ano 13 | nĂşmero 58
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Massimo Bottura LaĂs Bemerguy Thiago Soares Portugal Zoca
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SONHO.
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CONFIANÇA.
O VALOR DA ...
Mais valor com nome e sobrenome.
REALIZAÇÃO.
A Revista Leal Moreira 58 traz conteúdo exclusivo nas matérias sinalizadas com QR code.
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THIAGO SOARES Da liberdade do street dance aos rigores do balé clássico: a trajetória relâmpago de Thiago Soares, o primeiro bailarino do Royal Ballet em Londres.
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especial
VIAGEM Largar um emprego estável e simplesmente conhecer o mundo. Sem destino, sem expectativas. Apenas ir e sentir. Foi isso que a jornalista Luna Markman se propôs a fazer.
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MASSIMO BOTTURA Conhecido por trabalhar os ingredientes tradicionais da cozinha italiana com métodos inovadores, sem deixar de lado as emoções, o chef Massimo Bottura conta como é comandar o melhor restaurante do mundo.
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DOCES TUPINIQUINS Monteiro Lopes, Torta Maria Izabel e Salva-Vidas. Quem nunca se acabou com essas delícias? Saiba a história por trás deles.
perfil
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capa Foto: Paolo Terzi
turismo
capa
índice
perfil Laís Bemerguy, a jovem primeira dama do cosmético no Brasil
especial Junho e a Festa dos Santos Populares em Portugal que transforma o país
galeria A arte de José Fernades, o Zoca, vai além da herança e atravessa a experiência da mudança constante
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dicas tech Celso Eluan confraria décor Ricardo Gluck Paul Angela Sicilia vinhos horas vagas institucional Nara D’Oliveira índice de anunciantes
pg 14 pg 24 pg 43 pg 50 pg 64 pg 74 pg 82 pg 84 pg 86 pg 94 pg 104 pg 106
editorial
Amigos, Quando preparamos uma nova edição, há sempre a preocupação com a contemporaneidade. Algumas vezes alteramos regras e destruímos criativamente o que estava sendo feito para nos adequarmos. É um processo saudável e que nos tira da zona de conforto. Neste sentido, a edição de nº 58 da Revista Leal Moreira chega com algumas alterações em nossas seções. Mudanças sutis mas que estampam a versatilidade a qual estamos dispostos a ter sempre que acharmos válido. É o caso da capa desta publicação que poderia facilmente estar na seção Gourmet. O italiano Massimo Bottura, ícone da gastronomia atual era alguém que já ‘namorávamos’ desde o ano passado e agora apresentamos em uma entrevista exclusiva. Além de ganhar a premiação dos 50 Melhores Restaurantes do Mundo, ele foi responsável por um elogiado projeto realizado durante as Olimpíadas, no Rio de Janeiro. Outra sutileza desta publicação é que decidimos transformar uma experiência de vida na seção de Turismo. Tradicionalmente apresentamos um destino e discorremos sobre. Agora a vivência de um ano sabático foram descritos com primor pela Jornalista Luna Markman. De antemão afirmo: a experiência de meses longe das demandas do dia a dia é tentadora. Portugal poderia ser um excelente destino em nosso Turismo, mas optamos por fazer uma matéria Especial sobre o país. Mostramos um mês inteiro em terras além-mar passando por Porto, Alfama e Lisboa com a tradicional festa dos Santos Populares, realizada no mês de junho por lá. Por falar em festas, fomos em busca da origem de doces comuns em festas infantis como Monteiro Lopes e SalvaVidas, e das histórias incríveis por traz das receitas. E já que o assunto são histórias, nosso Perfil traz trajetória inspiradora do brasileiro Thiago Soares e sua ascensão a primeiro bailarino do Royal Ballet, em Londres. Tem ainda jovem paraense Laís Bemerguy, Relações Públicas da maior empresa de cosméticos do mundo, a M.A.C. Na Galeria, os traços de José Fernandes, o Zoca, e o seu processo artístico, sempre em constante transformação. A Revista está inspiradora. Boa Leitura,
André Moreira
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expediente
Fundador / Presidente Carlos Moreira Sócios / Conselho André Leal Moreira João Carlos Leal Moreira Maurício Leal Moreira Diretoria Executiva / CEO Habib Bichara Diretoria Operacional Igor Moreira Diretoria de Clientes José Ângelo Miranda Diretoria Financeira e Institucional Thomaz Ávila Neto
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Revista Leal Moreira Criação, coordenação e realização Publicarte Editora Diretor editorial André Leal Moreira Projeto gráfico André Loreto Diagramação Neto Porpino Editora-Chefe Trisha Guimarães Fotografia Dudu Maroja Ilustração Lucas Pereira Reportagem Anna Carla Ribeiro, Andreza Batalha, Camila Gaia, Carolina Menezes, Trisha Guimarães e Tylon Maués. Colunistas Ângela Sicilia, Celso Eluan, Nara Oliveira, Raul Parizotto e Ricardo Gluck Paul. Assessoria de imprensa Trisha Guimarães Versão Digital Guto Cavalleiro Revisão José Rangel Gráfica Halley Comercial Jansen Barros • 91 98883.0993 jansen@revistalealmoreira.com.br Lídia Menezes • 91 98454.1529 lídia@revistalealmoreira.com.br Back office 91 4005.6874 distribuicao@revistalealmoreira.com.br Financeiro 91 4005.6888 Fale conosco: 91 4005.6874 contato@revistalealmoreira.com.br www.revistalealmoreira.com.br facebook.com/revistalealmoreira
Revista Leal Moreira é uma publicação trimestral da Publicarte Editora para a Construtora Leal Moreira. Os textos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião da revista. É proibida a reprodução total ou parcial de textos, fotos e ilustrações, por qualquer meio, sem autorização.
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Belém
Redentor Sushi Poke Shop Localizado no novo point gastronômico da avenida mais charmosa da cidade, o local se propõe a servir o melhor da comida oriental e asiática com destaque para os pokes. Prato de origem havaiana, onde basicamente o peixe é cortado em cubos, marinado, acompanhado de algas marinhas picadas, fatias de cebola, pepino e cebolinha, tudo servido numa tigela. Parente do sashimi e do ceviche, o poke nasceu no pós-praia havaiano como algo rápido, leve, porém capaz de aplacar a fome dos descolados. O restaurante também serve o pão BAO, asiático cozido no vapor, leve e recheado, tradicionalmente, com porco. Tanto que um dos pratos mais pedidos no cardápio é o Pork Buns com porco desfiado, maionese de alho, picles de pepino, cebola roxa e farelo de torresmo. Ah, antes que esqueçam, o local também tem temaki, sunomonos, niguiris e uramakis.
Av. Braz de Aguiar, 296. Horário de funcionamento: terça a domingo, a partir das 18h I (91) 99177.5518 @redentorpokeshop
Studio Games O éden dos gamers já tem endereço em Belém. O centro de entretenimento Studio Games pretende fomentar o cenário gamer local, incentivando a profissionalização da prática de e-Sports. Entre os serviços oferecidos, arena com 20 computadores, transmissão dos principais campeonatos de e-Sports da atualidade. Outra novidade é a sala VR Experience, com o óculos que permite vivenciar a imersão do jogo em 360º. Já os criadores de conteúdos que desejarem gravar vídeos, e os jogadores que quiserem transmitir sua partida pela internet (através do Stream), poderão utilizar uma área exclusiva com tudo o que for necessário para a edição de conteúdos multimídia. A modernidade se alia ao clássico numa área específica para quem gosta de Atari, Playstation e Nintendo 64. Pensa que acabou? Ainda tem uma loja com venda de produtos e, de quebra, uma hamburgueria artesanal, a Studio E-Burger.
Tv. 14 de Março, 2007 I De terça a domingo, das 11h30 às 23h30 Instagram: @studiogamesofficial
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O Ziggy Hostel Club nasceu com a intenção de virar um centro cultural, reunindo festas, shows, exposições, lançamentos de livros, workshops culturais e para abraçar diversos segmentos artísticos, além da música. O local reúne três áreas de atuação que despontam em Belém há alguns anos: música, turismo e gastronomia. Dessa forma, o Ziggy se divide em club (com biergarten) com a capacidade de 200 pessoas; café, com encontros culturais e happy hour; e um hostel, no terceiro pavimento do casarão, localizado no coração do bairro de Nazaré. Tudo isso com um cardápio especial desenvolvido que vai do hambúrguer à um suculento bolinho de pato, além de drinks diferentes e instigantes com nomes referentes ao universo anos 70 e a David Bowie, a quem a casa homenageia.
Venha conhecer a nossa nova loja na Brás de Aguiar, nº 232. Mais ampla, aconchegante e cheia das nossas irresistíveis receitinhas caseiras.
Trav. Benjamin Constant, 1329. Horário de funcionamento: quinta a sábado, a partir das 22h I (91) 30383905 @ziggyhostelclub @redentorpokeshop
BRADO
Ziggy Hostel Club
Seu encontro com essas e outras delícias já tem endereço para acontecer.
Brasil
Museu da Gente
Patrimônio cultural e artístico do Rio de Janeiro, a Confeitaria Colombo ganhou mais um endereço na cidade. A casa centenária acaba de inaugurar um café na área restrita de embarque internacional do Aeroporto Tom Jobim. O espaço chama a atenção pela riqueza de detalhes que recriam a beleza do ambiente encontrado na sede, no Centro. Destaque para as mesas e cadeiras, o balcão de mármore e, claro, para a claraboia, um dos símbolos da Confeitaria Colombo, ali replicada em tamanho menor, mas fiel aos detalhes. No cardápio, os produtos que fazem parte da história da confeitaria e a marcaram como um ícone da cidade: coxinha, empadas, pastel de forno, além de bolo caseiro e as tradicionais Torrada Petrópolis e Torrada Americana. Entre os doces, clássicos como o Viradinho de Nozes e o Pastel de Nata. Há ainda um espaço reservado para os produtos exclusivos da marca, desde biscoitinhos e chás artesanais até cadernos, bolsas e canecas. Para quem passa apressado, o café oferece sanduíches e saladas no estilo “take away”, para um lanche rápido antes ou durante o voo. Entre as saladas destaque para a Belle Époque, com bacalhau, feijão fradinho, palmito em conserva, tomate e azeite.
foto: Wagner Pinheiro
fotos: Márcio Garcez
Localizado em Aracaju ele é o primeiro museu multimídia interativo do norte e nordeste do País, comparado ao Museu da Língua Portuguesa e ao Museu do Futebol, em São Paulo. Instalado num antigo prédio importante da capital, o Museu expõe a cultura sergipana de forma especial: a bordo de um barquinho, é possível conhecer o ecossistema da região. Mais à frente, um carrossel é a engrenagem para a visualização de importantes figuras da história sergipana, como Lampião e Arthur Bispo do Rosário. Uma amarelinha e um jogo da memória contam ao público sobre as festas regionais, associados a poemas, letras de músicas e até cantigas. Divertidas também são as cabines de Repente e Cordel, onde o visitante é convidado a improvisar uma rima seguindo um repentista e a declamar um trecho de uma história da literatura de cordel. Além das atrações, o visitante pode degustar várias delicias no Café que não serve só cafés ou lanches. É possível saborear releituras de pratos do cotidiano como um filé de carne do sol com nhoque de macaxeira. A lojinha do Museu é repleta de artesanato sergipano com finíssimo acabamento. Com tantas atrações, não à toa o local está entre os museus com o maior número de visitações do Brasil.
Confeitaria Colombo
Av. Ivo do Prado, 398, Centro, Aracaju. Horário de funcionamento: terça a sexta-feira, das 10h às 16h, e aos sábados, domingos e feriados, das 10h às 15h I Contato: (79) 3218.1551 I www.museudagente.com.br
Aeroporto Internacional Tom Jobim, Terminal 2, 2º andar - área restrita de embarque internacional Funcionamento: domingo a domingo: das 5h à 0h I Contato: (21) 3398.2208 • @confeitariacolombo www.revistalealmoreira.com.br
XXI FEIRA PAN-AMAZÔNICA DO LIVRO
ABERTURA - 26/05/2017 ÀS 19H 27/05 A 04/06/2017 - DE 10 ÀS 22H - ENTRADA FRANCA hangar - belÉM - PARÁ
PAÍS HOMENAGEADO
POESIA
www.feiradolivro.pa.gov.br
www.secult.pa.gov.br
mundo
Le Dîner en Blanc Le Dîner en Blanc é considerado o piquenique secreto mais chique e elegante do mundo, reúne música e gastronomia para celebrar a amizade e a gentileza. A marca registrada do evento é reunir os convidados em um local secreto que é divulgado somente minutos antes da realização - o sigilo é tamanho que os convidados se encontram em pontos espalhados pela cidade e são escoltados por voluntários. O Dîner en Blanc já foi realizado em 25 países como Estados Unidos, França, Espanha, Rússia e Brasil. Lançado em Paris em 1988 por François Pasquier e seus amigos, o piquenique atrai, em Paris, cerca de 15.000 pessoas a cada ano. Para fazer parte desta celebração, os participantes devem estar na lista de convidados dos anfitriões, dos parceiros do evento ou serem apadrinhados pelos amigos dos anfitriões. Gostou da ideia? Então separe sua roupa branca porque ir de branco é fundamental para o sucesso do evento.
www.dinerenblanc.com
Ferrari Land
Considerado o único parque temático do gênero em toda a Europa, a Ferrari Land está localizada na Costa Dourada, perto de Barcelona, ocupando uma área de mais de 70 mil m². Este é o segundo parque temático da famosa grife de carros italianos – o primeiro a ser inaugurado foi o Ferrari World de Abu Dhabi, em 2010. A ambientação, que homenageia a Itália, tem réplicas do Coliseu de Roma e do Campanário de São Marcos de Veneza. A homenagem a Enzo Ferrari, fundador da fábrica de automóveis de alta performance, começa no Ferrari Experience, o edifício principal com arquitetura inspirada no design do famoso modelo Ferrari GT, onde os visitantes são recebidos com atividades interativas e com a Ferrari Gallery, galeria com detalhes da história da marca. Para doses de adrenalina, há também o Bounce-Back Tower, elevador de 55 metros de altura que imita os movimentos dos pistões de um motor, e um circuito de 500 metros de comprimento onde é possível pilotar miniaturas de Ferraris clássicas. Mas o destaque mesmo do parque é o Red Force, considerada a montanha-russa mais alta e rápida da Europa. O brinquedo chega a 112 metros de altura e vai de 0 a 180 km/h, em apenas cinco segundos, em um percurso de 880 metros. Para os fortes. www.ferrari.com
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Tylon Maués
Do hip-hop a bailarino real O carioca Thiago Soares começou no street dance até ser apresentado ao balé clássico. Com reconhecimento internacional, ele ocupa o posto de primeiro bailarino do Royal Ballet de Londres.
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o início deste ano, o primeiro bailarino do Royal Ballet de Londres, prestigiada companhia de dança da Inglaterra, reestreou no Rio de Janeiro o espetáculo “Roots”, que resgata o início da vida artística dele antes de se tornar um dos mais reconhecidos bailarinos clássico da atualidade. Para o carioca Thiago Soares, a apresentação é um retorno às origens, do começo dançando nas ruas até a consagração. Da liberdade do street dance aos rigores do balé clássico. AAos 34 anos, ele chegou a um estágio que não esperava quando começou a se dedicar mais à dança. “Eu não sabia quase nada de dança clássica. Mas, quando eu comecei a fazer balé com o objetivo de ser um bailarino, eu abracei a disciplina de imediato”, lembra. Considerado fisicamente perfeito para a dança clássica, curiosamente Thiago teve um início tardio com as sapatilhas, somente aos 14 anos. Mas, a partir desse momento, sua ascensão foi quase instantânea. Aos 17, já estava no corpo de baile do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Em seguida, foi convidado pelo Kirov Ballet para integrar o seu quadro de aprendizes. Em mais
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de cem anos de história da mítica companhia, ele foi apenas o segundo bailarino estrangeiro a chegar a esse ponto - o primeiro foi o cubano Jose Manuel Carreño. Logo depois da volta ao Brasil, em 2002, ele partiu para uma audição no Royal Ballet, que precisava de bailarinos altos para acompanharem as bailarinas de mesma estatura. Foi aprovado. De pouquinho em pouquinho, a partir de papéis pequenos, Thiago foi aproveitando as oportunidades, até ser promovido a primeiro solista em 2004, aos 22 de idade. Thiago continua no Royal desempenhando papéis importantes com a mesma determinação do começo da carreira, sempre elogiado pela responsabilidade e profissionalismo, que fazem dele uma das maiores estrelas atuais da dança clássica brasileira. Além de “Roots”, ele também está diretamente ligado a outros projetos, em especial o de um filme em sua homenagem, com previsão de começar a ser rodado ano que vem. A história de vida do bailarino vindo de uma comunidade pobre e que ganhou os palcos internacionais é considerada inspiradora para o mundo do cinema. »»»
Mariana Vianna/Divulgação
Break, hip-hop. A street dance te levou ao clássico. O que passava na tua cabeça no início dessa transição? Tinha como imaginar que ia enveredar pela dança clássica? Quando fiz essa transição foi para me aperfeiçoar como dançarino de hip hop. Não fui achando que iria me tornar um bailarino de imediato. Nessa época, não haviam meninos na escola e eles precisavam de rapazes e fiz com o intuito de me aperfeiçoar e limpar meus movimentos para que dançasse melhor a dança urbana.
foto: Mariana Vianna
foto: Mariana Vianna
E chegar a esse estágio atual? No início do balé, você pensou em sempre se aperfeiçoar para buscar o nível de excelência que chegou? Quando eu comecei a fazer balé com o objetivo de ser um bailarino, eu abracei a disciplina de imediato. Até porque meus pais estavam se separando, meu irmão estava indo embora para Belo Horizonte para morar com a namorada, meu pai estava entregando a casa onde a gente morava e eu estava indo morar com uma tia. Então o meu lar e o meu dia a dia estava se dilacerando e eu me agarrei na dança. Tudo o que eu tinha era aquilo. Eu usei a disciplina da dança para também me suprir, pra eu ter para onde ir, para eu ter o que fazer. O balé profissional tem uma rotina física de um atleta de alto rendimento. Você já comentou mais de uma vez que abdicou das diversões da juventude para se dedicar à dança. O quanto a preparação mental e a obstinação te influenciam? A gente vive a vida do bailarino, do dançarino e do atleta. A gente está sempre no limite do corpo. A higiene mental é o mais difícil pra quem trabalha sempre no risco e em alto rendimento físico, mas é quase 80% de importância. Sempre procuro um tempo para fazer isso e pra mim é muito importante, higiene mental é prioridade. Apesar de uma quantidade considerável de bailarinos, o Brasil não figura entre os países com grande tradição em desenvolver talentos. O que pode e deve acontecer para que isso mude? O Brasil tem muitos talentos da dança, coreógrafos também. O que eu acho que poderia mudar é de repente as empresas e os investidores, em algum momento, juntarem-se com quem conhece de dança profundamente e tentar criar o nosso próprio estilo, a nossa própria história. Eu acho que a gente investe um dinheiro muito grande em companhias e nomes de fora como a escola do Bolshoi em Joinville, que é maravilhosa e tem um trabalho bacana, mas é uma intinerância que não é pra gente, e sim para um bailarino que um dia vai dançar no Bolshoi aquele estilo. Seria muito importante ter uma escola nossa, onde pudéssemos não só montar esses artistas com os corpos que nós temos e também com um pouco da nossa maneira de sentir. Acho que é muito complicado a gente criar uma geração de artistas que sentem, se movimentam e tem biotipos de gente que vive do outro lado do mundo. Na hora que os conhecedores do balé profundo se juntarem revistalealmoreira.com.br
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com as empresas e se derem conta que a gente tem que criar nossa marca e nossa indústria, acho que a gente vai poder servir melhor nossos bailarinos. Quanto a essa falta de tradição, outros bailarinos, em especial europeus, chegaram a te tratar de forma diferente em um primeiro momento? Me deparei em alguns momentos da minha vida aonde eu estava trabalhando com colegas que começaram a dançar aos cinco anos de idade e isso é muito delicado para alguém entender essa coisa meio relâmpago que aconteceu na minha carreira sem ficar um pouco de nariz torcido. A verdade é que eu fui abraçado e tive suporte de muitos colegas, grandes colegas, grandes artistas no mundo, mas tive momentos em que as pessoas questionavam um pouco o como, pois a dança é uma coisa quase que cruel, às vezes, você pode trabalhar 30 anos da sua vida e não conseguir chegar a dançar um solo num palco e, às vezes, você pode fazer dois anos de balé e ganhar uma medalha que representa algo para um país. Você se como uma fonte de inspiração para garotos brasileiros, seja na dança ou em qualquer outro caminho de vida? Eu me sinto como alguém que trabalha em função da arte. Qualquer pessoa que me conheça e tenha um pouco mais de intimidade comigo, que leia os meus trabalhos ou que acompanha as minhas turnês, sabe
que uma coisa que eu sou devoto é a arte, o trabalho em função da arte. Não sei se todas as minhas decisões e passos nessa trajetória profissional foram certas, não sei se é o verdadeiro caminho, mas eu sei que é um caminho que pra mim tem funcionado e eu tenho aprendido e crescido com isso. Eu acho que se a minha história, a minha intinerância na dança, servir de exemplo para outros bailarinos ou outros jovens eu vou ficar muito feliz. Mas não sei se eu sou referência unânime dos jovens. Eu gostaria de ser alguém que esteja marcando um caminho. Esse é o meu desejo do coração. O mundo das grandes companhias de dança clássica, pelo menos na literatura, no cinema, é sempre mostrado como de extrema competitividade, rivalidade e vaidades. A realidade passa mesmo por aí ou ela é romantizada demais? A indústria da dança e das companhias internacionais é muito competitiva em todos os ângulos. Não só pelos bailarinos, mas também pelos coreógrafos, pelos diretores e eu acho que é essa competição, perseverança e obsessão com a disciplina que faz a indústria se reinventar tanto e crescer tanto. Dos anos 50 e 60 pra cá, a dança evoluiu de uma forma monstruosa e quem está na indústria sabe e reconhece que às vezes a gente até se pergunta pra onde a dança vai se já evoluiu tanto assim, então eu acho que isso se dá por essa competição e não acho que é romantizada.
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Aqui no Brasil, você sofreu algum tipo de preconceito quando fez a transição da street dance para o balé? O que você mesmo sabia da dança clássica antes disso? Eu nunca sofri preconceito no meu país e se sofri, acho que eu estava olhando pra frente. Eu estava olhando para o gol que eu queria marcar e não tive tempo de ficar com tanta sensibilidade tentando questionar se era preconceito ou não. Eu não tive isso. Viver tanto tempo longe do Brasil te fez apreciar mais as coisas daqui? Por exemplo, havia pequenas coisas, do cotidiano, que mal fazia conta e com o tempo fora passaram a fazer falta. Do costume à culinária. Viver fora é ter a oportunidade de rodar por esse mundão a fora é a melhor maneira de aprender as coisas. A dança me revelou muito sobre o meu país, muito das coisas positivas e infelizmente algumas negativas, que são bem evidentes. Eu tenho muitas saudades das coisas mais básicas e que nos definem. Essa coisa urbana e praia. Essa miscigenação entre essa vida tropical, urbana e ao mesmo tempo dinâmica, cheia de boêmia e trabalhos, isso me faz muita falta. E a positividade do brasileiro. Acho que isso é o ouro da gente, acho que essa vontade de que mesmo que tudo esteja arruinado de olhar o amanhã e ver um sol lá do outro lado do monte e achar que vale a pena, acho que isso é ouro.
tech
TV SONY 75” A Sony Brasil escolheu a sede do Google em São Paulo para apresentar a primeira linha de televisores com a plataforma Android TV no país. A novidade vem para revolucionar o conceito de TV verdadeiramente “Smart”, com todo o poder de fogo dos recursos do sistema Android. Além de bordas finas, design elegante e resoluções de altíssima qualidade 4K, a adoção Android TV nos modelos da Sony traz para as grandes telas o conteúdo e, principalmente, praticidade de interação de um smartphone para as grandes telas. Todos os modelos possuem design moderno com acabamento em metal escovado, bordas finas e base com material metálico cromado.
NOTEBOOK 2 EM 1 DELL Modelo atualizado do tipo 2 em 1, o Dell Inspiron i15-7568-A20 vem equipado com processador Core i7 da sexta geração 6500U. Mas o principal destaque deste modelo é o detalhe da tela, que é conversível, com abertura em 360º touch que permite o uso de 4 formas diferentes: Notebook, Tablet, Suporte e Tenda, proporcionando, assim, a versatilidade e praticidade. Ela ainda oferece maior nitidez e performance de recursos gráficos com a qualidade alta definição FULL HD (1080 p), que proporciona uma tela 40% maior do que o modelo típico de 13” de notebooks do estilo.
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SAMSUNG GALAXY S8” O Galaxy S8 é o celular sucessor do Galaxy S7, da Samsung e chegou para concorrer com modelos como LG G6, iPhone 7 e, futuramente, o iPhone 7S. Ao contrário dos aparelhos anteriores, que vinham com um modelo “Edge”, o S8 veio acompanhado de uma versão “Plus” e ambas têm o display curvado. O telefone tem tela de 5,8 polegadas, chamado pela Samsung de “display infinito”. A memória RAM é de 4 GB, a bateria de 3.000 mAh, conexão 4G e porta USB-C. A câmera traseira tem 12 megapixels, com a tecnologia dual pixel do Galaxy S7, enquanto a frontal possui 8 MP. O novo celular também tem certificação IP68 de resistência à água, poeira e traz compatibilidade com o Samsung Pay, além de carregamento sem fio e leitor de íris.
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Anna Carla Ribeiro
Make Make Make in Pará Laís Bemerguy é Relações Públicas da marca de cosméticos mais queridinha do mundo, a M.A.C
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uem encontra Laís Bemerguy percebe, de imediato, um brilho diferente no olhar. Além da vivacidade natural, existem diferentes nuances de sombras coloridas, que pintam, como em uma obra de arte, os traços amazônicos misturados às suas raízes marroquinas, advindas de judeus que aportaram no Baixo Amazonas. Literalmente, a paixão de Laís pela maquiagem está na cara. Foi esse sentimento que a impulsionou numa brilhante carreira. A expectativa? Trabalhar com o mercado de moda e beleza. A realidade acabou superando o desejo inicial: é ela quem comanda as relações públicas, no Brasil, de uma das maiores empresas de cosméticos do mundo. O mau desempenho de Laís nos esportes do colégio eram justificáveis. Foi na dança que o seu corpo passou a se movimentar com precisão. Do genitor, ela herdou um gosto musical refinado para a pouca idade. Muito antes de La La Land estourar em Hollywood, Laís já tinha como passatempo
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dançar ballet, ouvir música clássica e assistir a musicais. Perdeu as contas de quantas vezes foi à extinta locadora Rock Vídeo, em Belém, para se encher de fitas cacetes com essas classificações. Desde esses tempos, usava a maquiagem para estampar o rosto colorido e, com um leque às mãos, passava as tardes livres interpretando Quitéria, personagem de Dom Quixote. “A Quitéria foi tão importante na minha vida, que uma das minhas tatuagens é um leque. Para mim, significa uma verdadeira expressão de autoconfiança”, relata. A dança foi a porta de entrada de Laís para o mundo das artes. Porém, logo vários segmentos artísticos começaram a lhe interessar. “Fui me apaixonando por filmes, músicas, artes cênicas, pinturas, design, arquitetura, moda. Sou uma típica libriana, a arte de alguma forma me move”, afirma. Antes de prestar vestibular, tinha certeza de que trabalharia com cinema. »»»
Arquivo pessoal
Porém, mudou de ambição. Escolheu a faculdade de Relações Públicas, completada na capital paraense. Após a formatura, Laís se mudou para São Paulo. “Depois de um tempo de experiência, eu foquei no mercado de moda e beleza. Fiz uma pesquisa sobre as agências que atendiam as marcas destes segmentos no Brasil e uma em particular me atraiu. Entrei em contato com a diretora, Renata Grabert, que me contratou e foi minha chefe por cinco anos. Foi lá que conheci com mais propriedade como funciona a comunicação para marcas de prestígio. Lá, eu coordenava um grupo de contas, entre elas, a M.A.C. Foi quando a marca precisou de um gerente de Relações Públicas. A vaga abriu em 2011 e a diretoria me convidou para participar da seleção, pois já conhecia meu trabalho”, explica. Foi então que o sonho de criança se uniu ao trabalho. “Acabo, com a maquiagem, me envolvendo novamente com o mundo não só da moda, mas dos musicais, das óperas e de outros grandes espetáculos, como o Cirque du Soleil. Participo desses eventos com o know how em maquiagem, disponibilizando equipes de profissionais e produtos”, ressalta. Hoje, ela costuma frequentar os maiores desfiles do mundo e chega a acompanhar, ao longo de um ano, dezenas de backstages. O que poucos sabem é que existe uma correria sobrenatural por trás do glamour das passarelas. “Acompanho nos backstages as modelos sendo produzidas. Antes eu pensava que elas poderiam se arrumar, em, no mínino, meia hora. Mas vejo aquelas maquiagens superartísticas, com delineadores em forma de escada, sendo feitas em cinco minutos. »»»
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Teve uma vez que todas as modelos saíram de um desfile com os corpos pintados de vermelho e, em dez minutos, estavam todas desfilando novamente, com uma maquiagem nude. Normalmente as superproduções são feitas em tempo recorde. Afinal, de um desfile para o outro, as modelos têm poucos minutos para se produzir. Já cansei de ver três maquiadores e mais três cabeleireiros em cada modelo. O engraçado é que sempre dá certo”, explica. A responsabilidade também é grande. Mesmo com a crise, o Brasil continua sendo o terceiro mercado global em beleza, atrás da China e dos Estados Unidos. São aproximadamente 43,5 bilhões de reais movimentados por ano, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec). Laís, com pouco mais de 30 anos, está na linha de frente da comunicação da M.A.C. A equipe liderada por ela se relaciona diretamente com maquiadores, emissoras de
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TV, rádios, celebridades e artistas em geral, a exemplo de cantores de sucesso, como a Rihanna, que chegou a conhecer pessoalmente, durante uma ação. “O marketing da empresa é essencialmente baseado em relações públicas. É um trabalho muito forte e direto com o mundo da moda e das artes”, afirma. Na bagagem, além de base, blush e rímel, Laís carrega consigo o jeito paraense, que, segundo ela, a ajuda a galgar a tão desafiadora profissão. “Acho que nós, do Pará, somos um povo extremamente aberto socialmente, carregamos conosco a hospitalidade. Nós temos facilidade para abrir a nossa casa. Isso é fundamental no trabalho de um RP. Me relacionar com as pessoas é algo que flui naturalmente, sem parecer que é, de fato, um trabalho”, ressalta. Quando bate a saudade, deixa um pouco os clássicos instrumentais de lado. E coloca o bom e velho brega na vitrola. “Quando eu escuto brega, consigo sentir o cheiro e o gosto de Belém”, conclui.
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Como Portugal se transforma para festejar seus santos mais populares: João, Pedro e Antônio. Aqui tem festa junina, ó pá!
O
cenário é típico do mês de junho. Aos poucos, surgem nas ruas arcos, balões e bandeirinhas coloridas, todas balançando com o vento ora brando, ora intenso, comum desse período do ano. Junto aos enfeites, o cheiro forte das comidas tradicionais ganha mais impacto com o calor do verão, que acabou de dar o ar da graça. É tempo de se acostumar com o som nas alturas e se deixar levar pelas marchinhas populares. Se considerar apenas as primeiras impressões, o cenário sugere um lugar qualquer do país. Mas, como diria Sérgio Buarque de Holanda, o “pai do Chico”, precisamos lembrar das Raízes do Brasil. Afinal, essa é uma cena corriqueira também em Portugal durante esse período. Assim como nós, do outro lado do Atlântico os portugueses comemoram, até hoje, os dias dos santos mais populares da terrinha: Santo Antônio, São João e São Pedro. Como sugere a propaganda, desapegue. É preciso esquecer um pouco os sabores do vatapá, da canjica e do mingau de milho. As fogueiras são acesas, mas para assar milhares de sardinhas que, colocadas em fatias de pão, são distribuídas pelas ruelas de Lisboa. Novamente, desapegue. Deixe de lado a imagem de que sardinha vem em lata e com
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gosto forte. Essa, fresca e assada na hora, tem outro encanto. Aproveite o petisco para, claro, degustar um bom vinho, servido nas ruas mesmo. Afinal, é 12 de junho, véspera do dia de Santo Antônio, padroeiro da capital de Portugal. E, além da data sugestiva para os casais brasileiros (pois em Portugal o dia dos namorados é comemorado em 14 de fevereiro), a cidade fica em festa, com as ruas apinhadas de gente. Para variar, vale experimentar outras presenças garantidas no cardápio: as “bifanas grelhadas”, que nada mais são do que bifes grandes de porco, e o caldo verde, parecido com aquele bem conhecido nosso, mas, para o desespero dos que gostam de incrementos, a porção costuma vir com apenas uma rodela de chouriço. A festa não é feita só de comida. Nesse dia os portugueses – e turistas, claro – lotam os bairros mais antigos de Lisboa para desfilar com as suas fantasias e entoar as suas canções, numa espécie de carnaval do velho continente. Quem não desfila, aprecia e acompanha a movimentação, que costuma durar até altas horas da madrugada. Mais ao norte, no Porto, a celebração é diferente. Na cidade, fogos de artifício iluminam o céu exatamente à meia-noite. Não é réveillon. »»»
Divulgação
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E s s a é a tradição para celebrar, na passagem de 23 para 24 de junho, o dia de São João. O espetáculo dos fogos refletidos nas águas do rio Douro fica ainda mais interessante com os balões de ar quente que sobrevoam o cais da Ribeira, um dos pontos mais bonitos da festa. Festa que fica animada nas ruas, com uma brincadeira típica, que consiste em populares batendo – de leve, fique tranquilo – um martelo de plástico na cabeça dos foliões que se juntam à multidão. Se levar uma dessas, entenda como um carinho e retribua, de preferência, com um sorriso. E tenha energia de sobra, afinal, para muitos, a noite acaba junto à praia, para ver o nascer do sol. »»»
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As festas dos santos populares têm fim no dia de São Pedro, o santo protetor dos pescadores, comemorado em 29 de junho. Nas vilas tradicionais de pesca de Portugal, como é o caso de Sintra e Évora, as paisagens repletas de castelos medievais ganham mais vida e as ruas são tomadas por desfiles e arraiais. As celebrações em Sintra começam pela manhã, com o hastear da bandeira nos Paços do Concelho (sim, é com C mesmo). Durante esse dia, aproveitando a grande movimentação de turistas na cidade, costumam ser abertas temporadas de novas exposições de arte. Cidades diferentes, costumes distintos. Porém, algumas tradições são comuns. Uma delas é saltar a fogueira. E, se você estiver andando com a sua melhor companhia, não estranhe se alguém oferecer pequenas imagens dos santos homenageados ou vasos de manjericão. Em Portugal, são sinais de fertilidade e bons fluidos ao casal. Se a simpatia funciona, não há como provar. A certeza é que na decoração de casa, a lembrança vai sempre cair bem.
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SOPA DE LETRAS Algumas palavras caem no gosto de uma parcela mais antenada da população e se tornam hits, elevam-se ao grau supremo de relevância e ganham uma aura de divindade pela repetição sistemática e crença absoluta sem, no entanto, serem decifradas. Esse é o paradoxo da pós-verdade que, aliás, foi eleita pelo dicionário Oxford como a palavra do ano de 2016. Acredita-se tão piamente na veracidade contida nelas e em tudo que exprimem que nem precisamos saber do que tratam. O patrulhamento do politicamente correto encarrega-se de entronizá-las e ai de quem ouse questionar sua suma importância. Particularmente duas delas me assolam os sonhos: empoderamento e precarização. A primeira tem sido levantada por movimentos de direitos civis especialmente de minorias. Sua origem vem do termo inglês emporwerment palavra aplicada no universo de gestão corporativa e transmite a ideia de delegação de poder para tomada de decisão nas empresas com o intuito de obter mais agilidade e eficiência nos negócios. A maneira como nos apoderamos (o trocadilho infame foi proposital) do termo alavancou seu significado para a obrigação de delegar poder dos mais fortes aos mais fracos, das maiorias para as minorias. No universo corporativo essa delegação é servida com direitos e deveres junto com o risco envolvido no processo de decisão. Não é o poder pelo simples fato de possuí-lo como a uma joia, é muitas vezes um ônus muito mais que um bônus. Tomar decisões envolve riscos e nunca é uma tarefa fácil. Para a maioria que emprega o termo gratuitamente é uma obrigação do Estado (ora e de quem mais deveria ser a obrigação?) delegar esse poder, mas sem contrapartida. Pior que este primeiro é o segundo neologismo: precarização. Surgiu com a discussão e posterior aprovação da legislação que regula a terceirização do trabalho permitindo agora que a atividade fim da empresa também seja terceirizada. Os sindicatos e demais grupos organizados viram nisso uma afronta aos direitos conquistados e carimbaram esse termo em seu discurso: a terceirização vai precarizar o trabalho. Ora, num universo de relações líquidas (só para usar um outro neologismo criado por Bauman e cultuado pelos
novos adoradores de ídolos), definir o que é atividade fim de uma empresa já é um exercício que exige muito estofo intelectual. Vejamos alguns exemplos: várias indústrias, especialmente de tecnologia terceirizam sua produção, mesmo ícones como a Apple e Nike não dispõem de fábricas próprias. Uma franquia já não é terceirização da atividade fim? Uma lanchonete do Mc Donalds operada por terceiros existe no Brasil há mais de trinta anos e nunca se falou que o trabalho nela é precarizado. Empresas de venda direta como Avon, Natura e afins com um exército de vendedores autônomos que já nasceram dessa forma estão precarizando o trabalho empregando milhões de pessoas? O Uber e similares podem ser considerados empregadores dos milhões de motoristas que atuam através destes aplicativos? Para uma Apple ou Nike a atividade fim se resumiria a desenvolver produtos, mas se estas optarem por escritórios especializados em design estariam ferindo a legislação? Natura e Avon se constituem em empresas produtoras de perfumarias e usam de terceiros para vender, mas se decidissem como a Apple e Nike terceirizar suas plantas industriais estariam erradas perante a lei? A evolução do mercado tem levado cada vez mais as empresas a se tornarem especialistas em poucas atividades e terceirizarem para outros especialistas atividades em que se descobrem nem tão eficientes. Se um hospital público contrata uma OS (Organização Social) para administrá-lo incluindo médicos e enfermeiros, que teoricamente seriam sua atividade fim, também estaria contrariando a lei? Enfim, quem fala em precarização é porque tem interesses contrariados e está com os dois pés no passado, mas o pior é que para defender seus interesses acaba atacando o interesse da imensa maioria que quer adquirir cada vez mais produtos e serviços melhores e mais baratos proporcionados por quem conquista eficiência e agilidade para se manter competitivo pela maior qualidade e menor preço. Não será com os olhos no passado nem enrolando a língua para desfilar palavras cheias de efeitos especiais que conseguiremos acompanhar essa evolução constante do mercado. Acredito que melhor que empoderar a precarização seria precarizar o empoderamento e passemos a trabalhar mais e enrolar menos a língua.
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Andreza Batalha
Com
Dudu Maroja/Divulgação
açúcar,
afeto e história
Doces do nosso cotidiano e pouco conhecidos no restante do Brasil como Monteiro Lopes e o Salva-Vidas, são um resgate à história e nossas melhores lembranças.
L
ogo que foram criados, na Europa, os doces tinham propósito e finalidade: nasceram da necessidade dos homens de criarem um alimento pequeno que servisse de sustento para viagens longas, proporcionando bastante energia. Quase um século depois, em 1850, a produção de doces começou a tomar proporções industriais nos Estados Unidos. Para se ter uma noção, um doce clássico, o chiclete, surgiu do costume que muitos povos antigos tinham de mastigar a resina de árvores, uma maneira de diminuir a sede, já que essa atividade estimulava as glândulas salivares. No Brasil, os doces surgiram no período colonial, a partir do século XVIII com a instalação em larga escala dos engenhos de açúcar. É importante lembrar que, antes disso, as primeiras sobremesas legitimamente brasileiras eram as frutas tropicais, regadas a mel. Ao longo do tempo e da história, os doces se tornaram tradicionais no país (que o diga nosso Brigadeiro), mas muitos deles se desenvolveram especificamente em regiões diferentes do Brasil. Vamos te contar a seguir a história de doces tipicamente paraenses! Mas cuidado, a gente não garante que assim que terminar de ler esta matéria você não irá correndo atrás destas guloseimas.
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Monteiro Lopes e Salva-Vidas Difícil resistir ao biscoito amanteigado de duas cores, um lado branquinho e outro pretinho. Monteiro Lopes que se preze desmancha na boca. Também é difícil encontrar um paraense que nunca tenha apreciado o doce Salva-Vidas, uma espécie de bolo de três cores – rosa, marrom e branco – que tem o formato de uma boia usada para resgate e é coberto com açúcar. São doces tradicionais nas mesas dos paraenses, mas pouco conhecidos no restante do país e acredita-se que as suas origens são em terras parauaras. Uma simples busca no Google sobre a origem do biscoito Monteiro Lopes e o resultado é uma história digna de uma peça de William Shakespeare, como Romeu e Julieta. Muito se fala que o nome Monteiro Lopes é uma homenagem à família que teria criado a receita, isso entre os anos de 1850 e 1890 em Belém, até então chamada de Santa Maria de Belém do Grão Pará. Nesse período, existiam duas padarias: uma na Oriental do mercado Ver-O-Peso e a outra na Ocidental do mercado. Uma delas era do mulato Manuel Monteiro e a outra de um português chamado Antônio Lopes. Eles eram concorrentes e famosos por produzir biscoitos de cores e paladares diferentes. »»»
Os filhos dos padeiros do Ver-O-Peso, após a morte dos pais, teriam se casado e deixaram de ser concorrentes, juntando as cores preta e branca ao biscoito, batizando-o de Monteiro Lopes. Mas o que conta a historiadora Cacilda Saraiva Pinto, chefe do serviço de museu do Tribunal de Justiça do Pará, é um pouco diferente e está registrado no livro comemorativo aos 140 anos do tribunal. O nome Monteiro Lopes, seria uma homenagem ao primeiro presidente negro de um tribunal de Justiça no Brasil em 1968, desembargador Agnano de Moura Monteiro Lopes, que também dá nome ao museu da sede do Poder Judiciário do Pará. De acordo com a historiadora, Agnano era descendente de negros escravizados no Brasil. Quando ainda era juiz, apaixonou-se por uma mulher branca de olhos claros. O relacionamento não era aceito pelos pais dela. Lutaram muito por esse amor, até que decidiram casar na igreja da Trindade, mesmo contra a vontade dos pais da noiva. No dia do casamento, uma doceira, amiga da mãe de Agnano, ofereceu um biscoito que batizou de Monteiro Lopes em homenagem ao amor que superou preconceitos. “O docinho demonstrava que, como o amor do casal, dissolveria, mas nunca iria se partir. A outra curiosidade é a junção das cores no biscoito, simbolizando a união das cores de pele do casal”, contou Cacilda. Segredo de família Há, pelo menos, três gerações que um segredo de família fez com que os Salva-Vidas da doceria Eti Mariqueti fossem um verdadeiro sucesso. Ao ano, as irmãs Eti e Mariucha Morgado vendem mais de 10 mil unidades de Salva-Vidas em cada uma de suas lojas. »»»
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A origem do doce é pouco conhecida, mas ele é figurinha carimbada nas comemorações dos paraenses, acredita-se que é um doce típico de Belém e o sabor é inesquecível. O jornalista paraense Yuri Age é fã do doce Salva-Vidas. Ele mora há mais de dois anos em Brasília e sempre que vem a Belém sente vontade de comer o doce que marcou a infância. “Não como sempre, mas é o meu doce favorito”, contou. A Eti Mariqueti também produz os biscoitos Monteiro Lopes e eles são sucesso de vendas. “O nosso Monteiro Lopes é muito reconhecido, as pessoas vêm na loja para comprá-lo e há várias opções de apresentação. O segredo é a qualidade dos produtos utilizados na receita e o ponto da calda”, disse Mariucha. Doce história Pesquisas incansáveis em jornais seculares de diversas bibliotecas públicas e privadas em Belém e na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro para resgatar receitas de doces que se perderam no tempo. Foi assim durante seis meses que a jornalista Lorena Filgueiras deu os primeiros passos para profissionalizar um antigo prazer: a cozinha. O trabalho ficou completo quando Lorena se juntou às mãos talentosas e ao paladar apurado de Bruna Garcia e fundaram a Doux du Jour em outubro de 2016. A marca tem como lema o resgate de doces e histórias que envolvem a confeitaria paraense. Os doces são ofertados em coleções, a primeira delas foi chamada de Belle Époque e todos os doces possuem uma história seja ela coletiva ou pessoal. A coleção de estreia tinha biscoitos de castanha-do-pará, bombocado, um bolo chamado Bolonha, que levava farinha de castanhas do Pará em sua massa, e a torta Francesinha do Norte, esta última com uma história pessoal encantadora. »»»
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“Ela nasceu de um comentário que ouvi da vó Maria Lúcia, que dizia que seu pai fora ao Grande Hotel uma vez e ali experimentou um bolo que nunca mais comeu novamente. Era um bolo simples, ou melhor, um pão-de-ló recheado com doce de gemas. Pesquisa vai, pesquisa vem, dei de cara com a tal receita e me emocionei: era tão simples, que chegava a ser complexa. Seu "segredo", ou melhor, o que a tornava única, era uma delicada infusão de água de flor de laranjeira, que umedecia a massa. E assim (re)nasceu um bolo que era servido no chá das 17h. Como o nome perdeu-se entre as brumas da história, nós a rebatizamos de a Francesinha do Norte. Desafio vocês, como desafiei paladares sofisticados, a não se emocionarem ao experimentarem essa torta. Porque é nas coisas mais simples da vida que residem os prazeres mais sofisticados. A maciez única só foi possível graças ao toque de Midas da sócia Bruna”, contou Lorena. A torta fez tanto sucesso que se fixou no cardápio da Doux du Jour. Que já lançou outras coleções como a Natal Luz, que trazia o Bolo Rei, feito com nozes e maracujá e a cobertura dourada; Antônio Lemos, uma massa amanteigada e recheio de coco trufado; Bolo Flan de Chocolate; Torta Toffee, com um caramelo delicioso feito pela dupla. A Doux du Jour também lançou uma coleção de docinhos vintage: madeleines, quadradinhos de maracujá, rosquinhas de castanha-do-pará, quindins, queijadinhas, bolinhos de milho verde, olhos de sogra e os tão amados paraenses Monteiro Lopes e Salva-Vidas. A dupla ainda guarda uma dezena de receitas que foram descobertas durante as pesquisas e sonham em poder lançar alguma de suas coleções na Casa Paris N’America, na Rua Santo Antonio em Belém. E todo esse amor pela história de Belém será contado em um livro de receitas que será lançado ainda em 2017. “Ele virá com muito afeto. Precisamos devolver para Belém o que é de Belém”, adiantou Lorena.
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receita Monteiro Lopes
INGREDIENTES
Tempo de preparo: 40 min. Porção: 50 unidades.
Massa • 500g de farinha de trigo; • 300g de açúcar; • 330g de manteiga; • 01 unidade de gema.
Calda • 500g de açúcar; • 250g de chocolate em pó; • 250g de Nescau; • 350ml de água.
Para Finalização • 250g de açúcar.
Massa
PREPARO
Misture todos os ingredientes, depois de misturados, comece a fazer os biscoitinhos e coloque no forno deixando de 15 a 20 minutos a uma temperatura de 180°. Calda 1. Ferver a água com açúcar quando estiver como uma calda misture o Nescau e o chocolate já dissolvido. 2. Quando começar a ferver desligar o fogo. 3. Passe os biscoitos assados pela calda e deixe escorrer um pouco. Finalização Depois de tirar o excesso da calda, finalize passando no açúcar.
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BEATLES Beatlemaníacos ou não, a LEGO certamente tem um presente incrível para os fãs da banda ou dos brinquedos: uma coleção inteira dedicada aos garotos de Liverpool. Denominada de ‘Yellow Submarine’, são mais de 550 peças, além dos bonequinhos símbolos da marca representando os quatro membros do conjunto musical. A ideia incrível deste projeto foi de Kevin Szeto, um músico amador fã da banda. “A criação da coleção Yellow Submarine foi a minha forma de mostrar minha afeição pelos Beatles”, disse ele. Onde: www.lego.com Preço sugerido: $59,99 Confira mais
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o mundo na mochila Já ouviu falar em ano sabático? A Jornalista Luna Markman fez o que muita gente pensou em fazer pelo menos uma vez na vida: largar tudo e conhecer o mundo. Sem regras, sem programação, só experimentando a cultura de vários continentes. E é ela mesma quem nos conta essa história.
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u amava o meu trabalho, tinha amigos, paqueras, salário na conta e saúde boa. Uma vida encaminhada para onde dizem estar o tal sucesso. Mas sempre que lia aqueles artigos na internet “dez lugares para conhecer antes de morrer”, batia a vontade de fazer as malas. Perto de completar 30 anos, compreendi a agonia no peito: preciso de um tempo livre para realizar o sonho de dar a volta ao mundo. O primeiro passo foi pedir demissão do G1 Pernambuco, onde atuava como repórter havia seis anos. Na Europa, é comum tirar um ano sabático. No Brasil, a realidade é outra: ainda estamos condicionados a ter a carteira assinada, casar, ter filhos e viajar nas férias. Foi uma decisão corajosa, admito, mas a questão financeira estava resolvida. Durante o tempo na Globo Nordeste, eu investi na previdência privada. O segundo obstáculo a ser vencido: ir sozinha ou não? Decidi que não dava para esperar companhia. É difícil encontrar alguém na mesma sintonia e condições de embarcar em uma aventura sem data para voltar. Confesso que não pensei nos riscos de ser mulher. Achei que o Brasil já tinha me preparado para qualquer situação. Por fim, faltava decidir para onde e quando
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partir. Ser selecionada para trabalhar na Disney, na Flórida, foi providencial. Após despedidas e choros, viajei em maio de 2015 para os Estados Unidos. Vesti a polo verde com a bandeira brasileira e passei quase três meses em pé na recepção do Port Orleans Resort ajudando hóspedes a ter uma “magic experience”. Fiz check-in, orientei passeios e comprei tickets para famílias inteiras falando portunhol. Ao fim do contrato, juntei mais mil dólares na poupança e visitei México, Belize, Guatemala, Nicarágua, Costa Rica, Panamá, Colômbia, Equador, Peru, Bolívia, Chile, Argentina e Uruguai. Quase 80% da hospedagem foi gratuita, pois aderi ao Couchsurfing, um serviço de hospitalidade, com base na internet. O programa te conecta com locais que topam receber turistas em casa sem cobrar nada. Paga-se com a troca de experiências. Foi preciso coragem no começo para dividir o teto com um desconhecido. Tive que aprender regras, afinar costumes. Todos que me receberam foram respeitosos e mostraram lugares especiais. Voltei em janeiro de 2016 ao Brasil para rever a família e brincar carnaval. Notei que sobrou dinheiro em caixa, pois gastei menos do que esperava: cerca de R$ 20 mil em oito meses. »»»
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Assim, em maio de 2016, fui à França, onde fiz dois voluntariados. No primeiro, arrumei quartos em um camping na cidade de Fontainebleau, a uma hora de Paris. No seguinte, fiz reparos em uma fazenda de oliva em Toulon, no sul do país. Trabalhei por dois meses em troca da hospedagem e alimentação, gastando 500 euros em custos básicos e passeios nas folgas. Comi baguete, tomei vinho, escalei pedras, participei da Eurocopa e do Fête de La Musique. Li o Pequeno Príncipe em francês, admirei quadros impressionistas e fiz topless nas praias do Côte d’Azur. Um dos meus lugares favoritos no mundo! Segui viajando pela Itália, Suíça, Inglaterra, Irlanda, Irlanda do Norte, Escócia, Espanha, Croácia, Hungria e fui parar na Rússia, em
setembro, onde trabalhei em um albergue em Moscou por cinco semanas, também em troca de cama e comida. Minha função era liderar tours e tirar fotos para as redes sociais. Nos dias livres, visitei São Petersburgo e vilarejos medievais do Anel de Ouro. Entrei no Kremlin, no mausoléu de Lenin e na onírica catedral São Basílio. Vi a cápsula de Yuri Gagarin no Cosmonautics e pinturas no Tretyakov. Li Dostoiévski, bebi vodka na Avenida Petrovsky e um DJ de Vladivstok me roubou um beijo. Não gastei mais de 200 euros neste outro ponto alto da viagem. De lá voei para a Índia, aquela mistura de magia e destruição. Imagine que este foi meu primeiro contato com a Ásia e escolhi desembarcar logo na caótica capital, Nova Délhi. No quarto dia andando sozinha naquela babilônia de barulho, sujeira, »»»
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foto: Roberto Bueno foto: Delphine Barrillet
m u l t i d ã o e olhares lascivos, chorei de estresse ao tentar atravessar uma rua com motos endiabradas e um policial de trânsito que era mera autoridade ornamental. Tomei a decisão de viajar 17 horas de trem para encontrar uma amiga brasileira já quase na fronteira do Paquistão, em Jaisalmer. Aviões de caça sobrevoavam a minha cabeça naquela área de tensão bélica, mas ali, com uma parceira, me senti mais segura. Andei de camelo, dei banho em elefante, vi parque tomado por macacos e templo onde se cultuam ratos. Tomei o mais gostoso lassi, espécie de iogurte, e provei samosas, um salgado picante. Orei em templo jainist, dormi no deserto. Discuti com um homem que foi desrespeitoso com minha amiga, soltei fogos no Diwali, assisti a um Bollywood no mais antigo cinema indiano e cantei Jorge Ben no Taj Mahal. Preciso voltar lá. Foram apenas 30 dias para sete mil anos de história. Em novembro, cheguei ao Sudeste Asiático. Bangkok, capital da Tailândia, estava em luto pela morte do adorado rei Bhumibol. Vesti preto e fiz minhas refeições gratuitas no funeral do palácio real. Mochileiros estão amparados por uma deliciosa impunidade! Naquela região, decidi a cada dia qual seria o novo destino, entrando e saindo de ônibus, dormindo em hostel por U$ 5. Assim, conheci Laos, Camboja, Malásia, Cingapura e Vietnã em três meses. Vietnã conquistou meu coração. Pensei que encontraria o país ainda arrasado por anos de conflitos. Ao contrário, cidades crescem em ritmo alucinado, impulsionadas por um capitalismo voraz. O que me arrebatou foram mulheres batalhadoras e homens com um olhar asiático que pareciam conhecer o outro lado das coisas. Senti que fui útil ao ensinar inglês para jovens em Sapa. Andei de caiaque entre icebergs de pedras em Halong Bay, rodei de bicicleta em arrozais de Nim Binh, chorei no museu sobre a Guerra do Vietnã em Ho Chi Minh e tomei cerveja barata no Old Quarter de Hanoi. São coisas simples assim que nos fazem entender por que temos medo da morte, diz Gabriel García Marques. Lembre-se: caixão não tem gaveta! Gaste-o no que te traz felicidade agora. Voltei novamente ao Brasil em janeiro de 2017, ainda com alguma economia sobrando. Enquanto você lê isso, eu trabalho em um hostel na Sicília. De lá quero pisar nos últimos continentes que me faltam, África e Oceania. Verdade que eu tinha a situação perfeita para viajar, mas vi gente »»»
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na estrada com perfis variados. No geral, há quem quer se curar ou se ferir. A minha foi a segunda opção. Eu me arrisquei tomando todas as decisões, para o bem ou para o mal. Agora, carrego cicatrizes dessa viagem solo e aconselho fazer o mesmo, pois no fim você voltará uma versão melhor, conhecedor dos próprios gostos e opiniões.
Também aprenderá a se adaptar às situações adversas e verá que todo país tem pontos bons e ruins, dando assim mais valor à terra natal. Quando voltar para casa, a cabeça estará cheia de ideias, talvez até descubra uma nova vocação. Você vai sentir saudade do que ficou. Ficará insegura sobre o que virá. Mas hoje eu já sei que tudo valeu a pena pelo meu sonho. E qual é o seu?
A Luna emitiu a passagem para pontos específicos e de lá, foi montando um roteiro, justamente para não ter que desmarcar em cima da hora. Muitas vezes preferiu trem e ônibus em vez de avião. Mas para quem não curte essa ideia, que tal A passagem volta ao mundo (RTW) ? É uma passagem com diversos voos comprados de uma única vez permitindo dar a volta ao mundo. Basicamente existem 3 alianças que fazem a venda dessa passagem: Star Alliance, Sky Team e One World. Cada aliança tem um grupo de companhias aéreas que fazem os trechos.
Saiba mais
• VANTAGEM: As datas dos voos podem ser alteradas sem taxa (conforme disponibilidade). Você pode até deixar datas de alguns voos em aberto. • DESVANTAGEM: A passagem dura um ano, o roteiro deve ser decidido no momento da reserva e elas só usam as empresas aéreas da sua aliança (nem sempre oferecendo voos ou voos diretos para o destino exato que você quer ir, daí você precisa buscar outras opções para o seu roteiro). Conheça as REGRAS GERAIS da passagem de RTW: • O viajante precisa fazer a volta no globo em um único sentido. • A viagem deve começar e terminar no mesmo país. • É possível simular os trechos da viagem nos sites das empresas. • O número de trechos voados deve ser entre 3 e 16. Mínimo 3 contimentes. • Voos com conexão também contam como trecho voado ou para contagem de milhas. • A passagem existe para todas as classes: primeira, executiva e econômica. Mais informações: • www.skyteam.com • www.staralliance.com • www.oneworld.com
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dĂŠcor
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Trisha Guimarães
Dudu Maroja
Atemporal aconchegante
Bastou um clique para que os proprietários deste apartamento de 138m² chegassem até as sócias do Arquitetura Oggi e encontrassem o projeto dos sonhos com interiores claros e refinados.
A
mante das linhas contemporâneas, o jovem casal com filhos morador desse apartamento desejava um lar com tons claros e refinados, mas nada tão clássico. Para atender a essa delicada equação, as profissionais aplicaram no lar de três suítes uma paleta de cores suaves e móveis com poucos adornos. “Nesse apartamento, a opção foi por um estilo contemporâneo nos espaços comuns e nos quartos. Já nos banheiros, optamos por fazer mais lúdico”, garante Láyza, uma das sócias. Foram trocados todos os revestimentos de paredes e piso, desde banheiros e cozinha. Alteramos toda a instalação elétrica e reformulamos a iluminação e tomadas. Também foi necessária uma nova planta de forro para adaptar ao projeto de iluminação, valorizando o layout proposto. Foi por meio da internet que o casal conheceu o trabalho das arquitetas Láyza Meireles, Patrícia Póvoa e Luciane de Lucena, sócias do Arquitetura
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Oggi. Para o projeto, um dos principais desejos do casal era ter a sala de estar se misturando à varanda, pois o casal gosta de reunir os amigos em um ambiente formal. Por isso, a madeira presente em alguns objetos da sala continua na varanda, com a mesma linguagem elegante, e com toque rústico ao mesmo tempo. As cadeiras de vime, por exemplo, podem ser facilmente combinadas às da mesa no estar. Neste ambiente foi necessário igualar o piso e projetar uma bancada de apoio para esconder eletrodomésticos, e dar apoio para a churrasqueira. “A inspiração para nossos projetos sempre o cliente, por isso conseguimos estudar durante algumas conversas e fazer um mapa das prioridades e o gosto individual. O casal tem uma sintonia excelente, então as informações passadas foram transferidas para a ambientação com conceitos e técnicas profissionais, mas sempre respeitando o estilo.” »»»
Os clientes têm um casal de filhos pequenos e são católicos praticantes e fiéis, tanto que logo na entrada do aparamento um nicho com a imagem de Nossa Senhora de Nazaré dá as boas-vindas para quem chega ao apartamento. A iluminação destacando a imagem da virgem e o revestimento escolhido propositalmente imitando pedras, faz alusão a uma gruta. As cores do projeto para sala e sacada são matizes de bege, além do branco e amadeirado. Para o quarto da menina, escolhemos o clássico rosa, além do branco e bege. Para o menino usamos os tons de azul, branco e cinza. Os dois cômodos foram feitos de acordo com a identidade de cada um, um quarto mais romântico para a filha, com cabeceira e prateleira para guardar brinquedos e livros. No outro o destaque é o armário, aproveitando toda a extensão do quarto. A cama encostada também libera espaço para as brincadeiras. Na suíte principal, um tom de café com leite e amadeirado. Tudo repleto de sutilezas, mas com exceções. “O apartamento passa longe do tédio. A fé da família está logo na entrada e permeia todo o lar”, completa.
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Arquitetura OGGI As arquitetas Láyza Meireles, Patrícia Póvoa e Luciane de Lucena se conheceram em um escritório de arquitetura em 2003. A convivência no dia a dia as tornou amigas e desde então alimentaram a ideia de criar algo juntas. Há oito anos nasceu o escritório Arquitetura OGGI com projetos na área metropolitana de Belém e em diversas cidades do Brasil e no Exterior.
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galeria
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Carolina Menezes
Uma
busca
constante
Criado e crescido em meio ao artístico, Zoca vai além do que foi herdado e vive uma procura por trocas e experiências que o transformam a cada novo trabalho.
É
comum se ouvir dizer que o processo artístico é algo que está mudando, evoluindo o tempo todo. José Fernandes, o Zoca, é – literalmente – um exemplo disso. Ele poderia ter-se dado como satisfeito só pela herança genética, já que é filho da também artista plástica Dina Oliveira, e tem o desenho, a pintura e outras formas de expressão presentes nas demais relações familiares, com avós, tios e primos desde sempre. Influências que não apenas indicaram um determinado caminho, mas possibilidades, como ele diz. Com ênfase no plural mesmo. Talvez por isso, de forma intencional ou não, escolheu caminhos que foram “testando” essas possibilidades, ou habilidades, em vários níveis ao longo do tempo. Na escola, por exemplo, tinha nas folhas de caderno o seu suporte cotidiano de desenho, quando ele admite ter encontrado ali uma “caligrafia” humana. “As pessoas, mesmo que abstraídas, são sempre uma referência”, confirma ele, que segue para sua quarta exposição individual, pela Elf Galeria, aberta a partir do dia 6 de maio. A relação se intensificou durante a faculdade
de Arquitetura, na atuação profissional em Comunicação Visual e Design Gráfico, no mestrado em Comunicação, Linguagens e Cultura e como professor de Desenho e Artes Gráficas. Até chegar ao ano de 2013, quando ele se dedica a um processo de criação em atelier de artes visuais, montado e mantido em Belém mesmo. Processo esse que vem mudando/aprimorando sua forma de replicar exemplos da “caligrafia” que ele encontrou ainda nos tempos de colégio. As inspirações se acumulam, e nem sempre de forma específica. Pessoas, próximas, como amigos e parentes, ou distantes, no tempo e no espaço. “Acho que existe um universo de referências, não apenas visuais, na literatura, na música, nas memórias, na paisagem urbana”, detalha, citando ainda artistas de época, El Greco, James Ensor, Jackson Pollock, Willem de Kooning, Dubuffet, Giacometti, Francis Bacon, Lucian Freud, Anselm Kiefer, Jean-Michel Basquiat, Iberê Camargo, dentre outros. Nesse trabalho mais recente, e composto apenas de criações inéditas, datadas quase todas do ano de 2016, ele entende que a expressão aparece de forma diferente da última exposição. »»»
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Divulgação
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foto: Daniella Jacob
Como uma conciliação entre as experiências das duas mostras anteriores com elementos gráficos do desenho e a matéria, própria da pintura. “A cor é utilizada de maneira mais intensa nas pinturas e o corpo humano, menos realista, mais fragmentado, ou representado em síntese, é seguidamente composto e decomposto”, avalia. Tendo participado também de exposições coletivas – “que permitem contrastes e diálogos entre os participantes”, pontua –, aqui e fora, Zoca acredita que fazer uma individual, nesse momento, permite uma visão mais ampla do processo, do momento pelo qual atravessa o artista. “E tudo isso em uma galeria que acaba de completar 35 anos de um trabalho muito consistente”, reconhece, afirmando ter na Elf uma recepção “sempre muito boa, profissional e generosa”. Aos 42 anos de idade e casado com a também arquiteta e designer Daniella Jacob – que muitas
vezes lhe acompanha nos diversos projetos artísticos –, Zoca não titubeia em afirmar que a atividade de representação gráfica e pictórica sempre fez parte de seu cotidiano, pessoal e profissional. E que a representação da figura humana vai além da simples retratação. “As imagens talvez expressem a diversidade não só humana, mas de personagens que há em cada um de nós. Acho, portanto, que tentam falar da condição do indivíduo e se revelam nessa tensão entre a nossa fragilidade e a força de nossa luta diária”, explica. Não há direcionamento a um determinado público, e sim ao diálogo com quem, de repente, encontra um reflexo na tentativa de expressão pessoal do artista. “Ocorre que as leituras das pessoas podem, e devem ser extremamente variadas. Perceber essas respostas é sempre muito curioso, por vezes inusitado, e interessante para mim”, relata. E no que depender dele, não vão faltar as mais va-
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riadas respostas, já que a ideia é explorar, a longo prazo, outras linguagens, como gravura, escultura, animação, cinema, cenografia... “Acho que ainda tenho muitas possibilidades de experimentação, pesquisa, troca e aprendizado”, justifica. Há quatro anos dedicado ao atelier, mas sem deixar de lado a atuação como arquiteto, “Zoca” diz ver um movimento crescente pelo mercado de arte na capital paraense. Mas afirma que sempre é possível fazer mais, embora já haja novos espaços expositivos e mesmo a manutenção e renovação de espaços consolidados – como é o caso da própria Elf. “Sempre é possível estimular parcerias, iniciativas e fomentar o interesse pela produção e circulação da arte. Hoje é frequente o esforço coletivo”, analisa, citando o projeto Circular Campina-Cidade Velha como um ótimo exemplo da possibilidade de juntar esforços. “Nossa textura cultural é muito rica e a produção criativa da cidade, muito forte, sempre se renova”, reforça.
O MELHOR CLIENTE DO MUNDO
Ricardo Gluck Paul Micro Cervejeiro e Doemens Sommelier de Cerveja
Milton Glaser, consagrado artista americano, é uma das grandes referências no universo do design gráfico contemporâneo. Autor de obras geniais como o slogan “INY”, a identidade visual da revista New York e daquele psicodélico pôster do Bob Dylan. Mas, nenhuma delas se compara a sua maior obra-prima: a logomarca da cervejaria Brooklyn, que, de quebra, lhe rendeu seu cliente mais querido. Eram os idos de 1986, quando uma outra grande figura americana buscava criar identidade para seu novo negócio. Tratava-se de Steve Hindy e sua microcervejaria Brooklyn Eagle Beer. Hindy acabara de chegar aos EUA, depois de uma longa jornada no exterior como jornalista, para implantar o projeto de sua vida. Já tinha tudo planejado: instalações, fabricação e distribuição. Faltava-lhe a logomarca. Hindy entendia que a concepção gráfica de sua marca era fator crítico de sucesso naquela época em que o mercado ainda era bravamente aberto por corajosos microcervejeiros. Ele queria algo que criasse identidade com o bairro do Brooklyn e que se tornasse orgulho local. Sabia que precisava de consultoria profissional, apesar da falta de recurso. Bateu na porta de vários escritórios de design até que, depois de tanto insistir, finalmente conseguiu uma entrevista com Glaser. “Esqueça o pássaro, Mr. Hindy, temos uma cidade inteira para conquistar”, disparou Glaser logo de cara, se referindo ao “Eagle” do nome original. Três dias depois apresentou a logomarca. O nome fora reduzido para Brooklyn Brewry, e a logomarca recebeu um movimento que evoca um redemoinho de espuma, com a letra “B” de Brooklyn em seu centro. Hindy agora tinha a marca, mas não tinha como pagar por ela. Abriu o jogo com Glaser que já estava totalmente envolvido com o projeto. Hindy tinha uma carta na manga: oferecer 5% da sociedade da empresa como forma de pagamento. Glaser aceitou, mas impôs uma condição sui generis: poderia beber de graça na Brooklyn sempre que desejasse. Negócio fechado! Mais tarde, a Brooklyn Brewry se tornaria uma das marcas mais valiosas do mundo. Steve Hindy, autor do livro “A Revolução da Cerveja Artesanal”, se transformaria em um dos maiores lideres da revolução cervejeira americana. O Bairro do Brooklyn, revitalizado, abraçaria a cervejaria como um dos seus mais importantes ícones. E Hindy Glaser, até hoje sócio minoritário do seu melhor cliente, ainda liga vez ou outra para a cervejaria pedindo que lhe entreguem algumas cervejinhas em casa. Sem custo algum, naturalmente. Que contrato, hein Mr. Glaser? E viva a revolução!
Dica do sommelier Brooklyn Black Ops, da cervejaria americana Brooklyn Brewry. “Esta cerveja não existe”, adverte o rótulo desta obra-prima, fazendo referência às operações secretas das forças americanas. Cerveja de cor negra e opaca, de espuma bege de excelente formação. No aroma uma complexidade de chocolate, madeira, frutas vermelhas e Bourbon. O sabor acompanha o aroma, se equilibrando entre a doçura, a sensação alcoólica e um corpo sutilmente seco e efervescente. Textura sedosa e elegante. Uma cerveja única, para operações realmente especiais. Estilo: Wood Aged Beer. ABV 11,3%. R$ 280 / 750 ml. Origem: EUA. 74
Brooklyn Larger, da cervejaria americana Brooklyn Larger. Coloração âmbar com excelente formação de espuma. O aroma maltado remete à forte presença de malte, caramelo e herbais, além de uma leve sensação cítrica. O sabor remete ao aroma, com um leve amargor e um excelente drinkability. Cerveja pra tomar aos montes, em qualquer ocasião. Estilo: Vienna Larger. ABV 5,2%. R$ 23,90 / 355 ml. Origem: EUA.
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Camila Gaia
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Cozinha com alma e consciência Massimo Bottura não é só a alma do Osteria Francescana, atual restaurante número um do mundo. É um dos chefs mais inspiradores do século XXI.
foto: Caritas Ambrosiana
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assimo Bottura é a essência do Osteria Francescana, pequeno restaurante em Modena, Itália, eleito o melhor do mundo em 2016. Ao longo de 30 anos de carreira, o chef italiano ainda olha o mundo debaixo da mesa da cozinha. Foi lá, que ainda criança, teve o primeiro contato com a apaixonante culinária italiana, suas massas frescas, molhos e tradições. “A mesa era o refúgio das ‘brincadeiras’ dos meus três irmãos mais velhos. Eu encontrei paz nos pés da minha avó, enquanto ela enrolava massa. Crescer na Itália significou ter minha mãe indo atrás de mim com um sanduíche de mortadela a caminho da escola. Ela queria ter certeza que eu não ficaria com fome. Significou ver minha avó preparar massa fresca duas vezes por dia. Aqui foi onde o apetite começou para mim.” Servindo apenas 12 mesas, a Osteria de Massimo reinventou a tradicional culinária
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italiana, emprestando criatividade e um novo olhar sobre o passado. “Todos os dias na Osteria Francescana nós vemos o mundo debaixo da mesa, com os olhos bem abertos e com a mesma curiosidade de uma criança. Nós pensamos sobre tradição de uma maneira crítica, não nostálgica”. A ideia central que vem guiando o trabalho de Bottura nos últimos 30 anos é o tradicional em evolução. “Nós concebemos a cozinha da Osteria Francescana como um laboratório. Nós brincamos com as nossas memórias culinárias e buscamos novas formas de torná-las acessíveis, mesmo a quem não compartilha nossos sabores da infância. Nosso trabalho não é sobre esquecer o passado, mas encontrar a mais apropriada maneira de compartilhá-lo.” E isso só poderia vir de alguém que não estudou gastronomia em uma escola formal. Aprendeu a dominar os sabores no dia a dia e sempre pensou na junção do artesanal com »»»
foto: Paolo Terzi foto: Emanuele Colombo
a criatividade. “Eu cresci em uma terra rica para a gastronomia, pense nos ingredientes: prosciutto, queijo parmesão, massa de ovos caseira, tortellini! Eu me tornei um chef por escolha, a profissão me escolheu. Eu não sei se tivesse tido escolha, se me tornaria um chef. As horas são terríveis, você tem que sacrificar tudo e ainda assim, não há garantias. Eu certamente não recomendaria minha filha ou filho a entrar na profissão, mas eu não me imagino fazendo outra coisa.”
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Um poema chamado sabor No menu do Osteria Francescana encanta a simplicidade e sofisticação de pratos como as “Cinco texturas de queijo Parmigianoreggiano” e o “Patê de coelho com ervas e especiarias”. O segredo do sabor premiado e inigualável da comida de Massimo Bottura, não se deve somente aos ingredientes cuidadosamente selecionados, mas à sua entrega. “Não significa nada comprar os melhores tomates piennolos se você não sabe o que fazer com eles. Então meu conselho é trazer sua mente para a cozinha. Leia. Viaje. Seja um cidadão do mundo. Humildade é muito importante, sem ela você não aprende. Há sempre algo a ser aprendido com outro chef, outra cultura e com outra maneira de ver o mundo.” Para Massimo Bottura, ser um bom chef significa manter os olhos abertos. Seu maior desafio após anos trabalhando em uma cozinha é ser capaz de manter uma pequena janela para a poesia do cotidiano. “Você está ouvindo um álbum do Thelonious Monk e pega
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O olhar sobre o outro Atualmente, Massimo Bottura dedica sua criatividade e influência ao que talvez seja o mais desafiador trabalho de sua vida, a luta contra o desperdício de alimentos no mundo. “Os chefs contemporâneos têm grande influência com o público e podem mudar políticas públicas, bem como a opinião pública. »»»
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foto: Emanuele Colombo
foto: Emanuele Colombo
um flash no escuro para criar um prato que é preto sobre preto e expressa a escuridão em sua alma. Você está pensando sobre a sua infância e lembra de você comendo um peixe no mar Adriático. Essa memória conduz a uma receita como o Mediterranean Sole, na qual você combina três clássicas técnicas de cozinha em uma receita. Esses são os tipos de situações que me inspiram. Dar valor ao dia a dia da vida, passar por pensamentos e emoções é uma maneira de capturar o espírito.”
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foto: Angelo Dal Bo
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foto: Caritas Ambrosiana
Assim sendo, eles têm a oportunidade de fazer a diferença para as suas comunidades, para o planeta e também para o futuro da comida. Quem pode dizer que um futuro mais ético não é também um futuro mais delicioso?” Fundou em 2015, junto com sua esposa Lara, a Food For Soul, uma organização sem fins lucrativos para promover a consciência social sobre o desperdício de alimentos e a fome. A organização nasceu após a primeira experiência social, o Refettorio Ambrosiano, uma cozinha de sopas feitas com resíduos alimentares da ExpoMilan 2015. “Todos os dias nós coletávamos sobras de alimentos dos pavilhões e cozinhávamos para os necessitados em uma linda cozinha decorada pelos melhores artistas e designers. Eu, pessoalmente, convidei amigos dos melhores restaurantes do mundo para se juntarem à nossa cozinha, deixando suas receitas em casa. Eu os desafiei a cozinhar cascas de banana, cenouras feias e batatas enrugadas”. O resultado já rendeu outras duas iniciativas semelhantes, o Socialtables@ Antoniano, em Bologna, e o Reffetorio Gastromotiva, montado durante os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em plena Lapa. A iniciativa foi compartilhada com o chef brasileiro David Hertz, que também trabalha a gastronomia como instrumento de mudança social. “Desde agosto de 2016, estamos realmente alimentando pessoas, recebendo-as em um exclusivo e bonito espaço. Em uma das noites, após o serviço, um dos nossos convidados veio e me agradeceu e disse: “Eu nunca havia me sentido assim antes, eu me senti como um príncipe”. Aquele momento realmente tocou a minha memória, nem mesmo nas minhas melhores visões, eu esperaria um impacto tão poderoso na vida de outra pessoa”.
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Ângela Sicilia Chef de cozinha
A ORIGINALIDADE AMAZÔNICA “Belém é o pedaço original do Brasil”, alguém me disse e isso me emocionou muito. Antes que alguém questione o que eu, descendente de italianos, chef de cozinha de um restaurante italiano, tenho a acrescentar à discussão sobre cozinha amazônica de raiz, me permitam dizer que nasci em Belém e, “só” isso já diz muita coisa. Mas, vamos voltar ao ponto central: sobre Belém ser o pedaço original do Brasil. Desconheço outro lugar, para além dos domínios da Amazônia legal, onde os hábitos culinários sejam os mesmos de seus primeiros habitantes. Os paraenses (não se surpreenda) têm um ar professoral quando o objetivo é explicar o “exotismo” de nossas comidas. “A goma ajuda a proteger teu estômago da acidez do tucupi”, ouvi a senhora que vende tacacá, com a testa franzida, explicar à turista, que brincava sobre o aspecto gosmento do nosso prato típico. “Que feijoada verde, mano, que nada! A feijoada é que é uma maniçoba com feijão!” Tapioca virou item da dieta fitness... mas sempre foi item obrigatório do café da manhã daqui (e desculpem pessoas que malham: tapioca é puro amido!), açaí fresco também (desculpem também dizer que não comemos com mel, banana, granola, aveia...). Belém é uma cidade generosa com quem se aventura em sua diversidade gastronômica, mas para vivê-la é preciso admitir que conhece-se muito pouco deste pedaço do Brasil. Não podemos deixar que o conhecimento tradicional suma... e que daqui a um tempo acreditemos que o açaí é uma polpa congelada que se bate com água. Levem suas crianças ao Ver-O-Peso, ofereçam frutas in natura, expliquem a razão de se cozer a maniva por 7 dias (okay, os pesquisadores dizem que o ácido cianídrico some depois de dois dias, mas e dai?)... porque ainda que a Gastronomia não seja reconhecida como cultura, ela diz tanto sobre um povo! Como PARAENSE,descendente de italianos e chef de cozinha, preciso contar para vocês que amo macarrão com farinha (aliás, farinha é um presente dos deuses!) – não se surpreendam com as harmonizações culturais! Não permitam que o que é nosso saia de nossas mãos, tampouco que pessoas de fora, com interesse e conhecimentos duvidosos, queiram nos ensinar coisas que já sabemos desde que nascemos. Pesquisadores sérios são bem-vindos. A Amazônia pertence a quem quer sua preservação, sua continuação. Eu quero coesão, coerência e a preservação da autêntica cozinha. E você?
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AMBIENTES QUE REFLETEM O SEU MUNDO.
Belém: Av. Gentil Bittencourt, 1302 | F: 91 3073.1400
vinho
Rendez-Vous
O Premier Rendez-Vous Sauvignon Blanc 2015, é leve, com ótima acidez e excelente frescor. Seu final de boca é agradável, destacando-se por frutas cítricas, como limão e maçãs verdes. Ideal com entradas leves, saladas, preparações à base de pescados brancos, ceviche, além de queijos moles e pratos da cozinha asiática, como sashimis. Temperatura de Serviço: 8ºC - 10ºC Onde: Don Vino
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Tem ainda o Premier Rendez-Vous Pinot Noir 2015. Também é leve, frutado e elegante, com taninos finos e bom frescor. Seu final de boca é maduro, marcado por frutas vermelhas maduras e toques defumados. Acompanha bem carnes vermelhas grelhadas com molhos leves, preparações à base de aves, como pato com molhos leves, massas com molhos à base de tomate, preparações da culinária mediterrânea e queijos amarelos. Temperatura de Serviço: 15vºC - 17ºC Onde: Don Vino
Da lendária vinícola Montevertine apresentamos a promissora safra de 2013, ano frio com longa estação de amadurecimento, esse vinho impressiona pela amplitude de aromas, elegância extrema e incrível capacidade de guarda. Protagonista na cena dos Supertoscanos, mas 100% sangiovese, em seu processo de amadurecimento ele passa 12 meses em tonéis de carvalho da Eslavônia depois 12 meses em barricas francesas de Allier. Apresenta cor rubi concentrada, sua estrutura já está muito atraente mas envelhecerá facilmente pelas próximas décadas. Sempre altamente pontuado. Premiações: Robert Parker (98 pontos); Vinous (95-97 +) REGIÃO: Toscana CASTAS: 100% Sangiovese. GRADUAÇÃO ALCOÓLICA: 13º GL ONDE: Decanter
LAVENDETTE - LES VINS BREBAN - PROVENCE - FRANÇA
LE PERGOLE TORTE 2013 - MONTEVERTINE - TOSCANA - ITÁLIA
PREMIER RENDEZ-VOUS PINOT NOIR 2015
PREMIER RENDEZ-VOUS SAUVIGNON BLANC 2015
Criada em 1999 por Alain Grignon, Mark Lynton e Thierry Leduc, a LGI Wines é uma empresa especializada na elaboração de vinhos no sul da França. Localizada em Carcassonne, no coração da região do Languedoc, hoje é liderada pelo importante enólogo Xavier Roger. Com um amplo portfólio com rótulos de excelente custo-benefício, a LGI desenvolve vinhos contemporâneos, e ao mesmo tempo clássicos, comprometendo-se com a qualidade de cada um deles desde a colheita até o engarrafamento.
Proveniente das promissoras encostas dos alpes da Provença, com uma garrafa especialmente linda, esse Rosé é considerado um perfeito “vin de plaisir” para as estações quentes do ano, apreciado ao mar ou na piscina com pratos estivais como “crudités”, pescados, sushi e sashimi. Pura elegância, linda coloração salmão pálida, revela notas florais intercaladas com frutas silvestres e tangerina. O compasso na boca é marcado pelo suculento frescor. Seu produtor Jean-Jacques Bréban é um profundo conhecedor e ilustre paladino dos vinhos da mágica região da Provença. REGIÃO: Provence COMPOSIÇÃO DE CASTAS: 40% Syrah, 40% Grenache e 20% Cinsault GRADUAÇÃO ALCOÓLICA: 12,7° GL ONDE: Decanter
VÍDEO
DICA
horas vagas • música
QUANDO CHEGAR O AMANHÃ I SAMMLIZ A paraense abre a temporada 2017 com o lançamento do seu mais novo clipe, “Quando Chegar o Amanhã”, clássico romântico da música espanhola, que ganhou versão brasileira por Leonardo Sullivan na década de 80 é um dos bregas marcantes mais conhecidos pelos paraenses. O clássico foi reinterpretado por Sammliz em uma versão sombria e sensualíssima. A produção deste novo clipe foi totalmente feita em Belém, por uma equipe composta em sua maioria por mulheres, e teve a direção de Adrianna Oliveira.
ELLA FITZGERALD – BEST OF THE BBC VAULTS
INTERNET
CLÁSSICO
Ella Fitzgerald tinha a mesma idade que o primeiro disco de jazz. Ou seja, se estivesse viva, teria completado 100 anos em abril passado. Conhecida como Primeira Dama da Canção, Ella Fitzgerald (1917 – 1996) se estabeleceu ao longo da carreira como uma grande intérprete do jazz e uma das mais populares vozes femininas dos Estados Unidos. Foram 250 discos gravados, 40 milhões de discos vendidos, 13 prêmios Grammy e uma estrela na calçada da fama, em Hollywood. Para celebrar tamanho sucesso e relembrar a arte da cantora a Som Livre lançou o kit CD + DVD Ella Fitzgerald – Best of The BBC Vaults, com mais de duas horas de imagens da cantora em quatro apresentações memoráveis.
www.whiplash.net
SGT. PEPPER’S LONELY HEARTS CLUB BAND Considerado pela crítica especializada como o melhor disco de pop rock da história, o Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, clássico dos Beatles completa 50 anos no dia primeiro de junho desde ano. Lançado em 1967, cada passo da concepção ao lançamento deste álbum ganhou ares mitológicos especialmente pela capa, cheia de referências e se tornando um marco no vinil mundial. Inicialmente idealizada por Paul McCartney que desenhou em um pedaço de papel, a ideia foi finalizada por Peter Blake, um dos artistas pioneiros e fundadores do Movimento Pop Art. Cada um dos integrantes da banda inglesa escolheu algumas personalidades para estarem presentes na capa como Mahatma Gandhi, Adolf Hitler, Jesus Cristo e o Marquês de Sade. Passadas cinco décadas, o disco que traz a psicodelia com sabor de hard rock tem composições como Strawberry Fields Forever, Lucy in the sky with the Diamonds.
Esse é um site sobre rock e metal em todos os seus subestilos. A filosofia dele é investir na comunidade que existe em torno destes ritmos e, mais do que ser a maior fonte de informações sobre bandas e artistas, o site se tornou o maior ponto de encontro de usuários interessados neste assunto e ganhou o título de o mais antigo quando se trata de Rock e Heavy Metal no Brasil. Vale a pena dar uma conferida e se surpreender com curiosidades e histórias de sua banda favorita.
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DVD Blu-Ray ROGUE ONE: UMA HISTÓRIA STAR WARS DIREÇÃO: PAUL GROSS DICA
Em um período de grande conflito, um grupo de heróis improváveis liderados por Jyn Erso, uma ousada fugitiva e Cassian Andor, um espião rebelde, se juntam em uma desesperada missão para roubar os planos da Estrela da Morte, a mais poderosa e definitiva arma do Império. Primeiro filme derivado da franquia Star Wars. Duas indicações ao Oscar 2017: Efeitos Visuais e Mixagem de Som.
DESTAQUE
CAPITÃO FANTÁSTICO DIREÇÃO: MATT ROSS
CULT
A luta de um pai para transformar seus seis filhos em adultos extraordinários. Isolada da sociedade, a família será forçada a abandonar seu paraíso na floresta por conta de uma tragédia. A partir desse momento, a jornada para o mundo exterior passa a ser desafiadora, e a ideia do que é ser pai é colocada à prova. Indicado ao Oscar 2017 de Ator (Viggo Mortensen) e vencedor de 13 prêmios em diversos Festivais.
MANCHESTER À BEIRA-MAR DIREÇÃO: KENNETH LONERGAN
EU, DANIEL BLAKE DIREÇÃO: KEN LOACH
Após a morte de seu irmão, Lee Chandler retorna, de forma relutante, a Manchester, para cuidar do sobrinho, um espirituoso menino de 16 anos, e se vê forçado a lidar com o passado que o separou de sua mulher e da comunidade onde nasceu e foi criado. Vencedor do Oscar 2017 nas categorias ator (Casey Affleck) e roteiro original e indicado nas categorias filme, diretor, ator coadjuvante e atriz coadjuvante.
Um carpinteiro de meia-idade enfrenta dificuldades para se aposentar depois de sofrer um problema cardíaco. Numa de suas várias idas a departamentos governamentais, ele conhece Katie, a mãe solteira de duas crianças. Após defendê-la, Daniel se aproxima de Katie e passa a ajudá-la. Vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes e do BAFTA de Melhor Filme Britânico.
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Raul Parizotto empresário parizotto@me.com
Se você utiliza o Instagram ou outra rede social com foco em fotografias, é bem provável que já tenha visto alguma obra de arte feita com a ajuda do Prisma. Este curioso aplicativo gratuito utiliza inteligência artificial para aplicar filtros sensacionais em suas imagens, transformando-as em pinturas de Van Gogh, Picasso, Levitan e outros grandes mestres. Não há nenhum segredo na utilização do software: basta abrir a foto que quiser, selecionar um dentre os quase 40 efeitos especiais disponíveis e esperar que o Prisma faça o trabalho. É importante avisar que o app exige que você esteja conectado à internet para funcionar, visto que o processamento e aplicação dos filtros é feita na nuvem. Custo: Free
Duolingo Talvez o mais conhecido e o mais requisitado quando o assunto é aprender inglês. Ele funciona num modo de jogo, onde você vai avançando por níveis, o que torna a sua aprendizagem muito divertida. O Duolingo é completamente gratuito e não tem qualquer tipo de anúncios, o que torna a sua experiência ainda mais interessante e empolgante. Todas as línguas começam com exercícios bastante básicos e eles vão evoluindo conforme você vai acertando as respostas. Além disso, ele permite que você confira a sua evolução em cada língua. Entusiasmante e divertido! Custo: Free
Lingvo Live
Everlist - Task Manager
Quer algo mais confiável do que o Google Tradutor? Então vale a pena conhecer o Lingvo, uma plataforma online que funciona simultaneamente como um serviço de tradução e uma rede social. Além de usar a ferramenta automática para ter uma tradução instantânea de algum termo ou frase, você pode pedir uma ajudinha para outros usuários do site. Dessa forma, você recebe traduções feitas por pessoas que falam nativamente aquele idioma estrangeiro. Da mesma forma, você pode auxiliar outros internautas e sanar suas dúvidas sobre português ou outras línguas que dominar. O Lingvo é gratuito, e, além de contar com apps para dispositivos móveis, também possui uma interface web. Custo: Free
Se você gosta de apps de produtividade, vale a pena dar uma conferida no Everlist, um software gratuito para criar listas de tarefas. É possível criar diferentes pastas para categorizar seus deveres e usar uma imagem diferente para identificar cada uma delas. O Everlist possui um recurso bem bacana batizado como Smart Icons. Ao criar uma nova tarefa, o software utiliza inteligência artificial para escolher automaticamente um ícone que combine com ela (ao escrever “Comprar uvas”, por exemplo, o programa exibe o desenho de tal fruta). Exclusivo para iOS, o aplicativo pode ser baixado e utilizado gratuitamente. Custo: Free
Discovery Kids Play
Lost Socks: Naughty Brothers
Se o seu filho é daqueles que não desgrudam dos desenhos educativos do Discovery Kids, o app oficial do canal é a solução perfeita. Isso porque o aplicativo pode oferecer horas de diversão graças aos vídeos, games e outros conteúdos das principais séries do canal. Para facilitar a vida dos pais, o Discovery Kids Play apresenta uma interface bem amigável para seus filhos, incentivando a exploração e dispensando o acompanhamento constante. Custo: Free
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A história de Lost Socks é, no mínimo, bizarra. O protagonista aqui é uma meia que perdeu seu par – ou melhor, ele foi raptado. Sua missão é salvá-lo, e, para isso, será necessário atravessar uma série de cenários e explodir inimigos usando pistolas, bazucas e metralhadoras. A jogabilidade mistura elementos de ação, corrida e tiro – o ritmo do game é frenético. Este game é muito doido. Custo: U$4,99
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horas vagas • literatura
Títulos disponíveis na Livraria FOX. livrariafox.com.br
DESTAQUE
Então, Maria Bethânia é uma fotobiografia à altura da carreira da cantora homenageada. Com mais de 400 fotografias de todos os períodos de sua carreira, é uma edição completa para os amantes de Bethânia. O livro traça um perfil da cantora, a partir de suas relações com a cultura, tradição e religião brasileiras. A obra, que conta com registros de mais 50 fotógrafos, contempla seu universo particular, ao lado da família e amigos, o sincretismo que perpassa sua vida e obra, a relação com sua cidade natal, Santo Amaro, resgatando uma importante faceta da cantora: sua brasilidade. O livro é uma homenagem aos 50 anos de carreira de Maria Bethânia – uma vida dedicada à arte, à música e à cultura brasileiras.
CONFIRA
DICA ALFABETO DA SOCIEDADE DESORIENTADA Domenico De Masi
LANÇAMENTO
ENTÃO, MARIA BETHÂNIA Bia Lessa
PÓS-CAPITALISMO Paul Mason O PRÍNCIPE FELIZ Oscar Wilde Com uma obra voltada para o público infanto-juvenil, Oscar Wilde, que escreveu essas histórias para seus filhos, cria uma série de contos cheios de referências culturais e ensinamentos morais pautados em fatos corriqueiros inundados de amor, ingenuidade, e até mesmo dualidades como riqueza e miséria, beleza e feiura. A história principal O príncipe feliz é uma lição de companheirismo e bondade.
Beleza, gênio, trabalho, desorientação. Essas são algumas das palavras que Domenico De Masi, o pai do ócio criativo, usa para nos desafiar, para demonstrar que conceitos que consideramos óbvios, na verdade, estão bem longe da obviedade. Por trás de cada uma delas existe um mundo – no passado, tais vocábulos tinham significados e valores diferentes, logo eram diferentes também as implicações na vida dos homens e no seu universo mental. Alfabeto da sociedade desorientada é muito mais que a soma de suas partes – é um retrato inspirado do nosso presente, e lança o desafio de dar a essas mesmas palavras novos significados.
A tecnologia da informação transformou o mundo contemporâneo. Trata-se de uma revolução conduzida pelo capitalismo, mas com potencial para reduzir ao mínimo o valor de mercadorias que no passado valiam milhões – e com isso destruir uma economia baseada em mercados, salários e propriedade privada. De maneira quase imperceptível, em nichos e lacunas do sistema de mercado, setores da vida econômica começam a se mover num ritmo diferente. Muitas pessoas, em várias partes do mundo, estão mudando o modo como vivem e se comportam. À medida que o terreno se move, novos caminhos se abrem para o futuro. É disso que trata este livro.
CLÁSSICO O SEGUNDO SEXO Simone de Beauvoir OS TRÊS PORQUINHOS E O LOBO ESPORTISTA Dad Squarisi e Marcia Duailibe Forte Na história clássica de ‘os três porquinhos’, todo mundo sabe que o lobo derruba as casinhas, mas nesta história o que acontece é que os três porquinhos vão reclamar o direito deles na polícia e o lobo tem que reconstruí-las. Aos poucos, eles se tornam amigos e brincam juntos, inclusive com animais vindos de florestas do mundo todo. Na fábula, o lobo executa manobras radicais de skate e a onça marca gol no jogo de futebol. Você entenderá a linguagem dos bichos falantes e descobrirá como eles lidam com valores como perdão, solidariedade, amizade e tolerância. www.revistalealmoreira.com.br
“O segundo sexo” foi publicado originalmente em 1949 e consagrou Simone de Beauvoir na filosofia mundial. A obra, no entanto, não ficou datada e tornouse atemporal e definitiva. Este box traz a divisão original em dois volumes. No primeiro volume, a autora aborda os fatos e os mitos da condição da mulher numa reflexão fascinante. Já no segundo, Simone de Beauvoir analisa a condição da mulher em todas as suas dimensões – sexual, psicológica, social e política. Uma obra fundamental, que inaugurou um novo modelo de pensamento sobre a mulher na sociedade.
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FEIRÃO DA CAIXA Mais uma vez Leal Moreira e ELO marcam presença no Feirão Caixa da Casa Própria, realizado em maio no Shopping Bosque Grão Pará. A Construtora, que participa há muitos anos do evento, ofereceu atendimento diferenciado. No Feirão, a Leal Moreira disponibilizou unidades do Terra Fiori, empreendimento de dois quartos com 44,05m² ou 46,52m². Com elevadores, duas piscinas (adulto e infantil), churrasqueira e quadra de esportes. Durante os três dias de evento, os clientes puderam simular seus financiamentos assim como as famílias tiveram a oportunidade de usar o saldo do FGTS - Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, para a aquisição do Imóvel.
LANÇAMENTOS EM BREVE
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Imagem meramente ilustrativa
Imagem meramente ilustrativa
A Leal Moreira prepara para este ano o lançamento de mais dois empreendimentos nas áreas mais cobiçadas da cidade: os bairros do Umarizal e Batista Campos. São empreendimentos de até 250m², com área de lazer completa – característica da construtora – incluindo piscinas, quadras, área gourmet, salão de festas e academias. Em Batista Campos serão unidades de 78m² e 106m², a dois passos da Praça, próximo de tudo. No Umarizal, um projeto surpreendente está em fase de finalização e será apresentado em breve.
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Check List das obras Leal Moreira projeto
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estrutura
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revestimento
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Torre Santoro 2 ou 3 suítes • 123m2 • Av. Governador José Malcher, 2649 (entre Av. José Bonifácio e Tv. Castelo Branco)
Torres Devant 2 ou 3 dorm. (1 suíte) • 68m2 e 92m2 • Travessa Pirajá, 520 (entre Av. Marquês de Herval e Av. Visconde de Inhaúma)
Torre Unitá 3 suítes • 143m2 • Rua Antônio Barreto, 1240 (entre Travessa 9 de Janeiro e Av. Alcindo Cacela).
Torres Dumont 2 e 3 dorm. (1 suíte) • 64m² e 86m² • Av. Doutor Freitas, 1228 (entre Av. Pedro Miranda e Av. Marquês de Herval).
Torre Triunfo 3 e 4 suítes (170m²) • cobertura 4 suítes (335m²) • Trav. Barão do Triunfo, 3183 (entre Av. Rômulo Maiorana e Av. Almirante Barroso).
Torres Floratta 3 e 4 dorm. (1 ou 2 suítes)• 112m² e 141m² • Av. Rômulo Maiorana, 1670 (entre Travessa Barão do Triunfo e Travessa Angustura). mês de referência: abril de 2017
Veja fotos do andamento das obras no site: www.lealmoreira.com.br
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concluído
em andamento
Check List das obras ELO projeto
lançamento
fundação
estrutura
alvenaria
revestimento
fachada
acabamento
Terra Fiori 2 quartos • 44,05 a 49,90 m2 • Tv. São Pedro, 01. Ananindeua. mês de referência: abril de 2017
concluído
em andamento
Torre Jasmim - Laje de transição
Torre Bromélia - Laje do 3º pavimento tipo
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Área de lazer do Terra Fiori
Torre Gardênia - Alvenaria estrutural do 4º pavimento tipo
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Torre Violeta - Alvenaria estrutural do 1º pavimento tipo
Fachada
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Fachadas
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TERRA FIORI, O INVESTIMENTO CERTO PARA SUA VIDA. Vendas: Artes e fotos meramente ilustrativas que poderão ser alteradas sem prévio aviso, conforme exigências legais e de aprovação. Os materiais e os acabamentos integrantes estarão devidamente descritos nos documentos de formalização de compra e venda das unidades. Plantas e perspectivas ilustrativas com sugestões de decoração. Medidas internas de face a face das paredes. Os móveis, assim como alguns materiais de acabamento representados nas plantas, não fazem parte do contrato. A incorporação encontra-se registrada no Cartório de Registro de Imóveis, Faria Neto, Único Ofício da Comarca de Ananindeua-PA, no Livro Nº2(RG), matrícula 16911, sob o NºR-5-Matrícula 16911, Protocolo Interno Nº81936, Protocolo Definitivo Nº52465, em 07/06/2013.
Planejamento, Incorporação e Construção:
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Quarto
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Nara D’Oliveira Consultora empresarial
Retomando Espero que você não tenha abandonado tudo cedendo
à
pressão
de
adequar
seu
em nível de excelência, os ciclos de auditoria e
dentre estes poucos fortes, encontramos um mercado
negócio
consequentes ajustes provenientes dos mesmos e o
sedento para voltar a consumir. Você deve estar mais
repetidamente à nova realidade ditada pelo mercado
cuidado com o desenvolvimento de quem entrega o
íntimo ainda de seu negócio e pode planejar com mais
enfraquecido que estamos tendo que lidar. Seja lá
produto ao mercado. Por óbvio que temos inúmeros
segurança por onde retomar. Esta é precisamente
como sua empresa enfrentou a crise agora é hora
outros processos igualmente importantes: busca
a pergunta a ser feita. O que faz sentido hoje para
de retomar. Depois de três anos descendo a ladeira,
por inovação em todas as áreas da empresa é vital
seu cliente, neste segmento específico, na sua
a estabilidade oferecida pelo encontro com o chão
para uma organização em um mercado globalizado
região geográfica. Lembre-se de que três anos em
deve ter deixado sua estrutura enxuta e a planilha
repleto de commodities, entre tantos outros processos
uma época de coisas, relações, produtos efêmeros
adequada. Aproveite o aprendizado e a sabedoria
que poderíamos citar.
equivalem a uma era. Seu cliente está diferente e
conquistada para retomar, agora mais forte.
Aqueles que além do “para casa“ da adequação
seu mercado, portanto, também. Esta não é uma
O primeiro aprendizado desta crise é que existem
mensal de seus custos, estrutura de pessoas e
pergunta simples, sobretudo para aquelas empresas
alguns processos que nunca devem ser abandonados
disponibilidade de produtos e serviços mantiveram
com produtos de ciclos curtos, ou seja, cujos ciclos
sob pena de enfraquecermos o produto / serviço que
a organização de sua casa e a mente no futuro
de inovação são pequenos. Onde centrar as energias,
oferecemos ao mercado, o padrão de atendimento
encontram-se hoje prontos para voltar a crescer.
apostar a aplicação de uma estratégia é uma resposta
ao cliente, a conversão de vendas e como resultados
A peneira sem piedade de todas as crises deixa o
que deverá ser construída em grupo, com a ajuda de
do contínuo
saldo de poucas empresas em posição ereta ao final
quem faz o negócio com você à luz da análise de seu
martelar da preservação de nossos fluxos de trabalho
das mesmas. Assim, além de poucos concorrentes, e
mercado e de seus números.
termos o share reduzido. Trata-se
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