora da rede. O Manual do Mundo possui um livro de experiências publicado e este ano lançará mais dois, um deles voltado para experiências gastronômicas. O casal também gravou um especial para o canal Cartoon Network e montou uma loja virtual (www.aexperiencia.com) na qual vende vários itens educativos e materiais para realizar as experiências propostas. “A gente gosta muito de fazer produtos cada vez maiores. Temos uma série que chama “Boravê”, que visita lugares em que as pessoas não podem entrar. Já conseguimos entrar na NASA, fazer um vídeo na Disney. Esse é um projeto que queremos consolidar, ir bem longe”, planeja Iberê, reforçando que sair da internet não está nos planos do Manual do Mundo. “Sempre tivemos convite para a televisão, mas gostamos muito do YouTube. Foi o lugar em que a gente deu muito certo e não compensa você deixar uma experiência tão boa para arriscar em uma coisa muito fechada como a televisão”.


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Celso Eluan empresário celsoeluan@ig.com.br

Estou eu de frente a uma pergunta delicada, até capciosa: o que faz uma empresa ou um profissional ter sucesso? Bem, a princípio devo afirmar que se tivesse essa resposta poderia estar agora numa praia caribenha degustando aperitivos, administrando minhas contas em off shores e bancos suíços pelo smartphone e me deliciando com as resenhas entusiasmadas do meu último livro de sucesso. No entanto estou aqui de frente pro meu computador buscando respostas nessa imensidão branca do papel e do vazio na minha mente. Mas, como acredito mais na transpiração do que na inspiração vamos trabalhar e tentar escrever algo que faça sentido. Acho que já cheguei assim na primeira regra de sucesso: trabalho árduo e incessante. Mas isso todo mundo já sabe e o que, além disso, faz o sucesso de uma empresa? Well, carregar pedras pode ser considerado trabalho árduo e incessante, mas nem eu nem você devemos conhecer ninguém que tenha feito sucesso carregando pedras. Então trabalho contínuo é necessário, mas não suficiente. Lições de matemática do ensino fundamental e, como a matemática ensina, a lógica deve prevalecer. Assim devemos descobrir o menor caminho entre dois pontos, uma reta, claro. Isso significa o menor esforço para o maior benefício, racionalidade, fazer mais com menos. Está colocado em qualquer manual de administração ou economia e isso significa uma palavra que poucos entendem e que diretamente reflete a diferença entre os países, empresa e pessoas bem-sucedidas e aqueles que ainda buscam a excelência: produtividade. Chegamos assim à segunda regra: fazer mais com menos. Estamos evoluindo, mas bem longe de explicar o sucesso. Quero lembrar que não prometi fórmulas, então se você espera uma solução definitiva para seus problemas é melhor ir numa livra-

ria na seção de autoajuda e procurar algo por lá. Trabalho duro, produtividade, mas se não souber o que o mercado demanda você pode montar uma empresa que fabrica máquina de escrever com excelente qualidade, baixo custo e que não vende nada. Ler e interpretar cenários, esse é o maior desafio para um profissional ou empresa. O mercado é um ente dinâmico que muda constantemente e que se você não o decifra ele te devora, é a Esfinge da Modernidade. Só que essa constante mutação, a imensa quantidade de variáveis, a maneira por vezes delicada e sutil como se relacionam geram inúmeros caminhos, infinitas possibilidades e aí nos colocamos num dilema: qual caminho escolher? Chegamos então à terceira regra: fazer escolhas acertadas. Ora, agora enrolou. A primeira regra é fácil de entender e explicar, trabalhar muito. A segunda segue os princípios da matemática, fazer mais com menos, é mais complicada, mas ainda dá pra entender usando o bom senso. Mas essa terceira parece brincadeira, fazer a escolha certa. E qual é a certa? Elementar meu caro Watson, a escolha certa é a que deu certo. Ora e como vou saber antes que essa escolha dará certo? Lamento responder que só saberá depois de tentar esse caminho. Com a ajuda da experiência, da leitura dos cenários, da posse de vários indicadores e do bom senso sabemos que alguns caminhos nos levam ao Lobo Mau (a Chapeuzinho Vermelho com sua inexperiência infantil não sabia) e estes evitamos, diminuindo custos e tempo (lembram-se da segunda regra?). No entanto, depois de eliminar milhares de opções óbvias ainda restam algumas que parecem promissoras, qual seguir? Nesse momento entra em cena um elemento esotérico, a intuição.

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Camila Gaia

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Doaos "pixo" murais do

mundo

O muralista Eduardo Kobra retrata sua inquietação e sensibilidade às paisagens urbanas dos grandes centros

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m meio à agitação das ruas e ao cinza dos arranha-céus, a street art avança nos grandes centros. Já é parte indissociável da paisagem urbana mundial com suas pichações, grafittis e murais a céu aberto, produzidos por inquietos como Eduardo Kobra, artista brasileiro que figura entre os principais nomes da arte urbana mundial, até pouco tempo considerada apenas vandalismo. "Hoje em dia, quando você fala grafitti ou muralismo, as pessoas já sabem do que se trata. Se fala disso nas redes sociais, nas revistas… Antes, as pessoas achavam que era coisa de vagabundo”, conta Kobra, que ganhou o apelido ainda na infância por ser “cobra" no desenho. O artista possui um catálogo invejável de trabalhos pelo mundo. Suas telas, que servem de base para os murais, estão expostas e são comercializadas em diferentes galerias em Nova York, São Paulo, Amsterdam, por exemplo. O início foi no "pixo" (ato de escrever ou rabiscar sobre muros) aos 12 anos, nas ruas do Campo Limpo, bairro periférico da zona sul de São Paulo. “Eu pichava por vandalismo mesmo. Eu não tinha uma intenção artística do tipo 'vou pichar aqui e deixar a minha arte'. Eu pichava como uma forma de dizer 'eu existo’, uma coisa da periferia mesmo.” Foram necessários alguns anos para que Kobra migrasse para o grafitti. "Quando eu descobri que era possível fazer desenhos nos muros, abandonei um pouco o 'pixo' e fui pintar usando o mesmo suporte (o muro) e material (o spray), porém com intenção totalmente diferente. Eu já não tava mais

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só colocando a minha letra”, detalha. As primeiras intervenções vieram do seu envolvimento com a cultura hip hop, no final dos anos 80, quando integrava o grupo Jabaquara Breakers. "Eu pintava todo o conteúdo ligado ao movimento, falava de protestos, questões raciais, violência policial, temas ligados à periferia”, conta. À época, grafitar profissionalmente ainda não fazia parte dos planos. Kobra trabalhava meio período em uma agência bancária e o tempo livre era dedicado ao grafitti, ainda como hobby. "Eu pintava praticamente todos os dias”. Não demorou muito para que, por volta dos 19 anos, abrisse mão da vida de bancário e tentasse ganhar a vida desenhando em muros. “Eu larguei o emprego no escuro. Não tinha nenhuma coisa certa do tipo 'vou largar pra ganhar grana fazendo desenho'. Isso porque eu não tinha nenhuma referência de alguém que tivesse feito isso e dado certo. Eu só resolvi deixar de lado mesmo porque eu gostava de pintar e não me sentia bem fazendo outro tipo de coisa.” Do trem fantasma para a memória Foi nesse tempo que mergulhou de cabeça no grafitti e passou a experimentar novas técnicas e buscar diferentes referências - parte delas nas histórias em quadrinhos - até chegar na linguagem que hoje é a sua marca registrada: o muralismo. “O meu trabalho sempre foi mais ligado a imagens realistas, perspectivas e anatomia. Isso significa que demora mais para fazer. Você não consegue chegar, pintar e sair fora. Então, eu tinha que pedir »»»


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autorização para o proprietário do muro. E é aí que tá a diferença entre o grafitti e o muralismo, que é o que eu faço hoje. O mural não é uma questão da técnica, mas sim de ser ou não autorizado”, explica. Com nome e desenhos espalhados por São Paulo, Kobra chamou a atenção do parque de diversões Playcenter - hoje fechado -, que o contratou para pintar a estrutura das suas atrações e murais internos. “Não era um trabalho livre, mas tinha um tema. Daí eu pegava parte da grana e continuava pintando na rua, pedindo sempre autorização. Mas também tinha alguns trabalhos ilegais, como pintar nos túneis da cidade.” Os desenhos ainda seguiam a temática do hip hop, mas sempre com a preocupação de não ser apenas uma intervenção artística. "Eu fazia tudo bem intuitivamente, mas já pintava pensando em usar os muros como suporte para passar algum tipo de mensagem, o que na verdade acabou depois voltando no meu trabalho, com essa ideia de pintar não simplesmente por uma questão estética”.

Entre as causas, ecologia, proteção animal, além de críticas sociais. "Até hoje meus murais estão ligados a causas que estão muito além do que eu pintei ali. Eu também trabalho muito com histórias reais, por exemplo, eu fiz uma sequência de trabalhos sobre crianças desaparecidas e sobre o desemprego, pintando currículo de pessoas desempregadas nas ruas, contando essas histórias." A grande virada parece ter acontecido por volta de 2006, com o projeto “Muros da Memória”, em que busca transformar a paisagem urbana com releituras de fotografias antigas, num trabalho incrível de luz, sombra e tridimensionalidade. “As pessoas, às vezes, pensam que é só pela estética, mas também é uma forma de protesto em relação à preservação do patrimônio histórico da cidade”. Uma das obras pode ser vista aqui mesmo, em Belém, na avenida Portugal com o Boulevard Castilhos França, em um mural que retrata barqueiros e o antigo cais do porto da cidade. Mas, a maioria dos trabalhos está na cidade de São Paulo, como um

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gigante painel, de 1.000 m2, na avenida 23 de Maio, com cenas da década de 1920. Da tela para grandes formatos Os murais de Kobra não são apenas pinturas em grande escala. São resultado de um processo de criação minucioso e muito pessoal, que envolve, para começar, a definição de temas com os quais possua identificação. “Hoje, eu só aceito convites quando sou respeitado no aspecto do que eu estou criando. Eu não tenho problema nenhum em pintar o prédio de alguém, contanto que eu fique livre para pintar o que eu quero.” Foi assim com o mural em homenagem a Anne Frank, em Amsterdã. Um dos inúmeros trabalhos realizados no exterior desde 2011. O artista escolheu pintar o retrato da vítima do Holocausto em um prédio de 30 metros de altura, com detalhes percebidos apenas por quem encara as ruas como uma grande galeria de arte. “Ali há um estudo de cores adequadas ao tema e as texturas que estão »»»


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na roupa são da capa do diário dela. Há toda uma pesquisa dentro do universo do tema que eu tô trabalhando. Com cada personagem e cada história é assim.” No famoso mural do Oscar Niemeyer, na av. Paulista, não se vê apenas uma profusão de cores previamente definidas, mas formas geométricas fazendo referências à obra do arquiteto. “No rosto do Niemeyer, aquelas formas são as obras dele. Têm mais de dez projetos dele que compõem o mural”. E toda a pesquisa para a composição dos murais é feita pelo próprio artista, num processo sem prazo definido. "Na hora da produção tem bem pouco improviso, pode mudar algo de cor, mas eu trabalho com planejamento. Tanto que as minhas obras têm um original, que é uma pintura numa tela." Foi dessa maneira que encarou um dos maiores desafios de sua carreira: pintar no Rio de Janeiro o maior mural do mundo, segundo o “Guiness World Records”, com 15 metros de altura e 170 de comprimento. “A paz entre os povos” retrata o rosto de nativos dos cinco continentes e foi uma encomenda para a Olimpíada. Foram ao menos 6 meses de concepção conceitual e quase 2 meses de execução, sempre com a ajuda dos artistas Agnaldo Brito e Marcos Rafael, do Studio Kobra. “Eles são parceiros incríveis. Seria impossível e hipócrita eu falar que pinto sozinho. Não tem como.”

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De malas prontas para o mundo No auge de sua carreira como muralista, Kobra já está com a agenda de 2017 praticamente fechada. Em março embarca de vez com a família para viver nos Estados Unidos, por conta dos inúmeros trabalhos internacionais. Para se ter uma ideia, ele retornou há pouco tempo de mais uma temporada em terras americanas, nas quais desenvolveu uma sequência de murais com grandes nomes da música, como David Bowie e Bob Dylan. "Hoje eu tenho necessidade de encontrar um equilíbrio. Neste ano, eu fiquei 7 meses viajando. Meu bebê nasceu, tá com seis meses, e eu só fiquei 15 dias com ele. É surreal”, desabafa. "O meu momento é esse e é global. Só que hoje me vejo nessa questão: eu vou virar um nômade? Antes, eu queria fazer tudo, mas agora eu tenho que escolher no que trabalhar”. Na agenda de trabalhos selecionados um contrato com o Super Bowl, campeonato da NFL (National Football League), a principal liga de futebol americano dos Estados Unidos. Ainda em fase de concepção, Kobra já definiu o tema e o local do mural: índios americanos, na cidade de Houston. “Eu estou pesquisando tudo sobre a história deles em filmes, livros, internet e entrevistas. Eu fiz uma visita a alguns índios e estou em contato frequente com cinco deles para desenvolver o trabalho. É uma pesquisa que leva até mais tempo que a pintura”.

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confraria

VINHO Criada pelo designer Barry Wax, a VinGardeValise® demorou três anos para ser desenvolvida e é considerada a mala de vinhos mais inovadora do mercado prometendo redefinir o transporte e a segurança das garrafas. Projetada para acomodar até 12 garrafas de 750 ml. Feita de policarbonato e com módulos de espuma de alta densidade que permite regular a temperatura e amortecer choques decorrentes do transporte, a mala tem uma superfície dura e resistente. E o melhor: ela pesa cerca de 22 kg quando equipada com uma dúzia de garrafas de vinho, fazendo com que esteja abaixo do limite de peso de companhias aéreas como Air France e KLM. Outro diferencial é que a parte da espuma pode ser retirada caso o viajante decida incluir outros itens na mala e queira levar poucas garrafas. Onde: www.vingardevalise.com.br Preço sugerido: R$ 1.999,00

GAME

Os preços e disponibilidade dos produtos são de responsabilidade dos anunciantes

Apesar da tecnologia cada vez mais avançada no mundo dos videogames, quem viveu a era dos games arcade e em 2D tem sempre aquela nostalgia encruada. Para felicidade desses corações saudosos, a japonesa Nintendo relançou uma versão compacta do clássico NES, que já recebeu o nome de Nintendo Classic Mini e cabe na palma da mão. A diferença de 34 anos atrás, quando foi lançado, é que o original precisava de cartuchos, já o Nintendinho vem com 30 jogos na memória. Entre eles, Mario Bros., Mega-man, Metroid, Ninja Gaiden, Pac-man, Balloon Fight, Bubble Bobble, Castlevania e Castlevania II: Simon’s Quest. Ah, e já vem com um controle, mas para aqueles games que podem ter dois jogadores é possível comprar o controle adicional. Onde: www.nintendo.com Preço sugerido: U$$ 60

LEGO Um projeto de tese de MBA tem encantado quem curte os bonecos do Lego e afins. Os suecos Simon Higby e Clara Prior decidiram criar um capacete divertido e que lembrasse o cabelo do LEGO. O motivo? A dupla, que trabalha na agência de publicidade DDB, afirma que 44% das crianças não gostam de usar um capacete, mas com um acessório diferente e divertido, talvez quisessem usá-lo sem serem forçadas. Óbvio que a proteção já virou objeto de desejo de marmanjos. Mas as notícias ainda não são muito boas. Como era um projeto de tese da dupla, a companhia dinamarquesa MOEF até criou um protótipo no último ano, mas até agora, nem LEGO e nem Playmobil compraram a ideia para que pudesse ser produzida. Para nossa tristeza. Preço: não há preço sugerido Onde comprar: ainda não está disponível para venda.

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especial

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Anna Carla Ribeiro

Divulgação

Uma

Reverência ao passado Os ladrilhos hidráulicos voltam com força ao resgatar o bom gosto com a utilidade exigida pelos novos tempos

N

ão é à toa que os versos da cantiga "Se essa rua fosse minha, eu mandava ladrilhar" se refere a uma verdadeira prova de amor. Antigamente, embelezar residências, logradouros e prédios com ladrilhos hidráulicos era sinônimo do mais alto grau de requinte. Secular, a técnica é facilmente apreciada em palácios e casarões que abrigam os principais tesouros arquitetônicos do Brasil. Agora, os ladrilhos apareceram novamente. Invadiram fachadas, quartos, banheiros, calçadas, jardins. Estão nos mais impensáveis lugares. Ressurgiram com diferentes roupagens, porém, eternamente charmosos e clássicos. A recente febre deste material, que passou por décadas de esquecimento, parece renascer com a mesma força que o fez ganhar o mundo no século retrasado. Quem passa pelos principais prédios históricos do Brasil a ver centenas de ladrilhos milimetricamente desenhados não imagina que a técnica surgiu de reinos muito, muito distantes. Está longe de ser de autoria lusitana, nossa principal influência do Velho Mundo. Veio de artesãos árabes, no século XIX, e conquistou a Europa e as suas colônias nas Américas com a mesma eficácia que o Império Britânico adquiriu, no período, a supremacia mundial. Pode-se dizer que os ladrilhos hidráulicos pegaram carona nas ondas cristalinas do Mediterrâneo para chegar na Europa. Afinal, foi naquela região, banhada por um mar azul-piscina, que países como França, Espanha, Portugal e Itália tiveram o primeiro contato com o produto, uma novidade

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exótica, oriunda dos mosaicos bizantinos. Registros históricos mostram que o ladrilho hidráulico foi apresentado com sucesso na Exposição Universal de 1867, em Paris, lançado como uma alternativa para a pedra (principalmente o mármore), mas que não precisava de cozimento em seu processo. Logo os ladrilhos hidráulicos viraram moda e passaram a ser ostentados nos mais distintos centros urbanos europeus: desde os grandes palácios na Rússia dos Czares, passando pelas mansões da Riviera Francesa, na Barcelona de Antoni Gaudí, até as mansões góticas de Veneza. No Brasil, por influência de Portugal, os ladrilhos foram introduzidos e popularizados na arquitetura das residências entre os anos 1910 e 1930. "Não importava a classe, toda a cidade antiga era ladrilhada", contou o arquiteto Rudelger Leitzke, um verdadeiro apaixonado pela arte de se fazer ladrilhos. Ele se referiu à sua cidade, Pelotas, no Rio Grande do Sul, um lugar marcado pela técnica com a mesma força das toneladas necessárias para prensar um ladrilho. Pelotas, no início do século XX, vivia um período de apogeu econômico por conta de um contraste de sabores: a cidade exportava grande quantidade de charque e, concomitante, havia amplo envolvimento da população no manejo do açúcar, que desenvolvia os até hoje tradicionais doces pelotenses portugueses. "Nesse período, 17 fábricas de ladrilhos foram instaladas em Pelotas, para atender à demanda arquitetônica da região. »»»


Porém, alguns séculos depois, uma a uma foi fechando as portas, por conta do declínio nas vendas. Afinal, a indústria cerâmica, que tinha como matéria-prima o barro, dominou o mercado, já que era muito mais acessível que o ladrilho para a população", explicou. Em 1983, Rudelger já atuava como arquiteto e constantemente usava os ladrilhos em suas plantas. Ao fazer um pedido na única fábrica sobrevivente de Pelotas, a Fábrica de Mosaicos, fundada em 1914, ele soube que a sua encomenda seria a última realizada pelo estabelecimento. "A fábrica ia fechar. Eu fiquei profundamente tocado com aquela notícia e decidi comprá-la. Aos poucos, fui aprendendo o processo, que é totalmente artesanal. Na época, eu tinha os cabelos longos, que viviam brancos por causa do trabalho na fábrica", confessou. História semelhante ocorreu em São Paulo, com a fábrica Ornatos Nossa Senhora da Penha, considerada a mais antiga em funcionamento na capital paulista. "Fui convidado pelo meu sogro, que sempre gostou muito de cultura, a tentar recuperar a antiga fábrica de ladrilhos, que surgiu em meados de 1920, no Bairro da Penha. Precisei estudar muito para conhecer o processo artesanal e fiz excessivas pesquisas em diversas cidades do mundo. Voltei ao Brasil em 1984 com essa missão e nunca mais parei. Com o mercado em baixa, saía pela cidade para tentar vender os ladrilhos. Passei dez anos levando porta na cara. Fazia pouquíssimos trabalhos, geralmente em calçadas e com ladrilhos simples, que não exigiam muita técnica", ressaltou Zilton Michiles, um dos sócios da Ornatos.

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A volta por cima Lidar com ladrilhos pode lembrar brincadeira de criança. Quando quatro peças se juntam, formam lindos desenhos florais ou geométricos. Seis ou mais peças, unidas, têm o poder de se transformar em um refinado mosaico. Colocados apenas no contorno de um corredor, remetem a um tapete. Hoje, eles voltaram a invadir não só paredes e pisos, mas móveis, objetos de decoração e até roupas. Em 2015, o designer Mauricio Arruda assinou coleção para a Tok&Stok motivado pelas suas memórias de infância. Dentre as peças, há louças e pratos pintados à mão com leitura de ladrilhos nas laterais. Também no ano passado, a Dolce & Gabanna lançou a sua coleção de inverno inspirada nos ladrilhos em vestuários e acessórios. Nos últimos tempos, arquitetos e designers de renome internacional como a italiana Paola Navone e a espanhola Patricia Urquiola passaram a desenhar ladrilhos. Tanto sucesso repercutiu na mais inovadora forma de comunicação da atualidade: as redes sociais. Criada em 2013, a página do Facebook "Chão que eu piso", que também possui Instagram com o mesmo nome, atraiu milhares de seguidores de todo o mundo. O conteúdo? Diversos registros de chãos de ladrilhos espalhados pelo Brasil e pelos mais distintos países, como México, França, Israel e Japão.

O projeto deu tão certo que as autoras, as mineiras Paola Carvalho e Raíssa Pena, já lançaram uma loja virtual de objetos com estampas de ladrilhos, como cadernetas, estojos, sacolas, quadros, entre outros mimos. Recentemente, o projeto lançou uma campanha de financiamento coletivo para lançar o livro "Casa e Chão – Arquitetura e Histórias de Belo Horizonte", que reunirá 120 páginas contando a história arquitetônica da capital de Minas Gerais. Mais de 350 pessoas abraçaram a causa e em breve a obra será lançada. Com a ideia de mostrar a beleza de caminhar por diferentes lugares, o instagram @ umpenomeucaminho também dá um destaque especial aos ladrilhos e já atraiu, desde 2014, mais de mil seguidores. Mais uma prova de que os ladrilhos sobreviveram à modernidade. Os antigos mestres na técnica diziam que para se fazer ladrilhos, era preciso ter a força de um sansão e a sensibilidade de um artista. Eles não estavam exagerando. Primeiro, é necessário ter a delicadeza de preencher, sem borrar, com tinta, cada parte do molde de bronze. Depois, é preciso fazer a prensa – algo em torno de 40 toneladas – para que o ladrilho seja comprimido.“Nos séculos passados, essa prensa era feita no braço, com a ajuda de um equipamento manual. O prenseiro era como um mágico, que fazia o ladrilho ficar pronto com a sua própria força. »»»

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Dicas e cuidados

• Os ladrilhos hidráulicos são coringas para a decoração, porém, é preciso manter o bom senso. Segundo a arquiteta Liliane Ferri, é necessário um planejamento na hora de escolher o ladrilho ideal. “Os ladrilhos podem decorar qualquer lugar, desde que se adequem ao projeto arquitetônico executado. É preciso que haja uma harmonia entre os desenhos, as tonalidades e os demais objetos do ambiente”. A manutenção dos ladrilhos também precisa ser levada em consideração. “Os ladrilhos requerem cuidados frequentes. A limpeza deste material deve ser feita apenas com um pano úmido, evitando produtos abrasíveis, pois podem danificá-lo”, ressaltou. • Para evitar frequentes manutenções, pode-se optar por aplicar os ladrilhos hidráulicos nas paredes, ao invés de utilizá-los como piso. “No chão de uma cozinha, por exemplo, os ladrilhos podem exigir maiores cuidados, por ser um ambiente onde se manipula os alimentos. Como decoração para paredes de jardins de inverno ou lavabos, a limpeza é mais simples”, destacou. Basta levar em consideração a praticidade e a harmonia do ambiente. “Não existe regra específica. A criatividade pode correr solta na hora de utilizar os ladrilhos. Inclusive, pode-se brincar com diversos desenhos, modelos e cores diferentes, criando uma espécie de patchwork de ladrilhos”, explicou a arquiteta.

O que mudou é que atualmente a prensa hidráulica é feita através de maquinário. Basta apertar um botão. Porém, o resto do processo é o mesmo. Cada ladrilho continua sendo feito individualmente, com os mesmos cuidados na hora de aplicar a tinta no molde”, explicou Rudelger Leitzke. A sua fabricação artesanal, considerada uma arte, foi o que despertou no mercado atual a necessidade de resgatar o ladrilho. A própria indústria de porcelanato já se rendeu aos seus encantos. "A indústria imita os ladrilhos até mesmo nas suas imperfeições. Quem conhece sabe que cada ladrilho possui uma imperfeição própria, natural do processo artesanal. Esse é um dos charmes do ladrilho. É possível encontrar o porcelanato imitando os ladrilhos também nessas falhas. Os erros são feitos propositalmente, só que são sempre os mesmos em todos os ladrilhos", destacou o dono da Fábrica de Mosaicos.

Depois da maré baixa, Zilton Michiles pôde comemorar o retorno da valorização dos seus produtos. “Já nos anos 90 pude produzir ladrilhos para o meio artístico do Brasil. Os artistas foram essenciais para a volta da apreciação dos ladrilhos pela sociedade. Tive a oportunidade de entregar encomendas para celebridades como Tom Jobim, Caetano Veloso, Gilberto Gil e diversos diretores e atores de televisão”, afirmou. A necessidade de reforma de antigos casarões e prédios históricos no Brasil também começou a movimentar o mercado de ladrilhos. Zilton participou da restauração de cartões-postais do país, como o Teatro Municipal de São Paulo e o Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro. Além disso, a fábrica ajudou a restaurar ladrilhos de grandes símbolos da Belém da Belle Époque: o Theatro da Paz, em 2001, o palacete Pinho, em 2004 e o antigo Instituto palácio Lauro Sodré, em 2006. “Depois do Rio de Janeiro, Belém é

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a cidade que mais demandou trabalhos importantes de restauro na nossa fábrica. O palacete Pinho foi a produção mais árdua que já fizemos. Foram quatro anos reproduzindo 12 padrões diferentes de ladrilhos. É o prédio histórico que mais tem modelos de peças nossas”, revelou Zilton. Ao longo dos anos, ele pôde perceber uma mudança no perfil dos seus clientes. “Quando comecei a minha carreira na fábrica, as pessoas que compravam ladrilhos eram mais velhas, saudosistas, que queriam decorar as suas casas de campo, as suas fazendas. Hoje, o principal comprador de ladrilhos é o jovem, que está começando a vida e quer decorar a sua primeira residência com estilo. Os empreendedores recém-adultos também fazem parte desta clientela. Eles buscam decorar seus restaurantes, lojas e demais estabelecimentos com um diferencial”, conclui.


decor

A varanda com pé-direito alto instigou os arquitetos Ana Perlla e José Jr. a abusar do paisagismo. O móvel asiático em madeira foi revitalizado e ganhou nova cor.

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Trisha Guimarães

Dudu Maroja

Perfeito

equilíbro

Apartamento duplex em estilo contemporâneo explora cores, mescla peças clássicas com objetos modernos. Tudo com criatividade, bom gosto e ousadia, marca registrada dos arquitetos.

U

m casal apaixonado que adora viajar e receber. Este foi o briefing que os arquitetos Ana Perlla et José Jr. receberam para executar a obra num duplex de 140m² no bairro do Umarizal, em Belém. Como já conheciam os proprietários, não foi difícil aliar a proposta dos profissionais ao estilo de vida dos clientes. “O astral dos dois sempre foi muito alegre e positivo. Então foi fácil definir o desejo em ter algo prático e aconchegante”, garante José Jr. Como o espaço era mais compacto e funcional a opção definida foi um Decór jovem, com frescor, mas que trouxesse peças de família, com história. Como a planta do apartamento atendia perfeitamente ao desejo dos proprietários, não houve

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necessidade de alterar o projeto original. O Decór, então, foi marcado pelo estilo contemporâneo, pelo uso da madeira e pelo contraste das cores chocolate e turquesa presentes em móveis, tecidos e objetos. Logo na entrada do apartamento, a escada de mármore marrom imperial registra a elegância do casal. O biombo turquesa foi a grande cartada para este ambiente. Ele foi um elemento projetado para servir como a divisória protegendo a escada do Hall, trazendo o charme devido à entrada especialmente pelo tom usado no objeto: azul. Na sala de tv, o grande painel em madeira chama a atenção e o contrasta com poltronas de listras delicadas. Tudo pontuado, assim como os objetos »»»


O espelho garante amplitude na medida certa. O sofĂĄ em couro proporciona um ambiente mais clĂĄssico. Objetos de famĂ­lia decoram a mesa de centro e laterais.

O aparador em estilo vintage, com pĂŠs palito traz charme ao ambiente.

No estar a madeira combina com as listras do tapete e das poltronas da sala de tv. Tons de azul, especialmente o turqueza, pontuam o ambiente cheio de estilo.

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O biombo azul desenhado especialmente para dividir o hall de entrada e a escada para o piso superior. www.revistalealmoreira.com.br

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Na suíte principal, a madeira divide espaço com a marcenaria em tons fortes utilizados no criado mudo e no closet.

Ana Perlla et José Jr.

Eles se conheceram na faculdade de arquitetura da Universidade Federal do Pará. Viraram amigos, sócios, irmãos. Já são 20 anos de experiência com o escritório Perlla et Jr. Décor Deluxe, somando projetos de peso e os tornando referência no mercado. Com uma equipe especializada, eles realizam projetos em todo o Brasil e no exterior. A dupla participou de todas as cinco edições da CASA COR Pará, sendo premiada em todas elas. 71

em cima do rack. No estar, o espelho dá amplitude na medida e o ambiente recebe um belo sofá de couro, poltronas aconchegantes mesclando cores e texturas. Os vários objetos como porta-retratos, vasos e fotos da família carregam muitas lembranças afetivas. Na varanda, o pé-direito, bem mais alto que o comum, ganhou um paisagismo farto! Painéis em madeira, vasos em cerâmica deixam o ambiente mais sedutor, até porque um antigo banco asiático foi restaurado pelos arquitetos, tornando a varanda bastante convidativa. No quarto do casal, espelho e madeira continuam presentes, mas o tom jabuticaba da mesa de cabeceira e do painel de tv, traz leveza necessária para um ambiente de descanso. Como todo projeto vem do desejo de ter mais conforto e um local de carinho e encontro, o objetivo foi alcançado. “Acho que conseguimos reunir todos esses desejos com sucesso!”, comemora José Jr.


Ricardo Gluck Paul Micro Cervejeiro e Doemens Sommelier de Cerveja

MARIA, MARIA Maria, filha única do Duque da Borgonha, nascida na região de Bruxelas em meados do século XV. Herdou o ducado aos 20 anos, quando passou a governá-lo com firmeza e dedicação. Enfrentou Luís XI, Rei da França, expulsando os franceses do território, expandindo suas terras e garantindo soberania em seu governo. Morreu tragicamente aos 25 anos em consequência de um acidente de cavalo, durante uma caçada, sua maior paixão. Mesmo jovem, se consagrou como uma das maiores duquesas de todos os tempos. Maria, cidadã comum, nascida na Austrália, onde conheceu o amor de sua vida na despretensiosa bancada de um pub cervejeiro: o jovem dinamarquês Frederico, herdeiro da Coroa, que resolveu co-

nhecê-la sem revelar sua identidade. Se apaixonaram e resolveram se casar, em um verdadeiro conto de fadas contemporâneo, daqueles onde a plebeia vira princesa. No casamento Real, a história das duas Marias se cruzou: para homenagear sua princesa, Frederico manda servir aos seus convidados uma das cervejas mais icônicas do mundo, a Duchesse de Bourgogne, fabricada pela cervejaria belga Verhaeghe-Vichte, desde 1885, justamente em homenagem a Maria de Bourgogne, a duquesa. Homenagem justa, tanto a de Frederico quanto a da cervejaria. Suas Marias são mulheres de fortíssima personalidade e rara beleza. Não à toa, escolheram uma cerveja complexa, delicada e maravilhosa-

mente equilibrada entre a doçura do malte, aroma vínico e refinada acidez, sendo envelhecida em barricas de carvalho e engarrafadas com blends entre safras de 18 e 8 meses. Um espetáculo de Maria!! Dentre o imenso legado deixado por Maria, a duquesa, ficaram os direitos garantidos aos civis e o fortalecimento das atividades comerciais, incluindo a cerveja. Já Maria, a princesa, atua até hoje aproximando nações através de suas atividades reais, tornando-se a personalidade mais carismática da Dinamarca. Enquanto isso, Maria de Bourgogne, a cerveja, segue confirmando seu destino, unindo plebeus e aristocratas, Joãos e Marias, e promovendo como poucos a tradição da cultura cervejeira. Coisas de Maria. Salve, Salve!!

Dica do sommelier Duchesse de Bourgogne, da cervejaria belga Verhaeghe-Vichte. De coloração cobre escuro e espuma bege de relativa persistência. No aroma uma explosão de complexidade que remete ao vinho, frutas vermelhas e madeira, proveniente de sua longa maturação em barricas de carvalho. O sabor confirma o aroma, com início doce e centro ácido, que persiste até o final levemente azedo, seco e cítrico. De corpo leve, quase efervescente e altíssimo drinkabilty. Uma obra de arte engarrafada, irresistivelmente fantástica. Estilo: Flanders Red Ale; ABV 6,2%; R$ 109 / 750 ml. Origem: Bélgica.

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Roleta Russa Blackout, da cervejaria gaúcha Imigração. De coloração negra e generosa espuma bege. O aroma remete ao pão preto, notas torradas, chocolate e tons cítricos, como maracujá, tangerina e mamão, provenientes de lúpulos americanos utilizados na fervura e na própria maturação (dry-hopping). Na boca um corpo médio, com notas torradas, caramelo, toffee, chocolate e um especial amargor de lúpulo no final. Sem dúvidas, um belo exemplar deste estilo americano disponível no Brasil. Estilo: American Black IPA; ABV 6,9%; R$ 28 / 500 ml. Origem: Brasil.


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galeria

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Carolina Menezes

Dudu Maroja e Arquivo pessoal

A arte de ressignificar Premiado, reconhecido, ovacionado, Marinaldo Santos impressiona não só por toda a capacidade e história de artista plástico que se criou só, a partir dos próprios talentos, mas pelo dom de enxergar a arte em qualquer canto e “ceder” esse olhar aos outros.

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a paixão de menino aficionado por museus, Arqueologia e Biologia nasceria uma relação intensa com a arte. Uma relação que nasce longe da academia e perto de tudo aquilo que estimulava seus olhos e mãos a produzir. Primeiramente, em forma de desenho e pintura. Depois, e de modo a consagrar definitivamente seu estilo e seu nome como artista plástico, em meio à manipulação e reaproveitamento/transformação de objetos. Paraense e orgulhosamente um autodidata das artes visuais, Marinaldo Santos, aos 55 anos de idade e 31 de atuação, segue disseminando um frescor em cada criação que estimula a concepção de que a arte pode, sim, estar em todo lugar, a qualquer momento. Em uma simplicidade milhas e milhas distante de ser simplório, ele resume de forma precisa como é capaz de misturar, meio que de forma sinestésica, o empírico à refrescância do novo que exala em tudo o que faz. “Meu trabalho expressa referências da arte pop, elementos do cotidiano, cores e perife-

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rias”, declara, certo de que a frase pequena abarca um tanto sem fim de possibilidades. Sua mais recente exposição, “Quem Te Viu Quem Te Vê Achados Não Perdidos”, é a prova cabal dessa capacidade tão peculiar que Marinaldo tem de ressignificar o que pode ser, em um primeiro momento, banal. Em 27 peças, recortes, objetos, desenhos, colagens e outros itens todos coletados ou oriundos de espaços tão vibrantes e ao mesmo tempo ordinários: as feiras livres, mercados e periferias da capital paraense. “É a demarcação de um ponto da minha carreira em que meu trabalho está mais amadurecido, mais elaborado”, autoavalia-se. E esse reconhecimento não é apenas próprio. A maioria dos aplausos e críticas favoráveis, bem como as premiações que ele coleciona ao longo de três décadas de carreira estão quase que constantemente ligadas a sua forma de lidar com objetos. E também a salões de arte. “São os pontos mais marcantes de toda a minha carreira”, admite. “E foi uma forma que achei de testar o potencial do que »»»


eu fazia. Salões são bons porque o seu trabalho é julgado por vários críticos, diferentes pensamentos de linguagem e você acaba tendo uma avaliação melhor, mais ampla”, justifica. Em 2015, com a exposição “Urbano Pop”, ele ocupou pela primeira vez, sozinho, uma galeria em São Paulo, a Berenice Arvani, localizada em uma das ruas mais famosas da capital paulista - a Oscar Freire. Entrou no circuito já com oito das 40 peças vendidas e sob a curadoria da crítica paulistana Aracy Amaral. Durante o período da exposição, foi descrito pela crítica especializada como um artista de extrema inteligência visual. “Tanto no ano passado em São Paulo, quando a mostra teve grande repercussão, quanto agora em Belém, são exposições que mostram muito realmente o aproveitamento de materiais que foram transformados em arte”, reforça. Nascido em Icoaraci, distrito de Belém, Marinaldo Santos, ao falar de sua trajetória artística traça, inevitavelmente, uma linha do tempo ao lembrar do que lhe levou a criar: as coleções de insetos os quais ele acabava reproduzindo em desenhos, que lhe leva-

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ram aos livros de pintores, que lhe levaram a desenhar aleatoriamente, que impressionaram alguém que gostou tanto a ponto de comprar essas primeiras obras. Em 1984, ele tem suas composições apresentadas ao público pela primeira vez em uma exposição coletiva, dividindo espaço com artistas já então conhecidos do público, como Emmanuel Nassar, Osmar Pinheiro, Pedro Conduru, Simões, dentre outros. As obras começam a ganhar o mundo, Alemanha, Miami, Holanda, SP, Rio de Janeiro - onde chegou a trabalhar com a única herdeira do grande arquiteto e proprietária de uma galeria de arte contemporânea que leva seu nome, Anna Maria Niemeyer [19302012]. De salões de arte como participante, perdeu a conta em quantos esteve. Só pelo Arte Pará, reconhecido evento de arte contemporânea promovido há mais de 30 anos pela Fundação Rômulo Maiorana (FRM), ganhou três vezes o primeiro prêmio. “Defino meu trabalho hoje em dia como um trabalho experimental, contemporâneo, em que eu posso mexer com vários tipos de materiais. De uma tampa de garrafa, até um selo, alumínios, copos plásticos »»»


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e outros. É multifacetado”, detalha, lembrando que foi pelo campo da experimentação que iniciou uma fase pintando sobre sacos de papel de cimento, passando em seguida para outros suportes, como madeira e outros materiais. Foi justamente essa fase “beta” que lhe levou às premiações locais e nacionais, bem como a expor fora. Sem qualquer falsa modéstia, Marinaldo não nega seus objetivos. Quer, sim, tornar seu trabalho cada vez mais conhecido, da mesma forma como não pretende sair da linha do aprendizado, de explorar e aprender a lidar com outras plataformas e materiais. “Mas que tudo isso seja de acordo com o seu tempo”, pondera ele, que ainda não vê em Belém, onde mora até hoje e de onde se cerca das mais diversas fontes de inspiração, um movimento em prol da criação de um mercado promissor de arte. “As pessoas agora estão começando a comprar e adquirir arte, mas o grande problema é que não termos galerias de grande porte. E nem muitas pessoas especializadas em formar público para a criação desse mercado”, lamenta, estendendo esse entendimento ainda à situação de novos artistas e daqueles que mexem em outros formatos, como fotografia e grafite. As motivações que lhe trouxeram à trajetória de artista plástico com um trabalho que se confunde com suas próprias origens e referências podem ser as mesmas de quando tudo começou, mas há uma densidade, uma intensidade, e mesmo uma responsabilidade maior diante do que se propõe a apresentar hoje. “É pelo amadurecimento e idade que meu trabalho se encontra no patamar em que está hoje, e isso me ajuda a criar muito mais intensamente do que antes. Quando você vê a aceitação dentro e fora do mercado de arte, o incentivo é muito maior. Minha relação com minha arte hoje é de uma responsabilidade muito grande, me exige um foco bem maior”, garante Marinaldo.

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destino

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Thiago Melo

Michael Sondermann/Bundesstadt Bonn

Muito

Bonn

Para os amantes da música clássica, da história, e das artes, a cidadezinha é repleta de atrações. E anualmente, nos meses de setembro e outubro, promove um festival que homenageia o seu célebre filho: Beethoven.

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ach, Schumann, Wagner. Não faltam referências da música clássica quando se pensa na Alemanha. Dentre tantos nomes ilustres, um se destaca por ser o maior compositor da história: Ludwig van Beethoven. Mesmo tendo vivido no país até os 12 anos (1770-1782), antes de se mudar para Viena, na Aústria, Beethoven é o filho pródigo de Bonn. A cidadezinha, que fica no oeste alemão, próximo a Colônia, às margens do rio Reno, já foi capital federal e hoje guarda muitas curiosidades sobre Beethoven e, claro, oferece espaços imperdíveis para os fãs do compositor e amantes da boa música. Em Bonn, é difícil não encontrar referências à

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obra ou à figura de Beethoven. O músico está por todos os lados: nomes de ruas, praças, farmácias, prédios, pontos turísticos, claro, em estátuas. Aliás, estátuas de Beethoven é o que não falta na cidade. A estátua mais famosa do compositor, construída em 1845, está situada na praça Münsterplatz, no centro antigo de Bonn. A escultura, que é um dos cartões-postais da cidade, retrata Beethoven em tamanho natural, com uma caneta de pena e um bloco na mão. Para além de representar o filho célebre de Bonn, o monumento é motivo de orgulho para os moradores, pois foi uma das poucas construções que resistiram aos bombardeios durante a Segunda Guerra. »»»


Beethoven-Haus: A casa de Beethoven A Casa de Beethoven, no centro histórico, abriga a mais importante coleção referente à vida e obra de Ludwig van Beethoven (1770-1827). Por ano, o espaço recebe mais de 100 mil visitantes. Tamanho sucesso, segundo o diretor da Beethoven-Haus, Malte Boecker, se deve a três elementos principais da história. “O primeiro é que Ludwig van Beethoven nasceu em Bonn. O segundo é a fundação de uma associação de cidadãos, em 1889, criada para preservar o local de nascimento do compositor. E o terceiro, eu considero como um milagre, pois a casa não foi destruída pelas bombas na Segunda Guerra Mundial”, conta Malte Boecker. Localizada no número 20 da pitoresca rua Bonn

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gasse, a Beethoven-Haus reúne elementos que remontam boa parte da vida do compositor natural de Bonn. Um passeio através dos doze quartos do museu apresenta objetos e escritos originais que refletem pensamentos e emoções de Beethoven. Assim como a estátua na Münsterplatz, a casa de Beethoven, surpreendentemente, é uma das poucas do centro histórico de Bonn em pé depois dos bombardeios da Segunda Guerra Mundial. Segundo o diretor do museu, o então zelador da casa, arriscando a própria vida, protegeu o prédio durante um ataque aéreo em outubro de 1944, simplesmente atirando para os jardins do entorno as bombas incendiárias que caíam sobre o telhado.»»»


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Além de museu, desde 1989, a casa também serve como espaço para apresentações e concertos. A sala com decoração elegante costuma estar sempre cheia ao longo do ano, mas especialmente durante o Beethovenfest, o festival de música clássica que a cidade promove desde 1845. A alma musical de Bonn Criado pelo compositor, pianista e mecenas das artes austro-húngaro Franz Liszt, o Beethovenfest é uma tradição em Bonn e compõe a lista de cerca de 500 eventos anuais dedicados à música na Alemanha. O festival é realizado todos os anos entre os meses de setembro e outubro, e dá um novo ritmo à cidade. Eventos gratuitos nas praças do centro histórico, como a Marketplatz, ou concertos elegantes em uma das inúmeras salas de música movimentam o calendário cultural de Bonn durante o festival. A diretora-geral do Beethovenfest e tataraneta de Liszt, Nike Wagner, diz que o evento até hoje se inspira pela vida e obra de Beethoven, com muito de sua música nas programações, mas também busca dar destaque a um repertório contemporâneo. »»» www.revistalealmoreira.com.br

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Saiba mais

• Como chegar: Saindo de cidades como Rio de Janeiro e São Paulo, é possível chegar a algumas das principais cidades alemães, como Berlim, Munique e Frankfurt. Esta última é a que está mais perto de Bonn. Em apenas duas horas, de trem, você chega à cidadezinha de Beethoven. • Melhor época para ir: São duas: a primeira é o fim do verão e início do outono, entre setembro e outubro, por causa do Beethovenfest; a segunda é entre abril e junho, na primavera, quando a cidade também recebe muitos turistas por causa das suas ruas floridas com cerejeiras. • Fuso horário em relação ao Brasil: +5h no verão e +4h no inverno (horário de Brasília). • Língua oficial: Alemão • Moeda: Euro • Visto: Não precisa se for passar até três meses como turista. • Vacina: É preciso ter certificação Internacional para Febre Amarela • Embaixada oficial no Brasil: SS 807, Lote 25 - Brasília, DF, 70415-900 Telefone: 61 3442-7000 • Mais informações: http://www.brasil.diplo.de

Na edição de 2016, o Beethovenfest foi da Revolução Francesa à “Primavera Árabe” para discutir as diferentes facetas dos ideais de liberdade e igualdade na sociedade, destacando as subversões na música e como a arte faz parte deste processo. O foco central foi em Beethoven e na influência que a Revolução Francesa teve no seu trabalho, mas não só. O público se supreendeu com o caráter contemporâneo do festival, que apresentou o espetáculo inédito “Songs of Springs”, uma reunião de narrativas da revolução árabe por meio de vídeo, piano, violino, canto e poesia. A obra foi criada em conjunto por compositores da Tunísia, Bahrein, Síria, Turquia e Egito. Apesar de ser “carinhosamente” chamada de “vilarejo federal” (Bundesdorf) pelos alemães, que brincam com o fato de a pequena cidade ter perdido o status de capital do país após a reunificação em 1991, Bonn preserva a essência do seu ilustre filho e revela-se um importante centro cultural da Europa. revistalealmoreira.com.br

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gourmet

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Camila Gaia

Divulgação

um delírio

chamado

sabor

À frente do premiado Paraíso Tropical, Beto Pimentel reinventou a culinária baiana incrementando-a com ingredientes saudáveis e ressaltando o seu sabor.

M

eio cozinheiro, meio agrônomo, meio alquimista. Assim como a sua comida, o baiano Beto Pimentel é uma fusão de experiências. Tornou-se chef sem frequentar grandes escolas culinárias, mas sempre preservando um ingrediente fundamental: o amor pelo que faz. Foi assim quando, após 23 anos como agrônomo do extinto Banespa, meio sem querer, iniciou as atividades do Paraíso Tropical, premiado 16 anos consecutivos pelo Guia Quatro Rodas como o “melhor da comida regional no Brasil” e o único brasileiro a receber a Commanderie des Cordons Bleus de France. Beto também foi comerciante. Teve loja e fábrica de roupas em São Paulo, a qual vendeu depois de, recém-casado, perder a esposa. “Eu fiquei meio no ar e decidi fazer química alimentar, foi quando vi que a gastronomia da Bahia era maravilhosa, totalmente natural, muito colorida, diversificada, saborosa, cheirosa e

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única. Não tem cozinha igual no mundo”, conta o chef, que decidiu voltar para Salvador e recomeçar a sua história. Ser chef de cozinha não era exatamente o foco, mas Beto comprou a área que hoje abriga o Paraíso Tropical quando nela ainda funcionava uma rinha de galo. “Eu comprei o terreno porque estava barato e deixei que o antigo dono ficasse cuidando. Aí um dia eu peguei a rinha de volta e lá já tinha um restaurante. Foi quando eu comecei a cozinhar e a comida ficou tão famosa, que vinha mais gente comer do que ver briga de galo (risos). Depois eu fechei a rinha e fiquei só com o restaurante. O nome era Paraíso do Galo e eu mudei para Paraíso Tropical”. O segredo do sucesso do Paraíso Tropical veio com a ousadia em reinventar tradicionais pratos baianos usando seu conhecimento em agronomia e química alimentar. “Quando a cozinha baiana foi criada ninguém sabia o que era triglicerídeo, o que era gordura saturada, »»»


matéria graxa. Cabia a alguém colocar uma nova roupa nessa cozinha”. E foi o que Beto fez. Iniciou uma minuciosa pesquisa sobre os ingredientes locais, a fim de tornar os pratos mais leves e saudáveis, sem, claro, deixar de preservar o sabor. “Por que não procurar nutrientes e criar novos pratos se a gente pertence a um país continente? A Bahia é um estado do tamanho da França, tem 5 biomas: a restinga, a mata atlântica, a caatinga, o serrado e o bioma marinho. Isso nos dá uma gama fantástica de nutrientes”, revela. Para se ter uma ideia, para produzir a sua famosa moqueca, carro-chefe do restaurante, Beto produz o próprio azeite de dendê, não utiliza leite de coco industrializado, cozinha com água de coco verde e acrescenta, por exemplo, gengibre, caldinho de cacau, tangerina e biri-biri, conhecido como limão de caiena. “Tudo na quantidade bem medida, bem pesada e bem controlada para não descaracterizar a moqueca, porque ela tem que ter cheiro e gosto de moqueca”. Desafios e persistência Mas o reconhecimento não veio de uma hora para outra. Foi experimentando e misturando sabores que Beto aprendeu a arte culinária. “Eu aprendi a cozinhar comprando livro, viajando muito. Ficava vendo os grandes mestres, como eles www.revistalealmoreira.com.br

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Confira mais

cortavam, gravava tudo, e fui aprendendo sozinho. Eu não tive escola”, conta o chef, que no início sofreu muitas críticas, a maioria acusando-o de descaracterizar a cozinha baiana. “Hoje, todos os que me criticavam, me elogiam”. Já são mais de 30 anos de Paraíso Tropical, por meio do qual Beto provou ser possível aliar sabor e saúde. “A gastronomia tem que ser saudável, mas tem que flutuar em um delírio chamado sabor. A gastronomia é elaborada para os sentidos e como a alma sussurra ao coração, é elaborada com amor e consciência. O seu paladar agradece”. Por isso, grande parte dos ingredientes utilizados nos pratos do Paraíso Tropical são produzidos por Beto em sua fazenda e pomar. “Eu continuo lidando com a agronomia. Tenho 41 mil pés de fruta, tenho uma horta organizada, faço coleta seletiva de lixo rigorosa e uso tudo nas minhas plantas”, detalha. E é com esse pensamento que Beto continua a se reinventar. Para ele, o maior desafio da gastronomia brasileira é fazer uma cozinha contemporânea, utilizando o que o Brasil tem de melhor: sua diversidade de sabores e cheiros. “Não vamos fazer Petit Gateau ou um Foie Grois, vamos fazer um doce de caju em compota, um doce de jambo, que é maravilhoso, usar nossa mandioca, nosso milho, valorizar o que é nosso, mas usando as técnicas dos grandes mestres”.


receita

Dandá de Camarão

INGREDIENTES

Tempo de preparo: 40 min Porção: 04 porções • • • • • • • • • • • • • •

600g de camarão limpo (de preferência grandes, numeração 26/30) 350 ml de leite de coco 2 colheres (sopa) de salsa picada 2 tomates picados ½ cebola picada 30g de camarão defumado e descascado (camarão seco) 4 colheres de azeite de oliva extra virgem 10g amendoim torrado 10g de castanha de caju ½ colher de café de gengibre ralado 2 colheres de azeite de dendê (de preferência extra virgem artesanal) Sal e pimenta a gosto. 80g de maturi (castanha de caju verde) 800g de aipim (mandioca) cozido

• 1º PASSO: Colocar os camarões em uma panela pequena e reservar.

PREPARO

• 2º PASSO: Refogar os temperos picados com azeite de oliva. • 3º PASSO: No liquidificador, bater o leite de coco com os temperos refogados, o amendoim, a castanha e os camarões defumados. • 4º PASSO: Colocar os ingredientes batidos sobre os camarões, juntar o azeite de oliva e sal a gosto.Cozinhar por 3 min. • 5º PASSO: Enquanto isso, bater no liquidificador o maturi e o aipim,com a metade do creme (que já foi batido no liquidificador) até ficar homogêneo. Juntar com os camarões e finalizar com azeite de dendê. Servir. • Servir acompanhado de arroz branco e farofa de manteiga de garrafa (de preferência caseira).

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Ângela Sicilia Chef de cozinha

ENTRE UMA “TAPA” E OUTRA, FIQUE COM A SEGUNDA! Dia desses, entre um voo e uma longa espera pelo reembarque, peguei uma revista antiga e comecei a folhear. Dei de cara com um texto, pra lá de delicioso (perdoem o trocadilho!) do Pasquale Cipro Neto. Ele contava um caso vivido em Belém do Pará, sobre quando ouviu uma senhora dizer que havia dado “uma tapa” e que ele, como linguista, ficou surpreso ao pesquisar e saber que ambas as formas são admitidas. “‘Uma tapa’ é herança dos portugueses”. Gostei tanto do texto que decidi falar sobre uma tapa diferente: a espanhola! Tapas são pequenos aperitivos, bocados pequenos (mas inteiros) de delícias. A origem delas é um tanto obscura, mas já que gosto tanto de histórias, compartilho com vocês uma teoria: durante o reinado dos reis católicos, aumentou muito o número de acidentes com carruagens e carroças nas estradas por conta da embriaguez de seus condutores, quando saíam das tabernas. Daí, para tapear a bebedeira, as tabernas passaram a servir pequenos aperitivos que eram consumidos com o vinho - assim, de estômago forrado, o álcool não subia tão rápido! Tapas para tapear o estômago! Comumente as pessoas confundem (ou acham que é a mesma coisa) tapas com bruschettas! Bruschettas podem ser tapas - partindo do pressuposto de que são aperitivos também! - mas as tapas são mais complexas: há batatas bravas, fritatas, anéis de lula e polvo empanados. Da mesma forma que há a bruschetta espanhola, chamada de montaditos - que combinam os embutidos espanhóis (como o salame ou ainda o jamon) com conservas ou legumes. Mas não esqueça: em se tratando de tapear a fome ou a bebedeira - e podendo comer com as mãos (prerrogativa fundamental) em uma bocada só: é tapa! E das boas! risos. Portanto, se alguém disser que quer dar-lhe “umas boas tapas”, por via das dúvidas, pergunte: porque entre uma tapa e outra, prefira sempre a segunda! A de comer!

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SUA VIDA MUDA QUANDO VOCÊ MUDA O AMBIENTE ONDE ELA ACONTECE.

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vinho

Garzón

Comece a experiência com Garzon Tannat Reserva 2012. É encorpado, com taninos intensos e maduros, final de boca equilibrado e sedoso. O aroma é de frutas vermelhas e negras maduras, notas terrosas e toques defumados. Acompanha bem carnes vermelhas assadas, carneiro, massas com molhos encorpados e queijos maduros. Graduação Alcoólica: 14,5% Temperatura de Serviço: 16ºC - 18ºC Onde: Don Vino

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Garzón Albariño 2015 é para quem prefere os vinhos brancos. O sabor é de médio corpo, longa, suave e minera. Tem notas florais de jasmim, frutas cítricas, como grapefruit e frutas como pêssego branco. Ideal com carnes brancas grelhadas com molhos leves, preparações à base de frutos do mar e peixes de água salgada, saladas e queijos amarelos. Graduação Alcoólica: 14,5% Temperatura de Serviço: 10ºC - 12ºC Onde: Don Vino

Inspirada no clássico cocktail italiano de espumante com suco natural de pêssego, essa versão ficou absolutamente deliciosa, elegante e fresca por ser mais espumante do que suco, e por isso é menos enjoativa e proporciona muito mais “bevibilità”. O nariz apresenta frutas cítricas e de polpa branca (abacaxi, pera), florais e leves notas de pão aportadas pelo contato com as lias. Grande versatilidade à mesa: ideal para acompanhar canapés diversos, sushis e sashimis, saladas com frutos do mar, aperitivos em geral. Surpreendente, sensual e arrebatadora a bebida perfeita para nosso clima. REGIÃO: Bento Gonçalves CASTAS: 100% Chardonnay com adição de pequena quantidade de suco natural de pêssego. GRADUAÇÃO ALCOÓLICA: 11,5° GL ONDE: Decanter

GEWÜRZTRAMINER 2015 – PAUL MAS – FRANÇA

BOSSA BELLINI - CAVE HERMAN - BRASIL

GARZÓN ALBARIÑO 2015

GARZON TANNAT RESERVA 2012

A Bodega Garzón é a combinação perfeita entre história e futuro. Com grande influência da brisa do Oceano Atlântico, os pequenos vinhedos, com menos de um hectare cada, revelam toda a expressão de seus microclimas. Para a vinícola os grandes vinhos do mundo são elaborados onde a variedade de uva tem as melhores condições, tais como em Garzon, onde seus vinhos representam esta perfeita integração.

Os vinhos incrivelmente perfumados da uva Gewürztraminer são insubstituíveis em algumas harmonizações gastronômicas, sobretudo em preparações exóticas ricas em especiarias como gengibre, em curry de peixe ou frango, cozinha thai etc. Mas dificilmente encontramos no mercado brasileiro um Gewurz francês de excelente qualidade, com preço convidativo. Finalmente conseguimos trazer da revolucionária Paul Mas este típico gewürztraminer de excelente relação preço/qualidade, oriundo de solos calcários na região de marseillette no Languedoc, assertivo nos seus perfumes florais de lichia e especiarias, dotado de belo corpo e equilíbrio. REGIÃO: Languedoc, Marseillette COMPOSIÇÃO DE CASTAS: 100% Gewürztraminer (Vinhedos com 5 anos de idade) GRADUAÇÃO ALCOÓLICA: 13° GL ONDE: Decanter



VÍDEO

DICA

horas vagas • música

TIAGO IORC TROCO LIKES AO VIVO

KINGS OF LEON

Tiago Iorc Troco Likes Ao Vivo é o primeiro álbum ao vivo e DVD do cantor e compositor brasileiro gravado em abril de 2016 aqui em Belém, no Teatro Estação Gasômetro. Iorc, que assina a direção do projeto, gravou todo o show em plano sequência, ou seja, sem cortes, o que dá ao espectador uma visão interessante do show e unindo duas paixões do cantor: música e cinema. Por se tratar do registro de um momento único, ao vivo, o maior desafio foi capturar toda a espontaneidade desse momento dentro de uma concepção narrativa. Vale a pena conferir.

A banda americana Kings of Leon anunciou o lançamento do sétimo álbum em estúdio, que se chamará “Walls”. Gravado em Los Angeles, foi produzido por Markus Dravs, conhecido responsável pelos melhores álbuns de bandas como Arcade Fire, Coldplay e Florence and the Machine. O novo clipe da banda americana Kings of Leon, “Around The World”, apresenta cenas gravadas em frente ao Farol da Barra, em Salvador, na Bahia. O vídeo mostra diversas pessoas dançando ao redor do mundo, como no Canadá, Austrália, Finlândia e Estados Unidos.

CONFIRA BELEMGUE BANGER | FÉLIX ROBATTO Considerado um dos nomes da nova cena musical paraense, o guitarrista, percussionista e pesquisador musical Félix Robatto chega ao segundo disco solo, Belemgue Banger, mesclando suas influências latino-amazônicas ao trabalho dançante e pop que vem realizando. Mais do que um disco autoral, o álbum é o resultado de uma pesquisa feita pelo músico sobre os gêneros musicais que deram origem ao que hoje chamamos de Lambada. A pesquisa passeou pelas ilhas da Martinica, Guadalupe e Dominica e por isso, Belemgue Banger vem recheado de gêneros típicos desses países como Cadence Lypso e o Konpá, ritmos que tocaram muito nas rádios da Amazônia nos anos 70, onde foram apelidados de “Lambada” e “Guitarrada”.

http://euterpe.blog.br/o-site

INTERNET

CLÁSSICO

ACABOU CHORARE

Cinco ouvintes de música clássica que, habituados a conversar sobre música entre si, resolveram colocar tudo online. O site é dividido em 12 categorias e entre elas estão memórias, história da música, crítica. Os autores fazem minuciosas avaliações de várias obras de compositores como simbologia, síntese e inovação na ópera ‘Flauta Mágica’ de Mozart ou sobre o conde Nikolaus de la Fontaine und d’Harnoncourt-Unverzagt, um alemão falecido no ano passado e que era uma referência universalmente aclamada em música renascentista e barroca. O site é para fãs da música clássica e também para curiosos pois traz histórias interessantes numa linguagem bastante acessível.

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Este é segundo álbum de estúdio do grupo musical brasileiro Novos Baianos lançado em 1972 pela gravadora Som Livre. Adotando a guitarra expressiva de Jimi Hendrix e a influência estrondosa de João Gilberto, que também serviu de mentor deles na época da realização do disco, apresentando grande versatilidade de gêneros musicais. Mesmo mais de 40 anos após seu lançamento, o álbum permanece como um dos mais importantes da música popular brasileira e também um dos mais influentes no mundo.

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horas vagas • cinema

Você encontra estes títulos na FOX - livrariafox.com.br

DVD Blu-Ray STAR TREK: SEM FRONTEIRAS DIREÇÃO: JUSTIN LIN DICA

Desta vez, Kirk, Spock e a tripulação da Enterprise encontram-se no terceiro ano da missão de exploração do espaço prevista para durar cinco anos. Eles recebem um pedido de socorro que acaba ligando-os ao maléfico vilão Krall, um insurgente anti-Frota Estelar interessado em um objeto de posse do líder da nave. A Enterprise é atacada, e eles acabam em um planeta desconhecido, onde o grupo é dividido em duplas.

DESTAQUE

O HOMEM NAS TREVAS DIREÇÃO: FEDE ALVAREZ Três adolescentes sempre escaparam de seus roubos, todos perfeitamente planejados. No entanto, quando realizam seu último crime, assaltando a casa de um senhor cego, o jogo muda. Encarcerados no local, eles precisam lutar por suas vidas contra um psicopata cheio de segredos e terrivelmente habilidoso.

AQUARIUS DIREÇÃO: KLEBER MENDONÇA FILHO

CULT

INTERNET

Clara mora de frente para o mar no Aquarius, último prédio de estilo antigo da Av. Boa Viagem, em Recife. Jornalista aposentada e escritora, viúva com três filhos adultos e dona de um aconchegante apartamento, ela irá enfrentar as investidas de uma construtora que tem outros planos para aquele terreno: demolir o Aquarius e dar lugar a um novo empreendimento. Vencedor de 7 prêmios em diversos Festivais.

LOUCAS DE ALEGRIA DIREÇÃO: PAOLO VIRZÌ Beatrice tem transtorno de personalidade, gosta de fazer drama e se autodenomina condessa. Donatella é uma jovem tímida e frágil que guarda um doloroso segredo. Ambas são internas de um hospital para mulheres com distúrbios mentais, onde desenvolvem uma improvável amizade. Elas resolvem fugir e vão à procura de um pouco de felicidade no manicômio a céu aberto que é o mundo dos sãos.

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CINEMA COM RAPADURA Notícias, críticas e textos sobre o que está acontecendo de melhor no mundo do cinema. E ainda tem O RAPADURACAST, um podcast semanal, que é o programa de áudio sobre cinema mais escutado do Brasil e carrega uma legião de fãs.


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Bejeweled Stars Filho de Tetris e pai de Candy Crush Saga, o clássico Bejeweled foi lançado originalmente em 2001 e pode ser considerado o precursor do gênero “combine 3”, no qual seu objetivo é enfileirar três ou mais peças do mesmo tipo dentro de um tabuleiro. O game teve várias sequências e agora retorna aos dispositivos móveis. Seu objetivo aqui é reconstruir constelações, e, para isso, é necessário adquirir estrelas ao concluir cada um dos níveis da melhor forma possível. O grande destaque fica para as inovações na mecânica clássica, como as nuvens de joias que espalham peças de um mesmo tipo no seu tabuleiro. Um título imperdível para jogadores casuais! Custo: Free

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É uma das mais populares e abrangentes aplicações iOS para fazer anotações. É melhor usá-lo como uma caneta para ser capaz de fazer anotações. A melhor coisa sobre esta aplicação é o seu filtro do “embelezamento” para fazer suas anotações mais legíveis. O aplicativo também tem uma capacidade impressionante de gravar áudio para que você possa gravar memorandos e conferências. Custo: US$ 5.99


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CINCO ESQUINAS Mario Vargas Llosa

DICA FARMÁCIA LITERÁRIA Ella Berthold, Susan Elderkin

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A amizade de Marisa e Chabela se transforma quando, presas tarde da noite na casa de uma delas, as duas dão asas aos seus mais reprimidos desejos. Quique e Luciano, seus maridos e amigos de longa data, empresários peruanos de sucesso, não desconfiam de nada. Ao receber a visita de um jornalista que possui fotos comprometedoras, Quique se vê enredado num submundo de intriga e violência controlado pelas mais altas esferas do poder. Parte romance de costumes na melhor tradição de travessuras da menina má, parte suspense. “Cinco esquinas” é um livro envolvente, que retrata uma sociedade às voltas com a corrupção e o terrorismo, acossada pelo jornalismo sensacionalista, mas que luta até o fim pela liberdade.

A LIVRARIA MÁGICA DE PARIS Nina George

MEMÓRIA POR CORRESPONDÊNCIA Emma Reyes

Lido no momento certo, um livro pode mudar sua vida. “Farmácia literária” é um tributo a esse poder. Mais de 400 livros para curar males diversos, de depressão e dor de cabeça a coração partido. Para criar esta obra, as autoras viajaram por dois mil anos de literatura, selecionando livros que promovem felicidade, inspiração e sanidade, escritos por mentes brilhantes que nos mostram o que é ser humano e nos permitem identificação ou até mesmo catarse. A biblioterapia não discrimina entre as dores do corpo e as da mente (ou do coração) e vai fazer com que até mesmo o leitor mais aficionado descubra um livro do qual nunca ouviu falar e enxergue com outros olhos aqueles mais familiares.

CLÁSSICO OS SERTÕES Euclides da Cunha Em 23 cartas enviadas entre 1969 e 1997 a seu amigo e confidente Germán Arciniegas, a artista plástica Emma Reyes relata as adversidades que viveu durante sua infância na Colômbia. Emma era filha ilegítima e, nesta autobiografia epistolar, conta desde suas lembranças mais antigas até o momento em que deixou o convento onde passou sua juventude, sem ao menos saber ler. Estes textos não só expõem um belíssimo relato pessoal, mas também descrevem o contexto da sociedade colombiana na década de 1930. Emma Reyes foi vítima de uma sociedade hipócrita e do mundo sombrio das comunidades religiosas, mas isso não impediu que ela construísse uma reconhecida carreira artística na França quando adulta. www.revistalealmoreira.com.br

“Os sertões” - marco fundamental nos estudos sobre a formação do imaginário nacional, ao lado de Casa-grande e senzala e Raízes do Brasil - foi escrito a partir de um trabalho jornalístico sobre a rebelião de Canudos, liderada por Antonio Conselheiro e duramente reprimida pelo governo. Parte da riqueza do livro reside no fato de ele retratar a mudança de opinião do escritor que, movido por um espírito patriótico e republicano, via com maus olhos a revolta dos “fanáticos” defensores da monarquia, alinhado ao restante da elite letrada, que não tolerava a insurgência de um grupo, considerando-a uma ameaça ao projeto civilizatório do Brasil, do qual o ideal positivista de “ordem e progresso” era o lema. Dificilmente classificável, devido à mescla de jornalismo, literatura e estudo sociológico, o livro adianta temas-chave do Modernismo e tem como um de seus legados a incorporação do ponto de vista local - nesse caso, do Brasil profundo -, por meio de uma linguagem grandiosa e repleta de contrastes.

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Uma história emocionante de amor, de perda, e do poder dos livros. O livreiro parisiense Jean Perdu sabe exatamente que livro cada cliente deve ler para amenizar os sofrimentos da alma. Em seu barco-livraria, ele vende romances como se fossem remédios. Infelizmente, o único sofrimento que não consegue curar é o seu: a desilusão amorosa que o atormenta há 21 anos, desde que a bela Manon partiu enquanto ele dormia. Tudo o que ela deixou foi uma carta - que Perdu não teve coragem de ler. A livraria mágica de Paris é uma carta de amor aos livros - perfeito para quem acredita no poder que as histórias têm de influenciar nossas vidas.


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LEAL MOREIRA APRESENTA NOVO MODELO DE GESTÃO Reafirmando o comprometimento da construtora em investir não só em produtos, mas também em pessoas, a Leal Moreira chega em 2017 com um novo organograma institucional, apresentando o novo CEO da empresa. Nazareno Habib Bichara assume a função de Diretor Executivo da construtora com a missão de impulsionar os constantes processos de inovação já existentes como o SAP - sistema gerencial que permite a governança sobre as empresas do grupo - mantendo a relação entre construtora e clientes ainda mais acertada. A contratação faz parte da estratégia da Leal Moreira em simplificar a sua estrutura, otimizando processos e garantindo o reposicionamento da marca no mercado. “A oportunidade é instigante pois chego em um momento em que a Leal Moreira inicia um processo de reposicionamento. Uma empresa de grande porte, com uma história de 30 anos e que já tem em seu DNA o comprometimento, vamos então, torná-la ainda mais relevante no mercado por meio de investimentos em pessoas e em tecnologias”, afirma o novo Diretor Executivo. Habib Bichara é Mestre em contabilidade e controladoria pela USP, foi executivo no Grupo SER Educacional.

LOJA LEAL MOREIRA A Central de Vendas continua no 2º piso do Boulevard Shopping. Depois do sucesso do lounge, foi inaugurada uma loja no mesmo andar. “Ter atendimento dentro de um shopping garante, além de praticidade, um horário diferenciado de atendimento e que se adequa ao dia a dia do cliente, o que é fundamental para um bom atendimento”, diz Mateus Simões, gerente de marketing da construtora. A loja tem 110m² e oferece todos os produtos da construtora.

SALÃO LEAL MOREIRA DE IMÓVEIS Em dezembro, a Leal Moreira promoveu o Salão Leal Moreira de Imóveis, na loja no Boulevard Shopping oferecendo, não só condições diferenciadas para novos clientes que desejaram ter um Leal Moreira, mas também contemplou com uma viagem para a Europa com direito a acompanhante os clientes que entraram 2017 com um novo imóvel. “O sucesso foi tão grande que, a princípio, seriam nove dias de campanha, mas decidimos prorrogar até o dia 31 de dezembro. Foi uma oportunidade de premiar aqueles clientes que acreditam na empresa”, garante Fernando Nicolau, Diretor Comercial da Leal Moreira Imobiliária.

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Av. Gentil Bittencourt, 1393, Altos . Nazaré DecanterBelem Decanter Wine Bar Aberto de Segunda à Sábado a partir das 19h

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NOVO SITE A Leal Moreira está com novo site! O layout chegou trazendo mais agilidade, informações mais detalhadas sobre produtos e serviços da construtora ao longo dos 30 anos. Um canal direto entre a empresa e clientes, que terão uma área especial para interagir, assim como aqueles que têm interesse em adquirir um Leal Moreira também serão encaminhados para uma área diferenciada. No site também será possível visitar os apartamentos virtualmente em 360º e conhecer todos os detalhes das obras.

ATENDIMENTO AO CLIENTE Desde o início de dezembro, clientes da construtora são atendidos no prédio sede da empresa, localizado na Rua João Balbi, 167. A mudança tem como principal objetivo otimizar as ações da construtora, ampliando o canal de atendimento ao cliente. A Central de Vendas e o Relacionamento com Clientes terão espaços dedicados exclusivamente para estes atendimentos, com salas amplas e confortáveis, área para café, além de estacionamento privativo. Para André Moreira, diretor da construtora, o momento é de, cada vez mais, proporcionar ao cliente um atendimento diferenciado. “O que buscamos a todo momento é a excelência e trazer os clientes para perto de nós mostra atenção da empresa não só com quem deseja ter um Leal Moreira, mas também com aqueles que já são nossos clientes”, garante.

SOLIDARIEDADE A Leal Moreira marcou presença no II Show de Talentos, promovido pelo grupo Amigas Solidárias, que teve o objetivo de angariar fundos para o abrigo Luz da Fraternidade, no bairro da Cabanagem. Além de muita música e diversão, o evento reuniu mais de 20 expositores na Estação das Docas, onde um lounge da construtora foi montado com corretores à disposição para atender aos clientes que foram ao evento. Para Kassy Moreira, ações de solidariedade são importantes e mostram o compromisso da empresa com a sociedade. “A gente sabe que mesmo que se for só um pouco, faz a diferença. Se todo mundo fizesse esse pouquinho, nós poderíamos ajudar muito mais”, diz ela.

LEAL MOREIRA NO NATAL DO FAMIGLIA SICILIA Como acontece há muitos anos, a Leal Moreira marcou presença nas apresentações de final de ano do conceituado restaurante Famiglia Sicilia. A tradicional performance do Papai Noel mistura teatro, dança e efeitos especiais, transformou as tardes e noites de novembro e dezembro em um grande sonho. O espetáculo, encenado duas vezes ao dia, foi assistido por mais de 10 mil pessoas ano passado, incluindo clientes e crianças carentes pois as apresentações têm também um cunho social de levar às pessoas que não tem acesso, um momento de lazer especial. Antes das apresentações, os clientes assistiam a um vídeo institucional da construtora e também eram contemplados com uma edição da Revista Leal Moreira.

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Check List das obras Leal Moreira projeto

lançamento

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estrutura

alvenaria

revestimento

fachada

acabamento

Torre Santoro 2 ou 3 suítes • 123m2 • Av. Governador José Malcher, 2649 (entre Av. José Bonifácio e Tv. Castelo Branco)

Torres Devant 2 ou 3 dorm. (1 suíte) • 68m2 e 92m2 • Travessa Pirajá, 520 (entre Av. Marquês de Herval e Av. Visconde de Inhaúma)

Torre Unitá 3 suítes • 143m2 • Rua Antônio Barreto, 1240 (entre Travessa 9 de janeiro e Av. Alcindo Cacela).

Torres Dumont 2 e 3 dorm. (1 suíte) • 64m² e 86m² • Av. Doutor Freitas, 1228 (entre Av. Pedro Miranda e Av. Marquês de Herval).

Torre Triunfo 3 e 4 suítes (170m²) • cobertura 4 suítes (335m²) • Trav. Barão do Triunfo, 3183 (entre Av. Rômulo Maiorana e Av. Almirante Barroso).

Torres Floratta 3 e 4 dorm. (1 ou 2 suítes)• 112m² e 141m² • Av. Rômulo Maiorana, 1670 (entre Travessa Barão do Triunfo e Travessa Angustura). mês de referência: dezembro de 2016

Veja fotos do andamento das obras no site: www.lealmoreira.com.br

www.revistalealmoreira.com.br

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em andamento

concluído


Check List das obras ELO projeto

lançamento

fundação

estrutura

alvenaria

revestimento

fachada

acabamento

Terra Fiori 2 quartos • 44,05 a 49,90 m2 • Tv. São Pedro, 01. Ananindeua. mês de referência: dezembro de 2016

em andamento

concluído

Torre Jasmim - Laje de transição

Torre Bromélia - Laje do 3º pavimento tipo

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Área de lazer do Terra Fiori

Torre Gardênia - Alvenaria estrutural do 3º pavimento tipo

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Torre Violeta - Alvenaria estrutural do 1º pavimento tipo


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cion

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Fachada

Fachadas

Living ampliado

Living

Piscinas

Portaria www.revistalealmoreira.com.br

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Institucio

Living

Fachadas

Fachada

Cozinha

Varanda gourmet

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TERRA FIORI, O INVESTIMENTO CERTO PARA SUA VIDA. Vendas: Artes e fotos meramente ilustrativas que poderão ser alteradas sem prévio aviso, conforme exigências legais e de aprovação. Os materiais e os acabamentos integrantes estarão devidamente descritos nos documentos de formalização de compra e venda das unidades. Plantas e perspectivas ilustrativas com sugestões de decoração. Medidas internas de face a face das paredes. Os móveis, assim como alguns materiais de acabamento representados nas plantas, não fazem parte do contrato. A incorporação encontra-se registrada no Cartório de Registro de Imóveis, Faria Neto, Único Ofício da Comarca de Ananindeua-PA, no Livro Nº2(RG), matrícula 16911, sob o NºR-5-Matrícula 16911, Protocolo Interno Nº81936, Protocolo Definitivo Nº52465, em 07/06/2013.

Planejamento, Incorporação e Construção:

VENDAS: (91) 3222-5974 Avenida Governador José Malcher, 1350

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A Melhor Empresa O Melhor Executivo

Nara D’Oliveira Consultora empresarial

As feias que me desculpem, mas beleza é fundamental. Essa frase não é uma verdade para o mundo corporativo: rentabilidade, marca forte e crescimento sustentável são os pilares para uma empresa sólida e a preocupação do dia para empresários e executivos. Estas verdades se evidenciam mais em momentos recessivos cuja necessidade de acompanhamento de indicadores financeiros, tomada de decisões que não prejudiquem a marca e uma desaceleração com vistas a um crescimento sólido são prementes e são precisamente estas competências que fazem do executivo ou empresário um homem de resultados consistentes, ou seja, fazer que suas empresas avancem mesmo em um cenário de crise. Para tanto duas habilidades são essenciais: disciplina estratégica e saber lucrar com ou na crise. Fusões, concorrência digital e estrangeira, profunda mudança de costumes e de hábitos de consumo, baixa oferta de mão de obra especializada exigem ousadia, eficiência operacional, processo azeitado, muita busca de antevisão de cenários no segmento e no mundo. Contudo, a pergunta que todos se fazem é como em um cenário ruim um comandante consegue aumentar o market share de sua empresa e manter o crescimento? A resposta vem da intimidade com o negócio e o uso de ferramentas modernas em busca da regionalização da entrega de produtos, da modernização de equipamentos e processos, velocidade de resposta, cadeia de fornecimento sólida, busca de mercados internacionais e um time com muita aderência ao perfil do negócio. Estas são algumas das estratégias que o mercado utiliza para prosperar em cenários adversos. Há quem diga que esta receita de bolo é da vovó e se fosse fácil todos faziam, o que distinguirá as empresas que as aplicam é a eficiência, capacidade de avaliar resultado e retroalimentação oriunda de análise. Estratégia é tão importante quanto eficiência operacional, ou seja, fazer o velho “dever de casa“ com equilíbrio. Isso também sugere não imobilizar recursos em atividades que não sejam do core business – austeridade financeira. Estar sempre perto do cliente, executivo que se distancia do seu bem maior perde a mão na receita do bolo.

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Lotus. Aos 38 anos, uma empresa renovada. Investir em conhecimento é o caminho para se renovar e superar desafios. É nessa direção que a Lotus segue. Após um ano, concluímos a implementação do programa de Gestão pela Qualidade, que tem como foco a melhoria da produtividade e do atendimento. Outra iniciativa relevante é a contratação de consultorias especializadas em finanças e recursos humanos, que promovem a revisão de métodos e processos para elevar a eficiência desses departamentos. Com o programa de Coaching Training vamos aumentar a performance dos profissionais do Atendimento a Clientes e potencializar as habilidades e competências de nossos Líderes Gerentes de áreas. O programa está sendo ministrado durante seis meses pelo Coach Trainer André Bittencourt. Com total segurança, podemos dizer que vivemos uma nova Lotus. Mais atual, mais sólida e ainda mais conectada às expectativas dos clientes.

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Belém. 401 anos de histórias marcadas em cada esquina.

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